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FÍSICA C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página I C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página II – 1 FÍ S IC A 1. O que é Mecânica Mecânica é a ciência que es tu da os movimentos. Por razões didáticas, a Mecânica cos tuma ser dividida em três ca pí tu los: I. Cinemática II. Dinâmica III.Estática A Cinemática é a descrição geo - métrica do movimento por meio de funções matemáticas, isto é, é o equa - cionamento do movimento. Na Cinemática, usamos apenas os conceitos da Geometria as so cia dos à ideia de tempo; as grandezas fun - damentais utilizadas são apenas o comprimento (L) e o tempo (T). A Dinâmica investiga os fatores que produzem ou alteram os mo vi - men tos; traduz as leis que ex pli cam os movimentos. Na Dinâmica, utilizamos como gran dezas fundamentais o compri- men to (L), o tempo (T) e a massa (M). A Estática é o estudo das condi - ções de equilíbrio de um corpo. 2. Ponto Material ou Partícula Ponto material (ou par tí cu la) é um corpo de tamanho des pre zí vel em comparação com as dis tân cias envolvidas no fenômeno es tu da do. Quando as dimensões do corpo são relevantes para o equa cio na men to de seu movimento, ele é cha ma do de corpo extenso. Exemplos (I) Um automóvel em uma via - gem de São Paulo ao Rio de Janeiro (dis tân cia de 400km) é tratado como pon to material, isto é, o seu ta ma nho não é importante no equa cio na mento de seu movimento. (II) Um automóvel fazendo ma - no bras em uma garagem é tratado co - mo corpo extenso. (III) Um atleta disputando a cor ri - da de São Silvestre (extensão de 15km) é tratado como ponto ma te rial. (IV) Um bailarino executando pi - rue tas é tratado como corpo ex ten so. (V) O planeta Terra em seu mo - vimento de translação em torno do Sol é tratado como ponto ma terial. (VI) O planeta Terra em seu mo - vi mento de rotação é tratado como cor po extenso. Quando se estuda a rotação de um corpo, suas dimensões não são des prezíveis e o corpo é sempre tra - tado como corpo extenso. Ponto material tem ta ma nho desprezível, porém sua mas sa não é desprezível. 3. Posição de um Ponto Material A posição de um ponto material é definida pelas suas coordenadas car - tesianas (x, y, z). O conjunto de eixos Ox, Oy e Oz, de mesma origem O e per pen di cu la - res entre si, é chamado sistema car - te siano triortogonal. Se o ponto material estiver sem - pre no mesmo plano, sua posição po - derá ser definida por apenas duas co - or denadas cartesianas: x e y. Se o ponto material estiver sem - pre na mesma reta, sua posição po de - rá ser definida por uma única co or de na da cartesiana: x. 4. Referencial ou Sistema de Referência O sistema cartesiano triortogonal deve ser fixado em um local, em rela- ção ao qual pretendemos estudar a posição do ponto material. Esse local é chamado siste ma de referência ou referen cial. Quando o referencial for omitido, va - mos assumi-lo como su per fície ter restre. 5. Repouso – Movimento Repouso e movimento são con - ceitos relativos, isto é, dependem do referencial adotado. Não existe repouso absoluto nem movimento absoluto. Uma partícula está em re pou so, para um dado re fe ren cial, quan do sua posição per ma nece invariável, is to é, as três coorde nadas cartesia - nas (x, y e z) perma necem cons tan - tes no decurso do tem po. Uma partícula está em mo vi - mento, para um dado re fe ren cial, quando sua posição va ria no decur - so do tempo, is to é, pe lo menos uma das co or de na das cartesianas está va riando. Exemplos (I) Considere um carro em uma rua e um poste. O velocímetro do car - ro marca 100km/h. O motorista do car - ro está em repouso ou em mo vi men to? A resposta correta é: de - pen de do referencial. Se o referencial for a superfície ter - Mecânica MÓDULO 1 Fundamentos da Cinemática FRENTE 1 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 1 2 – FÍS IC A res tre, o poste estará em repouso e o mo torista estará em movimento a 100km/h. Se o referencial for o carro, o moto - rista estará em repouso e o poste estará em movimento a 100km/h. (II) Considere um avião em ple no voo e um passageiro dormindo em uma poltrona. Se o referencial for o avião, o pas - sageiro estará em repouso, e, se o re - fe rencial for a superfície terrestre, o passageiro estará em movimento. 6. Trajetória Trajetória de um ponto ma te rial é o lugar geométrico das po si ções ocu - padas pelo ponto material no de cur so do tempo, isto é, é a união de todas as posições por onde o ponto ma terial passou. P1: posição no instante t1 P2: posição no instante t2 • • • Pn: posição no instante tn A linha geométrica P1, P2, ...., Pn (união de todas as posições por onde o ponto material passou) é a trajetória do ponto material. Para uma trajetória plana, a equa - ção da trajetória é a equação que relaciona as coordenadas car te sia nas x e y entre si. Se o ponto material estiver em re- pouso, ele ocupará uma única po si ção no espaço, e a sua trajetória se reduzirá a um ponto. Como a trajetória está ligada ao con ceito de posição, concluímos que: Exemplo Considere um avião voando em li - nha reta, paralela ao solo horizontal, com velocidade constante de inten si - da de 500km/h, em um local onde o efei to do ar é desprezível. Num dado instante, o avião aban - do na uma bomba. Qual a trajetória descrita pela bom ba? • Para um referencial ligado ao avião, a bomba terá apenas a queda vertical provocada pela ação da gra- vidade e sua trajetória será um seg - mento de reta vertical. • Para um referencial ligado à su - perfície terrestre, a bomba terá dois movimentos simultâneos: (1)movimento horizontal para fren te com a mesma velocidade do avião (500km/h), mantido graças a uma propriedade chamada inércia; (2)movimento de queda ver ti cal provocado pela ação da gra vi dade. A superposição destes dois mo vi - mentos origina uma trajetória pa ra - bólica. • Para um referencial ligado à pró pria bomba, ela está em repouso e sua trajetória será um ponto. 7. Espaço (s) Considere uma trajetória orien ta - da e um ponto O, es co lhido arbi tra ria - mente como refe rên cia. Seja A a po sição do pon to ma te rial em um ins tan te t. Define-se es paço (s), no ins tan te t, como a medida al gé bri ca (leva em conta o sinal) do arco de trajetória OA. O espaço (s) indica apenas onde está o móvel na trajetória, isto é, o es - pa ço é um indicador da posição do mó vel. O espaço não indica a dis tância que o móvel percorreu, mas apenas o lo cal onde ele se encontra. O espaço pode ser positivo (pon to A), negativo (ponto B) ou nu lo (pon - to O). O ponto de referência (O) é de no - minado origem dos es pa ços. Dizer que o espaço (s) é nu lo, num dado instante, sig ni fica ape nas que, naquele ins tante, o móvel está posicio nado na origem dos espaços. 8. Função Horária dos Espaços: s = f(t) Quando um ponto material está em repouso, o seu espaço per ma ne - ce constante, podendo ser igual a ze - ro (parado na origem dos espa ços) ou diferente de zero (parado fora da ori - gem dos espaços). Quando um ponto material está em movimento, o seu espaço (s) va ria com o instante (t). A função que relaciona o espaço (s) com o tempo (t) é denominada fun ção horária dos espaços ou, sim plesmente, equação horária do mo vimento, denominação equi vo ca da, pois trata-se de uma função, e não de uma equação. Quando a equação horária é do 1.° grau, temos o movimento chama do uni forme. Quando a equação horária é do 2.° grau, temos o movimento cha mado uniformemente variado. Exemplos Movimentos Uniformes (1)s = 2,0 + 5,0t (Sl) (2)s = 4,0t (Sl) Movimentos Uni forme mente Variados (3)s = – 3,0 + 8,0t – 5,0t2 (Sl) (4)s = 4,0 + 2,0t2 (Sl) (Sl) – Sistema Inter na cio nal de Unidades: o tempo (t) é me di do em segundos; o espaço (s) é me dido em metros. A trajetória depende do referencial adotado. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp24/11/2022 11:27 Página 2 – 3 FÍ S IC A 9. Espaço Inicial (s0) Denomina-se origem dos tem pos, instante inicial ou instante de re ferência o instante t = 0. Na origem dos tempos, o móvel ocupa uma posição (P0), que é de fi ni da por um espaço (s0) denominado es paço inicial. Observe que o espaço inicial (s0) indica apenas onde está o móvel no instante t = 0. Nas equações de (1) a (4) cita das, o espaço inicial va le, respectiva men te: (1) s0 = 2,0m; (2) s0 = 0; (3) s0 = – 3,0m; (4) s0 = 4,0m. Um instante t positivo significa pos terior à origem dos tempos, e um ins tante t negativo significa anterior à origem dos tempos. Não se pode confundir a origem dos tempos (instante t = 0) com a ori gem dos espaços (posição em que s = 0). Quando o espaço inicial é nulo (s0 = 0), então, na origem dos tem pos (t = 0), o móvel está posicionado na origem dos espaços (s = 0). 1. Um carro fúnebre desloca-se em linha reta com velocidade constante → V , em relação ao solo terrestre, sendo seguido por um conjunto de quatro carros que se deslocam ao longo da mesma reta com a mesma velocidade do carro fúnebre. É correto afirmar que: a) Devemos ter necessariamente d0 = d1 = d2 = d3 b) O cadáver está em repouso c) Os carros estão em movimento d) O cadáver está em movimento em relação aos carros A, B, C e D e) O cadáver está em repouso em relação a qualquer um dos carros, porém está em movimento em relação ao solo terrestre RESOLUÇÃO: a) (F) As distâncias permanecem constantes porém não são necessariamente iguais b) (F) c) (F) Os conceitos de repouso e movimento são relativos, isto é, dependem do referencial adotado d) (F) Em relação aos carros o cadáver está em repouso e) (V) Resposta: E 2. Considere um referencial R e um sistema de coor de nadas car - tesianas de posição (x, y, z) fixo em R. Descreva o que ocorre com uma partícula quando a) x, y e z forem constantes. b) z for constante e x e y forem variáveis. c) x e y forem constantes (não nulas) e z variável. RESOLUÇÃO: a) A partícula estará em repouso. b) A partícula estará em movimento em um plano paralelo ao plano (xy). c) A partícula estará em movimento ao longo de uma reta paralela ao eixo z. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 3 3. (MODELO ENEM) – Considere um trem movendo-se em trajetória retilínea e horizontal com velocidade constante. Uma pessoa A parada em relação ao trem abandona uma pequena esfera de uma altura H acima do piso do trem. Despreze o efeito do ar. Considere uma pessoa B parada em relação ao solo terrestre e uma pessoa C correndo no solo terrestre paralelamente ao movimento do trem e com velocidade constante igual à do trem. Assinale a opção que representa corretamente a forma da trajetória da esfera em relação aos observadores A, B e C RESOLUÇÃO: 1) A esfera mantém, por inércia, uma velocidade horizontal igual à do trem e, portanto, em relação a A e a C, a trajetória é retilínea e vertical. 2) Em relação a B, a esfera tem um movimento horizontal mantido por inércia e um movimento vertical sob ação da gravidade originando uma trajetória parabólica. Resposta: D 4. Uma partícula descreve uma trajetória circular de comprimento C = 80,0m partindo da posição A no instante t = 0 e movendo-se no sentido horário. A função horária dos espaços no movimento da partícula é dada pela relação: Determine a) a posição da partícula no instante t1 = 2,0s. b) o instante t2 em que a partícula completa uma volta pela primeira vez. RESOLUÇÃO: a) t1 = 2,0s ⇒ s1 = 5,0 . (2,0) 2 (m) ⇒ A partícula percorreu um quarto de volta e está posicionada em B. b) Para uma volta completa, temos: s2 = 80,0m 80,0 = 5,0t2 2 t2 2 = 16,0 (SI) Respostas: a) posição B b) t2 = 4,0s s = 5,0t2 (SI) válida para t � 0 s1 = 20,0m t2 = 4,0s 4 – FÍS IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 4 – 5 FÍ S IC A1. Velocidade Escalar Média A palavra escalar significa ape nas que não há envolvimento de di re ção; escalar é o oposto da expressão ve - torial. Sejam: P1 = posição no instante t1, de fi - ni da pelo espaço s1. P2 = posição no instante t2, defi - ni da pelo espaço s2. �s = s2 – s1 = variação de es pa ço. �t = t2 – t1 = intervalo de tempo. Define-se velocidade escalar média (Vm), entre os instantes t1 e t2 (ou entre as posições P1 e P2), pela relação: Notas (1)O valor absoluto de �s só re - presenta a distância que o móvel percorreu, se o móvel não inverter o sentido de seu movimento. (2)Se o móvel avançar e, em se - guida, recuar, voltando ao ponto de partida, seguindo a mesma tra je tó ria, então �s = 0 e Vm = 0. (3)Se o móvel voltar ao ponto de partida, através de uma trajetória fe - chada, sem inverter o sentido de seu movimento, então �s não será nu lo, e sim igual à distância per cor ri da. Se, por exemplo, a trajetória fe cha da for uma circunferência, per cor rida sem pre no mesmo sen ti do, ao com pletar uma volta te re mos �s = 2πR em que R é o raio da cir cun ferência des crita. (4)A velocidade escalar média tra - duz a velocidade escalar cons tan te que o móvel deveria ter para partir da mesma posição inicial e chegar à mesma posição final, no mesmo in ter - va lo de tempo �t, com o mesmo deslocamento escalar. 2. Unidades de Velocidade • No Sistema Internacional, temos: u(L) = metro (m) u(T) = segundo (s) • No Sistema CGS (centímetro-gra - ma-segundo), temos: u(L) = centímetro (cm) u(T) = segundo (s) • Unidade prática: u(L) = quilômetro (km) u(T) = hora (h) • Relações: 3. Equação Dimensional da Velocidade Na Cinemática, adotamos como gran dezas fundamentais o com pri - men to (L) e o tempo (T). Qualquer grandeza da Cine má ti ca pode ser escrita em função de L e T. Denomina-se equação dimen sio - nal de uma grandeza cinemática G a sua expressão em função das grandezas fundamentais L e T. A equação dimensional é simboli - zada por um colchete. [G] lê-se: equação dimensional de G. Sendo [ G ] = Lx Ty, os expoen tes x e y são cha mados de dimen sões de G em relação a L e a T, res pec ti va men te. A velocidade tem equação di men - sional dada por: As dimensões da velocidade são: 1 em relação ao comprimento e –1 em relação ao tempo. 4. Velocidade Escalar Instantânea A velocidade escalar instantânea tra duz a rapidez de movimento, isto é, a rapidez com que a posição (es pa ço) varia no decurso do tempo. Uma grande velocidade escalar significa movimento rápido, pequena velo cidade escalar significa mo vi men - to lento e velocidade escalar nula significa que não há movimento. Admitamos que se pretenda cal - cu lar a velocidade escalar de um mó - vel, em um instante t, em que ele pas sa por uma posição P de sua traje - tó ria. �s s2 – s1 Vm = –––– = –––––––– �t t2 – t1 m u(V) = –––– = m . s –1 s cm u(V) = ––––– = cm . s –1 s km u(V) = –––– = km . h –1 h km 1000m 1 m 1 ––––– = –––––––– = –––– –––– h 3600s 3,6 s m cm 1 –––– = 102 ––––– s s [�s] L [V] = –––––– ⇔ [V] = –––– [�t] T [V] = LT –1 MÓDULO 2 Velocidade Escalar C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 5 6 – FÍS IC A Para tanto, calculamos sua velo ci dade escalar média entre a posição P (instante t) e a posição P’ (instante t + �t). Se fizermos o intervalo de tempo �t ir diminuindo e tendendo a zero (�t → 0), o valor da velocidade es ca- �s lar média �Vm = –––– � vai tender para o valor da veloci-�t dade escalar no ins tante t, isto é: A velocidade escalar ins tan tânea é o limite para onde ten de a velocidade escalar mé dia, quando o intervalo de tem po considerado tende a ze ro. O cálculo desse limite é uma fun-ção matemática chamada deri va ção. ds Escreve-se V = –––– e lê-se: dt A velocidade escalar é a de ri va da do espaço em rela ção ao tem po. 5. Derivada de uma Função Polinomial Calculemos, em um caso par ti cu lar, a derivada de uma função po li no mial para, por meio de uma in du ção vulgar,apresentarmos a regra ge ral para a derivação de uma fun ção polinomial de grau n. Consideremos a função horária dos espaços: s = 2,0t2 + 8,0t + 2,0 (SI) Em um instante t, o espaço vale s. Em um instante t’ = t + �t, o es pa ço vale s’. Calculemos a velocidade escalar média entre os instantes t e t’: s’ = 2,0 (t + �t)2 + 8,0(t + �t) + 2,0 s’ = 2,0t2 + 4,0t �t + 2,0 (�t)2 + 8,0t + 8,0 �t + 2,0 s’ = 2,0t2 + (4,0t + 8,0) �t + 2,0 (�t)2 + 8,0t + 2,0 �s = s’ – s = (4,0t + 8,0) �t + 2,0 (�t)2 �s Vm = –––– = 4,0t + 8,0 + 2,0 �t�t Quando �t tende a zero, o resul tado é: (SI) Portanto: 1) a derivada de 2,0t2 é 4,0t; 2) a derivada de 8,0t é 8,0; 3) a derivada de uma constante (2,0) é zero. Por meio de uma indução vulgar, con cluímos: 1) a derivada de atn é natn – 1 (com a e n constantes); 2) a derivada de bt é b (com b constante); 3) a derivada de qualquer cons tante é nula. Assim, para s = atn + bt + c com a, b, c e n cons - tantes, temos: 6. Exemplos (I) s = 5,0t3 + 8,0t2 – 9,0t + 10,0 (SI) ds V = –––– = 15,0t2 + 16,0t – 9,0 (SI) dt (II) s = – 3,0t2 + 1,0t – 8,0 (SI) ds V = –––– = – 6,0t + 1,0 (SI) dt (III) s = – 4,0 + 2,0t (SI) ds V = –––– = 2,0m/s (constante) dt �s V = lim Vm = lim –––––�t �t → 0 �t → 0 V = 4,0t + 8,0 ds V = –––– = n atn – 1 + b dt C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 6 – 7 FÍ S IC A1. (PUCC-2022-MODELO ENEM) – Num grupo de idosos foi feita uma avaliação física na qual um dos testes era percorrer, correndo e/ou andando, uma pista circular de 60m, dando o máximo de voltas possível num intervalo de tempo pré-determinado. Um atleta da terceira idade, correndo, percorre a pista em 25 segundos e, andando, em 40 segun - dos. A diferença entre as velocidades escalares médias desse atleta, correndo e andando, é, em metros por segundo, de: a) 3,9 b) 2,4 c) 1,5 d) 1,1 e) 0,9 RESOLUÇÃO: Vm = V1 = e V2 = V1 – V2 = d � – � = d V1 – V2 = 60 . (m/s) V1 – V2 = (m/s) Resposta: E 2. Um móvel percorre a trajetória ABC, indicada na figura, caminhando sempre no mesmo sentido e sem parar. No trajeto de A para B a velocidade escalar média do móvel vale V1 e no trajeto de B para C vale V2. Determine a velocidade escalar média entre A e C, em função de V1 e V2 nos seguintes casos: a) o tempo gasto de A para B é igual ao tempo gasto de B para C. b) a distância percorrida de A para B é igual à distância percorrida de B para C. RESOLUÇÃO: a) 1) V1 = e V2 = 2) Δs1 = V1T e Δs2 = V2T 3) Vm = = ⇒ (média aritmética) b) 1) V1 = e V2 = 2) T1 = e T2 = 3) T = T1 + T2 = + = 4) Vm = = 2d . (média harmônica) Respostas: a) b) Δs –––– Δt d –––– T1 V1 – V2 = 0,9m/s d –––– T2 1 –––– T1 1 –––– T2 (T2 – T1) –––––––– T1 T2 (40 – 25) –––––––– 40 . 25 60 . 15 –––––––– 40 . 25 Δs1 + Δs2 –––––––––– 2T V1T + V2T –––––––––– 2T V1 + V2 Vm = –––––––––– 2 d –––– T1 d –––– T2 d –––– V1 d –––– V2 d –––– V1 d –––– V2 dV2 + dV1 –––––––––––– V1 V2 d (V2 + V1) T = ––––––––––– V1 V2 Δs –––– Δt V1 V2 ––––––––– d(V1 + V2) 2 (V1 V2) Vm = –––––––––– V1 + V2 V1 + V2 Vm = –––––––––– 2 2 V1 V2 Vm = –––––––––– V1 + V2 Δs2 –––– T Δs1 –––– T C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 7 3. Uma partícula descreve uma trajetória retilínea e sua coordenada de posição x varia com o tempo t conforme a relação: A partícula passa pelas posições que correspondem aos pontos de inversão de movimento nos instantes t1 e t2 tais que: a) t1 = 1,0s e t2 = 2,0s b) t1 = 1,0s e t2 = 5,0s c) t1 = 2,0s e t2 = 6,0s d) t1 = 4,0s e t2 = 5,0s e) t1 = 0 e t2 = 5,0s RESOLUÇÃO: 1) V = = 3,0 t2 – 18,0 t + 15,0 (SI) 2) Pontos de inversão: V = 0 3,0 t2 – 18,0 t + 15,0 = 0 1,0 t2 – 6,0 t + 5,0 = 0 Resposta: B 4. Um projétil é lançado verticalmente para cima, a par tir do solo terrestre, e sua altura h varia com o tempo de movimento t, de acordo com a relação: Determine a) o instante T em que o projétil volta ao solo. b) o tempo de subida TS. b) as velocidades escalares nos instantes t1 = 2,0s e t2 = 4,0s. RESOLUÇÃO: a) t = T ⇔ h = 0 0 = 30,0T – 5,0T2 5,0T2 = 30,0T 5,0T = 30,0 ⇒ b) 1) V = = 30,0 – 10,0t (SI) 2) V = 0 ⇒ 0 = 30,0 – 10,0 TS 10,0 TS = 30,0 ⇒ c) V = 30,0 – 10,0t (SI) 1) t1 = 2,0s ⇔ V = V1 V1 = 30,0 – 10,0 . 2,0 (SI) V1 = 30,0 – 20,0 (SI) V1 = 10,0 m/s (subindo) 2) t2 = 4,0s ⇔ V = V2 V2 = 30,0 – 10,0 . 4,0 (SI) V2 = 30,0 – 40,0 (SI) V2 = –10,0 m/s (descendo) O fato de ⎥V1⎥ = ⎥V2⎥ indica que a altura do projétil nesses dois instantes é a mesma. Respostas:a) T = 6,0s b) TS = 3,0s c) V1 = 10,0m/s (subindo) V2 = –10,0m/s (descendo) x = 1,0 t3 – 9,0 t2 + 15,0 t + 5,0 (SI) dx –––– dt t1 = 1,0s t2 = 5,0s h = 30,0t – 5,0t2 (SI) T = 6,0s ds ––– dt TS = 3,0s – 8 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 8 – 9 FÍ S IC A1. Aceleração Escalar Média (�m) Sejam: V1 = velocidade escalar no instante t1 V2 = velocidade escalar no instante t2 Define-se aceleração esca lar média (�m), entre os instantes t1 e t2, pela relação: 2. Aceleração Escalar Instantânea A aceleração escalar instantânea traduz a rapidez com que a velo ci da de escalar varia no decurso do tem po, isto é, traduz “a velocidade” da ve lo - cidade. Uma grande aceleração escalar si - g nifica que a velocidade escalar va ria rapidamente, uma pequena ace - leração escalar significa que a ve lo - cidade escalar varia lentamente e aceleração escalar nula significa que a velocidade escalar não varia. A aceleração escalar ins tan tânea é o limite para o qual ten de a aceleração escalar mé dia, quando o intervalo de tem po considerado tende a ze ro. Portanto: A aceleração escalar (ins tan tâ - nea) é a derivada da ve lo cidade es - ca lar (instan tâ nea) em relação ao tem po. Exemplos 3. Unidades de Aceleração • No Sl: • No CGS: • Relação entre as unidades: 4. Equação Dimensional da Aceleração A aceleração tem dimensão 1 em re lação ao comprimento e dimen - são –2 em relação ao tempo. 5. Relações entre as Grandezas Cinemáticas s indica a posição do móvel (local). V traduz a rapidez de movimento. � traduz a rapidez com que a velo ci - dade escalar varia. �V V2 – V1 �m = –––– = ––––––––– �t t2 – t1 �V � = lim �m = lim ––––�t �t → 0 �t → 0 dV � = ––––– dt s = 2,0t3 + 4,0t2 – 7,0t + 10,0 (SI) ds V = –––– = 6,0t2 + 8,0t – 7,0 (Sl) dt dV � = –––– = 12,0t + 8,0 (Sl) dt s = 10,0 + 20,0t – 3,0t2 (SI) ds V = –––– = 20,0 – 6,0t (Sl) dt � = – 6,0 m/s2 (constante) u(V) m/s u(�) = ––––– = –––––u(t) s m u(�) = –––– = m . s –2 s2 u(V) cm/s u(�) = ––––– = ––––––u(t) s cm u(�) = –––– = cm . s –2 s2 m cm 1 –––– = 102 ––––– s2 s2 [�V] LT–1 [�] = ––––– ⇔ [�] = ––––– [�t] T [�] = LT–2 s = f(t) Vm = –––– �s �t V = –––– ds dt (veloc. média) (veloc. instantânea) �m = –––– �V �t � = –––– dV dt (acel. média) (acel. instantânea) (eq. horária) MÓDULO 3 Aceleração Escalar e Classificação dos Movimentos C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 9 10 – FÍS IC A 3. Classificação dos Movimentos 1.° Critério Quanto à equação horária: • 1.° grau: movimento uni for me • 2.° grau: movimento uni for me men te varia do 2.° Critério Quanto ao sentido de mo vi men to (sinal da velocidade es calar): • V > 0: movimento pro gres sivo • V < 0: movimento retró gra do 3.° Critério Quanto ao módulo da velo ci dade: • I V I aumenta: mo vi men to ace le rado (V . � > 0) • I V I diminui: movimento re tar da do (V . � < 0) • I V I constante: mo vi men to uni for me (� = 0) a) Propriedades do gráfico espaço x tempo (I) A velocidade escalar é posi tiva quando o espaço for crescente (0 ≤ t < t1 e t3 < t ≤ t4). (II) A velocidade escalar é ne gativa quando o espaço for decres cente (t1 < t < t3). (III) A aceleração escalar é po si ti va quando o arco de parábola tiver con cavidade voltada para cima (t2< t < t4). (IV) A aceleração escalar é ne ga tiva quando o arco de parábola ti ver concavidade voltada para baixo (0 < t < t2). b) Propriedades do gráfico velocidade escalar x tempo (I) A velocidade escalar é po si ti va quando o gráfico estiver acima do eixo dos tempos (0 ≤ t < t1 e t3 < t ≤ t4). (II) A velocidade escalar é ne ga tiva quando o gráfico estiver abai xo do eixo dos tempos (t1 < t < t3). (III) A aceleração escalar é po sitiva quando a velocidade escalar for crescente (t2 < t < t4). (IV) A aceleração escalar é ne gativa quando a velocidade escalar for decrescente (0 < t < t2). Nos intervalos de tempo des ta ca dos no gráfico, temos as seguintes clas sificações: 1) Para 0 < t < t1: a) Movimento Unifor memente Va riado b) Movimento Pro gres sivo (V > 0) c) Movimento Retar da do (V > 0 e � < 0) 2) Para t1 < t < t2: a) Movimento Unifor memente Varia do b) Movimento Retró grado (V < 0) c) Movimento Acelerado (V < 0 e � < 0) 3) Para t2 < t < t3: a) Movimento Unifor memente Va ria do b) Movimento Retró grado (V < 0) c) Movimento Retar da do (V < 0 e � > 0) 4) Para t3 < t < t4: a) Movimento Unifor memente Va riado b) Movimento Pro gres sivo (V > 0) c) Movimento Acele rado (V > 0 e � > 0) C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 10 – 11 FÍ S IC A 1. (VUNESP-UNIFIMES-2022-MODELO ENEM) – Durante uma competição em um autódromo, um carro de corrida entrou em uma reta com velocidade escalar de 144 km/h e, após 7,5 s, chegou ao final da reta com velocidade escalar de 252 km/h. A aceleração escalar média desse carro de corrida nessa reta foi de a) 2,5 m/s2 b) 4,0 m/s2 c) 6,0 m/s2 d) 8,6 m/s2 e) 14,4 m/s2 RESOLUÇÃO: 1) V0 = 144 = m/s = 40,0 m/s 2) Vf = 252 = m/s = 70,0 m/s 3) �m = = Resposta: B 2. (MODELO ENEM) – Considere uma estrada retilínea orientada para direita conforme indica a figura. Um carro A desloca-se para direita e o seu velocímetro dá indicações decrescentes. Um outro carro B desloca-se para esquerda e o seu velocímetro dá indicações crescentes. Complete as lacunas a seguir e escolha a opção correta. O movimento de A é (progressivo ou retrógrado), e (acelerado ou retardado) e sua aceleração escalar é (positiva ou negativa). O movimento de B é (progressivo ou retrógrado) e (acelerado ou retardado) e sua aceleração escalar é (positiva ou negativa). RESOLUÇÃO: A: VA > 0 (progressivo); ⎥VA⎥ diminui (retardado); VA > 0 ⇔ �A < 0 B: VB < 0 (retrógrado); ⎥VB⎥ aumenta (acelerado); VB < 0 ⇔ �B < 0 Resposta: A 144 –––– 3,6 km –––– h 252 –––– 3,6 km –––– h m ––– s2 70,0 – 40,0 ––––––––––– 7,5 ΔV –––– Δt �m = 4,0 m/s 2 lacuna 1 ......................... lacuna 2 ......................... lacuna 3 ......................... lacuna 4 ......................... lacuna 5 ......................... lacuna 6 ......................... lacuna 1 lacuna 2 lacuna 3 lacuna 4 lacuna 5 lacuna 6 a) progressivo retardado negativa retrógrado acelerado negativa b) progressivo acelerado positiva retrógrado retardado negativa c) retrógrado retardado positiva progressivo acelerado positiva d) retrógrado acelerado negativa retrógrado retardado positiva e) progressivo acelerado negativa retrógrado acelerado negativa C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 11 12 – FÍS IC A 3. O gráfico a seguir representa a coordenada de posição (espaço) em função do tempo para uma partícula que descreve uma trajetória retilínea. O gráfico tem a forma de um arco de parábola. a) Classifique o movimento no instante t = t1. b) Indique o que ocorre no instante t = t2. c) Classifique o movimento no instante t = t3. RESOLUÇÃO: No gráfico s = f (t), temos: 1) A concavidade da parábola indica o sinal da aceleração escalar: concavidade para cima ⇔ � > 0 concavidade para baixo ⇔ � < 0 2) O fato de o espaço ser crescente ou decrescente indica o sinal da velo cidade escalar. Espaço crescente ⇔ V > 0 Espaço decrescente ⇔ V < 0 a) t = t1 progressivo e retardado b) t = t2⇒V = 0, ponto de inversão do movimento c) t = t3 retrógrado e acelerado 4. Um carro descreve uma trajetória retilínea e sua velocidade escalar V varia com o tempo t conforme o gráfico a seguir, formado por dois arcos de parábola com vértices nos instantes t1 e t3. 0 → t1: trecho I t1 → t2: trecho II t2 → t3: trecho III t3 → t4: trecho IV a) Quanto vale a aceleração escalar nos instantes t1 e t3? b Classifique o movimento nos trechos I, II, III e IV. RESOLUÇÃO: a) Quando uma função é máxima (instante t1) ou mínima (ins tante t3) a sua derivada é nula e, portanto: b) 1) A velocidade escalar será positiva ou negativa conforme o gráfico esteja acima ou abaixo do eixo dos tempos. 2) A aceleração escalar será positiva ou negativa conforme a velocidade escalar seja crescente (trechos I e IV) ou decrescente (trechos II e III). 3) O movimento será acelerado ou retardado conforme o módu - lo da velocidade aumente (trechos I e III) ou diminua (trechos II e IV) . trecho I � � progressivo e acelerado trecho II � � progressivo e retardado trecho III � � retrógrado e acelerado trecho IV � � retrógrado e retardado � V > 0� < 0 � � V < 0� < 0 � �1 = �3 = 0 V > 0 � > 0 V > 0 � < 0 V < 0 � < 0 V < 0 � > 0 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 12 – 13 FÍ S IC A1. Definição Um movimento é chamado uni for - me quando a relação espaço-tem po é do 1.° grau, isto é, da forma: em que A e B são parâmetros cons - tan tes, com B � 0. 2. Parâmetro A Para t = 0 (origem dos tempos), temos s0 = A e, portanto, o parâmetro A representa o espaço inicial. 3. Parâmetro B A velocidade escalar V é dada por: ds V = –––– = 0 + B dt O parâmetro B representa a ve lo - ci dade escalar. 4. Propriedades do Movimento Uniforme • Equação horária dos espaços: • A velocidade escalar média é igual à velocidade escalar instan tâ nea, é constante e diferente de zero: • A aceleração escalar média é igual à aceleração escalar instan tâ nea, é constante e igual a zero: • O movimento pode ser pro gres - sivo (V > 0) ou retrógrado (V < 0), po - rém não é nem acelerado nem re tar dado, pois a velocidade escalar é cons tante (� = 0). 5. A denominação uniforme de riva do fato de a velocidade es ca lar ser constante, isto é, é um mo vi men to que se processa sem pre da mes ma forma, com o mó vel per cor rendo dis tâncias iguais em in ter va los de tem po iguais. 6. Podemos ter movimento uni - forme em qualquer tra je tó ria. 7. Gráficos do movimento uniforme 8. Interpretações Gráficas Gráfico espaço x tempo No gráfico espaço x tempo, a declividade da reta s = f (t) me de a velocidade escalar. Gráfico velocidade escalar x tempo No gráfico velocidade es ca lar x tempo, a área sob o grá fico mede a variação de espaço �s. s = A + Bt A = s0 B = V s = s0 + Vt �s Vm = V = –––– = constante � 0�t �m = � = constante = 0 �s tg � N = –––– = V �t Área N = V . �t = �s MÓDULO 4 Movimento Uniforme C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 13 14 – FÍS IC A 1. (OBF-2021-MODELO ENEM) – Em uma cena para um filme de ação, uma carreta de 30,0 metros de comprimento se aproxima de um cruzamento com uma linha férrea. Quando ela está a 20,0 metros do trilho, o motorista vê um trem muito longo e a 50,0 metros do cruzamento se aproximando com uma velocidade escalar de 36,0 km/h. Considere a velocidade escalar do trem constante, que as duas vias são perpendiculares entre si e que o trem tem uma largura de 5,0 m. A cena exige que a carreta atravesse o cruzamento na frente do trem, sem colidir com ele. Qual é a menor velocidade escalar, considerada constante e em m/s, que a carreta deve ter? a) 20,0 b) 11,0 c) 10,0 d) 5,0 e) 4,0 RESOLUÇÃO: 1) Tempo gasto pelo trem para chegar no cruzamento Δs = VT . t ⇒ 50,0 = 10,0 . T ⇒ 2) A traseira da carreta deverá chegar no ramo direito do trilho em 5,0 s percorrendo 55,0 m (ver figura). VC = ⇒ ⇒ Resposta:B 2. (VUNESP-UNISA-2021-MODELO ENEM) – Para transportar as peças de um gerador eólico, foi empregado um comboio de carretas e veículos batedores. Por razões técnicas, o comboio, com 160 m de comprimento, teve de realizar uma parada em determinado ponto de seu trajeto. Nesse ponto, o comboio ocupava quase toda a pista, deixando apenas uma faixa estreita para que outros veículos pudessem realizar sua ultrapassagem, conforme a ilustração. Como a fila de veículos atrás do comboio já possuía 500 m, providenciou-se a ultrapassagem desses veículos, mantendo-os sob a velocidade escalar constante de 2,0 m/s. Sob essas condições, a operação de ultrapassagem demorou a) 3,0 min b) 4,5 min c) 5,5 min d) 8,0 min e) 8,5 min RESOLUÇÃO: Δs = V t (MU) 500 + 160 = 2,0 T 660 = 2,0 T T = 330 s T = min = 5,5 min Resposta: C 55,0 m –––––––– 5,0 s Δs –––– Δt T = 5 min + 30 s 330 –––– 60 VC = 11,0 m/s T = 5,0 s C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 14 – 15 FÍ S IC A 3. (VUNESP-FMJ-2021-MODELO ENEM) – O ônibus P sai de São Pau lo com destino a Jundiaí mantendo velocidade escalar constante de 80 km/h. Quinze minutos depois, o ônibus R sai de Jundiaí com destino a São Paulo, também com velocidade escalar constante de módulo 80 km/h e percorrendo, em sentido contrário, o mesmo trajeto retilíneo do ônibus P. Sa bendo-se que a distância, ao longo da estrada, entre as duas cidades é de 50 km, os ônibus se encontrarão no km: a) 30km b) 32km c) 35km d) 38km e) 40km Nota: O km zero está em São Paulo RESOLUCÃO: 1) Montagem das equações horárias: s = s0 + V t sP = 80t ; sR = 50 – 80 (t – 0,25) 2) Condição de encontro: sP = sR 80 tE = 50 – 80 (tE – 0,25) 80 tE = 50 – 80 tE + 20 160 tE = 70 ⇒ tE = h = h 3) Posição de encontro: sP = sE = 80 tE ⇒ sE = 80 . km Resposta: C 4. (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA) – A figura seguinte exibe o gráfico do movimento de duas partículas A e B, seguindo uma mesma trajetória retilínea. De acordo com o diagrama os movimentos ocorrem simultaneamente com sentidos opostos oriundos de pontos diferentes do mesmo trajeto. Determine. a) o instante tE de encontro b) a posição sE de encontro RESOLUÇÃO: a) 1) Cálculo das velocidades escalares: VA = = = 1,0 m/s VB = = = – 1,5 m/s 2) Montagem das equações horárias: s = s0 + V t sA = 1,0t (SI) sB = 15,0 – 1,5t (SI) 3) Condição de encontro: sA = sB 1,0tE = 15,0 – 1,5tE 2,5tE = 15,0 ⇒ b) t = tE = 6,0s sA = sE = 1,0 . 6,0(m) ⇒ Respostas: a) tE = 6,0s b) sE = 6,0m 70 –––– 160 7 ––– 16 7 ––– 16 sE = 35km 15,0 10,0 5,0 0 5,0 10,0 15,0 espaço (m) tempo (s) A B m ––– s 10,0 ––––– 10,0 ΔsA ––––– Δt m ––– s –15,0 ––––– 10,0 ΔsB ––––– Δt tE = 6,0s sE = 6,0m C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 15 16 – FÍS IC A 1. Definição Um movimento é chamado uni - for memente variado quando a re - lação espaço-tempo é do 2.o grau, is to é, da forma: em que A, B e C são parâmetros cons - tan tes, com C � 0. 2. Parâmetro A Para t = 0 (origem dos tempos), te mos s0 = A e, portanto, o parâmetro A representa o espaço inicial. 3. Parâmetro B A velocidade escalar V é dada por: Para t = 0 (origem dos tempos), te mos V0 = B e, portanto, o parâ metro B representa a velocidade es calar ini - cial. 4. Parâmetro C A aceleração escalar � é dada por: O parâmetro C representa me ta - de da aceleração escalar. 5. Propriedades Do MUV • Equação horária dos espaços: ou • Equação horária das velocida - des: • A aceleração escalar média é igual à aceleração escalar instan tâ nea, é constante e diferente de zero: • Equação de Torricelli: • A velocidade escalar média po - de ser calculada pela média arit mé tica entre a velocidade escalar ini cial (V0) e a velocidade escalar final (V): • Os deslocamentos escalares, em in tervalos de tempo sucessivos e iguais, variam em progressão aritméti ca. 6. A denominação uniforme mente va riado deriva do fato de a ve lo ci da de escalar ser variável (mo vi mento va riado), porém com ace le ra ção es ca lar constante, isto é, a ve lo ci dade es calar varia, porém de uma ma neira uni forme (em uma taxa cons tante). 7. Podemos ter movimento uni for - me mente variado em qualquer tra - jetória. 8. Gráficos do movimento uni for me - mente variado: s = A + Bt + Ct2 A = s0 ds V = ––––– = B + 2Ct dt B = V0 dV � = ––––– = 2C dt � C = –––– 2 � s = s0 + V0t + –––– t 2 2 � �s = V0t + –––– t 2 2 V = V0 + � t �V �m = � = –––– = constante � 0�t V2 = V0 2 + 2��s V0 + V Vm = –––––––– 2 MÓDULO 5 Movimento Uniformemente Variado C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 16 – 17 FÍ S IC A 1. (VUNESP-CUSC-2022-MODELO ENEM) – Durante uma corrida, uma motocicleta a 50 m/s perde a aderência com a pista quando iniciaria uma curva, seguindo em linha reta e entrando na área de frenagem, onde avança por 50 m, até que as pequenas pedras desse local cessem completamente o movimento da motocicleta. Admitindo-se que a desa - celeração tenha sido uniforme, o tempo necessário para que a moto - cicleta, a partir de sua velocidade inicial, atinja a parada total é a) 1,0s b) 2,0s c) 2,5s d) 3,0s e) 3,5s RESOLUÇÃO: = (MUV) = 25 �t = 50 Resposta: B 2. (VUNESP-ADAMANTINA-2021-MODELO ENEM) – Os trens do metrô da cidade de São Paulo são compostos por seis vagões, cada um com 22 m de comprimento. Considere que uma dessas composições se aproximou de uma estação a 20 m/s e iniciou o processo de frenagem a 68 m da extremidade inicial da plataforma, com aceleração escalar constante. A figura mostra uma visão aérea dessa situação. Sabendo-se que essa plataforma foi construída para que os trens, quando parados, ocupem exatamente sua extensão, o módulo da aceleração escalar do trem, durante a frenagem, foi de a) 0,30 m/s2 b) 0,40 m/s2 c) 0,60 m/s2 d) 0,80 m/s2 e) 1,0 m/s2 RESOLUÇÃO: 1) Até o trem parar a sua dianteira percorre uma distância �s = 132 m + 68 m = 200 m 2) Equação de Torricelli: V2 = V0 2 + 2 � �s 0 = (20)2 + 2 (–a) 200 400 a = 400 Resposta: E V0 + Vf –––––––– 2 �t = 2,0s �s ––– �t 50 ––– �t 50 + 0 –––––– 2 a = 1,0 m/s2 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 17 3. (COLÉGIO NAVAL-2022-MODELO ENEM) – Em uma estrada reta, um automóvel encontra-se parado em sinal fechado. No momento em que o sinal “abre”, o motorista pisa o acelerador e o carro arranca com uma aceleração escalar constante de 0,40 m/s2. Nesse mesmo instante, uma moto ultrapassa o veículo com velocidade escalar constante de 36 km/h. Determine a distância percorrida pelo carro até alcançar a moto a partir da abertura do sinal, e assinale a opção correta. a) 300 m b) 350 m c) 400 m d) 450 m e) 500 m RESOLUÇÃO: 1) Montagem das equações horárias: Moto: s = s0 + V t ⇒ sM = 10 t (SI) Carro: s = s0 + V0 t + t 2 ⇒ sC = 0,20 t 2 (SI) 2) Condição de encontro: sM = sC 0,20tE 2 = 10 tE ⇒ 3) Local de encontro: t = tE = 50 s sM = sE sE = 10 . 50 (m) ⇒ Resposta: E 4. (VUNESP-USCS) – Em uma estrada retilínea, dois auto móveis se deslocam com velocidade escalar constante de 25 m/s e a distância entre eles é de 32 m. Em certo instante, o automóvel que se encontra atrás passa a se mover com aceleração escalar constante de 4,0 m/s2. Desprezando-se as dimensões dos automóveis, a partir desse instante, a distância percorrida pelo automóvel de trás até que ele alcance o outro é, em metros, igual a a) 64 b) 96 c) 132 d) 164 e) 256 RESOLUÇÃO: 1) Automóvel A1: s1 = s0 + V0 t + t 2 (MUV) s1 = 25 t + 2,0 t 2 (SI) 2) Automóvel A2: s2 = s0 + V t s2 = 32 + 25 t (SI) 3) Condição de encontro: s1 = s2 25 tE + 2,0 tE 2 = 32 + 25 tE 2,0 tE 2 = 32 ⇒ tE 2 = 16 (SI) ⇒ 4) Deslocamento de A1: Δs = V0 t + t 2 (MUV) Δs1 = 25 . 4,0 + 2,0 . (4,0) 2 (m) ⇒ Resposta: C Nota: O carro e a moto se movimentam em uma mesma trajetória retilínea. 0 V0 = 0 � = 0,40 m/s2 Carro km V = 36 ––– = 10 m/s h Moto � –– 2 tE = 50 s sE = 500 m� ––– 2 tE = 4,0 s � ––– 2 Δs1 = 132 m 18 – FÍS IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 18 – 19 FÍ S IC A 5. (MODELO ENEM) – Define-se tempo de reação TR de um motorista como sendo o intervalo de tempo desde a visão de um perigo até o ato de acionar o freio. O tempo de reação se explica porque a ordem de frear vem do cérebro e leva um certo tempo para chegar ao pé do motorista. Um carro se desloca em linha reta com velocidade escalar V0 = 20,0 m/s quando o motorista percebe um pedestre atravessando a pista e freia até o repouso. O gráfico a seguir representa a velocidade escalar do carro em função do tempo para o evento descrito. Durante o tempo de reação o carro percorreu 14,0 m e durante a freada o carro percorreu 50,0 m. Os valores de TR e T são: a) TR = 0,7s e T = 5,0s b) TR = 1,4s e T = 6,4s c) TR = 0,7s e T = 5,7s d) TR = 0,5s e T = 5,0s e) TR = 0,4s e T = 6,4s RESOLUÇÃO: 1) Durante o tempo de reação o movimento é uniforme Δs = V t 14,0 = 20,0 TR ⇒ 2) Durante a freada o movimento é uniformemente variado = = ⇒ 3) T = TR + Tf = 5,7s Resposta: C TR = 0,7s V0 + Vf ––––––––– 2 Δs –––– Δt Tf = 5,0s 20,0 + 0 ––––––––– 2 50,0 ––––– Tf C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 19 20 – FÍS IC A 1. (VUNESP-FMJ-2022-MODELO ENEM) – A velocidade escalar de um automóvel nos primeiros instantes após a largada de uma corrida está representada no gráfico. A distância percorrida pelo automóvel até atingir a velocidade escalar máxima foi de: a) 50m b) 100m c) 150m d) 200m e) 300m RESOLUÇÃO: Δs = área (V x t) Δs = (m) Resposta: C 6,0 . 50 ––––––– 2 Δs = 150m 1. Gráfico Espaço x Tempo A declividade da reta tan gen te à curva s = f(t), em um ins tante t1, mede a ve lo ci da de es calar no instante t1. 