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Atuação na educação básica
Guilherme Borges Pacheco Pereira
Descrição
As competências profissionais e a atuação do professor de Educação Física na educação básica a partir
das finalidades pedagógicas de cada etapa de ensino.
Propósito
As competências do professor de Educação Física na educação básica devem corresponder às demandas
pedagógicas de cada etapa de ensino, portanto, reconhecê-las é fundamental para a sua atuação
profissional.
Preparação
Antes de iniciar o seu estudo, pesquise e acesse as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Básica (DCNEB) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), disponíveis no portal do Ministério da
Educação, pois são referências básicas para a compreensão do conteúdo.
Objetivos
Módulo 1
Professor de Educação Física na educação infantil
Reconhecer as competências necessárias ao professor de Educação Física para sua atuação na
educação infantil.
Módulo 2
Professor de Educação Física no ensino fundamental
Reconhecer as competências necessárias ao professor de Educação Física para sua atuação no ensino
fundamental.
Módulo 3
Professor de Educação Física no ensino médio e de jovens e adultos
Reconhecer as competências necessárias ao professor de Educação Física para sua atuação no ensino
médio e na educação de jovens e adultos.

Introdução
A atuação do professor de Educação Física na educação básica está diretamente relacionada a alguns
aspectos importantes. Em primeiro lugar, relaciona-se com as demandas e com as necessidades dos
alunos de cada etapa do ensino, previstas em legislação específica e planos educacionais, como a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica
(DCNEB), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entre outros documentos.
Em segundo lugar, é preciso considerar a formação dos professores em seus diferentes aspectos:
humanista, técnica, crítica, reflexiva e ética. Nesse contexto, a Base Nacional Comum para a Formação
Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação) e as Diretrizes Curriculares Nacionais dos
Cursos de Graduação em Educação Física (DCN) são os documentos de referência. Por fim, o atendimento à
legislação e às necessidades educacionais se materializam nos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) da
escola.
A fim de cumprir a tarefa de ensinar com qualidade, é preciso que sejam identificadas e examinadas as
competências profissionais do professor de Educação Física (conhecimentos, habilidades e atitudes) e
como elas se relacionam com as características dos estudantes, seus níveis de desenvolvimento e suas
necessidades educacionais. Outro aspecto importante é que os conhecimentos e os valores no ensino
estão associados às demandas sociais, definindo a relevância do que deve ser ensinado.
Neste conteúdo, examinaremos a articulação entre as finalidades pedagógicas de cada etapa de ensino na
educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) com as competências na tarefa de
ensinar e a formação básica e continuada do professor de Educação Física.
1 - Professor de Educação Física na educação infantil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as competências necessárias ao
professor de Educação Física para sua atuação na educação infantil.
As �nalidades da Educação Física na educação infantil
A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação escolar. Como pode ser observado nas
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB), o objetivo é o desenvolvimento integral da
criança de até cinco anos de idade (BRASIL, 2013). A educação infantil propõe dois eixos estruturantes da
prática pedagógica relacionados a experiências de aprendizagem para diferentes conhecimentos,
habilidades e atitudes, que são:
Interações
Brincadeiras
Percebe-se, portanto, que a aprendizagem da criança até os cinco anos de idade se desenvolve nas suas
próprias ações, conferindo característica ativa e prática à aprendizagem.
De acordo com a teoria de Piaget, as crianças na educação infantil estão nas duas fases iniciais do
desenvolvimento:
As crianças da creche (0 a 3 anos) encontram-se na fase de desenvolvimento sensório-motor.
As crianças da pré-escola (4 e 5 anos) encontram-se na fase de desenvolvimento pré-operatório.
O paradigma da educação infantil atual é a educação para o desenvolvimento integral da criança (ARRUDA
et al., 2018). Essa perspectiva pode ser compreendida, em primeiro lugar, como o reconhecimento de que a
criança apreende a realidade de forma global ou integrada (totalidade), em que as dimensões física,
intelectual e emocional estão integradas à experiência de conhecer o mundo e a si mesma. Na educação
infantil, não se concebe um ensino fragmentado por disciplinas, por isso, essa etapa apresenta uma
organização curricular por “campos de experiência”, que estão relacionados à vida cotidiana da criança. De
acordo com a BNCC (BRASIL, 2017), esses campos são:

O eu, o outro e o nós;
Você poderá aprender um pouco mais sobre as finalidades da Educação Infantil ao final do módulo
acessando ao vídeo do Vem que eu te explico.
A Educação Física, no contexto da educação infantil, deve estar obrigatoriamente integrada às orientações
curriculares, descolando-se do seu sentido disciplinar convencional e articulando-se aos diferentes campos
de experiência, de forma interdisciplinar, a partir dos conhecimentos próprios da área. Nesse sentido, o
professor de Educação Física deve se empenhar pedagogicamente em vincular suas aulas a todos esses
campos, sempre que possível, de modo a manter a articulação com o projeto pedagógico da escola.
As finalidades da Educação Física, como campo de conhecimento e campo de atuação pedagógica na
educação infantil, devem garantir situações de aprendizagem nos diferentes campos de experiência.
Considerando os temas e os conteúdos identificadores da área de Educação Física (jogos, danças,
ginásticas, lutas e esportes), admite-se como mais apropriado aos níveis de desenvolvimento das crianças
Corpo, gestos e movimentos;
Traços, sons, cores e formas;
Escuta, fala, pensamento e imaginação; e
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
da educação infantil os jogos e as brincadeiras, a dança e as atividades rítmicas, e a ginástica geral
(movimentos naturais). Esses temas devem ser conduzidos de maneira lúdica pelo professor, pois a
atividade natural da criança é brincar.
A formação do professor de Educação Física
A formação do professor de Educação Física (licenciatura) no Brasil está estruturada em função de dois
aspectos:

As competências gerais previstas na BNCC-Educação Básica, isto é, a formação do professor licenciado em
Educação Física deve considerar, antes de tudo, as finalidades da educação básica, como indica a Base
Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação) (BRASIL,
2020).

O campo específico da Educação Física, que abrange os conhecimentos teóricos e práticos sobre
motricidade humana/movimento humano/cultura do movimento corporal/atividade física nas suas diversas
manifestações (jogo, esporte, exercício, ginástica, lutas e dança) (BRASIL, 2018).
A BNC-Formação estabelece dois conjuntos de competências para o docente da educação básica: as
competências gerais e as competências específicas.
Competências gerais
Observe a seguir as competências gerais:
( 01 )
Compreender e utilizar os conhecimentos historicamente construídos para poder ensinar a realidade com
engajamento na aprendizagem do estudante e na sua própria aprendizagem, colaborando para a construção
de uma sociedade livre, justa, democrática e inclusiva.
( 02 )
Pesquisar, investigar, refletir, realizar a análise crítica, usar a criatividade e buscar soluções tecnológicas
para selecionar, organizar e planejar práticas pedagógicas desafiadoras, coerentes e significativas.
( 03 )
Valorizar e incentivar as diversas manifestações artísticas e culturais, tanto locaisquanto mundiais, e a
participação em práticas diversificadas da produção artístico-cultural para que o estudante possa ampliar
seu repertório cultural.
( 04 )
Utilizar diferentes linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital – para se expressar e fazer com que
o estudante amplie seu modelo de expressão ao partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos
em diferentes contextos, produzindo sentidos que levem ao entendimento mútuo.
( 05 )
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas docentes, como recurso pedagógico e como ferramenta
de formação, para comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e potencializar as aprendizagens.
