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Contabilidade como Sistema de 
Informação e Controle
Apresentação
A contabilidade desenvolveu uma metodologia que capta, registra, acumula, resume e interpreta os 
fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas das entidades. Isso 
significa um sistema com entrada de dados e um processamento, o que possibilitará a emissão de 
informações. Entretanto, para que esse trabalho dê bons resultados, é necessário que o contador 
planifique as operações e transações que certamente ocorrerão. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a visão sistêmica da contabilidade e entender 
como é realizada essa planificação. Esse é um dos trabalhos que mais exige experiência, perspicácia 
e, por vezes, um exercício para antever situações que talvez nem os próprios sócios ou 
responsáveis pelo negócio pensaram.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Enumerar os tipos de transações que ocorrerão em uma entidade.•
Planejar os processos a serem adotados.•
Construir planos e manuais de contas adequados.•
Desafio
Alessandra estudou gastronomia e decidiu abrir um Foodtruck de culinária amazônica. Seu pai é 
proprietário de uma rede de restaurantes franceses e indicou você como contador, a fim de 
orientá-la.
Em uma conversa com Alessandra, você identificou o seguinte cenário: 
 
 
Como vocês terão uma nova reunião amanhã, esboce quais são as principais atividades de um 
foodtruck para que vocês possam discutir.
Infográfico
Uma das primeiras providências de um contador é entender as atividades de um negócio, conhecer 
seu funcionamento, sua natureza e seus objetivos, para poder planificar a contabilidade. Assim, 
para cada empresa, há um plano diferente. Para entender esse fluxo, veja, no Infográfico a seguir, 
como funcionam as atividades de um supermercado.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/4ee511cd-c7d6-47cc-83f2-657957c26de1/ea3a6206-8d4c-44fd-82cd-14eb30e758e0.png
Conteúdo do livro
Os autores das áreas administrativas e contábeis afirmam que o papel principal da área contábil é o 
registro das operações e posterior captação, organização e compilação de dados contábeis.
No capítulo Contabilidade como sistema de informação e controle, da obra Contabilidade básica, 
você vai conhecer os sistemas de informação e controle da contabilidade.
Boa leitura.
CONTABILIDADE 
BÁSICA
Lilian Martins
Sistema Contábil
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, v ocê deve apresentar os seguintes aprendizados:
� Explicar para que serve o sistema contábil e esclarecer o 
papel da planificação contábil no sistema.
� Apontar como ocorre a interdisciplinaridade entre 
contabilidade, economia e direito.
� Como a contabilidade influencia a sociedade.
Introdução
Fazendo a leitura deste texto, você vai aprender o que é e para 
que serve o sistema contábil e a planificação contábil. Você vai 
entender também a maneira como acontece a 
interdisciplinaridade entre as áreas de contabilidade, economia 
e direito, percebendo então como a contabilidade exerce 
influência na sociedade como um todo.
A finalidade do sistema contábil
Na literatura das áreas administrativas e contábeis, encontramos a afirmação 
de que o papel principal da área contábil é o registro das operações e a poste-
rior captação, organização e compilação de dados contábeis. Mas o que sig-
nifica isso?
A metodologia contábil é um “sistema” com entrada de dados, processa-
mento e saída de dados, conforme a definição clássica feita por pesquisadores 
da área de Tecnologia da Informação, como Laudon e Laudon (2004). A Fi-
gura 1 demonstra a você esse fluxo. 
Figura 1. Sistema contábil
ENTRADA SAÍDAPROCESSAMENTO
Na contabilidade, esse sistema busca fornecer informações aos usuários, 
sejam internos ou externos à empresa. Como apontam Iudicibus e colabora-
dores (2010),
[…] o administrador inteligente, que sabe usar a informação 
contá-bil e que conhece suas limitações, tem em suas mãos um 
poderoso instrumental de trabalho que lhe permite tomar 
decisões visando ao futuro com maior segurança, bem como 
conhecer a situação atual e o grau de acerto ou desacerto de suas 
decisões passadas.
o grau de acerto ou desacerto de suas decisões passadas.
Isso significa dizer que temos um sistema de contabilidade que busca ofe-
recer a outro sistema (“o sistema de informações” da empresa) dados impor-
tantes no processo de tomada de decisões e de gestão da empresa. Nesse 
sentido, O’Brien (2004) definiu “sistema de informações” como 
um conjunto de pessoas, hardware, redes de comunicação, 
exposto de maneira organizada, capaz de transformar em 
informações úteis os dados coletados, para diversos tipos de 
organização.
Essas informações úteis são classificadas com vários conceitos, de acordo 
com o uso. Compreenda melhor observando a Figura 2. 
Figura 2. Classificação dos sistemas de informação.
Sistemas de informação
Sistemas de 
Apoio às operações
Sistemas de 
Processo de
Informações
Sistemas de 
Controle de
Processos
Sistemas
Colaborativos
Sistemas de 
Informações
Gerenciais
Sistemas de 
Apoio à
Decisão
Sistemas de 
Informações
Executivas
Sistemas de 
Apoio Gerencial
Fonte: adaptado de O´Brien (200)4.
Conforme Iudicibus e colaboradores (2010), o pesquisador Robert N. An-
thony dá três finalidades para as quais as informações contábeis são utilizadas: 
 � finalidade de planejamento 
 � finalidade de controle 
 � finalidade de auxílio no processo decisório 
Para a finalidade de planejamento, o intuito é “decidir que curso de ação 
deverá ser tomado para o futuro”. 
Saiba Mais
A contabilidade é muito associada ao passado, sendo pouco utilizada para planeja-
mento. Um dos objetivos das Normas Internacionais de Contabilidade é que essa área 
seja usada também com a finalidade de planejamento.
O controle serve para oferecer condições de a alta administração acompa-
nhar as ações e certificar-se de que estão sendo executadas de acordo com os 
planos e as políticas estabelecidas. Colabora também no processo decisório, 
por ser “o conjunto de ações que faz com que se consiga a obtenção dos obje-
tivos desejados, definidos pelo planejamento”. 
A contabilidade, embora não seja a única fonte de dados para os sistemas 
de informações empresariais, é uma das principais fontes, sendo ela própria 
um sistema. Assim, o sistema contábil é expresso pelo fluxo mostrado na 
Figura 3.
Figura 3. Sistema contábil.
Quando o trabalho do contador é finalizado, os dados contábeis detalhados 
(no caso de usuários internos) e as demonstrações contábeis (para usuários 
internos e externos) são disponibilizados nos sistemas de informação.
Fique Atento
É comum se referir aos sistemas de contabilidade com a sigla SIC e aos sistemas de 
informações gerenciais com a sigla SIG. Cria-se, então, a abreviatura SIC-SIG.
Processo contábil
Compras
vendas
Pagamentos
recebimentos
Fatos
Escrituração
Diário Razão Livros �scais
Apuração do resultdo
Lucro ou prejuízo
Demonstrações contábeis
Balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração do �uxo de caixa
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Planificação contábil 
Para o sistema contábil existir e ser operado, Iudicibus e colaboradores (2010) 
explicam que “entre as providências iniciais para se colocar em funciona-
mento a máquina organizacional de qualquer empresa, impõe-se a planifi-
cação geral do setor contábil”. Isso é realizado a partir de um estudo do con-
tador sobre as atividades que serão rotina em uma empresa, isto é, o que irá 
comprar e vender, os tipos de transações, se haverá necessidade de uso de 
capital de terceiros (como bancos) ou se será usado capital próprio, entre ou-
tras decisões. Com essas definições, o contador irá planejar a maneira pela 
qual astransações deverão ser registradas, sintetizadas e evidenciadas, o que 
o faz elaborar um Manual de Contas. 
As contas contábeis são registros de aumentos e diminuições no ativo, 
passivo e no patrimônio líquido, ou seja, no patrimônio da empresa. Cada uma 
das contas é distinguida das demais por sua denominação e é comum serem 
utilizados diversos elementos semelhantes em uma mesma conta. 
Para exemplificar essa questão das contas, acompanhe o exemplo: di-
gamos que uma entidade tenha uma grande frota com carros, caminhões, 
carretas, ônibus e motocicletas. Seria muito difícil descrever todos esses bens 
detalhadamente, e nem é preciso. Portanto, o contador sintetiza os valores 
referentes à frota em uma conta denominada “veículos”. 
Digamos ainda que o administrador da entidade tome a decisão de com-
prar 10 caminhões no valor total de R$ 1.200.000,00. Essa transação comer-
cial ocorreu na Concessionária Santa Lúcia, e o pagamento foi realizado à 
vista, via transferência eletrônica com dinheiro que estava em uma conta cor-
rente no Banco Exempel. 
O que aconteceu nessa situação é que a empresa deixa de ter R$ 
1.200.000,00 em dinheiro e passa a ter 10 caminhões. Portanto, aumentou a 
frota de veículos e diminuiu caixa e equivalentes de caixa.
É provável que essa transação não ocorra com frequência, mas é inerente 
às atividades da entidade, portanto, já era prevista. Há várias outras transa-
ções que ocorrem a todo o momento, como pagamento de contas, salários, 
compra de mercadorias ou matéria-prima, entre outras. 
Para cada transação, o contador realiza um registro em um livro contábil 
chamado Diário. O Diário, como o próprio nome diz, é um livro no qual são 
registrados os fatos que ocorrem na empresa. A denominação “Livro Diário” 
é exatamente a mesma que estamos acostumados a ouvir quando uma pessoa 
faz um diário de sua vida falando sobre o cotidiano. A diferença é que existe 
um método para registrar os fatos de uma entidade, que é o método das par-
tidas dobradas. Assim, os fatos da empresa são expressos em contas contábeis 
utilizando-se o método das partidas dobradas. 
O ato de registrar no Livro Diário (e em outros livros) é conhecido como 
escrituração contábil (ou bookeeping, em inglês). A palavra significa manter 
os livros, usá-los constantemente. Uma vez registrados os fatos no Livro Di-
ário, o saldo das operações é registrado no Livro Razão, que controla cada 
conta contábil. Assim, usando o exemplo da compra dos caminhões, temos o 
que mostra a Figura 4.
Livro Diário
Aumentou
Veículos
Livro Razão da
conta veículos
Livro Razão da
conta Caixa e
Equivalentes de caixa
+
Diminuiu
Caixa e Equivalentes de caixa
_
Figura 4. Exemplo de utilização dos livros Diário e Razão.
Cada Livro Razão recebe uma série de lançamentos contábeis. Ao somar 
os saldos entre os aumentos e as diminuições, cada razão (que representa uma 
conta contábil) tem um saldo. Esse saldo é reunido em um documento deno-
minado balancete. O balancete é utilizado para formar um resumo de todo 
o movimento em grandes grupos, que são o ativo, o passivo, o patrimônio 
líquido, as despesas e as receitas. Esses resumos são denominados demons-
trações contábeis. Confira a Figura 5 para entender melhor!
Livro Razão da
conta veículos
Balancete
Demonstrações
Contábeis
Saldo inicial + aumentos - diminuições = saldo �nal
Livro Razão da
conta Caixa e
Equivalentes de caixa
Figura 5. Balancete.
Fique Atento
Muitas vezes, as demonstrações contábeis são também denominadas demonstra-
ções financeiras. O mais adequado é chamar de “demonstrações contábeis”, mas, 
às vezes, o conjunto de demonstrações é complementado por informações que 
não vieram da contabilidade. Portanto, elas também são conhecidas como de-
monstrações financeiras. Podemos considerar, hoje, como sinônimos!
Contabilidade, economia, direito e interdisciplinaridade
Na visão da Economia, as pessoas trabalham nas empresas e são remuneradas 
pelo seu trabalho. Essa remuneração, por sua vez, é usada para comprar bens e 
serviços necessários à vida. Isso gera um fluxo real de bens e serviços e de di-
nheiro (fluxo monetário) na sociedade e na economia. Esses fluxos conectam 
todos os indivíduos envolvidos em um sistema social. A Figura 7 traz uma 
representação gráfica desse fluxo real e monetário.
A “empresa” foi uma forma que as pessoas encontraram ao longo do tempo 
para organizar os meios de produção. Com a Revolução Industrial – ocorrida 
na Inglaterra no século XVIII –, as empresas passaram a ser estruturadas de 
forma a atender às demandas de mercado. 
Nas ciências sociais aplicadas (Administração, Ciências Contábeis e Eco-
nomia), empresa é definida como um agrupamento de pessoas que reúnem os fa-
tores de produção para produzir bens ou serviços com o objetivo de atender às ne-
cessidades humanas (DRUCKER, 2001; VASCONCELLOS e GARCIA, 2008). 
Saiba Mais
Você sabe o que são fatores de produção? São terra ou recursos naturais, recursos 
humanos ou trabalho, capacidade empresarial, capital e tecnologia.
O papel do empresário é muito importante na economia atual. De acordo com 
Jorge e Silva (1999, p. 31): 
Ao conjugar capital, terra, trabalho e tecnologia, o empreendedor 
estará reunindo os elementos que possibilitarão, sob sua orien-
tação, uma participação no processo produtivo, que será tanto 
mais eficaz e duradoura quanto mais eficiente forem suas ações 
de planejamento, organização, produção, comercialização, admi-
nistração financeira, administração do fator humano e outras.
Apesar da importância do empresário para a economia, entende-se que ele 
não tem ação interessada ou benevolente pela sociedade. As pessoas se movem 
pelo lucro, pela vontade de enriquecer. É o que o economista John Maynard 
Keynes denominou de espírito animal. Os empresários não se movem neces-
sariamente pela vontade de ajudar o próximo, como aponta Smith (1983):
Não é da benevolência do açougueiro, do fabricante de cerveja 
ou do padeiro que podemos esperar nosso jantar, mas da con-
sideração deles aos seus interesses pessoais. Não nos dirigimos 
à sua humanidade, mas ao seu egoísmo, e nunca lhes falem de 
vossas necessidades, mas da vantagem deles.
No entanto, a busca pela riqueza faz com que os empresários contribuam 
com os interesses da sociedade. Conforme Weber (2008, p. 129), 
[…] a riqueza (…) é condenável eticamente só na medida em que 
constituir uma tentação para vadiagem e para o aproveitamento pe-
caminoso da vida. Sua aquisição é má somente quando é feita com o 
propósito de uma vida posterior mais feliz e sem preocupações. Mas, 
como o empreendimento de um dever vocacional, ela não é apenas 
moralmente permissível, como diretamente recomendada.
Com a finalidade de tentar equilibrar o “instinto animal” do empresário 
ou negociante com os interesses da sociedade, evitando que a busca pela 
prosperidade e riqueza cause sofrimento e infelicidade de terceiros, a ciência 
do direito produziu o conceito de bem comum. Por esse conceito, conforme 
expõe Coelho (2010, p. 12-13),
Se empresário é o exercente profissional de uma atividade econô-
mica organizada, então empresa é uma atividade; a de produção 
ou circulação de bens ou serviços. É importante destacar a ques-
tão. Na linguagem cotidiana, mesmo nos meios jurídicos, usa-se 
a expressão empresa com diferentes e impróprios significados. 
