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CADERNO DE QUESTÕES E COMENTÁRIOS - IV Simulado para o Exame 37

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Driese Gomes

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Questões resolvidas

Com base no caso narrado, assinale a afirmativa correta.

O advogado Tício fixou residência na Bahia, mas continuou exercendo as mesmas funções no escritório de São Paulo.
Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar.
Tício deve requerer a transferência de sua inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.
Tício deve requerer a transferência de sua inscrição suplementar como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.
A) Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar.
B) Tício deve requerer a transferência de sua inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional de São Paulo.
C) Tício deve requerer a transferência de sua inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.
D) Tício deve requerer a transferência de sua inscrição suplementar como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.

Diante da situação descrita, nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.


A) Pedro cometeu infração disciplinar ao receber clientes de pessoa com relação de parentesco.
B) Não constitui infração disciplinar o relacionamento social com parentes ou não.
C) Constitui atividade ilícita por valer-se de parentes para obtenção de clientela, de forma gratuita ou onerosa.
D) Constitui atividade vedada, uma vez que a clientela deve ser formada espontaneamente pelo advogado.

A advogada Letícia estava representando um famoso ator global brasileiro acusado de matar a própria esposa. Diante da situação descrita, assinale a afirmativa correta.


A) A advogada pode dar declarações públicas sobre o caso, desde que não prejudique a imagem do cliente.
B) A advogada não pode dar declarações públicas sobre o caso, pois isso pode prejudicar a imagem do cliente.
C) A advogada pode dar declarações públicas sobre o caso, desde que tenha autorização expressa do cliente.
D) A advogada não pode dar declarações públicas sobre o caso, pois isso fere o sigilo profissional.

Considerando o caso narrado e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta.

A) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, já que tal conduta ajudaria seu cliente.
B) Letícia não poderia se insinuar para dar uma declaração pública.
C) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, apenas se autorizada pelo cliente.
D) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, apenas se autorizada pelo juiz da causa.
a) A
b) B
c) C
d) D

What is the correct statement about gaps?

a) The unintentional gap occurs when the legislator leaves the concrete solution of the case to a third party.
b) The latent gap is one in which there is an effective and evident absence of a rule to regulate the issue.
c) In the ontological gap, there is a dissociation between the normative provision and the
d) The gap can only be filled by the judiciary.
a) A
b) B
c) C
d) D

Regarding the correct sequence of Brazilian literary works from the colonial period, choose the correct alternative.


a. 5, 6, 1
b. 6, 1, 4
c. 5, 6, 1

In relation to the symptoms of depression, analyze the following statements: I- Being in a low mood most of the time. II- Occasionally lacking pleasure in some activity. III- Weight changes. IV- Fatigue and loss of energy. Now, choose the CORRECT alternative: SOURCE: APA. American Psychiatric Association.

a) II and IV are correct.
b) II, III, and IV are correct.
c) I, III, and IV are correct.
a) A
b) B
c) C

Regarding the rules of the OAB Statute, choose the correct alternative about the disciplinary process.

A) The disciplinary process can be accessed by anyone, given its public nature.
B) The disciplinary process proceeds in secrecy until its completion, with access to its information only by the parties, their lawyers, and the competent judicial authority.
C) The disciplinary process proceeds in secrecy until the appellate instance, with access to its information only by the parties and the competent judicial authority.
D) The disciplinary process will only proceed in secrecy if requested by the interested party.
a) A
b) B
c) C
d) D

Quanto às fontes do direito é CORRETO afirmar:


a) Lei é a norma de conduta que disciplina relações de fato e cuja observância é imposta informalmente, restringindo o campo de liberdade do cidadão.
b) Princípios gerais do direito são proposições de caráter geral que englobam implicitamente um conjunto de normas.
c) Doutrina é o conjunto organizado de pesquisas, perguntas e respostas providas durante a atividade jurisdicional.
d) Costume é a norma de conduta aceita e obedecida habitualmente, mediante formalidades estritas, gerando a crença na institucionalidade da conduta.

Foi ajuizada no Tribunal de Justiça do Estado Beta, uma representação de inconstitucionalidade contra lei editada pelo Município X, tendo como parâmetro de controle dispositivo da Constituição Federal de 1988 (CF). Com base no ordenamento jurídico-constitucional vigente, assinale a alternativa correta.


a) o controle abstrato de constitucionalidade pode ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o parâmetro de controle invocado na ação seja norma de reprodução obrigatória.
b) o controle abstrato de constitucionalidade pode ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o parâmetro de controle invocado na ação seja norma de eficácia limitada.
c) o controle abstrato de constitucionalidade pode ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o parâmetro de controle invocado na ação seja norma de eficácia contida.
d) o controle abstrato de constitucionalidade não pode ser exercido pelo tribunal de justiça, pois a competência é exclusiva do Supremo Tribunal Federal.

Mariana, renomada escritora da Revista “A vida luxuosa dos artistas”, decidiu elaborar uma pesquisa a respeito da vida pessoal e profissional de conhecido ex-deputado federal que resolveu misteriosamente se retirar da vida pública. Mariana solicitou orientação de um advogado a respeito da necessidade de obter a autorização do ex-deputado federal durante a elaboração da obra. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:


a) a obra não dependerá de autorização do político ou mesmo de seus familiares, já que a liberdade de expressão e informação deve preponderar no caso concreto apresentado.
b) a obr

A instituição privada com fins lucrativos “+ Saúde”, uma entidade filantrópica e uma instituição privada sem fins lucrativos demonstraram interesse de participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde - SUS. Alguns juristas questionaram a constitucionalidade da participação das instituições no SUS. À luz do quadro apresentado, com base no ordenamento jurídico-constitucional vigente, assinale a alternativa correta.


a) todas as instituições mencionadas poderão participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio.
b) apenas a instituição privada com fins lucrativos poderá participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio.
c) todas as instituições mencionadas poderão participar de forma complementar do SUS, mas nenhuma poderá receber recurso público para auxílio.
d) a instituição privada sem fins lucrativos poderá participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio.

Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Logo, podemos concluir que a instituição sem fins lucrativos poderá participar de forma complementar e receber recurso público para auxílio.

A destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos é vedada pelo art. 199 da CRFB/88.
Instituições sem fins lucrativos podem participar de forma complementar do sistema único de saúde e receber recursos públicos para auxílio.

Com base no enunciado, assinale a alternativa correta sobre a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO).

A ADO pode ser ajuizada para impugnar omissões de órgãos federais em face da Constituição Federal de 1988.
A ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público.
A omissão impugnada por meio de ADO precisa ser total.
a) a ADO somente pode ser ajuizada para impugnar omissões de órgãos federais em face da Constituição Federal de 1988.
b) a ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público.
c) a ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia contida de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público.
d) a omissão impugnada por meio de ADO precisa ser total.

Qual das alternativas abaixo apresenta a informação correta sobre a origem e natureza formal da Declaração Universal dos Direitos Humanos?


a) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com efeitos vinculantes.
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com efeitos vinculantes.
c) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, mas de declaração, sem efeitos vinculantes.
d) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, mas de declaração, sem efeitos vinculantes.

Considerando as normas de direito internacional privado (DIPr), assinale a afirmativa correta.


a) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar e estabelecer como domicílio comum primeiro o Brasil e depois a Argentina, o regime de bens será regulado pela legislação argentina.
b) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, poderão escolher qual o direito interno regerá os bens.
c) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, o regime de bens será o brasileiro.
d) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, o regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

Sobre a competência para exigir o ITCMD e a progressividade das alíquotas, analise a seguinte situação: André, residente e domiciliado no Estado X, doou um apartamento localizado no Estado Y para seu irmão, Carlos. A escritura pública de doação foi lavrada perante tabelião localizado no Município M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos. Ao recolher o imposto incidente sobre essa transmissão de bem imóvel, o contribuinte constatou que a entidade tributante adota um sistema progressivo de alíquotas para o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Qual é a entidade federativa competente para exigir o ITCMD e a progressividade das alíquotas é constitucional?


A) O ITCMD é devido ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é constitucional.
B) O ITCMD é devido ao Estado Z e a progressividade das alíquotas é inconstitucional.
C) O ITCMD é devido ao Estado X e a progressividade das alíquotas é inconstitucional.
D) O ITCMD é devido ao Município M e a progressividade das alíquotas é constitucional.

Sobre a aplicação do Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco às multas tributárias, analise a seguinte situação: A Receita Federal do Brasil autuou a empresa Gama Ltda. pela prática de sonegação fiscal. A multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos tributos sonegados e a multa moratória foi de 25% sobre o valor dos tributos não recolhidos na data do vencimento. Qual é a afirmação correta?


A) Somente a multa punitiva afrontou o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco.
B) Somente a multa moratória afrontou o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco.
C) As duas multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco.
D) As multas tributárias não se submetem ao Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco, que é aplicável somente aos tributos.

Eis o cerne da questão: tais multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco?

De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco, consubstanciando o constitucionalmente consagrado Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio da Vedação ao Confisco.
O STF já consolidou o entendimento de que tal princípio também é aplicável às multas tributárias, sejam elas punitivas ou moratórias.
Qualquer multa tributária que supere os percentuais máximos estabelecidos pelo STF será considerada confiscatória e, portanto, inconstitucional, por afronta ao Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco (inciso IV do art. 150 da CF/88).
a) Apenas a afirmativa 1 está correta.
b) Apenas a afirmativa 2 está correta.
c) Apenas a afirmativa 3 está correta.
d) As afirmativas 1, 2 e 3 estão corretas.

João é funcionário público municipal. Quanto à Contribuição Social por ele devida, destinada ao custeio do seu plano de aposentadoria, deve ser recolhida:


A) Ao órgão ou entidade de previdência federal, independentemente do seu regime de vinculação ao serviço público (estatutário/efetivo ou não estatutário/temporário) e da existência, no Município, de regime previdenciário próprio.
B) Ao órgão ou entidade de previdência estadual, do Estado-membro onde localizado o Município, se ele for funcionário não estatutário/temporário, nomeado em cargo de livre provimento e exoneração, desde que o Município não tenha regime previdenciário próprio.
C) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário estatutário/efetivo, nomeado após aprovação em concurso público, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio.
D) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário não estatutário/temporário, nomeado em cargo de livre provimento e exoneração, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio.

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Questões resolvidas

Com base no caso narrado, assinale a afirmativa correta.

O advogado Tício fixou residência na Bahia, mas continuou exercendo as mesmas funções no escritório de São Paulo.
Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar.
Tício deve requerer a transferência de sua inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.
Tício deve requerer a transferência de sua inscrição suplementar como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.
A) Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar.
B) Tício deve requerer a transferência de sua inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional de São Paulo.
C) Tício deve requerer a transferência de sua inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.
D) Tício deve requerer a transferência de sua inscrição suplementar como advogado para o Conselho Seccional da Bahia.

Diante da situação descrita, nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.


A) Pedro cometeu infração disciplinar ao receber clientes de pessoa com relação de parentesco.
B) Não constitui infração disciplinar o relacionamento social com parentes ou não.
C) Constitui atividade ilícita por valer-se de parentes para obtenção de clientela, de forma gratuita ou onerosa.
D) Constitui atividade vedada, uma vez que a clientela deve ser formada espontaneamente pelo advogado.

A advogada Letícia estava representando um famoso ator global brasileiro acusado de matar a própria esposa. Diante da situação descrita, assinale a afirmativa correta.


A) A advogada pode dar declarações públicas sobre o caso, desde que não prejudique a imagem do cliente.
B) A advogada não pode dar declarações públicas sobre o caso, pois isso pode prejudicar a imagem do cliente.
C) A advogada pode dar declarações públicas sobre o caso, desde que tenha autorização expressa do cliente.
D) A advogada não pode dar declarações públicas sobre o caso, pois isso fere o sigilo profissional.

Considerando o caso narrado e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta.

A) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, já que tal conduta ajudaria seu cliente.
B) Letícia não poderia se insinuar para dar uma declaração pública.
C) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, apenas se autorizada pelo cliente.
D) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, apenas se autorizada pelo juiz da causa.
a) A
b) B
c) C
d) D

What is the correct statement about gaps?

a) The unintentional gap occurs when the legislator leaves the concrete solution of the case to a third party.
b) The latent gap is one in which there is an effective and evident absence of a rule to regulate the issue.
c) In the ontological gap, there is a dissociation between the normative provision and the
d) The gap can only be filled by the judiciary.
a) A
b) B
c) C
d) D

Regarding the correct sequence of Brazilian literary works from the colonial period, choose the correct alternative.


a. 5, 6, 1
b. 6, 1, 4
c. 5, 6, 1

In relation to the symptoms of depression, analyze the following statements: I- Being in a low mood most of the time. II- Occasionally lacking pleasure in some activity. III- Weight changes. IV- Fatigue and loss of energy. Now, choose the CORRECT alternative: SOURCE: APA. American Psychiatric Association.

a) II and IV are correct.
b) II, III, and IV are correct.
c) I, III, and IV are correct.
a) A
b) B
c) C

Regarding the rules of the OAB Statute, choose the correct alternative about the disciplinary process.

A) The disciplinary process can be accessed by anyone, given its public nature.
B) The disciplinary process proceeds in secrecy until its completion, with access to its information only by the parties, their lawyers, and the competent judicial authority.
C) The disciplinary process proceeds in secrecy until the appellate instance, with access to its information only by the parties and the competent judicial authority.
D) The disciplinary process will only proceed in secrecy if requested by the interested party.
a) A
b) B
c) C
d) D

Quanto às fontes do direito é CORRETO afirmar:


a) Lei é a norma de conduta que disciplina relações de fato e cuja observância é imposta informalmente, restringindo o campo de liberdade do cidadão.
b) Princípios gerais do direito são proposições de caráter geral que englobam implicitamente um conjunto de normas.
c) Doutrina é o conjunto organizado de pesquisas, perguntas e respostas providas durante a atividade jurisdicional.
d) Costume é a norma de conduta aceita e obedecida habitualmente, mediante formalidades estritas, gerando a crença na institucionalidade da conduta.

Foi ajuizada no Tribunal de Justiça do Estado Beta, uma representação de inconstitucionalidade contra lei editada pelo Município X, tendo como parâmetro de controle dispositivo da Constituição Federal de 1988 (CF). Com base no ordenamento jurídico-constitucional vigente, assinale a alternativa correta.


a) o controle abstrato de constitucionalidade pode ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o parâmetro de controle invocado na ação seja norma de reprodução obrigatória.
b) o controle abstrato de constitucionalidade pode ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o parâmetro de controle invocado na ação seja norma de eficácia limitada.
c) o controle abstrato de constitucionalidade pode ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o parâmetro de controle invocado na ação seja norma de eficácia contida.
d) o controle abstrato de constitucionalidade não pode ser exercido pelo tribunal de justiça, pois a competência é exclusiva do Supremo Tribunal Federal.

Mariana, renomada escritora da Revista “A vida luxuosa dos artistas”, decidiu elaborar uma pesquisa a respeito da vida pessoal e profissional de conhecido ex-deputado federal que resolveu misteriosamente se retirar da vida pública. Mariana solicitou orientação de um advogado a respeito da necessidade de obter a autorização do ex-deputado federal durante a elaboração da obra. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:


a) a obra não dependerá de autorização do político ou mesmo de seus familiares, já que a liberdade de expressão e informação deve preponderar no caso concreto apresentado.
b) a obr

A instituição privada com fins lucrativos “+ Saúde”, uma entidade filantrópica e uma instituição privada sem fins lucrativos demonstraram interesse de participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde - SUS. Alguns juristas questionaram a constitucionalidade da participação das instituições no SUS. À luz do quadro apresentado, com base no ordenamento jurídico-constitucional vigente, assinale a alternativa correta.


a) todas as instituições mencionadas poderão participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio.
b) apenas a instituição privada com fins lucrativos poderá participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio.
c) todas as instituições mencionadas poderão participar de forma complementar do SUS, mas nenhuma poderá receber recurso público para auxílio.
d) a instituição privada sem fins lucrativos poderá participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio.

Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Logo, podemos concluir que a instituição sem fins lucrativos poderá participar de forma complementar e receber recurso público para auxílio.

A destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos é vedada pelo art. 199 da CRFB/88.
Instituições sem fins lucrativos podem participar de forma complementar do sistema único de saúde e receber recursos públicos para auxílio.

Com base no enunciado, assinale a alternativa correta sobre a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO).

A ADO pode ser ajuizada para impugnar omissões de órgãos federais em face da Constituição Federal de 1988.
A ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público.
A omissão impugnada por meio de ADO precisa ser total.
a) a ADO somente pode ser ajuizada para impugnar omissões de órgãos federais em face da Constituição Federal de 1988.
b) a ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público.
c) a ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia contida de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público.
d) a omissão impugnada por meio de ADO precisa ser total.

Qual das alternativas abaixo apresenta a informação correta sobre a origem e natureza formal da Declaração Universal dos Direitos Humanos?


a) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com efeitos vinculantes.
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com efeitos vinculantes.
c) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, mas de declaração, sem efeitos vinculantes.
d) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, mas de declaração, sem efeitos vinculantes.

Considerando as normas de direito internacional privado (DIPr), assinale a afirmativa correta.


a) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar e estabelecer como domicílio comum primeiro o Brasil e depois a Argentina, o regime de bens será regulado pela legislação argentina.
b) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, poderão escolher qual o direito interno regerá os bens.
c) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, o regime de bens será o brasileiro.
d) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, o regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

Sobre a competência para exigir o ITCMD e a progressividade das alíquotas, analise a seguinte situação: André, residente e domiciliado no Estado X, doou um apartamento localizado no Estado Y para seu irmão, Carlos. A escritura pública de doação foi lavrada perante tabelião localizado no Município M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos. Ao recolher o imposto incidente sobre essa transmissão de bem imóvel, o contribuinte constatou que a entidade tributante adota um sistema progressivo de alíquotas para o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Qual é a entidade federativa competente para exigir o ITCMD e a progressividade das alíquotas é constitucional?


A) O ITCMD é devido ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é constitucional.
B) O ITCMD é devido ao Estado Z e a progressividade das alíquotas é inconstitucional.
C) O ITCMD é devido ao Estado X e a progressividade das alíquotas é inconstitucional.
D) O ITCMD é devido ao Município M e a progressividade das alíquotas é constitucional.

Sobre a aplicação do Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco às multas tributárias, analise a seguinte situação: A Receita Federal do Brasil autuou a empresa Gama Ltda. pela prática de sonegação fiscal. A multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos tributos sonegados e a multa moratória foi de 25% sobre o valor dos tributos não recolhidos na data do vencimento. Qual é a afirmação correta?


A) Somente a multa punitiva afrontou o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco.
B) Somente a multa moratória afrontou o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco.
C) As duas multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco.
D) As multas tributárias não se submetem ao Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco, que é aplicável somente aos tributos.

Eis o cerne da questão: tais multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco?

De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco, consubstanciando o constitucionalmente consagrado Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio da Vedação ao Confisco.
O STF já consolidou o entendimento de que tal princípio também é aplicável às multas tributárias, sejam elas punitivas ou moratórias.
Qualquer multa tributária que supere os percentuais máximos estabelecidos pelo STF será considerada confiscatória e, portanto, inconstitucional, por afronta ao Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco (inciso IV do art. 150 da CF/88).
a) Apenas a afirmativa 1 está correta.
b) Apenas a afirmativa 2 está correta.
c) Apenas a afirmativa 3 está correta.
d) As afirmativas 1, 2 e 3 estão corretas.

João é funcionário público municipal. Quanto à Contribuição Social por ele devida, destinada ao custeio do seu plano de aposentadoria, deve ser recolhida:


A) Ao órgão ou entidade de previdência federal, independentemente do seu regime de vinculação ao serviço público (estatutário/efetivo ou não estatutário/temporário) e da existência, no Município, de regime previdenciário próprio.
B) Ao órgão ou entidade de previdência estadual, do Estado-membro onde localizado o Município, se ele for funcionário não estatutário/temporário, nomeado em cargo de livre provimento e exoneração, desde que o Município não tenha regime previdenciário próprio.
C) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário estatutário/efetivo, nomeado após aprovação em concurso público, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio.
D) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário não estatutário/temporário, nomeado em cargo de livre provimento e exoneração, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio.

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 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
 
IV. Simulado OAB 
 
Código de Ética e Estatuto da OAB 
Priscila Ferreira 
Questão 01. 
Fernando, advogado com inscrição regular, passou 
a exercer atividade policial. Por força disso, teve 
sua inscrição cancelada. Após a sua aposentadoria 
no cargo, requereu o seu retorno aos quadros da 
OAB. Com base no caso apresentado, assinale a 
alternativa correta. 
A) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
não restaura o número de inscrição anterior, deve 
o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o Conselho. 
B) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
restaura o número de inscrição anterior, deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral. 
Não precisa prestar compromisso perante o 
Conselho. 
C) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
não restaura o número de inscrição anterior, deve 
o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral. 
Não precisa prestar compromisso perante o 
Conselho. 
D) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
restaura o número de inscrição anterior, deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o Conselho. 
Comentário Longo 
O enunciado traz que Fernando, advogado com 
inscrição regular, passou a exercer a atividade de 
policial. Segundo o art. 28 do EAOAB, a advocacia 
é incompatível, mesmo em causa própria, com as 
seguintes atividades: V – ocupantes de cargos ou 
funções vinculados direta ou indiretamente a 
atividade policial de qualquer natureza. 
E, nos termos do Art. 11 do EAOAB, cancela-se a 
inscrição do profissional que passar a exercer, em 
caráter definitivo, atividade incompatível com a 
advocacia. 
Em sede de novo pedido de inscrição - que não 
restaura o número de inscrição anterior - deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos 
(incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o conselho. 
Veja: 
“Art. 8º do EAOAB: Para inscrição como 
advogado é necessário: 
I – capacidade civil; 
II – diploma ou certidão de graduação em direito, 
obtido em instituição de ensino oficialmente 
autorizada e credenciada; 
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se 
brasileiro; 
IV – aprovação em Exame de Ordem; 
V – não exercer atividade incompatível com a 
advocacia; 
VI – idoneidade moral; 
VII – prestar compromisso perante o Conselho.” 
Em resumo, o interessado fazer prova dos 
requisitos seguintes requisitos: capacidade civil; 
não exercer atividade incompatível com a 
4 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
advocacia; idoneidade moral; e prestar 
compromisso perante o Conselho. 
Letra A (item árvore: 2.1) 
CORRETA 
Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não 
restaura o número de inscrição anterior - deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos 
(incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o conselho. 
Letra B (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
O novo pedido de inscrição não restaura o número 
de inscrição, conforme §2º do art. 11 do EAOAB. 
Além disso, precisa prestar compromisso perante o 
conselho! 
Letra C (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Precisa prestar compromisso perante o conselho, 
conforme §2º do art. 11 do EAOAB. 
Letra D (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
O novo pedido de inscrição não restaura o número 
de inscrição, conforme §2º do art. 11 do EAOAB. 
Comentário Curto 
Conforme art.11, do EAOAB, cancela-se a inscrição 
do profissional que passar a exercer, em caráter 
definitivo, atividade incompatível com a advocacia; 
E na hipótese de novo pedido de inscrição - que 
não restaura o número de inscrição anterior - deve 
o interessado fazer prova dos seguintes requisitos 
(incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o conselho. 
Assim, a alternativa “a” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: A 
 
Questão 02. 
O advogado civilista Tício exerce suas atividades 
em determinada Sociedade de Advocacia, sediada 
em São Paulo. As demandas patrocinadas pelo 
advogado tramitam perante o juízo das varas cíveis 
em São Paulo. No entanto, recentemente, o pai de 
Tício adoeceu na Bahia, o que fez o advogado fixar 
a sua residência nesta localidade, e com ânimo 
definitivo. 
Neste sentido, o advogado continuou exercendo as 
mesmas funções no escritório de São Paulo, e nos 
dias em que não teriam atividades profissionais, 
retornaria à Bahia. 
Com base no caso narrado, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Tício não precisa requerer a transferência de sua 
inscrição principal ou inscrição suplementar. 
B) Tício deve requerer a transferência de sua 
inscrição principal como advogado para o 
Conselho Seccional da Bahia. 
C) Tício deve requerer a inscrição suplementar 
como advogado junto ao Conselho Seccional da 
Bahia. 
D) Tício deve requerer a inscrição suplementar 
como advogado junto ao Conselho Federal da 
OAB. 
Comentário Longo 
De acordo com o enunciado, o advogado resolveu 
que fixaria sua residência, com ânimo definitivo, na 
Bahia. Porém, continuaria exercendo as mesmas 
funções no escritório de São Paulo. Acerca do 
tema, deve-se observar o disposto no art. 10, do 
EAOAB: 
“A inscrição principal do advogado deve ser feita 
no Conselho Seccional em cujo território pretende 
estabelecer o seu domicílio profissional, na forma 
do Regulamento Geral. 
5 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede 
principal da atividade de advocacia, prevalecendo, 
na dúvida, o domicílio da pessoa física do 
advogado. 
§ 2º Além da principal, o advogado deve 
promover a inscrição suplementar nos Conselhos 
Seccionais em cujos territórios passar a exercer 
habitualmente a profissão, considerando-se 
habitualidade a intervenção judicial que exceder de 
cinco causas por ano. 
§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio 
profissional para outra unidade federativa, deve o 
advogado requerer a transferência de sua inscrição 
para o Conselho Seccional correspondente. 
§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o 
pedido de transferência ou inscrição suplementar, 
ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na 
inscrição principal, contra ela representando ao 
Conselho Federal.” 
Logo, podemos concluir que Tício não precisa 
requerer a transferência de sua inscrição principal 
ou inscrição suplementar, já que o seu domicílio 
profissional continuará sendo em São Paulo. 
Letra A (item árvore: 2.1) 
CORRETA 
O advogado Tício não precisa requerer a 
transferência de sua inscrição principal ou inscrição 
suplementar, já que o seu domicílio profissional 
continuará sendo em São Paulo. Neste sentido, o 
Art. 10 do EAOAB preceitua que: “A inscrição 
principal do advogado deve ser feita no Conselho 
Seccional em cujo território pretende estabelecer o 
seu domicílio profissional, na forma do 
Regulamento Geral.” 
Letra B (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Tício não precisa requerer a transferência de sua 
inscrição principal, já que o seu domicílio 
profissional continuará sendo em São Paulo. 
Letra C (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Não precisa requerer a inscrição suplementar, já 
que não exercerá funções profissionais na Bahia. 
Letra D (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Não precisa requerer a inscrição suplementar, já 
que não exercerá funções profissionais na Bahia.Comentário Curto 
Conforme art. 10, do Estatuto da OAB, a inscrição 
principal do advogado deve ser feita no Conselho 
Seccional em cujo território pretende estabelecer o 
seu domicílio profissional. 
Ainda, dispõe o § 1º, do referido art. 10, que o 
domicílio profissional é a sede principal da 
atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o 
domicílio da pessoa física do advogado. 
Neste sentido, Tício não precisa requerer a 
transferência de sua inscrição principal ou inscrição 
suplementar, já que o seu domicílio profissional 
continuará sendo em São Paulo. 
Assim, a alternativa “a” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: A 
 
Questão 03. 
A jovem advogada Rebeca resolve contratar a 
empresa “Mais Divulgação” que atua na área de 
propaganda e marketing. A empresa contratou 
jovens, homens e mulheres, para a distribuição de 
prospectos de propaganda do escritório indicando 
as especialidades de atuação e apresentando 
determinados temas que seriam considerados 
acessíveis à multidão de interessados. O projeto é 
realizado e implementado com sucesso. 
À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa 
correta. 
6 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
A) a jovem advocacia possui características mais 
modernas e permite publicidade como a 
apresentada. 
B) atividades como as sugeridas são admissíveis, 
tendo em vista a sobriedade e moderação. 
C) a referida propaganda não pode ser realizada, 
visto que existem restrições éticas à propaganda da 
advocacia. 
D) a propaganda pode ser realizada, após 
autorização escrita do Conselho Seccional. 
Comentário Longo 
No caso apresentado, temos que: A jovem 
advogada Rebeca resolve contratar a empresa “
Mais Divulgação” que atua na área de 
propaganda e marketing. A empresa realizou a 
distribuição de prospectos de propaganda do 
escritório. 
Questionamento: É permitida a publicidade do 
escritório de advocacia através de prospectos de 
propaganda? 
Acerca do tema, o artigo 40, do CED, preceitua 
que: 
“Art. 40 do CED: Os meios utilizados para a 
publicidade profissional hão de ser compatíveis 
com a diretriz estabelecida no artigo anterior, 
sendo vedados: 
(...) 
VI – a utilização de mala direta, a distribuição de 
panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, 
com o intuito de captação de clientela.” 
Logo, podemos concluir que a publicidade referida 
no enunciado não é permitida, já que envolve a 
distribuição de panfletos com o intuito de captação 
de clientela. 
Letra A (item árvore: 1.1) 
INCORRETA 
Observa-se que é vedada a distribuição de 
panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, 
com o intuito de captação de clientela (art. 40, 
inciso VI do CED). 
Letra B (item árvore: 1.1) 
INCORRETA 
Não são admissíveis, conforme art. 40, do CED: “
Os meios utilizados para a publicidade profissional 
hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida 
no artigo anterior, sendo vedados: VI – a utilização 
de mala direta, a distribuição de panfletos ou 
formas assemelhadas de publicidade, com o intuito 
de captação de clientela.” 
Letra C (item árvore: 1.1) 
CORRETA 
É a exata previsão do art. 40, VI do CED: “Os 
meios utilizados para a publicidade profissional hão 
de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no 
artigo anterior, sendo vedados: VI – a utilização de 
mala direta, a distribuição de panfletos ou formas 
assemelhadas de publicidade, com o intuito de 
captação de clientela.” 
Letra D (item árvore: 1.1) 
INCORRETA 
É vedada a distribuição de panfletos ou formas 
assemelhadas de publicidade, com o intuito de 
captação de clientela (art. 40, inciso VI do CED). 
Comentário Curto 
De acordo com o art. 40, VI do Código de Ética e 
Disciplina da OAB, é vedada a distribuição de 
panfletos ou assemelhados com o intuito de 
captação de clientela. Portanto, a publicidade 
referida no texto não é permitida. 
Assim, a alternativa “c” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: C 
 
Questão 04. 
O advogado Pedro atua sozinho em seu escritório 
situado no Município Beta, onde recebe os seus 
7 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
clientes para atividades de assessoria e consultoria, 
atuando também no contencioso tributário. 
No verão, o advogado recebeu seu tio Marcos em 
sua casa, o qual tem acesso a várias pessoas de 
prestígio social, em razão da sua atividade 
profissional. Diante disso, tio Marcos começou a 
indicar clientes para Pedro, mas sem a existência de 
qualquer acordo financeiro entre eles. Assim, com 
o aumento da clientela, o advogado ampliou seu 
escritório e passou a realizar parcerias. 
Diante da situação descrita, nos termos do Estatuto 
da Advocacia, assinale a afirmativa correta. 
A) Pedro cometeu infração disciplinar ao receber 
clientes de pessoa com relação de parentesco. 
B) Não constitui infração disciplinar o 
relacionamento social com parentes ou não. 
C) Constitui atividade ilícita por valer-se de 
parentes para obtenção de clientela, de forma 
gratuita ou onerosa. 
D) Constitui atividade vedada, uma vez que a 
clientela deve ser formada espontaneamente pelo 
advogado. 
 
Questão 05. 
A renomada advogada Letícia estava 
representando um famoso ator global brasileiro. O 
ator estava sendo acusado de matar a própria 
esposa. Em determinado momento, a advogada 
insinuou-se para dar algumas declarações públicas, 
e com esse objetivo, procurou várias emissoras de 
televisão. 
Considerando o caso narrado e o disposto no 
Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a 
afirmativa correta. 
A) Letícia poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública, já que tal conduta ajudaria seu 
cliente. 
B) Letícia não poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública. 
C) Letícia poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública, apenas se autorizada pelo 
cliente. 
D) Letícia poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública, apenas se autorizada pelo juiz 
da causa. 
Comentário Longo 
O Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) e 
o Código de Ética e Disciplina da OAB vedam a 
mercantilização e a captação de clientela. 
O art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração 
disciplinar quando o advogado se vale de 
agenciador de causas, mediante participação nos 
honorários a receber. Neste sentido, ainda, o inciso 
IV proíbe o angariamento ou captação de causas, 
como se observa: 
“Art. 34. Constitui infração disciplinar: 
III – valer-se de agenciador de causas, mediante 
participação nos honorários a receber. 
IV – angariar ou captar causas, com ou sem a 
intervenção de terceiros.” 
Neste sentido, observa-se que no caso exposto 
ocorreram simples indicações, logo, não 
caracterizando agenciamento de causa, mas 
simples atividade corriqueira (indicação de cliente). 
Letra A (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
A simples indicação não configura agenciamento 
de causa. Logo, não caracteriza infração disciplinar. 
Letra B (item árvore: 12.1) 
CORRETA 
No caso exposto no enunciado, observa-se a 
simples indicação de cliente, não caracterizando 
agenciamento de causa. 
Letra C (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
8 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Não há configuração de atividade ilícita, trata-se de 
simples indicação de cliente. 
Letra D (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
A simples indicação não configura atividade 
vedada. 
Comentário Curto 
O art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração 
disciplinar quando o advogado se vale de 
agenciador de causas, mediante participação nos 
honorários a receber. Neste sentido, o inciso IV do 
mesmo preceito legal proíbe o angariamento ou 
captação de causas. 
Contudo, no caso exposto no enunciado, 
ocorreram simples indicações de cliente, não 
caracterizam agenciamento de causa. 
Assim, a alternativa “b” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: B 
 
Questão 06. 
Igor Maciel, recém-formado em direito, conseguiu 
um emprego para laborar em determinado 
Cartório de Notas. Após insistentes tentativas, Igor 
conseguiu a sua aprovação no Exame de Ordeme 
ora pretende se inscrever de imediato como 
advogado, e paralelamente continuar a trabalhar 
no Cartório. 
Diante dos fatos apresentados, assinale a 
alternativa correta. 
A) Igor não poderá se inscrever nos quadros da 
OAB, já que exerce atividade incompatível para o 
exercício da advocacia. 
B) Igor não poderá se inscrever nos quadros da 
OAB, já que se tornou impedido para o exercício 
da advocacia. 
C) Igor poderá se inscrever nos quadros da OAB, 
mas não poderá intentar ações frente a 
Administração Pública. 
D) Igor apenas poderá se inscrever nos quadros da 
OAB, se houver autorização do Conselho Seccional 
competente. 
Comentários 
Gabarito: A 
Nos termos do Art. 28, IV, do EAOAB, a advocacia 
é incompatível, mesmo em causa própria, com os 
ocupantes de cargos ou funções vinculados direta 
ou indiretamente a qualquer órgão do Poder 
Judiciário e os que exercem serviços notariais e de 
registro. 
 
