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MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
As bactérias que causam infecções são mais comumente parte das bactérias nativas que 
normalmente vivem sobre o hospedeiro ou nele. As infecções odontogênicas não são 
exceção, pois as bactérias que causam tais infecções são parte da flora oral normal: aquelas 
que integram a placa bacteriana, aquelas encontradas nas superfícies mucosas e aquelas 
encontradas no sulco gengival. 
Tais bactérias são principalmente cocos aeróbios grampositivos, cocos anaeróbios gram-
positivos e bastonetes anaeróbios gram-negativos. Essas bactérias causam uma variedade de 
doenças comuns, como cáries dentárias, gengivite e periodontite. Quando ganham acesso 
aos tecidos profundos subjacentes, através da polpa dentária necrosada ou de uma bolsa 
periodontal profunda, elas causam infecções odontogênicas. 
Figura 1: Principais patógenos 
 
HISTÓRIA NATURAL DA PROGRESSÃO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
As infecções odontogênicas têm duas origens principais: (1) periapical, como resultado da 
necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical, e (2) periodontal, 
como resultado da bolsa periodontal profunda que possibilita a inoculação da bactéria nos 
tecidos moles subjacentes. Dessas duas, a origem periapical é a mais comum nas infecções 
odontogênicas. 
A necrose da polpa dental como resultado da cárie profunda cria uma via para as bactérias 
penetrarem nos tecidos periapicais. Uma vez que o tecido torna-se inoculado pela bactéria e 
uma infecção ativa é estabelecida, esta se dissemina igualmente em todas as direções, mas 
preferencialmente ao longo das linhas de menor resistência. A infecção se dissemina pelo 
osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina cortical for fina, a infecção 
perfurará o osso e penetrará nos tecidos moles circunjacentes. O tratamento da polpa 
necrótica por meio de terapia endodôntica convencional ou da extração do dente resolverá 
a infecção. 
Quando a infecção perfura a lâmina cortical do processo alveolar, ela se dissemina por 
localizações anatômicas previsíveis. A localização da infecção oriunda de um dente específico 
é determinada por dois fatores principais: (1) a espessura do osso que cobre o ápice do dente 
e (2) a relação do local da perfuração no osso com as inserções musculares na maxila e 
mandíbula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DE TERAPIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
Princípio 1: Determinar a Gravidade da Infecção 
A maioria das infecções odontogênicas é branda e requer somente mínima terapia cirúrgica. 
Quando o paciente procura tratamento, o objetivo inicial é determinar a gravidade da 
infecção. Essa determinação é baseada na história completa da doença infecciosa atual e no 
exame físico. 
História completa 
A história da infecção do paciente segue as mesmas diretrizes gerais de qualquer história. O 
propósito inicial é descobrir a queixa principal do paciente. As queixas principais típicas de 
pacientes com infecçõessão: “Estou com dor de dentes”, “Meu maxilar está inchado” ou 
“Tenho um tumor na boca”. A queixa deve ser registrada com as próprias palavras do 
paciente. 
O próximo passo na história é determinar há quanto tempo a infecção está presente. 
Primeiramente, o cirurgião-dentista deve perguntar ao paciente sobre o tempo de início da 
infecção. Há quanto tempo o paciente apresentou os primeiros sintomas de dor, edema ou 
drenagem, os quais indicaram o início da infecção? O curso da infecção é então discutido. Os 
sintomas da infecção são constantes, são intermitentes ou o paciente está cada vez pior 
