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Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores404
Lesões Cervicais 
não Cariosas e 
Hipersensibilidade 
Dentinária: Controle 
dos Fatores Etiológicos 
e Protocolos 
Restauradores
Paulo Vinícius Soares
Alexandre Coelho Machado
Guilherme Faria Moura 
Lívia Fávaro Zeola 
Fabrícia Araújo Pereira
Thiago Dias Ott oboni de Oliveira 
Raphael Monte Alto 
Rodrigo Borges Fonseca 
Ewerton Nocc hi Conceição
151515
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores406 407Dentística: Saúde e Estética
A Odontologia contemporânea presencia o processo de transição dos procedimen-
tos mais prevalentes na prática clínica. Anteriormente, as condutas clínicas eram 
fundamentadas na reabilitação das consequências da Odontologia baseada exclu-
sivamente em práticas intervencionistas (exodontias múltiplas, preparos cavitários 
extensos para próteses fixas, confecção de extensão preventiva, tratamento de 
doenças periodontais severas, entre outros) e políticas de prevenção e promoção à 
saúde de insucesso por não conseguirem conscientizar e abranger a maior parte da 
população. Portanto, a Odontologia de outrora apresentava um objetivo principal: 
reabilitar a consequência com pouco foco na causa.
Com a continuidade e abrangência das políticas preventivas e de promoção à saú-
de, associado à conscientização do autocuidado e o culto ao padrão estético ex-
tremamente detalhista, a Odontologia evoluiu para a execução de procedimentos 
cada vez menos invasivos. Esta conduta mais conservadora propõe evitar com que 
a doença se instale, por meio de políticas de prevenção. Entretanto, caso o distúr-
bio já esteja presente, este será tratado com a abordagem mais conservadora e o 
indivíduo, orientado para que não haja reincidência.
Esta abordagem acarretou no progresso do padrão de higienização, diminuição de 
indicação de exodontias e redução dos índices de doenças que relacionadas às 
bactérias como fator etiológico, como cárie dentária e periodontite. A manutenção 
dos dentes decorrente destes fatores, associada ao aumento da expectativa de 
vida da população; a hábitos modernos, como dieta rica em alimentos processados 
e ácidos; e ao estresse das atividades profissionais colaboraram para o aumento 
da incidência de alterações orais, como desgastes dentários, hipersensibilidade 
dentinária e disfunção temporomandibular1-3.
Dentre os desgastes do dente, enquadram-se as lesões cervicais não cariosas 
(LCNC). Estas lesões são perdas de estrutura dentária localizada no terço cervical, 
na junção amelocementária, que podem envolver a porção coronorradicular4-6. As 
LCNC são encontradas rotineiramente na prática clínica – com prevalência superior 
a 60% dos pacientes7; e sua origem e progressão são relacionadas a fatores asso-
ciados e ausência de processo carioso6. Estas lesões apresentam aumento propor-
cional ao envelhecimento da população e, apesar de ocorrerem em um único dente, 
são mais frequentes em vários dentes de um único indivíduo, incidindo em ambas 
as arcadas e com diversos níveis de severidade de desgaste8,9.
As LCNC estão associadas à hipersensibilidade dentinária (HD) e recessão gengival 
(RG), caracterizadas como alterações orais que não possuem relação direta com 
processos bacterianos. Devido à perda de inserção conjuntiva periodontal e ex-
posição dentinária cervical promovida pelo desgaste dentário, estímulos externos 
(químico, térmicos, táteis e osmóticos) podem atuar e desencadear a HD. Devido à 
similaridade entre os fatores etiológicos das LCNC, RG e HD, justifica-se a correla-
ção de prevalência destas alterações orais e a necessidade de planos de tratamen-
to multidisciplinar.
Conforme a prevalência de doenças orais passa por alterações, os protocolos clí-
nicos e a conduta do profissional também devem ser atualizados. Compreender os 
fatores etiológicos é de suma importância no controle das LCNC, além de auxiliar 
INTRODUÇÃO o cirurgião-dentista na conduta do tratamento10. É função do profissional informar 
aos pacientes quanto aos fatores etiológicos, implicações da presença destas le-
sões e orientar quanto a métodos de prevenção, alternativas de tratamento e prog-
nóstico11. Portanto, este capítulo propõe esclarecer os fatores etiológicos e proto-
colos de tratamento relacionados a LCNC e HD.
FATORES ETIOLÓGICOS DE LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS E 
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
A origem e a progressão de LCNC e a presença de HD e RG são consequência da 
ação de fatores similares e simultâneos12. A etiologia destas alterações está as-
sociada a processos multifatoriais embasada pela combinação de mecanismos 
de desgastes, descritos por tríade proposta por Grippo6,13. Essa tríade funda-
menta-se na interação entre o acúmulo de tensão (abfração, traumatismo oclu-
sal e parafunções), biocorrosão (caracterizada pela degradação química, bio-
química e eletroquímica da estrutura dentinária oriundos de fatores endógenos 
e exógenos e fricção [desgaste abrasivo estimulado pelo atrito de substância a 
estrutura dental])6 (Fig. 15.1). É importante considerar que a cavidade oral está 
em mudança constante, seja de pH, hábitos de fricção ou mecanismos de oclu-
são14. Por isto, distinguir a perda de estrutura dentária cervicais de origem não 
cariosa por mecanismos exclusivos de desgastes é impraticável e este tipo de 
classificação ultrapassada.
Figura 15.1: xxxxx
1. ENDÓGENOS
 a. Parafunção
 b. Oclusão
 c. Deglutição
2. EXÓGENOS
 a. Mastigação
 b. Hábitos
 c. Ocupações
 d. Próteses Odontológicas
3. TIPOS DE TENSÃO
 a. Estática
 b. Fadiga (cíclica)
TENSÃO
(abfração)
FRICÇÃO
(desgaste)
BIOCORROSÃO
(química, bioquímica
e eletroquímica)
1. ENDÓGENOS (ácido)
 a. Placa (cáries)
 b. Fluido Crevicular Gengival
 c. Gástrico (HCI)
2. EXÓGENOS (ácido)
 a. Dieta
 b. Ocupações
 c. Fatores Diversos
3. PROTEÓLISE
 a. Ação enzimática (cárie)
 b. Proteases (pepsina e tripsina)
 c. Fluido Crevicular Gengival
4. EXÓGENOS (ácido)
 a. Efeito piezoelétrico na dentina
1. ENDÓGENOS (atrição)
 a. Parafunção
 b. Deglutição
2. ENDÓGENOS (abrasão)
 a. Mastigação
 b. Ação da língua
3. EXÓGENOS (abrasão)
 a. Higiene Dental
 b. Hábitos
 c. Ocupações
 d. Próteses Odontológicas
4. EROSÃO (movimento de 
líquidos)
ASSOCIAÇÃO
Adaptado de Grippo et al. 2012
ASSOCIAÇÃO
MULTI-
FATORIAL
ASSOCIAÇÃO
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores408 409Dentística: Saúde e Estética
Na fase de diagnóstico, é fundamental que o profi ssional observe atentamente e 
considere os três fatores da tríade proposta por Crippo6,13.
