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Daniel Carnio Costa e Ana Cláudia Redecker PROCEDIMENTOS FALIMENTARES Bento Herculano Duarte Neto Lei nenhuma, por si só, gera emprego. O que gera emprego é crescimento econômico. https://matrix.pucrs.br/file/129286 2 c-Conheça o livro da disciplina CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3 Conheça os professores da disciplina. EMENTA DA DISCIPLINA 4 Veja a descrição da ementa da disciplina. BIBLIOGRAFIA DA DISCIPLINA 5 Veja as referências principais de leitura da disciplina. O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6 Confira como funciona o mapa da aula. MAPA DA AULA 7 Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. RESUMO DA DISCIPLINA 36 Relembre os principais conceitos da disciplina. AVALIAÇÃO 37 Veja as informações sobre o teste da disciplina. 3 Professora de Direito na graduação e pós-graduação lato sensu da Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. Doutoranda em Ciências Jurídico Econômicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL). Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (2000), Especialista em Ciências Políticas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (1995) e bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (1993). Advogada especialista em Direito Empresarial e Direito Digital. ANA CLÁUDIA REDECKER Professora PUCRS É Juiz titular da 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo desde 2011. Presidente e fundador do Fórum Nacional dos Juízes de Competência Empresarial - FONAJEM. Atualmente é juiz auxiliar da Presidência do Superior Tribunal de Justiça -STJ. Possui graduação em Direito pela USP (1997), e mestrado pela FADISP (2008). Doutor (2013) em direitos difusos e coletivos na PUC/SP, mestre em direito comparado pela Cumberland School of Law - Samford University nos Estados Unidos da América. Estágio pós-doutoral em Direito na Universidade de Paris 1 - Panthéon/Sorbonne. Atualmente é professor de direito empresarial da PUC/SP e Professor Permanente do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito na UNINOVE; Membro efetivo do Núcleo de Estudos de Direito da Empresa e Arbitragem - NDEA da FGV - Direito Rio. Membro do Grupo de Trabalho de Recuperação Judicial e Falência criado pelo Ministério da Fazenda pela Portaria 467/2016. Membro do Grupo de Trabalho para modernização de Falências e Recuperações Judiciais do Conselho Nacional de Justiça (Portarias CNJ 162/2018 e 199/2020). Membro do Conselho Científico do International Journal of Insolvency Law. Membro do Judicial Insolvency Network (JIN). É Juiz de Direito (Tribunal de Justiça de São Paulo) desde 1998. DANIEL CARNIO COSTA Professor Convidado c-Conheça seus professores 4 Ementa da Disciplina Aspectos e princípios fundamentais da falência. Efeitos da decretação da falência. Particularidades da restituição de bens e em dinheiro e a correlação com os embargos de terceiro. Especificação das hipóteses de ineficácia dos atos praticados pelo falido. Análise da ação revocatória. Identificação dos aspectos comuns à ineficácia e à revogação. Verificação dos requisitos e efeitos do encerramento da falência e da extinção das obrigações do falido. 5 Bibliografia da Disciplina As publicações destacadas têm acesso gratuito. Bibliografia básica CAMPINHO, Sérgio. Curso de direito comercial: falência e recuperação de empresa. São Paulo: Saraiva, 2020. SACRAMONE, Marcelo Barbosa. Comentários à Lei de Recuperações de Empresas e Falência. São Paulo: Saraiva, 2018. SALOMÃO, Luis Felipe. Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência: Teoria e Prática. Porto Alegre: Forense. 2020. Bibliografia complementar COELHO, Fábio Ulhoa. Comentário à Lei de Falências e de Recuperação de Empresas. 11.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. FONSECA, Geraldo. Reforma da Lei de Recuperação Judicial e Falência: comentada e comparada. Rio de Janeiro: Forense, 2021. MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro: Falência e Recuperação de Empresa. 9.ed. Rio de Janeiro:Atlas, 2017 SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe. TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação de empresas e falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. 4.ed. São Paulo: Almedina, 2023. CAMPINHO, Sérgio. Temas relevantes e controvertidos decorrentes da reforma da Lei de Falência e Recuperação de Empresas (Lei n. 14.112/2020). São Paulo: Expressa, 2021. E-BOOK. MAMEDE, Gladston, Falência e recuperação de empresas. 12. ed. – São Paulo: Atlas, 2021. E-BOOK. NEGRÃO, Ricardo. Curso de Direito - Comercial e de Empresa: Recuperação de Empresas, Falência e Procedimentos Concursais Administrativos (v. 3). São Paulo: Saraiva Jur, 2021. E-BOOK. TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: falência e recuperação de empresas (v. 3) (10. ed.). são Paulo: Saraiva Jur, 2022 – E-BOOK. https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062784 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062784 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/fmnq4m/sfx26800000000060416 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/fmnq4m/sfx26800000000060416 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062508 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062508 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000060002 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000060002 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012345 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012345 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012345 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062647 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx26800000000062647 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000000289 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000000289 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000000289 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012728 https://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/164fi7o/sfx84220000000012728 6 O que compõe o Mapa da Aula? so MAPA DA AULA São os capítulos da aula, demarcam momentos importantes da disciplina, servindo como o norte para o seu aprendizado. Frases dos professores que resumem sua visão sobre um assunto ou situação. DESTAQUES Conteúdos essenciais sem os quais você pode ter dificuldade em compreender a matéria. Especialmente importante para alunos de outras áreas, ou que precisam relembrar assuntos e conceitos. Se você estiver por dentro dos conceitos básicos dessa disciplina, pode tranquilamente pular os fundamentos. FUNDAMENTOS Questões objetivas que buscam reforçar pontos centrais da disciplina, aproximando você do conteúdo de forma prática e exercitando a reflexão sobre os temas discutidos. Na versão online, você pode clicar nas alternativas. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Fatos e informações que dizem respeito a conteúdos da disciplina. CURIOSIDADES Conceituação de termos técnicos, expressões, siglas e palavras específicas do campo da disciplina citados durante a videoaula. PALAVRAS-CHAVE Assista novamente aos conteúdos expostos pelos professores em vídeo. Aqui você também poderá encontrar vídeos mencionados em sala de aula. VÍDEOS Inserções de conteúdos para tornar a sua experiência mais agradável e significar o conhecimento da aula. ENTRETENIMENTO Apresentação de figuras públicas e profissionais de referência mencionados pelo(a) professor(a). PERSONALIDADES Neste item, você relembrao case analisado em aula pelo professor. CASE A jornada de aprendizagem não termina ao fim de uma disciplina. Ela segue até onde a sua curiosidade alcança. Aqui você encontra uma lista de indicações de leitura. São artigos e livros sobre temas abordados em aula. LEITURAS INDICADAS Aqui você encontra a descrição detalhada da dinâmica realizada pelo professor. MOMENTO DINÂMICA 7 00:56 Nessa aula, Daniel Carnio Costa discute a insolvência empresarial; os tratamentos da crise da empresa; como o direito brasileiro lida com a crise empresarial; qual o objetivo de um sistema jurídico que pretenda lidar com a crise das empresas. Aborda a lógica, limites, e fundamentos do sistema de insolvência, para que se possa compreender as pretensões e objetivos do legislador. A lei de insolvência foi profundamente reformada pela lei 14.112 de 2020, que altera as Leis 11.101 de 2005, para atualizar a legislação referente à recuperação judicial, à recuperação extrajudicial e à falência do empresário e da sociedade empresária. É possível afirmar que temos um novo sistema depois dessa reforma, pois a alterou em boa medida. O professor Daniel comenta que participou da construção do texto da reforma desde sua origem, até a derrubada de vetos, de forma que é capaz de trazer algumas explicações complementares. Apresentação Mapa da Aula Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas. AULA 1 • PARTE 1 06:01 Escrito por Daniel Carnio Costa e Alexandre Nasser de Melo. Esta obra é instrumento essencial para o estudo de todas essas novidades e para a boa compreensão e aplicação das várias formas de recuperação empresarial e de falência, após a substancial reforma por meio da Lei 14.112/2020. Livro: Comentários à Lei de Recuperação de Empresas e Falência LEITURA INDICADA 8 09:42 As primeiras perguntas que se colocam são: por que estudamos falência e recuperação? Por que a legislação se preocupa com isso? O que está envolvido quando se trata desses assuntos? O pano de fundo é a crise da empresa. A preocupação surge porque a empresa é a principal fonte de benefícios econômicos e sociais, importantes para a vida em sociedade. São as empresas que geram os empregos, produtos e serviços, tributos para que o estado exerça suas funções, tudo isso é essencial para o bem-estar da vida social. A crise da empresa pode colocar em risco produção desses benefícios econômicos e sociais. Por isso, quando uma empresa entra em crise, esses benefícios sociais podem deixar de existir. De forma que o legislador busca desenvolver mecanismos para tratar a crise da empresa. Por isso, o objetivo de um sistema legal que atua no tratamento da crise da empresa é preservar esses benefícios econômicos e sociais. Panorama geral 12:05 Dentre tantos fatos, este desperta o interesse do legislador: a crise da empresa é algo que importa muito, porque na medida que a empresa entra em crise, pode deixar de produzir benefícios econômicos e sociais. 