desde que se detectaram os primeiros sintomas? Finalmente, o profissional deve determinar 
a rapidez da progressão da infecção. A infecção progrediu rapidamente em poucas horas ou 
aumentou gradualmente ao longo de dias ou semanas? 
O próximo passo é descobrir informações sobre os sintomas do paciente. As infecções são, 
na verdade, uma resposta inflamatória grave, e os sinais cardinais da inflamação são 
clinicamente fáceis de identificar. Esses sinais e sintomas são, em termos latinos, dolor (dor), 
tumor (edema), calor (calor), rubor (eritema, vermelhidão) e functio laesa (perda de função). 
Finalmente, o cirurgião-dentista deve perguntar como o paciente se sente de maneira geral. 
Pacientes que se sentem fatigados, febris, fracos e doentes geralmente são classificados 
como tendo mal-estar. O mal-estar costuma indicar uma reação generalizada à infecção 
moderada agrave. 
Exame físico 
O primeiro passo no exame físico é obter os sinais vitais do paciente, incluindo temperatura, 
pressão sanguínea, taxa de pulso e frequência respiratória. A necessidade de avaliar a 
temperatura é óbvia. Pacientes que têm envolvimento sistêmico da infecção usualmente 
terão temperaturas elevadas. Pacientes com infecções graves terão temperaturas elevadas 
de 38,3 °C ou mais. 
O pulso do paciente aumentará com a elevação da temperatura. Taxas de pulso acima de 100 
batimentos por minuto (batimentos/minuto) não são incomuns em pacientes com infecções. 
Se a frequência do pulso subir acima de 100 batimentos/minuto, o paciente pode ter uma 
infecção grave e deverá ser tratado mais agressivamente. 
Finalmente, a frequência respiratória do paciente deve ser observada atentamente. Uma das 
principais considerações nas infecções odontogênicas é o potencial de obstrução parcial ou 
completa das vias aéreas superiores como resultado da extensão da infecção para os espaços 
fasciais profundos do pescoço. Ao mesmo tempo que as respirações são controladas, o 
cirurgião-dentista deve verificar cuidadosamente para assegurar-se de que as vias aéreas 
superiores estão desobstruídas e que o paciente é capaz de respirar sem dificuldade. A 
frequência respiratória normal é de 14 a 16 respirações por minuto (respirações/minuto). 
Pacientes com infecções de brandas a moderadas apresentam frequências respiratórias 
elevadas maiores do que 18 respirações/minuto. 
O cirurgião-dentista faz, então, o exame intraoral na busca da causa específica da infecção. 
Dentes gravemente cariados, um abscesso periodontal óbvio, doença periodontal grave, 
combinações de cáries e doença periodontal, ou uma fratura infectada de um dente ou de 
todo o maxilar podem estar presentes. O cirurgião-dentista deve inspecionar e palpar as 
áreas de tumefação e flutuação, assim como abscessos vestibulares localizados ou trajetos 
fistulosos. 
O próximo passo é realizar o exame radiográfico. Este usualmente consiste em radiografias 
periapicais indicadas. Ocasionalmente, contudo, radiografias extraorais, como a radiografia 
panorâmica, podem ser necessárias, por causa da abertura de boca limitada, sensibilidade 
ou outras circunstâncias atenuantes. 
Princípio 2: Avaliar o Estado dos Mecanismos de Defesa do Hospedeiro 
Parte da avaliação da história médica do paciente é destinada a estimar a capacidade do 
paciente de se defender contra a infecção. Diversos estados mórbidos e vários tipos de 
medicamentos usados podem comprometer essa capacidade. Pacientes 
imunocomprometidos apresentam maior tendência a infecções, e estas frequentemente se 
tornam mais sérias mais rapidamente. Portanto, para tratar essas infecções mais 
efetivamente, é importante ser capaz de identificar esses pacientes com defesas médicas 
comprometidas. 
Condições médicas que comprometem as defesas do hospedeiro 
 
