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Biologia
@p r o f e s s o r f e r r e t t o w w w . p r o f e s s o r f e r r e t t o . c om . b r f b . c om / P r o f e s s o r F e r r e t t o
PROFESSOR FLÁVIO LANDIM
ASSUNTOS DA AULA.
• Introdução à zoologia 
• Organização tecidual
• Nutrição
• Simetria
• Evolução dos animais
• Reprodução dos animais
• Outros filos de animais
INTRODUÇÃO À ZOOLOGIA
O Reino Animalia ou Metazoa engloba organismos conhecidos 
por animais, possuindo características como:
- São organismos eucariontes pluricelulares sem ou com 
organização tecidual; as esponjas são os únicos animais que não 
apresentam organização tecidual, enquanto que todos os demais 
animais apresentam organização tecidual.
- São heterótrofos por ingestão, ou seja, apresentam digestão 
intracorpórea, que pode ser intracelular, nos lisossomos, ou ex-
tracelular, em cavidades digestivas como estômago e intestinos.
- Apresentam glicogênio como carboidrato de reserva e não 
são dotados parede celular em suas células.
- Apresentam células nervosas e, portanto, apresentam sen-
sibilidade, com exceção das esponjas, que são os únicos animais 
que não apresentam células nervosas.
- Apresentam células musculares, e, portanto, de modo geral, 
apresentam locomoção, com exceção das esponjas, que são os úni-
cos animais que não apresentam células musculares.
- Apresentam crescimento definido, ou seja, só apresen-
tam crescimento até a idade adulta. Em organismos animais, 
o crescimento limitado é benéfico para evitar dimensões 
exageradas que dificultariam a locomoção e, consequente-
mente, a busca por alimento. Além disso, grandes dimensões im-
plicam em grande necessidade calórica, o que é inadequado para 
o modo de vida desses organismos.
Segundo a Taxionomia moderna, uma apomorfia (característica 
comum e exclusiva do grupo) dos animais que pode ser usado como 
critério de definição do Reino Animalia é a formação de um embrião 
oco denominado blástula. É por esse motivo que, apesar de es-
ponjas não possuírem organização tecidual, ainda assim são 
consideradas animais, uma vez que possuem blástula.
Existem vários filos de animais, sendo os principais a serem estu-
dados:
Clique no assunto desejado e seja direcionado para o tema.
2 BIOLOGIA
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Observação: O termo “vermes” é um termo sem 
valor taxionômico que se refere a animais invertebrados (sem 
coluna vertebral) que apresentam corpo alongado, indepen-
dentemente de causarem ou não doenças, correspondendo a 
platelmintos, nematelmintos e anelídeos.
A classificação dos animais em filos envolve vários critérios, 
sendo alguns deles analisados a seguir:
Alguns animais triblásticos, ou seja, que apresentam 
mesoderme, podem apresentar uma estrutura denominada 
celoma. O celoma é uma cavidade no embrião delimitada 
por mesoderme e contendo um líquido celomático com 
função de distribuição de gases e nutrientes pelo corpo 
do embrião e de agir como esqueleto hidrostático.
Dentre os Triblásticos, podemos classificar os animais 
quanto à presença ou não de celoma em:
- Acelomados, que não possuem celoma e, consequen-
temente, possuem uma mesoderme maciça, corresponden-
do aos platelmintos. Por não terem celoma, também não 
possuem líquido celomático e não possuem esqueleto 
hidrostático, de modo que o corpo não possui sustentação 
significativa e, por isso, possuem o corpo achatado (platel-
mintos = vermes achatados).
Quanto à organização tecidual, podemos dividir os ani-
mais em 2 sub-reinos:
Dentre os Eumetazoa, podemos classificar os animais em:
- Sub-Reino Parazoa (parazoários), que corresponde aos 
animais sem organização tecidual, incluindo somente os poríferos;
- Sub-Reino Eumetazoa (eumetazoários), que corresponde aos 
animais com organização tecidual, incluindo todos os demais 
animais.
