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05/02/2022 07:28 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2
PLENÁRIO DO TRIBUNAL DO JÚRI
Autores
Rodrigo Faucz Pereira e Silva
Daniel Ribeiro Surdi de Avelar
Thomson Reuters Brasil
Juliana Mayumi Ono
Diretora responsável
© desta edição [2022]
Av. Dr. Cardoso de Melo, 1855 – 13º andar - Vila Olímpia
CEP 04548-005, São Paulo, SP, Brasil
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial,
por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos,
microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a
memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de
qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados.
Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua
editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e
parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com
busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de
19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
Os autores gozam da mais ampla liberdade de opinião e de crítica, cabendo-
lhes a responsabilidade das ideias e dos conceitos emitidos em seus trabalhos.
Central de Relacionamento Thomson Reuters Selo Revista dos Tribunais
(atendimento, em dias úteis, das 09h às 18h)
Tel. 0800.702.2433
e-mail de atendimento ao consumidor: sacrt@thomsonreuters.com
e-mail para submissão dos originais: aval.livro@thomsonreuters.com
mailto:sacrt@thomsonreuters.com
mailto:aval.livro@thomsonreuters.com
05/02/2022 07:28 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Profissional
Fechamento desta edição: [09.12.2021]
ISBN 978-65-5991-347-3
mailto:www.thomsonreuters.com.br
http://www.livrariart.com/
05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Expediente
Diretora de Conteúdo e Operações Editoriais
Juliana Mayumi Ono
Gerente de Conteúdo
Milisa Cristine Romera
Editorial: Aline Marchesi da Silva, Camilla Sampaio, Diego Garcia Mendonça, Emanuel Silva,
Karolina de Albuquerque Araújo Martino e Quenia Becker
Gerente de Conteúdo Tax: Vanessa Miranda de M. Pereira
Direitos Autorais: Viviane M. C. Carmezim
Assistente de Conteúdo Editorial: Juliana Menezes Drumond
Analista de Conteúdo Editorial Júnior: Bárbara Baraldi
Estagiárias: Ana Amalia Strojnowski, Mariane Cordeiro e Mirna Adel Nasser
Produção Editorial
Gerente de Conteúdo
Andréia R. Schneider Nunes Carvalhaes
Especialistas Editoriais: Gabriele Lais Sant’Anna dos Santos e Maria Angélica Leite
Analista de Projetos: Thyara Pina da Silva
Analistas de Operações Editoriais: Caroline Vieira, Damares Regina Felício, Danielle Castro de
Morais, Mariana Plastino Andrade, Mayara Macioni Pinto, Patrícia Melhado Navarra e Vanessa
Mafra
Analistas de Qualidade Editorial: Ana Paula Cavalcanti, Fernanda Lessa, Gabriela Cavalcante
Lino e Victória Menezes Pereira
Estagiárias: Bianca Satie Abduch, Gabrielly N. C. Saraiva, Maria Carolina Ferreira e Sofia
Mattos
Capa: Linotec
Líder de Inovações de Conteúdo para Print
Camilla Furegato da Silva
Equipe de Conteúdo Digital
Coordenação
Marcello Antonio Mastrorosa Pedro
Analistas: Gabriel George Martins, Jonatan Souza, Maria Cristina Lopes Araujo e Rodrigo
Araujo
Gerente de Operações e Produção Gráfica
Mauricio Alves Monte
05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Analistas de Produção Gráfica: Aline Ferrarezi Regis e Jéssica Maria Ferreira Bueno
Assistente de Produção Gráfica: Ana Paula de Araújo Evangelista
05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Degustação da obra
Presidir ou participar de um julgamento perante o Tribunal do Júri é algo que
inicia muito antes da instalação da sessão. O chamado “estado de júri”, como bem
pontuava Evandro Lins e Silva, não é sintoma que atinge unicamente o advogado
na tribuna da defesa, pois todos em plenário passam a fazer parte do “drama da
vida real” que ali ganha o seu epílogo1.
Contudo, um longo caminho deve ser percorrido até que o processo, mesmo
após a pronúncia, possa alcançar o julgamento em plenário. Conforme uma
pesquisa divulgada pelo CNJ2, mais da metade das sessões plenárias agendadas
para o ano de 2018 foram adiadas. Tal dado ressalta a necessidade de que
medidas prévias sejam estudadas e observadas evitando o adiamento das
sessões, bem como que outras sejam consideradas durante os julgamentos com o
intuito de evitar futuras nulidades.
Diante disso, procuraremos neste capítulo trazer um pouco da nossa
experiência no Tribunal do Júri, buscando identificar a prática de atos preparatórios
que possam propiciar que a sessão plenária ocorra de maneira adequada e com o
mínimo de problemas.
1.1. Reunião x sessão
Fundamental, desde já, diferenciar os conceitos de reunião e sessão do
Tribunal do Júri. As reuniões ordinárias ocorrem dentro de um espaço de tempo
determinado pela organização judiciária (reunião do mês de agosto, ou ainda, da
primeira quinzena de agosto, por exemplo). Nessas reuniões ordinárias podem
ocorrer diversas sessões. Sessões são os julgamentos propriamente ditos. Em
regra, é agendado um julgamento (sessão) por dia, no entanto, considerando a
complexidade do processo que será julgado (números de testemunhas, acusados,
entre outros), o juiz poderá reservar mais de um dia para a mesma sessão; ou,
eventualmente, até realizar duas sessões no mesmo dia ( CPP, art. 452).
1.2. Organização da pauta
O Código de Processo Penal disciplina no art. 429 a ordem dos julgamentos
que, salvo motivo relevante, deverá ser observada. Assim, terão preferência de
pauta: (i) os acusados presos; (ii) dentre os acusados presos, aqueles que
estiverem há mais tempo na prisão; e (iii) em igualdade de condições, os
precedentemente pronunciados.
São exemplos de motivos relevantes para a alteração da pauta de julgamento:
“o julgamento de um acusado solto, mas que esteja com prazo prescricional
próximo de ser atingido, em detrimento de um acusado preso, suja prescrição
esteja longínqua”3; o cumprimento de pautas temáticas e mutirões recomendados
pelo Conselho Nacional de Justiça (ex vi julgamentos envolvendo feminicídios)4.
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05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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A legislação ainda disciplina que, dentro da mesma reunião periódica, o juiz
presidente reserve datas para a inclusão de processo que, por qualquer motivo,
teve o julgamento adiado. Porém, na realidade prática, a reserva de datas
dificilmente ocorre, devido ao acúmulo de processos já preparados ( CPP, art. 
431) para inclusão em pauta, especialmente em varas privativas onde os
magistrados cumulam a competência para atuar na fase investigativa, no sumário
de culpa e no juízo da causa.
Contudo, caso o magistrado anteveja que um dos julgamentos pautados pode
correr o risco de não se realizar, nada impede que, desde já, reserve uma data
extra para eventual remarcação.
Observando-se os critérios acima, o juiz presidente tem liberdade para distribuir
os júris nas datas designadas para a reunião ordinária ou extraordinária,
adequando-os à rotina de trabalho e atentando para as peculiaridades dos casos
concretos.
Caso haja concordância das partes, é possível que o mesmo Conselho de
Sentença aprecie mais de um processo no mesmo dia ( CPP, art. 452).
Nessa hipótese, geralmente o Ministério Público antecipa ao juízo que solicitará a
absolvição do acusado em plenário, tornando assim possível a realização de um
julgamento pela manhã e outro no período da tarde, renovando-se o compromisso
dos membros do Conselho de Sentença. Caso assim seja, além de recomendar-se
que não seja o mesmo promotor de justiça que exerça a acusação em ambos os
júris, também não se pode permitir qualquer argumentação cruzada entre os
casos5, sob pena de violação dos princípios constitucionais da plenitude de
defesa, da presunção de inocência e do devido processo legal em um dos casos.
 
1
.LINS E SILVA, Evandro. A defesa tem a palavra, 2ª. ed. rev. e ampl. Rio de
Janeiro: Aide Editora: 1984, p. 17.
2
.Diagnóstico das Ações Penais de Competência do Tribunal do Júri (2019) e
que atualmente consta do Manual do CNJ para a Gestão Processual no Tribunal
do Júri, elaborado pelo magistrado Fabrício Castagna Lunardi, sendo um dos
resultados alcançados pelo Grupo de trabalho para Otimização de Julgamentos do
Tribunal do Júri (Portaria 36/2019), coordenado pelo Min. Rogerio Schietti Cruz.
Disponível em: https://bit.ly/3hIXBWA. Acesso em 29 de jul. de 2020.
3
.CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Tribunal do júri. Salvador:
Juspodivm: 2015, p. 161. BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no
processo penal. As novas Leis de 2008 e os projetos de reforma. Coord. Maria
Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008,
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05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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p. 120. Consoante esclarece Badaró, o direito a um julgamento em prazo razoável
também deve atingir o acusado solto (CR, art. 5º., LXXVIII e CADH, art. 8.1) e, “(...)
a dificuldade ou a falta de pauta para a realização de sessões de julgamento não
será justificativa para que o Estado se exima do dever de julgar em prazo razoável,
posto que a existência de tal direito implica o dever do Estado de criar e aparelhar
os órgãos do Poder Judiciário de forma a ter condições de dar uma adequada e
efetiva prestação jurisdicional no prazo razoável, em cumprimento a esse dever
fundamental. A violação de tal direito, por falta de aparelhamento estatal, gera o
dever de indenizar por parte do Estado”. (Ibid., p. 121).
4
.CNJ, : “Art. 2º. Recomendar ao Superior Tribunal de Justiça, bem como aos
Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, que, no mês do Tribunal do
Júri, instituído por este CNJ, promovam no âmbito de suas Turmas e Câmaras
mutirão para julgamento de processos de competência do Tribunal do Júri”.
5
.O membro do Ministério Público, ao pedir a absolvição no primeiro júri, jamais
poderá utilizar tal fato como argumento para requerer a condenação no outro
julgamento. Por isso, desde já, reafirma-se a importância de que as sessões sejam
gravadas em sua integralidade (principalmente os debates, conforme será
discutido posteriormente). Trata-se de proteção não apenas aos princípios
constitucionais já mencionados, como também do princípio da lealdade processual
e da paridade de armas. O pedido de absolvição em uma mesma reunião pela
acusação, por si só, já caracteriza uma vantagem competitiva em detrimento dos
acusados julgados posteriormente. Sendo assim, é necessário que as partes no
Processo Penal atuem com responsabilidade e dentro de um fair play processual.
05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Ficha catalográfica
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Silva, Rodrigo Faucz Pereira e
Plenário do Tribunal do Júri [livro eletrônico] / Rodrigo Faucz Pereira e Silva, Daniel Ribeiro
Surdi de Avelar. -- 2. ed. -- São Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2022.
6 Mb ; ePub
2. ed. em e-book baseada na 2. ed. impressa.
Bibliografia
ISBN 978-65-5991-347-3
1. Brasil. Supremo Tribunal Federal 2. Brasil. Supremo Tribunal Federal - Jurisprudência 3. Júri
- Brasil 4. Plenário I. Avelar, Daniel Ribeiro Surdi de. II. Título.
22-97641 CDU-347.991(81)
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Supremo Tribunal Federal : Direito
347.991(81)
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Dedicatória
Para a minha (ainda) pequena e amada Helena que, em meio a tudo o que se passa, está
aprendendo a ler…
E, para Soraya, pela paciência, amor e incentivo diuturno que tornaram possível a edificação
dessa obra (por Daniel)
Para a minha amada esposa Priscilla Kavalli, que tornou todo esse tempo em serenidade...
(por Rodrigo)
05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Agradecimentos
Por DANIEL RIBEIRO SURDI DE AVELAR
Com a humildade de afirmar que a presente obra é o início de um diálogo e uma pequena
contribuição na busca do aprimoramento sobre o Tribunal do Júri, nãoposso deixar de agradecer a
todos aqueles que, de uma forma ou de outra, propiciaram que tudo tivesse início e a primeira
palavra fosse lançada.
Agradeço, antes de tudo, à minha família, em especial minhas amadas Soraya e Helena Avelar,
que, dentro do isolamento que as circunstâncias sanitárias nos impõem, não mediram esforços
para que a presente obra pudesse ser construída.
É indispensável agradecer aos mestres que ajudaram a construir o meu modo de pensar o
Tribunal do Júri: Clèmerson Merlin Clève (orientador da minha dissertação), Jacinto Nelson de
Miranda Coutinho e René Ariel Dotti, estimados avaliadores que, com profundo conhecimento,
ajudaram a aparar as arestas e corrigir o que era necessário.
Sou grato, desde sempre, ao amigo Rodrigo Faucz, pelo convite para escrever a presente obra
e pelo constante diálogo sobre o Tribunal do Júri. É um permanente aprendizado poder conversar
com um profissional que verdadeiramente vive e entende o Tribunal do Júri.
Ao Prof. Dr. Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho, destacado jurista e magistrado
indicado pela AMB para estudar e ajudar a aperfeiçoar o PLS n. 156/2009, muito obrigado por ter
prefaciado a obra.
De igual maneira, agradeço o estimado Prof. Roncaglio pela valiosa apresentação desta obra.
Suas aulas, caríssimo professor, foram sempre um estímulo ao estudo do direito e do processo
penal.
É imprescindível agradecer aos servidores do Tribunal do Júri, em especial, a minha dileta
assessoria que, com grande profissionalismo, dedicam grande parte da sua vida aos julgamentos
populares, tornando a 02ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba um modelo a ser seguido:
Francielle Kieling Surm, Chefe de Secretaria, e Janelice Puton, Técnica Judiciária, em nome de
quem agradeço a todos os serventuários e estagiários da vara; e aos meus assessores, Aruana
Paula Bileski, Rodolfo Mair Coelho, Paulo Rogério Pontes, Maria Isabelle de Carvalho Appel e
Eduarda Espanhol Borba.
Tenho muita gratidão aos juízes (de fato e de direito), promotores de justiça, advogados e
defensores públicos que labutam no Tribunal do Júri de Curitiba. Na pessoa do grande amigo e
brilhante magistrado Leonardo Bechara Stancioli e do combativo promotor de justiça Marcelo
Balzer Correia, consigno o meu agradecimento.
Agradeço, ainda, aos amigos de toda uma vida por sempre estarem ao meu lado e àqueles que
a vivência acadêmica me trouxe, em especial, aos professores da FAE, UTP e da Escola da
Magistratura do Paraná e aos meus alunos dos grupos de estudo.
No inverno e isolamento de 2020.
Agradeço também meus sócios e parceiros profissionais, Luiz Eduardo Roncaglio, Murillo,
Daniel, Larissa, Lorena, Victor, João Manoel e, sobremaneira, à minha sócia, prima e amiga
Lijeane. Ao Prof. Roncaglio especial gratidão não apenas por apresentar este livro, mas por todos
os inúmeros ensinamentos desde a época em que éramos colegas na UniBrasil e, atualmente,
sócios no escritório de advocacia. O Prof. Roncaglio, além de possuir uma mente privilegiada, é
um exemplo de retidão e ética, e nunca terei oportunidades suficientes para agradecer a parceria e
ensinamentos diários.
Agradeço também aos integrantes do NUPEJURI que tenho a honra de coordenar junto com
Daniel Avelar e Thaise Mattar Assad, bem como aos colegas professores, tanto da FAE quanto da
05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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UTP. Aos acadêmicos da graduação e das pós-graduações que leciono, também faço questão de
agradecer pelas questões trazidas e discutidas nas aulas.
Ao João Machado e Alanis Matzembacher, pelo auxílio na pesquisa de jurisprudência e outras
questões relacionadas ao livro.
Agradeço também o pronto aceite para prefaciar a obra por parte do Prof. Dr. Luis Gustavo
Grandinetti Castanho de Carvalho, jurista e Professor de qualidade ímpar.
Por fim, mas de igual importância, agradeço à Thomson Reuters Revista dos Tribunais, que eu
considero a editora mais importante à nível nacional pela sua história e dedicação com a qualidade
do conteúdo jurídico. Minha gratidão ao Prof. Gustavo Badaró por fazer à ponte de contato, e à
editora Aline Marchesi por acompanhar e auxiliar todas as fases da publicação.
Por RODRIGO FAUCZ PEREIRA E SILVA
Considero a gratidão um valor fundamental. Não constitucional, mas quase isso. Um valor que
nos permite reconhecer que sempre que conquistamos algo ou chegamos à algum lugar, não
fazemos isso sozinhos.
Primeiramente gostaria de agradecer à minha esposa Priscilla Kavalli, por ter não apenas me
auxiliado e incentivado nas últimas conquistas acadêmicas, mas também oportunizado discutir e
refletir sobre questões jurídicas essenciais, sempre com amor e lealdade. Obrigado por estar
sempre disposta a contribuir e debater diversas ideias que aqui se encontram.
Existem pessoas que mudam o rumo da nossa vida. E para eles tenho uma grande dívida de
gratidão. Marcelo Boldori e Ernani Bortolini, que me ensinaram sobre atuação no júri. Juntos
fizemos 30 júris – os 30 primeiros da minha carreira. O primeiro em 6 de fevereiro de 2004, o último
em 2010. Aprendi muito com eles, principalmente, a paixão pelo Instituto. Foi também o Ernani
quem me apresentou a vida acadêmica, convidando-me para lecionar logo após eu ter me
formado. Não podia esquecer de agradecer quem fez a ponte com essa dupla, meu querido Cirso
Teodoro.
Aos Professores Paulo Cesar Busato, Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Francisco do Rego
Monteiro Rocha e Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, eu tenho a agradecer por sempre terem me
auxiliado e me presenteado com oportunidades acadêmicas únicas.
Aliás, na reflexão para o aperfeiçoamento de uma outra obra (o Manual de Tribunal do Júri, a
ser lançado no início do ano de 2021 pela Thomson Reuters Revista dos Tribunais), que surgiu o
lampejo do Dr. Daniel Avelar para desenvolvermos este projeto voltado especificamente ao
Plenário. Também por isso agradeço ao parceiro e amigo, não apenas por compartilhar um vasto
conhecimento prático, dogmático e histórico sobre júri comigo, mas também por ter reafirmado
aquilo que qualquer profissional do direito aqui do Paraná sabe: o juiz Daniel é um profissional
dedicado, preparado e, acima de tudo, um humanista preocupado com os valores constitucionais
democráticos.
05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Nota dos autores – 2ª Edição
O ano de 2022 é o que marca o aniversário de 200 anos do Tribunal do Júri no ordenamento
jurídico brasileiro. O júri foi instituído por um Decreto de 18 de junho de 1822. Trata-se da
instituição mais democrática no sistema judiciário brasileiro, em que a própria comunidade afetada
pelo crime decide sobre o fato, em um procedimento pautado pela oralidade.
Apesar de inúmeras críticas que enfrenta, cada vez mais solidificamos nosso entendimento de
que o juízo por jurados carrega uma série de vantagens em relação à justiça profissional, como a
legitimidade social, a quantidade de julgadores e, principalmente, a imediatidade probatória.
Revivescendo a tradição da Thomson Reuters Revista dos Tribunais sobre a matéria,
publicamos as obras “Plenário do Tribunal do Júri” e “Manual do Tribunal do Júri” em 2020 e 2021.
O retorno de vendas, aceitação e citações foi melhor do que esperávamos. Desta forma, a
2ª edição restou obrigatória face a 2ª tiragem do “Plenário” também já encontrar-se esgotada. A
2ª edição do “Manual” deve sair também até o meio de 2022. Ambos são, frutos de décadas de
estudos dedicados ao júri, tanto pela abordagem profissional quanto acadêmica.
Para esta 2ª edição, além de uma minuciosa revisão e atualização, aprofundamos e abordamos
algumas ideias sobre, por exemplo, o abandono de plenário, o selecionamento de jurados, avirtualização do julgamento em plenário, o reconhecimento de pessoas, a limitação argumentativa
pela legítima defesa da honra, a denominada Lei Mariana Ferrer, além de termos revisto nosso
modelo de quesitação em relação ao dolo eventual e culpa. Também preparamos um índice
sistemático para facilitar a busca dos temas.
Jamais podemos esquecer de que todo procedimento do júri, ao estar sistematicamente
posicionado como uma garantia constitucional no art. 5º, precisa ser interpretado por este viés.
Por último, agradecemos nesta 2ª edição, além de todos aqueles que já estão nos
“Agradecimentos” originais, alguns que colaboraram e/ou somaram nas discussões e reflexões
sobre o júri desde a 1ª edição e que merecem ser lembrados, como: Isabela Bueno, Denis
Sampaio, Kauana Kalache, André Peixoto, Priscila Palmeiro, Jader Marques, Janira Rocha e
Alexandre Morais da Rosa.
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Nota dos autores – 1ª Edição
No começo do ano de 2021, será lançada por esta mesma editora o “Manual do Tribunal do
Júri”. Nesse intuito, inclusive, que começamos a escrever em conjunto. No entanto, percebemos
que faltava na bibliografia do Tribunal do Júri brasileiro alguma obra que pudesse contribuir, de
imediato, para o aumento da qualidade da decisão dos jurados, enfrentando aspectos da
legislação atual – já parcialmente sedimentada pela jurisprudência – e recomendações do
Conselho Nacional de Justiça.
Sendo assim, desenvolvemos um olhar específico para o Plenário, de forma que compilamos
uma gama de elementos para propor que o júri brasileiro possa responder aos anseios de justiça.
E dizemos justiça como sendo a responsabilização daqueles que efetivamente precisam ser
responsabilizados; sem que isso reflita na mitigação de valores constitucionais ou no atropelo de
garantias. Percebemos que o aumento da qualidade das decisões certamente fará com que
aqueles que precisam ser condenados, continuem sendo, mas a partir de um julgamento imparcial
e justo, calcado nas provas sustentadas perante os juízes naturais.
O presente trabalho é fruto de inúmeras pesquisas empíricas e doutrinárias que nos
acompanharam desde a graduação até as pós-graduações que cursamos. Mas também é fruto da
atuação efetiva no Tribunal do Júri. Daniel Avelar como Juiz Presidente da 02ª Vara Privativa do
Tribunal do Júri de Curitiba desde o ano de 2008. Rodrigo Faucz como Professor de Processo
Penal e advogado, tendo atuado em mais de 200 causas – tanto na defesa quanto na assistência
de acusação – perante o Tribunal do Júri.
Percebemos, no transcorrer das nossas carreiras – tanto pelo viés da práxis quanto
acadêmico –, que a ausência de motivação das decisões do júri fundada no voto na íntima
convicção não é sinônimo de decisões tirânicas e desarrazoadas. Isto é, trata-se de uma falácia
acreditar que as decisões dos jurados não são ponderadas; que as decisões são tomadas em
alienação completa dos autos. A enorme maioria dos jurados leva a sério a incumbência que
recebem. Esforçam-se a entender o que é apresentado, prestando atenção e efetivamente
ponderando sobre o que seria justo. Mas, claro, que é importante colaborar para o aumento da
racionalidade da decisão.
Dessa forma, os modelos de decisão e as instruções roteirizadas que apresentamos aqui visam
justamente isso: cooperar com o instituto como um todo e, especificamente, para que os jurados
consigam alcançar um veredicto que respeite o ordenamento jurídico pátrio e entregue a justiça no
caso concreto com base nas provas válidas apresentadas.
Em relação ao corpo do livro, dividimo-lo em 5 partes:
(Parte I) Abordamos toda a parte procedimental do plenário do Tribunal do Júri, desde a
preparação do julgamento para o plenário. Enfrentamos questões inéditas e controversas, trazendo
também, na medida do possível, opiniões divergentes e decisões atualizadas dos tribunais. Trata-
se um programa completo sobre o plenário do Tribunal do Júri;
(Parte II) Desenvolvemos um roteiro completo prático para magistrados. Diferentemente de
roteiros apresentados em outras obras, aqui foi abordado, com base na atuação em milhares de
sessões plenárias, um modelo de condução dos trabalhos do júri. Acreditamos que a grande
colaboração se encontra nos modelos decisórios – diretrizes de falas para os juízes presidentes –,
que servirão para auxiliar com o desejado aumento da qualidade da decisão dos jurados;
(Parte III) Os modelos de quesitação estão em parte específica. São quase cem modelos
completos de quesitação, fundamentados em uma análise jurisprudencial aprofundada, mas sem
olvidar de solucionar e enfrentar pontos que não estejam adequadamente abordados a partir da
dogmática penal e processual. Na hipótese de não concordarmos com determinada redação
proposta por eventuais decisões dos tribunais superiores, apontamos no que se trata a
divergência;
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(Parte IV) Apresentamos um modelo completo da ata da sessão de julgamento na quarta parte
da obra;
(Parte V) Para facilitar os operadores de direito, nesta parte do livro estará a legislação
referenciada. Sendo assim, tivemos o cuidado de separar somente as normas relativas ao que foi
trabalhado no decorrer da obra, bem como que são mais frequentemente utilizadas no decorrer do
plenário. Dessa forma, o leitor encontrará parte selecionada da Constituição, do Código de
Processo Penal e do Direito Penal, até mesmo como forma de fácil manuseio durante as pesquisas
ou mesmo durante a sessão de julgamento.
Por fim, quando estávamos com a obra praticamente pronta, o Conselho Nacional de Justiça
lançou um manual intitulado “Gestão Processual no Tribunal do Júri”, com o intuito de ajudar os
juízes a conduzir o Tribunal do Júri com mais eficiência. Assim, adaptamos a obra para incorporar
algumas das ideias apresentadas pelo CNJ e, em algumas questões que divergimos, fundamentar
de que forma o ponto merece ser melhor discutido.
O plenário do Tribunal do Júri é um ato altamente concentrado, em que o princípio da oralidade
ganha grande destaque. Se o sistema judicial como um todo fosse fundado na oralidade,
concentração de atos, imediação e publicidade, certamente teríamos uma justiça mais célere e, até
mesmo, mais justa. O sistema certamente pode ser melhorado, mas com responsabilidade e
respeito às garantias constitucionais.
Por último, convidamos a todos os interessados a participarem do Núcleo de Pesquisas em
Tribunal do Júri (www.tribunaldojuri.com.br), para que possamos, juntos, fomentar a discussão
sobre o procedimento. Também estamos sempre dispostos e abertos a ouvir outros pontos de vista
para o aperfeiçoamento das próximas edições.
Fica aqui o convite para as críticas e sugestões pelo e-mail info@tribunaldojuri.com ou no
website www.tribunaldojuri.com.
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Prefácio
Prefaciar um livro é um caminho de mão dupla. Por um lado, é como se os autores/condutores
dessem carona a um único prefacista/passageiro, em seu ônibus vazio, apanhando-o num ponto e
devolvendo-o em outro ponto do trajeto. Por outro lado, o passageiro tem o privilégio de ser o
primeiro a fazer a viagem e, por isso, tem o de emitir a primeira opinião sobre o trajeto e a
condução. Seja como for, o passageiro que entra na condução, num ponto, salta em outro
diferente, tendo a possibilidade de ver uma paisagem que antes não via. Já os condutores,
comprometidos com o pragmatismo de segurança e do rumo do trajeto, pouco percebem do que se
passouno interior do ônibus e de como foi a viagem, e, só com a opinião do passageiro, podem ter
uma ideia de que como foi a viagem.
Então vamos começar a nossa viagem.
Conheci o autor Daniel Avelar quando atuamos juntos em uma comissão designada pela
Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB para oferecer sugestões e críticas ao anteprojeto
de lei que veio a se tornar futuramente o projeto de reforma do Código de Processo Penal (PL
156/2009). Compunham, ainda, a comissão, os colegas Nereu Giacomolli (que a presidia) e Paulo
Augusto Oliveira Irion. Fizemos inúmeras reuniões (Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro) e,
depois de muito debate, apresentamos um relatório com as nossas sugestões, que foi
encaminhado ao Senado Federal.
Entre as sugestões que apresentamos, havia um capítulo todo dedicado ao procedimento do
júri. As modificações que então propusemos – a maioria trazidas por Daniel Avelar – eram: a
eliminação da impronúncia por violar o princípio da presunção de inocência; expurgar qualquer
resquício do malsinado princípio in dubio pro societate (não escrito em lugar algum e ainda
atuante, como se fosse um princípio constitucional); a possibilidade de oitiva de testemunhas
quando o processo for remetido para outro juízo, em caso de desclassificação; tornar claro que a
interposição de recurso especial ou extraordinário não impediriam a realização do júri; acesso de
promotores e advogados aos cartões de identificação dos jurados que atuarão na reunião dos júris
para que pudessem exercer a opção das recusas imotivadas dos jurados com mais segurança;
exclusão por 12 meses do jurado que tiver integrado o conselho de sentença; desaforamento pela
não realização do júri se não seja realizado em seis meses da preclusão da decisão de pronúncia;
definir que ao Ministério Público cabe executar a multa a jurado faltoso, que reverteria
obrigatoriamente ao programa de proteção de testemunhas; previsão de gratuidade nos
transportes públicos para os jurados; a indicação de endereços das testemunhas seria ônus das
partes, de modo que a sua insuficiência não poderia acarretar adiamento da sessão; o promotor
teria assento em posição de igualdade com o defensor, em posição equidistante ao do juiz
presidente; desnecessidade de degravar os interrogatórios e depoimentos colhidos durante a
sessão de julgamento; as agravantes e atenuantes deveriam ser conhecidas e decididas pelo juiz
presidente; extinção da réplica e da tréplica; garantia de prazo individual para cada defesa de pelo
menos 45 minutos em caso de mais de um réu; evitar o conhecimento, por parte dos jurados, da
decisão do juiz sumariante sobre crimes conexos para não influenciar no julgamento; prazo de 10
dias para a juntada de documento ou para a exibição de objeto, contados retroativamente da data
da sessão.
Como se pode ver, embora o PL 156/2009 tenha estancado no Legislativo, algumas destas
propostas acabaram sendo aproveitadas pela Lei nº 11.689/2008, que reformou o Código de
Processo Penal.
Não vou me antecipar e dizer como os autores deste livro enfrentaram estas complexas
questões.
Já o segundo autor, Rodrigo Faucz, conheci em dois cursos que fizemos juntos no Chile e no
Uruguai, por volta de 2016/2017, o primeiro deles sob os auspícios do Centro de Estudios
Judiciales para las Americas, um órgão autônomo da OEA, para estudar os sistemas processuais
penais dos dois países. Como se sabe, os países latino-americanos passaram por severas e
sanguinárias ditaduras militares. Com a redemocratização, foi preciso reformar todo o seu sistema
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criminal. Nesses cursos tivemos o dissabor de constatar que o único país latino-americano que não
fez uma reforma estruturante em seu Código de Processo Penal foi o Brasil. Com efeito, as demais
nações, até menos evoluídas economicamente, fizeram: Argentina (1991), Guatemala (1992),
Costa Rica (1996), El Salvador (1996), Venezuela (1998), Paraguai (1998), Bolívia (1999), Chile
(2000), Equador (2000), Nicarágua (2001), República Dominicana (2002), Colômbia (2004),
Panamá (2008), México (2014) e Uruguai (2014). Todos passaram a um modelo acusatório, com
previsão de um juiz de garantias. Só o Brasil permanece num sistema inquisitorial com algumas
concessões acusatórias, que não podem funcionar bem num modelo inquisitorial. Só no Brasil há
tanta resistência contra a adoção de um sistema acusatório de verdade e contra implantação do
instituto do juiz de garantias. Sintomaticamente, o Brasil não julgou os graves crimes contra os
direitos humanos praticados pela sua ditadura militar, diferentemente do que ocorreu na Argentina,
no Chile, no Uruguai (...). Consequentemente, só no Brasil se vê manifestações a favor de nova
intervenção militar. Não é à toa que cultivemos com esmero o sistema inquisitorial (...).
Enfim, os autores são dois valorosos companheiros na luta por um processo penal mais
democrático e foi por essa razão que imediatamente aceitei, com prazer, ingressar na sua
condução, certo de que a viagem seria aprazível e útil, como de fato foi.
Vamos à obra, pois. O livro é dividido em cinco capítulos. O primeiro deles é destinado a uma
abordagem teórica, com discussão da doutrina e da jurisprudência. O segundo tem um viés
eminentemente prático para quem atua no júri, com modelos de decisões corriqueiras. O terceiro é
dedicado a formulação de quesitos, o que é a maior causa de anulações de julgamento pelo júri, tal
a complexidade da matéria, embora bem mais simplificada depois da edição da Lei nº
11.689/2008. O quarto contempla um modelo de ata do plenário de júri e o quinto, legislação.
Como se vê, é obra para ser levada ao plenário, de uso indispensável, para auxiliar os
profissionais, especialmente após longos debates que entram noite adentro, de modo a auxiliá-los
naquelas madrugadas, quando a mente, já cansada, tem dificuldade para pensar os temas mais
difíceis, como, por exemplo, a quesitação.
Não pretendo, porém, antecipar as discussões que o livro trava. Deixo esse garimpo para os
leitores. O fato é que ingressei de um jeito e saí de outro, vendo o que antes não via. E quero
deixar a opinião de que vale muito a pena fazer essa viagem, especialmente para quem atua no
júri, esta instituição tão rica de histórias e tão apaixonante.
Sobre essa paixão, quero compartilhar com os autores uma impressão muito pessoal de quem
passou três anos como defensor público no Tribunal do Júri de Duque de Caxias (RJ) e outros três
anos como juiz do mesmo tribunal. Hoje, não posso dizer que continuo apaixonado pelo Tribunal
do Júri. Muito pelo contrário. Não que não preze os seus atributos democráticos indiscutíveis, mas
hoje percebo que nós, brasileiros, não criamos uma cultura comunitária que seja consentânea ao
funcionamento adequado do júri, tal qual ocorre nos países de tradição anglo-saxônica. Não
cultivamos uma atuação comunitária: sequer temos a cultura de participar das reuniões de nosso
condomínio, das escolas dos nossos filhos (salvo nos anos iniciais da escolarização), das igrejas
de nossa religião, dos círculos políticos aos quais nos afeiçoamos mais (...). Não temos essa
virtude comunitária que os países anglo-saxões têm. Do mesmo modo que não temos uma
sociedade de iguais (no sentido de igualdade de oportunidades, em uma sociedade rica em
diversidade), tão importante para o bom desempenho da instituição. Explico: os nossos conselhos
de sentença não espelham efetivamente a complexa e multirracial sociedade brasileira. De
maneira geral, o que vemos nos tribunais do júri é quase sempre o mesmoespectro social de
jurados: funcionários públicos, de estratos sociais de classe média ou média baixa, com
escolaridade média. A sociedade brasileira é muito mais diversa. De um modo geral, ela não está
representada nos conselhos de sentença.
Deixo esse comentário pessoal em retribuição pela viagem, que recomendo efusivamente.
Rio de Janeiro, 8 de julho de 2020.
Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho
Desembargador aposentado do TJRJ
Professor Adjunto de Direito Processual Penal da UERJ
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05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Pós-doutor pela Universidade de Coimbra
Doutor pela UERJ. Mestre pela PUC-RJ
Sócio do escritório de advocacia Marrafon, Robl & Grandinetti
05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Apresentação
Atendendo honroso convite dos ilustres professores Rodrigo Faucz Pereira e Silva e Daniel
Ribeiro de Surdi de Avelar apresento-me, em rápidas linhas, a desenhar modesta apresentação da
utilíssima obra que os dignos doutrinadores ora apresentam aos profissionais e estudantes de
Direito.
Recordo-me de ter ouvido, por mais de uma vez, do saudoso prof. Luiz Carlos Souza de
Oliveira – idealizador do conhecidíssimo curso Professor Luiz Carlos, inegável marco no ensino do
direito não só na cidade de Curitiba mas em todo o Estado do Paraná – que o Direito Penal e o
Processo Penal muito se assemelhariam ao primeiro amor experimentado pelo homem ou pela
mulher. Exatamente como aquele faz com os enamorados, arrebata, empolga, seduz e embriaga
quase que a totalidade dos estudantes de Direito. Nada obstante, também como ocorre com a
primeira romântica paixão, raramente a inebriante parceria vinga e frutifica!
Poucos, efetivamente, sublinhava com veemência o Prof. Luiz Carlos, “convolam núpcias” com
o Direito (e o Processo) Penal; mas é certo que aqueles que assim o fazem, para sempre fiéis a
este primeiro amor permanecem!
Porém, se já o próprio Direito Penal (e, por corolário, o Processo Penal) exprime não
simplesmente uma especialidade, entre os diversos ramos do Direito, mas induvidosamente
uma paixão, verifica-se, surpreendentemente, que no âmago desta especialidade – paixão habita
uma flor ainda mais rara; seu nome é Tribunal do Júri!
Com a devida vênia, nada no mundo do direito é mais cativante que o Tribunal do Júri; e isto
até os leigos enxergam!
Pois bem! A obra dos cultos professores Rodrigo e Daniel percorre, com inegável maestria, os
intrincados meandros do julgamento popular, aliando, em justa medida, teoria e prática,
identificando questionamentos, desnudando respostas aos mais diversos problemas quiçá
equacionados pelos profissionais (e mesmo estudantes) do Direito!
Aliás, a supra referida justa medida entre teoria e prática (tão procurada e ao mesmo tempo tão
incomum nas obras especializadas) facilmente se explica na medida em que analisado os
currículos dos prefalados professores.
Rodrigo, Mestre em Direito e Doutor em Neurociências pela UFMG (sim; Neurociências –
a paixão pelo Júri levou-o a estudar, com profundidade, a psiquê do homem comum, responsável
pelo julgamento no Tribunal do Popular), é um dos mais combativos e preparados advogados
especializados em processos de Júri do Paraná.
Sua profícua atuação como advogado de plenário encontra espeque seguro no metódico
estudo doutrinário, lapidada ainda em fulgurante e aplicada dedicação ao magistério superior.
Não menos impressionante é o currículo de Daniel, Mestre e Especialista em Direito,
magistrado de larga experiência profissional (titular de vara especializada do Júri da capital
paranaense há mais de doze anos), que também empresta sua privilegiada inteligência ao
magistério jurídico, em cursos de graduação e pós-graduação (com especial destaque aos anos
dedicados aos futuros colegas na prestigiosa Escola da Magistratura do Paraná).
Como corretamente destacado pelos próprios autores, a presente obra vem subdividida
em cinco partes, ostentando opiniões doutrinarias divergentes, roteiros práticos, modelos de
quesitação e de atas de julgamento, legislação correlata e, inclusive, observações ao recentíssimo
manual denominado “gestão processual no Tribunal do Júri”, da lavra do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ).
Desnecessárias outras considerações; a obra fala por si!
A todos (indesculpáveis apaixonados) desejo a melhor das leituras!
05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Curitiba, inverno de 2020.
Luiz Eduardo Trigo Roncaglio
Procurador de Justiça aposentado do MPPRProfessor de Direito Penal da UniBrasil e da pós-
graduação da ABDConstAdvogado consultor do escritório Faucz Santos & Advogados Associados
05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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P���� I. P������� �� T�������
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1. Atos antecedentes à instalação da sessão de
julgamento
Presidir ou participar de um julgamento perante o Tribunal do Júri é algo que
inicia muito antes da instalação da sessão. O chamado “estado de júri”, como bem
pontuava Evandro Lins e Silva, não é sintoma que atinge unicamente o advogado
na tribuna da defesa, pois todos em plenário passam a fazer parte do “drama da
vida real” que ali ganha o seu epílogo1.
Contudo, um longo caminho deve ser percorrido até que o processo, mesmo
após a pronúncia, possa alcançar o julgamento em plenário. Conforme uma
pesquisa divulgada pelo CNJ2, mais da metade das sessões plenárias agendadas
para o ano de 2018 foram adiadas. Tal dado ressalta a necessidade de que
medidas prévias sejam estudadas e observadas evitando o adiamento das
sessões, bem como que outras sejam consideradas durante os julgamentos com o
intuito de evitar futuras nulidades.
Diante disso, procuraremos neste capítulo trazer um pouco da nossa
experiência no Tribunal do Júri, buscando identificar a prática de atos preparatórios
que possam propiciar que a sessão plenária ocorra de maneira adequada e com o
mínimo de problemas.
1.1. Reunião x sessão
Fundamental, desde já, diferenciar os conceitos de reunião e sessão do
Tribunal do Júri. As reuniões ordinárias ocorrem dentro de um espaço de tempo
determinado pela organização judiciária (reunião do mês de agosto, ou ainda, da
primeira quinzena de agosto, por exemplo). Nessas reuniões ordinárias podem
ocorrer diversas sessões. Sessões são os julgamentos propriamente ditos. Em
regra, é agendado um julgamento (sessão) por dia, no entanto, considerando a
complexidade do processo que será julgado (números de testemunhas, acusados,
entre outros), o juiz poderá reservar mais de um dia para a mesma sessão; ou,
eventualmente, até realizar duas sessões no mesmo dia ( CPP, art. 452).
 
