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Protozoários, Espozoários e Flagelados
Parasitologia 
Clínica
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
EDINÉIA BONIN
AUTORIA
Edinéia Bonin
Olá! Sou analista de Alimentos, mestre em Ciência de Alimentos 
e doutoranda em Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de 
Maringá (UEM), com experiência técnico-profissional de mais de cinco 
anos na área de Microbiologia. Passei por empresas multinacionais nas 
quais desenvolvi experiência em análise de laboratório físico-química 
e microbiológica. Sou apaixonada pela leitura e pelo que faço, e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso, fui convidada pela Editora TeleSapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Protozoários Parasitos do Homem ....................................................... 10
Principais Grupos de Protozoários e Metazoários Parasitas do Homem e 
seus Vetores ........................................................................................................................................ 16
Amebas Parasitas do Homem ............................................................................................... 21
Entamoeba Histolytica e Amebíase: Parasita .............................................................23
Entamoeba Histolytica e Amebíase: a Doença .........................................................24
Os Esporozoários Toxoplasma Gondii .................................................29
Formas Infectivas ........................................................................................................................... 30
Transmissão .........................................................................................................................................34
Toxoplasmose: A Doença ..........................................................................................................35
Protozoários Parasitários do Gênero Plasmodium ....................... 41
Plasmódios e a Malária: Os Parasitas ...............................................................................42
Plasmódios e a Malária: a Doença ......................................................................................47
Plasmódios e a Malária: Ecologia e Epidemiologia............................................... 48
Controle da Malária....................................................................................................................... 49
Flagelados Parasitas do Sangue e dos Tecidos: 
Trypanosomatidae ..................................................................................... 52
Tripanossomíase por Trypanosoma cruzi (Doença de Chagas): O Parasita 
e a Doença ...........................................................................................................................................53
Tripanossomíase por Trypanosoma Cruzi: Ecologia, Epidemiologia e 
Controle ..................................................................................................................................................57
Tripanossomíase por Trypanosoma Brucei e Doença do Sono ................... 59
7
UNIDADE
02
Parasitologia Clínica
8
INTRODUÇÃO
Estímulo vem da vontade de aprender coisas novas, de buscar 
um material que auxilie e ajude a compreender com mais facilidade os 
desafios do estudo. E o estudo do reino Protozoa é bastante estimulante. 
O reino Protozoa compreende os protozoários e metazoários que 
parasitam o homem e seus vetores de contágio, a diferença em organelas 
de locomoção, ciclo biológico sexuado e assexuado, muitas vezes ocorre 
no hospedeiro, o homem, para potencializar a doença, quais os principais 
grupos que são responsáveis por epidemias no Brasil e no mundo. 
Entender o ciclo biológico da Entamoeba histolytica responsável pela 
amebíase no homem, bem como o protozoário intracelular obrigatório 
Toxoplasma gondii, que é o agente causador da toxoplasmose e tem o 
felino como hospedeiro definitivo. Aprender sobre a infecção número 1 em 
casos epidêmicos no Brasil e no mundo e qual sua forma de transmissão, 
a doença malária ou doença infecciosa febril aguda, causada por 
protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pelo mosquito fêmea 
do gênero Anopheles e, por fim, a doença de Chagas, descoberta pela 
primeira vez no Brasil pelo cientista e médico Carlos Chagas, é transmitida 
pelo Trypanosoma cruzi denominado barbeiro, protozoários que 
transmitem a infecção pelas fezes e urina e a doença do sono, transmitida 
pelo Trypanosoma brucei que infecta pela saliva. Aos futuros profissionais 
e estudantes, sejam bem-vindos a conhecer e entender os protozoários 
que infectam o homem, e seus graves riscos na Saúde Pública, sejam 
multiplicadores de boas ações o conhecimento.
Parasitologia Clínica
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Protozoários, espozoários 
e flagelados. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das 
seguintes competências profissionais até o término desta etapa de 
estudos:
1. Apontar as características gerais do reino Protista. 
2. Identificar os principais grupos de protozoários e metazoários e 
sua organela como meio de locomoção. 
3. Analisar o gênero de Plasmodium quanto ao parasita, doença e 
epidemiologia. 
4. Reconhecer os flagelados que infectam o sangue e tecidos.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Parasitologia Clínica
10
Protozoários Parasitos do Homem
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de diferenciar 
os grupos dentro do reino protozoa que compreende os 
protozoários e metazoários parasitas do homem, quanto ao 
meio de locomoção, nutrição, morfológico, ciclo biológico, 
bem como os vetores e principais grupos que são 
responsáveis por epidemias no Brasil e no mundo. Vamos 
aos estudos?.
Dentro do grupo da Parasitologia, ciência que estuda os parasitas 
e associações com seu hospedeiro, temos o reino Protista (Protozoa), 
platelmintos e nematelmintos (Platyhelminthes) e artrópodes (Arthropoda).
O conceito de protozoário foi abordado no século XIX por 
pesquisadores, a partir deste século, o número de espécies aumentou e 
novas abordagens de classificação e organização foram necessárias para 
entendimento dos organismos. Nos dias de hoje, existem mais de 60.000 
espécies de protozoários, uma parte ainda são fósseis, o restante é 
encontrado em todos os tipos de ambientes aquáticos e nos solos, cerca 
de 10.000 espécies são parasitas de animais, e 100 espécies parasitam o 
homem. Cerca de 25.000 espécies têm vida livre, mas podem viverem 
associações harmônica ou desarmônica com outros seres, em alguns 
casos, são encontrados aderidos em rocha, algas, plantas aquáticas, 
rizosfera de plantas, biofilmes em locais com alimento disponível. 
Esta única célula realiza todas as funções de locomoção, 
morfológica, fisiológica, excreção, respiração, nutrição e reprodutiva, com 
facilidade de adaptações em diferentes ambientes. Estes seres, embora 
tão pequenos em tamanho (2 a 100 µm), com ciclo biológico de curta 
duração, têm alta reprodução assexuada e sexuada. Quando comparados 
com microrganismos que induzem infecção bacteriana de curta duração, 
os parasitas desenvolveram mecanismo de escape que permite longo 
período de parasitismo.
Parasitologia Clínica
11
Os protozoários não possuem grande formação celular, são 
organismos unicelulares eucariotos, com importância biológica e 
parasitária. Possuem uma única célula, porém alguns têm organelas 
de alta complexidade, sendo comparada com órgãos de organismos 
multicelulares. Quando comparamos a complexidade fisiológica e 
funcional, estes seres são mais semelhantes com animais do que com 
células isoladas. As células podem ter morfológicas variadas em formatos 
ovais, alongados e esféricos, para identificação, os estudiosos precisaram 
usar várias técnicas como o auxílio de microscópio eletrônico, estudos 
bioquímicos e fisiológicos.
A condição fisiológica faz com que espécies de protozoários 
tenham etapas definidas: a forma ativa de alimentação e reprodução 
denominada trofozoíto. A forma de resistência ou inativa é uma parede 
cística que o parasita produz para envolver a célula e proteger quando 
está em meio externo. Os cistos podem ser encontrados em tecidos ou 
fezes do hospedeiro, já os derivados da reprodução sexuada podem ser 
encontrados nas fezes do hospedeiro, em que suas formas de reprodução 
sexuada podem ser por gameta de algumas espécies, como o Plasmodium, 
denominado microgameta masculino e macrogameta feminino.
A estrutura dos protozoários é constituída basicamente de membrana, 
citoplasma e núcleo bem definidos. A membrana plasmática apresenta 
função e estrutura similar à célula dos animais, funciona como barreira 
seletiva entre o citoplasma e o meio externo, tem importante associação 
com a nutrição por ingestão de partículas sólidas e líquidas (fagocitose 
e pinocitose), motilidade, excreção, descarte de produtos produzidos 
pela célula e regulação osmótica. Giardia lamblia e tripanossomas são 
exemplos de protozoários que apresentam membrana celular, chamadas 
de cutículas, possuem uma rigidez para manter a proteção do interior 
da célula (formato e integridade), porém esta rigidez não interfere no 
movimento em seu habitat. A membrana plasmática é composta por 
uma mistura delicada de lipídeos e proteínas, controla o que entra e sai 
da célula. Já os lipídios são denominados de fosfolipídios, são formados 
por uma dupla camada, com cabeça hidrofílica, atraem a água, e cauda 
hidrofóbica não há atração de água. A bicamada lipídica é composta de 
pequenos poros, que selecionam as moléculas para passarem por meio 
da membrana. As proteínas têm funções diferentes, podem ser canais ou 
receptores de sinais ou apenas um conexo da membrana.
Parasitologia Clínica
12
Nos protozoários, temos o citoplasma, que inclui organelas envoltas 
por membranas, com característica de uma massa gelatinosa denominada 
de citosol (solução à base de água que contém íons, pequenas moléculas 
orgânicas, e macromoléculas), muitas vezes diferenciado em ectoplasma 
(camada externa e transparente) e endoplasma (camada interna contendo 
as organelas). A estrutura do citoplasma é mais facilmente vista em 
amebas, pelo prolongamento do externo do citoplasma denominado de 
pseudópodes, responsável pelo movimento. Observe essa estrutura na 
Figura 1.
Figura 1 – Prolongamento do citoplasma – Pseudópodes em ameba
Nucléo
Membrana
 celular
Pseudópodes
Endoplasma
Ectoplasma
Vacúolo
 contrátil
Vacúolos
 
Digestivos
Fonte: Wikimedia Commons. 
No citoplasma, estão presentes as organelas como mitocôndria, 
vacúolos, lisossoma, corpúsculo basal, complexo de Golgi, microtúbulos 
e retículo endoplasmático, cada organela tem função específica. Algumas 
espécies de protozoários não possuem mitocôndrias e complexo de Golgi, 
possuem estruturas especiais. As organelas das diferentes espécies são 
praticamente semelhantes, o que difere é o tamanho, algumas precisam 
ser observadas em microscópio eletrônico.
Parasitologia Clínica
13
Agora, vamos falar resumidamente sobre cada funcionalidade das 
diferentes organelas: o retículo endoplasmático tem duas finalidades 
lisossíntese de esteroides (liso) e síntese de proteínas (grosso), já o 
complexo de Golgi, que fica junto com o retículo, tem a finalidade de 
condensar a secreção das proteínas e síntese dos carboidratos, os 
protozoários flagelados, ciliados e amebas (Giardia), tem essas organelas 
desenvolvida, reduzida e ausente.
