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GESTÃO EM ENFERMAGEM 
NA ATENÇÃO BÁSICA
ORGANIZADORES VANDRIANNE OLIVEIRA DE CARVALHO; JULIANA DE FREITAS AMORIM
Gestão em
 Enferm
agem
 na Atenção Básica
GRUPO SER EDUCACIONAL
Gestão em enfermagem na atenção básica é um livro direcionado para 
estudantes dos cursos da área de enfermagem, gestão da atenção básica e 
gestão em enfermagem. 
Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo sobre vários tipos 
de gestão: na atenção básica, em enfermagem na atenção básica, de 
trabalho da enfermagem na atenção básica, e em saúde no SUS.
Após a leitura da obra, o leitor vai conhecer sobre as ações da atenção bási-
cas e seus atributos dentro da Rede de atenção à saúde; aprender sobre o 
enfermeiro gerente da unidade básica de saúde e suas atribuições; entend-
er como é realizado a análise da situação de saúde para o planejamento das 
ações de saúde na Atenção Básica; compreender como é realizada a 
vigilância em saúde na Atenção Básica e sobre as doenças de noti�cação 
compulsória; dominar a sistematização da assistência de enfermagem; 
analisar o processo de trabalho da atenção básica; saber os principais 
indicadores utilizados na Atenção Básica à Saúde; ter conhecimento de 
como é realizada a participação popular do SUS através das conferências e 
Conselhos de Saúde, e muito mais.
Aproveite a leitura do livro. 
Bons estudos!
GESTÃO EM 
ENFERMAGEM 
NA ATENÇÃO BÁSICA
ORGANIZADORAS VANDRIANNE OLIVEIRA DE CARVALHO; 
JULIANA DE FREITAS AMORIM
gente criando futuro
I SBN 9786555581775
9 786555 581775 >
C
M
Y
CM
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 GESTÃO EM 
ENFERMAGEM NA 
ATENÇÃO BÁSICA 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
de Carvalho, Vandrianne Oliveira.
 Gestão em enfermagem na atenção básica / Vandrianne Oliveira de Carvalho; Juliana de 
Freitas Amorim. – São Paulo: Cengage – 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581775
 1. Enfermagem 2. Gestão da atenção básica 3. Gestão em enfermagem 4. Amorim, 
Juliana de Freitas. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Vandrianne Oliveira de Carvalho
Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará. Graduação em Nutrição pelo Centro 
Universitário Estácio de Sá.Pós graduação em Enfermagem do trabalho e Auditoria dos Serviços de 
saúde.
Juliana de Freitas Amorim
Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário Serra dos Órgãos-RJ. Especialista em Saúde 
Coletiva e em Gestão em Saúde Pública pela Universidade Federal Fluminense. Trabalha na Assessoria 
Técnica das Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses na Coordenação de Vigilância em Saúde de 
Niterói-RJ. Possui experiência nas áreas de Saúde Coletiva e na Assistência de Enfermagem
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Gerenciamento na atenção básica .............................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Gestão em atenção básica à saúde e enfermagem ............................................................................ 11
2 As políticas de saúde e a gestão na atenção básica à saúde ..............................................................19
3 Práticas educativas na Atenção Básica ............................................................................................... 22
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................26
UNIDADE 2 - Atuação do enfermeiro na atenção básica .................................................................29
Introdução.............................................................................................................................................30
1 Noções Preliminares .......................................................................................................................... 31
2 Papel do enfermeiro na gestão da estratégia de Saúde da Família ....................................................34
3 Práticas educativas na Atenção Básica ............................................................................................... 37
4 Atuação do enfermeiro na prevenção e vigilância das doenças ........................................................38
5 Atuação do enfermeiro em outros Programas da Atenção Básica .....................................................42
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................44
UNIDADE 3 - Gestão de trabalho da enfermagem na atenção básica .............................................47
Introdução.....................................................................................................................................48
1 Enfermagem na Atenção Básica à Saúde ........................................................................................... 49
2 Gerenciamento dos recursos materiais na Atenção Básica à Saúde ..................................................54
3 Ferramentas para gestão na Atenção Básica à Saúde ........................................................................56
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................63
UNIDADE 4 - Gestão em saúde no SUS ...........................................................................................65
Introdução.............................................................................................................................................661 Indicadores de Saúde ......................................................................................................................... 67
2 Indicadores que medem o estado de saúde de uma população .......................................................69
3 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) ............72
4 Principais indicadores utilizados na Atenção Básica .......................................................................... 74
5 Modelos técnicos-assistenciais em Saúde ......................................................................................... 77
6 Participação da Comunidade no SUS ................................................................................................. 79
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................82
O livro Gestão em enfermagem na atenção básica traz ao leitor, além de informações 
básicas da área, o conteúdo parcialmente descrito a seguir em suas quatro unidades.
Dando início, a primeira unidade, Gerenciamento na atenção básica, apresenta o 
conceito de atenção primária da saúde, suas características, princípios, regulamentação 
e organização. O leitor vai aprender como o enfermeiro insere-se no processo gerencial 
da atenção básica de forma ética, as principais políticas públicas relacionadas à 
atenção primária da saúde, e as especificidades do perfil gestor para uma formatação 
participativa e integradora.
A segunda unidade, Gestão em enfermagem na atenção básica, trata do perfil e 
do papel do enfermeiro no gerenciamento das UBS. As habilidades e conhecimentos 
que devem ser desenvolvidas pelo enfermeiro, suas atribuições nas especificidades 
da atenção básica, o planejamento das ações de saúde, a vigilância em saúde, e o 
gerenciamento da sala de imunizações serão explicados para o leitor.
Na sequência, a terceira unidade, Gestão de trabalho da enfermagem na atenção 
básica, lista as atribuições do enfermeiro na atenção básica e seu processo de trabalho. 
O leitor entenderá como o profissional enfermeiro gerencia os recursos de materiais e 
insumos, aprenderá quais são as ferramentas de gestão da atenção básica, e o processo 
de elaboração do mapa da área.
Concluindo a obra, a quarta e última unidade, Gestão em saúde no SUS, explica o 
que são indicadores de saúde e como são calculados os indicadores de mortalidade, 
morbidade e natalidade. O texto conta, ainda, com conteúdo sobre o PMAQ-AB, 
os principais indicadores utilizados na atenção básica para avaliar a qualidade da 
assistência, o processo de evolução dos principais modelos assistências da saúde, e 
mais.
A leitura na íntegra deste livro faz que o leitor compreenda de forma simples os 
principais fundamentos da gestão em enfermagem na atenção básica.
Agora é com você! Sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Gerenciamento na atenção básica
Olá,
Você está na unidade Gerenciamento na Atenção Básica. Conheça aqui o conceito de 
atenção primaria da saúde, suas características, princípios, regulamentação e organização. 
Entenda ainda como o profissional enfermeiro insere-se no processo gerencial da atenção 
básica de forma ética e fundamentação legal desde graduação ao processo de trabalho. 
Aprenda as principais políticas públicas relacionadas à atenção primaria da saúde e suas 
aplicações na vivencia do processo gerencial. Compreenda também as especificidades do 
perfil gestor para uma formatação participativa e integradora.
Bons estudos!
Introdução
11
1 GESTÃO EM ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE E 
ENFERMAGEM
A Atenção Primária à Saúde (APS) ou Atenção Básica é vista hoje como a melhor estratégia 
de reordenamento do setor de saúde e como a porta de entrada, preferencial, da população 
brasileira à assistência em saúde.
As ações compreendidas nos níveis de atenção à saúde - promoção, proteção e recuperação 
-, devem ser constituídas e operacionalizadas de maneira articulada e integrada (PASSOS et al., 
2006); buscando atender as necessidades da população; e considerando a relação eficiência, 
eficácia e efetividade como integrantes da própria proposta (MENDES, 2012; CUETO, 2015).
Apesar de não requerer recursos tecnológicos materiais demasiadamente caros, o 
desenvolvimento do serviço na APS é complexo. Para Pires et al. (2019), essa complexidade se 
relaciona a questões típicas da gestão em saúde:
• Gestão de pessoas (provimento de força de trabalho em número e qualificação, e gestão 
das relações de trabalho);
• Gestão de materiais e processos (incluindo estrutura, fluxos organizacionais, processos 
de trabalho, materiais e equipamentos);
• Gestão financeira; assume a responsabilidade de prover assistência universal, integral, 
equânime, eficiente e eficaz.
No gerenciamento de uma unidade básica de saúde (UBS), o gerente necessita dominar uma 
gama de conhecimentos e habilidades das áreas de saúde e de administração ter uma visão geral 
no contexto em que elas estão inseridas e assumir um compromisso social com a comunidade. 
Em suma, o gerente de uma UBS tem como atividade precípua a organização da produção de bens 
e serviços de saúde ao indivíduo ou à coletividade (Passos et al., 2006).
Com este enfoque, é importante considerar alguns referenciais teóricos, como, por exemplo, a 
Norma Operacional Básica - SUS/1996 - NOB 96, que define gerência como sendo a administração 
de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação etc.), que se 
caracteriza como prestador de serviços ao Sistema.
Assim, para Tancredi et al. (1998), gerenciar é a uma função administrativa de suma 
importância, por tomar decisões que afetam a estrutura, os processos de produção e o produto 
de um sistema; controlar os processos e o rendimento das partes; e avaliar os produtos finais e 
resultados. Cave ao gerente se responsabilizar pelo uso eficiente e efetivo dos insumos, de modo 
a traduzi-los em serviços para que a organização atinja seus melhores resultados.
12
Assim, as atividades de trabalho em saúde devem suprir as necessidades sociais, cuja práticas 
devem seguir a razão, com o objetivo coerente, projeto de ação; criar e implantar um sistemas de 
necessidades reais para a sociedade, resaltando valores e normas, da comunidade na perspectiva 
de influenciar o processo de trabalho e suas práticas.
Diante desse contexto, observa–se que o profissional enfermeiro, componente da equipe 
multiprofissional da atenção básica, tem um papel fundamental como gestor/ gerência. Como 
referido por Montezeli et al. (2009), o gerenciamento em enfermagem corresponde a uma das 
bases para uma assistência convergente com a qualidade exigida pela clientela assistida nos 
serviços de saúde.
A prática gerencial realizada pelo enfermeiro é regulamentada pelo Conselho Federal de 
Enfermagem (COFEN), no Decreto nº 94.406/87, que estabelece no artigo 8º que este profissional 
tem como atribuições a direção e chefia, o planejamento, a organização, a coordenação e a 
avaliação dos serviços de enfermagem (BRASIL,1987)
Na resolução nº 194/1997, o COFEN considera que (BRASIL, 1997): “O Enfermeiro pode 
ocupar, em qualquer esfera, cargo de direção-geral nas instituições de saúde, públicas e privadas 
cabendo-lhe ainda, privativamente, a direção dos serviços de Enfermagem”. Sendo a gerência 
uma atividade que se destaca como um elemento estratégico, pois pode colaborar na organização 
do processo de trabalho em saúde e torná-lo mais qualificado para a oferta de uma assistência 
integral à saúde (Silva, 2012).
O enfermeiro em suas atribuições de gerencia enfrenta desafios de cunho administrativo, 
assumindo a função de líder do sistema de saúde e articulado do processo de trabalho junto 
a outros profissionais que compõem a equipe. Silva (2012), afirma que o mercado profissional 
espera queo enfermeiro seja capacitado para lidar com conflitos, problemas, sabendo negociar, 
argumentar, além de buscar por mudanças, propondo alterações, atuando estrategicamente para 
aproximar a equipe e o cliente, contribuindo para a qualidade do cuidado, dessa forma espera 
que o enfermeiro tenha capacidade para gerenciar.
Mediante a isso, é notório observar que a gestão da atenção básica em saúde é complexa, 
necessitando abranger o atendimento à população com qualidade e suas peculiaridades, como 
também, a relações de trabalho. Dessa maneira, o enfermeiro (a) possui a habilidade construída 
dentro do seu processo de graduação, porém, necessitam que se construa constantemente um 
perfil de líder e habilidades administrativas para desempenhar um papel de gerente alinhadas as 
melhores práticas administrativas, assistências e éticas.
13
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Gestão da Atenção Primária da Saúde
A Atenção Básica (AB) é o centro de comunicação da Rede de Atenção em Saúde (RAS) e, 
um dos principais eixos do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das prioridades governamental. 
A APS vem, a cada ano, passando por sua implementação e consolidação de ações e serviços 
para a população, para poder expandir sua oferta de saúde. Assim, a APS é apresentada por ser 
uma política pública de saúde, que reorienta o modelo assistencial da saúde, sendo complexa 
pelos seus princípios e suas especificidades e caracterizada pela partilha de diversos setores de 
trabalho envolvido em toda RAS.
Segundo Brasil (2011), a atenção primaria à saúde (APS) é caracterizada por um conjunto 
de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abrangem a promoção e proteção da 
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde. 
Ela é orientada, de acordo com Sterfield (2004), pelos princípios da universalidade, equidade 
e integralidade e nas diretrizes da territorialização, população adscrita, cuidado centrado na 
pessoa, resolutividade, longitudinalidade do cuidado, coordenação do cuidado, ordenação da 
rede e participação da comunidade.
FIQUE DE OLHO
Atenção aos conceitos: o Ministério da Saúde (MS), dentro do contexto da Política Nacional 
de Atenção Básica (PNAB) considera com sinônimos os termos Atenção Básica em Saúde (AB) 
e Atenção Primária da Saúde (APS). Assim, em muitos momentos os termos irão expressar a 
mesma temática e contexto. Vale salientar, que todos os autores referidos também adotam 
esse significado.
14
Atenção Básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando 
produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde - a qual constitui um 
processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre 
eventos relacionados à saúde - além disso, visa o planejamento e a implementação de ações 
públicas para a proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e 
doenças, bem como para a promoção da saúde (Brasil, 2011).
A complexidade ligada à atenção básica e ao processo de trabalho a ela relacionada deve 
sempre se adequar a realidade local das unidades básicas de saúde para que possa proporcionar 
um uma pratica gerencial participativa a fim de garantir os objetivos da política nacional da 
atenção básica e consequentemente do SUS.
De acordo com Mishima et al. (1997), a gerência pode ser entendida como um instrumento 
importante para efetivação de políticas; ela é ao mesmo tempo, condicionante do e condicionada 
pelo modo que se organiza a produção de serviços. Esta dupla posição - de produto de um 
determinado contexto e de criador deste mesmo contexto - torna o processo de gestão permeável 
à influência dos diferentes sujeitos sociais interessados em diversas políticas de saúde.
Entendemos a gerência como instrumento do processo de trabalho, já configurado à rede 
básica de serviços de saúde, por referência ao processo de municipalização, pelo seu caráter 
articulador e integrativo, ou seja, a ação gerencial é determinante do processo de organização 
de serviços de saúde e fundamental na efetivação de políticas sociais, em especial, as de saúde 
(Passos et al., 2006). Segundo Junqueira (1990), a eficácia das organizações de saúde também 
vai depender das relações que estabelecem pessoas, tecnologia, recursos e administração, para 
realizar a tarefa organizacional de prestação de serviços de saúde.
