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1 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S 2 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S 3 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S 6 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Silvia Cristina da Silva 7 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S A metodologia é encontrada em toda a pesquisa científica, devendo ser detalhada o suficiente para que outro pesquisador pos- sa replicar o estudo descrito. O método científico tenta minimizar a influência do viés ou preconceito no experimentador. Ao aplicar o método científico, o pesquisador poderá repetir o experimento para descobrir, por si mesmo, se as afirmações de outro pesquisador são verdadeiras ou não. Este é considerado um fator chave que separa a ciência do dogma. De modo geral, a pesquisa científica ajuda as pes- soas a apresentar perguntas e métodos racionais, objetivos, testáveis e reprováveis o que facilita explicar o mundo e sua natureza em cons- tante mudança. A pesquisa é muito importante, pois permite ampliar o conhecimento das pessoas de maneira concreta e precisa, abrindo possibilidades em todos os tipos, como social, cultural, empresarial, natural etc. Esse processo possibilita a evolução do ser humano, pois faz desenvolver e progredir através do conhecimento adquirido. Artigos. Ciência. Conhecimento. 9 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 13 34 16 22 Metodologia Científica e Ciência _______________________________ Etapas da Pesquisa ____________________________________________ Os métodos da Ciência: Conceito e Definições ____________________ Linguagem e Argumentação Científica __________________________ CAPÍTULO 02 PESQUISA CIENTÍFICA Processo de Elaboração da Pesquisa Científica __________________ 33 29Recapitulando ________________________________________________ Ética na Pesquisa ______________________________________________ 42 22 25 Processo Científico ____________________________________________ Delineamentos de um Estudo Científico: Projeto de Pesquisa ___ 41Aplicação de Questionário _____________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 47 10 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 03 ELABORAÇÃO Estruturas do Artigo Científico ________________________________ Considerações Finais _________________________________________ Resenha ______________________________________________________ Fichamentos _________________________________________________ Referências ___________________________________________________ Ficha Catalográfica ___________________________________________ 51 67 61 57 71 62 Linguagem do Artigo __________________________________________ Fechando a Unidade ___________________________________________ Relatórios de Pesquisa _________________________________________ Resumo Científico _____________________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 54 68 61 59 64 11 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S O conhecimento científico obtido no processo metodológico tem como finalidade, na maioria das vezes, explicar e discutir um fenô- meno baseado na verificação de uma ou mais hipóteses. Sendo assim, está diretamente vinculado a questões específicas que trata de explicá- -las e relacioná-las com outros fatos. Dessa maneira, observa-se que, quando se analisa determinado fato, não se pode limitar apenas a tentar explicar os questionamentos que são suscitados acerca dos problemas, mas é importante também observar que existe a necessidade de se buscar elementos que possam realizar uma ligação estreita com outros fatos e, sendo assim, tentar explicá-los. O método científico pode ser definido como um conjunto de etapas e instrumentos pelo qual o pesquisador direciona seu projeto de trabalho com critériosde caráter científico para alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial. Desta forma, ele tem toda a liberdade para definir quais os melhores instrumentos vão utilizar para cada tipo de pesquisa a fim de obter resultados confiáveis e com possibilidades de serem generalizados para outros casos. Esse fato pode ser baseado em alguns fenômenos pré-uni- versitários como, por exemplo, baixa qualidade na formação de alunos interessados, curiosos e exploradores que ingressam na comunidade acadêmica, assim como, no próprio grau de especificidade técnica para desenvolvimento dos projetos propostos. A pesquisa bibliográfica é fonte inesgotável de informação, ocu- pando um lugar de destaque na vida do pesquisador, por constituir os primeiros passos para a busca de conhecimento. Ela auxilia na atividade intelectual e contribui para o conhecimento em todas as suas formas. É um estudo sistematizado, desenvolvido a partir de tudo aquilo que foi escrito, gravado ou filmado sobre determinado tema, assunto ou área do conhecimento. O material bibliográfico é reunido em livros, revis- tas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, material de acesso ao público em geral. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com a informação sobre determinado objeto de estudo. Qual seria sua principal característica? Para Knechtel (2014), seria a leitura, a pesquisa em fontes concretas que forneçam funda- mentos analíticos para todo o tipo de pesquisa, criando um universo de debate entre o pesquisador e outros autores. Ou seja, a pesquisa biblio- gráfica é a base para qualquer tipo de pesquisa, com ela, o pesquisador inicia seus primeiros conhecimentos sobre o tema e objeto de estudo. Neste material veremos que a identificação bibliográfica é clas- sificada em fontes primárias e secundárias, sendo que será nessas fon- tes que o pesquisador irá encontrar as informações necessárias para a 12 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S sua pesquisa. Por fontes primárias, entende-se a bibliografia básica so- bre o assunto, que traz embasamento teórico. Já as fontes secundárias se caracterizam por serem bibliografias complementares, que servem de apoio para o assunto pesquisado. 13 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S METODOLOGIA CIENTIFICA E CIÊNCIA O desenvolvimento do método científico envolve algumas das culturas mais esclarecidas da história, bem como alguns grandes cien- tistas, filósofos e teólogos. Além de analisar as mudanças na filosofia subjacente à descoberta científica, não podemos esquecer algumas das ferramentas que tornam a ciência possível, incluindo indexação de bibliotecas e revistas científicas revisadas por pares. Desde as obser- vações dos antigos gregos e zoroastrianos até o telescópio espacial Hubble, a história do método científico está subjacente ao desenvolvi- mento de toda ciência e tecnologia, e devemos nossa tecnologia moder- na a algumas mentes grandes e inovadoras. O método científico deve ser diferenciado dos objetivos e pro- INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO 13 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S 14 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S dutos da ciência, como conhecimento, previsões ou controle. Métodos são os meios pelos quais esses objetivos são alcançados. O método científico também deve ser diferenciado da meta-metodologia, que in- clui os valores e justificativas por trás de uma caracterização específica do método científico (isto é, uma metodologia) - valores como objetivi- dade, reprodutibilidade, simplicidade ou sucessos do passado. Regras metodológicas são propostas para governar o método e é uma questão meta-metodológica se os métodos que obedecem a essas regras satisfazem determinados valores. Finalmente, o método é distinto, até certo ponto, das práticas detalhadas e contextuais através das quais os métodos são implementados. O último pode variar: técnicas laboratoriais específicas; forma- lismos matemáticos ou outras línguas especializadas usadas nas des- crições e no raciocínio; meios tecnológicos ou outros meios materiais; maneiras de comunicar e compartilhar resultados, seja com outros cien- tistas ou com o público em geral; ou as convenções, hábitos, costumes impostos e controles institucionais sobre como e que ciência é realizada. Embora seja importante reconhecer essas distinções, seus limites são confusos. Portanto, os relatos de método não podem ser totalmente divorciados de suas motivações ou justificativas metodológi- cas e meta-metodológicas. Além disso, cada aspecto desempenha um papel crucial na identificação de métodos. Portanto, as disputas sobre o método ocorre- ram nos níveis de detalhe, regra e meta-regra. Mudanças nas crenças sobre a certeza ou falibilidade do conhecimento científico, por exemplo (que é uma consideração meta-metodológica do que podemos esperar que os métodos produzam), significaram diferentes ênfases no raciocí- nio dedutivo e indutivo ou na importância relativa atribuída ao raciocí- nio sobre observação (isto é, diferenças sobre métodos particulares). Crenças sobre o papel da ciência na sociedade afetarão o lugar que se atribui aos valores no método científico. “Etimologicamente, a palavra metodologia vem do grego metá, que significa ‘na direção de’, hodós, que significa ‘caminho’, e logos, que significa ‘estudo’” (Rodrigues, 2006, p.19), logo inferimos que é o estudo crítico dos métodos utilizados. São as opções disponíveis para o estudo daquilo que o pesquisador acredita poder saber mais. Podemos considerar a metodologia científica como uma ferramenta maior que agrega vários meios que auxiliam na realização da pesquisa científica. Que ajuda nas questões éticas e legais, que ajuda a delimitar os temas e não deixa fugir do proposto, ou melhor, ajuda a deixar obvio as decisões, os meios e a questão a ser trabalhada para que não haja uma extensão desapropriada do assunto proposto, tampouco um desfalque. Destarte Rodrigues, define 15 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S de modo resumido o que podemos identificar como metodologia científica: Assim pode-se dizer que a metodologia científica consiste no estudo, na ge- ração e na verificação dos métodos, das técnicas e dos processos utilizados na investigação e resolução de problemas, com vistas ao desenvolvimento do conhecimento cientifico. O conhecimento cientifico se constrói por meio da investigação científica, da pesquisa utilizando-se a metodologia (2006, p.19). Barros & Lehfeld (1986) afirmam que a metodologia não procura soluções, mas escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os co- nhecimentos a respeito dos métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas. E com relação à importância da disciplina meto- dologia científica, essa é baseada na apresentação e exame de diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange a estudar e aprender. Para nós, mais vale o conhecimento e manejo dessa instru- mentação para o trabalho científico do que o conhecimento de uma sé- rie de problemas ou o aumento de informações acumuladas sistemati- camente. Essa disciplina está, pois, voltada a assessorar e colaborar com o crescimento intelectual do aluno para a formação de um compro- misso científico frente à realidade empírica. A complexidade do método fez dele uma disciplina denomina- da metodologia. Metodologia cientifica é o estudo dos métodos de co- nhecer. Trata-se de métodos de buscar o conhecimento, é uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. O método científico é entendido como o conjunto de processos orientados por uma habilidadecrítica e criadora voltada para a descoberta da verdade e para a construção da ciência hoje, a pesquisa constitui seu principal instrumento ou meio de acesso (Cervo & Bervian, 2002). Se contemplarmos o conceito de ciência, ou simplesmente nos perguntarmos o que é ciência, teremos que recorrer a uma disciplina externa: a filosofia da ciência. Nessa perspectiva a filosofia se divide em três vastos grupos: a metodologia da pura filosofia ou epistemologia, o estudo do conhecimento científico ou a filosofia da ciência e o estudo de possíveis coisas ou metafísica, ou meta-ciência. Usando uma termi- nologia menos precisa, a filosofia analisa o mundo do que é possível e a ciência é limitada ao mundo comprovado. Se a filosofia da ciência não tem provas, restringe conceitos; enquanto a filosofia geral precisa de provas para limitar um conceito. A filosofia da ciência entendida como um nível de raciocínio que nos leva ao conceito de ciência e não como uma disciplina acadêmica que usa muitas palavras latinas ou gregas e cita inúmeros autores. A filosofia da ciência é como a autolimitação que o pequeno filósofo estabelece para 16 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S descobrir as maravilhas do novo mundo que têm profundo senso comum. As definições dos termos ciência e metodologia são em si mes- mas um objeto de estudo. Esse estudo, levado a efeito pela filosofia da ciência, deve nortear o pensamento humano sobre suas próprias des- cobertas e representações. Tendo em vista a pergunta pela definição da ciência, vejamos: a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação onde [...] A ciência é um conjun- to de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodica- mente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza. (LAKATOS & MARCONI, 1991, p.80). Para Bunge (1980) a ciência é como um sistema de ideias es- tabelecidas (conhecimento científico) é como uma atividade produtora de novas ideias (investigação científica). Gil (1999) mais próximo ao sentido cartesiano, diz que, etimologicamente, ciência significa conhe- cimento, sendo o seu objetivo fundamental à veracidade dos fatos, com o objetivo de formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada às leis que regem os fenômenos. Segundo Andery “a ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem entender e explicar racionalmente a natureza, buscando formu- lar leis que, em última instância, permitam a atuação humana” (1996, p. 13). Ao longo dos anos, o homem sempre buscou entender-se e ao universo ao seu redor, formulando leis e procurando entender os meca- nismos pelos quais o mundo “funciona”, através de ferramentas criadas para esse fim, como a ciência. Já na “sociedade ocidental, no entanto, a ciência é a forma hegemônica de construção da realidade, considerada por muitos críti- cos como um novo mito, por sua pretensão de único promotor e critério de verdade” (Minayo, 2007, p. 9). E já que, assim como Minayo, não interessa para os fins deste trabalho, compactuar dessa visão compar- tilharemos da visão de Meadows e Ziman que respalda a concepção de que conceituar ciência é, além de polêmico e pretensioso, quase des- necessário já que “um cientista pode alcançar sucesso sem ter noção exata do que é ciência” (Targino, 2000). OS MÉTODOS DA CIÊNCIA: CONCEITO E DEFINIÇÕES Os conceitos de método, que ora apresentamos, foram funda- mentados em focos que remetem aos caminhos