 
Produtos farmacêuticos que comprometem as defesas do hospedeiro 
Pacientes que fazem uso de determinados medicamentos também são imunologicamente 
comprometidos. Agentes quimioterápicos contra o câncer podem diminuir a contagem de 
leucócitos circulantes a níveis baixos, comumente menores que 1.000 células por mililitro 
(células/mL). Quando isso ocorre, os pacientes ficam incapazes de se defender eficazmente 
contra a invasão bacteriana. Pacientes submetidos a terapia imunodepressora, geralmente 
para transplante deórgãos ou doença autoimune, estão debilitados. 
Os medicamentos comuns nessa categoria são ciclosporina, corticosteroides, tacrolimus 
(Prograf®) e azatioprina (Imuran®). Tais substâncias diminuem a função dos linfócitos T e B e 
da produção de imunoglobulina. Portanto, pacientes fazendo uso desses medicamentos são 
mais propensos a ter infecções graves. 
Princípio 3: Determinar Quando o Paciente Deve Ser Tratado por um Cirurgiãodentista 
Clínico ou Cirurgião Oral e Maxilofacial 
A maioria das infecções odontogênicas observadas pelo cirurgião-dentista pode ser tratada 
com a esperança de resolução rápida. Infecções odontogênicas, quando tratadas com 
pequenas cirurgias e antibióticos, se indicado, respondem quase sempre rapidamente. 
Contudo, algumas infecções odontogênicas põem potencialmente em risco a vida de seus 
portadores e requerem tratamento médico e cirúrgico agressivo. 
Quando um paciente com infecção odontogênica busca tratamento, o cirurgião-dentista 
deve ter uma série de critérios por meio dos quais possa analisar a seriedade da infecção. 
Quando todos os critérios ou alguns deles são identificados, o encaminhamento imediato 
deve ser considerado. 
 
Três critérios principais indicam o encaminhamento imediato a um hospital de emergência, 
em razão de ameaça iminente às vias aéreas. 
O primeiro critério é uma história de progressão muito rápida da infecção. Isso significa que 
a infecção começou um ou dois dias antes da consulta e está piorando rapidamente, com 
aumento progressivo da tumefação, da dor e outros sinais e sintomas associados. 
O segundo critério é a dificuldade de respirar (dispneia). Pacientes que têm tumefação grave 
do tecido mole das vias aéreas superiores como resultado de infecção podem ter dificuldade 
em manter uma via aérea patente. 
O terceiro critério de urgência é a dificuldade de deglutição (disfagia). Pacientes com 
infecções dos espaços fasciais profundos agudamente progressivas também podem ter 
dificuldade em deglutir sua própria saliva. 
Princípio 4: Tratamento Cirúrgico da Infecção 
O princípio básico no tratamento da infecção odontogênica é realizar a drenagem cirúrgica e 
remover a causa da infecção. O tratamento cirúrgico pode variar desde algo muito simples, 
como a abertura de um dente e a extirpação da polpa necrosada, até um tratamento muito 
complexo, como incisão ampla nos tecidos moles das regiões submandibular e cervical para 
uma infecção grave ou até mesmo drenagem aberta do mediastino. 
O objetivo principal no manejo cirúrgico da infecção é remover a causa da infecção, a qual 
comumente se origina de polpa necrosada ou de bolsa periodontal profunda. O objetivo 
secundário é promover a drenagem da secreção purulenta acumulada e dos resíduos 
necróticos. 
Quando um paciente tem infecção odontogênica típica, a aparência mais comum é um dente 
cariado com radiolucência periapical e um pequeno abscesso vestibular. Com essa 
apresentação, o cirurgião-dentista tem as seguintes opções cirúrgicas: tratamento 
endodôntico ou extração, com ou sem I&D. Se o dente não for extraído, deve ser aberto e 
sua polpa removida, o que resulta em eliminação da causa e drenagem limitada através do 
forame apical do dente. Se o dente não puder ser salvo ou restaurado, deve ser extraído o 
mais breve possível. 
O procedimento de I&D inclui a inserção de dreno para prevenir o fechamento prematuro da 
incisão na mucosa, o que pode permitir que a cavidade do abscesso se reforme. É importante 
lembrar que o objetivo cirúrgico é obter a drenagem adequada. Se a abertura endodôntica 
do dente não fornece a drenagem adequada do abscesso, é essencial executar a I&D. 
O sítio preferido para incisão intraoral é diretamente sobre a área de maior tumefação e 
inflamação. Contudo, é importante evitar a incisão sobre o freio ou sobre o caminho do nervo 
mental na região dos pré-molares inferiores. Quando os procedimentos de I&D são 
realizados extraoralmente, uma série mais complexa de critérios deve ser usada para 
selecionar o sítio de incisão. Uma vez selecionada a área para incisão, um método de controle 
da dor deve ser usado. A anestesia regional de bloqueio do nervo é preferida quando pode 
ser obtida por injeção em uma área distante do sítio de infecção. Alternativamente, a 
infiltração de solução anestésica local dentro e ao redor da área a ser drenada pode ser 
realizada. Uma vez que uma agulha de anestesia local tenha sido usada em um sítio 
infectado, não deve ser reutilizada em uma área não infectada. 
 
