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ECG Básico Enfermagem em Situação de Urgência e Emergência Pontos importantes para revisar: • 1 - Estrutura do coração; • 2- Sistema de condução cardíaco; • 3- Ciclo cardíaco; • 4 – Células cardíacas; • 5- Potencial de ação cardíaco; • https://www.youtube.com/watch?v=qmpd82mpVO4 https://www.youtube.com/watch?v=qmpd82mpVO4 Revisão da Anatomia DÉBITO CARDÍACO (FC X Vol. Sist.) VOLUME DE SANGUE BOMBEADO/MINUTO Dinâmica do Ciclo Cardíaco • Sístole (Contração) • Átrios relaxam • V. Mitral e Tricúspide fechadas • V. Aórtica e Pulmonar abrem pelo aumento da pressão ventricular • Ventrículos se contraem • Diástole (Relaxamento) • Ventrículos relaxam • Átrios contraem • V. Mitral e Tricúspide abertas • V. Aórtica e Pulmonar fechadas Tipos de Células Cardíacas • Mecânicas ou funcionais • Filamentos contráteis • Contração e relaxamento • Não geram impulso elétrico Células Miocárdicas (Função Mecânica) • Sistema de condução elétrica • Contração e automatismo • Gera e conduz impulsos Células Marcapasso (Função Elétrica) Propriedade das Células Cardíacas Automaticidade Células de marcapasso Iniciam o impulso elétrico Excitabilidade Células Miocárdicas Respondem ao estímulo elétrico Condutividade Células Miocárdicas Recebe o estímulo e conduz o impulso Contratilidade Células Miocárdicas Recebe o estímulo e contrai o miocárdio Potencial de Ação Cardíaco • No coração normal, a atividade elétrica ocorre devido às alterações iônicas que acontecem nas células corporais. • Os líquidos do corpo humano contêm eletrólitos, que são elementos ou compostos que se decompõem em partículas carregadas (íons) quando dissolvidos em água ou outro solvente. • Os principais eletrólitos que afetam a função cardíaca são Na+, K+, Ca2+ e cloro (Cl−). • No corpo, os íons passam bastante tempo se movendo em uma e outra direção através das membranas celulares por meio de bombas. • Essas bombas requerem ATP, essa energia cria um fluxo de corrente que é expresso em Volts, captados pelo ECG. Potencial de Ação As membranas celulares contêm canais, que são poros, aonde íons e moléculas hidrossolúveis penetram de dentro para fora e de fora para dentro. Impulsos elétricos resultam rápido fluxo de íons na membrana gerando a polarização, despolarização e repolarização celular. • O potencial de ação de uma célula cardíaca reflete a rápida sequencia de mudanças de voltagens através da membrana celular durante o ciclo elétrico do coração. • Existem dois tipos principais: Resposta rápida: Ocorrem nas células atriais e ventriculares e fibras de purkinje Resposta Lenta: Ocorrem no marcapasso natural (NSA) e nodo AV Polarização • É o estado de repouso (potencial em repouso) - Não há atividade elétrica. • Moléculas grandes, como proteínas e fosfatos, permanecem dentro da célula . Essas grandes moléculas têm uma carga negativa. Isso resulta na presença de mais íons de carga negativa no interior da célula. • Quando o interior de uma célula está mais negativo que o seu exterior, considera-se que a célula se encontra em um estado polarizado. ESTADO DE PRONTIDÃO Despolarização • • É um evento elétrico que resulta em contração (evento mecânico). • Momento em que a célula do coração é estimulada. • Ocorre mudanças na membrana: entra íons Na+ pelos canais rápidos de Na+, entra lentamente Ca2+ através dos canais de Ca2+ . • Torna o interior da célula mais positivo. • A despolarização se dá na camada mais interna do coração (endocárdio) para a mais externa (epicárdio). ESTIMULAÇÃO Repolarização • • O movimento de partículas