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1 2 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA Planejamento 1: Defenda seu ponto de vista! ............................................... pág 02 Planejamento 2: Texto de divulgação científica.......................................... pág 17 Planejamento 3: Resenha e miniconto ...................................................... pág 25 Planejamento 4: Cordel e texto legal(lei) .................................................. pág 36 Planejamento 5: Reportagem e suas intenções .......................................... pág 48 Planejamento 6: Predicativo do sujeito e orações adjetivas restritivas e explicativas .......................................................................................... pág 62 1 REFERÊNCIA 2023 MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA PRÁTICAS DE LINGUAGENS: Produção de Textos. Oralidade. Análise linguística/semiótica OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Estratégias de produ- ção: planejamento, textualização, revisão e edição de textos publicitários. Estratégias de produ- ção: planejamento e participação em deba- tes regrados. Estratégia de produção: planejamento de textos argumentativos e apre- ciativos. Argumentação: movi- mentos argumentativos, tipos de argumento e força argumentativa. Estilo. (EF89LP14) Analisar, em textos argumentativos e propositivos, os movimentos argumentativos de sustentação, refutação e negociação e os tipos de argumentos, avaliando a força/tipo dos argumentos utilizados. (EF89LP12A) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido (o que pode envolver entrevistas com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro das informações e dados obtidos etc.), tendo em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate, motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etc. (EF89LP11) Produzir, revisar e editar peças e campanhas publicitárias, envolvendo o uso articulado e complementar de diferentes peças publicitárias: cartaz, banner, indoor, folheto, panfleto, anúncio de jornal/revista, para internet, spot, propaganda de rádio, TV, a partir da escolha da questão/problema/causa significativa para a escola e/ou a comunidade escolar, da definição do público-alvo, das peças que serão produzidas, das estratégias de persuasão e convencimento que serão utilizadas. (EF89LP12B) Participar de debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma de compreender o funcionamento do debate, e poder participar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo para com as ideias divergentes. (EF89LP15) Utilizar, nos debates, operadores argumentativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etc. 2 (EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Defenda seu ponto de vista! DURAÇÃO: 10 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA: Em seu livro digital “Movimentos argumentativos em uma entrevista televisiva: uma abordagem discursivo-interacional” (2003), Amitza Torres Vieira fundamenta o conceito de argumentação com base na seguinte afirmativa de Van Eemeren et al (1997, p. 208): “os argumentos não ocorrem somente em pacotes monológicos (como o arranjo entre posição e sustentação); um argumento pode ser também construído na interação entre alguém que apresenta um ponto de vista e alguém que o desafia” (apud VIEIRA, 2003, p. 42). Tal ideia também fundamentará este planejamento, pois pretende-se aqui levar os estudantes a analisar um artigo de opinião observando a construção argumentativa monológica (dentro do texto), ao mesmo tempo, prepará-los para uma argumentação interacional na participação de um debate regrado. Além disso, os estudantes irão produzir um anúncio para a divulgação do debate. Assim com o trabalho integrado desses 03 gêneros, um auxiliando o outro, os estudantes perceberão a funcionalidade deles. B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1 Momento 1: sensibilização. Comece a aula escrevendo na lousa “Mídias sociais e liberdade de expressão”. Em seguida, peça aos estudantes que pensem em palavras ou frases a respeito do tema escrito na lousa. Cronometre 20 segundos para cada estudante dizer a palavra ou frase que pensou. Depois discuta com os estudantes a respeito do que foi dito, permitindo-os se expressarem concordando ou discordando da fala dos colegas. Nesse momento, incentive os estudantes a usarem expressões como “Concordo” e “Discordo” e a explicarem suas posições em relação à opinião do colega. Além disso, é importante motivá-los a pedir explicações ao colega sobre o que ele disse, buscando assim compreender a opinião do outro. Momento 2: leitura e interpretação de um artigo de opinião. Disponibilize aos estudantes o texto abaixo, em folha impressa, e leia-o juntamente com os estudantes. 3 Mídias sociais e a liberdade de expressão O mundo enfrenta globalmente uma questão complexa, mas que terá que ser solucionada rapidamente. Nos últimos anos, houve um crescimento exponencial das mídias sociais por meio de aplicativos de conversação, postagens diversas, mensagens de texto e interesses mais restritos. Temos WhatsApp, Instagram e Facebook, todos pertencentes à Meta. O Twitter agora está sob o comando de Elon Musk; o Telegram, de Pavel Durov; além de Youtube, WeChat, TikTok, Douyin, Snapchat, Pinterest, Reddit, Linkedin, Discord, Twitch e muitos outros aplicativos. Todos somados representam cerca de 10 bilhões de usuários no mundo, lembrando que um usuário pode estar em vários aplicativos. Com toda essa dimensão, o conteúdo dessas plataformas conta com vários perfis de usuários, desde aqueles que seguem as regras do aplicativo até os que ignoram qualquer tipo de regra. No Brasil, isso não é diferente. A grande questão é como disciplinar o uso das plataformas, garantindo a todos o respeito ao princípio da liberdade de expressão e manifestação do pensamento, sem ferir outros princípios, como proteção da vida, dignidade humana e honra. Entendo, particularmente, que a princípio ninguém deve ser tolhido em sua liberdade de expressar-se, mas dentro de limites legais. E quando falamos em regulamentar as mídias sociais devemos buscar um difícil equilíbrio. De início, devemos ter criteriosos objetivos sobre aquilo que é vedado. Não se pode permitir que se propague aquilo que é crime, como pedofilia, racismo, tráfico de drogas, enfim, tudo que o Código Penal tipifica como conduta criminosa. Essa é a parte mais fácil, mas deve estar de forma objetiva na regulamentação para que não pairem dúvidas. Então, por princípio, a liberdade de expressãoé garantida, mas, como não é absoluta, encontra limites objetivos nas condutas criminosas. Mas resta regulamentar uma zona mais cinzenta. Resta definir como lidar com mentiras, com fake news, com distorções de fatos, e a tarefa não tem uma facilidade objetiva, mas, por outro lado, não pode ficar sujeita ao subjetivismo de juízes e promotores. Alguns parâmetros devem ser objetivos. Como distinguir alguém que posta uma mentira, mas de boa-fé, daquele que posta mentira com o objetivo de distorcer fatos e provocar tumulto? A resposta mais próxima de uma solução parece ser: a avaliação pelo conjunto da obra de quem postou. Em outras palavras, todos estão sujeitos a equívocos e uma interpretação errônea de um fato não deve ser penalizada. Mas quando o conjunto de posts do usuário aponta para práticas reiteradas de inverdades e distorções, deve-se ligar o sinal de alerta. E como realizar o monitoramento? Defendo que o monitoramento se dê no âmbito privado e não pelo Estado, ou seja, as plataformas devem se autorregulamentar e realizar um monitoramento efetivo, mantendo ainda canal de denúncias em pleno funcionamento. Assim, ao receber uma denúncia ou capturar postagem inverídica por monitoramento, deve a plataforma tomar as providências adequadas, como advertir, orientar e, no limite, sancionar o usuário transgressor com a suspensão ou cancelamento do perfil. Caso as plataformas nada façam e permaneçam inertes, devem tornar-se corresponsáveis pelo conteúdo, em todos os âmbitos. Atualmente, as plataformas não têm nenhuma 4 responsabilidade e podem inclusive ignorar conteúdos inapropriados, que muitas vezes geram maior engajamento e tráfego – o que gera maior lucro. Nesse sentido, a União Europeia aprovou nova regulação que começa a valer ainda em 2023, o Digital Services Act, com o objetivo de proporcionar segurança nas mídias sociais e a proteção dos cidadãos on-line. A plataforma responderá por conteúdo impróprio e será fiscalizada por uma auditoria independente. Outra regulação aprovada pela comunidade europeia é o Digital Markets Act, que define boas práticas para que as plataformas possam explorar comercialmente o mercado europeu, inclusive com práticas antitrustes. O Brasil deve analisar o modelo europeu e definir sua própria regulamentação o quanto antes. Obviamente que, em qualquer modelo e mesmo com uma nova regulamentação, caberá ao Estado a prestação jurisdicional, ou seja, aquele que se sentir ofendido recorrerá ao Judiciário, a quem caberá decidir. Precisamos sair do cenário atual. Fonte: (JUNIOR, 2023). AULA 2 Momento 1: analisando a estrutura do artigo de opinião. Comece a aula relendo com os estudantes o artigo de opinião da aula anterior e faça a análise dele baseando-se nas cinco perguntas sugeridas abaixo. Para isso, organize os estudantes em 10 grupos ou em quantidade suficiente para que pelo menos dois grupos fiquem com uma mesma pergunta para poderem comparar as respostas ao final da tarefa. Após a organização dos grupos, entregue uma pergunta para cada grupo. Como são cinco perguntas, espera-se que a distribuição seja feita de forma que a mesma pergunta seja entregue à dois grupos. Sugestões de perguntas: 1. Qual é a situação-problema discutida no artigo? Ela é uma questão controversa? Justifique. 2. No texto estudado, qual é a função dos 3 primeiros parágrafos? 3. No quarto parágrafo, o autor apresenta a situação-problema, e nos 2 parágrafos seguintes, ele argumenta para sustentá-la. Levante hipóteses: por que no sétimo parágrafo, o autor apresenta mais 2 situações-problema e em formato de perguntas? O que elas podem representar? 4. Ao apresentar soluções, situação-problema, o autor tece sua argumentação. Você considera esses argumentos fortes? Para você, o que é um argumento forte? 5. O autor, em seus argumentos, deixa claro sua opinião sobre quem deve regulamentar as redes sociais. Em algum momento do texto, ele flexibiliza essa ideia? Explique. Estabeleça um prazo para que cada dupla responda à pergunta. Em seguida, inicie a correção e o debate sobre as respostas apresentadas. Peça que cada dupla apresente sua resposta e permita que as duplas comentem se concordam ou não com a resposta dos colegas. Lembre- se de mediar o debate, orientando os estudantes a respeitarem a opinião dos colegas e a 5 usarem expressões como “Concordo” e “Discordo” para iniciar suas falas. Observação: a atividade também pode ser realizada com todos os estudantes respondendo individualmente as questões no caderno e, após concluírem, compartilharem suas respostas em formato de debate. Se em uma aula não for possível concluir o debate, use a aula seguinte para finalizá-lo. O importante é que todas as duplas se manifestem em relação às perguntas. AULA 3 Momento 1: conhecendo o artigo de opinião. Se necessário, use o início desta aula para concluir o debate da aula anterior. Caso já tenha terminado o debate, inicie a aula apresentando aos estudantes, na lousa ou por meio de um projetor, os quadros abaixo. Explique cada item do quadro 1 e do quadro 2 e peça aos estudantes que identifiquem cada item da estrutura do artigo de opinião no texto “Mídias sociais e a liberdade de expressão”, estudado na aula anterior. Nesse momento, ajude os estudantes a compreenderem: − a situação problema do texto; − o tipo de argumento utilizado no texto e se é um argumento forte ou não; − se há provas concretas e se há argumento de autoridade; − as perguntas utilizadas no sétimo parágrafo podem ser consideradas refutação, pois representam possíveis questionamentos do leitor; − em quais momentos a solução-avaliação aparece no texto; − se o último parágrafo pode ser considerado negociação; − os três primeiros parágrafos foram usados para contextualizar o leitor a respeito da situação-problema. Os estudantes podem usar marca-texto, lápis ou canetas coloridas para marcar os itens no texto. 6 Quadro 1 – Artigo de opinião Definição Principais características Estrutura O artigo de opi- nião constrói uma opinião a respeito de uma questão contro- versa, tentando convencer o leitor em rela- ção a ideia apresentada. É escrito por jorna- lista ou colaborador do jornal, revista ou site, geralmente, uma autoridade no assunto ou pessoa reconhecida na sociedade. Situação- pro- blema Coloca a questão a ser desenvolvi- da para guiar o leitor ao que virá nas demais par- tes do texto. É publicado em jornais e revistas impressas ou on- line, em seção des- tinada à emissão de opiniões. Discussão Expõe argumen- tos e constrói a opinião a respei- to da questão examinada. Argumentos: • autoridade; • consenso; • provas concretas. Objetivos/movimen- tos argumentativos: • sustentação; • refutação; • negociação. O público-alvo são pessoas quase sempre com um nível de escolarida- de médio ou supe- rior que buscam encontrar informa- ções e formar uma opinião sobre as- suntos controver- sos. Linguagem formal*. Usa 1ª ou 3ª pes- soa do discurso. Solução- avaliação Evidencia a res- posta à questão proposta, reafir- mação da posi- ção assumida ou apreciação do assunto aborda- do. Fonte: (MARINELLO & KÖCHE, 2015). *Observação: é importante informar aos estudantes que a competência linguística também pode ser considerada um argumento, pois a adequação da linguagem à situação de interlocução faz com que o argumento tenha credibilidade ou não. 7 Quadro 2 – Movimentos argumentativos e exemplos Exemplos sobre a tese “A privatização do ensino público é necessária”. Fonte: (SILVA, [2023]). AULA 4 Momento 1: exercitando os conhecimentos. Para consolidar as informações assimiladas até o momento, utilize os exercícios propostos no campo ATIVIDADES destasequência. AULA 5 Momento 1: correção. Após a conclusão das atividades propostas, faça a correção, esclarecendo as possíveis dúvidas dos estudantes. AULA 6 Momento 1: preparando um debate regrado. Agora é a hora de debater o tema do texto estudado nas aulas anteriores. Os estudantes devem organizar um debate regrado na escola. O tema sugerido é “Mídias sociais e Liberdade de expressão”, porém o debate pode ser realizado sobre outros temas relevantes para os estudantes. O objetivo é desenvolver um debate aberto ao público, porque a próxima etapa do planejamento é elaborar um anúncio para divulgar o debate. Outra ideia é fazer rodadas de debate com temas variados. Os debates podem ser realizados em dupla. Os temas e as duplas debatedoras de cada tema são definidos com antecedência para que os estudantes possam se preparar para o debate. 8 Etapas para a preparação do debate: − organize duas equipes com cinco estudantes que queiram participar do debate como debatedores; − selecione um ou dois estudantes para serem os mediadores (um auxilia o outro); − defina, juntamente com os estudantes, o tema que será discutido no debate; − defina, juntamente com os estudantes, os 2 lados da questão discutida (sugestões: “quem deve regulamentar as redes sociais: estado ou iniciativa privada?”, “é preciso regulamentar as redes sociais?”, “sim ou não?”); − sorteie o lado da questão que cada equipe ficará (exemplo: equipe 1 – o estado deve regulamentar as redes sociais, equipe 2 - a iniciativa privada deve regulamentar as redes sociais); − oriente as equipes a fazer pesquisas relacionadas ao posicionamento delas em relação ao tema definido, buscando informações que sustentem suas opiniões; − oriente as equipes a se prepararem para possíveis contra-argumentos ou refutações, buscando prever suas defesas; − as equipes também deverão preparar perguntas a serem feitas à equipe oponente e os mediadores também; − defina juntamente com os estudantes as regras do debate, data e local em que ele acontecerá; − os estudantes que não participarão do debate farão parte da plateia e ajudará na avaliação do debate; − elabore uma ficha de avaliação para os estudantes avaliadores, colocando questões que os ajudem a avaliar o debate. Os argumentos e contra-argumentos foram consistentes ou não? A linguagem utilizada foi adequada? Os debatedores agiram de forma respeitosa? Determine uma pontuação para cada item avaliado para ajudar a definir qual equipe será a vencedora no final debate; − defina também com os estudantes quais pessoas poderão participar do debate na plateia, apenas convidados, pessoas da escola ou aberto a comunidade. AULA 7 Momento 1: Definindo as etapas do debate. Abaixo, segue uma sugestão de estrutura do debate regrado. Analise-a com a turma e faça as adaptações necessárias. 