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SUMÁRIO
Legislação Empresarial.........................................................................................................4
Introdução...........................................................................................................................4
TEMA 01.............................................................................................................................. 5
Tipologia Empresarial................................................................................................................. 5
TEMA 02............................................................................................................................ 15
Registro de Empresa................................................................................................................. 15
TEMA 03............................................................................................................................ 22
Tipos de Contratos Empresariais.............................................................................................. 22
TEMA 04............................................................................................................................ 30
Nome Empresarial.................................................................................................................... 30
TEMA 05............................................................................................................................ 39
Constituição das Sociedades Contratuais................................................................................. 39
TEMA 06............................................................................................................................ 46
Regimes Tributários.................................................................................................................. 46
TEMA 07............................................................................................................................ 52
Obrigações Tributárias..............................................................................................................52
3
LEGISLAÇÃO EMPRESARIAL
INTRODUÇÃO
A Legislação Empresarial desempenha um papel essencial na administração de qualquer
negócio, pois abrange as leis e regulamentos que governam as empresas. Com um entendimento
adequado dessa área, é possível navegar de forma eficiente no mundo dos negócios, mitigando riscos
e aproveitando oportunidades.
Conhecer a legislação, os contratos e os regimes tributários aplicáveis ao seu negócio é
fundamental para o desenvolvimento de um projeto pessoal, profissional ou empreendimento
produtivo. Isso permitirá estabelecer objetivos, avaliar recursos necessários e definir um modelo de
negócios sólido.
Ao concluir este curso, espera-se que você tenha adquirido uma compreensão clara e prática
da Legislação Empresarial, preparando-o para gerir seu próprio negócio ou assumir uma posição de
liderança em uma organização. Vamos começar!
TEMA 01
Tipologia Empresarial
Habilidades:
● Compreensão da Tipologia Empresarial: O aluno aprenderá a distinguir os diferentes
tipos de estruturas empresariais e suas características específicas.
● Avaliação e Seleção: O aluno será capaz de identificar qual tipo de empresa é mais
adequada para um negócio ou projeto específico.
● Aprimoramento da Visão Estratégica: Compreendendo a tipologia empresarial, o
aluno será capaz de fazer escolhas estratégicas melhores e mais informadas para a criação e
desenvolvimento de um negócio.
Disponível em: <https://shre.ink/9xLa> Acesso em: 18 de Jul. 2023.
O universo empresarial é amplo e diversificado, com uma multiplicidade de formas e
tamanhos de empresas. Independentemente do tamanho ou estrutura, todas as empresas estão
sujeitas à legislação empresarial, que define os seus direitos e obrigações. Neste capítulo, vamos
explorar diferentes tipos de empresas: empresário individual, sociedade empresarial, microempresa e
empresa de pequeno porte, microempreendedor individual (MEI) e empresas sem fins lucrativos.
Cada uma destas formas de empresa tem características únicas, vantagens e desvantagens, bem
como regulamentos e requisitos legais específicos.
5
https://shre.ink/9xLa
Empresário Individual
Nessa modalidade, não há distinção entre o patrimônio da pessoa física (titular) e o
da pessoa jurídica (empresa).
O Empresário Individual apresenta diversas vantagens, sendo um processo mais
simplificado e menos burocrático para iniciar uma atividade empresarial. A sua estrutura simplificada
torna-o especialmente atrativo para pequenos empreendedores, uma vez que não requer um capital
social mínimo para sua formação e possui um processo de abertura mais simplificado em comparação
com outros tipos de empresas.
Entretanto, uma questão importante que deve ser levada em consideração, ao optar pelo
modelo de Empresário Individual, é que o dono do negócio assume todos os riscos e
responsabilidades da empresa com seus bens pessoais. Isso acontece porque, do ponto de vista
jurídico, não há distinção entre o patrimônio do empresário e o patrimônio da empresa. Em caso de
endividamento, o patrimônio pessoal do Empresário Individual pode ser utilizado para saldar as
dívidas. Esta é uma desvantagem importante, pois cria um risco financeiro adicional.
Nesse sentido, pode ser interessante considerar a constituição de uma Empresa Individual
de Responsabilidade Limitada (EIRELI) ou de uma Sociedade Limitada Unipessoal (SLU), que
possuem a vantagem de separar o patrimônio pessoal do empresário do patrimônio da empresa.
O Empresário Individual (EI) também tem a possibilidade de aderir ao Simples Nacional, que é
um regime tributário diferenciado e simplificado, aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte. No Simples Nacional, o EI recolhe vários impostos e contribuições em uma única guia, o que
simplifica a gestão fiscal da empresa.
EIRELI - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada: A EIRELI é uma modalidade de
empresa que foi criada para proteger o patrimônio pessoal do empresário. Nesse formato, o
patrimônio da pessoa física não se mistura com o da pessoa jurídica. Assim, se a empresa tiver
dívidas, apenas o patrimônio social da empresa será usado para quitá-las, e não os bens pessoais do
empresário. Isso é conhecido como limitação de responsabilidade.
Para abrir uma EIRELI, no entanto, é necessário um capital mínimo, que deve ser integralizado
no momento da abertura da empresa. Esse capital deve ser equivalente a 100 vezes o salário mínimo
vigente.
6
Exemplo:
Imagine que Maria é uma profissional bem-sucedida na área de consultoria de negócios. Ela
acumulou uma quantidade considerável de economias ao longo dos anos e quer abrir sua própria
empresa de consultoria. Maria não tem nenhum parceiro de negócios, por isso ela quer ser a única
proprietária.
Maria decide abrir uma EIRELI, já que ela tem o capital necessário para a integralização no
momento da abertura da empresa. Com a EIRELI, Maria pode ser a única proprietária da empresa e
seu patrimônio pessoal estará protegido. Se a empresa de consultoria de Maria contrair dívidas,
apenas o patrimônio da empresa será usado para quitá-las. Os bens pessoais de Maria, como sua
casa e sua poupança pessoal, estarão seguros.
SLU - Sociedade Limitada Unipessoal (SLU):A Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) é uma
modalidade que foi introduzida pela Medida Provisória nº 881/2019, conhecida como MP da
Liberdade Econômica. Com a SLU, tornou-se possível abrir uma sociedade limitada com apenas um
sócio, o que antes era vedado pela legislação brasileira.
Diferentemente da EIRELI, a SLU não exige um capital mínimo para a sua constituição. Além
disso, a responsabilidade do sócio também é limitada ao valor do capital social, o que significa que os
bens pessoais do sócio não podem ser usados para pagar dívidas da empresa.
Ambas as modalidades, EIRELI e SLU, oferecem a vantagem delimitar a responsabilidade do
empresário e separar o patrimônio pessoal do patrimônio da empresa. Essas formas de empresa são
interessantes para profissionais que trabalham sozinhos e desejam ter uma empresa para formalizar
suas atividades, mas querem evitar os riscos de ter seu patrimônio pessoal comprometido em caso
de dívidas da empresa.
Exemplo
João é um programador que trabalha como freelancer. Ele tem uma carteira sólida de
clientes e deseja formalizar sua atividade, mas não tem um capital inicial muito grande para abrir
uma EIRELI.
João decide abrir uma Sociedade Limitada Unipessoal (SLU). Essa modalidade permite que ele
seja o único proprietário da empresa sem exigir um capital mínimo. Assim, ele pode formalizar seu
negócio sem fazer um grande investimento inicial. Além disso, com a SLU, o patrimônio pessoal de
João está protegido. Se a empresa de João contrair dívidas, apenas o patrimônio da empresa será
usado para quitá-las. Os bens pessoais de João, como seu carro e suas economias pessoais, estarão
7
seguros.
Sociedade Empresarial
A Sociedade Empresarial é formada quando duas ou mais pessoas se unem para exercer uma
atividade econômica, visando lucro. Os sócios podem ser pessoas físicas ou jurídicas, e a
responsabilidade de cada um varia de acordo com o tipo de sociedade.
A principal vantagem da Sociedade Empresarial é que ela permite a reunião de recursos
(capitais, habilidades, conhecimentos, etc.) de diferentes sócios para a criação de um negócio. A
responsabilidade dos sócios também pode ser limitada, dependendo do tipo de sociedade,
protegendo o patrimônio pessoal dos sócios. No entanto, a criação e gestão de uma Sociedade
Empresarial são processos mais complexos e exigem mais formalidades do que o Empresário
Individual.
Dentro da Sociedade Empresarial, além das sociedades limitadas e anônimas, existem outras
formas de sociedade, tais como a Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples e
por Ações, e a Sociedade Cooperativa. Cada tipo tem suas particularidades em relação à
responsabilidade dos sócios, gestão e distribuição de lucros.
Sociedade Limitada (LTDA): A Sociedade Limitada é o tipo de sociedade mais comum no
Brasil. Ela é caracterizada por ter o capital social dividido em cotas e a responsabilidade dos sócios
limitada ao valor de suas cotas. Isso significa que, em caso de falência, os bens pessoais dos sócios
não são usados para pagar as dívidas da empresa.
Exemplo: João e Maria são dois amigos que decidem abrir uma loja de roupas. Eles optam
por abrir uma Sociedade Limitada, pois essa forma permite que a responsabilidade de cada um seja
limitada ao valor de suas cotas na empresa. Assim, caso a loja contraia dívidas, os bens pessoais de
João e Maria estarão protegidos.
Sociedade Anônima (S.A.): A Sociedade Anônima é caracterizada por ter o capital social
dividido em ações. Diferentemente da sociedade limitada, a sociedade anônima pode ser aberta, ou
seja, pode ter suas ações negociadas em bolsa de valores, ou fechada, quando as ações não são
negociadas em bolsa. A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas.
Exemplo: A CyberTech, uma startup de tecnologia em inteligência artificial, decide
transformar-se em uma Sociedade Anônima (S.A.) para financiar sua expansão. A empresa planeja
emitir ações na bolsa de valores através de um IPO, permitindo que os investidores se tornem
acionistas e limitando a responsabilidade deles ao valor das ações adquiridas. Isso permitirá à
CyberTech captar os recursos necessários para seu crescimento e oferecer participação nos lucros a
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um número maior de investidores.
Sociedade em Nome Coletivo: Este tipo de sociedade é caracterizado por ter apenas sócios
pessoas físicas, que respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Isto é, caso a
empresa tenha dívidas, todos os sócios respondem com seus bens pessoais pelo pagamento, mesmo
que um sócio tenha uma participação menor no capital social.
Exemplo: Consideremos o caso de três profissionais renomados na área de consultoria de
marketing: Laura, Ricardo e Marina. Eles têm experiência sólida e decidem unir suas competências
para formar uma sociedade, a "LRM Consultoria".
Eles escolhem a Sociedade em Nome Coletivo como o formato ideal para seu negócio, já que
todos desejam participar ativamente na gestão da empresa e estão confiantes de que podem
administrá-la eficazmente juntos.
Nessa modalidade, todos os sócios assumem responsabilidade solidária e ilimitada pelas
obrigações da sociedade, o que significa que qualquer um deles pode ser chamado a responder por
toda a dívida da empresa, se necessário, e isso incentiva cada sócio a trabalhar com diligência e
cuidado, sabendo que seu patrimônio pessoal pode estar em risco.
Sociedade em Comandita Simples: é um tipo de sociedade comercial que se caracteriza por
ter dois tipos de sócios: os comanditados, que administram o negócio e possuem responsabilidade
ilimitada pelas obrigações sociais, respondendo com seu patrimônio pessoal em caso de dívidas; e os
comanditários, que não participam da gestão e têm responsabilidade limitada ao valor de suas cotas.
Este modelo é interessante para investidores que desejam contribuir com capital e se beneficiar dos
lucros, mas não desejam envolver-se na gestão do negócio.
Exemplo: Roberto, um chefe de cozinha, quer abrir um restaurante, mas não possui capital.
Seu amigo, Carlos, um empresário, decide investir no sonho de Roberto, mas não deseja se envolver
na administração do negócio. Eles formam uma Sociedade em Comandita Simples: Roberto se torna o
sócio comanditado, responsável pela administração do restaurante e pelas obrigações da empresa,
enquanto Carlos se torna o sócio comanditário, com responsabilidade limitada ao valor de seu
investimento.
