Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

MEDICINA DE
FAMÍLIA E
COMUNIDADE
GUSTAVO URZÊDA V I TÓR IA
MEDICINA DE
FAMÍLIA E
COMUNIDADE
GUSTAVO URZÊDA V I TÓR IA
ÍN
D
IC
E
01 MFC 7
01 - TELEMEDICINA
03 MFC 8
03 - MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP)
04 - SOAP
07 MFC 9
07 - RASTREAMENTO EM SAÚDE
11 - CONDIÇÕES CRÔNICAS COMUNS NA APS (DM, HAS, DPOC,
CEFALEIAS, HIPOTIREOIDISMO)
23 - LETRAMENTO
23 - POLIFARMÁCIA E MULTIMORBIDADE
24 MFC 10
24 - SINTOMAS SEM EXPLICAÇÃO MÉDICA E A PRÁTICA DA
INCERTEZA
29 - 7 PASSOS DA CONSULTA
30 - FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMLIAR
34 - VISITAS DOMCILIARES
37 - CONDIÇÕES AGUDAS COMUNS NA APS (ACNE, DOR TORÁCICA,
GASTROENTERITE, ITU, IVAS, TONTURA E VERTIGEM, PNEUMONIA)
72 - ABODAGEM DA DOR MUSCULOESQUELÉTICA
79 MFC 11
79 - PROCOTOLO SPIKES
82 - GESTÃO DA CLÍNICA E MODELOS DE ACESSO
94 - ENTREVISTA MOTIVACIONAL
98 - DESPRESCRIÇÃO
102 - CUIDADOS PALIATIVOS NA APS
106 - PRÉ-NATAL NA APS
118 - ANSIEDADE E DEPRESSÃO NA APS 
121 MBE
ÍN
D
IC
E
135 REFERÊNCIAS
137 MAPAS MENTAIS
 
 
1 Gustavo Urzêda Vitória 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
MFC 7 
 
- Telemedicina: 
Conceitos: 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a oferta de serviços de 
cuidados a saúde usando tecnologias de informação. 
Já o Conselho Federal de Medicina considera que a telemedicina é a oferta da 
prática médica através de recursos audiovisuais e dados. 
Características: 
• Distância física → uso de tecnologias → necessidade de infraestrutura 
própria. 
• Equipe médica e de profissionais da saúde e da 
tecnologia. 
• Não exclui e sim complementa a presencial. 
• Uso nas atenções primária, secundária e 
terciária. 
• Sigilo, segurança e ética. 
• Novo tipo de relação médico-paciente. 
Histórico: 
• Caminhou com as tecnologias de comunicação. 
• Começou com a 2ª Guerra Mundial, na qual usavam rádio para comunicar 
com as equipes médicas. 
• Canadá em 1957 transmitiu exames de imagem por telégrafo. 
• 1960: uso de vídeo chamadas durante as explorações aeroespaciais. 
• 1970: Europa incorporou medidas de telessaúde. 
• 1993: foi criada a Associação Americana de Telemedicina. 
• Surgiram jornais especializados com informações próprias. 
• 2000: surgiu o prontuário eletrônico. 
 
 
2 Gustavo Urzêda Vitória 
• 2020: pandemia → criaram algoritmos e programas de acompanhamento 
dos doentes por telefonemas. 
• Brasil: 
o 1985: correio eletrônico durante o Césio 137. 
o UFPE em 1990 → troca de informações com outras instituições. 
o Associação Brasileira e Conselho Brasileiro de Telemedicina em 
2002. 
o Projeto Cyclops → Hospital Virtual Brasileiro (UNICAMP, 1997). 
o CNPQ: consórcio de instituições → telessaúde em 2007. 
o Rede Universitária de Telemedicina (RUTE). 
o Além de iniciativas privadas, como Rede Sarah, Hospital Sírio-
Libanês, Hospital Albert Einstein, INCOR. 
Telessaúde Redes: 
• OMS recomendou o uso em 2005, e foi criada em 2011. 
• Eixo assistencial e eixo educacional. 
• Educação continuada à distância. 
• Auxílio na gestão. 
CFM: 
• 2002: definiu e incluiu a telemedicina em suas determinações. 
• 2018: autorizou o uso → revogado em 2019. Além disso, definiu os tipos 
de atendimento e os conceitos. 
• 2020: pandemia → ofício autorizou em caráter emergencial e definiu as 
formas que podem ser usadas. 
Possibilidades: 
• Acesso e agilidade. 
• Impacto positivo nos gastos com local fixo de atendimento. 
• Monitoramento em tempo real do paciente. 
• Diminuição dos deslocamentos. 
• Aumento da eficiência em certas ocasiões. 
• Triagem de emergências. 
• Regulações para especialistas. 
Limitações: 
• Investimentos em plataformas virtuais. 
• Mudanças de comportamentos e cultura do uso de serviços de saúde. 
• Risco da quebra de sigilo. 
• Exclusão digital. 
• Dificuldade de identificar e responsabilizar maus profissionais. 
• Incapacidade de realizar exame físico → por isso é usado apenas para 
consultas de acompanhamento. 
 
 
3 Gustavo Urzêda Vitória 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
MFC 8 
 
- Método Clínico Centrado na Pessoa 
(MCCP): 
Histórico 
➢ Modelo biomédico tradicional: 
o Hipócrates criou esse método ao separar a medicina do misticismo 
→ observar cuidadosamente o paciente e registrar 
o Organizou e estabeleceu os processos examinativos, diagnósticos 
e terapêuticos. 
o Pautado no conhecimento acadêmico e técnico. 
o Trazia um olhar holístico sobre o paciente → foi perdido durante os 
séculos XVII e XVIII com o Iluminismo, durante o qual, o 
concretismo predominou. 
▪ Medicina começou a tratar apenas doenças. 
o Século XX: Relatório Flexner → o estudo da medicina deve ser 
centrado na doença de forma individual e concreta. 
▪ Se tornou um modelo a ser seguido pelas escolas médicas. 
▪ Abandono do coletivo e do subjetivo. 
➢ Mudança de paradigma em saúde e atualidade: 
o Concretismo não conseguiu trazer bons resultados e não cumpriu 
com o esperado. 
o Então, atualmente o tripé da saúde (médico, hospital e doença) foi 
substituído: 
▪ Não só o médico, mas uma equipe multiprofissional. 
▪ Não só o hospital, mas várias unidades de saúde com 
estruturas e funcionalidades distintas, além da própria 
comunidade. 
▪ Não só a doença, mas sim tratar a pessoa como um todo. 
MCCP 
 
 
4 Gustavo Urzêda Vitória 
É a tentativa do médico de realizar uma tarefa dupla → conhecer a pessoa e a 
doença, e tratar ambos. 
➢ Ballint: fatores pessoais e subjetivos influenciam os resultados do 
tratamento. 
Passos: 
• 1º: 
o Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença. 
o Utiliza-se para isso o instrumento SIFE. 
▪ S: Sentimentos. 
▪ I: Ideias. 
▪ F: Função. 
▪ E: Expectativas. 
 
• 2º: 
o Entender a pessoa como um todo 
→ físico, emocional, social, 
espiritual etc. 
• 3º: 
o Elaborar um plano conjunto de manejo dos problemas. 
o Definir metas, prioridades, problemas e papéis. 
• 4º: 
o Intensificar a relação médico-paciente → criar vínculo e confiança. 
o Respeitar a diversidade e a individualidade. 
o Exercitar a compaixão e a empatia. 
 
- SOAP: 
 
 
5 Gustavo Urzêda Vitória 
O médico de família e comunidade presta cuidados por longos períodos de 
tempo e se vê obriga a acumular um manancial muito volumoso de dados 
informativos. 
E esses dados servem para informar outros colegas de diversas áreas da saúde 
sobre o estado de saúde do paciente, além de ser como defesa em eventuais 
situações de processo. 
Objetivos: 
1. Aceder rapidamente aos dados básicos do doente. 
2. Fornecer dados contínuos sobre os problemas de saúde. 
3. Acompanhar consultas do doente. 
4. Fornecer dados para organizar medidas preventivas. 
5. Contribuir para a educação contínua. 
SOAP: 
• S: 
o Subjetivo → registra o ponto de vista do doente, suas queixas e 
seus sentimentos. 
• O: 
o Objetivo → ponto de vista do médico, exame físico e exames 
complementares. 
• A: 
o Avaliação → identifica o problema e seu grau de resolução à data. 
o É um fato clínico, não cabe interrogações, dúvidas ou negações. 
• P: 
o Plano → medidas terapêuticas propostas, pedidos de exames 
complementares, referenciação, aconselhamento e retorno. 
Pontos fortes: 
• Valorização da continuidade dos cuidados. 
• Evita solução de continuidade na transmissão da informação, sendo por 
excelência o melhor método de registro longitudinal. 
• Independência relativa de cada episódio de consulta registrado → análise 
transversal dos dados. 
• Sistema racional de registro. 
• Sequência temporal em episódios com identidade e datação próprias e 
independentes. 
• Facilita legibilidade e consultas. 
• Poupa tempo. 
Pontos fracos: 
• Multiplicidade de consultas podem levar à recolha repetitiva de elementos 
pouco informativos → dados que não são úteis. 
• Efeitos de uma consulta podem influenciar as seguintes por provocarem 
alterações na saúde do doente. 
 
 
6 Gustavo Urzêda Vitória 
• Qualidade duvidosa dos dados de S e O, bem como a dificuldade de 
expressarmedicamentos que não são considerados adequados. 
Modelos teóricos: 
• Medicamentos potencialmente inadequados: listagens, algoritmos e 
questionários → critérios de Beers, MAI etc, STOPP-START. 
• Deve-se considerar a situação basal do paciente e sua expectativa de 
vida. 
• Incluir o paciente na tomada de decisão. 
• Woodward: modelos de fases. 
Fases: 
 
 
100 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
101 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Prognóstico e complicações: 
• Síndrome de retirada: 
o Frequente em fármacos que agem sobre o SNC, como ISRS. 
▪ Aproximadamente após uma semana da retirada, sendo 
leves e se resolvendo em 10 dias. 
o Benzodiazepínicos: síndrome de abstinência mais grave, com 
confusão, alucinações e convulsões. 
o Levodopa: reação grave com características de síndrome 
neuroléptica maligna → rigidez muscular severa, disfunção 
autonômica e deterioração do nível de consciência. 
o Corticoide sistêmico: crise addisoniana secundária a supressão do 
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. 
• Efeito rebote: 
o Reaparição, após a suspensão brusca do fármaco, dos sintomas 
em intensidade maior à apresentada previamente pelo paciente. 
o Término no tratamento de beta-bloq → taquicardia, hipertensão e 
pode agravar com quadro de IC ou cardiopatia isquêmica. 
o IBP: hipersecreção ácida e o agravamento de sintomas GI. 
o Hipnóticos: insônia. 
• Desmascaramento de interações: 
o Interações farmacocinéticas. 
o Suspensão do omeprazol em paciente com dose estável de 
varfarina pode diminuir o RNI. 
• Reaparição dos sintomas: 
 
 
102 Gustavo Urzêda Vitória 
o Não interpretar como recorrência dos sintomas da doença original. 
Barreiras e facilitadores: 
 
Segurança: 
• O risco de dano potencial grave após a retirada de um medicamento é 
raro, e são muitas as intervenções que não encontraram diferenças 
estatisticamente significativas na taxa de efeitos adversos após a retirada 
de medicamentos. 
- Cuidados paliativos na APS: 
 
Conceito: 
• Abordagem para melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares 
que enfrentam uma doença ameaçadora da vida, mediante a prevenção 
e o alívio do sofrimento, por meio da identificação precoce e impecável 
 
 
103 Gustavo Urzêda Vitória 
avaliação e tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicossociais 
e espirituais. 
Princípios: 
• Considerar a morte como um processo natural e afirmar a vida. 
• Não acelerar nem adiar a morte dos pacientes. 
• Integrar aspectos psicológicos e espirituais ao cuidado. 
• Promover o alívio da dor e de outros sintomas. 
• Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão 
ativamente quanto possível até o momento da sua morte. 
• Realizar o acolhimento dos familiares durante o progresso da doença e o 
processo de luto. 
• Oferecer abordagem multiprofissional com foco nas necessidades dos 
pacientes e de seus familiares. 
• Melhorar a qualidade de vida do paciente e influenciar positivamente o 
progresso da doença. 
• Iniciar cuidados paliativos o mais precocemente possível, em conjunto 
com outras terapias curativas e de prolongamento da vida, como 
quimioterapia ou radioterapia, e incluir todas as investigações 
necessárias. 
Indicação: 
• Qualquer paciente que convive ou está em risco de desenvolver uma 
doença que ameaça a vida, independente do diagnóstico, do prognóstico 
ou da idade, podendo até complementar e melhorar o tratamento 
modificador da doença. 
• Melhorar a compreensão e o controle dos sintomas. 
Atenção primária: 
• Trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar. 
• Ferramentas e dinâmicas da APS, mais escuta ativa e orientações. 
Estágios diante da morte: 
1. Negação e isolamento: 
a. Negação ajuda a aliviar o impacto da notícia, servindo como uma 
defesa necessária para o equilíbrio. 
b. Deve-se respeitar e ouvir angústias, evitar censuras e não reforçar 
as negações. 
2. Raiva: 
a. Deus é um alvo, assim como familiares e amigos. 
b. Paciente fica muito queixoso e exigente. 
3. Barganha: 
a. Quando percebem que a morte é inevitável, optam por negociar o 
tempo restante, geralmente com Deus. 
b. Pode estar associado a alguma culpa por acontecimentos 
anteriores. 
 
 
104 Gustavo Urzêda Vitória 
4. Depressão: 
a. Sofre pelas perdas, pelas coisas que não fez e pelos erros que 
cometeu. 
b. Costumam se culpar pela despesa e pelos cuidados exigidos por 
eles. 
5. Aceitação: 
a. Pessoa espera a evolução natural de sua doença. 
b. Não é uma fase feliz e nem infeliz, pode até ter esperança de 
sobreviver, mas não há angústia ou revolta. 
c. Finaliza pendências e se despede. 
Sintomas principais e manejo: 
Nutrição e hidratação: 
• Alimentar-se ajuda o indivíduo a manter sua autonomia, dá sentido à vida, 
além de ser uma fonte de afeto e carinho. 
• Alimentos estão intrinsecamente ligados ao conceito de saúde. 
• Possui benefícios sociais e psicológicos. 
• Não há evidência de que a nutrição artificial prolongue a vida ou melhore 
o estado funcional. 
• A diminuição da alimentação pode ajudar a controlar sintomas 
gastrointestinais, e um certo grau de desidratação pode estar associado 
à diminuição de secreções e melhor controle da dor. 
• Sempre incluir família, equipe multidisciplinar e paciente nessa tomada de 
decisão. 
• VO é sempre a preferencial, mas pode ser usado EV, SC, SNE e 
gastrostomia ou jejunostomia. 
• Disfagia: 
o Mudanças progressivas, modificação ou restrição de determinados 
alimentos e, em algumas situações, recomendação de uma dieta 
mista (VO e enteral) ou até enteral exclusiva. 
• Síndrome da caquexia/anorexia: 
o Sintomas decorrentes de alterações metabólicas e inflamatórias 
que incluem perda de peso, anorexia, náusea e fadiga. 
o Anorexia é a perda de apetite e a caquexia é a perda involuntária 
de peso > 10% em 6 meses. 
o Pode ser causada pela doença de base ou secundária a alterações 
potencialmente reversíveis, como estomatites e disfagia. 
o A abordagem costuma ser indicada em fases iniciais ou quando é 
secundária a alguma condição potencialmente reversível. 
▪ Progestágenos aumentam apetite e ganho de peso. 
▪ Corticoides melhoram o apetite. 
▪ Metoclopramida aumenta o esvaziamento gástrico e diminui 
a náusea crônica. 
▪ Mirtazapina ajuda no ganho de peso e melhora quadros 
depressivos. 
 
 
105 Gustavo Urzêda Vitória 
Náuseas e vômitos: 
• Medidas não farmacológicas. 
• Antieméticos. 
• Sedação em casos de falha de todas as medidas. 
Constipação: 
• Meta: evacuação não forçada a cada 24-48h. 
• Algum resolvem apenas aumentam a ingesta hídrica e de fibras 
alimentares. 
• Não responsiva a medidas de reeducação alimentar, pode ser usado 
laxativos. 
• Evacuação manual é o último recurso. 
Dor: 
• Avaliação com escalas de dor. 
• Determinar o tipo: muscular, óssea, visceral, neuropática ou mista. 
• Tratamento: 
o Pela boca, pelo relógio, pela escala e pelo indivíduo. 
 
