Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Curso EAD A Brincadeira nos tempos, espaços e interações na 
escola 
 
Módulo 3 
 
Apresentação 
 
Módulo 3 - As interações e brincadeiras como princípios para a ação 
pedagógica 
 
 
 
Fonte: Desenho de Francesco Tonucci 
Uma creche para estar juntos 
 
 
“O homem só é inteiro quando brinca. 
E é somente quando brinca que ele existe na completa acepção da palavra Homem.” 
 
Friedrich Schiller 
 
 
 
 
 
 
 
Caros cursistas! 
 
Chegamos ao Módulo 3 denominado “As interações e brincadeiras como princípios 
para a ação pedagógica”, última etapa do curso aqui na plataforma. Este módulo 
pertence ao curso "A BRINCADEIRA NOS TEMPOS, ESPAÇOS E INTERAÇÕES NA 
ESCOLA”. 
 
Para seguir o mesmo padrão, trago na capa outra imagem de autoria do Frato (Francesco 
Tonucci). As imagens nos auxiliam a perceber outras formas de ver e realizar as leituras 
de mundo, deste mundo que é da criança. O desenho de Tonucci, “Uma creche para 
estar juntos”, inspira reflexões sobre o cotidiano e a ação pedagógica. A interação 
durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas 
aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar 
as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível 
identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a 
resolução de conflitos e a regulação das emoções. Neste módulo, encontram-se três 
textos que lhes auxiliarão na reflexão: “A brincadeira nas práticas cotidianas; 
“Linguagens e práticas culturais – Repertório Brincante ”; “A brincadeira e as 
tecnologias”. Os textos trazem em comum uma postura investigativa do professor, que 
considere as crianças protagonistas, criadoras, inventoras, transgressoras, que têm no 
brincar o constitutivo do humano. De acordo com a epígrafe de Schiller, que encontra-
se no início, para o crescimento do ser humano na sua unicidade é mais importante 
brincar, pois é aí que ele aprende liberdade. 
 
Brincar é direito de todos os seres humanos, um ato político, e resgatar esse contato 
 
 
com a natureza, essas brincadeiras ancestrais é urgente não só por conta desse período 
pós pandemico, mas também como uma nova forma de existência. Assim, desejo um 
excelente aproveitamento do material e aplicabilidade em sua prática pedagógica. 
Vamos brincar, então? Resgatar as memórias afetivas, vivenciar outras brincadeiras e 
fazer deste instante, momentos de encontro genuíno consigo e com os outros que estão 
ao seu redor. 
 
Bom curso e até mais! 
A brincadeira nas práticas cotidianas 
Nos módulos anteriores, foram apresentadas as brincadeiras ritmadas (pom-pom-pom, 
bate o monjolo no pilão e jacaré-poio) e os brinquedos simples, como a cama de gato, 
os jogos de tabuleiro, o jogo simbólico e o brincar sustentável com as materialidades. 
Neste módulo, vamos começar com os brinquedos de origami, que fazem parte da nossa 
infância. ORIGAMI é uma palavra japonesa composta pelo verbo "dobrar" - 折り=ori - e 
o substantivo "papel" - 紙=kami. Significa literalmente "dobrar papel". Você se lembra 
de algum modelo em especial? 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://super.abril.com.br/ciencia/manual-como-fazer-o-aviao-de-papel-perfeito/ 
 
Trouxe aqui o tradicional avião de papel. Será que é só uma brincadeira de criança? Eu 
acho que não, já que existe até um campeonato mundial de aviõezinhos para adultos. O 
tempo gasto na realização das dobraduras e em seguir as instruções de construção, já é 
uma brincadeira por si só. Aprender sobre os processos de produção das coisas desperta 
https://super.abril.com.br/ciencia/manual-como-fazer-o-aviao-de-papel-perfeito/
 
 
a imaginação, o pensamento e a vontade de experimentar e criar. Existem diversos tipos 
de aviões: os que ficam mais tempo no ar, os que fazem acrobacias, entre outros. Na 
internet, há uma infinidade de vídeos e tutoriais que mostram como fazer. Eu trago o 
exemplo do Iberê Thenório, diretor e apresentador dos vídeos do Manual do Mundo, 
um canal do YouTube com conteúdos criativos que promovem experiências únicas de 
entretenimento e aprendizagem. Vale a pena conferir! 
 
