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E-BOOK
GERENCIAMENTO DE 
UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO I
Aspectos históricos das unidades de 
conservação 
APRESENTAÇÃO
Unidades de conservação (UCs) são territórios protegidos por decreto do governo, com limites 
definidos, que têm características naturais importantes e ricas em biodiversidade. Por essas 
características, é preciso garantir a sua proteção e a conservação de seus recursos. Trata-se de 
um modelo que teve origem inicialmente por meio do Decreto no 23.793, de 23 de janeiro de 
1934, que cria o primeiro Código Florestal brasileiro. No Brasil, há parques federais, estaduais e 
municipais, criados e geridos pelo proponente, seja a nível federal, dos Estados ou mesmo dos 
Municípios. Qualquer que seja a sua autarquia, é regido pelo Sistema Nacional de Unidade de 
Conservação da Natureza – SNUC, criado pela Lei no 9.985, de 2000. O Instituto Chico Mendes 
de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, criado pela Lei no 11.516, de 28 de agosto de 
2007, é a autarquia de gestão das UCs federais, por exemplo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar aspectos históricos da conservação das áreas 
naturais no Brasil e no mundo e a história das primeiras UCs brasileiras.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os aspectos históricos da conservação das áreas naturais no mundo.•
Relacionar os aspectos históricos da conservação das áreas naturais no Brasil.•
Reconhecer a história das primeiras UCs brasileiras.•
DESAFIO
Atualmente, é possível notar que a proteção de áreas no Brasil é muito frágil, pois as UCs 
passam por longos processos para sua criação, muitas vezes levando anos para serem 
concretizadas. Porém, podem facilmente ser extintas quando os interesses são outros.
Você é gestor de uma UC de uso sustentável e precisa impedir que essa área seja extinta.
Para tanto, é necessário convencer a população sobre a importância da preservação de áreas 
naturais. Para isso, elabore um documento explicando, a partir dos conceitos aprendidos, como 
são as UCs e explanando a dificuldade de criação de uma UC por meio de fatos históricos.
INFOGRÁFICO
As unidades de conservação são importantes áreas protegidas que têm recursos necessários para 
a sobrevivência e que, além disso, podem abrigar também espécies ameaçadas de extinção.
Conforme aconteceu a evolução das leis relacionadas às UCs, os tipos de manejos e categorias 
foram sofrendo mudanças.
Veja no Infográfico a seguir como isso ocorreu.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
As unidades de conservação são importantes áreas protegidas para a preservação dos recursos 
naturais. Para que você entenda o motivo da criação de UCs, é importante conhecer de que 
forma funciona a interação dos organismos com os recursos naturais, fontes da vida.
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, base teórica para esta Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Aspectos históricos das unidades de conservação.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Aspectos históricos das 
unidades de conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identi� car os aspectos históricos da conservação das áreas naturais 
no mundo.
  Relacionar os aspectos históricos da conservação das áreas naturais 
no Brasil.
  Reconhecer a história das primeiras UCs brasileiras.
Introdução
Unidades de Conservação (UCs) são territórios que possuem características 
naturais importantes e ricas em biodiversidade, protegidos por decreto do 
governo, com limites definidos, a fim de garantir a proteção e a conserva-
ção de seus recursos. É um modelo que teve origem inicialmente com o 
Decreto nº 23.793 de 23 de janeiro de 1934, que criou o primeiro código 
florestal brasileiro. No Brasil, há parques federais, estaduais e municipais, 
criados e geridos pelo proponente, seja a nível federal, dos Estados ou 
mesmo dos municípios. Qualquer que seja a sua autarquia, são regidos 
pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC), 
que surgiu pela Lei nº 9.985, de 2000. O Instituto Chico Mendes de Con-
servação da Biodiversidade (ICMBio), criado pela Lei nº 11.516 de 28 de 
agosto de 2007, é a autarquia de gestão das UCs federais, por exemplo. 
Neste texto, você vai estudar aspectos históricos da conservação das 
áreas naturais no Brasil e no mundo e a história das primeiras UCs brasileiras.
U N I D A D E 1
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 1 08/12/2017 14:45:09
Aspectos históricos da conservação 
das áreas naturais no mundo
As primeiras áreas protegidas surgiram com o propósito de reservar áreas 
para utilização de seus recursos e para caça. Essas áreas benefi ciavam apenas 
integrantes de classes privilegiadas da sociedade, ou seja, o objetivo inicial 
das áreas de preservação não era a preservação ambiental.
As áreas naturais são bens preciosos para a humanidade. Nelas estão os 
recursos necessários para a sobrevivência. A proteção de determinadas áreas 
naturais surgiu a partir da necessidade do homem de preservar esses locais para 
seu lazer, reserva alimentar, proteção das águas, preservação da fauna e da flora 
e manutenção do meio biótico e abiótico. Com o passar do tempo, foram se 
estabelecendo diversos tipos de unidades, com certos critérios e formas de usos.
Em 1864, George Perkins Marsh fez o primeiro movimento nos Estados 
Unidos, publicando um livro chamado Man and Nature (“Homem e Natureza”), 
clássico da crítica ambiental norte-americana, no qual demonstrava que a utili-
zação desenfreada dos recursos e a destruição do mundo natural ameaçavam a 
própria existência do homem sobre a terra. A partir disso, foi criada a primeira 
área natural, ou unidade de conservação (UC), oficialmente reconhecida nos 
Estados Unidos em 1872, o Parque Nacional de Yellowstone. Localizado nos 
Estados de Wyoming, Montana e Idaho, é o mais antigo parque nacional do 
mundo, um marco na história das áreas protegidas. Foi inaugurado em março 
de 1872 e cobre uma área de 8.980 km², estando sua maior parte no condado 
de Park, noroeste do Wyoming. O Parque possui diversas nascentes e águas 
termais, além da enorme diversidade de animais silvestres, endêmicos da região, 
características principais para a criação de uma área de proteção.
Nos anos seguintes à criação do Parque de Yellowstone, o conceito de 
natureza intocável gerou muitas críticas, pois se espalhou pelo mundo e pre-
judicou povos tradicionais que retiravam todo seu sustento das áreas onde 
habitavam. Apesar disso, o mundo assistiria a uma gradual inclusão desses 
espaços nas políticas públicas dos países e, no início do século XXI, a maior 
parte das legislações dos países preveem a sua criação.
A inserção de populações tradicionais no âmbito da convivência, gestão e 
exploração de recursos em certos tipos de UC foi um avanço para a utilização, de 
forma sustentável, desses recursos, possibilitando, assim, a sua conservação. Isso 
ocorreu porque os instrumentos e as técnicas utilizadas por esses grupos humanos 
eram menos impactantes e menos degradadoras do meio.
Após todo este movimento de criação da primeira área protegida, várias 
outras foram inauguradas ao redor do mundo, conforme o Quadro 1:
Aspectos históricos das Unidades de Conservação2
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Área de proteção País Ano de criação
Parque Nacional Royal Austrália 1879
Parque Nacional Banff Canadá 1885
Parque Nacional 
Egmont 
Nova Zelândia 1894
Parque Nahuel Huapi Argentina 1903
Deserto dos Leões México 1917
Parque Pérez Rosales Chile 1926
Galápagos Equador 1934
Henri Pittier Venezuela 1937
Parque Nacional dos 
Lagos de Plitvice
Croácia 1949
Parque Nacional 
Snowdonia 
País de Gales 1951
Parque Nacional 
Torres Del Paine
Chile 1959
Parque Nacional Gauja Letônia 1973
Parque Nacional TriglavEslovênia 1981
Quadro 1. Áreas protegidas.
Figura 1. Yellowstone, primeira UC oficial.
Fonte: blvdone/Shutterstock.com.
3Aspectos históricos das Unidades de Conservação
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 3 08/12/2017 14:45:09
Eventos relacionados à conservação de áreas
Na Conferência Mundial de Parques Nacionais, realizada em Seattle, nos 
Estados Unidos, em 1962, foi recomendado: o estímulo à criação de parques 
nacionais e parques marinhos; a educação ambiental; as pesquisas planejadas 
e a proibição de implantação de usinas hidrelétricas dentro dos limites de um 
parque nacional.
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano foi a 
primeira atitude mundial a tentar preservar o meio ambiente. Ela foi realizada 
em 1972 em Estocolmo. O objetivo desta conferência foi estabelecer estratégias 
para que a relação do homem com o meio ambiente ficasse mais equilibrada, sem 
comprometer a sobrevivência das gerações futuras e do planeta como um todo.
Nos anos seguintes, foram realizadas outras Conferências Mundiais sobre parques 
nacionais, aproximadamente de 10 em 10 anos. Foram elas:
  2ª Conferência Mundial sobre Parques Nacionais, Parque Nacional Grand Teton/
Yellowstone (EUA), 1972: Parques nacionais para o futuro.
  3º Congresso Mundial de Parques Nacionais, Bali (Indonésia), 1982: O papel das 
áreas protegidas na sustentação da sociedade.
  4º Congresso Mundial de Parques Nacionais e Áreas Protegidas, Caracas (Venezuela), 
1992: Parques para a vida.
  5º Congresso Mundial de Parques da IUCN, Durban (África do Sul), 2003: Benefícios 
mais além da fronteira.
  6º Congresso Mundial de Parques da IUCN, 2014 (Sidney).
Aspectos históricos da conservação 
das áreas naturais no Brasil
No Brasil, as Áreas Protegidas são conhecidas como unidades de conservação 
(UC). Embora André Rebouças tenha pedido a criação de UCs em 1876 e Santos 
Dumont, em 1916, a primeira UC foi o Parque Nacional do Itatiaia, criado 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação4
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 4 08/12/2017 14:45:09
pelo presidente Getúlio Vargas em 1937, através do Decreto nº 1.713. Getúlio 
ainda criou mais dois parques nacionais em 1939: Iguaçu, como proposto por 
Santos Dumont, e Serra dos Órgãos. Assim começava a nossa história sobre 
essas áreas protegidas. 
De 1939 até 1959, nenhum outro foi estabelecido. Em 1959, houve o surgi-
mento de Aparados da Serra, Araguaia e Ubajara. Em 1979, houve a criação 
de muitas UC, na Amazônia, principalmente, pois, até aquele momento, só 
havia o Parque Nacional da Amazônia, estabelecido em 1974 por indicação 
do projeto Radam Brasil.
A Amazônia era então um enorme vazio de áreas protegidas. Mas, em 1979, 
num dia só, foram estabelecidos 8 milhões de hectares de parques nacionais 
na Amazônia, reservas biológicas também no bioma amazônico, a primeira 
área protegida marinha, a Reserva Biológica de Atol das Rocas, e dois parques 
nacionais no Nordeste. Também foi aprovado o primeiro Plano do Sistema de 
Unidades de Conservação do Brasil e foi assinado o Regulamento Geral dos 
Parques Nacionais. De 1979 a 1982, surgiram dois outros parques nacionais 
e foi publicada a segunda etapa do Plano do Sistema de Unidades de Con-
servação do Brasil. Também entre 1979 e 1982, compraram-se 2 milhões de 
hectares de parques nacionais e reservas biológicas com os recursos do Fundo 
de Reposição Florestal.
A história das UCs no Brasil é marcada pela extinção de duas reservas: o 
Parque Nacional de Paulo Afonso (BA) e o de Sete Quedas (PR), dando lugar 
a hidrelétricas. As primeiras UCs criadas no Brasil estão no Quadro 2. 
Os parques criados no país seguiram o modelo dos Estados Unidos, de 
natureza intocável, sem levar em consideração os povos tradicionais que já 
habitavam as áreas delimitadas como de preservação. Assim surgiram duas 
correntes de pensamento: uma do grupo dos preservacionistas, que acreditam 
que ela não poderia ser tocada, e a outra do grupo dos conservacionistas, 
que acreditavam em um manejo sustentável. Por conseguinte, na realidade 
brasileira, as unidades de conservação, influenciadas por essas duas correntes 
de pensamento e em função da sua categoria de manejo, são distinguidas de 
duas formas: unidades de proteção integral e as de uso sustentável.
5Aspectos históricos das Unidades de Conservação
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UC Ano de criação
Parque Nacional Aparados da Serra 1959
Parque Nacional Araguaia 1959
Parque Nacional de Ubajara 1959
Parque Nacional das Emas 1961
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros 1961
Parque Nacional de Caparaó 1961
Parque Nacional Sete Cidades 1961
Parque Nacional São Joaquim 1961
Parque Nacional Tijuca 1961
Parque Nacional Monte Pascoal 1961
Parque Nacional de Brasília 1961
Parque Nacional da Serra da Bocaina 1971
Parque Nacional Serra da Canastra 1972
Parque Nacional da Amazônia 1974
Parque Nacional do Pico da Neblina 1979
Parque Nacional de Pacaás Novos 1979
Parque Nacional da Serra da Capivara 1979
Quadro 2. Unidades de conservação.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza (SNUC)
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) é 
o conjunto de normas e procedimentos ofi ciais que possibilitam às esferas 
governamentais federal, estadual e municipal, bem como à iniciativa privada, 
criar, implementar e gerir no país as UCs.
O SNUC foi sancionado pelo governo em 1982 e era, basicamente, um 
plano que continha objetivos específicos necessários à conservação da natureza 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação6
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no Brasil. Ele propunha novas categorias de manejo dos recursos naturais, 
que não eram previstas na legislação da época. O SNUC foi concebido por 
instituições governamentais e sociedades civis interessadas.
Entretanto, havia necessidade de um amparo legal ao sistema para fornecer 
os mecanismos jurídicos para a categorização e o estabelecimento de unidades 
de conservação no Brasil. Então, após muitos anos de discussões, a Lei nº 
9.985, de 18 de julho de 2000, instituiu o SNUC, consolidando-o na forma 
como hoje é conhecido: um conjunto de diretrizes e procedimentos oficiais 
que possibilitam às esferas governamentais federal, estadual e municipal e à 
iniciativa privada a criação, implantação e gestão de UC. É composto por 12 
categorias de UCs, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à forma 
de proteção e aos usos permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, 
pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas que podem ser utilizadas de 
forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.
O SNUC tem os seguintes objetivos:
  Contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e 
dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais.
  Proteger as espécies ameaçadas de extinção.
  Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecos-
sistemas naturais.
  Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais.
  Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da 
natureza no processo de desenvolvimento.
  Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica.
  Proteger as características relevantes de natureza geológica, morfológica, 
geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural.
  Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados.
  Proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica, 
estudos e monitoramento ambiental.
  Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica.
  Favorecer condições e promover a educação e a interpretação ambiental 
e a recreação em contato com a natureza.
  Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações 
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura 
e promovendo-as social e economicamente.
7Aspectos históricosdas Unidades de Conservação
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A responsabilidade de preparar as unidades de conservação para receber visitantes, 
cuidando da qualidade e, principalmente, da segurança, é do Ministério do Meio Am-
biente (MMA) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Brasil possui, atualmente, 71 parques nacionais administrados pelo ICMBio. Eles 
estão espalhados por quase todos os biomas, sendo 24 na Mata Atlântica, 20 na 
Amazônia, 15 no Cerrado, oito na Caatinga, três no bioma marinho, um no Pantanal 
e nenhum no Pampa gaúcho.
Figura 2. Itatiaia, primeiro parque nacional criado no Brasil.
Fonte: vitormarigo/Shutterstock.com.
História das primeiras UCs brasileiras
O país possui diversas unidades de conservação tanto de uso sustentável 
quanto de proteção integral. Essas áreas onde estão as UCs são ricas em 
história. Vejamos algumas.
Parque Nacional do Itatiaia
Conforme citado anteriormente, esse foi o primeiro parque nacional criado 
no Brasil, em 1937, pelo presidente Getúlio Vargas. Ele está situado na Serra 
da Mantiqueira e abrange os municípios de Itatiaia e Resende, no Estado do 
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Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte, no Estado de Minas Gerais. 
Apresenta um relevo caracterizado por montanhas e elevações rochosas, com 
altitude variando de 600 a 2.791 m. A região já foi habitada por indígenas de 
uma tribo conhecida como Puri, da família Tupi, que constituíram os primeiros 
povos nativos dessa região. Alguns estudos apontam essa tribo como coloni-
zadora do vale do Paraíba do Sul. Antes da criação do Parque, as terras onde 
ele está localizado pertenciam ao Sr. Irineu Evangelista de Souza, o Visconde 
de Mauá, e foram adquiridas pela Fazenda Federal em 1908 para a criação de 
dois núcleos coloniais malsucedidos, passando as terras para o Ministério da 
Agricultura, o qual, em 1929, criou uma Estação Biológica subordinada ao 
Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Parque Nacional do Araguaia
O Parque Nacional do Araguaia foi criado em 1959 pelo presidente Juscelino 
Kubitscheck. No mesmo ano, por meio da Lei Estadual nº 2.370, foi autorizada 
a doação da Ilha do Bananal para a União e, logo após, o parque foi criado. À 
época, o território pertencia a Goiás, ao norte do Estado. Hoje está no sudoeste 
do Tocantins, abrangendo parte dos municípios de Formoso do Araguaia, 
Pium e Lagoa da Confusão. A ilha foi descoberta pelo sertanista José Pinto 
Fonseca em 1773, recebendo o nome de Santana. Porém, devido à existência 
de extensos bananais silvestres, passou a ser chamada Bananal. De início, o 
Parque Nacional do Araguaia ocupava toda a Ilha do Bananal. Em 1971, houve 
uma mudança nos limites do parque para criação do Terra Indígena Parque 
Araguaia, que passou a ocupar cerca de 562 mil hectares da área total da ilha. 
Essa terra indígena abriga cerca de quinze aldeias, dentre elas os Carajás, os 
Javaés, os Tapirapés, os Tuxás e os Avá-Canoeiros, que rejeitam contato com 
a civilização e com os demais indígenas das aldeias mais próximas.
Parque Nacional de Ubajara
No fi nal da década de 1950, o então diretor do Serviço Florestal do Ministério 
da Agricultura, Dr. David Azabuja, foi convidado a fazer uma visita à Gruta 
de Ubajara, onde ele se encantou com a beleza tanto da gruta quanto do seu 
entorno. A gruta é conhecida desde o início do século XVIII, quando os 
portugueses realizaram expedições na região em busca de minérios como a 
prata. Com seus esforços, ele conseguiu com que o presidente da época, JK, 
assinasse o Decreto nº 45.954 criando o parque para proteger a integridade e 
o processo de evolução do conjunto de formações geológicas existentes em 
9Aspectos históricos das Unidades de Conservação
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Ubajara. Apesar de o decreto ter sido assinado em 1959, apenas em 1975 o 
parque foi instalado, devido à demora nas desapropriações. Inicialmente sua 
área era de 4.000 ha, um provável erro na elaboração do decreto que, após 
estudos, foi reduzida 563 ha.
Parque Nacional das Emas
O parque foi criado em 1961 através do Decreto n° 49.874, emitido também 
pelo presidente Juscelino Kubitschek. Em 1972, teve seus limites revistos pelo 
Decreto nº 70.375. O nome Parque Nacional das Emas possui essa denominação 
devido à grande quantidade de emas que aí habitavam. A proposta de criação 
do parque atribuiu-se ao senhor Filogônio Garcia, dono de parte das terras 
onde está o parque. Filogônio, como vereador em Jataí na década de 1950, 
sugeriu a criação do Parque em um encontro de município de Rio Verde. Um 
tempo depois, na década de 60, o senador Coimbra Bueno, levou a proposição 
do parque à presidência da república. 
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros
O parque foi criado em 1961 e está localizado no nordeste do Estado de Goiás, 
entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e Colinas do Sul. Ele 
foi criado para proteger uma área de 65.514 ha de cerrado de altitude, que possui 
formações vegetais únicas, centenas de nascentes e cursos d’água, rochas muito 
antigas, com aproximadamente 1,8 bilhões de anos, e seu subsolo é constituído 
basicamente de quartzo transparente. Em 2001, o parque foi reconhecido como 
Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, pois também preserva áreas 
de antigos garimpos, como parte da história local. O parque foi criado em plena 
corrida rumo ao centro do Brasil em razão da construção da nova capital, Brasília, 
devido a uma preocupação com a preservação da natureza próximo ao que seria 
o novo centro político do país e também com o objetivo de proteger nascentes 
de rios que abasteciam a região amazônica. Assim, em 1961, ele foi instituído 
como Parque Nacional de Tocantins, com 625 mil hectares, área reduzida em 10 
vezes antes de o nome passar a ser Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, 
com alusão aos caçadores de Veados que frequentavam o local. Atualmente, o 
parque possui uma área de 65 mil hectares. Apesar de fazer parte de sua história, 
hoje o garimpo e qualquer tipo de extrativismo é proibido no parque. Portanto, 
a maioria dos moradores das cidades próximas ao Parque Nacional Chapada 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação10
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dos Veadeiros vive do turismo, sendo treinada para exercer a função de guias, 
preservando os recursos naturais.
Parque Nacional de Caparaó
Em 1948, foi assinado o Decreto Lei Estadual nº 55, que criava a Reserva 
Florestal do Pico da Bandeira. Ainda no mesmo ano, o então diretor do Parque 
Nacional da Serra dos Órgãos encaminhou um parecer favorável à transforma-
ção da área em parque nacional, e, em 1953, a Câmara Municipal de Espera 
Feliz solicitou também a criação do parque. Porém apenas em 1961 o então 
presidente Jânio Quadros criou o Parque Nacional do Caparaó. Antigamente, 
a terra era ocupada por diferentes grupos indígenas, como os Botocudos, os 
Puris, as tribos Tapuias e, posteriormente, os Tupis. Ainda se abrigavam na 
região grupos de caçadores-coletores que impediram, por certo tempo, a 
destruição da Mata Atlântica em várias regiões. A região do Caparaó e, nesse 
caso, as próprias terras do parque nacional estão ligadas também à história mais 
recente do país, mais especifi camente àquela das guerrilhas oposicionistas ao 
governo militar. Por volta de 1966, um grupo de guerrilheiros que era contra 
o governo militar se reuniu no alto da Serra do Caparaó com o objetivo de 
derrubar o regime.
Figura 3. Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, um dos pontos 
turísticos mais visitados no Brasil.
Fonte: vitormarigo/Shutterstock.com.
11Aspectos históricos das Unidades de Conservação
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1. Com relação à conservação 
de áreas naturais no mundo,podemos afirmar que:
a) desde o início da criação 
de áreas protegidas, a 
intenção era preservar.
b) a proteção de áreas surgiu a 
partir das necessidades do 
homem em preservar esses 
locais para seu lazer, reserva 
alimentar, entre outros.
c) a Austrália foi a precursora na 
criação de um parque nacional.
d) a criação de parques nacionais 
não foi tão restritiva quanto 
ao uso de seus recursos.
e) a criação de áreas protegidas, 
com o modelo baseado no 
conceito de natureza intocável, 
trouxe muitos benefícios.
2. Em relação à criação de unidades 
de conservação ao redor do 
mundo, podemos afirmar que:
a) em 1903, foi criado o Parque 
Nahuel Huapi no Equador.
b) não há unidades de conservação 
criados nos países da 
Letônia e Eslovênia, pois são 
países muito pequenos.
c) o Parque Pérez Rosales, criado 
em 1926, pertence à Bolívia.
d) o Parque Nacional Royal 
foi a segunda unidade de 
conservação criada no mundo 
no ano de 1885 no Canadá.
e) o Parque Nacional de 
Yellowstone foi a primeira 
unidade de conservação 
criada no mundo.
3. Conforme os aspectos históricos da 
conservação das áreas naturais no 
Brasil, podemos afirmar que: 
a) o Brasil implementou unidades 
de conservação com facilidade.
b) as unidades de conservação 
do Paraná e Tocantins 
foram as primeiras áreas 
protegidas oficiais do Brasil.
c) após a criação de uma 
unidade de conservação, 
ela não pode ser extinta.
d) a primeira unidade de 
conservação do Brasil 
foi criada em 1937.
e) em 1891, um Decreto Federal 
criou uma enorme reserva 
florestal no Estado do Acre, a 
primeira área protegida do Brasil.
4. Sobre o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação 
da Natureza (SNUC), é 
correto afirmar que:
a) o SNUC foi o órgão responsável 
pela criação de 12 UCs no 
período entre 1939 e 1959.
b) o SNUC foi sancionado pelo 
governo em 1916 e foi uma ideia 
de Santos Dumont na época.
c) o SNUC é o conjunto de 
normas e procedimentos 
oficiais que possibilita a 
criação, implementação e 
gestão no país as UCs.
d) apesar de ter sido sancionado 
pelo governo em 1916, o SNUC 
nunca foi instituído em lei.
e) o SNUC é atualmente composto 
apenas por UCs baseadas no 
conceito de natureza intocável.
5. Qual a necessidade essencial 
de existirem unidades de 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação12
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DRUMMOND, J. A.; FRANCO, J. L. A.; OLIVEIRA, D. Uma análise sobre a história e a situ-
ação das unidades de conservação no Brasil. In: GANEM, R. S. (org.). Conservação da 
biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2010.
FRANCO, J. L. de A. A história ambiental no Brasil e os seus clássicos. Sociedade e Es-
tado, Brasília, v. 18, n. 1-2, dez. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script= sci_arttext&pid=S0102-69922003000100018&lng=en&nrm=iso>. Acesso 
em: 20 nov. 2017.
LOPES, E. R. N. Aspectos ambientais e históricos do Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação: 12 anos de implantação. Nature and Conservation, Aquidabã, v. 6, n. 2, 2013.
MACIEL, M. A. Unidades de conservação: breve histórico e relevância para a efetividade do 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. [2017]. Disponível em: <http://
www.ambito juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=9870>. Acesso em: 20 nov. 2017. 
MARSH, G. P. Man and nature: or physical geography as a modified by human action. 
New York: Charles Scriber, 1864. 
O QUE É O SNUC. In: ((o))eco. Rio de Janeiro: [s.n.], 2014. Disponível em: <http://www.
oeco.org.br/dicionario-ambiental/28223-o-que-e-o-snuc/>. Acesso em: 20 nov. 2017.
SOUZA, J. V. C. Congressos Mundiais de Parques Nacionais da UICN (1962-2003): registros e 
reflexões sobre o surgimento de um novo paradigma para a conservação da natureza. 
2013. 214 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade 
de Brasília (UnB), Brasília, 2013.
conservação no mundo?
a) Necessidade do homem em 
preservar locais para seu 
lazer (caça e pesca), reserva 
alimentar, proteção das 
águas, preservação da fauna 
e da flora e a manutenção 
do meio biótico e abiótico.
b) Manter de forma segura 
os rebanhos bovino e 
ovino, basicamente.
c) Manter a natureza intocável.
d) Manter o homem longe 
dessas áreas.
e) As áreas naturais são bens 
preciosos para a humanidade; 
nelas estão os recursos 
necessários para a sobrevivência. 
UCs existem, basicamente, para 
proteger esses recursos com 
base na sua importância.
13Aspectos históricos das Unidades de Conservação
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje, você vai conhecer os principais aspectos históricos sobre 
unidades de conservação a serem fixados.
Assista.
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EXERCÍCIOS
1) Com relação à conservação de áreas naturais no mundo, é possível afirmar que:
A) desde o início da criação de áreas protegidas, a intenção era preservar.
B) a proteção de áreas surgiu a partir das necessidades do homem em preservar esses locais 
para seu lazer, reserva alimentar, entre outras.
C) a Austrália foi a precursora na criação de um parque nacional.
D) a criação de parques nacionais não foi tão restritiva quanto ao uso dos recursos destes.
E) a criação de áreas protegidas com o modelo baseado no conceito de natureza intocável 
trouxe muitos benefícios.
2) Em relação à criação de unidades de conservação ao redor do mundo, é possível 
afirmar que:
A) em 1903, foi criado o Parque Nahuel Huapi, no Equador.
não há unidades de conservação criadas nos países da Letônia e da Eslovênia, pois são B) 
países muito pequenos.
C) o Parque Pérez Rosales, criado em 1926, pertence à Bolívia.
D) o Parque Nacional Royal foi a segunda unidade de conservação criada no mundo, no ano 
de 1885, no Canadá.
E) o Parque Nacional de Yellowstone foi a primeira unidade de conservação criada no 
mundo.
3) De acordo com os aspectos históricos da conservação das áreas naturais, no Brasil, é 
possível afirmar que:
A) a implementação das unidades de conservação ocorreu com facilidade.
B) as unidades de conservação do Paraná e do Tocantins foram as primeiras área protegidas 
oficiais do Brasil.
C) após a criação de uma unidade de conservação, ela não pode ser extinta.
D) a primeira unidade de conservação do Brasil foi criada em 1937.
E) em 1891, um decreto federal criou uma enorme reserva florestal no estado do Acre, a 
primeira área protegida do Brasil.
4) Sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), é 
correto afirmar que:
A) o SNUC foi o órgão responsável pela criação de 12 UCs no período entre 1939 e 1959.
B) o SNUC foi sancionado pelo governo em 1916 e, na época, foi uma ideia de Santos 
Dumont.
C) o SNUC é o conjunto de normas e procedimentos oficiais que possibilitam a criação, a 
implementação e a gestão no país de UCs.
D) apesar de ter sido sancionado pelo governo em 1916, o SNUC nunca foi instituído em lei.
E) o SNUC é atualmente composto apenas por UCs baseadas no conceito de natureza 
intocável.
5) Qual a necessidade essencial de existir unidades de conservação no mundo?
A) Necessidade do homem em preservar locais para seu lazer (caça e pesca), reserva 
alimentar, proteção das águas, preservação da fauna e da flora e manutenção dos meios 
biótico e abiótico.
B) Manter, de forma segura, os rebanhos bovino e ovino basicamente.
C) Manter a natureza intocável.
D) Manter o homem longe dessas áreas.
E) As áreas naturais são bens preciosos para a humanidade; nelas estão os recursos 
necessários para a sobrevivência. UCs existem basicamente para proteger esses recursos 
combase na sua importância.
NA PRÁTICA
Como você viu, as áreas naturais são bens preciosos para a humanidade, pois nelas estão os 
recursos necessários para a sobrevivência. Sabemos que as unidades de conservação existem 
basicamente para proteger esses recursos com base na sua importância.
Conheça, a seguir, a história de Pedro. Ele precisa proteger a área que recebeu de herança.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
No artigo Associativismo em áreas protegidas: restrições e possibilidades na experiência 
dos guias de turismo do Catimbau, Pernambuco, encontramos uma análise da dinâmica 
organizacional instituída pela Associação de Guias do Turismo e do Desenvolvimento do 
Parque Nacional do Catimbau (AGTURC), em Pernambuco, como forma de estruturação 
da atividade turística em torno desse parque.
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O artigo O estado da arte das unidades de conservação como instrumeto de preservação 
da biodiversidade brasileira analisa a produção científica sobre as unidades de 
conservação a partir de 2012 e indica a quantidade de áreas protegidas no Brasil. É muito 
interessante e atualizado.
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Conceito de unidades de conservação 
APRESENTAÇÃO
As Unidades de Conservação são territórios protegidos por decreto do governo e têm vários 
conceitos atrelados a elas, como os tipos de Unidades de Conservação e as ferramentas que 
propiciam o bom funcionamento delas. O Plano de Manejo é o principal documento relacionado 
ao gerenciamento das UCs, ele contém um resumo dos pontos principais relacionados à UC 
(fauna, flora, espécies endêmicas, nascentes e forma de manejo), bem como o de zoneamento 
ambiental e outros de suma importância que garantem uma boa conservação das áreas onde as 
atividades são restritivas. Outros conceitos importantes que você vai aprender é o de Corredores 
Ecológicos e Zonas de Amortecimento, que não fazem parte da UC, mas proporcionam um 
grande benefício para a manutenção e preservação das áreas protegidas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os principais conceitos relacionados às 
Unidades de Conservação da natureza.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os conceitos relacionados à UC.•
Caracterizar os Corredores Ecológicos e as Zonas de Amortecimento.•
Elencar conceitos importantes de gerenciamento das UCs.•
DESAFIO
A finalidade da Zona de Amortecimento (ZA) é barrar os efeitos externos que possam 
influenciar de maneira negativa o cuidado da Unidade de Conservação e impedir que atuações 
antrópicas interfiram na manutenção da diversidade biológica.
Veja a situação a seguir:
INFOGRÁFICO
As Unidades de Conservação são importantes áreas protegidas que têm recursos necessários 
para a sobrevivência e que, além disso, podem abrigar espécies ameaçadas de extinção.
Para o estudo delas é necessário o entendimento dos principais conceitos, veja a seguir:
CONTEÚDO DO LIVRO
As Unidades de Conservação são importantes áreas naturais, protegidas, para a proteção dos 
recursos naturais, fauna e flora, que possam estar ameaçadas de extinção ou que sejam 
endêmicas daquele local.
Para que você entenda melhor o funcionamento de uma Unidade de Conservação, é necessário 
identificar os conceitos trazidos pela legislação referente às UCs e outros conceitos importantes 
atrelados a elas. Na obra Conceito de Unidades de Conservação, leia o capítulo Conceitos 
aplicados às Unidades de Conservação.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Conceito de unidades 
de conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identifi car os conceitos relacionados às unidades de conservação (UC).
  Caracterizar os corredores ecológicos e as zonas de amortecimento.
  Elencar conceitos importantes de gerenciamento das UCs.
Introdução
As Unidades de Conservação (UCs) são territórios protegidos por decreto 
do governo e possuem vários conceitos atrelados a elas, como os tipos 
de UCs e as ferramentas que propiciam o seu bom funcionamento. Entre 
essas ferramentas, estão o plano de manejo, que contém um resumo dos 
pontos principais relacionados à UC (fauna, flora, espécies endêmicas, 
nascentes, forma de manejo), e o zoneamento ambiental, que garante 
uma boa conservação de áreas onde as atividades são restritivas. Outros 
conceitos importantes que você vai aprender são sobre corredores eco-
lógicos e zonas de amortecimento, que não fazem parte propriamente 
da UC, mas proporcionam um grande benefício a ela e à sua fauna. Neste 
capítulo, você vai estudar os principais conceitos relacionados a unidades 
de conservação da natureza.
Conceitos aplicados a unidades de conservação
As unidades de conservação (UCs) são áreas de proteção e têm vários con-
ceitos atrelados a elas. Para você entender como funcionam as UCs, vamos 
revisar alguns conceitos que estão na legislação pertinente e outros, de mesma 
importância, que não aparecem na legislação. Começamos pelo conceito mais 
importante, o da unidade de conservação em si. Segundo a legislação, é um 
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, 
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 1 12/12/2017 11:41:22
com características naturais relevantes, legalmente instituída pelo poder pú-
blico, com objetivos de conservação e limites defi nidos e sob regime especial 
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Ou seja, 
UC é uma área natural com seus recursos, fauna e fl ora, que são importantes 
para a sobrevivência e, por isso, precisam ser totalmente protegidos ou utili-
zados de forma consciente. Esse local é constituído pelo poder público, que, 
dependendo da situação, pode desapropriar áreas e, a partir daí, determinar 
regras de manejo para sua efetiva proteção. A seguir, estão outros conceitos 
importantes, trazidos na legislação ou não, que estão relacionados às UCs.
  Conservação da natureza — É o manejo do uso humano da natureza, 
compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, 
a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa 
produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, 
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das 
gerações futuras e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. 
Conservar significa usar os recursos de forma racional, garantindo 
a autossustentação da natureza, enquanto preservar significa evitar 
qualquer tipo de dano no ecossistema, ou seja, não utilizar os recursos 
e manter a natureza intacta.
  Diversidade biológica — A variabilidade de organismos vivos de todas 
as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, 
marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos 
de que fazem parte, e ainda a diversidade dentro de espécies, entre 
espécies e de ecossistemas. A diversidade representa a variedade de 
espécies, cada uma com suas características próprias.
  Recurso ambiental — A atmosfera, as águas interiores, superficiais 
e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os 
elementos da biosfera, a fauna e a flora. Os recursos ambientais são o 
principal motivo pelos quais as unidades de conservação são criadas: 
para proteger as espécies da fauna e da flora da extinção, proteger 
espécies endêmicas e evitar a poluição das águas e do ar, mantendo 
um ecossistema saudável para todos.
  Endemismo — Espécie endêmica é aquela que existe apenas em deter-
minada região. Esse conceito se aplica tanto para fauna quanto para a 
flora. A área onde ocorre o endemismo possui características próprias 
para o desenvolvimento daquelaespécie endêmica.
Conceito de unidades de conservação2
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 2 12/12/2017 11:41:23
  Preservação — Conjunto de métodos, procedimentos e políticas que 
visam à proteção em longo prazo das espécies, hábitats e ecossistemas, 
além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simpli-
ficação dos sistemas naturais. A preservação é um conceito que está 
ligado não ao manejo dos recursos, mas à sua perenidade, ou seja, em 
áreas de preservação não é permitido o uso sustentável dos recursos, 
nem morar no local, ele é apenas para preservar a natureza intacta.
  Proteção integral — Manutenção dos ecossistemas livres das alterações 
causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos 
seus atributos naturais. Nas áreas de proteção integral, aplicamos o 
conceito de preservação e o principal objetivo é a proteção da natureza 
e dos recursos.
  Conservação in situ — Conservação de ecossistemas e hábitats naturais 
e manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus 
meios naturais (no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos 
meios onde tenham desenvolvido suas propriedades e características). A 
conservação in situ é realizada na área de origem e todas as práticas são 
feitas no ecossistema onde se está trabalhando. In situ é uma expressão 
latina que significa “no local”, “no lugar”.
  Manejo — Todo e qualquer procedimento que vise assegurar a con-
servação da diversidade biológica e dos ecossistemas. No caso das 
UCs, o manejo é a forma como aquele ecossistema será gerenciado, se 
os recursos serão utilizados e como será garantida a sua continuação.
  Uso indireto — Aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou 
destruição dos recursos naturais. Exemplos de usos indiretos são a 
visitação guiada e a pesquisa científica.
  Uso direto — Aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos 
recursos naturais. Podemos citar como exemplo a pesca, a extração 
sustentável de recursos como madeira e a coleta de plantas. 
  Uso sustentável — Exploração do ambiente feita de maneira a garantir 
a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos eco-
lógicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, 
de forma socialmente justa e economicamente viável.
  Perene — Recursos que se mantêm ao longo do tempo, permanentes, 
contínuos.
  Extrativismo — Sistema de exploração baseado na coleta e extração, 
de modo sustentável, dos recursos naturais renováveis. Exemplos são 
coleta de plantas, extração de madeira de forma sustentável, entre outros.
3Conceito de unidades de conservação
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  Recuperação — Restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser di-
ferente de sua condição original. Recuperar é fazer seu manejo para 
que volte ao estado normal, sem que seja a condição original daquele 
ecossistema ou população.
  Restauração — Restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original. 
Restaurar é fazer o manejo para que volte à condição original, ou seja, 
como estava antes de ser degradada.
  Zoneamento — Definição de setores ou zonas em uma unidade de 
conservação com objetivos de manejo e normas específicos, para 
proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos 
da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. As 
diferentes zonas garantem um melhor manejo da área total, muitas 
vezes permitindo o uso de recursos em algumas partes da unidade e 
a preservação em outra.
  Plano de manejo — Documento técnico mediante o qual, com 
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, 
são estabelecidos o seu zoneamento e as normas que devem presidir 
o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implan-
tação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. O 
plano de manejo é um documento fundamental para se conhecer e 
para garantir que aquele espaço, de fato, seja preservado. No plano, 
há um resumo sobre a f lora e a fauna local e as formas de manejo 
permitidas naquela UC. 
  Zona de amortecimento e corredor ecológico — A zona de amor-
tecimento e o corredor ecológico permitem uma melhor conservação 
dos recursos e proteção da fauna e flora. São ferramentas de proteção 
que vão além da unidade de conservação.
Conceito de unidades de conservação4
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 4 12/12/2017 11:41:23
Figura 1. Conjunto de recursos ambientais integrando atmosfera, solo, 
água, plantas e animais.
Fonte: MarkVanDykePhotography/Shutterstock.com.
O que são corredores ecológicos 
e zonas de amortecimento?
Esses são dois conceitos muito importantes para as unidades de conservação, 
pois constituem uma proteção a mais que garante que a unidade não seja 
atingida por atividades antrópicas e que a fauna possa se deslocar, não fi cando 
presa apenas a uma área limitada. Essas áreas de corredores ecológicos e de 
zonas de amortecimento não estão propriamente integradas a uma unidade de 
conservação específi ca, mas estão ligados a elas. Quem estabelece as normas 
de ocupação e uso das zonas de amortecimento e dos corredores ecológicos 
é o órgão responsável pela administração da unidade.