As mitocôndrias são responsáveis pela respiração dos protozoários, 
possuem DNA, RNA e ribossomos com propriedades parecida com a dos 
procariotos, alguns parasitas, como tripanossoma, possuem mitocôndria 
única, com região rica em proteína, os Giardia lamblia, Trichomonas 
vaginalis e Entamoeba não contém mitocôndria. 
O meio de nutrição dos protozoários ocorre por predação de 
microrganismos ou protozoários mesmo, ou por ingestão de partículas 
do meio. Os tipos de nutrição podem ser por autotróficos, heterotróficos, 
saprozoicos, mixotróficos e síntese de proteínas e transporte. Acompanhe 
pelo Quadro 1.
Quadro 1 – Tipos de nutrição que ocorre nos protozoários em geral
Autotróficos Sintetizam a luz solar, exercendo fotossíntese.
Heterotróficos
Ingestão de partículas orgânicas que são 
quebradas por enzimas, e o resíduo é eliminado.
Saprozoicos
Absorção de substâncias inorgânicas, em 
decomposição. 
Mixotróficos
Excreção de resíduos, substâncias solúveis e 
insolúveis. (Tróficos) mais que uma nutrição.
Síntese de 
proteínas e 
transporte
Organelas especializadas de estrutura simples e 
complexas.
Fonte: Neves (2003). 
Ao ingerir essa partícula, forma um vacúolo digestivo, ocorrendo 
a digestão do alimento e os restos são eliminados para fora da célula. 
O conjunto de reações químicas que ocorrem no interior das células 
produzem substâncias tóxicas, que precisam ser eliminadas por excreção 
ou pelo vacúolo contrátil.
Parasitologia Clínica
14
Como os protozoários são seres de ambiente aquático, para 
regular o conteúdo de água no interior da célula e evitar que ocorra o 
rompimento desta, apresentam vacúolos contráteis, que são responsáveis 
pelo equilibro osmótico da célula. Essas vesículas são como bexigas, 
acumulam a água e liberam para fora do protozoário. Os alimentos são 
ingeridos pelos protozoários e enzimas são responsáveis pela quebra 
deles, essas são produzidas pelo vacúolo digestivo. O citoesqueleto 
formado por proteínas estruturais que se encontram no interior da célula 
dos protozoários, são responsáveis pela formação dos flagelos e cílios 
meios de locomoção.
Os meios de deslocamento dos protozoários são o flagelo, 
cílio, pseudópodes e microtúbulos. Os flagelos são estruturas finas e 
permanentes de locomoção dos flagelados, compostas por microtúbulos 
formados por proteína tubulina, as espécies possuem números variados 
de flagelos, por exemplo, o gênero Trypanosoma tem um único flagelo e 
as Giardia lamblia quatro ou mais. Os protozoários ciliados possuem cílios 
para deslocamento, sua composição funcional e morfológica é parecida 
com a dos flagelos, a diferença é a membrana ondulante formada pelos 
cílios, são rápidos no meio aquático, pois possuem grande número de 
cílios na superfície celular. Os pseudópodes são como pés, gerados 
por alongamento do externo do citoplasma, o movimento é por meio 
de deslizamento, e com isso vai ingerindo partículas de alimentos, são 
organelas temporárias. Já asestruturas denominadas de microtúbulos, 
são meios específicos de Toxoplasma e Sarcocystis, não perceptíveis 
em microscópios comuns, possibilitam os deslizamento e ondulações, 
flexões, contrações e deslocamento.
Parasitologia Clínica
15
Figura 2 – Protozoários e suas diferentes organelas de deslocamento
C í
lio
s
Pseudópodes
Flagelos
Fonte: Wikimedia Commons. 
Os núcleos das células dos protozoários geralmente são esféricos 
ou alongados, situado no endoplasma, separado pela membrana 
nuclear, constituído de inúmeros canais que transporta material entre o 
nucleoplasma e o citoplasma. O material genético está no cromossomo 
que contém filamentos de DNA (um ou mais núcleos). A síntese proteica 
é produzida por diferentes tipos de RNA no núcleo, a quantidade de 
núcleo é diferente entre as espécies de protozoários. Os macronúcleos 
e micronúcleos são dois tipos de núcleos dos ciliados, são responsáveis 
pelo controle da atividade vegetativa e reprodução.
Esta organela está presente nos protozoários de água doce e 
também possui a função de regulação osmótica (controle hídrico) da 
célula. Os protozoários de água doce são hipertônicos em relação ao 
meio em que se encontram e por isso, ocorre, por osmose, uma entrada 
contínua de água no seu interior. Para evitar que o protozoário inche e 
estoure, o vacúolo contrátil bombeia continuamente o excesso de água 
para fora do protozoário.
Parasitologia Clínica
16
A respiração dos protozoários é feita por meio aeróbico, necessitam 
do oxigênio para sobrevivência, absorvido pela membrana citoplasmática. 
E o meio anaeróbico não sobrevive em contato com o oxigênio, não têm 
membrana.
Principais Grupos de Protozoários e 
Metazoários Parasitas do Homem e seus 
Vetores
Os protozoários podem causar doenças graves nos seres humanos, 
infectam tecidos e órgãos do corpo como: células do sangue, sistema 
nervoso central (SNC), as células de defesa do organismo que atuam no 
sistema imunológico (macrófagos), intestino, sistema reprodutor, cérebro, 
músculo e pele. Observe o Quadro 2.
Quadro 2 - Locais do corpo humano que os Protozoários infectam causando doença
Cabeça (SNC)
Ameba, malária, Toxoplasma e 
tripanossomas
Sistema reprodutor Trichomonas
Pele Leishmania
Sangue Malária, tripanossomas
Oragos (fígado) Leishmania, Entamoeba
Intestino
Cryptosporidium, Entamoeba, Giardia, 
Cyclospora 
Fonte: Fonseca (2005).
Estes protozoários desenvolverem estratégias para bloquear as 
repostas do organismo do hospedeiro, e utilizam uma variedade de rotas 
para infectar os seres humanos.
Os principais grupos de protozoários ou reino protozoa são 
classificados conforme o meio de locomoção em Sarcomastigophora, os 
quais estudamos as amebas, que se movimentam por pseudópodes, os 
flagelados por longos flagelos, apicomplexa é o estudo dos esporozoários, 
não possuem estrutura de locomoção e Ciliophora que estuda os 
organismos ciliados, movimento por cílios curtos. 
Parasitologia Clínica
17
O deslocamento da Mastigophora ou flagelados é por batimento 
dos flagelos, semelhantes a chicotes, auxiliam na captura de alimentos e 
estímulos ambientais, a maioria são heterotróficos, forma oval, alongada 
ou esférica, reproduzem por bipartição, alguns grupos são de vida livre, 
nutrição de animais e plantas em decomposição, ou membrana ondulares 
como os tripanossomos. Nesse grupo, incluem também os flagelados 
intestinais, que causam doenças graves como a doença do sono e de 
Chagas, infecções do trato urinário e giardíase (Giardia, Trichmonas, 
Trypanosoma), doenças causadas no sangue e tecido (Leishmania e 
Trypanosoma).
Sarcodina são grupos de protozoários ameboides, que causam 
doenças no ser humano, usam pseudópodes para locomoção e capturar 
alimentos, vida livre e habitat variado na natureza, como as Entamoeba, 
Endolimax, Iodamoeba, alguns grupos têm o trato digestivo do homem 
como habitat, por exemplo: Entamoeba dispar, Entamoeba coli, Iodamoeba 
butschilii e Entamoeba nana, essas espécies não são patogênicas ao 
homem, como descrito na evolução do parasitismo no capítulo I, a única 
espécie patogênica é a Entamoeba histolytica.
Sporozoa ou esporozoários, denominados de apicomplexa, 
são parasitas de ciclo de vida complexo, podem ter dois tipos de 
reprodução sexuada ou assexuada rotativas, geralmente são dois tipos de 
hospedeiros definitivos: pode ser artrópode, vermes, inseto e vertebrados. 
Podem ser divididos em duas classes: Coccidio, que parasitam o homem, 
Toxoplasma, Isospora e Cryptospidium (causa diarreia no homem e nos 
animais). E a classe dos Haematozoa, que incluem os Plasmodium, nesse 
grupo encontra-se o parasita da malária.
Parasitologia Clínica
18
Figura 3 – Anatomia dos esporozoários denominados de apicomplexa
 
Fonte: Wikimedia Commons. 
Ciliophora são grupos de protozoários constituídos pelos ciliados, 
possuem dois tipos de núcleos em cada organismo, são heterotróficos, 
com diferentes formas corpóreas, de vida solitária, por ter cílios distribuídos 
na superfície de todo corpo, são muito rápidos, acredita-se que os cílios 
auxiliam no movimento da água impulsionando-os para frente, o que 
ajuda a fugir dos predadores. O Balantidium coli é o único parasita que 
infecta o intestino do homem e diferentes animais.
Parasitologia Clínica
19
SAIBA MAIS:
Para melhorar o entendimento sobre o B. coli, sugiro a 
leitura deste artigo de Barbosa et al. (2016), Avaliação da 
frequência de Balantidium coli em suínos, tratadores 
de suínos e primatas não humanos no estado do Rio de 
Janeiro. Acesse aqui. 
Os metazoários parasitas do homem são compreendidos por 
dois grupos de vermes helmintos que se dividem em platelmintos e 
nematelmintos, são seres que desenvolveram ao longo do tempo, 
passando de protozoários para metazoários.
Os platelmintos são vermes de corpo achatado, subdividem-se em 
duas classes: cestoda e trematoda. Os cestodas têm o corpo semelhante a 
uma fita, infectam tecidos e intestino dos seres humanos como as Taenia, 
Spirometra, Echinoccus, Hymenolepis e Dipylidium, já os trematódeos 
apresentam-se em forma de folha, e os esquistossomos são alongados 
e estreitos, isso facilita seu habitat nos pequenos vasos sanguíneos. Os 
gêneros que infectam os homens incluem Schistosoma, Paragonimus, 
Clonorchis, Metagonimus, Fasciolopsis e Fasciola.
Nematelmintos são nomeados como parasitas intestinais, pela 
forma de infectação que ocorre por falta de saneamento básico, falta 
de higiene e índice socioeconômico. Possuem um corpo cilíndrico 
arredondado, várias cavidades naturais, sistema nervoso complexo e sexo 
separado. O procedimento usual para diagnóstico nos seres humanos é 
análise de fezes, urina, sangue e tecidos, para verificar a presença de ovos 
ou larvas. Os gêneros dos nematelmintos que infectam o homem: Ascaris 
lumbricoides, Trichuris trichiura e Enterobius Vermicularis. Observe o 
Quadro 3.