1ª ETAPA Introdução. Cada equipe deve esperar um minuto e meio para apresentar o seu lado da questão e apresentar os motivos para defendê-la. 2ª ETAPA 3 rodadas de perguntas e respostas. Cada equipe fará 3 perguntas à equipe oponente. Essas perguntas devem ser preparadas com antecedência. Cada equipe terá 30 segundos para fazer a pergunta, 2 minutos para a resposta, 1 minuto para a réplica e 1 minuto para tréplica. O tempo deverá ser controlado pelos mediadores. 9 3ª ETAPA 2 rodadas de perguntas dos mediadores*. O mediador fará uma pergunta para cada equipe que terá até 2 minutos para respondê-la e 1 minuto para comentar a resposta da equipe oponente. 4ª ETAPA Considerações finais. Cada equipe terá até um minuto e meio para apresentar suas considerações finais. Elas poderão reafirmar a ideia defendida na introdução ou apresentar algum argumento/conclusão de negociação. *A plateia também poderá realizar perguntas às equipes, mas isso deve ser combinado com antecedência. Durante o debate, a plateia deve permanecer em silêncio, atenta à participação de cada debatedor, pois terá de avaliar seu desempenho. AULA 8 Momento 1: vamos divulgar? O objetivo desta aula é motivar e preparar os estudantes para produzir um anúncio para a divulgação do debate, fazendo-os perceber quais elementos são importantes para a composição de um anúncio. Inicie a aula conversando perguntando aos estudantes quais informações e elementos não podem faltar em um anúncio de divulgação do debate. Anote na lousa todas as respostas dos estudantes. Em seguida, apresente por meio de um projetor o anúncio abaixo, faça uma comparação entre as respostas dos estudantes e os elementos que compõem o anúncio e pergunte aos estudantes o que eles modificariam no anúncio. Imagem 1 – Ciclo de Debates do TCE. Fonte: (TCESP, 19 abr. 2023) Passe para os estudantes, na lousa ou em folha impressa, as seguintes perguntas para análise do anúncio acima. 10 • Qual o objetivo desse anúncio? • Descreva a ilustração do anúncio. De que forma ela contribui para alcançar o objetivo esperado? • Qual é o título do anúncio? • Há algum slogan? • Quais informações foram colocadas no anúncio? De que forma elas contribuem para alcançar o objetivo esperado? • Quem organiza o evento e como foi apresentado no anúncio? AULA 8 Momento 2: correção. Após a conclusão das atividades propostas, faça a correção, esclarecendo as possíveis dúvidas dos estudantes. Se achar necessário, use uma outra aula para a correção. AULA 9 Momento 1: planejamento do anúncio. Inicie a aula retomando os conhecimentos adquiridos na aula anterior sobre os elementos característicos do anúncio. Em seguida, auxilie os estudantes a preencher o quadro abaixo, explicando a função de cada elemento dentro de um anúncio. Essa tarefa é para os estudantes planejarem o anúncio do debate, portanto, as respostas devem ser voltadas para o objetivo pretendido. Faça o planejamento do seu anúncio para a divulgação do debate, definindo cada elemento do anúncio. Objetivo Público-alvo Lugar de veiculação do anúncio Slogan Título Texto Imagem Logomarca Professor(a), é importante orientar os estudantes a criarem um anúncio com estratégias para atrair público para o debate. O item slogan pode ser definido se caso os estudantes forem produzir uma campanha publicitária. A logomarca pode ser o símbolo da escola. 11 AULA 9 Momento 2: produzindo o anúncio. Depois do planejamento os estudantes devem produzir o anúncio. Essa tarefa pode ser realizada: em sala de aula ou em casa; individualmente; ou em parceria com os colegas. É necessário definir uma data de entrega dos anúncios. Após a produção deles, promovam uma votação entre os estudantes para selecionar o melhor ou os melhores anúncios que serão usados para divulgar o debate. AULA 10 Momento 1: consolidando conhecimentos. Após a realização do debate, para finalizar o planejamento e colocar em prática o que foi aprendido em relação aos gêneros argumentativos, proponha que os estudantes escrevam um artigo de opinião sobre o tema debatido ou proponha algum outro tema. Os gêneros produzidos nesse planejamento podem fazer parte do jornal da escola, se houver, ou da criação de um blog da turma ou da escola. RECURSOS: Lousa, pincel, projetor multimídia, cópias de atividades com os textos. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: Para avaliar a consolidação das habilidades, a sugestão é o desenvolvimento dos estudantes durante o debate observando seus movimentos de argumentação, suas estratégias argumentativas, o uso de expressões adequadas para um debate. Em relação ao artigo de opinião e ao anúncio publicitário é importante avaliar a interpretação identificando as informações trabalhadas durante as aulas e a construção desses gêneros apresentando os itens necessários para alcançar os objetivos pretendidos.12 ATIVIDADES Leia o artigo de opinião abaixo e responda às questões que seguem. Ainda é possível humanizar as redes sociais Estudo aponta que 1 em cada 5 brasileiros sofre com a síndrome causada pelo esgotamento mental na vida profissional Quem nunca teve uma briga no WhatsApp atire a primeira pedra! O dito popular bíblico pode ilustrar o alcance do aplicativo de mensagem. Com mais de 120 milhões de brasileiros no zap, o país é o segundo maior mercado da empresa, atrás apenas da Índia. Tamanha popularidade traz consequência para o bem e para o mal. Durante o período eleitoral, vivenciamos o compartilhamento nas redes de fatos contraditórios. Em maio, o Ministério Público Federal havia alertado sobre o aumento de fake news pelo WhatsApp. Em anúncio recente, o mensageiro contará com comunidades, grupos de até 1.024 participantes e chamadas de vídeo com 32 pessoas. A novidade deve chegar ao Brasil no próximo ano. O WhatsApp é também muito presente nos negócios. A pesquisa TIC Empresas, divulgada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil), o WhatsApp superou o Facebook entre 2019 e 2021 e se tornou a plataforma mais popular entre as empresas. Hoje, 72% delas têm uma conta no aplicativo. O app se mantém também como a maior base da Meta, com 3,71 bilhões de pessoas que a utilizam no mundo, de acordo com dados da plataforma. Os números impressionam e, apesar do título desse artigo, sabemos da importância do aplicativo na conexão de pessoas e de empresas. Contudo, como tudo na vida, é preciso equilíbrio. Muitas vezes pode parecer impossível a mudança, mas é preciso começar, a tecnologia e as inovações precisam ser percebidas como um meio que permita à humanidade gerar bem-estar, desenvolvimento humano, autoconhecimento e romper barreiras sociais, uma nova abordagem e de impacto social. Prova disso está na pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O estudo aponta que 1 em cada 5 brasileiros sofre com a síndrome causada pelo esgotamento mental na vida profissional. Com isso, é possível entender que precisamos de uma saída e se autoconhecer é o primeiro passo para compreender seus limites e evitar o burnout. Quando chegamos no embate sobre quais esforços as redes têm em prol da saúde mental, escutamos empresas apostarem nas restrições de conteúdo nocivo, promoção de conteúdo de qualidade, ferramentas de controle para o usuário e contato direto com centros de prevenção, mas só isso é o suficiente? Talvez entender os benefícios de uma mídia focada no bem-estar e saúde mental é compreender a vida nos dias atuais. Muitos acabam não se sentindo parte de um lugar e são julgados por isso. Ao meu ver, uma nova cultura digital, uma web humanizada que se conecta a partir de uma perspectiva mais saudável e colaborativa deixa* de dar espaço para notícias falsas para então trocar experiências, conhecimento, vivências obtendo uma vida mais leve e o emocional em dia. Fonte: (VIGA, 2022) 13 1 − No primeiro parágrafo, o autor faz uso de intertextualidade. a) Identifique-a. b) Para que ela foi utilizada no início do texto? c) Qual a relação entre a intertextualidade usada e as duas últimas frases do primeiro parágrafo? 2 − Nos 3 primeiros parágrafos, o autor apresentou dados e informações sobre o aplicativo WhatsApp. Levante hipóteses: qual é a intenção do autor ao expor essas informações no início do texto? 3 − Releia o segundo e o terceiro parágrafo do artigo. a) Quais palavras ou expressões foram usadas para se referir ao WhatsApp? Por que o autor fez uso delas? b) No terceiro parágrafo, o autor apresenta argumentos para defender uma ideia que está implícita no texto. Que ideia é essa? c) As informações apresentadas no terceiro parágrafo compõem argumentos de autoridade, argumentos de consenso ou argumentos de provas concretas? Explique sua resposta. 4 − Qual expressão foi usada para conectar as informações do quarto parágrafo às informações do terceiro parágrafo? 5 − Qual é a situação-problema analisada no texto? Apresente a opinião do autor em relação a situação-problema. 6 − Qual argumento é exposto para sustentar a opinião sobre a situação-problema? 7 − Qual é a relação entre o burnout e o assunto tratado no texto. 8 − Há uma refutação no sexto parágrafo. A que ela se refere e de que forma ela foi exposta no parágrafo? 9 − Qual é a sugestão-avaliação apresentada pelo autor para a situação problema? 14 Analise o anúncio abaixo. Fonte: (MUNDOOVO,13 jun. 2014) 10 − Qual é o objetivo do anúncio? 11 − Quais informações foram colocadas no anúncio para ajudar o leitor a se decidir em participar do evento? 12 − Informações como patrocínio, apoio e realização podem auxiliar na decisão de participar do evento? Por quê? 13 − Qual relação a ilustração do anúncio tem com evento divulgado? 14 − Qual é o possivelmente o público-alvo do anúncio? 15 − Alguma informação foi colocada no anúncio para convencer o leitor a participar do evento? 16 − Você acrescentaria alguma outra informação ou algum outro elemento para convencer o leitor a participar do evento? 15 REFERÊNCIAS ANÚNCIO: futebol no centro do debate. In: Mundo Ovo. Portal Mundo Ovo, [s.l.], 13 jun. 2014. Disponível em: https://mundoovo.com.br/2014/evento-sobre-literatura-e-futebol-rj/. Acesso em: 20 abr. 2023. CICLO de Debates com Agentes Políticos e Públicos. In: TCESP. Portal Tribunal de contas do Estado de São Paulo, São Paulo, 2023. Disponível em: https://www.tce.sp.gov.br/tcesp- ciclo-debates. Acesso em: 26 maio 2023. JUNIOR, Francisco Gomes. Mídias sociais e a liberdade de expressão. Estado de Minas. Belo Horizonte, 2 fev. 2023, Opinião, p.9. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2023/02/01/interna_opiniao,1452188/midias- sociais-e-a-liberdade-de-expressao.shtml. Acesso em: 20 abr. 2023. KÖCHE, Vanilda Salton; MARINELLO, Adiane Fogali. Gêneros textuais: práticas de leitura, escrita e análise linguística. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais (9º ano). Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view. Acesso em: 10 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view. Acesso em: 10 fev. 2023. SILVA, Ilcilene. Movimentos argumentativos. Nova Escola, [s. l.], [2023]. Disponível em: https://nova-escola- producao.s3.amazonaws.com/nRu56sJXaTKbXKQzXCGMPPV5yHJuuJxkDSs639AA5Hrcd3VmUw mcabgjNMwZ/atividade-para-impressao-movimentos-argumentativos-lp09-11sqa05.pdf. Acesso em: 26 maio 2023. VIEIRA, Amitza Torres. Movimentos Argumentativos em uma entrevista televisiva: uma abordagem discursivo-internacional. Juiz de Fora: Clio Edições Eletrônicas, 2003, 99p. Disponível em: https://www2.ufjf.br/clioedel//files/2009/10/COD03004.pdf. Acesso em: 20 abr. 2023. VIGA, Bellmond. Ainda é possível humanizar as redes sociais. Estado de Minas. Belo Horizonte, 17 nov. 2022, Opinião. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2022/11/17/interna_opiniao,1422077/ainda-e- possivel-humanizar-as-redes-sociais.shtml . Acesso em: 20 abr. 2023. https://mundoovo.com.br/2014/evento-sobre-literatura-e-futebol-rj/ https://www.tce.sp.gov.br/tcesp-ciclo-debates https://www.tce.sp.gov.br/tcesp-ciclo-debates https://www.tce.sp.gov.br/tcesp-ciclo-debateshttps://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2023/02/01/interna_opiniao,1452188/midias-sociais-e-a-liberdade-de-expressao.shtml https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2023/02/01/interna_opiniao,1452188/midias-sociais-e-a-liberdade-de-expressao.shtml https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/nRu56sJXaTKbXKQzXCGMPPV5yHJuuJxkDSs639AA5Hrcd3VmUwmcabgjNMwZ/atividade-para-impressao-movimentos-argumentativos-lp09-11sqa05.pdf https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/nRu56sJXaTKbXKQzXCGMPPV5yHJuuJxkDSs639AA5Hrcd3VmUwmcabgjNMwZ/atividade-para-impressao-movimentos-argumentativos-lp09-11sqa05.pdf https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/nRu56sJXaTKbXKQzXCGMPPV5yHJuuJxkDSs639AA5Hrcd3VmUwmcabgjNMwZ/atividade-para-impressao-movimentos-argumentativos-lp09-11sqa05.pdf https://www2.ufjf.br/clioedel/files/2009/10/COD03004.pdf https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2022/11/17/interna_opiniao,1422077/ainda-e-possivel-humanizar-as-redes-sociais.shtml https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2022/11/17/interna_opiniao,1422077/ainda-e-possivel-humanizar-as-redes-sociais.shtml 16 PRÁTICAS DE LINGUAGENS: Análise linguística/semiótica. Leitura. Produção de textos. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Marcas linguísticas. Intertextualidade. Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero. Textualização. Estratégia de produção: pla- nejamento de textos informa- tivos. Efeitos de sentido. Exploração da multissemiose. (EF89LP30) Analisar a estrutura de hipertexto e hiperlinks em textos de divulgação científica que circulam na Web e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de links. (EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos. (EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros. (EF89LP07X) Analisar, em notícias, reportagens e peças publicitárias em várias mídias, os efeitos de sentido devidos ao tratamento e composição dos elementos nas imagens em movimento, à performance, à montagem feita (ritmo, duração e sincronização entre as linguagens complementaridades, interferências etc.) e ao ritmo, melodia, instrumentos e sampleamentos (reutilização de trechos de uma gravação) e efeitos sonoros. (EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações 17 sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etc. -, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados). PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Texto de divulgação científica. DURAÇÃO: 04 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: No terceiro bimestre, muitos gêneros da esfera jornalística serão trabalhados, sendo interpretados ou produzidos. É importante pensar em uma forma de expor os textos produzidos, principalmente no meio digital, pois algumas habilidades trabalhadas, inclusive neste planejamento, dizem respeito ao uso do meio digital. A sugestão é a criação de um blog ou um perfil da escola em uma rede social que possibilite a postagem de textos verbais e não verbais. Um blog pode ser criado usando o recurso Blogger do Google. Uma equipe de estudantes pode ser formada para alimentar a rede social ou blog da escola. B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1 Momento 1: comparando os gêneros. O objetivo desta aula é fazer os estudantes compreender a importância dos gêneros de divulgação científica, comparando uma dissertação de pesquisa e duas reportagens de divulgação dessa pesquisa. Com a ajuda do projetor de imagem, apresente aos estudantes os seguintes títulos: “Extensão e reprodução de espécies costeiras em detritos plásticos no Giro Subtropical do Pacífico Norte.” “‘Grande ilha de lixo’ no meio do Pacífico abriga espécies costeiras.” “Mancha de Lixo do Pacífico vira ecossistema inesperado com reprodução de espécies costeiras em alto mar.” Pergunte aos estudantes qual dos 3 títulos é mais fácil de compreender e qual é o mais complexo. Ainda com a ajuda do projetor de imagem, exponha e leia com os estudantes um trecho da dissertação de pesquisa “ Extent and reproduction of coastal species on plastic debris in the North Pacific Subtropical Gyre” (tradução “Extensão e reprodução de espécies costeiras em detritos plásticos no Giro Subtropical do Pacífico Norte”) que deu origem às reportagens. 