1
.LINS E SILVA, Evandro. A defesa tem a palavra, 2ª. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Aide Editora:
1984, p. 17.
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2
.Diagnóstico das Ações Penais de Competência do Tribunal do Júri (2019) e que atualmente
consta do Manual do CNJ para a Gestão Processual no Tribunal do Júri, elaborado pelo
magistrado Fabrício Castagna Lunardi, sendo um dos resultados alcançados pelo Grupo de
trabalho para Otimização de Julgamentos do Tribunal do Júri (Portaria 36/2019), coordenado pelo
Min. Rogerio Schietti Cruz. Disponível em: https://bit.ly/3hIXBWA. Acesso em 29 de jul. de 2020.
05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.2. Organização da pauta
O Código de Processo Penal disciplina no art. 429 a ordem dos julgamentos
que, salvo motivo relevante, deverá ser observada. Assim, terão preferência de
pauta: (i) os acusados presos; (ii) dentre os acusados presos, aqueles que
estiverem há mais tempo na prisão; e (iii) em igualdade de condições, os
precedentemente pronunciados.
São exemplos de motivos relevantes para a alteração da pauta de julgamento:
“o julgamento de um acusado solto, mas que esteja com prazo prescricional
próximo de ser atingido, em detrimento de um acusado preso, suja prescrição
esteja longínqua”3; o cumprimento de pautas temáticas e mutirões recomendados
pelo Conselho Nacional de Justiça (ex vi julgamentos envolvendo feminicídios)4.
A legislação ainda disciplina que, dentro da mesma reunião periódica, o juiz
presidente reserve datas para a inclusão de processo que, por qualquer motivo,
teve o julgamento adiado. Porém, na realidade prática, a reserva de datas
dificilmente ocorre, devido ao acúmulo de processos já preparados ( CPP, art. 
431) para inclusão em pauta, especialmente em varas privativas onde os
magistrados cumulam a competência para atuar na fase investigativa, no sumário
de culpa e no juízo da causa.
Contudo, caso o magistrado anteveja que um dos julgamentos pautados pode
correr o risco de não se realizar, nada impede que, desde já, reserve uma data
extra para eventual remarcação.
Observando-se os critérios acima, o juiz presidente tem liberdade para distribuir
os júris nas datas designadas para a reunião ordinária ou extraordinária,
adequando-os à rotina de trabalho e atentando para as peculiaridades dos casos
concretos.
Caso haja concordância das partes, é possível que o mesmo Conselho de
Sentença aprecie mais de um processo no mesmo dia ( CPP, art. 452).
Nessa hipótese, geralmente o Ministério Público antecipa ao juízo que solicitará a
absolvição do acusado em plenário, tornando assim possível a realização de um
julgamento pela manhã e outro no período da tarde, renovando-se o compromisso
dos membros do Conselho de Sentença. Caso assim seja, além de recomendar-se
que não seja o mesmo promotor de justiça que exerça a acusação em ambos os
júris, também não se pode permitir qualquer argumentação cruzada entre os
casos5, sob pena de violação dos princípios constitucionais da plenitude de
defesa, da presunção de inocência e do devido processo legal em um dos casos.
 
3
.CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Tribunal do júri. Salvador: Juspodivm: 2015,
p. 161. BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de
2008 e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora
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05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Revista dos Tribunais, 2008, p. 120. Consoante esclarece Badaró, o direito a um julgamento em
prazo razoável também deve atingir o acusado solto (CR, art. 5º., LXXVIII e CADH, art. 8.1) e, “(...)
a dificuldade ou a falta de pauta para a realização de sessões de julgamento não será justificativa
para que o Estado se exima do dever de julgar em prazo razoável, posto que a existência de tal
direito implica o dever do Estado de criar e aparelhar os órgãos do Poder Judiciário de forma a ter
condições de dar uma adequada e efetiva prestação jurisdicional no prazo razoável, em
cumprimento a esse dever fundamental. A violação de tal direito, por falta de aparelhamento
estatal, gera o dever de indenizar por parte do Estado”. (Ibid., p. 121).
4
.CNJ, Recomendação n. 55, de 08/10/2019: “Art. 2º. Recomendar ao Superior Tribunal de
Justiça, bem como aos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, que, no mês do
Tribunal do Júri, instituído por este CNJ, promovam no âmbito de suas Turmas e Câmaras mutirão
para julgamento de processos de competência do Tribunal do Júri”.
5
.O membro do Ministério Público, ao pedir a absolvição no primeiro júri, jamais poderá utilizar tal
fato como argumento para requerer a condenação no outro julgamento. Por isso, desde já,
reafirma-se a importância de que as sessões sejam gravadas em sua integralidade (principalmente
os debates, conforme será discutido posteriormente). Trata-se de proteção não apenas aos
princípios constitucionais já mencionados, como também do princípio da lealdade processual e da
paridade de armas. O pedido de absolvição em uma mesma reunião pela acusação, por si só, já
caracteriza uma vantagem competitiva em detrimento dos acusados julgados posteriormente.
Sendo assim, é necessário que as partes no Processo Penal atuem com responsabilidade e dentro
de um fair play processual.
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05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.3. Publicação da pauta
Na forma prescrita pelo § 1º do art. 429 do CPP: “Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião
periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem
prevista no caput deste artigo”. O dispositivo busca dar publicidade à lista de processos que serão levados a julgamento
naquela reunião e identificar a ordem designada.
 
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1.4. Procedimento para o sorteio e a convocação dos jurados
O sorteio dos jurados ocorrerá entre o 15º. e o 10º. dia útil antecedente à instalação da reunião ( CPP, art. 433,
§ 1º.). É importante que ocorra logo no início do prazo, facilitando a cientificação dos jurados em tempo hábil para a primeira
sessão pautada. Outrossim, em grandes centros, muitos dos sorteados acabam não sendo localizados ou, dependendo das
datas designadas para as sessões (próximo a feriados, durante as férias escolares etc.), outros tantos solicitam dispensa.
Sabendo disso com antecedência, nada impede que um novo sorteio complementar seja executado, garantindo a realização
dos julgamentos pautados.
Os jurados deverão ser cientificados de todas as sessões para os quais foram convocados, constando o local, data,
horário, nome do representante do Ministério Público, dos defensores, do acusado e da vítima. A disponibilização dessas
informações ajudará o jurado a reconhecer eventual hipótese de impedimento ou suspeição, facilitando o andamento do feito
e evitando nulidades na composição do Conselho de Sentença.
 
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1.5. Intimação do MP, OAB e da Defensoria Pública
Antes da realização do sorteio, o juiz presidente deverá intimar o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil e a
Defensoria Pública ( CPP, art. 432), notificando-lhes da data e horário designado para a realização do sorteio dos jurados.
Contudo, o não comparecimento dos seus representantes não impedirá a realização do ato.
 
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1.6. Intimação dos advogados dos acusados
A partir da leitura do art. 433, § 2º do CPP, parte da doutrina sustenta a
necessidade da intimação dos advogados dos acusados para o ato do sorteio dos
jurados que irão participar da reunião6. Veja-se a redação da regra legal: “A
audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes”.
Respeitando o entendimento em sentido diverso, pensamos que o Código de
Processo Penal não determina a intimação de todos os advogados para o ato do
sorteio. Se essa fosse a intenção do legislador, teria acrescentado ao art. 
432 do CPP esse comando, o qual já determina a intimação do Ministério
Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública. Em nenhum
momento, esse ou outro dispositivo legal determina a intimação de todos os
advogados que atuarão nos processos pautados para a reunião, tampouco os
assistentes de acusação. Em consonância com Nucci, ressaltamos: “É interessante
observar que não se cientifica nenhuma parte específica, mas instituições,
somente para demonstrar a lisura do procedimento (art. 432, CPP)”7.
Vislumbramos que a regra descrita no § 2º do art. 433 do CPP apenas
admite a presença das partes ao ato do sorteio, como, aliás, admitiria a presença
de qualquer pessoa, mas não determina a intimação para o ato. Ao se referir ao
comparecimento das “partes” o legislador, por equívoco, tentou se referir à
presença dos representantes das instituições identificadas no art. 432 do 
CPP8.
Porém, nada impede que o advogado interessado solicite previamente a sua
intimação para o ato do sorteio, quando então o cartório providenciará a sua
notificação. Aliás, em algumas comarcas os advogados que atuarão naquela
reunião são regularmente comunicados da data.
De qualquer maneira, atualmente o sorteio passou a ser um ato burocrático,
muitas vezes, feito eletronicamente, sem qualquer possibilidade de manipulação
por terceiros presentes ao ato. Dessa forma, eventual fiscalização poderia ser
levada adiante analisando-se a segurança do sistema eletrônico ou do programa
utilizado. Mas, acreditamos que eventual imperfeição trivial do sistema – mas que
mantenha a aleatoriedade do sorteio – ou mesmo a ausência de intimação, não
seria suficiente a macular o futuro julgamento diante da possibilidade das recusas
em plenário.
 
6
.Nesse sentido: BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal... Ob. cit.,
2008, p. 124.
7
.NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do júri. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 186.
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8
.Ibidem, p. 187.
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1.7. Publicidade do sorteio
O sorteio é presidido pelo magistrado em um ato público, sendo realizado com
as “portas abertas” ( CPP, art. 433) para facilitar a fiscalização de eventuais
interessados, sejam eles as partes ou representantes das instituições.
A publicidade na realização do sorteio e, depois, da relação dos jurados
convocados ( CPP, art. 434), é extremamente importante para que as partes
possam investigar eventuais hipóteses de impedimento, suspeição e
incompatibilidade ou, até mesmo, para averiguar a existência de motivos para
futuras recusas imotivadas. Todas essas informações já deverão ter sido
levantadas até o ato do sorteio dos jurados em plenário, sendo esse o momento
preclusivo para eventuais recusas (motivadas ou imotivadas). Destacamos:
(...) HOMICÍDIO QUALIFICADO. PARCIALIDADE DE UM DOS JURADOS. EIVA NÃO
ARGUIDA TEMPESTIVAMENTE. PRECLUSÃO. PUBLICIDADE DA LISTA DE JURADOS.
NECESSIDADE DE IMPUGNAÇÃO OPORTUNA. MEMBRO DO CONSELHO DE
SENTENÇA QUE É MARIDO DA CUNHADA DA IRMÃ DA VÍTIMA. FATO QUE NÃO SE
ENQUADRA NAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO. COAÇÃO ILEGAL
NÃO CONFIGURADA. 1. Nos termos do artigo 571, inciso VIII, do Código de Processo
Penal, as eivas em plenário devem ser arguidas logo depois de ocorrerem, sob pena
de preclusão. 2. Na espécie, a aventada parcialidade de um dos jurados só foi
suscitada por ocasião da interposição de recurso de apelação contra a sentença
condenatória, o que revela a preclusão do exame do tema. Precedentes do STJ e do
STF. 3. O artigo 433 do Código de Processo Penal preceitua que o sorteio dos jurados
é público, ao passo que o artigo 435 do mencionado diploma legal dispõe “serão
afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados convocados,
os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das
sessões de instrução e julgamento”. 4. Dada a publicidade do sorteio, cabe às partes
analizar previamente a lista dos jurados, a fim de verificar a ocorrência de possível
suspeição, impedimento ou mesmo inconveniência da participação de determinada
pessoa no julgamento, recusando-a no momento em que é formado o Conselho de
Sentença. Inteligência do artigo 468 da Lei Penal Adjetiva. Doutrina. Jurisprudência do
STJ e do STF. (...). (HC 535.530/PE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 03/12/2019, DJe 16/12/2019).9
 
9
.STJ, AgRg no REsp 1.779.876/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 09/04/2019, DJe
25/04/2019; STF, 01ª. Turma, HC 120.746, Rel. Min. Roberto Barroso, j. em 19/08/2014.
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1.8. Número de jurados convocados
A partir da lista geral dos alistados ( CPP, art. 426) serão sorteados 25
jurados ( CPP, art. 433) para cada reunião periódica ou extraordinária,
número que o legislador entendeu ser suficiente para que ao menos 15 estejam
presentes no dia designado para a sessão de julgamento – correspondente ao
número mínimo previsto em lei para a instalação dos trabalhos ( CPP, art. 
463).
Todavia, a realidade mostra que o sorteio de apenas 25 jurados pode ser
exíguo, e isso se dá por uma série de fatores já aduzidos: (i) muitos não são
localizados; (ii) alguns pedem dispensa ou simplesmente não aparecem; (iii) a
depender do número de acusados e de recusas, mesmo a presença de 15 jurados
pode ainda ser insuficiente para a composição do Conselho de Sentença
(constituído por 7 membros). Para tanto, bastaria que dois acusados estejam
sendo levados a júri e efetivem, juntamente com o Ministério Público, todas as
recusas imotivadas possíveis. Nessa hipótese, seria necessária a presença de ao
menos dezesseis jurados.
Diante desses fatores, entendemos ser preciso, em muitos casos, o sorteio
de suplentes em número suficiente a atender à quantidade de júris e acusados que
serão levados a julgamento na reunião. Ao assim agir, não há qualquer
irregularidade. Ao contrário, quanto maior o número de jurados sorteados, maior
será a representatividade social e menor a possibilidade de uma aproximação
entre as partes e os jurados10. A jurisprudência não destoa:
(...) 2. Ademais, já decidiu esta Corte no sentido de que é “[...] irrelevante também
para ostentação desse quorum o sorteio dos suplentes. Aliás, são intimados para
comparecer, visando-se a eventuais ausências” (REsp 110.318/RJ, 6.ª Turma, Rel. Min.
LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, DJ de 09/06/1997.) (STJ, 5ª. Turma, HC n. 129.377/SP,
Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 22/11/2011).
A preocupação de que a falta de jurados acarrete o adiamento das sessões de
julgamento motivou o Senado Federal a aprovar uma alteração no atual art. 
433 do CPP, determinando que além dos 25 jurados, sejam sorteados uma
quantidade suficiente de suplentes, de acordo com a complexidade e o número de
sessões a serem realizadas. A alteração faz parte do PLS n. 156/2009 (ou PLC
n. 8.045/2010) que trata da elaboração do novo Código de Processo Penal:
Art. 346. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe
retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião
periódica ou extraordinária, bem como quantidade suficiente de suplentes, de acordo
com a complexidade e o número de sessões a serem realizadas. (grifamos).
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), imbuído do mesmo propósito,apresentou ao legislativo, em 19/02/2020, sugestões para o aprimoramento da
legislação processual no tocante ao julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
E, no que se refere ao número de jurados, a proposta acrescenta um § 4º ao atual
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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art. 433 do CPP, admitindo igualmente o sorteio de um número maior de
jurados:
Art. 433. (...)
§ 4º. O juiz presidente poderá determinar o sorteio de quantitativo superior de
jurados para que, no dia da primeira sessão de julgamento, após as dispensas por
impedimento, suspeição, isenção, incompatibilidade ou recusa, se atinja o número de
25 (vinte e cinco) jurados.
O sorteio de jurados e suplentes é medida que contribui para a eficiência na
prestação jurisdicional e para a concretude do direito a um julgamento em prazo
razoável (CR, art. 5º. LXXVIII e CADH, art. 8.1), demonstrando o zelo e a
preocupação do magistrado para com a diminuição de procrastinações inúteis e
uma maior realização da justiça11.
 
10
.O que poderia ocorrer se, por conta do pequeno número de jurados (e elevado número de
sessões na mesma reunião), houver pouca variação na composição do Conselho de Sentença. A
partir do momento em que o(s) mesmo(s) jurado(s) compuser(em) o Conselho por diversas
sessões, criaria, em tese, uma maior proximidade ou identificação com as partes, até mesmo por
conta da convivência durante o período do julgamento.
11
.Ao apreciar uma correição parcial manejada contra ato de magistrado que teria sorteado 25
jurados e 35 suplentes, o TJPR entendeu que o recurso sequer deveria ser conhecido e assentou
inexistir prejuízo na ação cautelosa do magistrado ao sortear um número elevado de suplentes
objetivando garantir o quorum mínimo para a instalação da sessão: TJPR, Correição Parcial
0005257-58.2018.8.16.0000, Rel. Des. Antonio Loyola Vieira, j. em 06.03.2018.
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.9. Inclusão de novos processos na reunião após o sorteio dos jurados
Observando-se a ordem estabelecida no art. 429 do CPP, não há óbice na inclusão de novos processos na
reunião, mesmo após o sorteio dos jurados.
Considerando que o sorteio dos jurados pode ocorrer, por exemplo, até quinze dias úteis antes da primeira sessão de
julgamento, é natural que, previamente ao início da reunião, outros processos superem a fase do art. 422 do CPP,
ou que autos que estavam em grau de recurso baixem para julgamento. Assim, imaginando que existem datas abertas –
aliás, conforme determina o próprio Código de Processo Penal no seu art. 429, § 2º. – nada impede que, em nome da
célere prestação jurisdicional, outros casos sejam incluídos na pauta.
Não existe um suposto engessamento da pauta após o sorteio dos jurados ou mesmo vício ao princípio do juiz natural,
pois o Tribunal do Júri continuará a exercer a sua competência ao julgar o caso, não configurando qualquer forma de
areópago de exceção. Ademais, o conceito de juiz natural não pode ser misturado com a figura física dos jurados ou com
o conceito de identidade física do juiz que, obviamente, são inaplicáveis ao Conselho de Sentença. Destaca-se quanto ao
tema, o judicioso aresto do Tribunal de Justiça do Paraná:
HABEAS CORPUS (...) INCLUSÃO EM PAUTA DE PROCESSO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI NÃO
RELACIONADO NA ORGANIZAÇÃO DA PAUTA – QUESTÃO NÃO EXAURIDA PELA LIMINAR QUE DETERMINOU O ADIAMENTO
DO JULGAMENTO – POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA NOVAMENTE NO MUNDO FENOMÊNICO DO DIREITO EM RELAÇÃO
AO MESMO PROCESSO – PRELIMINAR REJEITADA. MÉRITO – ALEGAÇÃO DE QUE: 1) A PAUTA NÃO PODE SER
ELABORADA A DELEITO DO JUIZ COM PINÇAMENTO DE PROCESSOS A SUA CONVENIÊNCIA – ARTIGO 429 DO 
CPP PREVÊ ENGESSAMENTO SOMENTE EM RELAÇÃO A FEITOS DE RÉUS PRESOS ESTABELECENDO CRITÉRIOS A SEREM
OBSERVADOS PELO JUIZ QUANDO DA ELABORAÇÃO DA PAUTA – DISCRICIONARIDADE NÃO REALIZADA – PAUTA
ELABORADA DE FORMA PÚBLICA, RAZOÁVEL E CRITERIOSA – INOCORRÊNCIA DE PINÇAMENTO PROCESSUAL. 2)
PROCESSO INCLUÍDO EM PAUTA DE AFOGADILHO – INOCORRÊNCIA – PRAZO DE 15 A 10 DIAS PREVISTO NO PARÁGRAFO
1º DO ART. 433 DO CPP, RIGOROSAMENTE OBSERVADO, A PROPÓSITO, O PROCESSO DO IMPETRANTE OBTEVE
LAPSO TEMPORAL PARA JULGAMENTO SUPERIOR AO PREVISTO PARA TODOS OS DEMAIS PROCESSOS DAQUELA
REUNIÃO PERIÓDICA DO TRIBUNAL DO JÚRI – SURPRESA DO IMPETRANTE NÃO DEMONSTRADA. 3) ORGANIZAÇÃO DA
PAUTA COM VÍNCULO DIRETO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E COM VEDAÇÃO AO TRIBUNAL DE EXCEÇÃO –
ORGANIZAÇÃO DA PAUTA – ATO FORMAL – SEM CUNHO DECISÓRIO A DIREITO DAS PARTES – A ANTECIPAÇÃO DE
PROCESSOS PARA JULGAMENTO NA REUNIÃO QUE SE REALIZA NÃO CRIA A FIGURA JURÍDICA DE DESRESPEITO AO
JUIZO NATURAL, POSTO QUE O PROCESSO CONTINUA VINCULADO, PROCESSADO E JULGADO PELO TRIBUNALDO
JÚRI – TRIBUNAL DE EXCEÇÃO EM DECORRÊNCIA DE SER JULGADO O PROCESSO PELO SORTEIO DOS JURADOS
PRECEDENTES AO DE SUA PAUTA ORIGINÁRIA – INOCORRÊNCIA – APROVEITAMENTO DE DATA POSSÍVEL E
RECOMENDADA PARA AGILIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL – TRIBUNAL QUE JULGA É O PREVISTO NA
CONSTITUIÇÃO NACIONAL – JURADOS ESCOLHIDOS NOS TERMOS DA LEI PROCESSUAL – TRIBUNAL JULGADOR É O
PREVISTO PARA JULGAR CRIMES CONTRA A VIDA – NÃO ACOLHIMENTO DA NULIDADE – NAO HÁ NULIDADE A SER
DECLARADA SEM A OCORRÊNCIA DE PREJUÍZO EFETIVO – PRESUNÇÃO DE PREJUÍZO NÃO SE CONSTITUI EM ELISÃO A
NULIDADE ART. 563 DO CPP – ORDEM CONHECIDA E DENEGADA. (TJPR – 1ª C. Criminal – HCC – 1436544-9 –
Curitiba – Rel.: Juiz Benjamim Acácio de Moura e Costa – Por maioria – J. 28.04.2016).
Entretanto, objetivando evitar qualquer tipo de prejuízo amparado na surpresa e na falta de tempo para o estudo do
caso, recomenda-se que, entre a designação da data do julgamento e a sua realização, observe-se, ao menos, o prazo de
dez dias úteis. Trata-se do prazo mínimo previsto em lei para o sorteio dos jurados e a instalação da reunião ( CPP, art. 
433). Dessa maneira, tanto o Ministério Público, quanto a defesa, não poderão alegar qualquer tipo de prejuízo, eis que
teriam tempo igual ou superior a outros profissionais que tiveram o seu processo anteriormente incluído na pauta da
reunião.
 
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.10. Convocação dos jurados e nova aferição dos requisitos legais para o
exercício da função
Os jurados serão convocados pelo correio, ou por qualquer outro meio hábil (
CPP, art. 434), para comparecer aos júris designados para a reunião e
precisam ser advertidos dos seus direitos e obrigações previstos nos arts. 436 a
446 do Código de Processo Penal.
Ponderando a necessidade da rápida convocação dos jurados com o emprego
do menor custo possível, nada impede o uso do telefone e dos meios de
comunicação eletrônica. A propósito, muitas vezes, o jurado é primeiramente
comunicado por telefone e na sequência é enviado eletronicamente o seu
chamamento formal, certificando-se o respectivo recebimento e ciência. Apenas
em último caso é expedido mandado de intimação12.
É fundamental a realização, antes da convocação dos jurados, de uma nova
análise quanto ao preenchimento dos requisitos para o exercício do múnus de
jurado. Considerando que a lista definitiva dos jurados é publicada até o dia 10 de
novembro do ano anterior, resta possível que, no decorrer do ano, aquele cidadão
devidamente alistado passe a não mais ostentar, por exemplo, “notória idoneidade”
( CPP, art. 436).13
Compete ao magistrado prover a regularidade do processo e manter a ordem
no curso dos respectivos atos processuais ( CPP, art. 251), ordenando as
diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ( CPP, art. 423, I).
Assim, constatado o vício acima noticiado, o juiz presidente deverá excluir
motivadamente o jurado sorteado, fazendo-se constar a decisão na primeira ata da
reunião.
De igual maneira, a lista de jurados precisa ser revista para aferir o
cumprimento do disposto no art. 426, § 4º, do CPP, o qual determina a
exclusão do jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos doze meses
que antecederem à publicação da lista geral14. A exclusão é geralmente feita ao
final do ano anterior15, seja manualmente por um servidor do Poder Judiciário, ou
automaticamente pelo sistema eletrônico utilizado, o qual depende, obviamente,
das informações que são alimentadas durante o ano. Dessa forma, nada impede
que ocorra uma falha que, se não saneada, poderá importar na nulidade do
julgamento ( CPP, art. 564, III, j)16.
Recomenda-se, ao menos para o primeiro dia da reunião, que os jurados
cheguem com pelo menos trinta minutos de antecedência, momento oportuno para
uma explicação geral sobre o procedimento (suas fases, a duração aproximada, a
regra da incomunicabilidade, do sigilo do voto etc.), a importância do exercício da
função de jurado, bem como para sanar eventuais dúvidas17. Como regra, realiza-
se essa pequena reunião com as portas fechadas para o público em geral,
facultando-se, porém, a presença das partes.
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Considerando que para muitos dos sorteados atuar no Tribunal do Júri pode ser
uma novidade, sugere-se que o jurado assista ao vídeo produzido pelo CNJ (
Recomendação n. 55, de 08/10/2019) que, de maneira simples e objetiva, resume
o procedimento que será levado adiante18.
Os jurados devem ser direcionados para um local previamente determinado na
plateia, de maneira a facilitar a sua identificação e evitar que, caso misturados com
os demais populares e familiares do acusado e da vítima, possam sofrer qualquer
tipo de influência.
 
