Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

MEDIDAS E 
AVALIAÇÃO EM 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Suziane Ungari Cayres Santos
Avaliação das capacidades 
motoras coordenativas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as capacidades motoras coordenativas.
  Descrever os testes para avaliação das capacidades coordenativas.
  Desenvolver testes para avaliação de cada uma das atividades 
coordenativas.
Introdução
Tradicionalmente, a avaliação é uma prática recorrente na área da edu-
cação física. Em diferentes setores sociais, da saúde ao lazer, do esporte à 
escola, o especialista na área pode lançar mão de avaliações físicas para 
diagnosticar casos, controlar progressos e averiguar resultados. Dentre 
os aspectos mais importantes de serem avaliados estão as capacidades 
motoras coordenativas. Avaliações desse tipo servem para traçar novas 
rotas de intervenção visando ao aproveitamento escolar do aluno ou a 
otimização dos resultados de seu cliente.
Neste capítulo, você vai conferir quais são as capacidades motoras co-
ordenativas e como avaliá-las em diferentes setores da prática profissional.
1 Capacidades motoras coordenativas: 
conceitos e aplicabilidades
Neste capítulo, em vez de estudarmos uma a uma as capacidades motoras 
coordenativas, reconheceremos a relevância da interação entre elas. Afi nal, 
embora alguma delas possa ser mais estimulada em um exercício físico do 
que as demais, na prática das modalidades nos deparamos com a sinergia 
entre essas capacidades.
Com isso em mente, o que se entende por capacidades motoras coorde-
nativas? Em linhas gerais, a coordenação consiste na capacidade de ordenar, 
organizar e harmonizar o gesto motor (PÖHLMANN, 1986). Desse modo, a 
coordenação seria uma das engrenagens na dinâmica da aprendizagem motora. 
Se não se pode afirmar que a capacidade motora coordenativa é a principal 
capacidade física, é no mínimo um processo essencial durante a aprendizagem 
motora, pois permite externalizar o polimento e a destreza do gesto motor. 
De acordo com Benda (2001, p. 75): 
Quando se programa um movimento, são analisados parâmetros de como este 
movimento será executado, com quanta força, em qual direção e com qual 
velocidade. A variação destes parâmetros, aliados à percepção, proporcionará 
a execução de um movimento coordenado.
Tendo em vista que tanto a organização quanto a execução do gesto motor 
dependem das capacidades motoras coordenativas, quais seriam essas peças-
-chave a serem inseridas na prática profissional do professor de educação física? 
Neste capítulo, vamos conceituar e apresentar a importância das seguintes 
capacidades motoras coordenativas: coordenação motora, equilíbrio, ritmo e 
cinestesia. Tanto isolados quanto integrados, esses elementos são estimulados 
e desenvolvidos em proporção à complexidade de cada sequência motora 
(BENDA, 2001). Em termos práticos, quanto mais complicado for o movimento 
a ser executado, mais a capacidade motora coordenativa será exigida para 
afinar tal gesto motor (WEINECK, 1991). 
Nesse contexto, o balé clássico se destaca pela exigência de altos níveis de coordenação 
motora, com enorme potencial para estimular crianças a desenvolver graciosidade 
e leveza, força e equilíbrio, ritmo e noção de espaço-tempo. Para entender melhor 
esse processo, uma boa dica de leitura é o artigo “Análise dos níveis de coordenação 
motora em meninas de 6 a 12 anos de idade praticantes de ballet clássico”, de Jacqueline 
Moreira, Carmem Patrícia Barbosa e Vânia de Fátima Matias de Souza. 
Confira a seguir, no Quadro 1, os conceitos e alguns exemplos da apli-
cabilidade de cada uma das capacidades motoras coordenativas abordadas 
neste capítulo. 
Avaliação das capacidades motoras coordenativas2
Fonte: Adaptado de Benda (2001), Muller e Tafner (2007) e Greco e Benda (2001).