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/38gAIpc
20
Quadro 3 – Metazoários: helmintos – espécies e importância para o homem
Platelmintas-
Cestodes
Taenia solium e saginata
Echinococcus granulosus 
Diphilobotrium latium 
Hymenolepis nana e 
diminuta
Intestino
Platelmintas- 
Trematodes
Fascíola hepática 
Paragonimus vestermani 
Fasciolopsis buski 
Schistosoma mansoni, 
japonicum, haematobium
Fígado e 
pulmão, 
intestino e 
sangue
Nematelmintas
Ascaris lumbricoides
Trichuri trichiura
Enterobius vermicularis
Intestino
Fonte: Doughty (1996).
Alguns vetores podem transmitir essas doenças de protozoários 
para o homem ou animais, na classe dos flagelados, temos a Leishmania 
brasiliensis, Mexicana e Donovani, são transmitidos por vetores como 
Flebotomíneos, subfamília de insetos que tem como habitat as florestas, 
nas ruas são considerados como endemias, tendo com reservatórios 
roedores ou cães. Os mosquitos Aedes são considerados vetores 
das doenças como a dengue, Chikungunya, febre amarela e zika,já 
pernilongo Anopheles, da malária, o mosquito culex: Encefalite janonesa, 
febre do Nilo e ocidental, por fim, o Filaríase linfática vetor de elefantíase. 
Os  triatomíneos  são insetos hematófagos obrigatórios conhecidos 
como barbeiros Triatoma reduviid que causa a doença de Chagas 
(tripanossomíase africana), a mosca Tsé-Tsé é vetor da doença do sono 
e os caracóis de água doce causam esquistossomose ou barriga d´água. 
E, ainda, os considerados vermes helmintos: mosca Simulium causa 
a doença humana denominada de Oncocercose e a mosca Chrysops: 
doença Loaiasis.
Parasitologia Clínica
21
CURIOSIDADE: 
A Filariose linfática doença parasitária crônica, causada pelo verme 
nematoide Wuchereria Bancrofti e replicada pela picada do mosquito 
Culex, está sendo erradicada no Brasil, a área endêmica está concentrada 
na região do Recife/Pernambuco.
Amebas Parasitas do Homem
Neste tópico, vamos falar sobre o grupo de protozoários que 
possuem espécies patogênicas para o ser humano, espécies facultativas 
de vida livre e aquelas que vivem harmonicamente simbióticas. As 
amebas, com habitat no ser humano, são da família Entamoebidae e do 
gênero Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax. 
Curiosidade: A primeira Entamoeba descrita foi encontrada em 
barata (Blatta oientalis), por Butschli em 1878, até então era desconhecido 
que a espécie vivia em contato com hospedeiro, eram denominadas de 
Amoeba por ter vida livre. O significado da palavra Amoeba se refere 
aquilo que não tem forma.
As Entamoebas podem ser classificadas em: aquelas que têm vida 
livre, mas podem ter patogenicidade (facultativa) Acanthamoeba sp, 
Balamuthia sp., Naegleria sp; as que vivem no homem, mas não causam 
nenhum dano aparente a saúde (simbiótica): Entameba dispar, E. coli, E. 
gingivalis, Endolimax nana, Iodamoeba butschilii; e a espécie considerada 
patogênica, Entamoeba Histolytica. 
Todas as espécies do gênero Entamoeba têm o intestino do homem 
e dos animais como habitat, menos a E. moshkovskii, por viver livremente, 
são classificadas conforme número de núcleos de cisto.
As E. coli, E. muri e E. gallinarum possuem oito núcleos em seu 
cisto, E. histolytica, E. dispar, E. hartmani, E. moskovskii apresentam quatro 
núcleos contendo um núcleo no cisto são denominadas de E. polectki, E. 
suis e a que não possui cisto E. gingivalis. 
Parasitologia Clínica
22
Figura 4 – Cistos contendo os núcleos de diferentes gêneros de Entamoeba histolytica, E. 
hartmenni, E. coli, E. nana, E. butschlli e. fragillis
Fonte: Wikimedia Commons. 
O ciclo biológico do protozoário apresenta dois estágios básicos 
e bem definidos: trofozoítos e cistos. As amebas descritas diferenciam 
uma das outras pelo tamanho do cisto e trofozoíto, pela estrutura e 
número de núcleos nos cistos, porém a diferenciação entre as espécies 
é bastante complexa, em cada fase do ciclo da vida, o parasita apresenta 
uma característica celular, com morfologia e bioquímica diferentes, essa 
diferenciação só é possível observando várias estruturas como trofozoíto 
nas fezes, intestino, cistos maduros e imaturos em fezes normais.
 Os trofozoítos é a forma ativa do protozoário, capaz de alimentar, 
movimentar e reproduzir, geralmente invadem a luz do intestino grosso, 
podendo invadir mucosas quando patogênicos. Os cistos são formas 
resistentes multinucleadas ou sem núcleo que são eliminados junto com 
as fezes.
CURIOSIDADE: 
Os indivíduos assintomáticos, que eliminam cistos, são a principal 
fonte de contaminação, ocasionando epidemia em regiões que não 
possuem saneamento básico, contaminando água utilizada.
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Entamoeba Histolytica e Amebíase: 
Parasita
A E. histolytica é o agente etiológico da doença infecciosa do ser 
humano amebíase, considerada um importante problema de Saúde 
Pública, gerando número elevado de óbitos todos os anos. São parasitas 
do intestino grosso dos seres humanos, primatas e alguns outros animais, 
em alguns casos são assintomáticos, desenvolvendo em momento de 
estresse ou sistema imunológico comprometido.
E. histolytica encontra-se distribuída amplamente em todo o 
mundo. Sua prevalência é maior nos países das zonas tropicais e 
subtropicais, com populações carentes e sem saneamento básico. Com 
o aumento da migração de pessoas de países em desenvolvimento para 
países desenvolvidos, o contágio é favorecido. Áreas com alta incidência 
de infecção amebiana incluem Índia, África, México e partes da América 
Central e do Sul.
Há grande quantidade de pessoas infectadas em regiões frias, 
como o Canadá, norte dos Estados Unidos e Europa. Segundo dados 
dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC), a cada ano, essa 
doença se desenvolve em todo o mundo em 40-50 milhões de pessoas e 
causa 40.000 mortes, o que a torna a segunda principal causa morte por 
infecção provocada por protozoário parasita. 
No ano de 1990, por meio de vários estudos foi possível separar, 
amebas idênticas em duas espécies, E. dispar (não patogênica) e E. 
histolytica (patogênica). A E. dispar não causa nenhuma forma de doença, 
mesmo em pacientes imunocomprometidos. Porém, a E. histolytica 
é responsável pela colite amebiana, infecta todos os gêneros em ser 
humano.
Parasitologia Clínica
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SAIBA MAIS:
Busque entender mais a diferença entre as Entamoeba 
lendo o artigo de Tomé e Tavares (2007): Diferenciação 
entre Entamoeba histolytica e Entamoeba dispar por meio 
de ensaio imunoenzimático para pesquisa de antígenos em 
amostras fecais. Acesse clicando aqui.
Quanto a identificação, podemos encontrar a ameba ativa, o cisto 
inativo, o trofozoíto, que pode ser encontrado nos tecidos, e fezes aquosas 
causadas pela amebíase, o tamanho é entre 15 a 30 µm, os trofozooides 
podem ser encontrados por meio de diagnóstico do material fresco, 
possuem movimentos rápidos.
Os cistos de amebas patogênicas medem de 10 a 20 µm, podem 
ser encontrados em fezes pastosas. Atualmente, as espécies patogênicas 
são diferentes da não patogênicas, os cistos são maiores em tamanho 
decorrente da diferença de nutrição ou da presença da espécie não 
patogênica que é menor.
Entamoeba Histolytica e Amebíase: a 
Doença
A amebíase é a infecção do homem pela Entamoeba Histolytica 
com ou sem manifestação clínica. O homem se infecta ingerindo os cistos 
maduros, juntamente com alimentos, água ou contato fecal-oral, falta de 
higiene domiciliar disseminando entre a família toda. Ocorre a ingestão 
dos cistos, passando pelo estômago, resistem ao suco gástrico, chegando 
ao intestino grosso, acontece o desencistamento no intestino delgado, 
formando o metacisto, o qual se divide em quatro, oito trofozoítos aderem 
a mucosa do intestino e a nutrição é detritos de alimento e bactérias. 
Depreendem-se da parede do intestino no cólon, transformam em pré-
cisto e, posteriormente, em cisto, saindo com as fezes. O ciclo patogênico 
pode instalar no fígado, cérebro, pulmão, pele e cérebro. Os cistos 
podem sobreviver até semanas no ambiente, pela proteção da parede, 
ocasionando novo contágio.
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http://bit.ly/38jqfJK
25
Figura 5 – Infecção por Entamoeba histolytica
 
Fonte: Wikimedia Commons. 
O fator virulência da E. histolytica é um evento multifatorial 
influenciado por diferentes fatores, pouco compreendido pela variabilidade 
e potencial patogênico e diferença de virulência, esses protozoários têm 
a capacidade de mudar de um tipo harmônico para virulento, agressivo 
e invasor, isso pode ser explicado por um rompimento do equilíbrio 
parasita-hospedeiro, favorecendo o parasita. Entre o meio que amebas 
vivem, podemos relatar a presença de bactérias, principalmente 
anaeróbicas, capazes de potencializar a virulência da E. histolytica, que 
pode ser deduzida, porque as bactérias que vivem no trato intestinal são 
patogênicas, como Escherichia coli, Salmonella sp. Shigela, entre outras, 
elas transferem o gene de virulência para outrasespécies.
A E. histolytica se instala na célula com uma forte adesão, estando 
mediada pela proteína lectina e por fagocitose, faz a destruição da parede 
epitelial, liberando enzimas proteolíticas, as quais favorecem o aumento 
da destruição dos tecidos. Posteriormente, penetrando na mucosa 
intestinal, formando úlceras, que podem ter diferentes tamanhos e formas, 
induzindo a inflamações espalhadas facilmente, formando abscessos e 
necrose.