5Conceito de unidades de conservação
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Zona de amortecimento
A zona de amortecimento (ZA), também conhecida como zona tampão, é o 
entorno de uma Unidade de Conservação, onde as atividades humanas estão 
sujeitas a normas e restrições específi cas, com o propósito de minimizar os 
impactos negativos sobre a unidade. Essa área é mantida ao redor da unidade, 
pois garante que, se algum impacto ambiental ocorrer em local próximo, 
não vai atingir a UC. A ZA é criada junto ao Plano de Manejo da Unidade 
de Conservação. Caso esta UC seja estabelecida sem a defi nição de zona de 
amortecimento, a regra é que empreendimentos que possam causar impacto 
signifi cativo ao ambiente devem respeitar uma faixa de 3 km de distância da 
UC e são obrigados a obter o licenciamento com EIA/RIMA. A fi nalidade 
da zona de amortecimento consiste em barrar os efeitos externos que pos-
sam infl uenciar de maneira negativa na conservação da UC e impedir que 
atuações antrópicas interfi ram na manutenção da diversidade biológica. Essa 
zona impede que ocorra o efeito de borda, que é caracterizado por mudanças 
abióticas e biológicas, como maior exposição a ventos, altas temperaturas, 
mudanças na distribuição de espécies e suas interações ecológicas. A vege-
tação da borda apresenta menor diversidade, menor permeabilidade, maior 
espaçamento entre os indivíduos de maior diâmetro e menor quantidade de 
serapilheira — camada fi na que fi ca acima do solo, composta de restos de 
folhas, galhos, animais e frutos que protegem o solo e oferecem alimento e 
hábitat para diversas espécies.
Corredores ecológicos
Os corredores ecológicos são porções de ecossistemas, naturais ou semina-
turais, ligando unidades de conservação, que possibilitam o fl uxo de genes 
e o movimento da biota entre elas, facilitando a dispersão de espécies e a 
recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações 
que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que 
aquela das unidades individuais. Estes corredores ecológicos são ligações 
entre UCs que permitem que a fauna existente não fi que isolada apenas em 
uma área individual, mas possa se deslocar para outra área em busca de 
recursos e para realizar a reprodução. A troca de genes é importante para a 
variabilidade genética; organismos isolados acabam se reproduzindo entre si, 
Conceito de unidades de conservação6
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o que faz com que sua variabilidade genética seja mínima. Assim, qualquer 
alteração drástica no ambiente pode dizimartodos os organismos daquela 
população, pois, pela falta de variabilidade genética, nenhum dos organismos 
da população consegue responder bem a uma nova condição do ambiente. No 
caso de uma população diversa, com características diferentes, pelo menos 
alguns indivíduos conseguem sobreviver a mudanças. 
Corredores ecológicos não são unidades instituídas pelo poder público, 
mas sim áreas importantes para a conservação da natureza, com destaque para 
ações coordenadas, com o objetivo de proteger a diversidade biológica. Entre 
as ações pertinentes aos corredores ecológicos, podemos citar a expansão e a 
conexão de áreas protegidas dentro do corredor, incentivando usos de baixo 
impacto, como sistemas agroflorestais que combinam cultivo de espécies 
arbóreas lenhosas como frutíferas, ou madeireiras com cultivos agrícolas ou 
animais que imitam o que a natureza faz normalmente, com um solo coberto 
pela vegetação, diversos tipos de plantas juntas, que ajudam umas às outras, 
sem problemas com pragas, dispensando o uso de venenos. A fragmentação de 
hábitats é uma das maiores ameaças à conservação da biodiversidade, por isso 
corredores ecológicos são importantes para manter a ligação entre diferentes 
zonas, com mata nativa e diversidade de espécies.
Projeto corredores ecológicos do Ministério do Meio Ambiente
O MMA tem um projeto de implantação de corredores ecológicos para a proteção 
da Mata Atlântica e da Amazônia, que são compostas por UCs, terras indígenas e 
áreas de interstício que as ligam. Um dos corredores do projeto é o Corredor Central 
da Amazônia localizado no estado do Amazonas e composto por 14 UCs federais, 15 
UCs estaduais e 52 terras indígenas. Esse projeto possui os objetivos de:
  reduzir a fragmentação, mantendo ou restaurando a conectividade da paisagem 
e facilitando o fluxo genético entre as populações;
  planejar a paisagem, integrando UCs, buscando conectá-las e, assim, promovendo 
a construção de corredores ecológicos na Mata Atlântica e a conservação daqueles 
já existentes na Amazônia;
  demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma ferramenta 
para a conservação da biodiversidade na Amazônia e Mata Atlântica;
  promover a mudança de comportamento dos atores envolvidos, criar oportunidades 
de negócios e incentivos a atividades que promovam a conservação ambiental e 
o uso sustentável, agregando o viés ambiental aos projetos de desenvolvimento.
7Conceito de unidades de conservação
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Figura 2. Nativo da região amazônica em uma área preservada.
Fonte: Ammit Jack/Shutterstock.com.
Conceitos importantes 
de gerenciamento das UCs
Agora que você já identifi cou os principais conceitos relacionados às unidades de 
conservação, você vai ver como esses conceitos são aplicados, como funcionam 
essas ferramentas dentro de uma UC. Para um gestor e a equipe que vai elaborar 
os estudos e os documentos ambientais específi cos para o gerenciamento de 
unidades de conservação. É essencial o conhecimento destes conceitos.
Plano de manejo
O plano de manejo é uma ferramenta indispensável para que uma unidade de 
conservação cumpra seus objetivos, seja implantada e corretamente manejada. Esse 
documento técnico apresenta as características do ambiente, o que está presente no 
meio físico e biológico da UC e as informações referentes às características sociais 
e econômicas que a envolvem. A partir do conhecimento de todas as caracterís-
ticas do local, incluindo as ambientais, são defi nidas as ações necessárias para a 
implantação da UC, proporcionando o cumprimento dos objetivos de sua criação.
Zoneamento ambiental
O zoneamento é defi nido no plano de manejo da UC. Através dele é admitida a 
exploração de recursos naturais dos ecossistemas em regime de manejo sustentável 
Conceito de unidades de conservação8
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e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis. Esse é o item mais 
importante do plano de manejo, pois, através dele, é realizada a organização, 
espacialmente da UC em zonas com diferentes graus de proteção e diferentes 
regras de uso. Esse zoneamento serve para o planejamento de uso do solo e de 
gestão ambiental, consistindo na delimitação de zonas onde podem ser exercidos 
usos e atividades compatíveis, segundo as características de cada uma delas.
Conservação in situ
A conservação in situ promove a proteção de populações de espécies em 
seu estado natural de ocorrência na natureza. Além disso, os hábitat em que 
eles vivem também são protegidos. Um tipo de conservação in situ é a dos 
recursos genéticos. Esse tipo de conservação é uma alternativa muito boa 
para a conservação de espécies importantes e de interesse econômico que 
não se adaptariam ou não se desenvolveriam em outro local, impedindo a 
conservação ex situ (fora do local). Um exemplo de conservação in situ é a 
proteção de uma área onde existe grande densidade de castanheiras, espécie 
de interesse econômico. Na área onde vai ser realizada a conservação, são 
implantadas as regras de manejo e de exploração do local. 
Extrativismo
O extrativismo, que quer dizer coleta de produtos naturais, é uma prática realizada 
nas reservas extrativistas, que são áreas manejadas por populações tradicionais. 
Essas populações utilizam os recursos desta área de maneira sustentável para 
sua sobrevivência. Às vezes são realizadas atividades complementares, como a 
agricultura e criação de animais de pequeno porte, como galinhas. Produtos do 
extrativismo podem ser castanhas, látex, açaí e até mesmo a madeira.
Uso direto e indireto dos recursos
Estes dois conceitos estão ligados às unidades de proteção integral e às unidades 
de uso sustentável. Na primeira, a prioridade é preservar os recursos, portanto 
apenas a pesquisa e outras atividades sem coleta dos recursos é permitida. 
Podemos citar como exemplo para essa categoria as reservas biológicas e a 
estação ecológica. Nas unidades de uso sustentável, é permitida a coleta dos 
recursos, desde que seja realizada sem afetar a perenidade dos recursos, de 
forma racional e siga as regras delimitadas no plano de manejo.
9Conceito de unidades de conservação
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Uso sustentável
Para você entender melhor o que é o uso sustentável, veja um caso prático para 
explicar o conceito. Na Reserva do Uatumã, localizada nos municípios de São Sebastião 
do Uatumã e Itapiranga, SC, através do envolvimento da comunidade local no uso sus-
tentável dos recursos, foi conseguida até a preservação de uma espécie. Nessa reserva, 
é promovido o desenvolvimento social através da conservação dos recursos naturais 
e do desenvolvimento do extrativismo florestal. Todas as atividades desenvolvidas na 
área são planejadas, de forma a garantir a participação de todos na conservação dos 
recursos naturais disponíveis e o seu uso sustentável. Com as atividades planejadas 
de exploração sustentável, eles conseguiram recuperar os Tucunarés, peixes ameaça-
dos de extinção devido à pesca predatória. Com a pesca sustentável realizada pelas 
comunidades locais, a espécie está sendo preservada, garantindo sua continuidade, 
gerando renda também para esta população local. Essa Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável é apoiada pelo Arpa (Áreas Protegidas da Amazônia), que investiu na 
formação de um conselho, sinalização, proteção, equipe técnica, equipamento e 
monitoramento na unidade, mantendo as atividades coerentes com a conservação.
Figura 3. Órix-da-Arábia, animal que estava na lista de espécies amea-
çadas de extinção da IUCN, sendo protegido em seu hábitat natural na 
Reserva de Conservação do Deserto de Dubai (Dubai Desert Conservation 
Reserv).
Fonte: Kertu/Shutterstock.com.
Conceito de unidades de conservação10
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1. Para que você possa entender 
melhor sobreas unidades de 
conservação, é fundamental 
saber os conceitos aplicados a 
elas. Acerca desses conceitos, 
marque a alternativa correta:
a) unidades de conservação 
são áreas restritas à 
proteção da natureza.
b) unidades de conservação 
são áreas restritas ao 
manejo sustentável.
c) conservação da natureza 
compreende o uso 
sustentável dos recursos.
d) os recursos ambientais 
compreendem a fauna e flora.
e) preservação da natureza é o uso 
sustentável dos recursos junto 
com a preservação do local.
2. Um gestor de uma UC e a equipe 
técnica que irá trabalhar para 
desenvolver os documentos 
importantes para o funcionamento 
daquela unidade devem 
conhecer bem os conceitos 
ligados a ela. Aponte a correta 
definição e a forma com que é 
desenvolvido este conceito:
a) uso direto envolve a pesquisa 
científica com coleta vegetal.
b) uso indireto envolve a 
utilização dos recursos 
sem comercialização.
c) manejo é a exploração 
dos recursos.
d) extrativismo é exploração dos 
recursos realizada sem controle.
e) perenidade significa utilizar 
os recursos mantendo 
sua permanência.
3. Corredores ecológicos trazem 
benefícios à fauna. Sobre 
eles, podemos afirmar:
a) facilitam a recuperação 
de áreas degradadas.
b) porções de ecossistema 
natural isolados.
c) impedem a troca de 
material genético.
d) são unidades de conservação 
instituídas pelo poder público.
e) fragmentos de vegetação 
próximos a uma unidade 
de conservação.
4. As zonas de amortecimento 
constituem uma proteção 
a mais às UCs. Com relação 
a elas, é correto afirmar:
a) aumentam o efeito de borda.
b) são áreas no entorno da UC 
onde as atividades humanas 
estão sujeitas a normas e 
restrições específicas.
c) área que liga UCs.
d) favorecem mudanças 
abióticas e bióticas na UC.
e) área no entorno da UC onde as 
atividades não são regradas.
5. Os conceitos relacionados às UCs 
têm aplicação prática dentro da 
unidade através de inúmeros 
documentos específicos de gestão. 
Com relação a esses documentos, 
marque a alternativa correta: 
a) o plano de manejo permite 
11Conceito de unidades de conservação
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BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Projeto corredores ecológicos. [2017]. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/programas-e-projetos/projeto-corredores-
-ecologicos>. Acesso em: 21 nov. 2017.
BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L9985.htm> Acesso em: 03 nov. 2017.
MATO GROSSO DO SUL. Licenciamento Ambiental. Conservação x Preservação. 2009. 
Disponível em: <http://www.licenciamentoambiental.eng.br/conservacao-x-preser-
vacao/>. Acesso em: 21 nov. 2017.
MATSUMOTO, K.; CARDOSO, L. D.; SANTOS, I. R. I. Manual de curadores de germoplasma - 
vegetal: conservação in vitro. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2010. 
PORTAL AMAZÔNIA. Uatumã é pioneira no uso sustentável. 2017. Disponível em: <http://
portalamazonia.com/noticias/uatuma-e-pioneira-no-uso-sustentavel>. Acesso em: 
21 nov. 2017.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Planos 
de Manejo. [201-?]. Disponível em: < http://www.sema.rs.gov.br/planos-de-manejo>. 
Acesso em: 21 nov. 2017.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL. Reserva extrativista. [2009]. Disponível em: 
<https://uc.socioambiental.org/uso-sustent%C3%A1vel/reserva-extrativista>. Acesso 
em: 21 nov. 2017.
VASQUES, P. H. R. A aplicação do plano de manejo, zona de amortecimento e corredores 
ecológicos na proteção da biodiversidade. 2008. Disponível em: <http://www.puc-rio.br/
pibic/relatorio_resumo2008/relatorios/ccs/dir/relatorio_pedro_vasques.pdf>. Acesso 
em: 21 nov. 2017.
WORLD WILDLIFE FUND. Áreas protegidas. [200-?]. Disponível em: <https://www.wwf.org.
br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/amazonia1/nossas_solucoes_na_amazonia/
areas_protegidas_na_amazonia/>. Acesso em: 21 nov. 2017.
o uso sustentável da área.
b) o zoneamento ambiental garante 
a proteção integral da área.
c) o extrativismo é a exploração 
comercial dos recursos.
d) o plano de manejo apresenta 
um estudo das características do 
local e sua forma de manejo.
e) a conservação in situ é uma 
prática realizada fora da UC.
Conceito de unidades de conservação12
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje, você irá conhecer os principais conceitos sobre as Unidades de 
Conservação, a serem fixados.
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EXERCÍCIOS
1) Para que você possa entender melhor sobre as Unidades de Conservação, é 
fundamental saber os conceitos aplicados a elas. Acerca desse conceito, marque a 
alternativa correta:
A) Unidades de Conservação são áreas restritas à proteção da natureza.
B) Unidades de Conservação são áreas restritas ao manejo sustentável.
C) Conservação da natureza compreende o uso sustentável dos recursos.
D) Os recursos ambientais compreendem a fauna e a flora.
E) Preservação da natureza é o uso sustentável dos recursos junto com a preservação do local.
2) O gestor de uma UC e a equipe técnica que irá trabalhar para desenvolver os 
documentos importantes para o funcionamento daquela unidade, devem conhecer 
bem os conceitos ligados a ela. Aponte a correta definição e a forma com que é 
desenvolvido este conceito:
A) Uso direto envolve a pesquisa científica com coleta vegetal.
B) Uso indireto envolve a utilização dos recursos sem comercialização.
C) Manejo é a exploração dos recursos.
D) Extrativismo é a exploração dos recursos realizada sem controle.
E) Perenidade significa utilizar os recursos mantendo sua permanência.
3) Corredores ecológicos trazem benefícios à fauna, sobre eles é possível afirmar que:
A) facilitam a recuperação de áreas degradadas.
B) são porções de ecossistemas naturais isolados.
C) impedem a troca de material genético.
D) são unidades de conservação instituídas pelo poder público.
E) são fragmentos de vegetação próximos a uma unidade de conservação.
4) As Zonas de Amortecimento constituem uma proteção a mais às UCs. Com relação a 
elas, é correto afirmar que:
A) aumentam o efeito de borda.
B) são áreas no entorno da UC onde as atividades humanas estão sujeitas às normas e 
restrições específicas.
C) é a àrea que liga as Unidades de Conservação.
D) favorecem mudanças abióticas e bióticas na UC.
E) é a àrea no entorno da UC onde as atividades não são regradas.
5) Os conceitos relacionados às UCs têm aplicação prática dentro da unidade, por meio 
de inúmeros documentos específicos de gestão. Com relação a esses documentos, 
marque a alternativa correta.
A) O plano de manejo permite o uso sustentável da área.
B) O zoneamento ambiental garante à proteção integral da área.
C) O extrativismo é a exploração comercial dos recursos.
D) O plano de manejo apresenta um estudo das características do local e sua forma de manejo.
E) A conservação in situ é uma prática realizada fora da UC.
NA PRÁTICA
Como você viu, as Unidades de Conservação são áreas de proteção e existem vários conceitos 
atrelados a elas, é importante conhecer esses conceitos na hora de tomar decisões e definir qual 
o melhor caminho a seguir.
Conheça agora, a história do Francisco, ele é gestor de uma Unidade de Conservação e precisa 
decidir se aprova ou não a produção de arroz em uma determinada área.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A Zona de Amortecimento é a área no entornode uma Unidade de Conservação. 
Dependendo das regras da UC, podem ser desenvolvidas atividades na sua Zona de 
Amortecimento para aliar conservação da natureza e agregação de valor àquela área. No 
vídeo Zona de Amortecimento do Taim - Primeiros encontros, você vai conhecer uma 
parceria que estimula a prática sustentável da agricultura em uma Zona de 
Amortecimento.
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Os Corredores Ecológicos são áreas que ligam uma Unidade de Conservação a outra, 
permitindo o fluxo genético da fauna. Nesse link é apresentado o texto Projeto corredores 
ecológicos, em que o Ministério do Meio Ambiente explica o que significa Corredores 
Ecológicos e a sua importância, mostrando também o projeto que cuida da conservação da 
biodiversidade na Amazônia e na Mata Atlântica.
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Unidades de conservação de uso 
sustentável 
APRESENTAÇÃO
As Unidades de Conservação (UC) são territórios protegidos por decreto do governo, com 
limites definidos, que têm características naturais importantes e ricas em biodiversidade. Além 
dessas unidades, há também as Unidades de Conservação de Uso Sustentável, que têm como 
objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus 
recursos naturais. As Unidades de Conservação de Uso Sustentável são divididas em: Área de 
Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Reserva da Fauna (REFAU), Área de Proteção 
Ambiental (APA), Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Desenvolvimento Sustentável 
(RDS), Floresta Nacional (FLONA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o que são as Unidades de Conservação de 
Uso Sustentável, sua caracterização e tipos existentes, bem como a existência de algumas 
Unidades no Brasil.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar as Unidades de Conservação de Uso Sustentável.•
Identificar os tipos de Unidades de Conservação de Uso Sustentável.•
Elencar algumas das Unidades de Conservação de Uso Sustentável no Brasil.•
DESAFIO
Você trabalha no Instituto de Conservação da Biodiversidade, no estado do Rio de Janeiro, e foi 
chamado para ajudar na seguinte situação:
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INFOGRÁFICO
As reservas de uso sustentável são divididas em sete categorias, cada uma com diferentes focos 
e usos permitidos. Por exemplo, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem a prioridade de 
conservar os povos tradicionais.
Veja no Infográfico a seguir, uma representação do tipo de UC de Uso Sustentável e os usos 
permitidos em cada uma delas:
CONTEÚDO DO LIVRO
As Unidades de Conservação de Uso Sustentável têm por objetivo a exploração dos recursos 
naturais de forma sustentável, aliados à preservação do local. Uma das características dessas 
unidades é a preservação e manutenção das comunidades tradicionais. Para isso, essa categoria 
de uso sustentável é dividida em sete tipos.
Na obra Unidades de Conservação de Uso Sustentável, leia o capítulo Identificar os tipos de UC 
de Uso Sustentável e conheça os tipos enquadrados nessa categoria.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Unidades de conservação 
de uso sustentável
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar as unidades de conservação (UC) de uso sustentável.
  Identi� car os tipos de UCs de uso sustentável.
  Elencar algumas das UCs de uso sustentável do Brasil.
Introdução
Neste capítulo, veremos o que são as unidades de conservação de uso 
sustentável, sua caracterização e os tipos existentes, bem como aborda-
remos algumas unidades do Brasil. O objetivo básico das unidades de 
uso sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso 
sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Os tipos de UC de uso 
sustentável são: Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), Reserva da 
Fauna (Refau), Área de Proteção Ambiental (APA), Reserva Extrativista 
(Resex), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Floresta Nacional 
(Flona) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Unidades de conservação de uso sustentável
As unidades de conservação (UCs) de uso sustentável, também chamadas de 
unidades de conservação de uso direto, são as unidades em que há conservação 
de atributos naturais, mas a exploração de parte dos recursos disponíveis é 
permitida, desde que em regime de manejo sustentável. Essas UCs de uso 
direto buscam conciliar a preservação dos recursos naturais e da diversidade 
biológica com o uso sustentado de parte desses recursos. Essa categoria de 
UC admite a presença de moradores, mas eles precisam adaptar sistemas de 
manejo tradicionais para métodos preservacionistas.
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A exploração dos recursos permitidos inclui uma ampla gama de atividades 
de exploração comercial, mas estas devem, obrigatoriamente, obedecer a um 
plano de manejo específico especialmente desenvolvido para cada unidade (ou 
tipo de unidade) dentro de um Estado. O plano de manejo deve ser montado 
por órgãos ambientais capacitados e o objetivo é permitir que a área seja 
explorada de maneira a não causar danos ambientais, visando sua utilização 
contínua por muitas gerações e, ao mesmo tempo, a preservação dos recursos 
de importância ecológica presentes.
As UCs de uso sustentável é de vital importância para manter o modo de 
vida de populações tradicionais que há muito tempo habitam essas regiões 
e, portanto, são fortemente ligadas a ela. Em algumas UCs são permiti-
das, inclusive, atividades de empresas. Exemplo são as Áreas de Proteção 
Ambiental (APAs): trata-se de um tipo de UC de uso direto que permite a 
realização de atividades privadas dentro da área, como mineração, criação 
de gado e agricultura, tendo como única exigência a cautela no manejo dos 
recursos naturais. 
A prática da pecuária no interior de UCs de uso sustentável, elencadas no 
artigo 14 da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, é permitida sob o 
ponto de vista legal, embora deva ser vista como exceção, tendo em conta a 
degradação ambiental, em geral de grande extensão, provocada por tal prática 
(BRASIL, 2000). As UCs de uso sustentável permitem a exploração de seus 
recursos naturais desde que isso ocorra “de maneira a garantir a perenidade 
dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a 
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e 
economicamente viável” (artigo 2, XI) (BRASIL, 2000) assim, caso a pecuária 
se desenvolva de modo sustentável, é, em tese, permitida a sua realização no 
interior das unidades de conservação pertencentes a essa categoria.
Com relação à atividade de mineração nessa categoria de UC, o Departamento 
Nacional de Produção Mineral (DNPM) é o órgão responsável por controlar e 
fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o território nacional. 
Sua posição, conforme o Parecer/PROGE nº 145/2006 — CCE–JMO, de 14 de 
julho de 2006, explicita que a atividade minerária é permitida em todas as UCs 
de uso sustentável, excetuando-se a Reserva Extrativista (Figura 1). Porém, 
alguns dos objetivos pretendidos com a criação de certas UCs de uso sustentável 
são incompatíveis com a degradação causada pela mineração. É importante 
ressaltar que, em todos os casos, a mineração só é permitida quando o plano de 
manejo da unidade estiver de acordo com isso. Não se poderia ter mineração 
Unidades de conservação de uso sustentável2
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em uma UC em que o respectivo Estudo de Impacto Ambiental informasse que 
os danos ambientais advindos dessa atividade afetariam significativamente o 
zoneamento estabelecido no plano de manejo.Figura 1. Reserva Extrativista (Resex) Marinha Araí – Peroba.
Fonte: Tolentino (2014). 
O objetivo de uma Reserva Extrativista é proteger o meio ambiente e garantir a utilização 
dos recursos naturais renováveis, tradicionalmente utilizados pela população extrativista 
residente na área de sua abrangência. A Figura 1 é um exemplo de Reserva Extrativista 
Marinha de mangue. Nessa reserva vivem povos tradicionais que sobrevivem do 
artesanato, associado à pesca artesanal e à cata do caranguejo. 
Outro exemplo são as Florestas Nacionais, que são abertas para visitação (pré-agendada) 
tanto da comunidade quanto de pesquisadores, sendo que algumas áreas estão restritas 
a pesquisa. Um exemplo é a Flona de São Francisco de Paula que possui grande impor-
tância, pois está inserida na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica como área núcleo e 
estrategicamente inserida no Corredor Ecológico do Rio dos Sinos, entre os Corredores 
Ecológicos dos rios Caí e Tainhas.  Atividades como a exploração dos recursos florestais 
e o recebimento de grupos para trilha guiada e pesquisa estão especificadas no plano 
de manejo e são desenvolvidas por essa unidade de conservação.
3Unidades de conservação de uso sustentável
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Tipos de UCs de uso sustentável
As unidades de conservação de uso sustentável estão organizadas em sete 
categorias:
  Áreas de Relevante Interesse Ecológico (Arie): área, em geral, de 
pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com 
características naturais únicas ou mesmo que abrigam exemplares raros 
da biota regional. São constituídas por terras públicas ou privadas. A 
criação de novas Aries pode auxiliar tanto na manutenção de fragmentos 
de ecossistemas naturais como no melhor conhecimento de sua dinâmica 
natural e exploração sustentável dos recursos florestais. Sua criação visa 
manter esses ecossistemas naturais, de importância regional ou local, 
bem como regular o uso admissível dessas áreas, compatibilizando-o 
com os objetivos da conservação da natureza. Como pode ser constituída 
por áreas privadas, uma nova Área de Relevante Interesse Ecológico é de 
fácil criação, desde que respeitados os critérios técnico-científicos para 
a exploração de seus produtos naturais por meio do plano de manejo. 
As Aries colaboram com a política de desenvolvimento sustentável e 
estão relacionadas diretamente com as diretrizes desse desenvolvimento, 
por isso devem seguir critérios sólidos para a exploração dos produtos 
naturais na prática do manejo.
  Reserva da Fauna (Refau): área natural com populações de espécies 
animais nativas, terrestres e aquáticas, residentes ou migratórias, apro-
priadas para estudos científicos sobre o manejo sustentável e econômico 
dos recursos de fauna. A visitação do público é permitida, desde que 
esteja conforme o manejo da UC. É vedada nesse tipo de unidade a 
prática de atividades de caça, seja amadora ou profissional. Poderá haver 
comercialização de produtos e subprodutos resultantes das pesquisas, 
desde que obedeçam ao disposto na legislação brasileira sobre fauna. 
  Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS): área natural que 
abriga populações tradicionais, que sobrevivem de sistemas sustentáveis 
de exploração dos recursos naturais. Tais sistemas foram desenvolvidos 
ao longo das gerações e adaptados às condições ambientais e ecoló-
gicas locais. As RDSs desempenham papel fundamental na proteção 
da natureza, bem como na manutenção da diversidade biológica. As 
populações, assim como nas Reservas Extrativistas, possuem contrato 
de concessão de direito real de uso, uma vez que a área dessas UCs é 
de domínio público.
Unidades de conservação de uso sustentável4
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  Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): essas são uni-
dades de conservação instituídas em áreas particulares (privadas), 
constituídas com perpetuidade, ou seja, uma vez estabelecidas, seu 
status de UC não pode mais ser revertido. O objetivo é a conservação da 
diversidade biológica ali existente. Com isso, tem-se o engajamento do 
cidadão na proteção dos ecossistemas brasileiros. Alguns incentivos são 
dados para a sua criação, como isenção de impostos. O SNUC especifica 
que é compatível à conservação da natureza nessas áreas com o uso 
sustentável de parte de seus recursos ambientais renováveis, bem como 
dos processos ecológicos essenciais, mantendo a biodiversidade e os 
atributos ecológicos. Uso sustentável aqui subentende-se a realização 
de pesquisa científica e visitação pública com finalidade turística, 
recreativa e educacional. O dono das terras que quiser transformar 
suas áreas em uma RPPN pode fazê-lo de forma integral ou parcial, 
transformando apenas parte da área em reserva.
  Florestas Nacionais (Flona): unidades de conservação de domínio 
público, providas de cobertura vegetal nativa ou plantada, estabelecidas 
com os objetivos de promover o manejo dos recursos naturais — com 
ênfase na produção de madeira e outros produtos vegetais —, garantir a 
proteção de recursos hídricos, das belezas cênicas e dos sítios históricos 
e arqueológicos, assim como fomentar o desenvolvimento da pesquisa 
científica básica e aplicada, da educação ambiental e das atividades 
de recreação, lazer e turismo. São focadas também na descoberta de 
métodos de exploração sustentável das florestas nativas. É permitida 
a permanência de populações tradicionais que habitam a área quando 
da sua criação, conforme determinar o plano de manejo da unidade. A 
visitação pública é permitida, mas condicionada às normas especificadas 
no plano de manejo.
  Reservas Extrativistas (Resex): unidades de conservação compostas 
por áreas naturais ou parcialmente alteradas, habitadas por popula-
ções tradicionalmente extrativistas, que as utilizam como fonte de 
subsistência para a coleta de produtos da biota nativa. É permitido que 
essas populações pratiquem a agricultura de subsistência e a criação de 
animais de pequeno porte. A criação dessas UCs visa proteger os meios 
de vida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sustentável 
dos recursos naturais da UC. As pessoas que vivem nessas UCs portam 
um contrato de concessão de direito real de uso, tendo em vista que 
a área é de domínio público. A visitação pública é permitida, desde 
que compatível com os interesses locais e com o disposto no plano de 
5Unidades de conservação de uso sustentável
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manejo da unidade. A atividade de pesquisa é permitida, desde que 
autorizada (Figura 2).
  Áreas de Proteção Ambiental (APA): unidades de conservação for-
madas por áreas públicas ou privadas, que têm o objetivo de disciplinar 
o processo de ocupação das terras e promover a proteção dos recursos 
abióticos e bióticos, estéticos ou culturais, dentro de seus limites, de 
modo a assegurar o bem-estar das populações humanas que ali vivem, 
resguardar ou incrementar as condições ecológicas locais e manter 
paisagens e atributos culturais relevantes. Cabe ao plano de manejo 
estabelecer as condições para pesquisa e visitação do público.
As UCs de uso sustentável conciliam a preservação da natureza com atividades de 
coleta e de uso dos recursos, mas não de forma desregulada como acontece em áreas 
não protegidas. Essas atividades são regradas para garantir a perenidade dos recursos, 
conforme determinado no plano de manejo.
Figura 2. Floresta Nacional de Silvânia, que possui um alojamento para 
pesquisadores e um viveiro com mudas nativas.
Fonte: Flona de Silvânia (2017).
Unidades de conservação de uso sustentável6
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Algumas das UCs de uso sustentável do Brasil
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá foi a primeira UC desta 
categoria implementada no país. Sua criação foi uma solicitaçãoencaminhada 
em 1985 pelo biólogo José Márcio Ayres e pelo fotógrafo Luis Cláudio Marigo 
ao Governo Federal, que, na época, tinha como órgão responsável pela criação 
de UCs a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA). A criação de uma 
área protegida nesse local é fundamental. Nos cerca de 200 mil hectares há 
a presença do primata Uacari-branco, nome científi co Cacajao calvus calvus 
(Figura 3), que nesse período já constava na lista ofi cial das espécies ameaçadas 
de extinção do Brasil, bem como na International Union for the Conservation 
of Nature (IUCN).
A SEMA criou, então, em 1986, a Estação Ecológica Mamirauá (EEM), 
transferida para a administração do Governo do Estado do Amazonas, que a 
recebeu por meio do Decreto nº 12.836, de 9 de março de 1990. Nesse mesmo 
ato, a área foi expandida até seus limites atuais, limitada pelos rios Solimões e 
Japurá e pelo canal Uati-Paraná, numa superfície total de 1,124 mil hectares. 
Essa é a maior reserva existente dedicada exclusivamente a proteger a várzea 
amazônica. Considerada uma área alagada de importância internacional, ela 
é inscrita como um dos sítios brasileiros da Convenção Ramsar, das Nações 
Unidas.
A vizinha RDS Amanã liga a RDS Mamirauá ao Parque Nacional do Jaú, 
e essas três UCs são contíguas ou muito próximas a outras oito unidades de 
conservação federais ou estaduais. As três UCs formam um bloco de floresta 
tropical oficialmente protegido com cerca de 6,5 milhões hectares.
Flona de são Francisco de Paula
A Floresta Nacional de São Francisco de Paula (Flona-SFP) caracteriza-se como 
uma área com cobertura fl orestal de espécies predominantemente nativas. Está 
localizada no nordeste do Rio Grande do Sul, caracterizado pelos Campos de 
Cima da Serra e pelas matas com araucária (Mata Atlântica). A Flona-SFP tem 
uma área de 1.606 hectares, com altitudes superiores a 900 metros. Essa UC 
é parte da área abrangida pela Reserva da Biosfera da Mata Atlântica como 
área núcleo e é considerada uma região de “alta” a “altíssima prioridade” para 
a conservação, conforme Workshop de Áreas Prioritárias para a Conservação 
da Mata Atlântica de 2001. Ela está estrategicamente inserida no Corredor 
7Unidades de conservação de uso sustentável
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Ecológico do Rio dos Sinos, entre os Corredores Ecológicos dos rios Caí e 
Tainhas. A Flona-SFP tem 24% de sua área composta por refl orestamentos de 
Araucaria angustifolia, 14% de Pinus taeda e P. elliottii e 2% de Eucalyptus 
e outras essências com fi ns comerciais. Também ocorrem pequenos trechos 
de campo nativo e banhado.
Este mosaico de ambientes naturais e construídos, juntamente com o 
gradiente altitudinal, resulta em uma considerável riqueza de espécies. Entre 
os elementos faunísticos, destaca-se a grande riqueza da avifauna, composta 
por mais de 210 espécies, residentes ou migratórias, e a presença de mamíferos 
ameaçados de extinção, como o leão-baio (Puma concolor), o bugio-ruivo 
(Alouatta guariba) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). Mais de 20% das 
espécies terrestres da fauna ameaçada de extinção do Estado do RS já foram 
registradas na Flona-SFP ou em seu entorno próximo, bem como espécies 
de árvores e arbustos ameaçados. Com respeito à vegetação nativa, apesar 
de sofrer grande influência da floresta Atlântica, ela apresenta espécies de 
origem andina e antártica, como, por exemplo, a casca d’anta (Drimys winteri) 
e a própria araucária (Araucaria angustifolia).
Diversas são as atividades desenvolvidas na Flona-SFP. A exploração dos 
recursos florestais visa a produção madeireira, conforme previsto em seu 
plano de manejo, sendo também exploradas a semente da araucária (pinhão) 
e a samambaia-preta, buscando sempre a sustentabilidade da exploração. A 
Flona-SFP é aberta ao público, desde que as visitações sejam agendadas.
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) 
Sesc Pantanal
A RPPN Sesc Pantanal, de propriedade do Serviço Social do Comércio 
(Sesc), é considerada a maior reserva particular do Brasil. Criada em 4 
de julho de 1997, compreende atualmente uma área de 107.996 hectares, 
correspondendo a quase 1% da extensão total do pantanal mato-grossense. 
A UC está localizada no município de Barão de Melgaço, um território 
predominantemente pantaneiro, inundável em grande parte de sua extensão 
na época das chuvas.
No ano 2000, a RPPN foi declarada pela Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Zona-Núcleo da Reserva 
da Biosfera do Pantanal e, em 2003, foi reconhecida como Sítio Ramsar pela 
Convenção Ramsar de Áreas Úmidas. Portanto, as atividades na Reserva en-
Unidades de conservação de uso sustentável8
Cap4_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 8 12/12/2017 08:00:40
volvem objetivos em consonância com a legislação vigente (Lei n° 9.985/2000) 
e as diretrizes gerais da Convenção Ramsar das Áreas Úmidas.
Essa RPPN tem como objetivos principais:
  preservar amostras de ecossistemas;
  preservar a biodiversidade;
  preservar as espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção;
  facultar a interpretação ambiental;
  propiciar pesquisas científicas;
  propiciar educação ambiental na Reserva e no seu entorno;
  promover a proteção de recursos hídricos.
A implementação da Reserva possibilita a manutenção de serviços ecos-
sistêmicos vitais à reprodução da dinâmica do Pantanal, contribuindo para o 
provimento de água em quantidade e qualidade, a manutenção da biodiversi-
dade, a adaptação às mudanças climáticas e a diminuição de riscos associados 
aos fenômenos naturais extremos, serviços que a natureza promove e que são 
possíveis mediante o manejo e cuidado das áreas protegidas, especialmente 
áreas mais extensas, como é o caso dessa UC. 
Figura 3. Primata Uacari-branco, nome científico Cacajao calvus calvus, comum 
na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. 
Fonte: Erni/Shutterstock.com.
9Unidades de conservação de uso sustentável
Cap4_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 9 12/12/2017 08:00:40
1. A Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável Mamirauá foi a primeira 
UC dessa categoria implementada 
no país. Sua criação foi uma 
solicitação encaminhada em 1985 
pelo biólogo José Márcio Ayres e 
pelo fotógrafo Luis Cláudio Marigo 
ao Governo Federal. É correto 
afirmar sobre a RDS Mamirauá:
a) Ela foi criada para proteção 
integral da natureza.
b) O biólogo José Márcio Ayres 
e o fotógrafo Luis Cláudio 
Marigo desejavam remover a 
população local para ser uma 
UC de proteção integral.
c) Após a implantação da RDS 
Mamirauá, a população local 
manteve-se dona da área.
d) Conforme obrigação do SNUC, 
após a implantação da RDS, 
a população de Mamirauá 
foi retirada da área.
e) As populações da RDS 
Mamirauá, possuem contrato 
de concessão de direito real de 
uso, uma vez que as áreas das 
UCs são de domínio público.
2. Cite a nomenclatura dos 
sete tipos de unidades de 
conservação de uso sustentável.
a) Estação Ecológica (Esec), 
Reserva da Fauna (Refau), Área 
de Proteção Ambiental (APA), 
Reserva Extrativista (Resex), 
Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável (RDS), Floresta 
Nacional (Flona) e Reserva 
Particular do Patrimônio 
Natural (RPPN).
b) Área de Relevante Interesse 
Ecológico (Arie), Reserva da 
Fauna (Refau), Área de Proteção 
Ambiental (APA), Reserva 
Extrativista (Resex), Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável 
(RDS), Floresta Nacional (Flona) 
e Parque Nacional (Parna).
c) Área de Relevante Interesse 
Ecológico (Arie), Reserva 
Biológica (Rebio), Área de 
Proteção Ambiental (APA), 
Reserva Extrativista (Resex), 
Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável (RDS), Floresta 
Nacional (Flona) e Reserva 
Particular do Patrimônio 
Natural (RPPN).
d) Área de Relevante Interesse 
Ecológico (Arie), Reserva da 
Fauna (Refau), Área de Proteção 
Ambiental (APA), Reserva 
Extrativista (Resex), Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável 
(RDS), Refúgio da Vida Selvagem 
(RVS) e Reserva Particulardo 
Patrimônio Natural (RPPN).
e) Área de Relevante Interesse 
Ecológico (Arie), Reserva da 
Fauna (Refau), Área de Proteção 
Ambiental (APA), Reserva 
Extrativista (Resex), Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável 
(RDS), Floresta Nacional 
(Flona) e Reserva Particular do 
Patrimônio Natural (RPPN).
3. Com relação à atividade 
de mineração, segundo o 
Unidades de conservação de uso sustentável10
Cap4_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 10 12/12/2017 08:00:41
BRASIL. Lei federal nº 9.985 de 18/07/2000. Regulamenta o artigo 225 da Constituição 
Federal e institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm>. Acesso em: 5 dez. 2017.
FLONA de Silvânia. Floresta Nacional de Silvânia. 2017. Disponível em: <http://www.
icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-brasileiros/cerrado/unidades-
-de-conservacao-cerrado/2077-flona-de-silvania>. Acesso em: 5 dez. 2017.
TOLENTINO, L. País ganha novas unidades de conservação com 58 mil hectares. 2014. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-
-informma?view=blog&id=544>. Acesso em: 5 dez. 2017.
Leitura recomendada
BARRETTO FILHO, H. T. Áreas naturais, artefatos culturais: uma perspectiva antro-
pológica sobre as unidades de conservação de proteção integral na Amazônia 
brasileira. In: ALMEIDA, A. W. B. de; FARIAS JÚNIOR, E. de A. (Org.). Mobilizações étnicas 
e transformações sociais no Rio Negro. Manaus: UEA Edições, 2010. 