18 “Um total de 484 espécimes de táxons de bioincrustação de invertebrados foi coletado, compreendendo 46 táxons de 6 filos (Tabela Suplementar 1 ). Destes táxons, os táxons costeiros constituíram 37 (80%) do total. Dos seis filos, Bryozoa representou a maior riqueza total em todos os detritos bioincrustados (14 táxons). Arthropoda (Crustacea e Chelicerata) e Cnidaria também foram ricos em espécies, com 11 e 10 táxons no total, respectivamente (Fig. 1 e Tabela Suplementar 1 ). Os táxons costeiros eram mais diversos do que os pelágicos em todos os filos e compreendiam mais de 50% dos táxons por grupo taxonômico (Fig. 1 ). Os crustáceos apresentaram a maior riqueza total de táxons pelágicos (cinco espécies) (Fig. 1). De fato, os crustáceos foram alguns dos táxons mais frequentemente observados para ambas as comunidades, representando três dos cinco táxons mais comuns tanto para os táxons costeiros (19,4–36,9% de detritos bioincrustados) quanto para os táxons pelágicos (25,2–65%; Tabela Suplementar 1 ) .” (Haram, Carlton e Centurioni, 2023) Converse com os estudantes sobre o entendimento do trecho lido. O objetivo é a percepção da diferença da linguagem usada na dissertação da pesquisa e a usada na reportagem de divulgação científica, observando qual é mais acessível. É importante que os estudantes entendam que a função da reportagem de divulgação científica, assim como os outros gêneros de divulgação científica, é tornar as informações científicas mais acessíveis ao público fora do mundo científico. AULA 1 Momento 2: uso do dicionário. Leve dicionários para asala de aula e peça aos estudantes que procurem o significado das palavras abaixo. Tais palavras fazem parte das duas reportagens que foram lidas na aula anterior. Costeira espécie ecossistema invertebrado Conglomerado restrição molusco habitat AULA 2 Momento 1: leitura das reportagens de divulgação científica. Para esta aula é necessário o acesso à internet, portanto utilize o laboratório de informática da escola ou algum outro espaço que o estudante possa acessar os sites das reportagens. Em duplas, os estudantes devem acessar as duas reportagens sugeridas, analisando-as com base nas questões propostas. → Texto 1 - Mancha de Lixo do Pacífico vira ecossistema inesperado com reprodução de espécies costeiras em alto mar /G1. Disponível em: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo- do-pacifico-vira-ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto- ar.ghtml. https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo-do-pacifico-vira-ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto-mar.ghtml https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo-do-pacifico-vira-ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto-mar.ghtml https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo-do-pacifico-vira-ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto-mar.ghtml https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo-do-pacifico-vira-ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto-mar.ghtml 19 → Texto 2 - ‘Grande ilha de lixo’ no meio do Pacífico abriga espécies costeiras / Revista Planeta. Disponível em: https://www.revistaplaneta.com.br/grande-ilha-de-lixo-no-meio-do- pacifico-briga-especies-costeiras/. Estudo dirigido 1 − Releia os títulos dos textos em estudo. Dissertação de pesquisa: “Extensão e reprodução de espécies costeiras em detritos plásticos no Giro Subtropical do Pacífico Norte” Texto 1: “Mancha de Lixo do Pacífico vira ecossistema inesperado com reprodução de espécies costeiras em alto mar” Texto 2: “‘Grande ilha de lixo’ no meio do Pacífico abriga espécies costeiras” a) Como cada texto se referiu ao amontoado de plástico presente no Pacífico? b) Porque as reportagens não usaram a mesma designação do título da pesquisa? Releia o texto 1 e responda as questões que seguem. 2 − De que forma as imagens usadas no texto contribuíram para o entendimento das informações? 3 − Ao longo do texto, encontra-se 2 títulos. a) A que esses títulos se referem? b) Que relação eles têm com a reportagem em estudo? 4 − Quais modos de apresentação de informação foram usados para construir a página web em que a reportagem foi publicada? 5 − Para você, como essa organização da página web, trazendo vídeos, texto, podcast, ilustrações e links correlacionados auxilia o leitor? Ela pode atrapalhar o processo de leitura? Como? 6 − Levante hipóteses: por que as informações da reportagem foram expostas de 2 formas, pela escrita e pela oralidade? 7 − Qual é a relação entre o podcast sugerido e a reportagem? AULA 3 Momento 1: correção. Após a conclusão das atividades propostas, faça a correção, esclarecendo as possíveis dúvidas dos estudantes. Chame a atenção dos estudantes, para as estratégias utilizadas pelos autores das reportagens para alcançarem o objetivo pretendido. https://www.revistaplaneta.com.br/grande-ilha-de-lixo-no-meio-do-pacifico-bri https://www.revistaplaneta.com.br/grande-ilha-de-lixo-no-meio-do-pacifico-bri https://www.revistaplaneta.com.br/grande-ilha-de-lixo-no-meio-do-pacifico-abriga-especies-costeiras/ 20 AULA 4 Momento 1: produzindo um hipertexto. Nesse momento, os estudantes produzirão, em duplas ou grupos, uma reportagem explicando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS. Sugere-se uma parceria com o(a) professor(a) de Ciências. Cada dupla ou grupo ficará responsável por explicar em sua reportagem um dos 17 objetivos da “Agenda 2030” para o Desenvolvimento Sustentável. O texto da reportagem pode apresentar: − em que consiste o objetivo; − explicação sobre a relevância dele para a realidade brasileira; − exposição de algumas metas para que o leitor as conheça; − links que direcionam o leitor a sites que o ajude a compreender melhor o tema do texto; − infográficos; − ilustrações; − vídeos; − podcast de entrevista; − citações de especialistas. O texto pode ser escrito usando o Google Documentos. Se um blog for criado pelo Blogger, a própria plataforma disponibiliza um recurso de construção e edição de texto possibilitando acrescentar links, imagens e vídeos. Seguem duas sugestões de vídeo explicando como criar e editar um blog pelo Blogger e como acrescentar links usando o Google Documentos. → Como criar um BLOG grátis no Blogger - Ferramentas Blog. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OyhgbqQsME4. → Como dar vida aos textos com o uso de hipertextos - Educa Digital. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TRPPoUoiEW4. RECURSOS: Lousa, pincel, projetor de imagem, folhas de atividades, sala de informática e acesso à internet. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: A avaliação deve acontecer no momento da construção das reportagens. É preciso verificar a capacidade dos estudantes de estruturar em uma reportagem multimodal, apresentando links, imagens, vídeos e podcast correlacionados, entendendo assim a função de cada um deles no conjunto do hipertexto. https://www.youtube.com/watch?v=OyhgbqQsME4 https://www.youtube.com/watch?v=TRPPoUoiEW4 21 ATIVIDADES Leia o texto de divulgação científica abaixo e responda às questões que seguem. Legislação robótica Cientistas querem um código de conduta para aqueles que, acreditam, estarão cada vez mais entre nós. Na ficção científica, há mais de 60 anos já existem as famosas três leis da robótica – diretrizes criadas pelo escritor Isaac Asimov que ditavam a “ética” dos robôs. Mas o mundo real ainda carece de uma iniciativa assim. E, para um cientista britânico, já está mais do que na hora de começar a pensar em algo do tipo. Para Noel Sharkey, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, os robôs, de forma discreta, mas constante, estão deixando de ser elementos importantes apenas em laboratórios e linhas de montagem de fábricas para se tornar habitantes do nosso cotidiano. “Desde a virada do século, as vendas de robôs de serviço pessoal e profissional têm crescido fortemente e devem atingir um número total de 5,5 milhões em 2008″, comenta Sharkey. “Esse número, que facilmente supera os cerca de 1 milhão de robôs industriais operacionais no planeta, deve subir para 11,5 milhões até 2011.” Entre esses robôs de serviço, muitos já estão sendo usados para ajudar a cuidar de crianças e idosos. “Na área de robôs de cuidados pessoais, companhias japonesas e sul-coreanas desenvolveram robôs que monitoram crianças e têm recursos para jogar videogame, conduzir jogos de quiz verbais, reconhecimento de voz, reconhecimento de face e conversação.” Pesquisas sobre o desempenho desses robôs conduzidos nos EUA e no Japão mostraram que as crianças criam fortes laços com eles – a ponto delas preferirem, na maioria dos casos, um robô a um ursinho de pelúcia. E aí, conforme essas máquinas ficam cada vez mais sofisticadas, surge um dilema ético: é certo permitir que crianças sejam criadas por robôs? Como isso pode impactar em suas habilidades sociais? Para Sharkey, o mesmo dilema se apresenta para robôs destinados a cuidar de idosos. Por mais eficientes que eles sejam, não seria ruim deixar uma pessoa, ao fim de sua vida, sem o privilégio dos cuidados (e do calor humano) fornecidos por outra pessoa? Na década de 1940, Isaac Asimov já pensou que seria preciso criar um código de ética– embutido na programação dos robôs – para evitar que fossem mal utilizados. As três leis da robótica, que ele primeiro descreveu num conto de ficção científica publicado em 1942, são as seguintes: Primeira Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano seja ferido. Segunda Lei: Um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando essas ordens conflitam com a Primeira Lei. Terceira Lei: Um robô precisa proteger sua própria existência, contanto que essa proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda leis. Inteligente e conciso. Mas não tem como dar conta do recado, diante de dilemas que já aparecem hoje na sociedade. Por isso, Sharkey defende que seja iniciado, o mais rápido possível, um debate para definir os limites para as aplicações robóticas, quando as fronteiras da ética parecem mais tênues. Seu argumento foi apresentado em artigo publicado em dezembro pela prestigiosa revista científica americana “Science”. (ADAPTADO) Fonte: (NOGUEIRA, apud SARMENTO E TUFANO, 2010). 22 1 − O texto de divulgação científica tem o objetivo de expor conteúdos da área científica para pessoas que não são cientistas. a) Qual a principal ideia de natureza científica exposta no primeiro parágrafo? b) Explique por que as leis da robótica criadas por Isaac Asimov em um conto de ficção científica a mais de 60 anos não poderiam ser usadas hoje. 2 − No texto em questão, a ideia principal são estudos e discussões que estão sendo feitos no meio científico para a elaboração de um código de ética para o uso de robôs. a) Que informações contidas no segundo e no terceiro parágrafo confirmam e apontam essa ideia central? b) No quarto parágrafo, que argumento ético com relação a robôs e idosos é apresentado pelo cientista que estuda esse problema? 3 − Em geral, a linguagem empregada no texto de divulgação científica é impessoal, em razão dos estudos abordados. a) O que comprova que houve a intenção de manter um tom impessoal no texto? b) Qual é a variação linguística, o tempo e o modo verbais predominantes? Exemplifique. 4 − Observe os recursos empregados pelo autor no desenvolvimento dos parágrafos para fundamentar sua argumentação. a) No segundo parágrafo, que dados foram introduzidos para justificar a afirmação de que leis da robótica começam a se fazer necessárias? Comprove sua resposta. b) No terceiro e no quarto parágrafo além de mencionar os resultados de uma pesquisa, o autor faz algumas perguntas. O que elas representam? 5 − Observe a imagem. 23 Fonte: (GUIMARÃES, 2017) Essa imagem corresponde a uma página de um livro didático com explicações a respeito da estrutura de um artigo de opinião. a) Cite os elementos que compõem essa página. b) As setas apontam para algumas frases do texto principal. Qual é a relação entre as informações contidas nos boxes e as palavras apontadas pelas setas? c) O boxe intitulado Para assistir apresenta que tipo de informação? Que relação ela tem com o texto principal? d) Qual é a função do enunciado presente no meio do texto principal “Ver seção Para ler e escrever melhor: “Coesão remissiva I e II”, e Coesão Sequencial I e I, nos capítulos 11 a 14.? e) Se essa página se trata-se de uma página web, como ela seria estruturada? f) A leitura dessa página do texto didático acontece de maneira linear? g) Podemos afirmar que hipertexto com links e textos multimodais estão presentes apenas no meio digital? 24 REFERÊNCIAS ARAIA, Eduardo. ‘Grande ilha de lixo’ no meio do Pacífico abriga espécies costeiras. Revista Planeta, [s. l.], 18 abr.2023. Disponível em: https://www.revistaplaneta.com.br/intestino- tem-diferencas-relevantes-de-pessoa-para-pessoa-revela-estudo/. Acesso em: 29 abr. 2023. COMO CRIAR um BLOG grátis no Blogger [2020] BlogSpot da Google. [S. l.: s. n.], 10 maio 2020. 1 vídeo (11min). Publicado pelo canal Ferramentas Blog. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OyhgbqQsME4. Acesso em: 06 jul. 2023. COMO DAR vida aos textos com o uso de hipertextos. [S. l.: s. n.], 5 jan. 2022. 1 vídeo (5min). Publicado pelo canal Educa Digital. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TRPPoUoiEW4. Acesso em: 06 jul. 2023. GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Produção de texto, interpretação e ação. Livro do professor. Coleção Vereda digital. São Paulo: Moderna, 2017. HARAM, Linsey E.; CARLTON, James T.; Centurioni, Luca. et al. Extensão e reprodução de espécies costeiras em detritos plásticos no Giro Subtropical do Pacífico Norte. Nat Eco Evol (2023). Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41559-023-01997-y#article-info. Acesso em: 20 abr. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais (9º ano). Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view . Acesso em: 10 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view. Acesso em: 10 fev. 2023. PUTINI, Júlia. Mancha de Lixo do Pacífico vira ecossistema inesperado com reprodução de espécies costeiras em alto mar. G1, [s. l.], 18 abr. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo-do-pacifico-vira- ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto-mar.ghtml. Acesso em: 20 abr. 2023. SARMENTO, Leila Lauar; TUFANO, Douglas. Português: literatura, gramática e produção de texto. Manual do professor. 1ª edição. São Paulo: Moderna, 2010. https://www.revistaplaneta.com.br/intestino-tem-diferencas-relevantes-de-pessoa-para-pessoa-revela-estudo/ https://www.revistaplaneta.com.br/intestino-tem-diferencas-relevantes-de-pessoa-para-pessoa-revela-estudo/ https://www.nature.com/articles/s41559-023-01997-y#article-info https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo-do-pacifico-vira-ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto-mar.ghtml https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/04/18/mancha-de-lixo-do-pacifico-vira-ecossistema-inesperado-com-reproducao-de-especies-costeiras-em-alto-mar.ghtml 25 PRÁTICAS DE LINGUAGENS: Produção de texto. Leitura. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Construção da textualidade. Relação entre textos. Textualização. Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção. Apreciação e réplica. Reconstrução da textualida- de e compreensão dos efei- tos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemió- ticos. (EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso. (EF89LP34) Analisar a organização de texto dramático apresentado em teatro, televisão, cinema, identificando e percebendo os sentidos decorrentes dos recursos linguísticos e semióticos que sustentam sua realização como peça teatral,novela, filme etc. (EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos- minuto, vidding, dentre outros. (EF89LP35X) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa (Google Docs.; G Suíte para Educação, etc.). (EF69LP07B) Avaliar textos para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentado/alterando efeitos, ordenamentos, etc. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Resenha e miniconto. DURAÇÃO: 04 aulas. 