- Diblásticos (diploblásticos), que correspondem aos eu-
metazoários que possuem somente 2 folhetos germinativos (teci-
dos embrionários), ectoderme e endoderme, incluindo somente os 
cnidários;
- Triblásticos (triploblásticos), que correspondem aos eu-
metazoários que possuem 3 folhetos germinativos (tecidos embri-
onários), ectoderme, mesoderme e endoderme, incluindo todos 
os demais animais eumetazoários.
(1) Filo Porifera (poríferos), correspondendo às esponjas;
(2) Filo Cnidaria (cnidários), correspondendo a águas-vivas, corais e anêmonas-do-mar;
(3) Filo Platyhelminthes (platelmintos), correspondendo aos vermes de corpo achatado, como planárias, tênias e 
esquistossomos;
(4) Filo Nematoda (nematelmintos), correspondendo aos vermes de corpo cilíndrico, como lombriga, amarelão e 
filária;
(5) Filo Molusca (moluscos), correspondendo aos animais com concha, como caracóis e ostras, sendo que alguns per-
deram as conchas no decorrer da evolução, como os polvos;
(6) Filo Annelida (anelídeos), correspondendo aos vermes de corpo anelado, como minhocas e sanguessugas;
(7) Filo Arthropoda (artrópodes), correspondendo aos animais de exoesqueleto e patas articuladas quitinosos, como 
insetos, aracnídeos e crustáceos;
(8) Filo Echinodermata (equinodermos), correspondendo a animais marinhos com endoesqueleto calcário, como es-
trelas-do-mar e ouriços-do-mar;
(9) Filo Chordata, correspondendo aos animais que apresentam notocorda pelo menos na fase embrionária de vida, 
como os vertebrados.
CELOMA
ORGANIZAÇÃO TECIDUAL 
Acelomado. 
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Tome nota:
- Pseudocelomados, que possuem pseudoceloma (= falso celoma) 
delimitado por mesoderme e endoderme, correspondendo aos nematel-
mintos. Por terem pseudoceloma, que tem características semelhantes às 
do celoma, possuem líquido pseudocelomático e possuem esqueleto hi-
drostático, de modo que o corpo possui sustentação significativa e, por isso, 
possuem o corpo cilíndrico (nematelmintos = vermes cilíndricos).
- Celomados, que possuem celoma verdadeiro delimitado apenas por 
mesoderme, correspondendo aos demais animais triblásticos. Por terem 
celoma, possuem líquido celomático e possuem esqueleto hidrostático, 
de modo que o corpo possui sustentação significativa e, por isso, podem pos-
suir o corpo cilíndrico (como ocorre com anelídeos).
Dentre os Celomados, existem duas linhagens evolutivas reconhecíveis com 
base no mecanismo de formação de mesoderme e celoma no embrião. 
- Esquizocelomados, onde mesoderme e celoma surgem a partir de células 
denominadas teloblastos que se desprendem a partir da endoderme, sendo o 
celoma chamado nesse caso esquizoceloma (do grego schizo, ‘dividido’, e koele, 
‘cavidade’), como ocorre em moluscos, anelídeos e artrópodes.
- Enterocelomados, onde mesoderme e celoma surgem a partir de 
evaginações da endoderme, sendo o celoma chamado nesse caso enterocelo-
ma (do grego enteron, ‘intestino’), como ocorre em equinodermos e cordados. 
Equinodermos são evolutivamente próximos de cordados por compartilharem 
a formação enterocélica do celoma.
Pseudocelomado.
Celomado.
4 BIOLOGIA
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Quanto à nutrição, animais podem ser:
- Sem tubo digestivo, e, consequentemente, com 
digestão exclusivamente intracelular (realizada 
nos lisossomos), incluindo somente os poríferos. Nos 
poríferos, a nutrição é por filtração, com o corpo apre-
sentando uma rede de canais onde ocorrem células 
flageladas que, em função do batimento dos flagelos, 
estabelecem correntes de água que entram no cor-
po do animal por pequenos poros, sendo as partícu-
las alimentares presentes na água capturadas pelas 
próprias células flageladas.