Capacidade motora 
coordenativa Conceito Aplicabilidade
Coordenação 
motora
A coordenação motora é uma 
capacidade física de execu-
tar movimentos utilizando 
grandes ou pequenos grupa-
mentos musculares de forma 
eficiente e precisa. De modo 
geral, são seis as variáveis 
requisitadas para uma ação 
coordenada: tempo, precisão, 
complexidade, organiza-
ção, carga física/psíquica e 
variabilidade.
Há dois tipos de coordena-
ção motora: fina e grossa. 
Em linhas gerais, se distin-
guem pelo grupamento 
muscular recrutado (grande 
ou pequeno). Exemplos 
de coordenação motora 
grossa: andar, correr, rastejar. 
Exemplos de coordenação 
motora fina: escrever, dese-
nhar e recortar.
Equilíbrio Entende-se por equilíbrio a 
capacidade de manter ou 
retornar à estabilidade.
Manter uma posição ou 
executar movimentos 
lentos ou rápidos sobre 
uma base estável. Exem-
plos de esportes em que o 
equilíbrio é imprescindível: 
patinação artística, ginástica 
rítmica e ginástica artística. 
Ritmo Designa movimento regular, 
em termos práticos, a capa-
cidade física que engloba a 
interação entre velocidade, 
duração, intensidade e coesão.
Movimentos rítmicos 
formativos e naturais (saltar, 
correr, andar, dançar, etc.).
Cinestesia Refere-se a um conjunto de 
sensações que permitem 
perceber o próprio corpo no 
espaço e seu movimento, 
abrangendo: imagem corporal, 
esquema corporal, espaço 
corporal e propriocepção.
Ao executar um movimento, 
todos os elementos que 
envolvem a cinestesia estão 
atuando conjuntamente. 
Antes de realizar uma 
pirueta, a bailarina, que já 
tem uma ideia de seu corpo 
e proporção de sua estru-
tura física, estima a força 
de propulsão que deve ser 
empregada para manter o 
equilíbrio e a leveza.
Quadro 1. Conceitos e aplicabilidades das capacidades motoras coordenativas
3Avaliação das capacidades motoras coordenativas
2 Avaliação das capacidades motoras 
coordenativas
Vamos, então, examinar alguns testes que podem ser empregados a fi m 
de avaliar as capacidades de coordenação motora, equilíbrio, ritmo e 
cinestesia. Em vários ramos da educação física, antes de implementar 
um programa de intervenção é necessário avaliar alunos/clientes no que 
tange suas capacidades motoras coordenativas. Somente assim é possível 
ter em mãos parâmetros para analisar concretamente o ponto de partida 
do planejamento da intervenção. 
De acordo com Benda (2001), a evolução das capacidades coordenativas 
dependerá de alguns aspectos, dentre os quais o diagnóstico é conside-
rado um pilar elementar. Daí a importância de coletar dados precisos 
no processo de treinamento físico, pois uma avaliação inicial errada 
implicará em intervenção inadequada. Nesse caso, não basta escolher 
qualquer teste; cada um precisa ser específico para seus propósitos e 
adequado à amostra em questão (crianças, jovens, adultos, idosos), e com 
comprovada validade científica. Mesmo que ao avaliar uma capacidade 
motora específica você estimule secundariamente outra, não há problema 
(BENDA, 2001). O que importa é que a capacidade coordenativa que está 
sendo avaliada seja aquela mais estimulada na ocasião do teste. Como 
já vimos, o trabalho coordenativo de uma incidirá consequentemente no 
desenvolvimento de outra capacidade coordenativa, e juntas elas devem 
se manifestar sinergicamente num gesto motor harmônico e organizado 
(PÖHLMANN, 1986). 
Confira a seguir alguns testes que podem ser utilizados para avaliar as 
capacidades motoras coordenativas e a viabilidade de sua aplicação. 
Avaliação da coordenação motora
O teste de coordenação corporal para crianças Körperkoordinationstest Für 
Kinder (KTK) avalia a coordenação motora grossa e a insufi ciência coorde-
nativa. É dividido em quatro etapas.
