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Terapi� Manua�
Introdução à terapia manual e postural
A terapia manual é a área da �sioterapia que utiliza um
conjunto de recursos terapêuticos manuais no
tratamento de pacientes, diante de uma visão global do
organismo. A maior parte dessas técnicas pode ser
utilizada tanto como recursos diagnósticos quanto
terapêuticos, bene�ciando o paciente. Dentre tantos
recursos manuais, destacam-se a massoterapia, a pompagem articular e muscular, a mobilização
articular e tração, a inibição muscular, as técnicas miotensivas, a crochetagem, a massagem
transversa de ciriax, mobilização neural e as posturais baseando-se nos conhecimentos da anatomia
palpatória, biomecânica e cinesiologia.
As técnicas posturais geralmente utilizam só as mãos, quando utilizam algo mais, são no máximo
elásticos, bastões, bolas de diversos tamanhos, calços e, no caso do RPG, uma maca especial onde o
paciente fará as posturas para o trabalho de cadeias. No caso das técnicas posturais das terapias
manuais puras, como o Maitland e a osteopatia, as mãos do terapeuta são seus únicos instrumentos
de trabalho, necessitando de máxima precisão nos movimentos executados. As práticas posturais
caracterizam-se pelo tratamento do paciente em sua individualidade, uma vez que cada indivíduo é
diferente do outro e reage de forma distinta às diversas patologias.
A maioria dos distúrbios no sistema musculoesquelético caracteriza-se por alterações biomecânicas
assintomáticas em um estágio inicial, podendo ser tratadas manualmente antes do surgimento dos
sintomas. As técnicas baseiam-se nos princípios da artrocinemática e utilizam movimentos
acessórios ou micromovimentos, in�uenciando diretamente na prevenção de processos
degenerativos e in�amatórios.
As técnicas posturais podem ser utilizadas não só para distúrbios posturais e da coluna vertebral,
mas também em casos de pés planos e cavos, joelho valgo e varo, joanetes, torcicolo, cervicalgia,
dorsalgia, hérnias de disco, labirintite, artrites, artroses, bursites, tendinites, problemas respiratórios,
estresse e problemas circulatórios.
Através do uso dessas técnicas, o �sioterapeuta também pode atuar com pacientes no leito
hospitalar, auxiliando as mudanças de decúbito e o adequado posicionamento de estruturas
osteomioarticulares e nas tarefas de transferências, com o intuito de minimizar agravos no quadro
clínico desses pacientes. Os recursos terapêuticos manuais também podem ser utilizados em
diversas outras áreas como a traumato-ortopedia, neurologia, dermatofuncional, desportiva, entre
outras.
A prática das técnicas manuais tem inúmeros detalhes que são adquiridos progressivamente
conforme a prática clínica. Essa prática é fundamental para que o estudante consiga se aperfeiçoar
nas manobras e se torne habilitado su�cientemente para a aplicação das técnicas em seus pacientes.
Pompagem articular e muscular
A pompagem consiste em manobras em que o terapeuta realiza uma distensão terapêutica na fáscia
muscular associada a movimentos respiratórios. É uma técnica de fácil aplicação que traz benefícios
quase imediatos aos pacientes.
● Técnica
A pompagem deve ser realizada em três momentos, sendo eles: 1) Tensionamento do segmento a
ser tratado que deve ser realizado de forma lenta, regular e progressiva; 2) Manutenção do
tensionamento em torno de 10 a 20 segundos de acordo com o objetivo; 3) Retorno à posição
inicial que também deve ser realizado de forma lenta. O tensionamento do segmento deve ser
executado nas fases expiratórias do ciclo ventilatório.
● Objetivos
Restabelecimento da elasticidade e comprimento das fáscias, relaxamento muscular, estimulação
circulatória, aumento do espaço articular e nutrição das cartilagens.
● Indicação
Em casos de contraturas musculares não agudas, estase líquida, ou seja, quando não há
movimento do líquido intersticial, encurtamentos e tensões musculares, dores musculares
subagudas ou crônicas e disfunções miofasciais em geral.
● Contraindicação
Nos casos de estiramento muscular ou ligamentar, contraturas musculares agudas e rupturas
ligamentares e faciais.
Mobilização articular e tração
Para compreendermos os efeitos da mobilização articular e da tração precisamos recordar alguns
aspectos �siopatológicos das lesões. As lesões articulares caracterizam-se por um quadro
in�amatório que gera dor, edema, calor local resultando em perda de movimento e,
consequentemente, alterações funcionais. Assim, essas técnicas comumente são indicadas para o
manejo das disfunções osteomioarticulares. Biomecanicamente falando, as articulações possuem
dois tipos de movimentos.
O movimento �siológico é resultante das contrações musculares, concêntricas e excêntricas, que
agem movendo um osso ou uma articulação, são também conhecidos por movimento
osteocinemático.
O movimento acessório caracteriza-se pela forma na qual uma articulação desliza em relação à
outra, também denominado movimento artrocinemático.
Os movimentos acessórios envolvem o deslizamento, rolamento e giro, podendo ser classi�cado em:
1. Hipomóveis, quando o movimento para em um ponto denominado barreira patológica,
anterior à barreira anatômica. É causado por dor, espasmo ou resistência aos tecidos;
2. Hipermóveis, quando o movimento ultrapassa a barreira anatômica devido à frouxidão das
estruturas adjacentes, necessitando de tratamento com exercícios de fortalecimento que
proporcionem a estabilização;
3. Articulações normais.
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/T%C3%89CNICAS%20TERAP%C3%8AUTICAS%20MANUAIS/UNIDADE%201/index.html#carousel_0
As mobilizações articulares baseiam-se nos princípios de Maitland, descritas em cinco graus, sendo
que a aplicação é de acordo com o quadro clínico do paciente. Já a tração é baseada nos princípios
de Kalterborn, apresentando três graus, que envolvem a mobilização de um segmento articular com
o intuito de produzir alguma separação das duas superfícies. Na avaliação deve ser observada a
prevalência de dor ou rigidez articular, para decidir qual é o grau de mobilização articular ou tração
será aplicado.
● Técnica
Cada articulação possui suas peculiaridades e o aprimoramento da aplicação da técnica
manual só é possível com a prática clínica. Amplamente falando, o �sioterapeuta deve
estabilizar a parte proximal da articulação a ser trabalhada e mobilizar a outra. Juntamente
com essa técnica é possível realizar a tração da articulação, que deve ocorrer no sentido
longitudinal dela, tracionando-se a parte distal e mantendo o afastamento por alguns
segundos e, após, retornar à posição inicial. Na mobilização articular, deve-se afastar e
aproximar as estruturas repetidamente, no plano perpendicular das estruturas.
● Objetivo
Recuperar a amplitude de movimento ativo, restaurar os movimentos passivos articulares,
reposicionar ou realinhar a articulação, readquirir a distribuição normal de forças e de
estresses em torno da articulação e reduzir a dor.
● Indicação
Hipomobilidade articular, dor articular, rigidez e limitação da amplitude de movimento.
● Contraindicação
Artrite in�amatória, doença óssea, comprometimento neurológico, fraturas ósseas e
deformidades ósseas congênitas.
Mobilização neural
O sistema nervoso é uma unidade composta pelas estruturas do Sistema Nervoso Central e Sistema
Nervoso Periférico. Como é um tecido contínuo, possui propriedades que favorecem o
alongamento tecidual e movimentação, já que a função e a mecânica do sistema nervoso são
interligadas.
Na avaliação cinético-funcional, o �sioterapeuta precisa identi�car características relacionadas ao
quadro clínico do paciente. Em relação ao quadro álgico, alguns testes são necessários para
determinação da origem da dor que pode ser devido a disfunções articulares, musculares ou neurais.
Se o quadro clínico do indivíduo estiver relacionado a disfunções neurais, o exame deverá ser
baseado no teste de força muscular da musculatura associada com os níveis dos miótomos, testes
dos re�exosdos tendões, exame de sensibilidade (dermátomos) e testes de tensão neural, que serão
importantes para conduzir o �sioterapeuta a um diagnóstico cinético-funcional mais preciso.
A avaliação clínica respaldada nos testes de tensão neural deve ser realizada cautelosamente, uma vez
que é fundamental que o �sioterapeuta explique ao paciente como os testes serão conduzidos.
Durante a realização das manobras, deve-se observar o início da resistência do tecido e a dor,
buscando identi�car as posições antálgicas para o paciente. Sempre lembrar de repetir cada teste em
ambos os lados, até mesmo para que sirva de comparação do membro sadio com o membro a ser
tratado.
● Técnica
A seguir descreveremos os testes de tensão neural de �exão cervical passiva (PNF), testes de
tensão para membros superiores (ULTT) para nervos mediano, ulnar e redial, além de testes
para o nervo ciático, tibial, sural e �bular comum e as técnicas para tratamento. O
tratamento das disfunções neurais pode ser realizado através das técnicas de mobilizações
oscilatórias, manutenção da posição estática e mobilização indireta.
● Objetivo
Melhorar a elasticidade neural, favorecendo a redução da dor e condução nervosa.
● Indicação
Disfunções neurais.
● Contraindicação
Doenças degenerativas, in�amatórias e malignas do sistema nervoso, estenoses extremas,
sinais neurológicos com início abrupto ou progressivo, aderências do tecido neural e
problemas cognitivos.
Testes de tensão neural
Os testes a seguir auxiliam o �sioterapeuta a identi�car as disfunções causadoras do quadro
clínico e assim estabelecer o tratamento mais adequado ao paciente. Alguns testes também
podem ser utilizados como técnicas de tratamento.
● Flexão passiva da cervical (PNF)
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). O �sioterapeuta coloca a mão na base do occipital
do paciente, realizando a �exão da cabeça. Se o paciente sentir dor ou alguma alteração, o
�sioterapeuta pode utilizar esse teste como tratamento, mantendo o paciente nessa posição
durante aproximadamente um minuto.
● ULTT para nervo mediano
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). O �sioterapeuta deprime o ombro do paciente,
realiza �exão de cotovelo e abdução de ombro a 90°. Depois, estender o punho e dedos com
rotação externa de ombro, supinação de antebraço e extensão de cotovelo. Finalmente, deve
solicitar que o paciente incline lateralmente o pescoço para o lado contralateral.