( 06 )
Valorizar a formação permanente para o exercício profissional, buscar atualização na sua área e afins,
apropriar-se de novos conhecimentos e novas experiências que lhe possibilitem aperfeiçoamento
profissional e eficácia e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania, ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
( 07 )
Desenvolver argumentos com base em fatos, dados e informações científicas para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns, que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental, o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
( 08 )
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana, reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas,
desenvolver o autoconhecimento e o autocuidado nos estudantes.
( 09 )
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo
o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e
de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza, para promover um ambiente colaborativo nos locais de aprendizagem.
( 10 )
Agir e incentivar, pessoal e coletivamente, com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência, a
abertura a diferentes opiniões e concepções pedagógicas, tomando decisões com base em princípios
éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários, para que o ambiente de aprendizagem possa
refletir esses valores.
Competências especí�cas
As competências específicas, por sua vez, estão organizadas em três dimensões fundamentais, que são
interdependentes, complementares e não hierarquizadas. Veja a seguir as competências específicas dos
professores da educação básica:
1. Dominar os objetos de conhecimento e saber como ensiná-los.
2. Demonstrar conhecimento sobre os estudantes e como eles aprendem.
3. Reconhecer os contextos.
4. Conhecer a estrutura e a governança dos sistemas educacionais.
1. Planejar as ações de ensino que resultem em efetivas aprendizagens.
2. Criar e saber gerir ambientes de aprendizagem.
3. Avaliar o desenvolvimento do educando, a aprendizagem e o ensino.
4. Conduzir as práticas pedagógicas dos objetos do conhecimento, as competências e as
habilidades.
1. Comprometer-se com o próprio desenvolvimento profissional.
2. Comprometer-se com a aprendizagem dos estudantes e colocar em prática o princípio de que
todos são capazes de aprender.
3. Participar do projeto pedagógico da escola e da construção dos valores democráticos.
4. Engajar-se, profissionalmente, com as famílias e com a comunidade.
As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Educação Física (Resolução nº 6 do CNE,
2018) estabelecem quatro campos de conhecimento que devem ser desenvolvidos desde a etapa básica da
Conhecimento profissional 
Prática profissional 
Engajamento profissional 
formação:
Você poderá aprender um pouco mais sobre a formação do professor de Educação Física ao final do
módulo acessando ao vídeo do Vem que eu te explico.
Conhecimentos biológicos, psicológicos e socioculturais do ser humano (a exemplo do
fisiológico, biomecânico, anatômico-funcional, bioquímico, genético, psicológico,
antropológico, histórico, social, cultural e outros), enfatizando a aplicação à Educação Física.
Conhecimentos das dimensões e implicações biológicas, psicológicas e socioculturais da
motricidade humana/movimento humano/cultura do movimento corporal/atividade física (a
exemplo da fisiologia do exercício, biomecânica do esporte, aprendizagem e controle motor,
psicologia do esporte e outros).
Conhecimento instrumental e tecnológico (a exemplo de técnicas de estudo e pesquisa ―
tipos de conhecimento, técnicas de planejamento e desenvolvimento de um trabalho
acadêmico, técnicas de levantamento bibliográfico, técnicas de leitura e de documentação;
informática instrumental ― planilha de cálculo, banco de dados; técnicas de comunicação e
expressão leiga e científica e outros), enfatizando a aplicação à Educação Física.
Conhecimentos procedimentais e éticos da intervenção profissional em Educação Física, a
exemplo de código de ética, diagnóstico e avaliação, estratificação de risco, variáveis de
prescrição do exercício, meio ambiente e sustentabilidade, diversidade cultural, diferenças
individuais e outros.
Formação docente em Educação Física e a atuação na
educação infantil
Considerando esse conjunto de competências e conhecimentos emanados dos documentos regulatórios
para a formação do professor de Educação Física, cabe interpretá-los em função da atuação docente na
etapa da educação infantil. Porém, em primeiro lugar, é importante refletir sobre um aspecto da atuação do
professor de Educação Física nessa etapa da educação básica. Há, ainda, uma questão presente na relação
educação infantil/Educação Física, que pode ser resumida em “quem dá aulas de Educação Física na
educação infantil?”. Para entender essa questão, é preciso observar como está organizada a educação
infantil.
De acordo com a legislação brasileira, essa etapa é incumbência dos municípios, que oferecem vagas na
rede pública de ensino e regulam a rede privada. Contudo, seja na rede privada ou na rede pública, a
presença de professores de Educação Física na educação infantil é rara. Até mesmo em grandes cidades,
com mais recursos, a presença desses professores na pré-escola é parcial.
De fato, a educação infantil não está organizada por disciplinas, mas por eixos, direitos e campos de
experiência. Isso resulta em professores não formados em Educação Física atuando com jogos motores e
brincadeiras, dando conta dos propósitos da educação infantil. Não é propósito aqui discutir aspectos de
administração educacional ou de interesses corporativos, e sim reconhecer que, na educação infantil, há
docentes não formados em Educação Física que têm eficiência no ensino de jogos e brincadeiras, e que
docentes formados em Educação Física têm contribuições a dar, a partir das competências adquiridas em
sua formação.
Para compreender as possibilidades de atuação do professor de Educação Física na educação infantil,
examinaremos e interpretaremos alguns aspectos das competências gerais e específicas da formação
docente, assim como alguns conhecimentos, em face das necessidades da educação infantil. Esse assunto
será apresentado a seguir de forma sintética.
Dominar os objetos de conhecimento da área 
A atuação do professor é compreendida como uma mediação entre aquilo que deve ser aprendido
(conteúdo ou objeto) e o próprio aprendiz (o aluno). Cabe aos professores facilitar a relação aluno-
objeto, ou sujeito-objeto. Essa relação é chamada de conhecimento. Mas para que o professor
facilite tal relação, deve ter domínio desse objeto e ferramentas para acessá-lo. De outro modo a sua
função seria dispensável. Saber o que deve ensinar é condiçãoessencial para o sucesso da
aprendizagem do aluno.
Neste ponto, destacam-se os conhecimentos relativos aos temas identificadores da área de
Educação Física (jogos, ginásticas, danças, lutas e esportes) e suas relações com os conhecimentos
científicos (biológicos, psicológicos e socioculturais).
É consenso atual que as aprendizagens passam pelo afeto e pelas sensibilidades. Aprender, o que
quer que seja, não é um processo mecânico como imprimir um texto numa folha de papel em branco
ou gravar um arquivo digital em uma unidade de memória. Aprender, conhecer, é ser afetado.
Desenvolver a empatia é exercitar a capacidade de conhecer e se identificar com o outro, em nosso
caso, é o professor conhecer e compreender seus alunos, em especial nos seus aspectos
emocionais.
A afetividade, ou desenvolver a afetividade, é um processo de estabelecer um clima emocional
positivo nas interações humanas e sociais. Uma vez que o processo de ensino-aprendizagem
envolve pessoas, a afetividade estará sempre presente e sendo positiva e agradável, favorável à
aprendizagem. A criança pequena é particularmente sensível ao afeto. Por ainda não possuir
autonomia ou por ainda estar se descobrindo, vê no adulto uma possibilidade de proteção. Podemos
dizer que a relação professor-aluno é governada pelo afeto. É preciso que os professores
estabeleçam vínculos de afeto com seus alunos (MIRANDA, 2017). Nesse aspecto, os
conhecimentos relacionados à Psicologia e aos aspectos socioculturais mostram-se novamente
importantes.
