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1 Características As leishmanioses são zoonoses primariamente de animais silvestres que posteriormente se transmitiram ao homem quando este adentrou matas e florestas para a sua derrubada e construção de moradias, estradas de ferro, rodovias, etc., servindo de alimento aos mosquitos hematófagos vetores do parasito (hematófagos são animais que se alimentam principalmente de sangue). As manifestações clínicas são variadas, podendo os seus agentes acometer a pele, mucosa ou as vísceras. O termo leishmaniose se refere às doenças causadas por protozoário do gênero Leishmania. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito flebótomo. Conforme a região, vários animais e até o homem pode atuar como reservatório. As manifestações clínicas da leishmaniose variam de acordo com a patogenicidade do parasita (que difere entre espécies) e a resposta imune celular geneticamente determinada pelo hospedeiro humano, podendo variar de assintomáticas e autolimitadas à comprometimento da pele e mucosas. As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos. Apresenta dois grupos: lesão tecido externo x lesão órgão interno São causadas por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, e transmitidas pela picada de um mosquito da sub-família Phlebotominae. A leishmaniose apresenta três formas clínicas mais comuns: • Leishmaniose cutânea; que causa feridas na pele. A leishmaniose tegumentar é uma doença muito antiga (primerios refistros em 1 D.C. É conhecida também como doença do butão do oriente. A forma tegumentar é endêmica na América Latina. Brasil, Peru e Bolívia são responsáveis por 90% dos casos. No Brasil, a maior incidência é na região Norte e Nordeste. • Leishmaniose muco-cutânea; cujas lesões podem levar a destruição parcial ou total das mucosas. • Leishmaniose visceral; também chamada calazar, caracterizada por surtos febris irregulares, substancial perda de peso, espleno e hepatomegalia e anemia severa. Se não tratada pode levar a morte em 100% dos casos. A forma visceral (também conhecida como Kala-azar, palavra de origem indiana que significa febre negra, fazendo com que a doença ficasse popularmente conhecida como calazar no Brasil) é endêmica em 88 países, incluindo países da África, Ásia, Europa e América Latina. No Brasil, os estados com maiores prevalências de Leishmaniose Visceral são MG, Bahia, Cerá, Piauí e Maranhão. A doença predomina no meio periurbano. Leishmanioses 2 A doença de chagas e a leishmaniose fazem parte de um grupo chamado CINETOPLASTÍDEOS, são caracterizados pela presença de uma única mitocôndria grande que, na base do flagelo, apresenta uma dilatação onde se encontra uma grande quantidade de DNA. Essa região da mitocôndria rica em DNA é denominada CINETOPLASTO (DNA mitocondrial), apesar do nome se relacionar com o movimento flagelar não é correto afirmar que essa estrutura tenha ligação com o batimento flagelar. Ordem Kinetoplastida. Leishmania e LeishmanÍases: Os parasitos As leishmanioses atingem atualmente 350 milhões de pessoas em 88 países do mundo, sendo 72 destes considerados países em desenvolvimento. 90% de todos os casos de Leishmaniose visceral ocorrem em Bangladesh, Brasil, Índia, Nepal e Sudão. 90% de todos os casos de Leishmaniose muco- cutânea ocorrem na Bolívia, Brasil e Peru. 90% de todos os casos de Leishmaniose cutânea ocorrem no Afeganistão, Brasil, Irã, Peru, Arábia Saudita e Síria. Protozoários unicelulares que podem infectar o homem e diversos animais silvestres e domésticos Regiões tropicais e subtropicais do Velho e Novo mundo Doenças do Sistema Mononuclear Fagocitário (SMF) Manifestando diferentes formas clínicas 3 O agente etiológico é a Leishmania chagasi (sinônimo de L. infantum). De forma simplificada, o ciclo da vida da Leishmania é resumido pela picada de um flebotomíneo infectado a um ser humano ou outro reservatório (mais comumente o cão), infectando-o com promastigotas de Leishmania que apresentam a capacidade de invadir macrófagos e sobreviver dentro deles. Nos macrófagos, a promastigota passa para a forma amastigota, se replicando e posteriormente infectando outros macrófagos. Quando o flebotomíneo pica um reservatório Endemicidade da leishmaniose tegumentar no mundo Muitos trabalhadores que estavam construindo essa ferrovia adquiriram esta doença e por isso ficou conhecida como úlcera de Bauru. 