Dispneia: 
• Correção da causa subjacente sempre que possível. 
• Medidas não farmacológicas: posicionamento, cabeceira elevada, 
circulação de ar, controle de temperatura, suporte psicológico etc. 
• Tratamento com opioides, ansiolíticos e O2. 
Aspectos psicológicos: 
 
 
106 Gustavo Urzêda Vitória 
• O processo de morrer faz o paciente, os familiares e os profissionais de 
saúde que estão prestando atendimento refletirem sobre sua trajetória de 
vida, valores, relações e vínculos, realizações e frustrações. 
• Ansiedade e depressão são mais comuns em pacientes terminais 
• Pode ser tentado tratamento farmacológico e não farmacológico. 
Aspectos legais: 
• Tem direito a requerer, na Previdência Social, benefícios que garantam a 
sua subsistência e de sua família → BPC, FGTS etc. 
• Pistas de morte: 
o Delirium, ausência de participação ativa em atividades sociais, 
aumento do sono e letargia, diminuição da ingesta alimentar, 
apneias, ver pessoas que já morreram, afirmar que está morrendo,solicitar presença de familiares, ferimentos que não cicatrizam, 
aumento de edema, como, aumento da congestão, incontinência 
fecal e/ou urinária, diminuição do DU, redução importante da PA, 
extremidades frias, parestesias em MMII, febre, cianose de 
extremidades, rigidez do corpo. 
• Morte em casa: 
o Orientar família e fornecer lauto completo das patologias e situação 
atual. 
o Caso a equipe esteja disponível, deve emitir o atestado de óbito, 
caso contrário, orientar buscar o SVO ou o SAMU. 
- Pré-natal na APS: 
 
Medicamentos na gestação: 
 
 
107 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Risco gestacional: 
 
 
108 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Princípios básicos: 
• Profissional da APS devem realizar o pré-natal de baixo risco. 
• Idealmente as consultas devem ser alternadas entre médico e enfermeiro. 
• ACS devem realizar visitas domiciliares. 
• MS recomenda no mínimo 6 consultas. 
o 36 semanas: semanais. 
• Toda consulta avaliar queixas, risco, PA, AFU, peso, BCF, exames 
solicitados e a solicitar, tratamentos instituídos e aderência. 
• Não existe alta, encerra apenas após a realização de pelo menos uma 
consulta puerperal (até 2-° dia pós parto). 
Consultas: 
Primeiro contato: 
• Iniciar ácido fólico 5mg 1x/dia até 12° semana. 
• Acionar médico responsável. 
 
 
109 Gustavo Urzêda Vitória 
• Aconselhar estilo de vida e cessação de tabagismo, drogas e álcool; evitar 
infecções alimentares e toxoplasmose. 
• Orientar sobre consultas de pré-natal, exames e consulta odontológica. 
Imunizações: 
 
Primeira consulta (idealmente até 12 semanas): 
• Definir IG e DPP. 
o Cálculos manuais, gestograma, regra de Naegele. 
• DUM é confiável quando o primeiro dia da última menstruação for 
conhecido e os ciclos forem regulares. 
• Não está indicado USG de 1°T de rotina para IG, somente se DUM for 
desconhecida ou houver discrepância com os parâmetros do exame 
físico. 
• Determinar fatores de risco para doenças comuns da gestação. 
• Antropometria, PA e aconselhar sobre ganho de peso. 
• Exames laboratoriais: tipagem sanguínea ABO e Rh (coombs indireto se 
Rh-), hemograma, HBsAg, anti-HIV, VDRL, urocultura e EAS. 
• Abordar se foi planejada e como está a aceitação. 
• Perguntar sobre história pregressa e ocupação. 
16-20 semanas: 
• Avaliar exames complementares. 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
20-24 semanas: 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
24-28 semanas: 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
• Coombs indireto para Rh- → repetir de 4 em 4 semanas até o parto. 
 
 
110 Gustavo Urzêda Vitória 
• Glicemia de jejum ou TOTG. 
28-32 semanas: 
• Hemograma, sorologias, EAS e urocultura. 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
• Agendar visita a maternidade de referência. 
32-34 semanas: 
• Avaliar resultados de exames. 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
34-36 semanas: 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
• Verificar posição fetal. 
36-40 semanas: 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
• Verificar posição fetal. 
• Orientar sobre buscar atendimento em caso de contrações rítmicas, perda 
de líquido ou sangue. 
40-41 semanas: 
• PA, BCF, AFU e antropometria. 
• Oferecer exame vaginal para realização de descolamento de membranas. 
• Ao completar 41 semanas → encaminhar para maternidade de referência. 
Puerpério: 
• Visita domiciliar após a alta hospitalar. 
• Consulta puerperal até 20° dia pós parto. 
• Orientações sobre aleitamento exclusivo. 
• Retorno a atividades sexuais: 2-3 semanas após o parto. 
• Aferir PA e FC, interrogar sobre perdas sanguíneas, exame das mamas e 
da episiotomia ou cicatriz cirúrgica caso existam. 
• Sinais de alerta: hipertensão arterial grave, perda sanguínea aumentada, 
sinais de TVP ou TEP, febre persistente por 4-6h, secreção vaginal com 
odor fétido. 
Intervenções não rotineiras: 
 
 
111 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
112 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Manejo de situações comuns: 
• Náuseas e vômitos: 
o Maioria tem resolução espontânea com 16-20 semanas. 
o Fracionar alimentação, evitar gorduras e líquidos durante as 
refeições, ingerir gengibre. 
o Dramin 8/8h, metoclopramida 10mg 8/8h, prometazina 25mg ao 
deitar. 
• Pirose: 
o Fracionar alimentação, medidas posturais, evitar tabaco, álcool, 
chocolate, refrigerantes, café e alimentos gordurosos e picantes. 
o Alginatos ou antiácidos. 
o Não responsivos: ranitidina 150mg, 1-2x/dia. 
• Gases e cólicas: 
o Dimeticona e hioscina. 
• Constipação: 
o Aumentar ingestão de líquidos e fibras. 
o Supositório de glicerina. 
• Hemorroidas: 
o Evitar constipação intestinal. 
o Cremes podem ser usados. 
• Varicosidades: 
o Meias elásticas podem aliviar os sintomas, mas não previnem. 
• Leucorreia: 
o Fisiológico e pode ocorrer durante a gravidez. 
o Se está associada com prurido, dor, odor fétido ou disúria, talvez 
seja infeccioso. 
o Miconazol tópico para candidíase, não usar VO. 
• Dor lombar: 
 
 
113 Gustavo Urzêda Vitória 
o Evitar ganho de peso e uso de salto alto, melhorar postura. 
o Paracetamol. 
• Anemia: 
o HB: 
▪ > 11 (1° consulta) ou > 10,5 (28 semanas): sem anemia. 
▪ 8-11 ou 10,5 (28 semanas): anemia leve a moderada → 120-
240mg de Fe elementar (1-2 cp de sulfato ferroso 40mg, 1h 
antes das três refeições); avaliar indicação de mebendazol; 
repetir Hb após 30-60 dias de tratamento. 
▪90. 
o Crônica: preexistente e detectada antes de 20 semanas ou 
persistente por mais de 12 semanas após o parto. 
o Hipertensão gestacional: HAS sem proteinúria após 20 semanas. 
o Pré-eclâmpsia: HAS + proteinúria (maior ou igual a 300mg em 24h) 
após 20 semanas. 
o Eclâmpsia: pré-eclâmpsia + crise convulsiva. 
• Condutas: 
o HAS crônica: 
▪ Suspender iECA ou BRA e atenolol. 
▪ Profilaxia para pré-eclâmpsia. 
▪ USG precoce para datação acurada da IG, e com 25-28 
semanas para avaliar crescimento fetal. 
▪ CR e EAS no 1°T, se tiver proteína → proteinúria 24h. 
▪ Rastrear lesão em órgão alvo (ECG, fundoscopia, CR 24h). 
 
 
115 Gustavo Urzêda Vitória 
▪ Referenciar. 
o Alto risco para pré-eclâmpsia: 
▪ História em gestações anteriores, DM, HAS crônica, DRC, 
doença autoimune, gestação múltipla. 
▪ PA maior ou igual 140/90 + proteinúria de fita positiva → 
internação. 
▪ PA 125. 
o Ao acaso maior ou igual 200. 
• Rastreamento e fluxograma: 
 
 
• Particularidades: 
 
 
117 Gustavo Urzêda Vitória 
o Consultas para DMG controlada por dieta: a cada 2 semanas, e a 
partir de 34 semanas é semanal. 
o Acompanhamento pós-parto. 
o Planejamento reprodutivo. 
o Avaliação fetal para DMG controlada com dieta: obstétrica com 20-
24 semanas, uma com 34 semanas e considerar CTG basal a partir 
de 36 semanas. 
Toxoplasmose: 
• Rastreamento é controverso. 
• Diagnóstico da infecção na gestação → provavelmente já teve infecção 
do feto e não há benefício em tratar. 
HIV: 
• Amamentação contraindicada. 
• Acompanhamento adequado. 
HBV: 
• Profilaxia após o parto (Ig + vacina nas primeiras 12h do RN). 
• Amamentação permitida, desde que não haja fissura mamilar. 
• HBeAg+ → referenciar. 
Doença exantemática: 
• Suspeita de infecção pelo zika-vírus → notificar todas com exantema em 
até 24h. 
• Coletar 2 amostras de sangue. 
• USG com 30 semanas. 
Direitos da gestante: 
 
 
 
118 Gustavo Urzêda Vitória 
- Ansiedade e depressão na APS: 
 
Depressão: 
Conceito: 
• Angústia, tristeza, desânimo, nervos, histeria, neurose, abatimento, 
depressão. 
Causas: 
• Desigualdades sociais, violência, luto, família, trabalho, doença, serviçoes 
de saúde, gravidez e puerpério. 
• Hipotireoidismo, TAB, esquizofrenia, demência, Parkinson, climatério e 
menopausa. 
Conduta: 
• Escuta ativa e acolhimento. 
 
 
119 Gustavo Urzêda Vitória 
 
• TCC e outras psicoterapias. 
• Fitoterápicos. 
• ISRS, ISRSN, ADT. 
Referenciar: 
• Sinais de gravidade, alertas vermelhos, dúvidas sobre o quadro, sintomas 
psicóticos, não melhora após alguns meses de seguimento. 
Ansiedade: 
Conceito: 
• Estado de angústia, preocupação e/ou apreensão. 
• Pode vir acompanhado de queixas físicas → reação de luta ou fuga. 
Conduta: 
 
 
120 Gustavo Urzêda Vitória 
 
• Apoio psicológico, TCC. 
• ISRS, ISRSN, buspirona e pregabalina. 
• Benzodiazepínicos para crises. 
Referenciar: 
• Dificuldade de diagnosticar, dificuldade de diferenciar entre os tipos, 
sinais de transtorno de personalidade. 
 
 
 
 
 
 
121 Gustavo Urzêda Vitória 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
Medicina Baseada em Evidências 
 
- Pensamento: 
Existe Medicina Baseada em Evidências (MBE)? 
Medicina em sua etimologia, significa buscar o melhor caminho, sendo um 
conceito amplo que não envolve somente a dicotomia saúde-doença. 
• Evidências para escolher o melhor caminho vem das inúmeras incertezas 
existentes pela complexidade dos sistemas orgânicos → ciência das 
incertezas e a arte da probabilidade. 
• Usamos a probabilidade em diagnósticos, prognósticos e condutas 
terapêuticas para contrapor as incertezas. 
• Não existe a decisão certa, mas sendo ela baseada em guidelines e 
diretrizes, existe somente decisão racional e suas consequências, as 
quais devem ser acompanhadas. 
• As probabilidades não são encontradas em estudos teóricos e 
mecanicistas, e sim em ações empíricas → buscar dados probabilísticos 
em evidências científicas de boa qualidade. 
• Medicina = MBE → são a mesma coisa e não MBE um ramo da medicina. 
• Quando o termo MBE foi criado, logo foi relacionado aos cientistas, mas 
é algo inerente a todos os consumidores de estudos médicos, ou seja, os 
profissionais de saúde. 
• Saber criticar as evidências científicas para dosar sua veracidade e 
qualidade → pensamento econômico para ponderar os benefícios e os 
malefícios de cada caminho. 
Humildade do pensamento médico: 
Reconhecer humildemente nossas incertezas e raciocinamos em cima das 
probabilidades. 
• Probabilidades não são informações determinísticas, não podemos 
prever totalmente os efeitos de um tratamento ou de uma doença. 
 
 
122 Gustavo Urzêda Vitória 
Sete princípios da MBE: 
A mente humana não é científica, tendemos a um pensamento determinista e a 
desenvolver ceticismo, ela é crente porque isso a fez sobreviver. 
Os 7 passos são uma ferramenta criada para treinar o pensamento baseado em 
probabilidades, como o nível de evidência (qualidade do estudo) e a 
complacência (reprodutibilidade de um estudo). 
A ciência como conhecemos e a medicina atual são relativamente novas, com 
menos de 100 anos. 
1. Hipótese nula. 
2. Plausibilidade extrema. 
3. Nível de evidência. 
4. Complacência. 
5. Prova do conceito. 
6. Complementariedade. 
7. Pensamento probabilístico. 
Os 2 primeiros são científicos, o 3º é sobre leitura e os demais nos aproximam 
do paciente. 
Resolução dos dilemas: probabilidade, desempenho e utilidade: 
Resolução de dilemas está na análise probabilística. 
Dilemas são comuns na prática clínica → devemos pensar em probabilidade, 
desempenho e utilidade. 
• Probabilidade: 
o Probabilidade de se desenvolver o problema em questão. 
o Incidência mostrada em estudos sobre o caso em questão. 
• Desempenho: 
o Desempenho do tratamento em relação a doença ou ao 
desenvolvimento da doença esperada → redução da 
probabilidade. 
• Utilidade: 
o O tratamento será útil para a pessoa → vai além da eficácia, 
envolve as consequências pessoas, psicológicas, sociais etc. do 
tratamento adotado. 
o Implicações para o paciente. 
Todas as 3 perguntas anteriores dependem de estudos com qualidade e 
desenhos adequados. 
Podem envolver tanto tratamentos quanto diagnósticos, exames 
complementares e rastreamentos. 
Princípio da hipótese nula: 
Primeiro princípio e o mais básico deles. 
I’M IN 
LONDON. 
KISSES! 
 
 
123 Gustavo Urzêda Vitória 
• Diz respeito a construção do conhecimento → sempre parte da ideia de 
que o fenômeno não existe, o ceticismo científico (procuro provar que 
algo existe antes de acreditar nele). 
• Não se deve criar conceitos que podem estar errados. 
• Existindo fortes evidências sobre algo, abandonamos a hipótese nula e 
abraçamos o conhecimento científico. 
• Situações que nos distanciam da hipótese nula: 
o Complexidade dos sistemas e sua imprevisibilidade. 
o Ilusõesdo mundo real: 
▪ Acasos (viés de confirmação) → procurar coincidências 
seletivas que confirmem a crença em questão, excluindo 
aquelas que contrariam. 
▪ Erros sistemáticos → fatores de confusão, que são outros 
fatores não considerados que alteram o resultado de forma 
positiva para aquilo que se quer acreditar. 
• Vertente clínica: 
o Conduta baseada na cultura do fazer, em detrimento do 
paradigma do desfecho → ambiente estimula a adotar a conduta, 
seja pelo serviço, colegas, pacientes, região geográfica ou 
incentivos financeiros. 
▪ Não deveria haver variabilidade de condutas médicas, isso 
significa rejeição da hipótese nula e do MBE. 
o Falta do entendimento probabilístico → os próprios profissionais 
da saúde não são acostumados a ter pensamento probabilístico. 
o Supervalorização do impacto das condutas (é melhor esperar que 
haja evidência do que fazer algo sem evidência): 
▪ Acaso (viés de confirmação). 
▪ Erros sistemáticos. 
o Prejuízo clínico: 
▪ Terapia pode ser prejudicial. 
▪ Terapia neutra pode causar desconforto. 
▪ Desfoque clínico de condutas benéficas. 
o Prejuízo material. 
o Prejuízo científico: 
▪ Medical reversal. 
▪ Construção de falsos paradigmas. 
• Razões de serenidade da hipótese nula (em combate ao desconforto de 
não tentar todo o possível, o que inclui ações sem evidências): 
o Maior parte das hipóteses que se originam são falsas → falácias 
narrativas, impressão de que a ideia comprovada era a única do 
processo, sendo que na verdade diversas ideias foram 
descartadas antes que se pudesse comprovar a certa. 
o Antes de ser demonstrada, a intenção específica é menos 
provável do que as incontáveis consequências não intencionais. 
o Condutas benéficas são modestamente benéficas. 
▪ NNT: número necessário para tratar ilustra isso. 
 