Avaliação das capacidades motoras coordenativas4
Etapa 1
São necessárias três trave de equilíbrio, todas com 3 metros de comprimento 
e 3,5 cm de altura, mas com diferentes larguras: a primeira com 6 cm, a se-
gunda com 4,5 cm e a terceira com 3 cm. Além disso, são necessárias barras 
de suporte e uma pequena plataforma, conforme mostrado na Figura 1.
Figura 1. Materiais e preparação para a etapa 1 do teste KTK.
Fonte:Adaptada de Severino e Botelho (2019).
A etapa 1 avalia o equilíbrio dinâmico sobre a trave, com dificuldade 
crescente. O participante deverá andar de costas sobre cada trave, sem jamais 
colocar os pés no chão, realizando três tentativas. O avaliador contará quantos 
passos o avaliado consegue executar. Neste teste, não é permitido avançar 
arrastando os pés na trave com o objetivo de ganhar equilíbrio. 
Etapa 2
Na etapa 2, o avaliado deve executar um salto monopedal, com o objetivo de 
avaliar o controle de salto em situação de complexidade crescente. A prova 
consiste em saltar com o pé por cima de placas de espuma sobrepostas, colo-
cadas transversalmente em direção do salto (Figura 2). É necessário ajustar o 
número de placas conforme a idade do avaliado. Um detalhe importante: o salto 
e a aterrissagem devem ser executados com o mesmo pé, não podendo o outro 
pé tocar o solo até que o movimento seja completado. Para cada idade, há uma 
quantidade de placas indicada para executar a tarefa: até os 6 anos, uma placa; de 
7 a 8 anos, três placas, de 9 a 10 anos, cinco placas, 11 anos ou mais, sete placas. 
5Avaliação das capacidades motoras coordenativas
Figura 2. Etapa 2 do teste KTK: (a) exemplo de execução; (b) dimensões de cada placa 
de espuma.
Fonte: Adaptada de Severino e Botelho (2019).
Etapa 3
Na etapa 3, o avaliado deve executar saltos laterais por cima de um sarrafo 
de madeira (Figura 3). Nessa etapa, é avaliado o controle de salto bipedal. O 
sarrafo é colocado no centro da plataforma e o aluno deve saltar lateralmente, 
mantendo os pés unidos, durante 15 segundos, o mais rápido possível, de um 
lado para o outro. Se o avaliado tocar o obstáculo (sarrafo) ou aterrissar fora 
da demarcação, o avaliador deverá alertá-lo, e, caso persistir o erro, o avaliado 
deverá reiniciar o teste. 
Figura 3. Modelo de sarrafo de madeira a ser utilizado para a etapa 3 do teste KTK.
Fonte: Adaptada de Severino e Botelho (2019).
Avaliação das capacidades motoras coordenativas6
Etapa 4
Nessa etapa do teste, são necessárias duas pequenas pranchas de madeira nas 
dimensões mostradas na Figura 4. 
Figura 4. Modelo de prancha de madeira a ser utilizado para a etapa 
4 do teste KTK.
Fonte: Adaptada de Severino e Botelho (2019).
Na etapa 4, o avaliado deve executar a transposição lateral de pequenas 
placas de madeira. O objetivo é avaliar a coordenação em situação de loco-
moção. A tarefa consiste na transposição lateral entre duas plataformas de 
madeira, na qual o avaliado permanece pé em cima de uma, transfere outra 
com as duas mãos para o lado oposto da plataforma em que se encontra, 
pula para a plataforma recém-transferida e assim sucessivamente, durante 
20 segundos de teste. O avaliado executa o maior número de transposições 
laterais durante esse período de teste. Os erros de execução nesta etapa 
consistem em tocar com apenas uma mão na plataforma e tocar com um pé 
no solo durante a execução do movimento. Se por ventura isso ocorrer, o 
aluno deverá reiniciar o teste. 