Como fazer um planador águia passo a passo: https://youtu.be/6fyErZJyAbU 
 
Como fazer o super avião de papel: https://youtu.be/AaVEmPekrZQ 
 
Vamos tentar? Depois tira uma foto e compartilha lá no fórum, pois não tem como 
estudar “o brincar” sem realmente construir esse brinquedo, hein?! Acreditamos que o 
conhecimento e a experiência são capazes de eliminar qualquer obstáculo do caminho 
e é construído de um jeito colaborativo. É por isso que a melhor jornada é a que se anda 
junto, trocando descobertas, agregando mais gente. Nosso ponto de partida é a 
curiosidade, e o de chegada também, porque quando a gente descobre uma resposta, 
nosso horizonte se expande, e a gente faz ainda mais perguntas. Então, qual dos 
modelos dos aviões de papel você gostou mais? 
Em quais espaços e durante quanto tempo as crianças brincam? Já vimos anteriormente 
que em todos os espaços e com o que está disponível para as crianças. Por isso, é 
importante oferecer às crianças ocasiões para explorar e experimentar diferentes 
possibilidades e modos de interpretar os espaços, os mobiliários e os materiais. As 
práticas cotidianas na escola são permeadas de significado e devem romper com 
divisões arbitrárias de tempo, espaço e material. Por meio das brincadeiras e interações, 
os alunos ampliam seu repertório, conseguem criar novas formas de representar a 
realidade. Isso nem sempre se dá de modo tranquilo. Muitas vezes aparecem conflitos. 
https://youtu.be/6fyErZJyAbU
https://youtu.be/AaVEmPekrZQ
 
 
De acordo com Vigotsky (2006), ao brincar a criança lida com conflitos como ganhar e/ou 
perder, além de regras que lhe são impostas, desafiando-a a cumpri-las. Dessa forma, 
também é possível demonstrar as próprias fragilidades e individualidades. O processo 
de negociação e interação que daí nasce, reforça a brincadeira como espaço de 
aprendizado, e o professor precisa considerar como deve intervir de modo a possibilitar 
que os alunos percebam a situação e proponham alguma solução para o conflito. De 
acordo com Tardif (2003), a pedagogia é feita essencialmente de tensões e de dilemas, 
de negociações e de estratégias de interação, dado que os professores trabalham com 
seres humanos, a sua relação com o seu objeto de trabalho é fundamentalmente 
constituída de relações sociais. Em grande parte, o trabalho pedagógico dos professores 
consiste precisamente em lidar com relações sociais, que são intensas no brincar. 
A comunicação desempenha um papel fundamental nas brincadeiras, desde a 
distribuição de papéis e definição de espaços, até o estabelecimento de regras e 
diálogos que surgem nas interações. É importante reconhecer que os alunos utilizam 
múltiplas linguagens para se comunicar. O documento "Subsídios para Diretrizes 
Curriculares Nacionais Específicas da Educação Básica" (2010) destaca a linguagem e a 
brincadeira como elementos que articulam os saberes que as crianças trazem e 
constroem, com os conhecimentos acumulados social e historicamente. Compete aos 
professores proporcionar aos alunos situações espontâneas e planejadas, tanto com a 
intervenção dos adultos quanto sem ela. 
Por exemplo, nas propostas que envolvem movimento, brincadeiras tradicionais e as 
que envolvem a fala, o professor pode atuar de forma mais direta, apresentando as 
brincadeiras, convidando famílias e pessoas da comunidade para ensinar as brincadeiras 
tradicionais na escola, promovendo a troca entre as crianças da turma e de outras 
turmas. Desse modo, os alunos passam a conhecer brincadeiras de outros tempos e 
lugares, aprendendo sobre outras culturas. Saber que as crianças brincavam na rua à 
noite em um tempo em que não havia televisão, ou que as crianças na África têm 
 
