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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – 
 
AULA 06 – Desenvolvimentos 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNICAMP 
Exasiu 
Prof. Fernando Andrade 
Aula 06 – Desenvolvimento 
Desenvolvimento narrativo: verossimilhança; Desenvolvimento 
dissertativo: argumentos por evidência, raciocínios e recursos 
retóricos. 
. 
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EXTENSIVO 
2024 
Exasi
u 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – 
 
AULA 06 – Desenvolvimentos 2 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO 3 
1. ARGUMENTO NA NARRAÇÃO OU NOS GÊNEROS ASSOCIADOS 3 
1.1 Coerência como argumento textual 5 
1.2 Análise de uma redação mediana 7 
1.2.1 Comentário da banca 8 
2. ARGUMENTO NOS TEXTOS OPINATIVO E EXPOSITIVO 9 
2.1 Tipos de argumento 9 
3. CONVENCIMENTO BASEADO EM EVIDÊNCIAS 11 
4. OS TIPOS DE RACIOCÍNIOS 26 
4.1 Dedução 26 
4.2 Indução 27 
4.3 Causa e consequência 30 
4.4 Analogia 32 
5. A RETÓRICA COMO ARGUMENTAÇÃO 33 
5.1 Aprofundando a analogia 33 
5.2 Função emotiva 38 
6.ARGUMENTO FORTE E ARGUMENTO FRACO 43 
7.ARGUMENTO PRINCIPAL E ARGUMENTO SECUNDÁRIO 46 
8. PROPOSTAS DE REDAÇÃO 48 
8.1. Encaminhamento possíveis 54 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 60 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – 
 
AULA 06 – Desenvolvimentos 3 
Apresentação 
 
 Querido(a) aluno(a), 
Até agora consideramos vários tópicos necessários para a construção de textos segundo gêneros. 
Vimos as sequências discursivas (narração, descrição, dissertação, exposição e injunção), os critérios de 
correção, linguagem, e. nos dois últimos pdfs, consideramos os modelos de escrita dos dois fundamentos 
textuais: o texto argumentativo e o narrativo. 
Contudo, não desenvolvi o tópico da argumentação, algo necessário tanto para os gêneros 
opinativos e dissertativos, quanto para a própria narrativa. Esse pdf é sobre isso. Você perceberá que 
houve uma inversão segundo a proposta inicial, mas nada que prejudique seu desenvolvimento. No 
próximo pdf, considerarei os gêneros geradores e farei um apanhado com fichas técnicas dos gêneros 
vistos até agora. 
 
“Bora” e boa escrita. 
 
1. Argumento na narração ou nos gêneros associados 
 
 Um bom desenvolvimento de narrativa significa que dados alguns elementos iniciais, você saberá 
desenvolver de forma coerente o que ocorre antes ou depois. 
 O antes tem a ver com a causa da ação, o depois com suas consequências. Para entender melhor 
o que isso significa, leia a proposta abaixa dada pela UNICAMP em 2003. 
 
Leia o texto abaixo, parte de um depoimento de “Luiz Castilhos, branco, natural do Estado do Rio, de 42 
anos, solteiro, sabendo ler e escrever”, em que ele relata a briga que teve com “Joaquim de Souza, 
mulato, de 32 anos, casado, analfabeto”. O depoimento consta nos autos do processo criminal no qual 
foi réu este último, no Rio de Janeiro, em 1910. 
 
“[declara] que trabalhava no trapiche Comércio à rua da Saúde, onde também trabalhava Joaquim 
Antonio de Souza; que o trabalho que na ocasião faziam o declarante, Joaquim e outros era pesar carne-
seca; que então ali chegando um homem que não é vagabundo pediu a Joaquim um pedaço de carne 
para comer; que Joaquim como resposta disse ao homem que pedia que fosse pedir à puta que o pariu; 
que o declarante fazendo ver a Joaquim que havia muita carne e que por consequência um pedaço que 
desse ao homem para comer em nada prejudicaria ao dono da mercadoria, Joaquim voltando-se para o 
declarante mandou-o também à puta que o pariu; que em vista do mau humor de Joaquim o declarante 
retirou-se do trapiche visto como naquele momento terminaria o trabalho do dia; que em seguida o 
declarante foi à pagadoria receber a sua diária; que ao voltar da pagadoria 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 4 
Joaquim desfechou-lhe quatro ou cinco tiros [...]” (Extraído de Sidney Chaloub, Trabalho, Lar e 
Botequim: O Cotidiano dos Trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque, São Paulo, Brasiliense, 
1986, p.105.) 
 
O depoimento acima transcrito contém elementos que permitem a construção de uma narração: 
personagens, uma situação problemática e um desfecho. 
Inspirando-se nos dados desse depoimento, escreva uma narração 
· em terceira pessoa; 
· com personagens e elementos da situação construídos com base no texto; 
· que contenha, além do desfecho constante no depoimento, um segundo desfecho, com fatos ocorridos 
posteriormente aos relatados e que tenham alguma relação com trabalho. 
Não esqueça que você pode valer-se de informações da coletânea geral e dos enunciados das 
questões desta prova para escrever sua narração. 
 
 Normalmente, as bancas fazem algo parecido. Fornecem para o 
candidato um conflito geral e a partir dele, o candidato deve criar 
personagens e justificar as ações anteriores e posteriores. Justificar, 
nesse caso, significa desenvolver as relações causais de forma coerente. 
 Na narrativa, costuma-se considerar um bom argumento uma 
história que manifesta peripécias e clímax interessante. Nesse caso, a 
escolha de personagens, tempo, espaço e conflito devem colaborar 
para que o texto fique coerente ou verossímil (uma história que se 
impõe como imitação da verdade, ou seja, que é convincente). 
 Por exemplo, nesse caso, seria preciso imaginar os motivos que 
levaram à violência. Há algumas possibilidades, mas elas devem ter 
força para sustentar a intensidade da ação subsequente. 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 5 
 
 
1.1 Coerência como argumento textual 
 Assim, é fundamental que o texto não apresente qualquer tipo de incoerência. Segundo os autores 
José Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli, “ coerência deve ser entendida como unidade do texto. Um 
texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar 
de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. 
 No texto coerente, não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais.” (PLATÃO & 
FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1990). Isso significa que, ao escrever 
um texto, não podemos apresentar uma informação e depois apresentar mais a frente qualquer elemento 
que negue, direta ou indiretamente, a informação anterior. 
 Vamos supor que alguém resolvesse relatar o que ocorreu em uma festa e começasse a 
descrevesse a situação. O evento teria ocorrido na casa de um amigo, muitas pessoas estavam na sala e 
fumavam sem parar, havia, portanto, uma névoa, que não permitiria observar claramente as pessoas. 
Dada tal situação, o autor do texto não poderia dizer que viu alguém a não ser que essa pessoa estivesse 
muito próxima. Uma frase como a seguinte seria incoerente: procurava desesperadamente a menina que 
tinha visto na entrada da festa, foi quando percebi que ela entrava do outro lado da sala, linda e 
maravilhosa. Nem a força do amor poderia explicar essa inesperada visão de raio-X. 
 No caso acima, a incoerência se dá pela contradição, um elemento contradiz outro. Pode haver 
incoerência também quando o autor se esquece de introduzir uma informação que depois será 
importante para o entendimento do texto. Para entender melhor essa ideia vamos considerar um dos 
mais significativos relatos para a cultura ocidental, o mito da caverna de Platão. Para falar sobre o 
conhecimento, Platão imagina um diálogo entre os personagens Sócrates e Glauco. O personagem-
filósofo conta uma história, no trecho abaixo, observamos a descrição da situação inicial. 
Conflito
Trabalhador 
I bateu em 
trabalhador 
II
Trabalhador I 
incentou a 
demissão do 
trabalhador II
Trabalhador I 
desautorizou 
trabalhador II. 
Trabalhador I foi 
racista com 
trabalhador II. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 6 
 
