Prévia do material em texto
UNIDADE CURRICULAR “DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E SEGURIDADE SOCIAL” A A3 consistirá em um portifólio com o “diário de bordo”, que conterá os relatórios sobre questões formuladas pelos professores no decorrer do semestre sobre o processo de referencia nº 1000079-05.2018.5.02.0501 (caso concreto a ser utilizado como situação-problema de base da A3),bem como com o complemento das peças processuais praticas a serem elaboradas no decorrer do semestre, a partir de casos similares ao processo de referência, oportuna e gradativamente disponibilizadas pelos professores. O portifólio com tal diário de bordo e com as pelas processuais simuladas deverá contar os 10 eventos abaixo indicados, desenvolvidos em capítulos separados. A atividade avaliativa em tela será realizada em grupos de 2 a 6 pessoas, não sendo possível a elaboração individual – afinal, uma das soft skills a serem desenvolvidas como competência é precisamente a capacidade de trabalhar em equipe e assumir liderança. Data de entrega final do portifólio em arquivo PDF: 3 de junho de 2022 por meio do Google Classroom. Observação: indicar na capa o nome completo das pessoas do grupo, em ordem alfabética e seus respectivos R.A.s. Evento 4: Elabore a contestação da petição inicial supracitada, após ser apresentada pelo outro grupo (sorteio e distribuição realizados pelo professor), no prazo a ser fixado. Excelentíssimo Senhor Juiz Federal da 1ª Vara do Trabalho de Taboão da Serra deste Egrégio Tribunal Regional do Trabalho na 2ª Região, São Paulo Processo nº 1000079-05.2018.5.02.0501 M.M.S TEIXEIRA LOCAÇÕES – ME, (BRINCAR LOCAÇÕES), CNPJ: 24.233.749/0001-47, sediada na Rodovia Regis Bittencourt, nº 2.643, Quiosque 44/45 térreo, Cidade Intercap, CEP: 06768-200, Taboão Da Serra, SP, e-mail: roberto.sarafian@plataformaum.com.br, telefone (11) 2228-6586, JOSÉ ROBERTO SAFRAFIAN TEIXEIRA, MARIA APARECIDA POSSARI TAMOS – ME, (BRIN-CAR), CNPJ: 13.436.862/0001-03, sediada na Rodovia Presidente Dutra, Km 230, Quiosque 29 piso superior, Porto da Igreja, CEP: 07034-911, Guarulhos, SP, e-mail: ocomputador13@ig.com.br, telefone (11) 2408-7272, MARIA APARECIDA POSSARI TAMOS, TEMAKIAN TEMAQUERIA LTDA – ME, CNPJ: 22.720.534/0001-25, sediada na Rua Benedito Storani nº 876, Pq. Residencial Eloy Chaves, CEP: 13212-100 - Jundiaí, SP, e-mail: temakian@gmail.com, telefones (11) 2816-9018 e 2816-9026, PLATAFORMA UM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA – EPP, CNPJ: 09.381.701/0001-92, com duplo endereço físico: 1. Avenida Kennedy, nº 27, sala 57, Jd. do Mar, CEP 09726- 260, São Bernardo Do Campo, SP; 2. Calçada Dos Geranios, nº 113, Centro Comercial, Alphaville Comercial, CEP: 06453-014, Barueri, SP, e-mail: roberto.sarafian@ativasolutions.com.br, telefone (11) 2228-6586 e SDT 3 CENTRO COMERCIAL LTDA, (SHOPPING TABOAO), CNPJ: 02.463.746/0001-67, sediada na Rodovia Regis Bittencourt (BR 116) KM 271,5, nº 2.643, administração Shopping Taboão, Cidade Intercap, CEP: 06768-200, Taboão Da Serra, SP, e-mail: atendimento@shoppingtaboao.com.br, departamento de assuntos jurídicos, e-mail: prp@mcma.com.br, aos cuidados Dr. Paulo Vitor, telefones fixos: (11)2699-4000 (11)4788-3800, vem, respeitosamente, por seus procuradores, apresentar CONTESTAÇÃO no processo em que contende com PAOLA GONÇALVES COSTA SÁ, já devidamente qualificada na inicial. SÍNTESE DA INICIAL Alega a reclamante que, aos 13 anos de idade, foi contratada por tempo