carregadas através de uma membrana celular pelo qual o interior da célula restaura a sua carga negativa é designado como repolarização. • A membrana celular faz cessar o fluxo de Na+ para dentro da célula e permite a saída do K+. As partículas de carga negativa ficam dentro da célula. • Isso faz com que as proteínas contráteis nas células miocárdicas operacionais se separem (relaxem). RECUPERAÇÃO Ciclo da Despolarização-Repolarização POTENCIAL DE AÇÃO Fase 0 (rápida despolarização) Na+ entra rapidamente na célula Ca2+ entra lentamente Fase 1 (repolarização precoce) Canais de Sódio se fecham Fase 2 (platô – potencial estável) Ca2+ continua fluindo para dentro da célula K+ flui para fora Fase 3 (repolarização rápida) Canais de Ca2+ fecham Abre canais rápidos de K+, saindo íons. Fase 4 (potencial de repouso) Ativa bomba Na+ e K+, trazendo para dentro K+ e Na+ para fora. Fases 1,2,3 = Sístole elétrica Fase 4 = Diástole elétrica Sistema de Condução Elétrica Após a despolarização e a repolarização, o impulso elétrico resultante avança pelo coração aos longo dos Sistema de Condução. 60-100bpm 40-60bpm 20-40bpm Junção atrioventricular Eletrocardiograma -ECG • A atividade elétrica do coração produz correntes elétricas que se irradiam através do tecido circundante até a pele. • Quando são fixados à pele, os eletrodos detectam essas correntes elétricas e as transmitem para um eletrocardiógrafo. • As correntes elétricas são transformadas em ondas que representam o ciclo de despolarização e repolarização do coração. • O ECG é a representação gráfica das diferenças de potenciais elétricos gerados no campo elétrico produzido pelo coração. ECG pode ser usado para os seguintes fins • Monitorar a frequência cardíaca de um paciente; • Avaliar o efeito de doenças ou lesões sobre a função cardíaca; • Avaliar a função do marca-passo; • Avaliar a resposta aos medicamentos (como antiarrítmicos); • Obter um registro basal antes, durante e após algum procedimento; • Avaliar quanto a sinais de isquemia, lesão e infarto do miocárdio COMO OBTER O TRAÇADO? ECG: DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS (Triângulo de Einthoven) Derivação I Derivação IIIDerivação II - + + Braço D Braço E Perna E - - + Derivações periféricas: Bipolares (DI,DII,DIII) Ampliadas: Unipolares (Avr, Avl, AVf) DIREITO ESQUERDO DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS DERIVAÇÕES PRECORDIAIS (Unipolares) OBS: As derivações torácicas direitas são usadas para a avaliação do ventrículo direito Analisando as derivações INTERPRETANDO ECG • P despolarização do átrio • QRS despolarização dos ventrículos • T repolarização dos ventrículos • U literatura não é consensual (repolarização ventricular?) INTERPRETANDO ECG CONCEITOS/INTERPRETAÇÃO ECG: FORMAS DE ONDAS E COMPLEXOS Forma de Onda: Movimento fora da linha de base em uma direção, positiva ou negativa. Segmento: Uma linha entre as formas de ondas. Intervalo: Uma forma de Onda e um segmento Complexo: Várias formas de onda CONCEITOS/ INTERPRETAÇÃO ECG: ONDA P Primeira Onda do ciclo cardíaco Precede o complexo QRS Representa a despolarização atrial (contração) e disseminação do impulso elétrico através dos átrios. Normalmente é lisa, arredondada e não mais que 0,11s/0,12s de duração. Amplitude de 3mm (2,5 a 3 quadradinhos) CONCEITOS/INTERPRETAÇÃO ECG: COMPLEXO QRS Consiste na onda Q, R e S. Despolarização dos ventrículos Complexo Q é a primeira deflexão do complexo e é sempre negativa. (Onda Q anormal: é superior a 0,04s= “1quadradinho”) Onda R: primeira deflexão positiva do complexo QRS. Onda S: é