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Os pacientes com amebíase desenvolvem diarreia sanguinolenta 
e dor abdominal, febre seguida de anorexia e perda de peso. Mulheres 
grávidas, indivíduos imunocomprometidos desenvolvem diarreia 
sanguinolenta, e perfuração do intestino, denominado de amebiana 
fulminante. Outro diagnóstico, considerado mais grave e menos comum, é 
a forma invasiva que causa maior número de morte: a amebíase hepática, 
não é identificado cistos ou trofozoítos nas fezes, porém os sintomas são 
agudos e agressivos com menos de 10 dias de duração, os homens e as 
crianças são os pacientes mais comuns. A infecção do cérebro causando 
abscesso encefálico é rara, seus sintomas são imprevistos, acompanhado 
de vômito, tontura e confusão menta, os pacientes raramente sobrevivem. 
Em casos muito raros, a amebíase pode infectar órgãos como o sistema 
urinário, genital, osso e pele.
Figura 6 – Água pode ser um veículo de contaminação da amebíase
Fonte: Pixabay.
O diagnóstico da amebíase é feito por análises por microscópio 
das fezes e mucosa do cólon de pacientes com diarreia, esse método 
tem sido utilizado há muitos anos, pode gerar resultado falso positivo, 
dependendo da experiência do analista.
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RESUMINDO:
Aprendemos que cerca de 25.000 espécies de protozoários 
têm vida livre, mas podem viver em associações harmônica 
ou desarmônica com outros seres. Esta única célula realiza 
todas as funções de locomoção, morfológica, fisiológica, 
excreção, respiração, nutrição e reprodutiva, com facilidade 
de adaptações em diferentes ambientes. Os protozoários 
não possuem grande formação celular, são organismos 
unicelulares eucariotos, com importância biológica e 
parasitária. Possuem uma única célula, porém alguns têm 
organelas de alta complexidade, podendo ser comparada 
com órgãos de organismos multicelulares. No citoplasma, 
estão presentes as organelas como mitocôndria, vacúolos, 
lisossoma, corpúsculo basal, complexo de Golgi, 
microtúbulos e retículo endoplasmático, cada organela 
tem função específica. O retículo endoplasmático tem duas 
finalidades: lisossíntese de esteroides (liso) e síntese de 
proteínas (grosso). 
As mitocôndrias são responsáveis pela respiração dos protozoários. O 
meio de nutrição dos protozoários ocorre por predação de microrganismos 
ou protozoários mesmo, ou por ingestão de partículas do meio. Os meios 
de deslocamento dos protozoários são o flagelo, cílio, pseudópodes e 
microtúbulos. Os principais grupos de protozoários ou reino protozoa são 
classificados conforme o meio de locomoção em: Sarcomastigophora, 
os quais estudamos as amebas que se movimentam por pseudópodes, 
e os flagelados por longos flagelos. Além disso, a apicomplexa é o 
estudo dos esporozoários que não possuem estrutura de locomoção 
e Ciliophora que estuda os organismos ciliados, movimento por cílios 
curtos. Os platelmintos são vermes de corpo achatado, subdivide em 
Parasitologia Clínica
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duas classes: cestoda e trematoda. Nematelmintos são nomeados como 
parasitas intestinais, pela forma de infectação que ocorre por falta de 
saneamento básico, falta de higiene e índice socioeconômico. Na classe 
dos flagelados, temos a Leishmania brasiliensis, Mexicana e Donovani. Os 
mosquitos Aedes são considerados vetores das doenças como a dengue, 
Chikungunya, febre amarela e zika. Já os  são insetos hematófagos são 
conhecidos como barbeiros, vetores da doença de Chagas, a mosca Tsé-
Tsé é vetor da doença do sono e, os caracóis de água doce, que causam 
esquistossomose ou barriga d´água. E os considerados vermes helmintos: 
mosca Simulium, causa a doença humana denominada de Oncocercose, 
mosca Chrysops: doença Loaiasis. As amebas, que têm como habitat 
o ser humano, são da família Entamoebidae e do gênero Entamoeba, 
Iodamoeba e Endolimax. A E. histolytica é o agente etiológico da doença 
infecciosa do ser humano, a amebíase. 
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Os Esporozoários Toxoplasma Gondii
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você terá compreendido as 
formas infectivas e o meio de transmissão, os grupos de 
risco e os casos clínicos mais graves, e as consequências 
da toxoplasmose congênita e pós-nascimento.
Toxoplasma gondii é um protozoário do subfilo apicomplexa da 
subclasse Coccidia. É composto por duas famílias: a família Eimeridae, com 
os gêneros Eimeria eisospora, e a família Sarcocystidae, com os gêneros 
Toxoplasma e Sarcocystis. O T. gondii provavelmente deriva do coccidio 
intestinal monoxênico de um gato, que, durante sua evolução, produziu 
formas de tecido nesse animal e, posteriormente, em outros animais. O 
gato e outros gatos selvagens são os únicos animais nos quais o parasita 
se multiplica, tanto no intestino quanto nos tecidos. Portanto, o gato se 
distingue como hospedeiro completo ou definitivo. Além disso, outros 
mamíferos(incluindo o homem) e as aves, são considerados hospedeiros 
incompletos (eles apenas observam o ciclo de multiplicação de tecidos) 
ou intermediários (o parasita é multiplicado apenas por fechamentos 
assexuais ou esquizogônicos).
O protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, de 
distribuição mundial, é o agente causador da toxoplasmose, doença 
importante na área médica e veterinária, pode causar aborto nos 
hospedeiros intermediários mamíferos e hospedeiro definitivo no qual 
ocorre o ciclo sexuado produtor do oocisto do parasita, animais da família 
Felidae. O parasita é capaz de infectar e se replicar em qualquer célula 
nucleada de aves e mamíferos, incluindo o homem. Estima-se que a sua 
soroprevalência em humanos pode ser de 30 a 70%, dependendo da 
região mundial.
Parasitologia Clínica
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Formas Infectivas
Durante o desenvolvimento, o T. gondii passa por diferentes fases 
infecciosas, responsáveis pela transmissão: taquizoíto ou forma livre. 
Refere-se ao estágio de rápida multiplicação em células nucleadas dos 
hospedeiros intermediários e em células não epiteliais intestinais dos 
hospedeiros definitivos. Tem formato de arco, com uma extremidade 
afinada e a outra arredondada (2 a 4 µm largura e 4 a 8 µm de 
comprimento), possui diversas organelas e revestimento de película com 
triplas membranas, não possuem meio de locomoção, movimenta-se por 
deslizamento, ondulações e rotações. Invade as células saudáveis por 
penetração, mas não resiste a ação do suco gástrico.
Figura 7 – Ilustração do taquizoíto forma infectiva
Fonte: Wikimedia Commons. 
Bradizoíto ou cisto tem a forma de pequeno taquizoíto, encontra-
se em diversos tecidos durante a fase de latência, replicação lenta. É 
resistente a medicamentos e ao suco gástrico por possuir uma parede 
resistente, podem desenvolver a forma de reprodução sexuada nos 
felinos. 
Esporozoítos são as formas infectivas de T. gondii presentes no 
interior de oocistos. Os hospedeiros definitivos felinos podem disseminar 
Parasitologia Clínica
31
oocistos depois de qualquer um dos três estágios infecciosos, além disso, 
a reprodução sexuada ocorre no intestino dos felinos. Esses oocistos 
infectam vários tipos de tecido, inclusive o tecido nervoso. Durante a fase 
aguda da infecção, milhões de oocistos são eliminados nas fezes dos 
felídeos por 7-21 dias. No ambiente, sob diferentes condições de umidade, 
aeração e temperatura quente, os oocistos eliminados esporulam 
tornando-se infecciosos, possuem resistência a diferentes temperaturas, 
frio ou calor, apresentam-se viáveis durante um ano ou mais,sua ingestão 
é pela água ou por alimento contaminado.
Figura 8 – Oocisto forma infectante do T. gondii
Fonte: Wikimedia Commons
Sobre o ciclo intestinal, se o gato for infectado pelo carnívoro com 
cistos de T. gondii, os parasitas penetram no epitélio das vilosidades da 
porção inferior do intestino delgado e um ovo dentro das células cresce 
adquirindo um aspecto amebóide, o trofozoíto, que logo divide seu núcleo 
Parasitologia Clínica
32
e cada porção nuclear é cercada por uma parte citoplasmática. Assim, 
constitui-se o esquizonte imaturo, que amadurece para formar numerosos 
merozoítos, sendo provável que essa fase esquizogônica seja precedida 
por outros mecanismos de reprodução assexuada, como endodiogênese 
e endopoligenia. A célula hospedeira explode e libera os merozoítos, que 
dependem da magnitude do inóculo.
Após três, cinco ou mais dias, alguns números evoluem para 
formas sexuadas ou gametas. O microgametócito masculino amadurece 
para produzir entre 12 e 32 microgametas. A fertilização do macrogameto 
ocorre dentro da célula hospedeira e o zigoto resultante sai para o 
testículo coberto por um envelope translúcido, o oocisto, que é expelido 
para fora com as fezes do gato. O gato começa a eliminar oocistos três a 
cinco dias após a infecção. Se a infecção pelo gato ocorre com taquizoítos 
(ingestão de animais com infecção aguda) ou com esporozoítos (ingestão 
de oocistos), ocorre primeiro uma infecção tecidual por taquizoítos, 
seguida pela produção de bradizoítas capazes de iniciar o ciclo intestinal, 
com um período preponderante de 21 a 40 dias.
Os oocistos de T. gondii são eliminados em estado imaturo 
e, em condições adequadas, continuam seu desenvolvimento no 
ambiente externo, formando-se dentro de dois esporocistos com quatro 
esporozoítos cada. 
Sobre o ciclo do tecido, nos tecidos de mamíferos e aves, T. gondii 
pode ser observado como zoito livre ou na multiplicação endocelular 
(endozoítos) e formas císticas (quistozoitos).
Os zoitos livres têm o aspecto semilunar ou arco típico (daí o nome 
de toxoplasma: toxinas = arco), com um pólo anterior mais nítido, uma face 
convexa e o outro geralmente côncavo, medindo 4 a 6 µm de comprimento 
e 2 a 4 de largura, isto é, eles são aproximadamente do tamanho de um 
eritrócito. Tingidos com Giemsa podem ser distinguidos o núcleo rosa, 
localização no centro e o citoplasma de cor azul. Quando você os assiste 
no microscópio eletrônico, apresentam uma ultraestrutura complexa. No 
citoplasma, observa-se um anel polar e uma formação cônica oca em seu 
polo anterior, cuja base é direcionada para o interior do parasita. Nesse 
caso, representam uma organela apropriada para perfurar a membrana da 
Parasitologia Clínica
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célula hospedeira. Além disso, mitocôndrias, granulações, fibras finas e o 
aparelho de Golgi são diferenciados no citoplasma. O núcleo, redondo ou 
oval, e semicentral e é um pouco deslocado em direção ao polo posterior, 
possui membrana dupla e nucléolo.
