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Produção de material didático
Unidade 1 - Conteúdo em forma didática
Autor: Franciane Heiden Rios
Revisor técnico: Ieda Silva
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Introdução
Essa primeira unidade tem como objetivo conceituar o que é material didático. Para tanto,
serão discutidos os fundamentos epistemológicos, históricos e pedagógicos que compõem
esses suportes de ensino-aprendizagem, destacando a relação do professor e seu processo de
autoria, seja na seleção, seja na elaboração dos recursos em suas práticas pedagógicas.
É nessa unidade, que será apresentada a estrutura geral que será ampliada nas demais
unidades. Portanto, aqui estão elencados e desenvolvidos os temas que permitem a você,
estudante, ingressar nesse “não tão novo” campo da Pedagogia, mas que, recentemente,
retorna aos currículos dos cursos de formação docente.
A�nal, quem mais competente para desenvolver materiais didáticos do que aquele
pro�ssional que em sua formação teórico-prática perpassa todos os campos da Educação,
teorias e fundamentos relacionados ao ensino e a aprendizagem?
Ninguém mais habilitado que o pedagogo, portanto, para se apropriar de conhecimentos do
campo editorial, do campo grá�co, do campo do design e de outras áreas, na perspectiva
interdisciplinar, para assumir a “frente” desse processo.
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1. O conteúdo em forma didática
Para início nesse percurso formativo é fundamental compreender o que são materiais
didáticos. Para isso, será necessário desconstruir a ideia que, por vezes, povoa o imaginário
dos professores. É fato que esses suportes de ensino-aprendizagem permeiam a totalidade do
trabalho pedagógico. Entretanto, será que a percepção e a de�nição que se tem desse
elemento tão presente e fundamental no processo de ensino-aprendizagem contempla sua
natureza? Veja a seguinte situação hipotética.
Durante seu planejamento, para trabalhar um conteúdo de geogra�a, a professora Ana
selecionou alguns materiais. Foram eles: um mapa do Brasil, um globo terrestre, o livro
didático de geogra�a e uma canção que fala sobre a diversidade geográ�ca do Brasil.
Figura 1 a 4 - Recursos selecionados pela Professora Ana. Fonte: Pixabay, 2020.
Em um primeiro momento, quais desses recursos poderiam ser considerados materiais
didáticos?
É possível que o livro didático receba o maior número de indicações. Entretanto, para
Bandeira (2009), todos os recursos selecionados pela professora Ana podem ser considerados
materiais didáticos. Essa autora a�rma que todo e qualquer recurso que possa transformar a
maneira de entender um conteúdo, que auxilie e quali�que o processo ensino-aprendizagem,
pode ser considerado material didático. Ampliando essa de�nição, é possível compreender
material didático como:
[...] um conjunto de recursos dos quais o professor se vale na sua prática pedagógica, entre os quais se
destacam, grosso modo, os livros didáticos, os textos, os vídeos, as gravações sonoras (de textos, canções),
os materiais auxiliares ou de apoio, como gramáticas, dicionários, entre outros. (OCEM, 1998, p. 154).
Vamos juntos?
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Assim, ao se falar de material didático se amplia o conceito para além do livro didático
compreendendo como “[...] um recurso a mais, entre tantos, de que o professor dispõe para
estruturar e desenvolver seu curso e suas aulas” (BRASIL, 2006, p. 154) . Entretanto, nessas
primeiras de�nições, as palavras recursos e materiais passam a ser apresentadas como
sinônimos, fato que precisa ser analisado mais a fundo.
1.1 Recursos e materiais: finalidades didáticas
É possível a�rmar que o que de�ne um material didático é sua �nalidade didática e essa não
é uma característica inata nos recursos didáticos. É o professor, em seu planejamento e na sua
intencionalidade pedagógica, que produz, organiza, seleciona e relaciona o recurso com o
objetivo de ensino-aprendizagem, ou seja, há uma diferença entre recurso didático e material
didático, que precisa ser esclarecida.
Para que o recurso didático seja um material didático é preciso que ele seja apropriado na
proposta didático-pedagógica do professor. Nesse sentido, o globo terrestre, o mapa e a
canção do exemplo anterior só são considerados materiais didáticos por terem sidos
apropriados e incorporados na proposta de trabalho da professora Ana.