Questão 07. 
Cabral, advogado, foi apenado com sanção 
disciplinar de exclusão, após regular processo 
disciplinar. Considerando que o advogado praticou 
crime patrimonial e pretenda retornar aos quadros 
da OAB, após o cumprimento de sua pena, assinale 
a alternativa correta. 
A) O advogado não mais poderá retornar aos 
quadros da OAB, após a aplicação da sanção 
disciplinar de exclusão. 
B) Autoriza-se ao advogado que tenha sofrido 
qualquer sanção disciplinar requerer, três anos 
após seu cumprimento, a reabilitação, em face de 
provas efetivas de bom comportamento. 
C) O advogado poderá requerer, um ano após o 
cumprimento da sanção, a reabilitação, em face de 
provas efetivas de bom comportamento e, ainda, o 
pedido de reabilitação dependerá também da 
correspondente reabilitação criminal. 
D) O advogado apenas deverá fazer prova de sua 
reabilitação criminal para fins de retornar aos 
quadros da OAB. 
Comentários 
9 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Gabarito: C 
Nos termos do art. 41, do EAOAB, é permitido ao 
que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar 
requerer, um ano após seu cumprimento, a 
reabilitação, em face de provas efetivas de bom 
comportamento. Ainda, quando a sanção 
disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de 
reabilitação depende também da correspondente 
reabilitação criminal. 
 
Questão 08. 
Vanessa Lady foi surpreendida com a instauração 
de um Processo Disciplinar, em razão de uma 
denúncia realizada por um ex-cliente no Conselho 
Seccional. Contudo, ao adentrar no escritório, após 
a sua cientificação do processo disciplinar, foi 
surpreendida com a notícia de que todos os seus 
colegas de trabalho já possuíam ciência do teor do 
processo. 
Neste sentido, acerca das regras do Estatuto da 
OAB, assinale a alternativa correta. 
A) O processo disciplinar pode ser acessado por 
qualquer pessoa, diante da sua natureza pública. 
B) O processo disciplinar tramita em sigilo, até o 
seu término, só tendo acesso às suas informações 
as partes, seus defensores e a autoridade judiciária 
competente. 
C) O processo disciplinar tramita em sigilo, até a 
instância recursal, só tendo acesso às suas 
informações as partes e a autoridade judiciária 
competente. 
D) O processo disciplinar apenas tramitará em 
sigilo, se houver solicitação da parte interessada. 
Comentários 
Gabarito: B 
Nos termos do Art. 72, § 2° da Lei 8.906/1994, o 
processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu 
término, só tendo acesso às suas informações as 
partes, seus defensores e a autoridade judiciária 
competente. 
 
Filosofia do Direito 
Jean Vilbert 
Questão 09. 
No que se refere às lacunas é CORRETO afirmar: 
a) A lacuna não intencional ocorre quando o 
legislador relega a terceiro a solução concreta do 
caso. 
b) A lacuna latente é aquela em que há efetiva e 
evidente ausência de norma a regular a questão. 
c) Na lacuna ontológica há dissociação entre a 
previsão normativa e a realidade social. 
d) A lacuna ideológica ou axiológica é marcada pela 
ausência de lei a regular o caso. 
Comentário Longo 
Lacuna é um buraco não regulamentado por lei. 
Como “em nenhum lugar do mundo foram 
estabelecidas regras suficientes para regular todas 
as ações e palavras dos homens (o que é coisa 
impossível)” (Thomas Hobbes), sempre haverá 
algum espaço em branco no sistema legal. A 
questão então é elucidar os tipos de lacunas que 
temos: autêntica e não autêntica (quanto à norma); 
intencional e não intencional (quanto à vontade do 
legislador); latente e patente (quanto à amplitude); 
originária ou posterior (quanto ao sistema de 
normas); normativas, ideológica e ontológica 
(quanto ao campo de abrangência). Eu sei que é 
muita coisa... mas é isso que dá querer a carteirinha 
vermelha! Simbora! 
a) Claro que NÃO! Intencional: o legislador relega 
a terceiro a solução concreta do caso. NÃO 
intencional: o legislador não se atenta às várias 
relações possíveis e deixa de regular algumas. 
b) LATENTE é aquilo que está oculto! Logo, a 
lacuna latente (oculta) decorre do caráter muito 
amplo da norma, cujo tipo se torna 
10 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
demasiadamente vago. Na patente é que há efetiva 
ausência de norma a regular a questão. 
c) BINGO! Sem tirar nem pôr! Aqui eu trago 
exemplos para ser odiado kkkk, especialmente 
pelas meninas. Exatamente por isso, inverterei os 
polos tradicionais do delito. Vejamos. Se uma 
menina de 18 anos tiver relação sexual consensual 
com um menino de 13 anos e 11 meses (seu 
namorado há 1 ano), responderá por estupro de 
vulnerável, conforme artigo 217-A do Código 
Penal, com pena de até 15 anos de reclusão, 
justamente em um país que louva como mais alta 
expressão da cultura nacional o Carnaval na 
Sapucaí, com nudez explícita, e incentiva crianças a 
dançarem funk com letras e coreografias 
atentatórias ao pudor. A lei está associada à 
realidade? E a jurisprudência? 
Súmula 593 do STJ: O crime de estupro de 
vulnerável se configura com a conjunção carnal ou 
prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, 
sendo irrelevante eventual consentimento da vítima 
para a prática do ato, sua experiência sexual 
anterior ou existência de relacionamento amoroso 
com o agente. 
d) NOPS! A lacuna normativa é marcada pela 
ausência de lei a regular o caso. Na lacuna 
ideológica ou axiológica há falta de norma jurídica 
satisfatória ou justa, isto é, adequada à solução do 
caso. 
Comentário Curto 
Na lacuna ontológica existe lei, mas sem eficácia 
social, em vista de dissociação entre a previsão 
normativa e a realidade social. 
 
Questão 10. 
Quanto às fontes do direito é CORRETO afirmar: 
a) Lei é a norma de conduta que disciplina relações 
de fato e cuja observância é imposta 
informalmente, restringindo o campo de liberdade 
do cidadão. 
b) Princípios gerais do direito são proposições de 
caráter geral que englobam implicitamente um 
conjunto de normas. 
c) Doutrina é o conjunto organizado de pesquisas, 
perguntas e respostas providas durante a atividade 
jurisdicional. 
d) Costume é a norma de conduta aceita e 
obedecida habitualmente, mediante formalidades 
estritas, gerando a crença na institucionalidade da 
conduta. 
Comentário Longo 
Fonte é de onde algo brota, surge, tem origem. As 
fontes do direito nada mais são do que isso: de 
onde vêm as normas de conduta. De modo mais 
técnico: são os modos de manifestação 
(exteriorização) das normas jurídicas. A fonte 
principal do direito nos países de civil law é a LEI. 
Além dela, temos as fontes auxiliares: ANALOGIA, 
COSTUMES, PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
(art. 4º da LINDB), além da doutrina e 
jurisprudência. 
a) Mentira! A observância da lei é imposta 
institucionalmente. 
b) ISSO! Tais princípios são aqueles cânones que 
orientam a produção dos efeitos das normas e 
também as diretrizes para a integração (ou 
colmatação) de lacunas no sistema. 
c) NÃO! Doutrina é o direito científico – conjunto 
organizado de inquietações (pesquisas, perguntas 
e respostas) dos estudiosos, dos cultores do direito 
(jurisperitos).Falou em jurisdição, falou em 
jurisprudência: conjunto de decisões judiciais 
reiteradas, constantes e harmônicas, resolvendo 
casos semelhantes, de modo a constituir uma 
norma geral aplicável a todos os casos similares. 
d) Não exatamente! Costume é a norma de 
conduta aceita e obedecida habitualmente, sem 
11 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
maiores formalidades (prática constante e reiterada 
no tempo, com crença na obrigatoriedade da 
conduta). 
Comentário Curto 
Princípios gerais do direito são, ao mesmo tempo, 
proposições de caráter geral que englobam 
implicitamente um conjunto de normas e também 
cânones que orientam a produção dos efeitos das 
normas quanto diretrizes para colmatação de 
lacunas no sistema. 
 
Direito Constitucional 
Diego Cerqueira 
Questão 11. 
Júlia é servidora pública estadual e foi eleita para o 
cargo de Vereadora. Alguns colegas advogados 
afirmaram que ela precisaria escolher entre o cargo 
efetivo ou o cargo de vereadora. Pode-se, 
corretamente, afirmar que Júlia: 
a) havendo compatibilidade de horários, perceberá 
apenas as vantagens de seu cargo, com prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo. 
b) não havendo compatibilidade de horários, será 
afastada do cargo, sendo-lhe vedado optar pela 
sua remuneração. 
c) será exonerada do cargo efetivo, podendo ser 
reintegrada após o término do mandato eletivo. 
d) terá seu tempo de serviço contado para todos os 
efeitos legais, exceto para promoção por 
merecimento, se for exigido o afastamento para o 
exercício de mandato eletivo. 
Comentário Longo 
Em resumo, temos que: Júlia é servidora pública 
estadual e foi eleita para o cargo de Vereadora. 
Art. 38 da CRFB/88: Ao servidor público da 
administração direta, autárquica e fundacional, no 
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual 
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego 
ou função; 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado 
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remuneração; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as 
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem 
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não 
havendo compatibilidade, será aplicada a norma 
do inciso anterior; 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para 
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de 
serviço será contado para todos os efeitos legais, 
exceto para promoção por merecimento; 
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio 
de previdência social, permanecerá filiado a esse 
regime, no ente federativo de origem. 
Letra A (item árvore: 9.2) 
INCORRETA 
Art. 38, III da CF/88 - investido no mandato de 
Vereador, havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será 
aplicada a norma do inciso anterior. 
Letra B (item árvore: 9.2) 
INCORRETA 
Art. 38 da CF/88, II - investido no mandato de 
Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou 
função, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração. 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as 
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem 
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não 
havendo compatibilidade, será aplicada a norma 
do inciso anterior. 
12 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Letra C (item árvore: 9.2) 
INCORRETA 
Art. 38, III da CF/88 - investido no mandato de 
Vereador, havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será 
aplicada a norma do inciso anterior. 
Letra D (item árvore: 9.2) 
CORRETA 
Art. 38 da CRFB/88, IV - em qualquer caso que exija 
o afastamento para o exercício de mandato eletivo, 
seu tempo de serviço será contado para todos os 
efeitos legais, exceto para promoção por 
merecimento. 
Comentário Curto 
Art. 38 da CRFB/88: Ao servidor público da 
administração direta, autárquica e fundacional, no 
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para 
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de 
serviço será contado para todos os efeitos legais, 
exceto para promoção por merecimento. 
Gabarito: D 
 
Questão 12. 
O Presidente da República Fernando, conhecido 
por realizar algumas arbitrariedades, editou uma 
medida provisória indicando restrições a 
candidatura de deputados federais nas próximas 
eleições. A MP causou muita discussão no âmbito 
político. Com base no caso apresentado, assinale a 
alternativa correta. 
a) a medida provisória perderá vigência, desde a 
sua edição, se não for convertida em lei no prazo 
de 40 dias, improrrogáveis. 
b) A MP deve ser rejeitada pelo Congresso 
Nacional por tratar de assunto que não poderia ser 
disciplinado por medida provisória. 
c) Se rejeitada, a medida provisória poderá ser 
reeditada, desde que na mesma sessão legislativa. 
d) a medida provisória perderá vigência, desde a 
sua edição, se não for convertida em lei no prazo 
de 70 dias, improrrogáveis. 
Comentário Longo 
O enunciado traz que o Presidente da República 
Fernando editou uma medida provisória indicando 
restrições a candidatura de deputados federais nas 
próximas eleições. A questão está relacionada as 
medidas provisórias. 
O tema se encontra no art. 62 da Constituição 
Federal de 1988. 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o 
Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las 
de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, 
cidadania, direitos políticos, partidos políticos e 
direito eleitoral. 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto 
nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, 
se não forem convertidas em lei no prazo de 
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, 
uma vez por igual período, devendo o Congresso 
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as 
relações jurídicas delas decorrentes. 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão 
legislativa, de medida provisória que tenha sido 
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por 
decurso de prazo. 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se 
refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou 
perda de eficácia de medida provisória, as relações 
jurídicas constituídas e decorrentes de atos 
13 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
praticados durante sua vigência conservar-se-ão 
por ela regidas. 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão 
alterando o texto original da medida provisória, 
esta manter-se-á integralmente em vigor até que 
seja sancionado ou vetado o projeto. 
Letra A (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
Art. 62 da CF: § 3º As medidas provisórias, 
ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão 
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas 
em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos 
termos do § 7º, uma vez por igual período, 
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por 
decreto legislativo, as relações jurídicas delas 
decorrentes. 
Letra B (item árvore: 12.1) 
CORRETA 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: 
I - relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, 
partidos políticos e direito eleitoral. 
Letra C (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
Art. 62, § 10 da CF: É vedada a reedição, na 
mesma sessão legislativa, de medida provisória que 
tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua 
eficácia por decurso de prazo. 
Letra D (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
Art. 62 da CF: § 3º As medidas provisórias, 
ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão 
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas 
em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos 
termos do§ 7º, uma vez por igual período, 
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por 
decreto legislativo, as relações jurídicas delas 
decorrentes. 
Comentário Curto 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o 
Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las 
de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: 
I - relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, 
partidos políticos e direito eleitoral. 
Logo, podemos concluir que a MP deve ser 
rejeitada pelo Congresso Nacional por tratar de 
assunto que não poderia ser disciplinado por 
medida provisória. 
Gabarito: B 
 
Questão 13. 
Foi ajuizada no Tribunal de Justiça do Estado Beta, 
uma representação de inconstitucionalidade contra 
lei editada pelo Município X, tendo como 
parâmetro de controle dispositivo da Constituição 
Federal de 1988 (CF). Com base no ordenamento 
jurídico-constitucional vigente, assinale a 
alternativa correta. 
a) o controle abstrato de constitucionalidade pode 
ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o 
parâmetro de controle invocado na ação seja 
norma de reprodução obrigatória na Constituição 
estadual. 
b) controle abstrato de constitucionalidade não é 
cabível no âmbito estadual. 
c) o controle abstrato de constitucionalidade não é 
cabível, pois a lei municipal deve ser questionada 
no âmbito do controle difuso. 
d) o controle abstrato de constitucionalidade não 
deve ser admitido pelo tribunal de justiça, ainda 
14 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
que se trate de norma de reprodução obrigatória 
na Constituição estadual. 
Comentário Longo 
No caso apresentado no enunciado, temos que: foi 
ajuizada no TJ do Estado Beta, uma representação 
de inconstitucionalidade contra lei editada pelo 
Município X, tendo como parâmetro de controle 
dispositivo da Constituição Federal de 1988 (CF). 
Questionamento: É possível que o TJ realize 
controle abstrato de constitucionalidade tendo 
como parâmetro a Constituição Federal? 
O controle abstrato e concentrado realizado pelo 
Tribunal de Justiça só pode ter como parâmetro a 
Constituição Estadual ou, no caso do Distrito 
Federal, a Lei Orgânica do DF. 
A Constituição Federal determina, em seu art. 125, 
§ 2º, que compete ao Estados a instituição de 
representação de inconstitucionalidade de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da 
Constituição estadual. 
No entanto, em 2017 (RE 650898/RS), o Supremo 
Tribunal passou a admitir, em situação excepcional, 
que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato 
de constitucionalidade tendo como parâmetro a 
Constituição Federal. Isso será possível quando a 
norma da Constituição Federal que servirá como 
parâmetro for de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
Letra A (item árvore: 19.1) 
CORRETA 
Em 2017 (RE 650898/RS), o Supremo Tribunal 
passou a admitir, em situação excepcional, que o 
Tribunal de Justiça realize controle abstrato de 
constitucionalidade tendo como parâmetro a 
Constituição Federal. Isso será possível quando a 
norma da Constituição Federal que servirá como 
parâmetro for de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
Letra B (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Na verdade, o controle abstrato de 
constitucionalidade é cabível no âmbito estadual. 
A Constituição Federal determina, em seu art. 125, 
§ 2º, que compete ao Estados a instituição de 
representação de inconstitucionalidade de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da 
Constituição estadual. 
Letra C (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
A lei municipal pode ser impugnada por meio de 
controle abstrato de constitucionalidade. 
Letra D (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Em 2017 (RE 650898/RS), o STF passou a admitir, 
em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça 
realize controle abstrato de constitucionalidade 
tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso 
será possível quando a norma da Constituição 
Federal que servirá como parâmetro for de 
reprodução obrigatória pelas Constituições 
Estaduais. 
Comentário Curto 
O Supremo Tribunal (RE 650898/RS) passou a 
admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de 
Justiça realize controle abstrato de 
constitucionalidade tendo como parâmetro a 
Constituição Federal. Isso será possível quando a 
norma da Constituição Federal que servirá como 
parâmetro for de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
Gabarito: A 
 
Questão 14. 
Mariana, renomada escritora da Revista “A vida 
luxuosa dos artistas”, decidiu elaborar uma 
pesquisa a respeito da vida pessoal e profissional 
de conhecido ex-deputado federal que resolveu 
15 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
misteriosamente se retirar da vida pública. Mariana 
solicitou orientação de um advogado a respeito da 
necessidade de obter a autorização do ex-
deputado federal durante a elaboração da obra. À 
luz da sistemática constitucional, é correto afirmar 
que: 
 a) a obra não dependerá de autorização do político 
ou mesmo de seus familiares, já que a liberdade de 
expressão e informação deve preponderar no caso 
concreto apresentado. 
 b) a obra dependerá de autorização, pois, como o 
político retirou-se da vida pública, a sua intimidade 
prepondera sobre o direito à informação e 
expressão. 
 c) a obra somente dependerá de autorização caso 
o ex-deputado federal esteja vivo quando da 
publicação. 
 d) a autorização não é exigível, caso a publicação 
não venha a ter críticas ao ex-deputado federal. 
Comentário Longo 
Na ADI 4815, o Supremo Tribunal discutiu a 
possibilidade de publicação das chamadas “
biografias não autorizadas”. Há um confronto 
entre o direito à intimidade e à liberdade de 
expressão. 
O STF entendeu que é “inexigível o 
consentimento de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo 
por igual desnecessária autorização de pessoas 
retratadas como coadjuvantes (familiares ou 
pessoas falecidas...)”. (...) “não se escreve apenas 
a vida de uma pessoa, mas o relato de um povo, os 
caminhos de uma sociedade". 
Cumpre esclarecer que eventuais abusos por parte 
dos escritores poderão ser objeto de ação de 
reparação de danos pelo biografado. 
Por exemplo, a disposição em biografia de fatos 
inverídicos ou ofensas à honra ou à imagem do 
artista. 
Letra A (item árvore: 3.1) 
CORRETA 
O STF entende que é “inexigível o consentimento 
de pessoa biografada relativamente a obras 
biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por 
igual desnecessária autorização de pessoas 
retratadas como coadjuvantes (familiares ou 
pessoas falecidas...)”. (...) “não se escreve apenas 
a vida de uma pessoa, mas o relato de um povo, os 
caminhos de uma sociedade". 
Letra B (item árvore: 3.1) 
INCORRETA 
Segundo o STF (ADI 4815), é inexigível o 
consentimento de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais. 
Letra C (item árvore: 3.1) 
INCORRETA 
Na verdade, não dependerá de autorização, com 
base no entendimento do STF (ADI 4815). 
Letra D (item árvore: 3.1) 
INCORRETA 
Independentemente de ter ou não críticas, o STF 
entende que é inexigível o consentimento de 
pessoa biografada relativamente a obras 
biográficas literárias ou audiovisuais. 
Comentário Curto 
O STF (ADI 4815) entendeu que é “inexigível o 
consentimento de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo 
por igual desnecessária autorização de pessoas 
retratadas como coadjuvantes (familiares ou 
pessoas falecidas...)”. 
(...) “não se escreve apenas a vida de uma pessoa, 
mas o relato de um povo, os caminhos de uma 
sociedade". 
Gabarito: A 
 
16 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Questão 15. 
A instituição privada com fins lucrativos “+ Saúde
”, uma entidade filantrópica e uma instituição 
privada sem fins lucrativos demonstraram interesse 
de participar de forma complementar do Sistema 
Únicode Saúde - SUS. Alguns juristas questionaram 
a constitucionalidade da participação das 
instituições no SUS. À luz do quadro apresentado, 
com base no ordenamento jurídico-constitucional 
vigente, assinale a alternativa correta. 
a) todas as instituições mencionadas poderão 
participar de forma complementar do SUS e 
receber recurso público para auxílio. 
b) apenas a instituição privada com fins lucrativos 
poderá participar de forma complementar do SUS 
e receber recurso público para auxílio. 
c) todas as instituições mencionadas poderão 
participar de forma complementar do SUS, mas 
nenhuma poderá receber recurso público para 
auxílio. 
d) a instituição privada sem fins lucrativos poderá 
participar de forma complementar do SUS e 
receber recurso público para auxílio. 
Comentário Longo 
A questão trata a assistência à saúde. A solução 
está prevista no art. 199 da CRFB/88. 
Art. 199 da CRFB/88: A assistência à saúde é livre à 
iniciativa privada. 
§ 1º - As instituições privadas poderão participar 
de forma complementar do sistema único de 
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato 
de direito público ou convênio, tendo preferência 
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições privadas 
com fins lucrativos. 
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de 
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à 
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os 
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, 
tecidos e substâncias humanas para fins de 
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a 
coleta, processamento e transfusão de sangue e 
seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização. 
Letra A (item árvore: 18.1) 
INCORRETA 
Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada 
a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
Letra B (item árvore: 18.1) 
INCORRETA 
De acordo com o art. 199 da CRFB/88, § 2º É 
vedada a destinação de recursos públicos para 
auxílios ou subvenções às instituições privadas com 
fins lucrativos. 
Letra C (item árvore: 18.1) 
INCORRETA 
Na verdade, é vedada a destinação de recursos 
públicos para auxílios ou subvenções às instituições 
privadas com fins lucrativos. (art. 199, §2º da 
CRFB/88) 
Letra D (item árvore: 18.1) 
CORRETA 
Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada 
a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
Logo, podemos concluir que a instituição sem fins 
lucrativos poderá participar de forma 
complementar e receber recurso público para 
auxílio. 
Comentário Curto 
Art. 199 da CRFB/88: A assistência à saúde é livre à 
iniciativa privada. 
17 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
§ 1º - As instituições privadas poderão participar 
de forma complementar do sistema único de 
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato 
de direito público ou convênio, tendo preferência 
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições privadas 
com fins lucrativos. 
Gabarito: D 
 
Questão 16. 
O Estado Gama não editou lei para a 
regulamentação de norma da Constituição da 
República de 1988. Diante da omissão, o Partido 
Político “Unidos pelo Povo” solicitou que sua 
assessoria jurídica analisasse a possibilidade de ser 
ajuizada ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão (ADO). Com base na situação hipotética 
apresentada, assinale a alternativa correta. 
a) a ADO somente pode ser ajuizada para impugnar 
omissões de órgãos federais em face da 
Constituição Federal de 1988. 
b) a ADO tem por objeto a omissão 
inconstitucional, deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
c) a ADO tem por objeto a omissão 
inconstitucional, deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia contida de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
d) a omissão impugnada por meio de ADO precisa 
ser total. 
Comentário Longo 
Com base no enunciado, temos que: o Estado 
Gama não editou lei para a regulamentação de 
norma da Constituição da República de 1988. 
Diante da omissão, o Partido Político “Unidos pelo 
Povo” analisa a possibilidade de ser ajuizada 
ADO. 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
tem previsão nos arts. 12-A a 12-H da Lei 9.868/99 
e tem por objeto a omissão inconstitucional, 
caracterizada pela inobservância da Carta Magna 
devido à inércia do poder constituído competente 
para promover sua implementação. 
A omissão deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
Podem ser impugnadas omissões de órgãos 
federais e estaduais em face da CF/88. Também 
podem ser impugnadas omissões de órgãos do DF 
quanto às suas competências estaduais. Por outro 
lado, não podem ser impugnadas, via ADO, 
omissões de órgãos municipais ou omissões de 
órgãos do DF relativas às competências municipais. 
Entende-se que a omissão impugnada por meio de 
ADO pode ser total ou parcial. Será uma omissão 
total quando o legislador não produz qualquer ato 
no sentido de atender à norma constitucional. Será 
uma omissão parcial quando há edição de um ato 
normativo que atende apenas parcialmente à 
Constituição. 
Letra A (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Por meio de ADO, podem ser impugnadas 
omissões de órgãos federais e estaduais em face da 
CF/88. 
Letra B (item árvore: 19.1) 
CORRETA 
A omissão deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
Letra C (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
18 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Na verdade, a omissão deverá relacionar-se a 
normas constitucionais de eficácia limitada. 
Letra D (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Entende-se que a omissão impugnada por meio de 
ADO pode ser total ou parcial. Será uma omissão 
total quando o legislador não produz qualquer ato 
no sentido de atender à norma constitucional. Será 
uma omissão parcial quando há edição de um ato 
normativo que atende apenas parcialmente à 
Constituição. 
Comentário Curto 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
tem previsão nos arts. 12-A a 12-H da Lei 9.868/99 
e tem por objeto a omissão inconstitucional, 
caracterizada pela inobservância da Carta Magna 
devido à inércia do poder constituído competente 
para promover sua implementação. 
A omissão deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
Gabarito: B 
 
Questão 17. 
A Deputada Estadual Marta consultou sua 
assessoria jurídica a respeito da constitucionalidade 
formal e material de um projeto de lei que 
pretendia apresentar. A assessoria da deputada 
constatou que o projeto ingressava em matéria de 
competência legislativa privativa da União, já que 
compete privativamente à União legislar sobre 
direito espacial. De acordo com o caso 
apresentado, assinale a alternativa correta. 
a) a informação dada pela assessoria está incorreta, 
a deputada estadual pode apresentar projeto de lei 
sobre direito espacial. 
b) a informação dada pela assessoria está correta, 
é vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas. 
c) a informação dada pela assessoria está incorreta, 
o Estado pode legislar sobre a matéria apenas 
naquilo que diga respeito a interesse unicamente 
local. 
d) a informação dada pela assessoria está correta, 
o Estado pode apenas complementar as normas 
editadas pela União no exercício dessa 
competência. 
ComentárioLongo 
O enunciado dispõe que a Deputada Estadual 
Marta consultou sua assessoria jurídica a respeito 
da constitucionalidade formal e material de um 
projeto de lei sobre direito espacial que pretendia 
apresentar. A assessoria da deputada constatou 
que o projeto ingressava em matéria de 
competência legislativa privativa da União. 
Questionamento: a assessoria jurídica da deputada 
está correta? 
De acordo com o art. 22, inciso I e PU da CRFB/88, 
a informação dada pela assessoria está correta, é 
vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar 
sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Letra A (item árvore: 8.3) 
INCORRETA 
É vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas (art. 22, 
inciso I e PU da CRFB/88). 
19 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Letra B (item árvore: 8.3) 
CORRETA 
É a previsão do art. 22, inciso I e PU da CRFB/88! 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar 
sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Letra C (item árvore: 8.3) 
INCORRETA 
É vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas (art. 22, 
inciso I e PU da CRFB/88). 
Letra D (item árvore: 8.3) 
INCORRETA 
Na verdade, a informação dada pela assessoria está 
incorreta. Legislar sobre direito espacial compete 
privativamente à União. 
Comentário Curto 
Art. 22 da CRFB/88: Compete privativamente à 
União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Gabarito: B 
 
Direitos Humanos 
Ricardo Torques 
Questão 18. 
Wagner, advogado especialista em direitos 
humanos, foi consultado sobre a origem e sobre a 
natureza formal da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos. Wagner explicou corretamente 
que: 
a) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra 
Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com 
efeitos vinculantes. 
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra 
Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com 
efeitos vinculantes. 
c) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra 
Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, 
mas de declaração, sem efeitos vinculantes. 
d) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra 
Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, 
mas de declaração, sem efeitos vinculantes. 
Comentário Longo 
A Declaração Universal de Direitos Humanos é de 
1948 e está relacionada diretamente ao fim da 
Segunda Guerra Mundial, não da Primeira. 
Quanto à natureza da Declaração, é de se ver que 
ela não tem natureza jurídica de tratado, não 
contando com força vinculante, mas tem natureza 
de declaração sem efeito vinculante, consistindo 
em normas de soft law. 
Comentário Curto 
Apesar da sua importância, a DUDH não é, 
formalmente, um tratado, e sim uma declaração de 
direitos sem força vinculante. Seu surgimento está 
relacionado ao fim da Segunda Guerra Mundial. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 19. 
20 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Policiais militares estaduais do Estado Ômicron 
conseguiram apreender importante líder do tráfico 
de drogas na região, conhecido como Zezinho. O 
policial responsável pelo comando da operação 
determinou que seus subordinados não efetuassem 
a prisão em delegacia de polícia, mas que 
amarrassem o Zezinho numa árvore em região 
desabitada até que ele confessasse seus crimes e 
delatasse o funcionamento da operação ilícita. 
Após uma semana ao relento, Zezinho prestou 
declaração que foi aceita pelo comandante da 
operação e devidamente autuada. Pedro, um dos 
policiais subordinados que agiram nessa situação, 
buscou seu amigo Almir, advogado, a Em de obter 
esclarecimentos sobre eventual possibilidade de 
exclusão da ilicitude por obediência hierárquica e 
sobre a validade do depoimento prestado. Almir, 
com fundamento na Convenção Interamericana 
para Prevenir e Punir a Tortura, que: 
a) Não é viável a alegação de obediência 
hierárquica como cláusula excludente da ilicitude 
nem é válido o depoimento prestado sob tortura. 
b) É viável a incidência da excludente de ilicitude 
consistente na obediência hierárquica, no entanto, 
o depoimento obtido sob tortura não é válido. 
c) Não é viável a alegação de obediência 
hierárquica como cláusula excludente da ilicitude, 
mas é válido o depoimento prestado sob tortura. 
d) É viável a incidência da excludente de ilicitude 
consistente na obediência hierárquica e é válido o 
depoimento obtido sob tortura. 
Comentário Longo 
Em relação à alegação de obediência hierárquica, 
o art. 3 da Convenção determina que são 
responsáveis pelo delito de tortura tanto as 
pessoas que ordenaram a sua comissão quanto 
aquelas que o cometeram diretamente. Quer dizer, 
não é viável a alegação de obediência hierárquica 
a fim de excluir a ilicitude do fato: 
ARTIGO 3. Serão responsáveis pelo delito de 
tortura: 
a) Os empregados ou funcionários públicos que, 
atuando nesse caráter, ordenem sua comissão ou 
instiguem ou induzam a ela, cometam-no 
diretamente ou, podendo impedi-lo, não o façam; 
b) As pessoas que, por instigação dos funcionários 
ou empregados públicos a que se refere a alínea a, 
ordenem sua comissão, instiguem ou induzam a 
ela, comentam-no diretamente ou nela sejam 
cúmplices. 
Quanto à validade do depoimento prestado, este 
não tem nenhum valor e não pode ser admitido 
como prova, sendo nulos, pois prestado sob 
tortura: 
ARTIGO 10. Nenhuma declaração que se 
comprove haver sido obtida mediante tortura 
poderá ser admitida como prova num processo, 
salvo em processo instaurado conta a pessoa ou 
pessoas acusadas de havê-la obtido mediante atos 
de tortura unicamente como prova de que, por 
esse meio, o acusado obteve tal declaração. 
Comentário Curto 
Não é viável a alegação de obediência hierárquica 
a fim de afastar a ilicitude da conduta de tortura, 
nem será válido o depoimento prestado nessas 
condições. 
A alternativa A está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Direito Internacional 
Vanessa Arns 
Questão 20. 
Ricardo, nacional do Estado X, solicitou asilo 
diplomático na embaixada do Estado Y, localizada 
no território do Estado Z, alegando que tem sofrido 
perseguição política por ação conjunta dos Estados 
X e Z. O asilo diplomático foi concedido pelo 
Estado Y, que reconhece como norma de direito 
21 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
internacional costumeiro o asilo diplomático, ao 
passo que o Estado Z alega que nunca reconheceu 
tal norma como válida e obrigatória para si. Nessa 
situação hipotética: 
a) o Estado Y não pode entregar Ricardo às 
autoridades do Estado Z após a concessão do asilo, 
mas pode entregá-lo às autoridade de seu próprio 
Estado. 
b) o Estado Z está obrigado a conceder a Ricardo 
um salvo-conduto para que ele deixe o seu 
território. 
c) a embaixada do Estado Y, localizada no território 
do Estado Z, é inviolável, mesmo estando Ricardo 
em seu interior. 
d) Ricardo tem direito a ter reconhecidopelo 
Estado Z o asilo diplomático concedido pelo 
Estado Y. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O Estado Y poderá 
sim, entregar o asilado ao governo local. O termo 
asilo diplomático é um instituto característico da 
América Latina. Desta forma, pressupõe-se ser 
aplicável a Convenção de Caracas sobre Asilo 
Diplomático (decreto no. 42.628, de 13 novembro 
de 1957) a qual promulga sobre o referido instituto, 
em seu artigo III. [...] As pessoas mencionadas no 
parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar 
apropriado para servir de asilo, deverão ser 
convidadas a retirar-se, ou, conforme o caso, ser 
entregues ao governo local, o qual não poderá 
julgá-las por delitos políticos anteriores ao 
momento da entrega. 
A alternativa B está incorreta. O Estado territorial 
não é obrigado a conceder o salvo-conduto. 
A alternativa C está correta, sendo gabarito da 
questão. Conforme Convenção de Viena sobre 
Relações Diplomáticas, em seu artigo 22. 1. Os 
locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do 
Estado acreditado não poderão neles penetrar sem 
o consentimento do Chefe da Missão. A 
inviolabilidade é uma imunidade que abrange as 
Missões Diplomáticas, Repartições Consulares e 
Representações de Organismos Internacionais, de 
seus arquivos e de seus funcionários; 
A alternativa D está incorreta. O Asilo é uma 
instituição jurídica que visa a proteção ao cidadão 
estrangeiro perseguido politicamente, mas aos 
Estados é facultada a escolha de concedê-lo ou 
não. 
Questão 21. 
Considerando as normas de direito internacional 
privado (DIPr), assinale a afirmativa correta. 
a) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar e estabelecer como 
domicílio comum primeiro o Brasil e depois a 
Argentina, o regime de bens será regulado pela 
legislação argentina. 
b) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar, poderão escolher qual 
o direito interno regerá os bens. 
c) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar, o regime de bens será 
o brasileiro. 
d) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar, o regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
A alternativa B está incorreta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
22 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
A alternativa C está incorreta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
A alternativa D está correta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. De 
acordo com a LINDB, art. 7º. 
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá 
os casos de invalidade do matrimônio a lei do 
primeiro domicílio conjugal. 
 