Sociedade em Comandita por Ações: A Sociedade em Comandita por Ações é uma mistura
de Sociedade em Comandita Simples e Sociedade Anônima. Ela tem dois tipos de sócios: os
comanditados, que são responsáveis pela administração da empresa e respondem de forma ilimitada
pelas dívidas da empresa, e os comanditários, que são investidores e respondem apenas até o limite
do valor de suas ações.
Exemplo: A família Silva possui uma fábrica de móveis. O patriarca, Sr. Silva, é o comanditado,
responsável pela administração do negócio e assume a responsabilidade ilimitada pelas dívidas da
empresa. Os filhos, que herdarão o negócio, mas não querem se envolver diretamente na
administração, são os comanditários, limitando sua responsabilidade ao valor de suas ações.
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Sociedade Cooperativa: A Sociedade Cooperativa é um tipo de sociedade onde todos os
sócios têm direitos e deveres iguais, independentemente do valor de sua contribuição para o capital
social. O objetivo desse tipo de sociedade não é gerar lucro, mas sim fornecer serviços de qualidade
para seus membros. Em caso de lucro, este é dividido entre os membros de forma igual.
Exemplo: Vamos considerar um grupo de 20 pequenos agricultores que vivem em uma
mesma região rural. Eles cultivam produtos orgânicos variados, mas enfrentam dificuldades para
comercializar suas produções de maneira rentável devido a intermediários e ao acesso limitado aos
mercados.
Para superar essas dificuldades, esses agricultores decidem unir forças e formar uma
Sociedade Cooperativa, chamada "Cooperativa Orgânica da Terra". Por meio desta cooperativa, eles
compartilham recursos, compram insumos em maior volume a preços mais baixos, vendem seus
produtos diretamente aos consumidores e distribuem os lucros de maneira igual entre todos os
membros.
Eles também realizam reuniões periódicas para tomar decisões sobre a gestão da
cooperativa, onde cada agricultor tem um voto, garantindo que todos tenham voz igual na tomada de
decisões. Essa estrutura da Sociedade Cooperativa beneficia todos os agricultores membros,
permitindo-lhes melhorar sua condição econômica esua capacidade de influenciar as decisões que
afetam diretamente suas vidas e suas fazendas.
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte - ME e EPP
10
Disponível em: <https://shre.ink/9xMP>. Acesso em: 18 de Jul. 2023.
A Microempresa (ME) e a Empresa de Pequeno Porte (EPP) são categorias de empresas
definidas com base em seu faturamento anual. De acordo com o Estatuto Nacional da Microempresa
e da Empresa de Pequeno Porte, a microempresa é aquela que possui receita bruta anual igual ou
inferior a R$ 360.000,00. Já a Empresa de Pequeno Porte é a que tem receita bruta anual superior a
R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00.
Esses tipos de empresas possuem vantagens específicas, como um regime tributário
simplificado (Simples Nacional), facilidades de crédito, preferência em compras governamentais,
entre outras. No entanto, essas empresas também enfrentam limitações, especialmente em termos
de expansão, já que ultrapassar os limites de receita estabelecidos pode resultar na perda desses
benefícios.
Embora a vantagem principal da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte seja a
possibilidade de aderir ao Simples Nacional, é importante lembrar que alguns negócios são vedados a
optar por esse regime tributário. Outra vantagem relevante é a preferência nas aquisições de bens e
serviços pelos órgãos públicos.
Exemplo: Paula é uma talentosa designer de jóias artesanais. Ela decide transformar seu
hobby em um negócio e abre uma pequena loja, a "Bijuterias da Paula". No primeiro ano, suas
vendas são crescentes e o faturamento fica abaixo do limite estabelecido para Microempresas.
Com o sucesso de suas criações, Paula contrata alguns funcionários e amplia seu negócio. No
segundo ano, o faturamento aumenta e ultrapassa o limite para Microempresa, mas ainda está
abaixo do limite para Empresa de Pequeno Porte.
Portanto, no primeiro ano, "Bijuterias da Paula" se enquadra como Microempresa, devido ao
11
https://shre.ink/9xMP
seu baixo faturamento. No segundo ano, com o crescimento do faturamento, a empresa se enquadra
como Empresa de Pequeno Porte. Este enquadramento permite a Paula se beneficiar de uma série de
vantagens fiscais e regulatórias proporcionadas pelo estatuto das micro e pequenas empresas.
Microempreendedor Individual - MEI
O Microempreendedor Individual (MEI) é uma categoria empresarial criada para formalizar
pessoas que trabalham por conta própria em atividades permitidas pela legislação. A receita bruta
anual permitida para o MEI é de até R$ 81.000,00. O MEI é um empresário individual e tem como
característica principal a limitação de ter apenas um empregado.
Os benefícios para quem se formaliza como MEI incluem: carga tributária reduzida com
pagamento mensal fixo, acesso a benefícios previdenciários, possibilidade de emissão de notas
fiscais, entre outros. O processo de registro como MEI também é simples e pode ser feito
inteiramente online.
Apesar das vantagens, o MEI também tem limitações. Além do limite de faturamento, o MEI
pode ter apenas um empregado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Além disso,
algumas atividades empresariais não são permitidas para MEI.
O MEI também tem limitações relativas às atividades que pode exercer. Existem centenas de
atividades permitidas, e a lista completa é atualizada regularmente pelo Comitê Gestor do Simples
Nacional. Além disso, o MEI tem acesso a benefícios previdenciários, desde que pague mensalmente
o boleto DAS-MEI, que é o Documento de Arrecadação do Simples Nacional do Microempreendedor
Individual.
Exemplo: José é um eletricista talentoso que sempre trabalhou por conta própria, prestando
serviços para residências e pequenas empresas em sua cidade. Apesar de ter uma boa clientela e
prestar um serviço de qualidade, ele sempre trabalhou de maneira informal.
Decidindo regularizar sua situação, José opta por se tornar um Microempreendedor
Individual (MEI). Com essa formalização, ele obtém um CNPJ, o que facilita a abertura de uma conta
bancária empresarial e a emissão de notas fiscais para seus clientes.
Além disso, como MEI, José passa a contribuir para o INSS, garantindo direitos previdenciários
como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade.
A decisão de se tornar MEI proporciona a José a possibilidade de expandir seus negócios,
trabalhar de forma regularizada e garantir benefícios para o seu futuro, sem grandes complicações ou
custos elevados.
12
Empresas Sem Fins Lucrativos
As Empresas Sem Fins Lucrativos, também conhecidas como organizações não
governamentais (ONGs) ou entidades de interesse social, são entidades que têm como objetivo
principal proporcionar o bem-estar social, sem a intenção de distribuir lucros aos seus associados ou
dirigentes. Elas podem atuar em diversas áreas, como educação, saúde, meio ambiente, cultura,
entre outras. As empresas sem fins lucrativos também podem receber doações e verbas
governamentais, que devem ser aplicadas integralmente no Brasil, na manutenção e
desenvolvimento dos seus objetivos institucionais.
No entanto, gerir uma empresa sem fins lucrativos apresenta desafios. A captação de
recursos pode ser difícil e a gestão deve ser transparente e eficiente para garantir a confiança dos
doadores e a boa aplicação dos recursos. Além disso, mesmo sendo sem fins lucrativos, essas
empresas devem ser geridas de forma profissional, com planejamento e gestão adequados. É
fundamental que tais empresas mantenham suas obrigações acessórias em dia, como a entrega da
Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS) e da Escrituração Contábil Fiscal (ECF),
para que possam gozar das isenções e imunidades tributárias previstas em lei.
Exemplo: Imagine o caso de Ana, uma educadora apaixonada com longa experiência no
ensino de crianças carentes. Ela sempre sonhou em criar um projeto que pudesse proporcionar uma
educação de qualidade para crianças de comunidades desfavorecidas.
Para transformar seu sonho em realidade, Ana decide fundar uma Organização Não
Governamental (ONG) chamada "Educar Para Crescer". Esta entidade, sendo uma empresa sem fins
lucrativos, reinveste todo o dinheiro arrecadado em sua missão principal: proporcionar educação de
alta qualidade para crianças carentes.
A "Educar Para Crescer" se mantém através de doações, subvenções, parcerias e outras
formas de captação de recursos. Seu objetivo principal não é gerar lucro para distribuição entre
sócios ou acionistas, mas sim promover uma mudança positiva na sociedade, melhorando as
perspectivas de futuro das crianças que atende.
Assim, através da formação da ONG "Educar Para Crescer", Ana consegue estabelecer uma
empresa sem fins lucrativos que cumpre uma função social importante e transforma a vida de muitas
crianças.
13
Entender a tipologia empresarial é essencial para o sucesso de um empreendimento. Cada
tipo de empresa tem suas características, vantagens, desvantagens e obrigações legais específicas. A
escolha do tipo de empresa a ser aberta deve levar em conta fatores como atividade, capital
disponível, mercado de atuação, entre outros.
Neste capítulo, exploramos as estruturas empresariais, incluindo empresário individual,
sociedade empresarial, microempresa, empresa de pequeno porte, microempreendedor individual
(MEI) e empresas sem fins lucrativos, cada uma com requisitos e implicações legais distintas. No
próximo capítulo, abordaremos os tipos de contratos empresariais.
1. O que é um Empresário Individual e quais são as suas principais características?
2. Quais são os critérios para classificar uma empresa como Microempresa (ME) ou Empresa de
Pequeno Porte (EPP)?
3. Quais são as limitações para quem se formaliza como Microempreendedor Individual (MEI)?
4. Que tipo de entidade é conhecida como Empresa Sem Fins Lucrativos?
5. Quais são algumas das vantagens das Sociedades Empresariais?
6. Por que a escolha do tipo de empresa é crucial para o sucesso de um empreendimento?
7. Quais são as vantagens e desvantagensde ser um Empresário Individual?
8. Quais são os benefícios de se formalizar como MEI e como isso difere das vantagens de uma
Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte?
9. Com base em suas características, vantagens e desvantagens, em que situação seria mais
apropriado escolher abrir uma Sociedade Empresarial em vez de se tornar um Empresário
Individual?
10. Com base em suas características, vantagens e desvantagens, em que situação seria mais
apropriado escolher abrir uma Sociedade Limitada em vez de uma Sociedade Anônima, ou se
tornar um Empresário Individual?
14
TEMA 02
Registro de Empresa
Habilidades:
● Entendimento do Processo de Registro: Com o estudo desse capítulo, obtém-se um
entendimento completo das etapas envolvidas no registro de uma empresa.
● Seleção de CNAE: É possível aprender a identificar e selecionar o Código Nacional de
Atividades Econômicas (CNAE) correto para o negócio em questão.
● Habilidades de Planejamento: Desenvolve-se habilidades de planejamento
necessárias para organizar adequadamente os prazos e documentos requeridos no registro de uma
empresa.
Disponível em: <https://shre.ink/9x4Z>. Acesso em: 18 de Jul. 2023.
O registro de uma empresa é um processo legal e administrativo crucial que legitima sua
operação. Este processo varia, dependendo do tipo de negócio, localização e exigências regulatórias
específicas, mas, de maneira geral, envolve várias etapas que vão desde a definição do tipo de
empresa até a obtenção das licenças e permissões necessárias para operar. Neste capítulo,
exploraremos o processo de registro de empresa no Brasil.
15
https://shre.ink/9x4Z
A Importância do Registro de Empresa
O registro de uma empresa é um passo essencial para qualquer empreendedor. Ele não só
legitima o negócio perante as autoridades, mas também proporciona uma série de benefícios. O
registro permite que a empresa opere legalmente, emita notas fiscais, contrate funcionários sob a
CLT, tenha acesso a linhas de crédito e participe de licitações públicas.
Além disso, o registro protege o nome da empresa contra o uso indevido e garante direitos e
proteções legais ao empreendedor. Uma empresa registrada também transmite mais confiança aos
clientes, fornecedores e parceiros de negócios.
Escolha do Nome e Marca da Empresa
A escolha do nome empresarial é um passo importante e deve ser pensado com cuidado. O
nome empresarial, ou razão social, é a identificação oficial da empresa perante os órgãos públicos e o
mercado.
Após a escolha do nome, é necessário verificar sua disponibilidade. Isso é feito por meio de
uma pesquisa no banco de dados da Junta Comercial do estado onde a empresa será registrada. Se o
nome já estiver sendo utilizado por outra empresa, será necessário escolher um novo.