 
124 Gustavo Urzêda Vitória 
Princípio da plausibilidade extrema: 
Tanto do ponto de vista científico quanto do ponto de vista da saúde, devemos 
sempre partir do princípio da hipótese nula, as exceções são a plausibilidade 
extrema, na qual a medida é tão óbvia que não há necessidade de provar. 
• Como o paradigma do paraquedas, no qual não precisamos de um estudo 
para provar que o uso de paraquedas é benéfico. 
• Quando não é antiético fazer um estudo, pode haver plausibilidade, mas 
não plausibilidade extrema. 
• Não significa 100% de eficácia, ainda existe a possibilidade de dar errado. 
• Não é o mesmo que gravidade extrema → não é justificativa para tentar 
tudo. 
• As 2 variantes: 
o Curso clínico inexorável → adotar algo para evitar a morte quando 
as chances de morte são praticamente 100%, aí sim pode se 
adotar algo sem evidência já que não se pode piorar a 
probabilidade ruim. 
▪ Não tem nada a perder. 
▪ Não deve ser banalizado → não deve ser usado para todo 
paciente grave. 
o Magnitude de potencial benéfico extremamente maior do que 
magnitude de potencial prejuízo. 
Cerca de 30% dos atos médicos se encaixam na plausibilidade extrema. 
Princípio da complacência: 
Validade externa de uma evidência científica → validade dos conceitos e 
constatações em diferentes contextos. 
• Validade de evidências indiretas → grande tendência que os resultados 
do estudo de boa qualidade se reproduzam, salvo situações específicas 
em amostragem. 
• Boa confirmação em uma amostra um pouco diferente da minha, mas com 
um grau de semelhança. 
• Respaldo se dá por estudos estatísticos → risco relativo não se reduza 
com mudança do tipo de indivíduo. 
o Homogeneidade dos riscos relativos. 
• Se não há uma grande razão para acreditarmos que o tratamento não irá 
funcionar no paciente, o mesmo poderá ser adotado → o mundo é feito 
de pessoas diferentes. 
• Situações vulneráveis ao erro: 
o Trade-off de risco relativo, onde o benefício se reproduz, mas o 
risco em certos pacientes é potencializado. 
o Indivíduos sem alteração no alvo terapêutico intermediário. 
Princípio do nível de evidência: 
 
 
125 Gustavo Urzêda Vitória 
Não basta haver uma evidência sobre algo para rejeitar a hipótese nula, essa 
evidência deve ser de qualidade. 
• Principais erros encontrados são: 
o Acaso → erros da amostragem, aleatórios. 
o Viés → erros técnicos e sistemáticos do desenho de estudo, ruídos. 
▪ Informação vem em sinal e ruídos. 
• MBE é baseada em uma minoria de evidências → somente aquelas que 
passaram por crivos analíticos criteriosos. 
• Apenas alta evidência é capaz de afastar a hipótese nula → moderada e 
baixa não são tão confiáveis. 
• Evidencias de alto nível são evidencias confirmatórias e norteiam 
condutas, já as demais são apenas exploratórias. 
Princípio da prova do conceito: 
Uma evidência científica não serve para dar condutas como se fossem regras, 
na verdade servem para nortear as decisões. Não devemos encaixotar nosso 
pensamento clínico. 
• Não cometer o erro de copiar a metodologia do trabalho na prática clínica 
→ cada trabalho possui sua amostragem, mas os resultados podem ser 
extrapolados para diferentes tipos de pacientes. 
• Não copiar a forma como o tratamento é testado, podemos adequar doses 
e fármacos a realidade de cada paciente, esses elementos escolhidos 
pelo trabalho aconteceram por força da estatística. 
• Não copiar o grupo controle. 
Princípio da complementaridade: 
Calcular o NNT individual do paciente → ciência e julgamento clínico não são 
coisas diferentes → pegar todas as informações e evidências da ciência e decidir 
se será ou não aplicado aquele paciente em conjunto ou não com o mesmo. 
Tripé da individualização da evidência: 
Subprincípio do princípio da complementariedade. 
A individualização depende do pensamento probabilístico → calcular o NNT 
individual a partir do NNT geral do trabalho. 
• O quanto será benéfico para o meu paciente. 
• Diagnóstico: probabilidade pré-teste e pós-teste. 
• Terapêutica: risco relativo para o tratamento → que deve ser reduzido. 
o Mais benéfico naquele que ter mais risco de desenvolver o 
desfecho esperado. 
o Redução relativa do risco (RRR) é constante nos diferentes grupos 
de pacientes. 
o NNT = 1/RAR (redução absoluta do risco). 
o RAR = [R(c) – R(t)] x 100 
 
 
126 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Verdadeira decisão compartilhada: 
Aprofundamento da decisão compartilhada. 
Não é apenas respeitar o paciente, e sim usar suas opiniões e preferências nas 
decisões médicas efetivas. 
• Evidência científica + preferências do paciente = decisão efetiva. 
• Principalmente quando as recomendações dependem do paciente para 
ter êxito. 
• O resultado é melhor quando selecionamos pacientes mais predispostos 
psicologicamente. 
• Não é deixar de fazer algo porque o paciente não quer, mas sim 
individualizar e negociar. 
• Somente evidência científica não garantem bons resultados. 
• Não é decisão consentida, na qual o paciente só concorda ou não com a 
conduta proposta. 
Pensamento de economia clínica: 
Economia aqui é ponderar custo e benefício → sempre haverá custos para as 
intervenções médicas. A mente humana evolui antieconômica (pensamento do 
custo zero). 
Riscos e consequências do overdiagnosis. 
Pensamento mais racional é considerar primeiro os custos. 
 
 
127 Gustavo Urzêda Vitória 
• Valor = benefício – custo. 
• Custo = pessoal + clínico + monetário. 
• Benefício clínico = qualidade do benefício x probabilidade. 
• Benefício = benefício clínico x disposição a pagar (preferência do 
paciente). 
Overdiagnosis: 
Não é um diagnóstico errado, e sim um diagnóstico fútil que irá mais prejudicar 
o paciente do que ajudá-lo. Não devemos adoecer os saudáveis. 
• Analisar cada caso para decidir quando usar testes diagnósticos. 
• Vale para o rastreamento de todas as doenças, inclusive de CA. 
o Ex: controverso rastreamento do CA de próstata, cujo diagnóstico 
aumento, mas não diminuiu a mortalidade, pelo contrário, 
aumentou as consequências dos tratamentos empregados 
(geralmente a cirurgia). 
• Diagnósticosfúteis em assintomáticos geram tratamentos iatrogênicos. 
• Assintomáticos precisam de prevenção, apenas. 
• Rótulos criam problemas psicológicos também. 
Choosing Wisely: 
É uma campanha de reflexão médica → mentalidade do médico ativo, no qual 
fazer muito por seu paciente gera uma sensação de ser um melhor profissional, 
o que nem sempre significa que aquelas ações serão benéficas para o paciente. 
• Less is more → menos é mais, ser mais racional. 
• A partir de um certo ponto, fazer mais se torna iatrogênico. 
• Não seguir “receitas de bolo”. 
• Cada sociedade médica se reuniu e escolheram 5 condutas que não 
devem ser tomadas ou tomadas com cuidado, isso nos EUA e Canadá. 
Brasil está se preparando para implementar. 
Viés cognitivo – assimetria de atenção: 
É algo tendencioso, na qual damos mais atenção e pensar criticamente sobre as 
evidências que vão de encontro as nossas expectativas em detrimento daquelas 
que vão contra. 
• Cria um viés científico por favorecer as evidências positivas, ao invés de 
valorizar e buscar criticar os resultados negativos. 
• The Texas Sharpshooter → “criar um alvo a partir dos tiros dados”, ou 
seja, realizar um estudo sem uma hipótese, concluindo os dados 
coletados dependendo do que vier. Determinar a padrões ao acaso. 
o Devemos usar o método dedutivo (definir as hipóteses antes de 
realizar o trabalho) e não o indutivo (observar a realidade antes de 
definir hipóteses). 
o Perde a reprodutibilidade do trabalho. 
 
 
128 Gustavo Urzêda Vitória 
Instinto da lacuna: 
Viés cognitivo → a mente humana tende a supervalorizar características de 
pacientes e os classificamos arbitrariamente em grupos que poderiam ou não se 
beneficiar. 
• Redução relativa de risco é homogênea em diferentes grupos de 
pacientes. 
• A questão é que quem tem mais fatores de risco e maior probabilidade de 
evento terão mais benefícios, porém o efeito é o mesmo que naqueles 
com baixa probabilidade. 
As duas faces do efeito placebo: 
Medicina de fantasia. 
• Efeito placebo ameniza sofrimento e não é algo errado. 
• Não existe indicações de quando usar e quando não usar placebo. 
• Quando parte do paciente e é algo relativamente seguro, não há razões 
para suspender. Mas prescrever placebo pode ir contra a confiança da 
relação médico-paciente. 
• Apoio psicológico e religiões podem funcionar como efeito placebo e 
podemos incentivá-los, caso os pacientes se mostrem abertos a eles. 
Tolerância com evidências prognósticas: 
Erro diagnóstico X erro prognóstico 
• Podemos ser mais tolerantes com os trabalhos que estudam marcadores 
prognósticos, do que com aqueles que estudam fatores diagnósticos. 
• Erro prognóstico é menos grave que o erro diagnóstico e o terapêutico, 
não interfere diretamente no quadro. 
• É mais difícil acertar uma previsão do futuro, isto é, o prognóstico. 
Exemplo de raciocínio probabilístico PDU: 
Probabilidade, desempenho e utilidade – forma de pensar. 
• Probabilidade do paciente, em seu contexto, desenvolver o problema em 
questão. 
• Desempenho das medidas recomendadas em tratar ou prevenir o 
problema em questão. 
• Utilidade das medidas para o problema em questão. 
Não existe “decisão certa”: 
MBE não garante que a decisão tomada será correta. 
• Em medicina não existe decisão certa, só saberemos após o desfecho, 
seja ele esperado ou não. 
• A ciência da incerteza → a probabilidade reconhece essa incerteza e 
conduz de maneira racional. 
 
 
129 Gustavo Urzêda Vitória 
- Diagnóstico: 
Pensamento diagnóstico: 
• Pensamento probabilístico → chances de ter algo. 
o Interação entre a probabilidade pré-teste e a probabilidade de 
novas informações colhidas durante a consulta. 
▪ Novas informações moldam as probabilidades que existem 
antes delas serem colhidas → conduzindo quais as 
principais doenças para aquele caso. 
▪ Podem ser colhidos pelo exame clínico ou por exames 
complementares. 
• Não é algo determinístico muitas vezes → não podemos determinar com 
certa o que é. 
Medidas de acurácia: 
 
• Acurácia determina o quão importante e influente é o teste para aquele 
caso. 
o Envolve: 
▪ Sensibilidade: proporção dos doentes com teste positivo. 
▪ Especificidade: proporção dos saudáveis com teste 
negativo. 
▪ Acurácia: proporção de resultados corretos. 
• Quanto melhor a acurácia, maior a influência do teste 
na probabilidade de o indivíduo ter a doença. 
▪ Razão de probabilidade positiva: 
• Sensibilidade/1-especificidade. 
• Quanto maior este número, maior o aumento da 
probabilidade de doença se o teste for positivo. 
▪ Razão de probabilidade negativa: 
• 1-sensibilidade/especificidade. 
• Quanto menor este número, maior a redução da 
probabilidade de doença se o teste for negativo. 
 
 
130 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Exemplos de razões de probabilidade: 
 
• Não realizar PSA para rastreio de CA de próstata. 
• Pesquisa de sangue oculto das fezes para rastreio de CA colorretal não 
deve ser usado. 
• D-dímero para trombose não tem acurácia satisfatória, tem valor razão de 
probabilidade negativa moderada apenas. 
Valor preditivo: 
• Positivo: a possibilidade de o indivíduo realmente ser doente. 
• Negativo: a probabilidade de o indivíduo ser realmente saudável. 
 
Bermudinha 
né pai 
 
 
131 Gustavo Urzêda Vitória 
 
• Prevalência = probabilidade pré-teste. 
• Sensibilidade e especificidade podem variar com a gravidade e extensão 
da doença. 
• Valores preditivos = probabilidade pós-teste. 
Fluxo do raciocínio diagnóstico: 
• Probabilidade pré-teste → teste → probabilidade pós-teste. 
Análise diagnóstica sequencial vs. multivariada: 
• Sequencial: 
 
o O pós-teste de uma avaliação funciona como pré-teste para a 
próxima. 
o Podem ter redundância quando há muitos fatores envolvidos → 
não sendo tão adequada. 
• Multivariada: 
o Preditores independentes que levam a uma probabilidade final. 
o Uso de modelos e escores. 
• Estimativa de probabilidade pré-teste: 
o Se não há informações suficientes para seguir um dos modelos, 
usar a prevalência das doenças. 
Análise crítica de estudos sobre acurácia I: 
• Evidência → confiabilidade, relevância e aplicabilidade. 
 
 
132 Gustavo Urzêda Vitória 
• Confiabilidade: 
o Desenho de estudo mais usado para diagnóstico, é o transversal. 
o Avaliar erros sistemáticos → maior em estudo sem protocolo 
definidos a priori. 
• Padrão de referência: 
 
• Viés de verificação: 
o Parte dos pacientes não realiza o padrão de referência → 
superestima a sensibilidade e subestima a especificidade. 
Análise crítica de estudos sobre acurácia II: 
• Viés de verificação diferencial: 
o O padrão de referência difere entre os pacientes. 
o Paciente diferentes são verificados de formas diferentes. 
Análise crítica de estudos sobre acurácia III: 
• Quanto ao método avaliado: 
o Sistematização da leitura do método. 
o Leitura cega em relação ao paciente e ao padrão-ouro. 
o Intervalo de realização entre exame vs. padrão. 
• Viés de espectro: 
o Grande contraste de gravidade de doença entre pacientes e 
saudáveis. 
o Evidente diferença entre os exames. 
o Situações de menor utilidade do método. 
Aplicabilidade I – validade externa: 
• Aplicabilidade do estudo em uma população que não é exatamente igual 
à do estudo. 
• Depende da extensão da doença apenas. 
Aplicabilidade II – utilidade e probabilidade pré-teste: 
• A utilidade do teste depende da sua probabilidade pré-teste em relação 
ao que se está pesquisando em conjunto com o paciente estudado. 
Aplicabilidade III – utilidade e rendimento: 
• Quantos testes precisam ser feitos para encontrar um positivo. 
O paradigma da eficácia diagnóstica: 
 
 
133 Gustavo Urzêda Vitória 
• O resultado do teste vai mudar o desfecho → eficácia. 
Overdiagnosis: 
Não é um diagnóstico errado, e sim um diagnóstico fútil que irá mais prejudicar 
o paciente do que ajudá-lo. Não devemos adoecer os saudáveis. 
•Analisar cada caso para decidir quando usar testes diagnósticos. 
• Vale para o rastreamento de todas as doenças, inclusive de CA. 
o Ex: controverso rastreamento do CA de próstata, cujo diagnóstico 
aumento, mas não diminuiu a mortalidade, pelo contrário, 
aumentou as consequências dos tratamentos empregados 
(geralmente a cirurgia). 
• Diagnósticos fúteis em assintomáticos geram tratamentos iatrogênicos. 
• Assintomáticos precisam de prevenção, apenas. 
• Rótulos criam problemas psicológicos também. 
- Método científico: 
A invenção do P = 0,05: 
• História do chá e do leite. 
o 1/20 = 0,05 → 5% supera o caos de pura sorte ou acaso. 
o A junção de vários testes/trabalhos com P = 0,05, aumentam a 
chance de acertar o desfecho e diminuem os falsos positivos e 
falsos negativos. 
Significância estatística (o que é o valor de P?): 
• Quando maior a significância estatística, menor a chance de ter 
acontecido por acaso ou sorte. 
• Valor de P é usado para isso → quanto menor, mais confiável é. 
• Quanto maior a amostra, menor o valor de P. 
• P deve ser menor que 0,05. 
O paradigma do NNT e sua humildade: 
• RR (risco relativo) = risco do tratamento/risco do controle. 
• RRR (redução relativa do risco) = 1-RR. 
• RAR (redução absoluta do risco) = risco do tratamento – risco do controle. 
• NNT (número necessário a tratar) = 100/RAR → quantidade de pessoas 
que preciso tratar para ter um benefício. 
 
 
134 Gustavo Urzêda Vitória 
 
RR vs. RA: 
• RR RRR para analisar o benefício para o paciente. 
Redução relativa de risco: 
• RRR: 
o Propriedade intrínseca do tratamento. 
o Tende a ser constante em diferentes subgrupos. 
o Permite o cálculo do RAR individual. 
• RAR: 
o Magnitude média do benefício. 
o Variável em diferentes subgrupos de risco. 
A pesquisa da literatura: 
• PICO: 
o P: população. 
o I: intervenção. 
o C: controle. 
o O: outcome (desfecho). 
 
ACABOU IRMÃO, 
PAZ! 
 
 
135 Gustavo Urzêda Vitória 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
REFERÊNCIAS 
 
BAILE, W.F. et al. SPIKES – um protocolo em seis etapas para transmitir más 
notícias: aplicação ao paciente com câncer. 
 
Curso de MBE do professor Luís Claudio Corrêa. 
 
DUNCAN, B.B. et al. Medicina ambulatorial. 4° Edição. Porto Alegre: Artmed, 
2013. 
 
Google Imagens, 2021. Disponível em: https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-
BR&tab=wi&ogbl. 
 
GUSSO, G.; LOPES, J.M.C.; DIAS, L.C. Tratado de Medicina de Família e 
Comunidade. 2ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2018. 
 
QUEIROZ, M.J. SOAP revisitado. Rev Port Clin Geral. v. 25, p. 221-227, 2009. 
 
RAMOS, V. A consulta em sete passos. Rev Port Clin Geral. v. 25, p. 208-220, 
2009. 
 
SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DO RIO DE JANEIRO. Guia 
de referência rápida de Diabetes Mellitus. 1° Edição. Rio de Janeiro: 2013. 
 
SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DO RIO DE JANEIRO. Guia 
de referência rápida de Hipertensão arterial. 1° Edição. Rio de Janeiro: 2013. 
 
SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DO RIO DE JANEIRO. Guia 
de referência rápida de Pré-natal. 1° Edição. Rio de Janeiro: 2013. 
 
 
 
https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi&ogbl
https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi&ogbl
SINTOMAS SEM
EXPLICAÇÃO MÉDICA
GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA
CONCEITO
PROCESSO
ETIOLÓGICO
APRESENTAÇÃO
CLÍNICA
AVALIAÇÃO
TRATAMENTO
SIINTOMAS QUE NÃO SÃO FACILMENTE EXPLICADOS POR ALTERAÇÕES
ANATOMOPATOLÓGICAS OU QUE SÃO DESPROPORCIONAIS A ELAS --> DE FORMA AGUDA
(ANSIEDADE, DEPRESSÃO) OU CRÔNICA (CONVERSIVO, FUNCIONAL, HIPOCONDRIA)
SENSAÇÕES CORPORAIS NORMAIS E ANORMAIS:
- DIMENSÃO CONSCIENTE DE MULTIPLOS E COMPLEXOS PROCESSOS
RELACIONADOS COM A HOMEOSTASE
- OCORRE NA MAIORIA DAS PESSOAS E SE RESOLVE ESPONTANEAMENTE
DESENCADEANTES DAS SENSAÇÕES
CORPORAIS ANORMAIS:
- INFECÇÕES AGUDAS, TRAUMAS, ALTERAÇÕES
METABÓLICAS E ESTRESSE EMOCIONAL
PADRÕES EXPLICATIVOS:
- NORMALIZADORES
- PSICOLOGIZADORES
- SOMATIZADORES
FATORES DE RISCO PARA CRONICIDADE:
- SEXO FEMININO, COMPORTAMENTO ANORMAL DE ADOECIMENTO,
AMPLIFICAÇÃO DE SENSAÇÕES SOMÁTICAS, AUTOCONCEITO DE FRACA E
INCAPAZ, TRANSTORNOS MENTAIS
- HISTÓRIA FAMILIAR DE DOENÇAS GRAVES, HISTÓRIA FAMILIAR DE
SOMATIZAÇÃO, ESTRUTURA SOCIAL QUE FAVORECE A SUBMISSÃO,
CULTURAS LATINO-AMERICANAS
- CONDUTAS CENTRADAS NO FÍSICO, FALTA DE DIÁLOGO MÉDICO,
SISTEMA DE SAÚDE DESORGANIZADO, RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE DE
BAIXA QUALIDADE
GRUPO 1 (ASSOCIADO A SOFRIMENTO MENTAL
INESPECÍFICO):
- ASSOCIADO A FASES DE VIDA DIFÍCEIS, TRANSITÓRIOS E
COM RESOLUÇÃO RÁPIDA E ESPONTANEA
GRUPO 2 (ASSOCIADOS A TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS):
- ANSIEDADE E DEPRESSÃO --> ASTENIA, FADIGA, DORES,
PALPITAÇÕES, DISPNEIA, SUDORESE
GRUPO 3 (ASSOCIADO A SÍNDROMES ESPECÍFICAS):
- FUNCIONAIS: SINTOMAS FÍSICOS SEM EXPLICAÇÃO ORGÂNICA --> FIBROMIALGIA, DII, SÍNDROME DA
FADIGA CRÔNICA
- HIPOCONDRIA: PREOCUPAÇÃO PERMANENTE E DESPROPORCIONAL COM A PRÓPRIA SAÚDE,
AMPLIFICAÇÃO DAS SENSAÇÕES SOMÁTICAS; CONVICÇÃO DE TER UMA DOENÇA NÃO CONFIRMADA POR
UM MÉDICO
- CONVERSÃO E DISSOCIAÇÃO: PERDA DA INTEGRIDADE ENTRE FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS,
NEUROLÓGICAS SUPERIORES OU PERIFÉRICAS, SEM CAUSAS ORGANICAS DEFINIDAS --> ALTERAÇÕES DE
CONSCIENCIA, DE MEMÓRIA, DE SENSIBILIDADE ETC.
- EVENTOS DESENCADEANTES
- TRANSTORNOS ANSIOSOS OU DEPRESSIVOS
- FATORES DE RISCO
- PADRÃO DE ATRIBUIÇÃO
- CURSO E GRAU DE INCAPACIDADE DOS SINTOMAS
- SUPERAR O MODELO DOENÇA-LESÃO (NÃO CONSIDERAR SOMATIZAÇÃO SOMENTE DEPOIS DE DESCARTAR TODAS AS CAUSAS ORGANICAS)
- EVITAR O PODER SOMATIZADOR DA CONSULTA MÉDICA
- INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS
- RECODIFICAR O SINTOMA (AMPLIAR AGENDA, NEGOCIAR TRATAMENTO)
- OFERECER ESPAÇOS DE APOIO PSICOSSOCIAL
- GRUPOS TERAPÊUTICOS
- TÉCNICAS DE RELAXAMENTO E EXERCICIOS FÍSICOS
- MINDFULNESS
- ABORDAGEM FAMILIAR
- FARMACOLOGICO (ANTIDEPRESSIVOS, ANSIOLÍTICOS, SULPIRIDA)
- COORDENAÇÃO DO CUIDADO
- TCC
CONSULTA EM
7 PASSOS
GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA
FASES
PASSOS
INICIAL:
1- PREPARAÇÃO
2- PRIMEIROS MINUTOS
INTERMEDIÁRIA:
3- EXPLORAÇÃO
4- AVALIAÇÃO
5- PLANO
FINAL:
6- ENCERRAMENTO
7- REFLEXÃO
1:
- BREVE AUTO-AVALIAÇÃO DO MÉDICO
- REVER PROTUÁRIO
- AVALIAR E PREPARAR O CONSULTÓRIO
2:
- ACOLHIMENTO, PRIMEIRO CONTATO E
CUMPRIMENTO
- ESCUTA ATENTA DAS DEMANDAS
3:
- ANAMNSES, EXAME FÍSICO E
CONTECTUALIZAÇÃO COM OS
PROBLEMAS ABORDADOS
4:
- INTERRELACIONAR E INTERPRETAR OS
DADOS E INFORMAÇÕES COLHIDASE
INTERGR-ALOS A UM RACIOCÍNIO
5:
- PROPOR, NEGOCIAR E PROCURAR
CHEGAR A UM ACORDO SOBRE AÇÕES E
OBJETIVOS
6:
CONFIRMAÇÃO A INEXISTÊNCIA DE
DÚVIDAS, SATISFAÇÃO DAS
EXPECTATIVAS DO PACIENTE, ACOLHER
EVENTUAIS APRECIAÇÕES E ENCERRAR
FORMALMENTE A CONSULTA
(DESPEDIDA)
7:
- AUTORREFLEXÃO PESSOAL SOBRE A
CONSULTA, LIMPEZA MENTAL E
COGNITIVA
FERRAMENTAS DE
ABORDAGEM FAMILIAR
GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA
ABORDAGEM
FAMILIAR
ENTREVISTA
COM A FAMÍLIA
CICLO DE VIDA
FAMILIAR
GENOGRAMA
ECOMAPA
FAMÍLIA IMPACTA DE FORMA PROFUNDA
NA SAÚDE DOS INDIVÍDUOS
NÍVEIS DE ENVOLVIMENTO DO MFC:
1- MÍNIMO CONTATO (PATOLOGIAS INDIVIDUAIS)
2- TROCA DE INFORMAÇÕES E COLABORAÇÃO (TABAGISMO, SOBREPESO, CUIDADOS DE SAÚDE)
3- CONTENÇÃO EMOCIONAL, APOIO, SUPORTE E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS (ÁLCOOL, DROGAS,
DEPRESSÃO, ANSIEDADE, COMPORTAMENTO DE RISCO)
4- ACONSELHAMENTO, MANEJO SISTEMICO DE FAMILIAS E RELAÇÕES COM AVALIAÇÕES
CONTINUADAS (VÁRIOS PROBLEMAS FAMILIARES)
5- TERAPIA DE FAMÍLIA
CRIAR LAÇOS HAMONIOSOS, MANTER RELACIONAMENTO EMPATICO, ORGANIZAR A ENTREVISTA,
NÃO TOMAR PARTIDOS, AJUDAR OS MEMBROS A SE ORGANIZAR E PARTICIPAR DA RESOLUÇÃO DOS
PROBLEMAS
ESTRUTURAS FAMILIARES:
- PROCESSO DE SEPARAÇÃO
- MONOPARENTAIS
- RECONSTITUIDAS
- ESTENDIDAS
- LGBTI+
- APRESENTAÇÃO SOCIAL
- APROXIMAÇÃO
- ENTENDIMENTO DA SITUAÇÃO
- DISCUSSÃO
- ESTABELECIMENTO DE UM PLANO TERAPÊUTICO
1- SAINDO DE CASA (JOVENS SOLTEIROS)
2- NOVO CASAL3- COM FILHOS PEQUENOS
4- COM ADOLESCENTES
5- NINHO VAZIO
6- ESTÁGIO TARDIO DE VIDA
CLASSE POPULAR:
1- ADOLESCENTE/ADULTO JOVEM
SOLTEIRO
2- FAMÍLIA COM FILHOS
3- FAMÍLIA EM ESTÁGIO TARDIO
DA VIDAMAPEAR E AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE
A FAMÍLIA E REALIZAR INTERVENÇÕES PELOS
PROFISSIONAIS NOS CUIDADOS DE SAÚDE
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA QUE IDENTIFICA TODOS OS
SISTEMAS ENVOLVIDOS E RELACIONADOS COM A PESSOA,
COM A FAMÍLIA EM QUESTÃO E O MEIO ONDE VIVEM
VISITA
DOMICILIAR
GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA
CONCEITOS
MODALIDADES
ORGANIZAÇÃO
EQUIPE
SITUAÇÕES
ESPECIAIS
ATENÇÃO DOMICILIAR:
- CATEGORIA MAIS AMPLA --> INTERAÇÃO DO
PROFISSIONAL COM A PESSOA, COM SUA FAMÍLIA E COM
O CUIDADOR, SENDO UM CONJUNTO DE ATIVIDADES
REALIZADAS EM DOMICILIO
ASSISTÊNCIA DOMICILIAR:
- TODO E QUALQUER
ATENDIMENTO A DOMICÍLIO
REALIZADO POR PROFISSIONAIS
QUE INTEGRAM A EQUIPE DE
SAÚDE
ATENDIMENTO DOMICILIAR:
- ATUAÇÃO DE UM
PROFISSIONAL NO DOMICILIO,
QUE PODE SER
OPERACIONALIZADA POR MEIO
DA VISITA E DA INTERNAÇÃO
VISITA DOMICILIAR:
- DIAGNÓSTICO DA
REALIDADE DO
INDIVÍDUO E AS
AÇÕES EDUCATIVAS
INTERNAÇÃO DOMICILIAR:
- UTILIZAÇÃO DO APARATO TECNOLOGICO
EM DOMICILIO, DE ACORDO COM AS
NECESSIDADES --> NÃO SUBSTITUI A
INTERNAÇÃO HOSPITALAR, MAS PODE SER
UMA CONTINUIDADE
- DEFINIR CLARAMENTE OS OBJETIVOS
- REVISAR PROTUÁRIO E REUNIR DADOS SOBRE A PESSOA E A FAMÍLIA
- ESTABELECER TEMPO E RECURSOS NECESSÁRIOS
- INFORMAR A FAMÍLIA DA VISITA, A MENOS QUE ISSO NÃO SEJA ESTRATÉGICO
MÉDICO:
- AVALIAR PACIENTE DE MODO INTEGRAL
- ESCLARECER O PACIENTE E A FAMÍLIA
- ESTABELECER FONTES DE COMUNICAÇÃO
- LEVAR O CASO PARA DISCUSSÃO, SE NECESSÁRIO
- EMITIR PRESCRIÇÕES
- REGISTRAR ATENDIMENTO
- PROMOVER AVALIAÇÕES PERIODICAS
- INDICAR INTERNAÇÃO, SE NECESSÁRIO
- DAR ALTA
- VERIFICAR ATESTADO DE ÓBITO
- IDENTIFICAR VIOLENCIA
ACS:
- COMUNICAR A EQUIPE SOBRE A
NECESSIDADE DE VISITA
- ESTABELECER COMUNICAÇÃO
COM A FAMÍLIA
- ORIENTAR CUIDADOS COM LIXO
- ELO DE COMUNICAÇÃO
- IDENTIFICAR E MOBILIZAR REDES
DE APOIO COMUNITÁRIAS
- REGISTRAR ATENDIMENTOS
- IDENTIFICAR VIOLENCIA
TÉC. DE ENFERMAGEM:
- AUXILIAR NO TREINAMENTO DO
CUIDADOR
- ACOMPANHAR EVOLUÇÃO DOS CASOS
- REALIZAR PROCEDIMENTOS
- ORIENTAR CUIDADOS COM O LIXO
- ESTABELECER COMUNICAÇÃO
- COMUNICAR AO ENFERMEIRO E AO
MÉDICO SOBRE MUDANÇAS NO QUADRO
- REGISTRAR ATENDIMENTOS
- IDENTIFICAR VIOLENCIA
ENFERMEIRO:
- AVALIAR DE FORMA INTEGRAL
- AVALIAR AS CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA
- ELABORAR A PRESCRIÇÃO DE CUIDADOS
- IDENTIFICAR E TREINAR O CUIDADOR
- SUPERVISIONAR OS TÉCNICOS
- SOLICITAR EXAMES E PRESCREVER CONFORME PROTOCOLOS
- REALIZAR PROCEDIMENTOS
- ORIENTAR CUIDADOS COM O LIXO
- ESTABELECER COMUNICAÇÃO
- COMUNICAR EQUIPE SOBRE ALTERAÇÕES
- DAR ALTA DA ENFERMAGEM
- IDENTIFICAR VIOLENCIA
- URGÊNCIA
- COMUNIDADES RURAIS E REMOTAS
- ÓBITO NO DOMICILIO
- SITUAÇÃO DE RUA
- TERRITÓRIOS DE CONFLITO E
VIOLENCIA URBANA
CONDIÇÕES
AGUDAS NA UBS
GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA
ACNE
IVAS
PNMITU
GECA
TONTURA E
VERTIGEM
DOR TORÁCICA
ETIOLOGIA
DIAGNÓSTICO
CLASSIFICAÇÃO
TRATAMENTO
- DOENÇA FOLICULAR INFLAMATÓRIA --> OBSTRUÇÃO E DISTENSÃO DO FOLÍCULO PULOSSEBÁCEO
- HIPERRESPONSIVIDADE DOS SEBÓCITOS E DOS QUERATINÓCITOS AOS ANDROGÊNIOS --> HIPERPLASIA DAS GLANDULAS
SEBACEAS E AUMENTO DA OLEOSIDADE
- COLONIZAÇÃO PELO P. ACNE
- CLÍNICO
- INVESTIGAR SOP, HIPERPLASIA SUPRARRENAL CONGENITA DE INICIO TARDIO, HIPERPROLACTINEMIA E SÍNDROME DE
CUSHING
LEVE (COMEDONIANA OU TIPO I):
- NÃO INFLAMATÓRIA; ABERTAS E/OU FECHADAS, COM
SUPERFÍCIE PRETA OU BRANCA, PODE TER PAPULAS
MODERADA (PAPULOPUSTULOSA OU TIPO II):
- COMEDÕES E LESÕES INFLAMATÓRIAS,
INCLUINDO PAPULAS E ALGUMAS PUSTULAS
MODERADA A SEVERA (NODULOCISTICA OU TIPO III):
- NUMEROSOS COMEDÕES, PAPULAS E PUSTULAS;
ALGUNS CISTOS MAIORES DO QUE 5MM OU NÓDULOS
SEVERA (CONGLOBATA OU TIPO IV):
- MAIS GRAVE, NUMEROSOS CISTOS E/OU NÓDULOS,
DOLOROSOS, COM FORMAÇÃO DE ABSCESSOS E ESCARIFICAÇÃO
CAUSAS
ALGORITMOS
CONCEITOCLASSIFICAÇÃOTRATAMENTO
AUMENTO DO VOLUME DAS FEZES
ACOMPANHADO POR DIMINUIÇÃO DA
SUA CONSSITENCIA E MAIOR NÚMERO
DE EVACUAÇÕES --> DIARREIA
- AGUDA: PERIODO DE 24H
- DISENTERIA: SANGUINOLENTA, MUCO
- PERSISTENTE: > 14 DIAS
- CRÔNICA: > 30 DIAS
- AQUOSA
- GORDUROSA
- INFLAMATÓRIA
B:
- UBS
- SRO 50ML/KG --> PEQUENAS QUANTIDADES E DE
FORMA FREQUENTE
- ALIMENTOS SUSPENSOS NAS PRIMEIRAS 4H DE
TRATAMENTO, EXCETO AMAMENTAÇÃO, DEPOIS DISSO
PODE SER OFERECIDO DE 3/3H
A:
- EM CASA --> AUMENTO DA INGESTA HÍDRICA
(PRINCIPALMENTE ÁGUA E LEITE)
- SRO
- MANTER ALIMENTAÇÃO NORMAL
C:
- COMEÇA NA UBS E VAI PARA O HOSPITAL
- INICIAR SRO, EV, IMEDIATAMENTE --> RINGER
LACTATO OU SF 0,9% + GLICOSE 5%
- REAVALIAR DE 15/15MIN
- 30ML/KG (1H EM 1 ANO);