uma deflexão negativa em seguida da onda R, representa a disseminação do impulso elétrico nos ventrículos, Complexo QRS normalmente mede de 0,08* a 0,12s. (até 3 quadradinhos) QRS alargado acima de 0,12s. CONCEITOS/INTERPRETAÇÃO ECG: ONDA T Representa a repolarização ventricular. É ligeiramente assimétrica. Altura de 2,5 mm (2 a 3 quadradinhos) Duração 0,12s (3 quadradinhos) Pode ser positiva ou negativa nas derivações DIII e V1. Nas outras derivações onda T invertida é sugestivo de isquemia miocárdica. Ondas T altas e apiculadas são comumente vistas na hipercalemia. Ondas T de baixa amplitude podem ser vistas na hipocalemia. CONCEITOS/INTERPRETAÇÃO ECG: ONDAU Onda pequena arredondada que pode surgir após onda T. 10% da amplitude da onda T. Pouco descrita na literatura. Representa reporalização ventricular (rede de purkinje)? CONCEITOS/INTERPRETAÇÃO ECG: SEGMENTOS E INTERVALOS Segmento PR: Entre onda P e início do complexo QRS É plano (isoelétrico) O sistema his-purkinje é ativado durante o segmento PR. Intervalo PR: Início da Onda P mais segmento PR Reflete despolarização dos átrios e disseminação do impulso elétrico através do nó AV, feixe de His ramos D e E e fibras de purkinje. Duração: 0,12 a 0,20s (3 a 5 quadradinhos) Segmento ST: É uma porção entre o complexo QRS e onda T. Conhecido como Ponto J. Parte inicial da repolarização dos ventrículos. Começa no final do QRS (onda S) e termina com o surgimento da onda T. Depressão do segmento ST – isquemia Miocárdica. Elevação do segmento ST – lesão miocárdica Intervalo QT: Representa atividade ventricular total (despolarização e repolarização). É influenciado pela FC – quanto mais rápida a FC , mais curto é o intervalo QT. Início do QRS ao término da onda T. Mede normalmente de 0,34 a 0,44s (aprox. 11 quadradinhos pequenos) QT prolongado: Torsades de Pointes (arritmia fatal) “importante avaliar QT” Supradesnivelamento ST Infradesnivelamento ST COMO CALCULAR A FREQUÊNCIA CARDÍACA? Ritmo Regular • Método 1 (quadrado pequeno): Divide 1500 pela quantidade de quadradinhos de 1mm entre duas ondas R. (1500/20=75 bpm) • Método 2 (quadrado grande): Divide 300 pela quantidade de quadrado de 5 mm entre duas ondas R. (300/3=100bpm) Ritmo Irregular Utilizando o método dos quadrados pequenos divida 1500 pela média dos quadrados existentes entre pelo menos 5 intervalos R-R. Ex.: 1 intervalo RR: 15 quadradinhos, 2 intervalo: 17, 3 intervalo: 12, 4 intervalo: 8 e 5 intervalo: 10 quadradinhos (15+17+12+8+10/5= 12,4) 1500/12,4= 121 bpm Método para Interpretação ECG em 8 etapas 1. Ritmo 2. Frequência 3. Onda P – característica, até 0,11/01,12 s (3 quadrados pequenos) 4. Intervalo PR – 0,12 a 0,20 s ( 3/5 quadrados pequenos) 5. QRS – até 0,12 s (3 quadrados pequenos) 6. Onda T – DIII e V1? Se – nas demais: isquemia 7. Intervalo QT – 0,34 a 0,44s 8. Segmento ST – está na linha de base? REFERÊNCIAS • AEHLERT, Barbara. Manual de ECG. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 99 p. ISBN 978-85-352-9160-5. • Padilha KG, et al. Enfermagem em UTI: cuidando do paciente crítico. 4ed. São Paulo: Manole, 2016. • Hennemann, T. L. A. Interpretação do ECG: incrivelmente fácil. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. • Gonzalez, MMC; Timerman,S. Manejo avançado das emergências cardiovasculares. 2 ed. São Paulo: Manole, 2012. • MARTINS, H. S. et al. Emergências clínicas: abordagem prática. 11. ed. Barueri: Manole, 2016. • Grassia, RCF. Arritmias cardíacas e marcapasso. In Calil, A. M.; Paranhos, W.Y. O enfermeiro e as situações de emergência. 1ed. São Paulo: Atheneu, 2007.