Identificação do Tipo de Empresa e do Código Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE)
O próximo passo é a definição do tipo de empresa, que já discutimos no Capítulo 1. Além
disso, é necessário identificar o Código Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da atividade
principal e das atividades secundárias da empresa.
O CNAE é o sistema que identifica as unidades produtivas do Brasil de acordo com a atividade
econômica que executam. Consiste em uma lista padronizada de códigos que classifica cada atividade
econômica existente no país. Toda empresa deve definir qual é a sua atividade principal e suas
atividades secundárias, se houver, com base nessa lista de códigos.
Os códigos CNAE são determinados pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA), que é
coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A lista de códigos CNAE está
disponível no site da CONCLA e também na Receita Federal.
16
A atividade econômica da empresa também influencia a escolha do tipo empresarial. Por
exemplo, nem todas as atividades econômicas são permitidas para Microempreendedores Individuais
(MEI). Existe uma lista de atividades que podem ser exercidas por MEIs, que é estabelecida pelo
Comitê Gestor do Simples Nacional. Se a atividade econômica desejada não estiver nessa lista, o
empreendedor não poderá se formalizar como MEI e terá que escolher outro tipo empresarial.
Da mesma forma, a legislação brasileira estabelece certas restrições para a atividade
econômica de Empresas Sem Fins Lucrativos. Essas empresas não podem ter como objetivo a
obtenção de lucros e sua atividade deve estar relacionada a fins sociais, culturais, educacionais,
científicos, recreativos ou de proteção ao meio ambiente.
Portanto, é importante verificar se a atividade econômica desejada é compatível com o tipo
empresarial escolhido. Se houver incompatibilidade, o empreendedor terá que reavaliar sua escolha
do tipo empresarial ou considerar outras atividades econômicas.
Para identificar o CNAE adequado para a atividade econômica de uma empresa, o
empreendedor pode utilizar a ferramenta de busca disponível no site da CONCLA. Essa ferramenta
permite pesquisar os códigos CNAE por palavras-chave relacionadas à atividade econômica. Uma vez
identificado o código, ele deve ser informado durante o processo de registro da empresa.
O tempo necessário para registrar uma empresa pode variar consideravelmente, e depende
de vários fatores, como:
● O tipo de empresa;
● A complexidade do negócio;
● A localização geográfica;
● A eficiência dos órgãos públicos envolvidos.
Registro na Junta Comercial (âmbito estadual)
Após a definição do nome empresarial, do tipo da empresa e do CNAE, o próximo passo é o
registro na Junta Comercial ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica. No Brasil, as Juntas
Comerciais são responsáveis pelo registro, fé pública e publicidade dos atos mercantis. Este registro
confere personalidade jurídica à empresa, o que significa que ela passa a ter direitos e obrigações.
O processo de registro na Junta Comercial varia de acordo com o tipo de empresa, mas
geralmente envolve a apresentação de diversos documentos, como o Contrato Social ou
Requerimento de Empresário Individual, documentos dos sócios ou empresários, e pagamento de
taxas. Após a entrega de todos os documentos necessários, a empresa geralmente é registrada
dentro de uma semana. No entanto, em alguns casos, pode levar até 30 dias.
17
Receita Federal - Obtenção do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ) (âmbito federal):
Após o registro na Junta Comercial, a empresa deve obter o Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) na Receita Federal, isso é feito eletronicamente pelo site da Receita Federal. O CNPJ é
o registro da empresa no sistema tributário brasileiro e é necessário para a abertura de conta
bancária, emissão de notas fiscais e contratação de funcionários, entre outras coisas.
A obtenção do CNPJ geralmente é rápida e pode ser concluída em um dia útil, desde que
todas as informações fornecidas estejam corretas e completas.
Prefeitura (âmbito municipal):
Com o CNPJ em mãos, a empresa deve então fazer o registro na prefeitura do município onde
está localizada. Isso geralmente envolve a obtenção do Alvará de Funcionamento, que autoriza o
funcionamento da empresa. O processo para obter o alvará varia de cidade para cidade, mas
geralmente envolve uma inspeção do local de negócio e o pagamento de uma taxa.
O tempo necessário para obter um Alvará de Funcionamento pode variar consideravelmente
dependendo da cidade. Em algumas cidades, pode ser possível obter o alvará em alguns dias,
enquanto em outras pode levar várias semanas.
Órgãos estaduais:
Além do registro na Junta Comercial, a empresa pode precisar se registrar em outros órgãos
estaduais, dependendo do tipo de atividade que realiza. Por exemplo, empresas que vendem
produtos geralmente precisam se inscrever no cadastro de contribuintes do ICMS, que é feito na
Secretaria de Estado da Fazenda.
A inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS geralmente leva cerca de uma semana, mas
pode levar mais tempo em alguns casos.
18
Órgãos de regulamentação profissional e Obtenção de Licenças
(âmbito federal):Dependendo da atividade da empresa, pode ser necessário o registro em órgãos de
regulamentação profissional, como Conselhos Regionais. Por exemplo, uma empresa de contabilidade
precisa se registrar no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
Além disso, é necessário obter as licenças e permissões para operar, isso pode incluir a
Licença Ambiental, a Licença Sanitária, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), entre
outras. O tempo necessário para registrar a empresa em um conselho profissional pode variar
dependendo do conselho e do tipo de empresa.
Previdência Social (âmbito federal):
Após a obtenção do CNPJ, a empresa tem até 30 dias para se registrar na Previdência Social,
independentemente de ter ou não funcionários.
O registro na Previdência Social geralmente pode ser concluído em um dia útil.
Caixa Econômica Federal (âmbito federal)
Se a empresa tiver empregados, deve se cadastrar no sistema de Conectividade Social da
Caixa Econômica Federal. Este sistema é usado para o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS) e das contribuições sociais.
Por fim, é importante lembrar que a empresa deve manter todos os seus registros e licenças
em dia, realizando as renovações necessárias e informando aos órgãos competentes sobre qualquer
mudança.
O cadastro no sistema de Conectividade Social geralmente pode ser concluído em um dia útil.
A importância do registro de empresa não pode ser subestimada. O registro legitima a
empresa, proporciona direitos e proteções legais, e permite que a empresa opere de maneira legal e
transparente. Embora o processo possa parecer complicado, com planejamento e organização, é
perfeitamente possível navegar por ele.
19
A importância da Sinergia da Contabilidade/ Contador e o
Administrador da Empresa
A contabilidade é uma ferramenta essencial no acompanhamento e registro de todas as
transações financeiras e atividades de uma empresa. Além disso, ela ajuda a cumprir as obrigações
legais e fiscais associadas ao funcionamento de uma empresa. A seguir, são apresentados alguns dos
principais motivos pelos quais a contabilidade é crucial nessas áreas:
Cumprimento de obrigações legais e fiscais: O cumprimento das obrigações legais e fiscais é
uma das funções mais importantes da contabilidade. Isso inclui o registro adequado de todas as
transações financeiras da empresa, a preparação e apresentação de declarações fiscais e a garantia
de que todas as atividades da empresa estão em conformidade com as leis e regulamentos
relevantes. Ao não cumprir essas obrigações, a empresa pode enfrentar multas e penalidades
significativas.
Planejamento financeiro e tomada de decisões: A contabilidade também desempenha um
papel crucial no planejamento financeiro e na tomada de decisões. Ao fornecer uma visão clara e
precisa das finanças da empresa, ela ajuda os administradores a tomar decisões informadas sobre o
futuro da empresa. Isso pode incluir decisões sobre investimentos, contratações, expansão de
negócios e muito mais.
Controle financeiro: A contabilidade ajuda a monitorar e controlar as finanças da empresa.
Isso inclui a monitoração das entradas e saídas de dinheiro, o controle de custos, a gestão de dívidas
e o acompanhamento do desempenho financeiro da empresa.
Por essas razões, é fundamental que os administradores de empresas tenham um bom
entendimento da contabilidade. Mesmo que eles não estejam envolvidos na contabilidade do
dia-a-dia, eles precisam entender os princípios básicos para poder interpretar os relatórios
financeiros e tomar decisões informadas. Além disso, eles precisam entender a importância de
manter bons registros contábeis e garantir o cumprimento de todas as obrigações legais e fiscais.
Em muitos casos, as empresas podem se beneficiar da contratação de um contador ou
consultor financeiro profissional para ajudá-los com essas tarefas. No entanto, isso não substitui a
necessidade de os administradores terem um bom entendimento dos princípios contábeis básicos.
20
Neste capítulo, detalhamos o processo de registro de empresas, ressaltando a importância de
seguir todas as etapas corretamente para garantir a conformidade legal. Exploramos cada uma das
etapas, como a obtenção do CNPJ, o registro na Junta Comercial e a obtenção do alvará de
funcionamento, entre outros procedimentos essenciais. Discutimos os requisitos, documentos
necessários, prazos e responsabilidades envolvidas em cada etapa. O cumprimento adequado dessas
etapas é crucial para assegurar o registro adequado da empresa e estar em conformidade com as
normas legais estabelecidas.
Além disso, destacamos a importância da sinergia entre a contabilidade e a administração
empresarial, que desempenha um papel essencial no cumprimento de obrigações legais e fiscais, no
planejamento financeiro, na tomada de decisões e no controle financeiro das empresas. Ao
reconhecer a sinergia entre a contabilidade e a administração, os gestores estarão mais preparados
para garantir o sucesso financeiro e o cumprimento das responsabilidades da empresa.
1. Quais são os principais órgãos onde uma empresa deve ser registrada?
2. O que é o Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)?
3. Quem precisa realizar a inscrição na Previdência Social
4. Que aspectos são considerados na seleção do Código Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE) para uma empresa?
5. Qual o órgão responsável pelo registro inicial de uma empresa no Brasil?
6. Por que é importante para os administradores de empresas terem um bom entendimento da
contabilidade no contexto do registro e operação de uma empresa? Quais são as possíveis
implicações se eles não tiverem esse entendimento?
7. Como a decisão de se tornar um Empresário Individual, uma Sociedade Empresarial ou abrir
uma Microempresa pode influenciar o processo de registro da empresa?
8. Por que é importante realizar uma pesquisa prévia de viabilidade antes do registro efetivo da
empresa?
9. Quais são os passos para a definição do CNAE durante o processo de registro da empresa e
como essa escolha pode influenciar futuros procedimentos fiscais e regulatórios?
21
10. Crie um passo a passo simples informando o órgão e a média de tempo para formalização de
uma empresa desde seu início.
22
TEMA 03
Tipos de Contratos Empresariais
Habilidades:
● Compreensão de Contratos Empresariais: O estudo permite o entendimento das
principais características e propósitos de vários tipos de contratos empresariais.
● Seleção de Contratos: Fornece a capacidade de determinar o tipo de contrato mais
adequado para diferentes situações de negócios.
● Elaboração e Análise de Contratos: Proporciona a habilidade de elaborar e analisar
contratos, uma competência crucial na gestão de qualquer negócio.
Disponível em: <https://shre.ink/9oXF>. Acesso em: 19 de Jul. 2023.
No universo empresarial, a utilização de contratos é uma prática comum e essencial. Os
contratos servem para formalizar acordos, definir responsabilidades e garantir os direitos de todas as
partes envolvidas. Neste capítulo, vamos explorar os diferentes tipos de contratos empresariais e a
importância de cada um deles para a operação de um negócio, também daremos exemplos de cada
tipo de contrato, mas lembre-se de que esses são exemplos bastante básicos, e contratos reais
podem ser muito mais complexos e envolvem uma quantidade considerável de informações
23
https://shre.ink/9oXF
adicionais e cláusulas legais, por isso é aconselhável procurar orientação jurídica profissional.
Contrato de Compra e Venda
Um dos contratos mais comuns no mundo dos negócios é o contrato de compra e venda.
Nesse tipo de contrato, uma parte (o vendedor) se compromete a transferir a propriedade de um
determinado bem para a outra parte (o comprador), que, por sua vez, se compromete a pagar um
preço acordado. Este contrato é a base de quase todas as transações comerciais e é essencial para a
operação de qualquer empresa.
Este contrato é tão essencial que até mesmoas menores transações de negócios, como
comprar um café, envolvem um contrato de compra e venda.
