Prévia do material em texto
EQUIPE
EDITORIAL
Editora responsável | Helena Trevisan
Coordenadora editorial | Juliana Quintino de
Oliveira
Projeto gráfico,
diagramação e capa |
Alfredo Carracedo
Castillo
Revisora | Marcia Nunes
Adaptação para eBook | Hondana
PRODUÇÃO Trevisan Editora
Av. Tiradentes, 998, 6o andar – Bairro Luz
01102-000 – São Paulo, SP
tel. (11) 3138-5282
editora@trevisaneditora.com.br
www.trevisaneditora.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Análise financeira das demonstrações contábeis na prática
[livro eletrônico]/
Ailton Fernando de Souza, coordenador... [et al.]. - São
Paulo : Trevisan Editora, 2015. 20 Mb; ePUB.
Outros autores: Anderson de Oliveira Faria, Marcia Sousa
Nascimento Ariede, Mariano Yoshitake
ISBN 978-85-99519-81-3
1. Administração financeira 2. Balanço financeiro 3.
Contabilidade de custos 4. Empresas – Contabilidade I.
Souza, Ailton Fernando de.
II. Faria, Anderson de Oliveira. III. Ariede, Marcia Sousa
Nascimento.
IV. Yoshitake, Mariano.
15-07664 CDD-657.42
Índices para catálogo sistemático:
http://www.hondana.com.br
mailto:editora@trevisaneditora.com.br
http://www.trevisaneditora.com.br
1. Análise financeira : Contabilidade 657.42
A Trevisan Editora agradece o envio de correções e comentários de seus
livros, inclusive de erros tipográficos, de formatação ou outros. Por gentileza,
faça uma cópia da página que contém o erro e envie por e-mail para
editora@trevisaneditora.com.br.
Os livros da Trevisan Editora estão disponíveis com descontos para
quantidades especiais destinadas a promoções de venda e prêmios ou para
uso em programas de treinamento corporativo, além de outros programas
educacionais. Para mais informações, entre em contato conosco.
Direitos reservados desta edição à Trevisan Editora
Av. Tiradentes, 998, 6o andar – Bairro Luz
01102-000 – São Paulo, SP
tel. (11) 3138-5282
editora@trevisaneditora.com.br
www.trevisaneditora.com.br
© Trevisan Editora, 2015
mailto:editora@trevisaneditora.com.br
mailto:editora@trevisaneditora.com.br
http://www.trevisaneditora.com.br
Sobre os autores
■ AILTON FERNANDO DE SOUZA ■
Bacharel em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Paulistano
(Unipaulistana), pós-graduado em Gestão Estratégica do Terceiro
Setor pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Autor do artigo
científico Governança corporativa em entidade do terceiro setor (Revista
de Direito do Terceiro Setor, Editora Fórum, dez./2013), autor e
coautor de livros na área de gestão contábil, atualmente exerce cargo
de Gestão e Gerência de Contabilidade. Administrador do site
<www.ailtonfernando.com.br> e colunista do portal Essência sobre a
Forma, foi professor do curso Técnico em Contabilidade do Senac e do
Centro Paula Souza. Atualmente ministra cursos e palestras voltados à
área contábil-tributária.
■ ANDERSON DE OLIVEIRA FARIA ■
Mestre em Contabilidade pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP). Pós-graduado em Gestão Empresarial pela Faculdade
Trevisan e em Administração de Empresas pela Fundação Getulio
Vargas (FGV-SP). Bacharel em Ciências Contábeis. Com 20 anos de
experiência em auditoria, contabilidade e controladoria, atua como
gerente geral de Contabilidade, Impostos e Seguros de Multinacional
Alemã. Ex-gerente de Auditoria da Arthur Andersen Auditores
Independentes e Trevisan Auditores Independentes.
■ MARCIA SOUSA NASCIMENTO ARIEDE ■
Contabilista com pós-graduação em MBA no curso de Controladoria
pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas
(FMU). Atua na contabilidade e Controladoria de uma grande
Instituição do Terceiro Setor direcionada à área da saúde, com
especialização no Terceiro Setor.
■ MARIANO YOSHITAKE ■
http://www.ailtonfernando.com.br
Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo (FEA-USP). Diretor, controller, auditor e contador em empresas
nacionais e multinacionais. Professor dos cursos de Mestrado
Profissional em Administração e do Mestrado em Desenvolvimento
Regional das Faculdades Alves Faria (Alfa). Autor e coautor de livros
e artigos publicados em periódicos e apresentados em eventos da
área.
Sumário
Capítulo 1
Análise das demonstrações contábeis
Aspectos gerais
O profissional da análise das demonstrações contábeis
Usuários e finalidades do relatório de análise das demonstrações contábeis
Processo de tomadas de decisão
Métodos de análise das demonstrações contábeis
Balanço patrimonial (BP): estrutura e apresentação
Receitas e despesas
Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
Capítulo 2
Estrutura das demonstrações contábeis
Esquema contábil
Exemplo prático
Visão geral da análise financeira das demonstrações contábeis
Índices econômico-financeiros
Caixa e equivalentes
Capítulo 3
Quociente de solvência ou liquidez
Tipos de quociente
Índices por ação e lucro por ação
Análise da política de dividendos da empresa
Ebit e Ebtida
Capítulo 4
Análises horizontal e vertical
Análise horizontal
Análise vertical
Capital de giro como instrumento de gestão
Alavancagem operacional
Alavancagem financeira
Alavancagem total
Cinco fórmulas para cálculo de índices/quocientes financeiros
Estudo de caso
Referências
Aspectos gerais
As demonstrações financeiras surgiram da necessidade da constante
avaliação da saúde econômica e financeira de uma organização. Elas
têm o propósito de fornecer informações que sejam úteis para
administradores, investidores/acionistas, financiadores, fornecedores
e a todos aqueles que se utilizam delas. Por esse motivo, as
demonstrações financeiras traduzem-se em informações úteis e
direcionadas para tomadas de decisão, além de serem ferramentas
para avaliar até mesmo o desempenho dos gestores da organização.
É importante dizer que as demonstrações financeiras podem ser
apresentadas de diversas maneiras, dependendo do usuário principal
e dos objetivos a serem atingidos. É imprescindível que os dados ali
expressos atendam aos interesses e necessidades de determinado
grupo (de porte grande) ou de uma sociedade de indivíduos que os
utilizem.
O profissional da análise das demonstrações contábeis
Em razão da complexidade dessa atividade, é fundamental que o
profissional que analisará essas demonstrações esteja em constante
atualização e aprimoramento, adquirindo os subsídios necessários ao
bom desempenho de sua função.
É de suma importância que o analista das demonstrações
financeiras tenha noção clara dos seguintes aspectos:
Caixa e equivalentes de caixa – ativo disponível
Contas a receber – vendas, duplicatas por vendas a prazo e provisão para
créditos de liquidação duvidosa
Estoques – identificação, mensuração e contabilização
Empréstimos e outras contas a receber, a curto e a longo prazo
Tributos diferidos
Ativo imobilizado – procedimentos para avaliação e apuração do custo de
aquisição, cálculo e contabilização da depreciação
Participação em controladas e coligadas – classificação contábil,
reconhecimento na investidora da participação na evolução patrimonial das
investidas
Intangível – classificação contábil, procedimentos para avaliação e apuração do
custo de aquisição, cálculo e contabilização da amortização
Em relação ao passivo, procedimentos para cálculo e contabilização das
provisões para férias e 13o salário
Reconhecimento da existência e contábil das provisões para contingências
Reconhecimento contábil de outras dívidas da empresa – salários, fornecedores,
tributos a pagar, tributos diferidos, empréstimos bancários, juros, dividendos a
pagar e participação nos resultados etc.
Contabilização da evolução do patrimônio líquido, constituição das reservas de
lucros e de capital
Avaliação de tendências ou da situação patrimonial da empresa
Comparação da situação econômico-financeira em relação aos principais
concorrentes
Análise da rentabilidade de produtos ou de linhas de produção
Comparação do resultado dos investimentos
Necessidade de recursos financeiros para financiamentoApuração das medidas de desempenho
Fonte: Elaboração dos autores.
O domínio dos aspectos mencionados no quadro anterior tem as
seguintes finalidades:
O profissional desse ramo pode ser um consultor especializado
contratado para tal finalidade, um funcionário da empresa que está
sendo avaliado ou ainda um terceiro, geralmente vinculado à
determinada organização que tenha interesse no resultado da análise
(estabelecimentos bancários, fundos de investimento etc.).
Há pelo menos um século a Contabilidade vem sendo utilizada
como principal fonte de informação para a gestão econômico-
•
•
•
•
•
•
financeira. Por isso é inegável a evolução do profissional de
contabilidade, tornando-se destaque nos mais diversos segmentos,
uma vez que é responsável por transmitir uma gama de informações e
elementos que servem como fonte segura e concreta para tomadas de
decisão em qualquer entidade.
Esse profissional deve absorver, organizar e processar os dados
quantitativos e qualitativos de toda a organização, transformando-os
em informações úteis e inteligíveis para seus diversos usuários, entre
quotistas, acionistas, investidores, governos municipais, estaduais e
federais e seus órgãos e autarquias, estabelecimentos de créditos
como bancos, clientes, fornecedores, funcionários e toda a sociedade
que se utiliza de informação contábil.
Usuários e finalidades do relatório de análise das
demonstrações contábeis
São diversos os usuários e as finalidades das demonstrações
financeiras. Segue a relação:
Usuário Finalidade de obter informações
Coordenação geral
(executivo)
para tomadas de decisão
Governo para análise estatística do desempenho da união de seus
estados e regiões
Sócios/Acionistas para análise da administração e do desempenho dos
responsáveis
Bancos para análise da solvência dos clientes e avaliação da
possibilidade de concessão de crédito
Fornecedores para análise de contratos de vendas a prazo
Empresa para análise dos recebimentos futuros dos clientes
Fonte: Elaboração dos autores.
Processo de tomadas de decisão
O processo de tomadas de decisão basicamente consiste em
identificar, ordenar e destacar os principais pontos de recomendação
de determinada empresa, apresentando-os em relatório. Para isso, é
preciso expor o parecer em linguagem de fácil entendimento,
possibilitando que o usuário da informação tome decisão com base
nela.
Fonte: Elaboração dos autores.
A elaboração dessa análise não pode limitar-se apenas a dados
contábeis, pois ela deverá ser relacionada a flutuações econômicas e a
outros fatores que deem subsídios para a tomada de decisão adequada
na organização. Dependendo do contexto da informação gerada pelo
analista, isso pode ocasionar consequências positivas ou negativas.
Métodos de análise das demonstrações contábeis
O sistema de informação da contabilidade de uma organização é
alimentado por documentos, fatos e informações de origem interna e
externa. Nele são classificadas, analisadas e registradas as operações
para posterior emissão de relatórios contábeis e gerenciais,
demonstradas na figura a seguir:
Fonte: Elaboração dos autores.
Instrumentos de análise
Para a correta análise das demonstrações de uma entidade, também é
fundamental que as demonstrações tenham alto grau de qualidade,
assim como o mínimo espaço de tempo entre sua elaboração e sua
análise, para que ocorra a menor variação possível, pois tal
informação, sendo ela indevida ou desatualizada, pode resultar em
uma análise totalmente distorcida da real situação econômica da
empresa. Com base nesses dados, o contabilista, o administrador ou o
gestor da empresa vão ter parâmetro para tomada de decisão, assim
como bancos e outras instituições financeiras.
A análise financeira dá ao administrador e detentor da informação
condições de saber se o que foi planejado anteriormente atingiu a
meta estabelecida e se há condições para tomadas de decisão futuras.
Vale lembrar que a análise financeira é uma das tarefas mais
difíceis e complexas entre as inúmeras do analista, por isso esse tipo
de trabalho só se começa após o processamento contábil estar
devidamente concluído, dentro dos princípios, parâmetros e normas
próprias da ciência contábil. Em outras palavras, após a conciliação
executada e os relatórios contábeis prontos, inicia-se a análise, não
sendo essencial esperar o término do exercício para efetuá-la. O
importante é levar em consideração o planejamento ou a necessidade
da empresa e, para isso, a contabilidade do período desejado deve ter
sido encerrada e os relatórios necessários finalizados.
Para um bom resultado, é fundamental seguir as seguintes etapas:
Fonte: Elaboração dos autores.
A seguir serão apresentados dois indicadores de análise –
horizontal e vertical. Embora se constituam de métodos diferentes na
execução, eles se completam, pois, se analisados individualmente,
podem não demonstrar o resultado planejado.
Análise horizontal
Para esse tipo de análise, utilizam-se mais de um período de
fechamento, pois o objetivo é verificar a evolução de determinados
resultados de um para o outro. Por esse motivo, empregam-se
períodos diferentes e consecutivos. Essa análise é chamada de
horizontal por duas razões:
Fonte: Elaboração dos autores.
Quando, por exemplo, é realizada a análise da evolução das
vendas de uma organização de um mês para o outro, configura-se
uma análise horizontal, uma vez que é possível verificar se o rumo
escolhido é o certo ou se é preciso corrigir algum ponto para atingir o
objetivo desejado pela entidade.
O relatório mais utilizado para análise financeira é o balanço, pois,
além de ser a demonstração mais completa, apresenta a situação real
da empresa em determinada data. Utiliza-se a seguinte fórmula para o
cálculo do índice:
Exemplo: Índice do ativo de 2013
Em uma tabela comparativa, temos a seguinte situação (em R$):
*Análise horizontal
Para se obter uma análise horizontal conclusiva, deve-se analisá-la
sempre que possível em conjunto com a análise vertical.
Análise vertical
O objetivo desta análise é avaliar a estrutura de um todo e a
participação de cada recurso nesse total, podendo ser aplicada a todos
os grupos do ativo e do passivo somados ao patrimônio líquido e até
as contas de resultado, uma vez que a soma dos dois últimos é igual
ao ativo.
Nesta análise, divide-se o valor da conta que representa cada
recurso ou aplicação pelo valor total do grupo, ao qual essa partícula
de recurso ou aplicação pertence e se totaliza. Nela, não é necessário
utilizar as demonstrações contábeis de outros períodos, pois ela é feita
no próprio balanço.
Para essa análise, têm-se o total do ativo e o total do passivo como
100% e calcula-se conta por conta, grupo por grupo, para determinar
quanto cada um deles representa nessa demonstração.
Outra forma de análise é o levantamento dos quocientes, pois,
com base nessa apuração, pode-se analisar o quanto há em moeda ou
em percentual para saldar as dívidas. No quociente de liquidez
imediata, o resultado do cálculo nos mostra quanto se tem para cada
R$ 1,00 de divida.
Balanço patrimonial (BP): estrutura e apresentação
Balanço patrimonial (BP) é a principal demonstração financeira
obrigatória por Lei, uma vez que mostra como está o patrimônio da
organização. O BP demonstra, de forma organizada, quais são e
quanto valem os bens, direitos e obrigações no aspecto qualitativo e
quantitativo, como mencionado a seguir.
Estruturas atuais do BP
Fonte: Elaboração dos autores.
O BP é constituído de duas colunas: do lado direito é a do passivo;
do lado esquerdo, a do ativo. No passivo, são discriminadas as
obrigações (dívidas) da empresa para com terceiros e, no ativo,
compreendidos os bens e direitos.
De acordo com o Artigo 178 da Lei n. 6.404/76 (Lei das
Sociedades por Ações), classifica-se o BP da seguinte forma:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.
§1o No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I. ativo circulante; e (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)
II. ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei n. 11.941, de
2009)
§ 2o No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
I. passivo circulante. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)
II. passivo não circulante. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)
III. patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital,
ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e
prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009).
Classificação das contas do BP
Todas as contas do grupo do ativo ficam do lado esquerdo do BP e são
classificadas em ordem crescente do grau de liquidez, ou seja, de
acordo com a rapidez que elas forem convertidas em moeda
(dinheiro). Por esse motivo, as contas de maior liquidez aparecem no
começo do ativo e as de menor em último lugar. Seguindo esse
critério, a conta de caixa, por ser de maior liquidez, permanece no
topo da classificação e a de máquinas e equipamentos, por ter a
liquidez menor, fica no final, pois não tem o mesmo potencial para
ser convertida em dinheiro como a conta de caixa e bancos.
É importante informar que as contas do grupo do ativo não se
encerram com a apuração do resultado do exercício, podendo ser
debitadas ou creditadas, desde que o saldo seja sempre devedor, com
exceção das contas redutoras do ativo. O ativo divide-se em duas
partes: circulante e não circulante.
As contas do passivo estão discriminadas do lado direito do BP de
forma decrescente de exigibilidade, pois originam-se de recursos de
terceiros e classificam-se de acordo com seu vencimento. Ou seja, as
contas de curto prazo, aquelas que serão liquidadas mais
rapidamente, aparecem no topo e as que serão pagas com prazo maior
ficam no final do grupo.
O patrimônio líquido (PL) que também faz parte do passivo,
permanecendo do lado direito do BP, origina-se de contas
provenientes de recursos próprios, como investimentos (feitos pelos
proprietários) para abertura da empresa, reserva de lucro, lucros ou
a.
b.
prejuízos acumulados. Por esse motivo, quando o PL aumenta, a
empresa está em boa situação; se ele diminui significa que a empresa
não está bem.
Demonstração do resultado do exercício (DRE),
Demonstração do resultado abrangente (DRA) e
Demonstração das mutações do patrimônio líquido
(DMPL)
A demonstração do resultado do exercício (DRE) é a demonstração de
forma organizada e sistematizada do resultado das atividades de uma
organização (com ou sem fins lucrativos), em determinado período ou
exercício contábil. Resumem-se as DREs nas diversas contas
contábeis: a) receitas brutas de vendas de produto e/ou mercadoria,
da prestação de serviços e dos valores recebidos por doações; b)
deduções das receitas; c) custo das mercadorias vendidas e dos
serviços prestados; d) despesas; e) provisão para imposto de renda
(IR), para contribuição social ou Simples Nacional; f) resultado (lucro
ou prejuízo) após a provisão para IR, contribuição social ou Simples
Nacional.
Importante salientar que a DRE, para a maioria das empresas
limitadas, ainda é o principal demonstrativo utilizado para apuração e
distribuições de seus resultados positivos (lucros). Algumas empresas
constituídas sob a forma de sociedades anônimas ou mesmo as
sociedades de grande porte (aquelas com faturamento acima de R$
300.000.000 anuais) já utilizam o Lucro Antes dos Juros, Impostos,
Depreciação e Amortização (Lajida) – em inglês: Earnings before
interest, taxes, depreciation and amortization (Ebitda) – para
determinação de bônus e premiação a serem pagas a seus dirigentes
por metas e resultados auferidos.
De acordo com o CPC 26, a DRA (“outros resultados abrangentes”)
deve apresentar no mínimo:
o total do resultado (do período)
o total de outros resultados abrangentes
c.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
o resultado abrangente do período, ou seja, o total do resultado
e de outros resultados abrangentes.
Ainda, segundo o CPC 26, se a organização apresentar a
demonstração do resultado separada da demonstração do resultado
abrangente, não deverá, então, exibir a demonstração do resultado
incluída na demonstração do resultado abrangente.
Estruturas para apresentação da DRE (e DRA) de uma
empresa industrial
A estrutura mencionada a seguir está de acordo com o Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e com a legislação societária e
fiscal.
