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AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE CENÁRIOS 
FINANCEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Thiago Fernandes Antunes 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
O planejamento de cenários consiste na elaboração de um plano de ação, 
por meio da construção de estratégias que consideram todos as possibilidades do 
mercado. Entretanto, elaborar esse plano de ação não é um procedimento 
simples, sendo necessário amplo conhecimento acerca de diversos aspectos 
contábeis, financeiros, econômicos, legais, sociais e até políticos. 
Justamente buscando o entendimento de todos esses aspectos, é preciso 
verificar instrumentos que objetivam a realização de possíveis cenários e estudar 
alguns importantes sistemas, como política monetária, cambial e fiscal do nosso 
país, para compreender quais fatores podem abalar a participação de uma 
instituição no mercado. Além disso, é preciso conhecer os fatores capazes de 
sensibilizar o mercado, como avanço da tecnologia, mudanças políticas e 
jurídicas, compreendendo como as empresas devem se adaptar a essas 
alterações contínuas. 
Também é preciso dominar o conceito de risco e retorno, bem como 
instrumentos fundamentais para a tomada de decisões financeiras ponderadas. 
Por fim, é importante conhecer os demonstrativos contábeis fundamentais para a 
realização de um adequado planejamento de cenários, como balanço patrimonial, 
demonstrativo de resultados do exercício, demonstrações de fluxo de caixa e 
indicadores de desempenho. 
Na presente etapa, nos aprofundaremos em alguns outros importantes 
aspectos contábeis: capital circulante líquido; necessidade de capital de giro; 
indicadores de atividade; ciclo operacional, financeiro e econômico; e gestão de 
estoques. Ao final desse conteúdo, vocês serão capazes de verificar e diferenciar 
as mais variadas vertentes de um capital de giro, como o capital circulante líquido, 
a necessidade de capital de giro e o saldo em tesouraria. No mais, também 
saberão como identificar os principais indicadores de atividade (Prazo médio de 
estoque, recebimento e pagamentos), que influenciam diretamente no ciclo 
operacional. Consequentemente, aprenderão como verificar um ciclo operacional, 
financeiro e econômico – análise fundamental para entender como ocorre a 
gestão dos ativos e passivos de uma empresa. 
 
 
 
3 
TEMA 1 – CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
Antes de adentrar no tópico, é necessário compreender a importância da 
administração financeira em uma empresa. Gitman (2010) destaca a relevância 
da administração financeira a curto prazo, afirmando que seus principais aspectos 
são representados pelo grau de investimento em ativos circulantes e o de 
financiamento em passivos circulantes. Ele complementa afirmando que a 
finalidade desta administração é gerenciar cada elemento do ativo circulante e 
passivo circulante, visando um equilíbrio entre rentabilidade e risco. 
Superado esse conceito, passamos para a análise do capital circulante 
líquido. Essa expressão também é muito conhecida como capital de giro líquido 
(CGL); não se trata de um indicador – como liquidez, rentabilidade e 
endividamento –, mas faz parte do tema liquidez e solvência. Por esse motivo, 
quando falamos na solvência de uma instituição, se tem como foco o fato da 
empresa possuir recursos disponíveis para quitar suas obrigações sem esforços. 
Já a liquidez mede a capacidade de pagamento da organização imediata, no curto 
e no longo prazo. 
Assim, o capital circulante líquido verifica a capacidade da empresa em 
manter os negócios no curto prazo, pois traz a ideia de que as fontes de curto 
prazo, denominadas passivo circulante, devem ser utilizadas para financiar 
aplicações de curto prazo, denominadas ativos circulante. Em síntese, a 
conceituação pode ser formulada da seguinte maneira: 
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝐴𝐴𝐶𝐶 − 𝑃𝑃𝐶𝐶 
CCL Capital Circulante Líquido 
PC Passivo Circulante 
AC Ativo Circulante 
Essa fórmula terá como resultado um valor maior ou menor do que zero. 
Se o CCL for superior a zero, os ativos circulantes serão mais que suficientes para 
cobrir os passivos circulantes. Já se o CCL for inferior a zero, os ativos circulantes 
não serão capazes de cobrir os passivos circulantes. Nessa última situação a 
empresa terá que recorrer ao ativo não circulante para pagar as dívidas de curto 
prazo. Em razão disso, ocorre diminuição na liquidez, pois a empresa terá que 
buscar recursos em ativos mais demorados (imobilizado). Após a realizar esta 
 