indeterminado pelo reclamado JOSÉ ROBERTO SARAFIAN TEIXEIRA e sua esposa MARIA APARECIDA POSSARI TAMOS, para cumprir uma jornada de trabalho de 06 horas diárias por 3 dias da semana, inclusive aos domingos, sendo o pagamento a metade do piso de atendente ao cliente da loja de serviço de locação de artigos para bebês M.M.S TEIXEIRA LOCAÇÕES – ME. Alega, ainda, que teria sido contratada para substituir colegas que tirariam férias, razão pela qual seu horário de trabalho mudava constantemente. A partir do dia 14/09/2014, disse que passou a cumprir jornada das 16h às 22h da terça-feira aos domingos, com folga às segundas-feiras, bem como passou a trabalhar em todos os feriados. Entretanto, supostamente deveria ficar até às 23h, vez que é responsável pelo fechamento da loja, o que exigia a espera dos clientes finalizarem. Alega que o salário dobrou proporcionalmente aos dias trabalhados na semana, mas supostamente apenas assinava simples recibo, sem receber via do holerite. Aduz ainda que recebeu auxilio transporte mensal no valor de R$291,0 e cesta básica de R$90,0 e R$48,0 mensais para almoço nos dias de domingo, pago em dinheiro e mediante recibo preenchido apenas do valor e sem receber cópia ou via. Reclama, ainda, não ter registrado Carteira de Trabalho e Previdência Social, nem PIS, nem assinava ponto eletrônico. Ainda, teria sido demitida no dia 31/10/2017, sumariamente, não recebendo a outra metade da integralidade do piso salarial e direitos trabalhistas, tampouco as horas extras trabalhadas. A Reclamatória não mercê procedência, conforme será demonstrado. DA INEXISTÊNCIA DE CITAÇÃO Inicialmente, cumpre destacar que nenhum dos Requeridos foi devidamente citado, conforme se extrai da compulsão dos autos, razão pela qual há a violação do art. 337, inciso I, do CPC. DA INEXISTÊNCIA DE TRABALHO INFANTIL – A FIGURA DO JOVEM APRENDIZ Alega a Reclamante que os serviços prestados aos Reclamados teriam prejudicado seu rendimento escolar e configurariam trabalho infantil. Ocorre, Excelência, que essa alegação não merece prosperar. Isso porque a função que a Reclamante exercia nas dependências das empresas Reclamadas era tão somente o exercício do cargo de Jovem Aprendiz, o que é permitido constitucionalmente e por meio da Lei 10.097/2000. Tal lei indica que as empresas tem o direito de contratar jovens, com idades entre 14 e 24 anos, como aprendizes, o que ocorreu no caso em comento. Ora, Excelencia, a Reclamada assume que a maior carga horária enfrentada por ela foi de 6h (16h às 22h). Ou seja, ela teria todo o período matutino e ainda parte do período vespertino para se dedicar exclusivamente aos estudos, o que indica que as atividades realizadas por ela nas emrpesas Reclamadas não afetaram substancialmente seu rendimento escolar. Mesmo porque, a própria Lei 10.097/2000 esclarece que a carga máxima permitida é mesmo de 6h. DA INEXISTÊNCIA DE DIREITO AO ADICIONAL NOTURO E ÀS HORAS EXTRAS TABALHADAS Prescreve a legislação pátria que o trabalho noturno deve ser albergado por adicional correspondente a uma porcentagem total do salário prestado. Contudo, a reclamante exercia suas funções das 16h às 22h, o que, nem de longe, caracteriza o trabalho noturno. Isso porque, segundo a Consolidação das Lei Trabalhistas, em seu art. 73, o trabalho noturno, nas condições urbanas, é configurado a partir do exercício laboral entre às 22h e às 5h da manhã, o que claramente não condiz com o caso em tela. Além disso, Excelência, a Reclamada não traz