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LETRAS/PORTUGUÊS
3º PERÍODO
LINGUÍSTICA
Diocles Igor Castro Pires Alves 
Liliane Pereira Barbosa
LINGUÍSTICA
Diocles Igor Castro Pires Alves 
Liliane Pereira Barbosa
Montes Claros - MG, 2010
2010
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39041-089 
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
REITOR
Paulo César Gonçalves de Almeida
VICE-REITOR
João dos Reis Canela
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Giulliano Vieira Mota
Andréia Santos Dias
Bárbara Cardoso Albuquerque
Clésio Robert Almeida Caldeira
Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
Diego Wander Pereira Nobre
Gisele Lopes Soares
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Jéssica Luiza de Albuquerque
Osmar Pereira Oliva Karina Carvalho de Almeida
Rogério Santos Brant
REVISÃO TÉCNICA
Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
IMPRESSÃO, MONTAGEM E ACABAMENTO
Gráfica Yago
PROJETO GRÁFICO E CAPA
Alcino Franco de Moura Júnior
Andréia Santos Dias
EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO
Alcino Franco de Moura Júnior - Coordenação
CONSELHO EDITORIAL
Maria Cleonice Souto de Freitas
Rosivaldo Antônio Gonçalves
Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho
Wanderlino Arruda
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
 Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica: 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenador Geral da Universidade Aberta do Brasil
Celso José da Costa 
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
Paulo César Gonçalves de Almeida
Vice-Reitor da Unimontes
João dos Reis Canela
Pró-Reitora de Ensino
Maria Ivete Soares de Almeida
Coordenadora da UAB/Unimontes
Fábia Magali Santos Vieira
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Chefe do Departamento de Comunicação e Letras
Coordenadora do Curso de Letras/Português a Distância
Ana Cristina Santos Peixoto
AUTORES
Diocles Igor Castro Pires Alves
Especialista em Linguística Aplicada ao Ensino da Língua Materna. 
Atualmente é professor do Departamento de Comunicação e Letras da 
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes.
Liliane Pereira Barbosa
Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. 
Atualmente é professora do Departamento de Comunicação e Letras da 
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes.
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Unidade 1: Linguística Pré-Saussuriana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Na Antiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2 Da Idade Média ao século XVI
1.3 Do século XVII ao século XIX 
1.4 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Unidade 2: Movimentos Linguísticos do Século XX: polo 
formalista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1 Polo formalista
Unidade 3: 
3.1 Polo pragmático
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Referências básica, complementar e suplementar . . . . . . . . . . . . . . 55
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Movimentos Linguísticos do Século XX: polo 
pragmático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
APRESENTAÇÃO
07
Olá! Nesse semestre ocorre a segunda disciplina de estudos 
linguísticos do curso, intitulada Linguística , e nosso propósito, agora, a partir 
dos conhecimentos básicos adquiridos na disciplina anterior, é suscitar 
discussão a respeito dos movimentos linguísticos que corroboraram para o 
delineamento do objeto língua/linguagem. 
Para tanto, refletiremos sobre as abordagens socio-históricas da 
linguagem e seus efeitos no modo de o homem compreendê-la, enfocando 
as correntes linguísticas, propostas a partir do século XX, e confrontaremos as 
diversas tomadas de posicionamentos de estudiosos/pesquisadores da 
língua ao longo da história. 
É interessante já ressaltar que assim como a língua traz em si germes 
de mudança, visto que ela é dinâmica, também o modo de entendê-la e/ou 
de investigá-la é dado a mudanças. Dessa forma, várias foram as perspectivas 
através das quais se tentou explicar e analisar o fenômeno da linguagem, 
ainda que elas instaurem uma relação de confronto, de reforço e/ou de 
complementação. Obviamente, cada prisma investigativo é, 
inevitavelmente, marcado por fatores históricos, culturais, ideológicos, 
sociais, entre outros, que acabam orientando o olhar do sujeito na atividade 
analítica. 
Ora, saber em que consistem tais correntes e identificar as possíveis 
variações entre elas tornam-se imprescindíveis para aqueles que se 
interessam pelos estudos linguísticos. Acreditamos que o quadro 
configurado por tais movimentos linguísticos nos permite compreender a 
língua de uma maneira mais engajada, coerente e aprofundada. Portanto, 
mais adequada à demanda educacional da atualidade.
A nossa proposta, então, é apresentar os movimentos linguísticos, 
buscando levar o leitor a perceber o objeto língua/linguagem de maneira 
crítica e global, compreendendo-o não só por um viés, mas pela 
multiplicidade de ângulos que lhe é peculiar. 
Por fim, pretendemos cooperar para a sua formação, profissionais e 
futuros profissionais da educação, elucidando conceitos, teorias e reflexões 
que estejam focados no objeto língua/linguagem. Desejamos que tais 
estudos possam de fato auxiliá-los nos trabalhos a serem empreendidos na 
prática docente. 
08
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
 Objetivamos:
� realizar um levantamento crítico das ideias que dominaram e/ou 
dominam a ciência Linguística;
� confrontar as circunstâncias socio-históricas com a emergência 
de uma determinada corrente linguística;
� discutir os efeitos de uma dada corrente linguística para a 
compreensão da atividade comunicativa;
� elucidar questões epistemológicas relacionadas aos movimentos 
linguísticos do século XX.
 
 
 
2.1 Polo formalista
2.1.1 Estruturalismo 
2.1.1.1 Estruturalismo europeu
2.1.1.2 Estruturalismo funcionalista
2.1.1.3 Estruturalismo norte-americano
2.1.2 Gerativismo 
UNIDADE 3 – Movimentos Linguísticos do Século XX: pólo pragmático
Sociolinguística
A disciplina foi dividida em três unidades, as quais contêm 
subunidades.
UNIDADE 1 – Linguística Pré-Saussuriana
UNIDADE 2 – Movimentos Linguísticos do Século XX: pólo formalista
3.1 Polo pragmático 
3.1.1 Funcionalismo 
3.1.2 Teoria dos atos de fala
1.1 Na Antiguidade
1.1.1 Na Índia
1.1.2 Na Grécia Antiga
1.1.2.1 No Período Alexandrino
1.1.3 Em Roma
1.2 da Idade Média ao século XVI
1.3 Do século XVII ao século XIX
3.1.3 
3.1.4 Linguística textual
3.1.5 Análise da conversação
3.1.6 Análise do discurso
3.1.7 
3.1.8 Neurolinguística
3.1.9 Psicolinguística
Pragmática 
O texto está estruturado a partir do desenvolvimento das unidades e 
subunidades. Você deverá perceber que as questões para discussão e 
reflexãoque acompanham os textos são muito importantes, bem como as 
sugestões para ir ao ambiente de aprendizagem, ao fórum, acessar 
bibliotecas virtuais na web, etc. As sugestões, informações, atividades e dicas 
estão localizadas nos textos, aparecendo com os seguintes ícones:
 
A leitura dos textos também é importante, pois eles indicam os 
possíveis desenvolvimentos e ampliações para o estudo e a discussão, além 
de, em determinadas ocasiões, serem os textos a que nos remeteremos 
durante nossa abordagem nesse caderno. São recursos que podem ser 
explorados por você de maneira eficaz, pois buscam promover atividades de 
observação e de investigação que permitam desenvolver habilidades 
próprias da análise linguística e exercitar a leitura e a interpretação de 
fenômenos linguísticos e culturais. Ao planejar esse material, consideramos 
que você se familiarizaria, paulatinamente, com a visão e os procedimentos 
próprios da disciplina.
Boa viagem ao mundo da Linguística! 
Agora é com você. Explore tudo, abra espaços para a interação 
comunicativa com os colegas, para o questionamento, para a leitura crítica 
dos textos, bem como para as atividades e leituras.
09
Linguística UAB/Unimontes
ATIVIDADES
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
PARA REFLETIRDICAS
11
1UNIDADE 1LINGUÍSTICA PRÉ-SAUSSURIANA
A curiosidade faz parte da natureza humana; é intrínseca ao 
homem. E, em relação à linguagem, não é diferente. Assim, questões como 
 são de interesse daqueles que se atraem pelo funcionamento da 
língua(gem). 
Mergulhemos nesse assunto tão instigante!
“ por que falamos?”, “ como e para que falamos?”, “ como a língua é 
estruturada?”, “ por que se fala de maneiras diferentes uma mesma língua?” 
etc.
A partir de questionamentos como estes, elaboramos este Caderno 
Didático, cujo objetivo principal é oferecer uma visão panorâmica dos 
movimentos linguísticos a partir do século XX. Porém, para tanto, torna-se 
necessário, antes de tudo, colocar as investigações linguísticas no seu 
contexto histórico, a fim de que saibamos quais motivos e intuições do 
passado serviram de bases a teorias e orientações atuais e possamos formular 
uma série de propostas satisfatórias a respeito do que seja linguagem. 
Em razão disso, nosso enfoque, nesta primeira Unidade, são as 
investigações linguísticas no Ocidente, de Platão às propostas do século XIX. 
Faremos referência a poucas investigações linguísticas ocorridas no Oriente, 
apenas àquelas que interferiram no pensamento ocidental.
Essa primeira unidade, Linguística Pré-Saussuriana, foi organizada 
com as seguintes subunidades:
1.1 Na Antiguidade
1.1.1 Na Índia
1.1.2 Na Grécia Antiga
1.1.2.1 No Período Alexandrino
1.1.3 Em Roma
1.2 Da Idade Média ao século XVI
1.3 Do século XVII ao século XIX
12
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
1.1 NA ANTIGUIDADE
1.1.1 Na Índia
 1.1.2 Na Grécia Antiga
Os hindus – povos da civilização oriental –, por razões religiosas, 
foram os primeiros povos levados a estudar sua língua - o sânscrito. 
Preocuparam-se com os textos sagrados, reunidos nos Vedas, pois não 
queriam que sofressem alteração alguma no momento de serem cantados 
ou recitados durante os rituais religiosos. Acreditavam que essas alterações 
constituíam sacrilégios. 
Depois, os gramáticos – dos quais o mais célebre é Panini (século IV 
a.C) – dedicaram-se ao estudo do valor e do empréstimo das palavras do 
sânscrito e fizeram descrições fonéticas que são consideradas modelo no 
gênero. Por muito tempo esquecidas, foram elas descobertas pelos sábios 
ocidentais nos fins do século XVIII e constituíram, como veremos ainda nessa 
unidade, o ponto de partida indispensável à criação da gramática 
comparada. 
A descoberta do sânscrito, no século XVIII, possibilitou aos 
estudiosos ocidentais reconhecer a estrutura interna das palavras, 
depreendendo suas unidades mínimas. Porém, cumpre ressaltar que os 
estudos hindus eram puramente estáticos, relativos apenas ao sânscrito, 
efetuados por homens totalmente destituídos de senso histórico, os quais se 
limitavam a classificar os fatos sem procurar-lhes a explicação. 
 
Os primeiros questionamentos no mundo ocidental feitos sobre a 
lingua(gem) tentavam determinar se ela 
era fonte de conhecimento ou a 
lingua(gem) era, simplesmente, um 
meio de comunicação convencionado 
pelo homem.
E foi Platão (século V a. C.), o 
primeiro estudioso da lingua(gem), em 
seu livro Crátilo, quem escreveu sobre 
essas indagações: Qual seria a origem 
das palavras? Elas provinham da 
natureza ou da convenção?
Nesse diálogo Crátilo, três 
personagens debatiam a questão: Crátilo (a língua espelha exatamente o 
mundo), Hermógenes (a língua é arbitrária) e Sócrates (conciliador das duas 
propostas anteriores). Estabeleceu-se, com isso, que a relação das palavras 
lógos: palavra ou enunciado 
visto como uma entidade 
significativa dirigida pelo 
pensamento racional.
léxis: palavra vista como forma.
Fonte: WEEDWOOD, Bárbara. 
História concisa da linguística. 
São Paulo: Parábola, 2002.
A Panini é creditado a 
descoberta dos conceitos de 
fonemas, morfemas e raiz, 
conceitos apenas entendido 
por alguns linguistas ocidentais 
no século XVIII: fonema - 
unidade estrutural da língua 
falada, a sua mudança em uma 
palavra conduz a um 
significado diferente; morfema 
- menor unidade estrutural da 
língua que tem significado e 
raiz - forma mais simples de 
uma palavra, que transmite a 
maior parte das informações 
sobre o significado. Na 
descrição da gramática 
sânscrita, cuja visão era 
normativa, Panini também 
utilizou conceitos de 
transformações e recursividade 
(conceitos utilizados por 
Chomsky no século XX).
Fonte: http://pt.wikipedia.org
DICAS
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Figura 1: resquícios de arquitetura da 
Grécia Antiga
Fonte: http://www.saberweb.com.br
com as coisas não era direta, mas indireta, entretanto, faltava ainda 
determinar a natureza delas.
 Aristóteles, um seguidor de Platão, propôs três etapas para a 
descrição da relação palavras e coisas: “os signos escrito representam os 
signos falados; os signos falados representam impressões na alma, e as 
impressões na alma são a aparência das coisas reais“ (WEEDWOOD, 2002, 
p. 27). Os estudiosos estoicos acrescentaram à sua pesquisa mais uma etapa 
entre a fala e a impressão, o conceito (lógos), como sendo uma noção que 
pode ser expressa por meio da língua.
 Também surgiu o léxis, que não tinha que obrigatoriamente ter 
significados. Com as pesquisas se aprofundando, os enunciados foram sendo 
estudados cada vez mais em partes menores.
Platão foi o primeiro a classificar essas partes, numa perspectiva 
funcional (sintática) e semântica, e não formal. Ele delimitou a ónoma 
(nome) correspondente ao sujeito, e a rhema (palavra, frase), ao predicado 
(verbo mais adjetivo).
Posteriormente, Aristóteles e os estóicos identificaram mais 
algumas classes, porém pelo aspecto formal, como partes do discurso: o 
sýndesmo (conjunção), unidade não possuidora de caso e que une o texto, 
e o arthron (artigo), distingue os nomes 
em número e gênero. 
Com os sucessivos estudos e pesquisas, essas classes foram ainda 
mais refinadas: metoché (particípio), parte do discurso que recebe artigos, 
casos (nominais) e flexões de tempo (verbais); antonomasía ou antonymia 
(pronome), usada em substituição ao nome; próthesis (preposição) e 
epírrhema (advérbio). 
Todas as definições dessas nomenclaturas gramaticais, propostas 
pelos gregos, foram pautadas nos aspectos de significado do enunciado 
(caráter semântico). 
Após essa fase da “nomenclatura”, o estudioso Apolônio Díscolo 
(séc. II d. C.) fez um estudo mais profundo da sintaxe grega e propôs 
diferentes níveis de linguagem: as mesmas regras de organização aplicam-se 
“às unidades sonoras mínimas, às sílabas, às palavras e, de fato, aos 
enunciados completos” (WEEDWOOD, 2002, p. 32).As suas ideias tiveram 
uma participação indireta nos autores pré-modernos ocidentais em razão de 
o grego ter sido ignorado pelo Ocidente entre os séculos VI e XV e o acesso a 
seus estudos ter se dado por meio de traduções ou adaptações ao latim.