TENSÃO
O acúmulo de tensão ocorre devido à energia gerada durante a força oclusal, que 
se propaga dentro da estrutura como tensão. Este acúmulo de tensão, em espe-
cial quando se trata de tensão de tração, está associada ao desgaste da estrutura 
dentária, pois promove alterações morfológicas seguidas por fadiga e ruptura das 
estruturas dentárias15,16. A oclusão fi siológica ideal origina forças verticais que são 
bem aceitas pelo ligamento periodontal e a tensão homogeneamente dissipada 
pelo órgão dentário. Entretanto, em uma oclusão patológica, a alteração da posição 
e inclinação do carregamento oclusal promove uma força resultante fora do longo 
eixo do dente, com consequente maior concentração de tensão no nível cervical17. 
Dada as características de espessura de esmalte reduzida e menos resistência de-
vido à orientação dos túbulos dentinários e prismas de esmalte na região cervical, 
esta área torna-se extremamente suscetível à perda de estrutura, caso esse pro-
cesso de flexão atinja o limite elástico da estrutura do dente15.
Como as forças oblíquas não são efetivamente dissipadas, o desgaste pode ocor-
rer devido à tensão de tração que se acumula na junção cemento-esmalte cau-
sando a quebra das ligações entre os cristais de hidroxiapatita18,19.Pacientes que 
executam movimentos excursivos de desoclusão em dentes que não exclusiva-
mente caninos estão mais predisponentes a apresentar LCNC quando compa-
rados com indivíduos que realizam o movimento de desoclusão lateral em guia 
canina7. O acúmulo de tensão pode estar mais presente que os demais fatores em 
LCNC no nível ou subgengivais, pois, nestas situações, estão menos vulneráveis às 
agressões abrasivas e químicas20.
O acúmulo de tensão também está associado à presença de hábitos parafuncio-
nais, como bruxismo e apertamento dentário. Nestes casos, há maior acúmulo 
de tensão, pois o contato médio de 10 minutos entre os dentes antagonistas 
para quem não apresenta estes hábitos aumenta para até 180 minutos16. Além 
disso, o bruxismo acarreta alteração cíclica dos contatos oclusais, que está di-
retamente relacionado ao tipo de tensão (tração e compressão) concentrada na 
cervical, podendo intensifi car o desgaste21. Como a distância entre as cúspides 
vestibulares e os seus centros de resistência são mais longos do que as cúspi-
des linguais, a mesma intensidade de força resulta em maior tensão na vesti-
bular22. Este fato, associado ao maior contato extrínseco com ácidos na região 
vestibular e atrição, poderia explicar a maior prevalência de LCNC na vestibular 
dos dentes22 (Figs. 15.2A-15.2C).
DIAGNÓSTICO Figura 15.2: xxxxx
A
B
C
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores410 411Dentística: Saúde e Estética
BIOCORROSÃO
A biocorrosão é definida como processo irreversível de desgaste consequente da 
desmineralização dentária proveniente pelo contato frequente e prolongado dos 
dentes com ácido de origem intrínseca ou extrínseca6,14. Estes ácidos são deriva-
dos de mecanismos químicos, bioquímicos, eletroquímico e efeitos proteolíticos e 
piezoelétricos em organismos vivos – podendo ser causada por alguma desordem 
sistêmica14,23. Os ácidos endógenos são derivados de distúrbios alimentares e reflu-
xo gastroesofágico, enquanto os ácidos exógenos são oriundos de hábitos ocupa-
cionais (vapores e líquidos), medicamentos e principalmente da dieta2.
O fluido salivar possui grande efeito protetor na origem e progressão do proces-
so biocorrosivo, pois induz a formação de película aderida aos dentes aliada à 
sua capacidade de tamponamento e manutenção do pH oral constante (cerca de 
6,9)24. Caso ocorram variações de pH na cavidade oral, a saliva confere ao den-
te resistência frente à essa alteração, neutralizando o meio e reduzindo a ação 
corrosiva e a perda da estrutura dentária25. Observa-se que durante a ingestão 
de alimentos ácidos há acréscimo no fluxo salivar, justamente com o objetivo de 
aumentar o efeito tamponante26.
A teoria original de degradação corrosiva causada por substâncias ácidas denomi-
nada erosão hoje se constitui em um termo equivocado. Isso porque a nomencla-
tura biocorrosão refere e elucida com mais exatidão a degradação por substâncias 
ácidas. Como o termo erosão descreve o desgaste causado pelo atrito gerado atra-
vés de movimentos de fluidos contra a superfície dos dentes, então, constitui-se 
como fenômeno físico (fricção)14.
FRICÇÃO
A fricção é caracterizada pelo desgaste mecânico por atrito anormal da estrutura den-
tária, que ocorre por meio de mecanismos exógenos e endógenos13. O processo de 
desgaste por atrito envolve o uso de objetos ou substâncias externas repetidamente 
introduzidas em contato com os dentes (exógenas – abrasão) ou entre os próprios 
dentes (endógenas – atrição)27. Estes fatores ocorrem predominantemente nas super-
fícies expostas dos dentes, sendo o grau de comprometimento maior nos dentes mais 
proeminentes, como os caninos e pré-molares. O poder abrasivo deste processo me-
cânico relaciona-se também com a ação e o efeito de pastas de dente abrasivas, esco-
vação dentária imprópria com técnica horizontal e força excessiva2. Apesar da carência 
de embasamento científico que associe a incidência de desgaste cervical ao fator es-
covação28, a abrasão por escovação tem função importante como cofator adicional29,30, 
como, por exemplo, ao escovar os dentes imediatamente após o consumo de subs-
tâncias ácidas ou episódio de refluxo gástrico e promover atrito em uma região de es-
trutura dentária já fragilizada pelo acúmulo de tensão29. A biocorrosão ocorre em níveis 
microestruturais, agindo na superfície dental, que é posteriormente abrasionada pela 
escovação com pasta dental, potencializando o desgaste cervical. Em situações de for-
ças oclusais excessivas e fora do longo eixo, a abrasão promovida pela escovação pode 
acelerar o processo de desprendimento das ligações entre os tecidos dentários31. Des-
sa forma, a associação desses fatores é capaz de enfraquecer e promover desgastes 
na superfície cervical do dente, que leva ao processo de formação de LCNC6. Por todos 
esses motivos, é imprescindível considerar que para a origem, e progressão da LCNC, 
HD e RG, os fatores de tensão, biocorrosão e fricção agem indissociavelmente.
