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5.2 Transferência de massa com reação química Processos difusivos de massa com reação química (RQ) são classificados em dois tipos: - RQ heterogênea: ocorre apenas na fronteira do VC (superfície reativa) e sua informação deve ser dada via condição de contorno; - RQ homogênea: ocorre ao longo do caminho de difusão (no VC) e sua informação deve ser dada na Eq. diferencial governante (via termo RA). 5.2.1. Transferência de Massa com Reação Química Heterogênea Muitos problemas de difusão de massa envolvem a difusão de um componente A até uma superfície sólida reativa na qual este componente é consumido através de uma RQ. Esses processos têm–se duas etapas independentes que ocorrem uma após a outra: uma etapa de difusão e outra etapa de reação química. A fase lenta é sempre a controladora do processo. • Processo controlado pela etapa de difusão: a etapa de RQ é muito rápida se comparada à etapa de difusão. A RQ é instantânea (com taxa de reação infinita) e, portanto, a concentração do componente A pode ser assumida igual a zero. • Processo controlado pela etapa de RQ: a etapa de RQ é lenta quando comparada à etapa de difusão. A taxa da reação química é finita e a conservação de massa na superfície exige que a taxa de transporte da espécie A deva ser igual à taxa de reação, ou seja, na superfície reativa (z = 0): 𝑵𝑨,𝒛 = − 𝒌𝒔𝑪𝑨 𝒛 = 𝟎 Note que a concentração molar de A na superfície reativa não é conhecida! Considere a situação de um reator catalítico onde ocorre a transferência de um componente A, em estado estacionário, até a superfície plana de um catalisador, onde o mesmo reage para formar um componente B, através da seguinte reação química 2A → B. Supõe-se conhecida a fração molar do componente A em uma posição na qual assume-se que o processo de transferência de massa ocorre. Deseja-se saber qual é o fluxo (ou a taxa) do componente A para duas situações distintas: (a) reação química instantânea; (b) reação química lenta. Um outro exemplo clássico de difusão com RQ heterogênea ocorre em reatores de combustão de carvão para geração de energia; o componente A (Oxigênio) difunde-se até a partícula sólida de Carbono onde reage para formar CO e/ou CO2. A difusão de A ocorre na fase gasosa que circunda a partícula (componente B). O processo pode ser controlado pela fase de difusão ou pela fase de RQ. A Pergunta de Engenharia que se quer responder é: qual a taxa de geração de energia? Essa taxa está relacionada à taxa de consumo de Carbono que, por sua vez, está relacionada à taxa de difusão de Oxigênio. O2 CO2 CO Exemplo 5.7 Um reator de carvão está sendo proposto como uma nova planta de energia. O reator opera a 1145 K e o processo é controlado pela difusão de Oxigênio que migra em sentido contrário ao Monóxido de Carbono formado na superfície. Assuma que a massa específica do Carbono é 1280 kg/m3 e que a partícula é esférica com diâmetro inicial de 1,5 x 10-4 m. Ar puro existe há vários diâmetros da partícula. A difusividade do Oxigênio na mistura gasosa é 1,3 x 10-4 m2/s. Assumindo condições pseudo-estacionárias, determine o tempo necessário para reduzir o diâmetro da superfície de carbono a 5 x 10-5 m. Número de Dankhöler (Da) ▪ Se Da → , o processo é controlado pela difusão (resistência à difusão é enorme e a resistência à RQ é pequena) → yA0 = 0! ▪ Se Da → 0, o processo é controlado pela RQ (resistência à difusão é mínima e a resistência à RQ é grande) → yA0 = ?? 𝐷𝑎 = 𝐷𝐴𝐵 𝛿𝑘1 −1 = ൗ𝛿 𝐷𝐴𝐵 ൗ1 𝑘1 Resistência à difusão Resistência à RQ Quando o componente A, à medida que migra, reage para formar outro componente, tem-se uma RQ homogênea, ou seja, que está ocorrendo igualmente em todos os pontos do domínio, ao longo do caminho de difusão. As etapas de difusão e RQ ocorrem simultaneamente. A informação da RQ entra na ED governante – RA (em kgmolA/m 3.s). A cinética da RQ fornece o valor de RA. 𝑅𝐴 = −𝑘𝑛𝐶𝐴 𝑛 onde n e kn são, respectivamente, a ordem e a constante da RQ. O sinal negativo indica uma RQ que consome o componente A. 5.2.2 Transferência de massa com reação química homogênea A Pergunta de Engenharia é: Qual é a taxa na qual o componente A está sendo absorvido pelo líquido B? Considere uma camada de líquido de um meio absorvente, por exemplo, uma solução concentrada de NaOH que absorve CO2 de uma fase gás. Na superfície do líquido em contato com o gás, a concentração do composto A é conhecida (CA0); à medida que A se transfere através do líquido é consumido por meio de uma RQ de primeira ordem, de tal forma que, a partir de uma espessura , a sua concentração torna-se zero. Deseja-se determinar o fluxo com o qual o componente A está sendo absorvido pela fase líquida. Exemplo 5.8 Deseja-se equacionar um modelo matemático para calcular a distribuição linear de um produto gasoso A que se transfere através da atmosfera. O gás A, à medida que se difunde, reage quimicamente para a formação de um composto B, sendo que a reação química é de primeira ordem. O processo ocorre em estado estacionário e a difusão é assumida ser decorrente apenas do gradiente de concentração (ou seja, é possível desprezar a contribuição advectiva). O fluxo molar de A no nível da superfície da terra é conhecido e denotado por NAo; também é conhecida a distância acima do nível da terra a partir da qual pode-se assumir concentração de A igual a zero. Encontre o perfil de concentrações do componente A ao longo da atmosfera. Exemplo 5.9 Considere o problema envolvendo a transferência de oxigênio das cavidades internas do pulmão, através do tecido pulmonar, para a rede de vasos sanguíneos no lado oposto. O tecido do pulmão (espécie B) pode ser modelado como uma parede plana de espessura L. O processo de inspiração mantém, por hipótese, a concentração molar de oxigênio, CA(0), constante na superfície interna do tecido (x = 0), e a assimilação do oxigênio pelo sangue mantém, por hipótese, a concentração molar de oxigênio, CA(L), constante na superfície externa do tecido (x = L). Há consumo de oxigênio no tecido, em função do processo metabólico, e a reação é de ordem zero. Determinar a expressão da distribuição da concentração de oxigênio no tecido e a da taxa de assimilação de oxigênio pelo sangue, por unidade de área superficial do tecido. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10