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07/11/2023, 08:09 EPS
https://simulado.estacio.br/alunos/ 1/3
Teste de
Conhecimento
 
 
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
1a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A1_202310028263_V1  01/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
Em relação aos procedimentos no âmbito do processo penal, assinale a alternativa correta:
 No procedimento comum sumário, é possível o requerimento de diligências em sede de audiência de instrução
e julgamento, de acordo com o Código de Processo Penal.
O Art. 61 da Lei 9.099/95 não considera as contravenções penais delito de menor potencial ofensivo.
A�rma-se que o procedimento dos crimes afeitos ao Tribunal do Júri é bifásico, contando com uma fase em que
se procede ao sumário da culpa e outra na qual se dará o juízo de mérito, mas não se pode dizer que é um
procedimento especial, não encontrando amparo no Código de Processo Penal.
 O procedimento sumaríssimo se destina às infrações penais de menor potencial ofensivo, que, em regra, são
aquelas cuja pena máxima abstrata não excede dois anos, além das contravenções penais, seguindo os ditames
da Lei Nº 9.099/1995.
Pode-se a�rmar que, pelo Código de Processo Penal, a de�nição da categoria do rito comum não terá como
parâmetro a pena máxima cominada abstratamente ao crime.
Respondido em 01/11/2023 17:27:31
Explicação:
O procedimento sumaríssimo se destina às infrações penais de menor potencial ofensivo, que, em regra, são aquelas
cuja pena máxima abstrata não excede dois anos, além das contravenções penais, seguindo os ditames da Lei Nº
9.099/1995.
 Art. 61 da Lei 9.099/95 dispõe: ¿Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei,
as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com
multa¿.
 
(Prova: FCC - 2018 - DPE-AP: Defensor Público)
O sistema acusatório:
Veri�ca-se quando a Constituição prevê garantias ao acusado.
Privilegia a acusação, sendo próprio dos regimes autoritários.
 Caracteriza-se por separar as funções de acusar e julgar e por deixar a iniciativa probatória com as partes.
 Questão1
 Questão2
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07/11/2023, 08:09 EPS
https://simulado.estacio.br/alunos/ 2/3
Tem sua raiz na motivação das decisões judiciais.
Vigora em sua plenitude no Direito brasileiro.
Respondido em 01/11/2023 17:27:51
Explicação:
Caracteriza-se por separar as funções de acusar e julgar e por deixar a iniciativa probatória com as partes.
No sistema acusatório, adotado no Brasil, existe separação entre os órgãos incumbidos de realizar a acusação e o
julgamento, o que garante a imparcialidade do julgador e, por conseguinte, assegura a plenitude de defesa e o
tratamento igualitário das partes.
 
(VUNESP/2016 - Adaptada)
Os princípios processuais penais são diretrizes fundamentais que orientam o funcionamento do processo penal, ou seja,
o conjunto de regras e procedimentos que regulam a persecução penal, desde a investigação até a sentença �nal. Sobre
eles, assinale a alternativa correta.
 O direito ao silêncio, que está previsto na Constituição da República, de acordo com entendimento doutrinário,
é um direito exercido pelo acusado de omitir-se ou permanecer em silêncio durante interrogatório.
O princípio da busca da verdade constitui princípio irrelevante e pouco utiizado no processo penal e leva a
entender que os fatos que se buscam podem ser ditos verdadeiros e atingem uma verdade absoluta.
O princípio da busca da verdade constitui princípio supremo no processo penal e leva a entender que os fatos
que se buscam podem ser ditos verdadeiros e atingem uma verdade absoluta.
O princípio da inadmissibilidade de provas ilícitas tem previsão constitucional e também no Direito Processual
Penal, sendo válidas, entretanto, as provas derivadas das provas ilícitas em qualquer ocasião.
O princípio do contraditório não restará violado se entre a acusação e a sentença inexistir correlação.
Respondido em 01/11/2023 17:27:58
Explicação:
O direito ao silêncio, que está previsto na Constituição da República, de acordo com entendimento doutrinário, é um
direito exercido pelo acusado de omitir-se ou permanecer em silêncio durante interrogatório. O direito ao silêncio é
garantido ao acusado, em qualquer fase da persecução penal e decorre de um princípio garantidor muito maior do nemo
tenetur se detegere. O juiz, antes de iniciar a audiência, esclarece que o réu pode permanecer em silêncio e não sofrerá
prejuízos por esse ato.
O princípio da busca da verdade, apesar de relevante, constitui não signi�ca que há uma verdade absoluta. O princípio
do contraditório restará violado se entre a acusação e a sentença inexistir correlação. O princípio da inadmissibilidade
de provas ilícitas tem previsão constitucional e também no Direito Processual Penal, não sendo válidas as provas
derivadas das provas ilícitas.
 
 
Um homem passava pela catraca de uma das estações de trens, com uma mochila nas costas, quando foi abordado por
dois agentes de segurança de empresa privada. Acreditando que se tratava de vendedor ambulante, os agentes �zeram
uma revista e encontraram na mochila dois tabletes de maconha. O réu foi indiciado, mas em juízo foi absolvido. O
Tribunal reformou a sentença e o condenou com base em prova recolhida em revista pessoal feita por agentes de
segurança privada. De acordo com o enunciado, marque a opção correta:
O Código de Processo Penal retrata e especi�ca, no Art. 250, a �gura dos ¿agentes¿, logo, não cabe a
interpretação feita pelo STJ.
A abordagem por agentes de segurança privada em locais públicos é lícita, segundo a CF, mas a condenação do
réu não pode se basear nessa questão, pois não é meio de prova.
 O Tribunal não agiu corretamente, visto que é ilícita a prova obtida em revista pessoal feita por agentes de
segurança particular.
 Questão3
 Questão4
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https://simulado.estacio.br/alunos/ 3/3
O Tribunal agiu corretamente, visto que é prova lícita a revista pessoal feita por agentes de segurança
particular.
 A abordagem por agentes de segurança privada em locais públicos é ilícita, e a condenação do réu pode se
basear nessa questão, pois, nesse caso, é meio de prova válido.
Respondido em 01/11/2023 17:28:03
Explicação:
O Tribunal não agiu corretamente, visto que é ilícita a prova obtida em revista pessoal feita por agentes de segurança
particular.
Segundo o entendimento �rmado pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, a Constituição Federal, no capítulo que
trata da segurança pública, deixa claro que somente as autoridades judiciais e policiais e os seus agentes estão
autorizados a fazer busca domiciliar ou pessoal. O próprio Código de Processo Penal retrata, no Art. 250, a �gura dos
¿agentes¿, sem especi�car. Logo, cabe a interpretação feita pelo STJ.
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07/11/2023, 08:10 EPS
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Conhecimento
 
 
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
2a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A2_202310028263_V1  06/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
Assinale a alternativa que apresenta uma descrição correta do inquérito policial:
 É presidido pelo delegado de polícia, no âmbito da Polícia Civil, e pelo delegado federal, no âmbito da Polícia
Federal.
No ordenamento jurídico brasileiro, não há outra forma de investigação criminal que não seja o inquérito
policial.
É o único procedimento administrativo e judiciáriocom previsão legal, conforme a doutrina tradicional.
É um instrumento de investigação �nal para de�nir a penalidade do fato criminoso.
É um procedimento administrativo que não é presidido pelo delegado de polícia.
Respondido em 06/11/2023 08:38:21
Explicação:
É presidido pelo delegado de polícia, no âmbito da Polícia Civil, e pelo delegado federal, no âmbito da Polícia Federal.
Conforme o Art. 4º do CPP, cabe ao delegado de polícia e ao delegado federal, ambos em seu âmbito, liderar o inquérito
policial. Entretanto, a lei pode limitar essa atuação de acordo com o assunto ou a localização.
 
(CESPE - 2018 - PC-MA - Médico Legista adaptada)
Ao tomar conhecimento da prática de uma infração penal, caberá à autoridade policial:
I- Dirigir-se ao local, onde deve providenciar para que não se alterem o estado e a conservação das coisas até a chegada
dos peritos criminais.
II- Informar o fato de pronto ao Ministério Público, ao qual compete �scalizar o trabalho policial.
III- Proceder a diligências, no sentido de apurar as circunstâncias do fato criminoso e identi�car a autoria provável.
IV- Encerrar a investigação quando não for possível identi�car um suspeito dentro de prazo razoável.
Estão certos apenas os itens:
 I e III
 Questão1
 Questão2
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III e IV
II, III e IV
I, III e IV
I e II
Respondido em 06/11/2023 08:38:24
Explicação:
A�rmativa I e III estão corretas.
A a�rmativa I encontra previsão no inciso I do Art. 6º do CPP. Já a a�rmativa III fala que a autoridade policial deve
proceder a diligências como: apurar as circunstâncias do fato criminoso e identi�car a autoria provável que são,
indiretamente, as diligências que devem ser executadas pela autoridade policial. (Art. 6º, caput)
 
(Polícia Civil do Espírito Santo - PC/ES/ES 2019 - Adaptada) Considere a seguinte situação: Gerson está respondendo a
procedimento investigatório, conduzido por delegado de Polícia Civil. Em meio à investigação, foi decretado sigilo do
inquérito policial para assegurar as investigações.
Levando em conta este caso hipotético, é correto a�rmar que:
 Apenas no caso de não ser decretado o sigilo dos autos do inquérito, o advogado terá acesso aos autos, caso em
que terá que aguardar a instauração do processo judicial.
Os autos do inquérito policial poderão ser examinados pelo advogado, que ainda terá informações sobre os
atos de investigação a serem realizados.
 Ainda que tenha sido decretado o seu sigilo, o advogado poderá examinar os autos do inquérito policial.
O advogado do indiciado não terá acesso aos autos, nos crimes hediondos, para assegurar a proteção das
investigações.
Tendo em vista a necessidade de preservar a ordem pública, o sigilo decretado no inquérito policial não impede
que os meios de comunicação televisivas tenham acesso.
Respondido em 06/11/2023 08:41:08
Explicação:
Súmula vinculante 14-STF: é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.
 
(FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Uni�cado - VI - Primeira fase - adaptada) Tício está sendo investigado pela
prática do delito de roubo simples, tipi�cado no Artigo 157, caput do Código Penal. Concluída a investigação, o delegado
titular da 41ª Delegacia Policial envia os autos ao Ministério Público, a �m de que este tome as providências que
entender cabíveis. O Parquet, após a análise dos autos, decide pelo arquivamento do feito, por faltas de provas de
autoria. A vítima ingressou em juízo com uma ação penal privada subsidiária da pública, que foi rejeitada pelo juiz da
causa, que, no caso acima, agiu:
 Corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação penal privada subsidiária da pública.
Erroneamente, já que a Lei Processual admite, implicitamente, a ação penal privada subsidiária da pública.
Erroneamente, tendo em vista que a Lei Processual admite a ação privada nos crimes de ação pública quando
esta não for intentada.
 Corretamente, já que a Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da pública nos casos em que
o Ministério Público não se mantém inerte.
Erroneamente, tendo em vista que a Lei Processual não admite a ação privada nos crimes de ação pública
quando esta não for intentada.
Respondido em 06/11/2023 08:41:11
 Questão3
 Questão4
07/11/2023, 08:10 EPS
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Explicação:
Corretamente, já que a Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da pública nos casos em que o
Ministério Público não se mantém inerte.
Somente é cabível a ação penal privada subsidiária da pública nas hipóteses em que o Ministério Público �que inerte.
Quando requer o arquivamento, ele não �ca inerte. Daí por que incabível a ação penal privada subsidiária da pública, de
acordo com Art. 29 do CPP.
 
Sobre a persecução penal, assinale a alternativa incorreta:
 O Ministério Público não pode oferecer denúncia com base em peças de informação, mesmo se estas forem
su�cientes para indicar elementos de autoria e materialidade de determinado fato típico, sendo necessário
requisitar a instauração de inquérito policial.
A investigação criminal é a atividade preparatória para o exercício da ação penal, procurando elementos sobre
autoria e materialidade, bem como as circunstâncias que envolvem o delito.
Na persecução penal, o Estado cria dois órgãos persecutórios que são chamados de Polícia Judiciária, que leva
ao conhecimento da infração e o Ministério Público, que pode dar início à ação penal.
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não podendo ser
considerada para efeitos de reincidência.
O inquérito policial é uma das formas de investigação criminal, não tem rito preestabelecido, nem é providência
prévia indispensável ao início da persecução penal.
Respondido em 06/11/2023 08:41:17
Explicação:
A �nalidade principal do inquérito policial é a reunião de indícios de autoria e da prova de materialidade; entretanto é
um procedimento totalmente dispensável. Portanto, se o Ministério Público não tem dúvidas acerca desses elementos,
pode oferecer denúncia.
 Questão5
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07/11/2023, 08:10 EPS
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Teste de
Conhecimento
 
 
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
3a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A3_202310028263_V1  07/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
(VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto - adaptada)
A aplicação imediata da pena restritiva de direitos ou multa, conhecida como ¿transação penal¿, tal qual prevista no Art.
76, parágrafo 2° da Lei n° 9.099/95, não será admitida se �car comprovado:
Que o crime foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime ou contravenção, a pena privativa de liberdade,
por sentença de�nitiva.
 Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, ser necessária e su�ciente a adoção da medida.
Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime ou contravenção, à pena privativa de liberdade
transitada em julgado.
 Ter sido o agente bene�ciado anteriormente pela aplicação de pena restritiva ou multa na mesma modalidade
de ¿transação penal¿.
Respondido em 07/11/2023 07:31:02
Explicação:
Não indicarem os antecedentes,a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
ser necessária e su�ciente a adoção da medida.
Um dos requisitos subjetivos para a concessão da transação penal, conforme a lei em seu art. 76, §2º, inciso III, é não
indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser
necessária e su�ciente a adoção da medida.
 
Considere as a�rmativas abaixo em relação à fase preliminar do processo do Juizado Especial Criminal:
I - Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público e as partes acompanhadas por seus
advogados, o juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação
imediata de pena privativa de liberdade.
II - A conciliação será conduzida pelo juiz ou por conciliador sob sua orientação.
III - Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o não oferecimento desta na audiência preliminar
 Questão1
 Questão2
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implica decadência do direito.
IV - A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.
Quais estão corretas?
Apenas III e IV
 Apenas I e III
 Apenas II e IV
Apenas I
Apenas II
Respondido em 07/11/2023 07:31:10
Explicação:
Apenas II e IV.
A a�rmativa II está correta com base no Art. 73, que aduz: ¿A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob
sua orientação.¿ E a a�rmativa IV está correta com base no Art. 69 da Lei 9099/95 que a�rma: ¿A autoridade policial
que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.¿
 
Flávio, motorista de táxi, dirigia seu auto por via estreita, que impedia ultrapassagem de autos. Túlio, septuagenário,
seguia com seu veículo à frente do de Flávio, em baixíssima velocidade, causando enorme congestionamento na via.
Quando Túlio parou em semáforo, Flávio desceu de seu táxi e passou a desferir chutes e socos contra a lataria do auto
de Túlio, dani�cando-a. Policiais se acercaram do local e detiveram Flávio, que foi conduzido à delegacia de polícia. Lá, o
delegado entendeu que o crime era de dano, com pena de detenção de um a seis meses ou multa. Iniciou a lavratura do
termo circunstanciado, previsto na Lei Nº 9.099/95. Ao �nalizá-lo, entregou a Flávio para que assinasse o termo de
comparecimento ao Juizado Especial Criminal, o que foi por ele recusado.
Indique o procedimento a ser adotado:
Registrar apenas em boletim de ocorrência para futuras providências.
O termo circunstanciado deve ser remetido ao juízo, mesmo que Flávio não tenha assinado, para que o
Magistrado, ouvido o Ministério Público, tome as providências que julgar cabíveis, podendo até decretar
eventual prisão temporária.
 Considerando que ocorrera prisão em �agrante, ante a não assinatura do termo de comparecimento ao Jecrim,
deve o delegado de polícia lavrar auto de prisão em �agrante, �xando �ança.
 Na prisão em �agrante, se o infrator não assinar o termo circunstanciado, o delegado de polícia �ca impedido
de lavrar o auto de prisão em �agrante.
Deve o delegado lavrar o auto de prisão em �agrante e permitir que Flávio se livre solto.
Respondido em 07/11/2023 07:31:15
Explicação:
Considerando que ocorrera prisão em �agrante, ante a não assinatura do termo de comparecimento ao Jecrim, deve o
delegado de polícia lavrar auto de prisão em �agrante, �xando �ança.
Praticada uma infração penal de menor potencial ofensivo, caso o infrator seja preso em �agrante, deverá ser conduzido
à delegacia de polícia do local do fato, a �m de que o delegado lavre o termo circunstanciado e o infrator o assine. No
entanto, caso se recuse a assinar, o delegado de polícia está autorizado a lavrar o auto de prisão em �agrante, conforme
interpretação a contrario sensu do Art. 69, parágrafo único da Lei 9.099/95.
 
 Questão3
 Questão4
07/11/2023, 08:10 EPS
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(FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto, adapatada)
Em relação aos Juizados Especiais Criminais, é correto a�rmar que:
A competência será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal ou pelo domicílio da vítima, a
critério desta.
Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana; é
incabível, porém, a prática em outras comarcas.
 Não cabe recurso especial contra decisão proferida por turma recursal, competindo a esta, porém, processar e
julgar mandado de segurança contra ato de juizado especial.
Contra decisão emitida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais cabe recurso especial.
 É cabível a interposição de recurso em sentido estrito, no prazo de cinco dias, contra a decisão de rejeição da
denúncia ou queixa, com abertura de vista para apresentação das razões em oito dias.
Respondido em 07/11/2023 07:31:19
Explicação:
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por turma recursal, competindo a esta, porém, processar e julgar
mandado de segurança contra ato de juizado especial.
Segundo a Súmula 376 do STJ: ¿Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de
juizado especial¿ e a Súmula 203 do STJ: ¿Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau
dos Juizados Especiais¿.
 
Assinale a alternativa que apresenta uma a�rmação que identi�ca corretamente a relação entre o procedimento
sumaríssimo e a Constituição Federal:
O Art. 98, inciso I da Constituição Federal (CF) dasautorizou a criação dos Juizados Especiais Criminais para o
julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo, o que foi alterado posteriormente por meio de
medida provisória.
O Art. 41 da Lei Maria da Penha (Nº 11.340/2006) inclui a incidência da Lei 9.099/95 aos delitos que envolvam
violência doméstica e familiar contra a mulher.
 O Art. 2º da Lei 9.099/95 de�niu os critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade como princípios norteadores do procedimento sumaríssimo.
A Lei 9.099/95 não de�niu qualquer o critério da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade como princípios norteadores do procedimento sumaríssimo.
 O procedimento sumaríssimo teve seus princípios de�nidos integralmente pela Constituição Federal, restando
ao Art. 2º da Lei 9.099/95 apenas a sua con�rmação.
Respondido em 07/11/2023 07:31:23
Explicação:
O Art. 2º da Lei 9.099/95 de�niu os critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade como princípios norteadores do procedimento sumaríssimo.
A alternativa c deve ser assinalada porque a Constituição Federal utilizou a expressão infração penal de menor
potencial ofensivo, mas foi o legislador que estabeleceu o seu conceito, no Art. 61 da Lei 9.099/95. Também coube ao
legislador a de�nição dos seus princípios; o Art. 2º da Lei 9.099/95 de�niu assim os princípios que devem nortear o
procedimento sumaríssimo: ¿o processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação¿.
 
Pedro, plenamente capaz, apresentou queixa-crime contra Paulo, igualmente capaz, alegando ter sido vítima de injúria.
No juízo criminal, realizada audiência preliminar, não concordaram as partes em conciliar. Ato contínuo, foi oferecida
representação por parte de Pedro e apresentada pelo Ministério Público proposta de transaçãopenal, a qual foi
 Questão5
 Questão6
07/11/2023, 08:10 EPS
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integralmente aceita por Paulo. Assim, ante a transação penal realizada, restou Paulo obrigado a pagar o valor
correspondente a uma cesta básica em favor de entidade de cunho assistencial, a ser designada pelo juízo.
Considerando este caso e o que estabelece a Lei 9.099/95 em relação à transação penal no contexto do processo
sumaríssimo, assinale a alternativa correta:
Paulo não poderá, quando da ação de reparação civil, questionar a existência do fato ou sobre quem seja o seu
autor, uma vez que essas questões já se acham decididas no juízo criminal.
A transação penal excluirá os tantos as efeitos penais e quanto os efeitos civis para Paulo.
A transação penal realizada por Paulo gera presunção absoluta de culpa em eventual ação de reparação de
dano civil proposta por Pedro.
Com transação penal e aplicação da pena restritiva de direitos imposta pelo juiz a Paulo, importará em
reincidência e terá efeitos civis.
 Com transação penal e aplicação da pena restritiva de direitos imposta pelo juiz a Paulo, a mesma não
importará em reincidência e não terá efeitos civis.
Respondido em 07/11/2023 07:31:29
Explicação:
Com transação penal e aplicação da pena restritiva de direitos imposta pelo juiz a Paulo, a mesma não importará em
reincidência e não terá efeitos civis.
Segundo o Art. 76, §§ 4º e 6º da Lei 9099/95, acolhendo a proposta feita pelo MP, o juiz aplicará pena restritiva de
direitos que não importará reincidência, e a imposição dessa sanção não constará de certidão de antecedentes criminais
e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. Assim, a pena restritiva imposta a
Paulo não gera reincidência e não terá efeitos civis de reparação do dano.
 
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
4a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A4_202310028263_V1  07/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
(Concurso O�cial de JustiçaTJ/PE 2017 adaptada) A ação penal necessita de condições e requisitos para a sua
subsistência. Tais elementos estão dispostos em lei e sua ausência no caso concreto gera a extinção da demanda. Neste
contexto, são condições da ação penal:
Prazo, forma e acusação.
Legitimidade de parte, quali�cação do acusado e prazo.
Que o fato narrado constitua crime, que a parte seja legítima e que esteja presente condição de
procedibilidade.
Prazo, forma, indivisibilidade da acusação.
 Possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e justa causa.
Respondido em 07/11/2023 07:32:40
Explicação:
Possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e justa causa.
A possibilidade jurídica do pedido diz respeito à causa de pedir da ação, esta deve estar prevista como crime para que o
pedido seja procedente. O interesse de agir está relacionado à necessidade, à utilidade e à adequação: Ser indispensável
a via processual para que haja o devido processo legal; deve haver motivo para a atividade jurisdicional e deve haver
harmonização entre o pedido de sanção penal e a condenação aplicada. A justa causa é entendida por alguns
doutrinadores como condição especí�ca da ação penal.
 
 
(MPE-GO  2019  MPE-GO  Promotor de Justiça Substituto  adaptada). Assinale a alternativa incorreta acerca da Ação
Penal.
 O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. A
representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu
representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o
órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
 Questão1
 Questão2
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A ação penal deve vir acompanhada de justa causa, que é o lastro probatório mínimo de que houve a prática de
um crime. Em determinados crimes, por exemplo, como na lavagem de dinheiro e na receptação, é preciso que
se demonstre uma justa causa duplicada.
 Feita a representação contra um dos autores do fato delituoso, ela é estendida aos demais autores. Assim, caso
a vítima ou seu representante legal trate na representação de apenas um dos autores da infração penal, o
Ministério Público poderá ajuizar denúncia contra os coautores, caso presentes os requisitos legais. Trata-se de
e�cácia transpessoal da representação.
O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou a�ançado.
Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-
á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação.
Em relação à representação, vigora o princípio da oportunidade da instauração do processo penal.
Considerando que o artigo 104 do Código Penal trata apenas da renúncia do direito de queixa, em regra não
cabe a renúncia do direito de representação. Todavia, há exceção na Lei dos Juizados Especiais Criminais.
Respondido em 07/11/2023 07:32:48
Explicação:
Feita a representação contra um dos autores do fato delituoso, ela é estendida aos demais autores. Assim, caso a vítima
ou seu representante legal trate na representação de apenas um dos autores da infração penal, o Ministério Público
poderá ajuizar denúncia contra os coautores, caso presentes os requisitos legais. Trata-se de e�cácia transpessoal da
representação.
O erro da alternativa consiste em dizer que o fenômeno processual retratado se denomina e�cácia transpessoal da
representação. Trata-se de situação de e�cácia objetiva da representação. Segundo o STJ, ¿A e�cácia objetiva da
representação, interligada ao princípio da indivisibilidade que vige na ação penal pública, confere ao MP a possibilidade
de atuar prontamente contra todos os envolvidos, ainda que a representação não tenha abrangido todos os autores da
infração. Logo, admissível o aditamento à denúncia pelo Parquet para �ns de inclusão de corréu não constante da
representação do ofendido¿.
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
5a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A5_202310028263_V1  07/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
(PGR - 2017 - PGR - Procurador da República - adaptada) No que se refere à audiência de custódia:
I. A autoridade judicial entrevistará a pessoa presa em flagrante devendo abster-se de formular perguntas com a
finalidade de produzir prova para a investigação ou ação penal posterior.
II. Concluída a audiência de custódia, cópia da sua ata será entregue à pessoa presa em flagrante delito, ao
Defensor e ao Ministério Público, tomando-se a ciência de todos, e apenas o auto de prisão em flagrante, com
antecedentes e cópia da ata, seguirá para livre distribuição.
III. Não sendo realizada a audiência em até 24h após a prisão em flagrante, como prevista em lei, uma das
hipóteses é que deveráocorrer o relaxamento da prisão, visto que se torna ilegal.
IV. A audiência de custódia será realizada na presença do Ministério Público e da Defensoria Pública caso o preso
não possua defensor constituído, junto à presença dos responsáveis pela prisão ou pela investigação durante a
audiência.
Diante das assertivas acima, analise as alternativas abaixo:
Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
nenhuma das alternativas.
Apenas as assertivas I e III estão corretas.
Todas as assertivas estão corretas.
 Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
Respondido em 07/11/2023 07:33:30
Explicação:
As a�rmativas I e II estão de acordo com a Resolução nº 213-CNJ/2015, em que aduz na audiência de custódia, a
autoridade judicial entrevistará a pessoa presa em �agrante, devendo (...)abster-se de formular perguntas com
�nalidade de produzir prova para a investigação ou ação penal; e seu §4º diz que ¿concluída a audiência de custódia,
cópia da sua ata será entregue à pessoa presa em �agrante delito, ao Defensor e ao Ministério Público, tomando-se a
ciência de todos, e apenas o auto de prisão em �agrante, com antecedentes e cópia da ata, seguirá para livre
distribuição.¿ A a�rmativa III está relacionada ao art. 310 do CPP que estipula um prazo para realizar a audiência de
custódia. A sanção é discutida pelos doutrinadores.
 
 Questão1
 Questão2
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(INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Agente Técnico Forense) Em um processo crime, a prisão preventiva do
acusado foi decretada com base na garantia da ordem pública. Posteriormente, verificando que o réu tinha
residência fixa, emprego lícito e bons antecedentes, o juiz revogou a prisão decretada ante a sua desnecessidade.
Ocorre que, no curso da instrução criminal, uma das testemunhas arroladas pela acusação noticiou ao juízo que
estava recebendo ameaças do acusado para que não comparecesse em juízo no dia da audiência ou iria morrer.
Diante da situação apresentada, assinale a alternativa correta.
Não poderá ser novamente decretada a prisão preventiva do acusado, porque a prisão já foi revogada uma vez
no mesmo processo.
O juiz poderá decretar a prisão temporária do acusado até a realização da audiência de instrução.
 Poderá ser decretada novamente a prisão preventiva do acusado com fundamento na conveniência da
instrução criminal.
Somente poderá ser novamente decretada a prisão preventiva do acusado se houver uma das hipóteses de
prisão em �agrante.
 Somente poderá ser decretada novamente a prisão preventiva se tratar-se de crime da competência do
Tribunal do Júri.
Respondido em 07/11/2023 07:33:34
Explicação:
Segundo o art. 312 do CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.
 
(FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase - adaptada) Após ser instaurado inquérito
policial para apurar a prática de um crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor (Art.
303 da Lei nº 9.503/97 - pena: detenção de seis meses a dois anos), foi identificado que o autor dos fatos seria
Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, possuía três anotações referentes a condenações, com
trânsito em julgado, pela prática da mesma infração penal, todas aptas a configurar reincidência quando da prática
do delito ora investigado.
Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo crime antes investigado;
diante da reincidência específica do denunciado civilmente identificado, foi requerida a decretação da prisão
preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente decretou a prisão preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e
destacando que essa circunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem preenchidos.
Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer:
A revogação da prisão dele, tendo em vista que, ainda que legal, é desnecessária.
Liberdade provisória dele, com argumento baseado na ilegalidade da prisão.
 O relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal e arbitrária.
O relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, ainda que legal, é desnecessária.
 A liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas cautelares alternativas.
Respondido em 07/11/2023 07:33:38
Explicação:
O caso em análise trata-se de um crime culposo e, portanto, fora do rol dos requisitos para a prisão preventiva,
prevista no art. 313 e 312 do CPP. Portanto, a decretação da prisão preventiva em um crime culposo, é uma medida
ilegal e arbitrária, devendo ter sido aplicadas medidas cautelares diversas da prisão, como a fiança e a suspensão do
direito de dirigir, por exemplo.
 
(FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - adaptada) Sobre a prisão, o Código de Processo Penal dispõe:
 Da lavratura do auto de prisão em �agrante deverá constar a informação sobre a existência de �lhos,
respectivas idades e se possuem alguma de�ciência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos �lhos, indicado pela pessoa presa.
 Questão3
 Questão4
07/11/2023, 08:11 EPS
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Somente no curso do processo penal caberá a decretação de prisão preventiva pelo juiz, não sendo permitido,
durante o inquérito policial.
Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão em �agrante, o preso deverá ser posto em
liberdade.
As autoridades policiais e seus agentes, bem como qualquer do povo, deverão prender quem quer que seja
encontrado em �agrante delito.
A custódia preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver indícios da
existência do crime e de sua autoria.
Respondido em 07/11/2023 07:33:40
Explicação:
O art. 304, §4º do CPP dispõe que na lavratura do auto de prisão em �agrante deverá constar a informação sobre a
existência de �lhos, idades e se possuem alguma de�ciência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos �lhos, indicado pela pessoa presa. Esse artigo destaca as garantias do indiciado.
 
(MPE-RJ ¿ Estágio Forense ¿ 2018) Durante investigação da prática de crime grave, antes do oferecimento da denúncia,
ao receber o inquérito policial ainda não relatado apenas com solicitação de novo prazo para diligências, o Promotor de
Justiça encaminha, ao Poder Judiciário, promoção com requerimento apenas de busca e apreensão residencial em
desfavor de João, indiciado. Considerando que João era reincidente na prática de crimes, o juiz entendeu por deferir a
busca e apreensão, mas também por decretar a prisão preventiva do indiciado, sem manifestação do Ministério Público
sobre o tema.
Com base apenas nas informações narradas, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, é correto
afirmar que a prisão preventiva é:
 Legal, tendo em vista que pode ser decretada de ofício pelo juiz.
Ilegal, pois não cabe prisão preventiva durante as investigações, mas tão só prisão temporária, mesmo com
requerimento do Ministério Público, cabendo revogação da prisão.
 Ilegal, tendo em vista que não poderia ter sido decretada de ofício na hipótese, cabendo relaxamento da prisão.
Legal e desnecessária, tendo em vista que as diversas condenações anteriores não podem fundamentar risco de
reiteração delitiva, cabendo revogação da prisão.
Legal e necessária, tendo em vista que a lei admite que a prisão preventiva seja decretada de ofício pela
autoridade judicial e o risco de reiteração pode ser constatado pelas condenações anteriores.
Respondido em 07/11/2023 07:33:44
Explicação:De acordo com o art. 311 do CPP, após o Pacote Anticrime, em qualquer fase da investigação policial ou do processo
penal, caberá a prisão preventiva, decretada pelo juiz, a requerimento do MP, do querelante ou do assistente, ou por
representação do delegado, não cabendo mais ¿de ofício¿.
 
(FMP Concursos ¿ 2017 ¿ MPE-RO ¿ adaptada) No que diz respeito ao instituto da audiência de custódia, é CORRETO
a�rmar:
Se, por qualquer motivo, não houver juiz na comarca até o �nal do prazo de 24 horas da comunicação do
�agrante, a pessoa presa será levada imediatamente ao estabelecimento prisional mais próximo, onde
aguardará a chegada do juiz competente para a realização daquele ato.
 No caso de prisão em �agrante delito da competência originária de Tribunal, a apresentação do preso para a
audiência de custódia poderá ser feita ao juiz que o Presidente do Tribunal ou o Relator designar para esse �m.
A apresentação à autoridade judicial no prazo de 24 horas compreenderá somente as pessoas presas em
�agrante, em razão de as privações de liberdade decorrentes de mandado de prisão cautelar ou de prisão
de�nitiva possuírem regramento especí�co junto ao Código de Processo Penal e Lei de Execuções Penais.
 Questão5
 Questão6
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 Durante a audiência de custódia, é vedada a presença dos agentes policiais, civis ou militares,
independentemente de haverem sido responsáveis pela prisão ou pela investigação, como forma de
proporcionar proteção integral à pessoa presa para que informe a ocorrência, ou não, de alguma violência física
ou psíquica no ato de sua prisão.
Estando a pessoa presa acometida de grave enfermidade, ou havendo circunstância comprovadamente
excepcional que a impossibilite de ser apresentada ao juiz no prazo de 24 horas da comunicação do �agrante,
deverá, prioritariamente, ser providenciada sua condução para a audiência de custódia logo depois de
restabelecida sua condição de saúde ou de apresentação.
Respondido em 07/11/2023 07:33:48
Explicação:
No art. 1º, §3º da Resolução 213/2015 do CNJ, no caso de prisão em �agrante delito da competência originária de
Tribunal, a apresentação do preso poderá ser feita ao juiz que o Presidente do Tribunal ou Relator designar para esse
�m.
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
6a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A6_202310028263_V1  07/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
(IDIB ¿ 2019 ¿ Prefeitura de Petrolina ¿ PE ¿ Guarda Civil ¿ adaptada) Com base no Código de Processo Penal,
assinale a seguir quando é possível a concessão de fiança.
Quando estiverem presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva.
Quando o réu estiver sendo investigado pela prática de crime de tortura.
Quando o réu estiver sendo investigado pela prática de crimes hediondos.
Quando o réu tiver sofrido prisão civil ou militar.
 Quando o réu tiver praticado infrações penais de menor potencial ofensivo.
Respondido em 07/11/2023 07:35:34
Explicação:
rol taxativo, de ina�ançabilidade do art. 323 e art 324. Não será concedida �ança nos crimes de racismo, de tortura,
trá�co ilícito de entorpecentes e drogas a�ns, terrorismo, nos de�nidos como crimes hediondos, nos crimes cometidos
por grupos armados, civis ou militares. Também não será quem, no mesmo processo, tiver quebrado �ança
anteriormente concedida, em caso de prisão civil ou militar ou quando presentes os motivos que autorizam a
decretação da prisão preventiva.
 