Se alguém diz “a empresa faliu” ou “a empresa importou essas 
mercadorias”, o termo é utilizado de forma errada, não técnica. 
A empresa, enquanto atividade, não se confunde com o sujeito 
de direito que a explora, o empresário. É ele que fala ou importa 
mercadorias. 
Similarmente, se uma pessoa exclama “a empresa está pegando 
fogo!” ou constata “a empresa foi reformada, ficou mais bonita”, 
está empregando o conceito equivocadamente. Não se pode 
confundir a empresa com o local em que a atividade é desenvol-
vida. O conceito correto nessas frases é o de estabelecimento em-
presarial; este sim pode incendiar-se ou ser embelezado, nunca 
aatividade. Por fim, também é equivocado o uso da expressão 
como sinônimo de sociedade. Não se diz “separam-se os bens da 
empresa e os dos sócios em patrimônios distintos”, mas “sepa-
ram-se os bens sociais e os dos sócios”; não se deve dizer “fulano 
e beltrano abriram uma empresa”, mas “eles contrataram uma so-
ciedade”. Somente se emprega de modo técnico o conceito de 
empresa quando for sinônimo de empreendimento. 
Se alguém reputa “muito arriscada a empresa”, está certa a forma 
de se expressar: o empreendimento em questão enfrenta consi-
deráveis riscos de insucesso, na avaliação desta pessoa. Como ela 
se está referindo à atividade, é adequado falar em empresa. Ou-
tro exemplo: no princípio da preservação da empresa, construído 
pelo moderno Direito Comercial, o valor básico prestigiado é o 
da conservação da atividade (e não do empresário, do estabele-
cimento ou de uma sociedade), em virtude da imensa gama de 
interesses que transcendem os dos donos do negócio e gravitam 
em torno da continuidade deste; assim os interesses de empre-
gados quanto aos seus postos de trabalho, de consumidores em 
relação aos bens ou serviços de que necessitam, do fisco voltado 
à arrecadação e outros.
A contabilidade permeia a economia e o direito, além de outras tantas 
disciplinas, dando condições de surgirem relações mais adequadas em socie-
dade. Então, além de ser um sistema, a contabilidade também exerce influ-
ência na sociedade.
Referência
PADOVEZE , Clóvis Luís. Manual de Contabilidade Básica - Contabilidade Introdutó-
ria e Intermediária - Edição: 10|2017. Atlas
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade- Edição: 11|2015. Atlas
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil - 29ª Ed. 2013. Saraiva.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Conteúdo:
Dica do professor
Você sabe o que é sistema contábil e quais as suas implicações interdisciplinares na sociedade? 
Assista à esta Dica do Professor e aprenda mais sobre o tema.
 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Segundo os autores Laudon e Laudon (2004), um sistema é um fluxo onde há uma entrada, 
um processamento e uma saída. Nesse sentido, aponte qual alternativa a seguir traz um 
exemplo do cotidiano que não possa ser classificável como um sistema.
A) Verificar a hora em um relógio.
B) A elaboração de uma planilha de salários a pagar.
C) Comprar matéria-prima em uma empresa industrial.
D) Um chamado para a polícia agir em uma denúncia de suspeita de roubo.
E) Atendimento de um médico a um paciente.
2) O Sr. Rodrigo Mares, preocupado com o tempo com que os caminhões carregados ficavam 
parados nos clientes aguardando desembarque, resolveu criar um sistema para que o próprio 
caminhoneiro adicione dados sobre o tempo de espera e as condições encontradas para o 
desembarque das mercadorias. Sabendo que O'Brien (2004) definiu Sistema de Informações 
como "um conjunto de pessoas, hardware, redes de comunicação, exposto de maneira 
organizada, capaz de transformar em informações úteis os dados coletados, para diversos 
tipos de organização", sendo que essas informações úteis são classificadas com vários 
conceitos, de acordo com o uso, classifique o tipo de sistema que foi solicitado pelo Sr. 
Rodrigo.
A) Sistema de apoio gerencial: informações executivas.
B) Sistemas de apoio às operações: sistemas de processo de informações.
C) Sistemas de apoio às operações: sistemas de controle de processos.
D) Sistema de apoio gerencial: sistemas de apoio à decisão.
E) Sistema de apoio gerencial: sistemas de informações gerenciais.
Conforme Iudicibus et al (2010), "entre as providências iniciais para se colocar em 
funcionamento a máquina organizacional de qualquer empresa, impõe-se a planificação geral 
do setor contábil". Isso é realizado a partir de um estudo do contador sobre as atividades 
3) 
que serão rotineiras em uma empresa: o que irá comprar, vender, os tipos e transações, se 
haverá necessidade de uso de capital de terceiros como bancos ou se será usado capital 
próprio, entre outras decisões. Sendo assim, qual é o nome dentro do jargão contábil que se 
dá a esse trabalho?
A) Balanço patrimonial.
B) Contas contábeis.
C) Plano de contas.
D) Balancete.
E) Razão contábil.
4) Assinale a alternativa que apresenta a característica sobre os livros O Diário e A Razão?
A) O Diário registra dados a confirmar, A Razão registra dados já confirmados.
B) O Diário traz dados planejados, e A Razão traz dados reais.
C) Ambos os livros trazem os mesmos dados, a diferença é que O Diário é manual e em papel, e 
A Razão é eletrônico.
D) O Diário registra o fato contábil, e A Razão registra o mesmo fato, mas em uma única conta 
contábil.
E) O Diário, como o próprio nome já diz, é atualizado diariamente, enquanto A Razão pode ser 
atualizado esporadicamente.
5) Coelho (2010), um autor da área do Direito, comentou que "com a finalidade de tentar 
equilibrar o instinto animal do empresário ou do negociante com os interesses da sociedade, 
evitando que a busca pela prosperidade e riqueza possa causar sofrimento e infelicidade de 
terceiros, a ciência do Direito produziu o conceito de bem comum". A contabilidade não tem 
nenhuma relação com esse conceito. Você concorda com essa afirmação?
A) Sim, pois há uma separação bem nítida da área de Direito.
B) A Contabilidade, assim como a Economia, fomenta o instinto animal dos empresários, 
enquanto o Direito tenta minimizar seus efeitos negativos.
C) A pergunta é descabida, pois o objetivo da Contabilidade é apresentar dados sobre a 
entidade/empresa.
D) Não, pois a Contabilidade, assim como a Ciência Social Aplicada, também é um ramo do 
Direito.
E) Não. A Contabilidade atua em interdisciplinaridade com outras ciências, como o Direito, a 
Economia, a Física, a Química, a Medicina, a Administração, entre outras, portanto, tem 
responsabilidade com a sociedade e com o conceito de bem comum do Direito.
Na prática
No passado, os contadores trabalhavam com três importantes obras: O Borrador, O Diário e A Razão. 
Com exceção d'O Borrador, estes continuam existindo de forma eletrônica. No trecho a seguir, de 
Sá (2004 p. 151), é possível entender o seguinte:
 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório 
contábil-financeiro
Conheça a Norma Internacional CPC 00 (R2) que trata da estrutura conceitual para elaboração e 
divulgação de relatório contábil-financeiro.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A Contabilidade como instrumento de informação, decisão e 
controle da gestão
Leia mais sobre A Contabilidade como instrumento de informação, decisão e controle da gestão
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Utilização da contabilidade gerencial nas micro e pequenas 
empresas.
No link abaixo você vai ler um texto sobre a importância da contabilidade gerencial para as micro e 
pequenas empresas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
http://nardonnasi.com.br/contabilidade-como-instrumento-de-informacao-decis/
http://periodicos.unespar.edu.br/index.php/raei/article/view/3269/2148
O Método das Partidas Dobradas
Apresentação
O Método das Partidas Dobradas, descritopelo Frei Franciscano Luca Pacioli, em 1494, resistiu ao 
tempo e, atualmente, os mais modernos computadores e sistemas de informação fazem de forma 
automatizada exatamente os que os contadores do passado faziam de forma manual. É importante 
comentar que este é um ponto alto do interesse pela Contabilidade. Justamente porque hoje existe 
alta automatização e informatização mesmo nas pequenas empresas, o Método das Partidas 
Dobradas descreve de forma técnica todas as alterações no patrimônio de uma entidade. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar em detalhes o centenário Método das Partidas 
Dobradas, tal qual descrito pelo Frei Franciscano Luca Pacioli, em 1494.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer características do Método das Partidas Dobradas.•
Usar o Método das Partidas Dobradas.•
Analisar fatos registrados por meio do Método das Partidas Dobradas.•
Desafio
Caroline e Mariana decidiram constituir uma empresa para revender semi jóias, então foi realizada 
uma reunião com advogado e com o contador, onde ficou definido que a participação de cada sócia 
no capital social será de 50%, o valor do capital social será de R$ 50.000,00, sendo totalmente 
integralizado em moeda corrente no ato. Ainda foram definidas endereço da sede e que a mesma 
será administrada por ambas as sócias. Assim que aprovado o processo de constituição da empresa 
será adquirido R$ 10.000,00 em mercadorias diversas para revenda, esta aquisição será com 
pagamento a vista.
Você foi contratado como contador para formalizar a empresa e realizar os primeiros registros 
contábeis. Quais são esses primeiros registros contábeis?
Infográfico
A contabilidade é feita nas empresas desde seu início, antes mesmo de iniciarem suas atividades. 
Ela registra todos os fatos que ocorrem, desde o dinheiro que é integralizado pelos sócios até a 
compra das primeiras mercadorias para revenda. Sua importância está no registro e controle das 
operações, auxiliando os empresários na tomada de decisões. 
Para contabilizar um fato no livro diário, de acordo com o Método das Partidas Dobradas, é 
necessário descrever esse fato, respondendo a algumas perguntas, sendo que o resultado da soma 
dos débitos deve ser sempre igual à soma dos créditos. Confira as perguntas no Infográfico a 
seguir.
Conteúdo do livro
Evolução da escrituração contábilO Método das Partidas Dobradas foi compilado pelo Frei Luca 
Bartolomeu de Pacioli, um monge franciscano que publicou um livro que é a base da moderna 
Contabilidade. Esse método destaca que em qualquer operação há um débito e um crédito de igual 
valor ou um débito (ou mais débitos) de valor idêntico a um crédito (ou mais créditos). Portanto, 
não há débitos sem créditos correspondentes.
Leia o capítulo O Método das Partidas Dobradas, base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
CONTABILIDADE 
BÁSICA
Fabiana Tramontin Bonho
O método das 
partidas dobradas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer características do método das partidas dobradas.
  Usar o método das partidas dobradas.
  Analisar fatos registrados por meio do método das partidas dobradas.
Introdução
Os fatos contábeis na rotina das empresas precisam ser registrados e, no 
decorrer da história, teóricos da ciência da contabilidade criaram várias 
maneiras de escriturar. Em sua base, porém, foram trilhadas duas vias prin-
cipais: o método das partidas simples e o método das partidas dobradas. 
Neste capítulo, você vai aprender sobre o método das partidas dobra-
das, suas características e seu uso, além de analisar os fatos registrados 
por meio desse método contábil.
Partidas dobradas e suas características
A palavra método vem do grego methodos (caminho) e se refere ao meio 
utilizado para chegar a um fi m. É o caminho pelo qual se atinge um objetivo. 
Método de escrituração é o meio pelo qual se realizam os registros de fatos 
contábeis (LIMA, 2009, p. 2).
Embora existam diversas maneiras diferentes de escriturar os fatos contá-
beis, todas procedem de dois métodos fundamentais: o das partidas simples 
e o das partidas dobradas.
O método das partidas simples caiu em desuso por ser incompleto e defi-
ciente. Nele, registramos apenas as operações realizadas com pessoas, omitindo 
elementos do patrimônio e do resultado, tais como mercadorias, veículos, 
imóveis, despesas, receitas, etc., que são controlados extra contabilmente. É 
contabilizada apenas uma das operações: débito (D) ou crédito (C).
Segundo Iudicibus, um marco básico na evolução da contabilidade foi o Tra-
tactus de Computis et Scripturis (Tratado de Conta e Escrituração), de Frei Luca 
Pacioli, publicado em 1494, em Veneza/Itália, enfatizando que a teoria contábil 
do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. 
Pacioli é considerado, portanto, o “pai dos autores de contabilidade”, título 
a que fez jus pela obra Summa de arithmetica, geometria, proportioni et pro-
portionalitá, de onde destacamos o tratado XI, do título IX, denominado De 
computis et scripturis (Tratado particular de conta e escrituração). Foi a primeira 
apresentação por escrito do método das partidas dobradas (IUDICIBUS, 1997).
O processo de registros contábeis que se consagrou por uma “equação”, 
ou igualdade, entre o débito e o crédito de contas já havia surgido na Itália, 
acredita-se, entre os anos de 1250 e 1280. Ninguém conseguiu, até os nossos 
dias, identificar o autor das “partidas dobradas” nem apresentar provas das 
aplicações destas, tal como fizeram os italianos, antes da época referida. No 
entanto, existem documentos muito antigos autorizando a crença de que, 
pelo menos a intuição para o processo tenha nascido no Oriente. De qualquer 
forma, há mais de sete séculos, adota-se um critério que se tornou insuperável 
e cuja natureza é evidenciar “causa” e “efeito” de um ou mais fenômenos 
patrimoniais (SÁ, 2004).
Sobre o tema, Iudicibus, Martins e Kanitz (2010, p. 43) explicam que: 
A essência do método, universalmente aceito, é que o registro de qualquer 
operação implica que a um débito numa ou mais contas deve corresponder um 
crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores 
debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. Não há débito(s) 
sem crédito(s) correspondente(s).
Esse método é também conhecido como método da causa e efeito, ou método 
da origem e aplicação. É o que se utiliza na contabilidade para a elaboração das 
demonstrações contábeis. Consiste no lançamento do mesmo valor a débito e a 
crédito. Ou seja, para cada valor lançado a débito, obrigatoriamente a empresa fará 
o lançamento do mesmo valor a crédito: não existe débito sem crédito e vice-versa. 
Assim, esse método prevê que, em cada lançamento, o valor total lançado 
nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas 
a crédito. Ou seja, não há devedor sem credor correspondente. A todo débito 
corresponde um crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, 
deve, consequentemente, também aumentar do outro lado.
O método das partidas dobradas2
Como é mais comum uma transação conter somente duas entradas, sendo 
uma entrada de crédito em uma conta e uma entrada de débito em outra conta, 
temos aí a origem do nome "dobrado".
É essencial a compreensão do conceito de razonetes para que entenda 
como funciona o método das partidas dobras. As razonetes nada mais são 
do que uma representação, em forma resumida, do livro contábil obrigatório 
utilizado pela contabilidade, chamado de livro razão. As razonetes possuem 
a seguinte representação gráfica (Figura 1):
Figura 1. Razonete.