BIOMECÂNICA APLICADA À OCLUSÃO E A INFLUÊNCIA NO 
CONTROLE DE LCNC E HD
A respeito das LCNC e HD, é fundamental entender a relação que as forças oclusais 
têm com o processo de desenvolvimento e progressão destas alterações. E a relação 
mais direta que se pode citar é a influência que as forças oclusais exercem na distri-
buição de tensão no dente e no tecido de suporte. Lee e Eakle15, no artigo Possible 
role of tensile stress in the etiology of cervical erosive lesions of teeth, foram os pri-
meiros autores que descreveram um possível mecanismo no qual as forças oclusais 
estão envolvidas na formação das LCNC de ângulos agudos e bordas afiadas. Segun-
do os autores, quando o dente é submetido às forças laterais, ocorre a flexão deste, 
que gera tensões de compressão no lado para o qual o dente está sendo flexionado, 
e tensão de tração no lado oposto. Ainda, segundo os autores, as tensões de tração 
apresentam potencial de gerar ruptura das ligações químicas entre os cristais de 
hidroxiapatita, deixando o esmalte mais permeável e, portanto, mais suscetível à dis-
solução pelos ácidos presentes nos fluidos bucais e à abrasão pela escovação. 
Este fator biomecânico, em processos cíclicos e intensidade que ultrapassa a re-
sistência máxima à tração ou compressão, com consequente deformação maior do 
que o limite elástico dessas estruturas remete à perda microestrutural em que a 
flexão pode conduzir o rompimento da camada extremamente fina de prismas de 
esmalte, bem como microfratura do cemento e da dentina13,15. Isto resulta em um 
remanescente menos rígido e mais suscetível à falha14,15,32.
Esse mecanismo de formação das LCNC foi denominado por Grippo33 de abfração, 
que em latim significa fratura à distância (ab = distância e fractio = fratura). O ter-
mo abfração passou a ser amplamente utilizado tanto para designar o mecanismo 
acima, como para denominar as LCNC, que apresentavam características diferentes 
das lesões por biocorrosão4. A teoria de abfração é coerente com o comportamento 
esperado em um material frágil submetido à tração ou à compressão como o esmalte 
que, submetido à tração, a trinca ou defeito presente no material se propaga mais 
facilmente, enquanto as tensões de compressão tendem a fechar a trinca e evitar a 
sua propagação. Entretanto, se observarmos bem, o próprio mecanismo denominado 
abfração leva em consideração a degradação química e aí se podem incluir fricção 
e biocorrosão, demonstrando o caráter multifatorial da lesão. Assim, o processo de 
abfração é um mecanismo presente na formação e progressão das LCNC. No entanto, 
sabe-se que o mecanismo que leva à perda de estrutura em esmalte e dentina é dife-
rente, e de maneira geral pode-se dizer que a abfração é um mecanismo bem aplicado 
para a perda de estrutura no esmalte. Na dentina, por sua vez, a degradação química 
é considerada a grande vilã, porque a maioria da população possui agentes químicos 
na cavidadeoral (ácidos endógenos e exógenos; e enzimas) que são capazes de de-
gradar os componentes orgânicos e inorgânicos da dentina. Ainda, se pensarmos que 
esses processos estão associados à escovação, a perda de estrutura é inevitável. 
DICA CLÍNICA
Sempre considere os 
três fatores (tensão, 
biocorrosão e fricção), 
pois a LCNC e a HD são 
lesões multifatoriais, 
em que normalmente 
estes fatores ocorrem 
simultaneamente. 
DESAFIO
Estabelecer um 
diagnóstico correto da 
causa de LCNC e HD.
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores412 413Dentística: Saúde e Estética
Portanto, como já mencionado, é possível afirmar tanto por meio de investigação 
científica6,7 quanto por meio de observações clínicas diárias, que a etiologia, ou 
seja, que os fatores que levam à perda de estrutura dentária especificamente na 
região cervical, é de caráter multifatorial, envolvendo degradação química, concen-
tração de tensão e abrasão. 
Os dentes recebem vários tipos de carregamento, os quais podem ser compreen-
didos como as forças exercidas pelos músculos que resultam forças aplicadas 
nos dentes que, dependendo do tipo de movimento, de abertura e fechamen-
to mandibular ou movimentos excêntricos, podem exercer forças com direção e 
magnitude diferentes. Dessa forma, é necessário ter em mente o quanto nossa 
dinâmica oclusal é complexa.
Ao receber um contato oclusal que possuiu a resultante ao longo eixo do dente, o 
ligamento periodontal consegue exercer o seu papel nas estruturas do órgão den-
tário e dissipar a tensão de maneira mais homogênea (sem sobrecarregar nenhu-
ma estrutura)17,21,34,35. Sendo assim, de forma simples, nossos dentes e tecidos de 
suporte dental estão aptos a receber carregamentos, os quais resultam uma força 
direcionada e distribuída ao longo do eixo dental. Nesta circunstância, dificilmente, 
teremos uma região com altos níveis de concentração de tensão.
Entretanto, a maior parte da população apresenta algum tipo de interferência oclusal 
com consequente resultante da força fora do longo eixo (p. ex., desoclusão em late-
ralidade com contato na cúspide de pré-molar) que promoverá o acúmulo de ten-
sões na junção cemento-esmalte. Além disso, hábitos parafuncionais como bruxismo, 
apertamento dental e roer unhas geram, além de carregamentos com direção fora do 
longo eixo dental, magnitudes acentuadas de força que podem exceder a resistência 
das estruturas dentárias, principalmente se estas forças gerarem tensão de tração.
O maior acúmulo de tensão-deformação está associado principalmente a movi-
mentos em parafunção4,14,21. O tempo de contato entre os dentes durante a de-
glutição e mastigação é 683 e 194 milissegundos respectivamente; além de que 
a força gerada em uma oclusão fisiológica representa apenas 40% da magnitude 
máxima da mordida36,37. Existem evidências que mostram correlação de 100% entre 
dentes que apresentam contatos prematuros com resultante da força não axial e 
LCNC em forma de cunha38. Sendo assim, a identificação de hábitos parafuncionais 
é relevante, pois o tempo de contato entre os dentes e a intensidade da força da 
oclusão são maiores, o que está relacionado com o processo de evolução das LCNC 
e possível falha do protocolo restaurador4,14,17,21,34,35,39.
Sabendo-se que a tensão e a deformação são respostas internas às forças aplica-
das, a direção e magnitude da força, assim como as condições dentais influenciam 
diretamente na distribuição de tensão. Ademais, é importante salientar que as con-
dições dentais, como a anatomia que apresenta na sua geometria uma constrição 
na região cervical, bem como a proximidade desta ao fulcro dental, favorecem a 
concentração de tensão na região cervical. 