12
.O Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Alagoas prevê: “Art. 389. É
permitida, no âmbito do Poder Judiciário do Estado de Alagoas, a intimação de partes, terceiros,
testemunhas, auxiliares da justiça e jurados mediante a utilização do aplicativo de mensagens
WhatsApp ou aplicativo de envio de mensagens eletrônicas similar, obedecidos os procedimentos
estabelecidos neste Código”. Também, veja-se a recomendação constante do Código de Normas
da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Paraná: “Art. 619. A convocação dos jurados para
a sessão será feita por meio eletrônico (e-mail corporativo), com confirmação de recebimento pelo
jurado, ou pela via postal, com aviso de recebimento. Parágrafo único. Se for impossível a adoção
do procedimento previsto no caput, a intimação será realizada por mandado.” Estas disposições
estão de acordo com a Recomendação n. 55, de 08/10/2019, do CNJ: “Art. 4º. Os tribunais
também poderão promover medidas com a finalidade de desenvolvimento de sistema para
intimação eletrônica, de forma simplificada, por e-mails ou aplicativo de conversações”.
13
.Diante disso, recomenda-se uma nova consulta aos sistemas de busca para aferição de eventual
antecedente criminal. No Estado do Paraná o Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça
determina que a consulta ao Sistema Projudi/Oráculo é obrigatória para análise prévia dos jurados
(CNCGJ, art. 617, parágrafo único). Tal situação precisa ser mais bem estudada, eis que a
exclusão de jurados que ostentem simples antecedentes criminais poderia ser uma violação ao
princípio da presunção de inocência.
14
.“1. Apelação criminal. Homicídio qualificado. Condenação. 2. Preliminar de nulidade rechaçada.
Alegação de que uma das juradas participou de outro júri anterior em período inferior a 30 (trinta)
dias. Atipicidade não verificada. Inexiste previsão legal de lapso temporal mínimo para atuação de
um jurado em mais de um júri popular, contanto que este integre a lista de jurados publicada
anualmente e não tenha participado da lista de jurados do ano anterior, compondo júris naquele
período, evitando-se, assim, que se mantenha a atuação dos mesmos jurados por mais de um ano
consecutivo. Inteligência do art. 426, § 4º do CPP. De igual modo, a suposta atipicidade,
ainda que existente, deveria ter sido arguida no momento próprio, qual seja a da escolha dos
jurados na sessão plenária, tendo permanecendo omissa a defesa nessa oportunidade. (...)”
(TJ/BA. Processo: 0001438-92.2014.8.05.0216. Rel. Julio Cezar Lemos Travessa. J. em
08/03/2018).
15
.Porém, em data anterior à publicação da lista de jurados, a fim de se evitar que sejam inseridos na
listagem seguinte.
16
.Após apontar que o art. 426, § 4º. do CPP cria um “verdadeiro requisito negativo para a
seleção do jurado”, Badaró aduz que, “se por equívoco o nome do jurado que integrou o Conselho
de Sentença vier a ser incluído na lista do ano seguinte, se ele integrar algum Conselho de
Sentença, o julgamento será absolutamente nulo, por vício de formação do Conselho de Sentença
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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( CPP, art. 564, III, j)”. (BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo
penal. As novas Leis de 2008 e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis
Moura. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 113). O Superior Tribunal de Justiça, por
sua vez, encampa divergência a respeito desse tema, ora entendendo tratar-se de nulidade
relativa que deverá ser alegada em plenário, logo após o sorteio dos jurados, sob pena de
preclusão (STJ, 5ª. Turma, RHC 57.035/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. em 06/04/2017, DJe
17/04/2017), ora reconhecendo tratar-se de nulidade absoluta (STJ, 6ª. Turma AgRg no REsp
1.363.403/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 17/11/2015). Porém, em ambos os casos, faz-
se necessária a demonstração de prejuízo.
17
.É o instante, aliás, que muitos jurados passam a formalizar pedidos de dispensa ( CPP, art. 
443), os quais, caso acolhidos, devem motivadamente constar da ata ( CPP, art. 495, IV).
18
.O vídeo pode ser acessado por intermédio de busca no site do CNJ ou diretamente no seguinte
endereço eletrônico: https://bit.ly/3hKGioj, acesso em 04 de outubro de 2020.
https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.11. Atos processuais e cartoriais antecedentes ao julgamento
Em processos que tramitaram por muitos anos e que, por uma razão ou outra,
ficaram obstaculizados numa das fases da persecução penal antecedente ao
julgamento pelo Tribunal do Júri, é natural que o endereço das testemunhas esteja
desatualizado, fato que pode contribuir para o adiamento do julgamento,
especialmente se as testemunhas não localizadas forem consideradas
imprescindíveis ( CPP, art. 461), bem como se os mandados de intimação
forem devolvidos em data próxima à sessão de julgamento.
Nessa hipótese, é importante criar uma rotina na fase do art. 422 do CPP,
determinando que as partes atualizem o endereço das testemunhas arroladas, sem
prejuízo que o cartório promova uma consulta aos órgãos de praxe no intuito de
ajudar na localização das testemunhas19.
Nos dias que antecedem ao julgamento, a secretaria deverá averiguar a
devolução de todos os mandados de intimação e requisição das pessoas que
serão ouvidas em plenário ( CPP, art. 431), bem como verificar os eventuais
editais de intimação e cartas precatórias expedidas. De igual modo, o cumprimento
de todas as diligências requeridas pelas partes ( CPP, art. 422) e deferidas
pelo juízo devem ser devidamente certificadas.
Constatado que alguma testemunha não restou localizada no endereço
indicado, a parte interessada deve ser cientificada e intimada para, em prazo curto,
informar novo endereço, sob pena de preclusão. Igualmente, é importante verificar
se o endereço constante do mandado de intimação é exatamente o mesmo
informado pela parte, evitando que erros materiais impeçam a realização do júri ou
o nulifiquem na sequência20.
Como medida de cautela, nada impede que as testemunhas intimadas sejam
novamente cientificadas por telefone ou aplicativo eletrônico em data próxima à
sessão de julgamento, especialmente se sua intimação formal ocorreu há vários
dias21.
Os objetos apreendidos também precisam estar disponíveis para eventual
exibição em plenário caso solicitado pelas partes ( CPP, art. 422) ou pelos
jurados ( CPP, art. 480, § 3º).
Os equipamentos de gravação ( CPP, art. 475) e de exibição de som e
imagem deverão passar por uma revisão, garantindo que os vídeos e depoimentos
constantes dos autos possam ser explorados em plenário, sem a necessidade da
suspensão do julgamento para eventual auxílio técnico22.
A cópia do relatório do processo ( CPP, art. 423, II), da decisão de
pronúncia, e/ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a
acusação ( CPP, art. 472, parágrafo único) devem estar prontas (ou
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/3
impressas ou por meio digital), pois serão entregues aos jurados logo após a
exortação legal. Em algumas comarcas, adota-se um procedimento otimizado,
exportando todo o processo e o disponibilizando para cada um dos jurados em
meio digital individual.
A observância do prazo de juntada de documentos e objetos ( CPP, art. 
479) tem de ser rigorosamente considerada. Apesar da discussão a respeito da
necessidade da cientificação da parte contrária ainda dentro do prazo de três dias
úteis, hoje prepondera a orientação de que a ciência não pode ocorrer em prazo
menor, o que feriria o contraditório e provocaria surpresa em plenário23. Dessa
forma, rígido sistema de plantão e monitoramento carece de ser montado para, na
eventualidade da juntada em prazo limite, seja ainda possível cientificar a outra
parte. De qualquer maneira, abordamos com mais profundidade este ponto no
Capítulo “A juntada de documentos e objetos e a cientificação da parte adversa”
(Capítulo 6.19 desta obra).
 
19
.A presente recomendação é endossada no item 4.1 do livro Gestão Processual no Tribunal do Júri
(CNJ), quando aborda as medidas a serem adotadas para evitar adiamentos e concentrar atos na
audiência de instrução que, por similitude, podem ser aplicadas à sessão de julgamento: “(...) é
imprescindível que, antes da primeira tentativa de intimação, seja determinado que o Ministério
Público (e a Defesa, se requereu a oitiva de pessoas indicadas no inquérito) atualizem os
endereços das vítimas e testemunhas a serem ouvidas na audiência de instrução”. Além disso, o
item 4.1.2 aconselha que o mandado de intimação seja expedido com prazo de 55 dias antes da
sessão de julgamento e, que após 20 dias, seja verificado o seu cumprimento. Em sendo negativo,
as partes devem ser intimadas a se manifestar no prazo de 48 horas, dando-se tempo suficiente
para diligências sucessivas. (LUNARDI, Fabrício Castagna. Gestão Processual no Tribunal do Júri:
CNJ, Brasília, 2020, p. 25-26).
20
.STJ, 5ª. Turma, HC 243.591/PB, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 18/02/2014, DJe 26/02/2014.
21
.Gestão Processual no Tribunal do Júri, item 4.1.1: “Importante medida que pode evitar o
adiamento da audiência é o contato telefônico, de maneira complementar à tentativa de intimação
formal, antes ou no próprio dia da audiência [ou sessão de julgamento]. Embora não sirva como
intimação formal, várias testemunhas se esquecem da data ou estão atrasadas para a audiência.
Nesses casos, o juiz pode determinar a suspensão da audiência, com a realização das seguintes,
e depois retomar a audiência suspensa e, então, ouvir as testemunhas que chegarem”. (LUNARDI,
Fabrício Castagna. Gestão Processual no Tribunal do Júri: CNJ, Brasília, 2020, p. 25.
22
.É oportuno que as partes selecionem previamente o material que exibirão em plenário,
especialmente quando desejem mostrar aos jurados um determinado trecho da prova testemunhal.
Para tanto, Lunardi propõe que na decisão do art. 423 do CPP, o magistrado consigne que:
“Registre-se que esta Vara do Tribunal do Júri disponibiliza, para sessão plenária do Júri, projetor
multimídia, razão pela qual as partes podem trazer o seu próprio notebook com encaixe HDMI para
vídeo e saída de áudio para conectar cabo P2, a fim de otimizar a utilização do referido data
show”. (LUNARDI, Fabrício Castagna. Gestão Processual no Tribunal do Júri: CNJ, Brasília, 2020,
p. 53).
23
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 3/3
.“(...) O art. 479 do Código de Processo Penal determina que, durante o julgamento, só será
permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que tenham sido juntados aos autos com
a antecedência mínima de 3 dias úteis e com a ciência da outra parte. Este prazo de 3 dias úteis
se refere também à ciência da outra parte, ou seja, tanto a juntada aos autos do documento ou
objeto a ser exibido quando do julgamento, bem como a ciência desta juntada à parte contrária,
devem ocorrer no prazo de 3 dias úteis previsto no art. 479 do Código de Processo Penal. (...). 4.
Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, improvido.” (STJ, 6ª. Turma, REsp
1.637.288/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Rel. p/ Acórdão Ministro Sebastião Reis Júnior, j. em
08/08/2017).
05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.12. Segurança dos trabalhos
Os processos que serão incluídos em pauta precisam passar por uma
meticulosa análise do juiz presidente, vez que lhe compete garantir a segurança de
todos os presentes – incluindo, obviamente, a do próprio acusado.
Salvo algumas exceções, os magistrados não são especializados em
segurança pública e certamente desconhecem o que se passa internamente na
unidade prisional na qual está custodiado o acusado e na vida das pessoas
diretamente envolvidas no caso. Diante disso, aconselhamos que se valham do
auxílio de profissionais da área (polícia ostensiva, agentes da inteligência e do
sistema penitenciário) para buscar subsídios objetivando garantir a tranquilidade
dos trabalhos em plenário.
Quanto ao acusado, além das informações constantes dos autos, é importante
averiguar, dentre outros: (i) o seu atual comportamento carcerário; (ii) se já intentou
fuga ou contribuiu para a fuga de terceiros; (iii) se exerce liderança em uma facção
criminosa; (iv) se sofre ameaça de morte; (v) o seu estado psicológico/psiquiátrico
nos dias que antecedem o julgamento etc. Esses dados são igualmente
importantes para que o magistrado possa decidir fundamentadamente sobre o uso
de algemas em plenário.
Muitas vezes, o mesmo cuidado deve ser tomado em relação às vítimas e às
testemunhas que irão depor em plenário que, se estiverem presas na mesma
unidade que o acusado, precisam ser transportadas em veículo diverso ao do
acusado, evitando qualquer tipo de ameaça ou constrangimento.
O juiz presidente deverá, igualmente, fazer uma previsão de quantas pessoas
estarão presentes no dia da sessão de julgamento e, sendo o caso, requisitar com
antecedência o auxílio da força pública24 dentro e fora das dependências do
edifício do Tribunal do Júri. Por vezes, a ronda feita por veículos da polícia militar
ao redor do prédio já é suficiente para inibir a ação de eventuais desordeiros. Em
alguns casos, porém, medidas mais enérgicas precisam ser tomadas,
especialmente diante da possibilidade de agressões entre os presentes ou para
com o acusado.
O procedimento do Tribunal do Júri em plenário é público por natureza.
Todavia, nada impede que em casos extremos seja necessário limitar o acesso do
público, quer por questões sanitárias ou de segurança.
Ocasionalmente, ainda, o público deseja ingressar ao plenário fazendo uso de
camisetas25, fardas e adereços que possam influenciar a livre convicção do
Conselho de Sentença. Salienta-se que público não é torcida e qualquer forma de
indução deve ser desestimulada, seja verbalmente, seja com a retirada do
recalcitrante. De qualquer maneira, acreditamos que o magistrado poderá agir
preventivamente na fase do art. 423, I, do CPP, estabelecendo o que será ou
não permitido no dia da sessão de julgamento.
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Em casos extremos, porém, quando não for possível manter a ordem dentro ou
mesmo fora do plenário, não sobrará alternativa senão a de dissolver o Conselho
de Sentença e, sendo o caso, representar por eventual desaforamento nos moldes
previsto no art. 427 do Código de Processo Penal, como forma de garantir que o
julgamento não seja impactado por elementos extra-autos.
 
24
. CPP, art. 497, II.
25
.Decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul entendeu que o fato de ostentar camisetas
de forma pacífica, não interfere na imparcialidade dos jurados: “APELAÇÃO CRIMINAL –
RECURSO DA DEFESA – HOMICÍDIO QUALIFICADO CONSUMADO E HOMICÍDIO
QUALIFICADO TENTADO – PRELIMINARES DE NULIDADE – VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
ISONOMIA – MANIFESTAÇÃO PACÍFICA DOS FAMILIARES DA VÍTIMA – IMPARCIALIDADE
DOS JURADOS PRESERVADA (...). Não há que se falar em ocorrência de nulidade pelo simples
fato de os familiares da vítima estarem presentes trajando camisetas com os dizeres ‘Saudades
Rosimeire’, mormente considerando ter a sessão transcorrido sem qualquer intercorrência ou
tumulto, tratando-se, em verdade, do mero exercício da liberdade de expressão. (...)” (TJ/MS.
Apelação Criminal n. 0000325-52.2017.8.12.0039. Rel. Desª. Dileta Terezinha Souza Thomaz,
j. em 08/05/2020). Veja-se também: “PENAL E PROCESSUAL PENAL – APELAÇÃO CRIMINAL –
HOMICÍDIO – JÚRI POPULAR – PRELIMINAR DE NULIDADE DO JULGAMENTO POR
INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA DA VÍTIMA SOBRE OS JURADOS – PESSOAS TRAJANDO
CAMISETAS COM FOTOS DA VÍTIMA DENTRO DO PLENÁRIO – LIBERDADE DE
MANIFESTAÇÃO – MANIFESTAÇÃO INCAPAZ DE ALTERAR O ENTENDIMENTO DO JÚRI
POPULAR – REJEIÇÃO (...) 1) A teor de entendimento sedimentado no âmbito deste Tribunal de
Justiça, o simples fato de as pessoas em Plenário estarem vestindo camisetas com a foto da
vítima não se mostra capaz de influenciar os jurados a ponto de decidirem contrariamente à sua
íntima convicção, nomeadamente quando demonstrado que os presentes não fizeram qualquer
manifestação contra o réu. (...)” (TJ/AP, APL 00097154920168030001 AP, Rel. Gilberto Pinheiro,
j. em 05/05/2020).
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.13. Refeição, repouso e transporte dos jurados
Dependendo da complexidade do julgamento (por exemplo, elevado número de
acusados ou testemunhas; grande comoção social etc.) a sessão pode se estender
por mais de um dia, sendo então necessário pensar em soluções administrativasque envolvam um maior número de refeições, o repouso e o transporte dos
jurados. Em casos excepcionais, as verbas da “Direção do Fórum” são
insuficientes para fazer frente a um julgamento que possa durar por mais de três
ou quatro dias. Neste caso, o magistrado deverá previamente solicitar a
disponibilização de novos valores à Presidência do respectivo Tribunal, bem como
verificar se o hotel licitado para os jurados possui estrutura apta a garantir a sua
incomunicabilidade. Recomenda-se que os jurados sejam todos colocados em
quartos separados no mesmo andar e que sejam retirados os telefones e
televisões. Ademais, é necessário que mais de um Oficial de Justiça permaneça no
mesmo hotel, evitando que os jurados possam ser procurados por terceiros.
Em alguns casos, a sessão de julgamento se encerra durante a madrugada,
momento em que o transporte público é raro ou não existe. Não bastasse isso, os
jurados deixam o edifício do Tribunal do Júri juntamente com os familiares do
acusado e da vítima. Às vezes, em companhia do próprio acusado que, mesmo
condenado, poderá recorrer em liberdade. Ciente de que muitos jurados podem se
sentir intimidados ou até mesmo serem abordados na saída do plenário, o
Conselho Nacional de Justiça recomenda (Rec. n. 55/2019) aos tribunais a
implementação de medidas com a finalidade de garantir que os jurados,
especialmente os membros do Conselho de Sentença, tenham transporte oficial ou
alternativo para o retorno às suas residências:
Art. 6º. Recomendar aos Tribunais de Justiça e aos Tribunais Regionais Federais a
implementação de medidas com a finalidade de garantir aos jurados, especialmente
os sorteados para composição do Conselho de Sentença, transporte de retorno às
suas residências após o fim dos julgamentos, seja por condução oficial ou meios
alternativos (serviços de aplicativos, táxis etc.)26.
 
26
. Recomendação n. 55, de 08/10/2019, do CNJ.
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.14. Júris midiáticos
Trabalhar em um julgamento que envolve a atenção da mídia local ou nacional também requer a adoção de medidas
diversas, especialmente quando, não raras vezes, os programas televisivos, além de informar, acabam por realizar
prejulgamento do caso que será levado a júri.
A presunção de inocência, vista igualmente como regra de tratamento, impõe que a imagem do acusado seja preservada,
especialmente nos momentos que antecedem e acompanham a sessão de julgamento, evitando a estigmatização do acusado
frente aos jurados. Diante disso, é oportuno que o acusado chegue em horário diferenciado e utilize uma entrada diversa da
destinada ao público em geral.
Além disso, outras medidas são igualmente importantes, tais como: (a) a limitação da presença do público em plenário
evitando uma superlotação que dificulte o controle da sessão de julgamento; (b) o cadastramento dos profissionais de imprensa;
(c) a solicitação de reforço policial para o controle interno e externo do edifício do Tribunal do Júri; e (d) a fixação de regras
proibindo ou limitando a filmagem durante o julgamento, resguardando a imagem do acusado e dos jurados.
 
05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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1.15. Virtualização do plenário do júri
Considerando a situação pandêmica vivenciada com mais intensidade desde o
início de 2020, ocorreu uma reorganização dos órgãos do Poder Judiciário para
não paralisar completamente os seus serviços e ainda colaborar com as medidas
de saúde públicas.
Como se sabe, o processo de competência do Tribunal do Júri foi um dos mais
afetados com as novas regras sanitárias, eis que seus pilares intrínsecos estão
correlacionados com a oralidade e a presença de todos os envolvidos (inclusive
para a produção adequada das provas perante os juízes naturais).
Entretanto, por mais que tenhamos que pensar em uma nova realidade (o que
exige ponderações sobre os direitos constitucionais e até certa criatividade), jamais
podemos compactuar com a mitigação de valores caros ao sistema acusatório.
Como já manifestado anteriormente:
(...) o formato de juízo por jurados “virtual” descaracteriza os fundamentos
históricos e a essência democrática do Instituto, eis que retira a relação interpessoal
necessária para melhor análise dos elementos de prova e dos argumentos das partes,
os quais, como se sabem, não são ponderados da mesma forma do que assistindo,
como espectador, por uma tela de computador. As sessões do júri são dinâmicas, com
discussões aceleradas, protestos das partes, sempre permeadas de expressões
visuais e corporais; ou seja, incompatíveis com a virtualidade (mesmo parcial) que
prejudicam a percepção da realidade argumentativa.27
Levando em conta esses últimos anos, algumas lições são possíveis de extrair.
Pelo lado positivo, alguns tribunais conseguiram dar uma maior amplitude ao
princípio da publicidade, viabilizando a transmissão ao vivo para todos os
interessados no julgamento (como o Tribunal de Justiça do Paraná, que possui um
Canal no Youtube próprio que transmite todas as sessões do júri que ocorrem no
Estado).
Por outro lado, a dispensa (às vezes forçada) do próprio acusado ou das
testemunhas é uma violação direta da Constituição Federal e de tratados
internacionais sobre a matéria, eis que dificulta (ou inviabiliza) a plena atuação
defensiva28 e a correta produção probatória29. A eventual participação remota das
partes (acusação e defesa) também diminui a qualidade dos debates, o que afeta
frontalmente a própria qualidade das decisões pelos jurados.
Enfim, reconhece-se a necessidade da criação de mecanismos para uma maior
eficiência da justiça e de suas instituições. Contudo, jamais isso poderá ser feito ao
arrepio das garantias constitucionais e direitos fundamentais que embasam o
Estado Democrático de Direito.
 
27
.PEREIRA E SILVA, Rodrigo Faucz. Os riscos de um juízo por jurados virtual: a ausência das
partes e dos envolvidos durante o julgamento no Brasil. Revista Sistemas Judiciales. Ano 20, no.
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05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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24. 2021. p. 172-181. Disponível em: https://sistemasjudiciales.org/wp-
content/uploads/2021/10/Revista_SJ_24_2021.pdf
28
.“A formação de mecanismos que restrinjam a ampla e livre atuação defensiva não esbarra apenas
na Constituição da República Federativa do Brasil, como também em tratados internacionais sobre
a matéria, como o Art. 8º, 2, letras ‘d’ e ‘f’ do Pacto de San José da Costa Rica e do Art. 14, 3,
letras ‘d’ e ‘e’, Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU de 1966, por exemplo.
Assim, as normativas internacionais sobre a matéria estabelecem o direito de presença do
acusado ao seu próprio julgamento, não apenas como forma de atuação direta na estratégia
defensiva na sessão (comunicando-se livremente e diretamente com seu defensor), como também
participação ativa durante a instrução, podendo tomar conhecimento do que está sendo produzido
contra ele e elaborar perguntas para a produção da contraprova ou da contra argumentação.”
Ibidem, p. 178.
29
.A participação virtual das testemunhas não apenas fere o direito de confronto das partes durante a
instrução, como também abre espaçopara a interferência indevida por terceiros.
05/02/2022 07:35 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2. A sessão de julgamento
2.1. Isenção e dispensa dos jurados
A sessão de julgamento tem o seu início muito antes do pregão do julgamento, pois, previamente à abertura dos trabalhos (
CPP, art. 454), deverá o juiz presidente decidir motivadamente ( CPP, art. 444) sobre os casos de isenção ( CPP,
art. 437) e dispensa ( CPP, art. 443) dos jurados que eventualmente lhe forem apresentados e, ainda, o ocasional
pedido de adiamento do julgamento feito por uma (ou ambas) das partes, advogado do querelante ou procurador do assistente
de acusação. Todas essas questões devem constar em ata ( CPP, arts. 495, incisos, IV e VI).
A verificação quanto ao número de jurados aptos a participar da sessão é extremamente importante, pois, mesmo com a
presença das partes e das testemunhas, é possível que, diante dos casos de isenção e de dispensa, não se alcance o número
mínimo de 15 jurados ( CPP, art. 463) para a instalação da sessão de julgamento.
Em casos extraordinários, no intuito de tentar instalar a sessão de julgamento, os magistrados reclamam a cooperação das
partes ( CPC, art. 6º., c/c o art. 3º. do CPP), solicitando a recusa imotivada de um jurado que, se fosse desde já
dispensado, não se alcançaria o número mínimo para a instalação do julgamento. Dessa forma, o jurado passa a compor
o quórum para a instalação da sessão e, se sorteado for, será dispensado imotivadamente ( CPP, art. 468).
 
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05/02/2022 07:35 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2.2. Recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica e
política
A modalidade de recusa fundada em convicção religiosa1, filosófica2 e
política3 importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão
dos direitos políticos (CR, art. 5º., VIII, art. 15, IV e CPP, art. 438).
Nos termos da legislação vigente, o serviço alternativo consistirá no exercício
de atividade de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo
produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em
entidade conveniada para esses fins.
Compete ao magistrado, em respeito aos princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade ( CPP, art. 438, § 2º), fixar o local da prestação do serviço e,
diante da lacuna da lei, o seu período. Para tanto, sugerimos como critério a
quantidade de sessõespara as quais o jurado restou convocado e o seu tempo
médio de duração. Assim, estabelecido o número de dias ou horas de prestação de
serviço e, sempre que possível, adequando-o ao ritmo de vida do jurado, o juiz
designará o local mais adequado para a prestação do serviço alternativo4.
 
1
.Por exemplo, o jurado pode externar o credo que apenas Deus pode julgar o ser humano.
2
.Intuir, por exemplo, que o julgamento realizado pelo povo e desempenhado por íntima convicção
não é melhor forma de administração da justiça. Em destaque: STJ, 5ª. Turma, HC 299.553/MG,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. em 19/09/2017.
3
.Não desejar contribuir com o Poder Judiciário.
4
.Conforme Bonfim e Parra Neto: “Deverá ser oportunizado ao requerente manifestar-se
previamente à decisão do magistrado. O serviço alternativo aplicado deverá conformar-se com as
condições pessoais do requerente, permitindo-lhe cumprir a prestação sem prejuízo de suas
ocupações habituais. Deverá ser autuado em cartório expediente de fiscalização do cumprimento
da obrigação alternativa imposta. Em caso de descumprimento injustificável, ouvido o jurado, serão
os autos remetidos ao Tribunal de Justiça, para encaminhamento ao Ministério da Justiça.”
(BONFIM, Edilson Mougenot; PARRA NETO, Domingos. O novo procedimento do júri: comentários
à lei n. 11.689/2008. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 72). Nesse sentido também Leonel e Félix:
“recusando-se o cidadão ao serviço alternativo, o juiz deve instaurar procedimento para ouvir o
jurado e colher as suas razões, enviando ao Presidente do Tribunal, que o encaminhará ao
Ministério da Justiça, para as providências cabíveis, no tocante à suspensão dos direitos políticos.”
(LEONEL, Juliano Oliveira; FÉLIX, Yuri. Tribunal do Júri: aspectos processuais. Florianópolis,
EMais, 2020, p. 74).
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2.3. Recusa injustificada
O serviço do júri é obrigatório para todos os alistáveis. Assim, a recusa injustificada importará na fixação de multa no valor
de 1 a 10 salários-mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado ( CPP, art. 436, § 2º). Para
algumas pessoas, o valor de um salário-mínimo pode ainda ser oneroso. Diante disso, nada impede que o juiz promova o seu
parcelamento, facilitando o adimplemento da penalidade.
 
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2.4. Crime de desobediência
Diante da previsão específica de multa administrativa para a ausência
injustificada de jurado em sessão de julgamento para a qual foi intimado ( CPP,
art. 436, § 2º.), a Quinta e a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça – em
consonância com o Supremo Tribunal Federal (HC 86.254, Rel. Min. Celso de
Mello, Segunda Turma, j. 25/10/05) – entendem pela atipicidade do crime de
desobediência, porquanto a legislação pertinente não prevê a possibilidade de
cumulação da referida sanção de natureza administrativa com a penal5:
(...) 4. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no mesmo
sentido, sendo certo, assim, que, para a configuração do crime de desobediência, não
basta apenas o não cumprimento de uma ordem judicial, sendo indispensável que
inexista a previsão de sanção específica em caso de descumprimento. Com efeito, o
crime de desobediência é delito subsidiário e somente se caracteriza nos casos em
que o descumprimento da ordem emitida pela autoridade não é objeto de sanção
administrativa, civil ou processual. (...). (STJ, 5ª. Turma RHC 98.627/SP, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, j. em 04/04/2019).
 
5
.STJ, 5ª Turma, AgRg HC 345.781/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 25/05/16; STJ, 6ª
Turma, RHC 68.228/PA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 26/04/16; STJ, 5ª Turma, HC
22.721/SP, Rel. Min. Felix Fischer, j. 27/05/03. É, ainda, a lição de Nelson Hungria: “Se, pela
desobediência de tal ou qual ordem oficial, alguma lei comina determinada penalidade
administrativa ou civil, não se deverá reconhecer o crime em exame, salvo se a dita lei ressalvar
expressamente a cumulativa aplicação do art. 330 (ex.: testemunha faltosa, segundo o art. 219 do
Cód. De Proc. Penal, está sujeita não só à prisão administrativa e pagamento das custas da
diligência da intimação, como a ‘processo penal por crime de desobediência’)” (HUNGRIA,
Nélson, Comentários ao Código Penal. Rio de Janeiro, Forense, 1959, vol. IX, p. 420). Ainda “o
jurado que se recusa injustificadamente não mais poderá ser processado por crime de
desobediência, pois é entendimento pacífico na doutrina e na jurisprudência que o delito de
desobediência não se caracteriza quando há lei cominando sanção civil ou administrativa para a
conduta desidiosa e não faz ressalva expressa ao delito de desobediência” (LEONEL, Juliano
Oliveira; FÉLIX, Yuri. Tribunal do Júri: aspectos processuais. Florianópolis, EMais, 2020, p. 72).
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2.5. Jurado emancipado
A legislação exige um duplo critério objetivo para exercer a função de jurado:
ser cidadão e ter idade superior a 18 anos ( CPP, art. 436)6. Assim, é vedado
a um cidadão emancipado (maior de 16 e menor de 18 anos) ser alistado e
importará em nulidade a sua participação no Conselho de Sentença7.
 
