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ECOLOGIA DE 
ECOSSISTEMAS
PROF. JÉSSICA ANDRADE VILAS 
BOAS FERREIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. Jéssica Andrade 
Vilas Boas Ferreira
ECOLOGIA DE 
ECOSSISTEMAS
Marília/SP
2023
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS
PROF. JÉSSICA ANDRADE 
VILAS BOAS FERREIRA
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
07
19
31
42
54
65
76
88
99
110
122
133
143
154
166
NOÇÕES EM ECOLOGIA
SISTEMAS ECOLÓGICOS
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
NÍVEIS TRÓFICOS
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
BIODIVERSIDADE E RIQUEZA DE ESPÉCIES
BIOMAS
BIOMAS BRASILEIROS
METAPOPULAÇÕES E METACOMUNIDADES
ECOLOGIA DE PAISAGEM
FERRAMENTAS E MODELOS EM 
ECOSSISTEMAS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E IMPACTO 
NOS ECOSSISTEMAS
INTERFERÊNCIA ANTRÓPICA SOBRE OS 
ECOSSISTEMAS
MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS 
ECOSSISTEMAS
ECOLOGIA E SOCIEDADE
ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS
PROF. JÉSSICA ANDRADE 
VILAS BOAS FERREIRA
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INTRODUÇÃO
Ao longo de todo o livro, você irá conhecer todos os conceitos e elementos que 
compõem a ecologia, especialmente quando se trata dos ecossistemas. 
A ecologia de ecossistemas é o ramo da ecologia que estuda as relações entre 
organismos e seu ambiente. Esta abordagem integra diferentes níveis de organização 
biológica, desde o nível de genes até o nível de ecossistemas interconectados. O 
objetivo da ecologia de ecossistemas é compreender como os organismos interagem 
uns com os outros e como eles afetam o ambiente e vice-versa. Uma compreensão 
profunda dos princípios da ecologia de ecossistemas é necessária para melhorar a 
saúde dos ecossistemas e para conservar e restaurar os habitats.
A ecologia de ecossistemas se baseia na teoria da energia de troca, que descreve 
como a energia flui entre os organismos e os sistemas que os rodeiam. Esta teoria 
é usada para entender como a energia é transferida entre os organismos ao longo 
de cadeias alimentares, como os nutrientes são distribuídos pelo ambiente e como 
os nutrientes são usados pelos organismos. Esta abordagem também é utilizada 
para estudar o ciclo de nutrientes, que descreve como os nutrientes são removidos 
do ambiente e então reintroduzidos. Outra abordagem importante para a ecologia de 
ecossistemas é a teoria da diversidade ecológica. Esta teoria descreve como a diversidade 
biológica influencia a estabilidade dos ecossistemas. Por exemplo, estudos mostram 
que os ecossistemas mais diversos são mais resistentes a perturbações do que os 
ecossistemas menos diversos. Esta abordagem também é usada para compreender 
como os ecossistemas se recuperam de perturbações, como as mudanças climáticas.
Finalmente, a ecologia de ecossistemas também estuda a conexão entre os 
ecossistemas e o homem. Esta abordagem explora como o uso humano do ambiente 
afeta os ecossistemas e como os ecossistemas respondem aos impactos humanos. 
Esses estudos têm sido cada vez mais importantes no esforço para entender como o 
meio ambiente e a saúde humana são interligados. Os ecólogos que se dedicam aos 
estudos dos ecossistemas podem ajudar a desenvolver práticas de manejo e restrições 
para que os ecossistemas possam prosperar e se manter saudáveis, enquanto também 
atendem às necessidades humanas. Tenha uma boa jornada!
ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS
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CAPÍTULO 1
NOÇÕES EM ECOLOGIA
1.1 Escopo e percepções em Ecologia
Olá alunos! Ao iniciarmos esta jornada rumo aos conhecimentos da Ecologia, 
primeiramente convido você a fazer uma breve reflexão. Existe uma frase dita pelo 
filósofo Aristóteles que diz “o todo é maior que a soma de suas partes”. Em áreas 
como a matemática, por exemplo, esta frase pode soar um tanto quanto estranha, 
ao passo que, é uma verdade absoluta que o resultado da soma de um mais um é 
dois. No entanto, em áreas do conhecimento, tais como a Ecologia, esta colocação 
faz muito sentido e você vai entender o porquê!
Um ecossistema de floresta, por exemplo, é muito mais do que apenas um conjunto 
de árvores ou espécies de vegetais. Cada parte que compõe este ambiente possui 
uma função individual independente e, quando estão reunidas no todo, outras funções 
podem ocorrer. Nesse sentido, uma única árvore isolada no quintal de sua residência 
apresenta uma função diferente daquela que ocorre quando em conjunto com outras 
espécies de vegetais.
A ciência ecologia possui particularidades para sua compreensão, são milhões 
de espécies diferentes, numerosos indivíduos geneticamente distintos vivendo e 
interagindo em um planeta mutável. Portanto, para entendermos o que ocorre no 
todo, precisamos conhecer suas as partes. Nesse sentido, o pensamento filosófico 
apresentado acima pode e deve ser utilizado constantemente por ecólogos com o 
intuito de contribuir para o desenvolvimento das percepções e padrões na natureza.
1.2 Conceito de Ecologia
O termo “ecologia” foi utilizado pela primeira vez em 1869 no livro Morfologia Geral dos 
Organismos escrito pelo alemão Ernst Haeckel. Biólogo, naturalista, filósofo, médico e 
professor, influenciado por grandes nomes como Charles Darwin, desenvolveu estudos 
provenientes de viagens, descrevendo espécies e relatando observações a respeito do 
funcionamento da natureza e de como essas complexas relações são importantes para 
o funcionamento do ambiente. Haeckel utilizou termos gregos para a definição do termo 
ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS
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Ecologia, “Oikos” = casa e, “Logos” = estudo. Assim sendo, define-se Ecologia como o 
estudo das interações entre os organismos com o ambiente em que vivem. Do ponto 
de vista de Haeckel, a natureza era um todo unificado constituído por complexos inter-
relacionamentos que foram anteriormente denominadas por Darwin como condições 
de luta pela existência.
Alguns anos depois, Krebs (1972) se aprofundou na definição do termo Ecologia como 
“o estudo científico das interações que determinam a distribuição e a abundância dos 
organismos”. Para o autor, o ambiente de um organismo consiste em um conjunto de 
influências exercidas sobre ele, tais como fatores abióticos (temperatura, luminosidade) 
e bióticos (de outros organismos). De acordo com o o autor, esses fatores são os 
principais responsáveis pela distribuição e abundância dos organismos, ou seja, onde, 
quantos e porque eles ocorrem em um determinado local. Ambas as definições são 
aceitas e utilizadas até os dias de hoje. 
No entanto, apesar destas definições da Ecologia para a ciências biológicas, o termo 
passou a ser utilizado de fato somente no século XIX, quando os cientistas da área 
começaram a se autodenominar ecólogos. Logo em seguida (século XX), iniciaram-se os 
primeiros encontros entre ecólogos, formação de sociedades e a criação de periódicos 
destinados exclusivamente à Ecologia. Daí em diante, esta ciência conquistou seu 
espaço e desde então vem passando por modificações. Os profissionais dedicados 
à Ecologia em diferentes subáreas são dezenas de milharesao redor do mundo. 
Os estudos ecológicos são responsáveis, por exemplo, pelo entendimento da dispersão 
de organismos ao redor do planeta, incluindo os patogênicos (exemplo: vírus da COVID-19), 
de como a composição do solo influencia no crescimento das plantas e, de quais são os 
possíveis efeitos da contaminação ambiental sobre os microrganismos.
Além disso, a ecologia contribui significativamente para desenvolver alternativas 
de manejo dos recursos naturais, na busca constante por soluções sustentáveis 
inteligentes que possam garantir a qualidade da vida humana. No entanto, é importante 
ressaltar que, apesar de todo o desenvolvimento de ferramentas e métodos para os 
estudos ecológicos, a compreensão de muitas questões ainda pode ser incompleta 
e imperfeita. Por esta razão, é importante que ocorra a integração da ecologia com 
outras áreas, tais como a zoologia, evolução, biologia celular e molecular, etc., com o 
objetivo de se aprofundar no entendimento acerca de diversas questões da natureza 
e promover a interdisciplinaridade, reforçando o pensamento exposto por Aristóteles 
no início deste capítulo!
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1.3 Vocabulário em Ecologia
Antes de nos aprofundarmos nos assuntos relacionados à Ecologia, é importante 
que você possua familiaridade com o vocabulário comumente utilizado nos conteúdos. 
Na Tabela 1 estão descritos de forma resumida os principais termos que devem 
ser conhecidos antes de iniciar os estudos em ecologia.
Termo Definição
Adaptação Capacidade de sobrevivência e/ou reprodução de um organismo em seu ambiente
Biomassa Quantidade de matéria orgânica animal ou vegetal utilizada como fonte de energia
Cadeia alimentar Sequência linear de transferência de matéria e energia em um ecossistema
Ciclagem de nutrientes Transferência contínua de nutrientes através dos organismos e seu ambiente
Consumidor Organismos que consomem outros organismos e/ou seus restos para obtenção de energia
Decompositores Organismos que consomem matéria morta para a obtenção de energia
Fatores abióticos Elementos não vivos que exercem influência sobre o ambiente (exemplo: físicos e químicos)
Fatores bióticos
Elementos vivos que exercem influência sobre o ambiente (exemplo: todos os tipos de 
organismos)
Funções 
Ecossistêmicas
Papel desempenhado por organismos que geram benefícios para o próprio sistema (exemplo: 
ciclagem de nutrientes e transferência de energia)
Habitat Local onde uma determinada espécie vive
Nicho Ecológico
Espaço que apresenta um conjunto de condições e características que permitem a sobrevivência 
de uma determinada espécie no ambiente
Nível trófico
Conjunto de organismos que apresenta o mesmo tipo de nutrição (exemplo: herbívoros, 
carnívoros)
Produtor
Organismos autotróficos, ou seja, que utilizam energia a partir de uma fonte externa para produzir 
seu próprio alimento (exemplo: plantas)
Relações Ecológicas 
Interespecíficas
Interações entre indivíduos de uma mesma espécie
Relações Ecológicas 
Intraespecíficas
Interações entre indivíduos de espécies diferentes
Seleção Natural
Processo evolutivo em que os organismos possuem características específicas que garantem a 
sua sobrevivência e reprodução
Serviços 
Ecossistêmicos
Papel desempenhado pelos ecossistemas em benefício do ser humano que são indispensáveis 
para sua sobrevivência (exemplo: água, alimento)
Seres Autotróficos Organismos capazes de produzir o próprio alimento (exemplo: plantas)
Seres Heterotróficos Organismos que não são capazes de produzir seu próprio alimento
Sucessão Ecológica Alterações graduais na comunidade de um determinado ecossistema
Teia alimentar Interação existente entre cadeias alimentares distintas em um ecossistema
Tabela 1 – Principais termos utilizados em estudos ecológicos.
Fonte: Adaptado de Cain et al., 2011.
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Antes mesmo de existir os conceitos ecológicos que hoje conhecemos e que foram 
definidos acima, o naturalista Charles Darwin (Figura 1), um dos cientistas mais 
importantes no assunto sobre a origem da vida e evolucionismo, já havia realizado 
observações a respeito de alguns termos que viriam a ser definidos mais adiante na 
história da Ecologia. 
Figura 1: Charles Darwin - Cientista Naturalista
Fonte: https://pixabay.com/photos/charles-robert-darwin-scientists-62911/
Darwin propôs que a evolução ocorreria mediante o processo descrito por ele 
como seleção natural (1859), onde os organismos mais aptos são selecionados, 
sobrevivem e se reproduzem em seu ambiente, passando suas características aos 
seus descendentes. Por vezes, Darwin utilizou o termo “vaga” em sua obra Origem 
das Espécies, predizendo o conceito de nicho ecológico. Ainda, o autor se referia à 
“economia da natureza” considerando a relevância da interação dos fatores bióticos 
e abióticos para o complexo funcionamento do sistema. O naturalista escreveu que 
a quantidade de vagas na natureza eram finitas e que quanto mais próximas as 
espécies maior a competição entre elas, ou seja, era o que hoje conhecemos como 
sobreposição de nicho, que ocorre quando as necessidades de organismos diferentes 
são semelhantes. 
ANOTE ISSO
De um modo geral, a biologia possui inúmeros termos e conceitos que fazem parte 
do dia a dia do profissional e, como você pôde notar, na ecologia não é diferente! 
Por isso, convido você a se aprofundar no vocabulário apresentado, de modo que 
ele potencialize a sua compreensão acerca do conteúdo apresentado durante toda a 
disciplina.
https://pixabay.com/photos/charles-robert-darwin-scientists-62911/
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1.4 Ferramentas em Ecologia
Como vimos acima, a natureza é composta por um complexo de sistemas interagindo 
entre si. Por isso, para realizar um estudo ecológico, na grande maioria das vezes, é 
necessário fazer conclusões do “todo” a partir do estudo de uma “parte” e/ou até mesmo 
fazer projeções futuras baseadas em experiências acumuladas no passado. Para que 
isto ocorra, existem algumas ferramentas que são utilizadas para o desenvolvimento 
de estudos ecológicos:
1. Observações dos padrões e/ou da história natural;
2. Elaboração de modelos matemáticos;
3. Experimentos manipulativos.
Inicialmente, os estudos ecológicos eram realizados somente através da observação 
de padrões (Figura 2). Dados observacionais sem nenhum tipo de manipulação foram 
muito utilizados pelos primeiros cientistas naturalistas. Darwin era um deles, você se 
recorda?! No entanto, ao passo em que as observações produzem resultados relevantes, 
eles também podem ser questionáveis, uma vez que possuem o potencial de serem 
afetados por fatores ambientais incontroláveis, isto é, diferentes variáveis podem 
interferir nos resultados. Ao longo do tempo, a solução para um estudo observacional 
de qualidade foi atrelado aos avanços tecnológicos, como por exemplo, o sensoriamento 
remoto e a microscopia. Além disso, a utilização de testes de hipótese que envolvem 
a comparação de resultados de observações com modelos previamente validados 
passaram a ser indispensáveis neste processo.
Figura 2: Grupo de pesquisadores realizando observações na natureza.
Fonte: https://pixabay.com/photos/focus-group-discussion-field-research-3515453/
Posteriormente, a modelagem matemática conquistou seu espaço, sendo considerada 
uma ferramenta generalista, ou seja, por meio da utilização de modelos matemáticos 
https://pixabay.com/photos/focus-group-discussion-field-research-3515453/
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computacionais foi possível identificar processos que produzem comportamentos, 
padrões e dinâmicas na natureza. Desse modo, a modelagem matemática utiliza 
de conexões lógicas evidenciadas e as transformaem questões matemáticas que, 
a posteriori poderão ser interpretadas com base em observações do mundo real, 
possibilitando a compreensão dos fenômenos naturais.
Por fim, a abordagem experimental proporcionou um novo entendimento das relações 
de casualidade observadas na natureza. Experimentos manipulativos possibilitaram a 
compreensão das relações de causa e efeito no que diz respeito a uma determinada 
condição da natureza. As respostas encontradas em um experimento conduzido em 
laboratório podem direcionar conclusões sobre a dinâmica de processos que de fato 
ocorrem na natureza. Além disso, é possível também conduzir experimentos em campo, 
utilizando o próprio ambiente como um instrumento de teste de teorias ecológicas. 
Assim sendo, existem métodos essenciais em experimentos ecológicos que precisam 
ser sempre considerados: a repetição, definição e identificação dos tratamentos e 
controles apropriados. A repetição e a identificação dos tratamentos são essenciais 
para minimizar as chances de outras variáveis não controladas pelo pesquisador 
influenciarem nos resultados. Ainda, os controles desempenham um papel importante, 
sendo base de comparação para os demais tratamentos do experimento, evitando 
confusão nas percepções de causa-efeito. Portanto, ao elaborar um experimento, seja 
criterioso!
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Antes de executar um experimento, é importante que o pesquisador tenha em 
mente que precisa seguir algumas premissas fundamentais para a sua execução. 
Desse modo, o pesquisador evita cometer erros que podem acarretar em 
conclusões equivocadas ou até mesmo no fracasso completo do estudo. 
Na Figura 3, estão resumidas as etapas do processo de planejamento de um 
experimento e/ou estudo ecológico. 
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Figura 3: Etapas de um planejamento experimental
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira
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Assim como toda ciência, a ecologia também é movida por questionamentos. Tudo 
se inicia na curiosidade, na dúvida e/ou em um problema que precisa ser solucionado. 
Em seguida, é preciso revisar profundamente o assunto e conhecer as principais 
referências que darão suporte para a pesquisa. Feito isso, o próximo passo é definir 
as hipóteses. Em suma, a hipótese é uma afirmação e/ou sugestão direcionada, que 
procura ser comprovada por um premissa central ou teorias previamente estabelecidas. 
Através dela é possível deduzir ou inferir um determinado conjunto de consequências, 
suposições ou predições. A hipótese é a responsável pela direção de todo o estudo. 
Por isso, precisa ser elaborada com fundamentos.
Posteriormente, é realizada a elaboração do experimento em si, levando em 
consideração as condições e variáveis a serem testadas, o tamanho da amostra e o 
esforço amostral. Além disso, esta etapa inclui o delineamento experimental, isto é, 
quais os tipos de tratamentos, como eles serão distribuídos e os níveis de combinações 
que serão atribuídos às unidades experimentais. Um experimento bem desenhado 
tende a evitar intercorrências e erros ao longo de sua realização.
Após a coleta de dados, são realizadas as análises estatísticas. A matemática é uma 
ferramenta importante nesta etapa, auxiliando significativamente na interpretação dos 
dados que irão direcionar as explicações e conclusões do experimento. Por fim, todas 
ou algumas questões poderão ser respondidas e outras perguntas serão propostas 
para estudos futuros. A seguir, serão mostrados dois exemplos de estudos ecológicos. 
O primeiro exemplo de estudo foi realizado por Quadra et al. (2019), utilizando cálculos 
matemáticos com base no produto interno bruto (PIB) e no índice de desenvolvimento 
humano (IDH), para entender os padrões globais de consumo de cafeína e investigar as 
tendências ao longo do tempo, visto que esta substância é uma das mais consumidas 
ao redor do mundo e tem sido frequentemente detectada em ecossistemas aquáticos, 
provocando efeitos sobre a biota aquática e terrestre, até mesmo para o ser humano. 
Na Figura 4 os autores observaram que o consumo de café está aumentando no 
mundo, possivelmente devido ao crescimento populacional global, e consequentemente, 
pode haver relação com o aumento das concentrações ambientais de cafeína. 
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Figura 4: Crescimento da população global (bilhões de habitantes) e consumo global de café (toneladas) de 1990 a 2013.
Fonte: Quadra et al. (2019)
Em suma, o estudo mostrou que as maiores concentrações de cafeína coincidem 
com países que apresentam um maior consumo per capita e que, apesar das altas 
taxas de degradação da cafeína, o seu consumo tende a aumentar, consequentemente 
elevando a quantidade da substância que entra no ambiente, podendo ultrapassar os 
limites para a sobrevivência de várias espécies descritas como tolerantes às altas 
concentrações aceitáveis. Portanto, os autores concluem que é necessário tomar 
medidas para evitar que a cafeína chegue aos ecossistemas aquáticos através da 
implementação de sistemas de tratamento de esgoto mais eficazes. 
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Figura 5: Correção do consumo per capita de cafeína: (A) anos; (B) índice de desenvolvimento humano e; (C) produto interno bruto entre países (1990-
2016). As cores vermelhas mostram correlações positivas. 
Fonte: Quadra et al., (2019)
O estudo citado acima é apenas um dos inúmeros exemplos de estudos ecológicos 
que podem ser realizados utilizando cálculos matemáticos que apresenta uma tématica 
atual e moderna, com informações que impactam muitos países ao redor do mundo. 
O segundo exemplo é um modelo de estudo de cunho experimental. Reis et al. (2019) 
identificaram e quantificaram protozoários ciliados presentes no conteúdo ruminal 
de dois grupos genéticos de bovinos de corte submetidos a diferentes sistemas de 
alimentação (pasto, suplemento de pasto e confinado). 
A hipótese testada foi a de que a raça dos bovinos e a dieta alterariam a estrutura da 
comunidade e densidade dos ciliados (Figura 6). De acordo com o estudo, características 
genéticas e outros fatores, tais como a dieta do animal, contribuem diretamente para a 
sua produtividade, visto que o tipo de dieta está diretamente relacionado à composição 
da microbiota do rúmen e em como esta proteína microbiana estará disponível para 
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o animal hospedeiro. Os autores identificaram efeito sobre os protozoários ciliados 
para as dietas e raças analisadas. Os animais alimentados exclusivamente com pasto 
apresentaram maior diversidade em comparação às demais dietas, corroborando a 
hipótese proposta inicialmente. 
Figura 6: Esquema representativo do estudo desenvolvido por Reis et al. (2019). 
Fonte: Reis et al. (2019), adaptado por Jéssica Ferreira.
Neste segundo exemplo, chamo atenção para um outro ponto comentado 
anteriormente neste capítulo. Antes das análises ecológicas, os autores realizaram 
previamente um estudo taxonômico, identificando e estudando profundamente as 
espécies de protozoários ciliados, de modo a compreender como e quais espécies 
poderiam fazer diferença nos resultados encontrados. Demonstrando assim a 
importância de estudos colaborativos com outras áreas além da Ecologia. Falaremos 
mais sobre isso em detalhes ao longo deste livro!
Assim como estas, outras inúmeras conclusões podem ser alcançadas com estudos 
ecológicos. No entanto, é preciso que haja esforços na busca pela compreensão acerca 
de inúmeras questões, visto que nosso entendimento ainda é limitado. À medida 
que o desenvolvimento de tecnologias é aprimorado, espera-se que cada vez mais 
os ecólogos possam explorarnovos horizontes acerca dos processos e padrões da 
natureza. De repente, você pode ser o próximo ecólogo que buscará desenvolver 
métodos e alternativas para explicar os fenômenos naturais!
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ISTO ESTÁ NA REDE
Neste primeiro capítulo, foi possível perceber que a ecologia é complexa e por isso, 
quando interligada a outras ciências, pode se tornar cada vez mais eficiente. Esta 
tendência já estava sendo discutida entre pesquisadores de todas as áreas e se 
potencializou após a pandemia da COVID-19. 
Neste sentido, convido você a se aprofundar neste assunto através da leitura de 
artigos científicos que podem ser encontrados na internet:
• https://link.springer.com/article/10.1007/s11430-020-9664-6. Acesso em: 02 
mar. 2023. 
• https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32430070/. Acesso em: 02 mar. 2023.
Bons estudos e até o próximo capítulo!
https://link.springer.com/article/10.1007/s11430-020-9664-6
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32430070/
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CAPÍTULO 2
SISTEMAS ECOLÓGICOS
2.1 Divisões da Ecologia
Como vimos no Capítulo 1, a natureza é uma rede complexa de interações e, para 
que possamos compreender o todo, precisamos conhecer suas partes e entender 
como elas se conectam entre si. Nesse sentido, os estudos em Ecologia podem ser 
divididos em duas áreas distintas:
• Autoecologia: é a parte da Ecologia responsável pelos estudos das espécies, isto 
é, como cada espécie pode ser influenciada pelo seu ambiente individualmente.
• Sinecologia: por outro lado, é responsável pelos estudos das comunidades, 
observando não apenas uma única espécie, mas todos os demais organismos 
que interagem entre si.
No tópico a seguir você irá conhecer todos os sistemas ecológicos da natureza e 
como eles se organizam!
2.2 Níveis de organização ecológica
Um sistema ecológico pode ser representado por um único organismo ou até mesmo 
um ecossistema inteiro. O menor sistema é considerado um subconjunto de um próximo 
sistema maior, formando assim diferentes sistemas ecológicos com hierarquia. 
Na Figura 1, é possível observar a representação deste conceito de que um único 
sistema é capaz de formar outros que estão em constante conexão e interação. 
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Figura 1: Representação dos sistemas ecológicos e suas hierarquias. Do organismo (menor escala) até a biosfera (maior escala). 
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira (Adaptado de Ricklefs, 2010).
O organismo, indivíduo de uma determinada espécie, é considerado uma unidade 
essencial no sistema ecológico. Ele é o responsável pelo processamento de diferentes 
elementos e pela transformação da energia ao longo da cadeia trófica. Quando o 
ecólogo volta seu olhar para um determinado organismo está em busca de informações 
acerca de sua forma, comportamento, fisiologia e demais aspectos que permitem a 
sua existência. Como por exemplo, espécies de vegetais que habitam regiões quentes 
e úmidas possuem maior porte e estrutura tanto de área foliar quanto de altura (Figura 
2A), enquanto espécies vegetais de ambientes frios e úmidos no inverno e secos 
no verão, apresentam menor porte e estrutura, tais como folhas duras e pequenas 
(Figura 2B). De modo geral, os pesquisadores dedicados ao estudo dos organismos 
estão constantemente interessados em sua história evolutiva e em conhecer quais 
as adaptações observadas ao longo do tempo que permitiram a sua sobrevivência.
Figura 2: (A): Floresta Amazônica, modelo de ambiente quente e úmido com espécies de vegetais de grande porte; (B): Caatinga, com exemplo de espécie 
de vegetal com estruturas para suportar a seca e oscilações extremas de temperatura.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/amazon-amaz%c3%b4nia-floresta-natureza-4769367/
https://pixabay.com/pt/photos/sol-cactos-verde-seca-natureza-4542523/
A população se refere a muitos organismos de uma mesma espécie que vivem 
em um determinado ambiente. Entre indivíduos de uma população, ocorre a troca de 
https://pixabay.com/pt/photos/amazon-amaz%c3%b4nia-floresta-natureza-4769367/
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material genético que são passados aos seus descendentes. Este sistema ecológico 
pode ser considerado como imortal para alguns estudiosos, visto que os tamanhos das 
populações são mantidos através do tempo pelo nascimento de indivíduos, sucedendo 
os que morrem (Figura 3). As populações possuem algumas particularidades em 
comparação aos organismos, tais como alcance geográfico, densidade (número de 
indivíduos por área) e mudanças em sua composição e tamanho. Tais características 
podem transmitir respostas acerca dos ciclos reprodutivos, sexo, faixa etária e estrutura 
genética ao longo do tempo. Mutações genéticas, por exemplo, podem alterar as taxas 
de natalidade e mortalidade ou até mesmo serem influenciadas por fatores abióticos 
do ambiente, como por exemplo a disponibilidade de água.
Figura 3: Alcateia de Leões representando um modelo de população.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/amigos-le%c3%b5es-%c3%a1frica-predador-1132745/
O conjunto de populações distintas que habitam o mesmo ambiente formam uma 
comunidade, que podem interagir de diversas maneiras. Aqui, as relações podem 
depender, por exemplo, do hábito alimentar das espécies onde a relação predador-
presa pode ser identificada (exemplo: carnívoros, herbívoros) ou através de interações 
cooperativas, tais como os polinizadores (Figura 4). 
No próximo capítulo você irá aprender mais sobre as relações ecológicas e qual a 
importância delas para o funcionamento e dinâmica dos ecossistemas!
Figura 4: Abelha polinizando uma espécie de vegetal, representando um modelo de comunidade.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/abelha-inseto-polinizar-poliniza%c3%a7%c3%a3o-4059892/
https://pixabay.com/pt/photos/amigos-le%c3%b5es-%c3%a1frica-predador-1132745/
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https://pixabay.com/pt/photos/abelha-inseto-polinizar-poliniza%c3%a7%c3%a3o-4059892/
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Em geral, para os estudos ecológicos, os aspectos de uma comunidade estão 
intimamente ligados à compreensão da riqueza e abundância relativa dos organismos 
que vivem em um mesmo ambiente. O termo riqueza é utilizado para definir a quantidade 
de espécies, por outro lado, a abundância se refere à quantidade de indivíduos de uma 
determinada espécie. Tais medidas são utilizadas para estimar os padrões globais 
de biodiversidade e contribuem para a execução de ações voltadas ao manejo e 
conservação de espécies.
ANOTE ISSO
A união dos organismos, populações e comunidades juntamente com o ambiente 
físico e químico formam os ecossistemas. É importante você entender que há 
complexidade e grandeza nos ecossistemas, visto que eles incluem inúmeros 
elementos conectados e distintas variáveis interagindo constantemente. São 
exemplos de ecossistemas: uma floresta, a savana, um lago ou um estuário (Figura 
5). Os estudos ecológicos voltados para os ecossistemas buscam entender o 
funcionamento dos processos, tais como o fluxo de matéria e energia ao longo 
da cadeia alimentar e como estas dinâmicas podem ser influenciadas por fatores 
abióticos.
Figura 5: Exemplos de ecossistemas. (A) Floresta, (B) Savana, (C) Lago e (D) estuário.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/arvores-floresta-caminho-da-floresta-3410846/; https://pixabay.com/pt/photos/zebras-girafa-%c3%a1frica-natureza-5272926/; https://pixabay.com/pt/photos/%c3%a1sia-bangkok-cidade-jardim-verde-2693042/; https://pixabay.com/pt/photos/rio-
estu%c3%a1rio-terekhol-mar-goa-382354/
https://pixabay.com/pt/photos/arvores-floresta-caminho-da-floresta-3410846/
https://pixabay.com/pt/photos/arvores-floresta-caminho-da-floresta-3410846/
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https://pixabay.com/pt/photos/%c3%a1sia-bangkok-cidade-jardim-verde-2693042/
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Por fim, a conexão de todos os ecossistemas em uma única biosfera, que inclui todos 
os organismos e ambientes, considerada o sistema ecológico final. As conexões das 
partes que compõem a biosfera vão desde o simples transporte de nutrientes e energia 
através correntes de vento ou água até o deslocamento dos organismos. A migração de 
baleias (Figura 6), por exemplo, conecta os ecossistemas de mares de regiões distintas 
ao redor do mundo. A busca por melhores recursos alimentares e temperaturas ideais 
para a reprodução influenciam direta e indiretamente os ecossistemas marinhos. 
Figura 6: Migração de baleias.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-aerea-aerofotografia-fotografia-animal-fotografia-de-animais-8907831/
 
2.3 Nicho Ecológico vs Habitat
Até aqui você pôde ver como são formados os sistemas ecológicos e a importância 
de cada um deles. Agora precisamos mencionar dois conceitos brevemente vistos no 
Capítulo 1 e incorporá-los ao que vimos a respeito dos sistemas ecológicos.
Por muito tempo, os conceitos de habitat e nicho ecológico foram confundidos, 
visto que suas definições são subsequentes. O habitat de um organismo diz respeito 
ao local físico no qual ele vive e este pode ser reconhecido pelas características 
físicas que incluem uma predominante forma de vida, seja ela animal ou vegetal. Por 
exemplo, a ecologia diferencia os habitats aquáticos e terrestres. Entre os hábitats 
aquáticos há os de água doce e o marinho e, dentre os habitats marinhos estão os 
oceânicos e os estuários, e assim sucessivamente. Por outro lado, o nicho ecológico 
está relacionado com as condições toleráveis para a manutenção da vida de uma 
determinada espécie, ou seja, o seu papel no sistema ecológico e quais as condições 
que determinam a sua presença naquele determinado ambiente. Na Figura 7 estão 
reproduzidos alguns exemplos de habitats e nichos ecológicos. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-aerea-aerofotografia-fotografia-animal-fotografia-de-animais-8907831/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-aerea-aerofotografia-fotografia-animal-fotografia-de-animais-8907831/
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Nenhum organismo pode sobreviver sob todas as condições do planeta, mas o 
fato é que a diversidade de habitats existentes é a base que sustenta a biodiversidade 
global. Assim sendo, é importante recordar neste ponto as bases da teoria da evolução 
que mencionam a especialização como um processo inerente à história evolutiva 
das espécies, tanto para a definição de seu habitat quanto para a ocupação de 
nicho. Por isso, não há duas espécies exatamente iguais, visto que cada uma possui 
particularidades no que diz respeito à forma e função que definem as condições ideais 
de sobrevivência. 
Figura 7: Representação de diferentes tipos de habitats e nichos ecológicos.
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
2.4 Estabilidade dos ecossistemas
Como vimos, os ecossistemas são compostos por diferentes partes com funções 
específicas. As interações dos sistemas ecológicos possuem propriedades de 
automanutenção e regulação. O equilíbrio entre os sistemas é denominado homeostase. 
Termo derivado do grego “homeo” = igual e “stasis” = estado, que diz respeito à dinâmica 
dos sistemas biológicos para permanecer em estado de equilíbrio. Na natureza não 
há estado de equilíbrio perfeito, ele sempre é dinâmico! Os mecanismos de controle 
homeostático foram desenvolvidos ao longo da história evolutiva dos organismos e 
são utilizados para a manutenção de um estado interno frente a inúmeras condições 
externas.
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Populações, por exemplo, podem ser reguladas por fatores distintos, tais como 
os predadores, a redução ou aumento das taxas de reprodução ou até mesmo pela 
competição entre os indivíduos da população por limitação de recursos.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
A redução de uma determinada população de presas pode provocar a diminuição 
do número de predadores, visto que estes não encontram mais recursos 
alimentares disponíveis. Nesse sentido, quando houver a redução de predadores, a 
população de presas pode aumentar novamente, ou seja, seguindo a dinâmica para 
o estado de equilíbrio. Em geral, em uma comunidade, os predadores podem ser os 
responsáveis pela regulação do tamanho populacional de presas e vice-versa.
2.4.1 Limites de tolerância
Neste ponto dos estudos em Ecologia, é importante compreender como os limites 
de tolerância podem influenciar nas atividades dos organismos e, consequentemente, 
como tais fatores poderão afetar o funcionamento dos ecossistemas. Os fatores 
limitantes podem ser diversos, como por exemplo, temperatura, umidade, pH, salinidade 
e até mesmo a concentração de contaminantes. Diferentemente dos recursos, as 
condições do ambiente são fundamentais para o entendimento do limite de tolerância 
e das necessidades dos organismos quanto à ocupação de seu nicho ecológico. 
Neste sentido, é importante conhecer e diferenciar dois conceitos: resiliência e 
resistência. O conceito de resiliência ecológica corresponde à capacidade de um 
sistema ecológico em retornar ao seu estado inicial de equilíbrio após ser submetido 
a uma alteração. Por outro lado, a resistência ecológica diz respeito à capacidade de 
um sistema em suportar as variações mediante uma perturbação. Observe o esquema 
da Figura 8, que demonstra claramente a diferença entre os conceitos apresentados 
acima.
Os sistemas ecológicos tendem a alterar seu estado de estabilidade e resiliência. 
Durante as fases de estabilidade, o sistema tende a ampliar sua organização e conexões 
entre os elementos. A estabilidade faz referência à escala de uma determinada 
perturbação, ao passo que, tanto a resistência quanto a resiliência de uma comunidade 
estão intimamente ligadas à magnitude do dano sofrido. No entanto, à medida que 
sofrem perturbações, necessitam de uma reorganização destes elementos, de modo 
a promover novas conexões e definir um novo estado.
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Figura 8: Esquema representativo das medidas de resiliência e resistência de um ecossistema.
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira (adaptado de Begon et al., 2007).
As mais variadas espécies estão exercendo suas funções simultaneamente e, 
uma vez que são atingidas por uma determinada perturbação, tais funções podem 
ser compensadas por sistemas com funções semelhantes. Isto explica, em partes, 
como um ecossistema pode resistir à extinção de algumas espécies, evitando um 
colapso. Uma vez que fortalecem a capacidade de resiliência de um ecossistema, 
podem promover a conservação da biodiversidade e consequentemente, das funções 
ecológicas. Em estudos recentes, existe uma subárea utilizada exclusivamente para 
medir os atributos (características)de uma determinada espécie e tais atributos 
(morfologia, comportamento) são denominados funcionais visto que são essenciais 
para entender os processos ecossistêmicos.
É possível quantificar a diversidade funcional através dos grupos de espécies ou de 
índices numéricos obtidos a partir de atributos das espécies. Estes valores podem ser 
aplicados a cálculos estatísticos para comparar diferentes comunidades e ampliar o 
conhecimento acerca da função das espécies e quais delas desempenham funções 
semelhantes. O conhecimento acerca da diversidade funcional dos organismos está 
na lista dos maiores desafios das ciências ambientais para as próximas gerações e 
que possuem maior probabilidade de produzir resultados com grande relevância para 
a ciência (National Research Council, 2000, p.20). Para alguns grupos de organismos, 
como por exemplo, o fitoplâncton, a diversidade funcional encontra-se em fase de 
desenvolvimento e aprofundamento acerca do assunto. No entanto, para áreas como a 
botânica este tema está um pouco mais avançado e tem contribuído significativamente 
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para o entendimento do funcionamento dos ecossistemas, contribuindo para o manejo 
e conservação das espécies. Caso queira se aprofundar no assunto, recomendo a 
leitura do artigo de Mammola et al. (2021) e do relatório acima citado. 
2.4.2 Evolução e seleção natural
“Nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução”. Esta frase dita pelo 
biólogo e geneticista Theodosius Dobzhansky faz menção à importância da teoria da 
evolução das espécies para todas as áreas da biologia. A teoria da evolução por seleção 
natural, proposta por Darwin, é um conceito unificador na biologia. A evolução atribui 
as mudanças temporais de qualquer natureza, por outro lado, a seleção natural explica 
as particularidades com que essas mudanças ocorrem. As mutações genéticas fazem 
parte da teoria da evolução, considerada a razão pela qual há diversidade genética 
de organismos. 
A diversidade genética é expressa por inúmeros caracteres nos organismos, sendo 
um dos fatores mais importantes na resposta dos organismos diante das mudanças 
do ambiente. Diversos são os fatores que influenciam o sucesso reprodutivo de uma 
espécie e a capacidade que ela possui de tolerar as mudanças para garantir sua 
sobrevivência. Por isso é tão importante observar a história evolutiva das espécies 
para compreender seus limites e tolerâncias. 
2.4.3 Variações de espaço e tempo
Quando se trata de ecossistemas, é importante entender que os ambientes são 
diferentes de um local para o outro. Há variações em grande escala, tais como topografia 
e clima, e em menor escala de modo que a heterogeneidade pode ser provocada 
pelo tipo de solo e até mesmo pelas atividades de animais e plantas. Neste sentido, 
quando se trata do funcionamento dos ecossistemas e de seus limites e tolerâncias, as 
variáveis de tempo e espaço são extremamente importantes de serem consideradas.
Os padrões de variação de tempo são inerentes a todos os sistemas ecológicos. As 
percepções de tais mudanças ocorrem à medida que o ambiente se modifica, como 
por exemplo, as previsíveis alternâncias do dia para a noite, as estações do ano e a 
chuva. Por outro lado, é possível que haja modificações imprevisíveis, tais como um 
incêndio ou até mesmo secas repentinas.
Assim como na variação temporal, o espaço pode ser relevante para um determinado 
organismo. Por exemplo, o lado da folha de uma espécie de vegetal é importante para 
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um pulgão, mas não para um herbívoro que consome a folha com o pulgão e tudo 
que ali houver. Um organismo que se movimenta em um espaço que se modifica 
pode se deparar com variações ambientais em uma sequência temporal, isto é, um 
organismo é capaz de perceber as variações de espaço ao longo do tempo. Portanto, 
se um organismo se move rapidamente, menor será a sua escala de variação espacial, 
consequentemente, ele terá mais chances de encontrar novas condições ambientais 
em uma menor escala temporal. O vento e os animais dispersores de sementes, por 
exemplo, percorrem grandes distâncias à escala de variação espacial em um habitat. 
Tanto a escala temporal quanto a espacial podem ser medidas na natureza e 
contribuir para o entendimento dos processos produzidos no decorrer da história de 
vida do planeta. A especiação, por exemplo, processo que gera uma nova espécie, requer 
longos períodos de tempo e grandes escalas espaciais em seu processo evolutivo. 
Contudo, o modo como os sistemas ecológicos respondem às variações de tempo e 
espaço depende da magnitude e frequência dos acontecimentos.