O lado esquerdo de uma conta é chamado de débito e o lado direito de 
crédito. Portanto, um movimento do lado esquerdo de uma conta é chamado 
de movimento ou lançamento a débito e um movimento do lado direito é 
chamado de movimentoou lançamento a crédito.
Leia sobre a contabilidade, que foi a primeira profissão regulamentada no Brasil.
https://goo.gl/8De7MX
O uso do método das partidas dobradas
Normalmente, uma transição possui duas entradas, sendo uma na conta de 
crédito e outra na de débito. Conta, portanto, é o nome técnico que identifi ca 
um componente patrimonial (ativo, passivo ou patrimônio líquido) ou um 
componente de resultado (receita ou despesa). 
3O método das partidas dobradas
Todos as ocorrências diárias na vida de uma empresa (compras, vendas, 
pagamentos, entre outros) são registradas em contas próprias. Assim, toda 
movimentação de dinheiro efetuada dentro da entidade é registrada em uma 
conta denominada “caixa” e os objetos comercializados pela entidade são 
registrados em uma conta intitulada “estoques”, e assim por diante.
Existem algumas maneiras como podem ser lançadas as contas:
Uma conta débito + uma conta crédito
Uma conta débito + várias contas crédito
Várias contas débito + uma conta crédito
Várias contas débito + várias contas crédito
Sendo assim, seguem quatro verdades que se podem afirmar a partir do 
método das partidas dobradas:
  Ativo = passivo + patrimônio líquido.
  Saldo devedor = saldo credor.
  Não há débito sem crédito.
  Não há crédito sem débito.
Tomemos como exemplo a seguinte situação: Carlos possui R$ 20.000 
em sua conta bancária. Desse valor, retira metade para comprar um carro 
usado. O patrimônio de Carlos continua o mesmo, isto é, R$ 20.000, mas 
parte assume a forma do valor do veículo e outra parte continua na forma de 
dinheiro na conta bancária.
O princípio básico do método das partidas dobradas é subdividir bens, 
direitos e obrigações em contas, que possam registrar os valores de cada item 
que compõem o patrimônio. Assim, esse ficará em perfeito equilíbrio, pois o 
método registra as movimentações ocorridas num determinado período, sejam 
elas saídas de recursos, entradas de novos bens ou pagamentos efetuados.
Para melhor compreensão desse método, é preciso entender o conceito de 
contas contábeis. O patrimônio é composto por uma série de itens (dinheiro, 
móveis, imóveis, veículos entre outros) que podem ter características bem 
diferentes uns dos outros. Para facilitar a compreensão, cada um desses itens 
recebe um nome de fácil associação, em que podemos registrar seu valor 
patrimonial. Portanto, “conta” é a nomenclatura usada para registrar o valor 
de cada item que compõe o patrimônio. 
O método das partidas dobradas4
As contas podem ser de duas naturezas: devedora ou credora. Segundo 
Müller (2009, p. 17) as contas do ativo são de natureza devedora, e as contas 
do passivo e do patrimônio líquido são de natureza credora. Assim, os saldos 
das contas são sempre:
Ativo = contas devedoras (saldo devedor).
Passivo e patrimônio líquido = contas credoras (saldo credor).
  Contas devedoras representam bens e direitos (Débito ou “D”);
  Contas credoras representam obrigações (Crédito ou “C”).
A representação de uma conta é mostrada na Figura 2.
Figura 2. Representação gráfica da conta.
Em consequência do método das partidas dobradas, a soma dos saldos das 
contas do ativo, no balanço patrimonial, deve ser sempre idêntica à soma dos 
saldos das contas do passivo e patrimônio líquido, de tal forma que, se esses 
dois saldos não "baterem no centavo", isso denuncia um erro de lançamento 
que precisa ser detectado e corrigido. Desse modo, o ativo deve ser sempre 
igual ao passivo total (MÜLLER, 2009, p. 17).
Em algum momento pode ocorrer uma modificação na composição quantita-
tiva ou qualitativa do ativo, sem que ele, como um todo, tenha sido aumentado. 
Nesse caso, ao aumento de um dos elementos do ativo corresponderá uma 
diminuição de igual valor em outro elemento do passivo. A mesma coisa se 
aplica ao passivo. É o que ocorreu no exemplo acima, pois Carlos possuía um 
patrimônio de R$20.000,00 em sua conta bancária e o método das partidas 
dobradas mostrou que, ao comprar o carro, ele continua possuindo o mesmo 
patrimônio de R$20.000,00.
5O método das partidas dobradas
Sobre a evolução histórica do método das partidas dobradas, esclarece Padoveze 
(2017, p. 15): 
Fundamentalmente, com o método das partidas dobradas criou-se 
a figura do patrimônio líquido. Nos primórdios da contabilidade, 
o registro era feito em partidas simples. A partida simples buscava 
contabilizar os bens e direitos, mas não dava a dimensão do princípio 
causa-efeito que fundamenta as partidas dobradas. Em linhas gerais, 
podemos dizer que o método de partidas simples era um método de 
inventariar, de contar os bens. Daí o nome da contabilidade como a 
ciência de contar.
Os fatos registrados por meio 
das partidas dobradas
A partir do princípio exposto, a contabilidade se utiliza de quatro fórmulas, 
designadas como simples, complexas (esta com duas possibilidades de ex-
pressão) e composta. 
A primeira pressupõe uma correspondência simples, um débito e um crédito 
de igual valor. 
Por sua vez, a fórmula complexa se subdivide em duas hipóteses: na pri-
meira, uma conta a ser debitada em contrapartida a duas ou mais contas a 
serem creditadas. Na segunda, uma conta a ser creditada em contrapartida a 
duas ou mais contas a serem debitadas. 
Por fim, na fórmula composta, duas ou mais contas são debitadas em 
contrapartida ao crédito de duas ou mais contas. 
Assim, os fatos contábeis poderão ser registrados por lançamento a “dé-
bito” ou lançamento a “crédito”. No livro razão, o lado do “débito” é sempre 
o esquerdo da tabela; e o lado do “crédito” é sempre o direito.
Há dois livros relevantes para a técnica contábil: o livro diário e o livro razão. 
O livro diário, como o nome indica, mantém o registro diário de todos 
os fatos contábeis pertinentes à empresa, segundo o método das partidas 
dobradas (Quadro 1). Os lançamentos exemplificativos acima serão sempre 
registrado nesse livro. 
O método das partidas dobradas6
Fonte: Adaptado de Müller (2009).
ATIVO (onde são registradas as 
aplicações de recursos)
PASSIVO (onde são registradas as origens 
dos recursos que entram na empresa)
COMPOSIÇÃO: 
BENS + DIREITOS
COMPOSIÇÃO: 
OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS 
E RIQUEZA LÍQUIDA
PASSIVO EXIGÍVEL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
NATUREZA: devedora NATUREZA: credora
MOVIMENTAÇÃO:
- aumenta por débito
- diminui por crédito
MOVIMENTAÇÃO:
- aumenta por crédito
- diminui por débito
Quadro 1. Resumo dos fatos registrados no método das partidas dobradas
Segundo Muniz e Ramos (2015, p. 11), a principal importância do livro 
diário é o fato de registrar toda e qualquer operação em ordem cronológica 
e sequencial. Entretanto, é um livro que não se presta para fins de análise 
contábil, haja vista que fazer pé e cabeça de seus lançamentos é uma tarefa 
inglória. Ou seja, sua função é primordialmente documental. Se houver uma 
desavença entre sócios ou uma auditoria fiscal, o perito ou fiscal certamente irá 
verificar no livro diário se todas as operações foram devidamente registradas.
Se o livro diário for escriturado atendendo todas as normas pertinentes, 
todo o passado financeiro da empresa estará ali, cronologicamente registrado, 
não permitindo a sua alteração salvo em casos de fraude. 
No entanto, quando chega a hora de utilizar a contabilidade como instru-
mento de análise e interpretação da empresa como negócio, o livro realmente 
relevante é o livro razão. 
Enquanto o livro diário tem o objetivo de registrar transação por transação, 
de forma cronológica e sequencial, o livro razão permite determinar o saldo 
de cada conta após o decurso de um período de tempo. 
Segundo Lima (2009, p. 13) ao registrarmos um fato contábil devemos 
observar dois aspectos: 
  a aplicação de recursos da entidade, por convenção contábil chamada 
“débito”;
  a origem dos recursos aplicados, por convenção contábil chamada “crédito”. 
7O método das partidas dobradas
Tomemos como exemplo a compra de um veículo à vista. O débito ocorrerá 
na conta "veículos", onde estão sendo aplicadosos recursos da entidade. O 
crédito ocorrerá na conta "caixa" ou “bancos”, de onde se originam os recursos. 
Ainda por convenção contábil, como as contas possuem dois lados (esquerdo 
e direito), os aumentos de valor podem ser registrados num lado e as diminuições 
no outro, sendo que os débitos são colocados em primeiro lugar e os créditos 
em segundo lugar. Vale dizer que registramos a aplicação e logo após a origem. 
Assim: 
  DEBITAR significa lançar valores do lado esquerdo da razonete; 
  CREDITAR significa lançar valores do lado direito da razonete. 
Observe: esta relação é válida para a conta, mas não para o balanço patrimo-
nial, pelo menos não na íntegra, pois temos as chamadas contas retificadoras 
que funcionam de forma inversa.
Tomando por base as convenções anteriormente estabelecidas, chegamos 
ao funcionamento das contas.
Contas do ativo e despesas
Por representarem os investimentos da entidade (bens e direitos) e seus gastos 
(despesas), estas contas têm obrigatoriamente natureza devedora, apresentando 
sempre saldos devedores ou nulos. Assim, os aumentos de valor virão através 
de débitos e as diminuições por créditos. 
  Todo aumento de ativo ou de despesa lança-se no lado esquerdo: 
DEBITA-SE. 
  Toda diminuição de ativo ou de despesa lança-se no lado direito: 
CREDITA-SE.
Contas do passivo, patrimônio líquido e receitas
Por representarem as fontes de recursos da entidade que podem ser provenientes 
de terceiros (passivo), de sócios ou acionistas (patrimônio líquido) ou de suas 
próprias atividades (receitas), essas contas têm obrigatoriamente natureza 
credora, apresentando sempre saldos credores ou nulos. Assim, os aumentos 
de valor virão através de créditos e as diminuições por débitos.
O método das partidas dobradas8
Contas retificadoras de ativo e de passivo 
Essas contas, por representarem retifi cações de seus grupos, tem funcionamento 
inverso ao das contas dos grupos que retifi cam. 
Assim, as contas retificadoras de ativo são de natureza credora, aumen-
tando-se o seu saldo mediante crédito. Os exemplos mais característicos de 
contas dessa natureza são as contas que representam: provisão para devedores 
duvidosos; provisão para ajuste ao valor de mercado; provisão para perdas 
de investimento; amortização acumulada; depreciação acumulada e exaustão 
acumulada, entre outros. 
De modo contrário, as contas retificadoras de passivo e patrimônio líquido 
são de natureza devedora, devendo ser debitadas quando aumentam seu saldo e 
creditadas quando se extinguem ou diminuem seu saldo. Como exemplo, podemos 
citar a conta que registra as despesas no resultado de exercícios futuros; ações em 
tesouraria que retificam o patrimônio líquido, assim como prejuízos acumulados.
IUDICIBUS, S. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDICIBUS, S.; MARTINS, E.; KANITZ, S. C. Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
LIMA, Fábio Lúcio Moreira. Contabilidade geral [apostila]. Brasília: Faculdade Fortium, 2009.
MÜLLER, A. N. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2009.
MUNIZ, I.; RAMOS, L. G. B. Introdução à contabilidade. Rio de Janeiro: FGV Direito Rio, 2015.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e interme-
diária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SÁ, A. L. Luca Pacioli: um mestre do renascimento. 2. ed. Brasília: Fundação Brasileira 
de Contabilidade, 2004. 
9O método das partidas dobradas
Leituras recomendadas
AZEVEDO, M. C. (Org.). Estrutura e análise das demonstrações financeiras. Campinas: 
Alínea, 2015.
BÄCHTOLD, C. Contabilidade básica. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2011.
CAVALCANTE, F. Demonstrações contábeis: elaboração e análise. Ceará: CRCSE, 2017. 
COSTA, L. A. Introdução a contabilidade. Rio de Janeiro: FGV Direito Rio, 2018.
PADOVEZE, C. L. Sistemas de informações contábeis. São Paulo: Atlas, 2002.
O método das partidas dobradas10
Conteúdo:
Dica do professor
O método das partidas dobradas é utilizado na contabilidade para registrar os fatos, as 
movimentações de uma empresa. Esse método pressupõe que para cada o valor do débito deve ser 
sempre igual ao valor do crédito, ou dos créditos correspondentes. Com essa igualdade, forma-se 
um equilíbrio entre os registros das operações, o que auxilia no seu controle. 
Neste vídeo, você vai ver mais sobre o Métoddo das Partidas Dobradas. Assista.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9b016fa2e52a950a951f7ba9395004d0
Exercícios
1) Analise o seguinte lançamento contábil no livro diário: 
Poços de Caldas, 15 de fevereiro de 20XX. 
Compra de 24 toneladas de borracha para processamento industrial, de acordo com a Nota 
Fiscal 1234. 
Débito estoques: R$ 50.000,00. 
Crédito fornecedores: R$ 150.000,00. 
Crédito caixa e equivalentes de caixa: R$ 40.000,00. 
Sabe-se que há um erro nesse lançamento contábil, pois, após o Sr. Mauro Magnífico, 
auditor, verificar o lançamento, ele pediu para fazer uma correção. Que erro é esse?
A) A soma dos débitos não está igual com à soma dos créditos, portanto, o lançamento não 
respeita as definições do Método das Partidas Dobradas.
B) Não há local e data no lançamento contábil.
C) Não há histórico, portanto, o lançamento não respeita as definições do Método das Partidas 
Dobradas.
D) Não há nenhum tipo de erro nesse lançamento contábil, que está respeitando as exigências 
do Método das Partidas Dobradas.
E) A soma dos débitos não corresponde ao dobro da soma dos créditos, portanto, o lançamento 
não respeita as definições do Método das Partidas Dobradas.
2) Analise o seguinte lançamento contábil no livro diário: 
São Paulo, 26 de maio de 20XX. 
Compra de um caminhão de pequeno porte do Tipo VUC (veículo urbano de carga) da Marca 
Chevrolata, no valor de R$ 70.000,00, ano de fabricação 20XX, chassis 2378962HY7876, 
comprado na Concessionária Novo Carro S.A., conforme Nota Fiscal 23467 série A, com 
pagamento realizado por meio de transferência eletrônica do Banco Exempel, código 
CTN34789. 
Débito veículos: R$ 70.000,00 
Crédito caixa e equivalentes de caixa: R$ 70.000,00. 
Identifique se há erro, e qual é esse erro, nesse lançamento contábil.