Departamento Nacional de 
Produção Mineral (DNPM), 
quais tipos de UCs podem 
ter essa atividade?
a) Somente em Reservas 
Extrativistas.
b) Exclusivamente nas RPPNs.
c) Em Parques Nacionais e Áreas 
de Proteção Ambiental.
d) Em todas as unidades de 
conservação de uso sustentável, 
exceto na Reserva Extrativista.
e) Em todas as unidades 
de conservação de 
proteção integral.
4. Antônio recebeu como herança 
uma RPPN, isso significa que:
a) ele pode solicitar a retirada 
do status de UC e explorar 
a área comercialmente.
b) Antônio terá que pagar altos 
impostos para manter a RPPN.
c) a RPPN deverá ser preservada 
de forma integral.
d) a RPPN não poderá ter mais 
revertida o status de UC. 
Porém, como incentivo, é 
isento do Imposto Territorial 
Rural (ITR) referente à área.
e) pode minerar a área.
5. Quais tipos de UCs de uso 
sustentável podem ser 
constituídas em áreas privadas?
a) RPPN, ARIE e APA.
b) RPPN e APA.
c) PARNA, RPPN e MONET.
d) RESEX, FLONA e APA.
e) RESEX, FLONA e MONTE.
11Unidades de conservação de uso sustentável
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje, você irá conhecer os tipos de Unidades de Conservação de Uso 
Sustentável.
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EXERCÍCIOS
1) A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá foi a primeira UC dessa 
categoria implementada no país. Sua criação foi uma solicitação encaminhada em 
1985 pelo biólogo José Márcio Ayres e pelo fotógrafo Luis Cláudio Marigo ao 
Governo Federal. É correto afirmar sobre a RDS Mamirauá, que:
A) Ela foi criada para proteção integral da natureza.
B) O biólogo José Márcio Ayres e o fotógrafo Luis Cláudio Marigo desejavam remover a 
população local para ser uma UC de Proteção Integral.
C) Após a implantação da RDS Mamirauá, a população local manteve-se dona da área.
D) Conforme obrigação do SNUC, após a implantação da RDS, a população de Mamirauá foi 
retirada da área.
E) As populações da RDS Mamirauá, possuem contrato de concessão de direito real de uso, 
uma vez que a área destas UCs são de domínio público.
2) Sabe-se que as Unidades de Conservação de Uso Sustentável estão divididas em sete 
tipos. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o nome de cada um deles.
Estação Ecológica, Reserva da Fauna, Área de Proteção Ambiental, Reserva Extrativista, A) 
Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Floresta Nacional e Reserva Particular do 
Patrimônio Natural.
B) Área de Relevante Interesse Ecológico, Reserva da Fauna, Área de Proteção Ambiental, 
Reserva Extrativista, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Floresta Nacional e Parque 
Nacional.
C) Área de Relevante Interesse Ecológico, Reserva Biológica, Área de Proteção Ambiental, 
Reserva Extrativista, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Floresta Nacional e 
Reserva Particular do Patrimônio Natural.
D) Área de Relevante Interesse Ecológico, Reserva da Fauna, Área de Proteção Ambiental, 
Reserva Extrativista, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Refúgio da Vida Selvagem 
e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
E) Área de Relevante Interesse Ecológico, Reserva da Fauna, Área de Proteção Ambiental, 
Reserva Extrativista, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Floresta Nacional e 
Reserva Particular do Patrimônio Natural.
3) Com relação à atividade de mineração, segundo o Departamento Nacional de 
Produção Mineral (DNPM), quais tipos de UCs podem ter esse tipo de atividade?
A) Somente nas Reservas Extrativistas.
B) Exclusivamente nas RPPNs.
C) Em Parques Nacionais e Áreas de Proteção Ambiental
D) Em todas as Unidades de Conservação de Uso Sustentável, exceto na Reserva Extrativista.
E) Em todas as Unidades de Conservação de Proteção Integral.
4) Antônio recebeu como herança uma RPPN, isso significa que:
A) ele pode solicitar a retirada do status de UC e explorar a área comercialmente.
B) Antônio terá que pagar altos impostos para manter a RPPN.
C) a RPPN deverá ser preservada de forma integral.
D) a RPPN não poderá ser mais revertida ao status de UC. Mas, como incentivo, é isento do 
Imposto Territorial Rural (ITR) referente à área.
E) pode minerar a área.
5) Quais tipos de UCs de Uso Sustentável podem ser constituídas em áreas privadas?
A) RPPN, ARIE e APA.
B) RPPN e APA.
C) PARNA, RPPN e MONET.
D) RESEX, FLONA e APA.
E) RESEX, FLONA e MONTE.
NA PRÁTICA
Como você viu, as Unidades de Conservação de Uso Sustentável têm por objetivo a exploração 
dos recursos naturais de forma sustentável. Com base nisso, João viu uma possibilidade de 
proteger animais em extinção que estão sendo caçados em uma determinada área.
Conheça a seguir, a história de João.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem por objetivo principal, conciliar a 
conservação da natureza à melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. No vídeo 
Meu quintal é o pulmão do mundo, a RDS de Mamirauá é apresentada nesse vídeo pela 
população que vive na área e sobrevive de seus recursos, preservando os bens naturais 
nela contidos.
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Que tal conhecer um Roteiro metodológico para elaboração de plano de manejo para 
reservas particulares do patrimônio natural? Clique no link para saber mais.
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As Reservas Extrativistas têm grande importância para as comunidades tradicionais em 
que nelas habitam, pois sua sobrevivência depende da extração sustentável de seus 
recursos. No vídeo Reservas extrativistas na Amazônia, é apresentada a Reserva 
Extrativista do lago Cuniã e a maneira como a população local vive.
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Unidades de conservação de proteção 
integral 
APRESENTAÇÃO
As unidades de conservação (UCs) são espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, 
com características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a representatividade de 
amostras significativas e ecologicamente viáveis de diferentes populações, habitats eecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio 
biológico existente. Seguindo a mesma linha das UCs, há a ainda as unidades de conservação de 
proteção integral, que, em especial, visam à proteção da natureza como principal objetivo e por 
isso as regras e normas são mais restritivas. Nesse grupo, é permitido apenas o uso indireto dos 
recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou dano a esses recursos. 
Exemplos de atividades de uso indireto dos recursos naturais são: recreação em contato com a 
natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental, entre 
outras. As categorias de proteção integral são: estação ecológica, reserva biológica, parque, 
monumento natural e refúgio de vida silvestre.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver o que são as unidades de conservação de 
proteção integral, sua caracterização e os tipos existentes, bem como as principais unidades no 
Brasil.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar as UCs de proteção integral.•
Identificar os tipos de UCs de proteção integral.•
Elencar algumas das UCs de proteção integral do Brasil e suas funções.•
DESAFIO
As UCs de proteção integral têm por objetivo principal preservar de forma integral a natureza, 
admitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.
Observe a situação a seguir.
 
INFOGRÁFICO
Como você viu, as UCs de proteção integral visam à proteção da natureza e contam com normas 
e regras bem mais restritivas.
Veja no Infográfico a seguir como essas unidades de proteção se caracterizam.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
As UCs de proteção integral são unidades criadas com o objetivo principal de preservação e 
conservação da natureza. Por esse motivo, a habitação do homem não é permitida e o uso dos 
recursos pode ser realizado apenas de forma indireta, sem envolver coleta, consumo e danos aos 
recursos. As UCs de proteção integral, em geral, têm regras mais restritivas, dependendo o tipo, 
sendo que algumas permitem atividades de recreação e outras só a pesquisa científica.
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, leia o capítulo Unidades de conservação 
de uso integral e veja exemplos de UCs de proteção integral.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Unidades de conservação 
de proteção integral
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar as unidades de conservação (UC) de proteção integral.
  Identifi car os tipos de UC de proteção integral.
  Elencar algumas das UC de proteção integral do Brasil e suas funções.
Introdução
Neste capítulo, veremos o que são as unidades de conservação de 
proteção integral, sua caracterização e os tipos existentes, bem como 
as principais unidades no Brasil. As unidades de conservação (UC) são 
espaços territoriais com características naturais relevantes, incluindo seus 
recursos ambientais. Elas têm a função de assegurar a representativi-
dade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes 
populações, hábitat e ecossistemas do território nacional e das águas 
jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente.
Neste capítulo, vamos nos ater apenas às UCs de proteção integral, 
que têm a proteção da natureza como principal objetivo, e, por isso, têm 
suas regras e normas mais restritivas. Nesse grupo, é permitido apenas o 
uso indireto dos recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve con-
sumo, coleta ou dano ao local. Exemplos de atividades com uso indireto 
dos recursos naturais são: recreação em contato com a natureza, turismo 
ecológico, pesquisa científica e educação e interpretação ambiental. As 
categorias de proteção integral são: estação ecológica, reserva biológica, 
parque, monumento natural e refúgio de vida silvestre.
Cap3_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 1 18/12/2017 11:19:43
Unidades de proteção integral
A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, dividiu as UCs em dois grupos, as 
unidades de proteção integral e as unidades de uso sustentável, cada um com 
objetivos específi cos legalmente defi nidos. Falaremos agora sobre as UCs de 
proteção integral, que têm por objetivo “preservar a natureza, sendo admitido 
apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos 
previstos nesta Lei” (art. 7, § 1º) (BRASIL, 2000).
Para você entender o que são essas unidades de conservação, primeiro é 
necessário que entenda o conceito de proteção integral. Proteção integral é a 
manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência 
humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. As UCs 
de proteção integral têm por objetivo principal, como o nome já diz, preser-
var de forma integral a natureza, admitindo apenas o uso indireto dos seus 
recursos naturais. As regras e normas aplicadas e esse tipo de UC são mais 
restritivas, não permitindo consumo, coleta ou danos aos recursos naturais. 
Como exemplos de atividades de uso indireto, podemos citar:
  Turismo ecológico — Atividades turísticas guiadas com a intenção de 
proporcionar um contato sustentável com a natureza, comprometido com 
a conservação e a educação ambiental. Essas atividades podem ser banhos 
nas cachoeiras, nos rios, caminhadas orientadas nas trilhas, entre outras.
  Pesquisa científica — A pesquisa de natureza ambiental, econômica e 
social nas unidades de conservação é importante para o conhecimento 
e manejo a curto, médio e longo prazo dessas unidades.
  Educação ambiental — A educação ambiental tem o objetivo de apro-
ximar a comunidade da UC, para que ela entenda a importância de 
preservar o local e o seu entorno. Muitas unidades abrem vagas para 
visitação à UC e realizam trilhas guiadas, unindo aspectos da natureza 
e da educação ambiental.
As unidades de proteção integral são divididas em cinco categorias, com 
diferentes objetivos. As categorias de proteção integral são: 
  estação ecológica;
  reserva biológica;
  parque nacional;
  monumento natural;
  refúgio de vida silvestre.
Unidades de conservação de proteção integral2
Cap3_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 2 18/12/2017 11:19:43
Cada uma das categorias de UC, previstas na Lei nº 9.985/2000, tem obje-
tivos específicos, ao lado dos objetivos gerais das unidades de conservação e 
daqueles do grupo ao qual pertencem, com correspondentes variados graus 
de restrições e permissividade dentro de suas áreas (BRASIL, 2000).
Unidades de proteção integral surgem por intermédio do poder público 
para proteger recursos importantes, mas são implementadas também nos 
casos de licenciamento ambiental. Quando é executado um empreendimento 
de significativo impacto ambiental, assim considerado com base no Estudo/
Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), o empreendedor é obrigado 
a apoiar a implantação e manutenção da unidade de conservação do grupo 
de proteção integral. As unidades dessa categoria são áreas exclusivamente 
públicas, sendo que a criação de unidades precede um longo estudo e a de-
sapropriação e indenização de moradores do local. Atualmente, as UCs de 
proteção integral estão, em sua maior parte, localizadas no bioma Amazônia 
e ocupam praticamente a metade da área total das UCs de uso sustentável, 
como exemplifica a Tabela 1 a seguir:
Fonte: Drummond, Franco e Oliveira (2011).
Biomas
Área de 
proteção 
integral 
(ha)
Área de uso 
sustentável 
(ha)
Área total 
(ha) %
Amazônia 43.015.400 76.000.000 116.615.400 73,34
Caatinga 1.117.000 5.355.300 6.472.300 4,07
Cerrado 6.483.800 11.239.000 17.722.800 11,15
Pantanal 440.300 248.800 689.100 0,43
Mata 
Atlântica
2.860.600 8.646.100 11.506.700 7,24
Pampa 84.400 421.900 486.000 0,31
Marinho 
Costeiro
549.900 4.970.100 5.520.000 3,47
Total 54.611.400 106.881.200 159.012.300 100
Tabela 1. Área das UC divididaspor bioma.
3Unidades de conservação de proteção integral
Cap3_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 3 18/12/2017 11:19:43
Figura 1. Com a autorização do órgão responsável, é possível coletar 
material da UC para pesquisa científica ou identificação.
Fonte: Boonchoke/Shutterstock.com.
Em grandes cidades, as unidades de conservação representam áreas que servem de 
refúgios para a fauna e para a proteção da biodiversidade. Constituem um importante 
espaço de lazer e contato com a natureza, que é essencial para sua valorização e 
respeito. Essas áreas contribuem para a melhoria da qualidade de vida da população, 
ao protegerem os recursos naturais dos quais depende a cidade. 
As UCs estão relacionadas à manutenção de fauna, flora e ecossistemas. Além 
dessas áreas, buscam preservar o patrimônio histórico e cultural das comunidades 
tradicionais do local. Como exemplos de UC de proteção integral, podemos citar o 
Parque Nacional da Serra do Gandarela, próximo de Belo Horizonte, em Minas Gerais, 
e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, próximo a Teresópolis, em São Paulo.
Tipos de unidades de proteção integral
Dando continuidade ao seu ânimo classifi catório, a Lei nº 9.985/2000 (artigos 8 
e 14) nominou os tipos de unidades de conservação que fazem parte do sistema 
nacional. São cinco classifi cações de unidades de proteção integral: estação 
ecológica, reserva biológica, parque nacional (ou estadual, ou municipal), 
Unidades de conservação de proteção integral4
Cap3_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 4 18/12/2017 11:19:43
monumento natural e refúgio de vida silvestre. Cada uma delas possui um 
objetivo principal diferente, que veremos agora (BRASIL, 2000).
Estações ecológicas (Esec)
Essa categoria de UC se assemelha a um santuário da natureza, um verdadeiro 
banco de biodiversidade, com alto grau de restrição às atividades humanas. 
As estações ecológicas têm dois objetivos defi nidos por lei: a preservação da 
natureza e a realização de pesquisas científi cas (art. 9, caput) (BRASIL, 2000). 
Esta última depende de autorização prévia do órgão responsável pela admi-
nistração da UC e está sujeita às condições e restrições por ele estabelecidas.
A visitação pública é proibida, à exceção daquela com objetivo educacional, 
conforme o plano de manejo da unidade de conservação. O domínio e a posse 
das estações ecológicas necessariamente devem ser públicos, até porque, em 
virtude do alto grau de restrições às ações humanas já destacado, as proprie-
dades incluídas dentro dos limites da UC não apresentam qualquer proveito 
econômico. Por essa razão, a Lei nº 9.985/2000 diz que “as áreas particulares 
incluídas em seus limites serão desapropriadas” (art. 9, § 1º) (BRASIL, 2000).
Essa é uma categoria de UC tão devotada à conservação plena da biodi-
versidade que as alterações no ecossistema apenas são permitidas em caráter 
excepcional, em apenas quatro hipóteses (art. 9, § 4º) (BRASIL, 2000):
i) medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
ii) manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
iii) coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas; e
iv) pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do 
que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada 
de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no 
máximo 3% da extensão total da unidade e até o limite de 1.500 hectares.
Como podemos observar, essas modificações no ecossistema têm apenas 
dois fundamentos: o de preservar o próprio ecossistema e a biodiversidade e 
o de viabilizar, com restrições, a pesquisa científica.
Reservas biológicas (Rebio)
Essa categoria de unidade fi gura entre as mais restritivas às atividades humanas. 
Ao lado da estação ecológica, forma o que se pode chamar de “núcleo duro” 
das unidades de proteção integral.
5Unidades de conservação de proteção integral
Cap3_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 5 18/12/2017 11:19:43
A reserva biológica tem como objetivo a preservação integral da biota 
e dos demais atributos naturais existentes em seus limites. Para isso, está 
proibida interferência humana direta ou modificações ambientais. As únicas 
exceções se assemelham àquelas previstas para as estações ecológicas. A 
Lei nº 9.985/2000, artigo 10, permite expressamente a atuação humana para 
“medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo 
necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade 
biológica e os processos ecológicos naturais” (BRASIL, 2000).
A pesquisa científica não é um dos objetivos dessa categoria de UC integral. 
Porém, é permitida, desde que autorizada previamente pelo órgão gestor da 
unidade. A visitação pública é vedada. Apenas são permitidas visitas com 
objetivo educacional. E, pelos mesmos motivos que nas estações ecológicas, 
as reservas biológicas são de posse e domínio públicos. As áreas privadas 
inseridas na área da unidade devem ser desapropriadas.
Parques nacionais (Parna)
O grande diferencial desse tipo de UC é que a preservação do ecossistema leva em 
conta, além da sua relevância ecológica, também sua beleza cênica. Nessa unidade, 
podem ser realizadas pesquisas científi cas, atividades de educação e interpretação 
ambiental, recreação e turismo ecológico. A visitação pública e a pesquisa científi ca 
estão regradas conforme o plano de manejo da unidade. Os parques podem ser 
estaduais, quando criados pelo governo do Estado, municipais quando criados pela 
prefeitura, ou nacionais quando criados pela União. São feitos em áreas públicas 
e a visitação e pesquisas estão sujeitas às regras do conselho gestor.
Monumentos naturais (Monat)
Essas áreas têm como função preservar sítios naturais raros, singulares ou de 
grande beleza cênica. Não são constituídos apenas por áreas públicas, mas também 
por áreas particulares, desde que compatíveis com os objetivos da unidade em 
relação à utilização da terra e dos recursos naturais do local. A visitação pública 
e a pesquisa científi ca estão sujeitas às regras delimitadas no plano de manejo. 
Em caso de desacordo com essas regras, os moradores locais são desapropriados.
Refúgios de vida silvestre (Revis)
Essa UC também pode ser composta por áreas particulares, desde que de 
acordo com as regras do plano de manejo. O principal objetivo é proteger 
Unidades de conservação de proteção integral6
Cap3_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 6 18/12/2017 11:19:44
ambientes naturais necessários à existência ou à reprodução de espécies ou 
comunidades da fl ora local e da fauna residente ou migratória. 
Existem algumas diferenças básicas entre as unidades de conservação de proteção 
integral. Confira na tabela a seguir as características principais, como processo de 
criação, objetivos da unidade, instrumento de gestão, entre outros.
Esec Rebio Parna Monat Revis
Objetivos, 
além da 
conservação
Pesquisa Pesquisa e 
educação
Pesquisa e 
educação
Conser-
vação da 
beleza 
cênica, 
pesquisa e 
educação
Pesquisa e 
educação
Processo 
de criação
Governo Governo Governo Governo Governo
Posse de 
terras
Pública Pública Pública Pública e 
privada
Pública e 
privada
Permite 
moradores?
Não Não Não Sim Sim
Regularização 
com desa
propriação?
Sim Sim Sim Não 
obrigato-
riamente
Não 
obrigato-
riamente
Instrumento 
de gestão
Plano de 
manejo 
Plano de 
manejo
Plano de 
manejo
Plano de 
manejo
Plano de 
manejo
Realização 
de pesquisa
Com 
aprovação 
prévia do 
conselho 
gestor
Com 
aprovação 
prévia do 
conselho 
gestor
Com 
aprovação 
prévia do 
conselho 
gestor
Com 
aprovação 
prévia do 
conselho 
gestor
Com 
aprovação 
prévia do 
conselho 
gestor
Tabela 2. Características principais das unidades de conservação de proteção integral.
7Unidades de conservação de proteção integral
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Algumas das UC de proteção integral 
do Brasil e suas funções
Parque Nacional da ChapadaDiamantina
Esse parque foi criado na Bahia com o objetivo de preservar as belezas cêni-
cas do local e as nascentes nele encontradas, como a do Rio Paraguaçu, que 
abastece 60% da população da capital baiana. Ele possui cerca de 152 mil 
hectares, com um banco genético precioso e importante para conservação da 
biodiversidade, tendo sido descobertas cerca de cinco espécies de plantas e 
três espécies de animais endêmicos. 
Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Esse parque possui 76.481 hectares, com formação de montanhas de rochas 
calcárias, diferente das demais montanhas da região. Ele foi criado para pre-
servar a biodiversidade do cerrado e do pantanal. O parque está sendo im-
plantado com a regularização fundiária. Não possui plano de manejo e ainda 
não está aberto à visitação pública. As atividades ecoturísticas são exploradas 
na região. Os objetivos do parque são preservar os ecossistemas naturais de 
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitar a realização de pes-
quisas científi cas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, 
de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. No local, 
são realizadas atividades como rapel, parapente, mergulho em cavernas, bóia 
cross, rafting, mountain bike e trekking.
Figura 2. Parque Nacional da Serra da Bodoquena.
Fonte: Daniel W. Xavier/Shuttersotck.com.
Unidades de conservação de proteção integral8
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Parque Estadual do Turvo
Parque extenso, com 17.492 hectares, situado à margem do Rio Uruguai. 
Possui remanescente bem preservado da Floresta Estacional Decidual e uma 
cachoeira longitudinal (Salto do Yucumã) de grande potencial cênico. O parque 
busca proteger o regime hídrico do Rio Uruguai e dos arroios tributários. Em 
território gaúcho, é o último refúgio de espécies como a anta e a onça-pintada. 
Parque Estadual do Tainhas
O Parque do Tainhas possui 6.655 hectares e está localizado no Rio Grande 
do Sul. Ele foi criado com o objetivo de proteger os campos e as matas pre-
sentes no Vale do Rio Tainhas, no trecho situado entre os arroios Taperinha 
e do Junco. O parque abriga espécies da fl ora ameaçada de extinção, como a 
araucária, a imbuia e o xaxim.
Refúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes
A área constitui um arquipélago do litoral norte de São Paulo. Ela foi declarada 
como Revis por abrigar diversas espécies em extinção. É a segunda maior 
unidade de proteção integral marinha do país. Nela é permitida uma atividade 
de recreação e turismo, o mergulho. A prática de tiros de canhão, realizada 
há anos pela Marinha, continua sendo efetuada em locais específi cos, sendo 
regrada no plano de manejo após sua realização.
Monumento Natural Gruta do Lago Azul 
Essa UC foi criada em 2001 no município de Bonito, Mato Grosso do Sul. Com 
cerca de 274 hectares, abriga grutas que fazem parte do complexo de cavernas 
da Serra da Bodoquena. Foi criada para preservar um conjunto patrimonial e 
científi co de registros geológicos, geomorfológicos, paleontológicos e biológi-
cos, além de suas raras belezas, como as águas cristalinas dentro de cavernas. 
Também assegura a integridade física e biológica das grutas do Lago Azul e 
de Nossa Senhora Aparecida e contribui para a manutenção do lençol freático 
na região. A atividade principal implementada nessa unidade é a visita guiada.
9Unidades de conservação de proteção integral
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Estação Ecológica do Taim
A Estação Ecológica do Taim possui 34 mil hectares e está localizada no Rio 
Grande do Sul. Essa unidade possui grande importância, pois é um berçário 
de aves migratórias, muitas vindas da região Ártica ou Antártida. A fi nalidade 
dessa UC é a preservação de um viveiro natural de animais e vegetais distri-
buídos em banhados, campos, lagoas, praias arenosas e dunas litorâneas, além 
de proteger a grande quantidade de fauna e fl ora nativas da região. 
Reserva Biológica Estadual do Banhado do Maçarico
A reserva possui 6.253 hectares e está localizada no município de Rio Grande. 
Ela é rodeada por ameaças, como plantio de espécies arbóreas exóticas, quei-
madas sistemáticas das turfeiras, avanço de empreendimentos eólicos, sobre 
pastoreio pelo gado e contaminação por agrotóxicos. Por isso, surgiu com o 
objetivo de preservar as nascentes que alimentam o sistema hidrológico do 
Taim sul e as drenagens naturais associadas ao estuário da Laguna dos Patos, 
preservar fi sionomias palustres do banhado do maçarico e seus ecossistemas 
associados e garantir a integridade de hábitats para manter populações de 
espécies ameaçadas de extinção.
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos
O parque foi criado em 1983 com o intuito de proteger a região com maior 
biodiversidade marinha do Atlântico Sul, sendo o primeiro parque nacional ma-
rinho do Brasil. A administração é responsabilidade do Instituto Chico Mendes 
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O parque abrange uma área de 
91.235 hectares de áreas marinhas, abrangendo o Recife de Timbebas, o Parcel 
dos Abrolhos e o Arquipélago dos Abrolhos, composto pelas Ilhas Redonda, 
Siriba, Sueste, Guarita e Santa Bárbara (sob jurisdição da Marinha do Brasil).
Além de ser a região com maior biodiversidade marinha do Atlântico 
Sul, é conhecida por receber, todo ano, entre os meses de julho a novembro, 
as exuberantes baleias jubarte, que usufruem das águas quentes, tranquilas 
e pouco profundas para acasalar e dar à luz aos filhotes, que nascem após 
gestação de aproximadamente 11 meses.
Um dos grandes atrativos do Arquipélago são as aves que habitam o local, 
como atobás, grazinas e outras vindas do continente. A região também possui 
diversas opções para mergulho, com recifes de corais imensos e coloridos, 
cavernas submarinas e uma grande variedade de peixes e outros animais 
Unidades de conservação de proteção integral10
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marinhos. Devido à localização em uma plataforma continental, a profundi-
dade máxima da água é de 30 metros. No verão, a água é transparente e as 
temperaturas médias anuais giram em torno dos 26 °C.
1. As UCs de proteção integral estão 
divididas em cinco categorias 
com diferentes objetivos. Assinale 
a alternativa que contém a 
correta relação das categorias 
de proteção integral.
a) Estação ecológica, reserva 
biológica, parque nacional, 
RPPN, refúgio de vida silvestre.
b) Parque nacional, refúgio 
de vida silvestre, reserva de 
fauna, reserva extrativista, 
área de proteção ambiental.
c) Monumento natural, estação 
ecológica, reserva biológica, 
parque nacional e área de 
proteção ambiental.
d) Estação ecológica, reserva 
biológica, parque nacional, 
monumento natural e 
refúgio de vida silvestre.
e) Reserva de desenvolvimento 
sustentável, reserva biológica, 
parque nacional, monumento 
natural e área de relevante 
interesse ecológico.
2. A sigla UC significa:
a) unidade de conservação.
b) unicamente conservacionista.
c) unidade de ciências.
d) unidade científica.
e) universal e conscientizadora.
3. Sobre os tipos de unidades de 
conservação existentes, podemos 
afirmar, quanto a suas diretrizes 
e especificações de uso, que:
a) as estações ecológicas permitem 
manejo, são áreas abertas a 
visitações públicas e de uso para 
finalidade de pesquisas científica.
b) nas reservas biológicas são 
realizados manejos para 
recuperar ecossistemas alterados, 
recuperar e preservar o equilíbrio 
natural, a diversidade biológica e 
os processos ecológicos naturais.
c) nos parques nacionais não 
podem ser realizadas pesquisas 
científicas, mas estão liberadas 
as atividades de recreação 
e turismo ecológico.
d) nos monumentos naturais a 
visitação pública e a pesquisa 
científica estão sujeitas a 
regras delimitadas no plano 
de manejo, mas o importante 
é que pode ser explorada 
comercialmente por particulares.
e) existem cinco tipos de unidades 
de conservação deproteção 
integral e todas aceitam o 
ecoturismo como uso possível.
4. Sobre as UCs de proteção 
integral existentes no Brasil, 
podemos afirmar:
a) o Parque Nacional da Serra da 
Bodoquena é uma UC que possui 
estatuto bem consolidado e já 
se encontra aberto à visitação.
b) O Monumento Natural Gruta 
11Unidades de conservação de proteção integral
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do Lago Azul fica no município 
de Grutinha, em Minas Gerais, 
e ganhou esse nome em 
homenagem à Gruta de Nossa 
Senhora Aparecida, onde foi 
encontrada a imagem da santa 
embaixo de escombros.
c) o Parque Estadual do Turvo 
é especialmente conhecido 
pelo Salto do Yacuma, faz 
divisa com o Uruguai e é o 
último refúgio da onça-pintada 
no território brasileiro.
d) a Estação Ecológica do Taim 
encontra-se em Santa Catarina, 
na divisa com Rio Grande do Sul, 
e é um importante berçário de 
aves migratórias, inclusive onde 
se pode encontrar uma espécie 
rara de Tucano do bico verde.
e) a Chapada Diamantina é uma 
unidade de conservação 
de uso sustentável.
5. Sobre as regras das UCs, é 
correto afirmar que:
a) em estações ecológicas, a 
posse de terras é pública 
e o instrumento de gestão 
é o plano de manejo.
b) nas reservas biológicas, é 
permitida a pesquisa e a 
educação ambiental por 
qualquer cidadão, sem 
autorização prévia.
c) nos parques nacionais, a posse 
de terra é particular e, por isso, 
é permitido moradores.
d) nos monumentos naturais, a 
área vem de posse somente 
pública e a regularização 
é obrigatoriamente feita 
por desapropriação.
e) na modalidade dos refúgios 
da vida silvestre, a pesquisa 
científica não é permitida.
BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm>. Acesso em: 29 nov. 2017.
Leituras recomendadas
BARRETTO FILHO, H. T. Áreas naturais, artefatos culturais: uma perspectiva antropoló-
gica sobre as unidades de conservação de proteção integral na Amazônia brasileira. 
In: ALMEIDA, A. W. B. de; FARIAS JUNIOR, E. de A. (Org.). Mobilizações étnicas e trans-
formações sociais no Rio Negro. Manaus: UEA Edições, 2010.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Unidades de conservação. [200-?]. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao/o-que-
-sao>. Acesso em: 29 nov. 2017.
Referência
Unidades de conservação de proteção integral12
Cap3_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 12 18/12/2017 11:19:47
BRASIL. Instituto Socioambiental. Categorias de UCs. [200-?]. Disponível em: <https://
uc.socioambiental.org/o-snuc/categorias-de-ucs>. Acesso em: 06 dez. 2017.
DRUMMOND, J. A.; FRANCO, J. L. A.; OLIVEIRA, D. Uma análise sobre a história e a 
situação das unidades de conservação no Brasil. In: GANEM, R. S. (Org.). Conservação 
da biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 
2011. p. 341-385. (Série memória e análise de leis, 2). 
ESCOBAR, H. Alcatrazes vira Refúgio de Vida Silvestre, com direito a visitação. 2016. Dis-
ponível em: <http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/ alcatrazes-vira-
-refugio-de-vida-silvestre-com-direito-a-visitacao/>. Acesso em: 29 nov. 2017.
GUIA Chapada Diamantina. Parque nacional. 2017. Disponível em: <http://www.guia-
chapadadiamantina.com.br/parque-nacional/>. Acesso em: 29 nov. 2017.
MATO GROSSO DO SUL. Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. Mo-
numento natural Gruta do Lago Azul. [201-?]. Disponível em: <http://www.imasul.
ms.gov.br/ conservacao-ambiental/gestao-de-unidades-de-conservacao/unidades-
-de-conservacao-estaduais/monumento-natural-gruta-do-lago-azul/>. Acesso em: 
29 nov. 2017.
O QUE é Ecoturismo. In: ((o))eco, 2015. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/
dicionario-ambiental/28936-o-que-e-ecoturismo/>. Acesso em: 29 nov. 2017.
RIO DE JANEIRO. Gerência de Unidades de Conservação de Proteção Integral. Uni-
dades de conservação de proteção integral. 2010. Disponível em: <http://geproinearj.
blogspot.com.br/2010/10/o-que-sao-unidades-de-conservacao-de.html>. Acesso 
em: 29 nov. 2017.
RIO GRANDE. Prefeitura Municipal. Estação ecológica do Taim. [200-?]. Disponível 
em: <http://www.riogrande.rs. gov.br/pagina/index.php/atrativos-turisticos/deta-
lhes+8603, estacao-ecologica-do-taim.html>. Acesso em: 29 nov. 2017. 
RIO GRANDE DO SUL. Governo do Estado cria nova unidade de conservação: Banhado 
do Maçarico, em Rio Grande. 2014. Disponível em: <http://www.rs.gov.br/con-
teudo/208424/ governo-do-estado-cria-nova-unidade-de-conservacao-banhado-
-do-macarico-em-rio-grande/termosbusca=*>. Acesso em: 29 nov. 2017.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Uni-
dades de conservação estaduais. 2016. Disponível em: <http://www.sema.rs.gov.br/
unidades-de-conservacao-2016-10>. Acesso em: 29 nov. 2017.
WORLD WIDE FUND. Proteção integral. Disponível em: <https://www.wwf.org.br/
natureza_brasileira/questoes_ambientais/unid/protint>. Acesso em: 29 nov. 2017.
13Unidades de conservação de proteção integral
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor, você vai conhecer as principais caraterísticas das UCs de proteção 
integral. Assista.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) As UCs de proteção integral estão divididas em cinco categorias com diferentes 
objetivos. Assinale a alternativa que apresenta a correta relação das categorias de 
proteção integral.
A) a) Estação ecológica, reserva biológica, parque nacional, RPPN e refúgio de vida silvestre.
B) b) Parque nacional, refúgio de vida silvestre, reserva de fauna, reserva extrativista e área 
de proteção ambiental.
C) c) Monumento natural, estação ecológica, reserva biológica, parque nacional e área de 
proteção ambiental.
D) d) Estação ecológica, reserva biológica, parque nacional, monumento natural e refúgio de 
vida silvestre.
E) e) Reserva de desenvolvimento sustentável, reserva biológica, parque nacional, 
monumento natural e área de relevante interesse ecológico.
2) A sigla UC significa:
A) a) unidade de conservação.
B) b) unicamente conservacionista.
C) c) unidade de ciências.
D) d) unidade científica.
E) e) universal e conscientizadora.
3) Sobre os tipos de UCs existentes, podemos afirmar quanto a suas diretrizes e 
especificações de uso, que:
A) a) as estações ecológicas permitem o manejo e são áreas abertas a visitações publicas e de 
uso para finalidade de pesquisas científica.
B) b) nas reservas biológicas, neste tipo de UC, são realizados manejos para recuperar 
ecossistemas alterados, recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e 
os processos ecológicos naturais.
C) c) nos parques nacionais, neste tipo de UC, não podem ser realizadas pesquisas científicas, 
mas estão liberadas as atividades de recreação e turismo ecológico.
D) d) nos monumentos naturais, nesse tipo de UC, a visitação pública e a pesquisa científica 
estão sujeitas às regras delimitadas no plano de manejo, mas o importante é que pode ser 
explorada comercialmente por particulares.
E) e) existem cinco tipos de UCs de proteção integral e todas aceitam o ecoturismo como uso 
possível.
4) Sobre as UCs de proteção integral existentes no Brasil, podemos afirmar que:
A) a) o Parque Nacional da Serra da Bodoquena é uma UC que tem estatuto bem consolidado 
e já encontra-se aberto à visitação.
B) b) o Monumento Natural Gruta do Lago Azul fica no município de Grutinha, em Minas 
Gerais, e ganhou esse nomeem homenagem à Gruta de Nossa Senhora Aparecida, onde 
foi encontrada a imagem da Santa embaixo de escombros.
C) c) o Parque Estadual do Turvo é especialmente conhecido pelo Salto do Yacuma, faz 
divisa com o Uruguai e é o último refúgio da onça pintada no território brasileiro.
D) d) a Estação Ecológica do Taim encontra-se em Santa Catarina, na divisa com o Rio 
Grande do Sul, e é um importante berçário de aves migratórias, inclusive onde se pode 
encontrar uma espécie rara de tucano do bico verde.
E) e) a Chapada Diamantina é uma UC de uso sustentável.
5) Sobre as regras das UCs, é correto afirmar que:
A) a) em estações ecológicas, a posse de terras é pública e o instrumento de gestão é o plano 
de manejo.
B) b) nas reservas biológicas são permitidas a pesquisa e a educação ambiental, por qualquer 
cidadão sem autorização prévia.
C) c) nos parques nacionais, a posse de terra é particular e, por isso, é permitido ter 
moradores.
D) d) nos monumentos naturais, a área vem de posse somente pública e a regularização é 
obrigatoriamente feita por desapropriação.
E) e) na modalidade dos refúgios de vida silvestre, a pesquisa científica não é permitida.
NA PRÁTICA
Como você viu, as UCs de proteção integral têm como objetivo proteger os recursos naturais por 
meio de normas mais rígidas.
Conheça a seguir a história de Francisco, que acabou de ser formar em Ecoturismo e quer muito 
exercer a profissão em uma área de conservação que permita essa prática.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A REBIO Uatumã é a segunda maior reserva biológica da Amazonas, com 
aproximadamente 940 mil hectares, perdendo apenas para a REBIO Maicuru, que tem 
mais de 1 milhão de hectares. Conheça mais sobre ela, assitindo ao vídeo Rebio Uatumã. 
Ele reúne fotos da região e mostra a exuberância dessa UC.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
As estações ecológicas são as UCs mais restritiva voltadas apenas para a conservação 
ambiental, a pesquisa científica e a educação de forma bem restritiva. Veja no vídeo O que 
é ESEC, a Estação Ecológica? como funciona a ESEC do Taim, no Rio Grande do Sul.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Que tal conhecer o Plano de Manejo do Parque Estadual do Lajeado, situado no Estado do 
Tocantins, no bioma Cerrado? Esse Parque é um exemplo de UC de proteção integral. 
Confira.
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Populações humanas em unidades de 
conservação 
APRESENTAÇÃO
Unidades de conservação (UCs) são espaços protegidos. No entanto, em muitas dessas unidades, 
a presença das populações humanas é constante. Quando em unidades de proteção integral, 
muitos conflitos são descritos na literatura. Por outro lado, as UCs de uso sustentável objetivam 
aliar as atividades humanas à preservação ambiental.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre a coexistência de populações 
humanas em áreas de conservação e identificar os principais conflitos existentes, as atividades 
que essas comunidades desenvolvem em UCs de uso sustentável e as propostas de gestão para 
equilibrar esse convívio de forma sustentável, que objetivem a transposição dos problemas de 
ordens socioambiental, econômica e política.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar os conflitos e as populações humanas presentes em UCs.•
Identificar e caracterizar as populações humanas presentes em UCs.•
Descrever os desafios da gestão das UCs com a presença de populações humanas.•
DESAFIO
Ainda há um grande debate sobre os conflitos advindos da criação de áreas protegidas onde há 
quilombolas, povos indígenas e outras comunidades tradicionais e não tradicionais. Com 
frequência, noticiam-se nos jornais as lutas pelos direitos territoriais de populações tradicionais, 
alguns conflitos existentes, os fundamentos, as similaridades e as diferenças entre o regime 
jurídico aplicável às terras indígenas, aos territórios quilombolas, às reservas extrativistas e às 
reservas de desenvolvimento sustentável.
Essas sobreposições em unidades de conservação (UCs), principalmente nas de proteção 
integral, demonstram, na prática, a situação dessas disputas. Porém, também há aquelas em que 
ocorre uso das terras por populações não tradicionais. 
Portanto, o senhor Gerson, que é presidente da associação das UCs a nível nacional, propôs aos 
gestores dos parques um breve estudo que envolve o levantamento de dados para tentar 
minimizar esses conflitos nessas áreas tão significativas e de preservação da biosfera. O estudo 
mobiliza equipes a prospectar diversas informações, compilando-as em uma tabela simples, que 
será avaliada por especialistas e estudiosos no assunto, a fim de propor medidas para sanar esses 
conflitos.
Se você fosse gestor de uma dessas UCs, como você montaria essa tabela de forma simples, com 
informações pertinentes para auxiliar no estudo? Faça você mesmo uma tabela demonstrando 
alguns desses conflitos, citando algumas das UCs em conflito atualmente e o estado e a situação 
delas. Ainda, se possível, sugira soluções cabíveis para minimizar esses conflitos.
INFOGRÁFICO
No Infográfico a seguir, você vai conhecer um mapa da Embrapa que mostra exatamente as 
áreas destinadas às unidades de conservação (UCs) somadas às terras indígenas, contrapondo o 
conflito existente ao mesmo tempo que permeia a base legal de distribuição e direitos desses 
povos.
Você vai ver também exemplos de UCs em sobreposição a essas áreas indígenas e que estão 
buscando subsídios e soluções para resolver os problemas de gestão desses conflitos, além de 
alguns indicadores de instrumentos a serem aplicados nessas situações.