Para tratamento do nervo mediano, realizar a manutenção dessa postura de forma estática ou fazer
mobilizações oscilatórias do punho, realizando de 10 a 40 oscilações em 20 segundos. O
tratamento também pode ser realizado ativamente orientando o paciente a abduzir e deprimir os
ombros bilateralmente. Um dos punhos inicia em �exão e o outro em extensão. Então o paciente
deve �exionar e estender alternadamente os punhos.
● ULTT para nervo ulnar
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). Deprimir o ombro e �exionar o cotovelo do
paciente com o ombro em abdução de 90°. Depois, estender o punho e os dedos, rotar
externamente o ombro com pronação de antebraço e �exão de cotovelo. Finalmente, deve solicitar
que o paciente incline lateralmente o pescoço para o lado contralateral.
Para tratamento do nervo ulnar, manter a postura de forma estática ou realizando mobilizações
oscilatórias do punho, realizando de 10 a 40 oscilações em 20 segundos. Para realizar ativamente, o
�sioterapeuta deve instruir o paciente a realizar uma pinça entre os 1° e 2° dedos bilateralmente.
Depois, o paciente deve posicionar a borda cubital das mãos sob a mandíbula, tentando posicionar
o ângulo formado pelas pinças dos dedos (de forma invertida) na região dos olhos, como se fosse
um óculos.
● ULTT para nervo radial
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). O �sioterapeuta deve deprimir o ombro com
�exão de cotovelo e pronação de antebraço. Depois, estender o cotovelo, �exionar o punho e os
dedos com abdução de ombro. Finalmente, o paciente deve inclinar lateralmente o pescoço para o
lado contralateral.
Para tratamento do nervo radial, manter a postura de forma estática ou realizando mobilizações
oscilatórias do punho, realizando de 10 a 40 oscilações em 20 segundos. Para realizar ativamente, o
�sioterapeuta deve instruir o paciente a utilizar uma toalha, posicionando-a na região da coluna e
segurando-a com uma mão posicionada na parte inferior, próxima da coluna lombar, e a outra mão
superiormente próxima à coluna cervical, realizar �exão e extensão de cotovelos como se estivesse
enxugando as costas.
● Nervo ciático
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). O �sioterapeuta deve �exionar o quadril do
paciente com uma dorsi�exão de tornozelo. Depois, o �sioterapeuta deve �exionar a cabeça do
paciente.
Para tratamento do nervo ciático, manter a postura de forma estática ou realizando mobilizações
oscilatórias do tornozelo, realizando de 10 a 40 oscilações em 20 segundos. Para realizar
ativamente, o �sioterapeuta deve instruir o paciente a utilizar uma toalha apoiada na planta do pé,
realizando mobilizações oscilatórias de dorsi�exão de tornozelo puxando a toalha.
● Nervo tibial
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). O �sioterapeuta deve �exionar o quadril do
paciente com uma dorsi�exão e inversão de tornozelo. Depois, o �sioterapeuta deve aduzir o
quadril do paciente. Para o tratamento do nervo tibial, manter a postura de forma estática ou
realizando mobilizações oscilatórias do tornozelo, fazendo de 10 a 40 oscilações em 20 segundos.
● Nervo sural
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). O �sioterapeuta deve �exionar o quadril com uma
dorsi�exão e versão de tornozelo. Depois, aduzir o quadril do paciente. Para o tratamento do nervo
sural, manter a postura de forma estática ou realizando mobilizações oscilatórias do tornozelo,
fazendo de 10 a 40 oscilações em 20 segundos.
● Nervo �bular comum
Posicionar o paciente em decúbito dorsal (DD). O �sioterapeuta deve �exionar o quadril com uma
�exão plantar e inversão de tornozelo. Depois, aduzir o quadril do paciente. Para o tratamento do
nervo �bular comum, manter a postura de forma estática ou realizando mobilizações oscilatórias
do tornozelo, fazendo de 10 a 40 oscilações em 20 segundos.
● 3 Inibição muscular recíproca
A inibição recíproca refere-se às relações entre os músculos agonista e antagonista. Lembrando
que o músculo que contrai é o agonista e o movimento resultante corresponde à musculatura
antagonista, ou seja, estes se alongam para permitir a contração dos agonistas.
Quando os neurônios motores do músculo agonista recebem impulsos excitatórios a partir
dos nervos aferentes, os neurônios motores que suprem os músculos antagonistas são inibidos
através dos impulsos aferentes.
Assim, a contração ou o alongamento duradouro do músculo agonista gera um relaxamento
ou a inibição do antagonista. Igualmente, um alongamento de curta duração do músculo
antagonista favorece a contração do agonista. Trata-se de uma técnica baseada no
alongamento pela técnica de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).
● Técnica
Trata-se de contrair o músculo oposto ao encurtado, assim o �sioterapeuta deve posicionar
o paciente de forma a alongar confortavelmente o músculo-alvo do tratamento mediante
contração da musculatura oposta. Deve-se resistir ao movimento de tal forma a ir reduzindo
sua resistência para que o paciente consiga ir ganhando amplitude. Para elucidar,
utilizaremos como exemplo o bíceps femoral. Para alongá-lo devemos resistir à extensão de
joelho e ir reduzindo essa resistência para que o paciente consiga ganhar amplitude,
alongando re�examente a musculatura �exora de joelho.
● Objetivo
Alongamento de músculo retraído que não consegue ser diretamente alongado devido à
dor, um exemplo dessa condição são as câimbras.
● Indicação
Prevenção de contraturas ou quando já estão instaladas, recuperação de amplitude de
movimento �siológica e mobilidade dos tecidos moles, aumentar a �exibilidade antes e
depois dos exercícios de fortalecimento, prevenirou reduzir os riscos de lesões dos músculos
e tendões relacionados à atividade física e desequilíbrios musculares.
● Contraindicação
Bloqueios ósseos ou corpos estranhos, fraturas recentes, processos in�amatórios ou
infecciosos agudos, dor aguda ou movimento articular ou alongamento, suturas cirúrgicas e
hematomas.
Técnicas miotensivas
Trata-se de técnicas que aproveitam a força muscular para mobilizar uma articulação bloqueada. Após
realizar uma contração, o músculo torna-se mais relaxado do que era antes da contração. Tal fenômeno é
amplamente utilizado para aumentar a e�cácia do alongamento. Primeiramente, deve ser feita uma
avaliação cinético-funcional detalhada para localizar a articulação bloqueada.
● Técnica
Após a adequada localização da articulação a ser mobilizada, em qual direção e em que direção, o
paciente deve ser posicionado de tal forma que favoreça esse movimento. Imediatamente após, o
�sioterapeuta solicita uma contração na direção oposta, devendo �xar a posição para que mesmo
diante da força do paciente o movimento não ocorra (isometria). Após alguns segundos de contração,
o terapeuta força a postura levando a uma mobilização lenta e controlada da articulação bloqueada.
● Objetivo
Mobilização de articulação bloqueada.
● Indicação
Mobilizações articulares que não requerem estímulo nervoso, mobilizações conjuntas nas quais as
técnicas de alta velocidade não devam ser executadas após uma técnica de alta velocidade, quando
ainda é necessário melhorar o movimento.
● Contraindicação
Quando a postura necessária para a mobilização articular seja dolorosa ou cause outro sintoma, como
tontura.
Crochetagem
A crochetagem é um método de liberação miofascial que se utiliza de um instrumento metálico que
apresenta uma curvatura na sua extremidade �nal (em formato de gancho), aplicado e mobilizado contra
a pele, situados em profundidade e inacessíveis à palpação digital para tratamento das algias mecânicas do
aparelho locomotor para a destruição das aderências e dos corpúsculos irritativos interaponeuróticos ou
mioaponeuróticos.
● Técnica
Primeiramente, o �sioterapeuta deve fazer uma busca palpatória nas regiões adjacentes ao
local da dor. Essa busca segue as cadeias lesionadas que estão em relação anatômica com a
lesão. Isso é fundamental para evitar o aumento da dor pelo efeito rebote. Então, após a
palpação da área a ser tratada, é feita a palpação com o gancho que permitirá localizar
precisamente as �bras conjuntivas aderentes e os corpúsculos �brosos. Depois, deve-se
proceder realizando movimentos lentos no sentido anteroposterior. Nessa etapa, já é
possível interpretar a resistência encontrada. Finalmente, realiza-se uma tração
complementar através do gancho com o intuito de alongar ou romper as �bras conjuntivas
que formam a aderência ou para deslocar ou achatar o corpúsculo �broso.
● Objetivo
Tratar as algias de origem mecânica do aparelho locomotor.
● Indicação
Aderências �brosas que di�cultam o movimento de deslizamento, a circulação sanguínea
venosa e linfática; as aderências provenientes de traumas com derrame tecidual; as
aderências consecutivas a uma �brose cicatricial cirúrgica; as disfunções locomotoras; as
nevralgias provenientes de irritação mecânica dos nervos periféricos e as síndromes tró�cas
dos membros.
● Contraindicação
Pele em más condições como aquelas hipotró�cas, com ulcerações ou dermatoses; em
situação de mau estado circulatório, apresentando fragilidade capilar sanguínea, reações
hiperhistamínicas, varizes venosas e adenomas; paciente em uso de anticoagulantes.
Massagem transversa de Cyriax
Trata-se de uma técnica de massagem profunda que consiste em movimentos de fricção transversais
às �bras do tecido envolvido. Através desses movimentos são liberadas as estruturas doloridas das
aderências existentes e prevenindo a formação de outras devido a um aumento na maleabilidade
tecidual.
● Técnica
Realizar a manobra de fricção transversal utilizando o dedo indicador apoiado pelo dedo médio
ou ao contrário, o dedo médio apoiado pelo indicador estabilizado pelos outros dedos ou até o
polegar com os demais dedos em contraposição. As manobras devem ser localizadas com duração
de 3 a 5 minutos para lesões agudas ou até de 15 a 20 minutos para lesões crônicas. As regiões
tratadas �cam sensibilizadas, mas ainda assim não é recomendado diminuir a pressão da
manobra, apenas aumentar o intervalo entre as sessões, que pode variar entre dois e sete dias.
● Objetivo
Tratar aderências teciduais diminuindo a dor.
● Indicação
Cicatrizes antigas e imóveis, lesões musculares, tendinosas e ligamentares. As fricções transversais
agem num maior aporte sanguíneo para os tecidos mal vascularizados, fazendo com que esses
tecidos sejam mais bem nutridos.
● Contraindicação
Processos infecciosos, doenças de pele, neoplasias ou tuberculose, lesões vasculares como
trombo�ebite e trombose venosa profunda.