da metodologia, pois a história do método científico se confunde com a história da própria ciência. Salienta-se a importância da escolha de um método de pesqui- 17 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S sa, por certificar que não há ciência sem método, embora nem todos os estudos se constituam em ciência. Veja alguns conceitos e definições: • A metodologia científica nos ensina um caminho para chegar- mos a um fim científico. A palavra "científica" vem de ciência. • A metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na obtenção do conhecimento. É a aplicação do mé- todo através de técnicas que garantem a legitimidade do saber obtido. • Considera-se a Ciência como conjunto de leis que buscam explicar alguns fenômenos até que existem outras leis para nos dar uma explicação mais completa sobre o assunto. • Papel da ciência: Trazer luz onde reinam as trevas. O rigor científico nega, na sua essência, as crendices, a magia, as superstições antigas e atuais. • Segundo o dicionário Aurélio: Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Podemos dizer que métodos e técnicas são coisas diferentes. Alguns autores defendem que a técnica é responsável por informar a maneira de fazer uma atividade. Dessa forma, podemos dizer que a técnica é responsável por informar como fazer, enquanto o método es- tabelece o que fazer. A forma de aplicação do método é a técnica. Os métodos que fornecem as bases lógicas ao conhecimento científico são: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedu- tivo, método dialético, método fenomenológico. Vejamos detalhadamente: Método Indutivo Indução significa oferecer uma verdade geral mostrando que, se é verdade para um determinado caso. É verdade para todos esses casos. A abordagem indutiva é de natureza psicológica. O método indu- tivo desenvolve a curiosidade no indivíduo que é a necessidade do dia. O exercício metódico do conhecer afirma uma posição indutiva do sujeito em relação ao objeto, na qual a investigação científica é uma questão de generalização provável, a partir dos resultados obtidos por meio das observações e das experiências. Francis Bacon foi o “sistemati- zador do Método Indutivo, pois a técnica de raciocínio da indução já exis- tia desde Sócrates e Platão”, conforme (Lakatos; Marconi, 2000, p. 71). Conforme Ferreira (1998), o método indutivo define suas regras e etapas a partir de dois pressupostos que se sustentam na ideia da exis- tência de um determinismo nas leis observadas na natureza, são eles: 18 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S • Determinadas causas produzem sempre os mesmos efeitos, sob as mesmas circunstâncias e determinações; • A verdade observada em situações investigadas, torna-se verdade para toda situação universal correspondente. Raciocínio A abordagem indutiva, também conhecida no raciocínio indu- tivo, começa com as observações e as teorias são propostas no final do processo de pesquisa como resultado das observações (Goddard, 2004). A pesquisa indutiva "envolve a busca de padrões a partir da ob- servação e o desenvolvimento de explicações - teorias - para esses pa- drões através de séries de hipóteses" (Bernard, 2011). Nenhuma teoria ou hipótese se aplicaria em estudos indutivos no início da pesquisa e o pesquisador é livre em termos de alteração da direção do estudo após o início do processo de pesquisa. É importante enfatizar que a abordagem indutiva não implica desconsiderar as teorias ao formular questões e objetivos de pesquisa. Essa abordagem visa gerar significados a partir do conjunto de dados coletados, a fim de identificar padrões e relacionamentos para construir uma teoria; no entanto, a abordagem indutiva não impede o pesquisa- dor de usar a teoria existente para formular a questão de pesquisa a ser explorada (Saunders, 2012). O raciocínio indutivo é baseado no aprendizado da experiên- cia. Padrões, semelhanças e regularidades na experiência (premissas) são observados para se chegar a conclusões (ou gerar teoria). O ra- ciocínio indutivo começa com observações detalhadas do mundo, que avançamem direção a generalizações e ideias mais abstratas (Neu- man, 2003). Ao seguir uma abordagem indutiva, começando com um tópico, um pesquisador tende a desenvolver generalizações empíricas e a identificar relações preliminares à medida que progride em sua pes- quisa. Nenhuma hipótese pode ser encontrada nos estágios iniciais da pesquisa e o pesquisador não tem certeza sobre o tipo e a natureza dos resultados da pesquisa até que o estudo seja concluído. Método Dedutivo O método dedutivo, por sua vez, realiza-se por meio do desen- volvimento de um raciocínio lógico, que tem por ponto de partida uma ideia geral, uma verdade estabelecida, da qual decorrerão preposições 19 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S particulares. O raciocínio, neste caso, parte de uma ideia geral para conclusões particulares. Enquanto que o processo analógico represen- ta um raciocínio baseado em razões de relevante similitude. Raciocínio O raciocínio dedutivo geralmente segue etapas. Primeiro, há uma premissa, depois uma segunda premissa e, finalmente, uma inferência. Uma forma comum de raciocínio dedutivo é o silogismo, no qual duas afir- mações - uma premissa principal e uma premissa menor - chegam a uma conclusão lógica. Por exemplo, a premissa "Todo A é B" pode ser seguida por outra premissa, "Este C é A." Essas declarações levariam à conclusão "Este C é B." Os silogismos são considerados uma boa maneira de testar o raciocínio dedutivo para garantir que o argumento seja válido. O raciocínio dedutivo, a dedução lógica ou a lógica “de cima para baixo” é o processo de raciocínio de uma ou mais declarações para chegar a uma conclusão logicamente certa. O método dedutivo de ensino é total- mente diferente do método indutivo. Uma dedução-método é uma aborda- gem mais centrada no professor. Isso significa que o professor dá um novo conceito, explica e depois os alunos praticam o uso do método conceito. Indutiva x Dedutiva O ponto mais importante a ter em mente ao considerar se deve usar uma abordagem indutiva ou dedutiva é, primeiro, o objetivo de sua pesquisa; e segundo, os métodos mais adequados para testar uma hi- pótese, explorar uma área nova ou emergente dentro da disciplina ou para responder a perguntas específicas de pesquisa. Por fim, entende-se que o método indutivo (geralmente chama- do de método científico) é o método dedutivo "virado de cabeça para baixo". O método dedutivo começa com algumas afirmações verdadeiras (axiomas) com o objetivo de provar muitas afirmações verdadeiras (teore- mas) que logicamente seguem-se a ele. O método indutivo começa com muitas observações da natureza, com o objetivo de encontrar algumas afirmações poderosas sobre como a natureza funciona (leis e teorias). No método dedutivo, a lógica é a autoridade. Se uma afirmação segue logicamente a partir dos axiomas do sistema, deve ser verdadei- ra. No método científico, a observação da natureza é a autoridade. Se uma ideia entra em conflito com o que acontece na natureza, ela deve ser alterada ou abandonada. 20 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Método Hipotético-Dedutivo O modelo ou método hipotético-dedutivo é uma descrição pro- posta do científico. Segundo ele, a investigação científica prossegue for- mulando uma hipótese de uma forma que pode ser falsificável, usando um teste em dados observáveis, onde o resultado ainda não é conhecido. Um resultado de teste que pode ter e é contrário às previsões da hipótese é considerado uma falsificação da hipótese. Um resultado de teste que poderia ter, mas não corre contrário à hipótese, corrobora a teoria. Pro- põe-se, então, comparar o valor explicativo das hipóteses concorrentes, testando quão rigorosamente elas são corroboradas por suas previsões. O método hipotético-dedutivo, ou o teste de hipóteses, não le- vanta problemas em princípio, uma vez que sua validade depende dos resultados do teste empírico apropriado. O mesmo tende a ser usado para melhorar ou esclarecer teorias anteriores de acordo com novos co- nhecimentos, onde a complexidade do modelo não permite formulações lógicas. Portanto, possui caráter e necessidades predominantemente intuitivos, não apenas para rejeitar uma teoria, mas também para impor sua validade, o contraste de suas conclusões. Método Dialético O método dialético é diferente do método científico. Este últi- mo, o teimoso legado da maneira antiquada de formular o pensamen- to, derivado de conceitos religiosos baseados na revelação dogmática, apresenta os conceitos das coisas como imutáveis, absolutas, eternas, fundamentadas em alguns primeiros princípios, alheios um ao outro e com um tipo de vida independente. Para o método dialético, não apenas tudo está em movimento, mas todas as coisas se influenciam reciprocamente, e isso também vale para seus conceitos, ou os reflexos dessas coisas em nossas mentes, que estão “conectadas e unidas” (entre si). A metafísica procede por meio de antinomia, isto é, por termos absolutos que se opõem. Esses termos opostos nunca podem se misturar ou tocar. A lógica e a dialética nos ajudam a seguir um caminho que não é falso se, após começarmos a formular certos resultados da observa- ção do mundo real, queremos poder enunciar outras propriedades além daquelas que acabamos de deduzir. Se tais propriedades forem verifi- cadas experimentalmente, poder-se-ia dizer que nossas fórmulas e a maneira como as empregamos eram suficientemente precisas. 21 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Método Fenomenológico A disciplina da fenomenologia é definida por seu domínio de estudo, seus métodos e seus principais resultados. A fenomenologia é uma produção teórica deste mundo vívido, que se mostra a cada ser. No decorrer do texto, encontramos, logo a seguir a seguinte frase: “A feno- menologia só é acessível a um método fenomenológico” (Merleau-Pon- ty, 1971, pág. 6). Isso significa que a fenomenologia tem um conjunto de ferramentas próprias, que só tem finalidade para essa investigação. A fenomenologia estuda a estrutura de vários tipos de experiên- cia, variando de percepção, pensamento, memória, imaginação, emoção, desejo e vontade à consciência corporal, ação incorporada e atividade social, incluindo a atividade linguística. A estrutura dessas formas de ex- periência envolve tipicamente o que Husserl chamou de "intencionalida- de", isto é, a direção da experiência em relação às coisas no mundo, a propriedade da consciência de que é uma consciência de ou sobre algo. De acordo com a fenomenologia clássica husserliana, nossa experiência é direcionada para - representa ou "pretende" - coisas so- mente através de conceitos, pensamentos, ideias, imagens etc. especí- ficos. Estes compõem o significado ou o conteúdo de uma determinada experiência e são distintos das coisas. O método fenomenológico não é, portanto, o método dedutivo da lógica, nem o método empírico das ciências naturais; em vez disso, consiste em perceber a presença de um objeto e elucidar seu significado por meio da intuição. Husserl considerou o objeto do método fenomeno- lógico a apreensão imediata, em um ato de visão, do conteúdo inteligível ideal do fenômeno” (Husserl, 1992). Sua obra-chave e definidora do início do século XX é agora reimpressa em uma tradução para o inglês. Como a fenomenologia trata de observáveis, ela tem uma rela- ção com a hermenêutica, a teoria da interpretação (Winograd & Flores, 1986, p. 27), para preencher a necessidade de explicar o que é obser- vado. Historicamente, a hermenêutica tratava da interpretação de obras artísticas e literárias, especialmente de textos míticos e sagrados, e de como a compreensão humana desses textos mudou ao longo do tempo. Contudo, “uma das ideias fundamentais da fenomenologia é que essa atividade de interpretação não selimita a tais situações, mas permeia nossa vida cotidiana” (Winograd & Flores, 1986, p. 27). Então, segundo Bento (2004), a existência de outros métodos também merece destaque: • Método analítico (análise): compreende a decomposição do todo em suas partes. 22 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S • Método de Direito Comparado: pesquisas legislativas, doutri- nárias e jurisprudenciais de outros países; • Método histórico: observação da evolução histórica sobre o tema; • Método lógico: desenvolvimento de raciocínio relacionado en- tre si; • Método sistemático: envolve em sistema de ideias relaciona- das, sistemas de referências, teoria, hipóteses, fontes de informação, todos relacionados; Muitos cientistas que conduzem um projeto de pesquisa maior começam com um estudo indutivo (desenvolvendo uma teoria). O estu- do indutivo é acompanhado de pesquisas dedutivas para confirmar ou invalidar a conclusão. PROCESSO CIENTÍFICO Um conceito científico é uma ideia ou modelo explicando algum fenômeno natural. Por exemplo, nosso entendimento de objetos caindo em direção à Terra é explicado em nosso conceito de gravidade. Existem diferentes formas de conceitos. Eles diferem principalmente na quantida- de de evidência de apoio e aceitação por a comunidade científica. Os cientistas aprendem e adquirem conhecimento com obser- vações e experimentos. O processo científico começa com uma per- gunta, desenvolvendo uma hipótese e fazendo previsões educadas. Seguem-se experiências, avaliação de dados, ajustes e confirmação de resultados. Os resultados científicos devem ser observáveis, men- suráveis e repetíveis. Elementos comuns do processo científico incluem identificar, medir e relatar causa e efeito. O processo científico é im- portante porque elimina preconceitos pessoais e pode mudar o que os outros decidem acreditar. Organizar objetos e fenômenos em uma ordem lógica ajuda as pessoas a entender a complexidade de um sujeito ou colocá-lo em uma lista de hierarquias. Por exemplo, plantas e animais são organizados por reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Os cientistas também organizam vários componentes em sistemas. Um sistema so- lar, por exemplo, contém sol, planetas, luas, planetas anões e cometas. LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO CIENTÍFICA De acordo com Jorge e Puig (2000), só há uma maneira de se 23 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S produzir a argumentação científica, que é através da produção de textos argumentativos, nos quais se devem utilizar determinadas habilidades como descrever, definir, explicar, justificar, argumentar e demonstrar. Esta aprendizagem implica ao aluno analisar, comparar, deduzir, inferir, avaliar. No que tange à argumentação no ensino de ciências, Velloso (2009) aponta que alguns pesquisadores têm trabalhado nessa perspec- tiva com ênfase nos seguintes aspectos: o espaço ocupado pela argu- mentação em aulas de ciências; atividades de ensino que se mostram eficientes no