Confira.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
No Brasil, grande parte das unidades de conservação (UCs) de proteção integral, como parques, 
estações ecológicas e reservas biológicas, foi criada sem resolver os problemas existentes com o 
adensamento de populações que, historicamente, vivem no interior ou nos arredores dessas 
áreas, gerando sobreposições entre as atividades desenvolvidas por essas populações e a 
preservação do meio ambiente. Dentre as populações, existem os povos tradicionais locais, 
assim como diversos outros tipos de moradores, que diferenciam-se pelo tipo de atividade e pelo 
modo de ocupação dessas áreas, tais como pescadores artesanais, camponeses e extrativistas, e, 
ainda, as populações não tradicionais, como comerciantes, madeireiros, palmiteiros, veranistas, 
etc.
Leia a seguir o capítulo Populações humanas em unidades de conservação, da 
obra Gerenciamento de unidades de conservação, que serve como base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, para entender melhor o assunto. 
Boa leitura. 
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Populações humanas em 
unidades de conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar os confl itos e as populações humanas presentes em UCs.
  Identifi car e caracterizar as populações humanas presentes nas UCs.
  Descrever os desafi os da gestão das UCs com presença de populações 
humanas.
Introdução
Unidades de conservação são espaços protegidos, no entanto, em muitas 
delas, a presença da populações humanas é constante. Enquanto a pre-
sença de populações em unidadesde proteção integral é descrita como 
conflituosa na literatura, as unidades de conservação têm por objetivo 
aliar as atividades humanas à preservação ambiental.
Neste capítulo, você irá aprender sobre a coexistência de populações 
humanas em áreas de conservação, identificar os principais conflitos 
existentes e as atividades que essas comunidades desenvolvem em 
UCs de uso sustentável. Além disso, você vai identificar propostas de 
gestão para equilibrar o convívio populacional de forma sustentável e 
que objetivem a transposição dos problemas de ordem socioambiental, 
econômica e política.
Presença de populações humanas 
nas UCs e conflitos existentes 
No Brasil, grande parte das unidades de conservação (UCs) de proteção 
integral como Parques, Estações Ecológicas e Reservas Biológicas, foi criada 
sem resolver os problemas existentes com o adensamento de populações que 
historicamente vivem no seu interior ou nos arredores. Dentre as populações 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 103 22/02/2018 11:15:46
presentes em UCs, encontramos os chamados povos “tradicionais” locais, como 
os indígenas e os quilombolas, além de diversos outros tipos de moradores, que 
se diferenciam pelo tipo de atividade e modo de ocupação dessas áreas, tais 
como, pescadores artesanais, camponeses, extrativistas. Também existem as 
populações “não tradicionais”, como comerciantes, madeireiros, palmiteiros, 
veranistas, etc. O Estado cria estas áreas, mas não realiza as desapropriações 
necessárias, e, na falta de uma gestão adequada, o resultado é que essas po-
pulações acabam se tornando ilegais e suas atividades, clandestinas.
As populações tradicionais, muitas vezes, permanecem no interior destas 
UCs, mas sem direito ao exercício de suas atividades tradicionais (como 
a pesca, coleta, lavoura, etc.), o que causa uma pauperização ainda maior 
dessas populações rurais. Essas situações geram um conjunto de conflitos 
entre populações locais, moradoras no interior ou no entorno dessas áreas, e 
órgãos públicos estaduais e federais responsáveis pelas UCs. Na busca de uma 
melhor compreensão dos elementos que envolvem o tema homem-natureza 
e frente à eficiência das UCs, há muitas questões relevantes –culturais, de 
direitos de cidadãos, concepção de conservação, entre outras —, mas, acima 
de tudo, há um objetivo implícito: a resolução dos impasses, injustiças sociais 
e o comprometimento das áreas naturais protegidas. Os direitos dos povos 
indígenas, bem como dos quilombolas, sobre as terras protegidas pelo Estado 
estão previstos na Constituição Federal desde 1988 e, mediante seu estilo 
de vida, há o Projeto de Lei n° 367 tramitando no Senado desde 2015 para 
estabelecer a legitimidade desses direitos. A isso integra-se a necessidade da 
gestão adequada dessas áreas, pois envolvem razões sociais, econômicas e 
científicas e também a manutenção dos serviços ambientais.
Para as categorias integrais de áreas protegidas, existem alguns modelos rele-
vantes no Brasil, que são: Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos 
Naturais e Estações Ecológicas, as quais, claro, não foram inventadas por capricho 
dos amantes da natureza. As UCs são amostras representativas dos ecossistemas 
naturais, que providenciam inúmeros benefícios à sociedade, desde a preservação 
da diversidade biológica para garantir o futuro das atividades agropecuária, 
florestal, industrial e farmacêutica até a manutenção dos ciclos biogeoquímicos, 
como os do carbono e da água, dentre outros menos evidentes. Essas áreas são 
essenciais para a qualidade da vida e são importantes contribuintes para nossa 
sobrevivência. Entretanto, todo uso da natureza provoca impacto, e quanto maior 
a densidade da população humana, maior seu impacto sobre o entorno natural e 
o meio ambiente. Por isso, é importante lembrar que a população humana não 
é estática, sua tendência é aumentar em número e demandas. No entanto, no 
momento em que seja submetida a um manejo florestal, por mais sustentável 
Populações humanas em unidades de conservação104
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 104 22/02/2018 11:15:46
que ele pretenda ser, o impacto pode ser, ainda assim, muito grande. Tanto mais 
se o governo não consegue controlar de perto essas atividades.
Um novo olhar sobre as áreas protegidas foi o que criou duas novas categorias 
de UCs, a Reserva Extrativista (Resex) e a Reserva de Desenvolvimento Susten-
tável (RDS). As UCs podem trazer verdadeiros benefícios e oportunidades aos 
habitantes locais, com a participação ativa da sociedade na sua gestão. Com apoio 
e implementação das políticas públicas ambientais e dos instrumentos de gestão, as 
UCs podem, inclusive, ser um atrativo para financiamentos de projetos locais, como 
melhoria da infraestrutura (saúde, estradas), geração de emprego e fornecimento 
de serviços ambientais, manejo florestal e de animais silvestres, entre outros. Em 
muitos casos, as parcerias entre sociedade civil, instituições públicas e empresas 
também têm se mostrado um caminho viável para a solução dos desafios impostos 
na gestão de UCs tão extensas ao longo do território brasileiro.
Principais conflitos
Desde a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 
(SNUC) em 2000, confl itos ambientais têm sido objeto de estudo de diversas 
pesquisas centradas nas interfaces entre populações humanas e espaços natu-
rais protegidos. No entanto, ainda parece haver difi culdades permanentes na 
gestão e na manutenção das UCs de uso restrito, criadas para a preservação 
dos recursos naturais de ecossistemas exemplares. Uma delas, que adquire 
importância e visibilidade crescente, tem sido a relação com as populações 
humanas que ali vivem e viviam antes da apropriação da área pelo Estado. 
Com relação às populações não tradicionais, majoritariamente com títulos 
de propriedade devidamente registrados em cartórios, o maior problema tem 
sido o do custo das desapropriações, inflacionado por manobras jurídicas e 
contábeis de uma já estabelecida “indústria de indenizações”. Há também 
problemas de sobreposição de UCs com áreas indígenas — se bem que, neste 
caso, a questão se diferencie um pouco da relação com as populações tra-
dicionais não indígenas, já que há legislação que define especificamente os 
direitos indígenas. Esses problemas não são exclusivos do Brasil, repetindo-se 
em praticamente todos os países da América Latina, África e Ásia e consti-
tuindo um tema extensamente debatido por organismos governamentais, não 
governamentais e de pesquisa científica, de cunho nacional e internacional.
Como exemplo, podemos citar diversos tipos de conflitos que podem ocorrer 
em cada caso concreto, podendo variar suas causas ou fontes:
105Populações humanas em unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 105 22/02/2018 11:15:46
a) Presença de grupos sociais diferenciados ocupando historicamente 
territórios transformados em UCs, principalmente as de proteção inte-
gral. Verificar se há presença de povos tradicionais constituindo vilas 
consolidadas, distribuídos de forma dispersa ou mesclados com a pre-
sença de outros tipos de ocupantes (turistas, residentes não tradicionais, 
residentes e não residentes não praticantes de atividades econômicas 
de forma tradicional, uso dos recursos e do território, agricultores ou 
pecuaristas). É relativamente frequente ocorrer sobreposição entre 
territórios utilizados e ocupados por diferentes povos tradicionais nas 
UCs, como ribeirinhos e indígenas, caiçaras e quilombolas, entre outros. 
b) Reivindicação ao Estado, em decorrência de processos de mobilização 
política, por reconhecimento de territórios indígenas, quilombolas e 
de outros povos tradicionais inseridos em UCs criadas anteriormente.
c) Presença de outros ocupantes, portando títulos de propriedade, precários 
ou não, ou ainda sem documentação, nos territórios ocupados por povos 
tradicionais incidentes em áreas de UCs.
d) Diretrizes e proposiçõesem relação à regularização fundiária (incluindo 
desocupação, reassentamento ou indenização de benfeitorias) por parte 
da gestão da UC ou do órgão gestor, incongruentes com a realidade, 
não aplicadas, parcialmente implantadas ou descontínuas e desconexas 
entre si, gerando solução de continuidade.
e) Uso e ocupação de áreas de UCs contendo territórios, tradicionais ou 
não, por parte de outros interesses sobrepostos: empreendimentos 
ligados à produção de energia (hidrelétricas, petróleo e gás, bioenergia), 
agroindústria e outros, expansão urbana para novas moradias (principal-
mente destinadas à população migrante atraída por empreendimentos e 
projetos relacionados ao desenvolvimento econômico e à acomodação de 
ocupações desapropriadas para dar lugar às novas obras), infraestrutura 
(sistema viário, sistema portuário, saneamento) e serviços diversos, 
empreendimentos imobiliários relacionados ao veraneio.
f) Pressão para a expansão de ocupação de áreas municipais sobre os 
limites das UCs, frequentemente observada em regiões de grande 
interesse turístico, industrial ou onde as áreas propícias para ocupação 
urbana, sob o ponto de vista legal e ambiental, é restrita.
g) Pressão para expansão das fronteiras agropecuárias sobre os limites 
das UCs.
h) Sobreposição de diretrizes de gestão entre os três entes da federação so-
bre as mesmas áreas, acarretando a proposição de políticas divergentes. 
Populações humanas em unidades de conservação106
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 106 22/02/2018 11:15:46
i) Sobreposição de intervenções entre diferentes empreendimentos, gerando 
disputas e concorrência, com objetivos assemelhados, sobretudo no 
território marinho.
j) Comprometimento paisagístico ou limitações impostas a atrativos 
turísticos significativos em decorrência dos impactos sobre as UCs, 
prejudicando povos tradicionais, veranistas, setor hoteleiro e receptivo 
em geral, afetando a economia local e regional. 
k) Aumento expressivo de situações de vulnerabilidade socioambiental, 
sobretudo de territórios dos povos tradicionais nas UCs, em cenários 
de aumento da intensidade e frequência de eventos extremos (inunda-
ções, escorregamento de encostas, entre outros), relacionados ou não 
às mudanças climáticas em curso.
Você sabe quantas são as UCs existentes por biomas no 
Brasil? Esse é um dado muito interessante e importante. 
Acesse o link para ver a tabela atualizada dessas áreas:
 https://goo.gl/bmwVnC
UCs que comportam populações 
humanas e suas atividades
O Brasil é o quarto país no mundo em quantidade de área continental de UCs, 
atrás apenas dos Estados Unidos, Rússia e China. Atualmente, existem 1.762 
UCs no país, de acordo com o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza, que mantém os números atualizados constantemente. A primeira a 
ser criada foi o Parque Nacional de Itatiaia, em 1937, localizado na divisa entre 
Rio de Janeiro e Minas Gerais. Todas as UCs são demarcadas e passam a ser 
protegidas e administradas pelas esferas municipal, estadual ou federal com base 
na Lei do SNUC. Diversas categorias com populações humanas em seu interior 
demonstram que em 83% dos Parques Nacionais existem moradores, seguidos 
das Reservas Biológicas (67%) e das Estações Ecológicas (60%). Em 100% dos 
parques biestaduais, como o de Bocaina e Itatiaia, há populações residentes. 
Segundo os dados do Instituto Florestal, existem populações tradicionais em 
107Populações humanas em unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 107 22/02/2018 11:15:46
praticamente todas as unidades restritivas de grande porte, como nos seguintes: 
Parque Estadual da Serra do Mar (13.250 moradores); Parque Estadual de Jacu-
piranga (5.560); Petar (700); Parque Estadual da Ilha Bela (717); Parque Estadual 
da Ilha do Cardoso (556). No total, são cerca de 24.500 moradores no conjunto 
das áreas naturais protegidas do Estado de São Paulo (DRPE). 
No que diz respeito à presença de populações tradicionais e não tradicionais 
nas áreas naturais protegidas, consideradas por tipo de administração federal e 
estadual, constata-se que aquelas sob jurisdição federal apresentam uma proporção 
maior de moradores de ambos os tipos. Das UCs com moradores, em 100% das 
Estações Ecológicas, das Reservas Biológicas e das Reservas Ecológicas existem 
moradores tradicionais e não tradicionais. As comunidades ou populações tradi-
cionais se caracterizam por uma grande dependência do uso dos recursos naturais 
renováveis, a partir dos quais constroem um modo de vida particular por causa de:
  conhecimento aprofundado dos ciclos naturais, que se reflete na ela-
boração de sistemas de manejo de recursos naturais, carregados de 
conhecimento e tecnologias patrimoniais;
  pertencer e apropriar-se de um território onde os grupos sociais se 
reproduzem econômica, social e simbolicamente;
  permanecer e ocupar esse território por várias gerações, ainda que 
membros individuais possam ter se deslocado para centros urbanos de 
onde podem voltar para a terra de seus antepassados;
  importância das atividades de subsistência, ainda que a produção de 
mercadoria, mais ou menos desenvolvida indique a vinculação com o 
mercado local e regional;
  reduzida acumulação de capital;
  importância dada à unidade familiar, doméstica ou comunal e às relações 
de parentesco e compadrio para o exercício das atividades econômicas, 
sociais e culturais;
  importância atribuída às simbologias, mitos e rituais associados à caça 
e à pesca;
  reduzida divisão técnica e social do trabalho;
  fraco poder político, em mão de classes urbanas, em geral associadas 
à comercialização da produção local;
  identidade cultural do grupo.
Populações humanas em unidades de conservação108
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 108 22/02/2018 11:15:46
Unidade de Uso Sustentável
1. Área de Proteção Ambiental: área dotada de atributos naturais, esté-
ticos e culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das 
populações humanas. Geralmente é uma área extensa, com o objetivo 
de proteger a diversidade biológica, ordenar o processo de ocupação 
humana e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É 
constituída por terras públicas e privadas. Exemplos: Triunfo do Xingu 
(PA), Tietê (SP) e Fernando de Noronha (PE).
2. Área de Relevante Interesse Ecológico: tem o objetivo de preservar 
os ecossistemas naturais de importância regional ou local. Geralmente 
é uma área de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação 
humana e com características naturais singulares. Pode ser constituída 
por terras públicas e privadas. Exemplos: Mata de Santa Genebra (SP), 
Granja do Ipê (DF) e Águas de São João (GO).
3. Floresta Nacional: área com cobertura florestal onde predominam 
espécies nativas. Visa o uso sustentável e diversificado dos recursos 
florestais e a pesquisa científica. É admitida a permanência de popula-
ções tradicionais que a habitam desde sua criação. Exemplos: Floresta 
Estadual do Amapá (AP), Canela (RS) e Ipanema (SP).
4. Reserva Extrativista: área natural utilizada por populações extrativis-
tas tradicionais que exercem suas atividades baseadas no extrativismo, 
na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, 
assegurando o uso sustentável dos recursos naturais existentes. Permite 
visitação pública e pesquisa científica. Exemplos: Castanheira (RO), 
Chico Mendes (AC) e Rio Xingu (PA).
5. Reserva de Fauna: área natural com populações animais de espécies 
nativas, terrestres ou aquáticas, adequadas para estudos técnico-cien-
tíficos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. 
Exemplo: Baía da Babitonga (SC).
6. Reserva de Desenvolvimento Sustentável: área natural onde vivem popu-
lações tradicionais que se baseiam em sistemas sustentáveis de exploração de 
recursos naturais. Permite visitação pública e pesquisa científica. Exemplos: 
Rio Negro (AM), Ponta do Tubarão (RN) eRio Madeira (AM).
109Populações humanas em unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 109 22/02/2018 11:15:46
7. Reserva Particular do Patrimônio Natural: área privada com o 
objetivo de conservar a diversidade biológica. É permitida a pesquisa 
científica e a visitação turística, recreativa e educacional. É criada por 
iniciativa do proprietário, que pode ser apoiado por órgãos integrantes 
do SNUC na gestão da UC. Exemplos: Água Bonita (TO), Alegrete 
(PR) e Agulhas Negras (RJ).
Atividades dos moradores
Há grande variação nos tipos de populações que ocupam o entorno e o interior 
das UCs. Apesar de existirem áreas urbanas, como distritos e cidades, próximas 
às unidades, a maior parte da população dessas regiões está concentrada na 
zona rural. Um estudo realizado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade 
(Funbio), demonstrou que as pessoas se agrupam em microbacias e beira de 
rios, formando comunidades constituídas por famílias de pequenos, médios e 
grandes proprietários ou mesmo trabalhadores rurais que não possuem proprie-
dade e, por isso, prestam serviços. Em algumas áreas, existem assentamentos 
oriundos de reforma agrária e acampamentos rurais promovidos por movimen-
tos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), 
ou grupos indígenas que migraram ou já ocupavam a região antes da criação 
da unidade. Aliás, a presença de populações anteriores à data de criação das 
UCs é recorrente. Verifi camos, também, diferença no movimento populacional: 
em algumas regiões, principalmente onde foram instalados assentamentos, 
a população tende a se expandir. Mas na maioria das áreas o que ocorre é a 
redução do número de moradores. A maioria dos benefi ciários diretos das 
ações desenvolvidas está reunido em grupos formais, como associações ou 
cooperativas de produção, ou informais, muito embora existam aqueles que 
não pertencem a nenhum desses grupos. Existem exemplos nos quais não só 
cooperativas de produção estão envolvidas com o trabalho das Organizações 
Não Governamentais (ONGs), mas também cooperativas de consumidores. 
É o caso da experiência da Acevam, em Santa Catarina, do Centro Ecológico 
Ipê, no Rio Grande do Sul (ambos atuando no entorno do Parque Nacional 
de Aparados da Serra) e da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), na 
Reserva Biológica de Poço das Antas. Outras formas de organização são os 
sindicatos dos trabalhadores rurais, Movimento de Mulheres Trabalhadoras 
Rurais, MST, entre outros.
Há casos em que as ações da instituição geram empregos ocupados por 
moradores da própria região. É o que ocorre na Fundação Museu do Homem 
Americano (Fumdham), cuja atuação gerou, aproximadamente, 100 empregos, 
Populações humanas em unidades de conservação110
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 110 22/02/2018 11:15:46
ocupados por pessoas que vivem no município de São Raimundo Nonato, 
próximo ao Parque Nacional da Serra da Capivara. Esses moradores traba-
lham dentro do parque, nas estruturas instaladas pela fundação, assumindo 
funções como porteiros das guaritas de acesso, guarda-parques, agentes de 
preservação dos sítios arqueológicos, entre outras, e também na cidade, em 
postos de trabalho que surgiram em hotéis, fábricas de cerâmica, escolas, etc. 
Alguns são funcionários contratados pela fundação, enquanto outros prestam 
serviços. As decisões e o planejamento das ações são definidos pela diretoria 
da Fumdham, mas a expectativa é de que, com o tempo, os moradores, passem 
a participar das tomadas de decisão.
Em outras regiões, há ações em que os moradores participam como cola-
boradores eventuais, coletando dados para pesquisas ou em atividades desen-
volvidas pela instituição. Ocorre também de os beneficiários participarem de 
forma mais ativa. Nesses casos, geralmente a instituição parte de levantamento 
ou diagnóstico socioambiental realizado com a mobilização e o envolvimento 
dos moradores para identificar a realidade local e as relações com a UC, 
definindo, então, as estratégias e ações a serem desenvolvidas.
Essas participações diferenciadas levam, também, a resultados distintos. 
Instituições que, no planejamento de suas intervenções, buscaram a cola-
boração de parceiros e beneficiários costumam atuar a partir de demandas 
locais e obter maior envolvimento dos beneficiários. É o caso, entre outros, 
do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA–ZM), que atua 
no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, em Minas Gerais, e 
da Faculdade do Vale do Araranguá (FVA), que trabalha com moradores do 
Parque Nacional do Jaú e com comunidades de seu entorno, na Amazônia. 
As duas organizações realizaram diagnósticos socioeconômicos com a 
participação de moradores, além de encontros e reuniões para discutir a 
UC e planejar ações. Com isso, têm conseguido trabalhar demandas das 
comunidades, tanto no que diz respeito a questões que envolvem a unidade 
(como elaboração de plano de manejo, negociação de usos, etc.) quanto no 
desenvolvimento das comunidades, com capacitação em técnicas agroecoló-
gicas, beneficiamento e comercialização de produtos, geração de renda, etc. 
Houve casos em que a instituição, percebendo a limitação da ação centrada na 
educação ambiental ou mesmo na pesquisa, mudou sua estratégia e passou a 
conseguir maior envolvimento dos beneficiários. Exemplos que ilustram essa 
situação são o Ipê e a AMLD, organizações que não abandonaram o trabalho 
de conscientização com a educação ambiental e a extensão ambiental, mas 
expandiram seu foco de atuação, passando a discutir e a trabalhar outras 
necessidades dos moradores.
111Populações humanas em unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 111 22/02/2018 11:15:46
Figura 1. Cataratas do Parque Binacional de Foz do Iguaçu, Brasil/Argentina.
Fonte: Por Junior Braz/Shutterstock.com.
No site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), você 
encontra muitas informações bacanas sobre as UCs e 
também sobre diretrizes, como é o caso do Cadastro 
Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). Acesse 
o link ou código a seguir para conhecer o mapeamento 
das UCs, além de outras informações complementares 
sobre áreas protegidas.
https://goo.gl/nVXTWS
Desafios da gestão das UCs com presença 
de populações humanas
O desafi o de conservar a biodiversidade, mesmo em áreas limitadas como 
as UCs, não pode ser feito sem a parceria da sociedade. Cada vez mais, os 
conservacionistas, cientistas e gestores percebem que conservar a biodiover-
sidade em áreas protegidas ignorando o cenário político e social mais amplo 
é pouco efi caz. Enquanto o mau uso da terra e dos recursos fora dessas áreas 
Populações humanas em unidades de conservação112
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 112 22/02/2018 11:15:47
continuar, o futuro das UCs e da sua biodiversidade estará ameaçado. Além 
disso, estabelecer áreas protegidas sem levar em conta os problemas e direitos 
das populações locais cria confl itos e ressentimentos que, em última instância, 
ameaçam a integridade da biodiversidade que se quer conservar. Diante desse 
quadro, alguns novos modelos de criação, implementação e gestão de áreas 
protegidas, bem como categorias inovadoras, têm sido concebidos e colocados 
em prática. É uma aposta na conciliação entre gente e biodiversidade. 
Um exemplo são os mosaicos de UCs, que reúnem áreas com diversas 
finalidades e distintos graus de uso permitido, possibilitando a continuidade 
de atividades tradicionais das comunidades locais e a geração de novas al-
ternativas de renda. Outro exemplo são as Reservas Extrativistas e Reservas 
de Desenvolvimento Sustentável, que, por meio de um zoneamento, buscam 
harmonizar as atividades produtivas das comunidades locais e a conservação da 
biodiversidade. Apesar desses novos modelos representarem um significativo 
avanço, ainda há muito a ser feito na busca da conciliação.
É interessante notar que essas categorias inovadoras têm sidotratadas pelos 
adeptos do modelo de conservação que exclui populações humanas como UCs 
de segunda categoria, sob o argumento de que possuem outros objetivos além 
da proteção da biodiversidade. Esse argumento, no entanto, é questionável, 
por vários motivos:
a) esses novos modelos possibilitam aumentar a superfície de cober-
tura das áreas protegidas, o que é fundamental para a manutenção da 
biodiversidade;
b) em geral, essas categorias abrangem zonas destinadas exclusivamente 
à proteção da biodiversidade; e
c) não será possível conservar a biodiversidade se não forem criados 
mecanismos de manutenção dos processos biológicos.
Muitas dessas categorias e novos modelos podem funcionar como exemplos 
de formas alternativas de uso dos recursos naturais, mais racionais e susten-
táveis, a serem seguidos, inclusive, fora de espaços especialmente protegidos. 
Em suma, na impossibilidade de se ter todas as áreas sem populações humanas, 
o jeito é se conformar com isso e tentar salvar o que for possível. Assim, 
os modelos que conciliam áreas de proteção integral com áreas com outras 
funções podem regular o uso da terra e dos recursos naturais em porções 
maiores do território. Ao invés de UCs perdidas em um mar de degradação, 
obtemos uma vasta área protegida, com maiores possibilidades de preservação 
dos processos biológicos.
113Populações humanas em unidades de conservação
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Defender as UCs das populações, além de caro, é insustentável. A conci-
liação aumenta as chances de as áreas protegidas persistirem. Se a questão da 
conciliação fosse colocada no âmbito de apenas uma única área, uma unidade 
de proteção integral e uma população que faz uso dos recursos dessa área, a 
conciliação poderia ser bastante difícil. Se, no entanto, a questão for examinada 
sob a perspectiva de um sistema de UCs, em que há diversas categorias de 
unidades, a possibilidade de um zoneamento democrático e participativo das 
unidades e espaços de negociação, a conciliação se torna mais fácil.
No Brasil, como em outros lugares, há casos interessantes que servem de 
exemplo, como o processo participativo de elaboração do plano de manejo do 
Parque Nacional do Jaú. Nesse processo, os moradores do parque mapearam 
o que representava seu uso dos recursos e o zoneamento da unidade foi feito 
com base nesses mapas. Apesar de representar um grande avanço, o grau de 
participação das comunidades no processo de tomada de decisão ainda foi 
incipiente. O passo seguinte foi a Fundação Vitória Amazônica, que vem tra-
balhando nessa área desde 1991, sendo responsável pelo seu plano de manejo, 
por investir na capacitação dos moradores do parque para o processo de tomada 
de decisão relativo ao termo de compromisso que esses devem assinar com o 
órgão gestor do parque para regularizar sua permanência até que haja condições 
para o reassentamento. Um desdobramento desse processo foi a criação de outra 
UC, no limite norte do parque, a Reserva Extrativista do Rio Unini, que abre 
uma nova possibilidade para os moradores do Parque Nacional do Jaú e para o 
trabalho de gestão compartilhada e comunitária da biodiversidade ali presente. 
O grande desafio não se resume a implantar projetos que integrem áreas pro-
tegidas e populações locais, mas, sim, em lograr o engajamento de indivíduos e 
organizações que possam criar a atmosfera social, econômica, legal e institucional 
que assegure a proteção da biodiversidade. A Convenção sobre Diversidade Bioló-
gica, ao se erguer sobre os pilares da conservação da biodiversidade, de seu uso e 
da repartição dos benefícios oriundos de sua utilização, consolidou a concepção de 
que somente a integração entre o engajamento e a participação das comunidades 
locais e as estratégias científicas de conservação poderá assegurar o futuro da 
biodiversidade. Portanto, as nações deverão fazer uma escolha entre o exagero 
dos privilégios de uma minoria em detrimento do interesse da sociedade nacional. 
Instrumentos de gestão e plano 
de manejo das UCs
Os planos de manejo são os documentos ofi ciais de planejamento das UCs 
e todas devem possuir um. No entanto, muitas UCs no Brasil não possuem 
Populações humanas em unidades de conservação114
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 114 22/02/2018 11:15:47
planos de manejo e, por vezes, chegam a existir por mais de uma década sem 
qualquer documento de planejamento. Naturalmente, os planos de manejo das 
UCs de proteção integral são distintos daqueles das unidades de uso sustentável. 
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
nováveis (Ibama), órgão responsável pela gestão das UCs até 2007, quando 
essa tarefa passou para as mãos do Instituto Chico Mendes de Conservação 
da Biodiversidade (ICMBio), produziu roteiros metodológicos para orientar 
a confecção dos planos de manejo de UCs de proteção integral e de algumas 
categorias de uso sustentável. Nesse sentido, são instrumentos de gestão 
ações como: mecanismos de envolvimento dos beneficiários e colaboradores 
na definição de estratégias, práticas a serem desenvolvidas pela instituição 
competente, assim como o envolvimento dos atores na leitura e análise da 
realidade da região e nas relações com a UC; consideração das demandas da 
população e dos objetivos da área a ser preservada; nível de organização das 
populações e capacidade das instituições em estabelecer parcerias com essas 
organizações; capacidade dos atores (instituições, moradores e suas organiza-
ções) em identificar e construir objetivos comuns; capacidade das instituições 
em promover assistência técnica, alternativas de geração de emprego e renda 
para os moradores, etc.
No caso das unidades de proteção integral, segundo esse roteiro, os planos 
de manejo possuem os seguintes objetivos:
1. levar a UC a cumprir com os objetivos estabelecidos na sua criação;
2. definir objetivos específicos de manejo, orientando a gestão da UC;
3. dotar a UC de diretrizes para seu desenvolvimento;
4. definir as ações específicas para o manejo da UC;
5. promover o manejo da unidade, orientado pelo conhecimento disponível 
ou gerado;
6. estabelecer a diferenciação de intensidade de uso mediante zoneamento, 
visando à proteção de seus recursos naturais e culturais;
7. destacar a representatividade da UC no SNUC frente aos atributos de 
valorização dos seus recursos, como biomas, convenções e certificações 
internacionais;
8. estabelecer, quando couber, normas e ações específicas visando a compati-
bilizar a presença das populações residentes com os objetivos da unidade, 
até que seja possível sua indenização ou compensação e sua realocação;
9. estabelecer normas específicas regulamentando a ocupação e uso dos 
recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos, visando 
à proteção da UC;
115Populações humanas em unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 115 22/02/2018 11:15:47
10. promover a integração socioeconômica das comunidades do entorno 
com a UC;
11. orientar a aplicação dos recursos financeiros destinados à UC.
No caso das unidades de proteção sustentáveis, o plano de utilização de 
Resex e RDS deve conter os seguintes elementos:
1. Finalidades do plano: consiste em fazer uma breve descrição dos meios 
a utilizar para manter a reserva como unidade destinada à exploração 
autossustentável e à conservação dos recursos naturais renováveis 
pelos seus moradores.
2. Responsáveis pela execução do plano.
3. Intervenções do homem na floresta: ordenamento das intervenções do 
homem, com os princípios a serem respeitados, as atividades que podem 
ser realizadas, as atividades não permitidas e as quantidades e formas 
de intervenção. As intervenções são divididas nas seguintes categorias:
 ■ intervenções extrativistas e agropastoris, as atividades que os mo-
radores estão habituados a realizar;
 ■ novas intervenções na floresta, atividades a serem introduzidas, 
como a extraçãode novos produtos;
 ■ intervenções na fauna;
 ■ intervenções nas áreas de uso comum.
4. Atividades de fiscalização da reserva.
5. Penalidades pelo descumprimento dos objetivos da reserva.
6. Disposições sobre obras dentro da reserva.
7. Zoneamento das UCs.
O trabalho diversificado que pode ser fomentado por organizações em 
parceria com os Estados, UCs e com os assentados tem potencial para alta 
capacidade de articulação com outros atores locais e regionais. Esse ainda é 
um grande desafio, mas, com os investimentos necessários na gestão adequada 
e por meio de legislações que atribuem direitos legítimos — como o Projeto 
de Lei do Senado n° 367/2015, que estabelece diretrizes e objetivos para as 
políticas públicas de desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades 
tradicionais —, é possível obtermos o equilíbrio de uma convivência susten-
tável entre populações humanas e a conservação dessas áreas de interesse 
ecológico (SANTOS, 2015).
Populações humanas em unidades de conservação116
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 116 22/02/2018 11:15:47
Conheça algumas práticas nas áreas de produção susten-
tável, populações tradicionais, regularização fundiária e 
manejo em UCs na reportagem a seguir. O ICMBio fala 
sobre produção sustentável no seminário de boas práticas 
de 2017:
https://goo.gl/6G7KoM
1. Podemos citar diversos tipos de 
conflitos que podem ocorrer em 
casos de presença humana em 
UCs, variando apenas causas ou 
fontes. Assinale a alternativa correta 
cuja situação corresponde a uma 
sobreposição quanto à presença 
de populações humanas em UCs.
a) Presença de grupos sociais 
diferenciados ocupando 
historicamente territórios 
transformados em UCs, 
principalmente as de 
proteção integral.
b) Reivindicação da Via Campesina 
ao MP sobre as UCs.
c) Presença do MST e outros 
ocupantes portando títulos 
de propriedade dos territórios 
ocupados por povos tradicionais 
incidentes em áreas de UCs.
d) Sobreposição das áreas 
de reforma agrária por 
dirigentes políticos da CUT.
e) Uso e ocupação de áreas de 
UCs para fins de adensamento 
de arborização, plantio 
compensatório ou para 
exploração de monoculturas, 
assim como para criação de 
Reservas da Biosfera, Flonas, 
Reservas Legais e RPPNs.
2. O direito dos povos tradicionais é 
legítimo e previsto em Lei. Quem 
são os ditos povos tradicionais 
que foram abordados nesse 
capítulo com maior ênfase? 
a) Agricultores, latifundiários 
e madeireiros.
b) Povos indígenas e quilombolas.
c) Mineradores e extrativistas.
d) Ambientalistas e ecólogos.
e) A fauna habitante legítima dos 
ecossistemas protegidos pela UCs.
3. Na busca de equilíbrio do 
uso sustentável de UCs com 
adensamento das populações 
humanas, surgem os mosaicos 
de UCs, que reúnem áreas com 
diversas finalidades e distintos graus 
de uso permitido, possibilitando 
a continuidade de atividades 
tradicionais das comunidades 
locais e a geração de novas 
117Populações humanas em unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 117 22/02/2018 11:15:49
alternativas de renda. Nesse 
sentido, aponte a alternativa correta 
para esses novos modelos:
a) Reservas extrativistas e de 
desenvolvimento sustentável.
b) Reservas extrativistas, apenas.
c) Comunidades alternativas.
d) Unidades de conservação 
com fins lucrativos.
e) Reserva legal.
4. Quantos aos instrumentos de gestão 
e plano de manejo das UCs, no caso 
das unidades de proteção integral, 
responda apontando a alternativa 
com os objetivos corretos.
a) Seus objetivos são: destacar a 
representatividade da UC no 
SNUC frente aos atributos de 
valorização dos seus recursos, 
como biomas, convenções e 
certificações internacionais, 
e estabelecer normas 
específicas regulamentando a 
ocupação e uso dos recursos 
da zona de amortecimento 
e dos corredores ecológicos, 
visando à proteção da UC.
b) Seus objetivos são: fazer uma 
breve descrição dos meios a 
utilizar para manter a reserva 
como unidade destinada à 
exploração autossustentável e à 
conservação dos recursos naturais 
renováveis pelos seus moradores.
c) Seus objetivos são: exercer 
responsabilidade pela execução 
do plano, fiscalização das 
atividades da reserva, penalidades 
pelo descumprimento dos 
objetivos da reserva, disposições 
sobre obras dentro da reserva, 
zoneamento das UCs.
d) Seus objetivos são: intervenções 
do homem na floresta, com os 
princípios a serem respeitados, 
as atividades que podem ser 
realizadas, as atividades não 
permitidas e as quantidades 
e formas de intervenção.
e) Seus objetivos são: 
representarem unidades de 
uso sustentável e com plano 
de manejo que contêm 
elementos de Resex e RDS.
5. De acordo com o conteúdo do 
capítulo, quanto às categorias 
de intervenção do homem na 
floresta, assinale a alternativa 
que representa verdadeiramente 
uma categoria de intervenção 
voltada para o Resex e RDS.
a) Intervenções extrativistas e 
agropastoris são as atividades 
que os moradores estão 
habituados a realizar.
b) Intervenções socioambientais 
como catequizar os camponeses.
c) Intervenções socioeconômicas, 
com exploração de populações 
tradicionais das florestas e 
domínio dos seres inferiores.
d) Intervenções na fauna, 
como caça predatória.
e) Intervenções na vegetação, como 
a extração de madeira ilegal.
Populações humanas em unidades de conservação118
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 118 22/02/2018 11:15:50
SANTOS, B. D. F. dos. Projeto de Lei n° 2178. Altera a Lei 1.234, de 14 de novembro de 
1950, que “Confere direitos e vantagens a servidores que operam com Raios X e 
substâncias radioativas”, para incluir os servidores diretamente expostos às radiações 
solares. 2015. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadet
ramitacao?idProposicao=1548953>. Acesso em: 17 jan. 2018.
Leituras recomendadas
ANDRADE, C. D. G.; KURIHARA, L. P. Gestão integrada e participativa: mosaico de áreas 
protegidas. In: BENSUSAN, N.; PRATES, A. P. (Orgs). A diversidade cabe na unidade?: áreas 
protegidas no Brasil. Brasília: IEB, 2014.
BRASIL. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Instrução nor-
mativa n° 26. 2012. Estabelece diretrizes e regulamenta os termos de compromisso 
entre o Instituto Chico Mendes e populações tradicionais residentes em UCs onde 
a sua presença não seja admitida ou esteja em desacordo com os instrumentos de 
gestão. Disponível em: <https://uc.socioambiental.org/sites/uc.socioambiental.org/
files/populacao_0.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2018.
BRASIL. Ministério Público Federal. Território de povos e comunidades tradicionais, e as 
unidades de conservação de proteção integral. 2014. Disponível em: <https://goo.gl/
p5h2XT>. Acesso em: 17 jan. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Áreas protegidas. [200-?]. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/areas-protegidas>. Acesso em: 17 jan. 2018.
BRASIL. Instituto Socioambiental. Participação social. [201-?]. Disponível em: <https://
uc.socioambiental.org/gest%C3%A3o/participa%C3%A7%C3%A3o-social>. Acesso 
em: 17 jan. 2018.
BRASIL. Instituto Socioambiental. Populações humana em UCs: sonho impossí-
vel? [201-?]. Disponível em: <https://uc.socioambiental.org/territ%C3%B3rio/
popula%C3%A7%C3%A3o-humana-em-ucs-sonho-imposs%C3%ADvel>. Acesso 
em: 17 jan. 2018.
BENSUSAN, N.; PRATES, A. P. Introdução: Sobre esse livro. In: BENSUSAN, N.; PRATES, A. 
P. (Orgs). A diversidade cabe na unidade?: áreas protegidas no Brasil. Brasília: IEB, 2014.
DELELIS, C. J.; REHDER, T.; CARDOSO, T. M. Mosaicos de áreas protegidas: reflexões e 
propostas da cooperação franco-brasileira. Brasília: MMA, 2010.
GRABNER, M. L. Unidades de conservação de uso sustentável: harmonizando competên-
cias. Brasília: MPF, 2013. Disponível em: <http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr4/
dados-da-atuacao/eventos/encontros/encontros-estaduais/encontro-nordeste-2013/
unidades-de-conservacao-de-uso-sustentavel-harmonizando-competencias>. Acesso 
em: 17 jan. 2018.
Referência
119Populaçõeshumanas em unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 119 22/02/2018 11:15:50
HERRMANN, G.; COSTA, C. Gestão integrada de áreas protegidas: uma análise de efeti-
vidade de mosaicos. Brasília: WWF, 2015. 
LIÇÕES aprendidas sobre participação social na elaboração de planos de manejo 
para unidades de conservação. Brasília: WWF, 2013. Disponível em: <https://goo.gl/
Sw246p>. Acesso em: 17 jan. 2018.
MARTINS, A. Conflitos ambientais em unidades de conservação: dilemas da gestão 
territorial no Brasil. Revista Bibliográfica de Geografia e Ciências Sociais, mar. 2012. Dis-
ponível em: <http://www.ub.edu/geocrit/b3w-989.htm>. Acesso em: 17 jan. 2018.
PAVESE, H. B. (Coord.) Contribuição das unidades de conservação para economia nacional. 
Brasília: UNEP, 2011. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/
comunicacao/estudocontribuicao.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2018.
PINHEIRO, M. R. (Org.). Recomendações para reconhecimento e implementação de 
mosaicos de áreas protegidas. Brasília: CI, 2010.