Posturologia
Trata-se de um método de avaliação corporal global, que tem a �nalidade de tratar e evitar
desequilíbrios crônicos decorrentes dos desajustes posturais. Todos os seres humanos precisam de
uma postura corporal estável e equilibrada para apoio, na qual movimentos voluntários e
coordenados possam ser iniciados como parte das funções naturais. Postura é a posição que as
distintas partes corporais têm em relação umas às outras:
Postura ideal
Precisa ter equilíbrio entre as estruturas de apoio, com o mínimo de esforço
 sobrecarga e com a máxima e�ciência do corpo.
Má postura
Refere-se a um processo de lesões motoras repetitivas resultantes de um
biomecânica de�ciente que cria alavancas que causam várias cargas de trabalho para o
istemas articulares.
A Academia Americana de Ortopedia refere-se à postura como o equilíbrio musculoesquelético
que favorece a proteção das demais estruturas do corpo contra traumas. A manutenção de uma
postura adequada requer tônus e �exibilidade muscular adequados, já que os músculos necessitam
agir continuamente contra a gravidade e em harmonia um com o outro. A contração dos músculos
antagonistas é essencial para permitir as várias articulações do pescoço, dos ombros e dos membros,
que são responsáveis pelo suporte de peso do corpo e caracterizam a postura como um complexo
sistema funcional.
O ser humano nunca está em total equilíbrio mecânico, uma vez que não possui um corpo estático
ou rígido, mas busca constantemente seu equilíbrio. O controle da postura durante a deambulação,
em pé ou sentado, demonstra a capacidade do indivíduo de manter o centro de pressão (CDP), que
coincide com a projeção perpendicular do centro de gravidade (CDG), dentro dos limites de
estabilidade, ou seja, bordas de uma área no espaço onde o corpo possa manter sua posição sem
modi�car a base de suporte.
Os limites de estabilidade não são �xos e mudam de acordo com as condições da atividade do
sujeito, a situação do sistema musculoesquelético, os estados emocionais e os aspectos relacionados
ao meio ambiente. Se a qualquer momento o CDP extrapolar os limites de estabilidade, a queda
será inevitável, exceto se uma manobra de correção repentina for realizada. O sistema de equilíbrio
evita quedas por meio de ajustes contínuos da postura em pé e reduz as in�uências
desestabilizadoras, como a gravidade ou outros vetores de força.
Existem diversas estratégias para manutenção do equilíbrio, que variam de acordo com a
intensidade do estímulo desestabilizador e impedem que o CDP extrapole os limites de
estabilidade, como: a estratégia do tornozelo e a estratégia do quadril.
● Estratégia do tornozelo
● Gira o corpo em torno da articulação tíbia-talar, resultando principalmente
em esforços de direção anteroposterior.
● Estratégia do quadril
● Concentra os movimentos em torno dessa articulação e é produzida quando
a base de suporte é pequena e quando o CDG se move rapidamente em
direção aos limites da estabilidade. Essa estratégia produz principalmente
esforços de direção no meio lateral.
Vários sistemas auxiliam na manutenção e regulação dessa posturaespecí�ca para cada um: a visão,
o aparelho vestibular e a propriocepção plantar trabalham como sensores por meio dos quais as
informações entram pela periferia e atingem o nível do sistema nervoso central (SNC). Favorecendo
o reconhecimento e �ltragem, além de nos conscientizar da posição adotada em todos os
momentos, ao mesmo tempo, o SNC envia impulsos adequados à periferia, no nível do sistema
musculoesquelético, em resposta à adaptação da postura de acordo com as necessidades de cada
momento.
Para realizar esse "feito" neuro�siológico, o corpo utiliza fontes distintas, o ouvido interno é um dos
elementos fundamentais. Se, em termos funcionais, o ouvido interno, incorporado na massa
petrosa, não é muito bem regulado, isso não se aplica aos pés e aos olhos. Esses elementos
constituem os principais insumos do sistema, sendo que toda modi�cação do suporte no solo ou da
convergência ocular terá repercussões na postura.
No conceito de manutenção da estabilidade, o pé se torna a entrada plantar do sistema postural
"�no", que informa a posição do corpo em relação ao solo. Manipulando a entrada do pé, podemos
modi�car toda a postura do indivíduo. Isso é obtido modi�cando as informações recebidas dos
apanhadores de pés. Os exteroceptores (barorreceptores, células de Paccini e Golgi), presentes na
planta do pé, percebem variações na pressão. Já os proprioceptores (corpúsculos de Ru�ni e
Paccini, eixos neuromusculares e órgãos tendinosos de Golgi), presentes nas articulações, relatam
angulação, velocidade e direção do movimento.
Quando há falha dos sensores e proprioceptores dos olhos, pés, vestíbulos e órgãos responsáveis
 pela transmissão de dados ao sistema nervoso, um trabalho adicional é feito pelo organismo para
recuperar o equilíbrio, resultando em fadiga, dor lombar, dor cervical e lesões osteomusculares
graves e outras disfunções �siológicas. Testar a regulação do tônus postural ajuda o �sioterapeuta a
compreender o mecanismo da lesão, fornecendo novas ferramentas para a abordagem do paciente.
A estabilometria veri�ca e quanti�ca as oscilações posturais do paciente em pé, em diversas
situações, ajudando a compreender sobre seu equilíbrio e seu sistema postural; estudando a
projeção na base do suporte, o centro de pressão associado ao centro de gravidade do corpo.
Após realizada uma minuciosa avaliação postural, o �sioterapeuta conta com diversas técnicas que
atuam tanto na prevenção quanto na recuperação das disfunções posturais. As tabelas a seguir
mostram uma sugestão de avaliação postural.
Tipos de posturas
Cada indivíduo possui suas peculiaridades posturais, porém, de forma geral, observamos quatro
diferentes padrões posturais:
● Postura cifótica: Caracterizada por uma curvatura aumentada na parte torácica da coluna
vertebral. Também apresenta outras peculiaridades, como projeção de queixo ou cabeça,
hiperextensão cervical, abdução de escápulas, coluna torácica em �exão, reto do abdome
proeminente e/ou tenso.
● Postura lordótica: Curvatura lombar exagerada, inclinação anterior da pelve, reto do
abdome, oblíquos externos, glúteos médio e máximo fracos, músculos isquiostibiais
tensos, quadril em �exão, musculatura lombar e �exores de quadril fortes.
● Postura reti�cada das costas: Possui uma curvatura lombar reduzida, cabeça para
frente, inclinação pélvica posterior, musculo reto do abdome e isquiotibiais
encurtados e fortes, �exores do quadril fracos e alongados, joelhos hiperextendidos.
Técnicas posturais
Atualmente, o �sioterapeuta conta com inúmeros métodos de trabalho postural, cabendo a ele
de�nir as ferramentas que serão utilizadas, além de se especializar para o uso correto, uma vez que
na graduação conhecemos de forma rasa cada uma delas, não tendo o tempo necessário para o
adequado treinamento de cada uma. Sendo assim, abordaremos a seguir os métodos mais utilizados
hoje.
Pilates
Trata-se de um método que integra todo o corpo, trabalhando isoladamente ou em conjunto cada parte
corporal por meio da aplicação dos princípios de movimento e estabilidade. Cada exercício tem um
objetivo ou foco muscular, como controle motor, �exibilidade, equilíbrio muscular, entre outros. As
áreas trabalhadas vão sendo recrutadas em níveis progressivos diferentes para oportunizar ao paciente a
construção da habilidade e construção que cada exercício vai requerendo.
Reeducação Postural Global (RPG)
O RPG é um método baseado na teoria do “campo fechado”, que busca esclarecer as razões as quais
fazem com que os seres humanos consigam se manter em pé para realizar seus movimentos. No conceito
desse método, para o ser humano conseguir se manter em pé para realizar todas suas atividades
cotidianas depende da harmonia entre as cadeias musculares estáticas e dinâmicas, as quais quando
ativam e relaxam nos permite realizar tais movimentos com equilíbrio e força necessários.
O RPG, com suas posturas, permite que tais musculaturas atuem harmoniosamente, de forma global o
que evita ou até recupera disfunções posturais e, assim, as dores e incômodos causados por ela.
Método hipopressivo
O método hipopressivo é uma técnica que trabalha com exercícios posturais e respiratórios associados a
um ritmo de execução e metodologia de treino especí�ca. O termo hipopressivo se refere à negativação
de pressão nas três cavidades (torácica, abdominal e pélvica). Dessa forma, durante a execução das pautas
posturais, além do controle postural, associa-se respiração controlada com vácuo abdominal.
O método hipopressivo é uma das poucas ferramentas de trabalho postural com excelentes benefícios,
tanto no mundo fitness como no tratamento clínico, uma vez que seus benefícios não incluem apenas
melhoras posturais, mas também promovem prevenção e tratamento de diástase abdominal e
incontinência urinária, redução de circunferência abdominal, melhoras na performance esportiva e na
relação sexual, além de seus inúmeros benefícios ao trabalho puramente postural.
Quando foram criados eram destinados à recuperação pós-parto, porém logo depois começou a sofrer
adaptações que o consagraram no meio fitness devido aos seus inúmeros benefícios, principalmente aos
músculos estabilizadores do tronco (core abdominal).
Anatomia palpatória
Quando falamos em terapia manual, torna-se indispensável o conhecimento das técnicas de anatomia
palpatória, uma vez que não basta ao �sioterapeuta saber tratar, antes é preciso saber diagnosticar e, para
tanto, saber localizar e identi�car as estruturas anatômicas é fundamental.
A palpação deve ser realizada no momento da inspeção, já que as estruturas inspecionadas são as mesmas
que devem ser palpadas. Podemos palpar pele, tecidos, moles, subcutâneos, estruturas ósseas e
articulares.
Dominar a arte da palpação depende de prática, então, apenas treinando e insistindo você conseguirá
identi�car as estruturas anatômicas por meio do tato. Quando os olhos são fechados, o envolvimento das
mãos é ampliado devido à redução da entrada das informações de outros sentidos, aprimorando o uso do
tato.
A palpação pode ser realizada com a ponta dos dedos ou com toda a mão para facilitar o processo de
“sentir”, de acordo com o objetivo do �sioterapeuta. Toques mais leves são úteis para palpar tecidos
super�ciais e toques com maior pressão para músculos profundos e órgãos mais internos.