A) Há excesso de informações no histórico, que deve ser o mais sucinto possível.
B) Não há erro de nenhum tipo nesse lançamento contábil, respeitando as exigências do Método 
das Partidas Dobradas.
C) Não há histórico, portanto, o lançamento não respeita as definições do Método das Partidas 
Dobradas.
D) A soma dos débitos não é superior aos valores do crédito, portanto, o lançamento não 
respeita as definições do Método das Partidas Dobradas.
E) A soma dos débitos não é o dobro da soma dos créditos, portanto, o lançamento não respeita 
as definições do Método das Partidas Dobradas.
3) Joaquim Cruz é contador e comentou com a Dra. Eleonora, que é advogada, que em um 
lançamento contábil o débito sempre é posicionado antes que o crédito. A advogada 
comentou, então, que isso seria um mero detalhe, porque não havia na legislação nenhuma 
lei ou norma dizendo para que contadores tenham essa atitude. No caso, quem está com a 
razão, o Sr. Joaquim Cruz ou a Dra. Eleonora?
A) Nenhum dos dois, pois os lançamentos contábeis não demonstram débitos e créditos.
B) Dra. Eleonora, pois o correto é sempre posicionar o crédito antes dos débitos.
C) Sr. Joaquim Cruz, os débitos sempre são posicionados antes dos créditos.
D) A Dra. Eleonora, pois tanto faz posicionar débitos antes dos créditos.
E) Ambos estão errados, não faz diferença lançar os valores a débito ou a crédito, desde que 
observe as contas corretas.
4) Uma determinada empresa sucroalcooleira (produção de açúcar, álcool e etanol) comprou 
um conjunto de equipamentos para a produção de energia elétrica com a queima do bagaço 
de cana. Essa operação foi financiada pelo Banco Exempel,em conjunto com o Banco 
Mundial, para pagamento em 12 meses, em uma iniciativa para diminuir a poluição 
atmosférica. No caso, o que ocorre no patrimônio dessa indústria?
A) Há um aumento no ativo com uma consequente diminuição no ativo.
B) Há um aumento no passivo com uma consequente diminuição no passivo.
C) Há um aumento no ativo com uma consequente diminuição no passivo.
D) Há um aumento no ativo com um consequente aumento no passivo.
E) Há um aumento no passivo com uma consequente diminuição no ativo. 
 
5) Uma determinada loja de roupas esportivas comprou um sofisticado sistema de exposição 
das mercadorias com eixos rolantes, que permite ao cliente observar rapidamente várias 
opções de modelo de roupas pela vitrine. Esse bem custou para a loja R$ 25.000,00, sendo 
que parte desse valor foi pago à vista via transferência bancária e parte será paga 
diretamente ao fornecedor dentro de 90 dias. Qual é o lançamento contábil (considerando 
apenas as contas contábeis) correto para essa operação?
A) D - Móveis e utensílios: R$ 20.000,00 / C - Caixa e equivalentes de caixa: R$ 25.000,00 / C - 
Fornecedores: R$ 20.000,00.
B) D - Móveis e utensílios: R$ 25.000,00 / C - Fornecedores: R$ 25.000,00.
C) D - Móveis e utensílios: R$ 25.000,00 / C- Caixa e equivalentes de caixa: R$ 25.000,00.
D) C - Caixa e equivalentes de caixa: R$ 5.000,00 / C - Fornecedores: R$ 20.000,00.
E) D - Móveis e utensílios: R$ 25.000,00 / C - Caixa e equivalentes de Caixa: R$ 5.000,00 / C – 
Contas aPagar: R$ 20.000,00
Na prática
Os razonetes são representações gráficas dos débitos e dos créditos na contabilidade. Facilita a 
verificação e a conferência de uma determinada conta. Cada conta tem seu razonete. No lado 
direito estão os lançamentos a crédito e no lado esquerdo os lançamentos a débito. É o modo de se 
fazer a contabilidade de forma manual.
 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
Os lançamentos feitos na contabilidade irão compor as demonstrações contábeis, que são 
relatórios financeiros que representam e evidenciam a situação econômica e financeira da empresa. 
Esses relatórios precisam seguir uma ordem de apresentação das contas e evidenciar com 
fidelidade tudo o que foi feito na empresa e lançado na contabilidade.
Leia sobre a história de Maria Fernanda, vendedora de cosméticos porta a porta.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Partidas dobradas
No link abaixo você vai ler um estudo sobre o método das partidas dobradas, sua história e 
importância.
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Partidas dobradas na prática
No vídeo abaixo você vai ver um exemplo prático de utilização do método das partidas dobradas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Evolução da escrituração contábil
No link abaixo você vai ler um artigo sobre a evolução da escrituração digital na área contábil, bem 
como os desafios enfrentados pelos profissionais de contabilidade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7193079
https://www.youtube.com/embed/IAvFc_uPV0M
https://ulbracds.com.br/index.php/rmic/article/view/2243
Variações do Patrimônio Líquido
Apresentação
Embora o balanço patrimonial informe a situação patrimonial da empresa, e essa é uma informação 
muito importante, muitas vezes o maior interesse de um usuário da Contabilidade não é 
exatamente o de saber qual é o patrimônio de uma empresa, mas se esse patrimônio em ação está 
produzindo, prosperando, "dando lucro". Para muitos, de nada adianta se a empresa tem um 
patrimônio sólido se a sua operação não está bem.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre as chamadas variações do patrimônio 
líquido, ou seja, operações envolvendo contas contábeis de resultado, as despesas e receitas e o 
conceito contábil de resultado.
 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer diferenças entre lançamentos contábeis de fatos que envolvem contas contábeis 
patrimoniais e de resultados.
•
Utilizar o método das partidas dobradas para operações que alteram o patrimônio líquido.•
Identificar o conceito contábil de resultado.•
Desafio
O ambiente empresarial tem sua dinâmica operacional definida por sua atividade-fim. Sendo assim, 
ocorrem muitas operações para a continuidade da empresa. Essas operações refletem na 
Contabilidade, que registra todos os fatos contábeis com base em documentos idôneos. Esses fatos 
podem envolver as somente contas patrimoniais ou envolver contas patrimoniais e de resultado.
Por exemplo: a compra de um veículo à vista, que será utilizado para realizar a entrega dos 
produtos para os clientes, envolve somente contas patrimoniais, pois ocorre uma saída 
financeira(ativo circulante) e a entrada do veículo (ativo não circulante) no patrimônio da entidade. 
Dessa forma, não altera o valor do patrimônio líquido, já a venda de mercadorias à vista vai 
envolver o registro da receita e do custo nas contas de resultado e a entrada de moeda corrente ( 
banco no ativo circulante) e baixa das mercadorias no estoque (ativo não circulante), que são contas 
patrimoniais.
Você, como recém-contratado para a função de analista contábil Júnior, deve descrever como 
será realizado o seguinte registro contábil. Também identifique se a operação envolve contas 
patrimoniais e de resultado ou somente contas patrimoniais e/ou de resultado e se ocorreu 
variação do patrimônio líquido.
A empresa Dia de Festa Alimentos realizou uma operação de compra expressiva, pois, em razão da 
sazonalidade do mercado, é importante manter um estoque que atenda de imediato seus clientes. 
Considere que o produto adquirido não tem incidência de impostos.
As mercadorias foram entregues na data definida e o pagamento foi realizado 40% do valor via TED 
bancária; os 60% restantes serão pagos em três vezes com vencimento em 30, 60 e 90 dias.
Infográfico
Este Infográfico mostra alguns exemplos de despesas e receitas, que são operações que 
demonstram o sucesso empresarial. Se espera que as receitas sejam sempre maiores do que as 
despesas, mas isso nem sempre acontece. Confira.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f8a6211d-122e-4fec-907c-8fef9058cf59/df632478-b17a-425c-9185-d82c85e35ee4.png
Conteúdo do livro
Conhecer o patrimônio de uma empresa é muito importante, mas, para muitos, não é exatamente o 
maior interesse. Há usuários externos e – principalmente – internos da Contabilidade que têm 
interesse nos lucros que a entidade pode gerar, ou em alguns casos, não exatamente os lucros, mas 
a eficiência com que administram os recursos financeiros que recebem, como é o caso das 
entidades governamentais e sem fins lucrativos. 
 
Na capítulo Variações do patrimônio líquido, da obra Contabilidade básica, você vai conhecer sobre 
recietas e despesas.
Boa leitura.
CONTABILIDADE 
BÁSICA 
Lilian Margarete Martins da Silva
Variações do 
patrimônio líquido
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
� Reconhecer diferenças entre lançamentos contábeis de fatos que
envolvem contas contábeis patrimoniais e as de resultados.
� Utilizar o método das partidas dobradas para operações que alteram 
o patrimônio líquido.
� Identificar o conceito contábil de resultado.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer quais operações influenciam na con-
tabilidade da empresa, o método das partidas dobradas e o conceitode débito e crédito.
Também será apresentado o conceito de lucro contábil e quais os 
itens que devem ser considerados para a sua apuração.
Lançamento de fatos contábeis patrimoniais
Fatos contábeis, que também podem ser chamados de fatos administrativos, são 
os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, mas não 
necessariamente alteram o valor do patrimônio líquido. Os fatos administrativos 
podem ser classificados em três grupos: fatos permutativos (ou qualitativos), 
fatos modificativos (ou quantitativos), e fatos mistos. Por modificarem o valor 
do patrimônio, todos os fatos, obrigatoriamente, devem ser contabilizados. 
Segundo Castilho, Castilho e Castilho (2010), os fatos contábeis permu-
tativos afetam os elementos patrimoniais, isto é, trocam a posição uns com 
os outros, sem afetar o patrimônio líquido. Como exemplo, podemos citar 
compra de imobilizado a prazo, pois movimenta imobilizado, uma conta do 
ativo, aumentando pela aquisição de um novo bem; e contas a pagar, uma 
conta do passivo, que aumenta por gerar uma nova obrigação.
Castilho, Castilho e Castilho (2010) complementam que os fatos contábeis 
modificativos são fatos que modificam o patrimônio líquido, tanto aumen-
tando quanto reduzindo o mesmo. Por exemplo, uma venda de mercadorias a 
prazo irá aumentar o ativo pelo reconhecimento de um direito a receber e irá 
aumentar o patrimônio líquido, visto que a venda é uma receita, e irá impactar 
positivamente no resultado da empresa.
Por fim, conforme Castilho, Castilho e Castilho (2010), os fatos mistos 
são aqueles que provocam alteração no patrimônio (troca entre ativos e/ou 
passivos) ao mesmo tempo em que modifica o patrimônio líquido. As opera-
ções que podemos citar como exemplo são recebimentos em atraso de direitos 
realizáveis (vendas a prazo) com juros e pagamento em atraso de exigíveis 
(compras a prazo) com juros. Por exemplo, um cliente que efetuou uma venda 
em julho/20X7 e deveria pagá-la em agosto/20X7, porém pagou em setembro 
de 20X7. Essa operação movimentou caixa (aumentando pela entrada do 
dinheiro), clientes (reduzindo, o direito realizável não existe mais) e receita 
de juros (aumentando o patrimônio líquido, pois trata-se de uma receita).
As contas patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) e de 
resultado (despesas e receitas) tem natureza dos saldos devedor ou credor, 
como pode ser verificado na figura abaixo:
Figura 1. Apresentação dos saldos contábeis.
Variações do patrimônio líquido2
Atos administrativos
Atos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e não 
provocam alterações no patrimônio, ou seja, não possuem valor nominal. Como 
a admissão de empregados e assinatura de contratos de compras, vendas e 
seguros, por exemplo. Alguns atos administrativos poderão, no futuro, provocar 
alterações no patrimônio da empresa (RIBEIRO, 2013).
 Esses casos são os que os atos administrativos têm valor monetário que 
afetam o patrimônio da empresa e por isso são fatos administrativos ou fatos 
contábeis, pois geram lançamentos contábeis, como é o caso de compra ou 
venda de um bem, compra ou venda de mercadorias, contabilização de 
salários a pagar, pagamento de tributos, apropriação de custos, etc.
Método das partidas dobradas
Todos os fatos contábeis ocorridos na empresa são escriturados através do método 
das partidas dobradas. Esse método foi divulgado por Luca Pacioli em 1494, 
em um capítulo de um livro de sua autoria. Na época não se tinha 
conhecimento do número zero, que só se popularizou na Europa no século XVII, 
graças ao comércio e o desenvolvimento de cálculos de astronomia, engenharia e 
navegação (GIMENEZ; OLIVEIRA, 2011).
Pesquisas sobre a origem das técnicas de escrituração contábil nos trans-
portam para o período entre os séculos XII e XIII, no norte da Itália, com as 
primeiras manifestações práticas do uso do sistema de partidas dobradas em 
empresas. Após essas primeiras práticas contábeis é que o uso se generalizou 
por toda a Europa. Cidades como Florença e Gênova, entre outros centros 
comerciais, também desenvolveram o sistema de partidas dobradas, inde-
pendentes do sistema veneziano apresentado por Pacioli (SCHMIDT, 2000).
Segundo Schmidt (2000), dois grandes motivos podem ser apontados como os 
propulsores do desenvolvimento dos sistemas contábeis de partidas dobradas:
� O desenvolvimento econômico na área abrangida entre as cidades de 
Veneza, Gênova e Florença, criando um ambiente de negócios e um 
nível comercial bem mais sofisticado que o conhecido até então, dando 
origem a uma demanda por sistemas contábeis mais sofisticados.
� A aprendizagem da tecnologia de impressão de livros na Alemanha e 
sua rápida disseminação para os grandes centros comerciais da Europa, 
principalmente para o norte da Itália. O desenvolvimento e a propagação 
das partidas dobradas ajudaram o homem a atravessar o último período 
medieval vivido pela Europa, facilitando a solidificação de um novo 
período histórico, onde novas formas de administrar e comercializar 
foram implantadas.
3Variações do patrimônio líquido
O movimento renascentista e o capitalismo criaram novas condições sociais, 
permitindo que mais pessoas acumulassem bens e riquezas. Essa nova situação teve 
implicações nos negócios e, sem dúvida, nas práticas contábeis (SHIMIDT, 2000). 
O primeiro sistema de partidas dobradas foi desenvolvido por um funcio-
nário público responsável pela tesouraria da cidade de Gênova, onde utilizava 
o sistema para apurar o controle de caixa e outros itens que de prestação de 
contas à comunidade, onde no final desse período, possuía todo o controle. 
Esse ciclo contábil de um ano e o balanço das contas apresentados por esse 
funcionário público, criou uma necessidade fundamental de responsabilidade 
e controle sobre os negócios públicos (SCHIMIDT, 2000).