DEPOIS 70ML/KG (5H EM 1
ANO)
CLASSIFICAÇÃO
FATORES DE
RISCO
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
- ANATOMIA: BAIXA (CISTITE, URETRITE) OU ALTA (PIELONEFRITE, ABSCESSO
PERIRRENAL)
- SINTOMAS: SINTOMATICO OU ASSINTOMATICO
- ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS OU FUNCIONAIS DO TU: NÃO COMPLICADA OU
COMPLICADA (ANORMALIDADES NO TU)
- RECORRENCIA: REINFECÇÃO (INFECÇÃO SINTOMATICA APÓS A RESOLUÇÃO CLÍNICA DE
UM EPISÓDIO DIFERENTE; CEPA DIFERENTE) OU RECIDIVA (MESMO GERME EM UM
PERÍODO DE 2 SEMANAS APÓS O TRATAMENTO; FALHA NA ERRADICAÇÃO)
INTERCURSO SEXUAL RECENTE, USO DE ESPERMICIDAS COM OU SEM DIAFRAGMA, MÃE
COM HISTÓRIA DE INFECÇÕES E INÍCIO PRECOCE ( CASOS MAIS GRAVES: NORFLOXACINO,
CEFALEXINA, CLAVULIN
- BACTERIURIA ASSINTOMATICA:TRATA APENAS GESTANTES --> NITROFURANTOINA OU CEFALEXINA
- ITU COMPLICADA: FLUOROQUINOLONAS E AVALIAR INTERNAÇÃO
- PIELONEFRITE: CIPROFLOXACINO, BACTRIN, LEVOFLAXACINO, CEFTRIAXONA, CEFEPIMA, TAZOCIN,
IMIPENEM, MEROPENEM, GENTAMICINA
- HOMENS: BACTRIN OU FLUOROQUINOLONAS
DOENÇAS DIAGNÓSTICO CONDUTA
- RESFRIADO COMUM
- GRIPE
- LARINGITE AGUDA
- LARINGOTRAQUEITE
- EPIGLOTITE
- RESFRIADO COMUM: SUPORTE E SINTOMATICOS
- GRIPE: SINTOMATICOS; OSELTAMIVIR (INDIGENAS, GESTANTES, MENORES OU
IGUAIS A 2 ANOS, PUERPERAS ATÉ 2 SEMANAS PÓS-PARTO, DOENÇAS CV E
HEMATOLÓGICAS, DISTURBIOS METABOLICOS, TRANSTORNOS
NEUROLOGICOS OU DO DESENVOLVIMENTO, IMUNOSSUPRIMIDOS,
NEFROPATAS E HEPATOPATAS)
- LARINGITE AGUDA: SUPORTE E SINTOMATICOS, NÃO HÁ INDICAÇÃO DE
CORTICOIDE PARA ROUQUIDÃO
- LARINGOTRAQUEITE: WESTLEY 0-2 (DOSE UNICA DE DEXA VO), WESTLEY > 3
(NEBULIZAÇÃO COM ADRENALINA RACEMICA)
- EPIGLOTITE AGUDA: MANUTENÇÃO DE VIA AREA PERVIA, O2 100% E ATB
EMPIRICO PARA HIB, S. PNEUMONIAE, S. AUREUS E EBHGA
CONCEITOSCLÍNICA DE
VERTIGEM
ETIOLOGIAS DE
VERTIGEM
- VERTIGEM: SENSAÇÃO SUBJETIVA DE ROTAÇÃO DO SUJEITO OU DOS OBJETOS AO SEU
REDOR, SENDO UMA ILUSÃO DO CORPO OU DO AMBIENTE
- PRÉ-SÍNCOPE: SENSAÇÃO IMINENTE DE SÍNCOPE/PERDA DA CONSCIÊNCIA, POR
VEZES, ACOMPANHADA DE SENSAÇÃO DE CALOR DIAFORESE, NAUSEAS E
BORRAMENTO VISUAL
- DESEQUILIBRIO: SENSAÇÃO DE INSTABILIDADE POSTURAL, AGRAVADA DURANTE ADEMABULAÇÃO, SEM A SENSAÇÃO ILUSORIA DE ROTAÇÃO
- TONTURA: SINTOMAS QUE NÃO SÃO POSSÍVEIS CATEGORIZAR COMO UM DOS
ANTERIORES
EXAME FÍSICO
ANAMNESE
- AVALIAÇÃO NEUROLOGICA
- OTOSCOPIA
- ACUMETRIA (SUSSURRO, RINNE E WEBER)
- PESQUISA DE NISTAGMO
- DIX-HALLPIKE
- TESTES DE EQUILIBRIO (ROMBERG E BABINSKY-WEIL)
- HINTS: IMPULSO DA CABEÇA (RAPIDAMENTE 10° PARA DIREITA E 10° PARA A ESQUERDA, SE TIVER MOVIMENTO DE SACADA É PERIFÉRICO),
NISTAGMO (MULDIRECIONAL, VERTICAL, SEM LATENCIA E NÃO FATIGAVEL É CENTRAL) E SKEW (OLHAR PARA FRENTE E OCLUIR OS OLHOS
ALTERNADAMENTE --> DESVIO VERTICAL DO OLHO APÓS DESCOBERTO É CENTRAL
- PODE PEDRI AUDIOMETRIA, ELETRONISTAGMOGRAFIA E RM DE CRÂNIO)
PERIFÉRICAS:
- 40-60 ANOS
- SEGUNDOS ATÉ DIAS
- VPPB --> DIX-HALPIKE E EPLEY
- NEURITE VESTIBULAR E LABIRINTITES: ABRUPTO E LENTO, PODENDO TER HIPOACUSIA E ZUMBIDO
--> SUPRESSORES VESTIBULARES COMO SINTOMATICOS
- MENIERE: RECORRENTE DE VERTIGEM, HIPOACUSIA, ZUMBIDO E PLENITUDE AURAL --> VAI PARA O
OTORRINO
- LABIRINTOPATIAS HORMONAIS E METABOLICAS
- CINETOSE --> FIXAR O OLHAR E REMISSÃO ESPONTANEA
- FÍSTULA LABIRINTICA --> CIRURGIA
CENTRAIS:
- IDOSOS E CRIANÇAS
- LONGA DURAÇÃO
- INCOMUM SINTOMAS AUDITIVOS, MAS SÃO COMUNS SINTOMAS
NEUROLOGICOS E NEUROVEGETATIVOS
- MIGRANEA VESTIBULAR --> TRATAMENTO SEMELHANTE A MIGRANEA
- INSUFICIENCIA VESTEBROBASILAR: DIMINUIÇÃO DO FLUXO SANGUINEO
ARTERIAL POR PLACAS DE ATEROMA, ALTERAÇÕES HEMODINAMICAS OU
COMPRESSÃO EXTRINSECA
- RAROS: ESCLEROSE MULTIPLA, NEOPLASIA INTRACRANIANA,
MALFORMAÇÃO DE ARNOLD-CHIARI, EPILEPSIA
CLASSIFICAÇÃO
DIAGNÓSTICO
CONDUTA
COMUNITÁRIA: FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR OU QUE SURGE NAS PRIMEIRAS 48H DE
ADMISSÃO --> S. PNEUMONIAE, M. PNEUMONIAE, C. PNUEMONIAE, VÍRUS, H. INFLUENZAE
NOSOCOMIAL: S. PNEUMONIAE, M. PNEUMONIAE, C.
PNEUMONIAE, VÍRUS, H. INFLUENZAE, LEGIONELLA; S.
AUREUS E BACILOS GRAM NEGATIVOS NA UTI
ATÍPICOS: M. PNEUMONIAE, C.
PNEUMONIAE E LEGIONELLA
- FEBRE, DISPNEIA, TAQUICARDIA, ESTERTORES --> IDOSOS TEM MENOS SINTOMAS
- RX DE TÓRAX
- HOSPITALAR: BACTERIOSCOPIA, HEMOGRAMA, UR, TRANSAMINASES, GLICEMIA E ELETROLITOS
- PCR E PROCALCITONINA
LOCAL DE
TRATAMENTO ESQUEMAS
DOR
MUSCULOESQUELÉTICA
GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA
DOR
MIOFASCIAL
CONCEITO
AVALIAÇÃO
TRATAMENTO
JOELHOOMBRO
EXAME
FÍSICO
ETIOLOGIAS
RITMOS DE
DOR
EXAME
FÍSICO
ETIOLOGIAS
- CAUSADA POR PONTOS GATILHOS MIOFASCIAIS --> FOCOS INTENSAMENTE
CONTRAÍDOS DE MÚSCULOS ESTRIADOS CUJO ESTÍMULO MECÂNICO É CAPAZ DE
DISPARAR SINTOMAS E SINAIS LOCAIS E A DISTÂNCIA
- 2 DE 3 CRITÉRIOS: DOR OU SENSAÇÃO REFERIDA, PONTO HIPERSENSÍVEL OU BANDA
TENSA MUSCULAR
- ANAMNESE: RITMO MECÂNICO (PIORA COM MOVIMENTO OU COM POSTURAS
PROLONGADAS, MELHORAM COM REPOUSO)
- EXAME FÍSICO: DELIMITAR O MÚSCULO --> IDENTIFICAR A BANDA TENSA -->
LOCALIZAR O PONTO MAIS DOLOROSO
TÉCNICAS MANUAIS DE
INATIVAÇÃO:
- COMPRESSÃO ISQUÊMICA:
COMPRIMIR O PONTO CONTRA
UMA ESTRUTURA FIRME
SUBJACENTE POR 1-2
MINUTOS, ASSOCIADA A
TÉCNICAS DE RELAXAMENTO
MUSCULAR
AGULHAMENTO:
- FALHA DOS MÉTODOS
MANUAIS OU DORES ANTIGAS
- DESTRUIÇÃO MECANICA DOS
PONTOS E MODULAÇÃO
NERVOSA
- PODE SER SECO OU NÃO
(INFILTRAÇÃO DE PEQUENA
QUANTIDADE DE ANESTÉSICO)
MEIOS FÍSICOS:
- CALOR CAUSA VASODILAÇÃO
SUPERFICIAL E PROFUNDA E
RELAXAMENTO MUSCULAR
- FRIO CAUSA VASOCONSTRIÇÃO
SUPERFICIAL E VASODILATAÇÃO
PROFUNDA E INIBE A NOCICEPÇÃO
SUPERFICIAL, REDUZ EDEMA E
RELAXA DE FORMA MAIS TARDIA
MEDICAMENTOS:
- DICLOFENACO TÓPICO, LIDOCAÍNA TÓPICA
E CICLOBENZAPRINA ORAL PODEM SER
USADOS, MAS SÃO POUCO EFETIVOS
- CREMES DE CAPSAICINA
- TIZANIDINA
- AINES SISTEMICOS E ANALGESICOS NÃO
POSSUEM DADOS AINDA SOBRE SUA
EFICÁCIA
- INSPEÇÃO: VERMELIDÃO, PALIDEZ, CIANOSE, EDEMA, HEMATOMAS,
LACERAÇÕES, DEFORMIDADES (VARO OU VALGO), ASSIMETRIAS, ATROFIAS
- PALPAÇÃO: DOR, CALOR, CONSISTENCIA, MANOBRAS
- TESTES DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO E FORÇA
- TESTES PROVOCATIVOS
- AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
- CRIANÇAS E ADOLESCENTES: LUXAÇÃO E SUBLUXAÇÃO RECIDIVANTE DA
PATELA, SPOFISITE TIBIAL, JOELHO DO SALTADOR (TENDINITE PATELAR),
EPIFISIÓLISE DO FÉMUR PROXIMAL, OSTEOCONDRITE DISSECANTE
- ADULTOS: CONDROMALACIA PATELAR, BURSITE DA PATA DE GANSO,
SÍNDROME DE PLICA MEDIAL, TRAUMAS, ARTROPATIA INFLAMATÓRIA, ARTRITE
SÉPTICA
- IDOSOS: OSTEARTRITE, ARTROPATIA INFLAMATÓRIA INDUZIDA POR CRISTAIS,
CISTO POPLITEO
- MECÂNICO
- VENTILATÓRIO DEPENDENTE
- INFLAMATÓRIO
- VISCERAIS (CÓLICAS)
- INSPEÇÃO.
- EXAME NEUROLÓGICO
- EXAME MIOFASCIAL
- MANOBRAS ESPECIFICAS
- PALPAÇÃO: SEGUE SEMPRE O SENTIDO DAS FIBRAS
MUSCULARES E FAZENDO MOVIMENTO DE ANZOL
- OBS: MAGUITO ROTADOR --> REDONDO MENOR,
SUPRA E INFRAESPINHAL, E SUBESCAPULAR
- LUXAÇÃO GLENOUMERAL
- LUXAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
- FRATURA DE CLAVICULA
- FRATURA DE 1/3 PROXIMAL DO UMERO
- RUPTURA DA CABEÇA LONGA DO BICEPS
- LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL
MANOBRAS
OMBROS
EM PÉ OU
SENTADO
INSPEÇÃO:
- DEFORMIDADES
- AUMENTO DE VOLUME
- ASSIMETRIA
- ATROFIAS MUSCULARES
- AVALIAR SE O PACIENTE
APOIA O BRAÇO
- PRESENÇA DE LESÃO
CUTÂNEAS
PALPAR:
- ESTRUTURAS
ÓSSEAS
- PARTES MOLES
- PONTOS
GATILHOS
MOVIMENTAÇÃO:
- ROTAÇÕES
INTERNA E EXTERNA
- ABDUÇÃO E
ADUÇÃO
SUPRAESPINHOSO:
- TESTE DO ARCO
DOLOROSO
- TESTE DE JOBE
- TESTE IRRITTIVO DE
HAWKINS
- TESTE DE NEER
INFRAESPINHOSO:
- TESTE DE PATTE
- TESTE DE GERBER
BICEPS:
- TESTE DO TENDÃO
LONGO DO BÍCEPS
(SPEED)
- TESTE PARA O TENDÃO
LONGO (YERGASON)
TESTE DE GERBER
TESTE DO ARCO
DOLOROSO
TESTE DE JOBE
TESTE DE NEER
TESTE IRRITATIVO DE HAWKINS
TESTE DE PATTE
TESTE DE SPEED
TESTE DE YERGASON
MANOBRAS
JOELHOS
INSPEÇÃO:
- DEFORMIDADES (GENU
VARO OU VALGO)
- AUMENTO DE VOLUME
- ASSIMETRIAS
- ATROFIAS MUSCULARES
- TUMORAÇÕES
- LESÕES CUTÂNEAS
PALPAÇÃO:
- DOR
- CALOR
- DERRAME ARTICULAR
- PONTOS DOLOROSOS
- CREPITAÇÕES
- TENDÕES
MOVIMENTOS:
- FLEXÃO E
EXTENSÃO
- ROTAÇÕES
LATERAL E MEDIAL
MANOBRAS:
- TESTE DE MCMURRAY
- TESTE DA COMPRESSÃO DE APPLEY
- TESTE DA DISTRAÇÃO DE APPLEY
- TESTE DA GAVETA
- TESTE DE ESTRESSE EM VALGO
- TESTE DE ESTRESSE EM VARO
- SINAL DA TECLA
- SINAL DA BOCHECHA
MCMURRAY
TESTE DE APPLEY (COMPRESSÃO
E DISTRAÇÃO)
SINAL DA TECLA
TESTE DE ESTRESSE
TESTE DA GAVETA
MBE
DIAGNÓSTICO
GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA
MEDIDAS DE
ACURÁCIA
CONCEITOS
VIESES
FÓRMULAS
PROBABILIDADE PRÉ-TESTE (PREVALENCIA) --> TESTE -->
PROBABILIDADE PÓS-TESTE (VALORES PREDITIVOS)
- ACURÁCIA: QUÃO IMPORTANTE E INFLUENTE É O TESTE PARA AQUELE CASO
- SENSIBILIDADE: PROPORÇÃO DOS DOENTES COM TESTES POSITIVOS
- ESPECIFICIDADE: PROPORÇÃO DOS SAUDAVEIS COM TESTE NEGATIVO
- RAZÃO DE PROBABILIDADE POSITIVA: QUANTO MAIOR, MAIOR O AUMENTO
DA PROBABILIDADE DE DOENÇA SE O TESTE FOR POSITIVO
- RAZÃO DE PROBABILIDADE NEGATIVA: QUANTO MENOR, MAIOR A
REDUÇÃO DA PROBABILIDADE DE DOENÇA SE O TESTE FOR NEGATIVO
- VPP: POSSIBILIDADE DO INDIVIDUO REALMENTE ESTAR DOENTE
- VPN: A PROBABILIDADE DE O INDIVIDUO SER REALMENTE SAUDAVEL
- VERIFICAÇÃO (PARTE DOS PACIENTES NÃO REALIZA O PADRÃO DE REFERÊNCIA)
- VERIFICAÇÃO DIFERENCIAL (PADRÃO DE REFERENCIA DIFERE ENTRE OS PACIENTES)
- DE ESPECTRO (GRANDE CONTRASTE DE GRAVIDADE DE DOENÇA ENTRE PACIENTES E SAUDÁVEIS)
- RPP: SENS./1-ESP.
- RPN: 1-SENS./ESP.através de palavras a linguagem não verbal do paciente. 
• O A está sujeito a subnotificações. 
• Omissões frequentes. 
• Educação em saúde normalmente é negligenciada. 
Futuro: 
• Melhorar o registro da medicação → manter sem completo e atualizado. 
• Melhorar o registro das oportunidades preventivas → atualização de 
morbidades, fatores de risco e planos preventivos. 
• Melhorar o registro de aconselhamento. 
 