 
Direito Tributário 
Rodrigo Martins 
Questão 22. 
André, residente e domiciliado no Estado X, doou 
um apartamento localizado no Estado Y para seu 
irmão, Carlos. A escritura pública de doação foi 
lavrada perante tabelião localizado no Município 
M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos. Ao 
recolher o imposto incidente sobre essa 
transmissão de bem imóvel, o contribuinte 
constatou que a entidade tributante adota um 
sistema progressivo de alíquotas para o ITCMD - 
Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e 
Doação. Sobre essa hipótese, é correto afirmar 
que: 
A) O ITCMD é devido ao Estado X e a 
progressividade das alíquotas é inconstitucional. 
B) O ITCMD é devido ao Estado Y e a 
progressividade das alíquotas é constitucional. 
C) O ITCMD é devido ao Estado Z e a 
progressividade das alíquotas é inconstitucional. 
D) O ITCMD é devido ao Município M e a 
progressividade das alíquotas é constitucional. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno dos seguintes aspectos: 
para qual entidade federativa (tributante) é devido 
o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa 
Mortis e Doação incidente sobre a doação de bem 
imóvel? Para o Estado onde domiciliado o doador, 
o donatário ou para aquele onde localizado o 
imóvel? Esse imposto pode ter alíquotas 
progressivas? 
No caso: 
> André, que é residente e domiciliado no Estado 
X, doou um apartamento para seu irmão, Carlos. 
> O apartamento objeto da doação é localizado no 
Estado Y. 
> A escritura pública da doação em questão foi 
lavrada perante tabelião localizado no Município 
M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos 
(donatário). 
> Ao recolher o imposto incidente sobre tal 
doação, o contribuinte constatou que a entidade 
tributante adota um sistema progressivo de 
alíquotas para o ITCMD - Imposto sobre a 
Transmissão Causa Mortis e Doação. 
> Eis o cerne da questão: qual entidade federativa 
detém competência para exigir o ITCMD - Imposto 
sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação 
incidente sobre essa doação? o ITCMD pode ter 
alíquotas progressivas? 
A resposta é dada pelo art. 155, § 1º, inciso I, da 
CF/88 e pela jurisprudência do STF (RE 542.485): 
CF/88: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito 
Federal instituir impostos sobre: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer 
bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993); 
(...). 
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - relativamente a bens imóveis e respectivos 
direitos, compete ao Estado da situação do bem, 
ou ao Distrito Federal; 
23 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, 
compete ao Estado onde se processar o inventário 
ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao 
Distrito Federal; 
(...). 
EXTRAORDINÁRIO – ITCMD – PROGRESSIVIDADE 
– CONSTITUCIONAL. No entendimento 
majoritário do Supremo, surge compatível com a 
Carta da República a progressividade das alíquotas 
do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e 
Doação. Precedente: Recurso Extraordinário nº 
562.045/RS, mérito julgado com repercussão geral 
admitida (STF, 1ª T., RE 542.485/RS, Rel. Min. 
Marco Aurélio, j. em 19/02/2013, DJe em 
07/03/2013). 
De acordo com o art. 155, § 1º, inciso I, da CF/88, 
o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa 
Mortis e Doação incidente sobre a transmissão de 
bem imóvel (seja transmissão por doação ou causa 
mortis) é devido, sempre, ao Estado-membro onde 
localizado o imóvel (independentemente de onde 
seja domiciliado o doador, o donatário ou de onde 
o ato translativo da propriedade tenha sido 
porventura celebrado). Paralelamente, o STF já 
reconheceu, em regime de repercussão geral (RE n
º 562.045), a constitucionalidade da adoção de 
alíquotas progressivas para o ITCMD. Portanto, no 
caso do problema em questão, o ITCMD é devido 
ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é 
constitucional, estando correta, assim, a LETRA B, 
que é o gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o art. 155, § 1º, inciso I, da CF/88, 
o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa 
Mortis e Doação incidente sobre a transmissão de 
bem imóvel (seja transmissão por doação ou causa 
mortis) é devido, sempre, ao Estado-membro onde 
localizado o imóvel (independentemente de onde 
seja domiciliado o doador, o donatário ou de onde 
o ato translativo da propriedade tenha sido 
porventura celebrado). Paralelamente,o STF já 
reconheceu, em regime de repercussão geral (RE n
º 562.045), a constitucionalidade da adoção de 
alíquotas progressivas para o ITCMD. Portanto, no 
caso do problema em questão, o ITCMD é devido 
ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é 
constitucional. 
Assim, a LETRA B é a correta e gabarito da questão. 
 
Questão 23. 
A RFB - Receita Federal do Brasil autuou a empresa 
Gama Ltda. pela prática de sonegação fiscal. A 
multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos 
tributos sonegados e a multa moratória foi de 25% 
sobre o valor dos tributos não recolhidos na data 
do vencimento. Sobre essa hipótese, é correto 
afirmar que: 
A) Somente a multa punitiva afrontou o Princípio da 
Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. 
B) Somente a multa moratória afrontou o Princípio 
da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. 
C) As duas multas afrontaram o Princípio da 
Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. 
D) As multas tributárias não se submetem ao 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco, que é aplicável somente aos tributos. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno dos seguintes aspectos: o 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco é aplicável às multas tributárias? Se 
positiva a resposta, a qual tipo de multa? À multa 
punitiva ou à multa moratória? Ou às duas 
espécies? 
No caso: 
> A RFB - Receita Federal do Brasil autuou (multou) 
determinada contribuinte pela prática de 
sonegação fiscal. 
> Foram lavradas duas multas: uma punitiva e outra 
moratória. 
> A multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos 
tributos sonegados. 
24 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
> A multa moratória foi de 25% sobre o valor dos 
tributos não recolhidos na data do vencimento. 
> Eis o cerne da questão: tais multas afrontaram o 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco? 
A resposta é dada pelo art. 150, inciso IV, da CF/88 
e pela jurisprudência do STF (RE 602.686 AgR-
segundo e RE 582.461): 
CF/88: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
(...). 
A multa punitiva é aplicada em situações nas quais 
se verifica o descumprimento voluntário da 
obrigação tributária prevista na legislação 
pertinente. Trata-se da sanção prevista para coibir 
a prática de ilícitos tributários. Nessas 
circunstâncias, conferindo especial relevo ao 
caráter pedagógico da sanção, que visa 
desestimular a burla à atuação da Administração 
tributária, deve ser reconhecida a possibilidade de 
aplicação da multa em percentuais mais rigorosos. 
Nesses casos, a Corte vem adotando como limite o 
valor devido pela obrigação principal (RE 602.686 
AgR-segundo, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-12-
2014, 1ª T, DJE de 5-2-2015 e RE 523.471 AgR., rel. 
min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 23-
4-2010). 
A aplicação da multa moratória tem o objetivo de 
sancionar o contribuinte que não cumpre suas 
obrigações tributárias, prestigiando a conduta 
daqueles que pagam em dia seus tributos aos 
cofres públicos. Assim, para que a multa moratória 
cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, 
de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não 
pode ter um importe que lhe confira característica 
confiscatória, inviabilizando inclusive o 
recolhimento de futuros tributos. O acórdão 
recorrido encontra amparo na jurisprudência desta 
Suprema Corte, segundo a qual não é confiscatória 
a multa moratória no importe de 20% (vinte por 
cento). (RE 582.461, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-
5-2011, P, DJE de 18-8-2011, tema 214). 
De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios utilizar tributo com efeito de 
confisco, consubstanciando o constitucionalmente 
consagrado Princípio da Vedação da Tributação 
com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio 
da Vedação ao Confisco. Não obstante tal 
dispositivo se refira a “tributo”, o STF já 
consolidou o entendimento de que tal princípio 
também é aplicável às multas tributárias, sejam elas 
punitivas ou moratórias. Nos julgados (RE 602.686 
AgR-segundo e RE 582.461) ficaram estabelecidos, 
inclusive, os seguintes tetos (percentuais máximos 
de multas tributárias): 100% do valor do tributo 
para as multas punitivas e 20% do valor do tributo 
para as multas moratórias. Qualquer multa 
tributária que supere esses percentuais será 
considerada confiscatória e, portanto, 
inconstitucional, por afronta ao Princípio da 
Vedação da Tributação com Efeito de Confisco 
(inciso IV do art. 150 da CF/88). Portanto, no caso 
do problema em questão, as duas multas 
afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação 
com Efeito de Confisco, estando correta, assim, a 
LETRA C, que é o gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios utilizar tributo com efeito de 
confisco, consubstanciando o constitucionalmente 
consagrado Princípio da Vedação da Tributação 
com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio 
da Vedação ao Confisco. Não obstante tal 
dispositivo se refira a “tributo”, o STF já 
consolidou o entendimento de que tal princípio 
25 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
também é aplicável às multas tributárias, sejam elas 
punitivas ou moratórias. Nos julgados (RE 602.686 
AgR-segundo e RE 582.461) ficaram estabelecidos, 
inclusive, os seguintes tetos (percentuais máximos 
de multas tributárias): 100% do valor do tributo 
para as multas punitivas e 20% do valor do tributo 
para as multas moratórias. Portanto, no caso do 
problema em questão, as duas multas afrontaram o 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco. 
Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da 
questão. 
 
Questão 24. 
João é funcionário público municipal. Quanto à 
Contribuição Social por ele devida, destinada ao 
custeio do seu plano de aposentadoria, deve ser 
recolhida: 
A) Ao órgão ou entidade de previdência federal, 
independentemente do seu regime de vinculação 
ao serviço público (estatutário/efetivo ou não 
estatutário/temporário) e da existência, no 
Município, de regime previdenciário próprio. 
B) Ao órgão ou entidade de previdência estadual, 
do Estado-membro onde localizado o Município, se 
ele for funcionário não estatutário/temporário, 
nomeado em cargo de livre provimento e 
exoneração, desde que o Município não tenha 
regime previdenciário próprio. 
C) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, 
se ele for funcionário estatutário/efetivo, nomeado 
após aprovação em concurso público, desde que o 
Município tenha regime previdenciário próprio. 
D) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, 
se ele for funcionário não estatutário/temporário, 
nomeado em cargo de livre provimento e 
exoneração, desde que o Município tenha regime 
previdenciário próprio. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno do seguinte aspecto: qual 
entidade federativa detém competência tributária 
para exigir Contribuição Social de servidor público, 
destinada ao custeio do seu plano de 
aposentadoria? 
No caso: 
> João é funcionário público municipal. 
> Tal como todas as pessoas que exercem alguma 
função remunerada, está sujeito ao pagamento de 
Contribuição Social destinada ao custeio do seu 
plano de aposentadoria (Contribuição Social 
Previdenciária). 
> Eis o cerne da questão: quem detém 
competência tributária para instituir e recolher a 
Contribuição Social em questão? O órgão ou 
entidade de previdência federal, estadual (do 
Estado-membro onde o Município pagador da 
renda é localizado) ou municipal? 
A resposta é dada pelo art. 149, § 1º, da CF/88: 
CF/88: Art. 149. Compete exclusivamente à União 
instituir contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumentode 
sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o 
dispositivo. 
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão, por meio de lei, 
contribuições para custeio de regime próprio de 
previdência social, cobradas dos servidores ativos, 
dos aposentados e dos pensionistas, que poderão 
ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da 
base de contribuição ou dos proventos de 
aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
(...). 
26 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Além do regime previdenciário geral (que é 
custeado, dentre outras receitas, pelas 
contribuições previdenciárias devidas ao INSS - 
Instituto Nacional de Seguridade Social, órgão 
autárquico federal), existe também o Regime 
Próprio de Previdência Social, que pode ser 
designado como Regime Estatutário, cuja 
finalidade é a manutenção do sistema 
previdenciário de servidores públicos estatutários, 
ou seja, que ingressaram no serviço público 
mediante concurso, desde que o ente ao qual 
esteja vinculado tenha instituído órgão 
previdenciário próprio (o regime geral é custeado, 
dessa forma, pelas contribuições dos demais 
trabalhadores não enquadrados na hipótese em 
questão). De acordo com o art. 149, § 1º, da 
CF/88, cada entidade federativa (a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios) detém 
competência tributária para instituir contribuição 
previdenciária para o custeio do seu regime 
previdenciário próprio (por óbvio, desde que tenha 
implantado órgão previdenciário próprio). É 
importante destacar que a contribuição 
previdenciária para o regime próprio poderá ser 
cobrada somente dos servidores estatutários 
(efetivos, isto é, que ingressaram no cargo por meio 
de concurso público). Quanto aos funcionários 
públicos não estatutários (comissionados “puros
”, não concursados, nomeados para cargos de 
livre provimento e exoneração), a respectiva 
contribuição previdenciária continua devida ao 
regime geral (ou seja, ao INSS), 
independentemente de a entidade federativa ter 
ou não regime previdenciário próprio. Portanto, no 
caso do problema em questão, a Contribuição 
Social devida por João, destinada ao custeio do seu 
plano de aposentadoria, deve ser recolhida ao 
órgão ou entidade de previdência municipal, se ele 
for funcionário estatutário/efetivo, nomeado após 
aprovação em concurso público, desde que o 
Município tenha regime previdenciário próprio, 
estando correta, assim, a LETRA C, que é o 
gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o art. 149, § 1º, da CF/88, cada 
entidade federativa (a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios) detém competência 
tributária para instituir contribuição previdenciária 
para o seu regime previdenciário próprio (por 
óbvio, desde que tenha implantado órgão ou 
entidade de previdência próprios). É importante 
destacar que a contribuição previdenciária para o 
regime próprio poderá ser cobrada somente dos 
servidores estatutários (efetivos, isto é, que 
ingressaram no cargo por meio de concurso 
público). Quanto aos funcionários públicos não 
estatutários (comissionados “puros”, não 
concursados, lotados em cargos de livre 
provimento e exoneração), a respectiva 
contribuição previdenciária continua devida ao 
regime geral (ou seja, ao INSS), 
independentemente de a entidade federativa ter 
ou não regime previdenciário próprio. Portanto, no 
caso do problema em questão, a contribuição deve 
ser recolhida ao órgão ou entidade de previdência 
municipal, se ele for funcionário estatutário/efetivo, 
nomeado após aprovação em concurso público, 
desde que o Município tenha regime previdenciário 
próprio. 
Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da 
questão. 
 
Questão 25. 
A pessoa jurídica Beta Ltda. teve sua falência 
decretada em 22/05/2020, quando já possuía: i) um 
imóvel hipotecado para garantia de dívidas 
contraídas junto à uma instituição financeira; ii) 
débitos de IPI - Imposto sobre Produtos 
Industrializados; iii) débitos decorrentes da 
legislação do trabalho, no valor de 130 salários-
mínimos; e iv) multas por infração à legislação 
27 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
ambiental. Considerando que esses são as únicas 
dívidas da massa falida, é correto afirmar que o 
débito de natureza tributária deve ser quitado em: 
A) Primeiro lugar. 
B) Segundo lugar. 
C) Terceiro lugar. 
D) Quarto lugar. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno do seguinte aspecto: 
acaso uma pessoa jurídica devedora de tributo 
tenha sua falência decretada, e acaso ela possua 
outros débitos de naturezas diversas, qual a ordem 
de preferência para a quitação de todas essas 
dívidas? Qual a posição do crédito tributário na 
ordem de pagamento? 
No caso: 
> A pessoa jurídica Beta Ltda. teve sua falência 
decretada em 22/05/2020. 
> Nessa data ela já possuía: i) um imóvel 
hipotecado para garantia de dívidas contraídas 
junto à uma instituição financeira; ii) débitos de IPI 
- Imposto sobre Produtos Industrializados; iii) 
débitos decorrentes da legislação do trabalho, no 
valor de 130 salários-mínimos; e iv) multas por 
infração à legislação ambiental. 
> Eis o cerne da questão: qual a posição do crédito 
tributário na ordem de pagamento? 
A resposta é dada pelo art. 186 do CTN e pelo art. 
83 da Lei Federal nº 11.101/05 - Lei de Falências: 
CTN: Art. 186. O crédito tributário prefere a 
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos 
decorrentes da legislação do trabalho ou do 
acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 
118, de 2005) 
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos 
extraconcursais ou às importâncias passíveis de 
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos 
créditos com garantia real, no limite do valor do 
bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições 
para a preferência dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, 
de 2005) 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos 
subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
Lei Federal nº 11.101/05: Art. 83. A classificação 
dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, 
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-
mínimos por credor, e aqueles decorrentes de 
acidentes de trabalho; (Redação dada pela Lei nº 
14.112, de 2020) 
II - os créditos gravados com direito real de garantia 
até o limite do valor do bem gravado; (Redação 
dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
III - os créditos tributários, independentemente da 
sua natureza e do tempo de constituição, exceto os 
créditos extraconcursais e as multas tributárias; 
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
(...). 
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias 
por infração das leis penais ou administrativas, 
incluídas as multas tributárias; (Redação dada pela 
Lei nº 14.112, de 2020) 
(...). 
De acordo com os dispositivos legais em questão, 
chega-se à seguinte ordem de preferência: 1º) 
créditos extraconcursais, dentre os quais aqueles 
passíveis de restituição (rol de todos os créditos 
especificados no art. 84 da Lei de Falências); 2º) os 
créditos derivados da legislação trabalhista, 
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-
mínimos por credor, e aqueles decorrentes de 
28 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
acidentes de trabalho; 3º) créditos com garantia 
real (como, por exemplo, hipoteca imobiliária), até 
o limite do valor do bem gravado; 4º) créditos 
tributários (tributos, correção monetária e juros 
moratórios até a data da falência); etc., estando 
situado, após o crédito tributário, as multas 
administrativas. Portanto, no caso do problema em 
questão,considerando que o enunciado não 
menciona a existência de créditos extraconcursais, 
o débito de natureza tributária será pago em 
terceiro lugar, pois lhe precedem os débitos 
decorrentes da legislação do trabalho e a hipoteca 
imobiliária, estando correta, assim, a LETRA C, que 
é o gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o art. 186 do CTN e o art. 83 da Lei 
Federal nº 11.101/05 - Lei de Falências, chega-se à 
seguinte ordem de preferência: 1º) créditos 
extraconcursais, dentre os quais aqueles passíveis 
de restituição (rol de todos os créditos 
especificados no art. 84 da Lei de Falências); 2º) os 
créditos derivados da legislação trabalhista, 
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-
mínimos por credor, e aqueles decorrentes de 
acidentes de trabalho; 3º) créditos com garantia 
real (como, por exemplo, hipoteca imobiliária), até 
o limite do valor do bem gravado; 4º) créditos 
tributários (tributos, correção monetária e juros 
moratórios até a data da falência); etc., estando 
situado, após o crédito tributário, as multas 
administrativas. Portanto, no caso do problema em 
questão, considerando que o enunciado não 
menciona a existência de créditos extraconcursais, 
o débito de natureza tributária será pago em 
terceiro lugar, pois lhe precedem os débitos 
decorrentes da legislação do trabalho e a hipoteca 
imobiliária. 
Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da 
questão. 
 
Questão 26. 
A pessoa jurídica ABC Ltda. prestou serviços 
sujeitos ao ISS - Imposto sobre Serviços nos meses 
de janeiro a junho do ano de 2009, mas deixou de 
declarar e recolher o imposto devido. Ao constatar 
essa omissão, o Fiscal Tributário Municipal lançou 
de ofício o imposto e a multa devidos, que foram 
definitivamente constituídos em 30/10/2014. Como 
tais débitos não foram pagos e como não foram 
objetos de qualquer providência por parte da 
contribuinte, a Fazenda Pública Municipal ajuizou a 
Execução Fiscal de cobrança em 05/12/2019, tendo 
o juiz determinado a citação da devedora por meio 
de despacho exarado em 15/12/2019. Com base na 
hipótese apresentada, é correto afirmar que os 
créditos tributários em questão. 
A) Estão com a exigibilidade suspensa, impedindo 
a cobrança. 
B) Ainda não foram extintos, sendo regular a 
cobrança. 
C) Já foram extintos pela decadência, sendo 
indevida a cobrança. 
D) Já foram extintos pela prescrição, sendo 
indevida a cobrança. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno dos seguintes aspectos: os 
créditos tributários em questão foram ou não 
extintos? Ou estão com a exigibilidade suspensa? 
Acaso tenham sido extintos, foi em razão da 
decadência ou da prescrição? 
No caso: 
> Determinada pessoa praticou o fato gerador do 
ISS - Imposto sobre Serviços nos meses de janeiro 
a junho do ano de 2009. 
> Apesar de ter praticado o fato gerador do 
referido imposto, ela não declarou e não recolher o 
ISS devido. 
> O Fisco Municipal constatou tal omissão por 
parte da contribuinte (falta de declaração e 
29 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
recolhimento do imposto) e lançou, então, de 
ofício, o ISS e a multa devidos. 
> Tais lançamentos foram definitivamente 
constituídos em 30/10/2014. 
> Esses débitos não foram pagos e não foram 
objetos de qualquer providência por parte da 
contribuinte. 
> Então a Fazenda Pública Municipal ajuizou a 
Execução Fiscal de cobrança em 05/12/2019. 
> Por conseguinte, o juiz determinado a citação da 
devedora em 15/12/2019. 
> Eis o cerne da questão: os créditos tributários em 
questão foram ou não extintos? Ou estão com a 
exigibilidade suspensa? Acaso tenham sido 
extintos, foi em razão da decadência ou da 
prescrição? 
A resposta é dada pelos arts. 151, inciso V, 173, 
inciso I e 174 do CTN: CTN: Art. 156. Extinguem o 
crédito tributário: 
(...) 
V - a prescrição e a decadência; 
(...). 
CTN: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública 
constituir o crédito tributário extingue-se após 5 
(cinco) anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em 
que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
(...) 
CTN: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito 
tributário prescreve em cinco anos, contados da 
data da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em 
execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 
2005) 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora 
o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que 
extrajudicial, que importe em reconhecimento do 
débito pelo devedor. 
De acordo com o inciso V do art. 156 do CTN, tanto 
a decadência quanto a prescrição extinguem o 
crédito tributário. Assim, se ocorrer decadência ou 
prescrição, o débito (a dívida) restará extinto. Pois 
bem: o artigo 173, inciso I, do CTN veicula uma das 
regras de decadência no Direito Tributário 
(decadência se refere ao prazo para constituir o 
crédito tributário); de acordo com esse dispositivo, 
acaso o fato gerador de um tributo ocorra em 
qualquer dia de um determinado ano, o Fisco terá 
o prazo de até 5 (cinco) anos, contados do primeiro 
dia do ano seguinte (1º de janeiro do ano seguinte 
ao ano em que ocorrido o fato gerador) para 
constituir o crédito tributário. Acaso ultrapassado o 
último dia do quinto ano (31 de dezembro) sem a 
constituição do crédito tributário, a obrigação 
tributária restará extinta pela decadência, nada 
mais sendo devido. Ao aplicarmos essa regra na 
questão em análise, chegaremos à conclusão de 
que não houve a extinção do crédito tributário pela 
decadência, pois os fatos geradores foram 
praticados em 2009 e os respectivos créditos foram 
definitivamente constituídos de ofício pelo Fisco 
em 30/10/2014, havendo, assim, um período 
inferior aos 5 (cinco) anos previstos no inciso I do 
art. 173 do CTN em questão. Logo, não houve a 
extinção dos créditos tributários pela decadência. 
Diferentemente, ocorreu, in casu, a prescrição 
(prazo para cobrar um tributo por meio da 
propositura de uma Ação de Execução Fiscal). De 
acordo com o caput do art. 174 do CTN, ocorre a 
prescrição (prazo para cobrar um tributo) se a Ação 
de Execução Fiscal não for proposta no prazo de 
até 5 (cinco) anos, contados da data da 
"constituição definitiva" do crédito tributário; no 
caso do problema em questão, como os 
30 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
lançamentos foram definitivamente constituídos 
em 30/10/2014 (data a partir da qual devem ser 
contado o prazo prescricional de 5 anos), a Fazenda 
Pública deveria ter ajuizado a Execução Fiscal, 
então, até o dia 29/10/2019 (termo final do prazo 
prescricional), mas só a propôs em 05/12/2019, ou 
seja, após o último dia do prazo prescricional, 
tendo ocorrido, assim, a extinção dos referidos 
créditos tributários pela prescrição. Por fim, o 
enunciado não menciona qualquer causa 
suspensiva da exigibilidade dos créditos tributários 
(previstas no art. 151 do CTN). Portanto, no caso 
do problema em questão, é correto afirmar que os 
créditos tributários em questão já foram extintos 
pela prescrição, estando correta, assim, a LETRA D, 
que é o gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o inciso V do art. 156 do CTN, tanto 
a decadência quanto a prescrição extinguem o 
crédito tributário. Pois bem: nos termos do artigo 
173, inciso I, do CTN, o direito de a Fazenda 
Pública constituir o crédito tributário extingue-se 
após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do 
exercício seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado. Ao aplicarmos essa regra 
na questão em análise, chegaremos à conclusão de 
que não houve a extinção do crédito tributário pela 
decadência, pois os fatos geradores foram 
praticados em 2009 e os respectivos créditos foram 
definitivamente constituídos de ofício pelo Fisco 
em 30/10/2014, havendo, assim, um período 
inferior aos 5 (cinco) anos previstos no inciso I do 
art. 173 do CTN em questão. Diferentemente, 
ocorreu,in casu, a prescrição (prazo para cobrar um 
tributo por meio da propositura de uma Ação de 
Execução Fiscal). De acordo com o caput do art. 
174 do CTN, ocorre a prescrição (prazo para cobrar 
um tributo) se a Ação de Execução Fiscal não for 
proposta no prazo de até 5 (cinco) anos, contados 
da data da "constituição definitiva" do crédito 
tributário; no caso do problema em questão, como 
os lançamentos foram definitivamente constituídos 
em 30/10/2014 (data a partir da qual devem ser 
contado o prazo prescricional de 5 anos), a Fazenda 
Pública deveria ter ajuizado a Execução Fiscal, 
então, até o dia 29/10/2019 (termo final do prazo 
prescricional), mas só a propôs em 05/12/2019, ou 
seja, após o último dia do prazo prescricional, 
tendo ocorrido, assim, a extinção dos referidos 
créditos tributários pela prescrição. Por fim, o 
enunciado não menciona qualquer causa 
suspensiva da exigibilidade dos créditos tributários 
(previstas no art. 151 do CTN). Portanto, no caso 
do problema em questão, é correto afirmar que os 
créditos tributários em questão já foram extintos 
pela prescrição. 
Logo, a LETRA D é a correta e gabarito da questão. 
 
Direito Administrativo 
Igor Maciel 
Questão 27. 
Etevaldo, Dejane e Aricleia são servidores públicos 
federais e pretendem tirar licença. Etevaldo irá 
acompanhar sua esposa, que foi deslocada para 
outro Estado. Dejane irá se candidatar a deputada 
federal pelo PML – Partido Mulheres Livres. E 
Aricleia pretende dispensar mais tempo para cuidar 
de sua enteada, acometida por uma doença rara e 
grave. Acerca das licenças pretendidas pelos 
servidores, assinale a alternativa correta: 
a) Etevaldo poderá solicitar Licença por Motivo de 
Afastamento do Cônjuge, a qual será por prazo 
indeterminado e com remuneração. 
b) Aricleia poderá solicitar Licença por Motivo de 
Doença em Pessoa da Família, a qual só será 
deferida se a assistência de Aricleia para com sua 
enteada for indispensável, ainda que possa ser 
prestada mediante compensação de horário. 
c) Dejane poderá solicitar Licença para Atividade 
Política, pois faz jus a ela a partir do registro da 
candidatura e até o décimo dia seguinte ao da 
31 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
eleição, assegurados os vencimentos do cargo 
efetivo, somente pelo período de três meses. 
d) Aricleia poderá solicitar Licença por Motivo de 
Doença em Pessoa da Família, a qual poderá ser 
concedida a cada período de 12 meses, por até 90 
dias, consecutivos ou não, mantida sua 
remuneração. 
Comentário Longo 
A questão trata das licenças a que o servidor 
público federal faz jus, de acordo com a Lei nº 
8.112/90. 
A Licença por Motivo de Doença em Pessoa da 
Família será concedida na forma do artigo 83 da Lei 
8.112/90, veja: 
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor 
por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, 
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e 
enteado, ou dependente que viva a suas expensas 
e conste do seu assentamento funcional, mediante 
comprovação por perícia médica oficial. 
§ 1º A licença somente será deferida se a 
assistência direta do servidor for indispensável e 
não puder ser prestada simultaneamente com o 
exercício do cargo ou mediante compensação de 
horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. 
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as 
prorrogações, poderá ser concedida a cada 
período de doze meses nas seguintes condições: 
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, 
mantida a remuneração do servidor; e 
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, 
sem remuneração. 
Logo, Aricleia poderá solicitar Licença por Motivo 
de Doença em Pessoa da Família, a qual só será 
deferida se a assistência de Aricleia para com sua 
enteada for indispensável e não puder ser prestada 
mediante compensação de horário, conforme 
artigo 83, § 1º, da Lei nº 8.112/90. 
Ademais, a licença, se concedida por até 90 dias, 
consecutivos ou não, será sem remuneração, na 
forma do artigo 83, § 2º, II, da Lei nº 8.112/90. 
Quanto a Licença por Motivo de Afastamento do 
Cônjuge, esta poderá ser concedida na forma do 
artigo 84 da Lei nº 8.112/90: 
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor 
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi 
deslocado para outro ponto do território nacional, 
para o exterior ou para o exercício de mandato 
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem 
remuneração. 
Logo, Etevaldo poderá solicitar Licença por Motivo 
de Afastamento do Cônjuge, a qual será por prazo 
indeterminado e sem remuneração, de acordo com 
artigo 84, § 1º, da Lei nº 8.112/90. 
Por fim, em relação à Licença para Atividade 
Política, o artigo 86, § 2º, da Lei nº 8.112/90 
determina que o servidor fará jus à licença a partir 
do registro da candidatura e até o décimo dia 
seguinte ao da eleição, ficando a ele assegurados 
os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo 
período de três meses. 
Art. 86. (...) 
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o 
décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará 
jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo 
efetivo, somente pelo período de três meses. 
Assim sendo, Dejane poderá solicitar Licença para 
Atividade Política, pois faz jus a ela a partir do 
registro da candidatura e até o 10º dia seguinte ao 
da eleição, assegurados os vencimentos do cargo 
efetivo, somente pelo período de 3 meses. 
Letra A 
INCORRETA 
Etevaldo poderá solicitar Licença por Motivo de 
Afastamento do Cônjuge, a qual será por prazo 
32 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
indeterminado, porém sem remuneração, de 
acordo com artigo 84, § 1º, da Lei nº 8.112/90. 
Letra B 
INCORRETA 
Aricleia poderá solicitar Licença por Motivo de 
Doença em Pessoa da Família, a qual só será 
deferida se a assistência de Aricleia para com sua 
enteada for indispensável e não puder ser prestada 
mediante compensação de horário, conforme 
artigo 83, § 1º, da Lei nº 8.112/90. 
Letra C 
CORRETA 
Dejane poderá solicitar Licença para Atividade 
Política, pois faz jus a ela a partir do registro da 
candidatura e até o 10º dia seguinte ao da eleição, 
assegurados os vencimentos do cargo efetivo, 
somente pelo período de 3 meses, na forma do 
artigo 86, § 2º, da Lei nº 8.112/90. 
Letra D 
INCORRETA Aricleia poderá solicitar Licença por 
Motivo de Doença em Pessoa da Família, a qual, se 
concedida por até 90 dias, consecutivos ou não, 
será sem remuneração, na forma do artigo 83, § 2
º, II, da Lei nº 8.112/90. 
Comentário Curto 
Aricleia poderá solicitar Licença por Motivo de 
Doença em Pessoa da Família, a qual só será 
deferida se sua assistência for indispensável e não 
puder ser prestada mediante compensação de 
horário, conforme artigo 83, § 1º, da Lei nº 
8.112/90; se concedida por até 90 dias, 
consecutivos ou não, a licença será sem 
remuneração, na forma do artigo 83, § 2º, II, da 
Lei nº 8.112/90. Já no caso de Etevaldo, este 
poderá solicitar Licença por Motivo de 
Afastamento do Cônjuge, a qual será por prazo 
indeterminado, porém sem remuneração, de 
acordo com artigo 84, § 1º, da Lei nº 8.112/90. 
Por fim, Dejane poderá solicitar Licença para 
Atividade Política, pois faz jus a ela a partir do 
registro da candidatura e até o 10º dia seguinte ao 
da eleição, assegurados os vencimentos do cargo 
efetivo, somente pelo período de 3 meses, 
conforme artigo 86, § 2º, da Lei nº 8.112/90. 
Gabarito: C 
 