13:58 Existem situações de crises diferentes que demandam atuações diferentes. O professor Daniel apresenta, ao longo da aula, três cenários. O primeiro deles é o que chama de “melhor cenário”, o mais frequente. Cenário da empresa que entra em crise, e sai por suas próprias forças, a atuação do próprio gestor. A atividade empresarial envolve riscos, e enfrentar crises faz parte do jogo. A forma que o gestor enfrenta a crise é o que vai qualificá-lo, inclusive. Ele pode encontrar o que causa o problema, identificando a solução para neutralizar aquela crise, sendo capaz de sair da crise sem ajuda do sistema legal, utilizando das estruturas de livre mercado. Cenário 1 11:59 Quando uma empresa está em crise, se coloca em risco os benefícios econômicos e sociais. Segundo o professor Daniel, por que a legislação deve se preocupar com falência e recuperação? EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO R es p o st a d es ta p ág in a: a lt e rn a ti v a 1 . 9 16:05 Também chamada de Crise do Diesel, foi uma paralisação de caminhoneiros autônomos com extensão nacional em maio de 2018, durante o governo de Michel Temer. Terminou com a intervenção de forças do Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal para desbloquear as rodovias. Os grevistas se manifestaram contra os reajustes frequentes e sem previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, realizados pela sociedade de economia mista Petrobras com frequência diária; pelo fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso; e pelo fim do PIS/Cofins sobre o diesel. A paralisação e os bloqueios de rodovias em 24 estados e no Distrito Federal causaram a indisponibilidade de alimentos e remédios ao redor do país, escassez e alta de preços da gasolina, com longas filas para abastecer. Greve dos caminhoneiros CASE 20:37 O segundo cenário é o da empresa que entra em uma crise estrutural. Ou seja, sua atividade perdeu viabilidade, por alguma razão. Uma gestão equivocada também pode inviabilizar uma atividade empresarial, bem como problemas com os produtos, etc. Quando uma empresa não tem condições de prosseguir em suas atividades, que não consegue seguir gerando produtos, serviços, empregos, etc. Assim, o legislador cria uma ferramenta para lidar com esse cenário, e preservar os benefícios sociais decorrentes da atividade empresarial. Ora, se a atividade não tem condições de prosseguir, como fazer a preservação de benefícios econômicos e sociais? Não será mantendo a atividade em funcionamento, pois é um cenário no qual não há como prosseguir. Surge a proposta de mudar desse agente econômico ineficaz, para um agente econômico eficaz: liquidação/falência. Retira- se do mercado esse agente econômico ineficaz, abrindo-se espaço para que outra atividade surja, gerando os benefícios sociais. Essa é a primeira ideia da falência. Por isso a legislação já dizia em 2005, e foi reforçado pela reforma: o primeiro ato que a falência deve fazer é a rápida retirada daquele agente econômico do mercado. Decretada a falência, se faz a lacração do estabelecimento. e se encerra a atividade ineficaz. Essa é uma forma de dar espaço para que outros agentes econômicos poderem ocupar esse espaço com eficiência. Quanto mais rápido isso for feito, melhor será para atingir os objetivos da falência. Mas e os ativos vinculados a essa massa falida? Eles deixam de produzir o benefício social, deixam de prestar serviços, e passam a ser fonte de prejuízos sociais econômicos de toda ordem (os imóveis se depreciam, podem ser invadidos, etc.). Ou seja, o objetivo da falência só será cumprido se o imóvel puder ter uma outra atividade empresarial. Cenário 2 25:09 Esse é o primeiro passo da falência, propiciar a abertura de espaço de mercado para a substituição de uma atividade por outra. 25:37 Massa falida: Conjunto dos bens e direitos da empresa falida, abrangendo, assim, os créditos e os bens, além dos débitos da falida. Dessa forma, poderá ser administrada e representada pelo administrador judicial durante o processo da falência. PALAVRA-CHAVE 10 26:24 Companhia estadunidense que produz vários produtos relacionados com fotografia. Foi fundada em 1888, e durante a maior parte do século XX manteve uma posição dominante no uso de películas no cinema. No final da década de 1970, a Kodak tinha 90% das vendas de filmes, e 85% das vendas de câmeras nos Estados Unidos, além de uma forte presença em muitos países. Passou a perder espaço para o avanço tecnológico nos anos 1990, apesar de terem desenvolvido a primeira câmera digital independente. A Kodak entrou com um pedido de falência em 2012, e ainda tenta se reerguer, embora encontre-se distante da relevância que já teve em seu auge. Em 2020, em resposta à pandemia, a Kodak anunciou que começaria a produção de materiais farmacêuticos. Kodak CASE 29:20 Operação de reintegração de posse realizada em janeiro de2012 na comunidade do Pinheirinho, ocupação irregular localizada no município de São José dos Campos. O terreno onde viviam as 1.843 famílias violentamente removidas e hoje está vazio é da massa falida Selecta S.A, que tem como proprietário o investidor do mercado financeiro Naji Nahas, conhecido por seu envolvimento em escândalos de corrupção no Brasil. Em 2004, chegou a ser preso na Operação Satiagraha (por crime de desvio de verbas públicas e crimes financeiros). Desocupação do Pinheirinho CASE 31:16 Dessa forma, os objetivos principais da falência são de substituir um agente pelo outro; realocação dos ativos da massa falida; com os recursos obtidos, a partir da realocação dos bens, pagar os credores; reabilitação do falido. No Brasil, a falência não se presta fundamentalmente a pagar credores. Esse é apenas um dos objetivos, mas a prioridade é a substituição de um agente pelo outro, pois assim vai gerar benefícios econômicos novamente. Objetivos 39:07 Quando se paga o credor, se atende mais do que seu interesse particular. 11 Credores são ex-empregados, outras empresas que com ela negociavam, fornecedores, Fisco e os financiadores (bancos). Os bancos nunca perdem, pois abatem o prejuízo em forma de tributos. Por isso os bancos quebram recorde de lucratividade. Ao atender os primeiros objetivos, os credores também acabam sendo beneficiados, pois ao trocar agentes econômicos, será possível gerar novos empregos, havendo um impacto social. Mesmo assim, pagar os credores também faz parte dos objetivos, para não se cair em uma espiral negativa. O professor reforça: o pagamento do credor não é só uma questão de satisfazer um indivíduo, e sim implica em toda a sociedade. 40:40 Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a: I - preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, dos ativos e dos recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa; II - permitir a liquidação célere das empresas inviáveis, com vistas à realocação eficiente de recursos na economia; e III - fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do retorno célere do empreendedor falido à atividade econômica. Lei nº 14.112, de 24 de dezembro de 2020 Art. 75. FUNDAMENTO AULA 1 • PARTE 2 00:17 A reabilitação do falido é outro objetivo que deve ser atingido por um sistema legal que lide com crise estrutural, envolvendo liquidação da empresa. É um objetivo importante, pois trata-se de enfrentar crises. A atividade empresarial envolve risco. Estatísticas trazidas pelo SEBRAE informam que é muito comum que novos negócios fechem, de forma que poderíamos dizer que “dar errado é a regra”. O direito empresarial é estruturado para incentivar o empreendedorismo, e por isso temos a limitação da responsabilidade patrimonial, e a criação das pessoas jurídicas. Falido é a sociedade empresária (pessoa jurídica) ou o empresário individual, o sócio da pessoa jurídica, cuja responsabilidade é limitada (LTDA ou S/A), não é falido. Mas, de acordo com a lei, embora o sócio não seja falido, muitas vezes sofre algumas das restrições impostas à pessoa jurídica, havendo restrições profissionais, de circulação, de patrimônio enquanto não forem extintas as Reabilitação do falido 00:55 O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) liberou um relatório sobre o percentual de sobrevivência de empresas no Brasil. De cada 4 empresas abertas, 1 fecha antes de completar 2 anos de existência no mercado. Pode-se listar diversos motivos que levaram a essa grave estatística nacional, entre eles: a crise política e a extrema burocratização. Porém, um dos maiores problemas enfrentados pelo empresariado é, sem sombra de dúvidas, a dificuldade de planejar e executar ações de marketing, especialmente as que envolvem o meio digital. Leia mais no link. Errata: Na aula, o professor Daniel inverteu o dado, e disse que ¾ das empresas fecham no período de 2 anos. O correto é que ¼ das empresas passam por essa situação. 