 
 
 
 
7 Gustavo Urzêda Vitória 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
MFC 9 
 
- Rastreamento em saúde: 
Rastreamento: 
Derivado do inglês screening, vem da ideia de peneira, e consiste em aplicar 
exames ou testes em pessoas sadias e assintomáticas, com a garantia de 
benefícios relevantes frente aos riscos e danos previsíveis e imprevisíveis da 
intervenção. 
Um teste positivo não implica em diagnóstico, pois apenas seleciona pessoas 
com maior probabilidade de apresentar a doença pesquisada. 
Critérios para a introdução de um programa de rastreamento: 
• Características da doença: 
o Impacto significativo na saúde pública. 
o Período assintomático durante o qual a detecção é possível. 
o Melhora nos desfechos pelo tratamento durante o período 
assintomático. 
• Características do teste: 
o Sensibilidade suficiente para detectar a doença no período 
assintomático. 
o Especificidade suficiente para minimizar os resultados falso-
positivos. 
o Aceitável para as pessoas. 
• Características da população rastreada: 
o Prevalência suficientemente alta da doença que justifique o 
rastreamento. 
o Cuidado médico acessível. 
o Pessoas dispostas a aderir à sequência de investigação e 
tratamento. 
Tipos de prevenção: 
 
 
8 Gustavo Urzêda Vitória 
1. Primária: atuam antes do adoecimento e impedem a ocorrência de 
doenças, como a promoção de saúde e a imunização. 
2. Secundária: detectar o adoecimento precocemente para trata-lo com mais 
efetividade, maior brevidade, menor sofrimento e menores danos → 
rastreamento e diagnóstico precoce. 
3. Terciária: reabilitação em casos de doença ou lesão já estabelecida. 
4. Quaternária: pretende evitar danos potenciais e medicalização excessiva 
decorrentes do intervencionismo biomédico, protegendo os pacientes de 
danos iatrogênicos e oferecendo alternativas eticamente aceitáveis. 
Vieses: 
• Tempo de antecipação → profissional da saúde é iludido pela percepção 
temporal de que a pessoa que tem diagnóstico precoce vive mais. 
• Tempo de duração → artificialidades da história natural da doença, 
tendendo homogeneizar os cursos patológicos. 
• Sobrediagnóstico → tem o poder de alterar a estatística ao produzir novas 
doenças que, caso seguissem um curso natural, não viriam a se 
desenvolver em entidade clínicas. 
• Seleção → selecionar pessoas de maior esclarecimento e mais 
preocupadas com suas saúdes. 
CA de colo uterino: 
Segundo diretrizes brasileiras, o exame de Papanicolau ou preventivo deve ser 
disponibilizado às mulheres com vida sexual ativa, prioritariamente àquelas da 
faixa etária de 25 a 59 anos, definida como população – alvo, devido a maior 
incidência de lesões pré-malignas de alto grau a partir dos 25 anos, antes dessa 
idade as lesões podem regredir espontaneamente. 
A partir dos 25 anualmente → após 2 resultados negativos → a cada 3 anos. 
CA de ovário: 
Não existe recomendação para rastreio de CA de ovário e endométrio com USG 
TV. 
CA de próstata: 
O nível de evidência ainda é insuficiente para tecer recomendações a favor ou 
contra a adoção desse rastreamento para homens assintomáticos com menos 
de 75 anos. 
Recomenda-se contra o rastreamento em maiores de 75 anos → acarreta mais 
prejuízos do que benefícios. 
PSA pode ser muito falseado e o toque retal tem baixa acurácia. 
Osteoporose: 
Força tarefas americana USPSTF recomenda rastreamento rotineiro de 
mulheres com idade igual ou superior a 65 anos. 
 
 
9 Gustavo Urzêda Vitória 
E a partir de 60 anos para aquelas com risco aumentado de fratura decorrente 
da osteoporose. 
Não rastreia homens. 
Não recomenda dosar cálcio e vitamina D como rastreamento. 
Escore FRAX: 
 
CA colorretal: 
Recomenda-se esse rastreamento usando pesquisa de sangue oculto nas fezes 
(PSO) (imunocromatografia), colonoscopia e sigmoidoscopia em adultos entre 
50 e 75 anos. 
Recomenda-se contra o rastreamento de rotina em adultos entre 76 e 85 anos 
(avaliar individualmente) e > 85 anos. 
Colono a cada 10 anos, sigmoido a cada 5 e PSO intervalado. 
CA de mama: 
Entre 40 e 49 anos → exame clínico das mamas (ECM) anual e, se estiver 
alterado, mamografia. 
50 a 69 anos → ECM anual e mamografia de 2 em 2 anos. 
A partir dos 35 anos com risco elevado → ECM e mamografia anual. 
Em mamas mais densas, na prática, pode-se usar a USG. 
Tireoidopatias: 
Em pacientes assintomáticos e sem histórico familiar não há indicação. 
Atestado para atividades físicas: 
Deve-se examinar o paciente e perguntar sobre comorbidades, fatores de risco, 
grau da atividade física desejada e histórico familiar. Um ECG deve ser solicitado 
e, dependendo do caso, um teste ergométrico pode ser solicitado. 
 
 
10 Gustavo Urzêda Vitória 
O exame do aparelho CV é de suma importância. 
Escore PAR-Q: 
 
DM, dislipidemia e HAS: 
DM 
• Adultos assintomáticos com PA sustentada maior que 135/80 mmHg, não 
se aplicando a outros critérios como obesidade, história familiar nem faixa 
etária. 
Dislipidemia 
• Homens: 
o Fortemente recomendado para 35 anos ou mais. 
o 20-35 anos quando se enquadrarem como grupo de alto risco para 
DAC. 
• Mulheres: 
o Fortemente recomendado para 45 anos ou mais quando se 
enquadrarem como grupo de alto risco para DAC. 
o 20-45 anos quando enquadrarem como alto risco para DAC. 
HAS 
• Recomendado em adultos, maiores de 18 anos, sem o conhecimento de 
que sejam hipertensos. 
Check-up: 
Dependendo da idade e das características do paciente. 
 
 
11 Gustavo Urzêda Vitória 
Geralmente: HAS, obesidade, ISTs e drogas ilícitas → anamnese, exame físico 
e sorologias. 
 
- Condições crônicas comuns na APS: 
DM 
Conceito: 
• Síndrome caracterizada por hiperglicemia crônica, resultante de defeitos 
na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. 
• Possui diversos tipos, mas os principais são: 
o DM1: destruição de células beta-pancreáticas, autoimune e 
genético → mais precoce. 
o DM2: defeitos na secreção e ação da insulina → resistência 
insulínica periférica, mais tardia. 
o DMG: defeitos na secreção e ação da insulina durante o período 
gravídico. 
o Pré-DM: tolerância a glicose diminuída. 
Suspeita: 
• Grande maioria é assintomática. 
• Rastreamento apenas em pacientes assintomáticos com PAS > 135 ou 
PAD > 80 mmHg, ambas sustentadas. 
• Clínica: 
o 4Ps: poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal não explicada. 
o Glicosuria, cansaço, alteração visual, candidíase genital. 
o Cetoacidose diabética (DM1) e coma hiperosmolar não cetótico 
(DM2) são as formas de apresentação mais graves. 
Diagnóstico: 
• Glicemia casual acima de 200 mg/dL. 
• Em assintomáticos ou com sintomas leves: 
o 2 glicemias de jejum acima de 126. 
o GJ entre 100 e 126 → recomendado o TOTG. 
 
 
12 Gustavo Urzêda Vitória 
Exame clínico: 
• Anamnese: 
o História completa para classificação do DM. 
o Comorbidades. 
o Complicações crônicas. 
o Revisão de tratamentos e controles glicêmicos anteriores. 
• Exame físico: 
o Fatores de risco CV e complicações micro e macrovasculares. 
o Exame dos pés anualmente no mínimo → sensibilidade superficial 
com o microfilamento e profunda com o diapasão, palpação dos 
pulsos, presença de feridas e deformidades. 
Exames complementares: 
• GJ, glicemia pós-prandial e HbA1c para acompanhamento → 2 a 4x/ano. 
• Perfil lipídico anualmente. 
• Cr e microalbuminúria anualmente. 
• Fundoscopia anualmente. 
Metas: 
• Diagnóstico recente, longa expectativa de vida, sem DCV e baixo risco de 
hipoglicemia → HbA1c entre6,0 e 6,5%. 
• Crianças, adolescentes, idosos frágeis e pessoas com expectativa de vida 
limitada → HbA1c entre 7,5 e 8,5%. 
Tratamento: 
• Não farmacológico: MEVs → dieta, atividade física regular, 
aconselhamento sobre uso de álcool, tabaco e outras drogas. 
• Farmacológico: 
o DM1: insulinização plena, com múltiplas doses ao dia, associando 
a basal e a ultrarrápida ou rápida. 
o DM2: em etapas. 
 
 
13 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
HAS 
Conceito: 
• Presença persistente de PAs aferidas recorrentemente e ao longo de um 
período predeterminado, acima de um limiar preestabelecido para uma 
determinada população definida, em um indivíduo, que persistirá ao longo 
do tempo, presumidamente para sempre. 
 
 
14 Gustavo Urzêda Vitória 
• Primária ou secundária (5%; síndrome de Cushing, hipertireoidismo, 
síndrome da apneia obstrutiva do sono etc.). 
 
Exame clínico: 
• Anamnese: 
o Estilo de vida, hábitos de atividades físicas e de alimentação, uso 
de cafeína, álcool, tabaco e outras drogas, história familiar de DCV, 
história pessoal de DCV e comorbidades. 
• Exame físico: 
o Aferir PA. 
o MAPA ou MRPA podem ajudar afastar a síndrome do jaleco branco 
→ 14 medidas, 2x/dia no mesmo horário, por 7 dias consecutivos. 
o Circunferência abdominal, IMC e exame físico geral. 
Exames complementares: 
• GJ, CT e frações, Tg, Cr, microalbuminúria, EAS, K, Na e ECG em 
repouso. 
Diagnóstico: 
• 2 medidas consecutivas, com intervalo de pelo menos 1 minuto entre elas, 
com a pessoa sentada. 
Tratamento: 
• Não farmacológico: MEVs. 
• Farmacológico: 
 
 
15 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
DPOC 
Conceito: 
 
 
16 Gustavo Urzêda Vitória 
• Doença respiratória comum que causa incapacidade substancial, redução 
da qualidade de vida e risco aumentado de morte prematura. 
• Tabagismo é o principal fator de risco. 
• Engloba o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. 
• Terceira causa de morte no mundo. 
Suspeita: 
• Sempre considerar em pessoas, sobretudo acima de 40 anos, que têm 
fatore de risco, principalmente o tabagismo e apresente sintomas 
respiratórios crônicos. 
• Considerar exposição a fumaça e fuligem também. 
• Produção diária de catarro de mais de ¼ de xícara, história de chiado, 
história de dispneia. 
Diagnóstico: 
• Espirometria → medir o grau de obstrução, avaliar o grau de 
reversibilidade e a progressão da obstrução brônquica. 
• Considerar os diagnósticos diferenciais: asma, IC, TB, bronquiectasias e 
CA de pulmão. 
 
 
 
17 Gustavo Urzêda Vitória 
Exame clínico: 
• Anamnese: avaliação dos sintomas, história de vida, aspectos 
socioeconômicos, hábitos de vida, aspectos ocupacionais, impacto dos 
sintomas nas atividades, comorbidades, fatores de risco. 
• Exame físico: 
o Sinais de hiperinsuflação pulmonar → tórax em barril, 
hipersonoridade à percussão, bulhas abafadas. 
o Oximetria de pulso. 
o IMC e sinais de desnutrição ou consumo muscular. 
o Sinais de IC. 
Exames complementares: 
• Espirometria → VEF1/CVFsão chamados de centrais. 
• Subclínico: T4 normal ou ligeiramente diminuído com TSH aumentado. 
• Declarado: T4 diminuído com TSH aumentado. 
Tipos: 
• Tireoidite de Hashimoto → crônica autoimune tanto humoral quanto 
celular, que tem como alvo a tireoide, causa mais comum. Autoac contra 
tireoglobulina, tireoperoxidase e receptor de TSH. 
• Pós-parto ou linfocítica. 
• De Quervain ou subaguda → principal causa de dor na tireoide devido ao 
processo inflamatório. 
• Ingestão de fármacos, como lítio, interferon e amiodarona, ou alimentos 
que contenham iodo podem causar hipo transitório ou até mesmo 
permanente em indivíduos suscetíveis. 
Exame clínico: 
• Anamnese: sintomas clássicos → ganho de peso, pele seca, unhas 
quebradiças, cansaço, fadiga, constipação, alterações menstruais, atraso 
do crescimento e desenvolvimento. 
• Exame físico: Hashimoto aumenta a glândula difusamente, já a subaguda 
tem dor intensa associada a febre e mal-estar. 
Exames complementares: 
• TSH e T4L. 
• Não há necessidade de T3. 
• Anticorpos anti-TPO e anti-TgAb. 
• Pode ter anemia normo normo, hiperCT, hiponatremia, hiperprolac, 
hipoglicemia e elevação de CK. 
Tratamento: 
• Levotiroxina sódica, 1x/dia. 
o Em torno de 1,6 mcg/kg e forma escalonada conforme idade e 
comorbidades. 
o 60 anos e/ou com comorbidades → começar com 25. 
o Administrar em jejum e sozinha, cuidado com drogas que alteram 
o metabolismo hepático. 
o Reavaliar o TSH 4 a 8 semanas após dose-alvo ter sido iniciada. 
o Metas de TSH: 
▪ 70: 4-6. 
- Letramento: 
• Não é a mesma coisa que alfabetização em saúde. 
• Diretamente ligado a capacidade dos pacientes de entenderem e 
colocarem as recomendações em prática. 
• Envolve quem fala e quem ouve. 
• A responsabilidade é do médico como emissor das informações. 
• Ser mais objetivo, não usar termos específicos. 
• Evitar perguntas de sim ou não. 
• Usar um tom calmo. 
• Estratégias importantes: 
o Escuta ativa. 
o Técnica do pingue-pongue → avaliar o que a pessoa entendeu do 
que foi passado sem causar constrangimento. 
o 3 perguntas → encorajar a perguntar o que eu tenho? O que eu 
devo fazer? Por que é importante para mim fazer isso? 
- Polifarmácia e multimorbidade: 
Multimorbidade e comorbidade: 
• Multimorbidade: interações complexas de múltiplas doenças 
coexistentes. 
• Comorbidade: presença de doenças coexistentes ou adicionais com 
referência a um diagnóstico inicial ou a uma condição índice. 
Polifarmácia: 
Em países desenvolvidos, o uso excessivo de medicamentos é a maior ameaça 
à saúde das populações mais idosas com morbidade crescente. 
Raízes: 
• Influências do paciente. 
• Influências de políticas. 
• Modelos atuais de evidências. 
• Modelos atuais de cuidados. 
Abordagem da polifarmácia: 
• Definir quais são os medicamentos prioritários para a qualidade de vida. 
• Se utiliza 5 ou mais → fazer uma revisão regular e avaliar suspensões. 
• Avaliar os potenciais de abstinências. 
• Tentar usar medicamentos que englobam mais de uma patologia. 
• Avaliar efeitos colaterais. 
• Quando o problema tiver sido controlado → reduzir gradualmente a dose 
do medicamento usado. 
 