Existem vários indícios de que o sistema contábil de partidas dobradas emer-
giu em várias localidades ao mesmo tempo, em resposta a pressões similares 
de novas condições econômicas, sociais e culturais vividas por essas regiões. O 
início do crescimento econômico de Florença data de, aproximadamente, 1100, e 
gerou a transformação de uma cidade agrícola e feudal em um centro cosmopolita 
de banqueiros e comerciantes. A primeira moeda de ouro cunhada na Europa 
foi em Florença, em 1252. Esse fato marcou a origem de um enorme sucesso 
comercial e de vários negócios, especialmente ligados a bancos (SHIMIDT, 2000).
Para Hansen (2000), não se sabe precisamente o ano em que foi utilizado, 
pela primeira vez, o sistema de partidas dobradas, mas um dos primeiros 
registros de uso foi observado em Gênova. O desenvolvimento das partidas 
dobradas é atribuído a um funcionário público responsável, durante um ano, 
pela tesouraria da cidade de Gênova. Porém, Luca Pacioli foi o primeiro a 
editar um livro com o sistema das partidas dobradas, denominado La Summa 
de Arithimetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá, publicado em 10 
de novembro de 1494, na cidade italiana de Veneza. Ele não criou o sistema 
das partidas dobradas, mas foi o primeiro a editar um livro com o assunto. O 
livro de Pacioli ultrapassou barreiras, sendo adotado mundialmente. O autor 
é considerado o “papa da contabilidade” (SCHIMIDT, 2000).
Noções de débito e crédito
Os lançamentos pelo método das partidas dobradas recebem esse nome pois 
o mesmo valor é lançado em, no mínimo, duas contas, através de débitos e 
créditos. A finalidade de se lançar em duas (ou mais) contas diferentes, é manter 
o equilíbrio do patrimônio. O método das partidas dobradas pode ser resumido 
na seguinte frase: “[...] a todo débito corresponde crédito de igual valor”; ou 
“a todo crédito corresponde um débito de igual valor” (PADOVEZE, 2017).
Variações do patrimônio líquido4
Na linguagem coloquial, débito significa dívida ou situação negativa, enquanto 
crédito significa ter situação positiva ou poder de compra. Porém, em termos 
contábeis, não é esse significado que devemosconsiderar (RIBEIRO, 2013).
Na representação gráfica, em forma de T, que é denominada razonete, o 
lado esquerdo representa as movimentações a débito; enquanto o lado direito 
é o crédito. Todo ativo aumenta pelo débito e reduz pelo crédito; todo passivo 
aumenta pelo crédito e reduz pelo débito; todo patrimônio líquido aumenta 
pelo crédito e reduz pelo débito; e as despesas são lançadas no débito, enquanto 
as receitas são lançadas no crédito.
A seguir, na Figura 2, é apresentando o razonete com a exemplificação da 
movimentação dos lançamentos contábeis.
Figura 2. Razonete.
Observando a Figura 2, é possível notar que o ativo aumenta pelo débito 
e reduz pelo crédito; o passivo aumenta pelo crédito e reduz pelo débito; o 
patrimônio líquido aumenta pelo crédito e reduz pelo débito. As despesas são 
debitadas e as receitas são creditadas. Cabe ressaltar, que as movimentações 
de receita e despesas influenciam no patrimônio líquido da empresa, pois 
afetam o resultado (lucro ou prejuízo) que é classificado no patrimônio líquido.
Exemplo 1: a compra de um veículo com dinheiro do caixa. Será debitado 
à conta veículos (por ser o aumento de um ativo) e creditado à conta caixa 
(por ser a redução de um ativo). Porém, essa operação não afeta o patrimônio 
líquido da empresa, apenas o ativo. 
Exemplo 2: o pagamento de uma despesa de aluguel com dinheiro do 
caixa. Será debitado à conta despesas com aluguel (que é uma conta de 
despesa classificada na demonstração do resultado do exercício — DRE) 
5Variações do patrimônio líquido
e creditado à conta caixa (por ser a redução de um ativo). Nesse caso, a 
operação afetará o patrimônio líquido, pois contas de receitas e despesas 
afetam o resultado da empresa, que ao final do exercício será transferido 
para o patrimônio líquido.
Também é possível mencionar que todo débito representa uma aplicação de 
recursos e todo crédito representa uma origem de recursos. Por exemplo: a compra 
de um veículo em dinheiro. A origem do recurso se dá pelo crédito na conta caixa 
(que reduz o ativo), e o débito informa para onde foi aplicado o recurso. Nesse 
caso, no imobilizado pela aquisição do veículo.
Conceito contábil de resultado
Para apurar o resultado da empresa, é necessário realizar, contabilmente, ao 
final do exercício, o confronto entre receitas e despesas, onde será obtido o lucro 
líquido (também denominado lucro contábil), quando as receitas superarem as 
despesas. O lucro contábil representa uma situação favorável para a entidade, 
pois vem do resultado onde as receitas são superiores às despesas, demonstrando 
que as atividades da entidade foram suficientes para suprir os custos e despesas 
necessárias para gerar receitas. O prejuízo líquido (também denominado prejuízo 
contábil) se dá quando as despesas superarem as receitas, ou seja, as receitas 
não forem suficientes para suprir seus custos e despesas (PADOVEZE, 2017).
O lucro contábil também pode ser chamado de lucro econômico, e representa 
o retorno do capital investido pelos sócios, é com base no lucro contábil que o
capital investido pelos sócios é remunerado em forma de distribuição de lucros
(SANTOS et. al, 2017).
O artigo 191 da Lei nº. 6.404/1976 e suas alterações, prevê que o lucro 
líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de 
deduzidas as participações de que trata o artigo 190, participações estatutárias 
de empregados, administradores e partes beneficiárias. 
Variações do patrimônio líquido6
Na determinação do resultado do exercício serão computados: 1) as receitas 
e os rendimentos ganhos do período, independentemente de sua realização 
financeira; e 2) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e ganhos (SILVA; MARION, 2013). 
Resultado econômico Resultado financeiro
� Apurado pelo regime de 
competência
� São consideradas as receitas e 
despesas incorridas no período
� Demonstra se a atividade da 
empresa gerou lucro ou prejuízo 
no período
� Não necessariamente significa se 
a empresa possui ou não recursos 
financeiros
� Apurado pelo regime de caixa
� São consideradas as receitas e 
despesas recebidas e pagas no 
período
� Demonstra se a atividade da 
empresa gerou resultado financeiro 
positivo ou negativo
� Não necessariamente significa que 
a empresa obteve lucro ou prejuízo 
no período
Quadro 1. Diferença entre resultado econômico e resultado financeiro
Cabe ressaltar que o lucro contábil apresentando na demonstração do resul-
tado do exercício respeita o princípio da competência, ou seja, apresenta todas 
as receitas e despesas incorridas no período, não necessariamente recebidas 
ou pagas no mesmo período.
Composição do resultado contábil
O item 3.2 do CPC 00 (R2), divulgado em 10/12/2019, que trata da estrutura 
conceitual para relatório financeiro, reporta que as demonstrações contábeis 
devem fornecer informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio 
líquido, receitas e despesas que sejam úteis para a avaliação das perspectivas 
de futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade que reporta. 
Os elementos que irão diretamente para a mensuração do desempenho da 
empresa são apresentados na demonstração do resultado do exercício, na forma 
7Variações do patrimônio líquido
de receitas e despesas incorridas em um determinado período. Segundo o CPC 
00 (R2), para compreender o desempenho financeiro da entidade em determinado 
período é preciso analisar todas as receitas e despesas reconhecidas, inclusive 
as receitas e despesas incluídas na demonstração do resultado abrangente, bem 
como a análise de outras informações incluídas nas demonstrações contábeis. A 
demonstração do resultado abrangente apresenta as receitas e despesas ainda não 
reconhecidas na demonstração do resultado do exercício, ou seja, apresenta os 
resultados que serão reconhecidos no futuro.
O CPC 00 (R2) também discorre sobre as características qualitativas das infor-
mações contábeis. As características qualitativas de melhoria de comparabilidade, 
compreensibilidade e verificação e a restrição de custo têm implicações para a 
escolha da base de mensuração. Um exemplo disso é que utilizar consistentemente 
as mesmas bases de mensuração para os mesmos itens das demonstrações contábeis 
é importante para identificação e compreensão de similaridades e diferenças entre 
esses itens, pois permite comparar as demonstrações contábeis. Por outro lado, 
a característica qualitativa de melhoria de tempestividade não tem implicações 
específicas para mensuração, pois o que importa, nesse caso, é simplesmente ter 
a informação disponível a tempo de influenciar os usuários em suas decisões. 
De acordo com o item 7.18 do CPC 00 (R2) se o ativo financeiro é mensurado 
ao valor corrente e se a receita de juros é identificada separadamente de outras 
mudanças no valor, essa receita de juros é incluída na demonstração do resultado. 
A receita surge no curso das atividades principais da entidade (como vendas, ho-
norários, juros, dividendos). Já os ganhos representam itens que se enquadram na 
definição de receita e nem sempre são oriundos da atividade fim, mas representam 
aumento nos benefícios econômicos. Exemplo disso seriam os aluguéis que uma 
empresa recebe, mas que não fazem parte de sua atividade fim. 
As despesas abrangem tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas, e 
os custos também têm a mesma natureza das despesas para fins de demonstração 
de resultado. A despesas, porém, representam gastos decorrentes da atividade da 
empresa, como salários, depreciação e aluguel; já as perdas surgem no curso de 
sua atividade, como sinistros de incêndio e perdas no valor recuperável do ativo. 
Os custos, por outro lado, representam todos os gastos que irão agregar valor ao 
produto ou serviço prestado pela empresa. As contas de resultado serão reconhe-
cidas pelo regime de competência. Serão registradas, portanto, no momento de 
sua ocorrência, independente do seu pagamentoou recebimento. Veja na Figura 
3 um modelo de demonstração do resultado do exercício.
Variações do patrimônio líquido8
Figura 3. Modelo de demonstração do resultado do exercício.
Fonte: Adaptada de Padoveze (2017).
Receita operacional bruta
(-) Dedução de vendas
(=) Receita operacional líquida
(-) Custo das mercadorias vendidas
(=) Lucro bruto
(-) Despesas operacionais (administrativas e com vendas)
(=) Lucro operacional antes dos resultados financeiros
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
(=) Resultado operacional
(-) Provisão para IRPJ e CSLL
(=) Lucro (ou prejuízo) líquido do exercício
CASTILHO, E.; CASTILHO, A. S. N.; CASTILHO, L. F. N. Introdução à lógica contábil. São 
Paulo: Saraiva, 2010.
GIMENEZ, L.; OLIVEIRA, A. B. S. Contabilidade para gestores: uma abordagem para pe-
quenas e médias empresas. São Paulo: Atlas, 2011.
HANSEN, J. E. A evolução da contabilidade: da idade média a regulamentação ameri-
cana. Revista Pensar Contábil, v. 4, n. 13, p. 13-20, ago./out. 2001. Disponível em: <http://
www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/pensarcontabil/article/view/2408>. 
Acesso em: 16 dez. 2018.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e interme-
diária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SCHMIDT, P. História do pensamento contábil. Porto Alegre: Bookman, 2000.
SILVA, A. C. R.; MARION, J. C. Manual de contabilidade para pequenas e médias empresas. 
São Paulo: Atlas, 2013.
9Variações do patrimônio líquido
Leituras recomendadas
BARBOSA, R. Contabilidade geral de bolso. São Paulo: Gen, 2013.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 00 (R2): Estrutura Conceitual para 
Relatório Financeiro. Brasília: CPC, 2019. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/
Documentos Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80>. Acesso em: 26 
mai. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 
1976. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 dez. 1976. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. 
Acesso em: 16 dez. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas brasileiras 
de contabilidade. Brasília: CFC, 2008. 
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Normas Brasi-
leiras de Contabilidade: volume 1: NBCs – NBCs T 10 – NBC T 15 NBC TSP Estrutura 
Conceitual – NBCs TSP NBCs T 16 – NBCs PG. Porto Alegre: CRC-RS, 2018. Disponível 
em: <http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_principios_normas_v1.pdf>. Acesso 
em: 16 dez. 2018.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Normas Brasileiras 
de Contabilidade: volume 2: NBC TG – Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes 
com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board 
(IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por necessidades locais, sem 
equivalentes internacionais. Porto Alegre: CRC-RS, 2018. Disponível em: <http://www.
crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_principios_normas_v2.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2018.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Normas Brasileiras 
de Contabilidade: volume 2: comunicados técnicos interpretações técnicas orientações 
técnicas. Porto Alegre: CRC-RS, 2018. Disponível em: <http://www.crcrs.org.br/arquivos/
livros/livro_principios_normas_v3.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2018.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: uma introdução à prática contábil. 
São Paulo: Atlas, 1996.
SANTOS, J. L.; SCHMIDT, P.; MARTINS, M. A. Fundamentos de análise das demonstrações 
contábeis. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
Variações do patrimônio líquido10
Dica do professor
Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil e despesas são 
decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil. Veja neste vídeo mais sobre 
receitas e despesas e outros itens importantes sobre o patrimônio líquido.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Giovana é empresária e mantém uma sofisticada e lucrativa loja de sapatos femininos e 
masculinos em um shopping center de Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo. 
Recentemente ela se casou e preparou uma grande festa, que lhe rendeu ótimos presentes. 
Seu sonho era fazer uma viagem de núpcias pela Turquia e assim o fez, gastando bastante 
dinheiro nessa viagem. 
No momento da compra do pacote de viagens na agência de turismo, o vendedor deu a 
sugestão para Giovana realizasse o faturamento e o pagamento desse pacote de turismo por 
sua empresa, uma vez que, em razão de políticas internas da agência de viagem, haviam 
vantagens para viagens "corporativas" maiores do que as viagens a pessoas físicas, naquele 
momento. Giovana aceitou a sugestão e, com isso, pagou cerca de 20% menos no pacote de 
viagem para a Turquia. 
No caso, de acordo com a definição de "despesas" para a Contabilidade, é possível 
considerar esse gasto como uma "despesa" na Contabilidade da empresa da Giovana?
A) Não, de acordo com o relato do enunciado, esse gasto não é uma despesa para a loja de 
sapatos da Giovana.
B) Sim, perfeitamente. Esse gasto é relacionado com a proprietária da empresa, que detém 
100% do capital social, portanto, pode ser considerado uma despesa.
C) Sim, pode ser considerado uma despesa, caso de fato, em documentos, notas fiscais, cheques, 
transferências bancárias e outros, seja realizado pela empresa. Não pode haver, por exemplo, 
uma nota fiscal emitida para a empresa com um pagamento realizado via transferência 
bancária da conta-corrente pessoal da Giovana.
D) Não, esse gasto não pode ser considerado despesa, mas pode ser considerado um custo para 
a loja de sapatos da Giovana.
E) Não, esse gasto não pode ser considerado despesa para a loja de sapatos da Giovana, a 
menos que a própria faça uma devolução do dinheiro para a empresa.
2) O que é necessário para que um gasto seja classificado como "despesa" em uma entidade, de 
acordo com as normas e os princípios contábeis?
A) É necessário que a documentação inerente a esse gasto seja emitida com os dados corretos 
da entidade.