4 infectado pela Leishmania, ingere macrófagos infectados por amastigotas, que são então liberadas no intestino do flebotomíneo. As amastigotas passam então novamente à forma de promastigotas, e assim o ciclo da vida da Leishmania se reinicia. Fatores de risco para infecção entre os moradores das áreas endêmicas incluem: idade < 5 anos; coinfecção pelo HIV ou outra forma de imunodeficiência; desnutrição. Agente etiológico Domínio: Eukaryota Ordem: Kinetoplastida Família: Trypanosomatidae Gênero: Leishmania Espécies: Leishmania chagasi / L. infantum (leishmaniose visceral), Leishmania amazonensis, Leishmania braziliensis e outras espécies de Leishmania sp. (leishmaniose cutânea ou mucocutânea). Dentre as espécies de Leishmania e as manifestações cutâneas e mucosas, destacam-se: • Leishmania amazonensis: uma das espécies causadoras da leishmaniose cutânea difusa (LCD), cujo vetor principal é o Lutzomyia flaviscutellata. Trata-se de uma manifestação “lepromatosa” da LT, com acentuado tropismo dérmico, e tendência a disseminação das lesões, as quais são tuberonodulares e infiltradas, e lembram aquelas que ocorrem em pacientes com hanseníase virchowiana (Rey, 2008) • Leishmania guyanensis: as lesões causadas são popularmente conhecidas por “pian bois”. São em forma de cratera, podendo disseminar-se por todo o corpo do indivíduo • Leishmania lainsoni: é responsável por menor número de casos se comparada às outras espécies • Leishmania braziliensis: é a mais frequente e representa a espécie causadora da “úlcera de Bauru” e também da forma mucosa da doença. Quanto ao espectro clínico da LT, pode-se destacar: • Leishmaniose cutânea localizada (LCL): é considerada a manifestação clínica mais comum da LT • Leishmaniose cutânea difusa (LCD): caracterizada como manifestação anérgica e considerada uma variante mais rara da LT. Os agentes etiológicos da leishmaniose visceral são protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania, parasita intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, com uma forma flagelada ou promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor e outra aflagelada ou amastigota nos tecidos dos vertebrados. A leishmânia é transmitida ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos vetores ou transmissores, conhecidos e denominados como flebotomíneos. A transmissão acontece quando uma fêmea de flebotomíneo infectada passa o protozoário a uma vítima sem a infecção, enquanto se alimenta de seu sangue. Tais vítimas, além do homem, são vários mamíferos silvestres (como a preguiça, o gambá, roedores, canídeos) e domésticos (cão, cavalo etc.). Os amastigotas gostam de ser fagocitados pelos macrófagos e infecta-los. Os amastigotas da 5 leishmania são maiores comparados com T.cruzy (chagas), da para encontrar mais facilmente no microscópios. Os promastigotas (estagio infectante) são encontrados nas glândulas salivares das fêmeas, quando faz o repasso sanguíneo (hematofagia), introduz probóscide com a saliva com anticoagulante, se ela estiver infectada os promastigotas entraram nesse momento. Quando elas entrarem nos macrófagos mudampara os amastigotas e se reproduzem por divisão binária, lisam os macrófagos liberam os amastigotas que vão continuar o ciclo. (Não volta para o estagio flagelado como ocorria no T.Cruzy.). Os flebotomíneos são insetos pequenos, de cor amarelada e pertencem à ordem Diptera, mesmo grupo das moscas, mosquitos, borrachudos e maruins; apresentam um par de asas e um par de pequenas estruturas, chamados de halteres ou balancins, responsáveis pela estabilidade do voo e o zumbido característico dos dípteros. No Brasil, esses insetos podem ser conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros. Mosquito palha, machos não abandonam a área dos ninhos, e as fêmeas só sai dos criadouros se faltar sangue (no máximo 500 metros). Não faz ciclo reprodutivo em ambiente aquático, coloca os ovos na matéria orgânica em decomposição por isso em áreas urbanas é muito possível pois há lixo que é uma matéria orgânica. É muito difícil