Ao final do teste KTK, é necessário comparar os resultados obtidos 
com as tabelas originais do estudo de Kiphard e Schilling (1974), e ainda 
converter o resultado final de cada tarefa (valores brutos de cada etapa 
do teste) em um quociente motor (QM). Conforme destacado por Ribeiro 
et al. (2012, p. 42):
7Avaliação das capacidades motoras coordenativas
Esse procedimento é realizado verificando-se as tabelas de referência para cada 
teste de acordo com o sexo e a idade do participante para, por fim, realizar o 
somatório e obter o QM total. Este quociente motor remete a um novo QM, 
que, por sua vez, permite a classificação da coordenação motora em cinco 
níveis: muito boa coordenação motora global; boa coordenação motora global; 
coordenação motora global normal; insuficiência da coordenação motora 
global; e perturbação na coordenação motora global.
De maneira geral, temos as seguintes pontuações (SEVERINO; BOTE-
LHO, 2019):
  alta coordenação — QM entre 131 e 145; 
  boa coordenação — QM entre 116 e 130;
  coordenação Normal — QM entre 86 e 115; 
  perturbação na coordenação — QM entre 71 e 85; 
  insuficiência de coordenação — QM entre 56 e 70. 
Avaliação do equilíbrio
Material
Duas traves de madeira com dimensões de 2 cm de largura por 4 cm de altura 
dispostas em formato de X. Podem ser substituídas por uma demarcação no 
chão com giz, caso seja necessário adaptar o teste devido à faixa etária do 
avaliado. Além disso, o avaliador deve ter em mãos um cronômetro.
Protocolo
O avaliado deve se manter em equilíbrio com um dos pés sobre o centro do X, 
com os olhos fechados e as mãos apoiadas no quadril. A avaliação se encerra 
quando o avaliado abre os olhos, quando tira uma ou ambas mãos do quadril 
ou quando o outro pé toca a trave ou o chão. Este teste avalia especifi camente 
o componente estático do equilíbrio (BENDA, 2001).
Avaliação do ritmo
Material: cronômetro.
Avaliação das capacidades motoras coordenativas8
Protocolo
Avaliar o ritmo ao correr, contando o número de passos em um dado período. 
Neste teste de ritmo, o avaliado deve dar 42 passos rápidos de corrida, de 
preferência abaixo de 15 segundos (BENDA, 2001). 
Avaliação da cinestesia
A percepção cinestésica engloba os seguintes elementos: esquema corporal, 
imagem corporal, propriocepção e espaço corporal. Como exemplos de ins-
trumentos para avaliar alguns desses componentes, examinaremos o Body 
Shape Questionnaire (BSQ), que avalia a imagem corporal (DI PIETRO; 
SILVEIRA, 2009) e a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM), criada por 
Rosa Neto (2002), que avalia principalmente motricidade fi na, motricidade 
global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização tem-
poral e lateralidade (SANTOS et al., 2019).
BSQ
Há vários instrumentos que podem ser empregados para avaliar a imagem 
corporal, incluindo questionários, desenhos, silhuetas, escalas e entrevistas 
(MORGADO et al., 2009). Nesse contexto, o BSQ é um questionário adaptado 
e validado para uso no Brasil por Di Pietro e Silveira (2009), que pode ser 
empregado pelo profi ssional de educação física a fi m de avaliar a imagem 
corporal de seu aluno.
Protocolo
O avaliado deve responder a 34 questões (Figura 5) em relação à sua apa-
rência nas últimas quatro semanas, usando a seguinte legenda: (1) nunca, 
(2) raramente, (3) às vezes, (4) frequentemente, (5) muito frequentemente 
e (6) sempre.
9Avaliação das capacidades motoras coordenativas
Figura 5. Questões do BSQ.
Fonte: Di Pietro e Silveira (2009, documento on-line).
Por fim, o avaliador deve classificar o nível de insatisfação do avaliado 
para com sua imagem corporal tomando como base os seguintes parâmetros: 
abaixo de 100, nenhum; entre 110 e 138, leve; entre 138 e 167, moderado; e 
acima de 167, grave (DI PIETRO; SILVEIRA, 2009).