2.4.4 Fatores abióticos
Uma das condições mais importantes para a manutenção das atividades de vida 
de um organismo é a temperatura. Este fator pode influenciar direta ou indiretamente 
qualquer fase do ciclo de vida de uma espécie, limitando seu processo reprodutivo 
e, consequentemente, a sua distribuição e interação com as demais formas de vida 
(predação e competição). Atualmente, existem muitos estudos ecológicos na literatura 
que demonstram os efeitos da temperatura nos processos fisiológicos dos organismos, 
como por exemplo, no florescimento das plantas e germinação de sementes. No 
entanto, para que haja uma abordagem ecológica coerente, é preciso entender se os 
efeitos da temperatura, seja ela mais baixa ou mais alta, realmente explicam os limites 
de tolerância de uma determinada espécie. 
A temperatura é um dos principais fatores que determinam os padrões globais de 
distribuição de espécies ao redor do mundo. Entretanto, o maior desafio dos ecólogos 
é aplicar a visão global para os detalhes da distribuição de uma espécie em particular, 
isto é, se realmente há influência direta da temperatura. Atualmente, os experimentos 
manipulativos e projeções matemáticas, tal como visto no Capítulo 1, têm contribuído 
para o entendimento da influência dos fatores sobre os sistemas ecológicos.
Um estudo realizado por Vilas-Boas et al. (2021) mostrou os efeitos individuais 
e combinados de diferentes fatores (temperatura, salinidade e um inseticida) sobre 
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a comunidade zooplanctônica de uma lagoa costeira do Mediterrâneo (Figura 9). 
Um experimento laboratorial foi executado para avaliar se, de fato, esses estressores 
poderiam afetar a estrutura, diversidade e abundância das espécies. Os autores 
concluíram que a temperatura foi o principal fator para a ocorrência de mudanças 
na comunidade zooplanctônica, seguida pela salinidade e o inseticida. Ainda, o estudo 
demonstrou que a temperatura influenciou os efeitos diretos e indiretos da salinidade 
e do inseticida na comunidade zooplanctônica e conseguiu destacar a vulnerabilidade 
de alguns grupos e suas respostas ecológicas em um cenário futuro de mudanças 
globais no clima. 
Figura 9: Esquema representativo do estudo realizado por Vilas-Boas et al. (2021).
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
Como visto no exemplo acima, a temperatura não é o único fator que pode afetar um 
sistema ecológico. A salinidade, luz, pH e umidade, podem ser também fatores limitantes 
para a sobrevivência de diferentes espécies. Em geral, os efeitos da salinidade estão 
diretamente relacionados com a resistência osmótica dos organismos. A salinidade é 
considerada um fator importante em locais onde há alta variação de gradiente, como 
por exemplo, na transição de ambientes de água doce para ambientes marinhos. 
A umidade, por sua vez, é reconhecida pelos geógrafos como um fator relevante 
para determinar os limites de distribuição de espécies, devido à diferença de altitude, 
por exemplo. A disponibilidade de água é o elemento fundamental para avaliar os 
efeitos da umidade sobre os organismos. 
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Dentre os fatores de propriedades químicas, o pH é considerado uma condição 
importante que pode exercer influência sobre os organismos. Grande parte dos 
organismos não tolera pH abaixo de 3 ou acima de 9, visto que este fator atua diretamente 
no metabolismo. Além disso, pode haver influência indireta do pH, desfavorecendo 
uma fonte de alimento para uma determinada espécie. Por fim, a luminosidade pode 
ser determinante para a existência dos organismos, principalmente para as espécies 
vegetais. 
Assim como estes fatores, muitos outros podem testar os limites de tolerância dos 
organismos. À medida que a ciência avança em seus estudos, é possível compreender 
cada vez mais as causas e os efeitos de diferentes fatores sobre os sistemas ecológicos. 
Este conhecimento permite a elaboração de estratégias de mitigação e conservação 
dos recursos naturais, de modo a preservar as funções e serviços ecossistêmicos!
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CAPÍTULO 3
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
No Capítulo 2 você aprendeu sobre os sistemas ecológicos e a importância de cada 
um deles para o funcionamento dos ecossistemas. Agora você irá conhecer como as 
espécies, populações e comunidades podem interagir entre si e com o ambiente através 
das relações ecológicas. São elas as responsáveis pela dinâmica de manutenção dos 
sistemas ecológicos!
As atividades desempenhadas pelos organismos podem provocar mudanças no 
ambiente em que ele vive, seja pela modificação das condições ou pela adição ou 
subtração de recursos no ambiente, como por exemplo, uma espécie vegetal que 
projeta sombra sobre outras espécies abaixo dela. As interações ocorrem, sobretudo, 
quando os organismos influenciam um na vida do outro. 
As interações que ocorrem entre indivíduos de uma mesma espécie são 
denominadas intraespecíficas e entre indivíduos de espécies diferentes 
interespecíficas. Além desta classificação, as relações ecológicas também podem 
ser harmônicas, quando há benefício a todos os indivíduos envolvidos ou quando 
beneficia pelo menos um dos envolvidos e não causa prejuízo ao outro organismo. 
Por outro lado, nas relações desarmônicas há prejuízo para pelo menos um dos 
organismos envolvidos.
Dentre estas classificações, distinguem-se outras categorias: competição, predação, 
parasitismo, mutualismo, protocooperação, comensalismo e amensalismo. Ao longo 
deste capítulo, você conhecerá em detalhes cada uma delas!
3.1 Competição
Em geral, a competição é uma interação em que um organismo consome um 
determinado recurso que estaria disponível para o consumo de um outro organismo. 
Um organismo priva o outro e este, por sua vez, cresce lentamente e deixa uma 
menor quantidade de descendentes, podendo até mesmo provocar seu completo 
desaparecimento. 
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3.1.1 Competição interespecífica
Em competições interespecíficas, entre espécies diferentes, ocorre redução da 
fecundidade, crescimento e/ou sobrevivência devido à exploração de recursos ou à 
interferência de organismos de uma outra espécie. Esta relação influencia a dinâmica 
das populações das espécies competidoras e, consequentemente, influencia na 
distribuição das espécies e em sua história evolutiva. Vejamos alguns exemplos!
As cracas são pequenos crustáceos que vivem em colônias aderidas a diferentes 
superfícies, especialmente em costões rochosos de ambientes marinhos (Figura 1). 
O nicho de algumas destas espécies de cracas são dependentes das zonas de maré, 
isto é, da oscilação do fluxo de água ao longo do dia. De modo geral, as observações 
a respeito das cracas é que duas espécies distintas sobrevivem bem em um mesmo 
costão rochoso, no entanto, é possível encontrar relatos na literatura que demonstram 
competição interespecífica nas espécies de cracas que provocaram a mortalidade de 
organismos jovens e consequentemente, a redução da população. 
Figura 1: Cracas em um costão rochoso.
Fonte: https://pixabay.com/photos/barnacles-and-rocks-beach-background-3438066/
Casos como o das cracas ocorrem com frequência na natureza em virtude da 
ocupação de nichos. Duas espécies distintas necessitam das mesmas condições e 
recursos para sobreviver, no entanto, uma delas elimina a outra. A esta ocorrência 
damos o nome de exclusão competitiva. O princípio da exclusão competitiva ou Lei 
de Gause, afirma que, em um mesmo ambiente, no qual há distribuição homogênea de 
organismos, duas espécies que ocupam um mesmo nicho ecológico não podem coexistir 
(viver juntas), visto que ocorre pressão evolutiva através da competição. Este princípio 
foi sendo aceito aos poucos entre os ecólogos à medida que cresciam as evidências 
a seu favor, a lógica por detrás desta ideia e os fundamentos que corroboravam para 
https://pixabay.com/photos/barnacles-and-rocks-beach-background-3438066/
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que houvesse validação da teoria, como por exemplo, o modelo de Lotka-Volterra. 
As equações matemáticas de Lotka-Volterra são equações diferenciais, não lineares, 
de primeira ordem, utilizadas para explicar as dinâmicas dos sistemas biológicos, 
em particular quando há interação entre espécies. Este modelo não é utilizado para 
descrever uma relação completa, que envolve até mesmo fatores abióticos, mas sim 
para simplificar o entendimento de modelos complexos. 
Em suma, a competição interespecífica é um processo que pode ser sempre 
associado a aspectos evolutivos e ecológicos, levando em consideração a diferenciação 
de nichos ecológicos. 
3.1.2 Competição intraespecífica
Organismos da mesma espécie possuem demandas semelhantes para sua 
sobrevivência. No entanto, as necessidades que ambas possuem podem exceder a 
oferta e promover a competição entre eles. 
Em geral, quando há competição intraespecífica, ocorre uma redução das taxas de 
incorporação de recursos e consequentemente diminuição das taxas de crescimento 
e desenvolvimento dos organismos e até mesmo o aumento dos riscos de predação, 
uma vez que ocorre redução das reservas da energia armazenada. O rendimento 
reprodutivo de um organismo pode ser afetado por todos estes fatores e provocar uma 
diminuição das populações devido à redução de sua fecundidade e/ou sobrevivência.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Um exemplo clássico de competição intraespecífica pode ser a disputa de 
organismos machos em busca de uma parceira para reprodução (Figura 2).
Figura 2: Machos de uma alcateia de leões em competição por uma fêmea para reprodução. 
Fonte: https://pixabay.com/photos/lion-lioness-to-play-scuffle-63350/
https://pixabay.com/photos/lion-lioness-to-play-scuffle-63350/
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Os efeitos da competição intraespecífica conduzem padrões e tendências reguladoras 
sobre as taxas de mortalidade, fecundidade e distribuição em nível de populações. 
Para compreender esses padrões é preciso conhecer a dinâmica das populações, 
ou seja, como elas atuam ao longo do tempo. Uma população com alta densidade 
pode sofrer com efeitos das limitações impostas pelo ambiente no que diz respeito à 
disponibilidade de recursos para sobreviver. Existe um limite por parte de um ecossistema 
de sustentar e/ou suportar uma determinada quantidade de organismos. A este limite 
damos o nome de capacidade suporte (K). A capacidade suporte de um ambiente 
permite o entendimento de até onde a natureza é capaz de disponibilizar recursos, 
sem comprometer gerações futuras. Ao estudar as populações, é preciso levar em 
consideração o crescimento exponencial e logístico demonstrados na Figura 3. 
Figura 3: Padrão de crescimento populacional ao longo do tempo. 
Fonte: Adaptado de Begon et al. (2007).No crescimento exponencial (Figura 3A), a população aumenta sem limites. O 
ambiente não é considerado uma limitação ao crescimento populacional. Por outro lado, 
no crescimento logístico, considerado um padrão mais realista, o cenário é diferente. 
A população cresce rapidamente e logo em seguida desacelera, se mantendo estável 
quanto ao número de indivíduos. Nesta situação, existem limitações por parte do 
ambiente que podem exercer efeitos na taxa de natalidade, mortalidade e migração 
dos organismos (Figura 3B). O (K) representa a disponibilidade de recursos que o 
ambiente suporta. 
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ANOTE ISSO
Quando uma população atinge um determinado número de organismos e 
consequentemente aumenta a sua densidade, os recursos são reduzidos a níveis 
que não são mais capazes de sustentar a demanda energética dos organismos, 
promovendo assim a competição entre eles. Para ambos os tipos de competição, 
o ambiente pode ser um fator limitante no crescimento das populações, ao 
passo que há influência nos processos e funções dos organismos, modificando 
completamente o seu modo de viver. 
3.2 Predação
Em suma, a predação é quando ocorre o consumo de um organismo (predador) 
por outro (presa). Esta relação traz benefícios ao predador, uma vez que o alimento 
ingerido no consumo promove o aumento das taxas de crescimento, desenvolvimento 
e natalidade. 
De um modo geral, em termos evolutivos, os predadores desenvolveram 
características que contribuíram para a captura de alimento, como por exemplo, 
força, agilidade, visão e olfato aguçados. Por outro lado, as presas também possuem 
atributos desenvolvidos para fugir dos predadores, tais como capacidade de se camuflar, 
coloração de advertência e habilidade de construir abrigos. Veja alguns exemplos! 
Na Figura 4 está representado o exemplo de predação através da utilização da 
agilidade. 
Figura 4: A velocidade de um Guepardo pode auxiliar na captura de sua presa. 
Fonte: https://pixabay.com/photos/cheetah-kenya-2066793/
https://pixabay.com/photos/cheetah-kenya-2066793/
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Na Figura 5, há a demonstração da utilização do recurso de camuflagem para 
escapar de um predador. 
Figura 5: Bicho-pau se camuflando.
Fonte:https://pixabay.com/photos/the-beast-s-cock-insect-nat-nature-4452728/
Os predadores são responsáveis pelo controle do tamanho das populações de 
determinadas espécies. A redução da população de presas pode fazer com que os 
predadores procurem novos recursos alimentares que estejam mais abundantes no 
ambiente, demonstrando que não há preferência por um determinado tipo de alimento. 
No entanto, até mesmo espécies que possuem preferências alimentares podem 
modificar seus hábitos e adotar novos alimentos a sua dieta. 
O efeito da predação sobre uma população de presas pode não ser negativo em 
um primeiro momento, visto que muitos organismos mortos podem pertencer a uma 
amostra aleatória que naturalmente possuem baixo potencial de se manter e deixar 
descendentes. Isto pode estar atrelado a fatores genéticos ou até mesmo de adaptação. 
Portanto, o papel dos ecólogos quando se trata de predação é tentar entender a 
dinâmica e os possíveis padrões de abundância da relação predador-presa na natureza. 
3.3 Parasitismo
Antes de mais nada é preciso que você aluno aprenda o seguinte: não é parasita e 
sim parasito! A palavra parasita vem do verbo parasitar e parasito, por sua vez, é um 
substantivo masculino, portanto, o parasito parasita seu hospedeiro. Ensine outras 
pessoas a nomenclatura correta! 
O parasitismo é uma relação ecológica em que um dos organismos envolvidos é 
prejudicado. Um organismo (parasito) se instala no outro (hospedeiro), com o intuito de 
https://pixabay.com/photos/the-beast-s-cock-insect-nat-nature-4452728/
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alimentar-se dele. O parasito pode se abrigar dentro e fora de seu hospedeiro. Quando 
o parasito se aloja externamente, temos a ectoparasitia, e internamente endoparasitia. 
Em geral, o parasito é menor que seu hospedeiro e não é ideal para o parasito que 
esta relação cause a sua morte, visto que seu hospedeiro é responsável pela sua 
sobrevivência. Nas relações de parasitismo é comum encontrar alta especificidade, 
ou seja, o parasito possui preferências por seus hospedeiros. Por exemplo, um piolho, 
classificado como um ectoparasito, que vive na cabeça do ser humano não é capaz 
de adquirir nutrientes de um outro tipo de animal. 
3.3.1 Doenças parasitárias
A título de conhecimento, é importante que você saiba que existem parasitos que 
são causadores de doenças que são considerados problemas de saúde pública. 
O termo patógeno é utilizado para denominar os parasitos causadores de doenças. 
Ao colonizar um hospedeiro, o parasito pode estimular uma infecção e esta, por 
sua vez, pode provocar sintomas prejudiciais a seu hospedeiro, desenvolvendo uma 
doença. Um exemplo de parasito patógeno é o Schistosoma mansoni, causador da 
esquistossomose. 
3.4 Mutualismo
O mutualismo é uma relação ecológica interespecífica em que ambos os organismos 
envolvidos são beneficiados por esta interação. Em geral, o mutualismo envolve relações 
de proteção, locomoção e nutrição. 
As relações de mutualismo podem ser obrigatórias ou facultativas. Em relações 
obrigatórias ou de simbiose, os organismos envolvidos apresentam dependência, de 
modo que uma não sobrevive sem a outra (Figura 6). Por outro lado, o mutualismo 
facultativo ou protocooperação consiste em relações em que as espécies, quando 
separadas, conseguem viver normalmente uma sem a outra, como por exemplo as 
anêmonas do mar e o caranguejo ermitão (Figura 7).
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Figura 6: Líquens aderidos à superfície de outra espécie vegetal para conseguir sobreviver. 
Fonte: https://pixabay.com/photos/cheetah-kenya-2066793/
Figura 7: O caranguejo ermitão pode viver em conjunto com a anêmona do mar ou sem ela, sem prejudicar sua sobrevivência.
Fonte: https://pixabay.com/photos/hermit-crab-marine-life-crab-sea-4002529/
Além destas categorias, é possível também identificar na natureza o mutualismo 
trófico, onde cada espécie envolvida fornece os nutrientes necessários para a 
sobrevivência da outra espécie. Em geral, os organismos envolvidos neste tipo de 
relação são especializados e não são capazes de sintetizar os nutrientes que necessitam 
para sobreviver. Por exemplo, as bactérias do gênero Rhizobium extraem o nitrogênio 
do solo e o disponibilizam para as raízes das plantas e, em troca, as plantas fornecem 
carboidratos às bactérias. 
Ainda é possível observar a ocorrência de mutualismo dispersivo, onde os organismos 
se relacionam com espécies vegetais para obtenção de alimento e, em troca, realizam 
o processo de dispersão do pólen e de sementes a longas distâncias (Figura 8). 
https://pixabay.com/photos/cheetah-kenya-2066793/
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Figura 8: Borboletas se alimentando do néctar das plantas e polinizando. 
Fonte: https://pixabay.com/photos/butterfly-flower-pollinate-4392802/
Por fim, o mutualismo defensivo descreve as relações entre espécies que recebem 
o alimento necessário e em troca oferecem proteção contra predadores. Por exemplo, 
espécies ruminantes e espécies de bactérias que vivem em seu interior auxiliando na 
digestão da celulose. 
3.5 Comensalismo
O comensalismo também é uma relação ecológica interespecífica em que não há 
prejuízo para nenhuma das espécies envolvidas. Porém, apenas uma das espécies é 
beneficiada nesta interação. São exemplos de comensalismo:a relação entre a rêmora 
e o tubarão. A rêmora é um peixe pequeno que possui ventosas em sua região dorsal 
que são utilizadas para se fixar sobre os tubarões. Desse modo, a rêmora transportada 
se alimenta dos restos ingeridos e deixados pelo tubarão. Nesta relação, o tubarão não 
é prejudicado. Outro exemplo é as hienas e os leões. Assim que os leões terminam 
sua refeição, as hienas consomem o restante da carcaça (Figura 9). 
Figura 9: Hiena se alimentando da carcaça deixada por um leão. 
Fonte: https://pixabay.com/photos/nature-animal-wildlife-mammal-wild-3151328/
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3.6 Amensalismo
O amensalismo é uma relação ecológica interespecífica, onde um dos envolvidos 
é prejudicado, visto que uma das espécies envolvidas inibe o crescimento e/ou a 
reprodução da outra através da liberação de substâncias que interferem no seu 
desenvolvimento. Um clássico exemplo de amensalismo são os fenômenos de maré 
vermelha, onde ocorre a proliferação excessiva de algas que liberam toxinas no 
ambiente. Essas toxinas podem provocar a mortalidade das espécies que habitam 
aquele ambiente, como peixes e crustáceos. Outro exemplo pode ser dado pelos fungos 
do gênero Penicillium, utilizados para produção do antibiótico penicilina, que liberam 
substâncias antibióticas, inibindo o crescimento bacteriano. 
3.7 As relações ecológicas e a evolução
Ao longo de todo o capítulo foi possível observar a influência das pressões evolutivas 
sobre as relações ecológicas. Ecologia e evolução andam de mãos dadas para 
compreender a história de vida dos organismos e as suas adaptações. Esta união se 
potencializou nas últimas décadas e tem sido significativa para os estudos em biologia. 
ISTO ESTÁ NA REDE
As relações ecológicas em duas populações distintas que interagem entre si 
contribuem para os processos de seleção natural, uma vez que a história evolutiva 
de cada uma das espécies é dependente da evolução da outra. A este processo 
damos o nome de coevolução. 
A coevolução pode ser observada em diversos exemplos na natureza e ser 
uma chave para os estudos que envolvem a ecologia evolutiva. Vejamos alguns 
exemplos!
Existe uma variedade de espécies vegetais que são polinizadas única e 
exclusivamente por uma determinada espécie de inseto, visto que a anatomia da 
planta aparenta ter sido desenvolvida especificamente para este inseto, como uma 
abelha, por exemplo. Esta forte interação é uma clara evidência de coevolução. A 
camuflagem, desenvolvida por muitos organismos para se confundirem com o 
ambiente, dificulta que o predador localize a presa. Neste caso, na história evolutiva 
destes organismos, a mensagem transmitida ao predador foi desenvolvida através 
das modificações no corpo da presa. 
A seleção natural age no genótipo e no fenótipo dos organismos e promove a 
adaptação dos mesmos ao ambiente. Entretanto, só haverá sucesso adaptativo 
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se estas características forem transmitidas a seus descendentes. Neste sentido, 
é preciso que haja efeito sobre a capacidade reprodutiva das espécies, visto que, 
somente assim haverá possibilidade de sobrevivência das espécies diante das 
condições, limitações e relações estabelecidas na natureza. 
Portanto, o conhecimento acerca da morfologia, comportamento e genética 
dos organismos é frequentemente utilizado para estudar os traços e processos 
de desenvolvimento das espécies com o objetivo de compreender quais as 
características relacionadas às adaptações ecológicas. É desafiador para a 
ecologia evolutiva compreender como as relações podem influenciar os padrões 
que afetam a estrutura e dinâmica de populações e comunidades. Assim sendo, 
a interdisciplinaridade pode ser uma chave para o entendimento de todas esas 
questões que ainda precisam ser respondidas! 
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CAPÍTULO 4
NÍVEIS TRÓFICOS
No capítulo anterior você aprendeu sobre os tipos de relações que ocorrem na 
natureza e a importância de cada um delas para a dinâmica de funcionamento dos 
ecossistemas. Agora é preciso conhecer qual a posição que os organismos ocupam nos 
ecossistemas e como ocorrem os fluxos de matéria e energia ao longo dos sistemas 
ecológicos já conhecidos. Bons estudos!
4.1 Lei da termodinâmica
A termodinâmica é uma área da ciência que estuda a relação entre energia 
e sistemas físicos. Ela tem aplicações em diversas áreas da ciência, incluindo 
ecologia. A termodinâmica pode ser usada para entender como a energia é 
transferida entre os organismos e seu ambiente e como essa energia é usada 
para atividades metabólicas. Ela também pode ser usada para entender como 
as atividades metabólicas dos organismos afetam o ambiente. Além disso, a 
termodinâmica pode ser usada para entender a dinâmica de sistemas ecológicos, 
como por exemplo a forma como a energia flui entre os organismos de um sistema 
e como isso influencia o equilíbrio ecológico.
A ideia de que “na natureza, nada se perde, tudo se transforma” é baseada na Lei 
da Conservação da Matéria, que foi originalmente escrita por Antoine Lavoisier, um 
químico francês do século XVIII. Ela é usada para explicar como a matéria e a energia 
se transformam umas nas outras. A frase é uma maneira de destacar que toda matéria 
e energia presentes na natureza se transformam constantemente de uma forma para 
outra. Por exemplo, a energia do Sol é transformada em energia química quando as 
plantas absorvem a luz solar e a usam para produzir alimento. Esta energia química, 
por sua vez, pode ser transformada em energia mecânica quando os animais comem 
as plantas e usam essa energia para se locomover.
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4.2 Cadeia Trófica
As relações apresentadas no capítulo 3 são estudadas em detalhes através das 
análises das cadeias e teias tróficas e/ou alimentares. Um nível trófico é representado 
por organismos que possuem hábitos alimentares semelhantes. A cadeia trófica, 
por sua vez, representa o conjunto das relações existentes entre os organismos 
vivos para obtenção de alimento em um determinado ecossistema. Cada um dos 
organismos ocupa um nível trófico na cadeia alimentar. Por meio das observações 
das relações de uma cadeia trófica, é possível entender como ocorrem os processos 
de interação entre os seres vivos, sendo o principal deles, o fluxo de matéria e energia. 
Você entenderá mais sobre este assunto ainda neste capítulo, mas antes é preciso 
conhecer a classificação dos organismos de acordo com a sua posição na cadeia 
trófica: produtores, consumidores e decompositores.
• Produtores: constituem o primeiro nível trófico em uma cadeia alimentar. Os 
organismos produtores são autotróficos, ou seja, são capazes de produzir seu 
próprio alimento, não sendo necessária a ingestão de outro organismo para sua 
nutrição. Em geral, são representados por organismos fotossintetizantes, tais 
como espécies de vegetais e algas.
• Consumidores: constituem o nível trófico seguinte ao dos produtores. São 
representados por organismos heterotróficos, ou seja, que não são capazes 
de produzir seu próprio alimento, necessitando ingerir outro organismo para 
sua nutrição. Os consumidores que se alimentam de organismos produtores 
são denominados consumidores primários. Por outro lado, os organismos que 
se alimentam dos consumidores primários são chamados de consumidores 
secundários e assim por diante.
• Decompositores: são organismos responsáveis pela decomposição dos restos 
de organismos mortos. Por meio do processo de decomposição os organismos 
devolvem nutrientes ao ambiente que podem ser utilizadospor outros organismos. 
Eles atuam em todos os níveis tróficos e estão diretamente ligados à reciclagem 
de matéria ao longo da cadeia trófica. São exemplos de decompositores as 
bactérias e os fungos.
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ANOTE ISSO
Dentre as classificações de organismos produtores, consumidores e 
decompositores, existem categorias que subdividem os organismos de acordo com 
o hábito alimentar. Veja a Tabela 1 a seguir. 
Classificação Hábito alimentar
Herbívoros
Organismos que se alimentam de espécies vegetais. Exemplo: bovinos 
e equinos.
Carnívoros
Organismos que se alimentam da carne de outros animais. Exemplo: 
leão e onça.
Omnívoros
Organismos que se alimentam tanto de carne quanto de espécies 
vegetais. Exemplo: ser humano.
Insetívoros Organismos que se alimentam de insetos. Exemplo: sapos
Granívoros Organismos que se alimentam de sementes e grãos. Exemplo: galinha.
Frutíferos Organismos que se alimentam apenas de frutos. Exemplo: esquilo.
Tabela 1 – Classificação dos organismos quanto ao seu hábito alimentar. 
Fonte: autora (2023).
É importante ressaltar que existem perdas ao longo da transferência de energia ao 
longo da cadeia trófica, por isso, em geral, as cadeias alimentares apresentam poucos 
níveis tróficos em um fluxo unidirecional. Veja na Figura 1 um modelo de cadeia trófica 
que ocorre na natureza.
Figura 1: Esquema representando um fluxo de cadeia alimentar de um ecossistema marinho
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira
 
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A partir da representação acima, é possível determinar os elementos de cada nível 
trófico. O fitoplâncton representa o primeiro nível trófico (produtores). Em seguida, os 
organismos zooplanctônicos ocupam o segundo nível trófico (consumidor primário). 
Posteriormente, os peixes no terceiro nível trófico, representando os consumidores 
secundários. Por fim, o tubarão representa o nível mais alto (consumidor terciário) e 
está no topo da cadeia trófica.
É importante ressaltar que modificações nas cadeias tróficas podem provocar 
desequilíbrio na dinâmica de todo um ecossistema. Tais modificações podem ser 
causadas tanto por fatores bióticos e abióticos quanto pela ação do homem. Veja 
dois exemplos a seguir! 
O primeiro exemplo é o do coral-sol (Figura 2). Pertencente às espécies do gênero 
Tubastraea, o coral-sol foi introduzido no litoral brasileiro através de água de lastro de navios.
Figura 2: Coral-sol.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coral-sol#/media/Ficheiro:Extended_tentacles_of_orange_cup_coral.JPG
Essa espécie é nativa do oceano pacífico e a aparição em águas brasileiras é datada 
desde a década de 80. Desde então, o número de registros desta espécie aumentou 
significativamente devido a sua velocidade de crescimento. Em consequência disso, 
tem provocado alterações nas populações e comunidades nativas, bem como nas 
funções e serviços ecossistêmicos, sendo a pesca e o turismo os principais afetados.
O segundo exemplo é o dos javalis em território brasileiro (Figura 3). Os javalis foram 
introduzidos no Brasil pelo homem. Esses animais não possuem predadores naturais, 
consequentemente, as elevadas taxas reprodutivas provocaram uma superpopulação 
da espécie. Esses animais competem por espaço e alimento com espécies nativas, 
visto que ocupam o mesmo nicho ecológico. Por este motivo, é o único animal com 
autorização de caça por parte dos órgãos ambientais em uma tentativa desesperada 
de controlar as populações.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coral-sol#/media/Ficheiro:Extended_tentacles_of_orange_cup_coral.JPG
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coral-sol#/media/Ficheiro:Extended_tentacles_of_orange_cup_coral.JPG
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Figura 3: Javali no território brasileiro.
Fonte: https://pixabay.com/photos/wild-boar-wild-pig-boar-pig-7800887/
Esse e outros muitos exemplos podem ser encontrados na natureza ao redor do mundo. 
Portanto, convido você a se aprofundar no assunto e pesquisar mais sobre outros casos 
em que houve modificações na natureza devido à presença de espécies endêmicas!
4.3 Teia Trófica
A união de cadeias tróficas é denominada teia trófica (Figura 4). Diferente das 
cadeias tróficas, a teia alimentar não possui um fluxo unidirecional, uma vez que um 
determinado organismo pode apresentar diferentes hábitos alimentares, ou seja, ocupar 
mais de um nível trófico. As cadeias tróficas que formam uma teia se entrecruzam e 
estabelecem uma rede. Assim sendo, a complexidade das relações de uma cadeia e 
uma teia alimentar são distintas.
Figura 4: Modelo de teia trófica de ecossistemas terrestres.
Fonte: Jéssica Ferreira
https://pixabay.com/photos/wild-boar-wild-pig-boar-pig-7800887/
https://pixabay.com/photos/wild-boar-wild-pig-boar-pig-7800887/
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Observe que alguns organismos ocupam mais de um nicho ecológico. A sua 
posição na cadeia trófica não os impossibilita de pertencer ao fluxo de outras cadeias 
alimentares, visto que sua dieta não se restringe a um único alimento, resultando 
assim em diferentes relações entre os organismos que pertencem àquele ecossistema. 
4.4 Detritívoros vs Decompositores
É fácil associar e entender a importância e o valor dos organismos produtores 
e consumidores em uma cadeia alimentar. No entanto, quando o assunto é os 
decompositores e detritívoros é preciso detalhar um pouco mais. Veja a seguir!
A morte de animais e plantas pode se tornar um recurso para a sobrevivência de 
outros organismos. De maneira natural, grande parte dos organismos se alimenta de 
matéria morta, ao passo que um animal carnívoro, como por exemplo um leão, primeiro 
mata sua presa para depois se alimentar dela. O ato de capturar uma presa envolve 
gasto energético e perda da capacidade de geração de novos recursos.
Os organismos saprófitos, ou seja, que consomem matéria orgânica morta, não 
são capazes de controlar as taxas e/ou a capacidade de regeneração dos recursos 
disponíveis. Ao contrário, eles são dependentes das taxas de outros elementos que 
fornecem os recursos dos quais utilizam para sobreviver, tais como queda de folhas 
das árvores e senescência. 
Os decompositores e detritívoros são dois distintos grupos saprófitos. 
Como visto acima, os decompositores são organismos responsáveis pela 
decomposição dos restos de organismos mortos, tais como bactérias e fungos. Eles 
participam diretamente da liberação de energia e dos processos de mineralização 
(conversão de matéria orgânica em inorgânica). Em suma, a decomposição é a 
desintegração gradual da matéria orgânica morta por agentes físicos e biológicos 
e neste processo ocorre a ruptura de moléculas complexas que são abundantes em 
energia, resultando, por exemplo, em dióxido de carbono, água e diversos nutrientes 
inorgânicos. Em geral, cadeias tróficas associadas à decomposição são baseadas em 
espécies vegetais vivas, que incluem muitos níveis tróficos. Por isso, é importante que 
você entenda a função destes organismos para o funcionamento dos ecossistemas!
Por outro lado, há os detritívoros, animais consumidores de matéria morta, de 
origem vegetal ou animal, como por exemplo, os urubus e hienas (Figura 5). 
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Figura 5: Urubu, exemplo de organismo detritívoro. 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/animal-bicho-aviario-avicular-12587228/
Os detritívoros são responsáveis pela remoção e eliminação da matéria orgânica 
deixada na natureza por outros organismos. De modo geral, os detritívoros são 
responsáveis pela limpeza do ambiente. Veja um outro exemplo a seguir! 
O besouro que se alimenta das fezes de outros animais. Este hábito alimentarpromove a limpeza do ambiente e, consequentemente, controla pragas, como por 
exemplo, espécies de moscas que são comuns em áreas de pastagens que perturbam 
e provocam doenças no gado. Além disso, o hábito alimentar destes organismos 
auxilia na adubação do solo, visto que, após construir a composta de fezes, eles as 
enterram, auxiliando na decomposição das matérias. 
Portanto, quando olhar para um determinado ecossistema, lembre-se sempre que 
cada sistema ecológico por menor ou mais estranho que pareça possui um papel 
fundamental para o seu funcionamento!
4.5 Fluxo de Matéria de Energia
Em um ecossistema, toda matéria e energia que circulam entre os níveis tróficos 
são extremamente importantes para o seu funcionamento. Assim sendo, para entender 
se a dinâmica deste sistema está operando em seu estado natural é possível fazer 
uma análise quantitativa desta energia que flui em uma cadeia alimentar. A cada 
nível trófico existe uma perda, ao passo que um determinado organismo incorpora 
uma quantidade de energia para realizar suas funções, repassando o restante para o 
próximo nível. Além das perdas, ao longo deste processo ocorre também a dissipação 
da energia, perdida em forma de calor.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/animal-bicho-aviario-avicular-12587228/
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Estes fluxos na natureza são cíclicos, visto que os elementos químicos que formam 
as moléculas e, consequentemente, formam os organismos, são transferidos aos 
diferentes níveis tróficos, formando assim, o ciclo dos nutrientes. 
Como você viu ao longo deste capítulo, a teia alimentar conecta várias cadeias 
alimentares, de modo que alguns organismos podem obter seus recursos de níveis 
tróficos distintos nos ecossistemas. A teia alimentar é a principal responsável por 
demonstrar a realidade das relações tróficas em um determinado ecossistema. 
Para medir todos esses processos na natureza é preciso antes conhecer mais 
um conceito ecológico. A biomassa é definida como a unidade de organismos por 
unidade de área (solo, água ou ar). É através dela que é possível medir e avaliar 
os processos ao longo da cadeia e teias alimentares. A maior parte da biomassa 
da natureza é composta por espécies de vegetais devido a sua capacidade de fixar 
carbono através da fotossíntese. Além das plantas, a biomassa também é composta 
pelos corpos de todos os organismos, estejam eles vivos ou não. Os organismos vivos 
são considerados a biomassa ativa, capazes de gerar ganhos para um ecossistema. 
Por outro lado, os organismos mortos são incapazes de promover novos ganhos 
aos ecossistemas, entretanto, como visto acima, são um importante recurso para 
determinados processos na natureza. 
A produtividade de um determinado ecossistema permite compreender a eficiência 
de aproveitamento dos organismos de cada nível trófico em incorporar energia para 
produção de biomassa (Figura 6). 
Figura 6: Representação de um fluxo de energia em uma cadeia trófica. 
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
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Observe no esquema acima que a fonte (o Sol) transfere energia para o produtor. 
Da fonte, parte da energia é dispersa, refletida e a outra é absorvida pelo produtor. 
O produtor utiliza a energia para respiração. Posteriormente, ocorre a atuação dos 
consumidores primários e secundários. É importante ressaltar que a maior parte da 
energia se encontra nos produtores e o nível de energia ao longo da cadeia trófica é 
atenuado à medida em que se distancia dos produtores. 
Nos ecossistemas, é possível medir esta produtividade da seguinte forma:
• Respiração (R): representa a quantidade de carbono utilizado pelas espécies 
de vegetais através da fotossíntese.
• Produtividade primária bruta (PPB): representa o total de energia luminosa 
absorvida pelos organismos autotróficos e a sua capacidade de a converter 
em biomassa em um determinado período de tempo. Esta produtividade bruta 
é eminente em espécies vegetais. 
• Produtividade primária líquida (PPL): é a diferença entre a taxa de fotossíntese 
(PPB) e a respiração (R) das espécies de vegetais. 
Assim sendo, observe a fórmula:
PPL = PPB - R
Baseado no raciocínio apresentado anteriormente, ao longo da cadeia trófica 
é possível medir também a quantidade de energia absorvida pelos consumidores 
primários, denominada produtividade secundária bruta (PSB). E a produtividade 
secundária líquida (PSL) é a subtração da PSB pela respiração (R) dos consumidores 
primários. 
A produtividade primária líquida é responsável por alimentar os processos bióticos 
na biosfera, desde os microrganismos até os animais de grande porte. A PPL é 
comumente utilizada como um indicador de saúde dos ecossistemas e pode sofrer 
com as variações de espaço e tempo. A sazonalidade, o uso e a ocupação do solo e 
as demais particularidades inerentes a cada região podem alterar os valores da PPL e, 
consequentemente, afetar a funcionalidade dos processos dentro de um ecossistema. 
4.6 Pirâmide Ecológica
As pirâmides ecológicas são representações gráficas dos níveis tróficos em uma 
cadeia alimentar (Figura 7). São formadas pela sobreposição de retângulos, cujas 
dimensões são correspondentes aos valores apresentados por cada nível. A base da 
pirâmide reproduz o papel dos produtores e, logo em seguida, estão os consumidores. 
Nas pirâmides ecológicas não há representação dos decompositores. 
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Figura 7: Representação de uma pirâmide ecológica com três níveis. 
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
As pirâmides ecológicas podem ser classificadas de três maneiras:
• Pirâmide numérica: são utilizadas para indicar a quantidade de organismos 
que existe em cada nível trófico. Dependendo do ecossistema, a pirâmide pode 
apresentar o ápice e/ou topo voltado para cima ou ser invertida, com o ápice 
para baixo. A pirâmide invertida é utilizada quando a quantidade de produtores 
é menor em relação aos consumidores. 
• Pirâmide de biomassa: é utilizada a partir da avaliação biomassa presente nos 
níveis tróficos em uma cadeia alimentar. Em geral, os valores de pirâmides de 
biomassa são representados em peso seco por unidade de área (g/m2 ou kg/
m2). Na Figura 8 está representado um exemplo de pirâmide de biomassa onde 
10 toneladas de soja sustentam 1 tonelada de gado em um ano e este gado 
alimenta neste mesmo período um homem de 70kg. 
Figura 8: Representação de uma pirâmide de biomassa. 
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
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Assim como nas pirâmides numéricas, a pirâmide de biomassa também pode 
ser invertida e, para exemplificar pode-se observar os ecossistemas aquáticos, onde 
ocorre com frequência uma redução brusca da comunidade fitoplanctônica, elevando a 
biomassa da comunidade zooplanctônica. Exemplos como este ocorrem pontualmente 
em determinados períodos em um ecossistema devido a perturbações inesperadas. 
• Pirâmide de energia: é utilizada para indicar a produtividade de um determinado 
ecossistema, considerando o fator tempo. Por esta razão, uma pirâmide de 
energia não pode ser invertida, visto que em cada nível trófico há uma determinada 
quantidade de energia acumulada em uma área e/ou volume por unidade de 
tempo. As pirâmides de energia são comumente utilizadas para representar o 
fluxo de energia descrito no tópico anterior. 
4.7 Efeito top down e bottom-up
Como vimos até agora, as relações existentes entre os diferentes níveis tróficos 
podem receber influência tanto de fatores bióticos quanto abióticos. Tais fatores são 
importantes para a estrutura e funcionamento das teias tróficas em um ecossistema. 
Entretanto, a introdução de uma espécie ou até mesmo a sua extinção podem provocarmodificações em toda a estrutura de um ecossistema dependendo das relações 
existentes por estas espécies. 
O conceito de cascata trófica é a propagação de um efeito proveniente de uma 
perturbação, ou seja, ao se afetar um determinado nível trófico, consequentemente, 
se afeta os demais níveis que formam uma cadeia ou uma teia trófica, provocando 
assim um aumento ou uma redução das populações. Este conceito engloba dois 
importantes mecanismos que ocorrem na natureza e que são importantes para a 
regulação das espécies e das funções que elas exercem no ambiente:
• Efeito top down: é realizado por organismos que ocupam os níveis tróficos 
superiores em teias alimentares, como por exemplo os predadores topo de 
cadeia. Esses organismos influenciam todos os níveis tróficos abaixo, ou seja, a 
regulação ocorre de cima para baixo, visto que os organismos que estão no topo 
da cadeia trófica são responsáveis pela regulação do tamanho das populações 
dos níveis tróficos inferiores (Figura 9). 