26 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: O objetivo deste planejamento didática é preparar o estudante para utilizar uma resenha crítica para auxiliá-lo a fazer escolhas e motivá-lo a apresentar em palavras as emoções e as sensações transmitidas em um curta-metragem. B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1 Momento 1: analisando resenhas. Inicie a aula propondo o estudo das três resenhas a seguir. Texto 1 “Lili” é filme pra gente grande e corações fortes Arte, infância e aprendizados Por Gustavo Giglio * Crescer é – também – aprender a deixar ir, ou simplesmente “let go”. Somos lembrados dessa difícil lição no filme “Lili”, criado pelos prodígios Hani Dombe e Tom Kouris. O filme de 10 minutos é todo feito em stop-motion, e conta a história de uma garotinha que se recusa a abrir mão de sua infância. No vídeo, Lili parece entediada, até que novos ventos sopram forte para levar seus brinquedos e fantasias infantis a outras dimensões, mas a brava guerreira, tão humana quanto a gente, não está disposta a desistir fácil assim. De acordo com os criadores, o filme tem lá sua parcela de biografia, uma vez que o cenário e a rotina “entediante” da personagem principal ecoam a vivência de seus criadores. Ambientada na década de 70 e 80, a história pediu pesquisa dos envolvidos, que levantaram os brinquedos da época, os cortes de cabelo e até os materiais usados naquele espaço de tempo — tudo para trazer mais fidelidade ao filme. E, por isso – também – vale a pena compartilhar. Depois de quase um ano de intensa dedicação, Hani e Tom finalmente concluíram “Lili” e, como um filho, sabem que o fizeram para o mundo. E não decepcionaram. Criado por: Hani Dombe & Tom Kouris Música e som: Gil Landau Apoio : Israel Lottery Council For Culture & Arts, Gesher multicultural film fund Fonte: (GIGLIO, 2018). https://www.updateordie.com/author/guga/ https://www.updateordie.com/author/guga/ 27 Texto 2 Umbrella: o amar elo das emoções Por Fabricio Duque O cinema brasileiro ganha uma indicação ao Oscar 2021. “Umbrella” (2021), de Helena Hilário e Mario Pece (diretores de Palmas, no Paraná), o primeiro curta-metragem brasileiro de animação a entrar na corrida pela estatueta dourada, traz a memória afetiva por detalhes físicos da recordação, impedindo que o passado se dissipe em esquecimento. O filme também busca a sinestesia humanista, imprimindo na forma características definidoras da Pixar. Não, não se copia nada, seu uso é apenas de motivação condutora. Nós sentimos as gotas da chuva, a emoção pulsante, a comoção da perda, a dificuldade de ser um estrangeiro à procura de sobrevivência em terras melhores. Um simples guarda-chuva pode guardar toda uma carga de bagagem sentimental. “Umbrella” é uma obra afirmativa. De conscientização social. De ressignificar comportamentos em relação a nosso próximo. A de não imunizar a convivência protocolar e diplomática, e sim se direcionar ao outro como humano, um primata “Homem sábio”, que deveria racionalizar mais suas emoções, as transformando em universais, normalizadas, naturalizadas, plurais, diversas e dignas de existir. Ao resgatar essa memória afetiva (modelado em um simples sonho inicialmente capitalista) por um importante, pontual e definidor elemento do passado (a explicação da complexidade do porquê desse querer-precisar), este filme permite que se reconstrua um mundo mais saudável e menos desarticulado. A ciência nos mostra que nenhuma memória é contínua e que nenhuma consciência é pronta. O novo filme da Pixar “Soul” embasa que toda vida é um processo adaptativo e sempre com novos arbítrios. As escolhas, independentes de maniqueísmos, representam a essência, incondicional e unilateralmente, todo e qualquer ser presente e de passagem neste universo chamado Mundo. A mise-en-scène de “Umbrella”, realizado pelo estúdio criativo independente Stratostorm e que não segue a perspectiva do curta “O Guarda-Chuva Azul” (2013) da Pixar, também quer a imersão do público. Sua câmera acompanha e passeia de forma metafísica como uma tradução etérea, especialmente por criar a sensação de estarmos em um filme em terceira dimensão sem a necessidade de óculos especiais. O roteiro, baseado em uma história real (de uma visita da irmã da diretora em um orfanato), faz inferência com “Toy Story” e a importância da doação de brinquedos. De substituição de felicidades. De compartilhar a alegria casual do antes para ajudar na imaginação do agora. Dessa forma, “Umbrella” não só impressiona pela técnica CGI, como por sua temática: a de humanizar a sensibilidade, sem apelar aos típicos gatilhos comuns tão fáceis de acontecer. “Escrevemos um roteiro com um storytelling voltado para um curta-metragem. Nosso sonho e objetivo era fazer um curta de animação e transformar a dor em arte. Nos inspiramos em um evento triste para criar uma história bonita e delicada. E assim entendemos que não podemos julgar as pessoas sem saber o que tem por trás daquela vivência. Todo mundo passa por situações que nem imaginamos, por isso devemos ser gentis uns com os outros”, comenta Helena. “Por isso pensamos em trazer a empatia e a esperança para essa narrativa. Algo que precisamos cada vez mais e mais”, finaliza os diretores. Fonte: (DUQUE, 2021) 28 Texto 3 Windup Por Ana Angélica Ribeiro O curta WINDUP é um convite para uma viagem delicada e esperançosa pela beleza da vida. Olhar para nossas experiências de amor, para os seus pequenos grandes gestos que marcam toda a existência. Fazer memória desses momentos nos revigoram, promovem vida, fortalecem e... reestabelecem. No curta-metragem, o cineasta Yibing Jiang, com beleza e delicadeza encantadora mostra uma especial relação de amor, dá vida ao vínculo especial entre um pai e sua filha. As cenas mostram a beleza do amor, mas também o desafio presente da natureza frágil da vida, o importante papel da música e das relações vividas. A dedicação, o amor, a música, as memórias das vivências revigoram a vida. A equipe produtora encerra o curta dedicando-o às pessoas que lutam bravamente contra a doença e aos que cuidam, apoiam na luta pela cura. Vivendo o desafio da pandemia, o belo curta revigora em nós a beleza dos importantes momentos vividos junto à quem amamos, a necessidade de valorizar os pequenos e valiosos gestos de cuidado, amor, comunhão, a força para não desistir.... especialmente em tempos de distanciamento social, estarmos juntos, conectarmos e estar atentos ao bem-estar denossos entes queridos e também nos solidarizar com outros, levando amor, esperança, força aos que estão lutando pela cura e aos que incansavelmente lutam para cuidar, tratar, sejam parentes ou profissionais. “A vida é o que permanece, apesar de tudo: a vida embaciada, minúscula, imprecisa, e preciosa como nenhuma outra coisa. A sabedoria é a vida mesma: o real do viver, a existência não como trégua, mas como pacto, conhecido e aceito na sua fascinante e dolorosa totalidade.” (José Tolentino de Mendonça, In: Libertar o Tempo, p.45. Fonte: (RIBEIRO, 2021) Estudo dirigido Texto 1 1. A que se refere à expressão “let go”. Com base no que foi apresentado pela resenha, que ligação essa expressão tem com o curta-metragem “Lili”? 2. No terceiro parágrafo, qual é a expressão que foi usada para indicar a fala de outra pessoa? Por que a palavra entediante está entre aspas no texto? 3. É possível perceber a opinião do autor em relação ao curta-metragem? Se sim, qual frase expressa essa opinião? Texto 2 1. Que informação é comum entre o texto 1 e o texto 2? 2. Ao longo do texto, o autor menciona nomes de outros filmes como “Toy Story” e “Soul”. Qual seria o objetivo do autor ao fazer uso dessa intertextualidade? 29 3. Levante hipóteses. a) Por que o autor usou 2 citações para concluir sua resenha? b) Quais expressões ele usou para indicar que o que foi dito não se trata de uma fala dele, mas de outras pessoas? Você acha que essas expressões são importantes? Explique. 4. O autor faz uso de algumas expressões técnicas típicas do mundo do cinema. a) Quais são essas expressões? b) Pesquise sobre o significado delas. c) Qual sua função no texto? 5. É possível perceber a opinião do autor em relação ao curta-metragem “Umbrella”? Texto 3 1. No texto 3. Quais palavras revelam a opinião da autora em relação ao curta-metragem “Windup”? 2. Compare os 3 textos. a) Qual texto provocou em você o desejo de conhecer o curta-metragem? b) Qual apresenta mais informações técnicas? Para você, essas informações são importantes? Por quê? c) Algum texto deixou de citar quem produziu o curta-metragem? d) Algum apresentou spoiler? AULA 1 Momento 2: decisão. Antes de concluir a aula, peça aos estudantes que escrevam em uma folha separada e nomeada qual curta-metragem eles desejam assistir com base na leitura das resenhas. Recolha as folhas e reserve-as, para a atividade de produção de texto. AULA 2 Momento 1: exibição dos curtas-metragens e observação dos detalhes. Nesta aula os estudantes, receberão a tarefa de transformar o vídeo que escolheu em um miniconto ou conto. Exiba os três curtas-metragens e os estudantes devem observar e anotar cada detalhe do vídeo. Eles devem descrever: − os ambientes em que se passam as cenas; − a reação das personagens; − os sons − os sentimentos das personagens; − o que cada cena representa. Curtas-metragens → WiNDUP: Award-winning animated short film - Unity. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=efGqe1j3RNk&t=3s. https://www.youtube.com/watch?v=efGqe1j3RNk&t=3s 30 → UMBRELLA – Stratostorm. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q&t=137s. → LILI - Curtas Creative Commons. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FA41dGkPPFE. Os estudantes devem assistir ao vídeo, em casa ou na sala de informática, quantas vezes forem necessárias para observar todos os detalhes para representá-los em palavras no texto. AULA 3 Momento 1: elementos da narrativa. Nesta aula faça uma revisão dos elementos da narrativa e com os exercícios, peça aos estudantes que identifiquem os elementos da narrativa dos vídeos que deverão representar em texto. Se necessário, exiba os vídeos novamente. Como os curtas-metragens tratam de temas intimistas, é interessante apresentar para os estudantes a opção de escrever um miniconto psicológico. Imagem 1 – Conto psicológico O conto psicológico, apesar de mergulhar profundamente no interior de uma personagem e dar ao seu conflito um tratamento muito subjetivo, frequentemente tem como motivo um tema universal tal como o amor, a vida, a morte, o crescimento, o medo, o desejo, a inveja, a verdade, a mentira, etc. O espaço físico é constituído pelo cenário por onde as personagens se movimentam, sejam eles amplos como uma cidade, um bosque, sejam limitados como uma casa, uma sala de aula. Os elementos presentes nesses cenários (placas de trânsito, mobília, iluminação, etc.) também fazem parte do espaço. O espaço interior ou psicológico é o lugar onde se passam os sentimentos, as emoções e as lembranças das personagens, mas também pode ser a relação que a personagem tem com o espaço físico, de acordo com o estado de espírito que experimenta em dado momento. Planejamento e elaboração do texto Antes de iniciar o conto, determine alguns elementos da realidade que contrastam com o espaço interior da personagem. Complete o quadro no caderno. https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q&t=137s https://www.youtube.com/watch?v=FA41dGkPPFE 31 Características do espaço físico onde a personagem se encontra. Características do espaço interior ao qual ela é remetida. Paisagem Clima Ações Outras personagens a) O que levará a personagem a entrar em contato com seu mundo interior? b) Que conflito enfrentado pela personagem será narrado? O que irá desencadeá-lo e como ele se resolverá? Fonte: (CLETO, MARCHETTI E STRECKER, 2012) AULA 4 Momento 1: corrigindo. Depois que a primeira versão dos minicontos estiver pronta, peça aos estudantes que leiam os textos uns dos outros e ajudem seus colegas a avaliar e aprimorar os textos. RECURSOS: Lousa, pincel, projetor de imagem e folhas de atividades. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: A avaliação precisa identificar se o estudante compreendeu a função de uma resenha crítica e suas características e se o estudante consegue traduzir em palavras aquilo que um vídeo apresentou em imagens e sons. 32 PLANEJAMENTO Leia o trecho do conto Feliz Aniversário, de Clarice Lispector, apresentado a seguir. A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapejado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados — e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata. Tendo Zilda — a filha com quem a aniversariante morava — disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como numa festa em que se vai dançar, a nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”, dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas mocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé ao lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paetês. Depois veio a nora de Ipanema com dois netos e a babá. O marido viria depois. E como Zilda — a única mulher entre os seis irmãos homens e a única que, estava decidido já havia anos, tinha espaço e tempo para alojar a aniversariante —, e como Zilda estava na cozinha a ultimar com a empregada os croquetes e sanduíches, ficaram: a nora de Olaria empertigada com seusfilhos de coração inquieto ao lado; a nora de Ipanema na fila oposta das cadeiras fingindo ocupar-se com o bebê para não encarar a concunhada de Olaria; a babá ociosa e uniformizada, com a boca aberta. E à cabeceira da mesa grande a aniversariante, que fazia hoje oitenta e nove anos. Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sugados pelo teto, em alguns dos quais estava escrito “Happy Birthday!”, em outros, “Feliz Aniversário!”. No centro havia disposto o enorme bolo açucarado. Para adiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depois do almoço, encostara as cadeiras à parede, mandara os meninos brincar no vizinho para que não desarrumassem a mesa. E, para adiantar o expediente, vestira a aniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhe desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um pouco de água-de- colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado — sentara-a à mesa. E desde as duas horas a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa mesa vazia, tesa na sala silenciosa. De vez em quando consciente dos guardanapos coloridos. Olhando curiosa um ou outro balão estremecer aos carros que passavam. E de vez em quando aquela angústia muda: quando acompanhava, fascinada e impotente, o voo da mosca em torno do bolo. Fonte: (LISPECTOR, in GUIMARÃES, 2017) 1− Qual fato é abordado no trecho? 33 2 − Quais personagens são apresentados? 3 − Copie trechos que caracterizam o ambiente. 4 − Na caracterização dos personagens, copie trechos que ressaltam ressentimentos, conflitos mal resolvidos nas relações familiares, julgamentos e reflexões do narrador. 5 − Destaque alguns elementos do trecho lido que ajudam a compor o estado interior da aniversariante. Explique como era esse estado. 6 − Explique o sentido da expressão “(...) para adiantar o expediente”, que se repete nos últimos parágrafos do trecho. O que essa expressão revela sobre a filha? Leia a resenha e responda às questões que seguem. Fonte: (SOUZA, in GUIMARÃES, 2017) 34 7 − Transcreva do texto: a) uma frase que expresse uma opinião positiva sobre o filme; b) uma frase que expresse uma opinião negativa sobre o filme; c) uma frase que forneça informações sobre o filme (como foi produzido, qual é o enredo, etc). d) Levando em conta as diferentes intenções das frases transcritas, explique o que os leitores esperam encontrar em um texto como esse. 8 − Se a autora da resenha fizesse afirmações como Gostei da trilha sonora. Já o trabalho do autor principal me agradou em algumas partes, mas não em todas, o texto cumpriria as expectativas do leitor que você apontou na questão anterior? Explique como a argumentação da resenha é construída para atender a essas expectativas. 10 − Releia o sexto parágrafo e responda. Em sua opinião, esse último parágrafo de fato contém spoilers? Justifique sua resposta. a) Considerando a resenha como um todo, explique por que a autora incluiu esse parágrafo mesmo sabendo que alguns interlocutores não gostariam de lê-lo. 10 − Além de assistir ao longa-metragem de que outra forma, a autora se preparou para escrever sobre o filme da minha vida? Justifique sua resposta com passagens do próprio texto. 35 REFERÊNCIAS CLETO, Mirella L.; MARCHETTI, Greta e STRECKER, Heidi. Português, 9º ano: ensino fundamental. Manual do professor. São Paulo, Edições SM, 2012. DUQUE, Fabrício. Umbrella: o amar elo das emoções. Vertentes do cinema, [s. l.], 2021. Disponível em: https://vertentesdocinema.com/umbrella/. Acesso em: 28 abr. 2023. GIGLIO, Gustavo. “Lili” é um filme pra gente grande e corações fortes. Update, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www.updateordie.com/2018/02/19/lili-e-filme-pra-gente-grande-e- coracoes-fortes/. Acesso em: 28 abr. 2023. GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Produção de texto, interpretação e ação. Livro do professor. Coleção Vereda digital. São Paulo: Moderna, 2017. LILI. [s. l.], 2 jul. 2021. 1 vídeo (10min. 19s). Publicado pelo canal Curtas Creative Commons. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FA41dGkPPFE . Acesso em: 26 abr. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais (9º ano). Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view . Acesso em: 10 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view. Acesso em: 10 fev. 2023. RIBEIRO, Angélica. A. Windup. Centro Loyola, Belo Horizonte, 2021. Disponível em: https://www.centroloyola.org.br/revista/bagagem/um-video/2331-windup. Acesso em: 28 abr. 2023. UMBRELLA. [s. l.], 7 jan. 2021. 1 video (7min. 55s). Publicado pelo canal Stratostorm. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q&t=137s. Acesso em: 26 abr. 2023. WiNDUP: Award-winning animated short film. [s. l.], 19 jan. 2021. 