A: Receita bruta de vendas de produto e serviço
Vendas de produto
Vendas de serviço
B: (–) Deduções da receita bruta
Impostos incidentes sobre vendas
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS)
Imposto sobre Serviços (ISS)
PIS ou Pasep sobre a receita bruta
Cofins sobre a receita bruta
Vendas canceladas e devoluções
Abatimentos
C: (–) Custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados
Custo dos produtos vendidos
Custo dos serviços prestados
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
D: Lucro bruto (A – B – C)
E: (–) Despesas operacionais de vendas
Despesas com salários e encargos do pessoal
Treinamento e outros benefícios
Honorários da diretoria
Comissões de vendas
Propaganda e publicidade
Viagens e representações
Água, luz, correios e telecomunicações
Seguros diversos
Fretes sobre as vendas
Perdas com devedores duvidosos
Depreciação
Despesas gerais
Administrativas
Despesas com salários e encargos do pessoal
Treinamentos e outros benefícios
Honorários da diretoria
Honorários do Conselho Fiscal e da Administração
Viagens e representações
Água, luz, correios e telecomunicações
Seguros diversos
Aluguéis e condomínios
Gastos com auditoria
Depreciação
Despesas gerais
Tributárias
Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
Outros tributos
Financeiras
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Encargos financeiros sobre financiamentos
Variações monetárias e cambiais
Juros diversos a fornecedores e bancos
Taxas e outros encargos bancários
Despesas gerais
CPMF
F: (+) Receitas financeiras
Descontos obtidos
Juros recebidos
Receitas de aplicações de curto prazo
G: (+) Outras receitas e (–) despesas operacionais
Lucros e prejuízos de participações societárias
Resultado da equivalência patrimonial
Dividendos recebidos de participações societárias avaliadas pelo
custo de aquisição
Amortização de ágio ou deságio de investimentos em participações
Societárias
H: (+) Demais rendimentos
I: (=) Lucro ou prejuízo operacional: (D – E + F)
J: (+/–) Outros resultados
Ganhos e perdas nos investimentos na variação do percentual de
participação societária
Ganhos e perdas na alienação dos investimentos em participação
societária
Ganhos e perdas na alienação de imobilizados
Provisão para perdas prováveis na realização dos investimentos
Baixa de ativos diferidos
K: (=) Resultado antes do imposto de renda e da contribuição
social = (I – J)
•
•
•
•
a)
b)
c)
d)
e)
•
L: (–) Despesa com imposto de renda
M: (–) Despesa com contribuição social l
N: (=) resultado após o imposto de renda e contribuição social:
(K – L – M)
O: (–) Participações e contribuições
Debêntures
Empregados
Administradores
Fundos de previdência privada dos funcionários
P: (=) Resultado líquido do exercício das operações continuadas
= Resultado por lote de 1.000 Ações
Quantidade de ações ao final do exercício
Q: (=) Outros resultados abrangentes
Resultado líquido do período das operações continuadas (= P)
(+) Efeitos da correção de erros e das mudanças de políticas
contábeis/ajustes
Exercícios anteriores
(+) Ganhos/perdas de conversão das demonstrações contábeis
(+) Ganhos ou perdas atuariais (benefícios a empregados)
(+) Algumas mudanças nos valores justos de instrumentos de
Hedge
(+) Parcela de outros resultados abrangentesde coligadas
/controladas
= Resultado do valor abrangente
A DRE pode ser elaborada para períodos menores que um ano, de
acordo com a necessidade dos gestores (administração da
organização):
Mensal: resultado corresponde a um único mês
•
•
•
•
•
Trimestral: resultado correspondente a um trimestre
Semestral: resultado correspondente a um semestre
Ainda pode ser bimestral, quadrimestral etc., enfim, o período o
qual for conveniente em relação à utilidade dos resultados para a
entidade.
Receitas e despesas
Receitas operacionais
As receitas representam o aumento dos benefícios econômicos
durante o período contábil, sob a forma de entrada de recursos,
acréscimo de ativos ou diminuição de passivos que resultam em
ampliação do patrimônio líquido da entidade e que não sejam
provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade.
As receitas surgem no curso das atividades da entidade e recebem
uma variedade de nomes para serem identificados de acordo com sua
origem, como vendas, juros, dividendos e royalties. São fatos
administrativos que aumentam o valor do patrimônio líquido.
Outras receitas
“Outras receitas” constituem-se de receitas de uma pessoa jurídica
obtidas das atividades acessórias, tais como:
Venda de bens do ativo permanente (por exemplo: a venda de
um veículo usado)
Rendimentos das aplicações financeiras
Vendas de sucata da produção
Há necessidade, portanto, de individualizar a escrituração das
receitas para garantir o fornecimento de informações detalhadas
acerca da origem de cada uma, bem como saber se houve ou não o
recebimento correspondente. Uma empresa deve segregar a
escrituração de suas receitas, de acordo com sua origem,
•
•
•
•
classificando-as nas seguintes contas:
Vendas de mercadoria
Receitas de serviço
Receitas não operacionais
Receitas financeiras
Didaticamente, receitas compreendem as operações as quais
promovem aumento no patrimônio líquido.
O termo “outras receitas” substituiu o termo “receitas não
operacionais”, conforme artigo 37 da Lei n. 11.941/2009, a qual
alterou a redação do art. 187 da Lei n. 6.404/76.
A receita é reconhecida quando for provável que os benefícios
econômicos futuros fluam para a entidade e eles sejam
confiavelmente mensurados.
Custos
Geralmente os custos são citados em empresas como operações
mercantis (compra e venda de produtos/mercadorias), porém, além
dos estabelecimentos comerciais e industriais, as organizações com
objetivos de prestação de serviços (clínicas, escritórios de
contabilidade, consultorias de projetos e engenharia etc.) podem ter
gastos classificados como custos.
Considerando uma definição clássica, o custo é a soma dos gastos
com bens e serviços para a produção de outros bens e serviços.
Exemplos: matéria-prima, energia aplicada na produção de bens,
salários e encargos do pessoal da produção.
De acordo com o CPC 16:
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os
impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao
fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros
diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e
serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes
devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição (Nova
Redação dada pela Revisão do CPC n. 1, de 8/1/2010).
Despesas
As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado quando
surge um decréscimo que seja determinado em bases confiáveis e nos
futuros benefícios econômicos provenientes da diminuição de um
ativo ou do aumento de um passivo. Isso significa, de fato, que o
reconhecimento da despesa ocorre simultaneamente com o aumento
do passivo ou a diminuição do ativo (por exemplo, apropriação de um
tributo incidente sobre a receita de vendas).
As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com
base na associação direta entre elas e os correspondentes itens de
receita. Esse processo, usualmente chamado de confrontação entre
despesas e receitas, de acordo com o regime de competência, envolve
o reconhecimento simultâneo ou combinado das receitas e despesas
que resultem diretamente das mesmas transações ou de outros
eventos; por exemplo, os vários componentes de despesas que
integram o custo das mercadorias vendidas devem ser reconhecidos
na mesma data em que a receita derivada da venda das mercadorias
ocorrer.
Uma despesa é reconhecida imediatamente na demonstração do
resultado quando um gasto não produz benefícios econômicos futuros
ou no caso de eles não se qualificarem ou deixarem de se qualificar,
para reconhecimento no balanço patrimonial como um ativo.
Uma despesa é também reconhecida na demonstração do
resultado quando um passivo é incorrido sem a correspondente
confirmação de um ativo, como no caso de um passivo decorrente de
garantia de produto.
O quadro a seguir traz as clássicas diferenças entre custos e
despesas.
Custos: gastos com Despesas: gastos com
Salário do pessoal da produção Salário do pessoal da administração e de
vendas
Depreciação das máquinas Depreciação dos computadores do
escritório
•
•
•
•
•
•
Aqueles ligados diretamente ao
objeto social da empresa
Aqueles não ligados diretamente ao
objetivo social da empresa
É necessário alocar corretamente os gastos com custos e despesas,
porque os custos têm participação direta na formação do preço de
venda dos produtos, mercadorias e serviços, e as despesas indicam a
distribuição do lucro bruto gerado, consequentemente o lucro líquido
a ser destinado.
Por exemplo: os amigos Cláudio e João constituem uma empresa
comercial que tem como atividade principal o comércio de roupas,
denominada Comércio de Roupas K Luxo Ltda. Para a exploração de
suas atividades, precisam adquirir das fábricas diversas peças de
roupas para estocagem e posterior revenda aos consumidores.
Precisam também, evidentemente:
alugar uma loja para a comercialização dos produtos.
contratar vendedores para atender aos consumidores.
contratar um escritório de contabilidade para efetuar a
escrituração da folha de pagamento e calcular e recolher os
tributos.
Portanto, a partir do início das atividades, começam a ocorrer
diversos fatos administrativos que vão originar:
as compras de roupas para compor os estoques e, no momento
das vendas, elas serão transferidas para o custo das mercadorias
vendidas.
as receitas: venda das peças de roupa.
as despesas: valor do aluguel da loja, salário dos funcionários,
honorários do contador, despesas com água, luz, telefone,
seguro da loja etc.
São classificadas como operacionais as receitas decorrentes das
operações que buscam a realização dos objetivos da organização e/ou
sua existência/manutenção, segundo a legislação tributária. As
•
•
•
receitas operacionais podem ter suas origens nas operações de:
venda de mercadoria
prestação de serviço
ambas as atividades
Lucro bruto
Denomina-se lucro bruto a diferença entre receitas líquidas e custo
(mercadorias, produtos e/ou serviços). Note que, para o cálculo do
lucro bruto, não consideramos as despesas em geral e as demais
receitas não provenientes dos objetivos sociais descritos no
contrato/estatuto social. O destino do lucro bruto é subsidiar as
despesas, incluindo aí Fisco e por último a remuneração dos
proprietários, sócios e/ou acionistas da empresa.
O lucro bruto depende exatamente do volume de custos da
organização, de forma que, quanto menor o custo, maior será o lucro
bruto, e quanto maior o lucro bruto, maiores são as chances de, após
o pagamento das despesas, o saldo a ser destinado aos sócios,
acionistas ou proprietários seja maior, por isso o controle de custos é
fator de maior preocupação dos gestores. Uma vez que o preço de
vendas é fixado pelo mercado e as despesas (água, luz, telefone,
salários da administração etc.) para manutenção da empresa são
praticamente conhecidas, resta o controle dos custos para melhorar a
lucratividade.
Lucro (ou prejuízo) operacional
No contrato (ou estatuto) social, estão definidos os objetivos sociais
da organização (vendas de mercadoria,prestação de serviços de
medicina etc.), logo as receitas com essas operações, subtraídos os
gastos auferidos para obtenção dessas receitas, compõem o chamado
lucro ou prejuízo operacional (ou simplesmente resultado
operacional). Outros resultados como ganhos na venda de ativo
imobilizado, por exemplo, não devem ser identificados como
componente do resultado operacional.
Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR)
É o total do resultado – lucro operacional (+/–) outras receitas e
despesas – antes da apropriação do valor do Imposto de renda (IR) e
da Contribuição Social; embora a convenção adotada seja denominar
esse resultado de lucro, pode também ser um saldo negativo
(prejuízo). Esse saldo não é a base de cálculo dos respectivos tributos
(IR e Contribuição social), posto que a apuração do lucro real será
realizada pela escrituração do Livro de apuração do lucro real (e-
Lalur). No caso do lucro presumido, o cálculo do IR e da Contribuição
social sobre o lucro líquido (CSLL) é realizado pela presunção (do
lucro), aplicando-se os respectivos percentuais sobre a receita bruta.
Regime de competência
O regime de competência basicamente determina que as receitas e
despesas sejam registradas no momento em que incorrerem,
independentemente de seu recebimento/pagamento, ou seja, não se
confunde resultado (lucro/prejuízo) com sobra ou não de caixa, já
que uma organização pode auferir lucro por ainda não ter recebido
suas receitas ou por já ter quitado suas despesas, e não apresentar a
sobra de caixa que corresponda a esse lucro.
Segundo o CPC 26:
A entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, exceto para a
demonstração dos fluxos de caixa, utilizando-se do regime de
competência.
Quando o regime de competência é utilizado, os itens são reconhecidos
como ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas (os
elementos das demonstrações contábeis) quando satisfazem as definições
e os critérios de reconhecimento para esses elementos contidos na
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil
Finance.
De acordo com a Resolução CFC 750/93:
Art. 9o O Princípio da Competência determina que os efeitos das
transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se
a.
b.
c.
referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo
único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da
confrontação de receitas e de despesas correlatas (Redação dada pela
Resolução CFC n. 1282/10).
Confrontação: receitas versus despesas
Para a apuração do resultado de determinando período (exercício), é
necessário fazer a confrontação das receitas e despesas incorridas no
mesmo período. De forma prática e sistemática:
Dentro do período (mês, bimestre, trimestre, semestre ou ano),
o qual se pretende apurar o resultado, verifica-se o valor da
receita a ser reconhecida.
Associa-se ao mesmo período o valor da despesa (sacrifício)
incorrida, a fim de se obter a receita.
Efetua-se a operação (receita – despesa), que corresponde ao
resultado.
É óbvio que a forma de confrontação, mencionada antes, que
consiste na associação entre receita e despesa, é uma versão didática
e extremamente simplificada, sem considerar a classificação das
receitas/despesas, as normas quanto à sua realização e os critérios
adequados de apropriação das despesas, bem como a apuração dos
custos.
Não é tarefa simples reconhecer a despesas relacionadas à
determinada receita num período definido, porque nem todas estão
explícitas e são de fácil identificação, como, por exemplo: gastos com
salários do pessoal da administração ou produção, provisão dos
impostos e contribuições incidentes sobre a receita, gastos com
depreciação dos ativos da administração (computadores, por
exemplo), da produção (máquinas e equipamentos) e da frota de
veículos, ou as despesas com presunção de perdas no recebimento de
créditos, perdas no processo de produção, riscos de processos
trabalhistas e outras contingências, além das despesas com o IR e a
CSLL.
Demonstração das mutações do patrimônio líquido
(DMPL)
Com a função de evidenciar a movimentação de todas as contas do
patrimônio líquido ocorrida durante o exercício, inclusive aumento,
redução, bem como a constituição e realização de reservas e a
destinação dos lucros, essa demonstração tem fundamental
importância para as organizações, especialmente para quem avalia
seus investimentos em organizações coligadas e controladas pelo
Método da equivalência patrimonial.
A DMPL não é uma demonstração obrigatória, posto que o art.
186 da Lei n. 6.404/76 somente exige a DLPA (Demonstração dos
lucros ou prejuízos acumulados), no entanto, muitas companhias
optam pela DMPL por ser mais completa.
Segundo a Lei n. 6.406/76, a DPLA deve discriminar:
I. o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a
correção monetária do saldo inicial;
II. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.
§ 1o Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os
decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação
de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser
atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2o A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o
montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na
demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e
publicada pela companhia.
Exemplo simplificado de DMPL
Demonstração das Mutações do patrimônio líquido (DMPL) da
empresa XYZ Ltda., inscrita no CNPJ XX.XXX.XXX/XXXX-XX,
encerrado em 31/12/X1 (em R$).
Importante notar que as somas da DMPL devem coincidir tanto na
horizontal quanto na vertical, e os totais refletem exatamente o
montante do patrimônio líquido da entidade naquele ano calendário.
O intuito é que o usuário da informação, pela leitura da DMPL, saiba
exatamente como e quanto do patrimônio está sendo destinado, até
mesmo porque essas destinações são deliberadas em assembleia e
devem obedecer exatamente à sua decisão transcrita na respectiva
ata, ou mesmo no estatuto/contrato social.
Destinação dos lucros
De acordo com o item 42 do CPC 13, art. 192 da Lei n. 6.404/76,
todo o lucro líquido das sociedades deverá ser destinado, de forma
que a conta “lucros acumulados” tenha movimentação apenas
transitória.
Normalmente a destinação do lucro líquido, definida na
•
•
•
•
•
•
Assembleia Geral Ordinária, é realizada entre a formação de reservas
e a distribuição de lucros e dividendos entre sócios e/ou acionistas. As
reservas são constituídas para atender a diversas finalidades, porém
as mais comuns e definidas na Lei das Sociedades Anônimas (Lei n.
6.404/76) são:
Reserva legal
Destinação de 5% do lucro líquido do exercício, antes de qualquer
outra destinação. Constituída, pela companhia, limitada a 20% do
capital social realizado.
Reserva estatutária
Destinação de uma parcela do lucro, sem afetar o pagamento de
dividendos obrigatório, de acordo com o estatuto da organização.
Reserva para contingências
Parte do lucro destinada, de acordo com decisão da assembleia em
relação à proposta dos conselhos de administração e/ou fiscal, a
fim de preservar a diminuição do lucro em decorrência de provável
perda futura.
Reserva de lucros a realizar
No exercício em que o dividendo obrigatório, calculado de acordo
com o estatuto, ultrapassar o lucro realizado, os conselhos de
administração/fiscal poderão propor, sob dependência de
aprovação em assembleia, destinar o excesso à constituição de
reservas de lucros a realizar.
Reserva de Lucros para expansão
Retenção de parcela do lucro, justificada pelo orçamento aprovado
pela assembleia, para realização de projetos e expansão e
investimento.
Reserva de incentivos fiscais
Destinação de parcela do lucro líquido decorrente de doações ou
subvenções governamentais para investimentos, proposto pelo
conselho de administração/fiscal,aprovada em assembleia, que
poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.
1.
•
•
•
•
•
a.
b.
c.
d.
a.
b.
c.
d.
2.
Exercícios
O balancete do mês 04/2014 da empresa Comercial Altamente
Lucrativa Ltda. apresentou os seguintes saldos em suas contas de
resultado:
Vendas de mercadoria: R$ 50.000,00
Tributos incidentes sem vendas: R$ 6.500,00
Vendas canceladas: R$ 4.000,00
Custo das mercadorias: R$ 22.500,00
Despesas administrativas: R$ 8.000,00
Com base nesses valores, após elaborar a DRE, responda às questões a
seguir:
– Qual o valor do lucro bruto?
R$ 43.500,00
R$ 46.000,00
R$ 27.500,00
R$ 17.000,00
Vendas: R$ 50.000,00
(–) Vendas canceladas: R$ 4.000,00
(–) Tributos: R$ 6.500,00
(–) Custo das mercadorias: R$ 22.500,00 = Lucro bruto: R$ 17.000,00
– Qual valor do lucro antes do Imposto de renda?
R$ 17.000,00
R$ 8.000,00
R$ 9.000,00
R$ 33.000,00
Vendas: R$ 50.000,00
(–) Vendas canceladas: R$ 4.000,00
(–) Tributos: R$ 6.500,00
(–) Custo das mercadorias: R$ 22.500,00 = Lucro bruto: R$ 17.000,00
(–) Despesas: R$ 8.000,00
= LAIR: R$ 9.000,00
Maio/2014: considere o incremento de 10% no valor das vendas,
com proporcional aumento dos custos que correspondem a 45% do
a.
b.
faturamento bruto e tributos a 13%, mantendo o mesmo valor de
vendas canceladas e despesas administrativas. A empresa contraiu
um empréstimo bancário de R$ 80.000,00 para a compra de um
veículo para entregas, com juros simples de 12% ao ano. Por
questões de emplacamento, documentação e seguro, o veículo ainda
não está em operação. As despesas administrativas não sofreram
alterações. Com base nesses dados, elabore uma nova DRE e
informe os valores do lucro bruto e do lucro antes do IR:
Vendas de mercadoria: R$ 50.000,00 + 10% (R$ 5.000,00) = = R$
55.000,00
(–) Tributos incidentes (13%): R$ 7.150,00
(–) Vendas canceladas: R$ 4.000,00
(–) Custo (45%): R$ 24.750,00
= Lucro bruto: R$ 19.100,00
(–) Despesas administrativas: R$ 8.000,00
(–) Despesas financeiras: R$ 800,00
= LAIR: R$ 10.300,00
Observações
Como o veículo ainda não está em uso, não existe despesa com
depreciação a apropriar.
Empréstimo de R$ 80.000,00, com juros simples de 12% a.a., valor
corresponde a R$ 9.600,00 anuais e R$ 800,00 mensais.
Considerando o regime de competência, apropria-se 1/12 avos das
despesas com juros ao resultado.