1 a cada 4 empresas fecha com menos de 2 anos FUNDAMENTO https://www.jornalcontabil.com.br/1-a-cada-4-empresas-fecha-antes-de-completar-2-anos-no-mercado-segundo-estudo-do-sebrae/ 12 obrigações do falido. Dessa forma, a ideia de um sistema de falência, partindo do pressuposto que é uma atividade de risco, e incentivar o empreendedorismo, é fazer com que o empresário individual ou os sócios das sociedades empresárias estejam rapidamente em condições de tentar de novo. 01:14 O empresário é um otimista por definição, porque já sai com estatísticas contrárias [...] e precisamos de gente assim. 01:42 Pessoa jurídica foi criada para isso: capacidade de financiamentos de atividades mais custosas. [...] E limitar a responsabilidade pessoal daquele que desenvolve uma atividade de risco. 05:43 Anteriormente a lei 11.101/2005 dizia que a reabilitação do falido, ou seja, a autorização para que ele se visse livre da responsabilidade patrimonial da massa falida, aconteceria de cinco a dez anos depois do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência. Esse prazo já é longo, porém a falência não se encerrava por problemas de concepção e por problemas burocráticos, de forma que o empresário nunca se reabilitava. Com a reforma da lei, o prazo passa a correr três anos depois da quebra, e não depois da sentença. A reabilitação vai ocorrer durante o curso da falência, mesmo antes do encerramento do processo. A empresa poderá pedir reabilitação, mas poderá não a ter deferida. Isso vai depender de haver boa fé. Por exemplo, se ficar comprovado que houve desvio de bens, essa reabilitação não será deferida. Houve o cuidado que na reforma houvesse uma ação rescisória da reabilitação, caso se descubra posteriormente que se ocultou ou desviou bens, buscando os bens por vias próprias. A grande importância dessa modificação é do CNPJ, pois esse cadastro é cancelado. Aqui, a grande relevância está no representante legal da falida poder ser reabilitado. Por isso, há a criação de mecanismos para vender, desburocratizar as vendas. Proteção de quem compra, blindagem contra sucessão. A realocação prevalece sobre o pagamento. O que mudou na lei Juiz autoriza reabilitação do falido antes do encerramento da falência (CONJUR) Reportagem do CONJUR, escrita por Tadeu Rover (2018). Daniel Carnio Costa permitiu a reabilitação de um falido antes do encerramento da falência, entendendo que a vinculação do início da contagem do prazo de reabilitação do falido ao efetivo encerramento do processo de falência representa grave violação aos direitos fundamentais do cidadão. Leia no link. LEITURAS INDICADAS 07:30 17:18 A reabilitação do falido, habilita o falido a ser empresário de novo – não a pessoa jurídica, o responsável legal por aquela atividade empresarial. Mas não extingue as suas responsabilidades. Para que as responsabilidades patrimoniais sejam extintas, devem ser preenchidos os requisitos que a lei estipula também. https://www.conjur.com.br/2018-set-21/juiz-autoriza-reabilitacao-falido-antes-encerramento-falencia 13 O recomeço para o empresário falido no novo sistema de insolvência brasileiro Artigo de Daniel Carnio Costa e Clarissa Somesom Tauk (2020) para o veículo jurídico Migalhas. Exploram a ideia de “Fresh Start”, incentivo ao rápido recomeço, ao lado da aplicação produtiva dos recursos econômicos e do empreendedorismo, o que representa uma mudança cultural da concepção de falência na perspectiva nacional. Leia no link. LEITURAS INDICADAS 18:27 Anteriormente, a lei 11.101/2005 confundia os objetivos normativos de um processo de falência e criava empecilhos à rápida realocação de ativos. Com a reforma, passou-se a priorizar o realocamento de ativos, e pagar credores é recorrência – o administrador judicial tem prazos para fazer isso, com um plano de realização de ativos ematé 180 dias. Não há mais preço vil, o bem vai ser vendido pelo valor que o mercado der, acompanhado de caução. A venda, como tem caráter forçado, precisa ser efetivada o mais rápido possível. Várias modificações são acionadas sobre como o administrador judicial deve atuar no processo, havendo uma maior cobrança de trabalho transparente e adequado do administrador judicial. Cria-se os estímulos adequados para que o administrador encerre o processo. 28:33 Nesse terceiro cenário, mesmo a empresa sendo viável, não consegue sair sozinha da crise, e há uma tentativa de recuperação empresarial. Nesse cenário intermediário, o direito cria um mecanismo para ajudar essa empresa a superar o momento de crise, manter sua atividade, gerando os benefícios sociais. É preciso conhecer o contexto de crise para aplicar a ferramenta adequada, pois manter uma atividade inviável só gera prejuízos. Para tentar salvar uma atividade que não tem salvação, o estado vai interferir na competição de mercado. Dado o exemplo da Kodak, que perdeu espaço no mercado porque ficou defasada tecnologicamente. Era a empresa mais forte de Nova Iorque, de forma que mesmo com a falência, para a população local, a empresa era muito importante. Dessa forma, seria preferível não deixar a empresa quebrar, porque entra no sistema que chamam de “too big to fail”. Por outro lado, a lógica brasileira é de ajudar o gestor a encontrar a solução e manter atividade; se a atividade não tem condições de ser mantida há mecanismos de perícia prévia (ou constatação prévia). Cenário 3 34:07 Filme norte-americano de 2016, dirigido por Adam McKay. Se passa em 2008, quando quatro gestores percebem que uma série de empréstimos feitos para o mercado imobiliário estão em risco de inadimplência. Notando a possibilidade de uma crise financeira, decidem apostar contra o mercado. Filme: A Grande Aposta ENTRETENIMENTO https://www.migalhas.com.br/coluna/insolvencia-em-foco/337458/o-recomeco-para-o-empresario-falido-no-novo-sistema-de-insolvencia-brasileiro 14 A constatação prévia é uma ferramenta, não é obrigatória. Tem empresas que estão em inatividade apenas naquele momento. Por exemplo, a empresa pede a recuperação mas está parada por falta de luz, assim que for deferido ela pode retomar. Ou greve de funcionários. Se ela tem condições de retomar esse serviço, ela pode fazer uso da lógica do sistema recuperacional. Se ela não produz, e nem tem condições de produzir, não é caso de recuperação. 38:53 Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, poderá o juiz, quando reputar necessário, nomear profissional de sua confiança, com capacidade técnica e idoneidade, para promover a constatação exclusivamente das reais condições de funcionamento da requerente e da regularidade e da completude da documentação apresentada com a petição inicial. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) Lei nº 11.101/2005 Art. 51-A FUNDAMENTO 40:30 A autofalência entrou no cardápio do tratamento da empresa em crise. Não há mais razão para uma empresa pedir recuperação, estando em uma situação de falência. AULA 1 • PARTE 3 00:29 Escrito por Daniel Carnio Costa e Eliza Fazan. O livro cuida da prática judicial conhecida como Perícia Prévia em processos de recuperação judicial. Livro: Constatação prévia em processos de recuperação judicial de empresas LEITURA INDICADA 04:02 O controle de legalidade do plano de recuperação judicial deve ser feito em quatro fases. A primeira fase é aquela em que se realiza o controle das cláusulas do plano de recuperação judicial. A segunda fase é aquela que impõe a verificação da existência de vícios do negócio jurídico representado pela aprovação do plano pelos credores em AGC. São eles: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, simulação ou fraude contra credores. A terceira fase de controle judicial do plano consiste na verificação da legalidade da extensão da decisão da maioria dos credores aos demais credores dissidentes. Por fim, a quarta fase de controle de legalidade do plano diz respeito à análise da abusividade do voto do credor. Critério tetrafásico FUNDAMENTO 15 O exercício do controle tetrafásico de legalidade do plano de recuperação judicial preserva a soberania dos credores no que tange ao mérito do plano - preservando a decisão de mercado quanto à solução para superação da crise da empresa devedora. Ao mesmo tempo, garante a higidez da decisão dos credores e a compatibilidade dessa decisão com os fins sociais do processo de recuperação judicial, fazendo prevalecer sempre o interesse social/público sobre o interesse particular. Leia mais no artigo. 