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UNIDADE 1
Organizadores:
Amanda Maria de Oliveira | Maria Edilene de Paula Kobolt | Pedro Augusto Pereira Brito
APLICADA
Linguística
Breve Histórico da Linguística 
Aplicada e Suas Subáreas
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados 
com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado 
tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os 
tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral 
Resgatar a história da Linguística Aplicada sob a perspectiva contemporânea.
Objetivos Específicos 
• Conhecer a história da LA;
• Identificar o panorama geral sobre a área da LA;
• Contextualizar a LA na sociedade.
Questões Contextuais
• A Linguística Aplicada consiste em um campo de estudos autônomo e consolidado atualmente. Você já 
parou para refletir sobre os acontecimentos que levaram ao seu surgimento?
• Quais as principais áreas de interesse do campo da Linguística Aplicada atualmente?
• Como podemos delimitar as contribuições que a Linguística Aplicada oferece para a sociedade 
atualmente?
unidade 
1
V.1 | 2021
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 10
1.1 Panorama Geral Sobre a História da LA
Nesta unidade, nosso objetivo consiste em delinear o percurso histórico do 
surgimento e da consolidação da Linguística Aplicada (ou LA) a partir dos anos de 
1940, período no qual a atenção dos estudos linguísticos desenvolvidos se voltou para a 
questão do ensino de línguas. A partir desse momento, faremos um percurso histórico 
no qual discutiremos os principais marcos da LA, até chegarmos ao momento atual.
Ainda nesta unidade, abordaremos questões relativas às suas subáreas e temas 
de interesse. Por fim, discutiremos as contribuições que o campo da LA traz para a 
sociedade atualmente e sua relevância social.
 Neste primeiro momento, vamos discutir o processo de surgimento e consolidação 
da Linguística Aplicada enquanto campo de estudos. Para tanto, buscaremos relacionar 
o panorama da história da LA com as teorias vigentes, marcadamente o Gerativismo 
e o Estruturalismo, na medida em que, como veremos, havia o predomínio de estudos 
formais entre as décadas de 1940 e 1960, sendo o aspecto social deixado em segundo 
plano. Além disso, analisaremos suas influências no campo aqui considerado.
De acordo com Moita Lopes (2006a), a Linguística Aplicada tem início na 
década de 1940 a partir do crescimento de interesse, especialmente por parte dos 
Estados Unidos, pelo ensino de línguas e por métodos de ensino durante a Segunda 
Guerra Mundial. Sobre este ponto, conforme afirma Oliveira (2014), diversos países se 
envolveram na guerra e, consequentemente, falavam línguas diversas, o que se mostrou 
um empecilho na comunicação. Diante disso, e reconhecendo a importância estratégica 
de se aprender as línguas faladas pelos países envolvidos, os Estados Unidos fundaram 
o Army Specialized Training Program (Programa de Treinamento Especializado do 
Exército), no qual foram intensificadas pesquisas em torno de métodos eficientes para 
o ensino de línguas (OLIVEIRA, 2014).
Dessa forma, o interesse do programa voltado para o ensino de línguas 
residia essencialmente na organização de materiais e métodos que possibilitassem a 
comunicação em período de guerra, tanto entre aliados quanto com o inimigo (LUNA, 
2012), com objetivos militares e estratégicos.
Segundo Mulik (2019), o enfoque, naquele momento, incidiu na expressão oral 
e teve o método audiolingual como principal estratégia de ensino. De acordo com a 
autora, esse método tem como enfoque o desenvolvimento de hábitos linguísticos por 
meio do condicionamento e da repetição, isto é, tem suas bases na teoria behaviorista. 
Neste momento, era dada grande importância à pronúncia correta e a aproximação à 
fala de um nativo.
11 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Esse interesse pelo ensino de línguas perdura no período pós-guerra, o que 
consolida o início da Linguística Aplicada com enfoque no ensino de línguas. Graças 
a isso, a LA surge como o estudo científico do ensino de línguas estrangeiras (MOITA 
LOPES, 2006a), que nasce sob influência dos estudos linguísticos desenvolvidos até 
meados do século XX. A LA desponta especialmente como recurso para sanar os 
problemas em torno do ensino de línguas, uma vez que a atenção se volta para os 
métodos até então empregados e se passa a questionar sua eficiência no processo de 
ensino e de aprendizagem. Moita Lopes (1996a) ressalta esse interesse da LA pelo 
ensino e aprendizagem de línguas, que consiste na área com estudos mais avançados 
no campo em questão.
Concomitantemente ao surgimento da LA, a Linguística voltava sua atenção 
para os estudos de cunho formal. Nos anos 1950, o Estruturalismo encontra seu 
auge e, a partir da década de 1960, o Gerativismo consiste na principal base teórica 
dos estudos linguísticos, ambos influenciando os primeiros momentos da LA. Para 
Barbosa et al. (2013), a perspectiva estruturalista dá conta das relações internas dos 
constituintes da língua, já que esta é considerada enquanto sistema, de forma que suas 
unidades obedecem a determinados princípios de funcionamento. Assim, seria possível 
estabelecer as regras que regem o funcionamento interno da língua. Por conseguinte, 
os valores das partes são definidos a partir dessa dinâmica como um todo. Portanto,
[...] a concepção da língua como um sistema deve ser estudado com 
base em suas relações internas, ou seja, fenômenos extralinguísticos 
não são levados em consideração, uma vez que a estrutura da língua 
deve ser descrita apenas mediante suas relações internas. (BARBOSA 
et al., 2013, p. 15).
Método audiolingual: De acordo com Oliveira (2014), o método audiolingual foi 
o resultado das pesquisas desenvolvidas no período considerado e tem como 
principal objetivo capacitar o estudante na comunicação oral com alto nível 
de proficiência, e que se assemelhe ao do falante nativo. O enfoque se dá, 
essencialmente, na comunicação oral, de forma que a comunicação por meio da 
escrita fica em segundo plano. Apesar de ter dominado o panorama do ensino 
de línguas entre as décadas de 1950 e 1970, ainda hoje é bastante utilizado.
GLOSSÁRIO
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 12
Sobre os estudos gerativistas, em linhas gerais, tiveram início com a publicação 
do trabalho de Chomsky, intitulado Estruturas Sintáticas (1957), e caracterizam-se 
pela compreensão de que o comportamento linguístico dos sujeitos é proporcionado 
por um dispositivo inato, isto é, uma capacidade genética que seria comum a todos os 
falantes (KENEDY, 2013). Sendo assim, interessa, ao Gerativismo, o aspecto cognitivo 
do funcionamento da linguagem, de maneira que foram propostos diferentes modelos 
teóricos para dar conta de todas as possibilidades de construção em determinada língua, 
ou seja, as combinações possíveis considerando as regras que geram as sentenças 
sintaticamente corretas em uma dada língua.
Dadas essas características dos estudos gerativistas, que seguiam modelos 
teóricos, regras e possibilidades a partir dos parâmetros definidos, os estudos 
desenvolvidos nesta área foram considerados científicos por causa da apresentação 
de resultados rápidos e palpáveis, que possibilitaram o desenvolvimento de métodos 
sofisticados de interesse no período de guerra e logo após, como dispositivos de tradução 
automática, quebra de códigos secretos e demais possíveis aplicações que atendessem aos 
interesses daquele momento (RAJAGOPALAN, 2006). Dados os interesses do período 
mencionado, bem como o caráter formal das pesquisas desenvolvidas, a Linguística 
recebeu status de ciência, uma vez que passara a empregar métodos, regras e modelos 
teóricos que convergiam com noções computacionais. Graças a essa visão, “a linguística 
se transformara em uma ciêncianatural, não devendo nada a nenhuma outra ciência’’ 
(RAJAGOPALAN, 2006, p. 152), pois não interessava a língua em uso, e sim o aspecto 
cognitivo e a capacidade dos sujeitos de construir sentenças sintaticamente corretas.
Figura 1.1 – Chomsky é um dos Maiores Representantes do Gerativismo.
Fonte: Wikimedia Commons (2021).
13 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Levando-se em conta a natureza dos estudos desenvolvidos no âmbito da 
Linguística e dos interesses que então vigoravam, que deixavam de lado questões 
relativas ao uso da língua, assim como a dimensão sócio-histórica, a Linguística se 
aproxima mais de uma ciência de caráter positivista:
O desinteresse da parte dos linguistas, por assuntos relativos à política 
linguística e a outros tantos temas de interesse prático pode ser 
creditado a um princípio fundador da própria disciplina – a saber, o 
da neutralidade do cientista em relação a questões de ordem ética, e 
portanto, a fortiori, política. (RAJAGOPALAN, 2006, p. 155).
Considerando a influência e a dominação que os estudos formalistas exerceram 
em seus primórdios, a LA, em seu período inicial, não era vista como produtora de 
teorias, nem como campo independente, com objetos de estudo e interesses próprios, e 
sim como aplicadora dos modelos propostos pelos estudos formalistas. Dito de outro 
modo, em seu início, a LA recebeu o caráter de aplicadora de teorias em determinados 
casos, de forma que sua proposta seria de aplicar em questões práticas as teorizações e os 
modelos desenvolvidos pelo Gerativismo. Portanto, conforme afirma Cavalcanti (1986), 
o percurso da LA tem início no processo de identificação de questões envolvendo o uso 
da linguagem não apenas no contexto escolar.
Assim, a LA procura solucionar problemas relacionados à área de ensino-
aprendizagem de línguas, que foi seu interesse inicial e que ainda constitui um dos 
maiores enfoques das pesquisas desenvolvidas neste campo (MOITA LOPES, 2009), 
embora, como veremos posteriormente, nas pesquisas mais atuais são adotadas posições 
e referenciais teórico-metodológicos distintos dos empregados no período inicial, ainda 
que aquela dimensão aplicacionista, de certa forma, persista em determinados países 
(MOITA LOPES, 2009). Portanto, de acordo com Moita Lopes (2009), foi nesse contexto 
dominado pelos estudos formalistas que a LA de fato nasceu. Assim, segundo Menezes, 
Silva e Gomes (2009, p. 26): 
A LA nasceu como uma disciplina voltada para os estudos sobre ensino 
de línguas estrangeiras e hoje se configura como uma área imensamente 
produtiva, responsável pela emergência de uma série de novos campos 
de investigação transdisciplinar, de novas formas de pesquisa e de 
novos olhares sobre o que é ciência.
Como exemplo, podemos citar a obra de Corder (1973), intitulada Introdução à 
Linguística Aplicada (Introducing Applied Linguistics, no original), que exerceu grande 
influência nos estudos do campo da Linguística Aplicada, trazendo as considerações 
apresentadas pelos estudos formalistas para diversas agendas, como o ensino de línguas, 
descrição e técnicas da LA e que, de acordo com Moita Lopes (2009), ratificou a posição 
da LA de aplicadora das teorizações da Linguística formal, isto é, como o caminho de 
aplicação prática das teorias que vigoravam nesse período.
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 14
Figura 1.2 – Obra de Corder que Influenciou os Estudos em LA Especialmente na Década de 1970.
Fonte: Routledge (2021).
Conforme Moita Lopes (2009), é no final da década de 1970 e especialmente 
nos anos 1980 que a Linguística Aplicada começa a ressignificar a sua postura de 
aplicadora de teorias e a se colocar como um campo independente. Se antes a Linguística 
se preocupava com a dimensão cognitiva do funcionamento da linguagem e com sua 
dimensão formal, neste momento, começam a surgir críticas sobre o esquecimento da 
Linguística acerca da vida prática, ou seja, sobre a inexistente relação da Linguística 
com o social. Rajagopalan (2006) levanta críticas acerca da impossibilidade de uma 
Linguística que não se preocupa com a vida real, que tem pouca relevância ou utilidade 
no dia a dia. O autor questiona se seria “possível – ou recomendável, no caso de a 
resposta a essa pergunta ser um ‘sim’ – não nos aproximar de nossos sujeitos de 
pesquisa, sobretudo quando nossa meta é atuar no campo da(s) própria(s) prática(s) que 
envolve(m) o uso da linguagem?” (RAJAGOPALAN, 2006, p. 159), a cuja pergunta 
responde com um sonoro “não”, pois, para ele, uma teoria que busque instruir a prática 
deve partir justamente do social, do contrário, não terá êxito. Ainda sobre essa questão, 
Moita Lopes (2006) traz os seguintes dizeres:
15 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Esse equívoco aplicacionista deve-se possivelmente ao entusiasmo 
que a formulação de uma área de conhecimento nova, a linguística, 
despertou no início do século XX, e a compreensão apressada e pouco 
lúdica de que o seu aparato teórico poderia focalizar questões além 
de seu alcance [...]. Daí, então, ser possível explicar essa relação 
unidirecional entre teoria linguística e a prática de ensinar/aprender 
línguas, típica da chamada aplicação de linguística, que não contempla 
nem a possibilidade de a prática alterar a teoria. (MOITA LOPES, 
2006, p. 18-19).
Além de deixar de ser aplicadora de teorias para se dedicar à produção de teorias, e 
de considerar a dimensão social dos estudos, a LA passa por outra importante mudança, 
que consiste na segunda grande virada da LA (MOITA LOPES, 2009). Esse processo 
de ressignificação atravessado pela LA diz respeito ao fato de que seu interesse passa 
a ir além do ensino de línguas estrangeiras e da tradução que, conforme discutimos 
no início da unidade, foi despertado pela necessidade de comunicação em períodos 
de guerra. Ainda que se mantenha o interesse pelo contexto de ensino de línguas, seu 
escopo de estudos é ampliado, conforme discutiremos posteriormente. Assim, autores 
oferecem definições da Linguística Aplicada, como Menezes, Silva e Gomes (2009, 
p. 25), ao afirmarem, por exemplo, que
parece haver um consenso de que o objeto de investigação da LA é a 
linguagem como prática social, seja no contexto de aprendizagem de 
língua materna ou de outra língua, seja em qualquer outro contexto em 
que surjam questões relevantes sobre o uso da linguagem.
Notou-se uma expansão da LA para contextos fora do âmbito escolar e de ensino-
aprendizagem que, segundo Moita Lopes (2009), ganha repercussão especialmente nos 
anos de 1990. Neste momento, a LA passa a dar atenção a problemas envolvendo o uso 
da linguagem não somente no âmbito do ensino de línguas, mas também os usos da 
linguagem para além da esfera escolar. Segundo o autor, essa virada se deu a partir da 
influência de teorias socioculturais que, em suma, começaram a evidenciar a relevância 
de se considerar a linguagem como instrumento de construção do conhecimento e 
da vida social. Em outros termos, a linguagem deixa de ser vista somente sob uma 
perspectiva formalista e cognitivista, para se dedicar, também, à sua dimensão sócio-
histórica, já que se entendia que todo uso da linguagem é necessariamente situado.
Essa perspectiva representa uma grande virada nos estudos em LA pois não 
somente a noção de linguagem é ressignificada, como também outros importantes 
conceitos entram em voga. Por exemplo, enquanto a visão de sujeito ao início da LA 
residia essencialmente acerca dos aspectos cognitivos e, portanto, suas particularidades 
eram deixadas em segundo plano, homogeneizando-o em face do interesse de prestigiar 
posições de hegemonia, os sujeitos, até então apagados, passam a receber atenção. 
Portanto, passa a interessar uma visão de sujeito considerando sua heterogeneidade, 
f luidez e mutações (MOITA LOPES, 2009). Na seção a seguir, discutiremos com mais 
profundidade as mudanças de paradigma da LA e suas subáreas.
LINGUÍSTICAAPLICADA | Amanda Maria de Oliveira 16
1.2 A LA e Suas Subáreas
Vimos anteriormente que o interesse inicial da LA residiu essencialmente no 
ensino de línguas estrangeiras, marcadamente a língua inglesa, e no estabelecimento de 
métodos que possibilitassem o rápido desenvolvimento da oralidade. Ainda, conforme 
discutimos, a LA passou por ressignificações e mudanças no seu escopo de interesse, 
o que promoveu sua aproximação com outras áreas de conhecimento. A seguir, iremos 
discutir questões mais pontuais acerca de como os estudiosos em LA caracterizam o 
campo atualmente, assim como conheceremos suas subáreas e principais interesses.
1.2.1 A LA Enquanto Campo Inter/Trans/
Indisciplinar e Transgressivo
Para Moita Lopes (2006a; 2006b; 2009) e Mulik (2019), o processo de 
ressignificação da LA é marcado pela sua aproximação com outras áreas de conhecimento, 
o que promove a concepção de LA como interdisciplinar. Isso se dá porque, dados 
os processos de mudança pelos quais ela passou, além de, como dito anteriormente, 
as teorias até então empregadas não serem mais suficientes para dar conta de seus 
interesses, foi preciso estabelecer o diálogo com outras áreas do conhecimento para que 
fosse viável responder às novas inquietações de pesquisas com os quais a LA agora se 
defronta. Em outras palavras, conforme Rojo (2006),
Num determinado momento de sua história, por volta de meados da 
década de 1980 do século passado, a importação de teorias, até então 
característica das práticas investigativas da LA desloca-se da “ciência 
mãe” – a linguística – para outras áreas das ciências humanas e sociais. 
(ROJO, 2006, p. 254-255).
17 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Figura 1.3 – A Obra Organizada por Moita Lopes e Publicada em 2006 Apresenta Diversos Estudos Desenvolvidos no Campo da LA.
Fonte: Amazon (2021).
Do ponto de vista da interdisciplinaridade, a LA promove a integração de 
conhecimentos de outras áreas, isto é, o objeto de estudos é visitado sob distintos 
olhares, à luz de diferentes referenciais teóricos. No entanto, isso não significa uma 
reconfiguração do objeto em si, nem construção de novos espaços de conhecimento, e 
sim a proposição de uma interface desses conhecimentos (ROJO, 2007).
No entanto, conforme explica Mulik (2019), logo a interdisciplinaridade na 
LA demonstrou uma dificuldade de dialogar com ideias de diferentes áreas enquanto 
compatíveis. Isso se deu porque, embora a interdisciplinaridade proporcionasse 
a integração entre diferentes disciplinas, somente essa justaposição não era mais 
suficiente, pois “as mudanças nas crenças e, consequentemente, no fazer dos linguistas 
aplicados brasileiros implicaram transformações não só nos objetos leitores para 
pesquisa”, ou seja, os interesses para os quais a LA se volta, “como também nos métodos 
e nos recortes teóricos (interdisciplinares) propostos.” (ROJO, 2006, p. 255, grifos da 
autora). Portanto, surgem novos objetos de pesquisa que adentram o campo da LA e, 
consequentemente, cresce a necessidade de diálogos com outras disciplinas, bem como 
a criação de novos espaços de conhecimento.
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 18
Figura 1.4 – Ilustração de uma Postura Multi/Pluri/Interdisciplinar.
Fonte: Adaptado por Universidade La Salle (2021) de Celani (1998, p. 116).
Linguística
Aplicada Filosofia
Psicologia do
Desenvolvimento
Trad
ução
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Análise Crítica do Discurso
Análise da Conversação
Etnografia da Escola
Com
unicação Institucional
SociolinguísticaErgonomia
História
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Na ilustração a seguir, apresentada por Celani (1998), é possível notarmos 
como a pesquisa multi/pluri/interdisciplinar pode se desenhar considerando 
sua integração com diferentes áreas de conhecimento. Como pode ser 
observado, a Linguística Aplicada ocupa um lugar central dentre diversas 
áreas do conhecimento, que oferecem contribuições separadamente, isto é, 
sem que dialoguem entre si, portanto se colocando de forma justaposta.
DESTAQUE
19 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Posteriormente, Celani (1998) advoga por uma LA transdisciplinar: para a 
autora, em uma postura transdisciplinar, as disciplinas se integram em torno de um 
determinado objeto de estudos. Nessa perspectiva, é preciso mais do que a retomada 
de teorias de diferentes áreas de conhecimento colocadas lado a lado; na verdade, a 
transdisciplinaridade requer a participação ativa de pesquisadores, que possibilite a 
geração de novos espaços de conhecimento à luz do objeto estudado. Dessa maneira,
a Linguística Aplicada parece ter vocação para uma atitude 
transdisciplinar. Essa preocupação com o social, com o humano, 
há tempos tem sido objeto de pesquisas em Linguística Aplicada 
e, de fato, é componente fundamental na definição da disciplina. 
(CELANI, 1998, p. 118).
Portanto, em uma perspectiva transdisciplinar, as análises não se reduzem a 
contribuições de disciplinas específicas. Na verdade, possibilitam a geração de 
configurações teórico-metodológicas próprias, que não coincidem com as disciplinas 
em questão (ROJO, 2007).
A figura 1.5 a seguir retrata a relação transdisciplinar em LA. Diferentemente 
da ilustração anterior, na qual as áreas se justapõem sem que haja 
atravessamentos entre elas, aqui, os conhecimentos se unem em um todo, 
ao mesmo tempo em que proporcionam novos espaços de aprendizagem, de 
produção de conhecimentos. Ainda é possível ver a inclusão de áreas que, a 
princípio, não se dedicam ao estudo da linguagem, como a História, a Psicologia 
do Desenvolvimento e Engenharia Cognitiva, dentre outras.
DESTAQUE
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 20
Figura 1.4 – Ilustração do Conceito de Linguística Aplicada Transdisciplinar.
Fonte: Adaptado por Universidade La Salle (2021) de Celani (1998, p. 119).
Outra perspectiva adotada pelos pesquisadores consiste no entendimento de 
uma LA transgressiva. Essa nova caracterização se dá na medida em que “ela tem 
transgredido as fronteiras disciplinares em termos de vincular-se a outras áreas do 
conhecimento para construir suas práticas e teorizações.” (MULIK, 2019, p. 79). 
Para Pennycook (2006), a noção de transgressão carrega consigo diferentes 
significados. Em um deles deles, o autor afirma que consiste na necessidade de se ter 
instrumentos políticos e epistemológicos que permitam transgredir limites tidos como 
verdades do pensamento e da política tradicionais, isto é, transgredir significa ir além, 
política e economicamente, dos limites do pensamento e da ação tradicionais. Em outro 
significado, teorias transgressivas não somente vão além dos limites pré-estabelecidos 
entre teorias, como também proporcionam outras formas de se pensar e de se fazer que 
até então não eram possibilitadas, sem que isso signifique desordem ou caos. Dessa 
forma, o autor sumariza a teoria transgressiva da seguinte maneira:
Ling
uag
em Linguagem
Psicologia do
Desenvolvimento
História
Ped
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gia
Filos
ofia
Antropologia
Engenharia Cognitiva
Anál
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Linguística
Psicolinguística
Ergono
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Tradução
Etnogra
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Análise daConversação
Sociolin
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Interacio
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Etnog
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PsicologiaCognitiva An
álise
 Crít
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iscu
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Processo
(aprendisagem
na interação
institucional)
Conhecimento
novo
(ambiente de
aprendizagem)
Produto
(condições
estruturais)
Linguagem Ling
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Li
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Ap
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Pesquisa: Relação social entre Interlocutores em sala de aula
SITUAÇÃO
21 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Podemos categorizar a teoria transgressiva nos seguintes termos: ela 
tem o objetivo de atravessar fronteiras e quebrar regras em uma posição 
reflexiva sobre o quê e porque atravessa; é pensada em movimento em 
vez de considerar o que veio antes do momento da posição teórica ‘pós’; 
articula-se para a ação na direção de mudança; é Foucault e Fanon. 
A LA transgressiva é LA tanto para o pensamento como para a ação 
transgressivos. (PENNYCOOK, 2006, p. 76).
Sendo assim, é possível afirmarmos que a caracterização da LA levanta discussões 
entre os linguistas aplicados no que se refere ao seu caráter inter/trans/indisciplinar e 
transgressivo. Essa questão está diretamente relacionada com a discussão da identidade 
da LA. Rojo (2006) explica que, se anteriormente sua identidade era definida a partir 
das suas fronteiras com a linguística teórica, hoje é a sua natureza transdisciplinar e seu 
diálogo com outros conhecimentos que caracteriza a LA.
Após os esclarecimentos acerca do caráter da LA enquanto campo com diferentes 
propostas, na subseção seguinte, discutiremos com mais atenção as subáreas deste 
campo e seus principais interesses de estudo.
1.2.2 As Subáreas da LA
Neste momento, dedicamos nossa atenção para as subáreas da LA, pois é importante 
para o pesquisador que se situa nesse campo entender quais os principais enfoques e 
interesses que movimentam as discussões e pesquisas desenvolvidas atualmente.
Para entendermos a relação da caracterização da LA e da definição de suas 
subáreas é importante trazermos as considerações de Moita Lopes (2006a) quando o 
autor explica que os tempos nos quais vivemos atualmente, de grande ebulição sócio-
cultural-político-histórica e epistemológica, além de constantes avanços tecnológicos, 
afetam a forma na qual vivemos e pensamos, as concepções que temos de sujeito e as 
maneiras de construir conhecimento. Aqui, são levadas em conta as condições sócio-
histórico-culturais do contexto considerado no estudo a ser desenvolvido.
Com base nisso, podemos estabelecer os principais interesses que passam a 
fazer parte do escopo da LA e, por conseguinte, suas subáreas e principais propostas 
de estudo. Para tanto, reunimos considerações de diversos autores situados na LA, 
como Moita Lopes (2006a), Mulik (2019), Rajagopalan (2003), Davies (2007), Menezes, 
Silva e Gomes (2009).
No que se refere à ampliação do escopo de contextos de atuação da LA, Moita 
Lopes (2006a) explica que ela passa a dar conta de esferas para além da sala de aula, 
como no ensino de língua materna para empresas, para clínicas de saúde e para a 
delegacia de mulheres.
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 22
Mulik (2019), com base em Grabe (2012), levanta as principais tendências da 
LA para o século XXI, isto é, seus principais interesses atualmente: estudos sobre 
o ensino e aprendizagem de línguas e formação de professores e as questões 
implicadas nessa prática, como o desenvolvimento da consciência linguística, o foco 
nas formas, o diálogo e a interação no processo, além do enfoque acerca do papel do 
professor de línguas como pesquisador e “profissional reflexivo” (GRABE, 2012 apud 
MULIK, 2019). É importante ressaltar que esse interesse pelo papel do professor nesse 
processo só aparece neste momento, já que, no período de surgimento da LA, não 
eram desenvolvidas reflexões nesse aspecto, pois a atenção se voltava para a criação do 
método que fosse mais eficiente.
Outro interesse da LA consiste na dimensão crítica dos estudos desenvolvidos. 
Segundo Grabe (2012), citado por Mulik (2019), os estudos desenvolvidos passam a se 
interessar pelo aspecto crítico do objeto analisado, isto é, a linguagem deixa de ser vista 
como algo neutro e passa a ser considerada “importante palco de intervenção política, 
onde se manifestam as injustiças sociais pelas quais passa a comunidade em diferentes 
momentos da sua história e onde são travadas constantes lutas.” (RAJAGOPALAN, 
2003, p. 125). Em outras palavras, a linguagem, antes vista como forma abstraída pelos 
estudos de caráter formal, não pode ser estudada fora das condições sócio-histórico-
culturais de uso.
Ainda, a LA atual se dedica aos usos da linguagem em contextos acadêmicos e 
profissionais. Nestas pesquisas, a atenção se volta para o exame dos usos da linguagem 
em contextos acadêmicos e profissionais não somente em termos de ensino de línguas, 
mas também com enfoque na linguagem usada em cada contexto especificamente. 
Em adição, são levadas em conta as formas pelas quais a língua pode servir como 
mecanismo de controle, criando obstáculos às práticas comunicativas de quem a utiliza 
(MULIK, 2019), já que, conforme foi afirmado anteriormente, a língua passa a ser 
vista de forma socialmente situada. Outro tópico volta sua atenção para análises 
descritivas em contextos reais de uso da linguagem e as possíveis aplicações desses 
dados coletados, isto é, a realização de tais análises considerando as implicações sociais 
que os resultados podem oferecer.
Ademais, a dedicação da LA em torno do ensino de línguas estrangeiras volta 
sua atenção para o multilinguismo e as interações bilíngues em diferentes contextos, 
como o escolar, o comunitário, o de ambientes profissionais e também em diferentes 
espaços políticos. Nesse ínterim, Grabe (2012, apud Mulik, 2019) ressalta o crescimento 
do bilinguismo em grande parte da população mundial e a importância das negociações 
nesses contextos bilíngues para combate do preconceito linguístico, acolhimento de 
imigrantes, adequação do contexto escolar para sujeitos falantes de outras línguas, 
dentre outras agendas.
23 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Figura 1.6 – A LA Busca dar Conta de Contextos nos Quais Convivem Várias Línguas.
Fonte: Blog Concepto Definición (2021).
O interesse pela linguagem em uso possibilita à LA ainda desenvolver discussões 
a respeito de testes e avaliação da linguagem (GRABE, 2012 apud MULIK, 2019). 
Neste contexto, os autores explicam que passa a haver interesse sobre métodos e 
formas de avaliação da linguagem, sua validade, bem como propostas de avaliação da 
aprendizagem e sua natureza formativa.
Por fim, o último aspecto levantado pelos autores se refere às pesquisas em 
Neurolinguística. Nessas pesquisas, a atenção se volta para questões envolvendo 
o cérebro e a aprendizagem de línguas, alfabetização e deficiências na aquisição e 
processamento da linguagem, de forma que demonstra a aproximação da LA com 
outras áreas de conhecimento.
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 24
Figura 1.7 – A Neurolinguística é uma das Subáreas de Interesse da LA.
Fonte: Universidade La Salle (2021).
Davies (2007) ainda levanta mais algumas das subáreas que despertam o 
interesse do campo, como: Linguística Aplicada e alfabetização; Análise de Discurso; 
Língua e migração; Língua na mídia; Autonomia do aprendiz na aprendizagem de 
línguas; multilinguismo no ambiente de trabalho; Tradução e Interpretação e Ensino 
da Língua Padrão. 
Nesse mesmo percurso, Menezes, Silva e Gomes (2009, p. 41-42) fazem um 
mapeamento dos principais temas de pesquisa em LA publicadas em periódicos. 
As temáticas abordadas pelos trabalhos giram em torno das seguintes questões: 
(1) Aprendizagem de Línguas por Adultos, de forma que há pesquisas dedicadas 
essencialmente ao processo de aprendizagem de línguas por esses sujeitos, que se 
distingue de outros grupos, como as crianças; (2) Linguagem Infantil e as questões que 
envolvem esse tema; (3) Comunicação nas Profissões; (4) Análise Contrastiva e Análise 
de Erro; (5) Análise do Discurso e suas diferentes áreas; (6) Tecnologia Educacional 
e Aprendizagem de Língua, que dá conta do emprego de recursos multimidiáticos no 
ensino e aprendizagem de línguas; (7) Metodologia de Ensino de Línguas Estrangeiras e 
Formação de Professores, temática já abordada anteriormente; (8) Linguística Forense, 
o que mostra pontos de convergência entre LA e Direito; (9) Educação em Imersão, que 
promove reflexões em torno de diferentes ambientes de aprendizagem; (10) Tradução 
e Interpretação, dentre inúmeros outros interesses de pesquisaque crescem a cada dia.
25 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Em resumo, podemos entender que a LA amplia seu interesse no ensino de 
línguas estrangeiras e passa a atuar em diferentes contextos e âmbitos que dão conta 
da linguagem sob diferentes teorias, pontos de vista e propósitos. Essas subáreas, no 
entanto, não finalizam a LA pois, como explicam Menezes, Silva e Gomes (2009), 
constantemente surgem novos interesses abarcados pelo campo da LA, o que amplia 
ainda mais a lista mencionada.
 Após a discussão em torno das subáreas da Linguística Aplicada e seus principais 
temas de interesse, passemos para o terceiro momento de nossas considerações, que irá 
tratar da contextualização da LA na sociedade.
1.2.3 Contextualização da LA na Sociedade
Neste momento, nossa atenção se volta para a contextualização da LA na 
sociedade, isto é, o papel que o campo exerce atualmente. Conforme explicamos nas 
discussões anteriores, entendemos que a LA se preocupa com os usos sociais da 
linguagem. Ao mesmo tempo, conforme afirma Moita Lopes (2006a), a LA se preocupa 
com questões envolvendo a linguagem, sendo que a intenção não reside em lógicas 
solucionalistas, e sim com intuito de construir inteligibilidades para que alternativas 
possam ser vislumbradas em relação a esses problemas.
O artigo “A Linguística Aplicada na contemporaneidade: uma narrativa de 
continuidades na transformação”, publicado por Angela Kleiman, Carolina 
Vianna e Paula De Grande na Revista Calidoscópio, aprofunda as discussões 
atuais da LA envolvendo os estudos relacionados ao ensino de línguas e à 
formação de professores. Disponível em: http://gg.gg/ujyna.
SAIBA MAIS
Você já parou para refletir sobre a importância da ciência para a sociedade, a 
relevância que os estudos científicos têm para a melhoria da vida em diversos 
aspectos e como os resultados de pesquisas de áreas variadas se fazem 
presentes no nosso dia a dia?
REFLETINDO
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 26
Para início de conversa, é preciso ressaltarmos o interesse da LA pelo social 
e pelos problemas que se mostram relevantes. De acordo com Rajagopalan (2006), 
enquanto a Linguística teórica deixa a dimensão social em segundo plano, ao mesmo 
tempo em que considera o indivíduo como autossuficiente e completo em si mesmo, a 
LA tem, atualmente, interesse pelas questões práticas, o que indica sua dedicação às 
questões envolvendo a linguagem em uso. Portanto, cabe à LA intervir em situações 
nas quais se mostram problemas linguísticos socialmente relevantes, e não teorizar 
sobre eles de forma desvinculada das possíveis aplicações práticas. Dessa forma, de 
acordo com Rajagopalan (2006),
[...] é preciso nos conscientizar de que, para ser de alguma utilidade 
prática, a teoria deveria ter sido concebida levando-se em conta possíveis 
fins práticos. Uma teoria concebida à revelia das preocupações práticas, 
elaborada apenas para satisfazer a criatividade de um gênio solitário, não 
tem valia alguma no campo da prática. (RAJAGOPALAN, 2006, p. 159).
Moita Lopes (2006b) explica que a questão de interesse dos pesquisadores nas 
ciências sociais consiste na reinvenção da vida social. Assim, o autor explica que o 
interesse de pesquisa atualmente reside em reinventar formas de produzir conhecimento, 
já que a pesquisa consiste em uma forma de construir a vida social, ao mesmo tempo 
em que busca entendê-la. Esse processo de reinvenção se direciona especialmente para 
a criação de inteligibilidades sobre a vida contemporânea na produção de conhecimento, 
e, ao mesmo tempo, oferecer oportunidades “com as vozes dos que estão à margem: os 
pobres, os favelados, os negros, os indígenas, homens e mulheres homoeróticos, 
mulheres e homens em situação de dificuldades sociais e outros [...] (MOITA 
LOPES, 2006b, p. 86).
Inteligibilidades: O termo ressignifica a noção de LA como solucionadora 
de problemas. Em vez de buscar soluções definitivas, a construção de 
inteligibilidades significa a proposição de caminhos plausíveis e que apresentem 
ganhos para os sujeitos envolvidos. Na LA, é utilizado por Moita Lopes (2006a) 
para ressaltar o interesse do campo em construir caminhos possíveis para os 
problemas linguísticos socialmente relevantes.
GLOSSÁRIO
27 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Para que isso seja possível, é preciso, além dessa reinvenção, a adoção da 
concepção de uma coligação anti-hegemônica (MOITA LOPES, 2006b), que possibilite 
à LA ir além dessa separação entre ela e a Linguística e se interesse, de fato, pelas 
questões socialmente relevantes. Dessa forma, a agenda da LA amplia o interesse pela 
questão do ensino de línguas, discutida ao início da unidade, e dá conta de problemas 
envolvendo a linguagem para além do contexto escolar. Não se trata, portanto, de 
abordar qualquer questão envolvendo a linguagem, e sim problemas que demonstram 
relevância social e que, quando oferecidas outras possibilidades, há ganhos por parte 
dos participantes dessas práticas sociais. 
A partir disso, Moita Lopes (2006b) levanta as implicações de uma possibilidade 
de reinvenção da vida social, assim como dos modos de produzir conhecimento em uma 
LA contemporânea. Para o autor, isso tem como implicação
uma LA que precisa ter algo a dizer sobre o mundo como se apresenta 
e que o faz com base nas discussões que estão atravessando outros 
campos das ciências sociais e das humanidades, nas quais se verifica 
uma mudança paradigmática em virtude da crise da ciência moderna. 
(MOITA LOPES, 2006b, p. 96).
Nesse ínterim, retomamos as considerações de Leffa (2001) quando o autor diz 
que um dos principais fatores da LA consiste na capacidade da disciplina de responder 
às necessidades da sociedade e de construir possibilidades para os problemas que 
surgem, o que dialoga com as considerações de Moita Lopes (2006b). Sendo assim, 
ressaltando a necessidade de que qualquer ciência deve dar um retorno à sociedade, a 
LA oferece esse retorno a partir de dois caminhos: por meio da prestação de serviços 
e pela pesquisa.
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 28
Figura 1.8 – As Pesquisas Desenvolvidas em LA Atualmente se Dedicam 
aos Problemas Linguísticos Socialmente Relevantes.
Fonte: Universidade La Salle (2021).
No primeiro caso, podemos ter como exemplo o fato de que a LA oferece o 
suporte teórico-metodológico para a produção de materiais didáticos para o ensino de 
língua materna e de línguas estrangeiras em diversos contextos além da sala de aula, 
como em empresas, para imigrantes, em clínicas, etc.; na formação inicial e contínua 
de professores de língua materna e línguas estrangeiras, fundamentando sua prática 
com enfoque no processo de ensino e de aprendizagem e nas diversas teorias vigentes; 
no desenvolvimento de programas mais eficientes para realização de tradução e versão 
de diferentes idiomas; considerações acerca do processo de aquisição de linguagem e 
estudos de letramento, que também fundamentam a prática do professor. Moita Lopes 
(2006b) ainda ressalta a LA como área de estudos que se dedica a teorias feministas, 
estudos queer, estudos sobre negros e estudos afro-asiáticos, apenas para mencionar 
algumas das possibilidades.
Ainda, de acordo com Leffa (2001), a LA traz contribuições para a sociedade 
em termos de pesquisa, tanto pelo problema pesquisado quanto pela maneira pela qual 
29 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
a pesquisa é conduzida. Sobre o primeiro caso, o autor explica que a LA não cria 
problemas para serem pesquisados, mas dá conta de problemas socialmente relevantes 
já existentes, isto é:
Não trazemos o problema para o laboratório, limpo e desinfetado, 
cuidadosamente desembaraçado de todas as variáveis que possam 
atrapalhar ou sujar suas hipóteses. Fazemos o caminho inverso. Saímos 
do laboratório e vamos pesquisar o problema onde ele estiver: na sala 
de aula, na empresaou na rua. (LEFFA, 2001, p. 7).
Essa posição de Leffa (2001) converge com a posição de Menezes, Silva e Gomes 
(2009) na medida em que os autores afirmam que a LA surge como uma perspectiva 
indutiva, ou seja, uma pesquisa que parte da observação dos usos da linguagem no 
mundo real. Dito de outro modo, a LA identifica o problema (e vai até ele) a partir da 
observação da língua em uso e a considera nessas condições, e não enquanto objeto 
abstraído das relações sociais e que é criado e definido pelo pesquisador.
No segundo caso, a pesquisa em LA se dá a partir da convivência com os 
informantes, do contato com seu objeto de estudo, de forma que “a LA não trabalha com 
informantes: requer no mínimo participantes; em geral trabalha com colaboradores, 
sejam eles pesquisadores, professores ou alunos.” (LEFFA, 2001, p. 8). Em outros 
termos, diferentemente de outras áreas de estudo, nas quais os dados de análise são 
extraídos a partir da fala dos sujeitos considerados, na LA ocorre a interação com 
esses informantes.
Dessa forma, a importância da Linguística e da LA mais especificamente está 
diretamente vinculada às contribuições que trazem para a sociedade, para dar conta 
de problemas envolvendo a linguagem e que geram algum tipo de “desconforto” para 
os sujeitos. Usamos o termo “desconforto” aqui para nos referirmos a situações nas 
quais as práticas sociais envolvendo a linguagem são afetadas de alguma maneira que a 
LA possa intervir e construir inteligibilidades para proporcionar mudanças em termos 
práticos. Assim, uma das características mais fortes da LA consiste no seu vínculo com 
a vida social, com o emprego da língua em diferentes situações de interação e, assim, 
dar o retorno à sociedade a partir dos resultados das pesquisas desenvolvidas. Portanto,
enquanto área de estudo, a linguística é, sempre foi e sempre será 
uma atividade humana, na qual participam indivíduos com seus laços 
sociais, seus direitos e suas obrigações e sobretudo seus anseios e 
interesses que variam de acordo com o momento histórico em que se 
encontram. (RAJAGOPALAN, 2003, p. 44).
Moita Lopes (1996) ainda explica que a natureza aplicada da LA, diferentemente 
de seu período inicial, no qual era considerada aplicação da Linguística teórica, consiste 
no fato de que o campo se centra em problemas de uso da linguagem tanto no contexto 
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 30
escolar, como também fora dele. Sendo assim, o autor considera a LA uma ciência 
social, na medida em que os problemas de uso da linguagem enfocados levam em conta 
os usuários da linguagem em determinadas situações.
No entanto, a relevância da LA para a sociedade não se dá somente na construção 
de inteligibilidades para problemas envolvendo os usos sociais da linguagem. Outro 
aspecto que merece destaque, de acordo com Moita Lopes (1996), consiste no fato 
de que, além de operar com conhecimentos teóricos advindos de outras áreas do 
conhecimento, a LA é produtora de teorias, isto é, formula seus próprios modelos 
teóricos, o que permite a construção de outros conhecimentos relevantes para o próprio 
campo e para fora dele.
Como exemplo, podemos considerar uma situação na qual pesquisadores 
buscam entender os problemas referentes ao ensino de produção textual em língua 
materna em determinada série de uma escola. Nessa situação, notou-se que os 
estudantes apresentavam dificuldades nas atividades de produção de textos, de maneira 
que o objetivo consistia em identificar os motivos de tais dificuldades. Se a proposta 
do estudo consiste em pesquisa de campo, os pesquisadores não irão coletar dados 
desconsiderando as características e particularidades da turma em questão. Na verdade, 
irão participar das atividades desenvolvidas em sala de aula, observar como as aulas são 
encaminhadas, como os estudantes se engajam (ou não) nessas atividades, se ocorre, de 
fato, interação entre professor e estudantes e entre estes.
A partir da participação dos acontecimentos em sala de aula, juntamente com 
estudantes e professor, e pelo acompanhamento do desenvolvimento das atividades, os 
pesquisadores podem construir respostas para o problema, identificar as dificuldades e 
oferecer caminhos possíveis para que esse problema seja sanado.
31 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
Figura 1.9 – As Salas de Aula são Espaços nos Quais Estudiosos do Campo da LA Comumente Atuam.
Fonte: Freepik (2021).
Em resumo, podemos entender que as principais contribuições da LA estão 
voltadas para o âmbito educacional, especificamente no ensino de línguas estrangeiras, 
que, conforme ressaltamos algumas vezes, foi o principal interesse da LA e ainda 
consiste no maior enfoque de pesquisas realizadas em determinados países. Ainda, a 
LA se dedica a questões envolvendo o ensino de língua materna e, em convergência, 
preocupa-se com a formação inicial e continuada de professores de línguas, de maneira 
que propõe discussões teórico-metodológicas para fundamentar a prática em sala de aula.
Finalizamos aqui as discussões de nossa primeira unidade, cujo enfoque consistiu 
na apresentação de um breve histórico da Linguística Aplicada e suas subáreas. Para 
tanto, em um primeiro momento, discutimos o processo de surgimento da LA e suas 
principais características. Em seguida, levantamos os marcos da LA e os processos 
de ressignificação até o seu estado atual. Ainda, discutimos questões relativas às suas 
subáreas, seus temas de interesse atualmente e suas contribuições para a sociedade 
e, portanto, sua relevância social. Na segunda unidade, daremos continuidade às 
discussões com enfoque na questão de políticas linguísticas.
LINGUÍSTICA APLICADA | Amanda Maria de Oliveira 32
Síntese da Unidade
Nesta unidade, abordamos questões introdutórias referentes à Linguística 
Aplicada, que retomamos a seguir:
• A Linguística Aplicada surgiu com o interesse no ensino de línguas durante 
a Segunda Guerra Mundial, com enfoque na criação de métodos que fossem 
eficientes para as necessidades do momento;
• O interesse pelo ensino de línguas continua após o fim da guerra, sendo que os 
métodos até então utilizados passam a ser questionados;
• Paralelamente ao surgimento da LA, a Linguística se volta para os estudos de 
natureza formal, como o Estruturalismo e o Gerativismo e, como estes estavam 
em voga nas décadas de 1950 e 1960, o interesse residia no funcionamento da 
língua em termos de forma e de aspecto cognitivo, o que influencia a LA, e esta 
ganha status de aplicadora de teorias dadas previamente;
• Posteriormente, a perspectiva da LA muda e passa a haver interesse pelas 
questões sociais envolvendo a linguagem em uso e vai além do ensino de línguas;
• A LA passa a ressignificar seus limites, de forma que estabelece diálogos com 
outras áreas de conhecimento para que possa dar conta dos objetos de estudo que 
fazem parte de seu escopo de interesses;
• As discussões desenvolvidas demonstram o caráter social da LA, sua preocupação 
com os usos da linguagem e os problemas que podem surgir nestas situações, de 
modo que isso ratifica sua relevância social;
• Por fim, a LA demonstra seu interesse por problemas envolvendo a linguagem em 
uso e que sejam socialmente relevantes, podendo assim oferecer caminhos para 
lidar com essas questões. Ainda: seu escopo de interesse se amplia constantemente 
graças às constantes mudanças que podem ser observadas na sociedade.
33 Breve Histórico da Linguística Aplicada e Suas Subáreas | UNIDADE 1
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