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AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO E 
CÉREBRO: ORGANIZAÇÃO 
ANATÔMICA E FUNCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alisson Rogério Caetano de Siqueira 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
Não existe informação compreendida se, primeiramente, esta informação 
não for recebida. Chegamos nesta aula desafiados a compreender um pouco do 
funcionamento dos órgãos que são responsáveis pela captação da informação 
oriunda do ambiente externo, assim como tentaremos entender como esta 
informação captada chega até o cérebro e a interpreta, permitindo-nos produzir 
uma reação. 
O sistema sensorial que dará o nome as sensações é o componente 
estrutural do organismo que nos mantém informado sobre as coisas que ocorrem 
fora do corpo humano e fornece condições para que sejam interpretadas. 
Esta aula tem como objetivo apresentar o sistema sensorial nervoso e os 
sentidos. Sendo assim, o assunto está distribuído em: 
1. Sistema nervoso sensorial; 
2. Sistema sensorial; 
3. Visão; 
4. Audição; 
5. Sentidos químicos e o tato. 
O conteúdo a ser abordado nos direcionará para os esclarecimentos 
necessários, propostos pela disciplina. 
CONTEXTUALIZANDO 
Todos os dias vivemos experiências com o ambiente. É o acordar, o tomar 
um café, o sair à rua. Em todos esses eventos é necessário que o cérebro atue 
para que essa experiência seja agradável ou para que possamos, de alguma 
maneira, evitá-la. 
Neste caso, estamos falando do nosso sistema sensorial. É um sistema 
voltado exclusivamente para produzir informação a partir do contato com o meio 
externo, possibilitando uma tomada de decisão em resposta. 
O sistema sensorial é uma grande rede conecta aos sentidos, ou órgãos. 
Ele permite que ocorra a alimentação de informações, no cérebro, sobre o que 
está acontecendo. 
Podemos comparar com um grande número de antenas, tipo os que a 
Agencia Espacial Americana (NASA) usa para encontrar algo no espaço. Caso 
algo diferente ocorra no espaço, essas antenas vão informar, por meio de um 
03 
centro integrado, o que está ocorrendo. Assim é o sistema sensorial, informando 
o cérebro o tempo todo o que está ocorrendo no mundo externo.
Como seria a nossa vida se não recebêssemos estímulos? O que o cérebro 
processaria se não recebesse informações? Essa é a discussão da nossa aula. 
TEMA 1 – SISTEMA NERVOSO SENSORIAL 
Segundo Fox (2007), a compreensão das informações só é possível por 
uma rede de captação. Essa rede é denominada sistema nervoso sensorial. A 
atividade realizada por ele é analisar os estímulos oriundos dos meios ambientes, 
externo e interno, ao organismo e conduzi-los ao cérebro. 
Quando as informações chegam no cérebro, passam por um processo de 
análise. O informante deve ser capaz de processar o máximo de informação 
possível. As informações, quando chegam, precisam ser traduzidas. Neste caso, 
a percepção e interpretação, o controle do movimento, a regulação de funções de 
órgãos internos e a manutenção de consciência executa no sistema sensorial a 
tradução dessas informações (Fox, 2007). 
Ao analisar o ambiente, o sistema nervoso sensorial faz um rastreamento 
que capta as informações por meio de órgãos sensoriais específicos. Essas 
informações são processadas e levadas ao cérebro por vias neurais 
determinadas. Dessa forma, temos as sensações (visão, audição, gustação etc.) 
e suas submodalidades (intensidade, duração, localização etc.). 
Outro aspecto do sistema sensorial é promover experiências sensoriais 
conscientes e inconscientes. Com isso, podemos saber o que está acontecendo 
ao nosso redor ou simplesmente reagir a um evento. 
1.1 Organização do sistema nervoso sensorial 
Há uma conexão complexa no sistema nervoso. Para que a informação 
captada por um neurônio sensitivo seja transmitida pelos gânglios e nervos até 
chegar no SNC, é necessário que aconteça um encadeamento. Esse 
encadeamento, que nada mais é do que uma sequência de eventos, 
envolvendo sujeitos diferentes, tem um sentido a percorrer, que é das áreas 
externas do corpo para o centro, ou seja, o SNC. 
 O nosso organismo possui duas grandes linhas de transmissão de 
informações que são chamadas de vias. A via que traz as informações sensoriais 
 