Outro fator importante é que uma região com concentração de tensão é mais sus-
cetível à degradação por ácidos, assim a tensão é também um potencializador da 
degradação química40. Em razão disso, fica claro que enquanto contatos oclusais 
advindos de um desequilíbrio oclusal, de hábitos parafuncionais, como bruxismo, 
apertamento dental, roer unhas, ou vários outros mecanismos que levam à apli-
cação de forças que implicam carregamentos fora do longo eixo dental, estiverem 
presentes, a região cervical estará suscetível à perda de estrutura. No caso de já 
existir uma lesão, as forças fora do longo eixo continuam atuando, gerando níveis 
de tensão cada vez mais altos, já que a própria lesão age como um defeito geomé-
trico no dente, produzindo um agravante em relação à distribuição de tensão e, por 
conseguinte, para a progressão das lesões.
EXAMES CLÍNICOS E DIAGNÓSTICO DE LESÃO CERVICAL NÃO CARIOSA E 
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Como a etiologia de LCNC e HD é multifatorial, o manejo destas alterações deve 
objetivar controlar estes fatores, cessar a dor e restaurar as estruturas desgasta-
das. Portanto, o envolvimento de conhecimento multidisciplinar e multiprofissional 
(nutricionista, médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta) é imprescindível para maior 
longevidade e sucesso do tratamento. Para isto, anamnese, exames físicos, clíni-
cos e complementares devem ser bem detalhados. As etapas seguintes explicam 
os principais detalhes que o cirurgião-dentista e sua equipe devem se atentar em 
relação aos fatores, sinais e sintomas das LCNC e HD.
1. Anamnese
	Geralmente, o paciente que apresenta LCNC procura o atendimento ambulato-
rial devido à sintomatologia dolorosa, que está associada à HD.
	Devido à multifatoriedade destas doenças, anamnese bem detalhada deve ser exe-
cutada, objetivando identificar dados e hábitos associadas ao histórico da doença.
	Deve-se se investigar quanto aos hábitos profissionais, dieta e distúrbios.
	Caso o paciente relate utilizar dentifrícios com ação dessensibilizante, este 
deve ser orientado a cessar o uso.
2. Exame físico (palpação muscular)
 Deve-se realizar a palpação dos músculos masseter, temporal, pterigóideo 
medial, pterigóideo lateral e submandibular. 
 Deve-se atentar à queixa de dor do paciente durante a palpação.
 Buscar identificar “pontos de gatilho”, nódulos, sinais e sintomas subclínicos.
 Esta etapa é relevante para identificar possíveis desordens da ATM relaciona-
das à etiologia neuromuscular.
3. Exame clínico intrabucal
 O exame clínico deve ser realizado de forma mais minuciosa e completa.
 O cirurgião-dentista deve atentar-se para a presença de cáries, restaurações 
insatisfatórias, histórico de sensibilidade pós-operatória, procedimentos res-
tauradores recentes, trincas e fraturas dentárias, aspecto periodontal, mobili-
dade dentária, traumatismo oclusal, facetas de desgastes.
 A avaliação da gravidade das LCNC, a presença de dentina esclerótica e relação 
com HD e RG devem ser catalogadas.
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores414 415Dentística: Saúde e Estética
4. Exame clínico periodontal
 A presença de recessão gengival está relacionada com a exposição de cemen-
to e dentina radicular, tornando a região cervical mais suscetível à atuação dos 
fatores corrosivos e de fricção.
 Realizar teste de precursão horizontal e análise de mobilidade dentária.
 A sondagem periodontal indica a presença de bolsas e pode auxiliar na identi-
ficação de irregularidades subgengivais, como trincas e fissuras.
5. Análise oclusal
 Interferências oclusais promovem maior acúmulo de tensão na região cervical, 
e estas devem ser identificadas, assim como presença de facetas de desgaste.
 Após o registro com arco facial, confecção de jig de Lucia e montagem em arti-
culador semiajustável, o ajuste oclusal por desgaste seletivo ou por acréscimo 
deve ser executado, a fim de buscar equilibrar os contatos oclusais e viabilizar 
uma oclusão em relação cêntrica.
6. Teste de hipersensibilidade dentinária
 Estímulos mecânicos (atrito da sonda exploradora) e térmicos/osmóticos (ja-
tos de ar da seringa tríplice)são indicados para mensurar a intensidade de dor 
relacionada à HD.
 Para o estímulo mecânico por atrito, basta friccionar a extremidade da sonda 
exploradora na região cervical.
 Para o teste com o jato de ar, o dente que recebe o estímulo é isolado dos de-
mais com tira de poliéster envolvendo as faces mesial e distal, a fim de evitar a 
passagem do estímulo para o dente contíguo.
 Inicialmente, indaga-se ao paciente sobre um dente que não apresente HD 
e ambos os estímulos são realizados nesse dente. Caso o paciente não rela-
te nenhuma sensibilidade, este será o controle negativo – ou seja, ausência 
de HD. Em sequência, a Escala Visual Analógica é apresentada, sendo que o 
dente-controle negativo representa o índice 0 e a maior experiência de dor já 
vivenciada será a intensidade 10.
 O tempo necessário para que a dor passe após a aplicação do estímulo deve 
ser registrado.
 Após o teste no controle, todos os dentes recebem os estímulos.
7. Análise endodôntica
 Testes de percussão vertical, palpação e exames radiográficos auxiliam para 
descartar hipóteses de diagnósticos referentes a processos cariosos, al-
terações periapicais, pericementite e doenças relacionadas a bactérias e 
necrose pulpar.
 Dentes com LCNC extensas e que não apresentam dor ou testam positivo para 
os estímulos devem ser investigados quanto à presença de necrose pulpar.
8. Perfil alimentar
 O paciente deve ser orientado a preencher um diário de dieta com duração de 
7 dias.
 Este documento deve ser preenchido após cada refeição com os dados refe-
rentes a dia, horário, quantidade e o tipo de alimento ingerido.
 Após a identificação de alimentos com efeito potencialmente corrosivo, o 
paciente deve ser encaminhado para a avaliação por nutricionista, que irá defi-
nir se o paciente apresenta dieta acídica e orientar quanto à substituição des-
tes alimentos por similares com nível de acidez e titularidade mais baixos.