Os toxoplasmas, para se multiplicarem, devem entrar na célula 
obrigatoriamente. Eles são capazes de parasitar qualquer célula nucleada, 
mas são, preferencialmente, encontrados nas células do sistema retículo 
endotelial, naquelas do sistema nervoso central e nas células musculares. 
A penetração celular pode ocorrer devido a movimentos do parasita ou 
por fagocitose. A multiplicação intracelular é complexa. É um processo 
assexuado no qual as crianças são formadas dentro da célula materna, 
antes de se tornarem livres.
Essa multiplicação ocorre em fóruns parasitados por vacúolos 
da célula hospedeira e é iniciada por um processo de surto interno 
ou endogenia, que termina com a formação de dois indivíduos filhos 
(endodiogênese), que continuam sua proliferação sucessivamente, por 
esse mesmo mecanismo.
A multiplicação intracelular acelerada de toxoplasmas (taquizoíto) 
termina com a formação de pseudoquistes, isto é, células hospedeiras 
cheias de parasitas. O processo culmina com a destruição dessas células 
parasitadas e com a liberação de novos taquizoíto, que se localizam no 
mesmo tecido, ou remotamente, por via sanguínea ou linfática, espalham-
se por todo o corpo, invadindo novas células.
Se o ritmo de reprodução for mais acentuado, o processo 
terminará com a formação de cistos. Multiplicando lentamente parasitas, 
pseudoquistes e os merozoítos secretam precipitados granulares que 
estão ligados à membrana vacuolar circundante. Essa membrana se 
expande lentamente, à medida que os quistozoítos se multiplicam por 
dentro. Finalmente, quando as granulações são fundidas, forma-se uma 
membrana sólida, a membrana cística. Nesse caso, são cistos verdadeiros 
cuja membrana do envelope é derivada de componentes do parasita e 
da célula hospedeira. Os cistos são de tamanho variável, de alguns µm 
e contêm dezenas, centenas ou milhares de quistozoítos. O quistozoíto é 
morfologicamente semelhante ao endozoíto.
Para enfatizar a velocidade de reprodução de T. gondii nos tecidos, 
Frenkel propôs chamar parasitas de reprodução rápida nos taquizoítos do 
Parasitologia Clínica
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pseudocisto e bradizoites de reprodução lenta nos cistos. Assim, taquizoita 
é sinônimo de endozoito e bradizoita é sinônimo de chistozoita. Em resumo, 
em mamíferos e aves, pode-se observar toxoplasma cornozoitolibra, 
endozoito ou taquizoito, e como cistozoíto ou bradizoíto (cistos).
Transmissão
Em humanos, as formas de transmissão mais frequentes são: 
ingestão de carne crua ou mal passada de ovino, suíno e bovinos contendo 
cisto, ou tropozoíto pelo leite cru de cabra ou vaca. Ingestão de oocisto 
presentes em caixa de areia, parque e jardins, ou veiculados por mosca, 
minhoca e ar. Também por meio da placenta para o feto, em casos de 
gestantes que estão no estágio crônico da doença.
Durante a fase proliferativa o T. godii, mudanças são causadas 
na imunidade do paciente alterando humoral e celular. Na imunidade 
humoral, ocorre o aumento IgG (imunoglobina), a qual pode ser medida 
durante a infecção nos testes sorológicos. A imunidade celular é ativada 
pelo fator necrose-tumoral que protege os macrófagos, mantendo a fase 
de latência, é um conjunto de séries que mantém o paciente na fase 
crônica da doença.
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Figura 9 – Ciclo de transmissão da toxoplasmose
Fonte: Wikimedia Commons.
Toxoplasmose: A Doença
Toxoplasmose é a doença causada pelo Toxoplasma gondii. Os 
casos clínicos mais graves são os de criança recém-nascida, caracteriza 
por edema muscular, miocardite, encefalite, pneumonia, urticária, 
hidrocefalia, micro ou macrocefalia, coriorretinite, retardo mental, 
calcificação cerebrais (as quatros últimas formas chamadas de tétrade de 
Sabin), com altas taxas de morbidade e mortalidade. Também os casos 
mais graves são de indivíduos com o sistema imunológico comprometido, 
causando renite, encefalite ou doença difundidas em vários estados. 
Entre as doenças consideradas congênitas, a toxoplasmose é 
considerada um dos casos mais graves, pelas sequelas irreversíveis 
ocasionadas no feto. Só ocorre a transmissão para o feto, se mãe estiver 
na fase crônica da doença ou ocorrer de voltar ao estágio inicial da doença. 
As consequências da doença toxoplasmose para o feto dependem da 
exposição, virulência da cepa, sistema de proteção da mãe e período da 
Parasitologia Clínica
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gestação, em fases agudas da doença, pode ocorrer aborto, partos antes 
de completar 9 meses ou apresentar anomalias graves, 40 a 50% das 
infecções pré-natal podem ocasionar aborto ou morte.
Figura 10 – Ciclo da Toxoplasmose 
Fonte: Wikimedia Commons. 
Toxoplasmose pós-nascimento é a forma de contágio após o parto 
ou na fase adulta. São casos subclínicos, principalmente em pacientes 
com a saúde comprometida, podendo a infecção ser confundida com 
gripe, pelos sintomas de febre. Porém, a toxoplasmose tem casos clínicos: 
a forma febril é considera a fase aguda, acompanhada demuita febre (41°C 
para mais), mal-estar, fadiga e aumento do volume dos gânglios linfáticos.
Quanto à forma ocular, 30 a 40% dos diagnósticos oftalmológicos 
indicam infecção toxoplasmática. Essa forma pode se desenvolver na 
fase aguda da doença, os sintomas iniciais podem ser identificados como 
perda parcial ou total da visão, dor ocular, conjuntivite e fotofobia. Na 
forma meningoencefálica, pode apresentar uma inflamação aguda no 
cérebro, mielite inflamação da espinha dorsal, e casos mais agravados 
podem levar à morte. Já na forma cutânea: lesões generalizadas na pele.
Parasitologia Clínica
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EXPLICANDO MELHOR:
Pode ser considerada a doença mais difundida no mundo, 
em qualquer clima, variedade de solo e condições sociais. 
Infecta mamíferos e aves, sendo domésticos ou não, 75% 
dos felinos hospedeiro-definitivos podem apresentar 
toxoplasmose. As principais formas de transmissão são 
o consumo de carne crua ou malpassada, leite de cabra 
(adulto), congênita (feto) e caixa de areia (crianças).
A toxoplasmose é a zoonose parasitária mais difundida na natureza, 
pois foi demonstrado em todas as latitudes, tanto em populações 
humanas, em torno de mais de trezentas espécies de mamíferos 
domésticos e selvagens, quanto em cerca de trinta espécies de aves 
selvagens. Pesquisas sorológicas realizadas em diferentes países 
indicam uma infecção de 40 a 50% dos adultos saudáveis entre 30 e 40 
anos. Esses números variam de um local para outro, o que é atribuído 
a fatores geográficos e climáticos, hábitos alimentares, tipo de trabalho, 
higiene ambiental e presença de gatos infectados. A taxa de prevalência 
é relativamente baixa em crianças pequenas e aumenta gradualmente 
com a idade.
O gato e outros felinos são eliminadores de oocistos, formas 
infecciosas para outras espécies de animais e até para o mesmo 
gato. Além disso, esses felinos são infectados por cistos por meio do 
carnivorismo e, ocasionalmente, por taquizoítos devorando pequenos 
animais com infecção aguda. Um gato infectado remove oocistos por 
uma a duas semanas e uma única injeção pode conter milhões deles. 
Se esses elementos atenderem às condições favoráveis no ambiente 
externo (água, terreno úmido, temperaturas em torno de 25 °C e oxigênio 
suficiente), atingem seu estado desinfetante em um a três dias. Oocistos 
esporulados são extremamente resistentes a desinfetantes comuns e 
podem permanecer viáveis por períodos muito longos em um ambiente 
favorável. A sobrevivência de até dois anos em água e mais de seis meses 
em solo úmido foi comprovada.
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O oocisto é o elo mais importante na cadeia epidemiológica de T. 
gondii. No entanto, o risco de infecção humana por contato direto com o 
gato não deve ser superestimado, pois esses animais eliminam oocistos 
imaturos por um período limitado e sua reinfecção seria excepcional. 
O risco seria atribuído pela contaminação do ambiente por oocistos, 
fatores climáticos que permitem a sobrevivência prolongada de formas 
infecciosas e condições de vida que favorecem infecções fecais.
Isso explica por que a transmissão do T. gondii ocorre 
preferencialmente em populações de baixo nível socioeconômico, em 
que as crianças são infectadas desde tenra idade, como foi demonstrado 
nos países em desenvolvimento. A infecção humana por oocistos seria 
mediada pelo solo, água potável, alimentos higienizados, e o risco de 
disseminação pode aumentar por artrópodes coprofílicos. Por outro 
lado, foi demonstrado que alguns roedores que ingerem oocistos, 
além de infectados, poderiam eliminar alguns deles intactos com suas 
fezes, o que aumentaria a fonte de infecção. Recentemente, uma vacina 
antitoxoplasma para gatos foi desenvolvida, o que impediria a produção 
de oocistos, o que diminuiria a fonte de infecção para o homem e outros 
animais.
Hospedeiros intermediários, aqueles nos quais a toxoplasma 
realiza apenas o ciclo tecidual, podem adquirir infecção por oocistos 
disseminados em pradarias, estábulos, adegas e celeiros; por meio dos 
cistos contidos nas carnes e miudezas; e ocasionalmente, por taquizoíto, 
na ingestão de animais doentes e por transmissão congênita.
Os cistos contidos na carne e nas vísceras são uma importante 
fonte de infecção carnívora para um grande número de animais. Essas 
formas do parasita mantêm sua ineficácia na geladeira (+ 4ºC) por três 
a quatro semanas, mas são destruídas por congelamento e cozimento 
prolongados. O homem também pode ser infectado pela ingestão 
de carne crua ou sernicocida, e esse risco está relacionado à taxa de 
infecção de animais na região, principalmente porcos e ovelhas, e aos 
hábitos culinários da população humana. A transmissão de T. gondii por 
carnivorismo é muito frequente em países desenvolvidos, a primeira 
infecção ocorre preferencialmente em adolescentes e adultos jovens. Em 
Paris, onde é costume comer carne semicrua, 80 e até 90% da população 
Parasitologia Clínica
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está infectada com toxoplasma. A alta porcentagem de infecção 
observada em operadores que trabalham em fábricas de carne seca e a 
maior prevalência de infecção em mulheres são atribuídas ao hábito de 
provar carnes cruas.