encontrar ovos na natureza, principalmente estágios novos, justamente por não estar na água. Promaxigota é encontrado nas fêmeas, introduz a progósite com saliva com anticoagulante para inseto hematófilo, se estiver infectada é nesse momento que ocorre. Apresentam características de pousar sempre com as asas entre abertas, características únicas que nem um outro mosquito apresenta. Tórax, cabeça e tronco extremamente pilosos. Cor pardacenta. Voo saltitante, voa muito mal. Machos não abandonam as áreas dos ninhos e as fêmeas ficam nas proximidades, saem apenas se faltar sangue e no máximo por 500m. (Medida profiláctica seria construir em áreas de 500m de distância de florestas.) Não faz ciclo reprodutivo na água e sim na matéria organiza em decomposição(serapilheira), na área urbana em acúmulos de lixo. É difícil localizar seus criadouros justamente por não ser na água. O seu ciclo foi estabelecido em laboratório. Os vetores da leishmaniose visceral são insetos denominados flebotomíneos, conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquiras, birigui, entre outros. No Brasil, duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a transmissão da doença Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi. A primeira espécie é considerada a principal espécie transmissora da L. (L.) chagasi no Brasil e, recentemente, L. cruzi foi incriminada como vetora no Estado de Mato Grosso do Sul. Os reservatórios de áreas urbanas geralmente são os cães (Canis familiaris). No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e os marsupiais (Didelphis albiventris). Incluem seres humanos infectados, cães domésticos e vários animais silvestres. A leishmaniose é, principalmente, uma zoonose e é normalmente a transmissão ocorre através da picada do mosquito-palha. A transmissão por transfusão sanguínea e o contato pessoa a pessoa já foram notificados. 6 Gêneros: Phlebotomus Lutzomyia Hospedeiro Invertebrado (flebotomíneos) Promastigota Paramastigota Homem e outros mamíferos Hospedeiros vertebrados Amastigota Morfologia Enquanto no T. cruzy o estagio infectante era o tripomastigota tanto pro homem quanto pro vetor (barbeiro) aqui há diferença o estágio infectante para o homem e os demais mamíferos é a promastigotas e o estágio infectante para o vetor que é o Lutzomyia fêmea é o estágio de amastigota. Leishmania é um parasito de células do sistema fagocítico-mononuclear, principalmente dos macrófagos. Reproduzem-se por divisão binária e apresentam duas formas evolutivas principais: a amastigota, que é imóvel, esférica, localizada nos tecidos do hospedeiro vertebrado, no interior dos macrófagos; e a promastigota, que é infectante, móvel, flagelada e localizada no tubo digestivo do vetor A. promastigota B. opistomastigota C. epimastigota D. tripomastigota E. coanomastigota F. amastigota G. paramastigota H. esferomastigota c. cinetoplasto b. bolsa flagelar f. flagelo m. membrana ondulante n. núcleo 7 Representação morfológica dos protistas do gênero Leishmania. Desenho esquemático evidenciando a forma promastigota (A) e a forma amastigota (B). Protistas do gênero Leishmania, em cultura (1.000× de aumento). Observe a forma amastigota (seta branca) e a forma promastigota (seta preta). Formas flageladas 8 De forma geral, as leishmanias são parasitos unicelulares, heteroxênicos e pertencentes à Ordem Kinetoplastida, cujos membros possuem uma organela específica denominada cinetoplasto, ou kDNA. O kDNA é uma mitocôndria modificada que contém DNA organizado na forma de mini e maxicírculos concatenados em forma de corrente. Possuem um só núcleo e duas formas de desenvolvimento: promastigota, a forma flagelada, replicativa e infectiva encontrada nos insetos vetores (flebotomíneos); e a forma amastigota, intracelular obrigatória encontrada nas células do SFM (Sistema Fagocítico Mononuclear) de hospedeiros mamíferos infectados, incluindo o homem. Preparações coradas revelam na forma promastigota, assim como em todos os parasitos da Ordem Kinetoplastida, o flagelo único que indica a porção anterior do parasito, estando o kDNA puntiforme localizado anteriormente ao núcleo. Na forma amastigota o flagelo é resquicial, porém o kDNA e o núcleo são evidenciáveis. Morfologicamente, todas