 
brincadeiras parecidas com as de crianças brasileiras,ensina algo mais do que a própria 
brincadeira. 
É importante lembrar que, ao promover oportunidades de interações e brincadeiras, o 
professor realiza um trabalho pedagógico que é fundamental para o desenvolvimento 
integral das crianças. Com as brincadeiras, as crianças exercitam uma percepção cada 
vez mais aguçada das coisas (formas, cores, tamanhos, texturas, volume, peso, etc.), vão 
desenvolvendo uma memória, descobrem possibilidades de exploração dos objetos, 
encontram soluções para problemas que aparecem na brincadeira e vão formando uma 
imagem de si. 
Ao brincar com outras crianças nos jogos, nas brincadeiras de movimento, nas 
brincadeiras tradicionais, as crianças ampliam seu vocabulário, trocam experiências com 
seus pares, aprendem regras de convivência e também as dos jogos, aprendem a 
esperar sua vez para jogar e a respeitar a vez dos colegas. Todas essas novas 
experiências despertam a curiosidade das crianças: um jogo africano, uma brincadeira 
indígena, uma cantiga da infância dos seus pais ou avós, um brinquedo feito por uma 
pessoa mais velha da comunidade, um jeito de brincar proveniente de outro país. 
Pesquisar juntos sobre brincadeiras de crianças de outros lugares ou sobre a origem das 
coisas, ajuda a colocá-las em contato com mapas e com a noção de tempo e de espaço. 
É importante distinguir, finalmente, o brincar centrado no professor e o brincar livre 
centrado na criança, em que o adulto observa, acompanha e oferece ajuda quando 
solicitado. Ao propor jogos e apresentar brincadeiras de sua infância, de outras culturas 
e de outros tempos, o professor conduz inicialmente a brincadeira. Já o brincar de faz 
de conta pode ser fomentado pelo professor com objetos, tempo livre e experiências de 
conhecimento das atividades humanas, mas este deve ser conduzido pelas próprias 
crianças e acompanhado pelo professor. Nessa brincadeira de faz de conta, as crianças 
têm a oportunidade de imitar o adulto, utilizando termos e atitudes próprias dos 
profissionais de saúde, da manutenção de um carro, de um comércio, proporcionando 
 
 
a representação das profissões e dos comportamentos da vida cotidiana. 
Texto adaptado do documento: Currículo da Cidade – Educação Infantil 
 
Linguagens e práticas culturais – Repertório Brincante 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Planeta ideias 
 
Você conhece o abre e fecha de origami? As brincadeiras tradicionais pressupõem o 
brincar junto, o contato interpessoal, tão necessário para o desenvolvimento. “Abre e 
fecha” é dessas brincadeiras tradicionais, uma dobradura de sorteio onde a criança pede 
ao amigo para escolher um número de 1 a 10 e movimenta o brinquedo abrindo e 
fechando o número de vezes escolhido. Quando chegar ao número indicado, o amigo 
deve escolher uma cor e fazer a ação solicitada. Uma das melhores partes da 
brincadeiras é escolher as frases que vão para o jogo e depois enfeitar o brinquedo. A 
relação entre as crianças e o brinquedo construído pela dobradura, quando bem 
explorado, exercita a curiosidade, observação, atenção, percepção, pensamento, 
investigação, interpretação, criação de hipóteses, imaginação e elaboração de teorias 
explicativas daquilo que vivem e observam. Se você não lembra como fazer, segue o link 
com as instruções e depois tira uma foto para compartilhar lá no fórum: 
Como dobrar um abre e fecha de origami: https://youtu.be/cZxEVWXjtSo 
 