6
.Ver item a seguir.
7
.GOMES FILHO, Antonio Magalhães; TORON, Alberto Zacharias; BADARÓ, Gustavo
Henrique. Código de Processo Penal Comentado. Revista dos Tribunais: 2019, RL-1.58.
Disponível em https://tmsnrt.rs/2OePtAG RL-1.58. Acesso em 12/07/2020.
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2.6. Jurado analfabeto
Grande parte da doutrina advoga pelo alfabetismo como regra positiva para
participação do júri popular8. De acordo com essa vertente, consideram que se
trata de uma condição essencial, saber ler e escrever, para cumprir
adequadamente a função de jurado. Isso porque, no decorrer da sessão, os
jurados recebem peças do processo para compulsar, além de ter que, ao final,
votar os quesitos apresentados e assinar a ata e outros documentos.
Contudo, aponta-se decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, na lavra do Des.
Marcos Galliano Daros que, com esmero, destacou que o analfabetismo não é
causa de impedimento. Aliás, conforme redação do acórdão, o art. 436, § 1º, do 
CPP, determina que “nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri
ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão,
classe social ou econômica, origem ou grau de instrução”.9
Vamos além. O próprio exercício do sufrágio universal não exclui os analfabetos
(CR, art. 14, § 1º, II, “a”). Considerando o Tribunal do Júri como exercício
democrático de participação da justiça, não há óbices para a participação daqueles
que não possuem condições de ler e escrever. Deve-se ponderar que não possuir
instrução, não certifica que a pessoa não tenha condição de entender o caso, as
circunstâncias, teses ou, em última análise, não é capaz de formar a convicção
sobre o que é justo a partir de sua consciência.
Não podemos esquecer que o júri é um procedimento oral por excelência! Nele
temos as oitivas das testemunhas, vítimas, réus, debates e instruções orais feitas
pelo magistrado. Antes, durante a instrução – e, em muitos inquéritos policiais –, os
depoimentos são colhidos por sistema de áudio e vídeo ( CPP, art. 405, § 1º).
Os laudos periciais são instruídos com “provas fotográficas, esquemas ou
desenhos” ( CPP, art. 165) e, a seguir-se a novel orientação da 3ª. Seção do
Superior Tribunal de Justiça, a própria sentença condenatória pode ser proferida
oralmente, sem a necessidade de transcrição10. Ademais, prestigiando-se a
inclusão social e a publicidade do julgamento, nada impede que o relatório do
caso – que, impresso, será entregue aos jurados –, seja lido em plenário para
todos os presentes.
Por derradeiro, os números apresentados pelo IBGE – Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios – Contínua Educação de 201911 apontaram que o Brasil
ainda possui mais de 11 milhões de analfabetos – sendo a sua maioria de pessoas
de baixa renda. Impedir a participação dessas pessoas significa não refletir no
Conselho de Sentença a realidade social12.
Sendo assim e, reconhecendo que a sua participação poderá gerar uma
necessidade de adaptação nos trabalhos, recomenda-se que seja facultado ao
analfabeto servir no júri, aplicando de maneira análoga o disposto no art. 437, X,
do CPP. Jamais impedido de participar.
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8
.Nesse sentido a lição de NUCCI: “Outro ponto, que reputamos fundamental, é a alfabetização.
Não é possível que o jurado analfabeto consulte os autos do processo e tome conhecimento das
provas nele encartadas, por sua própria conta, sem quebrar a incomunicabilidade. (...) É evidente
que podem ser afastados do serviço do júri os analfabetos, pois nenhum grau de instrução
possuem” (NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do júri, 6ª. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2015, pp. 171), bem como de Cunha Campos, que explica que a alfabetização é uma
condição para ser jurado, concluindo que “não é possível a convocação de jurados analfabetos”
(CAMPOS, Walfredo Cunha. Tribunal do Júri: teoria e prática. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2018). No
mesmo sentido, sugerindo que o magistrado dispense o jurado analfabeto: LUNARDI, Fabrício
Castagna. Gestão Processual no Tribunal do Júri: CNJ, Brasília, 2020, p. 51.
9
.TRIBUNAL DO JÚRI – HOMICÍDIO SIMPLES (ARTIGO 121, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL) –
JURADOS SORTEADOS EM SESSÃO ANTERIOR, MAS QUE NÃO ANALISARAMPROVAS EM
RAZÃO DA DISSOLUÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA – AUSÊNCIA DE NULIDADE –
JURADO ANALFABETO – POSSIBILIDADE (ARTIGO 436, PARÁGRAFO 1º, DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL) – PREJUÍZO À DEFESA NÃO CONFIGURADO (...) (TJPR – 1ª C. Criminal –
AC – 1007359-7 – Rel.: Desembargador Marcos S. Galliano Daros – Unânime – J. 07.11.2013).
10
.STJ, 3ª. Seção, HC 462.253/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 28/11/2018. De acordo com o
relator, Min. Néfi Cordeiro, a previsão legal do art. 405, § 2º, do CPP deve ser compreendida como
autorização para o registro de toda a audiência, inclusive da sentença. “Exigir que se faça a
degravação ou separada sentença escrita é negar valor ao registro da voz e imagem do próprio
juiz, é sobrelevar sua assinatura em folha impressa sobre o que ele diz e registra. Não há sentido
lógico, nem em segurança, e é desserviço à celeridade”. Ainda: “AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. (...) NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 405, § 2º, DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NÃO OCORRÊNCIA. (...) 3. No julgamento do HC 462.253/SC,
em 28/11/2018, a Terceira Seção desta Corte Superior uniformizou o entendimento segundo o qual
‘a previsão legal do único registro audiovisual da prova, no art. 405, § 2º, do Código de Processo
Penal, deve também ser compreendida como autorização para esse registro de toda a audiência –
debates orais e sentença’ (HC 462.253/SC, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 28/11/2018, DJe 4/2/2019). Logo, a ausência de degravação completa da sentença não
traz prejuízo ao contraditório ou à segurança do registro nos autos, em similitude ao que ocorre
com a prova oral. (...)”. STJ, AgRg no AREsp: 1724701 AP 2020/0164791-8, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, j. em 27/04/2021.
11
.Dados educacionais do Brasil. Disponível em https://bit.ly/2GhALbT. Acesso em 3 de outubro de
2020.
12
.Eis que os analfabetos não apenas existem como estatisticamente representativos na sociedade,
como também não é incomum de nos depararmos com acusados, testemunhas e familiares que
não sabem ler ou escrever (e, nem por isso, têm a sua importância nulificada).
05/02/2022 07:36 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2.7. Jurado naturalizado, ou estrangeiro, e quem perdeu ou tem suspensos
os seus direitos políticos
Se o naturalizado pode exercer a função de magistrado togado13, nada impede
o seu alistamento e o exercício do munus de jurado. Os estrangeiros e aqueles que
perderam ou têm suspensos seus direitos políticos (CR, art. 15) estão impedidos
de exercer a referida função14.
 
13
.Excetuando-se o cargo de Ministro do STF (CR, art. 12, § 3º., IV).
14
.GOMES, Luiz Flávio. CUNHA, Rogério Sanches. PINTO, Ronaldo Batista. Comentários às
reformas do código de processo penal e da lei de trânsito. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2008, p. 127: “(...) Impedido está o estrangeiro, a quem não se defere a possibilidade de
exercer a função jurisdicional. Aquele que perde ou tem suspensos seus direitos políticos, em uma
das hipóteses previstas no art. 15 da Carta Magna, deixa de ser cidadão e, por conseqüência,
também está impedido de funcionar como jurado”.
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2.8. Jurado com deficiência visual ou auditiva
O Tribunal do Júri, como Instituição democrática representativa, deve respeitar
o exercício de direitos da pessoa com deficiência, visando à sua inclusão e
cidadania (conforme previsto na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, Lei 13.146/2015).
É inegável que algumas situações dificilmente poderão ser adaptadas, mas a
negativa genérica baseada apenas na deficiência apresentada pelo potencial
jurado denota preconceito e ausência de conhecimento sobre sua capacidade
cognitiva.
Não obstante parte da doutrina tenha posicionamento contrário à participação
de pessoas com deficiência visual e auditiva como jurados15, entendemos,
respeitosamente, de maneira diversa. Em relação ao deficiente visual, não há
qualquer indicativo de que comprove que os cegos não conseguem decidir o caso
apresentado a partir da utilização dos outros sentidos16. Aliás, inclusive existem
programas que possibilitam a leitura de documentos (sem contar a impressão em
braile).
Talvez o acolhimento de um jurado com deficiência auditiva tenha algumas
dificuldades adicionais, como a necessidade de se ter um intérprete de libras. No
entanto, tampouco se trata de condição impeditiva, ainda mais considerando que a
pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidade e não poderá
sofrer nenhuma espécie de discriminação17.
 
15
.Por exemplo, Guilherme de Souza Nucci (NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do júri, 6ª. ed.
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2015, pp. 171) e Walfredo Cunha Campos (CAMPOS,
Walfredo Cunha. Tribunal do Júri: teoria e prática. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2018).
16
.Não se pode olvidar que há exemplos no Brasil de magistrados com deficiência visual completa,
como o Desembargador Federal Ricardo Tadeu Marques Fonseca.
17
.Salienta-se o conceito de discriminação previsto na Lei 13.146/2015: “Art. 4º. (...) § 1º
Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou
exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com
deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias
assistivas”.
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2.9. Isentos do serviço do júri
Existem determinadas funções que, por força da lei, isenta seus ocupantes do
serviço do júri. O art. 437 do CPP deve ser lido a partir de uma interpretação
teleológica, a qual determina uma proibição de que as pessoas ali listadas
participem do corpo de jurados. Desse modo, não se trata de mera faculdade de
participar (ou não) do júri, pois, caso assim o fosse, permitir-se-ia a presença no
Conselho de Sentença de membros do Ministério Público, do Poder Judiciário e da
Defensoria, os quais, em razão de sua função, além de eventuais preconceitos,
podem ter acesso prévio ao processo criminal que julgarão – o que mitigaria a
isenção dos julgadores da causa18. Assim, acaso inobservada a referida norma
processual, poderá ser caracterizada nulidade da sessão de julgamento, quando
demonstrado o prejuízo à defesa, conforme decisão selecionada:
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. FALTA DE
CABIMENTO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. TRIBUNAL DO JÚRI. PLEITO DE NULIDADE
POR VIOLAÇÃO AO ALISTAMENTO DE JURADOS E À COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL
DO JÚRI. PARTICIPAÇÃO DE DOIS JURADOS ISENTOS. NULIDADE. PREJUÍZO.
PRETENSÃO DE NULIDADE POR VIOLAÇÃO AO QUESTIONÁRIO QUANTO À
INCLUSÃO DA QUALIFICADORA. CERCEAMENTO DE DEFESA. VIOLAÇÃO À AMPLA
DEFESA. (...). 2. Presente nulidadeem júri onde o corpo de jurado foi integrado por
dois servidores da polícia civil, isentos do serviço do júri nos termos do art. 437. 3.
Prejuízo evidente tendo em vista que o paciente foi considerado culpado por 4 votos a
3. (...). (STJ, 6ª. Turma, HC 236.475/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em
23/08/2016).
Excetuam-se apenas os casos previstos nos incisos IX e X do art. 437 do 
CPP19, os quais dependem da formulação de requerimento de dispensa pelo
próprio interessado.
 
18
.Nas palavras de Cunha Campos, trata-se de “jurados inalistáveis, ou seja, aqueles que não
devem nem sequer figurar na lista anual dos jurados” (CAMPOS, Walfredo Cunha. Tribunal do Júri:
teoria e prática. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2018).
19
. CPP. “Art. 437. (...) IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua
dispensa; X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.”
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2.10. Isenção diante da demonstração de justo impedimento
O inciso X do art. 437 do CPP abre a possibilidade para que qualquer
pessoa requeira a sua dispensa do serviço do júri. Nesse caso, o requerimento
deverá ser instruído “com elementos que demonstrem ao juiz fato que impeça sua
atuação como jurado, ou, ainda, que comprove a necessidade da dispensa”20. Ex.:
jurado portador de doença infecciosa; jurada lactante; doente na família sob seus
cuidados; jurado portador de deficiência ou lesão que o impeça de permanecer
muito tempo sentado etc.
Em qualquer hipótese, o requerimento deverá ser apresentado até o momento
da chamada dos jurados ( CPP, art. 443), salvo em casos fortuitos ou de
força maior, sob pena de preclusão:
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. MULTA. TRIBUNAL
DO JÚRI. JURADO FALTOSO. ESCUSA INTEMPESTIVA. FORÇA MAIOR.
INOCORRÊNCIA. NOTIFICAÇÃO DO INDEFERIMENTO. FALTA DE PROVA. 1. À falta de
prova do justo motivo alegado, cujo pedido de dispensa foi reapresentado
intempestivamente, consoante dispõe o artigo 443 do Código de Processo Penal, não
há falar em revogação da multa cominada ao jurado faltoso. 2. Força maior é o evento
imprevisto, não se ajustando ao conceito legal a consulta médica previamente
agendada. 3. Afora inexistir demonstração inequívoca de que o jurado não teve
ciência do indeferimento de dispensa, em sendo obrigatório o serviço do júri,
permanece a obrigação de tomar parte do corpo de jurados até autorização expressa
do juiz presidente. 4. Recurso improvido. (STJ, RMS 31.619/SP, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, j. em 26/10/2010).
 
20
.BONFIM, Edilson Mougenot; PARRA NETO, Domingos. O novo procedimento do júri: comentários
à lei n. 11.689/2008. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 71.
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2.11. Jurado maior de 70 anos
O cidadão maior de 70 (setenta) anos não está obrigado a servir como jurado, sendo lícito que pleiteie a sua dispensa (
CPP, art. 437, IX), uma vez demonstrado ser septuagenário ao tempo da sessão. No entanto, trata-se de uma faculdade do
próprio jurado, não podendo ele ser impedido de participar.
 
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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2.12. Direitos dos jurados
Os direitos dos jurados estão previstos nos arts. 439 e 440 do CPP.
Por se tratar de um serviço público relevante, a legislação garante aos jurados, até
como forma de incentivo à participação: (i) a presunção de idoneidade moral; (ii) a
preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento,
mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de
promoção funcional ou remoção voluntária; e (iii) que nenhum desconto será feito
nos vencimentos ou no salário do jurado sorteado que comparecer à sessão de
julgamento.
O ideal seria que os jurados tivessem mais alguns benefícios pela participação,
até mesmo porque muitos não possuem emprego com carteira assinada e deixam
de receber remuneração por isso. Assim, o “transporte público gratuito quando das
sessões de julgamento para a qual o jurado foi convocado e uma indenização para
aqueles profissionais liberais/autônomos que, durante a convocação, não
pudessem exercer o seu labor”21, seria medida que auxiliaria para a tranquilidade
dos trabalhos.22
Aliás, o próprio Conselho Nacional de Justiça recomendou aos tribunais a
implementação de medidas destinadas a garantir que os jurados, mormente
aqueles que fizeram parte do Conselho de Sentença, tenham transporte oficial ou
alternativo nos dias dos julgamentos para retornar para sua residência.23
 
21
.PEREIRAE SILVA, Rodrigo Faucz; AVELAR, Daniel Ribeiro Surdi de. Manual do Tribunal do Júri,
São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021. p. 343.
22
.Ideia que já era defendida por Tubenchlak: “Por outro lado, sendo certo que a grande maioria dos
cidadãos recrutados para o corpo de Jurados exerce trabalho remunerado, torna-se urgente uma
dotação específica no Orçamento do Poder Judiciário, com o escopo de indenizar os trabalhadores
autônomos, em face do lucro cessante, e de repor aos empresários as quantias pagas aos Jurados
assalariados, sempre relativamente aos dias de realização dos julgamentos pelo Júri de que
tenham participado, mesmo sem terem sido sorteados” (TUBENCHLAK, James. Tribunal do júri:
contradições e soluções, 5ª ed. rev. atual. e amp. São Paulo: Saraiva, 1997, p. 107.)
23
.Resolução n. 55, de 05/10/2019, do CNJ: “Art. 6º. Recomendar aos Tribunais de Justiça e aos
Tribunais Regionais Federais a implementação de medidas com a finalidade de garantir aos
jurados, especialmente os sorteados para composição do Conselho de Sentença, transporte de
retorno às suas residências após o fim dos julgamentos, seja por condução oficial ou meios
alternativos (serviços de aplicativos, táxis etc.)”.
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3. Presença das partes e adiamento da sessão de
julgamento
O magistrado deve se certificar de estarem presentes o representante do
Ministério Público, o procurador do assistente de acusação, o advogado do
querelante (se houver), o(s) acusado(s) e seu(s) respectivo(s) defensor(es).
Eventuais pedidos de adiamento da sessão precisam ser ajuizados anteriormente
ao julgamento, ou seja, antes da abertura dos trabalhos. Tal regra geral apenas
será excepcionada nas hipóteses de força maior ( CPP, art. 457, § 1º)1, p. ex.,
quando o acusado solto demonstre que, por motivo de doença ou acidente, não
conseguiu previamente comprovar as razões que ensejaram a sua ausência2.
3.1. Prévia habilitação do Procurador do Assistente de Acusação
Excepcionando-se o disposto no art. 269 do CPP3, no rito do Tribunal do
Júri o assistente de acusação apenas poderá atuar em plenário se tiver requerido a
sua habilitação em até 5 dias antes da sessão na qual pretenda atuar ( CPP,
art. 430). Trata-se de prazo regressivo contado observando-se a regra prevista
no art. 798, § 1º, do CPP4.
A assistência da acusação é conferida ao ofendido, ao seu representante legal,
ou, no caso de morte da vítima, ao seu cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão ( CPP, arts. 31 e 268). E, uma vez requerida a habilitação no prazo
legal – até cinco dias antes da sessão na qual pretenda atuar –, nada impede que
a decisão judicial ocorra em menor tempo ou, na sequência, ocorra a substituição
do patrono contratado para atuar em seu nome5.
Em caso com elevado número de vítimas, o Superior Tribunal de Justiça já
admitiu que a assistência da acusação seja ocupada por pessoa jurídica que
represente as famílias das vítimas:
(...). 4. Não obstante o disposto nos arts. 31 e 268 do CPP, é razoável a
admissão no processo da associação formada entre os familiares das vítimas e os
sobreviventes da tragédia da Boate Kiss, como assistente de acusação, visto que
essa pessoa jurídica representa exatamente as pessoas previstas nos mencionados
dispositivos legais, sendo, outrossim, inviável e fora de propósito exigir-se
habilitação individual de todos os ofendidos sobreviventes e dos familiares de todos
os mortos no incêndio. (...). (STJ, 6ª. Turma, REsp 1.790.039/RS, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, j. em 18/06/2019).
 
1
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2
.APELAÇÃO CRIMINAL – Homicídio Qualificado por motivo torpe (art. 121, § 2º, inciso I, do 
CP) – Pretensão à realização de novo plenário por cerceamento de defesa, em razão da ausência
do réu durante a realização do Júri – Acolhido diante do Comunicado 77/2018 DJe, TJSP,
Administrativo, 25/05/18, p. 02 – Força maior – Greve dos caminhoneiros – Recurso provido para
submeter o réu novamente ao plenário. (TJSP; Apelação Criminal 0004814-23.2015.8.26.0360;
Rel. Cláudio Marques, j. 23/05/2019).
2
.Nessa hipótese, caso o julgamento tenha se efetivado, estaremos diante de uma hipótese de
anulação, desde que: (i) exista motivo razoável para o não comparecimento; (ii) restar
demonstrada a força maior. Nesse sentido: GOMES FILHO, Antonio Magalhães; TORON, Alberto
Zacharias; BADARÓ, Gustavo Henrique. Código de Processo Penal Comentado. Revista dos
Tribunais: 2019, RL-1.60. Disponível em https://tmsnrt.rs/3foqqqT. Acesso em 12/07/2020.
3
. CPP. Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e
receberá a causa no estado em que se achar.
4
.Na contagem do prazo, o dia de início não é computado; no entanto, inclui-se o do vencimento.
5
.STJ, 5ª. Turma, AgRg no REsp 1.814.988/PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. em
17/12/2019.
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.2. Legitimidade da Defensoria Pública para atuar na defesa dos interesses dos assistentes de acusação no processo
penal
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça admite, como regra, a possibilidade de atuação do defensor público na
defesa dos interesses do assistente de acusação, ainda que na hipótese de, no mesmo processo, assistir igualmente a alguns
dos acusados. De acordo com a LC n. 80/1994, é função da Defensoria Pública, dentre outras, patrocinar ação penal privada
e subsidiária da pública (art. 4º, XV). Assim, se pode atuar no exercício da função acusatória, não se vislumbra óbice para
igualmente assistir os ofendidos necessitados (CR, art. 134). Ademais, possível conflito de interesses restaria superado com a
designação de mais de um defensor público, atuando um em cada face do caso penal. O Min. Relator do RMS 45.793/SC
(abaixo reproduzido) recordou que o Ministério Público pode, eventualmente, atuar como parte e, concomitantemente,
como custos legis, com possibilidade de apresentar manifestações divergentes sobre a mesma causa. E, ao final, acrescentou
que, caso não fosse este o entendimento, dever-se-ia reconhecer que a Defensoria Pública teria que escolher entre vítimas e
acusados em um mesmo processo, preterindo um dos interessados. Isto é, vedar-se-ia o acesso à Justiça a alguns, algo que
não se coaduna com os princípios “basilares de igualdade e isonomia entre cidadãos que norteiam a Constituição”.
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA COMO ASSISTENTE DE
ACUSAÇÃO: POSSIBILIDADE.
DESNECESSIDADE DE NORMA REGULAMENTAR ESTADUAL AUTORIZANDO O EXERCÍCIO DE TAL FUNÇÃO. INEXISTÊNCIA DE
EMPECILHO A QUE A DEFENSORIA REPRESENTE, NO MESMO PROCESSO, VÍTIMA E RÉU. DIREITO DE ACESSO UNIVERSAL À
JUSTIÇA. 1. Nos termos do art. 4º, XV, da Lei Complementar 80/1994, é função da Defensoria Pública, entre outras, patrocinar
ação penal privada e a subsidiária da pública. Sob esse prisma, mostra-se importante a tese recursal, pois, se a função acusatória
não se contrapõe às atribuições institucionais da Defensoria Pública, o mesmo ocorre com o exercício da assistência à acusação.
Precedentes. 2. “A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, notadamente pela defesa, em todos
os graus de jurisdição, dos necessitados (art. 134 da CR). Essa essencialidade pode ser traduzida pela vocação, que lhe foi
conferida pelo constituinte originário, de ser um agente de transformação social, seja pela redução das desigualdades sociais, seja
na afirmação do Estado Democrático de Direito ou na efetividade dos direitos humanos, mostrando-se, outrossim, eficiente
mecanismo de implementação do direito fundamental previsto art. 5º, LXXIV, da C.R” (RHC 092.877, Rel. Min. MARIA THEREZA DE
ASSIS MOURA, julgado em 18/04/2018, publicado no DJe de 23/04/2018). 3. Para bem se desincumbir desse importante papel de
garantir o direito de acesso à Justiça aos que não têm como arcar com os custos de um processo judiciário, o legislador assegurou
à Defensoria Pública um extenso rol de prerrogativas, direitos, garantias e deveres, de estatura constitucional (art. 134, §§ 1º, 2º e 4º,
da CR) e legal (arts. 370, § 4º, do Código de Processo Penal, 5º, § 5º, da Lei n. 1.060/1950, 4º, V, e 44, I, da Lei Complementar n.
80/1994), permeados diretamente por princípios que singularizam tal instituição. Assim sendo, ainda que não houvesse disposição
regulamentar estadual autorizando expressamente a atuação da defensoria pública como assistente de acusação, tal autorização
derivaria tanto da teoria dos poderes implícitos, quanto das normas legais e constitucionais já mencionadas, todas elas concebidas
com o escopo de possibilitar o bom desempenho da função constitucional atribuída à Defensoria Pública. 4. Não existe empecilho a
que a Defensoria Pública represente, concomitantemente, através de Defensores distintos, vítimas de um delito, habilitadas no feito
como assistentes de acusação, e réus no mesmo processo, pois tal atuação não configura conflito de interesses, assim como não
configura conflito de interesses a atuação do Ministério Público no mesmo feito como parte e custos legis, podendo oferecer
opiniões divergentes sobre a mesma causa. Se assim não fosse, a alternativa restante implicaria reconhecer que caberia à
Defensoria Pública escolher entre vítimas e réus num mesmo processo os que por ela seriam representados, excluindo uns em
detrimento de outros. Em tal situação, o resultado seria sempre o de vedação do acesso à Justiça a alguns, resultado que jamais se
coadunaria com os princípios basilares de igualdade e isonomia entre cidadãos que norteiam a Constituição, inclusive na forma de
direitos e garantias fundamentais (art. 5º, caput, CF) que constituem cláusula pétrea (art. 60, § 4º, IV da CF). 5. Recurso
ordinário a que se dá provimento, para reconhecer o direito dos impetrantes de se habilitarem como assistentes da acusação na
ação penal, no estado em que ela se encontrar. (STJ, RMS 45.793/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. em 07/06/2018).
 
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.3. Ausência do Procurador do Assistente de Acusação
Se a ausência for justificada, adia-se a sessão de julgamento e redesigna-se
para o primeiro dia desimpedido da pauta. Porém, se a ausência for injustificada ou
intempestiva e a sua intimação para a sessão de julgamento tiver sido regular, o
julgamento será mantido ( CPP, art. 457)6.
 
6
.A legislação não observou a técnica adequada ao tratar da manutenção do júri na ausência do
“assistente” regularmente intimado. A presença ou não do assistente, ou seja, do ofendido ou de
seu representante legal, é de todo indiferente, pois, quem atuará em seu nome será o seu
procurador. Confira-se a redação do art. 457, caput, do CPP.
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05/02/2022 07:37 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.4. Ausência injustificada do representante do Ministério Público
Em nenhuma hipótese, a sessão de julgamento poderá ser instalada na
ausência do representante do Ministério Público ( CPP, art. 455). Assim,
deverá o magistrado adiar o julgamento para o primeiro dia desimpedido da
mesma reunião, cientificar as partes e as testemunhas e ainda comunicar o fato ao
Procurador-Geral de Justiça para que tome as medidas administrativas cabíveis (
Lei n. 8.625/1993, art. 43, V), informando-lhe da nova data designada7.
 
7
.Não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 a regra constante da anterior redação do
art. 448 do CPP, o qual admitia a nomeação de promotor ad hoc pelo juiz presidente
quando a ausência do Ministério Público se mostrasse injustificada e inexistisse substituto legal.
Igual procedimento era adotado quando o promotor deixasse de ofertar o libelo ( CPP, art. 
419 em sua antiga redação). Atualmente, diante da redação do art. 129, § 2º, da CF e do
art. 25, parágrafo único, da Lei n. 8.625/1993, não é possível que terceiros estranhos à
carreira exerçam as funções institucionais do Ministério Público. Nesse sentido: BADARÓ, Gustavo
Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de 2008 e os projetos de
reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2008, p. 149. Excepcionalmente, o STF já autorizou a designação de promotor ad hoc: EMENTA:
“HABEAS-CORPUS”. TRÁFICO DE ENTORPECENTES (Art. 12 DA LEI Nº 6.368/76).
NOMEAÇÃO DE PROMOTOR “AD HOC” PARA A AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
DOS PACIENTES, DURANTE O PERÍODO DE GREVE ILEGAL DOS MEMBROS DO
MINISTÉRIO PÚBLICO. 1. O art. 129, I e seu § 2º, da Constituição diz que é função institucional
do Ministério Público “promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei”; o art. 55,
“caput”, da Lei Complementar nº 40/91, proíbe a nomeação de promotor “ad hoc”; e o art. 448 do
C.P.P., ao tratar do julgamento pelo Júri, dispõe, em “caráter excepcional”, que pode haver
nomeação de promotor “ad hoc” quando houver ausência ilegal do Ministério Público. 2. Em casos
excepcionais, como este, é possível dar um rendimento residual ao art. 448 do C.P.P., sob pena de
se permitir, como consequência de movimento paredista ilegal, a paralização do Poder Judiciário, o
que seria um mal maior. 3. Conquanto isto não fosse possível, tal nulidade não poderia ser arguida
pelo impetrante, mas, apenas, pelo órgão acusador, como dispõe a parte final do art. 565 do C.P.P.
4. Embora o art. 564, III, “d”, do C.P.P. diga expressamente que é nula a nomeação de promotor
“ad hoc”, não cuida de nulidade cominada ou absoluta, mas de nulidade relativa e, assim, sanável.
Tal nulidade deve ser arguida “logo depois de ocorrer”, sob pena de ficar sanada (art. 572 e
incisos do C.P.P.). 5. O impetrante argui longamente a nulidade mas não demonstra o prejuízo que
dela decorre para os pacientes; não havendo prejuízo, não se decreta a nulidade, como
estabelecem pleonasticamente os arts. 563 e 566 do C.P.P. 6. Precedentes. 7. “Habeas-corpus”
conhecido, mas indeferido. (STF. HC 71198, Rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, j. em
21/02/1995).
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.5. Ausência injustificada do advogado do querelante
Tratando-se de crime de ação penal privada conexo a um crime doloso contra a
vida (p. ex. calúnia e tentativa de homicídio), a ausência injustificada do procurador
do querelante quando devidamente intimado ( CPP, art. 457) importará
em perempção, reconhecendo-se a extinção da punibilidade daquele fato delituoso
( CPP, art. 60, III e CP, art. 107, IV). No mais, o julgamento será mantido
em relação a eventual crime diverso de titularidade do Ministério Público. Se a
ausência for tempestivamente justificada, a sessão deverá ser adiada, aplicando-
se por analogia o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 265 do CPP8. Tratando-se
de crime de ação penal privada subsidiária, a ausência injustificada importará na
retomada da ação penal pelo Ministério Público ( CPP, art. 29), o qual deverá
estar preparado para prontamente promover a acusação9.
 