fomento ao discurso argumentativo; mecanismos que pos- sam favorecer o aperfeiçoamento das habilidades argumentativas e a qualidade dos argumentos produzidos pelos alunos em aulas de ciências. A argumentação é imprescindível na linguagem científica, vários pesquisadores propõem que o ensino e a aprendizagem das ciências de- vem ser estruturados a partir da argumentação, pois isso contribuiria para o desenvolvimento de competências como relacionar os dados, avaliar afirmações teóricas e/ou empíricos, modificar as afirmações de novos dados e utilizar conceitos e modelos científicos para apoiar as conclusões (Kelly et al, 2009; Nascimento; Vieira, 2008; Sá; Queiroz, 2007). Ferramentas Teóricas Teorias, Hipóteses, Variáveis Dependentes e Independentes Hipóteses, variáveis dependentes e independentes formam um conjunto de ferramentas que nos auxiliam a criar teorias sobre fenôme- nos da natureza. O processo para investigar um determinado fenômeno da natureza normalmente envolve três níveis. No primeiro nível acontece a observação dos fatos, fenômenos, comportamentos e atividades; no segundo nível, temos as hipóteses e finalmente, no terceiro nível, surgem as teorias, hipóteses válidas e sustentáveis (aquelas que foram testadas). Por hipótese, conforme Marconi e Lakatos (2000, p. 139), de- fine-se um enunciado geral de relação entre variáveis (fatos, fenômenos) que é elaborado como solução provisória para um determinado problema, apresentando caráter explicativo ou preditivo, consistência lógica (coe- rência interna), compatibilidade com o conhecimento científico (coerência externa) e verificabilidade empírica. Diante de um problema qualquer o pesquisador supõe uma resposta que, em princípio, ainda não é a sua solução. O processo de investigação consiste justamente em verificar se a suposta solução, de fato, resolve o problema. Dito de modo informal e anedótico, uma hipótese é “uma resposta que não é, mas que o pesqui- 24 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S sador supõe que seja para ver o que seria se de fato fosse”. Uma variável pode ser definida como classificação ou medida, quantidade variável, conceito operacional que expressa valores, aspec- to, propriedade ou fator, que pode ser distinguido em um objeto exami- nado e que seja susceptível à medição. De maneira simbólica, podemos idealizar o "universo" da ciência como organizado em três níveis: no primeiro, acontecem as observações dos fatos e fenômenos reais; no segundo, estabelecem-se as hipóteses; no terceiro, emergem as teorias e hipóteses válidas. A passagem de maior interesse e importância é a que ocorre entre o primeiro e o segundo nível, que é, por sua vez, fundamentada no enunciado das variáveis. De forma esquemática podemos descrever esta relação como: Nível I - Observações → (Variáveis) → Nível II - Hipóteses → Nível III - Hipóteses Válidas e Teorias. Variáveis são quaisquer características de pessoas ou objetos que podem assumir diferentes valores numa situação experimental. Uma variável é qualquer atributo que pode assumir diferentes valores entre os membros de uma classe de sujeitos ou acontecimentos, mas que só tem um valor para um dado membro dessa classe num momento qualquer. Variável Independente: Uma variável independente é uma variável que representa uma grandeza que está sendo manipulada em um experimento. Para dizê-lo simplesmente, a “causa, antecedente, origem de um fenómeno, um processo, que constitui o objeto de estudo” (Carrasco). Para mim, é a “primeira”. Pode ser manipulada em estudos experimentais ou compa- rativos com grupos de controle. Variáveis Dependentes: Uma variável dependente representa uma grandeza cujo va- lor depende de como a variável independente é manipulada. Sendo o efeito, consequência, o resultado observado da influência da Variável independente. Em suma, no contexto da pesquisa a variável independente é o antecedente e a variável dependente é o consequente. Os cientis- tas procuram fazer previsões acerca do comportamento das variáveis 25 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S dependentes com base no aspecto das variáveis independentes, e, de maneira inversa, podem desejar aclarar um determinado fato ou fenô- meno (variável dependente), por meio da identificação do acontecimen- to (variável independente) que o ocasionou. Em essência, toda pesquisa quantitativa gira em torno da noção de variáveis quantificadas. Segundo Hegenberg (1976, p. 80-81), nesse tipo de pesquisa, a quantificação é relevante na proporção em que se su- põe que a quantificação caracteriza mais adequadamente certos concei- tos (por exemplo, ‘100 metros’ é expressão mais precisa do que ‘perto’); gera descrições precisas que seriam impraticáveis sem a atribuiçãode números; conduz a classificações mais acuradas; contribui decisivamen- te para a formulação de hipóteses, estabelecendo nexos mais precisos entre variáveis e fórmulas; e permite confrontar hipóteses e teorias rivais. DELINEAMENTOS DE UM ESTUDO CIENTÍFICO: PROJETO DE PESQUISA Segundo Cervo & Bervian (2002), o tema de uma pesquisa é qualquer assunto que necessite melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre ele. O tema da pesquisa indica um assun- to, que após a sua elaboração torna-se determinado, específico, preci- so, com seus limites muito bem definidos. Esta elaboração baseia-se no conhecimento do campo de observação e suas respectivas unidades de observação bem como de suas variáveis. Para Gil (2002) a escolha do tema deve estar relacionada com o interesse do estudante, sendo necessário que ele já tenha refletido sobre diferentes temas. A primeira escolha deve ser feita com relação a um campo delimitado, dentro da respectiva ciência de que trata o traba- lho científico (Cervo e Bervian, 2002). Segundo Fernandes (2002), a escolha do tema deve-se aos seguintes aspectos: interesse da comunidade científica; deve ser rela- cionado com a atividade profissional do pesquisador; viabilidade técnica e financeira. O delineamento diz respeito ao planejamento da pesquisa em um sentido mais amplo, abrangendo tanto a sua diagramação quanto a perspectiva de análise e a respectiva interpretação dos dados que foram coletados. Em outras palavras, o delineamento leva em conside- ração o contexto no qual são retirados os dados, assim como os meios de controle das variáveis relacionadas ao caso. Outro elemento que define o que é delineamento de pesquisa é que ele corresponde a uma fase na qual o pesquisador começa a levar 26 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S em conta a aplicação de metodologias discretas, ou melhor dizendo, aquelas que propiciam os meios técnicos para a investigação. Tipos de Delineamento de Pesquisa: Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa Documental A pesquisa documental associa paradigmas dissonantes de ge- renciamento e verificação de evidências documentais, concebidas nas ciências sociais tradicionais, com a criação e formulação de apresenta- ções estéticas, como concebidas a partir das artes e humanidades. As perspectivas documentais fundamentais incluem modos de representa- ção (imagens, diários, publicações, gravações sonoras, monumentos e memoriais etc.) e modos de envolvimento como uma empresa criativa de apresentação, ou seja, a apresentação estética do rádio, filme e fo- tografia documentais (Nichols, 2006). A estética dos estudos documentais chama a atenção para os modos de narração (o documentário como forma de contar histórias) e os protocolos de subjetividades (o alinhamento de diferentes perspectivas e interpretações como parte dos itens documentais) (Austin & de Jong, 2008). Com o uso de materiais primários e secundários, o pesquisador deve avaliar e analisar os próprios documentos antes de extrair o conteúdo. A avaliação de documentos geralmente inclui quatro critérios: autenticida- de, credibilidade, representatividade e significado (Scott, 2006). A autenti- cidade aborda se os materiais são genuínos ou de origem questionável e se sua produção é original e confiável e não foi alterada posteriormente. Se o documento tiver sido transformado, por meio de edição textual, mar- gens ou outros meios, o pesquisador procura identificar claramente essas alterações. A autenticidade é normalmente vista como o critério mais fun- damental para toda pesquisa documental em educação, uma vez que a confirmação da autoria, local e data são tipicamente determinadas antes que qualquer pesquisador continue trabalhando com o documento. Pesquisa Experimental Pesquisa experimental é qualquer pesquisa realizada com uma abordagem científica, na qual um conjunto de variáveis é mantido cons- tante enquanto o outro conjunto de variáveis está sendo medido como objeto do experimento. Há momentos em que você não possui dados su- ficientes para apoiar suas decisões. Em tais situações, você precisa rea- 27 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S lizar experimentos para descobrir os fatos. A pesquisa experimental pode reunir muitos dados que podem ajudá-lo a tomar melhores decisões. A maioria das experiências tende a ficar entre a definição estrita e a ampla. Uma regra prática é que as ciências físicas, como física, quími- ca e geologia, tendem a definir experimentos mais estritamente do que as ciências sociais, como sociologia e psicologia, que conduzem experimen- tos mais próximos da definição mais ampla. O exemplo mais simples de uma pesquisa experimental é a realização de um teste de laboratório. En- quanto a pesquisa estiver sendo conduzida sob condições cientificamen- te aceitáveis - ela se qualifica como uma pesquisa experimental. Uma verdadeira pesquisa experimental é considerada bem-sucedida apenas quando o pesquisador confirma que uma alteração na variável depen- dente é exclusivamente devida à manipulação da variável independente. Experimentos são conduzidos para prever fenômenos. Nor- malmente, um experimento é construído para poder explicar algum tipo de causa. A pesquisa experimental é importante para a sociedade - ela nos ajuda a melhorar nossa vida cotidiana. Após decidir o tópico de in- teresse, o pesquisador tenta a pesquisa. Isso ajuda o pesquisador a se concentrar em uma área de pesquisa mais estreita para poder estudá-la adequadamente. Definir o problema de pesquisa ajuda a formular uma pesquisa, que é testada contra a nula. Existem tipos de pesquisa que auxiliam o estudante na hora de executar essa parte do trabalho acadêmico, sendo alguns deles: Pesquisa com Abordagem e Apresentação de Resultados Quanti- tativos Para Richardson (1999, p. 70) a abordagem quantitativa caracte- riza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficientes de correlação, análise de regressão etc. A abordagem quantitativa é importante para garantir a precisão dos resulta- dos, evitando assim, distorções de análise e interpretação, permitindo uma margem de segurança com relação a possíveis interferências, buscando analisar o comportamento de uma população através da amostra. A pesquisa quantitativa, para Michel (2005, p. 33) realiza-se na busca de resultados precisos, exatos, comprovados através de medidas de variáveis preestabelecidas, na qual se procura verificar e explicar sua influência sobre outras variáveis, através da análise da frequência de in- cidências e correlações estatísticas. Sendo assim, este estudo tem carac- 28 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S terísticas quantitativas, porque os dados coletados serão submetidos às técnicas estatísticas, trabalhando com quantidades e percentuais. Pes- quisa com abordagem e apresentação de resultados qualitativos: As pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as técnicas de observação e entrevistas devido à propriedade com que esses instrumentos penetram na complexidade de um problema” (RICHARDSON, 1999, p. 82). De acordo com Godoy (1995b, p.21) existe três tipos de abor- dagem qualitativa: • Pesquisa Documental. Acontece quando pesquisador analisa materiais, documentos e artefatos, possibilitando ao pesquisador que guie sua pesquisa considerando enfoques diferenciados. Documentos são fontes ricas de informação registradas por um longo período. • Estudo de Caso. Utilizado quando se quer um aprofundamen- to da unidade de estudo, pois tem como objetivo o exame de um sujeito, uma situação particular ou até mesmo um ambiente. Para mais detalhesde como executar um estudo de caso. • Etnografia. Tem sua origem nas ciências sociais. Seu princi- pal foco é o estudo da cultura ou comportamento de grupos de indivídu- os. O pesquisador vai até o local e faz uma série de observações: tendo contato direto e participando de diferentes atividades. As diferenças entre os dois grandes grupos de refere-se a lógica usada para fazer inferências a partir dos dados coletados. As metodologias quantitativas usam uma lógica muito próxima à lógica da matemática, enquanto as metodologias qualitativas utilizam-se de uma lógica muito semelhante à lógica de classes. Segundo esses autores, a pesquisa qualitativa envolve um processo dialético: coleta de dados descritivos, análise e, posteriormente, generalizações. Ainda, segundo os autores, os dados são tratados por um pro- cesso de análise ou crítica que produz uma generalização baseada na- quele tipo de raciocínio, que permitiria penetrar no significado dos dados existentes. Os métodos quantitativos, por sua vez, assim como a maioria das pesquisas nas ciências naturais, usam o processo inverso: estabe- lecem primeiro uma generalização, e depois a testam. Há divergências, também, quanto à formulação de conceitos. Na abordagem quantitativa inicia-se com uma hipótese, confirmada ou refutada com base em dados ou evidência obtida por meios empíricos, e, aplicando aos dados o racio- cínio dedutivo, são, então, formulados aqueles. Na abordagem qualitati- va, porém, é o raciocínio indutivo que possibilita a sua formulação. 