A palpação é uma ferramenta extremamente útil para o adequado tratamento do paciente. Na pele, por
exemplo, devemos começar com toque leve, investigando a temperatura tecidual, presença de aderências,
entre outras características, como dor, edema e crepitações. As tabelas a seguir mostram as estruturas
palpadas de acordo com cada região corporal.
Biomecânica óssea
O osso é um tecido vivo e dinâmico que tem como funções mecânicas sustentar e proteger outros
tecidos corporais e atuar como um sistema de alavancas rígidas que podem ser mobilizadas pelos
músculos que se inserem nelas.
Toda a força e resistência óssea a uma eventual fratura é dependente de sua composição material e
da estrutura organizacional. Osminerais colaboram para a rigidez óssea e para a resistência à
compressão, o colágeno contribui para sua �exibilidade e resistência à tração. O osso cortical é mais
rígido e forte do que o osso trabecular, porém este tem maior capacidade de absorção a choques.
O osso é um tecido dinâmico que é modelado e remodelado continuamente, conforme a lei de
Wol�. Os ossos crescem em termos de comprimento até que as lâminas epi�siais se fecham na
adolescência, mas os ossos sofrem modi�cações de forma contínua em densidade, tamanho e
formato por meio das ações dos osteoblastos e osteoclastos.
Biomecânica muscular
O músculo é um tecido elástico e extensível que responde ao estímulo e é o único tecido biológico que
produz tensão.
A unidade motora é a unidade funcional do sistema neuromuscular, ela consiste em um único neurônio
motor e todas as �bras que ele inerva. As �bras de uma unidade motora podem ser de contração lenta,
rápida com resistência à fadiga ou rápida e rapidamente fatigável. Ambas as �bras (contração lenta ou
rápida), estão presentes em todos os músculos humanos, porém a proporção dessa composição é
variável. Nos músculos esqueléticos humanos, o número e a distribuição das �bras musculares podem
ser determinados pela genética e ter relação com a idade. Em relação a sua organização, as �bras podem
ser paralelas ou peniformes.
A disposição peniforme permite a produção de força.
O arranjo paralelo das �bras favorece o maior encurtamento muscular.
Os músculos respondem aos estímulos produzindo tensão. Quando outras forças estiverem agindo, a
ação resultante poderá ser concêntrica, excêntrica ou isométrica. Dessa forma, o músculo poderá
diminuir, aumentar ou manter seu comprimento durante essa ação. O sistema nervoso central atua
fazendo o gerenciamento do recrutamento das unidades motoras de tal forma que a velocidade e a
magnitude da produção de tensão muscular sejam de acordo com as necessidades da atividade.
Existe uma de�nição das relações entre o desenvolvimento muscular de força e a velocidade do
encurtamento muscular, o comprimento muscular no momento do estímulo e o tempo a partir do
início do estímulo. Quando um músculo é ativamente previamente alongado, sua produção de força é
aumentada, isso se deve à contribuição extra dos componentes elásticos do músculo e da facilitação
neural.
O desempenho muscular se traduz em força, potência e resistência muscular. A força é a capacidade de
um grupo muscular produzir torque em uma articulação, a potência é a taxa da produção de torque em
uma articulação e a resistência é a capacidade de resistir à fadiga.
Biomecânica dos membros superiores
O ombro é a articulação mais complexa do corpo humano, possui quatro articulações diferentes
atuantes nos movimentos. A articulação glenoumeral é esferóide frouxamente estruturada, nela a
amplitude de movimento é substancial e pouco estável. A articulação esternoclavicular promove pouco
movimento dos ossos da cintura escapular, clavícula e escápula. Os movimentos da cintura escapular
favorecem o adequado posicionamento da articulação glenoumeral em diferentes movimentos umerais.
Movimentos mínimos também são permitidos nas articulações acromioclavicular e coracoclavicular.
● Articulação umeroulnar
● Gerencia a �exão e a extensão do cotovelo. Nas articulações radiulnares
proximal e distal ocorrem os movimentos de pronação e supinação do
antebraço.
● Articulação condilóide
● Entre o rádio e os três ossos do carpo permitem o movimento do punho que
incluem �exão, extensão, �exão radial e ulnar.
Na mão, às articulação carpometacarpal do polegar, metacarpofalângicas realizam a maior parte dos
movimentos e nas articulações interfalângicas os gínglimos.
6.3 Biomecânica dos membros inferiores
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O membro inferior tem como principais funções a sustentação de peso e locomoção. O quadril é uma
articulação do tipo esferóide típica, que realiza �exão, extensão, abdução, adução, abdução horizontal,
adução horizontal, rotação medial e lateral e circundução permitidas.
Joelho
É uma articulação complexa composta por duas articulações elipsóides lado a lado. Os meniscos medial e
lateral facilitam o encaixe entre as superfícies articulares dos ossos e ajudam a absorver as forças transmitidas
por meio da articulação. Muitos ligamentos cruzam o joelho limitando sua mobilidade. Neles, os
movimentos realizados são a �exão, extensão e mínima rotação da tíbia, apenas quando está em �exão.
Tornozelo
Constitui-se das articulações da tíbia e da fíbula com o tálus, sendo uma articulação do tipo
gínglimo que é reforçada lateral e medialmente pelos ligamentos. Os movimentos do tornozelo são
a dorsi�exão e a planti�exão.
Pé
É composto por vários ossos pequenos e suas articulações, os movimentos dessa articulação são a
inversão e eversão, abdução e adução, �exão e extensão dos dedos do pé.
6.4 Biomecânica da coluna e pelve
A coluna vertebral compõe-se de 33 vértebras que se dividem em cinco regiões: cervical, torácica, lombar,
sacral e coccígea.
A coluna cervical, torácica e lombar possui segmento móvel, que são os pares de vértebras adjacentes e seus
tecidos moles interpostos. Três articulações conectam as vértebras de cada segmento móvel. Os discos
intervertebrais têm a função de amortecer o impacto nas articulações vertebrais que sustentam o peso.
Os músculos do pescoço e do tronco são nomeados em pares, um de cada lado do corpo. Esses músculos
trabalham realizando a �exão e/ou rotação lateral do tronco quando agem unilateralmente e a �exão ou
extensão do tronco quando agem de forma bilateral.
As forças atuantes sobre a coluna vertebral incluem o peso do corpo, a tensão nos ligamentos vertebrais e a
tensão nos músculos circundantes, a pressão intra-abdominal e qualquer carga aplicada externamente.
A coluna vertebral atua como caixa protetora da medula espinhal, por isso as lesões vertebrais são tão graves.
Desequilíbrios musculares e suas repercussões
Os desequilíbrios musculares referem-se à diferença de força e �exibilidade entre grupos musculares que
agem sobre uma mesma articulação. Geralmente, isso acontece quando um grupo muscular está mais
forte, encurtado ou tensionado que seu antagonista.
O equilíbrio do corpo é totalmente relacionado ao sistema nervoso central, ao feedback sensorial das
estruturas osteoligamentares e ao controle da musculatura ativa. Dessa forma, quando ocorre uma
disfunção, o resultado é a instabilidade, que de alguma forma será compensada pelo corpo. Para
compensar esses desequilíbrios musculares, os músculos mais utilizados tornam-se mais fortes ou
encurtados em detrimento dos seus antagonistas que se tornam mais fracos.
Diversos são os fatores contribuintes e agravantes dos desequilíbrios musculares. Um deles é o
desalinhamento postural resultante de uma alteração do posicionamento das estruturas ósseas. Também
há sobrecargas excessivas em algumas articulações, ligamentos ou outras estruturas que corroboram para
as lesões agudas ou até mesmo crônico-degenerativas.
Como explicação para os desequilíbrios musculares, também temos as causas secundárias como uma
lesão antiga, como em lesões traumáticas e neurológicas que muitas vezes trazem como consequência a
inibição ou facilitação das contrações de determinados músculos. Um desequilíbrio muscular
di�cilmente é percebido na sua fase inicial, sendo percebido apenas quando se iniciam seus quadros
álgicos e/ou deformidades.
Quadril
Em virtude de sua localização central, as forças provenientes dos membros inferiores são
transmitidas para cima por meio dos quadris, para a pelve e para o tronco durante a marcha e outras
atividades dos membros inferiores. Os quadris também suportam o peso do tronco, cabeça e
membros superiores.
Estrutura e função do quadril
A cintura pélvica, também chamada de cíngulo domembro inferior, une o membro inferior ao tronco e
tem um papel importante na articulação do quadril e nas articulações vertebrais. Os ossos da articulação
do quadril constituem na região proximal da pelve e do fêmur, conforme pode-se observar na �gura a
seguir. Estruturalmente, a pelve e o fêmur são apropriados para dar apoio ao peso e transmitir as forças
através das articulações do quadril.
A articulação sacroilíaca é uma articulação sinovial, estável, com componentes móveis e �brosos.
Uma vez que a função dessa articulação é a estabilização pélvica, ajuda a prevenir a mobilização
excessiva. Existem vetores de forças que são paralelos, mas não estão na mesma direção nem no
mesmo eixo, de forma que o peso da cabeça e do tronco são direcionados verticalmente ao sacro.
Uma pessoa que está completamente em apoio monopodal, 100% da carga é direcionada à
articulação sacroilíaca, ao passo que estando em apoio bipodal, o peso está distribuído 50% em cada
perna.
A cintura pélvica é constituída para resistir às tensões provocadas pelo peso do corpo e pela vigorosa
musculatura. Compreende dois ossos: o ílio superiormente e o sacro (o ísquio inferiormente e o
púbis anteriormente). Os ossos púbicos estão unidos anteriormente pela sín�se púbica
Para melhor compreender o conteúdo, é necessário retomar o estudo biomecânico da cintura
pélvica em cinemática (estudo do movimento de partículas e corpos rígidos no espaço) e cinética
(estudo das forças que produzem, param ou modi�cam o movimento dos objetos).
A articulação sacroilíaca é responsável pelo movimento do tronco e dos membros inferiores, tendo
dois movimentos:
Nutação é a movimentação do promontório sacral para frente, havendo inclinação anterior da
região superior do sacro.
Contranutação é o oposto, o movimento para trás do promontório sacral, havendo inclinação
posterior da região superior do sacro.
Para que ocorra a rotação anterior do inominado, o indivíduo deve �etir para frente o tronco
(quando ele se senta a partir da posição de decúbito dorsal), havendo uma rotação da cintura
pélvica como um todo sobre os fêmures.
Rotação anterior unilateral
A rotação anterior unilateral ocorre durante a extensão do membro inferior, representando o
mesmo que a contranutação do sacro.