O gerenciamento dos serviços de saúde e suas práticas de trabalho, devem ser realizadas 
horizontalmente e pactuada com a equipe, na perspectiva de gestão integradora, participativa e 
objetivando a realidade local da comunidade envolvida na responsabilização individual.
Assim, ser gestor da atenção primaria a saúde, deve alinhar-se com a realidade local, dentro 
das condições geográficas, socioeconômicas e relações interpessoais, alem das competências 
legais da unidade de saúde. Nessa perspectiva, as competências para se gerir uma unidade de 
saúde são:
1
Visão em longo prazo;
2
Comunicação eficaz;
15
3
Processo participativo;
4
Responsabilidade ética e social;
5
Liderança e articulação entre as pessoas
Segundo Penna et al. (2004), espera –se, portanto, dos profissionais que atuam hoje 
como gerentes das UBS que, além de suas habilidades peculiares, advindas de sua formação 
de base e daquelas adquiridas em cursos de capacitação gerencial, tenham flexibilidade para 
buscar “inovações” e criar soluções para os problemas a partir de sua própria prática cotidiana. 
Conforme, citado por Melo et al. (2002, p. 197-198):
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A atitude fundamental no processo de identificar inovações é a de manter a crença de que as 
coisas não são o que parecem, e, por isso, existe uma grande possibilidade de que, na desordem 
aparente do sistema público de saúde, estejam em desenvolvimento inovações na gestão. Inovações 
são compreendidas como modos, formas, processos e instrumentos adotados pelos atores / gestores, 
visando a criar atitudes e modos de pensar que contribuam para o enfrentamento de situações 
consideradas desfavoráveis.
Para Penna et al. (2004), a profusão de atividades da APS requer que a gerência das UBS 
possua particularidades que a diferenciam de outros setores e estão relacionadas ao seu 
objeto de trabalho que é a assistência à saúde da população da área adstrita. Nesse contexto, o 
gestor é atribuído de coordenar práticas de saúde, organizar a ambiência, propiciar recursos de 
16
atendimento, articular os programas de saúde.
A gerência dos serviços de saúde como um meio de melhorar a eficácia do sistema passa pelo 
entendimento das diversas dimensões presentes na organização: pessoas, recursos, tecnologia 
e administração, que têm o papel de combinar as anteriores na consecução dos objetivos 
organizacionais (JUNQUEIRA,1990).
Assim o perfil do gerente, deve abranger, além de práticas administrativas, uma dimensão 
política, buscando a qualidade assistencial e observando a necessidade da população e sua 
dimensão geográfica. Ressaltando o aprimoramento de práticas gerenciais constantes para 
organizar o processo de trabalho em sua amplitude de planejamento estratégico.
Considerando-se a complexidade dos serviços de saúde, os critérios nem sempre adequados 
de escolha dos gerentes como atores estratégicos para a organização dos serviços, a fragilidade 
e descontinuidade dos programas de educação permanente, o conhecimento sobre quem são 
os trabalhadores que atuam na área gerencial pode oferecer subsídios para a implementação de 
projetos de capacitação voltados para a realidade local e, consequentemente, para a efetivação 
das políticas públicas de saúde (ALVES et al., 2002).
Portanto, reconstruir modelos de gestão, com novas abordagens gerenciais, afim de aproximar 
os membros da equipe de trabalho com a população, também oportunizando discussões, 
oportunidades e aperfeiçoamento, com o objetivo de trazer melhorias ao processo de trabalho 
(FERNANDES et al., 2003).Assim, a gestão da atenção básica de saúde deve contribuir para o fortalecimento do 
SUS, seus princípios e diretrizes, como também, atender de forma participativa e dinâmica, 
as necessidades da população e profissionais. Buscando sempre aplicar a Política Nacional de 
Atenção Básica (PNAB), e transformar experiências profissionais com metodologia inovadoras 
e criativas, aplicando a dimensão dos conhecimentos e atributos individuais, necessários para 
subsidiar as exigências das políticas públicas de saúde.
1.2 Enfermeiro gestor da atenção básica em saúde
Na década de 1990, com a implantação do SUS, começaram a surgir gerentes com novos 
conhecimentos e habilidades para atender, com eficiência, às necessidades de saúde da 
população do nível local. Consequentemente as instâncias deliberativas passaram por um 
processo de descentralização e as decisões remanejadas para os níveis locais (ALVES et al., 2004). 
O foco gerencial atual aborda como modelo a participação de todos os membros da equipe, 
pactuando objetivos específicos para a demanda Ada população, buscando aproximar o cuidado 
da realidade local. O gerenciamento da UBS é exercido de maneira dinâmica, desenvolvendo 
atividades junto à comunidade, realizando atendimento primário, deixando com que a população 
17
tenha fácil acesso ao sistema (BRASIL, 1990).
Assim, com a expansão das redes de atenção à saúde, o enfermeiro gestor vem se tornando 
um pratica cada vez mais comum, no Brasil. Nesse contexto, espera-se que o profissional de 
enfermagem seja capaz de desempenha o papel de gestor de forma participativa, inovadora, 
integradora e pelas necessidades do coletivo.
Vislumbra-se a excelência da formação profissional do enfermeiro, sobretudo com uma 
visão gerencial crítica, capaz de embasar um processo de trabalho coeso que possibilite o 
entrelaçamento de práticas administrativas e assistenciais de forma harmônica a fim de sanar as 
necessidades da clientela com a qual atua (MONTEZELI et al., 2009).
Entre as atribuições do gerente da Atenção Básica estão (BRASIL, 2017):
• Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as diretrizes e normas que incidem 
sobre a AB;
• Participar e orientar o processo de territorialização, diagnóstico situacional, planejamen-
to e programação das equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o alcan-
ce de metas de saúde;
• Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho das equipes que atuam;
• Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de informação da Atenção 
Básica vigente;
• Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe;
• Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e equipamentos existentes na 
UBS;
• Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos;
• Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos profissionais na organização 
dos fluxos de usuários;
• Desenvolver gestão participativa e estimular a participação dos profissionais e usuários 
em instâncias de controle social.
Portanto, a gerência como instrumento do processo de trabalho na organização de serviços 
de saúde implica na tomada de decisões que afetam a estrutura, o processo de produção e o 
produto de um sistema, visando ações que possibilitem intervenções impactantes no processo 
de trabalho em saúde, ou seja, viabilizar meios para prestação da assistência à clientela com 
eficiência, eficácia e efetividade, a fim de possibilitar a satisfação das necessidades de saúde 
desta clientela (PASSOS et al., 2006). Para Passos et al. (2006, p. 466): “Os enfermeiros gerentes 
de UBS estabelecem relação entre o objeto, atendimento de qualidade e a finalidade do processo 
18
de trabalho, ou seja, as ações gerenciais são direcionadas ao atendimento das necessidades de 
saúde da cliente”.
O enfermeiro é um líder da gestão de pessoas na medida em que, direta e continuamente, 
interage com a equipe de trabalho. Em que não só o gestor de enfermagem, mas cada enfermeiro, 
como líder, também é responsável pela administração do capital humano. Ou seja, as habilidades 
de liderança e administração são necessárias à mudança de gestão, independentemente da área 
de atuação (RUTHES et al., 2008).
A líder busca e recebe continuamente informações que subsidiam a compreensão do que ocorre 
na sua organização. Com base nas informações recebidas, de sua organização e de seu ambiente 
externo, ele identificará problemas, detectará mudanças que possam estar acontecendo – ou 
necessidade de mudanças a serem implementadas – e tomará decisões (TREVIZAN et al., 1998).
Assim, é possível entender que o gerenciamento de enfermagem está articulado às finalidades 
do trabalho em enfermagem, como instrumento de auxílio para planejamento, desenvolvimento 
e coordenação das atividades de enfermagem (MARTIS et al., 2009). Nesse sentido percebe-se 
que o enfermeiro no exercício de funções gerenciais, foca suas ações, principalmente, em alocar 
a equipe nas suas respectivas funções com a finalidade de evitar possíveis conflitos e atingir 
objetivos assistenciais. Assim, o enfermeiro assume papel de articulador para operacionalização 
do sistema de saúde, dos serviços e da assistência à saúde (GUERRA, 2011).
As evidencias permitem caracterizar como desafios para o gerenciamento de enfermagem 
lacunas na formação profissional, aspectos atrelados a satisfação com o trabalho, a sobrecarga 
de trabalho e o despreparo para assumir tal função relativas ao conhecimento, habilidades e 
atitudes, além da desvalorização profissional, imposição e restrição técnica administrativa muitas 
vezes imposta pelas instituições (FERRERIA et al., 2019).
Na formação, os embasamentos teóricos não foram suficientes para o entendimento 
gerencial dos mesmos, e sim a prática diária exercida no cargo de gerente, e que essa deficiência, 
permanece nas instituições em que trabalham, sem apoio na educação continuada (DAMASCENO 
et al., 2016).
O trabalho gerencial na área de saúde apresenta especificidades próprias e para isso necessita 
de um campo de conhecimentos também próprios. Nesse sentido, tem buscado discutir questões 
teóricas relativas à gestão de serviços de saúde que mais se enquadrem a essa modalidade 
organizacional (Camacho, 2015)
A gerencia do enfermeiro é multifatorial. Além disso, tem características de determinantes 
sócio-políticas, culturais e econômicas. Não pode ser um trabalho isolado, pois depende da ação 
conjunta da equipe, para ser transformadora da sua realidade e ser um agende de mudança 
19
do seu processo de trabalho. Assim, conforme, Greco (2004), a administração em enfermagem 
passa a ser vista como uma função inerente ao trabalho do enfermeiro, pois para que se possa 
realizar qualquer procedimento em enfermagem é necessário que se pense, se avalie a ação a 
ser desenvolvida, que sejam providenciados os recursos para a realização da atividade, que o 
ambiente seja preparado para tal, enfim que os conhecimentos da administração sejam colocados 
em prática
Por fim, enfermeiro gestor da atenção básica deve possui características que vão alem 
das lideranças e teorias administravas. O profissional deve construir um perfil acolhedor e ser 
associado às realidades da inserção da unidade básica de saúde. Assim também, deve atentar-se 
a políticas públicas de saúde e com elas a PNAB. O enfermeiro dentro do processo de trabalho 
gerencial deve buscar frequentemente ferramentas que embasem ao processo de gerir e também 
de relacionamento interprofissionais, para que possa elaborar uma gestão participativa.
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2 AS POLÍTICAS DE SAÚDE E A GESTÃO NA ATENÇÃO 
BÁSICA À SAÚDE
O SUS foi a maior conquista pelo direito a saúde e cidadania. Atualmente, o SUS é adotado 
como a política de saúde no Brasil sendo um articulador de todas as ações e serviços de saúde. 
Para Passos et al. (2006), o SUS representa um importante passo para o fortalecimento dos 
sistemas de administração locais e regionais, contribuindo para o aumentodo controle local e 
para as mudanças no processo de trabalho,
Com isso, as políticas públicas passam por um processo de transformação e redemocratização, 
desde da reforma sanitária, na década de 1970 e intensificando na década de 90, com a 
20
implantação do SUS. Nesse período, segundo Paim (2002), a APS passou a ter mais visibilidade 
política no Brasil a partir da VII Conferência Nacional de Saúde (VII CNS), realizada em 1980. Antes 
desse evento, a APS restringia-se às experiências da medicina comunitária e dos Programas de 
Extensão de Cobertura (PECS) das décadas de 1960 e 1970 (PAIM, 2002).
Nesse contexto, a atenção básica atual sofreu diversas modificações e transformações, afim 
de, adquirir um embasamento legal e funcionamento hoje vivenciado. Todo o processo histórico 
das políticas públicas do Brasil transformou a discussão sobre atenção básica e seus modos de 
gerenciamento.
2.1 Histórico das políticas públicas de saúde
A Atenção primária da saúde (APS) tem sido apresentada como um modelo adotado por 
diversos países desde a década de 1960 para proporcionar um maior e mais efetivo acesso ao 
sistema de saúde e também para tentar reverter o enfoque curativo, individual e hospitalar, 
tradicionalmente instituído nos sistemas de saúde nacionais, em um modelo preventivo, coletivo, 
territorializado e democrático (MATTA et al., 2007).
No Brasil, a APS reflete os princípios da Reforma Sanitária, levando o SUS a adotar a designação 
atenção básica de saúdepara enfatizar a reorientação do modelo assistencial, com base em um 
sistema universal e integrado de atenção à saúde (PAIM,2002).
Nos anos 1960 e 1970, muitos programas foram desenvolvidos pelo mundo, o que levou 
a Organização Mundial da Saúde a promover a I Conferência Internacional Sobre Cuidados 
Primários em Saúde, que propus o conceito de Atenção primária da saúde. De acordo com a 
Definição de cuidados primários de saúde na conferência de Alma-Ata (UNICEF, 1979:1):
Cuidados essenciais baseados em métodos práticos, cientificamente bem fundamentados 
e socialmente aceitáveis e em tecnologia de acesso universal para indivíduos e suas famílias 
na comunidade, e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu 
desenvolvimento, dentro do espírito de autoconfiança e autodeterminação. Os cuidados primários são 
parte integrante tanto do sistema de saúde do país, de que são ponto central e o foco principal, como 
do desenvolvimento socioeconômico geral da comunidade. Além de serem o primeiro nível de contato 
de indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, aproximando ao máximo 
possível os serviços de saúde nos lugares onde o povo vive e trabalha, constituem também o primeiro 
elemento de um contínuo processo de atendimento em saúde.
A partir de então, experiências de organização dos cuidados primários foram desenvolvidas 
em todo o país e serviram como precursoras de ações e programas governamentais instituídos 
pelo Estado brasileiro e inspirados em modelos de APS de países como Canadá, Cuba, Suécia e 
Inglaterra (ALMEIDA et al., 2015).
No início da década de 1990, foi criado o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) 
21
e o Programa Saúde da Família, que posteriormente passou a ser Estratégia Saúde da Família. Tais 
programas foram os marcos para a mudança do paradigma governamental e reestruturação da 
nova política da Atenção básica e mudança de modelo assistencial
Diante disso, a história da implantação da ABS pode ser resumida na tabela a seguir:
Figura 1 - História da implantação da Atenção Básica em Saúde (1991 a 2017) 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020
22
#ParaCegoVer: A tabela representa a história da consolidação da atenção básica no Brasil. 
Podemos ver vários programas e estratégias, até a formatação atual.
Assim, as políticas públicas estão em constante transformação afim de atender a necessidade 
da APS e da população. Com isso, gestão da ABS deve está integrada a todo processo histórico, 
político e legal para um processo de trabalho eficiente e eficaz.
2.2 Política Nacional da Atenção Básica - PNAB
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência acumulada por 
conjunto de atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do 
Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das 
três esferas de governo (BRASIL, 2011).