EDM
É composta por um conjunto de testes que podem ser empregados junto a 
crianças com idades entre 2 e 11 anos. A EDM abrange seis dimensões da mo-
tricidade humana e lateralidade. Essas dimensões são divididas em três pilares 
do comportamento motor: coordenação motora fi na e grossa, propriocepção 
(equilíbrio e esquema corporal) e percepção (organização espaço-temporal). 
Ao fi nal do teste, é atribuído à criança seu perfi l motor, o que possibilita 
evidenciar suas potencialidades e difi culdades em cada área testada. 
Avaliação das capacidades motoras coordenativas10
É fato que o desenvolvimento das capacidades motoras coordenativas se dá com o 
tempo, com a interação das crianças com seus pares e com o meio. O tipo de estímulo 
e sua frequência exercem influência sobre suas potencialidades e dificuldades. Mas 
e quando a criança já apresenta desde cedo dificuldade de desenvolvimento motor 
decorrente de uma condição patológica? Nesse quesito, como avaliar o desenvolvi-
mento motor entre autistas? Para saber mais e conhecer melhor a aplicação da EDM 
nesses casos, uma boa dica de leitura é a tese de mestrado “Aplicação da escala de 
desenvolvimentomotor de Rosa Neto em crianças com Transtorno do Espectro Autista: 
um estudo exploratório”, de Silvia Gusman.
Vale ressaltar que o profissional de educação física deve se atentar para 
a viabilidade do teste para cada situação amostral. Assim, é preciso ter 
conhecimento sobre as avaliações da capacidade motora, domínio técnico 
para a aplicação de cada teste e familiaridade com os instrumentos de 
trabalho.
3 Avaliação física na prática
Atualmente, os profi ssionais de educação física podem atuar em diferentes 
setores, da saúde ao lazer, do esporte à escola (CAMPANELLI, 2019). Seja 
como for, é importante ressaltar que nosso objeto de estudo neste capítulo, 
a avaliação das capacidades motoras coordenativas, é do interesse de todo 
formado na área, pois da academia à escola, do clube ao posto de saúde, 
alguns desses instrumentos e protocolos de avaliação poderão ser aplicados 
em situações de prática profi ssional. 
E, de fato, a avaliação é muito mais do que atribuir um algarismo ao 
aluno ou anotar um conceito subjetivo no prontuário do paciente. A avaliação 
na área da educação física deve ser vista como um processo, uma valiosa 
oportunidade prática para o profissional reconhecer as potencialidades e 
dificuldades de quem atende. Em termos práticos, vejamos a seguir exemplos 
de avaliação da capacidade motora coordenativa em diferentes setores de 
prática profissional. 
11Avaliação das capacidades motoras coordenativas
Do esporte à escola
A pesquisa científi ca de Rosa Neto et al. (2011) traz exemplos de aplicação 
prática da EDM. O estudo objetivou verifi car o desenvolvimento do esquema 
corporal de escolares na faixa etária de 6 a 10 anos com queixa de difi culdades 
de aprendizagem. Os autores avaliaram na ocasião especifi camente o esquema 
corporal, aplicando os seguintes testes.
Teste de controle sobre o próprio
Durante o primeiro e o segundo teste, a criança devia imitar com as mãos e 
braços os gestos que o avaliador executasse. Nestes testes, a criança fi cava 
em pé de frente para o examinador, o qual permanecia sentado, para colocar 
suas mãos em posição neutra de um teste para o outro. O número de acertos 
de gestual corresponde à idade motora entre dois e cinco anos.
Teste de controle sobre o próprio corpo e rapidez
Nesse caso, cada criança recebeu uma folha de papel quadriculado com 
25 cm × 18 cm e um lápis preto. Com o avaliador cronometrando o tempo, 
cada criança devia fazer um risco em cada quadrado durante um minuto. 
A quantidade de traços completados corresponde à idade motora entre 6 
e 11 anos. 
