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Thaynara Parente – 7º Período Medicina Doenças Orificiais Reto: 12-15 cm S3 até linha pectínea Revestida pelo peritônio apenas anterior e lateral 2cm Iniciais Principais queixas proctológicas Sangramento “ Hemorróida ” Dor Nodulação Prurido Presença de secreção Principais patologias proctológicas Hemorróidas internas Hemorróidas externas Plicoma Fissura anal Abscesso anorretal Fístula anorretal Fístula pilonidal Condiloma Na avaliação do paciente com queixa de dor e sangramento anal: Pesquisar sinais e sintomas de doença neoplásica Realizar o toque retal: em todos os pacientes!!!! Sinais e sintomas de alarme para câncer colorretal em pacientes com queixa proctológica: Perda ponderal Dor abdominal de inicio recente Alteração do hábito intestinal Sangramento anal Outros 2 fatores de risco que devem ser avaliados: 1. Idade: acima de 50 anos 2. História familiar Exames complementares Situação 1: “caroço no ânus” HDA Quando apareceu? Em crises? Constante? Evolução: melhorou? piorou? Aparece com a evacuação? Se for durante a evacuação, a redução é espontânea ou manual? Sintomas associados: Dor local Sangramento Prurido Secreção Hipóteses diagnósticas: Doença hemorroidária interna Hemorróida externa simples e trombosada Abscesso perianal Condiloma Plicoma Tumores Procidência retal Thaynara Parente – 7º Período Medicina Doença hemorroidária interna: Nodulação ao esforço evacuatório associado a sangramento, indolor Hemorróida externa trombosada: Nodulação constante, com crescimento progressivo associado a dor intensa Hemorróida externa simples: Episódios intermitentes de nodulação devido ao edema Plicoma: Nodulação constante “ veinha ” Abscesso perianal: Nodulação constante, dor pulsátil, associado a febre Condiloma Procidência retal Tumor de canal anal Situação 2: “Sangramento” HDA Características do sangramento? Sangramento vivo Coágulos Melena Raias de sangue Pinga no vaso Visto na papel higiênico Quais os sintomas associados ao sangramento? Associado a evacuação? Sangramento espontâneo? Vai evacuar e sai somente sangue, sem fezes? o Dor anal associado? o Diarréia? Sangramento anal é sinal de alarme!!! Pesquisar outros sinais e sintomas de alarme, história familiar, idade. Hipóteses diagnósticas Hemorróida interna Pólipo retal Tumor de canal anal Tumor de reto Fissura anal Doença inflamatória intestinal Doença diverticular com sangramento Angiodisplasia Tumor de ceco Hemorróida interna: Sangramento associado a evacuação, sangue vivo, indolor Fissura anal: Sangramento com raias de sangue, suja o papel higiênico associado a dor ao evacuar Doença diverticular ou angiodisplasia: Sangramento com coágulos, em grande quantidade, indolor, com ou sem evacuação Doença inflamatória intestinal: Sangramento tipo raias de sangue associado a muco e diarréia Tumor colorretal: o Melena ou anemia ferropriva o Sangramento misturado com as fezes o Sangramento vivo Tumor de reto e canal anal: Indistinguível do sangramento de doenças orificiais!!! Pólipos Situação 3: Dor anal Anamnese Características da dor: o Dor constante? o Dor relacionado à evacuação? Caráter da dor: o Pulsátil? o “ Rasgando” o Ardência? Hipóteses diagnosticas Abscesso perianal Trombose hemorroidária Dor Intensa Fissura Tumor de reto Tumor de canal anal Thaynara Parente – 7º Período Medicina Abscesso perianal: Dor pulsátil sem relação com a evacuação