No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização 
e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas. Ela deve ser o contato 
preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede 
de Atenção à Saúde. Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, 
da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da 
responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2011).
Com a instituição e a implementação das diversas ações, percebeu-se, então, a necessidade 
de elaborar uma política nacional que não apenas agrupasse as distintas iniciativas, mas revisasse 
muitas delas, com vistas a definir prioridades e otimizar os gastos públicos. Instituiu-se um grupo 
de trabalho no Ministério da Saúde, em 2003, que produziu a Política Nacional de Atenção Básica 
(PNAB), publicada em março de 2006 (ALMEIDA, 2016).
Em 2015, segundo Almeida et al. (2017), o Departamento de Atenção Básica (DAB) do 
Ministério da Saúde deu início a um conjunto de reuniões, oficinas e fóruns envolvendo 
trabalhadores, gestores, usuários e pesquisadores.
3 PRÁTICAS EDUCATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA
As práticas educativas na Atenção Básica são essenciais, pois através delas é possível melhorar 
a condição de saúde da população. O Enfermeiro participa realiza no processo de gerenciamento 
dessas práticas educativas. Dessa forma, a PNAB passou por diversas atualizações e inovações, 
afim de compreender o melhor funcionamento das unidades básicas de saúde. Porém, para 
Almeida e col (2017) afirma que fundamentos e diretrizes estratégicas para a PNAB, reforçando a 
ESF como prioritária para a expansão e consolidação da atenção básica.
Nessa perspectiva, segundo a PORTARIA Nº 2.436/ 2017, a Política Nacional de Atenção 
23
Básica (PNAB) é resultado da experiência acumulada por um conjunto de atores envolvidos 
historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como 
movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das três esferas de governo.
Ainda na PNAB, tem na Saúde da Família tem sua estratégia prioritária para expansão e 
consolidação da Atenção Básica. Contudo reconhece outras estratégias de organização da 
Atenção Básica nos territórios, que devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e do 
SUS, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades 
locorregionais, ressaltando a dinamicidade do território e a existência de populações específicas, 
itinerantes e dispersas, que também são de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no 
território, em consonância com a política de promoção da equidade em saúde (BRASIL, 2017).
Por fim, podemos analisar que a PNAB passa por constantes mudanças a fim de sempre 
melhor atender a população e nortear os gestores sobre funcionamento, composição de equipe, 
especificidades de cada equipe de saúde da família e também sobre seu financiamento.
Salienta-se que essa é uma política que faz parte diretamente do contexto profissional dos 
profissionais de saúde, devendo ser estudada frequentemente para melhor entender todo o 
processo de trabalho. E que para sua melhor implantação, e necessário a participação de todos 
os interesses políticos, econômicos e gerenciais para uma melhor concretização da PNAB pela 
luta do direto a saúde.
FIQUE DE OLHO
Apenas em 2017, o PNAB, reconheceu o papel do gerente de atenção básica, incluindo 
incentivo financeiro dogoverno federal, recomendando sua inserção na equipe, de acordo 
com a necessidade local com apoio financeiro federal. 
24
Figura 2 - Representação da atenção básica adotada pelo Ministério da Saúde 
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
#ParaCegoVer: Na figura, podemos ver a representação gráfica, adotada pelo ministério da 
saúde para exemplificar tudo que está relacionado com a Atenção Básica e ao programa saúde 
da família.
25
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer sobre as ações da atenção básicas e seus atributos dentro da Rede de 
atenção à saúde;
• analisar o perfil de um gestor da atenção primaria à saúde;
• compreender viés normativo para um enfermeiro gestor;
• aprender sobre o enfermeiro gerente da unidade básica de saúde e suas atribuições;
• estudar sobre as políticas públicas e a história da atenção básica no Brasil;
• compreender sobre a política nacional da atenção básica.
PARA RESUMIR
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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova a Po-
lítica Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a 
organização da Atenção Básica, para a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o Programa 
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) Brasília: Ministério da Saúde; 2012. Disponível 
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SUS. Doutrinas e princípios. Brasília: 1990
BRASIL. PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 - Aprova a Política Nacional 
de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção 
Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: http://bvsms.saude.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Atuação do enfermeiro na atenção 
básica
Você está na unidade Atuação do enfermeiro na Atenção Básica. Conheça aqui o perfil e 
o papel do Enfermeiro no gerenciamento das Unidades Básicas de Saúde. Compreenda 
as habilidades e conhecimentos que devem ser desenvolvidas pelo Enfermeiro para 
que a integralidade do cuidado à Saúde aconteça. Entenda também as atribuições do 
Enfermeiro dentro das especificidades da Atenção Básica, aprendendo como é realizada 
a análise da situação de saúde da população, o planejamento das ações de saúde, a atua 
a vigilância em saúde na Atenção Básica e o gerenciamento da sala de imunizações na 
Atenção Básica.
Bons estudos!
Introdução
31
1 NOÇÕES PRELIMINARES
A Atenção Básica à Saúde é a porta de entrada do usuário do Sistema Único de Saúde, ela deve 
coordenar o cuidado e resolver a maioria dos problemas da população, reduzindo as internações 
hospitalares e óbitos evitáveis (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
A Gestão da Atenção Básica é complexa, pois deverá considerar o a análise da situação de 
saúde da população para o planejamento das ações para promoção, prevenção e reabilitação da 
Saúde. Veja a seguir os seus conceitos:
Promoção de saúde 
Relacionada às ações frente aos condicionantes e determinantes da saúde e não são ações 
relacionadas só ao campo da saúde, podemos citar a operação lei seca como Política de Promoção 
da Saúde (BUSSI, 2010).
Prevenção de saúde 
Relacionada a medidas específicas para que doenças não ocorram no indivíduo, por exemplo, 
a vacinação.
Reabilitação 
Tratamento das doenças e sua cura. 
O cohecimento sobre essa disciplina pelo Enfermeiro é essencial, pois as ações de saúde da 
equipe de Enfermagem e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), na maioria das vezes, são 
coordenadas pelo enfermeiro. De acordo com Kennedy (2019, p. 1):
Enfermeiros lideram seus colegas e outros profissionais, lideram suas equipes e seus pacientes 
rumo a uma saúde melhor e a estilos de vida mais produtivos e saudáveis. No entanto, enfermeiros 
poderiam ter um impacto ainda maior na saúde do mundo se tivessem a oportunidade de trabalhar 
com o máximo de suas capacidades e maior influência na tomada de decisões sobre políticas de saúde, 
sociais e econômicas.
Dessa forma, é importante que o enfermeiro desenvolva algumas habilidades de liderança 
para influenciar a sua equipe. Essa liderança deve estimular a equipe de Saúde para a resolução 
dos problemas dos usuários da Unidade, pautadas nos princípios do SUS (FARAH et al., 2017). 
Abaixo estão listadas algumas das habilidades inerentes para uma boa liderança.
1.1 Inteligência Emocional
A inteligência emocional é definida como a habilidade de entender as suas emoções e 
32
aprender a lidar com elas. Ela está relacionada a uma boa liderança na Atenção Básica, pois, 
através dela, o enfermeiro é capaz de controlar o seu estresse e melhorar a capacidade de 
influenciar o comportamento positivo do paciente e da sua equipe. No entanto, como aprimorar 
esse tipo de inteligência? Na maioria das vezes, não é uma habilidade fácil de desenvolver, pois, 
na Saúde Pública, existem muitas pressões, tanto dos superiores para atingir as metas com 
poucos recursos, quanto dos usuários que querem a resolução dos seus problemas de saúde 
com rapidez. No entanto, o Enfermeiro deve ser capaz de transformar essa pressão em ação. 
Uma forma de desenvolver essa habilidade é através do autoconhecimento e reconhecimento 
da necessidade de melhorar a sua inteligência emocional. Ela pode ser realizada em terapias 
individuais ou até mesmo nas reuniões de equipe em grupos, preferencialmente, auxiliado por 
um psicólogo.
1.2 Comunicação eficaz
A gestão da Atenção Básica deve ser multiprofissional, ou seja, deve ser realizada por toda 
equipe. Para que isso ocorra, é imprescindível a troca de experiências entre os envolvidos no 
processo de trabalho. Dessa forma, as reuniões de equipe são essenciais, pois todos podem 
contribuir no planejamento das ações de saúde (COUTINHO et al., 2019). É importante que o 
Enfermeiro, como coordenador das ações da equipe de Enfermagem, tenha a característica de 
saber ouvir e dialogar para a chegada de um objetivo em comum.
Para que as ações de Enfermagem resultem em melhoria das condições de saúde da 
população é necessária uma comunicação eficaz, pois, na Atenção Básica, a assistência à saúde é 
complementada por toda equipe. Vamos dar um exemplo: o Técnico de Enfermagem ao realizar 
um curativo no seu João verifica que a glicemia dele está muito alterada e encaminha-o para uma 
consulta de Enfermagem. O enfermeiro identifica que o paciente está tomando os medicamentos 
corretamente e encaminha para o médico da Unidade, pois esses medicamentos não estão sendo 
eficazes para o seu tratamento. O médico da Unidade altera algumas medicações do paciente. É 
planejado visita domiciliar constante para Seu João para verificação da adesão e da eficácia do 
medicamento. De acordo com Broca et al. (2015, p. 468): “Não há interação sem comunicação e 
ambas são inerentes ao cuidado, sendo habilidades necessárias de serem desenvolvidas para que 
o cuidado se efetive”.
1.3 Mediação de conflitos
A habilidade de negociação é uma característica essencial para a chegada de uma solução 
para um problema e, consequentemente, para realizar o planejamento adequado das ações de 
saúde. Segundo Kurcgant, (2010) existem quatro estilos para a resolução dos conflitos e todos 
podem ser usados em diferentes momentos:
33
Estilo colaborativo 
Indicado quando há interesses divergentes em ambas as partes e o interesse de ambos deve 
ser preservado. A resolução do problema é mais demorado e requer um maior esforço. 
Estilo contestador 
Indicado quando há a necessidade de uma decisão rápida.
Estilo de aceitação
Indicado quando o interesse da outra parte do conflito é muito mais importante. 
Estilo da retirada
Indicado quando o tema não é relevante ou quando a retirada do conflito gera mais benefícios. 
Estilo do compromisso
Possui elementos de todos os outros conflitos, utilizado quando se pode esperar uma situação 
mais adequada para a chegada de um acordo, caracterizada por muita negociação.
1.4 Delegação de responsabilidades
A delegação do Enfermeiro da Atenção Básica acontece quando ele descentraliza as suas 
atividades para os técnicos e ACS de acordo com as suas competências com corresponsabilidade 
pelas ações realizadas. No entanto, muitos entendem a delegação de atividades como fiscalização 
de atividades para o cumprimento de metas (COUTINHO et.al, 2019).
A delegação de responsabilidades facilita o trabalho de todos, estimula a equipepor se sentir 
parte integrante do planejamento da saúde e não sobrecarrega o Enfermeiro. Por exemplo: 
o enfermeiro poderá delegar aos ACS e aos técnicos de enfermagem a organização de uma 
campanha de prevenção da dengue na comunidade, supervisionando o seu andamento.
A supervisão é uma tarefa contínua do Enfermeiro na Atenção Básica e inclui a avaliação das 
atividades planejadas realizadas pelos técnicos de enfermagem e ACS, visando o atendimento 
das necessidades em saúde da população do território. A supervisão é fundamental para a gestão 
da Atenção Básica, através dela é possível resolver os conflitos da equipe e a adequação do 
planejamento das ações de saúde (COUTINHO et al., 2019).
34
2 PAPEL DO ENFERMEIRO NA GESTÃO DA 
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
A Estratégia de Saúde da Família, anteriormente chamada de Programa Saúde da Família, é um 
modelo de Atenção Básica e foi implementada no ano de 1994 como proposta de reestruturação 
do modelo de atenção à saúde da população (BRASIL, 2010). A Equipe de Saúde da Família deve 
ser composta minimamente por médico, enfermeiro (preferencialmente especialista em saúde da 
família), auxiliares ou técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde (BRASIL, 2017). 
São atribuições do Enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família: realizar consulta de enfermagem, 
procedimentos, visitas domiciliares, educação em saúde, gerenciamento da sala de vacina, entre 
outros. Para que essas ações sejam efetivas e haja resolutividade dos problemas da população, é 
primordial a realização contínua do planejamento das ações de saúde (BRASIL, 2012).
O planejamento deverá ser realizado por toda equipe de saúde e gerenciamento das ações de 
saúde dos técnicos de enfermagem ficará a cargo do enfermeiro. A supervisão das ações dos ACS 
é atribuição de toda equipe de saúde, mas se observa que na prática, os ACS são supervisionados 
pelo enfermeiro.
2.1 Análise da situação de saúde do território
A Equipe de Saúde da Família realiza a assistência e gestão da saúde para a população na qual se 
tem responsabilidade sanitária, essa população é definida através do processo de territorialização 
(BRASIL, 2012). O território é definido espacialmente, considerando as características daquela 
população que tem um perfil demográfico, epidemiológico, histórico, administrativo, cultural 
entre outros. Dessa forma, o território, no contexto da atenção à saúde da população não deve 
ser definido como apenas um espaço físico, mas sim em algo em permanente construção, onde 
as pessoas possuem características que as aproximam (SANTOS et al., 2010).
A análise da situação de saúde da população do território é a base para a realização de ações 
promoção, prevenção e reabilitação da saúde, pois permite caracterizar o perfil de saúde-doença 
daquele território, analisando os seus determinantes sociais de saúde (BRASIL, 2015).
Os determinantes e condicionantes da saúde são fatores que influenciam no adoecimento da 
população. Cabe lembrar que, de acordo com a OPAS e a OMES, a saúde é um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social, não se restringindo à ausência de afecções e enfermidades.
A coleta de dados para análise da situação de saúde do território, através dos sistemas de 
informação gera menor custo e tempo. Os Sistemas de Informação em Saúde são ferramentas 
que possibilitam a consolidação de dados sobre a situação de saúde da população. Veja a seguir 
alguns dos Sistemas de Informação em Saúde que podem ser utilizados:
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Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (SISAB) 
Consolidação dos dados através de relatório das fichas de atividades coletivas, individual 
que são do cadastro da população do território com informações sobre habitação, educação, 
sexo, entre outros. Dessa forma, esse sistema possibilita gerar dados da situação sanitária da 
população do território (BRASIL, 2013).
Sistema de Informação em Mortalidade (SIM)
Utilizado para verificar a causa da mortalidade da população do território. Os dados são 
registrados através da Declaração de Óbito do paciente e podem ser solicitados à Secretária 
de Saúde do Município. Esses dados auxiliam na tomada de decisão, pois ajudam na análise da 
situação de saúde da população do território, pois identificam porque as pessoas estão morrendo. 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 
 Todas as doenças de notificação compulsória são registradas nesse Sistema e o seu 
gerenciamento poderá ficar centralizado na Secretaria de Saúde do município ou descentralizado 
em Unidades estratégicas e essas informações poderá ser solicitada pelo profissional da Atenção 
Básica. Através da análise da consolidação dos casos no território é possível identificar as doenças e 
agravos mais prevalentes na população do território e realizar ações em saúde para a sua prevenção.