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Figura 9: Modelo de efeito top down em um ecossistema aquático. 
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
Portanto, caso um predador seja extinto em um ecossistema, os organismos com 
populações controladas aumentarão em número, modificando a cadeia trófica a qual 
pertence. 
• Efeito bottom-up: ao contrário do efeito top down, ou bottom-up os produtores 
são os responsáveis pela regulação da teia trófica. A regulação promovida por 
este efeito influencia a composição e abundância das populações dos organismos 
produtores. Por exemplo, em um ecossistema aquático se uma população de 
alga é extinta, consequentemente, os demais organismos que consomem as 
algas são afetados. 
É importante que você entenda que todos os acontecimentos e efeitos encontrados 
na natureza não são fixos. Lembre-se sempre que eles ocorrem de maneira dinâmica. 
Até o próximo capítulo! 
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CAPÍTULO 5
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Até este momento você pôde entender e conhecer como os ecossistemas e 
seus elementos estão conectados e como eles podem interagir entre si. Agora você 
conhecerá os processos que garantem que todos estes elementos circulem pelo 
ambiente. Bons estudos! 
5.1 Conceito de ciclagem de nutrientes
No capítulo anterior você aprendeu sobre a importância do fluxo de matéria e 
energia para o funcionamento dos ecossistemas e como os elementos presentes na 
natureza são essenciais para os processos vitais dos organismos.
Em suma, o principal elemento dos organismos vivos em um ecossistema é a água. 
Logo em seguida, temos o carbono (cerca de 95%), como um dos principais elementos 
de energia que são acumulados e armazenados pelos organismos. O carbono também 
é considerado um dos elementos mais importantes no fluxo de energia dos sistemas 
ecológicos, visto que é a principal molécula absorvida (CO2) pelos produtores durante 
a fotossíntese e, quando incorporado e contabilizado na PPL, fica disponível para ser 
absorvido como parte de outras moléculas, como por exemplo, proteínas e açúcares. 
ANOTE ISSO
O processo de transferência de nutrientes do solo para os organismos produtores é 
denominado ciclagem de nutrientes. Os principais elementos que fazem parte deste 
ciclo são o carbono (C), nitrogênio (N) e fósforo (P). O fluxo de energia e a ciclagem 
de nutrientes estão intimamente relacionados, pois é através deste ciclo que a energia 
é transferida para todos os níveis tróficos que compõem uma cadeia alimentar. 
5.2 Ciclos biogeoquímicos
Os distintos elementos encontrados na natureza estão localizados em diferentes 
compartimentos, como por exemplo, na atmosfera, nas rochas, na água, solo e mares. 
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Entretanto, diferente dos organismos vivos que são constituídos de elementos orgânicos, 
os demais elementos presentes nestes outros compartimentos estão sob a forma 
inorgânica. Neste sentido, a ciência biogeoquímica é responsável pelos estudos dos 
processos químicos que acontecem na natureza, em especial dos ciclos e fluxos de 
seus elementos. Esta ciência, incorporada aos estudos ecológicos, contribuem para 
o entendimento dos ganhos e perdas em escalas temporais e espaciais que ocorrem 
dentro dos ecossistemas. 
ANOTE ISSO
Existem alguns fatores que influenciam a velocidade com que um elemento circula 
nos ecossistemas, tais como a natureza do elemento, a taxa de crescimento 
dos organismos e a decomposição. As atividades humanas também influenciam 
nos ciclos biogeoquímicos, por exemplo através da atividade agropecuária onde 
há modificações na paisagem constantemente. Desse modo, as vias presentes 
nos ciclos podem sofrer alterações e, consequentemente, haver modificação 
na dinâmica dos elementos ao longo dos ciclos. Você conhecerá agora em 
detalhes cada ciclo presente nos ecossistemas que são importantes para o seu 
funcionamento!
5.2.1 Ciclo da água
Antes de detalhar o ciclo da água, é preciso relembrar alguns dados importantes. 
O planeta Terra é coberto por água, sendo cerca de 97% de água salgada (Figura 1). 
Figura 1: Gráfico representativo da quantidade de água disponível no planeta Terra.
Fonte: Elaborado por Jéssica Andrade.
A água é considerada um dos elementos mais importantes para a existência da 
vida. O ciclo da água diz respeito ao movimento constante deste elemento através 
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dos sistemas ecológicos. Os padrões do ciclo da água possuem diversos efeitos 
sobre os ecossistemas, como na variação climática e no fornecimento de condições 
para a existência de animais e plantas. Todos os organismos são dependentes deste 
suprimento, bem como o ser humano. O Sol participa ativamente do ciclo da água, 
uma vez que é a partir da energia solar que ocorre o aquecimento das superfícies 
aquáticas. Desse modo, a água em seu estado líquido evapora e o gelo sublima. Neste 
processo, o vento conduz o vapor de água ao longo da superfície da biosfera. Este 
vapor de água na atmosfera condensa e cai em forma de chuva ou neve, dependendo 
da região. Na terra, a água pode evaporar novamente, fluir através das superfícies ou 
escoar pelo solo. Veja a representação deste processo na Figura 2.
Figura 2: Ciclo da água nos ecossistemas.
Fonte: Elaborado por Jéssica Andrade.
O ciclo da água é único em todo o globo terrestre, entretanto, o volume dos elementos 
pode variar de acordo com cada região. Por exemplo, em águas subterrâneas a 
velocidade em que a água percorre, interfere na quantidade de água que chega até 
os rios. Nos ambientes terrestres, as plantas participam ativamente deste ciclo, visto 
que captam uma parte na folhagem, evitando a evaporação e impedindo a drenagem 
da água no solo devido à incorporação decorrente da transpiração. 
A água é um dos assuntos que levantam as maiores discussões entre ecológicos 
e conservacionistas ao redor do mundo, visto que todos sabem da finitude deste 
recurso. A geração de energia, a produção agrícola e todas as funções e serviços 
ecossistêmicos são dependentes deste elemento. Ao longo da história de vida do 
planeta Terra, os ciclos hidrológicos sofreram alterações à medida que as civilizações 
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começaram a tomar conta dos ambientes através da urbanização e das mais variadas 
atividades humanas. 
De acordo com os dados da ONU (2019), 70% de toda a água consumida no mundo 
é usada na irrigação das lavouras, na pecuária e na aquicultura. A indústria corresponde 
ao consumo de quase 20% e as residências de cerca de 12%. O uso da água varia de 
acordo com as regiões e também leva em consideração a economia dos países. A 
contaminaçãopor diferentes fontes provoca efeitos diretos e indiretos na qualidade 
da água, tais como a eutrofização, aumento de material em suspensão, acidificação 
e aumento das taxas de incidência de doenças por veiculação hídrica. 
Atualmente, as mudanças climáticas globais, resultado das atividades humanas, 
têm causado grandes preocupações no que diz respeito ao futuro da humanidade. O 
aumento da temperatura, o degelo, por exemplo, alteram todo o ciclo da água, provocando 
mudanças nos padrões meteorológicos que influenciam diretamente a evaporação, 
a transpiração e escoamento das águas. A contaminação aquática é outro assunto 
que está em alta devido à toxicidade das substâncias que chegam nestes ambientes, 
afetando os organismos e consequentemente a qualidade da água. O número de 
substâncias dissolvidas na água tem aumentado significativamente e, em sua grande 
maioria, os efeitos a médio e longo prazo são desconhecidos e não regulamentados 
pelas legislações vigentes. Portanto, o desenvolvimento de tecnologias e melhorias 
de gestão podem ser um caminho para solucionar os problemas relacionados à água, 
mitigando os efeitos e promovendo a conservação deste recurso essencial para a 
existência da vida. 
5.2.2 Ciclo do carbono
O carbono está presente em todas as moléculas orgânicas da natureza. Este 
elemento, assim como a água, é essencial para a existência da vida. Através dos 
processos de fotossíntese e respiração, o carbono circula ao redor do globo terrestre. 
De um modo geral, o ciclo do carbono se dá principalmente em sua forma gasosa, com 
o gás carbônico (CO2), fluindo pela atmosfera, hidrosfera e por meio dos organismos. 
A Figura 3 traz a representação do ciclo do carbono em um ecossistema. 
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Figura 3: Ciclo do carbono em um ecossistema.
Fonte: Elaborado por Jéssica Andrade.
As espécies de vegetais terrestres utilizam o CO2 como fonte de carbono para a 
fotossíntese e as espécies de vegetais aquáticos, por sua vez, utilizam os carbonatos 
dissolvidos. Estes dois pequenos ciclos estão unidos pelas trocas de CO2 entre a 
atmosfera e os ecossistemas aquáticos, águas continentais e oceanos. De um modo 
geral, os microrganismos, animais e plantas, ao respirarem liberam o carbono retido 
dos produtores de volta para a atmosfera e hidrosfera. Assim sendo, o ciclo do carbono 
pode ser dividido em ciclos:
• Ciclo geológico do carbono: regula o movimento do carbono pela atmosfera, 
hidrosfera e litosfera. O ciclo geológico do carbono possui uma velocidade menor, 
ou seja, ocorre de maneira mais lenta, visto que as partes presentes neste ciclo 
passam por processos de liberação do carbono que são mais demorados, como 
por exemplo, o intemperismo das rochas. 
• Ciclo biológico do carbono: ocorre com a presença dos organismos vivos que 
estão presentes nos ecossistemas. Os produtores, responsáveis pelo processo de 
fotossíntese, retiram o gás carbônico da atmosfera e o utilizam para a produção 
de moléculas orgânicas e posteriormente liberam o oxigênio (O2). Assim sendo, 
por meio da matéria orgânica, o carbono percorre as cadeias e teias alimentares. 
Em seguida, os organismos autotróficos são os responsáveis por liberar o carbono 
para o ambiente através da respiração e decomposição. 
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O CO2 é um dos principais elementos que permitem a entrada de luz solar no planeta 
Terra. Uma parte desta energia do Sol é refletida pelas nuvens e pela superfície da 
Terra. Este mesmo elemento retém uma parte do calor gerado pelo Sol, refletindo-o de 
volta para a superfície, gerando ainda mais calor. Este processo denomina-se efeito 
estufa. O efeito estufa é um processo natural no planeta Terra, sendo o principal 
responsável pela existência da vida, sem a ocorrência deste fenômeno, a Terra seria 
congelante. Entretanto, o aumento da exploração dos recursos naturais, tais como 
o uso e a ocupação do solo para fins agrícolas, o desmatamento e a queima de 
combustíveis fósseis, tem elevado as concentrações de gás carbônico na atmosfera 
terrestre. A remoção de uma floresta provoca uma liberação significativa de CO2 e, uma 
vez que não há reposição desta vegetação, o sequestro de carbono por partes destas 
espécies de vegetais faz com que este carbono fique retido na atmosfera em grandes 
quantidades, intensificando o processo de efeito estufa. Consequentemente, ao longo 
das últimas décadas, os estudiosos observaram um aumento da temperatura global. 
O aquecimento global é um aspecto das mudanças climáticas observado nos últimos 
tempos e que se refere ao aumento das temperaturas globais devido principalmente ao 
aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, não somente o gás 
carbônico, mas também outros gases, como o metano (CH4). Todos esses processos 
afetam diretamente o ciclo do carbono na natureza. Portanto, os ambientalistas vêm 
trabalhando em conjunto com governantes para propor medidas de mitigação desses 
impactos com a utilização de tecnologias sustentáveis e protocolos de metas entre os 
países para a redução das emissões de gases de efeito estufa em um futuro próximo. 
Para saber mais sobre dados a respeito deste assunto, você pode ler os relatórios do 
Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). 
5.2.3 Ciclo do nitrogênio
O nitrogênio (N) é um outro componente importante na natureza. Ele é utilizado 
para a formação de proteínas, ácidos nucléicos e outros componentes celulares, 
responsáveis pela existência da vida. O N2, nitrogênio molecular, constitui o maior 
repositório de nitrogênio no planeta Terra. Assim como o carbono, o nitrogênio é retido 
em maior parte na sua fase atmosférica, onde há fixação e desnitrificação por parte 
de diferentes organismos. 
As etapas do ciclo do nitrogênio são apresentadas na Figura 4.
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Figura 4: Ciclo do nitrogênio em um ecossistema.
Fonte: Elaborado por Jéssica Andrade.
O ciclo do nitrogênio é o responsável pela disponibilidade deste elemento para os 
organismos vivos e o ambiente. O N atmosférico pode ser fixado, por exemplo, por 
descargas elétricas. As formas orgânicas também são comuns na atmosfera, resultado 
da reação de óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos em locais com poluição do ar. Ao 
longo do seu ciclo, as espécies de vegetais absorvem este elemento através de sais 
nitrogenados que estão disponíveis no ambiente. Os produtores conseguem utilizar o 
nitrogênio apenas quando estão em sua forma iônica, amônio (NH4
+) e nitrato (NO3
-). Por 
outro lado, os consumidores obtêm através da alimentação. Conforme demonstrado 
na figura acima, o ciclo do nitrogênio é dividido em etapas: 
• Fixação: a fixação do nitrogênio é realizada pelas bactérias. As bactérias do 
gênero Rhizobium são as principais responsáveis por este processo. Elas vivem 
associadas às raízes de leguminosas, tais como o feijão e a soja. Essas bactérias 
formam nódulos nas raízes das leguminosas e, através delas, captam o nitrogênio 
atmosférico e o transformam em amônia (NH3), que será incorporada pelas 
plantas. 
• Amonização: nesta etapa, o nitrogênio presente no solo é proveniente de 
organismos mortos. Os decompositores são os responsáveis pela liberação 
do nitrogênio em forma de amônia (NH3), após atuarem na matéria orgânica. A 
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amônia interage com a água presente no solo, formando hidróxido de amônio 
que, após a ionização, produzirá amônio (NH4
+) e hidroxila (OH-). 
• Nitrificação: nesta etapa ocorre a oxidação da amônia em nitrito e, posteriormente, 
em nitrato. Este processo é realizado por bactérias quimiossintetizantes, que 
usam a energia liberada durante a nitrificação para sintetizar substânciasorgânicas. O nitrato é utilizado pelos produtores que, em seguida, o convertem 
em compostos orgânicos e, desse modo, o nitrogênio entra nas cadeias e teias 
alimentares. 
• Desnitrificação: nesta etapa, as bactérias desnitrificantes utilizam o nitrato e 
o transformam em gás nitrogênio. Desta forma, o nitrogênio retorna para a 
atmosfera. 
Assim como no ciclo do carbono, as atividades antrópicas também possuem efeitos 
no ciclo do nitrogênio. A utilização de fertilizantes nitrogenados, por exemplo, eleva 
as concentrações de nitrogênio no solo. Este por sua vez, percorre até os ambientes 
aquáticos, contribuindo para o processo de eutrofização. 
A eutrofização ocorre quando há acúmulo de nutrientes dissolvidos na água, em 
especial nitrogênio e fósforo. Em suma, ambientes aquáticos possuem baixos níveis de 
nutrientes dissolvidos. Desta forma, o crescimento dos produtores, especialmente as 
algas, fica limitado. Entretanto, quando ocorre a entrada de nutrientes em excesso no 
ambiente, os produtores passam a se reproduzir rapidamente e formam uma camada 
na superfície da água (Figura 5), reduzindo a quantidade de oxigênio dissolvido na água. 
Figura 5: Eutrofização em ambiente aquático.
Fonte: https://visualhunt.com/f7/photo/48438007526/15f46e7b7b/
A consequência de todos estes acontecimentos provoca a mortalidade dos 
organismos que residem no ambiente. O processo de eutrofização pode ser ainda mais 
https://visualhunt.com/f7/photo/48438007526/15f46e7b7b/
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grave quando as algas presentes no ambiente aquático produzem cianotoxinas e estas, 
por sua vez, podem causar reações hematológicas, neurológicas ou dermatológicas 
quando em contato com o ser humano. Por isso é tão importante que haja legislações 
vigentes atualizadas que evitem contaminações com frequência, investimento em 
coletas e destinação de resíduos adequada e sistemas de tratamento de esgoto e 
de água eficientes, pois somente assim, problemas como estes serão evitados e 
poderemos garantir o funcionamento dos ecossistemas aquáticos. 
5.2.4 Ciclo do fósforo
O fósforo (P) é outro importante elemento para o sustento dos sistemas ecológicos. 
O fósforo pode ser encontrado na água do solo, em lagos, rios, oceanos, sedimentos 
oceânicos e especialmente em rochas. Diferentemente dos demais elementos vistos 
até agora, no ciclo do fósforo (Figura 6) não ocorre a sua passagem pela atmosfera. 
Seu ciclo é considerado aberto, visto que, de maneira geral, o fósforo é transportado 
do continente para os oceanos, podendo chegar até as águas subterrâneas. O fósforo 
influencia no crescimento de organismos produtores, na composição de ácidos 
nucléicos e nucleotídeos, e compõe partes celulares importantes que estão ligadas 
ao armazenamento de energia, por exemplo. 
Figura 6: Representação do ciclo do fósforo.
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
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Quando as rochas passam pelo processo de intemperismo liberam o íon fosfato no 
solo. Posteriormente, este elemento será transportado para os ambientes aquáticos e 
poderá ser incorporado pelos organismos, passando pelas cadeias e teias alimentares. 
Bactérias presentes no solo, chamadas fosfolizantes, entrarão em ação transformando 
o fósforo em um composto solúvel e este, por sua vez, poderá se dissolver na água. 
O fósforo não assimilado pelos organismos fica retido no sedimento e poderá ser 
incorporado por rochas que estão em formação e, no futuro, quando estas sofrerem 
intemperismo, darão sequência a um novo ciclo. 
O ciclo do fósforo pode ser encontrado em duas diferentes categorias:
• Ciclo de tempo ecológico: esta etapa ocorre mais lentamente, visto que ela só 
acontece quando os átomos de fósforo são reciclados no solo e incorporados 
por animais, plantas e decompositores.
• Ciclo de tempo geológico: esta etapa ocorre durante um longo período, ao passo 
que os átomos de fósforo são sedimentados e incorporados pelas rochas em 
formação. 
Assim como todos os ciclos vistos até o momento, as atividades humanas também 
são capazes de interferir no ciclo do fósforo. O excesso de fósforo em ecossistemas 
aquáticos pode provocar o aumento da disponibilidade de nutrientes como o nitrogênio, 
sendo os dois compostos os principais responsáveis pelo processo de eutrofização, 
comentado anteriormente. Além disso, um outro exemplo, está associado à agricultura, 
uma vez que fertilizantes que contêm fósforo e que são aplicados em excesso nas 
lavouras colocam em risco a produção de alimentos.
5.2.5 Ciclo do enxofre
O enxofre (S) é outro elemento que atua em processos importantes para os 
organismos vivos, como por exemplo, em processos enzimáticos que são fundamentais 
para o metabolismo dos organismos, na regulação da glicose, no transporte de 
nutrientes e vitaminas. Ainda, o enxofre pode ser encontrado na cadeia de aminoácidos, 
participando da formação de proteínas. No corpo humano, o enxofre está presente e, 
quando em baixas concentrações, pode provocar problemas relacionados com a pele 
e os ossos, por exemplo. Na natureza, o enxofre está presente em rochas, vulcões e na 
atmosfera, como dióxido de enxofre (SO2). O enxofre entra na cadeia alimentar através 
das espécies de vegetais. Por outro lado, os decompositores são os responsáveis 
por entregar o enxofre em ecossistemas terrestres através da decomposição de 
aminoácidos de animais e plantas. 
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Veja na Figura 7 a representação das formas como o enxofre pode chegar no 
ambiente.
 
Figura 7: Representação do ciclo do enxofre.
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
Este elemento também pode chegar nos ecossistemas em decorrência de atividades 
industriais. Quando liberado em concentrações elevadas na atmosfera reage com 
o oxigênio presente no vapor de água, podendo provocar a chuva ácida. A principal 
consequência da chuva ácida consiste na destruição da cobertura vegetal e acidificação 
do solo e das águas. Este fenômeno é comum em países altamente industrializados. 
ANOTE ISSO
Todos os ciclos apresentados neste capítulo são essenciais para a manutenção 
dos ecossistemas. Estes nutrientes são constantemente transportados por longas 
distâncias ao redor do planeta Terra, seja pelo vento ou através de rios e correntes 
oceânicas. Assim como tudo na natureza, quando a quantidade de elementos 
é alterada para mais ou para menos, especialmente pelas atividades humanas, 
os efeitos são rapidamente percebidos, podendo provocar o rompimento e/ou a 
modificação de todos estes ciclos a nível local ou global. 
Até a próxima aula!
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CAPÍTULO 6
BIODIVERSIDADE E 
RIQUEZA DE ESPÉCIES
Até o momento, foi possível entender como a ecologia funciona. Através dos 
conceitos apresentados, você conheceu quais são as relações entre as espécies e 
os processos que fazem parte das interações entre os organismos e o ambiente 
físico. Além disso, é importante ressaltar mais uma vez como a história evolutiva dos 
organismos é importante para o entendimento dos padrões e dinâmicas que ocorrem 
nos ecossistemas. Bons estudos! 
6.1 Conceito de biodiversidade
O termo biodiversidade foi utilizado pela primeira vez na década de 1980, fazendo 
referência ao grande número de espécies encontradas na natureza. Este conceito 
engloba todas as formas de vida, desde as microscópicas, como uma bactéria, até 
os organismos de maior porte, como por exemplo a baleia azul. Estas formas de vida 
podem ser encontradas nos locais mais remotos do planeta Terra, desde uma floresta 
tropical até o mais profundo dos oceanos (Figura 1). 
Figura 1: Exemplos de organismos que compõem a biodiversidade do planeta Terra.
Fonte: https://pixabay.com/photos/chipmunk-animal-sunflower-seeds-3628624/https://pixabay.com/photos/reptile-chameleon-animal-7722810/
https://pixabay.com/photos/blue-whale-ocean-mammal-1198719/
https://pixabay.com/illustrations/bacteria-medical-biology-health-3662695/
https://pixabay.com/photos/chipmunk-animal-sunflower-seeds-3628624/
https://pixabay.com/photos/reptile-chameleon-animal-7722810/
https://pixabay.com/photos/blue-whale-ocean-mammal-1198719/
https://pixabay.com/illustrations/bacteria-medical-biology-health-3662695/
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No entanto, quando se trata de biodiversidade, é preciso ver além de apenas uma 
determinada quantidade de espécies em uma região. É preciso aprofundar o olhar e 
enxergar também aspectos evolutivos, funcionais, genéticos, comportamentais e 
ecológicos. 
Mas então por que precisamos conhecer a diversidade de organismos presentes 
nos ecossistemas?! A resposta é simples e direta: a partir do momento que se conhece 
um organismo é possível saber qual a sua função no espaço em que ocupa. Desta 
forma, você poderá preencher o quebra-cabeça da história da origem da vida e quais 
os processos que estes organismos participam, entendendo assim a sua atuação 
nos ecossistemas. A biodiversidade do planeta Terra é ampla, por isso os estudos 
dedicados a esta linha de pesquisa utilizam índices, que simplificam e contribuem para 
seu conhecimento. É preciso ser criterioso na avaliação das espécies e na forma de 
amostragem, ao passo que na natureza existem espécies raras e abundantes e cada 
uma delas possui a sua importância. 
6.2 Medidas de biodiversidade
6.2.1 Riqueza de espécies
A diversidade biológica faz referência à variedade de espécies que formam as 
populações que vivem em uma comunidade em um determinado ecossistema. O 
número de espécies que vivem em uma comunidade é determinado pela disponibilidade 
de recursos, pelas relações existentes entre as espécies, pela quantidade de nichos 
ocupados e como elas coexistem, entre outros fatores. Como mencionado brevemente 
no Capítulo 2, para medir a diversidade de espécies, é preciso antes recordar a diferença 
entre dois importantes conceitos para os estudos de biodiversidade:
• Riqueza de espécies: representa a quantidade de espécies que vivem em um 
determinado local.
• Abundância de espécies: representa a quantidade de indivíduos de uma 
determinada espécie. 
Além destes conceitos, ao medir a biodiversidade de uma comunidade é preciso 
levar em consideração o padrão de distribuição dos indivíduos entre as espécies. A 
este conceito damos o nome de equidade ou equitabilidade. Ao analisar a igualdade na 
distribuição de uma determinada espécie, é preciso observar se há proporcionalidade 
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em sua distribuição, ou seja, se não há dominância de uma espécie sobre a outra. 
A dominância é outro fator analisado, e faz referência ao domínio de uma ou mais 
espécies em uma comunidade que habitam um determinado ambiente. 
De um modo geral, quanto maior a área maior será a quantidade de espécies que 
podem ser encontradas. Na grande maioria dos casos, as relações espécie-área são 
lineares e o número de espécies aumenta na mesma proporção do tamanho da área. 
Este fato reflete o resultado de inúmeros processos, tanto nas escalas quanto nas 
influências externas que podem modificar estes processos e que, consequentemente, 
podem alterar as relações existentes. Se uma amostragem é realizada a nível global, 
por exemplo, é preciso levar em consideração os macroambientes dos continentes sob 
a riqueza de espécies, uma vez que cada espécie evolui de maneira distinta em cada 
um dos continentes. Por outro lado, se a escala de amostragem é em um estado, é 
preciso levar em consideração as características geográficas e o clima específico de 
cada estado. Por isso é importante saber como as amostragens serão realizadas para 
medir a riqueza de espécies, levando sempre em consideração: o tipo de amostragem, a 
formação dos habitats de áreas heterogêneas e a evolução em continentes distintos. 
Durante um período de tempo, o conceito de biodiversidade foi atrelado somente 
à riqueza de espécies. No entanto, você já aprendeu neste capítulo que ao falar em 
biodiversidade é preciso ir além e não contabilizar apenas as espécies em números. 
Se dentro de uma determinada população, por exemplo, foi identificado a presença de 
variabilidade genética, levando à formação de uma subpopulação da mesma espécie, 
é preciso considerar a proteção das duas subpopulações de modo a garantir uma 
maior amplitude de conservação, minimizando as perdas para os ecossistemas em 
abundância e funcionalidade. Neste ponto dos estudos, é interessante resgatar o 
pensamento de Aristóteles apresentado no Capítulo 1. Para entender o todo, é preciso 
conhecer as suas partes. Pense nisso!
Existem diferentes efeitos que podem atuar sobre a riqueza de espécies (Figura 2). 
Os principais fatores que podem afetar estas medidas são:
• Tempo evolutivo: espécies que passaram por longos períodos de perturbação 
podem apresentar conformações distintas em sua estrutura quando comparadas 
a outras espécies, visto que demandaram mais tempo para atingir seu estado 
de equilíbrio ecológico. Por isso, conhecer e levar em consideração a história 
evolutiva dos organismos é tão importante quando se avalia a riqueza das 
espécies em um determinado ecossistema. 
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Figura 2: Fatores que influenciam na riqueza de espécies ao redor do globo.
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
• Fatores geográficos: dentre os fatores geográficos, pode-se considerar a latitude, 
altitude, os continentes, os oceanos, o solo e o relevo. Em ambientes aquáticos, 
por exemplo, a profundidade é considerada uma variável importante. 
• Gradientes latitudinais e altitudinais: são os fatores geográficos que influenciam 
fortemente a riqueza de espécies. O principal padrão reconhecido são as 
diferenças entre os polos e os trópicos que afetam a diversidade de grupos 
taxonômicos distribuídos ao redor do globo. O aumento da produtividade, por 
exemplo, é claramente observado com a diferença de latitude, visto que há 
maior incidência de energia solar nos trópicos, estações mais definidas em 
comparação com as regiões polares. Essas diferenças influenciam diretamente 
na estrutura das comunidades. A mesma lógica se aplica a espécies que vivem 
em altitudes elevadas ou grandes profundidades. Esses organismos tendem a 
ocupar áreas menores, sendo mais isoladas e, consequentemente, ocorre um 
decréscimo da riqueza em comparação com espécies que habitam áreas com 
condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento.
• Fatores climáticos: a temperatura é o principal fator climático que pode influenciar 
a riqueza de espécies. Ela é responsável pela regulação das taxas reprodutivas, 
da imunidade e saúde das espécies. Ambientes extremos, como habitats muito 
frios ou com alta variação de alcalinidade, como é o caso de alguns rios e lagos, 
são alguns exemplos de ambientes que sofrem essa influência.
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• Fatores biológicos: a magnitude da predação, competição ou de outras relações 
ecológicas, tais como o parasitismo, pode afetar a dinâmica das populações 
dentro de uma comunidade e, consequentemente, afetar a riqueza de espécies. 
• Heterogeneidade espacial: os ambientes formam um mosaico e estas diferentes 
partes podem proporcionar uma variedade de micro-habitats com climas distintos 
e locais que permitem novas estratégias de sobrevivência das espécies. 
Compreender o papel da biodiversidade nos processos da natureza é importante para 
o entendimento dos padrões e dinâmicas que são essenciais para o funcionamento dos 
ecossistemas. A produtividade, o fluxode matéria e energia e a taxa de decomposição 
podem ser avaliados através da riqueza de espécies e, ao passo que sofrem modificações, 
por atividades humanas por exemplo, é possível mensurar as perdas e propor hipóteses 
referentes a estas relações. 
6.2.2 Diversidade Alfa, Beta e Gama
Como vimos, conhecer a riqueza de espécies é uma das formas de medida da 
biodiversidade. Existem cálculos matemáticos que são utilizados para estas medidas 
a depender da área em que ela ocupa. 
• Diversidade alfa (local): é definida pelo número total de espécies em um habitat. 
Esta forma de medida é dependente do local, habitat e da amostragem da 
comunidade. Para avaliar a diversidade alfa são utilizados índices, tais como o 
índice de Shannon-Winner (H’), responsável por atribuir maior peso às espécies 
raras, e o índice de Simpson (D), que recebe pouca influência das espécies raras. 
• Diversidade gama: representa o número total de espécies que foram identificadas 
em todos os habitats, não havendo barreiras que influenciam na distribuição 
dos organismos. Os cálculos de diversidade gama são realizados através da 
multiplicação da diversidade alfa pelo número de áreas (N), ou seja, N = a 
diversidade beta. Por exemplo, você quer conhecer a diversidade gama de três 
lagos, o valor correspondente seria o número total de espécies encontradas 
nos três lagos. Entretanto na natureza existem diferentes fatores que podem 
influenciar cada sistema, impedindo a colonização de todas as espécies em 
todos os ambientes. Desse modo, somente as mais adaptadas a cada sistema 
serão capazes de sobreviver em um determinado habitat e, neste caso, esta 
variação é representada no cálculo de diversidade beta. 
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• Diversidade beta (regional): avalia as alterações das espécies ao longo de 
um gradiente ambiental. Quanto maior a diferença entre os habitats, maior é 
a diversidade beta. Para isso, é comumente utilizado o índice de Whittaker, 
utilizado para medir as modificações ou taxas de substituição na composição 
das espécies de um local para o outro. Neste índice, por exemplo, as medidas são 
atribuídas a 0, quando duas amostras não possuem diferenças na composição 
das espécies e 2 quando há diferença máxima. 
No intuito de fixar mais este assunto, fica como sugestão pesquisas por artigos 
científicos que utilizaram estes cálculos nos estudos. Aprofundar no assunto vai te 
ajudar a assimilar melhor todo o conteúdo apresentado!
6.3 Sucessão Ecológica
Faz parte da natureza das comunidades o fluxo de indivíduos, enquanto alguns 
morrem, outros nascem para tomar seu lugar. Entretanto, quando há ocorrência de 
algum tipo de perturbação, como por exemplo o desmatamento, as comunidades 
tendem a se reconstruir mais lentamente. 
A sucessão ecológica é um processo gradativo de modificações da composição 
e estrutura das comunidades. A ocorrência deste processo permite a inserção de 
novas espécies em um habitat, beneficiando a restauração da biodiversidade perdida 
e permitindo que o ecossistema volte a ser autossuficiente. Em um primeiro momento 
após a perturbação, os primeiros organismos irão se instalar no ambiente, como 
por exemplo, os insetos. Posteriormente virá uma comunidade intermediária, em 
geral espécies de vegetais de pequeno porte. A partir deste momento começarão as 
modificações significativas na comunidade. Por fim, as comunidades serão substituídas 
por comunidades mais complexas e quando as espécies atingirem sua última instância 
ocorrerá o seu clímax, ou seja, a sua estabilização. 
À medida que as forças direcionam o processo de sucessão ecológica, é possível 
encontrar dois diferentes tipos de sucessões:
• Sucessão Autogênica: causada por modificações originadas por processos 
biológicos de um ecossistema.
• Sucessão Alogênica: causada por modificações originadas por forças externas 
ao ecossistema, tais como incêndios, contaminação e eventos climáticos. 
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6.3.1 Tipos de sucessão ecológica
É possível classificar a sucessão ecológica de acordo com a sua natureza, isto é, 
ao substrato que dá origem ao processo. 
• Sucessão ecológica primária: ocorre quando há o desenvolvimento e 
estabelecimento de comunidades em habitats recém-formados ou nunca antes 
ocupados por nenhuma forma de vida, sendo um processo que ocorre lentamente. 
Por exemplo, dunas, rochas nuas devido à erosão ou deslizamentos. Os primeiros 
organismos que se estabelecem nestes ambientes são denominados pioneiros. 
Eles são capazes de habitar em locais inóspitos, que estão suscetíveis a diversas 
condições ambientais. Esses organismos são os responsáveis por abrir caminho 
para outras espécies e condições ambientais. Líquens e gramíneas são clássicos 
exemplos de espécies pioneiras. 
• Sucessão ecológica secundária: ocorre quando há regeneração de uma 
comunidade após a perturbação. Em geral, este processo ocorre em locais 
anteriormente habitados por alguma comunidade e, portanto, possuem mais 
condições para o estabelecimento de novas espécies. Microrganismos e 
sementes são exemplos de formas de vida que podem permanecer nestes locais, 
favorecendo a recolonização por outros organismos. O exemplo de um local 
onde ocorre este processo são regiões abandonadas que foram anteriormente 
utilizadas para a agricultura. 
Assim como tudo que ocorre na natureza, o processo de sucessão ecológica acontece 
à medida que os organismos colonizadores modificam as condições ambientais. Em 
geral, os responsáveis por este processo inicial são as espécies pioneiras, visto que o 
seu desenvolvimento possibilita que novas espécies com características reprodutivas 
distintas se estabeleçam. Organismos que possuem grande capacidade de dispersão e 
se reproduzem rapidamente possuem vantagens em relação às espécies que dispersam 
de maneira mais lenta. As espécies de vegetais são importantes neste processo inicial, 
visto que são capazes de cobrir prontamente a superfície do solo e, consequentemente, 
contribuem para uma maior retenção de água, proporcionando assim condições mais 
favoráveis à colonização de outras espécies de vegetais menos tolerantes à seca. A este 
processo dá-se o nome de facilitação, onde uma espécie aumenta a probabilidade de 
estabelecimento da outra. Além disso, a inibição é também considerada um processo 
inerente à sucessão ecológica, onde a presença de uma espécie inibe o desenvolvimento 
da outra, reduzindo assim sua capacidade de se estabelecer neste novo ambiente. 
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Portanto, a sucessão ecológica segue seu processo até que todas as novas 
espécies se estabeleçam por completo.
6.4 Elementos da biodiversidade
Os dados mais recentes mostram que os cientistas já identificaram mais de 8 
milhões de espécies ao redor do mundo. Os pesquisadores declaram que, uma grande 
parte das espécies ainda desconhecidas serão extintas antes mesmo de poderem 
ser estudadas. 
6.4.1 Taxonomia
Para conhecer a biodiversidade é preciso primeiramente passar pelos estudos de 
reconhecimento dos organismos. A taxonomia é a ciência responsável pelos estudos 
de identificação e nomeação dos organismos. Atrelado a esta ciência, a sistemática 
é uma outra área que trabalha em conjunto com a taxonomia, contribuindo para o 
entendimento das relações evolutivas entre os organismos conhecidos. Essas duas 
áreas têm utilizado cada vez mais técnicas da biologia molecular para o aperfeiçoamento 
dos estudos. 
Os taxonomistas buscam constantemente entender as formas de vida, estudando 
a sua morfologia e fisiologia, observando as semelhanças e diferenças entre as 
espécies ao longo do tempo de modo a construir, em uma linha do tempo, como as 
formas de vida foram se modificando e chegando no que hoje conhecemos.Grande 
parte dos organismos apresenta características e particularidades que os definem e 
permitem a sua classificação em grupos. Por outro lado, existem alguns organismos 
que apresentam características tão exclusivas que não é possível a sua classificação 
exata. Por isso, o maior desafio dos taxonomistas é a busca constante por formas 
precisas de classificação. 
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ANOTE ISSO
Durante muito tempo, os organismos vivos foram classificados dentro das 
seguintes categorias: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Com o 
avanço da biologia molecular, as classificações passaram por modificações a partir 
da comparação de sequências de DNA e RNA. Estes estudos demonstram que os 
organismos eucariontes apresentam relações entre si e os procariontes, por sua 
vez, poderiam ser divididos em dois grupos distintos. Deste modo, os organismos 
passaram a ser classificados em três subdivisões, chamadas de domínios, sendo 
esta uma categoria acima do reino: Archaea, Bacteria e Eukarya. 
• Archaea: em geral, são os organismos procariontes e quimiotróficos, desprovidos 
de membrana nuclear. Em sua maioria, são organismos capazes de viver 
em condições extremas, como por exemplo, em um ambiente com baixas 
temperaturas. 
• Bacteria: são os organismos procariontes e unicelulares, anteriormente 
classificados como eubactérias. Englobam bactérias presentes na água, no 
solo e também as que possuem potencial de causar doenças ao ser humano. 
Desse modo, o Reino Morena foi extinto, ao passo que os procariontes foram 
inseridos dentro do domínio Archaea e Bacteria. 
• Eukarya: são os organismos eucariontes, que possuem membrana nuclear. 
São representados pelos organismos unicelulares, tais como protozoários, e os 
multicelulares, como animais, plantas e fungos. 
À medida que a tecnologia avança, as diferentes áreas da ciência que estudam a 
biodiversidade procuram se adaptar e incorporar as novas ferramentas. Infelizmente, 
os desafios atrelados à taxonomia têm tornado o número de taxonomistas ao redor 
do mundo cada vez menor. Assim sendo, atualmente, a interdisciplinaridade tem sido 
incentivada em todas as áreas, e na taxonomia não é diferente. Por isso, recentemente 
foi proposta uma nova abordagem para os estudos taxonômicos, a chamada taxonomia 
integrativa. É uma abordagem que utiliza distintas fontes de evidências para solucionar 
as questões taxonômicas. Na taxonomia integrativa ocorre a união de três diferentes 
áreas: a taxonomia clássica, com estudos morfológicos; os estudos de biologia 
molecular e os estudos ecológicos. Desse modo, os cientistas poderão ir cada vez 
mais longe no que diz respeito ao conhecimento e entendimento acerca da origem 
da vida, da evolução dos organismos e do seu papel nos ecossistemas.
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6.4.2 Componentes da biodiversidade
Cada espécie atualmente conhecida possui um nome, características específicas de 
forma e função, além de seu espaço definido nos ecossistemas. As adaptações que 
definem o lugar que as espécies ocupam na natureza são chamadas de diversidade 
ecológica. Além da diversidade ecológica, a variedade de espécies que conhecemos 
é reflexo de processos evolutivos, responsáveis pela formação de novas espécies. A 
variabilidade genética é um considerada um processo fundamental para as respostas 
adaptativas das populações em relação às condições ambientais, a este processo dá-
se o nome de diversidade genética. A descendência evolutiva das espécies considera 
o grau de relacionamento com os seus ancestrais comuns, aqui tem-se a influência 
da diversidade filogenética. Todos estes elementos estão intimamente conectados 
juntamente com a diversidade geográfica presente no globo. 
Espécies que são encontradas apenas em uma determinada área geográfica são 
denominadas espécies endêmicas. Quanto maior o número de espécies endêmicas 
maior é o nível de endemismo. Portanto, quando se trata de conservação da 
biodiversidade, as regiões com maior grau de endemismo são sempre priorizadas 
para a preservação das espécies. 