(Cespe - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário ¿ adaptada) Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Durante a
investigação, apurou-se a participação de Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua prisão temporária. A
partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação:
 Carlos poderá impetrar habeas corpus em seu próprio benefício, desde que tenha autorização do Ministério
Público.
Carlos poderá impetrar habeas corpus, desde que seja advogado.
Não cabe a impetração de habeas corpus.
Somente um advogado, inscrito nos quadros da OAB, poderá impetrar habeas corpus em favor de outrem.
 Carlos poderá impetrar habeas corpus em seu próprio benefício, ainda que não seja advogado.
Respondido em 07/11/2023 07:35:36
 Questão1
 Questão2
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Explicação:
O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério
Público, de acordo com o art. 654 do CPP.
 
(Vunesp - 2020 - EBSERH - advogado) No que concerne ao regramento legal do habeas corpus previsto no CPP, é
correto a�rmar:
A lei processual penal não prevê a possibilidade de os juízes e os tribunais expedirem de ofício ordem de habeas
corpus.
 Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este
lhe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar.
 Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será de�nitivamente arquivado.
Não cabe habeas corpus quando negada a liberdade sob �ança, mesmo que a lei autorize a liberdade no caso
concreto.
Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal
na sua liberdade de ir e vir, inclusive nos casos de punição disciplinar.
Respondido em 07/11/2023 07:35:38
Explicação:
Segundo art. 656 do CPP, ao receber a petição de habeas corpus e estando o paciente preso, o juiz, se julgar necessário,
mandará que lhe seja apresentado imediatamente em dia e hora que designar.
 
(Vunesp - 2018 - Agente de Telecomunicações Policial - adaptada) Serão ina�ançáveis, por força da Constituição
Federal, os crimes de:
Trá�co ilícito de entorpecentes, assédio sexual, terrorismo, furto quali�cado, ações de grupos armados contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático.
 Racismo, tráfico ilícito de entorpecentes, peculato, aqueles definidos como hediondos e ações de grupos
armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Tortura, trá�co ilícito de entorpecentes e drogas a�ns.
 Racismo, crimes hediondos, tortura, trá�co ilícito de entorpecentes, terrorismo e ações de grupos armados
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Racismo, crimes hediondos, tortura, trá�co de entorpecentes, terrorismo, roubo e ações de grupos armados
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Respondido em 07/11/2023 07:35:40
Explicação:
A alternativa está de acordo com o que estabelecer o art. 5º, incisos XLII, XLIII e XLIV, da CRFB.
 
(Cespe - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário - adaptada) Assinale a alternativa correta quanto à concessão da
liberdade provisória.
Pode ser concedida pelo delegado de polícia sem a aplicação de �ança.
Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz poderá ou não conceder
liberdade provisória.
 Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória.
 Questão3
 Questão4
 Questão5
07/11/2023, 08:11 EPS
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Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz não deverá conceder liberdade
provisória.
Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz determinará,
obrigatoriamente, fiança.
Respondido em 07/11/2023 07:35:42
Explicação:
De acordo com o art.321 do CPP, se não estiverem presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva, o juiz
deve conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP.
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
7a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A7_202310028263_V1  07/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
Considere as afirmativas a seguir referentes aos auxiliares da Justiça
I. O Oficial de Justiça tem várias atribuições, dentre elas realizar citações e intimações.
II. Não poderão ser peritos os que tiverem opinado antes sobre o objeto da perícia.
III. O intérprete é pessoa idônea que traduzirá o texto, documento, figura ou outro meio passível de interpretação
que está redigido em língua estrangeira.
Estão corretas
nenhuma das alternativas.
apenas I e III.
 apenas I e II.
apenas a II.
 I, II e III.
Respondido em 07/11/2023 07:36:53
Explicação:
As a�rmativas I, II e III estão corretas segundo a lei e o entendimento doutrinário. O art. 143 do CPC traz a incumbência
do o�cial de justiça, como apresentado na a�rmativa I; o art. 279, inciso II do CPP traz esse impedimento aos peritos e a
a�rmativa III está de acordo com o entendimento de Mirabette (2008, p. 710), que entende ser o intérprete a pessoa
que traduz para outrem ¿ no caso autoridade policial ou judiciária e partes ¿ o conteúdo de um escrito redigido em língua
estrangeira.
 
Ao longo do tempo, os sistemas processuais penais tradicionalmente vêm sendo classi�cados como inquisitivo,
acusatório e misto. A de�nição da classi�cação considera as principais características do processo penal e os princípios
que o informam.
Considerando as previsões constitucionais e do Código de Processo Penal, o sistema processual penal brasileiro pode
ser classi�cado como:
 Questão1
 Questão2
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 Inquisitivo no momento do inquérito policial, admitindo-se que seja decretada a prisão temporária, ainda
durante as investigações, pelo prazo inicial de dez dias, em sendo investigada a prática do crime de roubo.
 Acusatório, primordialmente, de modo que não pode o magistrado decretar prisão preventiva, em nenhuma
fase processual, de ofício, sem representação do Ministério Público ou da autoridade policial simples.
Misto no momento do inquérito policial, de modo que não pode o advogado do indiciado ter acesso ao inquérito
e aos elementos informativos produzidos, ainda que já documentados, antes de sua conclusão.
Acusatório, primordialmente, razão pela qual não se aplica o sistema de prova tarifada, podendo a infração
penal que deixa vestígios ser comprovada por qualquer meio de prova, inclusive, unicamente, a con�ssão.
Inquisitivo no momento do inquérito policial, de modo que não pode o advogado do indiciado ter acesso ao
inquérito e aos elementos informativos produzidos, ainda que já documentados, antes de sua conclusão.
Respondido em 07/11/2023 07:36:55
Explicação:
Acusatório, primordialmente, de modo que não pode o magistrado decretar prisão preventiva, em nenhuma fase
processual, de ofício, sem representação do Ministério Público ou da autoridade policial simples.
O sistema é o acusatório, em que há separação entre o órgão acusador e julgador, e o juiz não tem liberdade para
determinar de ofício a produção de provas e não pode decretar a prisão preventiva de ofício durante as investigações, e
agora nem mesmo durante o processo, de acordo com a nova lei de nº 13.964/19. Esta também deixa explícita, no CPP, a
adoção do sistema acusatório.
 
 
(FCC - TRF 4ª 2007 - FCC - Analista Judiciário) Dentre os auxiliares da justiça no processo penal, inclui-se o:
Promotor de Justiça.
Juiz.
advogado do réu.
 perito.
assistente do Ministério Público.
Respondido em 07/11/2023 07:37:06
Explicação:
O art. 149 do CPC traz um rol de auxiliares do juízo que são aplicáveis ao Processo Penal também, como o o�cial de
justiça, o perito, o intérprete, entre outros.
 
(TRF 2ª 2012 - FCC - Técnico Judiciário ADAPTADA) A respeito dos auxiliares da justiça, considere:
I. As partes poderão intervir na nomeação de peritos, indicando nomes para o exercício dessa função.
II. Não poderão ser peritos os que tiverem prestado depoimento no processo.
III. Não poderão ser peritos os que tiverem opinado anteriormente sobre o objeto da perícia.
Está correto o que se a�rmar em:
 I, II e III.
 II e III.
I e II.
I e III.
Apenas I
Respondido em 07/11/2023 07:37:10
 Questão3
 Questão4
07/11/2023, 08:12 EPS
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Explicação:
As a�rmativas I e II estão em consonância com o art. 279, inciso II em que aduz que não poderão ser peritos os que
tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia.
 
Assinale a alternativa correta quanto à atuação do Ministério Público no Processo Penal.
O Ministério Público é parte legítima para oferecer recurso de apelação quando se trata de ação penal privada.
 O Ministério Público pode oferecer ação penal pública quando se trata de ação condicionada à representação
do ofendido.
O Ministério Público poderá desistir da ação penal todas as vezes em que entender estar agindo em prol da
defesa da coletividade, não importando o crime que se cometeu.
O Ministério Público não pode atuar num mesmo processo como parte e como �scal da lei.
 O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação penal pública, ainda que a propositura seja
incondicionada.
Respondido em 07/11/2023 07:37:13
Explicação:
De acordo com o art. 257 do CPP, cabe ao Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
estabelecida neste Código e também, segundo art. 24 do mesmo Código, será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou
de quem tiver qualidade para representá-lo.
 Questão5
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07/11/2023, 08:12 EPS
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
8a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A8_202310028263_V1  07/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
(MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor substituto) Sobre o inquérito policial, controle externo da atividade policial e
poder investigatório do Ministério Público, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa incorreta:
O inquérito policial pode ser instaurado de ofício, por requisição do Ministério Público e a requerimento do
ofendido em casos de crime de ação penal pública incondicionada.
No inquérito policial, a autoridade policial assegurará o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade e, no procedimento investigatório criminal, os atos e peças, em regra, são públicos.
No exercício do controle externo da atividade policial, o membro do ¿Parquet¿, pode requisitar informações, a
serem prestadas pela autoridade, acerca de inquérito policial não concluído no prazo legal, bem assim
requisitar sua imediata remessa ao Ministério Público ou Poder Judiciário, no estado em que se encontre.
 O membro do - Parquet-, com atuação na área de investigaçãocriminal, pode avocar a presidência do inquérito
policial, em sede de controle difuso da atividade policial.
 O membro do Ministério Público pode encaminhar peças de informação em seu poder diretamente ao Juizado
Especial Criminal, caso a infração seja de menor potencial ofensivo.
Respondido em 07/11/2023 08:00:57
Explicação:
Conforme Art. 2º, § 6º, Lei 12.380 c/c Art. 4º do CPP. A função de avocar o inquérito policial é privativa do delegado
de polícia, pois, a polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
 
CESPE  2020  TJ-PA  Auxiliar Judiciário) Acerca de ação penal, julgue os itens a seguir.
I. Havendo inércia do Ministério Público em oferecer denúncia, a titularidade da ação penal passa ao ofendido, que
atuará no polo ativo.
II. Em caso de pedido de arquivamento de inquérito policial pelo Ministério Público, o juízo poderá designar outro
promotor para dar início à ação penal.
III. Em se tratando de ação penal privada, se houver pluralidade de agentes, o ofendido não poderá processar apenas um
dos autores do delito.
 Questão1
 Questão2
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javascript:voltar();
javascript:diminui();
javascript:diminui();
javascript:aumenta();
javascript:aumenta();
07/11/2023, 08:12 EPS
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IV. Nas ações penais condicionadas à representação, a representação poderá ser realizada oralmente, desde que
devidamente reduzida a termo por autoridade competente.
Estão certos apenas os itens:
I e III
I e II
 III  e IV
I, II e IV
 II, III e IV.
Respondido em 07/11/2023 08:01:01
Explicação:
III e IV
A a�rmativa III está correta, pois aplica-se o princípio da indivisibilidade da ação penal privada, a teor do art. 48, do CPP,
sendo o ofendido obrigado, ao optar pelo processamento dos autores da infração, a fazê-lo em detrimento de todos os
envolvidos. A a�rmativa IV está correta também, em consonância com a jurisprudência do STF e do STJ, que aduz que a
representação, nos crimes de ação penal pública condicionada, não exige maiores formalidades, sendo su�ciente a
demonstração inequívoca de que a vítima tem interesse na persecução penal.
 
(MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto - Adaptada) Sobre o inquérito policial, controle externo da atividade
policial e poder investigatório do Ministério Público, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa incorreta:
No exercício do controle externo da atividade policial, o membro do ¿Parquet¿, pode requisitar informações, a
serem prestadas pela autoridade, acerca de inquérito policial não concluído no prazo legal, bem como
requisitar sua imediata remessa ao Ministério Público ou Poder Judiciário, no estado em que se encontre.
 O membro do Ministério Público pode encaminhar peças de informação em seu poder diretamente ao Juizado
Especial Criminal, caso a infração seja de menor potencial ofensivo.
O inquérito policial pode ser instaurado de ofício, por requisição do Ministério Público e a requerimento do
ofendido em casos de crime de ação penal pública incondicionada.
O membro do Ministério Público jamais poderá encaminhar peças de informação em seu poder diretamente ao
Juizado Especial Criminal, caso a infração seja de menor potencial ofensivo.
 O membro do "Parquet", com atuação na área de investigação criminal, pode avocar a presidência do inquérito
policial, em sede de controle difuso da atividade policial.
Respondido em 07/11/2023 08:01:06
Explicação:
A única autoridade apta a instaurar e presidir o inquérito policial é a autoridade policial, ou seja, o delegado de polícia
(CPP, Art. 4º). Promotor não instaura, preside ou avoca inquérito policial. Quando realiza investigação criminal, o MP
instaura um ¿procedimento investigatório criminal¿ (PIC), cujas diretrizes são �xadas na Resolução 181/2017 do CNMP.
Lembrar: investigação criminal (gênero) não é atividade privativa da autoridade policial, mas o IP (espécie) sim.
 Questão3
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07/11/2023, 08:12 EPS
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DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL
10a aula
  Lupa      
Exercício: DGT0451_EX_A10_202310028263_V1  07/11/2023
Aluno(a): WALBER SABÓIA FROTA 2023.3 EAD
Disciplina: DGT0451 - DIREITO PROC. PENAL E ORG. JUD. E POLICIAL  202310028263
 
(Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia adaptada) Assinale a alternativa correta em relação a Nova Lei
de Abuso de Autoridade nº 13869/19.
A pessoa jurídica não poderá ser vítima do crime de abuso de autoridade.
 Constitui abuso de autoridade o ato de o delegado de polícia deixar de comunicar, imediatamente, a prisão ou a
detenção de qualquer pessoa ao juiz e a alguém de sua família.
Caso o policial civil, abusando de sua autoridade, determine, sem nenhuma justi�cativa, o encarceramento da
vítima na delegacia, cometerá o delito previsto nessa Lei (art. 3º, ¿a¿).
A perda do cargo público é um efeito automático da condenação de todos os crimes previstos nessa Lei.
 Não é um efeito da condenação a inabilitação para o exercício de cargo ou função pública.
Respondido em 07/11/2023 08:06:28
Explicação:
Com o advento da nova lei 13869/2019, torna-se abuso de autoridade deixar de comunicar imediatamente a prisão
ou detenção a autoridade judiciária e a família ou pessoa indicada por esse bem o como local que se encontre
 
São atributos do Poder de Polícia:
 hierarquia, a disciplina e a legalidade.
democraticidade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
discricionariedade, dependência e coercibilidade
a imperatividade, a delegabilidade e a imprescritibilidade;
 discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
Respondido em 07/11/2023 08:06:30
Explicação:
Os três atributos são: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. A discricionariedade, em regra, ocorre
quando há liberdade de atuação; A autoexecutoriedade é a possibilidade de utilizar meios diretos de execução
 Questão1
 Questão2
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07/11/2023, 08:12 EPS
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independentemente de ordem judicial e coercibilidade que permite o emprego de força, de forma moderada e
adequada para cumprir determinado ato.
 
Entre os tipos de segurança privada estão:
I. Empresas especializadas em segurança privada, que são as empresas terceirizadas prestadoras de serviço de
segurança, e empresas possuidoras de serviços orgânicos de segurança, que constituem um setor próprio de
vigilância patrimonial.
II. Empresas possuidoras de serviços orgânicos de segurança, que são as empresas terceirizadas prestadoras de
serviço de segurança, e empresas especializadas em segurança privada, que constituem um setor próprio de
vigilância patrimonial.
III. Empresas possuidoras de serviços orgânicos de segurança, que constituem um setor próprio de vigilância
patrimonial.
Considerando as afirmativas, podemos dizer que:
 apenas I está correta.
apenas II está correta.
apenas I e II estão corretas.
apenas II e III estão corretas.
I, II e III estão corretas.
Respondido em 07/11/2023 08:06:33
Explicação:
A segurança privada é de�nida como sendo atividades de proteção de serviços e bens executadas por empresas
privadas. Entre os tipos de segurança privada estão as empresas terceirizadas prestadoras de serviço de segurança, e
empresas possuidoras de serviços orgânicos de segurança, que constituem um setor próprio de vigilância patrimonial.
 
De acordo com a Lei 13.869/2019, que de�ne os crimesde abuso de autoridade cometidos por agente público (servidor
ou não) no exercício de suas funções (ou a pretexto de exercê-las),  é correto a�rmar que:
Entre as penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas na Lei 13.869/2019,
está a suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 2 (dois) a 8 (oito) meses, com a
perda dos vencimentos e das vantagens;
Não são efeitos da condenação a perda do cargo. Somente a perda do mandato ou da função pública.
 É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de Território.
 Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, de maneira remunerada, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.
nenhuma das alternativas.
Respondido em 07/11/2023 08:06:37
Explicação:
Conforme art.2º, inciso I da Lei.13.869/2019, é considerado sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer
agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a servidores
públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
 
 Questão3
 Questão4
 Questão
5
07/11/2023, 08:12 EPS
https://simulado.estacio.br/alunos/ 3/3
(GUALIMP - 2018 - Câmara de Nova Venécia - ES - Procurador Jurídico adaptada) ¿O poder da administração pública
que autoriza o Estado a restringir direitos, bens e atividades dos particulares em prol do interesse coletivo¿. Com
base nessa afirmativa, assinale a opção que apresenta o poder descrito:
 Poder de disciplinar.
 Poder de polícia.
Poder hierárquico.
Poder de regulamentar.
Poder arbitrário.
Respondido em 07/11/2023 08:06:39
Explicação:
Segundo o Código Tributário Nacional, em seu art. 78, o poder de polícia é atividade administrativa pública que regula a
prática de ato ilícito, em razão de interesse público, pelo bem da coletividade. O Estado autoriza a restringir direitos,
bens e atividades dos particulares em prol desse interesse.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL E ORG. JUDC. E POLICIAL
Aula 1: Noções de Direito Processual Penal
Apresentação
Nesta aula, vamos desenvolver o estudo do Direito Processual Penal e seus aspectos principais, tais como os princípios
constitucionais aplicáveis, os sistemas utilizados no Brasil e a relação desta disciplina com os demais ramos do Direito.
Vamos trabalhar ainda os principais ritos processuais, tais como ordinário e sumário, suas regras, prazos e objetivos.
Objetivos
Distinguir os sistemas processuais inquisitivo e acusatório e suas respectivas implicações na atuação do Gestor de
Segurança Privada;
Reconhecer os conceitos de Direito Processual Penal e princípios constitucionais correlatos, bem como os ritos
processuais mais comuns;
Aplicar os princípios e regras de Direito Processual Penal na atuação pro�ssional como gestor de segurança privada.
Conceito e Finalidades
O Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e regras que disciplinam a apuração de um fato delituoso e a aplicação da
lei penal.
O Estado tem o poder-dever de punir aqueles que praticam delitos. Esse poder-dever, de início, é impessoal, pois destina-se à
coletividade.
No momento em que alguém pratica um delito, nasce para o Estado o direito de puni-lo com uma sanção, sendo que o acusado
poderá exercer seu direito de defesa. Esse confronto entre o direito de punir do Estado e o direito de defesa do indivíduo chama-
se lide penal, que será solucionada por meio do processo penal.
Exemplo
Se Fulano pratica um furto (art. 155 do CP), nasce ao Estado o direito de puni-lo por infração à lei. Em contrapartida, Fulano pode
se defender da acusação. A solução de quem está com a razão (Fulano X Estado) se dará por meio do processo penal, daí a
importância de conhecer o Direito Processual Penal. 
Logo, há ligação entre delito, pena e processo. A pena é a consequência para quem pratica um delito, sendo que ela apenas pode
ser aplicada por meio de um processo.
Diferentemente de outras áreas do Direito, no processo penal, o Estado só consegue satisfazer sua pretensão (a de punir o
autor do fato) por meio do processo penal. Não há instrumentos extraprocessuais para isso.
Comentário
A essa altura, você já percebeu a �nalidade do processo penal e, por isso, a importância de conhecê-lo: ele estabelece o conjunto
de regras que devem ser observadas para que o Poder Judiciário possa a�rmar se alguém é inocente ou culpado.
Vamos fazer um paralelo com uma partida de futebol. A partida em si seria o confronto entre o Estado e o réu (o processo). As
regras em que o jogo se desenvolve seriam semelhantes ao Direito Processual Penal. No futebol, o regulamento prevê uma
ordem para que as coisas aconteçam, pois isso gera previsibilidade, segurança.
Com essa mesma �nalidade, o processo penal também tem um conjunto de regras estipulando a ordem com que as coisas
devem acontecer no processo. A isso chamamos de procedimento ou rito.
Você sabe quais são os tipos de procedimento ou rito? Conforme o
Código de Processo Penal (CPP), o procedimento será comum ou
especial. O Art. 394 do CPP divide o procedimento comum em
ordinário, sumário e sumaríssimo. A regra será a aplicação do
procedimento comum, salvo exceção expressa pela lei (art. 394, §2º
do CPP).
O processo penal adotará o procedimento ordinário quando o delito apurado tiver pena máxima igual ou superior a quatro anos
(Art. 394, §1º, I do CPP). Esse procedimento também poderá ser usado de forma subsidiária aos demais procedimentos
quando houver alguma omissão a suprir (Art. 394, §5º do CPP).
Adotaremos o processo sumário quando tivermos por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos
de pena privativa de liberdade (Art. 394, §1º, II do CPP). Usaremos do rito sumaríssimo quando o processo versar sobre delitos
de menor potencial ofensivo (Art. 394, §1º, III do CPP), que hoje correspondem àqueles menos graves, ou seja, com pena
máxima não superior a dois anos (Art. 61 da Lei 9.099/95).
Sistemas Processuais: Inquisitivo e Acusatório
Tem-se por sistema inquisitivo aquele em que as atividades de investigar,
acusar e julgar alguém por um delito estão concentradas nas mãos de
apenas uma pessoa e não há simpatia por direitos e garantias processuais
como contraditório e ampla defesa.
Usando uma comparação, seria como o jogador de futebol que bate o escanteio, cabeceia, faz o gol e ainda apita o jogo.
Esse sistema foi adotado pelo Direito Canônico a partir do Século XIII. Com a Revolução Francesa, o Iluminismo defendeu a
necessidade de divisão das tarefas de investigar, acusar e julgar sujeitos processuais distintos, assegurando-se uma decisão
imparcial e com respeito aos direitos e garantias fundamentais. Eis o sistema acusatório.
Embora haja divergência entre doutrinadores (ver por exemplo Lopes Jr., 2019, p. 61), prevaleceu no Brasil a adoção de um
sistema processual misto, pois o nosso sistema por regra tem dois momentos distintos:
A fase pré-processual ou de investigações preliminares é normalmente representada pelo inquérito policial. Nela, há um
predomínio do sistema inquisitivo, pois a autoridade policial conduz o inquérito e o relata, sendo que o grau existente de
ampla defesa e contraditório é mínimo (art. 14, do CPP).
Já na fase processual, uma vez proposta a ação penal, tem-se o predomínio do sistema acusatório, com divisão de
atribuições e observância de contraditório e ampla defesa.
Na sequência, vamos abordar os conceitosde contraditório e ampla defesa, para uma melhor compreensão do conteúdo. Mas,
no momento, basta que você entenda que no sistema inquisitivo não há apreço por eles, ao contrário do sistema acusatório.
O quadro a seguir traz um comparativo entre os sistemas processuais inquisitorial e acusatório:
 Quadro comparativo entre sistemas processuais. Fonte: Lima, 2019
 O Direito Processual Penal e a Constituição Federal
É importante que você saiba a relação entre a Constituição Federal e o Direito Processual Penal. Isso porque os sujeitos do
processo (juiz, acusador, defensor, réu) devem basear a sua atuação nos limites e balizamentos impostos pela Constituição
Federal, em especial com �el observância do sistema de direitos e garantias fundamentais.
 
Para Aury Lopes Jr. (2019, p. 83), o sistema de garantias no qual o juiz atua como garantidor dos direitos do acusado possui
cinco princípios básicos. É sobre esses princípios que vamos falar a seguir.
Clique nos botões para ver as informações.
Embora não haja previsão expressa da análise conjunta da Constituição Federal (Art. 5º, incisos LV, LIV, LVII, art. 93, IX e
art. 129, I da CF), conclui-se que o sistema processual adotado deve ser o acusatório: aquele em que as funções de
investigar, acusar, defender e julgar estão divididas a pessoas diferentes, e não concentradas nas mãos de apenas um dos
sujeitos processuais.
A decorrência da adoção do sistema acusatório é que a produção de provas no processo penal incumbe às partes, e não
ao juiz, garantindo-se uma postura imparcial deste. Voltando ao nosso jogo de futebol, é a vedação de o árbitro substituir-
se ao jogador de um dos times, favorecendo-o.
Princípio acusatório 
É a regra do Art. 5º, LVII da CF, a famosa presunção de inocência. Por ela, ninguém deve ser tratado como culpado até que
haja uma sentença condenando-a de forma de�nitiva (esgotando-se todas as possibilidades de recurso contra a
condenação).
É uma regra de tratamento (ninguém pode ser tratado como culpado antes), de prova (se sou presumido inocente, cabe a
quem acusa provar a minha culpa) e de julgamento (o juiz só pode condenar alguém se tiver a certeza da culpa; na dúvida,
deve absolvê-lo na forma do Art. 386, VII do CPP).
Presunção de inocência (ou um dever de tratamento) 
A ampla defesa é o direito de defender-se da acusação, que contempla a autodefesa (realizada pelo próprio acusado no
interrogatório) e a defesa técnica (aquela feita por advogado ou defensor público), sendo que esta sempre deverá existir,
mesmo que o acusado não queira. Já o contraditório é o instrumento de exercício do direito de defesa, que se materializa
pelo direito de ter plena ciência da acusação contra ele, da possibilidade de contradizê-la (dar a sua versão sobre o fato) e
de in�uenciar o juiz (produzir prova do que está dizendo);
Contraditório e ampla defesa 
Consagrado no Art. 93, IX da CF, prevê que todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas. Ou seja,
deve o juiz deixar claras as razões pelas quais está tomando determinada decisão (indicando as provas e os fatos
provados ou não e as respectivas repercussões jurídicas), seja absolvendo ou condenando. Isso deve acontecer
principalmente quando for condenar alguém, pois a motivação é a maneira pela qual a sociedade e o réu podem avaliar se
concordam ou não com a decisão. A ausência dessa motivação torna a decisão nula;
Motivação das decisões judiciais 
É a garantia de que a lide penal seja julgada por um juiz (e não por outro órgão alheio ao Poder Judiciário) natural,
imparcial e guardião dos direitos e garantias fundamentais. Juiz natural é aquele designado pela lei previamente, antes da
prática do fato delituoso. Imparcial é o juiz que não tem preferências por nenhuma das partes, e sim pelo resultado justo.
Por �m, a atuação desse juiz deve ser em total respeito aos direitos e garantias fundamentais, pois os �ns não devem
justi�car os meios.
Princípio do juiz natural (jurisdicionalidade) 
 Princípios processuais aplicáveis à segurança privada
Os cinco princípios que norteiam o sistema processual, além de outros que vamos abordar aqui, também podem, guardadas as
devidas proporções, nortear a sua atuação do gestor de segurança privada. Sabe por quê? Eles são balizas que, se seguidas,
indicam a tomada de decisões justas.
Nesse passo, além daqueles cinco princípios, com base em Lima (2019), princípios como o da publicidade, da busca da
verdade, da inadmissibilidade das provas ilícitas, do nemo tenetur se detegere e o da proporcionalidade devem guiar você na
sua futura pro�ssão. Vejamos como.
Clique nos botões para ver as informações.
Sabendo que não cabe ao juiz a produção de provas, você, na qualidade de gestor de segurança privada, deve atentar para
o fato de que toda acusação contra alguém precisa vir acompanhada de provas. Ademais, é preciso cautela para que as
pessoas sejam tratadas de início como inocentes, ou seja, com dignidade e respeito aos direitos fundamentais, mesmo
em situação de um �agrante delito, evitando-se o uso desnecessário da força.
 À luz do princípio da motivação das decisões judiciais e da jurisdicionalidade, você já sabe que, para o juiz condenar
alguém, é preciso que haja provas da culpa, porque ele terá que se lastrear nessas provas para fundamentar a sentença
condenatória. Assim, um bom gestor de segurança deve atentar para eventuais meios de provas em seu ambiente
pro�ssional.
Sistema acusatório e presunção de inocência 
Deve-se atentar para o fato de que todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos, podendo a lei limitar a
presença em caso de prejuízo à intimidade do interessado (art. 93, IX, da CF). Este princípio mostra o respeito que o
Estado deve ter para com a intimidade das pessoas, que apenas encontra ressalva quando existe interesse público na
informação. Assim, também deve se pautar o gestor de segurança, preservando a intimidade das pessoas quando não
existir interesse público relevante naquela situação.
 A busca pela verdade pode se traduzir na atividade estatal de tentar descobrir como realmente ocorreu o fato delituoso.
Esse também deve ser um norteador na sua atuação pro�ssional, pautando-se pela análise objetiva dos fatos sem
predileções quanto aos envolvidos.
Princípio da publicidade 
Não pode ocorrer a qualquer custo a busca pela verdade, porque os �ns não justi�cam os meios. Por isso proíbe-se o uso
de provas ilícitas, ou seja, aquelas obtidas com violação de direitos fundamentais (art. 5º, LVI da CF). Daí por que não se
pode tentar esclarecer um fato forçando-se a con�ssão com tortura. Essa con�ssão, se obtida dessa forma, é ilícita e,
portanto, inválida.
Busca da verdade 
É um desdobramento do famoso direito ao silêncio (art. 5º, LXIII da CF). O direito ao silêncio é a garantia que todo
indivíduo tem de permanecer calado diante de uma acusação, sendo que essa postura não pode ser interpretada em seu
desfavor.
 Não vale aqui o brocardo “quem cala consente”. Se o indivíduo pode permanecer em silêncio, como desdobramento
lógico desse direito e da presunção de inocência, tem-se que ninguém também pode ser forçado a produzir prova contra
si mesmo. Essa é uma importante limitação na apuração dos fatos, de sorte que você não pode obrigar ninguém a fazer
prova contra ela mesma na sua atuação pro�ssional, sob pena de essa prova ser considerada ilícita (inválida).
Princípio do nemo tenetur se detegere
(ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo) 
Encontra fundamento no Art. 5º, LIV da CF, na vertente substancial. Todas as medidas estatais devem ser adequadas,
necessárias e proporcionais. Adequada signi�ca aptas a atingirem os efeitos almejados, necessária representa a única
maneira que o Estado tem para conseguir aquilo. Por �m, proporcional em sentido estrito representa análise de ônus X
bônus na adoção daquela medida.
Princípio da proporcionalidade 
Assim, tanto o Estado como você, gestor de segurança, ao adotar medidas constritivasde direitos dos cidadãos, deve se pautar
pelo princípio da proporcionalidade. Ou seja, analisar se a medida tomada é adequada ao �m a que se destina, se é a única
maneira para se conseguir aquele objetivo e se há uma relação favorável de custo x benefício social na adoção daquela
solução.
 Visão Geral do Rito Processual
 Clique no botão acima.
Processo, procedimento e rito processual são de�nições muito importantes, havendo necessidade de analisar as
principais de�nições a respeito do tema.
Como já destacamos, processo é a relação jurídica travada entre os sujeitos processuais (acusação, juiz, defensor,
réu), e procedimento ou rito é a ordem dos atos processuais praticados pelos sujeitos da relação jurídica. Processo é
o jogo de futebol, enquanto procedimento ou rito são as regras daquele jogo.
A fase pré-processual (inquérito policial, por exemplo) se inicia com a notitia criminis, que consiste em levar ao
conhecimento da autoridade policial a prática de um delito. Isso pode ser feito por qualquer das pessoas elencadas no
Art. 5º do CPP.
A partir da notícia do crime, a autoridade policial instaurará o inquérito policial e determinará as diligências necessárias
para a elucidação do fato (Art. 6º do CPP).
Alguns crimes necessitam de uma condição especial para que sejam investigados e processados. São os crimes de
ação penal privada e de ação penal pública condicionada à representação do ofendido (Art. 5º, §§4º e 5º do CPP).
Neles é preciso que a vítima, seu representante legal (se menor de 18 anos) ou seus parentes na situação do Art. 31 do
CPP manifestem expressamente a vontade de investigar e processar o fato ou seu autor.
O próprio boletim de ocorrência ou a comunicação do fato para a autoridade policial, na forma do Art. 5º, II, §1º do CPP
já são su�cientes para aquela manifestação, pois a lei não exige maiores rigores formais.
Quando o crime for de ação penal pública (Art. 100 do Código Penal), o início da fase processual dá-se com a
apresentação de uma denúncia pelo Ministério Público contendo os requisitos do Art. 41 do CPP. Se for um crime de
ação penal pública condicionada à representação, a denúncia deve vir acompanhada da representação da vítima (Art.
38 e 39 do CPP).
Se o delito for de ação penal privada (Art. 100, §2º CPP), o procedimento penal se iniciará com a apresentação de
queixa-crime pela vítima, seu representante ou familiares (na hipótese do Art. 31 do CPP), subscrita por advogado com
poderes especiais (Art. 38 e 44 do CPP).
O prazo para propositura da queixa-crime (ação penal privada) ou para a representação da vítima na ação penal
pública condicionada é de seis meses a contar da data do conhecimento da autoria do fato (Art. 38 do CPP). Tal prazo
é decadencial, e seu transcurso gera a extinção do direito de punir do Estado (Art. 107, IV do CPP).
É possível que, após a apresentação de representação, haja arrependimento da vítima, e ela se retrate. Por regra, se
isso ocorrer até o oferecimento da denúncia (Art. 25 do CPP), haverá também a extinção do direito de punir pela
retratação do ofendido (Art. 107, VI do CPP). Com a apresentação da denúncia ou da queixa-crime e seu recebimento,
inicia-se a fase processual.
O procedimento ordinário se inicia com a denúncia do réu, no caso de ação penal pública, ou com a queixa-crime, no
caso de ação penal privada. O juiz pode, dentre outras hipóteses, receber a denúncia/ queixa-crime ou rejeitar a petição
inicial por inépcia (Art. 395 do CPP).
Nesse procedimento, é possível arrolar até oito testemunhas. Após citado, o réu terá até 10 dias para apresentar
resposta à acusação. Depois disso, o juiz tem o retorno dos autos para a conclusão, e a audiência, em regra una,
deverá ocorrer dentro de 60 dias (Art. 399 e 400 do CPP ).
O procedimento será sumário quando a pena privativa de liberdade for inferior a quatro anos. Inicia-se da mesma
forma que o procedimento ordinário e somente se diferencia em dois momentos: no prazo para a audiência, que passa
a ser de 30 dias, e no número máximo de testemunhas que podem ser arroladas: 5 por fato.
Por �m, o procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial ofensivo. Logo, não está
previsto no CPP, e sim nos Art. 77 a 83 da Lei 9.099/95, diferenciando-se bastante dos procedimentos anteriores.
Na primeira audiência, há uma tentativa de conciliação através de transação penal ou composição civil . O número de
testemunhas pode ser de até cinco, em geral.
A transação penal (Art. 76 da Lei 9.099/95) é um acordo entre o autor do fato e o Ministério Público para que
aquele cumpra determinadas condições e, em troca, o Ministério Público deixa de oferecer denúncia contra ele.
Já a composição civil é o acordo entre o autor do fato e a vítima quanto aos danos sofridos por esta em relação ao
fato delituoso.
Não havendo uma conciliação ou transação, será designada uma audiência de instrução e julgamento quando a
defesa deverá apresentar a sua resposta à acusação/ defesa prévia e terá prazo para recurso de apelação em 10 dias
(Art. 81 da Lei 9.099/95). Contra a sentença no Juizado Especial Criminal, cabe recurso de apelação, com prazo de dez
dias (Art. 82 da Lei 9.099/95). Após a defesa prévia, o juiz analisa se recebe ou não a denúncia. Recebendo, nessa
mesma audiência ele já faz a oitiva de vítimas, testemunhas e interrogatório. Em seguida, há os debates entre as
partes e a sentença (Art. 81).
Para alguns crimes, há procedimentos próprios chamados de especiais, a serem observados em substituição ao
comum (Art. 394, §2º do CPP). Por exemplo: para o crime de trá�co de drogas (Art. 33 da Lei 11.343/2006), há
procedimento próprio (Art. 54 e seguintes da Lei 11.343/2006).
A notícia-crime, conhecida pelos operadores de direito como notitia criminis, é uma forma de abertura do inquérito
policial. Pode ser gerada por informação idônea de qualquer pessoa do povo, desde que seja um relato de crime de
ação pública incondicionada.
Essa forma de instauração de inquérito pode ser por boletim de ocorrência ou outros meios, pois não há rigor formal
imposto pela legislação. Diferencia-se da queixa-crime e da representação:
A queixa-crime é a petição inicial da ação privada, e o próprio ofendido deve movimentar a ação. Esse documento
tem prazo estipulado, conforme o Art. 38 do CPP. O prazo decadencial é de seis meses, a contar do dia em que
vier a saber quem é o autor do crime;
Já a representação se encaixa nos crimes de ação penal pública condicionada, ou seja, condicionada à
representação. Até então, o Ministério Público (MP) não pode propor a ação penal. O prazo decadencial é o
mesmo da queixa.
Ela pode ser direcionada ao juiz, à autoridade policial ou ao representante do MP. Pode ser retratada até o tempo
do oferecimento da denúncia, conforme o Art. 25 do CPP: “A representação será irretratável, depois de oferecida a
denúncia”.
Atividade
1. Ao longo do tempo, os sistemas processuais penais tradicionalmente vêm sendo classi�cados como inquisitivo, acusatório e
misto. A de�nição da classi�cação considera as principais características do processo penal e os princípios que o informam.
Considerando as previsões constitucionais e do Código de Processo Penal, o sistema processual penal brasileiro pode ser
classi�cado como:
a) Inquisitivo no momento do inquérito policial, de modo que não pode o advogado do indiciado ter acesso ao inquérito e aos elementos
informativos produzidos, ainda que já documentados, antes de sua conclusão.
b) Acusatório, primordialmente, razão pela qual não se aplica o sistema de prova tarifada, podendo a infração penal que deixa vestígios
ser comprovada por qualquer meio de prova, inclusive, unicamente, a confissão.
c) Acusatório, primordialmente, de modo que não pode o magistrado decretar prisão preventiva, em nenhuma fase processual, de ofício,
sem representação do Ministério Público ou da autoridade policial simples.
d) Inquisitivo no momento do inquérito policial, admitindo-se que seja decretada a prisãotemporária, ainda durante as investigações,
pelo prazo inicial de dez dias, em sendo investigada a prática do crime de roubo.
2. Acerca dos princípios penais constitucionais e do Direito Processual Penal à luz da CRFB, julgue os itens a seguir:
 