 
04 
para o SNC é denominada via aferente e a que o deixa, conduzindo os comandos 
motores para os órgãos efetuadores, é denominada via eferente (Kandel, 2012). 
Como todo estado de encadeamento comporta vários indivíduos 
participantes, uma via aferente, que é responsável pela recepção da informação, 
é composta por um: 
 Receptor; 
 Trajeto periférico; 
 Trajeto central; 
 Área de projeção cortical. 
Segundo Kandel (2012), as informações sensoriais ao chegarem no SNC, 
passam por dois processos. Primeiramente, sofre a ação no local que se encontra. 
Como consequência, produzirá comandos motores reflexos. O segundo evento é 
retransmissão dessas informações para estações sinápticas mais cefálicas por 
meio de neurônios de projeção. 
A compreensão simples dos eventos nos conduz à ideia que quando há 
relação entre a informação na medula e no tronco encefálico, essas sensações e 
os reflexos são evocados sem que haja a consciência da execução. Sensações 
conscientes têm a sua área de processamento no tálamo e nos córtices cerebral. 
1.1.1 Campo receptivo 
Kandel (2012) descreve uma região onde ocorre por estimulação uma 
atividade neuronal. Essa área é denominada campo receptivo e recebe a ação 
dos neurônios sensitivos periféricos e centrais da via sensorial. Há também uma 
região onde os neurônios sensoriais aferentes e os neurônios secundários 
também convergem. 
Conceituamos a unidade sensitiva como a fibra sensitiva periférica e todas 
as suas ramificações nervosas associadas aos receptores sensoriais. Desta 
forma, todos os receptores sensoriais de uma unidade sensitiva são todos de um 
só tipo (Kandel, 2012). 
Em cada estação de retransmissão dos sistemas sensoriais, ou relês, o 
estímulo aferente é processado localmente por excitação e inibição, 
proporcionando diferentes níveis de análise. Para que uma estimulação 
puntiforme seja claramente localizada, o mecanismo de inibição lateral garante 
que os neurônios aferentes vizinhos não interfiram na detecção (Kandel, 2012). 
 