E uma das ideias gramaticais gregas filtrada pelos romanos nesse 
período é a da “teoria da frase autosuficiente”, cujo problema de 
interpretação/tradução fez com se limitassem a estudar a frase isoladamente. 
E essa ideia distorcida permanece até os dias de hoje, quando nas gramáticas 
tradicionais a sintaxe é estudada em frases soltas. 
unidade possuidora de caso que 
13
Linguística UAB/Unimontes
14
Caderno Didático - 3º Período
1.1.2.1 Período Alexandrino
1.1.3 Em Roma
Os alexandrinos (séc. III a. C.) desenvolveram ainda mais as 
contribuições oferecidas pelos estoicos. Os estudos alexandrinos 
constituíram a base para as análises linguísticas dos romanos que, mais tarde, 
chegaram à Europa. 
Na região da Alexandria, era prática a publicação de comentários 
sobre textos e tratados de gramática, visando minimizar as possíveis 
dificuldades de leitura que poderiam prejudicar a compreensão dos antigos 
poetas gregos.
Assim, as gramáticas escritas pelos filósofos tinham como propósito 
estabelecer e explicar a língua dos autores clássicos com o desejo de 
preservar o grego das possíveis imperfeições, desvios dos iletrados. 
Entretanto, esse posicionamento desencadeou duas inadequações 
no que diz respeito aos estudos linguísticos: 
a cultura grega valorizou a escrita em 
detrimento da fala e avaliou a língua dos 
escritores do século V a. C. como mais 
adequada e mais elaborada do que a fala 
co loquia l . Dessa forma, para os 
alexandrinos, apenas as pessoas ditas cultas 
usavam adequadamente a língua.
Dionísio da Trácia (séc. II-I a. C.), o 
primeiro autor a descrever explicitamente a 
língua grega, destacou-se entre os 
alexandrinos. Na sua obra Téchne 
Grammatiké (A arte da gramática), propôs 
oito classes gramaticais: nome, verbo, 
particípio, artigo, pronome, preposição, 
advérbio e conjunção. 
Esse estudioso recorreu ao critério formal (flexão) para elencar 
essa categorização. Daí resultou a cisão entre a gramática e a Filosofia. 
Salienta-se que sua obra inspirou a produção e organização das gramáticas 
latinas até o século XIII, as quais, por sua vez, influenciaram as gramáticas de 
várias línguas modernas da Europa.
Em Roma, os estudos gramaticais se basearam, em grande parte, na 
adequação da terminologia grega à língua latina. Destacou-se o gramático 
Terêncio Varrão (séc. I a. C.), em cuja obra, intitulada de Língua Latina, se 
pode identificar uma teoria gramatical dialogada com os autores gregos que 
o precederam. Apesar de aceitar as irregularidades da língua, o referidoautor 
A noção de lógos como um 
todo que se compõe de 
partes, iniciada por Platão, foi 
completada especificamente 
por Aristóteles, adquirindo um 
novo significado quando passa 
“a nomear o discurso que 
expressa os juízos” (NEVES, 
1987, p. 62).
A partir das contribuições 
aristotélicas, os estoicos (séc. III 
a. C) propuseram uma 
organização da gramática vista 
como a sistematização da 
língua. Eles ofereceram obras 
que tratavam da fonética, 
morfologia e sintaxe. No 
entanto, continuavam a 
analisar a língua sob o prisma 
da sua relação com o 
pensamento, com a lógica. 
Letras/Português
DICAS
DICAS
Figura 2: Dionísio de Trácia
(séc. II-I a. C.
Fonte:http://viatgeixarxa.blogspot.
com
15
Linguística UAB/Unimontes
propôs uma teoria normativa. Varrão inovou quanto à distinção entre 
palavras variáveis e invariáveis; além disso, ainda apresentou um estudo 
sobre flexão do nome, as vozes e os tempos verbais. 
Outro autor que merece destaque é Prisciano, séc. V e VI d. C., por 
ter apresentado, em sua obra Institutiones Grammaticae, classes gramaticais 
(verbo, particípio, pronome, advérbio, preposição, interjeição e 
conjunção)seguidas até hoje pelos gramáticos tradicionais. Em sua obra, 
Prisciano abordou primeiramente a fonética, depois a morfologia e, 
por último, a sintaxe.
No início da Idade Média, as gramáticas foram pouco originais, 
meramente didáticas, e objetivaram apenas ensinar o latim. A partir do séc. 
XII, sob forte influência do pensamento aristotélico, ganhou destaque São 
Tomás de Aquino com a filosofia escolástica. Nesse contexto, surgiu a 
chamada Gramática Especulativa (Alta Idade Média) que se caracterizou 
pela incorporação à filosofia escolástica da descrição gramatical do latim, 
anteriormente proposta por Prisciano. Os gramáticos especulativos 
buscaram dar validade universal às regras da gramática latina, isto é, 
 e, ainda, criaram uma variedade de termos técnicos 
(taxionomia) para formalizar suas teorias. O problema dessa gramática foi 
seu excesso de teoria cujos dados eram formulados pelos próprios 
gramáticos especulativos e não retirados de textos clássicos.
Um pouco mais adiante na história, tivemos 
a nossa gramática da Língua Portuguesa que se 
originou em Portugal e, portanto, seguiu os 
parâmetros latinos. A primeira obra foi a Grammatica 
da Lingoagem Portuguesa, cujo autor é Fernão de 
Oliveyra. Essa obra se restringiu aos estudos sobre 
ortografia, acento, etimologia e analogia, sendo que 
essa última se pautava nas flexões, sobretudo, de 
gênero e número.
Outro gramático da Língua Portuguesa, João 
de Barros, sempre sob os moldes da gramática latina, 
dividiu sua obra em quatro partes: ortografia, 
prosódia, etimologia e sintaxe. Segundo ele, a 
gramática é 
considerada um marco linguístico na transição da Antiguidade para a Idade 
Média, 
 1.2 DA IDADE MÉDIA AO SÉCULO XVI
buscaram sustentar a tese de que a gramática é essencialmente a mesma 
para todas as línguas, 
“um modo certo e justo de falar e escrever, colhido do uso e 
autoridade dos barões doutos” (1557, p. 1).
Gramática especulativa: 
gramática que procura 
encontrar as razões filosóficas 
das regras gramaticais.
O termo especulativo não deve 
ser compreendido no seu 
sentido moderno, mas num 
sentido particular, derivado da 
concepção de que a língua é 
como um espelho que reflete a 
realidade subjacente aos 
fenômenos do mundo físico 
(LYONS, p.15, 1979).
Filosofia escolástica: corrente 
filosófica que dominou o 
pensamento cristão entre os 
séc. XI e XIV em que se tentava 
conciliar fé e razão, 
acreditando que não eram 
contraditórias por serem 
ambas de Deus. São Tomás de 
Aquino fez uma releitura da 
obra de Aristóteles numa 
perspectiva cristã e dividiu em 
dois o conhecimento humano: 
o conhecimento sobrenatural 
seria o ensinado pela fé e o 
conhecimento natural viria à 
luz da razão (como os 
teoremas matemáticos).
Fonte:
http://mundoestranho.abril.co
m.br
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Figura 3:
Lingoagem Portuguesa, 
de Fernão de Oliveyra.
Fonte: http://purl.pt
Grammatica da 
16
Caderno Didático - 3º Período
 Opondo-se aos gramáticos especulativos da Idade Média, os 
renascentistas estudaram o latim e o grego, bem como as línguas vernáculas, 
com base na literatura, na língua escrita das classes cultas, mais do que na 
lógica. Defendiam o estudo da língua através da literatura e não do 
aristotelismo escolástico.
1.3 DO SÉCULO XVII AO SÉCULO XIX
No séc. XVII, houve uma retomada à postura logicista, ao redor da 
abadia francesa de Port-Royal. Destacaram-se, nesse período, os estudiosos 
Antonie Arnauld e Claude Lancelot, sobretudo, pelo lançamento da 
Grammaire Générale et Raisonée (1660), reapresentando os pressupostos da 
gramática especulativa. As propostas desses estudiosos consistiam na 
existência de uma estrutura universal do pensamento (em referência aos 
precursores logicistas), portanto, de universais linguísticos, e na adoção das 
tradicionais nove classes gramaticais, nesse caso, incluindo o artigo, antes, 
excluído por Prisciano, e a interjeição. 
Em vários pontos,os estudos de Port-Royal se aproximaram da visão 
aristotélica sobre a linguagem, sobretudo, quanto ao fato de defender que a 
função das línguas consiste em comunicar o pensamento. Esses autores 
avançaram particularmente quando procuraram identificar a unidade 
linguística subjacente às diferentes línguas e construir esse universalismo 
com base na razão.
No fim do séc. XVIII e início do séc. XIX, alguns estudiosos da 
linguagem contestaram os estudos baseados na gramática greco-latina, ou 
seja, na língua vista como objeto reflexo do pensamento e da lógica e não 
como objeto de uma ciência independente. 
Iniciada pelo movimento de ruptura com esse passado, o século XIX 
viu esboçar uma nova etapa nos estudos linguísticos, pois viu surgir o estudo 
científico da língua no mundo ocidental. Tal afirmativa será verdadeira se 
dermos ao termo científico o sentido que ele geralmente tem hoje; foi no 
século XIX que os fatos da língua começaram a ser investigados com cuidado 
e objetividade e depois explicados por hipóteses indutivas. 
O ponto de partida dessa nova fase de investigações linguísticas foi a 
redescoberta do sânscrito pelos sábios ocidentais (século XVIII): o 
conhecimento dessa língua – além de possibilitar facilmente, pelo menos em 
certos casos, a análise da palavra em seus elementos constituintes – dava 
acesso à obra dos gramáticos hindus, tesouro de observações preciosas, 
particularmente instrutivas no tocante à classificação dos fonemas e à teoria 
da raiz da formação das palavras. Aí podemos reconhecer as sementes das 
futuras pesquisas estruturalistas nos domínios da ciência da linguagem.
E o estabelecimento do parentesco do sânscrito com o latim, o 
grego e as línguas germânicas, pelo inglês William Jones, constituiu o 
Letras/Português
17
Linguística UAB/Unimontes
primeiro impulso ao desenvolvimento do estudo comparativo e histórico das 
línguas.
Tal descoberta denominada mutação consonântica foi importante, 
pois constituiu o primeiro modelo das leis fonéticas, que traduziu a 
regularidade das transformações fonéticas da linguagem.
Jones declarou que o sânscrito mostrava em relação ao latim e ao 
grego, tanto nas raízes dos verbos como nas formas gramaticais, uma 
afinidade tão grande que não seria possível considerá-la casual: tão forte, em 
verdade, que nenhum linguista poderia examiná-la sem crer que se tinham 
originado de uma fonte comum que talvez não mais exista. 
Outro grande nome desse período foi Bopp, que publicou em 1816 
o seu Sistema de conjugação do sânscrito em comparação com o grego, 
latim, persa e germânico, reunindo as provas indiscutíveis do parentesco de 
tais línguas e fundando ao mesmo tempo a gramática comparada das línguas 
indo-européias. 
Partindo, geralmente, do sânscrito, Bopp segmentou as palavras e 
mostrou sua variedade de combinações, expôs suas transformações sofridas 
e esforçou-se por buscar-lhes a origem. Seu objetivo básico era chegar à 
origem, não por especulações filosóficas, mas pela comparação dessas 
formas em seu arranjo histórico. Vê-se, assim, que o seu método foi o 
indutivo. Com isso, Bopp compreendeu que as relações entre as línguas de 
uma mesma família podiam converter-se em matéria de uma ciência 
autônoma e, ainda mais, que o estudo do desenvolvimento histórico de uma 
língua e seu parentesco com outras não podia ser feito pela mera 
coincidência de alguns termos isolados, mas pela observação metódica da 
constituição gramatical da(s) língua(s) em questão. 
Jacob Grimm, outro nome a ser acrescentado ao dos promotores da 
gramática comparada, dedicou-se ao estudo dos dialetos germânicos e 
publicou pesquisas pormenorizadas sobre a história fonética dos falares 
germânicos.
Grimm observou, por exemplo, que as línguas germânicas tinham 
frequentemente:
� t onde outras línguas indo-europeias (o latim ou o grego, por 
exemplo) tinham p;
� p onde outras línguas tinham b;
� th onde outras línguas tinham t; e
� t onde outras línguas tinham d.
Assim, a gramática passou a ser estudada como um conjunto de 
fatos e fundamentada em uma visão empírica; não atrelada a uma base 
lógica.
O linguista Wilhelm von 
Humboldt, além de realizar 
investigações histórico-
comparativas, é reconhecido 
como sendo o primeiro 
linguista europeu a identificar a 
linguagem humana como um 
sistema governado por regras, e 
não simplesmente uma coleção 
de palavras e frases 
acompanhadas de significados 
(língua como atividade 
dinâmica e mental). Essa ideia 
é uma das bases da teoria da 
Linguagem de Noam Chomsky.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Universais linguísticos: 
similaridades existentes em 
todas as línguas do mundo 
(DUBOIS et al, 2001).
DICAS
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Nessa nova dinâmica instalada, surgiram muitos estudos sob o 
fulcro da gramática histórico-comparativa que alavancaram a investigação 
da língua agora entendida como objeto científico. Porém, apesar de 
prevalecer nessa época a abordagem histórico-comparativa, alguns 
linguistas defendiam a ideia de que, paralelamente ao estudo evolutivo da 
língua, deveria se estabelecer um estudo descritivo da língua. 
Assim, Saussure (1916), com a obra 
 impôs uma visão menos estática e diacrônica (histórica), portanto, 
mais sincrônica da língua. Surgiu, então, a Escola Estruturalista, focada no 
estudo descritivo do sistema linguístico, a qual abordaremos na próxima 
Unidade 2. A
Cours de Linguistique 
Générale,
 partir daí, os estudos linguísticos afastaram-se da trilha aberta 
por Aristóteles. 
18
Caderno Didático - 3º Período
No período histórico-
comparativo as investigações 
linguísticas pautavam-se na 
história das línguas 
(diacrônicas), ou seja, 
analisavam as relações entre os 
termos sucessivos que se 
substituem uns aos outros no 
tempo e os comparavam entre 
as línguas.
Além disso, na última parte do 
século XIX, alguns jovens 
linguistas, os Neogramáticos, 
decidiram que dispunham de 
evidência suficiente para 
declarar que a mudança 
fonética é invariavelmente 
regular – isto é, que um 
determinado som, em um 
determinado ambiente numa 
determinada língua sempre 
muda da mesma forma (leis 
fonéticas regulares - fixas). Para 
as mudanças sonoras que 
constituíam exceções às leis 
fonéticas regulares (analogias), 
propuseram que se davam em 
razão de associações 
estabelecidas pelo homem 
entre formas distintas que 
interfeririam no 
desenvolvimento natural do 
sistema sonoro, contrariando 
uma lei fonética regular.
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/L
ingu%C3%ADstica_hist%C3%B3ric
o-comparativa
Letras/Português
DICAS
Linguística UAB/Unimontes
19
REFERÊNCIAS
ARNAULD e LANCELOT. Gramática de Port-Royal. 2 ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2001.
BARROS, João de. Grammatica da lingua portuguesa. Organizada por José 
Pedro Machado, em cima da 3 ed. Rio de Janeiro: s/d, 1557.