I. São princípios processuais penais expressos na CRFB a presunção de inocência, o devido processo legal e a ampla
defesa.
II. O direito processual penal compreende o conjunto de normas jurídicas destinadas a regular o modo, os meios e os órgãos
do Estado encarregados do exercício do jus puniendi.
III. O procedimento comum é o mais aplicado no processo penal e poderá ser ordinário, sumário ou sumaríssimo.
IV. De acordo com o princípio da motivação das decisões judiciais, a decisão dos órgãos do Poder Judiciário não
necessariamente precisa ser fundamentada.
 Estão certos apenas os itens:
a) I e II
b) I e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
3. (2016 – VUNESP – TJM-SP - adaptada)
A respeito dos princípios processuais penais, é correto a�rmar que:
a) O direito ao silêncio, que está previsto na Constituição da República, de acordo com entendimento doutrinário, é um direito exercido
pelo acusado de omitir-se ou permanecer em silêncio durante interrogatório.
b) O princípio da busca da verdade constitui princípio supremo no processo penal e leva a entender que os fatos que se buscam podem
ser ditos verdadeiros e atingem uma verdade absoluta.
c) O princípio do contraditório não restará violado se entre a acusação e a sentença inexistir correlação.
d) O princípio da inadmissibilidade de provas ilícitas tem previsão constitucional e também no Direito Processual Penal, sendo válidas,
entretanto, as provas derivadas das provas ilícitas em qualquer ocasião.
Notas
Título modal 1
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Referências
CAPEZ, F. Curso de processo penal. 26. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
 
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 7. ed. rev. ampl. atual. Salvador: JusPodivm, 2019.
 
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
 
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
Próxima aula
Ciclo de polícia e ciclo de persecução criminal;
Investigação criminal e inquérito policial;
Características do inquérito policial.
Explore mais
Direito Penal, Direito Processual Penal e instrumentalidade processual penal (Leonardo Aguiar). Disponível em: :
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/324823584/direito-penal-direito-processual-penal-e-instrumentalidade-
processual-penal. Acesso em: 1 jul. 2020.
Princípios processuais penais: importância e aplicabilidade (Arielle Trindade Santiago; Denilson Victor Machado
Teixeira). Disponível em: : https://ambitojuridico.com.br /edicoes/revista-141/principios-processuais -penais-importancia-
e-aplicabilidade/. Acesso em: 1 jul. 2020.
Termo circunstanciado: para compreender e diferenciar de inquérito policial (Frederico Cattani). Canal das Ciências
Criminais. Rio de Janeiro, 30 out. 2018. Disponível em: https://canalciencias criminais.com.br/ termo-circunstanciado -
compreender/. Acesso em: 1 jul. 2020.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL E ORG. JUDC. E POLICIAL
Aula 2: Ciclo de Polícia e Ciclo de Persecução Criminal;
Investigação
Apresentação
Nesta aula, você estudará a investigação penal, bem como o inquérito policial, veri�cando quais são as etapas da atuação
da Polícia e suas atividades principais.
Também conhecerá as caraterísticas basilares do inquérito e sua principal motivação, conferindo ainda quais são os
prazos que a autoridade policial deve cumprir e qual o objetivo principal do inquérito.
Objetivos
Descrever as etapas do inquérito policial, suas características e o que signi�ca a persecução penal;
Identi�car os princípios da persecução penal, as fases da investigação penal e a diferença entre crime de ação
pública e de ação privada;
Reconhecer a abrangência da Polícia, sua atuação e o seu papel na investigação penal, bem como as verdadeiras
etapas do inquérito policial e os princípios utilizados.
Ciclo de Polícia e Ciclo de Persecução Criminal
O Estado, para cumprir sua tarefa de reprimir a criminalidade, criou seus órgãos próprios (Art. 144 da CF). Cada um cumpre
uma função especí�ca para o combate à criminalidade.
O Estado criou o Ministério Público (MP), outorgando-lhe a tarefa de propor ações penais nos casos previstos em lei. Criou
também a Polícia, outorgando-lhe as funções de garantir a ordem pública e investigar os fatos tidos como criminosos. Criou
ainda o Poder Judiciário para julgar, cabendo somente a ele esse poder.
Em relação aos órgãos policiais, a segurança pública está organizada pelo Ciclo de Polícia, que são as fases em que cada
órgão policial atua no combate ao delito.
Nesse sentido, pode-se dizer que há uma atuação preventiva, com vistas a impedir que o delito aconteça.
Exemplo
A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar são bons exemplos de órgãos policiais que atuam naquela fase. Há também a
atuação repressiva, destinada a investigar delitos, de sorte que suas atuações ocorrem após a infração penal. A Polícia Civil e a
Polícia Federal são bons exemplos desse tipo de atuação.
Essa divisão hoje não é mais estanque, porque se percebeu que as duas fases estão interconectadas, já que a atuação na fase
preventiva pode repercutir na fase repressiva e vice-versa. Por exemplo: informações que a PM obtém durante o patrulhamento
podem ajudar a esclarecer crimes já ocorridos, assim como conhecimentos adquiridos pela Polícia Civil sobre o modo como
determinados crimes estão ocorrendo podem auxiliar o patrulhamento preventivo da Polícia Militar.
De qualquer forma, essa divisão em ciclos é didática e pode auxiliar você na compreensão da matéria, mas lembrando que
atualmente os órgãos que atuam na fase preventiva têm reservado uma parte de seus integrantes para atuar na fase repressiva
e vice-versa.
Assim, podemos agrupar em três categorias os tipos de polícia de acordo com suas atividades preponderantes: polícia de
segurança, administrativa e judiciária.
1 Polícia Administrativa: Polícia Aduaneira e Polícia Rodoviária. Tem caráter preventivo, e o objetivo éimpedir a prática de atos lesivos a bens individuais e coletivos; (CAPEZ, 2019)
2
Polícia de Segurança: Polícia Militar. É uma polícia preventiva que existe para inibir a criminalidade. Tem
a função precípua de evitar a ocorrência de delitos e intervir de imediato para fazer cessá-la. O
policiamento ostensivo, armado, tem como uma das características marcantes a discricionariedade, ou
seja, o poder de intervir no momento dos con�itos sem pedir autorização a ninguém (juiz). Quando a
polícia de segurança não consegue evitar a ocorrência do delito, entra em cena a Polícia Civil, que é
judiciária;
3 Polícia Judiciária: Polícia Civil e Polícia Federal. Tem a função de investigar de forma circunstanciada,esclarecendo o fato criminoso. Essa investigação é feita por inquérito policial.
Conforme o caput do Art. 144 da CF, a segurança pública é dever do
Estado e direito e responsabilidade de todos. Seu objetivo é preservar
a ordem pública e a incolumidade (segurança) das pessoas e do
patrimônio que não tangem à competência da União.
Para satisfazê-lo, é necessária a atuação de diversos órgãos, evitando-se a prática de infrações penais (preventivo)ou
reprimindo aquelas já praticadas (repressivo). Essa atividade, vista de forma global, desde a preocupação com a prevenção até
a investigação e o esclarecimento dos delitos, chama-se ciclo completo de polícia.
De outro lado, como você já aprendeu, uma vez praticado um delito por alguém, nasce ao Estado o direito de punir aquele fato.
A isso chamamos de pretensão punitiva. Mas, para que o exercício dessa pretensão punitiva seja legítimo, é preciso observar
as regras do jogo (Direito Processual Penal).
Comentário
Então, é necessário, antes que haja uma investigação sobre o fato, colher provas mínimas que autorizem a propositura de uma
ação penal contra o suspeito e, ao �m, comprovada a culpa dele, haverá uma condenação. Esse é o chamado ciclo de persecução
penal, que envolve todos os sujeitos processuais já mencionados na nossa aula anterior (autoridade policial, acusação, defensor,
juiz e réu).
Logo, as ações policiais e o ciclo de polícia estão ligados à persecução penal. Esta envolve diversos órgãos, sejam eles o
Ministério Público, a Defensoria Pública, a justiça etc. Tem seu início a partir das atividades de polícia, prevenindo e reprimindo
o crime antes de o Ministério Público tomar seu lugar no cenário.
É certo que muitas vezes a lei permite que um caso criminal seja
solucionado sem observância daquele ciclo de persecução penal. Em
determinados tipos de infrações penais, normalmente aqueles de menor
gravidade (seja em razão da quantidade da pena ou por características do
delito, por exemplo, sem violência ou grave ameaça) e quando
características pessoais do suspeito permitirem (sem antecedentes
criminais ou sem personalidade voltada ao crime, por exemplo), a lei admite
a chamada justiça penal negociada.
Ou seja, uma espécie de acordo entre o Ministério Público e o suspeito, no qual este cumpre determinadas condições e, em
troca, pode deixar de ser processado (Art. 76 da Lei 9.099/95 e 28-A, §2º do CPP) ou ter seu processo suspenso com posterior
extinção do direito de punir do Estado, caso o acordo seja cumprido (Art. 89 da Lei 9.099/95).
De qualquer modo, não deixa de ser uma forma autorizada pelo Estado para solucionar o problema gerado com a prática do
delito, de sorte que também devem compor o chamado ciclo de persecução penal.
 Investigação Criminal e Inquérito Policial
A investigação criminal pode ser entendida como um procedimento destinado ao esclarecimento de um fato criminoso, sua
autoria e circunstâncias em que foi praticado. O procedimento que mais conhecemos é o inquérito policial, mas ele não é o
único.
A conhecida Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI também pode ser uma forma de investigação criminal quando o seu
objeto for um fato criminoso, assim como um procedimento administrativo �scal aberto para investigar sonegação �scal e
também os chamados Procedimentos de Investigação Criminal - PIC instaurados pelo MP para investigar alguns delitos.
Então, podemos dizer que esses instrumentos investigativos podem ser agrupados no conceito de fase de investigação
preliminar ou fase pré-processual, pois antecedem a ação penal e podem servir para subsidiá-la. Por ser o mais recorrente e
também por ser uma fonte inspiradora dos demais, o inquérito policial merece sua especial atenção.
Ele tem previsão nos artigos 4º a 23 do CPP, podendo ser conceituado como:
Procedimento administrativo inquisitório e preparatório
consistente em um conjunto de diligências realizadas pela
polícia investigativa para apuração da infração penal e de sua
autoria, presidido pela autoridade policial a �m de fornecer
elementos de informação para que o titular da ação penal
possa ingressar em juízo.”
- ANTUNES; MISAKA, 2020, p. 204
Desse conceito, podemos extrair as principais características do inquérito policial:
Clique nos botões para ver as informações.
é um instrumento de investigação preliminar para esclarecer o fato criminoso e sua autoria, evitando-se também
acusações infundadas (sem o mínimo de provas);
Instrumental 
embora importante, desde que o autor da ação penal já reúna elementos de prova mínimos da existência de um delito e
da sua autoria, ele não precisa se basear em um inquérito policial. Este será indispensável quando for necessário
esclarecer-se o fato criminoso e sua autoria antes da propositura da ação penal;
Dispensável 
na forma do Art. 20 do CPP, a autoridade irá assegurar no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade. Muitas vezes, o sigilo é essencial para esclarecer os fatos, evitando-se por exemplo que o
suspeito tome medidas para dissipar provas importantes. E quem pode ter acesso ao inquérito? Os agentes policiais que
nele estão atuando, o Ministério Público e o juiz. E o suspeito? Devemos lembrar a súmula vinculante nº 14 do STF: Pelo
teor da súmula, o suspeito e seu advogado podem saber o conteúdo das provas já produzidas no inquérito policial, mas
não aquelas diligências que ainda estão em andamento. Isso é intuitivo, pois não teria sentido que o suspeito soubesse
que seu telefone está interceptado ou que a polícia vai cumprir um mandado de busca na sua casa amanhã, por exemplo.
Se o suspeito souber disso antes que ocorra, a medida pode se tornar ine�caz;
Sigiloso 
o inquérito é um procedimento sem o mesmo grau de contraditório e ampla defesa da ação penal. Nele não há
obrigatoriedade de assistência por advogado, e o suspeito ou o advogado podem sugerir diligências (Art. 14 do CPP),
�cando ao prudente arbítrio da autoridade policial aceitar ou não;
Hoje há uma ressalva a isso no art. 14-A, do CPP, nos casos de inquérito policial contra agente de segurança pública com
o objetivo de investigar o uso de força letal no exercício da sua pro�ssão. Nesse caso, ele deve ser assessorado por um
defensor que ele constituir ou nomeado pelo órgão a que ele pertencer;
Inquisitivo 
as provas colhidas no inquérito policial se prestam a formar o convencimento do Ministério Público quanto à necessidade
ou não de propor uma ação penal contra o suspeito. Uma vez que não há pleno exercício do contraditório e da ampla
defesa sobre aquelas provas, elas por si sós não podem basear uma futura condenação contra o réu (Art. 155 do CPP).
Daí por que se diz que aquilo que foi produzido no inquérito policial são elementos de informação para o autor da ação
penal, e não provas para condenação.
Informativo 
 (Fonte: Shutterstock).
O inquérito policial é presidido pelo delegado de polícia no âmbito da Polícia Civil e pelo delegado federal na Polícia Federal (Art.
4º do CPP), sendo que cada um deles atua dentro das esferas de atribuições que a lei lhes dá. A lei pode limitar essa atuação
de acordo com o assunto (por exemplo: quando há delegacias especializadas) ou a localização (a Polícia Federal do Rio de
Janeiro atuará em crimes praticados naquele município, por exemplo).
O Art. 5º do CPP nos diz quais são as formas de se instaurar um inquérito policial, e isso tem ligação com o tipo de futura ação
penal. Nos crimes de ação penal privada, a instauração depende de pedido do ofendido (Art. 5º, §5º do CPP); a autoridade
policial não pode instaurar de ofício, ou seja, sem esse pedido.
Já no caso de ação penal pública condicionada, na forma do Art. 5º,
§4º do CPP, é preciso também a representação do ofendido ou a
requisição do Ministro da Justiça em crimes desta natureza (Por
exemplo: Art. 141, I e 145, § único do Código Penal).
Quando o crime for de ação penal pública incondicionada, há mais liberdade para o Estado agir. O inquérito policial pode ser
instaurado a pedido do juiz (Art. 5º, II do CPP), do Ministério Público (Art. 5º, II do CPP), do ofendido, de qualquer pessoa (Art. 5,
§3º do CPP) ou de ofício pela autoridade policial ao tomar conhecimento de um delito cuja investigação seja de sua atribuição.
Ele pode tomar conhecimento pelo auto de prisão em �agrante, boletim de ocorrência ou até por noticiários.
Atenção
Destaque-se que, quando o juiz ou o MinistérioPúblico requisitam a instauração de inquérito policial, a autoridade policial deve
instaurá-lo. Nos demais casos, há maior liberdade para a autoridade policial em decidir ou não pela instauração.
Na condução do inquérito policial, a autoridade policial tem discricionariedade para realizar as diligências que entender
necessárias ao esclarecimento do fato e sua autoria (Art. 6º do CPP); não há uma ordem a ser seguida, como na fase
processual.
O prazo para o encerramento do inquérito policial, por regra, será de dez dias se o suspeito estiver preso e de 30 dias se solto
(Art. 10 do CPP). É possível que a autoridade policial solicite ao juiz a prorrogação do prazo de conclusão, desde que justi�que
as diligências que ainda faltam ser realizadas (Art. 10, §3º do CPP). Nos inquéritos da Polícia Federal, os prazos são: 15 dias
para réu preso e 30 dias para solto.
Cuidando-se de investigação de trá�co de drogas, o prazo é de 30 dias para réu preso e de 90 dias para suspeito solto. Em
qualquer hipótese de trá�co de drogas, há possibilidade de duplicarem-se os prazos (Art. 51 da Lei 11.343/2006).
Esgotadas todas as diligências investigativas ou transcorrido o prazo para conclusão do inquérito policial, a autoridade policial
deve fazer um relatório de tudo (Art. 10, §1º do CPP) e encaminhar o inquérito para o Poder Judiciário, que por sua vez
possibilitará ao Ministério Público a manifestação sobre ele.
Nesse momento, o Ministério Público pode adotar uma das seguintes
posturas:
a) Requerer a realização de novas diligências, apontando-as e justi�cando a
sua necessidade (Art. 16 do CPP);
b) Oferecer a ação penal (denúncia) contra o suspeito;
c) Promover o arquivamento do inquérito policial (Art. 17 do CPP).
Caso o juiz concorde com o pedido de novas diligências, o inquérito retornará ao delegado para a realização delas (Art. 13, II do
CPP). Se o Ministério Público oferecer a ação penal, terá início a fase processual.
Já se o juiz concordar com o pedido de arquivamento do inquérito policial, este será encerrado e arquivado, apenas podendo
ser reaberto se novas provas surgirem (Art. 18 do CPP). Interessante que, uma vez arquivado pela autoridade judiciária, não há
recurso contra esta decisão, por exemplo; mesmo que a vítima discorde, o inquérito será arquivado.
É possível também que o juiz discorde do pedido de arquivamento do inquérito policial. Aí ele aplicará o Art. 28 do CPP,
remetendo o procedimento ao Procurador-Geral de Justiça (Ministério Público Estadual) ou Câmara de Coordenação e Revisão
(Ministério Público Federal), que são os órgãos superiores do Ministério Público para análise da manifestação de arquivamento.
Atenção
Se o Procurador-Geral de Justiça ou a Câmara concordarem com o arquivamento, isso ocorrerá mesmo com a discordância do
juiz. Se aqueles órgãos concordarem com o juiz, eles designarão outro membro do Ministério Público para oferecer a ação penal
no lugar daquele que pediu o arquivamento.
Atividade
Assinale a alternativa que apresenta uma descrição correta do inquérito policial:
a) É o único procedimento administrativo e judiciário com previsão legal, conforme a doutrina tradicional.
b) No ordenamento jurídico brasileiro, não há outra forma de investigação criminal que não seja o inquérito policial.
c) É um instrumento de investigação final para definir a penalidade do fato criminoso.
d) É presidido pelo delegado de polícia, no âmbito da Polícia Civil, e pelo delegado federal, no âmbito da Polícia Federal.
2 (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Uni�cado - VI - Primeira fase) Tício está sendo investigado pela prática do delito de
roubo simples, tipi�cado no Artigo 157, caput do Código Penal. Concluída a investigação, o delegado titular da 41ª Delegacia
Policial envia os autos ao Ministério Público, a �m de que este tome as providências que entender cabíveis. O Parquet, após a
análise dos autos, decide pelo arquivamento do feito, por faltas de provas de autoria. A vítima ingressou em juízo com uma
ação penal privada subsidiária da pública, que foi rejeitada pelo juiz da causa, que, no caso acima, agiu:
a) Erroneamente, tendo em vista que a Lei Processual admite a ação privada nos crimes de ação pública quando esta não for intentada.
b) Corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação penal privada subsidiária da pública.
c) Corretamente, já que a Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da pública nos casos em que o Ministério Público
não se mantém inerte.
d) Erroneamente, já que a Lei Processual admite, implicitamente, a ação penal privada subsidiária da pública.
3 - (MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto - Adaptada)
Sobre o inquérito policial, controle externo da atividade policial e poder investigatório do Ministério Público, analise as
assertivas abaixo e assinale a alternativa incorreta:
a) O inquérito policial pode ser instaurado de ofício, por requisição do Ministério Público e a requerimento do ofendido em casos de
crime de ação penal pública incondicionada.
b) O membro do “Parquet”, com atuação na área de investigação criminal, pode avocar a presidência do inquérito policial, em sede de
controle difuso da atividade policial.
c) No exercício do controle externo da atividade policial, o membro do “Parquet”, pode requisitar informações, a serem prestadas pela
autoridade, acerca de inquérito policial não concluído no prazo legal, bem como requisitar sua imediata remessa ao Ministério Público ou
Poder Judiciário, no estado em que se encontre.
d) O membro do Ministério Público pode encaminhar peças de informação em seu poder diretamente ao Juizado Especial Criminal, caso a
infração seja de menor potencial ofensivo.
4 - Sobre a persecução penal, assinale a alternativa incorreta:
a) A investigação criminal é a atividade preparatória para o exercício da ação penal, procurando elementos sobre autoria e materialidade,
bem como as circunstâncias que envolvem o delito.
b) O Ministério Público não pode oferecer denúncia com base em peças de informação, mesmo se estas forem suficientes para indicar
elementos de autoria e materialidade de determinado fato típico, sendo necessário requisitar a instauração de inquérito policial.
c) A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não podendo ser considerada para efeitos de
reincidência.
d) O inquérito policial é uma das formas de investigação criminal, não tem rito preestabelecido, nem é providência prévia indispensável ao
início da persecução penal.
e) Na persecução penal, o Estado cria dois órgãos persecutórios que são chamados de Polícia Judiciária, que leva ao conhecimento da
infração e o Ministério Público, que pode dar início à ação penal.
5 - (Polícia Civil do Espírito Santo - PC/ES/ES 2019 - Adaptada)
Considere a seguinte situação: Gerson está respondendo a procedimento investigatório, conduzido por delegado de Polícia
Civil. Em meio à investigação, foi decretado sigilo do inquérito policial para assegurar as investigações.
Levando em conta este caso hipotético, é correto a�rmar que:
a) Apenas no caso de não ser decretado o sigilo dos autos do inquérito, o advogado terá acesso aos autos, caso em que terá que
aguardar a instauração do processo judicial.
b) Os autos do inquérito policial poderão ser examinados pelo advogado, que ainda terá informações sobre os atos de investigação a
serem realizados.
c) O advogado do indiciado não terá acesso aos autos, nos crimes hediondos, para assegurar a proteção das investigações.
d) Ainda que tenha sido decretado o seu sigilo, o advogado poderá examinar os autos do inquérito policial.
e) Tendo em vista a necessidade de preservar a ordem pública, o sigilo decretado no inquérito policial não impede que os meios de
comunicação televisivas tenham acesso.
6 - Marque a assertiva incorreta acerca da investigação no processo penal:
a) O Ministério Público não encontra respaldo em qualquer regulamentação constitucional e legal em relação à autorização de apuração
de infração penal.b) A condução da investigação criminal cabe ao delegado de polícia e ao promotor de justiça, que têm autoridade policial e procederão à
investigação criminal por meio de inquérito policial ou, ainda, se utilizar de outro procedimento legalmente previsto, com a finalidade de
apurar nas infrações penais suas circunstâncias, sua materialidade e sua autoria.
c) Em alguns estados, a PM lavra um termo circunstanciado de infração penal mesmo em face da determinação legal de o delegado de
polícia presidir a investigação criminal, além de não haver atribuição constitucional e legal para a polícia militar investigar crimes comuns.
d) É possível ao detetive particular contribuir com a investigação criminal.
e) A investigação criminal pode ser conduzida pelo Ministério Público, conforme entendimento expresso do Supremo Tribunal Federal.
7 - (Concurso Agente de Polícia Legislativa, Câmara Legislativa do Distrito Federal, 2018 – Adaptada) Conforme concepção
moderna, o inquérito policial:
a) É procedimento presidido tanto pelo delegado de polícia quanto pelo membro do Ministério Público, se o MP for o órgão responsável
pela investigação.
b) Não poderá acompanhar a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
c) Que apresentar vício poderá contaminar eventual ação penal subsequente proposta com base unicamente nos elementos
contaminados.
d) É um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal, prescindível, em regra, para embasar o oferecimento da
denúncia.
e) É o único procedimento investigatório policial em nosso ordenamento jurídico.
8 - Marque a alternativa que apresenta a�rmação correta sobre a investigação criminal:
a) A inteligência tem como objetivo a produção de conhecimento e investigação criminal se orienta pelo modelo de persecução penal que
encontra previsão e regulamentação em norma processual própria, portanto, a investigação criminal não se confunde com a inteligência.
b) Encontramos inovação no ordenamento jurídico, em relação à possibilidade de realização de investigações criminais por meio do
detetive particular, quando consideramos o texto da lei 13432/17, conhecida como Lei do Detetive Particular.
c) Na investigação criminal, é totalmente vedada a contribuição do detetive particular, mesmo sob autorização do contratante e aceite do
Delegado de Polícia
d) Conforme o Art. 144, §4 da CF, parte final, cabe à Polícia Militar a apuração de crimes comuns.
e) Para a doutrina tradicional, o inquérito policial, que é um método de investigação, é um processo administrativo sui generis.
9 - (CESPE - 2018 - PC-MA - Médico Legista adaptada) Ao tomar conhecimento da prática de uma infração penal, caberá à
autoridade policial:
1. Dirigir-se ao local, onde deve providenciar para que não se alterem o estado e a conservação das coisas até a chegada
dos peritos criminais.
2. Informar o fato de pronto ao Ministério Público, ao qual compete �scalizar o trabalho policial.
3. Proceder a diligências, no sentido de apurar as circunstâncias do fato criminoso e identi�car a autoria provável.
4. Encerrar a investigação quando não for possível identi�car um suspeito dentro de prazo razoável.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II
b) I e III
c) III e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV
Notas
Referências
ANTUNES, Carlos P.; MISAKA, Marcelo Y. Prática penal: do exame da OAB à prática forense. Birigui: Mundial, 2020.
CAPEZ, F. Curso de processo penal. 26. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
Próxima aula
A intervenção da polícia nos crimes de menor potencial ofensivo e nas contravenções penais;
As principais etapas do procedimento sumaríssimo e os seus institutos;
O processo nestes delitos, suas fases, suas consequências e aplicação da pena que não seja privativa de liberdade.
Explore mais
• Assista ao vídeo:
AGU Explica - Ciclos do Poder de Polícia (Clarissa Borges). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oi-
hRKxwmBM. Acesso em: 2 jul. 2020.
• Leia o artigo:
Primeiras impressões sobre o acordo de não persecução penal (Salvei Alai). Disponível
em:https://www.migalhas.com.br/depeso/320078/primeiras-impressoes-sobre-o-acordo-de-nao-persecucao-penal.
Acesso em: 2 jul. 2020.
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 3: Termo circunstanciado e os Juizados Especiais
Criminais da Lei número 9.099/95
Apresentação
Esta aula irá aprofundar o estudo dos Juizados Especiais Criminais e seus aspectos principais, tais como os princípios
aplicáveis, os institutos utilizados no âmbito desta lei e as consequências jurídicas da sua aplicação.
Vamos observar também os principais aspectos do procedimento sumaríssimo, tais como a transação penal, a
composição civil dos danos e a suspensão condicional do processo.
Objetivos
Identi�car o procedimento sumaríssimo e sua relação com a Constituição Federal;
Reconhecer a origem, as peculiaridades e a função precípua do processo sumaríssimo;
De�nir o conceito de termo circunstanciado, o papel da Autoridade Policial, como é feito e depois remetido ao
Juizado especial criminal.
A Constituição Federal e os delitos de menor potencial ofensivo
O Art. 98, inciso I da Constituição Federal (CF) autorizou a criação dos Juizados Especiais Criminais para o julgamento das
infrações penais de menor potencial ofensivo. Concretizando aquela autorização, editou-se a Lei 9.099/95 que, nos artigos
60 a 83, tratou do conceito de delitos de menor potencial ofensivo, dos princípios regentes do procedimento sumaríssimo
e do procedimento em si.
O que seria uma infração penal de menor potencial ofensivo?
A Constituição Federal utilizou a expressão infração penal de
menor potencial ofensivo, mas não disse o que era. Você saberia
dizer?
Ela delegou ao legislador o conceito, e o Art. 61 da Lei 9.099/95 de�niu infração de menor potencial ofensivo como as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa.
As contravenções penais estão previstas no Decreto-Lei Nº 3.688/41 e são espécies do gênero delito ou infração penal.
Em essência, essas contravenções não se diferem dos crimes, mas os dois não se confundem. O Art. 1º, da Lei de
Introdução ao Código Penal, faz a distinção pelo tipo de pena: a contravenção penal é punida com pena de prisão simples
ou de multa, ao passo que o crime é punido com pena de reclusão ou detenção, isolada ou cumulativamente, com multa.
Por ser uma infração com sanção mais branda, justamente porque são condutas menos graves, o jurista Nelson Hungria
(1891-1969) chamava as contravenções penais de delito-anão. É possível que alguns delitos tenham pena máxima inferior
a dois anos, mas não sejam considerados de menor potencial ofensivo pelo legislador.
Exemplo
Isso ocorre, por exemplo, com os crimes que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher, pois o Art. 41 da Lei
Maria da Penha (Lei 11.340/2006) expressamente excluiu a incidência da Lei 9.099/95 àqueles delitos.
Princípios reitores do Juizado Especial Criminal
O Art. 2º da Lei 9.099/95 de�niu os princípios que devem nortear o procedimento sumaríssimo: “o processo orientar-se-á
pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que
possível, a conciliação ou a transação”.
É importante ter em mente esses princípios, pois eles devem nortear a atuação no juizado especial criminal e também a
interpretação da Lei 9.099/95.
Clique nos botões para ver as informações.
Oralidade: signi�ca o predomínio de atos processuais praticados na forma falada em detrimento dos atos por
escrito. Veja, por exemplo, que o Ministério Público oferecerá a denúncia oral (Art. 77 da Lei 9.099/95) e há uma
concentração de atos a serem praticados em uma só audiência, tudo de forma oral (Art. 81 da Lei 9.099/95);
Oralidade 
Informalidade: quem atua nos procedimentos do Juizado Especial Criminal deve-se preocupar mais com a questão
de fundo (resolver o caso, o problema)do que com questões formais (por exemplo: como uma peça processual deve
ser redigida, qual o padrão etc.), desburocratizando ao máximo os atos processuais;
Informalidade 
Economia processual: deve-se conseguir o máximo de proveito com mínimo de atos processuais. (Santos, 2011, p.
53) Por exemplo: há uma concentração de vários atos processuais a serem praticados na audiência, com vistas a
tornar o procedimento mais célere.
Economia processual 
Celeridade: a rápida solução do caso talvez seja a grande meta da Lei 9.099/95 e a razão de ser dos demais
princípios reitores, a�nal o procedimento é sumaríssimo. Então, todos os atos processuais devem objetivar a rápida
solução do caso, sem procrastinações desnecessárias.
Celeridade 
Termo circunstanciado
Você já estudou o inquérito policial. Lembra qual era sua �nalidade? Exatamente: esclarecer o fato criminoso, sua autoria e
todas as circunstâncias importantes sobre ele. O termo circunstanciado tem essa mesma �nalidade, mas é reservado
para os casos de infrações de menor potencial ofensivo.
Embora com a mesma �nalidade do inquérito policial, o termo circunstanciado, inspirado pelos princípios da
informalidade, celeridade e economia processual, é muito mais simples e descomplicado que o inquérito policial.
Nos termos do Art. 69 da Lei 9.099/95, o termo circunstanciado é mais parecido com um boletim de ocorrência. É lavrado
na hora pela autoridade policial que colhe todas as versões dos envolvidos (vítima, autor do fato, testemunhas etc.), e o
expediente remete ao Juizado Especial Criminal.
Saiba mais
Para que você tenha ideia dessa celeridade e simplicidade, em caso de crime de lesões corporais, a autoridade policial não
precisa sequer providenciar o exame de corpo de delito da vítima. Basta que anexe um boletim médico ou documento
equivalente (Art. 77, §1º da Lei 9.099/95).
Pelo texto legal, a autoridade policial competente para lavrar o termo circunstanciado é o delegado de polícia. Contudo,
sempre norteados pelos princípios da informalidade, celeridade e economia processual, há entendimentos no sentido de
que a Polícia Militar também poderia fazê-lo. Isso porque em alguns locais do Brasil é possível que não haja delegacias de
polícia, e nesses casos a PM poderia fazer o termo circunstanciado para imprimir celeridade ao procedimento.
O Fórum Nacional dos Juizados Especiais (FONAJE) é um encontro no qual se discute a interpretação da Lei 9.099/95.
Desse encontro nasceu o enunciado 34 do FONAJE: “Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá
ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar”.
Comentário
Você se recorda do ciclo de polícia que já estudamos? E quando falamos que muitas vezes os órgãos que atuam na
prevenção do delito acabam exercendo atividades repressivas também? Eis um exemplo da Polícia Militar elaborando
termo circunstanciado.  
Da audiência preliminar
A vontade do legislador era de que o termo circunstanciado fosse lavrado logo após a ocorrência do delito e remetido em
seguida para a Justiça. Assim, no mesmo dia já seria realizada a audiência preliminar. Contudo, sabendo que muitas vezes
isso não é possível, seja pelo volume de ocorrências policiais ou pela quantidade de casos para agendar audiência, o Art.
70 da Lei 9.099/95 facultou a possibilidade de agendar essa audiência para outra data próxima.
A essa altura você está se perguntando: o que é essa audiência
preliminar? A resposta está no Art. 72 da Lei 9.099/95. No procedimento
desta lei, prestigia-se a solução consensual do caso, seja por meio de
uma composição civil ou pela transação penal. Então, essa audiência
preliminar se destina a isso: tentar uma composição civil ou uma
transação penal.
Composição civil
Em algumas infrações penais de menor potencial ofensivo, como por exemplo uma lesão corporal leve (Art. 129, caput, do
CP) ou uma lesão corporal culposa no trânsito (Art. 303 da Lei 9.503/97), é possível que a vítima esteja indignada com o
fato porque, além do delito que sofreu, ainda experimentou prejuízos �nanceiros. Exemplo: �cou com seu carro dani�cado
com o acidente, quebrou seu aparelho celular durante a agressão etc.
 
