Prévia do material em texto
ALTERAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO: ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS QUE FUNDAMENTAM O CUIDAR Profª Daniele Melo Sardinha Ananindeua, 2023 6ª MAIOR CAUSA DE INTERNAMENTO; PRINCIPAL CAUSA DE AMPUTAÇÃO NÃO TRAUMÁTICA MMII; PRINCIPAL CAUSA DE CEGUEIRA ADQUIRIDA; 3ª MAIOR CAUSA DE MORTALIDADE NO BRASIL; 1ª CAUSA DE DRC. IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA FATORES DE RISCO DM pode permanecer assintomático por longos tempos; Doença Silenciosa – risco pra complicações OBESIDADE SEDENTARISMO FAMILIAR DE 1º GRAU COM DM HAS DISLIPIDEMIAS MEDICAÇÕES Muita glicose no sangue, os glomérulos filtram, mas os túbulos não reabsorvem totalmente. Então apresenta glicosúria; glicose aumenta a osmolaridade e a diurese. Se o indivíduo está perdendo água ele consequentemente vai sentir mais sede. POLIDIPSIA POLIÚRIA POLIFAGIA Estado hipercatabólico; Quebra de proteínas, proteína muscular, gordura; O traço clínico que mais define o tipo 1 é a tendência à hiperglicemia grave e cetoacidose Destruição da célula beta, leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina. CLASSIFICAÇÃO DO DM Diabetes mellitus tipo 1 (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010) Tipo 1 A- autoimune Tipo 1 B - Idiopática Controle glicêmico tratamento não medicamentoso Tratamento medicamentoso No tratamento do DM 1, além da terapia não farmacológica, a administração de insulina deve ser prescrito e divididas em basal e prandial. Insulinas basais fazem efeito o tempo todo, são importantes, pois não deixam o fígado produzir glicose sem parar. A insulina PRANDIAL é a insulina que vai cobrir um aporte aumentado de glicose, ou seja, uma refeição. 1 ° METFORMINA 2PODE SER COM AGENTE HIPOGLICEMIA Diabetes Mellitus tipo 1 Falta de insulina. O pâncreas não produz insulina ou a produz em quantidades muito baixas. Com a falta de insulina, a glicose não entra nas células, permanecendo na circulação sanguínea em grandes quantidades. A diabetes mellitus do tipo I é também caracterizada pela produção de anticorpos à insulina (doença auto-imune). É muito recorrente em pessoas jovens, e apresenta sintomatologia definida, onde os enfermos perdem peso. Em adultos com longa história de excesso de peso e hereditariedade, de início insidioso e sintomas mais brandos. Deficiência relativa de insulina, menos intenso do que o observado no DM tipo 1. Diabetes mellitus tipo 2 Após o diagnóstico, o DM tipo 2 pode evoluir por muitos anos antes de requerer insulina para controle. (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010) CLASSIFICAÇÃO DO DM Diabetes Mellitus tipo 2 Mal funcionamento ou diminuição dos receptores das células. A produção de insulina está normal. Como os receptores (portas) não estão funcionando direito ou estão em pequenas quantidades, a insulina não consegue promover a entrada de glicose necessária para dentro das células, aumentando também as concentrações da glicose na corrente sanguínea. Diabetes Mellitus tipo 2 90% a 95% dos casos; Defeitos na ação e na secreção de insulina; Acomete principalmente adultos- 40anos; Acomete pessoas com sobrepeso ou obesidade Resulta em dois defeitos fisiopatológicos: Resistencia a insulina e redução da sua utilização periférica E Comprometimento da função secretora INSULINOTERAPIA 0,5 a 1U/kg/dia; Controle: Dieta, exercícios físicos e principalmente fármacos orais Insulinoterapia 0,2U/kg/dia Combinação: Insulinas e Fármacos orais RASTREAMENTO Recomenda-se que a consulta de rastreamento para a população-alvo definida pelo serviço de Saúde seja realizada pelo enfermeiro da UBS, encaminhando para o médico em um segundo momento, a fim de confirmar o diagnóstico dos casos suspeitos. CLASSIFICAÇÃO DO DM Na maioria dos casos, há reversão para a tolerância normal após a gravidez, porém há risco de 10 a 63% de desenvolvimento de DM2 dentro de 5 a 16 anos após o parto. Sintomas de poliúria, polifagia polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual ≥ 200 mg/dL; Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL; HbA1c ≥ 6,5% a ser confirmado em outra coleta; Glicemia de 2h pós-sobrecarga de 75g de glicose (Teste de tolerância oral) ≥ 200 mg/dL; DIAGNÓSTICO Qual a glicemia normal? Glicemia de jejum < 100 mg/dL TTGO < 140 mg/dL A1c < 5,7% COMPLICAÇÕES SÃO DECORRENTES PRINCIPALMENTE DO CONTROLE INADEQUADO, DO TEMPO DE EVOLUÇÃO E DE FATORES GENÉTICOS DA DOENÇA. MICROVASCULARES MACROVASCULARES RETINOPATIA DIABÉTICA É a primeira causa de cegueira adquirida após a puberdade. Embora a cegueira seja um evento raro (aproximadamente 20/100.000/ano) em pacientes com diabetes (GENZ et al., 2010), a perda de acuidade visual é comum após dez anos de diagnóstico, acontecendo em 0% a 40% dos pacientes mais idosos (MOSS; KLEIN; KLEIN, 1994). É uma complicação microvascular do diabetes associada com morte prematura por uremia ou problemas cardiovasculares. É a principal causa de doença renal crônica em pacientes que ingressam em serviços de diálise (BRUNO; GROSS, 2000). NEFROPATIA DIABÉTICA Apresenta três estágios: inicial, sintomático e grave. O estágio inicial é, em