6.4.3 Extinção
O desaparecimento de uma espécie por completo é denominado extinção. O processo 
de extinção pode ocorrer local ou globalmente. Por um lado, as extinções locais podem 
ser reversíveis. No entanto, as extinções a nível global não podem ser revertidas. 
O processo de extinção é conhecido ao longo da história evolutiva. A paleontologia 
é a ciência responsável pelos estudos dos organismos que viveram no passado do 
planeta Terra. Através destes estudos, foram identificados eras e tempos geológicos 
onde ocorreram processos de extinção. As causas de extinção no passado foram 
associadas a eventos extremos, tais como epidemias, mudanças no clima, queda de 
meteoros, erupções vulcânicas e mudanças no nível do mar. A extinção é considerada 
um processo natural na história evolutiva, entretanto o problema é as taxas elevadas 
que conduzem às espécies a nunca mais se recuperarem devido à interferência das 
atividades humanas. 
Atualmente, acredita-se que o planeta Terra está passando por uma nova era 
geológica chamada de Antropoceno. Este período foi marcado especialmente pela 
Revolução Industrial, período em que houve grande desenvolvimento de tecnologias, 
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ampliação da industrialização e da urbanização que, consequentemente, provocaram 
problemas relacionados ao uso e ocupação do solo de forma desordenada, alta geração 
de resíduos sem destino correto e contaminação do solo de água pelo despejo de 
esgoto doméstico e industrial. Todas essas atividades têm afetado a biodiversidade 
ao redor do mundo e provocado problemas com alto impacto ambiental e social. 
As espécies são classificadas em oito diferentes categorias quanto ao seu nível de 
desaparecimento: extinta, extinta na natureza, criticamente em perigo, em perigo, 
vulnerável, quase ameaçada, pouco preocupante e dados insuficientes. As espécies 
completamente extintas compõem a lista vermelha elaborada pela UICN - União 
Internacional para a Conservação da Natureza. A ideia de criação desta lista teve 
por objetivo chamar a atenção da sociedade e dos governantes para a importância 
e magnitude da biodiversidade ameaçada. Além disso, com estes dados é possível 
contribuir para a criação de leis e políticas nacionais e internacionais para a conservação 
da diversidade biológica. 
Além da responsabilidade ética e moral, a preservação da biodiversidade também 
possui um valor econômico. Grande parte das espécies existentes é utilizada como 
recurso alimentar. Ainda, são utilizados para a produção de medicamentos, como 
por exemplo, através da extração de compostos presentes em espécies de vegetais. 
Algumas espécies são capazes de indicar mudanças no ambiente, as chamadas 
bioindicadores. A presença ou ausência de um determinado organismo é capaz de 
informar a qualidade de um ambiente e contribuir para a elaboração de soluções para 
a mitigação dos impactos. 
Recentemente, a humanidade presenciou um exemplo de evento de extinção. A 
pandemia da COVID-19 dizimou uma grande quantidade de pessoas ao redor do 
mundo. À medida que o ser humano avança e extrai cada vez mais os recursos 
naturais, se sujeita a enfrentar eventos como este. É necessário que haja uma mudança 
de pensamento e comportamento por parte do ser humano no que diz respeito à 
preservação e conservação dos recursos naturais, incluindo a biodiversidade. Somente 
assim será possível garantir a sobrevivência das gerações futuras.
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CAPÍTULO 7
BIOMAS
7.1 Conceito de Biomas
Como vimos anteriormente, os ecossistemas abrigam uma grande diversidade de 
espécies. As comunidades presentesnestes ecossistemas podem ser organizadas 
em diferentes categorias, com base nas espécies de vegetais dominantes, no clima e 
demais condições que compõem um ambiente. A estas distintas categorias damos o 
nome de biomas. Os biomas abrangem grandes áreas geográficas e são importantes 
para a saúde dos ecossistemas, pois fornecem habitats para muitos organismos. 
Muitas espécies de plantas, animais e insetos dependem de biomas específicos para 
a sua sobrevivência. A conservação dos biomas é essencial para a preservação da 
biodiversidade e para a manutenção da saúde dos ecossistemas. 
O clima é um dos principais elementos que influenciam diretamente na formação 
dos biomas. O clima é o estado geral da atmosfera em uma determinada região, 
enquanto o bioma é o tipo de ecossistema encontrado em uma localidade específica. 
Como você já viu até agora, o clima é determinado por fatores como a temperatura, a 
umidade, a pressão atmosférica e a velocidade dos ventos. Os biomas são definidos 
pela vegetação predominante, como florestas, savanas, desertos, montanhas, tundras 
e pântanos. A combinação de clima e bioma influencia diretamente na composição 
da fauna e flora que povoam as diferentes regiões. Apesar das definições dos biomas 
serem baseadas em princípios ecológicos, elas foram inicialmente desenvolvidas nos 
séculos XIX e XX para ajudar os cientistas a estudarem e compreenderem a distribuição 
global das espécies. A primeira tentativa de classificação dos biomas foi feita por 
Tansley, um famoso biólogo inglês, em 1935.
Os ecossistemas pertencentes ao mesmo tipo de bioma desenvolveram um 
determinado tipo de vegetação e, consequentemente, o funcionamento desses 
ambientes são semelhantes aos dos ecossistemas, como por exemplo, a produtividade, 
o fluxo de nutrientes. Os biomas são utilizados como pontos de referência para 
comparação dos processos ecológicos em escala global. Em suma, o conceito de 
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bioma é uma maneira dos estudiosos trabalharem em conjunto para um melhor 
entendimento da estrutura e funcionamento dos grandes sistemas ecológicos. 
7.2 Tipos de biomas
A classificação dos biomas é baseada no clima, com as fronteiras de zonas climáticas 
e o tipo de vegetação. As zonas climáticas foram criadas com base no ciclo anual 
de temperatura e precipitação. Conheça agora os tipos de biomas que podem ser 
encontrados no planeta Terra.
7.2.1 Floresta pluvial tropical
A floresta pluvial tropical (Figura 1) é um tipo de bioma que se encontra em regiões 
de clima tropical úmido, caracterizado por altas temperaturas e grande quantidade 
de chuvas durante todo o ano. Este tipo de floresta pode se estender por milhões 
de quilômetros quadrados, considerada um dos maiores biomas do planeta. São 
encontradas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, incluindo o leste da África, 
o sudeste da Ásia, o Caribe, o Brasil e a América Central. As florestas tropicais são 
conhecidas por serem muito ricas em biodiversidade, visto que abrigam uma grande 
variedade de espécies animais e vegetais, em geral, espécies com elevado grau de 
endemismo. Além disso, elas são extremamente importantes para o equilíbrio global do 
clima, pois contribuem para a regulação da temperatura, já que são responsáveis pela 
produção de oxigênio e pela reciclagem dos nutrientes nos solos. Estudos científicos 
já demonstraram que a presença deste tipo de florestas em uma determinada região 
aumenta a umidade do ar, diminuindo a temperatura da área, o que contribui para o 
controle das chuvas e para a diminuição da erosão do solo.
Figura 1: Foto representativa de uma floresta tropical pluvial.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-aerea-aerofotografia-campo-area-14210499/
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Além das funções ecológicas, as florestas pluviais tropicais são importantes para a 
economia mundial, pois fornecem uma variedade de matéria-prima, tais como madeira, 
alimentos, frutos, medicamentos e fibras. Além disso, ela funciona como um ativo 
natural importante para a mitigação do aquecimento global, ao passo que absorvem 
grandes quantidades de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2). 
ISTO ESTÁ NA REDE
As florestas pluviais tropicais também são fundamentais para a biodiversidade e 
para a preservação da vida silvestre, visto que abrigam milhões de espécies que não 
podem ser encontradas em outros ecossistemas. Elas ainda são fundamentais para 
a preservação dos recursos hídricos e para a saúde dos solos, contribuindo para a 
manutenção do equilíbrio ecológico. Por essas e outras razões, a preservação das 
florestas pluviais tropicais é uma questão de extrema importância para a humanidade.
7.2.2 Savana
A savana ou floresta sazonal tropical (Figura 2), é um tipo de ambiente localizado 
na região tropical e subtropical do planeta, caracterizado por sua vegetação aberta, com 
árvores dispersas e gramíneas em abundância. As savanas são encontradas principalmente 
na África, América do Sul, Austrália, Índia, Malásia e Sul dos Estados Unidos. Estas áreas 
são caracterizadas por um clima quente e úmido, com estações chuvosas e secas bem 
definidas. A savana é frequentemente referida como um grande gramado de árvores devido 
à sua paisagem aberta, com árvores esparsas e gramíneas de grande porte. A diversidade 
de espécies de animais também é grande, assim como nas florestas pluviais tropicais.
Figura 2: Foto representativa de uma Savana.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/calor-panorama-vista-paisagem-14176555/
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A savana é um habitat que abriga espécies de animais, tais como elefantes, girafas, 
leões, hienas, hipopótamos, rinocerontes, antílopes, veados, antas e vários tipos de 
aves. Este bioma também fornece serviços ambientais importantes, como a proteção 
do solo e da água, além de fornecer alimentos e outros recursos para as comunidades 
humanas que vivem na região.
7.2.3 Deserto subtropical
É um tipo bioma de deserto que se desenvolve em partes do mundo com um clima 
subtropical (Figura 3). 
 Figura 3: Foto representativa de um Deserto Subtropical.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aventura-facanha-arbustos-moitas-14243727/
Estes desertos são caracterizados por verões quentes e invernos mais amenos, além 
de períodos de chuvas sazonais irregulares. Estes desertos podem ser encontrados na 
África do Sul, Austrália, leste dos Estados Unidos, México e sudoeste da América do 
Sul. O deserto subtropical possui muitas características das áreas desérticas, como 
vegetação escassa, solos arenosos e solo árido. No entanto, a temperatura média 
anual de um deserto subtropical é geralmente acima de 18°C, o que a diferencia dos 
demais tipos de desertos. Estes desertos também apresentam uma fauna específica, 
tais como répteis, aves e mamíferos.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/aventura-facanha-arbustos-moitas-14243727/
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7.2.4 Bosque ou Arbusto
Este bioma se refere a um ecossistema terrestre com uma densa cobertura 
de arbustos, ervas e árvores pequenas, geralmente de não mais de 4 m de altura. 
Esses ambientes se encontram geralmente em zonas de clima árido ou semiárido 
do Mediterrâneo. O clima destes biomas é caracterizado por estações chuvosas de 
inverno e verões secos. Os arbustos são importantes para a vida humana, pois fornecem 
alimento, combustível e matérias-primas para o setor industrial. Esses ecossistemas 
também abrigam uma variedade de espécies animais e vegetais, e são importantes 
para o equilíbriodos ciclos de nutrientes a nível local.
7.2.5 Floresta pluvial temperada
É um tipo de bioma que ocorre em regiões temperadas, caracterizado por apresentar 
uma vegetação arborícola de porte médio a grande, além de um alto nível de umidade 
(Figura 4). Está presente em locais como as regiões costeiras do noroeste dos EUA, 
leste e sudeste da Austrália, sul da África do Sul e regiões temperadas da América 
do Sul. A floresta pluvial temperada é caracterizada por um clima temperado úmido 
com estações bem definidas. Ela normalmente se desenvolve em áreas nas quais o 
clima é moderado com invernos moderados a suaves e verões quentes. 
Figura 4: Foto representativa de uma Floresta Pluvial Temperada.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-aerea-aerofotografia-coniferas-passarela-15988828/
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Este bioma é formado por árvores coníferas e folhosas, como abetos, pinheiros, faias, 
carvalhos, magnólias, cedros e ciprestes. A vegetação vai de arbustos a herbáceas, 
como líquens, musgos, samambaias e trepadeiras. É também o abrigo de muitas 
espécies de animais, como cervos, veados, esquilos, raposas, texugos, raposas, lebres, 
pássaros, répteis, anfíbios e invertebrados. Esta floresta é um importante habitat para 
a vida selvagem, e é importante para a preservação da biodiversidade.
7.2.6 Floresta Sazonal Temperada
Apresenta uma formação vegetal que se encontra nas regiões temperadas do 
hemisfério norte, incluindo partes da América do Norte, Europa e Ásia. É caracterizada 
por grandes árvores, que mudam de folhas na primavera e outono. O clima destas 
regiões é temperado e frio, com estações bem definidas. No inverno, as temperaturas 
caem muito, o que faz com que a maioria das árvores perca suas folhas. No verão, as 
temperaturas aumentam e as árvores recuperam suas folhas. Esta floresta também 
tem uma variedade de animais, tais como ursos, castores, veados, raposas e águias. 
Além disso, muitas aves migratórias passam pela floresta durante a primavera e outono.
A floresta sazonal temperada é extremamente importante para o equilíbrio ambiental 
e a manutenção dos ecossistemas. Essa floresta possui árvores com folhagem decídua, 
ou seja, que perdem suas folhas durante a estação fria. Isso ajuda a manter o solo 
fértil, pois as folhas caídas servem de adubo natural. 
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Além disso, elas também proporcionam abrigo e alimento para muitas espécies 
animais, ajudando a manter a biodiversidade. A floresta sazonal temperada 
também atua como uma barreira contra mudanças climáticas. Por fim, elas são 
extremamente importantes para a produção de oxigênio, que é vital para a vida na 
Terra.
7.2.7 Campo temperado ou deserto
Este bioma possui um clima extremamente quente e seco e invernos frios (Figura 
5). Esta área é caracterizada por temperaturas elevadas durante todo o ano, com 
temperaturas médias entre 20 e 40°C. Além disso, é caracterizada por um baixo índice 
de precipitação, sendo comum sazonais ou mesmo anuais períodos de seca absoluta. 
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Os principais desertos são o Saara, no Norte da África; o Deserto do Mojave, nos 
Estados Unidos; o Deserto da Patagônia, na América do Sul; e o Deserto do Gobi, na 
Ásia. Outras áreas áridas incluem o Sahel, no Oeste da África; o Deserto de Thar, na 
Índia; e o Deserto de Atacama, na América do Sul.
Figura 5: Foto representativa de Deserto.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/deserto-1731660/
A vegetação do deserto é constituída por espécies adaptadas às condições extremas 
de seca e calor, como por exemplo cactos, arbustos, arbóreas, gramíneas e ervas. São 
caracterizadas por serem resistentes às condições adversas, armazenando grandes 
quantidades de água.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/deserto-1731660/
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7.2.8 Floresta Boreal ou Taiga
A floresta boreal cobre a maior parte do Hemisfério Norte, do Canadá à Europa, e até 
a Ásia (Figura 6). É conhecida como floresta de coníferas devido à grande quantidade 
de árvores coníferas que a compõem. O clima deste ambiente é geralmente frio e 
seco, com verões curtos e invernos longos.
Figura 6: Foto representativa da Taiga.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aereo-antena-surpreendente-otimo-4318231/
A neve pode cobrir o solo durante os meses de inverno. A fauna da Taiga é variada e 
adaptada para resistir a longos períodos de neve. A Floresta Boreal é uma das maiores 
florestas do mundo e abrange mais de 17 milhões de quilômetros quadrados. Ela é 
composta principalmente por abetos, pinheiros, bétulas, carvalhos, faias, larícios e 
outras árvores. Este bioma é reconhecido por ser um grande fornecedor de madeira, 
utilizado para a produção de móveis, papel e outros produtos. Por último, a Taiga 
desempenha um papel importante na regulação do clima mundial, pois é um grande 
absorvedor de carbono.
7.2.9 Tundra
A tundra é um dos principais biomas da Terra. É representado por uma área de 
terreno ártico congelado, com pouca ou nenhuma vegetação (Figura 7). A tundra é um 
ambiente extremamente árido, onde temperaturas muito baixas e longos períodos de 
escuridão durante o inverno impedem a existência de grandes árvores ou arbustos. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/aereo-antena-surpreendente-otimo-4318231/
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Figura 7: Foto representativa da Tundra.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/cervo-marrom-em-solo-coberto-de-neve-sob-o-ceu-azul-3846450/
Apesar do clima extremo, a Tundra é o lar de muitos animais, como ursos polares, 
focas, renas, alces, lontras, raposas e pinguins. As plantas que crescem na tundra 
são principalmente gramíneas, ciperáceas, musgos, líquenes e algumas espécies de 
arbustos e árvores de baixa altitude. O solo deste bioma é muito pobre em nutrientes, 
ácido e poroso. Devido às baixas temperaturas, os nutrientes não se decompõem 
adequadamente, o que resulta em um solo muito pobre em matéria orgânica. Além disso, 
o solo é frequentemente inundado por água, o que contribui para o seu encharcamento. 
As águas subterrâneas contribuem com nutrientes ao solo.
7.3 Ambientes aquáticos
O conceito de bioma foi criado especificamente para ecossistemas terrestres, não 
sendo aplicado para ecossistemas aquáticos. Quando se trata de ambientes aquáticos, 
existem outros aspectos que são levados em consideração para a sua classificação, 
tais como a profundidade dos corpos d’água e a concentração de nutrientes. 
7.3.1 Água doce
Dentre os ambientes aquáticos de água doce (Figura 8), é possível encontrar rios 
e córregos. Os rios são grandes corpos de água formados sempre que a precipitação 
excede a evaporação e a drenagem. Esses corpos d’água fluem continuamente para 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/cervo-marrom-em-solo-coberto-de-neve-sob-o-ceu-azul-3846450/
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o mar e podem apresentar águas limpídas, turvas ou com a presença de sedimentos. 
Podem apresentar profundidades variadas, com a presença ou ausência de corredeiras 
ou quedas d’água. Por outro lado, os córregos são pequenos cursos de água que fluem 
de forma intermitente. Em geral, apresentam menor profundidade e não possuem 
corredeiras ou quedas d’água. Estes tipos de ambiente podem ser caracterizados quanto 
à fluidez da água. Quando um corpo d’água é corrente como rios, lagos, córregos e 
ribeirões são denominados ambientes lóticos, enquanto lênticos é a denominação de 
corpos d’água parados, como lagos e lagoas.
Figura 8: Foto representativa da Tundra.
Fonte: ttps://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-corpo-d-agua-e-campo-verde-sob-o-ceu-azul-1179225/7.3.2 Mares e oceanos
Os oceanos e mares são importantes componentes do nosso ecossistema global. 
Eles fornecem diversas funções ecossistêmicas, incluindo a regulação do clima, 
nutrientes, abrigo a espécies marinhas, e atuam como barreiras naturais à erosão. O 
ecossistema marinho é formado por organismos que dependem uns dos outros para 
sobreviver, incluindo plantas, peixes, invertebrados, mamíferos, aves e outros animais. 
Assim, a saúde dos oceanos e mares depende da saúde das espécies que nele habitam. 
A poluição dos oceanos e mares, a pesca excessiva e a mudança climática são alguns 
dos principais fatores que contribuem para a degradação dos ecossistemas marinhos. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-corpo-d-agua-e-campo-verde-sob-o-ceu-azul-1179225/
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A preservação dos oceanos e mares é essencial para assegurar a saúde do planeta. Os 
mares e oceanos são fundamentais para a vida na Terra e para o equilíbrio ecológico. 
Eles fornecem oxigênio para o ar, alimentos para milhões de pessoas, regulam o clima, 
abrigam grande parte da biodiversidade e são responsáveis por absorver grande parte 
do carbono emitido na atmosfera. Contudo, os oceanos e mares são ameaçados pelas 
mudanças climáticas, poluição plástica, mudanças na qualidade da água, exploração 
de espécies e a pesca excessiva.
Para preservar os oceanos e mares, é necessário adotar medidas de proteção, como 
a redução do uso de plásticos e outros materiais poluentes, a proteção das zonas 
costeiras, a implementação de programas de educação ambiental para conscientizar a 
população, a criação de leis para controlar a pesca de forma sustentável, e a recuperação 
dos ecossistemas marinhos. Além disso, é importante promover campanhas de limpeza 
para remover lixo dos mares e oceanos, incentivar o uso de energias renováveis como 
a eólica e solar e colocar em prática programas de restauração de habitats marinhos.
7.3.3 Estuários
Os estuários são ambientes de transição localizados em regiões costeiras onde as 
águas doces fluem em direção ao mar. São ecossistemas complexos caracterizados 
por uma variedade de habitats, sendo um dos mais produtivos do mundo. É onde a 
vida selvagem se encontra com a vida humana, um habitat vital para a existência de 
muitas espécies de aves, peixes, crustáceos, mamíferos marinhos e outros animais. 
A manutenção dos ecossistemas estuarinos é crucial para a saúde dos oceanos e 
dos seres humanos. A preservação destes habitats costeiros exige a compreensão 
dos fatores que afetam a qualidade da água, a manutenção dos habitats estuarinos, 
a proteção das espécies aquáticas e a conservação da biodiversidade. 
Assim como todos os ecossistemas ao redor do mundo, a gestão sustentável dos 
recursos humanos e econômicos, assim como o estudo e o monitoramento dos efeitos 
da mudança climática, são aspectos fundamentais para garantir a preservação dos 
ecossistemas estuarinos. O uso racional dos recursos naturais, a recuperação de áreas 
degradadas e o controle de poluição são medidas importantes para o gerenciamento 
sustentável desses ecossistemas. Por fim, é necessário promover ações de educação 
ambiental para conscientizar as comunidades locais sobre a importância da preservação 
dos ecossistemas nos estuários.
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Biomas e ecossistemas são partes importantes da diversidade biológica, contribuindo 
para o equilíbrio natural dos ecossistemas do planeta. A destruição de biomas e 
ecossistemas pode causar desequilíbrios ecológicos e provocar perdas irreversíveis de 
espécies e o empobrecimento da biodiversidade global. Portanto, é essencial preservar 
os ecossistemas existentes de modo a garantir que a diversidade dos sistemas 
ecológicos não seja comprometida.
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CAPÍTULO 8
BIOMAS BRASILEIROS
No capítulo anterior, você aprendeu sobre os biomas que podem ser encontrados 
ao redor do mundo. Agora, as próximas páginas serão dedicadas ao conhecimento 
exclusivo dos biomas brasileiros.
8.1 Importância dos biomas brasileiros
Os biomas brasileiros são ecossistemas únicos, formados por plantas, animais 
e outros elementos de um determinado ambiente e que são diferentes dos outros 
biomas do mundo. 
ANOTE ISSO
Representam uma quantidade significativa da biodiversidade mundial, abrangendo 
grandes áreas dos territórios brasileiros. Os biomas brasileiros ocupam cerca de 
60% do território nacional, o que representa uma área de cerca de 5 milhões de km². 
Algumas curiosidades interessantes a respeito dos biomas brasileiros: o Cerrado 
é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando cerca de 22% do território nacional. 
O bioma Amazônia é o maior bioma do Brasil, cobrindo cerca de 60% do território 
nacional. A Mata Atlântica é considerada um dos biomas mais ricos do mundo, 
abrigando uma biodiversidade única. O Pantanal é o terceiro maior bioma do Brasil, 
abrigando uma grande variedade de espécies de animais e plantas. A Caatinga é o 
bioma mais seco do Brasil, com temperaturas que variam entre 10° e 40°C durante 
o ano. A Floresta de Araucária é um dos biomas mais antigos do planeta, com mais 
de 65 milhões de anos.
Além da ampla biodiversidade, os biomas brasileiros são importantes mantenedores 
de água e fontes de recursos naturais para a população. Os biomas brasileiros 
também desempenham um papel importante na regulação dos sistemas climáticos 
regionais, ajudando a mitigar as mudanças climáticas e proteger a saúde do 
planeta. Além disso, os biomas brasileiros são fundamentais para a preservação da 
cultura e da história nativa. Por último, os biomas brasileiros são importantes para a 
economia local, pois fornecem recursos para a agricultura, a pecuária e o turismo.
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8.2 Tipos de biomas brasileiros
Dentre os biomas brasileiros, destacam-se o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, 
a Floresta Amazônica, a Floresta do Pantanal e Campos Sulinos ou Pampa (Figura 
1). A seguir, você conhecerá um pouco sobre cada um desses biomas em detalhes. 
Figura 1: Representação esquemática da localização dos biomas brasileiros.
Fonte: Jéssica Ferreira.
8.2.1 Cerrado
O Cerrado ou savana tropical é um dos principais biomas da zona tropical da América 
do Sul (Figura 2). Pode ser encontrado nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato 
Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Tocantins e Distrito Federal. 
Figura 2: Cerrado brasileiro.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerrado#/media/Ficheiro:Morro_cabeludo_-_Parque_dos_Pireneus_-_Piren%C3%B3polis_-_Goi%C3%A1s_01.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerrado#/media/Ficheiro:Morro_cabeludo_-_Parque_dos_Pireneus_-_Piren%C3%B3polis_-_Goi%C3%A1s_01.jpg
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Caracteriza-se pelo seu solo arenoso, pelo seu clima quente e úmido, além da 
presença de árvores espinhosas e pela fauna que a habita. É um dos ecossistemas mais 
importantes da região, pois fornece alimentos e abriga inúmeras espécies de animais. 
Além disso, as árvores do cerrado servem como fonte de madeira para agricultura, 
construção e fabricação de produtos. No entanto, o bioma fechado também está 
ameaçado pelo desmatamento e pela caça excessiva de sua fauna. Por esta razão, 
vários planos de conservação foram criados para protegê-lo.
8.2.2 Caatinga
A Caatinga é um bioma que ocorre exclusivamente na região Nordeste do Brasil, em 
áreas de clima semi-árido ou árido (Figura 3). Os estados brasileiros que compõem 
o bioma Caatinga são Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, 
Sergipe, Bahia e Piauí.
Figura 3: Bioma Caatinga.
Fonte: https://visualhunt.com/photo5/559697/
É caracterizadapor ter um clima quente e seco, sendo que a estação chuvosa tem 
duração curta e com chuvas raras e esparsas. A Caatinga é o único bioma tropical 
do mundo que é predominantemente xerófito, ou seja, com pouca água disponível. A 
vegetação da caatinga é formada principalmente por arbustos, árvores características 
e cactáceas. A biodiversidade deste bioma é bem variada, contendo diversos animais 
como mamíferos, aves, répteis e insetos, além de diversas espécies de plantas. No 
entanto, a caatinga é um dos biomas mais ameaçados do Brasil, devido à destruição 
de sua vegetação para fins agrícolas, a exploração madeireira e a caça ilegal.
https://visualhunt.com/photo5/559697/
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8.2.3 Mata Atlântica
A Mata Atlântica é uma das maiores florestas tropicais do mundo e abrange a costa 
leste do Brasil (Figura 4). É conhecida por sua grande biodiversidade, incluindo mais 
de 20 mil espécies de plantas, animais, répteis e aves. Este bioma está presente nos 
estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina 
e Rio Grande do Sul. 
Figura 4: Bioma Mata Atlântica com representação de sua biodiversidade.
Fonte: https://pixabay.com/photos/animal-mammal-wildlife-species-7323175/
A mata atlântica possui um clima tropical úmido, com chuvas abundantes durante o 
ano. O solo é fertilizado pela decomposição constante, sendo muito rico em nutrientes, o 
que faz com que as espécies de vegetais se desenvolvam rapidamente. A Mata Atlântica 
é também um importante recurso para a agricultura, pois contém muitas espécies 
raras de árvores, algumas das quais são usadas para produzir madeira preciosa. Além 
disso, a Mata Atlântica é um importante habitat para a fauna, incluindo mais de 600 
espécies de aves, 300 espécies de mamíferos, 400 espécies de répteis e anfíbios, e 
100 espécies de peixes. 
A Mata Atlântica é considerada uma importante fonte de recursos para a humanidade. 
Esta região contém uma grande variedade de recursos naturais, como madeira, água, 
minerais, alimentos e remédios. Isso significa que a Mata Atlântica é uma importante 
fonte de alimentos, remédios e recursos dos quais dependem as comunidades locais. 
Possui um papel importante na regulação do clima, pois mantém o equilíbrio da 
umidade e temperatura, ajudando a manter o meio ambiente em um estado saudável. 
Finalmente, a Mata Atlântica é uma importante fonte de serviços ecossistêmicos. Esta 
região contém uma grande variedade de ecossistemas que fornecem serviços como 
regulação do clima, purificação da água, regulação do ciclo da água e proteção da 
https://pixabay.com/photos/animal-mammal-wildlife-species-7323175/
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terra contra erosão e deslizamentos. Esses serviços são essenciais para o bem-estar 
das comunidades locais e para a manutenção da biodiversidade.
8.2.4 Floresta Amazônica
A floresta amazônica é uma floresta tropical que ocupa a maior parte da bacia do rio 
Amazonas (Figura 5). Ela abrange cerca de cinco milhões de quilômetros quadrados, 
cobrindo grandes partes da América do Sul, incluindo partes do Brasil, Peru, Colômbia, 
Bolívia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname. É a maior floresta 
tropical do mundo e o lar de milhões de espécies de plantas, animais e insetos. É 
também o lar de mais de três milhões de pessoas, incluindo muitas populações 
indígenas que dependem da floresta para suas necessidades diárias. Cerca de 30 
milhões de pessoas dependem direta ou indiretamente dos recursos fornecidos pela 
floresta, como alimentos, madeira, medicamentos e cultura.
Figura 5: Floresta Amazônica.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aereo-antena-campo-interior-13348136/
Compondo este bioma, o rio amazonas é um dos principais rios do mundo, sendo o 
segundo mais extenso em comprimento, com cerca de 6.400 km. Este rio é responsável 
por despejar mais de um quinto de toda a água doce do planeta nos oceanos. Devido 
à sua extensão, ele possui um grande número de afluentes, cerca de 1.100, que se 
dispersam por seu caminho. Ele nasce na Cordilheira dos Andes, na região montanhosa 
colombiana da cidade de La Palma, e deságua no Oceano Atlântico, no litoral brasileiro. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/aereo-antena-campo-interior-13348136/
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O Rio Negro é um dos principais afluentes do Rio Amazonas, tendo também sua 
origem na Cordilheira dos Andes, na Colômbia, e percocorrendo cerca de 2.200 km 
até desaguar no Amazonas, próximo à cidade de Manaus. O Rio Solimões também 
é outro afluente do Rio Amazonas. O encontro destes dois rios é reconhecido pela 
diferença de coloração das águas (Figura 6). 
O Rio Negro é um rio de águas negras e muito frias, enquanto o Solimões é um rio 
de águas mais quentes e de coloração mais clara. O Rio Negro é muito mais profundo 
que o Solimões e seu leito é mais estreito, enquanto o leito do Solimões é mais largo. 
O Rio Negro também é mais lento e tem menos corredeiras do que o Solimões. 
Figura 6: Imagem aérea mostrando o encontro dos rios Negro e Solimões.
Fonte: https://visualhunt.com/f7/photo/39752241970/49e7c6df7c/
A floresta amazônica é considerada um dos mais importantes ecossistemas do 
mundo devido à sua biodiversidade e às funções importantes que desempenha para 
o clima global. Entretanto, vem enfrentando problemas cada vez mais frequentes, tais 
como o desmatamento e a degradação da floresta, principalmente nos últimos anos, 
causando preocupação global sobre a destruição deste ecossistema fundamental. 
A Floresta Amazônica desempenha um papel crucial no clima global, pois é 
responsável por grandes quantidades de armazenamento de carbono e é a maior 
floresta tropical do planeta. Ela absorve dióxido de carbono da atmosfera e armazena-o 
em árvores, solos e biomassa, o que impede que a quantidade de dióxido de carbono 
existente na atmosfera aumente. A Floresta Amazônica também ajuda a controlar o 
clima ao liberar água para o ar, o que contribui para o movimento de massas de ar e 
ajuda a estabilizar a temperatura na região. Ainda ajuda a controlar a quantidade de 
chuva na região, pois as espécies de vegetais liberam vapor d’água para a atmosfera. 
Essas águas vão para outras regiões, contribuindo para o clima de outras partes do 
https://visualhunt.com/f7/photo/39752241970/49e7c6df7c/
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mundo. O desflorestamento ilegal da Amazônia tem um efeito significativo na mudança 
climática, pois remove essa fonte importante de armazenamento de carbono e também 
contribui para o aumento da temperatura global. A preservação da floresta também 
é essencial para manter o equilíbrio climático global. Portanto, é essencial que sejam 
tomadas medidas imediatas para proteger a Floresta Amazônica e garantir que ela 
continue sendo um pulmão do mundo e um importante abrigo para a biodiversidade 
terrestre.
8.2.5 Floresta do Pantanal
A Floresta do Pantanal é uma floresta tropical úmida que se estende ao longo do 
Pantanal sul-mato-grossense, na região central do Brasil (Figura 7). Cobre os estados 
do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Goiás, Tocantins, 
Maranhão e Roraima. 
Figura 7: Pantanal mato-grossense.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/arbusto-mato-moita-flora-14194801/
É uma das maiores áreas de floresta tropical úmida do mundo, com uma área 
de aproximadamente 10 milhões de hectares. A floresta é caracterizada por uma 
grande variedade de plantas, animais e habitats, abrigando espécies ameaçadas de 
extinção, como o jaguar, o lobo-guará e o macaco-prego. É também o lar de várias 
aves endêmicas, como o tuiuiú, o papagaio-de-cara-roxa e o guará. 
A floresta do Pantanal contribui paraa manutenção da biodiversidade local, 
desempenhando funções ecológicas fundamentais para a manutenção dos 
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ecossistemas existentes. A floresta é essencial para fornecer água limpa, proteger o 
solo e o ambiente, estabilizar o clima e servir como habitat para muitas espécies de 
plantas, animais e insetos. A floresta também é importante para a preservação da 
cultura local, pois muitas das plantas nativas são usadas como alimento e medicina. 
Além disso, ela fornece madeira para a construção de casas e artesanato. A floresta 
do Pantanal fornece também um habitat para aves migratórias, o que a torna um 
importante destino para turistas e observadores de aves.
A conservação da Floresta do Pantanal é essencial para manter a biodiversidade 
e preservar o equilíbrio ecológico, bem como para manter os recursos naturais 
disponíveis para as gerações futuras. Para preservar a Floresta do Pantanal, é 
necessário implementar medidas de conservação, como a criação de áreas protegidas, 
uso sustentável dos recursos naturais, monitoramento e fiscalização para evitar a 
caça ilegal e a destruição de florestas, educação ambiental para a população local, 
além de programas de recuperação de áreas degradadas. Além disso, é importante 
promover a participação dos povos locais na gestão dos recursos naturais, incentivando 
a conservação e o uso sustentável da Floresta do Pantanal.
8.2.6 Campos Sulinos ou Pampa
O bioma Pampa é um bioma semi-árido único da América do Sul, localizado 
principalmente na Argentina e no Uruguai, bem como em algumas partes do sul do 
Brasil (Figura 8). O bioma Pampa ocorre nos estados brasileiros do Rio Grande do 
Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Figura 8: Bioma Pampa.
Fonte: https://visualhunt.com/f7/photo/3951399458/47ae091b98/
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É caracterizado por sua vasta planície e gramíneas, como o capim-pé-de-galinha, 
que cresce em campos rasos e secos, intercalados por lagoas e baixios. É uma área de 
topografia plana, com solos arenosos e pouca fertilidade. O clima é predominantemente 
temperado e árido. A região é conhecida por sua grande biodiversidade, com espécies 
endêmicas únicas e muitas plantas e animais selvagens. É também um habitat para 
uma variedade de aves migratórias. A agricultura é praticada na região, com o gado 
sendo o principal produto. A água é escassa e os rios da região são geralmente 
intermitentes.
O bioma Pampa é um dos mais importantes do Brasil, pois abriga cerca de 12% 
da vegetação nativa do país. De acordo com a legislação brasileira, o bioma Pampa 
é considerado uma área protegida, o que significa que sua conservação e manejo 
são regidos por leis especiais. Uma das principais medidas de conservação do bioma 
Pampa é a criação de Unidades de Conservação (UCs). 
Atualmente, existem cerca de 80 UCs no bioma Pampa, sendo que as principais 
delas são terras indígenas, parques, reservas biológicas e estações ecológicas. Outra 
medida importante para a conservação do bioma Pampa é a realização de projetos 
de recuperação de áreas degradadas. Outra medida importante para a conservação 
do bioma Pampa é a realização de projetos de recuperação de áreas degradadas. 
Estes projetos visam recuperar áreas degradadas por atividades antrópicas, como a 
agricultura, a pecuária, a mineração, a exploração madeireira e os incêndios. Estes 
projetos de recuperação envolveriam a limpeza de áreas degradadas, a reestruturação 
e restauração de solos, a restauração de vegetação, a recuperação de habitats e a 
reintrodução de espécies nativas. Além disso, deve-se incentivar o uso sustentável 
da terra, bem como a educação ambiental entre a população local para aumentar a 
conscientização sobre a importância da conservação do bioma Pampa.
8.3 Impactos sobre os biomas brasileiros
A relação entre os biomas brasileiros e a sociedade é variável e complexa. Os biomas 
brasileiros possuem grande importância para a economia do país, visto que possuem 
diversas fontes de recursos naturais que são utilizadas pela indústria, agricultura e 
outras atividades. 
Os impactos ambientais sobre os biomas brasileiros são causados por diversas 
ações humanas, como a destruição de habitats, a desflorestação, a poluição e a caça 
predatória. Estas ações têm contribuído para a destruição e fragmentação de habitats, 
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a redução de espécies e a perda da biodiversidade. A desflorestação é a principal 
causa de impacto ambiental sobre os biomas brasileiros (Figura 9). O desmatamento, 
principalmente para fins agrícolas, tem reduzido drasticamente as áreas de floresta, 
que fornecem abrigo e alimento para muitas espécies. Além disso, a desflorestação 
também contribui para o aumento de gases de efeito estufa na atmosfera.
Figura 9: Ilustração representativa da poluição afetando os biomas.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aterro-perto-de-arvores-2768961/
A poluição da água também é outro problema grave que afeta os biomas brasileiros. 
A poluição por esgoto doméstico e industrial, bem como os produtos químicos utilizados 
na agricultura, contribuem para a degradação da qualidade da água e da saúde dos 
ecossistemas aquáticos.
A proteção dos biomas brasileiros é realizada de diversas formas, com várias 
iniciativas que visam conservar a biodiversidade existente no Brasil. Uma delas é o 
Programa de Proteção de Biomas Brasileiros (PPBio), criado em 2004 pelo Ministério 
do Meio Ambiente, que tem como objetivo a conservação da biodiversidade nos biomas 
brasileiros. O programa trabalha na identificação, mapeamento, monitoramento e 
proteção de espécies, comunidades e habitats, além de desenvolver ações de educação 
ambiental. Outras estratégias incluem a criação de unidades de conservação, como 
parques nacionais, estaduais e municipais, reservas biológicas e florestais, entre outros. 
As unidades de conservação têm como objetivo preservar a biodiversidade dos 
biomas brasileiros, bem como o patrimônio geológico, paleontológico, arqueológico 
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e cênico existente nas áreas. Além disso, o governo federal também tem investido 
na recuperação de áreas degradadas, com projetos de reflorestamento que buscam 
restaurar o ambiente natural e conservar a biodiversidade existente nos biomas.
A conservação dos biomas brasileiros é fundamental para a preservação da 
biodiversidade do país e para a manutenção dos serviços ecossistêmicos essenciais. As 
principais medidas de conservação devem incluir o estabelecimento de áreas protegidas, 
o controle de espécies exóticas invasoras, a recuperação de áreas degradadas, a 
restauração da paisagem e a promoção de usos sustentáveis dos recursos naturais. 
Além disso, é importante que haja a implementação de políticas públicas que envolvam 
a participação da população local e a promoção da educação ambiental. É fundamental 
que a população se conscientize dos impactos que o desenvolvimento econômico 
pode trazer ao meio ambiente, e que sejam compreendidas as consequências dos 
usos indevidos dos recursos naturais.