qualquer prova de que teria alguma vez extrapolado o limita das 22h, apenas trouxe alegações vazias e sem qualquer fundamento fático, não comprovando nem o trabalho noturno e tampouco as horas extras que supostamente teria trabalhado. E, ainda, alega não ter recebido horas extrar pelo trbalaho exercido durante os finais de semana. Contudo, Ecelencia, o valor do salário já compreenderia as horas extras, haja vista que a própria atividade de atendimento ao cliente no Shopping já presume o trabalho semanal, mesmo nos finais de semana, em razão do funcionamento continuo do estabelecimento. DA INEXISTENCIA DE VINCULO EMPREGATICO Requer a Reclamada uma série de direitos trabalhistas, dentre eles os direitos ao 13º, ao INSS, dentre outros. Contudo, conforme será comprovado a partir da instrução do processo, a Reclamada nem mesmo era contratada das Empresas que aqui figuram como Requeridas, haja vista que seria praticamente impossível uma criança de 13 anos ter trabalhado durante tanto tempo nas dependências de um grande Shopping. Não há que se falar em trabalho infantil, portanto, quando nem mesmo há trabalhoenvolvido. DA INEXISTENCIA DO DIREITO À METADE DO PISO SALARIAL DA CATEGORIA A Reclamada requer a diferença de metade do piso salarial da categoria referente às datas de 01/12/2013 até 13/09/2014. Ora, Excelencia, trata-se de mais um pedido sem qualquer fundamento. A reclamada não traz qualquer prova de qual o valor percebido por ela durante esse período. Deve-se destacar que o ônus da prova incumbe ao autor. Pois bem, como saber se realmente a Reclamante recebia apenas metade do piso da categoria? E outra, quais foram os critérios calculados para que se chegasse à monta de R$4.963,75? Bom, não me parece crível esse calculo, tampouco as alegações ventiladas. Além disso, a Reclamante ainda assume ter trabalhado por apenas 3 dias semanais, recebendo esse salario. Pois bem, é completamente infundado o requerimento de recebimento do saário completo da categoria, trabalhando por 3 dias na semana. Tal atitude seria totalmente insustentável financeiramente aos cofres privados das Reclamadas, razão pela qual se trata de um pedido absurdo, que não merece prosperar. Assim, requer o acolhimento das preliminares suscitadas e o afastamento das alegações iniciais, bem como seja julgada totalmente improcedente, bem como a produção de provas por todos os meios permitidas juridicamente, especialmente às elencadas pelo Código de Processo Civil, e as de natureza testemunhal e documental suplementar. Evento 5: Sintetize em relatório os eventos ocorridos nas audiências realizadas no processo de referência em 11.07.2018, 17.10.2018 e 22.07.2019, analisando: a) As determinações e advertências lançadas nas atas das audiências; b) A pretensão de oitiva de 6 testemunhas pelo patrono da Reclamante; c) Os protestos e requerimentos verbais apresentados pelos/ as patronos das partes. AUDIÊNCIA 11/07/2018 Aberta a audiência, verificou-se que não houve a citação da 2ª Reclamada, razão pela qual determinou-se novamente a citação da mesma, dessa vez por Oficial de Justiça. Ainda, verificou-se que o Ministério Público do Trabalho não estava presente, razão pela qual determinou-se sua intimação para o comparecimento em uma próxima. Em razão dessas nulidades, houve a necessidade de se adiar a realização da audiência. AUDIÊNCIA 17/10/2018 Aberta a audiência, constatou-se a ausência da Reclamada Maria Aparecida Possari Tamos – ME, razão pela qual lhe foi aplicada