2.2 Planejamento em Saúde na Atenção Básica
O Planejamento das ações de saúde deve ser realizado pela equipe multiprofissional com 
as atribuições estabelecidas nas reuniões de equipe, realizadas, normalmente, semanalmente. 
O enfermeiro participa tanto do planejamento quanto da realização e supervisão das ações 
ativamente.
Após realizar o diagnóstico da situação de saúde (realidade que deseja mudar) do território 
deverá ser realizado o plano para a realização das ações que poderá ser de curto, médio e longo 
prazo (DAGNINO, 2009).
FIQUE DE OLHO
O Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) dispõe das 
informações em Saúde consolidadas pelo Ministério da Saúde. Através do TabNet qualquer 
cidadão poderá verificar os dados de saúde do Brasil. Essas informações podem ser acessadas 
através do link: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
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As ações de saúde devem ser realizadas tanto baseadas no diagnóstico da situação de saúde 
da população do território quanto na observação das necessidades em saúde expressas nas 
demandas dos usuários. Necessidade em saúde é definido como algo que o usuário do SUS deseja 
e podem estar relacionadas à ausência de doença ou aos seus determinantes e condicionantes 
(AMORIM et al., 2017).
Uma forma de realizar o caminho para as ações de saúde é o planejamento estratégico 
organizacional que possui quatro momentos:
Diagnóstico
É necessário entender o problema maior, passível de solução, que leva aos problemas menores. 
Para chegar ao problema maior deve-se listar todos os problemas os menores e relaciona-los com 
um maior que gera todos os menores (DAGNINO, 2009).
Formulação
Consiste em realizar o plano com as ações que deverão ser adotadas para a solução do 
problema (DAGNINO, 2009). Nesse exemplo, a equipe deverá realizar um plano para a captação 
precoce dessas gestantes com descrição da ação, de quem deverá realizar a ação, como realizar 
e o prazo.
Estratégia
Análise se o plano é possível e descrição de como executá-lo.
Operação
Realização da ação.
O planejamento estratégico organizacional é um método muito útil se utilizado com 
compromisso por toda a equipe da Atenção Básica. Ele requer tempo para ser realizado e tempo 
para ser avaliado. A Equipe poderá reservar uma reunião mensal de equipe para realizar o 
planejamento, mas pelo menos semanalmente ele deve ser avaliado.
O planejamento estratégico organizacional é um método muito útil se utilizado com 
compromisso por toda a equipe da Atenção Básica. Ele requer tempo para ser realizado e tempo 
para ser avaliado. A Equipe poderá reservar uma reunião mensal de equipe para realizar o 
planejamento, mas pelo menos semanalmente ele deve ser avaliado.
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3 PRÁTICAS EDUCATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA
As práticas educativas na Atenção Básica são essenciais, pois através delas é possível melhorar 
a condição de saúde da população. O Enfermeiro participa realiza no processo de gerenciamento 
dessas práticas educativas.
3.1 Educação na Saúde na Atenção Básica
A Educação na Saúde está relacionada a prática de atuação profissional e está dividida em 
Educação continuada e em educaçãopermanente em saúde (BRASIL, 2017).
A Educação continuada tem uma característica mais formal e clássica e está relacionada aos 
cursos com temas técnico-científicos com período determinado para o começo e o fim, como os 
cursos de pós-graduação (BRASIL, 2017). Dentro do contexto da atenção básica, se inserem em 
capacitações que podem ser oferecidas pelo gestor municipal ou pela equipe da Unidade. Por 
exemplo: o enfermeiro da Unidade poderá realizar capacitação sobre vacinação para os técnicos 
de enfermagem durante um mês toda a quarta-feira.
Já na Educação Permanente todos os profissionais são ativos, existem trocas de informações 
e experiências para a melhoria do processo de trabalho a partir dos desafios encontrados no dia-
a-dia (BRASIL, 2012). A Educação Permanente é definida como uma aprendizagem no trabalho, 
onde é possível gerar reflexões sobre o processo de trabalho e a transformação das práticas 
profissionais (BRASIL, 2017). A Educação Permanente, como o nome já diz, é contínua, e poderá 
ser aprimorada nas reuniões de equipe através das discussões das dificuldades para a realização 
do planejamento em saúde no território. Como o Enfermeiro supervisiona as ações dos técnicos 
de enfermagem e, junto com a equipe de saúde, dos ACS, ele tem papel fundamental na Educação 
Permanente.
3.2 Educação em Saúde na Atenção Básica
A Educação em Saúde na Atenção Básica é realizada para a população como ferramenta de 
promoção da Saúde (SALCI et al., 2013). As práticas de Educação em Saúde poderão ser realizadas 
por toda equipe de acordo com o diagnóstico da situação de saúde da população do território. 
Para ela ser uma prática transformadora ela deve ser integrativa e dialógica. No entanto, o que é 
observado nas Unidades Básicas é a utilização de práticas educativas através de palestras, apenas 
para cumprir metas, onde o estímulo para a interação da população não acontece. De acordo com 
Falkenberg (2014, p. 848):
A educação em saúde como processo político pedagógico requer o desenvolvimento de um 
pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações transformadoras que levem 
o indivíduo à sua autonomia e emancipação como sujeito histórico e social, capaz de propor e opinar 
nas decisões de saúde para cuidar de si, de sua família e de sua coletividade.
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O Enfermeiro tem papel decisivo para o gerenciamento das práticas de educação em saúde, 
pois deverá inserir no planejamento das ações de saúde da equipe de enfermagem e dos ACS as 
atividades de educação em saúde.
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4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E 
VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS
A prevenção das doenças é uma medida que deve ser utilizada pelo Enfermeiro da Atenção 
Básica constantemente. Duas formas de se realizar essa prevenção são através da notificação e 
investigação de doenças e na imunização da população.
4.1 Atuação do enfermeiro na vigilância em Saúde da Atenção Básica
A Vigilância em Saúde é uma estratégia de promoção e prevenção da saúde e é composta pela 
Vigilância Sanitária, Epidemiológica e do Trabalhador (BRASIL, 1990). Segundo a Lei Orgânica de 
Saúde (BRASIL, 1990), a vigilância epidemiológica tem a seguinte definição:
um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade 
de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
A Vigilância em Saúde na Atenção Básica é utilizada através do monitoramento das doenças e 
agravos no território e das ações para sua prevenção. As informações baseadas nas notificações 
das doenças das Unidades de Saúde geram ações regionais, municipais, estaduais e/ou nacionais, 
dependendo da situação de saúde de cada região. Por exemplo: Colocando em prática: você é 
Enfermeiro de uma Unidade de Saúde e notificou vários casos de Sífilis adquirida no mês de 
39
janeiro, observando um aumento do número de casos no território. Essas informações devem 
gerar ações, tais como, campanhas, busca ativa para tratamento e educação em saúde.
Existem algumas doenças que são de notificação compulsória, devido a algumas características 
como capacidade de transmissão, estigma, alta letalidade, entre outros. Abaixo a lista das doenças 
de Notificação Compulsória Nacional e os prazos de envio da Ficha de Notificação para o Nível 
Central da Vigilância em Saúde do município:
Doenças de notificação semanal: Acidente de trabalho com material biológico; Dengue; 
Doença aguda pelo vírus Zika; Doença de Chagas Crônica; Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ); 
Esquistossomose; Febre de Chikungunya; Hanseníase; Hepatites virais; HIV; AIDS e Criança 
exposta ao risco de transmissão vertical do HIV; Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, 
incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados); Leishmaniose Tegumentar Americana e 
Visceral; Malária na Região Amazônica; Óbito: Infantil e Materno; Sífilis: Adquirida ;Congênita; Em 
gestante; Toxoplasmose gestacional e congênita; Tuberculose; Violência doméstica e/ou outras 
violências; Violência doméstica e/ou outras violências ( BRASIL, 2016)
Doenças de notificação imediata: Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e 
adolescentes; Acidente por animal peçonhento; Acidente por animal potencialmente transmissor 
da raiva; Botulismo; Cólera; Coqueluche; Difteria; Doença aguda pelo vírus Zika em gestante;; 
Doença de Chagas Aguda; Doença Invasiva por “Haemophilus Influenza”; Doença Meningocócica 
e outras meningites; Doenças com suspeita de disseminação intencional ( Antraz pneumônico, 
Tularemia, . Varíola); Doenças Exantemáticas( Sarampo e Rubéola); Doenças febris hemorrágicas 
emergentes/reemergentes ( Arenavírus; Ebola; Marburg; Lassae); Febre purpúrica brasileira; 
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública. Ex: covid-19; Eventos 
adversos graves ou óbitos pós vacinação; Febre Amarela; Febre do Nilo Ocidental e outras 
arboviroses de importância em saúde pública; Febre Maculosa e outras Riquetisioses; Febre 
Tifoide; Hantavirose; Hepatites virais; Influenza humana produzida por novo subtipo viral; 
Leptospirose; Malária na região extra-Amazônica; Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya; 
Óbito por Dengue; Peste; Poliomielite por poliovirus selvagem; Raiva humana; Síndrome da 
Paralisia Flácida Aguda; Síndrome da Rubéola Congênita; Síndrome Respiratória Aguda Grave 
associada a Coronavírus (SARS-CoV, MERS- CoV); Tétano ( Acidental e Neonatal; Varicela - caso 
grave internado ou óbito; Violência sexual e tentativa de suicídio (BRASIL, 2016).
É importante lembrar que surtos de doenças que não estão na lista de notificação compulsória 
devem ser notificados. Por exemplo: dois ou mais casos de doenças diarreicas relacionadas a 
alguma fonte em comum, varicela em uma mesma escola, parotidite em instituição de longa 
permanência de idosos.
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O papel do Enfermeiro na vigilância Epidemiológica na Atenção Básica deve ser em conjunto 
com toda a equipe multiprofissional, realizando notificações nos prazos previstos e investigações 
as doenças através de visitas domiciliares, vacinação, coleta de material biológico, entre outros.
4.2 Atuação do Enfermeiro no gerenciamento da Sala de Imunização na 
Atenção Básica
A imunização deve ser uma ação prioritária para as equipes da Atenção Básica, pois através 
dela é possível realizar a prevenção de várias doenças, em todas as faixas etárias e condições de 
vida. A sala de imunização nas Unidades Básicas de Saúde representa a última instância da rede 
de frio (todo o processo de distribuição e armazenamento das vacinas), pois é onde se atinge o 
objetivo da vacinação: a prevenção de doenças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). Na maioria das 
Unidades Básicas a responsabilidade por toda a gestão das vacinas é do enfermeiro que inclui 
a sua solicitação ao município, o armazenamento adequado com o controle de temperatura da 
geladeira e o treinamento dostécnicos de enfermagem.
A meta do Programa Nacional de Imunização é a vacinação de 100% das crianças menores de 
1 ano, possibilitando a melhora na situação de saúde das crianças e reduzindo as suas internações 
por doenças imunopreveníveis (SIQUEIRA et al, 2017).
A supervisão e treinamento de toda equipe é de grande importância para que não haja perdas 
de oportunidade de vacinação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Dessa forma, o ACS devem ser 
treinados para realizar busca ativa para a verificação da situação vacinal de toda a população e os 
técnicos de enfermagem para realizar a vacina no local correta, adiar a vacina apenas quando for 
necessário e evitar erros de administração de vacina.
,
41
Figura 1 - Vacinação 
Fonte: Gajus, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem ilustra uma enfermeira aplicando uma vacina no braço de uma 
criança.
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5 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM OUTROS 
PROGRAMAS DA ATENÇÃO BÁSICA
Existem várias formas do Enfermeiro da Atenção Básica atuar diante das populações com 
necessidades especificas. Veja a seguir algumas delas:
Equipes de Saúde da Família para o atendimento da população ribeirinha da Amazônia Legal 
e Pantanal sul mato-grossense
Essas Unidades deverão funcionar por no mínimo vinte dias e a Equipe deve incluir o 
enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família. Essa equipe deverá considerar a 
especificidade da Unidade para organizar as ações de saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). A 
análise da situação da saúde da população e o planejamento das ações deverão ser realizados 
considerando a especificidade da população ribeirinha. 
Programa Saúde na Escola
O Programa de Saúde na Escola foi instituído em 2007 com o objetivo de proporcionar a 
saúde integral para crianças e adolescentes. Suas ações são realizadas pela equipe de Atenção 
Básica na qual a escola está vinculada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). São ações do Enfermeiro na 
Saúde da Escola: realizar o planejamento das ações assistenciais, incluindo as ações de vacinação 
e realizar, junto com a equipe de saúde, o planejamento de educação em saúde para os alunos da 
escola (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Programa Consultório na rua 
O Programa consultório na rua foi criado para atender as necessidades em saúde das pessoas 
vivendo em situação de rua, onde a equipe de saúde vai até o usuário. É formando por uma equipe 
multiprofissional geralmente vinculada a uma Unidade de Saúde de Atenção Básica. O Enfermeiro 
é participante ativo nessa estratégia e deverá considerando a complexidade das pessoas que 
vivem nessa situação e as doenças mais prevalentes. No entanto, é importante reforçar que o 
planejamento das ações em saúde não deve ser baseado apenas na ausência de doenças e sim 
todos os seus determinantes e condicionantes. 
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as habilidades de liderança que o Enfermeiro deve ter para motivar a equi-
pe nas ações de Saúde na Atenção Básica;
• entender como é realizado a análise da situação de saúde para e o planejamento 
das ações de saúde na Atenção Básica;
• aprender sobre as práticas de educativas na Atenção Básica, entendendo conceitos 
de educação na saúde e em saúde;
• aprender como é realizada a vigilância em saúde na Atenção Básica e sobre as doen-
ças de notificação compulsória;
• entender qual é o papel do Enfermeiro no gerenciamento da imunização na Atenção 
Básica.
PARA RESUMIR
AMORIM, J de F et al. Atendimento das necessidades em saúde das travestis na Atenção 
Primária. Rev. Baiana de Saúde Pública. V41, n3 p. 759-773. Jul/set 2017.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica: saúde na escola. Brasília, 
2009.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Memórias da Saúde da Família no Brasil. Brasília: 2010.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2012.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de normas e procedimentos para vacinação. 