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CAPÍTULO 9
METAPOPULAÇÕES E 
METACOMUNIDADES
9.1 Origem do conceito de metapopulações
9.1.1 Biogeografia de Ilhas
A biogeografia de ilhas é o estudo da distribuição e abundância de organismos na 
paisagem das ilhas. O estudo da biogeografia de ilhas inclui a análise das características 
físicas das ilhas, as relações entreas ilhas e seus vizinhos continentais, a interação 
entre os diversos organismos e como essas interações impactam a cadeia alimentar 
e a diversidade da vida na ilha. A biogeografia de ilhas tem sido estudada desde o 
início do século XX, quando os primeiros estudos foram realizados na Amazônia pelo 
naturalista Alfred Russel Wallace. Desde então, a biogeografia de ilhas tem se expandido 
para estudar outras áreas, incluindo o Pacífico, o Caribe e o Atlântico. Esta área da 
biogeografia explora como as espécies se movem entre as ilhas e metapopulações 
e como elas se desenvolvem e evoluem nesses ambientes. Os principais tópicos da 
biogeografia de ilhas e metapopulações incluem a determinação das origens das 
espécies, as dinâmicas de dispersão e colonização, as mudanças nos tamanhos das 
populações, a dinâmica das metapopulações e a influência de fatores ambientais na 
distribuição das espécies.
9.1.2 Metapopulações
Metapopulações são populações que consistem em dois ou mais subconjuntos 
de indivíduos que se sobrepõem geograficamente, mas que são geneticamente 
distintos. Estes subconjuntos podem ser separados por uma fronteira física, como 
um rio, uma montanha, ou até mesmo uma fronteira política. As metapopulações têm 
a capacidade de se mover entre esses subconjuntos, o que permite que elas interajam 
geneticamente. Esta flexibilidade permite que as metapopulações se adaptem mais 
facilmente a mudanças ambientais, o que lhes dá uma vantagem competitiva.
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As metapopulações são frequentemente usadas para estudar a evolução e a 
biodiversidade, pois elas permitem que se observem populações isoladas dentro 
de um mesmo ecossistema. Uma metapopulação é formada por várias populações 
conectadas entre si por um fluxo de indivíduos. Isso se dá devido ao fato de que os 
indivíduos podem se deslocar entre as populações, trazendo genes e informações que 
podem influenciar a diversidade e a evolução das populações. Isto é essencial para 
que o ecossistema seja dinâmico e que a diversidade das espécies seja preservada. 
Os principais fatores que influenciam as metapopulações são:
• Disponibilidade de recursos: a disponibilidade de recursos é um dos principais 
fatores que influenciam as metapopulações. Os recursos necessários para a 
sobrevivência das espécies são variados e incluem coisas como água, alimentos 
e abrigo. Se esses recursos não estiverem disponíveis em quantidades suficientes, 
as populações terão dificuldade para sobreviver. 
• Interações entre espécies: as interações entre espécies é outro importante 
fator que influencia as metapopulações. As interações entre espécies podem 
ser benéficas ou prejudiciais para as populações. Por exemplo, se uma espécie 
predadora consome muitos indivíduos de uma espécie presa, isso pode levar ao 
declínio dessa espécie presa e, consequentemente, afetar as metapopulações. 
• Mudanças climáticas: as mudanças climáticas também influenciam as 
metapopulações. O clima pode mudar drasticamente e afetar a disponibilidade 
de recursos, as interações entre espécies, a distribuição geográfica das espécies 
e a capacidade das populações de sobreviverem. A fragmentação do habitat 
é outro importante fator que influencia as metapopulações. 
• A fragmentação do habitat: a fragmentação do habitat é outro importante fator 
que influencia as metapopulações, visto que resulta na redução do tamanho e da 
conectividade dos habitats, o que pode levar à perda de espécies e à redução da 
diversidade. Isso pode afetar a capacidade das populações de se dispersarem 
e de se recomporem.
Assim como em populações menores, as metapopulações também são dependentes 
de estratégias para sua sobrevivência. Diz-se que uma população é K estrategista 
quando investe energia em seu crescimento com o intuito de produzir menos proles, 
mas que tenham tamanho corporal adequado para garantir sua sobrevivência. Por 
outro lado, as chamadas R estrategistas são as espécies que investem energia em 
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produzir o maior número de proles possível, não se preocupando tanto com o seu 
desenvolvimento em tamanho corporal. Estes modelos supõem que as populações de 
organismos são capazes de reagir aos estímulos do meio ambiente e escolher uma 
estratégia que lhes forneça o maior benefício possível. Uma vez que uma estratégia é 
escolhida, ela é utilizada por toda a população até que outra estratégia mais benéfica 
seja escolhida. 
Entretanto, como você aprendeu até o momento, os ambientes possuem um limite 
para sustentar as populações que ali vivem. A capacidade de suporte em ecologia 
refere-se à capacidade de um ecossistema em suportar as pressões humanas, como a 
poluição, a destruição de habitats, a introdução de espécies invasoras, a fragmentação 
de habitats, a exploração de recursos naturais, e assim por diante. A capacidade 
de suporte de um ecossistema é medida pela quantidade de pressão que ele pode 
suportar antes de se tornar incapaz de manter sua função básica, como a produção 
de alimentos, a regulação do clima, o abastecimento de água ou a preservação da 
biodiversidade. Quando a capacidade de suporte de um ecossistema é ultrapassada, 
os impactos sobre os seres vivos e a ecologia geralmente são irreversíveis.
Para identificar as estratégias e poder avalia-las é comum a utilização de modelos 
matemáticos. A título de conhecimento, você verá a seguir três modelos matemáticos 
que podem ser utilizados em estudos de metapopulações:
• Modelo de Metapopulação de Levins: é um modelo matemático para explicar a 
dinâmica de distribuição de espécies ao longo do tempo. O modelo é baseado na 
premissa de que as populações não são homogêneas, mas consistem em várias 
subpopulações localizadas em diferentes locais. O modelo inclui parâmetros 
que descrevem a taxa de colonização, a taxa de extinção, a migração e a meta 
de população.
• Modelo Metapopulação de São Vito: é uma abordagem matemática para estudar 
a distribuição espacial de populações e seu comportamento ao longo do tempo. 
O modelo incorpora o conceito de que as populações são compostas por grupos 
de indivíduos que se deslocam entre diferentes locais em diferentes taxas. 
• Modelo Metapopulação de Hubbell: é um modelo matemático para estudar a 
dinâmica de distribuição de espécies ao longo do tempo. O modelo é baseado na 
premissa de que as populações são compostas por grupos de indivíduos que 
se deslocam entre diferentes locais, e que a distribuição espacial e temporal 
desses grupos depende das características ambientais e bióticas locais. 
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Em geral, os modelos matemáticos são ferramentas importantes para os estudos 
em ecologia e também de metapopulações, pois permitem que cientistas explorem 
e compreendam o comportamento de populações em um nível mais profundo. Os 
modelos permitem que os pesquisadores explorem e compreendam melhor a estrutura 
da população, como a densidade, a distribuição geográfica e o tamanho de populações. 
Ao considerar esses fatores, os pesquisadores podem entender melhor as tendências 
e a viabilidade a longo prazo de uma determinada população.
9.1.1.1 Taxas de imigração e emigração em metapopulações
De um modo geral, as taxas de imigração e emigração são importantes mecanismos 
que permitem que espécies se movam para novos habitats. Imigração é o processo 
de movimento de indivíduos de uma área para outra, enquanto emigração é o 
processo de movimento de indivíduos de uma área para outra. Imigração e emigração 
podem ter um grande impacto nas populações de uma área. As imigrações podem 
aumentar a diversidade genética de uma população, permitindo que novas linhagens 
e características sejam introduzidas. Além disso, a imigração pode repor a população, 
aumentando a densidadee a produção de recursos. Por outro lado, a emigração pode 
levar a uma redução na densidade de uma população, pois os indivíduos saem e não 
são substituídos. 
A imigração e a emigração também desempenham um papel importante na 
dispersão de espécies. O movimento permite que espécies se espalhem para novos 
habitats e expandam seu habitat natural, processos essenciais para a formação de 
metapopulações. Isso pode ser particularmente importante para espécies que estão 
ameaçadas de extinção. O movimento de espécies também permite que elas migrem 
para áreas com temperaturas mais favoráveis ou com recursos abundantes. Em suma, 
a imigração e a emigração são importantes mecanismos de movimento de espécies 
que podem ter um grande impacto sobre as populações e habitats locais.
9.1.1.2 Extinção em metapopulações
As taxas de extinção em metapopulações é o resultado de uma combinação de 
fatores, como mudanças no clima, competição entre espécies, doença, predação e 
interferência humana. A redução da área de habitat, a destruição de habitats naturais 
e a introdução de espécies invasoras também têm um papel importante na extinção 
de metapopulações. A rápida mudança climática pode ser uma das principais causas 
da extinção em metapopulações. Como mudanças drásticas no clima podem levar 
a mudanças na temperatura, na precipitação e na quantidade de luz solar disponível, 
isso pode afetar negativamente a capacidade das espécies de se adaptarem a um 
novo ambiente, levando à extinção. 
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Outro fator que contribui para a extinção em metapopulações é a competição 
entre espécies. Quando duas ou mais espécies competem pelos mesmos recursos, 
a espécie mais adaptada geralmente vence, enquanto a espécie menos adaptada fica 
em risco de extinção. As doenças também podem levar à extinção em metapopulações. 
Quando uma doença se espalha rapidamente entre uma população, ela pode matar 
grandes números de indivíduos, resultando na redução da população e, eventualmente, 
na extinção. Por fim, a interferência humana também pode desempenhar um papel 
significativo na extinção de metapopulações. A caça e a pesca excessivas, a destruição 
de habitats naturais e a introdução de espécies invasoras são algumas das principais 
formas de interferência humana que podem levar à extinção em metapopulações.
Portanto, é preciso investir na conservação de metapopulações com o intuito 
de manter os fluxos de migração entre os habitats para garantir a estabilidade e a 
diversidade genética da população. Neste sentido, geralmente são tomadas medidas 
para proteger os habitats e as rotas migratórias entre eles, bem como para manter as 
populações dentro dos limites de saúde ecológica. Além disso, podem ser tomadas 
medidas para promover a diversidade genética, como a restrição de determinadas 
atividades humanas que possam afetar a mobilidade ou a reprodução das espécies.
9.1.3 Metacomunidades
Metacomunidades são conjuntos de comunidades interconectadas por fluxos de 
organismos, energia e matéria. Elas são importantes para a compreensão de como 
diferentes processos ecológicos, em diferentes escalas (Figura 1), influenciam o padrão 
de distribuição espacial de organismos em um determinado ambiente. 
Figura 1. Escala de ecologia de comunidades. 
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
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Metacomunidades podem ocorrer em qualquer ambiente, desde sistemas aquáticos 
a sistemas terrestres. As metacomunidades se concentram na interação entre 
comunidades, abrangendo todos os fatores que afetam essas interações, incluindo 
a dispersão entre elas, a dispersão intra-comunitária, a alteração do ambiente, a 
competição entre espécies e a capacidade de colonização de novas áreas. Os estudos 
de metacomunidades têm permitido que os cientistas compreendam melhor como 
as comunidades interagem e como elas evoluem ao longo do tempo. 
Para os estudos de comunidades é importante considerar os padrões de distribuição 
das espécies. Os padrões de distribuição de espécies em metacomunidades são a 
forma como uma espécie é distribuída entre várias comunidades locais (Figura 2). 
Estes padrões podem variar de metacomunidade para metacomunidade e podem ser 
influenciados por fatores como a dispersão, a competição inter-espécie, a interação 
entre os níveis de complexidade e as mudanças climáticas. 
Figura 2. Padrões de distribuição de espécies.
Fonte: Elaborado por Jéssica Ferreira.
• Tabuleiro de xadrez: é um padrão de distribuição de espécies que está diretamente 
relacionado à dispersão das espécies nos habitats. Em geral, é usado para 
descrever a distribuição de espécies nos habitats. Por exemplo, se uma espécie 
está presente em todos os habitats, ela seria descrita como sendo distribuída 
em um padrão de tabuleiro de xadrez. Por outro lado, se a espécie estivesse 
presente em alguns habitats, mas ausente em outros, ela seria descrita como 
tendo um padrão de distribuição irregular.
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• Aleatório: ocorre quando as espécies são distribuídas de forma desigual em 
um habitat. Esta forma aleatória de distribuição é comum em habitats naturais, 
onde as interações entre as espécies e os fatores ambientais determinam quais 
áreas são mais propícias para a vida. Estes padrões de distribuição não são 
influenciados por fatores como a competição inter-espécies ou fatores abióticos; 
em vez disso, são resultado da dispersão aleatória das espécies, geralmente 
devido ao acaso ou ao deslocamento impulsionado por ventos ou correntes.
• Aninhado: são padrões de distribuição de espécies nos quais as espécies estão 
dispostas em grupos aninhados. Esses padrões são observados em vários 
ambientes, desde florestas temperadas a águas costeiras. Geralmente, os 
padrões de distribuição aninhados envolvem grupos de espécies que se agrupam 
em pequenas áreas, como um recife de coral ou um grupo de árvores. Essas 
áreas podem se estender a largas distâncias, como um ecossistema de floresta 
tropical ou um habitat de vida selvagem. Os padrões de distribuição aninhados 
são importantes porque eles permitem que as espécies se beneficiem de seu 
ambiente de maneiras que não seriam possíveis se elas estivessem dispersas 
aleatoriamente. Por exemplo, um recife de coral pode fornecer refúgio para 
pequenos peixes, enquanto uma floresta temperada pode fornecer um ambiente 
para a criação de animais selvagens.
• Regularmente espaçado: ocorre quando as populações de uma espécie são 
distribuídas uniformemente ao longo do espaço. Este padrão é comumente 
visto em espécies que ocupam habitats abertos, como gramíneas, arbustos e 
árvores em savanas, desertos e campos abertos. Este padrão também pode ser 
visto quando as populações de uma espécie são distribuídas uniformemente 
ao longo do tempo. Por exemplo, algumas espécies de aves migratórias são 
observadas migrando no mesmo período de tempo, todos os anos.
• Gleasoniano: Os padrões de distribuição de espécies gleasoniano são uma forma 
de classificar a distribuição de espécies em um determinado ecossistema. Eles 
foram desenvolvidos pelo ecologista Henry Gleason em 1926. O conceito é 
baseado no princípio de que a distribuição de espécies em um determinado 
ecossistema é determinada pelo ambiente, não pela taxonomia. Estes padrões 
incluem três principais características: a distribuição de espécies é heterogênea, 
significando que algumas espécies estão mais comumente localizadas em certas 
áreas do que em outras; a distribuição das espécies é independente, ou seja, 
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uma determinada espécie não é afetada pela presença ou ausência de outras 
espécies; e a distribuição de espécies é contextual, ouseja, as características dos 
ambientes são importantes para determinar onde uma determinada espécie pode 
ser encontrada. Estes padrões fornecem uma compreensão útil do funcionamento 
dos ecossistemas, e de como eles mudam com o tempo e o que pode ser feito 
para manter a sua saúde e estabilidade.
• Clementsoniano: é uma forma de classificar as espécies de acordo com o seu 
habitat, distribuição geográfica e interação com outras espécies. A classificação 
foi criada pelo botânico Frederic Clements e se baseia na teoria de que as 
comunidades biológicas são formadas por associações entre as espécies, que 
resultam de relações ecológicas. A classificação se divide em seis padrões 
diferentes: habitat, geografia, ligação, competição, predação e mutualismo. 
Estes padrões são usados para determinar as interações entre as espécies 
e as comunidades biológicas em que elas vivem. O padrão de distribuição de 
espécies Clementsoniano é um dos mais amplamente utilizados na ecologia, 
pois é extremamente útil para entender a evolução das comunidades biológicas 
e sua dinâmica.
Em suma, os padrões de distribuição de espécies desempenham um papel 
fundamental na compreensão das metacomunidades, pois fornecem informações 
cruciais sobre como as espécies interagem e como as mudanças ambientais afetam 
a estrutura das comunidades.
Após a ordenação das comunidades ao longo de um gradiente de distribuição, 
é preciso olhar para mais alguns aspectos importantes: se há coerência entre os 
elementos. A coerência reflete o número de lacunas na distribuição das espécies. 
O “turnover” de espécies em metacomunidades é a capacidade de uma 
metacomunidade em suportar mudanças ambientais, isto é, como ocorre a substituição 
das espécies. O turnover de espécies mede a capacidade das metacomunidades de 
responderem às mudanças ambientais e ao fluxo de energia e nutrientes entre sistemas. 
Ele também ajuda a avaliar o impacto das perturbações no ecossistema e a identificar 
áreas potencialmente vulneráveis. O turnover de espécies pode ser medido em vários 
ambientes, incluindo florestas, prados, lagos, oceanos e planícies aluviais. 
Por fim, a agregação de limites é um termo utilizado para descrever a maneira como 
as comunidades de organismos são organizadas em relação a outras comunidades. A 
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agregação de limites é a forma como as comunidades estão conectadas e interatuam 
entre si, criando assim um sistema mais complexo chamado de metacomunidade. 
Estas interações podem ser físicas, biológicas ou químicas. Por exemplo, quando as 
comunidades de plantas e animais estão interligadas, essas relações podem influenciar 
a forma como os nutrientes se movem e como a energia é transferida entre elas. 
Estas interações também podem influenciar a forma como os organismos crescem, se 
reproduzem e interagem entre si. A agregação de limites é importante para entender 
como as metacomunidades funcionam e para gerenciá-las de maneira eficiente.
Além dos padrões de distribuição, existem outros aspectos que contribuem 
para a compreensão do funcionamento das metacomunidades. Os modelos de 
metacomunidades são utilizados para descrever e prever as respostas das comunidades 
aos processos abióticos e bióticos. 
• Modelo de Equilíbrio de Metacomunidade: este modelo explica a dinâmica 
da metacomunidade a partir de um equilíbrio entre a colonização e a extinção 
de espécies em diferentes fragmentos de habitats. O modelo descreve como 
a interação entre fragmentos de habitats influencia a diversidade de espécies 
em áreas maiores. 
• Modelo de Distribuição de Espécies: este modelo é usado para explicar a 
distribuição de espécies em diferentes fragmentos de habitats e como essa 
distribuição é afetada pelas interações entre os fragmentos. O modelo também 
explica como as mudanças na distribuição de espécies podem influenciar na 
dinâmica da metacomunidade.
• Modelo de Ligação de Metacomunidade: Este modelo explica como as espécies 
em um fragmento de habitats são conectadas a espécies em outros fragmentos 
de habitats. O modelo também descreve como a conectividade entre fragmentos 
de habitats influencia na dinâmica da metacomunidade. 
• Modelo de Fluxo de Metacomunidade: Este modelo explica como os fluxos 
de organismos entre fragmentos de habitats influenciam a dinâmica da 
metacomunidade. O modelo descreve como os fluxos de organismos entre 
fragmentos de habitats podem influenciar a diversidade de espécies em áreas 
maiores.
Integrado a estes modelos, é preciso aplicar alguns paradigmas a respeito das 
metacomunidades. As manchas (patch dynamics) em metacomunidades são o resultado 
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da divisão de uma comunidade em regiões geográficas menores. Essas regiões são 
divididas em pequenas subcomunidades que compartilham recursos e características 
semelhantes, mas não possuem interação direta. Isso permite que os organismos 
evoluam de maneira diferente em cada uma das subcomunidades, permitindo o 
surgimento de novas espécies. Essas metacomunidades compartilham uma variedade 
de recursos, como fonte de alimento, fonte de água e fonte de energia, mas cada 
ponto individual toma uma direção diferente em relação a cada um desses recursos. 
Isso permite que os organismos evoluam de maneiras únicas e diferentes em cada 
uma das subcomunidades, criando uma biodiversidade mais variada e interessante.
A classificação de espécies (species sorting) é um processo que ocorre em 
metacomunidades, que são comunidades de comunidades que formam uma comunidade 
maior em escala regional ou global. Esse processo ocorre quando espécies de uma 
comunidade local interagem com espécies de outras comunidades locais, levando a 
estruturas de comunidades locais mais semelhantes entre as comunidades do que 
seria esperado. A classificação de espécies pode ocorrer por meio de vários processos, 
como competição, predação ou dispersão. Isso pode levar a uma homogeneização 
de espécies entre comunidades, com espécies semelhantes sendo encontradas em 
comunidades semelhantes. A classificação de espécies pode ser usada para explicar 
padrões de composição e distribuição de espécies em metacomunidades, o que pode 
ajudar a informar estratégias de conservação e manejo.
O efeito de massa (mass effect) também é aplicado para metacomunidades, ao 
passo que esta ideia diz que as metacomunidades existem em uma escala muito 
maior. Envolvem espécies, culturas e até galáxias inteiras. Nesse contexto, uma 
metacomunidade é uma rede interconectada de seres vivos que são interdependentes 
uns dos outros para sobreviver. Isso inclui espécies e culturas, e suas interações 
podem influenciar no desenvolvimento de civilizações galácticas inteiras. 
Por fim, o neutralismo (neutralism) é a ideia de que as espécies interagem umas 
com as outras de maneira neutra, o que significa que elas interagem sem quaisquer 
benefícios ou custos ecológicos ou evolutivos. As metacomunidades, por outro lado, 
envolvem espécies que interagem em uma rede complexa de interações, com diferentes 
espécies desempenhando diferentes papéis dentro da comunidade. As interações 
entre as espécies em uma metacomunidade podem ser positivas ou negativas, o 
que significa que as espécies podem se beneficiar ou sofrer com as outras espécies 
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da comunidade. Isso pode levar a um aumento na diversidade e complexidade da 
comunidade, permitindo que existam mais espécies de nicho dentro do sistema.
Metacomunidades são um conceito útil para a compreensão de como a estrutura 
de uma comunidade pode variar entre diferentes habitats. A interação entre as 
comunidades locais e outras áreas, bem como a influência das condições ambientais, 
são cruciais para entender como as comunidades funcioname se relacionam. Estudos 
sobre metacomunidades podem fornecer informações importantes para a gestão de 
áreas naturais e para a conservação da biodiversidade.
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CAPÍTULO 10
ECOLOGIA DE PAISAGEM
A Ecologia de Paisagem é um ramo emergente da ecologia que tem como objetivo 
estudar os padrões e processos ecológicos relacionados ao uso e manejo do território. 
Esta disciplina trata das relações entre as características espaciais de paisagens, dos 
fluxos de energia e matéria e da biodiversidade nestas áreas, bem como dos impactos 
humanos sobre o meio ambiente. O objetivo principal é o estudo dos processos 
ecológicos ao nível da paisagem, ou seja, como os fatores ambientais estão interligados 
e influenciam a distribuição e a abundância de espécies na paisagem, assim como 
como os humanos afetam essas dinâmicas.
10.1 Manchas
Uma das características da ecologia de paisagem é o estudo das manchas. Uma 
mancha é uma área de paisagem relativamente uniforme, com características distintas 
daquelas encontradas nas áreas circundantes. Por exemplo, uma mancha de floresta 
numa paisagem predominantemente agrícola. As manchas têm um grande impacto na 
distribuição e abundância dos organismos, pois podem influenciar o ambiente físico, 
químico e biológico. Por exemplo, as manchas de floresta podem fornecer abrigo e 
alimento a muitas espécies de animais, enquanto as manchas de agricultura podem 
proporcionar habitats adequados para o cultivo de determinadas culturas. Estes habitats 
podem, por sua vez, criar efeitos sinérgicos entre as espécies, resultando numa maior 
diversidade biológica. Por isso o estudo das manchas tem sido fundamental para a 
compreensão da ecologia de paisagem.
10.2 Efeitos de herança
A herança ecológica de uma paisagem é o conjunto de características ecológicas 
que são passadas de geração em geração, tais como o uso da terra, a composição 
da vegetação, as características do solo e a qualidade da água. Estes fatores podem 
influenciar na forma como a paisagem se desenvolve e é utilizada. Um dos principais 
efeitos da herança ecológica de uma paisagem é a formação de padrões de uso da terra. 
Por exemplo, as comunidades tradicionais podem praticar a agricultura de subsistência, 
que consiste em cultivar apenas as coisas necessárias para a sobrevivência do grupo. 
Isso pode criar padrões de uso da terra que são passados de geração em geração.
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ANOTE ISSO
Assim como tudo em ecologia, a evolução e a ecologia de paisagem são áreas 
de estudo inter-relacionadas que estudam a formação, manutenção e alterações 
na estrutura e na composição de paisagens. Estes domínios da biologia tentam 
entender como as paisagens se formaram a partir da interação entre fatores 
naturais e antropogênicos, quais os principais processos ecológicos que influenciam 
a dinâmica das paisagens e como as paisagens se adaptam às alterações 
climáticas e às pressões humanas. 
Um dos principais exemplos desta herança ecológica de paisagem são as 
evidências arqueológicas deixadas pelos povos antigos (Figura 1). Estas evidências 
podem incluir vestígios de estruturas, artefatos, materiais orgânicos e outros. Estas 
evidências arqueológicas ajudam a compreender como as paisagens modernas 
foram moldadas pela atividade humana e como elas eram diferentes do que são 
hoje. Estes vestígios também fornecem informações sobre a diversidade biológica 
da paisagem antiga e como ela foi alterada pela interferência humana. Estas 
informações são úteis para compreender como as paisagens modernas foram 
criadas e como elas podem ser restauradas ou mantidas.
Figura 1: Exemplo de evidências arqueológicas deixadas por povos antigos.
Fonte:https://pixabay.com/photos/indian-art-petroglyph-467709/
O efeito de herança em ecologia de paisagem tem sido estudado por vários 
autores. Um estudo detalhado foi realizado por Haase et al. (2018) que examinou os 
efeitos de herança ecológica na resistência à fragmentação, medida pelo tamanho 
e qualidade dos fragmentos, e na conectividade entre fragmentos. O estudo 
analisou os dados de um estudo de caso localizado na Alemanha, envolvendo 
uma paisagem agrícola intensiva, monitorada entre os anos de 1995 e 2015, com 
dados de imagens de satélite. Os resultados da análise mostraram que a herança 
ecológica desempenhou um papel importante na resistência à fragmentação e na 
conectividade da paisagem.
https://pixabay.com/photos/indian-art-petroglyph-467709/
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ISTO ESTÁ NA REDE
Muitos organismos são conhecidos pela sua capacidade de alterar a paisagem. Os 
efeitos causados pelas atividades desses organismos podem alterar a paisagem, 
a estes organismos dá-se o nome de engenheiros da paisagem. Um estudo 
desenvolvido por Hudson et al., (2020) examinou como os animais desempenham 
um papel importante na ecologia de paisagem. Os autores concluíram que a 
presença de animais de grande porte, como mamíferos e aves, podem ajudar a 
melhorar a diversidade de espécies, a qualidade do solo, os ciclos de nutrientes e 
a conectividade de habitats. Além disso, a presença de animais de grande porte 
também foi associada a mudanças positivas nos hábitats, como o aumento da 
produção de espécies de vegetais e o aumento da conectividade entre habitats.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Outro estudo realizado por Vieira et al. (2019) investigou o papel dos animais 
endêmicos do Brasil na ecologia de paisagem. Os autores descobriram que 
os animais endêmicos contribuíram significativamente para a manutenção 
da biodiversidade em todas as paisagens brasileiras. Como os animais são 
importantes dispersores de sementes, eles desempenham um papel importante 
na regeneração de florestas e no estabelecimento de novas áreas de vegetação. 
Além disso, os animais endêmicos do Brasil também fornecem serviços ecológicos 
importantes, como a polinização de plantas e a manutenção de habitats.
Muitos animais desempenham um papel importante na alteração da paisagem. Por 
exemplo, algumas aves, como o urubu-de-cabeça-vermelha e o urubu-real, picam 
os solos para procurar alimentos, o que contribui para o aumento da fertilidade 
e da biodiversidade do solo. Os pequenos mamíferos, como os gambás, criam 
túneis no solo, enquanto aves aquáticas, como as garças, cavam buracos para 
construir seus ninhos, tornando os solos mais ricos em nutrientes. Os grandes 
mamíferos, como os cervos e veados, também podem contribuir para a alteração 
da paisagem, comendo e dispersando sementes de árvores e arbustos, que podem 
crescer e formar novas florestas e vegetações. Outros animais também podem 
alterar o mosaico de paisagem, como os ursos, tatus, porcos-espinhos, veados 
de mão, javalis, porcos-do-mato e macacos. Esses animais alimentam-se, cortam 
e dispersam sementes, arranham e cavam no solo, e ainda podem movimentar 
objetos e materiais no ambiente, contribuindo para a dinâmica da paisagem.
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10.3 Efeitos do presente
Atualmente, a ecologia de paisagem tem sido extremamente importante para a 
compreensão do impacto do homem na natureza. Os seres humanos têm alterado 
drasticamente a paisagem ao longo dos anos, causando mudanças nas espécies, 
nos habitats e na qualidade dos recursos naturais (Figura 2). Estas mudanças têm 
impactado na saúde dos ecossistemas e no bem-estar humano. 
Figura 2: Efeito da urbanização da paisagem.
Fonte: https://pixabay.com/photos/houses-urban-urbanisation-278737/
O estudo de Bae et al. (2020) avaliou os efeitos das atividades humanas na ecologia 
de paisagem. O autor concluiu que as atividades humanas no ecossistema afetam 
os componentes da paisagem, tais como a geomorfologia, a coberturavegetal, a 
distribuição da fauna e os fluxos de nutrientes. O estudo também teve como objetivo 
examinar como as mudanças nas atividades humanas afetam a paisagem, bem 
como identificar as compensações efetivas das atividades humanas. Os resultados 
mostraram que as atividades humanas não são apenas um fator determinante, mas 
também um fator de modificação, que pode causar impactos diretos ou indiretos na 
ecologia da paisagem.
A ecologia de paisagem pode fornecer informações sobre como os seres humanos 
estão afetando o ambiente e a vida selvagem. Ainda, a ecologia de paisagem pode ajudar 
na compreensão de como os seres humanos podem contribuir para a conservação 
dos ecossistemas. Por exemplo, é possível desenvolver estratégias para restaurar 
habitats, mitigar as alterações climáticas e conservar a biodiversidade. Além disso, 
as informações obtidas podem ajudar na tomada de decisão para melhorar a saúde 
das comunidades humanas, como a redução da poluição, na melhoria dos serviços 
ambientais, na conservação da água etc.
https://pixabay.com/photos/houses-urban-urbanisation-278737/
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10.4 Efeitos da escala na paisagem
A escala de paisagem na história de vida dos organismos é uma abordagem que 
examina como as características da paisagem afetam a dinâmica populacional dos 
organismos. A escala de paisagem abrange o espaço físico em que os organismos 
vivem e as influências que essas características têm sobre a distribuição e abundância 
dos indivíduos. Por exemplo, a disponibilidade de alimentos pode afetar a maneira 
como uma população está distribuída no espaço. A qualidade do habitat pode afetar 
a capacidade de uma população de se recuperar depois de sofrer predação ou outros 
eventos. A escala de paisagem também abrange o impacto que as características 
da paisagem têm sobre as interações entre espécies, como predação, competição e 
parcerias. Por exemplo, a disponibilidade de plantas comestíveis pode afetar a interação 
entre predadores e presas. Esta abordagem fornece uma maneira de estudar como 
a paisagem pode influenciar a história de vida dos organismos ao longo do tempo.
Um estudo recente sobre a escala de paisagem no Brasil foi publicado por Oliveira 
et al. (2020). O estudo examinou o efeito de mudanças na estrutura da paisagem na 
composição da avifauna no Cerrado, usando modelos de comunidade de avifauna 
para avaliar o efeito de três escalas de paisagem (local, regional e continental) na 
diversidade e riqueza de aves. Os resultados mostraram que a riqueza de espécies 
de aves foi afetada significativamente pela estrutura da paisagem na escala local, 
mas não foi afetada pela estrutura da paisagem na escala regional ou continental. 
Além disso, as alterações na estrutura da paisagem na escala local tiveram um efeito 
significativo na distribuição de espécies de aves, com os resultados indicando que a 
diversidade de aves foi maior em áreas com maior diversidade de habitats.
O efeito de escala em ecologia de paisagem refere-se ao fato de que a resposta de 
um organismo ou ecossistema a variáveis ambientais pode variar dependendo se elas 
são medidas a nível local (de um organismo individual, por exemplo) ou a uma escala 
mais ampla (de uma paisagem, por exemplo). É importante considerar o efeito de 
escala, pois as respostas de organismos e ecossistemas a fatores ambientais podem 
mudar à medida que a escala muda. Portanto, é importante levar em consideração o 
efeito de escala ao analisar paisagens.
10.5 Fragmentação de habitat
Fragmentação de habitat é um processo no qual o habitat natural de uma espécie 
é reduzido e dividido em partes menores e isoladas, resultando em menos espaço 
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para a espécie. A fragmentação de habitat pode ser causada por vários fatores, como 
desmatamento, construção de estradas, criação de barragens e desenvolvimento 
industrial. Esta fragmentação pode afetar a espécie de várias maneiras, levando à 
redução da quantidade de alimento disponível, da área de reprodução e da diversidade 
genética. A fragmentação de habitat também pode limitar ou impedir a dispersão das 
espécies, o que significa que elas não podem se mover para outros habitats mais 
adequados. 
A fragmentação de habitats tem um impacto significativo na abundância de espécies. 
Quando habitats são fragmentados, a conectividade entre os fragmentos é reduzida, 
limitando a capacidade das espécies de se mover e interagir entre os fragmentos. 
Isso pode levar à redução da diversidade de espécies, à extinção local de espécies, à 
redução na abundância de espécies e na qualidade dos habitats. Quando os habitats 
naturais são divididos em partes menores, os organismos são obrigados a competir 
por recursos mais limitados, eles perdem a conectividade com seus habitats naturais 
e seus padrões migratórios são interrompidos. Além disso, a fragmentação de habitat 
também aumenta a exposição a predadores, doenças e outros fatores que podem 
afetar ou mesmo exterminar algumas espécies. Por fim, a fragmentação de habitat 
também pode reduzir a quantidade de habitats disponíveis para algumas espécies, 
limitando seu espaço vital e aumentando a competição por recursos.
Outro ponto importante dentro de fragmentação de habitat é as matrizes entre os 
fragmentos. A matriz entre os fragmentos de paisagem é um método de avaliação das 
relações entre fragmentos de paisagem, identificando as áreas de contato entre eles. 
O objetivo é verificar a conectividade entre os fragmentos, avaliando as possibilidades 
de dispersão de espécies, fluxos de água e outros recursos, assim como a interação 
entre habitats. O método pode também ser usado para avaliar a eficácia das políticas 
de conservação e planejamento espacial.
Assim sendo, o contexto de paisagem é uma expressão comumente utilizada para 
descrever a configuração geográfica de um local com o intuito de descrever tanto 
as características naturais quanto as feitas pelo homem. Por exemplo, um contexto 
de paisagem pode incluir montanhas, rios, florestas, lagos, cidades, estradas e outros 
elementos que formam o ambiente visual e físico de um lugar. A compreensão do 
contexto de paisagem pode ajudar as pessoas a entender melhor como o local se 
encaixa no meio ambiente e a melhorar a qualidade de vida.
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10.5.1 Efeito de borda
O efeito de borda é um dos principais efeitos da fragmentação de habitat. O efeito 
de borda é a transição entre os habitats fragmentados e seus arredores. Esta transição 
é caracterizada por flutuações na qualidade do habitat, na diversidade de espécies e 
na quantidade de recursos disponíveis. Estas flutuações podem ser extremamente 
prejudiciais para a comunidade de organismos, visto que, como resultado das mudanças 
na qualidade do habitat, os organismos podem não conseguir encontrar recursos 
suficientes para sobreviver. O efeito de borda pode aumentar a dispersão de espécies 
invasoras, visto que elas podem usar o fragmento como uma porta para entrar em 
áreas não invadidas. Além disso, as mudanças nos padrões de distribuição de espécies 
geralmente resultam na redução da biodiversidade. Portanto, o efeito de borda da 
fragmentação de habitat pode ter consequências significativas e prejudiciais para as 
comunidades de organismos (Figura 3).
Figura 3: Efeito de borda na fragmentação de habitat.
Fonte: Jéssica Andrade (adaptado de Ricklefs, 2010)
Uma pesquisa recente conduzida por Zurell et al. (2020) investigou o efeito da borda 
em ecossistemas mediterrâneos, usando transectos de floresta e estudo de caso 
de comunidades de plantas. O estudo mostrou que os efeitos da borda podem ser 
significativos em relação ao número de espécies, à diversidade biológica e à abundância 
de organismos. Os autores concluíramque as bordas podem ser importantes para a 
conservação de espécies e podem promover a conectividade, mas também podem 
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causar efeitos negativos, como a degradação do habitat, a competição inter-específica e 
a invasão de espécies exóticas. Uma avaliação detalhada do efeito de borda na ecologia 
no Brasil foi realizada por Silveira et al. (2020). O estudo, publicado na revista Nature 
Communications, discutiu o papel das bordas em paisagens tropicais e subtropicais, 
abordando o seu potencial para a conservação. Os autores concluíram que as bordas 
florestais são importantes para a conservação da biodiversidade, pois apresentam 
condições ambientais que permitem a presença de espécies que não são encontradas 
nas florestas mais profundas. Além disso, as bordas florestais podem servir como 
refúgios para a fauna e flora, oferecendo condições de sobrevivência mais favoráveis. 
A análise também mostrou que as bordas florestais são importantes para a regulação 
do meio ambiente em geral, visto que proporcionam serviços ecossistêmicos, como o 
sequestro de carbono, a formação de microclimas e a recarga de água subterrânea.
10.6 Corredores ecológicos
Os corredores ecológicos são zonas criadas para facilitar a migração de espécies 
animais e vegetais através de paisagens fragmentadas. Esses corredores se conectam 
a áreas naturais, como parques e reservas, ajudando a minimizar a fragmentação 
do habitat e aumentar a diversidade biológica. Os corredores ecológicos também 
permitem a passagem de água e nutrientes entre os ecossistemas e ajudam a melhorar 
a qualidade do ar e do solo. Esses corredores podem ser criados de várias maneiras, 
incluindo reflorestamento, restauração de habitat, construção de passarelas para a vida 
selvagem, remoção de barreiras físicas, como cercas e estradas, e estabelecimento 
de zonas tampão. Essas ações ajudam a manter a conectividade dos ecossistemas, 
preservar a biodiversidade e melhorar o meio ambiente.
Para criar corredores ecológicos é necessário planejamento, o que envolve a 
identificação de habitats a serem conectados, a definição das características do corredor, 
a monitoração dos impactos ambientais e a gestão de recursos. Uma vez criados, 
os corredores ecológicos podem contribuir para a conservação da biodiversidade, 
promovendo a conectividade entre fragmentos de habitats naturais, permitindo que 
espécies migratorias possam deslocar-se entre habitats e permitindo a restauração de 
habitats degradados. Ao redor, existem centenas de iniciativas de corredores ecológicos, 
que promovem a conservação, restauração e conexão de habitats naturais. Alguns 
exemplos de corredores ecológicos são a Rede de Corredores Ecológicos da América 
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do Norte, a Rede de Corredores Ecológicos do Reino Unido e a Estrutura Ecológica 
Regional da Europa. 
Um estudo examinou três dimensões: a conectividade física, a conectividade funcional 
e a conectividade genética. Utilizando dados sobre a distribuição de espécies e variáveis 
ambientais, os autores desenvolveram modelos de dispersão de espécies para avaliar 
o impacto desses corredores na conectividade entre áreas naturais. Verificou-se que 
os corredores ecológicos estudados contribuíram para melhorar a conectividade física, 
a conectividade funcional e a conectividade genética. Além disso, o estudo concluiu 
que os maiores efeitos na conectividade foram observados nos corredores de maior 
extensão (Banks-Leite et al., 2015). 
Um outro estudo realizado por Pereira et al. (2018) avaliou o efeito de corredores 
ecológicos na diversidade de espécies no Brasil. O estudo foi realizado em três áreas 
protegidas na Mata Atlântica brasileira, sendo criada uma área de corredor ecológico 
entre elas. Para medir o impacto dos corredores ecológicos, os autores usaram os 
dados de avifauna e mamíferos terrestres para calcular a riqueza de espécies, a 
abundância relativa e a composição de espécies. Os resultados do estudo indicaram 
que a criação de corredores ecológicos entre as três áreas protegidas contribuiu para 
aumentar significativamente a diversidade de espécies e a abundância relativa de aves 
e mamíferos. Além disso, os autores observaram que a composição de espécies foi 
significativamente diferente entre as áreas com e sem corredores ecológicos. Como 
conclusão, os autores destacaram que os corredores ecológicos são eficazes para 
promover a conservação de espécies na Mata Atlântica brasileira. 