as espécies de Leishmania são muito semelhantes, medindo os promastigotas cerca de 18-20 µm por 1,5-2 µm e os amastigotas cerca de 3,5-3,8 µm por 2-2,2 µm. Isso posto, a taxonomia do grupo, assim como a determinação puramente morfológica das espécies, é difícil e requer o uso de diferentes técnicas imunológicas, bioquímicas e moleculares. Habitat Em seres humanos, diferentes espécies do parasito podem determinar distintas apresentações clínicas. Nas leishmanioses cutâneas ou cutâneo-mucosas (L. amazonensis e L. braziliensis, dentre outras espécies), o parasito é encontrado dentro de células do SFM, especialmente macrófagos, dispostos na lesão inicial ou nos bordos de lesões crônicas. Já na leishmaniose visceral (L. chagasi/L. infantum), os parasitos são encontrados nos órgãos linfoides, como a medula óssea, baço e linfonodos, além de órgãos ricos em macrófagos como o fígado, determinando a doença popularmente conhecida como calazar (doença mortífera em hindu). Em outras espécies, como nos canídeos, os parasitos podem se estabelecer em outros habitats. Se esses animais infectam-se com os agentes da leishmaniose visceral, há uma distribuição de células infectadas com o parasito na pele dos mesmos, facilitando a transmissão via flebotomíneos. Em indivíduos imunocomprometidos (dependentes químicos, infectados por HIV, etc.) pode ocorrer formas não clássicas e disseminadas de localização dos parasitos, determinando a leishmaniose cutâneo-difusa. Transmissão A transmissão das leishmanioses ocorre através da picada de fêmeas de insetos dípteros do gênero Lutzomyia. O gênero Lutzomyia pertence à subfamília Phlebotominae da Família Psychodidae. Por causa da subfamília, os insetos vetores de leishmanioses são também conhecidos como flebotomíneos. São muitas as espécies passíveis de transmitir com maior ou menor eficiência os parasitos que determinam leishmanioses cutâneas ou cutâneo-mucosas. Entretanto, na leishmaniose visceral, a espécie Lu. longipalpis é considerada o vetor primordial. Os flebotomíneos são insetos muito pequenos e os adultos são densamente pilosos. Vários aspectos de sua biologia ainda são obscuros. Sabe-se que vivem em ambientes silvestres com alta umidade e sombreados e é por isso que, de maneira geral, a leishmaniose ainda é uma doençaque se contrai em ambientes silvestres ou no seu entorno. Podem ser encontrados dentro de casa se esta se localizar no ambiente silvestre. Somente a espécie Lu. longipalpis, principal espécie vetora de leshmaniose visceral no Brasil, se adaptou ao ambiente domiciliar podendo ser encontrada nas cidades. 9 O ciclo de desenvolvimentos desses insetos compreende as fases de ovo, larva, pupa e adulto e somente as fêmeas apresentam hábito hematofágico. Parece que as fêmeas põem seus ovos no folhiço do chão das florestas, buracos de árvores, frestas de pedras, entre outros, onde as larvas se criam. Uma característica marcante dos adultos é seu voo curto, parecendo saltar sobre as superfícies. Várias espécies são vetoras de leishmaniose cutânea e somente Lu. longipalpis é descrita como vetor de leishmaniose visceral, embora provavelmente outras espécies possam estar envolvidas na transmissão dessa doença. Recentemente foi proposta uma nova classificação para esse grupo de insetos, agrupando espécies do gênero Lutzomyia em vários outros gêneros. Mas como o gênero Lutzomyia ainda continua sendo aceito por muitos autores, por isso e para os objetivos desta disciplina, não nos aprofundaremos nessa nova proposta de classificação. Ciclo Evolutivo 10 Tudo inicia com o hematofagismo da fêmea do lutsomia que se tiver infectada vai inocular juntamente com a saliva as formas promastigotas, vai entrar no macrófago pelos mesmos mecanismos que o T. cruzy, reconhecimento de proteínas das membranas do parasito com a nossa proteína da célula, endocitose induzida forma o vacúolo, e dentro do macrófago o estágio flagelado vai perder o flagelo vai para o estagio de amastigota pois é o mais resistente que resiste ao ph interno da célula ocupa menor espaço e economia de energia que é redirecionada para reprodução, que é uma reprodução binária dentro do macrófago provocando lise. Não volta mais para o estagio flagelado