2. Gráfico Velocidade Escalar x Tempo Propriedade I A declividade da reta V = f(t) mede a aceleração escalar. Propriedade II A área sob o gráfico ve lo ci dade escalar x tempo me de a varia - ção de espaço �s. (V + V0)Área (V x t) N= –––––––––– �t 2 �s Área (V x t) N= Vm Δt = –––– . �t�t 3. Gráfico Aceleração Escalar x Tempo A área sob o gráfico ace leração escalar x tem po me de a varia - ção de velo ci dade escalar �V. �V Área (� x t) N= � . �t = –––– . �t �t Área (� x t) N = �V Área (V x t) N = �s ds tg� N= �––––� t1 = V1 dt �V tg� N = ––––= � �t MÓDULO 6 Propriedades Gráficas C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 20 2. (UNESP-2022-MODELO ENEM) – Quando a luz de um semáforo fica verde, um veículo pa rado parte com aceleração escalar constante, a1, e se move por uma rua retilínea até atingir uma velocidade escalar máxima, Vmáx, em um intervalo de tempo T1. A partir desse ins tante, inicia um processo de frenagem, também com ace leração escalar constante, até parar novamente, no se má foro seguinte, em um intervalo de tempo T2. O grá fico representa a variação da velocidade escalar desse veículo em função do tempo, nesse movimento. No trajeto entre os dois semáforos, a velocidade escalar média desse veículo foi de: a) 2 a1 T1 b) c) 2 a1 (T1 + T1) d) e) a1 T1 RESOLUÇÃO: 1) Cálculo de Vmáx V = V0 + � t (MUV) Vmáx = 0 + a1 T1 ⇒ 2) �s = área (V x t) �s = (T1 + T2) 3) Cálculo da velocidade escalar média Vm = = Resposta: D 3 (UECE-2022-MODELO ENEM) – Um trem parte de uma estação A em direção a uma estação B separada de A por uma distância de 4,0km. Sabe-se que, partindo do repouso a partir de A, o trem acelera unifor - memente até alcançar um ponto do trajeto a partir do qual passa a desacelerar uniformemente parando finalmente em B. Sabendo-se que o percurso entre A e B é realizado em linha reta em apenas 6,0 min, a velocidade escalar máxima, em km/h, alcançada pelo trem no referido percurso é a) 40 b) 60 c) 80 d) 120 e) 160 RESOLUÇÃO: Δs = área (V x t) 4,0 = 6,0 ⇒ Vmáx = km/min Vmáx = = km/h Resposta: C a (T1 + T2) ––––––––– 2 a1 T1 ––––– 2 Vmáx = a1 T1 Vmáx ––––– 2 �s = (T1 + T2) a1 T1 –––––– 2 (T1 + T2) a1 T1 ––––––––––––– 2 (T1 + T2) �s ––– �t Vm = a1 T1 –––––– 2 4,0 –––– 3,0 Vmáx ––––– 2 60 . 4,0 –––––––– 3,0 km ––––––– 1 ––– h 60 4,0 –––– 3,0 Vmáx = 80km/h – 21 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 21 22 – FÍS IC A 4. (OBF-MODELO ENEM) – Um trem de metrô, em trajetória retilínea, parte de uma estação com aceleração constante até atingir, após 10s, a velocidade escalar de 90 km/h, que é mantida durante 30s. Após os 30s, desacelera uniformemente durante 10s, até parar na estação seguinte. A distância entre as duas estações vale: a) 0,50km b) 0,75km c) 1,0km d) 12,0km e) 13,0km RESOLUÇÃO: 1) Gráfico velocidade escalar x tempo V = 90 = = 25m/s 2) Δs = área (V x t) Δs = (50 + 30) (m) Δs = 1,0 . 103m Resposta: C 5. (UFES) – Uma partícula, partindo do repouso, ao lon go de uma trajetória retilínea, é submetida a ace lerações esca lares, conforme mostra o gráfico a x t da figura. a) Construa o gráfico da velocidade escalar da partí cula em função do tempo. b) Calcule a distância percorrida pela partícula no intervalo de 0 a 4,0s. RESOLUÇÃO: a) ΔV = área (a x t) ΔV1 = 2,0 . 10,0 (m/s) = 20,0m/s ΔV2 = –2,0 . 10,0 (m/s) = –20,0m/s b) Δs = área (V x t) Δs = (m) ⇒ Respostas: a) ver gráfico b) 40,0m km ––– h 90 ––– 3,6 m –– s 25 ––– 2 Δs = 1,0km Δs = 40,0m 4,0 . 20,0 ––––––––– 2 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 22 – 23 FÍ S IC A1. Queda Livre Um corpo é dito em queda li vre quando está sob ação exclusiva da gravidade terrestre (ou da gra vi da de de outro corpo celeste). Foi Galileu quem estudou corre - tamente, pela primeira vez, a queda li - vre dos corpos. Galileu concluiu que todos os cor - pos em queda livre, isto é, livres do efei to da resistência do ar, têm uma pro priedade comum: Esta aceleração de queda livre é de nominada ACELERAÇÃO DA GRA - VIDADE e, nas proximidades da Terra, é suposta constante e com in - tensidade g = 9,8m/s2, valor es te que, comumente, é aproximado para g = 10m/s2. Na realidade, a aceleração da gra - vidade, embora seja indepen den te da massa do corpo em queda li vre, varia com o local, dependendo da la titude e da altitude do lugar. Se o corpo em queda livre tiver uma trajetória retilínea, seu mo vi - mento será uniformemente va ria do; neste ca so, a aceleração esca lar do corpo será constante e valerá � = +g, se a trajetória for orien tada pa ra baixo, ou � = – g, se a traje tória for orientada para cima. 2. Tempo de Queda e Velocidade Escalar Final Em um local onde o efeito do ar é desprezível e a aceleração da gravi da - de é constante e com intensidade g, um corpo é abandonado a partir do re - pouso de uma altura H acima do so lo. Calculemos o tempo de queda e o módulo da velocidade do corpo ao atin gir o solo. Sendo o movimento uniforme - men te variado, tem-se: 1) g H = 0 + ––– t2Q2 t2Q = ⇒ 2) V2f = 0 + 2g H 3. Gráficos Cartesianos Para a trajetória orientada para baixo, os gráficos do movimento de queda livre, a partir do repouso e da origem dos espaços, estão repre sen - tados a seguir: Corpos em queda livre têm a mesma acelera ção, quaisquer que sejam suas massas. Vf = ����2gH V2 = V2 0 + 2 � � s 2H tQ = ���––––g2H–––g � �s = V0 t + ––– t 2 2 MÓDULO 7 Queda Livre e Lançamento Vertical para Cima C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 23 24 – FÍS IC A 4. Lançamento Vertical para Cima Em um local onde o efeito do ar é desprezível e a aceleração da gravi da de é constante e com módulo igual a g, um projétil é lançado verti cal mente para cima com velocidade de módulo igual a V0. Estudemos as propriedades as so cia das a este movimento: 1) O movimento do projétil é unifor memente variado porque a acele ração escalar é constante e dife rente de zero. 2) Orientando-se a trajetória para ci ma, a aceleração escalar vale –g tanto na subidae na des cida, como no ponto mais al to da tra je tória. 3) A partir do ponto mais alto da tra jetória, o projétil in - ver te o sentido de seu mo vimento e, portanto, sua ve lo cidade é nula no pon to mais alto (ponto de in - ver são). 4) O tempo de subida do projétil é calculado como se segue: t = ts ⇔ V = 0 0 = V0 – g ts ⇔ 5) A velocidade escalar de re tor no ao solo é calculada como se segue: V = Vr ⇔ �s = 0 V 2r = V 2 0 ⇒ 6) O tempo de queda do projétil é calculado como se segue: t = tq ⇔ V = Vr = – V0 – V0 = 0 – g tq ⇒ Portanto, concluímos que: 7) A altura máxima atingida pelo pro jétil é calculada como se segue: �s = H ⇔ V = 0 0 = V 20 + 2 (– g) H ⇒ 8) Na subida, o movimento é pro gres sivo e retardado (V > 0 e � <0); na descida, o movimento é re tró grado e acelerado (V < 0 e � < 0). Observe que, durante todo o mo vi mento (subida e descida), a tra jetória é sempre orientada pa ra cima. 9) Gráficos cartesianos Para a trajetória orientada para ci ma e o móvel partindo da ori gem dos espaços, os gráficos do mo vi mento de lançamento verti cal es tão repre sen tados a seguir: V = V’ 0 + � t Vr = –V0 V2 = V 2 0 + 2 � �s V0 ts = –––– g V = V0 + � t V0 tq = –––– g O tempo de subida é igual ao tempo de queda. V2 = V 2 0 + 2 � �s V 2 0 H = –––– 2g C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 24 1. (UECE-2022-MODELO ENEM) – Um objeto em queda livre a partir do repouso per corre uma distância X durante o primeiro segundo de queda. Des prezando-se as forças resistivas e considerando-se a ace - leração da gravidade constante ao longo de todo o percurso, a dis tância percorrida por esse objeto durante o quarto segundo da queda corresponde a a) 3,0X b) 4,0X c) 5,0X d) 7,0X e) 10,0X RESOLUÇÃO: s = s0 + V0t + t 2 ↓� s = t2 Para t1 = 1,0s ⇒ X = s1 = (SI) Para t2 = 3,0s ⇒ X = s2 = . 9,0 (SI) Para t3 = 4,0s ⇒ X = s3 = . 16,0 (SI) Durante o 4.o segundo de queda (entre t2 e t3) d4 = s3 – s2 = 3,5g = 3,5 . 2X Resposta: D 2. (UNICHRISTUS-MODELO ENEM) – Considere a seguinte situação, de um jogo de videogame. No momento, Felizberto (persona - gem) encontra-se a uma distância horizontal de 20,0 cm de uma fonte de poderes, cujas gotas lhe fornecem atributos. A altura vertical da fonte é de 22,0 cm. Felizberto deve desenvolver uma velocidade constante que faça que a primeira gota que se desprenda da torneira atinja a parte superior de sua cabeça em um ponto da linha vertical de queda da gota. Sabendo-se que irá iniciar seu trajeto no mesmo instante em que a gota deixa a fonte e que, no jogo, não há influência do ar, qual velocidade escalar Felizberto deve desenvolver? a) 20,0cm/s. b) 40,0cm/s. c) 60,0cm/s. d) 80,0cm/s. e) 100cm/s. RESOLUÇÃO: 1) Tempo de queda da gota �s = V0t + t 2 ↓ � 20,0 . 10–2 = 5,0 T2 T2 = 4,0 . 10–2 (SI) ⇒ 2) Cálculo da velocidade escalar V = = Resposta: E � ––– 2 g –– 2 g –– 2 g –– 2 g –– 2 d4 = 7,0X Considere g = 10,0m/s2 � ––– 2 T = 2,0 . 10–1s �s –––– �t 20,0 . 10–2 –––––––––– 2,0 . 10–1 m –– s V = 1,0m/s = 100cm/s – 25 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 25 26 – FÍS IC A 3. (VUNESP-UEA-MODELO ENEM) – Um objeto, após ser abandonado do repouso do alto de um edifício, cai verticalmente. Na figura, ele é mostrado em cinco instantes diferentes. Desprezando-se a resistência do ar, adotando-se g = 10m/s2 e sabendo-se que o objeto percorreu 8,75m no último 0,5s antes de tocar o solo, o tempo total de sua queda foi de a) 1,5s b) 2,0s c) 2,5s d) 3,0s e) 3,5s RESOLUÇÃO: Δs = V0 t + t 2 AC: H = 5,0T2 (1) AB: H – 8,75 = 5,0 (T – 0,5)2 (2) (1) em (2): 5,0T2 – 8,75 = 5,0 (T2 – T + 0,25) 1,0T2 – 1,75 = 1,0T2 – 1,0T + 0,25 1,0T = 1,75 + 0,25 1,0T = 2,0 Resposta: B 4. (UNICAMP-SP-MODELO ENEM) – Uma pesquisa publicada iden - ti fica um novo recordista de salto em altura entre os seres vivos (em comparação com o seu tamanho). Trata-se de um inseto, conhecido como cigarrinha-da-espuma, cujo salto atinge uma altura máxima de 45cm. Qual é a velocidade escalar inicial da cigarrinha, ao abandonar o solo, supondo-se que o seu salto seja vertical? a) 1,0m/s b) 2,0m/s c) 3,0m/s d) 4,0m/s e) 5,0m/s RESOLUÇÃO: Usando-se a Equação de Torricelli: V2 = V0 2 + 2 � Δs 0 = V0 2 + 2 (– 10,0) 0,45 V0 2 = 9,0 (SI) ⇒ Resposta: C � ––– 2 T = 2,0s Despreze o efeito do ar e adote g = 10,0m/s2. V0 = 3,0m/s C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 26 5. (MODELO ENEM) – Para obter o módulo da aceleração da gravidade em Marte, um astronauta lança, a partir do solo marciano, um projétil verticalmente para cima e constrói o gráfico da altura do projétil em função do tempo, obtendo o resultado mostrado a seguir. O efeito da atmosfera foi desprezado. A função que relaciona h e t é dada por: h = 4,0t – t2 (SI) na qual gM = módulo da aceleração da gravidade em Marte. Com base nos dados apresentados, os valores de gM e da altura máxima H atingida pelo projétil, em unidades do SI, são iguais respec tivamente a: a) 4,0 e 2,0 b) 2,0 e 4,0 c) 4,0 e 4,0 d) 2,0 e 2,0 e) 8,0 e 4,0 RESOLUÇÃO: 1) De acordo com o gráfico: t = 2,0s ⇔ h = 0 ⇒ 0 = 4,0 . 2,0 – (2,0)2 2,0gM = 8,0 ⇒ 2) Para t = 1,0s ⇔ h = H H = 4,0 . 1,0 – . (1,0)2 (SI) H = 4,0 – 2,0 (SI) ⇒ Resposta: A gM ––– 2 gM––– 2 gM = 4,0m/s 2 4,0 ––– 2 H = 2,0m – 27 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 27 28 – FÍS IC A 1. Grandezas Escalares e Vetoriais As grandezas físicas podem ser clas sificadas em dois grupos: as gran - dezas escalares e as gran dezas ve - toriais. Uma grandeza é escalar quan do tem apenas intensidade, isto é, fi ca perfeitamente definida e carac te rizada pelo seu valor numérico, defi nido por um número real e uma uni da de. Ex.: comprimento, área, volu me, densidade, massa, tempo, ener gia, pres são, potência etc. Assim, quando dizemos que a mas sa de uma pessoa vale 50kg, es- gotamos o assunto, não cabendo mais nenhuma indagação sobre a massa. Uma grandeza é vetorial quan do exige, para sua completa carac - te ri zação, além de sua intensidade, a sua orientação, isto é, a sua di re ção e sentido. Ex.: velocidade ( → V ), ace le ra - ção ( → a ), força ( → F), impulso ( → I ), quan - tidade de movimento ( → Q), vetor cam po elétrico ( → E), vetor indução mag - né tica ( → B). Para caracterizar o efeito da ace - leração da gravidade, por exem plo, devemos informar que sua inten si - dade vale 9,8 m/s2, sua dire ção é ver - tical e seu sentido é dirigido para baixo. Nota: É fundamental a distinção entre direção e sentido. Direção é a propriedade co mum a retas paralelas, isto é, re tas parale - las têm a mesma direção. O sentido é a orientação so bre uma direção. Assim, falamos em: direção verti - cal, sentido para baixo ou para cima; direção horizontal, sentido para direita ou para esquerda. Dois carros em uma mesma rua reta, vindo um de encontro ao outro, ca minham na mesma direção e com sentidos opostos. 2. Aspecto Escalar e Vetorial Existem grandezas físicas, como a velocidade e a aceleracão, que, con - forme o estudo que se faça, inte res sa serem observadas em seu as pec to es - calar ou em seu aspecto ve torial. Quando o movimento é estudado independentemente da trajetória, não há envolvimento do conceito de dire ção e, então, é relevante apenas o as pec to escalar e falamos em veloci da de escalar (V) e aceleração escalar (�). Quando a trajetória é relevante em nosso estudo, o conceito de dire ção tor na-se fundamental e, então, destacamos o aspecto vetorial e fala - mos em velocidade vetorial ( → V ) e ace - lera ção vetorial ( → a ). Já adiantamos que a veloci da de ve torial ( → V ) e a velocidade escalar (V) têm valores instantâneos com inten - sidades iguais (� → V �= �V�), porém a ace - leração vetorial ( → a ) e a acelera ção escalar (�) somente terão valo res ins - tantâneos com intensidades iguais (� → a�=���)quando a trajetória for reti lí - nea ou quando a velocidade for nula ou ainda no ponto de inflexão de uma trajetória curva. 3. Vetores Para estudar as grandezas es ca la - res, usamos o conjunto dos nú meros. Para estudar as grandezas ve to - riais, necessitamos de outro con junto cujos elementos envolvam os con - ceitos de módulo (ou valor nu mérico), direção e sentido. Tais ele mentos são chamados de vetores. Assim, um vetor é uma asso - ciação de três atributos: mó du lo, direção e sen tido. Dois vetores são iguais quan do ti verem o mesmo mó dulo, a mes - ma di re ção e o mes mo sen tido. Um vetor é constante quan do ti - ver módulo constan te, di re ção cons tante e sen tido cons tante. O vetor é simbolizado geometri - camente por um segmento de reta ori - entado; a direção e o sentido do seg mento orientado são os mesmos da gran deza vetorial, e a medida do seg mento orientado é proporcional à in ten sidade da grandeza vetorial. → F1: força horizontal dirigida para a di - reita. → F2: força vertical dirigida para cima. 4. Soma de Vetores Consideremos duas grandezas ve - toriais representadas pelos vetores → F1 e → F2. Para somar as grandezas ve to - riais, devemos somar os vetores → F1 e→ F2 e obter o vetor soma ou re sul tan - te → F. A soma de vetores é feita pela re - gra do paralelogramo e o vetor soma ou resultante tem módulo calculado pe la aplicação da lei dos cossenos no triângulo OAC, da figura adiante. Em particular: • Quando � = 0, temos: � → F � = � → F1 � + � → F2 � e o vetor resul - tante tem módulo máximo. B A O 3,0cm 1,5cm F F2 1 � � � → F1 � = 2 � → F2 � � → F� = � → F 1� 2 + � → F 2� 2 +2 � → F 1� � → F 2� cos � MÓDULO 8 Vetores C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 28 – 29 FÍ S IC A • Quando � = 180°, temos: � → F� = � → F1� – � → F2�, supondo � → F1� > � → F2�, e o vetor resultante tem módulo mí ni mo. • Quando � = 90°, o cálculo de � → F� recai no Teorema de Pitágoras. Do exposto, concluímos que, pa ra qualquer valor de �, com � → F1� > � → F2 �, te - mos: Exemplificando Se � → F1� =10,0N e � → F2� =8,0N, en - tão: 5. Soma de n Vetores Para somarmos vários vetores, é mais simples usar a regra do po lígo no. Escolhemos um ponto qualquer (O) para começar o polígono. A par tir de O, colocamos o vetor que re pre - senta → F1 ; a partir da extre midade A desse vetor, colocamos o ve tor que representa → F2; a partir da extre mi dade B desse vetor, colocamos o vetor que representa → F3; e assim su ces sivamen - te. O vetor soma é o vetor que fecha o polígono, isto é, sua ori gem é o ponto O e sua extre mida de é a extremidade do último vetor re pre sentado. 6. Soma Nula Consideremos n vetores → F1, → F2,→ F3, …, → Fn cuja soma seja nula. Se usarmos o método do polí - gono, a condição de soma nula im - plica que o polígono de vetores seja fechado. Um caso importante, na Estática, é a condição de equilíbrio de um pon - to material: a soma de todas as forças atuantes é nula e, por isso, o po lígono de forças deve ser fechado. Para o caso particular de três for - ças, com direções diferentes, tere - mos, por exemplo: Observe que: para o equi lí brio de um ponto material sob ação de três forças, a con di ção de polígono de forças fe chado (triân gulo) implica que as três forças sejam copla na res. 7. Produto de um Escalar por um Vetor Consideremos uma grandeza es - calar e e uma grandeza vetorial → V. O produto e → V tem como resul - ta do uma grandeza vetorial → G = e → V com as seguintes características: • | → G | = | e | . | → V | • direção: a mesma de → V • sentido: depende do si nal de e: e > 0: mesmo sentido de → V e < 0: sentido oposto ao de → V 8. Vetor Oposto Dois vetores são opostos quan - do têm mesmo módulo, mes ma direção e sentidos opos tos. A soma de vetores opostos é o vetor nulo ( → 0 ). O vetor –V1 → é o vetor oposto de → V1, isto é, o vetor –V1 → é o produto de → V1 por –1. É usual representarmos um vetor indicando sua extremidade e sua ori - gem, como se segue: 9. Diferença de Vetores A diferença de vetores → V2 – → V1 pode ser transformada em uma soma: → V2 + (– → V1), isto é, para subtrairmos um vetor → V1 de um vetor → V2, basta so- marmos → V2 com o oposto de → V1. Representando → V2 e → V1 com a mes ma origem, o vetor � → V = → V2 – → V1 é representado, geometricamente, pe lo segmento orientado que vai da ex tre - mi dade do segmento orientado de → V1 para a extremidade do segmen to orien - tado de → V2, como ilustra a figura: � → F1� – � → F2� � � → F � � � → F1� + � → F2� 2,0N � � → F � � 18,0N → F = → F1 + → F2 + → F3 + → F4 → V1 = ⎯→ OA = A – O – → V1 = ⎯→ OB = B – O → → → → → �V = V2 – V1 = V2 + (–V1) C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 29 30 – FÍS IC A Para → V1 e → V2, for mando um ân gu - lo � genérico e aplicando a lei dos cossenos, ob temos o mó du lo de � → V. 10. Decomposição de um Vetor em Duas Direções Perpendiculares Seja o vetor → F inclinado de � em relação ao eixo Ox e inclinado de � em relação ao eixo Oy. → Fx = componente de → F segundo Ox. → Fy = componente de → F segundo Oy. Da figura, temos: Fy Fxsen � = –––; cos � = ––– F F Fx Fysen � = –––; cos � = ––– F F Portanto: 11. Versor Denomina-se versor um vetor uni - tário (módulo igual à unidade) usa do para definir uma direção e sen tido. → x = versor do eixo Ox → y = versor do eixo Oy O vetor → V pode ser representa do como se segue: → V = → Vx + → Vy = Vx →x + Vy →y O módulo de → V é obtido por Pitá - goras: O uso de versores é útil no caso de soma ou subtração de vetores. A título de exemplo, conside - remos os vetores → V1 e → V2 indi cados em escala, na figura anterior. Adotando os versores → x e → y as - si nalados, temos: → V2 = 5,0 → x + 7,0 → y (cm/s) → V1 = –2,0 → x + 7,0 → y (cm/s) → V2 + → V1 = 3,0 → x + 14,0 → y (cm/s) → V2 – → V1 = 7,0 → x (cm/s) |� → V| 2 = | → V1| 2 + | → V2| 2 – 2 | → V1| | → V2| cos � Fx = F cos � = F sen � Fy = F cos � = F sen � F 2 = F 2x + F 2 y | → V |2 = V x 2 + V y 2 1. (UNIFOR-CE-MODELO ENEM) – Grandezas físicas são aquelas que podem ser medidas, ou seja, que descrevem quantita tivamente a propriedade observada no estudo do fenômeno físico. Em estudos físicos, elas se apresentam nas formas vetoriais ou escalares. Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa que apresenta apenas grandezas vetoriais. a) Força, tempo, trabalho e massa. b) Energia, área, campo elétrico e volume. c) Volume, pressão, energia e temperatura. d) Velocidade, aceleração, força e campo elétrico. e) Aceleração, área, velocidade e pressão. RESOLUÇÃO: Grandezas vetoriais: a) deslocamento → d b) velocidade → V c) aceleração → a d) Força → F e) Impulso → I = → F Δt f) Quantidade de movimento: → Q = m → V g) Campo elétrico: → E h) Campo magnético: → B Resposta: D C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 30 – 31 FÍ S IC A 2. Considere duas forças, → F1 e → F2, de inten sidades constantes F1 = 6,0N e F2 = 8,0N. Seja θ o ângulo formado entre → F1 e → F2. Responda aos quesitos que se seguem: a) Por que a força é uma grandeza vetorial? b) Quais são os valores máximo e mínimo da intensidade da resultante entre → F1 e → F2? In dique os respectivos valores de θ. c) Para θ = 90°, qual a intensidade da resul tante entre → F1 e → F2? RESOLUÇÃO: a) A força é uma grandeza vetorial por que, para caracte rizá-la, pre - cisamos conhecer a sua intensidade, a sua dire ção e o seu sentido, isto é, a força é uma grandeza orien tada (tem direção e sentido). b) = 0° ⇒ Rmáx = F1 + F2 = 14,0N = 180° ⇒ Rmín = F2 – F1 = 2,0N c) R2 = F1 2 + F 2 2 R2 = (6,0)2 + (8,0)2 (SI) R2 = 100 (SI) Respostas:a) Força tem direção e sentido. b) 14,0Ne 2,0N c) 10,0N 3. Considere as forças indicadas na figura. Obter a) o módulo de → F2 para que a resultante entre → F1 e → F2 tenha direção do eixo y; b) o módulo da resultante entre → F1 e → F2 nas condições do item (a). RESOLUÇÃO: a) � → F2x� = � → F1x� F1 cos 45° = F2 cos 37° 20��2 . = F2 . 0,80 b) R = � → F1y� + � → F2y� R = F1 cos 45° + F2 cos 53° R = 20��2 . ��2/2 + 25 . 0,60 (N) ⇒ Respostas: a) F2 = 25N b) R = 35N R = 10,0N Dados: � → F1� = 20��2N sen 37° = 0,60 cos 37° = 0,80 sen 45° = cos 45° = ��2 ––– 2 ��2 ––– 2 F2 = 25N R = 35N C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 31 4. Na figura, representamos duas forças, → F1 e → F2. Sejam → i e → j os ve - tores unitários que definem as direções horizontal e ver tical, respec - tivamente. Estes vetores unitários são cha ma dos de versores. a) Obter as expressões de → F1 e → F2 em função dos ver sores → i e → j. b) Obter a expressão da força resultante entre → F1 e → F2 em função dos versores → i e → j e calcular o seu mó dulo. RESOLUÇÃO: a) → F1 = –7,0 → i + 2,0 → j (N) F2 = 3,0 → i – 5,0 → j (N) b) → R = – 4,0 → i – 3,0 → j (N) � → R � 2 = � → R x� 2 + � → R y� 2 � → R � = 5,0N 32 – FÍS IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 32 – 33 FÍ S IC A1. Considerações Gerais Na Cinemática Escalar, a posi ção (s), a velocidade (V) e a ace lera ção (�) eram abordadas em seu as pecto escalar, isto é, sem envolvi men to do con ceito de direção e, por tanto, sem preocupação com a forma da tra - jetória. Na Cinemática Vetorial, os con cei - tos de posição, velocidade e ace - leração serão abordados sob um pris ma vetorial, isto é, com envol vi - men to das noções de direção e sen - tido e, portanto, torna-se rele van te saber se a trajetória é reta ou cur va. 2. Posição Na Cinemática Vetorial, a po si ção é definida por um vetor, cha ma do vetor posição, cuja ori gem é um ponto fixo O’ (origem do sis tema de coordenadas cartesia nas) e a ex tre - midade é a posição P do móvel. 3. Deslocamento Na Cinemática Vetorial, a varia ção de posição é medida por um ve tor que tem como origem a posi ção inicial (P1) e como extre mi dade a posição final (P2). Tal vetor P1 P2 é chamado de ve - tor deslocamento ou deslo ca mento vetorial. 4. Velocidade Velocidade média A velocidade escalar média é dada pela razão entre a variação de espaço (�s) e o intervalo de tem po gasto: A velocidade vetorial mé dia é dada pela razão entre o vetor des lo - camento (� r → ) e o intervalo de tem po gasto: Notas Velocidade instantânea A velocidade vetorial instan - tânea ( → V) e a ve lo ci dade es ca lar ins - tantânea (V) têm in ten sidades iguais. • A velocidade vetorial tem di - reção sempre tan gen te à traje - tória. • A velocidade vetorial tem o mesmo sen ti do do mo vimento do corpo. →� r→ Vm = ––––�t CINEMÁTICA ESCALAR �s s2 – s1 Vm = –––– = ––––––––�t t2 – t1 �s Vm = ––––– �t � → r = → r2 – → r1 DESLOCAMENTO VETORIAL CINEMÁTICA VETORIAL → r = ⎯→ O’P = vetor posição � → r → r2 – → r1→ Vm = –––– = ––––––––�t t2 – t1 CINEMÁTICA VETORIAL | → V| = |V| Trajetória reta: |�s| = |� → r | ⇔ |Vm| = | → Vm| Trajetória curva: |�s| > |� → r | ⇔ |Vm| > | → Vm| MÓDULO 9 Cinemática Vetorial C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 33 34 – FÍS IC A 5. Aceleração Aceleração média A aceleração escalar mé dia é dada pela razão entre a varia ção de velocidade escalar (�V) e o intervalo de tempo gasto. A aceleração vetorial mé dia é dada pela razão entre a va ria ção da velocidade vetorial (�V → ) e o in tervalo de tempo gasto. Como �t é escalar e positivo, en - tão → am terá a mesma direção e sentido de � → V. Aceleração vetorial instantânea • Definição É o limite para o qual tende a ace - leração vetorial média ( → am) quan do o intervalo de tempo considerado (�t) tende a zero. • Componentes da acelera ção vetorial Para um caso genérico de mo vi - mento curvo e variado, a aceleração vetorial admite uma componente na direção da tangente à trajetória, →a t, e uma componente na direção da normal à trajetória, → acp. Estudemos separadamente as com ponentes da aceleração vetorial. • Componente tangencial → at A componente tangencial está li - gada à variação da intensidade da ve - locidade vetorial. Ela é nula nos movimentos uni - formes e está presente nos mo - vimentos variados, não im por tando a trajetória. Sua direção é a mesma da ve - locidade vetorial e o seu sentido con - corda com o da velocidade nos mo vimentos acelerados e é opos to ao da velocidade nos mo vimentos retardados. Sua intensidade é igual ao valor absoluto da aceleração escalar: • Componente centrípeta → acp A componente centrípeta está li - gada à variação de direção da velo - cidade vetorial. Ela é nula nos movimentos re - tilíneos e está presente nos mo - vimentos curvos. Sua direção é normal à velo ci da de vetorial e o seu sentido é sem pre dirigido para o interior da curva, isto é, para o centro da traje tória. Sua intensidade é dada por: em que V é a velocidade escalar e R é o raio de curvatura da trajetória. �V �m = –––– �t �V → → am = –––– �t → a = lim → am �t → 0 → → → a = at + acp → → → | a | 2 = | at| 2 + | acp| 2 | → at| = | � | MOVIMENTO ACELERADO MOVIMENTO RETARDADO → V2 | acp | = ––––– R C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 34 – 35 FÍ S IC A 6. Estudo vetorial de alguns movimentos • Movimento retilíneo e uniforme • Movimento retilíneo e variado • Movimento circular e uniforme • Movimento circular e variado • Movimento de um projétil Um projétil, sob ação exclusiva da aceleração da gravidade, suposta constante, pode ter dois tipos de movimento: a) O projétil é abandonado do re pouso, de uma certa altura acima do solo, ou lançado verticalmente para cima ou para baixo: o movi men to se rá retilíneo e uniforme - men te va riado. b) O projétil é lançado em uma direção não vertical: neste caso, a trajetória terá a forma de um arco de pará - bola e o movimento não é unifor me men te variado. A aceleração vetorial → a, neste movimento, chamado ba lístico, é constante e tem uma componente tangencial e uma componente centrí peta, ambas variáveis em inten - si dade e direção. No ponto mais alto da trajetória, a com - ponente tangen cial da aceleração vetorial se anula e a com ponente centrípeta é igual à acele ração da gravidade. Observemos que → at e → acp variam em intensidade e direção e a soma → at + → acp = → g permanece constante. Estados cinemáticos com aceleração vetorial constante (1) → a = 0 → (2) →a � 0 → → at � → 0 e → acp � → 0 → at = → 0 e → acp � → 0 → at � → 0 e → acp = → 0 → V = constante � → a = → 0 MOVIMENTO CURVO → a = → g = → at + → acp • Repouso • Movimento retilíneo uniforme� • Movimento retilíneo uniformemente varia do • Trajetória parabólica e não é MUV � C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 35 36 – FÍS IC A 1. Um automóvel deslocou-se de uma localidade, A, a outra, B, distante 25km, por uma estrada E, orientada de A para B, sem inverter o sentido de seu movimento. O hodômetro do automóvel, que indicava zero no ponto A, indica 50km em B. O tempo gasto no percurso entre A e B foi de 30 minutos. Determine, entre as posições A e B: a) a velocidade escalar média do automóvel; b) o módulo da velocidade vetorial média do automóvel. RESOLUÇÃO: a) Vm = = = 100km/h b) �V → m � = = = 50km/h Respostas: a) 100km/h b) 50km/h 2. Um carro descreve uma trajetória circular e o seu velocímetro indica um valor constante de 100km/h. Podemos afirmar que: (1) a velocidade escalar do carro é constante. (2) a velocidade vetorial do carro é constante. (3) a velocidade vetorial e a velocidade escalar do carro têm módulos iguaisa 100km/h. (4) o movimento do carro é uniforme. Estão corretas apenas: a) (1), (3) e (4) b) (1) e (2) c) (3) e (4) d) (1) e (3) e) (1) e (4) RESOLUÇÃO: (1) (V) O velocímetro indica a velocidade escalar do carro. (2) (F) A velocidade vetorial tem módulo constante (MU), porém varia em direção (trajetória curva). (3) (V) �V → � = �V � para qualquer movimento (valores instantâneos.) (4) (V) Resposta: A 50km –––––– 0,5h �s ––– �t 25km –––––– 0,5h �d → � –– –– �t C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 36 – 37 FÍ S IC A 3. Uma partícula percorre uma trajetória circular de cen tro O, no sentido anti-horário, em movimento retardado. Quando a partícula estiver passando pela posição B, qual dos vetores, indicados na figura (I a V), repre sen ta a) a orientação da sua velocidade vetorial; b) a orientação da sua aceleração vetorial. Justifique suas respostas. RESOLUÇÃO: a) Vetor I: a velocidade vetorial é tan gente à trajetória e tem o mesmo sentido do movimento. b) Vetor IV: 1) Como o movimento é re tar dado, exis te aceleração tan gencial com sentido opos to ao da velocidade. 2) Como a trajetória é curva, existe ace leração centrípe ta. 3) O vetor aceleração é a soma vetorial (regra do paralelogramo) das acelerações tangencial e centrípeta. 4. Uma partícula descreve uma trajetória de raio R = 0,50m em movimento uniformemente variado. Representamos, na figura, a aceleração vetorial da partícula em um instante t0. São dados: | a→A| =10m/s 2; sen 37° = 0,60; cos 37° = 0,80 Calcule: a) o módulo da velocidade da partícula, no instante t0. b) o módulo da aceleração escalar da partícula, no instante 2t0. RESOLUÇÃO: a) |a → cp| = | a → | . cos 37° = 10 . 0,80 = V2 = 4,0 (SI) ⇒ b) | γ | = | a→t | = | a → | cos 53° | γ | = 10 . 0,60 (m/s2) Observe que, como o movimento é uniformemente variado, γ é constante. Respostas: a) 2,0m/s b) 6,0m/s2 → a = → at + → acp V2 ––– R V2 ––– R V2 –––– 0,50 |V| = 2,0m/s |γ | = 6,0m/s2 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 37 38 – FÍS IC A 1. Ângulo Horário ou Fase ( ) Considere um ponto material des - crevendo uma circunferência de cen - tro C e raio R, com origem dos espa ços em O. Seja P a posição do móvel em um instante t. A medida algébrica do arco de tra jetória OP é o valor do espaço s, no ins tante t. Define-se ângulo horário, po si - ção angular ou fase ( ) co mo o ân gu lo formado en tre o ve tor posi ção CP ⎯→ e o eixo de re fe rência CO ⎯→ . . A medida do ângulo , em radia - nos, é dada por: O ângulo horário ( ) é adimen sio - nal: 2. Velocidade Angular Média (�m) Seja � = 2 – 1 a variação do ângulo horário em um intervalo de tempo �t = t2 – t1. Define-se velocidade angular média (�m) pela relação: No SI, �t é medido em segundos e �m é medido em rad/s. A equação dimensional da velo ci - dade angular é: 3. Velocidade Angular Instantânea A velocidade angular ins tan - tânea é o limite para o qual tende a velocidade angular mé dia quando o intervalo de tem po considerado tende a ze ro: � � = lim �m = lim –––– �t�t → 0 �t → 0 A velocidade angular (ins tan - tânea pode ficar subentendido) é a de - rivada do ângulo horário em relação ao tempo. No movimento circular e uni for - me, a velocidade angular é cons tante e, portanto, a velocidade an gular instan tânea é igual à velo cidade angular mé dia (� = �m). 4. Movimento Periódico Conceito Um movimento é chamado pe rió - dico quando todas as suas ca rac te rís - ticas (posição, velocidade e ace le ra - ção) se repetem em interva los de tem - po iguais. O movimento circular e uniforme é um exemplo de movimento perió dico, pois, a cada volta, o móvel re pe te a posição, a velocidade e a ace leração. Período (T) Define-se período (T) como o menor intervalo de tempo pa ra que haja repetição das carac te rís ticas do movimento. No movimento circular e uni - forme, o período é o in ter va lo de tempo para o móvel dar uma volta completa. Frequência (f) Define-se frequência (f) como o número de vezes que as ca racterís - ticas do movimento se re pe tem na uni dade de tempo. No movimento circular e uni - forme, a frequência é o nú mero de voltas realizadas na unidade de tempo. Se o móvel realiza n voltas em um intervalo de tempo �t, a fre quên - cia f é dada por: Relação entre período e frequência Quando o intervalo de tempo é igual ao período ( �t = T), o móvel rea li za uma volta (n = 1) e, portanto, te mos: Unidades e dimensões As equações dimensionais de período e frequência são: [ T ] = L0 T e [ f ] = L0 T–1 � �m = ––––�t [ ] = L0 T 0 s = –– (rad) R [ � ] = L0T–1 d � = –––– dt n f = –––– �t 1 f = –– T MÓDULO 10 Movimento Circular Uniforme C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 38 – 39 FÍ S IC A As unidades SI de período e fre - quên cia são: e 5. Relações Fundamentais no Movimento Circular Uniforme Velocidade escalar linear (V) Para uma volta completa, temos �s = 2πR e �t = T, das quais: Nota: A velocidade escalar linear é também chamada de velocidade tan - gencial. Velocidade escalar angular (�) Para uma volta completa, te mos � = 2 π e �t = T, das quais: Relação entre V e � Da expressão V = 2 π f R, sendo � = 2 π f, vem: V = � R linear angular 6. Equação Horária Angular Sendo o movimento uniforme, te - mos a equação horária na forma li near: Dividindo-se toda a expressão por R, vem: s s0 V –– = –– + –– t R R R ( 0 = ângulo horário inicial) 7. Vetores no Movimento Circular Uniforme Velocidade vetorial No movimento circular e unifor - me, a velocidade vetorial tem módulo constante, porém direção variável e, portanto, é variável. Aceleração vetorial Sendo o movimento uniforme, a componente tangencial da acele ração veto rial é nula ( → at = → 0 ). Sendo a trajetória curva, a com po - nente centrípeta da aceleração ve torial não é nula ( → acp � → 0). Aceleração centrípeta O módulo da aceleração centrí - peta pode ser calculado pelas se guin - tes expressões: (I) (II) (III) Para obtermos a relação (II), bas ta substituir em (I) V por � R. Para obtermos a relação (III), bas- V ta substituir em (I) R por –– . � • Observe que, no movimento cir - cular e uniforme, a aceleração ve torial (centrípeta) tem módulo cons- tan te , porém direção variável e, por tan to, é variável. • Observe ainda que, no movi men - to circular uniforme, a velo ci da de vetorial (tangente à trajetória) e a ace - leração vetorial (normal à traje tó ria) têm direções perpendicu lares entre si. �s 2πR V = –––– = –––––– = 2 π f R �t T � 2π � = –––– = –––– = 2 π f �t T ↙↙ s = s0 + V t = 0 + � t V2 acp = –––– R acp = � 2 R acp = � . V V2�–––�R u(T) = segundo (s) u(f) = s–1 = hertz (Hz) C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 39 40 – FÍS IC A 1. (UFVJM-2022-MODELO ENEM) – Um modelo atômico do início do século XX propôs que elétrons se movem em órbitas circulares em torno de um núcleo atômico positivo, sendo que os níveis de energia permitidos para estas órbitas são quantizados. Isso implica em valores discretos para os possíveis raios das órbitas dos elétrons no átomo. Considere: o raio da órbita de menor energia é de 5,3 . 10–9m, a velocidade escalar do elétron é de 2,2 . 106 m/s e π = 3,14. O período de translação do elétron e o modelo atômico descrito acima são respectivamente: a) 1,5 . 10–14s e modelo de Bohr. b) 7,6 . 10–15s e modelo de Bohr. c) 7,6 . 10–15s e modelo de Rutherford. d) 1,5 . 10–14s e modelo de Rutherford. e) 1,5 . 10–14s e modelo de Thomson. RESOLUÇÃO: 1) O átomo descrito é o modelo de Bohr. 2) V = = T = = (s) T = 15,13 . 10–15 s Resposta: A 2. Duas polias A e B de raios respectivamente iguais a R e 2R estão em contato direto e giram sem que haja o escorregamento entre elas. A polia A tem rotação uniforme com frequênciafA = 4,0 Hz no sentido horário. Determine: a) o sentido de rotação da polia B. b) a frequência de rotação da polia B. RESOLUÇÃO: a) A velocidade → Vp do ponto de contato entre as polias determina que elas girem em sentidos opostos e portanto a polia B gira no sentido anti-horário. b) A condição para que não haja escorregamento entre as polias é que os pontos de contato entre as polias tenham a mesma velocidade linear. VA = VB 2π fA RA = 2π fB RB Portanto: Polias em contato direto ou ligadas por correia ou corrente têm frequências de rotação inversamente proporcionais aos seus raios. = ⇒ Respostas: a) sentido anti-horário. b) fB = 2,0 Hz Δs ––– Δt 2π R –––– T 2π R –––– V 6,28 . 5,3 . 10–9 –––––––––––––– 2,2 . 106 T 1,5 . 10–14 s = fB––– fA RA––– RB fB = 2,0 Hz R –––– 2R fB––––– 4,0 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 40 3. (UNIFOR-CE-MODELO ENEM) – Um ciclista está pedalando em uma bicicleta com transmissão simples, como a mostrada na figura abaixo. A coroa da bicicleta possui 44 dentes e a catraca 11 dentes igualmente espaçados em ambas. A cada volta que a catraca dá, a roda da bicicleta também dá uma volta. Em um dado momento do passeio, a pedivela (a peça que contém os pedais e a qual a coroa está presa) está fazendo 30 rotações por minuto. Sabendo-se que a circunferência da roda é de 2,0 m, qual é a velocidade escalar em km/h da bicicleta nesse instante? a) 14,4 b) 20,2 c) 26,0 d) 32,3 e) 36,0 RESOLUÇÃO: 1) A coroa está fixa no pedal e portanto têm frequências iguais: 2) Coroa e catraca estão ligadas por uma corrente e portanto: = ⇒ 3) A catraca está fixa na roda e portanto têm frequências iguais. 4) A velocidade escalar da bicicleta é dada por: V = 2π fRODA . RRODA 5) Cada combinação coroa-catraca é uma marcha da bicicleta. 6) Para obtermos velocidade máxima usamos a marcha que usa a coroa de raio máximo e a catraca de raio mínimo. No exercício em questão: ⇒ RCOROA = 4 RCATRACA fPE = 30 rpm = 0,50 Hz e 2π RRODA = 2,0m V = 2,0 . 0,50 . 4 (m/s) V = 4,0 m/s V = 4,0 . 3,6 km/h Resposta: A 4. (VUNESP-FAMERP-MODELO ENEM) – Uma pessoa parada sobre a linha do equador terrestre apresenta uma velocidade tangencial, devido à rotação da Terra, de módulo próximo a 1700km/h. Sabendo-se que sen 21° = 0,36 e cos 21° = 0,93, uma pessoa em re pou - so so bre o solo, em São José do Rio Preto, cuja latitude é aproxi ma da - mente Φ = 21° Sul, tem uma velocidade tangencial de módulo pró xi mo a a) 610km/h b) 1580km/h c) 1700km/h d) 1830km/h e) 4700km/h RESOLUÇÃO: Seja RE o raio da circunferência descrita por um ponto do Equador e seja RSJRP o raio da circun ferência descrita por um ponto em São José do Rio Preto. Da figura, temos: cos Φ = = 0,93 RSJRP = 0,93 . RE A velocidade tangencial tem módulo dado por V = ω . R em que ω é a velocidade escalar angular. Assim, VSJRP = ω . RSJRP VE = ω . RE = ⇒ = VSJRP = 0,93 . 1700 (km/h) VSJRP 1580 km/h Resposta: B fCO = fPE fCA–––– fCO RCO–––– RCA fCA = fPE RCO–––– RCA fRODA = fCA = fPE RCO–––– RCA V = 2π fPE . RRODA RCO–––– RCA Coroa: 44 dentes Catraca: 11 dentes � V = 14,4 km/h RSJRP –––––– RE VSJRP –––––– VE RSJRP –––––– RE VSJRP –––––– 1700 0,93 . RE ––––––––– RE – 41 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 41 42 – FÍS IC A Termologia MÓDULO 1 Escalas Termométricas FRENTE 2 1. A Física e o cotidiano 1. Na panela de pressão, a temperatura de ebulição da água aumenta para 120°C e o tempo de cozimento fica dividido por quatro. 2. A variação da temperatura depende da massa, da subs - tância do alimento e da quantidade de calor rece bida. 3. A temperatura do ferro elétrico ligado pode ser sen - tida à distância por causa da radiação térmica. 4. As correntes de convecção do ar interno da geladeira são provocadas pela diferença de densidades entre a massa quente que sobe e a fria que desce. 5. A cor da chama do fogão indica sua temperatura. O fogo azulado (1200°C) apresenta temperatura maior que o avermelhado (800°C). Para o calor atravessar o fundo metálico da panela, deve haver uma diferença de tempe - raturas entre a chama e o alimento no interior da panela. 6. Entre cada peça do revestimento da parede, há um distanciamento para evitar trincas produzidas pela dila tação térmica. 7. A temperarura do corpo humano é considerada nor mal quando não varia mais que 1°C em torno de 36,5°C. 8. A temperatura ambiente é apresentada nos noticiá - rios internacionais em graus Celsius e Fahrenheit. 