A infecção por formas livres ou taquizoítos é acidental e pouco 
frequente, mas geralmente é a mais grave. Esses estágios do parasita são 
muito sensíveis às influências do ambiente externo, para desinfetantes 
comuns e ação do suco gástrico. A infecção pode ocorrer por meio do 
sangue, via transplacentária ou por transfusões repetidas, principalmente 
de leucócitos, em indivíduos imunocomprometidos. Além disso, a 
infecção pode ser contraída pelo contato direto com animais intensamente 
infectados na fase aguda.
De acordo com o que foi observado experimentalmente e em 
infecções acidentais de laboratório, a penetração do parasita pode 
ocorrer por meio das membranas mucosas, vias digestivas, respiratórias 
e conjuntivas e lesões ou mordidas na pele. Toxoplasmose endêmica, 
com morbimortalidade aparentemente baixo, não representaria um 
problema de Saúde Pública, se não fosse a transmissão transplacentária, 
o fenômeno em larga escala e as infecções oportunistas em pacientes 
com câncer de ovário normal.
Parasitologia Clínica
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RESUMINDO:
Aprendemos que o protozoário intracelular obrigatório 
Toxoplasma gondii, de distribuição mundial, é o agente 
causador da toxoplasmose, doença importante na área 
médica e veterinária, pode causar aborto nos hospedeiros 
intermediários mamíferos e hospedeiro definitivo no qual 
ocorre o ciclo sexuado produtor do oocisto do parasita, 
animais da família Felidae. T. gondii passa por diferentes 
fases infecciosas. Os responsáveis pela transmissão podem 
ser taquizoíto ou forma livre. Em humanos, as formas de 
transmissão mais frequentes são: ingestão de carne crua 
ou malpassada, de ovino, suíno e bovinos contendo cisto, 
ou tropozoíto pelo leite cru de cabra ou vaca. Ingestão de 
oocisto presentes em caixa de areia, parque e jardins, ou 
veiculados por mosca, minhoca e ar. E também por meio 
da placenta para o feto, em casos de gestantes que estão 
no estágio crônico da doença. Os casos clínicos mais 
graves são os de criança recém-nascida, caracterizada 
por edema muscular, miocardite, encefalite, pneumonia, 
urticária, hidrocefalia, micro ou macrocefalia, coriorretinite, 
retardo mental, calcificação cerebrais. Entre as doenças 
consideradas congênitas, a toxoplasmose é considerada 
um dos casos mais graves pelas sequelas irreversíveis 
ocasionada no feto. Toxoplasmose pós-nascimento é a 
forma de contágio após o parto ou na fase adulta.
Parasitologia Clínica
41
Protozoários Parasitários do Gênero 
Plasmodium 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você terá entendido as diferentes 
espécies do gênero Plasmodium, compreender o ciclo 
biológico, bem como seu meio de contágio, e assimilar que 
esta é a doença de origem parasitária que mais tem casos 
endêmicos e que leva a óbito, no Brasil e no mundo.A malária é uma doença de ocorrência primária parasitária 
por esporozoários do gênero Plasmodium, transmitida pela picada 
de mosquitos do gênero Anopheles. Clinicamente caracterizada de 
denominação malária (calafrios, febre e sudorese).
É uma doença antiga popularmente conhecida, que ainda 
representa problema de Saúde Pública a nível mundial, o termo malária 
tem origem italiana, a qual era indicado que o contágio pela respiração do 
mau ar, ou ar contaminado. O parasita que causa essa infecção no homem 
é do gênero Plasmodium, o qual possui quatro espécies P. vivax (GRACI; 
FELETTI, 1890), P. falciparum (WELCH, 1897), P. malariae (LAVERAN, 
1891), estas espécies são registrados casos em todo mundo, e P. ovale 
(STEPHENS, 1992), tem registro de casos somente na África central. Essa 
infecção é transmitida pela picada do mosquito do gênero Anopheles, 
mas também, o homem pode ser infectado durante a transfusão de 
sangue com materiais contaminados e contágio durante o parto.
No século XX, foram registrados mais de 270 milhões de casos 
e milhões de óbitos em todo mundo, posteriormente, a Organização 
Mundial de Saúde (OMS) iniciou um programa de combate da malária 
em todo mundo, isso contribuiu para a diminuição dos casos, mas não a 
erradicação. No final da década de 60, ocorreu o surgimento da malária, 
com milhões de casos novamente. Atualmente, mais de 300 milhões de 
casos são registrado todo o ano, e, na África, os registros são ainda mais 
graves, a cada 30 segundos morre uma criança, vítima da infecção. 
Parasitologia Clínica
42
O Brasil é o país que concentra o maior número de casos da 
América, estimando-se a ocorrência de mais de 300.000 casos anuais. A 
predominância é na região da Amazônia (99% dos casos) e nos estados 
do Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, Tocantins, Maranhão e Mato 
Grosso. É uma doença de notificação obrigatória, sendo também 
conhecida como paludismo, febre terçã (benigna ou maligna), febre 
quartã, tremedeira, batedeira ou, simplesmente, febre. Essa infecção 
pode ser frente em turistas ao visitar locais de transmissão, por não ter 
imunidade suficiente, e não sendo diagnosticada ao retornar para casa, 
pode levar aos estados mais graves e até o óbito, entre as doenças 
infecciosas oriundas de parasitas, a malária é a número 1° em infecção 
entre viajantes ou denominada de febre pós- viagem.
Figura 11 – Mapa dos países com risco de Malária em vermelho em todo o mundo
Fonte: Wikimedia Commons. 
Plasmódios e a Malária: Os Parasitas
O complexo ciclo biológico do Plasmodium ocorre no hospedeiro 
definitivo, o mosquito (ciclo sexuado) e o homem como hospedeiro 
intermediário, em que o mosquito desenvolve o ciclo assexuado. 
Na reprodução sexuada ou ciclo esporogônico, o ciclo ocorre 
no mosquito e dura aproximadamente de sete a quatorze dias. Essa 
reprodução é esporogônica, porque o mosquito origina os esporozoítos, 
inicia-se com a ingestão de sangue de uma pessoa infectada que contém 
as formas sexuais do parasita, os gametócitos.
Parasitologia Clínica
43
Os gametócitos masculinos e gametas são macrogametócitos que 
possuem um núcleo compacto de cromatina e o citoplasma, estendido 
por todo os glóbulos vermelhos, contendo em seu interior o pigmento 
malárico de cor marrom escura. O microgametócito (gametócitos 
masculino) possui um núcleo relaxado, citoplasma semelhante ao 
macrogametócito. Ambos os gametócitos amadurecem os gametas.
O microgametócito sofre um processo de exflagelação, três 
mitoses, divididas em oito células que contém parte da cromatina na qual 
o núcleo foi dividido. Cada flagelo constitui um microgameto (masculino), 
que vai em busca do elemento macrogameto (feminino) que se tornou o 
macrogametócito (elemento sexuado feminino), quando maduro dentro 
do estômago do mosquito. O microgameta, no momento da fecundação, 
penetra no macrogameto e funde suas cromatinas nucleares, dando 
origem ao zigoto, célula com cerca de 20 µm de comprimento.
O zigoto adquire movimento e instala na parede do estômago 
do mosquito, penetrando em sua membrana externa, dando origem ao 
oocisto, elemento arredondado que aumenta de tamanho, podendo 
atingir cerca de 50 µm, envolto por uma membrana cística e contém 
dentro dele oocineto, cujo citoplasma e núcleo são divididos em 71 
elementos alongados de 10 a 12 µm, denominado de esporozoítos. 
Quando a quantidade de esporozoítos for grande, ocorre o rompimento 
dos oocistos que são liberados ao sair do estômago que está todo 
tomado pelo mosquito, passa pela hemolinfa, é distribuído pelo sistema 
circulatório por todo o corpo do mosquito para as glândulas salivares, 
acumulando-se e passando para o homem quando ocorrer a picada. Esse 
é o termino da fase sexuada, passando para a reprodução assexuada que 
ocorre no homem. 
A reprodução assexuada tem dois ciclos ou fases: exoeritrócito 
(hepático) e eritrócito (sangue). A fase hepática ou exoeritrócita 
compreende o esquizonte do tecido e o criptozoíto. A fase eritrócito 
inclui o trofozoíto, o esquizônio, merozoítos e gametócitos. A reprodução 
assexuada é denominada de esquizogônico porque leva à produção de 
esquizontes.
Parasitologia Clínica
44
Começa com a penetração do esporozoíto no homem, no 
momento que o mosquito picar, e termina com a produção de estrabismo 
e gametócitos maduros. O esporozoítos inoculados são distribuídos pela 
corrente sanguínea para o organismo, no entanto, eles penetram nas 
células hepáticas, levando a formação de tecido esquizonte, nessa etapa, 
a fase se chama pré-eritrocítico. Acompanhe:
 • Fase pré-eritrocítica – esquizonte de tecidos: o esporozoíto 
penetra no hepatócito, para reprodução por fissão binária, dando 
lugar a formas globulares ou irregulares, os esquizontes de 
tecidos contêm um grande número de merozoítos, elementos 
mais redondos que os esporozoítos, que após alguns dias, entre 6 
e 14 dias, rompem o hepatócito e na forma de criptozoicos de 2 a 
4 µm parasitaram os glóbulos vermelhos circulantes. No entanto, 
no caso de P. vivax e P. malariae, alguns elementos parasitas 
permanecem no hepatócito e continuam o ciclo esquizogônico 
do tecido muito lentamente, chamado de hipnozoítos, que serão 
responsáveis pelas recaídas. No caso do Plasmodium falcipanim, 
existe apenas um ciclo esquizogônico de tecido no início da 
infecção, desaparecendo, no curso da infecção.
 • Fase eritrocitária – o trofozoíto: é o primeiro estágio eritrocitário do 
parasita, é uma célula que ao apresentar um vacúolo grande, dá a 
aparência de um conjunto de anel frisado, com núcleo vermelho-
violeta com colorações derivadas de Romanowsky, e citoplasma 
de cor azul. Os trofozoários jovens e adultos são geralmente 
diferenciados. No primeiro caso, a forma anular é característica e, 
no segundo, há uma invasão do parasita em todo o parênquima 
do glóbulo vermelho, adotando uma forma ameboide. Observa-
se, geralmente, na superfície dos glóbulos vermelhos parasitados, 
granulações das espécies de plasmódio em questão.