 
05 
Neste caso, há a ação de um neurônio inibitório. Sua função é atuar na 
ausência do neurônio aferente com o objetivo de permitir com que o neurônio 
secundário não tenha acesso, ou ignore as informações do campo receptivo. 
Todavia, o neurônio secundário continua a responder aos impulsos excitatórios 
da região estimulada. 
1.1.2 Tálamo e córtex sensorial 
Kandel (2012) apresenta o tálamo como o centro de recebimento das 
informações sensoriais e, em consequência, a sua retransmissão ao córtex 
cerebral. A atividade sensorial que não é de competência do tálamo é o olfato. 
O Tálamo está localizado no diencéfalo. Os neurônios talâmicos 
estabelecem, principalmente, conexões com o córtex e vice-versa, formando as 
radiações talâmicas. As áreas sensitivas denominadas de primárias são acessos 
ao córtex de estímulos sensoriais. Cada área primária possui um sentido especial 
específico. 
Como a informação sensorial chega ao córtex por várias vias especiais que 
colocadas em modalidades, levam o córtex a evocar sensações específicas. De 
uma outra forma, o tálamo e o córtex, por uma forma inespecífica, garantem o 
estado consciente e de alerta do organismo, fazendo-o ficar acordado. 
1.2 Modalidade 
É importante designarmos alguns conceitos que nos esclarecem as 
funções de sensação e percepção. A sensação é compreendida como a 
capacidade de codificar certos aspectos da energia física e química do meio 
ambiente em impulsos nervosos. Sentir é receber uma informação. 
Já a percepção é compreendida como a capacidade de veicular os sentidos 
a outros aspectos da existência como comportamento e o pensamento. Podemos 
sintetizá-lacomo o ato de dar valor ou fazer um juízo. Dentre os exemplos mais 
comuns, podemos descrever a audição ao receber o estímulo do som, dando 
clareza do que é sentir. E o curtir a música achando-a agradável como a 
percepção. 
Entendemos que modalidades são grupos de impressões sensoriais 
parecidas e evocadas por um determinado órgão sensorial. Cada tipo de receptor 
está habilitado para informar o sistema nervoso apenas sobre determinados 
06 
aspectos ou dimensão do meio ambiente, funcionando como um filtro sensorial e é 
altamente sensível ao estímulo que lhe é adequado. 
1.3 Qualidade da informação 
Os sentidos não trabalham de forma genérica. Sua atuação tem como 
principal objeto deixar explícito ao SNC a informação captada. Diante disso, há 
um desenvolvimento dos sentidos para deixar a informação com o máximo de 
detalhamento possível. A isso denominamos qualidade da informação. 
Outra função dos sentidos é nos permitir ter uma localização espacial da 
fonte do estímulo. Permite-nos determinar a intensidade. E nos orienta quanto à 
duração do estímulo. Dessa forma, podemos verificar o ato em conjunto dos 
sentidos. (Kandel, 2012) 
TEMA 2 – SISTEMA SENSORIAL 
Carlson (2014) define o sistema sensorial como responsável pela recepção 
dos estímulos oriundos do ambiente e do próprio corpo. Esses receptores 
sensoriais são chamados de exteroceptores quando relacionados à recepção de 
informações externas ao corpo e interorreceptores quando os estímulos são 
dentro do corpo. 
Sendo assim, podemos definir como principais canais de informação 
sensorial os sentidos humanos. Os sentidos são portas de entrada para 
informação. Neste caso, funcionam como intermediários que relacionam o mundo 
externo com o organismo. Os sentidos humanos são: visão, audição, tato, 
gustação ou paladar e olfato. 
Há também no corpo humano os receptores sensoriais que são capazes 
de captar estímulos diversos. Como são receptores altamente especializados, 
conseguem traduzir ou converter os estímulos em impulsos elétricos ou nervosos. 
Eles participam diretamente das ações do SNC responsáveis pelas respostas 
voluntária ou involuntária. 
2.1 Tipos de receptores 
Os receptores são classificados em função do sentido da informação. 
Podem ser exteroceptores, proprioceptores e interorreceptores. Os 
exteroceptores respondem a estímulos externos, que têm sua origem fora do 
organismo. Os proprioceptores detectam a posição do indivíduo no espaço, assim 
07 
como o movimento, a tensão e o estiramento musculares. E os interorreceptores 
respondem a estímulos viscerais ou outras sensações, como sede e fome 
(Dângelo, 2011). 
2.2 Sentidos 
Diante do que fazem os receptores, podemos descrever, então, os sentidos 
por eles estabelecidos: 
• Visão: Observamos as cores, as formas, os contornos etc.
• Audição: Captamos os sons
• Paladar: Identificamos os sabores
• Olfato: Sentimos o odor ou cheiro
• Tato: Sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica etc. (Kandel, 2012) 
Os sentidos estão diretamente relacionados à sua atividade-fim. Sendo
assim, ao descrevermos os sentidos, estão esclarecendo que informações 
específicas estão chegando ao corpo. 
TEMA 3 – VISÃO 
A visão é o sentido que mais recebe ou capta informação no organismo 
humano. Isso ocorre pelo fator estimulação. A visão está em contato contínuo com 
a estimulação externa. Conhecemos a visão como a porta de entrada da maioria 
das informações que chegam ao organismo. 
A visão é o processo fisiológico por meio do qual se distinguem as formas 
e as cores dos objetos. Os olhos são os órgãos responsáveis pela percepção de 
luz e pela transformação dessa em impulsos elétricos que são enviados ao 
cérebro (Fox, 2007). 
A descrição da anatomia do aparelho ocular nos leva à comparação com 
uma câmera fotográfica. O olho possui uma câmara escura que recebe a imagem 
de forma invertida e traduzida por um processo devidamente especializado do 
fundo do olho. Tal câmara é especializada em traduzir esse estímulo de luz em 
informação nervosa que, chegando ao cérebro, nos faz ver uma imagem. 
(Marques, 2015). 
 