Nessa pesquisa, os autores concluíram que tanto a idade motora geral quanto 
a idade motora do esquema corporal estavam abaixo da idade cronológica da 
criança, o que poderia prejudicar desde já o desenvolvimento motor da amostra 
e sua aprendizagem. Além disso, conforme destacado pelos autores (ROSA 
NETO et al., 2011, documento on-line):
A percepção do próprio corpo e a percepção deste no espaço e no tempo 
são essenciais para o desenvolvimento harmonioso dos as pectos motores, 
físicos e cognitivos. As dificuldades motoras podem interferir nas relações 
sociais, emocionais e escola res; por outro lado, explorar o movimento e 
o brincar espon taneamente precedem as atividades mais estruturadas de 
aprendizagem. 
Diante desses resultados, podemos observar a importância da avaliação 
diagnóstica no que tange as capacidades motoras coordenativas, não somente 
a fim de possibilitar o diagnóstico precoce do problema, mas também de 
Avaliação das capacidades motoras coordenativas12
alicerçar o planejamento da intervenção em parâmetros concretos, que refle-
tem as dificuldades e potencialidades do aluno imerso em seu processo de 
escolarização e aprendizagem motora (ROSA NETO et al., 2011). 
Na prática profissional, o professor de educação física poderá atuar em instituições de 
ensino especializadas em atender crianças com alguma deficiência, ou essas crianças 
poderão, a depender de seu grau de deficiência, ser inseridas na educação básica. 
Frequentemente, quando nos deparamos com a necessidade de incluir essas crianças 
junta à turma, somos tomados por questionamentos. O artigo “Avaliação da imagem 
e esquema corporal em crianças portadoras da síndrome de Down e crianças sem 
comprometimento neurológico”, da fisioterapeuta Fernanda Ishida Corrêa, ajuda a 
tirar dúvidas e a esclarecer noções sobre esse universo.
Da saúde ao lazer
Um setor de prática profissional em que o professor de educação física foi 
mais recentemente inserido é a saúde pública, principalmente na atenção 
básica (COSTA, 2019). Postos de saúde, centros de apoio psicossocial, 
clínicas de reabilitação e atendimento clínico nos hospitais abrem as por-
tas para esses profissionais, onde podem aplicar algumas das avaliações 
de capacidades coordenativas a fim de averiguar dificuldades na execu-
ção de atividade motora ou até mesmo estimar o risco de quedas entre 
pacientes idosos. Confira a seguir dois exemplos de testes para avaliar 
o equilíbrio estático e dinâmico entre idosos e, desse modo, avaliar o 
risco de quedas.
Teste de equilíbrio estático unipodal de 30 segundos
Parado em pé diante de uma marcação de referência na parede, o avaliado 
tenta permanecer por 30 segundos apoiado em apenas um dos pés e com os 
braços cruzados sobre o peito. Quando ocorrer qualquer inclinação do tronco 
por parte do avaliado, o avaliador deve parar o cronômetro e anotar o tempo 
total, a ser posteriormente comparado com tabelas de valores de corte. 
13Avaliação das capacidades motoras coordenativas
Teste de equilíbrio dinâmico timed up and go
O teste se inicia com o avaliado sentado numa cadeira apoiada na parede, 
diante da qual há um cone a três metros de distância. O avaliado deve se 
levantar da cadeira sem apoio das mãos, andar rapidamente em direção ao 
cone, contorná-lo, retornar à cadeira e sentar novamente sem se apoiar as mãos. 
BENDA, R. N. Aprendizagem motora e a coordenação no esporte escolar. Revista Mineira 
Educação Física, v. 9, nº. 1, p. 74–82, 2001.
CAMPANELLI, F. Contribuições para o processo formativo na educação física no brasil: Licen-
ciatura ou Bacharelado. 2019. 168 f. Tese (Doutorado em Educação Escolar) — Faculdade 
de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2019. Disponível em: 
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/191382/campanelli_f_dr_arafcl.
pdf?sequence=3&isAllowed=y. Acesso em: 6 ago. 2020.
COSTA, F. F. da. Novas diretrizes curriculares para os cursos de graduação em 
Educação Física: oportunidades de aproximações com o SUS? Rev. Bras. Ativ. Fis. 
Saúde, v. 24, 2019. 