AGENTES DESSENSIBILIZANTES E PROTOCOLO ASSOCIATIVO PARA 
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
A HD cervical é relatada por paciente como dor forte (aguda) e momentânea (curta 
duração) desencadeada por estímulos, como bebidas frias ou quentes, alimentos 
ácidos, doces, diferenças de temperaturas (químicos, térmicos, táteis ou osmóti-
cos), que não pode ser explicada como o resultado de qualquer outro defeito dental 
ou doença"1,41-45. A dissolução química de estrutura dentária, a escovação traumática 
e a presença de trincas oriundas de hábitos parafuncionais, como o bruxismo, prin-
cipalmente quando associadas; além da presença de superfície radicular desnuda 
por recessão gengival (que possuiu etiologia semelhante) são os principais fatores 
que vão originar a exposição dos túbulos dentinários41,46-48. Este conjunto de fatores 
é responsável pela exposição dos túbulos dentinários que, dentro da normalidade, 
estão vedados por uma fina camada de cemento na região cervical, sendo esta área 
responsável por mais de 90% dos reflexos hipersensíveis das superfícies49.
A literatura mostra que a biocorrosão é um dos fatores etiológicos mais agravantes 
no desenvolvimento da exposição tubular, principalmente quando combinado com 
escovação e uso de dentifrícios abrasivos50. A presença desses ácidos é derivada de 
formas extrínsecas, principalmente da dieta, de hábitos ocupacionais e medicamen-
tos, ou intrínsecas, relacionadas principalmente com distúrbios alimentares, frequen-
te em pacientes que apresentam doenças como bulimia, gastrite e doença do refluxo 
gastroesofágico (DRGE)51. Pessoas que trabalham diariamente em ambientes indus-
triais, que estão em constante exposição a gazes ácidos, indivíduos com bruxismo 
que apresentam trincas de esmalte na região cervical são frequentemente acome-
tidos por HD52,53. Diante destes fatores, é necessário que o cirurgião-dentista faça o 
controle dos fatores etiológicos e, cada vez mais, se inteire sobre novos protocolos, 
novos produtos, que vão de alguma maneira auxiliar e sintetizar a prática clínica.
Existem várias doutrinas que tentam explicar como estes estímulos externos desen-
cadeiam a sintomatologia dolorosa. A Teoria Hidrodinâmica, proposta por Bränns-
tröm54, é a mais aceita na literatura como explicação do processo de dor. Esta teoria 
é baseada nos princípios de determinação de quando os túbulos dentinários estão 
desprovidos de recobrimento na cavidade bucal, o fluido no interior destes movimen-
ta-se para o interior ou exterior, estimulando mecanorreceptores (fibras de dor, prin-
cipalmente fibras A-delta da polpa) e provocando o estímulo sensitivo no paciente54,55.
Os tratamentos para hipersensibilidade possuem a função de reduzir o fluxo para 
os túbulos dentinários por oclusão (mecanismo obliterador) e/ou dessensibilização 
dos nervos (mecanismo neural), tornando-os menos sensíveis à estimulação.56-58 
Baseando-se na teoria da hidrodinâmica, a anulação da propagação dos estímulos 
dos túbulos dentinários, seja por método químico ou físico, é aliada do cirurgião-
-dentista no tratamento da HD. 
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores416 417Dentística: Saúde e Estética
Os agentes mais utilizados no tratamento de hipersensibilidade da dentina podem 
ser genericamente classificados nos grupos descritos em seguida (Fig. 15.3). 
Agentes neurais (potássio e laserterapia de baixa intensidade): o agente dessen-
sibilizante neural mais relatado na literatura não tem seu mecanismo exato da ação 
por íon descrito de forma clara. Entretanto, sugere-se que concentrações supersa-
turadas de potássio na superfície dentária podem gerar despolarização da mem-
brana das fibras nervosas e impedir a repolarização. Este mecanismo inibirá a con-
dução nervosa que origina a dor55,59.
Agentes obliteradores: agem de forma a vedar os túbulos dentinários, impe-
dindo a micromovimentação dos fluidos dentro dos túbulos, cessando o estí-
mulo nervoso. São classificados como: precipitantes de proteína (glutaraldeído, 
nitrato de prata, cloreto de estrôncio hexa-hidrato), precipitantes de cristais 
(derivados de cálcio, fluoreto de sódio, oxalatos, vernizes) e selantes tubulares 
adesivos (resinas e adesivos).
De acordo com esta classificação, os principais agentes dessensibilizantes são 
descritos de acordo com o seu mecanismo de ação:
DICA CLÍNICA
Associar agentes com 
formas de atuação 
diferentes para tratar 
HD. Inicie utilizando 
agentes à base de 
potássio para promover 
a dessensibilização das 
terminações nervosas. Em 
sessões subsequentes, 
use agentes de ação 
obliteradora para vedar 
os túbulos dentinários 
e complementar a ação 
dessensibilizadora.
DESAFIO
Estabelecer um protocolo 
clínico padrão para tratar 
a HD.
Figura 15.3: xxxxx
- Potássio: único agente dessensibilizante químico de ação neural, age por meio 
do aumento da saturação de potássio nas terminações odontoblásticas, atuando 
no processo de despolarização do nervo, impedindo a repolarização e a condu-
ção do impulso nervoso60. O potássio é comumente associado a carreador, sendo 
o nitrato e o oxalato os mais comuns. O oxalato possui ação de obliteração dos 
túbulos dentinários, caracterizando essa associação como um agente de ação 
mista, neural e obliteradora61-63.
- Laser: a forma de atuação do laser depende da intensidade em que é aplicado. 
Quando utilizado em alta potência, este age de forma a vedar os túbulos por meio de 
um fenômeno denominado ablação. Caso o laser seja aplicado em baixa potência, 
promove o aumento do limiar de dor do paciente, por agir nas terminações odonto-
blásticas, podendo ser associado à aplicação de dessensibilizantes neurais64,65.
- Oxalatos: agentes obliteradores que agem precipitando cristais de oxalatos, que 
reagem com o cálcio presente na dentina exposta, formando oxalatos de cálcio. 
Essa reação tem início 30 segundos após a aplicação de agentes à base de oxa-
latos66,67. Estudos mostram que o oxalato é capaz de obliterar mais de 98% dos 
túbulosdentinários68,69, entretanto, com menos estabilidade de obliteração70. 
- Estrôncio: descrito na literatura há mais de 50 anos, atua ocluindo os túbulos 
dentinários, de modo que ocorra a precipitação de proteínas após a aplicação de 
cloreto de estrôncio na dentina exposta71-74. Além disso, este agente promove a 
substituição dos íons cálcio por íons estrôncio, resultando na remineralização da 
dentina com estrôncio no interior dos túbulos75.
- Glutaraldeído: disposto em combinação de glutaraldeído a 5% associado a hi-
droxietilmetacrilato a 35%. Possui características hidrofílicas, que permite maior 
penetração do agente nos túbulos dentinários76. Os grupos aldeídos do glutaral-
deído são caracterizados como fixador biológico e reagem com os grupos amino 
presentes no colágeno exposto da dentina, promovendo a formação de uma bar-
reira proteica que oblitera os túbulos77.