SAQUET, M. A. Por uma geografia das territorialidades e das temporalidades: uma con-
cepção multidimensional voltada para a cooperação e para o desenvolvimento 
territorial. 2. ed. Rio de Janeiro: Consequência, 2015.
Populações humanas em unidades de conservação120
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 120 22/02/2018 11:15:50
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
O adensamento de populações humanas em unidades de conservação (UCs) é um tema bastante 
dramático e que, certamente, merece a atenção de todos, pois é de interesse geral e envolve a 
conservação de áreas com importantes recursos naturais que devem ser preservados, além da 
garantia de qualidade de vida aos que, por legitimidade, têm direitos, como é o caso dos povos 
tradicionais que tiram a subsistência inteiramente do local onde vivem. 
Na Dica do Professor a seguir, você vai conhecer um pouco mais sobre esse assunto.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Com base no que foi estudado, podem-se citar diversos tipos de conflitos que podem 
ocorrer, variando apenas as causas ou as fontes. Assinale a alternativa cuja situação 
corresponde a uma sobreposição quanto à presença de populações humanas em 
unidades de conservação (UCs).
A) Presença de grupos sociais diferenciados ocupando historicamente territórios 
transformados em UCs, principalmente as de proteção integral.
B) Reivindicação da Via Campesina ao Ministério Público sobre as UCs.
C) Presença do MST e de outros ocupantes, portando títulos de propriedade dos territórios 
ocupados por povos tradicionais incidentes em áreas de UCs.
D) Sobreposição das áreas de reforma agrária por dirigentes políticos da CUT.
Uso e ocupação de áreas de UCs para fins de adensamento de arborização e plantio 
compensatório ou para exploração de monoculturas, assim como para criação de reservas 
E) 
de biosfera, floras, reservas legais e RPPNs.
2) O direito dos povos tradicionais é legítimo e previsto em lei. Quem são os ditos povos 
tradicionais que foram abordados nesta unidade com maior ênfase?
A) Agricultores, latifundiários e madeireiros.
B) Indígenas e quilombolas.
C) Mineradores e extrativistas.
D) Ambientalistas e ecólogos.
E) Fauna habitante legítima dos ecossistemas protegidos pelas UCs.
3) Na busca de equilíbrio do uso sustentável de unidades de conservação (UCs) com 
adensamento das populações humanas, surgem os mosaicos de UCs que reúnem áreas 
com diversas finalidades e distintos graus de uso permitido, possibilitando a 
continuidade de atividades tradicionais das comunidades locais e a geração de novas 
alternativas de renda. Nesse sentido, aponte a alternativa CORRETA para esses 
novos modelos:
A) Reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável.
B) Reservas extrativistas apenas.
C) Comunidades alternativas.
D) UCs com fins lucrativos.
E) Reserva legal.
4) Quanto aos instrumentos de gestão e plano de manejo das unidades de conservação 
(UCs) de proteção integral, assinale a alternativa que apresenta os objetivos corretos:
A) Destacar a representatividade das UCs no SNUC diante dos atributos de valorização dos 
seus recursos, como biomas, convenções e certificações internacionais, e estabelecer 
normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da zona de 
amortecimento e dos corredores ecológicos, visando à proteção das UCs.
B) Fazer uma breve descrição dos meios a utilizar para manter a reserva como unidade 
destinada à exploração autossustentável e à conservação dos recursos naturais renováveis 
pelos seus moradores.
C) Exercer responsabilidade pela execução do plano, fiscalização das atividades da reserva, 
penalidades pelo descumprimento dos objetivos da reserva, disposições sobre obras dentro 
da reserva e zoneamento das UCs.
D) Intervir na ação do homem na floresta, com os princípios a serem respeitados, as 
atividades que podem ser realizadas, as atividades não permitidas e as quantidades e as 
formas de intervenção.
E) Representar unidades de uso sustentável e com plano de manejo que contém elementos de 
Resex e RDS.
5) De acordo com o conteúdo do capítulo desta unidade, quanto às categorias de 
intervenção do homem na floresta, assinale a alternativa que representa 
verdadeiramente uma categoria de intervenção voltada para o Resex e o RDS:
A) Intervenções extrativistas e agropastorais, como as atividades que os moradores estão 
habituados a realizar.
B) Intervenções socioambientais, como a catequização dos camponeses.
C) Intervenções socioeconômicas com exploração de populações tradicionais das florestas e 
domínio dos seres inferiores.
D) Intervenções na fauna, como a caça predatória.
E) Intervenções na vegetação, como a extração de madeira ilegal.
NA PRÁTICA
Como principal estratégia de preservação ambiental, as unidades de conservação (UCs) não têm 
sido capazes de frear a crescente perda de biodiversidade. Contudo, nos últimos anos, têm 
ganhado força a abordagem territorial e os conceitos de biorregião ou ecorregião, isto é, projetos 
de transformação do território que estabelecem zonas de ação que possibilitem a integração de 
propósitos ambientais, econômicos e socioculturais para o desenvolvimento local. 
Conheça Joana, uma ecóloga e jornalista que está realizando uma pesquisa acerca desse assunto.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Populações tradicionais e meio ambiente: espaços territoriais especialmente protegidos 
com dupla afetação
Leia o artigo a seguir que trata da legislação vigente sobre os direitos dos povos tradicionais.
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Contribuições da educação ambiental para a gestão integrada em mosaicos de áreas 
protegidas: o caso do mosaico central fluminense
Confira a reportagem a seguir, que apresenta uma discussão sobre a gestão de UCs no Brasil e 
sobre os pressupostos metodológicos da educação ambiental que fundamentam as estratégias de 
gestão participativa nesses espaços territoriais.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Educação no processo de gestão ambiental: uma proposta de educação ambiental 
transformadora e emancipatória
Leia o artigo a seguir que propõe a educação ambiental como elemento estruturante na 
organização do processo de ensino-aprendizagem, construído com os sujeitos nele envolvidos, 
para que haja de fato controle social no processo decisório sobre a destinação dos recursos 
ambientais na sociedade.
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Sistema nacional de unidades de 
conservação (snuc) 
APRESENTAÇÃO
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC é o conjunto de diretrizes que 
viabilizam tanto acriação quanto a gestão de Unidades de Conservação (UCs), a partir da 
participação dos três níveis de governo – estadual, federal e municipal – e também da iniciativa 
privada, garantindo maior preservação ambiental no Brasil. O SNUC estabelece 12 categorias de 
Unidades de Conservação, que se diferenciam quanto à forma de proteção e aos usos permitidos. 
Ele foi criado pela Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e gerado como resposta ao art. 225, 
inciso I, do Capítulo VI da Constituição Federal, que determina a definição de espaços e 
componentes protegidos, ou seja, a proteção de espaços naturais e seus recursos. Alguns dos 
objetivos do SNUC são a proteção de espécies ameaçadas de extinção, a conservação das 
variedades de espécies biológicas e seus recursos genéticos, a preservação de ecossistemas 
naturais e a promoção do desenvolvimento sustentável.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação, conhecido também como SNUC, e as dificuldades para a sua implementação.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC.•
Identificar o funcionamento do SNUC.•
Apresentar os desafios para a implementação do SNUC.•
DESAFIO
A finalidade do SNUC é garantir a correta implementação e gestão das Unidades de 
Conservação, potencializando o papel de cada uma. Ele tem o objetivo de garantir que as UCs 
sejam planejadas e administradas de forma integrada com as demais UCs, assegurando amostras 
significativas e ecologicamente viáveis de diferentes populações, habitats e ecossistemas.
Um determinado fazendeiro é dono de grandes parcelas de terras que têm recursos naturais a 
serem preservados. Ele está preocupado com essa preservação a longo prazo e quer implementar 
uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), garantindo também o seu uso para 
alguns cultivos.
Ele precisa da sua ajuda:
INFOGRÁFICO
O SNUC tem o objetivo de garantir uma efetiva conservação das áreas no Brasil. Por meio dele 
são estabelecidas diretrizes para criação e gestão de Unidades de Conservação.
O SNUC define alguns passos para a criação de uma UC que são fundamentais, como:
 
- A realização de estudos ambientais da área. 
- Diagnósticos sociais. 
- Plano de Manejo estabelecendo o zoneamento da UC. 
- Restrição de usos.
 
A gestão do SNUC é feita com a participação das esferas do Poder Público federal, estadual e 
municipal. As atribuições dos órgãos para a gestão do sistema vão desde a coordenação e o 
acompanhamento do sistema até a sua implementação propriamente dita.
Veja no Infográfico algumas das principais características do SNUC.
CONTEÚDO DO LIVRO
A criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC – Lei nº 9.985/2000) foi 
necessária para que ocorresse, de fato, a proteção das áreas. Nesse sistema estão determinados 
os conjuntos de Unidades de Conservação (UCs) federais, estaduais e municipais e também a 
definição das 12 categorias de UC, que podem ser mais restritivas, como as de proteção integral, 
ou menos restritivas, como as de uso sustentável.
Na obra Sistema Nacional de Unidades de Conservação, base teórica para esta Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Sistema Nacional 
de Unidades de 
Conservação (SNUC)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
  Identifi car o funcionamento do SNUC.
  Apresentar os desafi os para implementação do SNUC.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o SNUC, conjunto de diretrizes e procedi-
mentos oficiais que viabilizam tanto a criação quanto a gestão das unidades 
de conservação. O SNUC funciona a partir da participação das esferas gover-
namentais federais, estaduais e municipais e da iniciativa privada. Também 
veremos algumas dificuldades enfrentadas pelo SNUC ao longo dos anos.
Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação (SNUC)
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação é um conjunto de normas 
e procedimentos ofi ciais para a criação, instauração e gestão das unidades 
de conservação (UCs) no Brasil. Ele age sobre em nível federal, estadual e 
municipal e também rege ações envolvendo a iniciativa privada. Ele classifi ca 
as UCs em 12 categorias, com diferentes objetivos quanto a formas de proteção 
e de usos permitidos — desde as que precisam de maiores cuidados devido a 
suas fragilidade e particularidade até as que podem ser conservadas e utiliza-
das de forma sustentável ao mesmo tempo. Ele possibilita que a preservação 
ambiental aconteça de forma organizada.
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 1 18/12/2017 14:41:02
O objetivo principal do SNUC é potencializar as UCs, de forma que o 
planejamento e a administração de todas as UCs sejam integradas, para as-
segurar que amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes 
populações, habitats e ecossistemas estejam representadas adequadamente 
no território nacional e nas águas jurisdicionais. Por isso todas as esferas 
governamentais, anteriormente citadas, participam da sua gestão. Seu conjunto 
de estratégias permite que as UCs, além de conservarem os ecossistemas e 
a biodiversidade, transformem-se em espaços geradores de renda, emprego, 
desenvolvimento e que garantem mais qualidade de vida para as populações, 
em especial os habitantes locais.
Criado pela Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, o SNUC foi uma 
resposta ao artigo 225, inciso 1º, do Capítulo VI da Constituição Federal, que 
determina a definição de espaços protegidos, como aponta a transcrição abaixo:
[...] definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa 
a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (BRASIL, 1988).
O SNUC serve para garantir a preservação da diversidade biológica, pro-
mover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais e fazer 
a proteção das comunidades tradicionais, seus conhecimentos e cultura. Os 
objetivos do SNUC são:
  contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e 
dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
  proteger as espécies ameaçadas de extinção;
  contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecos-
sistemas naturais;
  promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
  promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da 
natureza no processo de desenvolvimento;
  proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
  proteger as características relevantes de natureza geológica, morfológica, 
geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
  recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
  proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica, 
estudos e monitoramento ambiental;
  valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)2
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 2 18/12/2017 14:41:03
  favorecer condições e promover a educação e a interpretação ambiental, 
além da recreação em contato com a natureza;
  proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações 
tradicionais, respeitando e valorizando o seu conhecimento e a sua 
cultura e promovendo-as social e economicamente.
Em 1959, foi elaborada pela Organização Nações Unidas (ONU) a primeira 
lista das unidades de conservação e reservas equivalentes. A União Internacional 
para a Conservação da Natureza (International Union forConservation of Nature 
— IUCN) estabeleceu, no ano seguinte, a Comissão de Parques Nacionais e 
Áreas Protegidas, que foi chamada de Comissão Mundial de Áreas Protegidas 
(World Commission on Protected Areas — WCPA), criada para promover, 
monitorar e orientar o manejo desses espaços. No seu 4º Congresso Mundial, 
em 1992, na Venezuela, foi estabelecido um conjunto de categorias de áreas 
protegidas, adotado pela IUCN em 1994 e que vigora até hoje, listadas a seguir.
  Categoria Ia — Reserva natural estrita: área natural protegida, que 
possui algum ecossistema excepcional ou representativo, características 
geológicas ou fisiológicas ou ainda espécies disponíveis para pesquisa 
científica e monitoramento ambiental.
  Categoria Ib — Área de vida selvagem: área com suas características 
naturais pouco ou nada modificadas, sem habitações permanentes ou sig-
nificativas, que é protegida e manejada para preservar sua condição natural.
  Categoria II — Parque nacional: área designada para proteger a in-
tegridade ecológica de um ou mais ecossistemas para a presente e as 
futuras gerações e para fornecer oportunidades recreativas, educacio-
nais, científicas e espirituais aos visitantes, desde que compatíveis com 
os objetivos do parque.
  Categoria III — Monumento natural: área contendo elementos naturais 
— eventualmente associados com componentes culturais — específicos, 
de valor excepcional ou único dada a sua raridade, representatividade, 
qualidades estéticas ou significância cultural.
  Categoria IV — Área de manejo de habitat e espécies: área sujeita à ativa 
intervenção para o manejo, com a finalidade de assegurar a manutenção 
de habitats que garantam as necessidades de determinadas espécies.
  Categoria V — Paisagem protegida: área na qual a interação entre as 
pessoas e a natureza ao longo do tempo produziu uma paisagem de 
características distintas, com valores estéticos, ecológicos e culturais 
significativos e, em geral, com alta diversidade biológica.
3Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 3 18/12/2017 14:41:03
  Categoria VI — Área protegida para manejo dos recursos naturais: área 
abrangendo, predominantemente, sistemas naturais não modificados, 
manejados para assegurar proteção e manutenção da biodiversidade, 
fornecendo, concomitantemente, um fluxo sustentável de produtos 
naturais e serviços que atenda às necessidades das comunidades (BRA-
SIL, [200-?]).
Funcionamento do SNUC
A gestão do SNUC é feita com a participação das esferas do poder público 
federal, estadual e municipal. As atribuições dos órgãos para a gestão do 
sistema vão desde a coordenação e o acompanhamento do sistema até a sua 
implementação propriamente dita.
O SNUC é gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
  Órgão consultivo e deliberativo: representado pelo Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (Conama), tem a função de acompanhar a imple-
mentação do SNUC.
  Órgão central: representado pelo Ministério do Meio Ambiente, tem a 
finalidade de coordenar o SNUC.
  Órgãos executores: representados, na esfera federal, pelo Instituto Chico 
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e, em caráter 
supletivo, pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (Ibama); nas esferas estadual e municipal, são 
representados pelos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente. Os 
órgãos executores do SNUC têm a função de implementá-lo, subsidiar as 
propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, 
estaduais e municipais nas respectivas esferas de atuação.
As UCs produzem benefícios diretos para toda a sociedade, pois atuam 
em diferentes frentes: protegem mananciais de água, ajudam a regular o 
clima, contêm erosões, mantêm riquezas naturais. Além disso, possibilitam 
a conservação de paisagens únicas, que podem ser aproveitadas no turismo, 
e trazem alternativas econômicas sustentáveis de desenvolvimento. Podemos 
afirmar que investir nessas áreas traz retorno imediato na forma de benefícios 
sociais e econômicos para toda a população. 
Para legitimar a busca e consolidar os diferentes mecanismos de financia-
mento das UCs, é fundamental que a sociedade reconheça esses seus benefícios. 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)4
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 4 18/12/2017 14:41:03
É nesse ponto que as atividades econômicas locais, regionais e nacionais 
podem ajudar, dando visibilidade social e contribuindo para preservação da 
biodiversidade e para o incremento de recursos para manutenção das UCs, 
sejam eles físicos, humanos ou financeiros. Destacamos que uma gestão 
eficiente de qualquer UC precisa de recursos humanos e financeiros que 
sejam adequados e regulares. A disponibilidade desses recursos e sua gestão 
determinam as possibilidades de manutenção, consolidação e expansão do 
SNUC — e, por consequência, a capacidade do país em cumprir metas nacionais 
e internacionais que foram assumidas.
Na formulação do SNUC, foram dispostos mecanismos para viabilizar, 
principalmente, a regularização fundiária e a expansão desses espaços. Mas 
os recursos necessários para a operacionalização do SNUC são escassos e 
requerem políticas e estratégias eficientes de gestão e integração de esforços 
do governo e da sociedade. Dessa forma, a estratégia de sustentabilidade 
financeira, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, agrupa esforços 
para criar e aperfeiçoar ferramentas que possam diagnosticar as lacunas 
de investimento no SNUC, calcular as contribuições econômicas das UCs 
em desenvolvimento e sensibilizar os cidadãos e o setor produtivo sobre a 
importância desses espaços. A inserção das UCs e dos seus gestores nos 
cenários político-sociais, produtivos e científicos é um desafio, no qual 
a participação e o controle popular são fundamentais para o sucesso e a 
sinergia das ações propostas. 
O desafio inicial é trilhar as fontes de fomentos do SNUC, que, basicamente, 
estão associadas ao orçamento público e à cobrança de ingresso de visitantes. 
Como elementos adicionais, mas limitados a um conjunto específico de UCs, 
temos os recursos provenientes das ações de compensação ambiental e de 
cooperação internacional.
Existem ainda mecanismos com potencial de recursos para as UCs, como 
fundos de áreas protegidas, concessões florestais, pagamento por serviços 
ambientais, aproveitamento de recursos genéticos, extrativismo e parcerias para 
a gestão das UCs. Todavia, o acesso requer o estabelecimento de critérios e de 
procedimentos para a seleção de projetos. Além disso, existem mecanismos 
que indiretamente podem fomentar a ampliação e a consolidação do SNUC, 
como o ICMS ecológico e o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. 
A gestão financeira do SNUC é complexa quanto às fontes de financia-
mento, mas é limitada quanto à disponibilização de recursos para manter 
seu funcionamento de forma adequada. Esse desafio orienta a formulação de 
políticas para a sustentabilidade financeira, que deve conciliar a preservação 
ambiental e o uso sustentável dos recursos.
5Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 5 18/12/2017 14:41:03
A Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), aprovada 
em 2000, obriga o poder público a consultar previamente a sociedade, com atenção 
especial à população local, sobre qualquer proposta de criação de uma unidade de 
conservação (exceto no caso de uma estação ecológica ou de uma reserva biológica). 
Diz a Lei, também, que toda UC deve dispor de um conselho de gestão, com caráter 
consultivo ou deliberativo, conforme a categoria da unidade, composto por represen-
tantes governamentais e da sociedade.
Histórico da implementação do SNUC
Apesar de instituído no ano 2000, a ideia de um sistema que propicie uma 
gestão mais racional das UCs é mais antiga que isso e foi objeto de várias 
tentativas de ambientalistasdesde a criação da primeira UC brasileira — o 
Parque Nacional de Itatiaia, em 1937. Foram várias as difi culdades antes da 
defi nitiva implementação do SNUC. Podemos perceber isso pela atuação, na 
época, do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), no âmbito do qual foi criada 
uma seção para a gestão de parques nacionais.
Mais tarde, ainda buscando alcançar esse objetivo, funcionários do Instituto 
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que, em substituição ao 
extinto SFB, acumulou a competência para a instituição e gestão de parques 
nacionais, reservas biológicas e florestas nacionais, lançaram, em 1979, a 
primeira etapa do que foi chamado de Plano do Sistema de Unidades de 
Conservação do Brasil. Esse plano introduziu a ideia de utilização de critérios 
científicos para a criação de UCs, pois, até então, a escolha da categoria de 
manejo, das dimensões e do formato da nova unidade era realizada em função 
de oportunidades políticas e de questões como beleza cênica, proximidade 
de grandes centros e existência de poucos problemas fundiários, e não de 
prioridades para proteção do ambiente natural.
O documento estabeleceu, entre a gama de espaços ambientais então exis-
tentes, aqueles que conformavam as categorias de manejo de UCs e seriam 
geridos pelos órgãos ambientais competentes, constituindo um sistema. Foram 
também determinadas quais seriam as áreas prioritárias para a instituição de 
novas UCs, com especial atenção à Amazônia. Em 1982, uma segunda etapa 
do plano foi concluída, mas com pouca efetividade em termos de gestão e de 
consolidação das unidades.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)6
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 6 18/12/2017 14:41:03
Ainda na década de 1980, aspirava-se pela edição de uma lei que estabelecesse 
definitivamente um sistema de UCs, tendo o próprio IBDF, em 1988, contratado 
a Fundação Pró-Natureza para elaborar um pré-projeto de lei nesse sentido. O 
trabalho foi realizado e entregue, em 1989, ao recém-criado Ibama, que sucedeu 
o IBDF, e encaminhado pela Casa Civil, após aprovação pelo Conama, ao Con-
gresso Nacional em 1992. Mais oito anos foram necessários para que o projeto 
fosse aprovado pelas duas casas legislativas e transformado em lei.
O SNUC, no entanto, não resolveu os problemas estruturais mais graves 
que sempre afetaram e continuam a contaminar o sistema e que conduzem a 
uma baixíssima efetividade de todas as categorias de manejo nele contidas. 
Dentre as questões mais sérias, podemos citar: a escassez de recursos, os 
gastos desnecessários, a ausência de planos de manejo, a falta de pessoal, 
a falta de utilização de critérios científicos para a escolha da categoria de 
manejo, o formato e a dimensão das UCs, a existência de populações tradi-
cionais residentes em unidades de proteção integral, a baixa aceitação pelas 
populações do entorno, a falta de regularização fundiária e a ausência de 
proteção equânime entre os biomas.
Alguns desses problemas estão diretamente ligados à escassez de recur-
sos, como a baixa quantidade de servidores, a ausência de planos de manejo 
— menos de 30% das unidades de conservação federais possuem plano de 
manejo — e a falta de regularização fundiária — nem mesmo o Parque Na-
cional de Itatiaia tem essa questão resolvida. Outros pontos estão relacionados 
a uma absoluta falta de planejamento do sistema, como a instituição de UCs 
de proteção integral em locais onde há populações tradicionais residentes e 
cuja fragilidade do ecossistema envolvido não demanda tal grau de proteção, 
a ausência de proteção equânime entre os biomas nacionais, a falta de utili-
zação de critérios científicos no processo de criação da UC e a deficiência 
na comunicação com as populações do entorno — a consulta pública é de 
extrema importância para que as pessoas estejam envolvidas nesse processo.
É importante lembrar que, até hoje, questões políticas ainda são, muitas 
vezes, as mais relevantes para a criação de UCs. Podemos citar a criação do 
Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, o maior do Brasil, em 22 de 
agosto de 2002, como parte do “pacote” que o país apresentou na Cúpula 
Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), que ocorreu em 
Johanesburgo, entre 26 de agosto e 4 de setembro de 2002. O custo político 
e financeiro de se criar uma UC é insignificante se comparado aos custos de 
sua efetiva implementação.
Vale pontuar ainda que a escassez de recursos para o meio ambiente deriva 
também de fatores políticos, que atingem especialmente a implementação de 
7Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 7 18/12/2017 14:41:03
UCs no Brasil. Isso se reflete na baixa efetividade do sistema e se traduz na 
existência de diversas “unidades de papel”, ou seja, unidades que existem 
legalmente, mas não de fato. Em outras palavras, as principais deficiências 
do sistema são, em geral, resultado direto da falta de recursos financeiros 
suficientes para a implantação do SNUC.
O Ministério do Meio Ambiente é responsável por encaminhar propostas de princípios 
e diretrizes que devem nortear os órgãos gestores de UCs nos procedimentos de 
gestão participativa, com ênfase em consultas públicas e em conselhos gestores, para 
sua avaliação e aprimoramento, no âmbito do Fórum Nacional de Áreas Protegidas. 
Apesar disso, a falta de detalhamento sobre as formas de gestão participativa na Lei 
que instituiu o SNUC, assim como no Decreto que o regulamentou, tem feito com 
que órgãos gestores de UCs apresentem diferenciados entendimentos e práticas no 
que diz respeito tanto à realização de consultas públicas para criação de UCs quanto 
à implantação e funcionamento dos conselhos gestores.
1. O SNUC foi criado no dia 18 de 
julho de 2000 como resposta ao 
Art. 225, inciso 1º do Capítulo VI da 
Constituição Federal que determina 
a definição de espaços protegidos. 
Sobre o SNUC podemos afirmar:
a) é um decreto que define as 
unidades de conservação.
b) é um conjunto de normas 
estabelecidas pelo governo 
federal para a proteção 
integral de áreas.
c) são normas que estabelecem 
a proteção parcial de áreas.
d) foi criado pela lei 5.746, 
de 5 de abril de 2006.
e) conjunto de diretrizes e 
procedimentos oficiais 
que viabilizam a criação, 
estabelecimento e gestão de 
unidades de conservação.
2. A gestão do SNUC é fundamental 
para o seu funcionamento. Sobre a 
gestão de UCs podemos afirmar:
a) é realizada apenas pela 
esfera federal.
b) é realizada principalmente pelas 
esferas estadual e municipal.
c) possui apenas órgãos 
consultivos e deliberativos.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)8
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 8 18/12/2017 14:41:05
d) o SNUC é gerido pelos órgãos 
consultivo e deliberativo, 
central e executor.
e) possui apenas órgãos executores.
3. O SNUC é gerido por órgãos com 
diferentes funções. Com relação 
aos órgãos que fazem parte da 
gestão do SNUC podemos afirmar:
a) o órgão consultivo e deliberativo 
é composto pelo MMA.
b) o órgão consultivo e 
deliberativo tem a função 
de coordenar o SNUC.
c) órgãos executores são 
representados na esfera federal 
pelo ICMBio e IBAMA.
d) os órgãos executores têm 
a função de acompanhar a 
implementação do SNUC.
e) o CONAMA faz parte 
do órgão central.
4. Os recursos financeiros de 
uma UC são essenciais para 
sua gestão. Em relação aos 
recursos é correto afirmar:
a) podem ser provenientes da 
compensação ambiental.
b) são adquiridos apenas através 
de doações de ONGs.
c) são utilizados apenas na 
manutenção estrutural da UC.
d) são adquiridos apenas através do 
orçamento do poder público.
e) são utilizados apenas nas 
despesas com funcionários.
5. Mesmo após a implementação 
do SNUC a efetiva proteção 
das áreas enfrenta problemas. 
Entre os problemas enfrentados 
podemos citar:
a) a implementação de UC de 
uso sustentável onde existem 
comunidades tradicionais.
b) a implementação de UC de 
Proteção Integralonde existem 
comunidades tradicionais.
c) excesso de recurso para 
implementação de um 
Plano de Manejo.
d) excesso de servidores nas 
UCs que acabam com os 
recursos financeiros.
e) utilização de critérios científicos 
para a criação das UCs.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988.
BRASIL. Instituto Socioambiental. Unidades de Conservação no Brasil. De onde vem 
essa ideia? [200-?]. Disponível em: <https://uc.socioambiental.org/o-snuc/de-onde-
-vem-essa-ideia>. Acesso em: 6 dez. 2017.
9Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 9 18/12/2017 14:41:06
Leituras recomendadas
BARROS, L. A. Vocabulário das unidades de conservação do Brasil. São Paulo: Unimar, 2000.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis. Instrução Normativa n°29, de 5 de setembro de 2012. 
Disciplina, no âmbito do Instituto Chico Mendes, as diretrizes, requisitos e proce-
dimentos administrativos para a elaboração e aprovação de Acordo de Gestão em 
Unidade de Conservação de Uso Sustentável federal com populações tradicionais. 
2012. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/IN_29_de_05092012.
pdf>. Acesso em: 6 dez. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis. Efetividade de gestão das unidades de conservação federais do 
Brasil. Brasília: Ibama, 2007.
BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, 
de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Con-
servação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. 2002. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4340.htm>. Acesso em: 6 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis. Roteiro metodológico de planejamento: Parque Nacional, 
Reserva Biológica, Estação Ecológica. Brasília: IBAMA, 2002.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade. Unidades de conservação. 2002. Disponível em: <http://www.icmbio.
gov.br/portal/biodiversidade/ unidadesdeconservacao/categorias.html> Acesso 
em: 6 dez. 2017.
BRASIL. Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III 
e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil/leis/L9985.htm>. Acesso em: 6 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Áreas protegidas. [200-?]. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/areas-protegidas>. Acesso em: 6 dez. 2017.
BRITO, M. C. Unidades de conservação: intenções e resultados. São Paulo: Annablume; 
FAPESP, 2000. 
COZZOLINO, L. F. F. et al. Unidades de Conservação e desenvolvimento local: as APAs 
do Rio de Janeiro e seus processos de governança local. CONGRESSO ACADÊMICO 
SOBRE MEIO AMBIENTE DO RIO DE JANEIRO, 1., 2004. Anais... Rio de Janeiro, 2004. 
DORST, J. Antes que a natureza morra. São Paulo: E. Blucher, 1973.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)10
Cap_5_Gerenciamento_Unidades_Conservacao.indd 10 18/12/2017 14:41:06
DRUMMOND, J. A. O sistema brasileiro de parques nacionais: análise dos resultados de 
uma política ambiental. Niterói: EDUFF, 1997.
DRUMMOND, J. A.; FRANCO, J. L. A.; OLIVEIRA, D. Uma análise sobre a história e a 
situação das unidades de conservação no Brasil. In: GANEM, R. S. (org.). Conservação 
da biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 
Edições Câmara, 2010.
GARBELINI, S. M. (Org.). Manual prático de unidades de conservação. Goiânia: Ministério 
Público do Estado de Goiás, 2011.
GANEM, R. S. Conservação da biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília: 
Edições Câmara, 2010. 
INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE. Guidelines protected area 
management categories. Gland: IUCN, 1994.
MACHADO, P. A. L. Direito ambiental brasileiro. 13. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
MAIA NETO, M. G. de A. Unidades de conservação de proteção integral. 2009. Disponível 
em: <http://jus.com.br/artigos/13932>. Acesso em: 6 dez. 2017.
OLIVEIRA, R. L. Unidades de conservação da natureza. 3. ed. São Paulo: Secretaria do 
Meio Ambiente, 2009.
PAIVA, A. V. M. Aspectos legais das áreas de proteção ambiental: conceito legal, plano 
de manejo, zonas de amortecimento, conselho, limitações à propriedade e indeniza-
ção. In: GUAPYASSÚ, S. M. dos S. (Ed.). Gerenciamento de áreas de proteção ambiental 
no Brasil. Curitiba: Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 2003. 
PÁDUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil 
escravista (1786-1888). Rio de Janeiro: J. Zahar, 2002.
PÁDUA, M. T. J. Sistema brasileiro de unidades de conservação: de onde viemos e 
para onde vamos? In: CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 1., 
1997, Curitiba. Anais... Curitiba: IAP; 1997.
SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente. Resolução Nº 029 de 30 de março de 2010. 
Dispõe sobre estudos técnicos para subsidiar alteração de limites e mudança de 
categorias de manejo de Unidades de Conservação, bem como sobre Termos de 
Compromisso a serem celebrados com os ocupantes de Unidades de Conservação 
até sua definitiva regularização fundiária, e dá outras providências. 2010. Disponível 
em: <http://s.ambiente.sp.gov.br/licenciamento/arquivos/2010_Res_SMA_29.pdf>. 
Acesso em: 6 dez. 2017.
SILVA, G. G. H. A importância das unidades de conservação na preservação da diver-
sidade biológica. Revista LOGOS, Rio Claro, n.12, 2005.
11Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor, você vai conhecer como funciona o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação. 
Assista.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O SNUC foi criado no dia 18 de julho de 2000 como resposta ao art. 225, inciso I, do 
Capítulo VI da Constituição Federal, que determina a definição de espaços 
protegidos. Sobre o SNUC, podemos afirmar que:
A) é um decreto que define as Unidades de Conservação.
B) é um conjunto de normas estabelecidas pelo governo federal para a proteção integral de 
áreas.
C) são normas que estabelecem a proteção parcial de áreas.
D) foi criado pela Lei no 5.746, de 5 de abril de 2006.
E) é o conjunto de diretrizes e procedimentos oficiais que viabilizam a criação, o 
estabelecimento e a gestão de Unidades de Conservação.
2) A gestão do SNUC é fundamental para o seu funcionamento. Sobre a gestão de UCs, 
podemos afirmar que:
A) é realizada apenas pela esfera federal.
B) é realizada principalmente pelas esferas estadual e municipal.
C) tem apenas órgãos consultivos e deliberativos.
D) é gerido pelos órgãos consultivo e deliberativo, central e executor.
E) tem apenas órgãos executores.
3) O SNUC é gerido por órgãos com diferentes funções. Com relação aos órgãos que 
fazem parte da gestão do SNUC, é correto afirmar que:
A) os órgãos consultivo e deliberativo são compostos pelo MMA.
B) os órgãos consultivo e deliberativo têm a função de coordenar o SNUC.
C) os órgãos executores são representados na esfera federal pelo ICMBio e pelo Ibama.
D) os órgãos executores têm a função de acomplanhar a implementação do SNUC.
E) o CONAMA faz parte do órgão central.
4) Os recursos financeiros de uma UC são essenciais para a sua gestão. Em relação aos 
recursos, é correto afirmar que:
A) podem ser provenientes da compensação ambiental.
B) são adquiridosapenas por meio de doações de ONGs.
C) são utilizados apenas na manutenção estrutural da UC.
D) são adquiridos apenas por meio do orçamento do Poder Público.
E) são utilizados apenas nas despesas com funcionários.
5) Mesmo após a implementação do SNUC, a efetiva proteção das áreas enfrenta 
problemas. Dentre os problemas enfrentados é possível citar:
A) a implementação de UC de uso sustentável onde existem comunidades tradicionais.
B) a implementação de UC de proteção integral onde existem comunidades tradicionais.
C) o excesso de recurso para a implementação de um Plano de Manejo.
D) o excesso de servidores nas UCs, que acabam com os recursos financeiros.
E) a utilização de critérios científicos para a criação das UCs.
NA PRÁTICA
A implementação e a gestão de uma Unidade de Conservação pode enfrentar diversos 
problemas, desde a falta de recursos até a falta de funcionários para realizar todas as tarefas de 
manutenção e monitoramento.
Essa é a situação da unidade em que Raquel é gestora. Ela está sofrendo com a falta de Plano de 
Manejo e a falta de recursos para a sua gestão.
Vem ver a história da Raquel:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
O SNUC estabelece critérios e normas para criação, implementação e gestão das Unidades 
de Conservação no Brasil, que são áreas protegidas de extremo valor para a sociedade. 
Veja no vídeo Criação das Unidades de Conservação a importância das áreas protegidas e 
como é a criação destas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O Decreto nº 4340/2002 regulamenta os artigos e o funcionamento do SNUC e traz 
inovações na proteção de áreas como a formação de mosaicos de UCs, a condução de 
Planos de Manejo e gestão compartilhada com OSCIPs. Veja no Decreto como deve 
ocorrer o funcionamento do SNUC e a implementação de UCs.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O SNUC enfrenta grandes problemas para a sua implementação e a falta de recursos 
financeiros é um dos problemas principais. Sem recursos, novas UCs não podem ser 
implementadas e as antigas acabam sendo mal administradas, pois faltam recursos para o 
seu efetivo funcionamento. Veja, no artigo O financiamento do Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação no Brasil, as questões relacionadas aos problemas enfrentados 
pelo SNUC.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Reservas da biosfera para o SNUC
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo! 
Reserva da Biosfera é o nome dado ao instrumento de conservação e está especificado na 
legislação brasileira, mas além disso, é um modelo adotado internacionalmente para a gestão 
sustentável dos recursos naturais. Seus objetivos básicos são: a preservação da diversidade 
biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação 
ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações. As 
RBs são áreas de relevante importância para a sobrevivência, pois guardam bens naturais 
essenciais à vida. No Brasil estão estabelecidas seis Reservas da Biosfera.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar sobre a Reserva da Biosfera (RB) segundo o 
SNUC e conhecer também as RBs estabelecidas no Brasil.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar a Reserva da Biosfera segundo o SNUC.•
Relacionar a Reserva da Biosfera dentro do programa O Homem e a Biosfera – MAB.•
Elencar algumas Reservas da Biosfera no Brasil.•
DESAFIO
Realizar os levantamentos necessários e de forma correta, pode contribuir para que a criação de 
uma Reserva da Biosfera atinja seu principal objetivo, que é o da preservação.
Leandro trabalha em uma ONG, onde acaba de ser aprovado um projeto que prevê 
investimentos de infraestrutura para uma Reserva da Biosfera (RB), do qual ele participa há 
algum tempo na gestão.
Como a criação da RB ainda é muito recente, não foram produzidos os documentos básicos, 
apenas alguns levantamentos de fauna e flora. Por conta disso, agora Leandro precisa fazer o 
adequado zoneamento e construir um centro de pesquisa. Para isso ele precisa da sua ajuda. 
 
Indique a seguir as distintas zonas (Zona Núcleo, Zona de Amortecimento e Zona de 
Transição) descrevendo as informações básicas acerca de cada zona.
INFOGRÁFICO
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cada Reserva da Biosfera é uma coleção 
representativa dos ecossistemas característicos da região onde se estabelece. Ela busca melhorar 
a relação do homem com a natureza, preservando-a e utilizando os recursos de forma 
sustentável.
No Brasil, existem seis Reservas da Biosfera, as quais representam os biomas brasileiros. 
Conheça cada uma delas!
CONTEÚDO DO LIVRO
A Reserva da Biosfera é reconhecida por O Homem e a Biosfera – MAB, um programa 
intergovernamental e estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura (Unesco). 
O MAB reconhece que as RBs possuem importância a nível mundial para a conservação da 
diversidade biológica e o desenvolvimento sustentável, devendo servir como áreas prioritárias 
para a pesquisa e experimentação dessas práticas.
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, leia o capítulo Reserva da Biosfera para 
o SNUC, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, e veja de forma mais 
aprofundada esta relação entre a Reserva da Biosfera dentro do programa O Homem e a Biosfera 
– MAB.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
U N I D A D E 2
Reservas da Biosfera 
para o SNUC
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar a Reserva da Biosfera (RB) segundo o SNUC.
  Relacionar a RB no Programa Homem e Biosfera (MAB).
  Elencar algumas RBs no Brasil.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre a Reserva da Biosfera segundo 
o SNUC. A Reserva da Biosfera, especificada na legislação brasileira, é 
um modelo adotado internacionalmente para a gestão sustentável dos 
recursos naturais, com o objetivo de preservar esses recursos e a diver-
sidade biológica. No Brasil, estão estabelecidas seis reservas da biosfera, 
que você vai conhecer também neste texto. 
Reserva da Biosfera segundo o SNUC
A Reserva da Biosfera (RB) é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão 
integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos 
básicos de preservação da diversidade biológica, do desenvolvimento de ativi-
dades de pesquisa, do monitoramento ambiental, da educação ambiental, do 
desenvolvimento sustentável e da melhoria da qualidade de vida das populações, 
defi nição adotada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (BRASIL, 
2000). Portanto, são áreas de relevante importância para a sobrevivência, pois 
guardam bens naturais essenciais à vida. A RB é constituída por três zonas:
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 91 22/02/2018 11:15:42
  área núcleo, podendo existir uma ou mais áreas de proteção integral 
da natureza;
  zona de amortecimento, podendo ser uma ou mais zonas onde só são 
admitidas atividades que não prejudiquem a(s) área(s) núcleo;
  zona de transição, podendo ser uma ou várias áreas, sem limites rígidos, 
nas quais é permitido o processo de ocupação e o manejo dos recursos 
naturaisde forma planejada e conduzida de modo participativo, com 
base nos princípios da sustentabilidade.
A RB pode ser constituída tanto por áreas públicas quanto por áreas pri-
vadas. Pode ser integrada também por unidades de conservação já criadas, 
respeitando as regras designadas pelo plano de manejo ou as normas que 
competem às diferentes categorias de cada uma dessas unidades de conservação 
(UCs). Sua gestão é realizada por intermédio de um Conselho Deliberativo, 
órgão máximo que delibera e orienta as ações dentro da reserva. Esse conselho 
pode ser formado por representantes de instituições públicas, de organizações 
da sociedade civil e da população residente. Já o gerenciamento destas áreas 
é coordenado pela Comissão Brasileira para o Programa Homem e biosfera 
(Cobramab), que será abordada melhor no próximo objetivo.