Nesses casos, pensando nos interesses da vítima em ser ressarcida, a lei admite que o autor do fato e a vítima cheguem a
um acordo de composição dos danos. A vantagem desse acordo para a vítima é que poderá ter seu prejuízo �nanceiro
ressarcido, ao passo que, para o autor do fato, em determinados crimes, pode importar em cessação do direito do Estado
de puni-lo (Art. 73 e 74 da Lei 9.099/95).
 
Uma vez que a composição civil pode ser boa para ambas as partes, paci�cando-se o con�ito gerado com o crime, a lei
estimula que isso ocorra na audiência preliminar.
Atenção
Em alguns casos, a composição civil não pode ocorrer, seja porque autor e vítima não chegaram a um denominador
comum, seja porque aquele delito não tem vítima certa (por exemplo: no delito de uso de drogas do Art. 28 da Lei
11.343/2006).
Transação penal
Não sendo possível a composição civil e não sendo o caso de arquivamento do termo circunstanciado, ainda naquela
audiência preliminar, será tentada a solução consensual por meio da transação penal (Art. 76 da Lei 9.099/95).
Ela é um acordo entre o órgão acusador e o réu para evitar a instauração do processo penal. (ANTUNES; MISAKA, 2020, p.
256) Você saberia dizer quando é possível a transação penal?
O legislador se preocupou em dizer quando a transação penal não seria cabível (art. 76, §2º, da Lei 9.099/95). Assim, fora
daqueles casos, ela será cabível, desde que se trate de uma infração penal de menor potencial ofensivo.
 
Não é admitida a transação penal quando �car comprovado que:
1. O autor do fato já foi condenado pela prática de crime anterior, de forma de�nitiva, com pena de prisão;
2. O autor do fato já foi bene�ciado por transação penal há menos de cinco anos;
3. Os antecedentes, a conduta social e a personalidade do autor do fato, ou os motivos e as circunstâncias da infração
penal, não recomendam a transação penal.
A transação penal é um acordo; por isso, não basta ser cabível. As duas
partes (autor do fato e Ministério Público) devem aceitar realizar esse
acordo. Caso seja cabível a transação, mas o Ministério Público (MP) se
recuse injusti�cadamente a oferecer a proposta, deve-se usar o Art. 28
do CPP por analogia, assim como na questão do pedido de arquivamento
do inquérito policial, como você deve se recordar.
Quais as condições estipuladas nesse acordo de transação penal? Normalmente, o MP propõe que o autor do fato cumpra
determinadas obrigações, como pagar algum valor em dinheiro para determinada entidade, ressarcir a vítima, frequentar
cursos ou terapias (alcoólicos anônimos por exemplo). Em contrapartida, o Ministério Público se compromete a não
oferecer a ação penal contra o autor do fato caso sejam cumpridas as condições.
A aceitação da proposta pelo autor do fato não implica con�ssão e não será anotada em sua �cha de antecedentes
criminais, a não ser para impedir a concessão de nova transação penal no prazo de cinco anos, como vimos (Art. 76, §§4º
e 6º da Lei 9.099/95).
Caso o autor do fato não cumpra as condições estipuladas no acordo, ele será rescindido, e o Ministério Público irá propor
a ação penal contra ele (súmula vinculante nº 35 do Supremo Tribunal Federal- STF).
Se estivermos diante de um crime de ação penal privada, também é possível a transação penal; contudo quem irá propô-la
é o querelante (a vítima do crime), segundo entendimento do STF (RHC 102.381/BA, Rel. Ministro Felix Fischer, quinta
turma, julgado em 09/10/2018, DJe 17/10/2018).
Atenção
Destaque-se que o autor do fato deve estar assistido por um advogado, constituído por ele ou nomeado pelo juiz, para
aceitar a proposta de transação penal, sob pena de nulidade.
Fase judicial
Não obtidas a composição civil ou a transação penal, nessa mesma audiência preliminar o Ministério Público oferecerá a
denúncia oral contra o autor do fato, se nãohouver necessidade de diligências (Art. 77 da Lei 9.099/95). Se necessária a
realização de alguma diligência (Art. 77, §2º da Lei 9.099/95), ela será requerida e, depois de realizada, o procedimento
retorna ao Ministério Público. Neste caso, o MP oferecerá a denúncia de forma escrita
Em caso de ação penal privada, conforme previsão do Art. 77, §3º
da Lei 9.099/95, quem irá oferecer a queixa-crime é a vítima, seu
representante legal ou os sucessores legitimados (art. 31 do CPP).
Oferecida a denúncia ou a queixa-crime, oral ou escrita, o acusado será citado e cienti�cado a comparecer na audiência de
instrução e julgamento, devendo ele trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para a intimação delas no
mínimo cinco dias antes da data agendada (Art. 78, §1º da Lei 9.099/95). As testemunhas indicadas pela acusação e
defesa serão noti�cadas a comparecer na mencionada audiência.
Caso o réu não constitua um advogado para defendê-lo, o juiz deverá nomear um defensor a ele (defensor nomeado),
porque a defesa técnica é imprescindível no processo penal.
Iniciada a audiência, o defensor do réu se manifestará
sobre a denúncia, trazendo a(s) tese(s) da defesa. Depois,
o juiz decidirá se recebe ou não a denúncia ou queixa. Em
caso de recebimento, serão ouvidas as vítimas e as
testemunhas de acusação e defesa. Ao �nal, o réu será
interrogado.
Eventual impossibilidade de comparecimento de qualquer
pessoa à audiência deverá ocorrer de forma justi�cada,
oportunidade em que será deliberado sobre a
redesignação de nova audiência.
Encerradas as oitivas e o interrogatório, passa-se para a
fase de debates orais entre as partes, iniciando-se pela
acusação e depois defesa. 
Fonte: succo/ Pixabay
Esse é o momento em que as partes fazem as últimas considerações sobre suas teses e provas produzidas em audiência,
com vistas a convencer o magistrado do acerto das teses trazidas por cada uma das partes. Após os debates, o juiz
proferirá a sentença (Art. 81 da Lei 9.099/95).
É possível que, por algum motivo justi�cado (necessidade de alguma diligência, algum problema no computador da sala
de audiências etc.), o juiz delibere por converter os debates orais em memoriais. Nesse caso, em vez de fazer suas
alegações �nais de forma oral, as partes irão apresentar por escrito suas considerações. São os chamados memoriais.
Em seguida, o juiz também prolatará a sentença de forma escrita.
Atenção
Contra a decisão do juiz que rejeita a peça acusatória (denúncia ou queixa-crime) e contra a sentença de mérito
(absolvendo ou condenando), cabe recurso de apelação com prazo de dez dias a contar da intimação da decisão (Art. 82
da Lei 9.099/95). Esse recurso de apelação será julgado por uma turma composta por três juízes (Art. 82 da Lei 9.099/95).
 
Suspensão condicional do processo
A Lei 9.099/95, com vistas a reduzir o encarceramento, trouxe o instituto da suspensão condicional do processo no seu
artigo 89.
Embora previsto naquela lei, a suspensão condicional do processo nada tem a ver com os delitos de menor potencial
ofensivo, pois, nas palavras do próprio texto legal, ela se aplica às infrações penais previstas ou não naquela lei. Assim:
A suspensão condicional do processo é o acordo entre as
partes para suspender o andamento do processo, desde
que o acusado cumpra determinadas condições por um
período de tempo. Cumprido, haverá a extinção da
punibilidade.
- (ANTUNES; MISAKA, 2020, p. 256).
O Art. 89 da Lei 9.099/95 traz as situações em que é possível a concessão do sursis processual (suspensão condicional
do processo):
Sendo cabível a suspensão condicional do processo, ela será proposta pelo Ministério Público nos crimes de ação penal
pública e pelo querelante nos delitos de ação penal privada. As condições desse acordo estão no Art. 89, §1º da Lei
9.099/95:
1 Reparar o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
2 Proibição de frequentar determinados lugares;
3 Proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz;
4 Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justi�car suas atividades.
Além dessas condições, é possível que o juiz especi�que outras, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
acusado (Art. 89, §2º da Lei 9.099/95).
O acusado deverá cumprir essas condições por um prazo de dois a quatro anos. Transcorrido o prazo, será extinta a
punibilidade (Art. 89, §5º da Lei 9.099/95). Se, durante o prazo, houver descumprimento das condições pelo acusado, o
benefício poderá ser revogado, e o processo seguirá seu curso normal (Art. 89, §§3º e 4º da Lei 9.099/95).
Atenção
A suspensão condicional não se confunde com a transação penal. Aquela é concedida para crimes com pena mínima
igual ou inferior a um ano e implica suspensão do processo. Já a transação é para delitos de menor potencial ofensivo e
ocasiona a exclusão do processo (não será processado se cumpridas as condições).
Atividade
1 - Assinale a alternativa que apresenta uma a�rmação que identi�ca corretamente a relação entre o procedimento
sumaríssimo e a Constituição Federal:
a) O procedimento sumaríssimo teve seus princípios definidos integralmente pela Constituição Federal, restando ao Art. 2º da Lei
9.099/95 apenas a sua confirmação.
b) O Art. 98, inciso I da Constituição Federal (CF) dasautorizou a criação dos Juizados Especiais Criminais para o julgamento das
infrações penais de menor potencial ofensivo, o que foi alterado posteriormente por meio de medida provisória.
c) O Art. 2º da Lei 9.099/95 definiu os critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade como
princípios norteadores do procedimento sumaríssimo.
d) O Art. 41 da Lei Maria da Penha (Nº 11.340/2006) inclui a incidência da Lei 9.099/95 aos delitos que envolvam violência doméstica
e familiar contra a mulher.
2 - Pedro, plenamente capaz, apresentou queixa-crime contra Paulo, igualmente capaz, alegando ter sido vítima de injúria.
No juízo criminal, realizada audiência preliminar, não concordaram as partes em conciliar. Ato contínuo, foi oferecida
representação por parte de Pedro e apresentada pelo Ministério Público proposta de transação penal, a qual foi
integralmente aceita por Paulo. Assim, ante a transação penal realizada, restou Paulo obrigado a pagar o valor
correspondente a uma cesta básica em favor de entidade de cunho assistencial, a ser designada pelo juízo.
Considerando este caso e o que estabelece a Lei 9.099/95 em relação à transação penal no contexto do processo
sumaríssimo, assinale a alternativa correta:
a) A transação penal realizada por Paulo gera presunção absoluta de culpa em eventual ação de reparação de dano civil proposta
por Pedro.
b) Com transação penal e aplicação da pena restritiva de direitos imposta pelo juiz a Paulo, a mesma não importará em reincidência
e não terá efeitos civis.
c) Com transação penal e aplicação da pena restritiva de direitos imposta pelo juiz a Paulo, importará em reincidência e terá efeitos
civis.
d) Paulo não poderá, quando da ação de reparação civil, questionar a existência do fato ou sobre quem seja o seu autor, uma vez
que essas questões já se acham decididas no juízo criminal.
3 - Diante da ocorrência de uma infração de menor potencial ofensivo, assinale a alternativa correta para a conduta da
autoridade em relação ao termo circunstanciado:
a) A autoridade que tiver conhecimento da ocorrência do fato lavrará o auto de prisão em flagrante se presentes as circunstâncias
que autorizem a prisão nos termos do Art. 302 do CPP.
b) A autoridade que tomar conhecimento da ocorrência do fato instaurará o inquérito policial por portaria.
c) O policial representará pela prisão temporária.
d) A autoridade que tiver conhecimento do fato lavrará o termo circunstanciado e encaminhará o autor do fato imediatamente ao
juizado especial criminal, quando possível.
4 - Flávio, motorista de táxi, dirigia seu auto por via estreita, que impedia ultrapassagem de autos. Túlio, septuagenário,
seguia com seuveículo à frente do de Flávio, em baixíssima velocidade, causando enorme congestionamento na via.
Quando Túlio parou em semáforo, Flávio desceu de seu táxi e passou a desferir chutes e socos contra a lataria do auto de
Túlio, dani�cando-a. Policiais se acercaram do local e detiveram Flávio, que foi conduzido à delegacia de polícia. Lá, o
delegado entendeu que o crime era de dano, com pena de detenção de um a seis meses ou multa. Iniciou a lavratura do
termo circunstanciado, previsto na Lei Nº 9.099/95. Ao �nalizá-lo, entregou a Flávio para que assinasse o termo de
comparecimento ao Juizado Especial Criminal, o que foi por ele recusado.
Indique o procedimento a ser adotado:
a) Registrar apenas em boletim de ocorrência para futuras providências.
b) Considerando que ocorrera prisão em flagrante, ante a não assinatura do termo de comparecimento ao Jecrim, deve o delegado
de polícia lavrar auto de prisão em flagrante, fixando fiança.
c) Deve o delegado lavrar o auto de prisão em flagrante e permitir que Flávio se livre solto.
d) O termo circunstanciado deve ser remetido ao juízo, mesmo que Flávio não tenha assinado, para que o Magistrado, ouvido o
Ministério Público, tome as providências que julgar cabíveis, podendo até decretar eventual prisão temporária.
e) Na prisão em flagrante, se o infrator não assinar o termo circunstanciado, o delegado de polícia fica impedido de lavrar o auto de
prisão em flagrante.
5 - (CESPE - Defensor Público do Acre - 2017) De acordo com a Lei 9.099/95 e com o entendimento doutrinário e
jurisprudencial dominantes, assinale a alternativa correta em relação à proposta de transação penal:
a) Configura hipótese de retratação da ação penal oferecida.
b) É cabível nos crimes de ação penal privada, caso não haja prévia composição dos danos cíveis.
c) Deve ser ofertada, de ofício, pelo juiz ao autor do crime quando não tiver sido apresentada pelo MP.
d) Depende de consentimento prévio do ofendido ou de quem o represente na ação penal pública condicionada à representação.
e) Dispensa a não ocorrência da prévia composição dos danos civis.
6 - Considere as a�rmativas abaixo em relação à fase preliminar do processo do Juizado Especial Criminal:
I - Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público e as partes acompanhadas por seus advogados,
o juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
pena privativa de liberdade.
II - A conciliação será conduzida pelo juiz ou por conciliador sob sua orientação.
III - Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o não oferecimento desta na audiência preliminar
implica decadência do direito.
IV - A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.
Quais estão corretas?
 
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e III
d) Apenas II e IV
e) Apenas III e IV
7 - (FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto, adapatada) Em relação aos Juizados Especiais Criminais, é correto a�rmar que:
a) A competência será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal ou pelo domicílio da vítima, a critério desta.
b) É cabível a interposição de recurso em sentido estrito, no prazo de cinco dias, contra a decisão de rejeição da denúncia ou queixa,
com abertura de vista para apresentação das razões em oito dias.
c) Não cabe recurso especial contra decisão proferida por turma recursal, competindo a esta, porém, processar e julgar mandado de
segurança contra ato de juizado especial.
d) Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana; é incabível, porém, a
prática em outras comarcas
e) Contra decisão emitida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais cabe recurso especial.
8 - (VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto - adaptada) A aplicação imediata da pena restritiva de direitos ou multa,
conhecida como “transação penal”, tal qual prevista no Art. 76, parágrafo 2° da Lei n° 9.099/95, não será admitida se �car
comprovado:
a) Ter sido o agente beneficiado anteriormente pela aplicação de pena restritiva ou multa na mesma modalidade de “transação
penal”.
b) Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime ou contravenção, à pena privativa de liberdade transitada em
julgado.
c) Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime ou contravenção, a pena privativa de liberdade, por sentença
definitiva.
d) Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser
necessária e suficiente a adoção da medida.
e) Que o crime foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
9 - (UEPA - 2013 - PC-PA - Escriturário - Investigador adaptada) Assinale a alternativa correta quanto ao procedimento no
Jecrim:
a) A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência, envolvendo infração penal de menor potencial ofensivo, lavrará
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
dos exames periciais necessários.
b) ) Os juizados especiais criminais são competentes para processar e julgar as infrações penais de menor potencial ofensivo,
incluindo as contravenções penais e os crimes que a lei comine pena máxima não superior a quatro anos, cumulada ou não com
multa.
c) Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, sendo requisito único para a suspensão a inexistência de condenação
anterior do acusado pela prática de outro crime.
d) Na hipótese de composição dos danos civis, homologada pelo juiz, remanesce à vítima o direito de promover a queixa ou
representação, conforme o caso.
e) A competência para processar e julgar a ação penal é definida a partir do lugar do domicílio do autor do ilícito, em sede de
juizado especial criminal.
Notas
CNE 1
Conselho Nacional de Educação.
Título modal 1
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Referências
ANTUNES, Carlos Paschoalik; MISAKA, Marcelo Yukio. Prática penal: do exame da OAB à prática forense. 2. ed., Birigui: GH
St bil 2020
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Stabile, 2020.
 
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. Vol. 2. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
Próxima aula
A fase processual ação penal;
Distinção entre ação penal pública e privada;
Finalidade, classi�cação, titularidade e prazos relacionados à ação penal.
Explore mais
Leia o seguinte artigo:
Termo circunstanciado: para compreender e diferenciar de Inquérito Policial (Frederico Cattani). Disponível em:
https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/
<https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/> . Acesso em: 3 jul. 2020.
 
Leia o livro:
Juizados especiais criminais: teoria e prática- 2. ed. (Beatriz Abraão de Oliveira). Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/
https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/
Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 4: Ação penal: Finalidade, classi�cação, titularidade e
prazos
Apresentação
Estudaremos a ação penal, conhecendo o conceito, as espécies e a forma como se identi�ca nos crimes, importantes
também para a análise da titularidade por parte do Ministério Público ou do querelante.
Examinaremos também os principais aspectos da ação penal pública, como condicionada à representação ou à
requisição do Ministroda Justiça. No caso da ação penal privada, analisaremos as suas espécies, que são a propriamente
dita, a personalíssima e a subsidiária da pública, visando à aplicação das modalidades a cada tipo penal.
Objetivos
De�nir o conceito, a �nalidade, os pressupostos e as condições da ação penal para a propositura ao juiz;
Identi�car os prazos e as espécies de ação penal, as modalidades, as diferenças e os desdobramentos da ação penal
pública, bem como da ação penal privada, promovida pelo querelante;
Reconhecer os princípios das ações penais pública e privada e seu impacto nos tipos penais.
Conceito de ação penal
Antes de tratarmos das �nalidades da ação penal, devemos primeiramente conhecer
o seu conceito.
A ação penal, disposta no Título VII do Código Penal (CP) e no Título III do
Código de Processo Penal (CPP), é um direito abstrato, autônomo, subjetivo
e público da vítima ou do Estado-acusador de acionar o Poder Judiciário
para que este se pronuncie sobre um fato delituoso. Por que direito abstrato,
autônomo, subjetivo e público?
Abstrato
Porque o exercício da ação penal não depende da procedência ou da improcedência da pretensão acusatória.
Autônomo
Porque, apesar de ser atrelado ao direito material tutelado ou que se pretende tutelar, não pode se confundir com ele.
Subjetivo
Porque o Estado-Juiz será exigido de atividade jurisdicional concreta.
Público
Porque a regra é que a ação penal será pública e as exceções estarão expressas na lei (CRUZ, 2009).
Tal direito de ação , resumidamente o direito de exigir do Estado o exercício da jurisdição, está previsto no artigo 5º, inciso
XXXV da Constituição Federal (CF), quando dispõe que a lesão ou ameaça ao direito não podem ser excluídas da apreciação
do Poder Judiciário.
Ação
É a própria iniciativa da busca pelo exercício do direito e pela prestação da tutela jurisdicional.
Finalidade da ação penal
É pela ação penal que o direito penal objetivo pode ser aplicado a determinado caso concreto. E é por meio dela que o Estado-
Administração exerce o direito público subjetivo ao pleitear ao Estado-Juiz a referida aplicação do direito penal objetivo.
Saiba mais
A regra geral é que a ação penal tem a utilização a cargo do Estado, com legitimação ativa deste. Também segue essa regra a
fase pré-processual da persecução penal, em sua maioria, aos crimes comuns.
O inquérito pode ser dispensável para a propositura da ação penal, pois é possível que a acusação utilize quaisquer outros
elementos informativos.
Nas ações penais não condenatórias, há uma diferença. O interesse de agir se aplica ao processo penal.
Alguns doutrinadores entendem que a ação penal é um poder, visto que é de responsabilidade do Estado-Juiz a sua
manifestação.
Titularidade
O artigo 129, inciso I, da CF é claro: cabe exclusivamente ao Ministério Público a propositura da ação penal pública. O mesmo
instrumento jurídico traz uma exceção, nos casos em que a ação penal pública não for promovida dentro do prazo legal,
restando a ação privada.
Essa exceção está disposta no artigo 5º, inciso LIX, da Constituição Federal.
Atenção
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A titularidade da ação penal ainda é do Ministério Público, mas exige-se uma condição para o seu exercício: A representação da
vítima ou de seu representante legal.
Nos casos de ação penal privada, o titular da ação é o chamado querelante, que a propõe contra o suposto acusado, o
querelado.
Condições da ação penal
A doutrina se divide quando o tema se reporta às condições da ação penal, pois a maioria dos estudiosos entende que são
duas categorias:
Condições genéricas da ação penal
As que estão presentes em todas as ações penais.
Condições especí�cas da ação penal
As que são exigidas em determinadas ações penais.
As condições da ação penal são requisitos que o titular dessa ação precisa demonstrar para que o seu pedido seja apreciado
pelo Poder Judiciário.
 Condições genéricas e especí�cas da ação penal
 Clique no botão acima.
Condições genéricas da ação penal
Em relação às condições genéricas, parte da doutrina entende que podem ser as mesmas do processo civil, sendo: 
O interesse de agir;
A possibilidade jurídica do pedido;
A legitimidade para agir.
 Já outra parte da doutrina discorda. O pensamento é que essas condições devem ser buscadas dentro do próprio
processo penal. Seriam, então: 
A prática de fato aparentemente criminoso;
A punibilidade concreta;
A legitimidade da parte;
A justa causa.
 A seguir, serão analisadas as três condições que se encaixam no entendimento majoritário.
Interesse de agir  
Quando se fala nessa condição da ação, é necessário que se tenham em mente três requisitos: necessidade, utilidade
e adequação.
Necessidade – é a indispensabilidade de utilização das vias processuais para que haja o devido processo legal.
Utilidade – signi�ca que a ação penal deve alcançar sua �nalidade, que é buscar indícios de autoria e de
materialidade, pois, se a persecução penal for considerada inútil, pode ser considerado também que não há
interesse de agir.
Adequação – o meio processual eleito pelo titular da ação penal deve ser adequado para obter o pedido que ele
deseja.
Aqui o autor não é julgado sobre o direito que alega. É julgado se o autor tem a necessidade da prestação jurisdicional.
Possibilidade jurídica do pedido  
 O fato narrado na ação penal deve encontrar previsão na lei como delito e ser passível de uma sanção penal.
Legitimidade para agir  
 Também é conhecida como legitimatio ad causam. Diz respeito a quem pode propor a ação penal (legitimidade ativa)
e contra quem se pode entrar com uma ação penal (legitimidade passiva).
 Na ação penal pública, somente o Ministério Público tem legitimidade para propô-la; e, na ação penal privada, o
ofendido tem legitimidade para acusar o suspeito. Neste caso, o ofendido tem legitimidade extraordinária.
Condições especí�cas da ação penal
 De acordo com a doutrina, há também – dentre outras – algumas condições especí�cas de procedibilidade da ação
penal: a representação do ofendido e requisição do Ministro da Justiça, a entrada do agente em território nacional e a
autorização do legislativo para a instauração de processo contra presidente e governadores por crimes comuns.
Espécies de ação penal
É comum que se faça a divisão das espécies de ação penal de acordo com a qualidade do sujeito titular. O que de�ne a
espécie é a titularidade.
 
Seguindo essa linha de divisão, as ações penais podem ser classi�cadas como públicas ou privadas.
 
De acordo com o art. 100 do CP, a regra é que a ação penal seja pública. Não será quando o dispositivo legal determinar
expressamente que é privativa do ofendido.
 
A ação penal pode ser prosseguida por cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, nos casos em que o ofendido seja
declarado ausente por decisão judicial ou morra.
De acordo com o artigo 41 do CPP, a denúncia (nos casos de ação penal pública) ou queixa (nos casos de ação penal privada)
deverá conter certos elementos:
Exposição do fato criminoso;
Quali�cação do acusado com o objetivo de identi�cá-lo;
Classi�cação do crime;
Rol de testemunhas, quando for necessário.
A exposição do fato criminoso deve conter todas as circunstâncias que venham a agravar ou a atenuar a pena. A classi�cação
do crime tem a ver com a sua tipi�cação legal.
Quando na ação penal não constar os elementos elencados anteriormente, ela se tornará inepta. Sendo assim, o juiz deve
rejeitá-la de forma que, como consequência, haja coisa julgada formal.
É possível de se analisar, pelo artigo 395 do CPP, o que se relata: motivos para a rejeição da denúncia ou até da queixa.
Ação penal pública
A ação penal será pública quando for promovida pelo Ministério Público.
Se o Ministério Público não oferecer denúncia dentro do prazo estabelecido pela lei, a ação de iniciativa privada pode intentar-se
nos crimes de ação pública.
Nos casos de ação penal pública, o direito de representação decaia partir do dia em que o prazo para oferecimento da
denúncia se esgotou.
A ação penal pública será promovida nos casos de crimes praticados em detrimento do patrimônio ou interesse da União, dos
estados ou dos municípios.
Quando atingir esses patrimônios, sempre será ação penal pública (CPP, art. 24, §2º), mas não necessariamente só nesses
casos. Ex.: No homicídio a ação penal é pública, apesar de o delito não ser contra o patrimônio daqueles.
Comentário
Na realidade, a ação penal será pública quando o Estado entender que a persecução penal daqueles delitos interessa mais à
sociedade do que para a vítima. E em alguns casos, quando esses interesses se equilibram, o legislador opta pela pública
condicionada à representação.
A ação penal pública pode ser dividida em incondicionada ou condicionada. Vejamos a seguir.
 Ação penal pública incondicionada e condicionada
 Clique no botão acima.
Ação penal pública incondicionada
É a regra no CP. No silêncio do legislador, presume-se que é ação penal pública incondicionada (CP, art. 100).
Quando o Ministério Público promover ação independentemente da vontade do ofendido ou da interferência de
terceiros, ela será classi�cada como ação penal pública incondicionada.
O nome é devido ao elevado grau da ofensa que o crime pode gerar. Como o interesse é geral e o crime interfere na
estrutura social, a ação é incondicionada.
- Prazo da ação penal pública incondicionada
Diante do disposto no artigo 46 do CPP, a denúncia deve ser oferecida pelo Ministério Público em cinco dias, no caso
de o réu estar preso, ou 15 dias, no caso de o réu estar solto.
Já a Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006) estabelece, em seu artigo 54, inciso III, que o prazo para o oferecimento da
denúncia não varia se o réu estiver preso ou solto. Será, nos dois casos, de dez dias.
Ação penal pública condicionada
Quando o Ministério Público promover ação que dependa da manifestação de vontade do ofendido, do seu
representante legal ou do Ministro da Justiça, ela será classi�cada como ação penal condicionada.
Nessa ação penal, o ofendido ou seu representante legal (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) deve fazer a
representação ou, no caso de delitos contra a honra do Presidente da República, o Ministro da Justiça deve fazer a
requisição ao Ministério Público do oferecimento da denúncia.
É pública condicionada a ação referente ao crime que ofenda a esfera íntima do particular de forma mais prejudicial do
que o interesse geral. Por isso, se condiciona à vontade do indivíduo.
Há crimes em que a ação depende da representação da vítima ou de seu representante legal. São alguns deles os
crimes de lesão corporal leve (CP, art. 129, caput) ou culposa (CP, art. 129, § 6º) e o crime de ameaça (CP, art. 147).
A representação é condição especí�ca da ação penal pública, pois é a manifestação de vontade que permite a
efetividade da persecução penal.
A representação não observa forma especial e nem é exigida que seja declarada em peça formal. Somente é
necessário seguir o disposto no artigo 39, §1º e §2º do CPP.
Essa ação pode ser dirigida a três destinatários: ao juiz, à autoridade policial ou ao representante do Ministério Público.
Sendo destinada ao juiz e havendo os elementos necessários, aquele deverá remetê-la ao Ministério Público para que
haja o oferecimento da denúncia. Não havendo os elementos necessários, o juiz deve encaminhar a ação penal à
autoridade policial, uma vez que é necessária a instauração de inquérito.
É necessário esclarecer que, após o oferecimento da denúncia, a representação torna-se irretratável. Isso está
expressamente disposto no artigo 25 do CPP.
Quando a ação é requisitada pelo Ministro da Justiça, o dispositivo legal esclarecerá de forma expressa. Dois
exemplos dessa hipótese são quando ocorrerem crimes contra a honra praticados contra o chefe de governo
estrangeiro e crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República, conforme ao artigo 145, parágrafo
único do CP.
O CPP prevê o prazo de 5 (cinco) dias para o indiciado preso e de 15 (quinze) dias para o indiciado solto, para o
oferecimento da denúncia.
- Prazo da representação na Ação Pública condicionada à representação
O direito à representação decairá se não for exercido no prazo de até 6 (seis) meses contados do dia em que o autor
do crime é conhecido. Essa regra está expressa no artigo 38 do CPP.
O artigo 25 do CPP prevê a retratação.
Quando depara com os casos de menor de 18 anos ou sujeito possuidor de doença mental, é discutível se o prazo �ui,
sendo que a maioria entende que é apenas para o representante legal do agente.
A seguir, faremos a análise de alguns princípios elencados pela doutrina da ação penal pública:
Clique nos botões para ver as informações.
Esse princípio é interpretado pela leitura do artigo 24 do CPP e do artigo 129, inciso I, da Constituição da República, que
estabelecem que é dever e função institucional do Ministério Público oferecer denúncia nos casos em que se encaixem a
ação penal pública.
 