Para crianças da educação infantil, tudo é novidade. Não é difícil engajar as crianças em suas
aprendizagens, especialmente, de forma lúdica. Afinal, a atividade principal da vida infantil é brincar.
Contudo, devemos reconhecer que as crianças pequenas são dispersivas, e há certa competição de
fatores externos com as aulas. Perrenoud (2000) destaca que se deve “intensificar e diversificar o
Exercitar a empatia e desenvolver a afetividade 
Envolver as crianças no processo de aprendizagem 
desejo de aprender”. Assim, as atividades oferecidas, que envolvam corpo e movimento na educação
infantil, devem ser variadas, criativas e estimulantes.
Um recurso que pode ser utilizado é encerrar um jogo ou uma brincadeira, antes que as crianças
percam o interesse por ele (mate o jogo antes que ele morra). Devemos entender que as crianças da
Educação Infantil ainda não têm a noção do trabalho como algo que pode ter resultados não
imediatos, isto é, a criança em atividade busca satisfação imediata. O significado das suas
atividades geralmente reside no lúdico, e não ainda na obrigação.
Conhecer os níveis de desenvolvimento da criança, nos aspectos cognitivos, motores, morais-sociais
e emocionais, é de fundamental importância para o planejamento adequado de ensino, sem os quais
se torna difícil envolver as crianças nas atividades pedagógicas.
A variabilidade de estímulos e de linguagens favorece bastante o aprendizado e a compreensão de
diferentes conhecimentos, habilidades e atitudes.
Por exemplo, o ensino de uma coreografia de dança pode passar pela:
a. Associação do ritmo sonoro com o ritmo de movimento.
b. Associação de uma imagem dinâmica com os movimentos a serem realizados (vídeos,
demonstrações).
c. Representação em imagem (desenhos) da experiência vivida na coreografia.
O conhecimento e o domínio de diferentes formas de comunicação, verbais e não verbais (imagens,
sons, movimentos, gestos) servem para enriquecer as informações necessárias à aula.
Temáticas e atividades corporais na educação infantil
A formação do professor de Educação Física é voltada para o campo das práticas corporais, com seus
conhecimentos e valores. Considerando as idades de 4 e 5 anos, ou seja, a pré-escola, a Educação Física
pode abordar os campos de experiência da educação infantil da seguinte maneira:
Utilizar diferentes linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital – nas aulas 
Campos de Experiência Temas/Conteúdos/Atividades
O eu, o outro e o nós
Brincadeiras em duplas e pequenos grupos, jogos coletivos com
regras.
Corpo, gestos e movimentos
Qualquer atividade que envolva movimentos locomotores,
manipulativos e estabilizadores. Jogos, danças e circuito de
habilidades são de aplicação comum na educação infantil.
Traços, sons, cores e formas
Brinquedos cantados, coreografias simples, jogos de grafismo,
jogos de construção e de tabuleiro.
Escuta, fala, pensamento e
imaginação
Sessões historiadas, jogos de dramatização, representação e
imaginação, brincadeiras e jogos que envolvam comunicação e
diálogo.
Espaços, tempos,
quantidades, relações e
transformações
Jogos que exijam noção de espaço-tempo, contagem, ordenação e
exploração de materiais.
Tabela: Os campos de experiência e as suas atividades na Educação Física.
Guilherme Pacheco.
É possível encontrar em diferentes fontes de informação (livros, artigos, sites, vídeos) inúmeros registros de
atividades corporais que envolvam esses campos de experiência. Em muitos casos, as atividades propostas
pelos professores combinam diferentes campos simultaneamente, sendo muito raro nas aulas de Educação
Física (com práticas corporais) que uma atividade aborde apenas um desses campos. Deve-se destacar que
os níveis de desenvolvimento dos alunos devem ser considerados no planejamento de qualquer atividade,
em qualquer dos campos, de forma isolada ou combinada.
A Educação Física na educação infantil
O especialista Guilherme Pacheco explicará o papel do professor de Educação Física na educação infantil.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Do ponto de vista curricular, a educação infantil está organizada segundo os “campos de experiência”,
portanto, abdicando do formato currículo por disciplinas. Contudo, a Educação Física é um componente
curricular obrigatório na educação básica. Considerando esses dois aspectos, como é a forma de
inserção da Educação Física na educação infantil?
A
Reservando tempo e espaço próprios na grade de horário da escola, a fim de alcançar
as finalidades específicas da Educação Física.
B
Auxiliando as outras disciplinas do currículo, trazendo para as aulas de Educação Física
os conteúdos delas.
C
Integrando-se ao projeto pedagógico da escola, porém preservando suas finalidades
específicas e sua identidade disciplinar.
D Atuando exclusivamente no campo de experiência “corpo, gestos e movimentos”.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Na educação infantil, as aprendizagens ocorrem de forma integrada, sendo todas as dimensões, física,
intelectual e emocional, articuladas, compondo uma mesma experiência, em que a Educação Física
(práticas corporais) aparece como mais uma experiência de conhecer o mundo.
Questão 2
Entendendo que o professor é o mediador entre a criança e aquilo que ela está aprendendo, criando
uma relação de conhecimento, é necessário que o professor de Educação Física
E
Articulando suas práticas e seus conhecimentos de área aos diferentes campos de
experiência de forma interdisciplinar.
A
domine os objetos de conhecimento da área, suas temáticas e suas relações com os
conhecimentos científicos, aplicando-os aos campos de experiência.
B
permita a livre descoberta, independentemente dos saberes sistematizados e da cultura,
produzindo inovações.
C
domine os conhecimentos de desenvolvimento motor, pois esses conhecimentos são
suficientes para os propósitos da Educação Física na educação infantil.
D
apresente às crianças técnicas corporais, exercitando os movimentos a fim de alcançar
a eficiência motora.
E
domine os conhecimentos de relações humanas, pois a interação é o principal eixo
pedagógico na educação infantil.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A Educação Física deve contribuir na educação infantil a partir de suas temáticas, seus objetos de
conhecimento específicos e conhecimentos científicos.
2 - Professor de Educação Física no ensino fundamental
Ao �nal deste módulo, vocêserá capaz de reconhecer as competências necessárias ao
professor de Educação Física para sua atuação no ensino fundamental.
Ensino fundamental: �nalidades e organização
A educação básica é organizada em três etapas ou níveis: a educação infantil, o ensino fundamental e o
ensino médio. O ensino fundamental é obrigatório, iniciando aos 6 anos de idade, e tem a duração de 9
anos. O objetivo central do ensino fundamental é a formação básica do cidadão e, considerando a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, (2020), mediante:
Para organizar os currículos de cada etapa da educação básica, foi instituída a Base Nacional Curricular
Comum (BNCC), considerando os anos iniciais (1º ao 5º) e os anos finais (6º ao 9º). A BNCC concebe que o
ensino fundamental está organizado por áreas de conhecimento que facilitam a comunicação e a interação
entre os diferentes componentes curriculares (a Educação Física é um componente curricular). São cinco
áreas de conhecimento:
Área Componente curricular
Linguagens
Língua Portuguesa
Arte
Educação Física
Língua Inglesa
O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio
da leitura, da escrita e do cálculo.
A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e
dos valores em que se fundamenta a sociedade.
O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores.
O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
Área Componente curricular
Matemática Matemática
Ciências da Natureza Ciências
Ciências Humanas
Geografia
História
Ensino Religioso Ensino Religioso
Tabela: As áreas de conhecimento e os componentes curriculares.