Questão 28. 
Bons Frutos, pessoa jurídica de direito privado, 
operou tratamento de alguns dados pessoais, 
dentre eles os de Marlúcia, autônoma domiciliada 
no Rio de Janeiro. Sabendo que os dados pessoais 
foram coletados em território nacional, mas que a 
sede de Bons Frutos fica na Alemanha, assinale a 
alternativa correta: 
a) As regras constantes da Lei de Proteção de 
Dados Pessoais não se aplicam a Bons Frutos, 
posto que é pessoa jurídica de direito privado com 
sede em outro país. 
b) O tratamento dos dados pessoais de Marlúciasomente poderá ser realizado mediante seu 
consentimento, o qual, se fornecido por escrito, 
deverá constar de cláusula destacada das demais 
cláusulas contratuais. 
c) Se o tratamento dos dados pessoais coletados 
visar exclusivamente fins artísticos, jornalísticos, 
médicos ou educacionais, não se aplica a Lei de 
Proteção de Dados Pessoais. 
d) Após o término do tratamento dos dados 
pessoais coletados, Bons Frutos deverá arquivá-los, 
sendo permitido seu acesso por terceiros, desde 
que anonimizados. 
Comentário Longo 
A questão trata da Lei nº 13.709/2018, a Lei Geral 
de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). 
Primeiramente, o artigo 1º da LGPD determina que 
pessoa jurídica de direito privado poderá, sim, 
realizar o tratamento de dados pessoais. Veja: 
33 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de 
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por 
pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito 
público ou privado, com o objetivo de proteger os 
direitos fundamentais de liberdade e de 
privacidade e o livre desenvolvimento da 
personalidade da pessoa natural. 
E, além disso, o artigo 3º, caput e III, da LGPD 
dispõe que independe do país de sede da pessoa 
jurídica de direito privado, desde que: a operação 
de tratamento seja realizada no território nacional; 
ou a atividade de tratamento tenha por objetivo a 
oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o 
tratamento de dados de indivíduos localizados no 
território nacional; ou os dados pessoais objeto do 
tratamento tenham sido coletados no território 
nacional. 
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de 
tratamento realizada por pessoa natural ou por 
pessoa jurídica de direito público ou privado, 
independentemente do meio, do país de sua sede 
ou do país onde estejam localizados os dados, 
desde que: 
I - a operação de tratamento seja realizada no 
território nacional; 
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a 
oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o 
tratamento de dados de indivíduos localizados no 
território nacional; ou 
III - os dados pessoais objeto do tratamento 
tenham sido coletados no território nacional. 
Portanto, no caso concreto narrado, as regras da 
LGPD se aplicam, sim, a empresa Bons Frutos, 
posto que é pessoa jurídica de direito privado, e os 
dados pessoais objeto do tratamento foram 
coletados no território nacional. Independe, pois, 
do fato de sua sede ser fora do país. 
Já o artigo 4º elenca os casos em que a LGPD não 
se aplica: 
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de 
dados pessoais: 
I - realizado por pessoa natural para fins 
exclusivamente particulares e não econômicos; 
II - realizado para fins exclusivamente: 
a) jornalístico e artísticos; ou 
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 
7º e 11 desta Lei; 
III - realizado para fins exclusivos de: 
a) segurança pública; 
b) defesa nacional; 
c) segurança do Estado; ou 
d) atividades de investigação e repressão de 
infrações penais; ou 
IV - provenientes de fora do território nacional e 
que não sejam objeto de comunicação, uso 
compartilhado de dados com agentes de 
tratamento brasileiros ou objeto de transferência 
internacional de dados com outro país que não o 
de proveniência, desde que o país de proveniência 
proporcione grau de proteção de dados pessoais 
adequado ao previsto nesta Lei. 
Desta feita, na forma do artigo 4º, II, alíneas a e b, 
da LGPD, se o tratamento de dados pessoais for 
realizado para fins exclusivamente jornalísticos, 
artísticos, ou acadêmicos, as disposições da LGPD 
não se aplicam. No entanto, em nenhum dos incisos 
ou alíneas do artigo 4º tem-se a exclusão de 
tratamento de dados pessoais visando fins médicos 
ou educacionais, motivo pelo qual, nestes 2 casos, 
aplica-se, sim, a LGPD. 
Mencione-se que o artigo 7º, I, da LGPD determina 
que o tratamento de dados pessoais somente 
poderá ser realizado mediante o fornecimento de 
consentimento pelo titular: 
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente 
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: 
34 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo 
titular; 
Ademais, o artigo 8º, caput e § 1º, determina que 
esse consentimento deve ser fornecido por escrito 
ou por outro meio que demonstre a manifestação 
de vontade do titular; mas, se fornecido por escrito, 
esse deverá constar de cláusula destacada das 
demais cláusulas contratuais: 
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 
7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito ou por 
outro meio que demonstre a manifestação de 
vontade do titular. 
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por 
escrito, esse deverá constar de cláusula destacada 
das demais cláusulas contratuais. 
Logo, no caso concreto, é sim necessário o 
consentimento de Marlúcia para que seja realizado 
o tratamento de seus dados pessoais. E, se este 
consentimento for fornecido por escrito, deverá 
constar de cláusula destacada das demais cláusulas 
contratuais. 
Por fim, após o término do tratamento os dados 
devem ser eliminados, somente sendo autorizada a 
conservação em alguns casos. De qualquer 
maneira, é vedado o acesso dos dados conservados 
por terceiros. É o que determina artigo 16, caput e 
inciso IV, da LGPD: 
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o 
término de seu tratamento, no âmbito e nos limites 
técnicos das atividades, autorizada a conservação 
para as seguintes finalidades: 
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória 
pelo controlador; 
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, 
sempre que possível, a anonimização dos dados 
pessoais; 
III - transferência a terceiro, desde que respeitados 
os requisitos de tratamento de dados dispostos 
nesta Lei; ou 
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu 
acesso por terceiro, e desde que anonimizados os 
dados. 
Bons Tempos, portanto, deverá eliminar os dados 
pessoais coletados após o término de seu 
tratamento, podendo conservá-los para seu uso 
exclusivo, desde que anonimizados os dados, 
sendo vedado seu acesso por terceiros. 
Letra A 
INCORRETA 
De acordo com artigo 1º e artigo 3º, caput e inciso 
III, da Lei Geral de Proteção de Dados, as regras da 
LGPD se aplicam, sim, a empresa Bons Frutos, 
posto que é pessoa jurídica de direito privado, e os 
dados pessoais objeto do tratamento foram 
coletados no território nacional. Independe, pois, 
do fato de sua sede ser fora do país. 
Letra B 
CORRETA 
Conforme artigo 7º, I, e artigo 8º, caput e § 1º, da 
Lei Geral de Proteção de Dados, realmente é 
necessário o consentimento de Marlúcia para que 
seja realizado o tratamento de seus dados pessoais. 
E, se este consentimento for fornecido por escrito, 
deverá constar de cláusula destacada das demais 
cláusulas contratuais. 
Letra C 
INCORRETA 
De acordo com artigo 4º, II, alíneas a e b, da Lei 
Geral de Proteção de Dados, se o tratamento de 
dados pessoais for realizado para fins 
exclusivamente jornalísticos, artísticos, ou 
acadêmicos, as disposições da LGPD não se 
aplicam. No entanto, em nenhum dos incisos ou 
alíneas do artigo 4º tem-se a exclusão de 
tratamento de dados pessoais visando fins médicos 
ou educacionais, motivo pelo qual, nestes 2 casos, 
aplica-se, sim, a LGPD. 
Letra D 
35 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
INCORRETA 
Conforme artigo 16, caput e inciso IV, da Lei Geral 
de Proteção de Dados, Bons Tempos realmente 
deverá eliminar os dados pessoais coletados após 
o término de seu tratamento, podendo conservá-
los para seu uso exclusivo, desde que anonimizados 
os dados. No entanto, é vedado o acesso desses 
dados por terceiros. 
Comentário Curto 
De acordo com artigo 1º e artigo 3º, caput e inciso 
III, da LGPD, as regras da LGPD se aplicam, sim, a 
empresa Bons Frutos, posto que é pessoa jurídica 
de direito privado, e os dados pessoais objeto do 
tratamento foram coletados no território nacional. 
Independe, pois, do fatode sua sede ser fora do 
país. Além disso, conforme artigo 7º, I, e artigo 8º, 
caput e § 1º, da LGPD, realmente é necessário o 
consentimento de Marlúcia para que seja realizado 
o tratamento de seus dados pessoais. E, se este 
consentimento for fornecido por escrito, deverá 
constar de cláusula destacada das demais cláusulas 
contratuais. Ademais, em nenhum dos incisos ou 
alíneas do artigo 4º tem-se a exclusão de 
tratamento de dados pessoais visando fins médicos 
ou educacionais, motivo pelo qual, nestes 2 casos, 
aplica-se, sim, a LGPD. Bons Tempos realmente 
deverá eliminar os dados pessoais coletados após 
o término de seu tratamento, podendo conservá-
los para seu uso exclusivo, desde que anonimizados 
os dados. No entanto, é vedado o acesso desses 
dados por terceiros, conforme artigo 16, caput e 
inciso IV, da LGPD. 
Gabarito: B 
 
Questão 29. 
O Governador do Estado Zeta, em decisão 
administrativa, pretende estabelecer nova 
interpretação acerca de uma norma, o que 
culminará na imposição de um novo dever. Ocorre 
que esta norma, até então, possui conteúdo 
indeterminado, motivo pelo qual o Governador Eca 
em dúvida quanto a legalidade de sua decisão. Por 
este motivo, resolve consultar você, como 
advogado, em busca da melhor alternativa. Você, 
então, informa ao Governador de Zeta que: 
a) é possível que, em esfera administrativa, seja 
estabelecida nova interpretação acerca de uma 
norma de conteúdo indeterminado, desde que não 
culmine na imposição de novo dever. 
b) não é possível que, em esfera administrativa, seja 
estabelecida nova interpretação acerca de uma 
norma, ainda que ela tenha conteúdo 
indeterminado. 
c) é possível que, em esfera administrativa, seja 
estabelecida nova interpretação acerca de norma 
de conteúdo indeterminado, com imposição de 
novo dever, mas deverá haver previsão de regime 
de transição, se este for indispensável para o 
cumprimento proporcional do novo dever. 
d) somente é possível a imposição de novo dever a 
partir de interpretação sobre norma de conteúdo 
indeterminado, na esfera judicial. 
Comentário Longo 
A questão trabalha as disposições mais recentes da 
LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro, incluídas pela Lei nº 13.655/2018 e 
relativas à segurança jurídica e eficiência na criação 
e na aplicação do direito público. 
Em especial, temos o texto do artigo 23: 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou 
judicial que estabelecer interpretação ou 
orientação nova sobre norma de conteúdo 
indeterminado, impondo novo dever ou novo 
condicionamento de direito, deverá prever regime 
de transição quando indispensável para que o novo 
dever ou condicionamento de direito seja 
cumprido de modo proporcional, equânime e 
eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. 
36 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Veja que, tanto nas esferas administrativa, 
controladora ou judicial pode se estabelecer 
interpretação ou orientação nova sobre norma de 
conteúdo indeterminado, mesmo que culmine na 
imposição de novo dever ou novo 
condicionamento de direito. 
No entanto, nestes casos, deverá haver previsão de 
regime de transição quando indispensável para que 
o novo dever ou condicionamento de direito seja 
cumprido de modo proporcional, equânime e 
eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. 
Portanto, no caso concreto narrado, é possível que 
o Governador de Zeta, em decisão administrativa, 
estabeleça nova interpretação acerca da norma de 
conteúdo indeterminado, ainda que culmine na 
imposição de um novo dever, devendo prever 
regime de transição quando este for indispensável 
para que o novo dever seja cumprido de modo 
proporcional. 
Letra A 
INCORRETA 
Conforme artigo 23 da LINDB, é possível que o 
Governador de Zeta, em decisão administrativa, 
estabeleça nova interpretação acerca da norma de 
conteúdo indeterminado, ainda que culmine na 
imposição de um novo dever, devendo prever 
regime de transição quando este for indispensável 
para que o novo dever seja cumprido de modo 
proporcional. 
Letra B 
INCORRETA 
Conforme artigo 23 da LINDB, é possível que o 
Governador de Zeta, em decisão administrativa, 
estabeleça nova interpretação acerca da norma de 
conteúdo indeterminado, ainda que culmine na 
imposição de um novo dever, devendo prever 
regime de transição quando este for indispensável 
para que o novo dever seja cumprido de modo 
proporcional. 
Letra C 
CORRETA 
Conforme artigo 23 da LINDB, é possível que o 
Governador de Zeta, em decisão administrativa, 
estabeleça nova interpretação acerca da norma de 
conteúdo indeterminado, ainda que culmine na 
imposição de um novo dever, devendo prever 
regime de transição quando este for indispensável 
para que o novo dever seja cumprido de modo 
proporcional. 
Letra D 
INCORRETA 
Conforme artigo 23 da LINDB, é possível que o 
Governador de Zeta, em decisão administrativa, 
estabeleça nova interpretação acerca da norma de 
conteúdo indeterminado, ainda que culmine na 
imposição de um novo dever, devendo prever 
regime de transição quando este for indispensável 
para que o novo dever seja cumprido de modo 
proporcional. 
Comentário Curto 
Conforme artigo 23 da LINDB, é possível que o 
Governador de Zeta, em decisão administrativa, 
estabeleça nova interpretação acerca da norma de 
conteúdo indeterminado, ainda que culmine na 
imposição de um novo dever, devendo prever 
regime de transição quando este for indispensável 
para que o novo dever seja cumprido de modo 
proporcional. 
Gabarito: C 
 
Questão 30. 
A Empresa Bons Transportes, responsável pelo 
transporte público no Município Gama, vem 
prestando, nos últimos meses, serviço inadequado, 
posto que não há segurança nos ônibus de sua 
frota, além do serviço estar se mostrando irregular 
e descontínuo. O Município Gama, portanto, 
pretende extinguir a concessão de serviço público 
37 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
realizada com a Empresa Bons Transportes. Sobre 
essa situação, assinale a alternativa correta. 
a) O Poder Público de Gama deverá declarar a 
caducidade. 
b) A extinção da concessão se dará por 
encampação. 
c) A extinção da concessão se dará por meio de lei 
autorizativa específica, e somente após prévio 
processo administrativo que comprove a 
inadimplência. 
d) A extinção da concessão não resultará para 
Gama qualquer espécie de responsabilidade em 
relação aos encargos, ônus, obrigações ou 
compromissos com terceiros. 
Comentário Longo 
A questão trata das concessões de serviço público, 
dispostas na Lei nº 8.987/1995, mais 
especificamente no tocante à extinção. 
Art. 35. Extingue-se a concessão por: 
I - advento do termo contratual; 
II - encampação; 
III - caducidade; 
IV - rescisão; 
V - anulação; e 
VI - falência ou extinção da empresa concessionária 
e falecimento ou incapacidade do titular, no caso 
de empresa individual. 
A encampação se dará por motivo de interesse 
público, conforme artigo 37 da Lei nº 8.987/1995: 
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do 
serviço pelo poder concedente durante o prazo da 
concessão, por motivo de interesse público, 
mediante lei autorizativa específica e após prévio 
pagamento da indenização, na forma do artigo 
anterior. 
Já a caducidade se dará pela inexecução do 
contrato, em especial quando o serviço for 
prestado de forma inadequada. É o que dispõe 
artigo 38, caput, e § 1º, I, da Lei nº 8.987/1995: 
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato 
acarretará, a critério do poder concedente, a 
declaração de caducidade da concessão ou a 
aplicação das sanções contratuais, respeitadas as 
disposições deste artigo, do art. 27, e as normas 
convencionadas entre as partes. 
§ 1º A caducidade da concessão poderá ser 
declarada pelo poder concedente quando: 
I - o serviço estiver sendo prestado de forma 
inadequada ou deficiente, tendo por base as 
normas, critérios, indicadores e parâmetros 
definidores da qualidade do serviço; 
Observe a expressão “poderá ser declarada”.Significa dizer que o poder público não “deverá”
, obrigatoriamente declará-la, e sim que ele PODE, 
a seu critério, declarar a caducidade, em caso de 
inexecução do contrato. 
Primeiramente o poder concedente deverá 
comunicar à concessionária, detalhadamente, os 
descumprimentos contratuais, dando-lhe um prazo 
para corrigir as falhas e transgressões apontadas. 
Se não forem corrigidas as falhas, o poder 
concedente deve instaurar processo administrativo 
para verificar a inadimplência da concessionária, 
assegurada ampla defesa. Somente após isso, se 
comprovada a inadimplência, é que a caducidade 
será declarada. Essa declaração se dará por 
decreto do poder concedente, 
independentemente de indenização prévia. É o 
que dispõe o texto dos §§ 2º, 3º e 4º do artigo 
38 da Lei nº 8.987/1995: 
§ 2º A declaração da caducidade da concessão 
deverá ser precedida da verificação da 
inadimplência da concessionária em processo 
administrativo, assegurado o direito de ampla 
defesa. 
§ 3º Não será instaurado processo administrativo 
de inadimplência antes de comunicados à 
38 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
concessionária, detalhadamente, os 
descumprimentos contratuais referidos no § 1º 
deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as 
falhas e transgressões apontadas e para o 
enquadramento, nos termos contratuais. 
§ 4º Instaurado o processo administrativo e 
comprovada a inadimplência, a caducidade será 
declarada por decreto do poder concedente, 
independentemente de indenização prévia, 
calculada no decurso do processo. 
Por fim, mencione-se que, na forma do artigo 38, 
§ 6º da Lei nº 8.987/1995, a caducidade não 
resultará para o poder concedente qualquer 
espécie de responsabilidade em relação aos 
encargos, ônus, obrigações ou compromissos com 
terceiros ou com empregados da concessionária: 
§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o 
poder concedente qualquer espécie de 
responsabilidade em relação aos encargos, ônus, 
obrigações ou compromissos com terceiros ou com 
empregados da concessionária. 
Letra A 
INCORRETA 
O Poder Público de Gama PODERÁ (e não “
deverá”) declarar a caducidade, conforme artigo 
38, caput, e § 1º, da Lei nº 8.987/1995. 
Letra B 
INCORRETA 
O caso em concreto trata de extinção por 
caducidade, e não por encampação, conforme 
artigo 38, caput, da Lei nº 8.987/1995. 
Letra C 
INCORRETA 
Instaurado o processo administrativo e 
comprovada a inadimplência, a caducidade será 
declarada por decreto do poder concedente, 
independentemente de indenização prévia, 
calculada no decurso do processo, conforme artigo 
38, § 4º, da Lei nº 8.987/1995. 
Letra D 
CORRETA 
A extinção da concessão não resultará para Gama 
qualquer espécie de responsabilidade em relação 
aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos 
com terceiros, conforme artigo 38, § 6º, da Lei nº 
8.987/1995. 
Comentário Curto 
O caso em concreto trata de extinção por 
caducidade, e não por encampação, conforme 
artigo 38, caput, da Lei nº 8.987/1995. O Poder 
Público de Gama PODERÁ (e não “deverá”) 
declarar a caducidade, conforme artigo 38, caput, 
e § 1º, da Lei nº 8.987/1995. Instaurado o 
processo administrativo e comprovada a 
inadimplência, a caducidade será declarada por 
decreto do poder concedente, 
independentemente de indenização prévia, 
calculada no decurso do processo, conforme artigo 
38, § 4º, da Lei nº 8.987/1995. A extinção da 
concessão não resultará para Gama qualquer 
espécie de responsabilidade em relação aos 
encargos, ônus, obrigações ou compromissos com 
terceiros, conforme artigo 38, § 6º, da Lei nº 
8.987/1995. 
Gabarito: D 
 
Questão 31. 
Janice, dirigente de autarquia municipal de Alfa, 
cidade localizada no Estado Zeta, Eca sabendo de 
um terreno localizado no centro da cidade que está 
sem uso há muitos anos. Ela, então, pretende 
desapropriá-lo, para dar lugar à construção de um 
hospital público, que beneficiará toda a população 
de Alfa e das cidades vizinhas. Acerca da situação 
narrada, assinale a alternativa correta. 
a) A autarquia municipal dirigida por Janice não 
pode promover a desapropriação. 
39 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
b) A autarquia municipal dirigida por Janice poderá 
declarar a utilidade pública do terreno, pois as 
autarquias são entes públicos de direito público. 
c) Se intentada judicialmente a desapropriação 
pelo município Alfa, o foro competente será o da 
capital de Zeta. 
d) Se o Poder público não destinar o terreno a 
construção do hospital e nem a nenhuma outra 
utilização, permanecendo inerte, o proprietário do 
terreno não fará jus à retrocessão. 
Comentário Longo 
A questão trata de desapropriação, especialmente 
no tocante aos dispositivos do DL 3.365/1941. 
É preciso ressaltar que o procedimento de 
desapropriação é composto por duas fases: fase 
declaratória e fase executória. 
Na fase declaratória, o processo administrativo irá 
verificar a caracterização da utilidade pública, com 
o objetivo de expedir o decreto expropriatório. 
Veja o que determina artigo 6º do Decreto: 
Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á 
por decreto do Presidente da República, 
Governador, Interventor ou Prefeito. 
Portanto, quem deve declarar a utilidade pública é 
o chefe do executivo; no caso concreto, o prefeito 
de Alfa. 
Já na fase executória, a desapropriação será 
efetivamente promovida. Na forma do artigo 3º do 
Decreto: 
Art. 3º Podem promover a desapropriação, 
mediante autorização expressa constante de lei ou 
contrato: 
I - os concessionários, inclusive aqueles contratados 
nos termos da Lei nº 11.079, de 30 de dezembro 
de 2004; 
II - as entidades públicas; 
III - as entidades que exerçam funções delegadas 
do poder público; e 
IV - as autorizatárias para a exploração de ferrovias 
como atividade econômica. 
Desta forma, autarquia municipal dirigida por 
Janice poderá, sim, promover a desapropriação, se 
houver autorização expressa constante de lei ou 
contrato. 
A fase executória poderá se dar mediante acordo 
ou intentada judicialmente, conforme artigo 10 do 
Decreto: 
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se 
mediante acordo ou intentar-se judicialmente, 
dentro de cinco anos, contados da data da 
expedição do respectivo decreto e findos os quais 
este caducará. 
Em caso de processo judicial, a ação deve ser 
proposta na forma do artigo 11 do Decreto: 
Art. 11. A ação, quando a União for autora, será 
proposta no Distrito Federal ou no foro da Capital 
do Estado onde for domiciliado o réu, perante o 
juízo privativo, se houver; sendo outro o autor, no 
foro da situação dos bens. 
Se o autor da desapropriação, portanto, for o 
município Alfa, o foro competente será o de 
situação do bem imóvel, ou seja, Alfa. 
Por fim, falemos da adestinação. Segundo a 
doutrina majoritária, a adestinação seria a ausência 
de qualquer finalidade dada ao bem após finalizada 
a desapropriação. Celso Antônio Bandeira de Melo 
defende que em hipóteses de adestinação não 
cabe o direito de retrocessão, ou seja, não cabe 
reclamar o bem de volta, haja vista que o Poder 
Público não é obrigado a, dentro de determinado 
prazo, dar um fim ao imóvel. 
Portanto, caso o município Alfa não destine o 
terreno a construção do hospital e nem a nenhuma 
outra utilização, permanecendo inerte, o 
proprietário do terreno não fará jus à retrocessão. 
Letra A 
INCORRETA 
40 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
A autarquia municipal dirigida por Janice poderá, 
sim, promover a desapropriação, se houver 
autorização expressa constante de lei ou contrato, 
conforme artigo 3º do DL 3.365/41. 
Letra B 
INCORRETA 
A declaração de utilidade pública far-se-á por 
decreto do Presidente da República, Governador, 
Interventor ou Prefeito, conforme artigo 6º do DL 
3.365/41. 
Letra C 
INCORRETA 
Se intentada judicialmente a desapropriação pelo 
município Alfa, o foro competente será o de Alfa, 
conforme artigo 11 do DL 3.365/41. 
Letra D 
CORRETA 
Caso o município Alfa nãodestine o terreno a 
construção do hospital e nem a nenhuma outra 
utilização, permanecendo inerte, isso será caso de 
adestinação, a qual não dá ao proprietário do 
terreno direito à retrocessão. 
Comentário Curto 
As autarquias podem promover a desapropriação, 
se houver autorização expressa constante de lei ou 
contrato, conforme artigo 3º do DL 3.365/41. A 
declaração de utilidade pública far-se-á por 
decreto do Presidente da República, Governador, 
Interventor ou Prefeito, conforme artigo 6º do DL 
3.365/41. Se intentada judicialmente a 
desapropriação pelo município Alfa, o foro 
competente será o de Alfa, conforme artigo 11 do 
DL 3.365/41. Caso o município Alfa não destine o 
terreno a construção do hospital e nem a nenhuma 
outra utilização, permanecendo inerte, isso será 
caso de adestinação, a qual não dá ao proprietário 
do terreno direito à retrocessão. 
Gabarito: D 
 
Questão 32. 
Maurício é parte em processo administrativo no 
órgão federal no qual é servidor. Inconformado 
com a decisão, pretende interpor recurso dirigido 
à autoridade superior. Ressalte-se que a decisão foi 
proferida em decisão proferida e Maurício 
cientificado em 07/02/2022, um dia de segunda-
feira, e que não há nenhum feriado nos próximos 
dias. Acerca dessa situação, assinale a alternativa 
correta. 
a) Maurício não deve dirigir o recurso à autoridade 
superior, e sim à autoridade que proferiu a decisão. 
b) O recurso de Maurício poderá tramitar por até 2 
instâncias administrativas. 
c) Maurício tem até o dia 21/02/2022 para interpor 
recurso. 
d) Para obter o efeito suspensivo em relação a seu 
recurso, Maurício deverá requerer à autoridade 
recorrida, a qual não poderá concedê-lo de ofício. 
Comentário Longo 
A questão trata da Lei 9.784/1999, relativa ao 
processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, mais 
especificamente do tocante aos recursos e revisão. 
Na forma do artigo 56, § 1º, da Lei: 
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, 
em face de razões de legalidade e de mérito. 
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que 
proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no 
prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade 
superior. 
O recurso deve ser dirigido à autoridade que 
proferiu a decisão, e apenas se esta não 
reconsiderar no prazo de 5 dias, é que o recurso é 
encaminhado à autoridade superior. 
Este recurso poderá tramitar por até 3 instâncias 
administrativas, conforme artigo 57: 
41 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no 
máximo por três instâncias administrativas, salvo 
disposição legal diversa. 
O prazo para interposição do recurso será de 10 
dias, na forma do artigo 59. Este prazo conta-se em 
dias corridos, conforme determina artigo 66, caput 
e § 2º da Lei: 
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez 
dias o prazo para interposição de recurso 
administrativo, contado a partir da ciência ou 
divulgação oficial da decisão recorrida. 
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da 
data da cientificação oficial, excluindo-se da 
contagem o dia do começo e incluindo-se o do 
vencimento. 
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de 
modo contínuo. 
Portanto, no caso concreto narrado, o prazo 
começa a correr da cientificação de Maurício 
(07/02/2022). Excluindo-se o dia de começo e 
incluindo o dia do vencimento, tem-se que o dia 
final do prazo para Maurício interpor o recurso será 
17/02/2022. 
Por fim, mencione-se que o recurso administrativo, 
em regra, não tem efeito suspensivo, mas o juiz 
poderá concedê-lo, de ofício ou a requerimento da 
parte, se houver justo receio de prejuízo de difícil 
ou incerta reparação decorrente da execução. É o 
que determina artigo 61, caput e parágrafo único 
da Lei: 
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o 
recurso não tem efeito suspensivo. 
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo 
de difícil ou incerta reparação decorrente da 
execução, a autoridade recorrida ou a 
imediatamente superior poderá, de ofício ou a 
pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. 
Desta feita, Maurício poderá, sim, requer o efeito 
suspensivo do recurso, se houver justo receio de 
prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente 
da execução. 
Letra A 
CORRETA 
Maurício não deve dirigir o recurso à autoridade 
superior, e sim à autoridade que proferiu a decisão, 
conforme artigo 56, § 1º, da Lei 9.784/99. 
Letra B 
INCORRETA 
O recurso de Maurício poderá tramitar por até 3 
instâncias administrativas, conforme artigo 57 da 
Lei 9.784/99. 
Letra C 
INCORRETA 
Maurício tem até o dia 17/02/2022 para interpor 
recurso, conforme artigos 59 e 66, caput e § 2º, da 
Lei 9.784/99. 
Letra D 
INCORRETA 
A autoridade recorrida poderá, de ofício ou a 
pedido, dar efeito suspensivo ao recurso, se houver 
justo receio de prejuízo de difícil ou incerta 
reparação decorrente da execução, conforme 
artigo 61, caput e parágrafo único, da Lei 9.784/99. 
Comentário Curto 
Maurício não deve dirigir o recurso à autoridade 
superior, e sim à autoridade que proferiu a decisão, 
conforme artigo 56, § 1º, da Lei 9.784/99. O 
recurso de Maurício poderá tramitar por até 3 
instâncias administrativas, conforme artigo 57 da 
Lei 9.784/99. Maurício tem até o dia 17/02/2022 
para interpor recurso, conforme artigos 59 e 66, 
caput e § 2º, da Lei 9.784/99. A autoridade 
recorrida poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito 
suspensivo ao recurso, se houver justo receio de 
prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente 
da execução, conforme artigo 61, caput e 
parágrafo único, da Lei 9.784/99. 
42 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Gabarito: A 
 
Direito Ambiental 
André Rocha 
Questão 33. 
Governo Federal pretende expandir a malha 
ferroviária e irá construir mais de mil quilômetros 
de ferrovia ligando a região sudeste ao sul do país. 
Neste caso, será competente para realizar o 
licenciamento ambiental: 
a) O órgão ambiental federal. 
b) Os órgãos ambientais dos municípios 
impactados pelo empreendimento. 
c) O órgão ambiental federal e os órgãos 
ambientais dos estados e municípios impactados. 
d) O licenciamento será realizado pelos órgãos 
ambientais dos estados atingidos, com a 
supervisão do órgão federal. 
Comentários 
De acordo com o art. 7º, XIV, “e” da LC 140/11 
compete à União promover o licenciamento 
ambiental de empreendimentos e atividades 
localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais 
Estados. Logo, o órgão ambiental federal será 
competente para realizar o licenciamento 
ambiental. 
 
Questão 34. 
Uma barragem de rejeitos de empresa mineradora 
localizada no norte do estado de Minas Gerais 
sofreu um rompimento causando grandes danos. A 
barragem da mineradora usava uma tecnologia de 
construção bastante comum nos projetos de 
mineração, mas é considerada uma opção menos 
segura e mais propensa a riscos de acidentes, 
porque a barragem é construída em cima de 
rejeitos que já foram depositados. 
Neste caso, considerando as normas referentes ao 
licenciamento ambiental e à responsabilidade 
ambiental: 
A) O órgão ambiental competente, mediante 
decisão motivada, poderá modificar as 
condicionantes e as medidas de controle e 
adequação, suspender ou cancelar uma licença 
expedida. 
B) Se a empresa tiver licença ambiental válida, a 
empresa poderá continuar suas atividades e o 
órgão ambiental não poderá modificar as 
condicionantes e as medidas de controle e 
adequação. 
C) A responsabilidade civil por dano ambiental 
dependerá da comprovação de culpa. 
D) Em nenhuma hipótese, a empresa responderá 
criminalmente, haja vista decisão do STF não 
reconhecendo a responsabilidade de pessoa 
jurídica por crimes ambientais. 
Comentários 
De acordo com o art. 19, da Resolução CONAMA 
237/97, o órgão ambiental competente, mediante 
decisão motivada, poderá modificar os 
condicionantes e as medidas de controle e 
adequação, suspender ou cancelar uma licença 
expedida, quando ocorrer:I - Violação ou 
inadequação de quaisquer condicionantes ou 
normas legais. II - Omissão ou falsa descrição de 
informações relevantes que subsidiaram a 
expedição da licença. III - superveniência de graves 
riscos ambientais e de saúde. 
 