DUBOIS, Jean et al.Dicionário de linguística. 8 ed. São Paulo: Cultrix, 
2001.
LYONS, John. Linguagem e linguística: uma introdução. Rio de janeiro: 
LTC, 1979.
NEVES, Maria Helena Moura. A vertente grega da gramática tradicional. 
São Paulo: Hucitec, 1987.
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 
2001.
WEEDWOOD, Bárbara. História concisa da linguística. Trad. Marcos 
Bagno. São Paulo: Parábola, 2002.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica_hist%C3%B3rico-
comparativa Acesso em: 20 de nov. de 2008. 
http://purl.pt Acesso em: 20 de nov. de 2008. 
http://viatgeixarxa.blogspot.com Acesso em: 20 de nov. de 2008. 
http://www.saberweb.com.br Acesso em: 20 de nov. de 2008. 
http://mundoestranho.abril.com.br Acesso em: 20 de nov. de 2008. 
20
2UNIDADE 2 MOVIMENTOS LINGUÍSTICOS DO SÉCULO XX: POLO FORMALISTA
Na segunda unidade deste Caderno Didático, continuaremos a 
discussão sobre a linguagem, porém na visão da Linguística Moderna, 
ciência que investiga a linguagem verbal humana/língua, e seus efeitos para a 
compreensãoda prática comunicativa. 
Como, no século XX, houve dois grandes polos de propostas de 
investigação linguística: o polo formalista, que analisa a linguagem 
verbal/língua em si mesma, desvinculada de fatores não linguísticos, e o polo 
pragmático, que considera as condições de uso da linguagem verbal em 
situações reais de uso, nesta Unidade 2, abordaremos, especificamente, os 
movimentos linguísticos entendidos como Estruturalismo e Gerativismo, os 
quais constituem o polo formalista de investigações da linguagem. 
Evidenciaremos tanto em que consistem suas propostas, como os pontos 
divergentes/convergentes e os posicionamentos tomados.
Essa segunda unidade foi estruturada a partir das seguintes 
subunidades:
2.1 Polo formalista
 2.1.1 Estruturalismo 
 2.1.1.1 Estruturalismo europeu
 2.1.1.2 Estruturalismo funcionalista
 2.1.1.3 Estruturalismo norte-americano
 2.1.2 Gerativismo 
2.1 POLO FORMALISTA
estudam a língua sob o ponto de vista abstrato (psíquico), fora do contexto 
de uso
A Linguística do século XIX, em suas pesquisas de ordem 
eminentemente histórico-comparativa, deixou um importante legado 
teórico, sobretudo por intermédio dos neogramáticos e dos linguistas como, 
por exemplo, Humboldt. Entretanto, a partir do século XX, a denominamos 
de Linguística Moderna, período que é normalmente identificado com o 
aparecimento do Cours de Linguistique Générale de Saussure, cuja obra 
privilegia o aspecto formal da linguagem. 
O polo formalista de investigações da linguagem é constituído pelos 
movimentos linguísticos Estruturalismo e Gerativismo, os quais têm em 
comum a tendência em analisar a língua como um objeto autônomo, 
desvinculado do processo comunicativo e sociointeracional, ou seja, 
. Os expoentes deste polo são os estruturalistas Saussure, Hjelmslev, 
Jakobson, Troubetzkoy, Bloomfield, Sapir e o gerativista Chomsky.
Apresentada essa questão , passemos ao Estruturalismo.
A ciência que investiga os 
signos em geral (linguagem 
verbal e não verbal) é 
denominada de Semiologia 
(segundo Saussure) ou 
Semiótica (segundo Sanders 
Pierce).
Daí a Linguística ser parte 
dessa ciência mais abrangente, 
já que se propõe a investigar 
apenas a linguagem verbal oral 
ou escrita.
DICAS
21
2.1.1 Estruturalismo
2.1.1.1 Estruturalismo europeu
A publicação do 
marcou o início da corrente linguística do 
Estruturalismo. São três as noções básicas que caracterizaram o 
Estruturalismo: sistema, estrutura e função. 
A noção de sistema deve-se a Saussure, pois, para ele, a linguagem 
verbal é constituída de língua e fala, em que a língua é um sistema, ou seja, 
um conjunto de unidades que obedecem a certos princípios de 
funcionamento, constituindo um todo coerente.
Considerando a linguagem verbal como um fenômeno unitário no 
qual os elementos se inter-relacionam, Saussure estabeleceu, do ponto de 
vista metodológico, dicotomias básicas: língua-fala, sincronia-diacronia, 
sintagma-paradigma, significado-significante (PIETROFORTE in FIORIN, 
2002). A partir de agora vamos observar algumas delas:
Língua versus fala
Segundo Saussure, a língua (langue) 
é ao mesmo tempo um sistema de valores que 
se opõem uns aos outros e um conjunto de 
convenções necessárias adotadas por uma 
comunidade linguística para se comunicar. 
Ela está depositada como produto social na 
mente de cada falante de uma comunidade, 
que não pode criá-la, nem modificá-la; é, 
pois, de natureza homogênea. 
A fala (parole) é a realização, por 
parte do indivíduo, das possibilidades que lhe 
são oferecidas pela língua. É, pois, um ato 
individual e momentâneo em que interferem muitos fatores extralinguísticos 
e se fazem sentir a vontade e a liberdade individuais, portanto, heterogênea.
Mesmo que tenha reconhecido a interdependência entre língua e 
fala, Saussure considerou como objeto da Linguística a língua – por seu 
Cours de Linguistique Générale (1916), de 
Ferdinand Saussure, 
Linguística UAB/Unimontes
 Langue Linguística da língua
Saussure 
 Parole Linguística da fala
Figura 4: Ferdinand Saussure
Fonte: http://en.wikipedia.org
22
Caderno Didático - 3º Período
caráter homogêneo – procurando não só entender, mas também descrevê-la 
do ponto de vista de sua estrutura interna.
Segundo Alkimim (2001, p. 23),
Sincronia versus diacronia
Paradigma versus sintagma
É Saussure quem define a língua, por oposição à fala como o 
objeto central da Linguística. Na visão do autor, a língua é o 
sistema subjacente à atividade da fala, mais concretamente, 
é o sistema invariante que pode ser abstraído das múltiplas 
variações observáveis da fala. Da fala, se ocupará a estilística 
ou, mais amplamente, a Linguística Externa. A Linguística, 
propriamente dita, terá como tarefa descrever o sistema 
formal, a língua. Inaugura-se, assim, a chamada abordagem 
imanente da língua, que, em termos saussurianos, significa 
afastar 'tudo o que lhe seja estranho ao organismo, ao seu 
sistema'. 
Para Saussure (2001, p. 96), “é sincrônico tudo quanto se relacione 
com o aspecto estático da nossa ciência”, ou seja, esse ponto de vista vê a 
língua como uma estrutura cujos elementos constitutivos se opõem; “diacrô-
nico tudo o que diz respeito às evoluções”, ou seja, analisa as mudanças que 
ocorrem nas línguas através do tempo. “Do mesmo modo, sincronia e 
diacronia designarão, respectivamente, um estado de língua e uma fase de 
evolução.”
Nessa perspectiva, o estruturalismo proposto por Saussure não 
apenas apontou as diferenças entre essas duas formas de investigação, mas, 
sobretudo, priorizou o estudo sincrônico. Ou seja, para Saussure, o linguista 
deve estudar principalmente o sistema da língua, observando como se 
configuram as relações internas entre seus elementos em um determinado 
momento do tempo. Esse tipo de estudo é possível porque os falantes não 
possuem informações acerca da história de sua língua e não precisam ter 
informações etimológicas a respeito dos termos que utilizam no dia-a-dia: 
para os falantes, a realidade da língua é seu estado sincrônico.
As relações entre os elementos linguísticos, segundo Saussure, 
podem ocorrer em dois domínios distintos, mas que se completam. Essas 
relações dependem de uma seleção (escolhe-se um elemento em detrimen-
to de outros que poderiam ocupar um mesmo ponto do enunciado) desses 
elementos e, ao mesmo tempo, de uma combinação entre os elementos 
selecionados. Dessa maneira, podemos dizer que a linguagem possui dois 
eixos: um eixo paradigmático (seleção) e um eixo sintagmático (combina-
ção).
Letras/Português
23
Linguística UAB/Unimontes
Nesse exemplo, temos, na vertical, o eixo paradigmático (com as 
palavras que poderíamos selecionar para ocupar as posições indicadas) e, na 
horizontal, o eixo sintagmático (com as combinações estabelecidas entre as 
palavras selecionadas):
Significante versus significado
Saussure definiu como objeto de estudo do Estruturalismo a língua 
– um conjunto de signos linguísticos convencionado por uma dada 
sociedade. E foi nessa última dicotomia que se estudou o conceito de signo 
linguístico.
O signo linguístico, uma entidade abstrata e psíquica, é constituído 
de significante e significado. Mas a que essas palavras equivalem?
Se o signo linguístico é uma unidade abstrata, as partes que o 
compõem também o são, mas a que correspondem?
O significante é a imagem acústica de um signo, isto é, som 
psíquico (mentalizado) e não som articulado (aspecto físico). Para identificá-
lo, pense em uma palavra. Esses sons combinados que mentalizou 
correspondem ao significante desse signo linguístico.
E o significado? O significado é a imagem conceitual de um signo 
linguístico, isto é, é a imagem da coisa, arquivada em nossa memória; seu 
todo significativo.
Por exemplo:
significante = /'kaza/
significado = 
Com base nisso, podemos questionar:um signo é uma palavra?
Como o signo linguístico é uma entidade constituída de significante 
e significado, não apenas as palavras são tidas como signo linguístico, mas 
também os morfemas (unidades mínimas significativas recorrentes de uma 
língua).
Saussure também propôs dois princípios para os signos linguísticos: 
a sua arbitrariedade e a linearidade do significante. O que querem dizer?
24
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
Saussure afirmou que o signo linguístico é arbitrário, ou seja, não há 
relação necessária (natural) entre o seu significante e o seu significado, pois é 
convencionado por um grupo social, não cabendo a um indivíduo alterá-lo. 
Isso é comprovado pela diversidade das línguas (em português, temos o 
significante casa e, em inglês, house para o significado moradia), isto é, em 
sociedades diferentes, as convenções linguísticas dos grupos sociais são, 
também, diferentes.
Propôs, além disso, que o significante é linear, uma vez que os sons 
(psíquicos) ocorrem um após o outro, sucessivamente, em forma de linha.
Entre outros, esses são pressupostos linguísticos do pensamento 
saussuriano, os quais figuram como alicerce da linguística estrutural. 
A propensão a analisar a língua do ponto de vista de uma unidade 
encerrada em si mesma, como uma estrutura sui generis, também esteve 
presente no Grupo Copenhague que teve Hjelmslev à frente. Assim 
considerado, a língua apresenta um caráter abstrato e estático, já que é 
dissociada do ato comunicativo.
A Escola de Copenhague focalizou o aspecto formal das línguas, 
deixando sua função num plano secundário. Ou seja, essa escola adotou a 
concepção saussuriana de língua como um sistema autônomo e, através de 
Hjelmslev, desenvolveu uma teoria chamada de Glossemática, 
aprofundando principalmente os conceitos de forma e substância (expressão 
e conteúdo).
Hjelmslev, partindo do princípio de que a língua é uma estrutura, 
isto é, uma entidade de dependências internas, construiu uma teoria que se 
realiza numa rede abstrata de inter-relações. O expediente de análise 
utilizado é o da comutação aplicável tanto ao plano da expressão (substância 
fônica) como ao plano do conteúdo (substância semântica), admitindo-se 
que há o mesmo tipo de relações operando nesses dois planos. As unidades 
são isoláveis pela comutação, mas são definidas formalmente, isto é, por 
meio de relações combinatórias. Nesse ponto, o tratamento é puramente 
dedutivo.
Sabe-se que durante a primeira metade do século XX, privilegiando 
diferentes aspectos das ideias de Saussure, surgiram na Europa, não apenas a 
Escola de Copenhague, mas também a Escola de Genebra e a Escola de 
Londres, as quais não se limitaram ao estudo meramente formal, adotando a 
visão de que a língua devia ser vista como um sistema funcional, no sentido 
que é utilizada para um determinado fim: a comunicação; ao contrário da 
Escola de Copenhague.
Glossemática: designa a teoria 
linguística proposta por 
Hjelmslev que considera a 
língua como fim em si e não 
como meio. Essa teoria, em 
razão de seguir os pressupostos 
básicos de Saussure, pertence 
ao Estruturalismo europeu.
Forma: segundo Hjelmslev, 
equivale à estrutura da língua, 
oriunda do sistema de signos 
linguísticos, a qual se exprime 
pelas relações que as unidades 
linguísticas mantêm entre si no 
plano de expressão 
(significante) e no plano de 
conteúdo (significado).
Substância: para esse 
estudioso, corresponde à 
realidade fônica ou semântica 
(massa não estruturada) da 
língua.
C
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GLOSSÁRIO
25
Linguística UAB/Unimontes
2.1.1.2 Estruturalismo funcionalista
 três funções gerais 
desempenhadas pela linguagem, 
O conceito de funcionalismo surgiu no Círculo Linguístico de Praga, 
um dos grupos mais importantes para as investigações da Linguística teórica 
e o desenvolvimento da filologia das línguas eslavas.
Assim, podemos afirmar que a abordagem da Escola de Praga foi 
caracterizada como um Estruturalismo Funcional, pois alguns linguistas 
europeus, a partir dos pressupostos saussurianos, desenvolveram uma 
concepção de comunicação mais rica que Saussure, ao proporem o aspecto 
funcional da sentença.
A visão funcional da Escola de Praga esteve na definição de língua, 
vista como “um sistema de meios apropriados a um fim e um sistema de 
sistemas” (apud ILARI, 1992, p. 24-25), já que a cada função corresponde 
um subsistema. Diferentemente do que se postulou nas concepções 
estruturalistas em geral, para eles, todos os subsistemas dizem respeito à 
mesma unidade, a frase. Distinguem-se níveis sintáticos de organização da 
frase, abrigando-se neles a semântica e a pragmática.
As ideias básicas do Círculo envolveram campos diversos de 
interesse linguístico: problemas gerais das línguas, questões ligadas à 
poética e ao estudo sociolinguístico e o estudo de particularidades das 
línguas eslavas. Caracterizando-se por enfatizar sobremaneira o estudo das 
funções da linguagem, os estudiosos de Praga vão abordar a função da 
linguagem no ato de comunicação e o papel desta na sociedade, a função 
da linguagem na literatura e o problema dos diferentes aspectos e níveis de 
linguagem do ponto de vista funcional.
Coube a Jakobson, juntamente com Trubetzkoy e Karcevsky, a 
criação de uma nova disciplina, a Fonologia, diferenciando-a 
cientificamente da Fonética. Conforme afirmou Trubetzkoy, “a Fonética é a 
ciência da face material dos sons da linguagem humana. [...] A Fonologia tem 
por objeto o som que preenche uma determinada função na língua” (apud 
CARVALHO, 2000, p. 118).