DI PIETRO, M.; SILVEIRA, D. X. da. Internal validity, dimensionality and performance of the 
Body Shape Questionnaire in a group of Brazilian college students. Rev. Bras. Psiquiatr., 
v. 31, nº. 1, p. 21–4, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar
ttext&pid=S1516-44462009000100006. Acesso em: 5 ago. 2020. 
GRECO, P. J.; BENDA, N. R. Iniciação esportiva universal. Minas Gerais: Editora UFMG, 
2001. 1 v.
KIPHARD, E. J.; SCHILLING, V. F. Körper-koordinations-test für kinder KTK: manual Von 
Fridhelm Schilling. Weinhein: Beltz Test, 1974.
MORGADO, F. F. R. et al. Análise dos instrumentos de avaliação da imagem corporal. 
Análise dos Instrumentos de Avaliação da Imagem Corporal. Fitness & Performance 
Journal, v. 8, nº. 3, p. 204–211, 2009.
MULLER, R. Z.; TAFNER, E. P. Desenvolvendo o ritmo nas aulas de Educação Física em 
crianças de 3 a 6 anos. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, v. 3, nº. 11, jul./
dez. 2007.
PÖHLMANN, R. Motorisches lernen. Berlin: Sportverlag, 1986.
RIBEIRO, A. S et al. Teste de coordenação corporal para crianças (KTK): aplicações e 
estudos normativos. Motricidade, v. 8, nº. 3, p. 40–51, 2012. 
Avaliação das capacidades motoras coordenativas14
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material.No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed. 2002. 
ROSA NETO, F. et al. O esquema corporal de crianças com dificuldade de aprendiza-
gem. Rev. Semestral Assoc. Bras. de Psic. Escolar e Educacional, v. 15, nº. 1, p. 15–22, 2011. 
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pee/v15n1/02.pdf. Acesso em: 6 ago. 2020.
SANTOS, M. C. S et al. Uso da escala de desenvolvimento motor: uma revisão integrativa. 
Rev. CEFAC, v. 21, nº. 4, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-
-18462019000400602&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 6 ago. 2020.
SEVERINO, C. D.; BOTELHO, M. O. Nível de coordenação motora de crianças da rede 
municipal de ensino de Quatis – RJ. Cadernos UniFOA, nº. 40, p. 117–126, ago. 2019.
WEINECK, J. Biologia do esporte. Barueri: Manole, 1991.
Leituras recomendadas
CORRÊA, F. I. Avaliação da imagem e esquema corporal em crianças portadoras da 
síndrome de Down e crianças sem comprometimento neurológico. Revista Fisioterapia 
Brasil, v. 6, nº. 1, 2005. http://www.portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisiotera-
piabrasil/article/view/2198. Acesso em: 6 ago. 2020.
DARIDO, S. C. Diferentes concepções sobre o papel da Educação Física na escola. In: 
UNIVERSI DADE ESTADUAL PAULISTA. Caderno de formação: formação de profes sores 
didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. p. 1–176. 16 v.
GUSMAN, S. Aplicação da escala de desenvolvimento motor de Rosa Neto em crianças com 
Transtorno do Espectro Autista: um estudo exploratório. 2017. 67 f. Dissertação (Mestrado 
em Distúrbios do Desenvolvimento) — Faculdade Educação Física, Universidade 
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo. Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/
bitstream/tede/3350/5/Silvia%20Gusman.pdf. Acesso em: 6 ago. 2020.
MOREIRA, J.; BARBOSA, C. P.; SOUZA, V. de F. M. Análise dos níveis de coordenação 
motora em meninas de 6 a 12 anos de idade praticantes de ballet clássico. In: MOSTRA 
INTERNA DE TRABALHOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 6., 2012, Maringá. Anais eletrônicos 
[...]. Disponível em: https://www.unicesumar.edu.br/mostra-2012/wp-content/uploads/
sites/93/2016/07/jacqueline_moreira.pdf. Acesso em: 6 ago. 2020.
15Avaliação das capacidades motoras coordenativas

Mais conteúdos dessa disciplina