Sócrates-Agora leva em conta nossa natureza, 
segundo tenha ou não recebido educação e compara-
a com o seguinte quadro: imagina uma caverna 
subterrânea, com uma entrada ampla, aberta à luz 
em toda a extensão. Lá dentro, alguns homens se 
encontram, desde a infância, amarrados pelas pernas 
e pelo pescoço de tal modo que permanecem imóveis 
e podem olhar tão-somente para a frente, pois as 
amarras não lhes permitem voltar a cabeça. Num 
plano superior, atrás deles, arde um fogo a certa 
distância. E entre o fogo e os prisioneiros eleva-se um 
caminho ao longo do qual imagina que tenha sido 
construído um pequeno muro semelhante aos 
tabiques que os titeriteiros interpõem entre si e o público a fim de, por cima deles, fazer movimentar 
marionetes 
Glauco- Posso imaginar a cena. 
Sócrates- Imagina também homens que passam ao longo desse pequeno muro carregando uma enorme 
variedade de objetos cuja altura ultrapassa a do muro: estátuas e figuras de animais feitas de pedra, 
madeira e outros materiais diversos. Entre esses carregadores há, naturalmente, os que conversam entre 
si e os que caminham silenciosamente. 
Glauco – Trata-se de um quadro estranho e de estranhos prisioneiros. 
Sócrates- Eles são como nós. Acreditas que tais homens tenham visto de si mesmos e de seus 
companheiros outras cosias que não as sombras projetadas pelo fogo sobre a parede da caverna que se 
encontra diante deles? 
(PLATÃO. A república: livro VII. Brasília: Ed. Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989, p. 46,47) 
 Com essa “história”, Platão pretendeu fazer uma parábola da situação em que o homem se 
encontra. Quando ele diz que os homens são prisioneiros numa caverna e veem somente sombras das 
coisas, o filósofo quer ilustrar nossa condição, pois a nossa alma (hoje diríamos “nossa racionalidade”) é 
prisioneira dos nossos sentidos, sendo assim, não podemos conhecer o que são os objetos ao nosso redor, 
é como se recebêssemos dos sentidos apenas projeções, sombras do que seria a realidade. À primeira 
vista, tal ideia parece absurda, mas é nela que o pensamento científico se funda. A desconfiança em 
relação à realidade e aos sentidos levou os homens a perceberem, por exemplo, que a terra é redonda, 
ao contrário do que indicam nossos sentidos. 
 Para conseguir transmitir essas ideais, o relato de Platão não poderia, de forma alguma, ser 
incoerente, nenhum detalhes poderia ser omitido ou esquecido. Isso o obrigou a descrever 
minuciosamente a cena inicial. No texto, nada é desnecessário. Consideremos, por exemplo, a afirmação 
de que os homens estão amarrados. Se Platão não acrescentasse mais nada, poderíamos argumentar que, 
embora amarrados, os homens poderiam ver o fogo que está atrás deles e também olhar para seus 
companheiros, já que, mesmo amarrado, alguém geralmente pode movimentar a cabeça. Por esse 
motivo, Platão é claro: “alguns homens se encontram, desde a infância amarrados pelas pernas e pelo 
pescoço”. A qualidade do relato que Platão apresenta pode ser avaliada pelo fato de ele apresentar, 
logo no início do texto, todos os elementos necessários para que desenvolva coerentemente sua 
narrativa. 
 Lógico que, na fala, muitas vezes, ocorre de nos esquecermos de um elemento qualquer, mas, 
nesse caso, o nosso interlocutor pode nos interromper e perguntar sobre algo que não entendeu; como 
isso não pode ocorrer com o texto escrito, o autor de um relato tem de se certificar de que não cometeu 
qualquer tipo de incoerência. Cometer esses “deslizes” é algo normal, pois no momento que estamos 
Lição de Alex Gendler, animação de Stretch Films, Inc.(Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=1RWOpQXTltA , acessado em 13.05.2019) 
 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 7 
escrevendo, ficamos mais preocupados em fixar a idéia do que em avaliar a escrita. Na verdade, a 
avaliação do texto deve ocorrer num momento posterior, na revisão. Não podemos considerar um texto 
acabado enquanto ele não tiver passado pela revisão. 
 Esses cuidados são necessários para se produzir um bom texto. A simplicidade do relato não deve 
justificar um texto mal feito, afinal, apesar de simples, o relato tem um papel importante em nossas 
vidas. Podemos destacar dois usos: para expressarmos nossa experiência da realidade; ou, quando 
ficcionais, para contar histórias que ilustram idéias ou modelos de comportamento, como os mitos, 
parábolas , alegorias etc. O texto citado de Platão nos dá idéia da importância de tal gênero. Há um outro 
tipo de relato que se tornou comum em nossos dias, o relato jornalístico, que merece ser considerado 
à parte. 
1.2 Análise de uma redação mediana 
 Para compreender exatamente o que isso significa, considere a análise da banca em relação a um 
texto que ficou na média. O tema foi aquele mencionado acima sobre o conflito entre dois trabalhadores 
de um trapiche. 
 Ironia 
 Joaquim, rapaz miúdo, morava no interior do Rio de Janeiro. Ajudava 
sua mãe, uma velha lavadeira que sustentava a casa. Seu pai era doente, não 
enxergava bem desde um castigo sofrido quando ainda era escravo. 
 Com os pais velhos e não vendo muita prosperidade em seu futuro, o 
rapaz tomou a decisão de ir para a capital a procura de emprego e prometeu 
aos dois: quando eu comprar uma casinha, volto para buscar vocês. 
 Chegando no Rio de Janeiro encontrou a senhora Ana, dona de cortiço 
e que emprestou um pequeno quarto para passar a noite. Como não sabia ler, 
ele pedia para que Ana lesse os anúncios de emprego nos jornais. Precisava de 
dinheiro. Algumas noites, seus roncos se confundiam com os roncos do 
estômago vazio. 
 Até que em uma manhã, Dona Ana acordou Joaquim contando que o 
trapiche ao lado estava precisando de um atendente. No mesmo dia, 
começou a trabalhar no novo emprego. Ganhara pouco, mas o suficiente para 
comprar comida para a janta. 
 Dois meses depois, Joaquim já havia feito amigos e se apaixonara por 
Renata, uma freguesa pobre do trapiche e resolveram se casar. A moça veio a 
morar junto com o rapaz no cortiço. 
 Mas, em um ano, a situação de Joaquim tornou a ficar difícil, pois, com 
o nascimento de seu filho, o dinheiro já não era suficiente. Numa tarde, ele 
criou coragem e pediu para seu chefe se podia levar um pequeno pedaço de 
carne pois não tinha mais dinheiro. Recebeu uma resposta mal-educada e a 
ameaça de perder o emprego. Essa resposta ficou marcada em Joaquim. 
 Semanas depois, coincidentemente, um rapaz, de certo modo bem 
vestido pediu um pedaço de carne seca para comer. Com raiva, Joaquim negou 
rispidamente. Luiz, o balconista criticou a atitude, alegando que havia muita 
carne lembrando da atitude de seu chefe, Joaquim foi ríspido também com o 
balconista. Este, vendo-se ofendido, insultou Joaquim, fazendo referência ao 
Circunstância inicial, 
personagens, pobreza, 
situação dos pais 
Trecho 
desnecessário 
para o desfecho. 
Começa-se a 
delinear a 
causa da ira 
Outros 
detalhes 
sobre os 
motivos para 
a violência 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 8 
seu salário maior e ao fato de que o mulato era analfabeto, e depois se retirou. 
Foi à pagadoria retirar o pagamento. Quando Luiz retornou, mostrou seu 
comprovante de salário com orgulho, causando em Joaquim uma cólera que 
resultou numa ação impensada: pegou a arma que ficava escondida sob o 
balcão e desferiu quatro tiros em Luiz. 
 Os ferimentos não foram fatais. Mas Joaquim foi condenado a cinco 
anos de prisão. Sua esposa pediu divórcio e desapareceu com o filho. 
 Ao completar o tempo da pena, Joaquim voltou a procurar empregos. 
Mas além das dificuldades iniciais, ele era mulato e analfabeto, tinha também 
agora passagem pela polícia. Joaquim não conseguiu mais emprego e foi 
encontrado enforcado numa árvore de um bosque. Seus pais vieram para o 
enterro. 
1.2.1 Comentário da banca 
“O candidato não se preocupou em elaborarjustificativa para 
um momento crucial de seu texto – a reação de Joaquim às críticas e às 
ofensas de Luiz, isto é: essa personagem – o Joaquim – não havia sido 
construída de forma a preparar uma atitude tão drástica, a tornar essa 
atitude suficientemente esperada pelo leitor. Mais do que isso: a relação 
entre Joaquim e Luiz não havia sido construída. Luiz, por sinal, surge no 
texto apenas quando surge também o pedinte. Em outras palavras: Luiz 
não mereceu, no texto, a relevância necessária para que o desfecho 
fosse plenamente verossímil. 
 Esperamos que você tenha percebido a diferença entre essa redação e as duas anteriores no que 
se refere à construção da verossimilhança – elemento fundamental aos textos narrativos. Quando um 
texto é inverossímil – isto é, quando alguns acontecimentos ou ações de personagens são contraditórios 
ou causam estranhamento, o texto perde pontos significativos na avaliação. Não foi o caso deste texto: 
embora algumas atitudes não tenham sido preparadas, elas não comprometem a verossimilhança, porém 
impedem que sua nota seja maior. 
 Há outro elemento característico das narrações (as personagens) cuja construção, neste texto, 
também apresenta altos e baixos que podem ser exemplificados a partir da leitura do 3o parágrafo. Nele, 
percebemos um elemento da coletânea – o fato de Joaquim ser analfabeto – usado de forma a contribuir 
para o tipo de texto: esse elemento é o responsável por “Joaquim pedir a Ana que lesse os anúncios de 
emprego nos jornais”. Logo em seguida, porém, o texto diz: “Algumas noites, seus roncos se confundiam 
com os roncos do estômago vazio”. Essa comparação em nada contribui para o texto do candidato: saber 
que Joaquim passava fome é relevante para o texto, mas que ele roncava não, já que seus roncos não são, 
em nenhum momento, retomados no texto, e, portanto, não têm função nele. 
 Outros elementos que não têm função no texto são as duas mulheres, Ana e Renata. O trabalho 
de construção da personagem Ana no início do texto leva o leitor a imaginar que ela se relacionará com 
Joaquim de alguma forma mais intensa: serão grandes amigos (já que Ana era “a senhora Ana”) ou, quem 
sabe, namorados. Afinal, ela foi tão gentil com Joaquim: emprestou um pequeno quarto para que ele 
passasse a noite – na verdade, foram várias noites; lia os anúncios dos jornais para ele e, mais do que isso, 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 9 
Figura 1: Pixabay 
foi ela quem “acordou Joaquim contando que o trapiche do lado estava precisando de um atendente”. O 
que Ana mereceu em troca de tanta gentileza? Foi completamente abandonada. 
Joaquim “se apaixonara por Renata, uma freguesa pobre do trapiche”, casou-se com ela e levou-a 
para morar com ele no cortiço. De Renata só sabemos isso, que teve um filho e que, depois do crime, 
“pediu divórcio e desapareceu com o filho”. E de Ana? Não soubemos mais nada; desapareceu do texto. 
O texto teria tido mais êxito se, ao projetá-lo, o candidato tivesse optado ou por unir as duas personagens 
numa só – e Joaquim poderia ter se casado com aquela que tanto o ajudou – ou por desenvolver mais 
cada uma das duas, atribuindo-lhes papéis mais relevantes, de forma que nenhuma fosse esquecida ao 
longo do texto, ou que uma delas aparecesse meramente para contemplar um dado da coletânea da 
prova, no caso, o de que Joaquim era casado. 
Resumindo, embora este texto tenha cumprido as exigências da proposta, sua nota é inferior às 
dos dois anteriores porque seu autor, diferentemente daqueles outros, deixou de se preocupar em 
atribuir função para cada um dos elementos presentes no texto e justificar cada atitude das personagens. 
 
2. Argumento nos textos opinativo e expositivo 
 Já vimos que o argumento deve fazer brilhar a sua tese ou aquilo que você deve defender no seu 
texto. Mas como fazer isso? Podemos destacar didaticamente 
2.1 Tipos de argumento 
A argumentação não é um tipo de texto que visa a um “fazer 
saber”. O redator do texto produz uma 
dissertação que tem a incumbência de 
fazer o leitor mudar sua perspectiva 
sobre o assunto. 
 Há duas maneiras de se fazer isso. 
Valendo-se da persuasão, ou seja, do 
apelo emotivo; ou do convencimento, ou 
seja, do apelo racional. 
 Tomemos como exemplo dois trechos argumentativos de redações bem avaliadas sobre o tema 
fronteiras. Pergunte-se: tecnicamente, onde está a forma argumentativa de cada um? 
Fragmento 1 
 
 Nesse trecho, o autor não desenvolve o argumento baseado em evidências ou fatos, ele 
simplesmente enumera uma série de países, regiões ou cidades que estão na fronteira entre dois países, 
Tipos de 
argumentos
Persuasão
Convencimento
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AULA 06 – Desenvolvimentos 10 
Raciocínios 
duas culturas ou dois povos. Mas a força do texto vem do uso de figuras de linguagem ou de palavras que 
apelam para nossa emoção ou para nosso senso estético. 
 Observe a comparação na segunda linha “tal qual objetos de cores diferentes são embalados em 
caixas distintas”. Esse tipo de analogia dá mais dramaticidade do que apenas enumerar cidades limítrofes. 
No terceiro período, o autor passa das cidades para o cotidiano dos condomínios, de novo, através de 
uma linguagem pautada pelo exagero. Note os adjetivos. Os carros são “blindados”; os muros, “altos”; os 
condomínios, “fechados”; o feudo, “moderno”; os ataques, “bárbaros”. Digamos que o redator do texto 
parte de uma ideia simples e, através da linguagem, transforma essa ideia em um texto persuasivo. 
 Na persuasão, o emissor lança mão de artifícios que devem impressionar a imaginação. Os 
recursos que analisamos até agora foram por esse caminho. 
 Já o convencimento segue por outro caminho: o da razão. 
 
 Olhe esse exemplo, corujinha. 
 
 
 
 
 O candidato lança a “tese” desse argumento no final da primeira linha “muitos dos conflitos 
observados atualmente decorrem fundamentalmente da discordância que ocorre entre as fronteiras 
ideológicas e as geográficas.” Para provar isso, o autor recorre a um fato que não pode ser negado. Ora, 
se o argumento utilizado não pode ser negado e ele tem relação direta com a tese, segue-se que a tese 
também não pode ser negada. Nesse caso, o autor apoiou-se em evidências. Há, contudo, um outro 
recurso utilizado para convencer. 
 
 
 
Convencimento 
Evidências t.me/CursosDesignTelegramhub
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Fonte: 
https://twitter.com/MigrantApp/status
/1009062008644251648 
 
 
 
 
 
Fonte dos gráficos: showeet 
 
3. Convencimento baseado em evidências 
 
Convencer é jogar. Como em todo jogo, é importante primeiro entender quais são as regras que 
serão aceitas por todos que entram em uma discussão. Abaixo, você encontrará alguns procedimentos 
geralmente aceitos e valorizados pela Banca. 
 Embaixo de cada tópico, você encontrará um desafio: fazer um parágrafo argumentativo pelo 
método abordado. Todos os exercícios terão como parâmetro a mesma proposta. O tema será o dos 
Refugiados. 
Segue abaixo a proposta e a tese que você deverá adotar para criar parágrafos argumentativos. 
Proposta 
 
 Cinco conflitos que movem a crise de refugiados 
 
 
A fome e a guerra, principalmente na África e no Oriente Médio, levam milhões de pessoas a migrar 
Megan Specia, The New York Times 
Estadão, 29 de junho de 2018 | 10h00 
 
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https://twitter.com/MigrantApp/status/1009062008644251648
https://twitter.com/MigrantApp/status/1009062008644251648
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Fo
n
te: P
ixab
b
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Sudão do Sul. Síria. Afeganistão. Myanmar. Somália. Esses países evocam imagens de conflitos violentos - 
e de seres humanos em fuga. 
Muitos no Ocidente temem um mundo imaginário no qual os refugiados desses países estão entrando na 
Europa e nos Estados Unidos como nunca antes. Esses temoreslevaram governos a fechar as fronteiras e 
cortar as ofertas de reassentamento de refugiados. 
Na realidade, porém, a grande maioria dos refugiados do mundo vive principalmente nos países vizinhos, 
fato reafirmado num relatório anual da agência das Nações Unidas para refugiados. O relatório mais 
recente disse que 68,5 milhões de pessoas em todo o mundo foram classificadas em 2017 como forçadas 
a abandonar seus lares por causa de conflitos e perseguições, o número mais alto desde o fim da Segunda 
Guerra Mundial. Entre eles estão 25,4 milhões de refugiados - aqueles que fugiram para outro país para 
escapar da guerra ou da perseguição e que recebem proteções especiais de acordo com o direito 
internacional. 
(https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,cinco-conflitos-que-movem-a-crise-de-
refugiados,70002372004) 
Em 29 de junho, essa matéria, publicada no Estadão, chamava a atenção para o drama dos refugiados que 
assombra o mundo. Paradoxalmente, há um movimento contrário que nega o acolhimento ou o 
reconhecimento dessas pessoas sobretudo nos países mais ricos e desenvolvidos. Observa-se, tanto na 
Europa quanto nos EUA, o crescimento de partidos de extrema direita cuja pauta principal baseia-se numa 
política anti-imigração. 
Essa ação radical deixa subentendido que os europeus ou americanos não têm nenhuma responsabilidade 
pelos fluxos de refugiados. 
Proposta: valendo-se dos recursos que serão discutidos abaixo (fato, estatística, exemplo e citação), faça 
um parágrafo para cada recurso estudado, valendo-se da coletânea sugerida e da seguinte tese: Os países 
que mais são reticentes aos refugiados são também responsáveis pelo problema. 
O primeiro exercício sobre fatos foi comentado logo a seguir e deve servir como modelo. As outras 3 
propostas, envolvendo citação, exemplo e estatística serão comentadas no final desta seção. 
 
 
 Há quem diga que contra “fatos não há argumentos”. Isso 
pode até ser verdade, mas, como o fato se torna um fenômeno 
linguístico, ele passa a ser passível de interpretação. 
 Qual seria o fato inequívoco? Aquilo que foi descrito e tem como origem a documentação 
historiográfica. Ou seja, aquilo que foi documentado seguindo o critério de tempo e espaço dificilmente 
será contestado. 
 Isso significa que, em um texto, o efeito de verdade é conseguido quando o redator apresenta de 
forma precisa elementos que se situem no tempo e espaço. Observe o efeito poderoso da inclusão desse 
elemento no texto. 
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https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,cinco-conflitos-que-movem-a-crise-de-refugiados,70002372004
https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,cinco-conflitos-que-movem-a-crise-de-refugiados,70002372004
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AULA 06 – Desenvolvimentos 13 
 
 O candidato escolhe dois fatos importantes ocorridos em 2008, descreve-os a partir de tempo e 
espaço e depois associa-os à sua tese de que atravessar fronteiras é quebrar estigmas. 
 