 
4 
análise, verificando se o capital de giro líquido é positivo ou não, concluiremos que 
quanto mais capital de giro líquido a empresa alcançar, menor será o risco 
(probabilidade de não pagar as contas) de incorrer em insolvência. 
1.1 Na prática 
Observe o quadro que traz o ativo e o passivo circulante da empresa FFA 
Comércio de Móveis. Nele, é possível verificar que a empresa, durante dois anos 
seguidos, obteve capital de giro líquido positivo, em 2021, com R$ 100.000,00 e 
no em 2020, com R$ 20.000,00. Nota-se também que em 2021 a empresa possui 
probabilidade menor de se tornar insolvente. 
Ativo 31/12/2021 31/12/2020 
Ativo Circulante R$ 250.000,00 R$ 200.000,00 
Caixa e equivalente R$ 90.000,00 R$ 30.000,00 
Clientes R$ 60.000,00 R$ 20.000,00 
Estoque R$ 50.000,00 R$ 100.000,00 
Depesas antecipadas R$ 50.000,00 R$ 50.000,00 
Passivo e Pat. Líquido 31/12/2021 31/12/2020 
Passivo Circulante R$ 150.000,00 R$ 180.000,00 
Fornecedores R$ 80.000,00 R$ 80.000,00 
Empréstimos a Pagar R$ 70.000,00 R$ 100.000,00 
1.2 Variações do ativo e passivo e a sua relação com rentabilidade e risco 
Visualizamos anteriormente que quanto maior o capital de giro líquido ou 
capital circulante líquido menor será o risco de insolvência. Gitman (2010) 
demonstra que essa análise é feita por meio da relação entre risco e rentabilidade, 
pois há ligação direta entre as variações de ativo e passivo circulante. 
Assim, para realizar tal análise, estudaremos primeiramente o impacto 
presente nas variações das representações do ativo circulante em face do total 
de ativos; em síntese, a variação de quanto aquele ativo circulante corresponde 
em face do ativo total. Em um segundo momento, demonstraremos a relação entre 
o passivo circulante e o total de ativos, representado pela porcentagem do ativo 
total que está sendo financiado pelo passivo circulante. 
 
 
 
5 
1.3 Na prática 
Indicador Variações Rentabilidade Risco 
Ativo circulante 
representa 60% 
do total de ativos 
Aumento para 
80% 
 
Diminuição para 
40% 
 
30% do ativo total 
está sendo 
financiado pelo 
passivo circulante 
Aumento para 
50% 
 
Diminuição para 
15% 
 
Nota-se que quando a variação do ativo circulante é positiva (aumenta), a 
rentabilidade diminui, pois os ativos circulante são menos rentáveis, ou seja 
concedem menos lucro do que um ativo imobilizado (exemplo: máquinas de 
produção), que por gerar mais valor ao produto aumentam a lucratividade. Já o 
indicador risco também irá diminuir, uma vez que a elevação do ativo circulante 
amplia o capital de giro líquido, e como já estudamos, quanto maior o capital de 
giro líquido menor será o risco de gerar dívidas que não se pode pagar. 
Por outro lado, a diminuição dessa variação (negativa), representa uma 
porcentagem maior de ativos não circulantes (imobilizados e intangíveis), que 
geram mais valor ao produto e, consequentemente, mais lucros. Da mesma 
maneira, decaindo esse ativo circulante, ocorre um aumento no risco, pois com a 
diminuição do capital de giro líquido, a possibilidade de insolvência se eleva. 
Quanto à variação da porcentagem do ativo total que está sendo financiado 
pelo passivo circulante, o aumento desse quociente angaria mais rentabilidade, 
pois a empresa utiliza mais financiamento com passivo de curto prazo e menos 
com passivos de longo prazo, sendo o primeiromais barato, porque apenas parte 
dele possui custo e o restante corresponde apenas a encargos e juros. 
Da mesma forma, o aumento desse quociente eleva o risco de insolvência, 
já que o aumento do passivo circulante reduz o capital de giro líquido. Em 
contrapartida, a diminuição do ativo total financiado pelo passivo circulante gera 
diminuição da rentabilidade em razão do aumento no financiamento do passivo 
 
 
6 
de longo prazo, que é de custo elevado. Já em relação ao risco, também ocorre 
diminuição, consequência da elevação do capital de giro líquido. 
TEMA 2 – NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) 
Para estudar esse item, necessitamos inserir, preliminarmente, outros 
conceitos que facilitarão o entendimento. Tanto os ativos circulantes quanto os 
passivos circulantes podem ser subdivididos em dois grupos: 
• Ativo Circulante Operacional: são aplicações realizadas nas atividades 
operacionais da empresa, como disponibilidades mínimas necessárias, 
adiantamento a fornecedores, estoques, impostos a recuperar e 
despesas antecipadas. 
• Passivo Circulante Operacional: decorrem das fontes de financiamentos 
originadas dessas atividades operacionais, como fornecedores, 
impostos a pagar, adiantamentos a clientes, salários e encargos, ou 
seja, todos os passivos inerentes ao ciclo operacional, que veremos 
posteriormente. 
• Ativo Circulante Financeiro: abrange as que não fazem parte do ciclo 
operacional da empresa, como disponibilidades ociosas, aplicações 
financeiras, investimentos, caixa, créditos de empresas coligadas. 
• Passivo Circulante Financeiro: empréstimos, financiamentos, dívidas 
com coligadas e duplicatas descontadas. 
Compreendida essa diferenciação, passamos ao conceito de necessidade 
de capital de giro, que simboliza a parte de um ativo operacional não financiado 
por passivos operacionais, mas por passivos financeiros ou circulantes. 
𝑁𝑁𝐶𝐶𝑁𝑁 = 𝐴𝐴𝐶𝐶 𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 − 𝑃𝑃𝐶𝐶 𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 
Em síntese, se o passivo circulante operacional não for suficiente para 
cobrir os ativos operacionais, uma parte deste terá que ser financiada por um 
passivo de longo prazo ou será necessário gerar uma dívida (passivo financeiro) 
para cobrir essa atividade operacional. Deste modo, a situação mais favorável 
para o empregador é o NCG negativo, pois demonstra a ausência de necessidade 
de utilizar essa outra forma de capital. Assaf (2014) defende que a dependência 
de investimento em capital de giro espelha o volume líquido e os recursos 
 