- Com tubo digestivo, e, consequentemente, com 
digestão parcialmente ou exclusivamente ex-
tracelular (realizada em cavidades corporais como 
estômago e intestino), sendo os animais chama-
dos nesse caso de enterozoários (do grego enter-
on, ‘intestino’, e zoo, ‘animal’), incluindo todos os eu-
metazoários.
Dentre os Enterozoários, ou seja, animaiscom tubo digestivo, o tubo digestivo pode ser:
- Incompleto, quando dotado de uma única abertura que funciona como boca e ânus, correspondendo a cnidários e 
platelmintos;
- Completo, quando dotado de duas aberturas independentes, uma funcionando como boca e outra funcionando como 
ânus, como ocorre com todos os demais eumetazoários.
O tubo digestivo dos animais se forma a partir do arquênteron na fase de gastrulação do desenvolvimento embrionário. A 
abertura do arquênteron é denominada de blastóporo, que corresponde ao primeiro orifício a se formar no corpo do embrião. 
Quanto ao destino do blastóporo, os Enterozoários de Tubo Digestivo Completo podem ser classificados em:
- Protostômios (do grego protos, ‘primeiro’, e stomatos, boca’), nos quais o blastóporo origina a boca, sendo que o ânus se 
forma num segundo momento, correspondendo a nematelmintos, moluscos, anelídeos e artrópodes. Apesar de platel-
mintos só apresentarem uma abertura no tubo digestivo, são tradicionalmente chamados de protostômios por pertencerem à 
mesma linha evolutiva dos demais protostômios.
- Deuterostômios (do grego deuteros, ‘segundo’, e stomatos, ‘boca’), nos quais o blastóporo origina o ânus, sendo que a 
boca se forma num segundo momento, correspondendo a equinodermos e cordados.
Como mencionado anteriormente, equinodermos são evolutivamente próximos de cordados por serem enteroceloma-
dos, e também por serem deuterostômios.
Tome nota:
Formação esquizocélica e enterocélica do celoma.
NUTRIÇÃO
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Metameria em anelídeos.
Metameria com tagmatização em artrópodes.
SIMETRIA
A simetria é a divisão imaginária do corpo de um organis-
mo em metades especulares, ou seja, onde uma é o reflexo da 
outra no espelho. Quanto a esse caráter, os animais podem ter 
simetria radial (ou radiada) ou bilateral. 
Na simetria radial, existem vários planos de simetria, sen-
do que qualquer plano que passa pelo centro do corpo gera 
simetria, ocorrendo em poríferos e cnidários. Como existem 
infinitos planos de simetria, não há referência para se falar em 
esquerda e direita e em anterior (cabeça) e posterior (cauda), 
de modo que animais radiados (com simetria radial) não 
possuem cabeça.
Na simetria bilateral, existe um único plano de sime-
tria, chamado plano sagital, que divide o corpo em metades 
direita e esquerda, e serve de referência para a identificação 
das regiões anterior (cabeça ou região cefálica) e posterior 
(cauda ou região caudal), de modo que animais bilatérias 
(com simetria bilateral) possuem cabeça.
Em animais bilatérias, ocorre um fenômeno denominado 
de cefalização, que é a concentração de estruturas senso-
riais e nervosas na região mais anterior do corpo, ou seja, na 
cabeça. Como a região anterior ou cabeça é a região que vai 
na frente do corpo quando o animal se desloca, a cefalização 
permite que haja uma rápida análise do meio para o qual o 
organismo se desloca, de modo que se possa oferecer uma 
rápida resposta a condições adversas nesse meio para o qual 
o organismo se desloca.