 
 
 
 Como nós mesmos não podemos provar toda gama de informações que 
são importantes para nós, confiamos nos especialistas e utilizamos os dados deles 
como forma de apoiar um ideia. Mas como essa “verdade” pode aparecer na 
argumentação? A verdade não vai aparecer, mas os conceitos sociológicos ou filosóficos 
têm espaço garantido numa boa redação. Ou seja, trocamos a comprovação pela 
demonstração através de conceitos e citações. 
 
 
 
 
Como fazer citações de uma coletânea? 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 14 
 
 
Uso de recursos gramaticais 
 
Logo depois do nome da pessoa que será citada, deve aparecer, entre vírgulas, sua especialidade, o que 
confere autoridade ao que se diz. 
 
Usam-se com frequência preposições que indicam conformidade. Em conformidade com; de acordo com; 
conforme; segundo. 
 
Indicam que a citação vai começar. Os dois pontos não são necessários, principalmente quando depois 
da citação você acrescentar algo. Exemplo: A frase “Penso, logo existo” de Descartes é uma das mais 
conhecidas em filosofia. 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – 
 
AULA 06 – Desenvolvimentos 15 
 
As aspas são necessárias para indicar quais são as palavras textuais da pessoa citada. 
 
 
São utilizadas junto com os colchetes ou parênteses para indicar que o trecho continua. Para trechos 
extremamente curtos, isso não é necessário. Se você considerar uma frase que também é um período 
completo do autor, as reticências não são necessárias. 
Observe: O período completo da fala da médica citada acima é “Conclamo a todos, portanto, que nos 
próximos dias não repassem áudios, gráficos ou textos de redes sociais.” Se tivesse transcrito só esse 
trecho sem qualquer omissão não precisaria de reticências ou parênteses; como eu usei parte desse 
período tive que usar os parênteses para indicar a omissão: “(...) 
não repassem áudios, gráficos ou textos de redes sociais.” 
 
Parênteses ou colchetes. Usam-se esses recursos para indicar omissão da parte citada. 
 
 
 
 
 
Faça um parágrafo argumentativo valendo-se de citação. 
Abaixo, você encontrará um excerto de uma publicação do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada). Há, nele, uma citação da OIM (Organização Internacional para as Migrações) e de um 
professor de Oxford. Escolha uma das autoridades e procure selecionar as informações relevantes 
para seu argumento, parafraseando a ideia de quem você escolheu. No seu parágrafo tente juntar 
3 ideias: 
✓ Os europeus e seus aliados são responsáveis pelos refugiados; 
✓ Refugiados são população de deslocamento forçado; 
✓ Explicação de “deslocamento forçado” segundo algum dos autores. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 16 
O fragmento traz muita informação. Tente selecionar o que é mais relevante. Seu paragrafo deve 
ter no máximo 8 linhas. 
Texto da coletânea para a seguinte tese: Os países que mais são reticentes aos refugiados são 
também responsáveis pelo problema. 
 
 
 
“O deslocamento forçado, segundo o entendimento da OIM, configura-se como: 
Movimento migratório onde existe um elemento de coerção, incluindo-se ameaças à vida e aos 
modos de vida, sejam decorrentes de causas naturais ou humanas (por exemplo, movimentação 
de refugiados e de pessoas deslocadas, assim como de pessoas deslocadas por desastres naturais 
ou ambientais; desastres químicos ou nucleares, fome ou projetos de desenvolvimento (IOM, 
2011, p.39, tradução nossa). 
(...) 
Cumpre-nos destacar que a ONU pressupõe que a imigração ocorra como um ato voluntário, 
desautorizando, assim, incluir-se o refugiado entre os migrantes forçados. Entretanto, está cada 
vez mais aceito, entre os que estudam o tema, que esses migrantes que não são reconhecidos 
como refugiados permanecem como “pessoas que carecem de proteção” (UNHCR,2008,p.5). 
Roger Zetter, professor emérito do Centro de Estudos do Refúgio da Universidade de Oxford, 
afirma que 
A crescente complexidade, imprevisibilidade e os indiscriminados padrões de violência, conflito 
e perseguição – e os igualmente complexos e diversos padrões de mobilidade de pessoas que são 
forçadas a se deslocarem – desafiam a eficácia das práticas e normas de proteção estabelecidas. 
Dentre outros fatores causadores de risco estão a pobreza e a baixa governança, que podem 
precipitar a migração involuntária. Geralmente é uma combinação de fatores que se apresentam 
no cerne desses deslocamentos. Assim, então, muitas pessoas deslocadas ficam fora das bem-
estabelecidas categorias, padrões e instrumentos porque as normas definem com muita 
precariedade o desafio das necessidades e da natureza da proteção.”(Zetter, 2014, p.12-13, 
tradução nossa). 
Lima, João Brigido Bezerra et ali. Refúgio no Brasil: caracterização dos perfis sociodemográficos 
dos refugiados (1998-2014). Brasília: IPEA, 2017. 
. 
 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 17 
 “Por exemplo”... quantas vezes você já não leu essa expressão num texto? Ou mesmo, ouviu isso 
em uma palestra? Normalmente, o que isso significava? Que depois de uma exposição abstrata ou 
conceitual, seguia-se um caso concreto que pudesse ajuda-lo a compreender o que se dizia. 
 
 
 
 
3 Faça um parágrafo argumentativo valendo-se do exemplo como ilustração. 
Abaixo, você encontrará um excerto da Anistia Internacional Brasil sobre histórias de refugiados. 
Escolha uma dessas histórias para sensibilizar o leitor de que os europeus deveriam ser mais 
acolhedores em relação aos refugiados. No seu parágrafo tente juntar 3 ideias: 
✓ Apesar de motivos econômicos, o acolhimento é uma ação humanitária; 
✓ Uma história de um refugiado; 
✓ Uma oportunidade na Europa abriria novos horizontes para esse refugiado. 
O fragmento traz muita informação. Tente selecionar o que é mais relevante. Seu parágrafo deve 
ter no máximo 8 linhas. 
Texto da coletânea para a seguinte tese: Os países que mais são reticentes aos refugiados são 
também responsáveis pelo problema. 
 
 
 
Histórias não contadas dos refugiados desabrigados da Síria 
4 de fevereiro de 2015 
Anistia Internacional Brasil 
(...) 
“Com cerca de 4 milhões de refugiados, a escala da crise está muito intensa. Este relatório conta 
as histórias de pessoas reais por trás dos números, em suas próprias palavras”, diz Sherif Elsayed-
Ali, chefe dos Direitos dos Refugiados e Migrantes na Anistia Internacional. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 18 
“Muitos deles vieram do inferno, tiveram que suportar provações terríveis e enfrentar guerras 
diárias em suas vidas como refugiados. O acolhimento pode ajudar a oferecer a eles a tábua de 
salvação de que tanto precisam – um vislumbre de esperança por um futuro melhor.” 
(...) 
Assédio sexual, discriminação e falta de cuidados médicos 
Para pessoas como Yara, uma mulher de 23 anos, mãe de quatro filhos, o acolhimento faria uma 
grande diferença. Mutanama, seu filho de dois anos, tem uma sonda em sua espinha, que goteja 
fluido em seu cérebro. Desde que sua família se mudou para o Líbano, seu estado piorou. Seu 
marido foi preso na Síria, e ela descobriu por um vídeo postado no YouTube que ele foi morto. 
Como mulher solteira no Líbano, ela também tem sofrido assédio sexual e é incapaz de arcar com 
os altos preços dos alojamentos. 
“Tudo é mais difícil para um refugiado”, afirma ela. “Muitas pessoas maldosas dizem coisas 
horríveis sobre mim e me assediam… é uma vida muito difícil, mal posso continuar.” 
Outra família que fugiu de um campo de refugiados na região do Curdistão, no Iraque, tem se 
esforçado para cuidar de seu filho de 12 anos, Elias, que foi diagnosticado com câncer em 2012. 
“A vida aqui é muito difícil porque precisamos de médicos e remédios para Elias. Estamos 
sofrendo muito para conseguir tratamento para ele”, afirma o pai de Elias, Maher. Ele espera 
desesperadamente ser acolhido na Europa para que possa dar o tratamento adequado para seu 
filho. 
Hamood, um jovem homossexual de Dera’a, no sul da Síria, agora está na Jordânia, onde é 
ameaçado e diariamente assediado nas ruas. Ele relatou à Anistia Internacional que seu irmão 
tentou matá-lo por causa de sua orientação sexual e ele foi abusado por seis homens. Ele deseja 
voltar para seu país de origem, mas diz que “só há morte na Síria”. Ele espera ser acolhido na 
Europa, onde pode viver sua sexualidade livremente, sem medo de assédio, e realizar seus sonhos 
de encontrar um emprego e se apaixonar. “Se eu for (para a Europa), será meu renascimento”, 
ele diz. 
Jamal e Said formam um casal homossexual de jornalistas e ativistas opositores ao regime da 
Síria. Foram presos e detidos na Síria por suas atividades políticas. Jamal é HIV positivo. Sua saúde 
piorou bruscamente no período em que esteve preso na Síria, onde foi confinado em prisão 
solitária e o tratamento médico lhe foi negado. No Líbano, o tratamento é extremamente caro. 
Ele tentou o suicídio quando descobriu quanto o tratamento iria custar. Ambos acham que no 
Líbano suas vidas estão num impasse. Estão desesperados para recomeçar, completar seus 
estudos e trabalhar para se tornarem “membros úteis da sociedade”. 
Qasim é um refugiado palestino da Síria que fugiu de lá depois de ser ferido, quando sua casa foi 
destruída durante um ataque a bomba. Ele e sua filha sofrem de elefantíase e não conseguem 
encontrar tratamento adequado. Seu estado deixou sua perna anormalmente inchada. Ele está 
desesperado para garantir tratamento para sua filha. “Estou esperando pela morte”, ele diz. “Não 
me importo se eu não conseguir tratamento, mas quero que minha filha seja tratada”. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 19 
Para todas essas pessoas, a expectativa de ter um abrigo oferece um fim ao sofrimento de suas 
vidas atuais. 
(Disponível em https://anistia.org.br/noticias/historias-nao-contadas-dos-refugiados-
desabrigados-da-siria/, acessado em 20.04.2019) 
 
 
 Um último item com força de convencimento são os números. A estatística 
é uma área da Matemática Aplicada que fornece métodos de coleta, organização, 
descrição e análise dos dados. Na dissertação, o uso desse suporte tem força de 
fato. 
 Contudo, lembre-se de que os números precisam de interpretação, já que eles nada significam a 
não ser em um dado contexto mais amplo. Por exemplo, um governo que tenha 40% de avaliação “bom 
e ótimo”, o que significa? Depende de uma série de fatores: se o governo está no começo de mandato, se 
está no fim; se tem base estável etc. 
 A interpretação dos dados e a escolha do que é mais importante, geralmente, colocam-se como 
um grande desafio para o candidato. Por isso, o Vestibular costuma abusar desse recurso. 
 Claro que a pergunta que não quer calar é a seguinte: “e de onde vou tirar esses números?” 
 Há duas fontes: a própria coletânea e aqueles números que você guarda na sua cabeça do que 
você leu, seja no jornal, seja no material de geografia, por exemplo. No primeiro caso, você deve mostrar 
para o corretor que você usou de forma autoral a estatística apresentada, ou seja, soube escolher e 
comentar o que era importante para o seu texto. 
 No caso de você se apoiar na lembrança, óbvio que você não será capaz de lembrar de todos os 
detalhes, indique isso para o corretor. O modelo é mais ou menos o seguinte: diga a fonte (se for possível) 
e anuncie o número arredondado, algo como: “segundo publicação recente G1¸ mais de 70% dos 
entrevistados são contra a flexibilização das regras em relação ao porte de armas”(na verdade seriam 
73%). 
 
 
4 Faça um parágrafo argumentativo valendo-se da interpretação de um gráfico. 
Abaixo, você encontrará um mapa com o número de refugiados e os respectivos destinos. Use 
essa informação no seu parágrafo dissertativo. No seu parágrafo tente juntar 3 ideias: 
Figura: Pixabay 
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https://anistia.org.br/noticias/historias-nao-contadas-dos-refugiados-desabrigados-da-siria/
https://anistia.org.br/noticias/historias-nao-contadas-dos-refugiados-desabrigados-da-siria/
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AULA 06 – Desenvolvimentos 20 
✓ Negação de que a onda de refugiados tenha como foco central a Europa; 
✓ Análise do mapa; 
✓ Consideração de alguma possível causa para o que foi analisado; considerar isso à luz da tese (se 
possível). 
O mapa traz muita informação. Tente selecionar o que é mais relevante. Seu parágrafo deve ter 
no máximo 8 linhas. 
Texto da coletânea para a seguinte tese: Os países que mais são reticentes aos refugiados são 
também responsáveis pelo problema. 
 