Direito Civil 
Paulo Sousa 
Questão 35. 
Bia, manicure, entregou a Pedro empresário, 
duzentos adesivos de decorativos de unha para 
serem vendidos em sua loja. Ficou ajustado no 
contrato, que Pedro pagaria a Bia o valor de cinco 
43 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
reais por adesivo vendido, no prazo de um mês, 
totalizando mil reais. Os adesivos não vendidos 
deveriam ser devolvidos a Bia. Pedro não estava 
vendendo nenhum adesivo, então decidiu fazer 
uma promoção, vendendo os adesivos pela metade 
do preço, arrecadando quinhentos reais com a 
venda. Com a promoção, Pedro vendeu todos os 
adesivos. Findo o prazo do contrato, Bia foi até a 
loja de Pedro e exigiu o valor inicialmente 
acordado, de mil reais. Sobre o caso, é correto 
afirmar que 
A) Por se tratar de contrato estimatório ou de 
consignação, cabe a Pedro (consignatário) pagar a 
Bia (consignante) cinco reais por adesivo vendido, 
independentemente do valor de venda a terceiros. 
Ainda, por ser dever do consignatário restituir a 
coisa não vendida, cabe a ele arcar com as 
despesas necessárias à sua conservação, sem 
deduzi-las do preço a ser pago à consignante. 
B) Por se tratar de contrato estimatório ou de 
consignação, cabe a Pedro (consignatário) pagar a 
Bia (consignante) o valor que vendeu a terceiros, 
independentemente do valor previsto no contrato, 
devido ao risco que as vendas se sujeitam. Ainda, 
por ser dever do consignatário restituir a coisa não 
vendida, cabe a ele arcar com as despesas 
necessárias à sua conservação, sem deduzi-las do 
preço a ser pago à consignante. 
C) Por se tratar de contrato estimatório ou de 
consignação, cabe a Pedro (consignatário) pagar a 
Bia (consignante) o valor inicialmente previsto no 
contrato mais o dobro, por ter alterado o valor do 
produto sem autorização. Ainda, por ser dever do 
consignatário restituir a coisa não vendida, cabe a 
ele arcar com as despesas necessárias à sua 
conservação, sem deduzi-las do preço a ser pago à 
consignante. 
D) Por se tratar de contrato estimatório ou de 
consignação, cabe a Pedro (consignatário) pagar a 
Bia (consignante) cinco reais por adesivo vendido, 
independentemente do valor de venda a terceiros. 
Ainda, o consignatário pode cobrar as despesas 
necessárias à conservação do bem, deduzindo-as 
do preço a ser pago à consignante. 
Comentário Longo 
A questão versa sobre o contrato estimatório ou de 
consignação. 
Popularmente conhecido como “venda em 
consignação”, é o contrato pelo qual o 
proprietário (consignante) entrega a posse da coisa 
à outra pessoa (consignatário), cedendo-lhe o 
poder de dispor da coisa, dentro de prazo 
determinado. 
O consignatário fica obrigado a devolver o bem ou 
entregar ao consignatário o preço previamente 
ajustado pela coisa (preço de estima) dentro do 
prazo determinado, como estabelece o art. 534, o 
que torna a propriedade resolúvel. O consignatário 
é responsável pelos riscos da coisa, integralmente, 
ainda que não seja o fato a ele imputável, a teor do 
art. 535. Caso fortuito, força maior, culpa exclusiva 
de terceiro não excluem a reponsabilidade civil do 
consignatário, portanto. Em outras palavras, a 
responsabilidade do consignatário é exatamente 
igual à do proprietário, ainda que ele não o seja. 
Gabarito: A 
Letra A (item árvore: 12) 
A alternativa está correta, pois Pedro deve pagar a 
Bia o valor inicialmente acordado, 
independentemente do valor vendido a terceiros, 
conforme dispõe o art. 534: "Pelo contrato 
estimatório, o consignante entrega bens móveis ao 
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, 
pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, 
no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa 
consignada". Ainda, Pedro não pode deduzir o 
valor da conservação do bem do valor do contrato, 
conforme art. 535. 
Letras B, C e D (item árvore: 12) 
44 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
As alternativas estão incorretas, nos termos do art. 
534 e 535. 
Comentário Curto 
Pedro deve pagar a Bia o valor inicialmente 
acordado, independentemente do valor vendido a 
terceiros, conforme dispõe o art. 534: "Pelo 
contrato estimatório, o consignante entrega bens 
móveis ao consignatário, que fica autorizado a 
vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo 
se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a 
coisa consignada". Ainda, Pedro não pode deduzir 
o valor da conservação do bem do valor do 
contrato, conforme art. 535. 
Gabarito: A 
 
Questão 36. 
Um ar-condicionado localizado no interior do 
prédio da Prefeitura do Município Alfa e utilizada 
por seus servidores é considerado: 
A) uma pertença, sendo imóvel por acessão 
intelectual; 
B) um bem imóvel, apenas, por estar associado ao 
bem principal; 
C) uma parte integrante do bem imóvel; 
D) uma pertença, permanecendo como bem móvel. 
Comentário Longo 
A questão versa sobre pertenças. Segundo dispõe 
o art. 93, são pertenças, também conhecidas como 
res annexa, os bens que, não constituindo partes 
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao 
uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. É 
o caso, por exemplo, de um rádio destacável do 
veículo ou de um piano numa casa. 
A peculiaridade das pertenças é que elas 
conservam sua autonomia, de modo que sua 
caracterização como acessório é de mera 
conveniência econômico-jurídica. Isso porque a 
pertença não se incorpora ao bem principal. 
Em regra, o negócio estipulado entre as partes não 
abrange as pertenças, salvo se o contrário resultar 
da lei, da manifestação de vontade, ou das 
circunstâncias do caso, segundo o art. 94 do 
CC/2002. Trata-se de exceção ao princípio da 
gravitação jurídica. 
Gabarito: D 
Letras A, B e C (item árvore: 2) 
As alternativas estão incorretas, pois trata-se de 
uma pertença. 
Letra D (item árvore: 2) 
A alternativa está incorreta, o ar-condicionado é 
uma pertença, pois serve à utilização do bem, mas 
pode ser retirado, conservando o bem imóvel a sua 
autonomia. Não se incorpora, portanto, ao bem 
principal. 
Comentário Curto 
O ar-condicionado é uma pertença, pois serve à 
utilização do bem, mas pode ser retirado, 
conservando o bem imóvel a sua autonomia. Não 
se incorpora, portanto, ao bem principal. 
Gabarito: D 
 
Questão 37. 
João se obrigou a entregar um celular para Noé. 
No dia da entrega, eles combinaram de se 
encontrar no estacionamento de um mercado. 
João entregou o celular e antes de Noé sair do 
estacionamento, foi abordado por dois homens 
armados que roubaram o celular. Sobre o caso, é 
correto afirmar que: 
A) A coisa se perdeu sem culpa de João, portanto, 
a obrigação fica resolvida e ele deverá devolver o 
valor recebido por Noé. 
B) A coisa se perdeu sem culpa de João, portanto, 
a obrigação fica resolvida e ele deverá devolver o 
valor recebido por Noé mais perdas e danos. 
45 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
C) A coisa se perdeu após a tradição, não tendo 
João responsabilidade alguma. 
D) João deverá arcar com metade do valor da coisa, 
pois se perdeu ainda no local da entrega. 
Comentário Longo 
A questão versa sobre a obrigação de entregar 
coisa certa. 
Para sabermos a responsabilidade de cada um, 
precisamos saber quando o negócio jurídico é 
concluído? 
Nesse caso, como a entrega é de coisa móvel, o 
negócio é concluído com a tradição. Portanto, 
quando o celular foi roubado, o negócio já havia 
sido concluído. 
Assim, Danilo não tem responsabilidade alguma 
sobre o roubo do carro, que ocorreu após a 
tradição. 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a 
coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, 
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o 
credor não anuir, poderá o devedor resolver a 
obrigação. 
Letra A (item árvore: 6) 
A alternativa está incorreta, poisa perda da coisa 
ocorreu após a tradição, portanto, a obrigação não 
fica resolvida, não tendo João nenhuma 
responsabilidade sobre o acontecimento. 
Letra B (item árvore: 6) 
A alternativa está incorreta, as perdas e danos 
seriam devidas apenas se a coisa tivesse se perdido 
por culpa de João. 
Letra C (item árvore: 6) 
A alternativa está correta, a perda da coisa ocorreu 
após a tradição, isentando João de qualquer 
responsabilidade, art. 237: "Até a tradição 
pertence ao devedor a coisa, com os seus 
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá 
exigir aumento no preço; se o credor não anuir, 
poderá o devedor resolver a obrigação". 
Letra D (item árvore: 6) 
A alternativa está incorreta, não havendo previsão 
legal nesse sentido. 
Comentário Curto 
A perda da coisa ocorreu após a tradição, 
isentando João de qualquer responsabilidade, art. 
237: "Até a tradição pertence ao devedor a coisa, 
com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos 
quais poderá exigir aumento no preço; se o credor 
não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação". 
Gabarito: C 
 
Questão 38. 
Pablo, brasileiro, famoso jogador de futebol, que 
atua em um time na Europa, ao vir passar as férias 
no Brasil, deparou-se com uma editora que 
publicava fotos suas, considerando-o um dos mais 
talentosos e marcantes jogadores de futebol da 
atualidade. Contudo, por não ter tido sua 
autorização, Pablo procurou seu advogado que o 
orientou a ingressar com uma ação indenizatória 
por uso indevido de sua imagem. Sobre o caso, é 
correto afirmar que: 
A) Não é cabível a indenização, pois a obra não 
expõe Pablo ao desprezo público nem acarreta 
qualquer prejuízo à sua honra. 
B) É cabível a indenização, devido ao uso não 
autorizado da imagem em publicação destinada a 
fins comerciais. 
C) Não é cabível a indenização, pois Pablo é pessoa 
pública, assim, sua imagem poderá ser usada, 
mesmo sem autorização. 
D) É cabível a indenização pelo uso indevido da 
imagem para fins comerciais, uma vez que Pablo é 
pessoa pública. Contudo, a indenização não é 
cabível se a pessoa não for famosa. 
46 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Comentário Longo 
A questão versa sobre o direito de personalidade 
imagem. 
No direito à imagem, entende o STJ que o dano é 
a própria utilização indevida da imagem com fins 
lucrativos, não sendo necessária a demonstração 
do prejuízo material ou moral. Ou seja, 
desnecessário fazer prova de dano que não a 
utilização inadequada da imagem, sem autorização 
da pessoa (REsp 45.305/SP). 
Nesse mesmo sentido, o Enunciado 587 aduz que 
o dano à imagem restará configurado quando 
presente a utilização indevida desse bem jurídico, 
independentemente da concomitante lesão a outro 
direito da personalidade. Por isso, é dispensável a 
prova do prejuízo do lesado ou do lucro do ofensor 
para a caracterização do referido dano, por se 
tratar de modalidade de dano in re ipsa. 
É o caso do empregador que usa a imagem do 
empregado com fins comerciais, sem autorização. 
Não precisa ele comprovar dano, já que o mero uso 
indevido, sem autorização, já é suficiente para 
render uma indenização. 
Assim, independentemente de não haver intenção 
difamatória, o uso indevido da imagem para fins 
comerciais sem autorização gera o dever de 
indenizar. 
Gabarito: B 
Letra A (item árvore: 13) 
A alternativa está incorreta, pois o dano está na 
própria utilização indevida da imagem para fins 
comerciais. 
Letra B (item árvore: 13) 
A alternativa está correta, pois independentemente 
de não haver intenção difamatória, o uso indevido 
da imagem para fins comerciais sem autorização 
gera o dever de indenizar, conforme o art. 20: 
"Salvo se autorizadas, ou se necessárias à 
administração da justiça ou à manutenção da 
ordem pública, a divulgação de escritos, a 
transmissão da palavra, ou a publicação, a 
exposição ou a utilização da imagem de uma 
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento 
e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe 
atingirem a honra, a boa fama ou a 
respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais". 
Letra C (item árvore: 13) 
A alternativa está incorreta, pois a utilização sem 
autorização para fins comerciais gera o dever de 
indenizar. 
Letra D (item árvore: 13) 
A alternativa está incorreta, pois mesmo que a 
pessoa não seja pública, sua imagem não poderá 
ser utilizada para fins comerciais sem autorização. 
Comentário Curto 
Independentemente de não haver intenção 
difamatória, o uso indevido da imagem para fins 
comerciais sem autorização gera o dever de 
indenizar, conforme o art. 20: "Salvo se 
autorizadas, ou se necessárias à administração da 
justiça ou à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou 
a publicação, a exposição ou a utilização da 
imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a 
seu requerimento e sem prejuízo da indenização 
que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama 
ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais". 
Gabarito: B 
 
 
Questão 39. 
Maria celebrou contrato de corretagem com Alice, 
inserindo cláusula de exclusividade pelo prazo de 1 
ano, a Em de que esta realizasse a venda de seu 
imóvel. Passados 11 meses, o imóvel não tinha sido 
vendido, não por culpa de Alice, que realizou o 
47 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
trabalho de forma adequada. Certo dia, antes do 
Em do contrato, Maria foi procurada por Pedro, 
que desejava adquirir o imóvel, vindo a efetivar a 
compra do bem, sem intervenção de Alice. Ao 
saber do negócio jurídico celebrado, Alice ajuizou 
ação indenizatória, cobrando de Maria o percentual 
ajustado sobre o valor da venda do imóvel a título 
de corretagem. Sobre o caso, assinale a alternativa 
correta. 
A) Maria deve pagar a Alice o percentual ajustado 
a título de corretagem. Por ter sido ajustada 
cláusula de exclusividade, mesmo que o negócio 
jurídico tenha sido diretamente entre as partes sem 
a intermediação da corretora, Alice terá direito à 
remuneração integral pela sua corretagem, salvo se 
comprovada sua inércia ou ociosidade. 
B) Maria deve pagar a Alice metade do percentual 
ajustado a título de corretagem. Por ter sido 
ajustada cláusula de exclusividade, mesmo que o 
negócio jurídico tenha sido diretamente entre as 
partes sem a intermediação da corretora, Alice terá 
direito à metade remuneração pela sua 
corretagem, salvo se comprovada sua inércia ou 
ociosidade. 
C) Maria nada deverá pagar a Alice, pois o negócio 
jurídico foi realizado diretamente entre as partes 
sem a intermediação da corretora. 
D) Maria deve pagar a Alice o percentual ajustado 
a título de corretagem. Por ter sido ajustada 
cláusula de exclusividade, mesmo que o negócio 
jurídico tenha sido diretamente entre as partes sem 
a intermediação da corretora, Alice terá direito à 
remuneração integral pela sua corretagem, mesmo 
se comprovada sua inércia ou ociosidade. 
Comentário Longo 
A questão versa sobre o contrato de corretagem e 
suas disposições. 
Segundo Orlando Gomes, “a corretagem consiste 
a atividade de corretor em aproximar pessoas que 
desejam contratar, pondo-as em contato”. Tal 
atividade será feita mediante aconselhamento e 
informação na conclusão de contrato, além de 
procurar o corretor conciliar os interesses das 
pessoas que aproxima, segundo previsão do art. 
722. 
A corretagem é contrato bilateral, consensual, não 
solene, oneroso, acessório e aleatório. É contrato 
não solene, porque pode ser mesmo verbal. 
Acessório porque depende de um contrato 
principal, evidentemente. Aleatório, dado que há 
risco ligado à celebração ou não do contrato 
principal. 
Segundo a regra do a art. 724, a remuneração do 
corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada 
entre ele e o comitente, será arbitrada segundo a 
natureza do negócio e os usos locais. A 
remuneração da corretagem é também chamada 
de comissão, daí muitos confundirem os dois 
contratos. Diferem, evidente, pelo objetivo de cada 
um. 
E aquem cabe o pagamento da comissão ao 
corretor? Ora, evidentemente, a quem buscou o 
corretor para que o aproximasse de outrem para 
realizar o negócio. Esse, inclusive, é o 
entendimento do STJ (REsp 1.288.450) num caso 
de corretagem imobiliária, na qual o comprador 
buscou o corretor para que encontrasse um imóvel. 
De qualquer forma, nada impede que as partes 
ajustem em contrário e mesmo dividam os custos, 
em vista do princípio da autonomia privada. 
Em regra, segundo o art. 723 e seu parágrafo único, 
cabe ao corretor prestar ao cliente, 
espontaneamente, de maneira diligente e 
prudente, todas as informações sobre o andamento 
do negócio. Além disso, deve prestar 
esclarecimentos sobre a segurança, o risco e 
quaisquer outros fatores que possam influenciar o 
resultado do negócio, sob pena de responder por 
perdas e danos. 
Por outro lado, a remuneração do corretor é 
devida, inclusive, se o negócio não se finaliza por 
48 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
arrependimento de uma das partes, na dicção do 
art. 725. Ele a receberá, ainda, mesmo quando 
dispensado e o negócio se realizar posteriormente, 
como fruto da sua mediação, conforme estabelece 
o art. 727. 
Assim, a remuneração de Alice é devida, em seu 
total. 
Gabarito: A 
Letra A (item árvore: 1) 
A alternativa está correta, pois Maria deverá pagar 
a Alice o valor ajustado pela corretagem 
integralmente, nos termos do art. 726: "Iniciado e 
concluído o negócio diretamente entre as partes, 
nenhuma remuneração será devida ao corretor; 
mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com 
exclusividade, terá o corretor direito à 
remuneração integral, ainda que realizado o 
negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada 
sua inércia ou ociosidade". 
Letra B (item árvore: 1) 
A alternativa está incorreta, pois a remuneração de 
Alice deve ser integral, não apenas a metade. 
Letra C (item árvore: 1) 
A alternativa está incorreta, pois Alice tem direito 
ao valor ajustado a título de corretagem. 
Letra D (item árvore: 1) 
A alternativa está incorreta, pois caso comprovado 
a inércia ou ociosidade do corretor, a remuneração 
deixa de ser devida. 
Comentário Curto 
Maria deverá pagar a Alice o valor ajustado pela 
corretagem integralmente, nos termos do art. 726: 
"Iniciado e concluído o negócio diretamente entre 
as partes, nenhuma remuneração será devida ao 
corretor; mas se, por escrito, for ajustada a 
corretagem com exclusividade, terá o corretor 
direito à remuneração integral, ainda que realizado 
o negócio sem a sua mediação, salvo se 
comprovada sua inércia ou ociosidade". 
 
Questão 40. 
Paula, casada com Marcos, desapareceu de seu 
domicílio, localizado na cidade de Goiânia/GO, 
sem dar notícias e não deixando procurador 
conhecido para administrar seus bens. Passados 
dez anos do trânsito em julgado da sentença de 
abertura da sucessão provisória dos bens deixados 
por Paula, seu marido requereu a sucessão 
definitiva. Sobre o caso, assinale a alternativa 
correta. 
A) haverá a presunção de morte de Paula passados 
cinco anos da abertura da sucessão provisória. O 
casamento de Paula e Marcos poderá ser dissolvido 
com a abertura da sucessão provisória. 
B) haverá a presunção de morte de Paula após a 
abertura da sucessão definitiva. O casamento de 
Paula e Marcos poderá ser dissolvido com a 
abertura da sucessão definitiva. 
C) haverá a presunção de morte de Paula após a 
abertura da sucessão provisória. O casamento de 
Paula e Marcos poderá ser dissolvido com a 
abertura da sucessão definitiva. 
D) haverá a presunção de morte de Paula após a 
abertura da sucessão definitiva. O casamento de 
Paula e Marcos não poderá ser dissolvido, pois não 
há previsão legal para a dissolução por ausência. 
Comentário Longo 
A questão versa sobre a ausência e a possibilidade 
da dissolução do casamento nesses casos. 
A ausência é estabelecida pelo art. 22 do CC/2002: 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu 
domicílio sem dela haver notícia, se não houver 
deixado representante ou procurador a quem caiba 
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de 
qualquer interessado ou do Ministério Público, 
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Em outras palavras, a ausência ocorre quando a 
pessoa desaparece do domicílio sem deixar 
49 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
representante ou procurador, havendo dúvida 
quanto à sua existência. Nesse caso, segundo tal 
artigo, instaura-se um processo para que possa o 
juiz decretar a ausência. No entanto, mesmo que 
tenha deixado mandatário, pode a pessoa ser 
considerada ausente. Quando? O art. 23, na 
sequência, delimita essas hipóteses: 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se 
nomeará curador, quando o ausente deixar 
mandatário que não queira ou não possa exercer 
ou continuar o mandato, ou se os seus poderes 
forem insuficientes. 
Esse processo é regulado pelo CC/2002 e pelo 
CPC. Como? Primeiro, o juiz vai mandar arrecadar 
os bens do ausente e nomear um curador, que será, 
segundo o art. 25, prioritariamente, o cônjuge do 
ausente, sempre que não estejam separados 
judicialmente, ou de fato por mais de dois anos 
antes da declaração da ausência. 
Depois disso, começa o procedimento de 
arrecadação, que nada mais é do que a indicação 
dos bens que compunham o patrimônio do 
ausente. Feita a arrecadação, o juiz publica editais 
durante um ano, na internet, no site do Tribunal, na 
plataforma do CNJ, ou, não havendo sítio, no 
órgão oficial e na imprensa da comarca, 
reproduzidos de dois em dois meses, anunciando a 
arrecadação e chamando o ausente a entrar na 
posse de seus bens, na forma do art. 745 do CPC. 
Cuidado, porém, porque há uma exceção a esse 
prazo ânuo. O art. 26 estabelece que no caso de o 
ausente ter deixado representante ou procurador 
(nos casos de art. 23), esse prazo será de três anos, 
e não de apenas um. 
Em outras palavras, esse prazo é uma espécie de 
chance que o juiz dá para o ausente voltar, antes 
que seus bens sejam postos à disposição dos 
herdeiros. Caso o ausente, seus descendentes ou 
ascendentes apareçam, cessa a curadoria, 
conforme o art. 745, §4º do CPC. Do contrário, 
continua-se com o procedimento regularmente. 
Quem fará o pedido de abertura provisória da 
sucessão? Os interessados, resumidamente. Quem 
são os interessados, aqueles dispostos no art. 27, 
do CC. 
Se não reaparecer o ausente, começa nova fase, a 
sucessão definitiva. Quando essa fase terá início? 
Em duas situações, que contam com prazos 
distintos: 
• Art. 37 
• 10 anos depois de transitada em julgado a 
sentença de abertura da sucessão provisória, em 
geral 
• Art. 38 
• 5 anos depois das últimas notícias do ausente, 
quando tiver mais de 80 anos na data do 
desaparecimento. 
Após a abertura da sucessão definitiva, haverá a 
presunção de morte de Paula, conforme dispõe o 
art. 6º, do CC. 
Quanto a dissolução do casamento, o art. 1.571, 
inc. I e §1º estabelecem que a sociedade conjugal 
termina com a morte de um dos cônjuges, assim, 
havendo a presunção de morte, com a abertura da 
sucessão definitiva, esta pode ser requerida. 
Gabarito: B 
Letra A (item árvore: 1 e 22) 
A alternativa está incorreta, pois a presunção de 
morte ocorre com a abertura da sucessão definitiva, 
conforme o art. 6º. O casamento, só poderá ser 
com abertura da sucessão definitiva, quando há 
presunção de morte, conforme art. 1.571, inc. I e §
1º. 
Letra B (item árvore: 1 e 22) 
A alternativa está correta, pois a morte presumida 
é declarada com a abertura da sucessão definitiva, 
nos termos do art. 6º: “A existência da pessoa 
natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei 
autoriza a abertura de sucessão definitiva”. 
50 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Quanto ao casamento, este é dissolvido com a 
declaração de morte presumida, conforme art. 
1.571, inc. I e §1º: “A sociedade conjugal 
termina: I - pela morte de um dos cônjuges; § 1 º 
O casamento válidosó se dissolve pela morte de 
um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a 
presunção estabelecida neste Código quanto ao 
ausente”. 
Letra C (item árvore: 1 e 22) 
A alternativa está incorreta, pois a morte presumida 
ocorre com a abertura da sucessão definitiva. 
Letra D (item árvore: 1 e 22) 
A alternativa está incorreta, pois com a declaração 
de morte presumida, é possível a dissolução da 
sociedade conjugal. 
Comentário Curto 
A morte presumida é declarada com a abertura da 
sucessão definitiva, nos termos do art. 6º: “A 
existência da pessoa natural termina com a morte; 
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos 
em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva”. Quanto ao casamento, este é 
dissolvido com a declaração de morte presumida, 
conforme art. 1.571, inc. I e §1º: “A sociedade 
conjugal termina: I - pela morte de um dos 
cônjuges; § 1 º O casamento válido só se dissolve 
pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, 
aplicando-se a presunção estabelecida neste 
Código quanto ao ausente”. 
Gabarito: B 
 
Questão 41. 
Lucas deve R$ 500,00 (quinhentos reais) a Marcos, 
valor que pegou emprestado para quitar uma 
dívida. Contudo, na data combinada para o 
pagamento, Lucas não tinha o dinheiro. Assim, para 
não ficar em mora, Lucas ofereceu a Marcos um 
relógio avaliado em R$ 2.000,00 (dois mil reais) 
para quitar a dívida. Sobre o caso, é correto afirmar 
que: 
A) Trata-se de dação em pagamento e Marcos 
deverá aceitar o relógio, pois mais valioso que a 
prestação. 
B) Trata-se de novação, pois Lucas inovou a dívida 
dando o relógio como pagamento, mas Marcos não 
será obrigado a aceitar a prestação diversa. 
C) Trata-se de pagamento com sub-rogação, onde 
Lucas ofereceu prestação diversa e Marcos deverá 
aceitar, pois mais valiosa que a dívida principal. 
D) Trata-se de dação em pagamento, mas Marcos 
não será obrigado a receber prestação diversa, 
ainda que mais valiosa. 
Comentário Longo 
O credor não é obrigado a receber coisa diversa da 
devida, ainda que mais valiosa. Quando, 
entretanto, o devedor oferece coisa diversa da 
devida e o credor aceita receber, para liberação 
total ou parcial da obrigação, opera-se a dação em 
pagamento, segundo o art. 356. Ou seja, ela é um 
acordo sobre o pagamento por oferta feita pelo 
devedor e aceitação do credor de coisa diversa da 
devida. 
Assim, caso Marcos aceite o relógio, haverá a 
dação em pagamento, mas ele não é obrigado a 
aceitar, mesmo que seja mais valioso que a dívida, 
conforme art. 356: "O credor pode consentir em 
receber prestação diversa da que lhe é devida". 
A novação, por sua vez, ocorre quando surge uma 
nova obrigação com o condão de extinguir a 
anterior. Ou seja, a novação traz em si uma 
operação tríplice: desfazimento da relação jurídica 
obrigacional original (1), para que com ânimo de 
novar (2), constitua-se nova relação (3). Com ela, 
criam-se novos direitos e obrigações para as partes, 
que não se ligam às obrigações anteriores, 
novadas. Sua principal utilidade é em relação aos 
efeitos, pois a novação extingue a obrigação 
anterior com todas as suas garantias, acessórios, 
51 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
exceções pessoais, privilégios creditórios e 
solidariedade, salvo estipulação em contrário 
(novação parcial), conforme se estabelece nos arts. 
364 e 365. 
Já o pagamento com sub-rogação, primeiro ocorre 
o pagamento feito por outrem e, posteriormente, 
a sub-rogação deste no lugar do credor. Nesses 
casos, o sujeito sub-roga-se, assume a posição do 
credor, com todos os bônus da assunção. 
Gabarito: D 
Comentário Curto 
Caso Marcos aceite o relógio, haverá a dação em 
pagamento, mas ele não é obrigado a aceitar, 
mesmo que seja mais valioso que a dívida, 
conforme art. 356: "O credor pode consentir em 
receber prestação diversa da que lhe é devida". 
Gabarito: D 
 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
Ricardo Torques 
Questão 42. 
Cristina é advogada e está defendendo Tiago em 
juízo, o qual teve contra si proposta pelo Ministério 
Público ação de destituição do poder familiar de 
seus filhos. Após regular trâmite processual, foi 
prolatada decisão deferindo o pedido de 
destituição. Cristina pretende apelar da decisão. 
Sobre o recurso, assinale a alternativa correta: 
a) O prazo recursal é de 10 dias. 
b) O prazo recursal é contado em dias úteis. 
c) É necessário comprovar o recolhimento do 
preparo para o processamento do recurso. 
d) A apelação não terá prioridade de tramitação. 
Comentário Longo 
A questão exige conhecimento de particularidades 
dos recursos nos procedimentos relativos aos 
direitos de criança e adolescente. 
É melhor analisar as alternativas separadamente, 
pois se referem a regras diferentes: 
Letra A 
CORRETA 
Conforme dispõe o inciso II do art. 198, o prazo 
recursal nos procedimentos do ECA é de 10 dias: 
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da 
Infância e da Juventude, inclusive os relativos à 
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-
á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as 
seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 
12.594, de 2012) (Vide) 
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de 
declaração, o prazo para o Ministério Público e para 
a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação 
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 
Letra B 
INCORRETA 
Conforme dispõe o § 2º do art. 152, os prazos do 
ECA são contados em dias corridos, previsão que 
se estende aos recursos, para os quais não há 
previsão diversa. 
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei 
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais 
previstas na legislação processual pertinente. 
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis 
aos seus procedimentos são contados em dias 
corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia 
do vencimento, vedado o prazo em dobro para a 
Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído 
pela Lei nº 13.509, de 2017) 
Letra C 
INCORRETA 
Os recursos do ECA estão dispensados de preparo, 
conforme o art. 198, inciso I: 
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da 
Infância e da Juventude, inclusive os relativos à 
52 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-
á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as 
seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 
12.594, de 2012) (Vide) 
I - os recursos serão interpostos 
independentemente de preparo; 
Letra D 
INCORRETA 
Na forma do inciso III do art. 198, os recursos têm 
preferência de julgamento: 
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da 
Infância e da Juventude, inclusive os relativos à 
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-
á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as 
seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 
12.594, de 2012) (Vide) 
III - os recursos terão preferência de julgamento e 
dispensarão revisor; 
Comentário Curto 
É importante estar atento para os detalhes dos 
procedimentos do ECA, correndo o advogado 
desatento risco de incorrer em erros que 
prejudiquem o seu representado. 
A alternativa A está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 43. 
João Vitor, criança de 4 anos, é filho de Cláudio. 
Cláudio está preso por ter praticado o crime de 
homicídio culposo. Cláudio pretende, durante seu 
período na prisão, manter contato com João Vitor. 
Sobre essa situação, assinale a alternativa correta: 
a) A convivência do pai preso só é viável com filhos 
que sejam adolescentes. 
b) Se Cláudio comprovar que é o único responsável 
por João Vitor, será possível que este permaneça 
em ala própria do estabelecimento prisional 
permanentemente enquanto Cláudio estiver preso. 
c) Depende de autorização judicial a possibilidade 
de que presos recebam visitas de seus filhos 
menores. 
d) É garantido o direito de convivência de João 
Vitorcom seu Cláudio, o que é efetivado por meio 
de visitas periódicas. 
Comentário Longo 
A questão exige conhecimento do direito ao 
convívio familiar entre os filhos menores e seus pais 
presos. 
De acordo com o § 4º do art. 19 do ECA, é 
garantida a convivência da criança e do 
adolescente com a mãe ou pai privado de 
liberdade, por meio de visitas periódicas 
promovidas pelo responsável ou, se o menor 
estiver em situação de acolhimento institucional, as 
visitas serão promovidas pela entidade de 
acolhimento. Não se exige autorização judicial para 
a realização das visitas: trata-se de direito que 
decorre da própria lei: 
Art. 19. § 4 Será garantida a convivência da criança 
e do adolescente com a mãe ou o pai privado de 
liberdade, por meio de visitas periódicas 
promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de 
acolhimento institucional, pela entidade 
responsável, independentemente de autorização 
judicial. 
Com isso, vejamos as alternativas: 
Letra A 
INCORRETA 
Crianças também têm direito à convivência familiar 
com os pais presos. 
Letra B 
INCORRETA 
O direito de convivência é exercido por meio de 
visitas periódicas. Não é viável a permanência de 
53 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
crianças em estabelecimentos prisionais, que são 
voltados exclusivamente para a detenção dos 
reclusos. 
Letra C 
INCORRETA 
Não se exige autorização judicial. O direito decorre 
da própria lei. 
Letra D 
CORRETA 
É garantido o direito de visita periódica aos pais 
presos pelos filhos menores. 
Comentário Curto 
O direito à convivência familiar é essencial para 
garantir a permanência da família. Os filhos têm o 
direito de manter relação com os pais, ainda que 
presos. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Direito do Consumidor 
Igor Maciel 
Questão 44. 
Clóvis firmou com determinada instituição bancária 
contrato de empréstimo consignado, sendo certo 
que possuía outras dívidas que o levaram à 
condição de superendividado. Diante disso, 
procurou você, na qualidade de advogado, 
pretendendo quitar todas as suas dívidas, mas não 
sabia como fazê-lo. Você deverá informar 
corretamente que: 
a) O pedido do consumidor de repactuação de 
dívidas importará em declaração de insolvência civil 
e poderá ser repetido somente após decorrido o 
prazo de 5 (cinco) anos, contado da liquidação das 
obrigações previstas no plano de pagamento 
homologado, sem prejuízo de eventual 
repactuação. 
b) Superendividamento corresponde à 
impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa 
natural ou jurídica, de boa-fé, pagar a totalidade de 
suas dívidas de consumo, desde que vencidas, sem 
comprometer seu mínimo existencial, nos termos 
da regulamentação. 
c) Excluem-se do processo de repactuação as 
dívidas, ainda que decorrentes de relações de 
consumo, oriundas de contratos celebrados 
dolosamente sem o propósito de realizar 
pagamento, bem como as dívidas provenientes de 
contratos de crédito com garantia real, de 
financiamentos imobiliários e de crédito rural. 
d) Se não houver êxito na conciliação em relação a 
quaisquer credores, o juiz instaurará de ofício 
processo por superendividamento para revisão e 
integração dos contratos e repactuação das dívidas 
remanescentes mediante plano judicial 
compulsório e procederá à citação de todos os 
credores, participantes ou não do acordo 
porventura celebrado. 
Comentário Longo 
A questão aborda o tema do superendividamento. 
Inicialmente, o art. 54-A, §1º, do CDC estabelece 
o conceito de superendividamento: 
Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção 
do superendividamento da pessoa natural, sobre o 
crédito responsável e sobre a educação financeira 
do consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 
2021) 
§ 1º Entende-se por superendividamento a 
impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa 
natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas 
dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem 
comprometer seu mínimo existencial, nos termos 
da regulamentação. 
Adiante, o CDC prevê o procedimento de 
repactuação de dívidas, do seguinte modo: 
54 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Art. 104-A. A requerimento do consumidor 
superendividado pessoa natural, o juiz poderá 
instaurar processo de repactuação de dívidas, com 
vistas à realização de audiência conciliatória, 
presidida por ele ou por conciliador credenciado no 
juízo, com a presença de todos os credores de 
dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual 
o consumidor apresentará proposta de plano de 
pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos, 
preservados o mínimo existencial, nos termos da 
regulamentação, e as garantias e as formas de 
pagamento originalmente pactuadas. (Incluído pela 
Lei nº 14.181, de 2021) 
§ 1º Excluem-se do processo de repactuação as 
dívidas, ainda que decorrentes de relações de 
consumo, oriundas de contratos celebrados 
dolosamente sem o propósito de realizar 
pagamento, bem como as dívidas provenientes de 
contratos de crédito com garantia real, de 
financiamentos imobiliários e de crédito rural. 
(...) 
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere o 
caput deste artigo não importará em declaração de 
insolvência civil e poderá ser repetido somente 
após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado 
da liquidação das obrigações previstas no plano de 
pagamento homologado, sem prejuízo de eventual 
repactuação. 
(...) 
Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em 
relação a quaisquer credores, o juiz, a pedido do 
consumidor, instaurará processo por 
superendividamento para revisão e integração dos 
contratos e repactuação das dívidas remanescentes 
mediante plano judicial compulsório e procederá à 
citação de todos os credores cujos créditos não 
tenham integrado o acordo porventura celebrado. 
Portanto, correto o item C ao afirmar que são 
excluídas do processo de repactuação as dívidas 
oriundas de contratos celebrados dolosamente 
sem o propósito de realizar pagamento, bem como 
as dívidas provenientes de contratos de crédito 
com garantia real, de financiamentos imobiliários e 
de crédito rural. 
Letra A 
INCORRETA. 
Segundo o art. 104-A, §5º, do CDC, o pedido do 
consumidor de repactuação de dívidas não 
importará em declaração de insolvência civil e 
poderá ser repetido somente após decorrido o 
prazo de 2 (dois) anos, contado da liquidação das 
obrigações previstas no plano de pagamento 
homologado, sem prejuízo de eventual 
repactuação. 
Letra B 
INCORRETA. 
Segundo art. 54-A, §1º, do CDC, entende-se por 
superendividamento a impossibilidade manifesta 
de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar 
a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis 
e vincendas, sem comprometer seu mínimo 
existencial, nos termos da regulamentação. 
Letra C 
CORRETA. 
Segundo art. 104-A, §1º, do CDC, excluem-se do 
processo de repactuação as dívidas, ainda que 
decorrentes de relações de consumo, oriundas de 
contratos celebrados dolosamente sem o 
propósito de realizar pagamento, bem como as 
dívidas provenientes de contratos de crédito com 
garantia real, de financiamentos imobiliários e de 
crédito rural. 
Letra D 
INCORRETA. 
Segundo art. 104-B do CDC, se não houver êxito 
na conciliação em relação a quaisquer credores, o 
juiz, a pedido do consumidor, instaurará processo 
por superendividamento para revisão e integração 
dos contratos e repactuação das dívidas 
55 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
remanescentes mediante plano judicial 
compulsório e procederá à citação de todos os 
credores cujos créditos não tenham integrado o 
acordo porventura celebrado. 
Comentário Curto 
Segundo art. 104-A, §1º, do CDC, excluem-se do 
processo de repactuação as dívidas, ainda que 
decorrentes de relações de consumo, oriundas de 
contratos celebrados dolosamente sem o 
propósito de realizar pagamento, bem como as 
dívidas provenientes de contratos de crédito com 
garantia real, de financiamentos imobiliários e de 
crédito rural. 
Gabarito: C 
 