E o livro didático? Se ele for utilizado de maneira questionável, em sala de aula, apenas como
suporte de leitura e preenchimento pelos alunos, será ainda considerado um material
didático?
A despeito de sua utilização, o livro didático sempre será considerado um material didático em
decorrência de sua natureza/concepção. Esse suporte, em seu processo de planejamento e
desenvolvimento, teve seu conteúdo e os recursos, que o compõe, organizados em prol de
objetivos e intencionalidades de ensino e expectativas de aprendizagem, mesmo que não seja
o mesmo do professor que irá utilizá-lo. É essa característica que  diferencia o livro didático
dos demais recursos, garantindo a ele essa classi�cação.
Talvez por isso, na situação hipotética trazida para análise, o livro tenha se destacado, mas,
não só por esse motivo, essa construção próxima entre as noções de livro didático e material
didático está diretamente relacionada com a própria história de seu emprego na educação.
2. História do material didático
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Percebemos o uso instrucional em recursos variados, desde a pré-história e na antiguidade.
Pinturas rupestres e registros em tábuas de argila - respectivamente aos períodos - cuja
�nalidade era narrar histórias e, com isso, comunicar e prestar informações para a
sobrevivência. Por mais que outros exemplos permeiem a história de cada cultura humana, é
só com a normatização da escrita e a criação do papel que a ideia de recursos instrucionais
toma projeção.
É também na antiguidade com o papiro e, posteriormente, o pergaminho que surgirão os
precursores da ideia de livro, na contemporaneidade. O volumen e o codex são exemplos
desses recursos.
Figura 5 - Exemplo de Volumen . Fonte: IEFP, 2020.
Figura 6 - Exemplo de Codex . Fonte: WikiCommons, 2020.
Com o papel, mas, principalmente com a imprensa de tipos móveis, no século XV, é que a
produção de livros - didáticos ou não - se estabelece, permitindo a cultura letrada e, aos
poucos, superando a necessidade de que as cópias dos volumes fossem feitas à mão,
permitindo a produção em série. Entretanto, mesmo com o avanço da produção dos livros, até
o �nal do século XVIII, era comum que os estudantes possuíssem exemplares diferentes em
sala.
Você sabia
Durante muito tempo os livros eram reproduzidos/copiados à mão, sendo esse trabalho,
em maior parte, realizado durante a Idade Média pelos monges copistas. Esses monges
�cam em monastérios e sua única atribuição era de realizar a cópia de escrituras. O
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trabalho realizado por eles foi fundamental para a preservação de diversas produções, de
diversas culturas, acerca dos mais variados temas. Um fato curioso sobre esses monges é
que muitos deles não sabiam ler, o que permite pensar sobre a relação entre “cópia” e
“alfabetização”. Indica-se o �lme “Em nome da Rosa”, adaptação do livro de Umberto Eco,que retrata o trabalho e a vida desses monges sob pano de fundo de um mistério.
Os primeiros livros didáticos, em que cada aluno possuía seu exemplar para uso, foram as
gramáticas produzidas no século XVI. Foi em 1578, que o Cardeal Bellarmine lançou a
gramática em hebraico para que o estudante pudesse ter mais autonomia em seus estudos,
podendo, assim, utilizá-la sem o auxílio do professor.
Figura 7 - Gramática em hebraico de Roberto Bellarino. Fonte: Worth Point, 2020.
Nesse percurso histórico, outra publicação se destaca: o Orbis Pictus. Esse livro de autoria de
Comenius, direcionado para o público infantil, pode ser considerado como o precursor das
técnicas audiovisuais, pois relacionava imagem ao texto. Foi publicado em Nuremberg, em
1658, em latim e alemão.
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Figura 8 - Orbis Pictus. Fonte: Wiki Commons, 2020.
2.1 Trajetória do livro didático no Brasil
No Brasil, apenas em 1929, com a criação do Instituto Nacional do Livro - INL, é que se inicia a
discussão e preocupação acerca das políticas e legislações que ordenam os livros didáticos.
Em sua criação, o INL tinha como principal objetivo contribuir com a legitimação do livro
didático nacional, o que repercutiria no aumento produtivo em território nacional. Entretanto,
apenas em 1934, que o instituto inicia a edição de suas primeiras obras literárias, de uma
enciclopédia e de um dicionário nacional.