Rotação posterior
A rotação posterior do inominado ocorre bilateralmente durante a extensão do tronco (havendo a
rotação da cintura pélvica como um todo sobre os fêmures).
Rotação posterior unilateral
A rotação posterior unilateral ocorre durante a �exão do membro inferior, representando o mesmo
que a nutação do sacro.
Em pessoas jovens, a articulação sacroilíaca geralmente é móvel, mas com o passar da idade tornam-se
progressivamente rígidas.
Músculos e ligamentos têm uma função muito importante na estabilização da articulação sacroilíaca.
Em alguns estudos utilizando traçados de eletromiogra�a, foi observado que a fraqueza de determinados
músculos ou grupos musculares ocasionava certa instabilidade na região, o que posteriormente
acarretava dores lombares. Além disso, observou-se que em alguns pacientes com queixas de dores na
articulação sacroilíaca o traçado mostrava um atraso na contração de alguns músculos considerados
importantes na estabilidade local.
Sabe-se que não existe um único músculo ou grupo muscular responsável pela articulação, o que existem
são cerca de 40 músculos que podem in�uenciar o movimento articular. O sacro move-se quando a
coluna vertebral muda de posição e o ilíaco quando as extremidades inferiores alteram sua posição.
Disfunção sacroilíaca
Subluxação
De�nida como uma luxação posterior do ilíaco sobre o sacro.
Rotação
Acontece quando há um desequilíbrio muscular axial e apendicular, uma vez que o mecanismo
lombo pélvico excede o seu potencial de adaptação.
Exacerbação
É uma disfunção decorrente de uma assimetria articular, quando o plano articular encontra-se
excessivamente anteromedial lizado ou póstero-lateralizado.
As articulações sacroilíacas estão livres. Os movimentos dos dois ilíacos seguem as direções impostas pelo
movimento, por isso, uma tensão pode levar o ilíaco a uma rotação anormal.
A certeza é que uma articulação sinovial, componente da sacroilíaca, tem como função principal o
movimento. Se, por algum motivo, a articulação é impedida de realizar movimentos normais, inicia-se um
ciclo disfuncional com implicação em todos os tecidos circunjacentes. A consequência é a hipomobilidade,
dor, espasmo muscular e, �nalmente, os tecidos acabam adaptando-se à condição disfuncional.
As disfunções da articulação estão relacionadas com o exagero dos movimentos �siológicos do ílio em relação
ao sacro. Os membros inferiores são responsáveis pelos mecanismos lesionais. Uma lesão que ocorre
posteriormente é acompanhada por espasmos dos músculos espinhais lombares, iliopsoas, glúteo máximo e
piriforme. Os sinais clínicos de tais lesões incluem: perna encurtada homolateral, espinha ilíaca
póstero-superior baixa e posteriorizada; espinha ilíaca ântero superior mais alta e posteriorizada, sulco
profundo e sín�se púbica alta.
Testes diagnósticos para a articulação sacroilíaca
Conceitualmente, o diagnóstico osteopático utiliza-se de três preceitos: a assimetria das estruturas do
sistema musculoesquelético, a amplitude de movimento de uma articulação e a alteração de textura que
os tecidos podem apresentar. Por outro lado, testes irritativos podem ser empregados pelo �sioterapeuta
com �ns provocativos e avaliativos dos movimentos artrocinemáticos, objetivando encontrar dor ou
alguma alteração de mobilidade da articulação.
A testagem da sacroilíaca é desa�adora por alguns motivos: os testes acabam movimentando outras
articulações, a quantidade relativamente pequena de movimento articular é difícil de ser mensurada. O
difícil acesso à articulação acaba sendo um empecilho, uma vez que pode deixar dúvidas sobre aspectos
clínicos relevantes correspondentes às disfunções sacroilíacas. Uma disfunção da articulação sacro-ilíaca
leva a uma diferença no comprimento dos membros inferiores, torção e obliquidade pélvica e aumento
da dor ao sentar.
Testes provocativos
Os testes provocativos são manobras que provocam tensão na articulação sacroilíaca e, por
consequência, provocam dor. Infelizmente não são especí�cos, no entanto apresentam boa
con�abilidade e boa reprodutibilidade para uso clínico. Os testes de Patrick e de Gaenslen são exemplos
bem conhecidos e serão detalhados a seguir.
● Teste de Patrick
Também chamado de Fabere. O paciente �ca posicionado em decúbito dorsal com o membro
inferior em posição de �exão, abdução e rotação externa, de maneira que a posição forme um quatro.
O teste permite o estresse da articulação sacroilíaca do lado em que o membro inferior está
posicionado. O �sioterapeuta pressiona o joelho ipsilateral para baixo e faz uma pressão contra a
espinha ilíaca anterossuperior da pelve do lado contralateral. Se houver relato de dor ispilateral
durante o teste, é considerado positivo.
● Teste de Gaenlsen
A posição do paciente é em decúbito dorsal na beira da maca com os joelhos abraçados. O
�sioterapeuta �ca ao lado da maca e solicita que deixe o membro inferior pendendo para fora. A
posição �nal do teste ocasionará uma rotação da articulação sacroilíaca no lado testado. Se o paciente
referir dor na região posterior, é considerado positivo.
2.2 Testes de mobilidade
Os testes de mobilidade baseiam-se nas alterações de uma referência que podem surgir em movimentos
padronizados. Esses testes têm baixa con�abilidade, por isso seu uso é sugerido com cautela. São
exemplos de testes de mobilidade o teste de Gillet e o teste de rotação de quadril.
No teste de Gillet, o paciente deverá �car em pé. O �sioterapeuta palpa a crista ilíaca postero-superior
(EIPS) do lado que se quer testar com uma mão e o processo espinhoso de S2 com a outra mão. O
paciente deve �exionar o quadril a 90º. O examinador deve sentir movimento inferior e lateralmente da
EIPS em relação ao sacro. O teste é considerado positivo quando esse movimentofor ausente. O
examinador deve, então, comparar esse lado com o lado oposto. Um método alternativo para o presente
teste é palpar ambas as EIPS ao mesmo tempo e comparar a posição �nal. Ao realizar o teste, o
�sioterapeuta objetiva avaliar a limitação de mobilidade na região sacroilíaca.
No teste de rotação de quadril, a posição do paciente é sentada e o movimento que irá realizar é a
abdução e a adução. O �sioterapeuta posiciona-se atrás do paciente de modo que consiga palpar com as
mãos as espinhas ilíacas póstero-superior. Espera-se que na abdução (ou rotação externa), as espinhas
ilíacas se juntem e na adução (rotação interna) se afastem.
O teste de Downing é o mais utilizado para veri�car a rotação anterior e posterior dos ilíacos, através de
uma rotação externa e interna do quadril respectivamente. Sendo utilizado para determinar se o osso
ilíaco está bloqueado em posterior, o que deixa o membro mais curto ou em anterior, deixando o
membro mais longo. A correção dessas alterações dá-se pela técnica de thrust, para normalização anterior
ou posterior.
O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com os membros inferiores em extensão. O �sioterapeuta
deve pedir para que o paciente faça �exão de 90º da coxa, eleve a pelve da maca e retorne (para
equilibrar/neutralizar a pelve). O avaliador faz extensão dos membros inferiores passivamente e marca e
toma contato na borda inferior dos maléolos mediais para buscar veri�car o comprimento dos membros
inferiores. Depois, passivamente, realiza abdução e rotação interna da coxa do paciente e retorna.
Nessa manobra, espera-se que o membro inferior que está sendo testado encurte. Após essa manobra de
encurtamento, o avaliador deve novamente palpar os maléolos mediais e veri�car se ocorreu ou não o
encurtamento esperado.
Reequilibrar/neutralizar a pelve e logo após, passivamente, realizar adução e rotação externa da coxa do
paciente e retorna. Nessa manobra, espera-se que o membro inferior que está sendo testado alongue-se.
Após a manobra de alongamento, o avaliador deve novamente palpar os maléolos mediais e veri�car se
ocorreu ou não o alongamento esperado.
Técnicas para tratamento de disfunções da articulação sacro-ilíaca
Veremos a seguir as técnicas de disfunção da articulação sacro-ilíaca tanto de tecidos moles como
técnicas articulares.
Tecidos moles
● Técnica de energia muscular para disfunção de ilíaco anterior em decúbito dorsal
O paciente �ca em decúbito dorsal, com o membro inferior do lado da disfunção com �exão de 90º
da coxa. O �sioterapeuta �ca em pé, do lado a ser tratado, de frente para a pelve do paciente. Sua mão
cefálica contata a articulação sacroilíaca e sua outra mão contata a região proximal da tíbia do
paciente. Inicialmente, o �sioterapeuta busca uma barreira levando o ilíaco no sentido da rotação
posterior, até que se perceba esse movimento com a mão cefálica. Ao encontrar a barreira, o
�sioterapeuta estabiliza o membro inferior do paciente e pede que realize contrações isométricas (3 a
5 segundos) empurrando seu joelho no sentido da extensão da coxa. Ao �nal de cada contração, o
�sioterapeuta aumenta a amplitude de rotação posterior o ilíaco até que alcance uma nova barreira. A
técnica é considerada �nalizada quando não houver mais amplitude para aumentar após as
contrações. Geralmente são necessárias 3 a 5 contrações para que isso ocorra.
● Técnica de energia muscular para disfunção de ilíaco anterior em decúbito lateral
O paciente é posicionado em decúbito lateral contralateral à disfunção, com membro inferior do lado
a ser tratado em �exão. O �sioterapeuta �ca em pé à altura da coxa do paciente, com uma mão (a
posterior) na articulação sacroilíaca e a outra mão (anterior) controlando o joelho do paciente. O
paciente repousa o pé sobre a pelve (EIAS) do �sioterapeuta e o ilíaco é conduzido em rotação
posterior (�exão do quadril), até que a mão do �sioterapeuta perceba essa mobilidade. Em seguida, o
�sioterapeuta pede ao paciente que realize contrações isométricas (3 a 5 segundos), empurrando seu
joelho no sentido da extensão da coxa. Ao �nal de cada contração, o �sioterapeuta estimula o
aumento da amplitude de rotação posterior do ilíaco até que uma nova barreira seja sentida. A
técnica �naliza-se quando não houver mais amplitude para aumentar após as contrações. Geralmente
são necessárias 3 a 5 contrações para que isso ocorra.