2. A Física e o mundo A geografia e a geopolítica das temperaturas As escalas Celsius e Kelvin são as mais aceitas em todo o mundo. Apesar disso, a escala Fahrenheit, usa da, de modo mais restrito, nos EUA, ainda influencia a divul - gação da ciên cia, o turismo e as transações co mer ciais por causa da importância desse país. As expressões a seguir são en contradas em agen das de negócios e livros didáticos para a conversão das indicações entre as escalas Celsius (C) e Fahrenheit (F): e Para intervalos de temperatura e am plitudes térmi cas, te mos: No mapa a seguir, há uma visão de temperaturas médias anuais e amplitudes térmicas médias da su - perfície terrestre. Note que o He mis fério Norte é mais frio que o Sul e apresenta amplitudes mais acen tuadas, por causa da maior extensão dos continentes em relação aos oceanos. A água ameniza as tem pe ra tu ras e os climas. A temperatura média do nosso planeta é de 15°C (59°F; 288K). O aquecimento global, provocado pela emissão de CO2 pelo homem na atmosfera, pode produzir um acrés cimo de 3,0°C (5,4°F; 3,0K) nes se valor nos próximos 100 anos, com consequências desas trosas pa ra o meio ambiente. 9C F = –––– + 32 5 5 C = –––– (F – 32) 9 �C �F –––– = –––– 5 9 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 42 – 43 FÍ S IC A 3. A Física e o laboratório Esse tipo de termômetro utiliza um gás como fluido termométrico. É constituído por uma massa fixa de gás num volume constante. Medindo a pressão com um manômetro, podemos determinar a temperatura a partir da equação dos gases perfeitos: = . Os materiais do termômetro não podem sofrer dilatações apreciáveis no intervalo de temperaturas que vão medir, pa ra que o volume não se altere e não se introduzam erros na medição. Esse termômetro pro - porciona um dos métodos mais rigorosos para medição de temperaturas no intervalo de 2,5K a 1300K. Nesses termômetros, usa-se como ponto de refe rên - cia a temperatura em que coexistem, em equi lí brio, os três estados físicos da água – gelo, água líquida e vapor. Esse estado designa-se por ponto triplo da água e ocorre à pressão Ptrip = 610Pa e à temperatura Ttrip = 273,16K. Pirômetro óptico (temperaturas elevadas) Para altas temperaturas, o termômetro mais in di ca - do é o pirômetro óptico, que compara a cor emitida pelas paredes do forno com a cor do filamento de uma lâmpada padrão. Nesse caso, o termômetro não entra em contato com o forno. Esse tipo de termômetro tam bém pode ser utilizado para medir a temperatura das estrelas. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Temperatura Num primeiro contato, entende re mos a tempera tu - ra como a gran deza que associamos a um cor po, para traduzir o estado de agi tação das partículas que o cons ti - tuem. Esse estado de agitação é de finido pelo ní vel ener gético das par tí culas e cons titui o es ta do tér mi co ou es ta do de aque cimento do corpo. A medida desse nível energético (da temperatura) é feita de maneira indireta, pela medida de ou tra grandeza, característica de determinado corpo e va riá vel com a tem - peratura. Essa gran deza é cha ma da de grandeza termo - mé trica e o corpo é o termômetro. No corpo de maior tem pe ra tura, as partículas possuem maior nível de agita ção. Escalas termométricas Uma escala termométrica é um conjunto de va lo res numéricos (de temperaturas),cada um associa do a determinado estado térmico pre es tabelecido. As escalas mais conhecidas são: Escala Kelvin A escala Kelvin, também deno mi na da escala absoluta ou es cala termodinâmica, foi obtida atra vés do comportamento de um gás perfei to, quando, a volume cons tante, fez-se variar a pressão e a tem peratura deste. Para os pontos fixos denomina dos zero absoluto e ponto triplo da água, associamos 0K e 273,15K, res - pectivamente. Devemos entender por zero ab soluto o estado térmico teórico, no qual a velocidade das moléculas de um gás perfeito se reduziria a zero, isto é, cessaria o estado de agitação das moléculas. O ponto triplo da água ocorre quando gelo, água e vapor de água coexistem em equilíbrio. Ao ler-se uma temperatura nesta escala, deve-se omitir o termo “grau”; assim 25K lê-se “vinte e cinco Kelvin”. Termômetro a gás (temperaturas muito baixas) p2V2––––– T2 p1V1––––– T1 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 43 1848 – Lord Kelvin, basea do na defini ção ter mo di - nâmica da tem peratura (grau de agi ta ção das partí - culas do sis te ma), cria uma es cala científi ca que esta belece o zero abso luto como limite míni mo para as tempe raturas do Universo (–273,15°C). Escala Celsius A escala Celsius é definida pela relação: Observe que uma variação de tem peratura é expressa nas escalas Celsius e Kelvin pelo mesmo número: Até 1954, essa escala era defi ni da convencio nan do- se 0°C e 100°C co mo as tempe ra tu ras asso ciadas a dois pontos fixos, a saber: 1.o Ponto Fi xo (ou ponto do gelo): Estado térmi co do gelo fun dente (equi líbrio gelo + água), sob pressão nor mal (0°C). 2.o Ponto Fixo (ou ponto do va por): Estado térmico do vapor de água em ebulição, sob pres são normal (100°C). 1742 – Anders Celsius, sueco, cria uma escala que é utilizada até hoje. A escala Celsius é usada, oficial mente, em vários países, entre os quais o Brasil. Escala Fahrenheit Essa escala é usada, geral men te, nos países de língua inglesa. No ponto do gelo (1.o PF), ela assi nala 32°F e no ponto do vapor (2.o PF), o valor 212°F, apresentando, as sim, 180 divisões entre essas duas marcas. 1724 – Daniel Ga briel Fahre nheit cria o pri mei ro ter - mô me tro con fiável, usan do o mer cú rio co mo subs - tância ter mo métrica. Equação de Conversão Uma equação de conversão é uma relação entre as temperaturas em duas escalas termométricas, tal que, sabendo-se o valor da tempe ratura numa escala, pode-se obter o cor respondente valor na outra. Assim, relacionando as três es ca las citadas anteriormente, temos: Do esque ma, ob te mos a equa ção de con versão en tre essas esca las, em que faremos: 273,15 273 e 373,15 373 C – 0 F – 32 T – 273–––––––– = –––––––– = –––––––––––– 100 – 0 212 – 32 373 – 273 Simplificando, temos: As relações mais utilizadas são: e (°C) = T (K) – 273,15 � c = �T C F – 32 T – 273 ––– = –––––––– = ––––––––– 5 9 5 T = C + 273 C F – 32 –––– = –––––––– 5 9 44 – FÍS IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 44 Variação de temperatura É comum encontrarmos exercícios nos quais é for - necida a variação de temperatura na escala Celsius (� C) e é pedida a correspondente variação na escala Fahrenheit (� F), ou vice-versa. Nesse caso, devemos com parar as duas escalas e usa r as proporcionalidades entre os intervalos de tem - pe raturas. 2006 – Medidas meteorológicas precisas imputam à hu manidade o aumento acele rado da temperatura do ar at mos - férico nos últimos 150 anos (aquecimento global). LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos Breve história de quase tudo - Bill Bryson � C � F –––– = –––– 100 180 � C � F –––– = –––– 5 9 – 45 FÍ S IC A 1. (UNICAMP-2021-MODELO ENEM) – A temperatura do argônio nos tanques é TAr = –184 °C. Usualmente, a grandeza “temperatura” em física é expressa na escala Kelvin (K). Sabendo-se que as tem peraturas aproximadas do ponto de ebulição (TE) e do ponto de solidificação (TS) da água à pressão atmosférica são, respectivamente, TE � 373 K e TS � 273 K, a tem peratura do argônio nos tanques será igual a a) 20 K. b) 89 K. c) 189 K. d) 457 K. e) 500 K. RESOLUÇÃO: A relação matemática entre temperaturas nas escalas Kelvin e Celsius é: Com TAr (°C) = –184°C, determinemos TAr (K). TAr (K) = –184 + 273 (K) Da qual: Resposta: B 2. (HUMANITAS-2021-MODELO ENEM) – Em um episódio de uma série policial exibida na televisão, a cientista forense informa aos investigadores que o corpo de uma vítima de assassinato foi congelado a temperatura de menos 320 graus. Provavelmente, a cientista forense forneceu aos investigadores a temperatura na escala a) Kelvin, pois é a única escala que não apresenta limite inferior de temperatura. b) Fahrenheit ou na Celsius, pois ambas admitem temperaturas negativas. c) Celsius, pois é a única escala que admite temperatura negativa. d) Fahrenheit ou na Celsius, pois ambas não apresentam limite inferior de temperatura. e) Fahrenheit, pois é a escala na qual a temperatura fornecida está acima do zero absoluto. T(K) = T (°C) + 273 TAr (K) = 89K C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 45 46 – FÍS IC A RESOLUÇÃO: a) Incorreta. Não há temperaturas negativas na escala Kelvin e zero é seu limite inferior, o zero absoluto. b) Incorreta. Não há temperaturas inferiores a –273°C na escala Celsius. c) Incorreta. A escala Fahrenheit admite temperaturas negativas. d) Incorreta. Todas as escalas têm um limite inferior: 0K, –273°C e –460°F. e) Correta. O zero absoluto na escala Fahrenheit vale, aproxi - madamente, –460°F, portanto, menor que –320°F, que é a temperatura citada. = ⇒ = = ⇒ – 39,1 = T = – 195,5 + 273 ⇒ ⇒ Resposta: E 3. (UNIFIPA-2021-MODELO ENEM) – A órbita de Marte ao redor do Sol é extremamente elíptica. E porque a distância entre o Sol e Marte varia, a temperatura varia desde –125°C, no inverno marciano, até 22°C, no verão marciano. Marte: O Planeta Vermelho. Disponível em: https://heasarc.gsfc.nasa.gov De acordo com o texto, a diferença máxima de temperatura, em graus Fahrenheit, entre o inverno e o verão marcianos é de a) 147,4 b) 184,4 c) 217,4 d) 264,6 e) 296,6 RESOLUÇÃO: � C = 22 – (–125)(°C) ⇒ � C = 22 +125(°C) I. Determinação da equação de conversão entre as variações das escalas Celsius e Fahrenheit: = ⇒ = II. Para � C = 147°C = = 29,4 � F = 29,4 . 9 (°F) Resposta: D T = 77,5KT = C + 273 C ––– 5 – 320 – 32 ––––––––– 9 C ––– 5 F – 32 ––––––– 9 C = – 195,5°C C ––– 5 C ––– 5 – 352 ––––– 9 � C = 147°C � C ––––– 100 � F ––––– 180 � C ––––––– 100 – 0 � F ––––––––– 212 – 32 ΔθF ΔθC –––– = –––– 9 5 147 ––––– 5 � F ––––– 9 � F ––––– 9 � F = 264,6°F C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 46 4. (ALBERT EINSTEIN-2021-MODELO ENEM) – Um médico criou sua própria escala de temperaturas para classificar a febre de seus pacientes em cinco níveis, de acordo com o quadro. A relação entre as temperaturas de um paciente febril (θ) e o nível de febre, segundo a classificação desse médico, segue um padrão linear e está representada no gráfico. Um paciente teve sua temperatura corporal medida, obtendo-se o valor 40,5°C. Segundo a classificação criada pelo médico citado, a febre desse paciente será classificada a) entre alta e preocupante. b) como preocupante. c) entre leve e moderada. d) como moderada. e) entre preocupante e perigosa. RESOLUÇÃO: A partir das indicações do gráfico, montamos o esquema abaixo: Estabelecendo-se a proporcionalidade entre os com primentos dos segmentos correspondentes, vem: = ⇒ = N – 1,0 = 4,0 . 0,70 ⇒ N – 1,0 = 2,8 Da qual: Resposta: A Nível Classificação 1,0 Leve 2,0Moderada 3,0 Alta 4,0 Preocupante 5,0 Perigosa 42,0 37,0 � (°C) 1,0 5,0 Nível 3,5 –––– 5,0 N – 1,0 –––––– 4,0 40,5 – 37,0 ––––––––––– 42,0 – 37,0 N – 1,0 –––––—– 5,0 – 1,0 N = 3,8 Nível febril entre alta e preocupante – 47 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 47 48 – FÍS IC A 1. A Física e o cotidiano Esfregando as mãos, conseguimos aquecê-las: a energia cinética, o atrito e o calor estão sempre relacionados. O cobertor é um isolante térmico e a fonte de calor é o corpo da pes soa. Na sala, todos os objetos, inclusive o piso,de mármoree o carpete, estão em equilíbrio térmico, ou seja, estão com a mesma temperatura de 20°C. As sensações de quente e frio estão relacionadas com a maneira como o corpo humano troca calor com o mármore e o carpete. 2. A Física e o mundo Como a evolução do conceito de calor influencia nos - sa percepção da natureza, o desenvolvimento econômi co e a preocupação com o ambiente? A fotossíntese é a responsável pela energia dos alimentos. Um adulto deve consumir entre 2000kcal e 2500kcal diárias para realizar suas atividades. Isso faz com que ele seja equivalente a um sistema com uma po tên cia comparável a uma lâmpada de 100W. A potência de uma fonte térmica também pode ser utilizada para analisarmos sistemas que não sejam necessa riamente máquinas térmicas. A energia consumida e utilizada por um ser humano pode ser calculada em kcal e sua potência, em kcal/h ou Q kcal/dia �Pot = –––– �.�t A tabela abaixo apresenta uma utilização da relação da energia térmica com a atividade humana. 3. A Física e o laboratório As fontes térmicas mais comuns em um laboratório são os bicos de Bunsen e os aquecedores elétricos de imer são (ebulidores). CONTEÚDO ENERGÉTICO DE ALGUNS ALIMENTOS, TEMPOS DE EXERCÍCIOS EQUIVALENTES (PESSOA DE 70kg) PARA CONSUMI-LOS Alimento (uma porção) cal Repouso (min) Andando (min) Bicicleta (min) Natação (min) Corrida (min) Maçã 110 78 19 12 9 5 Toucinho (duas fatias) 96 74 18 12 9 5 Ovo cozido 77 59 15 9 7 4 Ovo frito 110 85 21 13 10 6 Hambúrguer 350 269 67 43 31 18 Milk-shake 502 386 97 61 45 26 Refrigerante comum 106 82 20 13 9 5 Batata frita 108 83 21 13 10 6 MÓDULO 2 Calorimetria I C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 48 Eles estão representados a seguir, no aquecimento de uma certa massa m de água, num intervalo de tempo �t medido por um cronômetro, para provocar uma varia ção de temperatura � sem ocorrer mudança de estado. A potência Pot desses aparelhos, em relação a esse processo, pode ser calculada pela expressão: Pot = ⇒ Q ⇒ calor sensível c ⇒ calor específico sensível da água Se a potência da fonte térmica é constante, pode mos re la cionar a variação de temperatura � com a va riação do tempo �t por meio do seguinte gráfico: O modelo cinético-molecular caracterizou o calor co - mo energia em trânsito, tal como o trabalho mecânico, e o inse riu no campo teórico fundamental da mecânica estatística (1.a lei da Termodinâmica; Q = τ + ��). O conceito de calor tornou-se importante quando se se pa rou do conceito de temperatura. A partir daí, definiu-se o equilíbrio térmico (QA + QB = 0; lei zero da Termodinânica) e que o calor flui espon tanea - mente da região de maior temperatura para a de menor temperatura (2.a lei da Termodinâmica). Portanto, calor é energia tér mica em trânsito de um corpo para outro, mo ti vado por uma diferença de tempe raturas exis tente entre eles. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Energia térmica Todo corpo é formado de partículas. Essas partículas estão cons tan te mente em agitação, provocada por uma energia nelas existente. A energia cinética média as sociada a uma partícula é que de ter mina seu estado de agitação, de finindo a temperatura do cor po. O somatório das energias de agi tação das partículas é a energia tér mica do corpo. É importante notar que esse so ma tório de energias depende da ener gia de agitação de cada partí cula (da temperatura) e do nú mero de partí cu las que o corpo possui (da massa do corpo). ANTIGUIDADE E IDADE MÉ DIA – Ao lado do ar, da ter ra e da água, o fogo serviu como ele men to para com por a visão de mundo e a filosofia natural. Era o único que não abrigava a vida. SÉCULO V a.C. – Pla tão destaca que o ca lor e o fogo podem ser produ zidos por im pac to ou fric ção. Q –––– �t mc � Pot = –––––––– �t – 49 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 49 1620 – Francis Bacon de fende a ideia de que ca lor e tem pe ra tura são mani fes - tações do mo vi men to (ener gia). 1680 – Robert Hooke e Robert Boyle rela cio nam a tempe ra tura com a “rápi da e impe tuo sa agita ção das partes de um corpo”. Capacidade térmica (C) e calor específico sensível (c) Suponhamos que um corpo A de massa m receba uma quantidade de calor sensível Q, que lhe provoca o aquecimento � . Por de fi ni ção, a ca pa ci dade tér mica ou capa cidade calorí fi ca de um cor po repre senta a quan ti dade de calor necessária e suficiente para va riar sua tem pera tura de uma unidade. Unidade usual: cal/°C Por definição, o calor espe cí fi co sensível de uma substância cor responde à capacidade térmica por unida - de de massa. O calor específico sensível da água, em geral, vale 1,0cal/g°C. 1779 – Joseph Black, usan do um ter mô me tro, con cebido por Fahrenheit, rea liza as primeiras ex pe riên cias para di fe renciar calor de tem pera tura. Aque ceu corpos de mas sa (m) e subs - tâncias dife ren tes e per ce beu que eles res pon diam com diferen tes variações de tempe ratura (� ). Definiu, en tão, o calor sensível (Q), a ca paci dade tér mica de um corpo C e o calor específico sensível (c) de uma subs tância e os rela cio nou nas fór mulas: 1800 – Conde Rum ford (Benjamim Thom son) ob ser van do a fabri ca ção de ca nhões, conclui que um corpo finito não poderia produzir quan tidades in - finitas de caló rico – o calor, relacionado com o movimento e o atrito, é de - finido como ener gia em trân sito, provocado por uma dife rença de tempera turas. 1907 – Einstein res tringe a agitação mo le cu lar a ener gias dis cretas (quan - ti za ção) e deter mina valo res muito pre - cisos para os calores es pecí ficos sen síveis dos metais. 1912 – Debye aper feiçoa as ideias de Eins tein, ao consi de rar que átomos e mo léculas de um sólido, sob aque - cimento, agi tam-se como as on das sonoras no ar, com mo dos de vibração chamados de fô nons. A água (1,0cal/g°C) é referência para os outros calo - res específicos sensíveis, Assim, é fácil ver que, com apenas 11% do calor que aquece uma certa massa de água, é possível produzir a mesma variação de tempe - ratura numa mesma massa de ferro (0,11cal/g°C). Outro fato importante é que quanto mais alto é o ca - lor específico sensível do material, mais tempo leva para aquecê-lo, e quanto mais calor absorver, mais tempo leva para esfriá-lo. Q C = –––– � C Q c = ––– = ––––––– m m � Q = C . � Q = mc � Calores específicos sensíveis médios em cal/g°C ouro 0,030 chumbo 0,031 mercúrio 0,033 prata 0,056 cobre 0,094 ferro 0,110 querosene 0,510 álcool 0,580 água 1,00 50 – FÍS IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 50 – 51 FÍ S IC A 1. (UNICAMP-2021-MODELO ENEM) – Um microchip de massa m = 2,0 . 10–6 g é composto majoritariamente de silício. Durante um minuto de fun cio namento, o circuito elétrico do dispositivo dissipa, na forma térmica, uma quantidade de energia Q = 0,96 mJ. Considere que o calor específico sensível do silício é cSi = 800 J/kg °C. Caso não houvesse nenhum mecanismo de escoamento de calor para fora do dispositivo, em quanto sua temperatura aumentaria após esse tempo de funcionamento? a) 4,8 . 101 °C. b) 1,6 . 102 °C. c) 6,0 . 102 °C. d) 1,2 . 103 °C. e) 1,2 . 104 °C. RESOLUÇÃO: A elevação de temperatura Δθ é determinada pela equação fundamental da calorimetria:Q = m c Δθ Sendo Q = 0,96 mJ = 0,96 . 10–3J, m = 2,0 . 10–6 g = 2,0 . 10–9 kg e cSi = 800J/kg°C, vem: 0,96 . 10–3 = 2,0 . 10–9 . 800 . Δθ Δθ = Δθ = Da qual: Resposta: C 2. (UNISA-2021-MODELO ENEM) – Desejando fazer café em seus intervalos de almoço, o funcionário de uma empresa encontra um anúncio de aquecedor de água de 1 000 W de potência, conhecido como “ebulidor” ou “rabo quente”, que é um tipo de resistor, como o ilustrado na figura. Para descobrir se o aparelho contempla seus objetivos, ele calcula a massa de água, inicialmente a 25°C, que poderia ser aquecida até 85°C em 2,0 minutos. Para isso, supõe que toda a potência do aquecedor será empregada para o aquecimento da água e que o calor transferido para a água não se perca para o ambiente. Sendo o calor específico sensível da água igual a 4,0 . 103 J/(kg . °C), a massa de água encontrada é de a) 0,25 kg b) 0,50 kg c) 0,75 kg d) 1,00 kg e) 1,25 kg RESOLUÇÃO: Pot = 1000W C = 4,0 . 103J/(kg .°C) c = 4000J/(kg .°C) Δθ = 85°C – 25°C Δθ = 60°C x 60 Δt = 2,0 minutos ⎯→ Δt = 120s Pot = Pot = m = (kg) Resposta: B 9,6 . 10–4 ––––––––––– (°C) 1600 . 10–9 9,6 . 10–4 –––––––––– (°C) 1,6 . 10–6 Δθ = 6,0 . 102 °C Q ––– Δt mcΔθ –––––– Δt PotΔt m = ––––––– cΔθ 1000 . 120 –––––––––– 4000 . 60 m = 0,50kg LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo - Universal Studios C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 51 3. (SÃO CAMILO-2021-MODELO ENEM) – Marisa precisa de 20 litros de água a 40 °C para dar banho em seu bebê. Da torneira da pia de seu banheiro, ela consegue água a 20 °C e, de um caldeirão com água fervente que tem em seu fogão, ela consegue água a 100 °C. Decide, então, misturar certa quantidade de água da torneira com água do caldeirão, para obter os 20 litros de água na temperatura desejada. Considerando-se que, nessa mistura, só ocorra troca de calor entre as duas porções de água, Marisa deve pegar, do caldeirão, uma quantidade de água fervente equivalente a a) 3,0 litros. b) 4,5 litros. c) 5,0 litros. d) 7,5 litros. e) 8,0 litros. RESOLUÇÃO: Calor perdido pelo volume V1 de água, incialmente a 100°C Q1 = m1cΔθ1 Q1 = m1c(40 – 100) Q1 = –60m1c Calor recebido pelo volume V2 de água, incialmente a 20°C Q2 = m2cΔθ2 Q2 = m2c(40 – 20) Q2 = 20m2c I. No equilíbrio térmico, a soma dos calores trocados é nula: –60m1c + 20m2c = 0 –60m1c = – 20m2c II. Densidade = III. Massa = Densidade . Volume: m = d . V 3m1 = m2 3dV1 = dV e V2 = 20 – V1 3V1 = 20 – V1 3V1 + V1 = 20 4V1 = 20 V1 = (litros) Resposta: C 4. (2021) – BTU é a sigla para British Thermal Unit (Unidade Térmica Inglesa), que é definida como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 libra (0,45kg) de água de 59,5°F a 60,5°F sob pressão constante de 1 atmosfera. A unidade BTU é utilizada, de forma errônea, por diversos profissionais como sendo a potência de resfriamento do aparelho. (RODITI, I. Dicionário Houaiss de Física. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. Adaptado.) Como se pode representar corretamente a unidade de potência com base na definição de BTU? a) BTU × h−1 b) BTU × m2 c) BTU × h−1 × m2 d) BTU × h e) BTU × m−2 RESOLUÇÃO: Potência, por definição, é a razão entre energia e o tempo. Para a energia, em forma de calor, medida em BTU e o tempo, medido em horas, temos: Pot = ⇒ u (Pot) = = Resposta: A Q1 + Q2 = 0 3m1 = m2 Massa –––––––– Volume 20 ––– 4 V1 = 5,0 litros Q ––– �t u (Q) ––––– u (t) BTU ––––– h u (Pot) = BTU . h–1 52 – FÍS IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 52 – 53 FÍ S IC A1. A Física e o cotidiano Podemos relacionar o calor para aquecer o alimento com o tempo: Os motores dos veículos podem ser refrigerados a água ou a ar. O automóvel produz calor Q no motor e realiza um tra balho τ. 2. A Física e o mundo Alerta: O corpo humano é um péssimo termômetro O metabolismo humano está regulado para uma temperatura de 37°C. Em di fe rentes ambientes, nosso corpo se utili za de vários mecanismos para a manu tenção dessa temperatura. Porém, se a temperatura extracor - pórea for muito menor que 37°C (abaixo de 20°C), o corpo perde calor muito rapi - da mente para o meio externo; quando isto acontece, temos a sensação de frio. Por outro lado, se a temperatura es - ti ver acima de 26°C, a perda de calor para o meio ambiente se dá de maneira muito lenta, o que resulta na sensa ção de calor. Para o nosso clima, a tem - peratura de conforto térmico é de, aproxima damente, 22°C. Isso explica a sensação que temos ao colocarmos, simultaneamente, uma das mãos num recipiente com água a 35°C e a outra mão em outro recipiente, a 15°C. Temos ao mesmo tempo a sensação de calor em uma das mãos e de frio na outra. A origem do Universo no chuvisco da TV e no chiado do rádio não sintonizados Segundo as teorias mais mo der - nas, o Universo que conhecemos originou-se há cerca de 13,8 bilhões de anos, da explosão de um “ovo cós - mico” de um cen tíme tro de diâ metro, liberando toda a matéria e a radiação que nos cerca. Essa radiação, inicialmente, re pre - sentava uma tem pe ratura de trilhões de graus Celsius e diminuiu com a expansão do Universo, até o valor de 2,8K (–270,2°C;–454,4°F), atribuída à radiação cós mica de fundo (RCF) encontrada em todos os pontos do Cosmos. O chiado de um rádio ou o chu vis - co de um tele visor não sinto nizados mostram padrão de vibração de um gás a 2,8K, ou seja, eles são o som e a imagem dos ecos do “Big Bang”. 3. A Física e o laboratório Caloria – Calor Espe cífico Sensível da Água Por definição, chama-se calo ria a quantidade de calor neces sária pa ra aquecer 1,0g de água pu ra de 14,5°C a 15,5°C, sob pressão normal. Assim, temos: Usando-se a equação funda men - tal da Calorimetria, para um grama de água, vem: Q = m c � 1,0 cal = 1,0g . cágua . 1,0°C 1843: James Pres cott Joule encon tra ex pe ri - men talmente o equiva - len te me câ nico do calor (1,0cal = 4,2J) e permite o cálculo da potência das fontes térmicas. Experiência de Joule Q mc� Pot = –––– = ––––––– �t �t τ Rendimento = ––– Q Q Pot = –––– �t MÓDULO 3 Calorimetria II C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 53 54 – FÍS IC A Calorímetro O calorímetro de um laboratório di dá tico pode ser cons truído de acor do com a figura abaixo. Sua função é transformar o seu conteúdo num sistema termica men te isolado para a aná lise das trocas de calor entre os corpos em seu interior. Assim, por exemplo, para dois corpos, A e B, que não sofrem mudança de estado, o equacionamento da con - dição de equilíbrio térmico pode ser feito da seguinte ma - neira: C: capacidade térmica do calorímetro (determinada pre - viamente). 4. A Física e a evolução de seus conceitos Cálculo da potência da fonte térmica Os sistemas que produzem calor (estrelas, aquece do - res elétricos, fogões a gás) podem ter seus desem penhos analisados à luz dos conceitos de energia me cânica, como transformação, conservação, trabalho e po tência. Assim, se uma fonte térmica produz certa quanti dade de calor Q, num intervalo de tempo �t, podemos definir sua potência Pot pela expressão: ou As unidades mais utilizadas para estas grandezas são mostradas no quadro a seguir: Calor e equilíbrio térmico Quando dois corpos em tempe ra turas diferentes são co locados em contato térmico, espontaneamente, há trans ferência de energia térmica do corpo de maior para o de menor tem peratura. Dessa forma, a tempe ratura do “mais quente” diminui e do “mais frio” aumenta até que as duas se igualem. Nesse ponto, cessa a troca de ener - gia térmica. Dizemos que foi atin gido o equi líbrio tér mi - co e a tem pe ratura co mum é de no mi na da temperatura fi nal deequi lí brio tér mi co. Observemos que a causa de ter mi nante da passa gem de ener gia tér mi ca de A para B foi a di fe rença de tem - peraturas e que, quan do as tem pera turas se igualaram, ces - sou a pas sa gem de energia térmica. A energia térmica que pas sa de A para B recebe, durante a pas sa gem, a de nominação de calor. Qcalorímetro + QA + QB = 0 (C � )calorímetro + (mc � )A + (mc � )B = 0 Q Pot = –––– �t Q = Pot . �t Potência (Pot) Calor (Q) (energia) Intervalo de tempo (�t) cal ––––– min caloria (cal) minuto (min) cal ––––– s caloria (cal) segundo (s) J watt (W) = ––– s joule (J) segundo (s) quilowatt (kW) quilowatt-hora (kWh) hora (h) Importante 1,0cal 4,2J 1,0kcal = 1000cal 1,0kWh = 3 600 000J 735W = 1,0cv (cavalo- vapor) 746W = 1,0hp (horse power) 1,0min = 60s 1,0h = 3600s C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 54 Calores trocados Consideremos vários corpos em tem peraturas diferentes, colocados em contato térmico, constituindo um sis tema termicamente isolado (siste ma que não troca calor com o meio ex ter no). Como estão em temperaturas di fe rentes, eles tro cam calor entre si, até atingirem o equilíbrio térmico. Mas, como o sistema é termi ca mente isolado, isto é, como ele não tro ca energia térmica com o meio ex terno, sua energia térmica total per ma nece constante. Logo, a soma das quan ti dades de calor cedidas por uns é igual à soma das quanti dades de calor recebidas pe los demais. Se convencionarmos: Calor recebido: Q > 0 Calor cedido: Q < 0 a expressão acima se transforma em: Exemplo Sistema termicamente isolado. |Qa + Qb| = |Qc + Qd + Qe| cedido recebido Pela convenção adotada, temos Qa e Qb negativos e Qc, Qd e Qe posi tivos, de tal forma que: SÉCULO VI a.C. – Filó sofos pré-socrá - ticos (en tre os quais, He rá clito) consi de - ravam o Uni ver so como um sistema fechado e que o “quente” e o “frio” di - tas sem o sentido de sua evolução para um es tado “morno” ou “mais frio”. 1988 – Segundo a teoria do Big Bang, o Uni verso era mui to pe queno (1,0cm de diâ me tro) e “quen tís simo” (mais de 1050K) há 13,8 bi lhões de anos e, em ex - plosiva ex pan são, atin giu, hoje, com um diâmetro de 1026m, a mar ca mé dia de 2,8K, com variações de até 0,02K. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos QA + QB = 0 (mc � )A + (mc � )B = 0 Qcedida = Qrecebida Qtrocada = 0 Qa + Qb + Qc + Qd + Qe = 0 – 55 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 55 56 – FÍS IC A 1. Mesmo para peixes de aquário, como o peixe arco- íris, a temperatura da água fora da faixa ideal (26°C a 28°C), bem como sua variação brusca, pode afetar a saúde do animal. Para manter a temperatura da água dentro do aquário na média desejada, utilizam-se dispositivos de aquecimento com termostato. Por exemplo, para um aquário de 50 L, pode-se utilizar um sistema de aquecimento de 50 W otimizado para suprir sua taxa de resfriamento. Essa taxa pode ser considerada praticamente constante, já que a temperatura externa ao aquário é mantida pelas estufas. Utilize para a água o calor específico sensível 4,0 kJ kg–1 K–1 e a densidade 1,0 kg L–1. Se o sistema de aquecimento for desligado por 1,0 h, qual o valor mais próximo para a redução da temperatura da água do aquário? a) 4,0°C b) 3,6°C c) 0,9°C d) 0,6°C e) 0,3°C RESOLUÇÃO: Dados e ajustes das unidades: Pot = 50W �t = 1,0h = 3600s � = m = � . V m = (1,0kg L−1) . (50L) m = 50kg c = 4,0 kJ kg–1 K–1 = 4000J kg–1 K–1 A partir da potência da fonte térmica, calculamos a variação de temperatura: Pot = ⇒ Pot = � = ⇒ � = (K) � = 0,9K ⇒ Resposta: C 2. (FAMEMA-2021-MODELO ENEM) – Sabendo-se que o calor específico sensível da água tem por definição o valor 1,0 cal/(g · °C), um estudante deseja determinar o valor do calor específico sensível de um material desconhecido. Para isso, ele dispõe de uma amostra de 40 g desse material, de um termômetro na escala Celsius, de um recipiente de capacidade térmica desprezível e de uma fonte de calor de fluxo invariável. Primeiramente, o estudante coloca 100 g de água no interior do recipiente e observa que, para elevar de 20 °C a temperatura dessa quantidade de água, são necessários 5,0 minutos de exposição à fonte de calor. Em seguida, o estudante esvazia o recipiente e coloca em seu interior a amostra, verificando que, para elevar de 20 °C a temperatura da amostra, a exposição à mesma fonte de calor deve ser de 1,0 minuto apenas. O valor do calor específico sensível procurado pelo estudante é a) 0,1 cal/(g · °C) b) 0,2 cal/(g · °C) c) 0,4 cal/(g · °C) d) 0,5 cal/(g · °C) e) 0,6 cal/(g · °C) RESOLUÇÃO: Como a potência da fonte de calor é constante (calor de fluxo invariável), temos: Pot = = Como Δtágua = 5,0 min e Δtamostra = 1,0 min, vem: = Qágua = 5 Qamostra ma ca Δθa = 5 mam cam Δtam 100 . 1,0 . 20 = 5 . 40 . cam . 20 2000 = 4000 . cam cam = � � Resposta: D m ––– V Q ––– �t m . c . � ––––––––– �t Pot . �t –––––––– m . c 50 . 3600 ––––––––– 50 . 4000 � = 0,9°C Qamostra ––––––––– Δtamostra Qágua ––––––– Δtágua Qamostra –––––––– 1,0 min Qágua ––––––– 5,0 min cal ––– g°C 2000 ––––– 4000 cam = 0,5 cal/g°C C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 56 – 57 FÍ S IC A 3. (UNESP-2021-MODELO ENEM) – Mediante aprovação pelo Comitê de Ética na Experimen tação Animal, um laboratório realizou um experimento no qual um animal foi colocado em contato com água pura (c = 1,0 cal/g · °C), contida no interior de um recipiente fechado e isolado termicamente. As massas do animal e da água eram equivalentes e iguais a 500g. As tempera turas iniciais do animal e da água eram 38°C e 20°C, respectivamente. Ao final do experimento, o animal foi recuperado sem sofrimento ou risco à vida e com a mesma taxa metabólica do início do experimento. Constatou-se que a água atingiu o equilíbrio térmico a 38°C. O animal utilizado no experimento e a quantidade de calorias transferida para a água foram a) um peixe e 18 000 calorias. b) uma galinha e 9 000 calorias. c) uma galinha e 18 000 calorias. d) um sapo e 18 000 calorias. e) um sapo e 9 000 calorias. RESOLUÇÃO: O animal deve ser homeotérmico, uma galinha por exemplo, pois a massa m = 500g de água (c =1,0 cal/g ), inicialmente a 20°C , entrou em equilíbrio térmico com a temperatura basal do animal, de 38°C, que perma nece constante. Q = (500) . (1,0) . (38 − 20) (cal) Q = (500) . (18) (cal) Resposta: B 4. (2021-Digital) – Um fabricante de termômetros orienta em seu manual de instruções que o instrumento deve ficar três minutos em contato com o corpo para aferir a temperatura. Esses termômetros são feitos com o bulbo preenchido com mercúrio conectado a um tubo capilar de vidro. De acordo com a termodinâmica, esse procedimento se justifica, pois é necessário que a) o termômetro e o corpo tenham a mesma energia interna. b) a temperatura do corpo passe para o termômetro. c) o equilíbrio térmico entre os corpos seja atingido. d) a quantidade de calor dos corpos seja a mesma. e) o calor do termômetro passe para o corpo. RESOLUÇÃO: O intervalo de tempo de três minutos é necessário pa ra que ocorra equilíbrio térmico entre o termômetro e o corpo que se deseja medir a temperatura. O termômetro e o corpo trocam energia térmica – calor – até que suas temperaturas se igualem, o que requer certo intervalo de tempo. Resposta: C Q = mcΔ Q = 9 000 cal C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 57 58 – FÍS IC A MÓDULO 4 Mudanças de Estado I 2. A Física e o mundo Energia Geotérmica Os mineradores sa bem que a tem peratura da Terra aumenta com a profundidade. Medi das indicam que a ca da qui - lô metro a tempera tura au menta, em mé dia, 30°C. A águaa grandes profundidades en con tra-se a alta tem pera tu ra e pressão; por meio de falhas no terreno, a água pode jorrar na for ma de jatos chamados de gêiser es. Na profundidade de 50km (1500°C), a rocha se funde e fica pastosa por causa da pressão de 15 atm. Nas regiões mais frágeis da crosta, a pasta cria frestas e a diminuição da pressão a torna mais fluida na superfície. A erupção desses vulcões é acompanhada de terremotos. 1. A física do cotidiano O frio está na pele O ventilador acelera a evaporação de camadas su ces sivas de suor na pele e, com isso, ocorre a retirada de calor do corpo da pessoa. O “suor” da garrafa gelada O vapor d’água pre sen te no ar con densa- se na su perfície fria da gar rafa e formam-se as gotí culas. O clima que sufoca: úmido ou seco? O vapor da sauna dificulta a evaporação do suor; na sauna seca, a pressão de vapor é menor e o ambiente fica mais agradável. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 58 – 59 FÍ S IC A 3. A Física experimental Aquecimento da água Vamos utilizar uma massa m de gelo a 0°C e va porizá-la comple ta men te. A sequência das transfor mações é repre - sen tada acima. Considerando-se que não houve perdas, o calor recebido pelo siste ma é: Qtotal = Q1 + Q2 + Q3 Substituindo-se pelas fórmulas de calor sensível e calor latente, te mos: Qtotal = (mLF)gelo + (mcΔθ)água + (mLV)água Na fórmula acima, LF e LV são, respectivamente, os calores específicos latentes de fusão e de vaporização da água em cal/g ou em J/kg. Enche-se uma seringa com pequena quantidade de água destilada a uma temperatura um pou co abaixo da tempe ra tura de ebulição. Fe chan do-se o bico, como mostra a figura A, e puxando rapidamente o êmbolo, verifica-se que a água entra em ebulição durante alguns instantes (veja figura B). Pode mos expli car esse fenô me no consi de rando-se que, com a diminuição da pressão, a tem peratura de ebulição da água fica menor do que a temperatura da água na seringa. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Estados físicos da matéria A matéria pode apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso. Es tes estados se distinguem princi pal - men te pelas seguintes proprieda des: Sólido. Líquido. Gasoso. Sólido: possui forma própria e vo lu me bem definido. Líquido: não possui forma pró pria; assume a forma do recipiente que o contém, mas possui volume bem definido. Gás (ou vapor): não possui for ma própria nem volu - me definido. Toma a forma e o volume do reci pien te que o contém. Observemos que em nosso es tudo estaremos re fe - rindo-nos sempre a substâncias puras. Definições Fusão é a passagem de uma subs tância do estado sólido para o es tado líquido. Solidificação é a passagem do estado líquido para o estado só li do. É a transformação inversa da fu são. Vaporização é a passagem de uma substância do estado líquido pa ra o estado gasoso. Liquefação ou condensa ção é a passagem do estado ga so so para o estado líquido. É a trans formação inversa da vaporização. Sublimação é a passagem da substância direta men - te do estado só li do para o gasoso ou do estado gasoso para o sólido. Gelo a 0°C Água a 0°C Água a 100°C Calor sensível Calor latente Calor latente Recebe Q2 Recebe Q1 Recebe Q3 Vapor-d'água a 100°C Fusão Vaporização Substância calor latente específico de fusão cal�––––� g calor latente específico de vaporização cal�––––� g Água 80 540 Álcool 25 204 Alumínio 95 2500 Mercúrio 2,7 70 Chumbo 6,8 200 Cobre 65 1600 Estanho 14 460 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 59 60 – FÍS IC A sólido fusão solidificação vaporização liquefação sublimação sublimação Q1 Q1 Q2 Q2 líquido gasoso Aqui, o dióxido de carbono (CO2) es tá sublimando, pas - sando do esta do sólido para o estado gasoso. O aço ao ser aquecido a altas tem - peraturas sofre fusão, passando do estado sólido para o estado líquido. A experiência mostra que a fusão e a vaporização se pro - cessam sem pre com recebimento (absorção) de ca lor, sendo, pois, transformações en do térmicas. Já a solidi - fica ção e a li que fação se processam com des pren dimento (liberação) de calor, sen do, pois, transfor ma ções exo tér - micas. Observemos que a quantidade de calor que um corpo recebe ao fun dir-se é a mesma que ele cede ao soli dificar- se (princípio da transfor mação inversa). Da mesma forma, o que rece be ao vaporizar-se cede ao liquefazer-se. Temperatura de mudança de estado A fusão e a solidificação de uma substância se proces sam na mesma temperatura, chamada tempera - tu ra (ou ponto) de fusão ou de so li dificação (θF). Por exemplo, a água, sob pressão atmosférica nor mal, sem - pre se funde e se solidifica a 0°C. A ebulição e a liquefação de uma substância se pro - ces sam na mesma tem peratura, chamada tempera tu ra (ou ponto) de ebulição ou de li que fação (θE). Por exemplo, sob pres são atmosférica normal, a água en tra em ebulição e se liquefaz a 100°C. Cálculo da quantidade de calor latente Seja Q a quantidade de calor la tente necessária para provocar uma dada mudança de estado na massa m de uma substância, sem variação de temperatura. Verifica-se experimentalmente que Q é proporcional à massa m, poden do-se, pois, escrever: sendo L um coeficiente de propor cio nalidade chamado calor especí fi co latente da referida mudança de es tado da substância. Observemos que o calor especí fico latente de fusão e de solidifi ca ção é o mesmo, porque a quanti dade de calor que um corpo recebe para se fun dir é igual à que cede ao soli dificar-se. Tal processo ocorre tam bém com o calor específico latente de vapo rização e de liquefação. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos Tragam-no para Casa - Perdido em Marte - 20th Century Studios Q = m L C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 60 – 61 FÍ S IC A1. (MODELO ENEM) – As representações gráficas, mais comuns, para as mudanças de estado físico da matéria para uma substância pura são as seguintes: Curva de aquecimento Curva de resfriamento Diagrama de fases De acordo com essas representações, é correto afirmar que: a) são fenômenos endotérmicos: a liquefação, a solidificação e a ressublimação. b) durante as mudanças de estado, sob pressão constante, o calor é sensível e a temperatura varia. c) a quantidade de calor útil para fundir uma amostra tem valor absoluto maior do que para solidificá-la. d) As temperaturas das mudanças de estado físico não dependem da pressão local. e) Há uma pressão e uma temperatura em que os três estados físicos coexistem. RESOLUÇÃO: a) Incorreta. As transformações citadas são exotérmicas. Fusão, vaporização e sublimação recebem calor e são endotérmicas. b) Incorreta. O calor de mudança de estado físico é latente, sem variação de temperatura (Q = mL). c) Incorreta. Os calores sensíveis (Q = mc Δθ) e latentes (Q = mL) têm valores iguais no aquecimento e no resfriamento. d) Incorreta. De acordo com o diagrama de fases, as temperaturas das mudanças de estado dependem da pressão. e) Correta. No diagrama de fases, o ponto comum para as três curvas, o ponto triplo, indica a coexistência dos estados. Resposta: E C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 61 2. (MODELO ENEM) – A vaporização da água ocorre de três ma - neiras: I. Evaporação-vaporização lenta, superficial e ocorre em tem pera tura ambiente. Exemplos: água sobre uma pia que evapora durante a noite e secagem de roupas num varal. II. Ebulição-vaporização rápida, envolve toda a massa na temperatura de ebulição do líquido, em geral, obtida por uma fonte de calor. Exemplo: fervura da água para o café num fogão a gás ou numa cafeteira. III. Calefação-vaporização quase instantânea provocadapor uma temperatura, muito maior que a de ebulição do líquido. Exemplo: água que vaporiza, na superfície de um ferro elétrico, a 200°C. O gráfico a seguir mostra a vaporização total de 100 gramas de água em dez minutos. A potência útil da fonte térmica que produziu o aquecimento e a ebulição da água, em watts, vale: a) 1,0.102 b) 4,0.102 c) 6,0.103 d) 1,5.104 e) 6,0.104 RESOLUÇÃO: Δt = 10 min ⎯→ Δt = 600s Calor para aquecer a água: Q1 = mc Δθ Q1 = 100 . 