No cenário brasileiro, a perspectiva do livro didático era atender às demandas do professor,
por isso eles podem ser encontrados na literatura especí�ca como “manuais didáticos”, pois
era essa a função que objetivamente assumiam: de manuais com orientações para a docência,
com conteúdo a ser transcrito ou ditado.
Entretanto, com as mudanças decorrentes do mercado editorial - aumento de produção e
mercado consumidor, por exemplo - muda-se de perspectiva, direcionando os livros para os
estudantes, alterando as exigências para a elaboração desses suportes. Essas mudanças não
afetam apenas a questão comercial ou os aspectos pedagógicos de elaboração dos suportes,
mas projetam-se nos espaços e práticas educativos.
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É fato que os manuais didáticos persistem. Como foi visto, o livro didático não perderá seu
caráter de “material didático”, por ser resultado de um processo e concepção pedagógicos,
ainda, para cada livro do aluno, há um livro do professor e todo um sistema de ensino por trás
dessa que, hoje é entendida como “solução didática” ou “solução educacional”. Termos que
resgatam a necessidade de se discutir o professor e seu papel nesse processo.
Não se pode negar que os livros são recursos estético e tecnicamente bem estruturados,
desde a atualização do conteúdo, à forma que assumem. Esses suportes são pensados para
cumprir os critérios da legislação educacional vigente e, também, engajar aqueles que os
utilizam, porém, a construção do conhecimento é apenas ampliada a partir do potencial
pedagógico do livro, sua efetivação demanda a mediação do professor.
Mesmo que se tenha no livro uma proposta metodológica e um plano de trabalho de�nido,
poderá o professor diante da necessidade de seus alunos, de sua proposta, e de seu contexto,
adequá-la, ajustá-la ou até mesmo substituí-la integralmente. O que se destaca é que,
indiferente da concepção que o livro carrega em decorrência de sua natureza, é a ação do
professor que a legitima ou não.
A ação efetiva é do professor frente a esse suporte e é nela que reside a instância
pedagógica , resumida como a efetivação da prática docente, possibilitada pelo professor,
fundamental para a signi�cação do livro didático e suas proposições.
Portanto, é o processo de pesquisa e planejamento que garante sintonia entre objetivo de
ensino, expectativa de aprendizagem e potencialidade do recurso, propondo os percursos a
serem trilhados no processo de construção do conhecimento, colocando o trabalho docente
como essencial.
3. Mediação pedagógica: o professor
à frente do processo de significação
do material didático
A intenção pedagógica é, então, direcionada à produção de materiais didáticos, seja em sua
efetiva elaboração – planos, sequências, textos e outros - seja na seleção e apropriação de
recursos didáticos.
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Nessa perspectiva, pelo fato do material didático ser apropriado diante da demanda real
observada pelo professor, o material didático, além de dinamizar e quali�car o processo de
ensino-aprendizagem, emancipa o professor, permitindo a ele autonomia diante dos suportes
de sua prática docente.
Essa autonomia resulta em emancipação e aproxima o fazer-pensar, contribuindo para uma
a ação re�exiva, fundamental para a melhoria da aprendizagem, a�nal, ao produzir, selecionar
e apropriar recursos em materiais didáticos o professor vai além do discurso pedagógico.
Para tanto, é fundamental compreender os princípios que possibilitam ao professor realizar a
mediação efetiva dos objetivos de ensino, expectativas de aprendizagem e materiais didáticos.
Para isso, quatro indicadores são essenciais:
Figura 9 - Quatro indicadores para a mediação. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
Desses indicadores, é possível estabelecer um roteiro de perguntas que orientam o
planejamento didático do professor, sendo, esse passo, o primeiro a se tomar na intenção de
elaborar um material didático:
I. Conteúdo:
II. Perfil:
III. Infraestrutura:
IV. Metodologia:
Todos esses indicadores estão correlacionados e são fundamentais para que o resultado �nal
seja adequado à proposta de ensino. Esses quatro indicadores permitem ao professor, em seu
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planejamento, compreender o per�l global do material, na relação do conteúdo com os
estudantes, o que irá permitir a posterior seleção e elaboração dos recursos necessários.