Brasília, 2014.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual da Rede de frio do Programa Nacional de 
Imunização. 5ª edição. Brasília, 2017.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o 
que tem produzido para o seu fortalecimento?1ª ed. Brasília, 2018.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância em Saúde. Brasília: 2019.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Carteira de serviços da Atenção Primária à Saúde 
(CaSAPS): versão Profissionais de Saúde e Gestores completa. Brasília: 2019.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE/UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. Asis-Análise de 
Situação de Saúde. Vol 1. Brasília-DF, 2015.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm Acesso em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Portaria nº 1.412, de 10 de julho de 2013. Institui o Sistema de Informação em 
Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2013/prt1412_10_07_2013.html Acesso em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Portaria nº204, de 17 de fevereiro de 2016. Define a Lista Nacional de Notificação 
Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde 
públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras 
providências. Disponúvel em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/
prt0204_17_02_2016.html Acesso em: 23 abr. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção 
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ress/v26n3/2237-9622-ress-26-03-00557.pdf. Acesso em: 19 abri 2020
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Gestão de trabalho da enfermagem 
na atenção básica
Introdução
Você está na unidade Gestão de trabalho da Enfermagem na Atenção Básica. 
Conheça aqui as atribuições do enfermeiro na atenção básica e o processo de trabalho, 
no contexto do processo de enfermagem e sistematização de enfermagem. Entenda 
como o profissional enfermeiro, realizar a gestão dos recursos de materiais e insumos. 
Aprenda sobre as ferramentas de gestão da atenção básica, em especial a territorialização 
e diversos conceitos da gestão do trabalho, compreendendo o processo de organização e 
gestão e elaboração do mapa da área.
Bons estudos!
49
1 ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
A atenção básica é a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) e 
comunicação com a Rede de Atenção à Saúde (RAS). Nesse contexto, o profissional de enfermagem 
está incluído na equipe da unidade básica de saúde. Trabalhar com atenção primaria, requer 
habilidades especificas, tanto para os técnicos de enfermagem como para os enfermeiros.
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) aponta as seguintes atribuições do profissional 
enfermeiro:
Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e, quando indicado 
ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre 
outras), em todos os ciclos de vida;
Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, 
prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras 
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, 
observadas as disposições legais da profissão;
Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de 
acordo com protocolos estabelecidos;
Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem 
condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe;
Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços, 
conforme fluxo estabelecido pela rede local;
Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, 
ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS;
Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos relacionados a sua área de 
competência na UBS;
Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e que sejam de responsabilidade 
na sua área de atuação.
Assim, o enfermeiro no âmbito assistencial, educativo e preventivo, com gestão ou execução, 
é estratégico e indispensável na composição da equipe, como marcos programado dentro desse 
modelo de trabalho do SUS.
50
De acordo com Barbiani et al. (2016), são necessárias algumas inovações nos processos 
de trabalho, como, por exemplo, o acolhimento, o vínculo e a responsabilização, na lógica da 
clínica ampliada, assim como o matriciamento e a intervenção interdisciplinar e intersetorial, 
sobre os determinantes sociais da saúde. Já em relação às práticas assistenciais dos enfermeiros, 
nos espaços da comunidade, é necessário possuir conhecimentos científicos, gerenciamento e 
avaliação de ações desenvolvidas pela equipe de saúde, contribuindo no processo de educação 
permanente e do gerenciamento dos insumos necessários para o funcionamento da UBS.
É preciso entender que o enfermeiro na Estratégia da Saúde da Família (ESF) deve seguir os 
padrões da integralidade, no atendimento a comunidade, buscando atender de forma ampliada 
o processo de trabalho, desenvolvendo praticas resolutivas do cliente e habilidades cientificas da 
área da atenção básica.
Diante da complexidade da atuação do enfermeiro na atenção básica, devido às várias 
atividades que são realizadas por ele, entende-se que a integralidade do cuidado do enfermeiro 
amplia a visão em relação aos sentimentos, aflições e necessidades dos seres humanos, 
fortalecendo a interação e comunicação entre o profissional e o cliente (FERREIRA et al., 2010).
Para Freitas e Santos (2014), o processo de trabalho do enfermeiro na atenção básica de 
saúde tem como primícias a relação interdisciplinar e multidisciplinar da equipe, assim como o 
desenvolvimento de atividades preventivas, educativas e administrativas, além de coordenar e 
supervisionar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários de saúde (ACS).
Para finalizar, podemos perceber a imensa importância da enfermagem no processo 
assistencial da APS, visto que, muitos desafios ainda precisam sem enfrentados. Porém, o 
enfermeiro apresenta-se sempre como um articulado da equipe e integrador da comunidade. 
Assim, tão importante quanto o cuidado deve-se atentar ao método de trabalho e as práticas no 
cuidado na saúde, para garantir uma abordagem resolutiva, integral multidisciplinar e acolhedora.
1.1 Processo de Enfermagem e Sistematização da Assistência de 
Enfermagem
A sistematização de enfermagem é uma metodologia complexa e eficaz para o cuidado ao 
paciente. Ela é aplicada por meio do processo de enfermagem (PE). O PE é um dos pilares da 
assistência do cuidado integral. Nesse sentido, propõe medidas e normatização especifica, de 
forma sistemática e com embasamentos científicos e técnicos.
Assim, a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é propriedade exclusiva do 
enfermeiro, adquirido ao longo de muitos anos, como também a consulta de enfermagem. O 
conhecimento sobre a SAE e as teorias de enfermagem poderão embasar esse sistema de 
assistência à saúde
51
A SAE é um instrumento valioso para o enfermeiro, tendo em vista que esta contribui de 
forma direta para a melhora da assistência e da resolutividade, possibilitando a avaliação e a 
documentação do atendimento prestado (SILVEIRA et al. 2016). A utilização desse instrumento 
garante a qualificação do gerenciamento do cuidado e o planejamento das ações desenvolvidas 
proporcionando uma assistência individualizada.
Muitos são os desafios para compreender a complexidade desse método e sua aplicação na 
vivencia. Nesse contexto, para Soares et al. (2015), um dos desafios do enfermeiro é a edificação 
e compilação do conhecimento sobre o qual se fundamenta sua prática gerencial e assistencial. 
Como parte destes desafios está o desenvolvimento do processo de trabalho da enfermagem 
que visa o nível de saúde do paciente. Complementando tal pensamento, Gonçalves et al. (2017), 
afirma que Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) vem para somare conformar o 
planejamento, a execução, o controle e a avaliação das ações de cuidados direto e indireto aos 
pacientes.
Nesse sentido, instrumentalizar e estruturar um método, para auxiliar a aplicação da SAE é 
necessário para compreensão da amplitude do cuidado. Nesse âmbito, o PE é uma aproximação 
do enfermeiro com paciente, buscando uma relação de conhecimento mais abrangente. Assim, o 
processo de enfermagem é um instrumento de trabalho, que elabora uma visão crítica ampliada 
sobre as condições de saúde, possibilitando uma alternativa na assistência ao cuidado
De acordo com Souza et al. (2013, p. 168):
O processo de enfermagem é um método aplicado à prática da profissão. Sendo definido em 
três dimensões: propósito, organização e propriedade. O propósito é focado na individualidade, 
onde o enfermeiro interage com o cliente, confirmando suas observações com o mesmo para, juntos, 
utilizarem o processo. A organização refere-se às fases distintas, independentes e inter-relacionadas 
entre si.
Com isso, o PE requer conhecimento teórico, experiência prática e habilidade intelectual; 
indicando um conjunto de ações executadas face ao julgamento sobre as necessidades da 
pessoa, família ou coletividade humana, em determinado momento do processo saúde e 
doença (MALUCELLI, 2010). Para Costa el al. (2018), a operacionalização do PE se daria através 
da implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que corresponde a 
organização do processo de trabalho da equipe de enfermagem.
52
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
O PE possui cinco etapas distintas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento 
de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. Elas são correlacionadas e 
direcionadas às necessidades humanas e sociais da clientela. O PE está regulamentado pela 
Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização 
da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, 
públicos ou privados (Brasil, 2009).
Figura 1 - Fluxograma das etapas do processo de enfermagem, dentro da SAE 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020
53
#ParaCegoVer: Podemos ver na imagem que as etapas do processo de enfermagem formando 
um ciclo, no contexto da SAE, que leva em consideração as necessidades do cliente.
O processo de enfermagem deve ser aplicado, executado e avaliado, na perspectiva do cuidar 
responsável e em caráter cientifico, oferecendo uma assistência de qualidade em diferentes 
momentos do processo de adoecimento. Assim, a aplicação do PE apresenta várias dificuldades 
como: a importância da aplicabilidade, entendimento do enfermeiro, qualificação do profissional, 
quantidade de profissionais insuficientes e sobrecarga de atividades.
Diante dessa complexidade de trabalho, podemos perceber que a SAE apresenta muitas 
vantagens, porém, ainda apresentam muitas dificuldades no processo de enfermagem, no âmbito 
operacional. Mesmo com todas as instrumentalizações, fica evidente que o enfermeiro ainda 
precisa de muito saber gerir para aplicar o processo de enfermagem de maneira eficaz.
1.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem na Atenção Básica
De acordo com Brasil (2019), para possibilitar a operacionalização do PE, que orienta o 
cuidado profissional de Enfermagem e as diretrizes da prática profissional, a SAE organiza o 
trabalho profissional quanto ao método, o pessoal e os instrumentos metodológicos. No entanto, 
ainda apresenta muitas fragilidades e dificuldades quando se trata da aplicação na atenção 
básica. Uma dessas fragilidades é a necessidade de se estimular uma assistência mais coerente 
com as necessidades populacionais, tendo em vista a realidade dos serviços de saúde.
Para tanto, as práticas assistenciais podem colaborar para um aprimoramento do processo 
de trabalho, visando a melhoria da qualidade de serviços. De acordo com Barros et al. (2007), a 
sistematização da assistência é importante para uma avaliação crítica da pertinência e relevância 
do trabalho de enfermagem frente ao atendimento das necessidades de saúde. As necessidades 
e intervenções específicas da profissão, na assistência e no cuidado dos indivíduos, famílias e 
grupos sociais são tomadas, então, como objetos do processo de trabalho em saúde.
A SAE é remodelada para adaptar-se ao novo modelo de atenção em saúde, com o intuito 
de promover a autonomia profissional, do paciente, as necessidades biológicas e sociais da 
população assistida.
FIQUE DE OLHO
Atenção: o termo sistematização da assistência de enfermagem (SAE) corresponde ao 
processo de trabalho, enquanto o processo de trabalho é a ferramenta de aplicação da SAE.
54
No cenário da atenão primária observa-se que a abordagem integral pautada na SAE não tem 
sido implementada (SANTANA et al., 2013). Assim, a APS é a porta de entrada da população, o que 
prioriza o acompanhamento e seguimento da família e do indivíduo.
Assim, cada UBS possui suas características próprias, no manejo do cuidado. Nesse contexto, 
o processo de enfermagem deve ser baseado nas relações entre a equipe de enfermagem, 
multiprofissional, paciente, família e gestores.
Portanto, utilizar a SAE e o PE nas Unidades Básicas de Saúde, iria nortear o atendimento aos 
usuários de maneira que todos trabalhassem de forma direcionada e com o mesmo objetivo, 
buscando atingir à qualidade na assistência de enfermagem (SANTANA et al., 2013).
De acordo com Barros et al. (2007), tendo em vista a perspectiva da Saúde Coletiva, as 
necessidades biológicas são importantes, mas devem estar articuladas às necessidades sociais. 
Logo, é importante sistematizar o cuidado a partir dessas necessidades, que são heterogêneas 
e têm suas origens na reprodução da vida em sociedade. Entretanto, as necessidades ainda são 
vistas preponderantemente numa perspectiva biológica.
Porém, promover melhorias na qualidade da assistência de Enfermagem tem configurado 
uma notável necessidade de revisar e inovar a prática e o papel do enfermeiro no setor de 
atenção primária (Evangelista et al., 2010). Para melhorar a qualidade e precisão da assistência de 
enfermagem, implantar a SAE é mais do que uma opção para direcionar o trabalho do enfermeiro, 
tornou-se uma questão deontológica para a enfermagem (FULY, 2008).
Diante de tudo isso, podemos perceber que a SAE deverá ser aplicada no âmbito de social e 
demográfico, levado em consideração, não apenas as características individuais, mas também, o 
contexto ao qual o indivíduo está inserido. Assim, o profissional enfermeiro deve buscar conhecimentos 
e embasamentos para saber lidar com toda a complexidade envolvido na Atenção Básica.
2 GERENCIAMENTO DOS RECURSOS MATERIAIS 
NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
Atualmente, as unidades básicas de saúde são compostas por uma gama de ações e programas. 
Nesse contexto o gerente da atenção básica teve estar instrumentalizado para implementar as 
mudanças necessárias para implantar o modelo de gestão atual.
Para ofertar serviços de qualidade na APS, é necessário atentar-se para alguns elementos 
que configuram o planejamento em saúde, como: planejamento, gestão de materiais, gestão 
de pessoas e gestão financeira. Numa visão estratégica, o planejamento em saúde se constitui 
num processo de caráter permanente e participativo, com uma dimensão técnica e política, que 
55
tem como produto – não acabado - um plano, que documenta e anuncia a política de saúde 
definida pelos diversos atares sociais envolvidos no processo. Já no campo dos recursos materiais 
e financeiros, existe a falha tecnológica para instrumentalizar o trabalho o processo de trabalho 
da APS e falta de financiamento.
Os profissionais de saúde, em exercício de suas funções exercem a função de administrar os 
recursos materiais. Tal atribuição pode ser segmentado em dois caminhos: processo de compra 
direta ou indireta. Para os profissionais que atuam com gerenciamento de recursos, conhecer o 
problema da falta de insumos e realizar umaanálise sobre o processo de aquisição é necessário 
para melhorar o processo burocrático e técnico envolvido.
Assim, o planejamento das ações de saúde na ABS está ligado à gestão de recursos materiais. 
Dessa forma, o gestor deve ter preparo administrativo e práticas gerencias eficazes para manter 
a qualidade do cuidado assistencial e um gerenciamento de APS dentro das normativas vigentes.
Considerando a qualidade assistencial e todos os materiais envolvidos e a atuação da 
enfermagem, vivencia-se diariamente os problemas relacionados a equipamentos e materiais. O 
enfermeiro integra a linha de frente, na tentativa de equacionar e resolver essas questões, pois 
nenhum outro profissional, na área hospitalar está tão diretamente ligado a eles.
Portanto, conclui-se importância do enfermeiro competente e comprometido na busca 
de novas soluções, na gestão de administração e aquisição de materiais e insumos, atuando 
articulador em e equipe multiprofissional e gerencia de compras.
2.1 Administração de materiais
Administração de materiais consiste em colocar os recursos necessários ao processo 
produtivo com qualidade, em quantidades adequadas, no tempo correto e com o menor custo. 
Para Dantas et al. (2001), a gerência dos recursos materiais tem como objetivo coordenar as 
atividades necessárias para garantir o suprimento de equipamentos, materiais e medicamentos 
em todos os setores, de modo a garantir que a prestação de seus serviços não sofra interrupções 
prejudiciais à clientela.