1,0 (100 – 40)(cal) Q1 = 100 . (60)(cal) Q1 = 6,0 . 10 3 cal Calor para vaporizar a água: Q2 = m . L Q2 = 100 . 540 (cal) Q2 = 5,4 . 10 4 (cal) Cálculo do calor total: Q = Q1 + Q2 Q = 6,0 . 103 + 54 . 103 (cal) ⇒ Q = 60 . 103 cal Transformação de unidades do calor total de calorias para Joules: Q = 60 . 103 . 4,0 (J) Q = 240 . 103 (J) Q = 2,4 . 105 (J) P = ⇒ P = ⇒ Resposta: B Q –––– Δt 2,4 . 105 J –––––––––– 6,0 . 102s P = 4,0 .102W Note e adote: Calor específico sensível da água: 1,0 cal/g°C Calor específico latente de vaporização da água: 540 cal/g Equivalente mecânico do calor: 1,0cal = 4,0J 62 – FÍS IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 62 3. (MODELO ENEM) – Num recipiente adiabático de capacidade térmica nula, uma massa m de água, a 40°C, troca calor com 200 gramas de gelo, a 0°C, que sofrem fusão completa. O gráfico, a seguir, ilustra a situação. Para que a temperatura de equilíbrio térmico seja de 0°C, a massa m de água, em gramas, a 40°C, deve ser igual a: a) 40 b) 80 c) 160 d) 400 e) 1600 RESOLUÇÃO: Calor cedido pela água: Calor recebido pelo gelo: Q1 = m . 1,0 . (0 – 40) Q2 = 200 . 80(cal) No equilíbrio térmico a 0°C, a soma dos calores trocados é nula: –40m + 16000 = 0 –40m = –16000 m = (g) Resposta: D Note e adote: Calor específico sensível da água: 1,0 cal/g°C Calor específico latente de fusão da água: 80 cal/g Q1 = mc Δθ Q2 = mGL Q2 = 16000 cal Q1 = –40 . m Q1 + Q2 = 0 – 16000 –––––––– –40 m = 400g – 63 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 63 64 – FÍS IC A MÓDULO 5 Mudanças de Estado II 1. A Física e o cotidiano Ao congelarmos a água, é necessário levá-la até 0°C, para depois iniciarmos a solidificação dela nessa temperatura e, finalmente, resfriá-la para o equilíbrio térmico com o congelador. Q = (mc� )água + (mL) + (mc� )gelo C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 64 – 65 FÍ S IC A 2. A Física e o mundo Fusões, vaporizações, solidificações, condensações e sublimações: seus efeitos ambientais e tecnológicos EVAPORAÇÃO DAS ÁGUAS , EDE MARES RIOS LAGOS CONDENSAÇÃO NAS NUVENS O CICLO DA ÁGUA PRECIPITAÇÃO DA ÁGUA NA ÁREA NA FORMA ,DE CHUVA NEVE OU GRANIZO O ciclo da água na Ter ra é fundamental para a ma nutenção da vida, para a agroin dústria, para a geração de energia elétrica e para a nave gação. No planeta Marte, a baixa pressão atmosfé rica per - mite a existência da água apenas na forma de vapor ou de gelo. Assim, ocorre apenas a sublimação no ciclo da água marciana. No Rio de Janeiro (no nível do mar), uma certa quan - ti dade de feijão demora 40 minutos em água fervente para ficar pronta. A tabela a seguir fornece o valor da temperatura de fervura da água em função da pressão atmosférica, enquanto o gráfico fornece o tempo de cozimento dessa quantidade de feijão em função da temperatura. A pressão atmosférica no nível do mar vale 760mm de mercúrio e ela diminui 10mm de mercúrio para cada 100m de altitude. Temperatura de fervura da água em função da pressão Pressão em mm de Hg Temperatura em °C 94 95 97 98 100 102 103 105 106 108 109 110 600 640 680 720 760 800 840 880 920 960 10001040 Tempo de cozimento temperaturaversus 160 140 T e m p o d e c o z im e n to ( m in ) 120 100 80 60 40 20 0 90 92 94 96 98 Temperatura ( C) 100 104 106 108 110 112102 Marte. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 65 66 – FÍS IC A Com base nessas informações, é possível concluir que: I. No Mar Morto, que se encontra a 400m abaixo do nível do mar, a pressão seria de 800mm de Hg (760 + 40) que, na tabela, corresponde a 102°C e a um tempo de 30 minutos de cozimento no gráfico. II. Num local a 800m de altitude, a pressão é de 680mmHg (760 – 80), a temperatura de ebulição vale 97°C e o tempo de cozimento, 60 min. III. Uma panela de pressão, cuja válvula mantém a pres são interna a 1,37 atm (1,37 atm = 1,37 . 760 1040mm Hg), cozinha o feijão a 110°C em cerca de 12 minutos. 3. A Física e o laboratório Aquecimento da água (potência constante) Vamos utilizar uma massa m de gelo a –20°C e aquecê-la até 120°C, por exemplo. A sequência das trans formações é representada no esque ma a seguir: Qtotal = Q1 + Q2 + Q3 + Q4 + Q5 Qtotal = (m c Δθ)gelo + (m LF)gelo + (m c Δθ)água + (m LV)água + (m c Δθ)vapor Qtotal Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Pot = ––––––– = ––––– = ––––– = ––––– = ––––– = ––––– Δttotal Δt1 Δt2 Δt3 Δt4 Δt5 Q Pot Δt joule (J) watt (W) segundo (s) cal cal/min min C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 66 – 67 FÍ S IC A 4. A Física e a evolução de seus conceitos Leis gerais das mudanças de estado Para substâncias puras, as mu danças de estado obede cem às seguintes leis: Essa lei nos permite concluir que enquanto há mu dan - ça de estado não há variação de temperatura e, conse - quentemente, enquanto há variação de tempe ratura não há mudança de estado. Ou seja, a mudança de es ta do e a variação de temperatura ja mais ocorrem simultaneamente se a pres são se mantiver invariável. O dinheiro sai como vapor Na panela de pressão, a pres - são interna elevada pro vo ca au men to do ponto de ebu li - ção (120°C). Essa tempe - ratura permanece constante e é pos sí vel dimi nuir a inten - si dade da cha ma (eco no mia de gás). Essa lei nos ensina que as tempe raturas de fusão (θF) e de ebulição (θE), numa dada pressão, são carac te rísticas das substâncias. Por exemplo, sob pressão nor mal, temos: água: θF = 0°C e θE = 100°C álcool: θF = –114°C e θE = 78°C mercúrio: θF = –39°C e θE = 357°C oxigênio: θF = –218°C e θE = –183°C Influência da altitude na variação do ponto de ebulição A temperatura de ebulição de um líquido depende da pressão. Quanto maior a altitude, menor é a pressão e menor é a temperatura de ebulição. Curvas de aquecimento e de resfriamento São as curvas que se obtêm cons truindo num dia grama cartesia no o grá fico da temperatura de um corpo em função da quantidade de calor trocada (recebida ou cedida) por ele. Consideremos, por exemplo, um corpo de massa m de uma subs tân cia cujas temperaturas de fusão e de ebulição são, respectivamente, θF e θE. Seja θ1 (θ1 < θF) a temperatura inicial deste corpo. Como θ1 < θF, con cluí - mos que inicialmente o corpo se en contra no estado sólido (ponto A). For necendo-se calor ao corpo, ele se aque ce, mantendo-se sólido até a tem peratura de fusão (ponto B). A par tir daí, à medida que continua rece bendo calor, o corpo se funde e a sua temperatura se mantém cons tante (pa tamar BC). Só depois de totalmente fundido (ponto C) é que o corpo (agora no estado líquido) vai aquecer-se, per ma - necendo líquido até a tem peratura de ebulição (ponto D). Durante a ebu lição a temperatura se mantém cons tante (patamar DE) e só após com ple tada a vaporização (ponto E) é que o vapor vai aquecer-se (trecho EF) até θ2. É sempre bom lembrar que essa curva com pa ta - mares só ocorre para substâncias puras. Para as demais substâncias, há rampas no lugar dos pata mares. As quantidades de calor recebi das pelo corpo para o aquecimento po dem ser assim calculadas: 1.a LEI “Se durante uma mudança de estado a pressão se man ti ver constante, a temperatura tam bém permanecerá cons tan te.” 2.a LEI “Para uma dada pressão, ca da substância pura tem fixa a sua temperatura de fusão (ou de soli difi cação) e a sua tem pera tu ra de ebulição (ou de li que fação).” 3.a LEI “Variandoa pressão, as tem peraturas de fusão e de ebu lição também variam.” 75°C 87°C 90°C 96°C 98°C 100°C Monte Everest La Paz Quito Brasília São Paulo Recife Mar C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 67 68 – FÍS IC A A curva de resfriamento é obtida de maneira aná loga, bastando consi derar as transformações inversas da que las que aparecem na curva do aquecimento. Lembre-se de que LF (calor es pe cífico latente de fu são) e LS (calor es pe cí fico latente de solidificação) são iguais em valor absoluto, porém de sinais opostos. Assim: O mesmo ocorre com LV (calor específico latente de vaporização) e LL (calor específico latente de lique fação), valendo: O diagrama de fases e a curva de aquecimento O comportamento térmico das substâncias é funda - mental para uma avaliação sobre o seu uso seguro em diversas condições de pressão e temperatura. O diagrama de fases representa as transfor mações físicas que uma substân cia pode sofrer, quantificando as pressões e as tempe raturas em que ocorrem. A partir do diagrama de fases, pode mos determinar os calores especí - ficos sensíveis em cada estado (c), os latentes (L) das mudanças de um para outro estado e as curvas de aqueci mento para cada pressão. Q1 = m csólido (θF – θ1) Q2 = m LF Q3 = m clíquido (θE – θF) Q4 = m LV Q5 = m cvapor (θ2 – θE) LF = –LS LV = –LL LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos Breve história de quase tudo - Bill Bryson 1. (UNESP-2021-MODELO ENEM) – Analise o diagrama, que representa as fases da água conforme as condições de pressão e temperatura. (www.researchgate.net. Adaptado.) Um dos métodos de conservação de alimentos, conhecido como liofilização, consiste em congelar toda a água neles presente e fazê-la sublimar, ou seja, passar diretamente para o estado gasoso, sem passar pelo estado líquido. São condições de temperatura e pressão em que há possibilidade de ocorrer a sublimação da água: a) temperatura superior a 374°C e pressão superior a 22 100 kPa. b) temperatura igual a 300°C e pressão superior a 0,61 kPa. c) temperatura inferior a 0,0025°C e pressão superior a 101,3 kPa. d) temperatura igual a 0,01°C e pressão igual a 0,61 kPa. e) temperatura inferior a 0,01°C e pressão inferior a 0,61 kPa. RESOLUÇÃO: Para que ocorra a passagem direta da água do estado sólido para o estado gasoso (região verde escura do gráfico para a região branca), isto é, processo de sublimação, a pressão e a temperatura devem ser inferiores a do ponto triplo da água, isto é a pressão inferior 0,61 kPa e a temperatura inferior a 0,01°C. A opção que contempla essas duas condições é a da alternativa E. Resposta: E C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 68 – 69 FÍ S IC A 2. (CTI-2021-MODELO ENEM) – No gráfico a seguir, é representada a variação de temperatura de uma determinada substância ao longo do tempo. Observando o gráfico, é correto afirmar que, entre as temperaturas de a) 0 e 15°C, a substância encontra-se no estado sólido. b) 15 e 30°C, ocorre uma mudança de estado da substância. c) 30 e 45°C, a substância muda de estado físico. d) 45 e 60°C, ocorre o processo de liquefação da substância. e) 0 e 15°C, a substância está no estado gasoso. RESOLUÇÃO: a) Incorreta. Entre 0°C e 15°C, a substância encontra-se no estado líquido, solidifica-se e fica sólida. b) Incorreta. Entre 15°C e 30°C, a substância encontra-se no estado líquido. c) Correta. Entre 30°C e 45°C, a substância sofre liquefação. d) Incorreta. Entre 45°C e 60°C, a substância encontra-se no estado gasoso. Resposta: C 3. (UNIFIPA-2021-MODELO ENEM) – A órbita de Marte ao redor do Sol é extremamente elíptica. E porque a distância entre o Sol e Marte varia, a temperatura varia desde –125°C, no inverno marciano, até 22°C, no verão marciano. Marte: O Planeta Vermelho. Disponível em: https://heasarc.gsfc.nasa.gov Considere que um recipiente fechado com 2,0L de água seja colocado na superfície de Marte. Esse recipiente é bom condutor de calor e possui um êmbolo para manter sua pressão interna constante em 1,0 atm, en quan to é exposto ao clima marciano, desde o dia mais frio do inverno até o dia mais quente do verão. Sabendo que, a 1 atm, o calor específico sensível do gelo é 0,5 cal/(g .°C), o calor específico sensível da água líquida é 1,0 cal/(g .°C), o calor latente específico de fusão da água é 80 cal/g e que a densidade da água é 1,0 kg/L, a quantidade de calor cedida pelo Sol à agua, durante todo o período, é de a) 125 kcal. b) 169 kcal. c) 294 kcal. d) 329 kcal. e) 728 kcal. RESOLUÇÃO: Calor para aquecer o gelo: Q1 = mc1 Δθ1 Q1 = 2000 . 0,5 . [0 – (–125)](cal) Q1 = 1000 . 125)(cal) Q1 = 125000cal Q1 = 125kcal Calor para fundir o gelo: Q2 = mL Q2 = 2000 . 80(cal) Q2 = 160000cal Calor para aquecer a água: Q3 = mc3 Δθ3 Q3 = 2000 . 1,0 . (22 – 0)(cal) Q3 = 2000 . 22(cal) Q3 = 44000cal Q3 = 44kcal Quantidade de calor cedida pelo Sol à água, durante todo o período: Q = 125kcal + 160kcal + 44kcal Resposta: D Q = Q1 + Q2 + Q3 Q = 329kcal C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:27 Página 69 70 – FÍS IC A 1. A Física e o cotidiano Transmissão de calor é a de nominação dada à passagem da ener gia térmica de um corpo para ou tro ou de uma parte para outra de um mes mo corpo. Essa transmissão pode processar-se de três maneiras dife ren tes, que são denominadas: con du - ção, convecção e radiação. Condução Sensações térmicas diferentes para corpos com temperaturas iguais Convecção MÓDULO 6 Transmissão de Calor O aparelho de ar-condicionado deve ser colocado na parte superior da parede da sala. No inverno, o ar aquecido pelo aque ce dor elétrico deve ser produzido na parte inferior da sala. Radiação A mão abaixo da pa ne la não é aque cida por con du ção nem por con vec ção. A radiação de infra - ver melho emi tida pela pa nela faz os nú cleos dos áto mos da mão oscilarem para aque cê-la. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 70 – 71 FÍ S IC A 2. A Física e o mundo As quentes paredes de gelo O gelo apresenta um coeficiente de con dutividade térmica se melhante ao do con creto (2,2 . 10–3cal/s.m°C) e po de ser consi derado um iso lan te térmico. Desse modo, o calor produzido no inte rior dos iglus, liberado pela quei ma de combustíveis ou nos processos de res pi ração e transpiração de seus mora do res, fica ali retido, elevando a tempe ra tu ra em seu interior, enquanto a tem peratura externa é da ordem de –50°C no inverno. Convecção A transmissão de calor e os ambientes geográficos Radiação Efeito estufa: um alerta para o controle da poluição O efeito estufa: alguns materiais têm o que se po de chamar de “trans parência se leti va”, ou seja, são trans - parentes a ra dia ções de certa fre quência e opa cos a ou tras. O gás car bônico (CO2) tem tal pro prie dade: ele é trans parente à luz visível e opa co ao infravermelho ou radia ção tér mica. A quantidade de CO2 misturada na at mosfera du ran te muito tempo foi a ideal para a manutenção do equi líbrio eco lógico no planeta. Se fosse menor, a Terra irra diaria muito calor para o espaço, res friando-se; por outro lado, se a quan ti dade de CO2 fosse maior, a energia térmica se acu - mularia aquecendo o pla neta. Nas últimas décadas, o ser humano tem au mentado apreciavel mente a con centração de CO2 na atmosfera, sobretudo pela queima de hidro - carbonetos (petróleo, gás natural etc.), além de pro vocar um sério desequilíbrio no meio am biente, destruindo os organismos respon sáveis pe lo rea pro veitamento do gás carbônico. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 71 72 – FÍS IC A 3. A Física e o laboratório Condução Verificação experimental da convecção térmicaConvecção RESUMO DA CONDUÇÃO DE CALOR Energia passa de partícula a partícula (não ocorre no vácuo) Q CSΔθ Fluxo de calor Φ = –––––––– = –––––– tempo L C = coeficiente de condutibilidade térmica Cgrande = bom condutor (metais) Cpequeno = mau condutor (isolantes) C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 72 – 73 FÍ S IC A Processo Mecanismo Meios em que ocorre Exemplos Condução O calor transmi te- se de partícula pa - ra partí cula, da região de tem pe - ratura mais ele - vada para a mais baixa. Meios mate riais (cons tituídos por átomos, mo lé cu - las ou íons): sóli - dos, líquidos e ga ses. � Calor atravessa uma parede (Lei de Fourier): � Sensações térmicas diferentes ao tocarmos objetos à mes ma temperatura, por causa dos coeficientes de conduti bili da de térmica diferen tes. � = fluxo de calor C = contutividade térmica A = área da parede � = diferença de temperaturas L= espessura da parede A Q CA� � = ––– = –––––– �t L Convecção O calor é trans mi - tido pela subi da de uma massa com temperatura mais ele vada e a des - cida de outra mas - sa, mais fria, por diferen ça de den si - dades entre elas. Meios fluidos (lí - qui dos e gases) em campos gra - vitacionais. � Formação de ventos, brisas, furacões e mo vimentação de massas quentes e frias da atmosfera. � Subida da fumaça nas chaminés. � Movimentação de massas líquidas sob aquecimento. � Posicionamento de aparelhos de ar-refri gera do na parte superior das paredes. � Posicionamento de aquecedores no chão. Radiação ou irradiação Uma fonte emite on das de infra ver - melho que ao atin - girem os cor pos pro vocarão a osci - la ção dos nú cleos atô mi cos e, em consequência, o aque cimen to. Meios físicos: só - lidos, líquidos, ga - ses e vá cuo. � A radiação infravermelha do Sol atravessa o vá cuo para aquecer a Terra. � Objetos incandescentes, como carvão em brasa e fila - men tos de lâmpadas, emitem radiação e aquecem os objetos e o ar à sua volta. � A energia absorvida por um coletor solar (E) é direta- mente proporcional à intensidade solar útil (I), à área do coletor (A) e ao tempo de ex po sição ao Sol (�t). E = I . A . �t ↙ ↓ ↓ ↘ J W/m2 m2 s 4. A Física e a evolução de seus conceitos LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos E=mc² uma Biografia da Equação Que Mudou o Mundo e o Que Ela Significa - David Bodanis C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 73 74 – FÍS IC A 1. (2021-Digital) – Os materiais são classificados pela sua natureza química e estrutural, e as diferentes aplicações requerem caracte rísticas específicas, como a condutibilidade térmica, quando são utilizados, por exemplo, em utensílios de cozinha. Assim, os alimentos são acondicionados em recipientes que podem manter a temperatura após o preparo. Considere a tabela, que apresenta a condu tibilidade térmica (�) de diferentes materiais utilizados na confecção de panelas. Condutibilidade térmica de materiais utilizados na confecção de panelas Qual dos materiais é o recomendado para manter um alimento aquecido por um maior intervalo de tempo? a) I b) II c) III d) IV e) V RESOLUÇÃO: Para que o alimento se mantenha aquecido, trocando o mínimo de energia térmica com o ambiente externo, em geral mais frio, ele deve ser acondicionado em um recipiente isolante. Isso vai ocorrer com panelas fabricadas de materiais de baixo coeficiente de condutibilidade térmica (K). Dentre os materiais citados nas alternativas, a cerâ mica é o melhor isolante térmico, isto é, aquele com menor valor de K. A panela de cobre perde 332,0kcal por hora, para cada 1,0m de espessura, 1,0m2 de área e 1,0°C de diferença de temperatura. A panela de cerâmica perde 0,40kcal, por hora, para cada 1,0m de espessura, 1,0m2 de área e 1,0°C de diferença de temperatura. Resposta: E 2. (SANTA CASA-2021-MODELO ENEM) – Os tecidos do corpo humano possuem diferentes capacidades de transmitir calor. O coeficiente de condutibilidade térmica da pele vale 3,8 J / (m · s · °C) e o da gordura subcutânea tem valor 1,9 J / (m · s · °C). A relação entre a quantidade de calor que flui por 1,0 cm2 de pele de espessura 1,0 mm a cada segundo (ΦP) e a quantidade de calor que flui por 1,0 cm 2 de gordura subcutânea de espessura 8,0 mm a cada segundo (ΦG), quando submetidos à mesma diferença de temperatura, é a) ΦP = 0,5 ΦG b) ΦP = 2 ΦG c) ΦP = 4 ΦG d) ΦP = 8 ΦG e) ΦP = 16 ΦG RESOLUÇÃO: Aplicando a Lei de Fourier: = = . = . Resposta: E Material k (kcal h–1 m–1 °C–1) I Cobre 332,0 II Alumínio 175,0 III Ferro 40,0 IV Vidro 0,65 V Cerâmica 0,40 K . A . Δθ�––––––––––�e P –––––––––––––––– K . A . Δθ�––––––––––�e G ΦP ––– ΦG eP ––– KG KP ––– eG ΦP ––– ΦG 8,0 ––– 1,0 3,8 ––– 1,9 ΦP ––– ΦG ΦP = 16 . ΦG C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 74 – 75 FÍ S IC A 3. (UNESP-2021-MODELO ENEM) – Dentre os vários fatores que afetam o clima de deter minada região estão a maritimidade e a continentalidade. Esses fatores estão associados à distância dessa região aos mares e oceanos. Do ponto de vista da física, os efeitos da maritimidade e da continentalidade estão relacionados ao alto calor específico sensível da água quando comparado com o do solo terrestre. Dessa forma, esses fatores afetam a amplitude térmica e a umidade da atmosfera de certo território. (www.estudopratico.com.br. Adaptado.) As propriedades físicas da água e os fatores climáticos citados fazem com que a) áreas banhadas por oceanos enfrentem invernos mais moderados, enquanto que, em áreas distantes de oceanos, essa estação é mais bem percebida. b) ocorra uma maior amplitude térmica diária em regiões litorâneas do que a verificada em regiões desérticas, devido ao efeito da maritimidade. c) áreas sob maior influência da continentalidade tendam a apresentar mais umidade, caso não haja interferência de outros fatores climáticos. d) poucas nuvens se formem em áreas costeiras porque a água absorve e perde calor rapidamente, o que explica o baixo índice pluviométrico dessas regiões. e) regiões sob grande efeito da continentalidade tendam a apresentar altos índices pluviométricos, devido à grande quantidade de vapor de água na atmosfera. RESOLUÇÃO: Durante o dia, a areia, o solo rochoso ou a urbanização com concreto e asfalto de baixos calores específicos sensíveis absorvem a radiação solar diurna e elevam a temperatura do ar atmosférico, mesmo no inverno. Durante a noite, a areia, o solo rochoso ou a urba nização com concreto e asfalto de baixos calores espe cíficos sensíveis resfriam-se rapidamente, mas a brisa dirigida para o oceano a uma temperatura maior, graças à retenção de mais energia térmica, por causa do calor específico sensível maior da água atenua, o efeito do ar frio continental. Os geógrafos, sempre, enfatizam sobre a amenização do clima pela maritimidade. A água presente regiões oceânicas – maritimidade – tem elevado calor específico sensível, que lhe propor ciona grande inércia térmica. Essa água “custa” a esquentar e esfriar, isto é, requer trocar grandes quan tidades de calor para que isso aconteça. Com isso, em regiões litorâneas são verificadas amplitudes térmicas menores que em regiões continen tais, onde estão presentes sistemas de baixo calor específico sensível – o solo, a vegetação, cidades etc – que favorecem amplitudes térmicas maiores. Ademais, em regiões litorâneas a intensa evaporação da água favorece as chuvas, o que ocorre em épocas mais específicas em regiões continentais. Resposta: A 4. (FEMA-2021-MODELO ENEM) – Para fazermos um forno solar, precisamos basicamente de uma caixa pintada em preto fosco e de uma tampa feita com uma ou duas placas de vidro, como mostra a figura.Nessa montagem radiações eletromagnéticas provenientes do Sol e que entram na caixa, percebem o vidro como um meio _____________. Dentro da caixa, essas radiações são _____________ pela tinta preta que, sem demora, reemite parte dessa energia em forma de calor. Para o calor, o vidro é _____________. Desse modo, o interior do forno fica gradativamente mais quente, possibilitando a cocção de alimentos. As palavras que completam corretamente as lacunas são, nessa ordem: a) transparente – absorvidas – transparente b) opaco – absorvidas – transparente c) transparente – absorvidas – opaco d) transparente – refletidas – transparente e) opaco – refletidas – opaco RESOLUÇÃO: O vidro é transparente para a radiação solar. As radiações são absorvidas pela tinta preta. O vidro é opaco para as ondas de calor. Resposta: C Continentalidade Marítimidade C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 75 76 – FÍS IC A 1. Considerações iniciais A pressão atmosférica e as paredes da bola equilibram a pressão interna do ar. A bola de futebol é aquecida intensamente de dia e resfria-se à noite. Por isso, ela fica mais dura durante o dia e mais murcha à noite. De acordo com as regras do futebol, as bolas devem ter pressões entre 1,6 atm e 2,1 atm. A pressão do ar contra as paredes internas da bola é dada por e a transformação sofrida na exposição ao Sol deve ser entendida como isométrica, isovolumétrica ou iso córica, pois o volume não varia: Força extra no freezer do supermercado. Imediatamente após o fechamento do “freezer”, fica muito difícil abri-lo. O volume do freezer não se altera, assim a trans - formação pode ser considerada isométrica. Ao fechar-se a porta, o ar resfria-se, a pressão inter na diminui e a externa, maior, dificulta a abertura da por ta. 2. A Física e o mundo Ocorrem efeitos da profundidade e da altitude no sangue de mergulhadores que recebem altas pressões de nitrogê nio de seus equipamentos para respirar artificial men te. Um mergulhador com equipamento de respiração po de desenvolver a doença descompressiva, que en - volve manchas na pele, problemas cardiorrespiratórios e, até, a morte por embolia ao subir rapidamente à su - perfície ou deslocar-se para regiões montanhosas por cau sa da expansão das bolhas de nitrogênio em excesso no sangue. ⎥força⎥ pressão = ––––––– área = p1 ––– T1 p2 ––– T2 MÓDULO 7 Estudo dos Gases Perfeitos I C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 76 – 77 FÍ S IC A Além disso, ao atingir grandes altitudes, a rarefação do ar cria grande desconforto, o ritmo cardiorrespiratório aumenta, acompanhado de náuseas e indisposição. Os habitantes dessas regiões possuem mais glóbulos vermelhos para fixação do oxigênio e, por isso, ficam sujeitos a acidentes vasculares coronarianos e ence fálicos. 3. A Física e o laboratório O modelo acima pode ser montado para demonstrar a mecânica da respiração. 4. A Física e a evolução de seus conceitos 1. Considerações iniciais Gás perfeito é um modelo teó rico de gás que obedece, em seu com - portamento, às leis estabe leci das por Robert Boyle, Jacques Char les, Joseph Louis Gay-Lussac e Paul Emile Clapeyron. Um gás real tem seu compor - tamento tanto mais próximo do ideal quanto mais elevada for sua tempe - ratura e quanto mais baixa for a sua pressão. 2. Variáveis de Estado de um Gás Algumas grandezas que definem e caracterizam o estado de uma da da massa de gás são chamadas va riáveis de estado. São, por exem plo, a tem - peratura, a pressão, o volu me, a ener gia interna etc. Destas, as que nos interessam, por enquanto, são a tem - peratura, a pressão e o vo lume. Volume (V) Os gases não têm volume nem forma próprios. Por definição, volume de um gás é o volume do recipiente ocupado por ele. As unidades usuais de volume são: � (litro), cm3 e m3. Pressão (p) A pressão exercida por um gás é devida aos choques das suas par tí culas contra as paredes do reci piente. A pressão é definida por: As unidades usuais de pressão são: N/m2 ; atm; mmHg Valem as seguintes relações: 1 atm 105N/m2 1N/m2 = 1 Pa (pascal) 1 atm ⇔ 760mmHg Temperatura (T) Mede o estado de movimento das partículas do gás. Na teoria dos gases perfeitos, é usada a tempe ratura ab - soluta (kelvin). 3. Transformações de um Gás Dizemos que uma dada massa de gás sofre uma transformação quan do há variação de pelo menos uma de suas variáveis de estado. Entre as transformações de um gás, devemos destacar as seguintes: • Isotérmicas: são as que ocorrem a temperatura constante. • Isobáricas: são as que ocor rem a pressão constante. • Isométricas (ou isocóricas): são as que ocorrem a volume cons - tante. • Adiabáticas: são as que ocor - rem sem troca de calor com o meio externo. intensidade da força normal pressão = –––––––—————— área C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 77 78 – FÍS IC A 4. Leis Físicas dos Gases As leis físicas dos gases são leis de caráter experimental que regem as principais transformações gaso sas. Lei de Boyle e Mariotte Rege as transformações iso - térmicas de uma dada mas sa de gás perfeito e pode ser enun ciada assim: “Quando uma dada massa de gás perfeito é mantida a tem pe - ratura constante, a pres são é inver - samente pro por cional ao volume.” ou ou Se represen tar mos esta lei num diagrama da pressão em função do vo - lume (diagrama de Clapeyron), obteremos uma hipérbole equilátera. Lei de Gay-Lussac Rege as transformações iso - báricas de uma dada mas sa de gás perfeito e pode ser enun ciada assim: “Quando uma dada massa de gás perfeito é mantida a pres são constante, o volume é diretamente proporcional à temperatura ab - soluta.” ou ou Se representarmos esta lei num dia grama do volume em função da tem peratura absoluta, obteremos uma semirreta pas san do pela ori gem. A origem é ex cluída, pois não po de - mos atin gir o zero ab so luto (T = 0). Lei de Charles Rege as transformações iso mé - tricas de uma dada mas sa de gás perfeito e pode ser enunciada assim: “Quando uma dada massa de gás perfeito é mantida a volume constante, a pressão é diretamente proporcional à temperatura ab - soluta.” ou ou Se representarmos esta lei num dia grama da pressão em função da tem peratura absoluta, obteremos uma semirreta passan do pela ori gem. A origem é ex cluí da porque não po - demos atin gir o ze ro abso luto (T = 0). 5. Equação de Clapeyron Das leis de Boyle e Mariotte e de Charles, observamos que a pressão exer cida por um gás perfeito é in ver - samente proporcional ao seu volume e diretamente proporcional à sua tem - peratura absoluta. É fácil obser var tam bém que essa pressão é pro - porcional ao número de partí culas de gás existente no recipiente. Con ver - ten do esse número de par tículas em nú mero de mols (n), po demos equa - cio nar tudo isso, obten do a seguinte re lação: em que R é a constante de pro por - cionalidade, igual para todos os ga ses, denominada constante uni ver sal dos gases perfeitos. Portanto, a equação de Clapey ron pode ser escrita da seguinte forma: p = cte . T p ––– = cte T p1 p2 –––– = –––– T1 T2 V –––– = cte T V = cte . T V1 V2 –––– = –––– T1 T2 cte p = ––––– V pV = cte p1 V1 = p2 V2 ram o de hipérbole equilátera p V 0 nT p = R ––––– V pV = nRT C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 78 – 79 FÍ S IC A 6. Valores da Constante R A constante R é uma constante fí si ca (constante que tem unidade). Sendo assim, os valores que a tra du zem dependem da unidade uti li za da. Vejamos alguns destes valores. Da equação de Clapeyron, obte mos: Considerando-se 1 mol (n = 1) de qual quer gás nas condições normais de pressão e temperatura (CNPT): p = 1 atm e = 0°C, o volume ocu pa do é de 22,4 litros (vo lu me molar nas condições normais). Resumindo: n = 1 mol p = 1 atm V = 22,4� T = 273K Calculando-se o valor de R, temos:1 atm . 22,4� R = –––––––––––––– 273K . 1 mol Lembrando-se que 1 atm ⇔ 760mmHg, obtemos: Sabendo-se que 1 atm 101300N/m2 e 1� = 10–3m3, obtemos: 7. Lei Geral dos Gases Perfeitos Rege qualquer transfor ma ção de uma dada massa de gás perfeito. Na equação de Clapeyron, fa zen do n constante, obtemos: ou ou 8. Mistura de Gases Perfeitos Supomos sempre que os gases misturados não reagem quimica men te entre si. Numa mistura de dois gases ideais, notamos que o número de mols da associação é igual à soma dos números de mols dos gases com ponentes. Da equação de Clapeyron, te mos: Assim: o que resulta em: Atenção: Esse raciocínio vale também para a mistura de mais de dois gases perfeitos. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos A Dança do Universo - Marcelo Gleiser p2 V2n2 = –––––––R T2 pV n = ––––– RT pV p1 V1 p2 V2 ––––– = ––––––– + ––––––– T T1 T2 p1 V1n1 = –––––––R T1 � atm . � R = 0,082 ––––––––– K . mol 760mmHg . � R = 0,082 –––––––––– ––––K . mol mmHg . � R = 62,36 –––––––––––– K . mol 101300N/m2 . 10–3m3 R = 0,082 –––––––––––––––––––––– K . mol joules R = 8,31 –––––––––––– K . mol pV = cte . T pV –––– = cte T p1V1 p2V2–––––– = –––––– T1 T2 n = n1 + n2 pV pV = nRT ⇒ n = –––– RT pV R = ––––– nT C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 79 80 – FÍS IC A 1. (UNICAMP-2021) – O Aconcágua é uma montanha na Cordilheira dos Andes com aproximadamente 7000 m de altitude, a mais alta fora da Ásia. O gráfico abaixo mostra curvas padronizadas da pressão e da temperatura do ar atmosférico em função da altitude. O ar comporta-se como um gás ideal e pode-se usar R = 8 J/mol.K para a constante universal dos gases perfeitos. Calcule o volume molar do ar no pico do Aconcágua, que é dado pela razão (V/n), ou seja, pelo volume de ar, V, dividido pelo correspon dente número de moles, n . RESOLUÇÃO: Para a altitude no Monte Aconcágua de 7000m ou 7,0km, o gráfico mostra uma pressão de 0,4 . 105Pa e uma temperatura de 240K. Da Equação de Clapeyron, temos: = = (m3/mol) = (m3/mol) = (m3/mol) = (m3/mol) = 4,8 . 103 – 5 (m3/mol)1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 280 260 240 220 200 Temperatura Pressão T e m p e ra tu ra ( K ) P re s s ã o ( 1 0 P a ) 5 Altitude (km) 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 pV = nRT RT ––– p V –– n 8 . 240 –––––––– 0,4 . 105 V –– n V –– n 20 . 240 –––––––– 105 V –– n 4800 –––––– 105 V –– n 4,8 . 103 –––––––– 105 V –– n = 4,8 . 10–2 m3/mol V –– n C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 80 – 81 FÍ S IC A 2. (FAMERP-2021-MODELO ENEM) – Certa massa de gás ideal sofre uma transformação, passando do estado X para o estado Y, como mostra o diagrama P × V. Sabendo-se que a energia interna do gás não variou durante a transformação, o volume VX era igual a a) 0,08 m3. b) 0,15 m3. c) 0,30 m3. d) 0,36 m3. e) 0,45 m3. RESOLUÇÃO: Se a energia interna do gás não variou na transfor mação X → Y, esta ocorreu em temperatura constante (transformação isotérmica) e TX = TY. Lei Geral dos Gases: = Do gráfico: PX = 4,0 . 10 5 Pa, PY = 0,5 . 10 5 Pa e VY = 1,2m 3. Com esses dados, determina-se o volume VX. 4,0 . 105 VX = 0,5 . 10 5 . 1,2 Da qual: Resposta: B 3. (FUVEST-2021) – Um mol de um gás ideal percorre o processo cíclico ABCA em um diagrama P-V, conforme mostrado na figura, sendo que a etapa AB é isobárica, a etapa BC é isocórica e a etapa CA é isotérmica. Considere as seguintes afirmações: I. O gás libera calor tanto na etapa BC quanto na etapa CA. II. O módulo do trabalho realizado pelo gás é não nulo tanto na etapa AB quanto na etapa BC. III. O gás tem sua temperatura aumentada tanto na etapa AB quanto na etapa CA. É correto o que se afirma em: a) Nenhuma delas. b) Apenas I. c) Apenas II. d) Apenas III. e) Apenas I e II. RESOLUÇÃO: Transformação AB: Expansão isobárica. Calor recebido: QAB > 0 Trabalho realizado, pois o volume aumenta: τAB > 0. Variação da energia interna positiva: �UAB > 0, temperatura aumenta. Transformação BC: Resfriamento isométrico. Calor liberado: QBC < 0 Trabalho nulo, pois o volume não varia: τBC = 0. Variação da energia interna negativa: �UBC < 0, temperatura diminui. Transformação CA: Compressão isotérmica. Calor liberado: QCA < 0 Trabalho recebido, pois o volume diminui: τCA < 0. Variação da energia interna nula: �UCA = 0, temperatura não varia. I) Correta. II) Incorreta. III) Incorreta. Resposta: B PXVX ––––– TX PYVY ––––– TY VX = 0,15m 3 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 81 82 – FÍS IC A MÓDULO 8 Estudo dos Gases Perfeitos II 1. A Física e o cotidiano A flutuação e a estabilização de balões estão ligadas à composição do peso → P do balão, do empuxo do ar ( → E) e da tração do fio ( → T ) . O equilíbrio pode ser assim equacionado: E = T + P E = �ar . V . g P = mg �ar = densidade do ar (kg/m 3) V = volume do balão (m3) m = massa do balão (kg) g = módulo da aceleração da gravidade (m/s2) Se a menina soltar o balão, ele subirá em movimento unifor- memente ace le rado ( → T = → 0, → P e → E com módulos constantes). 3. A Física e o laboratório A pressão de um gás sobre um sistema elástico Fmola = Fgás kx = pgás . A kx = . A intensidade da força que comprime a mola intensidade da força do gás sobre o êmbolo de área A = nRT –––––––– V 2. A Física e o mundo Garrafa de pressão Por que é difícil respirar a bordo Quando o avião está pousado, a pressão é a mesma dentro e fora da cabina: cerca de 1,0 atm. 1,0 atm m e tr o s 9 mil 8 mil 7 mil 6 mil 5 mil 4 mil 3 mil 2 mil 1000 0 fora: 0,2 atm dentro: 0,6 atm (Equivalente a respirar na Cidade do México, que tem 2,4km de altitude). (Equivalente a respirar na Cidade do México, que tem 2,4km de altitude). Na altitude de cruzeiro, a pressão do ar fora da cabina é muito baixa: 0,2 atm. Mas não dá para manter a cabina a 1,0 atm, pois o avião explodiria. Por isso, a cabina é pressurizada a apenas 0,6 atm. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 82 – 83 FÍ S IC A kx = . A Subida de uma bolha de ar na água Transformação gasosa com escape de gás Mistura de gases 4. A Física e a evolução de seus conceitos 1. Lei geral dos gases perfeitos Na Equação de estado (Clapeyron) e densidade do gás (d) LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos nRT –––––––– A(H + x) nRT kx = –––––– H + x p1V1 p2V2 –––––– = –––––– T1 T2 p1V1 p2V2 –––––– = –––––– n1 T1 n2 T2 p(V1 + V2) p1V1 p2V2 –––––––––– = –––––– + –––––– T T1 T2 pV p1 V1 p2 V2 ––––– = ––––––– + ––––––– T T1 T2 Transformação gasosa Lei da transformação e gráficos Isobárica (p constante) Isotérmica (T constante ou variação muito lenta) Isométrica, isovolumétrica ou isocórica (V constante) Adiabática (isolada do ambiente externo ou muito rápida) m pM ––––– = ––––– v RT m pV = –––– RT M pV = nRT pM d = ––––––– RT C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 83 84 – FÍS IC A 1. As panelas de pressão reduzem o tempo de cozimento dos alimentos por elevar a temperatura de ebulição da água. Os usuários conhecedores do utensílio normalmente abaixam a intensidade do fogo em panelas de pressão após estas iniciarem a saída dos vapores. Ao abaixar o fogo, reduz-se a chama, pois assim evita-se o(a) a) aumento da pressão interna e os riscos de explosão. b) dilatação da panela e a desconexão com sua tampa. c) perda da qualidadenutritiva do alimento. d) deformação da borracha de vedação. e) consumo de gás desnecessário. RESOLUÇÃO: O início da saída de vapores pela válvula da panela é um indicador de que a água entrou em ebulição no interior da mesma, o que geralmente ocorre acima de 100°C devido à maior pressão sobre a água. Durante a ebulição, a temperatura da água permanece constante. Por isso, é recomendável abaixar a inten sidade da chama, evitando-se com isso o consumo desnecessário de gás. A manutenção da chama do fogão com maior intensi dade faz apenas com que a água vaporize mais rapidamente dentro da panela. Resposta: E 2. (UNICAMP-2021) – Quando colocada em um recipiente, a água sofre evaporação a partir da sua superfície, tendo como resistência física à evaporação a pressão sobre essa superfície. Se a pressão do vapor de água atinge o valor da pressão que age sobre sua superfície, a evaporação tende à formação de bolhas (ebulição). Nessa situação, a temperatura da água permanece constante até a evaporação total. a) O cozimento de alimentos é, de uma forma simplificada, uma coleção de processos (reações) químicos. Neste contexto, cite a principal vantagem do uso de uma panela de pressão e explique, do ponto de vista científico, a mudança que seu uso promove em relação a um cozimento em panela comum. b) Em uma panela de pressão foi colocado determinado volume de água. Considere os três seguintes processos, realizados separadamente, para ferver a água, até a evaporação completa: 1. Deixar a panela aberta, sem tampa; ligar o fogo e aquecer a água. 2. Fechar a panela apenas apoiando a tampa na sua parte superior; ligar o fogo e aquecer a água. 3. Fechar a panela encaixando a tampa conforme recomendado pelo fabricante; ligar o fogo e aquecer a água. O gráfico abaixo (espaço de resposta) contém três curvas de temperatura da água, , em função do tempo. Corre lacione os processos 1, 2 e 3 acima com as corres pondentes curvas A, B ou C no gráfico. Justifique sua resposta. Desconsidere a contribuição da massa da tampa da panela. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 14:08 Página 84 – 85 FÍ S IC A RESOLUÇÃO: a) Na panela de pressão, o ponto de ebulição da água aumenta com a elevação da pressão, por conta do aumento da massa de vapor no interior da panela. Isso permite que o cozimento dos alimentos seja mais rápido. Além disso, alimentos mais “duros”, ou seja, com ligações químicas mais intensas, sofrem uma melhor cocção em temperaturas maiores, pois estas aumentam as velocidades de quebra das inte rações. b) Curva A: processo 3, pois fechar a panela encai xando a tampa, conforme recomendado pelo fabricante, reduz significati - vamente a perda de calor para o meio externo, e isso abrevia o tempo necessário para a água atingir sua temperatura de ebulição. Temos aumento de pressão, o que au menta a temperatura de ebulição. Curva B: processo 2, pois fechar a panela, apenas apoian do a tampa na sua parte superior, diminui a dissi pação de calor para o ambiente e acelera o início da vaporização na pressão am - biente. Curva C: processo 1, pois a panela aberta, sem tampa, dissipa mais calor para o ambiente e o iní cio da vaporização ocorre após um tempo maior. Observamos que as curvas B e C apresentam a mesma temperatura de ebulição, pois em ambas o líquido fica sujeito à pressão ambiente. 