Você quer ver
No vídeo “A construção de Materiais Didáticos” apresenta-se o uso de materiais didáticos
dedicados à geogra�a, em Ourinhos, no interior de São Paulo. É possível ver duas
experiências colocadas em prática e como esses materiais são articulados em uma escola
estadual dessa cidade.  Você pode acessar o vídeo em:
Há, portanto, a necessidade de articulação das dimensões epistemológicas, metodológicas e
políticas que permeiam o processo educacional, em prol dos objetivos formativos atribuídos
aos materiais didáticos, considerando a importância dos indicadores na de�nição das técnicas
e didáticas, para mediar relações signi�cativas para a construção do conhecimento. É o ideal
pedagógico que perpassa o material didático e o de�ne como um projeto de trabalho.
3.1 Do ideal pedagógico ao projeto de trabalho
Inúmeras são as possibilidades de recursos e elementos disponíveis a serem utilizados,
enquanto materiais didáticos: desde os textos impressos, digitais, de caráter técnico,
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instrucional ou literário, tecnologias, mídias e outros recursos que a criatividade do professor
permitir. O que vale é ampliar a interlocução do estudante com outros formatos e
abordagens, ampliando seu repertório, o que permitirá a ele, além da apropriação do
conteúdo propriamente dito, competências e habilidades para comparar, analisare tecer
re�exões de maneira crítica.
Em várias formas de materialização, ampliar a “interlocução” diz respeito à garantia do
dialogismo instrucional do material didático e sua relação aos objetivos de aprendizagem do
curso e aos estudantes a que se destina. E para atingir este ponto de contato, não temos um
plano pré-de�nido ou receita pronta a ser aplicada para se ter um resultado efetivo.
Aqui a discussão não está no conteúdo, mas sim, na abordagem que é atribuída a ele no
material didático, pois, “[...] muitas vezes a preocupação com a dialogicidade leva a uma super-
exploração de processos indutivos, resultando em textos confusos e repetitivos, com excesso
vocativos e construções próprias da modalidade oral da língua, o que certamente prejudica a
compreensão do leitor” (SALGADO, 2006, p. 03).
Esse trecho de Salgado (2006) precisa ser ampliado para além do texto. O excesso de
“instrucionalismo”, no material didático, pode eliminar o potencial desa�ante do recurso,
assim é preciso garantir, em seu desenvolvimento que o que é imaterial - ideias, conceitos,
análises, cultura, etc., esteja em plena articulação e sintonia com a estrutura do recurso.
A�nal, os materiais didáticos são resultado da conjunção de imagens, cores, composição, e
demais elementos grá�cos, sonoros, multilinguagens, entre outros, convertendo o “[...]
conhecimento em algo físico” (COLLARO, p. 12, 2011).
Assim, é fundamental ao professor competências essenciais na relação com os recursos a
serem utilizados enquanto materiais didáticos, são elas:
I. Competência tecnológica:
II. Competência metodológica:
III. Competência organizacional:
IV. Competência autoinstrucional:
Para tanto, no planejamento das ações relacionadas aos materiais didáticos, é necessário que
se supere a fração “pedagógico/educativo” – “técnico/instrumental”, para que os objetivos
propostos ao material não se percam no processo.
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É a garantia que a comunicação seja efetivada, aquela que: “[...] a verdadeira não está dada
por um emissor que fala e um receptor-recebedor que escuta, mas sim, por dois seres ou
comunidades humanas que dialogam [...]” (KAPLÚN, 1984, p. 14). Diálogo que não opera em
uma lógica cartesiana, ainda mais na relação com os materiais didáticos que serão
apropriados pelos estudantes em diversos momentos, com a presença ou não do professor,
evocando o caráter interpretativo pessoal e individual na relação com o suporte. Portanto, os
indicadores “cercam” na medida do possível esses fatores que signi�cam os materiais e que,
consequentemente, interferem nos objetivos educacionais previstos a eles. Desses
conhecimentos e em mãos com seu planejamento, é possível a seleção e/ou a produção dos
materiais didáticos.
4. Professor-autor em ação: seleção,
elaboração e avaliação de materiais
didáticos
A partir dos quatro indicadores e, compreendendo a essência pedagógica do material didático,
é possível estabelecer o passo a passo de sua seleção e/ou produção. Cabe destacar que, por
mais que seja proposta uma sistematização de um modelo operacional desse processo, a
autonomia do professor é fundamental e garantia indiscutível. Assim, o que se propõe, tem
como princípio o professor enquanto arquiteto e facilitador de processos de ensino-
aprendizagem, sendo seu maior desa�o trabalhar com as possibilidades diversas de recursos
disponíveis com criatividade e criticidade, para que o material didático resultante seja
consistente em sua proposta de ensino e aprendizagem.