A maioria dos animais possui o mesmo tipo de simetria 
desde a fase embrionária até a fase adulta. Alguns, entretanto, 
têm um tipo de simetria na fase embrionária e outro na fase 
adulta, caso em que a mudança está geralmente associada a 
A metameria ou segmentação é a divisão do corpo em 
segmentos repetidos denominados metâmeros, fenômeno 
que somente ocorre em anelídeos, artrópodes e cordados.
Nos anelídeos, ocorre metameria total, ou seja, no corpo 
todo, sem tagmatização, ou seja, sem fusão de metâmeros 
em blocos corporais, sendo que os metâmeros são bem evi-
dentes e constituem os anéis do corpo dos anelídeos.
Nos artrópodes, ocorre metameria total ou seja, no 
corpo todo, com tagmatização, ou seja, com fusão de 
metâmeros em blocos corporais denominados tagmas, como 
cabeça, tórax e abdome.
SIMETRIA 1ª E SIMETRIA 2ª
METAMERIA
adaptações dos adultos a modos de vida especiais. 
A simetria primária é aquela observada no embrião ou 
na larva, enquanto que a simetria secundária é aquela 
observada no adulto. Se, durante o desenvolvimento em-
brionário de um indivíduo, a simetria do embrião ou da larva 
for diferente da simetria do adulto, é a simetria primária que 
fornece indícios da real estrutura do corpo do animal, sob o 
ponto de vista taxonômico-evolutivo.
Por exemplo, em esponjas, a simetria 1ª é radial e a 
simetria 2ª é ausente, sendo as esponjas assimétricas na 
idade adulta. De modo semelhante, em equinodermos, a si-
metria 1ª é bilateral e a simetria 2ª é radial, mais precisa-
mente, pentarradial, com cinco planos principais de simetria 
(levando a um número de braços em múltiplos de cinco em 
estrelas-do-mar).
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Nos cordados, ocorre metameria parcial, ou seja, somente em parte do corpo, como nos somitos do embrião e nos sarcômeros 
dos músculos.
Com base nas características generalizadas discutidas, é possível tentar compreender a evolução dos animais. O esquema a 
seguir apresenta uma provável história evolutiva (filogenia) dos animais, aceita por muitos zoólogos. Não é, no entanto, a única. 
De acordo com ela, os animais surgiram provavelmente de protozoários flagelados coloniais denominados coanoflagelados, que 
teriam se especializado, aumentando a interdependência celular. Dessa maior especialização, teriam surgido, de um lado, os para-
zoários, representados pelas esponjas, e, de outro, os eumetazoários, que apresentam maior interdependência entre suas células, 
formando tecidos verdadeiros. Entre os eumetazoa, apenas os cnidários são diblásticos; os demais já apresentam três folhetos 
germinativos. O metazoário ancestral, que deu origem aos cnidários e platelmintos, provavelmente tinha simetria radial, mantida 
nos cnidários e modificada para simetria bilateral na linhagem da qual provêm os platelmintos. Estes são triblásticos acelomados. 
Acredita-se que dos platelmintos teriam surgido os pseudocelomados e os celomados. 
Estes últimos teriam se especializado segundo duas principais linhas evolutivas: a dos esquizocelomados e a dos enterocelo-
mados. Os esquizocelomados e os pseudocelomados mantiveram muitas das características do desenvolvimento embrionário do 
ancestral acelomado, sendo uma delas a protostomia. Os enterocelomados apresentam desenvolvimento embrionário com carac-
terísticas distintas, sendo uma delas a deuterostomia.
A metameria ocorreu independentemente em duas linhas evolutivas: na dos esquizocelomados, dando origem aos anelídeos e 
artrópodes, e na dos enterocelomados, dando origem aos cordados.
Em organismos animais, os gametas são produzidos em órgãos denominados gônadas. A gônada masculina recebe o nome 
de testículo e produz o gameta masculino, o espermatozoide. A gônada feminina recebe o nome de ovário e produz o gameta 
feminino, o óvulo.