Em um nível empresarial, esses contratos podem cobrir transações de grande escala, como a
aquisição de equipamentos, maquinário, imóveis, entre outros. É crucial que esses contratos sejam
bem redigidos para evitar litígios futuros. Cláusulas como prazos de entrega, preço, quantidade,
descrição detalhada do bem, entre outras, devem estar claramente especificadas.
Exemplo:
Partes: Comprador (Sr. Silva) e Vendedor (Sra. Maria).
Objeto: Um veículo modelo X, ano Y, cor Z.
Condições: O Sr. Silva se compromete a pagar R$ 20.000 para a Sra. Maria no ato da entrega
do veículo. A Sra. Maria, por sua vez, se compromete a entregar o veículo em perfeitas condições de
uso no dia DD/MM/AAAA.
Contrato de Consignação
No contrato de consignação, o consignante (geralmente um fabricante ou distribuidor)
entrega seus produtos a um consignatário (geralmente um varejista), que concorda em tentar vender
esses produtos. O consignatário paga ao consignante apenas pelos produtos que vende e devolve os
produtos não vendidos. Este tipo de contrato é frequentemente usado em indústrias onde o risco de
24
vendas é alto e o consignante deseja expandir seu alcance no mercado.
Empresas que trabalham com artigos de moda, jóias, livros e arte, frequentemente utilizam
contratos de consignação. Através deles, o consignante pode colocar seus produtos em diversas lojas
sem necessidade de venda imediata. Essa estratégia pode aumentar o alcance do produto e permitir
que os compradores vejam e testem o produto pessoalmente antes de fazer uma compra.
Exemplo:
Partes: Consignante (Loja A) e Consignatário (Sr. B).
Objeto: 50 unidades do produto C.
Condições: A Loja A fornece ao Sr. B os produtos em consignação. O Sr. B vende os produtos
em seu estabelecimento e repassa a Loja A o valor das vendas realizadas, retendo uma comissão de
10%.
Contrato de Representação Comercial
O contrato de representação comercial é um acordo entre uma empresa e um representante
independente (pessoa física ou jurídica), que se compromete a promover a venda dos produtos ou
serviços da empresa em uma determinada região. O representante comercial não vende os produtos
diretamente, mas facilita as vendas em nome da empresa.
A representação comercial é um método eficaz para empresas expandirem seus negócios
para novos mercados sem a necessidade de estabelecer uma presença física. O representante age
como o rosto da empresa na região, facilitando transações comerciais e mantendo relacionamentos
com clientes. É importante que as obrigações e responsabilidades de ambas as partes estejam
claramente definidas no contrato.
Exemplo:
Partes: Representante (Sra. C) e Empresa D.
Objeto: Representação comercial na região X.
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Condições: A Sra. C se compromete a representar os produtos da Empresa D na região X,
atuando na promoção e venda dos mesmos. Ela receberá uma comissão de 5% sobre todas as vendas
realizadas.
Contrato de Distribuição
Um contrato de distribuição é semelhante ao contrato de representação comercial, mas o
distribuidor geralmente compra os produtos da empresa e depois os revende. O distribuidor pode
também prestar serviços adicionais, como marketing e suporte ao cliente.
Os contratos de distribuição são semelhantes aos contratos de representação, com a
diferença de que o distribuidor, após comprar os produtos do fabricante ou fornecedor, assume o
risco da venda. Estes contratos são comuns em setores como o de alimentos e bebidas, autopeças,
tecnologia, entre outros.
Exemplo:
Partes: Fabricante (Empresa E) e Distribuidor (Sr. F).
Objeto: Produtos da Empresa E.
Condições: A Empresa E concorda em fornecer seus produtos ao Sr. F a preços de atacado. O
Sr. F, por sua vez, compromete-se a vender esses produtos em sua região, podendo determinar o
preço de venda ao público.
Contrato de Seguro
O contrato de seguro é um acordo pelo qual uma parte (a seguradora) se compromete a
indenizar a outra parte (o segurado) por danos ou perdas em troca do pagamento de um prêmio. Este
tipo de contrato é essencial para a gestão de riscos em um negócio, sendo essencial para a proteção
do negócio contra riscos inesperados. Isso pode variar de seguros de propriedade para proteger o
local físico de negócios, seguro de responsabilidade civil para proteger contra reclamações de
terceiros, até seguro de saúde para funcionários. As condições e prêmios do seguro devem ser
cuidadosamente revisados antes de entrar em um contrato.
26
Exemplo:
Partes: Segurado (Sr. G) e Seguradora (Empresa H).
Objeto: Seguro de vida.
Condições: O Sr. G concorda em pagar um prêmio mensal para a Empresa H. Em caso de
falecimento do Sr. G, a Empresa H pagará uma indenização de R$ 100.000 aos beneficiários
indicados no contrato.
Contrato de Fiança Mercantil
O contrato de fiança mercantil é um acordo pelo qual uma terceira parte (o fiador) garante o
cumprimento de uma obrigação por parte de outra (o devedor). Se o devedor falhar em cumprir a
obrigação, o fiador é responsável.
Este tipo de contrato é comum quando uma empresa busca financiamento. O fiador garante
que as obrigações financeiras do devedor serão cumpridas. Em caso de inadimplência do devedor, o
fiador será responsável pelo pagamento.
Exemplo:
Partes: Fiador (Sr. I), Credor (Empresa J), Devedor (Sr. K).
Objeto: Garantia de dívida.
Condições: O Sr. I concorda em ser fiador de uma dívida de R$ 50.000 do Sr. K para com a
Empresa J. Se o Sr. K não conseguir pagar a dívida, o Sr. I será responsável pelo pagamento.
Contrato de Franquia
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O contrato de franquia é um acordo entre uma empresa (o franqueador) e um
empreendedor (o franqueado), pelo qual o franqueador concede ao franqueado o direito de operar
uma réplica do seu negócio, geralmente em troca de uma taxa inicial e royalties contínuos.
Este contrato é um acordo complexo que permite a um empreendedor operar um negócio
usando a marca e o modelo de negócios de uma empresa estabelecida. Isso oferece ao franqueado
uma maneira de iniciar um negócio com uma marca já reconhecida e um modelo de negócios
comprovado, enquanto o franqueador pode expandir sua marca sem o custo de abrir novos locais.
Exemplo:
Partes: Franqueador (Empresa L) e Franqueado (Sr. M).
Objeto: Abertura de uma franquia da Empresa L.
Condições: O Sr. M pagará à Empresa L uma taxa inicial de franquia e royalties contínuos
baseados nas vendas. O Sr. M operará a franquia de acordo com as diretrizes da Empresa L.
Contrato de Leasing
O contrato de leasing (ou arrendamento mercantil) é um acordo pelo qual uma parte (o
arrendador) concorda em alugar um bem a outra parte (o arrendatário) por um período específico
de tempo. No final do contrato, o arrendatário pode optar por comprar o bem por um preço
pré-determinado.
Contratos de leasing são usados quando uma empresa precisa de equipamentos ou imóveis,
mas não quer ou não pode comprar o bem diretamente. No final do contrato, a empresa pode optar
por comprar o bem por um preço previamente acordado, devolver o bem, ou renovar o contrato de
leasing.
Exemplo:
Partes: Locador (Empresa Z) e Locatário (Sr. H).
Objeto: Equipamento X.
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Condições: A Empresa Z aluga ao Sr. H o equipamento X por um período de 3 anos, pelo
valor de R$ 1.000 por mês. No final do contrato, o Sr. O tem a opção de comprar o equipamento por
um preço pré-estabelecido, renovar o contrato ou devolver o equipamento.
Considerações Finais sobre Contratos Empresariais
Depois de analisarmos detalhadamente cada tipo de contrato empresarial, fica claro que cada
um tem sua importância e relevância para a vida da empresa. Entender qual tipo de contrato é mais
adequado para cada situação pode ser um diferencial no sucesso das atividades empresariais.
Cada contrato tem características específicas, o que torna essencial sua compreensão, tanto
para a negociação quanto para a execução. A contratação de um profissional legalou a capacitação
interna podem fazer a diferença na elaboração e gestão de contratos, evitando litígios futuros e
promovendo relações comerciais sólidas e duradouras.
Para além disso, é importante entender que o contrato vai muito além do documento em si,
ele é a formalização de uma relação de negócios, com obrigações e direitos para ambas as partes.
Portanto, sua elaboração deve ser vista como um momento estratégico, em que se devem avaliar as
possíveis consequências e benefícios de cada cláusula e condição estabelecida.
A administração deve ser capacitada para entender os aspectos legais envolvidos nos
contratos empresariais e estar preparada para fazer escolhas informadas que beneficiem o negócio.
Seja em um contrato de compra e venda, de franquia ou qualquer outro, o conhecimento e a
compreensão de cada um desses instrumentos legais podem auxiliar a empresa a se desenvolver e
expandir de maneira eficiente e segura.
Cada um desses contratos tem seus próprios requisitos legais e implicações fiscais, por isso é
essencial que as empresas busquem aconselhamento legal adequado antes de entrar em qualquer
tipo de contrato empresarial. Na próxima seção, discutiremos em detalhes cada um desses contratos
e forneceremos exemplos de situações em que eles podem ser úteis.
Para garantir a validade e a execução efetiva desses contratos, é imprescindível que sejam
bem redigidos, levando em consideração as necessidades específicas do negócio e os requisitos
legais. As empresas devem considerar a contratação de um profissional legal para auxiliar na
elaboração e revisão desses contratos. Entender esses contratos empresariais é crucial para qualquer
administrador, pois eles são a espinha dorsal de muitas transações comerciais.
É necessário ressaltar que este capítulo oferece apenas uma visão geral sobre os contratos
empresariais, e que cada tipo de contrato possui nuances e particularidades que devem ser
consideradas em situações específicas.
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No decorrer deste capítulo, fornecemos uma visão abrangente e detalhada dos tipos de
contratos amplamente utilizados no mundo empresarial. Exploramos uma variedade de contratos,
abrangendo desde modelos de compra e venda, consignação, representação comercial, distribuição,
seguro, fiança mercantil, franquia até leasing. Cada um desses contratos possui características
distintas, termos e condições específicas.
Cada tipo de contrato contém cláusulas essenciais, bem como as responsabilidades, direitos e
obrigações das partes envolvidas. A partir dessa análise, o leitor terá conhecimento sobre os
diferentes tipos de contratos empresariais, permitindo que compreenda suas aplicações, efetue a
escolha adequada e tenha consciência da importância de suas disposições específicas para o sucesso
das transações comerciais.
1. O que é um contrato de consignação e qual é o objetivo desse tipo de contrato empresarial?
2. Quais são as principais características de um contrato de representação comercial?
3. Quais são as obrigações de cada uma das partes envolvidas em um contrato de distribuição?
4. Qual é a finalidade de um contrato de seguro empresarial e quais são os principais
elementos que devem constar neste contrato?
5. O que é um contrato de fiança mercantil e qual é o papel desse tipo de contrato em
transações comerciais?
6. Quais são os direitos e responsabilidades do franqueador e do franqueado em um contrato
de franquia?
7. O que é um contrato de leasing e como ele difere de um contrato de compra e venda?
8. Quais são as responsabilidades do representante comercial em um contrato desse tipo?
9. Como funciona a negociação e celebração de um contrato de distribuição?
10. Quais são os elementos fundamentais que devem constar em um contrato de seguro?
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TEMA 04
Nome Empresarial
Habilidades:
● Entendimento de Nomes Empresariais: O capítulo oferece a compreensão sobre o
que constitui um nome empresarial, suas naturezas e espécies.
● Procedimento de Registro: Facilita o aprendizado sobre o processo de registro de um
nome empresarial, contribuindo para a escolha e proteção efetiva do nome.
● Diferenciação entre Firma e Denominação Social: Habilita o aluno a distinguir entre
firma empresarial e denominação social, e entender como cada uma se aplica a diferentes tipos de
negócios.
Disponível em: <https://shre.ink/9oXp>. Acesso em: 19 de Jul. 2023.
Nome empresarial é a designação sob a qual a empresa individual ou a sociedade exerce sua
atividade econômica e se obriga nos atos a ela pertencentes. Este nome é protegido por lei e é
dividido em duas categorias principais: Firma e Denominação. Essas categorias garantem a
individualidade do nome da empresa no mercado e a proteção legal contra o uso indevido por outras
empresas. Vamos entender melhor estas categorias.