 
7 
demandados pelo ciclo operacional, consequência de sua política de compras, 
vendas e estocagem. 
2.1 Na prática 
Utilizaremos o exemplo anterior, adicionando apenas outras formas de 
passivos circulantes. Nota-se que os itens grifados representam os ativos e 
passivos operacionais, sendo excluídos do cálculo os ativos e passivos 
financeiros, como caixa e empréstimos a pagar. 
𝑁𝑁𝐶𝐶𝑁𝑁 𝑑𝑑𝑜𝑜 2021 = 𝑅𝑅$ 110.000,00 − 𝑅𝑅$ 97.000,00 = 𝑅𝑅$ 13.000,00 
𝑁𝑁𝐶𝐶𝑁𝑁 𝑑𝑑𝑜𝑜 2020 = 𝑅𝑅$ 120.000,00 − 𝑅𝑅$ 122.000,00 = −𝑅𝑅$ 2.000,00 
Em 2021, a necessidade de capital de giro foi de R$13.000,00. Logo, para 
cobrir essa diferença será necessário utilizar fontes não operacionais, como fontes 
financeiras do passivo circulante ou não circulante. Em síntese, em 2021 foi 
necessário tomar recursos emprestados para poder trabalhar. Já em 2020, a 
necessidade de capital de giro foi negativa, o que demonstra não ser preciso obter 
capital originado do passivo circulante não financeiro ou não circulante. 
Com esse exemplo, é possível perceber que a necessidade de capital de 
giro não significa falta de dinheiro, pois há atitudes que podem ser tomadas pelo 
empresário para melhorar uma NCG positiva. Uma delas é pela negociação com 
fornecedor, visando aumentar o prazo de pagamento, o que geraria aumento do 
passivo operacional. A redução do valor de estoques e do prazo de pagamento 
também seria outra opção, pois diminuiria o ativo operacional. 
 
Ativo 31/12/2021 31/12/2020 
Ativo Circulante R$ 250.000,00 R$ 200.000,00 
Caixa e equivalente R$ 90.000,00 R$ 30.000,00 
Clientes R$ 60.000,00 R$ 20.000,00 
Estoque R$ 50.000,00 R$ 100.000,00 
Depesas antecipadas R$ 50.000,00 R$ 50.000,00 
Passivo e Pat. Líquido 31/12/2021 31/12/2020 
Passivo Circulante R$ 167.000,00 R$ 222.000,00 
Fornecedores R$ 80.000,00 R$ 80.000,00 
Empréstimos a Pagar R$ 70.000,00 R$ 100.000,00 
Salários a Pagar R$ 12.000,00 R$ 30.000,00 
Tributos a Pagar R$ 5.000,00 R$ 12.000,00 
 
 
8 
2.2 Saldo em Tesouraria (ST) 
Trata-se de um valor obtido por meio da subtração entre ativo financeiro e 
passivo financeiro. Vale mencionar que o capital circulante líquido se decompõe 
entre necessidade de capitalde giro e saldo em tesouraria. 
𝑆𝑆𝑆𝑆 = 𝐴𝐴𝐶𝐶 𝑓𝑓𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 − 𝑃𝑃𝐶𝐶 𝑓𝑓𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 
Quando o saldo de tesouraria for superior a zero, a empresa possui 
disponibilidade de recursos para garantir liquidez a curtíssimo prazo; se o saldo 
for inferior a zero significa que há dificuldades financeiras latentes e a 
habitualidade de uma situação igual a essa representa iminência ainda maior, pois 
indica que a empresa, por diversas vezes, possui ativos financeiros insuficientes 
para cobrir seu passivo. 
2.3 Na prática 
Para compreender melhor a coexistência entre esses três indicadores, 
faremos uma pequena atividade comparando quatro empresas diferentes. 
Observe a seguinte tabela. 
Empresa CCL NCG ST 
FFA - X + - + 
FFA - Y + + + 
FFA - Z - + - 
FFA - B - - - 
• FFA – X: essa empresa possui CCL positivo e tem ativos circulantes 
suficientes para cobrir o passivo circulante. Logo, é possível quitar as 
dívidas de curto prazo sem precisar utilizar o ativo não circulante. Seu NCG 
negativo significa que não é necessário utilizar outra forma de capital, pois 
possui há passivo circulante operacional do aque ativo circulante 
operacional, não sendo necessário criar dívidas ou utilizar o passivo não 
circulante para arcar com atividades operacionais. O ST positivo permite 
que a empresa disponha de liquidez a curtíssimo prazo, possuindo mais 
ativos circulantes financeiros do que passivos circulantes financeiros; trata-
se do melhor cenário possível de uma empresa no mercado. 
 