associado a abaulamento local e febre Trombose hemorroidária: Dor constante que piora com a evacuação associado a nodulação dolorosa Fissura: Dor do tipo “ rasgando” associado a sangramento ao evacuar Situação 4: Prurido anal Causas de prurido anal: 1. Má higiene : principal 2. Verminoses : principalmente em criança 3. Doenças anais cutâneas: dermatite seborreica, eczema 4. Doenças sistêmicas: DM e hepatopatias crônicas 5. Plicomas, hemorróidas internas, fissura, fistula Como conduzir um paciente com queixa proctologica? Anamnese Exame físico geral Exame proctológico Posição de exame proctológico: Inspeção Estática Dinâmica Inspeção estática Inspeção dinâmica Toque Retal O que avaliar no toque retal? Nodulações: papila hipertrófica, pólipo em reto inferior Tumores: endurecido, fixo, friável ao toque Tônus esfincteriano Parede do reto Presença de sangue na luva Mulher: vagina Homens: próstata Retocele Anuscopia O que vemos na anuscopia? Hemorróida interna Prolapso mucoso Linha denteada Fissura anal Papila hipertrófica Excluir Neoplasias Thaynara Parente – 7º Período Medicina Doença hemorroidária Definição: Almofadas vasculares que ajudam na continência fecal Tecido conjuntivo com fibras elásticas e colágeno Localização clássica: Lateral esquerdo Anterior direito Posterior direito Causa desconhecida Fatores agravantes: Gravidez Esforço evacuatório Posição ereta Diarréia Hereditariedade Aumento de pressão intra abdominal Envelhecimento Deslizamento das camadas mucosa e submucosa por perda de sustentação. Classificação: Interna Externa Mista ❖ Hemorróida interna Plexo venoso drena para as vv. Ilíacas internas Acima da linha pectínea Cobertas por mucosa Inervação visceral: indolor Quadro clínico Sangramento vivo, indolor, pinga no vaso, de pequena quantidade Prolapso Dermatite irritativa Sensação de pressão retal Secreção Sensação de esvaziamento incompleto do reto pós evacuação Anemia: raro, pesquisar outras causas ❖ Como conduzir um paciente com queixa de hemorróida? Anamnese: certificar que os sintomas são compatíveis com o quadro clínico Pesquisar sinais e sintomas de alarme Pesquisar história familiar Exame físico: o Inspeção , toque retal e anuscopia Exames complementares Retosigmoidoscopia flexível: o Sem fatores de risco Colonoscopia: o Com fatores de risco Indicações de colonoscopia: ↑ 50 anos ↑40 anos com história familiar de câncer colorretal ou adenoma Sangue oculto nas fezes Anemia ferropriva Sinais de alarme A doença orificial pode coexistir com lesões neoplásicas benignas e malignas em até 9,8%das vezes Diagnósticos diferenciais Tumor Fissura Procidência Pólipo Classificação das hemorróidas internas ❖ Grau I: somente sangramento ❖ Grau II: sangramento + redução espontânea ❖ Grau III: sangramento + redução manual ❖ Grau IV: sangramento + irredutível Thaynara Parente – 7º Período Medicina Tratamento Modificação da dieta e hábito de vida Procedimentos ambulatoriais Procedimentos cirúrgicos ❖ Modificação da dieta e do hábito de vida Objetivo: diminuir o esforço evacuatório 1. ↑Fibras ( comer frutas e folhas todos os dias) 2. ↑Água ( mínimo 2 litros) 3. Exercício físico 4. Não usar papel higiênico 5. Não ler no banheiro Tratamentos Ligadura elástica Cirurgia Anopexia grampeada TDH ( Ligadura arterial guiada por doppler ) Ligadura elástica: ✓ Procedimento ambulatorial ✓ Não necessita sedação ✓ Hemorroidas internas Outras técnicas ❖ Anopexia