Adaptado de: BNCC, 2017.
Você poderá aprender um pouco mais sobre áreas de conhecimento do ensino fundamental na BNCC ao
final do módulo acessando ao vídeo do Vem que eu te explico.
Cada uma dessas áreas de conhecimento cumpre um papel na formação integral
do aluno, porém, como visto, de modo articulado com as outras áreas.
Além das áreas de conhecimento, a BNCC apresenta um conjunto de competências gerais, que devem ser
alcançadas pelos alunos ao longo dos 9 anos do ensino fundamental. Da mesma forma, são apresentadas
as competências de cada área e as competências específicas de cada componente curricular. A
competência é definida como:
[...] a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
(práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mundo do trabalho.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p. 80)
Recomenda-se que a lista das competências gerais do ensino fundamental, das competências por área e
das competências específicas do componente curricular Educação Física seja consultada e examinada no
próprio texto da BNCC, pois é extensa demais para ser reproduzida neste conteúdo.
A etapa do ensino fundamental compreende dois segmentos, ou dois momentos:
Ensino fundamental - anos iniciais
Compreende o intervalo entre o 1º e o 5º ano escolar, com a idade esperada dos 6 anos aos 10 anos de
idade.
Ensino fundamental - anos �nais
Compreende o intervalo entre o 6º ano e o 9º ano, com a idade esperada entre os 11 e os 14 anos de idade.
Esses dois momentos do ensino fundamental apresentam algumas características próprias, ainda que
façam parte da mesma etapa de ensino.
A Educação Física está inserida na área de Linguagens na medida em que as práticas corporais estão
carregadas de sentidos e significados (domínio de si mesmo, fruição, costumes, tradições, identidades,
emoções e desafios) e tais sentidos são expressos, comunicados e compartilhados nessas mesmas
práticas. Para o aluno, as práticas corporais mostram-se também como oportunidade de autorrealização e
de expressão de si. As práticas corporais, entendidas como produto cultural e práticas expressivas, são
também processos educativos em si mesmos.
Ensino fundamental - anos iniciais
Ao ingressar no ensino fundamental, a criança experimenta importantes mudanças na pedagogia e no
ambiente escolar. Certamente, a mais imediata são as mudanças pedagógicas na estrutura organizacional.
A pedagogia e o currículo do ensino fundamental não estão mais organizados em eixos e campos de
conhecimento, mas em áreas de conhecimento, como foi demonstrado.
A delimitação em áreas e componentes curriculares começa a ser apresentada aos alunos que, por seu
lado, conquistarão progressivamente a sua autonomia intelectual e a sua autonomia social. É nos dois
primeiros anos que se espera que as crianças se alfabetizem e que dominem o pensamento numérico, com
operações de números naturais inteiros.
Comentário
Tanto a escrita quanto as operações matemáticas básicas se tornam possíveis porque a criança já é capaz
de pensar abstratamente em algum nível, formulando hipóteses. Ainda assim, os dois primeiros anos do
ensino fundamental são considerados um momento de transição da educação infantil para o ensino
fundamental.
Ao longo do ensino fundamental - anos iniciais, os alunos desenvolvem novas formas de pensar (lógica), de
se expressar e de se comunicar (diferentes linguagens e meios), reconhecendo a função social desses
novos conhecimentos. Na Educação Física, são apresentadas as unidades temáticas da Educação Física
(jogo, ginástica, dança, lutas, esportes e práticas corporais de aventura), decompostas em objetos de
conhecimento, como brincadeiras e jogos da cultura popular e esportes de marca. As unidades temáticas e
os objetos de conhecimentos estão organizados em forma de habilidades em progressão pedagógica,
admitindo a lógica do mais simples para o mais complexo, e do mais familiar para o ainda não conhecido.
Veja um exemplo:
Unidades Objetos de conhecimento
Temáticas 1º e 2º anos 3º ao 5º ano
Brincadeiras e
jogos
Brincadeiras e jogos da cultura popular
presentes no contexto comunitário e
regional
Brincadeiras e jogos
populares do Brasil e do
mundo
Brincadeiras e jogos de
matriz indígena e africana
Esportes
Esportes de marca
Esportes de precisão
Esportes de rede/parede
Esportes de invasão
Esportes de campo e taco
Ginástica Ginástica geral Ginástica geral
Danças
Danças do contexto comunitário e
regional
Danças do Brasil e do
mundo
Danças de matriz indígena e
africana
Unidades Objetos de conhecimento
Lutas
Lutas do contexto
comunitário e regional
Lutas de matriz indígena e
africana
Tabela: Ginástica infantil
Adaptado de: BNCC, 2017, p. 223.
Você poderá aprender um pouco mais sobre unidades temáticas e objetos de conhecimento da Educação
Física do 1° ao 5° ano ao final do módulo acessando ao vídeo do Vem que eu te explico.
Ensino fundamental – anos �nais
Nos anos finais do ensino fundamental, são apresentados aos estudantes desafios intelectuais mais
complexos, com ampliação de temas nas diferentes áreas e maior exigência de aprofundamento,
relacionados aos diferentes componentes curriculares. Nesta fase escolar, é crucial reconhecer que os
alunos começam a apresentar mudanças profundas no seu desenvolvimento e no seu crescimento. É a fase
de mudança da infância para a adolescência e muitas transformações acontecem: mudanças psicológicas,
emocionais e físicas, destacando-se, sobretudo, as mudanças corporais provocadas por mudanças
hormonais que resultam no estirão de crescimento, na maturação sexual e no surgimento de caracteres
sexuais secundários. É também um momento de busca e afirmação da identidade pessoal, de autonomia
social, muitas vezes, expressas em rebeldia e questionamento de valores e normas. Ainda assim, os alunos
desenvolvem a alteridade, isto é, a capacidade de se colocar no lugar do outro, aspecto central para o
desenvolvimento ético-moral.
A Educação Física no ensino fundamental - anos finais vem contribuir principalmentecom a ampliação do
universo da cultura corporal, para além do conhecido, vinculando as práticas corporais ao
“lazer/entretenimento e/ou o cuidado com o corpo e a saúde” (BNCC, 2017, p. 211). A organização curricular
da Educação Física nos anos finais segue a mesma lógica dos anos iniciais, com suas unidades temáticas,
objetos de conhecimento e habilidades oferecidas de forma articulada e progressiva. Vejamos o quadro
BNCC:
Unidades Objetos de conhecimento
Temáticas 6º e 7º anos 8º e 9º anos
Unidades Objetos de conhecimento
Brincadeiras e jogos Jogos eletrônicos
Esportes
Esportes de marca
Esportes de precisão
Esportes de invasão
Esportes técnico-
combinatórios
Esportes de rede/parede
Esportes de campo e taco
Esportes de invasão
Esportes de combate
Ginástica
Ginástica de condicionamento
físico
Ginástica de condicionamento
físico
Ginástica de conscientização
corporal
Danças Danças urbanas Danças de salão
Lutas Lutas do Brasil Lutas do mundo
Práticas corporais de
aventura
Práticas corporais de aventura
urbanas
Práticas corporais de aventura
na natureza
Tabela: Unidades temáticas e objetos do conhecimento dos anos finais do ensino fundamental.
Adaptado de: BNCC, 2017, p. 229.