geral, assintomático, mas pode haver diminuição de sensibilidade. O período sintomático é caracterizado por perda de sensibilidade, dormência e, muitas vezes, parestesias e/ou dor. O estágio grave apresenta envolvimento motor com limitação funcional e com potencial para ulceração nos membros inferiores. As úlceras de pés (também conhecido como pé diabético) e a amputação de extremidades são as mais graves e de maior impacto socioeconômico. Achado mais importante é a diminuição da sensibilidade. NEUROPATIA DIABÉTICA Falta de insulina Nível de açúcar aumenta Células sofrem com a falta de energia Para que as células parem de funcionar, o organismo passar a usar os estoques de gordura, só que também produzem cetonas Principais sintomas são: polidipsia; poliúria; enurese; hálito cetônico, fadiga, visão turva; náuseas; dor abdominal, além de vômito e desidratação. Cetoacidose Diabética- mais relacionada com a tipo 1 Complicações da Diabetes Quando ocorre a hiperglicemia e esta persistente, a diurese osmótica acontece e, em consequência, aumenta a perda de água e eletrólitos. Para se manter o equilíbrio osmótico, ocorre o deslocamento da água do espaço intracelular (dentro da célula) para o extracelular (fora da célula). Com a glicosúria e a desidratação, ocorre a osmolaridade. Sindrome hiperosmolar hiperglicêmico não cetótica- falta de cetose MEDICAÇÕES HIPOGLICEMIANTES INSULINA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA MODERAÇÃO NO USO DE ÁLCOOL ABANDONO DO TABAGISMO TRATAMENTO CONTROLE METABÓLICO Aplicação da SAE; Educação em saúde que auxilie o indivíduo a conviver melhor com sua condição crônica; Reforce sua percepção de riscos à saúde; Desenvolva habilidades para superar os problemas, mantendo a maior autonomia possível; Identificar vulnerabilidades, prevenir complicações e conquistar um bom controle metabólico que, em geral, depende de alimentação regular e de exercícios físicos. A prevenção, por meio do exame frequente dos pés é de vital importância para a redução das complicações. Consulta de enfermagem para acompanhamento de pessoas com DM Diagnóstico de enfermagem Risco de infecção relacionado à exposição ambiental a patógenos aumentada Risco de infecção relacionado a uso de cateter venoso periférico Risco de glicemia instável relacionado à falta de controle da diabetes Risco de glicemia instável relacionado ao ganho de peso excessivo Risco de síndrome do desequilíbrio metabólico relacionado com glicemia instável Medo relacionado a novo estilo de vida, evidenciado por relatos verbais Nutrição desequilibrada menos do que as necessidades corporais relacionado à incapacidade de absorver nutrientes, evidenciado por perda de peso com ingestão adequada decomida Cuidados de enfermagem Quanto à terapêutica medicamentosa: • Identificação correta do tipo de insulina, seringa, agulha, ação, dosagem e via de administração. • Utilização de técnica asséptica. • Rodízio dos locais de aplicação: face anterior da coxa, face externa/posterior do braço, nádegas e abdômen. • Observação da conservação correta. • Alimentar o paciente depois da insulinoterapia. • Avaliar e ensinar autoaplicação - incluir cuidados no preparo, conservação, tipo agulha e seringa. • Orientar uso de hipoglicemiantes orais: tipo, ação, dosagem, frequência. Monitorização da glicemia DM1 – 3 a 4x/dia; 6 a 8x/dia DM2 – pelo menos 2x/dia Sempre que o paciente se sentir mal; Locais de aplicação de insulina 1. abdomen 2. braços 3. coxa 4. Gluteo Cuidados de enfermagem Quanto à hipoglicemia: • Orientar sinais e sintomas e para portar fonte de glicose; • Conhecer e observar sintomas de hipoglicemia (tremores, sudorese, palidez, fome, visão turva, cefaleia, distúrbios de comportamento, perda da consciência, coma); • Paciente em hipoglicemia: consciente: Colher amostra de sangue para glicemia; Oferecer carboidrato de ação rápida (suco, açúcar). Paciente inconsciente: Nada por via oral ; Infusão de glicose hipertônica (a 50%) via endovenosa • Realizar glicosúria e controle da diurese; • Manter vias aéreas livres (aspiração s/n) e oxigenar s/n; • Controlar sinais vitais e perfusão periférica; • Avaliar nível de consciência; • Assim que possível alimentar VO; Cuidados de enfermagem Quanto à hiperglicemia: • Conhecer, observar e orientar sinais e sintomas (visão turva, poliúria, polidipsia, fraqueza, dor abdominal, sonolência, náuseas, vômitos, perda da consciência, coma); reforçar importância do tratamento correto; • Caso ocorra, manter vias aéreas livres e oxigenar s/n; • Coletar sangue para glicemia e dosagem de Na (sódio) e K (potássio); • Realizar glicosúria; • Administrar insulina conforme prescrição, respeitando rodízio e local; • Controle rigoroso de SV e perfusão periférica; • Infundir reposição hidroeletrolítica (SF, potássio, bicarbonato); • Monitorizar e avaliar nível de consciência; • Controlar diurese (se inconsciente cateterismo vesical); • Observar sinais de hipoglicemia durante tratamento; HIPERDIA Referências SCHMIDT, M. I. et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais. The Lancet, London, 9 maio 2011. DOI:10.1016/S0140-6736(11)60135-9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.