29 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2010 Banca: FGV Órgão: FIOCRUZ Prova: Desenvolvimento de Biofármacos Nível: Superior A Metodologia Científica é o conjunto de etapas ordenadamente dispostas a serem executadas na investigação de um fenômeno. A Metodologia Científica é constituída pelas etapas de formulação do problema, formulação de hipóteses, coleta dos dados, análise dos dados, conclusões e generalizações. Sobre a elaboração de hipóteses, assinale a afirmativa incorreta. a) A hipótese é uma resposta em potencial para a pergunta deduzida pelo pesquisador, a partir da revisão bibliográfica. b) Em estudos quantitativos, as hipóteses não podem ser testadas por meio de testes estatísticos. c) Hipótese é uma aposta que o pesquisador faz sobre os resultados prováveis de pesquisa. d) A formulação de hipóteses deriva necessariamente do problema em questão. e) A hipótese se caracteriza por apresentar uma força explicativa provi- sória, que será verificada no trabalho de campo. QUESTÃO 2 Ano: 2015 Banca: COVEST-COPSET Órgão: UFPE Prova: Assis- tente Social Nível: Superior No âmbito das competências teórico-metodológicas, a pesquisa científica contribui para o/a assistente social: a) entender seu papel profissional no contexto das relações com a ins- tituição. b) compreender que somente uma intervenção vinculada à pós-moder- nidade é mais adequada à realidade atual. c) determinar quais as ações são mais adequadas para garantir igualda- de de oportunidades dos usuários. d) inferir que a totalidade social é caótica, e manter a ordem social depen- de de uma intervenção vinculada aos interesses das classes fundantes. e) compreender seu papel profissional no contexto das relações sociais, numa perspectiva de totalidade social. QUESTÃO 3 Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: Cientista Social Ní- vel: Superior A partir do arcabouço metodológico proposto por Émile Durkheim, 30 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S no que se refere às fases de uma investigação científica, a sequên- cia correta é: a) Definir - Classificar - Explicar - Provar b) Classificar - Definir - Provar - Explicar c) Definir - Provar - Explicar - Classificar d) Explicar - Provar - Classificar - Definir e) Definir - Classificar - Provar - Explicar QUESTÃO 4 Ano: 2015 Banca: IF-SP Órgão: IF-SP Prova: Pedagogia Nível: Su- perior De acordo com Lakatos (Fundamentos de Metodologia Científica) todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos cien- tíficos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que em- pregam estes métodos são ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada ex- clusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos. Assinale a alternativa que define corretamente o que é método científico, de acordo com o autor acima citado. a) O método é a base para o desenvolvimento de uma pesquisa es- tritamente científica com maior segurança e economia. É por meio da escolha e utilização de métodos que o pesquisador alcança os objetivos e comprova de forma imutável e infalível suas hipóteses. b) O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhe- cimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. c) O método é o conjunto das atividades assistemáticas desenvolvidas pelo pesquisador, para que por meio do seu problema de pesquisa pos- sa alcançar o objetivo - conhecimentos válidos, verdadeiros e infalíveis -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. d) O método é o conjunto das atividades que buscam viabilizar a organi- zação do trabalho do pesquisador, para que assim encontrar as respos- tas para seu problema de pesquisa, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos, verdadeiros e infa- líveis -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. e) O método é o conjunto das atividades definidas pelo pesquisador para que suas hipóteses possam ser verificadas e nunca negadas e para que, com maior segurança e economia, permita alcançar o objetivo do problema de pesquisa - conhecimentos válidos, verdadeiros e imutá- 31 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S veis -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. QUESTÃO 5 Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: Engenharia Química Nível: Superior. Na metodologia científica, encontram-se vários métodos científicos para descreverem relações entre variáveis, predizerem aconteci- mentos, determinarem causas e explicarem ou compreenderem o comportamento dos fenômenos científicos. Quando um cientista ao tentar resolver um problema, apresenta algumas hipóteses visan- do a formulação de uma teoria provisória, passa a testar as suas hipóteses por meio de observação e experimentação para eliminar possíveis erros, qual o método científico o cientista está utilizando? a) Método dedutivo. b) Método dialético. c) Método hipotético dedutivo. d) Método indutivo. e) Método monográfico QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O método científico está presente desde o início, estando diretamente relacionado às várias áreas do saber e da ciência, pois sem a sua boa compreensão as pesquisas não serão realizadas da maneira que se de- seja. Assim, pode-se afirmar que metodologia e método são sinônimos? TREINO INÉDITO A ____________ é a responsável por oferecer uma informação ge- ral, uma verdade geral, a ser aplicada para um determinado caso. Dessa forma, o ___________ desenvolve a curiosidade do indiví- duo e é dotado de uma natureza psicológica. O trecho em questão faz relação a que método? Assinale a alterna- tiva correta. a) Método comparativo b) Método indutivo c) Método dedutivo d) Método hipotético-dedutivo e) Método dialético NA MÍDIA SIMULADOR USADO NO CASO KAUÃ E JOAQUIM VAI AJUDAR PERÍCIA NA VILA RUBIM 32 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Em entrevista à Rádio CBN Vitória, o Comandante do 1º Batalhãodo Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Scharlyston Paiva, adiantou que além de drones, a corporação utiliza um simulador computacional para chegar ao ponto de origem do incêndio. Este último equipamento já foi utilizado pela perícia para a elucidação do crime que envolveu a morte dos irmãos Joaquim e Kauâ, filhos de pastores, em Linhares, em 2018. Com o equipamento, as declarações de testemunhas, informações so- bre tamanho da área, metragem, fotos e vídeos serão computadoriza- dos em um sistema que gera uma simulação. Fonte: A Gazeta Data: 24 de setembro de 2019 Leia a notícia na íntegra: https://www.agazeta.com.br/es/gv/simulador- -usado-no-caso-kaua-e-joaquim-vai-ajudar-pericia-na-vila-rubim-0919 NA PRÁTICA METODOLOGIA CIENTIFICA – 9 EXEMPLOS FÁCEIS DE POR EM PRATICA Pode-se afirmar que, em virtude das várias formas de abordagem rea- lizadas para desenvolver pesquisas de TCC, foi possível classificá-las em nove tipos diferentes de Metodologia Cientifica. Veja exemplos de metodologias prontas, onde cada uma delas estão divididas em classes de acordo com suas metas: • Levantamento de opinião; • Levantamento sobre um fato após um acontecimento; • Experimento; • Estudo de campo; • Estudo de caso para identificar o porquê dos fenômenos; • Estudo de caso aplicando o método Cornell; • Estudo bibliográfico para identificar causas, importância ou forma de aplicação; • Estudo bibliográfico I; • Estudo bibliográfico II. Fonte: Douglas Tybel Data: 2016 Disponível em: https://guiadamonografia.com.br/metodologia-cientifica/ PARA SABER MAIS Filme: Gênio indomável Peça de teatro: Vida de professor Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=TTWrpBRXWUs https://www.youtube.com/watch?v=NLMf3OKFJxg 33 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA Para compreender a articulação das etapas de uma pesquisa, Quivy & Campenhoudt (1995) falam rapidamente sobre os princípios contidos nos três eixos de uma pesquisa e da lógica que os une. - A ruptura: O primeiro eixo necessário para se fazer pesquisa é a ruptura. Nossa bagagem “teórica” possui várias armadilhas, pois uma grande parte das nossas ideias se inspira em aparências imediatas ou em partidarismos. Elas são segui- damente ilusórias e preconceituosas. Construir uma pesquisa nessas bases é construí-la sobre um terreno arenoso. Daí a importância da ruptura que consiste em romper com as ideias preconcebidas e com as falsas evidências que nos dão somente a ilusão de compreender as coisas. A ruptura é, portanto, o primeiro eixo constitutivo das etapas metodológicas da pesquisa (p. 15). PESQUISA CIENTÍFICA 33 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S 34 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S - A construção: Esta ruptura só se efetua ao nos referirmos a um sistema concei- tual organizado, suscetível de expressar a lógica que o pesquisador supõe ser a base do objeto em estudo. É graças a esta teoria que se podem construir as propostas explicativas do objeto em estudo e que se pode elaborar o plano de pesquisa a ser realizado, as operações necessárias a serem colocadas em práti- ca e os resultados esperados ao final da pesquisa. Sem esta construção teórica, não há pesquisa válida, pois não podemos submeter à prova qualquer proposta. As propostas explicativas devem ser o produto de um trabalho racional funda- mentado numa lógica e num sistema conceitual validamente constituído (p. 17). - A constatação: Uma proposta de pesquisa tem direito ao status científico quando ela é suscetível de ser verificada por informações da realidade con- creta. Esta comprovação dos fatos é chamada constatação ou experimenta- ção. Ela corresponde ao terceiro eixo das etapas da pesquisa (p. 17). Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas exigências científicas. Para que seu estudo seja conside- rado científico você deve obedecer aos critérios de coerência, consis- tência, originalidade e objetivação. Para a realização de uma pesquisa científica, segundo Goldemberg (1999, p.106), é imprescindível: “a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida”. O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de três fases: Fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa; Fase construtiva: referente à construção de um plano de pes- quisa e à execução da pesquisa propriamente dita; Fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a organização das ideias de forma sis- tematizada visando à elaboração do relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades requeridas pela Academia. ETAPAS DA PESQUISA O primeiro passo do processo de pesquisa científica envolve a definição do problema e a realização de pesquisas. Primeiro, um tópico amplo é selecionado sobre algum tópico ou uma pergunta de pesquisa é feita. O cientista pesquisa a pergunta para determinar se ela foi res- pondida ou os tipos de conclusões que outros pesquisadores tiraram e os experimentos realizados em relação à pergunta. A pesquisa envolve a leitura de artigos de periódicos acadê- 35 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S micos de outros cientistas, que podem ser encontrados na Internet por meio de bancos de dados de pesquisa e periódicos que publicam arti- gos acadêmicos on-line. Durante a pesquisa, o cientista restringe o tópi- co amplo a uma questão de pesquisa específica sobre algum problema. Todas as investigações científicas começam com uma pergunta de pesquisa específica e a formulação de uma hipótese para responder a essa pergunta. A hipótese deve ser clara, específica e objetiva direta- mente responder à pergunta da pesquisa. Uma hipótese forte e testável é a parte fundamental da pesquisa científica. O próximo passo é testar a hipótese usando o método científico para aprová-la ou desaprová-la. O método científico deve ser neutro, objetivo, racional e, como resultado, deve poder aprovar ou desaprovar a hipótese. O plano de pesquisa deve incluir o procedimento para obter dados e avaliar as va- riáveis. Deve garantir que os dados analisáveis sejam obtidos. Também deve incluir planos sobre a análise estatística a ser realizada. O número de sujeitos e controles necessários para obter resultados estatísticos válidos deve ser calculado e os dados devem ser obtidos em números e métodos apropriados. O pesquisador deve observar e registrar continu- amente todos os dados obtidos. A ética é um padrão usado para diferenciar comportamentos aceitáveis e inaceitáveis. A adesão a padrões éticos na pesquisa cien- tífica é digna de nota por muitas razões diferentes. Primeiro, esses pa- drões promovem os objetivos da pesquisa, como conhecimento, verda- de e prevenção de erros. Por exemplo, proibições contra a fabricação, falsificação ou deturpação de dados de pesquisa promovem a verdade e minimizam o erro. Além disso, os padrões éticos promovem valores essenciais ao trabalho colaborativo, como confiança, responsabilidade, respeito mútuo e justiça. Muitos padrões éticos na pesquisa, como di- retrizes para autoria, políticas de direitos autorais e patentes, políticas de compartilhamento de dados e regras de confidencialidade na revisão por pares, foram projetados para proteger os interesses de propriedade intelectual e incentivar a colaboração. Muitos padrões éticos, como políticas sobre má conduta na pesquisa e conflitos de interesse, são necessários para garantir que os pesquisadores possam ser responsabilizados perante o público. Por último, mas não menos importante,os padrões éticos da pesquisa pro- movem uma variedade de outros importantes valores morais e sociais, como responsabilidade social, direitos humanos, bem-estar animal, conformidade com a lei e saúde e segurança pública (Resnik, 2015). Concluindo, para o bem da ciência e da humanidade, a pesquisa tem a inevitável responsabilidade de transferir com precisão o conhecimento para as novas gerações (Ruacan, 2005). 36 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Você inicia o processo de pesquisa escolhendo um tópico am- plo, selecionando um fenômeno específico e, com a ajuda da literatura adequada, precisa justificar seu trabalho. Em seguida, você formula o conhecimento adquirido na literatura de pesquisa em seu próprio plano. Criar um plano de pesquisa é uma etapa essencial desse pro- cesso, na qual você precisa mencionar as orientações, os métodos, a coleta de dados e a análise de dados em detalhes. Seu plano de pesqui- sa orientará o orientará e poderá até transformar ou melhorar esse pro- cesso. Depois de coletar e analisar seus dados, você precisa informar (escreva seu relatório de pesquisa) sobre os resultados. Seu relatório de pesquisa obedecerá aos princípios da redação científica com o objetivo de esclarecer as etapas da pesquisa e discu- tir a validade dos resultados apresentados. Em todas as etapas desse processo é necessário fazer anotações de forma organizada em um formato ou outro: escrever comentários em um caderno, anotar ideias de pesquisa, escrever plano, escrever a análise e os resultados obtidos em seu relatório de pesquisa. No final do seu relatório você precisa (embora não seja obrigató- rio) formular e apresentar novas perguntas de pesquisa, o que permitiria a você e a outros pesquisadores levar adiante a pesquisa dos fenômenos selecionados. Vejamos mais detalhadamente as etapas da pesquisa: Etapa 1: Identificar o Problema O primeiro passo no processo é identificar um problema ou de- senvolver uma pergunta de pesquisa. O problema de pesquisa pode ser algo que a agência identifica como um problema, algum conhecimento ou informação. Veja abaixo a interação entre as três primeiras etapas da pesquisa: Figura 1: Interação entre as três primeiras etapas da pesquisa 37 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Elaborado pela autora (2019), adaptado de Quivy & Campenhoudt (1995). Etapa 2: Revisão de Literatura Depois de entender o problema, o pesquisador deve entrar em detalhes sobre o tópico. Isso pode ser feito através da revisão da literatu- ra e trabalhos anteriores realizados sobre o tema da pesquisa. Isso aju- dará a fornecer algumas informações sobre o problema de pesquisa ao pesquisador. O pesquisador também terá uma ideia de como os estudos anteriores foram realizados e as áreas problemáticas desses estudos. A revisão de trabalhos anteriores parece mais estranha, pois muitos acham que seus trabalhos são únicos e não serão cobertos por pesquisas anteriores. Quando uma revisão é feita, lança luz sobre as variáveis e a interação entre elas, que também podem influenciar sua pesquisa. Além disso, a revisão lança luz sobre vieses que podem sur- gir. Se você não leu as hipóteses de mercado eficientes e começou sua pesquisa sobre técnicas de negociação, espera-se que seja um traba- lho tendencioso ao fogo. É o trabalho de revisão que pode diferenciar um bom pesquisador de um mau. A revisão também ajuda a entender o assunto adequadamente e a formar hipóteses (é obtida subdividindo a declaração do problema em pequenos pedaços mensuráveis). Etapa 3: Esclareça o Problema O problema inicial identificado pelo pesquisador geralmente tem um escopo bastante amplo e levaria muito tempo e energia. Nes- ta etapa, o pesquisador encurta os problemas e diminui o escopo do estudo. Isso é possível apenas através do conhecimento obtido pelo pesquisador após a revisão da literatura. Etapa 4: Examine os Resultados e tire Conclusões Depois que um pesquisador projetou o estudo e coletou os dados, é hora de examinar essas informações e tirar conclusões sobre o que foi encontrado. Usando estatísticas, os pesquisadores podem resumir os da- dos, analisar os resultados e tirar conclusões com base nessas evidências. Então, como um pesquisador decide o que significam os resul- tados de um estudo? A análise estatística não apenas pode apoiar (ou refutar) a hipótese do pesquisador; também pode ser usado para deter- minar se os resultados são estatisticamente significativos. 