O Plasmodium vivax modifica a morfologia dos glóbulos vermelhos, 
que é aumentada e, em sua superfície, aparecem as granulações 
chamadas Schuffner. O P. malariae não altera o tamanho do glóbulo, o 
parasita pega uma banda na superfície e as granulações de Ziemann, 
geralmente, são observadas na superfície. O Plasmodium falciparum não 
Parasitologia Clínica
45
altera o tamanho dos glóbulos vermelhos, e, geralmente, mais de um 
anel é visto para cada glóbulo vermelho e estes adotam uma posição 
muito superficial para os glóbulos vermelhos; os grânulos de Maurer são 
geralmente vistos na superfície dos glóbulos vermelhos.
O merozoíto, quando cada esquizonte maduro é rompido, libera 
os merozoítos. Estes são muito pequenos 2 a 4 µm e abandonam os 
esquizontes maduros para parasitar novos eritrócitos, e dão origem aos 
trofozoítos que seguiram o ciclo esquizogônico ou eritrocitário. O período 
da faseeritrocítica e rompimento dos esquizontes com a liberação de 
merozoítos é diferente para cada espécie de Plasmodium, no caso de P. 
vivax, 48 horas, P. malariae, 72 horas e P. falciparum, 48 horas. A ruptura 
dos esquizontes maduro significa a quebra de glóbulos vermelhos 
parasitados, liberação de proteínas heterólogas, pigmento da malária e 
detritos da membrana dos eritrócitos. Aparentemente, todos eles, ou 
alguns componentes, atuam como alérgenos capazes de desencadear 
o choque anafilático que constitui acesso à malária e, além disso, a 
periodicidade desses ataques indica as espécies envolvidas de perto, o 
que é útil para o diagnóstico clínico.
Os gametócitos, após vários ciclos eritrocitários, alguns merozoítos, 
tornam-se sexados, elementos masculinos (microgametócitos) e 
femininos (macrogametócitos), diferenciados pelas características da 
cromatina nuclear, densos no feminino e relaxados no masculino. Os 
gametócitos devem ser ingeridos pelos mosquitos no momento da 
sucção do sangue, para continuar o ciclo evolutivo. Eles não produzem 
danos e sobrevivem nos glóbulos vermelhos durante todo o período de 
sua vida, ou seja, 120 dias. Os gametócitos de P. vivax e P. malariae são 
arredondados e ocupam todos os glóbulos vermelhos, em contraste, os 
gametócitos de P. falcipanim têm uma forma crescente, o que os torna 
inconfundíveis.
Isso conclui o ciclo de formação esquizogônico e gametócito, para 
dar origem ao ciclo sexuado ou esporogônico no Anopheles e continuar o 
ciclo de vida do parasita. 
A transmissão da doença para seres humanos ocorre com a picada 
da fêmea do mosquito do gênero Anopheles e o ciclo do Plasmodium 
Parasitologia Clínica
46
inicia com a inoculação dos esporozoítos (forma infecciosa móvel), 
na corrente sanguínea, ele percorre até as células hepáticas e inicia a 
reprodução assexuada, produzindo milhares de merozoítos que infectam 
os globos vermelhos e se multiplicam assexuadamente, este ciclo 
dura em média 16 dias, dependendo da espécie do Plasmodium. Cada 
merozoítos infecta cada hemácia e se transforma em trofozoíto jovem, 
maduro, esquizonte, rosácea, em seguida, rompe a hemácia e libera os 
merozoítos que reiniciam um novo ciclo infeccioso.
Alguns merozoítos tornam-se gametócitos imaturos, formando 
gametas femininos e masculinos, o mosquito ao picar um ser infectado, 
transposta os gametócitos e instalam-se no sistema digestório do 
mosquito tornando maduros. Posteriormente, é formado um zigoto 
móvel, pela reprodução entre macho e fêmea denominado de oocineto, 
ele forma novos esporozoítos e, por meio da glândula salivar do inseto, 
quando infectam novos seres, inserem na pele os esporozoítos.
Os ciclos ocorrem em intervalos regulados para cada espécie: 
P. vivax agente da febre (48 horas) terçã benigna, porém tem ampla 
contribuição nas regiões epidêmicas, não é encontrado no continente 
africano. P. falciparum febre de 36 a 48 horas terçã maligna, causa a morte 
quando não diagnosticado a tempo, o ciclo do P. ovale, 72 horas de febre 
benigna, mas somente é encontrado na África e o P. malariae causa o ciclo 
da febre quartã de 72 horas, distribuição no mundo todo, o ciclo ocorre 
durante vários meses. Na espécie do mosquito Anopheles, os machos 
alimentam-se de néctar de flores e as fêmeas, consideradas o vetor da 
doença, alimentam-se de sangue e gostam de picar no crepúsculo da 
noite até ao amanhecer. 
Parasitologia Clínica
47
Figura 12 – Mosquito do gênero Anopheles fêmea alimenta de sangue
Fonte: Pixabay. 
Plasmódios e a Malária: a Doença
Os sintomas da malária são parecidas com os sintomas da gripe, e 
de outras doenças virais como septicemia e gastroenterite, em todas as 
espécies do mosquito. Entre os sinais, incluem-se dores de cabeça, febre, 
calafrios, dores nas articulações, vômitos, anemia hemolítica, icterícia, 
hemoglobina na urina, lesões na retina e convulsões.
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (início contínuo 
e depois a cada três), dores de cabeça e musculares, taquicardia, 
aumento do baço e confusões mentais. No caso mais grave produzido 
pelo P. falciparum, 80% dos casos levam à morte, por desenvolver 
malária cerebral. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na 
nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, 
convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao 
coma.
Parasitologia Clínica
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Figura 13 – Sintomas da malária
Fonte: Wikimedia Commons.
Plasmódios e a Malária: Ecologia e 
Epidemiologia
A malária constitui grave problema de Saúde Pública no mundo. 
Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou a ocorrência 
de 219.000.000 de novos casos e 435.000 mortes em todo o mundo, 
principalmente em crianças menores de cinco anos e grávidas.
No Brasil, há dois cenários epidemiológicos: o de alta endemicidade 
na região da Amazônia e o de hipoendemicidade na região extra-
amazônica, foram notificados 129.246 novos casos de malária e 35 óbitos. 
Sendo na região da Amazônia 128.747 notificações, 1.568 internações e 
20 óbitos, já na região extra-amazônica, que compreende os outros 
estados, foram registrados 499 casos, sendo as espécies P. falciparum e 
P. vivax, responsáveis pela infecção. Uma das principais causas de morte 
por malária, fora a região endêmica da Amazônia, é falta de profissionais 
qualificados para realizar um diagnóstico preciso. 
Parasitologia Clínica
49
Fatores biológicos estão relacionados com a transmissão na 
Amazônia como alta densidade de mosquitos vetores e população 
suscetível, fatores geográficos como coberturas vegetais, alto índice de 
chuvas, fatores ecológicos: desmatamento, construções de hidroelétricas, 
estradas e fatores sociais: condições de moradia precária sem proteção e 
trabalho próximo das matas.
Controle da Malária
As medidas de prevenção consistem no uso de mosquiteiro, 
repelente, roupas que protejam pernas e braços, principalmente no 
período de infectação pelo mosquito, telas e proteção em janelas, evitar 
acúmulo de água que são usados como criadouros do mosquito, no 
período de ovoposição, melhoria da moradia e das condições de trabalho, 
controle da vegetação aquática.
SAIBA MAIS:
Sobre a vacina contra malária, busque a leitura do artigo 
de Sousa, Machado e Revoredo (2015), ele vai ajudar você 
a compreender mais a importância da vacina. Acesse 
clicando aqui.
O tratamento pode ser feito por meio do uso de fármacos orais e 
vacinas antimalárica, logo após o diagnóstico, para evitar complicações. 
Não compartilhar seringas ou ter máxima atenção na manipulação de 
equipamento contaminado com sangue infectado. O Programa Nacional 
de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) auxilia populações em 
situações de risco endêmico.
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/31I13ds
50
Figura 14 – Ação da vacina contra a malária - antimalárica
Fonte: Wikimedia Commons.
Parasitologia Clínica
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RESUMINDO:
A malária é uma doença antiga popularmente conhecida, 
que ainda representa problema de Saúde Pública a nível 
mundial. A transmissão da doença para seres humanos 
ocorre com a picada da fêmea do mosquito do gênero 
Anopheles e o ciclo do Plasmodium inicia. O Brasil é o país 
que concentra o maior número de casos no continente 
americano, estimando-se a ocorrência de mais de 300.000 
casos anuais. A predominância é na região da Amazônia 
(99% dos casos). Os ciclos ocorrem em intervalos regulados 
para cada espécie: P. vivax agente da febre (48 horas) terçã 
benigna, P. falciparum febre de 36 a 48 horas terçã maligna, 
causa a morte quando não diagnosticado a tempo, o ciclo 
do P. ovale, 72 horas de febre benigna, P. malariae causa o 
ciclo da febre quartã de 72 horas.. Os sintomas da malária 
são parecidas com os sintomas da gripe, e a de outras 
doenças virais como septicemia e gastroenterite, em todas 
as espécies do mosquito. O tratamento pode ser feito por 
meio do uso de fármacos orais e vacinas antimalárica,logo 
após o diagnóstico para evitar complicações.
Parasitologia Clínica
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Flagelados Parasitas do Sangue e dos 
Tecidos: Trypanosomatidae 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de observar 
melhor a doença de Chagas, o comportamento ecológico 
e relação com homem, as principais espécies do mosquito 
barbeiro que infecta o homem, e a diferença da doença do 
sono, que é transmitida no continente africano.
Nas Américas Central e do Sul, a doença é denominada de 
tripanossomíase americana (por infectar animais) e doença de Chagas 
(por infectar o homem), denominada assim pelo médico e cientista Carlos 
Chagas descrita em 1909, o primeiro registro da doença de Chagas no 
Brasil foi de uma criança de 9 meses, denominada Berenice, apresentava 
febre alta, a face e o corpo com edemas e comprometimento do sistema 
nervoso, por meio de exames do sangue, Carlos encontrou o T. cruzi, e 
mais tarde foi denominada de doença de Chagas.
Figura 15 – Pesquisador e cientista da doença de Chagas – Carlos Chagas
 
Fonte: Wikimedia Commons.