 
08 
3.1 Estrutura 
A descrição feita por Fox (2007) mostra que os olhos são bolsas 
membranosas cheias de líquido, localizadas em cavidades ósseas do crânio, 
denominadas de órbitas oculares. Compõem a estrutura ocular com acessórios 
as pálpebras, os supercílios, as conjuntivas, os músculos e o aparelho lacrimal. 
O movimento do olho dentro da orbita ocular é feito por três pares de 
músculos que mantêm o globo ocular preso. O nervo óptico e um feixe de fibras 
nervosas limitam o movimento do olho. Mas essa mesma estrutura faz a 
transmissão de informações para o encéfalo por uma abertura óssea no fundo da 
órbita ocular. 
A estrutura ocular possui seu funcionamento organizado. O movimento 
ocular é possível pela contínua lubrificação que é realizada pelas glândulas 
lacrimais. Essa estrutura de lubrificação permite que o olho possa ter movimento 
e nitidez sem interferir em seu objetivo maior, que é a obtenção da imagem. 
O sistema lacrimal possui em seu conjunto as glândulas lacrimais, o saco 
lacrimal e o duto nasolacrimal. Sua atividade principal é produzir o líquido que, em 
grande concentração, recebe o nome de lágrima. 
3.1.1 Componentes do olho 
A visão é obtida por meio do aparelho ocular. O aparelho ocular possui um 
agente maior que é o globo ocular. O globo ocular compõe-se de camadas que 
são denominadas de túnicas. 
É comum os autores apresentarem as túnicas de acordo com a sua 
posição, por isso são denominadas de túnica externa, intermédia e interna. Essas 
áreas são específicas e funcionais. 
A túnica externa é fibrosa, de onde vem seu nome: túnica fibrosa externa; 
é posterior, esclera, possui cor branca e é a mais destacada no globo ocular. 
Constitui-se de tecido conjuntivo resistente e da córnea que é a camada que 
permite a passagem de luz. 
A túnica intermédia é vascular e pigmentada. Nela, estão o corpo ciliar e a 
íris, que é a parte colorida do olho. No centro da íris encontra-se a pupila, que é 
um orifício onde passa a luz. 
 A túnica interna é nervosa. Sua estrutura está preparada para transmissão 
de informações. Nela, temos a retina que é responsável pelas cores das imagens 
 
 
09 
e pelos bastonetes que trabalham o preto e o branco. A retina do olho humano 
contém cerca de 6 milhões de cones e 125 milhões de bastonetes. Essa é a da 
diversidade de cores identificadas pelo cérebro (Marques, 2015). 
A parte da túnica é considerada mais rígida. Todavia, o olho possui a área 
de contato com o meio externo. Essas partes do olho são entendidas como meios 
transparentes do olho. 
De certa forma, possuímos uma área muito sensível e é nesta área que a 
informação é captada. São identificadas como a córnea, o humor aquoso, o 
cristalino e o vítreo. Todos trabalham em conjunto, mas exercem funções 
específicas. 
A córnea é uma região transparente da túnica externa. Está ligada 
diretamente ao cristalino e tem como função focar a luz. Sua estrutura é circular. 
O humor aquoso é o líquido que preenche a câmara anterior do olho entre a 
córnea e o cristalino. 
O cristalino é uma lente biconvexa. Está localizada atrás da pupila. 
Estabelece uma separação de compartimentos no interior do olho que tem por 
finalidade mudanças na direção de raios de luz. O cristalino possui uma 
propriedade a qual dá-se o nome de acomodação visual. Há uma doença 
denominada de catarata que é quando o cristalino pode perder a transparência 
normal e ficar opaco. 
O corpo vítreo está diretamente ligado à retina, fazendo o preenchimento 
de sua concavidade. Tem forma gelatinosa. (Dângelo, 2011) 
3.2 Formação da imagem 
A construção de uma imagem é algo complexo para o cérebro. A forma 
como ela é captada também é complexa. Os autores (Fox, 2007; Dângelo, 2011) 
procuram apresentar a formação da imagem destacando o passo a passo de cadacomponente do sistema ocular. 
Começamos pela formação da imagem do mundo exterior. A retina é 
responsável por essa captação. No olho há um conjunto de elementos refratores 
que dão forma à essa imagem. São a córnea, humor aquoso, cristalino e humor 
vítreo. A imagem a obter-se está diretamente relacionada ao grau de curvatura e 
o índice de refração que são verificados pela distância entre os elementos 
refratores. 
 