O processo de produção pode ser resumido a três etapas:  planejamento, operacionalização e
avaliação, processos sequenciais que se signi�cam mutuamente.
No planejamento , o professor irá identi�car o per�l do público-alvo: suas necessidades
formativas, suas expectativas e o contexto social, cultural e tecnológico desse público. É esse
per�l que permitirá elaborar e efetivar práticas coerentes e e�cientes junto aos estudantes.
Da etapa do planejamento, resulta o mapeamento diagnóstico, de�nindo as especi�cações
dos recursos a serem integrados e os instrumentos de avaliação. É nesse momento que, o
recurso toma forma de material didático: ao recurso é atribuído o design educativo, quando se
pensam sobre suas potencialidades para o uso no processo de aprendizagem.
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Na operacionalização , essas potencialidades são implementadas. Essa etapa envolve
procedimentos didáticos, tecnológicos e administrativos. É aqui que o professor irá:
1. Mapear os recursos necessários;
2. Organizar e/ou produzir os materiais didáticos autorais;
3. De�nir a metodologia de trabalho;
4. De�nir os critérios e elaborar os instrumentos avaliativos.
Essa etapa é fundamental, pois envolve o indicador 4 – Infraestrutura e, portanto, em um
espaço compartilhado, como a escola, por vezes é necessária a gestão dos equipamentos, dos
espaços e dos recursos para que esses possam ser utilizados e os materiais didáticos
garantidos, bem como, a proposta pedagógica cumprida.
Por �m, na etapa da avaliação, acontece a veri�cação da validade e assertividade das escolhas
tomadas nos processos anteriores, permitindo as adequações necessárias. Efetivamente, é
nessa etapa que será possível a percepção da satisfação do estudante em relação à docência e
aos materiais didáticos que possibilitaram essa ação. É nessa etapa que todos os indicadores
poderão ser validados e o professor terá a oportunidade de rever e adequar aquilo que não
alcançou o esperado. Assim, o docente assume o papel autoral, cabendo a responsabilidade
de garantir a qualidade técnica das soluções para ensinar e aprender, ou seja, dos recursos a
serem utilizados nas mediações e interações.
Os materiais didáticos devem ser desenvolvidos para promover a aprendizagem do estudante
e, com isso, a educação para a autonomia. Convergência entre saber técnico – conteúdos
estruturados da área do curso e habilidades e competências atitudinais – como
instrumentalizar os estudantes para superar os desa�os que a aprendizagem impõe? - devem
ser regra em todo recurso de aprendizagem disponível.
Nesse processo de autoria e desenvolvimento dos materiais didáticos, o design
instrucional/educacional é fundamental para a modelagem da arquitetura pedagógica (Filatro,
2008). Nesse processo, o professor-autor pensa o material didático nas relações de mediação
e interação, é aqui que ocorre a ligação entre o conteúdo técnico, a expertise do professor-
autor, na produção de materiais e as demandas do público-alvo. Esse processo pode ser
entendido como:
"[...] ação intencional e sistemática de ensino que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a
aplicação de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações
didáticas especí�cas, a �m de promover, a partir dos princípios de aprendizagem e instruções conhecidos,
a aprendizagem humana. Em outras palavras, de�nimos design instrucional como processo (conjunto de
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atividades) de identi�car um problema (uma necessidade) de aprendizagem e desenhar, implementar e
avaliar uma solução para esse problema." (FILATRO, 2008, p. 3)
Por �m, a produção e a seleção do material didático, em todas as suas etapas, implica na
relação direta com os estudantes. É por meio das medições realizadas e das interações
possíveis, diante do suporte e do apoio contínuo ao estudante, sendo suas ações essenciais
para que as aprendizagens técnicas – aquelas relacionadas aos conteúdos– sejam
consolidadas, e as demandas emergentes, sejam elas em caráter instrumental ou
motivacional, sejam sanadas. Assim, o professor é o agente tático que: “[...] mais do que
ensinar, trata-se de fazer aprender [...], concentrando-se na criação, na gestão e na regulação
das situações de aprendizagem.” (PERRENOUD, 2000, online).
