Tanatologia: Estudo da Morte

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A tanatologia se ocupa da morte + problemas jurídicos e sociais relacionados
Morte: definida por parada total e irreversível de atividade encefálica → ausência de
reflexo corneano, oculovestibular e vômito + teste de apneia positivo
Tipos de morte:
Natural Decorrente de doenças e envelhecimento
Violenta Morte não natural com fatores externos agregados
Voluntária Exógena ou endógena → suicídio
Suspeita - Morte súbita: morte inesperada → Sd. morte súbita infantil
< 1 ano
- Cripto violência: sem lesão externa mas com suspeita de
trauma interno;
- Violência indefinida: sinais externos insignificantes;
- Violência definida;
- Infortúnio do trabalho
Perinecroscopia: exame do local de morte e preservação do local
- Manchas;
- Impressões digitais;
- Arma do crime;
- Parede e teto;
- Tº local;
- Umidade do ar
Necropsia: é realizada por 2 peritos + 1 auxiliar de necropsia + 1 escrevente →
realizada preferencialmente no período diurno para melhor iluminação
É feita em 2 tempos:
- Inspeção externa: cor, sexo, idade, altura, peso, grupo sanguíneo, sinais
cadavéricos e impressões digitais;
- Inspeção interna: obedece a ordem abaixo → em casos da suspeita da
morte, iniciar pelo local suspeito
1. Abdome;
2. Tórax;
3. Cabeça e pescoço;
4. Ânus, órgãos genitais, MMII e dorso
Cronatognose: avaliação da data, hora e Tº da morte
Fenômenos cadavéricos:
a) Imediatos: ocorrem logo após a morte:
- Ausência de respiração (sinal da vela), circulação, função cerebral e
sensibilidade;
- Inconsciência;
- Imobilidade;
- Fácies hipocrática;
- Relaxamento esfincteriano;
b) Consecutivos: ocorrem algumas horas após a morte
- Algidez;
- Rigidez: 1 - 2 horas;
- Mancha verde;
- Hipóstase;
- Desidratação: fenômeno de ordem física que ocorre → a evaporação de água
leva a diminuição de peso + ressecamento de mucosa + arrancamento de
escroto e grandes lábios + livor hipostático (petéquias de hipóstase) que
aparecem onde o corpo estava em contato (2 - 3 horas após a morte)
c) Tardios destrutivos / transformativos:
- Autólise: ocorre pela ausência de oxigênio, levando ao aumento das reações
químicas anaeróbias
Fases:
I. Latente: devido a alterações no citoplasma → comprometimento celular;
II. Necrótico: comprometimento tecidual;
III. Córnea: destruição do humor aquoso
- Putrefação: fenômeno de ordem química pela produção de gases por
bactérias saprófitas
Fases:
I. Coloração: mancha esverdeada em F.I.D (consecutiva) ou verde enegrecida
em todo o corpo (tardia) → após 24h (verão) ou 36h (inverno) da morte
obs.: Termina quando insetos começam a adentrar o corpo;
II. Gasosa: 2 - 3 dias após a morte, em que ocorre descolamento de estruturas
→ “pose de lutador” e aumento da bolsa escrotal;
III. Coliquativa: 3 semanas após a morte, em que há descolamento TOTAL
tecidual + dissolução do corpo;
IV. Esqueletização: ossos livres presos por ligamentos → resultado final
- Maceração: fenômeno que ocorre em meios líquidos
Tipos:
I. Asséptico: ocorre com o feto na vida intrauterina → 3 - 5 dias: formação de
bolhas e descolamento da epiderme;
II. Séptico: afogamento em meios contaminados, em que há ação de germes →
o tegumento cutâneo se assemelha a luvas com conservação da impressão
digital
d) Tardios conservativos:
- Mumificação: ocorre em ambientes bem ventilados, secos e quentes, em que
a diminuição do peso e volume corporal ocorre por desidratação
Características:
I. Pele endurecida com aspecto coriáceo;
II. Face conserva traços fisionômicos;
III. Fragilidade de tendões e vísceras
- Saponificação / adipocera: fenômeno raro que ocorre em Tº abaixo de 21ºC +
baixa oferta de O2 + calor úmido (terreno argiloso) → ocorre hidrólise de
gordura, de forma que o cadáver fica com aspecto de sabão (frequente em
indivíduos obesos).
7 - 10 dias após a morte
- Calcificação: ocorre em fetos mortos e retidos intraútero < 20 semanas →
deposição de cálcio no feto: litopédio