https://youtu.be/cZxEVWXjtSo
 
 
Você reconheceu essa brincadeira ou de alguma outra com a dobradura? O papel do 
professor é possibilitar o acesso ao conhecimento acumulado pela humanidade e 
apresentar as diferentes linguagens: dobradura, desenho, pintura, teatro, fotografia, 
vídeo, música, dança, escultura, colagem. O Currículo Integrador da Infância Paulistana 
(SÃO PAULO, 2015) afirma a necessidade de possibilitar a formação de uma identidade 
confiante, aberta, interessada, curiosa, por meio do brincar. Um currículo que realmente 
seja integrador da infância supera também a cisão entre o brincar e o aprender, por 
entender que o brincar é uma linguagem, isto é, um modo de a criança se relacionar 
com o mundo e atribuir sentido ao que vive e aprende. Por isso, seja na Educação 
Infantil, seja no Ensino Fundamental, brincar não é perda de tempo, mas é fundamental 
para o aprendizado, pois desafia o pensamento, a memória, a solução de problemas, 
promove negociação entre crianças, o planejamento, a investigação, a discussão de 
valores, a criação de regras. O brincar, como linguagem expressiva, é também mola 
propulsora para aprendizagens significativas. As Diretrizes Curriculares Nacionais de 
Educação Infantil (DCNEI), de 2010, concebem o brincar como linguagem da criança, 
iniciada por ela, como voz da criança portadora de múltiplas linguagens. A oposição 
entre o brincar e o aprender se anula, quando há clareza de que é pelo brincar que se 
chega a outros conhecimentos. O fato de no Ensino Fundamental emergir o direito à 
aprendizagem da cultura escrita não significa a exigência de corpos imóveis, o 
silenciamento das múltiplas linguagens e ações focadas no treino da linguagem escrita. 
 
Desde bebês, as crianças se comunicam: pelo gesto, pelo olhar, pelo choro, pela 
expressão do rosto, pelo que fazem. Essas formas de expressão vão se tornando mais 
sofisticadas e cada vez mais amplas: primeiro são formas de expressão do bebê a que os 
adultos atribuem significado, depois as crianças vão se apropriando de formas de 
comunicação já presentes na sociedade. 
 
As linguagens não são disciplinas que trabalhamos em separado, nem que treinamos. 
 
 
Então, as múltiplas linguagens correspondem aos modos como as crianças comunicam 
uma ideia, uma informação, um sentimento, uma necessidade: desde o choro até a 
maneira como brincam e se movimentam, correm e dançam, seus desenhos, suas 
pinturas, suas atitudes, o que dizem, enfim, como expressam o que vão aprendendo, o 
que estão sentindo, o que querem e do que precisam. Em relação às mídias e à produção 
cultural, vivemos em um momento singular. Durante o último século, as pessoas 
tiveram, em relação às linguagens midiáticas, papel passivo de recepção daquilo que os 
detentores das mídias produziam. Com o avanço das mídias digitais, atualmente, 
qualquer um, incluindo os bebês e as crianças, pode fotografar, filmar, gravar, editar, 
mixar, compartilhar, utilizando múltiplos contextos. 
 
A brincadeira e as tecnologias 
Você sabe qual é a diferença entre técnica e tecnologia? Técnica e tecnologia são 
termos relacionados e se complementam na medida em que uma é resultante do 
desenvolvimento histórico da outra. A técnica se refere a um conjunto de 
procedimentos com conhecimento sistematizado para realizar uma tarefa, e 
tecnologia são as teorias e técnicas que possibilitam o aproveitamento prático do 
conhecimento científico para criar soluções. 
Por esse caminho eu pergunto, você conhece a técnica da dobradura do barquinho 
de papel? Para entender o conteúdo do texto 3 “A brincadeira e as tecnologias” é 
essencial que você participe de todo o processo da construção do origami. Com sua 
participação fazendo a dobradura, acessando o livro em “pdf” e assistindo aos 
vídeos, você terá uma experimentação de múltiplas linguagens, por isso oriento que 
faça as atividades propostas nos diversos links abaixo. 
 
Segue o primeiro link de literatura “A incrível viagem do barquinho de papel”, de 
Joyce M. Rosset, para inspirar você nesta brincadeira. Para a autora, os barquinhos 
 