Questão 45.Valdemar, gari, estava em serviço no dia 
03⁄08⁄2018, quando foi vítima de atropelamento 
provocado pelo auto-ônibus placa XXX, de 
propriedade da empresa concessionária de 
transporte urbano municipal, causando-lhe lesões. 
O motorista evadiu-se do local sem prestar socorro, 
sendo certo que o fato se deu devido à 
imprudência do preposto da concessionária, na 
condução do veículo, já que ao manobrá-lo para 
sair do ponto de ônibus existente no local, 
atropelou o autor, que se encontrava varrendo o 
meio-fio. Sobre o tema, é correto afirmar: 
a) É para ao CDC suficiente a existência de uma 
relação de consumo, ou seja, que o produto seja 
fornecido e o serviço esteja sendo prestado dentro 
do escopo do Código de Defesa do Consumidor, 
para que, advindo daí um acidente de consumo a 
vitimar alguém, integrante ou não da cadeia de 
consumo, incidam os institutos protetivos do CDC. 
b) O Código de Defesa do Consumidor exige que 
o consumidor, conjuntamente ao terceiro 
considerado consumidor por equiparação 
(bystander), seja vitimado pelo acidente de 
consumo para que a extensão se verifique. 
c) Como a relação não é de consumo, aplica-se a 
prescrição trienal do art. 206, §3º, inciso V, do 
Código Civil de 2002, afastando o prazo 
prescricional quinquenal previsto no Código de 
Defesa do Consumidor para acidentes de consumo. 
d) O Código de Defesa do Consumidor classifica 
como bystander a pessoa natural ou jurídica, 
pública ou privada, que adquire ou utiliza produto 
como destinatário final do bem ou serviço que lhe 
causou o dano. 
Comentário Longo 
A questão aborda o conceito de consumidor por 
equiparação, diante de um acidente de consumo. 
Na situação, um gari foi atropelado por ônibus de 
concessionária de serviços públicos. 
Primeiramente, o art. 22 do CDC dispõe: 
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas 
empresas, concessionárias, permissionárias ou sob 
qualquer outra forma de empreendimento, são 
obrigados a fornecer serviços adequados, 
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, 
contínuos. 
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, 
total ou parcial, das obrigações referidas neste 
artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a 
cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma 
prevista neste código. 
Ademais, o art. 2º do CDC conceitua: 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica 
que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a 
coletividade de pessoas, ainda que 
indetermináveis, que haja intervindo nas relações 
de consumo. 
Contudo, para o CDC, também são consumidores 
por equiparação todas as vítimas do evento danoso 
(bystander) e todas as pessoas determináveis ou 
56 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
não, expostas às práticas comerciais previstas no 
Código, nos termos dos arts. 17 e 29 do CDC. 
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se 
aos consumidores todas as vítimas do evento. 
(...) 
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, 
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas 
determináveis ou não, expostas às práticas nele 
previstas. 
Assim, para o STJ, o Código de Defesa do 
Consumidor, em nenhum dos seus dispositivos 
exige que o consumidor, conjuntamente ao 
terceiro considerado consumidor por equiparação 
(bystander), seja vitimado pelo acidente de 
consumo para que a extensão se verifique. 
É para ao CDC suficiente a existência de uma 
relação de consumo, ou seja, que o produto seja 
fornecido e o serviço esteja sendo prestado dentro 
do escopo do Código de Defesa do Consumidor, 
para que, advindo daí um acidente de consumo a 
vitimar alguém, integrante ou não da cadeia de 
consumo, incidam os institutos protetivos do CDC. 
Desse modo, quando a relação é de consumo e o 
acidente ocorre no seu contexto, desimporta o fato 
de o consumidor não ter sido vitimado para que o 
terceiro por ele diretamente prejudicado seja 
considerado bystander. Assim, afasta-se a 
prescrição trienal do art. 206, §3º, inciso V, do 
CCB, incidindo o prazo prescricional quinquenal 
previsto no art. 27 do CDC. 
Nesse sentido: 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E 
CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
ALEGADO ACIDENTE DE CONSUMO. FALHA NA 
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE 
PESSOAS. ATROPELAMENTO. CONSUMIDOR 
POR EQUIPARAÇÃO. INCIDÊNCIA DO CDC. 
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 1. Demanda 
indenizatória ajuizada por pedestre atropelado por 
ônibus durante a prestação do serviço de 
transporte de pessoas. 2. Enquadramento do 
demandante atropelado por ônibus coletivo, 
enquanto vítima de um acidente de consumo, no 
conceito ampliado de consumidor estabelecido 
pela regra do art. 17 do CDC ("bystander"), não 
sendo necessário que os consumidores, usuários do 
serviço, tenham sido conjuntamente vitimados. 3. A 
incidência do microssistema normativo do CDC 
exige apenas a existência de uma relação de 
consumo sendo prestada no momento do evento 
danoso contra terceiro (bystander). 4. Afastamento 
da prescrição trienal do art. 206, §3º, inciso V, do 
CCB, incidindo o prazo prescricional quinquenal 
previsto no art. 27 do CDC. 5. Não implementado 
o lapso prescricional quinquenal, determinação de 
retorno dos autos ao primeiro grau de jurisdição 
para que lá se continue no exame da pretensão 
indenizatória. 6. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 
(REsp 1787318/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO 
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
16/06/2020, DJe 18/06/2020) 
Portanto, correta a letra A. 
Letra A 
CORRETA. 
Segundo entendimento do STJ, é para ao CDC 
suficiente a existência de uma relação de consumo, 
ou seja, que o produto seja fornecido e o serviço 
esteja sendo prestado dentro do escopo do 
Código de Defesa do Consumidor, para que, 
advindo daí um acidente de consumo a vitimar 
alguém, integrante ou não da cadeia de consumo, 
incidam os institutos protetivos do CDC. 
Letra B 
INCORRETA. 
Entende o STJ que o Código de Defesa do 
Consumidor, em nenhum dos seus dispositivos, 
exige que o consumidor, conjuntamente ao 
terceiro considerado consumidor por equiparação 
(bystander), seja vitimado pelo acidente de 
consumo para que a extensão se verifique. 
57 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Letra C 
INCORRETA. 
No caso, afasta-se a prescrição trienal do art. 206, 
§3º, inciso V, do CCB, incidindo o prazo 
prescricional quinquenal previsto no art. 27 do 
CDC. 
Letra D 
INCORRETA. 
O art. 17 do CDC traz o conceito de consumidor 
bystander ao dispor que são consumidores 
equiparados todas as vítimas do evento. 
Comentário Curto 
Correta a letra A, pois, segundo entendimento do 
STJ, é para ao CDC suficiente a existência de uma 
relação de consumo, ou seja, que o produto seja 
fornecido e o serviço esteja sendo prestado dentro 
do escopo do Código de Defesa do Consumidor, 
para que, advindo daí um acidente de consumo a 
vitimar alguém, integrante ou não da cadeia de 
consumo, incidam os institutos protetivos do CDC. 
 
Direito Empresarial 
Alessandro Sanchez 
Questão 46. 
A respeito da resolução da sociedade quanto a um 
sócio e liquidação societária, é correto afirmar que: 
a) esse ato desconstitui a pessoa jurídica. 
b) o liquidante é proibido de pagar dívidas 
vincendas. 
c) esse ato obsta a possibilidade de efetuar a 
transformação. 
d) a sociedade se extingue ao ser averbada a ata da 
assembleia de liquidação. 
Comentários 
A alternativa está correta, nos exatos termos do art. 
1109, CC, a seguir: "Art. 1.109. Aprovadas as 
contas, encerra-se a liquidação, e a sociedade se 
extingue, ao ser averbada no registro próprio a ata 
da assembleia." A alternativa "A" está incorreta, já 
que a pessoa jurídica apenas será desconstituída 
com a extinção, que vem em sequência. A 
alternativa "B" está incorreta, pois o liquidante 
pode efetivar o pagamento de suas dívidas, e, aliás, 
deve fazê-lo. A alternativa "C" está incorreta, já 
que é possível efetivar a transformação da 
sociedade, desde que a empresa não tenha sido 
extinta. 
Gabarito:D 
 
Questão 47. 
A Lei nº 11.101/2005 trouxe para o nosso 
ordenamento jurídico o instituto da recuperação 
judicial, tendo os seguintes princípios basilares: 
Preservação da Empresa e Viabilidade Econômica. 
Diante do exposto, o instituto mencionado não se 
aplica-se à Sociedade 
a) microempreendedor individual. 
b) simples. 
c) limitada. 
d) empresária. 
Comentários 
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a 
recuperação extrajudicial e a falência do 
empresário e da sociedade empresária, doravante 
referidos simplesmente como devedor. A 
alternativa "B" é a única que demonstra uma 
situação não empresarial. 
Gabarito: B 
 
Questão 48. 
Assinale a opção que indica a denominação dada a 
um atributo do estabelecimento empresarial com 
direta relação com a organização e administração 
da empresa, e que muitas vezes assume papel 
preponderante para o sucesso da empresa, seja 
pela relação com os clientes, seja pela relação com 
58 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
os fornecedores, e que não pode ser 
comercializado individualmente. 
a) clientela. 
b) aviamento. 
c) trespasse. 
d) ponto empresarial. 
Comentários 
O aviamento é um atributo do estabelecimento. 
Confere valor econômico ao instituto, muito 
embora não tenha valor separado. A doutrina é 
pacífica nesse sentido e a jurisprudência 
acompanha. 
Gabarito: B 
 
Questão 49. 
Responda de acordo com o Código Civil Brasileiro, 
assinalando a assertiva CORRETA: 
a) A sociedade anônima funciona sob firma 
integrada pelo vocábulo "companhia". 
b) A omissão da palavra "limitada" determina a 
responsabilidade solidária e ilimitada dos 
administradores que assim empregarem a firma ou 
a denominação da sociedade. 
c) A sociedade em que houver sócios de 
responsabilidade ilimitada operará sob 
denominação. 
d) Cabe ao prejudicado, no prazo de cinco anos, 
ação para anular a constituição da pessoa jurídica 
por violação da lei ou do contrato. 
Comentários 
A hipótese estampada na alternativa “B” está de 
acordo com a letra do código civil no artigo 1158, 
3.º “A omissão da palavra "limitada" determina a 
responsabilidade solidária e ilimitada dos 
administradores que assim empregarem a firma ou 
a denominação da sociedade.” 
Gabarito: B 
 
Questão 50. 
Os atos do empresário individual impedido por 
exercer atividade incompatível com a empresa 
serão considerados: 
a) nulos; 
b) anuláveis; 
c) válidos; 
d) ineficazes. 
Comentários 
A alternativa “C” está correta. Nos termos do art. 
973 do Código Civil: “Art. 973. A pessoa 
legalmente impedida de exercer atividade própria 
de empresário, se a exercer, responderá pelas 
obrigações contraídas.” As alternativas A, B e D 
estão incorretas. Os argumentos são exatamente 
os mesmos. 
Gabarito: C 
 
Direito Processual Civil 
Ricardo Torques 
Questão 51. 
A empresa Paladin teve contra si proposta ação 
monitória fundada em contrato preliminar. O 
advogado Jair Macedo foi contratado para atuar na 
defesa da empresa. Jair verificou que a empresa 
poderia formular algumas objeções relativas ao 
próprio negócio jurídico, mas o pedido estava, no 
mais, adequadamente instruído. Além disso, 
analisando o contrato, Jair constatou que a 
empresa teria direitos contrapostos em relação à 
autora. Sobre essa situação, é correto afirmar que: 
a) não é possível formular objeções relativas ao 
próprio negócio jurídico em sede de embargos à 
ação monitória nem cabe a formulação de 
reconvenção nesse procedimento especial. 
b) A cognição dos embargos à ação monitória é 
ampla, cabendo a formulação de objeções relativas 
59 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
ao negócio jurídico, no entanto, não cabe a 
formulação de reconvenção nesse procedimento 
especial. 
c) Não é possível formular objeções relativas ao 
próprio negócio jurídico em sede de embargos à 
ação monitória, mas é possível a formulação de 
reconvenção nesse procedimento especial. 
d) A cognição dos embargos à ação monitória é 
ampla, cabendo a formulação de objeções relativas 
ao negócio jurídico e é possível a formulação de 
reconvenção nesse procedimento especial. 
Comentário Longo 
Questão que exige conhecimento do 
procedimento de embargos à ação monitória. 
Em primeiro lugar, a cognição em sede de 
embargos à monitória é ampla, sendo viável a 
alegação de fatos que poderiam ser formulados em 
defesa no procedimento comum. Portanto, 
qualquer objeção, inclusive aquelas que tratam da 
própria relação jurídica, pode ser formulada nesses 
embargos. É a previsão do § 1º do art. 702 do 
CPC/2015. 
Além disso, é admissível a formulação de 
reconvenção em sede de ação monitória. É vedada 
tão somente a reconvenção da reconvenção, de 
acordo com o art. 702, § 6º: 
Art. 702. Independentemente de prévia segurança 
do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no 
prazo previsto no art. 701 , embargos à ação 
monitória. 
§ 1º Os embargos podem se fundar em matéria 
passível de alegação como defesa no 
procedimento comum. 
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, 
sendo vedado o oferecimento de reconvenção à 
reconvenção. 
Comentário Curto 
A ação monitória não se confunde com o 
procedimento de execução, cabendo em sede de 
embargos à monitória amplo conhecimento do 
negócio jurídico subjacente. Além disso, é viável a 
formulação de reconvenção nos embargos, 
justamente porque há certa confusão com a fase de 
conhecimento. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 52. 
Marcos, advogado, recebeu substabelecimento de 
um colega seu para representar a empresa Tellus 
SA numa execução movida contra ela. O juiz 
deferiu o processamento da execução e, até o 
momento, não havia qualquer manifestação da 
empresa nos autos. Alguns bens da empresa, no 
entanto, já haviam sido penhorados. Analisando os 
documentos que instruíam o título executivo, 
Marcos constatou que havia cláusula que 
condicionada a obrigação executada a certo 
evento. Verificou ainda que não havia qualquer 
demonstração do implemento do evento por parte 
da exequente. Sobre essa situação, é correto 
afirmar que: 
a) A falta de implemento da condição leva à 
nulidade da execução, que pode ser conhecida de 
ofício do juiz ou alegada a qualquer momento. 
b) A falta de implemento da condição leva à 
nulidade da execução, fato que deve ser alegado 
em sede de embargos à execução sob pena de 
preclusão. 
c) A falta de implemento da condição leva à 
ineficácia dos atos executivos, mas não conduz à 
nulidade da execução, cabendo suspender o 
processo até que haja o implemento. 
d) A falta de implemento da condição não leva à 
nulidade da execução ou à ineficácia dos atos 
executivos. 
Comentário Longo 
60 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
A questão exige conhecimento das causas de 
nulidade do processo de execução, uma das quais 
diz respeito à instauração do procedimento antes 
da verificação da condição ou termo a que estiver 
sujeita a obrigação executada, conforme dispõe o 
art. 803. Além disso, de acordo com o parágrafo 
único, a nulidade independe de embargos à 
execução e pode ser pronunciada de ofício ou a 
requerimento da parte: 
Art. 803. É nula a execução se: 
I - o título executivo extrajudicial não corresponder 
a obrigação certa, líquida e exigível; 
II - o executado não for regularmente citado; 
III - for instaurada antes de se verificar a condição 
ou de ocorrer o termo. 
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este 
artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, independentemente de 
embargos à execução. 
Comentário Curto 
No caso narrado, uma vez que não houve o 
implemento da condição, a execução é nula e o 
reconhecimento dessa nulidade não depende de 
alegação por meio de embargos à execução. 
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 53. 
Pâmela, que mantém atividade econômica por 
meio do seu Instagram, foi surpreendida por uma 
postagem de uma amiga sua, Isaura,na qual esta 
acusava Pâmela de enganar seus seguidores e de 
vender fotos íntimas por meio da rede social. 
Pâmela remeteu o vídeo para sua advogada, Carla, 
pois pretende promover ação de indenização por 
danos morais em razão do fato. Carla compareceu 
a um tabelionato de notas a Em de documentar o 
fato. Sobre esse procedimento, assinale a 
alternativa correta: 
a) O tabelião poderá lavrar uma escritura pública 
por meio da qual irá documentar o vídeo, no 
entanto, não será possível arquivar dados 
eletrônicos representativos de imagem ou som 
gravados. 
b) O tabelião poderá lavrar uma ata notarial por 
meio da qual irá documentar o vídeo, no entanto, 
não será possível arquivar dados eletrônicos 
representativos de imagem ou som gravados. 
c) O tabelião poderá lavrar uma escritura pública 
por meio da qual irá documentar o vídeo, sendo 
possível arquivar dados eletrônicos representativos 
de imagem ou som gravados. 
d) O tabelião poderá lavrar uma ata notarial por 
meio da qual irá documentar o vídeo, sendo 
possível arquivar dados eletrônicos representativos 
de imagem ou som gravados. 
Comentário Longo 
O art. 384 do CPC/2015 autoriza os tabeliões a 
lavrar ata notarial por meio da qual se atesta a 
existência ou o modo de existir de algum fato. 
Além disso, conforme o parágrafo único, é viável o 
arquivamento de dados representados por imagem 
ou som gravados: 
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum 
fato podem ser atestados ou documentados, a 
requerimento do interessado, mediante ata lavrada 
por tabelião. 
Parágrafo único. Dados representados por imagem 
ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão 
constar da ata notarial. 
Não se trata de hipótese de escritura pública, a 
qual é utilizada para a lavratura de negócios 
jurídicos, não para a documentação de fatos. 
Comentário Curto 
De acordo com o exposto, o tabelião deveria lavrar 
uma ata notarial, sendo possível o arquivamento do 
vídeo. É importante conhecer os meios de prova à 
61 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
disposição, o que permite o devido exercício das 
pretensões jurídicas em juízo. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 54. 
Sabrina é sócia minoritária da empresa Cypher 
LTDA. Sabrina entende que os dividendos da 
sociedade não estão sendo pagos de forma 
adequada, por isso, pretende propor uma ação de 
cobrança. O advogado de Sabrina, Salomão, 
constatou que é preciso a realização de uma perícia 
sobre as finanças da empresa para que seja possível 
averiguar se o pleito tem ou não fundamento. 
Assim, Salomão resolveu ingressar com pedido de 
produção antecipada de prova. Sobre a situação, é 
correto afirmar que: 
a) não é viável o pedido de produção antecipada 
no caso narrado, pois esse procedimento só cabe 
quando houver risco de a produção da prova vir a 
se tornar impossível, o que não se verifica na 
situação. 
b) é viável o pedido, sendo que o provimento 
jurisdicional consistirá tão somente na produção da 
prova, sem adentrar no exame das possíveis 
consequências jurídicas. 
c) é viável o pedido e o provimento jurisdicional 
deverá se manifestar sobre a licitude ou não do 
cálculo dos dividendos. 
d) é viável o pedido, mas eventual decisão de 
indeferimento da produção da prova não será 
recorrível. 
Comentário Longo 
No caso, o procedimento de Salomão foi 
adequado. Cabe a produção antecipada de prova 
pois o prévio conhecimento das finanças 
empresariais pode justificar ou evitar o ajuizamento 
de ação. É o que autoriza o art. 381, III, do 
CPC/2015: 
Art. 381. A produção antecipada da prova será 
admitida nos casos em que: 
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar 
ou evitar o ajuizamento de ação. 
Além disso, é preciso saber que, na produção 
antecipada de provas, o juiz não vai se manifestar 
sobre a relação jurídica em si: o provimento 
jurisdicional se resume à determinação de 
produção probatória. Essa regra consta do art. 382, 
§ 2º, segundo o qual o juiz não se pronuncia sobre 
o fato nem sobre as consequências jurídicas: 
Art. 382. § 2º O juiz não se pronunciará sobre a 
ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as 
respectivas consequências jurídicas. 
Além disso, em regra, não cabe defesa ou recurso 
nos procedimentos de produção antecipada de 
prova. Caberá recurso, no entanto, quando o 
pedido for totalmente indeferido. É o que dispõe o 
art. 382, § 4º: 
Art. 382. § 4º Neste procedimento, não se 
admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão 
que indeferir totalmente a produção da prova 
pleiteada pelo requerente originário. 
Sabendo disso, vamos às alternativas: 
Letra A 
INCORRETA. 
Cabe a produção antecipada, pois a produção 
probatória irá justificar ou evitar o ajuizamento de 
ação. 
Letra B 
CORRETA. 
O juiz, no procedimento de produção antecipada, 
não se manifesta sobre as consequências jurídicas 
da prova produzida, mas tão somente determina a 
produção da prova. 
Letra C 
INCORRETA. 
62 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
O juiz não deve se manifestar sobre a relação 
jurídica no âmbito do procedimento de produção 
antecipada de prova. 
Letra D 
INCORRETA. 
A decisão de indeferimento do pedido de 
produção antecipada é recorrível por meio de 
apelação. 
Comentário Curto 
É importante conhecer o procedimento de 
produção antecipada de prova, que pode resolver 
alguns litígios antes mesmos da judicialização, 
como no caso descrito. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 55. 
Está em curso no Tribunal Regional Federal da 3ª 
Região litígio entre a União e o Município de São 
Paulo a respeito da competência para 
licenciamento de determinada atividade 
empresarial, questão exclusivamente de direito a 
respeito da competência constitucional dos entes 
públicos. O relator do processo reputa a questão 
de grande relevância, no entanto, consultando a 
jurisprudência dos Tribunais superiores e do 
próprio TRF-3, verificou que não há precedentes 
sobre o assunto. Constatou, no entanto, que está 
em curso processo com discussão similar perante 
outra turma do TRF-3. Sobre essa situação, é 
correto afirmar que: 
a) Estão presentes os requisitos para a instauração 
de Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas, para o qual se exige apenas a 
existência de possível risco à isonomia e à 
segurança jurídica decorrente de decisões 
contraditórias. 
b) Não cabe a instauração de Incidente de 
Resolução de Demandas Repetitivas, pois não se 
pode afirmar que há repetição da questão em 
múltiplos processos, mas seria possível a 
instauração de Incidente de Assunção de 
Competência, o qual só pode ser provocado de 
ofício pelo relator do processo. 
c) Não cabe a instauração de Incidente de 
Resolução de Demandas Repetitivas, pois não se 
pode afirmar que há repetição da questão em 
múltiplos processos, mas seria possível a 
instauração de Incidente de Assunção de 
Competência, através do qual é possível formar 
tese vinculante para os juízes e órgãos fracionários 
do TRF-3. 
d) Não cabe a instauração de Incidente de 
Resolução de Demandas Repetitivas, pois não se 
pode afirmar que há repetição da questão em 
múltiplos processos, nem a de Incidente de 
Assunção de Competência, pois esse incidente é 
voltado para a resolução de questões fáticas. 
Comentário Longo 
Na situação retratada, temos questão de direito 
que se repete em um único outro processo. 
Não se pode afirmar que há repetição em múltiplos 
processos, portanto, está excluída a possibilidade 
de instauração de Incidente de Resolução de 
Demandas Repetitivas. 
No entanto, a questão é exclusivamente de direito 
e não há repetição em múltiplos processos, 
portanto, caberia a instauração de incidente de 
assunção de competência, na forma do art. 947. O 
incidente pode ser provocado pelo próprio relator 
de um processo, pelas partes, pelo Ministério 
Público ou pela Defensoria Pública, na forma do § 
1º. Além disso, o precedente que se forma em IAC 
é vinculantepara os juízes e para os órgãos 
fracionários do próprio tribunal, conforme o § 3º: 
Art. 947. É admissível a assunção de competência 
quando o julgamento de recurso, de remessa 
necessária ou de processo de competência 
originária envolver relevante questão de direito, 
63 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
com grande repercussão social, sem repetição em 
múltiplos processos. 
§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de 
competência, o relator proporá, de ofício ou a 
requerimento da parte, do Ministério Público ou da 
Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa 
necessária ou o processo de competência originária 
julgado pelo órgão colegiado que o regimento 
indicar. 
§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a 
remessa necessária ou o processo de competência 
originária se reconhecer interesse público na 
assunção de competência. 
§ 3º O acórdão proferido em assunção de 
competência vinculará todos os juízes e órgãos 
fracionários, exceto se houver revisão de tese. 
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando 
ocorrer relevante questão de direito a respeito da 
qual seja conveniente a prevenção ou a 
composição de divergência entre câmaras ou 
turmas do tribunal. 
Com essa noção, vejamos cada umas das 
alternativas: 
Letra A 
INCORRETA. 
Não estão presentes os requisitos para o IRDR, uma 
vez que não há repetição da questão em múltiplos 
processos. 
Letra B 
INCORRETA. 
O erro está na parte final, pois não é apenas o 
relator que pode provocar o incidente. 
Letra C 
CORRETA. 
A questão discutida é de direito e não há repetição 
em múltiplos processos, portanto, cabe a 
instauração de IAC, que forma precedente 
vinculante para os juízes e órgãos do Tribunal. 
Letra D 
INCORRETA. 
Cabe a instauração de IAC, que é voltado para a 
resolução de questões de direito, não de fato. 
Comentário Curto 
É importante conhecer os incidentes de 
competência dos tribunais, principalmente os 
incidentes pelos quais se formam precedentes 
vinculantes. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 56. 
O relator de um processo de apelação verificou que 
o preparo recursal foi recolhido, mas de maneira 
insuficiente. Sobre a situação, assinale a alternativa 
correta: 
a) O relator pode reconhecer de imediato a 
deserção do recurso, proferindo decisão de não 
conhecimento do recurso. 
b) O relator deverá determinar a intimação do 
recorrente pessoalmente para efetuar o 
pagamento da parcela restante em dobro no prazo 
de 5 dias, sob pena de deserção. 
c) O relator deverá determinar a intimação do 
recorrente pessoalmente para efetuar o 
pagamento da parcela restante, sem necessidade 
de pagamento em dobro, no prazo de 5 dias, sob 
pena de deserção. 
d) O relator deverá determinar a intimação do 
recorrente na pessoa do seu advogado para efetuar 
o pagamento da parcela restante, sem necessidade 
de pagamento em dobro, no prazo de 5 dias, sob 
pena de deserção. 
Comentário Longo 
No caso, o preparo foi pago de forma insuficiente. 
De acordo com o § 2º do art. 1.007, não há 
deserção de imediato: o recorrente deve ser 
64 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
intimado, na pessoa de seu advogado, para pagar 
o valor restante no prazo de 5 dias. 
Art. 1.007. § 2º A insuficiência no valor do 
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
implicará deserção se o recorrente, intimado na 
pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no 
prazo de 5 (cinco) dias. 
Além disso, não incide a previsão de pagamento 
em dobro, prevista no § 4º: o pagamento em 
dobro só se aplica quando não houver 
recolhimento do preparo. Se o recolhimento for 
parcial, basta a complementação: 
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de 
interposição do recurso, o recolhimento do 
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
será intimado, na pessoa de seu advogado, para 
realizar o recolhimento em dobro, sob pena de 
deserção. 
Com isso, vejamos cada uma das alternativas: 
Letra A 
INCORRETA. 
Não ocorre de imediato a deserção: apenas após a 
intimação para complementação na pessoa do 
advogado é que poderá haver deserção, se o 
pagamento não for feito no prazo. 
Letra B 
INCORRETA. 
A intimação deve ser feita na pessoa do advogado 
e não se exige o pagamento em dobro no caso de 
insuficiência. 
Letra C 
INCORRETA. 
A intimação deve ser feita na pessoa do advogado. 
Letra D 
CORRETA. 
A intimação para complementação do preparo é 
feita na pessoa do advogado e não se exige o 
pagamento em dobro do valor faltante. 
Comentário Curto 
O Código facilitou a vida do advogado ao admitir 
o pagamento posterior do preparo recursal, 
vedando a prolação de decisões surpresas. Quando 
for possível suprir o vício processual, deve-se 
privilegiar a solução dos problemas processuais. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 57. 
Uma associação de servidores públicos federais 
obteve, em mandado de segurança coletivo, 
decisão reconhecendo a abusividade de certo 
desconto previdenciário. Um grupo de cem 
servidores federais, desvinculado da associação, 
contratou um advogado para promover o 
cumprimento da decisão em face da União a Em de 
reaverem os valores pagos indevidamente de 
forma retroativa. Recebida a petição de 
cumprimento, o juiz entendeu que o número 
excessivo de litisconsortes seria prejudicial ao 
andamento do processo. Além disso, o juiz 
constatou que o montante total ultrapassava a faixa 
de valor que poderia ser paga por meio de 
requisição de pequeno valor, no entanto, alguns 
dos servidores tinham direito a parcela que estava 
contida no limite suscetível de cumprimento 
mediante requisição de pequeno valor. Sobre essa 
situação, é correto afirmar que: 
a) O juiz não poderia limitar o número de 
litisconsortes de ofício, mas apenas por meio de 
requerimento da União. 
b) O juiz não poderia limitar o número de 
litisconsortes de ofício, já que o litisconsórcio que 
se formou é necessário. 
c) O juiz pode limitar o número de litisconsortes de 
ofício, no entanto, a Constituição Federal veda o 
fracionamento de precatórios, portanto, o valor 
devido deverá ser cumprido mediante precatório, 
já que o montante total executado ultrapassa o 
65 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
limite de valor que pode ser cumprido mediante 
requisição de pequeno valor. 
d) O juiz pode limitar o número de litisconsortes de 
ofício e é possível o cumprimento mediante 
requisição de pequeno valor em relação aos 
servidores cujo crédito esteja abrangido pela 
respectiva faixa, uma vez que os litisconsortes são 
considerados litigantes autônomos. 
Comentário Longo 
Em primeiro lugar, é de se ver que o litisconsórcio 
formado não é necessário, mas é facultativo, já que 
cada litisconsorte tem uma relação jurídica 
autônoma com a União e não se exige a formação 
de processo em conjunto. 
Além disso, não se exige requerimento do réu para 
que haja controle do número de litisconsortes. De 
acordo com o art. 113, § 1º, do CPC, a limitação 
do litisconsórcio facultativo pode ocorrer quando o 
número excessivo comprometer a rápida solução 
do litígio ou dificultar o cumprimento da sentença. 
Não se exige requerimento do executado: 
Art. 113. § 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio 
facultativo quanto ao número de litigantes na fase 
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na 
execução, quando este comprometer a rápida 
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o 
cumprimento da sentença. 
Quanto à proibição de fracionamento de 
precatório, o Supremo Tribunal Federal, em sede 
de repercussão geral, no julgamento do RE 
568.645, decidiu que os exequentes são 
considerados litigantes autônomos entre si, pois o 
litisconsórcio que se forma é facultativo. Assim, não 
se considera o montante global devido para fins de 
apuração da forma de cumprimento da decisão, se 
por precatório ou por requisição de pequeno valor: 
deve-se considerar o valor devido a cada um dos 
litisconsortes. 
Dessa forma,os servidores que fizerem jus a valor 
que esteja na faixa de pagamento por requisição 
de pequeno valor serão pagos por RPV, e não por 
precatório. 
Com isso, vejamos cada uma das alternativas: 
Letra A 
INCORRETA. 
Não se exige requerimento do executado para que 
haja limitação do litisconsórcio facultativo. 
Letra B 
INCORRETA. 
O litisconsórcio não é necessário, mas sim 
facultativo. 
Letra C 
INCORRETA. 
A jurisprudência se firmou no sentido de que se 
deve considerar o valor devido a cada um dos 
litisconsortes facultativos, e não o valor global 
executado. 
Letra D 
CORRETA. 
Como o litisconsórcio é facultativo, é possível o 
cumprimento da decisão de acordo com o crédito 
devido a cada um dos servidores, e não conforme 
o montante global. 
Comentário Curto 
É necessário o conhecimento da teoria geral do 
processo civil para se obter a solução de problemas 
complexos, como os que ocorrem no âmbito dos 
precatórios. A noção de que o processo é um meio 
de cumprimento do direito material também ajuda 
a resolver a questão: se as relações jurídicas são 
diversas, não há por que se tomar em conta o valor 
global cobrado no processo, o qual tem natureza 
instrumental. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Direito Penal 
66 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Cristiano Rodrigues 
Questão 58. 
Enquanto Pedro, portador de deficiência de saúde 
mental caminhava pela rua, João, que já o conhecia 
e sabia de sua deficiência, ao encontrá-lo, decidiu 
desferir diversas agressões físicas contra ele por 
pura maldade. Pedro, no mesmo instante, 
revidando a situação, desferiu diversos golpes na 
face de João para fazer cessar sua conduta. Os 
policiais militares, que estavam próximo ao local, ao 
avistarem a confusão, imobilizaram os agentes e os 
conduziram à Delegacia de Polícia. Levando em 
consideração que a condição de saúde mental de 
Pedro afastava totalmente a sua capacidade de 
discernimento, pode-se afirmar que: 
A) Diante da ausência de culpabilidade em razão de 
Pedro ser inimputável, o juiz proferirá sentença 
absolutória imprópria e aplicará medida de 
segurança detentiva. 
B) Pedro será condenado, porém sua pena será 
reduzida de 1 a 2/3, pois apesar de ser considerado 
semi-imputável, é responsável pelo crime 
praticado. 
C) Diante da ausência de culpabilidade em razão de 
Pedro ser inimputável, o juiz proferirá sentença 
absolutória imprópria e aplicará medida de 
segurança detentiva. 
D) inexiste injusto penal no comportamento de 
Pedro e não será possível aplicar qualquer sanção 
penal à sua conduta. 
Comentários 
O enunciado da questão narra hipótese de 
excludente de ilicitude e não de culpabilidade. 
Observe que foi descrito que Pedro reagiu à 
conduta de João para fazer cessar as agressões 
sofridas, razão pela qual é possível concluir que 
Pedro agiu em manifesta legítima defesa. Como o 
substrato da ilicitude da conduta é analisado antes 
mesmo da culpabilidade, será desnecessário 
analisar a culpabilidade do agente. 
A – Incorreta, conforme comentário exposto no 
item “D”. Para complementação do estudo, 
lembre que medida de segurança detentiva 
consiste na internação do sujeito em hospital de 
custódia e tratamento psiquiátrico e tem previsão 
no inciso I do art. 96 do CP, sendo destinada aos 
ilícitos penais cuja pena cominada no tipo penal 
importa em reclusão. 
B – Incorreta, conforme comentário exposto no 
item “D” pois não há crime por exclusão da 
ilicitude 
C – Incorreta, conforme comentário exposto no 
item “D”. Para complementação do estudo, 
lembre que medida de segurança restritiva consiste 
na imposição de tratamento ambulatorial e tem 
previsão no inciso I do art. 96 do CP, sendo 
destinada aos ilícitos penais cuja pena cominada no 
tipo penal importa em detenção. 
D – Correta. Por inexistir injusto penal na conduta 
de Pedro, não será possível aplicar qualquer sanção 
penal a ele já que ele agiu em legitima defesa. 
Lembre que parte da doutrina explica o injusto 
penal como gênero, que é composto pela 
tipicidade e ilicitude. Logo, inexistindo ilicitude, 
não há injusto penal. E não havendo injusto penal, 
não poderá ser aplicada qualquer sanção penal ao 
agente, seja pena ou medida de segurança. 
Gabarito: D 
 