 
010 
 A sequência de eventos segue com os raios luminosos atravessando a 
córnea, o cristalino, o humor aquoso e o humor vítreo e atingem a retina. Este 
trânsito tem por fim chegar ao cristalino. É o cristalino que faz a imagem ganhar 
aproximação, fazendo a sua projeção na retina. 
É comum os autores compararem os olhos com uma máquina fotográfica. 
O sistema de funcionamento é o mesmo. A diferença está no fato de que o olho é 
uma estrutura dinâmica e de alta resolução. 
Após essa informação, imagem, ser captada pelo olho, ela é transmitida ao 
cérebro. Essa ação é feita pelo nervo óptico que conduz os impulsos nervosos até 
o cérebro. É no cérebro que ocorre a interpretação dos estímulos e a 
apresentação dos objetos nas posições em que realmente se encontram, fora do 
organismo... 
3.3 Problemas na visão 
A visão possui uma condição de normalidade que é caracterizada pela 
nitidez. Um olho que possui nitidez é denominado de emetrope ou normal. 
Todavia, há condições que não permitem a nitidez e, com o isso, o olho passa a 
ter um defeito. 
Exemplificaremos agora alguns dos defeitos mais comuns observados na 
estrutura ocular: 
 O daltonismo, ou cegueira para cores, é atribuído a um defeito congênito 
da retina e de outras partes nervosas do trato ótico. 
 O astigmatismo resulta da deformação da córnea ou da alteração da 
curvatura da lente ocular, o que provoca uma visão distorcida. 
 A miopia e a hipermetropia são causadas por uma falta de simetria na forma 
de globo ocular. 
 A presbiopia deve-se à perda da elasticidade dos tecidos oculares com a 
idade. 
 O estrabismo é um defeito que se manifesta quando os olhos se 
movimentam em direções diferentes e não conseguem focalizar juntos o 
mesmo objeto (Dângelo, 2011). 
A visão é porta de entrada da maioria das informações que chegam ao 
cérebro. Isso quer dizer que os olhos são capazes de captar informações em um 
número inúmeras vezes maior que outro sentido. Conhecer a visão é ter acesso 
à porta de entrada das informações do organismo. 
 
 
011 
TEMA 4 – AUDIÇÃO 
O sentido denominado audição possui uma estrutura de captação 
denominada de orelha. A orelha, também chamada órgão vestíbulo-coclear ou 
estato-acústico é responsável também pela manutenção do equilíbrio. Sua 
estrutura permite identificar os sons e emitir impulsos, que chegam nos receptores 
cerebrais através do nervo auditivo (Dângelo, 2011). 
4.1 Estrutura 
Durante muito tempo, fazia-se distinção entre orelha e ouvido. Hoje, o 
consenso designa como orelha a estrutura auditiva. A orelha está localizada na 
região temporal do crânio. Nesta região está o osso temporal. Sua estrutura 
externa é cartilaginosa. Sua função é captar os estímulos sonoros, mas a orelha 
também possui uma função vestibular, que é a do equilíbrio. 
Olhando a forma anatômica, podemos descrever a orelha em três partes 
integrantes: a orelha externa, a orelha interna e a orelha média. 
A orelha externa é um canal que se abre para um meio exterior na orelha, 
que é uma projeção da pele de tecido cartilaginoso. O epitélio que reveste o canal 
auditivo externo é rico em células secretadoras de cera, que retêm partículas de 
poeira e microrganismos. 
A orelha média, separada do ouvido externo pelo tímpano, é um canal 
estreito e cheio de ar. Em seu interior, existem três pequenos ossos, o martelo, 
bigorna e estribo, alinhados do tímpano ao ouvido interno. 
A orelha média possui uma comunicação com a garganta através de um 
canal flexível (a Trompa de Eustáquio), que equilibra as pressões do ouvido e do 
meio externo (Dângelo, 2011). 
A cóclea é a parte da orelha interna responsável pela audição. É um longo 
tubo cônico, enrolado como a concha de um caracol. No interior da cóclea há uma 
estrutura complexa (órgão de Corti), responsável pela captação dos estímulos 
produzidos pelas ondas sonoras, localizada na parede externa da cóclea 
(membrana basiliar) (Dângelo, 2011). 
 
 
 