mecânica:(PPH) ✓ Ressecção circunferencial da mucosa e submucosa ✓ Fixação dos tecidos ✓ Interrupção da irrigação ✓ Menos dor pós operatória e retorno mais precoce ao trabalho ✓ Recorrência > cirurgia ❖ Ligadura arterial guiada por doppler(TDH)Doppler localiza os ramos terminais das artérias hemorroidárias (6-7 cm da margem anal), nas posições 1, 3, 5, 7, 9 e 11 horas Vasos são ligados no sentido craniocaudal até o limite inferior do sinal do Doppler, a 2 cm da margem anal, superiormente à linha pectínea. A porção inferior da ligadura é amarrada à superior fazendo pexia da mucosa, com redução do prolapso. Melhor para 2º e 3º grau. Hemorroidectomia Indicações de hemorroidectomia: Grau IV Grau III não responsivo a outros tratamentos Estranguladas Associação com úlceras, fissuras e fístulas Associação com hemorroida externa sintomática ou grandes plicomas. Padrão ouro ❖ Técnica de Milligan e Morgan( aberta) ❖ Técnica de Ferguson ( fechada) ❖ Semi fechada: cicatrização mais rápida e menos complicações PO Obando: Ligadura cirúrgica Complicações PO Retenção urinária Sangramento Dor Estenose anal Incontinência Principal complicação da hemorróida interna: estrangulamento Tratamento clínico: Analgesia Amaciante de bolo fecal Banho de assento Anestésico tópico Tratamento cirúrgico de urgência: o Dor importante Thaynara Parente – 7º Período Medicina ❖ Hemorróida externa Plexo venoso drena para as vv. Ilíacas externas Abaixo da linha pectínea Cobertas por anoderma/pele Inervação somática: dolorosas Quadro clínico: 1. Assintomáticos 2. Edema local 3. Irritação 4. Prurido Complicação: trombose Tratamento de hemorroida externa não complicada: ✓ Expectante Fezes amolecidas, sem esforço evacuatório Não usar papel higiênico Hemorróida externa trombosada Dor intensa em região anal, contínua, que piora durante a evacuação Nodulação perianal constante Sangramento: necrose e ulceração Causas: esforço evacuatório ou físico intenso Tratamento Cirúrgico: hemorroidectomia 48-72h do início dos sintomas Tratamento clínico: ✓ Banho de assento ✓ Amaciador de bolo fecal ✓ Analgesia Trombectomia: alta taxa de recorrência Trombectomia ❖ Plicoma anal Tecido redundante na margem anal Reabsorção de hemorróidas externas trombosadas Quadro clínico Dificuldade de higiene Edema e dor local durante o esforço evacuatório. Tratamento 1. Expectante 2. Indicação de cirurgia: Dificuldade de higiene Quadros repetitivos de edema e dor local Estético ❖ Fissura anal Úlcera longitudinal distal à linha pectínea Fisiopatologia o Menor irrigação da região posterior do ânus o Hipertonia esfincteriana Locais mais comuns: o Anterior e posterior (90%) Principal fator desencadeante: Fezes endurecidas Quadro Clinico Dor as evacuações que podem persistir por horas, do tipo rasgando, de forte intensidade Sangramento anal, geralmente visto no papel higiênico Fissura crônica as vezes a dor é de leve intensidade Características das fissuras necessitam de investigação: Várias fissuras Fissuras indolores Fora da linha média Não cicatriza com tratamento adequado Diagnóstico de fissura anal ✓ Inspeção ✓ Toque retal ✓ Anuscopia Thaynara Parente – 7º Período Medicina Classificação Aguda ou crônica Fissura anal aguda: Menos de 6 semanas do início dos sintomas Base rasa Bordas finas Não visualiza o EAI Fissura anal crônica: ✓ Mais de 8-12 semanas ✓ Tríade ✓ Visualização do EAI ✓ Bordas elevadas e duras ✓ Base funda