● Técnica de energia muscular para disfunção de ilíaco posterior (Mitchell)
O paciente é posicionado em decúbito ventral. O �sioterapeuta �ca em pé, na altura da pelve do
paciente, contralateral à disfunção. Uma de suas mãos (a superior) faz contato na espinha ilíaca
póstero-superior do paciente e a outra mão (a inferior) sobre a região anterior e distal da coxa do
paciente. Em um primeiro momento o �sioterapeuta deve encontrar uma resistência (ou barreira) na
rotação anterior do ilíaco, levando a coxa em extensão até que a mão perceba essa mobilidade. Ao
encontrar a resistência, o �sioterapeuta estabiliza o membro inferior do paciente e orienta para que
realize contrações isométricas (3 a 5 segundos) em �exão do quadril – levando a coxa no sentido da
maca. Ao �nal de cada contração, o �sioterapeuta aumenta a resistência da extensão do quadril do
paciente. A técnica é �nalizada quando não houver mais amplitude para aumentar após as
contrações. Igualmente, são necessárias 3 a 5 contrações para que isso ocorra.
● Técnica de energia muscular para disfunção de ilíaco em rotação lateral
O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com o membro inferior do lado da disfunção com
�exão. O �sioterapeuta �ca em pé, do lado a ser tratado, de frente para a pelve do paciente. Uma das
mãos faz contato na articulação sacroilíaca. A outra mão faz contato com a região lateral do joelho do
paciente. Primeiramente, o �sioterapeuta deve encontrar a resistência (barreira) de rotação medial do
ilíaco, levando a coxa do paciente medialmente até que a mão perceba essa resistência. Ao encontrar a
barreira, o �sioterapeuta estabiliza o membro inferior do paciente e pede que realize contrações
isométricas (3 a 5 segundos) em abdução do quadril – levando a coxa no sentido lateral. No �m de
cada contração, o �sioterapeuta aumenta a resistência (barreira) em rotação medial do ilíaco (adução
do quadril). A técnica �naliza-se quando não houver mais amplitude para aumentar após as
contrações. Geralmente são necessárias 3 a 5 contrações para que isso ocorra.
● Técnica de energia muscular para disfunção de ilíaco em rotação medial
O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com o membro inferior do lado da disfunção com
�exão de 90º da coxa. O �sioterapeuta �ca em pé, do lado a ser tratado, de frente para pelve do
paciente. Uma das mãos faz contato com a espinha ilíaca anterossuperior do ilíaco oposto para
bloquear a pelve do paciente e a outra mão faz contato na região medial do joelho do paciente.
Primeiramente, deve-se buscar a barreira de rotação lateral do ilíaco levando sua coxa no sentido
lateral. Ao encontrar a barreira, o Osteopata estabiliza o membro inferior do paciente e pede para que
ele realize contrações isométricas (3 a 5 segundos) em adução do quadril – levando a coxa no sentido
interno. Ao �nal de cada contração, o osteopata aumenta a barreira de abdução do quadril do
paciente. A técnica somente deve ser �nalizada quando não houver mais amplitude para aumentar
após as contrações. Geralmente são necessárias 3 a 5 contrações para que isso ocorra.
● Técnica de relaxamento miofascial para torção pélvica esquerda
O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com adução da coxa esquerda e abdução máxima do
braço direito. O �sioterapeuta �ca em pé, à altura da coxa do paciente. Uma mão faz contato com a
região inferior da espinha ilíaca anterossuperior esquerda do paciente e a outra mão faz contato com a
região superior da espinha ilíaca anterossuperior direita do paciente. O �sioterapeuta busca uma
resistência (barreira) quando leva o ilíaco esquerdo no sentido posterior e o ilíaco direito no sentidoanterior. A técnica consiste em pedir respirações amplas e profundas ao paciente e, na expiração,
aumentar as resistências (barreiras) dos ilíacos. Repete-se a manobra até que a resistência (barreira)
máxima seja atingida.
Técnicas articulares
● Técnica semidireta de thrust para disfunção de ilíaco esquerdo anterior
O paciente é posicionado em decúbito lateral direito, com membro inferior direito em extensão.
Colocar a alavanca inferior �exionando o membro inferior esquerdo até o movimento atingir o
nível do braço maior da articulação sacroilíaca. A alavanca superior é colocada realizando �exão
do tronco até L5. O �sioterapeuta �ca em pé na altura da pelve do paciente e toma contato com
seu membro inferior direito para manipular com a técnica de kick. A mão direita faz contato
pisiforme sobre o ísquio (com antebraço orientado nos sentidos anterior e superior). A mão
esquerda estabiliza o tronco com contato no sulco deltopeitoral. A técnica consiste em reduzir o
slack com a mão caudal (direita) no sentido anterior e superior, e o thrust deve ser realizado no
mesmo sentido, simultaneamente ao kick.
● Técnica de mobilização para disfunção anterior (em DD)
O paciente �ca em decúbito dorsal, com �exão da coxa em 90º. O �sioterapeuta �ca na altura da
pelve do paciente, contralateral à disfunção, com a mão superior na espinha ilíaca
anterossuperior (o joelho do paciente faz contato com sua axila e seu tórax �ca em contato com a
tíbia do paciente) e a mão inferior no ísquio. Busca-se a resistência (barreira) de rotação posterior
do ilíaco aumentando a �exão do quadril e leva-se a espinha ilíaca anterossuperior no sentido da
maca e o ísquio no sentido do teto. Encontrada a resistência (barreira), aumenta-se a resistência
(barreira) de rotação posterior de maneira progressiva com movimentos lentos e rítmicos.
● Técnica de mobilização (volante) para disfunção anterior (em DL)
O paciente �ca em decúbito lateral contralateral à disfunção, com �exão da coxa em 90º. O
�sioterapeuta permanece na altura da pelve do paciente, com a mão superior na espinha ilíaca
anterossuperior (o antebraço passa por baixo da coxa do paciente) e a mão inferior no ísquio.
Busca-se a resistência (barreira) de rotação posterior do ilíaco aumentando a �exão do quadril e
levando a espinha ilíaca anterossuperior no sentido posterior e o ísquio no sentido anterior.
Encontrada a resistência (barreira), aumenta-se essa resistência (barreira) de rotação posterior de
maneira progressiva com movimentos lentos e rítmicos.
● Técnica de thrust para disfunção de ilíaco esquerdo em rotação lateral
O paciente em decúbito lateral direito (posição de lumbar roll), com rotação esquerda e �exão
do tronco até esses movimentos chegarem a S2. O �sioterapeuta �ca em pé na altura da pelve do
paciente. Uma mão contata com sua coxa caudal na região lateral da coxa do paciente (como na
manipulação em body drop). A mão esquerda estabiliza o tronco. O antebraço direito em
pronação é posicionado sobre região anterolateral do ilíaco (região anterior da crista ilíaca,
próximo à espinha ilíaca anterossuperior). A técnica baseia-se na redução do slack com a mão
esquerda aumentando a rotação do tronco e a mão direita deslocando-se no sentido do solo para
induzir a rotação medial do ilíaco.
● Técnica de thrust para disfunção de ilíaco esquerdo em rotação medial
O paciente é posicionado em decúbito lateral direito (posição de lumbar roll), com rotação
esquerda e �exão do tronco até esses movimentos chegarem a S2. O �sioterapeuta �ca em pé na
altura da pelve do paciente, olhando para a cabeça dele. A mão esquerda estabiliza o tronco e o
antebraço direito, em pronação, se posiciona na região posterolateral do ilíaco (região posterior
da crista ilíaca, próximo à espinha ilíaca póstero-superior). A técnica consiste em reduzir o slack
com a mão esquerda aumentando a rotação do tronco e a mão direita é deslocada na direção da
maca para induzir a rotação lateral do ilíaco. Não se utiliza contato de body drop na coxa do
paciente. O thrust é feito deixando o peso do tronco cair, com o antebraço levando a pelve em
direção ao solo.
● Técnica direta para disfunção de ilíaco anterior
O paciente é posicionado em decúbito ventral. O �sioterapeuta �ca em pé na altura da pelve do
paciente, faz contato pisiforme com a mão superior na região posterior da tuberosidade
isquiática do lado da disfunção reforçada pela mão inferior. O antebraço do contato inferior
deve estar voltado no sentido anterior (do solo) e cefálico. A técnica baseia-se em reduzir o slack
no sentido cefálico anterior utilizando o peso do corpo e realizar o thrust na mesma direção da
redução do slack.
Coluna cervical
A coluna cervical é um segmento da coluna vertebral composto por sete vértebras, que apresenta
uma curvatura em lordose �siológica. Por ser uma curvatura secundária, condiciona ampla
mobilidade nos três planos de espaço, porém precisa proporcionar estabilidade e coordenação aos
movimentos da cabeça. Do ponto de vista mecânico, é um segmento bastante exigido, tornando-a
vulnerável a distúrbios álgicos e/ou degenerativos em alguns segmentos, principalmente C5-C6 e
C6-C7. Clinicamente, a instabilidade nesse segmento é frequente.
Estudos sugerem que cerca de 70% das pessoas têm ou terão algum episódio de cervicalgia, esse
índice �ca atrás apenas das lombalgias. Esse segmento da coluna vertebral tem funções signi�cativas
do ponto de vista mecânico e articular e também relações �siológicas de grande importância para
outras partes do corpo.
Diagnóstico osteopático para a coluna cervical
As cervicalgias/cervicobraquialgias ocorrem por diversos motivos e são causas frequentes nas clínicas
�sioterapêuticas. Nos pacientes com queixa de dor nesse segmento (C3-C7), o �sioterapeuta deve
eliminar causas mais graves (tumor, fratura, impressão basilar etc.), que são contraindicadas ao
tratamento, e buscar sinais e sintomas característicos das patologias. Eliminadas as contraindicações,
deve-se investigar o tecido responsável pelos sintomas atuais para, assim, planejar e aplicar um
tratamento especí�co.
Testes articulares para a coluna cervical
● Teste de mobilidade analítica
● Estuda diferentes parâmetros de movimentos de cada segmento vertebral.
Com esses testes, é possível determinar os maiores parâmetros das disfunções
e, dessa maneira, eleger a técnica de correção mais adequada.
● Flexão-extensão
● O paciente �ca sentado na maca. O �sioterapeuta �ca em pé ao lado do
paciente. Uma mão contata o topo da cabeça do paciente. A outra contata
com a polpa dos dedos nas apó�ses espinhosas que deseja avaliar. Com a mão
que está na cabeça, induz-se o tronco movimentos de �exão-extensão, avalia a
qualidade do movimento e a sensação de barreira.