Parasitologia Clínica
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O gênero Trypanosoma possui centenas de espécies em todo o 
mundo, infecta diferentes espécies de hospedeiros vertebrados como 
mamíferos, aves, répteis, peixes e anfíbios e, diferentes hospedeiros 
invertebrados: mosca, mosquito, pulga e carrapato. O T. cruzi adaptou-se 
a diferentes mudanças físico-químicas para passar de um hospedeiro a 
outro, constituindo uma forma de sobrevivência.
Os hemoflagelados do gênero Trypanosoma são encontrados no 
sangue de mamíferos, em forma de tripomastigotas alongados e maduros. 
Têm como agente etiológico o Trypanosoma cruzi, inseto hemíptero 
hematófago, vetor denominado de barbeiro, procotó (sertão da Paraíba), 
vum-vum (Bahia), chupança (Mato Grosso), vinchucas (países andinos), 
chincha voladora (México), Kissing bugs (Estados Unidos), é o hospedeiro 
intermediário da replicação dos tripomastigotas, em todas as espécies de 
tripanossomas que infectam o homem.
Tripanossomíase por Trypanosoma cruzi 
(Doença de Chagas): O Parasita e a 
Doença
O protozoário T. cruzi desenvolveu várias formas durante o seu ciclo 
biológico. As tripomastigotas são as formas responsáveis pela transmissão 
natural pelo vetor barbeiro do parasita, possui dois formatos: fina, em 
aspecto de “S”, e larga, em formato de “C”, as formas finas são consideradas 
mais patogênicas, a forma de adesão no protozoário é por meio do flagelo, 
que não se reproduze e pode ser isolado dos barbeiros, denominado de 
tripomastigotas metacíclicos, estes são responsáveis pela infecção nos 
mamíferos, quando são liberados pelas fezes e urina do inseto barbeiro, 
os triatomíneos são capazes de infectar novos hospedeiros. A transmissão 
para o hospedeiro é por meio da mucosa ou tecidos da pele com lesão.
Parasitologia Clínica
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Figura 16 – Trypanosoma cruzi forma tripomastigotas
 
Fonte: Wikimedia Commons. 
A replicação das amastígotas é por forma intracelulares nos 
hospedeiros invertebrados, enquanto as outras formas são livres no 
sangue ou tubo digestivo, não apresenta flagelo, forma ovoide.
Epimastigotas são as formas responsáveis pela reprodução do 
parasita no tubo digestivo do vetor – o hospedeiro invertebrado. Formato 
fusiforme com longo flagelo, passa parte do tempo aderido e outra parte 
de forma livre.
Quanto ao ciclo do T. cruzi que causa a doença de Chagas no 
homem, ao ser picado pelo inseto infectado, triatomíneo, posteriormente, 
as formas tripomastigotas metacíclicas, presente nas fezes e urina, entram 
em contato com a pele quando é arranhada pelo homem ou consegue 
perfurar a mucosa com seu aparelho bucal. Após entrar, o tripomastigotas 
faz a fagocitose e adere a célula, esta engloba formando o vacúolo 
digestivo, inserido no vacúolo, após passar pela ação lítica, transforma-
se em amastigota, perde o flagelo, toma forma arredondada e diminui o 
tamanho.
Parasitologia Clínica
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Figura 17 – Ciclo biológico do T. cruzi
Fonte: Wikimedia Commons.
Aproximadamente 36 horas, a penetração da amastigota é iniciada 
e ocorre a reprodução por divisão binária, quando a célula está repleta de 
amastigotas, ocorre a formação das tripomastigotas, completando o ciclo 
e liberando no sangue, iniciando novamente o ciclo celular e tecidual de 
contaminação.
SAIBA MAIS:
O T. cruzi desenvolve todo seu ciclo biológico no mamífero 
denominado gambá, o ciclo acontece no interior dos vasos 
sanguíneos e também em fibras do coração e plexos 
neurais, porém no ponto de vista epidemiológico o gambá 
não apresenta números elevados de infectados.
Parasitologia Clínica
56
Os Trypanosoma são classificados em dois grupos de transmissão, 
os protozoários, que transmitem a infecção pelas fezes e urina, exemplo 
T. cruzi, e os que transmitem pela saliva, T. brucei.
A forma de contágio do T. cruzi pode se dar pela transmissão 
vetorial, em que transmite pelas fezes e urina, os babeiros vetores são 
Triatomas infestans e o Rhodnius prolixus. A transfusão sanguínea é uma 
forma de contágio negligenciada, pois ocorre quando a seleção dos 
doadores de sangue for feita sem exames sorológicos adequados. Sobre 
as transmissões ocasionais, o contágio ocorre por meio de acidentes 
laboratoriais, dos transplantes de órgão de pacientes contendo a doença. 
Acompanhe pelo Quadro 4.
Quadro 4 – Espécies de importância médica
T. cruzi
HUMANA T. brucei gambiense e rhodesiense
T. rangeli
T. brucei brucei
VETERINÁRIA T. evansi
T. vivax
T. congolense
Fonte: Pérez (2012). 
A doença de Chagas passa pelas fases aguda e crônica assintomática. 
A fase aguda, com 10 dias de incubação, aparece a parasitemia elevada, 
com sintomas de perda de peso constante, febre prolonga, miocardite, 
fraqueza, mal-estar, ruptura cutânea e problemas oculares, estes são 
um grande problema de áreas endêmicas, pois a população não procura 
recursos, pois associa com outros problemas de saúde. 
Na fase crônica, o indivíduo permanece assintomático, ou nas 
manifestações, ocorre o aumento do tamanho do coração, pela destruição 
das suas fibras, edema biplapebral. Ocorre um processo inflamatório das 
pálpebras, aumento do volume da derme e hipoderme pelo processo de 
Parasitologia Clínica
57
inflamação causado pela penetração do Trypanosoma, podem aparecer 
alterações gerais como meningoencefalite, hepatomegalite entre outras.
Tripanossomíase por Trypanosoma Cruzi: 
Ecologia, Epidemiologia e Controle
Ecologia é o estudo do comportamento ecológico e relação com 
homem e os mamíferos domésticos, pode ser divido em grupos: ambiente 
silvestre, não teve modificação do homem, natural, pouco modificado 
pelo homem, e artificial, completamente modificado pelo homem.
Triatomíneos silvestres, espécies só encontradas na natureza, por 
exemplo Psammolestes coreodes, Triatoma dispar, Cavernicola pilosa, 
e muitas outras espécies que são desconhecidas ainda. Triatomíneos, 
que são silvestres, transmitem T. cruzi para animais silvestres, mas 
os adultos invadem casas, e infectam homens e animais domésticos, 
como  Panstrongylus geniculatus, entre muitos outros. Triatomíneos 
silvestres, que migram para habitat artificial, formam pequenas colônias 
e no próprio habitat do homem, Rhodnius neglectus, Triatoma vitticeps e 
Triatoma platensis.
Triatomíneos que vivem em ambiente naturais ou artificias, estão 
presentes nas moradias do homem, infectando no ciclo silvestre bem 
como no domiciliar. Ex.: Triatoma brasiliensis, Panstrongylus megistus, 
Rhodnius prolixus, Rhodnius pallenscens, Triatoma sórdida, entre outros.
Triatomíneos que se adaptaram ao meio artificial, embora possam 
ser encontrados em focos naturais, Triatoma infestans. E triatomíneos 
estritamente domiciliado, porém vivem em contato com ratos, e alguns 
casos infectam o homem, Triatoma rubrofasciata.
Parasitologia Clínica
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Figura 18 – Vetor da doença de Chagas denominado barbeiro
 
Fonte: Wikimedia Commons.A epidemiologia dessa doença teve origem silvestre adaptada a 
péssimas condições sociais dos moradores da área rural, os mamíferos 
que vivem em ambientes rurais, silvestre e urbano, como ratos, tatu, 
gambá, cães, gatos e o ser humano, são reservatórios para o T. cruzi. Os 
métodos de controle são por meio de inseticidas, melhoria na habitação, 
educação sanitária e vacina.
Parasitologia Clínica
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Tripanossomíase por Trypanosoma Brucei 
e Doença do Sono
A doença do sono é um grave problema de saúde de 36 países 
do deserto do Saara e África, são milhões de pessoas expostas com 100 
mil mortes anuais. O vetor da transmissão da doença, entre humanos e 
animais, é a mosca Tsé-Tsé. O Trypanosoma brucei é o agente causal 
da doença do sono, pode ser divido em diferentes espécies: T. brucei 
gambiense responsável pela doença crônica, T. brucei rhodesiense 
aguda, T. brucei brucei, infecta animais domésticos, T. brucei evansi, 
agente transmissor da mosca mutuca que infecta camelo e cavalos e 
T. brucei equiperdum que causa a doença durina em equídeos, que é 
passada durante o acasalamento. 
As moscas Tsé-Tsé têm sua infectação ao se alimentarem sobre 
mamíferos, as formas tripomastígotas migram para o intestino médio do 
inseto e se multiplicam, por meio de migrações, chegam até as glândulas 
salivares. Após a picada, liberam a forma tripomastígosta metacíclicas, 
ocasionando uma lesão inflamatória no local da picada e, posteriormente, 
migrando para o sangue. Os primeiros sintomas da doença são febre, dores 
musculares, mal-estar, dor de cabeça, evoluindo para um quadro mais 
crônico, com lesões graves no sistema nervoso central. Os reservatórios 
da forma crônica são: homem, cães, porco e bovino, na forma aguda são 
os humanos e os antílopes silvestre.
Parasitologia Clínica
60
RESUMINDO:
E então? Gostou do que estudamos até aqui? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
a doença de Chagas, denominada assim pelo médico e 
cientista Carlos Chagas, descrita em 1909, teve seu primeiro 
registro no Brasil por uma criança de 9 meses, denominada 
Berenice. O gênero Trypanosoma possui centenas de 
espécies em todo o mundo, infecta diferentes espécies 
de hospedeiros vertebrados e invertebrados. O protozoário 
T. cruzi desenvolveu várias formas durante o seu ciclo 
biológico, tripomastigotas, amastígotas, epimastigotas. 
Os Trypanosomas são classificados em dois grupos de 
transmissão: os protozoários, que transmitem a infecção 
pelas fezes e urina, exemplo T. cruzi e os que transmitem 
pela saliva, T. brucei. O Trypanosoma brucei é o agente 
causal da doença do sono, em que a mosca Tsé-Tsé tem 
sua infectação ao se alimentar sobre mamíferos, as formas 
tripomastígotas migram para o intestino médio do inseto 
e se multiplicam, por meio de migrações chegam até as 
glândulas salivares.
Parasitologia Clínica
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REFERÊNCIAS
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Parasitologia Clínica
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