O regulamento sobre as RBs está no Decreto nº 4.340, de 22 de agosto 
de 2002. Segundo esse regulamento, quando a reserva estabelecida abranger 
apenas um Estado, o sistema de gestão será composto por um conselho deli-
berativo e por comitês regionais; quando abranger mais de um Estado, será 
composto pelo conselho deliberativo e por comitês estaduais (BRASIL, 2002). 
Cada conselho deliberativo possui uma série de competências, entre elas, estão:
  aprovar a estrutura do sistema de gestão de sua reserva e coordená-lo;
  propor à Cobramab macrodiretrizes para a implantação das RBs;
  elaborar planos de ação da RB, propondo prioridades, metodologias, 
cronogramas, parcerias e áreas temáticas de atuação;
  reforçar a implantação da RB pela proposição de projetos pilotos em 
pontos estratégicos de sua área de domínio;
  implantar, nas áreas de domínio da RB, os princípios básicos de pre-
servação de forma participativa.
Já as competências dos comitês regionais e estaduais são:
  apoiar os governos locais no estabelecimento de políticas públicas 
relativas às RBs;
Reservas da Biosfera para o SNUC92
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 92 22/02/2018 11:15:42
  apontar áreas prioritárias e propor estratégias para a implantação das 
RBs, bem como para a difusão de seus conceitos e funções.
As RBs são de grande importância para a preservação e conservação, 
pois, conforme o Ministério do Meio Ambiente (MAM), nelas se favorece a 
descoberta de soluções para problemas, como o desmatamento das florestas 
tropicais, a desertificação, a poluição atmosférica e o efeito estufa, e ainda 
se privilegia o conhecimento e a prática de relações sustentáveis que visam a 
manutenção das comunidades locais e a melhor relação com a natureza. Para 
isso, a RB deve ter dimensões e zoneamento apropriados, políticas e planos 
de ação e um sistema de gestão que seja participativo, envolvendo os vários 
segmentos do governo e da sociedade. Um bioma ameaçado em que deve se 
manter sua RB para que os recursos sejam preservados é o Pantanal (Figura 1).
Veja abaixo as atividades e as funções relacionadas a uma RB.
  Centro de monitoramento da fauna, flora e de ameaças como desma-
tamento e poluição.
  Centro de pesquisas.
  Educação ambiental.
  Gerenciamento de ecossistemas.
  Centro de informação e desenvolvimento profissional para técnicos 
da área ambiental.
Figura 1. Serra do Amolar, área menos antropizada da Reserva da Biosfera 
do Pantanal.
Fonte: Pellegrini (2017).
93Reservas da Biosfera para o SNUC
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 93 22/02/2018 11:15:42
Você sabe as principais diferenças entre uma UC e uma RB?
Entre as principais diferenças, podemos citar que as UCs possuem espaço restrito, 
enquanto uma RB pode chegar a englobar uma grande parcela de um bioma. Além 
disso, enquanto algumas UCs são exclusivamente de proteção integral, as RBs priorizam 
o desenvolvimento sustentável das populações. Quanto às divisões, as UCs são divididas 
em várias categorias, já as RBs não possuem categorias, apenas três zonas em sua 
constituição. A RB deve possuir pelo menos uma zona núcleo de proteção integral, 
que pode ser uma UC já criada pelo poder público. Assim, a RB pode ser composta 
de várias UCs e cada é uma coleção representativa dos ecossistemas característicos 
da região onde se estabelece.
Reserva da Biosfera e o MAB
Conforme o SNUC, a RB é reconhecida pelo Programa Homem e biosfera (Man 
and the Biosphere — MAB), um programa intergovernamental estabelecido 
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(Unesco). O MAB reconhece que as RBs possuem importância mundial para a 
conservação da diversidade biológica e o desenvolvimento sustentável, devendo 
servir como áreas prioritárias para a pesquisa e experimentação dessas práticas. 
Uma RB idealizada pelo MAB possui uma área núcleo bem defi nida, com a 
sua zona de amortecimento ao redor e, na volta da zona de amortecimento, a 
zona de transição (Figura 2.) No Brasil, esse programa está representado pela 
já citada Cobramab, criada em 1974, que possui as funções listadas abaixo.
  Criar e coordenar a rede nacional de reservas da biosfera.
  Planejar, coordenar e supervisionar as atividades relativas ao programa.
  Apoiar a criação e instalar o sistema de gestão de cada uma das RBs 
reconhecidas no Brasil.
  Estimular a cooperação internacional.
  Apreciar as estratégias adotadas e promover a articulação interinstitu-
cional e intersetorial, visando a implementação do MAB. 
  Harmonizar a pesquisa científica em relação ao programa.
  Apreciar relatórios de gestão.
  Criar câmaras técnicas, temporárias ou permanentes, com vistas ao 
atingimento de suas finalidades.
  Divulgar amplamente as atividades desenvolvidas pela comissão.
Reservas da Biosfera para o SNUC94
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 94 22/02/2018 11:15:42
  Elaborar e aprovar o seu regimento interno.
  Apreciar outros assuntos correlatos à sua finalidade.
A Cobramab é composta por um representante de cada um dos seguintes órgãos:
  Ministério do Meio Ambiente, que a presidirá.
  Ministério das Relações Exteriores.
  Ministério da Ciência e Tecnologia.
  Ministério da Educação.
  Ministério da Cultura.
  Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
váveis (Ibama).
Além desses, dois representantes de cada um dos seguintes segmentos:
  comunidade científica e acadêmica;
  entidades ambientalistas da sociedade civil;
  setor privado.
Esse programa foi criado como resultado de uma conferência sobre a biosfera, 
realizada em Paris em setembro de 1968 pela Unesco. Conforme o Conselho 
Nacional Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, o MAB é um programa inter-
nacional de cooperação científica que trata das interações entre o homem e o 
meio onde vive. O MAB busca o entendimento do modo como essa convivência 
ocorre em diferentes locais, com diferentes situações bioclimáticas e geográficas 
da biosfera, procurando compreender de que forma a interação humana repercute 
em cada ecossistema representativo do planeta. O objetivo principal do programa 
é promover as boas relações entre as populações e o meio ambiente por meio 
de uma rede mundial de áreas voltadas à pesquisa cooperativa, à conservação 
do patrimônio natural e cultural e à promoção do desenvolvimento sustentável. 
Duas linhas de ação são desenvolvidas dentro do programa: 
  o aprofundamento direcionado das pesquisas científicas, para o melhor 
conhecimento das causas da tendência de um aumento progressivo da 
degradação ambiental do planeta;
  a concepção de um inovador instrumental de planejamento, as RBs, para 
combater os efeitos dos citados processos de degradação, promovendo 
a conservação da natureza e o desenvolvimento sustentável.
95Reservas da Biosfera para o SNUC
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 95 22/02/2018 11:15:42
A preservação ambiental no país se encontra prejudicada pela falta de ação dos órgãos 
ligados às UCs e às RBs. Em 2016, após oito anos parada, a Cobramab retomouos 
trabalhos. Após a ameaça de duas importantes áreas, o Cerrado e o Pantanal, perderem 
seu título de RB, a comissão avaliou a situação das áreas brasileiras reconhecidas pela 
Unesco por sua importância para o planeta e definiu planos de ação para essas áreas. 
Com as atividades da Cobramab voltando à ativa, as RBs se fortalecem.
As áreas do Cerrado e do Pantanal estão cada vez mais ameaçadas. O problema prin-
cipal que assola essas áreas é o desmatamento e a poluição gerada pelo agronegócio. 
No Cerrado há a ameaça da monocultura intensiva de grãos e da pecuária extensiva, 
além da contaminação por agrotóxicos, fertilizantes, atividades de mineração e caça 
ilegal. Por isso, é importante que essas áreas sejam mantidas como RBs. Em relação a 
isso, a Cobramab se colocou a favor da PEC 504/10, que tramita no Congresso Nacional 
e inclui o Cerrado e a Caatinga entre os bens considerados Patrimônio Nacional. Com 
esse título, haveria uma melhora na preservação do meio ambiente e na qualidade 
de vida da população dos dois biomas.
Figura 2. Ilustração de como seria uma Reserva da Biosfera ade-
quada, com as zonas bem definidas e uma zona núcleo livre de 
interferência humana.
Fonte: Pellegrini (2017).
Reservas da Biosfera para o SNUC96
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 96 22/02/2018 11:15:43
Reservas da biosfera no Brasil
No Brasil, existe uma Rede Brasileira de reservas da biosfera criada pela Co-
bramab. As RBs abrangem 1.300.000 km², cerca de 15% do território brasileiro, 
e estão divididas em seis. Cada uma delas representa um dos grandes biomas 
brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e o 
Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (parte integrante da RB da Mata Atlântica). 
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) foi a primeira criada no Brasil, 
no ano de em 1991, passando por várias ampliações. Ela abrange uma área com 
cerca de 35 milhões de hectares, que passa por 15 Estados brasileiros. Ela está 
concentrada próxima a costa brasileira e forma um grande corredor ecológico. 
Essa reserva incorpora diversas áreas núcleo e tem superposição com outras; 
algumas de suas zonas núcleo são as mesmas de outras reservas. O Parque 
Nacional de Ubajara (CE) é uma zona núcleo tanto da RBMA como da Reserva 
da Caatinga, enquanto que o Parque Nacional da Serra da Bodoquena também 
é zona núcleo da RBMA e da RB Pantanal. Ela está representada na Figura 3.
Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo
A Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo (RBCVSP) foi reconhe-
cida pela Unesco em 1993 como parte da RB da Mata Atlântica, porém com 
identidade própria devido às características peculiares do entorno de São Paulo. 
Nessa reserva são desenvolvidas ações como cursos ecoprofi ssionalizantes 
para jovens de regiões periurbanas e o estudo dos serviços ambientais (água, 
clima, carbono, etc.) gerados pela Mata Atlântica no entorno das cidades. 
Reserva da Biosfera do Cerrado
A Reserva da Biosfera do Cerrado está presente no Distrito Federal, Goiás, Tocan-
tins, Maranhão e Piauí. Essa reserva é de extrema importância, pois o bioma do 
Cerrado sofre muitas ameaças. Nessa reserva o escopo maior é a implantação do 
desenvolvimento sustentável. Também privilegia a conservação dos remanescentes 
ainda intocados de Cerrado, que são poucos, e a recuperação de áreas alteradas 
97Reservas da Biosfera para o SNUC
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 97 22/02/2018 11:15:43
e de corredores ecológicos já fortemente degradados. Possui como suas zonas 
núcleo o Parque Nacional de Brasília e a Estação Ecológica de Águas Emendadas.
Reserva da Biosfera do Pantanal
A Reserva da Biosfera do Pantanal abrange os estados do Mato Grosso, Mato 
Grosso do Sul e uma pequena parcela de Goiás. A sua relevância é grande, 
pois nela estão áreas de infl uência das cabeceiras dos rios que estruturam 
todo o sistema hídrico da planície pantaneira. Uma das principais atividades 
desenvolvidas é a promoção da sustentabilidade nas atividades de pecuária 
que se praticam na região há centenas de anos. Como exemplo de atividades 
estão a pesca artesanal e o ecoturismo.
Reserva da Biosfera da Caatinga
A Reserva da Biosfera da Caatinga abrange 10 estados, ocupando uma área de 
189.990 km². Suas prioridades são o combate à desertifi cação e a promoção de 
atividades sustentáveis, como nas áreas de turismo, apicultura e artesanato. A 
Caatinga é rica em biodiversidade e possui, pelo menos, 932 espécies, sendo 
380 endêmicas. Esse bioma está ameaçado pelo desmatamento gerado pelas 
queimadas para produção de lenha e carvão e para agropecuária. Um projeto 
desenvolvido nesta reserva é o Cenários para o Bioma Caatinga, que possui 
como objetivos: criar cenários para o bioma, que constituam informações 
sociais, ambientais e econômicas, visando a construção de políticas públicas 
para o desenvolvimento sustentável; elaborar um banco de dados geográfi cos 
em que serão disponibilizadas informações gerais do local, e criar um sistema 
de consultas que abrigará um visualizador para banco de dados geográfi cos 
com recurso de consulta e análise interativas. 
Reserva da Biosfera da Amazônia Central
A Reserva da Biosfera da Amazônia Central está localizada na área do pro-
jeto Corredor Ecológico Central da Amazônia. Estão localizadas dentro dos 
seus limites: Parque Nacional do Jaú, Estação Ecológica de Anavilhanas, 
Reservas Ecológicas do Rio Negro, Reserva Biológica de Uatumã, Floresta 
Nacional de Tefé, Reservas de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá e 
Amanã, entre várias outras UCs. O principal objetivo é o da conservação da 
cobertura fl orestal e da imensa biodiversidade. Outra grande riqueza desta 
reserva é a existência de diversos povos tradicionais, as tribos indígenas, que 
Reservas da Biosfera para o SNUC98
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 98 22/02/2018 11:15:43
possuem grande conhecimento sobre a fauna e a fl ora do local e sobre os usos 
terapêuticos de cada planta da fl oresta. O Projeto Corredor Ecológico surgiu 
a partir do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil. 
São objetivos principais do projeto:
  Planejar a paisagem, integrando unidades de conservação, buscando 
conectá-las e, assim, promovendo a construção de corredores ecológicos 
na Mata Atlântica e a conservação daqueles já existentes na Amazônia.
  Demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma 
ferramenta para a conservação da biodiversidade na Amazônia e Mata 
Atlântica.
  Promover a mudança de comportamentos, criar oportunidades de negócios 
e incentivos a atividades que promovam a conservação ambiental e o uso 
sustentável, agregando o viés ambiental aos projetos de desenvolvimento.
A Cobramab criou um mapa com as RBs brasileiras, que foi adaptado pela RBCV e a 
RBMA. Nele você pode conferir a localização dessas reservas e, clicando na legenda, 
uma breve descrição de cada uma. Confira no link:
https://goo.gl/gd6taL
Figura 3. Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Fonte: Reserva... (200-?).
99Reservas da Biosfera para o SNUC
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 99 22/02/2018 11:15:43
BRASIL. Decreto nº 4.340,de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, 
de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Con-
servação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. 2002. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4340.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil/leis/L9985.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
PELLEGRINI, F. Unesco mantém título de Reserva da Biosfera ao Pantanal. ((o)) eco, 
2017. Disponívelem: <http://www.oeco.org.br/noticias/unesco-mantem-titulo-de-
-reserva-da-biosfera-ao-pantanal/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
RESERVA da biosfera da Mata Atlântica. [200-?]. Disponível em: <http://www.itpa.org.
br/?page_id=775>. Acesso em: 18 dez. 2017.
Leituras recomendadas
BALDAUF, C. Extrativismo de samambaia-preta (Rumohraadiantiformis (G.Forst) Ching) 
no Rio Grande do Sul: fundamentos para o manejo e monitoramento da atividade. 
Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, 
Florianópolis, 2006.
BRASIL. Unidades de Conservação no Brasil. Governo federal discute Reservas da Biosfera. 
2016. Disponível em: <https://uc.socioambiental.org/noticia/governo-federal-discute-
-reservas-da-biosfera>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Reserva da Biosfera. [200-?]. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/instrumentos-de-gestao/reserva-da-
-biosfera>. Acesso em: 18 dez. 2017. 
O PROGRAMA MAB e as reservas da biosfera. 2004. Disponível em: <http://www.
rbma.org.br/mab/unesco_01_oprograma.asp>. Acesso em: 18 dez. 2017. 
100Reservas da Biosfera para o SNUC
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 101 22/02/2018 11:15:45
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje você verá a importância da Reserva da Biosfera na conservação 
ambiental e como ela é constituída. Nestas unidades de gestão integrada são realizadas as 
diversas atividades essenciais para que os objetivos das RBs sejam atingidos. 
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EXERCÍCIOS
1) A Reserva da Biosfera (RB) é um modelo de gestão integrada, participativa e 
sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da 
diversidade biológica, desenvolvimento de atividades de pesquisa, monitoramento 
ambiental, educação ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade 
de vida das populações. Sobre a RB é correto afirmar:
A) Possui um Plano de Manejo.
B) É composta por três zonas.
C) Pode ser constituída apenas de áreas públicas.
D) Não permite a ocupação humana.
E) É um modelo exclusivo do Brasil.
2) As reservas da biosfera possuem uma gestão integrada. O Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (SNUC) define que a gestão das RBs deve ser realizada da 
seguinte forma:
A) Por um conselho deliberativo, conselhos regionais e estaduais, quando abranger mais de 
um estado.
B) Apenas pelos conselhos regionais e estaduais.
C) Apenas por um conselho deliberativo.
D) Pelo conselho estadual, orgão máximo.
E) Pelo conselho regional formado por representantes de instituições públicas, de 
organizações da sociedade civil e da população residente.
3) Marque a alternativa que apresenta corretamente as atividades e/ou funções 
relacionadas a uma Reserva da Biosfera:
A) Centro de pesquisas em agricultura.
B) Educação ambiental e pecuária sustentável.
C) Gerenciamento de ecossistemas e pesquisas em pesca.
D) Centro de monitoramento de fauna, flora e agricultura.
E) Centro de monitoramento de fauna, flora e ameaças como desmatamento e poluição, além 
de gerenciamento de ecossistemas.
4) A COBRAMAB é Comissão Brasileira para o Programa O Homem e a Biosfera, que 
representa as Reservas da Biosfera no país. Uma das funções realizadas pelo 
COBRAMAB é:
A) Propor macrodiretrizes para a implantação das Reservas da Biosfera;
B) Elaborar planos de ação da Reserva da Biosfera, propondo prioridades, metodologias, 
cronogramas, parcerias e áreas temáticas de atuação.
C) Implantar, nas áreas de domínio da Reserva da Biosfera, os princípios básicos de 
preservação de forma participativa
D) Apoiar a criação e instalar o sistema de gestão de cada uma das Reservas da Biosfera 
reconhecidas no Brasil.
E) Apontar áreas prioritárias e propor estratégias para a implantação das Reservas da 
Biosfera, bem como para a difusão de seus conceitos e funções
5) As reservas da biosfera no Brasil são de grande importância para a preservação e 
proteção das comunidades tradicionais. Sobre as RBs do Brasil podemos afirmar:
A) Existe uma reserva da biosfera para cada bioma.
B) Na RBMA são desenvolvidos cursos ecoprofissionalizantes.
C) A atividade mais desenvolvida na Caatinga é a pesca artesanal.
D) A reserva da biosfera da Mata Atlântica está inserida no projeto corredor ecológico central 
da amazônia.
E) Na RB do Pantanal estão áreas de influência das cabeceiras dos rios que estruturam todo o 
sistema hídrico da planície pantaneira.
NA PRÁTICA
Um dos objetivos da Reserva da Biosfera é garantir o desenvolvimento sustentável e o bem-
estar das populações tradicionais. Infelizmente, esta proposta não se enquadra com os objetivos 
do agronegócio tradicional.
Um exemplo disso é a Mata Atlântica, que sofre uma exploração histórica, a qual começou com 
a chegada dos europeus que extraíam madeiras como o pau-brasil e se aproveitavam do trabalho 
escravo das comunidades nativas. Atualmente, na Mata Atlântica existem diversas comunidades 
e grupos indígenas, quilombos (comunidades negras descendentes de escravos), caiçaras e 
outros grupos de pescadores tradicionais, pequenos produtores rurais e comunidades 
extrativistas. Infelizmente, estas comunidades sofrem com a pressão do agronegócio e ameaças, 
inclusive de morte. Tudo isso prejudica pessoas e o meio ambiente.
Para tentar resolver, ou ao menos amenizar esta questão, o gestor ambiental Pedro está buscando 
uma solução. Veja:
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Presidente extingue reserva ambiental gigante da Amazônia
Muitas áreas protegidas na Amazônia sofrem grande pressão para sua exploração. Áreas 
extremamente ricas em recursos naturais e cultura também possuem recursos de interesse 
econômico e este interesse econômico muitas vezes prevalece sobre a preservação. Veja no 
vídeo um decreto de extinção da Reserva Nacional de cobre e associados (Renca), uma área 
protegida na Amazônia, que causou grande repercussão internacional.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Legislação e Governança
O Brasil aderiu ao Programa Homem e Biosfera da UNESCO em 1974. Este programa tem o 
objetivo de criar e coordenar a Rede Nacional de Reservas da Biosfera. No link a seguir, veja 
um resumo das leis e decretos relacionados ao MAB e as Reservas da Biosfera.
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Patrimônio natural da humanidade, Pantanal guarda biodiversidade única
O Pantanal possui uma biodiversidade única e além de ser um dos menores biomas brasileiros 
ainda sofre grandes ameaças. Veja a importância deste bioma que faz parte da Reserva da 
Biosfera do Pantanal.
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Incentivos, isenções e penalidades 
APRESENTAÇÃO
O incentivo fiscal é uma ferramenta que o Estado utiliza na economia para impulsionar um 
determinado setor econômico. Ela é caracterizada pela renúncia total ou parcial de algum 
tributo. Essa concessão é de interesse de ambas as partes, ou seja, uma renúncia que gera outros 
valores além dos recolhidos nas guias mensais, podendo ser em investimentos por parte das 
empresas beneficiadas ou até mesmo na redução dos custos que reflete nos preços de vendas, o 
que gera um consumo maior nesse setor beneficiado. 
Os resultados almejados com essa forma de incentivar um determinado setor representam 
desenvolvimento e investimento por parte dos beneficiados para o meio social e coletivo. 
Apesar de esses benefícios fiscais colaborarem com a economia e reduzirem consideravelmente 
a carga tributária passiva por parte das organizações, eles estão disponíveis em apenas algumas 
áreas, como cultura, esporte,infância e adolescência. A ampliação na área ambiental encontra-se 
em discussão com projetos de leis em âmbitos federal e estadual. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre os incentivos, as isenções e as 
penalidades aplicáveis às unidades de conservação (UCs).
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os incentivos e as isenções relativos a UCs.•
Caracterizar os incentivos e as isenções garantidos a quem implementar UCs.•
Elencar as penalidades impostas a quem cometer infrações em UCs.•
DESAFIO
Para transformar uma área em uma UC, é necessário que algumas medidas sejam tomadas e 
critérios sejam seguidos. 
 
Conheça a história de Pedro e veja como você pode ajudá-lo.
INFOGRÁFICO
No Infográfico a seguir, você vai conhecer a incrível relação de valorização dos serviços 
ambientais que a natureza presta ao planeta e a crescente vertente de pagamentos (PSA) pela 
conservação do meio ambiente; um bom exemplo de incentivo fiscal em detrimento da 
preservação ambiental.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
A ideia de PSA vem tomando forma. Para que essa prática ocorra, algumas ações são 
necessárias. É nesse contexto que o ICMS Ecológico surge como uma das formas de PSA. Por 
se tratar de um mecanismo fiscal que não mexe no bolso do contribuinte, pois diz respeito ao 
repasse obrigatório de parte dos valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
(ICMS) recolhidos pelos Estados, o ICMS Ecológico passa a ser um dos critérios para o repasse 
desses valores e premia os municípios que têm, por exemplo, UCs e áreas de mananciais. 
 
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, leia o capítulo Incentivos, isenções e 
penalidades, base teorica para esta Unidade de Aprendizagem, e entenda mais sobre o assunto. 
 
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Incentivos, isenções 
e penalidades
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identifi car os incentivos e isenções relativos a UCs.
  Caracterizar os incentivos e as isenções garantidas a quem imple-
mentar UCs.
  Elencar as penalidades impostas a quem cometer infrações em UCs.
Introdução
Neste texto, você vai aprender sobre os incentivos, as isenções e penalidades 
aplicáveis às unidades de conservação (UCs). O incentivo fiscal é um recurso 
utilizado pelo governo para impulsionar os nichos econômicos. Esse incen-
tivo atua pela isenção parcial ou total de algum tributo para as empresas, 
visando ao crescimento econômico e, até mesmo, à redução do custo final 
do produto fabricado ou vendido. Dessa forma, o incentivo fiscal beneficia, 
além da economia, o meio social e coletivo. No entanto, esses incentivos 
estão disponíveis apenas em algumas áreas sociais restritas, estando em 
discussão a necessidade de ampliação para projetos na área ambiental.
Incentivos e isenções
O incentivo fi scal é uma ferramenta econômica utilizada pelo Estado para im-
pulsionar um determinado setor. É caracterizada pela renúncia total ou parcial 
de alguma tributação. Esse tipo de concessão interessa tanto Estado quanto 
benefi ciado, pois a renúncia gera outros valores além dos recolhidos nas guias 
mensais, que podem ser em investimentos das empresas benefi ciadas ou na 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 77 22/02/2018 11:15:38
redução dos custos, refl etindo nos preços de vendas e em um consumo maior 
nesse setor benefi ciado. Os resultados esperados dessa forma de incentivar 
um determinado setor são de desenvolvimento e investimento por parte dos 
benefi ciados para o meio social e coletivo.
Apesar de esses benefícios fiscais contribuírem para a economia e reduzirem 
consideravelmente a carga tributária passiva das organizações, eles estão disponí-
veis apenas para algumas áreas, como cultura e esporte. Está em discussão, com 
projetos de leis em âmbito federal e estadual, a ampliação para a área ambiental. 
Para que haja a aprovação desses incentivos, é necessária a comprovação 
da importância que eles exercem no meio social. Essa comprovação é regida 
pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 2000, que é responsável pelo 
controle dos gastos públicos combinados com a capacidade da sua arrecadação.
O capítulo 5 do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Lei nº 
9.985, de 18 de julho de 2000 (BRASIL, 2000), que trata dos incentivos, isenções e 
penalidades, não fala sobre os incentivos e isenções para aqueles que criarem uma 
UC e ajudarem na proteção desses recursos que trazem grandes benefícios para 
todos, como a prestação de serviços ambientais (Figura 1). Os incentivos e isenções 
são trazidos em outras leis e programas. Você vai conhecer agora alguns deles.
Os benefícios ao proprietário que implementar uma Reserva Particular do 
Patrimônio Natural (RPPN) estão listados a seguir.
  Isenção do Imposto Territorial Rural (ITR) sobre a área da RPPN, 
conforme a Lei nº 9.393, de 20 de dezembro de 1996, que dispõe sobre 
o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (BRASIL, 1996).
  Concessão de garantias legais nas ações de proteção e defesa do patri-
mônio natural existente no imóvel.
  Prioridade de análise de pedidos de crédito rural em bancos oficiais.
  Prioridade de análise para projetos apresentados ao Fundo Nacional de 
Meio Ambiente (FNMA).
  Captação de recursos junto às ONGs, a partir de projetos referentes à 
implantação e gestão de RPPNs, com destaque ao Programa de Incentivo 
às RPPNs, da Aliança para a Conservação da Mata Atlântica.
  Participação em editais para Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA).
  Aplicação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 
Ecológico, recurso que traz benefícios aos municípios que possuem 
áreas com UC, utilizado pelo governo como incentivo às atividades de 
preservação ambiental. O intuito é beneficiar os municípios vinculados 
à existência das UCs. A proposta é que uma porcentagem do valor que é 
repassado ao Estado seja redistribuída para os municípios que obtiverem 
Incentivos, isenções e penalidades 78
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 78 22/02/2018 11:15:39
resultados positivos, em forma de ações ligadas ao meio ambiente. Para 
que o município receba os benefícios referentes a impostos arrecadados 
pelo ICMS Ambiental, não basta a criação de uma UC, este é apenas o 
procedimento inicial. Para ser beneficiado, é preciso que as UCs mante-
nham um satisfatório nível de qualidade de conservação.
  Alguns Estados estão incentivando de outras formas a implementação 
de UCs. Em São Paulo, aqueles que implementarem uma RPPN têm 
benefícios como: a inclusão no Plano de Policiamento Ambiental para 
Apoio à Proteção das RPPN, realizado pela Polícia Militar Ambiental; a 
captação de recursos junto às fontes públicas; prioridade pela Companhia 
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) na análise de pedidos de 
licenciamentos em imóveis que tenham RPPN. O município dispõe, 
ainda, de uma lei que possibilita e incentiva convênios para Pagamento 
por Serviços Ambientais (PSA), como a preservação de nascentes, da 
flora que atrai polinizadores, entre outros.
  Já no Rio de Janeiro, no município de Petrópolis, proprietários de áreas 
protegidas têm direito à isenção de IPTU. O incentivo foi incluído na 
legislação tributária municipal com o objetivo de proporcionar vanta-
gens para a preservação,tornando-a vantajosa para quem respeita a lei.
Um Projeto de Lei de número 1.548/2015 está sendo analisado na Câmara e prevê 
outras vantagens e incentivos a proprietários de RPPNs. Alguns dos benefícios:
  Dedução no Imposto de Renda das despesas feitas pelos proprietários da RPPN durante 
o processo de criação, instalação, manutenção e ampliação de benfeitorias nas RPPNs.
  Prioridade na obtenção de empréstimos ou financiamentos aos proprietários para 
melhoria e conservação da reserva.
  Imóveis rurais que tenham transformado mais de 30% de sua área total em RPPN poderão 
se beneficiar de crédito agrícola com taxas e juros menores, limites e prazos maiores.
  Isenção de pagamento de taxas referentes a custos do processo de criação da RPPN.
  Assistência técnica aos imóveis rurais que tenham ou pretendam ter reservas 
particulares dentro dos seus limites.
  Permissão aos proprietários para coleta de sementes e implantação de viveiros de 
mudas de espécies nativas dos ecossistemas onde está inserida a RPPN, podendo 
comercializar as sementes e mudas. 
  Criação do Fundo Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, prove-
niente da compensação ambiental e conversão de multas decorrentes de infração 
ambiental (BRASIL, 2015).
79Incentivos, isenções e penalidades 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 79 22/02/2018 11:15:39
Figura 1. Serviço ambiental realizado pela abelha, a polinização, que garante a continuidade 
das flores e alimentos.
Fonte: Sumikophoto/Shutterstock.com
Caracterização dos incentivos e isenções
É crescente o entendimento de que serviços ambientais prestados pela natureza 
devem ser remunerados. Esse entendimento é fundamentado na lógica de que 
uma fl oresta vale mais do que uma área degradada, pois, silenciosamente, ela 
presta serviços à coletividade, tais como:
  produção de oxigênio e purificação do ar pelas plantas;
  manutenção de biodiversidade;
  produção e proteção de recursos hídricos;
  controle do clima;
  reserva de produtos medicinais para a cura das enfermidades humanas, 
entre outros.
Ou seja, é a natureza trabalhando para a manutenção da vida e de seus 
processos, o que nos fornece qualidade de vida e garante a existência de ar 
puro, água limpa e acessível, florestas ricas em diversidade biológica, solos 
férteis, alimentos abundantes e outros benefícios.
Incentivos, isenções e penalidades 80
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 80 22/02/2018 11:15:39
Apesar de recente, esse entendimento já consolidou algumas experiências 
e, na prática, já respondeu a diversos questionamentos, como: quanto custa o 
processo de polinização das plantas realizado pelas abelhas? E a paisagem de 
uma cachoeira? Quantas máquinas seriam necessárias para prestar o serviço 
de produzir oxigênio e purificar o ar, serviço que as plantas e as algas fazem 
diariamente? Quanto vale todos esses serviços que a natureza faz?
Grande parte dessas questões vem sendo respondida graças ao crescente 
número de instituições participantes, tanto privadas quanto públicas, os diver-
sos trabalhos acadêmicos publicados sobre o tema e a variedade de arranjos 
institucionais que se criaram, que vêm sendo fundamentais para o processo 
de construção dos mercados de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e 
para a modelagem de uma base sólida para seu crescimento.
A ideia básica do PSA é remunerar quem, direta ou indiretamente, preserva 
o meio ambiente. Isso significa recompensar com dinheiro, ou outros meios, 
aqueles que ajudam a conservar ou produzir serviços ambientais mediante a 
adoção de práticas, técnicas e sistemas que privilegiam a manutenção da floresta 
em pé. Para que esse novo mercado faça sentido, naturalmente, a preservação do 
meio ambiente deve gerar mais benefícios econômicos do que a sua destruição. 
Existem no país muitas atividades de incentivo a populações tradicionais, 
uma delas é a implementação de uma reserva extrativista, uma UC de uso 
sustentável para incentivar a extração sustentável de recursos para produzir 
valor econômico. Podemos citar como exemplo a APA do Jalapão, onde a co-
munidade produz farinha de jatobá, óleo de buriti, pequi, macaúba e mamona, 
doce de buriti e doce de caju e cestaria de palha de buriti. A APA do Jalapão 
acompanha e apoia as famílias da região na coleta e transporte do jatobá para 
produção de farinha.
ICMS Ecológico 
É nesse contexto que o ICMS Ecológico surge como uma das formas de PSA. 
Por se tratar de um mecanismo fi scal que não mexe no bolso do contribuinte, 
pois diz respeito ao repasse obrigatório de parte dos valores do ICMS reco-
lhidos pelos Estados, o ICMS Ecológico passa a ser um dos critérios para o 
repasse desses valores e premia os municípios que possuem, por exemplo, 
UC e áreas de mananciais.
Em outras palavras, aquele município que preserva suas florestas e con-
serva sua biodiversidade ganha uma pontuação maior nos critérios de repasse, 
recebe recursos financeiros a título de compensação pelas áreas destinadas à 
81Incentivos, isenções e penalidades 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 81 22/02/2018 11:15:39
conservação e, ao mesmo tempo, um incentivo para a manutenção e a criação 
de novas áreas para a conservação da biodiversidade. Nesse sentido, o ICMS 
Ecológico é uma forma de PSA pela conservação de biodiversidade. Cada 
Estado possui seus critérios.
O ICMS Ecológico foi criado em 1991 pelo Estado do Paraná com o intuito 
de compensar os municípios que possuem uma grande área de UC e, por essa 
razão, sofriam limitações e restrições legais para expandir suas atividades 
econômicas, visto que nessas UCs, estabelecidas pela Lei nº 9.985/00, há 
limitações para a utilização dessas áreas (BRASIL, 2000).
A Constituição do Estado do Pará, anterior a esta medida, já previa em 
seu art. 225, § 2º, tratamento especial aos municípios que abrigam as UCs 
(PARÁ, 2011). Ainda que os municípios contribuíssem com a conservação do 
meio ambiente, sofriam diretamente com a manutenção das suas atividades 
estatais devido ao baixo índice de contribuição do ICMS.
A Lei nº 9.985/00 define em seu art. 2º, inciso I, a UC como sendo “espaço 
territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com 
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de adminis-
tração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção” (BRASIL, 2000).
Isenção do Imposto Territorial Rural (ITR)
Quem cria uma RPPN tem isenção do Imposto Territorial Rural (ITR). Esse 
imposto é considerado um tributo com nítido caráter extrafi scal, sendo utilizado 
não apenas com vistas ao desestímulo de latifúndios improdutivos, mas também 
de forma a promover e incentivar a utilização racional dos recursos naturais e a 
preservação do meio ambiente. Ganham destaque neste contexto as isenções rela-
tivas a tal imposto, especialmente aquelas que benefi ciam áreas rurais destinadas à 
preservação do meio ambiente, seja em função da mera manutenção da vegetação 
nativa, seja em razão de sua utilização de forma ecologicamente sustentável.
O Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002, em seu art. 10, § 3º, I, 
dispõe que, para fins de apuração do ITR, as áreas de preservação permanente 
e de utilização limitada (áreas de reserva legal, imprestáveis, de RPPN e 
outras declaradas como de interesse ecológico) devem ser informadas pelo 
contribuinte ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama), órgão que fica responsável pela emissão do chamado 
Ato Declaratório Ambiental (ADA), considerado, por sua vez, “declaração 
indispensável ao reconhecimento das áreas de preservação permanente e de 
utilização limitada para fins de apuração do ITR” (BRASIL, 1997; 2002).
Incentivos, isenções e penalidades 82
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 82 22/02/2018 11:15:39
Aplicação do PSA
A primeira aplicação nacionaldo PSA ocorreu com a Lei nº 12.512, de 14 de outubro 
de 2011, que instituiu o Bolsa Verde, um programa que beneficia famílias de baixa 
renda com R$ 300,00 trimestralmente para que haja manutenção da vegetação da 
propriedade, entre outros fatores relacionados (BRASIL, 2011).
Outro exemplo envolve atividades que consomem ou podem poluir recursos hídricos 
em altas quantidades. Esse tipo de atividade deve possuir uma outorga para o uso da 
água, e o pagamento também deve ocorrer. Portanto, os responsáveis pelo empre-
endimento são considerados usuários do serviço e participam de um programa de 
PSA (devido à cobrança pelo uso da água). Esse projeto de PSA não é considerado um 
imposto, mas uma remuneração pelo uso de um bem público — o dinheiro arrecadado 
é investido para manter e recuperar bacias hidrográficas que fornecem esse serviço.
Nós, como consumidores, também podemos escolher pagar por serviços ambientais 
em produtos sustentáveis, por meio de certificações, como selos ecológicos. Eles estão 
presentes em certos produtos orgânicos e em madeira reflorestada, por exemplo. 
Quando escolhemos pagar esse valor adicional, estamos também pagando pela 
proteção dos serviços ecossistêmicos.
A RPPN Sesc Pantanal (Figura 2) está localizada no município de Barão 
de Melgaço, no limite sul do Estado de Mato Grosso, e é considerada a maior 
RPPN do Brasil. Ela é beneficiada pelo ICMS Ecológico, um recurso financeiro 
destinado ao município pelo Estado, que tem como base de cálculo a extensão 
de áreas protegidas em seu território.
Figura 2. A RPPN Sesc Pantanal.
Fonte: Alexsandro do Nascimento/Shutterstock.com
83Incentivos, isenções e penalidades 
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Penalidades para infrações cometidas em UCs
Segundo o art. 38 do SNUC, a ação ou omissão das pessoas, físicas ou jurídicas, 
que importem inobservância aos preceitos desta lei e a seus regulamentos ou 
resultem em dano à fl ora, à fauna e aos demais atributos naturais das UCs, 
bem como às suas instalações e às zonas de amortecimento e corredores 
ecológicos, sujeitam os infratores às sanções previstas em lei. Ou seja, aqueles 
que causarem prejuízos aos recursos ambientais pertencentes a uma UC devem 
sofrer penalidades. A lei que trata das penalidades é a Lei nº 9.605, de 12 de 
fevereiro de 1998, também conhecida como lei de crimes ambientais. Nela 
está estabelecido que crimes cometidos em UCs têm a sua pena agravada, 
justamente por se tratar de uma área protegida (BRASIL, 1998).
Na lei de crimes ambientais estão estabelecidos o que são os crimes co-
metidos e quais suas penas, sendo eles:
  Crimes contra a fauna: detenção de seis meses a um ano e multa, sendo 
que, quando cometida em UC, é aumentada de metade. São crimes contra 
a fauna: matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna 
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença 
ou autorização da autoridade competente ou em desacordo com a obtida; 
impedir a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo 
com a obtida; modificar, danificar ou destruir ninho, abrigo ou criadouro 
natural; vender, expor à venda, exportar ou adquirir espécimes da fauna 
silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela 
oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida 
permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
  Crimes contra a flora: pena de detenção de um a três anos, multa ou 
ambas as penas cumulativamente, sendo que no crime culposo a pena 
será reduzida à metade e quando, atingir UCs, a pena é de reclusão de 
um a cinco anos. São crimes contra flora: destruir ou danificar floresta 
considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou 
utilizá-la com infringência das normas de proteção. Nos crimes contra 
a flora, a pena é aumentada de um sexto a um terço se:
 ■ a infração resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo 
ou a modificação do regime climático, ou
 ■ o crime é cometido no período de queda das sementes, no período 
de formação de vegetações, contra espécies raras ou ameaçadas de 
extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração, em 
época de seca ou inundação, durante a noite, em domingo ou feriado.
Incentivos, isenções e penalidades 84
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A lei traz também que a ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas 
de extinção no interior das UC de proteção integral e UC de uso sustentável é 
considerada uma circunstância agravante para a fixação da pena. Nos casos em 
que o infrator penetrar em UC conduzindo substâncias ou instrumentos próprios 
para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença 
da autoridade competente, a pena será de detenção de seis meses a um ano e multa.
Em relação às penas restritivas de direito, pode ser destacada a prestação 
de serviços à comunidade, que consiste na atribuição ao condenado de tarefas 
gratuitas junto a parques, jardins públicos e UCs; no caso de dano de bem 
particular, pública ou tombada, na sua restauração, se possível.