B) É necessário que o gasto tenha o objetivo de gerar receitas para a entidade.
C) É necessário que o gasto, em seu montante total, seja menor do que R$ 50.000,00.
D) É necessário que o gasto tenha aprovação dos responsáveis pela empresa.
E) É necessário que o gasto tenha aprovação da autoridade tributária da jurisdição da entidade.
3) Uma determinada empresa jornalística pagou à vista, por meio de transferência bancária, a 
um posto de gasolina, um valor referente ao abastecimento de 2.000 litros de diesel de seus 
caminhões de reportagem, que carregam centrais de edição e transmissão de TV via satélite, 
durante o mês de junho de 20XX. Como esse gasto será registrado no livro diário?
A) C - Capital social;
D - Caixa e Equivalentes de Caixa.
B) D - Despesas com Combustíveis; 
C - Capital Social.
C) D - Despesas com Combustíveis; 
C - Caixa e Equivalentes de Caixa.
D) D - Despesas com Combustíveis; 
C - Fornecedores.
E) D - Caixa e Equivalentes de Caixa; 
C - Despesas com Combustíveis.
4) Uma determinada entidade, localizada na cidade de Campinas, em São Paulo, mantém um 
"acelerador de partículas", equipamento utilizado por cientistas e pesquisadores da área de 
física e outras áreas relacionadas para pesquisas científicas. Mensalmente, a entidade emite 
notas fiscais para universidades e empresas, de acordo com as horas de utilização desse 
equipamento. Junto com a nota fiscal, ou brazilian invoice, a entidade manda cobrança com 
uma ordem para pagamento bancário no prazo de 30 a 90 dias, dependendo do contrato de 
cada cliente. Como o contador deve registrar essa receita no livro aiário?
D - Clientes; A) 
C - Venda de Mercadorias.
B) D - Venda de Serviços Prestados; 
C - Clientes.
C) D - Caixae Equivalentes de Caixa; 
C - Venda de Serviços Prestados.
D) D - Clientes; 
C - Venda de Serviços Prestados.
E) C - Clientes; 
D - Venda de Serviços Prestados.
5) O engenheiro Amaro Dias trabalha como vendedor técnico da Cabos Piratini S.A., ele acabou 
de assinar um contrato de venda de 500 toneladas de cabos elétricos que serão entregues 
nos primeiros dias do mês que vem para a Cia Elétrica Vale do Lençois Maranhenses, que 
distribuiu energia elétrica no Nordeste brasileiro. Amaro precisava receber a comissão pela 
venda o quanto antes, pois há mais de seis meses não coseguia fazer uma venda em razão da 
crise no setor. Ele questionou Adriana, controller da Cabos Piratini S.A., se teria como 
receber a sua comissão já que o contrato de venda dos cabos elétricos já estava assinado. 
Dentre as seguintes alternativas, qual é a resposta mais adequada de Adriana para Amaro, 
seguindo o regime de competência? 
A) Engenheiro Amaro Dias: você teve sorte, será possível, sim, antecipar o reconhecimento da 
receita para este mês. Porém, isso não será possível a partir já do próximo mês, o presidente 
da empresa não libera mais antecipações de receita.
B) Engenheiro Amaro Dias: infelizmente, não poderei antecipar o registro dessa receita. Se fosse 
um período de vendas mais intensas eu até poderia, mas como a empresa está tendo poucas 
vendas, se torna impossível.
C) Engenheiro Amaro Dias: será possível sim, como o contrato de venda já está assinado, 
podemos registrar a venda e fazer o pagamento da sua comissão.
D) Engenheiro Amaro Dias: infelizmente não terei como antecipar essa receita porque isso afeta 
o pagamento a ser efetuado pelo nosso cliente, que teria que, obrigatoriamente, antecipar o 
pagamento também para este mês.
E) Engenheiro Amaro Dias: não tenho como registrar a sua venda agora neste mês por conta do 
regime da competência, somente poderei fazer isso no mês que vem, quando a mercadoria 
for efetivamente entregue. Recomendo que você entre em contato com o Departamento de 
Recursos Humanos, que poderá verificar se a empresa tem alguma política para adiantamento 
das comissões.
Na prática
Débora é filha do Sr. Hans Victor, engenheiro civil, sócio e diretor de operações de uma grande 
construtora de edifícios residenciais. Débora foi lhe visitar no escritório, porém, apesar de manter 
um excelente relacionamento com o pai, ela não se interessava pelos negócios. Jamais havia ido 
sequer ao escritório da empresa.
Para Débora, que é estudante de assistência social, o trabalho do pai era algo questionável, porque 
a empresa frequentemente tinha acidentes de trabalho, onde aconteciam até mortes. Débora 
pensava que seu pai e os demais sócios eram verdadeiros opressores, que trabalhavam às custas do 
esforço dos trabalhadores e até da vida humana.
Nessa visita ao escritório, Débora teve a oportunidade de conhecer Ana Catarina, a contadora da 
construtora. Na sala dela, havia na parede um quadro de cortiça com algumas fotos e esquemas de 
trabalho.
Débora se interessou bastante pela imagem, em que há um trabalho de alta periculosidade e que 
ocorre rotineiramente em construtoras. Ao executar o revestimento externo do edifício, os 
trabalhadores necessitam se pendurar em uma plataforma a dezenas de metros do chão. Para que 
não ocorram acidentes, profissionais de Segurança do Trabalho precisam planejar cuidadosamente 
a execução desse mesmo trabalho da forma mais segura possível. Evidentemente, os operários 
precisam ser treinados para executar com qualidade esse serviço e, ao mesmo tempo, com cuidado 
para a própria vida.
Nessa figura que Débora analisa, há uma plataforma de aço fixa onde os trabalhadores estão 
uniformizados, utilizam capacetes e, provavelmente, usam cordões de aço que os fixam em algum 
ponto do edifício onde possam ser resgatados facilmente caso, por algum motivo, a plataforma 
apresente algum defeito, ou mesmo despenque. 
Ana Catarina explicou para Débora que, em um passado não muito longe, para executar esse 
mesmo trabalho, era comum os trabalhadores se pendurarem em andaimes de madeira, com piso 
solto e sem o uso de nenhum equipamento de segurança. Acidentes, inclusive os fatais, eram 
frequentes e não raramente dizia-se que esses acidentes eram necessários ao desenvolvimento 
humano. Atualmente, não mais se admite o trabalho sob as mesmas condições que eram realizados 
no passado.
Débora então perguntou então para Ana Catarina:
― Mas isso tudo não fica caro? Não diminui o lucro da empresa?
Ana Catarina explicou, então, que sim, todos esses equipamentos, contratação de especialistas em 
Segurança do Trabalho, treinamentos, etc., de fato, são muito dispendiosos. No entanto, são a lei, 
precisam ser realizados.
- Se poderia dizer que equipamentos de segurança custam caro e não “compensa” comprá-los, por 
que há outras prioridades para os gastos da obra?
 
Ana Catarina explicou que independentemente de as despesas com equipamentos de segurança 
custarem caro, os trabalhadores precisam receber os equipamentos e é dever da empresa prevenir 
os acidentes de trabalho. Economizar dinheiro com isso aumentaria o lucro da empresa, mas de que 
vale isso se esses trabalhadores se acidentasem? Nesse caso, além de prejudicar os próprios 
trabalhadores, prejudicaria também a imagem da empresa pela falta de cuidado com seus 
funcionários. E também não usar os equipamentos de segurança poderia prejudicar muito mais o 
desempenho financeiro da empresa, pois os gastos seriam muito maiores com processos 
trabalhistas que possivelmente surgiriam, ou com pesadas indenizações que a empresa precisaria 
pagar em caso de acidentes com esses trabalhadores.
Débora saiu do escritório, algumas horas depois, com outra visão do trabalho da construtora.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – 
Conceptual Framework
Leia o pronunciamento técnico CPC 00 (R2), emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis:
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Variações do Patrimônio Líquido
Para entender melhor os conceitos de contabilidade e como ocorrem as variações no patrimônio 
líquido, assista o vídeo:
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Luca Pacioli e o Método das Partidas Dobradas
Aprenda mais neste texto sobre o método das partidas dobradas, qual sua origem e como fazê-lo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
https://www.youtube.com/embed/hKfVWpFd-YU
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/luca-pacioli-e-o-metodo-das-partidas-dobradas/94521/
Princípios Contábeis e Regime de 
Competência
Apresentação
As convenções surgem para restringir, limitar ou até modificar parcialmente o conteúdo dos 
princípios contábeis, definindo ainda mais precisamente seu significado. Nesse sentido, o próprio 
resultado deve confrontar despesas e receitas em um determinado período de tempo. Esse é um 
assunto muito importante dentro da Contabilidade. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender princípios e convenções contábeis geralmente 
aceitos, que são premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela 
Contabilidade e que todo contador deve observar, para que seu trabalho possa ser entendido por 
outros contadores.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os princípios e as convenções contábeis geralmente aceitos.•
Explicar o que são despesas e receitas e o momento em que ocorrem.•
Identificar o resultado contábil de acordo com os princípios contábeis da realização e da 
confrontação das despesas com as receitas.
•
Desafio
 
A Empresa Indústria e Comércio de Móveis para Escritórios Sucesso Ltda. iniciou sua atividade no 
iníciode 2015. No final do exercício, a empresas apresentou a seguinte situação:
No final de outubro de 2015, a empresa fechou um contrato para fabricar 30 mesas de escritórios, 
com custo de matéria-prima de R$ 350,00 para cada mesa, e o preço de venda praticado será de R$ 
650,00. O contrato prevê que 20% do valor total será recebido na assinatura do contrato e o 
restante a cada lote de 10 mesas entregues. O prazo máximo de entrega é janeiro de 2016, 
considerando que a primeira entrega será na segunda quinzena de novembro de 2015, a segunda 
entrega será na segunda quinzena de dezembro de 2015 e a terceira entrega será em janeiro de 
2016. Lembrando que a produção será iniciada em novembro de 2015. A matéria-prima utilizada 
será adquirida em novembro de 2015 e paga em 30 e 60 dias em parcelas iguais.
Sabendo que os prazos estão sendo cumpridos rigorosamente, construa uma planilha com a 
apuração do resultado pelo regime de competência e pelo regime de caixa em 31 de dezembro de 
2015.
Infográfico
Confronto entre despesas e receitas formando o resultado: para ser possível encontrar um 
resultado (receitas - despesas = lucro ou prejuízo) adequado, é necessário confrontar as receitas 
com as despesas que ocorreram em um determinado período de tempo, geralmente um mês, um 
trimestre ou um ano. 
Confira o Infográfico.
Conteúdo do livro
Para compreender melhor o conteúdo abordado nesta Unidade de Aprendizagem leia o capítulo 
abaixo.
Boa leitura. 
CONTABILIDADE 
BÁSICA 
Filipe Martins da Silva
Princípios contábeis 
e regime de competência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer os princípios e as convenções contábeis geralmente aceitos.
 Explicar o que são despesas e receitas e o momento em que ocorrem. 
 Identificar o resultado contábil de acordo com os princípios contábeis
da realização e da confrontação das despesas com as receitas.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer os princípios contábeis vigentes 
atualmente na contabilidade e os motivos para segui-los. Em conjunto, 
apresentaremos as convenções contábeis, que servem de guia para 
a execução da contabilidade.
Além dos princípios, também estudaremos quando devemos con-
siderar uma receita e despesa na contabilidade da empresa, pois uma 
má classificação pode distorcer o resultado na empresa, levando a 
tomadas de decisões incorretas. E vamos compreender a importância 
de confrontar as receitas com as despesas e entender o princípio da 
competência e sua aplicação prática.
Princípios e convenções contábeis 
geralmente aceitos
A contabilidade é uma ciência de característica prática, e para a sua execução 
foram desenvolvidos critérios para normatizar a ciência. Para atender a esse 
objetivo foram criados os princípios contábeis (PADOVEZE, 2017). Visando 
à uniformização dos procedimentos no desenvolvimento das atividades do 
processo contábil, os profi ssionais observam regras, critérios e normas de 
procedimentos defi nidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, através 
de suas resoluções. No Brasil, a estrutura da teoria contábil é defi nida por 
órgãos regulamentadores, como o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 
 Tais princípios servem como padrões a serem seguidos na 
contabilização dos fatos contábeis. A normatização prevista na Resolução 
CFC nº. 750, de 29 de dezembro de 1993, do Conselho Federal de 
Contabilidade foi modificada pela Resolução CFC n. 1.282/2010. Os 
princípios contábeis estabelecidos nessas Resoluções foram válidos até 
2008, quando começou o processo de convergências das normas brasileiras 
de contabilidade para o padrão internacional.
 Porém, a revogação das Resoluções CFC nº. 750/1993 e posteriormente 
da Resoluções CFC nº. 1.282/2010, não significou que os princípios de 
contabilidade estariam extintos. A revogação teve como objetivo a 
uniformização conceitual para evitar divergências na concepção doutrinária 
e teórica que após o ano de 2008 começaram a ser estabelecidas pelas 
normas internacionais de contabilidade, que no Brasil são divulgadas pelo 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Após a convergência do 
Brasil às normas internacionais, os princípios contábeis passaram a ser 
tratados no pronunciamento contábil CPC00 (R2) e na NBCTG – Estrutura 
Conceitual para Relatório Financeiro, de 21 de novembro de 2019. No 
quadro 1, você pode verificar como eram os princípios contábeis antes e 
depois da convergência às normas internacionais de contabilidade:
Princípios contábeis e regime de competência2
CFC – Conselho 
federal de 
Contabilidade 
(princípios 
anteriormente 
aceitos) 
Como era na 
Resoluções nº. 750/93 
e 1.282/2010 
(Revogadas)
Como é apresentado na CPC00 (R2) do 
Comitê de pronunciamentos 
Contábeis e na NBCTG – Estrutura 
Conceitual para relatório Financeiro 
do CFC
Princípio da 
entidade
Esse princípio tratava da 
necessidade da 
diferenciação do 
patrimônio particular no 
universo dos 
patrimônios existentes, 
independentemente de 
pertencer a uma pessoa, 
um conjunto de 
pessoas, uma sociedade 
ou instituição de 
qualquer natureza ou 
finalidade, com ou sem 
fins lucrativos.
Não se encontra na NBC TSP – estrutura 
conceitual. Porém mesmo sem a sua 
menção, os estudiosos de contabilidade 
entendem que este deve ser observado, 
visto sua relevância. Dessa forma, toma-se 
por base a exigência prevista no Código Civil 
(Art. 967). É obrigatória a inscrição do 
empresário no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede, antes do início 
de sua atividade; Art. 968. A inscrição do 
empresário far-se-á mediante requerimento 
que contenha: (I) o seu nome, nacionalidade, 
domicílio, estado civil e se, casado, o regime 
de bens; (II) a firma, com a respectiva 
assinatura autógrafa; (III) o capital; e (IV) o 
objeto e a sede da empresa. O artigo 985, 
também do Código Civil, complementa que 
a sociedade adquire personalidade jurídica 
com a inscrição, no registro próprio e na 
forma da lei, dos seus atos constitutivos.