012 
4.2 Funcionamento 
Os estímulos sonoros estão presentes no ambiente. A orelha é antena de 
captação desses estímulos. A sequência de transmissão do estímulo auditivo é 
orelha externa, canal auditivo e o tímpano. Essa trajetória é a mecânica do som. 
Passamos a transmissão dessa informação. O tímpano vai vibrar 
movimentando o osso martelo, que em sequência faz o osso bigorna vibrar, que, 
por sua vez, faz osso estribo vibrar até chegar a cóclea que fará vibrar o líquido 
coclear, que movimenta a membrana basilar e as células sensoriais. 
O próximo evento é a tradução do impulso em sinal neural. Os pelos das 
células sensoriais, ao encostar na membrana tectória, geram impulsos nervosos 
que são transmitidos pelo nervo auditivo ao centro de audição do córtex cerebral... 
A orelha humana é um órgão altamente sensível que nos capacita a 
perceber e interpretar ondas sonoras em uma gama muito ampla de frequências 
(16 a 20.000 Hz – Hertz ou ondas por segundo). 
É importante conceber o sequenciamento das informações auditivas. Entre 
a sensação e a percepção há um longo caminho a ser trilhado. Desta forma, 
percebemos um som mecânico, que é o deslocamento de ar, que chamamos de 
som é captado, transformado em onda mecânica, que se transforma em 
informação hidráulico até transformar-se em impulso elétrico e chegar no cérebro 
(Fox, 2007). 
TEMA 5 – SENTIDOS QUÍMICOS E O TATO 
5.1 Paladar 
Paladar é o sentido pelo qual se percebem os sabores. Os receptores do 
paladar são as papilas gustativas que existem no epitélio da língua, sensíveis a 
quatro modalidades básicas de sabores: doce, amargo, ácido e salgado. Esses 
receptores estão localizados em diferentes regiões da língua (Fox, 2007). 
A língua é o local onde estão localizadas as papilas gustativas, que são os 
receptores do paladar. São responsáveis juntamente com o olfato de fazeres a 
descrição do sabor dos alimentos e de tudo que passa pela boca. O olfato e o 
paladar são sentidos interligados tanto em estruturas físicas quanto na dinâmica 
da recepção dos estímulos. 
 
 
013 
Essa é a razão pela qual o sentido do olfato é prejudicado por um forte 
resfriado, por exemplo, quando a percepção do paladar diminui. Eles 
compartilham informações de forma intrínseca e estrita. 
O sabor ou o gosto de algo é possível pelo desenho que constitui o paladar. 
A estrutura que acessa a boca, o alimento, em contato com as papilas gustativas, 
causa a informação do sentir. Essa informação é transmitida pelos nervos até o 
bulbo raquidiano. O próximo destino são os centros corticais conscientes, 
localizados no hipocampo. 
O resultado deste contato na boca é um processo de percepção. Pode ser 
do prazer a rejeição. A interferência para essa reação pode ser consequência das 
experiências, hábitos e talvez a própria constituição genética. 
A estrutura física do paladar permite a capacitação de quatro gostos 
básicos. Eles são percebidos quando combinados na língua pelas suas diferentes 
regiões. Dessa forma, podemos dividir a língua do anterior, em que se localiza o 
sentir o doce, e o posterior, em que se sente o amargo. Nos flancos localizamos 
o sentir azedo e o salgado. 
 O que determina a intensidade da percepção é o número de papilas que 
entram em contato com o alimento, bem como a penetração da substância no 
interior da papila; e as características químicas do elemento em contato (Fox, 
2007). 
A velocidade da percepção é também variável para cada um dos sabores. 
Tudo gira em torno do elemento que entrara em contatocom a papila gustativa. É 
o elemento em contato que dá as características da reação química na papila. É 
possível também considerar que o tempo de percepção é inversamente 
proporcional a qualquer uma das seguintes condições: pressão; concentração; 
temperatura; e área estimulada. 
 O paladar é uma sensação química percebida por células específicas. 
Essas células estão localizadas na língua e no palato da boca. As papilas 
gustativas podem apresentar duas formas. As papilas filiformes, que são 
responsáveis pela sensação tátil, e as papilas circunvaladas, fungiformes e 
foliáceas, responsáveis pelo sabor (Dângelo, 2011). 
O sabor é uma reação química combinada entre o paladar e o olfato, 
produzida pela ativação dos quimiorreceptores. Quando falamos sobre o que 
comemos, estamos falando da textura, temperatura, ardência e cor dos alimentos. 
Essas variáveis são influenciadoras do paladar. Os estímulos recebidos são 
traduzidos e enviados ao cérebro para serem interpretados. 
 