8
.BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de 2008
e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2008, p. 150.
9
.Em sentido contrário, entendendo que a sessão deverá ser adiada qualquer que seja o motivo
para a ausência do advogado do autor: CUNHA, Rogério Sanches. PINTO, Ronaldo Batista.
Tribunal do júri. Procedimento especial comentado por artigos. Salvador: JusPodivm: 2015, p. 221.
Para os autores, o principal fundamento para o adiamento seria a possível surpresa do
representante do Ministério Público com a ausência do advogado em plenário, fato que causaria
prejuízo ao contraditório e ao direito de acusação.
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.6. Ausência injustificada do defensor do acusado
Verificando-se estar ausente o defensor do acusado, adia-se o julgamento,
fixando-se nova data para o julgamento, independentemente de a ausência ser
justificada10 ou não. Neste último caso, o acusado deverá ser intimado
pessoalmente para, querendo, contratar novo defensor,oportunizando-se que
exerça o seu direito de escolha11. Nesse sentido:
“HABEAS CORPUS” – JÚRI – (...) RÉU QUE EXPRESSAMENTE MANIFESTOU O
SEU DESEJO DE SER DEFENDIDO POR ADVOGADO QUE ELE PRÓPRIO HAVIA
CONSTITUÍDO – PLEITO RECUSADO PELA MAGISTRADA QUE NOMEOU DEFENSOR
PÚBLICO PARA PATROCINAR A DEFESA TÉCNICA DO ACUSADO – TRANSGRESSÃO
À LIBERDADE DE ESCOLHA, PELO RÉU, DE SEU PRÓPRIO DEFENSOR –
DESRESPEITO À GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO – INVALIDAÇÃO DO
JULGAMENTO PELO JÚRI – PEDIDO DEFERIDO. LIBERDADE DE ESCOLHA, PELO
RÉU, DE SEU PRÓPRIO DEFENSOR. – O réu tem o direito de escolher o seu próprio
defensor. Essa liberdade de escolha traduz, no plano da “persecutio criminis”,
específica projeção do postulado da amplitude de defesa proclamado pela
Constituição. Cumpre ao magistrado processante, em não sendo possível ao defensor
constituído assumir ou prosseguir no patrocínio da causa penal, ordenar a intimação
do réu para que este, querendo, escolha outro Advogado. Antes de realizada essa
intimação – ou enquanto não exaurido o prazo nela assinalado – não é lícito ao juiz
nomear defensor dativo (ou Defensor Público) sem expressa aquiescência do réu.
Precedentes.(...) – A garantia constitucional do “due process of law” abrange, em seu
conteúdo material, elementos essenciais à sua própria configuração, dentre os quais
avultam, por sua inquestionável importância, as seguintes prerrogativas: (...) (d)
direito ao contraditório e à plenitude de defesa (direito à autodefesa e à defesa
técnica); (...) (STF, HC 96.905, Rel. Celso de Mello, Segunda Turma, j. em 25/08/2009).
Em conformidade com o entendimento exarado pela Suprema Corte, a Quinta e
a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça entendem, de maneira unânime,
que se trata de um direito subjetivo do acusado a escolha de seu respectivo
defensor, nos termos do disposto no artigo 267 do Código de Processo Penal,
sendo defeso ao juiz nomear profissional – dativo ou a Defensoria Pública para
atuar no caso concreto –, sem que se conceda previamente a ele a possibilidade
de constituir advogado de sua confiança12-13.
A ausência injustificada do defensor deverá ser imediatamente comunicada ao
presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil para eventuais
providências disciplinares (inciso XI do art. 34 da Lei 8.906/94), informando-
lhe a nova data designada para a sessão de julgamento. Se o mesmo defensor for
mantido, o julgamento será adiado para a primeira pauta livre de julgamento,
observando-se a ordem preferencial prevista no art. 429 do CPP (priorizando
o julgamento dos acusados presos). Na presente hipótese, a nova sessão poderá
ser agendada para prazo inferior a 10 (dez) dias, presumindo-se que o defensor
ausente tem conhecimento do caso e pode bem patrocinar a defesa do acusado
por já estar habilitado na defesa.
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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De outro modo, transcorrido in albis o prazo fixado para o acusado constituir
novo defensor e, objetivando-se impedir novo adiamento pelo mesmo motivo (
CPP, art. 456, § 1º), a Defensoria Pública poderá ser intimada para acompanhar
o caso, com designação de defensor público14. Como consequência, de maneira a
garantir a plenitude de defesa, o novo julgamento apenas poderá ser marcado
observando-se o prazo mínimo de 10 (dez) dias após a intimação da Defensoria
Pública, propiciando-se tempo de estudo do caso. Na ausência da Defensoria
Pública na comarca, o mesmo regramento deverá ser aplicado para o defensor
dativo nomeado pelo juízo.
3.6.1. Do abandono de plenário
Por mais que se possa criticar pelo âmbito da ética profissional e da boa-fé
processual, trata-se de decisão unilateral da parte de se retirar da sessão.
Normalmente tal conduta se justifica quando da ocorrência de graves violações no
decorrer do julgamento.
Entretanto, consideramos que, na hipótese de casos de desrespeito ao direito
das partes, existem vias processuais próprias legítimas que ambas podem se
valer15. Melhor dizendo, o CPP contempla que as partes se insurjam sobre
quaisquer eventuais questões que ocorram em plenário.16 Ademais, a imediata
impugnação insta o magistrado a se manifestar e decidir sobre a celeuma, que,
independentemente do resultado, terá que constar em ata.
Caso o abandono se concretize, caberá ao juiz dissolver o Conselho de
Sentença, oficiando a OAB (caso se trate do advogado) ou a PGJ (caso se trate do
promotor de justiça), podendo até nomear defensor para uma próxima sessão na
hipótese de entender que se trata de mera conduta protelatória.
Em relação à imposição de multa à parte que deu causa, tem-se entendimentos
diversos nas cortes brasileiras, eis que a discussão se restringe à violação ou não
da conduta prevista no art. 265 do CPP. Explica-se, a multa aplicada por
alguns magistrados quando do abandono do Plenário pela parte fundamenta-se em
uma interpretação análoga da expressão “abandono do processo”.17
De maneira exemplificativa, a Quinta Turma do STJ vem entendendo que o
abandono de plenário se equipara ao abandono de processo, o que gera a
aplicação da multa respectiva do artigo 265 do CPP18. Noutro diapasão, a
Sexta Turma, em julgamento apertado, decidiu por diferenciar abandono de causa
de abandono de plenário, isentando a multa interposta ao defensor que se retirou
durante o julgamento (STJ, RMS 51.511/SP, Rel. Maria Thereza de Assis Moura,
Rel. p/ Acórdão Sebastião Reis Júnior, j. em 22/08/2017).19
Considerando a dinâmica própria do Tribunal do Júri, bem como os potenciais
tópicos e fatos de conflitos que podem ocorrer, todos os envolvidos no julgamento
(incluindo, obviamente, juiz, acusação e defesa), precisam assumir suas
respectivas responsabilidades e criar um espaço de diálogo, buscando sempre
uma solução jurídica adequada para que um julgamento justo aconteça.
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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10
.Obviamente que, na hipótese de a ausência ser justificada, o magistrado deverá adiar a sessão de
julgamento. De maneira exemplificativa, decisão do Tribunal de Justiça de Sergipe: “APELAÇÃO
CRIMINAL – JÚRI – HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO (121, § 2º, INCISOS II E IV, C/C
Art. 14, INCISO II, AMBOS DO CÓDIGO PENAL) – PLEITO DE NULIDADE DO JÚRI –
ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA POR TER SIDO INDEFERIDO PEDIDO DE
ADIAMENTO DA SESSÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI COM INFORMAÇÃO DADA PELO
ADVOGADO DE QUE O RÉU ESTAVA EM ATENDIMENTO EM HOSPITAL – ACOLHIDO –
IMPOSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO DE PRONTUÁRIO MÉDICO SEM QUE O
ATENDIMENTO CLÍNICO TENHA SE ENCERRADO – VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA
AUTODEFESA E DA AMPLA DEFESA (Art. 5º, LV, CF/88) – RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO, COM O ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR DE NULIDADE” (TJ/SE. Apelação Criminal
nº 201700317131. Rel. Diógenes Barreto. J. em 30/01/2018).
11
.STF, HC 71.408/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 16/08/1999; RTJ 142/477, Rel. Min. Celso de Mello.
O direito de ter sua defesa patrocinada por defensor de sua escolha constava da antiga redação
do art. 449 do CPP. Veja-se, também: “APELAÇÃO CRIMINAL. RENÚNCIA DE
ADVOGADO CONSTITUÍDO NA VÉSPERA DA SESSÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI. DEFESA EM
PLENÁRIO REALIZADA PELA DEFENSORIA PÚBLICA. INOBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA
LIBERDADE DE ESCOLHA DOS DEFENSORES. NULIDADE PARCIAL DO FEITO. RECURSO
PROVIDO – Imperioso é o reconhecimento da nulidade parcial do feito quando evidenciada a
violação à regra da liberdade processual de escolha do defensor, resultante dos princípios
constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa.” (TJ/MG. Apelação Criminal
1.0079.11.033353-5/003, Rel. Adilson Lamounier, j. em 28/01/2020).
12
.STJ, 5ª Turma, RHC 101.833/CE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 23/04/19; STJ, 5ª Turma, HC
386.871/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 09/05/17; STJ, 6ª Turma, RHC 82.687/MG, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, j. em 05/09/19.
13
.Importante ressaltar: “PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. ADVOGADO CONSTITUÍDO. ABANDONO DA CAUSA. INTIMAÇÃO
PRÉVIA DO RÉU PARA CONSTITUIÇÃO DE NOVO ADVOGADO. NECESSIDADE. REMESSA
DOS AUTOS DIRETAMENTE À DEFENSORIA PÚBLICA. CERCEAMENTO DE DEFESA.
NULIDADE CONFIGURADA. 1. Após o abandono da causa pelo advogado à época constituído
pelo réu, não fora este previamente intimado para constituição de novo causídico, tendo o
Magistrado, após constatar que o mesmo estava recolhido em estabelecimento prisional,
determinado diretamente a remessa dos autos à Defensoria Pública. 2. Este Tribunal Superior
pelas duas Turmas que compõem a Terceira Seção, vêm afirmando que em respeito às garantias
constitucionais ao contraditório e à ampla defesa, verificada a inércia do profissional constituído,
configura cerceamento de defesa a nomeação direta de defensor dativo sem que antes seja dada
oportunidade ao acusado constituir novo advogado de sua confiança (HC n. 291.118/RR, Rel. Min.
Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 14/8/2014). E, ainda, que, ‘no caso de inércia do advogado
constituído, deve ser o acusado intimado para constituir novo advogado para a prática do ato,
inclusive por edital, caso não seja localizado e, somente caso não o faça, deve ser nomeado
advogado dativo, sob pena de, em assim não se procedendo, haver nulidade absoluta’ (REsp
n. 1.512.879/MA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 6/10/2016). 3. A escolha de
defensor, de fato, é um direito inafastável do réu, principalmente se levar em consideração que a
constituição de um defensor estabelece uma relação de confiança entre o investigado/réu e seu
patrono, violando o princípio da ampla defesa a nomeação de defensor dativo sem que seja dada a
oportunidade ao réu de nomear outro advogado, caso aquele já constituído nos autos, permaneça
inerte na prática de algum ato processual. 4. Patente o constrangimento ilegal no caso dos autos
decorrente da remessa direta do feito à Defensoria Pública diante do abandono da causa do
advogado constituído pelo réu, que se encontrava preso, sem sua prévia intimação para que,
querendo, indicasse outro causídico de sua confiança. 5. Agravo regimental não provido” (STJ,
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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AgRg no AREsp: 1213085 SP 2017/0308458-7, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
j. em15/03/2018).
14
.Verificado que o não comparecimento do defensor à sessão de julgamento se dá como estratégia
protelatória, a Defensoria Pública deverá, nesta segunda sessão, assumir os interesses do
pronunciado, obstando novos adiamentos. Desse modo, não se perfaz qualquer ilegalidade quanto
ao indeferimento de pedido de adiamento da sessão plenária, formulado sem motivação
adequada, consubstanciando abuso de defesa a atuação contraditória para protelar o andamento
processual. Em destaque: STJ, 5ª Turma, AgRg no HC 450.847/MA, Rel. Min. Felix Fischer,
j. 11/09/18; STJ, 6ª Turma, EDcl no AgRg no REsp 1.463.976/ES, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz,
j. 14/02/17. De outra forma, transcorrido o prazo fixado pelo juízo sem que o acusado constitua
novo defensor, é de rigor a indicação da Defensoria Pública: STJ, 6ª. Turma, HC 200.453/PE, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 10/12/2013, DJe 19/12/2013.15
.Salienta o magistério de André Peixoto de Souza, em que defende que “existem meios cabíveis e
vias processuais adequadas, previstas em lei, para qualquer insurgência ocorrida em plenário do
júri, muito bem capaz de resguardar a ampla defesa, em toda a amplitude hermenêutica dessa
garantia fundamental. O júri é a corte mais democrática já conhecida em toda a história.
Responsabilidade, respeito, civilidade, serenidade, ética, preparo, qualificação. Essas são as
principais características de um Tribuno do júri. O abandono de plenário fere todas elas”. SOUZA,
André Peixoto de. Júri: abandono de plenário. Canal Ciências Criminais, 2016. Disponível em:
<https://canalcienciascriminais.com.br/juri-abandono-de-plenario/>. Acesso em: 09/07/2020.
16
.“Ademais, ao agir desta forma, a parte que teve seu pedido negado, apodera-se de uma dupla
chance. Se o julgamento continuar, tem a chance de conseguir o resultado que almeja. Caso o
resultado seja desfavorável, terá uma tese coerente para anulação da sessão. Ao passo que no
abandono de plenário, além de não saber qual o resultado que poderia ser alcançado no
julgamento, as consequências vão além da eventual aplicação da multa (já mencionada supra),
uma vez que a imagem de quem abandona e do acusado ficam arranhadas perante a comunidade
local. Isso sem contar com a reputação do instituto do Tribunal do Júri, o qual ultimamente vem
sofrendo inúmeros ataques (a grande maioria injustos) por causa da frustração que o abandono
acarreta.” PEREIRA E SILVA, Rodrigo Faucz; AVELAR, Daniel Ribeiro Surdi de. O abandono do
Plenário no júri. Conjur, 2021. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2021-jun-12/tribunal-juri-
abandono-plenario-juri>. Acesso em: 6/11/2021.
17
. CPP. “Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso,
comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem
prejuízo das demais sanções cabíveis.”
18
.“PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
HOMICÍDIO. VIOLAÇÃO AO Art. 265 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. ABANDONO
INJUSTIFICADO DE PLENÁRIO POR ADVOGADO. IMPOSIÇÃO DE MULTA RESTABELECIDA.
REVALORAÇÃO JURÍDICA DE FATO INCONTROVERSO. INAPLICABILIDADE DO ÓBICE DA
SÚMULA N. 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A Quinta Turma tem rechaçado a postura de abandonar o plenário do Júri como tática da
defesa, considerando se tratar de conduta que configura sim abandono processual, apto, portanto,
a atrair a aplicação da multa do art. 265 do Código de Processo Penal. Precedentes (RMS
54.183/SP, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Rel. p/ Acórdão Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
QUINTA TURMA, DJe 2/9/2019). 1.1. No caso em tela, o Advogado abandonou o Plenário após
indeferido seu pleito de dissolução da sessão motivado no fato do representante da acusação ter
desenrolado perante os jurados um extrato de sistema com mais de 30 metros de folhas que
supostamente se tratava dos antecedentes criminais do réu” (STJ. AgRg no REsp 1.821.501/PR,
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. em 28/04/2020). Ainda: STJ. AgRg no REsp 1.636.861/SC, Rel.
Min. Ribeiro Dantas, j. em 03/03/2020.
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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19
.Veja também decisão do TJRS sobre a matéria: “CORREIÇÃO PARCIAL. TRIBUNAL DO JÚRI.
MULTA POR ABANDONO DO PROCESSO. HIPÓTESE NÃO CARACTERIZADA. PROCESSUAL
PENAL. PRELIMINAR DE NÃO-CONHECIMENTO SUSCITADA PELA PROCURADORIA DE
JUSTIÇA. AFASTADA. MEDIDA CABÍVEL. AUSÊNCIA DE RECURSO ESPECÍFICO.
FUNGIBILIDADE. Correição Parcial formulada contra decisão que condenou os advogados
requerentes ao pagamento de multa por abandono de processo, com fundamento no artigo 265 do
Código de Processo Penal. Embora o ato judicial atacado não caracterize simples erro ou abuso
que cause tumulto, inversão das fórmulas legais ou dilação abusiva de prazo, possível o
conhecimento da medida em razão do princípio da fungibilidade, considerando inexistir recurso
específico para a espécie. Deve ser admitida a correição parcial. Preliminar rejeitada. MÉRITO.
CONDUTA DA DEFESA CONSTITUÍDA. RETIRAR-SE DA SESSÃO PLENÁRIA POR
INCONFORMISMO COM DECISÃO QUE INDEFERIU PEDIDO DA DEFESA. ANUÊNCIA DO
RÉU. ABANDONO DO PROCESSO. NÃO-CONFIGURADO. A penalidade do artigo 265, do 
CPP, configura-se na hipótese em que o advogado abandona o processo de modo injustificado
e sem comunicar o juiz – o que não é o caso dos autos. Tal sanção não pode ser utilizada, como,
por exemplo, coibir o tumulto processual, a má-fé ou a desídia da defesa. Não se tratando de
hipótese prevista no artigo 265 do Código de Processo Penal, não cabe a aplicação de tal
penalidade, tendo em vista que a conduta da Defesa de se retirar do plenário – embora
controversa sob o ponto de vista da ética profissional e boa-fé processual – não configurou
abandono do processo, tendo sido previamente comunicada ao Juiz Presidente e contado com a
anuência do réu. Fato que não se enquadra na previsão legal do artigo 265 do Código de Processo
Penal. CORREIÇÃO PARCIAL JULGADA PROCEDENTE, POR MAIORIA” (TJ/RS. Correição
Parcial Criminal, Nº 70083418434, Rel. Rinez da Trindade, j. em: 12/03/2020).
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.7. Participação do defensor de um dos corréus na sessão de julgamento do
outro acusado
Questão controversa é a possibilidade de, diante do desmembramento do
processo envolvendo mais de um acusado, a participação do(s) outro(s)
defensor(es) no julgamento de cada corréu.
O Superior Tribunal de Justiça entende pela possibilidade do corréu – por
intermédio de sua defesa técnica – participar ativamente do interrogatório dos
demais acusados, mesmo em se tratando de processos distintos. Veja-se a
decisão que, inclusive, cita precedente do Supremo Tribunal Federal sobre a
questão.
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS (...) 6. PARTICIPAÇÃO NO
INTERROGATÓRIO DOS CORRÉUS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. 7. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. (...) 6. A jurisprudência pátria se firmou no sentido
de que “o interrogatório é meio de defesa que autoriza, no curso de sua realização, a
intervenção dos defensores, mesmo os de corréus: “O interrogatório judicial,
notadamente após o advento da Lei 10.792/2003, qualifica-se como ato de defesa
do réu. ‘A relevância de se qualificar o interrogatório judicial como um expressivo
meio de defesa do acusado conduz ao reconhecimento de que a possibilidade de o
réu co-participar, ativamente, do interrogatório judicial dos demais litisconsortes
penais passivos traduz projeção concretizadora da própria garantia constitucional da
plenitude da defesa, cuja integridade há de ser preservada por juízes e Tribunais, sob
pena de arbitrária denegação, pelo Poder Judiciário, dessa importantíssimafranquia
constitucional’ (HC. 94.016/SP, Rel. Min. Celso de Mello). (...). Inviabilizar a
participação dos defensores dos corréus no interrogatório do outro réu caracteriza
ofensa aos postulados do devido processo penal.” (HC 172.390/GO, Rel. Ministro
Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 16/12/2010, DJe 01/02/2011). 7. Habeas corpus
não conhecido. Ordem concedida de ofício, para restabelecer a decisão que autorizou
a participação da defesa do paciente no interrogatório dos corréus, confirmando,
assim, a liminar deferida. (STJ. HC 480.154/DF, Rel. Ministro Reynaldo Soares da
Fonseca, j. 21/02/2019).
Tal posicionamento, como dito alhures, também é referendado pelo STF20:
“HABEAS CORPUS” – POSSIBILIDADE DE QUALQUER DOS LITISCONSORTES
PENAIS PASSIVOS ACOMPANHAR O INTERROGATÓRIO DOS DEMAIS CORRÉUS,
NOTADAMENTE SE AS DEFESAS DE TAIS ACUSADOS
MOSTRAREM-SE COLIDENTES – PRERROGATIVA JURÍDICA CUJA LEGITIMAÇÃO
DECORRE DO POSTULADO CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA – DIREITO DE
PRESENÇA E DE COMPARECIMENTO DO RÉU AOS ATOS DE PERSECUÇÃO PENAL
EM JUÍZO – NECESSIDADE DE RESPEITO, PELO PODER PÚBLICO, ÀS
PRERROGATIVAS JURÍDICAS QUE COMPÕEM O PRÓPRIO ESTATUTO
CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE DEFESA – A GARANTIA CONSTITUCIONAL DO
“DUE PROCESS OF LAW” COMO EXPRESSIVA LIMITAÇÃO À ATIVIDADE
PERSECUTÓRIA DO ESTADO (INVESTIGAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL) – O
CONTEÚDO MATERIAL DA CLÁUSULA DE GARANTIA DO “DUE PROCESS” –
PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – MAGISTÉRIO DA DOUTRINA –
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CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO – RECURSO DE AGRAVO
IMPROVIDO. (...) possibilidade jurídico-constitucional de um dos litisconsortes penais
passivos, invocando a garantia do “due process of law”, ver assegurado o seu direito
de formular reperguntas aos corréus no respectivo interrogatório judicial. – Assiste a
cada um dos litisconsortes penais passivos o direito – fundado em cláusulas
constitucionais ( CF, art. 5º, incisos LIV e LV) – de formular reperguntas aos
demais corréus, que, no entanto, não estão obrigados a respondê-las, em face da
prerrogativa contra a autoincriminação, de que também são titulares. O desrespeito a
essa franquia individual do réu, resultante da arbitrária recusa em lhe permitir a
formulação de reperguntas, qualifica-se como causa geradora de nulidade processual
absoluta, por implicar grave transgressão ao estatuto constitucional do direito de
defesa. Doutrina. Precedentes do STF. (STF, HC 111.567 AgR, Relator(a): Celso de
Mello, Segunda Turma, j. 05/08/2014).
Entretanto, a atuação, como nas decisões retrocitadas, fica circunscrita ao
interrogatório do corréu. Ou seja, não existe previsão para que a atuação ilimitada
do defensor do corréu no julgamento do primeiro, ainda mais quando as teses
forem conflitantes entre si.
“Caso contrário, teríamos uma situação amplamente prejudicial ao acusado que
está sendo julgado naquele momento, eis que, em tese, tanto a acusação quanto a
defesa dos demais acusados estariam em posição antagônica à defesa. Tal situação
poderia: 1) gerar ampla disparidade de armas, pois as defesas daqueles que forem
julgados antes não participarão do julgamento posterior; e 2) provocar incidentes e
intervenções que atrapalhariam o curso do julgamento.”21
Para que o defensor do corréu que não será julgado naquele momento participe
do julgamento antecedente, sugerimos que requeira sua participação com
antecedência. Caso o magistrado rejeite a participação, deve o interessado
impetrar Habeas Corpus, eis que tal decisão viola diretamente a plenitude de
defesa e o contraditório.
Todavia, salienta-se que, pelo viés da nulidade, por não existir previsão legal
sobre a possibilidade da atuação da defesa no interrogatório do julgamento do
outro corréu, o STJ decidiu que há necessidade de demonstração de efetivo
prejuízo na negativa da participação.
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. (...)
HOMICÍDIO QUALIFICADO (Art. 121, § 2º, INCISOS II E IV, DO CP). NULIDADE.
INDEFERIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA DEFESA NO JULGAMENTO DE OUTRO
CORRÉU. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. SÚMULA 523 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. MÁCULA INEXISTENTE. RECURSO
IMPROVIDO. A despeito da ausência de previsão legal para a participação do
advogado da defesa no julgamento de corréu na ação penal, consolidou-se no âmbito
dos Tribunais Superiores o entendimento de que a alegação de nulidade, para ser
apta a macular a prestação jurisdicional, deve ser acompanhada da demonstração de
efetivo prejuízo para o acusado, o que inocorre na hipótese. Enunciado 523 da
Súmula do Supremo Tribunal Federal. (...) (STJ. AgRg no AREsp 486.618/SC, Rel. Min.
Jorge Mussi, j. em 15/03/2018).
Por fim, importante frisar que, apesar da possibilidade da presença em plenário
da defesa técnica do outro acusado, na prática, esta situação poderá não surtir
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efeitos por conta do exercício do direito ao silêncio do acusado. Isso porque o
acusado “poderá exercer a sua autodefesa apenas para algumas perguntas e para
determinados agentes que realizem essas indagações”22. Isto é, o acusado poderá
silenciar para as perguntas do defensor do corréu e, caso decida neste sentido,
nada poderá ser feito.
 
20
.Veja-se também: “HABEAS CORPUS” (...) NECESSIDADE DE RESPEITO, PELO PODER
PÚBLICO, ÀS PRERROGATIVAS JURÍDICAS QUE COMPÕEM O PRÓPRIO ESTATUTO
CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE DEFESA – A GARANTIA CONSTITUCIONAL DO “DUE
PROCESS OF LAW” COMO EXPRESSIVA LIMITAÇÃO À ATIVIDADE PERSECUTÓRIA DO
ESTADO (INVESTIGAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL) – O CONTEÚDO MATERIAL DA
CLÁUSULA DE GARANTIA DO “DUE PROCESS” – INTERROGATÓRIO JUDICIAL – NATUREZA
JURÍDICA – MEIO DE DEFESA DO ACUSADO – POSSIBILIDADE DE QUALQUER DOS
LITISCONSORTES PENAIS PASSIVOS FORMULAR REPERGUNTAS AOS DEMAIS CO-RÉUS,
NOTADAMENTE SE AS DEFESAS DE TAIS ACUSADOS SE MOSTRAREM COLIDENTES –
PRERROGATIVA JURÍDICA CUJA LEGITIMAÇÃO DECORRE DO POSTULADO
CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA – PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(PLENO) – MAGISTÉRIO DA DOUTRINA – CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO –
“HABEAS CORPUS” CONCEDIDO “EX OFFICIO”, COM EXTENSÃO DE SEUS EFEITOS AOS
CO-RÉUS. (...)POSSIBILIDADE JURÍDICA DE UM DOS LITISCONSORTES PENAIS PASSIVOS,
INVOCANDO A GARANTIA DO “DUE PROCESS OF LAW”, VER ASSEGURADO O SEU DIREITO
DE FORMULAR REPERGUNTAS AOS CO-RÉUS, QUANDO DO RESPECTIVO
INTERROGATÓRIO JUDICIAL. – Assiste, a cada um dos litisconsortes penais passivos, o direito –
fundado em cláusulas constitucionais ( CF, art. 5º, incisos LIV e LV) – de formular
reperguntas aos demais co-réus, que, no entanto, não estão obrigados a respondê-las, em face da
prerrogativa contra a auto-incriminação, de que também são titulares. O desrespeito a essa
franquia individual do réu, resultante da arbitrária recusa em lhe permitir a formulação de
reperguntas, qualifica-se como causa geradora de nulidade processual absoluta, por implicar grave
transgressão ao estatuto constitucional do direito de defesa. Doutrina. Precedente do STF. (STF,
HC 94016, Relator(a): Celso de Mello, Segunda Turma, j. 16/09/2008).
21
.PEREIRA E SILVA, Rodrigo Faucz; SAMPAIO, Denis; AVELAR, Daniel Ribeiro Surdi de. A
participação do defensor de corréu na sessão de julgamento do outro acusado. Conjur, 2021.
Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2021-out-09/tribunal-juri-participacao-defensor-correu-
sessao-julgamento-outro-acusado>. Acesso em: 6/11/2021.
22
.Idem.
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3.8. Ausência do acusado solto e devidamente intimado
Realizar-se-á o julgamento do acusado solto que tiver sido devidamente
intimado, independentemente de o crime ser ou não inafiançável (diferenciação
levada a efeito pela anterior redação do art. 451 do CPP23). Em homenagem
ao direito constitucional ao silêncio ( CF, art. 5º, LXIII), o acusado não pode
ser compelido a participar da sessão de julgamento24. Porém, tampouco a sessão
será adiada pela sua ausência voluntária e imotivada. Na dicção de Firmino
Whitaker: “(...) obrigar o réu, pela força, é providência arbitrária e talvez improfícua,
podendo não evitar excessos e violências perturbadoras da serenidade dos
trabalhos; e adiar a sessão é pôr os direitos da sociedade, a mercê dos caprichos
do réu”.25
O exercício da sua autodefesa (p. ex., quando do interrogatório) pode ser
dispensado por ato de vontade tecnicamente assistida. Entretanto, caso o acusado
solto apresente justificativa prévia e fundamentada em fato que o impeça de estar
presente ao julgamento (p. ex., doença contagiosa ou fato impeditivo de sua
locomoção até o tribunal), o adiamento da sessão é de rigor, sob pena de malferir a
plenitude de defesa.
É imprescindível, porém, que o acusado seja devidamente cientificado da data
agendada para a sessão de julgamento. Em se tratando de réu solto não
encontrado para intimação pessoal, deverá ser realizada sua intimação por edital,
nos termos do artigo 420, parágrafo único, do Código de Processo Penal. Caso a
intimação seja inválida, haverá nulidade da sessão de julgamento, devendo ser o
acusado, por consequência, submetido à nova sessão plenária26.
 
23
.Na redação precedente e já revogada, apenas nos crimes à época afiançáveis seria possível a
realização do júri sem a presença do acusado. Ausente o réu e tratando-se de crimes
inafiançáveis, o júri deveria ser adiado para a sessão periódica seguinte, caso não pudesse ser
realizado na que estivesse em curso ( CPP, art. 451). Nesse caso, era comum a decretação
da prisão preventiva do acusado, eis que, estar solto por si só já representava exceção ao
comando do art. 312 do CPP que, em sua redação originária, determinava que a prisão
preventiva fosse decretada nos crimes a que fosse cominada pena de reclusão por tempo, no
máximo, igual ou superior a dez anos. Apenas com a Lei n. 5.349/1967 foi suprimida a regra da
prisão preventiva obrigatória.
24
.Nesse sentido, consta da exposição de motivos: “O anteprojeto permite a realização do
julgamento sem a presença do acusado que, em liberdade, poderá exercer a faculdade de não
comparecimento como um corolário lógico do direito ao silêncio constitucionalmente assegurado.
O acusado preso poderá requerer a dispensa de comparecimento à sessão de julgamento, sem
prejuízo de sua realização. A prisão provisória, que era regra, converteu-se em exceção, de modo
que a exigência do acusado solto em plenário como condição para o julgamento já não se
harmoniza com o novo sistema” (Exposição de Motivos, Mensagem 209, Diário da Câmara dos
Deputados, 30 mar. 2001, p. 09462).
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05/02/2022 07:38 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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25
.WHITAKER, Firmino. Jury. Estado de S. Paulo. Seção de obras d’ “O Estado de S. Paulo”: 1926,
p. 73.
26
.STJ, 5ª Turma, HC 374.752/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. em 14/02/17; STJ, 5ª
Turma, AgRg no Resp 1.310.997/SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. em 03/05/18; STJ, 6ª Turma,
RHC 47.108/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. em 18/12/14. No mesmo sentido é o
entendimento do Supremo Tribunal Federal: STF, RHC 176.029, Min. Roberto Barroso, j. em
24/09/19; STF, 2ª Turma, HC 112.860/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 28/08/12.
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3.9. Ausência do acusado preso e não conduzido
Se ausente o acusado preso, o julgamento será adiado para o primeiro dia
desimpedido da mesma reunião. A sessão apenas será realizada se “houver
pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor” ( CPP,
art. 457, § 2º). Note-se que a legislação exige a dupla cumulação de vontades,
ou seja, tanto o acusado preso quanto o seu defensor deverão externar o mesmo
desejo27. Em caso de divergência, o julgamento deverá ser adiado. Na lição de
Badaró, “se a vontade do acusado for, realmente, ser julgado sem estar presente,
caberá destituir seu defensor e constituir um novo, que concorde com o julgamento
sem sua presença”28. Em caminho diverso, a prevalecer a ideia de que o acusado
poderia ser conduzido coercitivamente para a sessão de julgamento a pedido de
sua defesa técnica, isso acarretaria flagrante prejuízo para a sua autodefesa. O
desconforto do réu de se fazer presente em plenário contra a sua vontade seria
facilmente percebido pelos jurados, especialmente quando do momento do seu
interrogatório ou do exercício do direito ao silêncio, fato que, pela ausência de
técnica, seria nocivo à sua defesa.
APELAÇÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO. PRELIMINAR. NULIDADE DO JULGAMENTO
PERANTE O TRIBUNAL DO JÚRI DECORRENTE DA NÃO INTIMAÇÃO DO RÉU
PRESO. ACUSADO QUE NÃO FOI CONDUZIDO A PLENÁRIO. VERIFICAÇÃO.
VIOLAÇÃO AO ART. 457, § 2º, CPP. NULIDADE ABSOLUTA DECORRENTE DA
OMISSÃO DE FORMALIDADE ESSENCIAL DO ATO E CERCEAMENTO DO DIREITO DE
DEFESA. INTELIGÊNCIA DO ART. 564, III, g, e IV, DO CPP E ART. 5º, LV, 
CF/1988. PREJUDICADA ANÁLISE MERITÓRIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO
(TJBA, APL: 03250768120138050001, Rel. Nilson Soares Castelo Branco, julgado em
19/07/2017).
EMBARGOS INFRINGENTES. CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. TESE DE
NULIDADE PELA AUSÊNCIA DO RÉU PRESO À SESSÃO DE JULGAMENTO.
ACUSADO QUE NÃO FOI CONDUZIDO AO PLENÁRIO. DEFENSOR QUE SE INSURGIU
OPORTUNAMENTE ACERCA DA NÃO CONDUÇÃO DO RÉU. NÃO CUMPRIMENTO DO
DISPOSTO NO Art. 457, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NECESSIDADE DE
MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DO DEFENSOR E DO RÉU NO CASO DA AUSÊNCIA
DESTE. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. NULIDADE ABSOLUTA.
EMBARGOS ACOLHIDOS PARA ANULAR O JULGAMENTO. (TJPR, 2ª C. Criminal em
Composição Integral, EIC – 1212329-6/01, Rel. Juiz Marcel Guimarães Rotoli de
Macedo, j. em 09.07.2015).
No que concerne à imprescindibilidade de que o pedido de dispensa seja
assinado pelo acusado e o seu causídico, a Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça já entendeu pela não caracterização de nulidade processual na hipótese
em que o acusado preso não foi conduzido à sessão plenária em razão de pleito
de dispensa (somente) por ele subscrito, sob o fundamento de que seu defensor
estava presente no referido ato processual e não demonstrou irresignação em
relação ao não comparecimento do pronunciado:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EM
HABEAS CORPUS. TRIBUNAL DO JÚRI. ALEGAÇÃO DE NULIDADE POR AUSÊNCIA
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DE COMPARECIMENTO DE RÉU PRESO NA SESSÃO DE JULGAMENTO. PEDIDO DE
DISPENSA ASSINADO PELO ACUSADO. DEFENSOR PRESENTE NA AUDIÊNCIA.
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Consta dos autos ter havido pedido de dispensa
subscrito pelo acusado. Além disso, o defensor esteve presente na sessão e não
apontou nulidade durante o julgamento. 2. Embargos de declaração rejeitados. (STJ,
6ª. Turma, EDcl no RHC 101.715/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 27/11/2018).
 