Nesse contexto, o gerenciamento dos recursos materiais da UBS deve conter as funções: 
previsão, provisão, organização e controle. Para tanto, são responsabilidades da administração:
• Prover um local adequado do suprimento, componentes e equipamentos que funcionem 
e eficientes, com qualidade e quantidade coerente para as atividades desenvolvidas e 
dentro de um custo real;
• Solicitar manutenção dos mesmos, emitir parecer de qualidade é necessário, em comple-
mento a isso;
56
• Supervisionar as atividades de transporte, recebimento, armazenamento, conservação, 
distribuição e supervisionar o uso do material.
Administrar os recursos material envolve todo o processo gerencial da aquisição a 
disponibilidade de materiais. Assim é necessário programar, comprar, receber, armazenar, 
distribuir e realizar o controle. Diante disso, é necessário ter o poder de decisão compreender as 
ações de saúde e realizar uma programação dentro da realidade de trabalho.
De acordo com Brasil (2016), a gestão de materiais se relaciona diretamente com a gestão 
de compras, ou seja, o levantamento dos recursos necessários para garantir o atendimento 
das necessidades de saúde, como, por exemplo, insumos ou materiais básicos, medicamentos, 
equipamentos médicos, recursos de informática – máquinas e softwares, estruturas de logística 
e outros. Todos eles são utilizados em ações e serviços de atenção primária, de média e alta 
complexidade, de urgência e de emergência, etc. Logo, não se restringem apenas a recursos 
materiais, pois a gestão de compras se refere a uma gama maior: a logística e, por extensão, 
recursos logísticos de armazenagem, monitoramento de estoques e distribuição.
Para o SUS, o gerenciamento dos insumos e matérias de modo geral causa preocupação na 
assistência, tendo em vista, que o financiamento é gerido por meio de licitação e há processos 
demorados para liberação das verbas, o que causa dificuldade na provisão e reposição de 
insumos. Por fim, o gerenciamento de recursos materiais na UBS é um entrave que engloba vários 
níveis da administração pública, visto que, a escassez de recursos aponta como uma das grandes 
dificuldades no processo gerencial e na prática de trabalho.
3 FERRAMENTAS PARA GESTÃO NA ATENÇÃO 
BÁSICA À SAÚDE
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) tem como foco de trabalho a Estratégia Saúde 
da Família. A atenção básica é o centro de comunicação e ordenadora da rede de atenção à 
saúde. A PNAB foi instruída em 2006, para redefinir a Atenção Básica e revisar suas diretrizes, 
adaptando as normas para aplicação do Programas saúde da família e programa de agentes 
comunitários de saúde.
Alguns princípios e diretrizes são orientados para caracterizar os serviços e ações da atenção 
básica como: universalidade, equidade e integralidade. Já as diretrizes, são as seguintes:
• Regionalização e hierarquização;
• População adscrita;
• Cuidado centrado na pessoa;
57
• Resolutividade;
• Longitudinalidade do cuidado;
• Coordenar o cuidado;
• Ordenar redes;
• Participação da comunidade;
• Territorialização;
• Adstrição.
Brasil (2017) define territorialização como:
Forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de 
ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos 
condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e 
estão, portanto, adstritos a ele. Para efeitos desta portaria, considera-se Território a unidade geográfica 
única, de construção descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, 
promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os Territórios são destinados para dinamizar a 
ação em saúde pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, 
possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, 
de forma que atendam a necessidade da população adscrita e ou as populações específicas.
Nesse contexto, as diretrizes são os fundamentos básicos para implementação de políticas 
com foco no fortalecimento das práticas em saúde, com ênfase na descentralização da gestão 
e ações sobre a comunidade e território. Assim, o processo de trabalho pode ser definido 
por: definição de território e territorialização, responsabilização sanitária, porta de entrada 
preferencial, adscrição de usuários, acesso, acolhimento, ampliação do acesso, postura, atitude e 
tecnologia do cuidado e dispositivo de organização do processo de trabalho, entre outras.
Com o propósito de mudar a realidade do modelo de gestão algumas ferramentas são 
inseridas para incluir o acesso a população. Nessa perspectiva, a inserção da terriotrialização, e 
suas definições de área, micro área e território, são fundamentais para compreender a magnitude 
do processo de gestão e do trabalho, com visão no indivíduo e suas singularidades.
3.1 Território, área e microárea
No SUS, existem muitos conceitos para definir divisões territoriais, com o objetivo de gerenciar 
as ações de saúde.
A Municipalização dos serviços de saúde foi proposta como diretriz operacional do novo 
sistema de saúde, trouxe como ideia-força do novo desenho organizacional, as noções de espaço 
58
e território, como categorias organizativas da ação sanitária, dada à urgência de se delimitar, 
para cada sistema de saúde municipal, uma base territorial de abrangência populacional, 
na perspectiva de se organizar uma rede de serviços local e se implantar novas práticas de 
saúde com capacidade para responder com efetividade, equidade e integralidade de ações, às 
necessidades e aos problemas de saúde de cada área delimitada. Nesse sentido, o espaço é uma 
visão sobre a situação de saúde de uma população e uma análise do risco de agravos e danos à 
saúde. Suas vantagens e desvantagens vão ser definidas pela complexidade das características 
socioambientais inseridas nesse espaço.
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De acordo com Santos (1994), território pode ser definido como um lugar com limites 
definidos onde as pessoas vivem trabalham, circulam e se divertem, do qual fazem parte 
ambientes construídos e ambientes naturais. No processo de municipalização, Mendes (1993) 
identifica os seguintes territórios:
Território-distrito
Delimitação político-administrativa.
Território-área
Delimitação da área de abrangência de uma unidade ambulatorial.
Território-microárea
Delimitaçãocom a lógica da homogeneidade socioeconômica sanitária.
Território-moradia
59
Delimitação como lugar de residência da família.
O território é importante para vincular as famílias adstritas na UBS, gerando um processo 
de vinculação saúde e comunidade. Tal processo é fundamental para adequar a ferramenta de 
trabalho, subsidiar as decisões do processo de trabalho, planejar condutas, instrumentalizar 
equipes e permitir uma consolidação de espaços.
O território é importante para vincular as famílias adstritas na UBS, gerando um processo 
de vinculação saúde e comunidade. Tal processo é fundamental para adequar a ferramenta de 
trabalho, subsidiar as decisões do processo de trabalho, planejar condutas, instrumentalizar 
equipes e permitir uma consolidação de espaços.
Para Brasil (2017), no processo de trabalho a definição de território e a territorialização, a 
gestão deve:
Definir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta deve conhecer o território de 
atuação para programar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da comunidade, 
considerando diferentes elementos para a cartografia: ambientais, históricos, demográficos, 
geográficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. Importante refazer ou complementar a 
territorialização sempre que necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a Vigilância em 
Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram 
como referenciais essenciais para a identificação da rede de causalidades e dos elementos que exercem 
determinação sobre o processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos problemas de saúde da 
população por parte da equipe e no planejamento das estratégias de intervenção. 
A menor unidade espacial da base territorial do sistema de saúde a área de abrangência das 
famílias adscritas a cada unidade básica. Esta é pouco trabalhada enquanto espaço que encerra 
processos sociais em permanente transformação. Além disso, é imprecisa em sua delimitação e 
também como fonte de informação para as análises epidemiológicas e das determinações sociais. 
A área, por sua vez também, pode ser compreendida como um conjunto de microáreas sob a 
responsabilidade de uma equipe de saúde (Brasil, 2006).
A população adscrita na atenção básica, e consequentemente estratégia saúde da família, 
é em torno de 2000 a 3500 pessoas. Já por agente comunitário da saúde define-se a área 
de atuação de uma equipe segundo o número de famílias entre 250 famílias. Diante disso, é 
necessário conhecer os conceitos é primordial para elaborar o planejamento gerencial eficaz. 
Esse processo de organização da assistência dar-se por meio de uma região de saúde, sendo 
primordial a explicação de todas as terminologias.
De acordo com Pereira et al. (2008), na perspectiva integradora, o território é tomado como 
revelador de parte ou de todas as dimensões sociais apresentadas anteriormente (política, 
cultural, econômica, naturalista). Dessa forma, o território deve ser compreendido de forma 
conjunta com vários territórios, gerando uma relação social em espaços determinados. Assim, 
60
o território é um campo complexo e composto e processos sociais e a efetivação das ações 
assistenciais buscam uma condição de saúde melhor e mais completa para a população adscrita.
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3.2 Territorialização na Atenção Básica
A implantação de programas de saúde, em especial, o programa saúde da família, utiliza de 
conceitos e ferramentas inerentes ao espaço, no sentido de planejar a territorialidade de políticas 
públicas, de equipamentos de ações.
Nesse contexto, em 1994, foi criado o Programa Saúde da Família. Esse programa recriou 
o modelo de atenção à saúde, que por sua vez, o processo de trabalho é fundamentado por 
equipes multiprofissionais. Assim, as equipes saúde da família se apropriam do acompanhamento 
da população de sua área, através de condutas holísticas (prevenção, promoção, proteção, 
recuperação e reabilitação).
Assim, o território pode ser visto a partir dos seguintes pontos: população em delimitada e 
definida, tempo e espaço determinado, com aspectos sociais e de saúde- doença compartilhados 
e com condicionantes e determinantes comuns. Acima de tudo, deve ser considerado levando 
FIQUE DE OLHO
Os Mapa da Saúde são descrições geográficas da distribuição de recursos humanos e de 
ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se 
a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos 
indicadores de saúde do sistema (Brasil, 2011).
61
em conta a delimitação espacial com características histórico-demográficas epidemiológicas, 
administrativas, tecnológicas, políticas e sociais comuns.
Na Estratégia Saúde da Família, a territorialização é visto como parte do processo de trabalho. 
De acordo com Santos et al. (2010), tal tarefa adquire ao menos três sentidos complementares e 
diferentes entre si:
• Demarcação de limites das áreas de atuação dos serviços;
• Reconhecimento do ambiente, população e dinâmica social existente nessas áreas;
• Estabelecimento de relações horizontais com outros serviços adjacentes e verticais com 
centros de referência.
Para Monken et al. (2005), a territorialização é um dos pressupostos da organização dos 
processos de trabalho e das práticas de saúde, levando em consideração uma atuação em uma 
delimitação espacial previamente determinada. Porém, esse conceito, algumas vezes pode ser 
adotado, apenas, como espaço.
Ao definir-se a estruturação territorial do SUS a partir da territorialização, busca-se, portanto, 
prover o planejamento, a política, a tecnologia, do espaço e localização dos pontos de ações e 
serviços de saúde. A terrritorialização deve ser compreendida como um processo de conhecimento 
dos serviços de saúde da atenção básica. Também, pode ser entendida com espaços de atuação 
das UBS, ou seja, territorialização é criar espaços, definir áreas de atendimentos na comunidade 
e cadastramento de serviço.
O processo de territorialização é fundamental para os municípios, porem deve ocorrer de 
forma continua e transformadora da realidade. É necessário, criar estratégias de aprimorar a 
formatação, com o objetivo de auxiliar nas etapas do processo. Sendo assim, é planejamento das 
ações e serviços, com o diagnóstico, identificação dos aspectos ambientais, sociais, demográficos, 
econômicos e epidemiológicos em determinada área, para uma delimitação mais justa das futuras 
áreas de abrangência de UBS.
62
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer sobre as atribuições do enfermeiro na atenção básica;
• aprender sobre as etapas do processo de enfermagem;
• explicar sobre sistematização da assistência de enfermagem;
• analisar o processo de trabalho da atenção básica;
• compreender sobre a territorialização.
PARA RESUMIR
ANTUNES, M. J. M et al. Integralidade nos processos assistenciais na atenção básica. In: 
GARCIA, T. R. et al. [organizadores]. Integralidade da atenção no SUS e sistematização da 
assistência de enfermagem. Porto Alegre: Artmed; 2010.
BARBIANI, R. et al. Nursing practices in the primary health care context: a scoping 
review. In: Rev. Latino-Am. Enfermagem, vol. 24, 2016.
BARROS, D. G. et al. Autonomia e necessidades de saúde na sistematização da assistência 
de Enfermagem no olhar da saúde coletiva. In: Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 41, n. 
spe, p. 793-798, Dec. 2007.
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução n.º 358/2009, de 15 de 
outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a 
implementação do Processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em 
que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. [resolução 
na internet]. Diário Oficial da União 2009. Disponível em: http://www.portalcofen.gov.
br/sitenovo/node/4384 Acesso em: 05 maio 2020.
BRASIL. Portaria Nº 750, de 10 De Outubro De 2006. Disponívelem: http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/sas/2006/prt0750_26_10_2006.html Acesso em: 05 maio 2020.
BRASIL. Programa de Saúde da Família (PSF). Brasília: MS. 1994.
BRASIL. Saúde da Família: uma estratégia para reorientação do modelo assistencial. 
Brasília: MS. 1997.
COSTA, A. S. C. et al. O Processo De Enfermagem Na Atenção Básica De Um Município De 
Alagoas, Brasil. In: Rev. Enferm. Atenção Saúde, Jan/Jul 2018; 7(1).
DANTAS, T. C. C. et al. O trabalho do gerente em unidade básica de saúde: possibilidades 
de uma prática. In: Rev. Bras. Enferm., v. 54, n. 3, jul.lsel. 2001.
EVANGELISTA, R. A. et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): excelência 
no cuidado. In: Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão do UNIPAM, 2010; 7(1): 
83-8.
FERREIRA, V. A. et al. Prática de cuidado desenvolvida por enfermeiros na atenção 
primária em saúde: uma abordagem hermenêutico-dialética. In: Rev. Enferm. UERJ, Rio 
de Janeiro, 2010 out/dez; 18(4).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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enfermagem sob a ótica do discente. In: Escola Anna Nery. Revista de Enfermagem. 
2007 jul/set;11(3):459-65.
GONDIM, G. M. M. et al. O território da saúde: a organização do sistema de saúde e a 
territorialização. In: MIRANDA, A. C. et al. (Org.). Território, ambiente e saúde. Rio de 
Janeiro: Editora Fiocruz, 2008.
KLEBA, M. E. et al. Práticas de reorientação na formação em saúde: relato de Experiência 
da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. In: Cienc Cuid Saúde, 2012.11(2): 
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MACHLlNE, C. Recursos Materiais. In: GONÇALVES, E.L. O hospital e a visão administrativa 
contemporânea. São Paulo: Pioneira, 1983.
MALUCELL, A. et al. Sistema e informação para apoio a Sistematização da assistência de 
enfermagem. In: Rev Bras Enferm., 2010; 63(4):629-6.
MONKEN, M et al. Vigilância em saúde e território utilizado: possibilidades teóricas e 
metodológicas. In: Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 898-906, 
maio-jun. 2005. 
MONKEN, M. Contexto, território e processo de territorialização de informações: 
desenvolvendo estratégias pedagógicas para a educação profissional em saúde. In: 
BARCELLOS, C. (org.). A geografia e o contexto dos problemas de saúde. Rio de Janeiro: 
Abrasco/Icict/Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2008.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 
1999.