Na grande maioria das vezes, o indivíduo possui o testículo, sendo do sexo masculino, ou possui o ovário, sendo do sexo femini-
EVOLUÇÃO DOS ANIMAIS
REPRODUÇÃO EM ANIMAIS
Uma provável filogenia dos animais.
FECUNDAÇÃO QUANTO AO SEXO DOS ORGANISMOS PARENTAIS
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IMPORTANTE: Nem toda reprodução 
sexuada envolve ato sexual. A conjugação 
e a fecundação externa, por exemplo, não 
envolvem o ato sexual. O ato sexual carac-
teriza-se pela introdução do pênis no poro 
genital feminino. Assim, esse processo é típi-
co de fecundação interna em animais. Mas 
nem toda fecundação interna envolve 
ato sexual: em vegetais e esponjas, por 
exemplo, há fecundação interna sem ato 
sexual.
FECUNDAÇÃO EXTERNA E 
INTERNA
ANIMAIS OVÍPAROS, 
OVOVIVÍPAROS E 
VIVÍPAROS
no. Esses organismos são ditos de sexos 
separados ou dioicos.
Em outros organismos, pode aconte-
cer do mesmo indivíduo possuir simul-
taneamente testículo e ovário. Nesse 
caso, eles são ditos hermafroditasou 
monoicos. 
Os indivíduos animais hermafroditas 
são normalmente incapazes de pro-
mover uma autofecundação. Assim, 
quando se reproduzem, dois indivíduos 
hermafroditas trocam de gametas, am-
bos sendo fecundados e gerando zigo-
tos. Essa situação de hermafroditismo é 
particularmente vantajosa para animais 
muito lentos e com dificuldade de en-
contrar parceiros para o ato sexual. Sen-
do hermafroditas, a fecundação cru-
zada permite que sejam gerados muito 
mais descendentes que se fossem de 
sexos separados, pois neste último caso 
apenas a fêmea produziria zigotos.
Outro aspecto que pode ser diferen-
ciado em relação à fecundação é o fato 
de ela poder ser externa ou interna.
A fecundação externa acontece 
com o lançamento dos gametas mascu-
linos e femininos fora do corpo, normal-
mente na água. O encontro dos gametas 
se dá então fora do corpo, com o zigoto 
se formando fora do corpo dos indivídu-
os parentais. 
Espécies cujas fêmeas eliminam seus 
óvulos na água são ditas ovulíparas.
Este tipo de fecundação apresenta 
dois inconvenientes. Como os gametas 
são lançados no meio, eles têm que en-
frenta uma série de dificuldades para 
sobreviver e encontrar o gameta de 
sexo oposto, promovendo a fecundação. 
Assim, os organismos que fazem fe-
cundação externa têm que produzir 
uma enorme quantidade de gametas 
para aumentar a probabilidade de haver 
a fecundação. O custo energético des-
sa produção de gametas é alto para o 
organismo. O segundo problema é que, 
como a fecundação externa normal-
mente ocorre na água, os organismos 
que fazem fecundação externa não po-
dem viver longe de ambientes aquáti-
cos, caso contrário serão incapazes de 
se reproduzir.
A fecundação interna ocorre com 
a introdução do gameta masculino 
pelo macho numa cavidade do corpo 
da fêmea. Nessa cavidade, ocorre a fe-
cundação. 
Para haver a fecundação interna, a 
natureza proveu os machos com um 
órgão denominado pênis (ou estruturas 
análogas) , capazes de ser introduzidos 
no orifício do corpo feminino, o poro 
genital feminino ou vagina ou cloaca, 
onde vai ocorrer a fecundação interna. 
Este tipo de fecundação traz vanta-
gens em relação à fecundação externa. 
Primeiramente, o número de gametas 
produzidos pode ser bem menor, pois 
eles serão introduzidos numa cavi-
dade protegida do corpo feminino, com 
condições bem menos desfavoráveis 
que as do meio. Isso represente um 
menor custo energético para produção 
de gametas. Além disso, o pênis permite 
que a fecundação ocorra em terra firme, 
e não apenas na água como a externa, 
permitindo uma certa liberdade em 
relação a ambientes aquáticos.