- Vernizes: consistem em um veículo à base de compósito resinoso para a atuação 
de agentes, como os fluoretos e clorexidina; sendo altamente adesivos à estru-
tura dentária78. Os vernizes criam uma barreira mecânica aderida à estrutura de 
dentina exposta e sela efetivamente os túbulos dentinários sem efeitos colate-
rais. A vantagem desses agentes é a fácil aplicação associada ao baixo custo do 
material. Entretanto, eles possuem necessidade de reaplicação periódica e coram 
a estrutura dentária até que o excesso se desprenda79.
- Derivados do cálcio: promovem a precipitação dos íons Ca+ sobre a estrutura de 
dentina que perdeu cálcio e potássio no processo de desmineralização. Essa rea-
ção ocorre de forma que uma camada delgada de fosfato de cálcio, em meio aquo-
so, quando em contato com o íon hidroxila, precipite fosfato de cálcio sobre a den-
tina exposta e permita a formação de hidroxiapatita e obliteração dos túbulos53,80. 
- Fluoretos: muito conhecidos e utilizados para o tratamento de hipersensibilida-
de dentinária, são associados ao sódio e ao estanho. Este agente promove uma 
De
ss
en
si
bi
liz
an
te
s Químicos
Físicos
1. Neural 1.1 Potássio
2.1 Oxalatos
2.2 Estrôncio
2.3 Glutaraldeído
2.4 Venizes
2.5 Fluoretos
2.6 Selantes
2.7 Derivados de Cálcio:
- 2.7.1 (CPP-ACP)
- 2.7.2 Biovidros
- 2.7.3 Arginina
3.1 Oxalato de Potássio
3.2 Nitrato de Potássio + 
Fluoreto de Sódio
2. Obliteradores
3. Mistos
1. Laser de baixa
intensidade (Neural)
2. Laser de alta
intensidade (Obliterador)
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores418 419Dentística: Saúde e Estética
precipitação de sais fluoretos que reagem com a dentina exposta e desminerali-
zada, promovendo a remineralização desta com a presença de íons flúor, que são 
mais resistentes à presença da biocorrosão14,70,81.
- Selantes: são usados desde 1970 para evitar a desmineralização dentária82. Es-
ses selantes resinosos são comumente associados a ionômeros de vidro, e con-
têm ácidos poliacrílicos que otimizam a união com o tecido dentinário exposto por 
meio da quelação. Esses agentes possuem baixa resistência imediata devido a sua 
reação química ácido-base, por isso, em alguns produtos, um grupo funcional fo-
topolimerizável foi adicionado ao composto para compensar essa desvantagem83. 
Não existe consenso absoluto na literatura quanto à recomendação de um proto-
colo-padrão para o tratamento da hipersensibilidade dentinária. Isto é justificado, 
pois diversos fatores podem influenciar na opção do agente dessensibilizante a ser 
indicado. Dessa forma, o cirurgião-dentista deve atentar ao máximo à identifica-
ção do principal motivo pelo qual a sensibilidade foi originada. Um dente sensível 
devido a fator principal originado por biocorrosão apresentará mais quantidade de 
fibrilas colágenas expostas e escassez de matriz inorgânica. Isto ocorre porque 
os cristais inorgânicos são removidos através da degradação ácida. Neste caso, 
o agente dessensibilizante mais indicado seria um obliterador físico precipitador 
de proteínas, pois se associa à matriz orgânica exposta e oblitera os túbulos. Em 
contrapartida, caso a exposição dos túbulos dentinários tenha como principal fa-
tor etiológico mecanismos mecânicos (fricção ou tensão), a dentina exposta terá 
grande quantidade de matriz inorgânica exposta, recomendando a aplicação de 
agentes com ação precipitadora de cristais.
SELEÇÃO DE MATERIAL PARA RESTAURAR LESÃO CERVICAL NÃO CARIOSA 
(LCNC) E A IMPORTÂNCIA DA BIOMECÂNICA OCLUSAL
A perda de tecido dentário, como nas LCNC, é fator importante para alteração do 
comportamento biomecânico do dente, modificando o padrão de distribuição de 
tensão e deformação, como também a resistência21,34,35,84. A substituição do teci-
do dentário desgastado por material restaurador é recomendada, para minimizar 
os prejuízos ao comportamento biomecânico21,34,39,84, como agente obliterador da 
hipersensibilidade dentinária, prevenção a desgastes mais agressivos e melho-
ria dos requisitos estéticos4,85. Entretanto, mesmo com o efeito benéfico que o 
material restaurador adesivo possui no padrão de distribuição de tensão, realizar 
apenas a restauração da cavidade não significa que a LCNC está sendo tratada, 
pois é necessário identificar e controlar os principais fatores etiológicos. Para o 
sucesso do protocolo restaurador, estes fatores devem ser amenizados, pois a 
variação do carregamento oclusal irá afetar o material, sobretudo com o acúmulo 
de tensão na interface restauração/tecido dentário, que aumenta a possibilidade 
de falha no procedimento4,39. Caso isto não seja feito, será realizada simplesmente 
a substituição da estrutura dentária desgastada4.
As LCNC possuem configurações diversas, mas de forma simplificada, o seu fundo 
pode ser classificado em ângulo agudo (morfologia de cunha) ou circular (mor-
fologia arredondada)21,34,86. Independentemente da configuração deste ângulo, a 
intensidade do acúmulo de tensão no fundo da lesão é muito próxima, e o mesmo 
ocorre quando esta lesão está restaurada21. Devido a esta similaridade biomecâni-
ca entre as morfologias, principalmente após a restauração, o uso de instrumen-
tos abrasivos para arredondar o ângulo entre a parede gengival e oclusal/incisal 
deve ser evitada, objetivando manter uma dentina mais mineralizada e a conser-
vação máxima de estrutura21.
Materiais restauradores diretos, como resina composta, cimentos de ionômero 
de vidro e resinas tipo flow, são habitualmente os mais utilizados para repor a 
estrutura perdida na região cervical8,39,85,87. No entanto, ainda que estes materiais 
possuam facilidade e simplicidade da técnica de inserção, a taxa de sucesso e 
sobrevida destes procedimentos restauradores é bastante determinada por de-
gradação química, atrição, diminuição da dureza e concentração de altos níveis de 
tensão resultantes da força da mastigação88-91.
Apesar de não existir protocolo estabelecido quanto ao procedimento restaurador 
da LCNC, é essencial utilizar materiais adesivos que possuam módulo de elasti-
cidade e propriedades ópticas similares aos dos tecidos dentários desgastados 
(esmalte e dentina)34,85. A adesão entre material restaurador e as paredes da LCNC 
resulta na formação de uma estrutura de corpo único, com consequentes menos 
flexão, deformação e acúmulo de tensão no perímetro da LCNC. O uso de mate-
riais restauradores com propriedades mecânicas discrepantes, sejam elas supe-
riores ou inferiores, promove mais acúmulo de tensão e deformação na estrutura 
dentária92. Esta propriedade adesiva, associada a um módulo de elasticidade pró-
ximo ao da estrutura dentária perdida, resulta em um biomimetismo muito próxi-
mo ao do hígido21,34,39. 