cerca de 48h após a picada não enconrtra mais formas mais formas flageladas no organismos do vertebrado. Ao romper penetra novamente em macrófagos vizinhos , e por assim vai, dessa forma vai originando as feridas. Nome popular da leishmaniose da tegumentar: ferida brava (por que são feridas de difíceis cicatrização de 8-9meses), ulcera de Bauru (região de bauru presidente prudente birigui, são áreas endêmicas do estado de sp). Surge a lesão nesses momentos que cicla entre macrófagos que surge a lesão. Como o vetor se infecta? Ingerindo macrófagos contaminados com amastigotas. O vetor sugou o sangue com macrófago contaminado o sangue vai digerir nos 2-3 próximos dias, o macrófago será destruído e as amastigotas ficarão livres, e as amastigotas ficaram livre dentro do sistema digestório do vetor, e se transformaram nos estágios promastigotas, elas ficam na parte interna dos estômagos dos vetores. Algumas espécies ficam no intestino, mas a maioria no estomago. As promastigotas se vão se multiplancando por divisão binaria, gera estágios intermediários chamados de paramastigotas que ficam fixas na parede do estomago do vetor, e estas paramastigoas terminam a diferenciação em promastigotas infectante. Qual a diferença entre infectante para a norma, a infectante é menor e mais ágil e passou por um processo reprodutivo completo e se alojara nas glândulas salivares do vetor e quando ele for exercer hematofagia será evacuada. Dentro do vetor entra como amastigota passa para promastigotas, esse estágio flagelado se reproduz por divisão binária, gera estágios intermediários que ficam fixos temporariamente dentro do estômago do vetor que são as paramastigotas e essas paramastigotas se diferenciam em promastigotas infectantes que se alojam nas glândulas salivares do vetor. No vertebrado entra como promastigotas dentro dos macrófagos passa para amastigota se reproduz nessa forma por divisão binária as amastigotas vão lizar os macrófagos e vão continuar os ciclos dentro do vertebrado infectando novos macrófagos. Então no vertebrado entrou promastigotas depois só vou ter amastigota dentro de macrófago. Promastigota Infectante Promastigota Paramastigota 11 Transmissão e Ciclo Evolutivo no Vetor • Vetor – hematofagia • Ingere sangue com macrófagos parasitados com a forma amastigota; • Sangue ingerido é envolvido por uma membrana peritrófica • No estômago, o macrófago se rompe; • Liberação de amastigotas; • Divisão binária e transformam-se em promastigotas; • Formas promastigotas multiplicam-se por divisão binária; • Membrana peritrófica se rompe; • Liberação das formas promastigotas; • Promastigotas colonizam o trato digestivo do vetor; • Transformam-se em paramastigotas; • Permanecem aderidas pelo flagelo ao epitélio do trato digestivo; • Multiplicam-se por divisão binária; • Transformam-se em promastigotas; • Migram para a faringe do inseto; • Promastigotas metacíclicas infectantes. TransmissAo e Ciclo Evolutivo no Hospedeiro Definitivo • Flebotomíneo contaminado – hematofagia; • Formas promastigotas metacíclicas são introduzidas no local da picada; • 4 a 8 horas – formas promastigotas são fagocitadas pelos macrófagos; • Fagocitose: ocorre adesão e interiorização do parasito, e formação de um vacúolo fagocitário; • No vacúolo, formas promastigotas transformam-se em amastigotas; • Multiplicam-se por divisão binária; • Citoplasma repleto de amastigotas; • Rompimento da membrana do macrófago; • Liberação de formas amastigotas nos tecidos; • Nova fagocitose e reação inflamatória local. Importância da saliva Sustâncias vasodilatadora Favorecendo fluxo sanguíneo Lise do tecido Hematofagia e infecção 12 Podemos dividir o ciclo do parasito em duas fases distintas: no vetor e no hospedeiro mamífero. Diferentemente dos mosquitos, que se alimentam de sangue, os flebotomíneos alimentam-se de um agregado de células, linfa e sangue resultante do processo digestivo de sua saliva proteolítica (saliva que contém enzimas que degradam proteínas). e da ação mecânica de suas peças bucais. Dessa forma, o inseto ao picar um hospedeiro infectado consegue ingerir formas amastigotas intracelulares, as quais possuem a capacidade de resistir ao processo digestivo no inseto. Uma vez no estômago, as