Em animais, na maioria das vezes, o 
zigoto formado encontra-se no interior 
de um ovo, fazendo seu desenvolvimen-
to embrionário fora do corpo da mãe e 
no interior desse ovo. As espécies que 
produzem ovos e eliminam esses ovos 
de maneira que seu desenvolvimen-
to seja fora do corpo da mãe são ditas 
ovíparas. 
Os organismos ovíparos têm que pro-
duzir grande número de ovos porque 
estes estarão sujeitos aos rigores do 
meio. Normalmente, depois que colo-
cam os ovos, os pais protegem esse ovos 
para evitar que predadores os eliminem. 
Outros enterram os ovos. De qualquer 
maneira, o risco pelo qual passam es-
ses ovos é muito grande, o que explica 
o grande número de ovos produzidos 
para a pequena quantidade de descen-
dentes sobreviventes. 
Em outros casos, os zigotos originam 
ovos que são armazenados no interior 
do corpo da fêmea até que eles eclodam 
e liberem os novos indivíduos. Assim, os 
ovos mantêm-se protegidos no interior 
do corpo da fêmea. Organismos como 
esses são ditos ovovivíparos.
Tanto no caso dos organismos ovíparos 
como no dos ovovivíparos, os ovos deverão 
encerrar em seu interior tudo aquilo que o 
embrião vai precisar durante seu desen-
volvimento: nada pode ser acrescentado 
ou retirado, com exceção de gases respi-
ratórios e, em algumas ocasiões, água. 
Por isso, alguns organismos não 
produzem ovos. Seus zigotos desen-
volvem-se no interior de um órgão de-
nominado útero, estando esse órgão 
ligado à mãe. Através de vasos san-
guíneos é possível o fornecimento de 
nutrientes e outras substâncias úteis, 
bem como a remoção de metabólitos 
indesejados. Além disso, a mãe acaba 
8 BIOLOGIA
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carregando o embrião sempre consigo, não estando o mesmo sujeito às condições impostas pelo meio e à ação de predadores. 
Estes organismos que não produzem ovos e que já liberam a cria completamente formada são ditos vivíparos. Eles normalmente 
produzem um número menor de descendentes que os organismos ovíparos e ovovivíparos, uma vez que o risco de vida ao qual os 
filhotes de vivíparos estão sujeitos é bem menor. 
Alguns animais, ao nascer, apresentam aparência e comportamento já bastante semelhante aos dos organismos adultos, não 
ocorrendo metamorfose. Nesse caso, fala-se em desenvolvimento direto.
Outros animais, ao nascer, apresentam aparência e comportamento muito diferente do dos organismos adultos, apresentan-
do-se em uma fase de larva, a qual sofre metamorfose para assumir a forma adulta definitiva. Nesse caso, fala-se em desenvolvi-
mento indireto. A vantagem de uma fase larvária diferente da adulta é que as larvas aproveitam recursos ambientais diferentes 
dos adultos, de modo que não haverá competição entre jovens e adultos, aumentando a chance de sobrevivência de ambos.
Muitos filos animais são dotados de pequeno número de representantes, sendo apenas ocasionalmente mencionados na litera-
tura de Ensino Médio e em questões de vestibulares, incluindo: 
- Filo Ctenophora, de animais aquáticos diblásticos semelhantes aos cnidários;
- Filo Nemertea, de animais aquáticos triblásticos acelomados;
- Filo Rotifera e Filo Nematomorpha, de animais aquáticos triblásticos pseudocelomados;
- Filo Bryozoa, Filo Brachiopoda, Filo Phoronida e Filo Hemichordata, de animais aquáticos triblásticos celomados.
DESENVOLVIMENTO DIRETO E INDIRETO
OUTROS FILOS DE ANIMAIS
Tome nota:

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