Tríade da fissura anal crônica: Plicoma sentinela Fissura anal Papila hipertrófica Tratamento da fissura anal aguda ✓ Orientações dietéticas ✓ Banho de assento ✓ AINE ✓ Anestésico tópico Tratamento clínico :taxa de cura de até 87% Tratamento da fissura anal crônica Base do tratamento: ✓ Fezes amolecidas ✓ Diminuir a hipertonia esfincteriana Exames complementares ✓ Retosigmoidoscopia ✓ Colonoscopia ✓ Manometria anorretal Manometria anorretal: Analisar as pressões do canal anal Modalidades de tratamento ✓ Dilatação anal ✓ Esfincterotomia lateral interna (ELI) ✓ Avanço de retalho: baixas pressões de repouso ✓ Esfincterotomia química:isossorbida, nifedipina ✓ Toxina botulínica Esfincterotomia lateral interna: ✓ Padrão ouro ✓ Menores taxas de recorrência Principal complicação: incontinência Bloqueador dos canais de Ca Cicatrização de 67% das fissuras em 8 semanas Melhor como terapia tópica do que oral Nifedipina, diltiazen Recorrência em 6m: 42% Toxina botulínica Bloqueio simpático do EAI Altas taxas de recorrência ❖ Abscesso anorretal Ducto das glândulas anais se esvaziam nas criptas que estão situadas na linha denteada Causa mais comum: Infecção criptoglandular inespecífica Obstrução do ducto → estase e proliferação bacteriana Fatores predisponentes: trauma local (fezes endurecidas) Causas específicas: ✓ DII ✓ Tuberculose ✓ Linfogranuloma venéreo ✓ Trauma local ✓ Corpo estranho ✓ Cirurgia ✓ Hemorroidectomia ✓ Tumores Thaynara Parente – 7º Período Medicina Classificação Mais comum: perianal Mais raro: supra elevador Quadro clínico Dor anal constante e progressiva, de forte intensidade, pulsátil ✓ Secreção ✓ Febre ✓ Abaulamento local Diagnóstico: inspeção na dúvida: usg , rnm Tratamento ❖ Cirúrgico Indicação de antibioticoterapia: ✓ Uso de próteses ✓ Celulite extensa ✓ Diabetes ✓ Imunossuprimidos ✓ Sepse ❖ Fístula perianal Secundário a abscesso anorretal Comunicação da pele com o canal anal ou reto Principal teoria: criptoglandular Classificação das fístulas: Tipo mais comum: Interesfinctérica Tipo mais raro: Extra esfinctérica Diagnostico ✓ Clinico Inspeção: Orifício com tecido de granulação com saída de pus Palpação: cordão fibroso Toque retal e anuscopia: Identificar o orifício interno Regra de Goodsall Exames complementares Retosigmoidoscopia Colonoscopia: sinais e sintomas sugestivos de DII, fístulas múltiplas ou recorrentes Usg endorretal Envolvimento dos RNM esfíncteres Fistulografia Sepse oculta Tratamento ❖ Cirurgia Base do tratamento: ✓ Eliminar o orifício interno ✓ Curetar o trajeto e retirar o tecido de granulação ❖ Opções cirúrgicas: Fistulotomia Setton Avanço de retalho Cola de fibrina: fibrinogênio e trombina Plug Não seccionam a musculatura esfincteriana Menor risco de incontinência anal Thaynara Parente – 7º Período Medicina Fistulotomia Principal complicação: Incontinência Setton ❖ Fístula pilonidal Infecção que ocorre no subcutâneo na região sacrococcigea Quadro agudo: abscesso Quadro crônico :fístula Paciente típico: Homem jovem com excesso de pelo Fisiopatologia Desconhecida Presença de pelo no tecido subcutâneo →processo inflamatório com presença de tecido de granulação Diagnóstico Inspeção Orifício de drenagem com tecido de granulação Orificio na linha média com tecido epitelial Pêlos entrando dentro dos orifícios Tratamento do quadro agudo: Drenagem Tratamento do quadro crônico: Cirúrgico Mais realizado: Incisão e curetagem