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https://shre.ink/9oXp
Firma Empresarial
A Firma, ou Razão Social, é utilizada pelos empresários individuais, pelas sociedades em
nome coletivo e sociedades em comandita simples e por ações. O nome da firma deve conter o nome
completo ou abreviado do titular ou dos sócios, podendo adicionar designação mais precisa da
pessoa ou do gênero do negócio.
Por exemplo, João da Silva poderia ter uma empresa individual com o nome de "João da Silva
& Cia", enquanto uma sociedade formada por João da Silva e Maria da Costa poderia se chamar "Silva
& Costa Ltda.".
Denominação Social
A Denominação Social é usada por sociedades anônimas, sociedades limitadas (quando não
optarem pela firma), sociedades em comandita por ações e sociedades cooperativas. A denominação
é formada por palavras de uso comum ou vulgar na língua nacional e por neologismos, podendo
incluir expressões de fantasia. Além disso, deve indicar o objeto da sociedade de maneira precisa e
direta.
Por exemplo, uma sociedade anônima que fabrica e vende calçados poderia ter o nome de
"Sapatos Confortáveis S.A.", enquanto uma cooperativa de produtores de leite poderia se chamar
"Cooperativa Leite Fresco".
Além da Firma ou Denominação Social, o nome empresarial pode incluir elementos adicionais
que forneçam informações sobre a natureza e o status da empresa.
1. Tipos de Sociedade:
O tipo de sociedade deve ser indicado no nome da empresa, usando abreviações como Ltda.
(para sociedades limitadas), S.A. (para sociedades anônimas), entre outros. Isto é importante porque
cada tipo de sociedade tem características diferentes em termos de responsabilidade dos sócios,
organização, estrutura de capital e requisitos legais.
2. Indicadores de atividade empresarial:
O nome empresarial deve indicar o objeto da empresa. Esta é uma exigência legal e ajuda a
identificar a atividade comercial da empresa. Por exemplo, uma empresa que vende equipamentos
de construção pode incluir a palavra "Equipamentos" ou "Construção" em seu nome.
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Importância da Distinção do Nome Empresarial
A distinção do nome empresarial não é apenas uma exigência legal, mas também uma
estratégia de negócios. Um nome empresarial distintivo e memorável pode ajudar uma empresa a se
destacar no mercado, atrair clientes e construir uma marca forte. Por isso, ao escolher um nome
empresarial, é importante considerar não apenas os requisitos legais, mas também os aspectos de
marketing e branding.
Registro e Proteção do Nome Empresarial
A proteção ao nome empresarial é conferida em todo o território nacional. No entanto, se a
empresa não estiver em atividade, não haverá proteção. Além disso, no caso de sociedades limitadas,
a proteção ao nome é restrita ao ramo de atividade.
O registro de um nome empresarial é um passo importante na criação de uma nova empresa.
Envolve vários passos e requer cuidadoso planejamento e consideração.
1. Escolha do Nome Empresarial:
O primeiro passo é a escolha do nome empresarial. Este deve ser distintivo e não confundir
os clientes ou o público em geral. Deve representar efetivamente a natureza e a atividade da
empresa.
Na escolha entre Firma Empresarial ou Denominação Social, como discutidoanteriormente, a
natureza jurídica da empresa deve ser considerada. Uma Firma Empresarial incluirá o nome do
proprietário ou dos proprietários, enquanto uma Denominação Social pode ser mais genérica, mas
ainda assim representativa da atividade da empresa.
2. Verificação da Disponibilidade:
Após a escolha do nome, é essencial verificar a disponibilidade do mesmo. Isso pode ser feito
online através do portal da Junta Comercial de seu estado ou do Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI). Isso é feito para garantir que o nome escolhido não está já em uso ou registrado por
outra empresa.
3. Pedido de Registro:
Uma vez que o nome empresarial escolhido seja confirmado como disponível, o próximo
33
passo é solicitar o registro. Este processo pode variar de estado para estado, mas geralmente envolve
o preenchimento de um formulário, o pagamento de uma taxa e a apresentação de documentos de
identificação e outros documentos relevantes.
4. Aprovação e Registro:
Se o pedido de registro for aprovado pela Junta Comercial, o nome empresarial será
registrado e protegido para uso exclusivo pela empresa. A aprovação também envolve a publicação
oficial do registro.
5. Uso e Proteção:
Após o registro, o nome empresarial pode ser usado em todos os documentos oficiais e
transações da empresa. A empresa também tem o direito de tomar medidas legais para proteger o
nome contra o uso indevido por outras empresas.
O registro é uma parte crucial da formação de uma nova empresa, e deve ser feito com
atenção aos detalhes e compreensão da importância do nome para a imagem e a marca da empresa.
Registro de Marca
Registro de marca é um procedimento legal para a proteção de um logotipo, símbolo, nome
de produto ou serviço que distingue uma empresa ou produto de seus concorrentes. Esse processo é
realizado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no Brasil.
No que diz respeito às necessidades, é essencial ter em mente que o registro de uma marca
confere o direito de uso exclusivo em todo o território nacional, podendo ser cedido ou licenciado
para terceiros. Portanto, a proteção do seu ativo intangível traz segurança jurídica para a empresa e
agrega valor ao seu negócio. O valor estratégico de um nome empresarial e uma marca registrada é
imensurável. A partir do momento que a sua empresa tem um nome e uma marca registrada, ela
adquire uma identidade própria no mercado, o que proporciona inúmeros benefícios.
Os benefícios de ter uma marca registrada e um nome empresarial protegido incluem:
1. Exclusividade de Uso:
Com um nome empresarial e uma marca registrada, sua empresa tem o direito exclusivo de
usar esses elementos em todo o território nacional, impedindo que concorrentes usem marcas
semelhantes que possam causar confusão.
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2. Identidade de Marca:
A marca e o nome empresarial contribuem para a identidade da marca, permitindo que os
consumidores identifiquem seus produtos ou serviços de maneira rápida e fácil.
3. Valor de Mercado:
Uma marca forte e um nome empresarial protegido podem aumentar significativamente o valor de
mercado da sua empresa. Muitas vezes, esses são ativos que podem ser monetizados por meio de
licenciamento ou venda.
4. Proteção Legal:
Se outra empresa tentar usar sua marca ou um nome semelhante, você terá o direito de buscar
proteção legal. Isso pode incluir a interrupção do uso indevido e, em alguns casos, a obtenção de
indenização por danos.
Para realizar o registro, são necessários os seguintes passos:
1. Pesquisa Prévia
Antes de registrar uma marca, é importante realizar uma pesquisa prévia no banco de dados
do INPI para garantir que a marca que você deseja registrar não seja semelhante ou igual a outra já
registrada na mesma categoria. Isso ajuda a evitar conflitos futuros e a rejeição do pedido de registro.
2. Solicitação de Registro
Se a pesquisa prévia não indicar conflitos, o próximo passo é solicitar o registro da marca. O
pedido deve ser feito junto ao INPI e envolve o preenchimento de um formulário e o pagamento de
uma taxa. No formulário, você deve especificar a marca e a categoria de produtos ou serviços a que
se aplica.
3. Análise do Pedido
Após a submissão, o INPI fará uma análise formal do pedido para verificar se ele atende aos
requisitos legais. Isso pode incluir verificar se a marca é distintiva, não enganosa e não infringe os
direitos de terceiros. Se o pedido passar na análise formal, ele será publicado na Revista da
Propriedade Industrial (RPI).
4. Período de Oposição
Após a publicação, há um período de 60 dias durante o qual qualquer pessoa ou empresa
pode apresentar uma oposição ao registro da marca. Se uma oposição for apresentada, ela será
analisada pelo INPI. Se não houver oposição, ou se a oposição for rejeitada, o pedido prossegue para
a análise substantiva.
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5. Análise Substantiva e Registro
Na análise substantiva, o INPI avalia se a marca é registrável sob a Lei da Propriedade
Industrial. Se for considerada registrável, o INPI emitirá um certificado de registro, e a marca será
protegida por um período de 10 anos.
O processo completo de registro de marca pode levar de 2 a 3 anos, dependendo da
complexidade da marca e de quaisquer oposições ou objeções. É importante notar que, embora seja
possível fazer o pedido de registro de marca por conta própria, muitas empresas optam por contratar
um advogado ou um agente da propriedade industrial devido à complexidade do processo.
Renovação de Registro
A proteção de uma marca registrada não é permanente. No Brasil, o registro da marca é
válido por 10 anos e pode ser renovado indefinidamente por períodos subsequentes de 10 anos. A
renovação deve ser solicitada durante o último ano de vigência do registro e, se não for feita, a marca
cairá em domínio público, podendo ser registrada por qualquer pessoa.
Mudança de Nome Empresarial
Mudar o nome empresarial de uma empresa é um processo que envolve várias etapas.
Primeiro, é preciso realizar uma pesquisa para garantir que o novo nome desejado está disponível.
Em seguida, é necessário alterar o Contrato Social da empresa para incluir o novo nome. Depois, essa
alteração deve ser registrada na Junta Comercial e em todos os órgãos onde a empresa está
registrada. Também será necessário atualizar o CNPJ da empresa na Receita Federal.
É importante destacar que a mudança de nome empresarial não afeta as obrigações e direitos
da empresa. Ela apenas altera a forma como a empresa é identificada.
Infrações e Penas
Resolução de Disputas de Nomes Empresariais
Se duas empresas tiverem um conflito sobre um nome empresarial, elas podem buscar a
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resolução do conflito por meio de negociação, mediação ou litígio. Em alguns casos, pode ser
necessário recorrer a um tribunal para resolver a disputa. A decisão do tribunal pode depender de
vários fatores, incluindo quem registrou o nome primeiro, se o uso do nome causa confusão para os
consumidores, entre outros.
O uso indevido de um nome empresarial e/ou marca registrada é considerado uma infração
que viola os direitos de propriedade intelectual de uma empresa ou indivíduo. É importante respeitar
e proteger os direitos das marcas registradas para evitar confusões no mercado e preservar a
reputação das empresas.
As infrações relacionadas ao uso indevido de um nome empresarial e/ou marca registrada
podem ocorrer de diversas formas, como:
1. Uso não autorizado:
Quando uma pessoa ou empresa utiliza um nome empresarial ou marca registrada sem a devida
autorização do titular dos direitos. Isso pode incluir o uso em produtos, serviços, materiais
promocionais, sites, mídias sociais, entre outros.
2. Uso semelhante:
O uso de um nome empresarial ou marca registrada é semelhante o suficiente para causar confusão
entre os consumidores. Isso pode ocorrer quando uma empresa cria um nome ou logotipo que se
assemelha a uma marca já registrada, levando os consumidores a acreditar que há uma conexão
entre as duas empresas.
3. Falsificação:A produção e venda de produtos falsificados que ostentam uma marca registrada. Isso inclui a cópia
ou imitação de marcas famosas e a comercialização desses produtos como se fossem genuínos.
As penas para o uso indevido de um nome empresarial e/ou marca registrada variam de
acordo com as leis de cada país. No entanto, existem algumas medidas comuns que podem ser
tomadas para proteger os direitos de propriedade intelectual:
1. Notificação:
O titular dos direitos pode enviar uma notificação ao infrator, informando-o sobre a violação e
exigindo que pare imediatamente de usar a marca ou nome empresarial. Geralmente, essa
notificação é acompanhada de uma solicitação para que o infrator indenizar o titular pelos danos
causados.
2. Ações judiciais:
Se o infrator não cumprir com a notificação ou se o uso indevido for considerado grave o suficiente, o
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titular dos direitos pode entrar com uma ação judicial para buscar uma indenização pelos danos
causados e obter uma ordem judicial para interromper o uso indevido.
3. Indenização:
Caso seja comprovado que houve prejuízos decorrentes do uso indevido de um nome empresarial ou
marca registrada, o titular dos direitos pode solicitar uma indenização. Essa indenização pode incluir
os lucros cessantes (perdas financeiras causadas pela concorrência desleal) e os danos morais.
4. Apreensão de produtos falsificados:
Em casos de falsificação, as autoridades competentes podem apreender os produtos falsificados e
tomar medidas legais contra os infratores. Isso pode incluir multas, apreensão de bens e até mesmo
ações criminais, dependendo das leis de cada país.