38 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Quando se diz que os resultados são estatisticamente signi- ficativos, isso significa que é improvável que esses resultados sejam devidos ao acaso. Com base nessas observações, os pesquisadores devem determinar o que os resultados significam. Em alguns casos, um experimento apoiará uma hipótese, mas em outros casos, não apoiará a hipótese. Então, o que acontece se os resultados de um experimento em psicologia não sustentarem a hipótese do pesquisador? Isso signi- fica que o estudo foi inútil? Só porque os resultados não sustentam a hipótese não significa que a pesquisa não seja útil ou informativa. Figura 2: Etapas da pesquisa científica Fonte: Quivy & Campenhoudt (1995). De fato, essa pesquisa desempenha um papel importante em ajudar os cientistas a desenvolver novas perguntas e hipóteses a serem exploradas no futuro. 39 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S A etapa final é publicar os resultados e sua subsequente revisão por um especialista. Com base no experimento realizado, a hipótese válida é agrupada e o resultado publicado. Se alguém puder se lembrar, a coleta de dados das ondas gravitacionais terminou em setembro de 2015, mesmo assim, demorou muito tempo para executar a análise e publicar os resulta- dos. Uma vez que os resultados são publicados, ele passa por um painel que avalia se a pesquisa foi realizada de maneira imparcial, uma vez que está bastante confiante na ausência de vieses, a pesquisa é publicada. Existem algumas ressalvas nesse processo de pesquisa cien- tífica. No processo de pesquisa científica acima mencionado, o pesqui- sador faz o experimento para confirmar seu sentimento. Por exemplo, a descoberta de ondas gravitacionais era para confirmar se as ondas gravitacionais existem ou não. Esse tipo de confirmação do sentimen- to é chamado de pesquisa de confirmação. Também existe outro ramo de pesquisa chamado pesquisa exploratória, que segue um processo de pesquisa científica diferente, mas, em vez de testar hipóteses, apenas mede as variáveis e tenta construir uma relação entre as variáveis. ....... Após a conclusão, o próximo passo é compartilhar os resultados com o resto da comunidade científica. Essa é uma parte importante do proces- so, pois contribui para a base geral de conhecimento e pode ajudar outros cientistas a encontrar novos caminhos de pesquisa a serem explorados. Etapa 5: Coleta de Dados A coleta de dados compreende o conjunto de operações por meio das quais o modelo de análise é confrontado aos dados coletados. Ao longo dessa etapa, várias informações são, portanto, coletadas. Elas serão sistematicamente analisadas na etapa posterior. Conceber essa etapa de coleta de dados deve levar em conta três questões a serem respondidas: O que coletar? Com quem coletar? Como coletar? O que coletar? Os dados a serem coletados são aqueles úteis para testar as hipóteses. Eles são determinados pelas variáveis e pelos indicadores. Podemos chamá-los de dados pertinentes. Com quem coletar? Trata-se a seguir de recortar o campo das análises empíricas em um espaço geográfico e social, bem como num espaço de tempo. De acordo com o caso, o pesquisador poderá estudar a população total ou somente uma amostra representativa(quantitativa- mente) ou ilustrativa (qualitativamente) dessa população. Como coletar? Esta terceira questão refere-se aos instrumen- tos de coleta de dados, que comporta três operações: conceber um instrumento capaz de fornecer informações adequadas e necessárias 40 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S para testar as hipóteses; por exemplo, um questionário ou um roteiro de entrevistas ou de observações; testar o instrumento antes de utilizá-lo sistematicamente para se assegurar de seu grau de adequação e de precisão; colocá-lo sistematicamente em prática e proceder assim à co- leta de dados pertinentes (Quivy & Campenhoudt, 1995, p. 209). Etapa 6: Análise das Informações Nessa etapa as informações coletadas e os resultados são observados para entender se correspondem aos resultados esperados pelas hipóteses ou questões de pesquisa. Normalmente a coleta de da- dos traz novos elementos ou outras relações não cogitadas inicialmen- te. Nesse contexto, os fatos não cogitados são interpretados e revistos para entender se é necessário refinar as hipóteses e, assim, propor e mostrar reflexões para pesquisas futuras. No cenário em que o pesquisador opta pela análise de dados quantitativos ele deve executar três passos: • Descrever os dados e apresentá-los (agregados ou não) sob a forma das variáveis requeridas pelas hipóteses. • Mensurar as relações entre as variáveis, observando como essa relação foi prevista pelas hipóteses. Comparar relações observadas com as relações teoricamente esperadas pelas hipóteses e verificar o distanciamento entre elas. Se o distanciamento é nulo ou muito pequeno podemos con- cluir que a hipótese está confirmada; caso contrário, verificar de onde vem o distanciamento e tirar as devidas conclusões. Etapa 7: As Conclusões De acordo com Quivy & Campenhoudt (1995, p. 247-53) pode- mos dividir essa etapa em três partes: • Apresentar as questões de pesquisa e as hipóteses. Apresen- tar como foi feita a coleta de dados e o método utilizado. Comparar e co- mentar os resultados esperados pela hipótese com os resultados obtidos. • Mostrar no que o estudo descobriu sobre o objeto de estudo e o que pode ser descoberto a partir dos seus resultados. • Mostrar o que você descobriu sobre a problemática, como fez o teste de hipótese e como fez e analisou os dados. • Se possível, mostrar como o seu trabalho tem relação com a prática, em caso de estudos mais técnicos. Vale ressaltar que nem 41 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S sempre é possível fazer essa relação entre pesquisa e ação. Comunicação e Publicação Os cientistas comunicam os resultados da pesquisa por vá- rios meios formais e informais. Antigamente, novas descobertas e inter- pretações eram comunicadas por carta, reunião pessoal e publicação. Hoje, redes de computadores e máquinas de fax suportam. Parte inferior do formulário cartas e telefones complementados, facilitando a rápida troca de resultados. As reuniões científicas rotineira- mente incluem sessões de pôsteres e conferências de imprensa, além de apresentações formais. Embora as publicações de pesquisa continuem documentando os resultados da pesquisa, o surgimento de publicações eletrônicas e outras tecnologias da informação anunciam mudanças. Além disso, os incidentes de plágio, o crescente número de autores por artigo em campos selecionados e os métodos pelos quais as publicações são avaliadas na determinação de compromissos e pro- moções aumentaram a preocupação com as tradições e práticas que orientaram a comunicação e publicação. A publicação em periódicos, tradicionalmente um importante meio de compartilhar informações e perspectivas entre os cientistas, também é o principal meio de estabelecer um registro de realizações científicas. A avaliação das realizações de cientistas individuais geralmente envolve não apenas o número de artigos que resultaram de um esforço de pesqui- sa selecionado, mas também os periódicos específicos em que os artigos apareceram. As datas de envio de periódicos geralmente são importantes para estabelecer reivindicações de prioridade e propriedade intelectual. APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO A ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da pesquisa. Não há regras estabelecidas, mas alguns cui- dados devem ser tomados. Mattar (1994) recomenda: Iniciar o questionário com uma pergunta aberta e interessante (para deixar o respondente mais à vontade e assim ser mais espontâneo e sincero ao responder as pergun- tas restantes). Iniciar com perguntas sobre a opinião do respondente pode fazer com que se sinta prestigiado e se torne disposto a colaborar. O questionário, segundo Gil, pode ser definido “como a técni- ca de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o 42 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectati- vas, situações vivenciadas etc” (1999, p.128). Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá para coletar as informações da realidade, tanto do empreendimento quanto do mercado que o cerca, e que serão basilares. O mesmo autor supracitado (p. 128-129) apresenta as seguintes vantagens do questionário sobre as demais técnicas de coleta de dados: a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica muito extensa, já que o ques- tionário pode ser enviado pelo correio; b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questio- nário não exige o treinamento dos pesquisadores; c) garante o anonimato das respostas; d) permite que as pessoas o respondam quando julgarem mais conveniente; e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado. Lado outro, ele aponta pontos negativos da técnica em análise: a) exclui as pessoas que não sabem ler e escrever, o que, em certas circunstâncias, conduz a graves deformações nos resultados da investigação; b) impede o auxílio ao informante quando este não entende corretamente as instruções ou perguntas; c) impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respon- dido, o que pode ser importante na avaliação da qualidade das respostas; d) não oferece a garantia de que a maioria das pessoas o de- volvam devidamente preenchido, o que pode implicar a significativa di- minuição da representatividade da amostra; e) envolve, geralmente, número relativamente pequeno de per- guntas, porque é sabido que questionários muito extensos apresentam alta probabilidade de não serem respondidos; f) proporciona resultados bastante críticos em relação à objeti- vidade, pois os itens podem ter significados diferentes para cada sujeito pesquisado. ÉTICA NA PESQUISA A pesquisa científica é elaborada e conduzida com base nos padrões profissionais da ciência e na fundação da confiança do público na comunidade científica que gera a relação entre a integridade cientí- fica e a confiança da sociedade. Os pesquisadores têm a responsabili- 43 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S dade específica de manter e aplicar a pesquisa científica e os padrões éticos de maneira a aderir principalmente a esses padrões e manter um ambiente de pesquisa positivo para o progresso contínuo da pesquisa. A integridade da pesquisa e a conduta ética têm sido ampla- mente discutidas como questões importantes na comunidade científica. Esses fatores são entendidos como o uso de métodos honestos e veri- ficáveis na proposição, execução e avaliação de pesquisas. A integrida- de da pesquisa inclui a aderência a regras, regulamentos, diretrizes e códigos e normas aceitas (Steneck, 2018).Os valores da pesquisa incluem honestidade, precisão, eficiên- cia e objetividade. Os pesquisadores devem transmitir informações com honestidade intelectual. Isso envolve sinceridade e ausência de enga- no. A precisão envolve análise estatística precisa e avaliação correta do valor de um parâmetro populacional. Eficiência envolve a capacidade de obter resultados sem desperdiçar ou usar indevidamente recursos, esforços ou fundos. Objetividade refere-se à prevenção de vieses que possam interferir na pesquisa, como a interferência de crenças ou valo- res do pesquisador (Steneck, 2018). A ética em pesquisa fornece diretrizes para a condução res- ponsável da pesquisa. Além disso, educa e monitora cientistas que con- duzem pesquisas para garantir um alto padrão ético. A seguir, é apre- sentado um resumo geral de alguns princípios éticos: Honestidade: Desde a tenra idade, muitos de nós aprendemos que é melhor dizer a verdade. Mas talvez em algum momento da adolescência, expe- rimentemos alguns dos 'benefícios' de não sermos verdadeiros. Chega- mos a algum lugar que não deveríamos ir ou fazer algo que não deve- ríamos estar fazendo. Pode parecer divertido no começo, mas quando nossas mentiras são descobertas, o resultado final não é tão emocio- nante. Voltamos então a dizer a verdade. Alguns cientistas, infelizmente, passam pelo mesmo processo de aprendizado ético. É tentador mentir sobre o que eles estão pesqui- sando, os possíveis danos do projeto de pesquisa e até os resultados da pesquisa para avançar ou ganhar mais dinheiro. Isso ocorre porque existem muitos cientistas neste mundo e todos exigem que as mesmas coisas sejam bem-sucedidas: dinheiro para financiar pesquisas e reco- nhecimento por suas pesquisas. Essas duas necessidades estão en- trelaçadas: o dinheiro permite que a pesquisa aconteça, o que, quando bem-sucedido, traz reconhecimento, o que gera mais dinheiro para a 44 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S pesquisa e assim por diante. Objetividade: Esforce-se para evitar desvios no design experimental, análi- se de dados, interpretação de dados, revisão por pares, decisões de pessoal, redação de subsídios, testemunhos de especialistas e outros aspectos da pesquisa. Integridade: Mantenha suas promessas e acordos; agir com sinceridade; esforçar-se pela consistência do pensamento e da ação. Cuidado: Evite erros descuidados e negligência; examine cuidadosa- mente e criticamente seu próprio trabalho e o trabalho de seus colegas. Mantenha bons registros das atividades de pesquisa. Abertura: Compartilhe dados, resultados, ideias, ferramentas, recursos. Esteja aberto a críticas e novas ideias. Respeito à Propriedade Intelectual: Honre patentes, direitos autorais e outras formas de proprieda- de intelectual. Não use dados, métodos ou resultados não publicados sem permissão. Dê crédito onde o crédito é devido. Nunca plagie. Confidencialidade: Proteger as comunicações confidenciais, como documentos ou subsídios enviados para publicação, registros pessoais, segredos co- merciais ou militares e registros dos pacientes. 