Figura 15.4: xxxxx
PROTOCOLO ASSOCIATIVO DE AGENTES DESSENSIBILIZANTES DENTINÁRIOS
1A SESSÃO 2A SESSÃO 3A SESSÃO 4A SESSÃO 5A SESSÃO
Fator biocorrosivo 
predominante
Agente de ação 
neural
Agente de ação 
neural
Agente de ação 
obliteradora 
(glutaraldeído)
Agente de ação 
obliteradora 
(glutaraldeído)
Agente seladorFator tensão/
fricção 
predominante
Agente de ação 
neural
Agente de ação 
neural
Agente de ação 
obliteradora 
(oxalato)
Agente de ação 
obliteradora 
(oxalato)
Agente selador
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores420 421Dentística: Saúde e Estética
Apesar de a resina flow e o ionômero de vidro possuírem técnica de inserção rela-
tivamente simples por serem fluidos87, estes apresentam baixo módulo de elasti-
cidade, que favorece o acúmulo de tensão na estrutura dentária e deformação da 
região cervical. Por serem materiais altamente deformáveis, ao submeter as pare-
des da lesão à deflexão, estas sofrem alta deformação e concentração de tensão, 
resultando em baixa recuperação do comportamento biomecânico. Além disso, a 
resina flow e o ionômero de vidro possuem mais suscetibilidade aos efeitos de fa-
diga pelo acúmulo de tensão, degradação ácida e desgaste por atrito, que podem 
resultar em baixa taxa de sucesso destas restaurações92-94.
A resina composta apresenta módulo de elasticidade muito próximo ao da denti-
na95, que é o tecido dentário mais desgastado por esta doença86. Devido às suas 
propriedades, a resina composta com partículas na escala nanométrica é o material 
restaurador mais indicado para reabilitar o tecido desgastado em LCNC92. Entretan-
to, este material restaurador apresenta algumas desvantagens, como contração de 
polimerização96,97, descoloração marginal e sensibilidade pós-operatória87. Apesar 
de algumas resinas de incremento único (Bulk-fill) possuírem propriedades me-
cânicas favoráveis98 e mais simplicidade técnica, estas não são aplicáveis clinica-
mente para LCNC, devido à dificuldade de mimetização das propriedades ópticas 
das estruturas dentárias, por se tratarem de resinas translúcidas, e LCNC serem 
prevalentes na face vestibular. Portanto, mesmo com algumas desvantagens, a re-
sina composta com partículas manométricas é o material de escolha, pois possui 
propriedades mecânicas, adesão, biomimetismo à estrutura dentária e polimento 
adequados, apresentando altas taxas de sucesso clínico21,34,39.
TRATAMENTO ASSOCIADO DE DESSENSIBILIZAÇÃO E NÃO RESTAURADOR DE 
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA 
Quando o profissional está diante de um perfil de paciente que apresenta HD que 
pode eventualmente acontecer, em conjunto ou não, a LCNC com pequena perda 
de estrutura dentária, realizar todas as etapas de diagnóstico descritas anterior-
mente. Agindo assim, terá mais possibilidades de estabelecer um diagnóstico cor-
reto quanto aos fatores causais predominantes e removê-los para, então, aplicar o 
protocolo clínico associado para HD:
1. Orientar o paciente quanto a sua dieta (evitando principalmente alimentos áci-
dos), caso haja a percepção de predominância de causa por biocorrosão.
2. Realizar eventual ajuste oclusal em dentes com interferência oclusal ou restau-
rar áreas dentais perdidas, como guias caninas, por exemplo, para equilibrar a 
distribuição de forças oclusais evitando a concentração de tensão em dentes 
isoladamente quando o fator tensão for predominante.
3. Revisar e orientar o paciente quanto ao possível uso de agentes ou dentifrícios 
abrasivos e hábitos ou força excessiva durante a escovação quando o fator fric-
ção for predominante. Caso o paciente utilize dentifrício com ação dessensibi-
lizante, descontinuar o seu uso para não mascarar o tratamento proposto.
PROCOLO CLÍNICO
4. Realizar o teste de estímulo da HD com jatos de ar para que o paciente re-
late o índice de 0 a 10 de sensibilidade dolorosa de acordo com a EVA (Figs. 
15.5A e 15.5B).
5. Executar a profilaxia na superfície dental (geralmente vestibular) do dente com 
HD com solução de pedra-pomes e água destilada, utilizando taça de borracha 
e micromotor de baixa rotação (Figs. 15.6A-15.6C).
6. Instalar o isolamento relativo com a inserção de fio afastador gengival (#000) 
associados a algodão, gaze e afastadores labiais. Outra opção é realizar o iso-
lamento absoluto se for da preferência do profissional.
Figura 15.5: (A e B) Aspecto inicial do sorriso e dos dentes (pré-molares superiores) com HD cervical.
Figura 15.6: (A, B e C) Profilaxia com pasta pedra-pomes e clorexidina a 2%.
A B
A
B
C
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores422 423Dentística: Saúde e Estética
7. Na primeira e segunda sessões clínicas, agente de ação neural composto por 
nitrato de potássio deve ser aplicado uniformemente na região cervical com o 
auxílio de brush. Durante 5 minutos, friccionar o gel com o auxílio do microapli-
cador, melhorando, assim, o desempenho do produto (Figs. 15.7A-15.7E). Após 
este tempo, remover o fio afastador e com o tecido gengival afastado aplicar 
novamente o agente dessensibilizante (Figs. 15.9A-15.9D). Em seguida, remo-
ver o gel com algodão umedecido com jatos de água em abundância. Ao início 
de cada sessão, a mensuração da HD do paciente através da EVA deve ser rea-
lizada por jato de ar. A laserterapia de baixa potência pode ser associada aos 
agentes de ação neural nas duas primeiras sessões com o objetivo de poten-
cializar o efeito de dessensibilização das fibrilas nervosas (Fig. 15.9D).
Figura 15.7: (A-E) Protocolo associativo estabelecido pelo grupo de pesquisa LCNC da FO.UFU (MG). Aplicação de dessensibilizante à base 
de nitrato de potássio a 5% (PHS, Potenza Essente) friccionado por 5 minutos. Utilize microbrush de diferentes tamanhos para atingir a 
dentina mais profunda. Remoção dos excessos com algodão úmido e lavagem com água. Repetir este procedimento 2 vezes durante as 
duas primeiras sessões clínicas.
Figura 15.8: (A e B) 
Remoção do fio afastador 
e complementação com 
laserterapia vermelha, 
seguindo a programação do 
equipamento.