Pires et al. (2019) analisaram os efeitos dos corredores ecológicos na diversidade 
de fauna em áreas de Mata Atlântica. No experimento, foram criados dois corredores a 
partir de fragmentos de floresta em Santa Catarina, sendo um corredor de alta e outro 
de baixa complexidade. Após vinte meses, a diversidade de espécies foi comparada 
entre os corredores e o fragmento original. Os resultados mostraram que o corredor 
de alta complexidade apresentou maior diversidade de espécies que o corredor de 
baixa complexidade e o fragmento original. 
Os corredores ecológicos são uma ótima solução para a conservação da 
biodiversidade, pois permitem que a fauna se mova livremente entre habitats, reduzindo 
assim a fragmentação dos ecossistemas. Eles também podem promover o uso 
sustentável dos recursos naturais, melhorar as condições ambientais e reduzir as 
emissões de gases de efeito estufa. Porém, esses corredores ecológicos devem ser 
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bem planejados e executados, pois eles podem ter impactos negativos se não forem 
bem administrados.
10.7 Ferramentas para os estudos de ecologia de paisagem
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
A análise de ecologia de paisagem geralmente utiliza ferramentas de análise de 
imagem para mapear e analisar a vegetação, a topografia e outros elementos 
da paisagem. Os dados de imagem também são utilizados para avaliar como 
os elementos da paisagem estão mudando ao longo do tempo. Além disso, os 
modelos de ecologia de paisagem podem ser úteis para prever como os sistemas 
ecológicos reagirão a mudanças nos padrões de uso da terra, no clima e em outras 
variáveis.
O sensoriamento remoto tem sido uma ferramenta útil para a compreensão 
e monitoramento de padrões ecológicos de paisagens. Esta técnica permite o 
monitoramento de grandes áreas, o que torna possível a avaliação do estado de saúde 
das paisagens, a identificação e a caracterização de padrões de uso da terra e a 
compreensão do papel dos fatores ambientais nos padrões das paisagens. 
A análise de imagens de sensoriamento remoto pode ser usada para estudar a 
distribuição espacial de habitats, identificar bordas de habitat, avaliar a qualidade de 
habitats, detectar a presença de espécies invasoras, mapear padrões de uso da terra e 
avaliar a qualidade da água. Estas informações são importantes para a compreensão 
da dinâmica de paisagem e para a proteção de habitats sensíveis. O sensoriamento 
remoto também pode ser usado para estudar a dinâmica temporal da paisagem. Os 
dados obtidos por meio de imagens de sensoriamento remoto permitem a avaliação 
de padrões de mudança, tais como o crescimento urbano, a expansão das florestas 
ou a degradação dos habitats. Estas informações são importantes para entender os 
processos que estão afetando a paisagem e para tomar decisões informadas para a 
conservação das áreas naturais.
Este estudo, publicado por Liu et al. (2016), usou sensoriamento remoto e análise 
de imagens para investigar a ecologia de paisagem em parques nacionais de 
diferentes regiões da China. Os autores usaram imagens de satélite do Landsat para 
mapear a cobertura da terra e medir a fragmentação da paisagem. Encontraram que 
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a fragmentação da paisagem foi maior na região leste do país, enquanto a região 
oeste teve menos fragmentação. Os resultados deste estudo forneceram um melhor 
entendimento dos padrões de fragmentação da paisagem na China e forneceram 
informações importantes para a gestão da terra.
Além do sensoriamento remoto, o GPS (Global Positioning System), um sistema 
de navegação global que fornece posicionamento geográfico preciso, é utilizado 
frequentemente em estudos de ecologia de paisagem para rastrear a localização de 
animais selvagens, monitorar as mudanças nas áreas de estudo e acompanhar os 
padrões de movimento dos animais. O GPS permite aos pesquisadores identificar os 
locais onde os animais passam mais tempo e onde eles estão mais propensos a se 
alimentar, se reproduzir ou descansar. 
Além disso, o GPS também pode ser usado para mapear as principais rotas 
migratórias e os habitats ocupados por determinadas espécies. Os dados de GPS 
também podem ser usados para avaliar a qualidade das áreas de estudo, monitorar 
as mudanças no habitat e identificar eventuais ameaças à saúde dos animais. Estes 
dados também podem ser usados para ajudar a desenvolver planos de conservação 
eficazes e para criar políticas para proteger habitats essenciais.
Um estudo realizado por Fonseca et al. (2016) examinou o uso da tecnologia GPS 
(Global Positioning System) para medir padrões de paisagem na ecologia vegetal. 
Os dados foram coletados em um parque protegido de floresta tropical em Madre 
de Dios, Peru. A análise foi baseada em 330 amostras, que foram usadas para medir 
características como a área da paisagem, a composição de elementos e a configuração 
de fragmentos de floresta. Os resultados mostraram que a tecnologia GPS é útil para 
medir a estrutura e a dinâmica da paisagem, pois fornece informações precisas sobre 
a distribuição espacial dos elementos da paisagem.
Por fim, o Sistema de Informação Geográfica em ecologia de paisagem (GIS, do 
inglês Geographic Information System) é uma plataforma de análise de dados geográficos 
que permite que os pesquisadores, gestores e outros profissionais que trabalham com 
ecologia de paisagem explorem, compreendam e visualizem informações espaciais 
relacionadas ao meio ambiente. O GIS pode ser utilizado para analisar desde as 
características físicas da paisagem, como topografia e solo, até as características 
biológicas, como associações entre espécies, ecossistemas e seus componentes. 
Além disso, é capaz de simular como as mudanças na paisagem, como a urbanização 
ou a introdução de espécies exóticas, afetam os ecossistemas e as comunidades 
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biológicas, permitindo que os pesquisadores e gestores tomem decisões informadas 
com base em dados espaciais.
Um estudo realizado por Borregaard et al. (2018) na Noruega, analisou como o uso 
de GIS pode ser útil para a ecologia de paisagem. O estudo descobriu que o uso de GIS 
auxiliou na estimativa dos padrões de uso do solo e dos habitats da fauna selvagem 
e na avaliação da vulnerabilidade do habitat ao longo do tempo. O estudo concluiu 
que o uso de GIS pode ajudar a melhorar a compreensão da ecologia de paisagem e 
a prevenção e gerenciamento de ameaças ao habitat.
A ecologia de paisagem é uma área de estudo interdisciplinar que abrange várias 
áreas da biologia e da ecologia, bem como outras ciências. Esta abordagem holística 
permite que os pesquisadores entendam como os elementos da paisagem se relacionam 
e afetam uns aos outros, assim como a forma como os seres humanos interagem 
com o meio ambiente. A ecologia de paisagem também contribui para a compreensão 
das mudanças nos padrões ecológicos em diferentes escalas de tempo e espaço, 
permitindo que os cientistas e os gestores ambientais tomem decisões informadas 
sobre como melhor conservar a biodiversidade.
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CAPÍTULO 11
FERRAMENTAS E MODELOS 
EM ECOSSISTEMAS
11.1 Modelos de ecossistemas
ANOTE ISSO
Antes de seguir no aprofundamento dos temas deste capítulo, é importante 
relembrar quais os modelos de ecossistemas que podem ser encontrados. São 
eles:
• Ecossistema aquático: são ecossistemas formados por água salgada ou 
doce, contendo organismos como plantas aquáticas, peixes, crustáceos, aves 
aquáticas e mamíferos marinhos. 
• Ecossistema terrestre: são ecossistemas formados por áreas terrestres, 
como florestas, savanas, desertos e montanhas, contendo plantas, animais e 
microrganismos.
• Ecossistema urbano: são ecossistemas formados por áreas urbanas, contendo 
prédios, estradas, parques e outras características do ambiente urbano, como 
plantas, animais, microrganismos e atividades humanas. 
• Ecossistema aquático profundo: são ecossistemas formados por águas 
profundas, contendo organismos como peixes, medusas, moluscos, corais, 
algas marinhas, esponjas e outros. 
• Ecossistema marinho: são ecossistemas formados por áreas costeiras, águas 
salgadas, plantas, animais e microrganismos.
Um estudo recente conduzido por Ng et al. (2020) examinou os efeitos das atividades 
humanas e do clima no desenvolvimento de modelos de ecossistemas terrestres ao 
longo das costas chinesas. O estudo foi baseado em dados de temperatura, precipitação 
e partículas de dióxido de enxofre obtidos a partir de estações meteorológicas chinesas 
e de satélites meteorológicos dos Estados Unidos da América. Os dados foram usados 
para calcular a pressão antrópica sobre o ecossistema e o efeito de mudanças climáticas. 
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O estudo concluiu que a pressão antrópica e as mudanças climáticas têm um efeito 
significativo nos modelos de ecossistemas terrestres ao longo das costas chinesas.
Os modelos de ecossistemas são fundamentais para a compreensão dos sistemas 
biológicos e dos processos que os regem. Eles ajudam a entender como os organismos 
interagem entre si e com os fatores ambientais, como as mudanças climáticas e as 
políticas de conservação. Isso nos permite tomar medidas que visam a preservação da 
biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, como o controle de pragas, a proteção 
dos solos e a produção de alimentos. Além disso, os modelos de ecossistemas podem 
ajudar a prever como o meio ambiente responderá às mudanças climáticas e como 
isso afetará as espécies e as comunidades.
11.2 Ferramentas de monitoramento e restauração de ecossistemas
As ferramentas de monitoramento e restauração de ecossistemas são fundamentais 
para o gerenciamento sustentável dos recursos naturais. 
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
• Sensoriamento remoto: uso de imagens de satélite, drones e imagens aéreas 
para monitorar a qualidade de um ecossistema.
• Redes de monitoramento de ecossistemas: sistemas e protocolos para 
monitorar periodicamente áreas específicas de um ecossistema. 
• Estudos de inventário: mapeamento de espécies e habitats para entender 
como eles se relacionam.
• Técnicas de amostragem: uso de amostras para obter informações sobre a 
qualidade de um ecossistema.
• Ferramentas de restauração: reintrodução de espécies de animais extintos ou 
perdidos para manter o equilíbrio ecológico.
• Restauração de habitats: uso de práticas de manejo para restaurar habitats 
danificados.
• Controle de espécies invasoras: uso de métodos para controlar ou remover 
espécies invasoras.
• Conservação de espécies: uso de medidas para proteger espécies ameaçadas 
ou em extinção.
Todas estas ferramentas permitem que os pesquisadores, as organizações e agências 
governamentais monitorem e controlem o estado dos ecossistemas, monitorando e 
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avaliando a saúde e a biodiversidade dos ecossistemas, além de monitorar e prever as 
mudanças climáticas.Essas ferramentas também fornecem informações sobre como as 
atividades humanas e as mudanças climáticas estão afetando os ecossistemas. Ainda, 
essas ferramentas também ajudam as autoridades a desenvolver e implementar políticas 
de conservação e restauração para garantir que os ecossistemas sejam mantidos em 
um estado saudável e equilibrado. Além disso, elas ajudam a implementar medidas 
de conservação e restauração, como a reabilitação de ecossistemas degradados, a 
reabilitação de áreas degradadas e a reabilitação de habitats naturais. Elas também 
oferecem aos governos e outros interessados informações sobre como as atividades 
humanas afetam a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas.
11.3 Estimativa de serviços ecossistêmicos
A estimativa dos serviços ecossistêmicos é um processo complexo que envolve 
avaliações de diversos fatores, incluindo os impactos do uso do solo, mudanças 
climáticas, saúde dos ecossistemas, e diversidade de espécies. Estas estimativas 
envolvem a avaliação dos serviços que os ecossistemas fornecem para a humanidade, 
tais como a produção de alimentos, água, recursos florestais, regulação do clima, 
regulação dos ciclos biogeoquímicos, proteção das águas costeiras, conservação dos 
habitats, e regulação de doenças. 
A estimativa de serviços ecossistêmicos depende de avaliações específicas desses 
serviços e de seu impacto na saúde humana, bem-estar econômico e social, e na 
conservação da biodiversidade. Um estudo recente avaliou os benefícios econômicos 
da proteção de áreas marinhas no Brasil (Costa et al., 2020). O estudo concluiu que 
os serviços ecossistêmicos das áreas marinhas protegidas, como a pesca, o turismo 
e a produção de alimentos, geram um benefício econômico mensal de cerca de US$ 
85 milhões.
Os serviços ecossistêmicos são medidos através de vários métodos, incluindo 
a avaliação de custos, estudos de inventário de serviços, avaliação de impactos 
ambientais, entre outros. A estimativa de serviços ecossistêmicos é uma importante 
ferramenta para a gestão sustentável dos recursos naturais e o uso racional dos 
ecossistemas. Ela ajuda os governos, empresas e outras organizações a tomar decisões 
informadas sobre a conservação, uso e recuperação dos ecossistemas. Além disso, é 
uma ferramenta útil para desenvolver políticas públicas eficazes para a conservação 
da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.
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11.4 Conservação de habitats e biodiversidade
A conservação de habitats e biodiversidade é uma abordagem importante para a 
preservação de espécies, ecossistemas e serviços ambientais. Um exemplo de estudo 
recente sobre conservação de habitats e biodiversidade é o trabalho de Kark et al. 
(2019), intitulado de “O Impacto da Conservação dos Habitats na Diversidade Biológica: 
Evidências de uma Meta-análise”. Este estudo analisou dados de 55 estudos sobre 
conservação de habitats e biodiversidade, identificando correlações entre a conservação 
dos habitats e a diversidade biológica. Os resultados indicaram que a conservação 
dos habitats teve um impacto significativo na diversidade biológica global.
É uma abordagem proativa que visa a identificação e a proteção de habitats essenciais 
para a preservação da biodiversidade. A conservação de habitats inclui ações como a 
gestão do uso do solo, o controle de poluição, a restauração de habitats degradados e 
a proteção de áreas de grande interesse para a conservação. Essas medidas ajudam 
a manter a conexão entre os habitats e a riqueza da biodiversidade, permitindo que 
a vida se desenvolva livremente, como é a intenção. Além disso, a conservação de 
habitats é importante para a proteção governamental e as ações de conservação, pois 
pode ajudar a fornecer dados sobre a presença de espécies ameaçadas de extinção, 
assim como sobre as condições ambientais gerais de um ecossistema.
11.5 Avaliação de riscos de impacto ambiental
A avaliação ambiental de riscos é um processo importante que visa identificar e avaliar 
os possíveis impactos ambientais negativos que podem resultar da implementação 
de um determinado projeto ou atividade. O objetivo da avaliação de riscos de impacto 
ambiental é estabelecer e gerenciar medidas preventivas para evitar ou minimizar os 
impactos ambientais desfavoráveis. 
A avaliação de riscos de impacto ambiental envolve a identificação de possíveis 
impactos ambientais, a análise dos riscos associados a esses impactos e a avaliação 
da possibilidade de que eles sejam realizados. Esta análise deve levar em consideração 
a natureza, a magnitude e a probabilidade de ocorrência dos impactos ambientais. 
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um processo de avaliação que visa avaliar 
e prever os efeitos potenciais que uma determinada ação, projeto ou plano possa ter 
sobre o meio ambiente e as comunidades que vivem nele. O processo de AIA visa 
analisar a forma como os efeitos do projeto afetarão os ecossistemas, as comunidades 
e a saúde pública. A AIA é um instrumento importante para garantir que os projetos 
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sejam desenvolvidos de forma sustentável. Esta é uma ferramenta que permite aos 
governos, empresas, órgãos de meio ambiente e agências reguladoras avaliarem os 
impactos dos projetos antes de serem implementados. A AIA também pode ajudar a 
identificar medidas alternativas que podem reduzir ou eliminar os efeitos negativos.
Veja o passo a passo para a realização da AIA:
1. Identificação e descrição do empreendimento: O primeiro passo na avaliação 
de impacto ambiental é definir o empreendimento a ser avaliado e descrevê-
lo detalhadamente. Isso inclui a localização, o tamanho, os recursos naturais 
envolvidos, as características ambientais e os efeitos esperados.
2. Estabelecimento de Metas Ambientais: O segundo passo é definir as metas 
ambientais desejadas para o projeto. Estas metas devem ser estabelecidas para 
cada área de impacto ambiental possível.
3. Estabelecimento de diretrizes de controle: O terceiro passo é estabelecer 
diretrizes de controle a serem implementadas durante a execução do projeto. 
Essas diretrizes devem ser baseadas nas metas ambientais estabelecidas e 
devem incluir mecanismos para monitorar o cumprimento dessas metas.
4. Revisão de Impactos Ambientais: O quarto passo é realizar uma revisão detalhada 
dos impactos ambientais esperados para o projeto. Esta etapa envolve identificar 
e analisar os impactos ambientais potenciais e avaliar sua magnitude.
5. Desenvolvimento de Programas de Mitigação: O quinto passo é desenvolver 
programas de mitigação para reduzir os impactos ambientais previstos. Estes 
programas devem ser baseados nas diretrizes de controle estabelecidas e devem 
incluir mecanismos para monitorar o seu cumprimento.
6. Análise de Alternativas: O sexto passo é analisar alternativas para o projeto. 
Esta etapa envolve avaliar diferentes cenários de projeto para determinar o que 
é o mais adequado para alcançar as metas ambientais desejadas.
7. Preparação do Relatório: O sétimo e último passo é preparar um relatório final 
que descreva todas as etapas da avaliação de impacto ambiental. O relatório 
deve incluir as metas ambientais estabelecidas, as diretrizes de controle, os 
impactos ambientais previstos e as medidas de mitigação propostas.
Os resultados da avaliação devem ser usados para desenvolver estratégias eficazes 
para minimizar ou evitar os impactos ambientais negativos. Para realizar uma avaliação 
de riscos de impacto ambiental, é importante considerar os impactos ambientais 
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possíveis desde o projeto inicial, bem como os possíveis impactos ambientais durante 
a implementação do projeto. Uma vez que o projeto se implementa, a avaliação deve 
ser feita novamente para verificarse os impactos ambientais foram minimizados ou 
evitados.
11.6 Modelos de desenvolvimento de ecossistemas sustentáveis
Os modelos de desenvolvimento de ecossistemas sustentáveis são fundamentais 
para a preservação dos recursos naturais e para o equilíbrio ecológico. Eles ajudam a 
estabelecer práticas de uso dos recursos naturais que são sustentáveis e que ajudam 
a garantir que as populações humanas e animais possam viver em harmonia com o 
meio ambiente. 
Estes modelos também podem ajudar a prevenir ou minimizar o impacto de ações 
humanas, como a destruição de habitats, desmatamento e poluição. Estas medidas 
podem ajudar a proteger a biodiversidade e os ecossistemas naturais, enquanto 
permitem que as populações humanas continuem a usar os recursos naturais. Além 
disso, os modelos de desenvolvimento de ecossistemas sustentáveis também podem 
ajudar a estabelecer as melhores práticas para a produção de alimentos e outros bens 
de consumo. Estas práticas podem ajudar a proteger os recursos naturais e a preservar 
a qualidade da água, do ar e do solo. Portanto, os modelos de desenvolvimento de 
ecossistemas sustentáveis são fundamentais para a preservação dos recursos naturais, 
bem como para o desenvolvimento sustentável das populações humanas. Estes 
modelos são essenciais para o equilíbrio ecológico e para o bem-estar das gerações 
atuais e futuras. Veja os principais modelos de desenvolvimento de ecossistemas 
sustentáveis:
• Modelo de desenvolvimento baseado na conservação: este modelo incentiva a 
conservação e a recuperação dos ecossistemas existentes, aproveitando seus 
serviços ecossistêmicos e melhorando sua capacidade de produzir recursos. 
• Modelo de desenvolvimento baseado na restauração: este modelo enfatiza a 
restauração de ecossistemas destruídos ou danificados, usando técnicas de 
restauração para restaurar o equilíbrio ecológico, assim como a produção de 
recursos. 
• Modelo de desenvolvimento baseado na inovação: este modelo incentiva a 
inovação tecnológica para desenvolver tecnologias que possam gerar benefícios 
e serviços ecossistêmicos, bem como melhorar a produção de recursos. 
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• Modelo de desenvolvimento baseado na cooperação: este modelo incentiva 
a cooperação entre as partes interessadas, incluindo governos, setor privado, 
comunidades e outros, para desenvolver soluções sustentáveis para o uso dos 
recursos naturais.
São exemplos de desenvolvimento sustentável:
1. Agricultura ecológica: práticas de agricultura que reduzem a quantidade de 
pesticidas e fertilizantes sintéticos usados nos cultivos, ao mesmo tempo que 
promovem a saúde do solo e do ecossistema, ajudam a preservar a biodiversidade, 
melhoram a qualidade dos alimentos e produzem alimentos saudáveis sem o 
uso de substâncias químicas. 
2. Desenvolvimento de energia renovável: fontes de energia renovável, como a 
energia solar, a eólica e a geotérmica, ajudam a reduzir as emissões de gases 
de efeito estufa e ajudam a preservar os recursos naturais. 
3. Reflorestamento: aumentar a cobertura florestal e a diversidade de espécies de 
árvores ajuda a melhorar a qualidade do ar, fornece habitats para a vida selvagem, 
ajuda a prevenir a erosão do solo e a manter a temperatura local estável. 
4. Reciclagem: a reutilização de materiais, como plástico, metal, papel e vidro, ajuda 
a reduzir a quantidade de resíduos que vão para os aterros sanitários, ajuda a 
reduzir o uso de recursos naturais e pode ajudar a criar empregos. 
5. Eficiência energética: usar tecnologias modernas, como lâmpadas LED e 
dispositivos de economia de energia, ajuda a reduzir o uso de energia, o que 
pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a preservar os 
recursos naturais.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
De um modo geral, o desenvolvimento sustentável é um processo de crescimento 
econômico e social que leva em consideração as necessidades atuais e futuras, 
considerando os recursos naturais limitados e a pressão crescente sobre os 
ecossistemas. É uma abordagem para o desenvolvimento econômico que visa 
o crescimento, o bem-estar social e a preservação dos recursos naturais. É uma 
abordagem holística que busca equilibrar os interesses das pessoas, do planeta e 
das empresas.
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11.7 Análise de custo-benefício em ecossistemas
Uma análise de custos-benefícios é uma outra ferramenta importante para ajudar a 
decidir o que é melhor para o ecossistema. É usado para avaliar os custos e benefícios 
de um projeto, como a construção de uma barragem hidrelétrica, de forma a determinar 
se o projeto vale a pena. 
Um estudo realizado por B. Gu et al. (2016), analisou os custos e benefícios de 
conservar ecossistemas de mangue na província de Guangdong, na China. O estudo 
avaliou os benefícios dos serviços ecossistêmicos, como regulação de água e clima, 
proteção da água, lazer, turismo e biodiversidade, e os custos associados à conservação, 
como a despesa de infraestrutura, custos de operação e manutenção, além dos 
custos de deslocamento. Os resultados mostraram que os benefícios econômicos 
da conservação de ecossistemas de mangue na província de Guangdong superavam 
os custos em cerca de cinco vezes.
Pode-se considerar tanto os custos diretos, como materiais, mão de obra e 
equipamento, como os custos indiretos, como a perda de habitat ou a redução da 
qualidade da água. Os benefícios incluem a produção de energia elétrica, a redução 
de custos de transporte, a redução de custos de operação, a melhoria da qualidade da 
água e a melhoria da qualidade do ar. Uma análise de custo-benefício também pode 
levar em conta os efeitos de longo prazo como os riscos de erosão do solo, a perda 
de habitat e a poluição. Ao analisar os custos e benefícios de um projeto, é possível 
tomar decisões informadas sobre o que é melhor para o ecossistema.
11.8 Modelos de aquecimento global e mudanças climáticas
Modelos de aquecimento global e mudanças climáticas em ecossistemas são 
estudados usando o modelo de sistemas de interação entre os fatores físicos, químicos 
e biológicos que influenciam a temperatura e a precipitação de um ecossistema. Estes 
modelos podem ser usados para prever as mudanças nos ecossistemas, como a 
redução da biodiversidade, a alteração nos ciclos biogeoquímicos e a mudança nas 
condições de solo e água.
O modelo de Aquecimento Global da Terra (GTM) é baseado na teoria da radiação. 
Ele descreve como a Terra absorve e emite radiação solar e como essa radiação é 
convertida em calor, resultando em mudanças na temperatura da superfície terrestre. 
O modelo também prevê o aumento da concentração de gases de efeito estufa na 
atmosfera, que afeta diretamente a temperatura do planeta. 
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O modelo de Aquecimento Global em Ecossistemas (EGM) é baseado na teoria do 
equilíbrio térmico. Ele descreve como a temperatura atmosférica e a temperatura do solo 
se relacionam com a incidência da radiação solar, a evapotranspiração, as precipitações 
e outros fatores. O modelo também prevê como esses fatores se relacionam com 
as mudanças na temperatura do ar e do solo, assim como na quantidade de água 
disponível nos ecossistemas. O modelo de Aquecimento Global em Ecossistemas 
também prevê como as mudanças climáticas afetam os processos biológicos, como 
a germinação de sementes, o crescimento de plantas, a reprodução de animais e as 
interações entre eles. Isso permite prever as mudanças na composição da comunidade, 
a quantidade e distribuição de nutrientes e a absorção de carbono dos ecossistemas. 
Além disso, o modelo de Aquecimento Global em Ecossistemas pode ser usado para 
avaliar a vulnerabilidade de espécies ao aquecimento global, ajudando a planejar a 
conservação de espéciesameaçadas.
11.9 Modelos de fluxo de nutrientes em ecossistemas
A modelagem de fluxo de nutrientes em ecossistemas é um processo de análise que 
permite entender como os nutrientes fluem através de um ecossistema. Por exemplo, 
um estudo desenvolvido por Carmen e Lopes (2017) mostrou um modelo de fluxo de 
nutrientes para o Reservatório de Sobradinho, na Bahia, Brasil. O modelo foi validado 
usando dados de amostragem mensal de nutrientes e respostas de crescimento de 
algas durante um período de dez anos. Os resultados mostraram que o modelo era 
capaz de prever com precisão os fluxos de nutrientes e as respostas de crescimento 
de algas. O estudo concluiu que o modelo desenvolvido era um importante instrumento 
para o manejo de ecossistemas aquáticos.
Este tipo de análise é importante para a compreensão dos processos biogeoquímicos 
que ocorrem dentro de um ecossistema. Esta modelagem envolve o uso de ferramentas 
matemáticas e computacionais para rastrear os fluxos de nutrientes entre organismos 
e compartimentos biogeoquímicos. Esta modelagem também permite que os cientistas 
verifiquem como as mudanças ambientais afetam os fluxos de nutrientes, assim como 
de que forma os nutrientes afetam a saúde dos organismos.
11.10 Modelos de interações entre o homem e os ecossistemas
Os modelos de interação entre seres humanos e ecossistemas são essenciais para 
entender como os seres humanos se relacionam com os ecossistemas e como isso 
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influencia o meio ambiente. Estes modelos fornecem uma visão geral dos impactos 
humanos nos ecossistemas e ajudam a identificar maneiras de melhorar a gestão 
dos recursos naturais.
Os modelos de interação também podem ajudar a reduzir os danos ambientais 
causados pelos humanos, pois podem ajudar os governos a desenvolver políticas 
eficazes que limitam o uso inadequado dos recursos naturais. Por exemplo, eles podem 
fornecer informações importantes sobre quais recursos são mais suscetíveis a impactos 
humanos, ajudando as autoridades a desenvolver estratégias de conservação. Além 
disso, estes modelos podem ajudar a melhorar a educação ambiental. Estes modelos 
podem ajudar a ensinar as pessoas sobre a importância da conservação dos recursos 
naturais e o que elas podem fazer para preservar o meio ambiente.
• Conservação: as pessoas podem adotar medidas para conservar e proteger os 
ecossistemas. Isso inclui a preservação de habitats, a redução de poluição e o 
aumento da conscientização ambiental. 
• Reutilização: as pessoas podem reutilizar e reparar os produtos e equipamentos 
usados, como roupas, móveis e aparelhos eletrônicos, para reduzir os impactos 
negativos nos ecossistemas. 
• Reciclagem: as pessoas podem reciclar materiais como vidro, metal, papel 
e plástico, para reduzir a quantidade de lixo e diminuir a pressão sobre os 
ecossistemas. 
• Agricultura sustentável: a agricultura sustentável usa métodos para manter a 
produtividade dos solos enquanto preserva a qualidade ambiental. Isso inclui o 
uso de fertilizantes naturais, irrigação eficiente, rotação de culturas e preservação 
de habitats. 
• Turismo: o turismo responsável enfatiza a preservação dos recursos naturais e 
ajuda as comunidades locais a gerenciar seus recursos de forma sustentável. 
Os turistas também podem participar de projetos de conservação e pesquisa 
científica para ajudar a proteger os ecossistemas.
Em suma, os modelos de interação entre seres humanos e ecossistemas são 
fundamentais para entender a relação entre os seres humanos e os ecossistemas e 
sua influência sobre o meio ambiente. Eles fornecem informações importantes para 
tomar decisões de gestão eficientes, além de auxiliar na conscientização ambiental.
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11.11 O papel da Educação ambiental para conservação dos ecossistemas
A educação ambiental (EA) é um campo de estudo relativamente recente, que tem 
ganhado importância com o aumento da consciência global sobre o meio ambiente. A 
EA tem raízes em diversas tradições educacionais, que remontam ao século XIX. Nos 
séculos XIX e XX, os programas de educação ambiental evoluíram de uma abordagem 
de conservação para uma abordagem de sustentabilidade. No século XIX, muitas 
nações começaram a reconhecer a importância da preservação dos recursos naturais 
para o bem-estar social e econômico. 
A EA teve início com a luta por leis de conservação, que visavam proteger os 
recursos naturais de exploração abusiva. Estas leis exigiam que os cidadãos e governos 
reconhecessem a necessidade de preservar os recursos naturais para garantir a sua 
existência a longo prazo. No século XX, a educação ambiental evoluiu e começou 
a incluir não apenas a conservação, mas também um enfoque de desenvolvimento 
sustentável. As pessoas começaram a entender que a exploração dos recursos naturais 
deve ser feita de forma responsável, de modo a garantir o uso sustentável dos recursos 
naturais e o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
A EA tem um papel fundamental na conservação dos ecossistemas, visto que o 
seu objetivo é desenvolver competências e conhecimentos nas pessoas para que elas 
possam contribuir para a preservação de recursos naturais e, consequentemente, para 
a manutenção da biodiversidade. Por meio da EA, as pessoas passam a compreender 
melhor a importância dos ecossistemas e das espécies que os compõem, e a conhecer 
os problemas relacionados à exploração dos recursos naturais. Ainda, também ajuda 
as pessoas a desenvolverem um senso de responsabilidade para com o meio ambiente 
e, ao mesmo tempo, estimula o desenvolvimento de medidas para a conservação dos 
ecossistemas. 
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CAPÍTULO 12
DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO E IMPACTO 
NOS ECOSSISTEMAS
12.1 Aspectos gerais e histórico
O desenvolvimento socioeconômico, definido como o processo de crescimento 
econômico, melhoria dos padrões de vida e redução da pobreza, tem um grande 
impacto no meio ambiente e em seus ecossistemas. 
Quando o desenvolvimento socioeconômico é promovido de forma desequilibrada, 
há a tendência de se desrespeitar os limites ambientais. Isso significa que as 
pressões humanas sobre os ecossistemas são mais elevadas do que sua capacidade 
de resistência, causando diversos danos, como erosão do solo, poluição da água, 
destruição de habitats, diminuição de populações de espécies e mudanças climáticas. 
Além disso, o desenvolvimento econômico também pode afetar diretamente os 
ecossistemas, como a construção de barragens, a desflorestação, a urbanização e a 
agricultura intensiva. Estas atividades humanas podem desestabilizar os ecossistemas, 
alterando seus ciclos de nutrientes, mudando o ambiente e reduzindo a biodiversidade. 
Para reduzir os danos causados aos ecossistemas, é necessário promover o 
desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável. Esta abordagem enfatiza 
o uso de recursos naturais de forma racional, a preservação dos ecossistemas e a 
adoção de tecnologias limpas. Ainda, é importante que as políticas públicas incentivem 
a conservação ecológica e a educação ambiental, assim como a adoção de práticas 
econômicas que minimizem os danos ao meio ambiente.
Alguns eventos e acordos entre os países ao redor do mundo vêm sendo estabelecidos 
com o objetivo de criar estratégias e limites que promovam a proteção dos recursos 
naturais.
A Declaração de Nova York dos Direitos das Gerações Futuras foi aprovada por mais 
de 100 países em 1992. O documento foi o primeiro a reconhecer o direito das gerações 
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futuras de viver em um meio ambiente saudável e estabeleceu a responsabilidade 
de todos os seres humanos de proteger omeio ambiente para as gerações futuras.
A Rio 92 foi uma Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, realizada entre 3 e 14 de junho de 1992. O evento reuniu representantes 
de mais de 178 países, que debateram temas relacionados ao meio ambiente e ao 
desenvolvimento sustentável. A conferência foi a primeira de uma série de conferências 
convocadas pela Organização das Nações Unidas para discutir questões ambientais. 
Durante a conferência, os países participantes assinaram a declaração do Rio, que 
definiu princípios importantes para a proteção do meio ambiente e desenvolvimento 
sustentável. A Declaração do Rio de Janeiro também foi um passo importante na 
criação da Agenda 21, um plano de ação global para lidar com as principais questões 
ambientais. A Agenda 21 foi assinada por mais de 178 países e serviu como base 
para a criação de políticas públicas e diretrizes internacionais sobre meio ambiente 
e desenvolvimento.
Logo adiante, o Protocolo de Kyoto foi um importante acordo internacional sobre 
mudanças climáticas, assinado em 1997. O acordo colocou limites às emissões de 
gases de efeito estufa e estabeleceu metas para redução de gases de efeito estufa 
como parte de um esforço para combater as mudanças climáticas. O objetivo do 
Protocolo de Kyoto era reduzir as emissões de gases de efeito estufa dos países 
industrializados em 5,2 % em média, em comparação com os níveis de 1990.
O Acordo de Paris também foi um marco importante para a proteção ambiental. 
Este foi assinado por mais de 190 países em 2015. O acordo estabeleceu metas para 
reduzir as emissões de gases de efeito estufa e incentivar ações para o desenvolvimento 
de energias renováveis e mais limpas, além de mecanismos para monitorar e verificar 
os progressos dos países para cumprir as metas estabelecidas.
12.2 Sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico
A sustentabilidade é o termo usado para descrever a capacidade de um sistema 
de se manter sem comprometer a capacidade de futuras gerações de atingirem seus 
próprios objetivos. É uma abordagem holística que lida com a preservação e melhoria 
da qualidade de vida para todos os seres humanos, bem como o uso eficiente dos 
recursos naturais. Em suma, a sustentabilidade é um princípio que busca equilibrar os 
interesses econômicos, ambientais e sociais em relação ao uso dos recursos naturais. 
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Ela se baseia em um compromisso de equilíbrio entre as três principais necessidades 
econômicas, sociais e ambientais, para que todos possam acessar uma vida decente.
A sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico são temas interligados 
que devem trabalhar em conjunto para garantir o equilíbrio entre o meio ambiente, a 
economia e a sociedade. O desenvolvimento socioeconômico se concentra na melhoria 
das condições de vida da população, enquanto a sustentabilidade visa preservar o 
meio ambiente para garantir o desenvolvimento econômico a longo prazo. 
Um modelo de desenvolvimento socioeconômico sustentável é necessário para 
estabelecer uma relação equilibrada entre os setores da economia, permitindo que 
a população tenha acesso aos recursos necessários para atingir um nível de vida 
adequado e, ao mesmo tempo, garantir que as necessidades ambientais sejam 
atendidas. Além disso, deve abordar questões como a melhoria das condições de 
trabalho, a distribuição de renda, a promoção do acesso à educação e saúde de 
qualidade, o aumento da produção de alimentos, a preservação dos recursos naturais 
e a adoção de práticas de conservação ambiental. O desenvolvimento sustentável 
é fundamental para garantir o bem-estar da população e o equilíbrio entre o meio 
ambiente e a economia. A adoção de medidas que promovam a sustentabilidade 
econômica e social é essencial para que as gerações atuais e futuras tenham acesso 
a recursos naturais e qualidade de vida.
12.2.1 Economia verde
A economia verde é um novo modelo de desenvolvimento econômico que visa 
maximizar a eficiência dos recursos naturais, reduzindo simultaneamente as emissões 
de gases de efeito estufa e a intensidade dos impactos ambientais. Ela se concentra 
em criar soluções inovadoras para promover o uso sustentável dos recursos naturais 
e serviços ambientais, além de aumentar a capacidade de adaptação aos efeitos das 
alterações climáticas.
Além disso, este conceito busca incentivar a utilização de fontes de energia renovável, 
a redução da poluição, a reciclagem, a conservação de água e a preservação da 
biodiversidade. Estes são fatores importantes para o desenvolvimento sustentável, pois 
ajudam a reduzir o impacto que as atividades humanas têm sobre os ecossistemas. 
Em suma, procura incentivar a criação de “empregos verdes”, ou seja, empregos que 
contribuam para o desenvolvimento sustentável e que ajudam a melhorar a qualidade 
de vida das populações. Estes empregos podem ser criados na área da agricultura, 
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da silvicultura, da energia renovável, da gestão de recursos hídricos e da conservação 
da biodiversidade.
12.3 O papel das políticas públicas no desenvolvimento socioeconômico
O papel das políticas públicas no desenvolvimento socioeconômico é fundamental 
para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Elas são responsáveis por estabelecer 
diretrizes de ação e incentivos para a melhoria das condições socioeconômicas. 
São exemplos de políticas públicas que contribuem para um movimento sustentável: 
1. Política de proteção do meio ambiente: ações que visam a preservação dos 
recursos naturais, que são fundamentais para o desenvolvimento da sociedade. 
2. Política de promoção do uso de energias renováveis: ações que visam o uso 
de fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica e a hidrelétrica, para 
reduzir a dependência do uso de combustíveis fósseis. 
3. Política de incentivo à produção de alimentos orgânicos: ações que visam a 
promoção da produção de alimentos saudáveis, livres de aditivos químicos e 
agrotóxicos, para garantir a saúde pública. 
4. Política de promoção da educação e da cultura: ações que buscam ampliar o 
acesso de todos à educação de qualidade, bem como incentivar a cultura de 
preservação dos patrimônios históricos e culturais. 
5. Política de apoio ao empreendedorismo: ações que visam incentivar o 
crescimento de empreendimentos locais, para aumentar o nível de emprego e 
renda da população.
Elas também são responsáveis por fornecer recursos financeiros, técnicos 
e humanos para que os objetivos sejam alcançados. Por meio de políticas 
públicas, pode-se desenvolver programas de educação, saúde, infraestrutura, 
assistência social, entre outros. Estas políticas também desempenham um papel 
importante na promoção do emprego, no desenvolvimento de novas empresas, 
na geração de riqueza e na melhoria das condições de vida das pessoas. 
No Brasil, existem alguns programas que foram criados especialmente para esta 
finalidade e que têm contribuído para o desenvolvimento socioeconômico do país.
1. Programa de Eficiência Energética: implementado pelo Ministério de Minas 
e Energia, o programa visa incentivar o uso eficiente da energia, melhorar a 
segurança energética e reduzir os custos operacionais associados ao consumo. 
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2. Plano Nacional de Educação: executado pelo Ministério da Educação, o plano 
tem como objetivo aumentar a qualidade da educação e tornar o ensino de 
qualidade acessível a toda a população. 
3. Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável: liderado pelo Ministério 
do Meio Ambiente, o programa visa a proteção dos recursos naturais, o uso 
responsável da terra, o aprimoramento da qualidade ambiental e a melhoria da 
qualidade de vida das pessoas. 
4. Programa de Desenvolvimento Social:desenvolvido pelo Ministério da Cidadania, 
o programa tem como objetivo garantir os direitos sociais, acesso à educação, 
saúde, habitação e segurança alimentar para as pessoas mais vulneráveis. 
5. Política Nacional de Resíduos Sólidos: formulada pelo Ministério do Meio 
Ambiente, a política visa a redução da geração de resíduos, a prevenção de 
impactos ambientais e a adoção de medidas de reutilização, reciclagem e 
disposição final adequada.