 
de papel são uma obra de engenharia, poesia estética e provocadores de 
brincadeiras, pesquisas e narrativas. Aproveite para ler e brincar com sua turma 
posteriormente. Proponha explorações estéticas e científicas nas mil possibilidades 
desse brinquedo de dobradura que desafia a imaginação. Joyce M. Rosset 
disponibilizou o livro em formato digital no seu blog “Tempo de Creche”. 
Link do livro: 
https://tempodecreche.com.br/site/wp-content/uploads/2016/10/livro-A-incr%C3%ADvel-hist%C3%B3ria-do-barquinho-de-papel.pdf 
As tecnologias da informação e da comunicação (TICs) trazem para o cotidiano outros 
objetos como tablets e smartphones, que acolhem a diversidade do 
conteúdo lúdico acumulado e fazem circular a tradição das brincadeiras infantis em 
novos formatos. Os recursos midiáticos permitem potencializar descobertas e 
experiências, incentivando a ampliação do mundo das crianças, assim como outras 
formas de olhar o ambiente à sua volta. Você pode utilizar o livro na sala digital para 
contar história. Para os menores, a autora sugere que prepare um barquinho de 
papel antes. Pode fazê-lo na frente das crianças – mas não precisa ser uma “aula de 
fazer barquinho de papel” porque a autora acredita que depois da história elas vão 
se interessar pelo assunto. É possível que você tenha que repetir a história algumas 
vezes, então faça barquinhos de reserva. Conte cada passagem fazendo mímica com 
o barquinho e, se achar importante, mostrando as cenas impressas do livro. Imite os 
gestos de navegação, o barulho do mar – tranquilo e agitado. Com uma mão faça 
uma pedra e com a outra balance o barquinho que atravessa a tempestade até bater 
nela. 
Assopre e faça o vento do final da história e não esqueça de dar o tempo para cada 
criança se manifestar, imitar e acompanhar a aventura. 
https://tempodecreche.com.br/site/wp-content/uploads/2016/10/livro-A-incr%C3%ADvel-hist%C3%B3ria-do-barquinho-de-papel.pdf
https://tempodecreche.com.br/site/wp-content/uploads/2016/10/livro-A-incr%C3%ADvel-hist%C3%B3ria-do-barquinho-de-papel.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Blog tempo de creche 
 
Outra dica da autora: em outra ocasião, prepare um barquinho de papel com as crianças 
ou para cada criança, dependendo da idade de seus alunoss, e conte a história 
novamente, com a participação deles. No final, a sala já organizada com lápis de cor ou 
giz de cera, convida para colorir as camisetas de papel. Num dia de sol, por exemplo, 
prepare na área externa barquinhos de papel, bacias e baldes com pelo menos 5 cm de 
água e alguns objetos pequenos para desafiar a pesquisa. Pense em objetos leves, 
pesados, questione se afunda, ou boia, objetos maiores e menores que os barcos e 
alguns bonequinhos que possam estimular o jogo simbólico. O barquinho de papel 
flutua? Ele afunda? Ele pode levar um bonequinho para viajar? Amplie a pesquisa 
assoprando os barquinhos com canudinhos de papel e perceba o que os pequenos 
descobrem. Brinque, divirta-se, registre e reflita sobre a sua prática para descobrir novos 
caminhos com as crianças. Nesse percurso lembre-se que a linguagem é instrumento de 
expressão de sentimentos e de experiências vividas, não se exercitam as múltiplas 
linguagens nem as culturas infantis sob a forma de aula, mas como expressão autêntica 
das crianças, como troca entre adultos e crianças, entre crianças de mesma e de 
diferentes idades. 
 
Como fazer um barquinho de papel - https://youtu.be/fIP1GcVdw9M 
Esta é a dobradura mais básica, que todos sabem fazer. Além de fácil, é base para muitos 
outros origamis. 
 