a pena de revelia, nos termos do art. 319 do CPC e Súmula 122 do colendo TST. O art. 319 discorre sobre a inépcia da petição inicial, razão pela qual não fez sentido a aplicação desse dispositivo legal. A Reclamante alega que Sra. Maria Aparecida é laranja da empresa, requerendo sua deposição em juízo. Além disso, impugnou ainda a apresentação do Sr. Renato Xavier Junior como preposto do Sr. Roberto. Contudo, não foi deferido nenhum dos pedidos apresentados. Além disso, a Magistrada ainda registra que ao patrono da Reclamante não foi dada a palavra, razão pela qual não há o direito de se manifestar. Nessa ocasião, o patrono da Reclamante recebeu, além dessas, outras advertências, que atacaram diretamente seu comportamento na audiência. Ao final, destaca a magistrada que quem deve conduzir a audiência era ela, não o advogado, devendo suas insurgências serem reduzidas a termo nas alegações finais. O patrono da Reclamante fez as seguintes perguntas: - Qual a ocupação da preposta; quando e como se deu o ato de autorização da loja Brincar pelo Shopping e como isso ocorre no âmbito do Shopping? - Qual a data de início de funcionamento da loja Brincar; - Se a 2ª reclamada é ou foi dona da loja Brincar; - Se o Sr. José Roberto é o atual dono da loja Brincar e se esta esteve em qualquer momento subordinada à 5ª reclamada; - Se a 5ª reclamada acompanhou, inspecionou ou fiscalizou o exercício da atividade da loja Brincar no shopping; - Se a 5ª reclamada sabia da contratação da reclamante menor; quais os dias e horário de funcionamento do Shopping Taboão; - Quantos funcionários atuam na loja Brincar, quantos empregados trabalhavam nessa loja; - Se a 5ª reclamada orientava por qual caminho para ter em seu quadro de lojas um empreendedor individual; - Quantos empregados este pode contratar; - Se Maria Madalena atende na loja Brincar e em que momento esta compareceu na 5ª reclamada como sócia da loja Brincar e quando e como o Shopping procedeu o cadastramento desta empresa; - Se há algo que a depoente pode falar como acréscimo para autorização de funcionamento da loja Brincar no shopping. Contudo, todas as perguntas foram indeferidas. Acredito ter sido o indeferimento, haja vista que as perguntas não iriam ajudar em nada a instrução do processo. Apesar de ouvidos os Reclamados presentes e as Reclamantes, foi necessário o adiamento da oitiva das testemunhas. Isso porque a audiência já estava se estendendo por mais de 2h, e o numero de testemunhas era 6. AUDIÊNCIA DE 22/07/2019 Aberta a audiência, novamente foi constatada a ausência de Maria Aparecida Possari Tamos – ME. Nessa audiência, requereu o patrono da reclamante a oitiva das seguintes testemunhas: 1) OSANA APARECIDA GONÇALVES SANTOS DA COSTA SÁ (mãe da reclamante) 2) MARIA DO SOCORRO PEREIRA DE ARAÚJO 3) JONATAS JORGE MARTINS FONSECA 4) BRUNA APARECIDA DA SILVA 5) RUTHE ALVES DE SOUZA 6) PALOMA GONÇALVES COSTA SÁ (irmã da reclamante) Contudo, a oitiva foi indeferida, haja vista que o número máximo de testemunhas deveria ser 3. Assim, requereu o patrono a oitiva das testemunhas Bruna, Ruthe e Paloma, sendo a oitiva desta ultima indeferida, por se tratar da irmã da Reclamante, razão pela qual requereu o patrono a oitiva da testemunha Maria do Socorro. A escolha da Magistrada novamente foi acertada. Isso porque é inconcebível a oitiva de pessoas próximas às partes deporem na qualidade de testemunha. Contudo, ficou obscura a opção por indeferir sua oitiva na qualidade de informante.