12.4 A relação entre desenvolvimento socioeconômico e mudanças climáticas
Como você pôde ver ao longo dos capítulos, as mudanças climáticas possuem um 
efeito significativo sobre o desenvolvimento socioeconômico devido às emissões de 
gases de efeito estufa, que são resultado da produção energética, industrialização, 
agricultura e transporte. O desenvolvimento socioeconômico aumenta a demanda por 
energia, o que leva a um aumento na emissão de gases de efeito estufa, aumentando 
assim a temperatura da Terra. Além disso, a urbanização e a industrialização são 
responsáveis por atividades que contribuem para a degradação ambiental, como a 
destruição de florestas, que estão associadas às mudanças climáticas (Figura 1). 
Figura 1: Representação da industrialização e emissão de gases causadores do efeito estufa.
Fonte: https://pixabay.com/photos/pollution-environment-drone-aerial-4796858/
https://pixabay.com/photos/pollution-environment-drone-aerial-4796858/
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Por outro lado, o desenvolvimento socioeconômico também pode contribuir com a 
redução das mudanças climáticas, pois cria incentivos para que as empresas adotem 
práticas ambientais mais responsáveis, e investimentos em tecnologias limpas (Figura 
2).
Figura 2: Energia eólica como exemplo de energia renovável.
Fonte: https://pixabay.com/photos/windmill-turbine-renewable-resource-932125/
Atualmente, existem muitos dados que mostram que as mudanças climáticas têm 
um impacto significativo nos níveis de desenvolvimento socioeconômico em todo 
o mundo. Por exemplo, as mudanças climáticas podem causar desastres naturais, 
como inundações e incêndios florestais, que podem afetar a infraestrutura, a produção 
agrícola e a saúde pública. Estes desastres também podem causar instabilidade política, 
tornando mais difícil para os governos investirem em desenvolvimento socioeconômico. 
Além disso, as mudanças climáticas também podem afetar a produção agrícola 
e, consequentemente, a oferta de alimentos. Estes fatores podem levar à fome e à 
pobreza, o que pode ter um grande impacto no desenvolvimento socioeconômico. 
Finalmente, as mudanças climáticas também podem aumentar os custos de energia, 
o que pode ter um impacto significativo nos custos de produção, levando a problemas 
econômicos.
O aquecimento global provocado pelas mudanças climáticas, embora esteja 
ocorrendo em todo o mundo, tem consequências mais significativas sobre as populações 
vulneráveis e as economias em desenvolvimento, devido a sua menor capacidade de 
se adaptar e se proteger. A redução da pobreza e o desenvolvimento socioeconômico 
são fundamentais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e para ajudar 
as populações vulneráveis a se adaptarem às mudanças climáticas.
https://pixabay.com/photos/windmill-turbine-renewable-resource-932125/
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12.5 Desenvolvimento socioeconômico e biodiversidade
O desenvolvimento socioeconômico e a biodiversidade estão intimamente 
relacionados. O aumento do desenvolvimento socioeconômico leva a uma maior pressão 
sobre os recursos naturais, incluindo a biodiversidade. Isso pode resultar na exploração 
predatória de espécies, na destruição de habitats, na fragmentação de ecossistemas e 
na poluição. Ao mesmo tempo, a biodiversidade desempenha um papel importante na 
produção de serviços ecossistêmicos, que são fundamentais para o desenvolvimento 
socioeconômico. Esses serviços incluem a provisão de alimentos, água e energia, o 
controle de pragas e doenças, o sequestro de carbono e o auxílio na adaptação às 
mudanças climáticas. Portanto, é importante que o desenvolvimento socioeconômico 
seja alcançado de forma sustentável, a fim de preservar a biodiversidade e manter 
os serviços ecossistêmicos.
Um estudo realizado por Vasconcelos et al. (2018) analisou a ligação entre 
biodiversidade, saúde e desenvolvimento sustentável na Amazônia, abordando o 
impacto da destruição da floresta na saúde humana e na biodiversidade. O estudo 
concluiu que, no contexto da Amazônia, o desmatamento e a destruição da floresta 
tropical têm um impacto direto na saúde humana, pois reduzem a disponibilidade 
de recursos naturais que são essenciais para a saúde humana, como água limpa, 
alimentos saudáveis, polinização e outros. O estudo também destaca a necessidade de 
se desenvolver estratégias de conservação para proteger a biodiversidade e promover 
o desenvolvimento socioeconômico na Amazônia. 
12.6 Desenvolvimento socioeconômico e direitos humanos
A sustentabilidade e os direitos humanos estão intimamente ligados. A proteção dos 
Direitos Humanos é fundamental para alcançar um desenvolvimento social e ambiental 
sustentável. Os direitos humanos servem como um marco para garantir as condições 
mínimas para que as pessoas possam ter acesso aos recursos necessários para sua 
sobrevivência, além de estabelecer os direitos de participação e de proteção contra a 
discriminação. Portanto, isso significa que os direitos humanos são essenciais para 
que as pessoas possam ter acesso aos recursos essenciais para a vida e também 
para garantir que esses recursos sejam usados de maneira responsável e sustentável. 
O acesso a saneamento básico, por exemplo, é uma questão crítica para milhões 
de pessoas em todo o mundo (Figura 3). 
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Figura 3: Representação de um corpo d’água sem tratamento.
Fonte: https://pixabay.com/photos/contamination-water-pollution-lake-4286704/
Segundo o Relatório Mundial da Água de 2019 da Organização das Nações Unidas, 
4,2 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a serviços de saneamento básico. 
Destes, 844 milhões não têm acesso a qualquer serviço de saneamento e 2,3 bilhões 
não usam instalações adequadas. Estes números representam uma diminuição em 
relação aos de 2015, quando 5,2 bilhões de pessoas não tinham acesso a serviços de 
saneamento básico. O relatório também destaca que a falta de acesso a saneamento 
básico é maior nas regiões mais pobres. Por exemplo, na África Subsaariana, 49% 
das pessoas não têm acesso a serviços de saneamento básico, enquanto na Ásia 
Meridional, 45% das pessoas não têm acesso. Esta falta de acesso a serviços de 
saneamento básico tem um impacto significativo na saúde das pessoas. Estima-
se que cerca de 842 mil pessoas morram anualmente em todo o mundo devido a 
doenças relacionadas à falta de acesso a saneamento básico, como diarreia, malária 
e outras doenças transmitidas por água. Além disso, a falta de acesso a saneamento 
básico também está associada a problemas sociais, econômicos e ambientais, como 
a degradação do meio ambiente e a escassez de água. Portanto, é importante que 
governos, organizações e comunidades trabalhem juntos para melhorar o acesso a 
saneamento básico em todo o mundo. A melhoria dos serviços de saneamento básico 
é uma das principais prioridades para melhorar a saúde das pessoas e a qualidade 
de vida das comunidades.
12.7 Mitigação e adaptação às mudanças climáticas e o desenvolvimento 
socioeconômico
A mitigação das mudanças climáticas e a adaptação a essas mudanças podem 
ser consideradas como duas faces da mesma moeda, cada uma com seus próprios 
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desafios e oportunidades. A mitigação das mudanças climáticas envolve a redução 
das emissões de gases de efeito estufa, enquanto a adaptação significa a capacidade 
de se preparar e se ajustar às mudanças climáticas já ocorridas ou previstas. 
A Costa Rica tem sido um exemplo na adoção de medidas de mitigação dos efeitos 
das mudanças climáticas, como a adoção de mecanismos de comércio de carbono e a 
criação de incentivos para a preservação do meio ambiente. O país também se destaca 
na produção de energia renovável, com cerca de 99% da sua energia proveniente de 
fontes limpas e renováveis. A Dinamarca também vem avançando na adaptação ao 
clima e na garantia de desenvolvimento socioeconômico. O país foi pioneiro na adoção 
de políticas energéticas baseadas em energias renováveis, como a eólica, e possui 
uma das maiores taxas de uso de energia renovável no mundo. Por fim, a Alemanha 
tem demonstrado compromisso com as mudanças climáticas e o desenvolvimento 
socioeconômico. O país tem implementado políticas de proteção ambiental, e investido 
significativamente em energias renováveis, como a eólica e a solar.
No que diz respeito ao desenvolvimento socioeconômico, as iniciativas de mitigação e 
adaptação às mudanças climáticas podem ter um potencial significativo para melhorar 
a vida das pessoas. Por exemplo, a mitigação climática pode criar milhões de empregos, 
desde a instalação de placas solares até a produção de carros elétricos. Da mesma 
forma, a adaptação climática pode melhorar a segurança alimentar, a infraestrutura 
e a saúde pública. Além disso, as iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças 
climáticas podem ajudar a reduzir a pobreza, proporcionando oportunidades de 
desenvolvimento econômico, especialmente para as pessoas mais vulneráveis. 
A implementação de acordos internacionais sobre mudanças climáticas, incluindo 
acordos bilaterais e multilaterais, tem sido estabelecida para reduzir a emissão de 
gases de efeito estufa, aumentar a absorção destes gases, e incentivar a transferência 
de tecnologias de baixo carbono. Além disso, políticas de mitigação e adaptação têm 
sido desenvolvidas para reduzir o impacto humano nas mudanças climáticas, como a 
regulamentação de emissões de carbono, a implementação de tecnologias de baixo 
carbono, a proteção de terras vulneráveis, a restauração de ecossistemas, e a melhoria 
do acesso à informação sobre as mudanças climáticas. 
Ainda, investimentos sustentáveis têm sido realizados com maior frequência nos 
últimos anos com o intuito de apoiar a transição para uma economia de baixo carbono, 
como a inversão em fontes de energia renováveis, melhoria do acesso a fontes de 
energia mais limpas, e a melhoria da eficiência energética. Além disso, continua o 
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desafio da conscientização através da educação com o objetivo de incentivar a mudança 
de comportamento e a adoção de práticas sustentáveis. Por fim, os financiamentos 
e incentivos também têm se tornado uma ferramenta para promover a adoção de 
práticas sustentáveis, como subsídios a projetos de energia renovável, linhas de crédito 
para projetos sustentáveis, e isenções fiscais para empresas que adotarem práticas 
de baixo carbono.
A mitigação e a adaptação às mudanças climáticas não devem ser vistas como 
custos ou despesas, mas como investimentos em segurança climática e prosperidade 
socioeconômica. É importante que as nações e as empresas estejam cientes dos 
benefícios econômicos das iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças 
climáticas e invistam nesses esforços para criar um futuro mais próspero.
ISTO ESTÁ NA REDE
Como você pôde ver, o desenvolvimento econômico pode ter um grande impacto 
nos ecossistemas. O desenvolvimento econômico pode levar ao uso mais intenso 
dos recursos naturais, à destruição da biodiversidade e ao aumento da poluição. 
Também pode levar a mudanças climáticas e ao aumento da pressão sobre 
as áreas naturais. Por outro lado, se forem tomadas medidas adequadas, o 
desenvolvimento econômico pode também levar a melhorias ambientais, mas é 
preciso comprometimento e dedicação de todas as partes envolvidas.
As políticas de desenvolvimento econômico podem ser utilizadas para promover 
a conservação da biodiversidade, a redução da poluição, a proteção dos 
ecossistemas e a mitigação das mudanças climáticas. É importante que as 
políticas de desenvolvimento econômico sejam planejadas de forma a promover o 
desenvolvimento sustentável, preservando os ecossistemas e assegurando que os 
benefícios econômicos sejam equitativamente distribuídos.
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CAPÍTULO 13
INTERFERÊNCIA ANTRÓPICA 
SOBRE OS ECOSSISTEMAS
13.1 Antropoceno
O Antropoceno é um período geológico recente que começou há aproximadamente 
250 anos com a Revolução Industrial. Caracteriza-se pela acentuada influência humana 
nos processos naturais do planeta. As mudanças climáticas, o aumento da temperatura 
global, a extinção de espécies e o uso de recursos naturais são alguns dos principais 
impactos antrópicos no planeta. O termo foi proposto pelo cientista inglês Paul Crutzen 
para se referir ao período em que os humanos foram a principal força formadora do 
planeta. A decisão da Comissão Internacional de Estratigrafia de incluir o Antropoceno 
no Sistema de Divisão do Tempo Geológico ainda está pendente, mas tornou-se um 
termo comumente usado para se referir a esta nova era.
13.2 Revolução Industrial
A Revolução Industrial (Figura 1) foi um período de transformação econômica, social 
e tecnológica que ocorreu na Inglaterra durante o século XVIII e XIX. Esta transformação 
teve início na indústria de tecelagem de algodão com a invenção do tear a vapor por 
James Hargreaves. Esta inovação permitiu a produção de tecidos em larga escala e 
a criação de novos postos de trabalho.
Figura 1: Foto ilustrativa da revolução industrial.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-em-tons-de-cinza-do-trem-locomotivo-ao-lado-da-fabrica-682078/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-em-tons-de-cinza-do-trem-locomotivo-ao-lado-da-fabrica-682078/
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Durante o século XIX, a Revolução Industrial se espalhou para outras áreas da 
produção, como a metalurgia, a indústria mecânica e o transporte. A invenção da 
máquina a vapor por James Watt possibilitou o uso da energia para a produção em 
massa. A produção em série foi possível com a invenção de mecanismos de produção, 
como o sistema de produção por linhas de montagem, criado por Henry Ford.
Outra importante invenção durante a Revolução Industrial foi a locomotiva a vapor, 
criada pela primeira vez por George Stephenson. Esta inovação permitiu o transporte 
em larga escala e a criação de novas redes ferroviárias. O desenvolvimento da rede 
ferroviária possibilitou o transporte de mercadorias e pessoas a grandes distâncias.
Também foi durante a Revolução Industrial que as cidades cresceram rapidamente, 
pois as indústrias foram se desenvolvendo e criando mais postos de trabalho. Esta foi 
uma época de grandes mudanças, pois muitas pessoas se mudaram para as cidades 
em busca de emprego. O crescimento das cidades criou novos problemas sociais, 
como a pobreza e as condições de trabalho precárias. Por fim, a Revolução Industrial 
trouxe grandes avanços na tecnologia, o que levou à modernização das indústrias. 
Estas mudanças permitiram o aumento da produção e a melhoria das condições de 
trabalho. 
Entretanto, ao passo que a Revolução Industrial representou um grande avanço 
na tecnologia e produção, ela trouxe consigo diversos problemas ambientais. O uso 
extensivo de combustíveis fósseis, a produção de resíduos industriais e a poluição 
atmosférica são alguns dos impactos ambientais negativosque emergiram da Revolução 
Industrial. A industrialização foi responsável por grandes avanços na sociedade e na 
economia, mas também contribuiu para a degradação ambiental. As emissões de 
CO2 e outros gases de efeito estufa aumentaram significativamente durante o período 
industrial, o que contribuiu para o aquecimento global. Outros problemas ambientais, 
como a contaminação do solo e da água, a destruição de habitats e a perda da 
biodiversidade, também surgiram como consequências da industrialização.
13.2.1 Primavera silenciosa
O livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson foi crucial para o início do movimento 
ambiental moderno. O livro descreve o uso excessivo de pesticidas sintéticos e 
seu impacto sobre a fauna e a flora. A obra também destacou a conexão entre a 
contaminação do meio ambiente e a saúde humana. O livro alertou sobre os danos 
potenciais que os pesticidas podem causar aos seres humanos ao longo do tempo. O 
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livro foi instrumento na criação da Environmental Protection Agency (EPA) dos Estados 
Unidos. Além disso, contribuiu para a criação da conscientização sobre a importância 
da preservação do meio ambiente. O livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson 
foi um marco na história do movimento ambiental moderno e ajudou a impulsionar 
mudanças significativas na forma como o mundo trata o meio ambiente.
13.3 Impactos das atividades humanas sobre os ecossistemas
Ao longo de toda a nossa jornada, você aprendeu um pouco sobre algumas das 
atividades humanas responsáveis por promover mudanças nos ecossistemas naturais. 
Neste capítulo, você poderá se aprofundar um pouco mais a respeito de cada uma 
delas.
13.3.1 Agricultura
A agricultura (Figura 2) é o processo de cultivo de plantas e animais para 
alimentação, vestuário, medicamentos e outros fins. Esta atividade é desenvolvida 
por meio de técnicas específicas para obtenção de produtos com qualidade, segurança 
e rendimento. As principais atividades da agricultura são a produção de alimentos, 
forragem, medicamentos, fibra, combustível, energia, adubo, entre outros. Esta atividade 
desempenha um papel vital na economia de qualquer país. É uma fonte de alimentos, 
empregos e oportunidades de desenvolvimento para as comunidades. Além disso, é 
responsável por garantir a segurança alimentar de milhares de pessoas em todo o 
mundo. 
Figura 2: Foto ilustrativa de uma atividade agrícola.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-green-field-near-mountains-974314/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-green-field-near-mountains-974314/
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No Brasil, por exemplo, a agricultura é responsável por grande parte da produção 
de alimentos no país. Ainda, é responsável também por fornecer matérias-primas para 
a indústria, com ênfase na produção de soja, milho, algodão, café, laranja, cana-de-
açúcar, banana e carne bovina. O Brasil é um dos principais exportadores de alimentos 
do mundo, com destaque para as exportações de carne bovina, milho, soja, laranja, 
algodão, açúcar, café, banana, frutas, leite e derivados. A agricultura brasileira também 
oferece empregos para milhões de pessoas, desempenhando um papel fundamental 
no desenvolvimento econômico do país.
Entretanto, apesar de toda a importância da agricultura para o desenvolvimento 
de um país, existem alguns problemas inerentes a esta atividade que são prejudiciais 
aos ecossistemas. O uso excessivo de fertilizantes químicos e agrotóxicos tem sido 
uma preocupação crescente ao longo dos anos, visto que eles contribuem para a 
contaminação dos solos e dos recursos hídricos, além de terem um efeito negativo 
sobre a saúde humana. No Brasil, o glifosato, por exemplo, é utilizado como herbicida, 
principalmente no controle de ervas daninhas. É amplamente utilizado em culturas como 
soja, algodão, milho e cana-de-açúcar, entre outras. A produção de glifosato no país 
aumentou substancialmente nos últimos anos, tendo se tornado uma das principais 
fontes de receita para o setor agrícola brasileiro. O uso de glifosato é também um dos 
principais temas de discussão em todo o mundo, pois há controvérsias acerca dos 
possíveis efeitos a longo prazo que o produto pode ter na saúde humana. Embora haja 
quem afirme que o glifosato é seguro, muitos estudos sugerem que o uso contínuo 
do herbicida pode estar associado ao desenvolvimento de certos tipos de câncer e 
outros problemas de saúde. Por essa razão, diversos países estão adotando medidas 
para regular o uso do glifosato. A França, por exemplo, proibiu o uso do produto em 
todo o país em 2020. Já nos Estados Unidos, o glifosato permanece disponível para 
uso comercial, mas está sendo alvo de novas regulamentações nos últimos anos.
O desmatamento é outro exemplo de atividade atrelada à agricultura, visto que a 
expansão da fronteira agrícola tem sido um grande problema para os ecossistemas, 
já que contribui para a perda de habitats naturais, reduzindo assim a biodiversidade. 
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2019 foram 
desmatados 11.088 km² de florestas no Brasil, aumentando em 7,5% com relação 
a 2018. A região amazônica é a que mais sofre com o desmatamento, responsável 
por 75,3% dos danos. Além disso, o desmatamento afeta outras regiões brasileiras, 
como a Mata Atlântica, que teve uma redução de 1.211 km² de área verde em 2019.
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O uso excessivo de monoculturas, sistema de agricultura em que uma única espécie 
de planta é cultivada em grandes extensões de terra, enquanto outras plantas são 
removidas, também tem sido motivo de preocupação ambiental, ao passo que elas 
contribuem para a erosão do solo e limitam a biodiversidade, além de aumentarem a 
vulnerabilidade da agricultura às mudanças climáticas. Por fim, as perdas de uso do 
solo devido à erosão é um outro problema ambiental comum, porque reduz a fertilidade 
dos solos e contribui para a desertificação em áreas agrícolas.
13.3.2 Poluição: ar, água e solo
A poluição é um termo utilizado para descrever as alterações prejudiciais no meio 
ambiente que são causadas por atividades humanas. Estas alterações podem ter 
um impacto negativo sobre os ecossistemas, à saúde humana e à qualidade de vida. 
A poluição da água é um problema antigo que remonta aos primórdios da história 
humana. A primeira referência conhecida de poluição da água ocorreu na antiga 
Babilônia quando o rei Hamurabi determinou a construção de canais de drenagem 
para eliminar os dejetos de sua cidade. 
Desde então, a poluição da água tem sido um problema persistente, com as principais 
fontes sendo efluentes industriais, esgotos domésticos, fertilizantes, pesticidas e 
resíduos agrícolas. A poluição da água também foi agravada pela industrialização 
do século 19 e 20, com o despejo de produtos químicos e metais pesados em rios, 
lagos e oceanos. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitas cidades na Europa e nos 
Estados Unidos foram afetadas pela poluição, com resíduos domésticos, efluentes 
industriais e descargas de óleo dos navios militares. No século 20, a poluição da 
água continua a ser um problema comum e cada vez mais grave. O uso excessivo 
de fertilizantes, pesticidas e outros produtos químicos nos campos agrícolas tem 
levado à contaminação de rios, lagos e oceanos. Além disso, o aumento de esgotos 
domésticos e efluentes industriais também contribuiu para a contaminação da água.
A poluição da água pode ter sérias consequências para a saúde humana, incluindo a 
contaminação de alimentos e água potável, o aumento do risco de doenças infecciosas 
e cardiovasculares, e a exposição a substâncias tóxicas. A ecotoxicologia é uma ciência 
que fornece aos governos, empresas e outros grupos informações sobre os impactos 
potenciaisde substâncias químicas e produtos sobre o meio ambiente e a saúde 
humana. É importante lembrar que as substâncias químicas existentes na água podem 
ter efeitos tóxicos em organismos vivos, como peixes e aves, e esses efeitos podem, 
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por sua vez, afetar a saúde humana. A ecotoxicologia, portanto, estuda os efeitos de 
substâncias químicas na água, tanto diretos quanto indiretos, sobre os organismos vivos 
que a habitam. A ecotoxicologia também fornece informações sobre como prevenir 
a poluição da água, minar os efeitos adversos das substâncias químicas existentes 
na água e preservar os ecossistemas aquáticos.
Atualmente, muito tem se falado sobre os plásticos nos ambientes aquáticos e 
principalmente os microplásticos. 
O microplástico é um tipo de poluente que tem invadido os oceanos, lagos e rios 
ao redor do mundo. É definido como partículas de plástico com menos de 5 mm de 
diâmetro, que são geralmente resultado de materiais descartados, como embalagens 
plásticas, peles de frutas e roupas de malha. O principal problema dos microplásticos é 
que eles são ingeridos por animais marinhos, o que pode resultar em envenenamento 
ou entupimento intestinal. Esses fragmentos também podem entrar na cadeia alimentar 
humana, o que pode resultar em sérios problemas de saúde. Os microplásticos são 
capazes de absorver outros poluentes químicos, o que aumenta o risco de esses 
poluentes serem absorvidos por organismos marinhos e, eventualmente, por humanos. 
Por causa disso, muitos países já estão tomando medidas para reduzir a quantidade 
de microplásticos nos oceanos. O Reino Unido, por exemplo, acaba de proibir que 
as garrafas de plástico e embalagens descartáveis sejam colocadas no mercado. 
O governo também está incentivando os consumidores a usarem alternativas mais 
sustentáveis e recicláveis, como garrafas de vidro ou embalagens de papel. Embora 
essas medidas possam ser um passo na direção certa, há ainda muito trabalho a ser 
feito para reduzir a quantidade de microplásticos nos oceanos. É importante que as 
pessoas tomem consciência sobre os danos causados por esses plásticos descartáveis 
e tomem medidas para reduzir o uso desnecessário desses materiais.
A poluição do ar é uma das principais preocupações ambientais no mundo atual. O 
ar poluído é um problema para a saúde humana, pois contém partículas nocivas que 
podem causar diversos problemas respiratórios e outras doenças. A poluição do ar 
pode ser causada por diversos fatores, como emissões por veículos, queimadas para 
fins agrícolas, uso inadequado de produtos químicos e usinas industriais. A poluição do 
ar é um dos principais fatores que contribuem para as mudanças climáticas. Ela ocorre 
quando partículas, gases e vapores poluentes são lançados na atmosfera, causando 
efeitos adversos para a saúde humana e para o ambiente. Essas partículas e gases, 
como dióxido de carbono, óxido nitroso e monóxido de carbono, podem absorver e 
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reter o calor do Sol e o aquecimento global, o que resulta em temperaturas mais altas 
e alterações climáticas. 
Por fim, a poluição do solo pode ser causada por vários fatores, incluindo a deposição 
de poluentes industriais, o uso de pesticidas e fertilizantes e a contaminação por 
metais pesados. Esta poluição pode ter efeitos devastadores sobre a saúde humana e 
o meio ambiente. Os efeitos da poluição do solo incluem a contaminação dos lençóis 
freáticos, a redução da fertilidade do solo, a intoxicação dos alimentos e a redução 
da biodiversidade. As principais medidas para reduzir a poluição do solo incluem a 
implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como a rotação de culturas, o 
uso de compostagem e a redução do uso de fertilizantes e pesticidas. Também é 
necessário garantir que os resíduos industriais sejam tratados e armazenados de 
forma adequada. Além disso, as leis ambientais precisam ser aplicadas de maneira 
mais severa para evitar e/ou minimizar a poluição do solo.
13.3.3 Desmatamento
O desmatamento é o processo de remoção da cobertura vegetal de um determinado 
local, resultando na redução da diversidade biológica (Figura 3). O Brasil é responsável 
por quase metade do desmatamento global, tendo o maior índice de desmatamento 
no mundo.
Figura 3: Desmatamento para obtenção de madeira.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/visao-aerea-das-madeiras-1268068/
A ação humana é o principal fator responsável pelo desmatamento, que ocorre 
principalmente para obter terra para agricultura, criação de gado e atividades de 
mineração. O desmatamento também é causado por incêndios florestais, que destroem 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/visao-aerea-das-madeiras-1268068/
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grandes áreas de floresta. O desmatamento tem um impacto significativo no meio 
ambiente e na saúde humana, pois reduz a biodiversidade, altera os ciclos hidrológicos, 
causa mudanças climáticas, contribui para a redução da qualidade do ar e contribui 
para a extinção de espécies. O desmatamento pode também levar à erosão do solo, 
à redução da fertilidade e à contaminação dos recursos hídricos. O desmatamento 
pode ter um impacto negativo na saúde humana, contribuindo para o aumento da 
incidência de doenças respiratórias e aumento da exposição a doenças transmitidas 
por vetores.
13.3.4 Uso e ocupação do solo
O uso e ocupação do solo são o modo como o ambiente é utilizado pelo homem. 
A ocupação do solo refere-se às áreas físicas onde as pessoas vivem, trabalham e 
desenvolvem suas atividades. O uso do solo refere-se às atividades realizadas em 
determinada área, como por exemplo, agricultura, pecuária, mineração, produção 
industrial, uso residencial e comercial. 
Atualmente, a população mundial é estimada em 7,7 bilhões de pessoas. Para 
abrigar toda essa população, a urbanização (Figura 4), processo de transformação de 
espaços através da ocupação do solo, uso e apropriação do espaço, tem provado a 
destruição de habitats naturais, como florestas, lagoas e áreas alagadas. A urbanização 
e a ocupação do solo, quando mal planejadas, colocam em risco a qualidade de vida 
das pessoas e o meio ambiente, pois seus impactos podem ser catastróficos.
Figura 3: Urbanização.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/papel-de-parede-4k-wallpaper-4k-predios-de-apartamento-predios-residenciais-11895277/
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A urbanização tem um enorme impacto sobre os recursos naturais, pois aumenta 
a demanda por água, energia, alimentos e combustível, o que pode ter um efeito 
profundo sobre a saúde dos ecossistemas. Algumas medidas podem ser adotadas 
para minimizar os impactos da urbanização sobre os ambientes naturais: estabelecer 
planos de desenvolvimento urbano e políticas de controle de crescimento, promover a 
diversificação econômica para atender às necessidades locais de habitação, serviços 
públicos, transporte e outros serviços urbanos, estabelecer um plano de zoneamento 
urbano para garantir a preservação de áreas verdes e edifícios históricos, desenvolver 
medidas para melhorar a qualidade do ar e a redução da poluição, estimular soluções 
inovadoras para o transporte, como o compartilhamento de carros, bicicletas e transporte 
público., estabelecer políticas de incentivo à construção de edifícios de alta eficiência 
energética, estabelecer medidas para aumentar a conscientização sobre os impactos 
da urbanização desenfreada e promover comportamentos mais sustentáveis.
É crucial que as cidades sejam bem planejadas de forma a equilibrar as exigências do 
crescimentodemográfico com a preservação dos recursos naturais e dos ecossistemas. 
Para isso, é necessário que as autoridades locais e nacionais desenvolvam políticas 
que incentivam a adoção de medidas sustentáveis para o desenvolvimento urbano. 
Além disso, investimentos em tecnologias verdes, cidades inteligentes com inovações 
na área de infraestrutura urbana também são necessários para garantir que as cidades 
cresçam de maneira eficiente e sustentável. Ainda assim, a implementação de soluções 
eficientes e sustentáveis para o desenvolvimento urbano exige um esforço coletivo 
por parte dos governos, do setor privado e da sociedade civil. A cooperação entre 
todos os envolvidos pode proporcionar um futuro mais próspero para as cidades e, 
consequentemente, para toda a população.
13.3.5 Caça e pesca
A caça e a pesca têm grande importância para a humanidade, pois são fontes 
de alimentos e de renda para comunidades inteiras (Figura 4). Essas atividades 
estão geralmente voltadas para regiões costeiras ao redor do mundo. Ao longo dos 
séculos, elas foram as principais fontes de alimento para muitas culturas. Além disso, 
elas também fornecem recursos para a indústria da pesca, onde são produzidas e 
distribuídas variedades de produtos alimentícios.
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Figura 3: Pescadores em regiões costeiras.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/barcos-botes-pescaria-porto-14381275/
Porém, quando não são feitas de forma sustentável, elas podem causar graves danos 
ao meio ambiente, podendo levar à extinção de espécies e ao desequilíbrio ecológico. 
Além disso, elas contribuem para a diminuição da biodiversidade, a degradação dos 
habitats naturais e a perda de espécies, como a destruição de recifes de corais e o 
desaparecimento de animais aquáticos. Outro problema associado à caça e à pesca é 
a introdução de espécies exóticas nos ecossistemas. Estas espécies exóticas podem 
competir com as espécies nativas, alterando o equilíbrio ecológico e a biodiversidade 
do local. Além disso, a caça e a pesca ilegais são um problema comum, pois muitos 
pescadores usam métodos destrutivos, como redes de arrasto e bombas de sucção, 
que destroem os ecossistemas marinhos. Estas práticas ilegais também contribuem 
para a sobrepesca, o que pode levar ao esgotamento de recursos. Assim, para evitar 
estes problemas, é importante que os governos adotem medidas para garantir a prática 
sustentável da caça e da pesca, como a adoção de limites de captura e a fiscalização 
das atividades. 
O período do defeso, por exemplo, é o período de tempo em que a prática de pesca 
é proibida em determinados locais. Esta é uma medida de conservação dos recursos 
pesqueiros, para que as espécies possam se reproduzir e a população de peixes possa 
ser restaurada. O defeso é uma medida que é tomada em todo o mundo e é imposta 
por leis nacionais ou por regulamentações internacionais. O período de defeso varia 
de acordo com a espécie, o local de pesca e as leis locais. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/barcos-botes-pescaria-porto-14381275/
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Uma vez que as atividades humanas têm desequilibrado os ecossistemas em todo 
o mundo, é necessário adotar medidas para mitigar esses impactos. Estas medidas 
incluem políticas que estimulam práticas agrícolas sustentáveis, a restauração de 
habitats degradados e maior conscientização sobre os valores ecológicos das áreas 
naturais. 
Para melhorar a gestão dos ecossistemas, é importante desenvolver estratégias 
de monitoramento eficazes que possam identificar e prevenir os impactos das 
atividades humanas. Além disso, é fundamental que as comunidades locais estejam 
envolvidas no processo de tomada de decisão, pois elas têm um conhecimento 
único sobre as áreas naturais e sobre os impactos que as atividades humanas 
têm sobre elas. No futuro, as atividades humanas sobre os ecossistemas devem 
ser desenvolvidas de maneira sustentável. É importante que as políticas e ações 
sejam direcionadas para a preservação e conservação dos ecossistemas, para que 
possamos garantir que esses ambientes continuem a prover os serviços que são 
essenciais para todas as formas de vida.
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CAPÍTULO 14
MANEJO E CONSERVAÇÃO 
DOS ECOSSISTEMAS
14.1 Aspectos gerais
O manejo e conservação dos ecossistemas envolvem a adoção de medidas para 
gerenciar o uso dos recursos naturais, preservar a biodiversidade e os serviços 
ambientais, bem como a saúde e o bem-estar dos seres humanos e demais espécies 
que compõem o ecossistema. Existem diferentes formas de manejar e conservar 
os ecossistemas, por exemplo, pode-se estabelecer áreas protegidas que proíbam a 
caça e a pesca, permitindo que os ecossistemas se recuperem. Também é possível 
adotar práticas de manejo sustentável que permitam que os recursos sejam usados 
de maneira sustentável e limitem o impacto humano nos sistemas naturais. 
Outras medidas incluem a redução da poluição e do uso de pesticidas, a recuperação 
de habitats, a restauração de espécies ameaçadas, a educação ambiental para o público 
em geral e o monitoramento contínuo das condições ambientais. Todas essas medidas 
são essenciais para o manejo e conservação dos ecossistemas e para garantir que 
os seres humanos possam usufruir dos recursos naturais sem comprometer a saúde 
e o bem-estar das gerações futuras.
14.2 Instrumentos de conservação dos ecossistemas
14.2.1 Fitossociologia
A fitossociologia é a ciência que estuda a composição e estrutura das comunidades 
vegetais, com o objetivo de descrever e compreender a estrutura, composição e 
distribuição das comunidades vegetais. Esta disciplina estuda as interações entre 
plantas e entre plantas e outros organismos, assim como as relações entre as 
distribuições das plantas e os fatores abióticos e bióticos que as influenciam. Ela 
se baseia em métodos de amostragem de vegetação, análise de dados estatísticos 
e teorias ecológicas para descrever e explicar padrões de distribuição das plantas. 
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A fitossociologia também é usada para ajudar na conservação de habitats naturais, 
bem como para monitorar e avaliar a qualidade ambiental.
Para entender como a fitossociologia funciona, é importante compreender alguns 
princípios básicos. Primeiro, é preciso definir os tipos de comunidades vegetais. 
Uma comunidade vegetal é definida como um grupo de plantas que compartilham 
características ecológicas comuns. Estas comunidades são descritas por sua estrutura 
(por exemplo, densidade, biomassa, índice de cobertura etc.), composição (espécies 
presentes) e funções (ecológicas, como nutrientes e água). 
A fitossociologia é muitas vezes realizada usando um método chamado amostragem 
de quadrantes. Neste método, um quadrado de um determinado tamanho (por exemplo, 
um metro quadrado) é amostrado e suas plantas (todas ou algumas) são identificadas 
e quantificadas. A partir daí os pesquisadores podem analisar a composição das 
espécies, a densidade e a biomassa da comunidade. 
O estudo de fitossociologia de Amorim et al. (2016) investigou a estrutura da 
comunidade de plantas em um fragmento da Floresta Ombrófila Densa (FOD) no sul 
do Brasil. O objetivo era avaliar a influência da distância ao bordo, a variedade de uso 
do solo e a topografia na composição florística. A área de estudo foi dividida em três 
classes de uso do solo: floresta, área com pastos e área com culturas. A avaliação 
de fitossociologia foi realizada em 100 parcelas de 1 x 1 m. Os resultados mostraram 
que, embora o fragmento de FOD seja homogêneo em relação à topografia, a distância 
ao bordo e a variedade de uso do solo influenciaram a composição florística.A área 
de pasto e a área de cultura tiveram uma menor diversidade de espécies, enquanto a 
área de floresta apresentou maior diversidade de espécies. Além disso, a distância ao 
bordo mostrou-se importante para a distribuição de espécies, com uma maior riqueza 
de espécies a menor distância do bordo.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Uma vez que as comunidades são identificadas, os pesquisadores podem avaliar a 
diversidade da comunidade, seu estado de conservação, sua capacidade de resistir 
às mudanças ambientais e sua resposta a mudanças climáticas. Esta abordagem 
também permite aos cientistas estudarem a dinâmica das comunidades, ou seja, 
como mudanças externas (por exemplo, mudanças climáticas ou uso humano do 
solo) afetam a estrutura, composição e funções da comunidade.
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14.2.2 Demografia de populações naturais
Demografia de populações naturais é o estudo da estrutura e dinâmica das 
populações de seres vivos em seus ambientes naturais. Ela fornece uma compreensão 
sobre como as populações interagem com seu ambiente e como elas se desenvolvem 
ao longo do tempo. Os estudos demográficos incluem a identificação de fatores que 
afetam o tamanho e composição da população, como a reprodução, a sobrevivência, os 
movimentos e as interações com outras espécies. Os estudos demográficos também 
podem ajudar a entender como o ambiente afeta o tamanho e a composição da 
população. Os estudos demográficos são necessários para entender como as espécies 
reagem à mudança ambiental, e ajudam a prever as consequências das mudanças 
climáticas, a exploração de recursos e outras perturbações antropogênicas. 
São exemplos de estudos demográficos de populações naturais:
1. Estudos de tamanho da população: Esta análise envolve o uso de técnicas de 
amostragem para estimar o tamanho da população de uma espécie particular. 
2. Estudos de densidade da população: esta análise envolve a medição do número 
de indivíduos de uma espécie em um determinado espaço. 
3. Estudos de distribuição espacial: esta análise envolve a análise da localização 
espacial dos indivíduos dentro de uma área. 
4. Estudos de taxa de sobrevivência: esta análise envolve a estimativa da taxa de 
sobrevivência de uma população de uma espécie ao longo do tempo. 
5. Estudos de taxa de reprodução: esta análise envolve a estimativa da taxa de 
reprodução de uma população de uma espécie ao longo do tempo. 
6. Estudos de taxa de mortalidade: esta análise envolve a estimativa da taxa de 
mortalidade de uma população de uma espécie ao longo do tempo. 
7. Estudos de tamanho de nicho ecológico: esta análise envolve a estimativa do 
tamanho do nicho ecológico de uma espécie particular.
8. Estudos de tendências populacionais: esta análise envolve a análise das 
tendências populacionais de uma espécie particular ao longo do tempo.
Uma revisão sistemática de estudos de demografia de populações naturais publicada 
em 2017, concluiu que as mudanças na taxa de natalidade, mortalidade e migração são 
os principais fatores que afetam o tamanho e a estrutura de populações (Beauchemin 
et al., 2017). O estudo também descobriu que a fragmentação do habitat e o uso da 
terra são os principais fatores que afetam a dinâmica populacional. O estudo enfatizou 
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a necessidade de estratégias de conservação que levem em conta as características 
demográficas das populações para garantir a manutenção sustentável das espécies.
14.2.3 Dendrometria e o inventário de recursos florestais
A dendrometria e o inventário de recursos florestais são técnicas importantes para 
o estudo das florestas. A dendrometria é o estudo de árvores e seus componentes, 
como diâmetro, altura e outras características. O inventário de recursos florestais 
envolve a identificação, quantificação e caracterização dos componentes da floresta, 
como espécies, tamanho das árvores, densidade, estrutura, cobertura do solo, usos 
do solo, valor ecológico, entre outros. Estas duas técnicas são importantes para o 
planejamento e a gestão sustentável das florestas, pois fornecem informações úteis 
sobre as características e quantidades de recursos florestais existentes em uma 
determinada área. Recursos da floresta são mensurados e monitorados para que se 
possa fazer uma avaliação da floresta. 
ANOTE ISSO
O inventário de recursos florestais é utilizado para determinar a quantidade, 
qualidade e distribuição de espécies vegetais, água, solo, habitats, biomassa, 
serviços ecológicos, usos públicos e outros recursos florestais. Estas informações 
são usadas para informar as decisões sobre a gestão e uso da floresta. A 
dendrometria é um importante componente deste processo, pois permite avaliar 
o volume de madeira de uma floresta, assim como a qualidade da madeira. Além 
disso, a dendrometria também pode fornecer informações sobre a densidade, 
composição e estrutura da floresta.