Assim, enquanto esta tem como objeto o som ideal (som da língua), 
abstrato, acima das diferenças individuais de pronúncia e capaz de distinguir 
significados (fonema), aquela deve estudar o som real (som da fala), aquele 
que é efetivamente pronunciado pelo falante (fone), sem qualquer valor 
significativo. Sem dúvida, foi na Fonologia que a noção de contraste 
funcional causou seu primeiro grande impacto. Contudo, o funcionalismo 
da Escola de Praga foi aplicado a diversos outros aspectos do estudo 
linguístico. 
Por exemplo, foi o psicólogo Karl Buhler quem discutiu 
aprofundadamente a teoria funcional e propôs 
a partir da concepção de que a linguagem 
é um sistema de sinais que funciona como um instrumento por meio do qual 
Escola Linguística de Praga é a 
designação que se dá a um 
grupo de estudiosos que 
começou a atuar antes de 
1930, para os quais a 
linguagem, acima de tudo, 
possibilita ao homem a reação 
e a referência à realidade 
extralinguística. As frases são 
vistas como unidades 
comunicativas que veiculam 
informações, ao mesmo tempo 
em que estabelecem ligação 
com a situação de fala e com o 
próprio texto linguístico. Nesse 
sentido, o que se analisa são as 
frases efetivamente realizadas, 
para cuja interpretação atribui-
se especial atenção ao contexto 
tanto verbal como não-verbal. 
Concebe-se que, mesmo no 
nível do enunciado, podem 
encontrar-se regularidades que 
admitem tentativas de 
organização e descrição 
(NEVES, 2001, p. 17).
DICAS
26
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
os indivíduos se comunicam:
 
 apresentando um inter-relacionamento entre as 
funções da linguagem e os elementos de comunicação. Essa sua proposta 
tornou-se o mais divulgado esquema do processo de comunicação 
linguística.
Outra colaboração importante da Escola de Praga foi, sob seu ponto 
de vista funcional, distinguir Gramática e Estilística, destacando-se, neste 
aspecto, Vilem Mathesius, que desenvolveu o estudo da perspectiva 
oracional funcional, mostrando maneiras diferentes pelas quais uma língua é 
capaz de manifestar suas funções: por meio de uma estruturação dada pelo 
padrão gramatical (estrutura formal) ou de uma estruturação portadora de 
informação do enunciado.
Nesse período, temos, ainda, André Martinet (1970), linguista 
que, 
 formulou a dupla articulação da linguagem.Segundo ele, 
toda língua natural possui dos níveis de oposição – a uma primeira 
articulação, representada por unidades significativas (morfemas), 
acrescenta-se uma segunda articulação, de unidades distintivas (fonemas). 
Essa teoria constitui-se por um esquema de processos que 
conduzem à descoberta da gramática de uma língua ou, então, uma técnica 
experimental de coleta de dados brutos. Seu critério básico é a distribuição 
ou soma de contextos em que uma unidade pode aparecer em contraste 
: (i) função cognitiva, consiste no emprego da 
linguagem, objetivando a transmissão de informação factual; (ii) função 
expressiva, relaciona-se à disposição de ânimo (vontade) ou atitude do 
locutor (ou escritor); (iii) função conativa (ou instrumental), voltada para o 
uso calcado em influenciar a pessoa a quem se dirige a fala ou quais as 
estratégias linguísticas a serem empreendidas para provocar determinado 
efeito de sentido. 
Essas funções foram repensadas por Jakobson que ampliou o 
quadro para seis funções: emotiva, conativa, referencial, fática, 
metalinguística e poética,
2.1.1.3 Estruturalismo norte-americano 
 
A partir do Estruturalismo europeu, a linguística norte-americana foi 
dominada por uma tendência formalista que se enraizou com Leonard 
Bloomfield e se mantém até hoje com a linguística gerativa. A teoria da 
linguagem de Bloomfield, dominante nos Estados Unidos até aproximada-
mente 1950, é apresentada de maneira independente, apesar de estar 
ancorada nos pressupostos linguísticos básicos do pensamento de Saussure. 
Isso se dá em razão de, ao lado de algumas diferenças, muitos serem os 
pontos em comum – ou pelo menos convergentes –, de modo que nos 
permitem conceber a teoria distribucionalista como uma vertente do 
estruturalismo. 
com interesse em uma linguística mais prática e fácil de ser 
compreendida,
Teoria distribucionalista: 
teoria que propõe que os 
enunciados de uma língua são 
constituídos de elementos que 
se acham em posições 
particulares com relação aos 
outros.
C
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GLOSSÁRIO
27
Linguística UAB/Unimontes
com aqueles em que não aparece. Tem natureza mecanicista porque se 
restringe à liberdade de ocorrências das partes do enunciado comparando-
as umas com as outras quanto ao seu contexto linguístico sem levar em conta 
o sentido. As formas se identificam exclusivamente por sua posição.
Bloomfield não adotou a distinção entre forma e substância em 
concordância com o sentido da Glossemática, pois, para ele, há formas (= 
sequências de fonemas; expressão) e significação (= conteúdo): toda forma 
exprime um conteúdo.
Segundo Bloomfield, a língua, como forma de comportamento, é 
uma entidade autônoma, que pode ser descrita por si mesma através de 
técnicas aplicáveis mecanicamente; isto é, para se estudar uma língua, 
fazem-se necessárias a constituição de um corpus 
– reunião de um conjunto, o mais variado possível, 
de enunciados efetivamente emitidos por usuários 
de uma determinada língua em uma determinada 
época; a elaboração de um inventário, a partir 
desse corpus, que permita determinar as unidades 
elementares em cada nível de análise, assim com 
as classes que agrupam tais unidades; a verificação 
das leis de combinação de elementos de diferentes 
classes; e a exclusão do significado dos enunciados 
que compõem o corpus.
Desse modo, Bloomfield (1933) adotou 
explicitamente uma abordagem behaviorista do 
estudo da língua, eliminando, em nome da objetividade científica, toda 
referência a categorias mentais ou conceituais. Assim, esse teórico preferiu 
evitar considerações semânticas em sua análise linguística; em outras 
palavras, o estruturalismo bloomfieldiano desconsiderou a semântica sob a 
inspiração do behaviorismo.
Ao lado de Bloomfield, e em posição diferente, esteve Sapir, para 
quem a língua é uma forma autossuficiente que fornece ao pensamento e à 
cultura seus canais expressivos adaptando ambos a ela. Segundo ele, se a 
forma linguística é pré-racional e nasce da intuição, então os fatos 
linguísticos devem ser interpretados e complementados com referência a 
fatos psíquicos, ou seja, fundamentam-se no sistema psicológico. 
Assim, temos, por um lado, o mecanismo de Bloomfield que se 
apóia na psicologia behaviorista a qual vê o comportamento humano como 
explicável e, portanto, previsível, a partir das situações em que aparece; e, 
por outro, o mentalismo de Sapir, que vê na variedade do comportamento 
linguístico o efeito da ação de fatores psicológicos (vontade, emoção, 
reflexão, percepção etc.), ou seja, a fala deveria ser explicada como um 
efeito dos pensamentos (intenções, crenças, sentimentos) do sujeito falante. 
Dessa maneira, os estudos de Sapir romperam os limites do 
Figura 5: Leonard 
Bloomfield (1887- 1949)
Fonte: http://www.glotto
pedia.de/images/
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Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
estruturalismo saussuriano, adotando o postulado de que os resultados de 
análise de uma língua devem ser confrontados com os resultados da análise 
estrutural de toda cultura material e espiritual do povo que fala tal língua.
Segundo Weedwood (2002, p. 129-130), nesse período, havia 
centenas de línguas indígenas americanas – o equivalente a 
aproximadamente mil línguas – apresentadas sob a forma de material 
linguístico oral ainda não descrito e faladas por somente uma parcela de 
seus falantes que, caso não fossem registradas, poderiam se extinguir; o que 
representava um grande problema para os administradores e etnólogos da 
época. Em razão disso, muitos estudiosos estavam mais preocupados com a 
descrição dos princípios metodológicos para análise dessas línguas pouco 
familiares do que com a construção de uma teoria geral da estrutura da 
linguagem. Além disso, temiam que a descrição das línguas indígenas ficasse 
distorcida se fossem analisadas à luz das análises propostas para as línguas 
indo-europeias mais familiares.
Vale ressaltar que tanto a teoria Sapir-Worf como a bloomfieldiana, 
no tocante à análise distribucionalista, inserem-se nessa situação linguística 
específica dos Estados Unidos naquele início de século.
Assim, nesse contexto específico, a ideia antropológica presente 
nos estudos de Sapir-Whorf e a psicologia comportamental que influenciou 
as ideias de Bloomfield são férteis, marcando o estruturalismo norte-
americano e diferenciando-o do estruturalismo europeu. Pode-se dizer que, 
enquanto Sapir foi o pioneiro, Bloomfield foi o consolidador da linguística 
naquele país, criando uma teoria mais bem definida do que os linguistas 
anteriores. 
As ideias de Saussure tiveram grande repercussão e marcaram uma 
nova fase da história da Linguística. Entretanto, já na segunda metade do 
século XX, 
com a publicação da obra intitulada 
Syntactic Structures (1957) 
Syntactic Structures (1957) é a obra em que Chomsky descreveu a 
base da chamada gramática gerativo-transformacional, cujo objetivo foi 
explicar a capacidade criadora que permite ao falante nativo produzir (ou 
gerar) e compreender um número infinito de frases a partir de um conjunto 
2.1.2 Gerativismo 
 iniciou-se nos Estados Unidos uma reação ao estruturalismo 
tradicional, visto como essencialmente limitado à análise de dados 
observáveis e de objetivos quase sempre taxionômicos. Essa reação ganhou 
força e foi encabeçada por Chomsky 
.
Chomsky se posicionou contra o Estruturalismo em razão de a 
gramática estrutural se pautar na fragmentação dos enunciados, 
restringindo-se à estrutura superficial, a um corpus, logo, desconsiderando a 
capacidade do falante de produzir sentenças.
Hipótese Sapir-Worf: 
formulada pelos linguistas 
Edward Sapir e Benjamin Lee 
Worf, essa hipótese postula que 
cada língua segmenta sua 
realidade e impõe tal 
segmentação a quem a fala; 
dessa forma, pessoas que falam 
diferentes línguas veem o 
mundo de maneira diferente. 
Além disso, postula que os 
modelos linguísticosestão 
relacionados aos modelos 
socioculturais; assim, distinções 
gramaticais e lexicais, 
obrigatórias numa dada língua, 
correspondem às distinções de 
comportamento, obrigatórias 
numa dada cultura 
(MARTELOTTA et al, 2008, p. 
125).
DICAS
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Linguística UAB/Unimontes
finito, a maioria das quais nunca ouviu ou emitiu antes (fato já observado por 
Humboldt, no século XIX).
O mecanismo que essa teoria 
gerativa instala é dedutivo: parte do 
que é abstrato, isto é, de um axioma e 
um sistema de regras e chega ao 
concreto, ou seja, as frases existentes 
na língua, operando, portanto, com 
hipóteses a respeito da natureza e funcionamento da linguagem. 
Nessa medida, parte do princípio de que a faculdade da linguagem 
é intrínseca à espécie humana: o homem já nasce com ela (faz parte de sua 
natureza), ou seja, ela é interna ao organismo humano (não é determinada 
pelo mundo exterior, como afirmam os behavioristas) e deve estar fincada na 
biologia do cérebro/mente da espécie, destinando-se a constituir a 
competência linguística de um falante, a qual será por ele utilizada.
A aquisição da linguagem, segundo os gerativistas, é um aspecto 
particular do desenvolvimento da capacidade do ser humano de captar e 
dominar conhecimentos, e são as ideias e princípios inatos derivados dessa 
capacidade de pensar que determinam a forma de conhecimento adquirido 
de maneira restrita e organizada. E, para que os mecanismos inatos sejam 
ativados, basta haver condições adequadas (exposição aos dados 
linguísticos). 
O programa gerativista reflete sobre os mecanismos internos 
envolvidos no pensamento e na ação humana, pois assumem que a 
linguagem deve ser entendida como um órgão - componente do cérebro -, 
cujo caráter básico é um reflexo dos 
genes. Interessa-lhes os aspectos 
inatos da mente/cérebro que geram o 
conhecimento da língua, pois estão 
preocupados em depreender na 
análise das línguas propriedades 
comuns, universais da linguagem, que 
constituem a Gramática Universal 
(GU).
Esse modelo teórico propõe também que, por trás de questões 
exclusivamente descritivas sobre o funcionamento da linguagem, há uma 
rede complexa e seletiva de operações mentais que orienta o 
desenvolvimento linguístico. Assim, postula análises sintáticas de frases 
pautadas na diferença entre os níveis “superficial” (estrutura superficial) e 
“profundo” (estrutura profunda) do sistema gramatical e sua maior intenção 
é “oferecer um meio de análise dos enunciados” que leve “em conta este 
nível subjacente da estrutura” (WEEDWOOD, 2002, p. 133). 
Ao gerativismo, então, atribui-se a descrição das regras que 
Figura 6: Avram Noam Chomsky
Fonte: http://www.chomsky.info
Taxionomia: ciência baseada 
na classificação de coisas ou 
aos princípios subjacentes da 
classificação.
Gramática Universal (GU): 
gramática inata ao ser humano 
que contém, segundo o 
modelo da teoria inatista de 
Noam Chomsky de 1965, as 
regras de todas as línguas. Pelo 
modelo de 1981, a GU é 
constituída apenas de 
princípios (leis universais), os 
quais todas as línguas possuem.
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Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
determinam a estrutura da referida competência linguística humana. 
Segundo Chomsky (1965),
 
[...] a teoria linguística ocupa-se de um falante ouvinte ideal 
numa comunidade de fala completamente homogênea, que 
conhece sua língua com perfeição e não é afetado por 
condições gramaticalmente descabidas, tais como limitações 
e memória, distrações, mudanças de atenção ou interesse e 
erros (casuais ou característicos) na aplicação de seu 
conhecimento de língua ao desempenho real. 
Ressalta-se que a abordagem gerativa calcada no aspecto biológico 
não contraria a relevância do fator social e interacional no processamento da 
linguagem, pois, como se sabe, cada ser utiliza a linguagem de forma 
particular, sob a influência do meio social em que está inserido. Pode-se 
afirmar, consequentemente, que a linguagem, ao mesmo tempo em que 
está relacionada a um órgão natural, garante, à medida que novos dados são 
incorporados em sua constituição, a singularidade do sujeito. Salienta-se, no 
entanto, que a abordagem gerativista foca-se no aspecto natural (língua 
interna) e não no social (língua externa) da linguagem, pois, segundo 
Chomsky (2005, p. 121), “sem estrutura inata não há efeito do ambiente 
externo no processo de incrementação da língua (ou outro)”. 
Para os gerativistas, só é possível saber uma língua, se a priori 
tivermos uma representação mental (abstrata) do procedimento gerativo. 
Determina-se como língua-I esse procedimento gerativo, que se 
trata de uma propriedade do cérebro/mente. Segundo Chomsky (2005, p. 
66), língua-I é “um elemento de estados transitórios da faculdade da 
linguagem relativamente estável” e “cada expressão linguística (de)gerada” 
por ela “ inclui instruções para os sistemas de desempenho nos quais a 
língua-I está inserida”.