05:09 De que maneira o sistema jurídico vai ajudar o empresário para a superação da crise da empresa? A resposta foi mudando com o tempo. Nos primórdios do direito romano havia o mecanismo do moratório, o devedor estando insolvente, em 30 dias não poderia avançar contra o patrimônio do devedor, que teria esse prazo para tentar pagar os credores. A medida em que a sociedade foi se tornando mais complexa, esse modelo simplificado de recuperação passou a não dar mais respostas adequadas. Surgiu, assim, um modelo dessa evolução: a criação da concordata. Combinação de prazo com desconto. Quanto maior o prazo, menor o desconto. Quanto menor o prazo, maior o desconto. Esses dois modelos são impositivos, e não negociados. Por isso se dizia que a concordata é um favor legal, no sentido de que não depende dos credores, e sim da devedora. Com a evolução da atividade empresarial e as crises, esse modelo se esgotou. O professor Daniel fala sobre o contexto estadunidense, da ideia de solução feita sob medida, levando aspectos da crise em consideração – fazendo com que se encontre uma solução de mercado, negociada entre os agentes de mercado, devedora e seus credores (Taylor made). Dessa forma, foi pensada em criar um ambiente em que credores e empresa conversem, chegando ao consenso. Mas por que eles precisariam de ajuda jurídica para isso? A partir da metáfora dos peixes de Thomas H. Jackson, o professor Daniel coloca que a tendência é que os credores queiram apenas recuperar sua parte (de preferência de forma integral), ao invés de dividirem com outros credores um valor mais baixo, ou receber mais, dentro de um prazo maior. Ajudar como? 13:42 Do autor Thomas H. Jackson, a obra faz uma análise cuidadosa dos fundamentos do direito falimentar. Livro: Livro: The Logic and Limits of Bankruptcy Law LEITURA INDICADA 28:21 Creditors bargain: Teoria da barganha dos credores. Teoria normativa dominante da falência argumenta que a falência deve se limitar a resolver problemas de coordenação causados por múltiplos credores. Usando ilustrações numéricas simples, mostramos que dois problemas conhecidos que causam iliquidez – dívida pendente e seleção adversa – são mais graves na presença de credores múltiplos e descoordenados. Assim, a falência é justificada em abordá-los. PALAVRA-CHAVE https://www.migalhas.com.br/coluna/insolvencia-em-foco/267199/o-criterio-tetrafasico-de-controle-judicial-do-plano-de-recuperacao-judicial 16 Surge então o modelo moderno de recuperação, que tem como pressupostos básicos e lógicos dois mecanismos: stay e a regra da maioria – havendo o objetivo de criar um ambiente adequado à prevalência da melhor decisão coletiva. No caso da lógica americana, seria a melhor decisão para os credores. Quando houve uma inspiração no modelo americano, algumas coisas foram mudadas intuitivamente, por haver no direito brasileiro uma forte tradição de preocupação com a função social dos institutos do direito privado. PERSONALIDADE Política e jurista norte-americana. Filiada no Partido Democrata, é senadora pelo estado de Massachusetts desde janeiro de 2013. Concentrou-se em temas relacionados com a proteção do consumidor, combate à corrupção, oportunidades econômicas e segurançasocial. Anteriormente, foi professora de Direito, especializada em Direito falimentar. Elizabeth Warren 28:44 30:10 A crise da empresa é um fenômeno complexo. Logo, a melhor solução coletiva, não deve ser a melhor solução coletiva só para o credor. Deve ser a melhor solução coletiva do ponto de vista do conjunto de interesses atingidos pela crise da empresa. 34:36 O direito brasileiro tem em sua tradição uma forte preocupação com a função social dos institutos do direito privado. 36:38 A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Lei nº 11.101/2005 Art. 47. FUNDAMENTO 17 AULA 1 • PARTE 4 01:05 CURIOSIDADE A frase “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal” foi dita por Tom Jobim. O artista recebeu críticas, principalmente depois de licenciar a música “Águas de Março” para um comercial da Coca-cola – bem como ter ganhado o Grammy por “The Girl From Ipanema”. Jobim foi taxado de “traidor”, “entreguista”, entre outros. Proferiu a frase por perceber a mágoa do público com a expansão de sua carreira para proporções internacionais. Leia mais no link. Tom Jobim 02:33 A melhor interpretação da lei não será aquela que prestigiar o interesse de credores ou da devedora, mas sim aquela que viabilizar de maneira mais intensa o atingimento dos objetivos maiores do sistema, revelados pela preservação da função social da empresa. Teoria da Superação do Dualismo Pendular FUNDAMENTO PERSONALIDADE Jurista, advogado e escritor brasileiro. É professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde foi professor titular. É um dos fundadores da Escola de Governo, entidade que tem por objetivo a formação de governantes e já está presente em vários estados da federação. Fábio Konder Comparato 02:44 07:36 O professor Daniel retoma os pontos mais importantes da aula. A ideia da existência dos três cenários: 1. A empresa que entra em crise e sai sozinha; 2. A empresa que entra em crise e não sai, e dessa formação entra em falência; 3. A empresa está em crise, é viável, e ocorre uma disfunção de estruturas de livre-mercado, de forma que a legislação pode ajudar a superar. Essa superação se dá por um modelo baseado em negociação entre credores e devedores, havendo prevalência da decisão coletiva. Importado do modelo americano, a nacionalização brasileira adaptou-se para que esta decisão atenda questões voltadas para benefícios econômicos e sociais. Não se trata de manter a atividade, mas de substituição da atividade, realocação dos ativos, pagamento dos credores, reabilitação do falido. Retomando https://www.ospaparazzi.com/celebridades/tom-jobim https://www.ospaparazzi.com/celebridades/tom-jobim 18 10:47 Parte da doutrina brasileira continua partindo da premissa que o sistema de insolvência serve para otimizar os ativos dos devedores em prol dos credores. Porém, essa conclusão não é mais válida, de forma que várias conclusões mudam. O Brasil preservou dois credores hold- outs, quando no modelo americano esses são neutralizados. Fisco e bancos ficaram de fora, são credores garantidos fiduciariamente, criando desequilíbrios e reação jurisprudencial. A reforma tentou dar um equacionamento para essa situação. Fisco e bancos são os principais credores de empresas em crise, havendo também funcionários e fornecedores. Ou seja, a dívida dessas últimas duas categorias é menor, e a dívida com fisco e bancos estão fora, criando desequilíbrio na recuperação. Quando a Lei 11.101 de 2005 entra em vigor em 2005, as empresas não estavam sofrendo dificuldades. Com a crise de 2015 e 2016 ficaram expostas as fragilidades da Lei, que mostrou a necessidade de ser revisada (no período, grandes grupos econômicos pedindo recuperação judicial). Foi a partir daí que o Ministério da Fazenda editou a portaria 467/2016, criando o Grupo de Trabalho de Recuperação Judicial e Falência, do qual o professor Daniel participou. Após estudos durante 2017, apresentando o PL 10.220 de 2018. Esse PL foi composto por um grupo heterogêneo, e tinha uma participação muito grande da Fazenda Nacional, de forma que o projeto não teve apoio – não havia ambiente jurídico e político para o projeto andar. Já com o Ministério da Economia, em 2019 se retomou a ideia, com a montagem de outro grupo, com uma coordenação e visão mais uniforme sobre o sistema de insolvência. Foi elaborado um substitutivo, PL 6229/2005. Uma vez aprovado na câmara, pegou o número de PL 4558/2020 no senado, aprovada e sancionada, entrando em vigor em 2021. Contextos de Mudança da Lei Juiz autoriza recuperação judicial de grupo em consolidação substancial Escrito por Mariana Oliveira (2018). Entendimento adotado pelo juiz Daniel Costa é semelhante ao chamado liberal trend que vem sendo aplicado no direito norte-americano, onde também não existe regulação legal expressa da consolidação substancial. Leia no link. LEITURAS INDICADAS 13:22 14:24Se você entende o modelo normativo brasileiro, você não se surpreenderá com a decisão do juiz que concede a recuperação judicial para um plano que não foi aprovado. 29:39 A reforma do sistema não se limita a reforma do texto da lei. É preciso você reformar o ambiente institucional de aplicação do texto da lei, se não você não vai ter os mesmos resultados. https://www.conjur.com.br/2018-jul-12/juiz-autoriza-recuperacao-grupo-consolidacao-substancial 19 AULA 2 • PARTE 1 03:11 § 2º A falência é mecanismo de preservação de benefícios econômicos e sociais decorrentes da atividade empresarial, por meio da liquidação imediata do devedor e da rápida realocação útil de ativos na economia. Lei Nº 14.112/ 2020 Art. 75 FUNDAMENTO 04:52 Está superada aquela ideia de que falência serve para pagar credor, e recuperação serve para defender o devedor. 06:43 O professor Daniel afirma que, antes da reforma de 2020, na prática não havia um sistema de gradação do tratamento da crise da empresa. Anteriormente o sistema era “tudo ou nada”, ou seja, uma empresa em crise tinha a opção de falência ou recuperação judicial. Na lei previa-se a recuperação extrajudicial, porém isso não ocorria na prática – em função de haver poucos estímulos, não representando uma opção válida. O professor fala sobre o custo de imagem de empresas que estão em recuperação judicial – o consumidor, quando fica sabendo que uma empresa está em recuperação judicial, pensa que ela pode falir e não entregar o produto, não podendo se comprometer. A reforma criou gradação efetiva, a começar pela autofalência. A reforma da reabilitação do falido transformou a autofalência em um mecanismo de reestruturação. A autofalência deixou de ter aquele aspecto de “suicídio empresarial”, pois com a reforma foi incluída a reabilitação do falido, distinção das responsabilidades pelas dívidas da massa falida com o prazo de três anos. Passa a haver a possibilidade de pré- insolvência, e recuperação extrajudicial (precisando haver condições de negociar com os credores, pois todos precisam ser vinculados ao que a maioria aceitar). Uma ajuda estatal para criar um ambiente de negociação no qual possa prevalecer uma melhor decisão coletiva. Ficou mais fácil, mais abrangente, com um estímulo maior, e sem risco. Gradação 16:00 Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em sentido contrário ou determinação judicial. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) Art. 20-B. Serão admitidas conciliaçõese mediações antecedentes ou incidentais aos processos de recuperação judicial, notadamente: (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) Art. 20-C. O acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação com fundamento nesta Seção deverá ser homologado pelo juiz competente conforme o disposto no art. 3º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) Art. 20-D. As sessões de conciliação e de mediação de que trata esta Seção poderão ser realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc do tribunal competente ou a câmara especializada responsável disponham de meios para a sua realização. Lei nº 11.101/2005 Artigo 20A a 20D FUNDAMENTO 20 24:07 A falência é um mecanismo que deve ser utilizado em empresas insolvente e inviável. A insolvência seria uma indicação da inviabilidade daquela empresa. É por isso que a lei estabelece motivos legais para a decretação da falência. Alguns motivos indicativos da inviabilidade da insolvência: impontualidade injustificada, atos de falência, execução frustrada. O professor Daniel fala sobre como houve a divisão do direito de civil law e common law. Influenciado pelo Código Civil de Napoleão, passou-se a dividir o sistema de insolvência, pensando em pessoas e atividades empresariais como dois processos diferentes. Mas países que fazem uso da common law como tradição não utilizam essa divisão. Dentre os princípios que expressamente nortearam as mencionadas alterações na Lei 14.112/2020, tem-se o incentivo ao rápido recomeço (“Fresh Start”), ao lado da aplicação produtiva dos recursos econômicos e do empreendedorismo, o que representa uma mudança cultural da concepção de falência na perspectiva nacional, que é encarada como uma espécie de punição ao empresário que se encontra na posição de insolvente. O professor faz a observação de que os dispositivos de reestruturação são para empresas, não para pessoas físicas e consumidores. Alguns mecanismos foram pensados recentemente, mas ainda não geraram efeitos práticos. Falência e Fresh Start 16:00 A forma e o desenvolvimento do Direito decorrem dos costumes e relações existentes em uma determinada sociedade. Assim, cada país adota um sistema jurídico específico que rege o ordenamento jurídico e orienta a sua aplicação. Hoje os dois sistemas vigentes são o common law e o civil law, que contam com características bastante diferentes. Enquanto o common law é um sistema baseado em decisões proferidas pelos Tribunais, o civil law é um sistema onde a codificação do Direito e a interpretação da lei orientam a atuação do operador do Direito. Com a globalização, a aplicação dos dois sistemas se tornou algo flexível. Assim, é comum encontrar países que, embora sigam um sistema de forma predominante, contam com regras ou institutos trazidos de outros sistemas. Esse é o caso do ordenamento jurídico brasileiro que, embora siga o sistema do civil law possui alguns institutos trazidos do common law. Leia mais no link. Common law e o civil law FUNDAMENTO 30:17 Fresh Start: Em tradução livre, significa rápido recomeço, novo começo ou até mesmo nova chance. Nas alterações postas pela Lei 14.112/2020, a proposta de Fresh Start surge como instituto importado do direito norte americano, que tem a intenção de permitir um retorno rápido do empresário falido ao mercado. PALAVRA-CHAVE 31:56 Sem o consumidor, a atividade empresarial não faz sentido. Sem a empresa, não vai ter mercado consumidor. Então você precisa ter a reabilitação dos dois polos. https://blog.sajadv.com.br/civil-law-e-common-law-a-diferenca-entre-os-sistemas-juridicos 21 AULA 2 • PARTE 2 00:17 Como discutido anteriormente, a incidência da lei é apenas para empresários (empresário individual ou sociedade empresária), mesmo para empresários, existem hipóteses de exclusão absoluta e relativa. Dessa forma se criam exclusões relativas e absolutas: Exclusão absoluta: empresa pública e sociedade de economia mista. Não se aplica nem falência e nem recuperação. Exclusão relativa: Instituição financeira pública ou privada; Consórcio; Cooperativa de crédito; Seguradora; Operadora de plano de saúde; Entidade de previdência complementar; Sociedade de capitalização; outras entidades legalmente equiparadas a estas – somente poderão falir por pedido de liquidante em procedimento de liquidação extrajudicial. Não se aplica a recuperação, mas pode se aplicar falência. O professor Daniel fala sobre as questões de relação de confiança que motivam essas exclusões, de forma que não é possível aplicar recuperação em empresas que as pessoas deixam de confiar por estarem nessa situação. A Lei 11.101/2005 só se aplica a sociedades empresárias, e empresários individuais. E há ainda as empresas que estão na exclusão absoluta, e outras na exclusão relativa. Exclusões relativas e absolutas CURIOSIDADE Tradicional grupo do setor educacional, a Educação Metodista conta atualmente com 11 colégios e 6 instituições de ensino superior (2 universidades, 2 centros universitários e 2 faculdades), que oferecem 80 cursos presenciais e 25 cursos na modalidade EAD nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Com dívidas de cerca de R$ 500 milhões, a controladora da Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo (SP), enfrenta dificuldades financeiras desde 2015. O pedido de recuperação judicial foi feito em abril de 2021 pelo grupo para que as instituições possam “antecipar parte dos efeitos da recuperação judicial, conservando sua capacidade de operação e oferecendo proteção judicial a todos os seus credores”. Leia mais no link. Metodista 16:40 https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/05/11/justica-aceita-pedido-de-recuperacao-judicial-da-educacao-metodista.htm 22 17:26 CURIOSIDADE Clube de futebol brasileiro da cidade de Florianópolis, Santa Catarina, fundado em 1921. Em 2021, a Justiça homologou o plano de recuperação extrajudicial do Figueirense. Dessa forma, o Clube terá condições mais favoráveis para buscar sua reestruturação financeira, já que as dívidas junto aos credores trabalhistas e cíveis poderão ser pagas em prazos mais longos. Com dívidas de mais de R$ 165 milhões, o clube havia obtido em abril de 2021 a decisão liminar favorável para antecipar os efeitos do processamento da recuperação judicial, com a entrada em vigor do chamado stay period, a suspensão da exigibilidade de todos os créditos trabalhistas e quirografários. Figueirense 19:23 No momento em que você pede recuperação extrajudicial você tem que ser empresa, e tem que demonstrar atividade por mais de dois anos para ter direito a recuperação judicial – ainda que a atividade tenha sido exercida antes da transformação por outros meios. 24:51 Você tem o rigor da lei, e você tem a realidade. Quem faz esse amalgama entre o rigor da lei e a realidade é o poder judiciário. 26:01 Quando um credor, ou devedor, pedem a falência, o juízo competente é a justiça comum do local em que a empresa tem o principal estabelecimento. E qual seria ele? De acordo com o professor Daniel, por finalidade sistêmica, o principal estabelecimento é aquele que tem a maior quantidade de ativos. Porém, a análise do melhor juízo só será possível em casos concretos. No exemplo dado, de uma mineradora, correr o processo em São Paulo era mais estruturado que no Amapá, ainda que fosse nesse último que estivessem os ativos da empresa. Principal Estabelecimento 30:46 (a) Ao próprio devedor (autofalência), que tem o dever (embora sem sanção) de requerer quando não preencher os requisitos para a recuperação judicial; (b) Cônjuge sobrevivente, herdeiros e inventariante (somente se aplica ao empresário individual - prazo de 1 ano contado da morte); (c) Sócio da sociedade devedora, mesmo que LTDA ou S/A; (d) Credor com título - se empresário, deve provar a regularidade do exercício comercial - inscrição individual ou registro dos atos constitutivos– se não tiver domicílio no país, deve prestar caução. Legitimidade Ativa 23 32:54 A falência pressupõe que haja indicativo de que a empresa esteja no contexto de inviabilidade, e precisa ser retirada do mercado. Para haver segurança, a Lei cria um procedimento prévio, uma fase declaratória em que será feita a discussão da necessidade de se liquidar. Por isso, são estabelecidos motivos legais, ou hipóteses: 1. Impontualidade injustificada: deixar de honrar a obrigação líquida, superior a 40 salários-mínimos da data do pedido (valor de face do título, sem juros, correção ou honorários), devidamente protestada. 2. Execução frustrada: inexistência de (a) pagamento, (b) depósito ou (c) nomeação de bens suficientes à garantia do crédito. A execução é encerrada e o credor, munido da certidão judicial (“de objeto e pé”) que atesta a tríplice omissão, ingressa com o pedido de falência – não necessita de protesto – título pode ter valor inferior a 40 salários-mínimos. 