Note que, com o incremento de 10% na receita bruta, mesmo contraindo
um empréstimo com taxa de 12% a.a., o lucro antes do IR da
organização aumentou 14,44%, em comparação ao mês anterior. Isso
ocorreu porque, com o aumento das receitas, apenas os custos (nesse
caso variáveis) e tributos incidentes sobre o faturamento tiveram
aumento. As despesas fixas mantiveram-se estáveis (com exceção das
despesas financeiras que representam apenas 9% do total de despesas).
Esse fenômeno não é comum, porque as empresas comerciais, além dos
custos, têm despesas que podem variar de acordo com o volume das
vendas, por exemplo, fretes sobre as vendas ou aumento do volume de
combustível consumido pelos veículos, comissões pagas aos
representantes e/ou vendedores etc. No entanto, esse é um interessante
item de análise: como aumentar a lucratividade, incrementando
faturamento e mantendo as despesas estáveis? A terceirização das
3.
•
•
4.
•
•
entregas ou a inclusão do gasto com fretes no preço de vendas e de um
sistema de vendas via telefone ou web também podem ser opções que
resultem em uma análise, e assim por diante.
Considerando que a empresa é tributada pelo lucro presumido, com
apuração trimestral, informe os valores do Imposto sobre a Renda
das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da CSLL a pagar, caso a apuração
fosse mensal, em abril/2014.
Considere o que segue:
IR: a base de cálculo corresponde a 8% sobre o faturamento, com
alíquota de 15%.
Contribuição social: a base de cálculo corresponde a 12% sobre o
faturamento, com alíquota de 9%.
a. IRPJ
Vendas brutas: R$ 50.000,00
(–) Vendas canceladas: R$ 4.000,00 = Base de cálculo: R$ 46.000,00
= Base de cálculo (8%): R$ 3.680,00 = IRPJ a pagar (15%): R$ 552,00
b. CSLL
Vendas brutas: R$ 50.000,00
(–) Vendas canceladas: R$ 4.000,00
= Base de cálculo: R$ 46.000,00
= Base de cálculo (12%): R$ 5.520,00 = CSLL a pagar (9%): R$ 496,80
Para o mesmo mês (04/2014), caso a empresa tivesse optado pelo
lucro real, considerando o resultado antes do IR, sem adições ou
exclusões ao lucro, qual seriam os valores?
Imposto de renda: alíquota de 15% sem o lucro real
Contribuição social: alíquota de 9% sem o lucro real
Lucro antes do IR: R$ 9.000,00
(+) adições: R$ 0,00
(–) exclusões: R$ 0,00
= Lucro real: R$ 9.000,00
IRPJ (15%): R$ 1.350,00 Contribuição social (9%): R$ 810,00
No nosso exemplo, sem adições/exclusões ou outros fatores que possam
influenciar o resultado e a tributação, a opção pelo lucro presumido é
economicamente mais vantajosa para a empresa, conforme segue:
5.
a.
b.
c.
d.
•
•
•
•
Lucro presumido
IRPJ: R$ 552,00
CSLL: R$ 496,80
Total: R$ 1.048,80
Lucro real
IRPJ: R$ 1.350,00
CSLL: R$ 810,00
Total: R$ 2.160,00
Considere os seguintes saldos em 31/12/2013 para o patrimônio da
empresa Buscando Lucros Ainda Maiores Ltda.:
Capital realizado: R$ 300.000,00
Reservas de lucros:
Legal: R$ 5.000,00
Contingência: R$ 0,00
Estatutária: R$ 45.000,00
Lucros acumulados até 31/12/2007: R$ 92.850,00
Resultado do exercício de 2014: lucro de R$ 43.775,62, valor
destinado como segue:
Segundo o estatuto, a reserva estatutária corresponde a 3,5% do
lucro líquido anual, limitado a 50% do capital social, cuja finalidade
é a renovação de máquinas e veículos com mais de dez anos de
utilização, tendo como prioridade os mais danificados ou menos
eficientes.
A reserva legal é 5% do lucro líquido.
A reserva de contingências corresponde a 10% do lucro líquido e
tem por finalidade prevenir a empresa para possível perda de ação
trabalhista ajuizada na Justiça do trabalho.
Foi distribuído aos sócios todo o restante do resultado líquido de
2014, após as destinações. Do lucro acumulado, foram distribuídos
aos sócios 80% e os 20% restantes utilizados para aumentar o
capital social, juntamente com o saldo de reserva legal em
31/12/2013.
De acordo com essas informações, elabore a DMPL para o exercício
encerrado em 31/12/2014:
6.
•
•
•
•
•
Percebe-se que, após a destinação do resultado e dos lucros acumulados,
enfim o valor do patrimônio foi reduzido de R$ 442.850,00, em
31/12/2013, para R$ 376.668,49, em 31/12/2014. Porque esse
fenômeno ocorreu se a organização não teve resultado negativo?
Exatamente porque, embora as destinações tenham ocorrido,
contribuindo para fortalecer o patrimônio, a maior parte dos resultados
do exercício e acumulados foi distribuída aos sócios, ou seja, não foi
reinvestida na empresa.
Nesse caso, a redução deve constar em nota explicativa, já que trouxe
uma alteração significativa ao patrimônio e também para que o mercado
não interprete isso como indício ou demonstração de dificuldades na
organização.
Ao final de um exercício social, uma companhia de capital aberto
apresentou as seguintes informações parciais, retiradas das
demonstrações contábeis realizadas no encerramento desse mesmo
exercício.
Custo das mercadorias vendidas: R$ 400.000,00
Dedução das vendas: R$ 120.000,00
Despesas de vendas e administrativas: R$ 200.000,00
Dividendos obrigatórios propostos pela administração: R$
100.000,00
IR (provisão para IR): R$ 50.000,00
•
•
a.
b.
c.
d.
e.
7.
a.
b.
c.
d.
e.
8.
Participações (empregados e administradores): R$ 40.000,00
Receita líquida das vendas: R$ 920.000,00
Considerando exclusivamente as informações recebidas e a boa técnica
de elaboração da DRE, o lucro líquido da companhia, no exercício, em
reais, é:
R$ 10.000,00
R$ 110.000,00
R$ 130.000,00
R$ 170.000,00
R$ 230.000,00
A Cia. Comercial reconheceu, durante o ano de 2014, R$
5.000.000,00 em vendas realizadas. Adicionalmente, ao longo desse
ano, reconheceu as seguintes operações: devolução de vendas (R$
250.000,00); abatimento sobre vendas (R$ 100.000,00); impostos
sobre vendas (R$ 950.000,00); comissõessobre vendas realizadas
(R$ 150.000,00); frete sobre vendas realizadas (R$ 70.000,00);
estimativa para perdas com créditos de liquidação duvidosa (R$
90.000,00); salário dos administradores (R$ 360.000,00). Sabendo
que o custo das mercadorias vendidas foi R$ 2.720.000,00, é correto
afirmar que a receita líquida e o lucro bruto apurados pela Cia.
Comercial, no ano de 2014, foram, respectivamente:
R$ 3.700.000,00 e R$ 310.000,00
R$ 4.050.000,00 e R$ 980.000,00
R$ 3.700.000,00 e R$ 760.000,00
R$ 4.050.000,00 e R$ 760.000,00
R$ 3.700.000,00 e R$ 980.000,00
De acordo com os dados relativos à elaboração de demonstrações
contábeis de uma empresa comercial, é correto afirmar que a
demonstração do resultado do período apresentará lucro bruto
superior a R$ 300.000,00.
Dados Valores (em
R$)
Abatimentos de venda 5.500
Compras a prazo 100.000
Compras à vista 20.000
Despesas financeiras 9.500
Despesas operacionais 73.000
Devolução de compras 14.000
Devolução de vendas 10.800
Estoque final 6.500
Estoque inicial 32.000
Faturamento 543.200
ICMS sobre vendas 43.400
IPI no faturamento 27.000
Faturamento: R$ 543.200
(–) IPI no faturamento: R$ 27.000
(–) Devolução de vendas: R$ 10.800
(–) Abatimento de vendas: R$ 5.500
(–) ICMS sobre vendas: R$ 43.400
= Receita líquida: R$ 456.500
Estoque inicial: R$ 32.000
(+) Compras à vista: R$ 20.000
(+) Compras a prazo: R$ 100.000
(–) Devolução de compras: R$ 14.000 (–) Estoque final: R$ 6.500
= Custo das mercadorias: R$ 131.500 Lucro bruto: R$ 325.000
Esquema contábil
O modo de construir o pensar contábil segue a lógica de um sistema
de informações, ou seja, com dados de entrada, processamento desses
dados e saída em formato desejado. Os dados de entrada ocorrem em
forma de transações e eventos de natureza econômica, assim
entendidos os atos da administração de uma entidade (empresa) que
tenham repercussão financeira, isto é, podem ser medidos em termos
financeiros – dinheiro. O processamento segue um esquema contábil
em que se definem arquivos especiais, tais como: estoques, para
identificar o movimento de entrada, saída e saldos de mercadorias e
insumos operacionais; clientes, para controlar as vendas a prazo;
imobilizado, para identificar as aquisições de máquinas, equipamentos,
móveis e utensílios; fornecedores, para registro de compras a prazo e
respectivos pagamentos; capital, para registrar as entradas de recursos
provenientes dos sócios; vendas, custos e despesas, para registrar os
resultados da empresa. O esquema contábil é mais conhecido por
razão contábil das empresas.
Esse esquema contábil, para os propósitos deste livro, é
estruturado como uma matriz da seguinte forma:
Esquema contábil
Na coluna Eventos, registram-se as transações e os eventos
mensuráveis em termos financeiros em ordem cronológica de
ocorrência. Cada um deles recebe uma classificação, conforme sua
natureza, tais como: bancos, clientes, despesas ou custo das
mercadorias vendidas.
A forma de registro de cada input segue o princípio das partidas
dobradas, idealizado por Luca Pacioli, frei franciscano (1447-1517),
em sua obra editada em 1494, na distinção IX, Tratado XI,
denominado Tractatus de Computis et Scripturis. O capítulo V, com 37
parágrafos, trata do processo das Partidas Dobradas, conforme expõe
Lopes de Sá (1998:52).
A concepção das partidas dobradas é simples e objetiva, daí sua
permanência até os dias de hoje. De modo simplificado, pode-se dizer
que, a cada transação ou evento de natureza econômica, é preciso
registrar o fato em duas dimensões: a origem e o destino do recurso
aplicado. A esse registro, dá-se o nome de lançamento contábil.
Por exemplo: ao integralizar o capital de uma empresa, no valor
de R$ 100.000,00, e seu concomitante depósito em conta bancária, a
transação é registrada duplamente: primeiro, registra-se o fato no
arquivo denominado bancos e, em segundo, a contrapartida em
capital, dando o seguinte lançamento contábil:
Dessa forma, em razão da natureza de cada tipo de transação ou
evento de natureza econômica, faz-se o registro duplo (partidas
dobradas), dentro do que hoje se conhece por Princípios
Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade
(Conselho Federal de Contabilidade).
Segue-se um modelo contábil da empresa Comercial Canes Ltda.,
que servirá de apoio para a compreensão do atual sistema de
informações contábeis.
Exemplo prático
Comercial Canes Ltda.
Transações e eventos ocorridos em janeiro de 20X0
Data Transações e eventos de natureza econômica R$
05.01.20X0 Depósito, no Banco Itaú, do capital inicial 500
06.01.20X0 Compra a prazo de 1.000 unidades da mercadoria xyz 800
10.01.20X0 Venda a prazo de 600 unidades da mercadoria xyz
(duplicatas números 1, 2, 3, 4)
1.200
12.01.20X0 Pagamento de despesas administrativas 300
06.02.20X0 Compra a prazo de 1.000 unidades da mercadoria xyz 850
07.02.20X0 Recebimento de clientes (duplicatas n. 1 e n. 2) 600
10.02.20X0 Venda a prazo de 800 unidades da mercadoria xyz 2.000
12.02.20X0 Pagamento de despesas administrativas 400
28.02.20X0 Compra de instalações a prazo 900
Como se trata de uma empresa comercial, as transações com
mercadorias – conta Estoques – precisam ser registradas no Sistema
de Estoques, cujo modelo genérico é o seguinte:
Mercadorias: Modelo xyz
No caso da Comercial Canes Ltda., a coluna “Consumo” fornece o
valor do Custo das Mercadorias Vendidas. Dessa forma, no mês de
Janeiro, o CMV (custo das mercadorias vendidas) foi R$ 480,00. Na
linguagem contábil, diz-se que se deve baixar o valor de R$ 480,00,
reduzindo-o da conta Estoques e acrescentado o mesmo valor na
conta CMV, conforme se mostra no “esquema contábil” para o mês de
janeiro.
Esquema contábil
Mês de janeiro de 20X0
O esquema contábil do mês de janeiro de 20X0 apresenta os saldos
das diversas contas movimentadas durante o mês. Com base neles,
elaboram-se o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a
demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração
das origens e das aplicações de recursos e a demonstração do fluxo de
caixa pelo método direto, como se seguem:
Balanço patrimonial em 31 de janeiro de 20X0
Demonstração do resultado em 31 de janeiro de 20X0
R$ %
Vendas 1.200 100
Custo das mercadorias vendidas 480 40
Margem bruta (lucro bruto) 720 60
Despesas administrativas 300 25
Lucro antes do IR 420 35
Demonstração das mutações do patrimônio líquido em 31 de janeiro
de 20X0
Demonstração das origens e das aplicações de recursos em 31 de
janeiro de 20X0
Origens R$
Das operações:
– Lucro líquido do período 420
Dos acionistas:
– Integralização do capital social 500
Total das origens 920
Aplicações R$
Total das aplicações –
Aumento (redução) no capital circulante líquido 920
Demonstrado como segue:
Demonstração do fluxo de caixa pelo método direto (CPC 03) em 31 de
janeiro de 20X0
Demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto (CPC 03) em 31
de janeiro de 20X0
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do IR e da contribuição social 420
Ajustes por:
Depreciação –
Perda cambial –
Renda de investimentos –
Despesas de juro
Lucro líquido ajustado antes do IR e da contribuição social 420
Aumento nas contas a receber de clientes e outros (1.200)
Diminuição nos estoques (320)
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores 800
Caixa proveniente das operações –
Juros pagos –
IR e contribuição social pagos –
IR na fonte sobre dividendos recebidos –
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais (300)
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada versus menos caixa líquido incluído na
aquisição (Nota A)
Compra e ativo imobilizado (Nota B) –
Recebimento pela venda de equipamento –
Juros recebidos –
Dividendos recebidos –
Caixa líquido usado nas atividades de investimento –
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações (aumento de capital em dinheiro) 500
Recebimento por empréstimos a longo prazo –
Pagamentode obrigação por arrendamento –
Dividendos pagos –
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento –
Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa 200
Caixa e equivalente de caixa no início do período –
Caixa e equivalente de caixa no fim do período 200
Fonte: Elaboração dos autores, com base no modelo do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC 03).
Demonstração das origens e das aplicações de recursos em 31 de
janeiro de 20X0
Origens R$
Das operações:
– Lucro líquido do período 420
Dos acionistas:
– Integralização do capital social 500
Total das origens 920
Aplicações
Total das aplicações –
Aumento (redução) no capital circulante líquido 920
Transações e eventos ocorridos em fevereiro de 20X0
A única movimentação (transações e eventos do mês de fevereiro)
ocorreu na conta de estoque, em termos de compra e venda, conforme
se mostra a seguir. Essa é uma simplificação para facilitar o
entendimento da construção das demonstrações contábeis desse mês.
Mercadoria: Modelo xyz
O custo das mercadorias vendidas no mês de fevereiro é R$ 668
(arredondado), que será registrado mediante saída (baixa) na conta
de estoque e entrada no custo das mercadorias vendidas.
Contabilização de fevereiro de 20X0
Balanço patrimonial em 28 de fevereiro de 20X0
Balanço patrimonial comparativo – fevereiro e janeiro de 20X0
Demonstração do resultado em 28 de fevereiro de 20X0
Demonstração das mutações do PL em 28 de fevereiro de 20X0
Demonstração do fluxo de caixa – método direto (CPC 03) em 28 de
fevereiro de 20X0
Demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto (CPC 03) em 28
de fevereiro de 20X0
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do IR e da contribuição social 932
Ajustes por:
Depreciação –
Perda cambial –
Renda de investimentos –
Despesas de juros –
Lucro líquido antes do IR e da contribuição social ajustado 932
Aumento nas contas a receber de clientes e outros (1.400)
Diminuição nos estoques (182)
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores 1.750
Caixa proveniente das operações 1.100
Juros pagos –
IR e contribuição social pagos –
IR na fonte sobre dividendos recebidos –
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 1.100
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada versus menos caixa líquido incluído na
aquisição (Nota A)
Compra e ativo imobilizado (Nota B) –
Recebimento pela venda de equipamento 900
Juros recebidos –
Dividendos recebidos –
Caixa líquido usado nas atividades de investimento 900
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações (aumento de capital em dinheiro) –
Recebimento por empréstimos a longo prazo –
Pagamento de obrigação por arrendamento –
Dividendos pagos* –
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento –
Aumento líquido de caixa e equivalentes 200
Caixa e equivalentes no início do período 200
Caixa e equivalentes no fim do período 400
Fonte: Elaboração dos autores, com base no modelo do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC 03).
Demonstração das origens e das aplicações de recursos em 28 de
fevereiro de 20X0
•
Origens R$
Das operações:
– Lucro líquido do período 932
Dos acionistas:
– Integralização do capital social –
Total das origens 932
Aplicações
– Aquisição de imobilizado 900
Total das aplicações 900
Aumento (redução) no capital circulante líquido 32
Demonstrado como segue:
Visão geral da análise financeira das demonstrações
contábeis
Com base nas demonstrações contábeis, elabora-se o Relatório de
análise econômico-financeira que fornece aos gestores da empresa
informações sobre o desempenho e as características observáveis de
eficiência, eficácia, economicidade e efetividade dos resultados. O
relatório em questão apresenta a análise por índices como meio de
avaliar as decisões financeiras e de investimentos de um negócio com
relação:
à solvência: a capacidade de a empresa cumprir as obrigações
de curto prazo.
•
•
•
•
•
•
•
•
à atividade: a eficiência da empresa na utilização de seus
recursos.
à alavancagem: a medida pela qual a empresa tem sido
financiada por dívida.
à rentabilidade: o poder de endividamento da empresa.
a índices por ação: lucro por ação, taxa de rendimento e valor
contábil.
Como base na análise das demonstrações contábeis, os indicativos
podem ser considerados a partir de:
índices normais ou médios, que são computáveis para amplas
categorias de setores.
índices para empresas individuais, que podem ser comparados
com aqueles da concorrência.
mudanças nos índices ao longo do tempo, que proporcionam
discernimento com relação ao futuro (análise de tendências).
comparações de tendência nos índices da concorrência, que
também podem ser úteis.
Os melhores indicadores de desempenho evoluíram para a
utilização de índices, os quais são muito úteis quando
contextualizados para analisar as tendências de uma única empresa
ou mesmo para compará-las com outras do setor, uma vez que
permitem investigar as relações entre os componentes das
informações contábeis. A análise de demonstrações contábeis é uma
espécie de gestão por exceção, sendo complexa a utilização de uma
empresa padrão (ou benchmark) para fins de comparação. Há
problemas reais que podem surgir na análise das demonstrações
contábeis, como, por exemplo, a não comparabilidade entre empresas,
principalmente em razão do uso de diferentes procedimentos
contábeis ou de diferentes épocas de encerramento fiscal ou, ainda,
ocorrência de eventos incomuns entre elas.