https://youtu.be/fIP1GcVdw9M
 
 
Como fazer um barco sem mastro - https://youtu.be/0On-gszB7zM 
Esta é uma variação da tradicional dobradura do barquinho de papel. Nesta versão o 
barco fica sem mastro, parecendo uma canoa. 
Testou os dois modelos? Teve algum mais resistente na água? Todas essas possibilidades 
em um simples barquinho de papel podemos concluir que o processo de aprender, como 
defende Paulo Freire (2008), é um processo dialógico e dialético. Dialógico porque 
acontece num processo de comunicação entre quem aprende, quem ensina e o que se 
aprende. Dialético porque envolve um movimento entre assimilar e expressar o que se 
aprende. Em outras palavras, aprender exige a expressão do aprendiz e só acontece 
quando quem aprende comunica o que aprendeu. Além disso, mesmo com toda esta 
tecnologia, estudo sistematizado, conhecimento do desenvolvimento das crianças e 
uma sequência de atividades propostas e percurso definido, a linguagem é autoral: cada 
um se expressa com as suas particularidades. Para Tardif (2003), a análise do trabalho 
docente permite recolocar a pedagogia em seu próprio espaço de produção, isto é, o 
ofício de professor, e não pode ser visto exclusivamente como a tarefa de um técnico 
ou de um executor. O professor tem a arte e o conhecimento científico para ensinar, ou 
seja, ele se utiliza não da técnica, mas da tecnologia. Assim, a expressão autoral do 
aprendiz e a interação com outras pessoas por meio de alguma linguagem, quer seja ela 
expressa pela dobradura, pela leitura do livro ou pelo vídeo, é condição necessária de 
seu aprendizado. Para incentivar a expressão das crianças, as práticas pedagógicas na 
escola devem envolvê-las em atividades que valorizam as culturas, o lúdico, os objetos 
e as formas de fazer. 
O contexto facilita essas vivências, estando os materiais disponíveis ao acesso dos olhos 
e das mãos das crianças. O contexto não é simplesmente o lugar dessa interação, mas é 
identificado onde acontece o processo das ações. É um espaço demarcado que dialoga 
com as pessoas que ali frequentam. Dessa forma, há que se pensar em condições 
favoráveis para que os estudantes exercitem sua autoria, sua expressão e suas escolhas. 
Portanto, cabe ao professor oferecer práticas de recepção crítica do uso ou não das 
https://youtu.be/0On-gszB7zM
 
 
mídias digitais, que configuram atualmente um dos principais agentes de formação 
social. 
Atualmente, a tecnologia tem modificado a vivência da infância com celulares, tablets, 
computadores, e as crianças têm sido muito influenciadas pelo que a mídia apresenta, 
necessitando cada vez mais de professores curadores do conhecimento para que saibam 
assimilar e apreender novas práticas, sem ignorar o rico repertório cultural brasileiro. A 
pandemia acelerou o avanço tecnológico. Hortélio (2016) entende que a infância está 
sendo esquecida no Brasil e que, desde o aparecimento da TV, o convívio entre as 
crianças tem diminuído, pois passam muito tempo com os equipamentos tecnológicos, 
o que seria prejudicial para o seu desenvolvimento. 
Teca Alencar de Brito (2003), por outro lado, observa alguns pontos positivos da 
modernidade e das novas tecnologias. Com os novos equipamentos em sala criou-se 
oportunidades diferenciadas para os alunos. O mundo do audiovisual (filmes, 
animações, games) ficou mais acessível. Desse ponto de vista, é igualmente importante 
refletir sobre as salas digitais na escola, pensando de forma crítica nas escolhas para 
ampliar repertórios, construindo referências de escolha, é papel da educação. Estas 
constituem uma possibilidade para ampliar a experiência dos alunos no acesso a 
informações e conhecimentos sobre os seus temas de interesse. Os projetos 
desenvolvidos, tendo os alunos como protagonistas ativos na definição do tema, na 
coleta e exploração do material, na busca e expressão do que vão conhecendo e 
interpretando acerca do tema de seu interesse — têm no vídeo um recurso 
fundamental, por meio de documentários e produções fílmicas de alta qualidade que 
ampliam o conhecimento e respondem às vontades de saber das crianças. Da mesma 
forma, é recurso importante de registro das vivências das crianças, que depois podem 
ser compartilhadas com elas. No entanto, as telas não devem ser utilizadas com o 
objetivo de entreter ou como forma de espera no momento da chegada ou de saída. As 
imagens das telas em movimento são muito encantadoras, mas as crianças precisam se 
 