Se não estiverem presentes as condições da ação penal, o promotor deverá solicitar o arquivamento do inquérito policial
ao juiz
.
 O Ministério Público não pode se recusar a dar início à ação penal. Sendo assim, como titular da ação, deve propô-la
quando os requisitos necessários forem preenchidos.
Princípio da legalidade ou obrigatoriedade 
 Esse princípio pode ser interpretado à luz do artigo 24 do CPP. Quando o processo é iniciado, o Ministério Público não
pode desistir dele. Tampouco poderá desistir de recurso interposto (CPP, art. 576).
Esse princípio não é usado nos crimes de menor potencial ofensivo, elencados na Lei 9.099/1995. Nesse caso, o
Ministério Público pode propor ao acusado a suspensão condicional do processo, que poderá acarretar na extinção de
punibilidade do agente.
Princípio da indisponibilidade 
 Cabe aos membros do Ministério Público executar a ação penal pública por meio da denúncia.
Princípio da investidura 
 Signi�ca que a ação penal pública deve conseguir abarcar todos que cometeram os determinados crimes ou infrações.
Não pode existir direito de escolha.
Princípio da indivisibilidade 
 Esse princípio é válido para os casos de ação penal pública incondicionada, pois os agentes da persecução penal devem
agir de ofício. Como já aludido anteriormente, é nesse tipo de ação penal que não há necessidade de provocação.
Princípio da o�ciosidade 
 O Estado é o responsável pelo controle da criminalidade. Logo, o que prevalece é a natureza pública. Sendo assim, os
órgãos responsabilizados pelas funções da persecução penal são públicos/o�ciais.
Princípio da o�cialidade 
Ação penal privada
A ação penal será privada quando promovida mediante queixa-crime pela
vítima/ofendido ou por quem tenha qualidade para ser o representante legal
deste. Ela é possível pela menção expressa na lei. Senão, a regra é a ação
penal pública.
Ao ofendido decai o direito de queixa ou de representação se não o tiver exercido dentro do prazo de seis meses contados do
dia em que o autor do crime se tornou conhecido.
Nessa espécie de ação penal, o interesse do sujeito é muito afetado. Ele se torna o detentor do direito de ação, mas o Estado
continua tendo o direito de punir.
Até mesmo as nomenclaturas são diferentes. O titular da queixa-crime é identi�cado como querelante e o acusado é
identi�cado como querelado.
Alguns doutrinadores classi�cam a ação penal privada a partir de três espécies. Vejamos a seguir.
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 Também chamada de comum pelo fato de que a ação penal de iniciativa privada é tradicional. A queixa-crime pode ser
oferecida pelo ofendido ou seu representante legal dentro do prazo de seis meses, como nos crimes contra a honra
previstos nos artigos 138 ao 140 do CP.
Propriamente dita ou exclusivamente privada 
 A ação penal privada é um dever-poder exercido somente pelo ofendido e facultado a ele, como no caso do artigo 236 do
CP.
Personalíssima
 De acordo com o artigo 29 do CPP, nos casos em que a ação penal deverá ser pública e o Ministério Público perder o
prazo para o oferecimento da denúncia e restando inerte, o ofendido pode exercer a ação penal. Ou seja, cabe ao indivíduo
oferecer a queixa subsidiária uma vez que o Ministério Público não tenha se pronunciado em relação ao caso.
Subsidiária da pública 
Prazo da ação penal privada
O artigo 38 do CPP é claro quando expressamente dispõe que o direito à queixa ou à representação decairá se não for exercido
no prazo de até 6 (seis) meses contados do dia em que o autor do crime é conhecido.
Nos casos de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo decairá também em 6 (seis) meses para o ofendido, porém a
contagem inicia-se no dia em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público.
Remonta-se ao CP, no seu artigo 107, inciso IV, para lembrar e salientar que o prazo decadencial é causa extintiva da
punibilidade do agente, assim como a prescrição e a perempção.
A seguir, faremos a análise de alguns princípios da ação penal privada:
Princípio da oportunidade ou da conveniência
Signi�ca que o ofendido tem a liberdade de escolher se deseja ou não exercer a ação penal. É facultada a ele, dentro do
prazo de seis meses, a escolha de fazer a acusação.
Princípio da disponibilidade
De acordo com o disposto no artigo 60 do CPP, o ofendido/a vítima pode desistir da ação, ou seja, pode renunciar ao direito
de ação. Sendo assim, como consequência, considerar-se-á a ação penal perempta, caso o ofendido �que inerte.
Princípio da indivisibilidade
O ofendido não tem a capacidade de escolher, na hipótese de mais de um acusado, contra quem irá oferecer a queixa.
Atividade
1 (Concurso O�cial de Justiça – TJ_PE – 2017 - adaptada) A ação penal necessita de condições e requisitos para a sua
subsistência. Tais elementos estão dispostos em lei e sua ausência no caso concreto gera a extinção da demanda. Neste
contexto, são condições da ação penal:
a) Legitimidade de parte, qualificação do acusado e prazo.
b) Que o fato narrado constitua crime, que a parte seja legítima e que esteja presente condição de procedibilidade.
c) Prazo, forma, indivisibilidade da acusação.
d) Possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e justa causa.
2 - (CESPE – 2019 – TJ-BA – Conciliador – adaptada) Em se tratando dos crimes de ação penal pública incondicionada no CPP,
não vigora o princípio da: 
a) Indisponibilidade
b) Oportunidade
c) Indivisibilidade
d) Obrigatoriedade
3 - Assinale a alternativa INCORRETA:
a) A ação penal privada tem o prazo de 6 meses para ser oferecida.
b) A ação penal pública condicionada depende de representação da vítima (ou do seu representante legal) ou de representação do
Ministro da Justiça.
c) A ação penal privada pode ser exclusiva, subsidiária da pública ou personalíssima.
d) A ação penal privada subsidiária da pública só pode ser intentada se houver inércia do Ministério Público. lavrará o termo
circunstanciado e encaminhará o autor do fato imediatamente ao juizado especial criminal, quando possível.
Notas
Referências
BRASIL. Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao trá�co ilícito de drogas; de�ne crimes e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ _ato2004-2006/2006/ lei/l11343.htm. Acesso em: 14 jul.
2020.
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
BRASIL. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/ decreto-lei/ del3689.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
CRUZ, A. L. V. O direito de ação e suas teorias explicativas. Revista Âmbito Jurídico, São Paulo, n. 68, 1 set. 2009. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/ cadernos/ direito-processual-civil/o-direito- de-acao-e-suas- teorias-explicativas/. Acesso em: 7
jul. 2020.
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DIREITO NET. Ação Penal: conceito, classi�cação, condições da ação penal e princípios da ação penal pública incondicionada.
2008. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/ resumos/ exibir/100/Acao-penal#:~:text= %20Interesse%20de%20a
gir%3A%20a%20viabili dade%20da%20a%C3 %A7%C3%A3o,entre%20o%20pedid o%20e%20o%20proces so%20penal%20co
ndenat%C3%B3rio. Acesso em: 24 jun. 2020.
IMMICH, M. Ação penal: noções preliminares. Jusbrasil. 2016. Disponível em: https://michellipimmich. jusbrasil.com.br/artigos/
336956492/acao-penal -nocoes-preliminares. Acesso em: 14 jul. 2020.
PENALISTA NINJA. Qual a diferença entre ação penal pública condicionada e incondicionada?. Jusbrasil. 2016. Disponível em:
https://penalistaninja .jusbrasil.com.br /artigos/302752992/qual-a-diferenc a-entre-acao-penal- publica-condicionada -e-
incondicionada. Acesso em: 14 jul. 2020.
Próxima aula
Prisões cautelares e prisão pena;
Espécies de prisão e medidas usadas para sua liberdade;
Conceito de audiência de custódia.
Explore mais
Leia os textos:
Ação penal: noções preliminares
 Qual a diferença entre ação penal pública condicionada e incondicionada? 
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 5: Prisão cautelar, suas espécies, liberdade e audiência de
custódia
Apresentação
Estudaremos as espécies de prisões cautelares (prisão em �agrante, prisão temporária, prisão preventiva e prisão
domiciliar) e a importância do princípio constitucional da presunção de inocência.
Trataremos também da liberdade, com ou sem �ança, do relaxamento da prisão e da importância da audiência de
custódia.
Objetivos
Discutir a diferença entre prisão cautelar e prisão pena, bem como a pertinência atual do princípio da presunção de
inocência;
Identi�car as espécies de prisões, suas peculiaridades, bem como as medidas para a liberdade;
Explicar o conceito de audiência de custódia, sua importância no processo penal moderno e a implicação de sua
inobservância.
Conceito de prisão e sua �nalidade
Prisão, do latim prehensio e prehendere, é o local no qual o agente autor da infração, seja em �agrante delito, ou por ordem
escrita e fundamentada, ou por sentença condenatória transitada em julgado, perde a liberdade e permanece segregado
por um tempo determinado.
Uma das �nalidades da prisão é a utilização desta como sanção pela
prática de um delito, que pode ser detenção, reclusão ou prisão simples.
Ela deve ocorrer nos moldes do artigo 288, caput, do Código de Processo
Penal (CPP). Apesar de ser usada como punição pelo cometimento de um
crime, de acordo com o artigo 5º, inciso LXVI da Constituição Federal
(CF), quando houver a possibilidade de liberdade provisória, ninguém
será mantido na prisão.
O artigo 288, §2º do CPP é claro ao expressar que a prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e qualquer horário, desde
que seja respeitada a inviolabilidade do domicílio.
Sobre a inviolabilidade do domicílio, pode-se citar o artigo 5º, inciso XI da CF que considera a casa do indivíduo o local
que ninguém pode entrar sem o consentimento do morador, ressalvadas as exceções como o �agrante delito ou durante
o dia por determinação judicial.
Prisão cautelar
As medidas cautelares têm como pressupostos o fumus boni iuris (denominado no processo penal como fumus comissi
delicti) e o periculum in mora (denominado no processo penal como periculum libertatis). O primeiro diz respeito à prova da
materialidade e indícios de autoria. O segundo dizrespeito ao perigo de manter em liberdade, o risco para a sociedade
de manter o infrator solto, ou seja, diz respeito à garantia da ordem no geral.
São medidas de natureza que demandam certa urgência e seguem determinados princípios para que haja um equilíbrio
entre a prisão e a ausência da sentença que condena o indivíduo. De acordo com Aury Lopes Júnior (2019), os princípios
são:
Clique nos botões para ver as informações.
A jurisdicionalidade está prevista no artigo 5º, inciso LXI, da CF. As prisões cautelares devem ser decretadas
mediante ordem judicial fundamentada. No caso da prisão em �agrante, o juiz homologará ou relaxará a prisão que
já tenha sido decretada sem a ordem judicial.
Jurisdicionalidade e motivação 
Esse princípio, para ser efetivado, depende de cada situação fática e dos riscos da prisão.
Contraditório 
As prisões podem ser revogadas ou substituídas e, até mesmo, novamente decretadas. Tudo irá depender do que a
situação exigir.
Provisionalidade 
É associada à necessidade, à proporcionalidade e à presunção de inocência, uma vez que devem ser decretadas
como caráter excepcional (decretadas apenas quando outras medidas se mostrarem insu�cientes).
Excepcionalidade 
Deve haver um equilíbrio entre o direito à liberdade do indivíduo e a repressão dos delitos, ou seja, o juiz deve
balancear a medida imposta em relação ao fato praticado.
Proporcionalidade 
Espécies de prisão
Prisão em �agrante
Disposta no artigo 5º, inciso LXI, da CF, diz respeito a um mero ato administrativo que tem como motivo o delito que
acabou de ser praticado ou que está sendo praticado. Por esse motivo, a prisão do sujeito é autorizada sem que haja
autorização judicial.
Saiba mais
  Tem como sujeito ativo quem efetua a prisão do sujeito infrator, ou seja, qualquer pessoa que consiga fazê-lo. O artigo
301 do CPP é claro quando expressa que qualquer um do povo pode prender quem seja encontrado na situação de
�agrante delito. Já para a autoridade policial que depara com essa situação, é obrigatória a prisão do infrator.
Todavia, é importante destacar esse ponto, pois não se pode confundir o sujeito ativo com o condutor, que é quem
realmente leva o infrator à autoridade policial. Tanto o sujeito ativo como o condutor podem ser a mesma pessoa, mas
não é a regra geral.
Atenção
A prisão em �agrante não é um instituto válido para os casos de crimes de menor potencial ofensivo. O parágrafo único do
artigo 69 da Lei n. 9.099/1995 dispõe que, nesses casos, é lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência e o sujeito deve
assumir o compromisso de comparecer ao Juizado.
A prisão em �agrante tem, entre os objetivos, o de evitar que o autor do delito fuja, impedir a consumação ou o
exaurimento do crime, quando este estiver sendo praticado; e também evitar que o autor do crime seja linchado por causa
do sentimento que causa na população.  
Houve mudanças signi�cativas, ao longo dos anos, de autorização para a permanência do sujeito preso durante todo o
processo à obrigação do magistrado de averiguar a legalidade da prisão para que haja relaxamento.
O artigo 310 do CPP foi modi�cado com a entrada em vigor da Lei n. 12.403/2011. Passa a ser atribuída ao juiz a função
de relaxar a prisão (que se tornou ilegal), converter a prisão em �agrante em prisão preventiva em determinadas situações
e conceder a liberdade provisória independentemente de �ança.
A prisão em �agrante pode ser dividida em fases:
  Existem algumas espécies de prisão em �agrante, são elas:
Prisão temporária
Esta espécie de prisão cautelar foi criada por meio da Lei n. 7.960/1989, um pouco depois da primordial CF. O principal
propósito é servir como instrumento de auxílio nas investigações de delitos considerados mais graves pela lei, subsidiando
eventual oferecimento de denúncia no futuro pelo Promotor de Justiça.
 Essa e�cácia pode ser questionada e os elementos ou a forma como eles podem ser gerados também, a�nal, o sujeito
infrator é submetido às sessões de colaboração. Quanto a esta, não se sabe exatamente em que meios é tomada.
Deve ser decretada durante a fase preliminar das investigações pela autoridade judiciária competente em face do
requerimento do Ministério Público ou da autoridade policial (Lei n. 7.960/1989, art. 2º), quando das hipóteses do artigo 1º
da Lei n. 7.960/1989. Deve ser decretada de forma necessária e adequada ao que a autoridade policial aponta.
Necessária
No caso de estar
fundamentada no periculum in
mora e essencial para que o
processo siga. Senão, como
diz Fernando Capez, a prisão
será ilegal.
Adequada
Pois a sua decretação não
pode ser efetivada de forma
que a consequência seja
majorada quando essa
majoração era evitável.
  Não pode, em nenhuma hipótese, ser decretada de ofício pelo juiz. Após este receber a representação ou requerimento,
tem vinte e quatro horas para fundamentar o motivo da prisão.
Atenção
O inquérito policial é muito importante e necessário para a decretação dessa espécie de prisão cautelar. Porém, ela não
pode ser decretada com o objetivo de que o infrator seja conduzido para ser ouvido.
É uma forma de prisão provisória, pois a lei lhe determina a duração.
Além disso tudo, é importante que a autoridade policial cienti�que o preso do direito dele de permanecer calado e também
dos direitos constitucionais.
O referido artigo 1º da Lei n. 7.960 elenca os crimes em que é possível a decretação da prisão temporária, como sequestro
ou cárcere privado, ou até mesmo o trá�co de drogas.
 
Ao ser a única espécie de prisão cautelar com prazo de término, este é de cinco dias contados da captura do agente
infrator, prorrogáveis por mais cinco nos casos de extrema e comprovada necessidade. Já nos casos de crimes
hediondos, a Lei n. 8.072/1990, em seu artigo 2º, §4º, determina que o prazo da prisão temporária será de trinta dias
podendo ser prorrogados por mais trinta.
A prorrogação dos prazos será acompanhada de comprovação para isso.
 O artigo 3º da Lei n. 7.960 elude uma assistência aos presos temporários de permanecerem separados dos demais
detentos. É uma ordem que deve ser seguida.
Cabe salientar um trecho do livro de Aury Lopes Júnior, no qual ele se refere à criação e à ideia de inconstitucionalidade da
prisão temporária:
"Outro detalhe importante é que a prisão temporária
possui um defeito genético: foi criada pela Medida
Provisória n. 111, de 24 de novembro de 1989. O Poder
Executivo, violando o disposto no art. 22, I, da Constituição,
legislou sobre matéria processual e penal (pois criou um
novo tipo penal na Lei n. 4.898), através de medida
provisória, o que é manifestamente inconstitucional. A
posterior conversão da medida em lei não sana o vício de
origem. Mas, como os juízes e tribunais brasileiros �zeram
vista grossa para essa grave inconstitucionalidade, a lei
segue vigendo.”
- LOPES JR., 2019, p. 836-837
Prisão preventiva
Regulada pelos artigos 312 e 313 do CPP, essa espécie de prisão pode ser decretada para garantir a ordem pública e para
impor que o agente respeite as obrigações impostas por outras medidas cautelares, entre outras situações.
 É admitida, entre outras hipóteses do rol do artigo 313 do CPP, nos casos de crimes dolosos com pena privativa de
liberdade máxima superior a quatro anos.
 Pode vir a ser confundida com prisão temporária, mas são institutos com grandes diferenças. Vejamos o quadro a seguir.
Prisão preventiva Prisão temporária
- decretada na fase de investigação policial; - decretada na fase pré-processual;
- sem prazo pré-determinado.
- com prazo pré-determinado (mais de um,
conforme a necessidade de cada crime).
Adentrando as particularidades do instituto, essa espécie de prisão pode ser decretada aos moldes do artigo 311 do CPP,
na investigação policial ou no processo penal, independendo da fase em que estejam.
Atenção
O princípio da presunção de não culpabilidade veda que haja uma execução provisória da pena, mas os benefícios da
execução penal têm autorizaçãopara sua antecipação.
É decretada pelo juiz a requerimento do Ministério Público, a requerimento do querelante ou do assistente ou por
representação da autoridade policial.
 Para ser aplicada é necessário que a situação fática contemple o fumus boni iuris (CPP, parte �nal do artigo 312), o
periculum in mora (CPP, artigo 312, em referência às situações dispostas nele) e a demonstração de que as outras
medidas cautelares que não tenham como objetivo a prisão não podem ser utilizadas (CPP, artigo 282, §6º).
 Pode ser aplicada de acordo com os delitos listados do artigo 313 do CPP. Porém, não pode ser aplicada se relacionado o
ato infrator com as hipóteses referidas no artigo 314 do CPP, quais sejam as previstas no artigo 23 do CP e seus incisos.
Prisão domiciliar
 O artigo 317 do CPP dispõe sobre a prisão domiciliar (também conhecida como prisão preventiva domiciliar) e seu
conceito. A prisão domiciliar acontece quando se tem como medida o recolhimento do sujeito em domicílio, ou seja, na
própria casa. Para ter e�cácia, ele só pode sair do local com autorização judicial.
 Tem como base o princípio da dignidade humana. Essa medida pode ser reconhecida como humanitária, uma vez que
traz benefícios aos réus.
Esse instituto possibilita a substituição da prisão preventiva dos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça às
vítimas que não sejam criança ou pessoa com de�ciência, desde que comprovada a necessidade, nos termos dos artigos
318, 318-A, 318-B do CPP. Entre as hipóteses previstas pelo artigo, incluem-se as pessoas maiores de 80 anos de idade.
Atenção
A diferença entre a prisão domiciliar e o artigo 319, inciso V, do CPP é que este traz, como medida cautelar diversa da
prisão, o recolhimento domiciliar noturno. O referido dispositivo foi incluído com a Lei n. 12.403 de 2011. O recolhimento
domiciliar dá uma certa liberdade ao sujeito, autorizando que ele trabalhe. A prisão domiciliar é uma medida cautelar
privativa de liberdade.
  Para o advogado, é reservado o direito de não ser recolhido preso antes de sentença transitada em julgado. Esse direito
está previsto no disposto no artigo 7º, inciso V, da Lei n. 8906.
 
Em contrapartida, quando o crime for de autoria de organizações criminosas, o líder sofre a possibilidade de perder o
direito previsto no CPP de substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar.
 Audiência de custódia
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Audiência de custódia
Também conhecida como audiência de apresentação, atualmente está prevista no artigo 310 do CPP e trata-se
de formalidade de extrema importância, momento em que o juiz de�nirá se concede a liberdade ao preso em
�agrante ou decreta outra prisão cautelar.
 Envolve o juízo preliminar acerca da necessidade da manutenção da prisão, da sua legitimidade, da possibilidade
de relaxamento ou de sua substituição por medidas alternativas.
 Renato Brasileiro de Lima traz uma explicação resumida sobre a audiência de custódia, na qual diz que ela é “[...]
a realização de uma audiência sem demora após a prisão penal, em �agrante, preventiva ou temporária,
permitindo o contato imediato do preso com o juiz, com um defensor (público, dativo ou constituído) e com o
Ministério Público” (LIMA, 2019, p. 48).
 A audiência de custódia é, na verdade, uma espécie de instrumento do processo penal que deve ocorrer dentro de
até 24 horas após a realização da prisão em �agrante feita pela autoridade policial.
 Nessa audiência que deveria ocorrer, o sujeito seria ouvido pelo juiz e este decidiria sobre a homologação do
�agrante. Sendo assim, não haveria tanta demora para o sujeito ser ouvido pela autoridade judiciária. Logo,
poderia evitar prisões desnecessárias tanto quanto ilegais.
 O preso deverá ser informado sobre o seu direito de permanecer em silêncio. Além disso, é necessário con�rmar
se ele foi cienti�cado sobre os direitos constitucionais dele. A autoridade judiciária deve, entre outras ações, se
abster de perguntar ao preso questões que possam servir posteriormente para a produção de provas.
 
Prazo da audiência de custódia
 
Acerca do prazo para a audiência de custódia, podemos citar o artigo 310 do CPP.
 Os precedentes das Cortes Internacionais de Direitos Humanos mostram que esse prazo pode levar dias e não
24 horas improrrogáveis como entende o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
 O prazo não pode ser tão curto, prejudicando a audiência de custódia, e nem tão longo. Além do mais, precisa se
adequar à realidade brasileira, que não tem uma boa reputação judiciária no que se refere aos prazos.
 E se não for realizada a audiência de custódia? Há consequências? Não sendo realizada a audiência de custódia
24 horas após a prisão, essa inobservância deveria acarretar relaxamento da prisão, uma vez que ela se torna
ilegal. Outra hipótese seria a do início da contagem do prazo, que já deveria ocorrer nessas 24 horas não
acompanhadas, pelo que diz o texto legislativo.
Liberdade no processo penal
A liberdade, na hipótese da prisão em �agrante, ocorre tanto no pedido de relaxamento como na liberdade provisória.
Sendo a prisão legal ou ilegal, mas desnecessária. O habeas corpus também poderá ser utilizado como mecanismo de
liberdade para as prisões cautelares.
Atividades
1 (FEMPERJ – 2012 – TCE-RJ – Técnico de Controle Externo – Técnico de Noti�cações – adaptada) Constitui hipótese
que viola o princípio constitucional da presunção de inocência ou de não culpabilidade (ou garantia do estado de inocência
– art. 5º, inciso LVII, CRFB):
a) Decretação de prisão processual fundamentada na gravidade em abstrato do crime.
b) Decretação de prisão preventiva antes do trânsito em julgado da sentença.
c) Antecipação da execução provisória da pena observados os benefícios da execução penal.
d) Decretação de prisão cautelar antes do trânsito em julgado da sentença.
2 - (VUNESP – 2018 – TJ-MT – Juiz Substituto – adaptada) Com relação ao cabimento das prisões domiciliar e preventiva,
é correto a�rmar que:
a) A prisão preventiva pode ser admitida nos casos de crimes dolosos e com culposos, com pena privativa de liberdade máxima
superior a quatro anos, tanto na investigação policial ou no processo penal, independendo da fase que estejam.
b) A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal.
c) É cabível a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar às acusadas gestantes ou com filho de até oito anos de idade
incompletos, assim como aos acusados maiores de setenta anos.
d) É cabível a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar aos acusados, primários e de bons antecedentes, ainda que
cometidos crimes com violência ou grave ameaça.
3 - (PGR – 2017 – PGR – Procurador da República – adaptada) No que se refere à audiência de custódia, analise as
assertivas a seguir:
I.  A autoridade judicial entrevistará a pessoa presa em �agrante devendo abster-se de formular perguntas com a
�nalidade de produzir prova para a investigação ou ação penal posterior.
II. Concluída a audiência de custódia, cópia da sua ata será entregue à pessoa presa em �agrante delito, ao Defensor e
ao Ministério Público, tomando-se a ciência de todos, e apenas o auto de prisão em �agrante, com antecedentes e
cópia da ata, seguirá para livre distribuição.
III. Não sendo realizada a audiência em até 24h após a prisão em �agrante, como prevista em lei, uma das hipóteses é
que deverá ocorrer o relaxamento da prisão, visto que se torna ilegal.
IV. A audiência de custódia será realizada na presença do Ministério Público e da Defensoria Pública caso o preso não
possua defensor constituído, junto à presença dos responsáveis pela prisão ou pela investigação durante a
audiência.
 Agora, assinale a alternativa correta:
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) As assertivas I, II e III estão corretas.
c) As assertivas I, II e IV estão corretas.
d) As assertivas I e IIIestão corretas.
Notas
CNE 1
Conselho Nacional de Educação.
Título modal 1
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
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indústria tipográ�ca e de impressos.
 
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
 
BRASIL. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
 
CANÁRIO, P. Pacote anticrime acaba com decretação preventiva de ofício. 2019. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2019-dez-27/pacote-anticrime-acaba-decretacao-preventiva-o�cio. Acesso em: 15 jul. 2020.
 
CAPEZ, F. Curso de processo penal. 25. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
 
GANEM, P. M. Entenda as mudanças na audiência de custódia com o pacote anticrime. 2020. Disponível em:
https://pedromaganem.jusbrasil.com.br/artigos/803660749/entenda-as-mudancas-na-audiencia-de-custodia-com-o-pacote-
anticrime. Acesso em: 15 jul. 2020.
 
LIMA, R. B. de. Manual de processo penal. 7. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2019. (volume único)
 
LOPES JR., A. Direito processual penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
 
PACELLI, E. Curso de processo penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
 
SCHREIBER, S. Prisões cautelares: o que há de novo?. 2020. Disponível em: https://www.justi�cando.com/2020/05/15/prisoes-
cautelares-o-que-ha-de-novo/. Acesso em: 15 jul. 2020.
Próxima aula
A utilização da liberdade provisória e do relaxamento da prisão, distinções e a questão da �ança;
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O instituto da �ança, suas peculiaridades e a utilização da liberdade provisória.
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 6: Liberdade provisória, �ança, relaxamento de prisão e
habeas corpus
Apresentação
Estudaremos a liberdade provisória, a �ança, o relaxamento da prisão e o habeas corpus, importantes aspectos do Direito
Processual Penal.
Aprenderemos quando a prisão em �agrante é legal e quando é ilegal. Também conheceremos as principais
características do instituto da �ança. Trataremos, ainda, de todos os princípios e características do habeas corpus,
identi�cando a importância e as principais regras dele, bem como sua natureza jurídica.
Objetivos
De�nir liberdade provisória e �ança;
Reconhecer os princípios e a importância do relaxamento da prisão, a ilegalidade da prisão em �agrante e suas
causas;
Identi�car a abrangência, as regras, a titularidade, a competência e as partes envolvidas no habeas corpus.
Liberdade provisória
A liberdade provisória é uma medida cautelar, fundamentada no artigo 5º,
inciso LXVI, da Constituição Federal (CF). Atualmente está prevista no
artigo 310, inciso III, do Código de Processo Penal (CPP).
Essa medida cautelar equivale ao período em que ao sujeito é assegurado o direito de aguardar em liberdade enquanto o
processo transcorre até o trânsito em julgado, quando ocorre caso de prisão em �agrante legal, mas desnecessária.
É claro que, pensando pelo lado da superlotação carcerária, a liberdade provisória é uma medida que ajuda a não levar ao
cárcere pessoas que tenham cometido delitos menos graves ou delitos que não levariam à necessidade de manter
alguém preso. Sendo assim, levaria à diminuição da quantidade de sujeitos no cárcere. Lógico que aqui se fala de forma
resumida sobre o cárcere e não se leva em conta quais seriam as melhores medidas não carcerárias para tentar
ressocializar e reintegrar os agentes.
Em algumas hipóteses ocorre mediante �ança e, em outras, sem �ança. É evidente que esse instituto não deixará de
sofrer alterações, por exemplo, no caso de o sujeito réu do processo descumprir algumas obrigações. Sendo assim, ela é
um instituto revogável.
Nos casos em que a lei permite a liberdade provisória, nenhuma pessoa é levada à prisão ou é mantida nela. É um avanço,
se pensarmos pelo lado dos direitos humanos e do direito fundamental da dignidade da pessoa humana.
Comentário
Alguns doutrinadores ressaltam que o termo liberdade provisória é equivocado, pois o que seria e deveria ser provisório é a
prisão, de acordo com o nosso sistema penal. A liberdade, na verdade, deveria ser a regra. Sendo assim, o texto
constitucional estaria atrasado.
O artigo 292, §2º, do CPP, modi�cado com a Lei n. 12.403/2011, traz a possibilidade da imposição de medidas cautelares
diversas da prisão, e não traz como requisito a prévia prisão em �agrante. É uma mudança positiva, pois, antigamente, a
liberdade provisória só podia ser concedida para o sujeito preso em �agrante delito.
De acordo com o artigo 321 do CPP, a liberdade provisória deverá ser imposta pelo juiz caso a prisão preventiva não seja
autorizada se não apresentar os requisitos necessários.
Atenção
Note que, com a alteração da Lei n. 8.072/1990, trazida com a Lei n. 11.464, não é possível, nos casos em que essa lei
trata, a liberdade provisória com �ança. Extrai-se essa interpretação após a leitura do artigo 2º, inciso II.
O capítulo que trata da liberdade provisória no CPP traz, em seus artigos 323 e 324, hipóteses segundo as quais não
devem ser concedidas �anças, como no caso dos crimes de racismo (artigo 323, inciso I).
 
A doutrina divide essa medida cautelar nas espécies obrigatória, permitida ou vedada (CAPEZ, 2018).
Clique nos botões para ver as informações.
Não se sujeita a nenhuma condição, pois é um direito incondicional do acusado (direito público subjetivo da prisão
preventiva).
Obrigatória 
Quando os requisitos para a decretação da prisão preventiva estão ausentes.
Permitida 
Essa espécie não existe, pois, se a lei proibir o juiz de conceder a liberdade provisória, ela será inconstitucional.
Vedada 
A Lei n. 11.464/2007 trouxe uma modi�cação para os crimes previstos na Lei n. 8.072/1990, em seu artigo 2º, inciso II.
Graças a ela, a proibição de liberdade provisória paraos crimes hediondos foi revogada.
 