3. Ato de falência: todos os comportamentos que, presumivelmente, revelam a insolvência do devedor empresário: liquidação precipitada; emprego de meios ruinosos ou fraudulentos; negócio simulado; alienação irregular do estabelecimento sem o consentimento dos credores, salvo se conservar em seu patrimônio bens suficientes para responder pelo passivo; garantia real ao credor após a instituição do crédito; abandono do estabelecimento empresarial sem deixar procurador bastante, com recursos suficientes para quitação das obrigações. Hipóteses de falência Qual tipo de empresa não pode fazer pedido de falência ou recuperação, por fazer parte da exclusão absoluta? EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO R es p o st a d es ta p ág in a: a lt e rn a ti v a 3 24 AULA 2 • PARTE 3 1. Fase pré-falimentar (começa do pedido e vai até a sentença declaratória) . 2. Fase falimentar (vai da sentença declaratória até a sentença de encerramento – põe fim ao processo de falência propriamente dito, neste lapso, muita coisa acontece, é a principal fase). 3. Fase reabilitação (depois de 03 anos da quebra, pode haver extinção das obrigações). Processo falimentar 08:02 00:21 Apenso: Adjetivo que significa juntar, estar em apenso. Apensado também significa anexado, juntado, acrescido. É um acessório, algo que foi acrescentado. O apenso de um processo é também um outro processo. PALAVRA-CHAVE 17:39 É sempre o empresário individual ou a sociedade (empresa). Não o sócio. Mas dependendo da função exercida e do modelo societário, o sócio pode sofrer pessoalmente as consequências da falência - vide os sócios de responsabilidade ilimitada. Os administradores/diretores que representam e administram a sociedade podem sofrer algumas das restrições impostas à pessoa jurídica, havendo restrições profissionais, de circulação, de patrimônio (art. 81, p. 2 e art. 102, LRF). Quanto à responsabilidade civil, somente os sócios de responsabilidade ilimitada podem ter seu patrimônio pessoal arrecadado (embora devam ser vendidos os bens da sociedade em primeiro lugar). Quanto à responsabilidade penal, todos os sócios são equiparados ao empresário individual falido. Efeitos da falência em relação ao falido: • Restrição da capacidade civil para prática de atos de conteúdo patrimonial (venda e compra de imóvel, celebrar contrato social, dar quitação etc.) • Restrição do direito de ir e vir (não pode Quem é falido? 23:18 O falido não pode exercer a atividade empresarial enquanto não reabilitado. E quando eu digo falido aqui, estou falando também do representante legal da atividade falida. 25 ausentar-se da Comarca sem autorização judicial). • Suspensão do direito ao sigilo de correspondência. • Suspensão do direito de exercício da profissão – o falido não poderá exercer atividade empresarial enquanto não reabilitado. • Obrigações processuais (colaboração, comparecimento etc.). 30:05 Extingue as obrigações do falido: V - o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falência, ressalvada a utilização dos bens arrecadados anteriormente, que serão destinados à liquidação para a satisfação dos credores habilitados ou com pedido de reserva realizado; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) Lei nº 11.101/2005 Art. 158. FUNDAMENTO 30:23 A sentença que declarar extintas as obrigações do falido, nos termos do art. 159 desta Lei, somente poderá ser rescindida por ação rescisória, na forma prevista na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), a pedido de qualquer credor, caso se verifique que o falido tenha sonegado bens, direitos ou rendimentos de qualquer espécie anteriores à data do requerimento a que se refere o art. 159 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) Parágrafo único. O direito à rescisão de que trata o caput deste artigo extinguir-se-á no prazo de 2 (dois) anos, contado da data do trânsito em julgado da sentença de que trata o art. 159 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) Lei nº 11.101/2005 Art. 159-A. FUNDAMENTO 33:48 CTN: O Código Tributário Nacional é uma lei brasileira que institui as normas gerais de direito tributário exigidas pelo art. 146, inciso III da constituição brasileira. CTN regula as normas gerais de direito tributário aplicáveis a todos os entes da federação: União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. PALAVRA-CHAVE 38:13 A falência só atinge seus objetivos se for capaz de realocar seus ativos de maneira rápida. Para isso é preciso desburocratizar a realização do ativo; retirar amarras que faziam com que essa realização se atrasasse; e de outro lado protegendo quem compra. A reforma fez com que a venda judicial fosse sempre leilão, processo ativo, ou outra forma de venda efetiva. No caso do leilão, passou a poder efetivamente ser presencial, eletrônico ou híbrido, facilitando a venda. Anteriormente havia outras modalidades, como pregão, proposta, entre outros. O professor lembra ainda que a alienação independe da conjuntura de mercado; pode contar com contratação de consultores, corretores e leiloeiros; deve ocorrer em 180 dias contados da arrecadação; não existe preço vil. Modalidades de venda 39:15 Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo auto ao processo de falência, será iniciada a realização do ativo. Lei nº 11.101/2005 Art. 139. FUNDAMENTO 26 AULA 2 • PARTE 4 05:35 § 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica aos créditos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a suspensão dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Código. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) Lei nº 11.101/2005 Art. 6º. FUNDAMENTO 06:27 Recuperação [judicial] é um dos raros casos em que conflitos de competência são conflitos positivos. 12:39 A lei passou a estabelecer a venda do ativo deveria ser feito em até três tentativas, em 45 dias: 1ª chamada – valor de avaliação 2ª chamada (15 dias) – 50% 3ª chamada (15 dias) – qualquer valor Impugnação à venda (art. 143), proposta firme mais a caução de 10%. Leilão 15:01 Frustrada a tentativa de venda dos bens da massa falida e não havendo proposta concreta dos credores para assumi-los, os bens poderão ser considerados sem valor de mercado e destinados à doação. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) Parágrafo único. Se não houver interessados na doação referida no caput deste artigo, os bens serão devolvidos ao falido. (Incluído pela Lei nº 14.112, de2020) Lei nº 11.101/2005 Art. 144-A. FUNDAMENTO 18:03 Em qualquer das modalidades de alienação referidas no art. 142 desta Lei, poderão ser apresentadas impugnações por quaisquer credores, pelo devedor ou pelo Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da arrematação, hipótese em que os autos serão conclusos ao juiz, que, no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá sobre as impugnações e, julgando-as improcedentes, ordenará a entrega dos bens ao arrematante, respeitadas as condições estabelecidas no edital. Lei nº 11.101/2005 Art. 143 FUNDAMENTO 27 20:50 A nova Lei protege quem compra através da blindagem na sucessão, de forma que, como consta no Art. 141 II, o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor. Inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. Reforma reforçou a inexistência de sucessão: Art. 60, obrigações de qualquer natureza, inclusive ambiental, regulatória, anticorrupção, administrativa, penal, tributária e trabalhista. Sucessão 23:08 O quadro geral de credores deve seguir uma ordem de recebimento, que foi alterada pela reforma, principalmente em função do financiamento DIP. Esse financiamento é próprio para empresas em recuperação judicial, e dá aquele que empresta o dinheiro prioridade para receber. Isso diminui risco, custo, aumenta oferta. Ou seja, quem empresar para uma empresa em recuperação e ela falir, receberá de volta com super prioridade – estando atrás, apenas, de extraconcursais e verbas de manutenção da falência. Dessa maneira, a ordem fica constituída desta forma: - Art. 84 (extraconcursais): - Verbas do art. 150 e 151 - DIP - Restituição em dinheiro - Remuneração do AJ e verbas trabalhistas posteriores à quebra - Obrigações durante RJ e depois da quebra - Empréstimos dos credores à massa falida - Despesas da massa (administração, arrecadação, vendas) - Custas processuais em ações e execuções em que a massa foi vencida - Tributos de fatos geradores posteriores a quebra Ordem de pagamento dos credores A falência só atinge seus objetivos se for capaz de realocar seus ativos de maneira rápida, e uma das formas de isso ser alcançado foi abandonar a ideia de preço vil. O que significa que o bem não possui preço vil? EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO R es p o st a d es ta p ág in a: a lt e rn a ti v a 1 . 