É possível observar neste quadro que os anos finais do Ensino Fundamental apresentam maior quantidade
de objetos de conhecimento. Mas há também maior complexidade de habilidades, como é possível verificar,
comparando-se duas habilidades para as mesmas unidades temáticas, para anos diferentes. Vejamos:
Habilidade para o 3º, 4º e 5º anos, na unidade temática esportes
(EF35EF06) Diferenciar os conceitos de jogo e esporte, identificando as características que os
constituem na contemporaneidade e suas manifestações (profissional e comunitária/lazer).
Habilidade para o 8º e 9º anos, na unidade temática esportes

(EF89EF04) Identificar os elementos técnicos ou técnico-táticos individuais, combinações táticas,
sistemas de jogo e regras das modalidades esportivas praticadas, bem como diferenciar as
modalidades esportivas com base nos critérios da lógica interna das categorias de esporte:
rede/parede, campo e taco, invasão e combate.
Você poderá aprender um pouco mais sobre unidades temáticas e objetos de conhecimento da Educação
Física do 6° ao 9° ano ao final do módulo acessando ao vídeo do Vem que eu te explico.
Atuação no ensino fundamental - domínio técnico-
instrumental
A Base Nacional Comum-Formação (BRASIL, 2020) define três dimensões das competências específicas do
docente:

O conhecimento pro�ssional

A prática pro�ssional

O engajamento pro�ssional
Neste texto, abordaremos a dimensão da prática profissional e suas habilidades, em face das exigências da
Educação Física no ensino fundamental. A dimensão da prática profissional se configura, sinteticamente,
em 4 habilidades:
A tarefa central do professor de Educação Física é criar situações de aprendizagem para os seus
alunos. Tais situações devem apresentar relevância social, ser ajustadas aos níveis de
Planejar as ações de ensino que resultem em efetivas aprendizagens 
desenvolvimentos dos alunos, organizar as experiências de aprendizagem em forma progressiva, ser
diversificadas e desafiadoras para os alunos.
Os temas da área de Educação Física para o ensino fundamental são inúmeros e variados. Para cada
unidade temática prevista na BNCC há uma riqueza de práticas e atividades que podem ser muito
enriquecedoras na escola. Nessa perspectiva, não há razão para repetições exaustivas de
conteúdos. Porém, os professores somente serão capazes de promover aulas verdadeiramente
enriquecedoras se apresentarem domínio dos saberes específicos da área e, como defende
Perrenoud (2000), tenham capacidade de converter esses conhecimentos em objetivos de
aprendizagem.
A aula, o ambiente de aprendizagem, pode ser entendida como um cenário que deve ser preparado a
uma atuação, no qual os alunos são os principais atores. Para isso, o professor de Educação Física
deve organizar o tempo, o espaço e os materiais a serem utilizados. Mas a aula é muito mais do que
um acontecimento mecânico que ocorre no meio físico, é um acontecimento de interações sociais,
onde se espera que a experiência contribua para o desenvolvimento de todos. Para tanto, as aulas
devem ser, antes de tudo, dirigidas para todos os estudantes, ainda que existam turmas bastante
heterogêneas. Confiança mútua, respeito aos limites de cada um e segurança devem ser buscados
insistentemente a fim de criar uma atmosfera favorável ao desenvolvimento integral dos estudantes.
Avaliar é um processo que combina uma ou várias coletas de dados e um subsequente julgamento
de valor acerca desses dados. A função da avaliação no ensino é provocar uma tomada de decisão
com vistas ao aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem. Como decorrência, a avaliação
na escola tem dois grandes focos. Em primeiro lugar, a aprendizagem dos estudantes e, em segundo
lugar, o ensino, as ações do professor.
A avaliação deve apresentar certas qualidades. De acordo com Penna Firme (1994), essas
qualidades são:
Utilidade – benefício a todos os envolvidos no processo
Viabilidade – possibilidade real de execução
Exatidão – adequação de instrumentos, resultados claros
Ética – sem causar prejuízos e sem ferir valores
Criar e saber gerir ambientes de aprendizagem 
Avaliar o desenvolvimento do educando, a aprendizagem e o ensino 
A avaliação da aprendizagem deve definir os seus objetos de avaliação, que são, obrigatoriamente,
gerados a partir dos objetivos de aprendizagem estabelecidos no planejamento. Em outras palavras,
avalia-se no aluno aquilo que foi ensinado pelo professor. Os objetos de avaliação podem residir
nas dimensões intelectual, socioafetiva ou físico-motora. Para cada objeto de avaliação, há técnicas
e instrumentos apropriados, pois esses aspectos da aprendizagem apresentam diferentes naturezas.
Por exemplo, um teste de desempenho motor serve para avaliar o desempenho, mas não a tomada
de decisão em um jogo coletivo.
Da mesma forma que as aprendizagens dos alunos devem ser avaliadas, o processo de ensino
também deve ser avaliado. A revisão de procedimentos de ensino, a fim de identificar pontos fortes e
fracos no planejamento e na condução das aulas, permite que o ensino ganhe qualidade. O professor
deve estar atento à sua própria prática, aprimorando-a. A participação de outros interessados, como
alunos, colegas e coordenadores, em um processo de avaliação do ensino, enriquece a avaliação.
A BNCC para o ensino fundamental está estruturada em competências e habilidades. Isso significa
que o professor deve garantir aos seus alunos a conquista dessas competências e habilidades,
escapulindo de tendências ao modelo empírico-intuitivo de ensino, que é aquele em que a ação
pedagógica do professor está pautada em suas experiências, seus gostos pessoais e sua intuição. A
atuação do professor deve ser intencional e fundamentada.
Considerando que o termo “competência” nos conduz à ideia de resolução de problemas complexos,
torna-se obrigatório que as aulas conduzidas pelos professores sejam apoiadas na estratégia de
solução de problema, favorecendo a participação ativa do aluno. O trabalho colaborativo com outros
componentes curriculares, de maneira multidisciplinar, interdisciplinar ou multidisciplinar, aumenta o
potencial dos alunos em direção ao alcance das competências, pois o aluno é impelido a integrar um
maior número de variáveis e conhecimentos para resolver o mesmo problema.
A Educação Física no ensino fundamental
O especialista Guilherme Pacheco explicará o papel do professor de Educação Física nos anos iniciais e
finais do ensino fundamental.
Conduzir as práticas pedagógicas dos objetos conhecimento, as competências e as habilidades 

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Dominar os processos avaliativos é uma habilidade técnica necessária ao docente. Pode-se conceberque a avaliação é um processo de levantamento de dados ou medidas que são submetidos a um
julgamento, produzindo algum tipo de informação que permita a tomada de decisão. Porém, os
processos avaliativos devem apresentar algumas qualidades. Assinale a opção abaixo que lista tais
qualidades, segundo Penna Firme (1994):
A Utilidade, variedade, reprodutibilidade, medida e técnica
B Utilidade, viabilidade, exatidão e ética
C Viabilidade, aproximação e ética
D Adequação, viabilidade, medida e julgamento
E Adequação, viabilidade, exatidão e julgamento
Parabéns! A alternativa B está correta.
A avaliação da aprendizagem deve ser primeiramente útil, do contrário, seria disfuncional. Deve ser
também viável, exequível, possível de ser realizada. Deve ainda buscar exatidão e fugir de eventuais
tendenciosidades e vieses. Por fim, deve respeitar os valores de todos os envolvidos.