 
 
(disponível em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43204513, acessado em 
15.04.209) 
 
 
 
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https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43204513
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AULA 06 – Desenvolvimentos 21 
 Questão 01. 
O tema é neonazismo e, segundo o parágrafo final das instruções da proposta, você deveria pensar no 
tema sob a perspectiva do “crescimento do movimento”, do “sentido histórico do fenômeno” e dos 
“pontos de vista sobre ele”. A partir do fragmento 1 da coletânea, faça um comentário autoral 
considerando a amplitude do movimento e o alvo desse novo fascismo. 
A Semana da Pátria de 2000, em São Paulo, foi marcada por manifestações 
violentas de cunho neonazista. Duas bombas foram enviadas para defensores dos 
direitos humanos com mensagens de ódio contra negros, gays e nordestinos. Não é 
um fato de menor importância. Se no Brasil, país marcado pela mistura racial, 
houve um movimento desse porte, imagine o que está ocorrendo na Europa, 
continente no qual o orgulho racial ainda prevalece. Vivemos tempos sombrios, 
questões que acreditávamos superadas estão retornando de forma incompreensível. 
Comentário: Observe que nos dois primeiros períodos, eu resumi o fato descrito no texto de origem sem 
mencionar a experiência de tê-lo lido. Quando se pede um exercício desse porte ou mesmo uma 
dissertação que tenha como suporte um fragmento textual é comum o candidato comece o texto 
mencionando a fonte, mais ou menos assim no texto acima, o autor fala de uma manifestação nazista 
ocorrida na Semana da Pátria . Essa forma de se referir ao tema dá um caráter subjetivo ao texto, 
manifestando um desconhecimento das regras do texto dissertativo. A forma como resumi o fato 
mencionado no excerto dado configura esse início como paráfrase, mas uma paráfrase curta que não 
poderia comprometer negativamente a avaliação do meu texto. Na verdade, ela é necessária, pois só 
assim meu leitor poderia entrar em contato com o tema que eu irei comentar. Essa também é uma regra 
para o texto dissertativo completo. O parágrafo de introdução pode conter paráfrases curtas, muitas 
vezes, fundamentais para que o leitor entenda posteriormente seu argumento. No terceiro período, ao 
dizer “isso não é um fator de menor importância”, apresento um mote para problematizar o fenômeno 
ocorrido. Desejei mostrar o grave problema que o fato revela, o retorno de práticas historicamente 
condenáveis. A comparação entre Europa e Brasil, que vem logo a seguir, configura o momento de 
expansão do tema. 
 
Questão 02. A partir do fragmento 2, comente o crescimento do Movimento Neofascista e tente explicar 
o trecho “prenúncio de uma reviravolta nas condições atmosféricas mundiais.” 
Questão 03. Tendo como base o fragmento 3 da coletânea e considerando a premissa de que o 
neofascismo, por motivos óbvios, é um fenômeno puramente europeu, comente a contradição desse 
engajamento dos americanos no movimento neofascista. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 22 
Questão 04 
Considere os fragmentos 4 e 5 e desenvolva a ideia de que a causa do neonazismo é social. Se for 
necessário, pesquise o que é “desemprego estrutural do sistema capitalista”. 
Os movimentos neofascistas têm se multiplicado no mundo. Qual a causa desse 
fenômeno? Acreditar que isso se deve à maldade humana ou à ignorância das 
pessoas é um forma simplista ou ingênua de tratar a questão. Ações violentas 
geralmente são respostas a um tipo de pressão insuportável para o individuo e, 
no mundo contemporâneo, não há tensão maior do que a necessidade de se 
integrar à sociedade de consumo através de uma colocação no sistema produtivo. 
Ora, a situação de pleno emprego é impossível. Surge assim um ressentimento 
daqueles que se acreditam capacitados para um lugar ao sol na sociedade, mas 
que se sentem relegados a segundo plano, circunstância que se configura como 
solo fértil para esses movimentos de ódio. 
Comentário: A estrutura dessa resposta é um pouco diferente. Como o texto fonte não relatava nenhum 
fato mais extenso, ao contrário, era um texto curto e opinativo, a solução foi resumir toda ideia no 
primeiro período e problematizar o tema através de uma pergunta e da negação do senso comum ( a 
maldade ou ignorância como causa do neonazismo). Esse é um tipo de excerto que exige a ampliação das 
ideias pela causa. Explicar toda a cadeia causal de um fenômeno dá trabalho e consome número 
significativo de linhas. 
Questão 05. Os dois últimos excertos fazem referência ao nacionalismo e ao bairrismo como causa desses 
movimentos de ódio. Como se desenvolve o nacionalismo? Qual o pressuposto básico desse sentimento? 
Como ele reforça o ímpeto neofascista? 
 
Gabarito: parâmetros para a escrita 
 
uestão 03 Faça um parágrafo argumentativo valendo-se do exemplo como ilustração. 
Abaixo, você encontrará um excerto da Anistia Internacional Brasil sobre histórias de 
refugiados. Escolha uma dessas histórias para sensibilizar o leitor de que os europeus 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 23 
deveriam ser mais acolhedores em relação aos refugiados. No seu parágrafo tente juntar 
3 ideias: 
✓ Apesar de motivos econômicos, o acolhimento é uma ação humanitária; 
✓ Uma história de um refugiado; 
✓ Uma oportunidade na Europa abriria novos horizontes para esse refugiado. 
O fragmento traz muita informação. Tente selecionar o que é mais relevante. Seu 
parágrafo deve ter no máximo 8 linhas. 
Texto da coletânea para a seguinte tese: Os países que mais são reticentes aos 
refugiados são também responsáveis pelo problema. 
 
Histórias não contadas dos refugiados desabrigados da Síria 
4 de fevereiro de 2015 
Anistia Internacional Brasil 
(...) 
“Com cerca de 4 milhões de refugiados, a escala da crise está muito intensa. Este relatório 
conta as histórias de pessoas reais por trás dos números, em suas próprias palavras”, diz 
Sherif Elsayed-Ali, chefe dos Direitos dos Refugiados e Migrantes na Anistia Internacional. 
“Muitos deles vieram do inferno, tiveram que suportar provações terríveis e enfrentar 
guerras diárias em suas vidas como refugiados. O acolhimento pode ajudar a oferecer a 
eles a tábua de salvação de que tanto precisam – um vislumbre de esperança por um 
futuro melhor.” 
(...) 
Assédio sexual, discriminação e falta de cuidados médicos 
Para pessoas como Yara, uma mulher de 23 anos, mãe de quatro filhos, o acolhimento 
faria uma grande diferença. Mutanama, seu filho de dois anos, tem uma sonda em sua 
espinha, que goteja fluido em seu cérebro. Desde que sua família se mudou para o Líbano, 
seu estado piorou. Seu marido foi preso na Síria, e ela descobriu por um vídeo postado no 
YouTube que ele foi morto. Como mulher solteira no Líbano, ela também tem sofrido 
assédio sexual e é incapaz de arcar com os altos preços dos alojamentos. 
“Tudo é mais difícil para um refugiado”, afirma ela. “Muitas pessoas maldosas dizem 
coisas horríveis sobre mim e me assediam… é uma vida muito difícil, mal posso continuar.” 
Outra família que fugiu de um campo de refugiados na região do Curdistão, no Iraque, 
tem se esforçado para cuidar de seu filho de 12 anos, Elias, que foi diagnosticado com 
câncer em 2012. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 24 
“A vida aqui é muito difícil porque precisamos de médicos e remédios para Elias. Estamos 
sofrendo muito para conseguir tratamento para ele”, afirma o pai de Elias, Maher. Ele 
espera desesperadamente ser acolhido na Europa para que possa dar o tratamento 
adequado para seu filho. 
Hamood, um jovem homossexual de Dera’a, no sul da Síria, agora está na Jordânia, onde 
é ameaçado e diariamente assediado nas ruas. Ele relatou à Anistia Internacional que seu 
irmão tentou matá-lo por causa de sua orientação sexual e ele foi abusado por seis 
homens. Ele deseja voltar para seu país de origem, mas diz que “só há morte na Síria”. Ele 
espera ser acolhido na Europa, onde pode viver sua sexualidade livremente, sem medo 
de assédio, e realizar seus sonhosde encontrar um emprego e se apaixonar. “Se eu for 
(para a Europa), será meu renascimento”, ele diz. 
Jamal e Said formam um casal homossexual de jornalistas e ativistas opositores ao regime 
da Síria. Foram presos e detidos na Síria por suas atividades políticas. Jamal é HIV positivo. 
Sua saúde piorou bruscamente no período em que esteve preso na Síria, onde foi 
confinado em prisão solitária e o tratamento médico lhe foi negado. No Líbano, o 
tratamento é extremamente caro. Ele tentou o suicídio quando descobriu quanto o 
tratamento iria custar. Ambos acham que no Líbano suas vidas estão num impasse. Estão 
desesperados para recomeçar, completar seus estudos e trabalhar para se tornarem 
“membros úteis da sociedade”. 
Qasim é um refugiado palestino da Síria que fugiu de lá depois de ser ferido, quando sua 
casa foi destruída durante um ataque a bomba. Ele e sua filha sofrem de elefantíase e não 
conseguem encontrar tratamento adequado. Seu estado deixou sua perna anormalmente 
inchada. Ele está desesperado para garantir tratamento para sua filha. “Estou esperando 
pela morte”, ele diz. “Não me importo se eu não conseguir tratamento, mas quero que 
minha filha seja tratada”. 
Para todas essas pessoas, a expectativa de ter um abrigo oferece um fim ao sofrimento 
de suas vidas atuais. 
https://anistia.org.br/noticias/historias-nao-contadas-dos-refugiados-
desabrigados-da-siria/ 
Comentário: Esse exercício é mais simples. O primeiro período já define o uso do exemplo 
de forma ilustrativa. Pode-se realmente apelar para a compaixão do leitor quando você 
destaca uma das histórias contadas acima. Escolha a narrativa e saiba recontá-la. Para 
finalizar, destaque o mais importante: se o imigrante que você menciona estivesse no 
velho continente, ele não teria uma vida tão miserável. 
 
uestão 04 Faça um parágrafo argumentativo valendo-se da interpretação de um gráfico. 
Abaixo, você encontrará um mapa com o número de refugiados e os respectivos destinos. 
Use essa informação no seu parágrafo dissertativo. No seu parágrafo tente juntar 3 ideias: 
 
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https://anistia.org.br/noticias/historias-nao-contadas-dos-refugiados-desabrigados-da-siria/
https://anistia.org.br/noticias/historias-nao-contadas-dos-refugiados-desabrigados-da-siria/
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AULA 06 – Desenvolvimentos 25 
✓ Negação de que a onda de refugiados tenha como foco central a Europa; 
✓ Análise do mapa; 
✓ Consideração de alguma possível causa para o que foi analisado; considerar isso à luz da 
tese (se possível). 
O mapa traz muita informação. Tente selecionar o que é mais relevante. Seu parágrafo deve 
ter no máximo 8 linhas. 
Texto da coletânea para a seguinte tese: Os países que mais são reticentes aos refugiados 
são também responsáveis pelo problema. 
 
 
(disponível em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43204513, acessado em 15.04.209) 
Comentário: Para esse exercício, é fundamental que você considere o argumento dos 
europeus de que eles são os maiores prejudicados pela imigração. Você pode afirmar isso 
no primeiro período, preparando seu leitor para a contra-argumentação, que deve se 
basear nos dados do gráfico. 
Observe que o grosso dos imigrantes vão para os países árabes que, mesmo sem as 
condições materiais dos europeus, recebem esse contingente populacional sem tanto 
alarde. 
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https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43204513
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AULA 06 – Desenvolvimentos 26 
 
4. Os tipos de raciocínios 
 
Consideramos que há quatro tipos de raciocínios ou tipos de ligação entre ideias que o leitor 
reconhece como tendo validade objetiva: 
 
 
4.1 Dedução 
 Dedução é a aplicação de um conceito geral a uma situação em particular. 
 Basicamente, foi isso que você viu e exercitou no tópico relacionado ao silogismo. Observe, 
também, que esse tipo de raciocínio tem como ponto de partida um conceito ou uma ideia geral. 
Normalmente se presta à construção de argumentos que partem de princípios ou fundamentos. 
 Suponha que você dê uma definição do que é educação. A partir dela você pode tirar conclusões 
que sirvam para defender a sua tese. 
 Tese: O homeschooling não atende às necessidades de formação do 
aluno 
 Premissa: O processo educativo supõe uma formação ampla com 
diversidade de experiências e vivências sociais. 
 Desenvolvimento: O homeschooling limita a experiência da criança ao 
ambiente familiar e não permite a vivências plurais. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 27 
 Conclusão: O homeschooling não promove a formação ampla do aluno. 
 Os recursos mais freqeuntes para se começar esse tipo de raciocínio se dão através da citação 
ou da definição. Considere o parágrafo abaixo de uma redação nota 1000 do Enem. 
Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse 
direito, reconhecido por mecanismos legais, a discriminação enraizada em 
parte da sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas pessoas com 
limitação. Isso por ser explicado segundo o sociólogo Talcott Parsons, o qual 
diz que a família é uma máquina que produz personalidades humanas, o que 
legitima a ideia de que o preconceito por parte de muitos pais dificulta o 
acesso à educação pelos surdos. Tal estereótipo está associado a uma possível 
invalidez da pessoa com deficiência e é procrastinado, infelizmente, desde o 
Período Clássico grego, em que deficientes eram deixados para morrer por 
serem tratados como insignificantes, o que dificulta, ainda hoje, seu pleno 
desenvolvimento e sua autonomia. 
 
 
Recursos principais 
 
 
 
4.2 Indução 
 A indução segue o sentido contrário da dedução. Enquanto a última tem como ponto de partida 
a generalização para poder discutir os casos particulares, a indução parte dos casos particulares para a 
generalização. De modo análogo, enquanto a dedução partia de princípios fundamentais, a indução 
parte de dados circunstanciais. 
 Esta proposta de redação curta da UFPR é excelente para entender como se deve construir um 
argumento calcado em indução. 
Questão discursiva 22 
Observe a relação entre os dados e a conclusão no quadro abaixo. 
 
 
 Diminui um pouco o abismo entre negros e brancos 
 
A frase de Parsons 
seve como premissa 
para a conclusão 
negativa. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 28 
 A diferença entre a renda da população branca e a da negra caiu, no 
geral, 4% dos anos 90 para cá. A constatação é do economista 
Maurício Cortez Reis, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(Ipea), que analisou a evolução dos dados populacionais desse 
período. 
 