Assim os índices são úteis para considerações de: investimento;
avaliação de desempenho e manutenção do emprego; obtenção de
•
•
crédito; limitação de crédito e fornecimento de bens e serviços;
informe ao mercado de ações ou de capitais; controle de
endividamento, rentabilidade, liquidez, atividades; due diligence;
corporate governance; teoria do agenciamento; valor do custo histórico;
valor do custo corrente e conceito de manutenção de capital;
capacidade de geração de caixa; obtenção de empréstimos e
financiamentos; teste de auditoria em procedimentos analíticos; oferta
pública de ações, debêntures, e indicadores como guia de referência
sobre a saúde financeira.
Entre as causas de variações nos índices, podem-se citar: mudança
no mix de produtos e serviços; descontinuidade de produtos e
serviços; cisão, fusão e incorporação de empresas; reavaliação de
ativos; legislação tributária; mudanças nas práticas contábeis;
mudanças na conjuntura econômica/social, e efeitos da globalização.
A análise de demonstrações financeiras deu origem ao analista de
investimentos, hoje uma profissão certificada internacionalmente
(admissão somente com aprovação em testes).
Os índices econômico-financeiros usuais na literatura contábil e
financeira, com suas aplicações, são descritos a seguir de maneira
simplificada.
Índices econômico-financeiros
Índices de alavancagem
Os índices de alavancagem medem a utilização pela empresa de
dívidas para financiar ativos e operações. Compreendem:
Índice de dívida/patrimônio (IDP): utiliza-se este índice na
comparação de recursos proporcionados pelos credores com os
recursos proporcionados por acionistas ordinários.
IDP = Passivos totais/Patrimônio acionista
Quociente patrimonial (QPA): indica a percentagem do total
de ativos financiada pelos acionistas ordinários.
•
•
•
•
QPA = Patrimônio de ações ordinárias/Total de ativos
Um índice seguro depende da natureza do setor no qual a empresa
opera. Um setor de baixo risco (tal como operações bancárias) pode
aceitar um quociente patrimonial muito baixo (menos de 10%). Um
de alto risco (tal como mineração de urânio) requer um quociente
patrimonial alto (talvez de 90%).
Rendimento de juros (RJU): indica a margem de segurança
para pagamentos de encargos de juros fixos.
RJU = [lucro líquido + despesas de juros + imposto de renda]
/ despesa de juros
Os juros são dedutíveis de impostos, portanto, juros e impostos
devem ser adicionados ao lucro líquido para determinaro montante
disponível para pagamento de juros
Índices de rentabilidade
Estes índices medem a renda sobre uma base relativa. Compreendem:
Margens de lucro sobre vendas (MLV): mede o índice de
rentabilidade sobre vendas.
MLV = lucro líquido depois de impostos/vendas
Rentabilidade sobre ativos (RSA): mede o índice de
rentabilidade sobre investimento, incluindo o de acionistas e
credores. O valor contábil de ativos pode ser diferente de seu
valor real.
RSA = lucro líquido depois de impostos/média do total de
ativos
Rentabilidade sobre patrimônio (RSP): mede o índice de
rentabilidade sobre investimento dos acionistas.
a.
RSP = lucro líquido depois de impostos/média do patrimônio
líquido dos acionistas ordinários
Se a rentabilidade sobre o patrimônio dos acionistas for maior que
a rentabilidade sobre ativos, a companhia estará utilizando
eficientemente a alavancagem. Portanto, a companhia está obtendo
um índice muito maior de rentabilidade sobre ativos do que o índice
de juros pagos a seus credores.
Caixa e equivalentes
O Conselho Federal de Contabilidade aprovou a NBC T 3.8 –
Demonstração dos Fluxos de Caixa em correlação com o Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, a partir do IAS 7 do IASB, e também o
Pronunciamento Técnico 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa.
A importância da gestão dos recursos financeiros
A gestão dos recursos financeiros é imprescindível para os
requerimentos de liquidez de uma empresa no ambiente complexo
financeiro atual.
Conceitos de caixa e equivalentes
Segundo o item 7 do CPC 03, o Caixa compreende numerário em
espécie e depósitos bancários disponíveis; os equivalentes de caixa são
aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são
prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que
estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
Características que qualificam um investimento como
equivalente de caixa
Para que um investimento seja qualificado como equivalente de caixa,
ele precisa reunir as seguintes características:
Ter conversibilidade imediata em montante conhecido de
b.
c.
d.
caixa.
Ter vencimento de curto prazo, por exemplo, três meses ou
menos, a contar da data da aquisição.
Estar sujeito a um insignificante risco de mudança de valor.
Ter ações preferenciais passíveis de resgate em prazo definido
e que atenda à definição de curto prazo.
Os investimentos em instrumentos patrimoniais (de patrimônio
líquido) não são considerados no conceito de equivalentes de caixa, a
menos que eles sejam, substancialmente, equivalentes de caixa, como,
por exemplo, no caso de ações preferenciais resgatáveis que tenham
prazo definido de resgate e cujo prazo atenda à definição de curto
prazo.
Exemplos de item de caixa e equivalentes
Saldos bancários a descoberto
O item 8, do CPC 03, afirma que Empréstimos bancários são
geralmente considerados como atividades de financiamento.
Entretanto, saldos bancários a descoberto, decorrentes de
empréstimos obtidos por meio de instrumentos como cheques
especiais ou contas-correntes garantidas, que são liquidados em curto
tempo, compõem parte integral da gestão de caixa da entidade.
Nessas circunstâncias, saldos bancários a descoberto são incluídos
como componente de caixa e equivalentes. Uma característica desses
arranjos oferecidos pelos bancos é que frequentemente os saldos
flutuam de devedor para credor.
Empréstimos bancários
O item 9, do CPC 03, estabelece que os empréstimos bancários são
geralmente considerados como atividades de financiamento, assim
como devem ser considerados os saldos bancários a descoberto,
decorrentes de empréstimos obtidos por meio de instrumentos como
cheques especiais ou contas-correntes garantidas. A parcela não
utilizada do limite dessas linhas de crédito não deve compor os
equivalentes de caixa.
Aspectos de aplicações financeiras e fundos como caixa e
equivalentes
Com a finalidade de qualificar as aplicações financeiras e os fundos de
investimento como caixa e equivalentes, é preciso analisar tais
aplicações. Como regra geral, se parte da carteira do fundo não
atende à definição, em geral o fundo como um todo não se qualifica.
A classificação não deve ser feita com base somente em sua definição,
pois é necessário que a administração verifique se os investimentos
substancialmente atendem à definição de equivalentes de caixa. Essa
análise deve cobrir todos os investimentos potenciais permitidos pelo
regulamento do fundo, e não somente os ativos que o fundo detém na
data base sob avaliação. Os fundos de mesma natureza e sob a mesma
legislação e limites podem ter regulamentos diferentes. Portanto, a
análise precisa ser feita caso a caso.
Na prática, um fundo que atende à definição de caixa e
equivalentes tem rentabilidade mais baixa, justamente por conta da
liquidez diária e do risco insignificante. É a ordem natural do
mercado: menor risco, menor remuneração.
No caso de um fundo exclusivo, em essência a empresa não tem
uma aplicação em um fundo, mas a aplicação em cada ativo que o
compõe. Portanto, as aplicações são trazidas linha a linha, e a análise
é feita ativo por ativo. Assim, mesmo que alguns ativos não atendam
à definição de equivalentes de caixa, somente eles deixam de ser
assim classificados.
Certificado de Depósito Bancário (CDB) como equivalente
de caixa
O prazo contratual de um CDB é normalmente superior a três meses.
Porém, muitas vezes pode ser resgatado imediatamente sem
penalidade de juros. Nesse caso, é necessário que os termos
contratuais realmente reflitam a liquidez diária.
A prática do banco de resgatar quando solicitado não é suficiente.
A liquidez diária tem que estar contratada formalmente. Além disso,
para que um CDB seja considerado como de risco insignificante, ele
em geral precisa estar indexado pela variação do Certificado de
Depósito Interfinanceiro (CDI), que é considerado uma taxa livre de
risco.
Outro aspecto a observar é se a intenção da administração é fazer
uso desses recursos no curto prazo ou deixar para um prazo maior.
Quando a intenção é usar em um prazo maior, é provável que se
esteja diante de recursos que são parte da atividade de investimento e
não “gerenciamento do caixa”. Portanto, a combinação prazo-
remuneração-intenção é fundamental para atender à definição de
equivalente de caixa.
1.
2.
Exercícios propostos e resolvidos
Em qual categoria de instrumento se encaixa um equivalente de
caixa?
O CPC 38/IAS 39 determina que os ativos financeiros sejam
classificados em uma das quatro categorias de instrumentos
financeiros: 1) empréstimos e recebíveis; 2) mantidos até o
vencimento; 3) disponíveis para venda; 4) valor justo por meio
do resultado. Esta última inclui os ativos financeiros mantidos
para negociação e os designados inicialmente ao valor justo. Em
teoria, dependendo da natureza do instrumento e da intenção da
administração, um equivalente de caixa pode ser classificado em
qualquer uma dessas categorias, mas normalmente será um
empréstimo e recebível ou mantido para negociação.
Observação
Um erro comum é classificar como empréstimo e recebível uma
aplicação financeira que é comprada e vendida com alta
frequência. O CPC 38/IAS 39, parágrafo 9, não permite
classificar como empréstimo e recebível qualquer instrumento
que seja “adquirido ou incorrido principalmente para a
finalidade de venda ou de recompra em prazo muito curto”, pois
deve ser classificado como mantido para negociação.
As contas garantidas são equivalentes de caixa?
Se forem utilizados como parte do gerenciamento dos recursos de
liquidez de curto prazo, sim.
Observação
A classificação como equivalente de caixa para a demonstração
de fluxo de caixa não deve ser confundida com apresentação no
balanço. Uma conta garantida deve ser classificada no passivo no
balanço, independentemente se for considerada para compor o
3.
4.
5.
6.
saldo de caixa e de equivalente de caixa para fins da
demonstração dos fluxos de caixa.
Uma conta-corrente em dólar é equivalente de caixa? Embora a
quantidade de reais não seja fixa, uma conta-correnteatende à
definição de caixa, uma vez que o conceito de mudança de valor
está relacionado ao valor justo, que, em dólar (US$), não se altera.
Um depósito bancário para ser utilizado para a expansão da linha
de produção é equivalente de caixa?
Para que uma aplicação financeira de curto prazo seja
qualificada como equivalente de caixa, ela deve fazer parte das
atividades de gerenciamento de caixa da organização. Não
devem compor o saldo de equivalentes de caixa aqueles
investimentos que são claramente identificados pela
administração como não destinados ao atendimento de
atividades operacionais, mas que estejam, por exemplo,
comprometidos com compra de ativo fixo e outras atividades de
investimento.
CDB com remuneração de 90% do CDI até 60 dias e remuneração de
95% do CDI após decorridos 60 dias, considera-se equivalente de
caixa?
Supondo que as condições gerais antes mencionadas para CDBs
sejam cumpridas, e a intenção da administração seja sempre
resgatar o CDB no prazo de 60 dias, os termos contratuais depois
de 60 dias são irrelevantes. Nesse caso, o CDB pode ser
classificado como equivalente de caixa, ou seja, classificado e
mantido para negociação e mensurado pelo valor justo. Caso a
intenção ou o histórico seja de resgate superior a 60 dias, não
poderá ser classificado como equivalente de caixa.
CDB com remuneração de 95% do CDI, porém irá remunerar
somente 90% do CDI se for resgatado antes de 60 dias, pode ser
considerado equivalente de caixa?
1.
2.
a.
b.
c.
d.
Se a intenção da administração for sempre resgatar no prazo de
60 dias, as condições subsequentes são irrelevantes. O CDB pode
ser classificado como equivalente de caixa a 90% do CDI.
Como regra geral, um investimento num fundo somente pode
ser classificado como equivalente de caixa se todos os
investimentos subjacentes também puderem ser classificados
assim.
Casos diversos
A seguir apresentamos diversos fundos, como fundo de ações,
fundos de curto prazo, fundos cambiais, fundos multimercados,
fundos de dívida externa, fundos referenciados e fundos de renda
fixa. Procura-se determinar se tais fundos podem ser
considerados, ou não, equivalentes de caixa.
Fundo de ações: mínimo de 67% em ações. Não é equivalente de
caixa.
Fundos de curto prazo: títulos públicos federais (pré-fixados,
indexados ao Sistema especial de liquidação e de custódia – Selic
– ou ao índice de preços) com prazo máximo de 375 dias e
carteira com prazo médio de 60 dias. Com a finalidade de
qualificar os fundos de curto prazo como caixa e equivalentes, é
fundamental analisar os seguintes fundos:
Fundos cambiais: 80% da carteira relacionada diretamente,
ou por derivativos, à variação da moeda estrangeira escolhida.
Observação: Fundos multimercados, títulos de renda fixa,
ações, câmbio ou derivativos não são equivalentes de caixa.
Fundos de dívida externa: têm no mínimo 80% de seu
patrimônio em títulos representativos da dívida externa de
responsabilidade da união. É permitida a aplicação de até 20%
em títulos de crédito diversos no mercado internacional. Não é
equivalente de caixa.
Fundos referenciados: 95% da carteira composta de ativos
que acompanhem o índice de referência escolhido e, no
mínimo, 80% em títulos públicos federais ou títulos
considerados de baixo risco de crédito.
Fundos de renda fixa: 80% da carteira relacionados
diretamente, ou via derivativos, com juros e/ou inflação.
1.
2.
3.
4.
• Divulgação dos componentes de caixa e equivalentes
A entidade deve divulgar os componentes de caixa e equivalentes e
apresentar uma conciliação dos valores em sua demonstração dos fluxos
de caixa com os respectivos itens divulgados no balanço patrimonial
(item 49 do CPC 03). Em vista da variedade de práticas de gestão de
caixa e de produtos bancários, a entidade deve divulgar a política que
adota na determinação da composição do caixa e equivalentes (item 50
do CPC 03). O efeito de qualquer mudança na política para determinar
os componentes de caixa e equivalentes, como, por exemplo, mudança
na classificação dos instrumentos financeiros previamente considerados
como parte da carteira de investimentos da entidade, deve ser
apresentado de acordo com a regra específica da NBC T 19.11
(Mudanças nas Práticas Contábeis, nas Estimativas e Correção de Erros –
item 51 do CPC 03).
• Outras divulgações
A entidade deve divulgar, em nota explicativa, acompanhada de um
comentário da administração, os saldos de caixa e equivalentes que não
estejam disponíveis para uso pelo grupo (item 52 do CPC 03). Existem
diversas circunstâncias em que os saldos de caixa e equivalentes não
estão disponíveis para uso do grupo. Entre os exemplos estão: saldos de
caixa e equivalentes em poder de controlada que opere em país no qual
se apliquem controles cambiais ou outras restrições legais que impeçam
o uso geral dos saldos pela controladora ou por outras controladas (item
53 do CPC 03). Informações adicionais podem ser importantes para que
os usuários entendam a posição financeira e a liquidez da entidade. A
divulgação de tais informações em nota explicativa é recomendada e
pode incluir (item 54 do CPC 03):
O valor de linhas de crédito obtidas, mas não utilizadas, que
podem estar disponíveis para futuras atividades operacionais e
para satisfazer compromissos de capital, indicando restrições, se
houver, sobre o uso de tais linhas de crédito;
O valor dos fluxos de caixa de cada uma das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento, referentes aos
investimentos em entidades de controle conjunto, contabilizado
mediante o uso da consolidação proporcional;
O valor dos fluxos de caixa que representam aumentos na
capacidade operacional, separadamente dos fluxos de caixa que
são necessários para apenas manter a capacidade operacional;
O valor dos fluxos de caixa decorrentes das atividades
5.
operacionais, de investimento e de financiamento de cada
segmento industrial, comercial ou de serviços e geográfico;
Os montantes totais dos juros e dividendos e juros sobre o capital
próprio, pagos e recebidos, separadamente, bem como o montante
total do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro
líquido pagos, neste caso destacando os montantes relativos à
tributação da entidade daqueles retidos na fonte de terceiros e
apenas recolhidos pela entidade (item 22).
Tipos de quociente
Os quocientes contábeis comparam e investigam as relações entre as
partes das informações contábeis contidas nas demonstrações
contábeis. Os que refletem as medidas de liquidez são os quocientes
de solvência (liquidez). As relações entre o ativo circulante e o
passivo circulante mostram as tendências da capacidade de
pagamento das empresas em curto prazo.
Entre os stakeholders, o grupo de credores, como bancos,
fornecedores e governo, tem maior interesse nos índices de liquidez
ou solvência. Por esse motivo, o gestor financeiro-contábil preocupa-
se em manter o equilíbrio entre o ativo circulante e o passivo
circulante como norma de controle gerencial.
Quociente de liquidez
O quociente de liquidez avalia a tendência da capacidade de
pagamento do passivo circulante, tais como folha de pagamento do
pessoal, impostos e taxas, fornecedores e bancos. Esse índice é
utilizado pelos credores da empresa quando da concessão de créditos
e para cálculo das probabilidades de recebimento de seus créditos.
Assim, pode-se dizer que os quocientes de solvência ou liquidez
medem a viabilidade do negócio em curto prazo, isto é, a capacidade
de a empresa pagar suas obrigações em curto prazo e assim continuar
as operações.
Índices de solvência
Quociente de liquidez corrente (QLC)
É a medida frequentemente utilizada para a solvência de curto prazo
e relaciona os ativos circulantes com as solicitações de credores em
curto prazo. Indicador de solvência de curto prazo, o QLC indica a
proteção dos credores em curto prazo por ativos, onde há expectativa
que de eles possam ser convertidos em dinheiro rapidamente. A
fórmula para se calcular o QLC, que geralmente é chamado de índice
de capital de giro ou liquidezcorrente, é a seguinte:
QLC = Ativo circulante / Passivo circulante
QLC = AC
PC
Se QLC > 1, significa que a empresa possui meios de pagar suas
obrigações.
Se QLC = 1, significa que os direitos e as obrigações de curto prazo são
iguais.
Se QLC < 1, significa que os recursos são insuficientes para pagar as
dívidas.
Quociente de liquidez seca (QLS)
Mede a capacidade de a empresa pagar suas dívidas de curto prazo a
partir de seus ativos mais líquidos. O índice de liquidez seca visa
saldar as obrigações de curto prazo sem depender da venda de
estoques. A fórmula do quociente de liquidez seca (QLS) é a seguinte:
Quociente de liquidez seca = Ativo circulante – estoques/Passivo
circulante
QLS = AC – Estoques
PC
Quociente de liquidez imediata (QLI)
O quociente de liquidez imediata (QLI) é a relação entre os valores
disponíveis em caixa e equivalentes e seu passivo circulante ou
dívidas de curto prazo.
Quociente de liquidez imediata = caixa e equivalente/passivo circulante.
QLI = Caixa e equivalentes
PC
Quociente de liquidez geral (QLG)
O quociente de liquidez geral (QLG) é um indicador de solvência
tanto de curto prazo quanto de longo prazo. Ele indica, a cada R$
1,00, o que a empresa tem de dívida e o quanto ela possui de direitos
e haveres no ativo circulante e no ativo não circulante. A fórmula
para o QLG é a seguinte:
Quociente de liquidez geral = (Ativo circulante + Ativo não circulante) /
(Passivo circulante + Passivo não circulante)
QLG = AC + ANC
PC + PNC
Capital de giro líquido (QCL)
O capital de giro líquido (CGL) corresponde à diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante.
Capital de giro líquido = ativo circulante – passivo circulante
CGL = AC – PC
Exercício: Cia. Gelol
Balanço patrimonial encerrado em 31/12/20X6
Ativo R$
Ativo circulante 1.560
Caixa e equivalentes 288
Contas a receber 192
Estoques 1.080
Ativo não circulante 1.032
Investimento (participações em outras empresas) 336
Imobilizado 696
Total do ativo 2.592
Passivo
Passivo circulante 1.104
Obrigações em curto prazo 1.104
Passivo não circulante 108
a.
Empréstimos em instituições financeiras 108
Patrimônio líquido 1.380
Capital 1.000
Reservas 180
Resultados acumulados 200
Total do passivo 2.592
Voltando ao quociente de liquidez corrente (QLC):
QLC = 1,41 vezes
No quociente de liquidez corrente (QLC), no exemplo, 1,41 vez
significa R$ 1,41 em ativo circulante para cada R$ 1,00 em passivo
circulante. Em outras palavras, para cada R$ 1,00 de dívida em curto
prazo, a empresa possui R$ 1,41 para pagá-la. Assim, afirma-se que
quanto maior o QLC, melhor para a empresa. Por outro lado, pode
também significar ineficiência no uso de caixa e de outros ativos de
curto prazo.
A seguir, é mencionado o efeito dos eventos e das transações que
podem modificar o QLC.
Um empréstimo em longo prazo, no valor de R$ 100,00.
b.
c.
d.
O valor do empréstimo provoca aumento no ativo circulante, mas
não altera o valor do passivo circulante. Por ser de longo prazo, o
empréstimo aumentará a conta do passivo não circulante. Em
consequência, o QLC apresenta aumento: de 1,41 para 1,50 vezes.
A empresa paga R$ 100 de sua dívida registrada no passivo
circulante.
Como o índice atual é superior a 1, no caso 1,41, então a
transação provoca aumento maior do que o anterior. Ou seja, de 1,41
para 1,45.
Se, por hipótese, o índice fosse 0,70, com o pagamento de R$ 100
de dívidas de curto prazo, o QLC diminuiria para 0,68, como
demonstrado a seguir:
A empresa compra estoque no valor de R$ 100, com pagamento à
vista.
O QLC permanece inalterado em razão de a diminuição do Caixa
(R$ 100) corresponder ao aumento de R$ 100 no estoque. O passivo
circulante não é afetado pela transação.
A empresa vende mercadorias que custaram R$ 100 por valor de
venda superior ao custo, obtendo uma receita bruta de R$ 180.
A transação provocou aumento de caixa maior do que a
diminuição do estoque, sem afetar o passivo circulante. Essa
transação causou aumento do ativo circulante e, em consequência, o
do QLC, de 1,41 para 1,48.
1.
a.
b.
c.
2.
3.
Exercícios propostos
A Companhia Gerdau tem ativos circulantes de R$ 400.000 e
passivos circulantes de R$ 500.000. O quociente de liquidez da
Companhia Gerdau seria aumentado:
pela aquisição de R$ 1.000.000 de estoques em conta.
pelo pagamento de R$ 100.000 do contas a pagar.
pela cobrança de R$ 100.000 do contas a receber.
O refinanciamento de um empréstimo em longo prazo de R$
100.000 com débito de curto prazo. A compra de investimentos
temporários por R$ 100.000 em moeda corrente.
A Cummins S.A. utiliza o método de provisão de conta para contas
incobráveis. Uma conta a receber, anteriormente determinada
incobrável e dada a baixa, foi recebida durante o mês de maio. O
efeito do recebimento no quociente de liquidez de Cummins e o
capital de giro total são:
Quocientes de liquidez Capital de giro
A. Nenhum Nenhum
B. Aumenta Aumenta
C. Diminui Diminui
D. Nenhum Aumenta
E. Aumenta Nenhum
A Bunge S.A. utiliza o método direto de baixa para conta por contas
a receber incobráveis. A companhia subsequente recebe uma conta
a receber que havia sido dada baixa em período contábil anterior. O
efeito do recebimento da conta a receber no quociente de liquidez
da Bunge e o capital de giro total são:
Quociente de liquidez Capital de giro
A. Nenhum Nenhum
B. Aumento Aumento
C. Aumento Nenhum
D. Nenhum Diminuição
E. Diminuição Nenhum
As questões de 4 a 6 estão fundamentadas nas seguintes
informações sobre a empresa Varézio (em R$):
Contas a receber 200.000
Contas a pagar 80.000
Obrigações a pagar, vencimento em dez anos 300.000
Caixa 100.000
Juros a pagar, vencimento em três meses 10.000
Estoque 400.000
Terrenos 250.000
Notas promissórias a pagar – vencimento em seis meses 50.000
Despesas pagas antecipadamente 40.000
Contas reclassificadas (formato do balanço patrimonial) – Em
R$
Ativo circulante 740.000
Contas a receber 200.000
Caixa 100.000
Estoque 400.000
Despesas pagas antecipadamente 40.000
Ativo não circulante 250.000
Terrenos 250.000
Passivo circulante 140.000
4.
a.
b.
c.
d.
e.
5.
a.
b.
c.
d.
e.
6.
Contas a pagar 80.000
Juros a pagar, vencimento em três meses 10.000
Notas promissórias a pagar – vencimento em seis meses 50.000
Passivos não circulantes 300.000
Obrigações a pagar, vencimento em dez anos 300.000
A empresa tem o ciclo operacional de cinco meses.
O quociente de liquidez para a empresa Varézio é:
1,68
2,14
5,00
5,29
8,22
Qual é o quociente de liquidez imediata da Varézio?
0,71
1,68
2,14
2,31
5,19
O que acontecerá aos índices quociente de liquidez e quociente de
liquidez imediata se a Varézio utiliza o caixa para pagar 50% das
contas a pagar?
Quociente de liquidez Quociente de liquidez imediata
a. Aumenta Aumenta
b. Diminui Diminui
c. Aumenta Diminui
d. Diminui Aumenta
e. Não se modifica Aumenta
Gabarito
Questão 1 : a; questão 2: b; questão 3: a; questão 4: d; questão 5: a; questão 6:
c.
Quociente de atividade
O quociente de atividade mede a utilização pela empresa de ativos
para gerar receita, o qual também está relacionado à liquidez. Entre
os índices comuns de análise, destacam-se os seguintes:
Rotação de estoque (RES)
A taxa de rotatividade do estoque é definida como:
Alta rotatividade sugere que a empresa não mantém excessivos
investimentos em estoque, que são improdutivos e diminuem sua
rentabilidade, e, ainda, que o estoque é realmente vendável e não
contém bens obsoletos.
Um valor médio de estoque precisa ser utilizado. Se a média do
estoque inicial e final não for representativa devido a fatores cíclicos,
convém ter uma média mensal.
Número de dias dos produtos em estoque (NDE)
O NDE mede o número médio de dias em que o estoque é mantido
antes da venda. A quantidade de dias de um ano pode ser 365 (ano
civil), 360 (ano administrativo) ou 300 (número de dias úteis).
Rotação de contas a receber (RCR)
O quociente de rotação de contas a receber (RCR) é determinado pela
seguinte forma:
O quociente de RCR é oresultado da divisão das vendas com as
contas a receber (média). A conta a receber média do ano é resultado
da divisão entre as contas a receber no período t2 com as contas a
receber no período anterior t1. Esse quociente indica a eficiência da
cobrança de contas a receber. Quanto maior a rotatividade, melhor.
Rotação do capital de giro (RCG)
A rotatividade do capital de giro é calculada pela seguinte forma:
A RCG é obtida pela divisão das vendas líquidas com a média do
capital de giro de início e fim dos dois últimos períodos considerados
no cálculo.
Número de dias de contas a receber (NCR)
A quantidade de dias de um ano pode ser 365 (ano civil), 360 (ano
administrativo) ou 300 (número de dias úteis).
O NCR é o número médio de dias para cobrar uma conta a
receber. Pode também ser computado como média de contas a
receber dividido pela média diária de vendas. A média diária de
vendas são as vendas líquidas a prazo dividido pelo número de dias
de um ano. O NCR deve ser comparado com os prazos de crédito da
empresa para determinar a média de clientes que estão cumprindo o
pagamento no período de crédito.
Ciclo operacional (COP)
O ciclo operacional (COP) é igual ao número de dias de estoque mais
o número de dias de contas a receber.
COP = NDE + NCR
Rotação do ativo imobilizado (RAI)
A rotação do ativo imobilizado (RAI) é assim calculada:
A taxa de RAI mede o nível de utilização de propriedade,
instalações e equipamentos, que é muito afetada pela intensidade de
capital da empresa e de seu setor. Alta rotatividade é preferível à
baixa rotatividade.
Rotação do total de ativos (RTA)
A RTA mede o nível de investimentos de capital referente ao
volume de vendas. Para todas as taxas de rotatividade, a alta
rotatividade é preferível à baixa rotatividade.
1.
a.
b.
c.
d.
e.
2.
a.
b.
c.
d.
e.
3.
a.
b.
c.
d.
e.
Exercícios propostos
Para determinar o ciclo operacional de uma loja de departamentos
varejista, quais dos seguintes pares de item são necessários?
Vendas diárias em contas a receber e estoque médio de
mercadorias.
Rotatividade de caixa e vendas líquidas.
Rotatividade de contas a receber e rotatividade de estoque.
Rotatividade de ativos e rentabilidade de vendas.
Custo de bens vendidos e estoque médio de mercadorias
A rotatividade de contas a receber normalmente decrescerá como
consequência:
a baixa de uma conta incobrável (considere a utilização da
provisão para o método de contas duvidosas).
da diminuição significativa no volume de vendas perto do final
do período contábil.
do aumento nas vendas à vista com relação às ven das a prazo.
da mudança na política de crédito para alongar o período de
descontos para pagamentos à vista.
do factoring do contas a receber, iniciado durante o ano, com
base no qual um montante significativo do contas a receber é
vendido.
O número de vendas diárias em contas a receber é uma medida de:
valor de ativos
alavancagem
desempenho de vendas
rentabilidade
liquidez
Gabarito
Questão 1 : c; questão 2: e; questão 3: c.
LPA =
VCA =
TRA =
Índices por ação e lucro por ação
Índices por ação
Os índices por ação relacionam as informações financeiras para cada
ação. Compreendem os seguintes indicadores:
Lucro por ação (LPA)
O lucro líquido disponível para acionistas ordinários é geralmente o
lucro líquido menos os dividendos preferenciais.
Lucro líquido disponível para acionistas ordinários/média das
ações em circulação.
Valor contábil por ação (VCA)
Valor contábil é o montante de ativos líquidos disponíveis para os
acionistas de determinado tipo de ações dividido pelo número dessas
ações em circulação. Geralmente é baseado em custo histórico
expresso em reais (R$) nominais, podendo ser enganoso, pois valores
contábeis podem diferir de valores reais.
Quando uma companhia possui ações preferenciais e ordinárias
em circulação, o cômputo do valor contábil por ação ordinária precisa
considerar pedidos de acionistas preferenciais, como se as ações
preferenciais fossem cumulativas e em atraso ou participatórias.
Além disso, deve-se levar em consideração se o preço de mercado
(ou possivelmente o valor de liquidação) excede o valor contábil das
ações preferenciais.
patrimônio dos acionistas / ações em circulação
Taxa de rendimento sobre ações (TRA)
É o pagamento anual de dividendos pelo valor de mercado por ação.
dividendos por ação / valor de mercado por ação
IPL =
IPD =
Índices preço-lucro (IPL)
Empresas em desenvolvimento tendem a ter índices de preço-lucro
altos.
preço de mercado / lucro por ação
Índice de pagamento de dividendos (IPD)
A política de dividendos é um aspecto crucial de administração
financeira. Empresas e investidores preferem dividendos estáveis.
dividendos por ação / lucro por ação
1.
a.
b.
c.
d.
e.
2.
a.
b.
c.
d.
e.
3.
a.
Exercícios propostos
Qual das seguintes afirmações a respeito do índice de preço-lucro
(IPL) está correta?
Uma empresa com grandes oportunidades de crescimento
geralmente tem IPL alto.
O IPL tem mais sentido quando a empresa tem prejuízos do que
quando ela tem lucros.
O IPL tem mais sentido quando uma empresa tem lucros
anormalmente baixos com relação à sua base de ativos.
O IPL expressa a relação entre o preço de mercado da empresa e
suas vendas líquidas.
O IPL raramente é utilizado por analistas financeiros.
O valor contábil por ação ordinária representa o montante
patrimonial dos acionistas cedido a cada ação ordinária em
circulação. Qual das afirmações seguintes está correta a respeito do
valor contábil por ação ordinária?
O preço de mercado por ação ordinária geralmente se aproxima
do valor contábil por ação ordinária.
O valor contábil por ação ordinária pode ser enganoso, pois é
baseado em custo histórico.
Um preço de mercado por ação ordinária, que é maior que o
valor contábil por ação ordinária, indica uma ação
superavaliada.
O valor contábil por ação ordinária é o montante que deverá ser
pago aos acionistas se a companhia for vendida a outra
companhia.
O valor ordinário por ação ordinária é uma medida de risco
financeiro.
ABRF pagou metade de seus lucros de 20X6 em dividendos. Os
lucros da BRF aumentaram em 20% e, o montante de seus
dividendos, em 15%, em 20X7. O índice de desembolso de
dividendos para 20X7 foi:
75,0%
b.
c.
d.
e.
52,3%
47,9%
95,8%
41,7%
Gabarito
Questão 1 : a; questão 2: b; questão 3: c.
Índice de lucro por ação
Lucro básico
O lucro básico por ação é calculado pela divisão do lucro atribuível
aos acionistas da sociedade pela quantidade média ponderada de
ações ordinárias emitidas durante o exercício, excluindo as ações
ordinárias compradas pela sociedade e mantidas como ações em
tesouraria.
2X15 2X14
Lucro atribuível aos acionistas da sociedade (A) R$ 732.818 R$ 842.608
Média ponderada da quantidade de ações
ordinárias emitidas (B)
431.239.264 431.239.264
Média ponderada das ações em tesouraria (C) (1.796.383) (1.731.895)
Média ponderada da quantidade de ações
ordinárias em circulação (D)
429.442.881 429.507.369
Lucro básico por ação (E) = A / B R$ 1,7064 R$ 1,9618
O Lucro por Ação (LPA) é um quociente amplamente utilizado
pelos investidores para medir a rentabilidade de uma entidade.
A informação do lucro ou prejuízo líquido por ação precisa ser
dada na própria demonstração do resultado do exercício, de acordo
com o inciso VII do artigo 187 da Lei n. 6.404/76. Objetiva melhor
avaliação dos resultados das operações dos exercícios passados,
permitindo conhecer sua evolução no tempo. A mensuração do LPA é
dada pela seguinte fórmula:
Segundo a referida fórmula, o LPA é obtido por meio da divisão do
lucro líquido do exercício pelo número de ações ordinárias em
circulação no final do exercício, de acordo com a prática brasileira, e
em decorrência do número médio de ações.
O LPA não revela o quanto cada acionista irá efetivamente receber
em razão do retorno produzido na aplicação de seus capitais. O
cálculo do LPA pode tornar-se mais complexo nas hipóteses de
existência de instrumentos financeiros diversos, como ações
preferenciais conversíveis,debêntures conversíveis e bônus de
subscrição, os quais podem ser convertidos em ações ordinárias.
Esses instrumentos, potencialmente conversíveis em ações
ordinárias, são chamados de instrumentos financeiros dilutivos, e o
cálculo do LPA, ignorando esses instrumentos, pode tornar o número
resultante enganador. Além disso, a falta de padronização na forma
como esses instrumentos são incluídos no cálculo do LPA faz com que
a comparabilidade entre entidades se torne bastante difícil.
Lucro diluído
O lucro por ação diluído é calculado ajustando-se a média ponderada
da quantidade de ações ordinárias em circulação, supondo-se a
conversão de todas as ações ordinárias potenciais que provocariam
diluição. A sociedade tem apenas uma categoria desse tipo de ação,
que provocaria diluição: a compra de ações.
2X15 2X14
Lucro atribuível aos acionistas da sociedade (A) R$ 732.818 R$ 842.608
Média ponderada da quantidade de ações
ordinárias em circulação (B)
429.442.881 429.507.369
Ajuste por opção de compra de ações (C) 1.123.308 712.302
Quantidade média ponderada de ações ordinárias
para o lucro diluído por ação (D)
430.566.189 430.219.671
I.
II.
III.
Lucro diluído por ação: (E) = A / D R$ 1,7020 R$ 1,9586
Para o cálculo do resultado por ação diluída, a entidade deve
ajustar o lucro ou a perda atribuível aos detentores de capital próprio
ordinário, bem como o número médio ponderado de ações em
circulação, levando em conta o efeito de todas as potenciais ações
ordinárias diluidoras.
Considera-se potencial ação ordinária um instrumento financeiro
ou outro contrato que dá a seu detentor o direito a ações ordinárias.
São exemplos de potenciais ações ordinárias:
passivos financeiros ou instrumentos de capital próprio, incluindo
ações preferenciais, que sejam conversíveis em ações ordinárias.
opções e warrants.
ações que seriam emitidas após cumprimento de condições
resultantes de acordos contratuais, como a compra de uma
empresa ou de outros ativos.
Para efeito do cálculo do resultado por ação, o lucro ou a perda do
período deve ser ajustado em razão dos dividendos e de qualquer
outro efeito das ações preferenciais classificadas como capital próprio.
O número de ações ordinárias a ser considerado no cálculo do
resultado por ação é uma média ponderada que corresponde ao
número de ações ordinárias em circulação no início do período,
ajustado pelo número de ações readquiridas ou emitidas durante o
período multiplicado por um fator ponderador de tempo.
Análise da política de dividendos da empresa
O investidor de perfil conservador faz a escolha do melhor
investimento no mercado de ações por meio da análise da política de
dividendos da empresa. A análise e a comparação de políticas de
distribuição podem ser utilizadas por dois indicadores: dividend payout
(ou proporção de pagamento de dividendos) e dividend yield (ou
retorno de dividendos).
Dividend payout
O dividend payout é um importante indicador da política de
dividendos de uma empresa. Ele é calculado como a proporção dos
lucros da empresa que são distribuídos na forma de proventos em
dinheiro e, em geral, é determinado pela própria empresa, em seus
estatutos.
Assim, uma empresa que aplica uma política de payout de 50%,
distribuirá a seus acionistas metade dos lucros obtidos em
determinado período. Por exemplo, a Cemig, estatal mineira no
segmento de energia elétrica adotou em 2004 uma política de payout
de 50%. Isso significa que metade do lucro líquido da empresa será
distribuída aos acionistas, sendo o restante retido para diversos fins,
principalmente para o financiamento de novos investimentos.
Em geral, o dividend payout varia de acordo com o estágio de
evolução e as oportunidades de investimento de cada companhia. Em
geral, as empresas mais maduras e com menos necessidade de
investimentos costumam distribuir uma parcela maior de seus lucros
na forma de proventos.
O dividend payout, ou payout do dividendo, relaciona o montante
de dividendos anunciados por uma empresa, com os resultados
líquidos ou o cash flow.
Fórmula de cálculo
O dividend payout pode ser calculado como uma percentagem dos
resultados líquidos:
Como percentagem do fluxo de caixa gerado pela empresa, o
dividend payout é:
Cálculo do dividend payout ratio (em R$)
Percebe-se uma política de dividendos forte, por parte da empresa,
ao retornar em média 25% do lucro líquido para o acionista a cada
período. Enquanto o dividend payout ratio é a porcentagem do lucro
revertida aos acionistas, a taxa de retenção representa o lucro que
sobra para a empresa reinvestir em si mesma.
O dividend payout é uma medida da política de dividendos da
empresa, inclusive existem empresas que se obrigam a determinado
payout, ou que, por definição legal, são obrigadas a payouts
específicos. Não sendo uma opção consciente da empresa em manter
um payout elevado, ele pode significar pouca sustentabilidade do
dividendo e, com isso, estar em risco de ser cortado.
Dividend yield
O dividend yield (DY) é um importante indicador de performance das
empresas, pois representa a rentabilidade relativa dos dividendos
pagos aos acionistas e é calculado como dividendos pagos por ação
dividido pela cotação atual da ação, em determinado período. Desse
modo, se a empresa paga muitos dividendos a seus acionistas, ela terá
um alto percentual de DY, o que é um bom sinal para quem investe
nela.
Fórmula
O dividend yield não utiliza somente os dados referentes a quanto
foi distribuído em proventos, mas avalia o quanto isso representa em
relação ao preço da ação. De certa forma, o conceito é similar ao
utilizado no mercado de renda fixa, onde o montante pago em juros
representa uma proporção do montante investido, ou seja, a taxa de
juro. No caso do dividend yield, ou retorno de dividendos, o
indicador é calculado em duas etapas. Inicialmente, são acumulados
todos os proventos pagos em determinado período, sendo mais
comuns nos últimos 12 meses.
Assim, se nos últimos 12 meses a empresa pagou dividendos de R$
1,00 por ação e juros sobre o capital próprio de R$ 1,50, o acumulado
é R$ 2,50 por ação. A segunda etapa consiste em comparar o que esse
valor representa em relação ao valor da ação. Se o papel está sendo
negociado a R$ 25,00, o retorno de dividendos é 10%, ou seja, os R$
2,50 pagos em proventos nos últimos 12 meses divididos pelo valor
da ação (R$ 25,00). Desse modo, pode ser avaliado o quanto, em
termos relativos, a ação rendeu em proventos para seus acionistas.
Ebit e Ebtida
A Instrução CVM 527, de 4/10/2012, instituiu a divulgação
voluntária pelas companhias abertas de informações denominadas
Lajida (Ebitda) – Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e
amortização – incluindo a Contribuição social sobre o lucro líquido,
Depreciação e amortização – e LAJIR (Ebit) – Lucro antes dos juros e
impostos sobre a renda – incluindo a Contribuição social sobre o lucro
líquido.
O cálculo do Lajida e do LAJIR não pode excluir quaisquer itens
não recorrentes, não operacionais ou de operações descontinuadas.
A divulgação relativa ao Lajida ou LAJIR deve ser feita de forma
consistente e comparável com a mesma informação de períodos
anteriores e, em caso de mudança, mostrar a justificativa, bem como
a descrição completa da mudança introduzida. Contudo, a divulgação
deve ser feita fora do conjunto completo de demonstrações contábeis
previsto no pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das
Demonstrações Contábeis. Essa divulgação deve ser objeto de
verificação por parte do auditor independentemente da empresa nos
termos da norma NBC TA 720 emitida pelo Conselho Federal de
Contabilidade.
Ebit
A Instrução CVM 527, de 4/10/2012, define LAJIR (Ebit) da seguinte
forma:
LAJIR (Ebit): resultado líquido do período, acrescido dos tributos sobre o
lucro e das despesas financeiras líquidas das receitas financeiras.
Ebit é a sigla em inglês para Earnings before interest and taxes, que
é o LAJIR, ou seja, Lucro antes dos juros e tributos. O Ebit demonstra
o lucro operacional da empresa, sem incluir o resultadofinanceiro,
dividendos, juros sobre o capital próprio, resultado de equivalência
patrimonial e outros resultados não operacionais.
Esse indicador apresenta o verdadeiro lucro contábil a partir das
atividades ligadas ao negócio, isto é, o quanto a empresa obteve de
lucro se só considerasse as operações realizadas por sua atividade-fim.
Ebitda
A Instrução CVM 527, de 4/10/2012, define Lajida (Ebitda) da
seguinte forma:
Lajida (Ebitda): resultado líquido do período, acrescido dos tributos sobre
o lucro, das despesas financeiras líquidas, das receitas financeiras e das
depreciações, amortizações e exaustões.
Sigla em inglês para Earnings before interest, taxes, depreciation and
amortization, o Ebtiba é chamado no Brasil de Lajida, ou seja, Lucro
antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
Quando fazemos a análise do demonstrativo de resultados do
exercício (DRE) de uma empresa, as depreciações e amortizações
entram como “despesa”, que gerencialmente reduz o lucro da
organização. Então, no momento de analisar o Ebitda, devemos
desconsiderar as depreciações e amortizações.
O Ebitda é um indicador que costuma se aproximar bastante da
geração de caixa do negócio. Porém, é preciso tomar certos cuidados,
pois ele não corresponde exatamente ao fluxo de caixa, já que alguns
valores podem nunca ser recebidos e algumas despesas nunca pagas.
Ilustração do cálculo do Ebitda
No ano de 2X16, o Ebitda da empresa totalizou R$ 491,4 milhões (R$
538,7 milhões em 2X15 com margem de 22,5%; 24,9% em 2X15).
Mesmo com a melhora na margem bruta e decréscimos nominais nas
despesas de logística, administrativas, vendas e tecnologia da
informação, a retração das vendas e a manutenção de investimentos
competitivos em marketing e inovação provocaram uma queda da
margem Ebitda frente ao 2X15.
Dados consideram a operação e o custo de transação da empresa
no 4o trimestre.
Ebitda (R$ milhões)
O Ebitda não é uma medida utilizada nas práticas contábeis
adotadas no Brasil, não representando o fluxo de caixa para os
períodos apresentados. Também não deve ser considerado como
alternativa ao lucro líquido na qualidade de indicador do desempenho
operacional ou ao fluxo de caixa na qualidade de indicador de
liquidez. Além disso, não tem um significado padronizado e sua
definição na sociedade, eventualmente, pode não ser comparável ao
Lajida ou Ebitda definido por outras empresas. Ainda que o Ebitda
não forneça, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil,
uma medida do fluxo de caixa, a administração o utiliza para
mensurar o desempenho operacional da sociedade. Adicionalmente,
entende-se que determinados investidores e analistas financeiros
utilizam o Ebitda como indicador do desempenho operacional de uma
empresa e/ou de seu fluxo de caixa.
Dados dos anos de 2X16 e 2X15 (em R$)
Endividamento
Exemplo ilustrativo da empresa Lomati – comparativo 2X16 e 2X15
Ano 2X16
Dívida líquida / Ebitda = 1.675,4 / 1.554,5 = 1,08
Total da dívida / Ebitda = 3.371,4 / 1.554,5 = 2,17
Ano 2X15
Dívida líquida / Ebitda = 1.233,8 / 1.609,0 = 0,77
Total da dívida / Ebitda = 2.543,1 / 1.609,0 = 1,58
A maior alavancagem atual (1,08 dívida líquida / Ebitda) reflete
principalmente nos investimentos em Lomati (logística, manufatura e
TI) e na maior necessidade de capital de giro. O aumento de 32,6%
do total da dívida deve-se sobretudo à menor geração de caixa e à
manutenção dos investimentos em Lomati (R$ 505,7 milhões em
2X16).
Mesmo que de forma antecipada a empresa tenha aproveitado
algumas oportunidades de captação ao longo do ano para futuros
movimentos de rolagem de dívida, isso explica o aumento de 29,5%
de caixa e aplicações financeiras.
Esse relatório contém informações futuras e não são apenas fatos
históricos, mas refletem os desejos e as expectativas da direção da
empresa. As palavras “antecipa”, “deseja”, “espera”, “prevê”,
“pretende”, “planeja”, “prediz”, “projeta”, “almeja” e similares
identificam as afirmações que, necessariamente, envolvem riscos
conhecidos e desconhecidos.
Riscos conhecidos incluem incertezas, que não são limitadas ao
efeito de: competitividade dos preços e produtos, aceitação dos
produtos no mercado, transições de produto da empresa e seus
competidores, aprovação regulamentar, moeda, flutuação da moeda,
dificuldades de fornecimento e produção e mudanças na venda de
produtos, entre outros riscos. Esse relatório também contém algumas
informações pró-forma, elaboradas pela empresa a título exclusivo de
informação e referência, portanto, são grandezas não auditadas.
Análise horizontal
A análise horizontal é uma técnica utilizada para examinar a evolução
histórica dos valores que compõem o patrimônio da empresa e para
evidenciar a relação de cada conta das demonstrações contábeis entre
os períodos. Neste livro, considera-se uma relação entre dois períodos
para facilitar o entendimento deste instrumento de análise contábil.
Estabelece-se uma base de referência – o período anterior em relação
ao atual –, de acordo com a “idade” das contas consideradas na
análise.
Com base nesse pressuposto, os valores do período mais recentes
são expressos em percentagem, em relação ao valor do período
anterior. Por esse motivo, o primeiro exercício, com base 100, mostra
a evolução dos períodos em comparação a essa base inicial. Dado o
modelo de balanço patrimonial, apresentado no quadro 1, calculam-se
os índices da análise horizontal.
Balanço patrimonial dos exercícios encerrados em
31/12/20X3 e 31/12/20X4
Quadro 1. Modelo de balanço patrimonial com análises horizontal e vertical
Utiliza-se o seguinte método:
Com base no quadro 1, exemplificam-se os cálculos das seguintes
contas:
Demonstração do resultado dos exercícios encerrados em
31/12/20X3 e 31/12/20X4
Quadro 2. Modelo de demonstração de resultados com análises horizontal e
vertical (em R$)
Na análise horizontal da demonstração de resultados, utiliza-se a
mesma fórmula:
Tomando-se por base o quadro 2, calculam-se os seguintes índices
(em R$):
Análise vertical
Análise vertical é a posição relativa de uma conta, contida nas
demonstrações contábeis, mensurada como um percentual em relação
a um valor de base igual a 100%. Seu objetivo é verificar a evolução,
ao longo do tempo, da composição percentual das contas do balanço
patrimonial e da demonstração do resultado do exercício.
No balanço patrimonial, o valor total do ativo, ou passivo, é
considerado como base, ou seja, igual a 100%. Assim, a fórmula de
sua apuração é a seguinte:
Na demonstração de resultado, a receita líquida de vendas é a
base, ou seja, 100%.
Dado o modelo de balanço patrimonial, expresso no quadro 1,
calculam-se os índices da análise horizontal:
Índice AV (20X3)
Estoques de produto × 100 = 1.220 × 100 = 16,36% Total do ativo:
7.455
Índice AV (20X4)
Estoques de produto × 100 = 1.500 × 100 = 15,88% Total do ativo:
9.446
Na análise vertical da demonstração de resultados, tomando-se por
base o quadro 2, calculam-se os seguintes índices (em R$):
Índice AV (20X3) = Impostos × 100 = 6.500 × 100 = 16,88% Vendas:
38.500
Índice AV (20X4) = Impostos × 100 = 11.000 × 100 = 19,68%
Vendas: 55.900
1.
Exercícios
Calcule os seguintes índices de análise vertical do balanço
patrimonial:
Ativo circulante (em R$)
Ativo não circulante (em R$)
2.
Passivo circulante (em R$)
Patrimônio líquido (em R$)
Calcule os seguintes índices de análise vertical da demonstração de
resultado (em R$):
3. Calcule os seguintes índices de análise horizontal do balanço
patrimonial:
Ativo circulante (em R$)
Ativo não circulante (em R$)
Passivo circulante (em R$)
4.
Patrimônio líquido (em R$)
Calcule os seguintes índices de análise horizontal da demonstração
de resultado (em R$):
Capital de giro como instrumento de gestão
Como pensar o capital de giro como instrumento de
gestão
A estrutura conceitual de capital de giro aparenta ser estática,
principalmente em razão de os estudos estarem voltados quase
sempre à mesma prática profissional. Atualmente, nas empresas,o
tema capital de giro já progrediu muito, restando a necessidade de
adequar sua teoria às novas práticas. Isso é fazer ciência. Um início
razoável em direção às novas teorias parte, como sempre, de
indagações de interessados, como os executivos das áreas contábeis e
financeiras em geral. A seguir, é mencionada uma série de perguntas,
simples e diretas, que exigem respostas da mesma forma. O progresso
ocorrerá se houver continuidade do assunto, em sucessivas discussões.
Perguntas e respostas básicas sobre capital de giro
1. Qual a importância da administração de capital de giro?
Cerca de 60% do tempo de um gestor financeiro é dedicado à gestão
do capital de giro (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 378).
2. O que é capital de giro?
Formado por dinheiro, estoque de mercadorias e valores a receber,
capital de giro é tudo aquilo que a empresa tem a seu dispor para
circular e produzir recursos, isto é, promover o giro empresarial,
chamado também de giro operacional. A compra de mercadorias,
quando feita à vista, volta a ser dinheiro, normalmente num volume
maior devido aos gastos agregados e ao lucro. Se a venda for a prazo,
o giro (a circulação) se converte em mercadorias e elas se
transformam em valores a receber que, quando quitados pelos
clientes, voltam à forma de dinheiro, completando o ciclo.
Capital de giro bruto refere-se aos ativos circulantes e, no de
capital de giro líquido, relaciona-se aos ativos circulantes menos
passivos circulantes [CG = AC – PC].
3. O que se entende por política de capital de giro?
Políticas de capital de giro são as decisões básicas sobre os níveis de
cada categoria de ativo circulante e como eles poderão ser
financiados.
4. Como surgiu a expressão capital de giro?
Segundo Weston e Brigham (2000, p. 379), um velho mascate ianque
lotava sua carroça de mercadorias. O giro era o que ele vendia ou
“girava” para obter seus lucros. O financiamento com capital próprio
ocorria quando a carroça e o cavalo eram de sua propriedade. O
empréstimo de capital de giro era composto pelos recursos tomados
por empréstimo para comprar mercadorias.
•
•
•
•
5. Qual a relação entre ciclo de caixa e capital de giro?
O conceito de capital de giro ilustra a relação entre ciclo de caixa e
capital de giro. O velho mascate ianque efetuava empréstimos para
comprar mercadorias, vendia os itens em estoque e conseguia o
numerário para pagar o empréstimo tomado. Como tinha capacidade
para pagar a dívida, o banco lhe concedia um novo empréstimo, com
o qual continuaria comprando as mercadorias para revenda,
mantendo, portanto, o ciclo de caixa e satisfazendo as necessidades de
capital de giro.
6. O que é ciclo de caixa?
Ciclo de caixa é a extensão de tempo desde o pagamento da mão de
obra, dos materiais e das despesas operacionais e administrativas até
a cobrança de contas a receber (de clientes), geradas pela venda do
produto final (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 382).
7. O que é modelo de ciclo de caixa?
Modelo de ciclo de caixa é o que focaliza a extensão de tempo entre o
momento em que a empresa realiza os desembolsos e aquele em que
registra as entradas de caixa (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 382).
8. Quais são os termos utilizados no modelo de ciclo de caixa?
O modelo emprega os seguintes termos:
Prazo de conversão de estoque
Prazo de cobrança das contas a receber
Prazo de pagamento das contas a pagar
Ciclo de caixa
9. O que é prazo de conversão de estoque?
Prazo de conversão de estoque é a extensão média de tempo
requerida para converter os materiais em produtos acabados e, então,
vendê-los.
Exemplo
Os estoques médios da Indústria Alfa, no final do ano de 20X5, são R$
4 milhões e as vendas R$ 20 milhões. O prazo de conversão do
estoque é 72 dias.
Planejamento e controle de estoque (PCE) = Estoques /Vendas por dia
10. O que é prazo de cobrança das contas a receber? (prazo médio de
recebimento – PMR)
É o tempo médio requerido para converter as contas a receber em
caixa, isto é, recolher o caixa após a venda, sendo PMR o prazo médio
de recebimento das contas a receber.
PMR = Contas a receber / Vendas / 360
Exemplo
As contas a receber da Indústria Alfa, no final do ano de 20X5,
somam R$ 1 milhão e as vendas R$ 15 milhões, o prazo médio de
recebimento é 24 dias.
11. O que é prazo de pagamento das contas a pagar?
É a extensão média de tempo entre compra de materiais, mão de
obra, despesas operacionais e pagamento delas.
PMP = Contas a pagar / CMV / 360
Exemplo
As contas a pagar da Indústria Alfa, no final do ano de 20X5, somam
R$ 1 milhão e o custo das mercadorias vendidas R$ 15 milhões,
então, o prazo médio de pagamento das contas a pagar é 24 dias.
12. Como se expressa a equação do ciclo de caixa?
Ciclo de caixa = PCE + PMR – PMP
13. Como se representa graficamente o modelo de ciclo de caixa?
Fonte: Weston e Brigham, 2000 p. 384.
14. Como o modelo de ciclo de caixa pode ser usado para melhorar a
gestão dos ativos circulantes?
Exemplo 1: Redução da necessidade de capital de giro
A sociedade empresarial Nortenha necessita de investimento de R$
100.000 por dia de operação. Esse investimento deve ser financiado
por 72 dias, que é o ciclo de conversão de caixa. Isso implica a
necessidade de financiamento de R$ 100.000 × 72 = R$ 7,2
milhões. Se a Empresa Nortenha pudesse reduzir o ciclo de caixa para
60 dias, a necessidade de financiamento do capital de giro seria
reduzida para R$ 1,2 milhão.
Exemplo 2: Cálculo do ciclo de caixa
A Empresa Sulense possui estoques médios de R$ 2 milhões e vendas
anuais de R$ 10 milhões. O valor de contas a receber é R$ 1 milhão.
Tem em média 30 dias para pagar as despesas com mão de obra,
materiais e despesas operacionais. O custo das mercadorias vendidas
é R$ 15 milhões por ano. As contas a pagar representam em média R$
1 milhão. Calcule o prazo médio de conversão do estoque, o prazo de
cobrança dos recebíveis, o prazo de pagamento de contas a pagar e o
ciclo de caixa.
Prazos e ciclo de caixa Cálculos Dias
Prazo médio de conversão do
estoque
R$ 2.000.000/[R$ 10.000.000/360]
=
72
Prazo de cobrança dos recebíveis R$ 1.000.000 / [R$ 10.000.000/360]
=
36
Prazo de pagamento de contas a
pagar
R$ 1.000.000 / [R$ 8.000.000/360]
=
45
Ciclo de caixa 153
Alavancagem operacional
Conceito
Segundo Weston e Brigham (2000, p. 350) “a alavancagem é o uso de
uma alavanca para levantar um objeto pesado com uma força
reduzida”. Isso representa uma noção básica nos estudos da física, ou
seja, empregar uma alavanca para reduzir a força necessária. Nos
negócios, a lucratividade dos produtos e serviços varia em
decorrência dos custos fixos. Logo, o objeto pesado é o custo fixo. O
problema que se apresenta é como reduzir o custo fixo, e a solução
reside em como “levantar” os custos fixos com uso de uma alavanca.
O ponto de partida da alavancagem operacional é o aumento das
vendas em contrapartida aos custos fixos, sendo determinada em
razão da relação entre as receitas operacionais e o lucro antes de juros
e imposto de renda (LAJIR). Os custos de produção fixos das empresas
permanecem inalterados em determinados intervalos de produção e
venda. Representam, assim, a ideia de que quanto maior a produção,
menor é seu peso relativo; quanto menor a produção, maior o peso
dos custos fixos.
Sabe-se que o custo de produção consiste na soma dos custos fixos
com os variáveis, conforme simbolizado pela seguinte fórmula:
Custos de produção = Custos fixos + Custos variáveis ou em notação
matemática: CP = CF + CV
Ponto de equilíbrio
A análise do custo-volume-lucro é elaborada para determinar os
níveis de venda (NV) necessários para se igualar o custo total – custos
fixos (CF) mais os custos variáveis (CV) – e avaliar a lucratividade
associada a diferentes níveis de operação. O ponto de equilíbrio
operacional ocorre quando o nível de vendas, diminuído da somatória
de custos fixos e custos variáveis, se igualar a zero.