Questão 2
As habilidades da Educação Física no ensino fundamental apresentam determinada lógica na sua
forma de organização. Assinale a alternativa que apresenta essa lógica de maneira correta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
As habilidades propostas para a Educação Física no ensino fundamental estão organizadas por anos
de estudo (1º e 2º; 3º, 4º e 5º; 6º e 7º; 8º e 9º). A cada fase, há um conjunto de competências e
habilidades a serem alcançadas e que vão se organizando de modo acumulativo, sempre do mais
simples para o mais complexo.
A A partir da cultura geral para os costumes locais
B A partir do pensamento complexo para o pensamento lógico
C A partir da ginástica para os jogos e a brincadeira
D A partir do mais simples para o mais complexo
E A partir das práticas corporais para o pensamento intelectual
3 - Professor de Educação Física no ensino médio e de
jovens e adultos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as competências necessárias ao
professor de Educação Física para sua atuação no ensino médio e na educação de jovens e
adultos.
O ensino médio e a educação de jovens e adultos (EJA)
O ensino médio é a etapa regular da educação básica que dá continuidade ao ensino fundamental e atende
jovens entre 15 e 17 anos de idade.
Já a educação de jovens e adultos (EJA) está voltada para atender jovens e adultos que não terminaram o
ensino fundamental ou médio em idade regular (BRASIL, 1996), constituindo-se como parte da educação
básica dos ensinos fundamental e médio (BRASIL, 2020).
A EJA do ensino fundamental atende jovens com mais de 15 anos de idade e a EJA do ensino médio,
aqueles com mais de 18 anos.
Curiosidade
Podemos notar que, enquanto os alunos do ensino médio se localizam em uma faixa etária estreita,
formado um grupo mais homogêneo, os alunos da EJA do ensino médio podem ser de qualquer idade
acima dos 18 anos, constituindo, certamente, um grupo bem mais heterogêneo do que o primeiro.
As diretrizes nacionais para o ensino fundamental e para o ensino médio se estendem para a EJA. Logo, as
finalidades e os objetivos do ensino médio são as mesmas para a EJA do ensino médio. As diferenças, que
podem não ser poucas, estão na constituição dos grupos de alunos e nas suas circunstâncias de vida.
Neste conteúdo, portanto, vamos examinar o papel da Educação Física no ensino médio e na EJA do ensino
médio, bem como reconhecer as competências desse docente para atuar nessas duas modalidades.
O ensino médio
O ensino médio é a etapa escolar responsável pela conclusão da educação básica. É nessa etapa que se
consolidam e se aprofundam os conhecimentos do ensino fundamental e que se solidifica a formação do
cidadão, consciente de seus direitos e deveres, com autonomia intelectual e com amadurecimento ético,
pronto para viver em sociedade e dotado de habilidades básicas para a vida social e o mundo do trabalho.
É no ensino médio que se promovem o pensamento e a compreensão sobre as determinações da vida
social e produtiva, articulando trabalho, ciência, tecnologia e cultura:
O estudante do ensino médio está próximo da vida produtiva (mundo do trabalho) e,
gradativamente, vai assumindo responsabilidades.
Porém, não existe um modelo de estudante padrão, pois as realidades dos jovens brasileiros
podem ser muito diferentes entre sl. Nesse sentido, é preciso que os professores reconheçam
as diferentes circunstâncias de seus alunos, isto é, como é a vida de cada um deles.
Há jovens no ensino médio que não precisam ter muitas responsabilidades e se dedicar
inteiramente ao estudo, e há outros que têm responsabilidades e já estão envolvidos com o
trabalho.
As condições socioeconômicas e culturals da vida dos jovens e suas eventuals
responsabilidades geram diferentes tipos de necessidades, interesses e expectativas.
Portanto, qualquer projeto pedagógico nesse nível deve reconhecer as diferenças e as
singularidades que surgem na escola, a fim de alcançar suas finalidades.
O ensino médio, também chamado de novo ensino médio, apresenta uma inovação e uma mudança em
relação ao ensino fundamental, que é a flexibilização do currículo por meio dos itinerários formativos,
complementares à BNCC.
Os itinerários formativos são uma formação complementar oferecida pelas escolas (no mínimo dois) de
forma eletiva, com a finalidade de atender aos interesses, às necessidades e às expectativas dos alunos.
Dessa maneira, a partir de ofertas da escola, o aluno poderá escolher itinerários a partir de suas
preferências e intenções de carreira.
Na prática, os itinerários podem ser, por exemplo, computação gráfica, atenção à saúde ou organização de
eventos de lazer. Este último se alinha com o componente curricular Educação Física e com a Arte. Os
itinerários formativos estão relacionados às aspirações ou às oportunidades do estudante frente à vida em
sociedade e ao mundo do trabalho. Assim, o ensino médio estimula o protagonismo juvenil, desenvolvendo
condições para a participação social com autonomia.
Você poderá aprender um pouco mais sobre o ensino médio ao final do módulo
acessando ao vídeo do Vem que eu te explico.
A Educação Física no ensino médio e na EJA
A educação de jovens e adultos (EJA), como visto, está voltada para pessoas que não concluíram ou não
tiveram a oportunidade de estudar nas etapas do ensino fundamental e do ensino médio. Neste conteúdo, a
EJA está inserida na etapa do ensino médio, pois possui maior aproximação com o ensino médio regular.
Portanto, aquilo que for apresentado para o ensino médio, aplica-se também à EJA. Particularidades da EJA
serão destacadas, quando houver necessidade.
A BNCC para o ensino médio estabelece que a Educação Física é componente da área de Linguagens, que
contribui para o desenvolvimento de competências que permitam ao jovem usufruir das práticas corporais
com autonomia, tomando decisões, selecionando, organizando e transformando essas práticas, de acordo
com seus interesses, suas necessidades, expectativas e dentro do seu contexto sociocultural.
Ao lidar com estudantes capazes de refletir sobre as suas próprias experiências de forma crítica e analítica,
relacionando-as à sua vida social e cultural, a Educação Física no ensino médio/EJA aborda os temas da
cultura corporal. Assim, a Educação Física é capaz de propiciar o desenvolvimento ou o aprimoramento de
habilidades/técnicas corporais e, a partir das experiências práticas, aprofundar questões relacionadas aos
benefícios e aos direitos às práticas corporais, aos limites e às possibilidades corporais, às formas de
inserção na cultura corporal (amplas ou restritas) e às reflexões críticas aos discursos circulantes sobre o
corpo e a cultura. Dentre muitos exemplos, podemos citar a estética atlética como padrão de corpo, o
desempenho físico-motor, a vitória como único valor em competições esportivas e a relação entre aptidão
física e saúde.
Atenção!
Diante disso, é fundamental examinar conceitos relacionados ao interesse físico do lazer e à saúde.
Você poderá aprender um pouco mais sobre a Educação Física no ensino médio e na EJA ao finaldo
módulo acessando ao vídeo do Vem que eu te explico.
Educação Física, trabalho e lazer
O lazer pode ser conceituado como atividades de livre escolha, realizadas no tempo livre de obrigações e
tempo conquistado, com perspectivas de prazer e autorrealização. O lazer, portanto, está relacionado com o
mundo das obrigações, sejam elas de caráter familiar, social, religioso e particularmente do trabalho. Entre
as atividades de livre escolha no tempo de lazer, estão as de interesse social (convívio com amigos, festas e
comemoração), as de interesse artístico (música, cinema e teatro), as de interesse físico-esportivo (jogos,
danças, ginásticas e esportes), entre outras possibilidades.