Quadro 1: Princípios contábeis na estrutura conceitual
(Continua)
3Princípios contábeis e regime de competência
Princípio da 
oportunidade
Em relação à 
tempestividade 
e à integridade 
do registro do 
patrimônio e das 
suas mutações, isto 
é, o registro deve ser 
feito no momento 
da sua ocorrência 
e corretamente, 
independente de 
sua origem.
Encontra-se nas características 
qualitativas da informação 
contábil. De acordo com o item 
3.19, tempestividade significa ter 
informação disponível para os 
usuários antes que ela perca a 
sua capacidade de ser útil para 
fins de prestação de contas e 
responsabilização e tomada de 
decisão. 
Princípio da 
continuidade
A continuidade 
ou não da 
empresa devem 
ser consideradas 
no momento da 
avaliação de suas 
operações, pois sua 
vida útil (definida ou 
indefinida) influencia 
no valor econômico 
dos ativos e, em 
muitos casos, o valor 
ou o vencimento 
dos passivos, 
especialmente 
quando a extinção 
da entidade tem 
prazo determinado, 
previsto ou 
previsível.
De acordo com os itens 11, 12 
e 13 da Estrutura Conceitual, 
as demonstrações evidenciam 
a situação patrimonial e o 
desempenho da entidade não 
fornecem todas as informações que 
os usuários precisam conhecer a 
respeito dos programas de longo 
prazo, a entidade tem existências 
longas, porém sua continuidade das 
entidades fundamenta a elaboração 
das demonstrações contábeis. 
Quadro 1: Princípios contábeis na estrutura conceitual
(Continua)
(Continuação)
Princípios contábeis e regime de competência4
CFC – Conselho 
federal de 
Contabilidade 
(princípios 
anteriormente 
aceitos) 
Como era na 
Resoluções nº. 750/93 
e 1.282/2010 
(Revogadas)
Como é apresentado na CPC00 (R2) do 
Comitê de pronunciamentos 
Contábeis e na NBCTG – Estrutura 
Conceitual para relatório Financeiro 
do CFC
Princípio do 
registro pelo 
valor original
Os componentes do 
patrimônio devem 
ser registradospelos 
valores originais das 
transações, ou seja, 
devem ser expressos 
na moeda corrente 
do país (no caso do 
Brasil, em reais), e o 
valor desse registro 
deve ser feito com 
base nos valores de 
entrada.
De acordo com o item 7.13 da 
Estrutura Conceitual, custo histórico 
é a importância fornecida para se 
adquirir ou desenvolver um ativo, 
o qual corresponde ao caixa ou 
equivalentes de caixa ou o valor 
de outra importância fornecida 
à época de sua aquisição ou 
desenvolvimento.
Princípio da 
competência
As receitas e as 
despesas devem 
ser incluídas na 
apuração do 
resultado do 
período em que 
ocorrerem, sempre 
simultaneamente 
quando se 
correlacionarem, 
independentemente 
de recebimento ou 
pagamento.
O item 22 da Estrutura Conceitual 
define que as demonstrações 
contábeis têm como objetivo a 
divulgação da informação contábil, 
baseada no regime de competência, 
sendo complementado pelo 
item 1.1, que estabelece que a 
elaboração e a divulgação dos 
relatórios contábeis devem ser 
elaborados respeitando o regime de 
competência.
Quadro 1: Princípios contábeis na estrutura conceitual
(Continua)
(Continuação)
5Princípios contábeis e regime de competência
CFC – Conselho 
federal de 
Contabilidade 
(princípios 
anteriormente 
aceitos) 
Como era na 
Resoluções nº. 750/93 
e 1.282/2010 
(Revogadas)
Como é apresentado na CPC00 (R2) do 
Comitê de pronunciamentos 
Contábeis e na NBCTG – Estrutura 
Conceitual para relatório Financeiro 
do CFC
Porém, é importante ressaltar a citação do professor Fábio Moraes da Costa, 
da Fucape Business School: 
A recente revogação da Resolução nº 750/1993 não implica na extinção dos 
princípios contábeis no Brasil. Na verdade, após a aprovação da Resolução 
1.374/2011, o Brasil passou a contar com uma Estrutura Conceitual (EC/11). 
Enquanto a Resolução nº 750/1993 era estruturada em ‘princípios’, a EC/11 é 
estruturada em capítulos, como, por exemplo, o do objetivo ou o das carac-
terísticas qualitativas.
Princípio da 
prudência
Determina a adoção 
do menor valor para 
os componentes 
do ativo e do 
maior para os do 
passivo, sempre 
que se apresentem 
alternativas 
igualmente válidas 
para a quantificação 
das mutações 
patrimoniais 
que alterem 
o patrimônio 
líquido, impondo a 
escolha que resulte 
menor patrimônio 
líquido, quando 
se apresentarem 
opções igualmente 
aceitáveis.
Foi retirado da Estrutura Conceitual.
Quadro 1: Princípios contábeis na estrutura conceitual
(Continuação)
Princípios contábeis e regime de competência6
CFC – Conselho 
federal de 
Contabilidade 
(princípios 
anteriormente 
aceitos) 
Como era na 
Resoluções nº. 750/93 
e 1.282/2010 
(Revogadas)
Como é apresentado na CPC00 (R2) do 
Comitê de pronunciamentos 
Contábeis e na NBCTG – Estrutura 
Conceitual para relatório Financeiro 
do CFC
Convenções contábeis
De acordo com Padoveze (2017), convenções são restrições aos princípios 
contábeis, ou seja, possuem um caráter prático que deve ser observado na 
execução da contabilidade, servindo com norteadores para o trabalho do 
contador, porém não são defi nições de critérios contábeis e não possuem força 
de lei. Convenções são conceitos que servem como guia para o profi ssional 
da área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os 
fatos contábeis. São consideradas convenções contábeis:
 Objetividade: o contador deve ser objetivo, isto é, no momento de escriturar 
um fato ele precisa embasar essa escrituração de elementos objetivos para 
evitar a subjetividade no lançamento. Para isso, a escrituração é embasada 
de documentos válidos (exemplo: nota fiscal), ser passível de mensuração
e não lançar de acordo com julgamentos pessoais (PADOVEZE, 2017).
 Conservadorismo: na dúvida o contador deve optar pela forma mais
conservadora de escrituração, ou seja, lançar todas as despesas sempre 
que possível, já em relação à receita, na dúvida, não lançar (PADOVEZE,
2017). Outra abordagem do conservadorismo na contabilidade é a de
disciplinar o entusiasmo natural dos sócios e gestores das organizações
nos negócios apresentados na entidade. Ou seja, entre duas alternativas
válidas opta-se pela menor (IUDICIBUS, 2010).
 Materialidade: essa convenção está ligada ao custo/benefício da in-
formação contábil gerada, onde a contabilidade pode ser elaborada
buscando a perfeição, mas quando se foca em detalhes imateriais, o
custo de tais informações supera seu benefício (IUDICIBUS, 2010).
O contador deve sempre buscar a exatidão numérica no lançamento,
desde que não seja prejudicial à empresa, sempre dando preferência a
valores relevantes, pois os demais valores podem ser tratados de forma 
mais simples, sem prejuízo à empresa (PADOVEZE, 2017).
 Consistência ou uniformidade: no momento em que um contador
adotou um determinado critério de avaliação, seja no ativo ou passivo, ele 
deverá adotar esse critério consistentemente ao logo dos anos. Quando
se fazer necessária, a mudança deverá ser informada e justificada em
notas explicativas (PADOVEZE, 2017).
7Princípios contábeis e regime de competência
 Evidenciação: basicamente, o processo de evidenciação se apresenta em 
uma peça contábil denominada de notas explicativas, pois nela são apre-
sentados todos os itens das demonstrações contábeis que necessitem de
uma informação adicional para a sua compreensão. Entre as informações 
apresentadas estão os critérios de avaliação de ativos e passivos, com suas
respectivas mudanças (como visto na convenção da consistência). São
informações que qualificam o detalhamento das informações numéricas 
apresentados nas demonstrações contábeis (PADOVEZE, 2017).
 O instrumento fundamental do processo de convergência das Normas Brasileiras 
de Contabilidade ao padrão internacional, editado pelo International Financial 
Reporting Standards (IFRS, na sigla em inglês), foi traduzida e adaptada para o Brasil 
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), pela Estrutura Conceitual para 
Relatório Financeiro (CPC00 (R2)) e também foi publicada pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, no dia 21 de novembro de 2019, como a norma técnica NBCTG - 
Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Essa norma antecede a convergência 
das demais, apresentando os conceitos basilares para a elaboração e divulgação de 
informação contábil de propósito geral pelas entidades do setor privado. Após essa 
norma de estrutura conceitual, foram publicadas outras normas convergidas, que 
estão disponíveis em: https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-
contabilidade/normas-completas/.
 A Resolução nº. 750/1993, e a seguinte que a modificou (Resoluções CFC nº. 
1.282/2010), que dispunham dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, 
foram revogadas, no entanto, não significa que todos os princípios de contabilidade 
estejam extintos, alguns deles foram mantidos e outros acrescentados nas normas 
que foram criadas de acordo com as normas internacionais (IFRS). A revogação das 
resoluções visa à unicidade conceitual, indispensável para evitar divergências na 
concepção doutrinária e teórica, que poderiam comprometer aspectos formais das 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs). O Brasil passou a contar com uma 
Estrutura Conceitual (CPC00), assim como outros pronunciamentos publicados em 
sequência desse. Enquanto as Resoluções nº. 750/1993 e 1.282/2010 eram 
estruturadas em “princípios”, a Estrutura Conceitual é estruturada em capítulos, 
como, por exemplo, o do objetivo ou o das características qualitativas da informação 
contábil. De maneira geral, podemos ver que todos os princípios mencionados na 
Resoluções nº. 750/1993 e 1.282/2010 também estão na Estrutura Conceitual ou em 
CPCs seguintes, com exceção do princípio da prudência (GIROTTO, 2016). 
Princípios contábeis e regime de competência8
Receitas e despesas no momento da ocorrência
Receitas são entradas de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou 
direitos a receber, vinculadas normalmente a uma venda de mercadorias, 
produtos ou prestaçãode serviços. Receitas também podem derivar de 
juros recebidos de vendas recebidas em atraso, rendimentos de aplicação 
ou recebimento de aluguéis (IUDICIBUS, 2010a).
Consideram-se receitas realizadas quando resultar em aumento nos benefícios 
econômicos futuros relacionados com aumento de ativo ou com diminuição de 
passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade. Isso significa, na prática, que 
o reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o reconhecimento do
aumento nos ativos ou da diminuição nos passivos (por exemplo, o aumento líquido
nos ativos originado da venda de bens e serviços ou o decréscimo do passivo
originado do perdão de dívida a ser paga). Todas as receitas realizadas devem ser
registradas na demonstração do resultado do exercício (GELBKE et al., 2018).
Cabe ressaltar que nem sempre uma receita realizada pode ter sido recebida 
no momento de sua ocorrência, ou seja, não importa se ela transitou pelo 
caixa no momento do fato gerado, ou seja, a venda (RIBEIRO, 2013). Existem 
casos em que a receita ocorre em função da redução de um passivo, como o 
recebimento de desconto de uma dívida (IUDICIBUS, 2010).
A mensuração de uma receita ocorre com a definição do valor de troca do 
produto ou serviço prestado pela empresa, ou seja, o fluxo de dinheiro que será 
recebido ou que foi recebido. Normalmente esse valor está descrito na nota 
fiscal de venda do produto ou de prestação do serviço (IUDICIBUS, 2010b). 
Entende-se como despesas o consumo de bens ou serviços que, direta ou 
indiretamente, sejam utilizados para produzir uma receita. Uma despesa irá 
reduzir um ativo ou aumentar um passivo (IUDICIBUS, 2010).
Em relação às despesas, elas devem ser reconhecidas na demonstração 
do resultado, quando resultarem em decréscimo nos benefícios econômicos 
futuros, relacionadas com o decréscimo de um ativo ou o aumento de um 
passivo, e puderem ser mensuradas com confiabilidade. As despesas devem 
ser reconhecidas na demonstração do resultado com base na associação direta 
entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse processo é usualmente 
9Princípios contábeis e regime de competência
chamado de confrontação entre despesas e receitas e envolve o reconhecimento 
simultâneo ou combinado das receitas e despesas que resultem diretamente 
ou conjuntamente das mesmas transações ou outros eventos (GELBKE et al., 
2018). Por exemplo, para gerar uma receita, é necessário que a empresa incorra 
em despesas, que devem ser registradas no momento em que ocorreram.
O regime de caixa consiste na apuração do resultado do exercício, considerando todas 
as despesas pagas e todas as receitas recebidas no respectivo período, independen-
temente da data da ocorrência não ter sido a mesma. O resultado apresentado nessa 
apuração, é denominado resultado financeiro e a demonstração contábil que apresenta 
esta movimentação é a demonstração do fluxo de caixa (RIBEIRO, 2013).
De acordo com Marcelino (2016), o regime de competência é o princípio básico da 
contabilidade, diferente do regime de caixa, no qual os recebimentos e os pagamen-
tos são reconhecidos unicamente quando se recebe ou se paga mediante dinheiro 
ou equivalente. Não é permitida a utilização desse método, pois estaria violando 
um princípio contábil da competência. Marcelino (2016) complementa que existem 
algumas exceções em que se permite a utilização do regime de caixa, como no caso 
de empresas que são do ramo da atividade imobiliária.
Resultado contábil e princípio da competência
O resultado contábil é obtido através da demonstração do resultado do exercício 
(DRE). Sua apresentação se dá em forma resumida, das receitas e despesas 
decorrentes das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, 
com o objetivo de demonstrar a composição do resultado líquido do período 
(GELBKE et al., 2018).
O art. 187, da Lei das Sociedades por Ações (6.404/1976), estabelece a ordem 
de apresentação das receitas, custos e despesas, na demonstração do resultado do 
exercício, para fins de publicação. A demonstração do resultado descriminará:
I — a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abati-
mentos e os impostos;
II — a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
Princípios contábeis e regime de competência10
III — as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV — o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
V — o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto;
VI — as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
VII — o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação 
do capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua 
realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspon-
dentes a essas receitas e rendimentos (BRASIL, 1976, documento on-line).