Em resumo, o uso indevido de um nome empresarial e/ou marca registrada é uma infração
que viola os direitos de propriedade intelectual. As penalidades podem variar, mas geralmente
envolvem notificações, ações judiciais, indenizações e apreensão de produtos falsificados. É
fundamental respeitar e proteger os direitos das marcas registradas para garantir a integridade do
mercado e a reputação das empresas.
Neste capítulo, abordamos de forma abrangente a importância de selecionar e proteger
adequadamente o nome empresarial. Exploramos a natureza e variedades dos nomes empresariais,
além de discutir os processos de formação, alteração e proteção desses nomes, incluindo o registro
de marca. Compreender esses aspectos é essencial para garantir a identidade e reputação da
empresa, bem como evitar conflitos e problemas legais relacionados ao nome escolhido.
Além disso, observamos que o uso indevido de nomes empresariais ou marcas registradas
viola os direitos de propriedade intelectual, e é essencial proteger esses direitos para evitar
confusões no mercado e preservar a reputação das empresas. As infrações podem ocorrer através de
uso não autorizado, nomes ou marcas semelhantes que causam confusão ou falsificação de produtos.
As penalidades podem incluir notificações, ações judiciais, indenizações e apreensão de produtos
falsificados.
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1. O que é um nome empresarial e qual a sua importância para uma empresa?
2. Qual a diferença entre firma empresarial e denominação social?
3. Quais são os passos básicos para o registro de um nome empresarial?
4. Qual é a diferença entre um nome empresarial e uma marca?
5. Quais são as etapas para o registro de uma marca no INPI? Quanto tempo geralmente
demora esse processo?
6. Qual a importância da proteção de uma marca para uma empresa? Como isso pode agregar
valor ao negócio?
7. Quais são as possíveis consequências de não renovar o registro de uma marca após a sua
expiração?
8. Quais são as principais medidas que uma empresa pode adotar para proteger seus direitos
de propriedade intelectual contra o uso indevido de um nome empresarial ou marca
registrada?
9. Quais são as possíveis penalidades legais para aqueles que são encontrados culpados por uso
indevido de um nome empresarial ou marca registrada?
10. Além das ações legais, existem outras estratégias que as empresas podem adotar para
combater o uso indevido de seu nome empresarial ou marca registrada?
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TEMA 05
Constituição das Sociedades Contratuais
Habilidades:
● Conhecimento de Sociedades Contratuais: O estudo propicia um entendimento claro
das estruturas de sociedades contratuais e seus respectivos requisitos de validade.
● Entendimento de Alterações Contratuais: Auxilia no entendimento de como ocorrem
as alterações contratuais, incluindo transformação, incorporação, fusão e cisão.
● Resolução de Conflitos: Promove habilidades para lidar com conflitos que possam
surgir no contexto de sociedades contratuais.
Disponível em: <https://shre.ink/9oXp>. Acesso em: 19 de Jul. 2023.
O contrato social desempenha um papel essencial na criação de uma empresa, especialmente
em sociedades empresariais. Ele atua como um conjunto de regras fundamentais, estabelecendo as
diretrizes para o funcionamento da empresa, os direitos e deveres dos sócios e os processos de
tomada de decisão. Além disso, o contrato social é um documento crucial na constituição de uma
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https://shre.ink/9oXp
sociedade, pois define as normas que regem o funcionamento da empresa, delineia as
responsabilidades e obrigações dos sócios e determina a distribuição dos lucros e das perdas entre
eles. Ele é a base legal que orientará as relações entre os sócios e a sociedade, e entre a sociedade e
terceiros. Portanto, deve ser elaborado com cuidado e atenção, preferencialmente com a assistência
de um advogado ou contador experiente em direito empresarial.
Sem um contrato social adequado, os sócios podem enfrentar disputas internas e problemas
jurídicos que podem afetar a continuidade do negócio. Portanto, é crucial dedicar tempo e recursos
para garantir que este documento seja bem elaborado e atenda às necessidades específicas do
negócio.
A formação de uma sociedade contratual é um passo importante na jornada empreendedora.
Com a devida atenção aos detalhes legais e uma compreensão clara dos direitos e deveres de cada
sócio, os empresários podem garantir que sua empresa tenha uma base sólida para o sucesso futuro.
Requisitos de Validade do Contrato Social
Para que um contrato social seja válido, ele deve cumprir uma série de requisitos legais:
Capacidade dos sócios: Todos os sócios devem ter capacidade civil, o que implica ser maior
de 18 anos e estar em pleno gozo de seus direitos civis.
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: A atividade empresarial que será
desenvolvida deve ser permitida por lei, possível de ser realizada, e claramente definida ou definível.
Forma prescrita ou não defesa em lei: O contrato social deve ser elaborado por escrito, em
documento particular ou público, e ser assinado por todos os sócios, com firmas reconhecidas.
Nome Empresarial: Deve constar o nome empresarial, que deve ser registrado na Junta
Comercial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o tipo societário escolhido.
Capital Social: Deve ser declarado o capital social da empresa, que pode ser composto por
dinheiro ou qualquer tipo de bem suscetível de avaliação econômica.
Forma do Contrato Social
A forma do contrato social varia de acordo com o tipo societário escolhido. No entanto, ele
deve, obrigatoriamente, conter:
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Qualificação dos sócios: Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, número de
registro de identidade e CPF, endereço residencial completo.
Nome Empresarial: O nome da sociedade, que deve ser seguido da expressão que identifica o
tipo societário.
Objeto Social: A atividade econômica que a sociedade irá desenvolver.
Sede e Prazo: O endereço completo da sede da sociedade e o prazo de duração da sociedade,
que pode ser determinado ou indeterminado.
Capital Social: O valor do capital social, a contribuição de cada sócio e a forma de
integralização.
Administração e Representação: Quem será o administrador da sociedade e como será a
representação da sociedade perante terceiros.
Participação nos Lucros e Perdas: A forma de distribuiçãodos lucros e perdas entre os sócios.
É vital para os empreendedores escolherem o tipo correto de sociedade no momento da
criação de sua empresa. Esta escolha irá impactar muitos aspectos futuros da empresa, incluindo sua
estrutura de gestão, responsabilidades legais e fiscais, bem como os direitos e obrigações dos sócios.
Existem várias formas de sociedades contratuais disponíveis no Brasil, como sociedades
limitadas (Ltda.), sociedades anônimas (S/A), e sociedades simples (SS). Cada tipo de sociedade tem
suas próprias regras e requisitos específicos. Portanto, é crucial consultar um advogado ou contador
para entender qual tipo de sociedade é mais adequada para seu negócio.
Alteração do Contrato Social
O contrato social não é um documento imutável. Ele pode ser alterado sempre que os sócios
concordarem com a alteração. Para isso, deve ser feita uma alteração contratual, que será registrada
na Junta Comercial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
O contrato social também deve prever as condições para a transformação, incorporação,
fusão e cisão da sociedade. Esses processos são complexos e exigem a realização de várias etapas
legais e contábeis.
Transformação: É o processo pelo qual uma empresa muda sua forma jurídica. Por exemplo,
uma sociedade limitada pode se transformar em uma sociedade anônima. Neste caso, é necessário
elaborar um novo contrato social que reflita a nova forma jurídica da empresa.
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Exemplo: A empresa "XYZ Ltda.", uma sociedade limitada, está crescendo e buscando
investidores. Para atrair mais investimento e estruturar de forma mais adequada a governança
corporativa, os sócios decidem transformar a empresa em uma sociedade anônima, mudando o
nome para "XYZ S.A.". Para isso, redigem e registram um novo contrato social com base nas regras
para sociedades anônimas e implementam as necessárias mudanças estruturais na empresa.
Incorporação: A incorporação ocorre quando uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
Exemplo: A empresa "ABC Ltda." decidiu adquirir a "DEF Ltda.". Para concluir a transação, a
"ABC Ltda." incorpora a "DEF Ltda.". Nesse caso, a "DEF Ltda." deixa de existir como uma entidade
jurídica separada, e todas as suas obrigações e direitos são transferidos para a "ABC Ltda.". Uma
alteração é feita no contrato social da "ABC Ltda." para refletir essa mudança.
Fusão: A fusão é a operação pela qual duas ou mais sociedades se unem para formar uma
nova, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
Exemplo: As empresas "GHI Ltda." e "JKL Ltda." decidem se unir para formar uma nova
empresa. Assim, ambas as empresas deixam de existir e uma nova empresa, a "GHI-JKL Ltda.", é
criada. Um novo contrato social é elaborado e registrado, refletindo a nova estrutura de capital,
direitos e obrigações dos sócios na nova empresa.
Cisão: A cisão é a operação pela qual a sociedade transfere parcelas do seu patrimônio para
uma ou mais sociedades, constituídas para este fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade
cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
Exemplo: A empresa "MNO S.A." decidiu se dividir em duas empresas separadas, a "MNO1
S.A." e a "MNO2 S.A.". Para fazer isso, foi elaborado um plano de cisão detalhando como os ativos,
passivos, direitos e obrigações da "MNO S.A." seriam divididos entre as duas novas empresas. Um
novo contrato social é elaborado para cada uma das novas empresas e os contratos são registrados.
Lembre-se: Cada uma dessas situações é complexa e exige aconselhamento jurídico
adequado para garantir que todos os aspectos legais sejam corretamente observados. A tomada de
decisão deve considerar, além dos aspectos legais, os impactos estratégicos, financeiros e
operacionais para a empresa.
Conforme mencionado anteriormente, o contrato social não é um documento estático e pode
ser modificado de acordo com as necessidades da empresa. Há várias situações em que se pode
necessitar fazer alterações ao contrato social:
● Mudanças de sócios: Pode haver situações em que os sócios decidam deixar a
empresa, ou novos sócios sejam admitidos. Nesses casos, será necessário realizar alterações no
contrato social para refletir a nova configuração de sócios.
● Alterações na estrutura de capital: Se houver alterações na estrutura de capital da
empresa, seja por meio de aumento ou redução do capital social, será necessário atualizar o contrato
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social.
● Mudanças de endereço: Se a empresa mudar de endereço, o contrato social deverá
ser atualizado para refletir o novo endereço da sede da empresa.
As alterações no contrato social devem ser feitas por meio de um aditivo contratual, que deve
ser elaborado e registrado seguindo as mesmas regras e procedimentos do contrato social original.
Resolução de Conflitos
O contrato social deve prever mecanismos de resolução de conflitos entre os sócios. É comum
que, no curso das atividades empresariais, surjam desentendimentos em relação à gestão do negócio,
divisão dos lucros, entrada de novos sócios, ou contribuição de cada sócio para o negócio, entre
outros.
Em muitos casos, é recomendável que as sociedades contratuais estabeleçam um mecanismo
para resolução desses impasses, como negociação, mediação, arbitragem, ou, em último caso, a via
judicial. Esses mecanismos alternativos de resolução de conflitos podem ser mais rápidos e menos
custosos do que a resolução de conflitos através dos tribunais.
O contrato social deve estabelecer claramente qual método de resolução de conflitos será
utilizado e como o processo será conduzido.
É importante lembrar que a prevenção é sempre a melhor maneira de lidar com conflitos.
Uma comunicação clara e aberta entre os sócios, aliada a um contrato social bem elaborado, pode
prevenir muitos conflitos.
Exemplos
1. Arbitragem: A empresa "XYZ Ltda." tem uma cláusula em seu contrato social que
estabelece que todos os conflitos entre os sócios que não possam ser resolvidos através de
negociação devem ser resolvidos por meio de arbitragem. Quando surge um conflito sobre a
distribuição de lucros, os sócios não conseguem chegar a um acordo através de negociações.
Consequentemente, eles iniciam um processo de arbitragem para resolver o conflito.
2. Mediação: A empresa "ABC S.A." tem uma cláusula em seu contrato social que
estabelece que, em caso de conflito entre os sócios, deve-se primeiro tentar a mediação antes de
recorrer à arbitragem ou aos tribunais.
Por exemplo, caso surja um conflito em relação à entrada de um novo sócio, e os sócios
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existentes não consigam chegar a um acordo, eles devem recorrer a um mediador, que os ajudará a
entender melhor os pontos de vista uns dos outros e a chegar a um acordo.