Questão 59. 
Vítor foi condenado pelo crime de lesão corporal 
leve na modalidade qualificada, cuja pena é de 01 
a 04 anos de reclusão, porque teria agredido 
fisicamente Maria, sua esposa à época dos fatos. 
Na sentença condenatória, o juiz deixou claro que 
a motivação do crime foi porque Vítor não queria 
aceitar o divórcio proposto por Maria. Ao realizar a 
dosimetria da pena, foi imposta a reprimenda de 02 
anos de reclusão a ser cumprido no regime aberto, 
sendo exposto nos fundamentos da sentença que 
67 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
não seria cabível a substituição da pena fixada por 
restritiva de direitos e não seria possível aplicar a 
suspensão condicional da pena, pois Vitor tinha 
sido condenado por homicídio culposo e era, 
portanto, reincidente. Caso a defesa de Vítor 
interponha recurso de apelação, é correto afirmar 
que: 
A) a defesa não poderá requerer a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos, porém, será possível requerer a aplicação 
da suspensão condicional da pena (sursis). 
B) a defesa não poderá requerer a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos e tampouco a aplicação da suspensão 
condicional da pena (sursis), pois esta prevê a 
prestação de serviços à comunidade como 
condição de cumprimento. 
C) a defesa poderá pleitear a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos 
porque a pena é inferior a 04 anos e porque a 
reincidência em crime culposo não é óbice para a 
substituição, também não poderá pleitear a 
suspensão condicional da pena (sursis) porque é 
incabível aos reincidentes de qualquer natureza. 
D) A defesa não poderá pleitear a substituição da 
pena por restritiva de direitos por expressa 
vedação legal, tampouco poderá requerer a 
suspensão condicional da pena (sursis) porque a 
pena fixada foi maior que 1 ano. 
Comentários 
A questão narra hipótese de lesão corporal leve 
praticado no contexto de violência doméstica. Para 
respondê-la, é necessário conhecimento acerca os 
requisitos da substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos e da suspensão 
condicional da pena. 
No que se refere à substituição da pena por 
restritiva de direitos, o artigo 44 do Código Penal 
dispõe que os requisitos a serem preenchidos são: 
“I – aplicada pena privativa de liberdade não 
superior a quatro anos e o crime não for cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, 
qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for 
culposo; 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta 
social e a personalidade do condenado, bem como 
os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição seja suficiente. (...) 
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá 
aplicar a substituição, desde que, em face de 
condenação anterior, a medida seja socialmente 
recomendável e a reincidência não se tenha 
operado em virtude da prática do mesmo crime.” 
Já para a suspensão condicional da pena, o Código 
Penal prevê os seguintes requisitos previstos no art. 
77: 
“Art. 77 - A execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser 
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I - o condenado não seja reincidente em crime 
doloso 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta 
social e personalidade do agente, bem como os 
motivos e as circunstâncias autorizem a concessão 
do benefício 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição 
prevista no art. 44 deste Código”. 
Além disso, prevê no artigo 78 que durante o prazo 
da suspensão, o condenado ficará sujeito à 
observação e ao cumprimento das condições 
estabelecidas pelojuiz, que, no primeiro ano do 
prazo, deverá o condenado prestar serviços à 
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de 
fim de semana (art. 48). 
A – Correta. Incabível a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos, por 
expressa vedação legal (art. 44, I, CP), mas cabível 
68 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
a suspensão condicional da pena, pois o sujeito foi 
condenado a pena igual ou inferior a 2 anos e não 
há vedação legal para aplicar o benefício para os 
condenados por crime praticado com violência ou 
grave ameaça à pessoa. 
B – Incorreta. Não há vedação nesse sentido para a 
suspensão condicional da pena. O art. 17 da Lei 
11.340/06 veda apenas “a aplicação, nos casos de 
violência doméstica e familiar contra a mulher, de 
penas de cesta básica ou outras de prestação 
pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique o pagamento isolado de multa”. 
C – Incorreta. As duas partes da alterativa estão 
erradas. A primeira parte porque é incabível a 
substituição da pena importa por restritiva de 
direitos quando o crime é praticado com violência 
ou grave ameaça à pessoa (art. 44, I, CP, e Súmula 
588-STJ dispõe que “a prática de crime ou 
contravenção penal contra a mulher com violência 
ou grave ameaça no ambiente doméstico 
impossibilita a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos”). Na segunda 
parte está incorreta porque a suspensão 
condicional da pena é aplicável para hipóteses em 
que o réu não é reincidente em crime doloso ou 
quando o crime foi praticado com o emprego de 
violência ou grave ameaça à pessoa, desde que 
menor ou igual a 2 anos. 
D – Incorreta. Na segunda parte da alternativa não 
está correto afirmar que o benefício se aplica 
apenas para penas menores ou igual a 1 ano. Não 
confunda o sursis da pena com o sursis processual, 
previsto no art. 89 da lei 9.099/95. 
Gabarito: A 
 
Questão 60. 
Luis, visando matar Rogério, seu desafeto desde a 
infância, por vingança, decide comprar uma arma 
de fogo para executar o crime planejado. Com a 
arma em mãos e mais 5 munições para carregá-la, 
Luis e se dirige ao sítio onde se encontrava Rogério 
e, ao avistá-lo, mira a arma de fogo na direção da 
pena direita de Rogério e dispara. Rogério cai sob 
o chão e Luis ainda efetua novo disparo 
propositalmente em seu braço direito. Ao se 
aproximar para dar o tiro de misericórdia, Luis mira 
a arma para a face de Rogério e o alerta para ficar 
esperto, indo embora em seguida sem efetuar o 
disparo. No contexto narrado, é correto afirmar 
que: 
A) Luis responderá pelo crime de tentativa de 
homicídio qualificado com diminuição da pena de 
1/3 a 2/3, sendo tanto a vingança quanto o uso da 
arma de fogo fundamentos para qualificar o delito. 
B) Luis responderá apenas pelos atos de lesão 
corporal praticados porque incide a figura da 
desistência voluntária. 
C) Luis responderá apenas pelos atos de lesão 
corporal praticados porque incide a figura do 
arrependimento eficaz. 
D) Luis responderá pelo crime de tentativa de 
homicídio qualificado com diminuição da pena de 
1/3 a 2/3, sendo apenas possível qualificar o delito 
em razão da vingança que configura motivo torpe, 
mas não pelo uso da arma de fogo. 
Comentários 
O enunciado narra hipótese de configuração da 
desistência voluntária (Art. 15 CP). Para responder 
a questão, é preciso distinguir o referido instituto 
com o arrependimento eficaz e a configuração da 
tentativa. Inicialmente, observe que a desistência 
voluntária e o arrependimento eficaz não se 
confundem com a tentativa. 
A tentativa configura quando o sujeito não 
consuma o delito por circunstâncias alheias à sua 
vontade (Art. 14 II CP). Por outro lado, a desistência 
e arrependimento eficaz, hipóteses denominadas 
pela doutrina de “tentativa abandonada” ou “
tentativa qualificada”, são causas de não 
consumação do delito de forma voluntária por 
69 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
parte do agente. Ambas são causas de exclusão da 
adequação típica do crime tentado, ou seja, tanto 
no arrependimento eficaz como na desistência 
voluntária, que incidem em momentos anteriores à 
consumação do delito, como teoricamente já 
estava configurada a tentativa do delito no plano 
fático, ao sujeito mudar de plano voluntariamente 
e desistir da consumação, será possível excluir a 
hipótese da tentativa para que o agente responda 
apenas pelos atos praticados. 
A desistência voluntária ocorre quando o há início 
da execução mas o sujeito abandona o intento sem 
terminar de esgotar os atos executórios que 
estavam à sua disposição. 
O arrependimento eficaz, por outro lado, há início 
da execução e esgotam-se os atos executórios, mas 
o sujeito atua positivamente de maneira à impedir 
o resultado e a consumação do delito. 
A – Incorreta. Não responderá pelo crime de 
homicídio qualificado na modalidade tentada 
porque o agente desistiu de prosseguir na conduta 
de forma voluntária, razão pela qual responderá 
apenas pelos atos praticados. Apenas por 
curiosidade, com a derrubada dos vetos que o 
Presidente da República havia feito em alguns 
dispositivos da Lei anticrime (13.964/19), o 
Congresso Nacional reinseriu ao artigo 121 a 
hipótese de qualificadora pelo uso da arma de fogo 
de uso restrito ou proibido. 
B – Correta. Luis ainda tinha consigo outras 3 
munições da arma de fogo para disparar contra 
Rogério. Logo, como desistiu voluntariamente de 
prosseguir na consumação do delito quando os 
meios executórios ainda estavam à sua disposição, 
responderá apenas pelos atos praticados, 
excluindo-se a hipótese de configuração da 
tentativa pelo crime inicialmente desejado. Incide o 
artigo 15 do CP (“O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede que 
o resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados”). 
C – Incorreta. Não se trata de arrependimento 
eficaz porque Luis não tinha esgotado todos os 
meios executórios à sua disposição e apenas se 
afastou sem atuar positivamente para evitar o 
resultado (disparou apenas 02 vezes contra Rogério 
quando ainda tinha consigo mais 3 munições) . 
D – Incorreta. Conforme comentários do item “A
”. Lembrando que atualmente é possível a 
qualificadora do homicídio pelo uso da arma de 
fogo de uso restrito ou proibido. 
Gabarito: B 
 
Questão 61. 
Luísa estava grávida de 03 meses quando realizou 
sua primeira ultrassonografia. Durante o exame, o 
médico comunicou que se tratava de feto 
anencéfalo. Como Luísa já tinha outros 5 filhos e 
não tinha boas condições financeiras, decidiu que 
realizaria um aborto em uma clínica clandestina. Os 
fatos chegaram ao conhecimento da Promotoria de 
Justiça que denunciou Luísa pelo crime de aborto. 
Considerando o caso narrado, é correto afirmar 
que: 
A) que Luísa agiu sob causa excludente da ilicitude 
do fato. 
B) que Luísa agiu sob em razão da manifesta de 
causa excludente da culpabilidade do agente. 
C) que o fato narrado evidentemente é atípico e 
não constitui crime. 
D) que Luísa será criminalmente processada pelo 
aborto porque realizou fato típico, ilícito e culpável. 
Comentários 
A questão trata da interrupção da gravidez em 
razão de feto anencefálico e requer o 
conhecimento acerca da natureza jurídica deste 
ato. 
Para respondê-la é preciso lembrar que o STF, no 
julgamento da ADPF 54, decidiu que a interrupção 
70 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
da gravidez nos casos de anencefalia é 
formalmente atípico, pois não há o bem jurídico 
vida para ser tutelado nessas condutas (o feto não 
tem vida nos casos de anencefalia). 
A – Incorreta. O fato narrado, na visão do STF, 
exclui a tipicidade da conduta. Logo, não se analisa 
o substrato da ilicitude porque o fato já é 
formalmente atípico por inexistir vida como bem 
jurídico a ser tutelado. 
B – Incorreta. Não há que se falar em 
inexigibilidade de conduta diversa nesse caso, pois 
o fato já é formalmente atípico, conforme 
comentário doitem “A”. 
C – Correta. Como o STF julgou a ADPF n. 54 para 
afirmar que a interrupção de gravidez de feto 
anencefálico não tem o condão de tornar a conduta 
criminosa porque inexiste vida a ser tutelada como 
bem jurídico, o fato narrado evidentemente não 
constitui crime, sendo atípico. 
D – Incorreta. Conforme comentários dos itens 
anteriores não há crime, pois o fato é atípico. 
Gabarito: C 
 
Questão 62. 
Simprônio, desejando ceifar a vida de uma figura 
pública, planejou que colocaria uma bomba no 
carro para explodi-la quando fosse alcançada a 
velocidade de 100 km/h. Simprônio tinha 
conhecimento que a pessoa famosa apenas andava 
no carro quando o motorista Antônio a levava. 
Então, para ele, tanto a morte da figura pública 
desejada bem como a de seu motorista eram 
esperadas. Após o Em das investigações, 
Simprônio foi apontado como autor do delito, 
tendo o Ministério Público oferecido denúncia pelo 
crime de homicídio qualificado em concurso 
material. Diante desse contexto, Simprônio 
consulta seu advogado sobre os possíveis 
resultados do processo, que deverá explicar que: 
I– aplica-se o concurso formal perfeito e não o 
concurso material de crimes, pois Simprônio 
alcançou o resultado apenas com uma única 
conduta, com um único desígnio. 
II – aplica-se o sistema da exasperação da pena, 
devendo o juiz considerar a pena de um homicídio 
praticado com aumento de 1/6 até a metade. 
III – em razão dos desígnios autônomos, aplica-se o 
concurso formal improprio e sistema do cúmulo 
material das penas, devendo a pena dos dois 
homicídios serem somadas ao final. 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
Comentários 
O enunciado trata do concurso formal de crimes. 
Para responder a questão, é preciso diferenciar o 
concurso material do concurso formal e, além disso, 
diferenciar as espécies de concurso formal 
existentes no ordenamento jurídico. 
Sinteticamente, enquanto o concurso material 
ocorre nas hipóteses em que o agente pratica dois 
ou mais resultados com a prática de 2 ou mais 
condutas, o concurso formal incide quando 
mediante o sujeito realiza 2 ou mais resultados com 
a prática de apenas uma conduta. 
No que se refere às espécies de concurso formal, 
há que diferenciar o concurso formal próprio 
(perfeito) do concurso formal impróprio 
(imperfeito). O primeiro ocorre quando o sujeito 
age em sua conduta sem desígnios autônomos, ou 
seja, age sem querer ou saber que irá produzir mais 
de um resultado. O concurso formal impróprio, por 
consequência, ocorre quando o sujeito age com 
desígnios autônomos, ou seja, pratica uma conduta 
com dolo de produzir mais de um resultado, seja 
com dolo direto de 1º ou de 2º grau.. 
71 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
No concurso material e no concurso formal 
impróprio há aplicação do sistema do cúmulo 
material. Portanto, as penas dos crimes são 
somadas ao final. 
O concurso formal próprio, por outro lado, aplica o 
sistema de exasperação de pena, na qual o juiz 
considera o crime mais grave (se distintos) ou a 
pena de qualquer dos crimes (se idênticos) e 
exaspera, ao final, de 1/6 a 1/2. 
O item “I” está incorreto porque há concurso 
formal impróprio. Simprônio agiu com desígnios 
autônomos ao colocar a bomba no carro (mediante 
uma conduta) sabendo que produziria dois 
resultados certos (morte da figura pública e do 
motorista). 
O item “II” está incorreto, pois o concurso formal 
impróprio ocorrido (conforme narrado no item I) 
enseja a aplicação do sistema do cúmulo material 
(soma das penas). 
O item III está correto, conforme itens I e II, sendo 
aplicável o sistema do cúmulo material de penas 
porque Simprônio agiu com desígnios autônomos 
com relação às mortes da figura pública e do 
motorista. 
Gabarito: C 
 
Questão 63. 
Mévio passeava na rua do ouro, localizada no 
centro da cidade, quando viu na vitrine de uma loja 
um relógio de ouro da marca “rolex”. Planejando 
praticar o crime de furto, Mévio aguardou o 
momento que a vendedora se distraiu para atender 
o telefone e adentrou rapidamente na loja para 
subtrair o bem. Ao sair correndo na rua na posse 
do relógio, Cássio, que observava toda a ação, 
empurrou Mévio no chão e o deteve para ser preso 
em flagrante delito. Na Delegacia de Polícia, a 
vendedora reconheceu Mévio como autor do crime 
e informou que o relógio que ficava na vitrine era 
uma réplica que custava R$ 10,00 (dez) reais e que 
lá ficava apenas como demonstração dos originais 
que estavam guardados no cofre no interior do 
estabelecimento era na verdade. Após o Ministério 
Público oferecer denúncia contra Mévio, o 
Magistrado recebeu a peça acusatória e 
determinou a citação de Mévio. De acordo com o 
caso hipotético narrado, é correto afirmar que: 
A) a conduta de Mévio é típica, ilícita e culpável, 
motivo pelo qual responderá ao processo pela 
prática do crime de furto simples em sua 
modalidade consumada. 
B) a conduta de Mévio é típica, ilícita e culpável, 
motivo pelo qual responderá ao processo pela 
prática do crime de furto simples em sua 
modalidade tentada. 
C) o erro sobre a natureza ou valor do objeto pode 
tornar formalmente atípica a conduta de furto de 
Mévio caso o erro seja inescusável, e, se escusável, 
também tornará atípica a conduta, pois inexiste 
furto na modalidade culposa. 
D) o erro sobre a natureza ou valor do objeto é 
irrelevante para o Direito Penal, sendo 
formalmente típica a conduta de furto de Mévio, 
mas materialmente atípica diante da aplicação do 
princípio da bagatela ao caso narrado. 
Comentários 
A questão abrange conhecimento acerca do erro 
sobre a natureza do objeto que não afasta a 
responsabilidade penal do agente, e a aplicação do 
princípio da insignificância. 
A doutrina ensina que o erro sobre o objeto é 
irrelevante para o Direito Penal. Logo, a conduta do 
agente será formalmente típica. No entanto, 
poderá apreciar o fato sobre o prisma da tipicidade 
material para aplicar o princípio da insignificância 
(da bagatela) para tornar atípica a conduta do 
agente, por ausência de lesividade ao bem jurídico 
tutelado. 
A – Incorreta. A conduta de Mévio não preenche a 
tipicidade penal, pois ausente a tipicidade material 
72 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
da conduta, conforme comentário do Item “D”. 
Lembre-se que a tipicidade penal é composta pela 
tipicidade formal e tipicidade material. A tipicidade 
formal é o juízo de subsunção entre a conduta 
praticada e o modelo descrito pelo tipo penal. 
Mévio não preenche, no entanto, a tipicidade 
material. 
B – Incorreta. Conforme comentários do item “A
” e também porque no caso sequer poderia 
considerar a modalidade tentada do crime de furto, 
pois aplica-se, quanto ao momento consumativo do 
crime de furto, a teoria da amotio, na qual ensina 
que o crime se consuma no momento da inversão 
da posse, que torna o agente efetivo possuidor da 
coisa, ainda que não seja de forma mansa e 
pacífica, sendo prescindível que o objeto subtraído 
saia da esfera de vigilância da vítima. 
C – Incorreta. O erro narrado no caso é irrelevante, 
não sendo possível excluir a responsabilidade do 
agente pelo crime praticado, ou seja, o crime será 
formalmente típico e não poderá excluir o dolo de 
sua conduta. 
D – Correta. Como o erro sobre a natureza do 
objeto é irrelevante para o Direito Penal e a 
conduta de Mévio será formalmente típica, e 
somente se poderá aferir a tipicidade material para 
aplicar o princípio da insignificância excluindo 
assim a tipicidade penal. Como o relógio era de 
valor insignificante, não houve lesividade ao bem 
jurídico tutelado (patrimônio da vítima). 
Gabarito: D 
 
Direito Processual Penal 
Ivan Luís Marques 
Questão 64. 
Tororoca foi eleito senador da República com 
ampla maioria de votos. Após a sua diplomação, ou 
seja, durante o exercício de seu mandato, solicitou 
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) a Wladimir, 
empresário do ramo de tecidos de Martinópolis, 
para apresentar um projeto de lei que o 
beneficiariaperante os concorrentes diretos. O 
parlamentar recebeu uma notificação da Delegacia 
de Martinópolis para prestar esclarecimentos. 
Indignado com a notificação, afinal de contas, já era 
parlamentar e tem foro de prerrogativa de função 
perante o STF, procura seu escritório de advocacia 
para uma consultoria. De acordo com os fatos 
narrados, você deverá informar ao parlamentar 
que: 
a) Apesar da notificação estar correta, não pode o 
Ministério Público oferecer denúncia sem 
autorização do Senado Federal. 
b) O Ministério Público pode oferecer denúncia 
sem autorização do Senado Federal e também não 
haverá possibilidade de suspender a ação penal na 
Casa Legislativa, pois se trata de crime comum e 
não de responsabilidade. 
c) O Ministério Público pode oferecer denúncia 
contra o Senador sem qualquer exigência de 
autorização do Senado, no entanto, para que o 
Supremo Tribunal Federal possa receber a 
denúncia, a Casa Legislativa deverá ser cientificada 
previamente para decidir acerca da 
procedibilidade. 
d) O Ministério Público pode oferecer denúncia 
contra o Senador sem qualquer exigência de 
autorização parlamentar, assim como será essa 
dispensável para que o Supremo Tribunal Federal 
possa recebê-la, no entanto, após o recebimento 
da denúncia, será dará ciência ao Senado, que, por 
iniciativa de partido político nela representado e 
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até 
a decisão final, sustar o andamento da ação. 
Comentários 
A questão retrata o foro por prerrogativa de função 
e requer do aluno conhecimento acerca das 
imunidades constitucionais dos parlamentares. 
A – Incorreta. A CF/88 não exige autorização prévia 
da Casa Legislativa respectiva para iniciar a ação 
73 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
penal envolvendo deputado federal ou senador em 
virtude de crime praticado após a diplomação. 
B – Incorreta. O art. 53, § 3º, da CF, possibilita 
expressamente a hipótese de sustação da ação 
penal, conforme comentários disponíveis no item 
“D”. 
C – Incorreta. Não há exigência imposta na CF 
tanto para oferecer denúncia quanto para receber 
nos crimes comuns praticados por deputado 
federal ou senador após a diplomação, conforme 
comentários disponíveis no item “D”. 
D – Correta. Em razão de crimes praticados após a 
diplomação, o STF, ao receber ação penal 
envolvendo deputados federais ou senadores, 
deverá notificar a Casa Legislativa respectiva para 
que seja deliberado acerca do procedimento da 
ação penal em curso, assim como dispõe 
expressamente o art. 53, § 3º da CF (“Recebida 
a denúncia contra o Senador ou Deputado, por 
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo 
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, 
que, por iniciativa de partido político nela 
representado e pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, sustar o 
andamento da ação”). 
Gabarito: D 
 
Questão 65. 
Durante a sessão plenária do Tribunal do Júri, 
Jorge, que havia sido pronunciado por crime de 
homicídio qualificado, foi mantido algemado para 
garantir a segurança dos jurados, tendo o juiz-
presidente do Tribunal do Júri devidamente 
fundamentado essa questão. Ao iniciar os debates 
orais, o Promotor de Justiça, para convencer os 
jurados, alegou que Jorge era tão perigoso que foi 
preciso mantê-lo algemado e que era tão culpado 
pelo delito praticado que em seu interrogatório 
preferiu se manter em silêncio, já que sequer teria 
argumentos para se defender. Nos debates da 
defesa, o advogado sustentou que Jorge teria 
praticado o feminicídio porque defendeu a sua 
honra, já que teria descoberto as infidelidades de 
sua esposa. Com base nesse contexto, é correto 
afirmar que a defesa: 
A) não poderia utilizar a tese de legítima defesa da 
honra em seus debates e caso Jorge vier a ser 
condenado, deverá interpor recurso de apelação 
para submeter Jorge a novo julgamento, sob o 
fundamento de que o uso das algemas e do silêncio 
do acusado constituem referências proibidas nos 
debates, sob pena de nulidade. 
B) não poderia utilizar a tese de legítima defesa da 
honra em seus debates e caso Jorge vier a ser 
condenado, apenas será possível a interposição do 
recurso de apelação caso as nulidades com relação 
ao uso das referências às algemas e ao silêncio do 
acusado forem arguidas até o momento da votação 
dos quesitos. 
C) é plenamente possível a alegação da tese de 
legítima defesa da honra em seus debates, em 
atenção ao princípio da plenitude de defesa, e caso 
Jorge vier a ser condenado, deverá interpor 
recurso de apelação para submeter Jorge a novo 
julgamento, sob o fundamento de que o uso das 
algemas e do silêncio do acusado constituem 
referências proibidas nos debates, sob pena de 
nulidade. 
D) é plenamente possível a alegação da tese de 
legítima defesa da honra em seus debates, em 
atenção ao princípio da plenitude de defesa, e caso 
Jorge vier a ser condenado, apenas será possível a 
interposição do recurso de apelação caso as 
nulidades com relação ao uso das referências às 
algemas e ao silêncio do acusado forem arguidas 
até o momento da votação dos quesitos. 
Comentários 
A questão aborda dois aspectos. O primeiro 
relacionado à possibilidade de arguir a legítima 
defesa da honra nos debates orais para justificar a 
74 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
prática do homicídio e o segundo relacionado às 
referências proibidas. 
Com relação à alegação de legítima defesa da 
honra, precisa ter atenção que em março de 2021, 
o Plenário do Supremo Tribunal Federal considerou 
inconstitucional a alegação dessa tese durante os 
debates do Tribunal do Júri, em especial quando o 
contexto se refere ao feminicídio. Com isso, o STF 
prestigiou o princípio constitucional da dignidade 
da pessoa humana e vedou a sua utilização no 
Tribunal do Júri, sob pena de anulação do 
julgamento. 
Partindo do pressuposto que os jurados são 
pessoas leigas que podem ser influenciados por um 
argumento de autoridade, o art. 478 do CPP dispôs 
expressamente que, durante os debates, as partes 
não poderão, sob pena de nulidade, fazer 
referências: 
I - à decisão de pronúncia, às decisões posteriores 
que julgaram admissível a acusação ou à 
determinação do uso de algemas como argumento 
de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o 
acusado; e 
II - ao silêncio do acusado ou à ausência de 
interrogatório por falta de requerimento, em seu 
prejuízo. 
A – correta, pois o uso da legítima defesa da honra 
é inconstitucional, não podendo ser arguida, sob 
pena de nulidade, e o uso das referências proibidas 
causam nulidade, podendo ser objeto de 
impugnação no recurso de apelação para pleitear 
novo júri. 
B – incorreta. Na segunda fase de rito do Tribunal 
do Júri, o momento para arguir nulidades relativas 
no plenário do Júri será da seguinte forma: as 
nulidades relativas ocorridas após a pronúncia 
devem ser arguidas até o pregão. Depois disso, as 
nulidades relativas devem ser arguidas 
imediatamente (art. 571 do CPP). 
C – incorreta, conforme comentários do item “A”
. 
D – incorreta, conforme comentários do item “B”
. 
Gabarito: A 
 
Questão 66. 
Angelina foi vítima de um estelionatário que lhe 
causou um prejuízo econômico no valor de 800 mil 
reais. Após investigação policial, descobriu-se que 
o criminoso era Francisco, vulgo “chiquinho ligeiro
”. No fato praticado contra Angelina, senhora com 
63 anos de idade, o Ministério Público ofereceu a 
denúncia em desfavor de Chiquinho requerendo a 
condenação pelo crime de estelionato e nada 
falando a respeito do ressarcimento da vítima. 
Após as alegações finais, Angelina procurou você 
em seu escritório de advocacia para a seguinte 
consulta: “é possível a habilitação como assistente 
de acusação nessa fase processual? Pode o juiz fixar 
uma indenização para repor meus prejuízos na 
sentença criminal? Diante do caso prático narrado, 
as suas respostas para Angelina serão: 
A) será possível a habilitação como assistente de 
acusação desde que seja antesda sentença; será 
possível a fixação de valor mínimo de indenização, 
pois trata-se de efeito automático da sentença 
penal condenatória. 
B) será possível a habilitação como assistente de 
acusação até o trânsito em julgado da sentença; 
porém, o pedido de valor mínimo a título de 
indenização não poderá mais ser pleiteado na ação 
penal, pois inviabilizaria o exercício do 
contraditório de Chiquinho. Nada impedirá, no 
entanto, que seja executada a sentença penal 
condenatória por meio de ação civil ex delicto. 
C) será possível a habilitação como assistente de 
acusação até o trânsito em julgado da sentença; no 
entanto, o valor a título de indenização só pode ser 
buscado na seara civil, pois no processo penal a 
75 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
sentença de mérito se destina apenas a condenar 
ou absolver o acusado pelo crime praticado, sendo 
inviável qualquer pedido de reparação do dano na 
seara penal, mesmo referente a danos morais ou 
materiais. 
D) será possível a habilitação como assistente de 
acusação desde que seja antes da sentença; Se 
absolvido, Chiquinho não deverá indenizar 
Angelina, não importando o inciso da absolvição. 
Comentários 
A questão abrange dois aspectos: prazo para o 
assistente de acusação se habilitar e indenização 
pelos danos causados pelo autor do delito. 
Inicialmente precisa apontar o limite temporal para 
requerer a habilitação como assistente de acusação 
é o trânsito em julgado da sentença, conforme 
dispõe o artigo 269 do CPP. 
A segunda parte da questão requer conhecimento 
acerca da possibilidade de Maria pleitear fixação 
de valor mínimo como indenização ou de haver 
para si a reparação dos danos na esfera civil. 
O art. 387, inciso IV, do CPP, dispõe que o juiz 
fixará valor mínimo para reparação dos danos 
causados pela infração, considerando os prejuízos 
sofridos pelo ofendido. Para que seja viável essa 
fixação, será preciso que a acusação ou ofendido 
tenham requerido expressamente na inicial 
acusatória, pois viabiliza a ampla defesa e o 
contraditório do acusado. 
A – Incorreta. A habilitação do assistente de 
acusação poderá ser feita até o trânsito em julgado 
da decisão, e não até o momento anterior do juiz 
proferir a sentença. Na segunda parte, é preciso 
requerer a fixação de valor mínimo como danos 
pelo crime praticado na inicial acusatória para 
viabilizar o exercício da defesa. 
B – Correta. Para que haja a fixação na sentença do 
valor mínimo devido a título de indenização civil 
pelos danos causados à vítima, é necessário pedido 
expresso, sob pena de afronta à ampla defesa. No 
enunciado, narra-se um contexto de que o 
Ministério Público não requereu a fixação do valor 
mínimo na acusação e que a vítima pretende 
pleitear apenas em sede de alegações finais 
 C – Incorreta. O art. 387, IV, do CPP, permite ao 
juiz fixar valor mínimo de indenização pelos danos 
causados. 
D – Incorreta. O art. 269 do CPP permite ao 
ofendido se habilitar como assistente de acusação 
até o trânsito em julgado. Ademais, não é qualquer 
hipótese de absolvição que fulmina o pleito de 
reparação de danos na esfera civil. No caso de 
absolvição por falta de provas: não haverá a 
produção de qualquer efeito na esfera cível ou 
administrativa. Desta forma, se foi absolvido pelo 
art. 386, II, V, VI segunda parte ou VII não haverá a 
produção de nenhum efeito e poderá pleitear em 
ação de conhecimento no juízo civil a reparação de 
danos. 
Gabarito: B 
 
Questão 67. 
Peter decidiu furtar uma mansão no bairro mais 
nobre de sua cidade. Porém, a casa estava muito 
bem protegida, com câmeras, cerca elétrica e 
ofendículas nas grades. Não vendo outra 
alternativa, comprou dinamite e explodiu o muro, 
em um dia que a residência estava vazia. Após a 
explosão, entrou e furtou as joias, relógios e saiu 
dirigindo um fusca 1967 que estava na garagem. 
Com as imagens das câmeras, a polícia civil logrou 
êxito e localizou o furtador. Durante as 
investigações, a autoridade policial representou 
pela prisão temporária por entender se 
imprescindível para a continuidade das 
investigações. Após vistas ao Ministério Público 
que nada requereu. O juiz competente decretou a 
prisão temporária por 30 dias. Findo o prazo da 
prisão e com o recebimento da denúncia, o juiz 
converteu de ofício a prisão temporária em prisão 
76 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
preventiva. Analise as assertivas a seguir e indique 
a correta: 
A) A prisão temporária é ilegal porque somente 
poderá ser decretada pelo prazo de 5 (cinco) dias, 
prorrogável por igual período em caso de extrema 
e comprovada necessidade. 
B) A prisão temporária é ilegal, não sendo cabível 
para o furto. 
C) A prisão temporária é ilegal porque o 
magistrado não poderia decretá-la sem 
requerimento do Ministério Público, sendo 
insuficiente a representação do delegado de 
polícia. 
D) A prisão preventiva é ilegal porque não poderia 
o magistrado ter convertido a prisão temporária em 
preventiva sem requerimento do MP. 
Comentários 
A questão aborda aspectos da prisão temporária e 
da preventiva. 
Alternativa A – ERRADA. O crime de furto 
qualificado pelo emprego de explosivo ou de 
artefato análogo que cause perigo comum tem 
natureza hedionda, e, por isso, poderá ser 
decretado pelo prazo de 30 (trinta) dias, 
prorrogável por igual período em caso de extrema 
e comprovada necessidade (Lei 8.072/90, art. 1º, 
IX, e art. 2º, § 4º). 
Alternativa B – ERRADA. Trata-se de crime 
hediondo e, portanto, cabível prisão temporária, 
conforme comentários do item “I”. 
Alternativa C – ERRADA. A prisão temporária 
poderá ser decretada pelo Juiz, em face da 
representação da autoridade policial OU de 
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo 
de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em 
caso de extrema e comprovada necessidade. 
Alternativa D – CERTA. É vedada a decretação de 
ofício (sem ninguém representar ou requerer) da 
prisão preventiva ou da prisão temporária em 
qualquer hipótese. 
Gabarito: D 
 
Questão 68. 
Marli acabou se envolvendo com Luigi, criminoso 
conhecido em sua região, e, após dois meses de 
namora, a moça engravidou. Ao contar para Luigi, 
recebeu um ultimato – “ou aborta, ou morre”. 
Após duas semanas sem notícias, Luigi decide 
matar Marli e, ao chegar em sua casa armado, é 
recebido com 4 disparos de arma de fogo e morre. 
Marli foi presa e processada perante a 2ª Vara do 
Júri da Capital do Estado do Piauí. O magistrado 
recebeu a denúncia e determinou a citação pessoal 
da ré. A respeito desse momento processual, 
responda: 
A) a defesa poderá alegar na resposta à acusação 
que Marli agiu em legítima defesa real e requerer a 
sua absolvição sumária, sem a oitiva prévia do 
Ministério Público e antes da audiência de 
instrução. 
B) a defesa poderá alegar na resposta à acusação 
que Marli agiu em legítima defesa real e requerer a 
sua absolvição sumária, após a oitiva prévia do 
Ministério Público e antes da audiência de 
instrução. 
C) a defesa poderá alegar na resposta à acusação 
que Marli agiu em legítima defesa real e requerer a 
sua absolvição própria a ser deferida após a 
audiência de instrução. 
D) a defesa poderá alegar na resposta à acusação 
que Marli agiu em legítima defesa real e requerer a 
extinção da punibilidade antes mesmo da 
audiência de instrução. 
Comentários 
A absolvição sumária do procedimento comum tem 
previsão no artigo 397 do CPP e ocorre logo após 
a resposta à acusação, ou seja, antes da audiência 
77 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
de instrução e julgamento. O juiz, se aceitar a tese 
da defesa, deve absolver sumariamente a ré sem a 
oitiva do Ministério Público 
 Existem duas absolvições sumárias no rito especial 
do Júri: a) art. 406 c.c. 397 do CPP; e b) art. 415 do 
CPP, que ocorre ao final da 1ª fase do júri, ou seja, 
depois da audiência de instrução. 
Como o enunciado trata da resposta à acusação, 
apresentada logo após a citação, e não após a 
audiênciade instrução, vamos às respostas: 
A – Correta. Mesmo sendo o rito do júri, a 
absolvição sumária, logo após a citação, deve 
ocorrer antes da audiência de instrução. Não há 
previsão de oitiva do MP caso o juiz atenda a tese 
excludente da defesa. 
B – Errada. O erro está no trecho: “após a oitiva 
prévia do Ministério Público”. 
C – Errada. O erro está no trecho: “e requerer a 
sua absolvição própria a ser deferida após a 
audiência de instrução”. 
D – Errada. O erro está no trecho: “e requerer a 
extinção da punibilidade” – a legítima defesa 
exclui a ilicitude, e não a punibilidade. 
Gabarito: A 
 
Questão 69. 
O acordo de não persecução penal (ANPP) incluído 
no Código de Processo Penal pelo pacote 
anticrime (Lei 13.964/2019), possui requisitos 
expressos em lei. A respeito desse instituto, aponte 
a alternativa compatível com o texto da lei: 
A) O acordo de não persecução penal será 
formalizado por escrito e será firmado pelo 
membro do Ministério Público, pelo investigado e 
por seu defensor. 
B) A indicação de proveitos da infração pelo 
Ministério Público abrirá incidente apartado e não 
impedirá a proposta do ANPP. 
C) Não há relação da espécie de crime praticado 
com a apresentação do ANPP. 
D) Encaminhado o inquérito policial ao Ministério 
Público, a apresentação da proposta por parte do 
representante do Parquet depende exclusivamente 
de sua vontade. 
Comentários 
GABARITO: A 
Art. 28-A do CPP. 
A - § 3º O acordo de não persecução penal será 
formalizado por escrito e será firmado pelo 
membro do Ministério Público, pelo investigado e 
por seu defensor. 
B - ERRADA - II - renunciar voluntariamente a bens 
e direitos indicados pelo Ministério Público como 
instrumentos, produto ou proveito do crime; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
C - ERRADA - § 2º, IV - nos crimes praticados no 
âmbito de violência doméstica ou familiar, ou 
praticados contra a mulher por razões da condição 
de sexo feminino, em favor do agressor. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
D - ERRADA - há condições determinadas por lei, 
não depende 100% da vontade do 
promotor/procurador federal. 
 