● Rotação
● O paciente �ca sentado na maca. O �sioterapeuta �ca em pé, atrás da cabeça
do paciente. Uma mão contata o topo da cabeça do paciente. A outra
contata bilateral nas lâminas da vértebra que deseja testar, com as polpas do
indicador e polegar. A mão da cabeça induz movimentos de rotação cervical
monitorando os movimentos com os contatos da mão para sentir as barreiras
de movimento. Quando é induzida uma rotação para a esquerda, por
exemplo, a lâmina direita deve anteriorizar, enquanto que a esquerda deve
posteriorizar.
● Inclinação lateral
● Paciente na mesma posição e �sioterapeuta em pé ao seu lado. Uma mão
contata o topo da cabeça do paciente. A outra palpa lateralmente as apó�ses
transversas dos níveis que quer avaliar com a polpa do polegar e indicador. A
mão da cabeça induz os movimentos de inclinação enquanto os contatos da
mão posterior induzem translações laterais das vértebras no sentido da
convexidade e analisam os movimentos que ocorrem nas transversas.
● Teste de Mitchell para a coluna cervical inferior
● Esse teste analisa a capacidade de translação lateral das vértebras cervicais e é possível diagnosticar
o tipo especí�co da disfunção. O paciente �ca em decúbito dorsal na maca. O �sioterapeuta,
sentado na cadeira, atrás da cabeçado paciente, contata com a polpa dos dedos (indicador e
médio) na face lateral dos processos transversos bilateralmente, da vértebra que quer testar. O
resto da mão toma contato com a face lateral do crânio do paciente. A coluna cervical deve estar
em posição neutra de �exão/extensão. O �sioterapeuta inclina passivamente a coluna cervical
para um dos lados ao mesmo tempo que realiza translação da vértebra para o lado da
convexidade com a polpa dos dedos. Esse deslizamento/translação é acompanhado
�siologicamente da inclinação para o lado oposto.
● Em caso de restrição articular na translação da direita para a esquerda, pode estar ocorrendo duas
situações distintas: 1) a faceta articular do lado esquerdo recusa desimbricar; ou 2) a faceta
articular do lado direito recusa imbricar. Para saber qual a disfunção, o �sioterapeuta impõe
�exão ou extensão no segmento e retesta a capacidade de translação da vértebra. Se durante a
�exão a capacidade de translação melhora, logo, FRS à esquerda. Se durante a extensão a
capacidade de translação melhora, logo, ERS à esquerda. Isso porque quando se aproxima a
vértebra do parâmetro disfuncional, a cápsula articular permite o movimento de translação mais
amplo. Quando se realiza uma translação da direita para a esquerda, há uma inclinação para a
direita e as facetas articulares ao lado direito são imbricadas e do lado esquerdo desimbricadas. Se
a vértebra está livre, o movimento ocorre sem resistência para ambos os lados.
● 4.4 Testes ortopédicos para a coluna cervical
● Teste de Spurling
● Utilizado para veri�car dores facetarias ou irritação neural. O paciente, sentado, inclina e roda cervical
para um lado. O �sioterapeuta �ca em pé atrás do paciente com uma mão localizada no topo da
cabeça do paciente. Com a outra mão, o examinador realiza pequenas compressões na mão que está
no topo da cabeça. Se o paciente não apresentar sintomas nessa posição, deve-se agregar a extensão
cervical para diminuir ainda mais o diâmetro do forame de conjugação e canal vertebral. Isso é
realizado bilateralmente.
●
● Teste de distração cervical
● Diferencia sintomas radiculares dos de origem muscular ou ligamentar. Com o paciente sentado o
�sioterapeuta contata o crânio do paciente com uma das mãos na região inferior da mandíbula e a
outra mão na fossa posterior do crânio. O �sioterapeuta exerce tração axial superior no crânio do
paciente. A distração cervical reduz a carga nos discos intervertebrais e também nas raízes nervosas
dos níveis cervicais. A redução dos sintomas radiculares quando a cervical é tracionada, é sinal
sugestivo de irritação nervosa de origem discal. O aumento dos sintomas durante esse procedimento
sugere alteração funcional cervical por patologias de origem articular, muscular e capsulo-ligamentar.
● Teste de depressão do ombro
● O paciente sentado e o �sioterapeuta atrás dele pressiona caudalmente um dos ombros enquanto
inclina a cervical para o lado oposto. A provocação dos sintomas radiculares é sinal de adesão do saco
dural e/ou raiz nervosa. A dor está aumentada no lado da musculatura alongada, assim como o tônus
está aumentado do trapézio e esternocleidomastóideo. A redução da sintomatologia no lado que não
está sendo alongado indica alterações funcionais envolvendo tensão muscular. O teste deve ser feito
bilateralmente.
● Teste de extensão cervical
● Com o paciente em pé ou sentado, o �sioterapeuta realiza extensão cervical máxima do paciente e
mantém por 20-25 segundos. Se o paciente referir aumento dos sintomas na região cervical,
interescapular ou membro superior, o teste é considerado positivo, sugerindo comprometimento
discogênico.
5 Técnicas para tratamento da coluna cervical
Veremos agora as técnicas para tratamento da coluna cervical tanto de tecidos moles como técnicas
articulares.
Técnicas de tecidos moles
● Técnica de streching dos músculos posteriores
Promove relaxamento da tensão das aponeuroses e fáscias dos músculos posteriores da região cervical,
reduzindo densidades, quebrando aderências e aumentando a vascularização. O paciente encontra-se em
supino e o �sioterapeuta �ca em pé, contrário ao lado dos músculos que trabalha. Uma mão faz contato
com o frontal para controlar o crânio. Os quatro dedos da outra mão são posicionados nos processos
espinhosos cervicais no lado contralateral. Realiza-se um tissue pull no sentido lateral. Essa técnica
preconiza o movimento rítmico de rotação da cabeça para o mesmo lado dos músculos trabalhados, ao
passo que a mão dos processos espinhosos é levada na direção do teto.
● Técnica de streching do esternocleidomastóideo
Promove relaxamento da tensão das aponeuroses e fáscias do esternocleidomastóideo (ECOM), reduzindo
densidades, quebrando aderências e aumentando a vascularização. O paciente é posicionado em supino e
o �sioterapeuta �ca em pé no lado oposto ao músculo que vai trabalhar. Uma mão contata o frontal para
controlar os movimentos da cabeça. Os quatro dedos da outra mão constatam a região posterior do ventre
do ECOM. A mão frontal impõe uma rotação da cabeça para o lado do ECOM trabalhado. A outra mão
leva as �bras do ECOM em direção ao teto. Esses movimentos são feitos ritmados até que se atinja os
objetivos da técnica.
● Técnica de inibição do longo do pescoço
Relaxa o músculo longo do pescoço e a aponeurose pré vertebral. O paciente �ca em decúbito dorsal e o
�sioterapeuta sentado atrás da cabeça do paciente. Se for tratar o longo do pescoço ao lado direito, deve-se
posicionar a mão direita com a polpa dos dedos (últimos quatro) por baixo das �bras do
esternocleidomastóideo, na direção dos corpos vertebrais cervicais (os dedos �cam transversais à coluna
vertebral). A mão esquerda inclina homolateral à cervical para relaxar os tecidos moles, permitindo que a
mão direita penetre o máximo possível próximo aos corpos vertebrais. Uma vez atingida a penetração
máxima dos dedos, o �sioterapeuta realiza compressão, seguida de pequenos movimentos cefalocaudal e
em círculo de forma alternada, para diminuir a tensão nas �bras musculares.
● Técnica de liberação fascial das �bras superiores do trapézio
O paciente �ca em decúbito lateral com a região a ser tratada para cima, �exão 90º do quadril e dos
joelhos. O �sioterapeuta, em pé na frente do paciente, contata com uma mão o antebraço abaixo do
cotovelo do paciente. A outra mão contata com a região tênar nas �bras superiores do trapézio.
Primeiramente, o �sioterapeuta com a mão que está no trapézio aproxima suas �bras levando a cintura
escapular na direção da cabeça. Depois, leva seu centro de gravidade na direção posterior, estirando as
�bras musculares enquanto a mão �xa essas �bras. A técnica é feita ritmada até a redução da densidade
tecidual.
Técnicas articulares
● Técnica de thrust para disfunções em E(extensão) R(rotação) S(inclinação lateral)
Desimbrica a faceta articular com um movimento de rotação em alta velocidade. Paciente em decúbito
dorsal e o �sioterapeuta em pé no lado esquerdo da cabeça do paciente. A mão esquerda contata com o
segundo dedo (articulação interfalangeana proximal ou distal) no processo articular esquerdo da vértebra
que se encontra em disfunção (imbricada). O polegar �ca na mandíbula e os outros dedos �cam
posicionados na fossa posterior do crânio. A mão direita controla a cabeça do paciente, contatando a face
lateral direita do crânio e deixando o ECOM direito entre o terceiro e quarto dedos.
Para parametrizar o paciente: inclinação esquerda até o nível, rotação direita de cerca de 45 graus e regular
a �exão/extensão até o nível, translação póstero-anterior e da esquerda para a direita. Reduz-se o slack em
rotação até a barreira motriz e aplica-se, em alta velocidade, um impulso em rotação direita.
● Técnicas de thrust para disfunções em F(�exão) R(rotação) S(inclinação lateral)
Imbrica a faceta articular contralateral à posteridade com um impulso em translação lateral. Paciente em
decúbito dorsal. O �sioterapeuta �ca em pé no lado esquerdo da cabeça do paciente. Sua mão esquerda
contataa face lateral do processo transverso esquerdo da vértebra em disfunção, o polegar na mandíbula e
os outros dedos na fossa posterior do crânio. O antebraço �ca voltado para o ombro contralateral do
paciente. A mão direita controla a cabeça do paciente, contatando a face lateral direita do crânio e
deixando o ECOM direito entre o terceiro e quarto dedos.
Para parametrizar o paciente: inclinação esquerda até o nível, rotação direita de cerca de 30º, translação da
esquerda para a direita. Alcançada a barreira motriz, aplica-se o impulso com a mão esquerda, em direção
ao ombro direito do paciente.
6 Coluna lombar
É uma curvatura secundária composta por cinco vértebras, sendo um segmento bastante móvel,
principalmente nos seus últimos níveis (L4 e L5). É frequente que nessas áreas ocorra maior incidência
de processos degenerativos que podem provocar sintomas locais e/ou nos membros inferiores em algum
momento da vida. É uma zona álgica do corpo humano com grande incidência de problemas.