4.1 A formação continuada para a produção de
materiais para a produção de materiais
didáticos
Esse processo de produção e seleção, por mais que seja, a priori , trabalhado na formação
inicial do professor, assim como todos os outros aspectos da atividade docente e,
principalmente, pelas características da Sociedade da Informação e Comunicação, necessita de
atualização e, portanto, de constante formação continuada.
Você quer ler
A Sociedade da Informação e Comunicação está diretamente relacionada com os avanços
tecnológicos, principalmente, aqueles relacionados às telecomunicações, com o advento
da internet , que permitiu superar barreiras geográ�cas e temporais para o acesso de
informações, estabelecendo uma lógica comunicacional, que integra diferentes pessoas,
de diferentes lugares, com suas diferenças sócioeconômicas e culturais. Nessa relação,
estão as ferramentas ou tecnologias que permitem que essa lógica seja possível:
celulares, computadores, tablets , entre outros. Portanto, esses conhecimentos
reestruturam as relações sociais e, consequentemente, as relações estabelecidas na
escola, sendo fundamental, ampliar conhecimentos sobre esse assunto. Nesse sentido,
indica-se a leitura do capítulo 02, do livro “Teorias contemporâneas da comunicação”, de
autoria de Carlos Eduardo Marquioni, disponível em sua Biblioteca Virtual.
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A proposta de formação continuada, portanto, pode ser entendida como:
"A participação do professor no projeto educativo da escola, assim como seu relacionamento extraclasse
com alunos e com a comunidade, são exemplos de um trabalho formativo essencial [...] bem como [...] A
pesquisa pedagógica, que na formação inicial é vista, em geral, de forma predominantemente acadêmica
e quase sempre dissociada da prática, pode na escola ser de�agrada e conduzida a partir de problemas
reais de aprendizado [...]" (SEMTEC, 2002, p. 241).
Assim, além de emancipar a condição docente, a própria autoria do material didático contribui
para a formação continuada do professor, pois, nesse processo ele é convidado a pesquisar,
atualizar, inovar, en�m, torna-se agente da construção de seu conhecimento que, na intenção
de dinamizar sua aula, estabelecendo novas relações com os estudantes, avança em
conhecimentos teóricos e didáticos.
Síntese
Nesta unidade, vimos que os materiais didáticos são o conjunto de diversos recursos à
disposição do professor, para que esse possa estruturar e desenvolver sua proposta de
trabalho.
Vimos que o que de�ne um material didático é sua �nalidade didática, que consiste na ação
do professor em planejar o uso desse recurso diante dos objetivos de ensino e expectativas de
aprendizagem. Ainda que o livro didático acaba se destacando, quando se fala em materiais
didáticos, pela questão histórica, pela natureza e, também, por sua massiva utilização nos
espaços escolares.
Descobrimos que foi apenas em 1929, com a criação do Instituto Nacional do Livro - INL, que o
livro didático passa a ter espaço no Brasil, a princípio, destinado aos professores,
posteriormente, direcionado aos estudantes.
Percebemos a importância da autonomia e, consequente, emancipação do professor frente a
seleção e elaboração do material didático para a quali�cação do processo de ensino-
aprendizagem e que, para isso, é fundamental que ele se atente a quatro indicadores:
conteúdo, per�l, infraestrutura e metodologia, indicadores correlacionados e fundamentais
para o sucesso da proposta.
Por �m, para esse papel “autoral”, caberá ao professor as competências: tecnológica;
metodológica; organizacional e autoinstrucional, fundamentais no processo de seleção e
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elaboração, que pode ser resumido em três etapas: planejamento, operacionalização e
avaliação. Vimos que o fundamental nas discussões estabelecidas é compreender a
importância do processo de produção e seleção de materiais didáticos na emancipação do
professor, bem como na construção de seu conhecimento, de forma dinâmica, signi�cativa e
contextualizada.
Assim, nesse percurso você aprendeu:
O conceito de material didático;
Os elementos que interferem em sua escolha pelo professor;
As competências necessárias aos professores nesse processo de autoria;
A importância da autoria dos materiais didáticos para a formação
continuada do professor.
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Bibliografia
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