27
.De acordo com Fauzi Hassan: “Não estabelece a lei qualquer solenidade para a manifestação,
bastando que seja certificada nos autos”. (CHOUKR, Fauzi Hassan. Júri. Reformas, Continuísmos
e Perspectivas Práticas. Rio de Janeiro: Lúmen Júris: 2009, p. 127).
28
.BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de 2008
e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2008, p. 152. Também, vislumbrando a prevalência da manifestação de vontade do
réu em detrimento de sua defesa técnica: CUNHA, Rogério Sanches. PINTO, Ronaldo Batista.
Tribunal do júri. Procedimento especial comentado por artigos. Salvador: JusPodivm: 2015, p. 212-
213. Para os autores acima citados, deve ser aplicado o mesmo raciocínio constante da Súmula
705 do STF.
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3.10. Ausência do acusado e condução coercitiva para fins de
reconhecimento
Existe divergência doutrinária quanto à possibilidade de o acusado ser
conduzido coercitivamente para fins de reconhecimento pessoal perante o
Conselho de Sentença.
Em consonância com Aury Lopes Jr., por força do princípio do nemo tenetur se
detegere, o acusado não pode ser compelido a participar de acareações,
reconhecimentos e examespericiais. Além disso, não poderá sofrer nenhum
prejuízo ao omitir-se de colaborar com a atividade probatória ou permanecer em
silêncio quando do seu interrogatório. Para o autor, o acusado deverá ser
previamente informado da realização do reconhecimento e poderá optar em
participar ou não, sendo de todo vedado o reconhecimento informal29.
Outro segmento da doutrina costuma fazer a diferenciação entre a exigência de
um comportamento ativo do acusado (facere) e o passivo (tolere). O primeiro seria
vedado por obrigar o réu à cooperação na produção de provas em seu desfavor (p.
ex.: acareação, reconstituição do crime, exames periciais etc.). Já o segundo, seria
permitido por, em tese, não exigir do acusado qualquer colaboração ativa30.
Admitindo-se a condução coercitiva para fins de reconhecimento:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. TRIBUNAL DO JÚRI. (…) INTERROGATÓRIO.
PRIMEIRA ETAPA DO ATO. QUALIFICAÇÃO. PRESENÇA IMPERIOSA DO ACUSADO À
AUDIÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO. (…) 4. Permite-se ao acusado o não
comparecimento à assentada de instrução, como manifestação do seu direito de
defesa. Contudo, se o Juízo insistir na sua presença, à vista de dúvida razoável sobre
a sua identidade, poderá determinar sua condução coercitiva. 5. A primeira parte do
interrogatório não se relaciona com o direito de não produzir prova contra si. O direito
a não se autoincriminar diz respeito ao mérito da pretensão punitiva, não à
identificação do investigado/acusado. (…) (STJ, RHC 126.362/BA, Rel. Min.Rogério
Schietti Cruz, j. em 22/09/2020)
Entretanto, como será discorrido no item 5.12, o reconhecimento em Plenário,
por si, constitui meio de prova inviável no Plenário do Júri, encontrando barreiras
técnicas e científicas insuperáveis.
 
29
.Conforme aduz: “É uma perigosa informalidade quando um juiz questiona a testemunha ou vítima
se ‘reconhece(m) o(s) réu(s) ali presente(s) como sendo o(s) autor(es) do fato’. Essa ‘simplificação’
arbitrária constitui um desprezo à formalidade do ato probatório, atropelando as regras do devido
processo e, principalmente, violando o direito de não fazer prova contra si mesmo. Por mais que os
tribunais brasileiros façam vista grossa para esse abuso, argumentando às vezes em nome do
‘livre convencimento do julgador’, a prática pode ensejar nulidade”. (LOPES JR., Aury. Direito
processual penal. São Paulo: Saraiva, 2019. https://bit.ly/32d76sT. Acessado em 12/07/2020).
30
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https://bit.ly/32d76sT
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.Veja-se, por exemplo, o entendimento de Renato Brasileiro de Lima: “(...) em relação às provas
que demandam apenas o acusado tolere a sua realização, ou seja, aquelas que exijam uma
cooperação meramente passiva, não se há falar em violação ao nemo tenetur se detegere. O
direito de não produzir prova contra si mesmo não persiste, portanto, quando o acusado for mero
objeto de verificação. Assim, em se tratando de reconhecimento pessoal, ainda que o acusado não
queira voluntariamente participar, admite-se sua execução coercitiva”. (LIMA, Renato Brasileiro
de. Manual de processo penal, 8ª. Ed. Salvador: JusPodivm, 2020, p. 77. No mesmo sentido:
MENDONÇA, Andrey Borges de. Nova reforma do Código de Processo Penal, São Paulo: Método,
2008, p. 67 e 69).
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3.11. Ausência da(s) testemunha(s) arrolada(s) em caráter de
imprescindibilidade
Se uma testemunha intimada em caráter de imprescindibilidade ( CPP, art. 
422) deixar de comparecer ao julgamento, o juiz presidente deverá suspender
os trabalhos e determinar a sua condução até o tribunal. A produção da prova
testemunhal imprescindível é consectário do direito à prova e do devido processo
legal, e ganha uma dimensão ainda maior no procedimento do Tribunal do Júri.
Obviamente que tal diligência pode se mostrar pouco exitosa em grandes
centros, eis que a testemunha pode se encontrar longe do tribunal e isso
demandaria um grande lapso temporal, sem a certeza de que a diligência seria
frutífera. Diante disso, outra solução possível é o adiamento do ato para o primeiro
dia útil desimpedido, ordenando-se a condução ou requisitando-se que a
autoridade policial promova a apresentação da testemunha faltosa ( CPP, art. 
461, § 1º). Neste caso, se no dia designado para a nova sessão de julgamento
a testemunha deixar novamente de comparecer, o julgamento será realizado
mesmo na sua ausência ( CPP, art. 461, § 2º), devendo haver sensibilidade
sobre circunstâncias excepcionais31.
Sob o tema, destaca-se trecho do voto proferido pelo Min. Celso de Mello, quando
do julgamento do HC 175.889: “(...) por representar uma das projeções
concretizadoras do direito à prova, configurando, por isso mesmo, expressão de uma
inderrogável prerrogativa jurídica, não pode ser negado ao réu o direito de ver
inquiridas em Plenário do Júri as testemunhas que arrolou, além dos peritos oficiais e
assistentes técnicos ( CPP, art. 159, §§ 3º e 5º, incisos I e II, c/c o art. 422), sob
pena de inqualificável desrespeito ao postulado constitucional do “due process of
law”. (STF, 2ª. Turma, HC n. 175.889/SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 20/04/2020).
 
31
.Em sentido diverso, entendendo que o julgamento deva prosseguir caso a parte interessada não
indique imediatamente a localização da testemunha: “Se a testemunha for arrolada na fase do art. 
422 do CPP e efetivamente intimada, mas ela não comparece na sessão plenária do Júri, o
juiz deve determinar a sua condução coercitiva para a própria sessão. (...). Caso não seja
localizada e a parte que requereu a condução coercitiva não informe o endereço onde possa ser
encontrada a testemunha naquele exato momento (ou seja, consideradas esgotadas as tentativas
de cumprimento da diligência), a sessão plenária do Júri deverá prosseguir, pois não há qualquer
motivo para o seu adiamento. É o que determina o § 2º do art. 461 do CPP: ‘O julgamento
será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no local indicado, se
assim for certificado por oficial de justiça’.” (LUNARDI, Fabrício Castagna. Gestão Processual no
Tribunal do Júri: CNJ, Brasília, 2020, p. 53-54).
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3.12. Ausência da(s) testemunha(s) arrolada(s) sem caráter de
imprescindibilidade
Noutro giro, deixando-se de arrolar a testemunha em caráter de
imprescindibilidade, não há nulidade na continuidade do feito mesmo com a sua
ausência.32 Por outro lado, nada impede que o magistrado, ciente da importância
da oitiva da testemunha ausente, possa, no intuito de preservar a paridade de
armas, designar nova data para a realização do júri buscando ouvir a testemunha
faltante.
Nesse sentido e, em exegese ao art. 461 do Código de Processo Penal, a
5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça asseverou a possibilidade de adiamento
da sessão de julgamento para a oitiva de testemunhas de acusação, a despeito de
não terem sido arroladas pela parte como indispensáveis33. Embora neste
julgamento de 2018 não existisse cláusula de imprescindibilidade, não foram
vislumbradas quaisquer nulidades quanto à inquirição das testemunhas em nova
sessão plenária designada. Em suma, é possível aferir que “se as testemunhas
faltantes à sessão de julgamento não foram arroladas com a cláusula de
imprescindibilidade, afasta a obrigatoriedade de adiamento do julgamento, porém
não impede que seja redesignada se presente a justa causa para tanto”34.
De todo modo, compete à parte indicar a localização precisa da testemunha
que deseja seja intimada a comparecer à sessão de julgamento, inexistindo o
dever de diligenciar por parte do Poder Judiciário35 no intuito de localizar a
testemunha que não foi encontrada, seja por dados insuficientes, seja pela
equivocada indicação do seu paradeiro36. Porém, retornando infrutífero o mandado
de intimação, compete ao juízo dar ciência às partes, facultando-se a indicação do
novo paradeiro da testemunha anteriormente não encontrada, a qual deverá ser
intimada naquele local, sem prejuízo da realização da sessão de julgamento.
A ausência injustificada da testemunha implicará na imposição de multa de um
a dez salários-mínimos, dosando-se de acordo com a sua condição econômica e
incorrerá no crime de desobediência (art. 458 e § 2º do art. 436, ambos do 
CPP). Para tanto, a advertência quanto ao crime de desobediência deverá constar
do mandado de intimação ou, tratando-se de intimação por via postal, a
comprovação de ter sido recebida pessoalmente pela testemunha37.
Caso a testemunha justifique satisfatoriamente o motivo do não
comparecimento, não se imporá multa ou incorrerá em crime. Diferentemente do
que ocorre com os jurados ( CPP, art. 443), o CPP não disciplina o prazo
limite para que a testemunha justifique a sua ausência. Para a dinâmica dos
trabalhos em plenário, o ideal seria que a justificativa ocorresse antes da sessão
plenária. Porém, diante de uma hipótese de força maior, nada impede que a
explicação ocorra mesmo após a realização da sessão.
A testemunha que residir fora da comarca não é obrigada a se deslocar e
comparecer à sessão de julgamento, mesmo quando arrolada com cláusula de
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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imprescindibilidade, mas poderá ser ouvida (preferencialmente) pelo sistema de
videoconferência38 ou até por carta precatória.39
 
32
.É a orientação jurisprudencial: STJ, 5ª. Turma, RHC n. 101.271/SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares
da Fonseca, j. em 06/12/2018; STJ, 6ª Turma, RHC 88.871/MA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, j. em 15/05/18; STJ, 6ª Turma, HC 131.509/DF, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, j. em
21/06/16; STJ, 5ª Turma, RHC 40.368/PB, Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 21/11/13.
33
.STJ, 5ª Turma, REsp 1.729.340/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 25/09/18.
34
.STJ, 5ª Turma, REsp 1.729.340/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 25/09/18.
35
.STJ, 06ª. Turma, HC 158.902/SC, Rel. Ministro Og Fernandes, j. em 06/09/2011.
36
.STJ, 5ª. Turma, AgRg no AREsp n. 1.168.233/ES, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
j. em 06/11/2018.
37
.Conforme disciplina o STJ, “para configuração do crime de desobediência é necessário que haja a
notificação pessoal do responsável pelo cumprimento da ordem, de modo a se demonstrar que
teve ciência inequívoca da sua existência e, após, teve a intenção deliberada de não cumpri-la”.
(STJ, 06ª. Turma, HC n. 226.512/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 09/10/2012).
38
.Guilherme de Souza Nucci entende não ser necessária a oitiva – por carta precatória – de
testemunha residente fora da comarca da sessão de julgamento, caso o seu depoimento já tenha
sido prestado anteriormente. Aduz que, por medida de economia processual, “não há sentido
algum em se colher, novamente, o testemunho de alguém que já foi ouvido nafase da formação da
culpa exatamente sobre os mesmos fatos” (NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do júri, 6ª. ed.
ver., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2015, pp. 149-150). Não compartilhamos do mesmo
entendimento. Os processos que envolvem os crimes dolosos contra a vida são, via de regra,
demorados. Não apenas pela dificuldade de muitas vezes se descobrir a autoria (os casos de
prisão em flagrante em crimes de homicídio são reduzidos), mas pelo próprio procedimento
escalonado, com o manejo de recursos da decisão proferida no sumário de culpa. Outrossim, se
aproximando ao momento do julgamento, muitas vezes o acusado acaba por contratar um
profissional talhado para o plenário, substituindo ou somando-se ao seu antigo defensor. Dessa
forma, é possível que fatos outros precisem de melhor esclarecimento, seja pela sua descoberta
após o primeiro depoimento prestado pela testemunha, seja pela melhor análise do caso feita pelo
novo defensor. Assim, diante do princípio da plenitude defesa e pela inexistência de regra que
vede a oitiva de testemunha por carta precatória, não nos parece correto que, por economia
processual, tal direito seja eclipsado. Também merece destaque a Recomendação n. 55, de
08/10/2019, do CNJ que, em seu art. 3º, sugestiona aos Tribunais de Justiça e aos Tribunais
Regionais Federais que promovam investimento voltados à plena adoção do sistema de
videoconferência durante as sessões do Tribunal do Júri, o que por certo trará uma melhor
qualidade na captação da prova e gerará economia para a prática dos atos processuais. Por fim,
lembra-se que um tribunal do júri de matriz acusatória deve ser pautado na imediatividade da
colheita da prova, de modo a buscar a originalidade cognitiva dos jurados. Isto é, a decisão
primordialmente deve ser tomada com base nas provas produzidas perante os juízes naturais.
39
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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.STF, 2ª Turma, HC 82.281, Rel. Min. Maurício Côrrea, j. 26/11/2002, DJe. 01/08/2003). Na mesma
perspectiva é a jurisprudência exarada pela Quinta e Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça
(STJ, 5ª Turma, HC 129.377/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 22/11/2011; STJ, 6ª Turma, HC
26.528/SC, Rel. Min. Paulo Gallotti, j. 20/05/2004.
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3.13. Da (im)possibilidade da oitiva de informantes no Tribunal do Júri
A jurisprudência dos tribunais superiores caminha no sentido da inaplicabilidade do disposto no art. 401, § 1º, do CPP,
ao Tribunal do Júri. Conforme precedente do Superior Tribunal de Justiça, a norma disposta no art. 406, § 2º, do 
CPP é especial e não prevê que, além do número legal (oito testemunhas na primeira fase e cinco na segunda), possam ser
ouvidas as que não prestam o compromisso legal e as referidas. Porém, excepcionalmente, para os casos de extrema e
comprovada necessidade, as testemunhas que não prestam compromisso e as referidas podem ser ouvidas como testemunhas
do juízo:
(...). 4. Não há previsão legal, no rito do Tribunal do Júri, para oitiva de informantes, nada obstante a que – como ocorreu na
espécie – o Juízo consigne que os informantes, se necessário, serão ouvidos como testemunhas do juízo. (...). (STJ, 6ª. Turma, RHC
40.587/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, j. em 01/09/2015).
A mesma orientação foi compartilhada pelo Supremo Tribunal Federal.
(...). 4. O rito especial do Tribunal do Júri limita o número de testemunhas a serem inquiridas e, ao contrário do procedimento
comum, não exclui dessa contagem as testemunhas que não prestam compromisso legal. Ausência de lacuna a ensejar a aplicação
de norma geral, preservando-se, bem por isso, a imperatividade da regra especial. (...). (STF, HC 131.158, Rel. Min. Edson Fachin,
j. em 26/04/2016).
Contudo, recomendamos sensibilidade na decisão destas questões em Plenário, eis que, dependendo da complexidade e
das particularidades do caso concreto, deve-se viabilizar a atuação ativa na produção das provas pelas partes. Aliás, trata-se do
consectário do próprio sistema acusatório. Acusação e defesa, em respeito ao contraditório e o fair trial, não podem ser
impedidas de apresentar aos jurados – juízes naturais da causa – os elementos probatórios que entenderem conveniente,
exetuando-se as hipóteses de evidente abuso.
 
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.14. Da oitiva do(s) ofendido(s)
Nos termos do art. 201, caput, do CPP, “sempre que possível, o ofendido
será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou
presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar”. A mesma norma é
espelhada no art. 411 do CPP, o qual igualmente determina a oitiva do
ofendido “se possível”. Compreende-se dos artigos em questão o dever de
oitiva do ofendido, mesmo quando não tenha sido arrolado pelas partes, salvo
impossibilidade material40. Por outro lado, a sua oitiva não é condição sine qua
non para a prolação da sentença41 e, em hipóteses restritas, sua inquirição pode
ser dispensada motivadamente pelo magistrado, pois não há um direito absoluto à
produção da prova42. Em caso sui generis, com elevado número de vítimas, o STJ
assentou a desnecessidade da oitiva de todas elas:
(...). 1. Muito embora o art. 201 do CPP tenha previsto que o ofendido será
ouvido sempre que possível, a oitiva de todas as vítimas não é prova imprescindível
para a condenação. O processo penal brasileiro pauta-se pelo princípio do livre
convencimento motivado, podendo o magistrado fazer livre apreciação da prova,
desde que apresente de forma clara as suas razões de decidir. 2. Na hipótese, além de
não ser necessária a oitiva das 636 vítimas, a adoção dessa medida traria grave
prejuízo não só à marcha processual, como também à regular tramitação dos demais
feitos de que se ocupa a Vara de origem. (...). (STJ, 6ª. Turma, RHC 40.587/RS, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, j. em 01/09/2015).
A decisão foi referendada pelo Supremo Tribunal Federal:
(...) 2. A obrigatoriedade de oitiva da vítima deve ser compreendidaà luz da
razoabilidade e da utilidade prática da colheita da referida prova. Hipótese de
imputação da prática de 638 (seiscentos e trinta e oito) homicídios tentados, a revelar
que a inquirição da integralidade dos ofendidos constitui medida impraticável.
Indicação motivada da dispensabilidade das inquirições para informar o
convencimento do Juízo, forte em critérios de persuasão racional, que, a teor do
artigo 400, § 1º, CPP, alcançam a fase de admissão da prova. Ausência de
cerceamento de defesa. (...). (STF, HC 131.158, Rel. Edson Fachin, Primeira Turma,
j. em 26/04/2016).
Mais uma vez recomendamos prudência no sentido de não prejudicar o direito
das partes na produção probatória necessária para sustentação adequada de suas
respectivas teses. O julgamento constitui momento solene em que as provas são
apresentadas perante os juízes de fato, sendo que as partes carecem possuir
ampla liberdade para contribuir com a formação decisória dos jurados.
 
40
.APELAÇÃO CRIMINAL. TRIBUNAL DO JÚRI. (...) CONSELHO DE SENTENÇA QUE DECIDE
PELA ABSOLVIÇÃO DOS ACUSADOS. RECURSO DA ACUSAÇÃO. ALEGAÇÃO DE
CERCEAMENTO DE DEFESA PELA NÃO INTIMAÇÃO DOS OFENDIDOS. CONSIGNAÇÃO DA
INSURGÊNCIA MANIFESTADA NA ATA. AUSÊNCIA DE PRECLUSÃO. JUÍZO QUE ENTENDEU
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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QUE INCUMBIA AO MINISTÉRIO PÚBLICO O REQUERIMENTO DA OITIVA DAS VÍTIMAS.
ENTENDIMENTO QUE NÃO SE MOSTRA COMPATÍVEL COM A EXEGESE DOS ARTIGOS 422,
431 E 473. OFENDIDO QUE NÃO SE EQUIPARA A TESTEMUNHA. NECESSIDADE DE
INTIMAÇÃO DO OFENDIDO, A SER DETERMINADO DE OFÍCIO PELO JUÍZO, QUANDO
POSSÍVEL. NA ESPÉCIE, OFENDIDOS QUE SE ENCONTRAM EM LOCAL CERTO E
ACESSÍVEL, INCLUSIVE JÁ FORAM INTIMADOS EM OUTRA OCASIÃO. NULIDADE QUE
APESAR DE SER RELATIVA, ACARRETOU EVIDENTE PREJUÍZO A ACUSAÇÃO. MAL
FERIMENTO AO PRINCÍPIO DA PARIDADE DAS ARMAS. TESE DEFENSIVA QUE NÃO PÔDE
SER CONTRAPOSTA NO PLENÁRIO. ACOLHIMENTO DO RECURSO PARA ANULAÇÃO DO
JÚRI E DETERMINAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE NOVO JÚRI, COM A DEVIDA INTIMAÇÃO DOS
OFENDIDOS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJSC, Apelação Criminal n. 0000302-
18.2019.8.24.0067, Rel. Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer, j. em 16/04/2020).
41
.“(...). Ainda que o art. 201 do CPP tenha previsto que o ofendido será ouvido sempre que
possível, a oitiva da vítima não é prova imprescindível para a condenação. O processo penal
brasileiro se pauta pelo princípio do livre convencimento motivado, podendo o magistrado fazer
livre apreciação da prova, desde que apresente de forma clara as suas razões de decidir”. (STJ,
HC n. 44.229/RJ, Min. Félix Fischer, 5ª T., j. em 13/12/2005).
42
.Conforme pontuou o Min. Fachin quando do julgamento do HC 131.158: “(...) a produção de
quaisquer provas desafia um juízo mínimo de adequação aos anseios processuais das partes que
personificam a dialética processual. Embora a lei processual penal presuma a relevância da oitiva
da vítima, tal inferência submete-se ao prudente crivo do Estado-Juiz”. Igualmente admitindo o
controle judicial a respeito da produção da prova: STF, 1ª. Turma, HC 100.988, Rel. Min. Marco
Aurélio, Rel. p/ Ac. Min. Rosa Weber, j. em 15/05/2012; STF, 1ª. Turma RHC 126.853 AgR, Rel.
Min. Luiz Fux, j. em 25/08/2015; STF, 2ª. Turma, HC 116.989, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em
03/03/2015.
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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3.15. Quadro resumido sobre ausências dos envolvidos
Ausência Justificada Ausência Injustificada
Defensor Adiamento e designação de nova data.
Adiamento da sessão (comunicação à OAB) e intimação
do réu para constituir novo defensor. Decorrido in albis,
intima-se da Defensoria Pública ( CPP, art. 456) ou
nomeia-se defensor dativo.
Ministério
Público Adiamento e designação de nova data. Adiamento e comunicação ao PGJ ( CPP, art. 455).
Procurador da
Assistência da
acusação
Adiamento e designação de nova data.
Realização do julgamento, desde que regular a intimação
( CPP, art. 457).
Procurador do
Querelante
Adiamento e designação de nova data (
CPP, art. 265).
Extinção da punibilidade – perempção ( CPP, art. 
60, III e CP, art. 107, IV).
Acusado solto e
intimado Adiamento e designação de nova data. Realização do julgamento ( CPP, art. 457).
Acusado preso
Se houver pedido de dispensa assinado
conjuntamente pelo réu e seu defensor,
realiza-se o julgamento ( CPP, art. 457,
§ 2º)
Qualquer hipótese diversa, redesigna-se o julgamento.
Testemunha
imprescindível e
intimada
Adiamento e designação de nova data.
Suspensão dos trabalhos e condução da testemunha
faltosa; ou adiamento do julgamento para o primeiro dia útil
desimpedido ( CPP, art. 461, § 1º).
Testemunha
prescindível Realização do julgamento ( CPP, art. 461).
JuradoAcolhe-se a justificativa fundamentando-se
na ata ( CPP, art. 443 e art. 444).
Impõe-se multa ( CPP, art. 442) e sorteiam-se
suplentes ( CPP, art. 463).
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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4. Sorteio dos jurados
Procede-se, antes da instalação da sessão de julgamento, a chamada nominal
de cada jurado, a fim de verificar se está presente o número mínimo de jurados
exigido para a realização da sessão plenária, bem como, se todos aqueles que
foram convocados atenderam à convocação. Em caso de falta, esta écadastrada
no sistema eletrônico utilizado (caso exista) e registrada na ata da sessão. Na
hipótese de o jurado não justificar a sua ausência, ou se a justificativa não for
aceita, pode ser aplicada multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários-mínimos, a
critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado ( CPP, art. 
436, § 2º).
Precedentemente ao sorteio dos jurados e, em atenção ao art. 5º da 
Recomendação n. 55, de 08/10/2019, do CNJ, o magistrado deverá determinar a
exibição do vídeo institucional elaborado por aquele órgão objetivando ambientar
os jurados convocados paras as sessões de julgamento.1 O vídeo é importante, já
que muitos jurados nunca estiverem presentes a uma sessão de julgamento, sendo
natural a ansiedade ou o receio de participar de um julgamento. Recomenda-se,
inclusive, que no momento da convocação dos jurados, promova-se a divulgação
do endereço eletrônico de acesso ao vídeo.
Após constatar a presença das partes e decidir sobre eventual pedido de
adiamento, de isenção e de dispensa, o magistrado ordenará que as testemunhas
presentes sejam recolhidas a um lugar onde umas não possam ouvir e não saibam
os depoimentos das outras2, garantindo-se a incomunicabilidade ( CPP, arts. 
210, caput e parágrafo único, art. 460 e art. 495, X)3-4.
A prova testemunhal exerce grande influência nos julgamentos perante o
Tribunal do Júri e é largamente utilizada em plenário. Porém, dentre outros fatores,
a memória é fortemente afetada pelo transcurso do tempo5 e, em muitos casos, a
prova oral não é colhida em prazo razoável6. Apesar disso, o magistrado deve
proibir a prática – ainda comum –, de realizar ou autorizar a leitura da denúncia
para a testemunha em momento anterior à sua oitiva, especialmente quando ela é
colocada ao lado de outras que, invariavelmente, passam a construir uma histórica
comum7, uma vez que a nossa memória é limitada e altamente sugestionável8.
4.1. Averiguação da urna ou do sistema eletrônico
Em seguida, o juiz presidente verificará se da urna ou do sistema eletrônico
constam os nomes de todos os jurados sorteados e determinará que o escrivão
proceda à chamada de cada um deles ( CPP, art. 462). É sempre importante
averiguar, na forma disposta no art. 426, § 4º, do CPP, se algum jurado que
deveria ter sido excluído, por equívoco, ainda conste da lista geral e tenha sido
convocado para a sessão de julgamento. A inobservância da regra e a arguição
tempestiva pode ensejar o reconhecimento da nulidade do julgamento9.
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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A lei disciplina que para cada reunião deverão ser sorteados 25 jurados (
CPP, arts. 433, 462 e 447). Porém, tal número pode ser insuficiente, pois muitos
não são localizados, são isentos ou pedem dispensa, fato que contribuiria para o
não atingimento do mínimo de 15 jurados presentes em cada julgamento.
Outrossim, a depender da quantidade de acusados que serão julgados em uma
única sessão e do número de recusas (motivadas ou imotivadas), é possível que
não restem sete jurados para a formação do Conselho de Sentença. Diante disso,
pensamos que o PLS n. 156/2009 agiu com acerto ao possibilitar que para cada
reunião periódica ou extraordinária sejam sorteados, além dos vinte e cinco
jurados, uma quantidade suficiente de suplentes, de acordo com a complexidade e
o número de sessões a serem realizadas10-11.
O jurado que de maneira injustificada (“sem causa legítima” – CPP, art. 
442) deixar de comparecer à sessão de julgamento, ou dela retirar-se antes de ser
dispensado pelo magistrado, será sancionado com uma multa de um a dez
salários-mínimos, de acordo com a sua condição econômica.
Uma vez feita a chamada e certificada a presença de, pelo menos, 15 jurados,
o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que
será submetido a julgamento ( CPP, art. 463). Mesmo aqueles jurados que,
após o sorteio, possam ser excluídos por impedimento ou por suspeição deverão
ser computados para a constituição do número legal ( CPP, art. 463, § 2º).
Assim, instalada a sessão com a presença, por exemplo, de 17 jurados, mesmo
que no momento do sorteio as partes comprovem o impedimento e a suspeição de
3 deles, o júri poderá ser instalado normalmente.
 