3. (FUVEST-2021) – Um modelo simplificado de uma panela de pressão consiste em um recipiente cilíndrico provido de uma tampa com borda emborrachada que previne a saída de vapor. No centro da tampa, sobre um orifício de área A, repousa uma válvula de massa m que pode se deslocar verticalmente, sem atrito, e que impede que a pressão P interna à panela ultrapasse um valor limite. A pressão atmosférica e a aceleração da gravidade no local de ope ração da panela são, respectivamente, P0 e g. a) Liste todas as forças que atuam verticalmente sobre a válvula num instante em que ela está em perfeito contato com a tampa da panela. b) Deseja-se que a panela atinja uma pressão interna de operação não inferior a 2P0. Por outro lado, os materiais de que é feita a panela são capazes de suportar uma pressão interna máxima igual a 3,5P0, além da qual a panela explode. Qual deve ser a faixa de valores da massa m da válvula para que a panela funcione segundo as especificações? Note e adote: Considere que a área de contato entre a válvula e os seus pontos de apoio na panela é desprezível frente à área A. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 14:08 Página 85 86 – FÍS IC A c) Suponha que a panela, vedada, esteja sobre a chama do fogão e que seu interior esteja completamente ocupado por uma mistura de ar com vapor de água, totalizando 𝑁 mols de gás que pode ser considerado ideal. Nesse momento, a pressão interna é P1, e a energia cinética média das moléculas no gás é E1. Ao longo de mais algum tempo, com a panela ainda perfeitamente veda da, a chama do fogão transfere energia para o gás e eleva a energia cinética média das moléculas para um valor E2, que é 10% maior do que E1. Determine a razão entre o valor P2 da pressão interna nesse instante final e seu valor inicial P1. RESOLUÇÃO: a) Força resultante normal (FN) da lateral circular da tampa sobre a válvula: vertical para cima. Força peso (P) da válvula de massa m: vertical pa ra baixo. Força exercida pelo vapor so - bre a válvula (FV): vertical pa - ra cima. Força exercida pelo ar atmos - férico sobre a válvula (F0): vertical para baixo. b) Na iminência da válvula perder contato com a tampa, temos: Cálculo da massa mínima da válvula (m), pelo equilíbrio das forças: P + F0 = FV P = FV – F0 mg = 2P0A – P0A Cálculo da massa máxima da válvula (M), pelo equilíbrio das forças: P1 + F0 = FV1 P1 = FV1 – F0 Mg = 3,5P0A – P0A A faixa de valores da massa m da válvula, para que a panela funcione, ocorre para � m � . c) Equação de Clapeyron para o estado inicial: P1 V = NRT1 O aumento de 10% da energia cinética média das moléculas do gás provoca um acréscimo de 10% na temperatura absoluta do gás (T2 = 1,10 T1). Equação de Clapeyron para o estado final: P2 V = NRT2 P2 V = NR . 1,10 T1 P2 = P2 = 1,10 . P1 Respostas: a) Força peso da válvula, força exercida pelo vapor na válvula, força do ar at mos férico sobre a válvula e força resul tante normal da lateral circular da tampa sobre a válvula. b) � m � c) = 1,10 M = 2,5 P0 A ––––––– g 2,5 P0 A ––––––– g P0 A –––– g P1 = NRT1 –––––– V 1,10 . NRT1 –––––––––– V = 1,10 P2 –––– P1 2,5 P0 A ––––––– g P0 A –––– g P2 –––– P1 m = P0 A –––– g C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 14:08 Página 86 – 87 FÍ S IC A1. A Física e o cotidiano O motor de um automóvel é constituído, basica men - te, por um conjunto de pistões móveis, dentro de cilin - dros, que acio nam um eixo de manivelas para movimentar a caixa de marchas e as rodas. A movimentação dos pistões pode ser feita pela utili - zação de vapor d’água sob pressão ou pela queima de gasolina, óleo diesel ou outro combustível. O motor à gasolina de quatro tempos pode ter seu funcionamento resumido da seguinte maneira: 2. A Física e o mundo Os fenômenos termodinâmicos naturais ocorrem em ciclos para transmitir o calor de uma fonte térmica quente para outra fria e, nessa transferência, realizar algum trabalho mecânico para movimentar partículas elemen - tares, massas de ar e rochas. As tempestades solares ocorrem a cada 11 anos, provocadas pela diferença de temperaturas de um milhão de graus Celsius no interior e 6000°C na superfície, ejetando elétrons e prótons a 1,6 milhão de km/h na direção da Terra, protegi da por seu campo magnético, mas com prejuízo aos nossos sistemas de teleco municações. Modelo conceitual da circulação global, atmosférica, indicando as células meridionais e as direções dos ventos próximos à superfície. Também são indi ca das as latitudes típicas de baixas e altas pressões. A diferença de tem peratura de 0°C e 20°Centre os polos e o Equador, a incli na ção do eixo de ro tação da Terra e a sucessão de dias e noites produ zem ciclos diários e anuais na atmosfera. O interior da Terra a 850°C e a superfície, em média a 20°C, ao longo das eras geológicas, produzem as condições para a formação e a modificação das rochas em ciclos. 1º Tempo: Indução (Admissão). 2º Tempo: Compressão. 3º Tempo: Queima (Expansão). 4º Tempo: Exaustão. Válvula de entrada aberta Pistão se move para baixo Comb st vel e aru í são sugados para dentro do cilindro Válvulas se fecham Pistão se move para cima Combustível e ar são comprimidos Válvulas fechadas Vela de ignição produz uma centelha ombustívelA mistura de c e ar explode Pistão é impelido para baixo Pistão se move para cima Abre-se a válvula de exaustão Gases residuais são expelidos Erosão Transporte Sedimentação Compactação e cimentação Movimentos da litosfera: as rochas emergem à superfície Rochas vulcânicas Reorientação dos materiais Rochas metamórficas Fusão Magma Cristalização Rochas plutônicas Corneanas MÓDULO 9 Termodinâmica I C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 87 88 – FÍS IC A 3. A Física e o laboratório A Eolípila Esta máquina é considerada a primeira máquina a vapor e a precursora dos modernos motores de propulsão a jato. Foi construída pelo famoso inventor Heron de Alexandria em 120 a.C. A água aquecida vaporizava-se com pressão sufi cien te para produzir o binário de forças para a rotação da esfera. As leis da Termodinâmica envolvem as trocas de calor entre cor pos até atingirem o equilíbrio térmico, a conservação da energia nos sistemas de muitas partí - culas, como os gases perfeitos, e a impossi bilidade de converter energia térmica integralmente em trabalho. O calor cedido por um cilindro de alumínio somado ao calor recebido pelo gelo tem resultado nulo para produzir o equilíbrio térmico num recipiente adiabá tico (lei zero da Termodinâmica). Em seguida, o esquema representa o movimento macroscópico do sistema para aumentar o volume (trabalho τ) e o micros cópi co das partículas para au mentar a tempe ratura (variação da energia interna, �U, primeira lei da Termodinâmica). Uma turbina a vapor produz o movimento de um ge - rador de eletrici da de, a par tir do vapor d’água sob alta pres - são resultante da queima de qualquer combustí vel. Seu rendimento η corresponde a 40% do rendimento da Má quina de Car not associada às temperaturas absolutas da fonte quente TQ e da fria TF: η = 0,40 �1 – � (segunda lei da Termodinâmica). 4. A Física e a evolução de seus conceitos 1. Cálculo do trabalho a) Transformação qualquer: Se V aumenta ⇒ sistema realiza τ ( τ > 0). Se V diminui ⇒ sistema recebe τ ( τ < 0). Se V = cte ⇒ τ = 0. b) Transformação isobárica (p = cte.): TF ––– TQ τ = n área do diagrama (p x V) τp = p �V = n R �T C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 88 – 89 FÍ S IC A c) Transformação fechada (ciclo): Ciclo no sentido horário ⇒ sistema realiza τ. Ciclo no sentido anti-horário ⇒ sistema re cebe τ. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos O Incrível Mundo da Física Moderna - George Gamow τciclo = n área interna 1. (UNIFESP-2021) – Analise o diagrama que representa o ciclo de transfor mações sofridas por um gás ideal em uma máquina térmica. Sabe-se que no ponto C a temperatura do gás é de 800 K. a) Qual é a temperatura do gás no ponto A, em graus Celsius? b) Qual será a variação da energia interna do gás ao longo do ciclo completo A → B → C → A? Calcule o valor absoluto dos trabalhos nas transformações CA e BC. RESOLUÇÃO: a) = (Lei geral dos gases perfeitos) = = TA = 3200K A = TA – 273 A = 3200 – 273 (°C) b) Num ciclo termodinâmico, a variação da energia interna é nula: Se a compressão for entendida como aumento da pressão do aquecimento isovolumétrico CA, o trabalho é nulo: Se a compressão for entendida como diminuição do volume, ou seja, contração, então, no resfria mento isobárico BC, o trabalho é numericamente igual à área sob o gráfico da transformação com unidade em joules e sinal nega tivo: τBC N = – Área τBC = – (2,0 . 105) (2,0 . 10−3) (J) τBC = – 4,0 . 102 J Respostas: a) 2927°C b) zero zero ou 4,0 . 102 J PCVC –––––– TC PAVA –––––– TA (2,0 . 105) (0,5 . 10–3) ––––––––––––––––––– 800 (8,0 . 105) (0,5 . 10–3) ––––––––––––––––––– TA 1,0 –––– 800 4,0 –––– TA A = 2927°C �UABCA = 0 τCA = 0 � τBC � = 4,0 . 102 J C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 89 90 – FÍS IC A 2. (SANTA CASA-2021-MODELO ENEM) – Existe uma circulação vertical do ar na atmosfera terrestre. Em uma das células de circulação, o ar sobe na região do equador e desce nas regiões dos trópicos, como mostra a figura. (https://scied.ucar.edu. Adaptado.) Quando uma massa de ar faz o trajeto de A para B indicado na figura, a pressão, a densidade e a temperatura dessa massa de ar aumentam. Considerando o ar como um gás ideal, o gráfico que representa a transformação sofrida por essa massa de ar quando se desloca de A para B é RESOLUÇÃO: No trânsito de A para B, a pressão, a temperatura e a densidade dessa massa de ar aumentam. Como a massa de ar é constante e a densidade aumenta, o volume diminui. Do gráfico: Resposta: A A B Trópico Equador Trópico � TB > TA VB < VA e pB > pA A transformação AB é adiabática, ou seja, muito rápida e isolada. Não há troca de calor (Q = 0), o trabalho é negativo (τ < 0) e a energia interna aumenta (ΔU > 0). C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 90 – 91 FÍ S IC A 3. O leite UHT (do inglês Ultra-High Temperature) é o leite tratado termicamente por um processo que recebe o nome de ultrapasteurização. Elevando sua temperatura homoge neamente a 135°C por apenas 1 ou 2 segundos, o leite é esterilizado sem prejudicar significativamente seu sabor e aparência. Desse modo, ele pode ser armazenado, sem a necessidade de refrigeração, por meses. Para alcançar essa temperatura sem que a água que o compõe vaporize, o leite é aquecido em alta pressão. É necessário, entre tanto, resfriar o leite rapidamente para evitar o seu cozi mento. Para tanto, a pressão é reduzida subitamente, de modo que parte da água vaporize e a temperatura diminua. O processo termodinâmico que explica essa redução súbita de temperatura é a a) convecção induzida pelo movimento de bolhas de vapor de água. b) emissão de radiação térmica durante a liberação de vapor de água. c) expansão livre do vapor de água liberado pelo leite no resfriamento. d) conversão de energia térmica em energia química pelas moléculas orgânicas. e) transferência de energia térmica durante a vaporização da água presente no leite. RESOLUÇÃO: Ao reduzirmos a pressão subitamente, ocorre a va porização, pois parte da energia térmica da água trans fere-se na forma de energia cinética para molé culas do vapor e a temperatura diminui. Resposta: E C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 91 92 – FÍS IC A 1. A Física e o cotidiano Existe algum limite para o rendimento de uma máquina térmica? 2. A Física e o mundo Que processos termodinâmicos são globalizados na natureza? A energia solar incidente na Terra é refletida em 30% pela atmosfera e pelas nuvens. Os 70% que restam aquecem a superfície terrestre, o vapor-d’água e a poeira das camadas inferiores da atmosfera e da água nas nuvens. A quantidade de calor absorvida pela superfície terrestre corresponde a um aquecimento não uniforme. A formação do vento se deve justamente a esse aquecimento desigual. A massa de ar que está mais quente que as massas vizinhas se expande, produzindo uma região de baixa pressão; as massas de ar vizinhas, mais frias e de maior pressão, movimentam-sehorizontalmente, produzindo os ventos. Ar quente sobe Ar frio desce Vento No exemplo da figura, a atmosfera seria uma máquina térmica de eficiência igual a 10% � = 1 - = 1 - = 0,1 (10%) __ T Q ____270 300 T F ... e se a atmosfera fosse uma Máquina de Carnot? O CICLO DO AR -3ºC (270K) 27ºC (300K) Ven to MÓDULO 10 Termodinâmica II C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 92 – 93 FÍ S IC A 3. A Física e o laboratório A primeira lei da Termodinâmica e as transformações gasosas Os gases perfeitos ou ideais constituem sistemas de muitas partículas e, em suas transformações, estão su jeitos à conservação da energia, expressa e opera cio nalizada pela primeira lei da Termodinâmica, da se guinte maneira: Êmbolo móvel Moléculas do gás Fonte térmica Q Estado final, B: p , , B V T B B Se não ocorrer variação da quantidade de matéria, podemos utilizar: p A A V T A p B B V T B = lei geral dos gases perfeitos( ( TRANSFORMAÇÃO GASOSA Q = +� �U Calor (energia) fornecido ou retirado do sistema Q = nC T� n: número de mols de moléculas do gás C: calor molar da transformação considerada (J/mol.K) Trabalho realizado ou recebido relaciona-se com a variação de volume, de paraV V A B p A B V � AB = área do gráfico pxV N Variação da energia interna relaciona-se com a variação de temperatura, de para ,T T A B ou com a agitação das moléculas Para um gás monoatômico: �U = 3 2 nR T� �U = 3 2 p B B V - 3 2 p A A V Estado inicial, A: p , , A V T A A 1.ª lei da Termodinâmica: Termômetro Transformação gasosa Lei da transformação e gráficos Calor Q Trabalho τ (área do gráfico p x V) Variação da energia interna 3 �U = ––– nR�T 2 (gás monoatômico) Observações e exemplos Isobárica (p constante) Q � 0 Q = nCp �T τ � 0 τ = p . �V �U � 0 3 �U = ––– p . �V 2 (gás monoatômico) Num aquecimento isobárico, o volume e a temperatura sempre aumentam (�V > 0 e �T > 0) Isotérmica (T constante ou muito lenta) Q � 0 τ � 0 �U = 0 (�T = 0) Q = τ O calor absorvido pelo gás é usado na realização de trabalho Isométrica, isovolumétrica ou isocórica (V constante) Q � 0 Q = nCV �T τ = 0 (�V = 0) �U � 0 Q = �U Não há troca de trabalho com o meio externo e o calor provoca exclusivamente variação da energia interna Adiabática (isolada do ambiente externo ou muito rápida) Q = 0 τ � 0 �U � 0 τ = –�U O trabalho realizado corresponde à diminuição da energia interna = + C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 93 94 – FÍS IC A 3. A Física e a evolução de seus conceitos 1. Energia Interna Chamamos de energia interna de um sistema a energia, sob qual quer forma, que ele tem armazenada den - tro de si. Entre as formas de energia que constituem a energia interna, pode - mos destacar a energia cinética de translação das partículas e a energia potencial de ligação entre as partí - culas. A energia interna de um sis - tema é função crescente da tem - peratura. Esta proprieda de não se aplica durante as mu danças de estado, quando há varia ção de ener gia interna embora a tempera tura permaneça constante. Assim, como regra, temos: Não valem estas proprie da des nas mudanças de es tado. Cumpre salientar que a energia in - terna de um sistema é função de ponto, isto é, o seu valor depende exclusivamente do estado em que se encontra o sis tema, não impor tando como ele chegou até este es ta do. Isto nos permite concluir que a variação de energia interna não de - pende dos estados in ter mediários. Para gases perfeitos, a ener gia interna se resume na ener gia ci - nética de translação das mo léculas, dada pela ex pres são: Isto nos permite concluir que: A relação entre a temperatura abso luta de um gás perfeito e a ve lo - ci dade escalar média das suas partí - culas é da da por: ou Da qual: A temperatura absoluta de um gás perfeito é diretamente propor - cional ao qua drado da veloci dade escalar média das moléculas. Observamos que para um dado gás a temperatura depende exclusi - vamente da velocidade escalar média das moléculas e vice-versa. Sendo as - sim, concluímos que há uma relação ex clusiva entre temperatura e veloci - dade escalar média, o que nos per - mite dizer: • Se um dos dois (T ou v) é constante, o outro é neces saria - mente constante. • Se um dos dois (T ou v) va ria, o outro neces sariamente va ria. 2. Primeiro Princípio da Termodinâmica O Primeiro Princípio da Termodi - nâmica nada mais é que o Princípio da Conservação da Energia aplicado à Termodinâmica. O Princípio da Conservação da Energia, em linhas gerais, diz que um sistema jamais pode criar ou destruir energia. Portanto, se um sistema re ce be energia, ele tem de dar conta desta energia, ou, se ele cede ener gia, esta energia tem de ter saído de algum lugar. Por exemplo, admitamos que um sistema receba 100 joules de calor. Estes 100 joules não podem ser au - mentados nem destruídos. Eles têm de ir para algum lugar. Admitamos, em continuação, que o sistema realiza 80 joules de traba lho. Notamos que o sistema recebeu 100 joules e cedeu 80 joules. Onde estarão os 20 joules restantes? Estes joules restantes ficaram dentro do sistema, armazenados sob a forma de energia interna. Portanto, a energia interna do sistema aumen tou de 20 joules. Podemos fazer um esquema des - ta troca de energia represen tando: T aumenta ⇔ U aumenta ( �U > 0) T diminui ⇔ U diminui (�U < 0) T = cte ⇔ U = cte (�U = 0) �UI = �UII = �UIII 3 3 U = Ec = –––– nRT = –––– pV 2 2 • “A energia interna de um dado número de mols de um gás perfeito de pen de ex clu si - vamente da tem peratu ra.” (Lei de Jou le) • “A energia interna de um dado número de mols de um gás perfeito é dire tamente proporcional à tem peratura absoluta do gás.” 3 Ec = –––– nRT 2 mv2 3 m ––––– = ––– ––– RT 2 2 M M T = ––––– v2 3R A temperatura de um dado número de mols de um gás perfeito é função exclu siva da energia cinética mé dia das suas molé cu las. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 94 – 95 FÍ S IC A Dessa forma, para obter a relação entre Q, τ e �U, basta impor que “a soma das ener gias das setas que entram é igual à soma das energias das setas que saem”. 3. Máquina Térmica Uma MÁQUINA TÉRMICA é um sistema no qual existe um fluido operante (normalmente vapor) que recebe um calor QA de uma fonte térmica quente, realiza um trabalho τ e rejeita a quantidade QB de calor para outra fonte fria. Representação esquemática de uma má qui na térmica (TA > TB). O rendimento dessa máquina é definido pela fração do calor absor vido pelo sistema, que é usado para realização do trabalho. Se a máquina térmica, ao fun cio nar, obedece ao ciclo de Car not (duas isotermas e duas adia báticas), então ela é denominada MÁ QUINA DE CARNOT e vale a relação: Assim, seu rendimento pode ser calculado por: A MÁQUINA DE CARNOT, ape sar de ser teórica, é aquela que apre sen ta o máximo rendimento pos sível en tre suas fontes térmicas de tem pe ra turas fixas. Representação gráfica do ciclo de Car not. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso. by Erick Hoepfner. https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm O livro da física - Mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos Calor recebido pelo sis te ma (Q): é energia que entra no sistema e a repre sen ta mos por uma seta para den tro. Trabalho cedido pelo sis te ma (τ): é energia que sai do sistema e o represen tamos por uma seta para fora. Aumento de energia in ter na (�U): repre sen ta mos por uma seta para cima. Diminuição de energia in ter na (�U): represen - tamos por uma seta para baixo. Q = τ + �U |τ| |QA – QB| |QB|� = –––––– = ––––––––– = 1 – –––––– |QA| |QA| |QA| |QB| TB ––––– = ––––– |QA| TA TB� = 1 – ––––– TA Operando entre as mesmas temperaturas uma máquina térmicareal tem rendimento sempre menor que o da Máquina de Carnot. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 95 96 – FÍS IC A 1. (MODELO ENEM) – Um motor a jato ou de reação de um avião, queima querosene (5,0 . 107J/k g), e produz o ciclo termodinâmico , a seguir, para um quilograma de combustível, na forma aproximada de um paralelogramo. O rendimento (� ) desse motor, para a combustão completa de um quilograma de querosene, é igual a: a) 50% b) 40% c) 30% d) 25% e) 20% RESOLUÇÃO: I. Cálculo do trabalho τ pela área do paralelogramo que representa o ciclo: τ = B . H τ = 5,0 . 5,0 . 106(J) τ = 25 . 106(J) τ = 2,5 . 101 . 106(J) II. Cálculo do rendimento � : Rendimento � = O calor total para um quilograma de querosene é: Q = 5,0 . 107J � = ⇒ � = 0,50 ⇒ � = Resposta: A Pressão (10 Pa) 5 Volume (m )3 50 51,0 1,0 H = 51.10 Pa - 1,0.10 Pa 5 5 H = 50.10 Pa = 5,0.10 Pa 5 6 B = 50 m 3 � = Área do gráfico τ = 2,5 . 107J Trabalho τ –––––––––––– Calor total Q 50 –––– 100 2,5 . 107J –––––––––– 5,0 . 107J � = 50% C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 96 – 97 FÍ S IC A 2. (MODELO ENEM) – As revoluções industriais, entre vários fatores, consagraram as queimas de carvão, de derivados de petróleo e o calor de reatores nucleares, juntamente com a eletricidade, para consolidar o capitalismo. Os propulsores térmicos inventados operam entre temperaturas próximas de 27°C (300K) e 927°C (1200K). A seguir, apresentamos as principais máquinas térmicas dos últimos 200 anos, destacando, inclusive, a de Carnot, de rendimento máximo, que é o modelo ideal inatingível da Engenharia Mecânica, de acordo com a 2.a Lei da Termodinâmica. Esta garante que máquinas térmicas, ao operarem em ciclos entre uma fonte quente QQ (queima de combustível) e uma fonte fria QF (ambiente) não convertem integralmente calor em trabalho (movimento). O rendimento máximo desses motores, se fossem máquinas ideais de Carnot, seria igual a: a) 100% b) 90% c) 75% d) 70% e) 67% RESOLUÇÃO: Rendimento máximo de Carnot: (�MÁXIMO) = 1 – �MÁXIMO = 1 – �MÁXIMO = 1 – ⇔ �MÁXIMO = 1 – �MÁXIMO = 1 – 0,25 ⇔ �MÁXIMO = 0,75 �MÁXIMO = Resposta: C P V QQ Carnot 1200K �máx 300K QF Fonte quente T1 Q1 Fonte fria T2 Q2 Máquina térmica T > T1 2 Trabalho máximo � Rendimento máximo P V QQ Gasolina(Otto) 1200K 300K QF Rendimento 30% P V QQ Vapor 1200K �1 300K QF Rendimento 10% P V QQ Diesel 1200K 300K QF Rendimento 40% P V QQ Jato 1200K 300KQF Rendimento 50% P V QQ Foguete 1200K 300K QF Rendimento 60% �3 �4 �5 �2 Temperatura da fonte fria (TMENOR) –––––––––––––––––––––––––––––––––––– Temperatura da fonte quente (TMAIOR) TMENOR –––––––– TMAIOR 1 ––– 4 300K –––––––– 1200K 75 –––– 100 �MÁXIMO = 75% C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 97 98 – FÍS IC A 3. Os manuais de refrigerador apresentam a recomendação de que o equipamento não deve ser instalado próximo a fontes de calor, como fogão e aquecedores, ou em local onde incida diretamente a luz do sol. A instalação em local inadequado prejudica o funcionamento do refrigerador e aumenta o consumo de energia. O não atendimento dessa recomendação resulta em aumento do consumo de energia porque a) o fluxo de calor por condução no conden sador sofre considerável redução. b) a temperatura da substância refrigerante no conden sador diminui mais rapidamente. c) o fluxo de calor promove significativa ele vação da temperatura no interior do refrigerador. d) a liquefação da substância refrigerante no condensador exige mais trabalho do com pressor. e) as correntes de convecção nas proximi dades do con densador ocorrem com maior dificuldade. RESOLUÇÃO: A função do condensador é diminuir ao máximo a temperatura da substância refrigerante, com a maior transferência de calor, para facilitar sua posterior compressão com o mínimo de consumo de energia. A transmissão de energia térmica é dificultada para o ambiente externo, ao instalarmos o refrigerador próximo de um fogão ou aquecedor, onde a temperatura é maior e a liquefação exige mais trabalho do compressor. Resposta: D O principal componente da geladeira é um fluido refrigerante. Contendo flúor, hidrogênio e carbono, entre outras substâncias, ele atinge temperaturas bem baixas e percorre a geladeira dentro de uma série de tubos, alternando entre as formas líquida e gasosa 1 Ao descer pela geladeira, o fluido retira calor dos alimentos, resfriando-os. Ele segue por um tubo na parte de trás da geladeira, escondido por uma fina camada de plástico. Nesta etapa, o fluido está na forma gasosa e com uma temperatura por volta de -10ºC 2 O gás, então é sugado por um . Nessacompressor máquina, ele é forçado a passar em um espaço bem apertado, o que aumenta sua pressão. Mais próximas, suas partículas “trombam” e se agitam na busca por espaço. Essa energia toda eleva a temperatura do fluido, que pode chegar a 120ºC. 3 Do compressor, o gás segue para o ,condensador uma espécie de longa serpentina. Ao dar essas voltas todas, o fluido libera o calor que acumulou e, conforme resfria, ganha a forma líquida. Na metade do condensador, ele já está só 10ºC acima da temperatura ambiente 4 A mudança para o estado gasoso . Comoconsome energia o fluido refrigerante precisa de muita energia para virar gás, a hora da sua evaporação é o momento em que ele mais rouba calor dos alimentos da geladeira. Isso leva o compartimento superior dela atingir -12ºC! A essa temperatura, o fluido está pronto para descer pela tubulação e reiniciar o ciclo 8 O capilar termina no que fica noevaporador, ambiente do freezer e é um tubo com diâmetro muito maior que o do capilar. Essa diferença de tamanho oferece ao fluido refrigerante muito espaço para ele se expandir – é uma área de baixa pressão. com a expansão, ele vira gás de novo 7 Purificado, o fluido chega ao : um tubocapilar comprido (cerca de 1,2m) e muito estreito (só 0,2mm de diâmetro). Pressionado pelo pequeno diâmetro, o líquido ganha força para subir todo o capilar, que termina na parte superior da geladeira O fluido já completamente líquido passa por um filtro especial. semelhante a um filtro de areia, ele retém todos os tipos de impurezas – como água e partículas sólidas – que poderiam danificar o compressor 5 As geladeiras têm um termostato que detecta quando o gás refrigerante já não está mais frio o suficiente. Quando isso acontece, o ciclo recomeça, com o gás mais quente sendo puxado pelo compressor. O botão que regula a geladeira define justamente a que temperatura do gás o motor do compressor deve começar a funcionar de novo. Para que o calor do ambiente não entre na geladeira, as paredes dela têm um isolante térmico. entre duas camadas de plástico há um espaço oco onde é injetada um massa de poliuretano – a mesma espuma usada em colchões, só que mais densa. Esse material cresce e ocupa todo o espaço vazio com uma espessa camada. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 98 – 99 FÍ S IC A MÓDULO 1 Corrente Elétrica No Mundo dos Elétrons FRENTE 3 1. Uma outra partícula de Deus: O elétron Em 2012, no grande acelerador de partículas LHC, foi detectada a última partícula fundamental do modelo padrão de partículas, o bóson de Higgs, denominada por toda a mídia e comunidade científica como a “partícula de Deus”. Sem dúvida, sua previsão teórica no início da década de 1960 e sua detecção quase 50 anos depois finalizaram com chave de ouro uma das teorias de partículas físicas mais bem sucedidas. Somente o fato de sua existência conceber a possibilidade de outras tantas partículas subatômicas possuírem massa, ou explicar a existência da massa nessas partículas, fato que intrigava os cientistas até então, já seria digno desse pomposo nome, partícula de Deus. Contudo, vamos iniciar uma aventura por uma parte da Física denominada eletrodinâmica. No estudo da eletrodinâmica uma outra partícula surge como atorprincipal, o elétron, mas sem querer realizar comparações e estabelecer grau de importância de uma ou outra partícula, afinal isso não faria sentido. Todas as partículas fazem parte de uma grande e interligada engrenagem que explica o Universo como o conhecemos. Ainda assim, gostaria de ressaltar que o elétron em movimento ordenado, ou seja, a corrente elétrica, mudou o mundo. Tente imaginar um mundo sem o elétron em movimento, sem eletricidade, voltaríamos muito no tempo. Hoje, para a sociedade moderna é algo quase inconcebível imaginar um mundo sem essa partícula em movimento possibilitando o funcionamento de praticamente tudo que nos rodeia. Então, nada mais justo do que dar ao elétron o destaque que ele merece. É o mundo dos elétrons. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 01/12/2022 16:36 Página 99 100 – FÍS IC A 2. Um circuito elétrico fascinante O corpo humano é um dos mais complexos e fascinantes circuitos elétricos que existem. Sim, é isso mesmo, os engenhosos circuitos elétricos que temos dentro de computadores e dos mais variados tipos de eletrônicos guardam inúmeras semelhanças com o que acontece no interior de nossos corpos. Correntes elétricas são a essência de qualquer circuito, assim como os impulsos elétricos podem ser considerados a essência da vida. Enquanto nos condutores metálicos os elétrons livres são os formadores da corrente elétrica, o corpo humano pode ser considerado um meio condutor com características especiais. Os átomos de cloro, sódio, potássio, entre tantos outros, que ingerimos nos alimentos do dia a dia podem perder ou ganhar elétrons e transformarem-se em íons, que serão então portadores de uma determinada quantidade de carga elétrica. Essa verdadeira solução iônica que se forma em nosso organismo será responsável por gerar os mais variados tipos de sinais e impulsos elétricos que vão comandar todas as funções essenciais da vida. Em nossas redes de neurônios, as sinapses são responsáveis pela transmissão da informação que percorrerá os intrincados circuitos eletrônicos que nos mantêm vivos. 3. Carga Elétrica A matéria é constituída por áto mos. Os átomos, por sua vez, são formados por inúmeras partículas ele - mentares, sendo as principais: Estas partículas, quando em pre sença umas das outras, apresentam um comportamento típico, a saber: prótons, elétrons e nêutrons Detalhe ampliado da sinapse C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 100 – 101 FÍ S IC A a) prótons, em presença de pró - tons, repelem-se; b) elétrons, em presença de elé - trons, repelem-se; c) prótons, em presença de elé - trons, atraem-se; d) nêutrons, em presença de nêu - trons, não manifestam nem atra ção nem repulsão. Para diferenciar e explicar os com - portamentos (a), (b), (c) e (d), fi ca cla - ro que existem dois tipos distintos de carga elétrica. Assim, para distingui-los, usare - mos a convenção: • prótons possuem carga elétri ca positiva; • elétrons possuem carga elé tri ca negativa; • nêutrons não possuem car ga elétrica. Medidas elétricas delicadas nos informam que, a menos dos sinais que apenas diferenciam os tipos de carga, a quantidade de carga trans portada pelo elétron é igual à quan ti dade de carga transportada pelo pró ton. Essa quantidade comum será de - no minada carga elétrica ele men tar e é indicada por e, cujo valor é: em que coulomb (C) é a unidade com que se medem as cargas elétricas no Sistema Internacional de Uni da des (SI). Assim, se indicarmos por qp e qe as cargas transportadas pelo próton e pelo elétron, respectivamente, tere mos: 4. Condutores e Isolantes Entende-se por condutor elé tri co todo meio material, no qual as par tículas eletrizadas encontram facili da de de se movimentar. Nos metais, em geral, as partículas ele tri zadas po dem-se movimentar com enorme faci li dade, e isso se justifica pelo eleva díssimo número de elé trons “livres” que possuem. Os elé trons “livres” são aqueles da ca ma da mais externa do átomo me tá lico, que estão fracamente ligados ao núcleo atômico. Em conse - quên cia, esses elétrons podem passar facil mente de um átomo a outro, cons - tituindo no interior do metal uma verda - deira nuvem eletrônica. As substâncias ditas isolantes elétricos, como o vidro, a mica, a ebo - nite etc., são, em geral, os não metais que, por não possuírem ra - zoá vel quantidade de elétrons livres, não permitem, com facilidade, o mo vimen - to de partículas eletriza das através de si. Atente para o seguinte: um pe da ço de metal, como um fio de co bre, por exemplo, apresenta enor me quan tidade de elétrons livres no seu inte rior, porém esses elétrons movi men tam-se de maneira total mente caó tica e de sor - denada. Um dos pri meiros pro ble mas da Eletrodi nâ mica será, jus tamen te, ordenar esses mo vimen tos. Nota Existem condutores elétricos nos estados sólido, líquido e gasoso. Es pe - cifiquemos bem quais são os por ta - dores de carga elétrica, que po dem movimentar-se através desses meios. • Nos condutores sólidos, cujo exem plo típico são os metais, os por - tadores de carga elétrica são, ex clu si - vamente, elétrons. • Nos condutores líquidos, cujo exemplo típico são as soluções iô nicas, os portadores de carga elé tri ca são, exclusivamente, íons (cá tions e ânions). • Nos gases condutores, tam bém ditos gases ionizados, os porta dores de carga elétrica são íons e elé trons. 5. Corrente Elétrica Considere o condutor metálico da figura (a) no qual seus elétrons “li - vres” estão em movimento caótico. Consi de re ainda, na figura (b), um dis - positivo, no qual destacamos duas re - giões: região A com per ma nente falta de elétrons (polo positivo) e região B com permanente excesso de elétrons (polo negativo). Tal dispositivo é denominado ge - rador elétrico. A pilha de farolete e a bateria do automóvel são exem plos de geradores. Se ligarmos o con du tor ao gerador elétrico, os elé trons livres entram em movimento ordena do (fi - gura c) ao longo do con dutor, no sen - tido de B para A. O movimento ordenado de car gas elétricas constitui a corrente elé tri ca. Se as cargas elétricas “livres” fos - sem positivas, o sentido da cor ren te elé trica seria o indicado na fi gu ra (d). Este sentido é denominado sentido convencional da cor rente elé trica. 6. Intensidade da Corrente Elétrica Considere um fio metálico ligado aos polos de um gerador. Seja S uma secção transversal desse fio. Elé trons livres atravessam esta secção, todos num mesmo sentido. e = 1,6 . 10–19 coulomb qp = + e = + 1,6 . 10 –19C qe = – e = – 1,6 . 10 –19C C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 101 102 – FÍS IC A Seja Q o valor absoluto da car ga elé trica que atravessa a sec ção S, num in ter valo de tem po �t. Define-se intensidade média da corrente elétrica, nesse con du tor, no intervalo de tempo �t, a gran deza: No Sistema Internacional de Uni dades, medindo-se a carga elétrica em coulomb (C) e o intervalo de tempo em segundo (s), a unidade de inten si dade de corrente elétrica vem ex pres sa em C/s e denomina-se am père (A). Comumente, usamos os seguin tes submúltiplos do ampère: miliampère = 10–3A = 1 mA microampère = 10–6A = 1 �A Sendo n o número de elétrons que constitui a carga elétrica Q e e a carga elétrica elementar, podemos escrever: Observação No caso dos condutores iônicos, participam da corrente elétrica tanto portadores de cargas positivas (cá - tions) como negativas (ânions). O valor absoluto Q da carga elétrica que atra vessa uma secção trans ver sal do condutor, num certo inter va lo de tempo �t, é dado pela soma dos valo res absolutos das cargas elétri cas dos cátions e ânions. 7. Efeitos da corrente elétrica no organismo humano Dependendo da intensidade de corrente elétrica que percorre o organismo humano e do caminho por ela per - corrido, valores baixos de corrente elétrica podem levar uma pessoa a morte. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS A História da eletricidade - Jacqui Bailey (autor),Matthew Lilly (ilustrador) Por dentro do Átomo - Física de partículas para leigos - Antonio Sergio Teixeira Pires e Regina Pinto de Carvalho Do átomo grego à física das interações - Francisco Caruso e Alberto Santoro Q i = –––– �t C A = –––– s Q = n . e Q = �Qcátions� + �Qânions� EFEITOS DA CORRENTE NO ORGANISMO HUMANO 100 �A a 1 mA limiar da sensação 1 mA a 5 mA formigamento 5 mA a 10 mA pequenas contrações musculares 10 mA a 20 mA contrações musculares intensas 20 mA a 30 mA paralisia muscular 30 mA a 50 mA a respiração é afetada 50 mA a 100 mA dificuldade extrema em respirar, ocorre a fibrilação ventricular 100 mA a 200 mA morte 200 mA queimaduras severas Obs: 1�A (um microampère = 1 milionésimo de am père) 1mA (um miliampère = 1 milésimo de ampère) C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 102 – 103 FÍ S IC A1. (IME-2022-MODELO ENEM) – Você está desenvolvendo um sistema embarcado autônomo para a desinfecção de ambientes. O sistema é composto por um carrinho elétrico com uma lâmpada e uma bateria. Para que o processo de desinfecção funcione apropriadamente, o sistema deverá deslocar-se com velocidade constante por um piso rugoso. Sabendo que a bateria fornece uma intensidade de corrente elétrica total, para o carrinho e para a lâmpada, de 4500mA e que, para a perfeita desinfecção da sala, o sistema deve trabalhar durante 90 minutos, a mínima capacidade da bateria do sistema, em mAh, é: a) 6370 b) 6375 c) 6500 d) 6625 e) 6750 RESOLUÇÃO: Do enunciado, temos: i = 4500 mA �t = 90 min = 1,5h Assim: i = Q = i �t ⇒ Q = 4500 mA x 1,5h ⇒ Resposta: E 2. (ESCOLA NAVAL-MODELO ENEM) – A maior parte da luz emitida por descar gas atmosféricas é devido ao encontro de cargas negativas descen dentes com cargas positivas ascendentes (raio de retorno). Supondo que, durante um raio desse tipo, uma corrente eletrônica constante de 30kA transfere da nuvem para a terra uma carga negativa total de 15C, a duração desse raio, em milissegundos, será a) 3,0 b) 2,0 c) 1,5 d) 1,0 e) 0,5 RESOLUÇÃO: Do enunciado, temos: i = 30kA; Q = 15C i = 30 . 103 = �t = (s) �t = 0,5 . 10–3s = Resposta: E Q –––– �t Q = 6750 mAh Q –––– �t 15 –––– �t 15 –––––––– 30 . 103 0,5ms C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 103 104 – FÍS IC A 3. (UFSM-RS-MODELO ENEM) – Uma lâmpada permanece acesa du - rante 5,0 minutos por efeito de uma corrente elétrica de intensidade 2,0A, fornecida por uma bateria. Nesse in tervalo de tem po, a carga total (em C) que atravessou o seu filamento é: a) 0,40 b) 2,5 c) 10,0 d) 150 e) 600 RESOLUÇÃO: i = ⇒ Q = i . �t ⇒ Q = 2,0 . 5,0 . 60 (C) ⇒ Resposta: E 4. (UEA-MODELO ENEM) – Segundo o Instituto Nacional de Pes - quisas Espaciais, milhões de raios ocorrem por ano no Estado do Ama - zonas. Se cada um deles transporta, em média, 32C de carga elétrica das nuvens para o solo e sendo a carga elétrica elementar igual a 1,6 x 10–19C, o número de elétrons que são deslocados das nuvens para o solo em cada raio, em média, é igual a a) 5,0 . 1017 b) 2,0 . 1018 c) 5,0 . 1018 d) 2,0 . 1019 e) 2,0 . 1020 RESOLUÇÃO: Q = ne 32 = n . 1,6 . 10–19 n = 20 . 1019 Resposta: E n = 2,0 . 1020 elétrons Q = 600C Q ––– �t C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 104 – 105 FÍ S IC A1. Conceitos intuitivos sobre a diferença de potencial Se abrirmos a válvula, haverá um fluxo de água do recipiente A para o recipiente B. Esse fluxo existe enquanto houver uma diferença de nível da água nesses recipientes. Uma vez igualados os níveis, cessa a movimentação. Se utilizarmos uma linguagem mais técnica, podemos dizer que a movimentação existe enquanto tivermos uma diferença de potencial hidráulico nos dois ramos, ou seja, uma diferença de alturas. A gravidade atua como um propulsor dessa corrente que vemos na figura, ou seja, é uma diferença de potencial gravitacional que está por trás dessa correnteza de água. Na ilustração acima, se mantivermos as extremidades 1 e 2 em temperaturas diferentes, haverá um fluxo de calor fluindo constantemente entre essas extremidades. Esse fluxo somente cessa se as temperaturas se igularem. Em outras palavras, o fluxo perdura enquanto houver uma diferença de potencial térmico entre A e B. Em um circuito elétrico, o agente propulsor da corrente elétrica pode ser, por exemplo, uma pilha ou bateria. Nesse caso, reações químicas são responsáveis pelo acúmulo de portadores de carga elétrica positiva em um dos polos e portadores de carga elétrica negativa no outro. Esse fato promove a formação de uma diferença de potencial entre esses polos. Essa ddp é também chamada de tensão elétrica. 