3. Negociação: Na empresa "DEF Ltda.", surge um conflito entre os sócios sobre a
expansão do negócio. O contrato social não prevê um mecanismo específico de resolução de
conflitos, então os sócios tentam resolver o conflito através de negociações. Após várias reuniões e
discussões, eles conseguem chegar a um acordo sobre o caminho a seguir para a empresa.
Esses exemplos ilustram a importância de ter mecanismos de resolução de conflitos
claramente estabelecidos em uma sociedade contratual. A resolução rápida e eficaz de conflitos pode
permitir que a empresa continue suas operações sem interrupções prejudiciais e ajuda a manter um
bom relacionamento entre os sócios.
Neste capítulo, abordamos de forma abrangente a constituição das sociedades contratuais, os
requisitos de validade do contrato social e os procedimentos de alteração. Exploramos as etapas
envolvidas na constituição de uma sociedade contratual, destacando os elementos essenciais que
devem constar no contrato social para sua validade. Além disso, discutimos as diversas formas de
alteração do contrato social, como transformação, incorporação, fusão ou cisão, e os processos legais
necessários para realizar essas modificações.Compreender esses aspectos é fundamental para
garantir a conformidade legal e a adequação dos acordos entre os sócios ao longo do tempo.
Além disso, discorremos sobre como o contrato social deve incluir mecanismos para a
resolução de conflitos entre os sócios, considerando questões como gestão do negócio, divisão de
lucros, entrada de novos sócios e contribuição de cada sócio. Recomenda-se que essas sociedades
contratuais estabeleçam métodos como negociação, mediação, arbitragem ou a via judicial, se
necessário. Esses mecanismos alternativos são geralmente mais rápidos e econômicos do que a
resolução de conflitos nos tribunais. É fundamental que o contrato social especifique qual método
será utilizado e como o processo será conduzido. A prevenção é sempre preferível, e uma
comunicação clara entre os sócios, aliada a um contrato social bem elaborado, pode evitar muitos
conflitos.
1. O que é um contrato social?
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2. Quais são os elementos fundamentais que devem estar presentes em um contrato social?
3. Quais são os quatro processos pelos quais uma sociedade contratual pode passar uma
alteração no contrato social?
4. O que é uma transformação da sociedade contratual?
5. Quais são as possíveis maneiras de resolver conflitos em uma sociedade contratual?
6. Em uma situação de fusão, quais são as implicações para as empresas originais e a nova
empresa formada?
7. Como a arbitragem pode ser usada para resolver conflitos em uma sociedade contratual?
8. Quais são os principais passos que uma empresa precisa seguir ao passar por um processo
de incorporação?
9. Em uma situação de cisão de uma sociedade contratual, como os ativos e passivos são
divididos e quais são as implicações legais e financeiras deste processo?
10. Dê um exemplo de um conflito que pode surgir em uma sociedade contratual e discuta como
esse conflito poderia ser resolvido por meio de negociação, mediação ou arbitragem.
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TEMA 06
Regimes Tributários
Habilidades:
● Compreensão de Regimes Tributários: O aluno adquirirá um entendimento claro dos
diferentes regimes tributários no Brasil, incluindo o Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado,
Simples Nacional e MEI.
● Análise do Regime Tributário Apropriado: Este capítulo habilita o aluno a analisar e
determinar o regime tributário mais adequado para diferentes tipos de empresas.
● Entendimento do Papel da Contabilidade: O aluno será capaz de entender a
importância da contabilidade na escolha e manutenção de um regime tributário adequado.
Disponível em: <https://shre.ink/9oj5>. Acesso em: 19 de Jul. 2023.
A escolha do regime tributário é um dos pontos mais cruciais no planejamento de qualquer
empresa, pois ela pode afetar diretamente a competitividade e a viabilidade do negócio, assim os
gestores podem tomar decisões mais informadas sobre a melhor maneira de cumprir com suas
obrigações fiscais, garantindo a conformidade e a saúde financeira da empresa.
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A escolha do regime tributário adequado exige um estudo detalhado da situação da empresa
e projeções de faturamento e despesas. É fundamental contar com a ajuda de um profissional da área
contábil para evitar escolhas equivocadas que possam gerar ônus tributário excessivo ou
inconformidades com a legislação. No Brasil, os principais regimes tributários são: Lucro Real, Lucro
Presumido, Lucro Arbitrado, Simples Nacional e o regime para o Microempreendedor Individual
(MEI).
Lucro Real
O regime de Lucro Real é o mais complexo entre os regimes tributários brasileiros e exige um
alto grau de controle contábil. É obrigatório para empresas com faturamento anual superior a R$ 78
milhões, financeiras, instituições de crédito, entre outras. No Lucro Real, os impostos são calculados
com base no lucro líquido do período de apuração.
As alíquotas são de 15% sobre o lucro líquido para o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
(IRPJ) e 9% para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com adicional de 10% para a
parcela do lucro que excede R$ 20.000,00 por mês no caso do IRPJ.
Lucro Presumido
Já o regime do Lucro Presumido é mais simplificado e pode ser adotado por empresas com
faturamento anual de até R$ 78 milhões. O principal diferencial deste regime é que a base de cálculo
do IRPJ e da CSLL é determinada através da aplicação de percentuais de presunção, estabelecidos por
lei, sobre a receita bruta da empresa. Isso significa que o lucro é "presumido" pelo fisco,
independentemente do lucro efetivamente obtido pela empresa, que varia de 1,6% a 32% da receita
bruta, dependendo do tipo de atividade. As alíquotas são de 15% sobre o lucro presumido para o IRPJ
e 9% para a CSLL, com adicional de 10% para a parcela do lucro que excede R$ 20.000,00 por
trimestre no caso do IRPJ.
Lucro Arbitrado
O regime do Lucro Arbitrado é menos comum e é adotado quando a empresa não possui
condições de apurar o lucro real ou presumido, ou quando ela opta por esse regime. O lucro é
determinado pela autoridade tributária e, como no Lucro Presumido, a base de cálculo do IRPJ e da
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CSLL é fixada pela legislação. Este regime é utilizado quando a empresa não possui registros contábeis
confiáveis ou quando há recusa em apresentar a escrituração fiscal.
Simples Nacional
O Simples Nacional é um regime tributário destinado a pequenas e médias empresas, que
unifica o pagamento de oito impostos em uma única guia. Ele é indicado para empresas com
faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. O cálculo é realizado sobre a receita bruta da empresa e as
alíquotas são progressivas, variando de acordo com a atividade exercida e a receita bruta acumulada
nos últimos 12 meses. Ele unifica oito tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia de
recolhimento. As alíquotas são progressivas e variam de 4% a 33%, dependendo do tipo de atividade
e da receita bruta.
Microempreendedor Individual (MEI)
Finalmente, o regime para o Microempreendedor Individual (MEI) é destinado para os
pequenos empresários individuais. O MEI é uma forma simplificada de empresa que permite a
formalização de pequenos negócios com faturamento anual de até R$ 81 mil*. Nesse regime, os
impostos são fixos e pagos em um único boleto, sendo uma contribuição mensal fixa, que varia de R$
50,90 a R$ 55,90, dependendo do tipo de atividade, independente da receita bruta do mês, onde
parte desse valor é destinado para a contribuição ao INSS.
*Limite atualizado em 2023
Planejamento Tributário
Entender os regimes tributários e a maneira como eles afetam as empresas é apenas a
primeira etapa para se ter um gerenciamento fiscal eficiente. Agora, vamos tratar de uma ferramenta
essencial para a gestão fiscal e financeira de qualquer empreendimento: o Planejamento Tributário.
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O que é o Planejamento Tributário?
O planejamento tributário é uma ferramenta de gestão empresarial que visa reduzir os custos
fiscais de uma empresa de maneira legal. A ideia é fazer uso dos mecanismos que a legislação
tributária oferece para reduzir o impacto dos impostos no resultado da empresa.
Em outras palavras, o objetivo do planejamento tributário é pagar menos impostos, mas
sempre de acordo com a lei. Trata-se de aproveitar todos os benefícios fiscais, incentivos e regimes
especiais que a legislação permite.
Importância do Planejamento Tributário
A alta carga tributária e a complexidade do sistema tributário brasileiro tornam o
planejamento tributário uma necessidade para as empresas. Sem um planejamento adequado, a
empresa pode acabar pagando mais impostos do que deveria ou se envolver em problemas fiscais.
O planejamento tributário não é apenas sobre pagar menos impostos. É também uma
questão de segurança jurídica. Com um bom planejamento, a empresa pode evitar problemas fiscais,
que podem resultar em multas, juros e até mesmo a interrupção das atividades.
Além disso, o planejamento tributário ajuda a empresa a ter um melhor controle financeiro e
a tomar decisões mais informadas. Por exemplo, ao conhecer o impacto fiscal de uma decisãode
investimento, a empresa pode optar por um caminho que resulte em uma menor carga tributária.
Estratégias de Planejamento Tributário
Existem várias estratégias que podem ser usadas em um planejamento tributário,
dependendo do tipo de negócio, do tamanho da empresa, do setor em que atua, entre outros
fatores. Aqui estão algumas delas:
● Escolha do regime tributário: Como vimos no capítulo anterior, a escolha do regime
tributário pode ter um grande impacto no montante de impostos a ser pago pela empresa. Uma
análise cuidadosa deve ser feita para determinar qual regime é o mais vantajoso.
● Utilização de créditos fiscais: Muitos tributos permitem o aproveitamento de
créditos fiscais, que podem ser usados para reduzir o montante a ser pago. A empresa deve ter um
controle rigoroso desses créditos para poder utilizá-los da melhor maneira.
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● Incentivos fiscais: O governo frequentemente oferece incentivos fiscais para setores
específicos ou para incentivar determinadas atividades. As empresas devem estar atentas a esses
incentivos e verificar se podem se beneficiar deles.
● Estruturação do negócio: A maneira como o negócio é estruturado pode ter um
impacto significativo na carga tributária. Por exemplo, em algumas situações, pode ser mais vantajoso
ter várias empresas menores ao invés de uma grande empresa.
É importante ressaltar que a escolha do regime tributário deve ser feita com o auxílio de um
profissional de contabilidade, considerando não apenas as alíquotas de imposto, mas também as
obrigações acessórias, os créditos fiscais e outros fatores.
A contabilidade desempenha um papel crucial na análise e seleção do regime tributário
adequado para cada tipo de empresa, seja um empresário individual ou um tipo específico de
sociedade. Ela faz isso através de várias atividades-chave:
1. Planejamento Tributário: Os contadores ajudam as empresas a planejar suas
atividades de maneira a minimizar a carga tributária. Isso envolve a análise das características da
empresa, das suas operações e dos diferentes regimes tributários disponíveis.
2. Análise de Enquadramento: A contabilidade realiza uma análise detalhada para
determinar o melhor regime tributário para a empresa. Isso inclui o cálculo do imposto devido sob
cada regime, a consideração das obrigações acessórias e a avaliação de outros fatores, como o
potencial de crescimento da empresa.
3. Simulações: Para ajudar na tomada de decisão, os contadores podem realizar
simulações mostrando o impacto financeiro e fiscal de cada regime tributário. Isso ajuda os
empresários a entenderem melhor as implicações de sua escolha.
4. Preparação e Apresentação de Documentos: Após a escolha do regime, a
contabilidade prepara e apresenta todos os documentos necessários para formalizar a opção perante
as autoridades fiscais.
5. Compliance Contínuo: Após a escolha do regime, a contabilidade garante que a
empresa cumpre todas as suas obrigações fiscais, incluindo o cálculo e o pagamento dos impostos, a
preparação e a apresentação das declarações fiscais e a manutenção de registros adequados.
No caso de um empresário individual, a contabilidade pode ajudar a decidir entre o Simples
Nacional e o MEI, ou, dependendo do faturamento, entre o Lucro Real e o Lucro Presumido.
Já no caso de uma sociedade, a contabilidade pode auxiliar na avaliação da viabilidade de
optar pelo Simples Nacional ou por um dos regimes de lucro. Além disso, pode orientar sobre as
implicações fiscais da estrutura da sociedade, como a distribuição de lucros e dividendos.