1
. Recomendação n. 55, de 08/10/2019, art. 5º “Recomendar aos Tribunais de Justiça e aos
Tribunais Regionais Federais que enviem a todos os magistrados com atuação em processos do
Tribunal do Júri o vídeo institucional elaborado por este CNJ, que objetiva ambientar os jurados
quando convocados para as sessões de julgamento”. O vídeo pode ser visualizado pelo link:
[https://bit.ly/31j0t7L], acesso em 26/06/2020.
2
.Salienta-se, por exemplo, o efeito da conformidade de memória, em que os relatos de umatestemunha têm o poder de até alterar a própria memória de outra testemunha. Sobre o tema
sugere-se a leitura de artigo de revisão publicado na Revista Brasileira de Ciências Criminais
(PEREIRA E SILVA, Rodrigo Faucz; JAEGER, Antonio. Memory Conformity and Eyewitness
Testimony: a review. RBCCRIM. vol. 152. 2019).
3
.Em circunstâncias ideais, as testemunhas devem aguardar em salas separadas uma das outras.
Porém, diante da impossibilidade arquitetônica de muitos fóruns, sugerimos que se promova a
separação entre as testemunhas de acusação e as de defesa. Aliás, era o que determinava a
antiga redação do art. 454 do CPP e que atualmente não consta da redação do art. 
460 do CPP. É o que nos recorda Whitaker: “As testemunhas devem ser recolhidas a lugares
previamente reservados, longo do contato do público e da sala das sessões, afim de que não se
deixem sugestionar pelos interessados, ou impressionar-se pelas ocorrências; e devem formas
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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dois grupos em que se extremem as de acusação, das de defesa”. (WHITAKER, Firmino.
Jury. Estado de S. Paulo. Seção de obras d’O Estado de S. Paulo: 1926, p. 75). De qualquer
forma, caso as testemunhas fiquem na mesma sala, deverão ser advertidas a não se comunicar
entre si.
4
.A quebra da incomunicabilidade das testemunhas ensejará nulidade, porém, relativa: STJ, 5ª.
Turma, AgInt no AREsp n. 971.119/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. em 02/08/2018. Em outra
decisão, o STJ ponderou que mera conversa entre testemunhas, sem que uma exerça pressão
sobre as demais não configuraria quebra da incomunicabilidade: STJ, 5ª. Turma, HC 367.452/RS,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. em 08/08/2016.
5
.PEREIRA E SILVA, Rodrigo Faucz; JAEGER, Antonio. Memória e Conformidade: a confiabilidade
da prova testemunhal e o transcurso de tempo. In: RBCCRIM. vol. 171. 2020.
6
.Nessa senda: “Com efeito, o transcurso do tempo é fundamental para o esquecimento, pois além
de os detalhes dos acontecimentos desvancerem-se no tempo, a forma de retenção da memória é
bastante complexa, não permitindo que se busque em uma ‘gaveta’ do cérebro a recordação tal e
qual ela foi apreendida. E, a cada evocação da lembrança, esta acaba sendo modificada”. (DI
GESU, Cristina. Prova penal & falsas memórias. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2010, p. 141)
7
.Nos opomos veementemente à determinação para o auxiliar do juiz presidente em promover a
leitura da denúncia para todas as testemunhas assim que cheguem ao plenário do Tribunal do Júri,
como sugerido na “Gestão Processual do Tribunal do Júri” (LUNARDI, Fabrício Castagna. Gestão
Processual no Tribunal do Júri. CNJ, Brasília, 2020, p. 76).
8
.Tratando das falsas memórias, Morais da Rosa alerta que a nossa memória não funciona com um
gravador que possa ser rebobinada e reprisada. As memórias são cambiáveis, superpostas e
podem sofrer alterações com sugestionamentos externos como, por exemplo, o contato com
outras testemunhas: “As distorções da memória, principalmente em face do preenchimento de
informações posteriores, como acontece com uma testemunha que depois toma conhecimento de
mais detalhes do evento e é capaz de inseri-los, como se tiesse visto, em tempo real, sem muitas
vezes sequer se dar conta. Não se trata de ‘mentira deliberada’, mas uma armadilha da cognição
humana. Por isso a importância de se reconhecer a hipótese de incidência de ‘falsas memórias’”.
(ROSA, Alexandre Morais da. Guia compacto do processo penal conforme a teoria dos jogos, 3ª.
ed, rev. atualiz. e ampl. Florianópolis: Empório do Direito, 2016, p. 101).
9
.Sob pena de ser considerada extemporânea, a arguição deve ser feita logo após o sorteio dos
jurados,conforme orienta a jurisprudência: STJ, 5ª. Turma, RHC n. 57.035/PR, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, j. 06/04/2017.
10
.PLS n. 156/2009. “Art. 346. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe
retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou
extraordinária, bem como, quantidade suficiente de suplentes, de acordo com a complexidade e o
número de sessões a serem realizadas”.
11
.Na Câmara dos Deputados, o PLS n. 156/2009 ganhou o número PL n. 8045/2010 e, no tocante
aos jurados sorteados, foi proposta emenda para a elevação dos atuais 25 para 30 sorteados,
objetivando evitar o adiamento das sessões e propiciar o julgamento em tempo razoável. Para
tanto, foram sugeridas alterações nos arts. 346, 360 e 375 do projeto originário do Senado.
05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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4.2. Ausência do número mínimo de jurados
Não se atingindo o número mínimo de 15 jurados, o juiz procederá ao sorteio
de “tantos suplentes quantos necessários” ( CPP, art. 464) e designará nova
data para a realização da sessão de julgamento.
A antiga redação do art. 445, § 4º, do CPP determinava que os jurados
substituídos, ou seja, os faltosos, não mais seriam admitidos a funcionar durante a
reunião periódica12. A atual legislação silenciou a respeito. De acordo com
Badaró13, a mesma sistemática deverá ser mantida, ou seja, o nome do jurado será
excluído da urna ou do sistema e outros jurados serão convocados até completar o
número de 25. Pensamos de maneira diversa, pois entendemos que o jurado
convocado deverá comparecer a todas as sessões para as quais foi chamado. A
sua ausência, por exemplo, na primeira sessão da reunião – com a consequente
imposição de multa – não o desobriga de comparecer a todas as demais já
pautadas e para as quais foi chamado. A desídia do jurado faltoso não pode servir
de prêmio e estímulo para deixar de cumprir com o seu dever para com o Tribunal
do Júri e sua comunidade ( CPP, art. 436). Assim, salvo motivo de força
maior posteriormente justificado que o impeça de continuar participando dos
julgamentos, o jurado ausente, porém, convocado, deverá comparecer a todas as
demais sessões de julgamento daquela reunião. Dessa forma, caberá ao
magistrado convocar suplentes até atingir o número de 25 jurados, porém,
mantendo a convocação do jurado faltoso.
Por fim, uma vez ser responsabilidade do Poder Judiciário garantir que os
julgamentos efetivamente ocorram, pensamos que a convocação de suplentes
deverá ser feita sempre que o número de jurados for reduzido, mesmo que ainda
superior a 15 jurados. Com essa atuação preventiva, reduzir-se-iam os riscos da
não realização de novos julgamentos, ganhando celeridade e economia
processual. Aliás, era o que determinava a anterior redação do art. 445 do Código
de Processo Penal, época em que o número de jurados sorteados era o de 21 e
não os atuais 25: “Art. 445. Verificando não estar completo o número de vinte e um
jurados, embora haja o mínimo legal para a instalação da sessão, o juiz procederá
ao sorteio dos suplentes necessários, repetindo-se o sorteio até perfazer-se aquele
número”. Obviamente não será realizado sorteio de suplentes se a reunião não
abranger mais de um julgamento e existirem jurados suficientes para a instalação
da sessão em curso.
 
12
. CPP, “Art. 445. (...) § 4º Sorteados os suplentes, os jurados substituídos não mais serão
admitidos a funcionar durante a sessão periódica.”
13
.BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de 2008
e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2008, p. 159.
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05/02/2022 07:39 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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4.3. Entrada do acusado no plenário
A lei não prevê um momento preciso para o ingresso do acusado ao plenário14.
Pensamos que ele deve estar presente, sentado ao lado do seu defensor, antes
mesmo do sorteio dos jurados, podendo auxiliá-lo no momento das recusas, caso
assim deseje. Em pequenas e médias comarcas, é provável que o réu conheça
melhor os jurados quando comparado com o advogado que ali não reside.
Pequenas rusgas entre famílias e desavenças comerciais podem ser razão
suficiente para a recusa imotivada de um jurado.
 
14
.Não se faz mais necessário determinar a apresentação do acusado em plenário, perguntar o seu
nome, sua idade e se tem advogado, como, aliás, previa a anterior redação do art. 449 do 
CPP. Tal “cerimônia” servia apenas para chamar a atenção de todos quanto ao ingresso do
acusado em plenário, sem nenhuma utilidade prática. É igualmente desnecessária a realização de
qualquer entrevista prévia a respeito de sua vida familiar ou profissional, uma vez que a legislação
guarda momento apropriado para o interrogatório, o qual deve ser precedido de advertências
formais a respeito do exercício do direito ao silêncio (CR, art. 5º, LXIII).
O pregressamento prematuro do acusado é ato incompatível com o rito do Tribunal do Júri e pode
afetar sobremaneira o exercício da autodefesa negativa em plenário, especialmente quando
praticado em liturgia perante o Conselho de Sentença. Destacamos: “O direito de calar também
estipula um novo dever para a autoridade policial ou judicial que realiza o interrogatório: o de
advertir o sujeito passivo de que nao está obrigado a responder as perguntas que lhe forem feitas.
Se calar constitui um direito do imputado e ele tem de ser informado do alcance de suas garantias,
passa a existir o correspondente dever do órgão estatal a que assim o informe, sob pena de
nulidade do ato por violação de uma garantia constitucional”. (LOPES JR., Aury. Direito processual
penal, 15ª. ed., São Paulo: Saraiva, 2018, p. 446). Em sentido contrário, admtindo que o acusado
deve ser trazido a plenário por ordem do juiz e questionado a respeito do seu nome, idade, filiação,
residência, profissão e o nome do seu defensor: LUNARDI, FabrícioCastagna. Gestão Processual
no Tribunal do Júri. CNJ, Brasília, 2020, p. 68.
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4.4. Uso de algemas
Mais importante do que o momento de ingresso do acusado ao plenário, é
decidir quanto ao uso de algemas. Essa deliberação deve ser
tomada antecipadamente, evitando-se uma maior discussão e altercação na
presença dos jurados.
O art. 474, § 3º, do Código de Processo Penal fixa a regra que o uso de
algemas é vedado durante o período em que o acusado estiver no plenário, mas
aponta as seguintes exceções: (i) quando se mostrar absolutamente necessário à
ordem dos trabalhos; (ii) à segurança das testemunhas; ou, (iii) à garantia da
integridade física dos presentes.
Em complementação, o STF editou a Súmula Vinculante n. 11, na qual
disciplina:
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga
ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
De igual modo, o Superior Tribunal de Justiça, na 78ª. edição da Jurisprudência
em teses, firmou o entendimento que:
1) O emprego de algemas deve ser medida excepcional e a utilização delas em
plenário de júri depende de motivada decisão judicial, sob pena de configurar
constrangimento ilegal e de anular a sessão de julgamento.
Ainda, sobre a necessidade de embasar de maneira idônea a decisão:
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE – JÚRI – USO DE ALGEMAS EM
PLENÁRIO – JUSTIFICATIVA INIDÔNEA – VIOLAÇÃO AO ARTIGO 474, § 3º, DO 
CPP, E DA SÚMULA VINCULANTE Nº 11, DO STF – PRELIMINAR DE NULIDADE
ACOLHIDA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I – O indeferimento do pleito da
defesa para retirada das algemas, sem nenhum fundamento legítimo, configura
violação aos princípios fundamentais, a Súmula 11, do STF, e ao art. 474, § 3º, do 
CPP, acarretando influência em sua condenação. II – Deve ser possibilitado aos
julgadores um olhar de imparcialidade e serenidade para com o réu, devendo ser
abolido qualquer símbolo de culpa, tal como algemas e vestimenta carcerária, que
constroem, por óbvio, um estigma sociocultural de culpado em torno do custodiado,
influenciando de forma indevida o ânimo dos jurados. (TJ/MG, Embargos Infringentes
e de Nulidade 1.0325.18.001613-2/002, Rel. Corrêa Camargo, j. em 20/11/2019)
Assim, a decisão do magistrado quanto ao uso ou não de algemas em plenário
deve ser prévia, devidamente fundamentada e constar em ata, sob pena de
nulidade,15 restando insuficiente a alegação genérica quanto à possibilidade de
fuga ou de risco a terceiros16.
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Trata-se, em alguns casos, de decisão extremante difícil de ser tomada por
exigir do magistrado a previsão do imponderável. O júri é um procedimento que
envolve alta carga emocional, não só por se tratar de um julgamento que abarca
um “crime de sangue” que embala penas elevadas, mas igualmente pelos motivos
(passionais, mercenários, egoísticos etc.) que compreendem a prática do ilícito e,
acima de tudo, pela atenção que desperta na sociedade, na mídia e,
particularmente, nas famílias envolvidas.
Diante desse quadro, mesmo um réu primário, acusado da prática de um crime
de trânsito e, supostamente, de baixa periculosidade poderia, em tese, em fração
de segundos, colocar em risco a sua integridade física e a de terceiros,
especialmente quando se vê injustiçado pela decisão.
Por outro lado, o magistrado que preside o julgamento – e que é responsável
pela ordem dos trabalhos e a segurança de todos – pouco ou nenhum
conhecimento tem a respeito da índole do acusado e do público (familiares do réu
ou da vítima, desafetos, comparsas etc.) ali presente. Em alguns casos, o estado
de ânimo instável e alterado do acusado, ou até mesmo demonstrações extremas
de ansiedade, poderiam justificar o uso de algemas na salvaguarda da segurança
de terceiros17. Porém, tais reações nem sempre se mostram perceptíveis.
Diante desse quadro, mesmo tendo como premissa a excepcionalidade do uso
das algemas, pensamos que a melhor decisão passa pela consulta aos órgãos de
segurança prisionais e serviços de inteligência18. É, inclusive, o que sugere o STF:
No geral, Presidente – tenho decidido assim –, a questão da periculosidade ou não
de um réu é um assunto de polícia, e não de juiz. Se aquela informa a este que
considera o réu perigoso, o juiz, que normalmente está entrando em contato com o
réu pela primeira vez, ali naquela situação, tem que se fiar na presunção de
legitimidade da informação que lhe passa a autoridade policial. Portanto, fora casos
de abuso patente, penso que é necessário dar credibilidade a quem tem o encargo de
zelar pela segurança pública, inclusive, no âmbito do Tribunal19.
É sempre importante lembrar que a segurança e a tranquilidade do julgamento
estão além da própria sessão e envolvem diversos fatores que podem passar
desapercebidos pelo juiz presidente. Assim, de modo a minorar as chances da
ocorrência de qualquer acontecimento extraordinário, é sempre importante buscar
o aconselhamento, a prudência e o bom senso de quem diuturnamente trabalha
com a segurança pública.
Por último, consoante ao art. 497, II, do CPP, constitui atribuição do juiz
presidente a requisição do auxílio da força pública. Desta senda, recomenda-se
também realizar uma análise antes do julgamento, requisitando, se for o caso,
reforço policial para que a sessão possa transcorrer com serenidade, sem precisar
expor o acusado a ostentar algemas perante os jurados.
 
15
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.BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de 2008
e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 182. À luz da jurisprudência, a nulidade apenas é
reconhecida mediante a impugnação tempestiva e a demonstração de prejuízo: STF, Tribunal
Pleno, HC 91952/SP, Min. Rel. Marco Aurélio, j. em 07/08/08; STF, Tribunal Pleno, Rcl 8628 AgR,
Min. Rel. Celso de Mello, j. em 01/08/11; STJ, 5ª Turma, AgRg no AgRg no AREsp 754724/SP, Rel.
Min. Joel Ilan Paciornik, j. em 27/06/17; STJ, 5ª Turma, HC 521.659/SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
j. em 19/11/19; STJ, 5ª Turma, AgRg no HC 506975/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
j. em 06/06/19; STJ, 6ª Turma, HC 185561/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 26/02/13;
STJ, 6ª Turma, HC 323158/MS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. em 17/03/16; STJ, 6ª Turma, HC
507.207/DF, Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 19/05/20; STJ, 6ª Turma, HC 355.000/SP, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, j. em 18/08/19; STJ, 6ª Turma, AgRg no AREsp 1461818/RJ, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, j. 11/02/20; STJ, 6ª Turma, AgRg no AREsp 1053049/SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, j. em 27/06/17). No mesmo sentido é a orientação do Tribunal de Justiça
do Paraná, o qual destaca que a nulidade da sessão de julgamento, em decorrência da utilização
injustificada de algemas pelo acusado, somente poderá ser declarada se demonstrado, por
indícios concretos, que tal circunstância acarretou efetivo prejuízo à defesa, além de ser
imprescindível sua arguição em momento oportuno, qual seja, logo após sua ocorrência, nos
termos do art. 571, inciso VIII, do Código de Processo Penal (TJPR, 1ª C. Criminal, 0002016-
41.2015.8.16.0078, Rel. Des. Telmo Cherem, j. em 05/03/20; TJPR, 1ª C. Criminal, 0009953-
72.2017.8.16.8.16.0130, Rel. Des. Antonio Loyola Vieira, j. em 29/08/19. Na nossa visão, o melhor
indicativo para avaliar o prejuízo, pela instância recursal, é o resultado. Ou seja, caso o acusado
que tenha sido julgado algemado for condenado, resta provado, indubitavelmente, o prejuízo para
a defesa.
16
.STJ, 6ª. Turma, AgRg no AREsp n. 1053049/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. p/
Acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 27/06/2017.
17
.STJ, 6ª. Turma, HC n. 151.357/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, j. em 21/10/2010. O STJ entendeu
justificada a fundamentação quanto ao uso de algemas diante do local onde o júri era realizado. A
sessão acontecia na Câmara Municipal, a qual, arquitetonicamente não dispunha da segurança
necessária: STJ, 5ª. Turma, HC n. 153.121/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 23/08/2011. A
realização de julgamentos longe dos plenários oficiais e preparados para tal prática é uma
realidade de norte a sul do país, especialmente durante os “mutirões” que anualmente são
realizados.
18
.Se consultados, os órgãos de segurança prisionais e serviços de inteligência deverão se
manifestar com embasamento técnico e não simplesmente por simples convicção pessoal do
agente.
19
.É o que se extrai do voto proferido pelo Min. Luiz Roberto Barroso, na Rcl 32970 AgR, julgada
pela 01ª. Turma do STF, tendo como relator o Min. Alexandre de Moraes, j. em 17/12/2019. De
igual modo: “É o policial, uma vez solicitado, quem deve dizer ao magistrado, quando da audiência,
que as algemas, no caso concreto, podem ser retiradas do preso por não oferecer ele nenhum
perigo à prática do ato. É uma análise que cabe à escolta do preso, e não ao juiz, embora a
decisão seja deste. Quem entende de segurança é o policial, não o juiz (muito menos o promotor
de justiça). Quem convive com o comportamento do preso no presídio ou na carceragem da
delegacia é o policial, não o juiz”. (RANGEL, Paulo. Tribunal do júri. Visão linguística, histórica,
social e jurídica, 4ª. ed., São Paulo: Atlas, 2012, p. 214).
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4.5. Utilização de roupas civis pelo acusado em plenário
Durante o julgamento perante o Tribunal do Júri, não há vedação na utilização
de roupas civis pelo acusado preso, mormente quando usadas como técnica de
defesa. Coirmã das algemas, os uniformes carcerários (por vezes de cores fortes e
chamativas) exercem igualmente grande influência no imaginário dos leigos,
tatuando uma imagem de violência e periculosidade.
Neste sentido, por exemplo, as decisões do Tribunal de Justiça do Espírito
Santo20, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso21 e do Tribunal de Justiça do
Maranhão22.
Em conformidade com as Regras Mínimas das Nações Unidas para o
Tratamento de Reclusos ou “Regras de Mandela”23: 19.3. “Em circunstâncias
excepcionais, sempre que um recluso obtenha licença para sair do
estabelecimento, deve ser autorizado a vestir as suas próprias roupas ou roupas
que não chamem a atenção”.
Por fim, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu ser nula a decisão, por
carência de fundamentação, que proibiu a utilização de roupas civis durante o
julgamento perante o Tribunal do Júri, haja vista ser direito do acusado, como
consectário da sua plenitude de defesa, buscar a melhor forma, dentro dos
parâmetros da razoabilidade, de se apresentar ao Conselho de Sentença. Em seu
judicioso voto, o Min. Ribeiro Dantas esclareceu que:
(...) tratando-se de pedidos do interesse do réu, máxime aqueles que visam
assegurar o direito à imparcialidade dos jurados, dentro do contexto inerente ao
Conselho de Sentença, as decisões do Juiz Presidente do Júri devem ser dotadas de
maior preciosidade, em especial as que, em tese, possam tolhir qualquer estratégia
defensiva, abarcando a tática de apresentação do acusado aos jurados. (...). Mutatis
mutandis, a par das algemas, tem-se nos uniformes prisionais outro símbolo da
massa encarcerada brasileira, sendo, assim, plausível a preocupação da defesa com
as possíveis pré-concepções que a imagem do réu, com as vestes do presídio, possa
causar ao ânimo dos jurados leigos.24
 
20
.APELAÇÃO CRIMINAL HOMICÍDIO QUALIFICADO, Art. 121, § 2º, INC. I, III E IV – NULIDADE
DE JULGAMENTO OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, AMPLA
DEFESA, DEVIDO PROCESSO LEGAL E ISONOMIA RECORRENTES TRAJANDO UNIFORME
DO SISTEMA PRISIONAL DURANTE JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JÚRI. (...) RECURSO
PROVIDO SENTENÇA ANULADA. 1) O fato de os recorrentes terem sido apresentados para
julgamento perante o Tribunal do Júri, trajando o uniforme do sistema prisional, incide em flagrante
ofensa aos princípios da dignidade da pessoa humana, devido processo legal e isonomia,
principalmente tendo em vista que dos quatro acusados, dois trajavam roupas normais e apenas
os dois recorrentes que trajavam o uniforme do sistema prisional foram condenados, sendo os
demais absolvidos. (...) (TJ/ES. Apelação Criminal, 035160010274, Rel. Adalto Dias Tristão. J. em
11/03/2020).
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21
.HABEAS CORPUS – HOMICÍDIO QUALIFICADO – PRESO PROVISÓRIO – PRETENSÃO DE
SER SUBMETIDO AO TRIBUNAL DO JÚRI COM SUAS PRÓPRIAS VESTIMENTAS –
ILEGALIDADE DO INDEFERIMENTO NA ORIGEM – DIREITO NÃO ATINGIDO PELA
CONSTRIÇÃO CAUTELAR – PROBABILIDADE DE INFLUÊNCIA NA CONVICÇÃO DOS
JURADOS – ORDEM CONCEDIDA. O Tribunal do Júri é um colegiado leigo que decide com base
em suas impressões pessoais, suas concepções e juízos de valores, não se atendo
exclusivamente aos elementos dos autos e podendo decidir até porclemência. Detalhes mínimos,
como o uso de algema, o corte de cabelo, o tom de voz ou a vestimenta do réu, podem incutir no
inconsciente dos jurados o juízo positivo de culpabilidade, a justificar o acolhimento do pedido da
defesa. É impossível a demonstração objetiva do prejuízo. Isso, porém, não significa que ele não
exista. Por outro lado, a lei expressamente estabelece que “ao condenado e ao internado serão
assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei” (art. 3º LEP). Não há
nenhuma norma legal que vede ao acusado o uso das próprias roupas, ao ser submetido à
audiência judicial. (...) (TJMT, Autos 1002526-76.2019.8.11.0000, Rel. Paulo Da Cunha, J. em
26/03/2019).
22
.PENAL E PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. (...) APELANTE QUE FOI SUBMETIDO A
JULGAMENTO UTILIZANDO UNIFORME DO SISTEMA PENITENCIÁRIO. VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, DA ISONOMIA, DA
VEDAÇÃO AO TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE E DA VEDAÇÃO A DIREITOS
FUNDAMENTAIS. AFRONTA À GARANTIA DA PARIDADE ARMAS NO PROCESSO PENAL.
NULIDADE ABSOLUTA. NECESSIDADE DE ANULAÇÃO DA SENTENÇA E DA SESSÃO DE
JULGAMENTO. (...) II. A submissão do acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri popular
utilizando vestes de interno do sistema penitenciário, em contraposição à irresignação da defesa
técnica quanto a referido fato, leva à anulação da sentença e do respectivo ato processual, diante
da clara violação aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da isonomia, da
vedação ao tratamento desumano ou degradante e da vedação a direitos fundamentais, posto que
tal ocorrência gerou desnecessária estigmatização prévia do apelante perante o Conselho de
Sentença, a denotar clara infração à garantia da paridade de armas no processo penal. (TJ/MA.
Apelação n. 0001188-72.2012.8.10.0060, Rel. Des. Josemar Lopes Santos, J. em 12/8/2019).
23
.As “Regras Mínimas para o Tratamento de Presos”, ou apenas “Regras de Mandela”, foram
adotadas pelo Primeiro Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o
Tratamento dos Delinquentes, realizado em Genebra em 1955, e aprovadas pelo Conselho
Econômico e Social das Nações Unidas através das suas resoluções 663 C (XXIV), de 31 de Julho
de 1957 e 2076 (LXII), de 13 de Maio de 1977, Resolução 663 C (XXIV) do Conselho Econômico e
Social.
24
.STJ, 5ª. Turma, RMS n. 60.575/MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. em 13/08/2019.
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4.6. Banco dos réus
O chamado “banco dos réus” é figura que discrepa de um processo penal que
busca ser democrático e fundamentado no primado da dignidade da pessoa
humana. Posicionar o acusado sentado na frente da bancada da defesa, não raras
vezes algemado e ladeado por policiais, é de todo condenável, vexatório e medida
que sugestiona, aos leigos, a sua culpabilidade25. Com a reforma derivada da 
Lei 11.689/2008, extinguindo o banco dos réus, quando o acusado estiver presente
terá assento ao lado de seu defensor.
 
25
.SILVA JÚNIOR, Walter Nunes da. Reforma tópica do processo penal: inovações aos
procedimentos ordinário e sumário, com o novo regime das provas e principais modificações do
júri. São Paulo: Renovar, 2009, p. 355.
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4.7. Pregão
O pregão é o ato pelo qual o oficial de justiça dá publicidade ao caso que será levado a julgamento, anunciando a presença
do magistrado, do acusado, de seu defensor, do representante do Ministério Público (Procurador do Assistente de Acusação,
Procurador do Querelante) e das testemunhas.
É importante destacar que eventuais nulidades relativas que tenham ocorrido após preclusa a decisão de pronúncia,
deverão ser suscitadas em plenário logo após a realização do pregão, sob pena de preclusão ( CPP, art. 571, V). Nesse
sentido:
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. (...). NULIDADE PROCESSUAL SUSCITADA NO RECURSO
DE APELAÇÃO. PRECLUSÃO. (...) 2. No caso, a apontada irregularidade na intimação pessoal não foi arguida na primeira
oportunidade a falar nos autos ou, conforme expressamente determinado no art. 571, V, do Código de Processo Penal, logo após
anunciado o julgamento e apregoadas as partes. A arguição a destempo de nulidades processuais induz à preclusão da matéria.
Precedentes. (...) (STF, RHC 132273, Rel. Teori Zavascki, j. em 27/09/2016).
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA.
NULIDADE OCORRIDA APÓS A PRONÚNCIA. AUSÊNCIA DE ARGUIÇÃO LOGO DEPOIS DE ANUNCIADO O JULGAMENTO E
APREGOADAS AS PARTES. PRECLUSÃO. INDICAÇÃO DE VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVOS E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE NA PRESENTE VIA. (...). 2. Não se verifica a apontada violação do art. 422 do CPP, porquanto o
acórdão impugnado vai ao encontro de jurisprudência assente desta Corte Superior: “de acordo com o inciso V do artigo 571 da Lei
Processual Penal, as nulidades ocorridas após a pronúncia devem ser arguidas logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as
partes, sendo que da ata da sessão de julgamento acostada aos autos não se verifica que a defesa tenha se insurgido quanto à falta de
notificação pessoal sobre o sorteio dos jurados, pelo que se constata a preclusão do exame do tema” (AgRg no AREsp n. 1.260.812/MG,
Rel. Ministro Jorge Mussi, 5ª T., DJe 15/6/2018). (...). (STJ, AgRg no REsp 1403491/RN, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, j. em 05/11/2019).
Sendo assim, nesta fase, mesmo se o juiz presidente não questionar às partes, após finalizado o pregão, se estas possuem
alguma consideração ou pedido a fazer, o interessado deverá utilizar da expressão “pela ordem”, interrompendo a continuidade
do ato, para fazer suas respectivas arguições – as quais, frise-se que, independentemente da decisão do magistrado, deverão
constar em ata.
 
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4.8. Advertência aos jurados
Antes da realização do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o
magistrado advertirá os jurados sobre as hipóteses de impedimento, suspeição e
incompatibilidades ( CPP, art. 466). E, no mesmo ato e momento, admoestará
que, uma vez sorteados, os jurados “não poderão comunicar-se entre si e com
outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do
Conselho e multa” ( CPP, art. 466, § 1º).
À vista da grande carga emocional que envolve o julgamento no Tribunal do
Júri, muitas vezes nos deparamos com reações e manifestações espontâneas dos
jurados diante da produção da prova testemunhal e das sustentações orais em
plenário.
O jurado, leigo que é, não é afeto à tecnicidade dos julgamentos e,
especialmente quando começa a formar o seu convencimento a respeito dos fatos
pode, mesmo que involuntariamente, externar uma fala ou movimento corporal que
possa transparecer a sua opinião. Por vezes, as partes acabam por induzir a
manifestação do Conselho de Sentença durante suas sustentações orais,
passando a fazer perguntas que sugerem a necessidade de uma resposta
imediata26. Nesses casos, caberá ao magistrado aferir se foram excessivas ou
aptas a expor o voto e contaminar os demais jurados27. Daí a importância de o juiz
presidente bem instruir os jurados, fornecendo o conhecimento necessário a
respeito das limitações procedimentais e da eventual sanção pecuniária advinda da
quebra da incomunicabilidade.
 
26
.De todo modo, não se reconhecerá a nulidade caso a própria parte haja dado causa ou tenha
concorrido ( CPP, art. 565).
27
.Tratando da decisão do magistrado ao aferir a violação à incomunicabilidade do jurado: STJ, 5ª.
Turma, HC 241.198/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. em 01/12/2016.
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05/02/2022 07:40 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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4.9. A incomunicabilidade do Conselho de Sentença
A incomunicabilidade dos jurados deverá ser certificada pelo oficial de justiça
em termo próprio e fiscalizada durante todo o julgamento, pois sua quebra
configurará nulidade ( CPP, art. 564, III, j, parte final).
De todo o modo, não se impõe ao jurado um “dever de mudez”28 e nenhum
“juramento trapista”29 é por ele realizado. É possível o diálogo entre os jurados a
respeito de fatos externos ao caso em julgamento, sem que isso configure
qualquer nulidade, pois a vedação apenas abraça a comunicação que envolva
emitir opinião acerca da causa, das provas ou do mérito da imputação30,
externando o seu voto e influenciando o convencimento dos demais membros do
Conselho de Sentença31.
Assim, caso um jurado externe opinião durante a sustentação oral, afirmando
concordar com a tese acusatória, restará evidenciada a nulidade por quebra da
incomunicabilidade:
PROCESSUAL PENAL. JÚRI. QUEBRA DA INCOMUNICABILIDADE ENTRE OS
JURADOS. MEMBRO DO CONSELHO DE SENTENÇA QUE AFIRMOU QUE HAVIA
CRIME EM PLENA FALA DA ACUSAÇÃO. NULIDADE. OCORRÊNCIA. 1 – É vedado aos
jurados, segundo disposição processual penal, comunicarem-se entre si acerca do
mérito do julgamento. 2 – Na espécie, em plena fala da acusação, em plenário, uma
jurada afirmou que havia crime. O juiz togado limitou-se, segundo a ata do
julgamento, a repreendê-la, seguindo o Júri até o final. 3 – Segundo o art. 466, § 1º do
Código de Processo Penal, acontecimento deste jaez seria motivo para dissolução do
conselho de sentença que, se não realizada, mostra a existência de nulidade
flagrante. 4 – Ordem concedida, ex officio, para declarar nulo o Júri, determinando a
imediata soltura do paciente que esteve em liberdade durante todo o processo. (STJ,
6ª. Turma, HC 436.241/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. em 19/06/2018,32.
De acordo com Whitaker, constitui violação à regra da incomunicabilidade não
apenas a manifestação oral durante a instrução ou a sustentação das partes, mas
a mera “permuta de ideias por meio de palavras escritas, gestos ou sinais”. Para o
autor, a incomunicabilidade ganhava tal dimensão que sequer poderia ser
quebrada para eventual atendimento médico ao jurado:
“Si algum jurado fôr acommedito de molestia grave, o recurso é dissolver o
conselho, ficando sem effeito os actos realisados; a introducção de um médico na sala
secreta ou sua approximação do jurado na sala publica constitue violação da
incommunicabilidade legal”.33
Contudo, o simples fato de um determinado jurado, por exemplo, levantar-se
para desligar o aparelho celular, sem que mantenha contato com terceiros, não
configura a quebra34:
(...) A quebra da incomunicabilidade pressupõe a exposição de opinião ou
convicção do jurado sobre a lide em questão. No caso dos autos, a jurada levantou-se
para desligar o aparelho celular, não havendo comunicação com os demais jurados.
(...) (STJ, 5ª. Turma, HC 241.198/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. em 01/12/2016).
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05/02/2022 07:40 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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Durante a sessão os jurados ainda podem interagir indiretamente com as partes
em suassustentações orais, requerendo o esclarecimento de dúvida a respeito de
fato por elas alegado ( CPP, art. 480), sempre por intermédio do juiz
presidente. E, ao final do julgamento, postular ao juiz o esclarecimento de matéria
fática ( CPP, art. 480, § 2º).
Porém, não poderão ter contato com terceiros estranhos alheios ao julgamento
(p. ex.: conversar com familiares, amigos e colegas de trabalho por qualquer meio)
ou diretamente com as partes, mesmo que informalmente. Para tanto, é importante
que no momento do descanso e das refeições os jurados permaneçam separados
dos tribunos e de terceiros, evitando qualquer forma de aproximação que possa
influenciar no resultado do caso em julgamento ou de outros já pautados para a
mesma reunião.
Repetimos, a incomunicabilidade deverá ser certificada por um oficial de justiça
que com os jurados permanecerá todo o tempo. Caso ocorra algum desrespeito a
essa regra, o fato deverá ser imediatamente35 comunicado ao juiz presidente que,
em ata, deliberará a respeito de eventual necessidade de dissolução do Conselho
de Sentença36 e a imposição de multa no valor de um a dez salários-mínimos (
CPP, arts. 466, § 1º).
 
28
.“Logicamente, não há o dever de mudez. Podem os jurados, mormente nos intervalos, conversar
entre si sobre assuntos diversos. O que lhes é vedado é articular qualquer tema relativo ao
processo em julgamento. Para tanto, controla a incomunicabilidade um oficial da justiça, que
lançará certidão a esse respeito nos autos (art. 466, § 2º, CPP)”. (...). A incomunicabilidade
não se dá somente entre jurados. Estes também ficam impedidos de manter qualquer conversação
com pessoas estranhas aos trabalhos. Qualquer contato com o mundo exterior ao plenário pode
implicar em quebra do sigilo, anulando-se o julgamento. Por isso, o jurado não pode falar ao
telefone, nem receber ou passar qualquer tipo de mensagem (eletrônica, por carta, bilhete etc.).
Em caso de recado urgente, um serventuário da justiça cuidará de fazer a mensagem chegar ao
destinatário. (NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do júri, 6ª. ed. ver., atual. e ampl. Rio de
Janeiro: Forense, 2015, pp. 220 e 222).
29
.A incomunicabilidade dos jurados não é absoluta: “Consequência dessa relativização é a
possibilidade de o jurado comunicar-se, desde que preservado o dever de silêncio quanto ao
mérito ou a aspectos do caso que possam ser relevadores de sua tendência, quer para com isso
evitar-se a contaminação do convencimento dos demais jurados, quer para a exteriorização de
uma imparcialidade que é sempre requerida. Poderá, assim, observados esses aspectos, além das
autorizações legais para intervenção dos jurados, quebrar o silêncio. Este parece ser um aspecto
definitivo quanto à regra da incomunicabilidade. Esta não se confunde com o silêncio, vez que os
jurados não fizeram juramentos trapistas ou monásticos. Vale dizer, os jurados podem falar, mas
não podem comunicar opiniões, convicções ou dúvidas sobre o caso em debate” (LOPES,
Mauricio Antonio Ribeiro. Do sigilo e da incomunicabilidade no júri. In: Tribunal do Júri, estudo
sobre a mais democrática instituição jurídica brasileira, Coord. Rogério Lauria Tucci. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 1999, pp. 265-266).
30
.STF, 2ª. Turma, ARE 1031099 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 29/06/2018. No mesmo sentido:
STJ, 6ª. Turma, REsp n.1.440.787/ES, Relª. Minª. Maria Thereza de Assis Moura, j. 7/8/2014; STJ,
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05/02/2022 07:40 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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5ª. Turma, AgRg no REsp 1321654/CE, Rel. Min. Felix Fischer, j. 6/10/2016.
31
.Sobre o tema, vide Nucci: “Manifestação da opinião acerca do processo: em razão da
incomunicabilidade, deseja-se que o jurado decida livremente, sem qualquer tipo de influenciação,
ainda que seja proveniente de outro jurado. Deve formar o seu convencimento sozinho, através da
captação das provas apresentadas, valorando-as segundo o seu entendimento. Portanto, cabe ao
juiz presidente impedir a manifestação de opinião do jurado sobre o processo, sob pena de
nulidade da sessão de julgamento”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal
comentado, 10ª edição. São Paulo, Editora Revistas dos Tribunais, 2011, p. 845).
32
.No caso em específico, restou consignado em ata que, no início dos debates, a representante do
Ministério Público teria perguntado “qual seria a conduta” e uma jurada se manifestou dizendo “é
um crime”, sendo prontamente advertida pelo juiz presidente. Para a Ministra Relatora, o fato de o
magistrado ter repreendido a jurada não seria o suficiente a sanear a nulidade. Ilustra-se:
“Consoante se depreende, houve, por parte de um dos membros do conselho de sentença, uma
jurada em realidade, expressa manifestação, ouvida por todos, tanto que foi repreendida pelo juiz,
acerca do próprio mérito da acusação, pois afirmou que havia ‘crime’, durante a fala da acusação.
Em tal hipótese, houve quebra da incomunicabilidade dos jurados, o que, por expressa disposição
legal, era causa de dissolução do conselho de sentença e de imposição de multa ao jurado que
cometeu a falta”.
33
.WHITAKER, Firmino. Jury. Estado de S. Paulo. Seção de obras d’O Estado de S. Paulo: 1926,
p. 79.
34
.Atente-se à interessantes decisões do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, apontando que a
“(quebra da) incomunicabilidade pressupõe a exposição de opinião ou convicção do jurado sobre o
caso analisado” e que a utilização de telefone pelos jurados, no intervalo da sessão plenária, não
constituia referida nulidade processual, desde que não sejam os dados do processo criminal em
análise expostos a outros jurados do Conselho de Sentença (TJPR, 1ª C. Criminal, 0000058-
54.2018.8.16.0065, Rel. Des. Miguel Kfouri Neto, j. 22/08/19; TJPR, 1ª C. Criminal, 0001416-
78.2017.8.16.0133, Rel. Juiz Naor Macedo Neto, j. 11/04/19).
35
.Conforme reza o art. 571, inciso VIII, do CPP, as nulidades ocorridas em plenário do
Tribunal do Júri devem ser arguidas no momento próprio, ou seja, logo depois de ocorrerem, e
registradas na ata da sessão de julgamento, sob pena de preclusão. Assim, a alegação de quebra
da incomunicabilidade aduzida apenas nas razões de apelação está tomada pela preclusão: STJ,
5ª. Turma, HC 390.664/SP, Rel. Min. Felix Fischer, j. em 21/11/2017. No mesmo sentido: STF, 1ª
Turma, RHC 119815, Rel. Rosa Weber, j. em 25/02/14; STJ, 5ª Turma, HC 337.177/SP, Rel. Min.
Jorge Mussi, j. 15/12/15; STJ, 6ª Turma, AgRg no AREsp 1537998/MT, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
j. em 07/11/19). O mesmo entendimento é compartilhado pelo Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná: TJPR, 1ª C. Criminal, 0000203-49.2008.8.16.0134, Rel. Des. Antonio Loyola Viera, j. em
28/08/19; TJPR 1ª C. Criminal, 0010339-36.2016.8.16.0034, Rel. Des. Clayton Camargo, em
j. 14/06/18.
36
.Apesar do CPP impor a exclusão do jurado que quebrar a regra da incomunicabilidade (
CPP, art. 466, § 1º), na prática isso importará na dissolução do Conselho de Sentença por duas
razões simples: (i) não existe previsão legal para o sorteio de jurados suplentes; e, (ii) por não se
saber a extensão da quebra da incomunicabilidade em relação aos demais jurados, os quais
podem estar igualmente contaminados.
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05/02/2022 07:40 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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4.10. A incomunicabilidade do Conselho de Sentença no PLS 156/2009
Quanto à incomunicabilidade na discussão da reforma do Código de Processo
Penal, confira-se o texto sugerido pela Câmara dos Deputados quando das
emendas apresentadas ao PLS n. 156/2009, o qual pretende vedar a
comunicabilidade externa e aclarar que a incomunicabilidade interna está
circunscrita aos fatos que digam respeito ao caso em julgamento.
PLS n. 156/2009 (PLC n. 8045/2010).
Art. 379. (...).
§ 1º O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados,
não poderão se comunicar com terceiros enquanto durar o julgamento e, entre si,
durante a instrução e os debates, sobre o conteúdo do processo, sob pena de
exclusão do Conselho de Sentença e de multa, na forma do § 2º do art. 349.
Aliás, o PLS n. 156/2009, mais congruente com os ideais democráticos que
permeiam o Tribunal do Júri, propôs o fim da incomunicabilidade entre os jurados,
criando espaço de diálogo entre os membros do Conselho de Sentença em
momento anterior à votação37.
 
37
.PLS n. 156/2009, “Art. 398. Não havendo dúvida a ser esclarecida, os jurados deverão se reunir
reservadamente em sala especial, por até 1 (uma) hora, a fim de deliberarem sobre a votação.”
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4.11. Impedimento, suspeição e incompatibilidade
As mesmas hipóteses de impedimento, suspeição e incompatibilidade
aplicáveis aos magistrados são extensivas aos jurados ( CPP, art. 448, § 2º)
e, no júri, possuem uma função talvez ainda mais importante diante da ausência de
fundamentação da decisão38. Como os jurados não possuem entendimento
jurídico, é importante que o magistrado explicite cada um dos casos, evitando uma
futura nulidade.
O Código de Processo Penal enumera taxativamente39 as hipóteses de
impedimento ( CPP, art. 252), as quais, objetivamente, impedem a atuação
do juiz (leigo ou togado) no processo em que: (a) tiver funcionado seu cônjuge ou
parente, consanguíneo40 ou afim41, em linha reta42 ou colateral43 até o terceiro
grau44, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público,
autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; (b) ele próprio houver
desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; (c) tiver
funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito,
sobre a questão; (d) ele próprio ou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim
em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
interessado no feito.
 
38
.“As restrições visam evitar que se macule a imparcialidade do julgamento, pois, em razão da
proximidade entre as pessoas indicadas, há um grande risco de que já tenham previamente
discutido a causa. Ademais, a proximidade entre elas indica que poderão julgar em um mesmo
sentido, o que também não seria salutar. (...) a partir da edição da lei, a nulidade será absoluta
quando o jurado impedido ou suspeito participar do Conselho de Sentença”. (MENDONÇA, Andrey
Borges de. Nova reforma do Código de Processo Penal, São Paulo: Método, 2008, p. 67 e 69).
39
.A jurisprudência do STF entende que as hipóteses previstas no art. 252 do CPP são
taxativas: STF, 1ª. Turma, RE 1092393 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, j. em 20/02/2018. No mesmo
sentido: STF, Segunda Turma, HC 97544/SP, Rel. para acórdão Min. Gilmar Mendes, DJE de
03.12.2010. Ao destacar a impossibilidade de interpretação extensiva do art. 252 do CPP, o
Min. Gilmar Mendes – relator do julgado anteriormente citado – aduziu: “Quando esta Corte
Suprema assenta que não se pode estender, pela via da interpretação, o rol do artigo 252 do
Código de Processo Penal, quer ela dizer que não é possível ao Judiciário legislar para incluir
causa não prevista pelo legislador. Essa inclusão pode se dar por analogia pura e simples, como
também pela dita interpretação extensiva, que nada mais é do que a inclusão, a partir de um
referencial legal, de um item não previsto em um rol taxativo”. Destaca-se, no que tange a esta
temática, que a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça já exarou entendimento de que não
se amolda a nenhuma das hipóteses de impedimento e suspeição, previstas nos arts. 252 e 254
do Código de Processo Penal, a relação de parentesco existente entre os jurados integrantes do
Conselho de Sentença e os estagiários do Ministéro Público, atuantes na promotoria da Tribunal
do Júri. Observou, ainda, que, caso fosse configurada a parcialidade dos jurados pela normaprocessual penal, deveria ter sido arguida a nulidade em própria sessão plenária, sob pena de
preclusão, nos termos do art. 571, inciso VIII, do mesmo diploma legal (STJ, 5ª Turma, HC
167.133/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 27/09/11).
40
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.O parentesco por consanguinidade (natural ou biológico) é aquele que liga pessoas descendentes
de um mesmo tronco comum. Ex: pai, avô, bisavô, filho, neto e bisneto etc.
41
.O parentesco por afinidade ( CC, art. 1.595) é aquele que se estabelece com os parentes
do cônjuge ou companheiro. Ex: sogro(a), cunhado(a), enteado(a), padrasto, madrasta etc. O art. 
255 do CPP estabelece regra especial a respeito do tema e disciplina que o “impedimento
ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que
lhe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem
descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de
quem for parte no processo”.
42
.Extrai-se do art. 1.591 do Código Civil que, “são parentes em linha reta as pessoas que
estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes”.
43
.Conforme o art. 1.592 do Código Civil, “são parentes em linha colateral ou transversal, até
o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra”.
44
.O grau de parentesco é contado na forma disciplinada pelo art. 1.594 do Código Civil:
“Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral,
também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo
até encontrar o outro parente”.
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05/02/2022 07:40 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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4.12. Impedimento e atuação em processo de natureza cível
A jurisprudência interpreta restritivamente a regra prevista no art. 252, III, do 
CPP – a qual impede a atuação do magistrado que “tiver funcionado como juiz
de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão” –
entendendo não existir óbice na atuação anterior do juiz em processo de natureza
cível. Assim, só existirá o impedimento caso o magistrado atue em primeiro e
segundo grauno mesmo processo e profira “algum ato de cunho decisório no
processo”45.
Em conformidade com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, admitir o
impedimento do juiz que tenha atuado na esfera cível, na mesma jurisdição e
instância, seria criar novo dispositivo legal não contemplado pelo legislador. Nesse
sentido, é a manifestação do Min. Gilmar Mendes (HC 97.544/SP):
(...). É clara a intenção da norma ao fixar como critério de impedimento o exercício
da função “em outra instância”, o que certamente não é o caso de varas únicas onde
o magistrado exerce, ao mesmo tempo, jurisdição cível e jurisdição penal. A
teleologia da norma é a de impedir que o duplo grau de jurisdição seja mitigado em
razão da participação, em ambos os julgamentos, de magistrado que já possui
convicção formada sobre os fatos e sobre suas repercussões criminais. A norma não
visa atingir o tratamento do mesmo fato, em suas diversas conotações e
consequências, pelo mesmo juiz. Nem poderia ser diferente, haja vista o fato de as
pequenas comarcas do Brasil possuírem apenas uma vara e um juiz. Entender que o
mesmo fato – com repercussões administrativas, cíveis ou penais – deve ser julgado
por juízes diferentes, exigiria a presença de no mínimo dois magistrados em cada
localidade do país. Nada obsta ao juiz entender que, comprovado o fato, dele se
obtenham apenas efeitos cíveis, não mais criminais. Não há comprometimento do
julgador com as consequências dos atos por ele reconhecidas em julgamento
anterior, na mesma instância, porém em outra esfera46.
 
45
.Para Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto, se o magistrado não praticou atos de
cunho decisório, ou seja, apenas impulsionou o processo em atos meramente ordinatórios, não
estaria impedido. Os autores recordam o disposto no art. 109, § 1º, do Regimento Interno do
Tribunal de Justiça de São Paulo, ao dispor que, “simples despacho de ordenação processual ou
de colheita de prova, em primeira instância, não determina o impedimento do desembargador que
o tenha praticado, quando deva oficiar, no Tribunal, no mesmo processo ou em seus incidentes”. E
acrescentam: “Tampouco o juiz de 1º Grau se, discordando do pedido de arquivamento formulado
pelo Ministério Público, adotou a providência do art. 28, tendo o procurador-geral determinado a
oferta de denúncia”. (CUNHA, Rogério Sanches. PINTO, Ronaldo Batista. Tribunal do júri.
Procedimento especial comentado por artigos. Salvador: JusPodivm: 2015, p. 191).
46
.STF, HC 97544/SP, Rel. para acórdão Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, j. em 03/12/2010.
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4.13. Incompatibilidade
O art. 448 do CPP enumera hipóteses de “impedimento” que, na pureza
conceitual e na forma do art. 253 do mesmo estatuto processual47, consistem em
casos de incompatibilidade, tratando da impossibilidade de duas pessoas que
possuam laços de parentesco atuarem no mesmo órgão colegiado48. Assim,
restam impedidos de servir no mesmo processo: (a) marido e mulher; (b)
ascendente e descendente; (c) sogro e genro ou nora; (d) irmãos e cunhados,
durante o cunhadio; (e) tio e sobrinho; (f) padrasto, madrasta ou enteado. A
legislação deixa evidenciado que o impedimento (incompatibilidade) ocorrerá
mesmo em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como
entidade familiar.
 
47
. CPP, art. 253. “Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que
forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive”.
48
.É a oportuna lição de: BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal.
As novas Leis de 2008 e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 161.
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4.14. Hipóteses especiais de impedimento previstas para o Tribunal do Júri
Além das hipóteses tradicionais de impedimento, suspeição e
incompatibilidade, o Código de Processo Penal disciplina ( CPP, art. 449) ser
impedido de participar do julgamento o jurado que: (i) tiver funcionado em
julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa
determinante do julgamento posterior49; (ii) no caso de concurso de pessoas,
houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; e, (iii) tiver
manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o(s) acusado(s)50.
 
49
.Neste sentido, inclusive, já dispunha a Súmula 206 do STF: “É nulo o julgamento ulterior pelo Júri
com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo”.
50
.De acordo com Maurício Lopes, a incomunicabilidade deve vigorar desde a chamada dos jurados
( CPP, art. 462), ou seja, antes mesmo da instalação da sessão. Com isso, a prévia
disposição do jurado para condenar ou absolver, ainda que antecipadamente à formação do
conselho de sentença, configuraria quebra do dever de sigilo, importando em exclusão da lista de
jurados: “Chamado o jurado pelo juiz-presidente, se este ao se apresentar já de antemão externar
qualquer elemento de sua convicção que possa ter por significado um juízo ou uma avaliação de
mérito do caso ou que o predisponha num ou outra orientação, quer em relação ao caso, quer aos
nele envolvidos qualquer que seja o papel, que[r] ainda em relação à própria instituição do júri,
deverá – ainda que não expressa em lei a medida – ser excluído da lista de jurados presentes para
todos os efeitos, não por outra razão senão a quebra de um dever de sigilo. Apenas cabe ressaltar
que, nesse caso, embora deva haver a exclusão do jurado, à falta de previsão legal não se lhe
será imposta multa” (LOPES, Mauricio Antonio Ribeiro. Do sigilo e da incomunicabilidade no júri.
In: Tribunal do Júri, estudo sobre a mais democrática instituição jurídica brasileira, Coord. RogérioLauria Tucci. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999, p. 261).
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4.15. Impedimento de cônjuge ao atuar no julgamento de corréu em
processo desmembrado
Questão interessante alcança a hipótese do desmembramento de um dado
processo e da (im)possibilidade da atuação dos cônjuges, sendo um em cada
julgamento. Trata-se do tema de fundo do HC 120746 do STF, o qual dividiu os
ministros da Suprema Corte. O Min. Roberto Barroso compreendeu que o art. 
448 do CPP veda a participação de marido e mulher no “mesmo” Conselho de
Sentença. O Min. Marco Aurélio, por sua vez, em interpretação ampliativa, pontuou
que a cisão do processo – que levou um dos acusados a ser julgado por um dos
cônjuges e os demais acusados pelo outro – não descontrói a ideia de que o
processo continua sendo um só e que o objetivo da norma é evitar que marido e
mulher se ocupem de julgar a mesma imputação fática. E acrescentou:
Há mais. No artigo 449 seguinte, estabelece-se que não poderá servir o jurado que
tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da
causa determinante do julgamento posterior. Ora, se, no caso de um segundo
julgamento, logicamente declarado insubsistente o primeiro, o jurado não pode
funcionar, esse obstáculo alcança o cônjuge se o outro houver exercido crivo quanto
à condenação de corréu.
Ao final, a questão acabou resolvida – unanimemente – pelo reconhecimento
da preclusão ( CPP, art. 571, VIII), sem o enfrentamento da matéria de fundo,
eis que vício deixou de ser levantado logo após o sorteio do jurado51.
 
51
.Habeas corpus originário. Homicídio Qualificado. Requisito de admissibilidade de recurso
especial. Alegação de nulidades ocorridas durante a sessão de julgamento. Preclusão. Inexistência
de vícios procedimentais. Ordem denegada. (...) 3. A norma especial contida no art. 448 do Código
de Processo Penal veda expressamente a participação de marido e mulher no mesmo conselho de
sentença. 4. Realizado o sorteio dos jurados na forma e com a antecedência exigidas pela
legislação, eventual arguição de suspeição ou impedimento deve ser feita em Plenário, sob pena
de preclusão. Precedentes. 5. As nulidades do julgamento devem ser arguidas em Plenário, logo
depois que ocorrerem, sob pena de preclusão. 6. Ordem denegada. (STF, 1ª Turma, HC 120746,
Rel. Roberto Barroso, j. em 19/08/2014).
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4.16. Suspeição
As hipóteses de suspeição estão previstas no art. 254 do CPP e proíbem a atuação do juiz (togado ou leigo) quando:
(a) for amigo íntimo ou inimigo capital do réu e da vítima; (b) quando o juiz, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver
respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminal haja controvérsia; (c) se o juiz, seu cônjuge, ou parente,
consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por
qualquer das partes; (d) se tiver aconselhado qualquer das partes; (e) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer
das partes; e (f) se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
 
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4.17. Inimizade capital
A inimizade capital deve estar amparada em “motivo sério e real que possa
comprometer a imparcialidade52” (como ódio, rancor, ameaças anteriores etc.),
além de se relacionar à pessoa do acusado ou da vítima e não ao advogado ou ao
promotor que atuam no processo. Assim, eventuais desentendimentos anteriores
com os profissionais que atuam no processo, em tese, não são motivos suficientes
a induzir a suspeição do magistrado. Tampouco o fato de já ter sentenciado o
acusado em feito diverso, mesmo que impondo pena elevada. Contudo, verificada
a inimizade capital em relação a um dos acusados, a suspeição envolverá o feito
como um todo, não se admitindo o desmembramento do processo53.
 
52
.WHITAKER, Firmino. Jury. Estado de S. Paulo. Seção de obras d’O Estado de S. Paulo: 1926,
p. 21. Consoante afirma Whitaker, se o motivo não for sério e real, seria indignidade valer-se desse
pretexto para encobrir a fraqueza.
53
.CUNHA, Rogério Sanches. PINTO, Ronaldo Batista. Tribunal do júri. Procedimento especial
comentado por artigos. Salvador: JusPodivm: 2015, p. 193.
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4.18. Procedimento
Cabe ao magistrado solicitar que os jurados acusem qualquer das hipóteses de
incompatibilidade, impedimento e suspeição e, não o fazendo, as partes deverão
arguir oralmente o vício, logo após ao sorteio do jurado, sob pena de preclusão54.
Nesse caso, o magistrado ouvirá o jurado e decidirá de plano a partir das
alegações e provas apresentadas pelo suscitante ( CPP, art. 106). Uma vez
acolhida a arguição, o jurado será excluído, porém, continuará sendo considerado
para a constituição do número mínimo exigível para a realização do julgamento (
CPP, arts. 451 e 463, § 2º). A alegação intempestiva ou não acolhida
ensejará na continuidade da sessão, fazendo-se constar em ata o seu fundamento
e a decisão ( CPP, art. 470) para controle posterior.
 
54
.STJ, 6ª Turma, AgRg no REsp 1779876/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 09/04/2019;
STJ, 5ª Turma, HC 535530/PE, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 03/12/19; STJ, 6ª Turma, AgRg no
Resp 1366851/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. em 04/10/16; STJ, 5ª Turma, HC 342821/RO, Rel.
Min. Felix Fischer, j. 15/03/16; STF, 1ª Turma, HC 120746, Rel. Min. Roberto Barroso, j. em
19/08/2014.
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4.19. Sorteio e recusas
O magistrado promoverá o sorteio físico ou eletrônico de sete jurados para a
composição do Conselho de Sentença55. Para tanto, fará a leitura em público do
nome de cada jurado sorteado e oportunizará a realização das recusas, iniciando-
se pela defesa. As recusas poderão ser imotivadas (ou peremptórias)56 – até três
para cada parte – ou motivadas por impedimento, suspeição ou incompatibilidade.
Porém, em ambos os casos, esse é o momento preclusivo para a sua arguição.
Em caso sui generis, reafirmando ser o sorteio do jurado o momento preclusivo
para a sua recusa, o TJ/PR deixou de reconhecer a nulidade de um júri sob o
fundamento da parcialidade de um dos membros do Conselho de Sentença. Da
preliminar do apelo ministerial, constava-se a afirmativa de que, após a realização
do julgamento, uma dada jurada teria publicado em rede social “estar feliz com o
resultado, por ter conseguido mais uma absolvição”, demonstrando que teria a
predisposição para absolver o réu ( CPP, art. 449, III, do CPP). A
preliminar foi refutada sob dupla fundamentação: (i) a manifestação da jurada teria
ocorrido somente após o julgamento e a dissolução do Conselho de Sentença, de
modo que não haveria como influenciar a decisão dos demais jurados e tampouco
seria possível afirmar que teria predisposição para condenar ou absolver o
acusado; (ii) além disso, a jurada não fora tempestivamente recusada quando da
formação do Conselho de Sentença, restando preclusa a matéria57.
Para cada nome sorteado, o magistrado questionará a defesa e, depois dela, a
acusação, se aceita ou recusa o jurado. Nos exatos termos do parágrafo único, do
art. 468 do CPP: “O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes
será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio
para a composição do Conselho de Sentença com os jurados remanescentes”.
Assim, por exemplo, caso a defesa recuse um determinado jurado, o Ministério
Público não poderá discordar e solicitar a sua permanência para a composição do
conselho de sentença.
Contudo, o dispositivo merece – de lege ferenda – um aprimoramento, pois em
homenagem ao princípio do devido processo legal e da plenitude de defesa,
caberia ao defensor se manifestar após a fala do Ministério Público e nunca
previamente58.
As recusas imotivadas ou peremptórias fazem parte da história dos julgamentos
populares. Rui Barbosa lecionava que “o direito às recusações peremptórias é
ingênito, ao júri e dêle inseparável: nasceu com a instituição, com ela existiu
sempre, e, a ela inerente, a acompanha por tôda parte” (sic)59. Colacionando a
visão do Marquês de São Vicente, o “Águia de Haia” explica as razões que
justificam as recusas peremptórias:
“‘Com razão estabeleceu a lei’, escrevia êle, ‘a valiosa garantia das recusações
peremptórias. Pode haver ódios, antipatias, ou fundadas, ou nascidas somente de
prevenções, preconceitos que não se podem explicitar, e menos provar, e que,
entretanto, exerçam influência e impressões incômodas e aflitivas sôbre o espírito do
acusado, ou acusador. Pode haver motivos ocultos, que não se possam nem ao
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05/02/2022 07:41 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022
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menos expressar, porque ofendam conveniências públicas, ou graves interêsses. É
por isso que a lei não obriga, e, até, proíbe expor as razões das recusações
peremptórias; e certamente que o contrário fôra reduzi-las aos únicos casos de
suspeição e ilegitimidade, e destruir uma das condições que purificam e mais ilustram
a instituição” (sic)60.
Em cidades menores, as recusas imotivadas ganham uma dimensão ainda
maior, diante da possibilidade do contato anterior entre o acusado e membros do
corpo de jurados. Muitas vezes, uma pequena desavença comercial, de trânsito ou
familiar é motivo suficiente para uma recusa, especialmente pelo caráter imotivado
das decisões do Conselho de Sentença. Daí a importância de o acusado estar ao
lado do defensor nesse ato, podendo com ele a todo momento dialogar, auxiliando-
o nas recusas.
As recusas são identicamente significativas para o representante do Ministério
Público, especialmente para aqueles que oficiam há tempos na comarca e
igualmente conhecem os jurados alistados e o eventual vínculo de amizade que
nutrem com o acusado ou a vítima, porém, em grau que não lhes possa atribuir a
suspeição61.
Na hipótese de concurso de agentes, a Lei n. 11.689/2008 manteve a
possibilidade de que as recusas possam ser feitas por um só defensor ( CPP,
art. 469, caput). Porém, trata-se de hipótese que dificilmente se opera na
prática, pois, comumente, cada defensor prefere ser consultado e exerce
individualmente o seu direito às recusas.
Ainda a respeito do sorteio dos jurados e das recusas peremptórias, tem-se que
a norma processual penal determina que a parte não justifique nem motive a
dispensa dos jurados sorteados com o claro propósito de evitar quaisquer máculas
quanto à convicção íntima do Conselho de Sentença que está sendo formado.
Nesse sentido, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, em julgamento ao
HC 222.216/RJ, de 21 de outubro de 2014, já exarou precedente no sentido de
que, ao ter proferido a frase “Deus é bom” logo após o sorteio da última jurada
mulher para compor o Júri, o membro do Parquet externou convicção pessoal e
religiosa, cujo teor teve potencialidade para influenciar o julgamento pelos juízes
leigos, ainda mais em razão das peculiaridades do caso concreto, uma vez que o
acusado havia sido pronunciado pela prática de homicídio duplamente qualificado
em face de sua enteada, de doze anos de idade. Entretanto, a Segunda Turma do
Supremo Tribunal de Justiça, ao julgar o RHC 126884, sob a relatoria do Ministro
Dias Toffoli, reformou a decisão da Corte Superior de Justiça entendendo que não
havia qualquer nulidade a ser reconhecida por ocasião da aludida frase proferida
pelo Promotor de Justiça em Plenário. Segundo a Suprema Corte, o fato de ter o
MP direcionado as suas escolhas de jurados para que mais mulheres integrassem
o Conselho de Sentença não consubstanciava conduta discriminatória, porquanto
cabe às partes adotar estratégia processual que lhes pareça mais pertinente ao
caso concreto. Assim sendo, ao declarar que “Deus é bom” quando foi sorteada
uma mulher como último jurado, o membro do Ministério Público não incidiu em
nulidade, porquanto tratava-se de “simples comentário de ordem pessoal,
enquadrável na liberdade de expressão assegurada às partes, que não repercutiu
de nenhum modo na legalidade da condução dos trabalhos do Júri, tanto mais que
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a acusação não foi sustentada com base na convicção religiosa”. Com efeito,
entendeu-se que o comentário “não traduziu indevida permeação de interesses
confessionais na condução das atividades laicas do Parquet”, de modo que se
afigurava incabível qualquer censura nesse sentido.
Delineada a jurisprudência da Suprema Corte, a Corte Superior de Justiça
passou a entender que meros comentários de cunho religioso, efetuados pelo
Ministério Público, durante o sorteio dos jurados, não configuram elementos hábeis
a ensejar a nulidade da sessão plenária, na medida em que não determinam
qualquer influência no Conselho de Sentença.62
Compete ao magistrado providenciar a presença de um número significativo de
jurados a fim de evitar a separação dos julgamentos, o que de fato ocorreria se, em
razão das recusas, não fosse alcançado o número mínimo de 7 jurados para
compor o Conselho de Sentença. Tal situação poderia ocorrer, por exemplo, em um
julgamento envolvendo dois acusados. Ponderando-se que ambos os acusados,
acompanhados pelo Ministério Público, realizassem todas as recusas, se apenas
15 jurados estivessem presentes, não se alcançaria o número suficiente para a
composição do Conselho de Sentença.
 
55
.Na Câmara dos Deputados foi sugerida emenda ao art. 380 do PLS n. 156/2009 (atual art. 
467 do CPP) para, além de elevar o número de jurados que compõem o conselho de
sentença – dos atuais 7 para 8 –, determinar o sorteio de 2 jurados suplentes “que acompanharão
os trabalhos em igual regime de deveres e direitos e substituirão os titulares na impossibilidade de
prosseguirem no julgamento sob qualquer fundamentação”. O sorteio de suplentes de plenário é
medida que já existe no direito comparado e objetiva evitar que, por motivo de força maior, um
determinado julgamento não possa ser concluído. Entendemos que tal medida é salutar,
especialmente nos júris que prosseguem por vários dias. Porém, acreditamos que o número de 2
suplentes é elevado quando comparado com o histórico de julgamentos que foram interrompidos
por motivo de força maior envolvendo o conselho de sentença. Não podemos esquecer que manter
2 jurados suplentes durante todo o julgamento representa um custo elevado nos júris que se
estendem por vários dias, não apenas em decorrência da alimentação, mas igualmente pelos
gastos com a reserva de hotel e com o número de oficiais de justiça necessários para zelar pela
incomunicabilidade dos jurados. Ademais, existe o custo pessoal na vida de cada jurado que, sem
receber qualquer remuneração, estaria afastado de sua família e dos seus afazeres pessoais e
profissionais. Diante disso, acreditamos que o sorteio de suplentes deveria ser reduzido para
apenas um jurado e que tal ação fosse reservada apenas para os júris de grande porte, a critério
do magistrado presidente da sessão de julgamento. No entanto, ao menos com a legislação atual,
o sorteio de suplentes encontra barreiras jurídicas insuperáveis, eis que, além de não haver
regulamentação sobre sua atuação no decorrer do julgamento, há consequências indiretas que
precisam ser consideradas, como a necessidade de aumento do número de recusas imotivadas,
por exemplo.
56
.Nas recusas imotivadas as partes podem rejeitar o jurado sorteado por qualquer motivo que
entenda plausível, mesmo baseados em impressões pessoais. Não há qualquer óbice se, por
exemplo, por conta das recusas peremptórias, somente restarem jurados homens ou mulheres.
Neste sentido: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO TRIPLAMENTE

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