 Em 1990, a renda dos 
brancos com idade 
entre 24 e 26 anos 
era 62% maior do que 
a dos negros. Hoje, a 
diferença é de 55%. 
Em 1990, a renda dos 
brancos com idade 
entre 36 e 38 anos 
era 81% maior do que 
a dos negros. Hoje, a 
diferença é de 68%. 
Em 1990, a renda dos 
brancos com idade 
entre 48 e 50 anos 
era 130% maior do 
que a dos negros. 
Hoje, essa diferença é 
de 90%. 
 
 
 
Embora ainda seja brutal, a diferença de renda entre brancos e 
negros é menor entre os jovens. É sinal de que os negros estão 
chegando ao mercado de trabalho mais bem preparados e 
ocupando melhores postos. 
 
 
 (Veja, 21 set. 2005.) 
 
A conclusão da revista Veja é apenas uma das possibilidades de análise dos dados sobre a relação 
entre a renda de brancos e negros em 1990 e 2005. Elabore uma conclusão compatível com os 
dados e diferente da formulada pela revista. Apresente-a em um texto de 4 (quatro) a 5 (cinco) 
linhas. 
Esse exercício é raciocínio puro é permite ilustrar que os dados por si só não falam. Eles devem ser 
interpretados pelo leitor. Uma das possibilidade de análise do gráfico, permite observar que ainda hoje, 
os jovens começam com uma diferença menor entre negros e brancos e que essa diferença vai 
aumentando, mesmoque tenha caído, o fenômeno permanece o mesmo, o que indica que no começo de 
carreira a diferença entre branco e negros não é tão grande, pois ambos estão começando suas carreiras, 
mas com o passor do tempo, essa diferença aumenta devido às oportunidades, muito mais disponíveis 
aos brancos do que aos negros. 
Apesar de ser um recurso muito bom para convencer o leitor, é preciso ter cuidado. 
 Em 2004, um documentário ficou famoso por criticar O McDonald´s, chamava-se Super Size Me e 
foi protagonizado por um cineasta americano. Por 30 dias, Morgan Spurlock se alimentou apenas de 
CONCLUSÃO
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AULA 06 – Desenvolvimentos 29 
comida oferecida da cadeia de restaurantes. Ele ganhou peso, mais de 10 quilos em um mês, apresentou 
disfunção sexual e as taxas de colesterol aumentaram. Você pode até achar interessante o que ele fez, 
ainda mais se não apreciar muito o McDonald´s, mas a consequência indutiva do que ele fez é falsa. 
 Isso aconteceu de forma muito restrita, não poderia ser generalizado de forma tão radical. Só um 
maluco adotaria uma dieta como ele adotou. Isso não significa que esse expediente argumentativo não 
seja usado e não tenha impacto. O documentário chamou a atenção do público, o que forçou o 
McDonald´s a oferecer alimentos mais saudáveis. Mas é preciso cuidado para não exagerar na 
generalização. 
Como verificar se o fato particular permite a generalização? Existem algumas checagens que podem ser 
feitas. 
a) Número dos fatos. Quanto maior número dos fatos que nos levem a uma generalização , mais 
precisa ela será. Por exemplo, considere a ideia de que a maioria dos políticos brasileiros são 
corruptos. Que tal considerar os fatos? Segundo o site congressoemfoco do Uol, em 2018, um 
em cada três deputados é acusado de crimes, ou seja, dos 513 integrantes da Câmara, pelo 
menos 178 respondem na Justiça a inquéritos. 1 
b) Qualidade dos fatos. Às vezes, a quantidade de pessoas não tem o peso da qualidade dos 
argumentos. Se fosse assim, a ciência nunca avançaria, pois normalmente, o pensamento 
científico é contrário ao senso comum. Imagine que você está considerando um tema sobre 
imigração no mundo moderno. Você deve entender que a imigração de brasileiros para os EUA 
é diferente da imigração de sírios para a Europa. 
c) Ausência de fatos negativos. É verdade que o fato negativo deve ser visto com cuidado. A 
dissertação é um gênero que lida com generalizações. Quando alguém afirma, por exemplo, 
que o desmatamento prejudica o país, podem-se encontrar fatos contrários sem que isso 
invalide a tese. Em uma generalização, é sempre possível encontrar contraprovas. Contudo, na 
maioria das vezes, a exceção não destrói o argumento como um todo, mas às vezes sim. É 
preciso bom senso para avaliar o fato negativo. Considere a polêmica em torno da pena de 
morte. A possibilidade de alguém ser condenado à morte injustamente é tão grande que 
muitas vezes basta para encerrar a questão. 
Recursos principais 
 
1 Disponível em https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/um-em-cada-tres-deputados-e-acusado-de-crimes/, 
acessado em 17.11.2019. 
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https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/um-em-cada-tres-deputados-e-acusado-de-crimes/
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AULA 06 – Desenvolvimentos 30 
 
4.3 Causa e consequência 
 Para considerar essas duas técnicas de argumentação vamos considerar o fragmento abaixo de 
uma redação do ENEM que tirou nota mil. 
Em primeiro lugar, é importante destacar que, em 
função das novas tecnologias, internautas são cada vez 
mais expostos a uma gama limitada de dados e 
conteúdos na internet, consequência do 
desenvolvimento de mecanismos filtradores de 
informação a partir do uso diário individual. De acordo 
com o filósofo Zygmund Baüman, vive-se atualmente um 
período de liberdade ilusória, já que o mundo 
digitalizado não só possibilitou novas formas de 
interação com o conhecimento, mas também abriu 
portas para a manipulação e alienação vistas em 
“1984”. Assim, os usuários são inconscientemente 
analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativo 
para o consumo pessoal. 
 
 Você já deve ter sacado que a relação de causa/consequência é umas das técnicas mais utilizadas 
por quem deseja argumentar. Você junta duas ideias diferentes que devem ter validade pela 
possibilidade de concordância do leitor. Normalmente, estabelecemos a relação de causa e consequência 
pelo hábito: vemos algo acontecer e sucede outro fato várias vezes de tal maneira que, quando acontece 
o primeiro, esperamos o segundo. 
 Nesse sentido, você deve tomar cuidado, pois o leitor deve ser capaz de reconhecer que há uma 
relação desse tipo entre os dois fatos que você juntou. No texto acima, o autor faz a seguinte junção: 
 
Causa/ consequência 
Causa/consequência 
Causa/consequência 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 31 
 
 Isso faz sentido. Mas suponha que ele junte essas outras duas informações 
 
 No último caso, semanticamente não se pode estabelecer uma relação de causa/consequência 
entre as duas afirmativas e não adianta colocar um “pois” para unir os termos (os internautas são cada 
vez mais expostos a uma gama limitada de dados, pois há muito entretenimento ). Eles são, no máximo 
paralelos. 
 
 Você está lembrada, corujinha parceira, de que um texto deve trazer informações novas e 
interessantes para o leitor? No caso da relação de causa e consequência, você consegue fazer as duas 
coisas, principalmente quando você consegue acrescentar uma causa não percebida pelo leitor. 
 
 Estamos de novo diante de argumentos de circunstância, pois a causa de um fenômeno e mesmo 
sua consequência estão relacionados a algo de concreto e não a conceitos em si. Nesse caso, lembre-se 
de que os repertórios devem vir da história, da sociologia no que diz respeito à causa. Já a consequência 
pode ser considerada à luz da sociologia, mas também dos resultado lógicos dos fatores que compõem 
o tema que você está considerando. 
 Pense da seguinte forma: se o homeschooling fosse adotado, o que aconteceria no BrasIl? Pense 
em detalhes e com possibilidades de provar o que se diz por uma cadeia de argumentos dedutivos ou 
indutivos. Exmplo 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 32 
 
 
 
 
 É bom ter bem claro que causas são diferentes de motivos. As causas são factuais e tem uma 
relação com o fenômeno mais direta e física. A palavra “motivo” se refere às razões que você dá para 
provar que sua tese procede. Nesse sentido, uma dissertação inteira tem como finalidade apresentar as 
razões para a defesa de uma tese, contudo quando você afirma, por exemplo, que a homeschooling deve 
ser aprovada, pois reflete melhor os ideias da sociedade democrática, o que se segue ao conectivo “pois” 
não é uma causa, mas um motivo. Essa clareza é importante, pois ao apontar para leitor que você 
apresentará causas, você deve estar ciente de que deverá se apoiar em evidências (recurso estudado no 
pdf anterior). 
Recursos principais 
 
4.4 Analogia 
 Analogia ou comparação implica a aproximação de dois elementos diferentes a partir das 
semelhanças ou diferenças. Trata-se de um expediente muito importante para que o leitor compreenda 
melhor o objeto ou o fenômeno que você está discutindo. Por exemplo, vamos supor que você esteja 
discutindo a violência no Brasil e descobre que a taxa de homicídios em São Paulo é de 10,3 homicídios 
por 100.000 habitantes. Isso é muito ou é pouco? Só é possível ter uma boa dimensão do que isso significa 
se compararmos esse dado com o de outro estado ou país. 
 Isso é baixo se considerarmos o Ceará, por exemplo, que tem uma taxa de 60,2 homicídios por 
100.000 habitantes, mas é alto se considerarmos o índice do Reino Unido, 0,92. A comparação, 
portanto, nospermite perceber o problema. 
 Observe agora esse outro tipo de comparação. 
Aprovação do 
homescholling 
 
Pais tiram os 
filhos da escola 
Custo elevado do 
ensino paritular 
Baixa qualidade 
do ensino 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 33 
"No filme "A invenção de Hugo Cabret", o protagonista de 12 anos enfrenta 
grandes dificuldades ao tentar frequentar o cinema de sua cidade, pois esse era 
considerado um passatempo exclusivo das classes mais abastadas. Assim como 
retratado no longa, não há, ainda, a plena democratização do acesso ao cinema 
no Brasil, tendo em vista que a maior parte dos locais exibidores de filmes 
encontra-se nas áreas urbanas do país e o acesso a esse meio de entretenimento 
demanda condições econômicas pouco compatíveis com a realidade de muitos 
indivíduos brasileiros.” 
 
 Nesse caso, a função da analogia é ilustrar e ganhar o leitor ao agradá-lo, seja pela história, seja 
por mostrar uma semelhança curiosa que o leitor não tinha percebido. 
 
 Considere essa introdução feita por analogia. 
No filme “Wall-E” produzido pelo estúdio Disney e Pixar, observa-se um mundo 
pós tragédia ambiental, um planeta cheio de lixo e poluentes na atmosfera. Os 
homens tiveram de abandonar a terra. Nesse sentido, a narrativa foca um 
problema que parecia pertencer ao futuro. Fora da ficção, é fato que a 
realidade apresentada por esse filme pode ser relacionada ao século atual: o 
consumismo exagerado e a falta de educação ambiental levam o mundo a uma 
situação prevista no filme sobre a consequência do lixo. 
 O que foi selecionado como elementos que deverá servir de analogia? A história de uma população 
que abandonou a terra devido à poluição. Isso está acontecendo hoje? Claro que não. O autor do texto 
não poderia ter afirmado que “Nesse sentido a narrativa foca um problema que parecia pertencer ao 
futuro”, pois sugere que estamos nas mesmas condições. Não houve “encaixe” e o leitor tem que 
perceber por conta própria que o nosso modo de vida pode levar à situação distópica apresentada no 
desenho. 
5. A retórica como argumentação 
 
 
 O termo “retórica” remonta a distinção feita por Aristóteles para diferenciar o discurso lógico do 
discurso retórico. O primeiro deveria seguir as regras do raciocínio na procura da verdade; o segundo 
estava associado ao falar bem e encantar o leitor, conseguindo adesão pelo deleite. Durante a Idade 
Média, o estudo da retórica se tornou importante para a constituição do gênero sermão, tão utilizado 
pelos cristãos. O que o determina? O uso do estilo como forma de seduzir. 
 São várias as técnicas utilizadas, mas para efeito didático de aprendizado, vou considerar duas: a 
analogia e o uso da função emotiva em textos de teor objetivo. 
5.1 Aprofundando a analogia 
 Para começar a considerar essa técnica, vamos a um aquecimento prévio. 
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Há vários tipos de comparação. 
-Comparação imagética ou metáfora, cujo elemento comparado não é revelado: Os penhascos pareciam 
cortados por faca. (A) 
-Comparação explicativa, cujo elemento comparado é revelado: Os penhascos tão retos que pareciam 
cortados com faca; (B) 
- Comparação entre dois elementos semelhantes: as feições dos índios são tão boas quanto as dos nossos 
compatriotas. (C) 
 
Classifique as comparações abaixo 
1.Os portões do colégio era tão altos quanto os muros de uma prisão. ( ) 
2.A caverna tinha a noite como portal de entrada. ( ) 
3.Suas vergonhas eram tão limpinhas de um jeito que não as têm as mulheres de Portugal.( ) 
4.Era tão difícil acertar a alternativa correta quanto ganhar na loteria. ( ) 
5.Via-se a neve no seu rosto de seda. ( ) 
6.Tinha o rosto tão branco como a neve pura. ( ) 
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Gabarito 
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1. B; 2. A; 3. C; 4. B; 5. A; 6.B. 
 