45 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Publicação Responsável: Publique para promover pesquisas e bolsas de estudos, não para promover apenas sua própria carreira. Evite publicação desneces- sária e duplicada. Tutoria Responsável: Ajude a educar, orientar e aconselhar os alunos. Promova seu bem-estar e permita-lhes tomar suas próprias decisões. Respeito pelos Colegas: Respeite seus colegas e trate-os de maneira justa. Responsabilidade Social: Esforce-se para promover o bem social e prevenir ou mitigar danos sociais por meio de pesquisa, educação pública e advocacia. Não Discriminação: Evite a discriminação contra colegas ou estudantes com base em sexo, raça, etnia ou outros fatores que não estejam relacionados a sua competência e integridade científica. Competência: Manter e melhorar sua própria competência e conhecimento profissional por meio de educação e aprendizado ao longo da vida; to- mar medidas para promover a competência na ciência como um todo. Legalidade: Conhecer e obedecer às leis e políticas institucionais e gover- namentais relevantes. 46 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Cuidado Animal: Mostre respeito e cuidado com os animais ao usá-los em pes- quisas. Não realize experimentos desnecessários ou mal projetados com animais. Proteção de Seres Humanos: Ao realizar pesquisas em seres humanos, minimize danos e riscos e maximize benefícios; respeitar a dignidade humana, a privaci- dade e a autonomia. Princípios Éticos comuns em Disciplinas Científicas: • Apenas um princípio ético - dever à sociedade - se aplica à in- vestigação científica perguntando se a pesquisa beneficia a sociedade. • Cada princípio ético se aplica à investigação científica, à con- duta e comportamentos dos pesquisadores ou ao tratamento ético dos participantes da pesquisa. • Eles são dever para a sociedade; beneficência; conflito de in- teresses; consentimento informado; integridade; não discriminação; não exploração; privacidade e confidencialidade; competência profissional; e disciplina profissional. • Variações nos princípios éticos entre as disciplinas geralmen- te se devem ao fato de a disciplina incluir assuntos humanos ou animais. • Variações nos princípios éticos entre países geralmente são devidas a leis, supervisão e fiscalização locais; normas culturais; e se a pesquisa é realizada no país anfitrião dos pesquisadores ou em um país estrangeiro. A ética na ciência é semelhante à ética em nossa sociedade mais ampla: elas promovem conduta razoável e cooperação efetiva en- tre indivíduos. Embora ocorram violações da ética científica, como na sociedade em geral, elas geralmente são tratadas rapidamente quando identificadas e nos ajudam a entender a importância do comportamento ético em nossas práticas profissionais. Logo, a adesão à ética científica garante que os dados coleta- dos durante a pesquisa sejam confiáveis e que as interpretações sejam razoáveis e com mérito, permitindo assim que o trabalho de um cientista se torne parte do crescente corpo de conhecimento científico. 47 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2014 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: IF-SP Pro- va: FUNDEP - 2014 - IF-SP - Professor - Pedagogia Nível: Superior A entrevista é um procedimento usado na investigação para a co- leta de dados ou para auxiliar no diagnóstico ou no tratamento de um problema. Numere a COLUNA II de acordo com a COLUNA I fa- zendo a relação dos tipos de entrevistas com as suas respectivas características. COLUNA I 1. Padronizada ou estruturada. 2. Despadronizada ou não estruturada. 3. Painel. COLUNA II ( ) As perguntas são abertas, no geral, podendo ser respondidas dentro de uma conversação informal. ( ) Baseia-se na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, para estudar a evolução das opiniões em perío- dos curtos. ( ) Ela se realiza seguindo um formulário elaborado e é feita, de preferência, com pessoas selecionadas de acordo com um plano. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. a) 1 3 2. b) 2 1 3. c) 2 3 1. d) 3 2 1. QUESTÃO 2 Ano: 2017 Banca: UFMT Órgão: UFSBA Prova: Assuntos Educa- cionais Nível: Superior A coluna da esquerda apresenta abordagens de investigação e a da direita, características de cada uma. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda. 1 - Abordagem qualitativa 2 - Abordagem quantitativa ( ) Etnometodologia, dados qualitativos, fenomenologia, observa- ção participante, contato intenso com os sujeitos. ( ) Positivista, empírica, replicação, testar teorias, experimentos. ( ) Comportamentalismo, observação estruturada,relações entre variáveis, grupos de controle. ( ) Entrevista aberta, vida cotidiana, descrição de realidades múlti- 48 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S plas, estudo de caso. Marque a sequência correta. a) 2, 1, 1, 2 b) 2, 2, 1, 1 c) 1, 1, 2, 2 d) 1, 2, 2, 1 QUESTÃO 3 Ano: 2015 Banca: COVEST-COPSET Órgão: UFPE Prova: Assis- tente Social Nível: Superior Uma pesquisa científica pode ser exploratória, descritiva ou expli- cativa. Quanto à pesquisa explicativa, é correto afirmar que: a) busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando um campo de trabalho, mapeando as condições e manifes- tação desse objeto. b) busca explicações dos problemas sociais a partir do uso do método quantitativo, visando apreender a totalidade do objeto. c) além de registrar e analisar os fenômenos estudados, busca identifi- car suas causas, seja através do método experimental matemático, seja através da interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos. d) além de registrar e analisar os fenômenos estudados, busca identifi- car suas causas, sendo somente possível o uso do método qualitativo. e) busca levantar informações sobre a população alvo, delimitando um campo de trabalho, mapeando as condições e a manifestação desse objeto. QUESTÃO 4 Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: CONAB Prova: Comunicação So- cial Nível: Superior Pesquisas científicas são realizadas tendo como base uma metodo- logia quantitativa ou qualitativa. Uma pesquisa é quantitativa quan- do existe a possibilidade de medidas quantificáveis de variáveis e inferências com base em amostras aleatórias de uma população. Esse tipo de pesquisa usa medidas numéricas para testar construc- tos científicos e hipóteses, ou busca padrões numéricos relaciona- dos a conceitos cotidianos (DIAS, 2000, p. 1). Uma das principais técnicas de coleta de dados de uma pesquisa quantitativa é: a) grupo focal. b) entrevista individual. c) pesquisa etnográfica. d) estudo de caso. 49 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÃO 5 Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: CONAB Prova: Comunicação So- cial Nível: Superior Com relação aos métodos científicos de pesquisa, assinale a alter- nativa correta. a) Quanto mais amplo o objeto de estudo, mais ampla a compreensão do problema e, portanto, melhor a pesquisa. b) Toda investigação se inicia por uma teoria. c) A teoria é construída para explicar ou compreender um fenômeno ou um processo. d) A hipótese é um dos subprodutos da pesquisa, sendo sempre refor- çada na conclusão do trabalho. e) A indefinição da metodologia inviabiliza a identificação do problema. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE A pesquisa pode ser compreendida como a construção de um conheci- mento geral e original com base em certas exigências científicas, assim para que uma pesquisa seja entendida como científica é preciso que cri- térios como a coerência, a consistência, a originalidade e a objetivação sejam observadas. Desse modo, quais são as três fases necessárias para o planejamento da pesquisa? TREINO INÉDITO Para a realização correta da pesquisa é preciso que seja obedeci- da uma ordem específica para o atendimento dos seus objetivos. Nesse sentido, assinale a alternativa que contém todas as etapas da pesquisa e sua ordem correta: a) Esclareça o problema; Examine os resultados; Identificar o problema; Revisão de literatura b) Revisão de literatura; Identificar o problema; examine os resultados; coleta de dados; esclareça o problema. c) Identificar o problema; Revisão de literatura; Esclareça o problema; Examine os resultados e tire conclusões; e Coleta de dados. d) Revisão de literatura; Identificar o problema; Coleta de dados; Exa- mine os resultados e) Nenhuma das alternativas NA MÍDIA FIQUE ATENTO À ÉTICA AO USAR A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL A ética provoca debates acirrados na sociedade desde os tempos do filósofo Aristóteles. Como ela é definida a partir da moral humana, algo que, por sua vez, sofre influência de questões sociais e culturais, chegar 50 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S a um consenso global sobre determinados temas é um desafio e tanto. Com o avanço tecnológico, o debate sobre a ética ganha nova propor- ção e envolve mais participantes, que enxergam riscos que vão desde a banalização de abusos de privacidade até o agravamento do preconcei- to e da discriminação contra determinados grupos da população. A preocupação se justifica se olharmos para os casos recentes de uso de dados de usuários do Facebook por uma empresa de marketing, ou para o algoritmo do Google Fotos, que identificava pessoas negras como gorilas. Fonte: InforChannel Data: 24 de setembro de 2019 Leia a notícia na íntegra: https://inforchannel.com.br/fique-atento-a-eti- ca-ao-usar-a-inteligencia-artificial/ NA PRÁTICA LEVANTAMENTO DE OPINIÃO A partir do momento em que se quer descobrir a opinião que alguém tem a respeito de determinado bem ou serviço, a melhor maneira de averiguar é perguntar para alguém que já usufruiu deste. Sendo assim, logo vem à mente a ideia de fazer uma pesquisa com esses indivíduos, a isso foi dado o nome de Levantamento de Opinião. Fonte: Douglas Tybel Data: 2016 Disponível em: https://guiadamonografia.com.br/metodologia-cientifica/v PARA SABER MAIS Filme: Quebrando a banca Peça de teatro: Ao mestre, com carinho Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=fVmmPZsmtbE https://youtu.be/c4qhp34nUFw 51 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S ESTRUTURAS DO ARTIGO CIENTÍFICO O processo de produção do artigo científico consiste em um conjunto de métodos científicos, que se constituem também de pesqui- sas feitas de variadas fontes, para que ele possa ser avaliado e aceito pela comunidade de pesquisadores. Após a aprovação, eles podem ser publicados em revistas ou periódicos especializados que permitem ao leitor a repetição da experiência. Os artigos científicos são para compartilhar seu próprio traba- lho de pesquisa original com outros cientistas ou para revisar a pesqui- sa conduzida por outros. Como tal, eles são críticos para a evolução da ciência moderna, na qual o trabalho de um cientista se baseia no de outros. Para atingir seu objetivo, os trabalhos devem ter como objetivo ELABORAÇÃO 51 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S 52 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S informar, não impressionar. Eles devem ser altamente legíveis - isto é, claros, precisos e concisos. É mais provável que sejam citados por ou- tros cientistas se forem úteis, em vez de enigmáticos ou egocêntricos. . Um artigo científico deve conter, além de algumas informações essen- ciais para o entendimento de todos os interessados naquele estudo, um discurso fluido, explicativo, de caráter formal e uma formatação padrão. A intenção de quem escreve um artigo científico, é que ele seja compreendido por qualquer membro do grupo-alvo, isto é, ao qual se destina. Deve seguir as regras da ABNT - Associação Brasileira de Nor- mas Técnicas e conter a seguinte estrutura: elementos pré-textuais, ele- mentos textuais e elementos pós-textuais. Vejamos: Elementos Pré-Textuais Os elementos pré-textuais são as partes do seu trabalho aca- dêmico que antecedem o texto principal e os seus elementos. Esses elementos não têm relação direta com o conteúdo apresentado, mas isso não significa que eles não são importantes para o trabalho. Os elementos pré-textuais facilitam muito a apresentação, a entrega e o arquivamento dos trabalhos acadêmicos. Aspectos gráficos do trabalho acadêmico: 1. Papel 2. Impressão do texto 3. Formatação do texto 4. Numeração 5. Títulos, subtítulos, divisões e parágrafos• Estrutura do trabalho acadêmico • Elementos Pré-textuais: 1. Capa 2. Folha de Rosto 3. Dedicatória 4. Agradecimento 5. Folha de Dedicatória 6. Epígrafe 7. Resumo 8. Lista de figuras 9. Lista de tabelas - Lista de abreviaturas e siglas - Lista de símbolos • Sumários 4. Elementos Textuais 53 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S • 1. Introdução • 2. Desenvolvimento • 3. Conclusão 5. Elementos pós-textuais - Referências - Apêndice - Anexos É importante observar que, não obstante, as normas padroni- zadas da ABNT, instituições de ensino, de pesquisa, editoras, órgãos de governo e agências internacionais, por vezes, possuem suas próprias normas para apresentação de trabalhos devendo, nesses casos, ser consideradas por quem se interesse em lhes apresentar trabalhos es- critos. Os elementos pré-textuais precisam ser considerados em suas duas dimensões, uma que diz respeito à estética do trabalho e outra que se refere à divisão estrutural das partes do mesmo trabalho. Elementos Textuais Os elementos textuais são aqueles onde o autor pode desenvol- ver o tema escolhido, é onde ele traz o fruto de suas pesquisas e sua ideia sobre o assunto em questão. Cada um dos elementos textuais tem, pelo menos, um objetivo principal. A introdução faz um apanhado geral do traba- lho acadêmico e apresenta os pontos mais importantes superficialmente. No desenvolvimento, o autor precisa discorrer e mostrar domí- nio sobre o tema escolhido, esclarecer os métodos utilizados e desen- volver o texto. A última parte, a conclusão, é onde o autor deve mostrar o seu ponto de vista com relação a tudo que foi estudado. Não é permitida a inclusão