 
9 
• FFA – Y: essa empresa possui todos os itens da tabela positivos; autores 
que estudam o tema classificam essa situação como estável, sendo 
também um cenário positivo, ainda que, em razão do NCG positivo, a 
empresa necessite recorrer aos passivos financeiros (dívida) ou não 
circulantes para financiar parte de seu ativo operacional, pois há menos 
passivos circulantes operacionais do que ativos circulantes operacionais. 
• FFA – Z: neste caso, apenas o NCG é positivo, sendo os outros dois 
indicadores negativos. Em razão disso, os autores consideram um cenário 
ruim; na realidade, eles consideram como a pior situação possível (muito 
ruim), pois o ST negativo representa dificuldades financeiras da empresa 
(ativo circulante financeiro é inferior ao passivo circulante financeiro), o CCL 
negativo significa que os ativos circulantes não são suficientes para arcar 
com os passivos circulantes, sendo necessário recorrer aos ativos não 
circulantes, e para completar possui um NCG positivo que demonstra a 
necessidade de gerar uma dívida para arcar com o passivo. 
• FFA – B: aqui, todos os indicadores estão negativos, o que representa 
apenas um benefício em relação ao NCG, não necessitando se endividar 
para cobrir os ativos operacionais, motivo pelo qual é considerada uma 
situação ruim, classificada como segundo pior cenário. 
TEMA 3 – INDICADORES DE ATIVIDADE 
São os indicadores que se preocupam com prazos médios das contas 
vinculadas à gestão do capital de giro da empresa (ativo circulante e passivo 
circulante).Assaf (2014) destaca que o principal objetivo desses instrumentos é 
determinar o prazo de duração de um ciclo operacional, que, conforme 
comentado, abrange todas as fases operacionais, isto é, da aquisição da matéria-
prima básica até o recebimento do valor inerente às vendas realizadas. 
Uma empresa sempre irá buscar o ciclo operacional mais efetivo, aquele 
mais reduzido e que demanda menos investimento. Para tanto, as companhias 
utilizam prazos de pagamento de estoque diferenciados, além de operações de 
desconto de duplicatas relativas ás vendas a crédito. 
Para o cálculo de todos os índices que apresentaremos a seguir será 
necessário utilizar fórmulas que empregam dados do Balanço Patrimonial e da 
Demonstração do Resultado, de um ano completo, sendo calculado em dias. Por 
este motivo utilizamos nas fórmulas o número 360 (representativo da quantidade 
 
 
10 
de dias). Trata-se de uma média aproximada; caso quiséssemos calcular com 
base em meses utilizaríamos o multiplicador 12. 
3.1 Prazo médio de compras ou pagamento 
Apresenta o tempo médio em que a empresa atrasa o pagamento de suas 
dívidas de fornecedores quando estas forem realizadas a prazo. Nas palavras de 
Assaf (2014), com essa fórmula é possível chegar à rotação das contas a pagar. 
O autor também destaca que a partir do momento que os encargos embutidos 
nessas compras a prazo não excedem a taxa inflacionária do período, se torna 
interessante para a empresa um prazo de pagamento elevado. Por este motivo, a 
decisão relativa à compra (à vista ou a prazo) leva muito em consideração a taxa 
de juros da melhor aplicação financeira do mercado. 
Prazo médio de pagamento (PMC) = 
𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝐶𝐶 𝑜𝑜 𝑜𝑜𝑜𝑜𝑝𝑝𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑜𝑜 𝑓𝑓𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑑𝑑𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶
𝐶𝐶𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶
𝑥𝑥 360 
𝐶𝐶𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶 = 𝑜𝑜𝑐𝑐𝐶𝐶𝐶𝐶𝑜𝑜 𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶 𝑣𝑣𝑜𝑜𝑜𝑜𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶 + 𝐸𝐸𝐶𝐶𝐶𝐶𝑜𝑜𝐸𝐸𝑐𝑐𝑜𝑜 𝐹𝐹𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 − 𝐸𝐸𝐶𝐶𝐶𝐶𝑜𝑜𝐸𝐸𝑐𝑐𝑜𝑜 𝐼𝐼𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 
3.2 Prazo médio de estoque 
É o tempo médio necessário para uma completa renovação de estoque. 
Quanto mais elevado for este índice, maior será o prazo em que os produtos se 
mantêm estocados e, consequentemente, mais custosa serão as necessidades 
de investimento nessa parte do ativo, gerando redução em seu retorno. Por meio 
deste número será possível identificar a eficiência em que os estoques são 
administrados e quanta influência há sobre o retorno global da empresa. 
Prazo médio de estocagem (PME) = 
𝐸𝐸𝐶𝐶𝐶𝐶𝑜𝑜𝐸𝐸𝑐𝑐𝑜𝑜𝐶𝐶
𝐶𝐶𝑐𝑐𝐶𝐶𝐶𝐶𝑜𝑜 𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶 𝑣𝑣𝑜𝑜𝑜𝑜𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶
𝑥𝑥 360 
3.3 Prazo médio de vendas ou recebimento 
Em contrapartida ao índice anterior, este indicador revela o tempo médio 
de recebimento das vendas realizadas a prazo. É sempre mais vantajoso para a 
empresa diminuir o máximo possível o prazo de recebimento das vendas, pois 
aumentará os recursos disponíveis para outros investimentos, além de ampliar o 
giro de seus ativos, gerando maior rentabilidade. Uma forma de reduzir o volume 
desses valores a receber é pelo desconto de duplicatas em bancos comerciais. 
 