Considerando que o trabalho é um dos principais temas do ensino médio/EJA, o lazer, como tempo
conquistado, deve ser abordado como forma e possibilidade de vivência em oposição às atividades
laborais. Isso significa que o acesso ao lazer é, de alguma maneira, condicionado ao mundo do trabalho,
pois ele consome pelo menos um terço do dia, ou metade do tempo em que estamos ativos. Portanto, o
período em que um indivíduo está liberado do trabalho e de outras obrigações será aquele possível para as
atividades de lazer – tempo livre/tempo conquistado. Contudo, Marcellino (2000, p. 24) apresenta um
conjunto de barreiras para o lazer que vão do tempo conquistado ao trabalho e às outras obrigações. Veja a
seguir:
Classe social e condições econômicas
A disponibilidade financeira limita o acesso a certas práticas de lazer, ou a certas atividades físico-
esportivas.
Nível de instrução
A educação é fator determinante nas escolhas de atividades de lazer, pois pessoas com mais instrução
fazem melhores escolhas de lazer.
Acesso a espaços públicos e privados
A pouca disponibilidade de equipamentos de lazer (instalações como praças, parques, academias ao ar
livre, instituições) é um fator limitante ao lazer.
A Educação Física no ensino médio/EJA deve problematizar/contextualizar esses aspectos, pois estão
relacionados à fruição do lazer. O estudante deve compreender criticamente quais são os condicionantes
para o pleno exercício do lazer e as possibilidades de superação e de sua emancipação.
Educação Física, atividade física e saúde
A vida ativa está diretamente relacionada à saúde e à qualidade de vida. O Guia de atividade física para a
população brasileira (2021) define atividade física como:
[...] um comportamento que envolve os movimentos voluntários do corpo, com
gasto de energia acima do nível de repouso, promovendo interações sociais e
com o ambiente, podendo acontecer no tempo livre, no deslocamento, no
trabalho ou estudo e nas tarefas domésticas.
(BRASIL, 2021, p. 7)
Os benefícios da atividade física para a saúde são reconhecidos há bastante tempo, em escala mundial,
sendo a vida ativa um fator importante para a qualidade de vida. Entre os principais benefícios para a saúde,
temos:
Controle do peso.
Melhor função cardiorrespiratória.
Melhor função locomotora.
A prática frequente das aulas de Educação Física possibilita que o estudante desenvolva habilidades
motoras e qualidades físicas (força, flexibilidade e resistência), que, por sua vez, vão contribuir para a
conquista desses benefícios. Contudo, a prática propriamente dita tem efeito reduzido sobre a vida dos
estudantes (e adultos), se não vier acompanhada de um processo de conhecimento e de conscientização
sobre seu valor, a ponto de promover um comportamento de vida ativa e saudável. A Educação Física, nessa
perspectiva, supera o caráter exclusivamente prático, alcançando uma função pedagógica-formativa.
A atuação do professor de Educação Física
A atuação do professor de Educação Física no ensino médio/EJA, além do alinhamento com as
competências e os conhecimentos previstos nas BCN-Formação e nas DCN para a Graduação em Educação
Física, deve apresentar um conjunto de princípios e técnicas (a didática) que resultem em boas práticas
pedagógicas. Nesta seção, examinaremos algumas categorias de ensino que devem ser levadas em
consideração durante a prática pedagógica do professor de Educação Física em situação de aula. A partir
do planejamento de ensino elaborado, as ações de intervenção pedagógica em aula devem compreender os
seguintes pontos:
A categoria de ensino A ação do professor
Preparação do cenário
da aula
- Organizar o espaço e o material de forma adequada e segura para os
alunos.
- De acordo com os propósitos da aula, os estudantes podem participar
da organização do cenário de aula, pois, tendo em vista as finalidades
relacionadas à autonomia para a organização das próprias práticas
corporais, é muito recomendável, para o ensino médio, a maior
participação dos alunos nas decisões de aula.
Melhor função cognitiva.
Melhor equilíbrio psicológico e emocional.
A categoria de ensino A ação do professor
Intencionalidade e
contextualização: Diz
respeito ao planejamento
e aos primeiros
momentos da aula
- Propor objetivos de ensino (de aprendizagem), coerentes com o plano
geral (plano de curso) e adequados às circunstâncias dos alunos,
considerando suas habilidades físicas, intelectuais e socioafetivas,
suas características, seus interesses e suas expectativas.
- Contextualizar a temática da aula (problematizar ou tematizar): é o
momento em que o professor apresenta o tema e os objetivos da aula,
estabelecendo relações com a realidade social e a vida dos alunos,
com vistas à superação de problemas/condições identificados
previamente. A contextualização deve ser realizada de maneira
dialógica e participativa, a fim de que os propósitos da aula sejam
ajustados às circunstâncias dos alunos. É importante lembrar,
entretanto, que uma aula não é um acontecimento isolado, desconexo
de aulas anteriores e posteriores, ao contrário, a aula é um momento
específico de um encadeamento de experiências de aprendizagem que
dependem de aulas anteriores e preparam aulas futuras.
Condução das situações
de aprendizagem
- Selecionar estratégias compatíveis com os objetivos e com as
características da turma. As aulas com metodologias ativas, com maior
participação dos alunos, são recomendadas.
- Propor situações de aprendizagem que envolvam processos de
vivenciar, problematizar, analisar, experimentar, testar, avaliar, adaptar,
produzir e criar.
- Incentivar os alunos à participação, de forma desafiadora,
contribuindo para aulas significativas.
- Empenhar-se para que os alunos conquistem seus objetivos, dando
suporte necessário, especialmente em situações de dificuldades de
aprendizagem.
- Ajustar objetivos e procedimentos em função de acontecimentos e
circunstâncias não planejadas que se apresentem espontaneamente e
que se justifiquem.
Comunicação: Forma de
relacionamento com os
estudantes
- Utilizar a voz de forma clara e audível, no intuito de alcançar todos os
alunos.
- Escolher os momentos de feedback adequadamente, minimizando o
impacto na dinâmica da aula.
- Fazer as pausas necessárias para ouvir as dúvidas dos alunos.
- Conceder o tempo necessário para os alunos elaborarem as
informações (pausa pedagógica).
A categoria de ensino A ação do professor
Avaliação: Levantamento
de dados e de
informações, verificação,
atribuição de valor
- Avaliar as aprendizagens e o processo de ensino, envolvendo
diretamente os estudantes.
- Utilizar avaliação de processo, isto é, avaliar os resultados da
aprendizagem e os próprios procedimentos de ensino ao longo da aula.
- Utilizar avaliação de produto, isto é, verificar os resultados
conquistados pelos alunos individualmente e em seu conjunto ao final
da aula.
- Utilizar diferentes tipos de feedbacks* a fim de ampliar o espectro de
avaliação tanto quanto possível.
- Manter registros de avaliação, como dados para análise e memória
pedagógica (ex.: anedotários, vídeos, testes, trabalhos e provas).
Fechamento: Conclusão
da aula
- Conduzir a aula ao fechamento, avaliando o processo em conjunto
com os alunos.
- Utilizar os resultadosdo fechamento para planejar as aulas seguintes.
Tabela: Ações de intervenção pedagógica.
Guilherme Pacheco.
Sobre feedback: Podemos entender que feedback no ensino e na aprendizagem são as medidas e ações em
que o professor informa o estudante sobre seu próprio desempenho. É parte integrante da avaliação, ainda
que a avaliação não se resuma aos feedbacks.
De acordo com Martins, Gomes e Carreiro da Costa (2017), o feedback eficaz exige do professor:
Conhecimento do conteúdo.