SILVEIRA, V. S. et al. Sistematização Da Assistência De Enfermagem Na Saúde Da Família: 
Percepção Dos Acadêmicos De Enfermagem. In: Rev enferm UFPE, 10(11):3892-900, 
nov., 2016.
SOARES, M. I. et al. Sistematização da assistência de enfermagem: facilidades e desafios. 
In: Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 19(1) Jan-Mar 2015.
SOUZA, M. F. G. O processo de enfermagem na concepção de profissionais de 
Enfermagem de um hospital de ensino. In: Rev Bras Enferm, Brasília 2013 mar-abr; 
66(2): 167-73.
UNIDADE 4
Gestão em saúde no SUS
Você está na unidade Gestão em Saúde no SUS. Conheça aqui o que são Indicadores de 
Saúde e como são calculados os indicadores de mortalidade, morbidade e natalidade. 
Conheça o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção 
Básica (PMAQ-AB) e os principais indicadores utilizados na Atenção Básica para avaliar 
a qualidade da assistência. Compreenda o processo de evolução dos principais modelos 
assistências da Saúde. Compreenda também como o princípio do SUS de participação 
popular é utilizado através dos Conselhos e Conferências de Saúde.
Bons estudos!
Introdução
67
1 INDICADORES DE SAÚDE
A Gestão possui diferentes instrumentos que ajudam no processo de planejamento e 
avaliação da saúde, um deles é o Indicador de Saúde. Os indicadores de Saúde são parâmetros 
utilizados para comparação e auto avaliação, utilizando algo mensurável como taxas e números 
absolutos. Através deles as ações de saúde poderão ser melhores planejadas, pois permitem uma 
apresentação simplificada da realidade (JANUZZI, 2012). Deve-se ter uma periodicidade para 
avaliar os indicadores de saúde da Unidade, podendo também os comparas com outra Unidade 
com características semelhantes. É importante que o Enfermeiro que atue na atenção Básica 
conheça a utilização dos indicadores na saúde, tanto no nível macro quanto no nível local.
1.1 Valores numéricos dos indicadores
Para a expressão dos indicadores, poderão ser usadas taxas, índices, ou números absolutos. 
É importante que o Enfermeiro conheça bem como são utilizados esses indicadores, pois eles 
são uma ótima ferramenta de gestão da Atenção Básica. Abaixo, os principais tipos de valores 
numéricos utilizados nos cálculos dos indicadores de saúde: 
Números absolutos
Utilizado quando se quer medir a quantidade de determinado evento, normalmente, é 
utilizado mais regionalmente. Na Atenção Básica pode ser utilizado para questões gerencias. Por 
exemplo: número total de visitas domiciliares por ACS no mês. No entanto, ele não é o mais 
indicado em todas as situações, pois quando há mudanças na população do território, ele não vai 
indicar incorretamente o que está acontecendo, sendo mais fidedigno utilizar cálculos como as 
taxas e índices. (OPAS/MS)
Coeficiente ou taxa
Expressa a probabilidade de algo acontecer e é calculado em um período de tempo e espaço 
(ALEXANDRE, 2012). Como exemplo vamos mostrar o cálculo hipotético da taxa de incidência de 
dengue com cinco mil casos novos em um município X com população de 50 mil habitantes. A 
divisão do numerador e denominador deve ser multiplicada por uma potência a base de 10. Nesse 
cálculo o resultado foi 1000, ou seja, ocorreram mil casos de dengue em um grupo populacional 
de 10 mil habitantes no ano de 2019.
Proporção
Relação entre dois valores, onde o numerador é subconjunto do denominador e expressa, 
em porcentagem, a ocorrência do evento na população que se deseja pesquisar. (ALEXANDRE, 
2012). Como exemplo podemos citar a proporção de casos menores de um ano de dengue no 
68
município X no ano de 2019. Considerando hipoteticamente que já sabemos que houve cinco mil 
casos de dengue no ano de 2019 no município X e que houve 150 casos em menores de um ano, 
a proporção de casos em menores de um ano é de 3%.
1.2 Qualidade do indicador
O indicador para ser de qualidade deve ter uma completude dos dados e valores coerentes 
(RIPSA). A consolidação do indicador é realizada através de fontes oficiais, sendo que na Estratégia 
de Saúde da Família, essas informações são baseadas nas fichas de notificação, fichas de cadastro 
da população do território e das fichas de atividades coletivas. Por isso, na coleta de dados, essas 
informações devem ser muito bem preenchidas. O Enfermeiro da Atenção Básica deve realizar 
e estimular a realização do preenchimento correto das fichas de coletas de dados, evitando ao 
máximo deixar em branco os campos ou colocar como ignorado. Cabe lembrar, que o profissional 
que está na Assistência é que terá a maior facilidade de conseguir os dados, pois, estará frente a 
frente com o paciente.
Vamos exemplificar para que fique mais fácil o seu entendimento. O Agente Comunitário de 
Saúde, ao realizar o cadastro domiciliar no território, não achou importante perguntar sobre o 
abastecimento de água no domicílio e deixou o item em branco em vários cadastros realizados. 
Posteriormente, o Enfermeiro e o médico da Unidade observaram o atendimento de vários 
casos suspeitos de Hepatite A no território. Esse tema foi discutido no planejamento da reunião 
de equipe e ficou definido que iriam começar a fazer o indicador de proporção de domicílios 
no território com abastecimento por rede encanada, já que a Hepatite A é uma doença de 
transmissão oral. Ao verificarem o indicador percebeu-se que este não era fidedigno, pois haviam 
vários cadastrados com esse campo em branco e não foi possível verificar se os casos de Hepatite 
A estavam relacionados com as condições doabastecimento de água da comunidade e nem 
verificar a fonte de transmissão, impossibilitando ações de prevenção e controle da Hepatite A.
Observou como é importante o preenchimento dos dados? É necessário que os profissionais 
que atuam na saúde entendam o motivo do preenchimento dos instrumentos e percebam que 
não é uma atividade burocrática.
FIQUE DE OLHO
No Portal da Secretaria de Atenção Primária a Saúde, é possível acessar o Manual 
para Preenchimento das Fichas de Coleta de Dados Simplificada, através do link: 
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_CDS_3_0.pdf.
69
2 INDICADORES QUE MEDEM O ESTADO DE SAÚDE 
DE UMA POPULAÇÃO
Existem indicadores utilizados universalmente para medir a saúde da população, sendo as 
principais a mortalidade, morbidade e a natalidade. Os indicadores sociodemográficos também 
medem a saúde da população, pois a saúde está relacionada com seus determinantes e 
condicionantes.
2.1 Mortalidade
A mortalidade é uma medida que expressa o risco de morrer de uma população ou a proporção 
do que se quer analisar (ALEXANDRE, 2012). Existem vários cálculos dentro dessa medida, sendo 
muito utilizado na Gestão Pública para definir as ações de saúde prioritárias. Na sequência alguns 
indicadores e seus cálculos utilizados na mortalidade:
Coeficiente de Mortalidade geral
O valor alto do indicador pode indicar uma alta população idosa ou condições socioeconômicas 
ruins. No entanto, esse indicador não deverá ser amplamente utilizado, pois ele reflete os óbitos 
em uma maneira geral, e os óbitos devem estar relacionados com faixa etária, sexo e raça 
(CESAR et al., 2010). Dessa forma, é melhor que se utilizem outros cálculos de mortalidade mais 
específicos. 
Coeficiente de Mortalidade infantil 
Utilizado para crianças até um ano de idade dividido pelo nº de nascidos vivos no mesmo 
período.
FIQUE DE OLHO
O Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) dispõe das 
informações em Saúde consolidadas pelo Ministério da Saúde. Através do TabNet qualquer 
cidadão poderá verificar os dados de saúde do Brasil. Essas informações podem ser acessadas 
através do link: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
70
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.2 Morbidade 
O indicador de morbidade está relacionado ao comportamento das doenças ou agravos à 
saúde na população. (ALEXANDRE, 2012). Veja a seguir algumas das equações utilizadas para 
calculá-la:
Taxa de incidência
Expressa o número de casos novos de uma doença em determinado local e período, em 
relação ao total da população no mesmo local e período.
Letalidade
Esse indicador está relacionado às doenças por medir o risco de determinada doença causar 
óbito. É calculada através da divisão do número de casos de uma determinada doença em 
determinado período, pelo número de mortes por determinada doença no mesmo período.
Coeficiente de prevalência
Expressa o total casos existentes de determinada doença, antigos e novos, no total da 
população no mesmo local e período.
2.3 Natalidade
 O indicador de natalidade é usado para indicar o nível de crescimento populacional. 
Cabe lembrar que países desenvolvidos tem uma taxa de natalidade decrescente. Apesar do 
Brasil vim apresentando uma queda gradual dos indicadores de natalidade é importante o 
acompanhamento do indicador de fecundidade específico por idade, pois o Brasil ainda tem uma 
71
alta taxa de natalidade na adolescência. Abaixo, dois exemplos desse tipo de indicador, de acordo 
com Alexandre (2012):
Coeficiente de fecundidade específico por idade
Apresenta o número médio de nascidos vivos por faixa etária e possibilita ações de planeja 
mento familiar.
Coeficiente geral de natalidade
Calcula o número médio de nascidos vivos e no número de habitantes, sendo que valores 
mais altos estão associados às regiões menos desenvolvidas.
2.4 Indicadores demográficos e socioeconômicos 
Os indicadores socioeconômicos também são utilizados na saúde, pois saúde não é ausência 
de doença e devemos considerar os determinantes e condicionantes da saúde como renda, 
alimentação, lazer, educação, entre outros.
Em um nível mais macro, qualquer pessoa pode ter acesso aos dados socioeconômicos do 
Brasil, Estados e Municípios através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Os 
dados disponíveis são relacionados à população, ao trabalho e renda, a educação, a economia, 
ao território e ambiente e até mesmo à saúde com informações sobre mortalidade infantil, 
internações por diarreia e o número dos estabelecimentos de saúde. Essas informações estão 
disponíveis para o público geral no site do IBGE.
Na Atenção Básica, todos os indicadores devem ser amplamente utilizados para o 
planejamento das ações de saúde. A situação da população do território é conhecida através 
do cadastro individual e domiciliar, onde é possível conhecer sobre as condições de vida da 
população do território. Esse cadastro é posteriormente digitado em um sistema chamado de 
Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica e os profissionais de Saúde da Unidade 
Básica poderão ter acesso ao consolidado dessas informações e traçar um diagnóstico social da 
população do território.
Diante dessa questão, os profissionais de saúde da Unidade Básica devem se basear nesse 
diagnóstico social para realizar todo o planejamento e as ações de saúde, visando minimizar o 
impacto das desigualdades na população. 
72
3 PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO 
ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA 
(PMAQ-AB)
O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) 
foi um programa criado no ano de 2011 com o objetivo de melhorar a qualidade da Atenção 
Básica através da utilização de indicadores e metas, além de oferecer incentivo financeiro para 
as Unidades que melhorarem a qualidade da assistência (FLÔRES et al., 2018). O PMAQ-AB é 
composto por quatro fases e tem o seguinte objetivo (Portaria GM/MS nº 1.645, art. 2º, 2015):
induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de 
um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente, de maneira a permitir maior 
transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde. 
3.1 Adesão e contratualização
Essa é a etapa em que ocorre o cadastramento das Unidades de Atenção Básica ao PMAQ-AB 
que poderá acontecer a qualquer momento, com exceção aos sete últimos meses antes da eleição 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). Essa formalização é realizada por meio eletrônico pelo gestor 
municipal e pelo compromisso através da assinatura do termo pelo gestor e por um profissional 
de cada equipe de saúde da família (BERTUSS et al., 2018).
É importante que, antes da adesão e contratualização toda equipe conheça o Programa e se 
sinta estimulada em participar ativamente de todo o processo para a melhoria das ações de sua 
Unidade de Saúde.
Os indicadores de contratualização vão ser avaliados através do sistema de informação da 
Atenção Básica. Ao total são quarente sete indicadores, sendo vinte e três de monitoramento e 
vinte e quatro de desempenho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
73
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3.2 Desenvolvimento
A segunda fase consiste no desenvolvimento das ações para a melhoria dos indicadores e, 
consequentemente, da qualidade da assistência. Para que isso seja possível, essa fase possui 
quatro aspectos:
Auto-avaliação 
Primeira a ser realizada antes do desenvolvimento do PMAQ-AB, pois através do 
reconhecimento das falhas da Unidade é possível realizar as mudanças nas ações.
Monitoramento 
Ocorre o acompanhamento dos indicadores contratualizados e realizado ações quando não 
está ocorrendo a melhoria dos indicadores.
Educação permanente 
A educação permanente é a que acontece no cotidiano do serviço, através da reflexão e da 
discussão dos problemas que envolvem a saúde da população.
Apoio institucional 
O apoio institucional podeocorrer em todo nível federativo, seja municipal, estadual ou 
federal. Ele é importante para reforçar e estimular as melhorias na Atenção Básica.
3.3 Avaliação Externa
Nessa fase, ocorre a certificação da Unidade pelo reconhecimento de padrão de qualidade 
74
e pelas melhorias do processo de trabalho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). Também ocorre a 
avaliação externa por uma Instituição de Ensino e Pesquisa sobre o processo de melhoria da 
Unidade, dessa forma, são avaliados os indicadores, o processo de trabalho e a avaliação do 
usuário (Rede APS, 2018). As Unidades serão avaliadas como ruins se não atingirem uma nota 
mínima nas estratégias contratualizadas (BRASIL, 2015). A porcentagem da nota será composta 
conforme distribuição das dimensões disponíveis no quadro abaixo:
Figura 1 - Distribuição das notas na avaliação externa 
Fonte: BRASIL, 2015 (Adaptado).
3.4 Recontratualização
A recontratualização ocorre apenas após a certificação que adicionará incentivo financeiro, e 
novos indicadores serão acrescentados com base na avaliação do desempenho (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2015).
4 PRINCIPAIS INDICADORES UTILIZADOS NA 
ATENÇÃO BÁSICA
Os Indicadores utilizados na Atenção Básica devem mensurar a qualidade da assistência à 
saúde e resolutividade dos principais problemas da comunidade. Assim, é possível identificar 
as falhas na Assistência e focar na melhoria dos resultados e, consequentemente, na saúde das 
pessoas. Os indicadores utilizados na avaliação do PMAQ-AB são com os seguintes temas: saúde 
da mulher, saúde da criança, controle de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica, 
produção geral, vigilância-tuberculose e hanseníase, saúde mental, saúde bucal, núcleo de apoio 
FIQUE DE OLHO
A Secretária de Atenção Primária à Saúde disponibiliza os ciclos do Programa de Melhoria 
do Acesso e da Qualidade, além dos relatórios, através do link: https://aps.saude.gov.br/
ape/pmaq
75
à saúde da família (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
4.1 Saúde da Mulher
A Saúde da Mulher abrange toda a assistência à saúde nas várias fases da mulher, incluindo 
a puberdade, a gestação, o puerpério e o climatério. Dessa forma, os indicadores avaliados estão 
relacionados aos principais problemas das mulheres nessas fases da vida. Segue abaixo dois 
desses indicadores:
Proporção de gestantes que iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre 
Cabe à Unidade Básica realizar a captação no primeiro trimestre da gestante para o 
acompanhamento do pré-natal. Dessa forma a equipe da Unidade é capaz de realizar as 
medidas de promoção e prevenção para uma gestação e partos saudáveis, além da redução da 
morbimortalidade infantil por prevenção das doenças de transmissão vertical (de mãe para o 
filho) como sífilis, HIV, Rubéola, Toxoplasmose, entre outros. 