Direito do Trabalho 
Priscila Ferreira 
Questão 70. 
Paulinho Nunes foi contratado para trabalhar na 
Empresa "x", como gerente geral, e com efetivos 
poderes de gestão. Desde a contratação, 
estipulou-se salário mensal de R$ 4.600,00, 
acrescido de adicional de 40% pelo exercício do 
cargo de confiança. Após sua dispensa, Paulinho 
propôs Reclamação Trabalhista, pleiteando o 
pagamento de horas extras e indenização do 
intervalo que era parcialmente suprimido. 
78 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Diante da hipótese apresentada, assinale a 
afirmativa correta. 
A) O pedido deverá ser julgado procedente, já que 
a jornada de trabalho cumprida por Paulinho 
ultrapassa o limite legal. 
B) O pedido deverá ser julgado improcedente, já 
que Paulinho exercia cargo de gerente, com efetivo 
poderes de gestão, recebendo gratificação de 
função de 40% sobre seu salário efetivo. 
C) O pedido deverá ser julgado procedente, já que 
a gratificação de função não era de, no mínimo, 
50% sobre seu salário efetivo. 
D) O pedido deverá ser julgado improcedente, 
caso houvesse compensação de jornada durante a 
semana ou mês. 
Comentário Longo 
A: Errada: O pedido deverá ser julgado 
improcedente, tendo em vista que Paulinho exercia 
cargo de gerente, com efetivo poderes de gestão, 
recebendo gratificação de função de 40% sobre 
seu salário efetivo. 
B: Certa – Nos termos do art. 62, II, da CLT, os 
gerentes com poderes de gestão e, que percebem 
gratificação mínima de 40% sobre o salário efetivo 
não possuem controle de jornada. 
C: Errada – O pedido deverá ser julgado 
improcedente, tendo em vista que Paulinho exercia 
cargo de gerente, com efetivo poderes de gestão, 
recebendo gratificação de função de 40% sobre 
seu salário efetivo. 
D: Errada - Nos termos do art. 62, II, da CLT, os 
gerentes com poderes de gestão e, que percebem 
gratificação mínima de 40% sobre o salário efetivo 
não possuem controle de jornada. 
O artigo 62, da CLT preceitua que: 
“Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto 
neste capítulo: 
I - os empregados que exercem atividade externa 
incompatível com a fixação de horário de trabalho, 
devendo tal condição ser anotada na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social e no registro de 
empregados; 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes 
de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para 
efeito do disposto neste artigo, os diretores e 
chefes de departamento ou filial. 
III - os empregados em regime de teletrabalho que 
prestam serviço por produção ou tarefa. (Redação 
dada pela Medida Provisória nº 1.108, de 2022) 
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo 
será aplicável aos empregados mencionados no 
inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de 
confiança, compreendendo a gratificação de 
função, se houver, for inferior ao valor do 
respectivo salário efetivo acrescido de 40% 
(quarenta por cento).” 
Nos termos do art. 62, II, da CLT, os gerentes com 
poderes de gestão, e que percebem gratificação 
mínima de 40% sobre o salário efetivo, não 
possuem controle de jornada. Logo, como Paulinho 
exercia a função de gerente geral, a ele não será 
cabível o direito a horas extras e indenização de 
intervalo. 
Comentário Curto 
Nos termos do art. 62, II, da CLT, os gerentes com 
poderes de gestão, e que percebem gratificação 
mínima de 40% sobre o salário efetivo, não 
possuem controle de jornada. Logo, como Paulinho 
exercia a função de gerente geral, a ele não será 
cabível o direito a horas extras e indenização de 
intervalo. 
Assim, a assertiva "B" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: B 
 
Questão 71. 
Tenório, aprendiz, foi contratado pela empresa “
Boutique Priscilinha” para realizar a atividade de 
79 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
auxiliar de marketing. Contudo, após cinco meses 
da contratação, a empresa promoveu a 
transferência do empregado para o regime de 
teletrabalho, conforme registro em aditivo 
contratual. 
Considerando as regras do regime de teletrabalho, 
assinale a alternativa correta. 
A) Poderá ser realizada a alteração entre regime 
presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo 
acordo entre as partes, registrado em aditivo 
contratual. 
B) Poderá ser realizada a alteração entre regime 
presencial e de teletrabalho desde que prevista tal 
possibilidade em negociação coletiva. 
C) O empregador apenas poderá realizar a 
alteração entre regime presencial e de 
teletrabalho, se houver autorização do Ministério 
do Trabalho neste sentido. 
D) O empregador apenas poderá realizar a 
alteração, desde que o empregado não mais 
compareça às dependências do empregador para 
qualquer trabalho presencial. 
Comentário Longo 
A: Certa: Nos termos do artigo 75-C, §1º, da CLT, 
poderá ser realizada a alteração entre regime 
presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo 
acordo entre as partes, registrado em aditivo 
contratual. 
B: Errada – Nos termos do artigo 75-C, §1º, da 
CLT, poderá ser realizada a alteração entre regime 
presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo 
acordo entre as partes, registrado em aditivo 
contratual. 
C: Errada – Nos termos do artigo 75-C, §1º, da 
CLT, poderá ser realizada a alteração entre regime 
presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo 
acordo entre as partes, registrado em aditivo 
contratual. 
D: Errada - Não há qualquer impedimento legal de 
comparecimento do empregado às dependências 
do empregador, ainda que em teletrabalho. 
Nos termos do artigo 75-C, §1º, da CLT, observa-
se que: 
“§ 1º Poderá ser realizada a alteração entre 
regime presencial e de teletrabalho desde que haja 
mútuo acordo entre as partes, registrado em 
aditivo contratual.” 
Neste sentido, para que seja alterada a forma de 
prestação de serviços de trabalho presencial para 
teletrabalho é necessária a existência de mútuo 
acordoentre as partes, registrado em aditivo 
contratual. 
Comentário Curto 
Observa-se que a alteração da forma de prestação 
de serviços de trabalho presencial para 
teletrabalho é necessária a existência de mútuo 
acordo entre as partes, registrado em aditivo 
contratual. 
Assim, a alternativa “a” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: A 
 
Questão 72. 
Juma Marruá foi contratada para trabalhar como 
vendedora, e para a prestação dos serviços, o 
gerente da loja determinou o uso de uniformes. 
Contudo, a empregada não concordava com os 
padrões de vestimenta impostos, o que a motivou 
a comparecer no departamento de Recursos 
Humanos para questionar a obrigatoriedade do uso 
de uniformes. 
Considerando o caso narrado e o disposto na CLT, 
marque a alternativa correta. 
a) Cabe ao empregador definir o padrão de 
vestimenta no meio ambiente laboral, sendo ilícita 
a inclusão no uniforme de logomarcas da própria 
empresa ou de empresas parceiras. 
80 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
b) O empregador pode determinar o padrão de 
vestimenta dos empregados, e a ele cabe a 
higienização do uniforme em qualquer hipótese. 
c) Cabe ao empregador definir o padrão de 
vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a 
inclusão no uniforme de logomarcas da própria 
empresa ou de empresas parceiras. 
d) O empregador não pode obrigar os empregados 
a um determinado padrão de vestimenta. 
Comentário Longo 
A: Errada: De fato, cabe ao empregador definir o 
padrão de vestimenta no meio ambiente laboral. 
Contudo, é lícita a inclusão no uniforme de 
logomarcas da própria empresa ou de empresas 
parceiras e de outros itens de identificação 
relacionados à atividade desempenhada. 
B: Errada – A regra geral é que a higienização do 
uniforme é de responsabilidade do trabalhador, 
salvo nas hipóteses em que forem necessários 
procedimentos ou produtos diferentes dos 
utilizados para a higienização das vestimentas de 
uso comum. 
C: Certa – Nos termos do art. 456-A, ''caput'' da 
CLT, cabe ao empregador definir o padrão de 
vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a 
inclusão no uniforme de logomarcas da própria 
empresa ou de empresas parceiras e de outros 
itens de identificação relacionados à atividade 
desempenhada. 
D: Errada - A determinação do uso do uniforme aos 
empregados faz parte do poder de organização do 
empregador. 
O empregador possui poderes para dirigir seu 
negócio e estabelecer algumas regras. Neste 
sentido, por meio do poder de organização, o 
empregador poderá determinar regras, como o uso 
do uniforme. 
A CLT regulamenta o tema no seguinte sentido: 
''Art. 456-A, CLT - Cabe ao empregador definir o 
padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, 
sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas 
da própria empresa ou de empresas parceiras e de 
outros itens de identificação relacionados à 
atividade desempenhada. 
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de 
responsabilidade do trabalhador, salvo nas 
hipóteses em que forem necessários 
procedimentos ou produtos diferentes dos 
utilizados para a higienização das vestimentas de 
uso comum.'' 
Assim, cabe ao empregador definir o padrão de 
vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a 
inclusão no uniforme de logomarcas da própria 
empresa ou de empresas parceiras. 
Comentário Curto 
Nos termos do art. 456-A, ''caput'' da CLT, cabe ao 
empregador definir o padrão de vestimenta no 
meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no 
uniforme de logomarcas da própria empresa ou de 
empresas parceiras e de outros itens de 
identificação relacionados à atividade 
desempenhada. 
Assim, a assertiva "C" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: C 
 
Questão 73. 
Priscilinha foi contratada para trabalhar como 
vendedora na loja Roupas e Acessórios Diva’s 
LTDA., a título de experiência, pelo prazo de 60 
dias. Contudo, após 45 dias de prestação de 
serviços, o empregador decidiu dispensar 
Priscilinha, diante da sua inaptidão em cumprir as 
metas mínimas estipuladas pela empresa. 
Considerando as regras contidas na CLT, assinale a 
alternativa que apresenta o prazo máximo do 
contrato de experiência. 
81 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
A) 60 dias. 
B) 120 dias. 
C) 180 dias. 
D) 90 dias. 
Comentários Longo 
A: Errada: O contrato de experiência não poderá 
exceder de 90 (noventa) dias. 
B: Errada – O contrato de experiência não poderá 
exceder de 90 (noventa) dias. 
C: Errada – O contrato de experiência não poderá 
exceder de 90 (noventa) dias. 
D: Certa - Nos termos do art. 445, parágrafo único, 
da CLT, o contrato de experiência não poderá 
exceder de 90 (noventa) dias. 
A questão abordou a temática dos contratos com 
termos estipulados, em especial, quanto ao 
contrato de experiência. Neste sentido, deve-se 
observar o disposto no art. 445, da CLT: 
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo 
determinado não poderá ser estipulado por mais 
de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. 
Parágrafo único. O contrato de experiência não 
poderá exceder de 90 (noventa) dias. 
Vale mencionar que admite uma única 
prorrogação, mas dentro do período máximo, qual 
seja, noventa dias. 
Comentário Curto 
O contrato de experiência poderá ser estipulado 
por até 90 dias, nos termos do art. 445, parágrafo 
único, da CLT. 
Assim, a assertiva "D" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: D 
 
Questão 74. 
Cornélio foi contratado para trabalhar na empresa 
“Fenos e Gados Agropecuária LTDA.”, 
cumprindo jornada de trabalho em sistema de 
revezamento de turnos, da seguinte forma: das 7 
horas às 14 horas, com uma hora de intervalo para 
refeição e descanso; e das 23 horas às 6 horas, com 
uma hora de intervalo para refeição e descanso. 
Considerando a situação hipotética acima 
informada, assinale a alternativa correta. 
A) O trabalho em regime de turnos ininterruptos de 
revezamento não gera direito à hora noturna 
reduzida, quanto ao labor das 22 horas às 5 horas. 
B) A jornada de trabalho pactuada é irregular, 
sendo admitida apenas em caráter de exceção e 
por negociação coletiva. 
C) A interrupção do trabalho destinada a repouso 
e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo 
para repouso semanal, não descaracteriza o turno 
de revezamento. 
D) É indevido o pagamento de adicional de serviço 
noturno aos empregados sujeitos ao regime de 
turnos ininterruptos de revezamento. 
Comentário Longo 
A: Errada: O trabalho em sistema de turnos 
ininterruptos de revezamento não retira do 
empregado o direito à hora noturna reduzida de 52 
minutos e 30 segundos, previsto no artigo 73 da 
CLT. 
B: Errada – O regime de turno ininterrupto de 
revezamento deverá ser aplicado aos empregados 
que alternam os turnos constantemente (diurno / 
noturno), independentemente de negociação 
coletiva. 
C: Certa – Nos termos da Súmula 360, do TST, a 
interrupção do trabalho destinada a repouso e 
alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo 
para repouso semanal, não descaracteriza o turno 
de revezamento com jornada de 6 (seis) horas 
previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988. 
D: Errada - O adicional noturno é um acréscimo no 
valor da hora diurna trabalhada para quem atua 
82 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
entre as 22h e as 5h. No caso do turno ininterrupto 
de revezamento, o colaborador também possui 
esse direito, conforme estabelece o Art. 73 da CLT. 
A questão abordou a temática quanto ao turno 
ininterrupto de revezamento. E neste sentido, 
devemos nos ater a algumas informações: 
- O trabalho em sistema de turnos ininterruptos de 
revezamento não retira do empregado o direito à 
hora noturna reduzida de 52 minutos e 30 
segundos, previsto no artigo 73 da CLT. Portanto, 
cabe à empresa que adota este sistema de trabalho 
adaptar-se à previsão legal para garantir o direito a 
quem trabalha entre as 22h e as 5h do dia seguinte; 
- Dispensa a necessidade de negociação coletiva 
para estipulação da jornada de 06 horas em turnosininterruptos de revezamento; 
- A interrupção do trabalho destinada a repouso e 
alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo 
para repouso semanal, não descaracteriza o turno 
de revezamento com jornada de 6 (seis) horas 
previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988 (Súmula 360, 
do TST); 
- O adicional noturno é um acréscimo no valor da 
hora diurna trabalhada para quem atua entre as 22h 
e as 5h. No caso do turno ininterrupto de 
revezamento, o colaborador também possui esse 
direito, conforme estabelece o Art. 73 da CLT. 
Assim, nos termos da Súmula 360, do TST, a 
interrupção do trabalho destinada a repouso e 
alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo 
para repouso semanal, não descaracteriza o turno 
de revezamento com jornada de 6 (seis) horas 
previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988. 
Comentário Curto 
Nos termos da Súmula 360, do TST, a interrupção 
do trabalho destinada a repouso e alimentação, 
dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso 
semanal, não descaracteriza o turno de 
revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto 
no art. 7º, XIV, da CF/1988. 
Assim, a assertiva "C" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: C 
 
Questão 75. 
Analise as afirmativas abaixo considerando as 
disposições da legislação trabalhista: 
1. A convenção coletiva e o acordo coletivo de 
trabalho prevalecem sobre a lei quando dispõem 
sobre banco de horas anual. 
2. Constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho, a supressão ou a 
redução, dentre outros direitos, do adicional de 
remuneração para atividades penosas, insalubres 
ou perigosas. 
3. Não será permitido estipular duração de 
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho 
superior a um ano, sendo vedada a ultratividade. 
4. As condições estabelecidas em acordo coletivo 
de trabalho sempre prevalecerão sobre as 
estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 
Assinale a alternativa que indica todas as 
afirmativas corretas. 
A) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. 
B) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. 
C) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4. 
D) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. 
Comentário Longo 
A: Errada – Apenas a afirmativa 01, 02 e 04 estão 
corretas. 
B: Errada - Apenas a afirmativa 01, 02 e 04 estão 
corretas. 
C: Certa - Apenas a afirmativa 01, 02 e 04 estão 
corretas. Veja: 
Afirmativa I: Certa - O banco de horas anual pode 
ser previsto em negociação coletiva e o disposto se 
sobrepõe a lei, conforme art. 611-A, II, da CLT. 
83 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Afirmativa II: Certa - Trata-se de objeto ilícito de 
negociação coletiva a supressão ou a redução do 
adicional de remuneração para atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, conforme art. 611-B, XVIII, 
da CLT. 
Afirmativa III: Errada - Não será permitido estipular 
duração de convenção coletiva ou acordo coletivo 
de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a 
ultratividade (art. 614, parágrafo terceiro, da CLT). 
Afirmativa IV: Certa – Nos termos do artigo 620 da 
CLT, as condições estabelecidas em acordo 
coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as 
estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 
D: Errada - Apenas a afirmativa 01, 02 e 04 estão 
corretas. 
No caso em tela, observa-se as seguintes 
considerações: 
Afirmativa I: Certa - O banco de horas anual pode 
ser previsto em negociação coletiva e o disposto se 
sobrepõe a lei, conforme art. 611-A, II, da CLT. 
Afirmativa II: Certa - Trata-se de objeto ilícito de 
negociação coletiva a supressão ou a redução do 
adicional de remuneração para atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, conforme art. 611-B, XVIII, 
da CLT. 
Afirmativa III: Errada - Não será permitido estipular 
duração de convenção coletiva ou acordo coletivo 
de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a 
ultratividade (art. 614, parágrafo terceiro, da CLT). 
Afirmativa IV: Certa – Nos termos do artigo 620 da 
CLT, as condições estabelecidas em acordo 
coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as 
estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 
Comentário Curto 
No caso em tela, deve-se considerar os seguintes 
aspectos: 
- O banco de horas anual pode ser previsto em 
negociação coletiva e o disposto se sobrepõe a lei, 
conforme art. 611-A, II, da CLT; 
- Trata-se de objeto ilícito de negociação coletiva a 
supressão ou a redução do adicional de 
remuneração para atividades penosas, insalubres 
ou perigosas, conforme art. 611-B, XVIII, da CLT; 
- Nos termos do artigo 620 da CLT, as condições 
estabelecidas em acordo coletivo de trabalho 
sempre prevalecerão sobre as estipuladas em 
convenção coletiva de trabalho. 
Assim, a assertiva "C" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: C 
 
Direito Processual do Trabalho 
Priscila Ferreira 
Questão 76. 
A empresa “Grana LTDA.” ajuizou inquérito 
judicial para apuração de falta grave em face do 
empregado José Leôncio, dirigente sindical, para 
fins de verificação da falta grave por ele cometida. 
Em sede de audiência, a empresa apresentou 5 
testemunhas para serem ouvidas na instrução, mas 
o magistrado limitou a oitiva a três testemunhas. 
Diante do caso apresentado, assinale a alternativa 
correta. 
A) O magistrado agiu equivocadamente, já que 
neste procedimento autoriza-se apenas a oitiva de, 
no máximo, 2 testemunhas para cada parte. 
B) Em sede de Inquérito Judicial para Apuração de 
Falta Grave torna-se vedada a oitiva de 
testemunha, por tratar-se de procedimento 
especial. 
C) O magistrado agiu equivocadamente, já que é 
permitida a oitiva de, no máximo, 6 testemunhas 
em sede de inquérito judicial para apuração de falta 
grave. 
D) O magistrado agiu acertadamente, já que neste 
procedimento autoriza-se apenas a oitiva de, no 
máximo, 3 testemunhas para cada parte. 
84 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Comentário Longo 
A: Errada - Nos termos do art. 821, da CLT, cada 
uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) 
testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, 
caso em que esse número poderá ser elevado a 6 
(seis). 
B: Errada – Nos termos do art. 821, da CLT, cada 
uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) 
testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, 
caso em que esse número poderá ser elevado a 6 
(seis). 
C: Certa – Nos termos do art. 821, da CLT, cada 
uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) 
testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, 
caso em que esse número poderá ser elevado a 6 
(seis). 
D: Errada - Nos termos do art. 821, da CLT, cada 
uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) 
testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, 
caso em que esse número poderá ser elevado a 6 
(seis). 
O número de testemunhas tem relação direta com 
o rito do processo em que a audiência acontecerá. 
Neste sentido, o art. 821, da CLT preceitua que: 
''Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar 
mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar 
de inquérito, caso em que esse número poderá ser 
elevado a 6 (seis).'' 
O procedimento do inquérito judicial - único rito 
especial previsto na Consolidação das Leis do 
Trabalho - para apuração de falta grave do 
empregado com estabilidade no emprego é mais 
amplo que o da ação ordinária, como se vê na 
possibilidade de oitiva de seis testemunhas (art. 
821 da CLT). 
Comentário Curto 
O procedimento do inquérito judicial - único rito 
especial previsto na Consolidação das Leis do 
Trabalho - para apuração de falta grave do 
empregado com estabilidade no emprego é mais 
amplo que o da ação ordinária, como se vê na 
possibilidade de oitiva de seis testemunhas (art. 
821 da CLT). Ou seja, o juiz agiu equivocadamente 
ao limitar a oitiva das testemunhas em três, em 
sede de Inquérito Judicial para Apuração de Falta 
Grave. 
Assim, a assertiva "C" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: C 
 
Questão 77. 
O empregado Rodrigo Cintra foi dispensado 
injustamente durante a pandemia, ocasionada pelacovid-19, e propôs Reclamação Trabalhista em face 
da empresa Optimus LTDA., postulando o 
recolhimento de contribuições previdenciárias não 
efetuadas durante todo o período contratual. 
Com relação à competência material da Justiça do 
Trabalho, assinale a alternativa correta. 
A) Não compete à Justiça do Trabalho a execução 
das contribuições previdenciárias, ainda que 
relativas a sentenças condenatórias em pecúnia 
que proferir. 
B) A competência da Justiça do Trabalho, quanto à 
execução das contribuições previdenciárias, limita-
se às sentenças condenatórias em pecúnia que 
proferir e aos valores, objeto de acordo 
homologado, que integrem o salário de 
contribuição. 
C) A Justiça do Trabalho apenas não possui 
competência de executar contribuições 
previdenciárias de que tenha acordo homologado. 
D) A competência da Justiça do Trabalho, quanto à 
execução das contribuições previdenciárias, limita-
se apenas às sentenças condenatórias em pecúnia 
que proferir. 
Comentário Longo 
85 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
A: Errada - Nos termos da Súmula 368, inciso I, do 
TST, a Justiça do Trabalho é competente para 
determinar o recolhimento das contribuições 
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, 
quanto à execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos 
valores, objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição. 
B: Certa – Nos termos da Súmula 368, inciso I, do 
TST, a Justiça do Trabalho é competente para 
determinar o recolhimento das contribuições 
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, 
quanto à execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos 
valores, objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição. 
C: Errada – Nos termos da Súmula 368, inciso I, do 
TST, a Justiça do Trabalho é competente para 
determinar o recolhimento das contribuições 
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, 
quanto à execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos 
valores, objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição. 
D: Errada - Nos termos da Súmula 368, inciso I, do 
TST, a Justiça do Trabalho é competente para 
determinar o recolhimento das contribuições 
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, 
quanto à execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos 
valores, objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição. 
A Súmula n. 368, I, do TST preceitua que: 
“A Justiça do Trabalho é competente para 
determinar o recolhimento das contribuições 
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, 
quanto à execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos 
valores, objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição.” 
Assim, de acordo com o item I da Súmula 368 do 
TST, a competência desta Justiça Especializada, 
quanto à execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos 
valores objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição, não alcançando 
contribuições previdenciárias incidentes sobre os 
salários pagos ao longo do vínculo de emprego. 
Comentário Curto 
Nos termos da Súmula 368, inciso I, do TST, a 
Justiça do Trabalho é competente para determinar 
o recolhimento das contribuições fiscais. A 
competência da Justiça do Trabalho, quanto à 
execução das contribuições previdenciárias, limita-
se às sentenças condenatórias em pecúnia que 
proferir e aos valores, objeto de acordo 
homologado, que integrem o salário de 
contribuição. 
Assim, a assertiva "B" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: B 
 
Questão 78. 
Guilherme ajuizou Reclamação Trabalhista em face 
de seu ex-empregador, Dr. James. O processo 
tramita na 10ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP e 
a audiência una foi designada para às 10h do dia 
10/10/2022. Contudo, no dia da audiência, até às 
10h30, o juiz ainda não havia comparecido ao 
fórum para abertura da pauta de audiências, o que 
motivou o advogado de Guilherme a solicitar que o 
ocorrido constasse do livro de registros de 
audiência e se retirasse com o seu cliente. 
86 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Diante da situação narrada, e nos termos da CLT, 
assinale a alternativa correta. 
A) O advogado de Guilherme não agiu de forma 
acertada, pois deveria aguardar o magistrado para 
a audiência, independente do tempo. 
B) O advogado de Guilherme agiu acertadamente, 
pois caso o juiz não tenha comparecido até 30 
minutos após a hora marcada, as partes poderão se 
retirar, constando o ocorrido do livro de registros 
de audiência. 
C) O advogado de Guilherme não agiu de forma 
acertada, já que deveria aguardar por uma hora a 
chegada do magistrado para, então, se retirar. 
D) O advogado de Guilherme agiu acertadamente, 
pois caso o juiz não tenha comparecido até 15 
minutos após a hora marcada, as partes poderão se 
retirar, constando o ocorrido do livro de registros 
de audiência. 
Comentário Longo 
A: Errada - O advogado de Guilherme agiu de 
forma correta, pois caso o juiz não tenha 
comparecido até 15 minutos após a hora marcada, 
as partes poderão se retirar, constando o ocorrido 
do livro de registros de audiência. 
B: Errada – Nos termos do art. 815, parágrafo 
único, da CLT, se, até 15 (quinze) minutos após a 
hora marcada, o juiz ou presidente não houver 
comparecido, os presentes poderão retirar-se, 
devendo o ocorrido constar do livro de registro das 
audiências. 
C: Errada – O advogado de Guilherme agiu de 
forma correta, pois caso o juiz não tenha 
comparecido até 15 minutos após a hora marcada, 
as partes poderão se retirar, constando o ocorrido 
do livro de registros de audiência. 
D: Certa - Nos termos do art. 815, parágrafo único, 
da CLT, se, até 15 (quinze) minutos após a hora 
marcada, o juiz ou presidente não houver 
comparecido, os presentes poderão retirar-se, 
devendo o ocorrido constar do livro de registro das 
audiências. 
No que tange ao atraso em audiência, verifica-se 
que há uma tolerância de atraso tão somente 
relacionada a figura do magistrado, o qual poderá 
atrasar em no máximo 15 minutos para a primeira 
audiência da pauta. Ultrapassado este prazo, as 
partes poderão se retirar e constar o ocorrido no 
livro de registro de audiências. Tome nota do 
disposto na CLT: 
''Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente 
declarará aberta a audiência, sendo feita pelo 
secretário ou escrivão a chamada das partes, 
testemunhas e demais pessoas que devam 
comparecer. 
Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após 
a hora marcada, o juiz ou presidente não houver 
comparecido, os presentes poderão retirar-se, 
devendo o ocorrido constar do livro de registro das 
audiências.'' 
Assim, o advogado de Guilherme agiu de forma 
correta, pois caso o juiz não tenha comparecido até 
15 minutos após a hora marcada, as partes poderão 
se retirar, constando o ocorrido do livro de 
registros de audiência. 
Comentário Curto 
Nos termos do art. 815, parágrafo único, da CLT, 
se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o 
juiz ou presidente não houver comparecido, os 
presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido 
constar do livro de registro das audiências. 
Assim, a assertiva "D" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: D 
 
Questão 79. 
Maria propôs Reclamação Trabalhista em face de 
seu ex-empregador, pleiteando o pagamento de 
horas extras e reflexos. Na data da audiência una, 
87 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Maria compareceu acompanhada de seu 
advogado, sendo que a reclamada estava 
representada por um preposto não empregado da 
empresa. A autora arguiu a irregularidade de 
representação da reclamada em audiência, já que 
o preposto nãomantinha vínculo empregatício com 
a empresa, o que implicou na aplicação de revelia 
para parte. 
Diante do caso narrado, assinale a alternativa 
correta. 
A) A empresa estava regularmente representada 
em audiência, já que se torna desnecessário que o 
preposto seja empregado da reclamada. 
B) A empresa não estava regularmente 
representada em audiência, já que o preposto 
precisa ser empregado e ter conhecimento dos 
fatos. 
C) A empresa não estava regularmente 
representada em audiência, já que o preposto 
precisa ser gerente da empresa. 
D) A empresa estava regularmente representada 
em audiência, já que o preposto não precisa ser 
empregado e tampouco conhecer dos fatos. 
Comentário Longo 
A: Certa - Nos termos do art. 843, §1º, da CLT, é 
facultado ao empregador fazer-se substituir pelo 
gerente, ou qualquer outro preposto que tenha 
conhecimento do fato, e cujas declarações 
obrigarão o proponente. 
B: Errada – A empresa estava regularmente 
representada em audiência. Ademais, é necessário 
que o preposto tenha conhecimento dos fatos. 
C: Errada – A empresa estava regularmente 
representada em audiência. Ademais, o preposto 
não precisa ser empregado da empresa, bastando 
somente que tenha conhecimento dos fatos. 
D: Errada - A empresa estava regularmente 
representada em audiência. Ademais, o preposto 
não precisa ser empregado da empresa, bastando 
que tenha conhecimento dos fatos. 
O artigo 843, parágrafo primeiro, da CLT, preceitua 
que: 
“É facultado ao empregador fazer-se substituir 
pelo gerente, ou qualquer outro preposto que 
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações 
obrigarão o proponente.” 
Ademais, o parágrafo terceiro do 
supramencionado artigo aborda que: 
''§ 3º O preposto a que se refere o § 1o deste 
artigo não precisa ser empregado da parte 
reclamada.'' 
Assim, podemos concluir que o preposto não 
precisa ser empregado da reclamada e também 
não precisa ter presenciado os fatos, bastando que 
tenha conhecimento dos mesmos. 
Logo, a empresa estava regularmente 
representada em audiência, já que é desnecessário 
que o preposto seja empregado da reclamada. 
Comentário Curto 
Nos termos do art. 843, §1º, da CLT, é facultado 
ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou 
qualquer outro preposto que tenha conhecimento 
do fato, e cujas declarações obrigarão o 
proponente. Logo, a empresa estava regularmente 
representada em audiência, vez que é 
desnecessário que o preposto seja empregado da 
reclamada. 
Assim, a assertiva "A" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: A 
 
Questão 80. 
Alejandro trabalhou como atendente na Empresa 
"XW" em Londrina/PR. Após a sua dispensa, 
Alejandro retornou para a sua cidade natal, 
Capitólio/MG, e propôs reclamação trabalhista em 
88 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
face da empresa. Cinco dias após receber a 
notificação para comparecimento à audiência una, 
a reclamada apresentou exceção de incompetência 
territorial, o que fez o juiz da 14ª Vara do Trabalho 
de Capitólio/MG determinar a suspensão do 
processo. 
Diante do caso apresentado, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Ao excipiente, em sede de exceção de 
incompetência territorial, torna-se vedada a 
produção de prova oral. 
B) Ao excipiente torna-se autorizada a produção de 
prova oral, desde que as testemunhas sejam 
ouvidas no local de ajuizamento da ação. 
C) Ao excipiente é permitida a produção de prova 
oral, sendo garantido o direito de ouvir suas 
testemunhas, por carta precatória, no juízo que 
houver indicado como competente. 
D) Ao excipiente, em sede de exceção de 
incompetência territorial, fica autorizada apenas a 
produção de prova documental 
Comentário Longo 
A: Errada - Nos termos do art. 800, §3º, da CLT, 
se entender necessária a produção de prova oral, o 
juízo designará audiência, garantindo o direito de o 
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, 
por carta precatória, no juízo que este houver 
indicado como competente. Logo, não há qualquer 
vedação de prova oral para o excipiente. 
B: Errada – Nos termos do art. 800, §3º, da CLT, 
se entender necessária a produção de prova oral, o 
juízo designará audiência, garantindo o direito de o 
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, 
por carta precatória, no juízo que este houver 
indicado como competente. 
C: Certa – Nos termos do art. 800, §3º, da CLT, se 
entender necessária a produção de prova oral, o 
juízo designará audiência, garantindo o direito de o 
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, 
por carta precatória, no juízo que este houver 
indicado como competente. 
D: Errada - Nos termos do art. 800, §3º, da CLT, 
se entender necessária a produção de prova oral, o 
juízo designará audiência, garantindo o direito de o 
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, 
por carta precatória, no juízo que este houver 
indicado como competente. 
O tema ora em análise, exceção de incompetência 
territorial, está regulamentado na CLT, no seguinte 
sentido: 
''Art. 800. Apresentada exceção de incompetência 
territorial no prazo de cinco dias a contar da 
notificação, antes da audiência e em peça que 
sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o 
procedimento estabelecido neste artigo. 
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o 
processo e não se realizará a audiência a que se 
refere o art. 843 desta Consolidação até que se 
decida a exceção. 
§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao 
juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os 
litisconsortes, para manifestação no prazo comum 
de cinco dias. 
§ 3º Se entender necessária a produção de prova 
oral, o juízo designará audiência, garantindo o 
direito de o excipiente e de suas testemunhas 
serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que 
este houver indicado como competente. 
§4º Decidida a exceção de incompetência 
territorial, o processo retomará seu curso, com a 
designação de audiência, a apresentação de defesa 
e a instrução processual perante o juízo 
competente.'' 
Assim, torna-se clara a possibilidade de o 
excipiente produzir prova oral, sendo garantido o 
direito de ouvir suas testemunhas, por carta 
precatória, no juízo que houver indicado como 
competente. 
89 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Comentário Curto 
Nos termos do art. 800, §3º, da CLT, se entender 
necessária a produção de prova oral, o juízo 
designará audiência, garantindo o direito de o 
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, 
por carta precatória, no juízo que este houver 
indicado como competente. 
Assim, a assertiva "C" é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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