28 AULA 3 • PARTE 1 01:40 Com o Estado Novo, houve a reforma do Decreto n° 5746/29 pelo Decreto-lei n° 7.661/45, cujo objetivo era o de ajustar a legislação nacional à política de fortalecimento dos poderes do Estado. Uma das principais mudanças no ordenamento jurídico, introduzido por esta reforma, foi a concessão das concordatas preventivas e suspensivas pelo Estado, por intermédio do juiz, aos devedores infelizes e honestos, independentemente da concordância dos credores. Lei de Falências Decreto-lei 7.661/1945 FUNDAMENTO 02:44 Como refere-se a professora Ana Cláudia, na prática, é muito complicado dizer para um empresário ou sociedade empresarial que devem declarar falência. Mas como uma empresa promove sua dissolução regular? Apura-se o ativo; paga-se o passivo; se existir saldo a partilhar, realiza-se a partilha. Quando existe ativo, tudo bem, o problema é quando a conta é negativa. Neste caso a forma de promover a dissolução regular é requerer a autofalência A professora Ana fala que a extinção de obrigações pode ocorrer antes do encerramento do processo falimentar. É o caso da hipótese do artigo 158, V que prescreve que o falido, após o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falência, pode requerer a extinção das suas obrigações. Ressalta-se que a extinção das obrigações do falido não irá abranger as obrigações tributárias, uma vez que a previsão de extinção dessas obrigações demanda lei complementar. A professora explica que a falência pode ser um mecanismo de planejamento tributário, pois é forma de dissolução regular de sociedade e traz algumas decisões judiciais para exemplificar entendimento da jurisprudência. Em uma delas, na hipótese de processo falimentar, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu no sentido de que a falência não equivale a dissolução irregular de empresa e que somente quando esgotados os bens da sociedade empresária falida é que a execução pode ser redirecionada para o patrimônio dos sócios gerentes, caso comprovada a prática de atos com excesso de poderes ou infração da lei. Dissolução regular da empresa 03:31É muito complicado falar para um cliente que o caso dele não é de recuperação judicial ou extrajudicial, e sim de encerramento das atividades. 11:34 O Fisco possui legitimidade ativa para requerer a falência? O Art. 97, IV não exclui o fisco, pois refere- se a “qualquer credor”. No entanto, até a promulgação da Lei 14.112/2020, as decisões judiciais não admitiam a legitimidade ativa do Fisco para requerer a falência, pois o entendimento era de que o pedido de falência não poderia ser utilizado para coagir moralmente o devedor a satisfazer o crédito tributário. A partir das alterações introduzidas pela Lei 14.112/2020, há uma tendência a esse posicionamento da jurisprudência ser alterado. O processo falimentar e de recuperação de empresas é maior do que o interesse da Fazenda, pois integra a sociedade, e contribui para a saúde econômica do país. Ou seja, preservar a empresa é mais importante do que os interesses do Fisco. A professora traz outras jurisprudências, para mostrar que em outro caso o Fisco teve legitimidade ativa para requerer a falência, sob a perspectiva de que foram esgotadas as possibilidades de recebimento de crédito. Há um empoderamento do Fisco com a reforma da Lei, mas algo mais factível do que anteriormente. Fisco 29 18:23 O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial [...] V - por descumprimento dos parcelamentos referidos no art. 68 desta Lei ou da transação prevista no art. 10-C da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; e VI - quando identificado o esvaziamento patrimonial da devedora que implique liquidação substancial da empresa, em prejuízo de credores não sujeitos à recuperação judicial, inclusive as Fazendas Públicas. (Incluído pela Lei nº 14.112/ 2020). Lei nº 11.101/2005 Art. 73 FUNDAMENTO 25:40 Quais os principais efeitos da convolação da recuperação judicial em falência para os credores? Essa questão depende de quais credores. Os credores que estavam no âmbito de processo de recuperação judicial são incluídos no processo falimentar, com o valor originalmente contraído. Todos os credores que não estavam sujeitos a recuperação judicial, v.g., contraídos após o pedido (artigo 49) ou elencados no parágrafo 3º do artigo 49 precisam adotar as providências necessárias, habilitação do crédito e pedido de restituição, conforme o caso. Efeitos da convolação Processo de verificação de créditos No processo de verificação de crédito temos dois momentos: habilitações tempestivas (art. 7º), habilitações retardatárias (art. 10). “Pouco retardatárias”: apresentadas antes da homologação do QGC - recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei. “Muito retardatárias”: após a homologação do QGC - procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil. Prazo para habilitação ou de reserva de crédito em no máximo, 3 anos contados da data de publicação da sentença que decretar a falência, sob pena de decadência (§ 10, Art. 10 – incluído pela Lei 14.112/20). Outra alteração promovida pela Lei 14.112 é o incidente de classificação de crédito público. Agora há um procedimento em que o passivo inscrito em dívida ativa deve ser trazido para os autos do processo falimentar, visando permitir que os credores possam reconhecer o montante estabelecido (7ºA). A Fazenda será intimadapara apresentar essa relação completa em 30 dias; o falido e demais credores poderão apresentar objeções em 15 dias; a Fazenda tem mais 10 dias para esclarecimentos; os créditos incontroversos, desde que exigíveis, serão imediatamente incluídos no quadro-geral de credores, observada a sua classificação. 27:17 Processo de verificação de créditos (continuação) A decisão sobre os cálculos e a classificação dos créditos para os fins do disposto nesta Lei, bem como sobre a arrecadação dos bens, a realização do ativo e o pagamento aos credores, competirá ao juízo falimentar. A decisão sobre a existência, a exigibilidade e o valor do crédito, bem como sobre o eventual prosseguimento da cobrança contra os corresponsáveis, compete ao juízo da execução fiscal. As execuções fiscais permanecerão suspensas até o encerramento da falência, sem prejuízo da possibilidade de prosseguimento contra os corresponsáveis. 30 AULA 3 • PARTE 2 01:46 São créditos extraconcursais os honorários de advogado resultantes de trabalhos prestados à massa falida, depois do decreto de falência, nos termos dos arts. 84 e 149 da Lei 11.101/2005. De início, cumpre ressaltar que os credores da falida não se confundem com os credores da massa falida. Os credores da falida são titulares de valores de origem anterior à quebra, que devem ser habilitados no quadro geral de créditos concursais pela regência da nova lei (art. 83 da Lei 11.101/2005). As dívidas da massa falida, por sua vez, são créditos relacionados ao próprio processo de falência, nascidos, portanto, depois da quebra, e pelo atual sistema legal devem ser pagos antes dos créditos concursais (art. 84 da Lei 11.101/2005), (...). Em outras palavras, os serviços prestados à massa falida após a decretação da falência são créditos extraconcursais (arts. 84 e 149 da Lei 11.101/2005), que devem ser satisfeitos antes, inclusive, dos trabalhistas, à exceção do que dispõe o art. 151. Os créditos resultantes de honorários advocatícios, sucumbenciais ou contratuais, têm natureza alimentar e equiparam-se aos trabalhistas para efeito de habilitação em falência. Limita-se a 150 salários-mínimos como crédito trabalhista, e o saldo como crédito quirografário. Honorários 02:36 Os honorários advocatícios oriundos da prestação de serviços de advocacia após o pedido de recuperação judicial são considerados na hipótese de falência como obrigações resultantes de atos jurídicos válidos no âmbito da recuperação judicial. 03:37 O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes. Não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. Limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas, empresas de pequeno porte e produtor rural. Muitas vezes a massa falida é frustrada: falência que não tem ativos suficientes para arcar com as custas do processo falimentar. O administrador tem uma série de obrigações, e não terá remuneração. Esse aspecto é problemático dentro da atividade de administrador judicial. Obrigações do Administrador Judicial acrescentadas pela Lei 14.112/2020 (Art. 22): - Estimular, sempre que possível, a conciliação, a mediação e outros métodos alternativos de solução de conflitos; - Manter endereço eletrônico na internet, com informações atualizadas sobre os processos de falência; Administrador Judicial 31 - Manter endereço eletrônico específico para o recebimento de pedidos de habilitação ou a apresentação de divergências, ambos em âmbito administrativo, com modelos que poderão ser utilizados pelos credores; - Relacionar os processos e assumir a representação judicial e extrajudicial, incluídos os processos arbitrais, da massa falida; - Proceder à venda de todos os bens da massa falida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da juntada do auto de arrecadação, sob pena de destituição, salvo por impossibilidade fundamentada, reconhecida por decisão judicial; - Arrecadar os valores dos depósitos realizados em processos administrativos ou judiciais nos quais o falido figure como parte, oriundos de penhoras, de bloqueios, de apreensões, de leilões, de alienação judicial e de outras hipóteses de constrição judicial. 