Comecei assim de forma despretensiosa para você ir considerando que esse recurso tem um efeito 
poderoso para seduzir o leitor. A característica principal desse recurso é associar dois elementos de forma 
inesperada, o que leva o leitor a se interessar pelo texto. Há três tipos de relação comparativa: 
 
 
 Em textos mais desenvolvidos, esse expediente começa a tomar forma daquelas mensagens 
“fofas” que tanta gente espalha pela internet. Exemplo: “A escola é um navio que nos indica o caminho, 
mas nos deixando em um porto para continuarmos nosso caminho”. 
 Desenvolvendo mais ainda essa técnica, você pode produzir textos inteiros a partir de 
comparações ou associações a histórias de filmes ou de romances. 
 Para não deixá-lo no vácuo de imaginar por conta própria como fazer isso, considere esses dois 
textos publicados pela FUVEST como redações exemplares. Alías, o primeiro já foi usado como exemplo 
de tese com posicionamento. 
 
Chocolate amigo 
 
A amizade é uma palavrinha bonita, e apenas isto. Inventada por Floristas e 
fazedores de cartões enfeitados de coração e poemas hipócritas. Usada em 
discursos românticos, sem significado algum, completamente banalizada . 
A maioria das pessoas fala de sentimentos como amor ou amizade com um 
orgulho desmedido e inexplicável facilidade. Falam porque tê-los é o que se 
espera do ser humano, e parece sensível e legal. Mas boa parte delas mal 
sabe o que tais palavras significam, e acaba soando frio, superficial e 
possessivo. De fato, muitas vezes parece que estamos falando de um simples 
chocolate. 
O chocolate, como bem sabemos, é um petisco engordativo que geralmente 
proporciona grande prazer. Talvez, prazer maior que um amigo; afinal, ele não 
nos decepciona – a não que o sabor esteja errado -, não mente, não faz 
competições primitivas, não é egoísta e só nos abandona quando decidimos 
devorá-lo. Porém, também é sabido que chocolates nunca desenvolvem ou 
demonstram a devoção e sentimento que reservamos para ele, seja qual for. 
Comparação: semelhança entre dois elementos bem diferentes; explicação 
do desconhecido pelo conhecido; o estranho pelo que é familiar (a brancura 
do rosto sendo comparada com a neve) 
Analogia: semelhança entre dois elementos bem diferentes; explicação do 
desconhecido pelo conhecido; o estranho pelo que é familiar (a brancura do 
rosto sendo comparada com a neve) 
Ilustração: Uso de uma história como forma de exemplificar a tese 
(expediente utilizado pelas fábulas). 
Proposta de 
2007 sobre a 
amizade 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 37 
Ele não sente, não pensa, não fala... não é seu companheiro, não apoia, não 
segura a mão... portanto, não pode de maneira alguma ser um amigo; 
entretanto , é assim que temos tratado nossos amigos: como chocolates. 
É bem fácil dizer “meu amigo” como quem diz “minha barra de chocolate 
preferida”, uma propriedade sem sentimentos que você pode declarar 
adoração e fidelidade sempre que tiver vontade porque ele não entende e 
nem vai morrer quando não lhe for mais conveniente continuar a “amizade”. 
Pois somos todos pessoas, seres humanos, egocêntricos, dissimulados e 
egoístas. Só enxergamos a própria vontade e acreditamos que cada um de nós 
é o único que poder ser magoado. Mantemos relações e gostamos das 
pessoas e coisas quando e enquanto for conveniente. Usamos e pisamos 
nossos “amigos”... 
...e nos escondemos. Atrás de músicas, poemas, declarações, discursos sobre 
sentimento que sabemos não ter. 
 
 Já nesse outro caso, o autor resolve ilustrar o tema das Fronteiras (FUVEST/2009), contando uma 
história. 
 
Fronteiras 
 
Ícaro e seu pai, Dédalo, presos em um labirinto. Penas, cera, fios. Dédalo, 
habilidoso artesão, constrói para si e para o filho dois pares de asas, capazes 
de removê-los do ventre daqueles murossinuosos, fronteira sólidas, quase 
intransponíveis. Voam, ambos, entre céu e mar. Encontram, agora, novas 
fronteiras, líquidas, intocáveis: caso voem alto demais, o sol derrete a cera 
que une as penas das asas; caso voem baixo demais, no entanto, podem ser 
engolfados pelas ondas do mar. Fronteiras invisíveis entre azuis do céu e do 
mar. 
 
Como fazer uma sequência comparativa: 
 
1) Liste as semelhanças e diferenças entre os itens que você estiver 
 
Amizade Chocolate 
É agradável Também 
Pode consolar Também 
Há traição Não há traição 
Decepciona Não decepciona 
 
2) Estabeleça qual é a base 
Tanto a amizade quanto um chocolate aparentemente são fontes de satisfação. 
 
3) Crie uma tese que dê conta do que será feito. 
Falamos de amizade como quem fala de chocolate, banalizamos um sentimento que não é real, porque 
somos egocêntricos. 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 38 
 
 
 
Proposta 
Autoridade em Ética 
Pode-se dizer, em tese, que a essência da ética provém da pressão da comunidade sobre o indivíduo. O 
homem pouco tem de gregário, e nem sempre sente, instintivamente, os desejos comuns a sua grei. 
Esta, ansiosa para que o indivíduo aja no seu interesse, tem inventado vários artifícios com o fim de 
harmonizar os interesses individuais com os seus próprios. Um destes é o governo, outro é a lei e o 
costume, e o outro é a moral. A moral torna-se uma força eficiente de duas maneiras: primeiro, através 
do louvor e da censura dos que o cercam e das autoridades; e segundo, através do autolouvor e da 
autocensura, os quais são chamados de “consciência”. Por meio destas várias forças — governo, lei, 
moral — o interesse da comunidade se faz sentir sobre o indivíduo. [...] Chego agora a meu último 
problema, que se relaciona com os direitos do indivíduo, em contraposição aos da sociedade. A ética, 
nós o dissemos, é parte de uma tentativa para tornar o homem mais gregário do que a natureza o fez. 
As pressões que a moral exerce sobre o indivíduo são, pode-se dizer, devidas ao gregarismo apenas 
parcial da espécie humana. Mas isto é uma meia verdade. Muitas de suas melhores cousas vêm do fato 
de não ser ela completamente gregária. O homem tem seu valor intrínseco, e os melhores indivíduos 
fazem contribuições para o bem geral que não são solicitadas e que, muitas vezes, chegam a sofrer 
reação por parte do resto da comunidade. É, pois, uma parte essencial da busca do bem geral, o 
permitir aos indivíduos liberdades que não sejam, evidentemente, maléficas aos outros. É isto que dá 
origem ao permanente conflito entre a liberdade e a autoridade, e estabelece limites ao princípio de 
que a autoridade é a fonte da virtude. (Bertrand Russell. A sociedade humana na ética e na política. 
Título original: Human society in Ethics and Politics Tradução de Oswaldo de Araujo Souza. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 1956) 
PROPOSIÇÃO 
Coloque-se no lugar de um aluno que participa do jornal da escola e, ao ler o texto acima, resolve escrever 
um artigo de opinião que defenda a importância da liberdade. Para tanto você deve considerar 
a) A função da liberdade dentro da moral e da ética; 
b) Uma analogia, comparação ou ilustração que esclareça a importância da liberdade. 
 
Que tal pensar em histórias em que protagonistas, por exercerem suas liberdades, conseguiram 
resolver algum tipo de problema? 
- personagem de um filme; 
-personagem da mitologia (Exemplos: Dédalo e Ícaro; Antígona; Faeton, etc); 
- personagem bíblica. 
 
5.2 Função emotiva 
 
 A outra forma de tornar o texto mais eloquente é evidentemente acrescentar a ele expressões que 
introduzam na argumentação uma ênfase que apele para emoção, deixando no texto marcas de 
subjetividade. 
Recursos Linguísticos que denunciam a subjetividade 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 39 
expressões com forte carga valorativa, emotiva 
ou mesmo perguntas retóricas. 
Até quando continuaremos a gastar parte de 
nossas vidas parados no trânsito? Isso é um 
absurdo! 
adjetivos e advérbios valorativos na 
argumentação. 
Infelizmente, as autoridades, nem sempre 
competentes, não se importam muito com essa 
questão. 
Advérbios de intensidade (apenas, somente, 
muito, pouco) 
O dinheiro gasto pelas autoridades com 
mobilidade apenas cobrem o mínimo do que é 
necessário. 
Hipérboles e generalizações As pessoas lotam os meios de transportes, numa 
situação insustentável. 
 
 No pdf anterior, já fizemos uma atividade de verificar em um texto as marcas de subjetividade. 
Como o domínio sobre essa habilidade é bastante importante para quem deve escrever texto que 
manifeste indignação, vamos retomar o exercício. 
 
 
Q Leia o texto o texto feito por uma candidato que tirou a nota máxima na FUVEST e 
circule as palavras que expressam função emotiva. 
 
 Em 2014, a FUVEST pediu que o candidato escrevesse um texto sobre as declarações infelizes 
do Ministro do Japão, Taro Aso. Dadas as instruções, percebia-se que o texto produzido deveria ser um 
artigo de opinião. 
 Indique as palavras que marcam a subjetividade nos dois parágrafos de uma redação que tirou 
10 na FUVEST. 
Em 2013, o ministro de finanças japonês Taro Aso chocou grande parte do mundo ao dizer que os idosos 
deveriam "se apressar a morrer". Apesar do choque, porém, em um contexto marcado pela 
produtividade desenfreada e pela descartabilidade, as falas de Aso não são isoladas. Internalizando a 
lógica que as sustenta, então, é o próprio indivíduo quem passa a apenas conseguir se dar valor quando 
a reafirma. 
 
Nesse sentido, as recentes declarações do político nipônico ecoam o mantra “produção-consumo-
descarte”. Para consumir, é preciso produzir. Para consumir para sempre, são imperiosos o descarte e a 
obsolescência. Os produtos são diariamente inovados, recebendo números e extensões após seus nomes, 
e tomam o lugar daqueles cujo prazo de validade, mesmo que simbólico, já foi expirado. As pessoas, 
acostumadas a tal dinâmica, parecem julgar a si mesmas a partir do que a embasa, e lotam clínicas de 
estética e (re)formam seus rostos com antirrugas ou cremes “renew”. O velho, então, seja objeto ou 
gente, só tem sua existência legitimada se capturado, que o digam a expansão do “turismo para a 
melhor idade” e o “consumo vintage”, tão em voga hoje. Ou ele se torna novo e produz ou deve ceder 
seu espaço, deve “apressar-se a morrer”. 
 
(Disponível em http://redspublica.blogspot.com/2016/03/comentarios-sobre-uma-dissertacao-nota.html, acessado em 
12.10.2019. 
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Gabarito 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 41 
 
Em 2013, o ministro de finanças japonês Taro Aso chocou grande parte do mundo ao dizer que os idosos 
deveriam "se apressar a morrer". Apesar do choque, porém, em um contexto marcado pela 
produtividade desenfreada e pela descartabilidade, as falas de Aso não são isoladas. Internalizando a 
lógica que as sustenta, então, é o próprio indivíduo quem passa a apenas conseguir se dar valor quando 
a reafirma. 
 
Nesse sentido, as recentes declarações do político nipônico ecoam o mantra “produção-consumo-
descarte”. Para consumir, é preciso produzir. Para consumir para sempre, são imperiosos o descarte e a 
obsolescência. Os produtos são diariamente inovados, recebendo números e extensões após seus nomes, 
e tomam o lugar daqueles cujo prazo de validade, mesmo que simbólico, já foi expirado. As pessoas, 
acostumadas a tal dinâmica, parecem julgar a si mesmas a partir do que a embasa, e lotam clínicas de 
estética e (re)formam seus rostos com antirrugas ou cremes “renew”. O velho, então, seja objeto ou 
gente, só tem sua existência legitimada se capturado, que o digam a expansão do “turismopara a 
melhor idade” e o “consumo vintage”, tão em voga hoje. Ou ele se torna novo e produz ou deve ceder 
seu espaço, deve “apressar-se a morrer”. 
 
(Disponível em http://redspublica.blogspot.com/2016/03/comentarios-sobre-uma-dissertacao-nota.html, acessado em 
12.10.2019. 
 
Agora a brincadeira é contrária. A seguir você encontrará parágrafos bastante objetivos sobre esse 
tema da FUVEST. Transforme esse fragmento num texto com marcas subjetivas, aproximando esse 
fragmento do estilo de um artigo de opinião. 
 
Q.1 Muitas pessoas que acham o idoso um fardo, usam como argumento a 
diferença entre A PEA (população economicamente ativa) e o aumento da 
população idosa. Uma população em grande parte idosa necessita de auxílio 
médico cada vez mais dispendioso e são os jovens que, de alguma forma, 
arcarão com custos do sistema de saúde. Isso pode ser verdade, mas a análise 
só por esse viés significa colocar a economia a frente dos valores humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 42 
 
Modelo de resolução 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 43 
 
 
Q.1 Acho lamentável a avaliação econômica que muitas pessoas fazem dos 
idosos. Usam como argumento a diferença entre a PEA (população 
economicamente ativa) e o aumento da população idosa. É claro que 
uma população em grande parte idosa necessita de auxílio médico cada 
vez mais dispendioso. Espera-se, e com toda razão, que os jovens 
arquem com custos do sistema de saúde. Qualquer outra forma de 
pensar significa colocar, vergonhosamente, a economia à frente dos 
valores humanos. 
 
Agora é sua vez... 
 
Q.2 O idoso enfrenta também outro desafio: encontrar valor numa sociedade que 
exalta a juventude. Não é questão estética. Normalmente, os mais velhos 
tendem a valorizar o conhecimento e a experiência que foram adquirindo no 
decorrer da vida. Contudo, a tecnologia com sua revolução em todas as áreas 
da vida vai tornando esse conhecimento sem valor e o idoso é encarado como 
alguém incapaz de acompanhar as mudanças. 
 
 
Q.3 Pode-se afirmar em vários casos que assistimos a uma espécie de preconceito 
sutil contra o idoso. Ninguém afirmaria em público que o idoso representa um 
peso social. Na prática, contudo, a forma como são tratados nas ruas, metrôs e 
mesmo no âmbito familiar demonstra o contrário. 
 
 
Q.4 Um dos fatores que levam o idoso para uma espécie de marginalização social 
diz respeito à diferença entre o ritmo da sociedade capitalista avançada e o 
ritmo próprio do indivíduo que já não tem o mesmo dinamismo de antes. A 
sociedade em que tempo é dinheiro assiste à aceleração de processos de 
produção, enquanto os idosos passam a manifestar um outro ritmo que não se 
adequa à lógica do mercado. 
 
 
 
6.Argumento forte e argumento fraco 
Em relação aos argumentos baseados em evidências, podemos sistematizar conforme o esquema 
abaixo. 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 44 
 
 
 
 
 
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Fonte dos elementos gráficos: showeet 
 
 
 
Assinale a alternativa na qual se encontra um argumento bem estruturado. 
a) O filósofo Gilles Deleuze é conhecido por caracterizar o marketing como “a raça impudente de nossos 
senhores.” Pessoas estão adquirindo roupas de grifes que publicam no Brasil anúncios em inglês, se o 
Brasil fosse um país sério isso não ocorreria. A campanha usava o termo “aquecimento global” como se 
fosse algo sem importância, onde pessoas se vestem com grifes para permanecer bacanas enquanto o 
mundo se aquece. 
 
b) Em 2018, uma crise humanitária se abateu sobre a Venezuela, levando milhares de imigrantes a 
atravessarem a fronteira brasileira em busca de melhores condições de vida. Eles fugiam da fome, da falta 
de perspectivas e da fragilidade do sistema de saúde. Essa situação limítrofe não poderia ser observada 
impassivelmente pelos brasileiros, pois de alguma forma, a desgraça humana nos toca na medida em que 
reconhecemos que tais imigrantes não entram no país por motivos fúteis. 
 
c) Hoje em dia, somos influenciados diariamente pelo exterior. Em que eles usam problemas mundiais, 
como o aquecimento global, para lucrar. O Brasil é um país em que muitos participam dessa influência, 
comercializando tudo o que é do exterior e isso não vem de hoje. 
 
d) A migração está evoluindo cada vez mais, todos os dias em função dos aspectos humanistas. Cada 
pessoa é única e a sua vida deve ser construída de maneira que resulte em sucesso e tranquilidade. 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 46 
e) Como citou Maquiavel, “Não há nada mais difícil ou perigoso do que tomar a frente na introdução de 
uma mudança”, é mudança. É indubitável que o governo tem que pensar em diversas maneiras de acolher 
ou de rejeitar os imigrantes. 
Comentário: 
Argumento a, fraco. O autor tem 3 períodos e, em cada um, ele desenvolve uma ideia sem prová-la. 
Argumento b, forte. O argumento é baseado em fato e foi desenvolvido. Responde às questões: quando 
? (2018), onde? (Venezuela) o que aconteceu? (uma crise que levou milhares a imigrar). A partir da 
terceira linha, há interpretação do fenômeno com reafirmação da tese. 
Argumento c, fraco. As informações são vagas. O que é exterior? Quem são os “eles” que usam os 
problemas mundiais? Como se participa dessa “influência”? 
Argumento d, fraco. Há afirmações gerais, sem dados de evidência. 
Argumento e, fraco. O autor utiliza-se de uma citação. Essa não é a frase mais famosa de Maquiavel e, 
mesmo que fosse, não é possível perceber a relação entre a citação e a ideia que vem a seguir. 
Gabarito: B 
 
7.Argumento Principal e Argumento Secundário 
 De acordo com a classificação de argumento forte e fraco, você pode ir além e considerar nesse 
espectro que dentro dos argumentos bons, há ainda aqueles que podem ser mais poderosos e merecem 
ser melhor explorados. 
 
 Vamos supor que você esteja considerando a tese de que os europeus são, em larga medida, 
responsáveis pelas correntes migratórias que hoje invadem o continente. Temos à disposição, vários tipos 
de imigração e por motivos variados. Um argumento forte seria aquele no qual a Europa fosse a causa 
imediata da imigração. 
 Ao considerarmos a imigração síria, a aceitabilidade do argumento é grande e sua eficácia 
também, afinal, trata-se de um contingente populacional grande e a guerra civil tem se prolongado no 
país por conta da interferência de nações do velho continente. 
Você poderia também mencionar os imigrantes brasileiros ou argentinos. Contudo, nesse caso a 
relação não é tão forte, afinal a causa desse fenômeno se relaciona a crises internas do países em questão 
e não da ação direta dos europeus. 
 Se há alguma responsabilidade, ela é longínqua, do período da imigração dos europeus para cá. 
Além disso, o impacto desse tipo de deslocamento populacional não é tão intenso. Esse argumento seria 
secundário. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 47 
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 Pode acontecer de o argumento não ser tão abrangente assim. Já vi redações nas quais o autor se 
valia de uma obra literária, de um filme ou até da mitologia. Obviamente, esses argumentos não são 
abrangentes a não ser pela carga metafórica de tais elementos. 
 Contudo, o texto era tão bem desenvolvido e a aplicação da tese tão surpreendente que o autor 
conseguia a adesão do leitor. Ou seja, talvez você saiba de algum argumento cuja abrangência é grande,mas se não souber desenvolvê-lo em detalhes, não será considerado pelo leitor como argumento 
principal. 
 
Observe o quadrinho abaixo. 
 
 O erro do Calvin foi não ter percebido o contexto, ou ter fingido que não sabia. Ele desconsiderou 
a argumentação contrária de que ele deveria resolver uma questão de matemática. 
 Saber qual a ideia contrária a nossa, permite escolher argumentos mais robustos para incluir na 
redação. Na Antiga Grécia, berço desse pensamento lógico que usamos hoje, os primeiros filósofos 
atribuíam ao diálogo e à discussão a possibilidade de se chegar à verdade. Quando alguém fala uma 
bobagem qualquer e outro lhe impõe uma objeção, obriga o interlocutor a reelaborar seu argumento. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 48 
 O argumento principal é aquele que tem mais condições de vencer os argumentos que serão 
lembrados pelo leitor. 
8. Propostas de Redação 
 
A seguir, você encontrará alguns gêneros que exigem algum nível de argumentação do que 
foi exposto nesse pdf. O primeiro da UFPR pede que você construa uma narrativa a partir de um 
texto prévio, um quadrinhos. Os outros dois tem como ponto de partida uma coletânea de texto. 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 49 
Proposta 1 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 52 
 
Escreva um texto narrativo contando os fatos apresentados no excerto e elabore 
um desfecho para a história. Seu texto deverá: 
▪ fazer a transposição da linguagem visual para a linguagem verbal, na forma de uma 
narrativa, fornecendo elementos para que o leitor possa compreender o contexto narrado 
e o comportamento e reações dos personagens sem precisar recorrer às imagens; 
▪ propor um desfecho para a história, coerente com o enredo apresentado; 
▪ ter entre 10 e 15 linhas; 
▪ respeitar as características discursivo-formais do gênero solicitado; 
 
Proposta 2 
Reflita sobre as ideias expressas nos quatro textos de apoio alusivos questão ambiental. Procure captar 
em cada um deles as ideias mais relevantes. Selecione neles as informações necessárias para fazer seu 
texto. Escolha uma das propostas a seguir e componha seu texto. 
Proposta A: Escreva um artigo de opinião a ser publicado na escola onde você estuda, posicionando-se 
acerca do seguinte tema: a necessidade do ativismo ambiental da nova geração. Apresente argumentos 
que possam dar sustentação ao seu posicionamento. 
Proposta B : Escreva uma carta a um amigo narrando sua participação em um movimento de proteção 
ambiental. 
 
 
Texto I 
"Somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, é que as 
pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro..." (provérbio indígena) 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 53 
Texto 2 
No final de setembro) o Brasil entrou na mira da ativista sueca Greta Thunberg. O país, junto a outras 
quatro nações (França, Alemanha, Argentina e Turquia), foi acusado de não fazer o suficiente para 
combater o aquecimento global. 
Greta apresentou uma queixa formal à ONU (Organização das Nações Unidas) - mais especificamente, ao 
Comitê dos Direitos da Criança. A denúncia, feita em conjunto a outros 15 jovens ativistas (de 8 a 17 
anos), pede que os países criem medidas para proteger as crianças dos efeitos da crise climática. 
(...) 
Como o ativismo de Greta começou 
Nascida em Estocolmo) capital da Suécia) Greta diz que ouviu sobre mudanças climáticas e aquecimento 
global pela primeira vez aos oito anos) durante aulas do ensino fundamental. Em entrevista à BBC, a 
garota conta que o assunto a abalou tanto que, aos 11, entrou em depressão profunda, deixando) 
inclusive, de ir ao colégio. 
Seu pontapé inicial como ativista da causa climática aconteceu em agosto de 2018. Greta, na época com 
15 anos, começou a faltar na escola parar protestar, todos os dias, na frente do Parlamento sueco. A ideia 
era manter a greve até o começo de setembro, quando seriam disputadas as eleições gerais do país. 
A menina ganhou companhia logo nos primeiros dias de protesto, mesmo sob as críticas de que ela não 
deveria abdicar das aulas para defender suas reivindicações. Ao jornal The Guardian) Greta disse que, 
enquanto estava na rua, não deixava de ler livros, especialmente sobre o clima. 
E aproveitou para cutucar o governo: "O que eu vou aprender na escola? Os fatos não importam mais. Se 
os políticos não estão ouvindo os cientistas, então por que devo aprender?" 
(Disponível em https://super.abril.com.br/sociedade/quem-e-greta-thunberg-e-o-que-ela-representa/ , acessado em 04.04.2021) 
 
 
Texto 3 
 
Veja na íntegra o discurso de Greta Thunberg nas Nações Unidas 
 
Minha mensagem para os líderes internacionais é de que nós estaremos de olho em vocês. 
Isto está completamente errado. 
Eu não deveria estar aqui. Eu deveria estar na minha escola, do outro lado do oceano. 
E vocês vêm até nós, jovens, para pedir esperança. Como vocês ousam? 
Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias. E ainda assim, eu tenho que 
dizer que sou uma das pessoas com mais sorte (nesta situação). 
As pessoas estão sofrendo e estão morrendo. Os nossos ecossistemas estão morrendo. 
Nós estamos vivenciando o começo de uma extinção em massa. E tudo o que vocês fazem é falar de 
dinheiro e de contos de fadas sobre um crescimento econômico eterno. 
Como vocês se atrevem? 
Por mais de 30 anos, a ciência tem sido muito clara. Como vocês se atrevem a continuar ignorando isto? 
E como se atrevem a vir aqui e dizer que estão fazendo o suficiente? Quando sabemos que as políticas e 
as soluções necessárias não são sequer vistas? 
Vocês dizem que estão nos escutando e que compreendem a urgência (deste tema). 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 54 
(...) 
Vocês estão falhando conosco. Mas os jovens já começaram a entender sua traição. 
Os olhos de uma geração futura inteira estão sobre vocês. 
E se vocês escolherem fracassar. Eu lhes digo: nós jamais perdoaremos vocês. 
Nós não vamos deixar vocês fazerem isso. 
É aqui e agora, que nós colocamos um limite. O mundo está despertando. E a mudança está chegando, 
quer vocês queiram ou não. 
Obrigada. 
(disponível em .https://news.un.org/pt/story/2019/09/1688042 , acessado em 04.04.2021) 
 
Texto 4 
Fortaleza – CE. Manifestantes de todo o mundo se mobilizam, nesta sexta-feira (20), em prol da Greve 
Mundial Climática, protesto que deverá reunir ativistas de mais de 120 países para alertar sobre as 
ameaças causadas pela Crise Climática. Em Fortaleza, a manifestação terá como ponto de concentração 
a Praça Luíza Távora e será liderado pelas instituições Greenpeace Fortaleza, Instituto Verdeluz, Ceará 
no Clima e Fridays for Future Ceará. Esta já é a terceira edição da Greve Climática na capital cearense. 
Como parte da campanha “Fridays for Future” (Sextas pelo Futuro), que surgiu no ano de 2018, por 
influência da ativista sueca Greta Thunberg, a Greve Mundial Climática conta com o ativismo jovem para 
se adaptar às diferentes realidades brasileiras e levar o diálogo sobre a emergência climática para 
crianças, jovens e adultos. Neste ano, a maioria das manifestações terá como foco a busca por uma matriz 
energética mais limpa, na maior brevidade possível, ao mesmo tempo em que se promove uma transição 
justa para os empregados na indústria fóssil. 
Em Fortaleza, a marcha terá como mote a campanha “Fora Termelétricas”. “Cada cidade do País está 
direcionando a pauta para temas que mais condizem com a realidade local.Aqui, o foco será cobrar das 
autoridades que elas impeçam a vinda de mais uma termelétrica para o Ceará e que futuramente fechem 
as que já existem. É de grande importância a participação de toda a sociedade cearense neste ato,” 
destaca Daniel de Paula, coordenador do Greenpeace Fortaleza. 
(Disponível em https://agenciaeconordeste.com.br/ativistas-de-fortaleza-se-mobilizam-para-a-greve-
mundial-climatica/, acessado em 04.04.2021). 
 