A liberdade provisória é e somente pode ser concedida após ouvir o Ministério Público, pelo juiz. Assim, quando houver
requerimento da referida medida cautelar, o juiz deve fundamentar o despacho que autorize a prisão preventiva para que
não seja concedida a liberdade provisória.
Para que a liberdade provisória seja concedida, o sujeito
processado deve se comprometer assinando um termo de
comparecimento a todos os atos do processo. Se ele não cumprir o
acordo, a liberdade provisória pode ser revogada.
Conforme o artigo 581, inciso V, do CPP, cabe recurso, em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença que conceda,
entre outras medidas, a liberdade provisória. 
Se o periculum libertatis da prisão preventiva não estiver presente ou estiver presente em medidas não signi�cantes, nos
casos de crimes ina�ançáveis, há a possibilidade de o juiz conceder a liberdade provisória sem exigir �ança. Para isso, é
necessário que sejam concedidas medidas cautelares alternativas. 
A liberdade provisória pode ser confundida com o instituto da revogação da prisão, em que a diferença está no tipo de
prisão. Grosso modo, a revogação de prisão se dá nos casos em que forem de prisões preventivas ou temporárias e a
liberdade provisória nos casos em que for de prisão em �agrante. 
A liberdade provisória pode vir acompanhada do pagamento de �ança ou não. Trataremos desse assunto a seguir.
Fiança
Modi�cada com a Reforma Processual Penal de 2011, a �ança passou a ter dois campos de atuação:
A �ança também é considerada por alguns doutrinadores como garantia real do cumprimento das obrigações processuais
do réu. Não existe mais a �ança �dejussória, que era baseada na garantia do preso por meio da sua palavra (o tal
compromisso de acompanhar a instrução e de se apresentar que hoje é oferecido ao imputado – por exemplo, nos crimes
de pequeno potencial ofensivo – era oferecido ao preso).
A �ança é considerada uma espécie de liberdade provisória que substitui a prisão em �agrante, porém, não é obrigatória
para todos os casos. Pode ser concedida em qualquer fase do inquérito ou do processo no limite do trânsito em julgado.
De acordo com Fernando Capez:
"Consiste na prestação de uma caução de natureza real
destinada a garantir o cumprimento das obrigações
processuais do réu ou indiciado. Não se admite a de
natureza �dejussória, ou seja, mediante a apresentação de
um �ador, devendo ser prestada por meio de dinheiro, joias
ou qualquer objeto que tenha valor.”
- CAPEZ, 2018, p. 356
Os casos do artigo 283, §1º, do CPP, em que a pena privativa de liberdade não é uma hipótese e nos casos de infrações de
menor potencial ofensivo, quando o sujeito acorda e se compromete a comparecer ao Juizado Especial Criminal
(normalmente para assinar um papel mensalmente), podem ser elencados como hipóteses em que não há necessidade
de pagamento de �ança.
Saiba mais
Para que a �ança seja concedida, o juiz deverá analisar caso a caso, identi�car a sua necessidade e fundamentá-la. Será
imposta se, para o processo, houver essa necessidade de garantia. É claro que, ao ser concedida, a gravidade do delito e a
possibilidade econômica do agente deverão ser levadas em consideração para a sua �xação.
Pode ser imposta de forma acumulada a outras medidas cautelares ou de forma isolada. Para tal decisão, é necessário
averiguar se a adoção da �ança cumulada é ou não é compatível com a realidade do fato e se não é excessivamente
onerosa à liberdade do acusado.
A autoridade policial pode conceder a �ança? Sim. De acordo com o
artigo 322 do CPP, é possível, nos casos em que a pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a quatro anos. Nos demais casos,
apenas o juiz poderá fazê-lo.
Se a autoridade policial demorar para concedê-la, o interessado pode solicitá-la ao juiz. Este pode se manifestar, de acordo
com o artigo 310 do CPP, mesmo que não tenha sido solicitado. Atualmente, ele pode conceder de ofício.
 
Quando não for a hipótese anterior, a �ança será requerida ao juiz. Este terá 48 horas para decidir. Ela poderá ser
concedida até o trânsito em julgado da sentença condenatória.
 
A �m de ser determinada, o artigo 326 do CPP traz algumas observações. Deverão ser analisadas, entre outras
circunstâncias, a natureza da infração e a importância provável das custas do processo até o �nal do julgamento.
Há hipóteses em que a �ança pode perder o efeito e seja decretada a prisão do réu, caso ela não seja reforçada nos
moldes do artigo 340 do CPP.
Saiba mais
O que acontece se a �ança for declarada sem efeito ou o réu for absolvido? De acordo com o artigo 336, devem ser
devolvidos todos os valores dados como garantia.
Outra situação em que os valores são devolvidos integralmente ao réu é no caso de cassação de �ança (CPP, arts. 338 e
339). Há casos em que poderá ser decretada a prisão preventiva.
Modalidade de �ança
A doutrina classi�ca a �ança em duas modalidades, por depósito e por hipoteca.
Fiança por depósito
É o caso do artigo 330,
primeira parte do CPP:
Depósito de dinheiro, pedras,
objetos ou metais preciosos,
títulos da dívida pública.
Fiança por hipoteca
Quando inscrita em primeiro
lugar (CPP, art. 330, segunda
parte). O artigo ainda prevê o
que pode ser objeto da �ança.
Um perito será nomeado pela autoridade competente para que avalie o imóvel ou os objetos (CPP, art. 330, §1º).
Quebramento da �ança
A �ança será julgada quebrada nas hipóteses do artigo 341 do CPP. Uma das hipóteses é o caso de o acusado praticar
nova ação penal dolosa.
 
O artigo 343 do CPP é claro. Se houver quebramento injusti�cado da �ança, haverá perda da metade do valor. Caberá ao
juiz decidir sobre a imposição, se for o caso, de prisão preventiva.
Relaxamento de prisão
O relaxamento de prisão é bastante confundido com a liberdade provisória. Porém, é uma ilegalidade que pode vir a
ocorrer em qualquer tipo de prisão. O relaxamento é o reconhecimento de que aquela prisão foi ilegal.  
Não distante da liberdade provisória, o relaxamento de prisão é fundamentado no artigo 5º, inciso LXV da CF. Neste está
estabelecido que o relaxamento se dará pela autoridade judiciária, na ocasião de prisão ilegal.
 
Também presente no artigo 310, inciso I, do CPP, o relaxamento de prisão deve ser concedido pelo juiz de maneira
fundamentada em audiência de custódia a ser realizada até 24 horas após a realização da prisão.
Atenção
Uma vez concedido o relaxamento da prisão ao imputado, são anulados os deveres e as obrigações deste. Sendo assim,
ele �ca livre.
Para o melhor entendimento do tema, é necessário exempli�car algumas causas de relaxamento da prisão. Seriam:
Renato Brasileiro de Lima, no livro Manual de processo penal, faz um quadro comparativo entre dois institutos estudados
nesta aula com a revogação da prisão cautelar, que veremos adiante.
 Diferenças entre relaxamento de prisão, revogação de prisão cautelar e liberdade provisória. Fonte: (LIMA, 2019, p. 1086).
Relaxamento de prisão ilegal
 
Tem natureza de garantia ao réu, tendo em vista que teve a liberdade de locomoção constrangida. Não tem natureza de
medida cautelar, ao contrário da liberdade provisória.
 
Um interessante exemplo, baseado na CF, é o inciso LXXVIII. Este ressalta o direito à duração razoável do processo. Sendo
o prazo excedido, deve haver o relaxamento da prisão.
 Relaxamento de prisão, liberdade provisória e habeas corpus (Súmula n. 697 do STF)
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Relaxamento de prisão, liberdade provisória e habeas corpus (Súmula n. 697
do STF)
A Súmula n. 697 do Supremo Tribunal Federal (STF) traz à tona a questão da não vedação do relaxamento da
prisão, mesmo em casos de proibição da liberdade provisória.
 O texto estabelece que “A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o
relaxamento da prisão processual por excesso de prazo” (STF, 2003, on-line).
 Em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a 5ª Turma entendeupelo habeas corpus em prol do
relaxamento da prisão na ocasião de um processo que envolvia um crime hediondo (STJ, 2004).
Habeas corpus
É um remédio constitucional previsto na CF, no artigo 5º, inciso LXVIII. É previsto no Capítulo X do CPP, que versa sobre o
habeas corpus e seu processo.
É uma ação que serve para prevenir ou anular alguma prisão arbitrária.
Serve para alguém que sofra ou se sinta ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de
poder. É uma ação gratuita.
É uma ação autônoma de impugnação com o objetivo de garantir o direito à liberdade de locomoção, ou seja, de proteger
o ius libertatis do sujeito. Todavia, não tem natureza jurídica de recurso.
Atenção
É necessário ressaltar que o habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa e não há a necessidade de advogado,
mas é importante ter um para que não haja desfavorecimentos ao constrangido.
Renato Brasileiro Lima (2019) descreve, em seu livro Manual de processo penal, as expressões violência e coação, que são
necessárias como uma das modalidades para a concessão do habeas corpus.
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Tem a ver com a violência física ou material, a vis corporalis. Seria, por exemplo, a agressão física ou o emprego de
força que faça a pessoa não ter liberdade para se mexer.
Violência 
Tem a ver com violência moral, a vis compulsiva. Seria, por exemplo, consequência de ameaça ou intimidação.
Coação 
O habeas corpus pode ser apresentado de duas formas, habeas corpus preventivo e habeas corpus liberatório.
Habeas corpus preventivo – tem como objetivo antever o constrangimento ilegal e evitar uma ameaça à liberdade de
locomoção.
Habeas corpus liberatório – tem como objetivo afastar o constrangimento ilegal que já tenha ocorrido em
detrimento da liberdade de locomoção.
É possível habeas corpus contra ato hipotético? Não. Para a impetração do habeas corpus, é necessário que a ameaça ao
ius libertatis seja iminente. É necessário que essa ameaça seja concreta e vá causar perigo ao sujeito mesmo que
indiretamente.
A ausência de precisa indicação de atos concretos e
especí�cos, por parte da autoridade apontada como
coatora, que revelem prática atual ou iminente de
comportamento abusivo ou de conduta revestida de
ilicitude, inviabiliza, processualmente, a impetração
do writ of habeas corpus.”
- LIMA, 2019, p. 1801
Um caso interessante e recente foi o habeas corpus impetrado pelo promotor de justiça do Rio Grande do Norte, Wendell
Bethoven. O objetivo do promotor era que fosse concedido habeas corpus para os casos hipotéticos de policiais que
pudessem responder criminalmente por não prender manifestantes por descumprirem as recentes normas de isolamento
social por causa da pandemia do coronavírus.
 Habeas corpus substitutivo de recurso ordinário e Habeas corpus coletivo
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Habeas corpus substitutivo de recurso ordinário e Habeas corpus coletivo
Habeas corpus substitutivo de recurso ordinário
 A ação de habeas corpus é revista de um procedimento sumaríssimo. Logo, é mais célere e tem uma e�cácia
mais ágil do que qualquer outra tutela que disponha da liberdade do indivíduo.
 A jurisprudência era pací�ca no entendimento de que o interesse de agir para a utilização do habeas corpus não
seria afastado no caso de possibilidade de recurso contra decisão judicial, mesmo que presente o efeito
suspensivo.
 O habeas corpus substitutivo seria a possibilidade de o agente impetrar com nova ação de habeas corpus ao
Tribunal Superior e não decidir pelo recurso do habeas corpus original.
 Sendo o habeas corpus original negado, o juiz ou o Tribunal poderiam de certa forma constranger o indivíduo e,
assim, este poderia impetrar com o habeas corpus substitutivo em vez do recurso ordinário.
 Com o tempo, essa orientação jurisprudencial vem se modi�cando e já há entendimentos de que o habeas
corpus é inadequado quando possível interpor recurso ordinário.
 
Habeas corpus coletivo
 É uma possibilidade que veio para inovar o sistema jurídico brasileiro. Por meio do habeas corpus coletivo, é
possível atingir toda a coletividade ou um grupo especí�co.
 Essa inovação veio com o HC143641, em que a Segunda Turma do STF decidiu conceder essa modalidade de
habeas corpus para todas as mulheres presas gestantes, ou mães de crianças com até 12 anos, ou mães de
pessoas com de�ciência. É aplicado para que haja uma substituição de prisão preventiva para prisão domiciliar
(STF, 2018).
 É claro que o habeas corpus não pode prejudicar as medidas elencadas no artigo 319 do CPP, como o “[...]
comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições �xadas pelo juiz, para informar e justi�car
atividades”.
Atividades
1 (Vunesp – 2019 – TJ-AC – Juiz de Direito Substituto – adaptada) Em relação à �ança e à concessão de liberdade
provisória, assinale a alternativa correta.  
a) A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para atos do
inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como cassada.
b) Entende-se por perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo.
c) A fiança não pode ser considerada uma espécie de liberdade provisória que substitui a prisão em flagrante.
d) Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança.
2 - (Fepese – 2019, Agente Penitenciário – adaptada) A respeito da prisão ilegal, assinale a alternativa correta.
a) A prisão em flagrante somente poderá ser relaxada após fixada a fiança pela autoridade judicial.
b) Somente cabe relaxamento de prisão quando há prisão em flagrante delito e essa se dá de maneira ilegal.
c) A ilegalidade da prisão pode ocorrer antes, durante ou após a lavratura do auto de prisão em flagrante.
d) O relaxamento da prisão é considerado medida cautelar, igualmente a liberdade provisória.
3 - Sobre o habeas corpus no processo penal, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O habeas corpus é uma ação que serve para prevenir ou anular a prisão arbitrária, impetrada por alguém que sofra ou está na
iminência de sofrer coação à liberdade de locomoção.
b)Tanto o Ministério Público quanto qualquer cidadão (em seu benefício ou de outro) poderão impetrar o habeas corpus.
c) Compete apenas aos tribunais colegiados a expedição, de ofício de ordem de habeas corpus, quando se certificarem de que
alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
d) Não é possível impetrar habeas corpus contra ato hipotético, ou seja, é necessário que a ameaça à liberdade seja iminente,
concreta e vá causar perigo.
Notas
CNE 1
Conselho Nacional de Educação.
Referências
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BRASIL. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
 
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justica> hc <https://www.migalhas.com.br/depeso/324061/hc-coletivo-como-ferramenta-igualitaria-de-acesso-a-justica>-
coletivo-como-ferramenta- <https://www.migalhas.com.br/depeso/324061/hc-coletivo-como-ferramenta-igualitaria-de-acesso-
a-justica> igualitaria <https://www.migalhas.com.br/depeso/324061/hc-coletivo-como-ferramenta-igualitaria-de-acesso-a-
justica> -de-acesso-a- <https://www.migalhas.com.br/depeso/324061/hc-coletivo-como-ferramenta-igualitaria-de-acesso-a-
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FERRARI, R. P. Diferenças entre revogação da prisão, liberdade provisória e relaxamento da prisão. 2016. Disponível em:
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GANEM, P. M. Relaxamento da prisão, liberdade provisória ou revogação da prisão?. 2018. Disponível em:
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LIMA, R. B. de. Manual de processo penal: volume único. 7. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2019.
 
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PACELLI, E. Curso de processo penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
 
ROMANO, R. T. Habeas corpus. 2020a. Disponível em: https://jus.com.br/tudo/habeas-corpus. Acesso em: 5 jun. 2020.
 
ROMANO, R. T. Habeas corpus contra ato hipotético ajuizado por promotor de justiça perante a segunda instância. 2020b.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/81576/habeas-corpus-contra-ato-hipotetico-ajuizado-por-promotor-de-justica-
perante-a-segunda-instancia. Acesso em: 6 jun. 2020.
https://www.migalhas.com.br/depeso/324061/hc-coletivo-como-ferramenta-igualitaria-de-acesso-a-justica
https://www.migalhas.com.br/depeso/324061/hc-coletivo-como-ferramenta-igualitaria-de-acesso-a-justica
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STF. Supremo Tribunal Federal. 2ª Turma concede HC coletivo a gestantes e mães de �lhos com até doze anos presas
preventivamente. 2018. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=370152. Acesso
em: 6 jun. 2020.
 
STF. Supremo Tribunal Federal. Súmula 697. 2003. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=697.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas.
Acesso em: 6 jun. 2020.
 
STJ. Jurisprudência da quinta turma. RSTJ, a. 16, n. 175, p. 471-541, mar. 2004. Disponível em:
http://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-eletronica-2004_175_capQuintaTurma.pdf. Acesso em: 6 jun.
2020.
Próxima aula
Estudo do sistema judiciário brasileiro, a estrutura do Poder Judiciário e a função do juiz;
O Ministério Público, suas atribuições e a sua importância no cenário nacional;
Os serventuários da Justiça e as suas principais funções. A necessidade de veri�cação dos aspectos em que podem ser
úteis.
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 7: Organização Judiciária do Poder Judiciário, do Ministério
Público e os Auxiliares da Justiça
Apresentação
Nesta aula, você estudará as instituições que atuam em um processo, também chamados de sujeitos processuais, tais
como o juiz, Ministério Público, defensor e auxiliares da justiça.
Objetivos
Descrever a constituição do Poder Judiciário, as funções do juiz, como se distribui sua competência e como atua na
sociedade;
Identi�car os princípios relacionados ao Ministério Público, suas atribuições, como é a sua estrutura principal e como
são dirimidos alguns con�itos na sua atribuição;
Reconhecer a atuação e as funções dos auxiliares da justiça: o�ciais, peritos, serventuários.
Sujeitos da relação processual
Sujeitos da relação processual
Em resumo, é um laço entre partes/ órgãos/ pessoas que se inicia com uma
pretensão punitiva. A parte autora oferece a chamada peça acusatória
(queixa-crime ou denúncia)e, a partir daí, exige que haja uma prestação
jurisdicional do Estado. Essa relação processual pode vir a demorar
bastante. Enquanto isso, alguns sujeitos acessórios são chamados para
prestar esclarecimentos.
Há, pelo menos, a existência de três sujeitos processuais: as partes (demandante e demandado) que compõem a relação
material e o juiz (imparcial).
Os agentes podem ser principais ou acessórios. São principais, uma vez que muito importantes para manter a relação jurídica
processual, ou acessórios quando — ao contrário — não fazem diferença se estiverem ali ou não.
Sujeitos principais
Ministério Público ou o ofendido, juiz, autor e acusado. A presença dessas �guras é vital para a manutenção da relação
jurídica.
Sujeitos acessórios
Também chamados de colaterais; terceiros interessados ou não, que estão ligados ao processo.
Poder Judiciário
O �lósofo Montesquieu (1689 - 1755) dividia a estrutura organizacional do Estado Moderno nas três esferas dos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário de forma mais equilibrada do que Aristóteles e Locke. Estes já tinham essa ideia de modelo
tripartite, porém com pontos que foram se modi�cando e melhor contemplando a sociedade.
Em resumo, o poder Legislativo seria aquele através do qual se delibera sobre a construção e mudança das leis e �scalização
do poder Executivo. Seria através dele que caberia a administração do Estado: execução de leis, administração dos interesses
sociais da coletividade etc. E, por �m, a função do poder Judiciário seria julgar, interpretar e aplicar as leis caso a caso.
Comentário
Nenhum dos poderes deveria se sobrepor ao outro. Atualmente, o que se observa é o contrário: é possível identi�car uma mistura
entre eles. É claro que cada um tem sua função especí�ca, mas eles podem acabar atingindo a função do outro.
O poder Judiciário é integrado por juízes, desembargadores e ministros. Eles devem julgar os casos de forma isenta e
imparcial, sendo que há toda uma estrutura do poder Judiciário prevista na Constituição Federal (Art. 92).
São órgãos do poder Judiciário:
I - O Conselho Nacional de Justiça;
II - O Superior Tribunal de Justiça;
III - O Tribunal Superior do Trabalho;
IV - Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
V - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
VI - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VII - os Tribunais e Juízes Militares;
VIII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
O poder Judiciário é dividido em instâncias judicantes. A primeira instância teria como função analisar e julgar as ações
apresentadas ao poder em questão. As decisões proferidas nessa instância podem ser revistas em instância superior,
respeitando o duplo grau de jurisdição.
 
Além dessa divisão tripartite, existe a divisão entre vários órgãos nos âmbitos estadual e federal. Esta segunda é dividida entre
justiça federal comum e especializada (composta pela Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar). A primeira julgará
as ações restantes que não forem objeto da Justiça Federal.
Organograma do Poder Judiciário
O poder Judiciário é dividido entre o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, o
Tribunal Superior Eleitoral e o Superior Tribunal Militar. Temos ainda o Conselho Nacional de Justiça, que tem atribuições
administrativas.
 Organograma do Poder Judiciário. Fonte: STF
Supremo Tribunal Federal
Disposto na Seção II da Constituição Federal, entre os Artigos 101 a 103, ao
Supremo Tribunal Federal compete o ato de processar e julgar
originariamente diversas hipóteses como as ações contra o Conselho
Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público.
Também cabe julgar outras hipóteses assinaladas pelo Artigo 102 da
Constituição Federal.
Inserido no âmbito do poder Judiciário, é o seu órgão máximo, composto por 11 ministros, escolhidos entre brasileiros natos
com mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade com notável saber jurídico e reputação ilibada. Estes ministros serão
nomeados pelo Presidente da República (Art. 101 da CF).
Saiba mais
É dividido em duas turmas, com cinco integrantes cada, e o plenário, composto pelos onze Ministros.
De acordo com o próprio site do Supremo Tribunal Federal, uma das suas principais funções é a de julgar a ação direta de
inconstitucionalidade (é uma ação com o objetivo de examinar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual). Também tem a função de julgar habeas corpus, do qual tratamos na aula passada, habeas data, mandado de
segurança e mandado de injunção. Estes devem ser decididos pelos Tribunais Superiores, ou seja, em uma única instância.
Tem o condão de aprovar súmulas com efeitos vinculantes aos órgãos do poder Judiciário após reiteradas decisões sobre a
matéria constitucional.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou
por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa o�cial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei.”
 Mais informações sobre o STF
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Organograma do Supremo Tribunal Federal
A �gura do juiz, impedimento e suspeição
A �m de superar um sistema inquisitivo, que concentra em uma única �gura as funções de acusar, defender e julgar, e
com o advento do sistema acusatório, passa a ter maior relevância a imparcialidade do juiz.
 
A imparcialidade está relacionada com o princípio do juiz natural, com a respectiva vedação ao juiz ou tribunal de
exceção, visando evitar a alteração de determinada, concreta e especí�ca decisão. Daí falar-se em casos de
impedimento, incompatibilidades e suspensão do juiz. As hipóteses de impedimento estão relacionadas a fatos e
circunstâncias de fato e de direito, com condições pessoais do próprio julgador.
 
O Artigo 252, incisos I e II do Código de Processo Penal, prevê a hipótese na qual determinados parentes do juiz, seu
cônjuge ou ele próprio tenham exercido funções relevantes no processo, que, inclusive, in�uenciaram na formação do
convencimento judicial. O inciso III do referido artigo, ao dispor sobre duplo grau de jurisdição, pronuncia-se sobre a
hipótese de o juiz também ter exercido a função de juiz em outra instância.
 
Impende consignar que o referido impedimento deve ser suscitado, a �m de que a referida questão seja apreciada,
sem prejuízo da validade do primeiro julgamento. Quanto a este aspecto, Eugênio Pacelli de Oliveira esclarece que:
 Organograma do STF. Fonte: STF
Prevê, ainda, o Artigo 252, inciso IV que também haverá impedimento quando o juiz, seu cônjuge ou parente,
consanguíneo ou a�m, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte (caso de ação penal privada) ou
diretamente interessado no feito, em caso de recomposição civil do dano, por exemplo. Em seguida, prevê o CPP que,
nos juízos coletivos, não podem prestar serviços no mesmo processo os juízes que foram parentes entre si, para que
se evite in�uência no julgamento.
Nos procedimentos do Tribunal do Júri, são impedidos de servir no mesmo conselho de sentença marido e mulher,
ascendentes, descendentes, sogro e genro ou noras, irmãos, cunhados, tio e sobrinho, padrasto, madrasta ou enteado,
conforme prescreve o Art. 448 do CPP. Consigne-se que o mesmo ocorre com aqueles que mantêm união estável.
Já em relação à suspeição, pode-se de�ni-la como os fatos e/ou circunstâncias objetivas que in�uenciem no ânimo do
julgador, podendo ser objetivos, quando se referem ao objeto, ou subjetivos, em relação aos sujeitos envolvidos.
O Artigo 254 do CPP estabelece como causas de suspeição:
Amizade íntima ou inimizade capital com qualquer das partes (inciso I);
O fato de estar ojuiz, cônjuge, ascendente ou descendente respondendo a processo por fato análogo, cujo
caráter criminoso haja controvérsia (inciso II);
Se o juiz, ou o cônjuge ou parente sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por
qualquer das partes (inciso III);
Se tiver aconselhado qualquer das partes (inciso IV);
Se for credor ou devedor, tutor ou curador de qualquer das partes (inciso V);
Se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo (inciso VI). 
Como bem lembra Pacelli (2019), o juiz não pode ser administrador de sociedade, a não ser associação de classe, em
virtude da vedação ínsita no Art. 36, II da Lei Complementar Nº 35/79.
No que se refere ao parentesco por a�nidade, há de se registrar que esta cessa com a dissolução do casamento,
exceto na hipótese de sobrevierem descendentes. Entretanto, conforme o Artigo 255 do CPP, o juiz não poderá atuar
em processo quando for parte sogro, genro, cunhado ou enteado, ainda que tenha havido dissolução do casamento
sem descendentes.
Em relação à �gura da suspeição provocada — injúria ou qualquer outro ato praticado com o �m de afastar o juiz —,
não estará con�gurada a suspeição, segundo inteligência do Art. 256 do CPP.
Diferentemente das hipóteses de suspeição e impedimento, as hipóteses de incompatibilidade reclamam o exame
detido de cada situação concreta, quando não a�rmada de ofício pelo magistrado. Ora, inexiste casuística legal das
incompatibilidades (Artigo 112 do CPP).
O simples recebimento da denúncia ou queixa, por exemplo, embora portador de
certo conteúdo decisório, não será causa de impedimento, uma vez que as questões
mais relevantes do processo, sejam elas de fato, sejam elas de direito, não são
frequentemente resolvidas naquele momento. Obviamente, ocorrerá impedimento se
a decisão anterior for em sentido contrário, isto é, de rejeição da denúncia ou queixa,
hipótese em que o conteúdo decisório é manifesto e evidente.
(PACELLI, 2019)
Diante disto, pode-se dizer que se reúnem as recusas do juiz sob o fundamento de razões de foro íntimo. Embora não
haja previsão legal, não pairam dúvidas de que a imparcialidade do juiz restaria comprometida.
Formas de tratamento e abordagem ao juiz
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal elaborou um texto dando várias explicações sobre o tema do relacionamento
com o Judiciário. Neste texto, é trazida a informação de como abordar o juiz e como fazer o texto jurídico.
O juiz, pessoa que re�ete sobre os casos, não pode se eximir de despachar ou sentenciar os casos concretos. Além
disso, não pode julgar mais, menos ou diferente do que foi pedido. Ele deve se limitar a julgar e interpretar aquilo de
que trata o processo e o pedido.
É necessário atentar ao vocabulário utilizado nos dispositivos jurídicos, pois é a partir da escrita e da fala que o juiz irá
formar o seu convencimento. Além disso, a linguagem utilizada é bastante burocratizada e a porta de entrada para
uma boa impressão.
O emissor deve se atentar às expressões sem que a preocupação em escrever de forma clara, concisa e formal
confunda sua cabeça e o faça esquecer peças muito importantes para a explicação da relação jurídica. A dica do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal é simples: o pro�ssional de Direito deve atentar à língua-padrão, e o jornalista
deve usar como base uma linguagem informativa. Nos dois casos, necessário demonstrar raciocínio lógico.
Ministério Público
O Ministério Público ocupa um papel muito importante no sistema processual penal acusatório. É uma ampliação dos poderes
do Estado, pois deve-se impedir — entre outras circunstâncias — a vingança originada pelos con�itos sociais que sempre
costumam ocorrer.
Representa, então, o Estado-Administração, que tem função exclusiva de propor ação penal pública para os crimes que dela se
utilizam. Também há o caso — como estudamos nas aulas passadas — de o Ministério Público vir a deixar de representar o
ofendido se, por exemplo, perder o prazo. Sendo assim, ao ofendido, �ca a liberdade de propor uma ação penal privada.
Comentário
Apesar de ser inserido no sistema processual penal acusatório, não é um órgão acusatório, mas sim um órgão legitimado para a
acusação. O objetivo é a defesa da ordem jurídica na sociedade, dos interesses sociais e individuais.
As atribuições do Ministério Público estão elencadas no Art. 127 da Constituição Federal: defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Surge para retirar do juiz o papel de investigação, pois este — como já vimos em aulas anteriores — não pode ter todos os
papéis do processo, pois isso prejudicaria sua imparcialidade. É notório que a imparcialidade já é uma di�culdade inerente do
ser humano. Um ator fazer parte de todas as fases di�culta mais ainda esse princípio.
O órgão ministerial segue alguns princípios. Os principais, de acordo com o Artigo 127, §1º da Constituição Federal são a
independência, a unidade e a indivisibilidade.
Clique nos botões para ver as informações.
Signi�ca que, embora composto por vários integrantes (Promotores de Justiça ou Procurador da República), todos fazem
parte de uma mesma instituição, o Ministério Público.
Unidade 
É uma decorrência da unidade, de sorte que cada um dos integrantes do Ministério Público tem legitimidade por falar em
nome da instituição Ministério Público, representando-a de forma indivisível.
Indivisibilidade 
O membro do Ministério Público em sua atuação não está subordinado a nenhum outro órgão, nem mesmo ao Chefe da
Instituição (Procurador-Geral de Justiça no âmbito Estadual ou Procurador-Geral da República no federal), devendo
apenas observar o que determina a Constituição e as leis para aquela situação que está analisando.
Independência 
Além disso, o Ministério Público tem, de acordo com o Artigo 127, §2º da Constituição Federal, autonomia funcional e
administrativa, que signi�ca a capacidade de governar e gerir a si próprio, sem interferência dos demais poderes.
As funções institucionais do Ministério Público estão elencadas no
Artigo 129 da Constituição Federal. Uma delas é (inciso IX): exercer
outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis
com sua �nalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a
consultoria jurídica de entidades públicas.
Esse artigo traz à interpretação da lei que o Ministério Público tem
um rol bem amplo de atividades que pode exercer, uma vez que ele
não é taxativo
Natureza da Função do Ministério Público
A doutrina diverge em diversos assuntos. Um deles é o tema em questão. Há quatro teorias sobre a natureza da função do
Ministério Público:
O Ministério Público pertence ao poder Judiciário;
É considerado parte comum, e aí �ca a questão: seria, então, de acordo com o pensamento dessa teoria, considerado um
sujeito acessório e podendo ser descartado?
Não se encaixaria na divisão tripartite dos poderes;
Sua atividade instrumental se equipara ao magistrado e se assemelha aos poucos às partes privadas.
Organograma do Ministério Público
O Conselho Nacional do Ministério Público disponibiliza em seu site a estrutura organizacional resumida e completa do órgão
de forma esquematizada e didática, como podemos ver a seguir:
 Carreiras na Justiça
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São diversas as carreiras na área do Direito. A licença da OAB não é necessária para muitas atividades judiciárias, pois
na maioria é necessário ser aprovado em concurso público, como por exemplo, a carreira de juiz.
Para seguir a carreira de juiz, é necessário passar em concurso público, ter nacionalidade brasileira, ter aptidão física e
mental para o exercício do cargo, ter até 65 anos de idade até a data da inscrição de�nitiva etc.
Promotor de justiça: ser brasileiro, apresentar comprovada idoneidade moral nos âmbitos pessoal, pro�ssional e
familiar, estar no exercício dos direitos políticos etc.;
Procurador geral do Estado, procurador regional do município e procuradordo trabalho: dentre outras
características, deve estar em gozo com os direitos políticos e ser bacharel em Direito;
Procurador federal: ter licença da OAB, ter exercido atividade jurídica por, pelo menos dois anos, ser brasileiro nato
ou naturalizado etc.;
Defensor público: ter nacionalidade brasileira ou portuguesa, estar em dia com as obrigações eleitorais, ter
exercido atividade jurídica por pelo menos três anos até a data da posse etc.;
Delegado de Polícia Civil: trabalha em torno de 36h semanais. É necessário ter nacionalidade brasileira ou
portuguesa, estar quite com as obrigações eleitorais, ter pelo menos 18 anos até a data da posse, apresentar
certidões negativas de antecedentes criminais, entre outros;
Advogado da União: ter nacionalidade brasileira ou portuguesa, estar no gozo dos direitos políticos, ter a licença
da OAB e, além de todas as outras condições, cumprir com as determinações do edital.
Auxiliares da Justiça
Os auxiliares da justiça são responsáveis pela realização de tarefas técnicas ou administrativas. Também são responsáveis
pelo bom andamento da justiça. Entre eles, encontram-se os escreventes, analistas, o�ciais de justiça, peritos, intérpretes.
Saiba mais
Nos termos do Art. 274 do Código de Processo Penal, estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que for
aplicável, a suspeição dos juízes, cujas hipóteses estão previstas no Art. 254 do mesmo Código.
Parte da doutrina entende inaplicável o dispositivo, pois os serventuários estão sujeitos às normas disciplinares da
Administração, bem como à correição do magistrado. Ademais, os serventuários não praticam atos decisórios, o que não
justi�ca a suspeição.
O Código de Processo Penal também estabelece regras para a atuação dos peritos e intérpretes, tendo em vista a relevância da
função desempenhada por eles, de cunho essencialmente técnico. Há necessidade de um perito no processo quando a solução
de uma questão depender de conhecimentos técnicos de outras áreas de conhecimento que não o Direito (ex.: medicina,
engenharia, física etc.).
O perito pode ser o�cial ou nomeado pelo juiz. O�cial é aquele pertencente
aos quadros do Estado, enquanto o outro é pessoa com conhecimento
técnico na matéria, que vem a ser nomeado pelo magistrado, na falta
daquele. Qualquer um deles está sujeito à disciplina judiciária, ou seja,
cumprir �elmente seu encargo, nos termos do Art. 275 do CPP.
O perito pode ser o�cial ou nomeado pelo juiz. O�cial é aquele pertencente aos quadros do Estado, enquanto o outro é pessoa
com conhecimento técnico na matéria, que vem a ser nomeado pelo magistrado, na falta daquele. Qualquer um deles está
sujeito à disciplina judiciária, ou seja, cumprir �elmente seu encargo, nos termos do Art. 275 do CPP.
Principais
Entendem-se aqueles cuja ausência torna impossível a existência ou a complementação da relação jurídica processual

Acessórios
São aqueles que, não sendo indispensáveis à existência da relação processual, nela intervêm de alguma forma.
Os principais são o juiz, o autor (que pode ser o Ministério Público ou o ofendido) e o acusado. Os acessórios ou colaterais são
o assistente, os auxiliares da justiça e os terceiros, interessados ou não, que atuam no processo.
Atividade
1 Assinale a alternativa correta quanto ao tema do Poder Judiciário:
a) É dividido em STF, STJ e TST, sendo este último um órgão da justiça especial.
b) São representantes do Judiciário os juízes e promotores de justiça e, no Processo Penal, respectivamente, atuam como julgador e
acusador.
c) O juiz não pode se eximir de despachar ou sentenciar casos do caso concreto, bem como não pode julgar extra ou ultra petita.
d) Não compete ao juiz prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça.
2 - De acordo com o material estudado sobre o Ministério Público, marque a alternativa incorreta:
a) O MP tem função exclusiva para propor ação penal pública e também ação penal privada subsidiária da pública.
b) São atribuições do Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.
c) Os princípios que norteiam o Ministério Público são independência, indivisibilidade e unidade.
d) O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, com mandato de dois anos, sendo vedada a
recondução, assim como ocorre com cada Ministério Público do Estado.
3 - Considere as a�rmativas a seguir, referentes aos auxiliares da Justiça:
I.  O o�cial tem várias atribuições, dentre elas realizar citações e intimações.
II. Não poderão ser peritos os que tiverem opinado antes sobre o objeto da perícia.
III. O intérprete é pessoa idônea que traduzirá o texto, documento, �gura ou outro meio passível de interpretação que está
redigido em língua estrangeira.
 Estão corretas:
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas a II.
d) I, II e III.
Notas
Referências
BRASIL. Cartilha do Poder Judiciário. Supremo Tribunal Federal. Secretaria de Documentação, 2018. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Cartilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf. Acesso em: 23
jul. 2020.   CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 25. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.   LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de
processo penal: volume único. 7. ed. rev. ampl. atual. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2019.  
MIRABETTE, Júlio Fabbrini. Código de processo penal interpretado: referências doutrinárias, indicações legais, resenha
jurisprudencial. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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MOREIRA, Manoela. Conheça os cargos das Carreiras Jurídicas. CERS, Recife/PE, 23 ago. 2018. Disponível em:
https://noticias.cers.com.br/noticia/cargos-carreiras-juridica. Acesso em: 23 jul. 2020.
 