 
movimentar, fazer coisas, explorar fisicamente o mundo ao redor. Nesse sentido, vídeos 
e canções precisam ser programados e selecionados, assim como as histórias, as 
brincadeiras e outras experiências que apresentamos. O entretenimento acontece com 
a atividade lúdica de exploração do mundo e expressão do vivido por meio das 
diferentes linguagens,e essencialmente com a atividade do corpo e da mente, 
articuladas com a vontade. 
De acordo com o Currículo da Cidade EI, não é saudável que a criança fique sentada por 
longos períodos e nem apenas observando. O corpo ativo que anda, corre, pula, sobe e 
desce, escorrega, pega e solta, puxa e empurra, experimenta texturas, pesos, tamanhos, 
cores, formas e funções dos objetos e se conhece nesse processo de exploração do 
mundo é garantia de saúde para bebês e crianças. Além disso, as famílias já fazem 
bastante uso da televisão em casa: o papel da escola de oferecer diversidade de 
experiências cresce em responsabilidade frente a isso. Na escola, as crianças precisam 
receber convites para brincar e pesquisar, ter ambientes para construir, dançar, pintar, 
conversar, montar e remontar e, ainda, ter tempo para estreitar os laços de amizade. 
Por fim, é necessário dar visibilidade às concepções de educação que valorizam o 
movimento de desaceleração, sem desprezar as novas tecnologias, mas que somem com 
o contato com a natureza, com os espaços brincantes, com os momentos de interação 
e a construção do conhecimento de forma colaborativa. 
Fonte: texto adaptado do documento Currículo da Cidade – Educação Infantil 
 
Site para aprofundar: 
 
Mapa do Brincar (2019) é uma iniciativa da "Folhinha", suplemento infantil do jornal 
Folha de São Paulo. O site reúne hoje 750 brincadeiras de todo o país. O Brasil 
apresenta grande diversidade de músicas, histórias, brinquedos e brincadeiras, os 
quais perpetuam-se ao longo do tempo de forma oral, passando de geração a 
geração, sofrendo transformações e se renovando, adequando-se às novas gerações 
brincantes. O conjunto de todas essas brincadeiras e músicas tradicionais da infância, 
 
 
como parte da essência do povo, contribuem para a construção de um “espírito de 
brasilidade”. A primeira versão do projeto foi lançada em maio de 2009, quando 
convidou crianças de todo o país a contar quais são suas brincadeiras. Um dos 
objetivos era descobrir se há semelhanças e diferenças entre o brincar no Brasil. De 
maio a julho do mesmo ano, a "Folhinha" recebeu 10.204 inscrições de crianças das 
cinco regiões do país, com participação maior do Sul e do Sudeste. Em alguns 
Estados, a equipe da "Folhinha" também coletou brincadeiras diretamente com as 
crianças, mas sempre preservando os relatos infantis. Todo esse material enviado 
(ou coletado) foi lido e analisado por uma equipe de especialistas na área do brincar. 
O site ganhou nova versão em dezembro de 2011, quando ampliou o repertório de 
brincadeiras coletadas pela equipe da "Folhinha" nas regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste. Cada brincadeira registrada neste site traz a indicação de sua origem, 
o que não quer dizer que ela seja só daquele lugar. A origem indica a cidade em que 
mora o participante que mandou a brincadeira. 
https://mapadobrincar.folha.com.br/ 
 
Leitura Complementar: 
A brincadeira e o brinquedo precisam de plástico? 
https://criancaenatureza.org.br/wp-content/uploads/2020/10/a-
brincadeira_e_o_plastico.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://mapadobrincar.folha.com.br/
https://criancaenatureza.org.br/wp-content/uploads/2020/10/a-brincadeira_e_o_plastico.pdf
https://criancaenatureza.org.br/wp-content/uploads/2020/10/a-brincadeira_e_o_plastico.pdf
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. 
Brasília: MEC, 2010. 
BRITO, T. A. Música na educação infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003. 
HORTÉLIO, L. Música da cultura infantil no Brasil. Textos Casa Amarela. 2016. 
Disponível em: https://www.casaamarelafestas.com.br/textos/musica_da_ 
cultura_infantil_no_brasil.pdf. Acesso em: 26 out. 2020. 
MAPA DO BRINCAR. Lucilene Silva. Disponível em: http://mapadobrincar. 
folha.com.br/mestres/lucilenesilva/. Acesso em: 16 maio 2019. 
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, Vozes, 2003 
VIGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: 
VIGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e 
aprendizagem. 10. ed. São Paulo: Ícone, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://mapadobrincar/

Mais conteúdos dessa disciplina