NV – (CF + CV) = 0
O lucro operacional antes do imposto de renda (LAJIR) é obtido pela
seguinte fórmula:
LAJIR = (PV – QV) – CF – (CV x QV)
LAJIR = QV– (PV – CV) – CF
A partir da fórmula do LAJIR, determina-se o ponto de equilíbrio
em QV:
Onde: PV = preço de venda
QV = quantidade vendida
O ponto de equilíbrio operacional é calculado em termos de
receita de vendas (RV). Substitui-se a margem de contribuição (MC),
que é 100%, menos os custos de produção variáveis totais como
percentagem de vendas (CV%) no denominador da equação:
Demonstração do LAJIR
A seguir, demonstram-se os lucros operacionais antes dos juros e do
imposto de renda (LAJIR) mediante a simulação de valores para o
1.
2.
preço de venda unitário, o valor dos custos fixos e a equação dos
custos variáveis.
Parâmetros Empresa A Empresa B
– Quantidade vendida (QV) em unidades 20.000 20.000
– Preço de venda (PV) unitário R$ 5,00 R$ 5,00
Custos de produção
– Fixos R$ 50.000 R$ 60.000
– Variáveis por unidade vendida R$ 1,50 R$ 1,50
Resultados
– Valor de venda (VE = PV x QV) R$ 100.000 R$ 100.000
– Custo de produção (CT= CF + CV) R$ 80.000 R$ 90.000
– Lucro operacional (LAJIR = VE – CT) R$ 20.000 R$ 10.000
– Ponto de equilíbrio em unidades (QV) 14.285 17.142
O ponto de equilíbrio é calculado pela seguinte fórmula:
Efeitos da mudança nos custos fixos
No lucro operacional – LAJIR: o aumento de 20% nos custos fixos
da empresa B provocou redução de 50% no lucro operacional
(LAJIR).
No ponto de equilíbrio: o aumento de 20% nos custos fixos da
empresa B provocou elevação de 20% no número de unidades no
ponto de equilíbrio.
Grau de alavancagem operacional (GAO)
O grau de alavancagem operacional (GAO) mede a variação no lucro
em razão da alteração nas vendas. Por esse motivo, o GAO é definido
como a mudança percentual nos lucros antes de juros e imposto de
renda (LAJIR) associada à mudança percentual específica nas vendas.
Onde:
ΔLAJIR = mudança percentual no lucro operacional
ΔQ = mudança nas unidades de produção
= mudança percentual na produção
O índice da mudança de percentual no LAJIR em relação à
mudança percentual na produção é:
Onde:
O LAJIR inicial é dado por Q (P –V) – CF
ΔQ(P – V), sendo:
P = preço de venda por unidade
V – custo variável por unidade
CF = custos fixos
Ilustração 1
Em nível de 100.000 unidades vendidas, o GAO é calculado com
uso da fórmula:
GAO = Q (P – v) = 100.000 (5,00 – 2,00) = 1,20
Q (P – V) – CF 100.000 (5,00 – 2,00) – 50.000
Cálculo do grau de alavancagem operacional para uma mudança
nas unidades de produção, de 100.000 para 120.000:
Efeitos
Um aumento de 20%, por exemplo, de 100.000 para 120.000
unidades, o lucro operacional aumenta em 1,20 × 20% = 24%.
Portanto, (1 + 24%|) × R$ 250.000 = R$ 310.000.
GAO = Q (P – CV)
L0
Ou seja, o grau de alavancagem corresponde à margem de
contribuição unitária (P – CV da fórmula) multiplicado pela
quantidade e dividido pelo lucro operacional. Como a margem de
contribuição unitária pela quantidade representa a margem de
contribuição total, temos que a expressão representa a margem de
contribuição total pelo lucro operacional. Quando a empresa está
próxima do ponto de equilíbrio, o lucro operacional aproxima-se de
zero. Isso aumenta o GAO.
O grau de alavancagem operacional (GAO) mede a sensibilidade
de variações do LAJIR a variações das vendas. Quando o GAO for
superior a 1, existe alavancagem operacional. Veja-se a ilustração a
seguir para se chegar a uma resposta:
Ilustração 2
O GAO = 1,20 significa que o aumento de 20% nas vendas
resultou no aumento de 24% no LAJIR.
1.
2.
Exercícios
Se uma empresa apresenta grau de alavancagem operacional igual a
2, então seu lucro líquido cresce duas vezes mais rápido que suas
vendas.
( ) Certo ( ) Errado
Solução
A alavancagem operacional pode ser entendida, também, como
uma forma de previsão da variação do lucro operacional em um
específico nível de vendas. Se a alavancagem operacional for
alta, uma pequena elevação percentual nas vendas produz um
aumento maior no percentual de lucro. Por exemplo, as vendas
foram elevadas em 20%, se o GAO = 2, pode-se afirmar que o
lucro cresce duas vezes a mais do que o das vendas. De 100.000
para 120.000 unidades, o lucro operacional aumentou em 2 ×
20% = 40%. Portanto, o lucro de R$ 250.000 passa para R$
250,000 x 1,4 = R$ 350.000.
(x) Certo ( ) Errado
O grau de alavancagem operacional é utilizado para mensurar a
relação lucro-venda. Portanto, é correto afirmar que a alavancagem
ocorre quando o aumento percentual das vendas é maior que o
crescimento percentual dos lucros?
( ) Certo ( ) Errado
Solução
O grau de alavancagem operacional (GAO) mede a sensibilidade
das variações do LAJIR em relação às variações de venda. Assim,
se o aumento percentual das vendas for maior que o crescimento
percentual dos lucros, o GAO será inferior a 1 e não existirá
alavancagem.
( ) Certo (x) Errado
Alavancagem financeira
O grau de alavancagem financeira (GAF) “é a mudança percentual
nos lucros disponíveis aos detentores de ações ordinárias associada a
uma dada mudança percentual nos lucros antes dos juros e impostos”
(LAJIR) (WESTON e BRIGHAM, 2000, p. 678).
Segundo Gitman (2010, p. 476), a alavancagem financeira pode
ser definida como “o uso potencial de custos financeiros fixos para
ampliar os efeitos de variações no lucro antes de juros e imposto de
renda sobre o lucro por ação”. Os custos financeiros a que se refere o
citado autor são: os juros de dívida e os dividendos preferenciais.
Prosseguindo, Gitman (2010, p. 476) define o grau de
alavancagem financeira (GAF) como “o valor numérico da
alavancagem financeira da empresa”. A fórmula, a seguir, representa
a definição de GAF:
Haverá alavancagem operacional sempre que o grau de
alavancagem financeira for superior a um, ou seja, GAF > 1.
Demonstração da aplicação dos conceitos de grau de
alavancagem financeira
O quadro 1, a seguir, apresenta três colunas, a coluna denominada
Base é considerada referência para construir o Cenário A, onde se
reduz em 50% o valor das vendas e se aumenta em 50% para o
Cenário B.
Quadro 1. Ilustração das demonstrações do LAJIR e do lucro por ação
(em R$)
O quadro 1 demonstra a aplicação dos conceitos de grau de
alavancagem financeira. Para tanto, é necessário determinar a
variação percentual no lucro por ação (LPA) e a do lucro antes de
juros e imposto de renda (LAJIR) e, finalmente, calcular o grau de
alavancagem financeira (GAF).
Cálculo da variação percentual no LPA (% ΔLPA)
% ΔLPA(cenário A) =(LPA / LAJIR) –1 = (158.500 / 80.500) – 1 =
1,96894 – 1 = 0,968
% ΔLPA(cenário B) = (2.500 / 80.500) – 1 = 0,03106 – 1 = 0,96894
Cálculo da variação percentual no LAJIR (% ΔLAJIR)
% ΔLAJIR(cenário A) = (70.000 – 190.000) / 190.000 = 120.000 /
190.000 = 0,63158
% ΔLAJIR(cenário B) = (310.000 / 190.000) = 120.000 / 190.000 =
0,63158
Cálculo do GAF
GAF(cenário A) = 0,96804 / 0,63158 = 1,53273
GAF(cenário B) = 0,96804 / 0,63158 = 1,53273
Como em ambos os cenários de vendas inferiores e superiores aos
valores “base”, do quadro 1, o GAF é superior a 1, ou seja, GAF > 1,
pode-se afirmar que há alavancagem financeira. Por outro lado, esses
resultados permitem também as seguintes conclusões:
a. No cenário A: o aumento no LAJIR de R$ 190.000 para R$
310.000 resultou no aumento de 96,89% no lucro por ação, de R$
8,05 para R$ 15,85.
b. No cenário B: a redução no LAJIR de R$ 190.000 para R$
70.000 resultou na redução de 96,89% no lucro por ação (de R$ 8,05
para R$ 0,25).
Alavancagem total
O efeito combinado da alavancagem operacional com a alavancagem
financeira permite que se avalie a repercussão que uma alteração no
volume de vendas promove ao resultado operacional e líquido.
A operação da empresa num nível alto de alavancagem
operacional e financeira pode provocar alterações no volume de
atividade e mudanças nos resultados líquidos dos proprietários. A
alavancagem é total quando combina as duas alavancagens,
precisando, contudo, quantificar seus efeitos para fins de tomadas de
decisão.
Grau de Alavancagem Total (GAT)
O GAT é o resultante do produto GAO x GAF, ou também pode ser
mensurado pela relação entre a variaçãodo resultado líquido e a
variação do volume de atividade.
GAT = GAO x GAF
ou
GAT = ΔLL / ΔVA
Sendo:
ΔLL= variação no lucro líquido
ΔVA = variação no volume de atividade
Sempre que o GAT for maior que 1,0, há indicação de que a
empresa tem capacidade de alavancagem total. Ou seja, qualquer
variação no volume de atividade provoca uma mudança mais que
proporcional nos resultados líquido dos proprietários.
O quadro 2, a seguir, apresenta três colunas: a coluna Base é
considerada referência para construir o Cenário A, onde se aumenta
em 65% o valor das vendas e se reduz em 65% no Cenário B.
Quadro 2. Ilustração das bases para o cálculo da alavancagem total
(em R$)
O quadro 2 demonstra a aplicação dos conceitos de grau de
alavancagem financeira total. Para tanto, é necessário determinar o
grau de alavancagem operacional (GAO) e a alavancagem financeira
(GAF).
GAO = Margem de contribuição = R$ 160,00 = 1,23077
LAIR R$ 130,00
GAF = ΔLL = 100% = 1,25
ΔLOP 80%
ΔLL = R$ 169,00 – 1 = 2 – 1 = 100%
R$ 84,50
ΔLOP = 1 – R$ 16,90 = 1 – 0,20 = 80%
R$ 84,50
Ou
GAT = GAO × GAF = 1,23077 × 1,25 = 1,53
Abordagem de Martins (1980, p. 59-65)
A alavancagem financeira é a relação entre passivo exigível e
patrimônio líquido. É vista como a utilização de recursos de terceiros
para melhoria do retorno do capital próprio empregado e analisada
como a relação entre retorno de investimento e custo do
financiamento desse investimento. Além de ser um diferencial em
acréscimo ou decréscimo da taxa de retorno do patrimônio líquido.
Assim, Martins (1980, p. 59) define o grau de alavancagem financeira
como “a relação entre o retorno sobre o patrimônio líquido e o
retorno sobre o ativo, onde o primeiro retorno é o lucro líquido e o
segundo o lucro antes das despesas financeiras”. Martins (1980, p. 61
e 62) desenvolve o conceito matemático de grau de alavancagem
financeira (GAF) da seguinte forma:
LL = RSA × PL + (RSA – CD) × POE
LL = RSA + (RSA – CD) × POE
PLPL
Sendo GAF = RSPL = PL
RSARSA
RSA + (RSA – CD) × POE
PL = GAF = RSA
Onde:
LL = lucro líquido
RSA = retorno sobre ativo [= LADF / AT]
LADF = lucro antes das despesas financeiras
AT = ativo total
PL = patrimônio líquido
CD = custo da dívida [= DF / P]
DF = despesas financeiras
POE = passivo originador das despesas financeiras
GAF = grau de alavancagem financeira
RSPL = retorno sobre patrimônio líquido [= LL / PL]]
Exemplo
Balanço patrimonial – período encerrado em 31/12/2X15. Elaborado
de acordo com a abordagem de Martins (1980, p. 59).
Balanço patrimonial R$
Ativos monetários 224.500,00
Passivos monetários 141.500,00
Total – ativo 83.000,00
Empréstimos 43.750,00
Capital social 39.250,00
Total – passivo 83.000,00
Demonstração do resultado – Período encerrado em 31/12/2X15.
Elaborado de acordo com a abordagem de Martins (1980, p. 59).
Demonstração de resultados R$
Receitas operacionais 100.000,00
Despesas operacionais 60.000,00
Lucro antes das despesas financeiras (LADF) 40.000,00
Despesas financeiras 30.000,00
Lucro líquido 10.000,00
GAF = RSPL =25,47% = 0,52853 = 52,85%
RSA 48,19%
1.
2.
3.
Exercícios resolvidos
A empresa Exemplar Ltda. possui um LAJIR = R$ 100.000,00 e
incorreu em despesas financeiras de R$ 70.000,00. Calcular a
alavancagem financeira:
Resposta:
Sendo:
LAJIR = Lucro antes dos juros e imposto de renda
LAIR = Lucro antes do imposto de renda
LAIR = LAJIR – JUROS
GAF = LAJIR = 100.000,00 = 100.000,00 = 3,33
LAIR (100.000,00 – 70.000,00 = 30.000,00
A empresa Exemplar Ltda. não possui endividamento, ou seja,
utiliza seus próprios capitais. No mês findo em 31/05/2X15, apurou
um LAJIR de R$ 100.000,00. Calcular a alavancagem financeira.
Explique a solução encontrada.
Resposta:
GAF = LAJIR = 100.000,00 = 1
LAIR (100.000,00 – 0)
Esta questão demonstra que não há grau de alavancagem
financeira. De acordo com a teoria, quando o GAF = 1,0, não
ocorre alavangem financeira. A razão disso é que não há
remuneração do capital de terceiros.
A empresa Exemplar Ltda. apresenta a seguinte demonstração do
resultado do exercício:
LAJIR = 90.000 (Lucro antes dos juros e imposto de renda) JUROS
= 20.000
LAIR= 70.000 (Lucro antes do imposto de renda)
IR 35% = 24.500 (Imposto de renda)
LLDIR = 45.500 (Lucro líquido depois do IR)
DP = 8.500 (Dividendos preferenciais)
Lucro = 37.000 (Lucro disponível para os acionistas ordinários)
4.
5.
Calcular a alavancagem financeira.
Resposta:
GAF = LAJIR = 90.000
{(LAIR – [DP × (1/(1 – IR)]} 70.000
{[8.500 × (1/(1 – 0,35)]} 70.000
70.000 – {[8.500 × (1/(1 – 0,35)]}
70.000 – [8.500 × (1/0,65)]
70.000 – 8.500 × 1,53846
70.000 – 13.076,91
56.923,09 GAF = 90.000
90.000,00/56.923,09 = 1,58
Os dados simplificados da empresa Exemplar Ltda., em
31/05/2X25, são:
LAJIR = R$ 80.000,00 (Lucro antes dos juros e IR)
JUROS = R$ 16.000,00
LAIR = R$ 64.000,00 (Lucro antes do imposto de renda)
IR 35% = R$ 22.400,00 (Imposto de renda)
LLDIR = R$ 41.600,00 (Lucro líquido depois do IR)
DP = R$ 21.600,00 (Lucro disponível para os acionistas ordinários)
Calcular o GAF
Resposta:
GAF = LAJIR = 80.000
{(LAIR – [DP × (1/(1 – IR)]}
64.000 – [21.600 × [(1/(1 – 0,35)]
64.000 – 21.600 × 1,53846
64.000 – 33.230,73
30.769,26
GAF = 80.000
80.000/30.769,26 = 2,60
A Ibitinga Gás Ltda. espera um lucro antes de juros e de imposto de
renda de R$ 4.000em 23/05/2X15, tem um custo de dívida de
longo prazo de R$ 1.000 por mês. Seu imposto de renda é de 35% e
tem 2.000 ações ordinárias. Calcule o grau de alavancagem
financeira considerando uma variação de 20% para mais e para
menos no LAJIR.
Resposta:
GAF = Variação percentual no LPA = 26,67% = 1,33 Variação
percentual no LAJIR: 20%
Cinco fórmulas para cálculo de índices/quocientes
financeiros
Índices de solvência
Quociente de liquidez
corrente
Ativo circulante / Passivo circulante AC / PC
Quociente de liquidez
seca
(Ativo circulante – estoques) / Passivo
circulante
[AC – E] /
PC
Capital de giro Ativo circulante – Passivo circulante AC – PC
Índices de atividade
Rotação de estoque Custo das vendas / Média do estoque CMV/Em
Número de dias de
estoque
365 dias / Rotação de estoque 365/RE
Rotação de contas a
receber
Vendas a prazo / Média de contas a
receber
VP/[Ci+Cf]/2
Rotação do capital de
giro
Vendas líquidas / Média do capital de
giro
VL/CGm
Número de dias de
contas a receber
365 dias / Rotação de contas a receber 365/CRm
Ciclo operacional Número de dias de estoque + Número de
dias de contas a receber
NDE +
NDCR
Rotação de ativo
imobilizado
Vendas líquidas / Ativo imobilizado
líquido
VL/AIL
Rotação total de
ativos
Vendas líquidas / Média total de ativos VL/Tam
Índices de alavancagem
Dívida total por
patrimônio
Passivos totais / Patrimônio dos acionistas PT/PL
Quociente
patrimonial
Patrimônio de acionistas ordinários / total de
ativos
PL/TA
Rendimento de
juros
(Lucro líquido + Despesas de Juros +
Imposto de renda) / Despesas de Juros
[LL+DJ+IR]/DJ
Índices de rentabilidade
Margem de lucros sobre
vendas
Lucro líquido depois dos impostos
/ Vendas líquidas
LLDIR/VL
Rentabilidade sobre ativos Lucro líquido depois de impostos /
Média total de ativos
LLDIR/Tam
Rentabilidade sobre
patrimônio dos acionistas
Lucro líquido depois dos impostos
/ Patrimônio líquido
LLDIR/PL
Índices por ação
Lucro por ação Lucro líquido disponível para acionistas
ordinários / média de ações em circulação
LLDAO/MAC
Valor contábil por
ação
Patrimônio dos acionistas / ações em
circulação
PL/AC
Rendimento de Dividendos por ação / Valor de mercado por DA/VMA
ações ordinárias ação
Índice Preço –
Lucro
Preço de mercado / lucro por ação PM/LA
Índice de
pagamento de
dividendo
Dividendos por ação / Lucro por ação DA/LA
Siglas
Quociente de liquidez –
QLC
QLC = Ativo circulante / Passivo circulante
Quociente de liquidez
seca (imediata) QLI
QLI = [AC – Estoque] / PC
Capital de giro líquido
– CGL
CGL = AC – PC
Índice de atividade
Rotação (rotatividade)
de estoque – RES
RES = CMV / Estoque médio
Número de dias de
contas a receber – NCR
NCR = 360 / TRCR
Ciclo operacional– COP COP = NDE + NCR
Rotação do ativo
imobilizado – RAI
RAI = Vendas líquidas / ativos imobilizados
Rotação do total de
ativos – RTA
RTA = [Lucro líquido + despesas de juros + imposto de
renda] / despesa de juro
Alavancagem
Índice de dívida /
patrimônio – IDP
IDP = passivos totais / patrimônio acionistas
Quociente patrimonial
– QPA
QPA = patrimônio ações ordinárias / total de ativos
Rendimento de juros –
RJU
RJU = [lucro líquido + despesas de juros + imposto de
renda] / despesa de juros
Índice de rentabilidade
Margens de lucro sobre
vendas – MLV
MLV = lucro líquido depois de impostos / vendas
Rentabilidade sobre
ativos – RSA
RSA = lucro líquido depois de impostos / média do
patrimônio líquido dos acionistas ordinários
Índice por ação
Lucro por ação – LPA LPA = lucro líquido disponível para acionista
ordinários / média de ações em circulação
Valor contábil por ação
– VCA
VCA = patrimônio dos acionistas/ações em circulação
Taxa de rendimento
sobre ações – TRA
TRA = dividendos por ação/valor de mercado por ação
Índices preço – lucro –
IPL
IPL = preço de mercado/lucro por ação
Índice de pagamento
de dividendos – IPD
IPD = dividendos por ação/lucro por ação
Exercício: Cálculos de índices financeiros
Com base nos quadros a seguir (1. Demonstrações de resultados, de
20X7 a 20X9 e 2. Balanço Patrimonial para os períodos findos em
20X6, 20X7, 20X8 e 20X9), elabore o Relatório de análise econômico-
financeira para o triênio e mostre os detalhes dos cálculos para o ano
de 20X9.
Quadro 1 – Demonstrações de resultados (em R$)
Quadro 2 – Balanço patrimonial (em R$)
Quadro 3 – Relatório de análise econômico-financeira, de 20X7 a 20X9
(em R$)
Detalhes do cálculo dos índices financeiros para 20X9
Estudo de caso
Fábrica de Calçados Hajime Yoshi
A Fábrica de Calçados Hajime Yoshi utiliza um sistema de custeio por
processo de fabricação organizado em duas grandes fases. A primeira
abrange a preparação do couro e, a segunda, a montagem dos
calçados. A fase de preparação da matéria-prima é feita nos curtumes,
que se encarregam da extração, do processamento e do acabamento
do couro. Ela tem início com a criação dos animais (bovinos, caprinos
entre outros) e termina com o fornecimento do couro como insumo
para empresas de calçado. O processo produtivo é caracterizado pela
aplicação intensiva de mão de obra e pela descontinuidade do fluxo
de produção. Para facilitar a exposição didática do caso, assumiu-se a
premissa de que a fábrica produz apenas uma linha de produtos, sem
diferenciação e em processo único, e utiliza a metodologia do custeio
por absorção, dentro do processo sequencial (processos).
Plano Anual para o ano a findar em 31/12/20X3
Questão 1: as vendas em unidades para os quatro trimestres de 20X3
são: 1o trimestre: 800; 2o trimestre: 700; 3o trimestre: 900; 4o
trimestre: 800. O preço unitário de vendas é R$ 80,00 ao longo do
ano de 20X3.
Questão 2: assumam-se as premissas de que 70% das vendas do
trimestre são recebidas no trimestre da venda e 28% das vendas
trimestrais são cobradas no trimestre seguinte. Os 2% restantes são
incobráveis. Utilize o saldo da conta Clientes no balanço encerrado
em 31/12/20X2.
Questão 3: assumam-se as premissas de que o estoque final desejado
é 10% do próprio trimestre de vendas; o estoque inicial é igual ao
mesmo valor do estoque final do trimestre anterior. O estoque inicial,
em 31/12/20X2, era 80 unidades. O estoque final desejado no 4o
trimestre de 20X3 é 100 unidades.
Questão 4: assumam-se as premissas do estoque final desejado: 10%
das unidades necessárias à produção do próprio trimestre. Utilizam-se
três unidades de matérias-primas por unidade a vender. O estoque
inicial é o mesmo do estoque final do trimestre passado. O estoque
inicial do 1o trimestre é 237 unidades. O estoque final desejado no 4o
trimestre é 250 unidades. O preço unitário da matéria-prima por
unidade é R$ 2,00, em todos os trimestres.
Questão 5: assumam-se as premissas de que os pagamentos são feitos
na base de 50% do mesmo trimestre da compra. O restante é pago no
trimestre seguinte. O saldo em 20X2 será pago no primeiro trimestre
de 20X3.
Questão 6: assumam-se as premissas de que o padrão unitário de
MOD em todos os trimestres é 5 unidades de MOD por unidade
acabada a produzir; o custo por hora de MOD é R$ 5,00 em todos os
trimestres.
Questão 7: assumam-se as seguintes premissas: O CIF fixo por
trimestre é R$ 6.000,00; a taxa de CIF variável: R$ 2,00 por hora de
MOD; depreciação de R$ 3.250,00, por trimestre; todos os CIFs são
pagos no trimestre incorrido.
Questão 8: o orçamento de estoque no final do período é dado como
se segue:
A composição do custo unitário, de R$ 41,00, dos produtos
acabados é detalhada a seguir:
Questão 9: assumindo-se que no ano de 20X3, a taxa de despesas
administrativas e vendas é R$ 4,00 para por unidade de venda,
calcule o total de despesas de administração e vendas variáveis.
Assumam-se os valores de despesas fixas conforme detalhado a seguir
e calcule o total orçado de despesas administrativas e vendas, as quais
são pagas no próprio trimestre incorrido.
Questão 10: os seguintes pagamentos ocorrerão no 1o trimestre:
pagamento do IR do exercício de 20X2, no valor de R$ 4.000; no 2o
trimestre: compra de máquinas no valor de R$ 24.300 e pagamento
no mesmo trimestre; no 2o trimestre: tomada de empréstimo de R$
8.500 e pagamento dele no 3o trimestre com juros de R$ 425. Elabore
o Plano de fluxo de caixa trimestral para 20X3 e o Demonstrativo do
fluxo de caixa pelo método direto anual em 31/12/20X3.
Questão 11: assuma-se o preço unitário de venda: R$ 80, para o ano
de 20X3; a taxa de 20% de IR sobre a Receita antes dos impostos.
Elabore a demonstração de resultados orçada em 31/12/20X3.
Questão 12: Informações sobre o balanço patrimonial em
31/12/20X2 (dado).
O balanço patrimonial de 31/12/20X2 é um dado do problema
que será utilizado como saldo inicial para o exercício de 20X3.
Balanço patrimonial de 31 de dezembro de 20X2
Questão 13: elabore o balanço patrimonial projetado para
31/12/20X3 e uma previsão de insolvência (Kanitz).
Solução do estudo de caso
Questão 1: Plano de vendas – 31/12/20X3
Quadro 1 – Vendas
Questão 2: Plano de cobranças de vendas a prazo
Quadro 2 – Cobranças de vendas a prazo
Questão 3: Plano de produção – unidades a produzir
Quadro 3 – Produção de unidades a produzir
Questão 4: Plano de custos de compra de matéria-prima
Quadro 4 – Custos de compra de matéria-prima
Questão 5: Plano de pagamento de compra a prazo de fornecedores
Quadro 5 – Pagamentos de compras a prazo de fornecedores
Questão 6: Plano de custo de mão de obra direta
Quadro 6 – Custo de mão de obra direta
Questão 7: Plano de custos indiretos de fabricação (CIF)
Quadro 7 – CIF
Questão 8: Plano de composição do custo unitário de produtos
acabados
Quadro 8 – Composição do custo unitário de produtos acabados
Quadro 8.1 – Composição do custo unitário dos produtos acabados
Questão 9: Plano de despesas administrativas variáveis
Quadro 9 – Despesas variáveis de administração e vendas
Questão 10: Plano do fluxo de caixa e equivalentes sem 31/12/20X3
Quadro 10 – Caixa e equivalentes por trimestre em 31/12/20X4
Quadro 10.1 – Demonstração dos fluxos de caixa anual pelo método
direto – em 31/12/20X3
Fluxos de caixa das atividades operacionais R$
Recebimento de clientes 242.460
Pagamentos a fornecedores e empregados (223.682)
Caixa gerado pelas operações 18.778
Juros pagos (425)
IR e contribuição social pagos (4.000)
IR na fonte sobre dividendos recebidos –
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais 14.353
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada “X”, líquido do caixa obtido na aquisição –
Compra de ativo imobilizado (Nota B) –
Recebimento pela venda de equipamento –
Juros recebidos –
Dividendos recebidos –
Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento –
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações–
Recebimento por empréstimo a longo prazo 8.500
Pagamento de passivo por arrendamento (8.500)
Dividendos pagos –
Caixa líquido consumido pelas atividades de financiamento –
Aumento líquido de caixa e equivalentes 14.353
Caixa e equivalentes no início do período 10.000
Caixa e equivalentes no fim do período 24.353
Questão 11: Elaboração da demonstração de resultados em
31/12/20X3
Quadro 11 – Demonstração de resultado, em 31 de dezembro de 20X3
R$ R$
Vendas (3.200 unidades a R$ 80) 256.000
Custo das Mercadorias Vendidas (3.200 unidades a R$ 41) 131.200
Despesas variáveis AV 12.800 144.000
Margem de contribuição 112.000
Menos: Despesas fixas:
CIF 24.000
AV 43.800 67.800
Receita operacional líquida 44.200
Despesas de juros 425
Receita antes dos impostos 43.885
Menos: IR (20%) 8.755
Receita líquida 35.020
Questão 12: Informações sobre o balanço patrimonial em
31/12/20X2 (Dado)
O balanço patrimonial de 31/12/20X2 é um dado do problema que
será utilizado como saldo inicial para o exercício de 20X3.
Questão 13: Elaboração do balanço patrimonial em 31/12/20X3
Quadro 13: Balanço patrimonial orçado em 31 de dezembro de 20X3
Quadro 13.1: Detalhes de apuração de contas
•
•
•
•
•
Previsão de insolvência em 31/12/20X3
Kanitz criou o termômetro de insolvência com a utilização da
seguinte fórmula:
K = (0,05.RP + 1,65 LG + 3,55.LS) – (1,06.LC + 0,33.GE)
Onde:
0,05; 1,65; 3,55; 1,06 e 0,33 são os pesos que devem multiplicar os
índices, os quais são os seguintes:
RP – Rentabilidade do patrimônio LG – Liquidez geral
LS – Liquidez seca
LC – Liquidez corrente
GE – Grau de endividamento
Nos índices foram usadas as seguintes relações:
Rentabilidade do patrimônio é igual ao lucro líquido dividido
pelo patrimônio líquido.
Liquidez geral é igual ao somatório do ativo circulante e do
ativo realizável a longo prazo dividido pelo somatório do
passivo circulante e do passivo exigível a longo prazo.
Liquidez seca é igual ao valor do ativo circulante menos o valor
dos estoques dividido pelo passivo circulante.
Liquidez corrente é igual ao valor do ativo circulante dividido
pelo valor do passivo circulante.
Grau de endividamento é igual ao somatório do passivo
circulante e do passivo exigível a longo prazo dividido pelo
patrimônio líquido.
Fórmula de Kanitz
K = (0,05 × 0,25) + (1,65 × 4,63) + (3,55 × 4,59) –
– (1,06 × 4,63) – (0,33 × 0,08)
K = 0,01 + 7,65 + 16,29 – 4,91 – 0,03 = 19,01 X1 = 35.020 /
142.074 = 0,25
X2 = 51.993 / 11.019 = 4,63
X3 = (51.993 – 500) 11.219 = 4,59
X4 = 51.993 / 11.219 = 4,63
X5 = 11.219 / 142.074 = 0,08
Conclusão: empresa Solvente
De acordo com Kanitz, se, após a aplicação da fórmula o resultado
(K) se situar abaixo de –3, indica que a empresa se encontra numa
situação que poderá levá-la à falência. Evidentemente, quanto menor
esse valor, mais próximo da falência estará a empresa. Do mesmo
modo, se a empresa se encontrar com valor acima de zero, não haverá
razão para o alerta, principalmente se sua posição indicada no
termômetro estiver elevada. Se ela se situar entre zero e –3, tem-se o
que o Kanitz chama de penumbra, ou seja, uma posição que demanda
certa cautela. A penumbra funciona, por conseguinte, como alerta. Se
o fator resultar num valor entre 0 e +7, considera-se que a empresa
se situa na faixa de solvência. As empresas inseridas dentro desses
limites são as que apresentam as menores probabilidades de falência,
tão mais reduzidas quanto mais elevado se apresentar o fator
calculado.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio.
Administração do capital de giro. São Paulo: Atlas, 2012. ASSEF,
Roberto. Guia prático de administração financeira. Rio de Janeiro:
Campus, 1999.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira.
São Paulo: Atlas, 1988.
BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C. Princípios de finanças
empresariais. Lisboa, Portugal. McGraw-Hill, 2007. BRIGHAM, Eugene
F.; HOUSTON, Joel F. Fundamentos da moderna administração
financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
BROOKSON, Stephen. Como entender a contabilidade. 2. ed. São Paulo:
Publifolha, 2001.
CPC 00, 01, 03, 04, 16, 23, 25, 26, 27, 30 e 31 – Comitê de
Pronunciamentos Contábeis. Disponíveis em: <www.cpc.org.br>.
Acesso em: 24 jun., 2015.
FIPECAFI: Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e
Financeiras. Manual de contabilidade societária. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2013.
FIPECAFI. Retorno do investimento. São Paulo: Atlas, 2000.
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro – produtos e serviços. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2013.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Rio de
Janeiro: Harbra, 1997.
HILL, Ned C.; SARTORIS, William L. Short – term financial management
– text and cases. Prentice-Hall Inc. 1994.
IOB A. THOMSON COMPANY. Avaliação de desempenho pelo método
da taxa de retorno do investimento (ROI). São Paulo: Temática Contábil
e Balanços, Bol. 23/2002. 2002.
KANITZ, Stephen Charles. Como prever falências de empresas. Artigo
publicado na revista Exame, dezembro de 1974.
______. Indicadores contábeis financeiros – previsão de insolvência: a
http://www.cpc.org.br
experiência da pequena e media empresa brasileira. Tese de Livre –
Docência entregue ao departamento de Contabilidade da FEA/USP,
1976.
______. Como prever falências. São Paulo: McGraw do Brasil, 1978.
MARTINS, Eliseu; ASSAF NETO, Alexandre. Administração financeira:
As finanças das empresas sob condições inflacionárias. São Paulo:
Atlas. 1996.
OLIVEIRA, Luis Martins de; PEREZ JUNIOR, José Hernandez.
Controladoria estratégica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
OLIVEIRA, Luis Martins de et al. Manual de contabilidade tributária.
13. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de.
Contabilidade avançada. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de; COSTA,
Rogério Guedes. Gestão estratégica de custos. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2011. 338p.
ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W., JAFFE, Jeffrey F.
Administração financeira. São Paulo: Atlas, 2002. SÁ, Antônio Lopes.
Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1998.
SANVICENTE, Antônio Zoratto. Administração financeira. São Paulo:
Atlas, 1995.
SECURATO, José Roberto. Decisões financeiras em condições de risco.
São Paulo: Atlas, 1996.
SOUZA, Ailton Fernando de et al. Contabilidade de custos. São Paulo:
IOB Folhamatic EBS – SAGE, 2014.
_____. Contabilidade na prática. São Paulo: Trevisan, 2014.
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade societária. São
Paulo: Saraiva, 2005.
WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da
Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil
Editora Ltda., 2000.
YOSHITAKE, Mariano. Controladoria. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,
2009.
______; JOBIM, G; SEHN, S. Planejamento tributário. Curitiba: IESDE
Brasil S.A., 2009.
Sociedade da informação
Martini, Renato
9788595450196
176 páginas
Compre agora e leia
Do mesmo modo que a sociedade da informação é
fundamentalmente multidisciplinar, o mesmo se passa com
os ensaios apresentados neste livro, que trazem
contribuições de diversos campos do conhecimento. O livro
introduz o problema conceituando a sociedade da
informação, a infraestrutura da informação e a tecnologia da
informação com o fim de explicar algumas de suas
manifestações sociais de maior impacto na vida atual. A
desmaterialização de processos, o documento eletrônico, as
moedas virtuais, a biometria e a certificação digital, o
tratamento ao sigilo e a difusão do conheci-mento nas redes
são alguns dos temas que repercutem decisivamente na
vida atual.
Compre agora e leia
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788595450196
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788595450196
Marketing pessoal no contexto pós-moderno
Rizzo, Cláudio
9788595450110
153 páginas
Compre agora e leia
O prof. Claudio Rizzo expõe neste livro o verdadeiro
conceito do marketing pessoal, destacando o equívoco
clássico de confundi-locom etiquetas social e profissional. O
texto trata dos elementos básicos de marketing pessoal, tais
como: forma de se vestir, apresentação, comportamento em
entrevistas, focando sua função estratégica na vida
profissional. Com linguagem acessível, o livro analisa a
fundo todas as ações do conceito de marketing conhecido
como "produto pessoa", chamando a atenção para a
necessidade de se identificar a medida ideal dessa
composição. Rizzo mostra, ainda, a importância de se
entender a força de cada elemento em uma carreira de
sucesso.
Compre agora e leia
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788595450110
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788595450110
Revolução Orçamentária
Tozzi, Ana Paula Ribeiro
9788595450059
200 páginas
Compre agora e leia
Este livro fornece aos líderes recursos para olhar dentro de
casa e propõe uma transformação cultural ao promover
ajustes e melhorias em quatro importantes pilares: despesas
e investimentos, processos, caixa e pessoas. OBZ 7.0 é um
projeto que transforma a cultura, dissemina o planejamento
estratégico, tornando-o transparente para todos os níveis da
organização, repensa o processo de construção do
orçamento, redefine processos relevantes, alinha a alocação
dos investimentos e também reduz as despesas. Essa
combinação potencializa os resultados da empresa, melhora
os indicadores de performance e propicia flexibilidade para
enfrentar tanto os períodos de crescimento quanto os de
crise.
Compre agora e leia
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788595450059
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788595450059
O Trust e o direito brasileiro
Neto, Eduardo Salomão
9788599519950
186 páginas
Compre agora e leia
O assunto deste livro é o trust e seu efeito no Brasil. O trust
apareceu na Inglaterra medieval, como resultado da tensão
entre reis e senhores feudais, e se caracteriza pela
transferência de bens a terceiros para que os administrem,
com severas obrigações de cuidado e transparência. A
utilidade do trust evoluiu da simples organização de
patrimônios para servir o mercado financeiro e empresas em
processo de concentração. Os trusts atendem também
propósitos culturais e caritativos em muitos países. Mostrar
como tudo isso acontece e o efeito do trust no Brasil é o
propósito da obra.
Compre agora e leia
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788599519950
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788599519950
Dicas práticas de comunicação
Gross, Marcos
9788599519479
199 páginas
Compre agora e leia
Há anos os conhecimentos no campo da comunicação têm
sido ignorados por empresários, gestores e profissionais de
RH. Do topo organizacional à base operacional acontecem
falhas na circulação de informações que afetam o trabalho, o
clima das empresas, a qualidade da produção e o
atendimento. As disfunções da comunicação interna (entre
os colaboradores) podem afetar a entrega e o
relacionamento com o público final, os consumidores. Com
uma linguagem descontraída, despretensiosa, interativa e de
fácil leitura, o livro não intenciona ser técnico nem científico,
mas um guia básico de consulta que busca inspirar as
pessoas nas resoluções dos problemas que enfrentamos do
cotidiano de trabalho.
Compre agora e leia
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788599519479
http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788599519479
Capítulo 1 – Análise das demonstrações contábeis
Aspectos gerais
O profissional da análise das demonstrações contábeis
Usuários e finalidades do relatório de análise das demonstrações contábeis
Processo de tomadas de decisão
Métodos de análise das demonstrações contábeis
Balanço patrimonial (BP): estrutura e apresentação
Receitas e despesas
Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
Capítulo 2 – Estrutura das demonstrações contábeis
Esquema contábil
Exemplo prático
Visão geral da análise financeira das demonstrações contábeis
Índices econômico-financeiros
Caixa e equivalentes
Capítulo 3 – Quociente de solvência ou liquidez
Tipos de quociente
Índices por ação e lucro por ação
Análise da política de dividendos da empresa
Ebit e Ebtida
Capítulo 4 – Análises horizontal e vertical
Análise horizontal
Análise vertical
Capital de giro como instrumento de gestão
Alavancagem operacional
Alavancagem financeira
Alavancagem total
Cinco fórmulas para cálculo de índices/quocientes financeiros
Estudo de caso
Referências