O dreno mais comumente usado para os abscessos intraorais é um dreno de Penrose estéril 
de 6,35 mm. Um substituto frequentemente usado é uma pequena tira esterilizada de dique 
de borracha ou de luva cirúrgica. Deve ser observada qualquer sensibilidade do paciente ao 
látex ao escolher o material do dreno. Um pedaço do dreno de comprimento adequado para 
atingir a profundidade da cavidade do abscesso é preparado e inserido dentro da cavidade 
usando 
uma pinça hemostática. O dreno é, então, suturado a uma margem da incisão com um fio 
não reabsorvível. A sutura deve ser colocada em tecido viável para prevenir a perda do dreno, 
pois ele pode romper-se por causa do tecido friável e não vital. 
O dreno deve permanecer no lugar até que a drenagem seja interrompida, usualmente por 
dois a cinco dias. A retirada é feita simplesmente cortando-se a sutura e deslizando-se o 
dreno para fora da ferida. 
Princípio 5: Suporte Médico para o Paciente 
A resistência sistêmica do paciente à infecção é talvez o determinante mais importante de 
um bom resultado. A resistência sistêmica do hospedeiro deve ser considerada em três áreas: 
(1) comprometimento do sistema imune, (2) controle de doenças sistêmicas e (3) reservas 
fisiológicas. 
Princípio 6: Escolher e Prescrever os Antibióticos Apropriados 
Estudos mostraram que mesmo a administração oral da penicilina promove o crescimento 
de organismos resistentes à penicilina na flora orofaríngea do paciente, da família do 
paciente e até mesmo nos colegas de trabalho e de estudo. Portanto, as seguintes diretrizes 
são recomendadas na escolha de um antibiótico específico. 
Determinar a necessidade de administração antibiótica 
Ao tomar essa determinação, três fatores devem ser considerados: 
(1) O primeiro fator é a gravidade da infecção quando o paciente procura o cirurgião-dentista. 
Se a infecção causou tumefação, progrediu rapidamente ou é uma celulite difusa, a evidência 
sustenta o uso de antibióticos além da terapia cirúrgica. 
(2) A segunda consideração é se o tratamento cirúrgico adequado pode ser obtido. Em muitas 
situações, a extração do dente causador pode resultar em rápida resolução da infecção. 
 
 
Uso rotineiro da terapia empírica 
 
 
 