Embora tenha avançado bastante em relação às sanções administrativas 
ambientais, a Lei nº 9.605/98 não definiu especificamente as respectivas 
infrações, nem o procedimento para a sua imposição. Essa definição foi 
feita pelo Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, hoje substituído pelo 
Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Esse último decreto especificou os 
tipos infracionais e as sanções correspondentes (BRASIL, 2008). Ele não se 
limitou a reproduzir as sanções administrativas elencadas no art. 72 da Lei nº 
9.605/98, mas inovou ao trazer detalhamentos para sua aplicação prática no 
âmbito do exercício do poder de polícia ambiental. Conforme esse decreto, as 
infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções: advertência, 
multa simples, multa diária, apreensão dos animais, produtos e subprodutos da 
fauna e flora e demais produtos e subprodutos objeto da infração, instrumentos, 
petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infra-
ção, destruição ou inutilização do produto, suspensão de venda e fabricação 
do produto, embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas, demolição 
de obra, suspensão parcial ou total das atividades e restritiva de direitos. 
Com base nisso, a apuração das infrações administrativas ambientais 
começa com a constatação, pelo agente autuante, do cometimento de uma 
conduta tipificada no Decreto nº 6.514/08, o que deve gerar a instauração de um 
procedimento administrativo adequado. No curso do referido procedimento, 
é dada a oportunidade para o infrator exercer seu direito à defesa, bem como 
se é confirmada a ocorrência ou não da infração ambiental.
Após o rompimento da barragem do Fundão em Mariana (Figura 3), em 
Minas Gerais, em 5 de novembro de 2015, os rejeitos de mineração foram 
levados pelo Rio Doce e chegaram ao litoral do Espírito Santo no dia 21 de 
novembro. Durante o percurso, eles afetaram a Área de Proteção Ambiental 
(APA) Costa das Algas, o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz e a 
zona de amortecimento da Reserva Biológica (Rebio) de Comboios. Devido 
a isso, a Samarco foi multada em R$ 143 milhões por danos a UCs.
85Incentivos, isenções e penalidades 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 85 22/02/2018 11:15:39
Figura 3. Pequena amostra dos danos causados pelo rompimento da barragem do Fundão 
em Mariana, MG.
Fonte: Gustavo Basso/Shutterstock.com
1. Entre os benefícios aos proprietários 
de terras que implementam 
Reservas Particulares do Patrimônio 
Natural (RPPN), podemos citar:
a) isenção do Imposto Territorial 
Rural (ITR) sobre a área da RPPN, e 
prioridade de análise de pedidos 
de crédito rural em bancos 
oficiais ou para para projetos 
apresentados ao Fundo Nacional 
de Meio Ambiente (FNMA).
b) prioridade de crédito rural em 
bancos oficiais e emprojetos 
apresentados ao Fundo Nacional 
de Meio Ambiente (FNMA).
c) prioridade de análise de projetos 
em qualquer edital aberto.
d) isenção do Imposto Territorial 
Rural (ITR) sobre a área total do 
terreno onde está a RPPN.
e) acesso a recursos de ONGs 
para a área total de terras 
onde a RPPN está inserida.
2. O incentivo fiscal é uma ferramenta 
que o Estado utiliza na economia 
para impulsionar um determinado 
setor econômico. É caracterizada 
pela renúncia total ou parcial de 
algum tributo. Com base nessa 
afirmação e no conteúdo desse 
capítulo, identifique a sentença 
correta acerca desses benefícios.
Incentivos, isenções e penalidades 86
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 86 22/02/2018 11:15:41
a) São benefícios concedidos como 
Isenção do Imposto Territorial 
Urbano (ITU) sobre a área da 
RPPN dentro das zonas urbanas.
b) São benefícios concedidos como 
concessão de garantias para 
exploração ilegal do patrimônio 
natural existente no imóvel.
c) São benefícios concedidos 
como garantia vitalícia de 
empréstimos como crédito 
rural aos bancos oficiais.
d) São benefícios concedidos 
como participação em 
editais para Pagamentos por 
Serviços Ambientais (PSA).
e) São benefícios concedidos como 
arrecadação do ICMS Ambiental 
para fins de compras e bens 
pessoais dos gestores das UCs.
3. Com base na leitura sobre esse 
assunto, complete a frase: o (a) 
__________ é um benefício aos 
municípios que possuem áreas com 
UCs com rendimento satisfatório na 
conservação ambiental. Qualquer 
subsídio envolvendo impostos são 
uma ótima maneira de incentivo 
fiscal, principalmente sobre 
circulação de mercadorias e serviços.
a) IPTU
b) ICMS Ecológico
c) RPPN
d) PSA
e) UC
4. É crescente o entendimento de que 
serviços ambientais prestados pela 
natureza devem ser remunerados. 
Esse entendimento é fundamentado 
na lógica de que uma floresta vale 
mais do que uma área degradada. 
Nesse sentido, marque a alternativa 
correta sobre os serviços ecológicos 
prestados pela natureza que 
podem ser a motivação para 
incentivos e isenções fiscais 
se preservados pelas UCs.
a) Produção de oxigênio e 
purificação do ar pelas plantas.
b) Produção de lava vulcânica que 
nos beneficia com a fabricação 
de produtos essenciais.
c) Criação do homem 
para equilibrar a cadeia 
alimentar do planeta.
d) Produção de plantas venenosas 
e animais peçonhentos para 
que os índios possam usar 
o veneno e a peçonha em 
suas flechas de caça.
e) Produção de petróleo para que 
possamos fazer combustível 
por intermédio desse recurso 
natural fóssil e renovável.
5. Assinale a alternativa que completa 
corretamente a frase: quem cria 
um (a) ____________ tem isenção 
do Imposto Territorial Rural (ITR).
a) Flona
b) APP
c) RPPN
d) SNUC
e) Parque Nacional
87Incentivos, isenções e penalidades 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 87 22/02/2018 11:15:42
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de lei n.º 1.548-a, de 2015. Dispõe sobre a cria-
ção, gestão e manejo de Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, e dá outras 
providências; tendo parecer da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e 
Desenvolvimento Rural, pela aprovação, com emenda. 2015. Disponível em: <http://
www.camara.gov.br/sileg/integras/1372649.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº 12.512, de 14 de outubro de 2011.Institui o Programa de Apoio à Conservação 
Ambiental e o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais; altera as Leis 
nºs 10.696, de 2 de julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de 
julho de 2006. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/lei/l12512.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações e sanções 
administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para 
apuração destas infrações, e dá outras providências. 2008. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/D6514.htm>. Acesso 
em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002. Regulamenta a tributação, fis-
calização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial 
Rural - ITR. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/
d4382.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.mma.gov.
br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=322>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 
Portaria nº 162, de 18 de dezembro de 1997.Dispõe sobre o Ato Declaratório Ambien-
tal - ADA, e dá outras providências. 1997. Disponível em: <http://www.farsul.org.br/
sindical/portaria_ibama_%20n_162_97_la.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Imposto sobre a Pro-
priedade Territorial Rural - ITR, sobre pagamento da dívida representada por Títulos da 
Dívida Agrária e dá outras providências. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/Ccivil_03/Leis/L9393.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
PARÁ. Constituição do Estado do Pará. Belém: [S.n.], 2011. Disponível em: <http://pa.gov.
br/downloads/ConstituicaodoParaateaEC48.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.
Incentivos, isenções e penalidades 88
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 88 22/02/2018 11:15:42
Leituras recomendadas
BRASIL. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodversidade. Unidades de con-
servação. 2017. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/ 
unidadesdeconservacao/categorias.html>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Instrução normativa 
nº 29, de 5 de setembro de 2012. Disciplina, no âmbito do Instituto Chico Mendes, as 
diretrizes, requisitos e procedimentos administrativos para a elaboração e aprovação 
de Acordo de Gestão em Unidade de Conservação de Uso Sustentável federal com 
populações tradicionais. 2012. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/ portal/
images/IN_29_de_05092012.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa nacional de áreas protegidas. Brasília: 
MMA, 2007.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis. Roteiro metodológico de planejamento: parque nacional, 
reserva biológica, estação ecológica. Brasília: IBAMA. 2002. 
BRASIL. Decreto Nº. 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, 
de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Con-
servação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. 2002. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4340.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e admi-
nistrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências. 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.
htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRITO, M. C. Unidades de conservação: intenções e resultados. São Paulo: Annablume, 
2000. 
COZZOLINO, L. F. F. et al. Unidades de Conservação e desenvolvimento local: as APAs 
do Rio de Janeiro e seus processos de governança local. In: CONGRESSO ACADÊMICO 
SOBRE MEIO AMBIENTE DO RIO DE JANEIRO, 1., 2004. Anais..., Rio de Janeiro, 2004.
DORST, J. Antes que a natureza morra. São Paulo: E. Blucher, 1973.
DRUMMOND, J. A.; FRANCO, J. L. de A.; OLIVEIRA D. Análise sobre a história e a situ-
ação das unidades de conservação no Brasil. In: GANEM, R. S. (Org.). Conservação da 
biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília: Câmara dos Deputados, 2010.
DRUMMOND, J. A. O sistema brasileiro de parques nacionais: análise dosresultados de 
uma política ambiental. Niterói: EDUFF, 1997.
GANEM, R. S. (Org.). Conservação da biodiversidade: legislação e políticas públicas. 
Brasília: Câmara dos Deputados, 2010.
89Incentivos, isenções e penalidades 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 89 22/02/2018 11:15:42
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 14 08/12/2017 14:45:12
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje, você vai conhecer um pouco dos incentivos, das isenções e das 
penalidades inerentes às UCs. Além disso, vai descobrir importantes instrumentos que 
contribuem para incentivar a criação dessas áreas e vai obter conhecimento sobre algumas 
diretrizes técnicas que regulamentam esses incentivos fiscais, assim como instituem as 
penalidades para crimes ambientais dentro das UCs. 
 
Assista.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Dentre os benefícios aos proprietários de terras que implementam Reservas 
Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), podemos citar:
A) isenção do Imposto Territorial Rural (ITR) sobre a área da RPPN, e prioridade de análise 
de pedidos de crédito rural em bancos oficiais ou para projetos apresentados ao Fundo 
Nacional de Meio Ambiente (FNMA).
B) prioridade de crédito rural em bancos oficiais e em projetos apresentados ao Fundo 
Nacional de Meio Ambiente (FNMA).
C) prioridade de análise de projetos em qualquer edital aberto.
D) isenção do Imposto Territorial Rural (ITR) sobre a área total do terreno onde está a RPPN.
E) acesso a recursos de ONGs para a área total de terras onde a RPPN está inserida.
2) O incentivo fiscal é caracterizado pela renúncia total ou parcial de algum tributo. Os 
resultados almejados com essa forma de incentivar um determinado setor 
representam desenvolvimento e investimento por parte dos beneficiados para o meio 
social e coletivo. Com base nessa afirmação e no conteúdo do capítulo desta Unidade 
de Aprendizagem, identifique a sentença verdadeira acerca dos benefícios para as 
UCs.
A) São benefícios concedidos, como isenção do Imposto Territorial Urbano (ITU) sobre a 
área da RPPN dentro das zonas urbanas.
B) São benefícios concedidos como concessão de garantias para exploração ilegal do 
patrimônio natural existente no imóvel.
C) São benefícios concedidos como garantia vitalícia de empréstimos como crédito rural aos 
bancos oficiais.
D) São benefícios concedidos, como isenção do Imposto Territorial Rural (ITR) sobre a área 
da UC.
E) São benefícios concedidos, como arrecadação do ICMS Ambiental para fins de compras e 
bens pessoais dos gestores das UCs.
3) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: "O(A) ______ é um 
benefício aos municípios que têm áreas com unidades de conservação com 
rendimento satisfatório na conservação ambiental. Qualquer subsídio envolvendo 
impostos é uma ótima maneira de incentivo fiscal, principalmente sobre circulação de 
mercadorias e serviços".
A) IPTU.
B) ICMS Ecológico.
C) RPPN.
D) PSA.
E) UC.
4) É crescente o entendimento de que serviços ambientais prestados pela natureza 
devem ser remunerados. Esse entendimento é fundamentado na lógica de que uma 
floresta vale mais do que uma área degradada. Nesse sentido, marque a alternativa 
que apresenta exemplos sobre os serviços ecológicos prestados pela natureza que 
podem ser a motivação para incentivos e isenções fiscais se preservados pelas UCs.
A) Controle do clima e produção de carne e derivados.
B) Manutenção de biodiversidade e ambientes preservados para prática de rally.
C) Agricultura extensiva e controle do clima.
D) Produção de oxigênio e purificação do ar pelas plantas e controle do clima.
E) Preservar o petróleo para que possamos fazer combustível por meio desse recurso natural 
fóssil e renovável.
5) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: "Quem cria um(uma) 
______ tem isenção do Imposto Territorial Rural (ITR)".
A) Flona.
B) APP.
C) RPPN
D) SNUC.
E) Parque Nacional.
NA PRÁTICA
A Lei Federal n.º 11.284/06, que trata da gestão de florestas públicas para a produção 
sustentável, estabelece como princípios: 
a proteção dos ecossistemas, do solo, da água, da biodiversidade e dos valores culturais 
associados;
•
o respeito ao direito da população, em especial das comunidades locais, de acesso às 
florestas públicas e aos benefícios decorrentes de seu uso e conservação;
•
o acesso livre de qualquer indivíduo às informações referentes à gestão de florestas 
públicas;
•
a promoção e a difusão da pesquisa florestal, faunística e edáfica, relacionada à 
conservação, à recuperação e ao uso sustentável das florestas;
•
o fomento ao conhecimento e a promoção da conscientização da população sobre a 
importância da conservação, da recuperação e do manejo sustentável dos recursos 
florestais, dentre outros.
•
A exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços obtidos ou desenvolvidos a partir 
dos recursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração da imagem de unidade 
de conservação, exceto área de proteção ambiental e reserva particular do patrimônio natural, 
dependerá de prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento, conforme disposto em 
regulamento. 
 
Nesse contexto, conheça a história de Juliano.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Áreas de preservação permanente urbanas: o Novo Código Florestal e o Judiciário
O artigo publicado na Revista de Informação Legislativa, tem o objetivo de realizar uma análise 
das áreas de preservação permanentes (APP) urbanas à luz do Novo Código Florestal e da 
jurisprudência dos tribunais judiciais. É uma leitura interessante que contribui para um melhor 
entendimento sobre o tema.
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ICMS no Estado do Rio de Janeiro: Criação, Gestão e Uso Público em Unidades de 
Conservação
O ICMS Ecológico é um instrumento econômico de incentivo à adoção de ações ambientais. Por 
meio dele, parte da receita de ICMS repassada aos municípios fica destinada a ações ambientais. 
Veja como foi a implementação do ICMS Ecológico no RJ.
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Ecossistemas e biomas
APRESENTAÇÃO
Você conhece os conceitos de ecossistema e bioma? Ecossistema é um conjunto formado pelas 
interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos, plantas, animais e micróbios, 
e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. 
Estes componentes interagem através de transferências de energia dos organismos vivos entre si 
e entre estes e os demais elementos de seu ambiente. Já um bioma é o conjunto de vida (vegetal 
e animal) definido pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala 
regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, 
resultando em uma diversidade biológica própria. Em outras palavras, ele pode ser definido 
como uma grande área de vida formada por um complexo de ecossistemas com características 
homogêneas. Muitas vezes, o termo bioma é utilizado como sinônimo de ecossistema, mas, 
diferente do ecossistema, a classificação de bioma interessa mais ao meio físico (a fisionomia da 
área, principalmente da vegetação) que às interações que nele ocorrem.
O Brasil, apesar de ter uma das maiores biodiversidades do planeta, vem sofrendo uma perda 
progressiva de sua diversidade biológica. Muitos são os motivos para essa perda, mas podemos 
apontar como principal causador o crescimento populacional e a pobreza generalizada. Uma das 
alternativas para tentar minimizar tais impactos, diz respeito à criação deUnidades de 
Conservação (UCs), que devem contar com a participação de toda a sociedade e fundamentar-se 
em sólidas bases científicas. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) 
estabeleceu critérios e normas para a criação, implantação e gestão das UCs.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer os biomas brasileiros e a necessidade de 
protegê-los, além de compreender a diferença entre bioma e ecossistema. Por fim, você verá 
como está sendo a eficiência do SNUC na proteção dos ecossistemas e biomas brasileiros.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Elencar os biomas brasileiros e entender a necessidade de protegê-los.•
Caracterizar biomas e ecossistemas brasileiros.•
Reconhecer a eficiência do SNUC na proteção dos ecossistemas e biomas brasileiros.•
DESAFIO
O termo ecossistema refere-se ao conjunto formado por comunidades bióticas e fatores abióticos 
que interagem em uma determinada região. Qualquer ambiente onde há interação entre os 
fatores abióticos e os seres vivos é um ecossistema. O Brasil possui um vasto território, os tipos 
de clima e de solo são muito variados, o que confere diferentes condições ambientais. Esses 
fatores propiciam o surgimento de diferentes ecossistemas. Os principais ecossistemas 
brasileiros são os seguintes:
- Amazônia
- Caatinga
- Cerrado
- Mata Atlântica
- Mata dos Cocais
- Pantanal
- Mata de Araucárias
- Mangue
- Pampa
Nesse sentido, o estudo da biodiversidade brasileira é fundamental, pois precisamos conhecer 
nossas riquezas para poder preservá-las.
Acompanhe a história do biólogo Anderson.
Seu desafio é ajudar o professor Anderson. Faça um roteiro e aponte as características 
importantes que ele deve destacar sobre esse bioma. 
INFOGRÁFICO
O I3Geo é uma ferramenta que foi desenvolvida sobre a plataforma Google de dados de satélite 
e tem o objetivo de associar dados importantes sobre a distribuição das Unidades de 
Conservação (UCs) em todo o território brasileiro.
Por meio dessa ferramenta, é possível aprender sobre as UCs em determinados biomas, por 
exemplo. É sabido que o Brasil possui 75,1 milhões de hectares de Unidades de Conservação 
Ambiental federais, distribuídos em:
- Cento e 39 Unidades de Proteção Integral, com 36,2 milhões de hectares.
- Cento e 73 Unidades de Uso Sustentável, com 38,9 milhões de hectares.
Confira a seguir, o mapa de distribuição dessas UCs federais nos Biomas Brasileiros e um 
exemplo de bioma.
CONTEÚDO DO LIVRO
Bioma pode ser definido como um conjunto de espécies de animais e plantas que vivem em 
determinada região. Cada bioma tem uma flora e fauna específicas que são definidas pelas 
condições físicas, climáticas, geográficas e litológicas (das rochas). Além disso, cada bioma 
possui uma diversidade biológica única e própria. Sabe-se que cada bioma é conhecido por um 
tipo principal de vegetação; embora num mesmo bioma possam existir diversos tipos de 
vegetação e também de animais típicos, essas características não influenciam tanto na definição. 
No Brasil, temos os biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e 
Marinho Costeiro. Cada um desses ambientes abriga diferentes tipos de vegetação e de fauna.
Leia na obra Gerenciamento de Unidades de Conservação, o capítulo sobre os Ecossistemas e 
biomas, que serve como base teórica para esta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Ecossistemas e biomas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Elencar os biomas brasileiros e entender a necessidade de protegê-los.
  Caracterizar os biomas e ecossistemas brasileiros.
  Entender a efi ciência do SNUC na proteção dos ecossistemas e biomas 
brasileiros.
Introdução
O Brasil, apesar de possuir uma das maiores biodiversidades do planeta, 
vem sofrendo uma perda progressiva de sua diversidade biológica. 
Muitos são os motivos, mas podemos apontar como principal causador 
o crescimento populacional e a pobreza generalizada. Uma das alter-
nativas para tentar minimizar tais impactos diz respeito à criação de 
unidades de conservação (UCs), que devem contar com a participação 
de toda a sociedade e fundamentar-se em sólidas bases científicas. O 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) estabeleceu 
critérios e normas para a criação, implantação e gestão das UCs.
Neste capítulo, vamos conhecer os biomas brasileiros e entender a 
necessidade de protegê-los, além de compreender a diferença entre 
bioma e ecossistemas e, por fim, o andamento da eficiência do SNUC na 
proteção dos ecossistemas e biomas brasileiros.
Os biomas brasileiros e a 
necessidade de protegê-los
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é responsável 
pela gestão de 324 UCs federais. Essas UCs estão espalhadas em todos os 
biomas brasileiros, incluindo Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, 
Pampa, Pantanal e Marinho Costeiro. A seguir, faremos uma breve descrição 
de cada bioma brasileiro e suas situações.
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 1 18/12/2017 16:52:33
O bioma Marinho Costeiro é uma transição entre os ecossistemas conti-
nentais e marinhos. Possui uma área de 4,5 milhões de km² e trata-se de um 
ecossistema litorâneo, que apresenta uma intensa variação geológica e uma 
rica biodiversidade, com a ocorrência de manguezais, falésias, ilhas, recifes 
de corais, dunas, costões rochosos, praias, lagoas, restingas, brejos e estuários. 
São cerca de 1,3 mil espécies de peixes, 19 ameaçadas de extinção e 32 em 
situação de declínio. Existem, no Brasil, 60 UCs no bioma Marinho Costeiro.
A Mata Atlântica é um bioma de clima tropical úmido, presente em 17 Es-
tados do país. Possui formações florestais, restingas, manguezais e campos de 
altitude, que fazem da Mata Atlântica um patrimônio nacional. Com uma área 
de aproximadamente 1,3 milhão de km², a principal parte dos remanescentes da 
vegetação nativa ainda se mostra vulnerável às ações humanas. Isso porque é o 
bioma que, historicamente, mais sofre com impacto antrópico, desde a chegada 
dos colonizadores com a extração de plantas e madeiras e, mais recentemente, 
com a degradação para ocupação humana. Vivem no ecossistema cerca de 
20 mil espécies vegetais, 261 espécies de mamíferos, 200 de répteis, 370 de 
anfíbios, 350 de peixes e 849 espécies de aves.
A Amazônia abocanha 49,29% do território brasileiro e é o maior bioma 
do mundo — abrange nove países. São cerca de 40 mil espécies de plantas, 
300 espécies de mamíferos, 1,3 mil espécies de aves, habitando em exatos 
4.196.943 km² de florestas densas e abertas. Apesar de ampla e rica em bio-
diversidade, mostra-se frágil e sensível às ações antrópicas, cujas pequenas 
interferências podem causar danos de proporções irreversíveis. O ecossistema 
amazônico também sofre com a instabilidade climática e os baixos índices 
socioeconômicos da região.
O bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ação humana, o Cer-
rado conta com 6 mil espécies de plantas nativas e uma notável diversidade 
de espécies animais endêmicas. Ocupa 23,9% do território brasileiro, cerca 
de 2,03 milhões km². O bioma abriga cerca de 200 espécies de mamíferos, 
800 espécies de aves, 180 de répteis, 150 de anfíbios e 1,2 mil espécies de 
peixes. O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, mas é o com 
a menor porcentagem de áreas sobre a proteção integral — menos de 9% da 
área total do território é legalmente protegida com UCs. Esse bioma conta 
com inúmeros animais e plantas correndo risco de extinção e estima-se que 
20% das espécies nativas e endêmicas da região já não ocorram em UCs.
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, abrangendo 11% 
do território nacional. Tem rico patrimônio biológico, alguns exclusivos do 
Brasil, o que torna esse bioma tão importante para o país. Apesar disso, 46% 
de seu territórioestá hoje desmatado e explorado de forma ilegal. Apesar do 
Ecossistemas e biomas2
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 2 18/12/2017 16:52:33
clima semiárido e do baixo teor de matéria orgânica no solo, o ecossistema 
abriga a maior diversidade de plantas conhecida no Brasil. 
O Pantanal tem uma das maiores extensões úmidas contínuas do mundo 
(Figura 1), com grande potencial cênico e rica biodiversidade. É o menor bioma 
do Brasil, cerca de 210 mil km². São cerca de 3,5 mil espécies de plantas, 
124 espécies de mamíferos, 463 espécies de aves e 325 espécies de peixes. O 
pantanal se destaca pela forte presença de comunidades tradicionais, como 
os povos indígenas e quilombolas. As UCs abrangem apenas 4,4% de seu 
território. O Pantanal também sofre com as ações antrópicas, sobretudo com 
a as atividades de agropecuária. Além da inadequada ocupação irregular do 
solo, o extrativismo, a caça e a pesca predatória são encorajados pelo contra-
bando de peles e espécies raras. A fronteira com outros países sul-americanos 
aumenta os riscos no ecossistema.
O bioma Pampa, presente apenas no Estado do Rio Grande do Sul, ocupa 
uma área de 178 mil km². Embora pouco representativo no SNUC, é uma das 
áreas de campos temperados mais importantes do mundo. O bioma conta 
predominantemente com campos, capões de mata, matas ciliares e banhados. 
Possui cerca de 3 mil espécies de plantas, 102 espécies de mamíferos, 476 de 
aves e 50 espécies de peixes.
Figura 1. Pantanal, característico por suas zonas úmidas.
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com
3Ecossistemas e biomas
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 3 18/12/2017 16:52:33
Você sabe a importância de proteger a Amazônia?
O maior problema que atinge esse bioma é o desmatamento de áreas para a agri-
cultura, pastagens e para a construção de hidrelétricas. Essas ações têm várias 
consequências. A área desmatada se torna mais quente e a chuva aumenta sobre 
essa área, diminuindo na floresta e em outros locais. Há também uma redução no 
vapor d’água que seria originado pela evapotranspiração das árvores, gerando chuva. 
Quando há um grande desmatamento, a dinâmica da floresta é afetada, causando 
seca em muitos lugares, mesmo que distantes. A falta de árvores e mata ciliar causa 
também uma saturação de água na região desmatada próxima a rios, aumentando as 
chances de enchentes. Estudos mostram que, devido ao desmatamento, a estação 
seca está sendo prolonga em diversos lugares.
Outra grande causa é o aumento de aerossóis na atmosfera que impedem a formação 
de gotículas, criam uma nuvem de poeira que obstrui a luz solar, dificulta a fotossíntese. 
Há também as consequências da inundação para construção de hidrelétricas, que 
devastam grandes áreas com floresta nativa, matam diversos animais e destroem áreas 
de fundamental importância para as populações tradicionais. Por isso é tão importante 
proteger esse bioma: ele é fundamental para a vida.
Biomas e ecossistemas brasileiros
Bioma pode ser defi nido como um conjunto de espécies de animais e plantas 
que vivem em determinada região. Cada bioma tem uma fl ora e fauna espe-
cífi cas, que são defi nidas pelas condições físicas, climáticas, geográfi cas e 
litológicas (das rochas). É importante ressaltar que cada bioma possui uma 
diversidade biológica única e própria. Cada um é conhecido por um tipo 
principal de vegetação (embora num mesmo bioma possam existir diversos 
tipos de vegetação) e também por animais típicos, embora estes não infl uam 
tanto na defi nição.
No Brasil, temos os biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlân-
tica, Pampa Pantanal e Marinho Costeiro. Cada um desses ambientes abriga 
diferentes tipos de vegetação e de fauna. 
É comum a utilização do termo “bioma” como um sinônimo de “ecos-
sistema”, mas, diferente de ecossistema, bioma tem uma referência maior ao 
meio físico (a fisionomia da área, principalmente da vegetação) do que às 
interações que nele ocorrem. O perfil do ambiente e sua dimensão também 
importam na classificação: um ecossistema só será classificado como bioma 
se suas dimensões forem de grande escala.
Ecossistemas e biomas4
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 4 18/12/2017 16:52:34
Dessa forma, existe o bioma da Mata Atlântica e, no interior dele, ecos-
sistemas como a floresta ombrófila mista ou densa, os campos de altitude, a 
mata de araucária, a restinga e os manguezais (Figura 2).
Ecossistema pode ser definido como um conjunto formado pelas in-
terações entre componentes bióticos, como micróbios, plantas e animais 
e, os componentes abióticos, elementos químicos e físicos como o ar, a 
água, o solo e minerais. Esses componentes se relacionam por meio da 
transferência de energia dos organismos vivos entre si e entre estes e os 
demais elementos de seu ambiente. A rede de interações entre organismos, 
e entre os organismos e seu ambiente pode ser de qualquer tamanho, 
assim, não há limites máximos definidos para um ecossistema, mas há 
algumas convenções para distinguir a compreensão e possibilidades na 
pesquisa científica. Assim, temos, inicialmente, uma separação entre 
os meios aquáticos e terrestres. Os ecossistemas aquáticos são os lagos, 
naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, mares e oceanos. Os 
ecossistemas terrestres são as f lorestas, as dunas, os desertos, as tundras, 
as montanhas, as pradarias e pastagens. Entre os ecossistemas brasileiros, 
existem alguns de alta relevância:
  Mata de Araucárias: ocorre no sul do Brasil, principalmente Santa 
Catarina e Paraná e estendendo-se até São Paulo ao norte e até o Rio 
Grande do Sul ao sul. A Mata de Araucárias é um ecossistema perten-
cente ao bioma Mata Atlântica. Neste ambiente as chuvas são distri-
buídas ao longo do ano e duas estações são bem definidas: o inverno, 
com temperaturas baixas, e o verão, com temperaturas moderadas. 
O nome desse ecossistema se deve à predominância de uma planta 
chamada araucária (Araucária angustifólia). Há também a presença 
marcante de imbuia, pinheiro-bravo e erva-mate, além de diversas outras 
espécies vegetais. São observadas nesse ecossistema várias espécies 
de aves como macuco, inhambus, gralha-azul, jacus, gralha-picaça, 
jacutinga, tucanos, beija-flores, papagaios, periquitos, maitacas, entre 
outras. A araucária e, por consequência, as aves associadas a ela estão 
aos poucos desaparecendo, sendo que, atualmente, restam menos de 
2% desse ecossistema.
  Mata das Cocais: esse ecossistema ocorre na transição entre os 
biomas Floresta Amazônica, Caatinga e Cerrado. Nesse ambiente 
há predominância de coqueiros, ou palmeiras, na vegetação. São 
espécies muito comuns o buriti, a carnaúba, o babaçu e o açaí, 
entre outras vegetações. Já a fauna é diversificada e os frutos das 
5Ecossistemas e biomas
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palmeiras são a base das diversas teias alimentares desse ecossis-
tema. A carnaúba é de extrema importância para os moradores das 
áreas em que ela ocorre; seus frutos são comestíveis, a madeira é 
usada na fabricação de casas e as folhas são fonte de fibras para a 
produção de cordas, chapéus, cestos. Mas, o produto mais conhecido 
da carnaúba é a cera, que já esteve na lista dos principais produtos 
exportados pelo Brasil.
  Manguezais: no país, eles distribuem-se pela região litorânea, desde 
o Amapá até Santa Catarina, constituindo uma das maiores extensões 
de manguezais do mundo. Eles ocorrem em estuários, que são regiões 
onde os rios se encontram com o mar. Assim, sofrem a influência das 
marés e suas águas apresentam salinidade mais baixa que a do mar. 
Na maré alta, a água invade os manguezais; na maré baixa, recua 
para o mar, expondo o solo lamacento. As plantas dos manguezais 
apresentam raízes com adaptações ao solo lodoso e com baixo teor 
de gás oxigênio. Possuem, ainda, ramos que partem do caule em 
direção ao solo, onde penetram, auxiliando, assim, a fixação da 
planta. A principal funçãodesse ecossistema é abrigar um grande 
número de animais marinhos para a reprodução, principalmente 
espécies de peixes, camarões e caranguejos. Os manguezais também 
são a fonte de sustento para muitas famílias que vivem da coleta de 
caranguejos entre as raízes do mangue. Essa coleta deve respeitar 
os períodos de reprodução dos caranguejos, para não prejudicar a 
sobrevivência da espécie.
  Ecossistemas de restinga: constituído por vegetações que vivem sob 
a influência direta do mar, exposta aos respingos da água salgada e à 
elevada salinidade do solo. O sistema se inicia da areia da praia, com 
plantas rasteiras que se fixam no solo arenoso e suportam os respingos 
do mar, a vegetação rasteira ajuda a proteger e conservar o solo. As 
restingas sofrem grande devastação no litoral brasileiro por causa da 
exploração imobiliária, gerando desequilíbrios em outros ecossiste-
mas que interagem com a restinga, como os manguezais. As dunas de 
areia fazem parte desse ecossistema e podem se desestabilizar com a 
retirada da vegetação e o nível de umidade na região se altera. Apesar 
de existirem leis brasileiras visando proteger as áreas de restinga, esse 
ecossistema é um dos mais ameaçados.
Ecossistemas e biomas6
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 6 18/12/2017 16:52:34
Figura 2. Manguezal, um ecossistema em que ocorrem estuários, regiões em que os rios 
se encontram com o mar.
Fonte: Andremarinst/Shutterstock.com
Ecossistema aquático?
Pouco se fala sobre os ecossistemas aquáticos, mas eles também necessitam de 
proteção. Diversos são os problemas que os afetam, entre eles a poluição proveniente 
do continente, como o lixo jogado nas ruas e cursos d’água, efluentes de empresas 
com produtos químicos e esgoto sem tratamento, a drenagem de áreas alagadas para 
utilização na agricultura, o derramamento de petróleo e a pesca predatória. A poluição 
desse ecossistema acarreta em uma intoxicação dos peixes, que são muito utilizados 
na alimentação, fazendo mal também para a população.
7Ecossistemas e biomas
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SNUC e a proteção dos ecossistemas 
e biomas brasileiros
O estabelecimento de UCs no Brasil pode ser considerado um fenômeno 
ainda recente, sendo que a maioria foi criada há menos de 30 anos. No 
entanto, oportunidades para a expansão do SNUC nos próximos 20 anos 
estão restritas. São necessários esforços para a criação de um maior número 
possível de UCs em todos os biomas brasileiros, valendo-se, principalmente, 
de critérios técnicos.
O país possui um sistema de UCs extenso, mais de 1,6 mil unidades, totali-
zando cerca de 115 milhões de hectares. Porém, se considerarmos somente as 
UCs de proteção integral, que possuem maior relevância para a preservação da 
biodiversidade, menos de 3% da superfície do território brasileiro encontra-se 
dedicado oficialmente a esse objetivo. 
Para piorar o cenário, essa porcentagem não está distribuída segundo cri-
térios de representatividade ao longo dos diferentes ecossistemas, reduzindo 
drasticamente a efetividade do sistema que deveria proteger a biodiversidade 
do país. Isso se deve ao histórico de uso e ocupação territorial e, por conse-
quência, às pressões antrópicas internas e externas diferenciadas ao longo 
da rede de UCs em cada bioma. O bioma Mata Atlântica, por exemplo, não 
possui nem 2% do seu território protegido por UCs; assim, 98% do espaço 
apresenta outras formas de uso, como agricultura, cidades, estradas, hidrelé-
tricas, remanescentes florestais, etc. (Figura 3).
As distorções na representatividade dos ecossistemas são encontradas 
inclusive dentro do mesmo bioma. Nas regiões mais ao sul, são encontrados 
centros de endemismo da Mata Atlântica protegidos por um bom número de 
UCs. Ao mesmo tempo, no Nordeste os centros de endemismo regionais estão 
sub-representados.
Conforme a ONG Conservação Internacional, uma organização que visa 
a proteção de hotspots de biodiversidade da Terra, áreas selvagens ou regiões 
marinhas de alta biodiversidade ao redor do globo, em estudo focado na Mata 
Atlântica, indica que o atual sistema de UCs não protege adequadamente 
as espécies ameaçadas. A extensão de área é insuficiente para garantir as 
metas de proteção para as espécies, é preciso dar maior ênfase aos grupos 
mais ameaçados. Várias das populações demograficamente estáveis das 
Ecossistemas e biomas8
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espécies que figuram nas chamadas listas vermelhas estão restritas a UCs 
e suas probabilidades de persistência, ligadas, em grande parte, ao futuro 
dessas áreas. 
A identificação dessas lacunas no SNUC é de extrema importância. Inicia-
tivas existem, e um bom exemplo é a revisão das áreas e ações prioritárias para 
conservação por intermédio de workshops regionais de biodiversidade, que 
ocorrem pelo Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade 
Biológica Brasileira, conhecido também apenas como Probio, desenvolvido no 
âmbito do Ministério do Meio Ambiente. Assim, as áreas prioritárias para a 
conservação são apontadas, iniciativas que são importantes para a produção 
de um diagnóstico da situação e do conhecimento científico da biodiversidade 
em escala regional e para indicar as potenciais áreas para criação de UCs.
A fragilidade do SNUC no país não se resume a aspectos de natureza 
técnico-científica ligados à sua extensão e distribuição. Também são associa-
dos à falta de capacidade gerencial dos órgãos governamentais, que oferecem 
instrumentos inadequados ao manejo e proteção das UCs.
Problemas encontrados nas UCs
Entre os principais problemas encontrados nas UCs estão caça e queimadas 
predatórias, presença de humanos em UC de proteção integral, invasões, 
indefi nições fundiárias de diversas unidades, falta de pessoal técnico e de 
recursos fi nanceiros e instabilidade política dos órgãos fi scalizadores. Uma 
questão que divide os defensores de UCs é a discussão sobre qual deve ser 
a prioridade do SNUC, criar novas UCs ou implementar as já criadas. Se 
houver a espera pela implementação efi ciente das UCs existentes para depois 
serem criadas novas, o risco de perder áreas de extrema importância para a 
biodiversidade é signifi cativo. Deve haver um equilíbrio entre as estratégias.
O SNUC ainda é frágil para suportar as pressões sobre a biodiversidade 
e a sua eficiência está intimamente ligada a investimentos significativos por 
parte do governo. Por outro lado, a rede de UCs cumpre papel fundamental nas 
estratégias de conservação da natureza, servindo como foco para projetos de 
educação ambiental e para laboratórios de pesquisa científica e bioprospecção. 
Cabe aos governos e à sociedade assegurarem a viabilidade do SNUC para 
manter a sustentação da diversidade biológica do Brasil.
9Ecossistemas e biomas
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 9 18/12/2017 16:52:34
Figura 3. Mata Atlântica no estado de São Paulo interrompida por uma estrada e casas.
Fonte: Gustavo Frazao/Shutterstock.com
O surgimento do SNUC e a criação de UCs não conseguiram garantir a devida proteção 
dos biomas e ecossistemas. Existem diversas UCs criadas que são atingidas por queima-
das criminosas, desmatamento, extração irregular, caça, perseguição às comunidades 
tradicionais e diversos outros problemas que atingem áreas não protegidas. A grande 
dificuldade é monitorar todas essas áreas. Há falta de recursos para a efetiva proteção. 
Outro problema é que muitas UCs não possuem seu plano de manejo, como estabelece 
o SNUC, dificultando, assim, o conhecimento das características daquela área para 
realizar o manejo adequado.
Ecossistemas e biomas10
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 10 18/12/2017 16:52:35
1. A Mata Atlântica é um dos 
maiores biomas do Brasil. 
Sobre ela, pode-se afirmar:
a) O bioma possui 13 milhões 
de quilômetros quadrados.
b) É um bioma exclusivo do Brasil.
c) Começou a sofrer exploração 
há poucotempo.
d) Possui um clima semiárido.
e) Possui espécies de mamíferos, 
répteis, anfíbios, peixes e aves.
2. O Pantanal e a Caatinga são 
biomas presentas no Brasil. Em 
relação a eles, podemos afirmar.
a) O Pantanal é um bioma 
exclusivamente brasileiro.
b) O Pantanal é um dos menores 
biomas e abriga muitas 
comunidades tradicionais.
c) O Pantanal possui clima 
semiárido e do baixo teor de 
matéria orgânica no solo, porém 
abriga a maior diversidade 
de plantas do Brasil.
d) A Caatinga, por ser um bioma 
exclusivo do Brasil, é altamente 
protegida e pouco explorada.
e) A Caatinga é um bioma que 
faz divisa com outros países 
sul-americanos, dificultando 
a sua preservação.
3. Um bioma pode possuir mais de 
um ecossistema. Sobre as diferenças 
entre um bioma e ecossistema, 
marque a alternativa correta.
a) Ecossistema e bioma 
possuem exatamente as 
mesmas características, por 
isso um é utilizado como 
sinônimo para o outro. 
b) Amazônia, Caatinga, 
Cerrado, Mata Atlântica, 
Pampa, Pantanal e Marinho 
Costeiro são ecossistemas.
c) O Manguezal é um bioma.
d) Ecossistema é um conjunto 
formado pelas interações 
entre componentes 
bióticos e abióticos.
e) O bioma se refere às interações 
que ocorrem na natureza.
4. Qual é o único bioma 
exclusivamente brasileiro?
a) Caatinga.
b) Mata Atlântica.
c) Amazônia.
d) Pampa.
e) Pantanal.
5. O Brasil possui mais de 1,6 mil 
unidades, totalizando cerca 
de 115 milhões de hectares. 
Se considerarmos somente as 
UCs de proteção integral, que 
possuem maior relevância para 
a preservação da biodiversidade, 
qual a porcentagem aproximada 
da superfície do território 
brasileiro encontra-se dedicado 
oficialmente a esse objetivo?
a) 7%.
b) 3%.
c) 23%.
d) 9%.
e) 11%.