Essa mudança de prisma do programa gerativista, em relação ao 
Estruturalismo, consiste, mais especificamente, em não focar o estudo da 
língua-E (língua externa) e, sim, da língua-I (estudo da língua representada 
na mente/cérebro). 
Assim, a perspectiva gerativista caracteriza-se pelo 
reconhecimento de estruturas inerentes às operações mentais, princípios 
inatos na aprendizagem da linguagem. Ao considerar os estágios da 
faculdade da linguagem, propõe que há o estado inicial, definido 
geneticamente, e que, ao longo do seu desenvolvimento, passa por várias 
etapas até chegar a um estado relativamente estável, propício a poucas 
mudanças, exceto quanto ao léxico. Isto, então, evidencia que as línguas são 
muito semelhantes e que suas diferenças são apenas marginais. Tal posição 
contradiz a proposta empirista, que defende o papel preponderante da 
experiência e do controle de aspectos ambientais na aprendizagem.
Ora, buscando construir uma teoria mais abrangente, que explique 
Faculdade da linguagem: 
capacidade biológica do 
homem para a linguagem 
(sistema linguístico inato à 
espécie humana).
Competência linguística 
(gramatical): conjunto de 
regras linguísticas internalizadas 
pelo falante de uma língua, 
após exposição aos dados 
dessa língua.
Desempenho (performance): 
uso dessas regras linguísticas 
internalizadas, resultado da 
competência linguística do 
falante e de outros fatores, tais 
como convenções sociais, 
atitudes, crenças, etc.
Estrutura profunda: segundo a 
gramática gerativa, é o 
primeiro elemento, na 
produção de uma dada frase, 
que contém todos os dados 
semânticos, isto é, o próprio 
sentido da mensagem 
(NIVETTE, 1975, p. 43).
Estrutura superficial: segundo 
a gramática gerativa, é o último 
elemento no processo 
transformacional da frase, 
representado por um indicador 
sintagmático, ao qual, porém, 
todas as regras já se aplicaram 
(NIVETTE, 1975, p. 43).
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não apenas as estruturas superficiais, mas também as estruturas profundas da 
língua, Chomsky se reaproxima da Filosofia, pois vê a necessidade de 
estabelecer universais linguísticos, e chega à conclusão de que as teorias 
racionalistas são as capazes de explicar a faculdade humana da linguagem. 
Assim, embora partindo de Saussure e aproximando-se das ideias de 
Humboldt, Chomsky liga-se, também, aos princípios norteadores das 
gramáticas gerais e, portanto, à doutrina de Port-Royal, que, apesar de 
baseada em Descartes, conserva, como já foi dito, alguma influência do 
pensamento aristotélico.
Podemos dizer que os linguistas gerativo-transformacionalistas, 
 
progr
idem 
e m 
relaç
ão à 
visão 
estru
turali
s t a , 
na medida em que procuram explicar a linguagem humana pela noção de 
produtividade; contudo, numa visão unidisciplinar, propõem-se a buscar a 
gramática da competência linguística (conjunto finito de regras capaz de 
gerar, transformar, e supervisionar um conjuntoinfinito de orações) de um 
falante ideal, mas não real, permanecendo, assim, no plano abstrato por 
terem desprezado a língua em uso.
Apesar de suas limitações, não se pode deixar de reconhecer a 
apreciável contribuição metodológica do Estruturalismo: ampliou o 
conhecimento das mais diversas estruturas linguísticas, aperfeiçoou técnicas 
de coleta e de controle de dados e demonstrou como certas estruturas são 
passíveis de um estudo mais abstrato e generalizante; por sua vez, a teoria 
gerativa estimula as discussões mais amplas a respeito da natureza intrínseca 
da linguagem e dos traços fundamentais que deverão/deveriam compor 
uma gramática universal. Isto é, essas duas tendências se completam, pois os 
linguistas formalistas (estruturalistas e gerativistas) limitaram os seus estudos à 
língua em si mesma e por si mesma e excluíram as variadas implicações que 
são inerentes ao uso da língua, ou seja, aspectos como o lugar e o momento 
da ocorrência, o envolvimento do falante e do ouvinte, as suas 
c o n f
orme 
Silvei
r a 
(199
8, p. 
139),
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Linguística UAB/Unimontes
Língua-I(nternalizada): 
competência linguística.
Racionalismo cartesiano: 
doutrina que atribui à Razão 
humana a capacidade exclusiva 
de conhecer e de estabelecer a 
Verdade. Opõe-se ao 
empirismo, colocando a Razão 
independente da experiência 
sensível, ou seja, rejeita toda 
intervenção de sentimentos, 
somente a Razão.
Fonte :http://www.infoescola.br
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Figura 7: O cérebro e as funções orgânicas
Fonte: http://www.etmorfo2.blogspot.com
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Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
características, as suas interpretações, o espaço de interação entre os 
interlocutores, os aspectos sociais; enfim, não contemplaram em seus 
estudos o homem na e pela linguagem.
Segundo Orlandi (1993, p. 48), “os recortes e exclusões feitos por 
Saussure e por Chomsky deixam de lado a situação real de uso (a fala e o 
desempenho) para ficar com o que é virtual e abstrato (a língua e a 
competência)”.
 Muitos linguistas, contudo, passaram a voltar sua atenção para a 
linguagem enquanto atividade e, portanto, para as relações entre a língua e 
seus usuários e para as ações que se realizam quando se usa a língua em 
determinadas situações de enunciação. Assim, pouco a pouco, vai ganhan-
do terreno a linguística pragmática, a qual estuda os fatores que regem 
nossas escolhas linguísticas na interação social e os efeitos de nossas escolhas 
sobre as pessoas, assunto sobre o qual falaremos na próxima Unidade. 
REFERÊNCIAS
33
Linguística UAB/Unimontes
ALKMIM, Tânia. Sociolingüística. In: MUSSALIM Fernanda; BENTES, Anna 
Christina (orgs). Introdução à lingüística: domínios e fronteiras. vol. 1. 
Ed. São Paulo: Cortez, 2001.
BLOOMFIELD, Leonard. Language. London: George Allen e Unwin Ltd, 
1933.
CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure. Rio de Janeiro: 
Vozes, 2000.
CHOMSKY, Noam. Syntatic structures. The Hague: Mounton, 1957
______. Aspects of the theory of syntax. Cambridge: MIT Press, 1965.
______. Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente. Trad. 
Marco Antônio Sant’Anna. São Paulo: Ed. UNESP, 2005.
ILARI, Rodolfo. Perspectiva funcional da frase portuguesa. 2 ed. 
Campinas: Unicamp, 1992.
MARTELOTTA, Mário Eduardo et al. Manual de linguística. São Paulo: Ed. 
Contexto, 2008.
MARTINET, André. Éléments de linguistique générale. Paris: Armand 
Colin, 1970.
NEVES, Maria Helena Moura. A gramática funcional. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
NIVETTE, Joseph. Princípios de gramática gerativa. Tradução de Nilton 
Vasco da Gama. São Paulo: Livraria Pioneira Ed., 1975.
PIETROFORTE, Antonio Vicente. A língua como objeto da linguística. In: 
FIORIN, Luiz José et al. Introdução à linguística. v. 1. São Paulo: Ed. 
Contexto, 2002.
SAPIR, Edward. A linguagem - introdução ao estudo da fala. Rio de Janeiro: 
Acadêmica, 1971.
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 
2001.
SILVEIRA, Regina Célia P. Leitura: produção interacional de conhecimentos. 
In: BASTOS, Neusa B. (Org.). Língua portuguesa – história, perspectiva, 
ensino. São Paulo: IP – PUCSP/EDUC, 1998.
WEEDWOOD, Bárbara. História concisa da linguística. Trad. Marcos 
Bagno. São Paulo: Parábola, 2002.
34
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
http://www.infoescola.br Acesso em: 27 de nov. de 2008. 
http://www.etmorfo2.blogspot.com Acesso em: 27 de nov. de 2008. 
http://www.chomsky.info Acesso em: 28 de nov. de 2008. 
http://www.glottopedia.de/images/ Acesso em: 30 de nov. de 2008. 
http://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_Saussure Acesso em: 30 de nov. de 
2008. 
Mantendo nosso objeto de estudo, a linguagem verbal humana, 
voltaremos nosso olhar, nesta Unidade 3, para a segunda tendência de 
investigações linguísticas do século XX, o pólo pragmático, cujas pesquisas se 
pautam, segundo Martelotta et al (2008, p. 88), na análise das “condições 
de uso da língua em situações reais de comunicação, ou seja, o momento em 
que se põe em, evidência a chamada competência comunicativa ou 
pragmática, considerando agora as relações entre forma e função, entre os 
fatores gramaticais e sociais.” 
 Esta terceira unidade está estruturada da seguinte maneira:
3.1 Polo pragmático 
3.1.1 Funcionalismo 
3.1.2 Teoria dos atos de fala
3.1.3 Pragmática
3.1.4 Linguística textual
3.1.5 Análise da conversação 
3.1.6 Análise do discurso
3.1.7 Sociolinguística
3.1.8 Neurolinguística 
3.1.9 Psicolinguística
3.1 POLO PRAGMÁTICO
Conforme já dito, o polo pragmático considera as condições de uso 
da linguagem verbal em situações reais de uso e, inseridas neste pólo que 
constitui um campo vasto, heterogêneo e multidisciplinar, em diálogo com 
outras áreas dos saberes (cada uma observando a língua em uso, mas de 
acordo com seus modelos teóricos e metodológicos), estão as seguintes 
escolas linguísticas: Funcionalismo, Teoria dos atos de fala, Pragmática, 
Linguística textual, Análise da conversação, Análise do discurso, 
Sociolinguística, Neurolinguística, Psicolinguística, que apresentaremos a 
seguir.
 
3.1.1 Funcionalismo
Essa vertente tem raízes antigas... Mas, também, retoma as ideias 
propostas pelos estruturalistas funcionalistas e as desenvolve de uma 
maneira incrível. De um modo geral, pode-se afirmar que o funcionalismo 
reflete uma oposição ao estudo da forma linguística (fonologia, morfologia, 
sintaxe e semântica), proposto pelas teorias formalistas (Estruturalismo e 
35
3UNIDADE 3MOVIMENTOS LINGUÍSTICOS DO SÉCULO XX: POLO PRAGMÁTICO
Propostas formalistas:
estudos linguísticos que 
valorizam a forma (estrutura 
interna da língua).
versus
Propostas pragmáticas: 
estudos linguísticos que 
consideram os fatores 
contextuais como 
determinantes dos usos 
linguísticos nas situações de 
comunicação.
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Gerativismo), ao investigar as funções que essa forma desempenha na 
comunicação diária (DILLINGER, 1991).
Para os funcionalistas, a língua é instrumento de comunicação e, 
por conseguinte, admitem que não pode ser vista como um objeto autôno-
mo, mas como um processo/produto das situações comunicativas.
Assim sendo, consideram as situações enunciativas, ou seja, as 
intenções do falante, o ouvinte, as situações socio-históricas e comunicati-
vas, as condições de produção de sentido, etc. Para esses estudiosos, não se 
pode analisar um fato linguístico sem se considerar o sistema em que ele está 
inserido. Dessa maneira, qualquer investigação linguística que se paute nos 
postulados funcionalistas deve atentar-se à pluralidade das funções 
linguísticas e aos parâmetros de realização da atividade comunicativa.
Fatores comunicativos tais como, imagem dos interlocutores, 
contexto enunciativo, propósito comunicativo, aspecto cultural e social, 
determinam, de acordo com os funcionalistas, a atividade comunicativae, 
consequentemente, a produção de sentido. Segundo Neves (2001, p. 20), 
“o problema do falante é formular sua intenção de tal modo que tenha 
alguma chance de levar o destinatário a desejar a modificação da sua 
informação pragmática do mesmo modo como o falante pretende”.
Logo, o que se coloca em foco, para essa análise linguística, é a 
competência comunicativa, daí decorre a tentativa de compreender o 
percurso enunciativo de uma situação concreta de comunicação. Para os 
estudiosos dessa vertente, o sistema linguístico abrange todos os fatores 
indispensáveis para que a língua seja utilizada em uma situação concreta de 
uso. O locutor, inserido em um determinado grupo social, fala de um 
determinado lugar social para um interlocutor também incluído em um 
grupo social (HALLYDAY, 1985). 
O texto, portanto, deve ser entendido como fruto tanto do sistema 
linguístico, quanto do sistema social.
Para Dik (1989), investigar uma língua natural quer dizer analisar 
como o usuário desta língua a “exerce”, já que a capacidade linguística do 
ser humano seria apenas uma das muitas capacidades de que pode lançar 
mão durante as práticas comunicativas.
Essa visão dinâmica da comunicação, pontuou as pesquisas 
desenvolvidas no funcionalismo posterior ao período formalista quanto à 
distinção estabelecida entre tema, e rema e à noção da “perspectiva 
funcional da frase”. O tema de um enunciado seria, segundo Weedwood 
(2002, p. 142), a “parte que se refere ao que já é conhecido ou dado no 
contexto (também chamado às vezes, por outros teóricos, de tópico ou 
assunto psicológico)” e o rema, “a parte que veicula informação nova”.
 Já “perspectiva funcional da frase” quer dizer que “a estrutura 
sintática da frase é em parte determinada pela função comunicativa dos 
vários constituintes e pelo modo como eles se relacionam com o contexto 
enunciado” (WEEDWOOD, 2002, p. 143).
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Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
Competência linguística 
(gramatical): capacidade de o 
usuário da língua gerar um 
número infinito de sentenças a 
partir de um conjunto finito de 
elementos (conhecimento 
linguístico internalizado pelo 
usuário de uma língua, ou seja, 
sua gramática internalizada).
Competência comunicativa: 
capacidade de o usuário 
empregar a língua 
adequadamente em diversas 
situações comunicativas (ajuste 
do ato verbal a situações de 
comunicação distintas).
Funcionalistas: estudiosos que 
investigam as funções que a 
forma da língua desempenha 
na comunicação diária.
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Para atingir o seu objetivo, os funcionalistas lidam, essencialmente, 
com dados de fala ou escrita retirados de contextos reais de comunicação, 
desconsiderando frases criadas, dissociadas de sua função no ato da 
interação comunicativa, como fazem os formalistas, que estudam a língua 
como um objeto descontextualizado, já que estão interessados em suas 
características internas – a forma de seus constituintes e as relações entre si – 
e não nas relações entre esses constituintes e seus significados ou funções, ou 
entre língua e seu meio, ou contexto de uso.
3.1.2 Teoria dos atos de fala
Na década de 1960, os estudos sobre as marcas linguísticas da 
argumentação despertaram também o interesse de um grupo de filósofos 
ingleses e americanos, o qual deu origem à Escola de Oxford: Austin – 
autor da Teoria dos Atos da Fala e principal representante –, Searle e 
Strawson.
Para Austin, a linguagem é uma prática social, não deve ser analisa-
da por si mesma, deve-se levar em conta os fatores que interferem no se uso, 
ou seja, o contexto social e cultural. 