14.2.4 Unidades de conservação
As unidades de conservação (UC) são áreas naturais protegidas pelo governo com 
o intuito de preservar a biodiversidade do ecossistema e garantir o uso sustentável 
dos recursos naturais. 
Existem vários tipos de unidades de conservação, como parques nacionais, reservas 
naturais, áreas de proteção ambiental, santuários da fauna, parques florestais, entre 
outros. Existem mais de 170 tipos de unidades de conservação de biodiversidade no 
mundo, incluindo cerca de 100 categorias específicas de áreas protegidas. Estas áreas 
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protegidas abrangem desde parques nacionais, reservas naturais, áreas de proteção 
de fauna selvagem, áreas marinhas até outras formas de preservação ambiental.
Os principais critérios de seleção de uma UC são características naturais. Áreas 
com relevo, solos, clima, vegetação e fauna únicos ou raros devem ser priorizadas. 
Áreas que possuem importância científica, como habitats para espécies endêmicas 
e ameaçadas, também devem ser consideradas. Os ecossistemas representativos 
devem ser priorizados por seu grande valor para a biodiversidade mundial. Áreas 
com uso tradicional e valor socioeconômico, como sítios arqueológicos, devem ser 
consideradas para preservar a cultura local. Também devem ser consideradas áreas 
consideradas remanescentes, isto é, intactas, tais como florestas primárias, de modo 
a preservar a biodiversidade. Por fim, áreas que conectam outras áreas devem ser 
protegidas, com o objetivo de permitir a dispersão de espécies.
ANOTE ISSO
No Brasil, atualmente, existem cerca de 600 unidades de conservação. Elas 
são classificadas em seis categorias: parques nacionais, reservas biológicas, 
florestas nacionais, monumentos naturais, áreas de proteção ambiental e reservas 
extrativistas. 
Os parques nacionais são áreas terrestres ou marinhas geralmente idílicas, que 
possuem paisagens únicas e que devem ser preservadas para gerações futuras. São 
exemplos de parques nacionais brasileiros: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros 
(GO), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), Parque Nacional da Tijuca (RJ), 
Parque Nacional da Amazônia (AM), Parque Nacional do Iguaçu (PR), Parque Nacional 
da Chapada Diamantina (BA), Parque Nacional do Itatiaia (RJ), Parque Nacional do 
Jaú (AM), Parque Nacional de Brasília (DF) e o Parque Nacional do Pantanal Mato-
grossense (MT).
Por outro lado, as reservas biológicas são áreas com uma alta diversidade de 
espécies da flora e da fauna, destinadas à conservação da natureza em seu estado 
natural. São exemplos de reservas biológicas brasileiras: Reserva Biológica de Poço 
das Antas (RJ), Parque Nacional de Brasília (DF), Parque Nacional da Ilha Grande (RJ), 
Reserva Biológica do Trombetas (PA), Reserva Biológica do Uatumã (AM) e a Reserva 
Biológica do Jalapão (TO).
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As florestas nacionais são áreas maiores, destinadas à preservação de ecossistemas 
florestais, tais como a Floresta Nacional do Jamanxim (PA), Floresta Nacional de 
Carajás (PA), Floresta Nacional de Monte Pascoal (BA), Floresta Nacional de Sete 
Cidades (PI) e Floresta Nacional de Tapajós (PA). Os monumentos naturais são áreas 
com características geológicas, paleontológicas, antropológicas e/ou arqueológicas 
únicas, como por exemplo Cachoeira de Paulo Afonso (BA), Morro do Chapéu do 
Piauí (PI) e Gruta do Lago Azul (MS). As áreas de proteção ambiental (APA) são áreas 
com características naturais e/ou culturais relevantes que necessitam de proteção. 
Por fim, as reservas extrativistas são áreas destinadas à preservação das formas de 
vida tradicionais, como a caça e a pesca, como, por exemplo o Parque Nacional da 
Amazônia (PA) e a Reserva Extrativista do Rio Jari (REJ). Elas também podem servir 
de abrigo para espécies ameaçadas de extinção.
As unidades de conservação são fundamentais para preservar a biodiversidade 
e a qualidade do meio ambiente, além de promover a educação ambiental e a 
conscientização sobre a importância da natureza.
O turismo ecológico é uma atividade estimulada dentro de UCs (Figura 1).
Figura 1: Imagem representativa do turismo ecológico.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aventura-facanha-anonimo-vista-traseira-4993157/
É uma atividade economicamente importante que visa contribuir para a conservação 
dos recursos naturais e dos ambientes naturais. O turismo ecológico tem como objetivo 
principal o desenvolvimento sustentável, ou seja, o desenvolvimento de atividades 
que não comprometam o equilíbrio dos ecossistemas, a biodiversidade e os recursos 
naturais.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/aventura-facanha-anonimo-vista-traseira-4993157/
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Ele pode ser desenvolvido nas unidades de conservação através de diversas atividades. 
Estas incluem visitas guiadas, trilhas ecológicas, observação da fauna, educação 
ambiental, pesquisas científicas, entre outras. Estas atividades contribuem para a 
conscientização e educação dos turistas sobre a importância dos recursos naturais 
e dos ambientes naturais. Além disso, o turismo ecológico também contribui para o 
aumento da renda dos moradores locais, pois eles podem obter recursos financeiros 
através da exploração turística, isso porque o dinheiro que é recebido por meio do 
turismo pode ser reinvestido na conservação dos habitats, na recuperação de áreas 
degradadas, na proteção da fauna e da flora e na melhoria da qualidade ambiental. 
14.3 Manejo dos ecossistemas
O manejo de ecossistemas é um conjunto de práticas que visam a preservação e 
conservação dos ambientes naturais e a manutenção dos serviços que eles oferecem. 
Isso inclui a preservação de habitats saudáveis, a restauração de habitats degradados, 
a prevenção e controle de erosão, a gestão de recursos naturais e a conservação da 
biodiversidade. O manejo também inclui monitoramento e avaliação do desempenho 
de práticas de gestão para garantir que os ecossistemas sejam mantidos saudáveis. O 
manejo de ecossistemas é importante para a preservação de habitats saudáveis e para 
a manutenção da biodiversidade. Além disso, as práticas de manejo de ecossistemas 
também podem ajudar a prevenir e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
14.3.1 Manejo de impactos
O manejo de impactos sobre os ecossistemas é uma importante área de estudo 
que busca equilibrar as necessidades humanas com a conservação dos ecossistemas. 
O objetivo é minimizar os efeitos negativos da ação humana nos ecossistemas, ao 
mesmo tempo que se assegura o uso sustentável dos recursos naturais. 
As principais medidas para o manejo de impactos sobre os ecossistemas envolvem a 
conservação de habitats, o estabelecimento de áreas protegidas, a redução da pressão 
humana sobre os ecossistemas, a redução da poluição, a restauração de habitats 
degradados, o manejo de espécies invasoras, o estímulo à conservação de espécies 
ameaçadas e a adoção de práticas de agricultura sustentável. Além disso, a educação 
e a conscientização ambiental são também importantes para o manejo dos impactos 
sobre os ecossistemas. 
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O manejo de impactos sobre os ecossistemas é um desafio para a humanidade, 
visto que é necessário equilibrar as necessidades humanas com a conservação 
da biodiversidade, e isso é particularmente importante em um momento em que a 
humanidade é testemunha de um ritmo de destruição ecológica sem precedentes.
14.3.2 Controle de espécies exóticas
O controle de espécies exóticas é uma das formas mais eficazes de gerenciar 
os impactos sobre os ecossistemas. A maioria das espécies exóticas vêm de outros 
continentes, onde elas se adaptaram bem às condições locais, mas não são nativas 
das áreas onde foram introduzidas. Quando são introduzidas em áreas não nativas, 
elas podem causar danos significativos ao ecossistema local, incluindo a competição 
com espécies nativas, a destruição de habitats e a introdução de doenças. 
O controle de espécies exóticas é uma forma de reduzir esses danos. Existem 
várias maneiras de controlar espécies exóticas, incluindo o controle direto (remoção 
ou destruição de plantas e animais), o controle de vetores (eliminação de fontes de 
alimento ou transporte) e o controle de bioinvasores (eliminação de plantas e animais 
que se espalham rapidamente).
Um exemplo recente de espécies exóticas é o peixe-leão (Figura 2). O peixe-leão 
foi identificado pela primeira vez no litoral brasileiro, no Pará e no Amapá, vindo do 
Caribe, em dezembro de 2020. Acredita-se que ele chegou ao Brasil por meio de 
navios de cruzeiro. 
Figura 2: Fotografia do peixe-leão.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/peixe-marrom-e-branco-na-agua-3721300/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/peixe-marrom-e-branco-na-agua-3721300/
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É um peixe grande e cheio de cor, com um corpo em forma de leque, duas grandes 
nadadeiras dorsais e cinco listras coloridas distintas. Devido ao seu tamanho e à 
sua capacidade de se reproduzir rapidamente, o peixe-leão é uma espécie invasora 
muito perigosa. Ele pode competir com as espécies nativas por alimento e habitação, 
ameaçando a biodiversidade local, não apresentando predador natural. Diversas medidas 
estão sendo tomadas para controlar a população do peixe-leão no Brasil. Isso inclui a 
realização de pesquisas sobre a espécie, a intensificação dos controles de transporte 
marítimo e a criação de um sistema de monitoramento efetivo. Além disso, alguns 
estados estão desenvolvendo campanhas educativas para alertar a população sobre 
os riscos que a espécie pode trazer.
14.3.3 Recuperação de áreas degradadas
A recuperação de áreas degradadas é uma prática de conservação ambiental que 
visa reverter o dano causado à natureza, devolvendo as condições naturais às áreas 
degradadas. 
Esta prática envolve uma série de processos que buscam recuperar a biodiversidade 
e o equilíbrio ecológico da área, incluindo o replantio de espécies nativas, a reabilitação 
de solos e a reposição de nutrientes. Além disso, também é necessário controlar a 
erosão do solo, combater a poluição e limitar as atividades humanas que contribuam 
para a degradação das áreas.
Os processos de recuperação de uma área degradada envolvem os seguintes passos:
1. Coleta de dados: o primeiro passo na recuperação de áreas degradadas é 
coletar dados para compreender o que está ocorrendo no local. Esta etapa 
inclui a realização de estudos de solo, análise de água, avaliação da flora e 
fauna existentes e outros estudos de meio ambiente. 
2. Planejamento: após a coleta de dados, é importantedesenvolver um plano de 
recuperação que seja adaptado às características específicas da área degradada. 
O plano deve incluir o que será recuperado, como será feito e quais os custos 
envolvidos. 
3. Implementação: uma vez que o plano de recuperação foi desenvolvido, é hora 
de implementar as diversas ações. Estas ações podem incluir a reintrodução 
de espécies, a restauração de habitats, a melhoria da qualidade da água, a 
reestruturação do solo etc. 
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4. Monitoramento: após a implementação das ações de recuperação, é importante 
monitorar os resultados para verificar se estão sendo alcançados os objetivos 
desejados. O monitoramento deve ser contínuo, para que se possa identificar 
e corrigir possíveis falhas. 
5. Manutenção: a manutenção regular é muito importante para garantir que a área 
degradada continue sendo recuperada e que os resultados desejados sejam 
mantidos. Esta etapa inclui a realização de tarefas como a limpeza de áreas, a 
reposição de espécies, a melhoria dos habitats etc.
A título de conhecimento, no Brasil, existem alguns projetos que visam a recuperação 
de áreas degradadas, como o Projeto de Reflorestamento das Matas Ciliares. O 
projeto foi desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (IBAMA) e visa recuperar áreas degradadas, principalmente 
aquelas localizadas próximas aos rios e lagos. O projeto tem como objetivo principal a 
preservação da natureza e a redução da poluição, bem como a conservação dos recursos 
hídricos. Ainda, há o Programa de Reabilitação de Áreas Degradadas, desenvolvido pelo 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que visa restaurar 
as áreas degradadas no Brasil, recuperar florestas, rios, solos, animais e plantas, e 
o uso sustentável dos recursos naturais. Por fim, há o Projeto de Recuperação das 
Florestas Atlânticas, que é uma iniciativa do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico 
do Rio de Janeiro (JBRJ) e visa restaurar as florestas atlânticas que foram degradadas 
ao longo dos anos, além de incluir a reintrodução de espécies de plantas nativas, bem 
como a educação da população local para que ela possa contribuir para a conservação 
dessas áreas.
14.3.4 Manejo de espécies indicadoras
As espécies indicadoras são organismos usados para monitorar o ambiente para 
avaliar a qualidade do meio ambiente. Estas espécies podem ser representativas de 
um determinado ecossistema, pois são sensíveis a mudanças no ambiente e podem 
fornecer informações sobre o estado de saúde de um local. 
O manejo de espécies indicadoras inclui a identificação e monitoramento de 
espécies-chave, a avaliação das tendências populacionais, a conservação de habitats e 
a mitigação de fatores limitantes. As informações obtidas a partir dos resultados dos 
programas de monitoramento das espécies indicadoras também podem ser usadas para 
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orientar ações de conservação de áreas protegidas. Além disso, o manejo de espécies 
indicadoras pode incluir a realização de estudos para avaliar a eficácia de programas 
de conservação, a aplicação de medidas de proteção para espécies ameaçadas e a 
implementação de planos de manejo para melhorar as condições do habitat. 
O manejo de espécies indicadoras também pode incluir a realização de pesquisas 
para melhorar o conhecimento sobre as espécies, bem como o desenvolvimento de 
modelos de monitoramento de longo prazo para avaliar a saúde dos ecossistemas.
A análise de presença e ausência é uma técnica importante para o manejo de 
espécies indicadoras, pois permite avaliar a distribuição e abundância de determinadas 
espécies em um ambiente. Esta técnica baseia-se na identificação de espécies por 
meio de amostragens de campo, que são comparadas aos dados de referência, a 
fim de determinar a presença ou ausência de uma espécie em um determinado local. 
Esta análise é comumente utilizada em estudos de biodiversidade, visto que é uma 
forma simples de avaliar a distribuição de espécies em uma área. A análise de presença 
e ausência também é útil para identificar e monitorar mudanças na distribuição de 
espécies ao longo do tempo, permitindo aos gestores ambientais tomarem medidas 
para gerenciar a biodiversidade. Além disso, essa técnica também pode ser usada 
para monitorar os efeitos de políticas de conservação, como a criação de parques 
nacionais e áreas protegidas. Ainda, pode ser útil para avaliar o impacto antrópico 
em um ambiente, visto que ajuda a identificar as espécies mais vulneráveis a certos 
tipos de perturbação. Portanto, a análise de presença e ausência é uma ferramenta 
importante para o manejo de espécies indicadoras e a conservação da biodiversidade.
14.3.5 Monitoramento dos ecossistemas
O monitoramento dos ecossistemas é uma importante ferramenta para sua 
conservação, pois ele permite que os cientistas e gestores ambientais monitorem 
a saúde dos ecossistemas, avaliem os impactos ambientais e ajuste as políticas 
de conservação. É também importante para a vigilância de espécies ameaçadas de 
extinção e verificação da qualidade da água e do solo. 
O monitoramento dos ecossistemas envolve várias abordagens diferentes, como a 
coleta de dados ambientais e monitoramento remoto, bem como o uso de modelos 
espaciais e temporais. Os dados obtidos são usados para identificar tendências 
sazonais, anuais e inter-sazonais e avaliar como os ecossistemas estão respondendo 
aos fatores de estresse humano e natural. Outras técnicas usadas para a conservação 
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dos ecossistemas incluem a gestão integrada de recursos naturais, o uso de zonas 
de proteção, a restauração de habitats, o manejo de espécies e a conservação da 
biodiversidade. Estas técnicas devem ser aplicadas de forma apropriada para que os 
ecossistemas possam ser conservados de forma sustentável.
Portanto, manejar e conservar ecossistemas é essencial para preservar a 
biodiversidade, a saúde econômica e ambiental e para assegurar o bem-estar humano. É 
necessário implementar estratégias de conservação e manejo sustentável que abranjam 
tanto as necessidades de conservação de espécies e habitats, quanto as necessidades 
de desenvolvimento humano. Estas estratégias devem priorizar a proteção dos recursos 
naturais, a participação da comunidade local no processo de tomada de decisão, a 
restauração dos ecossistemas degradados, a promoção de práticas de agricultura 
sustentável e a redução da poluição. A implementação destas estratégias é fundamental 
para assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, garantir a vitalidade dos 
ecossistemas e preservar a biodiversidade para as gerações futuras.
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CAPÍTULO 15
ECOLOGIA E SOCIEDADE
15.1 Aspectos gerais
ANOTE ISSO
A ecologia e a sociedade estão intimamente relacionadas. Essa ligação se 
manifesta de várias maneiras, como na influência da sociedade sobre o ambiente 
e vice-versa. Por exemplo, as decisões políticas e econômicas têm consequências 
para o meio ambiente, assim como as mudanças ambientais, como aquecimento 
global, contaminação de água e solo e degradação de habitats, afetam diretamente 
a vida humana.
Da mesma forma, os padrões sociais e culturais desempenham um papel importante 
na gestão dos recursos naturais. Os direitos humanos, a distribuição de renda, as leis 
ambientais, a educação e a conscientização sobre a conservação e a sustentabilidade 
são todos exemplos de como a sociedade afeta o meio ambiente.
É importante entender que as mudanças na sociedade e no ambiente estão 
interconectadas. Por exemplo, a poluição do ar pode causar uma série de problemas 
de saúde, o que pode levar acustos financeiros para o governo. Por outro lado, o 
aumento da população pode exigir mudanças nos padrões de produção para atender às 
necessidades crescentes. Isso pode levar a mudanças na qualidade do meio ambiente 
e à degradação ambiental.
Portanto, é essencial que a sociedade e o meio ambiente sejam considerados como 
parte de um sistema interconectado. A preocupação com o meio ambiente deve ser 
parte integrante da agenda social, e a luta pela justiça social deve ser parte da luta 
pela conservação ambiental. Quando a sociedade e o meio ambiente trabalham em 
sincronia, o resultado é uma vida mais saudável e sustentável.
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15.2 Processos ecológicos e a política ambiental
 Ao longo de toda a nossa jornada ecológica, foram discutidos os processos que 
estão envolvidos no funcionamento dos ecossistemas. Os processos ecológicos podem 
fornecer informações valiosas sobre a saúde de um ecossistema e contribuir para a 
compreensão de como os diferentes componentes interagem. Os estudos ecológicos 
permitem a identificação de impactos ambientais e a consequente definição de medidas 
preventivas ou corretivas. 
Por isso, o conhecimento dos processos ecológicos é fundamental para a formação 
de políticas ambientais eficazes. Estas políticas devem ser aplicadas de forma a 
preservar os ecossistemas e assegurar a sobrevivência de toda a vida na Terra.
Os processos ecológicos são fundamentais para a política ambiental. Eles 
desempenham um papel vital na manutenção da biodiversidade e na preservação 
dos ecossistemas. Eles também ajudam a manter os ciclos de nutrientes e energia, 
permitindo que os seres vivos sejam sustentáveis e prosperem. Além disso, também 
ajudam a regular o clima, mitigando os impactos das mudanças climáticas. Ao 
estabelecer as políticas ambientais, os governos devem considerar os processos 
ecológicos e a maneira como eles podem ser prejudicados por práticas humanas. 
Por exemplo, uma política ambiental pode incluir a regulamentação de atividades 
humanas que perturbam os habitats e os processos ecológicos, como a extração 
de recursos naturais ou a destruição de florestas. Esta política pode também incluir 
incentivos para a recuperação de habitats e a restauração de processos ecológicos. De 
modo geral, os processos ecológicos desempenham um papel importante na política 
ambiental. A compreensão deles e dos efeitos das atividades humanas sobre eles é 
essencial para a tomada de decisões.
15.3 Políticas de conservação ambiental e sua aplicação na sociedade
As políticas de conservação ambiental são fundamentais para a manutenção 
de um meio ambiente saudável. Elas podem ser consideradas como uma forma de 
regulamentação para proteger os recursos naturais, a biodiversidade, e para promover 
o uso sustentável dos mesmos. 
Uma das principais políticas de conservação ambiental é a criação de áreas protegidas, 
como parques nacionais, reservas florestais e santuários de vida selvagem, comentados 
no capítulo anterior. Estes locais são criados para garantir a preservação de espécies 
e ecossistemas. Além disso, a criação de áreas protegidas também contribui para a 
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manutenção dos recursos naturais, ajudando na preservação da biodiversidade e dos 
serviços ecossistêmicos. 
Outra política de conservação ambiental é a regulamentação de atividades humanas 
que podem afetar o meio ambiente, como a extração de recursos naturais, o uso de 
pesticidas ou a poluição do ar ou da água. Estas regras são criadas para garantir 
que as atividades humanas não causem danos ao meio ambiente e à saúde das 
pessoas. Além disso, as políticas de conservação ambiental também incluem a 
educação ambiental, que visa a conscientização das pessoas sobre a importância 
de se preservar o meio ambiente. Esta educação inclui a promoção de práticas 
sustentáveis e a sensibilização sobre os impactos que ações humanas podem ter no 
meio ambiente. A implementação de políticas de conservação ambiental é fundamental 
para a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, de modo a garantir o uso 
sustentável dos recursos naturais. Estas políticas são essenciais para garantir que as 
gerações futuras possam desfrutar de um mundo saudável e equilibrado.
15.3.1 Legislação
A criação de leis ambientais é extremamente importante para a sociedade, pois 
elas têm o potencial de ajudar a proteger o meio ambiente e os ecossistemas, além 
de garantir o direito de todos os seres vivos à qualidade do ar, da água e do solo. 
Essas leis também podem ajudar na prevenção da poluição, da degradação 
da natureza e da exploração dos recursos naturais. Elas também podem ajudar a 
estabelecer responsabilidades ambientais para aqueles que causam danos ao meio 
ambiente. As leis ambientais também podem ajudar a assegurar que as empresas e 
os governos cumpram as medidas de proteção ambiental e sejam responsáveis pela 
gestão adequada dos recursos naturais. Elas também são importantes para garantir 
que a sociedade possa desfrutar de um ambiente saudável e seguro, mesmo que as 
mudanças climáticas e as questões ambientais estejam se tornando cada vez mais 
preocupantes.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 é a base legal para as leis ambientais. A 
Constituição contém diversas disposições que tratam de temas relacionados ao meio 
ambiente, como a responsabilidade do Estado em garantir a preservação da natureza, 
o direito à informação sobre meio ambiente, a responsabilidade dos proprietários de 
usar os recursos naturais de maneira responsável e a responsabilidade dos entes 
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federados em promover a educação ambiental. De modo geral, abaixo você conhecerá 
quais são as leis ambientais brasileiras:
• Lei nº 9.605/98: Lei de Crimes Ambientais: Estabelece as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
• Lei nº 6.938/81: Política Nacional do Meio Ambiente: Dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. 
• Lei nº 9.966/00: Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: 
Estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, seus 
critérios de aprovação e reclassificação. 
• Lei nº 12.305/2010: Política Nacional de Resíduos Sólidos: Estabelece a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos, seus objetivos, instrumentos e diretrizes. 
• Lei nº 7.804/89: Política Nacional de Recursos Hídricos: Estabelece a Política 
Nacional de Recursos Hídricos, seus instrumentos e diretrizes. 
• Lei nº 11.445/07: Política Nacional de Saneamento Básico: Estabelece a Política 
Nacional de Saneamento Básico, seus objetivos, instrumentos, diretrizes e 
mecanismos de financiamento. 
• Lei nº 13.123/2015: Lei de Proteção da Fauna: Estabelece o regime jurídico 
para a proteção da fauna silvestre. 
• Lei nº 13.655/2018: Lei de Proteção das Florestas Públicas: Estabelece o regime 
jurídico para a proteção das florestas públicas.
Em suma, a criação das leis ambientais depende de muitos fatores, mas basicamente 
envolve a criação de regulamentos para a proteção do ambiente, a redução do uso 
de recursos naturais, a proibição do uso de produtos tóxicos, a redução do lixo e a 
educação ambiental para o público em geral. Estas leis ajudam a proteger o ambiente 
e a preservar o funcionamento dos serviços ecossistêmicos.
15.4 Desenvolvimento sustentável e sua aplicação na sociedade
O desenvolvimento sustentável é uma abordagem que busca a melhoria da qualidade 
de vida das pessoas, ao mesmo tempo em que assegura o uso sustentável dos recursos 
naturais. Trata-se de um objetivo que envolve o equilíbrio entre o desenvolvimento 
econômico, o bem-estar social e o respeito ao meio ambiente. 
Governos e organizaçõesinternacionais estão cada vez mais comprometidos em 
implementar políticas públicas e programas de desenvolvimento sustentável no âmbito 
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da sociedade. A ONU, por exemplo, tem como objetivo desenvolver um plano para 
ajudar na implementação de políticas sustentáveis, que envolvam uma melhor gestão 
dos recursos naturais, o aumento da eficiência energética e a promoção do uso de 
energias renováveis. O desenvolvimento sustentável tem um grande potencial para 
criar uma sociedade mais equilibrada e justa, onde as pessoas possam desfrutar dos 
recursos naturais sem comprometer o futuro. A adoção de práticas sustentáveis pode 
ser uma forma de assegurar o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que se 
evita a degradação ambiental.
15.5 Responsabilidade social e ambiental na prática empresarial
A responsabilidade social e ambiental consiste na responsabilidade que as 
organizações têm de gerir seus negócios de forma social e ambientalmente responsável. 
Na prática empresarial, especificamente, compreende a adesão a princípios como o 
respeito aos direitos humanos, a preservação do meio ambiente e a promoção da 
igualdade de oportunidades. 
As empresas também devem adotar medidas que garantam a segurança de seus 
trabalhadores, a transparência nos processos de tomada de decisão e a realização de 
ações que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população. É importante 
destacar que a responsabilidade social e ambiental não se limita à adoção de práticas, 
mas também envolve a conscientização de todos os envolvidos na organização, desde 
o diretor-presidente até o último colaborador, sobre a relevância da responsabilidade 
social e ambiental. Além disso, é preciso que as empresas se comprometam com a 
adoção de medidas para a implementação de padrões de responsabilidade social e 
ambiental. Isso inclui, por exemplo, programas de redução de desperdícios, políticas 
de conservação de recursos naturais, ações de responsabilidade ambiental e práticas 
de governança responsável. Por fim, as empresas também devem se preocupar com 
a promoção de iniciativas para o fortalecimento da comunidade e o desenvolvimento 
de parcerias que permitam a troca de experiências e conhecimentos e contribuam 
para a melhoria da qualidade de vida da população.
15.5.1 Práticas ESG
O conceito de ESG é um acrônimo que corresponde aos termos: Environment, Social, 
Governance. O conceito de ESG começou a ganhar força na década de 1970, quando os 
governos e a sociedade começaram a prestar mais atenção às questões ambientais, 
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sociais e de governança corporativa. Na época, o termo ESG foi usado pela primeira 
vez para descrever os fatores ambientais, sociais e de governança que as empresas 
deveriam considerar ao tomar decisões. 
Em meados da década de 1990, o termo começou a ganhar ainda mais popularidade 
quando grupos ambientais, grupos de direitos humanos e outras organizações 
começaram a pressionar as empresas para serem mais responsáveis. Nos últimos 
anos, o conceito ESG tem sido usado com crescente frequência por investidores, 
empresas e governos. As práticas ESG são princípios que as empresas adotam para 
melhorar sua performance a longo prazo. Estas práticas podem ser: 
• Ambiental: foca em reduzir o impacto ambiental das operações da empresa, 
como reduzir o uso de energia, reduzir os resíduos, controlar as emissões de 
gases de efeito estufa, etc.
• Social: incentiva a empresa a promover a diversidade e inclusão, fornecer boas 
condições de trabalho e melhorar a saúde e segurança.
• Governança: Esta prática garante que a empresa seja gerenciada de forma ética 
e responsável, com foco no longo prazo. Estas práticas incluem disseminar 
informações claras e precisas aos stakeholders, gerenciar conflitos de interesses, 
promover a boa governança corporativa, etc.
O objetivo é medir e avaliar o desempenho de uma empresa em termos de 
sustentabilidade. Os investidores estão usando o conceito ESG como um meio de 
avaliar potenciais investimentos e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento 
de um mercado de capitais mais responsável. As empresas também estão adotando 
o conceito ESG como parte de suas práticas de negócios. Em vez de se concentrarem 
apenas no lucro financeiro, elas estão agora sendo mais responsáveis com relação 
ao meio ambiente, às questões sociais e à governança corporativa. O conceito ESG 
também está sendo adotado por governos, como parte de seus esforços para criar 
um mundo mais justo, equilibrado e sustentável. Por meio de leis e regulamentos, os 
governos estão estimulando as empresas a adotarem práticas responsáveis e aderirem 
a princípios de responsabilidade social e ambiental.
As práticas de ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança) são cada 
vez mais importantes para os investidores e as empresas, e isso não vai mudar em 
um futuro próximo. A demanda por investimentos ESG continua a aumentar, pois as 
pessoas querem investir seu dinheiro em empresas que adotem práticas responsáveis. 
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As empresas também estão sendo pressionadas por investidores a adotar práticas ESG, 
o que significa que elas terão que cumprir um conjunto cada vez maior de padrões para 
que seus investidores fiquem satisfeitos. Além disso, é provável que os governos adotem 
medidas mais rigorosas para regulamentar e tornar obrigatória a adoção de práticas 
ESG. Isso significa que as empresas terão que se adaptar rapidamente para atender às 
novas regras e exigências. É provável que vejamos um aumento na adoção de práticas 
de contabilidade verde, que podem ajudar as empresas a reduzir seu impacto ambiental. 
ANOTE ISSO
No futuro, também é provável que vejamos o desenvolvimento de novas tecnologias 
que ajudem as empresas a medir e monitorar melhor seu desempenho ESG. Isso 
permitirá que as empresas melhorem ainda mais seu desempenho ESG e ajudará 
os investidores a tomar decisões de investimento mais informadas.
15.6 A importância da agricultura sustentável na sociedade
A importância da agricultura sustentável na sociedade moderna é inegável. É uma 
forma de produção que não apenas traz benefícios ambientais, mas também melhora 
a qualidade de vida de milhões de pessoas (Figura 1).
Figura 1: Foto ilustrativa representando uma prática de agricultura sustentável.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/agricultura-cultivo-plantacoes-fazenda-14407239/
A agricultura sustentável visa preservar o ambiente, usando práticas que protejam 
os recursos naturais, como água, solos, biodiversidade e energia. Isso é feito através 
de técnicas que reduzem ou eliminam as emissões de gases de efeito estufa, lixo e 
poluição da água. São exemplos de práticas de agricultura sustentável:
https://www.pexels.com/pt-br/foto/agricultura-cultivo-plantacoes-fazenda-14407239/
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• Integração de culturas: a integração de diferentes culturas, como a produção 
de alimentos, forrageiras e árvores, permite que os agricultores criem sistemas 
baseados na diversidade, que são mais resistentes às mudanças climáticas e 
aos fatores ambientais. 
• Sistemas agroecológicos: os sistemas agroecológicos combinam técnicas 
tradicionais e modernas de produção para criar sistemas de produção de alimento 
mais sustentáveis. Esses sistemas podem ajudar a conservar a biodiversidade, 
reduzir a dependência dos insumos agrícolas e melhorar a qualidade do solo. 
• Agricultura de conservação: a agricultura de conservação envolve práticas como 
plantio direto, que ajudam a reduzir as perdas de solo, água e nutrientes. Isso 
também ajuda a diminuir a necessidade de insumos agrícolas e a reduzir a 
pressãosobre os recursos naturais. 
• Agroflorestas: as agroflorestas combinam árvores com outras culturas de 
alimentos, como hortas, em um único sistema. Isso ajuda a aumentar a produção 
de alimentos e a proteger o solo, a água e a biodiversidade. 
• Produção orgânica: a produção orgânica é baseada no uso de insumos orgânicos 
e na minimização de pesticidas e fertilizantes químicos. Isso ajuda a proteger 
a saúde humana, a qualidade do solo e a biodiversidade, além de reduzir a 
quantidade de resíduos produzidos.
A agricultura sustentável ajuda a conservar a saúde do solo, usando adubos 
orgânicos e técnicas de irrigação mais eficientes. Além disso, a agricultura sustentável 
também oferece benefícios econômicos, pois pode aumentar a produtividade agrícola, 
reduzindo assim custos de produção e aumentando os lucros. Além disso, pode também 
reduzir a dependência dos agricultores de fertilizantes químicos, que podem ser caros 
e prejudiciais para o ambiente. Por fim, a agricultura sustentável também pode contribuir 
para a segurança alimentar. Ao usar técnicas sustentáveis, os agricultores podem 
produzir maior quantidade e qualidade de alimentos, ajudando a suprir as necessidades 
de alimentos da população em crescimento.
15.7 O papel da comunidade na preservação ambiental
As comunidades desempenham um papel fundamental na preservação do meio 
ambiente. Através de seus esforços, a comunidade pode ajudar a melhorar a qualidade 
do ar, da água e do solo. As medidas que a comunidade pode tomar para preservar 
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o meio ambiente incluem a redução do consumo de água e energia, a reutilização 
de materiais, a reciclagem, a redução do uso de produtos químicos perigosos e a 
plantação de árvores (Figura 2). 
Figura 2: Exemplo de hábito que pode contribuir para a preservação ambiental.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/consciencia-percepcao-conhecimento-azul-9324357/
Além disso, as comunidades também podem apoiar campanhas para a proteção das 
espécies ameaçadas de extinção, como o plantio de árvores nativas e a redução do 
uso de combustíveis fósseis. Outro papel importante que a comunidade desempenha 
é a educação. Os membros da comunidade devem divulgar informações sobre as 
políticas ambientais e sobre os impactos ambientais. Isso ajudará a conscientizar 
as pessoas sobre a importância de preservar o meio ambiente e ensiná-las a tomar 
medidas para proteger o planeta. Lembre-se sempre, pequenos hábitos podem gerar 
grandes mudanças! 
15.8 O papel da tecnologia na preservação ambiental
A tecnologia tem um papel fundamental na preservação da natureza. A aplicação 
de tecnologias como energias renováveis, soluções de eficiência energética, reciclagem 
de materiais, monitoramento ambiental, agricultura de precisão e outras soluções 
modernas permite a redução dos impactos ambientais e a proteção da natureza e 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/consciencia-percepcao-conhecimento-azul-9324357/
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dos recursos naturais. A imagem abaixo (Figura 3), traz uma reflexão interessante 
sobre a tecnologia e o ambiente. Ambos possuem seus sistemas, seus processos e 
complexidade. A união dessas forças pode trazer inúmeros benefícios para as gerações 
futuras.
Figura 3: a tecnologia e o ambiente.
Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/vista-de-baixo-angulo-da-representacao-humana-da-grama-296085/
A tecnologia pode ser usada para rastrear e monitorar espécies ameaçadas, permitindo 
aos cientistas e gestores de recursos naturais tomar medidas preventivas para proteger 
habitats e controlar a caça ilegal. Outros usos incluem a criação de sistemas de 
alerta antecipado para prevenir e reduzir os danos causados por desastres naturais, 
como incêndios florestais, furacões e inundações. Por último, a tecnologia pode ser 
usada para ajudar a educar as pessoas sobre a importância da preservação do meio 
ambiente, através de campanhas de conscientização e de aplicativos e plataformas 
que promovam a educação ambiental.
Por meio da tecnologia, é possível desenvolver novas fontes de energia e recursos 
alternativos, utilizar métodos de produção mais sustentáveis, monitorar, prevenir 
e mitigar danos ambientais, além de melhorar a educação, a conscientização e a 
participação dos cidadãos na preservação ambiental.
15.9 Ecologia humana: desafio do próximo século
Entender que o ser humano é parte integrante dos ecossistemas é o primeiro 
passo para a mudança de hábitos, promovendo um desenvolvimento sustentável 
eficaz e constante. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/vista-de-baixo-angulo-da-representacao-humana-da-grama-296085/
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A ecologia humana é um campo interdisciplinar que estuda como as pessoas 
interagem com seu meio ambiente, incluindo as relações entre a economia, a tecnologia, 
a cultura e a biologia (Figura 4). 
Figura 4: Educação e conscientização fazem parte da ecologia humana.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-garoto-menino-rapaz-6991094/
O desafio do próximo século é aumentar a consciência sobre a importância da 
ecologia humana, bem como criar novas soluções para os problemas ambientais 
causados pela humanidade. 
Os principais desafios da ecologia humana no próximo século incluem a conservação 
dos recursos naturais, a redução da poluição, a melhoria da qualidade de vida nas áreas 
urbanas, a preservação da biodiversidade e a gestão responsável do uso da terra. Além 
disso, precisamos desenvolver novas tecnologias que permitam aos humanos viverem 
em harmonia com o meio ambiente, ao invés de continuarem comprometendo-o. 
Outro desafio importante são as mudanças climáticas. Esta questão é um problema 
mundial, visto que está causando impactos significativos, tais como secas, enchentes, 
inundações e tempestades mais fortes e frequentes. Para lidar com essas mudanças, 
precisamos desenvolver estratégias de adaptação e mitigação. Finalmente, a ecologia 
humana precisa evoluir para se adaptar às mudanças que estão ocorrendo no meio 
ambiente. Por exemplo, estamos vendo mudanças na distribuição e abundância de 
espécies, bem como na calibração dos ecossistemas. É necessário desenvolver novos 
modelos de gestão de recursos para que possamos manter a saúde dos ecossistemas, 
garantir o bem-estar das pessoas e preservar a biodiversidade.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-garoto-menino-rapaz-6991094/
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CONCLUSÃO
A Ecologia de Ecossistemas é uma área de estudo fascinante e importante para a 
compreensão da saúde dos sistemas naturais. Estudar a ecologia de ecossistemas 
nos ajuda a entender como os componentes abióticos, como solo, oxigênio, água 
e nutrientes, interagem com os componentes bióticos, como plantas, animais e 
microrganismos, para produzir o equilíbrio e a estabilidade necessárias à existência 
de um ecossistema saudável. Além disso, nos ajuda a entender como os ecossistemas 
funcionam e como as mudanças na composição de espécies, na estrutura de habitats 
e na dinâmica de energia e nutrientes afetam a saúde deles. 
Diversas ferramentas e técnicas têm sido desenvolvidas ao longo dos anos para 
ajudar a monitorar e avaliar os ecossistemas, permitindo uma melhor compreensão 
dos processos ecológicos subjacentes. Estas ferramentas e técnicas permitem 
que os cientistas mensurem e avaliem os impactos das mudanças antrópicas nos 
ecossistemas, bem como a capacidade destes ecossistemas de se recuperarem de 
perturbações. 
Finalmente, a ecologia de ecossistemas nos permite entender que os ecossistemas 
são sistemas complexos e que as mudanças nos ecossistemas podem ter efeitos 
inesperados. Portanto, para preservar a saúde dos ecossistemas, é importanteque as 
atividades humanas sejam feitas de forma sustentável e que os ecossistemas sejam 
monitorados de perto para ser possível identificar quaisquer mudanças que possam 
ser irreversíveis. 
Somente assim poderemos garantir a sobrevivência das gerações futuras!
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ELEMENTOS COMPLEMENTARES 
LIVRO
Título: Primavera Silenciosa
Autor: Rachel Carson
Editora: Gaia
Sinopse: A obra Primavera Silenciosa desafiou a sabedoria de um 
governo que permitia que substâncias tóxicas fossem lançadas no 
meio ambiente antes de saber as consequências a longo prazo.
FILME
Título: O Desafio de Darwin
Ano: 2009
Sinopse: O filme retrata os dilemas pessoais como “o dilema 
do plágio por Wallace” e o medo da perda de seu filho uma vez 
que já havia perdido uma filha em 1951. No filme você ainda 
confere o impacto que a teoria teria diante da comunidade 
científica e religiosa em uma Inglaterra vitoriana.
WEB
LIMNONEWS - Blog criado pelo Laboratório de Limnologia da Universidade Federal do 
Rio de Janeiro (UFRJ). São apresentados conteúdos diversos de divulgação científica 
e artigos científicos relacionados a limnologia, ciência atrelada à Ecologia. Os assuntos 
são atuais e de simples leitura: 
https://limnonews.wordpress.com
https://limnonews.wordpress.com/about/
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