Figura 15.9: (A-D) Na terceira sessão clínica: aplicação de dessensibilizante obliterador glutaraldeído a 5% (Glu-HEMA/PHS), que representa 
uma boa opção para casos de HD subgengival.
Figura 15.10: (A-E) Na quarta sessão clínica, repetir a terceira sessão. Aplicar duas vezes: com e sem o fio afastador. Sugere-se para esta 
sessão o uso de vernizes fluoretados, como Enamelast/Ultradent e Bifluorid/Voco.
8. Na terceira e quarta sessões clínicas, após a inserção do fio afastador (#000) 
e isolamento relativo, aplicar o agente de ação obliteradora na região cervical. 
Neste caso clínico, devido ao desgaste dentário estar relacionado principal-
mente por ação mecânica (acúmulo de tensão), optou-se por aplicar o agente 
obliterador à base de fluoreto de sódio que reage com a grande quantidade de 
cálcio presente na dentina exposta. A aplicação é de forma uniforme na região 
da dentina exposta e terço cervical, com o auxílio de microaplicador. Aguardar 
60 segundos e aplicar jatos de ar para completar a volatilização do agente. 
Após este tempo, remover o fio afastador e com o tecido gengival afastado, 
aplicar novamente o produto para permitir que este atinja a região mais sub-
gengival (Figs. 15.10A-15.10E). 
A B C D E
A B
A B C D
A B C D E
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores424 425Dentística: Saúde e Estética
9. Na quinta sessão clínica, o paciente deve relatar ausência de sintomatologia 
dolorosa (EVA = 0) para os estímulos anteriormente presentes e também exer-
cer atividades cotidianas. Caso isto não ocorra, pode-se realizar uma sessão de 
aplicação de agente selador. A proservação é importante para acompanhar e 
identificar mudanças de hábitos, aspectos clínicos e constatar a reincidência da 
hipersensibilidade dentinária (Fig. 15.11). 
TRATAMENTO RESTAURADOR COM RESINA COMPOSTA DIRETA PARA LCNC E HD
Quando o profissional está diante de um perfil de paciente que apresenta LCNC 
com perda de estrutura dentária e HD deve realizar todas as etapas de diagnóstico 
descritas anteriormente no item Diagnóstico.Agindo assim, terá mais possibilidade 
de estabelecer um diagnóstico correto quanto aos fatores causais predominantes, 
agir preventivamente para removê-los conforme descrito nos itens 1, 2 e 3 do pro-
tocolo a seguir e, finalmente, realizar o tratamento restaurador da LCNC com resina 
composta direta.
1. Orientar o paciente quanto a sua dieta (evitando principalmente alimentos áci-
dos), caso haja a percepção de predominância de causa por biocorrosão.
2. Realizar eventual ajuste oclusal em dentes com interferência oclusal ou restau-
rar áreas dentais perdidas, como guias caninas, por exemplo, para equilibrar a 
distribuição de forças oclusais, evitando a concentração de tensão em dentes 
isoladamente quando o fator tensão for predominante.
3. Revisar e orientar o paciente quanto ao possível uso de agentes ou dentifrí-
cios abrasivos e hábitos ou força excessiva durante a escovação quando o fator 
fricção for predominante. Caso o paciente utilize dentifrício com ação dessen-
sibilizante, descontinuar o seu uso para não mascarar o tratamento proposto.
PROCOLO CLÍNICO
4. Após remover e/ou controlar os fatores causais de LCNC e HD e havendo es-
paço para a inserção de material restaurador, pode ser descartado o uso do 
protocolo de dessensibilização. O protocolo clínico das restaurações diretas de 
resina composta em dentes posteriores e anteriores já foi descrito nos capí-
tulos 11 a 13. No caso específico de LCNC, uma sequência está ilustrada nas 
figuras 15.12A-15.12S.
Figura 15.11: Aspecto final 
após a aplicação do protocolo 
associativo.
Figura 15.12: (A) Aspecto inicial das múltiplas LCNC. (B) Profilaxia das LCNC com pasta abrasiva e miniescova de Robinson. (C) Bisel no 
ângulo do esmalte com ponta diamantada 3118F (KG Sorensen). (D) Inserção do fio afastador #000 (UltraPack, Ultradent).
A
C D
B
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores426 427Dentística: Saúde e Estética
Figura 15.12: (E) Condicionamento seletivo do esmalte com ácido fosfórico a 37% (Potenza Attaco/PHS) por 15s. (F) Aspecto do esmalte 
condicionado e seco. (G) Aplicação de sistema adesivo autocondicionante (Palfique Bond/Tokuyama). (H) Fotoativação do adesivo com LED 
de alta intensidade (Valo/Ultradent). (I-K) Inserção incremental de resina composta (Palfique LX5/Tokuyama) seguida de fotopolimerização. 
(L) Aspecto das restaurações antes das etapas de acabamento e polimento. (M) Remoção do fio retrator gengival.
Figura 15.12: (N) Remoção 
dos excessos com lâmina de 
bisturi. (O-Q) Acabamento e 
polimento das restaurações. 
(R) Aspecto final imediato das 
LCNC restauradas com resina 
composta.
E
G
I
L M
J K
F
H
N
P Q
R
O
Capítulo 15 | Lesões Cervicais não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária: Controle dos Fatores Etiológicos e Protocolos Restauradores428 429Dentística: Saúde e Estética
Este capítulo descreve resumidamente 9 anos de pesquisas laboratoriais e clínicas 
do Grupo de Pesquisa LCNC e do Ambulatório Público para o tratamento de pa-
cientes com LCNC e HD da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de 
Uberlândia. Por serem alterações multifatoriais, a primeira sessão clínica é funda-
mental para o sucesso do manejo das LCNC e HD. Nesta sessão, deve ser realizada 
rica anamnese, identificação dos principais fatores etiológicos, inclusão em grupos 
de risco (atletas, praticante assíduos de “dieta saudável”, pacientes pós-ortodôn-
ticos, pacientes que sofrem com hábitos parafuncionais, estresse psicológico e 
pacientes com doenças gástricas), análise morfológica e sintomática da dentina 
exposta. O procedimento de aplicação do agente dessensibilizante ou a confecção 
da restauração de LCNC não terá sucesso na região cervical caso o profissional não 
identifique, remova e/ou controle o(s) fator(es) etiológico(s). O protocolo com des-
sensibilizantes deve ser utilizado onde não há espaço para a inserção de material 
restaurador ou não há indicação para recobrimento radicular através de cirurgias 
periodontais. O paciente deve receber a orientação de que consultas de proser-
vação para o acompanhamento das restaurações e possíveis novas aplicações do 
protocolo dessensibilizante ocorrerão entre 9 e 12 meses, devido à degradação do 
agente dessensibilizante.
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