 
Uso de antibiótico de espectro reduzido 
 
 
Uso de antibiótico com a menor incidência de toxicidade e efeitos colaterais 
Os antibióticos de gerações mais antigas, geralmente usados para infecções odontogênicas, 
apresentam incidência surpreendentemente baixa de problemas relacionados com a 
toxicidade. Os antibióticos de gerações mais recentes, contudo, podem apresentar 
toxicidade e interações medicamentosas significativas. Portanto, cada vez mais se torna mais 
importante que o clínico compreenda as toxicidades, os efeitos colaterais e interações 
medicamentosas das substâncias que ele possa prescrever. 
Uso de antibiótico bactericida, se possível 
Os antibióticos podem matar a bactéria (ou seja, antibióticos bactericidas) ou interferir em 
seu crescimento (ou seja, antibióticos bacteriostáticos). Antibióticos bactericidas usualmente 
interferem na produção da parede celular na bactéria recém-formada em crescimento. A 
parede celular defeituosa resultante não é capaz de suportar a diferença de pressão osmótica 
entre o citoplasma e o ambiente, e a célula bacteriana sofre lise (ou seja, morre). O 
antibiótico realmente mata a bactéria, de modo que osglóbulos brancos, sistema 
complemento e anticorpos do hospedeiro exercem um pequeno papel na luta contra a 
bactéria. 
Para pacientes com defesa comprometida, o medicamento de escolha devem ser os 
antibióticos bactericidas. Por exemplo, a penicilina, que é um antibiótico bactericida, deve 
ser preferida à azitromicina, que é um antibiótico bacteriostático, em um paciente em 
tratamento quimioterápico contra o câncer. 
Ter conhecimento do custo dos antibióticos 
Princípio 7: Administrar o Antibiótico Adequadamente 
Uma vez tomada a decisão de prescrever um antibiótico ao paciente, o medicamento deve 
ser administrado na dose e no intervalo apropriados. O fabricante geralmente recomenda a 
administração e dose apropriadas. A obtenção de níveis plasmáticos suficientemente altos 
para matar as bactérias sensíveis, mas não tão altos que causem toxicidade, é adequada. O 
pico do nível plasmático do medicamento deve ser geralmente pelo menos quatro ou cinco 
vezes a concentração inibitória mínima para a bactéria envolvida na infecção. 
Princípio 8: Avaliar o Paciente Frequentemente 
Após a cirurgia e a terapia antibiótica, o paciente deve ser cuidadosamente monitorado em 
relação à resposta ao tratamento e complicações. Na maioria das situações, deve ser 
orientado a retornar ao cirurgião-dentista dois a três dias após completar a terapia original. 
Tipicamente, o paciente melhorou muito. Se a terapia for bem-sucedida, o edema e a dor 
devem ter diminuído drasticamente. O cirurgião-dentista deve checar o sítio da I&D para 
determinar se o dreno deve ser removido nesse momento. Outros parâmetros, como 
temperatura corporal, trismo, edema e a sensação subjetiva de melhora do paciente, 
também devem ser avaliados. 
 
PRINCÍPIOS DE PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES 
O uso de antibióticos para tratar infecção estabelecida é bem aceito e é uma técnica bem 
definida. Esses medicamentos promovem maior assistência para o paciente em combater 
uma infecção estabelecida. O uso de antibióticos para prevenção (ou seja, profilaxia) da 
infecção é menos amplamente aceito. A seção final deste capítulo discute o uso de 
antibióticos para profilaxia de dois tipos distintos de infecção. O uso de antibióticos para 
prevenir a infecção da ferida após a cirurgia é apresentado primeiramente, seguido por uma 
discussão do uso antibiótico para prevenir infecção metastática. 
 
PRINCÍPIOS DE PROFILAXIA DA INFECÇÃO DE FERIDAS 
 
Princípio 1: O Procedimento Deve Ter Risco Significativo de Infecção 
 
Princípio 2: Escolha do Antibiótico Correto 
A escolha do antibiótico para profilaxia contra infecções após cirurgia na cavidade oral deve 
ser baseada nos seguintes critérios: 
Primeiro, o antibiótico deve ser efetivo contra os organismos mais prováveis de causar 
infecção na cavidade oral. Como previamente discutido, os estreptococos facultativos são 
usualmente os organismos invasores originais na infecção oral. 
Segundo, o antibiótico escolhido deve ser de pequeno espectro. Usando um antibiótico de 
pequeno espectro, o risco de alterar a flora do hospedeiro é minimizado. 
Terceiro, o antibiótico deve ser o menos tóxico disponível para o paciente. Finalmente, o 
medicamento selecionado deve ser um antibiótico bactericida. Como muitos dos usos 
profiláticos rotineiros dos antibióticos no consultório dentário são para pacientes com 
defesas comprometidas, é importante assegurar que o antibiótico efetivamente mata a 
bactéria. 
Levando em consideração esses quatro critérios, o antibiótico de escolha para profilaxia 
antes da cirurgia oral é a penicilina ou amoxicilina. Esses dois antibióticos são efetivos contra 
os organismos causadores (i.e., Streptococcus), têm espectro reduzido de atividade, têm 
baixa toxicidade e são bactericidas. Para pacientes alérgicos à penicilina, a melhor escolha é 
a clindamicina. A clindamicina é um antibiótico de pequeno espectro, bastante eficaz contra 
os estreptococos orais, e é bacteriostático. A terceira escolha para administração oral para 
profilaxia é a azitromicina. A azitromicina é um antibiótico de pequeno espectro, 
razoavelmente efetivo contra os organismos usuais e também bacteriostático. 
Princípio 3: O Nível Plasmático do Antibiótico Deve Ser Elevado 
Quando antibióticos são usados profilaticamente, seus níveis no plasma devem ser mais altos 
do que quando são usados terapeuticamente. Os níveis de pico plasmático devem ser altos 
para assegurar a difusão do antibiótico dentro de todos os fluidos e espaços teciduais nos 
quais a cirurgia será realizada. A recomendação usual para profilaxia é que o medicamento 
deve ser dado em uma dose de pelo menos duas vezes a dose terapêutica usual. 
Princípio 4: Momento Correto da Administração Antibiótica 
Para o antibiótico ser maximamente efetivo na prevenção da infecção pós -operatória, deve 
ser administrado duas horas antes ou menos antes do início da cirurgia. O tempo de dosagem 
antes da cirurgia varia dependendo da via utilizada, permitindo a absorção do antibiótico 
pelos tecidos no momento cirúrgico. Para a via oral, é usualmente de uma hora; com a via 
intravenosa, um intervalo de dosagem pré-operatório mais curto é possível. 
Princípio 5: Uso do Menor Tempo Possível de Exposição ao Antibiótico que Seja Eficaz 
Para que a profilaxia antibiótica seja eficaz, o antibiótico deve ser administrado antes do 
início da cirurgia, e devem-se manter níveis plasmáticos adequados durante o procedimento 
cirúrgico. Uma vez concluída a cirurgia, a administração continuada do antibiótico produz 
pouco, se algum, benefício. Se o procedimento for de curta duração, uma única dose pré- 
operatória é adequada 
PRINCÍPIOS DE PROFILAXIA DA INFECÇÃO METASTÁTICA 
A infecção metastática é definida como a que ocorre em localização distante da porta de 
entrada das bactérias. O exemplo clássico e mais largamente conhecido desse fenômeno é a 
endocardite bacteriana, que surge a partir de bactérias introduzidas na circulação em 
consequência da extração dentária. 
 
Profilaxia da Endocardite Infecciosa 
As novas diretrizes indicam profilaxia somente para o paciente com maior risco de 
endocardite, incluindo aqueles com endocardite prévia, válvulas cardíacas protéticas, 
defeitos cardíacos congênitos cianóticos que não foram reparados ou que têm defeitos 
parciais remanescentes após o reparo, e pacientes transplantados cardíacos com 
valvulopatia. Isso reduzirá significativamente o número de pacientes odontológicos para os 
quais a profilaxia é indicada. 
A profilaxia da endocardite bacteriana é obtida para a maioria das condições de rotina com 
a administração de 2g de amoxicilina oralmente meia hora a uma hora antes do 
procedimento. A amoxicilina é o medicamento de escolha, pois é mais bem absorvida pelo 
trato GI e fornece níveis plasmáticos maiores e mais sustentáveis.