Figura 1. Estrutura da demonstração do resultado do exercício
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
(=) RECEITA BRUTA
(-) DEDUÇÕES DE VENDAS
(=) RECEITA LÍQUIDA
(-) CUSTO DA MERCADORA VENDIDA
(=) LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS COM VENDAS
(-) DESPESAS ADMNISTRATIVAS
(+-) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO
(=) RESULTADO OPERACIONAL OU RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS
(-) IRPJ
(-) CSSL
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) PARTICIPAÇÕES
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO/ PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Gelbke et al. (2018) complementa que as definições da Lei nº. 6.404/1976 
se enquadram em um dos pressupostos básicos presentes no pronunciamento 
conceitual básico (R1) – estrutura conceitual para elaboração e divulgação 
11Princípios contábeis e regime de competência
de relatório contábil-financeiro, denominado Regime de Competência, que, 
por sua vez, implica a confrontação entre receitas e despesas, conforme 
descrito no item 95 do Pronunciamento Técnico do CPC supracitado:
As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com base na as-
sociação direta entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse processo, 
usualmente chamado de confrontação entre despesas e receitas (Regime de 
Competência), envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado das receitas e 
despesas que resultem diretamente das mesmas transações ou outros eventos [...].
Gelbke et al. (2018) exemplifica que a receita de venda é contabilizada por 
ocasião da transferência do controle (a saída do produto da empresa), e não 
quando de seu recebimento; e a despesa de pessoal é reconhecida no mês em que 
se recebeu tal prestação de serviços, mesmo que seja paga no mês subsequente. 
Gelbke et al. (2018) acrescentam que nos mesmos períodos em que forem 
lançadas as receitas e os rendimentos, deverão estar registrados todos os 
custos, despesas, encargos e riscos correspondentes àquelas receitas, ou seja 
a receita da venda de determinado produto deverá ser registrado no mesmo 
período de todos os custos e despesas em que se incorre relativamente àquela 
receita, tais como: o custo do produto vendido, que englobaria material, mão 
de obra e demais custos de sua fabricação (GELBKE et al., 2018).
Princípio de competência
Quando se menciona reconhecer receitas e despesas no momento de sua ocorrência, 
signifi ca reconhecer pelo regime de competência. De acordo com Ribeiro 
(2013), no regime de competência são consideradas, na apuração do resultado do 
exercício, todas as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo 
exercício. Esse é o critério utilizado para a elaboração da demonstração do 
resultadodo exercício, e o resultado encontrado também é denominado de 
resultado econômico.
Esse regime é aplicado na contabilização de receitas e despesas. A necessidade de 
sua compreensão é essencial para o entendimento das peças contábeis. Pode-se 
dizer que para uma despesa ou receita existem dois momentos em que poderia 
processar sua contabilização: conside-rando o momento econômico, ou seja, o 
momento de sua ocorrência; ou o momento financeiro, ou seja, por meio de seu 
pagamento ou recebimento (PADOVEZE, 2017). 
Princípios contábeis e regime de competência12
Exemplificando, consideraremos a despesa de salário do mês de de-
zembro de 2017, que é pago no mês subsequente, em janeiro de 2018. 
Quando se deve contabilizar a despesa? No momento do seu fato 
gerador, isto é, o mês trabalhado dos funcionários (dezembro de 2017) 
ou de seu pagamento (janeiro de 2018)? Deve-se contabilizar no 
momento de sua ocorrência, considerando o princípio da competência, 
independentemente de seu pagamento ou recebimento, mesmo que sua 
realização financeira ocorra no exercício seguinte (PADOVEZE, 2017).
O conceito de competência do exercício é dividido em 12 períodos, sendo 
aplicado em cada mês. Apesar de não existir a necessidade de resultados 
mensais, é recomendando efetua-los para fins de controle. Tendo vendas 
realizadas em março de 2017 e que serão recebidas em junho de 2017, a receita será 
contabilizada em março de 2017, e seu recebimento em junho de 2017. O 
regime de competência é uma necessidade imposta pela Contabilidade para 
que seja executado o controle dos direitos (valores a receber) e obrigações 
(valores a pagar) nas empresas (PADOVEZE, 2017).
Segundo Padoveze (2017), o regime de competência é a expressão con-
junta de dois princípios que existiram no passado: o princípio da realização 
da receita, que determina que devemos considerar uma receita no momento 
em que um produto ou mercadoria é entregue para o cliente, e em relação ao 
serviço, quando o serviço é finalizado; e o princípio do confronto das 
despesas com as receitas, que trata que para cada receita realizada em um 
determinado período a empresa incorre em despesas, que devem ser 
registradas nesse mesmo momento.
13Princípios contábeis e regime de competência
BRASIL. Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial [da] República Federativa 
do Brasil, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em: 16 dez. 2018.
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 16 dez. 2018.
GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às 
demais sociedades. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
GIROTTO, M. Revogação da Resolução nº. 750/1993: contexto e considerações. Bra-
sília: CFC, 2016. Disponível em: <https://cfc.org.br/noticias/revogacao-da-resolucao-
-no-7501993-contexto-e-consideracoes/>. Acesso em: 16 dez. 2018.
IUDÍCIBUS, S. Teoria da contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARCELINO, D. Lucro real: regime de reconhecimento de receitas. CPA, 7 nov. 2016. Disponível 
em: <http://netcpa.com.br/noticias/ver-noticia.asp?Codigo=36728>. Acesso em: 16 dez. 2018.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e interme-
diária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Leituras recomendadas
BORGES, T. B. et al. Desmistificação do regime contábil de competência. Revista de 
Administração Pública, v. 44, n. 4, p. 877-901, 2010. Disponível em: <http://biblioteca-
digital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/6952/5519>. Acesso em: 16 dez. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TSP Estrutura Conceitual–Estrutura 
Conceitual. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/
docs/NBCTSPEC.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 1.374/11. Brasília: CFC, 
2011. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1374.pdf>. 
Acesso em: 16 dez. 2018.
Princípios contábeis e regime de competência14
Dica do professor
No vídeo a seguir, você vai aprender sobre: princípios e convenções de Contabilidade, regime de 
competência e confronto de despesas e receitas em um determinado período. 
Assista.
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Exercícios
1) Uma empresa do setor agropecuário vendeu uma grande quantidade de maçãs para serem 
servidas como merenda a alunos de uma escola da prefeitura. Essa compra foi realizada por 
licitação e dentro de todos as exigências requeridas pelas leis. Na negociação, ficou 
contratado que o valor seria pago em parcela única, 60 dias após a entrega da mercadoria, 
que é perecível. Poucos dias antes do pagamento, após denúncias graves de improbidade 
administrativa, a Justiça ordenou a suspensão do pagamento de todas as obrigações dessa 
prefeitura. Essa situação já se arrasta há oito meses e não existe nenhuma previsão de 
pagamento, sendo que as maçãs foram entregues, aceites e consumidas. Ao mesmo tempo, a 
empresa tem uma reclamação trabalhista na Justiça do Trabalho de Curitiba, no Paraná, 
onde há fortes suspeitas de que o ex-funcionário Romualdo tenha forjado documentos para 
reclamar de uma situação que o beneficiava, mas que não era verídica. Dada a complexidade 
da situação e os detalhes específicos, o juiz contratou perícias que levarão vários meses para 
concluir o que de fato aconteceu. Segundo o departamento Jurídico, em parecer do Dr. 
Augusto, provavelmente não haverá pagamento de indenização a esse ex-funcionário, 
porém, não se tem notícia sobre essa situação. Para essas duas situações, de acordo com os 
princípios e convenções contábeis, como deve agir o contador?
A) O contador deve considerar que a empresa terá que pagar a indenização ao ex-funcionário 
pelo maior valor possível, portanto, registrar a obrigação no passivo. Deverá considerar que 
certamente não irá receber o valor das vendas realizadas e que estão com o pagamento 
bloqueado pela Justiça, lançando o direito no ativo pelo menor valor possível.
B) O contador nada deve fazer, porque são duas situações incertas e em que pairam muitas 
dúvidas. Apenas certezas, não ficções, devem ser lançada na contabilidade.
C) O contador deve considerar as duas situações como despesas, uma vez que há indefinição 
sobre o que ocorrerá no futuro e não é possível prever. Como já ocorreram essas mesmas 
situações no passado, deve-se aplicar a mesma solução. Fazendo isso, estará atendendo ao 
princípio contábil da uniformidade.
D) O contador deve realizar uma apuração dos valores tanto a receber como a pagar e lançar no 
ativo ou no passivo (qual for maior) a diferença, usando para tal a conta contábil de "ajustes 
do exercício".
O contador deve considerar que a empresa não terá que pagar a indenização ao ex-
funcionário pelo maior valor possível, portanto, registrar a obrigação no passivo. Deverá 
E) 
considerar que certamente irá receber o valor das vendas realizadas e que estão com o 
pagamento bloqueado pela Justiça, lançando o direito no ativo pelo maior valor possível.
2) Uma aclamada artista pop inglesa resolveu fazer uma turnê por algumas capitais no Brasil. 
Por recomendação de sua consultoria empresarial, uma empresa será aberta no Brasil 
exclusivamente para cuidar dos negócios dessa artista e cuidar de toda a montagem dos 
shows. Está previsto que essa empresa irá atuar por aproximadamente um ano e, 
posteriormente, após os shows, será encerrada. Essa situação é uma exceção a qual princípio 
ou convenção contábil? 
A) Tempestividade.
B) Continuidade.
C) Competência.D) Materialidade.
E) Conservadorismo.
3) Uma joalheria, ou melhor, uma oficina de produção de joias que também tem uma loja de 
uma conhecida marca, produziu diversas joias de ouro que foram todas vendidas em junho 
com pagamento no mês de julho, no valor de R$ 200.000,00. Essa mesma entidade, para 
produzir essas joias, teve despesas realizadas no mês de junho, que irá pagar em julho com o 
valor de R$ 80.000,00. No mês de julho, não houve atividades na empresa em razão da 
proibição de compra de ouro como matéria-prima pelo Banco Central. Considerando apenas 
essas duas operações, calcule o resultado da entidade no mês de junho utilizando os regimes 
de caixa e de competência.
A) Pelo regime de caixa, houve um lucro de R$ 120.000,00. Pelo regime de competência, não 
houve lucro nem prejuízo, o resultado é zero.
B) Pelo regime de caixa, houve um lucro de R$ 120.000,00. Pelo regime de competência, houve 
um prejuízo de R$ 120.000,00.
C) Pelo regime de caixa, não houve lucro nem prejuízo, o resultado é zero. Pelo regime de 
competência, houve um lucro de R$ 120.000,00.
D) Pelo regime de caixa, houve um prejuízo de R$ 120.000,00. No Brasil, não se permite o 
regime de competência.
E) Em ambos os regimes houve um resultado de lucro de R$ 120.000,00.
4) Uma determinada empresa transportadora contratou um seguro da empresa Seguradora 
Uberaba S.A. para segurar seus 120 caminhões pelo valor total de R$ 425.000,00, pelo 
período de dois anos, iniciando em 01/01/X1 e finaizando em 31/12/X2. Esse seguro, 
conforme negociação realizada, será pago em três parcelas iguais de R$ 141.667,00, em 
março, maio e julho de 20X1. Considerando os princípios contábeis de confrontação das 
despesas com as receitas e de realização das receitas, quanto o contador deverá reconhecer 
como despesas de seguros (considerando, também, que essa é a única apólice de seguro da 
empresa) para o mês de julho de 20X1?
A) R$ 425.000,00.
B) R$ 283.334,00.
C) R$ 123.959,00.
D) R$ 17.709,00.
E) R$ 141.667,00
5) Há empresas que mantém gigantescos parques de diversões, verdadeiros resorts ou grandes 
parques internacionais, como a Disney, o Beto Carrero World, o Hopi Hari, o Parque do 
Asterix, do Harry Potter, da Ferrari e tantos outros. É de praxe nesses empreendimentos a 
venda antecipada de "entradas", tickets, ingressos ou passaportes (os nomes variam de 
empreendimento para empreendimento), que são vendidos não raramente com meses ou 
anos de antecedência e que podem vir a não serem utilizados, ou serem utilizados muitos 
meses após a venda dos ingressos. O mesmo ocorre, também, de uma certa forma, com 
grandes empreendimentos artísticos, como shows de música ou teatro. Considerando os 
princípios e as convenções geralmente aceitos de Contabilidade e o conceito de "resultado" 
na Contabilidade, qual é o momento em que a receita deve ser vendida nos ingressos para 
parques de diversões e/ou outras atividades culturais? Importante: a citação a esses 
empreendimentos reais está sendo realizada para fins exclusivamente didáticos, em 
ambiente acadêmico. Não deve ser interpretada como sugestão para o consumo de produtos 
ou serviços ou mesmo para a realização de investimentos.
A) O momento adequado para o reconhecimento da receita é quando o valor do ingresso é pago 
a qualquer agente turístico que faça parte da rede produtiva de relacionamentos do 
entretenimento.
B) O momento adequado para o reconhecimento da receita é quando o valor do ingresso é 
depositado efetivamente na conta-corrente do empreendimento.
C) O momento adequado para o reconhecimento da receita é quando o cliente já pagou pelo 
ingresso, visitou o empreendimento, voltou para o seu lar e responde a uma pesquisa de 
satisfação. Se nessa pesquisa o cliente relatar que gostou da experiência, será possível o 
reconhecimento da receita, porém, se não houver um relato positivo, o valor deverá ser 
devolvido ao cliente.
D) O momento adequado para o reconhecimento da receita é quando o ingresso é entregue ao 
cliente, com ou sem pagamento, porque configura que esse cliente aceitou o serviço e dele irá 
usufruir.
E) O momento adequado é quando o ingresso foi apresentado na portaria do empreendimento, 
o que mostra que uma pessoa efetivamente usufruiu dos serviços oferecidos e teve uma 
experiência artística.
Na prática
 
O conceito de resultado não traz maiores dificuldades para as pessoas calcularem e interpretarem. 
Porém, ao mesmo tempo em que é um conceito muito simples, fatores geralmente envolvidos na 
rotina de um empreendedor ou comerciante, como a necessidade de ganhar dinheiro, a dificuldade 
em conseguir um cliente e o próprio ímpeto positivo de sucesso e entusiasmo, podem levar os 
comerciantes à falta de cuidado para formar preços e realizar seus contratos e compromissos.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Revogação da Resolução no 750/1993: contexto e considerações
Neste texto alguns dos principais mestres de contabilidade comentam a revogação da resolução 
750/93.
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Princípios e Convenções da Contabilidade
Neste link, você poderá se aprofundar sobre como eram os princípios e convenções aplicados a 
contabilidade antes da conversão às normas internacionais.
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Regime de Competência ou Regime de Caixa: o que você 
precisa saber para a tomada de decisão
Leia aqui sobre o que você precisa saber para a tomada de decisão
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https://cfc.org.br/noticias/revogacao-da-resolucao-no-7501993-contexto-e-consideracoes/
http://www.contabeis.com.br/artigos/1109/principios-e-convencoes-da-contabilidade/
https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/regime-de-competencia/#:~:text=No%20Regime%20de%20Compet%C3%AAncia%2C%20a,cada%20m%C3%AAs%20o%20valor%20recebido.
O que é regime de caixa e regime de competência?
Este vídeo abordará de forma resumida regime de competência e de caixa.
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https://www.youtube.com/embed/FlKvaZDH6KY

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