2. Porquê as lâmpadas acendem tão rápido? Quando acionamos o interruptor de uma lâmpada, ela acende de modo praticamente instantâneo aos nossos olhos. Mesmo que o interruptor e a lâmpada sejam colocados cada vez mais distantes um do outro, ainda continuamos com a sensação de instantaneidade. Tal experiência pode nos levar a uma conclusão errônea de que os elétrons no interior dos fios condutores têm velocidade próxima à velocidade da luz. Ao contrário do que poderia pensar em um primeiro momento, a nuvem eletrônica no interior do condutor tem velocidade muito baixa, tipicamente da ordem de alguns milímetros por segundo. Essa velocidade é comumente chamada de velocidade de deriva ou de arraste. Então, como explicar o acendimento instantâneo? Ao fecharmos o interruptor do circuito elétrico, estabelece-se, no interior do condutor, uma diferença de potencial e, concomitantemente, um campo elétrico é gerado. Esse campo elétrico, sim, é que se estabelece com velocidade próxima à da luz e ao longo de todo o condutor. MÓDULO 2 Propriedade Gráfica e Tensão Elétrica C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 105 FÍS IC A Com isso, os elétrons livres ficarão sujeitos a uma força elétrica que os colocará em movimento praticamente ao mesmo tempo e ao longo de todo o fio. Até mesmo os elétrons livres já presentes no próprio filamento da lâmpada ficarão sujeitos a essa força e serão os primeiros a produzirem o acendimento da lâmpada. Como curiosidade, a velocidade de deriva é diretamente proporcional à intensidade de corrente elétrica formada no fio e inversamente proporcional à densidade volumétrica de elétrons livres, bem como à área de secção transversal do fio e à carga dos elétrons. 3. Propriedade Gráfica Nos exercícios em que a intensi - dade da corrente elétrica no con du tor varia com o tempo, para o cálculo da carga elétrica transportada pela cor - rente, num dado intervalo de tempo �t, não podemos usar a expres são Q = i. �t, porque i não é cons tante. Nesses casos, de vemos construir um gráfico (i x t), mostrando como a inten - sidade da corrente elétri ca varia com o tempo (em geral, esse gráfico vem pronto!), e, nesse gráfico, efetuar um cálculo de área. No gráfico da inten si da de ins - tan tâ nea da cor ren te elé tri ca em fun ção do tempo, a área é nu me - ricamente igual à car ga elé trica que atra ves sa a sec ção transversal do con du tor, no in tervalo de tempo �t. 4. Tensão Elétrica U Ao ligarmos um condutor aos po los de um gerador, as cargas elé tricas livres entram em movimento ordena do. Isto implica, evidente men te, um con sumo de energia, especifi ca men te, energia elé tri ca. Esta é justa men te a operação fundamental de um ge rador: fornecer energia elé tri ca aos portadores de carga elétrica que o atra vessam, à custa de outras for mas de energia. Assim, por exem plo, uma pilha de um farolete fornece ener gia elétrica aos portadores de car ga elé tri ca que a atravessam, à cus ta de ener gia química. Estes por - tadores de car ga elétrica energizada caminham pe los condutores, atra ves - sam, por exem plo, uma lâmpada e esta acen de, pois consome a ener gia elétrica des tes por ta dores, os quais recebem mais ener gia ao atra ves sarem a pilha. A pilha e a lâmpada ligadas pormeio de fios condutores constituem um exemplo de circuito elétrico. Seja Ee� a energia elétrica que o portador de carga elétrica Q recebe ao atravessar o gerador. Define-se tensão elétrica U a grandeza que nos informa quanto de energia elétrica o gerador fornece pa ra cada portador de carga elétrica uni tária que o atravessa. Deste mo do: Com a energia elétrica medida em joule (J), a carga elétrica medida em coulomb (C), a tensão elétrica vem ex - pressa em J/C e denomina-se volt (V). Dizer que a tensão elétrica entre os polos A e B de uma pilha é de 1,5V, isto é, 1,5J/C, significa que cada por tador de carga elétrica igual a 1,0C, ao atra vessar a pilha, recebe 1,5J de energia elétrica. Notas • Por motivos que veremos em Ele trostática, tensão elétrica e dife ren - ça de potencial (d.d.p.) são sinôni mos. Ee� U = ––––– Q J V = –––– C i Vd = ––––– NAq 106 – C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 106 – 107 FÍ S IC A Tensão elétrica = d.d.p. • Símbolo elétrico de gerador: • Símbolo elétrico de lâmpada: • Símbolo elétrico de chave in ter - rup tora: Os pássaros não tomam choque ao pousar nos fios, porquê? As patas dos pássaros estão muito próximas uma da outra, desse modo a diferença de potencial (ddp) entre esses pontos é desprezível. Se a ddp é nula, não haverá corrente elétrica percorrendo o corpo do pássaro. U = VA – VB 5. Vamos vender a luz do sol? Uma outra ddp muito importante que vem ganhando cada vez mais adeptos e incentivadores é a ddp fotovoltaica. O aproveitamento da luz do sol para gerar energia limpa tem sido apontado como uma grande saída para países como Brasil, que tem nível de insolação intenso praticamente o ano todo. Os painéis solares mais comuns são formados por células fotovoltaicas fabricadas a partir de materiais semicondutores, como o silício. A luz solar, ou seja, os fótons de luz que atingem essas células fazem com que elétrons que circundam os núcleos atômicos sejam deslocados ( ejetados ) e migrem para a parte da célula de silício que está com ausência de elétrons. De uma maneira simplificada, essa movimentação de elétrons vai gerar uma face negativa e outra oposta e positiva. É essa diferença de potencial que se iniciou com a incidência da luz solar que será responsável pela corrente elétrica. Enquanto houver Sol, esse processo permanece. Existem hoje sistemas que aproveitam a energia não utilizada na residência e a reenviam para a rede elétrica. Esse excedente que foi reenviado, na verdade está sendo comprado pela companhia de energia elétrica, podendo gerar até mesmo um certo lucro no balanço da conta de energia elétrica. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 107 108 – FÍS IC A 1. No gráfico da intensidade instantânea da cor ren te elé trica em função do tempo, a área é nume rica men te igual à quantidade de carga elétrica que atra vessa a secção transversal do condutor no interva lo de tempo �t. Em um condutor metálico, mediu-se a intensi dade da cor rente elétrica e verificou-se que ela variava com o tempo, de acordo com o gráfico a seguir: Determine, entre os instantes 0 e 6,0s, a quanti dade de carga elétri ca que atravessa uma seção trans versal do condutor. RESOLUÇÃO: Q = N Área = = (C) ⇒ Resposta: Q = 30,0C 2. (ESCOLA NAVAL-MODELO ENEM) – Analise o gráfico abai xo. Suponha que uma descarga atmosférica (raio) transferiu cargas positivas da nuvem para o solo de acordo com o gráfico da corrente elétrica (em quiloamperes) em função do tempo (em microssegundos) mostrado na figura acima. Com uma duração de apenas 60,0μs, esse fenômeno transferiu ao solo uma carga elétrica total, em coulomb, de: a) 0,13 b) 0,26 c) 0,96 d) 1,4 e) 1,9 RESOLUÇÃO: A quantidade de carga (Q) é numericamente igual a área sob a curva (i x t) Q = N área Q = N ⇒ Q = (C) Q = (C) ⇒ Q = (C) ⇒ Resposta: C Q = 30,0C 6,0 . 10,0 ––––––––– 2 base . altura –––––––––––– 2 b . h –––––– 2 60,0 . 10–6 . 32,0 . 103 –––––––––––––––––––– 2 Q = 0,96C 1920 . 10–3 ––––––––––– 2 1,92 ––––– 2 LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS Eletrodinâmica de Ampere - vencedor do Prêmio Jabuti 2012- André Koch Torres Assis e João Paulo Martins de Castro Chaib C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 108 – 109 FÍ S IC A 3. (UFPE-MODELO ENEM) – O gráfico mostra a variação da intensidade de corrente elétrica I, em ampères, num fio em função do tempo t, em segundos. A carga elétrica, em coulombs, que passa por uma seção transversal do condutor nos primeiros 4,0 segundos é: a) 2,0 b) 4,0 c) 6,0 d) 8,0 e) 10,0 RESOLUÇÃO: Q = N área Q = N ⇒ Q = (C) ⇒ Resposta: E 4. Uma lâmpada foi ligada a uma pilha de 1,5V e acendeu. a) Das três situações propostas, qual é a correta? b) Indique, no esquema correto, o sentido conven cional da corrente elétrica e o sentido de movi mento dos elétrons livres através do fila mento da lâmpada. RESOLUÇÃO: a) Mostre ao aluno como é a ligação do filamento e dos fios metálicos no interior da lâmpada e como o gera dor deve ser ligado para fechar o cir cuito: Logo, a ligação correta é a III. b) Na pilha, no sentido convencional, a corrente elétrica entra pelo polo negativo e sai pelo polo positivo. Deste modo, temos no filamento: O sentido real (dos elétrons) é contrário ao sentido con - vencional. 5. (ACAFE) – Seja 1,5V a força eletromotriz de uma pilha. No inte rior da mesma significa que a pilha fornece 1,5 (...): a) ampere de corrente por coulomb de carga. b) joule de energia por coulomb de carga que transporta. c) coulomb de carga. d) watt de potência por coulomb de carga que transporta. RESOLUÇÃO: 1,5V = Resposta: B 1,5 joule de energia –––––––––––––––––––––––––––––– 1,0 coulomb de carga elétrica Q = 10,0C (4,0 + 1,0) 4,0 –––––––––––– 2 (B + b) h ––––––––– 2 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 109 110 – FÍS IC A 1. Investigando a resistência elétrica Na literatura científica encontramos a seguinte definição para resistência elétrica de um condutor: A resistência elétrica é uma medida da dificuldade para a passagem da corrente! Isso quer dizer que o fluxo de elétrons encontrará barreiras, sofrerá choques e colisões com núcleos atômicos do material condutor e impurezas encontradas pelo caminho. Em cada choque e cada colisão haverá energia sendo transformada em calor e esse fenômeno é conhecido como Efeito Joule. Tal definição, em um primeiro momento, pode nos dar a sensação de que a resistência é algo ruim, que existe simplesmente para dificultar o fluxo de elétrons. Se por um lado isso de fato acontece, por outro lado, os cientistas e inventores encontraram inúmeras aplicações tecnológicas para usarmos a resistência elétrica a nosso favor. 2. Resistência elétrica: Nossa companheira do dia a dia O “uso” da grandeza física resistência elétrica começa logo pela manhã. Quando utilizamos o chuveiro, a água é aquecida ao passar pela resistência elétrica absorvendo a energia elétrica dissipada no resistor. Se eventualmente a água não está na temperatura que nos agrada, utilizamos o seletor de temperaturas (verão- inverno) para obtermos a temperatura desejada. Ao mudarmos a posição da chave seletora, estamos, de fato, alterando o tamanho (comprimento) da resistência elétrica que irá participar do aquecimento da água. Uma vez tomado o banho quente podemos querer secar os cabelos, e mais uma vez entra em cena a resistência elétrica. No interior do secador temos o resistor que constitui o elemento fundamental do aparelho. O fluxo de ar que vai percorrer seu entorno será aquecido pelo calor dissipado no resistor. Se você pensa que já se livrou dos aparelhos que usam resistores, puro engano. Se você quiser uma torrada quentinha, irá fazer uso do resistor que se encontra no interior da torradeira, como você vê na ilustração. MÓDULO 3 Resistores e Leis de Ohm C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 110 – 111 FÍ S IC A Como no uso cotidiano,muitas vezes as palavras resistor e resistência são usadas de modo indistinto, cabe aqui uma observação técnica. Resistor: é o condutor em si, o dispositivo de fato. Resistência elétrica: é a grandeza física, ou seja, é a propriedade imputada aos resistores. 3. Resistor Resistor é todo elemento de cir cuito cuja função exclusiva é efe tuar con versão de energia elétrica em ener - gia térmica. Na prática, tais ele men tos são utilizados nos apa re lhos que le vam a denominação geral de aque ce do - res. São, por exem plo, as “es pirais” de níquel-cromo das torra deiras elétricas, secadores de cabelo e chu veiros elé - tricos; as “resis tências” dos ferros elé tricos; os fi la - mentos de tungs tênio das lâmpa das incandes centes. 4. Efeito Joule, Conceito de Resistência Elétrica Quando um resistor é percorrido por corrente elétrica, ocorre a trans for mação de energia elétrica em ener gia térmica em razão do choque dos elé trons “livres” com os átomos do con dutor. Este fenômeno é de no mi nado efeito térmico ou efeito Joule. Observe que os portadores de car ga elétrica que constituem a cor ren te sofrem, por parte do condutor, uma forte oposição ao seu movi men to. A dificuldade que o resistor ofere ce à passagem da corrente elétrica carac - teriza sua propriedade física básica, que é a resistência elé tri ca R. Nos circuitos elétricos, os resis to res são represen - tados por uma das fi guras abaixo. 5. Primeira Lei de Ohm Seja U = VA – VB a tensão elé trica aplicada aos terminais de um re sis tor e i a intensidade de corrente elé - trica que o atravessa. A função U = f (i), que traduz a dependência entre a intensidade de cor rente elétrica e a tensão elétrica, re - cebe o nome de equação do re sis tor. Ohm verificou que, mantida a tem peratura constante, a tensão elé trica e a intensidade de corrente elé trica são diretamente propor cio nais, isto é: em que R é a resistência elétrica do re sistor. Em sua homenagem, a ex pres são acima é conhecida por 1.a Lei de Ohm. Os resistores que obedecem à 1.a Lei de Ohm (U = Ri, com R cons tante) são denominados resistores ôh mi cos. No Sistema Internacional, a uni da de de resistência é o ohm, simbo li zada por �. 6. Curva Característica dos Resistores Ôhmicos A curva característica de um ele men to de circuito é o gráfico de U em função de i. Para os resistores ôhmicos, a cur va característica é uma reta oblí qua em relação aos eixos, pas sando pela origem. U = R i tg N = R C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 111 112 – FÍS IC A Para uma dada temperatura, a resistência elétrica de um condutor está ligada a 3 fatores fundamentais, o material que o constitui, o comprimento e a área de secção desse condutor. 7. O Análogo Mecânico da 1.a Lei de Ohm Se é bem verdade que a eletricidade está em nosso dia a dia e fazemos uso dela quase sem perceber sua importância, fato é que muitos conceitos básicos no mundo da eletricidade soam um tanto quanto abstratos em um primeiro contato. Para o tripé fundamental da eletrodinâmica, corrente elétrica, tensão elétrica e resistência elétrica, existem algumas analogias interessantes, que podem, com as devidas ressalvas, atuar de modo a facilitar o processo de aprendizagem. É fato que nem sempre as analogias nos trazem por completo todos os meandros e nuances de um conceito físico, por outro lado, podem revelar-nos alguns aspectos significativos que nos levem a uma compreensão e a um melhor entendimento de um fenômeno físico mais complexo. Veja por exemplo a ilustração seguinte. Quais ligações e comparações podemos fazer desse plano inclinado cheio de pregos igualmente espaçados com um condutor sendo percorrido por uma corrente elétrica? Comecemos pela altura H do plano inclinado. Se no estudo da mecânica essa altura está ligada à diferença de potencial gravitacional entre o solo e o ponto mais alto da rampa, na eletricidade temos a ddp elétrica como análogo. Os pregos cravados na madeira, em uma geometria que se repete, nos remete à estrutura cristalina do interior de um condutor elétrico. A movimentação das bolinhas de aço ao longo do plano inclinado constitui-se em um fluxo, ou seja, tal como a corrente elétrica no condutor. Nessa movimentação os choques e colisões sofridos fazem analogia com a resistência elétrica apresentada pelo condutor. 8. Segunda Lei de Ohm Seja um resistor de comprimento � e secção transversal de área A (cons tante). Ohm verificou experimental men te que a resistência (R) é diretamente pro porcional ao comprimento (�) e in ver - samente proporcional à área (A). Assim, em que � é uma grandeza caracte rís ti ca do material com que é feito o fio re sistor, chamada resistividade. A expressão anterior é co nhe cida por 2.a Lei de Ohm. A resistência elétrica também pode variar com a temperatura a que o resistor está sub me ti do. Variação da resistividade com a temperatura: � = �0 (1 + �� ) � = coeficiente de temperatura � = variação da temperatura � R = � ––– A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 112 8. Variação da resistência elétrica com a temperatura Para entendermos a influência da temperatura em condutores metálicos de primeira classe (metais e grafita), devemos considerar dois fenômenos com efeitos opostos. 1- O aumento da temperatura irá provocar nas partículas que constituem o condutor um aumento na vibração dessas partículas em torno de sua posição média de equilíbrio. Desse modo, os portadores de carga elétrica nesse material terão maior possibilidade de choques e colisões com essas partículas, ou seja, há um aumento na frequência de colisões. Isso se traduz em uma maior resistência à passagem da corrente. 2- Por outro lado, com o aumento da temperatura há um aumento na quantidade de elétrons livres que abandonam seus átomos e se juntam à nuvem eletrônica de condução. Nessa situação a corrente elétrica tende a ficar mais intensa o que equivale a uma redução da resistência elétrica do condutor. Nos metais puros o efeito número 1 é mais evidente e a resistência elétrica torna-se uma função crescente da temperatura. Alguma ligas especiais como o Constantan, Niquelina e Manganina, os dois efeitos praticamente se compensam e como resultado a resistência elétrica não varia de modo significativo com a temperatura. Na grafita, o efeito número 2 é predominante e a resistência elétrica é função decrescente da temperatura. Graficamente temos: LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS OSTERMANN - Fernanda, PUREUR, Paulo. Editora Livraria da Física, 2005 Palavras-chave: Supercondutividade. Supercondutores. Aplicações tecnológicas. – 113 FÍ S IC A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 113 114 – FÍS IC A 1. (VUNESP-MODELO ENEM) – Chama-se “gato” uma ligação elé - trica clandestina entre a rede e uma residência. Usualmente, o “gato” infringe normas de segurança, porque é feito por pessoas não especializadas. O choque elétrico, que pode ocorrer devido a um “gato” malfeito, é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo humano. Considere a resistência do corpo humano como 105� para pele seca e 103� para pele molhada. Se uma pessoa com a pele molhada toca os dois polos de uma tomada de 220 V, calcule a intensidade da corrente que a atravessa, em A, é a) 2,2 . 105 b) 2,2 . 103 c) 4,5 d) 2,2 . 10–1 e) 2,2 . 10–3 RESOLUÇÃO: Do enunciado, temos: Pele molhada: R = 103� = 1000� U = 220V Assim, da 1.a Lei de Ohm, temos: U = R i 220 = 1000 i i = 0,22A = 2,2 . 10–1A Resposta: D 2. (VUNESP-MODELO ENEM) – O poraquê (Electrophorus elec - tricus) é um peixe típico da Bacia Amazônica, semelhante a uma enguia, capaz de gerar uma tensão elétrica que varia de 300V a 1500V, recurso usado tanto para se defender como para atacar uma presa, como mostra a figura. (Os bichos, vol 4, 1971.) Considerando-se que a presa da figura tem uma resistência elétrica média de 500� e que satisfaz a Primeira Lei de Ohm, a intensidade da correnteelétrica que atravessa a presa varia no intervalo de a) 0,30A e 4,0A. b) 0,10A e 5,0A. c) 0,60A e 3,0A. d) 0,20A e 3,0A. e) 0,80A e 1,0A. RESOLUÇÃO: 1.a Possibilidade U1 = R i1 300 = 500 i1 2.a Possibilidade U2 = R i2 1500 = 500 i2 Resposta: C i1 = 0,60A i2 = 3,0A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 114 – 115 FÍ S IC A 3. Nas figuras abaixo, um resistor ôhmico está ligado a uma bateria. Cada uma delas apresenta uma tensão elétrica diferente. a) Calcule o valor da resistência elétrica sabendo-se que a intensidade da corrente que atravessa o resistor é de 0,50A no primeiro circui to. Indique o sentido convencional da cor ren te. b) Sendo o mesmo resistor do item (a), calcule a intensidade de corrente que “circula” no segundo circuito elé trico e indique o seu sentido conven cional. RESOLUÇÃO: a) U = R . i 1,5 = R . 0,50 R = ⇒ b) U = R . i 12,0 = 3,0 . i 4. A resistência elétrica e as dimensões do condutor A rela ção da resistência elétrica com as dimensões do condutor foi estudada por um grupo de cientistas por meio de vários experimentos de eletricidade. Eles verificaram que existe proporcionalidade entre: • resistência (R) e comprimento (�), dada a mesma secção transversal (A); • resistência (R) e área da secção transversal (A). dado o mesmo comprimento (�) e • comprimento (�) e área da secção transversal (A), dada a mesma resistência (R). Considerando os resistores como fios, pode-se exem plificar o estudo das grandezas que influem na resistência elétrica utilizando as figuras seguintes. Disponível em: http://www.efeitojoule.com. Acesso em: abr. 2010 (adaptado) As figuras mostram que as proporcionalidades existentes entre resis - tência (R) e com primento (�), resistência (R) e área da secção transversal (A), e entre comprimento (�) e área da secção transversal (A) são, respectivamente, a) direta, direta e direta. b) direta, direta e inversa. c) direta, inversa e direta. d) inversa, direta e direta. e) inversa, direta e inversa. RESOLUÇÃO: Da 2.a Lei de Ohm, temos: R = � – Na primeira figura, com a área constante, dobrou o com pri men - to e dobrou a resistência. Resistência e comprimento são, pois, grandezas direta men te proporcionais. – Na segunda figura, com o mesmo comprimento, a área dobrou e a resistência se reduziu à metade. Resistência e área são, portanto, grandezas inver samente pro - por cionais. – Na terceira figura, com a mesma resistência, o com primen to dobrou e a área também dobrou. Com pri mento e área da secção transversal são, pois, gran dezas diretamente proporcionais. Resposta: C 1,5V –––––– 0,50A R = 3,0� i = 4,0A � ––– A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 115 116 – FÍS IC A 1. A estrada perfeita para a corrente elétrica: os supercondutores A supercondutividade é um fenômeno que acontece quando determinados materiais são resfriados, ou seja, atingem baixas temperaturas e nessa situação deixam de apresentar resistência à passagem da corrente elétrica. Em 1911, o cientista Heike Kamerlingh Onnes, ao investigar a resistividade dos metais em baixas temperaturas, percebeu que um fio condutor feito de mercúrio ao atingir a baixíssima temperatura de 4,2 K tornava-se supercondutor. Nessa situação, a corrente elétrica fluía pelo fio de mercúrio sem que houvesse a dissipação de calor. A descoberta da supercondu- tividade e o estudo do compor- tamento de materiais a baixas temperaturas fez com que Onnes fosse agraciado com o Prêmio Nobel de Física em 1913. Desde então, abriu-se um vasto campo de pesquisa na Física. Inúmeros cientistas e grupos de estudos se formaram em busca da supercondutividade em temperaturas não tão baixas. De fato, para o resfriamento de alguns materiais gasta-se uma quantidade de energia tão grande que qualquer possível benefício da supercondutividade acaba por tornar-se ineficaz. As pesquisas nessa área são incessantes e têm-se hoje alguns materiais cerâmicos que apresentam supercondutividade em temperaturas que os tornam promissores para utilização em algumas áreas específicas. A levitação magnética feita com cerâmicas supercondutoras. E mais recentemente, estudos com o grafeno despertaram o interesse da comunidade científica. Acima, a estrutura do grafeno A tão desejada superconduti- vidade à temperatura ambiente estaria próxima e desse modo os computadores quânticos de altíssima velocidade poderiam tornar-se realidade. 2. Associação de Resistores Associação em série Propriedades 1.a) Todos os resistores são per - cor ridos pela mesma corrente elé tri ca. 2 .a) A tensão total (U), na associa - ção, é a soma das tensões parciais. 3 .a) A resistência equivalente (Rs) da associação é a soma das resis tên - cias associadas: Associação em paralelo Propriedades 1.a) Todos os resistores asso cia dos suportam a mesma tensão, pois eles estão ligados aos mesmos fios (A) e (B). 2.a) A intensidade de corrente to tal (i) da associação é a soma das intensi - dades parciais. 3.a) O inverso da resistência equi - valente é igual à soma dos inversos das resistências associadas. U = U1 + U2 + U3 Rs = R1 + R2 + R3 i = i1 + i2 + i3 MÓDULOS 4 a 6 Resistores – Associação C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 116 – 117 FÍ S IC A No caso particular de dois re sis - to res em paralelo, temos: 1 1 1 ––– = ––– + ––– Rp R1 R2 1 R1 + R2––– = ––––––––– Rp R1 . R2 Esta regra é válida para dois re sis - tores em paralelo, de cada vez. Se R1 = R2 = R, então: = + = Observe que, quando as duas re - sistências forem iguais, a equiva len te é igual à metade do valor co mum das re sistências. De um modo geral, para n resis to - res iguais em paralelo, cada um de re - sis tência R, a resistência equiva len te é: LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS The Ultimate Guide to Resistors: Everything you need to know you need to know to help you select the right resistors for your application - eBook Kindle R1 . R2 Rp = –––––––––– R1 + R2 produto das resistências Rp = ––––––––––––––––––––––––––– soma das resistências 1 ––– Rp 1 –– R 1 –– R 2 –– R R Rp = –– 2 R Rp = ––n 1 1 1 1 –––– = –––– + –––– + –––– Rp R1 R2 R3 MÓDULO 4 Para as associações a seguir, determine a resistên cia equivalente entre os extremos A e B: 1. RESOLUÇÃO: Req = 2,0� + 4,0� + 8,0� + 1,0� + 5,0� ⇒ 2. RESOLUÇÃO: produto 12,0 . 6,0 Rp = –––––––– ⇒ Rp = –––––––––– (�) ⇒ soma 12,0 + 6,0 Req = 20,0� Rp = 4,0� C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 117 118 – FÍS IC A 3. RESOLUÇÃO: Rp = ⇒ ou Req = = Req = = 4. RESOLUÇÃO: R 6,0� Rp = –– ⇒ Rp = –––––– ⇒n 3 5. RESOLUÇÃO: Req = 5,0� + 1,0� + 2,0� ⇒ R Rp = ––2 R –– n R2 –––– 2R R . R ––––––– R + R R ––– 2 R2 –––– 2R Rp = 2,0� Req = 8,0� C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 118 – 119 FÍ S IC A 6. (VUNESP-MODELO ENEM) – Dentro de uma caixa com termi nais A e B, existe uma associação de resistores. A corrente que atravessa a caixa em função da tensão aplicada nos termi nais A e B é dada pela tabela. A caixa poderia conter RESOLUÇÃO Da tabela fornecida, temos: Req = = = = = = 3� O circuito que fornece uma resistência equivalente de 3� é o da alternativa C. Resposta: C U ––– i 3 ––– 1 6 ––– 2 9 ––– 3 12 ––– 4 U(V) i(A) 3 1 6 2 9 3 12 4 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 119 120 – FÍS IC A MÓDULO 5 1. Quando um fio ideal é ligado aos dois terminais de um resistor, ele se constitui num curto-circuito. A corrente elétrica passa toda pelo “curto”, desviando-se do resistor: No circuito abaixo, há três resistores, sendo que um deles es tá em curto-circuito. Determine a resistência equi va lente e esquematize o caminho da corrente elé tri ca. RESOLUÇÃO: O resistor de 8,0� está em curto-circuito e, portanto, não é percorrido por corrente elétrica. Ele pode ser retirado do circuito.O valor da resistência equivalente é 2,0� 2. Qual a resistência equivalente entre os extremos A e B da asso - ciação abaixo? RESOLUÇÃO: C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 120 – 121 FÍ S IC A 3. (UECE) – Assinale a alternativa correspondente à resistên cia equivalente entre os terminais OB do circuito da figura abaixo. a) b) R – c) R d) R + RESOLUÇÃO: Analisando-se o circuito, observa-se que os pontos B, A, E, D e C estão sob mesmo potencial elétrico, dessa maneira, todos os resistores estão sub metidos à mesma tensão elétrica e, portanto, associados em paralelo. Req = = Resposta: A 4. Calcule a resistência elétrica equivalente entre os extremos A e B. RESOLUÇÃO: Os resistores de 10Ω e 15Ω estão em curto-circuito, assim: Req = 20Ω + 30Ω Resposta: 50Ω 5. Calcule a resistência elétrica equivalente entre os extremos A e B. RESOLUÇÃO: Observe a movimentação do terminal “A” Todos os resistores estão curto-circuitados, assim: Obs.: a mesma movimentação poderia ser observada para o termi - nal “B”. R –– 5 R –––– n R –––– 5 Req = 50Ω R –– 5 R –– 4 Req = 0 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 121 122 – FÍS IC A MÓDULO 6 1. (UECE-2021-MODELO ENEM) – O LED (light emitter diode ou diodo emissor de luz) é um componente eletrônico semicondutor muito utilizado em equipamentos. O LED funciona a partir da passagem de uma corrente elétrica oriunda de uma tensão aplicada aos seus terminais. Para tanto, essa tensão e, consequentemente a intensidade de corrente, devem ser limitadas para que o componente não seja danificado. Tal controle po de ser realizado pela presença de resistores no circuito elétrico. Suponha que a corrente máxima suportada pelo LED seja de 20mA quando submetido a uma tensão máxima de 4V. Assim, o valor mínimo da resistência de um resistor ligado em série com o LED para que esse não seja danificado quando o circuito for alimentado por uma fonte de 12V é igual a a) 400�. b) 200�. c) 120�. d) 60�. e) 50�. RESOLUÇÃO: O circuito formado pelo LED e o resistor está esquematizado a seguir. Assim, para o resistor, temos: URes = R i 8 = R . 20 . 10–3 ⇒ 8 = R . 2,0 . 10–2 R = (�) ⇒ Resposta: A 2. Na figura que se segue, há dois resistores em série, R1 e R2, conec tados aos fios a e b. Entre esses fios, há uma ddp de 40V. a) Determine a intensidade da cor rente elétrica que atravessa os resis - tores. b) Determine a ddp em cada re sistor. RESOLUÇÃO: a) U = Req . i � 40,0 = 8,0 . i � b) U1 = R1 . i � U1 = 3,0 . 5,0 (V) � U2 = R2i � U2 = 5,0 . 5,0 (V) � ou U2 = U – U1 � U2 = 40,0V – 15,0V � i = 5,0A U1 = 15,0V U2 = 25,0V U2 = 25,0V 8 ––––––––– 2,0 . 10–2 R = 400� C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 14:08 Página 122 – 123 FÍ S IC A 3. (UNESP-MODELO ENEM) – As instalações elétricas em nossas casas são projeta das de forma que os aparelhos sejam sempre conec - tados em paralelo. Dessa maneira, cada apa re lho opera de forma inde pen den te. A figura mostra três resis to res conectados em parale lo. Desprezando-se as resis tên cias dos fios de ligação, o valor da intensi - dade da corrente em cada resistor é a) I1 = 3 A, I2 = 6 A e I3 = 9 A. b) I1 = 6 A, I2 = 3 A e I3 = 2 A. c) I1 = 6 A, I2 = 6 A e I3 = 6 A. d) I1 = 9 A, I2 = 6 A e I3 = 3 A. e) I1 = 15 A, I2 = 12 A e I3 = 9 A. RESOLUÇÃO: Para o cálculo da intensidade da corrente em cada resistor, devemos aplicar a Lei de Ohm (U = R . i). Assim, temos: U = R1I1 ⇒ 18 = 3I1 ⇒ U = R2I2 ⇒ 18 = 6I2 ⇒ U = R3I3 ⇒ 18 = 9I3 ⇒ Resposta: B 4. (UNESP) – A figura mostra uma associação mista de resis tores ôhmicos, havendo entre os extremos A e B uma diferença de potencial elétrico de 100 volts. O valor de X, em ohms, para que a intensidade de corrente total que passa entre A e B seja de 2,0A é igual a a) 5,0 b) 10,0 c) 15,0 d) 20,0 e) 25,0 RESOLUÇÃO: Req = X + + 3X Req = 5X Utotal = Req . itotal 100 = 5X . 2,0 X = 10,0� Resposta: B 5. (MODELO ENEM) – Um indivíduo sofreu uma parada cardíaca quando tocou uma haste metálica presa ao solo. Pela análise do ambiente a ddp entre a haste (A) e onde ele posicionou a sola de seu pé (B) era de127V, causado por instalações elétricas subterrâneas que não tinham manutenção há muito tempo. Sabendo-se que a resistência elétrica de cada perna é de 1,0k�, a resistência elétrica de cada braço é de 0,5k� e de seu tronco (entre ombros e quadris) é de 1,5k�, a intensidade da corrente que fluiu em seu corpo foi de aproximadamente: a) 16 mA b) 42 mA c) 112 mA d) 127 mA e) 256 mA RESOLUÇÃO: O percurso executado pela corrente elétrica estabelece uma resistência equivalente dada por: Req = R1 + R2 + R3 = 0,5k� + 1,5k� + 1,0k� = 3,0k� Da 1.a Lei de ohm, temos: U = Req . i 127 = 3,0 . 103 . i i = 42 . 10–3A ⇒ Resposta: B 2X –––– 2 I1 = 6A I2 = 3A I3 = 2A i = 42mA C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 123 124 – FÍS IC A 1. Navegar é preciso, medir não é preciso! A Física faz parte de uma área das ciências denominada ciência exata, porém, cabe aqui uma grande e importante ressalva. Toda e qualquer medida física é acompanhada de uma incerteza. Isso mesmo! Todas as medidas físicas trazem um erro inerente ao ato de medir. Medir não é um ato de precisão absoluta. Os erros que uma determinada medida física venha a apresentar podem ter as mais variadas origens. Erros grosseiros: Normalmente são erros que se originam da falta de habilidade do experimentador. Engano na leitura da escala. Não observância de falha no equipamento. Promover a repetição da leitura é uma forma de evitar erros grosseiros. Erros sistemáticos: Limitações do aparelho de medida. Calibração inadequada do aparelho. Posicionamento errôneo da visão do experimentador, indicando uma leitura da medida continuamente viciada. Lembremos que os sentidos humanos como visão e tato têm limitações próprias. O correto posicionamento do olho permite melhor leitura na coleta de uma medida. Erros aleatórios: São os erros decorrentes de fatores que não se podem controlar. Podem ser meramente acidentais que ora influenciam o valor da medida para mais, ora para menos. Se tomarmos uma quantidade grande de medidas e depois calcularmos algum tipo de média, esses erros tendem a se cancelar. Feitas essas ressalvas, sabemos agora que toda e qualquer leitura, mesmo do aparelho de medida mais moderno ( amperímetro, voltímetro ou multímetro), pode trazer erros e imprecisões em sua marcação. MÓDULO 7 Amperímetro e Voltímetro 12 3R F / E as yp ix B ra si l 2. A sensibilidade dos medidodres elétricos Os aparelhos de medida mostarados na figura têm sensibilidade diferente. O primeiro tem sensibilidade da ordem de alguns ampères, o segundo miliampères (10-3 ampére) e o terceiro da ordem de microampères (10-6 ampère). De modo geral todos são construídos com resistência elétrica de valor muito baixo e somente em um caso teórico idealizado sua resistência elétrica pode ser considerada nula. No caso idealizado, o medidor afere a medida sem interferir no valor dela. Por sua vez, os voltímetros são confeccionados pela indústria com resistência elétrica de alto valor, respectivamente às finalidades para o qual se destina. Para fins práticos em casos idealizados, sua resistência elétrica pode ser considerada infinita. Nessa situação ideal o voltímetro ideal atua como um circuito aberto não permitindo a passagem da corrente elétrica pelo ramo em que está inserto. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 124 – 125 FÍ S IC A 3. Amperímetro e voltímetro O amperímetro é um instru - mento destinado a medir intensidade de corrente elétrica. Sua resistência interna é muito pe - que na em relação aos valores ha - bituais de resistência elétrica. Um amperímetro é consi de rado ideal quando sua resistên cia interna é nula. O amperímetro é colocado em sé - rie com o elementode circuito cuja cor rente elétrica se quer medir. O voltímetro é um instrumento des tinado a medir a tensão elétrica en - tre dois pontos de um circuito elé trico. Sua resistência elé trica é muito gran de em relação aos valores habi tuais de resistência. Um voltímetro é considerado ideal quando sua resistência in terna é infinita. O voltímetro é colocado em para - lelo com o elemento de circuito cuja tensão se quer medir. 4. Variação da Resistência Elétrica com a Temperatura A resistividade � varia sensivel - men te com a temperatura e, conse - quen temente, a resistência elétrica do con dutor também varia com a tem pe - ratura. Para os metais puros, a resis tivi - dade e a resistência elétrica au men - tam com o aumento da temperatura. 5. Fusíveis Os fusíveis são dispositivos que asseguram proteção aos circuitos elé - tricos. Eles devem ser ligados em sé - rie com a parte do circuito elétrico que deve ser protegida. Os fusíveis são cons tituídos essencialmente de con - du tores de baixo ponto de fusão, co - mo chumbo e estanho, que, ao se rem atravessados por corrente elé trica de intensidade maior do que a má xima per mitida, fundem-se, inter rom pendo o circuito. Na figura anterior, apresentamos os tipos comuns de fusíveis, bem co mo o símbolo usado para repre sentá-los nos circuitos elétricos. 6. Reostatos Reostatos são resistores cuja re - sis tência elétrica pode ser variada. Nas figuras a seguir, apre sen ta - mos o reostato de cursor, o reostato de pontos e o símbolo utilizado para representar um reostato num circuito elé trico. 7. Reostato de cursor Mudando a posição do cursor C, varia o comprimento do fio atra ves sa - do pela corrente elétrica e, conse - quen temente, varia a resistência elé trica. Reostato de pontos Para cada posição da manivela, a resistência do reostato (RR) assu me um determinado valor: Posição (1): RR = 0 (mínima) Posição (2): RR = 2R Posição (3): R R = 4R Posição (4): R R = 6R Posição (5): R R = 8R (máxima) C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 125 126 – FÍS IC A 8. Protegendo Circuitos Elétricos Os fusíveis são os anjos da guarda dos circuitos elétricos, estes dispositivos de proteção impedem que intensidades de corrente elétrica de valor acima de limites especificados danifiquem os dispositvos eletrônicos a ele conectados. Os fusíveis, como o próprio nome sugere, fundem- se (derretem-se) abrindo o circuito e impedindo a circulação da corrente. São utilizados em quase todos aparelhos eletro- eletrônicos, residências, automóveis etc. Fusíveis de automóveis e suas intensidades de corrente elétrica máxima suportadas Principalmente nas residências os fusíveis estão sendo substituídos por disjuntores que têm exatamente a mesma função porém, outro princípio de funcionamento. Nos disjuntores, lâminas bimetálicas sob ação do efeito joule abrem e fecham os circuitos elétricos. Existem outros tipos que funcionam baseados em efeitos eletromagnéticos provocados pela corrente elétrica, porém, em todos os casos a missão primordial é de proteção do circuito elétrico ou da instalação. Disjuntor de proteção do circuito elétrico do chuveiro de uma residência LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS Os fundamentos experimentais e históricos da eletricidade - André Koch Torres Assis 12 3R F/ E as yp ip eB ra si l 12 3R F/ E as yp ip eB ra si l C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 14:08 Página 126 – 127 FÍ S IC A1. (FEPAR-MODELO ENEM) – Em uma atividade experimental um estudante dis põe de um voltímetro V e um amperímetro A. Uma lâmpada de potência desco nhecida é ligada a uma fonte de tensão, estabelecendo-se um circuito acrescido de tais medidores. A alternativa correta que mostra a conexão de circuito que permite achar o valor da potência dessa lâmpada é: RESOLUÇÃO: Letra A – nos circuitos elétricos o amperímetro é ligado em série com a lâmpada e o voltímetro em paralelo. Resposta: A 2. Um eletricista analisa o diagrama de uma instalação elétrica residencial para planejar medições de tensão e corrente em uma cozinha. Nesse ambien te existem uma geladeira (G), uma tomada (T) e uma lâmpada (L), conforme a figura. O eletricista deseja medir a tensão elétrica aplicada à geladeira, a intensidade da corrente total e a intensidade da corrente na lâmpada. Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e dois amperímetros (A). Para realizar essas medidas, o esquema da ligação dessas instrumentos está representado em: RESOLUÇÃO: A tensão elétrica aplicada à geladeira pode ser medida com um voltímetro conectado “em paralelo” com a geladeira, ou seja, também conectado entre uma fase e o neutro. A intensidade de corrente elétrica na lâmpada pode ser medida inserindo-se um amperímetro “em série” com a lâmpada. A intensidade total da corrente elétrica no circuito pode ser medida inserindo-se um amperímetro no fio fase ou no fio neutro e em série com o restante de todo o circuito. Do exposto, concluímos que a alternativa correta é a “E”. Resposta: E C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 127 128 – FÍS IC A 3. (EAM-Escola de Aprendizes da Marinha-2020-MODELO ENEM) – Observe o circuito abaixo. O circuito elétrico representado acima é composto por uma bateria ideal, fios de resistência elétrica desprezível e resistores idênticos cuja resistência elétrica é de 10 Ω cada. A intensidade da corrente elétrica indicada no amperímetro ideal A é de 3,0 A. Sendo assim, calcule a tensão U (diferença de potencial elétrico), em volts, nos terminais da bateria e assinale a opção correta. a) 10 b) 30 c) 33 d) 60 e) 180 RESOLUÇÃO: Os terminais da fonte de tensão elétrica são os mesmos nos resistores, assim, a ddp terá o mesmo valor. Aplicando-se a 1.a Lei de Ohm ao resistor em série com o amperímetro, temos: U = R . i U = 10 . 3,0 (V) U = 30 V Todos os resistores estão submetidos à ddp de 30 V pois estão associados em paralelo. Resposta: B 4. (UNICAMP-SP) – No circuito da figura, A é um ampe rímetro de resistência nula, V é um voltímetro de resis tência infinita. a) Qual a intensidade da corrente medida pelo ampe rímetro? b) Qual a tensão elétrica medida pelo voltímetro? c) Quais os valores das resistências R1 e R2? RESOLUÇÃO: a) Leitura de A: i = 10,0A + 2,0A ⇒ b) Leitura de V: c) U = R1 . i1 ⇒ 100 = R1 . 10,0 � U = R2i2 ⇒ 100 = R2 . 