formas amastigotas diferenciam-se em promastigotas que perfazem múltiplas divisões binárias. Com o rompimento da membrana peritrófica (membrana secretada pelo inseto que contém todo o repasto alimentar), as formas promastigotas irão aderir via flagelo às paredes do sistema digestivo do inseto e realizar divisão intensa. Desse processo diferenciam-se as formas infectivas para o hospedeiro mamífero, sendo denominadas promastigotas metacíclicas, as quais migram ativamente à faringe do flebotomíneo e são introduzidas na pele do hospedeiro quando do repasto alimentar. Uma vez no mamífero, as formas promastigotas são recobertas pelo sistema complemento que facilita sua fagocitose pelos macrófagos, dentro dos quais os parasitos possuem a capacidade de diferenciar-se em formas amastigotas dentro do vacúolo parasitóforo. Utilizando-se de sua cobertura de lipofosfoglicanas (LPG) e de bombas de prótons (H+), o parasito consegue impedir a ação das hidrolases, evitando a sua digestão. Além disso, o parasito modula a resposta imune atraindo mais células do SFM para o foco de infecção. Os seres humanos não são considerados reservatórios das leishmanioses, figurando entre estes os canídeos, com grande importância do cão doméstico, edentados, lagomorfos, roedores e primatas não humanos. Em se tratando de leishmaniose cutânea, os parasitos ficam restritos ao local da picada do flebotomíneo ou, como ocorre na leishmaniose cutâneo-mucosa, células infectadas podem migrar e determinar a ocorrência de novas lesões.Já na leishmaniose visceral, os parasitos alcançam principalmente os órgãos linfoides, em especial a medula óssea, o baço e os linfonodos, onde são encontrados no interior de promonócitos ou de macrófagos residentes. Interação Parasito – célula hospedeira Macrófago promove a fusão dos lisossomos com o fagossomo e o parasito Após sucessivas divisões → rompimento da célula do hospedeiro→ liberação das amastigotas → que serão fagocitadas por outros macrófagos 13 Patogenia As patogenias determinadas por Leishmania spp. em seres humanos são distintas e variáveis, dependentes da espécie do parasito e da resposta imune do hospedeiro. Nas leishmanioses cutânea ou mucocutânea há o desenvolvimento lento e progressivo de lesões ulceradas de bordos elevados e fundo crostoso e úmido, popularmente comparadas às crateras lunares, iniciando com uma pequena pápula e sendo indolor durante todo o processo. Essas lesões podem ser únicas ou múltiplas, mutilantes ou desfigurantes e alcançar grandes proporções se a infecção não for diagnosticada e tratada precocemente. 14 Ciclo vital de Leishmania spp. Formas promastigotas presentes na probóscide do flebotomíneo são introduzidas Complexos Fenotípicos – Atual Classificação Subgênero Viannia Complexo Leishmania braziliensis L.(V.) braziliensis * L.(V.) guyanensis * L.(V.) panamensis L.(V.) peruviana L.(V.) lainsoni * L.(V.) shawi * L.(V.) colombiensis* Subgênero Leishmania Complexo Leishmania mexicana L.(L.)mexicana L.(L.) pifanoi L.(L.) amazonensis * L.(L.) venezuelensis L.(L.)garnhami Complexo Leishmania donovani L.(L.) donovani L.(L.) infantum L.(L.) chagasi * L.(L.) major** L.(L.) tropica** L.(L.) aethiopica** Promastigota se transforma em amastigota. Vantagens: diminuição do consumo do oxigênio, diminuição do tamanho e resistência ao meio ácido. *Espécies encontradas parasitando o homem no Brasil; ** Provavelmente pertencendo a este complexo 15 Ainda há espécies a serem descritas de leishmania As espécies são divididas em complexos tendo haver com comportamento de lesão e de ciclo biológico, no complexo brasiliencies todas apresentam comportamento semelhante pode ter forma clinica cutânea simples, mas pode apresentar forma cutânea mucosa. No mexicana amazonenses é responsável pela 3 forma clínica da tegumentar que é a cutânea difusa (n identifica) e a Donovani é responsável pela forma clínica visceral. Complexo Leishmania braziliensis → Forma cutânea Forma cutâneo mucosa Complexo Leishmania mexicana → Forma cutâneo difusa e Forma cutânea Características das Lesões Lesões iniciais são parecidas entre as espécies. Lesões de forma difusa • Forma lepromatosa da Leishmania (atinge o tegumento como um todo, mas não tem haver com