de dados, apenas a ideia concluída do assunto trabalhado. Os elementos textuais trazem a parte mais importante de todo o trabalho: o conteúdo em si. É preciso que o texto esteja coeso e bem escrito para que os avaliadores entendam o processo descrito no de- senvolvimento e o ponto de vista do autor apresentado na conclusão. Elementos Pós-Textuais Os elementos pós-textuais são aqueles que compõem a última parte de um trabalho acadêmico. Eles vêm depois da identificação e do conteúdo escrito da monografia, tese, dissertação ou qualquer outro tipo de trabalho. Os elementos pós-textuais caracterizam o fim da apre- sentação e, normalmente, complementam o conteúdo e o entendimento 54 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S do trabalho. São importantíssimos para os avaliadores terem acesso às fontes de estudo do autor e a aspectos complementares de coisas que aparecem no decorrer do texto. Alguns autores sugerem que você comece a escrever um artigo científico pelos objetivos e pelas conclusões do trabalho, de acordo com a análise crítica dos resultados encontrados. Desta forma, é possível ter uma visão clara da pergunta que você gostaria de responder com a sua pesquisa (objetivos) e quais respostas você encontrou (conclusões). As conclusões são o ponto forte do seu estudo e o guia para a estruturação do texto. Com as conclusões em mente, será mais fácil identificar e discutir os resultados que sustentam essas conclusões (Medeiros e Tomasi, 2008). • Referências – Fontes de pesquisa consultadas pelo autor do trabalho. • Glossário – Lista de palavras importantes para o texto e seus significados. • Anexos – Documentos que complementam o texto que não são de autoria do autor do trabalho. • Apêndices – Documentos que complementam o texto que são de autoria do autor do trabalho. • Índice – Elemento opcional. Lista de palavras ou expressões citadas no texto do trabalho, ordenadas conforme um determinado crité- rio e acompanhadas da indicação de sua localização no texto. Embora a maioria dos artigos obedeçam a uma sequência padrão (Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Con- clusões e Referências Bibliográficas), a redação do artigo não precisa, necessariamente, seguir essa mesma ordem. O artigo possui a seguinte estrutura: 1.Título 2. Autor (es) 3. Epígrafe (facultativa) 4. Resumo e Abstract 5. Palavras-chave; 6. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão), 7. Referências. LINGUAGEM DO ARTIGO Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisa- dos os seguintes procedimentos no artigo científico: - Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu penso”, 55 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S “eu acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem valor científico; - Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, fir- mada em dados concretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico; - Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário comum, utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência possui uma ter- minologia técnica própria que deve ser observada; - A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar a pes- quisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas, intercaladas com parênteses, num único período. O uso de parágrafos deve ser dosado na medida necessária para articular o raciocínio: toda vez que se dá um pas- so a mais no desenvolvimento do raciocínio, muda-se o parágrafo. - Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no texto, tendo suas fontes citadas em notas de rodapé. (Pádua, 1996, p. 82). Leitura Crítica: Leitura crítica significa que o leitor aplica certos processos, mo- delos, perguntas e teorias que resultam em maior clareza e compreen- são. Há mais envolvimento, tanto no esforço quanto no entendimento, em uma leitura crítica do que em um mero "deslizar" do texto. Qual é a dife- rença? Se um leitor "derrapa" o texto, características e informações su- perficiais são o mais longe possível. Uma leitura crítica chega à "estrutura profunda" (se existe algo além do texto superficial!), Isto é, consistência lógica, tom, organização e vários outros termos sonoros muito importan- tes. A leitura crítica é um precursor importante da escrita crítica. Este guia de estudo explica por que a leitura crítica é importante e fornece algumas ideias sobre como você pode se tornar um leitor mais crítico. Independentemente de quão objetivo, técnico ou científico seja o assunto, o (s) autor (es) terá tomado muitas decisões durante o pro- cesso de pesquisa e redação, e cada uma dessas decisões é um tó- pico potencial para exame e debate, e não para aceitação cega. Você precisa estar preparado para entrar no debate acadêmico e fazer sua própria avaliação de quanto está disposto a aceitar o que lê. Um ponto de partida prático, portanto, é considerar qualquer coisa que você leia não como fato, mas como o argumento do escritor. Tomando este ponto de partida, você estará pronto para se envolver em leituras críticas. O objetivo da leitura crítica não é encontrar falhas, mas avaliar a força da evidência e do argumento. É tão útil concluir que um estudo, ou um artigo, apresenta evidências muito fortes e um argumento bem fun- damentado, assim como identificar os estudos ou artigos que são fracos. 56 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S A leitura crítica é uma forma de análise da linguagem que não considera o texto fornecido pelo valor nominal, mas envolve um exame mais aprofundado das alegações apresentadas, bem como dos pontos de apoio e possíveis argumentos. A capacidade de reinterpretar e re- construir para maior clareza e legibilidade também é um componente da leitura crítica. A identificação de possíveis ambiguidades e falhas no raciocí- nio do autor, além da capacidade de abordá-las de forma abrangente, são essenciaispara esse processo. A leitura crítica, assim como acadê- mica, requer a ligação de pontos de evidência a argumentos correspon- dentes (Ariel, 1973). Pensar criticamente, no sentido acadêmico, envolve ter a men- te aberta - usando julgamento e disciplina para processar o que você está aprendendo, sem deixar que seu viés ou opinião pessoal prejudi- que os argumentos. O pensamento crítico envolve ser racional e cons- ciente de seus próprios sentimentos sobre o assunto - ser capaz de reorganizar seus pensamentos, conhecimento e entendimento prévios para acomodar novas ideias ou pontos de vista. Para ler criticamente, você precisará fazer algumas perguntas sobre o texto. Uma área a considerar é a fonte. Perguntas para esta área podem ser feitas antes de você ler o texto e são bastante simples. As respostas a essas perguntas podem ajudá-lo a decidir se vale a pena ler o texto. Outra área a considerar é a evidência que o escritor usa para apoiar seus argumentos. Essas perguntas são mais difíceis e requerem uma leitura cui- dadosa do texto e consideração do significado. Ser capaz de respon- der a perguntas como essas também melhorará sua capacidade como escritor. Uma área final a considerar são as suposições e preconceitos que o escritor pode ter. Essas são as perguntas mais difíceis e talvez você precise analisar o idioma que o escritor usa para respondê-las. A leitura crítica e o pensamento crítico são, portanto, os próprios fundamentos da verdadeira aprendizagem e do desenvolvimento pessoal. Como leitor crítico, você deve refletir sobre: • O que o texto diz: depois de ler criticamente uma peça, você poderá fazer anotações, parafraseando - com suas próprias palavras - os pontos principais. • O que o texto descreve: você deve ter certeza de que enten- deu o texto suficientemente para poder usar seus próprios exemplos e comparar e contrastar com outros textos sobre o assunto em questão. 57 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S • Interpretação do texto: isso significa que você deve poder analisar completamente o texto e indicar um significado para o texto como um todo. • Leitura crítica significa ser capaz de refletir sobre o que um texto diz, o que descreve e o que significa, examinando o estilo e a es- trutura da redação, a linguagem usada e o conteúdo. • O fundo da leitura • Seu objetivo e conclusão geral (reivindicação) • A evidência usada na leitura • As conexões lógicas entre a alegação e a evidência • O saldo da leitura • Suas limitações • Como se relaciona com outras fontes e pesquisas • Se a leitura é baseada em pesquisa, como essa pesquisa foi conduzida Em contextos acadêmicos, você não pode assumir que tudo o que lê é uma simples representação dos fatos. Cada área de estudo tem muitas perspectivas diferentes, e você precisará entender não ape- nas o que um escritor está dizendo, mas como e por que ele está dizen- do, a fim de julgar a credibilidade das informações e dos argumentos. Isso envolve a leitura crítica. Esta seção explica em detalhes o que é leitura crítica, compara leitura crítica com leitura ativa e explica como ler criticamente conside- rando o autor e a fonte, as evidências que o escritor usa e as suposi- ções e preconceitos que o escritor possa ter. Há também uma lista de verificação para ajudá-lo a verificar sua compreensão desta seção. FICHAMENTOS Conceitualmente, fichamento é um resumo das principais ideias de um texto. É bastante utilizado como técnica de estudo e no processo de revisão da literatura. Nele, são resumidas e destacadas as partes mais im- portantes do texto com o objetivo de fazer futuras consultas, se quiser saber mais sobre revisão da literatura. O objeto do fichamento será um livro ou um artigo. Isso vai depender do porquê você está fichando. Desse modo, uma professora pode solicitar um fichamento de 3 capítulos específicos de uma obra, e esse modelo de trabalho permite bastante flexibilidade. Em geral, ler o texto pela primeira vez e compreender o as- sunto geral daquilo que se trata é o primeiro passo. Você também pode fazer a leitura com grifos. Depois disso, você pode escolher qual tipo de fichamento fará. 58 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Possivelmente, o modelo terá a ver com o seu método preferido de estudo. É importante reunir toda a literatura sobre o tema que você es- colheu – livros, artigos, textos, blogs, revistas científicas. Atente-se às fontes de conteúdo online (nada de espalhar fake news ou sites de cre- dibilidade questionável). Tipos de Fichamento: Citação O fichamento de citações (ou de transcrição) consiste no regis- tro de citações diretas da obra, observando-se absoluto rigor para ano- tar o trecho tal e qual consta no trabalho original, e marcando as aspas de início e fim da citação e sua página. Exemplo: Saber fazer citações de forma adequada é fundamental em um trabalho acadêmico. Caso contrário, o autor pode acabar sendo até pro- cessado por plágio. De acordo com a ABNT, há normas diferentes para citações diretas e indiretas. As citações indiretas são aquelas em que o autor cita a fonte, mas utiliza suas próprias palavras para expressar a ideia do autor consultado. Fichamento Bibliográfico A mais simples de todas, as fichas bibliográficas trazem uma des- crição em tópicos de cada parte do texto acompanhadas de indicações precisas das fontes, com as referências completas (título, edição, local de publicação, editora, ano da publicação, número do volume e as páginas). 59 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Essa descrição seria um comentário crítico explicando sobre a parte sele- cionada, apontando diretamente para o que pode ser encontrado na obra. Seja qual for o tipo de fichamento escolhido, atente para o re- gistro de seus próprios comentários. São eles que vão ajudar a dar uma utilidade ao fichamento, de acordo com os destaques que você resolver dar a cada texto e a cada trecho dele. Outra dica é também apontar em seus comentários as resoluções que aquele material lhe provocou, as- sim como as referências que você pode ligar a ele. Podem ser anotados à parte, por exemplo, outros textos cujo assunto possa se relacionar àquele, ou um filme, vídeo, música ou quaisquer outros materiais que se somem às perspectivas daquele que você acabou de fichar. Resumo ou Conteúdo Este tipo de fichas dá atenção à estrutura do texto, registrando as ideias apresentadas em uma sequência lógica, expondo os pontos principais e secundários, bem como os argumentos, justificativas, exem- plos etc. ligados a eles. Como o nome deixa entender, esse fichamento busca resumir com mais detalhes, de forma completa. Não deve ser longo, mas nunca curto demais, como um sumário de partes do texto. A sua elaboração inclui as referências do texto, o destaque de citações relevantes do texto e considerações pessoais a respeito do texto. RESUMO CIENTÍFICO Ao escrever um resumo científico geral, pede-se aos autores que sigam as seguintes diretrizes: 1. O resumo não deve exceder 250 palavras. 2. O resumo deve ser estruturado nas três subseções distintas a seguir (os títulos devem ser incluídos no texto): • Introdução e histórico - uma introdução curta e acessível ao tópico, com o objetivo de fornecer uma breve descrição do estado atual do conhecimento científico em campo. • Resultado (s) principal (is) - uma sinopse do (s) resultado (s) principal (is) relatado (s) no artigo e uma declaração de como o conhe- cimento científico sobre o tópico foi ampliado como resultado do estudo. • Implicações mais amplas - uma declaração resumida que co- loca o trabalho em um contexto mais amplo e destaca implicações e orientações mais amplas para estudos futuros. 3. Não deve haver equações. 60 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O- G R U P O P R O M IN A S 4. Os autores são fortemente encorajados a incluir uma figura representativa (com legenda). 5. Todos os símbolos, abreviações e acrônimos não padroniza- dos devem ser definidos na íntegra. Como deve resumir: 1. Leia o texto inteiro. Nunca se deve fazer o resumo com base na leitura isolada dos parágrafos. Faça rascunho das ideias principais encontradas em cada parágrafo e no texto como um todo. 2. Procure ser bem objetivo. Não deixe que inferências suas prejudiquem o resumo. Observe as relações entre as ideias sempre se- gundo o autor. Perceba qual foi a intenção dele. 3. Agora, resuma as ideias apresentadas. Embora não seja obrigatório, procure iniciar pela ideia principal e depois os argumentos, exemplos e relações feitas pelo autor. O bom resumo pede, antes de tudo, a compreensão do texto como um todo. Não se deve resumir logo na primeira leitura. Procure não apenas condensar os segmentos, mas produzir um texto com uni- dade, objetividade, coerência, coesão e manutenção do sentido original. Tipos de Resumo Três tipos: indicativo, informativo ou crítico, os quais são determina- dos por características específicas, vistas a partir de agora. Assim, o resumo informativo tem por finalidade, como o próprio nome já indica, deixar o leitor informado acerca dos principais pontos destacados no texto, proporcionan- do a ele a possibilidade de ter uma ideia geral do que se trata. Cabe afirmar então que a consulta ao texto original não é tão necessária assim. Essa modalidade de resumo é indicada para artigos científicos e artigos acadêmicos de forma geral. O resumo indicativo, literalmente afirmando, indica somente os pontos relevantes, principais do texto-base, descartando a possibilidade de apresentar dados de natureza qualitativa e quantitativa. Por essa razão, faz-se necessária a consulta ao texto original. Por fim, temos o resumo crítico que, sem sombra de dúvidas, trata-se de uma análise com base no ponto de vista do emissor acerca das ideias contidas no texto original. Em virtude desse aspecto, juízos de valor são amplamente permitidos – o que lhe concede o nome, tam- bém, de resenha crítica. 