 
11 
Prazo médio de Recebimento (PMR) = 
𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝐶𝐶 𝑜𝑜 𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑟𝑟𝑜𝑜𝑜𝑜
𝑅𝑅𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜 𝑑𝑑𝑜𝑜 𝑣𝑣𝑜𝑜𝑜𝑜𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶
𝑥𝑥 360 
3.4 Na prática 
Agora que já compreendemos todos os aspectos conceituais do assunto, 
vamos analisar uma situação prática. As tabelas a seguir representam o balanço 
patrimonial e o demonstrativo de resultado das Lojas Renner (LREN3). Nessa 
análise iremos verificar apenas o período até 30/09/2021. 
 
https://www.investsite.com.br/balanco_patrimonial_ativo.php?cod_negociacao=LREN3 
LOJAS RENNER - BPA – 20210930 
Balanço Patrimonial - Ativo - 
Consolidado (R$ mil) 30/09/2021 % total 31/12/2020 % total 
Ativo Total 19.462.761 100,00% 14.642.583 100,00% 
Ativo Circulante 12.473.226 64,09% 8.896.766 60,76% 
Caixa e Equivalentes de 
Caixa 5.276.525 27,11% 2.066.781 14,11% 
Aplicações Financeiras 514.194 2,64% 605.572 4,14% 
Contas a Receber 3.883.599 19,95% 3.811.668 26,03% 
Estoques 1.696.046 8,71% 1.381.662 9,44% 
Ativos Biológicos 0 - 0 - 
Tributos a Recuperar 928.688 4,77% 961.997 6,57% 
Despesas Antecipadas 0 - 0 - 
Outros Ativos Circulantes 174.174 0,89% 69.086 0,47% 
Ativo Não Circulante 6.989.535 35,91% 5.745.817 39,24% 
Ativo Realizável a Longo 
Prazo 1.095.714 5,63% 950.883 6,49% 
Investimentos 0 - 0 - 
Imobilizado 4.793.105 24,63% 3.854.298 26,32% 
Intangível 1.100.716 5,66% 940.636 6,42% 
Balanço Patrimonial - Passivo - 
Consolidado (R$ mil) 30/09/2021 % total 31/12/2020 % total 
Passivo Total 19.462.761 100,00% 14.642.583 100,00% 
Passivo Circulante 5.408.443 27,79% 5.633.411 38,47% 
Obrigações Sociais e 
Trabalhistas 333.603 1,71% 226.816 1,55% 
Fornecedores 1.389.226 7,14% 1.404.852 9,59% 
Obrigações Fiscais 208.682 1,07% 402.930 2,75% 
Empréstimos e 
Financiamentos 944.116 4,85% 1.418.471 9,69% 
Outras Obrigações 2.466.473 12,67% 2.113.283 14,43% 
Provisões 66.343 0,34% 67.059 0,46% 
https://www.investsite.com.br/balanco_patrimonial_ativo.php?cod_negociacao=LREN3
 
 
12 
 
Demonstração de Resultado 
do Exercício - Consolidado 
(R$ mil) 
01/07/2021 a 
30/09/2021 % total 
01/01/2021 a 
30/09/2021 % total 
Receita de Venda de Bens e/ou 
Serviços 2.626.014 100,00% 6.695.812 100,00% 
Custo dos Bens e/ou Serviços 
Vendidos -1.110.935 -42,30% -2.788.693 -41,65% 
Resultado Bruto 1.515.079 57,70% 3.907.119 58,35% 
Despesas/Receitas 
Operacionais -1.307.326 -49,78% -3.612.135 -53,95% 
Resultado Antes do Resultado 
Financeiro e dos Tributos 207.753 7,91% 294.984 4,41% 
Resultado Financeiro -18.470 -0,70% -147.936 -2,21% 
Resultado Antes dos Tributos 
sobre o Lucro 189.283 7,21% 147.048 2,20% 
Imposto de Renda e 
Contribuição Social sobre o 
Lucro -17.327 -0,66% 70.278 1,05% 
Resultado Líquido das 
Operações Continuadas 171.956 6,55% 217.326 3,25% 
Resultado Líquido de 
Operações Descontinuadas 0 - 0 - 
Lucro/Prejuízo Consolidado do 
Período 171.956 6,55% 217.326 3,25% 
Lucro por Ação - (Reais / Ação) 0,00000 - 0,00000 - 
Passivos sobre Ativos Não-
Correntes a Venda e 
Descontinuados 0 - 0 - 
Passivo Não Circulante 4.556.703 23,41% 3.507.856 23,96% 
Empréstimos e 
Financiamentos 2.425.184 12,46% 1.966.508 13,43% 
Outras Obrigações 2.055.761 10,56% 1.486.111 10,15% 
Tributos Diferidos 0 - 0 - 
Provisões 75.758 0,39% 55.237 0,38% 
Passivos sobre Ativos Não-
Correntes a Venda e 
Descontinuados 0 - 0 - 
Lucros e Receitas a Apropriar 0 - 0 - 
Patrimônio Líquido 
Consolidado 9.497.615 48,80% 5.501.316 37,57% 
Capital Social Realizado 7.743.271 39,79% 3.805.326 25,99% 
Reservas de Capital -88 0,00% -25.430 -0,17% 
Reservas de Reavaliação 0 - 0 - 
Reservas de Lucros 1.694.324 8,71% 1.694.515 11,57% 
Lucros/Prejuízos 
Acumulados -43.161 -0,22% 0 - 
Ajustes de Avaliação 
Patrimonial 0 - 0 - 
Ajustes Acumulados de 
Conversão 0 - 0 - 
Outros Resultados 
Abrangentes 103.269 0,53% 26.905 0,18% 
Participação dos Acionistas 
Não Controladores 0 - 0 - 
 
 
13 
Destacamos em verde o período que iremos analisar e em vermelho os 
dados que são importantes para alcançar as respostas relativas aos prazos 
médios de estoque, recebimentos e pagamentos. 
• Cálculo do prazo médio de estoque: 
(PME) = 
1.696.046
2.788.683
𝑥𝑥 360 = 219 𝑑𝑑𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶 (𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑥𝑥𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜) 
• Cálculo do prazo médio compras: neste caso, preste mais atenção, pois há 
necessidade de realizar o cálculo das compras anuais a prazo, resultado 
que será adquirido pela soma dos custos das vendas com o estoque final, 
subtraindo o estoque inicial (saldo do estoque do balanço anterior). 
𝐶𝐶𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶 = 2.788.693 + 1.696.046 − 1.381.662 = 3.103.077 
(PMC) = 
1.389.226
3.103.077
𝑥𝑥 360 = 161 𝑑𝑑𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶 (𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑥𝑥𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜) 
• Cálculo do prazo médio de recebimentos:(PMR) = 
3.883.599
6.695.812
𝑥𝑥 360 = 209 𝑑𝑑𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶 (𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑥𝑥𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑑𝑑𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜𝑜𝑜𝐶𝐶𝑜𝑜) 
Esse estudo deixou claro que, atualmente, o estoque da Renner demora 
em média 219 dias para ser renovado, além de possuir prazo médio de 
recebimento superior ao prazo médio de pagamento, o que demonstra certa 
desvantagem, pois a empresa demora mais para receber do que para pagar, ou 
seja, vende com prazos superiores aos que compra junto aos fornecedores, 
gerando necessidade de utilizar outras formas de capital. 
TEMA 4 – CICLO OPERACIONAL, FINANCEIRO ECONÔMICO 
Para que o gestor de uma empresa possua visão ampla de todo o processo 
de compra, armazenagem, vendas e recebimentos de pagamentos, ele utiliza os 
prazos médios para verificar todo esse período, sendo fundamental a separação 
desse procedimento em ciclos: econômico, financeiro e operacional. 
O ciclo operacional representa todo o período entre a compra da matéria-
prima e o recebimento do valor relativo à venda daquele bem que utilizou a mesma 
matéria-prima, ou seja, é a duração prevista (em meses ou dias), que perdura da 
aquisição da matéria-prima até o recebimento da venda do produto acabado. 
 
 
14 
 
Fonte: Assaf Neto; Silva, 2012, p. 11. 
Neste quadro, é possível verificar que cada uma das fases de um ciclo 
operacional possui certa duração. Assim, a empresa/indústria realiza a compra da 
matéria-prima e até sua fabricação teremos o PMEmp (prazo médio de estocagem 
de matéria-prima). Depois de iniciada a fabricação, inicia-se o PMF (prazo médio 
de fabricação); quando finalizada, origina o PMV (prazo médio de venda), também 
denominado PMEpt (prazo médio de estocagem de produtos terminados), que irá 
perdurar até o momento da venda. Mesmo após realizar a venda, há outro prazo 
que permanecerá até o dia do recebimento do valor correspondente à venda, o 
de PMC ou PMR (prazo médio de cobrança ou prazo médio de recebimento). 
Durante todos esses períodos incide o custo operacional, uma vez que este 
ciclo operacional gera obrigações com fornecedores, pagamento de salários dos 
funcionários, pagamentos de luz, água e aluguéis, e de títulos. Ao final do 
processo, com a venda do produto é gerada a obrigação do pagamento dos 
tributos, além das duplicatas a receber no caso de venda a prazo. Após a venda, 
o dinheiro vem para o caixa, onde será possível pagar todas as custas relativas 
ao processo. Pelo estudo deste ciclo é possível identificar o quanto de fôlego 
financeiro é necessário durante o período. 
O ciclo econômico representa o tempo que o produto fica no estoque até a 
venda. Logo, considerando o orgonograma anterior, este ciclo abrangerá o 
PMEmp, o PMF e o PMV, momento em que ocorrerá efetivamente a venda. Já o 
ciclo financeiro é composto pelo prazo médio de pagamento aliado ao prazo médio 
de recebimento. Para identificá-lo, é necessário somar todo o ciclo operacional 
menos o prazo médio de pagamento aos fornecedores. 
 
 
15 
4.1 Na prática 
Para auxiliar o entendimento sobre o tópico, imaginemos que uma empresa 
que venda sapatos possui as seguintes características: 
• Compra no dia 01/07 e venda no dia 01/08. Sendo o ciclo econômico do 
produto de 30 dias; 
• Com a compra em 01/07 e a venda em 01/08 (30 dias), a loja concede 
prazo de recebimento; parcelamento em 4 vezes, sendo 30, 60, 90 e 120 
dias; a média de recebimento é de 75 dias. Desse modo, concluímos que 
o ciclo operacional possui prazo total de 30 + 75 = 105 dias. 
• Ao mesmo tempo, essa loja de sapatos costuma pagar os fornecedores em 
3 vezes, isto é, com 30, 60 e 90 dias, tendo como prazo médio de 
pagamento de 60 dias. 
Assim, possuindo o prazo total do ciclo operacional de 105 dias e o prazo 
médio de pagamento aos fornecedores de 60 dias, é possível concluir que o ciclo 
financeiro dessa empresa perdura pelo prazo de 45 dias, ou seja, a loja deve 
possuir caixa suficiente para suportar 45 dias até receber do cliente. 
4.2 Efeito tesoura 
A administração inadequada do capital de giro pode levar ao chamado 
efeito tesoura. O NCG (necessidade de capital de giro) quando positivo, gera a 
necessidade de recorrer ao patrimônio líquido e ao passivo não circulante, mas 
supondo que esses dois não sejam suficientes, a empresa terá que recorrer à 
tesouraria (caixa; dívidas com o banco). 
A necessidade de financiar a falta de capital de giro em financiamentos de 
curto prazo (juros mais elevados) é ruim para a empresa. O efeito tesoura nascerá 
quando o NCG crescer e as fontes de longo prazo não acompanharem. Assim, a 
cada período (ano) que faltar capital, surge um novo financiamento pelo banco, 
mas chega um momento em que a dívida bancária se torna impossível de ser 
solvida, sendo constatado o efeito tesoura. Tal efeito pode ser consequência de: 
a) vendas em prejuízo; b) ampliação de estoques; c) utilização de dinheiro de 
capital de giro para ativos imobilizados; d) aumento excessivo das vendas sem ter 
estrutura de capital. 
 
 
 
16 
TEMA 5 – GESTÃO DE ESTOQUE 
A gestão de estoques é um ativo, abrangendo os produtos já prontos para 
venda e aqueles em processo de produção. Conforme afirma Gitman (2010), o 
principal objetivo da administração de estoques é girá-los (renová-los) o mais 
rápido possível, sem causar perdas de vendas decorrentes de faltas. 
Empresas de grande porte que têm diversos diretores/administradores, 
geralmente possuem problemas no que tange ao estoque, pois administradores 
financeiros, de marketing e de produção possuem pontos de vista diferentes 
quanto ao nível apropriado de estoque, e cada um irá buscar o mais vantajoso, 
considerando seus próprios objetivos. 
O administrador financeiro buscará baixo nível de estoque, impedindo 
investimentos desnecessários em recursos excessivos; o diretor de marketing 
visará a um alto estoque para atender todos os clientes com agilidade, evitando 
atrasos e faltas; o administrador de produção defenderá o alto nível de estoques, 
pois a produção em lotes reduziria o custo unitário do produto. Em razão dessa 
divergência, foram desenvolvidas técnicas de administração efetiva de estoque. 
• Sistema ABC: classificam os estoques em três grupos, de modo que o 
grupo A inclui os itens de maior investimento em dinheiro, o grupo B 
corresponde aos itens que demandem o segundo maior investimento, e o 
grupo C abrange um grande número de itens que demandem baixo 
investimento. Após realizar essa divisão, institui-se um método de 
monitoramento diferenciado para cada um destes, sendo o A monitorado 
diariamente em razão do alto investimento, o B com análises periódicas por 
conta da média importância, enquanto o C apresenta técnicas rudimentares 
de monitoramento. 
• EOQ (economic orden quantity): trata-se do método mais adequado para 
gestão de itens que demandem maior investimento. Este divide os custos 
relevantes do estoque em custos de pedido e de carregamento. O primeiro, 
inclui custos administrativos fixos, como custo de preenchimento de ordem 
de compra, processamento de documentação e recebimento de pedido e 
sua conferência, sendo estabelecidos em valores monetários de cada um 
dos pedidos. Já o custo de carregamento, corresponde aos custos variáveis 
unitários de manter um bem em estoque durante determinado período, 
como custo de armazenagem, seguro e deterioração, sendo estes 
 
 
17 
estabelecidos por unidade e por período. Este modelo, visa comparar a 
compensação entre custos de pedido e de carregamento, definindo o 
tamanho do pedido que minimiza o custo total de estoque. 
• JIT (just-in-time): possui a ideia de que os materiais só devem chegar no 
momento em que forem necessários para a produção, com o intuito de 
minimizar o investimento em estoques. Por esse motivo, não defende a 
realização de um estoque de segurança. Esse método exige cooperação 
muito grande do fornecedor (concedendo produtos de qualidade)e de 
transportadores (entregas no prazo), pois atrasos na entrega e problemas 
com a qualidade de insumos acarretariam interrupção da produção. 
5.1 Gestão de contas 
Este componente é ser dividido em dois grupos: gestão de contas a pagar 
e gestão de contas a receber, que possibilitam levantar tudo o que a empresa tem 
a pagar e a receber no curto e longo prazo. A admininistração de contas a receber 
objetiva controlar os recebimentos e adotar medidas para reduzir a inadimplência. 
Para isso, é necessário também adotar medidas preliminares de análise de 
crédito, evitando possíveis inadimplências. Ou seja, a aplicação de instrumentos 
para determinar os eventuais clientes que fazem jus ao crédito, como os cinco Cs, 
conceito fundamental para a correta administração de contas a receber. 
Quando o assunto é a gestão de contas a receber, o foco está na 
diminuição do prazo médio de recebimento, havendo dois subgrupos: a) intervalo 
entre a venda e o momento em que o cliente efetivamente paga; b) tempo 
necessário para receber, processar e transformar o pagamento em caixa. 
No que tange a gestão de contas a pagar, também há uma divisão: a) prazo 
entre a compra a crédito de bens e o momento em que a empresa efetiva o 
pagamento; b) tempo necessário para que a empresa fornecedora realize todo o 
procedimento de recebimento do valor transformando-o em caixa, também 
conhecido como float. Nesse caso, o principal objetivo da empresa é estender ao 
máximo o prazo de pagamento, sem prejudicar o rating de crédito. Uma gestão 
eficiente sempre irá efetuar o pagamento no último dia possível de vencimento, 
permitindo aproveitar ao máximo o recurso durante este prazo. No mais, evitar o 
pagamento de multas, juros e contas em duplicidade também faz parte de uma 
gestão efetiva por parte da empresa. 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A. Finançcas Corporativas e Valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2010. 
LOJAS RENNER. Balanço anual 2020. Disponível em: <https://api.mziq.com/m
zfilemanager/v2/d/13154776-9416-4fce-8c46-3e54d45b03a3/5fd9ad54-a083-
5e3e-b279-7001d66f8c46?origin=1>. Acesso em: 1º abr. 2022. 
INVEST SITE. Balanço Patrimonial Ativo – Lojas Renner. Disponível em: 
<https://www.investsite.com.br/balanco_patrimonial_ativo.php?cod_negociacao=
LREN3>. Acesso em: 1º abr. 2022. 
INVEST SITE. Demonstração do Resultado do Exercício - Consolidado – 
Lojas 
Renner. Disponível em: <https://www.investsite.com.br/demonstracao_resultado.
php?cod_negociacao=LREN3>. Acesso em: 1º abr. 2022. 
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise Didática das Demonstrações 
Contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2020.

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