Nas palavras de Austin (1990, p. 10),
fazê-lo, que palavras devemos usar em determinadas 
situações, não estamos examinando simplesmente palavras 
(ou seus significados, ou seja lá qual for), mas sobretudo a 
realidade sobre a qual falamos ao usar estas palavras – 
usamos uma consciência mais aguçada das palavras para 
aguçar nossa percepção (...) dos fenômenos.
Quando se propôs a discutir a materialidade e a historicidade das 
palavras, Austin refletiu sobre a possibilidade de se elaborar uma teoria que 
explicasse construções interrogativas, exclamativas, sentenças que expres-
sassem comandos, desejos e concessões.
Noções interessantes propostas por Austin foram os enunciados 
performativos (realizam ações, a partir do dizer) e os enunciados constativos 
(realizam uma afirmação, falam de algo).
Austin propôs, ainda, níveis de ação linguística que atuam simulta-
neamente no enunciado:
� atos locucionários (dizem alguma coisa);
� atos ilocucionários (refletem a posição do/a locutor/a em 
relação ao que ele/a diz);
� atos perlocucionários (produzem certos efeitos e consequências 
sobre os/as alocutários/as, sobre o/a próprio/a locutor/a ou sobre outras 
pessoas).
37
Linguística UAB/Unimontes
Essa nova teoria, ao conceber a linguagem como forma de ação, 
não analisa a sentença, a estrutura da frase, mas sim o ato de fala, o uso da 
linguagem em determinada situação juntamente com seus efeitos e conse-
quências. 
 
3.1.3 Pragmática 
A Pragmática foi definida, em um momento inicial, como a ciência 
do uso linguístico, ou seja, ciência que analisa o uso concreto da linguagem, 
considerando os seus usuários e as condições que dominam essa prática 
comunicativa.
Ao se voltar para os estudos da fala, a língua em uso social, conside-
rando as inovações e situações criativas no processo de uso da linguagem, a 
Pragmática opõe-se às propostas formalistas.
Na Pragmática, há que se destacar os estudos de Mey (1985) que 
discute o papel da linguagem na sociedade e aborda o conceito de manipu-
lação linguística, segundo o ponto de vista marxista; as contribuições de 
Austin, na sua proposição sobre os atos de fala, conceito entendido como a 
relação entre o que se diz e o que se faz; a ampliação dos estudos de Austin 
por Émile Benveniste, ao classificar os atos de fala (ordenar, comandar, 
decretar, etc.); o francês Ducrot; e o americano Grice.
Alguns desses estudiosos que, inicialmente, estavam inseridos nos 
estudos da Pragmática, com o desenvolvimento de suas pesquisas, migra-
ram para outros campos de investigação.
3.1.4 Linguística textual
Embora frequentemente se diga que a Linguística Textual é um 
ramo novo da Linguística, esta afirmação vai perdendo a sua validade, pois 
começou a desenvolver-se na segunda metade da década de 1960 até 
meados da década de 1970 na Europa, e, de modo especial, na Alemanha. A 
origem do seu termo remonta Coseriu (1980), mesmo que ele só tenha sido 
empregado pela primeira vez com o sentido que possui hoje em dia por 
Weinrich (1967).
Tendo surgido de forma independente e quase simultânea, o seu 
desenvolvimento não se deu de forma homogênea. 
Já há mais de 30 anos Conte (1977) distinguia três momentos 
fundamentais na passagem da teoria da frase para a teoria do texto, enfati-
zando que não se trata de uma distinção cronológica, e sim tipológica, por 
não haver, entre eles, uma sucessão temporal, constituindo-se cada um 
deles em um tipo diferente de desenvolvimento teórico. São eles: análises 
transfrásticas, gramáticas textuais e linguística textual. 
38
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
Pragmática: estudo da relação 
dos usuários da linguagem com 
a linguagem (GUIMARÃES, 
1983, p. 15).
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Linguística UAB/Unimontes
Uma primeira razão de projetar uma Linguística Textual, segundo 
Conte, se deve ao fato de a gramática não dar conta de fenômenos como a 
correferência, a pronominalização, a seleção dos artigos (definidos e 
indefinidos), a ordem das palavras no enunciado, a concordância de tempos 
e modos verbais, a entoação do enunciado, a relação semântica entre frases 
não ligadas por conectivo e assim por diante. Tentou-se, então, encontrar 
regras para o encadeamento de sentenças, a partir dos métodosaté então 
utilizados na análise sentencial, procurando dar conta de pares ou sequênci-
as maiores de frases. 
O objeto de estudo, nos três momentos propostos pela autora, foi 
assim situado. 
No primeiro momento, o objeto de indagação não foi o texto em si 
mesmo, mas os tipos de ligação entre enunciados em uma série de enuncia-
dos – pesquisa transfrástica.
Nesse sentido, colocou-nos Conte que a maior parte das pesquisas 
transfrásticas diz respeito às relações referenciais em particular, à identidade 
referencial ou correferência, considerada como constitutiva da coerência de 
um texto: vários constituintes linguísticos denotam uma única entidade 
(referência).
Entretanto, ao analisar a noção de coerência tal como foi proposta 
nesse momento, limitada à questão da correferência, Conte destacou que a 
abordagem textual proposta sob essa ótica não dá conta de outros fatores 
também responsáveis pela coerência textual e assim resume esse momento:
no primeiro momento da linguística textual superam-se os 
limites do enunciado isolado, uma vez que se consideram 
sequências de enunciados, mas não se chega ainda a um 
tratamento completo do texto. Ao contrário, é somente 
tematizando a estrutura hierárquica de um texto, a sua 
coerência semântica global que se pode dar um passo do 
enunciado ao texto (CONTE, 1977, p. 17).
A autora concluiu esse primeiro momento da Linguística Textual – 
da análise transfrástica - caracterizando-o como uma fase preparatória da 
Gramática Textual, pelo próprio tipo diferenciado de trabalhos que nela 
surgiram: de um lado, pesquisadores estruturalistas como Weinrich ou 
Harweg, de outro, gerativistas como Isenberg, Steinitz ou Karttunen: faltou a 
esse primeiro momento um quadro teórico que garantisse um tratamento 
homogêneo e uma comparação entre os resultados das várias pesquisas.
Assim, as tentativas de desenvolver uma Linguística Textual como 
uma linguística da frase ampliada ou corrigida mostraram-se insatisfatórias e 
acabaram sendo abandonadas. 
No segundo momento, o objeto de investigação foi a competência 
textual (gramática textual) e sua razão de ser se deveu à sua capacidade de 
explicar fenômenos linguísticos inexplicáveis segundo uma gramática do 
Nível frástico: nível da frase.
Nível transfrástico: nível além 
da frase, o qual considera o uso 
pragmático da linguagem.
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enunciado, e o que a legitimou, segundo Conte, foi “ a descontinuidade 
entre enunciado e texto, a diferença qualitativa (e não meramente quantita-
tiva) entre enunciado e texto” (1977, p. 17-18).
Essas novas perspectivas fixaram e determinaram as seguintes 
tarefas para a Gramática Textual:
� determinar o que faz de um texto um texto, quais são os princípi-
os de constituição de um texto, em que consiste a coerência de um texto, o 
que produz a textualidade específica de um texto;
� determinar critérios para a delimitação de textos;
� diferenciar, no gênero texto, os diferentes tipos de texto.
Conte (1977) apontou, como responsáveis pelo desenvolvimento 
dos principais modelos da Gramática Textual, Van Dijk (1972), Rieser e 
Petöfi (1973), cujos modelos compreenderam três características: um 
quadro teórico gerativo, instrumentos conceituais e operativos da lógica e a 
integração da gramática dos enunciados na gramática textual.
Abandonou-se, pois, o método ascendente – da frase para o texto. É 
a partir da unidade mais hierarquizada – o texto – que se pretende chegar, 
por meio da segmentação, às unidades menores. 
Segundo Conte, o terceiro momento referiu-se ao tratamento do 
texto em seu contexto pragmático e, nesse âmbito, a pesquisa se estende do 
texto ao contexto, ou, no dizer de Petöfi (1973), “do co-texto (regularidade 
interna ao texto), ao con-texto (conjunto de condições, externas ao texto, da 
produção do texto, de sua recepção, de sua interpretação)”.
Fávero e Koch (1983, p.15), ao se referirem a esse terceiro momen-
to da Linguística do Textual destacaram que “para o surgimento das teorias 
de texto contribuíram, de maneira relevante, a teoria dos atos de fala, a 
lógica das ações e a teoria lógico-matemática dos modelos”.
Afirmaram, ainda, as autoras, que a abertura da Linguística à 
Pragmática propiciou posicionamentos diversos entre os vários autores que 
desenvolveram seus trabalhos nessa área, destacando, especialmente, as 
posturas de Dressler e Schmidt.
No que se refere ao trabalho de Dressler, Fávero e Koch enfatizaram 
que, para ele, a Pragmática é apenas um componente adicional do modelo 
de gramática textual preexistente, cabendo-lhe tão-somente dar conta da 
situação comunicativa na qual o texto é introduzido. 
Chega-se, assim, à fase da Teoria do Texto ou da Linguística Textual 
propriamente dita, que se propõe a investigar a constituição, o funciona-
mento, a produção e a compreensão dos textos. Os textos passam a ser 
Coerência: princípio de 
organização postulado para dar 
conta do sentido de um texto 
(ou discurso); por meio dela, 
um texto faz sentido para os 
usuários.
Coesão: relação semântica 
entre um elemento do texto e 
algum outro elemento crucial 
para a sua interpretação, 
realizada através do sistema 
léxico-gramatical.
Textualidade: possibilita que se 
converta uma sequência 
linguística em texto.
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estudados dentro de um contexto pragmático, isto é, o âmbito de investiga-
ção se estende do texto ao contexto, entendido, de modo geral, como o 
conjunto de condições externas – da produção, recepção e interpretação 
dos textos.
Não se pode deixar de assinalar que, na Europa, a Linguística 
Textual teve seu impulso inicial, de maneira implícita ou explícita, com os 
trabalhos desenvolvidos pelos membros da Escola de Praga, entre os quais 
Jakobson. Procedendo a análise dos enunciados, os linguistas dessa escola 
ressaltaram a importância da distinção entre tema (ou tópico) e rema (ou 
comentário), que só se torna admissível levando-se em conta um contexto 
mais extenso que o da frase. Muitas de suas ideias foram posteriormente 
adotadas por outros estudiosos como Halliday e Hasan (1976), cuja obra 
Cohesion in English define e explicita o conceito de coesão, básico para os 
estudos textuais. 
Contudo, além dessas investigações já descritas que consideram o 
texto como objeto de análise, temos outras propostas, conforme subunida-
des a seguir. 
3.1.5 Análise da conversação 
Esse outro domínio da Linguística, Análise da Conversação, consiste 
em uma abordagem discursiva da língua e trata, segundo Marcuschi (1986), 
da conversação, uma das formas de interação do homem com a sociedade, 
ou seja, sua preocupação é com a interação verbal existente nas sociedades.
Os estudiosos desse domínio consideram a “conversação uma 
atividade semântica, ou seja, um processo de produção de sentidos, 
altamente estruturado e funcionalmente motivado” (DIONÍSIO in 
MUSSALIM e BENTES ;2001, p. 72).
Basicamente, a Análise da Conversação investiga a estruturação da 
língua e seus efeitos na conversação. Assim, o estudioso dessa área se ocupa 
da organização do texto conversacional, isto é, dos detalhes e conexões 
estruturais existentes no processo interativo. Em razão disso, Hilgert (1989) 
propõe três níveis para o estudo da estrutura conversacional:
� macronível – analisa as fases conversacionais, ou seja, trata da 
abertura, fechamento, parte central, tema central e subtemas da conversa-
ção - tópicos da conversação;
� nível médio – analisa a tomada de turnos, a sequência conver-
sacional, os atos de fala e os marcadores conversacionais denominados 
turno conversacional;
� micronível – investiga a estrutura interna do ato de fala, ou seja, 
sua estrutura sintática, lexical, fonológica, morfológica e prosódica.
Linguística UAB/Unimontes
Tema (tópico): sintagma 
nominal a respeito do qual se 
diz alguma coisa numa fraseassertiva.
Rema (comentário): parte do 
enunciado que acrescenta algo 
de novo ao tema (DUBOIS et 
al, 2001).
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 Além disso, para uma análise da conversação, vários fatores 
precisam ser considerados, tais como contexto, relações estabelecidas na 
interação entre os envolvidos na conversação, tipo de interlocutores, tipo de 
conversação, elementos estruturadores da conversação, aptidão linguística, 
além de conhecimento partilhado e domínio das situações sociais vivencia-
das pelos interlocutores.
3.1.6 Análise do discurso
A Análise do Discurso é um ramo da Linguística que lida com a 
linguagem verbal apresentando a materialização da ideologia no discurso e 
seus efeitos de sentido. Em razão de o discurso ser tido como heterogêneo 
pela Análise do Discurso, é impossível considerá-lo um espaço estável ou 
fechado, mas controlado por possibilidades de construção de sentido que a 
formação ideológica que o governa lhe permite.
Nesse aspecto, o sentido não existe por si, mas vai sendo construído 
à proporção que o discurso se constrói e as posições ideológicas vão sendo 
colocadas nas formações discursivas (MUSSALIM in MUSSALIM; BENTES, 
2001, p. 132).
As reflexões teóricas tecidas por Bakhtin, estudioso que considerou 
a língua um fato social cuja existência funda-se nas necessidades de 
comunicação, forneceram bases na constituição da Análise do Discurso 
(AD). 
Esse estudioso propôs que a língua é algo concreto, fruto da 
manifestação individual de cada falante, o que desencadeia a valorização 
da fala. Também postulou que a intersubjetividade do homem concretiza-se 
por meio de cada enunciado e reiterou que o processo de interação verbal 
constitui realidade fundamental da língua, sendo o interlocutor um sujeito 
ativo na constituição do significado.
Outra contribuição importante desse linguista está na concepção 
do signo como uma entidade dialética, viva e dinâmica; visão diferente em 
relação a Saussure já que, para este, o signo advém da análise da língua 
como sistema sincrônico e abstrato.
Isto é, para Bakhtin (1988), a linguagem é interação social, em que o 
outro desempenha papel fundamental na constituição do significado. Além 
disso, ela é foco da manifestação concreta da ideologia, pois “a palavra é o 
signo ideológico por excelência” - produto da interação social.
A linguagem, segundo ele, caracteriza-se pela plurivalência, por 
isso é o elemento privilegiado para a manifestação da ideologia já que 
retrata as diferentes formas de significar a realidade, não podendo ser 
estudada fora da sociedade, dos processos sócio-históricos, ou seja, seu 
estudo não pode ser desvinculado de suas condições de produção, daqueles 
que a empregam.
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Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
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Linguística UAB/Unimontes
Cunhou-se, a partir disso, o termo discurso como o ponto de 
articulação dos processos ideológicos e dos fenômenos linguísticos, reco-
nhecido como uma instância que comporta um plano linguístico e um 
extralinguístico. 
Esse termo discurso é dispersão (formado por elementos que não se 
relacionam por princípio de unidade), segundo Foucault (2002), ou seja, um 
conjunto de enunciados que se remetem a uma mesma formação discursiva, 
nos seus princípios de regularidades. E a Formação Discursiva (FD) seria a 
composição de certa regularidade discursiva, de um sistema comum de 
temas e teorias.