8.1. Encaminhamento possíveis 
 
Proposta 1 
A questão pedia ao candidato para ele transpor a linguagem visual do quadrinho para a linguagem 
verbal. Isso deveria ser realizado em um espaço de 12 a 15 linhas. Ademais, era necessário apresentar 
um desfecho para a história. 
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https://news.un.org/pt/story/2019/09/1688042
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AULA 06 – Desenvolvimentos 55 
Portanto, o primeiro caminho a seguir seria compreender os elementos visuais do quadrinho. 
Sintetizando as ideias, percebe-se a seguinte cena: 
 
Após reconhecer o conteúdo do quadrinho, era necessário dar um desfecho à história. Para isso, você 
poderia pensar em algo para o rapaz ou para a moça. Ou mesmo apontar um desfecho para os dois. 
Veja algumas possibilidades: 
 
 
Depois de compreendidos os processos de construção da narrativa, o candidato deveria 
escrever sua narrativa em até 15 linhas. 
Frente ao exposto, observe que se trata de uma narrativa. Como tipo textual que carrega 
características específicas, é necessário lembrar as especificidades que acompanham esse estilo de 
texto. 
 
 
Além disso, precisamos destacar que a criatividade é sempre levada em consideração quando 
falamos de avaliar uma narrativa. 
 
Proposta 2 
Comentário Geral 
 O simulado segue as linhas gerais do que é pedido na UECE. Normalmente, a Banca 
escolher uma coletânea comum para duas propostas diferentes, que giram em torno de um mesmo tema, 
mas que devem atender à gêneros diferentes e atender a finalidades particularidades. 
 Nessa proposta, os textos tinham com tema central a questão ambiental. A proposta 1 
solicitava que o candidato se colocasse no lugar de um aluno que ficou estimulado a escrever um artigo 
de opinião para discutir o ativismo dos jovens. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 56 
 A proposta 2 parte de outra circunstância. O candidato deveria escrever a uma amigo 
relatando a participação em um movimento de proteção ambiental. 
Comentário à proposta 1. 
Gênero 
 O primeiro passo para a produção desse texto é compreender o gênero solicitado, o artigo 
de opinião. Ele não deve oferecer grandes dificuldades para o escritor, já que é um velho conhecido dos 
estudantes do Ensino Médio, seja como seu formato preciso de um texto típico dos jornais, seja na sua 
vertente escolar como dissertação opinativa, pois a diferença entre a dissertação escolar e um artigo de 
opinião é mínima. 
 
Artigo de opinião Dissertação 
- O uso da primeira pessoa é desejável e 
possível 
- O uso da primeira pessoa do singular 
deve ser evitado 
- Certa medida de pessoalidade - objetividade 
- Uso de recursos retóricos - Uso de recursos argumentativos 
objetivos 
- Interlocutor específico - Interlocutor universal 
-Estrutura: introdução, desenvolvimento 
conclusão 
-Estrutura: introdução, desenvolvimento e 
conclusão 
-Há três formas de introdução: 
lançando uma tese, ambientando os fatos 
e dando um definição do assunto. 
- Introdução generalizante expondo o 
problema que será discutido. 
 
Para relembrar os traços desse gênero, vale a pena considerar a ficha técnica abaixo. 
Ficha técnica: Artigo de opinião 
Finalidade: Apresentar alguma uma opinião que será publicada em algum tipo de veículo de informação: 
jornal, blog, revista eletrôncia etc. 
Sequências discursivas: Trata-se de um gênero no qual predomina o texto opinativo. 
Estrutura: Há uma estrutura formal consagrada: 
Introdução: o autor apresenta o tema e tese. 
Desenvolvimento: apresenta os argumentos que o levaram a concordar ou discordar da ação ou do texto. 
Conclusão: parágrafo curto em que reitera sua forma de pensar. 
 Linguagem: Linguagem formal e respeitosa; uso do “eu”. 
Marcas de Gênero: 
O artigo de opinião tem título e o primeiro parágrafo, com o uso do eu e a configuração de uma ideia a 
ser defendida deixa claro de que gênero se trata. 
Alguma técnica especial? Capacidade de relacionar argumentos de forma coerente. 
 
Proposta 
 A proposta era clara, você deveria se posicionar sobre a necessidade do ativismo 
ambiental. O termo posicionar-se dá a entender que você poderia escolher entre duas teses: 
• O ativismo jovem em prol do meio ambiente é necessário; 
• O ativismo jovem em prol do meio ambiente não é necessário. 
 Contudo, dado o teor dos textos de apoio, fica claro que a segunda opção não é válida. Ou 
seja, trata-se de uma daquelas propostas direcionadas. A tese já é dada, você apenas precisa pensar em 
como desenvolver a afirmação escolhida pela banca. 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 57 
Coletânea e encaminhamentos 
 Os 3 primeiros textos tem informações importantes, seja como estímulo, seja como 
exemplo do que significa fazer a defesa do meio ambiente. O primeiro deixa claro que a preocupação 
ambiental é urgente, pois já estamos chegando à situação em que as pessoas estão percebendo como a 
destruição pode afetá-las. 
 O segundo texto traz a história da ativista ambiental juvenil Greta Thunberg. O texto tem 
função motivadora, já que não há quase sugestão de argumento a não ser na pergunta que ele fez e está 
citada textualmente no final do excerto “O que eu vou aprender na escola? Os fatos não importam mais. 
Se os políticos não estão ouvindo os cientistas, então por que devo aprender?" 
 Esse questionamento permite uma expansão argumentativa, afinal, a menina expõe um 
paradoxo, exigir que os jovens levem a sério a ciência e, ao mesmo tempo, desqualificar o que dizem os 
cientistas se isso for contra o interesse econômico. O ativismo ambiental, nesse caso, surge como senso 
crítico e prova de autonomia de jovens que não desejam simplesmente se submeter à lógica social sem 
questionamento. Ou seja, esse pode ser um argumento secundário. Não prova que o ativismo ambiental 
seja necessário do ponto de vista das necessidades humanas futuras, mas dá a entender que é necessário 
para que os jovens possam exercer sua autonomia em um mundo em que predominam interesses 
contrários aos da nova geração. 
 Já o discurso da jovem sueca nas Nações Unidas, texto 3, é prenhe de sugestões 
argumentativas, permitindo o aproveitamento das sugestões a partir da ampliação das ideias. Vejamos 
algumas delas 
• “Vocês roubaram meus sonhos”: a geração atual responsável pelo planeta será responsabilizada 
pela herança de um mundo degradado, ou seja, será um mundo pior, com escassez de alimentos e água 
potável, já que um dos efeitos da mudança climática será a alteração dos regimes de chuva. 
• “suas palavras vazias”: podem-se lembrar os vários encontros climáticos patrocinados pela ONU e 
que redundaram em palavras sem ação efetiva. 
• “As pessoas estão sofrendo e morrendo”: há vários exemplo de catástrofes ambientais que 
ceifaram vidas, os incêndios em Portugal, o furacão Katrina, as grandes secas na África que provocam 
fome, a poluição de Xangai que provoca problemas respiratórios. 
• “Os nossos ecossistemas estão morrendo”: existem vários exemplos de ecossistemas que estão 
sendo ameaçados pela interferência do homem, mas se for considerar a questão climática, pode-se 
indicar como a vida marinha pode ser impactada pela elevação da temperatura da água; a algas e corais, 
tão importantes para a cadeia alimentar devem sofrer alteração. 
• “Muitos jovens já começam a entender a traição”: a geração atual está gastando os recursos 
naturais de forma acelerada de talmaneira que a geração futura terá que lidar com o ônus desse bônus 
frenético que as pessoas usufruem agora sem se preocuparem com a geração posterior. 
Essas são algumas possibilidades dentre outras. 
Já o terceiro texto tem uma função exemplar de como os jovens começam a se movimentar para exigir 
alterações nas políticas públicas que envolvem o meio ambiente. 
Claro que há outras possibilidades também que têm a ver com o repertório individual, sobretudo para 
considerar as causas do fenômeno. A questão do meio ambiente é melhor compreendida pelas ideias de 
Marx sobre o funcionamento do Capitalismo e a necessidade intrínseca desse modelo econômico de 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 58 
crescimento constante, o que leva à exploração crescente do meio ambiente. Outra linha de raciocínio 
bastante fértil é considerar o estilo de vida baseado do consumo. 
Comentário a proposta 2 
Gênero carta 
O gênero da segunda proposta é a carta pessoal. Você deve produzir um texto mais informal com traços 
de intimidade com o destinatário. Não deve apresentar grandes dificuldades. Vale a pena relembrar qual 
é a estética da carta. 
 
 
 Essa é a estrutura do visual do texto. Não observar um ou outro detalhe não significa grande coisa, 
pois é a forma como você se posiciona no texto que realmente vai configurar o gênero. Trata-se de um 
texto de interlocução, no qual você se dirige ao destinatário. Isso, por si só, já tem grandes consequências. 
Você deve saber quem é o seu destinatário, o que ele pensa e o que ele quer para convencer essa outra 
pessoa. Normalmente, a banca deixa claro quem é o receptor da mensagem e quem você deve ser. 
 
Máscara: Em cartas, a subjetividade de quem escreve define muitos elementos da escrita: uma criança 
escreve de um jeito, um adulto de outro; uma mãe escrevendo para o filho vale-se de um tipo de 
vocabulário, já escrevendo para a professora da escola vale-se de outra organização linguística; etc. Mas 
a questão da máscara não se limita somente a esses efeitos. Em cartas argumentativas, a máscara que, 
às vezes, pode ser escolhida, serve como recurso argumentativo. Suponha que você seja convidado a 
escrever uma carta para o Ministro dos Transportes para reclamar da condição das estradas, se você se 
Local e data, por exemplo: 
Fortaleza, 20 de março de 
2020 
Vocativo: geralmente um 
“Prezado(a) Senhor(a)” seguido 
do nome do(a) destinatário(a) 
é suficiente; no caso de uma 
carta informal, basta “Olá”. 
Despeça-se com respeito: 
Atenciosamente, 
 
Por se tratar de um 
Vestibular, você deve apenas 
colocar as iniciais, ou adotar o 
nome dado pela Banca. Não 
se identifique. 
 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 59 
identificar como um caminhoneiro, aquilo que você disser sobre o que observa todos os dias terá mais 
peso do que se a carta for assinada por um estudante. 
Comando e máscara 
 A proposta supunha que você adotasse a postura de um ativista ambiental. Os textos de apoio 
deveriam servir como exemplo para a produção do texto. Como é um ativista ambiental? Pelo quê tal 
indivíduo luta? Qual seu estilo de linguagem? Os textos 2,3 e 4 respondiam a essa pergunta. Dessa forma 
ficaria fácil para o escritor imaginar o que ele seria e pelo que deveria lutar. 
 No comando, exigia-se que o remetente escrevesse para um amigo narrando sua participação em 
um movimento de proteção ambiental. Para ajudar a imaginar a situação, o texto 4 fornece uma situação 
concreta que poderia servir como contexto para a história que seria contada. Note que não era 
obrigatório se valer da Greve Mundial Climática, mas não deixa de ser uma opção. 
 Como você deve ter observado, essa proposta estava lidando com um gênero e um tipo de texto. 
O texto já foi discutido, falta considerar o tipo narrativa. 
A narrativa 
Comecemos pelos elementos da narrativa. 
Enredo Fases: Situação inicial, situação de conflito, tentativa de resolução do conflito, 
clímax e desfecho. 
Há peripécias, ou seja, ações parciais cuja finalidade é resolver o conflito. 
Espaço O local onde ocorre a narrativa. É importante na contextualização da história; 
determina os personagens ou a ação dos personagens. 
Tempo Marcação do tempo pode ser pretexto para contar a história. 
 
Personagens Encarnam valores ou ideias. O estudo das características do personagem ajuda a 
interpretar melhor a obra. Normalmente, falamos em 3 tipos: 
Protagonista: ocupa o lugar principal. 
Antagonista: são os adversários do protagonista. 
Secundários: personagens menos importantes, mas que contribuem para o 
enredo. 
 
 Comece pelo enredo, ou seja, pelo conflito. 
 O que você deseja? Um mundo melhor com preservação ambiental. Qual é a situação que impede 
isso? 
 
 
 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir da definição do que será o conflito, você define as peripécias, ou seja, as ações que você 
deve ter tomado para realizar o que desejava. Ao mesmo tempo, defina tempo e espaço. Normalmente 
uma narrativa pessoal começa pelo tempo com expressões do tipo: “ah, você não acredita no que 
aconteceu ontem...” 
 
 
9. Considerações Finais 
 Chegamos ao final desta aula do nosso curso de Redação. 
Consideramos os recursos argumentativos. 
Procurei elaborar exercícios criativos para que você pudesse fixar algumas técnicas. Ao final desse 
processo, tenho certeza de que ficou mais claro para você o que significa argumentar e quais são os 
recursos linguísticos para isso. 
Pode estar certo de que procurei selecionar aquilo que pudesse ajudá-lo a caminhar em direção 
ao seu alvo: tirar a nota máxima em redação. 
Repito: o treino é parte fundamental do seu processo de escrita. 
 
Saudações e bom estudo 
Espero ansiosamente sua redação e qualquer coisa, contate-me no Fórum de dúvidas. 
Você quer se 
manifestar; participar 
de ativismo ambiental 
Seus familiares são contra 
Seu empregador ameaça demiti-
lo, se você participar da greve 
Os policiais reagem contra a 
manifestação 
(etc) 
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AULA 06 – Desenvolvimentos 61 
Professor Fernando Andrade 
 
 
 
Blog de crônicas : 
 
 
 
https://www.outrasvias.com/ 
 
 
 
 
@filosofia.do.portuga Redação e Filosofia 
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https://www.outrasvias.com/
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