Relaciona-se mecânica e neurologicamente com os membros inferiores, com vísceras abdominais e
pélvicas e com a pelve, como já discutimos. Apresenta mobilidade nos três planos de espaço, mas em
razão da anatomia de suas facetas articulares, apresenta mais capacidade de movimentos no plano sagital
(�exão e extensão) e pouca mobilidade nos planos transversal (rotação) e frontal (inclinação lateral).
Principais patologias da região lombar
A hipermobilidade pode gerar sobrecarga nas articulações interfacetárias, ocasionando a síndrome facetária.
A hérnia de disco, talvez a topologia mais recorrente, é caracterizada pelo deslizamento de uma parte do anel
�broso e/ou núcleo pulposo no canal vertebral ou forame de conjugação. Pode gerar in�amação local,
acometendo a raiz nervosa em decorrência da compressão mecânica, irritação química e resposta autoimune.
Avaliação da coluna lombar
A avaliação da coluna lombar tem um primeiro e grande objetivo no caso da existência de sintomas locais:
saber se a dor é de origem mecânica/funcional ou se tem origem estrutural. Na inspeção dinâmica,
recomenda-se a realização de movimentos em todos os planos para observar a qualidade dos movimentos,
presença de espasmos e/ou alteração de movimento. No intuito de que algum sintoma de dor seja relatado
pelo paciente.
Testes articulares
No teste articular Quick scanning para coluna lombar, o paciente é posicionado na maca e o �sioterapeuta
em pé, ao lado do paciente, estabiliza o tronco com uma das mãos e posiciona a outra mão nos processos
espinhosos das vértebras lombares. O antebraço �ca direcionado no sentido póstero-anterior. Desloca-se as
vértebras no sentido anterior até a sua barreira mecânica e veri�ca-se se essa barreira é elástica (�siológica) ou
restritiva, indicando disfunção local. Esse teste pode ser aplicado para toda a coluna vertebral e para as
articulações sacroilíacas, indicando zonas de restrição, mas não o tipo especí�co de disfunção.
No teste de mobilidade analítica da coluna lombar, são testados os seguintes aspectos:
● Flexão
Para testar a �exão, o paciente �ca sentado na maca com os membros superiores cruzados em “V”. O
�sioterapeuta �ca em pé ao lado do paciente e sua mão contata os membros superiores do paciente para
poder controlar os movimentos do tronco. Sua outra mão contata com a polpa dos dedos em dois, três ou
quatro processos espinhosos das vértebras lombares. Em seguida, o �sioterapeuta �exiona o tronco do
paciente e observa o que ocorre com os processos espinhosos vertebrais. É esperado que os processos
espinhosos se afastem com o movimento. Caso isso não aconteça, é indicativo de hipomobilidade.
● Extensão
Para testar a extensão, o paciente é posicionado como para testar a �exão. A mão do �sioterapeuta contata
os membros superiores do paciente para poder controlar os movimentos do tronco. A outra mão contata
com a polpa dos dedos em dois, três ou quatro processos espinhosos das vértebras lombares. Depois, o
�sioterapeuta estende o tronco do paciente e observa o que ocorre com os processos espinhosos vertebrais.
É esperado que os processos espinhosos se aproximem com esse movimento. Se um processo espinhoso
não se movimentar, é indicativo de hipomobilidade.
● Inclinação
Para testar a inclinação segue o mesmo posicionamento acima. O �sioterapeuta realiza a inclinação
homolateral do tronco do paciente e observa os processos espinhos vertebrais. É esperado que os processos
espinhosos se desloquem contralateral à inclinação do tronco. Se um processo espinhoso não se
movimentar, é indicativo de hipomobilidade.
● Rotação
Para testar a rotação, o mesmo posicionamento acontece. O �sioterapeuta realiza o movimento com sua
mão e o polegar empurrando o processo transverso no sentido anterior percebe o seu deslocamento e
sensação de barreira. É esperado que o processo transverso se desloque no sentido anterior no �nal do
movimento. Se houver uma barreira restritiva importante, é indicativo de hipomobilidade vertebral, uma
incapacidade de a vértebra realizar essa rotação.
Teste de laségue:
Paciente em decúbito dorsal. Fisioterapeuta em pé, passivamente, paciente �exiona a coxa mantendo o
joelho em extensão. Se houver irradiação nos primeiros graus da �exão, há indício de protrusão
importante. Se a irradiação for qualquer angulação da �exão da coxa, há indicativo de sofrimento do nervo
ciático ou de suas raízes.
Teste da campainha
Paciente em decúbito ventral. Fisioterapeuta do lado do paciente, na altura da sua pelve, posiciona seus
polegares sobrepostos na região posterior do processo espinhoso da vértebra que quer avaliar e pressiona
no sentido anterior. Em caso de dor irradiada para o membro inferior, há indicativo de sofrimento discal.
Técnicas de tratamento para coluna lombar
Veremos a seguir as técnicas de tratamento para a coluna lombar, tanto para tecidos moles como
para correções das disfunções articulares.
Técnicas para tecidos moles
● Técnica de liberação do quadrado lombar (paciente sentado)
Paciente sentado. Fisioterapeuta em pé atrás do paciente, com seu joelho apoiado na maca no lado
oposto ao que será trabalhado, apoiando a região lateral da coluna lombar do paciente. Com uma
mão bloqueia a pelve do paciente contra a maca e com a outra posiciona o tronco do paciente em
inclinação lateral e traciona as últimas costelas superiormente. Busca-se parâmetros de tensão em
todos os planos, com deslocamentos anteroposteriores e rotacionais das mãos.
● Técnica de liberação do iliopsoas
Paciente em decúbito dorsal com �exão do membro inferior do lado oposto ao que será tratado. Essa
�exão do quadril e joelho é mantida pelas mãos do paciente. O membro inferior do lado tratado deve
ser colocado para fora da maca com extensão do quadril. O �sioterapeuta �ca em pé de frente para o
paciente. Uma das mãos contata o joelho do lado que não será tensionado para estabilizar o paciente.
A outra mão contata a coxa do lado a ser tratado. Deve-se tensionar a aponeurose do psoas impondo
a extensão passiva do quadril até atingir a barreira restritiva. Atingida a barreira restritiva (técnica
direta), o �sioterapeuta pode aplicar duas técnicas:
1) manter estaticamente a tensão restritiva e quando liberar, buscar novas barreiras e evoluir nesse
sentido até que perceba mais barreira.
2) tensionar rítmica e dinamicamente os tecidos fasciais, progressivamente, acompanhando a
liberação dos tecidos. Assim, quanto mais as tensões se liberam, mais amplitude o �sioterapeuta
ganha.
● Técnica de energia muscular (TEM) para o iliopsoas
Posiciona-se o paciente em decúbito dorsal com �exão do membro inferior do lado oposto ao que
será tratado mantida pelo paciente. O membro inferior do lado tratado deve ser colocado para fora da
maca com extensão do quadril. O �sioterapeuta, em pé, de frente para o paciente, utiliza uma das
mãos contatando o joelho do lado que não será tensionado para auxiliar a estabilizar o paciente e a
outra mão contatando a coxa do lado a ser tratado.
Tensiona-se a aponeurose do psoas impondoa extensão passiva do quadril até atingir a barreira
restritiva. Uma vez atingida a barreira, o �sioterapeuta orienta o paciente a realizar contrações
isométricas do íliopsoas, levando a coxa na direção do teto. Após essa contração, o �sioterapeuta
aproveita a fase de inibição tecidual para encontrar nova barreira tensional, aumentando a extensão
do quadril. Esse procedimento é repetido até que não se encontrem barreiras e que se perceba a
liberação da restrição desse tecido.
● Técnica neuromuscular (TNM) para os paravertebrais lombares
O paciente �ca em decúbito ventral. O �sioterapeuta �ca no lado que será manipulado, na altura da
coxa do paciente. Uma mão, espalmada, �ca sobre o sacro impondo tensão caudal nos tecidos moles
locais e a outra sobre a aponeurose dos paravertebrais desde suas inserções caudais. A técnica é
realizada bloqueando os tecidos com a mão espalmada e gerando um deslizamento profundo e
progressivo com o polegar da outra mão, no sentido cefálico. O deslizamento não é controlado pelo
�sioterapeuta, mas pela liberação dos tecidos do paciente. Quanto mais densidade, mas lento é o
deslizamento.
Técnicas para correções das disfunções articulares
Para a técnica de correção de posterioridade (decúbito ventral), o paciente �ca em decúbito ventral e o
�sioterapeuta em pé de frente para a coluna lombar do paciente. Uma mão contata na EIAS
contralateral e a outra mão o pisiforme na posterioridade vertebral que será corrigida. A mão do
pisiforme tensiona a posterioridade bloqueando-a no sentido da maca. A mão da EIAS busca a barreira
tensional levando a pelve no sentido do teto. Encontrada a barreira, o �sioterapeuta realiza a técnica:
1. rítmica e oscilatória, levando a pelve anteriormente para aumentar a barreira e relaxar a tensão
em seguida. Aumentar a tensão progressivamente.
2. estática, mantendo a tensão máxima, levando a pelve no sentido do teto e aumentando
progressivamente essa tensão conforme os tecidos permitam esse aumento.
A técnica de energia muscular (TEM) para correção de disfunção de ERS esquerda, desimbrica a faceta
do lado esquerdo. Inicia-se com o paciente sentado no meio da maca. O �sioterapeuta impõe parâmetros
com o tronco do paciente no sentido da correção direta até o nível desejado: �exão, inclinação direita e
rotação direita. Após, deita o paciente sobre seu lado direito, deixando a imbricação voltada para o teto.
Em seguida, contata a vértebra que será tratada com uma mão e com a outra posiciona os membros
inferiores com �exão 90º de quadril e joelhos, levando os pés do paciente no sentido do solo para
aumentar a inclinação contralateral (direita) da coluna lombar.
Com essas barreiras, o �sioterapeuta orienta o paciente a levar seus pés no sentido do teto enquanto
mantém a resistência para que a contração seja isométrica. Após a contração muscular, o �sioterapeuta
aproveita a fase de inibição tecidual para encontrar nova barreira tensional em inclinação lateral da
coluna, levando os pés mais no sentido do solo. Esse procedimento é repetido até que não seja mais
possível atingir novas barreiras e que se perceba a liberação da restrição desse tecido.

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