 Foucault considera que “o sujeito é uma função vazia”, isto é, “um 
espaço a ser preenchido por diferentes indivíduos que o ocuparão ao 
formularem o enunciado”, por isso “deve-se rejeitar qualquer concepção 
unificante do sujeito” (BRANDÃO, 1988, p. 30).
O discurso é atravessado pela dispersão do sujeito, segundo ele, 
“em que diversas posições de subjetividade podem se manifestar”, redimen-
sionando “o papel desse sujeito no processo da organização da linguagem, 
eliminando-o como fonte geradora de significações” (IDEM). 
 O outro termo muito explorado em AD, ideologia, numa aborda-
gem mais ampla, corresponde à visão/concepção de mundo de uma 
determinada sociedade numa determinada circunstância histórica. O 
estado dos fenômenos da linguagem e da ideologia é predominante em 
razão de se concretizar na linguagem.
A ideologia, para Ricouer, tem como função geral intervir na 
interação social (RICOEUR, 1977, apud BRANDÃO, 1988, p. 24-25). 
Segundo ele, a ideologia:
1. “perpetua um ato fundador inicial” [...] e é a “distância que 
separa a memória social de um acontecimento” ;
2. é dinâmica, é motivadora , [...] impulsiona a práxis social, 
motivando-a ;
3. “é operatória”[...]; “ela opera atrás de nós”. [...] “É a partir dela 
que pensamos”;
4. é desvinculada da “noção de dissimulação, de distorção, em 
razão de seu “estatuto não reflexivo e não transparente”;
5. é conservadora e resistente às transformações, pois “o novo põe 
em perigo as bases estabelecidas pela ideologia”.
Assim, a AD é um campo de estudo que abrange três espaços 
(PÊCHEUX ; FUCHS, 1975, apud BRANDÃO, 1988, p. 32):
� “materialismo histórico como teoria das formações sociais e suas 
transformações” - teoria das ideologias;
“ ” “
” 
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Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
� “linguística como teoria, ao mesmo tempo, dos mecanismos 
sintáticos e dos processos de enunciação”;
� “teoria do discurso, como a teoria da determinação histórica dos 
processos semânticos”.
Esses três espaços são atravessados e articulados por uma teoria da 
subjetividade, cujo caráter é psicanalítico.
3.1.7 Sociolinguística 
Apesar da indiscutível relação linguagem e sociedade, há estudos 
que não privilegiam essa relação (o polo formalista, por exemplo), o que 
motiva muitos estudiosos, atualmente, a se voltarem para a natureza social, 
histórica e cultural na observação, descrição e análise do fenômeno 
linguístico.
 E a Sociolinguística é uma das vertentes linguísticas do polo 
pragmático que exerce esse compromisso, tanto que busca contribuições 
na Etnologia, Psicologia, Sociologia etc. para elucidar seu objeto de estudo: a 
língua falada.
Essa vertente 
Nesse sentido, a Sociolinguística 
considera os fatores internos e os fatores externos 
à língua que podem interferir nos fenômenos 
linguísticos. Entende-se por fatores internos os aspectos gramaticais de uma 
língua: fonético, fonológico, morfológico, sintático e semântico; além do 
componente lexical. Já por fatores externos os aspectos não linguísticos, tais 
como sexo, faixa etária, grau de escolaridade, posição geográfica, classe 
social, ocupação, graus de formalidade etc. 
Importante frisar que essa vertente considera a variedade e 
mudança linguísticas como fenômenos constitutivos da linguagem, e não um 
problema ou desvio da língua, postulados que, segundo eles, devem ser 
adotados no ensino. 
Contudo, apesar de a Sociolinguística defender que todos os 
padrões linguísticos devam ser trabalhados na escola, sem nenhuma 
conotação de valor, pertencendo ao professor o papel de conscientizar o 
linguística, que tem como um de seus representantes 
Labov, propõe-se a analisar a língua em seu uso real, considerando as 
relações existentes entre língua e sociedade 
(aspectos sociais e culturais da produção 
linguística), partindo do princípio de que a língua 
é constituída de um conjunto de variedades 
linguísticas (heterogênea), cujas regras podem 
variar (coexistência de formas linguísticas) e 
alterar-se com o passar do tempo - característi-
cas inerentes às línguas.
Variação: fenômeno linguístico 
que corresponde ao fato de as 
línguas possuírem várias formas 
linguísticas com o mesmo 
significado coexistindo em um 
mesmo tempo.
Mudança: fenômeno 
linguístico que corresponde ao 
fato de as línguas selecionarem 
uma das diferentes formas 
linguísticas coexistentes, em 
detrimento das outras, em 
tempos diferentes.
Figura 8: William Labov
Fonte: http://pt.wikipedia.org
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aluno da necessidade de adequação das formas às exigências comunicati-
vas, a tradição pedagógica no Brasil ainda supervaloriza a variedade padrão, 
em detrimento de outras variedades, na eleição do correto em oposição ao 
tido como incorreto; ainda idealiza a língua escrita, especialmente, do 
modelo padrão. 
3.1.8 Neurolinguística
Retoma à Antiguidade a preocupação do homem em relação ao 
cérebro, considerando-o um órgão relacionado à sensação e à inteligência. 
Contudo, apenas no período do Iluminismo surgiu o interesse pela cogni-
ção, em um momento em que a psique deixa de ser considerada um atributo 
divino e se torna um atributo humano e, somente, no século XIX, o cérebro 
passou a ser investigado cientificamente. 
Em 1861, o 
francês Paul Broca 
descreve os primeiros 
casos de afasia motora, 
que afeta a expressão 
da linguagem.
No entanto, 
Gall foi o primeiro, no 
início do século XIX, a 
re lacionar a “área 
cerebral lesada“ pela 
afasia a “manifestações 
clínicas de pacientes neurológicos”(apud MORATO in MUSSALIM e 
BENTES, 2001, p. 150), introduzindo, assim, a linguagem entre as faculda-
des mentais localizadas no cérebro.
E, na primeira metade do século XX, os linguistas, acanhadamente, 
começaram a estudar a afasia, com o objetivo de comprovar ou testar suas 
teorias, desenvolvendo pesquisas para se compreender melhor o funciona-
mento da cognição humana, os métodos diagnósticos e terapêuticos.
Jakobson foi o primeiro a dedicar-se a esse estudo, em uma 
abordagem linguística. Esse linguista almejou elaborar uma teoria geral que 
abordasse aspectos da aquisição, funcionamento, estrutura e alterações da 
linguagem. Segundo Morato (2004, p. 157),
[...] Jakobson ampliou, tendo como pano de fundo o 
estruturalismo e o funcionalismo linguístico (sob sua forma 
mais produtiva, o Círculo Linguístico de Praga), algumas das 
ideias de Saussure; no entendimento dos tipos de afasia 
descritos e metodologicamente com dicotomias clássicas, 
estabelecendo dois grandes eixos de relações (simbólicas) 
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Linguística UAB/Unimontes
Área de Broca: parte do 
cérebro responsável pela nossa 
expressão verbal e escrita. É 
com essa parte do cérebro que 
juntamos as sílabas de cada 
palavra de uma forma 
coerente.
Área de Wernicke: parte do 
cérebro responsável pela 
compreensão e pela escolha 
das palavras que usamos.
Fonte:
http://drauziovarella.ig.com.br/
cerebro/palavracerebro.asp
Afasia: perturbação da 
linguagem em que há alteração 
de mecanismos linguísticos em 
todos os níveis, tanto no seu 
aspecto produtivo (relacionado 
com a produção da fala) 
quanto interpretativo 
(relacionado com a 
compreensão e com o 
reconhecimento de sentidos), 
causada por lesão estrutural 
adquirida no Sistema Nervoso 
Central, em virtude de 
acidentes vasculares cerebrais 
(AVCs), traumatismos crânio-
encefálicos (TCE) ou tumores 
(COUDRY, 1998 apud 
MORATO, 2001, p. 154).
Figura 9: áreas do cérebro: Broca e Wernicke 
Fonte: http://wapedia.mobi/pt/%C3%81rea_de_Broca
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projetadas um sobre o outro, duas formas de organização da 
linguagem, sintagmático/metafórico (responsável pela 
combinação de unidades). Essa combinação conferiria 
unidade linguística ao sistema de linguagem.
Os estudos de Jakobson serviram de incentivo aos linguistas, que 
passaram a se interessar pelas patologias, e, por outro lado, contribuíram 
para a interface Linguística e Neurociências. 
Dessa interface, configurou-se a Neurolinguística, que, segundo 
Caplan (1987), é “o estudo das relações entre cérebro e linguagem, com 
enfoque no campo das patologias cerebrais, cuja investigação relaciona 
determinadas estruturas do cérebro com distúrbios ou aspectos específicos 
da linguagem”. 
 Entre tantos interesses, essa área estuda a organização normal ou 
patológica da linguagem; os efeitos dos estados patológicos do/no funciona-
mento da linguagem; os processos de intercâmbios de significação, seja 
verbal seja não verbal em indivíduos acometidos por patologias cerebrais, 
cognitivas ou sensoriais, tais como afasia, demência, surdez, etc.; os 
caracteres éticos, sociais e culturais relacionados aos casos patológicos, à 
cognição; os metadiscursos clínico-médicos em relação às patologias e o 
pensamento sobre as indicações de procedimentos terapêuticos; a organiza-
ção discursiva que relaciona linguagem e cognição; os aspectos interativos 
das atividades humanas e as condições histórico-discursivas que mobilizam 
essas atividades etc.
Porém, mesmo com tanto progresso nessa área, ainda há muitas 
indagações não respondidas, principalmente, as relacionadas à atividade 
cerebral e aos processos da memória, visto que a linguagem e a memória são 
fenômenos cognitivos muito complexos que abrangem várias áreas cerebrais 
e distintas operações simbólicas humanas e as associam a experiências da 
vida em sociedade, subjetividade, consciência, cultura, arte, ciência etc. 
3.1.9 Psicolinguística
A Psicolinguística - mais um ramo da Linguística Moderna - é um 
campo interdisciplinar, Psicologia e Linguística, cujos estudos, inicialmente, 
trataram do relacionamento entre o pensamento, o comportamento e a 
linguagem. Dois foram os acontecimentos que a influenciaram: 
1) o fato de a Psicologia se ancorar em fundamentos da Linguística 
para entender os funcionamentos da linguagem e, segundo os psicólogos, 
por conseguinte, entender o funcionamento da mente humana. Essa 
interdisciplinaridade gerou duas correntes: a mentalista, que se interessava 
por investigar o pensamento através do estudo da linguagem (tradição 
europeia) e a corrente comportamentalista, que entendia o comportamento 
linguístico como mecanismos de estímulo-resposta (tradição norte-
americana);
Instituto de Neurolinguística 
Aplicada (INAP)
www.pnl.med.br
Leia a matéria no link 
http://veja.abril.com.br/040804
/p_124.html e faça uma 
resenha descritiva sobre o 
assunto.
Patologia da linguagem: 
condições adquiridas ou 
desenvolvidas, caracterizadas 
por habilidades deficientes em 
compreender e gerar formas da 
linguagem verbal.
ATIVIDADES
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Linguística UAB/Unimontes
2) o fato de a Linguística apoiar-se em fundamentos da Psicologia, a 
partir de W. Wundt, que sustentou e demonstrou que a linguagem podia ser 
por esta ciência, parcialmente, explicada.
Segundo Balieiro Júnior (2001, p. 176),
A Psicolinguística desse período era um amplo painel de 
pesquisas oriundas da Psicologia e orientada para a 
Linguística e de pesquisas oriundas da Linguística e 
orientadas para a Psicologia. Enquanto os linguistas tratavam 
preferencialmente dos “estados dos comunicadores”, e, por 
extensão, dos processos de codificação e decodificação. 
Havia, ainda, muita dispersão teórica, sem um esforço amplo 
de definição da Psicolinguística como disciplina, pipocando 
pesquisas em que a teoria se encontrava em grande parte 
implícita na pesquisa, ou dela emergia timidamente. 
Atualmente, a Psicolinguística apresenta-se em estado transitório, 
com inúmeras pesquisas interdisciplinares e questões sobre a realidade 
psicológica, o processamento da linguagem e o funcionamento da mente 
humana estão no auge.
 Nas pesquisas psicolinguísticas são recorrentes as seguintes 
abordagens, segundo Balieiro Júnior (2001, p. 182-183),
� relações entre linguagem e pensamento (produto do sistema 
cerebral);
� relações entre linguagem e cérebro;
� sistemas de processamento mental da linguagem e subsistemas;
� processamento de unidades amplas da linguagem, como o texto 
e o discurso; 
� aprendizagem de outras operações ou sistemas linguísticos 
como a leitura e a escrita. 
Além da pesquisa e da construção de teorias, há a Psicolinguística 
Aplicada que se ocupa da resolução de questões de aplicação das 
descobertas teóricas da Psicolinguística.Assim, ao final de todo esse estudo, reafirmamos os dizeres na 
conclusão do material da disciplina anterior, Introdução à Linguística : não 
há teorias superadas e nem corretas, dado que as propostas representam 
aproximações de determinados aspectos da linguagem vislumbrados por 
estudiosos. 
Nesse quadro de inúmeras propostas o que se apresenta é um bloco 
de ideias que ora se opõem, ora se complementam constituindo tendências 
do pensamento humano.
Há duas vertentes de análise e 
experimentação psicológica nas 
pesquisas sobre as estruturas 
linguísticas e o processamento 
mental: a modularista defende 
que a mente é um sistema 
composto de módulos, os quais 
processam as informações de 
maneira independente, 
havendo mecanismos de 
interface entre esses módulos; 
e a não modularista concebe 
que não há limites definidos 
entre os níveis de 
conhecimentos linguísticos, e 
que há trocas ativas de 
informações entre esses níveis.
DICAS
48
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
ALKMIM, Tânia. Sociolinguística: Parte I. In: MUSSALIM Fernanda; BENTES, 
Anna Christina (orgs). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. vol. 1. 
São Paulo: Cortez, 2001.
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Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução M. Lahud e Y. 
F. Vieira. 4 ed. São Paulo: Hucitec, 1988. (título original, 1929)
BALIEIRO JR, Ari Pedro. Psicolinguística. In: MUSSALIM Fernanda; BENTES, 
Anna Christina (orgs). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. vol. 2. 
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BRANDÃO, Helena N. Introdução à análise do discurso. Campinas: Ed. 
Unicamp, 1988.
CAPLAN, D. Neurolinguistics and linguistics aphasiology: an introducti-
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CONTE, M. E. La linguística testuale. Milão: Feltrinelli Economica, 1977.
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Bechara. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1980.
COUDRY, M. I. Diário de Narciso - discurso e afasia. São Paulo: Martins 
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DIK, Simon C. The theory of functional grammar. Dordrecht-
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DIONÍSIO, Ângela Paiva. Análise da Conversação. In: MUSSALIM Fernanda; 
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DUBOIS, Jean et al. Dicionário de linguística. 8 ed. São Paulo: Cultrix, 
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Linguística UAB/Unimontes
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WEEDWOOD, Bárbara. História concisa da linguística. São Paulo: 
Parábola, 2002.
WEINRICH, H. Syntax als dialetik. Poetica 1, 1967.