 
24 Gustavo Urzêda Vitória 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
MFC 10 
 
- Sintomas sem explicação médica e a prática 
da incerteza: 
Conceito: 
• Sintomas que não são facilmente explicados por alterações 
anaotmopatológicas ou que são desproporcionais a elas, os quais tem 
sido abarcados como somatização. 
• Pode ser aguado (ansiedade, depressão) ou crônico (quadro conversivos, 
quadros funcionais, hipocondria). 
Processo etiológico: 
• Sensações corporais normais e anormais: 
o Sensações corporais representam a dimensão consciente de 
múltiplos e complexos processos relacionados à manutenção da 
homeostase, sendo fundamentais para introduzir comportamentos 
necessários à defesa do corpo, como alimentação, excreção e 
proteção → interocepção. 
o Quando não se consegue atribuir a sensação a algum evento 
fisiológico ou quando ela está associada a maior desconforto → 
anormal. 
o Maioria das pessoas ocorre 1x/semana e tende a resolver 
espontaneamente, mas pode levar a pessoa a assumir o papel de 
doente. 
• Desencadeantes das sensações corporais anormais: 
o Infecções agudas, lesões traumáticas, alterações metabólicas e 
estressores emocionais. 
o Transtornos psiquiátricos. 
o Podem evoluir para síndromes funcionais, como fibromialgia e 
cefaleia crônica. 
• Padrões explicativos sobre sensações corporais: 
 
 
25 Gustavo Urzêda Vitória 
o Presença dos sintomas pode levar a padrões explicativos: 
▪ Normalizadores: associa a algo que aconteceu. 
▪ Psicologizadores: associa a questões psicológicas e 
estresse. 
▪ Somatizadores: associam a doenças físicas → tendendo a 
acreditar na existência de doenças graves. 
• Agregação de diferentes sintomas: síndrome corporal do estresse e 
transtorno do desconforto corporal: 
o Situações de estresse e associados a transtornos mentais comuns. 
o 4 grupos de sintomas: CV, GI, musculoesqueléticos e gerais 
(fadiga, cefaleia, sintomas cognitivos) → pode haver 
predominância entre eles ou não. 
• Fatores de risco associados a cronificação: 
 
o Não determinam necessariamente que alguém seja um 
somatizador. 
• Modelo fisiopatológico: 
 
 
26 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Apresentações clínicas: 
• Os grupos não são categorias diagnosticas, mas sim agrupamentos com 
particularidades diversas em termos de sofrimento emocional associado. 
• Grupo 1: associados a sofrimento mental inespecífico: 
o Sofrimento está associado a fases difíceis da vida, sem 
caracterizar um transtorno em específico. 
o Eventos transitórios e associados a eventos desencadeantes. 
o Tem resolução rápida e espontânea. 
• Grupo 2: associados a transtornos mentais comuns: 
o Engloba os transtornos de ansiedade e depressivos (TMC), 
geralmente acompanhados de diversos sintomas físicos (astenia, 
fadiga, dores, palpitações, dispneia, sudorese). 
• Grupo 3: associados a síndromes especificas. 
o Menos frequentes e, em geral, com curso crônico e grave 
comprometimento funcional. 
o Síndromes funcionais: 
▪ Sintomas físicos sem explicação orgânica. 
▪ Mais conhecidas são: fibromialgia, DII e síndrome de fadiga 
crônica. 
▪ Alta comorbidade com TMC. 
▪ Podem apresentar desencadeantes físicos bem 
demarcados, como acidentes, infecções ou cirurgias. 
▪ Pode haver ganhos secundários pela adoção de um papel 
de doente. 
o Hipocondria e ansiedade com a saúde: 
▪ Preocupação permanente e desproporcional com a própria 
saúde, amplificação das sensações somáticas e 
interpretação de sensações físicas normais como 
indicadores de doença física. 
▪ Convicção de ter uma doença, não confirmada pelo médico. 
 
 
27 Gustavo Urzêda Vitória 
o Conversão e dissociação: 
▪ Perda da integração entre funções neuropsicológicas, 
neurológicos superiores ou neurológicas periféricas, sem 
causas orgânicas definidas. 
▪ Não se caracterizam pela presença de sintomas físicos, mas 
sim por alterações da consciência e da memória. 
▪ Queixas que atingem o sistema motor voluntário, ou funções 
sensitivas e pares cranianos, como anestesias, paresias, 
paralisias, mutismo, cegueira etc. 
Avaliação: 
• Eventos desencadeantes: 
o Desencadeantes psicossociais. 
• Transtornos de ansiedade ou depressivos: 
o TMC podem causar queixas médicas de difícil caracterização ou 
estar presentes como comorbidades na somatização crônica. 
• Fatores de risco: 
o História de vida do paciente e de suas relações familiares, 
identificando fatores de risco para a presença de transtornos de 
somatização e para cronificação. 
o Abuso físico e sexual e a valorização do papel de doente merecem 
atenção. 
• Padrão de atribuição etiológica: 
o Sofrem influênciada família e da comunidade. 
o Quanto mais o paciente reconhecer a natureza psicossocial de 
suas queixas, melhor será sua evolução. 
• Curso e grau de incapacitação dos sintomas: 
o Maioria apresenta quadros agudos ou subagudos, com duraçãoinflamatórias, 
incluindo pápulas e algumas pústulas. 
 
 
39 Gustavo Urzêda Vitória 
 
• Moderada a severa (nodulocística ou tipo III): numerosos comedões, 
pápulas e pústulas. Há a presença de alguns cistos maiores do que 5mm 
ou nódulos. 
 
• Severa (conglobata ou tipo IV): mais grave, numerosos cistos e/ou 
nódulos, dolorosos, com formação de abscessos e escarificação. 
 
Tratamento: 
 
 
40 Gustavo Urzêda Vitória 
 
• Cuidados com a pele: 
 
 
 
41 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
42 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
43 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Quando referenciar: 
• Acne fulminante (associada a sintomas sistêmicos). 
• Severa. 
• Associada a problemas psicossociais severos. 
• Com maior chance de formar cicatrizes. 
• Moderada com várias tentativas de tratamento por, pelo menos, 6 meses 
e sem resposta. 
• Suspeita de acne secundária. 
Dor torácica: 
Conceito: 
• Dor ou desconforto em qualquer local entre a mandíbula e a cicatriz 
umbilical, incluindo os membros superiores e o dorso. 
• Sintoma bastante comum. 
Causas: 
 
 
44 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
Algoritmos: 
 
 
45 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
 
46 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Gastroenterite: 
Conceito: 
• Frequência da evacuação normal varia de 3x/semana a 3x/dia. 
• Aumento do volume das fezes acompanhado por diminuição da sua 
consistência e maior número de evacuações configura diarreia. 
Classificação: 
 
 
 
 
47 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
Tratamento: 
 
 
 
 
49 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
 
 
50 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Quando referenciar: 
• Desidratação grave. 
• Diarreia crônica que necessite de avaliação de especialista focal. 
ITU: 
Conceito: 
• Habitualmente o aparelho urinário é estéril, exceto na porção distal do 
ureter. 
• Infecção urinária é a presença de germes nas porções estéreis do trato 
urinário. 
Classificação: 
• Anatômica: 
o Baixa: cistite, uretrite. 
 
 
51 Gustavo Urzêda Vitória 
o Alta: pielonefrite, abscesso perirrenal. 
• Sintomas: 
o Assintomática. 
o Sintomática. 
• Alterações estruturais ou funcionais do trato urinário: 
o Não complicada: trato urinário normal. 
o Complicada: anormalidades no trato urinário, sendo elas funcionais 
ou estruturais. 
• Recorrência: 
o Reinfecção: infecção sintomática ocorre após a resolução clínica 
de um episódio anterior; cepa diferente. 
o Recidiva: mesmo germe em um período de 2 semanas após o 
tratamento; falha na erradicação. 
Fatores de risco: 
• Intercurso sexual recente, uso de espermicidas com ou sem diafragma, 
mãe com história de infecções e início precoce (antes dos 15 anos), 
menopausa. 
Diagnóstico: 
• Cistite: 
o Disúria, polaciúria, urgência miccional, dor suprapúbica, hematúria 
macroscópica, urina fétida. 
• Uretrite: 
o Início gradual. 
o Disúria, polaciúria, muda recente de parceiro sexual ou histórico de 
múltiplos parceiros. 
• Síndrome uretral: 
o Disúria e polaciúria recorrentes e urina estéril ou com baixa 
contagem de bactérias e sem resposta a ATB. 
o Vaginites. 
• ITU recorrente não complicada em mulheres: 
o 2 cistites separadas e comprovadas por urocultura e com sintomas 
em 6 meses ou 3 episódios em 1 ano. 
• Pielonefrite: 
o Dor no ângulo costovertebral no lado afetado, febre, calafrios, 
náuseas e vômitos, mialgias, Giordano +, dor a palpação 
abdominal profunda. 
o Podem estar associados a sintomas de cistite. 
o Pode evoluir com diminuição do nível de consciência e sepse, 
sendo mais grave em imunossuprimidos, diabéticos e alcoólatras. 
• Prostatite: 
o Bacteriana: febre, mal-estar, dor ou desconforto suprapúbico, 
urgência, polaciúria, disúria e secreção uretral. 
• ITU complicada: 
 
 
52 Gustavo Urzêda Vitória 
o Cálculo urinário. 
o Associada a cateter. 
o Uropatia obstrutiva e nefropatia do refluxo. 
o Bacteriúria na gravidez: 
▪ Associado a parto prematuro e baixo peso ao nascer. 
• Exames complementares: 
o EAS e urocultura. 
o Exames de imagem: 
▪ Homens. 
▪ Pielonefrite grave (para excluir obstrução e abscesso). 
▪ Mulheres com ITU recorrente e recidivas frequentes. 
▪ ITU complicada. 
Tratamento: 
• Cistite: 
 
 
• Bacteriúria assintomática: 
 
 
53 Gustavo Urzêda Vitória 
o Trata apenas em gestantes e em indivíduos com necessidade de 
cirurgia ou instrumentação do trato urinário. 
• ITU complicada: 
o Avaliar necessidade de internação. 
o Preferência para fluoroquinolonas. 
• Pielonefrite: 
 
• Homens: 
o Cistite: 7-10 dias. 
o Pielonefrite: 10-14 dias. 
o Usar sulfametoxazol + trimetoprima ou fluoroquinolonas → não 
usar nitrofurantoína e fosfomicina. 
Profilaxia: 
 
 
54 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
IVAS: 
Doenças: 
 
 
55 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
56 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
 
 
57 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
58 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
59 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
Investigação: 
 
 
60 Gustavo Urzêda Vitória 
• Anamnese + exame físico. 
o Escore de Westley (gravidade): 
 
 
• Exames complementares: testes rápidos. 
Conduta: 
• Resfriado comum: 
o Suporte não medicamentoso. 
o Sintomáticos, se necessário. 
• Gripe: 
o Sintomático. 
o Oseltamivir para aqueles com fatores de risco, a fim de diminuir as 
complicações. 
▪ Indígenas, gestantes, menores ou iguais a 2 anos, maiores 
ou iguais a 60 anos, pneumopatas, puérperas até 2 
semanas após o parto, doenças CV e hematológicas, 
 
 
61 Gustavo Urzêda Vitória 
distúrbios metabólicos, transtornos neurológicos ou do 
desenvolvimento, imunossuprimidos, nefropatas e 
hepatopatas. 
 
 
• Laringite aguda: 
o Semelhante ao resfriado agudo. 
o Não há recomendação para o uso de corticoides para rouquidão. 
• Laringotraqueíte aguda (crupe): 
o Westley 0-2: dose única de dexa, VO, 0,15-0,6mg/kg. 
o Westley > 3: nebulização com adrenalina racêmica 2,25% 
0,05ml/kg/dose em 3ml de SF ou 0,5ml/kg/dose de adrenalina 
comum 1:1000 em 3-5ml de SF. 
• Epiglotide aguda: 
o Manutenção de via aérea pérvia, O2 a 100% e ATB empírico para 
Hib, S. pneumoniae, S. aureus e EBHGA. 
Tontura e vertigem: 
Conceitos: 
• Vertigem: 
o Sensação subjetiva de rotação do sujeito ou dos objetos ao seu 
redor, sendo uma ilusão do corpo ou do ambiente. 
• Pré-síncope: 
o Sensação iminente de síncope/perda da consciência, por vezes 
acompanhada de sensação de calor, diaforese, náuseas e 
borramento visual. 
• Desequilíbrio: 
o Sensação de instabilidade postural, agravada durante a 
deambulação, sem a sensação ilusória de rotação. 
• Tontura: 
o Sintomas que não são possíveis categorizar como um dos 
anteriores. 
 
 
62 Gustavo Urzêda Vitória 
Vertigem: 
• Causas: 
 
• Diagnóstico diferencial: 
 
 
 
 
63 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
• Anamnese: 
 
 
 
64 Gustavo Urzêda Vitória 
• Exame físico: 
o Avaliação neurológica: pares cranianos, função cerebelar, 
fundoscopia, sinais de neuropatia periférica. 
o Otoscopia: afastar causas otológicas. 
o Acumetria: avaliar hipoacusia (teste do sussurro), testes de Rinne 
e Weber. 
o Pesquisa de nistagmo: central (não tem latência, piora com a 
fixação do olhar e é multidirecional); periférico (latência, 
fatigabilidade e unidirecional). Pode ser espontâneo ou induzido 
por alguma manobra. 
o Dix-Hallpike: quando há suspeita de vertigem posicional 
paroxística benigna (VPPB) → positivo quando vertigem e 
nistagmo estão presentes. 
 
o Testes de equilíbrio: estático (Romberg simples e sensibilizado) e 
dinâmico (Babinsky-Weil e Unterberger). 
o HINTS: testes de impulso da cabeça, nistagmo e skew. 
▪ Impulso da cabeça: cabeça mobilizada rapidamente 10 
graus para a direita e 10 graus para a esquerda, 
rapidamente, enquanto permanece com o olhar direcionado 
para o nariz do examinador → movimento de sacada é 
periférico, sem ele é central. 
▪ Nistagmo:seguir o dedo do examinador com os olhos → 
horizontal unidirecional é periférico, vertical ou bidirecional é 
central. 
▪ Skew: olhar para a frente e ocluir os olhos alternadamente 
→ desvio vertical do olho, após descoberto, sugere lesão 
central. 
 
 
65 Gustavo Urzêda Vitória 
• Exames complementares: 
o Audiometria tonal e vocal: perda auditiva. 
o Eletronistagmografia ou videonistagmografia. 
o RM de crânio: detecção das principais afecções centrais. 
• Doenças: 
o Periféricas: 
▪ 40-60 anos. 
▪ Vertigem é mais comum. 
▪ Sintomas otológicos e auditivos podem ocorrer. 
▪ Podem durar de segundos até dias. 
▪ VPPB: 
• Reação anormal do sistema equilibrador a certas 
posições da cabeça. 
• Mais em mulheres e entre 5ª e 7ª décadas de vida. 
• Doença da orelha interna com repercussões nos 
canais semicirculares. 
• Desencadeada por posições específicas da cabeça, 
dura de poucos minutos a 1 minuto, e é precipitada 
por movimentos específicos da cabeça. Pode ter 
náuseas e vômitos. 
• Após as crises, pode ter desequilíbrio por minutos a 
horas. 
• Não costuma ter sintomas auditivos. 
• Dix-Hallpike + sugere o diagnóstico. 
• Tratamento com a manobra de Epley, podendo ser 
repetida após uma semana. 
 
• Medicamentos anti-histamínicos não são 
recomendados a longo prazo. 
 
 
66 Gustavo Urzêda Vitória 
▪ Neurite vestibular e labirintites: 
• Vertigem aguda, com episódio único, geralmente. 
• Neurite: inflamação do nervo vestibular que ocorre 
principalmente após uma infecção viral → acomete a 
audição. 
• Labirintite: acomete tanto o labirinto quanto o nervo 
vestibular, podendo ter hipoacusia e zumbido. 
• Abrupto com evolução lenta, podendo ser intensa e 
incapacitante. 
• Medicamentos supressores vestibulares devem ser 
usados como sintomáticos em estágios precoces e a 
curto prazo. 
 
▪ Síndrome de Ménière: 
• Crises recorrentes de vertigem, hipoacusia, zumbido 
e plenitude aural. 
• Em geral é unilateral, mas pode ser bilateral. 
• Mais frequente em mulheres. 
• Etiologia multifatorial e associada a distúrbios 
metabólicos de carboidratos. 
• Fatores de risco: dislipidemia, tireoidopatia, 
autoimunidade, alergia, infecção viral, alterações 
vasculares e predisposição genética. 
• Vertigem de 20min a 12h. 
• Referenciar para o otorrinolaringologista. 
▪ Labirintopatias hormonais e metabólicas: 
• Mais em mulheres. 
• Sintomas costumam ser cíclicos, como cabeça leve, 
instabilidade e zumbidos de alta frequência. 
• Distúrbios do metabolismo dos carboidratos e dos 
ovários. 
▪ Cinetose: 
• Tontura, palidez, sudorese, náuseas, vômitos, 
salivação e mal-estar generalizado originado pela 
 
 
67 Gustavo Urzêda Vitória 
estimulação excessiva vestibular, geralmente em 
viagens de carro ou barco. 
• Remissão espontânea após algumas horas da 
exposição. 
• Fixação do olhar em um ponto fixo podem ajudar. 
▪ Fístula labiríntica: 
• Raro. 
• Comunicação anormal entre a orelha interna e a 
cavidade timpânica. 
• Perda auditiva súbita ou progressiva associada à 
vertigem (pode ser desencadeada por som intenso 
ou manobra de Valsalva). 
• Tratamento cirúrgico. 
o Centrais: 
▪ Mais em idosos e crianças. 
▪ Mais frequente é o desequilíbrio. 
▪ Comum ser de longa duração. 
▪ Incomuns sintomas auditivos, porém, comum sintomas 
neurológicos e neurovegetativos. 
▪ Migrânea vestibular: 
• 30-40% dos enxaquecosos. 
• Vertigem na fase da aura. 
• Tratamento semelhante a migrânea clássica. 
▪ Insuficiência vertebrobasilar: 
• Diminuição do fluxo sanguíneo das artérias vertebrais 
e basilar em função da presença de placas de 
ateroma, alterações hemodinâmicas ou compressão 
extrínseca. 
▪ Outras causas raras: 
• Esclerose múltipla, neoplasia intracraniana, 
malformação de Arnold-Chiari e epilepsia. 
Tontura 
• Desequilíbrio: 
o Mais em idosos, pode ser causado por um conjunto de múltiplos 
déficits sensoriais, paresia de extremidades, dores em articulações 
de carga, ataxia, início recente de medicações. 
• Tontura inespecífica: 
o Sintomas vagos de tontura. 
o Podem ser emocionais ou associados a uso de drogas. 
Pneumonia: 
Conceito: 
 
 
68 Gustavo Urzêda Vitória 
• Pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar envolvendo os 
bronquíolos, os brônquios e, ocasionalmente, a pleura. 
• Pode ser comunitária (fora do ambiente hospitalar ou que surge nas 
primeiras 48h de admissão) ou nosocomial. 
• Doença mais frequente nos extremos de idade. 
 