Capacidade de diagnóstico para identi�car especi�camente as causas da diferença entre a
prestação motora do aluno e a prestação motora desejada.
Conhecimento das caraterísticas do aluno.
Os feedbacks emitidos pelo professor podem ser direcionados ao grupo inteiro da turma, para parte da
turma ou para alunos individualmente. Ainda de acordo com Martins, Gomes e Carreiro da Costa (2017),
quanto aos objetivos, os feedbacks podem ser avaliativos (sobre “certo e errado”); podem ser prescritivos (o
que fazer na próxima tentativa, ou daqui para frente); podem ser descritivos, em que o professor apenas
descreve o que o aluno fez ou o que aconteceu, dando margem para o aluno tomar decisões; e podem ser
interrogativos, nos quais o professor faz uma ou mais perguntas diante das realizações dos alunos, a fim de
que eles encontrem soluções para a situação. Esse tipo de feedback, embora pouco utilizado, mostra-se
muito interessante para os propósitos do ensino médio/EJA.
As habilidades técnicas do professor de Educação Física devem ser buscadas permanentemente, pois, se o
processo de ensino-aprendizagem não depende somente da competência profissional, mas também do
envolvimento do estudante, sem gabarito técnico, o processo não se realizará a contento.
As boas práticas são apoiadas na experiência, mas sobretudo nos conhecimentos
sistematizados sobre essas práticas.
Como nos aponta Perrenoud (2000), o docente deve estar inteiramente comprometido com sua formação
contínua, tendo em vista as novas exigências e os novos conhecimentos que surgem a todo o momento.
Além do saber fazer, o professor de Educação Física deve saber explicar e justificar sua prática, e isso o
diferencia em termos de qualidade!
A Educação Física no ensino médio e na EJA
O especialista Guilherme Pacheco explicará o papel do professor de Educação Física no ensino médio e na
EJA.
Capacidade de prescrição do feedback apropriado.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O ensino médio é a etapa escolar responsável pela conclusão da educação básica. É nesta fase que se
solidificam os conhecimentos do ensino fundamental e a formação do cidadão consciente, autônomo e
ético, pronto para viver em sociedade. É especificamente no ensino médio que os estudantes:
A
consolidam a compreensão sobre as determinações da vida social e produtiva,
articulando trabalho, ciência, tecnologia e cultura.
B
consolidam as habilidades relacionadas à cultura e à ciência, formando o aluno
participativo.
C reconhecem as primeiras codificações da cultura corporal.
D focam majoritariamente o ingresso na universidade e no mundo do trabalho.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O ensino médio deve ter terminalidade em si mesmo, portanto, não se trata de uma etapa ou um degrau
para uma outra maior (por exemplo, a universidade). Dessa forma, o ensino médio tem o compromisso
de formar o estudante para a vida social e o mundo do trabalho, munido dos recursos necessários para
a circulação em uma sociedade em permanente mudança. Saber pensar com a lógica científica,
conhecer e explorar a tecnologia, assim como se formar enquanto pessoa e cidadão, são os propósitos
do ensino médio.
Questão 2
O lazer é um importante tópico a ser debatido no ensino médio. Assinale a alternativa que apresenta
um debate relevante e contextualizado a alunos do ensino médio:
Parabéns! A alternativa D está correta.
O lazer é direito constitucional. Alunos do ensino médio devem fazer reflexões sobre o lazer, de modo a
equilibrar suas atividades escolares com períodos destinados às de lazer. Essa mesma reflexão pode
E destacam as práticas corporais da área de Educação Física.
A O lazer pautado em atividades relativas à cultura corporal de movimento.
B A necessidade de se incorporar os esportes olímpicos como prática de lazer.
C O lazer pelas atividades de maior movimento corporal de forma impreterível.
D O equilíbrio entre atividades laborais, familiares e de lazer para maior qualidade de vida.
E O lazer a partir das práticas corporais para o desenvolvimento intelectual.
ser levada a anos posteriores, quando já inseridos no mercado de trabalho. Uma reflexão sobre como
incorporar atividades de maior gasto calórico, a fim de influenciar positivamente os indicadores de
qualidade de vida, também pode ser explorada pelo professor de Educação Física.
Considerações �nais
Neste conteúdo, vimos que a educação de base compreende um longo período da vida de uma pessoa,
estendendo-se desde a educação infantil, na infância, até o ensino médio, no fim da adolescência. Por esse
motivo, é preciso destacar a importância dos professores na vida discente ao longo dessa jornada.
No que diz respeito à Educação Física, a boa atuação do professor dessa disciplina está relacionada a
diferentes fatores, dentre eles: conhecer os propósitos da educação básica e de cada etapa de ensino;
desenvolver competências e habilidades para ensinar, que compreendem as dimensões de conhecimento,
de prática e de engajamento profissional.
Para cada etapa da educação básica, há um conjunto de saberes, competências e habilidades, assim como
necessidades e expectativas dos alunos, que estarão também relacionados aos seus níveis de
desenvolvimento (intelectual, moral, físico-motor e emocional) e às suas condições sociais e perspectivas
culturais. Quanto ao professor, a necessidade de formação contínua, como maneira de se manter atualizado
e desenvolver um ensino eficaz, não deve ficar somente no discurso.
Podcast
Agora, o especialista Guilherme Pacheco fará um resumo do conteúdo abordando a atuação do professor
de Educação Física na educação básica.

Referências
ARRUDA, M. P.; ANDRADE, I. C. F., MACHADO, S. S. B. Do paradigma assistencial ao paradigma do
desenvolvimento integral da criança: a percepção de professoras da educação infantil. HOLOS, ano 34, v. 7,
2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. CNE. Base Nacional Comum para a Formação Inicial de
Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília: Diário Oficial da União, 2020.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. CNE. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de
Jovens e Adultos. Brasília, 2020.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. CNE. Resolução nº 6, de 18 de dezembro de 2018. Brasília: Diário
Oficial da União, 2018.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 4. ed. Brasília: Senado Federal, Coordenação de
Edições Técnicas, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília:
MEC, SEB, DICEI, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9.394/96.
Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de atividade física para a população brasileira. Brasília, 2021.
MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma introdução. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2000.
MARTINS, J.; GOMES, L.; COSTA, F. C. Técnicas de ensino para uma Educação Física de qualidade. In:
CATUNDA, R.; MARQUES, A. (orgs). Educação Física Escolar - Referenciais para o ensino de qualidade. Belo
Horizonte: Casa da Educação Física, 2017.
MIRANDA, M. Afetividade nas relações de aprendizagem: questões para pensar a Educação Física nos
CAPs. In: ANTUNES, M. M.; MIRANDA, M. A Educação Física escolar em colégios de aplicação: múltiplos
olhares. Curitiba: CRV, 2017.
PENNA FIRME, T. Avaliação:tendências e tendenciosidades. Ensaio. Avaliação e Políticas Públicas em
Educação, v. 1, p. 05-12, 1994.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Explore +
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Assista ao vídeo Educação Física na educação infantil, no canal do professor Ricardo Santa Cruz no
YouTube, e saiba mais sobre atividades corporais para a educação infantil.
Leia o artigo de Demerval Saviani sobre a BNCC, intitulado Educação escolar, currículo e sociedade: o
problema da Base Nacional Comum Curricular.
Leia o artigo Avaliação da aprendizagem na educação física escolar: caminhos percorridos e desafios
atuais, de Mendes e colaboradores, e saiba mais sobre o processo avaliativo na educação básica.

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