1 vídeo (9min. 55s). Publicado pelo canal Unity Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=efGqe1j3RNk&t=3s. Acesso em: 26 abr. 2023. https://vertentesdocinema.com/umbrella/ https://www.updateordie.com/2018/02/19/lili-e-filme-pra-gente-grande-e-coracoes-fortes/ https://www.updateordie.com/2018/02/19/lili-e-filme-pra-gente-grande-e-coracoes-fortes/ https://www.youtube.com/watch?v=FA41dGkPPFE https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view https://www.centroloyola.org.br/revista/bagagem/um-video/2331-windup https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q&t=137s https://www.youtube.com/watch?v=efGqe1j3RNk&t=3s 36 PRÁTICAS DE LINGUAGENS: Leitura. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Reconstrução das condições de produção e circulação e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero. (Lei, código, estatuto, código, regimento etc.). Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos. (EF69LP20B) Analisar, tendo em vista o contexto de produção, efeitos de sentido causados pelo uso de vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios e locuções adverbiais, de palavras que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação. (EF69LP48X) Reconhecer e interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Cordel e texto legal (lei). DURAÇÃO: 05 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA: Para este planejamento, é importante levar em consideração o conceito de imperativo e como ele se apresenta no meio jurídico. Elza Antonia Pereira Cunha Boiteux apresenta em seu artigo “Imperativo” (2017) três dimensões distintas para a ideia de imperativo: gramatical, jurídica e filosófica. Nesse planejamento, o conceito jurídico será considerado que se apresenta, segundo Boiteux (2017) como “atos que indicam aos homens como devem / podem/ não devem / não podem fazer as coisas.” B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1 Momento 1: a lei em cordel. Em folha impressa, apresente aos estudantes o trecho do cordel “A Lei Maria da Penha em Cordel”, de Tião Simpatia, para que eles realizem o estudo dirigido do mesmo. 37 A Lei Maria da Penha em Cordel Tião Simpatia A lei maria da penha Está em pleno vigor Não veio pra prender homem Mas pra punir agressor Pois em "mulher não se bate Nem mesmo com uma flor". A violência doméstica Tem sido uma grande vilã E por ser contra a violência Desta lei me tornei fã Pra que a mulher de hoje Não seja uma vítima amanhã. Toda mulher tem direito A viver sem violência É verdade, está na lei. Que tem muita eficiência Pra punir o agressor E à vítima, dar assistência. Tá no artigo primeiro Que a lei visa coibir; A violência doméstica Como também, prevenir; Com medidas protetivas E ao agressor, punir. Já o artigo segundo Desta lei especial Independente de classe Nível educacional De raça, de etnia; E opção sexual... De cultura e de idade De renda e religião Todas gozam dos direitos Sim, todas! sem exceção Que estão assegurados Pela constituição. E que direitos são esses? Eis aqui a relação: À vida, à segurança. Também à alimentação À cultura e à justiça À saúde e à educação. Além da cidadania Também à dignidade Ainda tem moradia E o direito à liberdade. Só tem direitos nos "as", E nos "os", não tem novidade? Tem! tem direito ao esporte Ao trabalho e ao lazer E o acesso à política Pro brasil desenvolver E tantos outros direitos Que não dá tempo dizer. E a lei maria da penha Cobre todos esses planos? Ah, já estão assegurados Pelos direitos humanos. A lei é mais um recurso Pra corrigir outros danos […] → Sugestão: A Lei Maria da Penha em Cordel (versão animada do DVD Mulher de Lei). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8G9Ddgw8HaQ&t=264s. Estudo dirigido 1) Comumente, o cordel apresenta histórias contadas em rimas e com temas populares. Qual é o tema do cordel e como ele é apresentado? Esse tema pode ser considerado popular? Por quê? 2) Na primeira estrofe, há a presença de aliteração, identifique. 3) Quantos versos tem em cada estrofe? 4) Identifique o esquema de rimas utilizado no cordel. Quais versos de cada estrofe rimaram? https://www.youtube.com/watch?v=8G9Ddgw8HaQ&t=264s https://www.youtube.com/watch?v=8G9Ddgw8HaQ&t=264s 38 5) Escolha uma estrofe e conte quantas sílabas cada verso possui. 6) Quando falamos, muitas vezes, unimos o final de uma palavra ao início da palavra seguinte, formando assim uma elisão. a) Releia em voz alta o cordel e aponte 4 exemplos de elisão. b) Para você, por que se usa a elisão em cordéis? c) O ritmo e as rimas se mantêm ao longo do cordel? d) Qual é o principal efeito produzido pelo fato de os versos terem o mesmo número de sílabas poéticas e de haver repetição de sons? 7) Escolha uma estrofe do cordel e, com a ajuda do professor, preencha a tabela com as sílabas de cada verso. 1ª sílaba 2ª sílaba 3ª sílaba 4ª sílaba 5ª sílaba 6ª sílaba 7ª sílaba 1º verso 2º verso 3º verso 4º verso 5º verso 6º verso 8) Na oitava estrofe, a que se refere “as” e “os”? O que o autor pretendia ao fazer referência? 9) Licença poética é a liberdade concedida a um artista para se expressar sem obedecer às convenções gramaticais da língua. Encontre no cordel 2 versos que não seguem as regras gramaticais e reescreva-as, fazendo as devidas correções. 10) Observe os seguintes versos: “Todas gozam dos direitos Sim, todas! sem exceção” Sabendo que o ponto de exclamação indica emoção, susto, admiração, indignação, raiva, dentre outros, levante hipóteses: qual é a intenção do autor ao colocar um ponto de exclamação no meio do verso? 39 AULA 2 Momento 1: correção. Após a conclusão da tarefa da aula anterior, faça a correção esclarecendo as possíveis dúvidas. Para entender o que foi analisado no exercício, passe para os estudantes o vídeo sugerido abaixo. → Como escrever um cordel - Prof. Fagner Araújo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jJxQD1wSI54. AULA 3 Momento 1: o cordel na lei. Divida a turma em 3 grupos e entregue cópias do trecho da Lei 11.340, de 2006, o qual trata da violência contra a mulher, ou leve os estudantes à sala de informática para pesquisar a lei na internet. Cada grupo ficará responsável por localizar na lei a parte que se refere às 3 estrofes do cordel estudado na aula anterior e fará uma análise de um artigo da lei. Ao final da tarefa, os estudantes devem expor suas conclusões em uma roda de conversa e avaliar as conclusões dos outros grupos. Grupos Estrofes localizadas Artigos para analise Perguntas sobre os artigos que devem ser analisados. Grupo 1 1ª, 2ª e 3ª estrofe Artigo 2º Para o grupo, a palavra “independentemente” é indispensável ao texto do artigo? Por que ela foi usada? Grupo 2 4ª, 5ª e 6ª estrofe Artigo 3º O artigo aponta quais ações devem ser realizadas pela família, pela sociedade e pelo poder público? Essas ações são obrigatórias? Por quê? Grupo 3 7ª, 8ª, 9ª e 10ª estrofe Artigo 5º O artigo cobriu todas as circunstâncias que a violência doméstica e familiar contra a mulher acontecem? Quais são essas circunstâncias ou situações? LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. https://www.youtube.com/watch?v=jJxQD1wSI54 40 Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. § 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput. Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. TÍTULO II DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe causemorte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015) I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Fonte: (BRASIL, 2006) AULA 4 Momento 1: localizando o imperativo na lei. Na sala de informática ou pesquisando em casa, os estudantes devem analisar a lei LEI Nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, e encontrar indicação de ações que devem ser feitas, que podem ser feitas e que são proibidas, seguindo o exemplo e preenchendo o quadro. 41 Agente Obrigatoriedade Ação Palavra da lei correspondente à obrigatoriedade (vocabulário técnico) Família, sociedade e ao poder público responsável por “criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.” “Cabe à” deve não deve pode tem direto à Após o preenchimento do quadro, os estudantes devem transformar as informações colhidas em frases de orientação direta, como no exemplo: 1 A família, a sociedade e o poder público são responsáveis por criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput. 2 3 4 5 6 7 8 9 AULA 4 Momento 2: correção. Se for necessário, utilize outra aula para a correção. Corrija a tarefa anterior chamando a atenção dos estudantes para a percepção de como o imperativo se apresenta na lei. Por mais que não haja verbos no imperativo, a ideia de ordem ou comando vem por meio da indicação daquilo que deve ser feito, do que não é permitido, do que é responsabilidade de quem e, por se tratar de uma legislação, a ideia de imperativo é intrínseca. Sobre isso, veja o que diz Elza 42 Antonia Pereira Cunha Boiteux a respeito: Imperativo é um elemento essencial para a definição de direito e para a caracterização da norma jurídica, como uma forma de imposição de uma obrigação. Este conceito adquire maior relevância a partir da preponderância do positivismo jurídico sobre a concepção jusnaturalista de direito. Isso porque os imperativos procedem de atos de vontade; no limite, atos que indicam aos homens como devem / podem / não devem / não podem fazer as coisas. O núcleo das chamadas teorias imperativistas é a afirmação de que as normas jurídicas são comandos. Estes últimos são habitualmente definidos como proposições diretivas, que geram no destinatário a obrigação de conformar-se ao conteúdo da prescrição; ou seja, não se dá ao destinatário a liberdade de escolher entre a ação prescrita e a ação contrária. O superior pode infligir um dano no caso de desobediência da ação prescrita. (BOITEUX, 2017) Use esse momento da correção para discutir também o que é exposto na lei. AULA 5 Momento 1: colocando a lei em cordel. Os estudantes agora devem produzir um cordel sobre a Declaração dos Direitos Humanos. Leve uma cópia da declaração para a sala de aula ou leve os estudantes à sala de informática para pesquisá-la, ou ainda, peça-os que a pesquisem em casa. Os estudantes podem criar uma narrativa partindo da Declaração dos Direitos Humanos e apresentá-la em formato de cordel. Por exemplo: como o João teve seus direitos mencionados no artigo 24 da declaração violados. Organize uma apresentação dos cordéis produzidos. Para auxiliar na compreensão das regras de elaboração do cordel, passe novamente o vídeo sugerido na segunda aula. → Como escrever um cordel - Prof. Fagner Araújo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jJxQD1wSI54. Os estudantes podem utilizar a tabela para organização dos versos do cordel. 1ª sílaba 2ª sílaba 3ª sílaba 4ª sílaba 5ª sílaba 6ª sílaba 7ª sílaba Esquema de rimas 1º verso A 2º verso B 3º verso C 4º verso B 5º verso D 6º verso B https://www.youtube.com/watch?v=jJxQD1wSI54 43 RECURSOS: Lousa, pincel, projetor de imagem e folhas de atividades. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: A avaliação deve seguir 2 perspectivas: a primeira é sobre as características do cordel e a segunda sobre o imperativo em leis. É importante avaliar se o estudante consegue perceber como o modo imperativo se manifesta em um texto legal e interpretá-lo, se consegue reconhecer em as características em um poema as características de um cordel, seu esquema de rima e ritmo. 44 ATIVIDADES Leia o cordel e responda às questões que seguem. A HORA DA MORTE Chico Salles Esta primeira história Me contou Jota Canalha Afirmando ser verídica Se deu em Maracangalha O conto do Carochinho Foi com Nelson Cavaquinho Que se passou a batalha. O sujeito teve um sonho Do dia em que morreria Seria na terça-feira Vinte oito era o dia Do primeiro fevereiro Já estava em janeiro Começou sua agonia. No dia seguinte do sonho Procurou a cartomante Que confirmou a história Ele mudou de semblante Dizendo-lhe até o horário Marcando no calendário Ali naquele instante. Seria às vinte e três horas Reafirmou com certeza O cara saiu dali Carregado de tristeza Murmurando repetia Meu Deus mais que agonia Mostre-me sua grandeza. E com o passar dos dias Aumentava a aflição Ele cheio de saúde E naquela situação Meu Deus o que faço agora Passava outra aurora E nada de solução. Quando chegou fevereiro Seu peito alto batia Procurou um hospital E na cardiologia Naquela dúvida infame Fez tudo o que é exame Até radiografia. [...] A saúde era perfeita Não tinha nem dor de dente Ficou um pouco animado Mais ou menos sorridente Outra semana passou O calendário voou Deixando-lhe impaciente. Até que chegou o dia Daquela interrogação Foi então dormir mais cedo, Mas sua imaginação Resolveu naquele instante Tomar um duplo calmante Haja, haja coração. O relógio despertador Em cima de uma banqueta Ele embaixo do lençol Aquela triste faceta Um minuto era um mês Olha o relógio outra vez Batendo feito o capeta. Depois, se passar das onze Ele estaria salvo Daquela situação Não seria mais o alvo Mas o tempo é assim Quando quer fazer pantin Não dá nem um intervalo. Passava das dez e meia Quando chegou o destino Bateu na sua cabeça Feito badalo de sino Ali naquele momento Veio no seu pensamento Sair daquele pepino. Pegou o despertador Atrasou em quatro horas Em seguida adormeceu Feito anjos na aurora. Isto já faz vinte anos Vivinho e cheio de planos Nem pensa em ir embora. Fonte:( SALLES, in CARVALHO e DELMANTO, 2018) 1 − No cordel, pode-se dar voz aos personagens para que o leitor saiba o que pensam e o que sentem. No cordel lido, isso é feito em alguns momentos, utilizando 2 recursos diferentes. a) Indique esses momentos b) Explique que recursos foram utilizados e dê um exemplo de cada caso. 2 − Pense na caracterização do personagem central da história. Quais são os principais traços que o caracterizam? Explique. 3 − Observe a presença de marcadores de tempo nestes trechos. 45 Já estava em janeiro Começou sua agonia [...] E com o passar dos dias Aumentavam a aflição [...] Quando chegou fevereiro Seu peito altobatia Até que chegou o dia daquela interrogação [...] Ali naquele momento Veio no seu pensamento sair daquele pepino. [...] Em seguida adormeceu Feito anjos na auror a) A presença desses marcadores contribui para criar um aumento de tensão na narrativa. Explique por que isso acontece. b) Nos 2 últimos versos, o marcador de tempo antecipa o desfecho. Por que isso acontece? 4 − Considere seus conhecimentos sobre ritmo e leia os versos a seguir. Meu Deus mas que agonia Meu Deus o que faço agora a) A quem se dirige o personagem neste momento do texto e com que finalidade? b) Considerando sua resposta anterior, com qual entonação pode ser lida cada frase, respectivamente? I. interrogativa e exclamativa II. afirmativa e imperativa III. exclamativa e interrogativa IV. imperativa e interrogativa c) A falta de pontuação na escrita impede que se compreenda o que a personagem expressa? Por quê? 5 - Releia esta estrofe. No dia seguinte do sonho Procurou a cartomante Que confirmou a história Ele mudou de semblante Dizendo-lhe até o horário Marcando no calendário Ali naquele instante. a) A rima é um recurso muito presente no cordel. Quais são as palavras no final desses versos que rimam entre si? b) Volte ao cordel. Há rimas em todas as estrofes. Cite mais 2 versos que rimam entre si. c) Sabemos que nem todo poema apresenta rima, mas qual é a função da presença constante de rima em um cordel? d) Em sua opinião, criar um cordel exige habilidade e criatividade? Explique sua resposta. 46 6 − Com a orientação do professor, leia com os colegas todo o cordel em voz alta. Atente para a métrica e as rimas. a) O ritmo e as rimas se mantêm ao longo do trecho? b) Qual é o principal efeito produzido pelo fato de os versos terem o mesmo número de sílabas poéticas e de haver repetição de sons? Leia alguns artigos da Lei no 9.503/97 (Código de Trânsito) e responda às questões que seguem. Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características para competição ou finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas com licença especial da autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados. Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo I – (Vetado); II – o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados; III – aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer a segurança do veículo, na forma da regulamentação do CONTRAN. Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos: I – ser penalmente imputável; II – saber ler e escrever; III – possuir Carteira de Identidade ou equivalente. Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão cadastradas no RENACH. Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E, obedecida a seguinte gradação: I – Categoria A – condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral; II – Categoria B – condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda [...] 7 − No artigo 110, o que é expressão “só poderá”? a) É proibido. b) Tem permissão. c) É obrigatório. d) Só terá permissão de. 8 − No artigo 143, a palavra “poderão” tem o mesmo sentido da expressão “só poderá”? Explique. 9 − Como você explicaria para alguém as informações contidas no artigo 111? 10 − Quais são os comandos dados ao condutor no artigo 140? 47 PLANEJAMENTO A LEI Maria da Penha em Cordel (versão animada do DVD Mulher de Lei). [s. l.: s. n.], 2 nov. 2011.1 vídeo (5min 51s). Publicado pelo canal Tião Simpatia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8G9Ddgw8HaQ&t=264s. Acesso em: 26 maio 2023. ASSEMBLEIA Geral da ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris: UNICEF,1948. (217 [III] A). Disponível em: http://www.un.org/en/universal-declaration- human-rights/. Acesso em: 28 abr. 2023. BOITEUX , Elza Antonia Pereira Cunha . Imperativo. Enciclopédia Jurídica da PUCSP, tomo I (recurso eletrônico): teoria geral e filosofia do direito / coords. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro Gonzaga, André Luiz Freire - São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/pdfs/imperativo_594334c7458e4.pdf. Acesso em: 26 abr. 2023. BRASIL. LEI Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Dispõe sobre mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2006. BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro. – 2. ed. – Brasília: Senado Federal. Subsecretaria de Edições Técnicas, 2009. CARVALHO, Laiz B. de; DELMANTO, Dileta. Português: conexão e uso. 7º ano, ensino fundamental, anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018. COMO escrever um cordel. [s. l.], 13 jul. 2022. 1 video (11min. 34s). Publicado pelo canal Prof. Fagner Araújo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jJxQD1wSI54. Acesso em: 30 abr. 2023. DIANA, Daniela. Ponto de exclamação ( ! ): quando usar?. Toda Matéria, [s. l.: s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/ponto-de-exclamacao-quando-usar/. Acesso em: 29 abr. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais (9º ano). Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view . Acesso em: 10 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view. Acesso em: 10 fev. 2023. SANTIAGO, Vandeck. Poesia de cordel é feita em sextilhas. São Paulo: Folha de S. Paulo, 1997. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/1/11/ilustrada/21.html. Acesso em: 28 abr. 2023. SIMPATIA, Tião. A Lei Maria da Penha em Cordel. [s. l.]. Fortaleza: Instituto Maria da Penha, 2006. DVD Mulher de Lei (5:51 min). Disponível em: https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/legis/lei_maria_da_penha_em_cordel.pdf. Acesso em: 26 abr. 2023. https://www.youtube.com/watch?v=8G9Ddgw8HaQ&t=264s http://www.un.org/en/universal-declaration-human-rights/ http://www.un.org/en/universal-declaration-human-rights/ https://enciclopediajuridica.pucsp.br/pdfs/imperativo_594334c7458e4.pdf http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.340-2006?OpenDocument https://www.youtube.com/watch?v=jJxQD1wSI54 https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/1/11/ilustrada/21.html https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/legis/lei_maria_da_penha_em_cordel.pdf 48 PRÁTICAS DE LINGUAGENS: Leitura. Produção de textos. Análise linguística/semiótica. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Efeitos de sentido. Exploração da multissemiose. Estratégia de leitura: apreen- der os sentidos globais do texto. Estratégia de produção: pla- nejamento de textos infor- mativos. Modalização. (EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens efotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem; em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou o humor presente. (EF89LP16) Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, orações relativas restritivas e explicativas etc., de maneira a perceber a apreciação ideológica sobre os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assumidas. (EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etc. -, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados). PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Reportagem e suas intenções. DURAÇÃO: 05 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA: O objetivo deste planejamento é promover um olhar crítico em relação aos textos jornalísticos, em especial, a reportagem, comumente vistos como textos objetivos e imparciais. Apesar disso, é preciso destacar que, na escolha de palavras, de ilustrações, de entrevistados, o autor pode exercer sob o texto sua subjetividade. 49 B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1 Momento 1: analisando ilustrações. Exponha para os estudantes as imagens abaixo, pergunte sobre os sentimentos que as imagens provocam neles e se elas representam coisas positivas ou coisas negativas e chame também a atenção para o ambiente em que as pessoas estão. Escute os estudantes e anote na lousa suas respostas para serem conferidas depois da leitura das reportagens. Motive os estudantes a levantarem hipóteses para a seguinte pergunta: quais assuntos podem ser temas dos textos que as imagens ilustram? Imagem 1 - Garçom feliz servindo comida para um grupo de amigos alegres em um pub. Fonte: (FREEPIK, [2023]) Imagem 2 - O chef Renato Quintino ao lado do filho João. Fonte: (VIEIRA, M./D. A PRESS, in MONTEIRO, 30 abr. 2023.) Momento 2: leitura. Após a análise das imagens, promova a leitura dinâmica das reportagens a que elas se referem. 50 Texto 1 89% da população come fora de casa pelo menos uma vez na semana em Sinop A pesquisa também aponta que mais de 80% da população de Sinop usa os aplicativos de delivery para pedir comida. Anderson Hentges, 27/04/2022 Uma pesquisa do Centro de Informações Socioeconômicas da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas, mostra que 89% da população de Sinop, no norte do estado, come fora de casa pelo menos uma vez por semana. Segundo o estudo, mais de 30% come fora até duas vezes por semana. A estudante Darlene Henz conta que está dentro da estatística e que come fora de casa quase sempre. "Geralmente eu estudo pela manhã, trabalho a noite, aí sempre que tenho um tempinho prefiro sair, comer fora. A pandemia da Covid-19 tem mudado os hábitos dos moradores de Sinop e um deles é em relação à alimentação. O reflexo dessa mudança nos hábitos de alimentação pode ser visto nos restaurantes e lanchonetes. O incremento nas vendas é de aproximadamente 30%. O proprietário de um restaurante, Jonathan Vaci, conta que já percebeu esse aumento. "Percebemos que desde quando foram flexibilizadas as medidas da pandemia, tem mais gente frequentando, tanto na fila quanto nas mesas. Percebemos claramente que tem mais público", afirma. Segundo o economista Lidomar Pegorini, a pesquisa confirma a percepção em relação às mudanças de hábitos de consumo da população. "Ao longo das últimas décadas o brasileiro tem trabalhado mais, se envolvido em mais atividades. Além disso, o deslocamento nas cidades agora é maior, mais demorado. O tempo das pessoas passa a ser mais valioso, um termo que na economia chamamos de custo de oportunidade. As pessoas optam pela alimentação fora de casa pela praticidade", explica. E para quem não quer, ou não tem tempo de ir até um restaurante, os aplicativos de delivery são alternativas. A pesquisa também aponta que mais de 80% da população de Sinop usa os aplicativos para comprar a alimentação. "Isso trouxe comodidade para as pessoas. Muitos não estavam acostumados com isso e acabaram se adaptando com essa comodidade que o aplicativo traz, de você pedir comida, farmácia, supermercado, tudo na palma da mão. Mesmo agora com o comércio voltando a abrir normalmente, as pessoas continuam fazendo seus pedidos porque entenderam a facilidade que isso traz pra ela e o ganho de tempo no dia-a-dia", afirma o proprietário de aplicativo de delivery, Thiago Rui A advogada Ismaili Donassan conta que a praticidade de pedir comida em casa também a atrai. "É um hábito que eu me sinto à vontade depois de um dia de trabalho, comendo um lanche ou uma comida que seja, pedindo por aplicativo. Vou buscar de shorts e chinelo e ali eu pego [a comida] e fico de boa", conta. * Anderson Hentges é repórter da TV Centro América, filiada Globo, em Sinop, Mato Grosso. Fonte: Nativa News. Disponível em: https://www.nativanews.com.br/regional/id- 1010917/89__da_popula__o_come_fora_de_casa_pelo_menos_uma_vez_na_semana_em_sinop. https://www.nativanews.com.br/regional/id-1010917/89__da_popula__o_come_fora_de_casa_pelo_menos_uma_vez_na_semana_em_sinop https://www.nativanews.com.br/regional/id-1010917/89__da_popula__o_come_fora_de_casa_pelo_menos_uma_vez_na_semana_em_sinop 51 Texto 2 Vamos cozinhar? As pessoas pensam cada vez mais em comida, embora dediquem cada vez menos tempo ao preparo das refeições. Mas cozinhar em família é um ato de amor e de compartilhar a vida Lilian Monteiro, 23 de abril de 2023 Cozinhar é pura química. Ela começa na magia das reações, das misturas de temperos e especiarias com os alimentos e fecha o ciclo com todos ao redor da mesa, saboreando o prato e reagindo ao sabor e troca de vivências. Redescobrir a experiência de transformar e preparar a própria comida é mergulhar na sua história, na da sua família e também na da humanidade. É a chance diária de presentear o paladar e despertá-lo para valores tão caros, guardados na memória e, sim, formar novas lembranças. Momento sagrado para compartilhar a vida, a alegria, o afeto, os saberes, as dúvidas, os pesares e dores, hora de aprender, dividir e relaxar em meio a tempos de aceleração de tudo. No entanto, ainda que o cozinhar, a alimentação saudável e equilibrada, a gastronomia, enfim, a comida, estejam na mente das pessoas, com programas pipocando na TV e no mundo virtual, há quem dedique cada vez menos tempo ao preparo das refeições. Podem até se preocupar com a qualidade e quantidade de calorias ingeridas, mas grande parte dispensa o tempo dentro da cozinha pela praticidade perigosa de consumir produtos industrializados, muitos mascarados de “saudáveis”. Quem sabe é hora de rever esse comportamento, mudar de hábitos e voltar a vivenciar uma alimentação mais natural, fresca, sem conservantes -a chamada comida de verdade. Um chef muito conhecido de BH, Renato Quintino, que comanda o Espaço Renato Quintino,onde dá aulas de gastronomia para pequenas turmas há quase duas décadas (são 25 de cozinha), começou a se aventurar nesse universo aos 16 anos, sem imaginar que seria seu ramo profissional. “Gosto de cozinhar desde a adolescência, fazia pão e torta de banana, que ficavam muito bons. Tenho formação em filosofia, artes plásticas e, um dia, decidi que iria trabalhar preparando alimentos e nunca mais parei. Os melhores momentos da minha vida estão na cozinha. Cozinho diariamente no trabalho ou em casa e tenho a companhia dos meus filhos, João e Alice (agora nem tanto porque ela está morando na Holanda), e da minha mulher, Cláudia. Adoro, é o meu trabalho, mas acima de tudo um prazer.” UNIÃO Renato Quintino diz que cozinhar é um momento de concentração ao lidar com o preparo do alimento, picar, temperar, sentir os aromas e sabores. “Também é hora de agregar. A cozinha é união, o melhor lugar da casa para o mineiro, que gosta de mesa farta, generosa e simples. A atmosfera de compartilhar o alimento é um ritual desde as antigas civilizações. Não é à toa que restaurante significa restaurar, ou seja, o cozinhar envolve o receber, ser anfitrião, a hospitalidade, hora de relaxar e na companhia da família. É perfeito.” Com os filhos, Renato conta que aconteceu de forma natural. “Desde criança. Saíam comigo para comprar café moído na hora. Além disso, a cultura gastronômica faz parte do dia a dia da educação também. Cozinhar o próprio alimento. E nossa cozinha é um 52 lugar para a família conversar todos os assuntos. A cozinha aceita falar de negócios, de situações de conflito e de amor, enfim, é um protocolo importante da humanidade. Na mitologia grega há diversos rituais envolvendo a comida, desde o casamento até os momentos fúnebres. Cozinha é emoção.” Para o jornalista e redator João, filho de Renato, a família sempre prezou pela qualidade dos alimentos, sabor e momentos compartilhados. “A cozinha é o lugar da conversa em família, lugar de encontro, de ouvir e falar e celebrar, além de comer bem. É espaço de afeto, carinho e, em algum momento, virou um hobby para mim, um grande prazer e paixão.” LUGAR DE AFETO João destaca que a comida ou a culinária envolve história, cultura e memória. “Você aprende a se conhecer, se conectar e apreciar não só o alimento, mas os momentos em que se está junto dos seus. Tenho vários pratos deliciosos e afetivos, mas a massa carbonara, um prato simples, barato e fácil, me faz carregar boas lembranças ao lado do meu pai. Fizemos várias vezes juntos. A cozinha é um lugar afetivo para nós dois. Temos a companhia da minha mãe e irmã, que assumem mais o papel da degustação”, conta. Na correria com a finalização de um mestrado na Holanda, Alice conseguiu contar a relação da cozinha e do cozinhar com a família. “Na casa dos meus pais, a cozinha e a comida são coisas sérias. Todos cozinham muito bem, principalmente meu pai. Qualquer coisa em que ele encosta, tem um gostinho especial. A família tem muito afeto e o cozinhar agrega memória de infância, de acolhimento e aconchego. Para mim, morando na Holanda há sete anos, mato a saudade quando meus pais e meu irmão me visitam e, se estão aqui, sempre opto por almoçar em casa para poder aproveitar ao máximo os pratos do meu pai.” Alice diz que os pratos que mais gosta da cozinha brasileira são feijoada, moqueca e o franguinho com quiabo. “É meu preferido. E tudo com gosto de casa, uma forma que me faz sentir no Brasil.” Para a mestranda, cozinhar para o outro é uma forma de cuidado. “Em casa, meu pai sempre cozinhou para a gente, com muito carinho. Lembro, desde criança, de pedir para ele me preparar uma torrada com queijo, cortada em quadradinhos. Ele fazia com o maior cuidado. E hoje, eu com 30 anos, continuo pedindo a torrada com queijo em quadradinhos.” Ela revela que seu marido, Nout, também gosta de cozinhar e se arrisca ao lado do sogro chef. Enfim, Renato não só cozinha e ensina, foi dono de restaurantes, empresário, se tornou um estudioso, um viajante de roteiros gastronômicos autorais, e escreve sobre o tema. Tem publicado o livro “A Invasão dos Incas Venusianos – Receitas de Todos os Mundos”, com 150 receitas de autoria própria, em 2013, estruturado em capítulos que expressam diferentes contextos e referências da gastronomia pelo mundo. Cozinhar o próprio alimento, valorizar a comida de verdade, de forma equilibrada e saudável, não é só um ato para ter energia e saciar a fome. Cozinhar é mais do que isso. É também cuidado com a saúde emocional, é desafiador, estimula a criatividade e contribui com a formação e desenvolvimento de vínculos com outras pessoas. Se você se inspirou, conheça mais histórias de vidas compartilhadas na cozinha. O chef Renato Quintino ao lado do filho João: “Os melhores momentos da minha vida estão na cozinha.” Fonte: (MONTEIRO, 30 abr. 2023) 53 Proponha o estudo dirigido das reportagens. Se achar conveniente, peça aos estudantes que realizem a tarefa em casa. Estudo dirigido 1 − Qual é o tema central do texto 1? 2 − Qual é o tema central do texto 2? 3 − O texto 1 apresenta outros temas correlacionados ao tema principal? E o texto 2? Quais? 4 − Qual é o possível público-alvo de cada texto? 5 − Onde os textos foram veiculados? 6 − A linguagem utilizada nos 2 textos é adequada ao público-alvo, meio de veiculação e ao gênero textual? Por quê? 7 − Qual texto predomina a objetividade? 8 − Qual texto predomina a subjetividade? 9 − Observando a forma de apresentação dos temas ao leitor, é possível perceber os objetivos de cada texto. a) Qual é o objetivo do texto 1? b) Qual é o objetivo do texto 2? c) O que o autor do texto 1 usou para alcançar seu objetivo? d) O que o autor do texto 2 usou para alcançar seu objetivo? 10 − Há no texto 1 alguma frase que possibilite ao leitor identificar a posição do autor em relação ao tema tratado? E no texto 2? 11− De acordo com o texto 1, quais as vantagens em comprar comida pronta? 12 − De acordo com o texto 2 quais as vantagens em preparar a comida em casa? 13 − No texto 1, um dos motivos apontados para comprar comida pronta é a praticidade. A autora do texto 2 faz uso de um adjetivo para emitir sua opinião a respeito dessa praticidade. Qual é esse adjetivo e o que ele representa em relação ao posicionamento da autora? 14 − Os 2 textos fazem uso de citações. a) Qual é a intenção dos autores ao usarem esse recurso? b) Qual sinal de pontuação foi usado para destacar as citações? c) Cite 3 expressões usadas em cada texto para indicar que as citações se tratam de depoimentos de outras pessoas. 15 − Os 2 textos fazem parte da esfera jornalística. Após analisá-los, conclua: quais são as características do gênero jornalístico reportagem? Liste-as. 54 AULA 2 Momento 1: correção. Após a conclusão das atividades propostas, faça a correção, esclarecendo as possíveis dúvidas dos estudantes. Chame a atenção dos estudantes, para as estratégias utilizadas pelos autores das reportagens para alcançarem o objetivo pretendido. AULA 3 Momento 1: conhecendo um pouco mais sobre o gênero reportagem. Comece a aula pedindo aos estudantes que retomem a resposta dada à questão número 15 do estudo dirigido. Com a ajuda de um projetor de imagem, exiba para os estudantes os 2 vídeos sugeridos. Eles apresentam características do gênero reportagem. Compare as informações apresentadas nos vídeos às respostas da questão número 15. Faça pausas estratégicas nos vídeos e esclareça informações que você considere importantes. Peça aos estudantes que façam um mapa mental a respeito das informações apresentadas nos vídeos, isso os manterá atentos. → Gênero reportagem - Khan Academy Brasil. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=j6xjlZyEG5Q. → Características das reportagens - Khan Academy Brasil. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=cgFC0Pe0iBY. AULA 4 Momento 1: produzindo reportagens. Para concluir esse planejamento proponha aos estudantes que produzam uma reportagem sobre o tema vício em games. Promova leitura dinâmica das reportagens da atividade sugerida na seção ATIVIDADE. Em grupos, os estudantes devem coletar informações para construírem uma reportagem que poderá ser veiculada em painel, jornal, blog ou rede social da escola. Ações sugeridas: − elaboração de perguntas relevantes para as entrevistas. − levantamento de quantos estudantes da escola ou de alguma turma específica faz uso de videogame. − levantamento de quantas horas os estudantes da escola ou de alguma turma específica passam no videogame ou em jogos no celular. − entrevistas com os estudantes sobre o vício em games. − entrevista com as famílias dos estudantes sobre o vício em games. − entrevista com profissionais da saúde próximos à escola sobre o vício em games e possíveis intervenções. − seleção de imagens para ilustração da reportagem. − construção de gráficos. − construção do texto. − revisão do texto. Observação. Essa tarefa pode ser realizada em grupos, produzindo várias reportagens ou todos os estudantes trabalharem para a produção de uma única reportagem, fazendo assim, a https://www.youtube.com/watch?v=j6xjlZyEG5Q https://www.youtube.com/watch?v=cgFC0Pe0iBY 55 divisão de tarefas para cada grupo da sala de aula. Outra sugestão é escolher um tema controverso na escola ou na comunidade em que ela está inserida e propor aos estudantes que apresentem os 2 lados da situação em formato de reportagem. RECURSOS: Lousa, pincel, projetor de imagem e folhas de atividades. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: Nessa sequência, priorizou-se os procedimentos de leitura. Portanto, é importante que o processo de avaliação possa avaliar se o estudante compreendeu as características da reportagem e, principalmente, o grau de subjetividade presente nela por meio da observação de imagens, palavras e citações, percebendo assim que as escolhas do autor ao construir uma reportagem podem indicar seu posicionamento em relação ao tema tratado. 56 ATIVIDADES Texto 1 Imagem 1 – Vídeo Game. Fonte: (CANALTECH, 18 jun. 2018) Especialistas estão céticos quanto ao vício em videogames ser uma doença Por Patricia Gnipper | 20 de Junho de 2018 às 08h18 Na segunda-feira (18), a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o vício em jogos eletrônicos como uma doença e, agora, ela oficialmente faz parte da Classificação Internacional de Doenças (CID). Mas especialistas em saúde mental estão céticos quanto à nova classificação. Os especialistas argumentam que ainda não sabemos o suficiente para afirmar que exista, de fato, um distúrbio relacionado a games, dizendo que as evidências para isso são inconsistentes, com critérios muito amplos para se determinar se uma pessoa está, de fato, "viciada" em games — ou se o "buraco" é mais embaixo. Para a OMS, pode ser diagnosticado como viciado em games aquele que prefere fortemente jogar em vez de fazer outras atividades, não parando de jogar mesmo quando há consequências negativas em sua vida pessoal e profissional, com tudo isso acontecendo há pelo menos um ano. Mas, entre os argumentos que defendem que não existe vício em games como sendo uma doença está a ideia de que um diagnóstico mais amplo, como o da depressão, por exemplo, pode ser mais assertivo. "Você pode eliminar facilmente a palavra 'jogo' e colocar 'sexo' ou 'comida' no lugar", na hora de falar em vícios do tipo, segundo o psicólogo do Instituto de Internet de Oxford, Andrew Przybylski. Para ele, a definição de vício em games não diz nada sobre quais tipos de jogos ou quais recursos deles podem ser viciantes e, por isso, é algo muito amplo. O especialista acredita que a definição da OMS "pode levar a uma espécie de patologização de todos os aspectos da vida". Já Michelle Colder Carras, pesquisadora de saúde pública da Universidade Johns Hopkins, acredita que, apesar de ser inegável que existam pessoas que sofrem porque jogam muito videogame, essas pessoas geralmente podem receber tratamento psiquiátrico sob um diagnóstico mais amplo, incluindo depressão e ansiedade. Pessoas depressivas e/ou ansiosas comumente procuram por válvulas de escapes, e a tecnologia é apenas uma delas. Outro argumento dado pelos especialistas a fim de derrubar a classificação da OMS é que não há dados concretos para calcular quantas pessoas podem ter um real vício em jogos eletrônicos. Esses dados costumam ser coletados a partir dos próprios usuários que se autodenominam "viciados" em games. Há estudos, por exemplo, que mostram uma taxa 57 de 1% de pessoas viciadas em jogos, enquanto outros sugerem taxas até 100 vezes maiores, não havendo, portanto, uma consistência. Por fim, esse diagnóstico amplo demais pode estigmatizar os jogadores, levando a mais equívocos nesse sentido. Carras usou como argumento para essa ideia um recente artigo publicado no Observer, que sugeria que tal diagnóstico poderia ajudar a evitar tiroteios em escolas, insinuando que os games seriam causadores desse tipo de violência. "Há um risco de pânico moral com pessoas que não entendem os videogames, com crianças sendo levadas a um tratamento que não precisariam", disse Carras. Vale ressaltar que a OMS está evitando usar a palavra "vício", preferindo rotular a classificação como "transtornos devido ao comportamento obsessivo". E este é outro problema, na visão de Przybylski: "Acho muito intencional que eles tenham evitado o uso do termo 'vício' e usado um termo ambíguo como 'transtorno'". Em sua opinião, "se existem pessoas que sofrem, por que não chamar de vício?", questiona. Ele encerra seus argumentos dizendo que "se começarmos a criar todos esses 'vícios', que em sua maioria são comportamentos normais, isso pode desviar recursos daqueles que sabemos que causam sofrimento real". Fonte: (GNIPPER, 20 jun. 2018) Texto 2 Imagem 4 - Theo, interpretado por Ricardo Silva, em Travessia, novela da TV Globo Fonte: (TV Globo/divulgação, in GONTIJO, 23 abr. 2023.) Vício em games Especialista alerta para o perigo da adição em jogos, condição que pode levar crianças e adolescentes a prejuízos psicológicos, físicos, comportamentais e inter-relacionais Theo passa o tempo todo na frente do computador. Viciado em games, quando é afastado dos jogos demonstra um comportamento extremamente agressivo. Nos capítulos de segunda e terça-feira, ele acabou incendiando a casa, por acidente, após uma crise de “abstinência”. A história do personagem vivido por Ricardo Silva na novela Travessia está dando o que falar. Os conflitos com a família são constantes, e os pais, Monteiro e Laís, interpretados por Ailton Graça e Indira Nascimento, já perceberam a gravidade da situação. Ele sofre de uma condição que agora é considerada uma doença de fato e, como o personagem, afeta principalmente crianças e adolescentes, ainda mais com a importância que hoje tem o universo digital. 58 A nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, a CID-11, teve mudanças e passou a incluir o distúrbio de games como um problema de saúde mental. O vício em jogos eletrônicos entrou para a lista sob a nomenclatura “Transtorno de Jogos Eletrônicos” (Gaming disorder), dados os prejuízos físicos, psicológicos e inter-relacionais causados ao indivíduo. Larissa Figueiredo Gomes, psicóloga, especialista em terapia cognitivo-comportamental, explica que não existe uma causa conhecida ou específica para o vício em games, e, sim, uma somatória de fatores, como predisposição genética e influências ambientais e culturais. Alguns trabalhos, ela cita, apontam que pessoas impulsivas, com distorções doautoconceito, da autoeficácia e autoaceitação, com dificuldade de regulação emocional, são mais propensas a desenvolver o vício. "O vício em games pode levar ao abandono ou afastamento de atividades laborais e educacionais, interferência nas relações familiares e afetivas, isolamento social, além de inatividade física, problemas posturais e obesidade", comenta. Ainda assim, é possível que uma pessoa que joga todos os dias não seja viciada. "Tecnicamente, não há nada de mal em jogar como lazer. O problema se instala quando a linha tênue entre prazer e vício é cruzada e acarreta prejuízos", pondera Larissa. No caso específico da adolescência, é uma época de transformações biológicas intensas, que ocorrem para que o organismo tenha oportunidade de desenvolver novos repertórios comportamentais, necessários para a vida adulta, associados à autonomia, indica a especialista. "Se os estímulos nessa fase da vida privilegiarem emoções positivas intensas de curto prazo, como ocorre nos games, esse comportamento passará a ser emitido com mais frequência e intensidade, podendo se tornar um vício.” Os games existem há anos e estão cada vez mais modernos. Com a alta do mercado nesse setor, continua Larissa, muitos gamers se profissionalizaram e ganham ótimos salários, grandes premiações e, inclusive, se tornaram celebridades. As transmissões de campeonatos entraram na programação dos importantes canais de televisão e streamings e até levam multidões a casas de shows e estádios de futebol. "O estímulo ao consumo é cada vez maior. Além disso, o isolamento social imposto pela pandemia aumentou significativamente o número de jovens que jogam de forma excessiva", diz. SINAIS Os principais sinais de que algo não vai bem são: jogar mais tempo que o razoável, com prejuízo de outras atividades e de interação social, problemas no rendimento escolar ou profissional, diminuição no tempo de sono, aumento dos conflitos familiares e irritação no período afastado do jogo (indício de abstinência). O primeiro passo para o enfrentamento do desequilíbrio é reconhecer o problema. "O jogo está afetando atividades básicas, como comer, dormir, socializar ou ir à escola? Se a resposta for sim, então, pode ser um problema e é hora de buscar ajuda de um profissional de saúde mental. Uma vez diagnosticado que se ultrapassou o limite entre a diversão e a compulsão, é preciso começar um tratamento adequado", indica Larissa. Atualmente, a recomendação é de uma abordagem interdisciplinar que se fundamenta principalmente na terapia cognitivo-comportamental (TCC), esclarece a psicóloga. 59 Como nesses casos o paciente é fortemente impelido a jogar, investindo cada vez mais tempo nisso, o ideal é que se inicie o tratamento ensinando-o um pouco sobre a psicopatologia de que sofre. "Em seguida, é importante conhecer o histórico desse paciente como indivíduo, bem como os aspectos que o relacionam ao vício, com a finalidade de possibilitar intervenções que utilizam técnicas de auxílio, para que o próprio paciente vá se libertando do vício", ensina. Segundo Larissa, um diagnóstico não é feito para rotular ninguém, e sim para nortear tratamentos possíveis. "A classificação como doença não anula o reconhecimento de que videogames podem educar e fornecer formas inestimáveis para a compreensão de temas sérios e diversos. Eles podem impactar a ciência do mundo real, desenvolver as habilidades cognitivas, de resolução de problemas, o pensamento crítico, a empatia e a resiliência. Não pretendemos classificar todos os gamers com algum transtorno e sim alertar a população para essa possibilidade que, infelizmente, tem se mostrado cada vez maior", aponta. "Muitas pessoas enxergam o diagnóstico apenas como rótulo, como estigma, como problema. Acredito que ter um diagnóstico, feito por profissionais competentes, pode ser a escada para o paciente sair do fundo do poço", reforça. TRATAMENTO O objetivo do diagnóstico, dessa forma, é auxiliar o profissional na condução adequada do tratamento, para oferecer o que há de melhor em termos de evidência científica. "O diagnóstico não é mocinho nem vilão. Tudo depende da forma como será utilizado. Se empregado corretamente, pode ser um grande aliado. Também devemos batalhar para que não existam estigmas com outros vícios diferentes. São questões de saúde que carecem de tratamento, não de julgamento. Tratar de forma estigmatizada afasta as pessoas do tratamento", reitera. Segundo a CID-11, cita Larissa, o transtorno do jogo parece ser mais prevalente entre adolescentes e adultos jovens do sexo masculino com idade entre 12 e 20 anos. Os dados disponíveis sugerem que os adultos têm taxas de prevalência mais baixas. Entre os adolescentes, o transtorno tem sido associado a níveis elevados de problemas de externalização (por exemplo, comportamento antissocial, controle da raiva) e internalização (como sofrimento emocional e baixa autoestima). "Adolescentes com distúrbio de jogo podem estar sob maior risco de insucesso acadêmico, fracasso/abandono escolar e problemas psicossociais e de sono. Embora com menos frequência diagnosticadas, as meninas que atendem aos requisitos de diagnóstico podem estar em maior risco de desenvolver problemas emocionais ou comportamentais." Para evitar que as coisas se compliquem, tanto escola, quanto família, precisam focar na prevenção, orienta Larissa. Com isso, continua a psicóloga, é preciso estimular a psicoeducação em relação ao transtorno, encorajar um processo de automonitoramento sobre o uso exacerbado da tecnologia, além de promover mudanças comportamentais e ensinar os jovens a lidar com o estresse e adotar outras atividades prazerosas. Fonte: (GONTIJO, 23 abr. 2023) 60 1 − Observe as imagens das 2 reportagens. a) Elas provocam em você algum sentimento ou sensação? b) Para você, elas podem influenciar o leitor no entendimento das reportagens? c) Você acha que as autoras poderiam ter escolhido outras ilustrações? Por quê? 2 − De acordo com o vídeo “Gênero reportagem” do canal Khan Academy Brasil, “toda a reportagem tem uma notícia. Sendo assim. Qual é a notícia presente nas reportagens? 3 − Qual é o tema do texto 1 e do texto 2? 4 − Em 18/06/2018, o vício ou distúrbios em games entrou para a lista de Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS. Levante hipóteses: O que pode ter motivado a publicação das 2 reportagens em anos diferentes? a) Texto 1. b) Texto 2. 5 − As reportagens apresentam 2 abordagens sobre o mesmo tema. a) O site Canaltech traz informações sobre os principais acontecimentos do mundo da tecnologia. Qual seria a possível intenção do site ao publicar uma reportagem com abordagem apresentada? b) De quem são as citações mencionadas no texto 1 e no texto 2? c) Como a escolha dos entrevistados e de seus depoimentos contribui para a abordagem apresentada pelas 2 reportagens? 6 − Releia abaixo o trecho do texto 2. “Larissa Figueiredo Gomes, psicóloga, especialista em terapia cognitivo-comportamental, explica que não existe uma causa conhecida ou específica para o vício em games, e, sim, uma somatória de fatores, como predisposição genética e influências ambientais e culturais.” Qual citação do texto um tem relação com esse trecho do texto 2? 7 − É comum em textos argumentativos o uso de movimento argumentativo de negociação que “visa ponderar sobre os discursos divergentes levantados”. Retire do texto 1 e do texto 2 um argumento de negociação. 8 − O texto 1 apresenta 2 críticas à classificação da OMS. Quais são essas críticas? O que você pensa sobre elas: concorda ou discorda? 9 − No texto 2, há um movimento argumentativo de refutação de uma das críticas citadas na questão anterior. Escreva-os e explique por que se trata de uma refutação. 10 − A partir da organização de cada texto, é possível identificara intencionalidade de cada reportagem? Explique. 61 REFERÊNCIAS CARACTERÍSTICAS das reportagens. [s. l.: s. n], 21 dez.2021. 1 vídeo (5min. 14s). Publicado pelo canal Khan Academy Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cgFC0Pe0iBY. Acesso em: 30 abr. 2023. FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Oficina de texto. 10 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. FREEPIK. Garçom feliz servindo comida para um grupo de amigos alegres em um pub. [s.d.]. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/garcom-feliz-servindo-comida- para-um-grupo-de-amigos-alegres-em-um- pub_28998753.htm#query=pessoas%20comendo%20em%20restaurantes&position=7&from_ view=search&track=ais . Acesso em: 30 abr. 2023. GÊNERO reportagem. [s. l.: s. n], 11 mar. 2021. 1 vídeo (7min. 30s). Publicado pelo canal Khan Academy Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=j6xjlZyEG5Q. Acesso em: 30 abr. 2023. GNIPPER, Patrícia. Especialistas estão céticos quanto ao vício em videogames ser uma doença. Canaltech, [s. l.], 2018. Disponível em: https://canaltech.com.br/comportamento/especialistas-estao-ceticos-quanto-ao-vicio-em- videogames-ser-uma-doenca-116276/. Acesso em: 30 abr. 2023. GONTIJO, Joana. Vício em games. Estado de Minas, Belo Horizonte, 23 abr. 2023. Disponível em: https://files.digital.em.com.br/flip/1/6406/227327/original.pdf. Acesso em: 30 abr. 2023. HENTGES, Anderson. 89% da população come fora de casa pelo menos uma vez na semana em Sinop. Nativa News, Alta Floresta – MT, 27 abr. 2022. Disponível em: https://www.nativanews.com.br/regional/id- 1010917/89__da_popula__o_come_fora_de_casa_pelo_menos_uma_vez_na_semana_em_sin op. Acesso em: 30 abr. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais (9º ano). Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view . Acesso em: 10 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view. Acesso em: 10 fev. 2023. MONTEIRO , Lilian. Vamos cozinhar? Estado de Minas, Belo Horizonte, 30 abr. 2023. Disponível em: https://files.digital.em.com.br/flip/1/6420/227660/original.pdf. 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OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Morfossintaxe. Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe. (EF09LP05) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, orações com a estrutura sujeito, verbo de ligação e predicativo. (EF09LP09X) Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um período composto, fazendo o uso adequado em situações comunicativas e gêneros textuais que as exijam. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Predicativo do sujeito e orações adjetivas restritivas e explicativas. DURAÇÃO: 05 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA: “[...] escrever é [...] um “jogo de armar” informações complementares em torno de uma informação básica” (FARACO e TEZZA, 2013). Essa é a ideia que este planejamento pretende transmitir aos estudantes. O foco será o uso da vírgula e, a partir desse tema, apresentar aos estudantes conceitos como sujeito, verbo de ligação, predicativo e o uso de oração adjetiva restritiva e explicativa. B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1 Momento 1: leitura e percepção dos conceitos. Inicie a aula propondo aos estudantes a leitura e estudo dirigido do seguinte trecho de uma reportagem. Presidente do Olodum, mestre em direito e filiado ao PSB: conheça João Jorge Rodrigues, futuro chefe da Fundação Palmares Anunciado pela futura ministra da Cultura, Margareth Menezes, João Jorge também é militante do Movimento Negro: ‘um filho de Xangô volta a Palmares’. Por Eric Luis Carvalho, g1 BA 22/12/2022 17h08 Indicado pela futura ministra da Cultura, Margareth Menezes, para comandar a Fundação Palmares a partir de janeiro de 2023, o baiano João Jorge é produtor cultural, dirigente carnavalesco, militante do movimento negro, advogado e mestre em direito público. Presidente do bloco Olodum, João Jorge Rodrigues faz história na Bahia. O bloco, que desfilou pela primeira vez no carnaval de Salvador em 1980, se tornou uma das principais instituições culturais do estado. 63 Ele também foi diretor da Fundação Gregório de Matos, órgão de gestão cultural da Prefeitura de Salvador, entre 1986 e 1998. Já entre 2009 e 2016, João integrou o conselho da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele tem mestrado em direito público pela Universidade de Brasília. [...] Fonte: (G1, 22 dez.2022) Estudo dirigido 1 − Releia a primeira frase do texto. a) A quem ela se refere? b) Quais características do sujeito da frase foram apresentadas? c) Que palavra conectou o sujeito da frase e suas características? d) Qual é o tempo verbal da palavra mencionada na questão anterior? e) Qual alteração no sentido da frase acontecerá se mudarmos o tempo verbal? 2 − Analise a frase: “Presidente do bloco Olodum, João Jorge faz história na Bahia.” Essa frase pode ser dividida em 2 partes: primeira parte antes da vírgula e a segunda depois da vírgula. a) Se retirarmos a segunda parte, a frase terá completude de sentido? b) Se retirarmos a primeira parte, a frase terá completude de sentido? c) A primeira parte se refere a quem mencionado na segunda parte? d) Qual a função da primeira parte da frase em relação à segunda? 3 − Se mudarmos a posição das partes, ocorrerá alguma alteração no sentido da frase? 4 − Analise a frase: “O bloco, que desfilou pela primeira vez no carnaval de Salvador em 1980, se tornou uma das principais instituições culturais do estado.” Essa frasepode ser dividida em 3 partes: 1ª O bloco 2ª que desfilou pela primeira vez no carnaval de Salvador em 1980 3ª se tornou uma das principais instituições culturais do estado. a) Se retirarmos a segunda parte, a frase terá completude de sentido? b) Se retirarmos a terceira parte, a frase terá completude de sentido? c) A que se refere a informação da segunda parte da frase? d) Qual a função da segunda parte em relação à primeira parte da frase? e) A segunda parte tem a mesma função da primeira parte da frase da questão 2. Em relação a estrutura, qual a diferença entre essas 2 partes? f) Reescreva a frase, colocando a primeira parte depois da segunda. Houve alguma alteração no sentido lógico da frase? Explique. 64 AULA 2 Momento 1: correção. Faça uma correção dinâmica dos exercícios da aula anterior, ajudando os estudantes a compreenderem o sentido lógico entre as partes das frases, suas funções e estruturas. AULA 3 Momento 1: identificando sujeito, verbo de ligação e predicativo. Inicie a aula escrevendo na lousa a seguinte sentença: “[...] o baiano João Jorge é produtor cultural, dirigente carnavalesco, militante do movimento negro, advogado e mestre em direito público. Oralmente, faça algumas perguntas aos estudantes em relação às informações da frase. 1) A que ou quem a frase se refere? 2) Se você fosse descrever João Jorge para alguém, o que você diria? Agora, escreva na lousa esta sentença para compará-la à primeira. “Ele também foi diretor da Fundação Gregório de Matos [...]” 3) A que ou quem a frase se refere? Qual palavra foi usada para designá-lo? 4) Se você fosse descrever João Jorge para alguém a partir dessa frase, o que você diria? 5) Qual das duas frases apresenta características atuais de João Jorge? 6) O que você observou para responder a pergunta anterior? AULA 3 Momento 2: estudando sujeito, verbo de ligação e predicativo. Exiba para os estudantes o vídeo sugerido abaixo e peça-os que elaborem um mapa mental a respeito das informações apresentadas. Durante a exibição do vídeo, faça pausas estratégicas para associar as informações do vídeo à análise feita das 2 frases escritas na lousa. → Predicativo do sujeito e verbos de ligação - Khan Academy Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Dk2p1_gfgI0. AULA 4 Momento 1: entendendo informação básica e informação complementar. Na lousa ou em slide, faça análise sugerida abaixo seguindo as etapas. Outra sugestão é colocar cada parte da frase analisada em faixas e cartolinas e convidar um estudante voluntário para movimentá-las conforme a explicação. 1º Apresente a frase: A cerimônia de posse do presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) aconteceu. https://www.youtube.com/watch?v=Dk2p1_gfgI0 65 Pergunte aos estudantes: Quais informações poderiam ser acrescentadas para complementar as informações da frase? 2º Apresente a frase: Nesta quinta-feira, A cerimônia de posse do presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) aconteceu no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF). Pergunte aos estudantes: As informações acrescentadas podem ser colocadas em outros lugares da frase sem prejuízo na compreensão? Que tipo de informação elas trouxeram para a frase? 3º Apresente a frase: Nesta quinta-feira, A cerimônia de posse do presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Rodrigues, aconteceu no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF). Pergunte aos estudantes: Qual a função da informação “João Jorge Rodrigues” para a frase? Ela pode ser colocada em outros lugares da frase? Por quê? 4º Apresente a frase: Nesta quinta-feira, _____________________________, João Jorge Rodrigues, ______________ no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF). Pergunte aos estudantes: O que foi retirado da frase faz falta para a compreensão? 5º Termine a conversa concluindo: − a sentença tem uma informação, tão básica, que poderia dispensar outras informações, sem nenhum problema. − há informações complementares que são colocadas em uma sentença para auxiliar uma informação básica, portanto, elas não têm vida própria, pois dependem da informação básica. − geralmente, as informações complementares se separam umas das outras e da informação básica, por meio da vírgula. − uma informação complementar explicativa deve ser colocada próximo ao item explicado. AULA 4 Momento 2: informação complementar iniciada ou não com QUE. Última etapa dessa explicação é mostrar aos estudantes que as informações complementares iniciadas com que, quando explicativas, devem ser separadas por vírgula, mas quando restritivas, não. Escreva na lousa as frases abaixo e pergunte aos estudantes qual é a diferença de sentido entre as duas. 1. “Não gosto de aulas, que são chatas.” 2. “Não gosto de aulas que são chatas.” Continue a análise: qual a diferença de sentido o uso da vírgula ou não provoca nas frases: 66 − “O bloco, que desfilou pela primeira vez no carnaval de Salvador em 1980, se tornou uma das principais instituições culturais do estado.” − “O bloco que desfilou pela primeira vez no carnaval de Salvador em 1980 se tornou uma das principais instituições culturais do estado.” AULA 5 Momento 1: dinâmica. Para ajudar a treinar os conhecimentos apresentados nas aulas anteriores, a sugestão é a realização de uma competição. Divida a turma em 4 grupos. Cada grupo terá de organizar duas frases com as informações presentes na tabela, apresentando um predicativo do sujeito, uma oração adjetiva restritiva ou explicativa, informações complementares de local e tempo e o uso adequado da vírgula. A cada exigência cumprida, o grupo marca no placar. No final, a equipe que mais marca ponto é a vencedora. Estipule um tempo para a realização da tarefa. Os estudantes podem fazer as conjugações que acharem necessário, porém todas as informações devem aparecer. Equipes Característica Personagem Local 1 Pesquisador Luís Nos vales Carteira Susi Nas ruas e avenidas 2 Salva-vidas Carlos Em alto-mar Estudante Marli No campo 3 Atleta João Nas Montanhas Asmática. Lúcia Na piscina de casa 4 Três anos de idade. Tito Na escola Dentista. Josias No consultório Equipes Tempo Ação Explicação ou restrição 1 No inverno Rastreia e observa os animais Evita morte e extinção. Sob o sol Entrega correspondências Está sempre saudável, em plena forma física. 2 Toda manhã ou à tarde Observa o horizonte Há tempos passou a admirar e respeitar os pescadores. Diariamente, ao entardecer Cavalga Curte bem seus momentos de lazer. 67 3 Antes de o nascer do sol Escala Tem habilidade para esportes radicais. Toda a manhã Exercita-se e nada Tem disposição, melhorou o condicionamento físico. 4 Na hora das refeições Alimenta-se com vitaminas e proteínas Está cada vez mais forte e imune às doenças. Depois das 19:00 Atende só os adultos Dá prioridade aos que trabalham. RECURSOS: Lousa, pincel, projetor de imagem e folhas de atividades. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: O próprio processo de avaliação deve detectar se o estudante compreendeu a função do predicativo e que palavra é usada para ligá-lo ao sujeito, se ele compreendeu a ideia de informação básica e informação complementar, se ele sabe separar essas informações usando a vírgula e se sabe utilizar corretamente as orações adjetivas restritivas e explicativas. 68 ATIVIDADES 1 − Coloque vírgulas quando necessárias: a) Um iceberg com 150 km² seis vezes maior que o arquipélago de Fernando de Noronha está se desprendendo do continente Ártico nas bordas do mar de Ross próximo à Nova Zelândia. b) Batizado de C-17 o bloco de gelo é um dos maiores destatemporada de verão. c) Toda vez que um iceberg se solta ecologistas denunciam o que seria o derretimento do polo sul fenômeno supostamente ligado ao aquecimento do clima do planeta com potencial para elevar o nível dos oceanos. 2 − Acrescente 2 informações complementares de tempo, lugar ou circunstâncias às informações básicas abaixo. a) O iceberg chocou-se com o navio. b) Capitão enviou sinais de Socorro. c) O navio foi avistado. 3 − Leia a tira. Fonte: (RODELLA. NIGRO e CAMPOS, 2009) a) De acordo com o primeiro quadrinho, a história do filme que o personagem procura é sobre qualquer sujeito ou sobre um sujeito específico? b) No último quadrinho, o personagem menciona um enfermeiro qualquer ou um enfermeiro específico? 4 − Compare os períodos a seguir. Todo homem é indigno de confiança. Todo homem que mente é indigno de confiança. Qual deles especifica um determinado tipo de homem? Explique sua resposta? 5 − O escritor carioca Millôr Fernandes fez uma série de pequenos textos sobre suas memórias dos tempos da escola. São retratos fictícios de antigos colegas. Leia o retrato de Hildinha. 69 HILDINHA – O CORAÇÃO DE OURO Hildinha é a flor das flores. Seu coração abriga todo o colégio, pura, terna e constante. Está sempre presente para tudo que se queira, correta, colega, amiga e companheira antes, hoje possivelmente esposa, amante e mãe exemplar. De gestos precisos e bem educados, ela é íntima da bissetriz, conhece como ninguém a hipotenusa, mora na raiz quadrada. [...] não tem namorado, pois namora todos, numa grande amizade coletiva com muito de Garrie Davis*. [...] Sua paixão é o livro, seu objetivo a virtude, sua crença a completação do curso. Mas nem por isso deixa de ser clara, expansiva, amiga dos pulos de corda da hora do recreio. Seu único defeito: esse irmão mal-encarado que ela traz pela mão o tempo todo. * Garrie Davis* foi um cidadão do mundo para quem todos os países eram como pátria. Daí a aproximação com a personagem e o Hildinha, de quem todos os meninos eram amigos e namorados. Fonte: (COSTA [et al.], 2012) a) Que características de Hildinha o texto destaca? b) O que significa dizer que “Hildinha é a flor das flores” e que “ela é íntima da bissetriz”? c) Qual o defeito de Hildinha? Por que esse seria um defeito para o narrador? 6 − Identifique nas orações abaixo os seguintes termos da oração: sujeito predicado nominal, verbo de ligação, predicativo do sujeito. a) Hildinha é a flor das flores. b) Ela é íntima da bissetriz. c) Garrie Davis foi um cidadão do mundo. 70 REFERÊNCIAS CARVALHO, E. L. Presidente do Olodum, mestre em direito e filiado ao PSB: conheça João Jorge Rodrigues, futuro chefe da Fundação Palmares. G1, Bahia, 22 dez.2022. Disponível em: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2022/12/22/presidente-do-olodum-mestre-em-direito-e- filiado-ao-psb-conheca-joao-jorge-rodrigues-futuro-chefe-da-fundacao-palmares.ghtml. Acesso em: 30 abr. 2023. CLETO, Mirella L.; MARCHETTI, Greta e STRECKER, Heidi. Português, 9º ano: ensino fundamental. Manual do professor. São Paulo, Edições SM, 2012. FARACO, C. A.; TEZZA, C. Oficina de texto. 10 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais (9º ano). Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view . Acesso em: 10 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view. Acesso em: 10 fev. 2023. PREDICATIVO do sujeito e verbos de ligação. [s.l.], 16 fev. 2021. 1 vídeo (8min. 13s). Publicado pelo canal Khan Academy Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Dk2p1_gfgI0. Acesso em: 27 abr.2023. RODELLA, G; NIGRO, F.; CAMPOS, J. Português: a arte da palavra- 7º ano e 9º ano . Editora AJS, São Paulo, 2009. https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2022/12/22/presidente-do-olodum-mestre-em-direito-e-filiado-ao-psb-conheca-joao-jorge-rodrigues-futuro-chefe-da-fundacao-palmares.ghtml https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2022/12/22/presidente-do-olodum-mestre-em-direito-e-filiado-ao-psb-conheca-joao-jorge-rodrigues-futuro-chefe-da-fundacao-palmares.ghtml https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1C5PVWqDy4tUYFKaHzH4Pjyga2HdjKqt8/view https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view https://www.youtube.com/watch?v=Dk2p1_gfgI0 1