a LEPRA, apenas lembra visualmente) • Acentuado tropismo dérmico – todos os membros tomados pelas lesões deslocamento dérmico intenso. • Reação inflamatória reduzida ou ausente (por isso o exame da negativo) Lesão inicial – nódulo eritematoso → processo lento → a disseminação desses nódulos se faz por metástases principalmente pelos vasos linfáticos ou migração dos macrófagos teciduais contaminados com amastigotas que se deslocam. ação parasitária Destruição celular Modificações histológicas Reação inflamatória Hiperplasia e Necrose Edema e infiltrado celular Lesões iniciais semelhantes entre as espécies Úlceras leishmanióticas 16 Leishmaníases Cutâneas do Velho Mundo As leishmaníases cutâneas do Velho Mundo são: • Leishmania major • Leishmania tropica • Leishmania infantum (variedade dermotrópica) • Leishmania aethiopica. Muda apenas o vetor, mas as ulceras são: • Úlceras indolores, secas ou úmidas, únicas ou múltiplas • Progressão e cicatrização – lenta (8 a 9 meses) • Destrutiva e desfigurante (pode evoluir para essa forma) • Cura espontânea – imunidade contra reinfecções (em alguns casos podem evoluir para cura espontânea). Leishmaníase Visceral A leishmaniose visceral, o período de incubação parece ser longo e dependente de fatores inerentes ao parasito e ao hospedeiro. Um dos primeiros sintomas da infecção é uma febre baixa e recorrente, associada ou não a uma linfoadenopatia (aumento de gânglios). A doença evolui lenta e progressivamente para quadros simples de envolvimento hepático, esplênico, renal ou hematopoiético, ou • Calazar americano → Adaptação ao ecossistema Na índia é conhecido como febre dumdum • L.(L.) chagasi O cão é o principal reservatório. Vetor – Phlebotomus spp. • Vetor – Lutzomyia longipalpis invasão dos órgãos tropismo visceral espécies adaptadas a viver em 37C Visceralização Órgãos ricos em macrófagos como o fígado (células de Kupffer), medula óssea, baço e linfonodos 17 Nos cães as amastigotas dentro dos macrófagos ficam no sangue circulante e lesões e migram para as vísceras fígado e baço e esse comportamento só ocorre em cães. No homem depois que forma o nódulo inicial no local da picada que tem macrófagos com amastigotas esse nódulo regride e os macrófagos com amastigotas vão migrar para as vísceras fígado e baço, porem nos tecidos não há manifestações no homem. Nos cães vai ocorrer na pele e nas vísceras. Por isso é mais fácil o vetor picar o cão e infectar-se do que picar o homem com visceral, pois depois que ocorre a visceralização apenas nos macrófagos internos que há amastigotas não há mais no tecido da pele. Por isso os cães são os hospedeiros principais. Vetor especifico, que se adapta ao ambiente urbano. No Brasil há única espécie (AGENTE ETIOLOGIO) que causa a visceral a chagazi. A grande diferença do ciclo tegumentar para o ciclo visceral é a VISCERALIZAÇÃO. Esse processo ocorre no hospedeiro vertebrado, dentro do vetor não há diferenças, o mosquito se infecta da mesma maneira. A transmissão se da com a entrada das promastigotas que desencadeiam a formação de um nódulo, chamado de leishmanioma, ele vai regredindo conforme passa os meses, nesse período os macrófagos contaminados com amastigota desprendem da região tecidual e começam por via sistêmica a ir para fígado, baço, medula, inicialmente por esses tecidos que são os produtores de macrófagos, e esse deslocamento do nódulo inicial para os órgãos interno é o que chamamos de visceralização. Principais Alterações Fisiológicas e Histopatológicas • Febre baixa - 2 ou 3 picos diários Alterações Esplênicas: • Esplenomegalia: hiperplasia e hipertrofia das células • do SMF (sistema fagocitário) do baço; Hepáticas: • Hepatomegalia: hiperplasia das células do SMF e dilatação dos sinusóides; Tecido hematopoiético: • Medula óssea: diminuição na produção de células: anemia, leucopenia, plaquetopenia. Renais: • -Deposição de imunocomplexos (IgG, IgM e IgA), complemento e fibrinogênio • -Distúrbios nas funções • -Albuminúria e Hematúria • -Formas amastigotas – raro Pulmonares • -Pneumonite e Broncopneumonia • Casos crônicos – fibrose do baço e fígado Não é um quadro de acumulo de liquido, e sim a HIPERTORFRIA do baço, fígado etc. Vai comprometer a produção de células sanguíneas Acumulo de imunocomplexos nos rins, e inicia processos inflamatórios e esses distúrbios afetam as funções renais. Presença de proteína na urina. E sangue na urina. Pode haver alterações pulmonares. 