Proporção de mulheres com exame citopatológico do colo do útero realizado na faixa etária 
de 15 anos ou mais
A Unidade Básica deve oferecer o rastreamento do câncer do colo do útero para mulheres que 
já iniciaram a sua atividade sexual através da realização do exame conhecido como preventivo. 
4.2 Saúde da Criança
As consultas de puericultura devem ser realizadas na Atenção Básica por enfermeiro, médico 
de família ou pediatra. Nessas consultas, são avaliados o crescimento e o desenvolvimento 
das crianças, além das demandas trazidas pelos responsáveis. Seguem abaixo dos indicadores 
avaliados no PMAQ (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015):
Proporção de crianças menores de quatro meses com aleitamento materno exclusivo
O aleitamento materno reduz o risco de afecções nas crianças, além de ser um alimento 
acessível. A Unidade Básica deve realizar a busca ativa das puérperas, sendo a primeira consulta 
idealmente na primeira semana após o nascimento. Nessa consulta, deve-se orientar sobre a 
importância da amamentação exclusiva e tirar todas as dúvidas da mulher.
Proporção de crianças menores de um ano com vacina em dia
A vacinação reduz a morbimortalidade por doenças evitáveis nas crianças. A vacinação na 
primeira infância é muito importante, pois essa faixa etária é a mais sensível às doenças por 
não ter ainda um sistema imunológico competente. A Atenção Básica deve monitorar e elaborar 
76
estratégias para busca das crianças com vacinação atrasada.
4.3 Paciente portador de diabetes e hipertensão arterial
A Hipertensão e o Diabetes são as principais doenças crônicas que afetam a população e 
podem gerar várias consequências em longo prazo como amputações, doenças renais, acidente 
vascular cerebral, entre outras. Os indicadores utilizados no PMAQ-AB são (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2015):
Diabetes 
São utilizados os indicadores de proporção de pessoas com diabetes cadastradas e média de 
atendimento por pessoa. É importante que a Unidade Básica faça rastreamento da população 
em risco para desenvolver Diabetes, através da verificação da glicemia de rotina. As pessoas 
que estão em maior risco de desenvolver a Diabetes são as com obesidade, sedentarismo e com 
histórico familiar.
Hipertensão arterial
São utilizados os indicadores de proporção de pessoas com diabetes cadastradas e média de 
atendimento por pessoa. Também é importante que a Unidade Básica faça busca de pessoas com 
fator de risco para hipertensão e a verificação da pressão arterial continuamente na população.
4.4 Vigilância
Pelo PMAQ-AB, são avaliados os indicadores de Tuberculose e hanseníase. Tratam-se de 
doenças de notificação compulsórias, transmissíveis e consideradas crônicas devido ao longo 
período de tratamento. Os indicadores avaliados pelo PMAQ-AB são os seguintes (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE 2015):
Média de atendimento para pessoas com tuberculose 
Um dos grandes problemas da tuberculose é a não adesão ao tratamento completo que 
é no mínimo por seis meses. Muitas pessoas abandonam o tratamento ou fazem de forma 
irregular, aumentando ainda mais o tempo de tratamento e a possibilidade de resistência aos 
medicamentos do esquema básico.
Média de atendimentos para pessoas com hanseníase 
A hanseníase é uma doença que teve uma redução significante dos casos no Brasil nos últimos 
tempos, no entanto, se não tratada pode gerar sequelas como deformidades. É uma doença que 
pode ser acompanhada na Atenção Básica e as profissionais de saúde devem ser capacitados para 
77
identificar um caso suspeito.
4.5 Saúde Mental
Para os quadros de saúde mental, são utilizados os indicadores de proporção de atendimento 
à população com esses agravos e a prevalência (casos existentes) de alcoolismo na comunidade 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
5 MODELOS TÉCNICOS-ASSISTENCIAIS EM SAÚDE
A construção dos modelos técnicos-assistenciais em saúde perpassa aos vários momentos 
políticos e históricos do Brasil. O modelo utilizado na Estratégia de Saúde da Família é o ideal para 
ser seguido, no entanto ainda temos resquícios dos outros modelos de saúde.
5.1 Modelo Biomédico
O modelo biomédico é centrado na saúde como ausência de doença e apesar do SUS ter 
nascido em 1990 e mostrar que a saúde envolve outros aspectos, como lazer, transporte e 
alimentação, ele ainda é um modelo muito utilizado no Brasil.
Esse modelo é utilizado principalmente nas unidades hospitalares, onde se considera a 
doença apenas de forma unicausal e o e o atendimento é focado na queixa principal, não há 
integralidade do cuidado (OLIVEIRA et al., 2010).
É preciso que haja transformação do cuidado e que o atendimento seja integral, essas 
mudanças devem ser inseridas no cotidiano do trabalho através de uma educação permanente 
multiprofissional.
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78
5.2 Modelo Preventista utilizado na Estratégia de Saúde da Família
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é um modelo assistencial que surgiu para efetivar os 
princípios do SUS de integralidade, equidade a universalidade.
Apesar da ESF possuir responsabilização sanitária pela população cadastrada no seu 
território, ela é universal, pois seu objetivo é que, pelo menos em áreas de maior vulnerabilidade 
social haja uma coberturatotal da população. Nas áreas que não possuem cobertura pela ESF, a 
responsabilidade é das Unidades Básicas de Saúde.
A integralidade da assistência acontece, pois, nesse modelo, a saúde é vista em todos os seus 
aspectos, incluindo seus determinantes e condicionantes sociais de saúde. A ESF prioriza as ações 
de promoção e prevenção e deve conhecer todas as necessidades em saúde da população do 
território, desenvolvendo estratégias para a resolução de pelo menos 80% de todos os problemas 
relacionados à saúde da comunidade (FARIA, 2010)
Segundo Merhy (2005) as tecnologias em saúde são chamadas por leves, leves-duras e duras. 
As tecnologias leves estão relacionadas às relações das pessoas, já a tecnologia leve-dura se 
refere aos procedimentos e as duras aos equipamentos.
A Atenção Básica utiliza todas as tecnologias em saúde, mas o foco é a tecnologia leve. Essa 
tecnologia refere-se à relação das pessoas, ou seja, o vínculo com a população do território e 
o cuidado integral que não é pontual e precisa de muito esforço dos profissionais da Atenção 
Básica, ou seja, é a tecnologia mais complexa (COELHO et al., 2009).
De acordo com o Ministério da Saúde (2012, p. 54):
A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com 
os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e 
municipais, representados respectivamente pelo Conass e Conasems, como estratégia de expansão, 
qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho 
com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de 
ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar 
uma importante relação custo-efetividade.
Apesar da ESF ter o foco citado acima, o modelo biomédico é ainda muito vigente, até mesmo 
nas Unidade de Atenção Básica. Muitos profissionais acabam focados no atendimento das 
demandas espontâneas e não conseguem realizar as ações de promoção e prevenção da saúde. 
Dessa, forma há necessidade de realizar estratégias para mudar essa realidade com educação em 
saúde para a população quanto o objetivo da Atenção Básica.
79
6 PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NO SUS
A participação popular no SUS foi citada pela primeira vez na lei de criação do SUS (lei 8080/90) 
e reforçada através da lei 8142/90 com a criação dos Conselhos e Conferências de Saúde. Dessa 
forma, o SUS considera a importância da participação da sociedade no diálogo sobre a saúde 
da comunidade, compartilhando com o Estado as decisões sobre as ações de saúde (ROLIM, 
Leonardo Barbosa et.al., 2013). Os Conselhos e Conferências de Saúde são compostos por 50% 
da população e 50% dos gestores, prestadores de serviços e profissionais de saúde.
6.1 Conselhos de Saúde
Os Conselhos de Saúde são órgãos permanentes e deliberativos que foram criados para 
controlar a execução das Políticas Públicas e fiscalizar a utilização de recursos financeiros na 
saúde. Os Conselhos de Saúde são criados por lei e deve integrar cada esfera de governo. De 
acordo com o Ministério da Saúde (2012, p. 1):
A participação da sociedade organizada, garantida na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma 
instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização 
da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
A participação dos conselheiros nos Conselhos deve ser, de preferência, através de eleição 
direta com renovação de 30% dos membros a cada eleição (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). As 
reuniões devem acontecer minimamente mensalmente e devem seguir as regras do Regimento 
Interno do Conselho. O Conselho de Saúde é um colegiado muito importante, pois operacionaliza 
o princípio da participação popular do SUS.
6.2 Conferência de Saúde
A Conferência de Saúde é realizada a cada quatro anos para avaliar a situação de saúde 
da população e propor Políticas de Saúde. Elas devem ser realizadas em formato próprio com 
votações das medidas de melhoria discutidas nos Conselhos de Saúde.
FIQUE DE OLHO
O Portal da Transparência do Governo Federal disponibiliza uma descrição detalhada dos 
gastos com saúde. Todo cidadão deve saber como está ocorrendo os investimentos em saúde. 
Essas informações podem ser acessadas através do link: http://www.portaltransparencia.
gov.br/funcoes/10-saude
80
As Conferências de Saúde devem ser realizadas no primeiro ano de eleição para embasar a 
realização do Plano de Saúde seja municipal, estadual ou federal. (COSEMS). Deve ser convocada 
pelos Conselheiros ou pelo Chefe do Poder Executivo e também deve ter um tema. Por exemplo, 
a última Conferência Nacional de Saúde realizada em 2018 teve o seguinte tema: democracia 
e saúde. Após isso se deve definir um local e divulgar a Conferência que é aberta à população, 
aos prestadores de serviço, profissionais de saúde e gestores. No decorrer da Conferência são 
votados os principais problemas de saúde e suas soluções para que gerarem Políticas Públicas. 
Os Conselhos de Saúde devem fiscalizar o cumprimento das propostas votadas na Conferência de 
Saúde ao longo dos próximos quatro anos.
81
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender o que são indicadores de Saúde e como avalia-los;
• conhecer os principais indicadores utilizados na Atenção Básica à Saúde;
• entender como é utilizado o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade 
da Atenção Básica;
• aprender sobre os principais modelos técnico-assistenciais utilizados na saúde;
• compreender como é realizada a participação popular do SUS através das Conferências 
e Conselhos de Saúde.
PARA RESUMIR
ALEXANDRE, L. B. S. P. Epidemiologia aplicada aos Serviços de Saúde. 1ª ed. São Paulo, 
2012.
BERTUSSO, F. R. B. et al. PMAQ na visão de trabalhadores que participaram do programa 
em Região de Saúde do Paraná. In: Saúde debate vol.42 n.117 Rio de Janeiro Apr./June 
2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Conselhos de saúde: a 
responsabilidade do controle social democrático do SUS. 2ª ed. Brasília, 2013.
BRASIL. Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/res0453_10_05_2012.html Acesso em: 30 abr. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde mais perto de você - acesso e qualidade programa 
nacional de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica (PMAQ): manual 
instrutivo. Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Qualificação dos Indicadores: do manual instrutivo 
para as equipes de Atenção Básica à Saúde (Saúde da Família, Saúde Bucal e Equipes 
Parametrizadas) e NASF. Brasília, 2015
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.645, de 02 de outubro 2015. Dispõe 
sobre o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica 
(PMAQ-AB). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/
prt1645_01_10_2015.html Acesso em: 30 abr. 2020. 
COELHO, M. O. et al. Tecnologia das relações como dispositivo do atendimento 
humanizado na atenção básica à saúde na perspectiva do acesso, do acolhimento e do 
vínculo. In: Ciênc. saúde coletiva vol.14 supl.1 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2009..
FARIA, H. P. et al. Modelo assistencial e atenção básica à saúde. 2ª ed. Ed: coopmed. 
Belo Horizonte, 2010.
FLÔRES, G. M. S. Gestão pública no SUS: considerações acerca do PMAQ-AB. Rev. In: 
Saúde debate/ Rio de Janeiro, v. 42, n. 116, p. 237-247, jan-mar 2018. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v42n116/0103-1104-sdeb-42-116-0237.pdf. Acesso em 
21 abr 2020.
JANUZZI, P. M. Indicadores Socioeconômicos na Gestão Pública. 2ª ed. Florianópolis: 
Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2012.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MERHY, E. E.. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. 2ª ed. São Paulo: Hucitec; 2005.
OPAS/OMS. Indicadores de Saúde: elementos conceituais e práticos. Disponívelem: 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:h
ealth-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&limit
start=4&lang=pt. Acesso em: 18 abr 2020.
PUTTINI, R. F. et al. Modelos explicativos em saúde coletiva: abordagem biopsicossocial 
e auto-organização. In: Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 20 [ 3 ]: 753-
767, 2010.
REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE (RIPSA). Indicadores e dados 
básicos para a Saúde no Brasil. Disponível em: http://www.ripsa.org.br/vhl/indicadores-
e-dados-basicos-para-a-saude-no-brasil-idb/. Acesso em 25 abr 2020.
REDE DE PESQUISA EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. PMAQ Microdados da Avaliação 
Externa. 04 mai. 2015. Disponível em https://redeaps.org.br/2015/05/04/pmaq-
microdados-da-avaliacao-externa/. Acesso em 25 abr. 2020.
ROLIM, L. B. Participação popular e o controle social como diretriz do SUS: uma revisão 
narrativa. Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 37, n. 96, p. 139-147, jan./mar. 2013.
Gestão em enfermagem na atenção básica é um livro direcionado 
para estudantes dos cursos da área de enfermagem, gestão da 
atenção básica e gestão em enfermagem. 
Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo sobre 
vários tipos de gestão: na atenção básica, em enfermagem na 
atenção básica, de trabalho da enfermagem na atenção básica, e em 
saúde no SUS.
Após a leitura da obra, o leitor vai conhecer sobre as ações da 
atenção básicas e seus atributos dentro da Rede de atenção à saúde; 
aprender sobre o enfermeiro gerente da unidade básica de saúde e 
suas atribuições; entender como é realizado a análise da situação de 
saúde para o planejamento das ações de saúde na Atenção Básica; 
compreender como é realizada a vigilância em saúde na Atenção 
Básica e sobre as doenças de notificação compulsória; dominar a 
sistematização da assistência de enfermagem; analisar o processo de 
trabalho da atenção básica; saber os principais indicadores utilizados 
na Atenção Básica à Saúde; ter conhecimento de como é realizada a 
participação popular do SUS através das conferências e Conselhos de 
Saúde, e muito mais.
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