61 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S RESENHA A resenha crítica é um texto resumido de um determinado tema, capítulo de um livro, filme, podendo ser também um resumo de uma peça de teatro ou determinado espetáculo, somente se detém na informação ao leitor. No entanto, além de se fazer o resumo da obra, faz-se uma avaliação dela, expondo sua opinião, destacando as partes positivas e negativas, e tem como objetivo principal a divulgação de informações sobre obras culturais, e por isso, se torna um conteúdo efêmero, ou seja, são opiniões passageiras e transitórias. Uma resenha não é apenas um resumo informativo de um texto, e sim, uma interpretação dele, dependendo da capacidade o resenhista de relacionar todos os componentes lidos da obra escolhida com outras obras e ideias de outros autores, e desta forma, se estabelece uma comparação. As resenhas críticas dependem de espaços reservados para elas, em geral curtos, o que limita seu tamanho. Em alguns casos, a argumenta- ção pode ser mais longa, desde haja necessidade e espaço para tal. Deve constar de título; referência bibliográfica da obra; dados bibliográficos do autor da obra resenhada; resumo, ou síntese do conteúdo e a avaliação. A resenha crítica, como trabalho acadêmico, provoca o desen- cadeamento do processo da autêntica investigação no estudante de graduação. É até considerado por alguns metodólogos, como sendo um tipo de trabalho muito complexo para ser cobrado na graduação. No entanto, as experiências práticas demonstram que, se bem orientada, a resenha crítica produz um amadurecimento do acadêmico, ao iniciá-lo na verdadeira pesquisa bibliográfica reflexiva. Ela é também um tipo de atividade em que, se o professor defi- nir o livro ou texto de referência, o acadêmico não vai encontrar o traba- lho pronto na Internet e nem vai poder simplesmente copiá-lo de algum lugar. Recomenda-se que o texto de referência seja um texto adequado e compatível com o curso e semestre que o aluno está cursando. A es- colha ou definição do texto de referência é decisiva no processo, pois é difícil fazer uma boa resenha de um texto ruim, pequeno, sem consis- tência ou densidade na abordagem do assunto. RELATÓRIOS DE PESQUISA Os relatórios de pesquisa são dados gravados preparados por pesquisadores ou estatísticos após analisar as informações coletadas pela realização de pesquisas organizadas, geralmente na forma de pes- quisas ou qualitativos. 62 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S Os relatórios geralmente estão espalhados por um vasto horizon- te de tópicos, mas focam-se na comunicação de informações sobre um tó- pico específico e um mercado-alvo muito específico. O principal motivo dos relatórios de pesquisa é transmitir detalhes integrais sobre um estudo a ser considerado pelos profissionais de marketing ao projetar novas estratégias. Certos eventos, fatos e outras informações baseadas em incidentes preci- sam ser transmitidos às pessoas responsáveis, e a criação de relatórios de pesquisa é a ferramenta de comunicação mais eficaz. Os relatórios ideais de pesquisa são extremamente precisos nas informações oferecidas, com um objetivo e conclusão claros. Deve haver um formato limpo e estruturado para que esses relatórios sejam eficazes na transmissão de informações. FICHA CATALOGRÁFICA Figura 3: Modelo de ficha catalográfica Fonte: Erian (2011). Ficha catalográfica (ou Index card em inglês), é uma ficha que contém as informações bibliográficas necessárias para identificar e loca- lizar um livro ou outro documento no acervo de uma biblioteca. Ela é de papel resistente, medindo 7,5 cm de altura por 12,5 cm de largura - dimen- sões padronizadas internacionalmente, apresenta um orifício no centro da margem inferior, por onde é presa na gaveta do fichário quando arquivada. As margens são definidas de forma a facilitar a identificação dos dados 63 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S sendo: a primeira margem com início no 11º espaço; a segunda no 13º espaço e a terceira iniciando no 15º espaço. Vejamos outros modelos: Figura 4: Modelo de ficha catalográfica Fonte: Elaborado pelo autor (2019). As fichas catalográficas podem ser utilizadas também para análise e interpretação de dados levantados durante uma pesquisa bi- bliográfica. É feita uma ficha para cada livro ou documento, contendo a classificação por autor, classificação dos conceitos contidos no material e a definição das principais categorias de análise. As partes desse tipo de ficha são: documento (tipo), classificação, conteúdo (resumo do con- teúdo do documento) e análise dos dados. 64 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2015 Banca: IBFC Órgão: SSA-HMDCC Prova: Analista Admi- nistrativo Nível: Superior Baseado na Norma ABNT NBR 6022 – Informação e documentação – Artigo em publicação periódica científica impressa – Apresenta- ção – é correto afirmar que os elementos pré-textuais da estrutura de um artigo, são constituídos de: a) Título, subtítulo (se houver), nome do(s) autor(es), resumo na língua do texto, palavras-chave na língua do texto. b) Introdução, desenvolvimento, conclusão. c) Conclusão, bibliografa, tabelas. d) Título, subtítulo (se houver) em língua estrangeira; resumo em língua estrangeira; palavras-chave em língua estrangeira; nota(s) explicativas(s). QUESTÃO 2 Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNICAMP Prova: Bibliotecário Nível: Superior Pela normalização documentária brasileira para apresentação de artigo em publicação periódica científica,é correto afirmar que a) legenda é uma lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto, acom- panhadas das respectivas definições. b) glossário é um texto explicativo redigido de forma clara, concisa e sem ambiguidade, para descrever uma ilustração ou tabela. c) seção é a parte em que se divide o texto de um documento, que con- tém as matérias consideradas afins em exposição ordenada conforme o assunto. d) resumo é o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual. e) referência é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento. QUESTÃO 3 Ano: 2009 Banca: ESAF Órgão: ANA Prova: Biblioteconomia Nível: Superior A definição de pesquisa bibliográfica vista como busca de informa- ções, seleção de documentos que se relacionam com o problema de pesquisa e o respectivo fichamento das referências para que sejam posteriormente utilizadas é entendida no seu conceito a) técnico. 65 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S b) catalográfico. c) restrito. d) revisional. e) amplo. QUESTÃO 4 Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL-GO Prova: Revisor Ortográfico Nível: Superior Uma das principais características da resenha crítica é a (o) a) liberdade criativa. b) objetividade. c) restrição ao aspecto descritivo. d) informalidade. e) transcrição literal. QUESTÃO 5 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Fede- ral Prova: Bibliotecário Nível: Superior São considerados elementos obrigatórios do relatório técnico/ científico pela NBR 10.719: a) o resumo em língua vernácula e o sumário. b) a folha de rosto e a lista de ilustrações. c) a lista de abreviatura e siglas e as referências. d) as considerações finais e o formulário de identificação. e) a capa e a introdução. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O processo de produção de um artigo científico segue várias regras e normas para que os métodos sejam utilizados na sua máxima eficiên- cia, para que assim, o artigo científico seja devidamente compartilhado no interior dos trabalhos de pesquisa originais. Nesse sentido, explique o que é a ABNT. TREINO INÉDITO Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o texto principal e os seus elementos. Dessa forma, assinale a única alter- nativa que não corresponde a um elemento pré-textual. a) Papel b) Formatação do texto c) Impressão do texto d) Numeração e) Desenvolvimento 66 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S NA MÍDIA ESTRUTURA DE ARTIGO CIENTÍFICO: ENTENDA COMO DEVE SER Todo estudante de graduação precisa conhecer a estrutura de artigo científico. Esse formato de trabalho é utilizado, em congressos e re- vistas acadêmicas, como meio para circular o conhecimento adquirido numa pesquisa. Tanto os resultados do TCC quanto projetos realiza- dos ao longo do curso podem render uma publicação. Escrever artigos, mesmo que em coautoria com um professor orientador, também ajuda o aluno a pontuar no currículo Lattes. Esses dados são avaliados du- rante as seletivas para uma pós-graduação. Podem, inclusive, garantir uma bolsa de mestrado. Portanto, vale a pena investir um tempo para elaborar um texto coerente, informativo e com linguagem acessível. O tamanho padrão em eventos acadêmicos costuma variar entre 12 e 15 páginas, seguindo-se as normas de formatação da ABNT. Fonte: Regras pra TCC Data: 16 de novembro de 2017 Leia a notícia na íntegra: https://regrasparatcc.com.br/formatos-de-tra- balhos-academicos/estrutura-de-artigo-cientifico/ NA PRÁTICA A ANTROPOLOGIA SOCIAL EM SUA PLENITUDE A obra insere-se no campo da história e da antropologia social. A autora utiliza-se de fontes secundárias colhidas por meio de livros, revistas e depoimentos. A abordagem é descritiva e analítica. Aborda os aspectos históricos da condição feminina no Brasil a partir do ano de 1500. A au- tora descreve em linhas gerais todos processo de lutas e conquistas da mulher. Não obstante, o desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação assume importantes posições no estabelecimento das dire- ções preferenciais no sentido do progresso. Fonte: SILVA, Maria Lima Data: 1987 https://blog.fastformat.co/como-fazer-um-fichamento/ PARA SABER MAIS Filme sobre o assunto: A seleção Peça de teatro: o príncipe atrasado: manual do professor Acesse os links: https://blog.fastformat.co/as-sete-etapas-da-pesquisa- -cientifica/ http://www.ufrgs.br/deds/copy_of_imagens/Manual%20Artigo%20Cien- tifico.pdf 67 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S A elaboração de trabalhos acadêmicos é uma habilidade pontual na formação de qualquer profissional que empreende pesquisas e cons- trói conhecimentos no decorrer de sua formação universitária. O domínio das técnicas e dos procedimentos de elaboração e apresentação dos tra- tados, estudos e pesquisas garantem a qualidade formal do material em questão, facilitando seus critérios de avaliação. Trata-se de, a partir de al- gumas diretrizes operacionais, desenvolver um instrumental de apoio às atividades didático-científicas dos professores que buscam desenvolver competências específicas nos seus alunos em formação. Sabe-se que a questão da competência supõe, não apenas o domínio de conteúdos e técnicas próprias à especificidade da atividade profissional, como também, o domínio de aspectos relacionados à for- ma e à sistematização do próprio pensar. 68 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S GABARITOS CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA A resposta correta é que não, pois por mais que possuam uma relação apresentam conceitos diferenciados, dessa forma a metodologia pode ser entendida como um conjunto de procedimentos a serem utilizados na obtenção de um dado conhecimento, na medida em que os métodos são ferramentas para se alcançar os objetivos traços pela pesquisa. TREINO INÉDITO Gabarito: B Justificativa: A resposta correta é a letra b, tendo em vista que o método indutivo é utilizado para a determinação das causas com base nos mes- mos efeitos, circunstâncias e determinações, assim como busca a ver- dade com base em situações investigadas, sendo essa verdade aquela correspondente a situação universal. Deste modo, as alternativas A, C, D e E, se tornam incorretas, pois não tratam do método dedutivo. 69 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 02 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA As fases necessárias para o planejamento da pesquisa são a fase de- cisória (escolha do tema, definição e a delimitação do problema de pes- quisa), a fase construtiva (construção de um plano de pesquisa e a sua execução) e a fase redacional (análise dos dados e informações colhi- dos na fase anterior). TREINO INÉDITO Gabarito: C Justificativa: A alternativa correta é a letra c, sendo que essa é a ordem certa e utilizada para a pesquisa científica para a obtenção dos tipos de conclusão, pesquisas e experimentos. Logo, as alternativas A, B, D e E, se tornam falsas, pois não trazem sobre a ordem correta da pesquisa. 70 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 03 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA A ABNT é uma sigla para a Associação Brasileira de Normas Técnicas, sendo esse um órgão privado e sem fins-lucrativos que se destina a padronizar as técnicas de produção feitas no país. TREINO INÉDITO Gabarito: E Justificativa: A alternativa a ser assinalada é a letra e, já que o desen- volvimento corresponde a um elementotextual. Deste modo, as alter- nativas A, B, C e D se tornam incorretas, porque não correspondem ao elemento textual correto. 71 M E TO D O LO G IA D O T R A B A LH O C IE N TÍ F IC O - G R U P O P R O M IN A S ANDERY, Maria Amélia. Para compreender a ciência: uma perspecti- va histórica. 7ª edição. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: EDUC, p. 436, 996. AUSTIN, T. & de Jong, W. (2008). Repensando o documentário: novas perspectivas, novas práticas. Londres: Open University Press. Scott, JP (Ed.). (2006). Pesquisa documental. Mil Oaks, CA: Publicações prudentes. Austin, T. & de Jong, W. (2008). Rethinking documentary: New perspec- tives, new practices. London: Open University Press. BARROS, Aidil; LEHFELD, Neide. A pesquisa científica. In: BARROS, Aidil; LEHFELD, Neide. Fundamentos de metodologia. 2. ed. ampl. São Paulo: Mc Graw-Hill do Brasil, 2000. p. 87-121. BENTO, F. Manual para elaboração de projeto de pesquisa e de mono- grafia jurídica. Marília: s.e., 2004. 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