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
 
SANTTANA, Gustavo. A Separação dos Três Poderes. Disponível em: https://www.politize.com.br/separacao-dos-tres-poderes-
executivo-legislativo-e-judiciario/. Acesso em: 23 jul. 2020.
Próxima aula
Teoria geral das provas;
Espécies de provas;
A fundamentação do juiz baseando-se nos meios de prova.
Explore mais
LIRA, Leticia Rodrigues; MELLO, Antônio César. Vitimologia no Direito Penal: importância da vítima no delito. Revista
Âmbito Jurídico. 22 jul. 2019. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/vitimologia-no-direito-
penal-importancia-da-vitima-no-delito/. Acesso em: 23 jul. 2020.
OLIVEIRA, Elaine Filgueiras. Prova testemunhal de pessoa suspeita. Migalhas, 18 jun. 2019. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/304574/prova-testemunhal-de-pessoa-suspeita. Acesso em: 23 jul. 2020.
CAVALCANTI, Dora. HC Coletivo como ferramenta igualitária de acesso à Justiça. Migalhas, 08 abr. 2020. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/324061/hc-coletivo-como-ferramenta-igualitaria-de-acesso-a-justica. Acesso em:
23 jul. 2020.
Assista ao seguinte vídeo:
SOARES, Melquizedek. AGU Explica - Estrutura do Poder Judiciário. Youtube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Rkk3ZqQPSt4. Acesso em: 23 jul. 2020.
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 8: Provas no Processo Penal - Teoria geral e espécies.
Atos processuais
Apresentação
 
Nesta aula, você estudará as provas em processo penal, sua teoria, princípios, rol e a importância da utilização delas no
Direito Processual Penal e nos demais ramos do Direito.
Vamos tratar das espécies de provas, tais como interrogatório, acareação, exame de corpo de delito etc., com suas
características principais e seus dispositivos legais pertinentes.
Estudaremos ainda os atos processuais, a distinção entre eles, citação, intimação e demais atos necessários ao
andamento do processo.
Objetivos
Descrever a teoria geral das provas, os princípios a eles relacionados,bem como a distinção entre prova ilícita e
ilegítima;
Identi�car as espécies de provas, suas sistemáticas, características e formas de aplicação;
Reconhecer os atos processuais, sua importância e �nalidade, bem como distingui-los entre si.
Das provas no processo penal - Teoria Geral das Provas
Acerca deste conceito, o professor Guilherme de Souza Nucci (2014) aduz que o termo da palavra prova é originário do
latim, probatio, que se refere a ensaio, veri�cação, exame, razão, con�rmação, sendo que deste deriva-se o verbo de provar,
probare, que signi�ca reconhecer por experiência, aprovar, estar satisfeito com algo. 
Portanto, prova é a reunião de indícios que possam levar ao conhecimento do juiz acerca de determinado fato e, como
rati�ca Aury Lopes Jr. (2019), o processo penal e a prova integram o que se chama de modos de construção do
convencimento do julgador, que formará sua convicção e legitimará o poder contido na sentença.
 Princípios atinentes à prova e Provas ilícitas e ilegítimas
 Clique no botão acima.
Princípios atinentes à prova e Provas ilícitas e ilegítimas
Princípios atinentes à prova
No processo penal, os princípios são um mecanismo viabilizador da igualdade e da busca pela verdade real.
Existem os princípios que são baseados na Constituição Federal e os sistemas de valoração do Direito Processual
Penal. São eles:
 1) Verdade real - No processo penal, o magistrado deve optar pela versão dos fatos que mais se conforma com
aquilo que realmente aconteceu, de sorte que a produção de provas seja dirigida a demonstrar como os fatos
realmente aconteceram. É diferente do processo civil, que se guia pelo princípio da verdade formal, como por
exemplo presumem-se verdadeiros os fatos se não existir defesa no prazo. No processo penal, não há espaço
para tal presunção, porque se busca a verdade real.
 Contudo, essa busca pela verdade real não ocorre a todo custo, pois deve dar-se em conformidade com a lei, sob
pena de a prova ser considerada ilícita ou ilegítima.
 2) Comunhão das provas - Uma vez produzida no processo, a prova pode ser utilizada por ambas as partes.
Ainda que apresentada por uma das partes, os sujeitos processuais podem fazer uso delas igualmente.
 3) Liberdade na produção da prova - Aduz que é admitido às partes produzir provas que não estão,
necessariamente, na lei, visto que busca a verdade real. Porém, tal princípio não é absoluto, apesar de ser regra,
posto que o juiz estará restrito somente a sua pesquisa acerca da verdade dos fatos. E uma exceção à liberdade
na produção da prova é a vedação às provas ilícitas.
 4) Livre convencimento motivado - Não há uma hierarquia de provas, ou seja, uma prova não tem mais poder que
a outra. Para formar sua convicção sobre os fatos, o juiz pode se basear em quaisquer provas existentes no
processo; ele tem o livre convencimento. Contudo, essa liberdade encontra duas restrições: ele precisa justi�car
quais provas usou para se convencer e dizer o porquê. E também não pode se basear em provas ilícitas.
 5) Contraditório - É o direito de ser informado e de participar no processo. Logo, as provas devem ter a atuação
das partes, levando em consideração o contraditório.
 6) Nemo tenetur se detegere - Direito de não produzir provas contra si mesmo. Não autoincriminação.
Das provas ilícitas e ilegítimas
A doutrina diferencia a prova ilícita da ilegítima, ambas sendo espécies do gênero prova ilegal.
 A prova ilegítima é aquela obtida com violação de regras processuais. Um dos exemplos é a utilização de prova
no plenário do júri, sem ter sido juntada aos autos com antecedência mínima de três dias, violando as regras
contidas no CPP (Art. 479).
 Já a prova ilícita é aquela obtida com violação a regras de direito material, contida no Direto Penal e também
constitucional. Um exemplo é utilizar-se da tortura para obter a con�ssão do acusado, contrariando direitos
constitucionais e a garantia da pessoa, presentes na Constituição da República.
 No CPP, há indicação de que são inadmissíveis as provas ilícitas e que estas devem ser desentranhadas do
processo. Também a Constituição Federal, a respeito do tema, em seu Art. 5.º, inciso LVI, aduz que “são
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Entretanto, boa parte da doutrina admite a
utilização da prova ilícita se este for o único meio de provar a inocência do réu no processo, pois está
privilegiando um bem maior do que o protegido pela norma: a liberdade.
 Essa interpretação se dá perante a teoria da proporcionalidade, que busca o equilíbrio entre garantias em con�ito
por meio da veri�cação de como um deles pode ser limitado no caso concreto, tendo em vista a menor lesividade.
Segundo Fernando Capez, é uma excepcionalidade a adoção desse princípio. (CAPEZ, 2015)
Existe também a teoria dos frutos da árvore envenenada, entendida como as provas ilícitas por derivação. São
aquelas em que, se obtidas de maneira isolada, serão lícitas (válidas), porém, por se originar de uma prova ilícita,
contamina-se também de ilicitude, ainda que produzidas legalmente em momento posterior. Com a positivação
expressa no Art. 157 do CPP, há o entendimento de que não se trata mais de uma teoria, mas sim de uma norma.
 
O processo será aproveitado se houver outras provas válidas independentes da prova ilícita, ou seja, não
demonstrado o nexo de causalidade entre as provas obtidas, bem como demonstrado que elas, inevitavelmente,
seriam descobertas de outra maneira, por outro meio válido.
Meios de prova e de obtenção de prova
Alguns doutrinadores, como Aury Lopes Jr., por exemplo, fazem distinção entre meios de prova e meios de obtenção de
prova. (LOPES JR., 2019)
Meios de prova são os instrumentos que demonstram um fato
(documento, testemunha, perícia). Já meios de obtenção de provas são
instrumentos que auxiliam chegar-se à prova. Não é a prova em si, mas
meios que facilitam a sua obtenção. Traz como exemplos a delação
premiada, buscas e apreensões e interceptações telefônicas.
Perícia
Meio de prova previsto nos Art. 158 a 184 do CPP, consiste no exame realizado por pro�ssionais com conhecimentos
técnicos, tanto na fase de inquérito policial quanto no processo penal, a qualquer dia e horário, observando o prazo de dez
dias para a elaboração do laudo (o documento elaborado pelos peritos), a �m de auxiliar o julgador na formação de sua
convicção. O juiz não está vinculado ao laudo elaborado pelos peritos, podendo julgar contrariamente às suas conclusões,
desde que o faça de forma fundamentada.
O CPP institui alguns requisitos para que seja feita a perícia, como ser realizada por um perito o�cial, portador de diploma
de curso superior. Entretanto, poderão ser designados dois peritos se a perícia for complexa, abrangendo mais de uma
área de conhecimento especializado.
Saiba mais
Caso não haja perito o�cial, será elaborada a perícia por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior e,
de preferência, com habilitação na área em que for realizado o exame.
O Código prevê, também, que as partes podem, durante o curso do processo judicial, requerer a oitiva dos peritos para
esclarecer a prova ou para responder a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de dez dias.
Uma espécie de prova pericial é o exame de corpo de delito, indispensável nas infrações que deixam vestígios, não
podendo supri-lo nem mesmo a con�ssão do acusado. Porém, há uma exceção trazida no CPP em que, se não for
possível a realização do exame, por terem desaparecido os vestígios do crime, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a
falta.
Pode ser dividido em direto ou indireto .1 2
Testemunhas
Prova testemunhal está prevista nos Art. 202 a 225 do CPP. São terceiros à relação processual, que narram fatos de que
tenham conhecimento acerca do objeto do processo para auxiliar o convencimento do juiz. Qualquer pessoa poderá ser
testemunha, com exceçãoo cônjuge, o ascendente, o descendente e os a�ns em linha reta do réu, os doentes mentais e
as pessoas menores de 14 anos. Neste caso, não há o compromisso de dizer a verdade, porque serão ouvidos como
informantes do juízo.
Há, de acordo com o CPP, a proibição do depoimento de algumas pessoas, e são essas as que devem guardar sigilo em
razão de função, ministério, ofício ou pro�ssão, salvo se, desobrigadas pelo interessado, quiserem dar seu depoimento.
Algumas características compõem a prova testemunhal. São elas:
A oralidade, em que o
depoimento é oral, não pode
ser trazido por escrito.
A objetividade, pois a
testemunha deve responder o
que sabe a respeito dos fatos,
sendo vedado emitir sua
opinião a respeito.
Documentos
Meio de prova disposto nos Art. 231 a 238 do CPP. De acordo com o CPP, consideram-se documentos quaisquer escritos,
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares, sendo instrumento o documento constituído especi�camente para servir
de prova para o ato ali representado, como por exemplo a procuração.
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0254/aula8.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0254/aula8.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0254/aula8.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0254/aula8.html
Para PACELLI (2019), documento é qualquer manifestação materializada,
por meio de gra�a, de símbolos, de desenhos e que seja uma forma ou
expressão de comunicação possível à compreensão de seu conteúdo.
Porém, a vedação à apresentação de material jornalístico ou de mídia, no
procedimento do Tribunal do Júri, é de grande relevância para o autor,
pois não é efetivamente considerado um documento.
Interrogatório
É o meio de prova previsto no Art. 185 a 196 do CPP e consiste no ato em que o acusado é ouvido sobre a imputação que
foi dirigida a ele, levando elemento de convicção ao julgador. Ademais, é considerado também meio de defesa do acusado,
pois o interrogatório é o último ato da audiência de instrução, cabendo ao acusado escolher a estratégia de autodefesa
que melhor consulte aos seus interesses. (PACELLI, 2019).
Na Lei Nº 11.343/06, dos crimes de trá�co ilícito de drogas, prevê-se, contudo, que o interrogatório seria ainda o primeiro
ato de inquirição, como exceção à regra do CPP. O STF entendeu, porém, que, mesmo no rito da lei de drogas, o
interrogatório deve ser o último ato (Habeas Corpus 162650 SP, Supremo Tribunal Federal – STF, 21 nov. 2019).
O acusado deverá ser interrogado sempre na presença de seu defensor.
Antes do interrogatório, o juiz deve assegurar o direito de entrevista
reservada com seu defensor. Se ele não tiver um, deve ser nomeado um
defensor público, ainda que só para acompanhar o ato.
Uma grande inovação acerca do tema é que, em caráter excepcional, poderá o juiz, por decisão fundamentada, de ofício
ou por requerimento das partes, realizar o interrogatório do réu preso por videoconferência, desde que seja necessário
para atender à �nalidade de prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre
organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; viabilizar a participação do réu no
referido ato processual, quando há di�culdade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância
pessoal; impedir a in�uência do réu no depoimento de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o
depoimento destas por videoconferência. (Art. 185, §2º do CPP).
Atenção
As partes devem ser intimadas da decisão que determina a realização do ato por videoconferência com antecedência de
dez dias. Por tratar-se de meio de defesa, haverá a nulidade absoluta do processo se realizado sem que se dê ao réu a
oportunidade de se submeter ao interrogatório.
Con�ssão
Modalidade de prova, prevista nos Art. 197 a 200 do CPP, em que o réu pode confessar a autoria ou não dos crimes
imputados a ele. Pode ser feita dentro ou fora do interrogatório, sendo o juiz obrigado a informar sobre o seu direito a
permanecer calado. Vale ressaltar que não existe con�ssão �cta no processo penal, ou seja, mesmo que o acusado não
exerça a sua autodefesa, não se presumem verdadeiros os fatos a ele imputados.
Dica
A con�ssão não é tida como prova de valor absoluto; portanto, deve ser avaliada em conjunto com os demais elementos
de prova do processo, veri�cando-se sua compatibilidade ou concordância com eles.
Por �m, a con�ssão é também retratável, isto é, o acusado pode voltar atrás/ arrepender-se na sua admissão de culpa, e
divisível: dentro do livre convencimento do juiz, ele poderá valer-se apenas de parte da con�ssão.
Reconhecimento de pessoas e coisas 
Segundo Pacelli (2019), trata-se de mero procedimento que tende à identi�cação de pessoas, de alguma maneira
envolvidas no delito, e de coisas, cuja prova da existência e individualização seja relevante para a apuração das
responsabilidades. O CPP prevê essa modalidade nos Art. 226 a 228 (exemplos: reconhecer o autor de um crime, a arma
utilizada etc.).
 O próprio Código traz o procedimento a ser seguido para o que o reconhecimento se dê de maneira legal. Vale atentar que
a Lei Nº 11.719/08, que alterou as regras de procedimento do CPP, dispõe que o reconhecimento de pessoa, tal como
outros atos de instrução, é realizado na audiência una de instrução.
Saiba mais
Uma observação a ser feita é acerca do reconhecimento de pessoas, que deverá ser feito de maneira sigilosa, ou seja,
aquele que será reconhecido é impedido de ver aquele que reconhece.
Acareação
É uma prática processual em que são colocadas duas ou mais pessoas,
frente a frente, para esclarecerem divergências relevantes em suas
declarações. (MILANEZ, 2016). Esse ato é previsto nos Art. 229 e 230 do
CPP.
A regra prevê a admissibilidade da acareação tanto no curso do processo como em sede de inquérito policial e pode ser
realizada entre acusados, entre testemunhas, entre vítimas e até entre o acusado e as testemunhas, quando se sabe que
um não tem qualquer compromisso com a verdade. (PACELLI, 2019)
 
É preciso que as declarações e testemunhos já tenham sido prestadas; caso contrário não haveria a possibilidade de
veri�car ponto con�itante entre elas.
Busca e apreensão
Está prevista no Art. 240 do CPP e é um meio de prova diferente dos demais apresentados. Trata-se de medida de
natureza cautelar, para resguardar material probatório, coisa, animais e até pessoas que não estejam ao alcance
espontâneo da Justiça. Somente quando estiverem presentes elementos quanto à urgência e à necessidade da medida é
que se poderá conceder a busca e apreensão, tanto na fase de investigação como no curso da ação penal. (PACELLI,
2019)
 A busca pode ser domiciliar, realizada em residência ou qualquer local não aberto ao público ou pessoal.
Atenção
Para sua realização, em geral, é necessário o mandado, expedido pela autoridade competente, determinado, especi�cando
o máximo possível onde será realizado, por ser uma medida que vai de encontro a uma garantia constitucional.
Entretanto, há uma divergência na doutrina quanto ao mandado na busca pessoal. Para Pacelli (2019), é possível a
realização sem autorização judicial, desde que prevista em lei e estejam presentes razões de natureza cautelar urgentes
para determinado ato.
Ônus da prova
É a faculdade referente ao encargo atribuído às partes para demonstrar a veracidade do fato alegado. Segundo Renato
Brasileiro (LIMA, 2015), há duas correntes acerca da distribuição do ônus da prova:
- A corrente minoritária aponta
que o ônus da prova é
exclusivo da acusação;
- A corrente majoritária
distribui o ônus da prova entre
a acusação e a defesa no
processo penal.
O ônus da prova da acusação dispõe que cabe à acusação provar tanto a existência do fato típico quanto provar a autoria
ou participação do agente no fato criminoso. O ônus da prova da defesa dispõe sobre provar os fatos modi�cativos,
impeditivos e extintivos do autor, comoregra geral do processo.
Prova emprestada
É um meio de prova que se entende ser aquela obtida a partir de outra, originariamente produzida em processo diverso.
(LOPES JR., 2019) Ou seja, é utilizar a prova em um processo distinto daquele em que foi produzida. 
 
Para que seja admissível, é preciso que haja as mesmas partes em ambos os processos, o mesmo fato probatório, o
respeito à norma que rege a produção probatória e que tenha sido observado também o contraditório. Satisfeitas estas
duas condições, terá a prova emprestada o mesmo valor das demais provas realizadas dentro do processo. Ausentes
essas condições, deve ser considerada como simples indício. (AVENA, 2014)
Comentário
Apesar de divergência na doutrina, o Superior Tribunal de Justiça entende que inexiste nulidade processual caso a defesa
tenha concordado com a produção da prova emprestada.
Dos atos processuais
Ato processual é toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por efeito a criação, modi�cação ou extinção de
situações jurídicas. É praticado por juízes, auxiliares e pelas partes para dar andamento ao processo.
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Comunicação dos atos processuais
Citação (Art. 351 a 369 do CPP)
É o ato processual pelo qual se leva ao conhecimento do réu sobre a tramitação de um processo penal e que lhe é
imputado um crime e lhe dá um prazo para se manifestar.
A citação pode ser:
Real ou pessoal – Em regra, é feita por o�cial de justiça na pessoa do acusado, pessoalmente. Efetuada a
citação, passa a correr o prazo de dez dias, do cumprimento do mandado ou da juntada aos autos do
mandado cumprido, para a apresentação da defesa do acusado;
Ficta ou por edital ou presumida - Quando o acusado está em local ignorado (L.I.N.S: local incerto e não
sabido), expede-se edital em que se presume a tomada de conhecimento do processo por parte dele. É
chamada de �cta, pois é uma �cção, ou seja, presume-se que com a publicação do edital o réu tomou
conhecimento do processo;
Por hora certa – Quando o réu se oculta para evitar a citação. Efetuada a citação com hora certa, e o
acusado não apresenta resposta em dez dias, segue o processo com réu revel.
A falta de citação ou feita fora do prazo gera nulidade absoluta. Essa falta ou nulidade da citação estará sanada
se o interessado comparecer antes de o ato se consumar. Também vale ressaltar que não se exige a citação para
�ns de execução das penas ou medidas de segurança.
Intimação (Art. 370 a 372 do CPP)
É a ciência que se dá a alguém de um ato já praticado, ou seja, é meramente o canal de aviso ou ciência. Intima-se
o réu, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado, dependendo do ato.
 
Noti�cação
O CPP não traz uma diferença relevante quanto à noti�cação e intimação e muitas vezes usa os dois como
sinônimos. Porém, a diferença reside no fato de que a noti�cação é algo futuro e deverá ser feito pela pessoa,
enquanto que na intimação já ocorreu o ato (passado), estando a cienti�cá-lo.
Cartas (Art. 237 e 260 a 268 do CPP)
São expedidas para atos processuais praticados fora dos limites da comarca, da seção ou subseção judiciária,
bem como fora do território brasileiro.
 São algumas espécies de carta:
Rogatória – É a carta cuja comunicação se dá entre o judiciário de países diferentes, com o objetivo de
realização de atos e diligências processuais no exterior, como por exemplo audição de testemunhas.
 Semelhante à carta precatória, mas a principal diferença é que, na rogatória, o processo está tramitando em um
país, e o ato processual tem que ser cumprido em outro.
Precatória – É a carta cuja comunicação se dá entre juízos de comarcas distintas com o objetivo de cumprir
um ato processual. Por meio dela, o juiz competente para atuar em um processo solicita ao juiz de outra
comarca o cumprimento de algum ato necessário ao andamento do processo, como por exemplo a citação,
penhora.
Arbitral - É a carta cuja comunicação se dá também entre juízes de comarcas distintas, com o objetivo de
cumprir algum ato processual formulado por juízo arbitral.
 
Decisões
São atos processuais do juiz que podem decidir ou não o mérito da causa. Apesar de no Processo Penal não
haver uma distinção acentuada quanto à decisão, despacho e sentença, como acontece no processo civil, o
Código de Processo Penal e a doutrina dividem as decisões em:
 De�nitivas - Aquelas que põem �m ao mérito do processo;
Interlocutórias mistas - São as que põem �m ao processo sem julgar o mérito.
Interlocutória simples – Traz a solução de questões incidentes, no decorrer do processo, sem pôr �m a ele.
 
Sentença (Art. 381 do CPP)
Também é um ato processual do juiz, sendo essa uma decisão que põe �m ao processo, com ou sem julgamento
do mérito. Segundo Nucci (2014), é a decisão terminativa do processo e de�nitiva quanto ao mérito, para julgar
procedente ou improcedente a imputação feita ao réu.
 Podem ser classi�cadas como:
Condenatória - Quando reconhece a responsabilidade penal do réu pelo delito atribuído a ele;
Absolutória - Quando se exclui a responsabilidade penal do réu pelo fato a ele atribuído, sendo que tal
decisão pode ocorrer com base no Art. 386 do CPP;
Declaratória - Não há imposição de uma pena ou condenação; somente declara a existência ou inexistência
de uma relação jurídica;
 A sentença ainda deve ter alguns elementos para não ser considerada nula; são eles:
Relatório - É um resumo breve da lide do processo;
Fundamentação - Representa o desenvolvimento e aspectos jurídicos que o levou à tomada de decisão;
Dispositivo – O juiz a�rma se acolhe ou não o pedido pretendido, sendo uma conclusão.
Mandado judicial
É a ordem escrita contendo a ordem judicial e emitida pela autoridade competente para que se cumpra
determinado ato. Tem conteúdo e �nalidade especí�ca, como a citação do réu, intimação de partes, prisão etc.
 O prazo para o o�cial de justiça cumprir o mandado é a partir do dia útil seguinte à distribuição. Entretanto, em
situações excepcionais, este prazo pode ser reduzido, como nas hipóteses de audiências próximas, liminares ou
mandados que se re�ram a réus presos.
 Esse instrumento deve conter alguns requisitos para não gerar nulidade. Por exemplo: o mandado de prisão deve
conter o nome da pessoa a ser presa, mencionando a infração penal que motivar a prisão e eventual valor da
�ança arbitrada, quando for o caso. Será dirigido a quem tiver qualidade para dar execução, lavrado pelo escrivão
e assinado pelo juiz. (NUCCI, 2014)
 O mandado de citação deve obedecer ao disposto no Art. 357 do CPP, como a leitura do mandado ao citando
pelo o�cial, na qual se mencionarão dia e hora da citação e a declaração do o�cial, na certidão, da entrega da
contrafé e sua aceitação ou recusa.
Atividades
1. (VUNESP - 2014 - TJ SP - Juiz ADAPTADA)  Dispõe o Art. 5.º, inc. LVI da Constituição Federal que “são inadmissíveis, no
processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Trata-se do princípio da vedação das provas ilícitas, invocado no Art. 157
do Código de Processo Penal.
 
Sobre este tema, assinale a opção incorreta:
a) A reforma no processo penal advinda pela Lei Nº 11.690/2008 distanciou-se da doutrina e jurisprudência que distinguiam as
provas ilícitas das ilegítimas, concebendo como provas ilícitas tanto aquelas que violem disposições materiais como processuais.
b) São admissíveis as provas derivadas das ilícitas quando puderem ser obtidas por meio que por si só — seguindo os trâmites
típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal — seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
c) É quase unânime na doutrina e na jurisprudência o entendimento que não admite a utilização no processo penal da prova
favorável ao acusado se colhida com infringência a direitos fundamentais seus ou de terceiros.
d) São admissíveis as provas derivadas das ilícitas quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.
2. (Instituto AOCP – 2018 – ITEP/RN – Agente Técnico Forense) Acercado exame de corpo de delito e perícias em geral,
assinale a alternativa correta:
a) Os exames de corpo de delito somente poderão ser realizados em dias úteis.
b) A confissão do acusado é suficiente para a comprovação das infrações penais que deixam vestígios.
c) As perícias em geral serão, em regra, realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior, não cabendo às
partes formular quesitos ou indicar assistente técnico.
d) Não sendo possível realizar o exame de corpo de delito, por haver desaparecido os vestígios, tal prova poderá ser suprida pela
prova testemunhal.
3 - (TJ/GO 2012 - FCC - Juiz Substituto - adaptada) No tocante aos atos processuais em geral, é incorreto a�rmar:
a) Qualquer das partes poderá, no prazo de dois dias, pedir ao juiz que esclareça a sentença, se houver obscuridade.
b) No caso de o acusado estar no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do
prazo de prescrição até o seu cumprimento.
c) Quando o réu se oculta para não ser citado, ele deverá ser citado por hora certa, de acordo com as normas preconizadas pelo
Código de Processo Civil.
d) O juiz, ao proferir sentença condenatória, fixará valor máximo para a reparação dos danos causados pela infração, considerados
os prejuízos sofridos pelo ofendido.
Notas
Direto1
Feito no próprio corpo do delito.
Indireto 2
Feito por meio de elementos periféricos, ou seja, fora do corpo do delito, como a análise de �cha clínica de paciente que foi
atendido em hospital, por exemplo.
Referências
AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. 6. ed. Método, 2014.
CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo. Código de processo penal comentado. 1. ed. Saraiva, 2015.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. 3. ed. Salvador: JusPODIVM, 2015.
LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
MILANEZ, Bruno. O que se entende por acareação no processo penal? JusBrasil, jul. 2016. Disponível em:
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/395518910/o-que-se-entende-por-acareacao-no-processo-penal
<https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/395518910/o-que-se-entende-por-acareacao-no-processo-penal> .
Acesso em: 28 jul. 2020.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo e Execução Penal. 11.  ed., Rio de Janeiro: Forense, 2014.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
Próxima aula
Organização policial, sua estrutura e seus aspectos principais;
Os exemplos de aplicação da Polícia no Brasil e a importância do enfrentamento das questões nacionais relacionadas a
essa instituição;
A atuação da autoridade policial diante do cometimento de um crime e suas principais etapas.
Explore mais
Leia os seguintes artigos:
SILVA. Grazielle Ellen da. Provas no processo penal. DireitoNet, 14 ago. 2018. Disponível em:
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10779/Provas-no-Processo-Penal
<https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10779/Provas-no-Processo-Penal> . Acesso em: 28 jul. 2020.
CAPRIGLIONI, Gustavo. As provas em espécie na esfera penal. JusBrasil, jul. 2017. Disponível em:
https://ghcapriglioni.jusbrasil.com.br/artigos/517963163/as-provas-em-especie-na-esfera-penal
<https://ghcapriglioni.jusbrasil.com.br/artigos/517963163/as-provas-em-especie-na-esfera-penal> . Acesso em: 28
jul. 2020.
TALON, Evinis. O reconhecimento de pessoas. JusBrasil, jul 2017. Disponível em:
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/395518910/o-que-se-entende-por-acareacao-no-processo-penal
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/395518910/o-que-se-entende-por-acareacao-no-processo-penal
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https://evinistalon.jusbrasil.com.br/artigos/492181407/o-reconhecimento-de-pessoas-por-que-as-autoridades-tratam-o-art-226-do-cpp-como-mera-recomendacao
https://evinistalon.jusbrasil.com.br/artigos/492181407/o-reconhecimento-de-pessoas-por-que-as-autoridades-
tratam-o-art-226-do-cpp-como-mera-recomendacao <https://evinistalon.jusbrasil.com.br/artigos/492181407/o-
reconhecimento-de-pessoas-por-que-as-autoridades-tratam-o-art-226-do-cpp-como-mera-recomendacao> . Acesso
em: 28 jul. 2020.
https://evinistalon.jusbrasil.com.br/artigos/492181407/o-reconhecimento-de-pessoas-por-que-as-autoridades-tratam-o-art-226-do-cpp-como-mera-recomendacao
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 9: Organização Policial
Apresentação
 