Diagnóstico: 
• Anamnese e exame físico: 
o Febre, dispneia, taquicardia, estertores. 
o Em idosos os sintomas são menos prevalentes. 
o Atípicos: M. pneumoniae, C. penumoniae, Legionella. 
 
 
 
• Exames complementares: 
 
 
69 Gustavo Urzêda Vitória 
o RX de tórax: PA e perfil → avaliar gravidade e detecção de 
complicações.
 
o Laboratório: hemograma (leucopenia e plaquetopenia são 
marcadores de pior prognóstico), funções renal e hepática, 
eletrólitos, glicemia, PCR e procalcitonina. 
• Oxigenioterapia. 
Conduta: 
• Local de tratamento: 
o CURB-65: 
▪ C = confusão mental. 
▪ U = ureia > 50. 
▪ R = FR maior ou igual 35. 
▪ B = PASGustavo Urzêda Vitória 
 
Exame físico: 
• Inspeção: vermelhidão, palidez, cianose, edema, hematomas, 
lacerações, deformidades (varo ou valgo), assimetrias e atrofias. 
• Palpação: dor, calor, consistência, PGs. 
• Testes de amplitude de movimento e força. 
• Testes provocativos. 
• Avaliação neurológica. 
Principais condições: 
 
 
 
75 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
 
76 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
Ombro: 
 
Ritmos de dor: 
 
 
77 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
Exame físico: 
• Inspeção. 
• Exame neurológico. 
• Exame miofascial. 
• Manobras específicas. 
o Síndrome do impacto: Neer e Hawkins. 
 
 
78 Gustavo Urzêda Vitória 
o Manguito rotador: Jobe, Apley → infra, supra e subescapular. 
Principais condições: 
 
 
 
 
 
79 Gustavo Urzêda Vitória 
MEDICINA DE FAMÍLIA E 
COMUNIDADE 
MFC 11 
 
- Protocolo SPIKES: 
Más notícias: 
• Qualquer informação que afete seriamente e de forma adversa a visão de 
um indivíduo sobre seu futuro. 
• Está sempre na perspectiva de quem olha → não se 
pode estimar o impacto. 
Transmissão: 
• É uma tarefa que pode ser particularmente 
estressante para o médico. 
• Os pacientes querem a verdade. 
• Tem-se obrigação legal e ética clara de fornecer 
informações para o paciente sobre sua saúde, os 
detalhes podem variar dependendo da vontade momentânea do paciente. 
• A forma como é transmitida pode afetar a compreensão da informação 
pelo paciente. 
• Efeito MUM de quem transmite → experienciar emoções fortes como 
ansiedade, carga de responsabilidade, medo e tristeza. 
• Objetivos: 
o Recolher informações do paciente. 
o Prover informação inteligível. 
o Apoiar o paciente. 
o Desenvolver uma estratégia/plano com a participação do próprio 
paciente. 
Etapa 1: 
• S – setting up the interview → planejando a entrevista. 
• Ensaio mental e preparação para uma tarefa estressante, revendo como 
dará a notícia e como responderá as perguntas. 
 
 
80 Gustavo Urzêda Vitória 
• Preparar o lugar assim que possível. 
Etapa 2: 
• P – perception → avaliando a percepção do paciente. 
• Antes de discutir achados médicos, usa-se perguntas abertas para criar 
um quadro razoavelmente preciso de como o paciente percebe a situação 
médica. 
• Pode-se corrigir informações incorretas e moldar a má notícia para 
compreensão do paciente. 
• Determinar negação ou associação a pensamentos mágicos-religiosos. 
Etapa 3: 
• I – invitation → obtendo o convite do paciente. 
• Enquanto uma maioria de pacientes expressa o desejo de ter plenas 
informações sobre seu diagnóstico, prognóstico e detalhes de sua 
doença, alguns outros não o fazem. 
• Discutir a transmissão de informações no momento em que se pede 
exames pode preparar o médico para planejar a próxima discussão com 
o paciente. 
Etapa 4: 
• K – knowledge → dando conhecimento e informação ao paciente. 
• Avisar ao paciente que más notícias estão por vir pode diminuir o choque 
e facilitar o processamento da informação. 
• Não use termos técnicos, adeque o vocabulário, evite dureza excessiva, 
de informações em pequenos pedaços e evite dar falsas esperanças ou 
desesperança excessiva. 
Etapa 5: 
• E – emoticons → abordar as emoções dos pacientes com respostas 
afetivas. 
• Paciente varia do silêncio à incredulidade, choro, negação ou raiva → 
médico pode oferecer apoio e solidariedade ao paciente com uma 
resposta afetiva. 
o Observar emoções do paciente. 
o Identificar a emoção experimentada pelo paciente e nomeá-la para 
si. 
o Identifique a razão dessa emoção. 
o Depois que tiver dado ao paciente um breve período de tempo para 
expressar seus sentimentos, faça-o saber que você ligou a emoção 
com o motivo da emoção. 
 
 
81 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Etapa 6: 
• S – strategy and summary → estratégia e resumo. 
• Plano claro para o futuro tem menor probabilidade de se sentirem 
ansiosos e inseguros. 
• Importante perguntar antes se o paciente está pronto para esse momento. 
• Compartilhar responsabilidades e tomada de decisão. 
 
 
 
82 Gustavo Urzêda Vitória 
- Gestão da clínica e modelos de acesso: 
 
Contexto: 
• APS brasileira tem sido marcada por uma heterogeneidade de modelos 
→ processo de fortalecimento da APS junto com unidades básicas 
tradicionais. 
• Modelos tradicional: porta de entrada se dá com um clínico, pediatra e 
GO. 
• Walk-in clinics: exclusivamente demanda espontânea, sem adstrição ou 
lista fechada de pacientes. 
• Programas: ações programáticas para poluções específicas, como 
hipertensos, diabéticos e gestantes, ou campanhas. 
• Equipes: abertas ou fechadas (como no Brasil, certo número de 
profissionais e destinados a funções específicas). 
• Lista de pacientes: no Brasil cada equipe é responsável por 2.400-4.000 
pessoas na área de abrangência. 
Fatores que influenciam na utilização da UBS: 
 
 
 
83 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
 
84 Gustavo Urzêda Vitória 
 
Demanda: 
• Valor aceito internacionalmente de consultas/paciente/ano é de 3-4 → no 
Brasil é de 1,4. 
• Pressão assistencial: número de consultas em um período/número de 
dias trabalhados em um mesmo período. 
• Frequência: número de consultas em um período/número de habitantes. 
 
 
o Situação A: 
▪ Meio urbano. 
▪ Certo déficit organizativo. 
o Situação B: 
▪ Excesso de pressão assistencial é acompanhado de uma 
baixa frequência. 
▪ Não há muita margem de manobra organizativa para poder 
reduzir a utilização, sendo a única opção um incremento nos 
recursos para adequar a pressão assistencial. 
o Situação C: 
▪ Áreas rurais. 
▪ Pouca população adstrita (baixa pressão) e alta frequência 
aprimorável com medidas organizativas → sobram recursos 
na teoria, mas existe uma grande rotatividade de 
profissionais. 
o Situação D: 
▪ Zonas urbanas de classe alta. 
▪ SUS é pouco atrativo. 
 
 
85 Gustavo Urzêda Vitória 
Lista de pacientes: 
• Número de pacientes/médico depende de várias variáveis → pressão 
assistencial, frequência, tempo disponível para consulta, número de 
pessoas por médico, tempo de consulta. 
 
Agenda: 
• Abordagem individual: intervir nas pessoas de maior risco. 
• Abordagem populacional: intervir em grupos como um todo para que haja 
um benefício global. 
• A agenda do profissional deve ser a mais livre possível → quanto menor 
a seleção de grupos populacionais, mais qualificada é a atenção prestada. 
o Gestantes ee avaliar, para cada problema, qual a demora permitida. 
• Watchful waiting: observação atenta, não é não fazer nada. 
Modelos de acesso: 
 
 
87 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
88 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
89 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
90 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
91 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
92 Gustavo Urzêda Vitória 
 
 
93 Gustavo Urzêda Vitória 
S
 
 
94 Gustavo Urzêda Vitória 
 
- Entrevista motivacional: 
 
Mudança comportamental: 
 
 
95 Gustavo Urzêda Vitória 
• O comportamento é determinado por diversas influências, que incluem 
aspectos demográficos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e 
psicológicos de uma pessoa ou de uma coletividade, evidenciando a 
interação existente entre as dimensões cognitivas e emocionais. 
• Nem sempre educação em saúde consegue mudar hábitos, depende 
também da vontade individual, estratégias motivacionais e do apoio 
profissional. 
Modelo transteórico: 
• Engloba diferentes teorias da psicologia social. 
• 4 construtos: 
o Estágios de mudança de comportamento: 
▪ Pré-contemplação: eu não quero → não considera a 
possibilidade de mudar, nem se preocupa com a questão. 
▪ Contemplação: eu deveria → admite o problema, é 
ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente 
(próximos 6 meses). 
▪ Preparação: eu irei → inicia algumas mudanças, planeja, 
cria condições para mudar, revisa tentativas passadas 
(próximos 30 dias). 
▪ Ação: eu estou → implementa mudanças ambientais e 
comportamentais, investe tempo e energia na execução da 
mudança (que ocorreu em menos de 6 meses). 
▪ Manutenção: eu tenho que → processo de continuidade do 
trabalho iniciado com ação, para manter os ganhos e 
prevenir uma recaída (mudança ocorreu a mais de 6 
meses). 
o Processo de mudança: 
▪ Cognitivos: aumento da consciência, alívio dramático, 
reavaliação do ambiente e autorreavaliação. 
▪ Comportamentais: autoliberação, administração de 
contingências, relacionamentos de auxílio, condicionamento 
contrário e controle de estímulos. 
▪ Descrevem como ocorre a transição entre os estágios. 
o Equilíbrio de decisões: 
▪ Momento em que a pessoa avalia as situações que são 
favoráveis e as que são desfavoráveis à sua modificação. 
o Autoeficácia: 
▪ Confiança que a pessoa tem em si de que conseguirá mudar 
o seu comportamento. 
Entrevista motivacional: 
• É um estilo de conversa colaborativa voltada para o fortalecimento da 
própria motivação da pessoa e comprometimento com uma mudança. 
• Habitualmente é empregada em 4-5 consultas. 
 
 
96 Gustavo Urzêda Vitória 
• Destina-se a pessoas que não reconhecem que devem mudar qualquer 
aspecto do seu comportamento habitual, que recusam tratamento ou que 
sentem uma ambivalência muito grande. 
• 5 princípios básicos: 
o Expressar empatia: 
▪ Significa aceitar a postura da pessoa, tendendo entende-la, 
sem julgamento. 
▪ Além de ouvir, o profissional responde ao que ouve, 
decodificando o que ouviu e repetindo para a pessoa na 
forma de uma afirmação. 
o Desenvolver discrepância: 
▪ Fazer um contraponto entre o atual comportamento da 
pessoa e seus objetivos mais amplos. 
▪ Trabalhar a emoção gerada pelo desconforto da dúvida e/ou 
do conflito da pessoa. 
o Evitar discussões: 
▪ Evitar discutir e debater com a pessoa sobre a importância 
de uma mudança para evitar o estabelecimento de 
resistências. 
▪ Parcimonioso em relação à quantidade de informações. 
▪ Sempre averiguar conhecimentos prévios antes de fornecer 
informações. 
o Dissipar resistências (em vez de enfrenta-las): 
▪ Estar atento ao timing do paciente e saber usar os vários 
momentos de um processo de mudança para influenciar 
suas percepções. 
▪ Reflexão simples: constatar que a pessoa discorda ou que 
ela sente algo. 
▪ Reflexão amplificada: devolução à pessoa do que ela disse 
de uma forma amplificada ou mesmo exagerada, evitando 
parecer sarcástico. 
▪ Reflexão de dois lados: constatar o que a pessoa diz e 
acrescentar a isso o outro lado da sua ambivalência, usando 
dados fornecidos anteriormente. 
▪ Mudar o foco de atenção da pessoa de algo que parece uma 
barreira para sua evolução. 
▪ Concordar, mas com uma mudança sutil de direção. 
▪ Enfatizar a escolha e o controle pessoal. 
▪ Reinterpretar os comentários do paciente. 
▪ Paradoxo terapêutico: psicologia reversa. 
o Estimular a autoeficácia: 
▪ Experiencias exitosas anteriores reforçam a crença da 
pessoa na sua capacidade de conseguir alcançar seu 
objetivo. 
• Estilos de comunicação: 
 
 
97 Gustavo Urzêda Vitória 
o Direcionamento: 
▪ Dá funções, instruções e o receptor é complementar, 
obedece, atende ao que lhe é sugerido. 
o Acompanhamento: 
▪ Sabe escutar, sem interromper, sem advertir, analisar, 
concordar ou discordar, dando a ideia de que a pessoa vai 
ter que resolver sozinha. 
o Orientação: 
▪ Ouvinte qualificado e oferece informações de especialistas, 
quando necessário. 
▪ Ajuda a encontrar o caminho e a resolver os problemas. 
▪ Dá ao receptor a autonomia da decisão, oferecendo opções 
que podem ser escolhidas e o ajuda a chegar no objetivo 
proposto. 
• O espírito da entrevista motivacional: 
o Parceria: 
▪ Feita com a pessoa. 
o Aceitação: 
▪ O profissional se interessa e valoriza o potencial de cada 
pessoa. 
o Evocação: 
▪ É ajudar a pessoa a verbalizar seus argumentos para 
mudar, procurar as forças que a motivam, em vez de tentar 
persuadi-la. 
o Compaixão: 
▪ Sentimento que se compartilha com o semelhante. 
• Processos fundamentais: 
o Engajamento: 
▪ Construção de uma aliança terapêutica que busca solução 
para o problema apontado, pautada no respeito e na 
confiança mútuos. 
▪ Fatores que facilitam: identificar desejos e objetivos da 
pessoa, avaliar junto a ela o grau de importância dado aos 
seus objetivos, acolher de forma positiva, trabalhar 
expectativas, oferecer esperança. 
▪ Fatores que prejudicam: perguntas fechadas, confrontar a 
negação, assumir papel de expert, rotular, focalização 
prematura, culpar. 
o Foco: 
▪ Processo de construir uma agenda com a pessoa. 
o Evocação: 
▪ Obter através da entrevista, os sentimentos da pessoa 
sobre a mudança e os objetivos. 
▪ Aceitar a pessoa. 
o Planejamento: 
 
 
98 Gustavo Urzêda Vitória 
▪ Construção de um plano de ação específico, com metas 
definidas pela própria pessoa, assim como, analisando as 
opções, definir o plano de mudança, que pode ser por 
escrito. 
• Metodologia PARR: 
o Perguntas abertas. 
o Reforço positivo. 
o Reflexão: 
▪ Repetição. 
▪ Refraseamento. 
▪ Paráfrase. 
▪ Apontamento emocional. 
▪ Silêncios. 
o Resumo: 
▪ Aconselhar. 
▪ Remover barreiras. 
▪ Oferecer opções de escolha. 
▪ Diminuir à vontade. 
▪ Praticar empatia. 
▪ Dar retorno. 
▪ Clarificar objetivos. 
▪ Ajudar ativamente. 
- Desprescrição: 
 
Polimedicação: 
• Emprego de 5 ou mais fármacos de uso crônico por um paciente 
determinado. 
• Ou pelo menos 1 medicamento considerado inadequado. 
• Consequências: diminui adesão terapêutica, aumenta a incidência de 
efeitos adversos e a possibilidade de interações medicamentosas, com 
 
 
99 Gustavo Urzêda Vitória 
repercussão direta sobre o estado de saúde das pessoas, aumenta risco 
de hospitalização e diminui a qualidade de vida. 
Desprescrever: 
• 2 conceitos: 
o 1°: adequação terapêutica, que pode ser definida como parte da 
terapia do paciente, na qual, mediante a indicação, a prescrição, a 
dispensação, a administração e o seguimento, o profissional pode 
obter resultas apropriados às condições e circunstâncias do próprio 
paciente e do conjunto da comunidade. 
o 2°: revisão da medicação, entendida como a sua avaliação 
estruturada, com objetivo de otimizar o uso de medicamentos e 
melhorar os resultados em saúde, o que implica detectar 
problemas relacionados com os fármacos e recomendar 
intervenções. 
• Processo singular e contínuo. 
• Não é só retirar

Mais conteúdos dessa disciplina