2,0 � Respostas: a) 12,0A b) 100V c) R1 = 10,0Ω d) R2 = 50,0Ω 5. (FEI-MODELO ENEM) – Mantendo-se a ddp constante entre A e B, ao se colocar uma fonte de calor para aquecer o resistor constituído de um metal puro, podemos afirmar que a) a corrente não sofrerá alteração. b) a resistência não sofrerá alteração. c) a corrente irá aumentar. d) a resistência irá diminuir. e) a corrente irá diminuir. RESOLUÇÃO: Ao aquecermos um resistor constituído de um metal puro, sua resistência elétrica R aumenta. De U = Ri, sendo U constante, concluímos que i diminui. Resposta: E i = 12,0A U = 100V R1 = 10,0� R2 = 50,0� C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 128 – 129 FÍ S IC A1. Gerador Elétrico Denomina-se gerador elétri co um elemento de circuito cuja fun ção é con verter energia não elétrica (quí - mi ca, mecânica etc.) em energia elé tri ca. O gerador abastece energetica mente o circuito elétrico, aumen tan do a energia elétrica dos por tadores de carga elétrica que o atra vessam. Quando uma corrente elétrica atra vessa um gerador, ela encontra uma resistência por parte dos con du tores que constituem o gerador. Esta resistência é denomi nada re - sis tên cia interna do gerador e é indi ca da por r. 2. Tipos de geradores Os geradores elétricos podem receber denominações especiais conforme a modalidade de energia que é transformada em elétrica. Vamos arrolar alguns nomes específicos e exemplos: Geradores mecânicos: transformam energia mecânica em energia elétrica. Exemplos: Dínamos e alternadores. Geradores químicos:Transformam energia química emelétrica. Exemplos: Pilhas e baterias Geradores luminosos:Transformam energia radiante luminosa ( luz ) em elétrica. Exemplos: fotocélulas Geradores térmicos: Transformam energia térmica em energia elétrica. Exemplo: par termoelétrico. 3. Geradores Eólicos A energia eólica, ou “energia do ventos” nada mais é do que a energia cinética de uma determinada massa de ar dotada de uma certa velocidade, ou seja, ar em movimento. MÓDULOS 8 a 10 Geradores Elétricos e Lei de Pouillet C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 129 130 – FÍS IC A Na Dinamarca, na década de 1970, foram instaladas as primeiras turbinas eólicas ligadas à rede pública de geração e transmissão de energia. As turbinas eólicas são constituídas basicamente de uma torre de sustentação, pás girantes e o rotor que por meio do fenômeno da indução eletromagnética promoverá a transformação de energia cinética da massa de ar em energia elétrica. Apesar da energia dos ventos ser considerada uma fonte de energia limpa e renovável, pois não emite gases de efeito estufa e não produz resíduos, alguns ambientalistas indicam alguns possíveis prejuízos provocados na instalação de usinas eólicas em determinados locais. Pesquise: Quais seriam os possíveis pontos negativos na utilização em larga escala de usinas eólicas. Resposta: Alteração de paisagem natural. Interferência em rotas de aves migratórias. Ocupação de extensa área para colocação de aerogeradores. 4. Gerador Ideal Chama-se gerador ideal aque le cuja resistência interna é nula (r = 0). O gerador ideal fornece aos por ta dores de carga elétrica que o atravessam toda a energia elé tri ca gerada. A figura abaixo representa o sím - bolo de um gerador ideal. A corrente elétrica no interior do gerador não é espontânea, mas for - çada. Por isso, a corrente elétri ca convencional atravessa o ge ra dor no sentido do polo ne gativo para o positivo. A tensão elétrica U entre os polos de um gerador ideal recebe o nome de força eletromotriz (f.e.m.), sen do representada pela letra E. Assim, temos: 5. Gerador Real Um gerador real, isto é, um ge ra - dor cuja resistência interna não é nu - la (r � 0), é representado pelo sím bo lo da figura abaixo: A tensão elétrica U entre os polos de um gerador real é menor do que E, em virtude da perda de tensão na resis - tên cia interna r, dada pelo produto r . i. Assim, para um gerador real, te mos: Esta última expressão constitui a equação característica do ge ra dor. Para o gerador ideal, temos: e 6. Gerador Em Curto-Circuito Um ge ra dor es tá em cur to-cir cuito quan do seus po los são li ga dos por um fio de re sis tên cia elé trica nu la. Nestas con di ções, a d.d.p. U en - tre os polos A e B do gerador é nu la, pois o fio tem resis tên cia elétri ca nu la. A cor rente elétrica que atra vessa o gera dor é de nomi nada cor rente de cur to-cir cuito (icc) e é a mais in ten sa possí vel. Fazendo U = 0 em U = E – r . i, tiramos icc: U = E – r . i O = E – r . icc 7. Gerador em Circuito Aberto Um gerador está em circuito aber - to quando não alimenta nenhum cir - cuito externo. Nesta condição: . 8. Curva Característica de um Gerador Gerador Ideal Para o gera dor ideal, temos U = E (cons tante) e, neste caso, o gráfico U em função de i é uma reta paralela ao eixo dos i. Gerador Real Sendo U = E – r. i, com E e r cons - tantes do gerador, o gráfico de U em fun ção de i é uma reta in cli na da de - cres cente, em relação aos eixos. U = E (gerador ideal) U = E – r . i U = Er = 0 E icc = ––– r i = 0 e U = E C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 130 – 131 FÍ S IC A O ponto T, intersecção das duas retas, é denominado ponto de tra balho. Ele indica a tensão comum U1 aos dois aparelhos e a corrente co mum i1 que os percorre. O resistor de resistência R pode ser um único resistor ou representar o resistor equivalente de uma associação de resistores. Assim, no circuito esquematizado abaixo, para o cálculo da intensidade da corrente i que atravessa o gerador, devemos, inicialmente, achar a resistência equivalente da associação para, em seguida, aplicar a Lei de Pouillet. A Lei de Pouillet fornece a intensidade da corrente total i: i = E –––––––– 2R ––– + r 3 O ponto A do gráfico corres pon de ao gerador em circuito aberto (i = 0 e U = E). O ponto B corres pon - de ao ge rador em curto-circuito (U = 0; i = icc). O coeficiente angular dessa reta, em valor absoluto, é dado por: E tg � N= ––– icc E tg � N= ––––– E ––– r 9. Lei de Pouillet Circuito simples É o circuito que oferece um só ca - minho para a circulação da cor rente elétrica. O circuito mais simples é aque le constituído por um gerador li - gado a um resistor. Para o gerador, temos: U = E – r . i � Para o resistor: U = R . i � De � e �, resulta: R . i = E – r . i i (r + R) = E (Lei de Pouillet) Graficamente, temos: tg � N = r E i = ––––––– R + r C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 131 132 – FÍS IC A MÓDULO 8 1. Uma bateria ou pilha pode ser representada em um circuito elétrico pelos símbolos que se seguem. a) No símbolo do gerador indique o sentido convencional da corrente elétrica. b) O que representam r e E em um gerador. c) Se E = 12V; r = 2,0� e i = 1,0A, determine a ddp (UAB) nos terminais do gerador. RESOLUÇÃO: a) Sentido convencional da corrente elétrica no gerador. b) r → representa a resistência elétrica interna de um gerador. E → representa a fem do gerador; é a tensão elétrica nos ter - minais de um gerador ideal. Em uma pilha comum, de supermercado, a fem é igual a 1,5V. Isso significa que a tensão elétrica nos seus terminais é igual a 1,5V quando ela está ainda na prateleira, sem estar conectada a nenhum circuito. c) Da equação do gerador, temos: UAB = E – r i UAB = 12 – 2,0 (1,0) (V) ⇒ UAB = 10V 10. O lixo tecnológico (impacto ambiental) Uma preocupação constante nos dias atuais é saber qual o procedimento correto com o lixo tecnológico. As pilhas e baterias são hoje uma preocupação das autoridades e da população em geral porque possuem substâncias como chumbo, cádmio, zinco, manganês, entre outras, que podem ser extremamente prejudiciais ao ambiente e à saúde. Há estudos que mostram que algumas dessas substâncias podem levar à anemia e a problemas neurológicos. Quanto ao meio ambiente, o descarte inadequado de pilhas e ba terias pode promover a contaminação do solo e dos lençóis freáticos. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS Física do dia a dia 1 - 105 perguntas e respostas sobre a física fora da sala de aula - Regina Pinto de Carvalho Física do dia a dia 2 - Mais 104 perguntas e respostas sobre a física fora da sala de aula... e uma na sala de aula! - Regina Pinto de Carvalho C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 132 – 133 FÍ S IC A 2. (UCMG-MODELO ENEM) – Uma ba teria de automóvel apresenta a cur va ca racte rística a seguir. A f.e.m. e a re sis tência in terna da ba te ria va lem, respecti va men te: a) 12,0V; 8,0� b) 3,0V; 4,0� c) 3,0V; 3,0� d) 12,0V; 3,0� e) 24,0V; 6,0� RESOLUÇÃO: U = E – ri i = 0 ⇒ U = E Logo: 12,0 r N = tg = –––– (Ω) 4,0 Resposta: D 3. Dada a curva característica do gerador, determine: a) a resistência interna do gerador. b) a fem do gerador. RESOLUÇÃO: r N = tg α = (�) = � U = E – ri 24,0 = E – 3,0 (4,0) Respostas: a) 3,0� b) 36,0V r = 3,0� E = 36,0V 12,0 –––– 4,0 24,0 – 12,0 –––––––––– 8,0 – 4,0 E = 12,0V r = 3,0� C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 133 134 – FÍS IC A MÓDULO 9 1. (FEI) – Qual é a intensidade da corrente no circuito abaixo? a) 0,20A b) 0,50A c) 1,0A d) 1,5A e) 2,0A RESOLUÇÃO: Da lei de Pouillet, vem: i = ⇒ i = (A) ⇒ i = (A) ⇒ Resposta: B 2. (UFPE-MODELO ENEM) – No circuito da figura, a intensidade da corrente através do am perímetro é igual a 3,5A, quando a chave S está aberta. Desprezando-se as resistênciainternas do amperímetro e da bateria, calcule a intensidade da corrente no amperímetro, em ampères, quando a chave estiver fechada. a) 3,5 b) 4,0 c) 6,0 d) 7,5 e) 8,0 RESOLUÇÃO: Chave aberta: i = ⇒ 3,5 = ⇒ Chave fechada: i’ = ⇒ i’ = (A) ⇒ Resposta: C i = 0,50A 10,0 –––– 20,0 10,0 –––––––––– 10,0 + 10,0 E –––– ∑ R ε = 21,0Vε–––––––– 5,0 + 1,0 E –––– ∑ R i’ = 6,0A 21,0 ––––––––– 5,0 ––– + 1,0 2 E –––– ∑ R’ C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 134 – 135 FÍ S IC A 3. (UFRRJ) – No circuito representado abaixo, a força eletromotriz do gerador vale E = 30,0V. A intensidade da corrente elétrica que passa pelo re sis tor de 5,0� vale: a) 0,5A b) 1,0A c) 1,5A d) 3,0A e) 3,5A RESOLUÇÃO: Lei de Pouillet E i = –––– R 30,0 i = ––––– (A) 10,0 Resposta: D 4. (UNIFACEF-VUNESP) – Um circuito é formado por uma associação mista de quatro resistores, conectados a um gerador de tensão contínua G, com os valores de tensão e resistência elétricas indicados na figura. Sendo os resistores ôhmicos, a tensão elétrica no resistor de 3� é igual a a) 10V b) 15V c) 20V d) 25V e) 30V RESOLUÇÃO: i = i = (A) i = (A) No resistor de 3�, temos: U3 = R3 i U3 = 3 . 10 (V) Resposta: E E –––– Req 100 ––––––––––– 10 2 + ––– + 3 2 100 –––– 10 i = 10A U3 = 30V i = 3,0A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 135 136 – FÍS IC A MÓDULO 10 1. (UNESPAR) – O circuito abaixo representa uma associação mis ta de resistores ôhmicos alimentado por uma fonte de tensão con tinua de 12,0V. Considere R1 = R2 = 2,0�, R3 = 1,0� e R4 = R5 = 4,0�. Assinale a alternativa que mostra o valor da intensidade da corrente i no circuito. a) 1,0A; b) 2,8A; c) 3,0A; d) 4,8A; e) 9,0A. RESOLUÇÃO: Com os dados fornecidos, temos: Aplicando-se a Lei de Pouillet, temos: i = ⇒ i = (A) = (A) Resposta: C 2. (UECE) – Dois resistores, R1 = 2� e R2 = 3�, são associados em série e ligados a um gerador ideal. Percebe-se que, nesta configuração, a corrente elétrica no circuito tem intensidade igual a 12A. A força eletromotriz (ε) do gerador ideal e a diferença de potencial (U) nos extremos de cada resistor são, respectivamente, iguais a a) ε = 60V; U1 = 60V; U2 = 60V b) ε = 60V; U1 = 24V; U2 = 36V c) ε = 14,4V; U1 = 24V; U2 =36V d) ε = 14,4V; U1 = 5,76V; U2 = 8,64V RESOLUÇÃO: i = 12 = No resistor R1: No resistor R1: U1 = R1 i U2 = R2 i U1 = 2 x 12 (V) U2 = 3 x 12 (V) Resposta: B i = 3,0A E –––– ∑ R 12,0 ––––––––––––– 1,0 + 1,0 + 2,0 12,0 –––– 4,0 ε –––– Req ε –––––– 2 + 3 ε = 60V U1 = 24V U2 = 36V C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 136 – 137 FÍ S IC A 3. (PUC-RJ-2020-MODELO ENEM) – Sejam os cinco resistores mostrados na figura. Suas resistências são respectivamente R1 = 1,0 Ω, R2 = 1,0 Ω, R3 = 1,0 Ω, R4 = 3,0 Ω e R5 = 4,0 Ω. Para fazer a corrente do circuito atingir o menor valor possível, corta-se o fio imediatamente à esquerda de um dos resistores. Qual deve ser esse resistor? a) R1 b) R2 c) R3 d) R4 e) R5 RESOLUÇÃO: Para que a intensidade total da corrente elétrica no circuito tenha o menor valor possível, devemos eliminar (cortar o fio) em que a intensidade de corrente elétrica (i’, i3, i4 …) tenha o maior valor. Observando o circuito equivalente, percerbe-se que a corrente elétrica (i3) tem o maior valor entre as intensidades de corrente que percorrem os vários resistores (perceba que é o caminho de menor resistência elétrica) i = i’ + + i4 + i5 Assim, se esse ramo de circuito for eliminado, conclui-se que a intensidade total da corrente elétrica (i) terá o menor valor possível. Se a intensidade i3 é eliminada da soma, i terá o menor valor possível. Resposta: C 4. (AFA-2020-MODELO ENEM) – Através da curva tempo t x cor - rente i de um fusível F (figura 1) pode-se determinar o tempo neces - sá rio para que ele derreta e assim desligue o circuito onde está in se ri do. A figura 2 mostra o circuito elétrico simplificado de um automóvel, composto por uma bateria ideal de fem ε igual a 12,0V, duas lâmpadas LF , cujas resistências elétricas são ôhmicas e iguais a 6,0� cada. Com pletam o circuito outras duas lâmpadas LM , também ôhmicas, de resistências elétricas 3,0� cada, além do fusível F e da chave Ch, inicialmente aberta. A partir do instante em que a chave Ch for fechada, observar-se-á que as duas lâmpadas LF a) apagar-se-ão depois de 1,0s. b) permanecerão acesas por apenas 0,50s. c) terão seu brilho aumentado, mas não se apagarão. d) continuarão a brilhar com a mesma intensidade, mas não se apa - ga rão. e) apagar-se-ão depois de 2,0s. RESOLUÇÃO: 1) Cálculo da resistência equivalente: Req = (�) 2) Cálculo da intensidade de corrente elétrica total: i = (�) ⇒ i = (A) ⇒ Do gráfico fornecido: Para i = 3,0A ⇒ Assim, o fusível derreterá em 1,0s. Resposta: A 12,0 . 6,0 –––––––––– 12,0 + 6,0 E –––– Req 12,0 –––– 4,0 i = 3,0A t = 1,0s Req = 4,0� i3 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 137 138 – FÍS IC A 1. Campo magnético de um ímã Quando colocamos um ímã sobre uma mesa, os pontos do espaço que estão em seu entorno ficam, de uma certa maneira, modificados. Vamos mostrar isso realizando um experimento. Precisamos de um pouco de limalha de ferro e de uma barra magnetizada (ímã). Vamos repousar o ímã sobre a mesa, cobri-lo com um pedaço de cartolina e espalhar sobre ela a limalha de ferro. Estes pequenos fragmentos se orientam como pequenas bússolas e formarão uma figura parecida com a fig.1 Fig. 1 – Espectro do campo magnético formado pelas limalhas de ferro. Fig 2 – Interpretação visual do espectro do campo magnético do ímã. As linhas de norte a sul são as linhas de campo. Interpretando: estas figuras representam um aspecto visual do campo magnético deste ímã. Observe: formaram-se linhas que parecem ir de um polo ao outro. Essas linhas foram denominadas de linhas de campo magnético ou linhas de indução. O vetor B → , denominado vetor indução magnética, indica o sentido do campo magnético. Conta a história que Faraday intuiu o conceito de campo magnético ao observar figuras de limalhas de ferro como estas. A partir daí estendeu o conceito de campo para outras áreas. Para ele, o campo seria então formado de “linhas de força” estendidas as quais levariam a força do ímã até um pedaço de ferro colocado próximo dele. Ou seja, esse conceito viria substituir o conceito de ação à distância, que prevalecia até então na eletrostática, no magnetismo e na gravitação. A seguir vamos ver alguns outros formatos de campo, uma vez que a fonte geradora é um ímã. Fig. 3 – Campo magnético de um ímã em forma de U (ferradura). Fig. 4 – Campo magnético entre os polos norte e sul de dois ímãs retangulares. Ele nasce no norte e morre no sul. 2. Mecanismo de ação da força magnética entre um ímã e um bloco de ferro Vamos mostrar um caso bem simples: sabemos que um ímã atrai um pedaço de ferro colocado em suas proximidades. Essa interpretação nos dá a ideia de força à distância. Na realidade devemos dar uma nova interpretação, usando o conceito de campo magnético proposto por Faraday: o ímã gerou em seu entorno um campo magnético. Eletromagnetismo e aplicações FRENTE 4 MÓDULO 1 Ímãs e Campo Magnético 12 3R F/ E as yp ip eB ra si l C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 138 – 139 FÍ S IC A O bloco de ferro foi colocado no interior desse campo. É esse campo quem vai transmitir ao bloco de ferro essa força magnética de atração. Ou seja, não se trata de ação do polo magnético diretamente no bloco, mas do campo magnético no bloco de ferro. Fig. 5 – Ação do campo magnético do ímã sobre a peça de ferro Quando dizíamos que o polo norte de um ímã atraía o polo sul de outro ímã, isto é, que cada polo agia diretamente sobre o outro polo, era como se fossem duas forças à distância. Esse conceito também deve ser interpretado de outro modo, usando o conceito de campo magnético. O campomagnético é quem vai atuar sobre o outro polo, produzindo a força magnética. Continua valendo: • O campo do polo N atrai o polo S do outro ímã; • O campo do polo N repele o polo N do outro ímã; • O campo do polo S repele o polo S do outro ímã; • O campo do polo S atrai o polo N do outro ímã. 3. Campo Magnético – Linhas de Indução Uma região do espaço modifi ca da pela presença de um ímã recebe a denominação de campo magné ti co. A visualização do aspecto que assume a região que envolve um ímã – do espaço que constitui o campo magnético – po de ser obtida com o auxílio de li ma lhas de ferro (que se comportam como minúsculas agulhas magné ticas). A limalha de ferro concentra-se ao redor dos polos e distribui-se em linhas curvas determinadas, que se estendem de um polo a outro. Fig. 6 Essas linhas, segundo as quais as limalhas de ferro se distribuem, chamam-se linhas de indução. Elas permitem visualizar o campo magné ti co de um ímã. Convenciona-se que as linhas de indução saem do polo nor te e entram no polo sul. 4. Vetor Indução Magnética: → B A fim de se caracterizar a ação de um ímã, em cada ponto do campo mag nético associa-se um vetor, de no - minado vetor indução magné ti ca (B → ), que atende às seguintes características: a) Sua direção é tangente à li nha de indução que passa pelo pon to considerado. b) Seu sentido concorda com o sentido da linha de indução, na convenção dada. c) Seu módulo assume valor que, em geral, depende da posição do ponto. Fig. 7 A unidade do módulo do vetor indução no Sistema Internacional de nomina-se tesla (T). Campo magnético uniforme é aquele cujo vetor indução B → é cons tante, isto é, em todos os pon tos B → tem mesma direção, mesmo sen tido e mesmo módulo. As linhas de indução de um campo magnético uni for - me são retas paralelas e igualmente distribuídas. Elas têm o mesmo sentido do campo magnético → B. Fig. 8 – Exemplo de campo magnético uniforme e) Um campo magnético unifor me aproximado pode ser obtido entre os polos de um ímã em forma de U. Ressalve-se, no entanto, que esse cam po ocorre longe das ex tre mi da des, conforme a figura a seguir. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 139 140 – FÍS IC A 1. (UECE-2020-Adaptado) – Sobre as linhas de campo magnético, é correto afirmar que: a) se cruzam na região intermediária entre dois polos, e saem do polo norte para o polo sul. b) nunca se cruzam na região intermediária entre dois polos, e saem do polo sul para o polo norte. c) se cruzam na região intermediária entre dois polos, e saem do polo sul para o polo norte. d) nunca se cruzam e sempre saem do polo norte para o polo sul. RESOLUÇÃO: As linhas de campo magnético (linhas de indução) nunca se cruzam. Externamente ao ímã, elas saem do polo norte para o polo sul. No interior do ímã, elas vão de sul para norte, pois as linhas de indução são contínuas. Resposta: D 2. (MODELO ENEM) – A figura representa um ímã em forma de barra e seus dois polos magnéticos Norte (N) e Sul (S). Algumas linhas de indução (ainda sem orientação) foram desenhadas na figura 2. Observe que duas delas são externas e uma terceira é interna. Represente o vetor indução → B nos pontos 1, 2, …, 6, usando a figura dada (fig. 2). Observe que os pontos 4 e 5 são internos ao ímã. RESOLUÇÃO: Observação: 1) O campo magnético, do lado de fora do ímã, nasce no norte (N) e morre no sul (S), veja fig. 3. 2) A linha de indução é uma linha contínua. Então, no interior do ímã, ela vai de sul (S) para norte (N), veja fig. 3. 3) Obtido o sentido de cada linha de indução, desenhamos os vetores de indução nos pontos 1, 2, …, 6, ou seja: → B1, → B2, …, → B6. Fig. 9 A produção de campos magné ti cos não se prende somente à pre sen ça de ímãs. Em 1820, o físico Oersted des - cobriu que a passagem de cor ren te elétrica por um fio também pro duz campos magnéticos. Assim, podemos estender o con cei to de campo magnético, con si de ran do-o uma região em torno de um ímã ou uma região do espaço que en vol ve um condutor percorrido por cor ren te elétrica. Estes últimos serão es tu - dados nos próximos capítulos. Uma generalização maior ainda é considerar que, no caso do ímã, o cam po magnético é decorrente de mo vimentos par - ticulares que os elé trons realizam no interior de seus áto mos. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 140 – 141 FÍ S IC A 3. Desenhe, para cada figura, a força magnética entre os dois polos próximos das duas peças. Identifique se há uma atração ou uma repul - são. RESOLUÇÃO: 4. (FEMA-MODELO ENEM) – Considere dois ímãs em forma de barra, um natural e outro artificial. Sobre eles pode-se afirmar que: a) o ímã artificial difere do ímã natural pela possibilidade de, no artificial, polos de mesmo nome se atraírem. b) os dois tipos de ímãs, quando sujeitos apenas ao campo magnético terrestre, têm seus polos magnéticos alinhados segundo a direção Leste-Oeste da Terra. c) ao dividir qualquer dos dois ímãs em duas partes, obtêm-se dois novos ímãs com as mesmas propriedades do ímã original. d) o ímã artificial pode apresentar um único polo magnético, dependendo do processo de magnetização a que foi submetido. e) o campo magnético criado pelos dois ímãs apresenta a mesma intensidade em suas extremidades e em suas regiões centrais. RESOLUÇÃO: Os ímãs artificiais também são feitos de ferro, porém magnetiza - dos artificialmente. Suas propriedades são idênticas às do ímã natural. Ao se dividir um ímã em duas partes, obtêm-se dois novos ímãs. Essa propriedade também é verificada no ímã artificial: Resposta: C C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 141 142 – FÍS IC A 5. (MODELO ENEM) – Numa excursão da escola, o aluno Pedrinho levou uma bússola. Então resolveu fazer aquela pergunta estonteante ao professor: “Mestre, como pode o polo norte magnético da minha bússola apontar para o Polo Norte da Terra? Você ensinou em aula que: ‘polo norte’ repele ‘polo norte’; ‘polo norte’ atrai ‘polo sul’.” Com certeza, o sábio mestre lhe respondeu: a) “As coisas não são bem assim. A sua pergunta não tem nexo.” b) “Terra é terra. Ímã é ferro.” c) “A Terra é um grande ímã internamente. No Polo Norte geográfico, temos um polo norte magnético. No Sul geográfico há um sul magnético.” d) “A Terra é um grande ímã internamente, porém de ponta-cabeça: no Polo Norte geográfico há um sul magnético e vice-versa.” e) “A Terra se comporta como um monobloco magnético, situado e concentrado no Polo Norte geográfico.” RESOLUÇÃO: A figura 1 é autoexplicativa e nos mostra: – no Polo Norte geográfico temos um polo sul magnético. – no Polo Sul geográfico temos um polo norte magnético. Na figura 2, vemos uma bússola posicionada horizontalmente, na altura da linha do equador, apontando para o Polo Norte da Terra, pois ali se encontra o polo sul magnético. Resposta: D C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 142 – 143 FÍ S IC A 1. Nas figuras que se seguem, temos um campo magnético → B de direção perpendicular a esta folha e uma partícula de carga elétrica q > 0 que está sendo lançada neste campo magnético com uma velocidade → V. Obtenha a direção e o sentido da força magnética → F. Mostram as experiências de laboratório que o campo magnético é capaz de atuar so bre uma carga elétrica em movimento, exer cen do nela uma força de campo de no minada força magnética de Lo rentz, que desvia a carga de sua tra je tória original. Se indicarmos por B → o vetor in du ção magnética que caracteriza o cam po magnético no ponto por onde es tá passando a carga elétrica q, cu ja velocidade é v→, e por o ângulo que o vetor velocidade forma com o ve tor indu ção, a força de origem mag né tica que passa a agir na carga apre sentará as seguintes ca rac te rís ticas: a) Direção: é sempre per pen dicu lar ao vetor indução B → e ao vetor velocidade v→, isto é, perpen dicular ao plano (B → , v→). Fig.1 b) Sentido: é dado pela regra da mão esquerda, para cargas po si ti vas. (Fig. 2) Fig. 2 Fig. 3 Se a carga elétrica q é negativa, o sentido da Fm → é o oposto àquele for necido pela regra da mão es quer da. Fig. 4 c) Módulo é o ângulo que o vetor v → for ma com o vetor B → . Fm = � q � . v . B . sen MÓDULO 2 Força Magnética de Lorentz C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 143 144 – FÍS IC A RESOLUÇÃO: Usando a regra da mão esquerda em cada caso, obtemos: 2. (IJSO-OLIMPÍADA DE FÍSICA-MODELO ENEM) – Quando uma partícula carregada passa através de um campo magnético, ela é defletida. Essa deflexão depende da carga e da orientação do campo magnético. O diagrama mostra uma carga positivamente carregada movendo-se no interior do campo magnético formado entre os polos de dois ímãs. Em qual sentido a carga será defletida? a) para o sentido do polo sul ao polo norte b) para o sentido do polo norte ao polo sul c) para dentro do plano do papel d) para fora do plano do papel e) não será defletida RESOLUÇÃO: 1. O campo magnético deve ser orientado do polo norte para o sul. Ver figura 1. 2. A seguir, usa-se a regra da mão esquerda. Ver figura 2. Resposta: C 3. Uma partícula de carga positiva +q é lançada num campo mag - nético uniforme → B, tal que sua velocidade vetorial → V0 seja perpendicular às linhas de indução deste campo. A força magnética que nela atua está representada, nas alternativas, por → F. Assinale a figura que melhor descreve a sua trajetória no campo. RESOLUÇÃO: 1. Usando a regra da mão esquerda, determinamos o sentido e a direção de → F. 2. Trajetória da partícula: A força magnética é perpendicular à velocidade V → 0. Então, ela exerce o papel de força centrípeta. Logo, a trajetória será um arco de circunferência tangente ao vetor velocidade V → 0 e voltado para onde está a força magnética. Resposta: C C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 144 – 145 FÍ S IC A 4. Quando uma carga elétrica negativa é lançada num campo mag - nético, a força magnética não obedece à regra da mão esquerda usada anteriormente. Temos de inverter um dos três vetores. Exemplo: observe a carga negativa no interior do campo magnético → B. Pela regra da mão esquerda, a força teria sentido para a esquerda. No entanto, devemos invertê-la. Um elétron é lançado no interior de um campo magnético → B, como mostram as figuras 1 e 2. Determine: a) na figura 1, o sentido da força magnética sobre o elétron; b) na figura 2, o sentido dos vetores → F e → B. RESOLUÇÃO: a) Na figura 1, você usa a regra da mão esquerda e inverte o sentido do vetor → F obtido. b) Na figura 2, adotamos os mesmos procedimentos usados na questão 3: aplicamos a regra da mão esquerda e invertemos o sentido da força → F obtida. 5. (PUC-RS) – Duas partículas de cargas elétricas, qA e qB, de massas iguais, são lançadas perpendicularmente às linhas de indução magnética no interior de um campo magnético → B constante no espaço e no tempo. Sabe-se que as cargas ficam sujeitas a forças magnéticas no interior desse campo. A partir das trajetórias representadas na figura, em que ⊗ → B representa o campo magnético entrando perpendicularmente ao plano da página, é possível afirmar que a natureza elétrica das cargas A e B seja, respectivamente, a) negativa e positiva. b) negativa e negativa. c) positiva e positiva. d) positiva e negativa. RESOLUÇÃO: A partícula positiva obedece à regra da mão esquerda e a negativa não a obedece, tendo sua força um sentido oposto ao da regra. Desenhamos, inicialmente, uma força centrípeta, que é a força magnética → F. Resposta: D A força → FB tem sentido oposto ao da regra, e, portanto qB < 0 Obedece à regra e é positiva sua carga elétrica qA > 0 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 145 146 – FÍS IC A 1. Dinâmica do Movimento de uma Carga Elétrica num Campo Magnético Sabemos que, quando uma car ga elétrica (q) se movimenta num cam po magnético, ela pode ficar su jei ta à ação da força magnética de Lo rentz. Essa força (Fm → ), quando exis te, é sempre perpendicular ao vetor in du - ção magnética ( B → ) e ao vetor ve lo cida - de ( v → ). Concluímos que a força mag né - tica é uma resultante cen trí pe ta (pois Fm → ⊥ v → ) e, portanto, altera a di reção do vetor velocidade v → , mas não modi - fica seu módulo. Decorre que: O movimento de uma car ga elétrica, sob a ação ex clu siva de um campo mag nético, é uni forme. 2. Movimentos Particulares de uma Carga Elétrica em Campos Magnéticos Uniformes O movimento particular que uma car ga elétrica passa a executar, quan - do penetra numa região onde rei na um campo magnético uniforme, de pende do modo pelo qual ela pe ne tra no campo. Analisaremos, a seguir, três ca sos distintos. 1.o Caso Carga elétrica lançada na mes ma direção das linhas de indução do cam - po magnético. (fig. 1) Neste caso: = 0° ou = 180°; (v → II B → ). Fig. 1 Sendo sen 0° = 0 e sen 180° = 0, da expressão do módulo da força magnética de Lorentz Fm = � q � . v . B . sen decorre que sen = 0 e concluímos: Carga elétrica lan ça da na direção das linhas de in du ção de um campo magné ti co uni for me realiza um mo vi men to retilíneo e uniforme. 2.o Caso Carga elétrica lançada per pen - dicularmente às linhas de in du ção do campo magnético uniforme. (fig. 2) Neste caso: = 90°; → v → B. Fig. 2 Sendo sen 90° = 1, resulta Fm = �q� . v . B. Esta expressão mostra que a força magnética tem intensidade constante, uma vez que q, v e B são constantes. Desse modo a carga elétrica está sob ação de uma força de intensidade cons tan te, cuja direção é perpendicular ao vetor velo - cidade ( v → ). Fm → e v → es tão sempre no mesmo plano e são perpendiculares às linhas de indu ção. Nessas con - dições, da Dinâ mi ca, concluímos que a carga elétrica rea liza movimento circular e uni for me. Uma carga elétrica lan ça da per - pendicularmente às li nhas de in - dução de um campo mag nético uniforme realiza mo vimento circu - lar e unifor me so bre uma circun fe - rência cujo pla no é perpendicular às li nhas de indução. (fig. 3 e 4) Fig. 3 Fig. 4 3. Cálculo do Raio da Circunferência Como a força magnética (Fm → ) é uma resultante centrípeta (Fcp → ), re sul - ta Fm = Fcp Fm = 0 MÓDULOS 3 e 4 Movimento de uma Partícula Eletrizada em um Campo Magnético Uniforme C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 146 – 147 FÍ S IC A m.v2 �q� . v. B = ––––– R Portanto: 4. Cálculo do Período Sendo o movimento uniforme, po - demos escrever: �s = v . �t. Numa volta completa, tem-se: �s = 2π R e �t = T Logo, 2π . R = vT m . v 2π . –––––– = v . T �q� B Observações: 1.a) Nem o período nem a fre - quên cia do movimento dependem da ve lo ci dade de lançamento. Au men - tando-se a velocidade v de lan ça men - to, aumenta o raio da circunfe rên cia descrita. A distância a ser per corrida amplia na mesma propor ção com que v foi aumentado e o pe ríodo não se altera. (fig. 5 e 6) Fig. 5 Fig. 6 2.a) O trabalho da força magné - tica é nulo, pois ela é centrípeta. 3.o Caso Carga elétrica lançada obliqua - men te às linhas de indução. (fig. 7) Fig. 7 – Carga elétrica lançada obliuqamente às linhas de indução. A análise desse movimento tor - nou-se simples quando se decompõe a ve locidade v → em duas componentes perpendiculares, uma na direção de B → e outra na direção perpendicular a B → . a) A componente na direção de B → ( v1 → ) permanece constante e, ao lon go dessa direção, a partícula des cre ve MRU (1.o caso). b) A componente perpendicular a B → ( v2 → ) , de acordo com o 2.o caso, de - termina que a partícula execute MCU. A superposição desses dois mo vi - mentos é um movimento helicoidal e uniforme. A trajetória é uma hélice de eixo paralelo às linhas de indução do campo. A hélice é descritana superfície de um cilindro cujo eixo tem a direção de → B e cujo raio é dado por: (fig. 8) R = ou R = Fig. 8 – Trajetória helicoidal. m . v R = ––––––– �q� B 2πm T = ––––––– �q� B m . v2––––––– �q� . B m . v . sen ––––––––––– �q� . B C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 147 148 – FÍS IC A MÓDULO 3 1. Uma partícula eletrizada de massa m e carga elétrica positiva q é lançada no interior de um campo magnético → B, com velocidade → V, perpendicular ao campo → B. A figura ilustra o lançamento. a) Determine módulo, direção e sentido da força magnética no ins tante do lançamento. Represente na figura o vetor F → no instante do lança - mento e indique a direção e o sentido em relação ao referencial cartesiano ao lado da figura 1. b) Esboce a trajetória da partícula. c) Calcule o raio da trajetória. RESOLUÇÃO: a) Módulo da força magnética: F = q . V . B sen = 90° ⇒ sen 90° = 1 F = q . V . B F = 2,0 . 10–6 . 3,0 . 102 . 2,0 (SI) Direção: do eixo x sentido: (–x), oposto ao eixo (x) b) A partícula realizará MCU no sentido anti-horário. A força magnética fará o papel de força centrípeta. c) F = q . V . B Fcp = � F = Fcp q . V . B = R = (m) Respostas: a) 1,2 . 10–3N b) Ver figura. c) 3,0 . 10–2 m 2. Retome a questão anterior e determine o período do MCU realizado pela partícula. Adote π ≅ 3. RESOLUÇÃO: V = Vamos fazer: Δt = T e teremos Δs = 2πR: V = T = T = F = 1,2 . 10–3 N m V2 ––––– R R = m V –––––– q B m V2 ––––– R 4,0 . 10–10 . 3,0 . 102 ––––––––––––––––––– 2,0 . 10–6 . 2,0 R = 3,0 . 10–2 m Δs ––– Δt 2πR ––––– V 2πR ––––– T 2 . 3 . 3,0 . 10–2 ––––––––––––––– 3,0 . 102 T = 6,0 . 10–4 s Note e adote: m = 4,0 . 10–10 kg q = 2,0μC V = 3,0 . 102 m/s B = 2,0 T C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 148 – 149 FÍ S IC A 3. (OBC-MODELO ENEM) – Uma partícula de massa m e carga elétrica q (q > 0) penetra com velocidade de módulo v, perpen - dicularmente a um campo magnético uniforme de intensidade B, através de um orifício O existente em um anteparo. Após um intervalo de tempo Δt, a partícula colide com o anteparo em um ponto A. Os valores de Δt e OA são, respectivamente, dados por: RESOLUÇÃO: Ao penetrar no campo magnético, a força magnética desempenha o papel de resultante centrípeta, assim: q . v . B = ⇒ R = O diâmetro OA ––– vale: OA ––– = 2R ⇒ O intervalo de tempo é dado por: Δt = = ⇒ Δt = ⇒ Resposta: D 4. (EINSTEIN-2021-MODELO ENEM) – Se uma carga elétrica puntiforme positiva se movimenta no interior de um campo magnético uniforme, fica sujeita a uma força magnética cuja direção e sentido podem ser determinados pela regra prática ilustrada na figura. Duas cargas puntiformes, qA e qB, de módulos iguais e massas mA e mB, penetram, em uma região R, com velo cidades iguais, indicadas por setas, conforme mostra a figura. Nessa região atua um campo magnético uni forme → B, perpendicular ao plano desta folha e com sentido para fora dela. A figura mostra, também, as trajetórias circu lares percorridas por essas cargas dentro da região R. Com relação aos sinais das cargas qA e qB e à relação entre suas massas, pode-se afirmar que a) qB < 0 e mA < mB b) qA < 0 e mA > mB c) qA < 0 e mA < mB d) qA > 0 e mA < mB e) qB > 0 e mA > mB RESOLUÇÃO: Utilizando a regra fornecida, conclui-se que a força magnética tem sentido para a direita, assim, a partícula B que desvia-se para este lado tem carga positiva. Por sua vez, a partícula A que não obedeceu à RME, tem carga negativa. qB > 0 e qA < 0 A força magnética atua como resutante centrípeta dos movimen - tos circulares, portanto: Fmag = Fcp �q� v b = ⇒ Da expressão deduzida percebe-se que a partícula que descreve trajetória de menor raio, terá menor massa, assim: RA < RB b ⇒ Resposta: C Δt OA a) 2π . m / q . B 2m . v / q . B b) π . m / q . B m . v / q . B c) 2π . m / B 2m . v / q d) π . m / q . B 2m . v / q . B e) 2π . m / q2 . B m . v / q . 2B Fmg = Fcp�Fmg = q . v . Bm . v2Fcp = –––––R m . v ––––– q . B m V2 ––––– R OA ––– = 2m . v –––––– q . B Δt = π m –––– q B π . m . v –––––––– v . q . B πR ––––– v Δs ––––– v mv R = ––––– �q� B mv2 –––– R mA < mB C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 149 150 – FÍS IC A MÓDULO 4 1. (MODELO ENEM) – A figura mostra a trajetória de partículas carregadas eletrica mente, lançadas, em instantes diferentes, com velocidades iniciais de mesmo módulo em uma região na qual existe um campo magnético uniforme, de direção perpendicular ao papel e de sentido emergente para o leitor. As partículas são: • nêutron, • elétron (–e), • próton (+e), • pósitron (antielétron: partícula de massa igual à do elétron, mas de carga positiva +e), • antipróton (partícula de massa igual à do próton e carga negativa –e). Assinale a alternativa que as identifica corretamente. a) 1 – elétron; 2 – próton; 3 – nêutron; 4 – antipróton; 5 – antielétron b) 1 – elétron; 2 – antipróton; 3 – nêutron; 4 próton; 5- antielétron c) 1 – antipróton; 2 – elétron; 3 – nêutron; 4 – antielétron; 5 – próton d) 1 – próton; 2 – antielétron; 3 – nêutron; 4 – antipróton; 5 – elétron e) 1 – elétron 2 – antipróton; 3 – nêutron; 4 – antielétron; 5 – próton RESOLUÇÃO: Usando-se a regra da mão esquerda, vamos obter o desvio das partículas positivas (ver figura). Porém, isso não basta. Temos de identificar os raios e associá-los às partículas mais leves ou mais pesadas. R = Todas têm cargas de mesmo módulo: e. Portanto, as partículas de maior massa terão maior raio. Concluindo: • Partícula 5 – positiva, de maior massa: próton. • Partícula 4 – positiva, de menor massa: antielétron. • Partícula 1 – negativa, de maior massa: antipróton. • Partícula 2 – negativa, de menor massa: elétron. • Partícula 3 – nêutron. Ordenando: 1. antipróton; 2. elétron; 3. nêutron; 4. antielétron; 5. próton. Resposta: C Observação: Partícula e sua antipartícula têm trajetórias simétricas, pois têm massas iguais e cargas opostas. 2. 2022 – Duas esferas idênticas carregadas com car - gas iguais em módulo, mas de sinais contrários es - tão liga das por uma haste rígida isolante na forma de hal te re. O sistema se movimenta sob ação da gravidade numa região que tem um campo magnético horizontal uniforme ( → B), da esquerda para a direita. A imagem apresenta o sistema visto de cima para baixo, no mesmo sentido da aceleração da gravidade ( → g) que atua na região. Visto de cima, o diagrama esquemático das forças mag néticas que atuam no sistema, no momento inicial em que as cargas penetram na região de campo magnético, está representado em m . V –––––– ⎥q⎥ . B C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 150 – 151 FÍ S IC A RESOLUÇÃO: A velocidade → V das esferas tem mesma orientação da aceleração da gravidade → g, ou seja, → V está orientada do leitor para dentro do plano do papel. Pela “regra da mão esquerda”, determinamos a dire ção e o sentido da força magnética → F na carga positiva: Para a carga negativa, a força magnética tem sentido oposto ao de → F, ou seja – → F. O binário de forças magnéticas no haltere fica: Resposta: A Nota: em princípio, o haltere desce girando no sentido anti-horário, devido ao binário de forças: → F e – → F. 3. (UFU-MODELO ENEM) – Uma forma de separar diferentes partículas carre gadas é acelerá-las, utilizando placas que possuem diferença de potencial elétrico U, de modo que adquiram movimento retilíneo para, em seguida, lançá-las em uma região onde atua campo magnético uniforme → B. Se o campo magnético atuar em direção perpendicular à velocidade → V das partículas, elas passam a descrever trajetórias circu lares e, dependendo de suas características, com raios de curvaturas diferentes. A figura ilustra o esquema de um possível equipamento que possui funcionamento similar ao descrito. Nesse esquema, dois tipos diferentes de partículas são aceleradasa partir do repouso do ponto A, descrevem inicialmente uma trajetória retilínea comum e, em seguida, na região do campo magnético, trajetórias circulares distintas. Considerando-se a situação descrita e representada na figura, é correto afirmar que a) ambas as partículas gastam o mesmo tempo para descrever a trajetória circular. b) ambas as partículas possuem carga elétrica negativa. c) a partícula que possui maior carga elétrica possui trajetória com maior raio de curvatura. d) a partícula que possui maior relação massa/carga possui menor raio de curvatura. e) ambas as partículas possuem carga elétrica positiva. RESOLUÇÃO: a) Errada: O tempo de percurso equivale à metade do período do movimento circular completo: Δt = = = Concluindo: o tempo de percurso depende da relação massa/carga. b) Correta: Usando-se a regra da mão esquerda, verificamos que esta foi desobedecida por ambas as partículas. Logo, ambas têm carga elétrica negativa. c) Errada: O raio de curvatura também depende da relação massa/carga, pois R = d) Errada. e) Errada. Resposta: B m�–––�q πm ––––– qB 2πm –––––– 2qB T –––– 2 m . v –––––– q . B C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 151 152 – FÍS IC A 4. (MODELO ENEM) – Num espectrógrafo de massa, partículas eletrizadas são lançadas através de um tubo seletor de velocidades para o interior de um campo magnético uniforme B → (região sombreada). As partículas passam a descrever um arco de circunferência cuja abertura é função do módulo da velocidade de lançamento. Na figura, uma partícula de carga elétrica q = + 2,0 μC, massa m = 8,0 �g, foi lançada, a partir do ponto E, em direção perpendicular às linhas do campo; descreveu um arco de 120° e deixou a região no ponto S. O campo magnético tem intensidade B = 2,0 T. Adote π = 3. O tempo de travessia da partícula, do ponto E para S, vale: a) 4,0 ps b) 1,0 μs c) 4,0 �s d) 1,0 ms e) 4,0 ms RESOLUÇÃO: Seja Δt o intervalo de tempo para a partícula percorrer o arco ES. Esse tempo corresponde a 1/3 do período T do MCU completo. Δt = � Para o MCU, temos: Δs = v . Δt ⇒ 2πR = v . T T = � � T = �Sendo R = Substituindo-se � em �, temos: Δt = Temos os seguintes dados: q = + 2,0 �C = 2,0 x 10–6 C m = 8,0 �g = 8,0 x 10–6 x 10–3 kg = 8,0 x 10–9 kg B = 2,0 T Substituindo-os na equação, obtém-se: Δt = ⇒ (unidades SI) Δt = 4,0 x 10–3 s = 4,0 ms (milissegundos) Resposta: E 5. (UNICAMP) – Julho de 2019 marcou o cinquentenário da chegada do homem à Lua com a missão Apollo 11. As caminhadas dos astronautas em solo lunar, com seus demorados saltos, são imagens emblemáticas dessa aventura humana. A espectrometria de massas é uma técnica que pode ser usada na identificação de moléculas da atmosfera e do solo lunar. A figura ao lado mostra a trajetória (no plano do papel) de uma determinada molécula ionizada (carga q = +1,6 . 