50
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
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http://drauziovarella.ig.com.br/cerebro/palavracerebro.asp Acesso em: 2 
de dez. de 2008. 
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2008. 
http://veja.abril.com.br/040804/p_124.html Acesso em: 2 de dez. de 2008. 
51
RESUMO
1. Os hindus, embora com objetivos basicamente religiosos, são os 
primeiros povos a estudar a língua em si mesma – língua do sânscrito.
2. Tendo como ponto de partida a lógica de Aristóteles, os estudos 
gramaticais gregos, no mundo ocidental, desenvolveram-se a princípio 
dentro da Filosofia. A preocupação primordial deles centrava-se no que 
regia a natureza da língua. Mais adiante, com os sábios alexandrinos, a 
gramática constituiu-se como disciplina independente; o autor da mais 
antiga gramática grega que se conhece, Dionísio da Trácia, assumiu uma 
pesquisa empírica e normativa, formulando suas teorias com base no uso de 
escritores ditos consagrados. Contudo, os gramáticos especulativos da Alta 
Idade Média e, mais tarde, os racionalistas dos séculos XVII e XVIII voltaram a 
encarar os estudos de língua como um pensamento da Lógica
 3. Na Idade Média, aparece a gramática especulativa, que partia 
do princípio de que a língua é um espelho que reflete a realidade subjacente 
aos fenômenos do mundo físico, e tentava determinar como a palavra se 
relaciona com a inteligência e com a coisa que ela representa. Na verdade, 
sustentavam esses gramáticos que a palavra não representa diretamente a 
natureza da coisa significada, mas apenas como ela existe de uma determi-
nada maneira ou modo: uma substância, uma ação, uma qualidade. Os 
ideais dessa gramática serão revividos na França, no século XVII, entre os 
sábios de Port-Royal quando publicaram sua Grammaire Générale et Raison-
née para demonstrar que a estrutura da língua é um produto da razão e que 
as línguas são apenas variedades de um sistema lógico e racional mais geral.
4. A influência e o prestígio dos ensinamentos gregos atingem os 
romanos, que os assimilam e os propagam, garantindo uma tradição grama-
tical que será repensada no século XVII e que tomará novos rumos a partir do 
século XIX. 
5. A tradição gramatical greco-latina prolonga-se no Ocidente por 
toda a época medieval e é assimilada na Renascença. A pressão do latim 
continua, e a filologia é a ciência de maior prestígio com o intuito de tornar a 
literatura mais acessível. Esse espírito transparece não só nas gramáticas 
latinas, mas também nas escritas em vernáculo, destacando a Gramática de 
Fernão de Oliveira e a Gramática de João de Barros.
6. No século XVII, os estudos linguísticos vão reviver as especula-
ções de caráter filosófico. Assim é que Claude Lancelot escreve em colabora-
ção com Antoine Arnaud uma Grammaire Géneral et Raisonée, obra que 
52
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
passa a ser conhecida como Grammaire de Port-Royal e cujo objetivo é 
estabelecer certos princípios lógicos gerais a que todas as línguas obedeceri-
am, e ainda fornecer explicações lógicas para o seu uso. Nesse contexto, a 
gramática não é o manual de um legislador da língua, mas uma disciplina 
que enuncia as regras pelas quais a língua se ordena para poder existir. Além 
disso, para os teóricos de Port-Royal, a gramática tem uma tarefa complexa: 
não basta descrever claramente as regras, é preciso explicá-las. A gramática 
geral, que transcende todas as línguas, vai, então,marcar o privilégio absolu-
to que a gramática latina desfrutava havia séculos.
7. No século XVIII, a redescoberta do sânscrito mostrava sua analo-
gia com a maioria das línguas europeias, antigas e modernas. A partir daí, os 
comparativistas evidenciam que, entre aquelas línguas, não há mera seme-
lhança, mas um autêntico parentesco, elas podem ser reconstruídas por 
transformações naturais de uma língua-mãe.
8. Na primeira metade do século XIX, desenvolveram-se, na Alema-
nha, importantes pesquisas linguísticas – denominadas de gramática compa-
rada, linguística histórica ou comparativismo – realizadas por Bopp e Grimm, 
entre outros, cuja preocupação era com a história das línguas e com a análise 
sistemática das correspondências entre as diversas formas de diferentes 
línguas.
9. Na segunda metade do século XIX, um grupo de linguísticos, 
principalmente alemães – impregnados pelas ideias positivistas da época –, 
tentou levá-las para a linguística histórica, com a intenção de renovar a 
gramática. São os Neogramáticos, para quem a linguística histórica deve ser 
explicativa; assim, não se trata apenas de constatar mudanças e evoluções 
linguísticas, mas de explicar suas causas – explicação que deve ser positivista, 
desacreditando-se as outras de cunho filosófico. Os neogramáticos vão 
sustentar que, para chegar às causas, é preciso estudar as mudanças dentro 
de uma duração limitada: deve-se comparar um estado da língua, isto é, um 
momento da evolução linguística abstraído do tempo com outro que o 
segue.
10. Os neogramáticos propuseram que as mudanças no sistema 
fonético de uma língua se davam a partir de leis fonéticas regulares (fixas) e 
analogias.
11. No fim do século XIX e início do século XX, as ideias de Saussure 
tornam-se um marco na evolução dos estudos linguísticos e, consequente-
mente, da gramática. Assim, o século XIX caracteriza-se pela procura das 
origens das línguas e a primeira metade do século XX mostra o desenvolvi-
mento da linguística, tendo como objeto a língua em si, em determinado 
momento da história; estuda-se a estrutura das línguas. 
12. Movimentos linguísticos do século XX: pólo formalista (Estrutu-
ralismo e Gerativismo) - linguagem verbal é analisada desvinculada do 
processo comunicativo e sociointeracional; pólo pragmático (Funcionalis-
mo, Teoria dos atos de fala, Pragmática, Linguística textual, Análise da 
53
Linguística UAB/Unimontes
conversação, Análise do discurso, Sociolinguística, Neurolinguística e 
Psicolinguística) - linguagem verbal é analisada considerando seu uso em 
situações reais de comunicação.
13. A Semiologia/Semiótica é uma ciência que investiga qualquer 
sistema de comunicação seja verbal (através da palavra) seja não verbal 
(através de outros sistemas que não o da palavra).
14. A Linguística é a ciência que investiga a linguagem verbal 
humana (falada/escrita) – um sistema de comunicação específico – cuja 
intenção é descrever e explicar o uso natural da linguagem verbal (realidade 
linguística); não há nenhuma intenção da Linguística de ditar regras linguísti-
cas para o usuário de uma dada língua. 
15. Objeto de estudo da Linguística: linguagem verbal humana.
16. Outro grande impulso à linguística estrutural foi dado nos 
Estados Unidos, onde a sobreposição da linguística descritiva – impulsiona-
da em grande parte pelo estudo das línguas indígenas – aos demais estudos 
linguísticos era quase completa (destacando-se aí Leonard Bloomfied, com a 
obra Language e Sapir no campo das descrições das línguas indígenas). 
17. Um estruturalismo novo (Gerativismo) surgiu com Noam 
Chomsky, cuja obra Syntatic Structures não dispensa a palavra estrutura e 
sua teoria, sob muitos aspectos, está relacionada a antigas ideias do século 
XVII e de Humboldt (primeira metade do século XIX).
18. Ainda no século XX, surge o polo pragmático, no qual o estudo 
da língua dá-se paralelamente ao estudo da situação comunicativa, a saber – 
o propósito do ato de fala, seus interlocutores, seu contexto discursivo. 
Assim, a língua é usada de determinada forma justamente para satisfazer 
necessidades comunicativas, sendo susceptível a transformações impostas 
pelo uso.
19. Algumas escolas do polo pragmático: Funcionalismo, Teoria dos 
atos de fala, Pragmática, Linguística textual, Análise da conversação, 
Análise do discurso, Sociolinguística, Neurolinguística e Psicolinguística.
 20. O Funcionalismo entende a língua como um instrumento de 
comunicação e, portanto, reivindica a ideia que esta não pode ser concebida 
como um objeto autônomo, mas como processo/produto das situações 
comunicativas.
21. A Teoria dos atos de fala concebe a linguagem como forma de 
ação; não analisa a sentença, a estrutura da frase, mas sim o ato de fala, o uso 
da linguagem em determinada situação juntamente com seus efeitos e 
consequências. 
 22. A Pragmática estuda a relação dos usuários da linguagem com a 
linguagem (GUIMARÃES, 1983, p. 15). 
23. A Linguística textual, em sua último momento, propõe-se a 
54
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
investigar a constituição, o funcionamento, a produção e a compreensão dos 
textos, dentro de um contexto pragmático, isto é, o âmbito de investigação 
se estende do texto ao contexto, entendido, de modo geral, como o conjun-
to de condições externas – da produção, recepção e interpretação dos 
textos.
 24. A Análise da conversação (AC) consiste em uma abordagem 
discursiva da língua e trata da conversação, uma das formas de interação do 
homem com a sociedade, ou seja, sua preocupação é com a interação verbal 
existente nas sociedades.
25. Os estudiosos da AC consideram a “conversação uma atividade 
semântica, ou seja, um processo de produção de sentidos, altamente 
estruturado e funcionalmente motivado” (DIONÍSIO in MUSSALIM ; 
BENTES, 2001, p. 72).
 26. A Análise do discurso (AD) é um ramo da Linguística que lida 
com a linguagem verbal apresentando a materialização da ideologia no 
discurso e seus efeitos de sentido. Em razão de o discurso ser tido como 
heterogêneo pela Análise do discurso, é impossível considerá-lo um espaço 
estável ou fechado, mas controlado por possibilidades de construção de 
sentido que a formação ideológica que o governa lhe permite.
27. Para os estudiosos da AD, o sentido não existe por si, mas vai 
sendo construído à proporção que o discurso se constrói e as posições 
ideológicas vão sendo colocadas nas formações discursivas .
 28. A Sociolinguística analisa a língua em seu uso real, consideran-
do as relações existentes entre língua e sociedade (aspectos sociais e culturais 
da produção linguística), partindo do princípio de que a língua é constituída 
de um conjunto de variedades linguísticas (heterogênea), cujas regras 
podem variar (coexistência de formas linguísticas) e alterar-se com o passar 
do tempo - caracteres inerentes às línguas.
 29. Neurolinguística, segundo Caplan (1987), é “o estudo das 
relações entre cérebro e linguagem, da investigação no campo das patologi-
as cerebrais, concebendo que determinadas estruturas do cérebro têm 
relação com os distúrbios ou aspectos específicos da linguagem”.
 30. Atualmente, a Psicolinguística trata da questão da realidade 
psicológica do processamento da linguagem e do funcionamento da mente 
humana.
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Linguística UAB/Unimontes
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2008. 
59
Linguística UAB/Unimontes
61
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
- AA
1) Analise o discurso dos enunciados abaixo e comente as ideologias 
presentes na charge:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
2) Acerca dos dois polos de investigação linguística no século XX, assinale a 
alternativa INCORRETA:
a) ( ) O polo formalista envolve as propostas da Sociolinguística e da 
Análise do Discurso.
b) ( ) O polo pragmático observa as condições de uso da linguagem verbal 
em situações reais de comunicação.
c) ( ) O polo formalista é constituído por estudiosos estruturalistas e 
gerativistas, entre os quais, destacamos Saussure e Chomsky, 
respectivamente.
d) ( ) A Análise do Discurso, que se encontra no polo pragmático, enfoca 
a língua analisando as ideologias sociais implícitas no discurso. 
e) ( ) O polo formalista estuda a língua sob um ponto de vista abstrato, fora 
de um contexto de uso.
62
3) Leia as afirmativas abaixo.
I. Sob a ótica da teoria funcionalista, a língua não deve ser analisada apenas 
formal e abstratamente, sem levar em conta as relações pragmáticas que 
fundamentam a interação verbal. É misterabarcar na análise linguística a 
produção de interlocutores reais, pois o Funcionalismo percebe a linguagem 
como um instrumento de interação social entre os seres humanos, usado 
com a intenção de estabelecer comunicação. 
II. A gramática funcional não despreza o plano da forma, mas procura 
descrever o funcionamento das unidades gramaticais em situações 
comunicativas concretas.
III. A teoria gerativista, concebendo a linguagem como um objeto 
autônomo, independente do uso, interpreta a língua como uma atividade 
mental. 
IV. No polo pragmático, parece que a cientificidade da linguística caminha 
da teoria para a prática, ou seja, criado um modelo teórico, busca-se a 
prática linguística para adequá-la ao modelo. Se há elementos de interação 
comunicativa real que possibilitem esse ajuste, são simplesmente ignorados.
Após análise, verifica-se que a alternativa INCORRETA é
a) ( ) III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.
e) IV, apenas. 
4) Relacione a tirinha abaixo à seguinte afirmação “o discurso é o jogo 
polêmico em que as relações de poder e saber se articulam” e comente.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
( ) 
( ) 
( ) 
( ) 
Linguística UAB/Unimontes
63
5) Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.
A seqüência CORRETA é
a) 1, 5, 2, 4, 3.
b) 4, 1, 2, 3, 5.
c) 2, 5, 1, 4, 3.
d) 1, 3, 2, 4, 5.
e) 1, 2, 3, 4, 5.
a) Podemos considerar que a enunciação abaixo constitui um texto? E que 
aspectos linguísticos dessa charge poderiam ser explorados pelo pólo 
pragmático de investigações linguísticas? Comente sua resposta.
 
6) 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
A partir da charge a seguir responda:
Letras/Português Caderno Didático - 3º Período
7) A diferença entre a Linguística e a Semiologia/Semiótica é que
I. a Semiologia/Semiótica analisa a linguagem verbal humana e a Linguística 
normatiza essa linguagem.
II. a Semiologia analisa apenas o caráter arbitrário dos signos da língua e a 
Linguística, o seu caráter natural.
III. 
Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s)
a) ( ) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II, e III, apenas.
 
8) Observe os diferentes efeitos de sentidos que podem transcorrer na 
tirinha abaixo, a partir da linguagem verbal, não verbal, do seu 
conhecimento de mundo, conhecimento de contexto situacional, cultura, 
bem como os objetivos de quem produziu esse texto e descreva-os.
a Semiologia/Semiótica, em razão de se propor a investigar todo e 
qualquer sistema de comunicação (verbal ou não verbal), abrange a 
Linguística, que investiga apenas a linguagem verbal humana.
 ( ) 
 ( ) 
 ( ) 
 ( ) 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
64
Linguística UAB/Unimontes
9) O que se quer dizer quando se afirma que se pode fazer investigação 
linguística tanto de um ponto de vista sincrônico quanto de um diacrônico? 
Comente.
10) Assinale V para as VERDADEIRAS e F para as FALSAS.
a) ( ) A língua é convencionada por um grupo de falantes, segundo 
Saussure.
b) ( ) A língua-I é construída a partir de exposição a dados linguísticos.
c) ( ) O significante é o som da fala, segundo a proposta estruturalista.
d) ( ) A competência comunicativa equivale à competência linguística.
e) ( ) O competência pressupõe o desempenho, segundo a proposta 
gerativista para a linguagem.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
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	capa linguistica
	letras_portugues_linguistica
	paginas em branco maior
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