 
014 
5.2 Olfato 
O nariz é órgão responsável por acondicionar o olfato. Quando 
descrevemos o olfato estamos, na verdade, descrevendo o nariz. Sendo assim, 
observando a caixa craniana, na face veremos uma cavidade que acondiciona 
uma estrutura mucosa e cartilaginosa, que é o nariz. A função do nariz é captar 
odores. Essa captação ocorre quando os neuroreceptores recebem as moléculas 
de uma determinada substância por meio da dissolução dessa na mucosa. 
O olfato é constituído por células sensoriais e neurônios que, ao serem 
estimulados, originam impulsos nervosos. Essas células estão localizadas na 
mucosa nasal. A parte do cérebro responsável pela ação do olfato é denominada 
de lobo olfatório. É essa interpretação das sensações que denominados de cheiro 
(Fox, 2007). 
Segundo Fox (2007), o olfato humano é pouco desenvolvido em relação ao 
de outros mamíferos. O epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de 
células sensoriais. Essas células sensoriais possuem uma característica que é o 
seu receptor. Neste caso, são os pelos sensoriais. No caso das células humanas, 
possuem seis pelos sensoriais. Quando observamos e comparamos com um 
cachorro, descobrimos que ele tem mais de 100 milhões de células sensoriais, e 
cada uma tem pelo menos 100 pelos sensoriais. 
Quando o objeto em questão é a sensibilidade na aquisição do sentido, 
verificamos que o sistema olfativo humano é muito sensível. Isso só é possível 
pela habilidade do olfato de algumas poucas células para disparar a sensação de 
odor. 
5.3 Tato 
A primeira e grande descrição que precisamos fazer é a de revelar que a 
pele é o maior órgão do corpo humano. Parece nos surpreender, todavia, não 
tanto. A grande questão em voga é: como isso é possível e quem faz isso. 
A pele dá origem ao sentido chamado de tato. O tato é responsável pela 
percepção de diferentes sensações na pele. Isso ocorre pelo fato da pele possuir 
terminações nervosas e receptores táteis que capturam as sensações e as 
transmitem aos nervos. Depois segue o fluxo do SN. 
Segundo Dângelo (2011), o tato é o primeiro órgão a se desenvolver no 
organismo humano. Diante da responsabilidade no processo de desenvolvimento, 
 
 
015 
que é proteger o corpo, ele é também como receptor de estímulos que fortalecem 
a autoestima e a confiança. O tato é o único sentido que se conserva atento no 
período em que o indivíduo está dormindo, funcionando como uma espécie de 
guarda do sono. 
Como a pele envolve todo o corpo, há áreas mais sensíveis que outras, em 
que o processo de estímulo produz uma observação mais centrada. Isso ocorre 
pelas terminações nervosas existentes. Sendo assim, destacamos as mãos, os 
pés, os lábios, as orelhas. 
Embora seja o maior órgão, ela não é tão rica em informações, nem em 
qualidade nem em quantidade. Mas encontramos na pele sensores de alerta. Isso 
significa que o tato abrange três tipos de sensibilidade: mecânica, térmica e 
dolorosa. Muitos dos receptores sensoriais da pele são terminações nervosas 
livres. Algumas delas detectam dor, outras detectam frio e outras, calor. 
Receptores do tato: 
 Tato – corpúsculo de Meissner; 
 Pressão forte – corpúsculo de Pacini; 
 Frio – corpúsculo de Krause; 
 Calor – corpúsculo de Ruffini; 
 Dor – terminações nervosas livres. 
Segundo Fox (2007), o tato tem por fim maior nos apresentar as variações 
externas. Por isso, temos na pele um agente de proteção e alerta. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao fim do assunto de hoje, o sistema sensorial. Podemos nos 
permitir dizer que sabemos agora que nada ocorre no organismo sem que o 
cérebro venha a saber. Todavia, quando falamos do ambiente externo, essa 
informação que não está no organismo só será conhecida pelo cérebro se tiver 
um contato com o organismo. Descobrimos que esse contato é estabelecido pelos 
sentidos, os órgãos responsáveis por receber as informações do ambiente externo 
e fazê-la conhecida no cérebro. 
O processo de transmissão dessas informações é realizado pelo sistema 
nervoso sensorial. O sistema nervoso sensorial é uma rede de informação 
interligada e que segue o fluxo da via aferente. Significa que a informação é 
captada pelo receptor e transferida até o cérebro. É uma rede complexa que 
 
 
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envolve neurônios, nervos e o sistema nervoso central, mas eficiente no seu 
trabalho. 
Mas não podemos deixar de lembrar que a informação primeiramente é 
captada pelos sentidos, que são: visão, audição, paladar, olfato e tato. Esses 
sentidos são receptores de informações pelos seus respectivos órgãos do sentido. 
Encerramos esta aula certos de conhecermos um pouco mais do complexo 
universo do sistema nervoso. 
 
 
 
017 
REFERÊNCIAS 
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