33:13 A decretação da falência implica na extinção da personalidade jurídica da falida? A empresa nasce quando é registrada no órgão competente, com o CNPJ, e deixa de ter o registro na junta e o CNPJ quando for arquivada a sentença que encerra o processo falimentar (artigos 114-A ou 156). O STJ no Recurso Especial 1.372.243/SE assentou que “a mera decretação da quebra não implica extinção da personalidade jurídica do estabelecimento empresarial. Ademais, a massa falida tem exclusivamente personalidade judiciária, sucedendo a empresa em todos os seus direitos e obrigações”. Sentença decretatória AULA 3 • PARTE 3 04:53 O falido também possui direitos: pode acompanhar as habilitações, processos, interpor recursos em nome da falida. Dentre seus deveres, deve prestar informações ao juiz, administrador judicial e credores, de forma que não pode se ausentar de onde está tramitando o processo. A responsabilidade dos administradores e sócios é contemplada no Art. 82: “A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil”. O Art. 6º-C. reforça a existência da Direitos e Responsabilidades 07:28 É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros em decorrência do mero inadimplemento de obrigações do devedor falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as garantias reais e fidejussórias, bem como as demais hipóteses reguladas por esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) Lei nº 11.101/2005 Art. 6º-C. FUNDAMENTO 32 personalidade jurídica. E o Artigo 82A foi incluído para tratar da extensão da sentença decretatória em relação a outras pessoas (muito trabalhado na jurisprudência, antes da reforma). Ou seja, o Art. 82A coloca que a falência é da sociedade, e não dos sócios, de forma que não tem reabilitação para eles. A desconsideração da personalidade jurídica da sociedade falida, para fins de responsabilização de terceiros, grupo, sócio ou administrador por obrigação desta, somente pode ser decretada pelo juízo falimentar com a observância do art. 50, CC e dos arts. 133 a 137, do CPC. 08:50 É vedada a extensão da falência ou de seus efeitos, no todo ou em parte, aos sócios de responsabilidade limitada, aos controladores e aos administradores da sociedade falida, admitida, contudo, a desconsideração da personalidade jurídica. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) Parágrafo único. A desconsideração da personalidade jurídica da sociedade falida, para fins de responsabilização de terceiros, grupo, sócio ou administrador por obrigação desta, somente pode ser decretada pelo juízo falimentar com a observância do art. 50 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) e dos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), não aplicada a suspensão de que trata o § 3º do art. 134 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.112, d e 2020) (Vigência) Lei nº 11.101/2005 Art. 82-A. FUNDAMENTO O Art. 82-A (Incluído pela Lei nº 14.112/20) foi incluído para tratar da extensão da sentença decretatória em relação a outras pessoas. Para aprofessora Ana Cláudia, o que ele reforça? EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 12:28 A professora Ana Cláudia traz algumas decisões judiciais para debater ações de responsabilidade, que envolvem as questões do Art. 82. O autor da ação deve demonstrar o nexo causal entre as condutas praticadas e os prejuízos causados a Massa Subjetiva (coletividade de credores). Das ações em que os sócios são incluídos no polo passivo em razão desconsideração da Decisões judiciais R es p o st a d es ta p ág in a: a lt e rn a ti v a 2 . 33 personalidade jurídica da falida: Falência da devedora decretada. Execução suspensa. Pedido de prosseguimento em relação aos sócios, incluídos na execução em razão de desconsideração da personalidade jurídica anteriormente decretada. Cabimento. Sócios não solidários, não atingidos pela falência. Indisponibilidade de bens que, se eventualmente decretada, não impede a alienação judicial para satisfazer o credor, pois o que se impede, com este gravame, é o devedor, livremente, dispor de seus bens. Recurso provido, com observação”. (Agravo de Instrumento nº 2100803-98.2016.8.26.0000. TJ/SP. J. Em 04/08/2016) 13:16 A responsabilização no âmbito do processo falimentar é algo relativamente tranquilo para os administradores [...] que só vão efetivamente responder se agiram violando a lei, contratos, estatutos. 16:28 Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê. Lei nº 11.101/2005 Art. 117 FUNDAMENTO Vantagens do pedido de restituição Qual a vantagem do pedido de restituição para o Autor da ação em relação a habilitação de crédito? Qual a diferença dos Embargos de 3º? O pedido de restituição deve ser utilizado quando é arrecadado bem para a Massa Falida que não lhe pertence; neste caso o bem deve ser restituído ao Autor da ação. Essa restituição pode ser em bens ou em dinheiro (art. 85 combinado com o art. 86). Enquanto na habilitação de crédito o Autor terá seu crédito incluído no Quadro Geral de Credores e ficará sujeito ao pagamento observada a ordem de preferência estabelecida no art. 83 (princípio da par conditio creditorum). O embargo de 3º cabe no âmbito do processo falimentar quando não for cabível a restituição. Ocorre normalmente quando há defesa da meação. 34:20 Artigo: Efeitos da Falência LEITURA INDICADA A declaração da insolvência do franqueador: efeitos da falência nos contratos internacionais de franchising Para ler o artigo, clique aqui. https://jus.com.br/artigos/49980/a-declaracao-da-insolvencia-do-franqueador-efeitos-da-falencia-nos-contratos-internacionais-de-franchising 34 AULA 3 • PARTE 4 00:11 Quais as diferenças da declaração de ineficácia de atos praticados pelo falido antes da decretação da falência (art. 129) e a ação revocatória (art. 130)? A declaração de ineficácia independe da comprovação de fraude. O Decreto- Lei 7661/45 fazia uma separação: a ação revocatória por fraude; ação revocatória por ineficácia. Quando se estabelece a necessidade de interposição da ação revocatória, há a fixação de um prazo para interposição da ação. O legislador da Lei 11.101/05 passou a tratar de uma forma separada, de forma que a declaração de ineficácia pode ser obtida independentemente da interposição de ação. A declaração de ineficácia (conforme art. 129) elenca uma série de situações taxativas em que é possível que o juiz declare a ineficácia do ato praticado pelo falido antes da decretação da falência. Declaração de ineficácia 03:42 Período suspeito: O termo legal da falência é um período suspeito fixado pelo juiz na falência. Consiste no prazo anterior ao pedido de falência em que os atos realizados pela falida podem ser investigados e declarados ineficazes se causarem prejuízo aos credores. Esse período é de até 90 dias anteriores contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados (artigo 99, II, Lei 11.101/05) PALAVRA-CHAVE 23:13 Trespasse: Contrato oneroso de alienação ou transferência do estabelecimento empresarial para o adquirente, sendo que, para que possa ter eficácia perante terceiros, é necessário efetuar o devido registro na Junta Comercial com a sua posterior publicação. PALAVRA-CHAVE Não se caracteriza como objetivo do sistema de insolvência empresarial brasileiro: EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO R es p o st a d es ta p ág in a: a lt e rn a ti v a 2 . 35 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO Com relação ao efeito que a decretação da falência de um empresário ou de uma sociedade empresária produz sobre aos contratos da falida, assinale a afirmativa correta. R es p o st a d es ta p ág in a: a lt e rn a ti v a 2 . 36 Resumo da disciplina Veja, nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina. AULA 1 AULA 2 AULA 3 A responsabilização no âmbito do processo falimentar é algo relativamente tranquilo para os administradores [...] que só vão efetivamente responder se agiram violando a lei, contratos, estatutos. Está superada aquela ideia de que falência serve para pagar credor, e recuperação serve para defender o devedor. Os créditos honorários advocatícios entrariam como obrigações resultantes de atos jurídicos válidos no âmbito da recuperação judicial. É muito complicado falar para um cliente que o caso dele não é de recuperação judicial ou extrajudicial, e sim de encerramento das atividades. Esse é o primeiro passo da falência, propiciar a abertura de espaço de mercado para a substituição de uma atividade por outra. O direito brasileiro tem em sua tradição uma forte preocupação com a função social dos institutos do direito privado. Quando uma empresa está em crise, se coloca em risco os benefícios econômicos e sociais. Você tem o rigor da lei, e você tem a realidade. Quem faz esse amalgama entre o rigor da lei e a realidade é o poder judiciário. O falido não pode exercer a atividade empresarial enquanto não reabilitado. 37 Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina. Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online. A nota mínima para aprovação é 6. Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso. A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. Avaliaçãoca-- Conheça seus professores Conheça os professores da disciplina. Ementa da Disciplina Veja a descrição da ementa da disciplina. Bibliografia da Disciplina Veja as referências principais de leitura da disciplina. O que compõe o Mapa da Aula? Confira como funciona o mapa da aula. Mapa da Aula Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. Resumo da disciplina Relembre os principais conceitos da disciplina. Avaliação Veja as informações sobre o teste da disciplina. Botão Livro On 2: Botão 252: Botão 253: Botão 254: Botão 255: Botão 257: Botão 258: Botão 259: Botão 260: Botão 262: Botão 263: Botão 264: Botão 265: Botão 267: Botão 268: Botão 269: Botão 270: Botão 272: Botão 273: Botão 274: Botão 275: Botão 277: Botão 278: Botão 279: Botão 280: