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Prévia do material em texto

Daniel Carnio Costa e Ana Cláudia Redecker
PROCEDIMENTOS 
FALIMENTARES
Bento Herculano Duarte Neto
Lei nenhuma, por si só, gera emprego. O que 
gera emprego é crescimento econômico.
https://matrix.pucrs.br/file/129286
2
c-Conheça o livro da disciplina
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3
Conheça os professores da disciplina. 
EMENTA DA DISCIPLINA 4
Veja a descrição da ementa da disciplina. 
BIBLIOGRAFIA DA DISCIPLINA 5
Veja as referências principais de leitura da disciplina. 
O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6
Confira como funciona o mapa da aula.
MAPA DA AULA 7
Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula.
RESUMO DA DISCIPLINA 36
Relembre os principais conceitos da disciplina. 
AVALIAÇÃO 37
Veja as informações sobre o teste da disciplina. 
3
 Professora de Direito na graduação e pós-graduação lato 
sensu da Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica 
do Rio Grande do Sul - PUCRS. Doutoranda em Ciências Jurídico 
Econômicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa 
(FDUL). Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica 
do Rio Grande do Sul - PUCRS (2000), Especialista em Ciências 
Políticas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande 
do Sul - PUCRS (1995) e bacharel em Direito pela Pontifícia 
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (1993). 
Advogada especialista em Direito Empresarial e Direito Digital.
ANA CLÁUDIA REDECKER
Professora PUCRS
 É Juiz titular da 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais 
de São Paulo desde 2011. Presidente e fundador do Fórum 
Nacional dos Juízes de Competência Empresarial - FONAJEM. 
Atualmente é juiz auxiliar da Presidência do Superior Tribunal 
de Justiça -STJ. Possui graduação em Direito pela USP (1997), 
e mestrado pela FADISP (2008). Doutor (2013) em direitos 
difusos e coletivos na PUC/SP, mestre em direito comparado 
pela Cumberland School of Law - Samford University nos 
Estados Unidos da América. Estágio pós-doutoral em Direito 
na Universidade de Paris 1 - Panthéon/Sorbonne. Atualmente 
é professor de direito empresarial da PUC/SP e Professor 
Permanente do Programa de Mestrado e Doutorado em 
Direito na UNINOVE; Membro efetivo do Núcleo de Estudos 
de Direito da Empresa e Arbitragem - NDEA da FGV - Direito 
Rio. Membro do Grupo de Trabalho de Recuperação Judicial 
e Falência criado pelo Ministério da Fazenda pela Portaria 
467/2016. Membro do Grupo de Trabalho para modernização 
de Falências e Recuperações Judiciais do Conselho Nacional 
de Justiça (Portarias CNJ 162/2018 e 199/2020). Membro do 
Conselho Científico do International Journal of Insolvency 
Law. Membro do Judicial Insolvency Network (JIN). É Juiz de 
Direito (Tribunal de Justiça de São Paulo) desde 1998.
DANIEL CARNIO COSTA
Professor Convidado
c-Conheça seus professores
4
Ementa da Disciplina
Aspectos e princípios fundamentais da falência. Efeitos da decretação da 
falência. Particularidades da restituição de bens e em dinheiro e a correlação com os 
embargos de terceiro. Especificação das hipóteses de ineficácia dos atos praticados 
pelo falido. Análise da ação revocatória. Identificação dos aspectos comuns à 
ineficácia e à revogação. Verificação dos requisitos e efeitos do encerramento da 
falência e da extinção das obrigações do falido.
5
Bibliografia da Disciplina
As publicações destacadas têm acesso gratuito. 
Bibliografia básica
CAMPINHO, Sérgio. Curso de direito comercial: falência e recuperação de 
empresa. São Paulo: Saraiva, 2020.
SACRAMONE, Marcelo Barbosa. Comentários à Lei de Recuperações de Empresas 
e Falência. São Paulo: Saraiva, 2018.
SALOMÃO, Luis Felipe. Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência: Teoria e 
Prática. Porto Alegre: Forense. 2020.
Bibliografia complementar
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentário à Lei de Falências e de Recuperação de 
Empresas. 11.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
FONSECA, Geraldo. Reforma da Lei de Recuperação Judicial e Falência: 
comentada e comparada. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro: Falência e Recuperação de 
Empresa. 9.ed. Rio de Janeiro:Atlas, 2017
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe. TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação de 
empresas e falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. 4.ed. São Paulo: Almedina, 2023.
CAMPINHO, Sérgio. Temas relevantes e controvertidos decorrentes da reforma da 
Lei de Falência e Recuperação de Empresas (Lei n. 14.112/2020). São Paulo: Expressa, 
2021. E-BOOK.
MAMEDE, Gladston, Falência e recuperação de empresas. 12. ed. – São Paulo: Atlas, 
2021. E-BOOK. 
NEGRÃO, Ricardo. Curso de Direito - Comercial e de Empresa: Recuperação de 
Empresas, Falência e Procedimentos Concursais Administrativos (v. 3). São Paulo: 
Saraiva Jur, 2021. E-BOOK. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: falência e recuperação de 
empresas (v. 3) (10. ed.). são Paulo: Saraiva Jur, 2022 – E-BOOK. 
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062784
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062784
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/fmnq4m/sfx26800000000060416
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/fmnq4m/sfx26800000000060416
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062508
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062508
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000060002
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000060002
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012345
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012345
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012345
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062647
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062647
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000000289
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000000289
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000000289
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012728
https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012728
6
O que compõe o 
Mapa da Aula?
so
MAPA DA AULA
São os capítulos da aula, demarcam 
momentos importantes da disciplina, 
servindo como o norte para o seu 
aprendizado.
Frases dos professores que resumem 
sua visão sobre um assunto ou situação. 
DESTAQUES
Conteúdos essenciais sem os quais você 
pode ter dificuldade em compreender a 
matéria. Especialmente importante para 
alunos de outras áreas, ou que precisam 
relembrar assuntos e conceitos. Se você 
estiver por dentro dos conceitos básicos 
dessa disciplina, pode tranquilamente 
pular os fundamentos.
FUNDAMENTOS
Questões objetivas que buscam 
reforçar pontos centrais da disciplina, 
aproximando você do conteúdo de 
forma prática e exercitando a reflexão 
sobre os temas discutidos. Na versão 
online, você pode clicar nas alternativas.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Fatos e informações que dizem 
respeito a conteúdos da disciplina.
CURIOSIDADES
Conceituação de termos técnicos, 
expressões, siglas e palavras específicas 
do campo da disciplina citados durante 
a videoaula. 
PALAVRAS-CHAVE
Assista novamente aos conteúdos 
expostos pelos professores em vídeo. 
Aqui você também poderá encontrar 
vídeos mencionados em sala de aula. 
VÍDEOS
Inserções de conteúdos para tornar 
a sua experiência mais agradável e 
significar o conhecimento da aula. 
ENTRETENIMENTO
Apresentação de figuras públicas 
e profissionais de referência 
mencionados pelo(a) professor(a).
PERSONALIDADES
Neste item, você relembrao case 
analisado em aula pelo professor. 
CASE
A jornada de aprendizagem não 
termina ao fim de uma disciplina. Ela 
segue até onde a sua curiosidade 
alcança. Aqui você encontra uma lista 
de indicações de leitura. São artigos e 
livros sobre temas abordados em aula. 
LEITURAS INDICADAS
Aqui você encontra a descrição detalhada 
da dinâmica realizada pelo professor. 
MOMENTO DINÂMICA
7
00:56 
Nessa aula, Daniel Carnio Costa discute a 
insolvência empresarial; os tratamentos da 
crise da empresa; como o direito brasileiro 
lida com a crise empresarial; qual o objetivo 
de um sistema jurídico que pretenda lidar 
com a crise das empresas. Aborda a lógica, 
limites, e fundamentos do sistema de 
insolvência, para que se possa compreender 
as pretensões e objetivos do legislador.
A lei de insolvência foi profundamente 
reformada pela lei 14.112 de 2020, que 
altera as Leis 11.101 de 2005, para atualizar a 
legislação referente à recuperação judicial, 
à recuperação extrajudicial e à falência do 
empresário e da sociedade empresária. É 
possível afirmar que temos um novo sistema 
depois dessa reforma, pois a alterou em boa 
medida.
O professor Daniel comenta que participou 
da construção do texto da reforma desde sua 
origem, até a derrubada de vetos, de forma 
que é capaz de trazer algumas explicações 
complementares.
Apresentação
Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.
AULA 1 • PARTE 1
06:01 
Escrito por Daniel Carnio Costa e Alexandre 
Nasser de Melo. Esta obra é instrumento 
essencial para o estudo de todas essas 
novidades e para a boa compreensão e 
aplicação das várias formas de recuperação 
empresarial e de falência, após a substancial 
reforma por meio da Lei 14.112/2020.
Livro: Comentários à Lei de 
Recuperação de Empresas e 
Falência
LEITURA INDICADA
8
09:42 
As primeiras perguntas que se colocam são: 
por que estudamos falência e recuperação? 
Por que a legislação se preocupa com isso? 
O que está envolvido quando se trata desses 
assuntos?
O pano de fundo é a crise da empresa. A 
preocupação surge porque a empresa é a 
principal fonte de benefícios econômicos 
e sociais, importantes para a vida em 
sociedade. São as empresas que geram os 
empregos, produtos e serviços, tributos para 
que o estado exerça suas funções, tudo isso 
é essencial para o bem-estar da vida social. 
A crise da empresa pode colocar em risco 
produção desses benefícios econômicos e 
sociais. 
Por isso, quando uma empresa entra em 
crise, esses benefícios sociais podem deixar 
de existir. De forma que o legislador busca 
desenvolver mecanismos para tratar a crise 
da empresa. Por isso, o objetivo de um 
sistema legal que atua no tratamento da crise 
da empresa é preservar esses benefícios 
econômicos e sociais.
Panorama geral
12:05 Dentre tantos fatos, este desperta 
o interesse do legislador: a crise da 
empresa é algo que importa muito, 
porque na medida que a empresa 
entra em crise, pode deixar de 
produzir benefícios econômicos e 
sociais.
13:58 
Existem situações de crises diferentes 
que demandam atuações diferentes. O 
professor Daniel apresenta, ao longo da 
aula, três cenários. O primeiro deles é o 
que chama de “melhor cenário”, o mais 
frequente.
Cenário da empresa que entra em 
crise, e sai por suas próprias forças, a 
atuação do próprio gestor. A atividade 
empresarial envolve riscos, e enfrentar 
crises faz parte do jogo. A forma que 
o gestor enfrenta a crise é o que vai 
qualificá-lo, inclusive. Ele pode encontrar 
o que causa o problema, identificando 
a solução para neutralizar aquela crise, 
sendo capaz de sair da crise sem 
ajuda do sistema legal, utilizando das 
estruturas de livre mercado.
Cenário 1
11:59 Quando uma empresa está em crise, 
se coloca em risco os benefícios 
econômicos e sociais.
Segundo o professor Daniel, por que 
a legislação deve se preocupar com 
falência e recuperação?
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
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9
16:05 
Também chamada de Crise do Diesel, 
foi uma paralisação de caminhoneiros 
autônomos com extensão nacional em maio 
de 2018, durante o governo de Michel Temer. 
Terminou com a intervenção de forças do 
Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária 
Federal para desbloquear as rodovias. 
Os grevistas se manifestaram contra os 
reajustes frequentes e sem previsibilidade 
mínima nos preços dos combustíveis, 
principalmente do óleo diesel, realizados 
pela sociedade de economia mista Petrobras 
com frequência diária; pelo fim da cobrança 
de pedágio por eixo suspenso; e pelo fim do 
PIS/Cofins sobre o diesel. A paralisação e os 
bloqueios de rodovias em 24 estados e no 
Distrito Federal causaram a indisponibilidade 
de alimentos e remédios ao redor do país, 
escassez e alta de preços da gasolina, com 
longas filas para abastecer.
Greve dos caminhoneiros
CASE
20:37 
O segundo cenário é o da empresa que 
entra em uma crise estrutural. Ou seja, sua 
atividade perdeu viabilidade, por alguma 
razão. Uma gestão equivocada também pode 
inviabilizar uma atividade empresarial, bem 
como problemas com os produtos, etc.
Quando uma empresa não tem condições 
de prosseguir em suas atividades, que não 
consegue seguir gerando produtos, serviços, 
empregos, etc. Assim, o legislador cria uma 
ferramenta para lidar com esse cenário, e 
preservar os benefícios sociais decorrentes 
da atividade empresarial.
Ora, se a atividade não tem condições de 
prosseguir, como fazer a preservação de 
benefícios econômicos e sociais? Não será 
mantendo a atividade em funcionamento, 
pois é um cenário no qual não há como 
prosseguir.
Surge a proposta de mudar desse agente 
econômico ineficaz, para um agente 
econômico eficaz: liquidação/falência. Retira-
se do mercado esse agente econômico 
ineficaz, abrindo-se espaço para que outra 
atividade surja, gerando os benefícios sociais.
Essa é a primeira ideia da falência. Por isso a 
legislação já dizia em 2005, e foi reforçado 
pela reforma: o primeiro ato que a falência 
deve fazer é a rápida retirada daquele agente 
econômico do mercado. Decretada a falência, 
se faz a lacração do estabelecimento. e se 
encerra a atividade ineficaz. Essa é uma 
forma de dar espaço para que outros agentes 
econômicos poderem ocupar esse espaço 
com eficiência. Quanto mais rápido isso for 
feito, melhor será para atingir os objetivos da 
falência.
Mas e os ativos vinculados a essa massa 
falida? Eles deixam de produzir o benefício 
social, deixam de prestar serviços, e passam a 
ser fonte de prejuízos sociais econômicos de 
toda ordem (os imóveis se depreciam, podem 
ser invadidos, etc.). Ou seja, o objetivo da 
falência só será cumprido se o imóvel puder 
ter uma outra atividade empresarial.
Cenário 2
25:09 Esse é o primeiro passo da falência, 
propiciar a abertura de espaço de 
mercado para a substituição de uma 
atividade por outra.
25:37 
Massa falida: Conjunto dos bens 
e direitos da empresa falida, 
abrangendo, assim, os créditos e os 
bens, além dos débitos da falida. 
Dessa forma, poderá ser administrada 
e representada pelo administrador 
judicial durante o processo da 
falência.
PALAVRA-CHAVE
10
26:24 
Companhia estadunidense que produz 
vários produtos relacionados com fotografia. 
Foi fundada em 1888, e durante a maior 
parte do século XX manteve uma posição 
dominante no uso de películas no cinema. 
No final da década de 1970, a Kodak tinha 
90% das vendas de filmes, e 85% das vendas 
de câmeras nos Estados Unidos, além de 
uma forte presença em muitos países. 
Passou a perder espaço para o avanço 
tecnológico nos anos 1990, apesar de terem 
desenvolvido a primeira câmera digital 
independente. A Kodak entrou com um 
pedido de falência em 2012, e ainda tenta 
se reerguer, embora encontre-se distante 
da relevância que já teve em seu auge. Em 
2020, em resposta à pandemia, a Kodak 
anunciou que começaria a produção de 
materiais farmacêuticos.
Kodak
CASE
29:20 
Operação de reintegração de posse 
realizada em janeiro de2012 na comunidade 
do Pinheirinho, ocupação irregular localizada 
no município de São José dos Campos. 
O terreno onde viviam as 1.843 famílias 
violentamente removidas e hoje está vazio 
é da massa falida Selecta S.A, que tem 
como proprietário o investidor do mercado 
financeiro Naji Nahas, conhecido por seu 
envolvimento em escândalos de corrupção 
no Brasil. Em 2004, chegou a ser preso na 
Operação Satiagraha (por crime de desvio 
de verbas públicas e crimes financeiros).
Desocupação do Pinheirinho
CASE
31:16 
Dessa forma, os objetivos principais da 
falência são de substituir um agente pelo 
outro; realocação dos ativos da massa 
falida; com os recursos obtidos, a partir da 
realocação dos bens, pagar os credores; 
reabilitação do falido.
No Brasil, a falência não se presta 
fundamentalmente a pagar credores. Esse é 
apenas um dos objetivos, mas a prioridade 
é a substituição de um agente pelo outro, 
pois assim vai gerar benefícios econômicos 
novamente.
Objetivos
39:07 Quando se paga o credor, 
se atende mais do que seu 
interesse particular.
11
Credores são ex-empregados, outras 
empresas que com ela negociavam, 
fornecedores, Fisco e os financiadores 
(bancos). Os bancos nunca perdem, pois 
abatem o prejuízo em forma de tributos. 
Por isso os bancos quebram recorde de 
lucratividade.
Ao atender os primeiros objetivos, 
os credores também acabam sendo 
beneficiados, pois ao trocar agentes 
econômicos, será possível gerar novos 
empregos, havendo um impacto social. 
Mesmo assim, pagar os credores também 
faz parte dos objetivos, para não se cair em 
uma espiral negativa. O professor reforça: o 
pagamento do credor não é só uma questão 
de satisfazer um indivíduo, e sim implica em 
toda a sociedade.
40:40 
Art. 75. A falência, ao promover o 
afastamento do devedor de suas atividades, 
visa a:
I - preservar e a otimizar a utilização 
produtiva dos bens, dos ativos e dos 
recursos produtivos, inclusive os intangíveis, 
da empresa;
II - permitir a liquidação célere das empresas 
inviáveis, com vistas à realocação eficiente 
de recursos na economia; e
III - fomentar o empreendedorismo, inclusive 
por meio da viabilização do retorno célere 
do empreendedor falido à atividade 
econômica.
Lei nº 14.112, de 24 de dezembro 
de 2020
Art. 75. 
FUNDAMENTO
AULA 1 • PARTE 2
00:17 
A reabilitação do falido é outro objetivo 
que deve ser atingido por um sistema legal 
que lide com crise estrutural, envolvendo 
liquidação da empresa. É um objetivo 
importante, pois trata-se de enfrentar crises. 
A atividade empresarial envolve risco. 
Estatísticas trazidas pelo SEBRAE informam 
que é muito comum que novos negócios 
fechem, de forma que poderíamos dizer que 
“dar errado é a regra”.
O direito empresarial é estruturado para 
incentivar o empreendedorismo, e por isso 
temos a limitação da responsabilidade 
patrimonial, e a criação das pessoas jurídicas.
Falido é a sociedade empresária (pessoa 
jurídica) ou o empresário individual, o sócio 
da pessoa jurídica, cuja responsabilidade é 
limitada (LTDA ou S/A), não é falido. Mas, 
de acordo com a lei, embora o sócio não 
seja falido, muitas vezes sofre algumas das 
restrições impostas à pessoa jurídica, havendo 
restrições profissionais, de circulação, de 
patrimônio enquanto não forem extintas as 
Reabilitação do falido
00:55 
O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio 
às Micro e Pequenas Empresas) liberou 
um relatório sobre o percentual de 
sobrevivência de empresas no Brasil. De 
cada 4 empresas abertas, 1 fecha antes de 
completar 2 anos de existência no mercado. 
Pode-se listar diversos motivos que 
levaram a essa grave estatística nacional, 
entre eles: a crise política e a extrema 
burocratização. Porém, um dos maiores 
problemas enfrentados pelo empresariado 
é, sem sombra de dúvidas, a dificuldade 
de planejar e executar ações de marketing, 
especialmente as que envolvem o meio 
digital. Leia mais no link.
Errata: Na aula, o professor Daniel inverteu 
o dado, e disse que ¾ das empresas fecham 
no período de 2 anos. O correto é que ¼ das 
empresas passam por essa situação.
1 a cada 4 empresas fecha com 
menos de 2 anos
FUNDAMENTO
https://www.jornalcontabil.com.br/1-a-cada-4-empresas-fecha-antes-de-completar-2-anos-no-mercado-segundo-estudo-do-sebrae/
12
obrigações do falido. Dessa forma, a ideia 
de um sistema de falência, partindo do 
pressuposto que é uma atividade de risco, 
e incentivar o empreendedorismo, é fazer 
com que o empresário individual ou os 
sócios das sociedades empresárias estejam 
rapidamente em condições de tentar de 
novo.
01:14 O empresário é um otimista 
por definição, porque já sai 
com estatísticas contrárias [...] 
e precisamos de gente assim.
01:42 Pessoa jurídica foi criada para isso: 
capacidade de financiamentos de 
atividades mais custosas. [...] E 
limitar a responsabilidade pessoal 
daquele que desenvolve uma 
atividade de risco.
05:43 
Anteriormente a lei 11.101/2005 dizia que a 
reabilitação do falido, ou seja, a autorização 
para que ele se visse livre da responsabilidade 
patrimonial da massa falida, aconteceria 
de cinco a dez anos depois do trânsito em 
julgado da sentença de encerramento da 
falência.
Esse prazo já é longo, porém a falência não 
se encerrava por problemas de concepção e 
por problemas burocráticos, de forma que o 
empresário nunca se reabilitava.
Com a reforma da lei, o prazo passa a correr 
três anos depois da quebra, e não depois 
da sentença. A reabilitação vai ocorrer 
durante o curso da falência, mesmo antes do 
encerramento do processo.
A empresa poderá pedir reabilitação, mas 
poderá não a ter deferida. Isso vai depender 
de haver boa fé. Por exemplo, se ficar 
comprovado que houve desvio de bens, 
essa reabilitação não será deferida. Houve o 
cuidado que na reforma houvesse uma ação 
rescisória da reabilitação, caso se descubra 
posteriormente que se ocultou ou desviou 
bens, buscando os bens por vias próprias.
A grande importância dessa modificação é do 
CNPJ, pois esse cadastro é cancelado. Aqui, 
a grande relevância está no representante 
legal da falida poder ser reabilitado. Por isso, 
há a criação de mecanismos para vender, 
desburocratizar as vendas. Proteção de 
quem compra, blindagem contra sucessão. A 
realocação prevalece sobre o pagamento.
O que mudou na lei
Juiz autoriza reabilitação do falido 
antes do encerramento da falência 
(CONJUR)
Reportagem do CONJUR, escrita por 
Tadeu Rover (2018). Daniel Carnio Costa 
permitiu a reabilitação de um falido antes 
do encerramento da falência, entendendo 
que a vinculação do início da contagem do 
prazo de reabilitação do falido ao efetivo 
encerramento do processo de falência 
representa grave violação aos direitos 
fundamentais do cidadão. Leia no link.
LEITURAS INDICADAS
07:30 
17:18 A reabilitação do falido, habilita 
o falido a ser empresário de 
novo – não a pessoa jurídica, 
o responsável legal por aquela 
atividade empresarial. Mas não 
extingue as suas responsabilidades. 
Para que as responsabilidades 
patrimoniais sejam extintas, devem 
ser preenchidos os requisitos que a 
lei estipula também.
https://www.conjur.com.br/2018-set-21/juiz-autoriza-reabilitacao-falido-antes-encerramento-falencia
13
O recomeço para o empresário 
falido no novo sistema de 
insolvência brasileiro
Artigo de Daniel Carnio Costa e Clarissa 
Somesom Tauk (2020) para o veículo 
jurídico Migalhas. Exploram a ideia de “Fresh 
Start”, incentivo ao rápido recomeço, ao 
lado da aplicação produtiva dos recursos 
econômicos e do empreendedorismo, o 
que representa uma mudança cultural 
da concepção de falência na perspectiva 
nacional. Leia no link.
LEITURAS INDICADAS
18:27 
Anteriormente, a lei 11.101/2005 confundia 
os objetivos normativos de um processo 
de falência e criava empecilhos à rápida 
realocação de ativos. Com a reforma, 
passou-se a priorizar o realocamento de 
ativos, e pagar credores é recorrência – o 
administrador judicial tem prazos para 
fazer isso, com um plano de realização de 
ativos ematé 180 dias. Não há mais preço 
vil, o bem vai ser vendido pelo valor que o 
mercado der, acompanhado de caução. A 
venda, como tem caráter forçado, precisa ser 
efetivada o mais rápido possível.
Várias modificações são acionadas sobre 
como o administrador judicial deve atuar 
no processo, havendo uma maior cobrança 
de trabalho transparente e adequado do 
administrador judicial. Cria-se os estímulos 
adequados para que o administrador encerre 
o processo.
28:33 
Nesse terceiro cenário, mesmo a empresa 
sendo viável, não consegue sair sozinha da 
crise, e há uma tentativa de recuperação 
empresarial. Nesse cenário intermediário, o 
direito cria um mecanismo para ajudar essa 
empresa a superar o momento de crise, 
manter sua atividade, gerando os benefícios 
sociais.
É preciso conhecer o contexto de crise para 
aplicar a ferramenta adequada, pois manter 
uma atividade inviável só gera prejuízos. 
Para tentar salvar uma atividade que não 
tem salvação, o estado vai interferir na 
competição de mercado.
Dado o exemplo da Kodak, que perdeu 
espaço no mercado porque ficou defasada 
tecnologicamente. Era a empresa mais 
forte de Nova Iorque, de forma que mesmo 
com a falência, para a população local, 
a empresa era muito importante. Dessa 
forma, seria preferível não deixar a empresa 
quebrar, porque entra no sistema que 
chamam de “too big to fail”. Por outro lado, 
a lógica brasileira é de ajudar o gestor a 
encontrar a solução e manter atividade; 
se a atividade não tem condições de ser 
mantida há mecanismos de perícia prévia 
(ou constatação prévia).
Cenário 3
34:07 
Filme norte-americano de 2016, dirigido por 
Adam McKay. Se passa em 2008, quando 
quatro gestores percebem que uma série 
de empréstimos feitos para o mercado 
imobiliário estão em risco de inadimplência. 
Notando a possibilidade de uma crise 
financeira, decidem apostar contra o 
mercado.
Filme: A Grande Aposta
ENTRETENIMENTO
https://www.migalhas.com.br/coluna/insolvencia-em-foco/337458/o-recomeco-para-o-empresario-falido-no-novo-sistema-de-insolvencia-brasileiro
14
A constatação prévia é uma ferramenta, não 
é obrigatória. Tem empresas que estão em 
inatividade apenas naquele momento. Por 
exemplo, a empresa pede a recuperação 
mas está parada por falta de luz, assim que 
for deferido ela pode retomar. Ou greve 
de funcionários. Se ela tem condições de 
retomar esse serviço, ela pode fazer uso da 
lógica do sistema recuperacional. Se ela não 
produz, e nem tem condições de produzir, 
não é caso de recuperação.
38:53 
Após a distribuição do pedido de 
recuperação judicial, poderá o juiz, quando 
reputar necessário, nomear profissional 
de sua confiança, com capacidade 
técnica e idoneidade, para promover a 
constatação exclusivamente das reais 
condições de funcionamento da requerente 
e da regularidade e da completude da 
documentação apresentada com a petição 
inicial. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
Lei nº 11.101/2005
Art. 51-A
FUNDAMENTO
40:30 A autofalência entrou no cardápio 
do tratamento da empresa em 
crise. Não há mais razão para uma 
empresa pedir recuperação, estando 
em uma situação de falência.
AULA 1 • PARTE 3
00:29 
Escrito por Daniel Carnio Costa e Eliza Fazan. 
O livro cuida da prática judicial conhecida 
como Perícia Prévia em processos de 
recuperação judicial.
Livro: Constatação prévia em 
processos de recuperação judicial 
de empresas
LEITURA INDICADA
04:02 
O controle de legalidade do plano de 
recuperação judicial deve ser feito em 
quatro fases. A primeira fase é aquela em 
que se realiza o controle das cláusulas do 
plano de recuperação judicial. A segunda 
fase é aquela que impõe a verificação da 
existência de vícios do negócio jurídico 
representado pela aprovação do plano 
pelos credores em AGC. São eles: erro, dolo, 
coação, estado de perigo, lesão, simulação 
ou fraude contra credores. A terceira fase 
de controle judicial do plano consiste na 
verificação da legalidade da extensão da 
decisão da maioria dos credores aos demais 
credores dissidentes. Por fim, a quarta fase 
de controle de legalidade do plano diz 
respeito à análise da abusividade do voto do 
credor. 
Critério tetrafásico
FUNDAMENTO
15
O exercício do controle tetrafásico de 
legalidade do plano de recuperação judicial 
preserva a soberania dos credores no que 
tange ao mérito do plano - preservando a 
decisão de mercado quanto à solução para 
superação da crise da empresa devedora. Ao 
mesmo tempo, garante a higidez da decisão 
dos credores e a compatibilidade dessa 
decisão com os fins sociais do processo de 
recuperação judicial, fazendo prevalecer 
sempre o interesse social/público sobre o 
interesse particular.
Leia mais no artigo.
05:09 
De que maneira o sistema jurídico vai ajudar 
o empresário para a superação da crise da 
empresa?
A resposta foi mudando com o tempo. 
Nos primórdios do direito romano havia o 
mecanismo do moratório, o devedor estando 
insolvente, em 30 dias não poderia avançar 
contra o patrimônio do devedor, que teria 
esse prazo para tentar pagar os credores.
A medida em que a sociedade foi se 
tornando mais complexa, esse modelo 
simplificado de recuperação passou a não 
dar mais respostas adequadas. Surgiu, assim, 
um modelo dessa evolução: a criação da 
concordata. Combinação de prazo com 
desconto. Quanto maior o prazo, menor o 
desconto. Quanto menor o prazo, maior o 
desconto.
Esses dois modelos são impositivos, e 
não negociados. Por isso se dizia que a 
concordata é um favor legal, no sentido de 
que não depende dos credores, e sim da 
devedora.
Com a evolução da atividade empresarial 
e as crises, esse modelo se esgotou. O 
professor Daniel fala sobre o contexto 
estadunidense, da ideia de solução feita 
sob medida, levando aspectos da crise em 
consideração – fazendo com que se encontre 
uma solução de mercado, negociada entre 
os agentes de mercado, devedora e seus 
credores (Taylor made). Dessa forma, foi 
pensada em criar um ambiente em que 
credores e empresa conversem, chegando 
ao consenso. Mas por que eles precisariam 
de ajuda jurídica para isso?
A partir da metáfora dos peixes de Thomas 
H. Jackson, o professor Daniel coloca que a 
tendência é que os credores queiram apenas 
recuperar sua parte (de preferência de forma 
integral), ao invés de dividirem com outros 
credores um valor mais baixo, ou receber 
mais, dentro de um prazo maior. 
Ajudar como?
13:42 
Do autor Thomas H. Jackson, a obra faz uma 
análise cuidadosa dos fundamentos do direito 
falimentar.
Livro: Livro: The Logic and Limits 
of Bankruptcy Law
LEITURA INDICADA
28:21
Creditors bargain: Teoria da 
barganha dos credores. Teoria 
normativa dominante da falência 
argumenta que a falência deve se 
limitar a resolver problemas de 
coordenação causados por múltiplos 
credores. Usando ilustrações 
numéricas simples, mostramos que 
dois problemas conhecidos que 
causam iliquidez – dívida pendente 
e seleção adversa – são mais graves 
na presença de credores múltiplos e 
descoordenados. Assim, a falência é 
justificada em abordá-los.
PALAVRA-CHAVE
https://www.migalhas.com.br/coluna/insolvencia-em-foco/267199/o-criterio-tetrafasico-de-controle-judicial-do-plano-de-recuperacao-judicial
16
Surge então o modelo moderno de 
recuperação, que tem como pressupostos 
básicos e lógicos dois mecanismos: stay e 
a regra da maioria – havendo o objetivo de 
criar um ambiente adequado à prevalência 
da melhor decisão coletiva. No caso da 
lógica americana, seria a melhor decisão 
para os credores. Quando houve uma 
inspiração no modelo americano, algumas 
coisas foram mudadas intuitivamente, por 
haver no direito brasileiro uma forte tradição 
de preocupação com a função social dos 
institutos do direito privado.
PERSONALIDADE
Política e jurista norte-americana. Filiada 
no Partido Democrata, é senadora pelo 
estado de Massachusetts desde janeiro de 
2013. Concentrou-se em temas relacionados 
com a proteção do consumidor, combate 
à corrupção, oportunidades econômicas 
e segurançasocial. Anteriormente, foi 
professora de Direito, especializada em 
Direito falimentar.
Elizabeth Warren
28:44 
30:10 A crise da empresa é um fenômeno 
complexo. Logo, a melhor solução 
coletiva, não deve ser a melhor 
solução coletiva só para o credor. 
Deve ser a melhor solução coletiva 
do ponto de vista do conjunto de 
interesses atingidos pela crise da 
empresa.
34:36 O direito brasileiro tem 
em sua tradição uma forte 
preocupação com a função 
social dos institutos do direito 
privado.
36:38
A recuperação judicial tem por objetivo 
viabilizar a superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de 
permitir a manutenção da fonte produtora, 
do emprego dos trabalhadores e dos 
interesses dos credores, promovendo, assim, 
a preservação da empresa, sua função social 
e o estímulo à atividade econômica.
Lei nº 11.101/2005
Art. 47.
FUNDAMENTO
17
AULA 1 • PARTE 4
01:05 
CURIOSIDADE
A frase “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal” 
foi dita por Tom Jobim. O artista recebeu 
críticas, principalmente depois de licenciar a 
música “Águas de Março” para um comercial 
da Coca-cola – bem como ter ganhado 
o Grammy por “The Girl From Ipanema”. 
Jobim foi taxado de “traidor”, “entreguista”, 
entre outros. Proferiu a frase por perceber 
a mágoa do público com a expansão de sua 
carreira para proporções internacionais. Leia 
mais no link.
Tom Jobim
02:33 
A melhor interpretação da lei não será 
aquela que prestigiar o interesse de 
credores ou da devedora, mas sim aquela 
que viabilizar de maneira mais intensa 
o atingimento dos objetivos maiores do 
sistema, revelados pela preservação da 
função social da empresa.
Teoria da Superação do Dualismo 
Pendular
FUNDAMENTO
PERSONALIDADE
Jurista, advogado e escritor brasileiro. É 
professor emérito da Faculdade de Direito 
da Universidade de São Paulo, onde foi 
professor titular. É um dos fundadores da 
Escola de Governo, entidade que tem por 
objetivo a formação de governantes e já está 
presente em vários estados da federação.
Fábio Konder Comparato
02:44 
07:36 
O professor Daniel retoma os pontos mais 
importantes da aula. A ideia da existência 
dos três cenários: 1. A empresa que entra em 
crise e sai sozinha; 2. A empresa que entra 
em crise e não sai, e dessa formação entra 
em falência; 3. A empresa está em crise, é 
viável, e ocorre uma disfunção de estruturas 
de livre-mercado, de forma que a legislação 
pode ajudar a superar. Essa superação se 
dá por um modelo baseado em negociação 
entre credores e devedores, havendo 
prevalência da decisão coletiva. Importado 
do modelo americano, a nacionalização 
brasileira adaptou-se para que esta decisão 
atenda questões voltadas para benefícios 
econômicos e sociais. Não se trata de manter 
a atividade, mas de substituição da atividade, 
realocação dos ativos, pagamento dos 
credores, reabilitação do falido.
Retomando
https://www.ospaparazzi.com/celebridades/tom-jobim
https://www.ospaparazzi.com/celebridades/tom-jobim
18
10:47 
Parte da doutrina brasileira continua partindo 
da premissa que o sistema de insolvência 
serve para otimizar os ativos dos devedores 
em prol dos credores. Porém, essa conclusão 
não é mais válida, de forma que várias 
conclusões mudam.
O Brasil preservou dois credores hold-
outs, quando no modelo americano 
esses são neutralizados. Fisco e bancos 
ficaram de fora, são credores garantidos 
fiduciariamente, criando desequilíbrios e 
reação jurisprudencial. A reforma tentou dar 
um equacionamento para essa situação.
Fisco e bancos são os principais credores 
de empresas em crise, havendo também 
funcionários e fornecedores. Ou seja, a 
dívida dessas últimas duas categorias é 
menor, e a dívida com fisco e bancos estão 
fora, criando desequilíbrio na recuperação. 
Quando a Lei 11.101 de 2005 entra em vigor 
em 2005, as empresas não estavam sofrendo 
dificuldades. Com a crise de 2015 e 2016 
ficaram expostas as fragilidades da Lei, que 
mostrou a necessidade de ser revisada (no 
período, grandes grupos econômicos pedindo 
recuperação judicial).
Foi a partir daí que o Ministério da Fazenda 
editou a portaria 467/2016, criando o 
Grupo de Trabalho de Recuperação Judicial 
e Falência, do qual o professor Daniel 
participou. Após estudos durante 2017, 
apresentando o PL 10.220 de 2018. Esse PL foi 
composto por um grupo heterogêneo, e tinha 
uma participação muito grande da Fazenda 
Nacional, de forma que o projeto não teve 
apoio – não havia ambiente jurídico e político 
para o projeto andar. Já com o Ministério 
da Economia, em 2019 se retomou a ideia, 
com a montagem de outro grupo, com uma 
coordenação e visão mais uniforme sobre 
o sistema de insolvência. Foi elaborado um 
substitutivo, PL 6229/2005.
Uma vez aprovado na câmara, pegou o 
número de PL 4558/2020 no senado, 
aprovada e sancionada, entrando em vigor 
em 2021.
Contextos de Mudança da Lei
Juiz autoriza recuperação judicial de 
grupo em consolidação substancial 
Escrito por Mariana Oliveira (2018). 
Entendimento adotado pelo juiz Daniel 
Costa é semelhante ao chamado liberal 
trend que vem sendo aplicado no direito 
norte-americano, onde também não existe 
regulação legal expressa da consolidação 
substancial. Leia no link.
LEITURAS INDICADAS
13:22 
14:24Se você entende o modelo 
normativo brasileiro, você não se 
surpreenderá com a decisão do 
juiz que concede a recuperação 
judicial para um plano que não foi 
aprovado.
29:39 A reforma do sistema não se 
limita a reforma do texto da lei. É 
preciso você reformar o ambiente 
institucional de aplicação do texto 
da lei, se não você não vai ter os 
mesmos resultados.
https://www.conjur.com.br/2018-jul-12/juiz-autoriza-recuperacao-grupo-consolidacao-substancial
19
AULA 2 • PARTE 1
03:11 
§ 2º A falência é mecanismo de preservação 
de benefícios econômicos e sociais 
decorrentes da atividade empresarial, por 
meio da liquidação imediata do devedor 
e da rápida realocação útil de ativos na 
economia.
Lei Nº 14.112/ 2020
Art. 75
FUNDAMENTO
04:52 Está superada aquela ideia de 
que falência serve para pagar 
credor, e recuperação serve 
para defender o devedor.
06:43 
O professor Daniel afirma que, antes da 
reforma de 2020, na prática não havia um 
sistema de gradação do tratamento da crise 
da empresa. Anteriormente o sistema era 
“tudo ou nada”, ou seja, uma empresa em 
crise tinha a opção de falência ou recuperação 
judicial. Na lei previa-se a recuperação 
extrajudicial, porém isso não ocorria na prática 
– em função de haver poucos estímulos, não 
representando uma opção válida.
O professor fala sobre o custo de imagem de 
empresas que estão em recuperação judicial – 
o consumidor, quando fica sabendo que uma 
empresa está em recuperação judicial, pensa 
que ela pode falir e não entregar o produto, 
não podendo se comprometer.
A reforma criou gradação efetiva, a começar 
pela autofalência. A reforma da reabilitação 
do falido transformou a autofalência em um 
mecanismo de reestruturação. A autofalência 
deixou de ter aquele aspecto de “suicídio 
empresarial”, pois com a reforma foi incluída 
a reabilitação do falido, distinção das 
responsabilidades pelas dívidas da massa 
falida com o prazo de três anos.
Passa a haver a possibilidade de pré-
insolvência, e recuperação extrajudicial 
(precisando haver condições de negociar 
com os credores, pois todos precisam ser 
vinculados ao que a maioria aceitar). Uma 
ajuda estatal para criar um ambiente de 
negociação no qual possa prevalecer uma 
melhor decisão coletiva. Ficou mais fácil, mais 
abrangente, com um estímulo maior, e sem 
risco.
Gradação
16:00 
Art. 20-A. A conciliação e a mediação 
deverão ser incentivadas em qualquer 
grau de jurisdição, inclusive no âmbito de 
recursos em segundo grau de jurisdição e 
nos Tribunais Superiores, e não implicarão 
a suspensão dos prazos previstos nesta Lei, 
salvo se houver consenso entre as partes em 
sentido contrário ou determinação judicial. 
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
Art. 20-B. Serão admitidas conciliaçõese 
mediações antecedentes ou incidentais 
aos processos de recuperação judicial, 
notadamente: (Incluído pela Lei nº 14.112, de 
2020)
Art. 20-C. O acordo obtido por meio 
de conciliação ou de mediação com 
fundamento nesta Seção deverá ser 
homologado pelo juiz competente conforme 
o disposto no art. 3º desta Lei. (Incluído pela 
Lei nº 14.112, de 2020)
Art. 20-D. As sessões de conciliação e de 
mediação de que trata esta Seção poderão 
ser realizadas por meio virtual, desde que o 
Cejusc do tribunal competente ou a câmara 
especializada responsável disponham de 
meios para a sua realização.
Lei nº 11.101/2005
Artigo 20A a 20D
FUNDAMENTO
20
24:07 
A falência é um mecanismo que deve ser 
utilizado em empresas insolvente e inviável. 
A insolvência seria uma indicação da 
inviabilidade daquela empresa. É por isso 
que a lei estabelece motivos legais para 
a decretação da falência. Alguns motivos 
indicativos da inviabilidade da insolvência: 
impontualidade injustificada, atos de 
falência, execução frustrada.
O professor Daniel fala sobre como houve a 
divisão do direito de civil law e common law. 
Influenciado pelo Código Civil de Napoleão, 
passou-se a dividir o sistema de insolvência, 
pensando em pessoas e atividades 
empresariais como dois processos diferentes. 
Mas países que fazem uso da common law 
como tradição não utilizam essa divisão.
Dentre os princípios que expressamente 
nortearam as mencionadas alterações 
na Lei 14.112/2020, tem-se o incentivo 
ao rápido recomeço (“Fresh Start”), ao 
lado da aplicação produtiva dos recursos 
econômicos e do empreendedorismo, o 
que representa uma mudança cultural 
da concepção de falência na perspectiva 
nacional, que é encarada como uma espécie 
de punição ao empresário que se encontra 
na posição de insolvente.
O professor faz a observação de que os 
dispositivos de reestruturação são para 
empresas, não para pessoas físicas e 
consumidores. Alguns mecanismos foram 
pensados recentemente, mas ainda não 
geraram efeitos práticos.
Falência e Fresh Start
16:00 
A forma e o desenvolvimento do Direito 
decorrem dos costumes e relações 
existentes em uma determinada sociedade. 
Assim, cada país adota um sistema jurídico 
específico que rege o ordenamento jurídico 
e orienta a sua aplicação. Hoje os dois 
sistemas vigentes são o common law e o 
civil law, que contam com características 
bastante diferentes.
Enquanto o common law é um sistema 
baseado em decisões proferidas pelos 
Tribunais, o civil law é um sistema onde a 
codificação do Direito e a interpretação 
da lei orientam a atuação do operador do 
Direito.
Com a globalização, a aplicação dos dois 
sistemas se tornou algo flexível. Assim, é 
comum encontrar países que, embora sigam 
um sistema de forma predominante, contam 
com regras ou institutos trazidos de outros 
sistemas. Esse é o caso do ordenamento 
jurídico brasileiro que, embora siga o 
sistema do civil law possui alguns institutos 
trazidos do common law. Leia mais no link.
Common law e o civil law 
FUNDAMENTO
30:17 
Fresh Start: Em tradução livre, 
significa rápido recomeço, novo 
começo ou até mesmo nova chance. 
Nas alterações postas pela Lei 
14.112/2020, a proposta de Fresh 
Start surge como instituto importado 
do direito norte americano, que tem 
a intenção de permitir um retorno 
rápido do empresário falido ao 
mercado.
PALAVRA-CHAVE
31:56 Sem o consumidor, a atividade 
empresarial não faz sentido. Sem 
a empresa, não vai ter mercado 
consumidor. Então você precisa 
ter a reabilitação dos dois polos.
https://blog.sajadv.com.br/civil-law-e-common-law-a-diferenca-entre-os-sistemas-juridicos
21
AULA 2 • PARTE 2
00:17
Como discutido anteriormente, a incidência 
da lei é apenas para empresários (empresário 
individual ou sociedade empresária), mesmo 
para empresários, existem hipóteses de 
exclusão absoluta e relativa. 
Dessa forma se criam exclusões relativas e 
absolutas:
Exclusão absoluta: empresa pública e 
sociedade de economia mista. Não se aplica 
nem falência e nem recuperação.
Exclusão relativa: Instituição financeira 
pública ou privada; Consórcio; Cooperativa 
de crédito; Seguradora; Operadora de 
plano de saúde; Entidade de previdência 
complementar; Sociedade de capitalização; 
outras entidades legalmente equiparadas a 
estas – somente poderão falir por pedido de 
liquidante em procedimento de liquidação 
extrajudicial. Não se aplica a recuperação, 
mas pode se aplicar falência.
O professor Daniel fala sobre as questões 
de relação de confiança que motivam essas 
exclusões, de forma que não é possível 
aplicar recuperação em empresas que as 
pessoas deixam de confiar por estarem 
nessa situação.
A Lei 11.101/2005 só se aplica a sociedades 
empresárias, e empresários individuais. E há 
ainda as empresas que estão na exclusão 
absoluta, e outras na exclusão relativa.
Exclusões relativas e absolutas
CURIOSIDADE
Tradicional grupo do setor educacional, a 
Educação Metodista conta atualmente com 
11 colégios e 6 instituições de ensino superior 
(2 universidades, 2 centros universitários 
e 2 faculdades), que oferecem 80 cursos 
presenciais e 25 cursos na modalidade EAD 
nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo 
e Minas Gerais. Com dívidas de cerca de R$ 
500 milhões, a controladora da Universidade 
Metodista, em São Bernardo do Campo 
(SP), enfrenta dificuldades financeiras desde 
2015. O pedido de recuperação judicial foi 
feito em abril de 2021 pelo grupo para que 
as instituições possam “antecipar parte dos 
efeitos da recuperação judicial, conservando 
sua capacidade de operação e oferecendo 
proteção judicial a todos os seus credores”. 
Leia mais no link.
Metodista 
16:40
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/05/11/justica-aceita-pedido-de-recuperacao-judicial-da-educacao-metodista.htm
22
17:26
CURIOSIDADE
Clube de futebol brasileiro da cidade de 
Florianópolis, Santa Catarina, fundado em 
1921. Em 2021, a Justiça homologou o plano 
de recuperação extrajudicial do Figueirense. 
Dessa forma, o Clube terá condições mais 
favoráveis para buscar sua reestruturação 
financeira, já que as dívidas junto aos 
credores trabalhistas e cíveis poderão ser 
pagas em prazos mais longos. Com dívidas 
de mais de R$ 165 milhões, o clube havia 
obtido em abril de 2021 a decisão liminar 
favorável para antecipar os efeitos do 
processamento da recuperação judicial, com 
a entrada em vigor do chamado stay period, 
a suspensão da exigibilidade de todos os 
créditos trabalhistas e quirografários.
Figueirense 
19:23 No momento em que você 
pede recuperação extrajudicial 
você tem que ser empresa, e 
tem que demonstrar atividade 
por mais de dois anos para 
ter direito a recuperação 
judicial – ainda que a atividade 
tenha sido exercida antes da 
transformação por outros 
meios.
24:51 Você tem o rigor da lei, e você 
tem a realidade. Quem faz esse 
amalgama entre o rigor da lei e 
a realidade é o poder judiciário.
26:01
Quando um credor, ou devedor, pedem 
a falência, o juízo competente é a justiça 
comum do local em que a empresa tem 
o principal estabelecimento. E qual seria 
ele? De acordo com o professor Daniel, 
por finalidade sistêmica, o principal 
estabelecimento é aquele que tem a maior 
quantidade de ativos.
Porém, a análise do melhor juízo só será 
possível em casos concretos. No exemplo 
dado, de uma mineradora, correr o processo 
em São Paulo era mais estruturado que no 
Amapá, ainda que fosse nesse último que 
estivessem os ativos da empresa.
Principal Estabelecimento 
30:46
(a) Ao próprio devedor (autofalência), 
que tem o dever (embora sem sanção) de 
requerer quando não preencher os requisitos 
para a recuperação judicial;
(b) Cônjuge sobrevivente, herdeiros 
e inventariante (somente se aplica ao 
empresário individual - prazo de 1 ano 
contado da morte);
(c) Sócio da sociedade devedora, mesmo 
que LTDA ou S/A;
(d) Credor com título - se empresário, deve 
provar a regularidade do exercício comercial 
- inscrição individual ou registro dos atos 
constitutivos– se não tiver domicílio no país, 
deve prestar caução.
Legitimidade Ativa 
23
32:54
A falência pressupõe que haja indicativo 
de que a empresa esteja no contexto de 
inviabilidade, e precisa ser retirada do 
mercado. Para haver segurança, a Lei 
cria um procedimento prévio, uma fase 
declaratória em que será feita a discussão 
da necessidade de se liquidar. Por isso, são 
estabelecidos motivos legais, ou hipóteses:
1. Impontualidade injustificada: deixar de 
honrar a obrigação líquida, superior a 40 
salários-mínimos da data do pedido (valor 
de face do título, sem juros, correção ou 
honorários), devidamente protestada.
2. Execução frustrada: inexistência de (a) 
pagamento, (b) depósito ou (c) nomeação 
de bens suficientes à garantia do crédito. A 
execução é encerrada e o credor, munido 
da certidão judicial (“de objeto e pé”) que 
atesta a tríplice omissão, ingressa com 
o pedido de falência – não necessita de 
protesto – título pode ter valor inferior a 40 
salários-mínimos.
3. Ato de falência: todos os comportamentos 
que, presumivelmente, revelam a insolvência 
do devedor empresário: liquidação 
precipitada; emprego de meios ruinosos 
ou fraudulentos; negócio simulado; 
alienação irregular do estabelecimento 
sem o consentimento dos credores, salvo 
se conservar em seu patrimônio bens 
suficientes para responder pelo passivo; 
garantia real ao credor após a instituição 
do crédito; abandono do estabelecimento 
empresarial sem deixar procurador bastante, 
com recursos suficientes para quitação das 
obrigações.
Hipóteses de falência 
Qual tipo de empresa não pode fazer 
pedido de falência ou recuperação, 
por fazer parte da exclusão 
absoluta?
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
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 3
24
AULA 2 • PARTE 3
1. Fase pré-falimentar (começa do pedido 
e vai até a sentença declaratória) .
2. Fase falimentar (vai da sentença 
declaratória até a sentença de 
encerramento – põe fim ao processo de 
falência propriamente dito, neste lapso, 
muita coisa acontece, é a principal fase).
3. Fase reabilitação (depois de 03 anos 
da quebra, pode haver extinção das 
obrigações).
Processo falimentar 
08:02
00:21
Apenso: Adjetivo que significa 
juntar, estar em apenso. Apensado 
também significa anexado, juntado, 
acrescido. É um acessório, algo 
que foi acrescentado. O apenso de 
um processo é também um outro 
processo.
PALAVRA-CHAVE
17:39
É sempre o empresário individual ou a 
sociedade (empresa). Não o sócio. Mas 
dependendo da função exercida e do modelo 
societário, o sócio pode sofrer pessoalmente 
as consequências da falência - vide os 
sócios de responsabilidade ilimitada. Os 
administradores/diretores que representam 
e administram a sociedade podem sofrer 
algumas das restrições impostas à pessoa 
jurídica, havendo restrições profissionais, de 
circulação, de patrimônio (art. 81, p. 2 e art. 
102, LRF).
Quanto à responsabilidade civil, somente os 
sócios de responsabilidade ilimitada podem 
ter seu patrimônio pessoal arrecadado 
(embora devam ser vendidos os bens da 
sociedade em primeiro lugar). Quanto à 
responsabilidade penal, todos os sócios são 
equiparados ao empresário individual falido.
Efeitos da falência em relação ao falido:
• Restrição da capacidade civil para prática 
de atos de conteúdo patrimonial (venda e 
compra de imóvel, celebrar contrato social, dar 
quitação etc.)
• Restrição do direito de ir e vir (não pode 
Quem é falido? 
23:18 O falido não pode exercer a 
atividade empresarial enquanto 
não reabilitado. E quando eu 
digo falido aqui, estou falando 
também do representante legal 
da atividade falida.
25
ausentar-se da Comarca sem autorização 
judicial).
• Suspensão do direito ao sigilo de 
correspondência.
• Suspensão do direito de exercício da 
profissão – o falido não poderá exercer 
atividade empresarial enquanto não 
reabilitado.
• Obrigações processuais (colaboração, 
comparecimento etc.).
30:05
Extingue as obrigações do falido:
V - o decurso do prazo de 3 (três) anos, 
contado da decretação da falência, 
ressalvada a utilização dos bens 
arrecadados anteriormente, que serão 
destinados à liquidação para a satisfação 
dos credores habilitados ou com pedido de 
reserva realizado; (Incluído pela Lei nº 14.112, 
de 2020)
Lei nº 11.101/2005
Art. 158.
FUNDAMENTO
30:23
A sentença que declarar extintas as obrigações 
do falido, nos termos do art. 159 desta Lei, 
somente poderá ser rescindida por ação 
rescisória, na forma prevista na Lei nº 13.105, 
de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil), a pedido de qualquer credor, caso se 
verifique que o falido tenha sonegado bens, 
direitos ou rendimentos de qualquer espécie 
anteriores à data do requerimento a que se 
refere o art. 159 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 
14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O direito à rescisão de que 
trata o caput deste artigo extinguir-se-á no 
prazo de 2 (dois) anos, contado da data do 
trânsito em julgado da sentença de que trata o 
art. 159 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 
2020) (Vigência)
Lei nº 11.101/2005
Art. 159-A. 
FUNDAMENTO
33:48
CTN: O Código Tributário Nacional 
é uma lei brasileira que institui as 
normas gerais de direito tributário 
exigidas pelo art. 146, inciso III da 
constituição brasileira. CTN regula as 
normas gerais de direito tributário 
aplicáveis a todos os entes da 
federação: União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios.
PALAVRA-CHAVE
38:13
A falência só atinge seus objetivos se for 
capaz de realocar seus ativos de maneira 
rápida. Para isso é preciso desburocratizar a 
realização do ativo; retirar amarras que faziam 
com que essa realização se atrasasse; e de 
outro lado protegendo quem compra.
A reforma fez com que a venda judicial fosse 
sempre leilão, processo ativo, ou outra forma 
de venda efetiva. No caso do leilão, passou a 
poder efetivamente ser presencial, eletrônico 
ou híbrido, facilitando a venda. Anteriormente 
havia outras modalidades, como pregão, 
proposta, entre outros. O professor lembra 
ainda que a alienação independe da 
conjuntura de mercado; pode contar com 
contratação de consultores, corretores e 
leiloeiros; deve ocorrer em 180 dias contados 
da arrecadação; não existe preço vil.
Modalidades de venda 
39:15
Logo após a arrecadação dos bens, com a 
juntada do respectivo auto ao processo de 
falência, será iniciada a realização do ativo.
Lei nº 11.101/2005
Art. 139.
FUNDAMENTO
26
AULA 2 • PARTE 4
05:35
§ 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do 
caput deste artigo não se aplica aos créditos 
referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, 
admitida, todavia, a competência do juízo 
da recuperação judicial para determinar 
a suspensão dos atos de constrição que 
recaiam sobre bens de capital essenciais 
à manutenção da atividade empresarial 
durante o prazo de suspensão a que se 
refere o § 4º deste artigo, a qual será 
implementada mediante a cooperação 
jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de 
Processo Civil), observado o disposto no art. 
805 do referido Código. (Incluído pela Lei nº 
14.112, de 2020) (Vigência)
Lei nº 11.101/2005
Art. 6º. 
FUNDAMENTO
06:27 Recuperação [judicial] é 
um dos raros casos em que 
conflitos de competência são 
conflitos positivos.
12:39
A lei passou a estabelecer a venda do ativo 
deveria ser feito em até três tentativas, em 
45 dias:
1ª chamada – valor de avaliação
2ª chamada (15 dias) – 50%
3ª chamada (15 dias) – qualquer valor
Impugnação à venda (art. 143), proposta 
firme mais a caução de 10%.
Leilão
15:01
Frustrada a tentativa de venda dos bens 
da massa falida e não havendo proposta 
concreta dos credores para assumi-los, os 
bens poderão ser considerados sem valor de 
mercado e destinados à doação. (Incluído 
pela Lei nº 14.112, de 2020)
Parágrafo único. Se não houver interessados 
na doação referida no caput deste artigo, 
os bens serão devolvidos ao falido. (Incluído 
pela Lei nº 14.112, de2020)
Lei nº 11.101/2005
Art. 144-A.
FUNDAMENTO
18:03
Em qualquer das modalidades de alienação 
referidas no art. 142 desta Lei, poderão ser 
apresentadas impugnações por quaisquer 
credores, pelo devedor ou pelo Ministério 
Público, no prazo de 48 (quarenta e 
oito) horas da arrematação, hipótese em 
que os autos serão conclusos ao juiz, 
que, no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá 
sobre as impugnações e, julgando-as 
improcedentes, ordenará a entrega dos bens 
ao arrematante, respeitadas as condições 
estabelecidas no edital.
Lei nº 11.101/2005
Art. 143
FUNDAMENTO
27
20:50
A nova Lei protege quem compra através da 
blindagem na sucessão, de forma que, como 
consta no Art. 141 II, o objeto da alienação 
estará livre de qualquer ônus e não haverá 
sucessão do arrematante nas obrigações do 
devedor. Inclusive as de natureza tributária, 
as derivadas da legislação do trabalho e as 
decorrentes de acidentes de trabalho.
Reforma reforçou a inexistência de sucessão: 
Art. 60, obrigações de qualquer natureza, 
inclusive ambiental, regulatória, anticorrupção, 
administrativa, penal, tributária e trabalhista.
Sucessão
23:08
O quadro geral de credores deve seguir 
uma ordem de recebimento, que foi alterada 
pela reforma, principalmente em função 
do financiamento DIP. Esse financiamento 
é próprio para empresas em recuperação 
judicial, e dá aquele que empresta o dinheiro 
prioridade para receber. Isso diminui risco, 
custo, aumenta oferta.
Ou seja, quem empresar para uma empresa 
em recuperação e ela falir, receberá de 
volta com super prioridade – estando atrás, 
apenas, de extraconcursais e verbas de 
manutenção da falência. Dessa maneira, a 
ordem fica constituída desta forma:
- Art. 84 (extraconcursais):
- Verbas do art. 150 e 151
- DIP
- Restituição em dinheiro
- Remuneração do AJ e verbas trabalhistas 
posteriores à quebra
- Obrigações durante RJ e depois da quebra
- Empréstimos dos credores à massa falida
- Despesas da massa (administração, 
arrecadação, vendas)
- Custas processuais em ações e execuções 
em que a massa foi vencida
- Tributos de fatos geradores posteriores a 
quebra
Ordem de pagamento dos credores 
A falência só atinge seus objetivos 
se for capaz de realocar seus ativos 
de maneira rápida, e uma das formas 
de isso ser alcançado foi abandonar 
a ideia de preço vil. O que significa 
que o bem não possui preço vil?
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
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.
28
AULA 3 • PARTE 1
01:40
Com o Estado Novo, houve a reforma do 
Decreto n° 5746/29 pelo Decreto-lei n° 
7.661/45, cujo objetivo era o de ajustar a 
legislação nacional à política de fortalecimento 
dos poderes do Estado. Uma das principais 
mudanças no ordenamento jurídico, 
introduzido por esta reforma, foi a concessão 
das concordatas preventivas e suspensivas pelo 
Estado, por intermédio do juiz, aos devedores 
infelizes e honestos, independentemente da 
concordância dos credores.
Lei de Falências
Decreto-lei 7.661/1945
FUNDAMENTO
02:44
Como refere-se a professora Ana Cláudia, na 
prática, é muito complicado dizer para um 
empresário ou sociedade empresarial que 
devem declarar falência.
Mas como uma empresa promove sua 
dissolução regular? Apura-se o ativo; paga-se 
o passivo; se existir saldo a partilhar, realiza-se 
a partilha. Quando existe ativo, tudo bem, o 
problema é quando a conta é negativa. Neste 
caso a forma de promover a dissolução regular 
é requerer a autofalência
A professora Ana fala que a extinção 
de obrigações pode ocorrer antes do 
encerramento do processo falimentar. É o caso 
da hipótese do artigo 158, V que prescreve 
que o falido, após o decurso do prazo de 3 
(três) anos, contado da decretação da falência, 
pode requerer a extinção das suas obrigações. 
Ressalta-se que a extinção das obrigações 
do falido não irá abranger as obrigações 
tributárias, uma vez que a previsão de extinção 
dessas obrigações demanda lei complementar.
A professora explica que a falência pode 
ser um mecanismo de planejamento 
tributário, pois é forma de dissolução regular 
de sociedade e traz algumas decisões 
judiciais para exemplificar entendimento da 
jurisprudência. Em uma delas, na hipótese de 
processo falimentar, o Superior Tribunal de 
Justiça já decidiu no sentido de que a falência 
não equivale a dissolução irregular de empresa 
e que somente quando esgotados os bens da 
sociedade empresária falida é que a execução 
pode ser redirecionada para o patrimônio dos 
sócios gerentes, caso comprovada a prática de 
atos com excesso de poderes ou infração da 
lei.
Dissolução regular da empresa 
03:31É muito complicado falar para 
um cliente que o caso dele 
não é de recuperação judicial 
ou extrajudicial, e sim de 
encerramento das atividades.
11:34
O Fisco possui legitimidade ativa para 
requerer a falência?
O Art. 97, IV não exclui o fisco, pois refere-
se a “qualquer credor”. No entanto, até a 
promulgação da Lei 14.112/2020, as decisões 
judiciais não admitiam a legitimidade ativa 
do Fisco para requerer a falência, pois 
o entendimento era de que o pedido de 
falência não poderia ser utilizado para coagir 
moralmente o devedor a satisfazer o crédito 
tributário. A partir das alterações introduzidas 
pela Lei 14.112/2020, há uma tendência a esse 
posicionamento da jurisprudência ser alterado.
O processo falimentar e de recuperação 
de empresas é maior do que o interesse da 
Fazenda, pois integra a sociedade, e contribui 
para a saúde econômica do país. Ou seja, 
preservar a empresa é mais importante do que 
os interesses do Fisco.
A professora traz outras jurisprudências, 
para mostrar que em outro caso o Fisco teve 
legitimidade ativa para requerer a falência, 
sob a perspectiva de que foram esgotadas 
as possibilidades de recebimento de crédito. 
Há um empoderamento do Fisco com a 
reforma da Lei, mas algo mais factível do que 
anteriormente.
Fisco 
29
18:23
O juiz decretará a falência durante o processo 
de recuperação judicial [...]
V - por descumprimento dos parcelamentos 
referidos no art. 68 desta Lei ou da transação 
prevista no art. 10-C da Lei nº 10.522, de 19 de 
julho de 2002; e 
VI - quando identificado o esvaziamento 
patrimonial da devedora que implique 
liquidação substancial da empresa, em prejuízo 
de credores não sujeitos à recuperação judicial, 
inclusive as Fazendas Públicas. (Incluído pela 
Lei nº 14.112/ 2020).
Lei nº 11.101/2005
Art. 73
FUNDAMENTO
25:40
Quais os principais efeitos da convolação 
da recuperação judicial em falência para os 
credores? Essa questão depende de quais 
credores. Os credores que estavam no âmbito 
de processo de recuperação judicial são 
incluídos no processo falimentar, com o valor 
originalmente contraído.
Todos os credores que não estavam sujeitos 
a recuperação judicial, v.g., contraídos 
após o pedido (artigo 49) ou elencados no 
parágrafo 3º do artigo 49 precisam adotar 
as providências necessárias, habilitação do 
crédito e pedido de restituição, conforme o 
caso.
Efeitos da convolação 
Processo de verificação de 
créditos 
No processo de verificação de crédito temos 
dois momentos: habilitações tempestivas (art. 
7º), habilitações retardatárias (art. 10).
“Pouco retardatárias”: apresentadas antes 
da homologação do QGC - recebidas como 
impugnação e processadas na forma dos arts. 
13 a 15 desta Lei.
“Muito retardatárias”: após a homologação 
do QGC - procedimento ordinário previsto no 
Código de Processo Civil.
Prazo para habilitação ou de reserva de crédito 
em no máximo, 3 anos contados da data de 
publicação da sentença que decretar a falência, 
sob pena de decadência (§ 10, Art. 10 – incluído 
pela Lei 14.112/20).
Outra alteração promovida pela Lei 14.112 é o 
incidente de classificação de crédito público. 
Agora há um procedimento em que o passivo 
inscrito em dívida ativa deve ser trazido para 
os autos do processo falimentar, visando 
permitir que os credores possam reconhecer o 
montante estabelecido (7ºA).
A Fazenda será intimadapara apresentar 
essa relação completa em 30 dias; o falido e 
demais credores poderão apresentar objeções 
em 15 dias; a Fazenda tem mais 10 dias para 
esclarecimentos; os créditos incontroversos, 
desde que exigíveis, serão imediatamente 
incluídos no quadro-geral de credores, 
observada a sua classificação.
27:17
Processo de verificação de 
créditos (continuação)
A decisão sobre os cálculos e a classificação 
dos créditos para os fins do disposto nesta 
Lei, bem como sobre a arrecadação dos 
bens, a realização do ativo e o pagamento 
aos credores, competirá ao juízo falimentar. 
A decisão sobre a existência, a exigibilidade 
e o valor do crédito, bem como sobre o 
eventual prosseguimento da cobrança 
contra os corresponsáveis, compete ao 
juízo da execução fiscal. As execuções 
fiscais permanecerão suspensas até o 
encerramento da falência, sem prejuízo da 
possibilidade de prosseguimento contra os 
corresponsáveis.
30
AULA 3 • PARTE 2
01:46
São créditos extraconcursais os honorários 
de advogado resultantes de trabalhos 
prestados à massa falida, depois do decreto 
de falência, nos termos dos arts. 84 e 
149 da Lei 11.101/2005. De início, cumpre 
ressaltar que os credores da falida não 
se confundem com os credores da massa 
falida. Os credores da falida são titulares 
de valores de origem anterior à quebra, 
que devem ser habilitados no quadro geral 
de créditos concursais pela regência da 
nova lei (art. 83 da Lei 11.101/2005). As 
dívidas da massa falida, por sua vez, são 
créditos relacionados ao próprio processo 
de falência, nascidos, portanto, depois da 
quebra, e pelo atual sistema legal devem 
ser pagos antes dos créditos concursais 
(art. 84 da Lei 11.101/2005), (...). Em outras 
palavras, os serviços prestados à massa 
falida após a decretação da falência são 
créditos extraconcursais (arts. 84 e 149 da 
Lei 11.101/2005), que devem ser satisfeitos 
antes, inclusive, dos trabalhistas, à exceção 
do que dispõe o art. 151.
Os créditos resultantes de honorários 
advocatícios, sucumbenciais ou contratuais, 
têm natureza alimentar e equiparam-se aos 
trabalhistas para efeito de habilitação em 
falência. Limita-se a 150 salários-mínimos 
como crédito trabalhista, e o saldo como 
crédito quirografário.
Honorários
02:36 Os honorários advocatícios 
oriundos da prestação de 
serviços de advocacia após 
o pedido de recuperação 
judicial são considerados na 
hipótese de falência como 
obrigações resultantes de atos 
jurídicos válidos no âmbito da 
recuperação judicial.
03:37
O juiz fixará o valor e a forma de pagamento 
da remuneração do administrador judicial, 
observados a capacidade de pagamento do 
devedor, o grau de complexidade do trabalho 
e os valores praticados no mercado para o 
desempenho de atividades semelhantes.
Não excederá 5% (cinco por cento) do 
valor devido aos credores submetidos à 
recuperação judicial ou do valor de venda 
dos bens na falência. Limite de 2% (dois por 
cento), no caso de microempresas, empresas 
de pequeno porte e produtor rural.
Muitas vezes a massa falida é frustrada: 
falência que não tem ativos suficientes para 
arcar com as custas do processo falimentar. O 
administrador tem uma série de obrigações, 
e não terá remuneração. Esse aspecto 
é problemático dentro da atividade de 
administrador judicial.
Obrigações do Administrador Judicial 
acrescentadas pela Lei 14.112/2020 (Art. 22):
- Estimular, sempre que possível, a conciliação, 
a mediação e outros métodos alternativos de 
solução de conflitos;
- Manter endereço eletrônico na internet, com 
informações atualizadas sobre os processos 
de falência; 
Administrador Judicial 
31
- Manter endereço eletrônico específico para 
o recebimento de pedidos de habilitação ou 
a apresentação de divergências, ambos em 
âmbito administrativo, com modelos que 
poderão ser utilizados pelos credores;
- Relacionar os processos e assumir a 
representação judicial e extrajudicial, 
incluídos os processos arbitrais, da massa 
falida; 
- Proceder à venda de todos os bens da 
massa falida no prazo máximo de 180 
(cento e oitenta) dias, contado da data da 
juntada do auto de arrecadação, sob pena 
de destituição, salvo por impossibilidade 
fundamentada, reconhecida por decisão 
judicial; 
- Arrecadar os valores dos depósitos 
realizados em processos administrativos ou 
judiciais nos quais o falido figure como parte, 
oriundos de penhoras, de bloqueios, de 
apreensões, de leilões, de alienação judicial e 
de outras hipóteses de constrição judicial. 
33:13
A decretação da falência implica na 
extinção da personalidade jurídica da falida?
A empresa nasce quando é registrada no 
órgão competente, com o CNPJ, e deixa 
de ter o registro na junta e o CNPJ quando 
for arquivada a sentença que encerra o 
processo falimentar (artigos 114-A ou 156).
O STJ no Recurso Especial 1.372.243/SE 
assentou que “a mera decretação da quebra 
não implica extinção da personalidade 
jurídica do estabelecimento empresarial. 
Ademais, a massa falida tem exclusivamente 
personalidade judiciária, sucedendo a 
empresa em todos os seus direitos e 
obrigações”.
Sentença decretatória 
AULA 3 • PARTE 3
04:53
O falido também possui direitos: pode 
acompanhar as habilitações, processos, 
interpor recursos em nome da falida. Dentre 
seus deveres, deve prestar informações ao juiz, 
administrador judicial e credores, de forma que 
não pode se ausentar de onde está tramitando 
o processo.
A responsabilidade dos administradores 
e sócios é contemplada no Art. 82: “A 
responsabilidade pessoal dos sócios de 
responsabilidade limitada, dos controladores 
e dos administradores da sociedade 
falida, estabelecida nas respectivas leis, 
será apurada no próprio juízo da falência, 
independentemente da realização do ativo 
e da prova da sua insuficiência para cobrir o 
passivo, observado o procedimento ordinário 
previsto no Código de Processo Civil”.
O Art. 6º-C. reforça a existência da 
Direitos e Responsabilidades 
07:28
É vedada atribuição de responsabilidade 
a terceiros em decorrência do mero 
inadimplemento de obrigações do 
devedor falido ou em recuperação judicial, 
ressalvadas as garantias reais e fidejussórias, 
bem como as demais hipóteses reguladas 
por esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 
2020)
Lei nº 11.101/2005
Art. 6º-C.
FUNDAMENTO
32
personalidade jurídica. E o Artigo 82A foi 
incluído para tratar da extensão da sentença 
decretatória em relação a outras pessoas 
(muito trabalhado na jurisprudência, antes 
da reforma). Ou seja, o Art. 82A coloca que a 
falência é da sociedade, e não dos sócios, de 
forma que não tem reabilitação para eles.
A desconsideração da personalidade 
jurídica da sociedade falida, para fins de 
responsabilização de terceiros, grupo, sócio 
ou administrador por obrigação desta, 
somente pode ser decretada pelo juízo 
falimentar com a observância do art. 50, CC 
e dos arts. 133 a 137, do CPC.
08:50
É vedada a extensão da falência ou de seus 
efeitos, no todo ou em parte, aos sócios de 
responsabilidade limitada, aos controladores 
e aos administradores da sociedade falida, 
admitida, contudo, a desconsideração da 
personalidade jurídica. (Incluído pela Lei nº 
14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. A desconsideração da 
personalidade jurídica da sociedade falida, 
para fins de responsabilização de terceiros, 
grupo, sócio ou administrador por obrigação 
desta, somente pode ser decretada pelo 
juízo falimentar com a observância do art. 
50 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil) e dos arts. 133, 134, 135, 
136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março 
de 2015 (Código de Processo Civil), não 
aplicada a suspensão de que trata o § 3º do 
art. 134 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 
2015 (Código de Processo Civil). (Incluído 
pela Lei nº 14.112, d e 2020) (Vigência)
Lei nº 11.101/2005
Art. 82-A.
FUNDAMENTO
O Art. 82-A (Incluído pela Lei nº 
14.112/20) foi incluído para tratar da 
extensão da sentença decretatória 
em relação a outras pessoas. Para 
aprofessora Ana Cláudia, o que ele 
reforça?
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
12:28
A professora Ana Cláudia traz algumas 
decisões judiciais para debater ações de 
responsabilidade, que envolvem as questões 
do Art. 82. O autor da ação deve demonstrar 
o nexo causal entre as condutas praticadas 
e os prejuízos causados a Massa Subjetiva 
(coletividade de credores).
Das ações em que os sócios são incluídos no 
polo passivo em razão desconsideração da 
Decisões judiciais 
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33
personalidade jurídica da falida: Falência da 
devedora decretada. Execução suspensa. 
Pedido de prosseguimento em relação aos 
sócios, incluídos na execução em razão de 
desconsideração da personalidade jurídica 
anteriormente decretada. Cabimento. 
Sócios não solidários, não atingidos pela 
falência. Indisponibilidade de bens que, 
se eventualmente decretada, não impede 
a alienação judicial para satisfazer o 
credor, pois o que se impede, com este 
gravame, é o devedor, livremente, dispor 
de seus bens. Recurso provido, com 
observação”. (Agravo de Instrumento nº 
2100803-98.2016.8.26.0000. TJ/SP. J. Em 
04/08/2016)
13:16
A responsabilização no âmbito 
do processo falimentar é algo 
relativamente tranquilo para 
os administradores [...] que só 
vão efetivamente responder 
se agiram violando a lei, 
contratos, estatutos.
16:28
Os contratos bilaterais não se resolvem 
pela falência e podem ser cumpridos pelo 
administrador judicial se o cumprimento 
reduzir ou evitar o aumento do passivo da 
massa falida ou for necessário à manutenção 
e preservação de seus ativos, mediante 
autorização do Comitê.
Lei nº 11.101/2005
Art. 117
FUNDAMENTO
Vantagens do pedido de 
restituição 
Qual a vantagem do pedido de restituição 
para o Autor da ação em relação a habilitação 
de crédito? Qual a diferença dos Embargos de 
3º?
O pedido de restituição deve ser utilizado 
quando é arrecadado bem para a Massa 
Falida que não lhe pertence; neste caso o bem 
deve ser restituído ao Autor da ação. Essa 
restituição pode ser em bens ou em dinheiro 
(art. 85 combinado com o art. 86). Enquanto 
na habilitação de crédito o Autor terá seu 
crédito incluído no Quadro Geral de Credores 
e ficará sujeito ao pagamento observada a 
ordem de preferência estabelecida no art. 
83 (princípio da par conditio creditorum). 
O embargo de 3º cabe no âmbito do 
processo falimentar quando não for cabível a 
restituição. Ocorre normalmente quando há 
defesa da meação.
34:20
Artigo: Efeitos da Falência
LEITURA INDICADA
A declaração da insolvência do franqueador: 
efeitos da falência nos contratos internacionais 
de franchising Para ler o artigo, clique aqui.
https://jus.com.br/artigos/49980/a-declaracao-da-insolvencia-do-franqueador-efeitos-da-falencia-nos-contratos-internacionais-de-franchising
34
AULA 3 • PARTE 4
00:11
Quais as diferenças da declaração de 
ineficácia de atos praticados pelo falido antes 
da decretação da falência (art. 129) e a ação 
revocatória (art. 130)? 
A declaração de ineficácia independe 
da comprovação de fraude. O Decreto-
Lei 7661/45 fazia uma separação: a ação 
revocatória por fraude; ação revocatória 
por ineficácia. Quando se estabelece a 
necessidade de interposição da ação 
revocatória, há a fixação de um prazo para 
interposição da ação.
O legislador da Lei 11.101/05 passou a tratar 
de uma forma separada, de forma que a 
declaração de ineficácia pode ser obtida 
independentemente da interposição de ação. 
A declaração de ineficácia (conforme art. 
129) elenca uma série de situações taxativas 
em que é possível que o juiz declare a 
ineficácia do ato praticado pelo falido antes da 
decretação da falência.
Declaração de ineficácia 
03:42
Período suspeito: O termo legal 
da falência é um período suspeito 
fixado pelo juiz na falência. Consiste 
no prazo anterior ao pedido de 
falência em que os atos realizados 
pela falida podem ser investigados 
e declarados ineficazes se causarem 
prejuízo aos credores. Esse período 
é de até 90 dias anteriores contados 
do pedido de falência, do pedido 
de recuperação judicial ou do 1º 
(primeiro) protesto por falta de 
pagamento, excluindo-se, para esta 
finalidade, os protestos que tenham 
sido cancelados (artigo 99, II, Lei 
11.101/05)
PALAVRA-CHAVE
23:13
Trespasse: Contrato oneroso de 
alienação ou transferência do 
estabelecimento empresarial para 
o adquirente, sendo que, para que 
possa ter eficácia perante terceiros, é 
necessário efetuar o devido registro 
na Junta Comercial com a sua 
posterior publicação.
PALAVRA-CHAVE
Não se caracteriza como objetivo do 
sistema de insolvência empresarial 
brasileiro:
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
R
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in
a:
 a
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e
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a
ti
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 2
.
35
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Com relação ao efeito que a 
decretação da falência de um 
empresário ou de uma sociedade 
empresária produz sobre aos 
contratos da falida, assinale a 
afirmativa correta.
R
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36
Resumo da disciplina
Veja, nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina. 
AULA 1
AULA 2
AULA 3
A responsabilização no âmbito 
do processo falimentar é algo 
relativamente tranquilo para os 
administradores [...] que só vão 
efetivamente responder se agiram 
violando a lei, contratos, estatutos.
Está superada aquela ideia de que 
falência serve para pagar credor, e 
recuperação serve para defender o 
devedor.
Os créditos honorários advocatícios 
entrariam como obrigações resultantes 
de atos jurídicos válidos no âmbito da 
recuperação judicial.
É muito complicado falar para um cliente 
que o caso dele não é de recuperação 
judicial ou extrajudicial, e sim de 
encerramento das atividades.
Esse é o primeiro passo da falência, 
propiciar a abertura de espaço de 
mercado para a substituição de uma 
atividade por outra.
O direito brasileiro tem em sua tradição 
uma forte preocupação com a função 
social dos institutos do direito privado.
Quando uma empresa está em crise, se 
coloca em risco os benefícios econômicos 
e sociais.
Você tem o rigor da lei, e você tem a 
realidade. Quem faz esse amalgama 
entre o rigor da lei e a realidade é o 
poder judiciário.
O falido não pode exercer 
a atividade empresarial 
enquanto não reabilitado.
37
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.
Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização 
é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. 
Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online. 
A nota mínima para aprovação é 6. 
Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto 
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso. 
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. 
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