Nesta aula, estudaremos a organização policial no Brasil, bem como o papel da Polícia e o da segurança pública na
Constituição Federal. Abordaremos os órgãos de segurança pública, sua composição e divisão, a forma de ingresso, como
são compostos e sua estrutura organizacional. Também estudaremos as formas de tratamento, como se relacionam com
os membros de outros poderes e a estrutura organizacional.
Objetivos
De�nir o conceito de segurança pública, seu papel na Constituição Federal e seus órgãos principais;
Esclarecer a estrutura organizacional do Ministério da Justiça, a importância das polícias administrativa e judiciária;
Identi�car os órgãos das polícias administrativa e judiciária, tais como: Polícia Militar, Civil, Federal etc.
Segurança Pública na Constituição Federal
De acordo com o Art. 144 da Constituição Federal, a segurança pública é um dever do Estado e um direito e
responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública, proteção das pessoas e do patrimônio. É
preservada através dos órgãos da Polícia Federal, polícias Rodoviária e Ferroviária Federal, Civis, Militares e Corpos de
Bombeiros militares e Polícias Penais Federal, Estaduais e Distrital.
Conforme argumenta Alexandre de Moraes (2015), os órgãos de defesa da segurança pública, por meio da Constituição
Federal (CF) de 1988, tiveram uma dupla �nalidade:
Logo, apesar de a lista de órgãos responsáveis ser um rol taxativo, o objetivo do legislador era dividi-los em diversas
funções para atender às necessidades populares.
Órgãos Responsáveis pela Segurança Pública
O primeiro órgão a ser analisado é a Polícia Federal, previsto no §1º do Art. 144 da CF, que é subordinado ao Ministério da
Justiça, organizado e mantido pela União. Dedica-se exclusivamente a:
Apurar infrações penais que irão contra os interesses da União, bem como infrações cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional;
Prevenir e reprimir o trá�co ilícito de drogas a�ns, o contrabando e o descaminho;
Exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
Exercer as funções de polícia judiciária da União.
Saiba mais
O Decreto nº 73.332/1973 elenca as funções da Polícia Federal (Art. 1º) e de�ne a estrutura da PF.
O segundo órgão, previsto no §2º do Art. 144 da CF, é a Polícia Rodoviária Federal, que também é mantido pela União,responsável pelo patrulhamento ostensivo das estradas federais brasileiras, com o objetivo de �scalizar o tráfego nas
rodovias e evitar crimes de trânsito.
Saiba mais
O Decreto nº 1.655/95 de�ne as atribuições da Polícia Rodoviária Federal, e a Lei 9.654/98 cria a carreira de policial
rodoviário federal e dá outras providências.
O terceiro órgão, conforme §3º do Artigo 144 da CF, é a Polícia Ferroviária Federal, semelhante à rodoviária, porém, no
âmbito das ferrovias, compete à Polícia Ferroviária Federal a função de patrulhamento das ferrovias federais na prevenção
de acidentes e em toda a malha ferroviária do país.
No §4°, tem-se a função da Polícia Civil, dirigida por delegados de polícia, que em síntese faz o papel da polícia judiciária,
que é o da investigação de delitos, registrando Boletins de Ocorrência, elaborando o inquérito policial e cumprindo
decisões judiciais, como mandados de prisão.
O §5º traz a �gura da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A função
da PM é proteger o cidadão, a sociedade e os bens públicos, diminuindo
con�itos e garantindo a segurança para a população. O Corpo de
Bombeiros tem a função de executar atividades de defesa civil, ou seja,
atos realizados após desastres, para que as consequências não sejam
tão graves. Recentemente, a EC 104/2019 determinou, no §5º, que cabe
às Polícias Penais a vigilância, ordem e segurança dos estabelecimentos
penais.
Outro órgão responsável pela segurança pública é a Guarda Municipal, prevista no §8º. Tem caráter civil e a função
preventiva de proteção de bens, serviços e instalações. A lei prevê que os municípios têm essa competência, ressalvada a
competência da União e Estados.
Atenção
A Polícia Penal é um órgão recentemente inserido no §5º-A do Artigo 144 da CF pela EC 104/2019.
 Carreiras e remuneração
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Carreiras e remuneração
Ainda sobre o Art. 144 da CF, em seu §9°, trata da remuneração dos servidores policiais, sendo pautada no Art.
39. Esse artigo dispõe que a União, Estados e DF irão instituir, de acordo com a sua competência, um regime
jurídico e planos de carreira para servidores da administração pública.
A remuneração dos servidores dos órgãos relacionados no artigo 144 será por meio de subsídios. O membro de
Poder, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por
subsídio �xado em parcela única, sendo vedado o acréscimo de qualquer grati�cação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Ministério da Justiça e a Secretaria Nacional de Segurança
Pública
É importante destacar como se dá a organização da Segurança Pública na federação, principalmente a estrutura do
Ministério da Justiça, um órgão do Poder Executivo Federal que garante o Estado Democrático de Direito. Entre suas
atribuições, estão:
Para que suas atribuições sejam plenamente satisfeitas, foram criadas algumas secretarias, dentre elas a Secretaria
Nacional de Segurança Pública (Senasp). A ela compete:
Coordenar as Forças de segurança Pública;
Assessorar o Ministro de Estado na de�nição, implementação e acompanhamento da Política Nacional de Segurança
Pública e dos Programas Federais de Prevenção Social e Controle da Violência e Criminalidade;
Planejar e acompanhar a implementação de programas do Governo Federal para a área de segurança pública;
Elaborar propostas de legislação e regulamentação em assuntos de segurança pública, referentes aos setores
público e privado;
Realizar e fomentar estudos e pesquisas voltados para a redução da criminalidade e da violência, dentre outras
funções.
 Fonte: Governo Federal – Ministério da Justiça. Disponível em: https://www.justica.gov.br/Acesso/institucional/imagem/organograma-web.jpg/view
<https://www.justica.gov.br/Acesso/institucional/imagem/organograma-web.jpg/view>
Apesar de sua importante função, as Secretarias Estaduais de Segurança Pública (Sesp) não são tão conhecidas. Sua
estrutura varia de Estado para Estado, assim como o per�l de seus pro�ssionais. Ademais, há diferenças relevantes em
relação ao seu status político diante das Polícias Civil e Militar. (TRINDADE, 2015, p. 608)
Saiba mais
Existem situações em que “as polícias são formalmente subordinadas aos Secretários de Segurança Pública. Em outras
situações, os comandantes e chefes de polícia possuem as mesmas prerrogativas dos secretários. Estas diferenças
acabam por repercutir na capacidade destas secretarias de elaborar e implantar políticas públicas de segurança”.
(TRINDADE, 2015, p. 608)
Polícia Judiciária e Polícia Administrativa
A polícia brasileira desempenha dois papéis: judiciário e preventivo. A polícia judiciária é encarregada da investigação
preliminar, sendo desempenhada nos Estados pela Polícia Civil e, no âmbito federal, pela Polícia Federal. Em regra, a
atuação de cada polícia tende a limitar-se ao âmbito de atuação da respectiva Justiça (Federal ou Estadual), mas nada
impede que o contrário possa acontecer. (LOPES JR., 2019)
A polícia preventiva ou ostensiva, chamada de polícia administrativa, é levada a cabo pelas Polícias Militares dos Estados,
que, como regra, não possuem atribuição para realizar a investigação preliminar.
O CPP remete à competência para a investigação da existência dos crimes comuns, em geral, a alguns órgãos, qual seja,
polícia judiciária. Para Pacelli, (2019) essa autoridade não deveria ser chamada assim, visto que o juiz não investiga nem
aproveita o material colhido por ela para o exercício de sua função jurisdicional. A fase de investigação, em regra, é
promovida pela polícia judiciária e tem natureza administrativa, sendo realizada antes de a ação penal ser promovida.
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Saiba mais
Então, tem-se a polícia administrativa, cuja natureza é preventiva do ilícito penal e possui uma característica ostensiva,
como a Polícia Militar, Federal e o Corpo de Bombeiros Militar. A Polícia Rodoviária Federal é também uma polícia
administrativa, ao prevenir acidentes.
Já a polícia judiciária atua quando a administrativa não funciona, ou ainda após a sua atuação. A natureza é repressiva, e
não preventiva, ocorrendo a sua atuação quando o ilícito penal já ocorreu.
Nos Estados e Distrito Federal, corresponde à Polícia Civil,
enquanto a Polícia Federal é exclusiva da União. Vale ressaltar que
a Polícia Civil é subordinada aos governadores dos Estados e do
Distrito Federal, e a Federal, ao Presidente da República, ou seja,
ambas ao Poder Executivo.
Há ainda uma visão de parte da doutrina em que as polícias investigativa e judiciária não se confundem. Caberia à polícia
investigativa reunir elementos de informação a respeito de materialidade ou autoria de crimes, ou seja, apurar. Já à polícia
judiciária caberia o auxílio ao Poder Judiciário no cumprimento de ordens e diligências.
 Órgãos da Polícia Administrativa
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Órgãos da Polícia Administrativa
Polícia Militar (Art. 144, §5º da CF)
Essa polícia faz parte da polícia administrativa, tendo caráter preventivo e ostensivo, ou seja, age para coibir
atividades ilícitas, impedindo que crimes aconteçam. Ela deve proteger o cidadão, a sociedade e os bens públicos,
diminuindo con�itos e garantindo a segurança para a população. A PM tem como objetivo prender o suspeito em
�agrante e realizar blitz e revistas, por exemplo.
Em regra, exerce atividade administrativa; contudo, exercerá função de polícia judiciária (investigativa) quando se
tratar de crimes militares.
A Polícia Militar é subordinada ao governo Estadual. Dessa maneira, quem cuida da sua gestão e manutenção é
cada unidade federativa, por meio da Secretaria de Segurança Pública. No caso do Distrito Federal, ela é
subordinada à União.
A organização da Polícia Militar segue um modelo bem semelhante ao do Exército Brasileiro, dividindo-se em
soldados,praças e o�ciais.
 
Polícia Rodoviária Federal (Art. 144, §3º da CF)
A Polícia Rodoviária Federal - PRF é um órgão do Ministério da Justiça e faz parte do Poder Executivo Federal, e
não do Judiciário. Apesar de ser uma polícia ostensiva, não é militarizada, ou seja, não se submete à hierarquia
militar.
Sua principal atribuição é realizar a �scalização e o policiamento das rodovias federais, assim como manter a
segurança dessas vias. Visa a combater ilícitos, como trá�co de drogas, armas e pessoas, contrabando e
descaminho, crimes ambientais, roubos e furtos de veículos e cargas.
 
Guarda Municipal (Art. 144, §8º da CF)
A partir da leitura constitucional, é possível entender o município como colaborador por meio de políticas públicas
voltadas para a segurança, e é nesse contexto que está inserida a Guarda Municipal.
Pode ser de�nida como uma instituição pública municipal, hierarquizada, desmilitarizada, armada ou não, de
criação constitucionalmente facultativa, por iniciativa exclusiva do Executivo Municipal, ou seja, a lei prevê que os
municípios tenham essa competência, ressalvada a competência da União e Estados. (VENTRIS, 2010)
Tem poder de polícia administrativa, sendo uma de suas funções agir em situações para o cumprimento das leis
municipais, em casos de ameaça à ordem ou à vida e em situações de calamidade pública.
A Lei 13.022/2014 institui normas gerais para as guardas municipais e disciplina o § 8º do Art. 144 da CF.
Órgãos da Polícia Judiciária
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Em resumo, é encarregada da investigação preliminar de crimes no âmbito estadual, exceto os militares, colhendo
depoimentos, responsáveis por realizar as perícias, bem como garantir o cumprimento de mandados judiciais, como
busca e apreensão, prisão etc. Essa polícia também tem a função de autorizar a realização de grandes eventos e
�scalizar atividades comerciais locais.
É comandada pelo delegado geral, que tem a função de supervisionar, coordenar e planejar as atividades policiais
e conduzir as investigações, solicitar medidas protetivas ao juiz e administrar as delegacias. Alguns dos requisitos
para a investidura no cargo são formação em Direito, ter realizado concurso público e ter vasto conhecimento da
área policial e judicial.
Polícia Civil (Art. 144, §4º da CF) 
Encarregada da investigação preliminar no âmbito federal, atendendo aos interesses da União com o objetivo de
apurar crimes e infrações penais cometidas contra a União e também suas empresas públicas, repressão ao trá�co
de drogas, contrabando e descaminho em nível nacional. Ademais, atua como polícia judiciária da União, ou seja,
investiga crimes e colhe provas que serão usadas em processos na Justiça Federal.
Cabe ressaltar que a Polícia Federal, segundo o Art. 144, §1º, inciso III da CF, poderá exercer as funções de polícia
marítima, aeroportuária e de fronteiras, ou seja, é o agente o�cial nessas atribuições. Seu trabalho tem semelhanças
com o da Polícia Civil, porém esta última possui atribuição em crimes locais.
É comandada pelo Ministro da Justiça, indicado pelo Presidente da República.
Polícia Federal (Art. 144, §1º da CF) 
Atividades
1. (IDIB - 2018 - Prefeitura de Farroupilha - RS - adaptada) Acerca da segurança pública, assinale a alternativa incorreta:
a) A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades.
b) Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à apuração de infrações penais, exceto as militares.
c) Aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
d) Às polícias militares cabem o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública.
2 - (Questão CERS – adaptada) Marque a alternativa correta acerca dos órgãos de segurança pública:
a) A CF estabeleceu os órgãos destinados ao exercício das funções pertinentes à segurança pública, e um deles é o Ministério
Público Federal.
b) A polícia administrativa tem na prevenção de infrações penais sua principal atribuição, o que se dá pela atividade de polícia
ostensiva e pela investigação criminal.
c) A polícia judiciária tem por função principal a repressão de infrações penais por meio da apuração criminal.
d) A Polícia Federal figura como um dos órgãos encarregados pela segurança pública, com sua função limitada exclusivamente ao
exercício de polícia judiciária.
3 - (IDIB - 2018 - Prefeitura de Farroupilha - RS - Guarda Civil Municipal - adaptada)
A segurança pública é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através destes órgãos:
1. Somente Polícias Federal, Rodoviária Federal e Civis.
2. Somente Polícias Federal, Rodoviária Federal, Civis e Guardas Municipais.
III. Polícias Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal, Civis, Militares, Corpos de Bombeiros militares e polícias penais.
Qual a�rmativa corresponde aos itens corretos?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
Notas
Direto1
Feito no próprio corpo do delito.
Indireto 2
Feito por meio de elementos periféricos, ou seja, fora do corpo do delito, como a análise de �cha clínica de paciente que foi
atendido em hospital, por exemplo.
Referências
LFG. Entenda o Trabalho da Polícia Federal. Blog Acontece, 11 jul. 2017. Disponível em:
https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/entenda-o-trabalho-da-policia-federal
<https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/entenda-o-trabalho-da-policia-federal> . Acesso em: 4 ago. 2020.
LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
MONEZI, Giovana; HENRIQUES, Bruna. A Segurança Pública na Constituição. JUS, out. 2016.  Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/53397/a-seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional < https://jus.com.br/artigos/53397/a-
seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional> . Acesso em: 4 ago. 2020.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional.  31. ed. São Paulo, Atlas, 2015. 958 p.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
TRINDADE, Arthur. Estado, governança e segurança pública no Brasil: uma análise das secretarias de segurança pública.
https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/entenda-o-trabalho-da-policia-federal
https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/entenda-o-trabalho-da-policia-federal
https://jus.com.br/artigos/53397/a-seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional
https://jus.com.br/artigos/53397/a-seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional
https://jus.com.br/artigos/53397/a-seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional
Dilemas: Revista de Estudos de Con�ito e Controle Social, vol. 8, nº 4, out./nov./dez. 2015.
VENTRIS, Osmar. Guarda municipal: Poder de polícia e competência. 2. ed. São Paulo: IPECS, 2010.
Próxima aula
Principais aspectos da polícia e da atividade privada, analisando os seus limites e distinções;
Poder de polícia, uso da força e distinções entre elas, atuação conjunta com os demais membros de outros poderes e
mecanismos de cooperação internacional;
Abuso de poder e distinções de acordo com a lei atual de abuso de autoridade.
Explore mais
Leia os seguintes artigos:
NETO, Francisco. Entenda a diferença entre polícia investiga e polícia judiciária. Ciências Criminais, 22 fev. 2017.
Disponível em: https://canalcienciascriminais.com.br/policia-investigativa-policia-judiciaria/. Acesso em: 4 ago. 2020.
<https://canalcienciascriminais.com.br/policia-investigativa-policia-judiciaria/.%20Acesso em: 4 ago. 2020.>
MONEZI, Giovana; HENRIQUES, Bruna. A Segurança Pública na Constituição. JUS, out. 2016. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/53397/a-seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional. Acesso em: 4 ago. 2020.
<%20https://jus.com.br/artigos/53397/a-seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional. Acesso em: 4 ago. 2020.>
https://canalcienciascriminais.com.br/policia-investigativa-policia-judiciaria/.%20Acesso%20em:%204%20ago.%202020.https://canalcienciascriminais.com.br/policia-investigativa-policia-judiciaria/.%20Acesso%20em:%204%20ago.%202020.
https://canalcienciascriminais.com.br/policia-investigativa-policia-judiciaria/.%20Acesso%20em:%204%20ago.%202020.
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0254/%20https://jus.com.br/artigos/53397/a-seguranca-publica-pelo-ambito-constitucional.%20Acesso%20em:%204%20ago.%202020.
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 10: Atividade de Polícia e Atividade de Segurança Privada
Apresentação
Nesta nossa última aula, você estudará a atividade da polícia no Brasil, seus desdobramentos e consequências. Também
vai estudar as atribuições do poder de polícia, suas atividades e consequências, além da estrutura da sua divisão e a
interação com o Poder Judiciário. Ainda terá oportunidade de observar quais são os efeitos do abuso desse poder e
conhecer a nova Lei de Abuso de Autoridade.
Bons estudos!
Objetivos
Descrever o papel da Polícia, suas atribuições, �nalidades e limites;
Identi�car os riscos da atividade policial e a importância das polícias administrativa e judiciária;
Reconhecer as alterações na Lei de Abuso de Autoridade (13.689/2019), no tocante ao poder de polícia e suas
consequências.
Poder de Polícia
O poder de polícia encontra o seu conceito legal no Código Tributário Nacional, especi�camente no Art. 78, que dispõe ser esse
poder uma atividade da administração pública que regula a prática de ato, em razão de interesse público relativo a segurança,
ordem, costumes etc.
Art. 78 do CTN:
Considera-se poder de polícia atividade da administração
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público,
à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.”
- CTN
O artigo de�ne o poder de polícia como atividade da administração pública, no seu parágrafo único. Considera-se regular o
exercício do poder de polícia, quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal.
Saiba mais
É importante esclarecer que o poder de polícia é diferente de poder da polícia. O primeiro é atribuição da administração pública
quando atua na �scalização, limitação de direitos do particular, incide sobre bens e pode ser executado por vários órgãos da
administração direta ou indireta. Há entendimentos de que esse poder só pode ser desenvolvido por uma pessoa jurídica de
direito público.
Clique nos botões para ver as informações.
Os atributos do poder de polícia administrativa, quanto ao seu exercício, são: a discricionariedade, a autoexecutoriedade
e a coercibilidade . Porém, tais atributos não estão sempre presentes na atuação do poder de polícia, como a
discricionariedade, por exemplo. A discricionariedade do exercício do poder de polícia remete à liberalidade do
administrador em decidir sobre a conveniência e oportunidade de agir, ou seja, de decidir acerca das circunstâncias do
uso de tal prerrogativa.
Atributos do Poder de Polícia 
1
2
A �nalidade da intervenção através do poder de polícia é a proteção dos interesses coletivos, o que remete ao próprio
fundamento desse poder, ou seja, se o interesse público é o fundamento inspirador dessa atuação do Estado, há de
constituir alvo dela a proteção do mesmo interesse.
 Desse modo, a intervenção do Estado no conteúdo dos direitos individuais somente se justi�ca pela �nalidade que deve
sempre nortear a ação dos administradores públicos, que é o interesse da coletividade.
Finalidades do Poder de Polícia 
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A intervenção do Estado nos direitos individuais somente se justi�ca ante a �nalidade que deve sempre nortear a ação
dos administradores públicos, qual seja, o interesse da coletividade. O interesse social em conjunto com os direitos
fundamentais do indivíduo, assegurados na Constituição da República em seu Art. 5º, é o que demarca os limites do
poder de polícia. (MEIRELLES, 2012)
Limites do Poder de Polícia 
Autoexecutoriedade1
A autoexecutoriedade é entendida como a dispensa de um mandado judicial para pôr em prática as restrições trazidas ao
indivíduo pelo poder de polícia, ou seja, é poder, por si só, pôr em execução suas decisões. Caso fosse necessário o aval do
poder judiciário prévio, descaracterizaria a própria �nalidade do exercício do poder de polícia, que é de mais imediatidade.
Coercibilidade2
A coercibilidade é demonstrada por uma força do Estado potencial por trás dos atos do administrador, traduzida em
obrigatoriedade e possibilidade do uso da força nos casos em que não haja aceitação do indivíduo. Entretanto, é uma
potencialidade limitada, devendo ser utilizada somente nos casos necessários e dentro das limitações estatais.
Por essa razão, mesmo que o ato de polícia seja discricionário e extenso, ele esbarra em algumas limitações impostas pela lei
quanto à competência e à forma, aos motivos ou ao objeto. Isto equivale a dizer que o poder de polícia não deve ir além do
necessário para a satisfação do interesse público. Logo, o limite da discricionariedade do poder de polícia é agir dentro dos
limites da lei, respeitando os direitos individuais e coletivos.
 Poderes administrativos – poder de polícia. (MONJARDIM, 2015)
Uso da Força na Atividade de Polícia
O poder de polícia coloca em confronto dois aspectos: de um lado, o cidadão, que quer exercer plenamente seus direitos; de
outro, a administração tem como missão condicionar o exercício daqueles direitos ao bem-estar coletivo e o faz usando seu
poder de polícia. (PATAKI, 2016)
O uso da força no poder de polícia é uma prerrogativa de quem ocupa cargo
público, de acordo com a lei, a moral, a �nalidade e o interesse público. Esse
uso deve, claro, ser moderado, proporcional e necessário à coerção do
particular a �m de sanar a situação que ocorre.
Abuso do Poder de Polícia
O abuso de poder ocorre quando a autoridade, que é competente para praticar o ato de coerção, ultrapassa os limites de suas
atribuições ou se desvia das �nalidades administrativas que lhes são conferidas. É um ato ilícito e se apresenta ostensivo
como a truculência e, por vezes, encoberto na aparência dos atos legais. Em qualquer um desses aspectos, o abuso de poder é
sempre uma ilegalidade que anula o ato que o contém.
Desse modo, a atuação de polícia praticada além dos limites que a lei impõe caracterizará o abuso de poder, ensejando que
haja um controle da administração pública, inclusive por meio do emprego de remédios judiciais previstos na Constituição
Federal (como mandado de segurança e habeas corpus).
Atenção
O uso do poder é lícito, e o abuso ésempre ilícito. É por meio desse entendimento que todo ato abusivo é nulo, por excesso ou
desvio de poder. (MEIRELLES, 2012)
O abuso de poder pode se manifestar de duas maneiras:
1
Excesso de poder
Caso em que o agente público atua além de sua
competência legal.
2
Desvio de poder (ou �nalidade)
Em que o agente público atua contrariamente ao interesse
público, desviando-se da �nalidade pública.
 Nova Lei de Abuso de Autoridade e Aplicabilidade (Nº 13.869/19)
 Clique no botão acima.
O Direito brasileiro já contava com uma Lei (4.898/1965) que foi expressamente revogada. Essa lei visava
exclusivamente a penalização em três searas — civil, administrativa e criminal — de condutas consideradas abusivas
por parte de autoridades. Agora, com a nova redação, abrange servidores públicos e autoridades, tanto civis quanto
militares, dos três Poderes — membros do Legislativo, do Judiciário e do Executivo —, bem como membros de
tribunais ou conselhos.
A nova lei entrou em vigor em janeiro de 2020 e trouxe mudanças e novas tipi�cações penais, tanto no assunto
abordado pela própria norma quanto em outras leis esparsas vigentes.
Algumas práticas, que antes eram tidas como comuns, passam a ser punidas como crimes, dentre elas:
Constranger preso com violência ou ameaça;
Interceptação de comunicações telefônicas ou quebrar segredo de Justiça, sem autorização judicial;
Prestar informação falsa, entre outras.
Na antiga lei (4.898/1965), as condutas passíveis de enquadramento como abusivas, tanto comissivas quando
omissivas, estavam nos Art. 3º e 4º e eram muito abrangentes, com tipos penais mais amplos. Na nova lei
(13.869/19), tem-se atos suscetíveis de con�gurar abuso de autoridade, na esfera penal, aqueles previstos nos Art. 9º a
38, descritos de forma mais detalhada e especí�ca.
Um exemplo dessa diferença atenuante entre uma lei e outra está no crime de invasão de domicílio. A lei anterior
caracterizava o crime como qualquer atentado contra a inviolabilidade do domicílio, observando entendimentos
jurisprudenciais acerca de como se caracterizava. Já a nova lei especi�ca a forma como se dá a invasão, fazendo uso
de verbos como invadir e adentrar, junto a adjetivos que trazem caráter objetivo à con�guração do crime, retirando a
interpretação da esfera do Judiciário.
Para alguns juristas, a lei atende aos interesses da sociedade, ao clamor público diante das ações da Operação Lava
Jato e conteria vícios. Para outros, a lei é normal, sem qualquer vício de inconstitucionalidade.
a) Riscos da utilização no dia a dia da função policial
Há uma grande crítica acerca da Lei 13.869/19, feita principalmente por policiais e representantes do Ministério
Público. Na visão desses órgãos, a nova norma criminaliza boa parte da atuação cotidiana da polícia, como forma de
retaliação política pela prisão de parlamentares na Operação Lava Jato.
Em tese, a lei di�culta o trabalho da persecução penal para investigar, processar e punir os agentes públicos, pois há
certa limitação à discricionariedade do exercício do poder de polícia, visto que esse poder remete à liberalidade do
administrador em decidir sobre a conveniência e oportunidade de agir, sem comunicação prévia de alguns atos. Com o
advento da nova lei, a comunicação de alguns atos é essencial para que ele não se torne nulo e, eventualmente,
criminoso.
Outra crítica é o acréscimo do Art. 16 da lei, que penaliza o agente público que deixa de se identi�car no momento da
prisão. No caso dos policiais militares, o uso do fardamento supriria esta identi�cação. Na entrega do recibo de preso,
o detento terá a quali�cação do policial que o prendeu. Anteriormente, a lei revogada não trazia dispositivo equivalente.
b) Aplicação da Lei Nº 13.869/19
No país, as forças de segurança pública estão procurando se ajustar à lei. Vários estados iniciaram um ciclo de
palestras para capacitar os policiais sobre as implicações da Lei de Abuso de Autoridade.
Algumas secretarias de Segurança Pública determinaram que as polícias Militar e Civil deixem de apresentar presos e
de divulgar seus nomes e fotos. Outras estão providenciando cartilhas para orientar policiais militares e civis.
De acordo com a nova lei, as condutas nela descritas só serão consideradas criminosas quando praticadas pelo
agente público com a �nalidade especí�ca, que seria “o propósito que se deseja alcançar a partir da sua ação ou
atitude’’. (ALMEIDA JR., 2020)
Então, além do dolo, é preciso encontrar a real intenção. O agente deve ter a “�nalidade especí�ca de prejudicar outrem
ou bene�ciar a si mesmo ou a terceiro”. (Art. 1º da Lei 13.869/19) Assim, para que se con�gure, o MP tem que
demonstrar expressamente qual foi o dano ou prejuízo causado, como também o benefício ou favorecimento pessoal
que o agente experimentou com a conduta.
É interessante também mencionar o Art. 1º, §2º da Lei. Havendo divergência na interpretação da lei ou na avaliação de
fatos e provas, não se con�gura abuso de autoridade.
Segundo o Art. 2º, o sujeito ativo do crime pode ser qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta,
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
Território, compreendendo, mas não se limitando, a:
Servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
Membros do Poder Legislativo;
Membros do Poder Executivo;
Membros do Poder Judiciário;
Membros do Ministério Público;
Membros dos tribunais ou conselhos de contas.
 A ação penal dos crimes de abuso de autoridade é pública incondicionada. As mudanças na lei estão impactando
diretamente as atividades policiais. Dentre elas, é a de decretar a condução coercitiva notoriamente descabida, seja ela
testemunha ou investigada, ou sem prévia intimação de comparecimento. Outras medidas também �cam proibidas.
Dentre elas, a divulgação de imagens de presos, como diz o Art. 13.
Outro ponto, no que concerne ao ingresso em residência, diante da limitação constitucional que assegura o direito
fundamental da inviolabilidade de domicílio, como previsto constitucionalmente, é que a lei trouxe restrições quanto ao
seu ingresso e preceitua isso no Art. 22. Do mesmo modo, incorre na mesma pena a conduta de coagir alguém por
meio de violência ou grave ameaça para liberar o seu acesso ao imóvel ou suas dependências.
Nestes termos, o dispositivo legal do Art. 16 da Lei de Abuso de Autoridade prevê pena de até dois anos para o agente
que não se identi�car ou se identi�car falsamente em abordagens ou operações policiais, ou quando da prisão ou
detenção de pessoas.
Como direito do advogado, agora constitui crime de abuso de autoridade negar acesso aos autos ao defensor, sendo o
trabalho do advogado considerado essencial à administração da justiça.
c) Desdobramentos da nova lei
Além dos efeitos penais, a nova lei de abuso de autoridade especi�ca os efeitos extrapenais pelo crime de abuso de
autoridade. Agora prevê o dever de indenizar pelo dano causado pelo crime. O juiz deverá, a requerimento do ofendido,
�xar na sentença o valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelo ofendido.
Prevê, ainda, a inabilitação para o exercício de cargo, mandato e função pública e sua consequente perda quando
houver a ocorrência de reincidência no crime de abuso de autoridade, porém não são automáticos, devendo ser
declarados motivadamente na sentença pelo juiz.
Na verdade, alguns pontos têm vícios, mas há de se ver também que surgiram grandes inovações para um país que se
intitula democrático de direito. Portanto, não poderiam ser contrárias às ideias defendidas na Constituição Federal,
mesmo que algumas medidas desagradem aos detentores do poder. (ALMEIDA JR., 2020)
Sendo assim, com a nova lei, as atividades policiais passaram a incrementar novas medidas, com o objetivo de se
resguardarem para que seus atos não sejam enquadrados na nova lei e não sofram eventuais punições.
As consequências danova lei são uma forte intimidação aos que atuam na persecução penal, prejudicando as
investigações, como na hipótese da divulgação de nome e imagem, que era de total importância para a elucidação de
crimes e agora está proibida, assim como outros dispositivos que, querendo ou não, criam uma proteção às condutas
criminosas, aterrorizando a polícia.
Alguns pontos na lei já eram tratados como crime, mas veri�cou-se necessário englobar na nova lei esses elementos,
para que dessem a impressão de que a legislação é garantista e encoberta os tópicos maliciosos que amedrontam os
que atuam no processo criminal.
Atividade de Polícia e Aplicabilidade na Segurança Privada
A segurança privada é formada por atividades que têm o objetivo de proteger, de forma preventiva, empresas, estabelecimentos
e pessoas em uma determinada área. Essa segurança é regulamentada pela Polícia Federal, que a �scaliza, para garantir um
trabalho de qualidade e em comunhão com a segurança pública.
No Código Tributário Nacional, há o conceito do poder de polícia, sendo este administrado por órgãos da administração pública.
Porém, há concessionárias do serviço público, ou seja, órgãos que têm autorização do Estado, como por exemplo o cartório,
para chancelas desse poder, apesar de serem de esferas privadas. Deste modo, há entendimentos doutrinários no sentido de
ser possível que o poder polícia seja concedido a instituições privadas.
A segurança privada é diferente da pública, porém, em determinado
momento, no Brasil, aquela se aproximou muito desta, quando foi regulada
pelo Decreto-Lei 1.034/69. Nesse contexto, não existia proibição legal de
policiais exercerem atividades de vigilância, �cando livres para atuarem na
vigilância de instituições �nanceiras, tendo as mesmas prerrogativas que os
policiais.
Assim, podiam realizar revistas pessoais e tantas outras características relacionadas ao poder de polícia da administração
pública. Entretanto, uma lei federal revogou o decreto, estabelecendo critérios claros sobre a segurança privada.
Atividade
1 - De acordo com a Constituição Federal, a segurança pública é dever do Estado, por meio dos seguintes órgãos:
a) Polícia Federal, que tem como uma das funções prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência.
b) Polícia Ferroviária Federal, que tem como uma das funções o patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
c) Polícias Civis, que são dirigidas por delegados de polícia de carreira e têm como uma das funções a preservação da ordem pública.
d) Polícias Civis, que, dentre outras características, executam atividades de defesa civil.
e) Às polícias militares cabem o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública.
2 - No que tange às polícias administrativa e judiciária, marque a alternativa correta:
a) São consideradas polícias repressivas.
b) A polícia administrativa é considerada uma polícia preventiva, e a judiciária, repressiva.
c) A polícia judiciária é considerada preventiva.
d) A polícia judiciária tem como principal função evitar que ocorram atos lesivos aos bens coletivos.
3 De acordo com a Lei 13.869/2019, que de�ne os crimes de abuso de autoridade cometidos por agente público (servidor ou
não) no exercício de suas funções (ou a pretexto de exercê-las), é correto a�rmar que:
a) Não é efeito da condenação a perda do cargo. Somente a perda do mandato ou da função pública.
b) Entre as penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas na Lei 13.869/2019, está a suspensão do
exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de dois a oito meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.
c) É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território.
d) Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, de maneira remunerada, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade
abrangidos pelo caput deste artigo.
Notas
Referências
ALMEIDA JR., Mauro da Silva. A nova lei de abuso de autoridade frente à atividade policial. Conteúdo Jurídico, 9 jun. 2020.
Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigo/54672/a-nova-lei-de-abuso-de-autoridade-frente-a-atividade-
policial. Acesso em: 5 ago. 2020.
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 16. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006.
 
LACERDA, Rodrigo. Poder de Polícia X Poder da Polícia: você sabe qual a diferença? Polícia Civil Estado de Goiás, 6 nov. 2017.
Disponível em: https://www.policiacivil.go.gov.br/artigos/poder-de-policia-x-poder-da-policia-voce-sabe-qual-a-diferenca.html.
Acesso em: 5 ago. 2020.
 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. 39. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
 
MONJARDIM, Rosane. Da administração pública e do poder de polícia. JusBrasil, jul. 2015. Disponível em:
https://rmonjardim.jusbrasil.com.br/artigos/189932643/da-administracao-publica-e-do-poder-de-policia. Acesso em: 5 ago.
2020.
 
PATAKI, Arion A. Poder de polícia. Revista Âmbito Jurídico, 1 dez. 2016. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/poder-de-policia/. Acesso em: 5 ago. 2020.
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Explore mais
Leia os seguintes artigos:
MIGALHAS. Lei de abuso de autoridade começa a valer hoje: con�ra opinião de especialistas. Migalhas Quentes, 3 jan.
2020. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/317897/lei-de-abuso-de-autoridade-comeca-a-valer-hoje-
con�ra-opiniao-de-especialistas. Acesso em: 5 ago. 2020;
CANGUSSU, Leonardo. Comentários sobre a nova lei de abuso de autoridade aplicada à atividade policial. JUS, jan.
2020. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/78905/comentarios-sobre-a-nova-lei-de-abuso-de-autoridade-aplicada-a-
atividade-policial. Acesso em: 5 ago. 2020;
 LESSA, Marcelo de Lima. Padrões sugeridos de conduta policial diante da nova lei de abuso de autoridade. JUS, out.
2019. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/77119/padroes-sugeridos-de-conduta-policial-diante-da-nova-lei-de-
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