11Ecossistemas e biomas
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 11 18/12/2017 16:52:37
ALGER, K.; LIMA, A. Políticas públicas e a fragmentação de ecossistemas. In: BRASIL. 
Ministério do Meio Ambiente. Fragmentação de ecossistemas: causas, efeitos sobre a 
biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília: MMA, 2003.
BRASIL. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Geoprocessamento. 
[2017]. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/geoprocessamentos>. Acesso 
em: 18 DEZ. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação. 
[200-?]. Disponível em: <http://www.mma.gov. br/areas-protegidas/cadastro-nacional-
-de-ucs>. Acesso em: 18 dez. 2017.
CÂMARA, I. de G. Plano de ação para a Mata Atlântica: roteiro para a conservação de 
sua biodiversidade. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica, 1996. v.4.
HENRY-SILVA, G. G. A. A importância das unidades de conservação na preservação da 
diversidade biológica. Revista LOGOS, v. 12, p. 127-151, 2005.
MILARÉ. E. Direito do ambiente: doutrina, prática, jurisprudência, glossário. 2. ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
MORAES, F. Amazônia: Cientistas elucidam como desmatamento altera chuvas. ((o)) 
eco. 2012. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/reportagens/25722-amazonia-
-cientistas-mostram-como-desmatamento-altera-chuvas/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
PRATES, A. P.; GONÇALVES, M. A; ROSA, M. Panorama da conservação dos ecossistemas 
Costeiros e Marinhos no Brasil. 2. ed. Brasília: MMA, 2010.
ROCHA, A. A.; COSTA, J. P. de O. A reserva da biosfera da Mata Atlântica e sua aplicação 
no Estado de São Paulo. São Paulo: Terra Virgem, 1998.
SCHAFFER, W. B.; PROCHNOW, M.; REIS, A. Mata Atlântica e você: como preservar, re-
cuperar e se beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. Brasília: Apremavi, 2002.
TONHASCA, A. Ecologia e história natural da Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Interciência, 2005.
Ecossistemas e biomas12
Cap_10_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 12 18/12/2017 16:52:37
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor, você verá mais detalhes sobre os ecossistemas e biomas brasileiros, além 
de algumas características importantes sobre a fauna e a flora nativa de cada região, onde se 
localizam, suas extensões e peculiaridades.
Confira.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A Mata Atlântica é um dos maiores biomas do Brasil. Ela possui um clima tropical 
úmido, 20 mil espécies vegetais, 261 espécies de mamíferos, 200 de répteis, 370 de 
anfíbios, 350 de peixes e 849 espécies de aves. Este bioma não é exclusivo do Brasil. 
Historicamente ele sofre exploração e por isso é tão ameaçado. Sobre a Mata 
Atlântica, assinale a alternativa que apresenta um dado muito relevante e preciso 
sobre sua conservação:
A) O bioma possui 13.000.000 de quilômetros quadrados.
B) É um bioma exclusivo do Brasil.
C) Começou a sofrer exploração há pouco tempo.
D) Possui um clima semiárido.
E) É hotspot mundial devido à sua biodiversidade.
O Pantanal e a Caatinga são biomas presentes no Brasil. A Caatinga, por exemplo, 
ocupa grande parte da região Nordeste do país e abrange os estados do Ceará, Bahia, 
2) 
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. Há presença 
desse tipo de bioma em pequenas partes do Maranhão e de Minas Gerais. Já o bioma 
Pantanal é considerado o de menor extensão territorial do país, abrangendo dois 
estados brasileiros apenas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em relação a estes 
biomas, é possível afirmar que:
A) O Pantanal é um bioma exclusivamente brasileiro.
B) O Pantanal é um dos menores biomas e abriga muitas comunidades tradicionais.
C) O Pantanal tem clima semiárido e baixo teor de matéria orgânica no solo, porém abriga a 
maior diversidade de plantas do Brasil.
D) A Caatinga por ser um bioma exclusivo do Brasil é altamente protegida e pouco explorada.
E) A Caatinga é um bioma que faz divisa com outros países sul-americanos dificultando sua 
preservação.
3) O Brasil apresenta diferentes biomas e por isso paisagens que se transformam 
radicalmente em cada região. Um bioma pode ter mais de um ecossistema e pode 
haver áreas de transição entre um e outro. Sobre as diferenças entre um bioma e um 
ecossistema, marque a alternativa correta:
A) Ecossistema e bioma têm exatamente as mesmas características, por isso um é utilizado 
como sinônimo do outro.
B) Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Marinho Costeiro são 
ecossistemas.
C) O manguezal é um bioma.
D) Ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos e 
abióticos.
E) O bioma se refere às interações que ocorrem na natureza.
4) É o único bioma presente somente em um único estado do Brasil. O clima é 
subtropical, com as quatro estações do ano bem definidas e sua vegetação é marcada 
pela presença de gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte. Qual é esse bioma?
A) Caatinga.
B) Mata Atlântica.
C) Amazônia.
D) Pampa.
E) Pantanal.
5) O Brasil possui mais de 1.600 Unidades de Conservação (UCs), totalizando cerca de 
115 milhões de hectares. Se considerarmos somente as UCs de proteção integral, que 
têm maior relevância para a preservação da biodiversidade, qual porcentagem 
aproximada da superfície do território brasileiro encontra-se dedicada oficialmente a 
esse objetivo?
A) Sete por cento.
B) Três por cento.
C) Vinte e três por cento.
D) Nove por cento.
E) Onze por cento.
NA PRÁTICA
Atualmente, cerca de 20% de todo o território nacional está protegido por unidades federais, 
estaduais e municipais. Essas áreas distribuídas por todos os biomas do País são fundamentais 
para a preservação de nascentes, rios e espécies ameaçadas. Se esse quantitativo for somado às 
terras indígenas e outras formas de uso coletivo do território, como os quilombolas e 
assentamentos sustentáveis na Amazônia, lugares onde não é permitido desmatar, o resultado 
será uma área ainda maior de proteção ambiental.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seuconhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Atlas da fauna brasileira ameaçada de extinção em Unidades de Conservação federais
Este Atlas representa o esforço de compilar e disponibilizar as informações existentes sobre a 
ocorrência de espécies da fauna ameaçadas de extinção em nossas UCs, de maneira simples, 
acessível e representada espacialmente. O material serve como reflexão sobre a efetiva 
conservação da nossa biodiversidade, contribuindo para apontar os caminhos para a melhoria da 
gestão de nossas UCs e para o planejamento da conservação de nossas espécies ameaçadas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
ICMBio
Você pode visitar virtualmente os principais biomas abrangidos pelas Unidades de Conservação, 
assim como conhecer a biodiversidade que abrigam em seus diversos ecossistemas. Ou ainda, 
quem sabe você possa em algum momento visitar um desses biomas e compartilhar a sua foto lá 
no site do ICMBio. Confira.
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Biodiversidades
Veja neste site mapas atualizados dos biomas do Brasil, de zoneamento ecológico, de áreas de 
conservação, entre outros materiais interessantes de que você pode dispor para aprofundar os 
estudos desta Unidade de Aprendizagem.
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Introdução à biogeografia 
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
Biogeografia é uma ciência multidisciplinar que relaciona informações de diversas ciências, tais 
como biologia, ecologia, geografia, geologia, climatologia e evolução. Os métodos 
biogeográficos podem ser aplicados como ferramentas para a escolha de áreas com o propósito 
da conservação. O estudo de Biogeografia é dividido em duas grandes subáreas: a Biogeografia 
Histórica, que objetiva reconstruir a origem, dispersão e extinções; e a Biogeografia Ecológica, 
que analisa a distribuição atual e a variação geográfica da diversidade em função das interações 
entre organismos e o meio físico e biótico.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a Biogeografia Ecológica, a relação entre 
Unidades de Conservação com o estudo da biogeografia de ilhas e mosaicos de UC.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar Biogeografia Ecológica.•
Relacionar Unidades de Conservação com o estudo da biogeografia de ilhas.•
Identificar mosaicos de Unidades Conservação.•
DESAFIO
Um fragmento de floresta se difere de uma amostra da original por sofrer muito mais o chamado 
Efeito de Borda. O Efeito de Borda ocorre quando há o isolamento de uma área e ela passa a 
ter espaços vazios em suas bordas. A partir daí, as bordas do fragmento florestal sofrem 
alterações microclimáticas. Quanto menor o fragmento, mais suscetível ao efeito de borda ele 
está. 
Veja a situação a seguir: uma Unidade de Conservação, do município de Carazinho sofreu um 
incêndio florestal e você, como gestor ambiental, foi solicitado para ajudar no problema dessa 
UC. 
O seu desafio é apresentar uma maneira de reduzir/ amenizar o efeito de borda para que a mata 
primária se restabeleça e, com o tempo, ocorram sucessões ecológicas até que o PRAD alcance 
seu objetivo. 
Fique atento! Você deve resolver o desafio sem aumentar o tamanho da área.
INFOGRÁFICO
O desenvolvimento da teoria de biogeografia de ilhas, na década de 1960, e sua posterior 
utilização na conservação delas, na década seguinte, inaugurou uma nova era nos debates sobre 
os critérios de alocação e desenho de reservas. Logo após sua concepção, os ecólogos 
reconheceram sua potencial aplicação para a conservação. Em 1975, usando a teoria como base, 
Jared Diamond propôs que as reservas naturais fossem consideradas ilhas com taxas de extinção 
previsíveis. Diamond também sugeriu que as taxas de extinção poderiam decrescer se as áreas 
protegidas fossem desenhadas segundo alguns princípios da teoria de biogeografia de ilhas:
Reservas grandes são preferíveis a reservas pequenas.•
Uma reserva é melhor do que várias de tamanho cumulativo equivalente.•
Reservas próximas são preferíveis a reservas mais espaçadas.•
Reservas agrupadas em torno de um centro são melhores do que aquelas dispostas em 
linha.
•
Reservas circulares são preferíveis a reservas alongadas.•
Reservas conectadas por corredores são preferíveis a reservas não conectadas.•
No Infográfico a seguir, entenda melhor a teoria da Biogeografia de Ilhas voltada para UCs.
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CONTEÚDO DO LIVRO
O Mosaico de UCs é caracterizado por um modelo de gestão que busca a integração dos 
gestores de UCs e da população local na administração das mesmas. Esse mosaico nada mais é 
do que o conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes, ou não, próximas, 
justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas, públicas ou privadas, que garantem a 
presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável. 
 
Na obra Introdução à Biogeografia, leia o capítulo Caracterização dos Mosaicos de UCs, que 
serve como base teórica para esta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Introdução à biogeografia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar biogeografi a ecológica.
  Relacionar Unidades de Conservação (UCs) com o estudo da bioge-
ografi a de ilhas.
  Caracterizar mosaicos de UC.
Introdução
Biogeografia é uma ciência multidisciplinar que relaciona informações 
de diversas outras ciências, como biologia e ecologia. Seus métodos 
podem ser utilizados como ferramenta para a escolha de áreas de 
conservação. O estudo de biogeografia é dividido em duas grandes 
subáreas: a biogeografia histórica, que objetiva reconstruir a origem, 
dispersão e extinções, e a biogeografia ecológica, que analisa a dis-
tribuição atual e a variação geográfica da diversidade em função das 
interações entre organismos e o meio físico e biótico. 
Neste texto, você vai estudar a biogeografia ecológica, a relação 
entre Unidades de Conservação com o estudo da biogeografia de ilhas 
e sobre mosaicos de UC. 
Caracterização da biogeografia ecológica
Biogeografi a é uma ciência multidisciplinar que relaciona informações de 
diversas outras ciências como biologia, ecologia, geografi a, geologia, clima-
tologia e evolução. Os métodos biogeográfi cos podem ser aplicados como 
ferramentas para a escolha de áreas com o propósito da conservação.
O estudo de biogeografia é dividido em duas grandes subáreas:
  biogeografia histórica, que objetiva reconstruir a origem, a dispersão 
e as extinções;
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 121 22/02/2018 11:15:50
  biogeografia ecológica, que analisa a distribuição atual e a variação 
geográfica da diversidade em função das interações entre organismos 
e o meio físico e biótico.
A biogeografia ecológica estuda a distribuição dos seres vivos no espaço com 
base em sua dinâmica em uma escala de espaço, ou seja, como eles se distri-
buem no planeta. Assim, é descoberto o porquê de alguns organismos estarem 
localizados onde estão. A biogeografia ecológica também analisa a distribuição 
dos seres vivos em função de suas adaptações às condições atuais do meio
Um dos principais conceitos que surge da biogeografia ecológica é o efeito 
de borda. Seu entendimentoé fundamental para áreas protegidas, principal-
mente fragmentos florestais que se degradam e diminuem devido a esse efeito. 
O efeito de borda é um dos motivos pelos quais é melhor criar grandes áreas 
de proteção do que pequenos fragmentos. Vejamos sua definição a seguir.
Efeito de borda
O efeito de borda ocorre quando há o isolamento de uma área e ela passa a 
ter, em suas bordas, espaços vazios (Figura 1). Um fragmento de fl oresta se 
difere de uma amostra da fl oresta original, pois sofre muito mais o efeito de 
borda. As bordas do fragmento fl orestal sofrem alterações microclimáticas. 
Quanto menor o fragmento, mais suscetível ao efeito de borda ele está. As 
alterações causadas pelo efeito de borda são:
  aumento na intensidade da luz solar sobre o solo, o que acarreta um 
ambiente mais quente e seco;
  maior ação dos ventos, com maior chance de queda de árvores;
  maior exposição a pragas e agentes químicos, causando a morte lenta;
  alteração da estrutura e composição da mata;
  maior crescimento de espécies heliófitas, que preferem a luz solar, 
desestabilizando as plantas adaptadas à sombra e à umidade;
  surgimento de uma vegetação mais densa e menor que impede a repro-
dução e o crescimento das plantas maiores do interior do fragmento;
  dificuldade de adaptação das espécies;
  fuga de animais adaptados à sombra e à umidade;
  morte de espécies em decorrência da mudança de hábitat;
  diminuição do fragmento, até afetar a área inteira;
  invasão de plantas rasteiras, trepadeiras e capim que sufocam o desen-
volvimento de outras espécies.
Introdução à biogeografia122
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 122 22/02/2018 11:15:50
Os efeitos de borda são tão prejudiciais que, além dos efeitos imediatos, causam 
efeito de segunda e terceira ordem. Mas nem sempre ocorre esse efeito — tudo 
depende de fatores como tipo de vizinhança, formato da área e grau de isolamento. 
Figura 1. Efeito de borda em um fragmento de floresta, com vege-
tação menor e áreas vazias no entorno.
Fonte: Gwoeii/Shutterstock.com.
Os efeitos de borda podem ser de primeira, 
segunda ou terceira ordem 
Os efeitos de segunda e terceira ordem são ocasionados pelos efeitos de primeira 
ordem que ocorrem de forma imediata. As mudanças iniciais são abióticas, 
causadas pela mudança na temperatura, umidade relativa, penetração de luz 
e exposição ao vento. As mudanças que vêm a seguir são biológicas. A seguir 
estão listados os diferentes tipos de efeitos de borda. 
Biológico de primeira ordem:
  elevação de mortandade de árvores (árvores mortas ainda de pé);
  queda de árvores nas margens;
  queda excessiva de folhas;
  crescimento de plantas (arbustos) na margem;
  diminuição da população de pássaros perto da margem;
  efeitos de superpopulação de aves refugiadas.
123Introdução à biogeografia
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 123 22/02/2018 11:15:50
Biológico de segunda ordem:
  crescimento da população de insetos.
Biológico de terceira ordem:
  distúrbios na população de borboletas no interior da floresta; 
  crescimento de animais “que gostam da luz”;
  aprimoramento e crescimento demográfico das espécies insetívoras, 
exceto as aves.
A UC vista pelo estudo da biogeografia de ilhas
A teoria da biogeografi a de ilhas foi desenvolvida na década de 1960 por 
Robert MacArthur e E.O. Wilson para explicar como o número de espécies 
em uma ilha se mantém sem muitas variações enquanto que a composição dos 
grupos muda ao longo do tempo. Essa teoria considera a taxa de colonização 
das ilhas e a extinção das espécies que estão nela, relacionando o tamanho de 
ilha e a proximidade da área-fonte onde estão as espécies que migrarão para 
colonizar a ilha. Logo após o surgimento dessa teoria, ecólogos perceberam 
que ela poderia ser aplicada na conservação. Por isso possui ligação com áreas 
protegidas e Unidades de Conservação (UCs). 
Para utilizar essa teoria em UCs, foi realizada uma analogia entre as áreas 
que possuíam a fragmentação de hábitats e os fragmentos de ilhas, levando 
os cientistas a se perguntarem se era melhor preservar um fragmento grande 
ou vários fragmentos pequenos. Em resumo, essa é uma das teorias utilizadas 
para definição do desenho de áreas a serem protegidas.
A teoria defende que preservar uma grande área única possui mais eficiência 
do que vários fragmentos, pois essas áreas grandes possuem capacidade para 
abrigar um maior número de espécies. Apesar disso, alguns estudos afirmam 
que há perigos na criação de grandes áreas, pois estão mais suscetíveis a 
catástrofes e extinção em massa, enquanto que em pequenos fragmentos 
protegidos a probabilidade de algum deles se manter intacto é maior.
Introdução à biogeografia124
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 124 22/02/2018 11:15:50
O formato da UC também é um fator importante na proteção. A forma 
circular garante mais a preservação devido ao efeito península. Em penín-
sulas, extensões de terra cercadas de água por todos os lados menos um, 
que a liga ao continente ou a uma região maior de terra, existem menos 
espécies do que em áreas de igual tamanho e sua riqueza diminui da base 
para o topo. Por isso a forma circular, que não apresenta penínsulas, possuiria 
maior riqueza de espécies. 
A partir da teoria de biogeografia de ilhas surgiram também os con-
ceitos de corredores naturais ou artificiais, que lembram os atuais corre-
dores ecológicos. Esses corredores são ligações entre áreas preservadas, 
principalmente pequenos refúgios, que aumentam ou mantêm estável a 
riqueza específica, a diversidade das espécies, o tamanho populacional e 
diminuem o cruzamento entre parentes, que reduz a variabilidade genética 
(endocruzamento). 
O endocruzamento é um problema em áreas de preservação, pois a dimi-
nuição da variabilidade genética pode levar à extinção de espécies. Assim 
surge o conceito de população mínima viável, que é o número mínimo de 
espécies que devem ocorrer em uma área para que não haja o endocruzamento 
e se mantenham as diferentes características entre as mesmas espécies.
Ainda há o conceito de ilhas ambientais, que são áreas naturais isoladas 
por um ambiente diferente. Como exemplo, podemos citar os fragmentos 
florestais em meio a cidades (Figura 2). Essas ilhas possuem relação com 
as ilhas continentais e oceânicas, pois têm dinâmicas parecidas. A partir do 
descobrimento dessa relação, esses tipos de ilhas começaram a ser relacionados 
para o estudo de preservação das áreas.
A premissa dessa teoria é que a redução da área de uma ilha (por des-
matamento, por exemplo) resultaria na redução da capacidade dessa ilha 
em tolerar o mesmo número original de espécies. Ao contrário, ela toleraria 
apenas um número de espécies correspondente àquele de uma ilha menor. 
Esse modelo tem sido aplicado às UCs e prediz que quando 50% de uma ilha 
é destruída, aproximadamente 10% das espécies que se encontram nessa 
ilha serão eliminadas.
125Introdução à biogeografia
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 125 22/02/2018 11:15:50
Figura 2. Ilha ambiental, caracterizada pela mancha escura: um fragmento florestal.
Fonte: S.Borisov/Shutterstock.com
Apesar de ainda prosseguirem os debates sobre as melhores formas de 
conservação de áreas, acreditamos que a ênfase que a teoria de biogeografia 
de ilhas dá à diversidade de espécies limita sua aplicação ao desenho de 
reservas. Isso porque ele envolve muitas outras considerações importantes, 
como a raridade das espécies e a representatividade dos hábitats.
Foram desenvolvidos diversos métodos para escolha e desenho de áreas 
prioritárias para formação de UCs, mas, paralelamente, continuaram surgindo 
áreas protegidas fruto de oportunismo. A representatividade que deve haver 
em um conjunto de áreas protegidas, para assegurar a máxima proteção 
possível da biodiversidade, é colocada em risco por esse oportunismo, pois 
há recursos limitados para as reservas que acabam sendo usadosem áreas 
menos importantes. Os sistemas de UCs possuem, em geral, uma amostra 
rica em biodiversidade, dado que muitas reservas foram alocadas em locais 
remotos ou simplesmente em áreas que não apresentavam nenhum outro 
uso potencial.
Introdução à biogeografia126
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 126 22/02/2018 11:15:51
Princípios da biogeografia de ilhas e espécies a serem protegidas
A biogeografia possui alguns princípios que, quando aplicados, ajudam na dimi-
nuição da taxa de extinção. Esses princípios estão relacionados ao tamanho das áreas 
protegidas e ao formato com que elas se estabelecem. Os princípios são:
  reservas grandes são preferíveis a reservas pequenas;
  uma reserva é melhor do que várias de tamanho cumulativo equivalente;
  reservas próximas são preferíveis a reservas mais espaçadas;
  reservas agrupadas em torno de um centro são melhores do que aquelas dispostas 
em linha;
  reservas circulares são preferíveis a reservas alongadas;
  reservas conectadas por corredores são preferíveis a reservas não conectadas.
Existem espécies fundamentais a serem protegidas, cuja extinção acarretaria mu-
danças negativas em todo o ecossistema. Elas são consideradas espécies-chave. As 
espécies-chave possuem uma função ecológica de grande influência na sobrevivência 
das demais espécies, como, por exemplo, servindo de abrigo e proteção ou alimento. 
Além delas, existem outros tipos de espécies importantes para a criação de uma UC:
  Indicadoras: espécies sensíveis a mudanças no ecossistema.
  Guarda-chuvas: espécies que necessitam grandes áreas.
  Símbolos: espécies carismáticas que incentivam iniciativas de conservação.
  Vulneráveis: espécies raras, sujeitas à extinção pelas atividades humanas.
Caracterização dos mosaicos de UCs
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) reconhece como 
modelos de gestão territorial para conservação da natureza e ordenamento 
territorial as reservas da biosfera, os corredores ecológicos e os mosaicos de 
áreas protegidas como instrumentos de gestão e ordenamento territorial voltados 
à conservação da natureza. O mosaico de UC é caracterizado por um modelo 
de gestão que busca a integração dos gestores de UC e da população local na 
sua gestão das mesmas. Esse mosaico nada mais é do que o conjunto de UCs, 
de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras 
áreas protegidas públicas ou privadas que garantem a presença da biodiversidade, 
a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável. 
127Introdução à biogeografia
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 127 22/02/2018 11:15:51
Os mosaicos conseguem fazer com que haja maior interação entre a popula-
ção local, o governo local e os órgãos gestores de diferentes esferas de atuação 
para promover ações de proteção das áreas ambientais. Os grandes benefícios 
ultrapassam a conservação de pequenas áreas. Os mosaicos conseguem me-
lhorar as dinâmicas de grandes áreas, fazendo com que a sociodiversidade 
seja respeitada, a fauna e a flora sejam protegidas e as atividades sejam de-
senvolvidas de maneira sustentável. Um mosaico é composto por fragmentos 
naturais ou não com diferentes formas, conteúdos e funções.
O Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2010) é responsável por reco-
nhecer mosaicos, conforme procedimentos instituídos na Portaria nº 482, de 
7 de dezembro de 2010. Alguns dos mosaicos de UCs presentes no Brasil são:
  Mosaico Capivara-Confusões
  Mosaico do Litoral de São Paulo e Paraná
  Mosaico Bocaina
  Mosaico Mata Atlântica Central Fluminense
  Mosaico Mantiqueira
  Mosaico Sertão Veredas – Peruaçu
  Mosaico do Espinhaço Alto Jequitinhonha – Serra do Cabral
  Mosaico Mico-Leão-Dourado
  Mosaico do Baixo Rio Negro
  Mosaico da Foz do Rio Doce
  Mosaico do Extremo Sul da Bahia
  Mosaico Carioca
  Mosaico da Amazônia Meridional
No Brasil, há, atualmente, 20 mosaicos reconhecidos e, apesar desse número 
significativo e da existência de aproximadamente outros 20 em processo de 
discussão ou reconhecimento, não existem regras ou conteúdos formalmente 
estabelecidos sobre eles.
Mosaicos, corredores ecológicos e reservas da biosfera
Os mosaicos são capazes de fortalecer os corredores ecológicos na medida 
em que essas áreas passam a ter uma gestão integrada, pois garantem o seu 
manejo sustentável sem ocorrer impacto em nenhuma área, seja um corredor 
ecológico, uma zona de amortecimento ou a própria UC. Já com relação à 
reserva da biosfera, o mosaico é um instrumento de gestão que abrange os 
três os tipos de zonas territoriais — as zonas núcleo, de amortecimento e de 
Introdução à biogeografia128
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 128 22/02/2018 11:15:51
transição. Para diferenciar, ainda, esses três elementos de proteção podem ser 
comparados em relação às UCs: na reserva da biosfera, elas são a zona núcleo; 
nos corredores ecológicos, são ligações que possibilitam o fl uxo gênico das 
espécies, e, por fi m, nos mosaicos, elas são a própria composição do território, 
que é defi nido a partir dos limites delas mesmas.
Um exemplo é o Mosaico do Jalapão (Figura 3), que abrange uma área 
de quase três milhões de hectares, incluindo UCs na Bahia e no Tocantins. 
Com o Jalapão, o Brasil passou a ter 15 mosaicos reconhecidos oficialmente. 
Outro bom exemplo é o Programa Mosaicos e Corredores Ecológicos da Mata 
Atlântica, coordenado pela Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), 
programa criado em 2004 e que possui os seguintes objetivos básicos:
  promover a gestão integrada de UCs vizinhas, otimizando recursos 
humanos, técnicos e materiais, bem como a integração de políticas 
entre seus órgãos gestores e a sociedade local;
  utilizar a figura do mosaico como mecanismo de adequação de limi-
tes de categorias de UCs para um melhor ordenamento territorial e 
harmonização das necessidades de conservação e desenvolvimento 
sustentável na Mata Atlântica;
  no âmbito desse Programa, a RBMA está desenvolvendo e apoiando a 
elaboração e implementação de diversos projetos para reconhecimento, 
fortalecimento e intercâmbio de mosaicos de UCs e áreas protegidas 
na Mata Atlântica.
Figura 3. Parque Estadual do Jalapão, integrante do mosaico do Jalapão.
Fonte: Brasil (2016).
129Introdução à biogeografia
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 129 22/02/2018 11:15:51
Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, e os mosaicos
O capítulo 3 do decreto que regulamenta o SNUC trata apenas dos mosaicos de 
UCs. Nele estão algumas definições e normas para mosaicos, como:
  o mosaico de UCs será reconhecido pelo MMA a pedido de seus gestores;
  o mosaico deverá dispor de um conselho consultivo, com a função de atuar como 
instância de gestão integrada das UCs que o compõem;
  a composição do conselho será estabelecida na portaria que o instituir;
  o conselho de mosaico terá como presidente um dos chefes das UCs;
  a competência do conselho será elaborar seu regimento interno, propor diretrizes e 
ações para compatibilizar, integrar e otimizar as atividades desenvolvidas em cada 
unidade de conservação, tendo em vista, em especial, os usos na fronteira entre uni-
dades, o acesso às unidades, a fiscalização, o monitoramento e avaliação dos planos 
de manejo, a pesquisa científica e a alocação de recursos advindos da compensação 
do licenciamento ambiental, a relação com a população residente na área do mosaico;
  para fins de gestão, os corredores ecológicos reconhecidos pelo MMA integram 
os mosaicos para esses fins (BRASIL, 2002).
1. Complete a frase: o estudo 
de biogeografia é dividido 
em duas grandes subáreas; a 
_______________ é aquela que 
objetiva reconstruir a origem, 
dispersão e extinções, e a 
________________ é a que analisa 
a distribuição atual e a variação 
geográfica da diversidade em função 
das interações entre organismos e 
o meio físico e biótico. Assinale a 
alternativa que possui o padrão de 
resposta quecomplementa a questão.
a) Biogeografia Ecológica e 
Biogeografia Epistêmica
b) Biogeografia Histórica e 
Biogeografia Ecológica
c) Biogeografia Epistêmica e 
Biogeografia Histórica
d) Biogeografia Ecológica e 
Biogeografia Histórica
e) Biogeografia Epistêmica e 
Biogeografia Ecológica
2. A biogeografia ecológica estuda a 
distribuição dos seres vivos no espaço. 
Um dos principais conceitos que 
surge da biogeografia ecológica é o 
efeito de borda. Seu entendimento é 
fundamental para áreas protegidas, 
principalmente fragmentos florestais 
que se degradam e diminuem devido 
a esse efeito. Com base no conteúdo e 
nas alterações causadas pelo efeito de 
borda, assinale a alternativa que indica 
corretamente um ou mais impactos.
a) Recuperação da fauna e 
da flora rapidamente.
b) Não há impacto na natureza 
e o efeito de borda é apenas 
um conceito teórico definido 
Introdução à biogeografia130
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 130 22/02/2018 11:15:52
por ambientalistas.
c) Dificuldade de adaptação 
das espécies, assim como 
a alteração da estrutura e 
composição da mata.
d) Maior diversidade de espécies, 
uma vez que elas, sob ameaça, 
acabam se reproduzindo 
mais rapidamente.
e) Abre espaço para outros nichos 
e, consequentemente, outras 
variedades de espécies nativas.
3. Assinale a alternativa que completa 
corretamente a frase: “Os Efeitos 
de Borda podem ser de primeira 
segunda e terceira ordem. Os 
efeitos de segunda e terceira ordem 
são ocasionados pelos efeitos 
de primeira ordem que ocorrem 
de forma imediata. As mudanças 
iniciais são abióticas causadas pela 
mudança na __________________”.
a) temperatura, umidade 
relativa, penetração de luz 
e exposição ao vento.
b) aprimoramento e crescimento 
(demográfico) das espécies 
insectívoras exceto às aves.
c) queda excessiva de folhas.
d) crescimento de animais 
“que gostam da luz”.
e) elevação de mortandade 
de árvores (árvores 
mortas ainda de pé).
4. Para utilizar a teoria da biogeografia 
de ilhas em unidades de conservação, 
foi realizada uma analogia entre as 
áreas que possuíam a fragmentação 
de hábitats e os fragmentos de ilhas, 
levando os cientistas a se perguntarem 
se era melhor preservar um fragmento 
grande ou vários fragmentos 
pequenos. Em resumo, essa é uma 
das teorias utilizadas para definição do 
desenho de áreas a serem protegidas. 
Em relação a esse conceito, responda 
assinalando a sentença correta.
a) A teoria defende que uma grande 
área única possui mais eficiência 
do que vários fragmentos, pois 
estas áreas grandes possuem 
capacidade para abrigar um 
maior número de espécies.
b) A teoria defende que deveriam 
ser criados pequenos e diversos 
fragmentos de áreas, como 
vários hábitats, para que em uma 
grande catástrofe não ocorresse 
uma extinção em massa.
c) A teoria defende que a forma 
retangular das UCs é um fator 
importante na preservação, de 
acordo com o formato de ilhas.
d) A teoria defende que o 
endocruzamento é fundamental 
para a biodiversidade das espécies.
e) A teoria defende que, apesar 
de terem desenvolvido vários 
métodos para o formato das UCs, 
o melhor deles seria o triangular.
5. Os mosaicos conseguem fazer com 
que haja maior interação entre a 
população local, o governo local 
e os órgãos gestores de diferentes 
esferas de atuação para promover 
ações de proteção das áreas 
ambientais. Nesse sentido, assinale 
a alternativa que contém dois dos 
mosaicos de UCs presentes no Brasil.
a) Mosaico RS e SC.
b) Mosaico Foz do Iguaçu e 
Mosaico Argentina.
c) Mosaico Capivara do Nordeste e 
Mosaico Amazônia Meridional.
d) Mosaico do Litoral de São 
Paulo e Paraná e Mosaico 
Mico-Leão-Dourado.
e) Mosaico Carioca e do 
Espírito Santo.
131Introdução à biogeografia
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 131 22/02/2018 11:15:53
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Sarney Filho cria o Mosaico do Jalapão. 2016. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-
-informma?view=blog&id=1889>. Acesso em: 27 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Na-
cional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Portaria n.º 482, de 07 de 
dezembro de 2010. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/
RTAC001638.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, 
de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Con-
servação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. 2002. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4340.htm>. Acesso em: 27 dez. 2017.
Leituras recomendadas
BIOGEOGRAFIA de Ilhas. [200-?]. Disponível em: <http://www.ib.usp.br/~delitti/
projeto/alexandre/biogeografia%20de%20ilhas.htm>. Acesso em: 27 dez. 2017.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Critérios para a criação de UCs. [200-?]. Disponível em: 
<https://uc.socioambiental .org/a-criacao-de-uma-uc/criterios-para-a-criacao-de-
-ucs>. Acesso em: 27 dez. 2017.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Mosaicos de áreas protegidas. [200-?]. Disponível em: <ht-
tps://uc.socioambiental.org/territ%C3%B3rio/mosaicos-de-%C3%A1reas-protegidas>. 
Acesso em: 27 dez. 2017.
LINO, C. F.; ALBUQUERQUE, J. L. (Org.). Mosaicos de unidades de conservação no cor-
redor da Serra do Mar. São Paulo: Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata 
Atlântica, 2007.
MACIEL, B. de A. Mosaicos de Unidades de Conservação: uma estratégia de conservação 
para a Mata Atlântica.182 f. 2007. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Brasília, 
Centro de Desenvolvimento Sustentável, Brasília, 2007.
SCHIAVETTI, A. O papel da ecologia teórica na delimitação das Unidades de Con-
servação. IF Série Registros, São Paulo, v. 17, 1996. Disponível em: <http://iflorestal.
sp.gov.br/institutoflorestal/files/2014/04/IFSR17_13-20.pdf> Acesso em: 27 dez. 2017.
TEORIA da Biogeografia de Ilhas: (MacArthur e Wilson, 1963;1967). [200-?]. Dispo-
nível em: <http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_
Sueli/2s_2015/Biogeografia/Aula_TEBI_2015_A.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
Introdução à biogeografia132
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 132 22/02/2018 11:15:54
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na vida dos seres vivos e ainda acompanha a pesquisa da distribuição da vida na Terra. 
 
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EXERCÍCIOS
1) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: "O estudo de Biogeografia 
é dividido em duas grandes subáreas: a _____ é aquela que objetiva reconstruir a 
origem, dispersão e extinções; e a _____, que analisa a distribuição atual e a variação 
geográfica da diversidade em função das interações entre organismos e o meio físico e 
biótico."
A) Biogeografia Ecológica e Biogeografia Epistêmica.
B) Biogeografia Histórica e Biogeografia Ecológica.
C) Biogeografia Epistêmica e Biogeografia Histórica.
D) Biogeografia Ecológica e Biogeografia Histórica.
E) Biogeografia Epistêmica e Biogeografia Ecológica.
A Biogeografia Ecológica estuda a distribuição dos seres vivos no espaço. Um dos 
principais conceitos que surge da Biogeografia Ecológica é o Efeito de Borda. Seu 
entendimento é fundamental para áreas protegidas, principalmente fragmentos 
florestais que se degradam e diminuem devido a esse efeito.
2) 
Com base no conteúdo e nas alterações causadas pelo Efeito de Borda, assinale a 
alternativa que indica corretamente um ou mais impactos desse efeito:
A) Recuperação da fauna e da flora rapidamente.
B) Não há impacto na natureza e o efeito de borda é apenas um conceito teórico definido por 
ambientalistas.
C) Dificuldade de adaptação das espécies, assimcomo a alteração da estrutura e da 
composição da mata.
D) Maior diversidade de espécies, uma vez que as mesmas, sob ameaça, acabam se 
reproduzindo mais rapidamente.
E) Abre espaço para outros nichos e, consequentemente, outras variedades de espécies 
nativas.
3) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: "Os Efeitos de Borda 
podem ser de primeira, segunda e terceira ordem. Os efeitos de segunda e terceira 
ordem são ocasionados pelos efeitos de primeira ordem, que ocorrem de forma 
imediata. As mudanças iniciais são abióticas, causadas pela mudança na _____"
A) Temperatura, umidade relativa, penetração de luz e exposição ao vento.
B) Aprimoramento e crescimento (demográfico) das espécies insetívoras, exceto as aves.
C) Queda excessiva de folhas.
D) Crescimento de animais que “gostam da luz”.
E) Elevação de mortandade de árvores (árvores mortas ainda de pé).
4) Para utilizar a teoria da biogeografia de ilhas em Unidades de Conservação foi 
realizada uma analogia entre as áreas que possuíam a fragmentação de habitats e os 
fragmentos de ilhas, levando os cientistas a se perguntarem se era melhor preservar 
um fragmento grande ou vários fragmentos pequenos. Em resumo, essa é uma das 
teorias utilizadas para definição do desenho de áreas a serem protegidas.
Em relação a esse conceito, assinale a afirmativa correta.
A) A teoria defende que uma grande área única possui mais eficiência do que vários 
fragmentos, pois estas áreas grandes possuem capacidade para abrigar maior número de 
espécies.
B) A teoria defende que deveriam ser criados pequenos e diversos fragmentos de áreas, como 
vários habitats, para que em uma grande catástrofe não ocorresse uma extinção em massa.
C) A teoria defende que a forma retangular das UCs é um fator importante na preservação, de 
acordo com o formato de ilhas.
D) A teoria defende que o cruzamento é fundamental para a biodiversidade das espécies.
E) A teoria defende que apesar de terem desenvolvido vários métodos para o formato das 
UCs, o melhor deles seria o triangular.
5) Os mosaicos conseguem fazer com que haja maior interação entre a população local, 
o governo local e os órgãos gestores de diferentes esferas de atuação, para promover 
ações de proteção das áreas ambientais. Nesse sentido, assinale a alternativa que 
apresenta dois exemplos de mosaicos de UCs, dentre os existentes no Brasil:
A) Mosaico RS e SC.
B) Mosaico Foz do Iguaçu e Mosaico Argentina.
C) Mosaico Capivara do Nordeste e Mosaico Amazônia Meridional.
D) Mosaico do Litoral de São Paulo e Paraná e Mosaico Mico-Leão-Dourado.
E) Mosaico Carioca e do Espirito Santo.
NA PRÁTICA
Compreender os conceitos que mostram o efeito negativo decorrente da introdução de uma 
estrada na natureza é fundamental, pois uma estrada sempre resulta em impactos ambientais, 
efeito de borda e fragmentação de biomas, ou seja, sempre haverá modificações no habitat. 
 
José Luís é um engenheiro ambiental e compõe a equipe técnica de uma empreiteira que está 
trabalhando para a construção de uma nova Rodovia Estadual. O projeto é ambicioso e 
complexo, mas José Luís tem um papel determinante nesse contexto, que é o de levantar os 
impactos ambientais causados por essa obra na natureza. 
 
Vem ver como ele pode fazer isso!
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Alternativa metodológica para alocação de Corredores Ecológicos utilizando modelagem 
ambiental
Confira uma tese de doutorado da UNESP, que mostra como se pode aliar ciência a tecnologia. 
Ele trata de alguns conceitos da biogeografia dando uma abordagem bastante tecnológica, 
voltada para as métricas utilizadas por programas da Nasa e imagens de satélite para enfocar 
áreas de estudo como a ecologia de paisagens e a biogeografia.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Biogeografia: Reflexões sobree temas e conceitos
O aritog a seguir trata de uma breve análise das produções científicas apresentadas no XI 
Encontro Nacional da Anpege de 2015. Voltado para Biogeografia e Geoecologia da Paisagem, 
destacando as bases conceituais e metodologias das pesquisas e a apropriação de tecnologias de 
geoprocessamento nas análises biogeográficas. Apresenta ainda, uma caracterização do campo 
de conhecimento da Biogeografia na Geografia e algumas articulações conceituais com outros 
campos científicos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Discussões sobre corredores ecológicos no Brasil 2006-2016
Confira o artigo que faz uma abordagem sobre produções do contexto de corredores ecológicos 
publicados em periódicos nacionais de Geografia no recorte temporal de 2006 a 2016, atentando 
para as discussões realizadas para conservação dos ecossistemas e de seus remanescentes. Serve 
como um acervo do contexto histórico sobre esse importante conceito da biogeografia. Ótimo 
para a compreensão do conceito!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O que são Unidades de Conservação?
Veja o vídeo a seguir que permite ter uma visão geral de tudo que você estudou nesta Unidade 
de Aprendizagem.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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