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Neste capítulo, realizamos uma análise abrangente dos diversos regimes tributários
disponíveis para as empresas, levando em consideração fatores como porte e atividade econômica.
Exploramos os regimes do Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, Simples Nacional e MEI -
Microempreendedor Individual. Cada um desses regimes possui suas próprias taxas tributárias,
benefícios e desvantagens específicas. Ao compreender as características de cada regime, as
empresas podem tomar decisões informadas e estratégicas para escolher o regime tributário mais
adequado às suas necessidades e maximizar sua eficiência fiscal.
Além disso, destacamos como o planejamento tributário é uma ferramenta essencial de
gestão empresarial que visa reduzir os custos fiscais de forma legal, aproveitando os mecanismos
oferecidos pela legislação tributária. Ele envolve a escolha adequada do regime tributário, a utilização
de créditos fiscais, o aproveitamento de incentivos fiscais e a estruturação do negócio. O
planejamento tributário é fundamental para garantir a conformidade fiscal, evitar problemas fiscais e
tomar decisões financeiras informadas. A contabilidade desempenha um papel crucial na análise e
seleção do regime tributário adequado, além de fornecer suporte na preparação e apresentação de
documentos e no cumprimento contínuo das obrigações fiscais. É importante contar com a
orientação de profissionais contábeis para realizar um planejamento tributário eficiente e adequado
às necessidades da empresa, seja ela um empresário individual ou uma sociedade.
1. Quais são os quatro principais regimes tributários no Brasil?
2. O que é o regime Simples Nacional?
3. Em que tipo de empresa o regime tributário MEI se aplica?
4. Descreva brevemente o regime de Lucro Presumido.
5. Qual é a diferença entre Lucro Real e Lucro Arbitrado?
6. Quem determina a base de cálculo para o imposto no Lucro Arbitrado?
7. As empresas podem mudar de regime tributário? Em caso afirmativo, com que frequência?
8. Quais são os limites de faturamento para cada regime tributário?
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9. Discuta como o planejamento tributário, conduzido pela contabilidade, pode impactar a
escolha do regime tributário mais adequado para a empresa.
10. Como as alterações na legislação tributária podem impactar a escolha do regime tributário e
qual o papel da contabilidade nesse cenário?
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TEMA 07
Obrigações Tributárias
Habilidades:
● Entendimento das Obrigações Tributárias: O aluno vai adquirir uma compreensão
detalhada das obrigações tributárias específicas para diferentes tipos de empresas.
● Compreensão das Penalidades: Este capítulo proporcionará ao aluno um
entendimento claro das penalidades associadas ao não cumprimento das obrigações tributárias.
● Planejamento Tributário: O estudo dará ao aluno a habilidade de planejar
efetivamente o cumprimento das obrigações tributárias, evitando erros comuns que podem resultar
em penalidades.
Disponível em: <https://shre.ink/9onB>. Acesso em: 19 de Jul. 2023.
As obrigações tributárias são deveres que as empresas têm para com o Estado, derivados
diretamente da legislação. Elas são fundamentais para manter o funcionamento das instituições
públicas e, assim, garantir a execução dos serviços públicos que beneficiam a todos, incluindo as
empresas. O não cumprimento dessas obrigações pode levar a penalidades severas, desde multas
financeiras até a impossibilidade de operar o negócio. Neste capítulo, iremos discutir as obrigações
tributárias e sua importância.
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Obrigações Principais e Acessórias
Existem dois tipos de obrigações tributárias: as principais e as acessórias.
Obrigações Tributárias Principais
As obrigações tributárias principais surgem com a ocorrência do fato gerador, tendo por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Em outras palavras, são os impostos, taxas
e contribuições que uma empresa deve pagar ao governo.
Essas obrigações podem variar dependendo do regime tributário da empresa e do tipo de
atividade que realiza. Algumas das obrigações tributárias principais mais comuns incluem o
pagamento do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS), o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre outros.
Obrigações Tributárias Acessórias
As obrigações tributárias acessórias, por outro lado, são deveres administrativos queas
empresas devem cumprir. Essas obrigações não envolvem o pagamento de impostos, mas são
igualmente importantes. Elas incluem a manutenção de livros contábeis e fiscais, a emissão de notas
fiscais, a entrega de declarações e outras informações ao governo.
Alguns exemplos de obrigações acessórias incluem a Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais (DCTF), a Escrituração Contábil Digital (ECD), a Escrituração Fiscal Digital das
Contribuições (EFD-Contribuições), entre outras.
Tipologia Empresarial e suas Obrigações Tributárias
Cada tipo de empresa possui diferentes obrigações tributárias. Por isso, é crucial entender a
tipologia empresarial para entender as obrigações tributárias correspondentes.
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Empresário Individual: Para o Empresário Individual, as obrigações tributárias podem variar
dependendo do regime de tributação escolhido. Se o EI estiver enquadrado no Simples Nacional, ele
deve pagar o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) mensalmente, que é um tributo
unificado que engloba vários impostos e contribuições.
Se não estiver enquadrado no Simples Nacional, o EI deverá pagar separadamente os
impostos e contribuições devidos, como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS), entre outros.
Sociedades Empresárias: A Sociedade Empresarial também tem suas obrigações tributárias
definidas de acordo com o regime de tributação escolhido. Pode optar pelo Simples Nacional, Lucro
Presumido ou Lucro Real.
O Simples Nacional novamente resulta no pagamento do DAS mensalmente. No Lucro
Presumido e Lucro Real, os impostos como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS são pagos separadamente, e as
alíquotas e bases de cálculo variam entre os dois regimes.
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) são categorias empresariais
definidas com base em seu faturamento. As MEs têm um faturamento anual de até R$360.000,00,
enquanto as EPPs têm um faturamento anual entre R$360.000,00 e R$4.800.000,00.
Essas empresas têm a opção de aderir ao Simples Nacional, um regime tributário simplificado
que unifica o pagamento de oito impostos em uma única guia. Contudo, MEs e EPPs também podem
optar pelo Lucro Presumido ou Lucro Real.
Microempreendedor Individual
O Microempreendedor Individual (MEI) é uma categoria especial para pessoas que trabalham
por conta própria e que faturam até R$81.000,00 por ano. O MEI paga impostos por meio do Simples
Nacional e está isento dos impostos federais (Imposto sobre a Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). O MEI
possui a obrigação de pagar mensalmente o DAS, que é uma versão simplificada do Simples Nacional,
com valores fixos e bem menores do que nos outros tipos de empresa. O MEI também deve entregar
anualmente a Declaração Anual Simplificada (DASN-SIMEI).
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Empresas Sem Fins Lucrativos
As empresas sem fins lucrativos têm imunidade de alguns impostos, mas ainda têm
obrigações tributárias. Elas devem pagar contribuições previdenciárias, PIS sobre a folha de
pagamento, entre outros. Também devem entregar várias obrigações acessórias, como a Escrituração
Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital das Contribuições (EFD-Contribuições), Declaração de
Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), entre outras.
O Papel da Contabilidade
A contabilidade desempenha um papel essencial no cumprimento das obrigações tributárias.
Os contadores não apenas calculam os impostos devidos, mas também garantem que todas as
obrigações acessórias sejam cumpridas. Eles mantêm os livros contábeis atualizados, preparam e
enviam todas as declarações necessárias, e mantêm a empresa informada sobre quaisquer mudanças
na legislação tributária que possam afetar suas obrigações.
Além disso, a contabilidade também pode ajudar a empresa a planejar e gerenciar sua carga
tributária. Isso pode envolver a identificação de deduções fiscais disponíveis, a escolha do momento
certo para realizar certas transações para minimizar a carga tributária, e a escolha do regime
tributário mais vantajoso.
Penalidades para o Não Cumprimento
O não cumprimento das obrigações tributárias pode levar a severas penalidades. Estas
podem variar desde multas financeiras até a perda do direito de operar o negócio. Além disso, a
empresa pode ser impedida de obter certidões negativas de débito, o que pode impedir a realização
de certos negócios, como contratos com o governo.
Por estas razões, é crucial que todas as empresas entendam suas obrigações tributárias e as
cumpram corretamente. A contabilidade pode desempenhar um papel fundamental neste sentido,
ajudando a empresa a entender e cumprir suas obrigações, evitando penalidades e garantindo que a
empresa possa operar sem problemas.
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Atualização Contínua
A legislação tributária está em constante mudança. Novas leis, normas e decisões judiciais
podem alterar as obrigações tributárias de uma empresa de um dia para o outro.
Por isso, é fundamental que a empresa, juntamente com o seu contador, esteja sempre
atualizada em relação às mudanças na legislação tributária. Isso evita o pagamento desnecessário de
tributos e permite que a empresa aproveite oportunidades de economia fiscal que podem surgir com
as alterações na lei.
Este último capítulo aborda as obrigações tributárias específicas de cada tipo de empresa,
destacando a compreensão dos diversos tipos de impostos que devem ser pagos e as consequências
de não cumprir essas obrigações. Enfatizamos a importância de estabelecer um sistema contábil
robusto para gerenciar essas obrigações de maneira eficaz. Um sistema contábil adequado permite o
registro correto das transações financeiras, o cálculo preciso dos impostos devidos e a realização das
declarações fiscais de acordo com as normas e prazos estabelecidos.
Além disso, ressaltamos a relevância de manter-se atualizado sobre as leis tributárias e buscar
assessoria profissional para garantir a conformidade e minimizar riscos fiscais. O cumprimento
adequado das obrigações tributárias é essencial para evitar multas e penalidades, além de manter a
integridade e reputação da empresa perante as autoridades fiscais.
1. Quais são as duas principais categorias de obrigações tributárias?
2. O que é uma obrigação tributária principal?
3. O que é uma obrigação tributária acessória? Forneça um exemplo.
4. Quais são algumas das penalidades comuns por não cumprir as obrigações tributárias?
5. O que pode acontecer se uma empresa optante pelo Simples Nacional não cumprir suas
obrigações tributárias?
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6. Quais são alguns exemplos de declarações e informações exigidas pela Receita Federal que
fazem parte das obrigações acessórias?
7. Por que é importante para uma empresa entregar declarações tributárias completas e
precisas?
8. Quais podem ser as consequências para os sócios e administradores de uma empresa se ela
não cumprir suas obrigações tributárias?
9. Em quais circunstâncias uma empresa pode perder seus benefícios fiscais e quais podem ser
as consequências disso?
10. Como as obrigações tributárias diferem entre o Empresário Individual, Microempreendedor
Individual (MEI), e uma Sociedade Limitada?
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1. BARASUOL, Fabiana Fagundes. Economia e Transporte. Portogente, 2018. Disponível em:
<https://portogente.com.br/portopedia/101273-economia-transporte>. Acesso em: 15 jul. 2023.
2. BEZERRA, Filipe. Planejamento Estratégico, Tático e Operacional. Portal Administração,
2014. Disponível em:
<https://www.portal-administracao.com/2014/07/planejamento-estrategico-tatico-operacional.html
>. Acesso em: 15 jul. 2023.
3. FERNANDES, Luiz. BALANÇO: GOVERNO FEDERAL FECHA 2021 COM 108 OBRAS PÚBLICAS
ENTREGUES E 2.050 QUILÔMETROS DE RODOVIAS RENOVADAS. Portal de prefeitura, 2021.
Disponível em:
<https://portaldeprefeitura.com.br/2021/12/23/balanco-governo-federal-fecha-2021-com-108-obras
-publicas-entregues-e-2-050-quilometros-de-rodovias-renovadas/>.Acesso em: 15 jul. 2023.
4. FLUXOS LOGÍSTICOS: O QUE É, TIPOS, ETAPAS E VANTAGENS COMPETITIVAS. Equipacenter,
2022. Disponível em: <https://blog.equipacenter.com.br/fluxos-logisticos/>. Acesso em: 15 jul. 2023.
5. INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA. Ciência-IUL, 2023. Disponível em:
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6. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA. Gov.br, 2023. Disponível em:
<https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/transparencia-e-prestacao-de-contas/monitora
mento-e-avaliacao-da-estrategia>. Acesso em: 15 jul. 2023.
7. SAIBA O QUE SÃO CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS. SEBREAE, 2019. Disponível em:
<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/saiba-o-que-sao-custos-fixos-e-custo
s-variaveis%2C7cf697daf5c55610VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 15 jul. 2023.
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