18 Evolução Clínica Forma assintomática: • Adultos jovens e crianças - evolução e sintomas discretos . • Reações sorológicas positivas. Sintomas discretos, forma branda. Forma aguda: • Evolução rápida e fatal. • Aumento na titulação de anticorpos. • Confundida: malária,esquistossomose, doença de Chagas aguda e toxoplasmose. Em comum em todas essas parasitoses: hepatomegalia, fígado comprometido, por isso pode ser confundidas. Forma aguda é rara e normalmente ocorre em pacientes imunossuprimidos Forma sintomática ou crônica: • Evolução lenta • Emagrecimento progressivo: caquexia (alta debilidade física) – (vai estar imunossuprimido) por isso aumenta a suscetibilidade para infecções secundárias Mais comum. As áreas mais atraídas pelo mosquito são as áreas mais quentes e vascularizadas onde o mosquito pica (orelhas). Detecção do Parasito Técnicas Imunológicas • Ensaio Imunoenzimático (ELISA) • Hemaglutinação indireta • Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) • Reação de Montenegro - reação intradérmica • Reação em cadeia da polimerase (PCR) – DNA de Leishmania Biópsia ou raspagem e Punção de lesões Animais silvestres – fontes de infecção Pele , sangue , fígado, baço, medula óssea e pulmões Lâminas coradas com Giemsa Punção do baço, medula e linfonodos Meio de Cultura Sangue – formas amastigotas no interior de leucócitos (creme leucocitário) Inóculo em animais – resultado demorado Técnicas Imunológicas 19 Fontes de infecção Agentes Terapêuticos Antimonial pentavalente: rápida eliminação renal – limitada acumulação nos tecidos: • Glucantime (Antimoniato de meglumine) • Pentostan (Estibogluconato de sódio) Isotianato de Pentamidina Anfotericina B Profilaxia • construção de casas a uma distância mínima de 500 m de matas derrubadas; • tratamento dos indivíduos parasitados; • uso de repelentes, telas e mosquiteiros; • uso de inseticida; • eliminação de cães infectados • vacinação? Reservatórios naturais – organismos adaptados ao parasitismo Ausência de lesões Cultura Animais infectados - títulos de anticorpo crescentes Evolução letal Lesões aparentes Medicação alternativa ↓ eficiência ↑ toxicidade 20 Leishmania SPP. Epidemiologia • Espécies individuais restritas a regiões geográficas específicas • Parasitos encontrados no Sul da Europa, regiões tropicais e subtropicais, incluindo África, Ásia, Oriente Médio e América Latina • Animais que são reservatórios incluem roedores e cães; a transmissão dos reservatórios para humanos ou entre humanos se dá pela picada da mosca de areia (menor do que um mosquito) • O parasito encontra-se no estágio de promastigota, na saliva de moscas infectadas; após sua introdução no organismo humano, as formas promastigotas se transformam em amastigotas, que invadem as células do sistema reticuloendotelial, onde se multiplicam; a destruição das células parasitadas e replicação adicional do parasito provocam manifestações localizadas ou disseminadas • As moscas de areia tornam-se infectadas quando sugam sangue contendo amastigotas; estas se transformam em promastigotas no intestino médio dos insetos, migrando para sua glândula salivar, quando os insetos alimentam • As manifestações clínicas dependem da espécie do parasito e da condição imunológica do paciente Doenças • Leishmaniose cutânea: lesão no local da picada • Leishmaniose mucocutânea: progressão da doença, com destruição de membranas mucosas adjacentes • Leishmaniose visceral ou disseminada: manifestação moderada autolimitante; doença fulminante com destruição de múltiplos órgãos (p. ex., fígado, baço, rins); ou doença crônica Diagnóstico • O diagnóstico clínico em regiões endêmicas é confirmado pela detecção de amastigotas no tecido por microscopia, imunoensaios ou NAATs Tratamento, controle e prevenção • O tratamento de escolha para todas as formas de leishmaniose é estibogluconato sódico, antimoniato de meglumina ou miltefosina; alternativas são pentamidina ou anfotericina B • Prevenção pelo controle do vetor e tratamento de indivíduos infectados 21