10–19 C) que entra na região de campo magnético do espectrômetro, sombreada na figura, com velocidade de módulo V = 3,2 . 105 m/s. O campo magnético é uniforme e perpendicular ao plano do papel, dirigido de baixo para cima, e tem módulo B = 0,40T. Como ilustra a figura, na região de campo magnético a trajetória é circular de raio R = 36 cm, e a força centrípeta é dada pela força magnética de Lorentz, cujo módulo vale F = qVB. Qual é a massa m da molécula? RESOLUÇÃO: Devemos usar a regra da mão esquerda aplicada aos vetores V → e B → na entrada do espectômetro. Observemos que a carga da partícula é positiva, o que justifica o sentido da sua trajetória A força → F (magnética) faz o papel de resultante cen trí peta: F = q . V . B q . V . B = �Fcp = Sendo R = 36cm = 3,6 . 10 –1m q = 1,6 . 10–19C B = 0,40T = 4,0 . 10–1T V = 3,2 . 105m/s, tem-se: m = (kg) (Resposta) T –––– 3 2πR ––––– v 2πm ––––– q . Bm . v –––––– q . B 2π . m –––––– 3q . B 2 . 3 . 8,0 . 10–9 –––––––––––––––– 3 . 2,0 . 10–6 . 2,0 2π . m –––––– 3q . B m . V2 –––––– Rm . V 2 –––––– R m = R . q . B –––––––– V 3,6 . 10–1 . 1,6 . 10–19 . 4,0 . 10–1 ––––––––––––––––––––––––––– 3,2 . 105 m = 7,2 . 10–26kg C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 152 – 153 FÍ S IC A 1. Força sobre um Condutor Retilíneo Percor rido por Corrente Elé tri ca no Inte rior de um Campo Magné tico Uni for me Considere um condutor metálico re tilíneo, de com - primento (�), per cor ri do por corrente elétrica de inten si da - de constante i, colocado num cam po magnético uniforme, forman do com o vetsssor indução B → um ângulo .(fig. 1) A força magnética Fm → que surge no condutor é a resultante de um con junto de forças de Lorentz que atua sobre cada carga elétrica q cons tituinte da corrente elétrica. Fig. 1 – Força magnética resultante sobre o condutor retilíneo Nota: na fig. 1, o sentido da corrente elétrica é o con ven - cional, oposto ao movimento real dos elétrons. Tudo se passa como se fossem cargas positivas em movimen to. Seja n o número de cargas q que atravessam uma secção do condutor em um intervalo de tempo �t e estão contidas no comprimento �. Temos em cada carga q A força magnética resultante se rá Fm = n . fm Fm = n . �q� v B sen � Fm = n . �q� –––– . B sen �t n �q� Mas –––––– = i Então �t Fm = i � B sen ou Assim, a força magnética Fm → tem as seguintes carac - terísticas: Módulo Direção É perpendicular ao condutor e ao vetor indução. Sentido O sentido da força magnética é obti do pela regra da mão es quer da. O dedo indicador assume o sentido do cam - po, o médio o sentido con ven cio nal da corrente elétrica e o polegar da rá o sentido da força que age so bre o condutor. Fig. 2 – RME para uma corrente retilínea imersa no corpo magnético uniforme 2. O Princípio de Funcionamento do Motor Elétrico de Corrente Contínua Considere uma espira ACDE per corrida por corrente elétrica i e imer sa num campo magnético de indu ção → B. Ob - serve, na posição indicada na fi gu ra, as forças magnéticas que agem nos lados AC e DE. Elas giram a es pi ra no sentido indicado, em tor no do eixo r.(fig. 3) Fig. 3 – Princípio do motor elétrico Para garantir uma rotação con tínua, o motor é do ta do de um co mutador, que é um anel metálico di vidido em dois setores. Após o ins tan te em que a espira fica disposta paralelamente às faces dos ímãs, inver tem-se os sentidos das corren tes nos lados AC e DE. A potência do motor pode ser au mentada, utilizan - do-se de várias espi ras, ligadas em série. As espiras são montadas sobre um cilindro, consti tuin do o rotor. fm = �q� v B sen Fm = Bi� sen Fm = B . i . � sen MÓDULO 5 Força Magnética em Condutor Retilíneo C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 153 154 – FÍS IC A 1. Nas figuras a seguir temos um condutor retilíneo imerso no interior de um campo magnético e percorrido por corrente elétrica. São três situações distintas. Determine a direção e o sentido das forças magnéticas que neles agem. RESOLUÇÃO: Utilize a regra da mão esquerda para a corrente elétrica. Na figura 3, a força magnética é nula, pois seu módulo é dado por F = B.i.L. sen 0° = 0 2. (VUNESP-HUMANITAS-MODELO ENEM-Adaptado) – A fi gura representa um pedaço de fio retilíneo de comprimento L = 10mm que conduz uma corrente elétrica de intensidade i = 4,0 A na direção e no sentido do eixo x. Esse fio está imerso em um campo magnético uniforme de intensidade 0,040 T, representado na figura pelo vetor → B, na direção e sentido do eixo z. Sabendo-se que o campo magnético está contido no plano xy e que o fio também está contido no plano xy e sobre o eixo x, então a força magnética que atua no fio condutor terá módulo F, com direção e sentido representados numa das figuras a seguir: RESOLUÇÃO: F = B . i . L . sen O vetor F → deve ser representado perpendicularmente ao fio e perpendicularmente ao vetor de campo magnético B → . O sentido da força é obtido pela regra da mão esquerda, ou seja: oposto ao do eixo y. Sendo: B = 0,040T = 4,0 . 10–2T i =4,0A L = 10 mm = 10 . 10–3m = 1,0 . 10–2m sen = sen 90° = 1 Temos: F = (4,0 . 10–2) . 4,0 . (1,0 . 10–2) . 1/2 (unid. SI) sentido: –y Resposta: E F = 16 . 10–4N C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 154 – 155 FÍ S IC A 3. (UNIFESP) – A figura representa uma balança eletro mag nética utilizada para determinar a massa M do objeto preso a ela. Essa balança é constituída por um gerador ideal cuja tensão U pode ser ajustada por um resistor ôhmico de resistência R = 40 Ω e por uma barra condutora AC, de massa e resistência elétrica desprezíveis, conectada ao gerador por fios ideais. A barra AC mede 50 cm e está totalmente imersa em um campo magnético uniforme de intensidade B = 1,6 T, perpendicular à barra e ao plano desta folha e apontado para dentro dela. O objeto, cuja massa pretende-se determinar, está preso por um fio isolante e de massa desprezível no centro da barra AC. Adotando-se g = 10 m/s2 e considerando-se que, para manter o objeto preso à balança em repouso, sem tracionar os dois fios AD e CE, será necessário ajustar a tensão do gerador para U = 200 V, calcule, quando a balança estiver em funcionamento, a) a diferença de potencial, em V, nos terminais do resistor de 40 Ω e a potência dissipada por ele, em W. b) a intensidade da corrente elétrica, em ampères, que atravessa a barra AC e a massa M, em kg, do objeto preso a balança. RESOLUÇÃO: a) Como não há resistência elétrica na barra AC, a diferença de potencial no resistor R é igual à do gerador ideal: A potência dissipada em R é: P = ⇒ P = (W) ⇒ b) U = R . i i = ⇒ i = (A) ⇒ Equilíbrio da balança: Nota: as trações nos fios são nulas. Fmag = P B . i . L = M . g M = ⇒ M = (kg) ⇒ Respostas: a) U = 200V e P = 1,0 . 103W b) i = 5,0 A e M = 0,40kg 4. (EFOMM-MODELO ENEM) – Um tenente da EFOMM construiu um dispositivo para o laboratório de Física da instituição. O dispositivo é mos - trado na figura a seguir. Podemos observar que uma barra metálica, de 5,0m de comprimento e 30kg, está suspensa por duas molas condu toras de peso desprezível, de constante elástica 500N/m e presas ao teto. A barra está imersa num campo magnético uniforme de intensidade 8,0T. Determine a intensidade e o sentido da corrente elétrica que se deve passar pela barra para que as molas sofram uma elongação de 100mm cada uma delas. a) 2,5A, esquerda. b) 2,5A, direita. c) 5,0A, esquerda. d) 5,0A, direita. e) 10,0A, direita. RESOLUÇÃO: 1) FE = k . x = 500 . (100 . 10 –3) (unidades SI) 2) Equilíbrio da barra AC Fmag + 2FE = P ⇒ Fmag + 2 . 50 = 300 ⇒ Fmag = B. i. L Temos: B = 8,0T ⇒ L = 5,0m ⇒ 200 = 8,0 . i . 5,0 ⇒ Usando a regra da mão esquerda, determinamos o sentido da corrente em AC. Logo: A corrente deverá percorrer a barra da esquerda para a direita, tendo intensidade i = 5,0A. Resposta: D U = 200 V P = 1,0 , 103W (200)2 –––––– 40 U2 ––– R i = 5,0 A 200 ––– 40 U ––– R M = 0,40 kg 1,6 . 5,0 . 0,50 –––––––––––––– 10,0 B . i . L –––––––– g Note e adote: Módulo da força elástica: FE = k . x k = constante elástica da mola x = elongação da mola FE = 50N Fmag = 200N i = 5,0A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 155 156 – FÍS IC A MÓDULO 6 Campo Magnético Gerado por Condutor Retilíneo 1. Campo eletromagético No início do século XIX, os físicos já tinham algum conhecimento do campo elétrico e do magnético. Muitos fenômenos foram observados, mostrando uma relação entre eletricidade e magnetismo. Contava-se que era comum, nas caravelas, durante uma tempestade elétrica (muitos raios), a bússola ficar desmagnetizada totalmente. Contava-se também que existiram casos em que a polaridade fora invertida (polo norte trocou com o polo sul). Em resumo, os físicos não tinham mais dúvidas de que havia uma relação entre a eletricidade e o magnetismo. Mas até então, nenhum experimento comprobatório fora elaborado. 2. A descoberta de Oersted Conta a história que, certo dia, Hans Christian Oersted dava uma palestra sobre circuitos elétricos, e sobre a mesa onde se montara um experimento, um dos alunos esquecera a sua bússola. Ao ligar a chave alimentando o circuito, Oersted percebeu que a agulha da bússola se movimentava. Isso deu a Oersted a segurança de afirmar que geralmente eletricidade e magnetismo se interagem. Para comprovar esse casamento, em 1820, Oersted montou a aparelhagem que se mostra nas figuras 1, 2 e 3. Inicialmente, ele alinha a bússola com o campo magnético da Terra. 1 - Num primeiro experimento o fio de corrente é disposto perpendicularmente à linha N-S da agulha. Ao ligar a corrente elétrica, nada ocorreu. A agulha não se mexeu. Parecia que o experimento iria fracassar. 2 - Num segundo experimento ele coloca o fio na mesma direção da agulha da bússola (fig 1). Liga a corrente elétrica no fio e:... sucesso total. A agulha gira quase 90˚ (fig 2). 3 - Num terceiro experimento, ainda com o fio ortogonal à agulha, ele inverte o sentido da corrente elétrica e a bússola gira, novamente, 90˚, mas em sentido oposto ao anterior (fig 3) Fig. 1 - A bússola inicialmente foi alinhada na direção norte sul do campo magnético da Terra. O sistema de sustentação, os dois suportes e o fio, foram alinhados, ainda sem a corrente, paralelamente à agulha magnética. Fig. 2 - A corrente elétrica foi ativada e está percorrendo o fio de 1 para 2. Observe o desvio da agulha magnética. Girou no sentido anti-horário. Fig. 3 - A corrente elétrica foi invertida e está percorrendo o fio de 2 para 1. Observe o desvio da agulha magnética. Girou no sentido horário. Oersted ficou perplexo ao ver o resultado do seu experimento. Deste modo estava consolidada a sua descoberta do campo eletromagnético. Uma corrente elétrica passando num fio gera um campo eletromagnético em seu entorno (fig 4) Fig. 4 - O campo magnético gerado pela corrente elétrica (i), que atravessa o fio condutor de 1 para 2, tem suas linhas circulares e estão na região em torno deste fio. O formato do condutor, seja ele um fio reto ou mesmo um fio circular, não impede o aparecimento do campo eletromagnético nas suas proximidades A descoberta de Oersted deu um primeiro passo para se inventarem diversos aparelhos do nosso mundo atual. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 156 – 157 FÍ S IC A Citemos alguns 1 - A campainha do sinal da escola. 2 - Os motores elétricos (projetados por Faraday) 2.1 - Incluem-se ai: o motor do seu liquidificador, o motor da ventoinha do seu secador de cabelos. O motor da furadeira elétrica. 2.2 - Os motores de carros elétricos. Enfim, qualquer motor que necessite de energia elétrica. 2.3 - Sabe aquele motor da porta da garagem do prédio? Ele é elétrico e funciona do mesmo modo que este sistema. 3 - O transformador. 3. Estudos do Campo Magnético Gerado por uma Corrente Retilínea Vamos caracterizar o vetor in du ção magnética em cada ponto do cam po magnético gerado por uma corren- te retilínea. O vetor indução magnética B → no ponto P, que está a uma distância d do condutor, tem as seguintes carac te rísticas: Direção É perpendicular ao plano defi ni do por P e pelo condutor. Fig. 5 Sentido É dado pela regra da mão di rei ta. Dispõe-se o polegar da mão di rei ta no sentido da corrente. Os de mais dedos indicam o sentido do ve tor indução magnética B → . Fig. 6 Na figura a seguir, representa mos o vetor B → no ponto P, visto pelo obser vador O. Note que o vetor B → é tan gente à linha de indução que passa por P, conforme já foi visto. Fig. 7 Módulo Constata-se experimentalmente que o módulo do vetor indução mag-nética B → depende da intensidade da cor rente i no condutor, da distância d do ponto P ao condutor e do meio que o envolve. O meio é carac te ri za - do magneticamente por uma gran de za física escalar denominada per mea bilidade magnética do meio (�). Para o vácuo, essa grandeza tem valor A expressão que relaciona as ci ta das grandezas é (Lei de Biot-Savart) As linhas de induçãosão cir cun fe rên cias concêntricas com o con du tor e pertencem a planos per pen di cu la res ao condutor. (Fig. 8) Fig. 8 T . m �0 = 4π . 10 –7 –––––– A � . i B = –––––– 2π d C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 157 158 – FÍS IC A 1. Nas figuras abaixo representam-se um fio retilíneo, de comprimento infinito, sendo percorrido por uma corrente eletrica de intensidade i. Próximo ao fio, encontram-se alguns pontos geométricos numerados de 1 a 8. Analise as figuras a, b e c e represente, em cada um dos oito pontos geométricos, o vetor indução → B do campo magnético gerado pelo respec - tivo fio retilineo. RESOLUÇÃO: Aplicando-se a regra da mão direita em cada um dos fios temos as configurações abaixo. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 158 – 159 FÍ S IC A 2. (MODELO ENEM) – Em 1851, realizando um experimento de labo - ratório, Christian Oersted descobriu que correntes elétricas geravam em torno dos fios elétricos um campo magnético. Conta a história que o cientista estava no seu laboratório realizando um experimento elemen - tar com um circuito de lâmpadas quando notou que a agulha de uma bússola, deixada ocasionalmente sobre a mesa, oscilava toda vez que ele ligava ou desligava a chave do circuito. Nasceu-lhe imediatamente a ideia de pesquisar a causa desta interação. Um experimento, para comprovar a descoberta de Oersted, pode ser montado, como se mostra na figura a seguir: faz-se um orifício no tampo de uma mesa horizontal e passa-se por ele um fio retilíneo esticado na direção vertical. Ao redor do fio, no tampo da mesa colocam-se bússolas com a intenção de se detectar o aparecimento de um campo magnético. Nas posições (1) e (2) foram colocadas duas bússolas as quais serão observadas de cima para baixo pelo operador. Ao se ligar a corrente elétrica, no sentido indicado, as bússolas terão suas agulhas orientadas tal como se indica na alternativa: RESOLUÇÃO: Colocamos a mão direita no fio, com o polegar indicando o sentido da corrente elétrica. Assim, obtemos o sentido do campo magné - tico, representado pela linha de indução circular orientada. A agulha magnética se posiciona na direção e sentido do vetor in - dução magnética → B. Desse modo, concluímos que as agulhas das bússolas (1) e (2) ficarão posicionadas como se indica na alternativa a. Resposta: A Note e adote: A metade da agulha pintada de laranja representa o polo norte e a azul, o polo sul. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 159 160 – FÍS IC A 3. Um fio retilíneo e longo é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade 5,0A. Um ponto P encontra-se a uma distância de 25cm desse fio. A figura ilustra a posição de P em relação ao fio, bem como o sentido da corrente elétrica. a) Sendo conhecida a permeabilidade magnética do meio, μ0 = 4π . 10 –7 T . m/A, determine o módulo do vetor indução magnética em P. b) Determine a direção e o sentido do vetor indução magnética em P. RESOLUÇÃO: a) O módulo do campo é dado por: B = Temos: i = 5,0A d = 25cm = 25 . 10–2m B = (unidades SI) = 40 . 10–7 T b) Usando a regra da mão direita, aplicada sobre a corrente elétrica do fio, verificamos que: 1.o) direção do vetor indução em P: perpendicular ao p|ano da folha. 2.o) sentido do campo: saindo da folha para o leitor (ver figura a seguir) 4. Consideremos um fio retilíneo de compri men to infinito sendo percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i. Consideremos ainda um ponto P1 a uma distância r do fio. Seja B, o módulo desse campo magnético em P1. Dobramos a intensidade da corrente e quadruplicamos a distância para um ponto P2. Seja B2 o módulo do novo campo magnético em P2. A relação vale: a) b) c) 1 d) 2 e) 4 RESOLUÇÃO: 1) Para a situação da figura 1: B1 = � 2) Para a situação da figura 2: B2 = = � De � e �, concluímos que: Logo = Resposta: B B2 –––– B1 1 ––– 2 1 ––– 4 µ . i ––––– 2πr µ . i ––––– 4πr µ . 2i –––––– 2π(4r) 1 ––– 2 B2 –––– B1 �0 . i––––– 2πd 4π . 10–7 . 5,0 –––––––––––– 2π . 25 . 10–2 B = 4,0 . 10–6 T C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 160 – 161 FÍ S IC A 5. (OBF) – Três condutores muito longos são dispostos segundo um triângulo equilátero ABC de lado L = 2,0 ��3 m e não se tocam, conforme indica a figura abaixo. Os condutores são percorridos por correntes elétricas de mesma intensidade i = 3,0A. É dada a permeabilidade magnética do meio μ0 = 4π . 10 –7 T . m/A. A intensidade do vetor campo magnético resultante no ponto G, encontro das alturas, é igual a: a) 1,8 . 10–6 T b) 1,2 . 10–6 T c) 4,0 . ��3 . 10–7 T d) 4,0 . 10–7 T e) zero Lembrete: • Altura h do triângulo equilátero: h = L . ��3 / 2 • Distância AG = 2h/3 • Intensidade do campo magnético criado por um condutor reto muito longo, percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i, num ponto situado a uma distância d do condutor: RESOLUÇÃO: Usando a regra da mão direita em cada fio, concluímos que cada corrente elétrica gera no baricentro G um campo magnético per - pendicular ao plano da página e de sentido saindo do papel para o leitor. Sejam → B1, → B2 e → B3 os três vetores em G. → Bres = → B1 + → B2 + → B3 Como as distâncias de G ao três fios é a mesma (d) e as três cor - rentes são de mesma intensidade: → B1 = → B2 = → B3 = → B d = GM = GN = GP = h/3 e ainda: → Bres = 3 → B (módulo, direção e sentido) Temos: d = = = d = m ⇒ B = = (un. SI) B = 6,0 . 10–7 T Bres = 3B = 3 . 6,0 . 10 –7T Resposta: A B = μ0 . i /2πd h ––– 3 (L . ��3/2) –––––––––– 3 L ��3 –––––– 6 2,0��3 . ��3 ––––––––––– 6 d = 1,0m �0 . i –––––– 2 π d 4π . 10–7 . 3,0 ––––––––––––– 2π . 1,0 Bres = 1,8 . 10 –6 T C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 161 162 – FÍS IC A 1. Campo Magnético no Centro de Uma Espira Circular Vejamos as características do ve - tor indução magnética, no cen tro da espira. (Fig. 1) Direção É perpendicular ao plano da es - pira. Fig. 1. Sentido É dado pela regra da mão di rei - ta. Fig. 2. Módulo É dado pela equação em que � = permeabilidade magnética do meio interno à espira. i = intensidade da corrente. R = raio da espira. Considerando n espiras jus ta pos - tas, temos a chamada bobina cha ta. O campo magnético no centro da bobina tem módulo 2. Campo Magnético no Interior de um Solenoide Retilíneo (Bobina Longa) Chama-se solenoide ou bo bi na longa a um con du tor enrolado em hélice cilíndrica. (Fig. 3) Fig. 3. Ao ser percorrido por corrente elé - trica, o solenoide gera um campo mag nético. Dentro do solenoide, as li - nhas de indução são praticamente re - tas paralelas. Externamente, o cam po magnético é semelhante ao pro du zi do por um ímã em forma de bar ra. (Fig. 4) Fig. 4. Quanto mais longo o solenoide, mais fraco torna-se o campo externo e mais uniforme torna-se o campo interno. Por extensão, denominaremos por solenoide ideal aquele de com pri - mento infinito e cujo campo inter no é perfeitamente uniforme. No so le noide ideal, não existe campo externo. Forneceremos, a seguir, as ca rac - terísticas do vetor indução mag né tica em qualquer ponto do interior de um solenoide ideal. Direção É a mesma do eixo do solenoide reto ou sempre perpendicular ao plano das espiras dele. Sentido É dado pela regra da mão di rei - ta. Fig. 5. Envolva o solenoide com a mão di - reita, de modo que a ponta dos de dos indique o sentido da corrente e o po - legar indique o sentido de B → . (Fig. 5) Módulo É dado pela equação em que � = permeabilidade do material no interior do solenoide. i = intensidade da corrente. n = número de espiras contidas no comprimento � do so le - noide. � . i B = –––––– 2R �i B = n . ––––– 2R n B = � . –––– . i � MÓDULO 7 Campo de Espira e Solenoide C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 162 – 163 FÍ S IC A Fig. 6. 3. Polos de uma Espirae de um Solenoide No desenho das linhas de in du ção do campo magnético produzido por uma espira, notamos que as li nhas de indução entram por uma fa ce e saem pela outra. Por analogia com os ímãs, podemos atribuir a uma es pira dois polos. (Figs. 7 e 8). Isto é Fig. 7. Fig. 8. Quando a corrente for vista no sen - tido horário, trata-se de um polo sul; quando for vista no sen ti do anti-ho - rário, trata-se de um polo norte. Note que também um solenoide tem dois polos. Fig. 9 Qualquer que seja o elemento (ímã, espira, solenoide), a expe riên cia mos tra que polos de mesmo no me repelem-se e de nomes con trários atraem-se. 4. Forças entre Condutores Paralelos Percorridos por Corrente Elétrica 1.o caso: Correntes de mesmo sentido Fig. 10 O condutor (1) fica sujeito ao campo produzido pelo condutor (2) e vice-versa. a) Calculemos a força → F1, que age sobre o condutor (1), ao longo de um certo comprimento �. O campo → B2 gerado pelo con dutor (2) na posição onde se encon tra (1) será em que � é a permeabilidade mag né - tica do meio onde estão os condu - tores e d a distância entre eles. A força terá então a seguinte in - tensidade: Sendo = 90° ângulo entre o condutor (1) e o campo → B2, vem b) Calculemos a força → F2 que age sobre o condutor (2) ao longo de um certo comprimento �. O campo → B1 gerado pelo con du tor (1) na posição onde se encontra (2) será e então → F2 terá a seguinte intensi dade: ou Observe que F1 = F2. 2.o caso: Correntes de sentidos opostos Fazendo o mesmo estudo para correntes com sentidos opostos, no - ta remos apenas que haverá repul são ao invés de atração. Fig. 11 Resumindo Nota As mesmas conclusões são vá - lidas para correntes em espiras cir - culares. � i2 B2 = ––––––– 2 π d F1 = B2 . i1 . � . sen � i2 B2 = ––––––– 2 π d � i2 . i1 . � F1 = –––––––––––– 2 π d � i1 B1 = ––––––– 2 π d F2 = B1 . i2 . � . sen � i1 . i2 . � F2 = –––––––––––– 2 π d Correntes de mesmo sentido se atraem. Correntes de sentidos opos tos se repelem. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 163 164 – FÍS IC A 1. As figuras mostram um mesmo anel sendo percorrido por uma corrente elétrica, ora no sentido horário, ora no anti-horário. O raio do anel é 3,14cm e a intensidade da corrente é 10,0A. Determine a) o módulo do campo magnético no centro do anel. Adote µ0 = 4π . 10 –7 unidades SI; b) o sentido do campo magnético em cada figura; c) a polaridade magnética observada em cada figura. RESOLUÇÃO: a) O módulo do campo no centro do anel é dado por: B = ⇒ B = (T) b) Usando a regra da mão direita nas figuras 1 e 2, verificamos que os sentidos do campo são, respectivamente: entrando e saindo da figura. c) Na figura 1 o sentido da corrente é horário e a face mostrada da espira é sul. Na figura 2 o sentido da corrente é anti-horário e a face da espira é norte. 2. (MODELO ENEM) – Uma espira é percorrida por corrente elé trica no sentido anti-horário para um observador 1. No entanto, um outro observador a vê pela face oposta. Relativamente ao sentido da corrente elétrica que circula na espira e ao polo magnético que esta gera, sob o ponto de vista deste segundo observador, po de-se afirmar que eles são, respectivamente: a) horário e o polo é sul. b) horário e o polo é norte. c) anti-horário e o polo é sul. d) anti-horário e o polo é norte. e) horário e não há polarização magnética. RESOLUÇÃO: O observador 1 identificou o sentido anti-horário da corrente, então o obser vador 2, que a vê pela face oposta, identificará o sentido ho rário. Usando a regra da mão direita na espira, identificamos o sentido do fluxo magnético do campo gerado pela corrente elétrica que nela circula. Para o observador 2, o campo magnético está penetrando na es - pira. Por analogia ao ímã, trata-se de um polo sul. Resposta: A μ0 . i –––––– 2R 4π . 10–7 . 10,0 –––––––––––––– 2 . 3,14 . 10–2 B = 2,0 . 10–4 T C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 164 – 165 FÍ S IC A 3. (FUVEST-MODELO ENEM) – Um anel metálico foi encaixado na superfície externa de um canudo cilíndrico de cartolina, como mostra a figura a seguir. Dois ímãs foram colocados ao lado do canudo, um de cada lado. Surge, então, uma força magnética de atração entre eles, mas de baixa intensidade. Faz-se passar uma corrente elétrica pelo anel metálico. Devido à sua elevada intensidade, ela gerou um “forte” campo magnético no interior do tubo de cartolina. O que ocorreu com os dois imãs? a) Foram atraídos para o interior do tubo. b) Foram repelidos, afastando-se do tubo. c) O ímã 1 foi atraído para o interior do tubo, mas o ímã 2 foi repelido. d) O ímã 2 foi atraído para o interior do tubo, mas o ímã 1 foi repelido. e) Nenhum dos dois ímãs sofreram qualquer influência do campo magnético do tubo. RESOLUÇÃO: Pelo enunciado proposto, é irrelevante a atração entre os dois ímãs, em comparação com a ação do campo magnético gerado pela corrente elétrica do anel. Então, analisemos apenas a ação do campo magnético do anel sobre os dois imãs. 1) A corrente elétrica que circula no anel é vista pelo ímã 1 no sentido horário, ou seja, o anel está polarizado magneticamente como um polo sul. Assim, o polo sul do ímã 1 foi repelido. 2) Por outro lado, o ímã 2 “observa” à corrente do anel no sentido an ti-horário; ou seja, para ele, o anel comporta-se como um polo norte. Então, haverá também uma repulsão entre o norte do anel e o polo norte do ímã 2. Assim o ímã 2 também foi repe - lido. Concluindo: Os dois ímãs foram afastados pela corrente elétrica do anel, devido ao forte campo magnético por ela gerado. Resposta B 4. (UEL) – Com o objetivo de estudar a estrutura da matéria, foi proje - tado e construído no CERN (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares) um grande acelerador (LHC) para fazer colidir dois feixes de prótons, ou íons pesados. Nele, por meio de um conjunto de ímãs, os feixes de prótons são mantidos em órbita circular, com velocidades muito próximas à velocidade da luz no vácuo. Os feixes percorrem longos tubos, que juntos formam um anel de 27km de perímetro, onde é feito vácuo. Um desses feixes contém N = 1,0 . 1014 prótons distri buídos uniformemente ao longo dos tubos. Os prótons são mantidos nas órbitas circulares por horas, estabelecendo, dessa forma, uma corrente elétrica no anel. a) Calcule a intensidade da corrente elétrica i, considerando-se o tubo uma espira circular de corrente. b) Calcule a intensidade do campo magnético gerado por essa corrente no centro do eixo de simetria do anel do acelerador LHC. Apresente os cálculos realizados na resolução dos itens. RESOLUÇÃO: a) Tempo de 1 volta: �s = c . �t L = c . T ⇒ T = T = ⇒ Intensidade da corrente elétrica do anel de prótons i = ⇒ i = i = (SI) i = 0,32A ou Note e adote π = 3 μ = 4π . 10–7 . T . m/A 12 . 10–7 T . m/A e = 1,6 . 10–19C Raio do anel de prótons R = = (m) = 4,5 . 103m L ––– 2π 27 . 103 –––––––– 2 . 3 L ––– c 27 . 103 m –––––––––––– 3,0 . 108 m/s T = 9,0 . 10–5 s ΔQ ––– Δt +Ne –––– T 1,8 . 1014 . 1,6 . 10–19 –––––––––––––––––––– 9,0 . 10–5 i = 3,2 . 10–1A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 165 166 – FÍS IC A b) Módulo do campo magnético no centro do anel: B = = Respostas: a) i = 3,2 . 10–1A b) B 4,3 . 10–11T 5. (MODELO ENEM) – Considere um longo solenoide ideal com - posto por 1,0 . 104 espiras por metro, percorrido por uma corrente con - tínua de intensidade 2,0 . 10–1A. É dada a permeabilidade magnética do meio: � = 4π . 10–7 T . m/A. O campo magnético nas proximidades do eixo central do solenoide tem as linhas de indução: a) Paralelas ao eixo central, orientadas para a esquerda da figura; sendo que o módulo do campo vale: B = 2,0π . 10–4 T. b) Paralelas ao eixo central, orientadas para a esquerda da figura; sendo que o módulo do campo vale: B = 8,0π . 10–4 T. c) Paralelas ao eixo central orientadas para a direita da figura;sendo que o módulo do campo vale: B = 8,0π . 10–4 T. d) Helicoidais em torno do eixo e o módulo do campo vale: B = 8,0π . 10–8 T. e) Helicoidais em torno do eixo e o módulo do campo vale: B = 2,0π . 10–5 T. RESOLUÇÃO: Vamos aproveitar esta questão para indicar as polaridades mag - néticas no solenoide (bobina). Polo N (norte) onde “nasce” o campo mag nético; polo S (sul), onde “morre”. É dado: = 1,0 . 104 espiras/m O módulo do campo é: B = 4π . 10–7 . 2,0 . 10–1 . 1,0 . 104 (unidades SI) Resultando: Usando-se a regra da mão direita sobre a corrente elétrica do so - lenoi de, constatamos que as linhas de indução são paralelas ao eixo e orientadas da direita para a esquerda da figura. Resposta: B μ . i ––––– 2R 12 . 10–7 . 3,2 . 10–1 ––––––––––––––––––– 2 . 4,5 . 103 B 4,3 . 10–11T n ––– L B = 8,0π . 10–4 T Note e adote: O módulo do campo magnético sobre o seu eixo central é dado pela equação: B = O termo n/L é denominado densidade linear de espiras do sole - noide e no caso, temos: = 1,0 . 104 espiras/m μ . i . n ––––––– L n ––– L C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 166 – 167 FÍ S IC A 1. (MODELO ENEM) – Dois fios longos, dispostos em posição ver - tical, paralelos ao eixo de referência z, são percorridos por correntes elé tricas de mesma intensidade e de sentidos opostos, como se indica na figura. Uma pessoa observa, ao alto, uma bussola disposta horizontalmente, deitada no plano xy. Considere que, devido à elevada intensidade das duas correntes elé - tricas, a ação do campo magnético da Terra torna-se desprezível. Esse observador verá a agulha da bússola em posição horizontal, a) na direção do eixo y e sentido oposto ao mesmo. b) na direção do eixo x e sentido oposto ao mesmo. c) na direção e sentido do eixo y. d) na direção e sentido do eixo x. e) numa direção entre os eixos x e y (bissetriz). RESOLUÇÃO: Determinação do módulo do campo magnético resultante na linha tracejada (reta mediatriz coplanar com os dois fios): vamos usar a re gra da mão direita para cada uma das correntes elétricas e assim determinar os campos → B1 e → B2 (veja a figura seguinte). Como os dois campos gerados, pelas corren tes do fio 1 e do fio 2, respectivamente, → B1 e → B2, têm, na linha média, o mesmo sentido, seu módulo é: BM = B1 + B2 (valor máximo) Desse modo, podemos concluir que o campo resultante tem o seu sentido pene tran do no plano do papel. Ou seja: a agulha permanece no plano horizontal xy, tem a direção do eixo y e sentido oposto ao mesmo. Observação: como os dois fios têm correntes elétricas de sentidos opostos, há uma força de repulsão entre eles. Resposta: A 2. Dois condutores retilíneos, de comprimento infinito, alinhados em paralelo percorridos por correntes elétricas, po dem sofrer atração ou repulsão, devido à interação entre essas corren tes. Analisando-se um trecho de uma rede elétrica de corrente contí nua, constituída por apenas dois fios paralelos, percorridos por correntes de mesma intensidade, podemos constatar que: a) os fios se atraem se as correntes elétricas tiverem sentidos opostos. b) os fios se repelem se as corrente elétricas tiverem o mesmo sentido. c) os fios se atraem se as correntes elétricas tiverem o mesmo sentido. d) os fios se atraem, quaisquer que sejam os sentidos das correntes. e) os fios se repelem, quaisquer que sejam os sentidos das correntes. MÓDULO 8 Aplicações de Condutor Retilíneo e Fios Paralelos C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 167 168 – FÍS IC A RESOLUÇÃO: Sejam os vetores: → B1 vetor indução do campo magnético gerado pela corrente elétrica do fio 1 sobre o seu par, o fio 2. Analogamente se definem os vetores → B2, → B3 e → B4. + → F1 e – → F1: forças magnéticas no par de fios da figura 1. + → F2 e – → F2: forças magnéticas no par de fios da figura 2. Temos então as seguintes configurações: Concluindo: Na figura 1 as correntes elétricas têm o mesmo sentido e a força magnética é de atração. Na figura 2 as correntes elétricas têm sentidos opostos e a força magnética é de repulsão. Resposta: C Observação: A rigor , as forças magnéticas não atuam no par de fios, mas sim entre as correntes elétricas que nele circulam. 3. (ALBERT EINSTEIN-MODIFICADA) – Dois fios condutores retos, muito compridos, paralelos e muito próximos entre si, são percorridos por correntes elétricas constantes, de sentidos opostos e de intensi - dades 2,0A e 6,0A, conforme esquematizado na figura. Considerando-se apenas um trecho dos fios, de comprimento L, como se indica na figura, a razão entre os módulos (F1/F2) das respectivas forças magnéticas sobre as correntes dos fios 1 e 2, bem como o tipo de interação (atração ou repulsão), são, respectivamente: a) 1; força repulsiva. b) 3; força repulsiva. c) 1; força atrativa. d) 1/3; força repulsiva. e) 3; força atrativa. RESOLUÇÃO Como as correntes elétricas tem sentidos opostos as forças magnéticas, em cada fio, são repulsivas. As regras da mão direita e esquerda mostram a repulsão entre → F12 e → F21. → B1: campo magnético gerado por i1 sobre o fio 2. → B2: campo magnético gerado por i2 sobre o fio 1. → F12: força magnética sobre a corrente i2, devido ao campo → B1. → F21: força magnética sobre a corrente i1, devido ao campo → B2. Observações: As forças magnéticas ocorrem devido as correntes e seus respectivos campos. Portanto, não são ações entre fios, mas entre correntes elétricas. Os módulos das forças são dados por: F1,2 = B1 . i2 . L = F2,1 = B2 . i1 . L = logo F12 = F21 razão = 1 Resposta: A µ . i1 . i2 . L –––––––––––– 2 π d µ . i2 . i1 . L –––––––––– 2 π d F12�––––� F21 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 168 – 169 FÍ S IC A 4. (MODELO ENEM) – Numa bobina chata o campo magnético é gerado pela superpo sição dos campos parciais de cada uma das espirais, pois estas ficam “coladas” umas às outras. Então, o módulo do campo magnético resul tante é dado por: em que N é o número de espiras. Considere que a bobina tenha 500 espiras superpostas, com diâmetro 20,0 cm e a corrente i determina, em seu núcleo um campo magnético de módulo 3,0 × 10–1 T. Então, a intensidade de corrente que circula na bobina chata é: a) 10,0A b) 25,0A c) 50,0A d) 100A e) 1,0kA Adote π = 3 e μ0 = 4π . 10 –7 T . m/A RESOLUÇÃO: B = N ⇒ N . μ0 . i = 2R . B i = i = (un. SI) Resposta: D 5. Retome a figura do exercício anterior e identifique o polo N (norte) e o polo S (sul) da bobina. RESOLUÇÃO: Basta usar a regra da mão direita sobre a bobina enrolada no nú - cleo do carretel. A = polo norte B = polo sul B = N μ0 . i ––––– 2R μ0 . i––––– 2R 2R . B –––––– N . μ0 20,0 . 10–2 . 3,0 . 10–1 –––––––––––––––––––– 500 . 4 . 3 . 10–7 i = 100A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 169 170 – FÍS IC A 1. A Indução eletromagnética Uma importantíssima contribuição para o eletromagnetismo foi a descoberta de Michael Faraday, no final do século XIX, da indução eletromagnética, que em resumo, é um processo de se produzir a eletricidade sem o uso de baterias químicas. A indução eletromagnética está fundamentada no princípio da conservação da energia (PCE) . É um processo em que se converte energia cinética em Energia elétrica. A ideia de Faraday nasceu da descoberta de Oersted, quando este gerou um campo magnético a partir de uma corrente elétrica (veja o módulo 6). Então Faraday pensou: seria possível fazer o inverso? Gerar uma corrente elétrica usando um campo magnético? Experimentalmente, sem nenhuma equação matemática, apenas obedecendo ao P.C.E. e a sua intuição, Faraday montou o dispositivo abaixo, que passaremos a descrevê-lo. Inicialmente, ele percebeu que a produção de energia elétrica somente seria possível com um fluxo de campo magnético variável, o qual seria chamado de fluxo indutor. Para ter o fluxo indutor variável, ele usou um ímã, o qual deveria ser movimentadodiante de uma bobina (fig. 1) e (fig. 2). Fig. 1 – A bobina é um fio condutor esmaltado enrolado em um núcleo de ferro Fig. 2 – Montagem do experimento de Faraday Descrição do experimento: Ao movimentar o ímã, para frente e para trás, ele induziu na bobina um fluxo magnético variável (aumentando e diminuindo) . Esse fluxo variável gerou então a energia elétrica que se manifestou na bobina na forma de corrente elétrica e acendeu a lâmpada. Faraday conseguiu assim gerar energia elétrica somente com a transformação de energia cinética e de um campo magnético, sem o uso de nenhuma bateria química. Ele percebeu que a palavra chave para o experimento funcionar seria “campo variável”. Foi a maneira de se injetar no sistema uma outra forma de energia, para ser convertida em energia elétrica e obedecer ao PCE. Michael Faraday não tinha formação matemática, mas tinha uma intuição física invejável. Tinha noção do PCE, mas não sabia equacionar matematicamente o experimento. Mais tarde outros matemáticos fizeram esse equacionamento, um deles foi o alemão Franz Neumann. Também houve a colaboração de Emil Lenz, que o ajudou a determinar o sentido da corrente induzida na bobina. Hoje os grandes geradores mecânico-elétricos das usinas hidroelétricas se baseiam na indução eletromagnética descoberta por Faraday. 2. Fluxo do Vetor Indução Magnética Consideremos uma espira de área A colocada den tro de um campo magnético B → , de tal forma que a nor mal (n → ) à superfície da espira faça ângulo � com as linhas de in du ção. (Fig. 3) Fig. 3 MÓDULO 9 Indução Eletromagnética – I C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 170 – 171 FÍ S IC A Define-se fluxo do vetor in du ção magnética B → , através da espira, como sen do a grandeza escalar Φ dada por No Sistema Internacional de Uni dades, a unidade de fluxo magné ti co, denomina-se weber (símbolo Wb). Da definição de fluxo magnético, resulta 1 Wb = 1 T . 1m2 → 3. Casos Particulares Observe que na figura (4a), em que a superfície da espira é per pen di cu lar ao campo, ela é atravessada pelo maior número possível de linhas de in dução e o fluxo magnético é o má xi mo; na figura (4b), nenhuma li nha atra - vessa a superfície da espira e o flu xo magnético é nulo. Fig. 4a. Fig. 4b. Desse modo, podemos inter pre tar fisica men te o fluxo mag né tico como sendo proporcional ao nú me - ro de linhas de indução que atra vessa a superfície da es pira. 4. Indução Eletromagnética Vamos considerar uma espira li ga da a um galva - nômetro de zero cen tral e um ímã. Com essa mon ta gem, podemos efetuar as seguintes obser vações: 1.a) Se o ímã é mantido imóvel, o galvanômetro não indica passa gem de corrente (Fig. 5). Fig. 5 – Estando o ímã parado, não há corrente na espira. 2.a) Se o ímã se aproxima da es pi ra, aparece corrente elétrica num cer to sentido, que cessa quando pa ra mos o ímã (Fig. 6). Fig. 6 – Ao aproximarmos o ímã da es pira, esta é percorrida por uma corrente elé trica em determinado sentido. 3.a) Se o ímã for afastado da es pi ra, a corrente muda de sentido (Fig. 7). Fig. 7 – Ao afastarmos o ímã da espira, es ta é percorrida por uma corrente de sen tido oposto ao da corrente produzida ao aproximarmos o ímã. 4.a) Quanto mais rapidamente o ímã for movi - mentado, tanto mais intensa será a corrente. � = B . A . cos � Wb T = ––––– m2 C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 171 172 – FÍS IC A Ao aproximarmos ou afastarmos o ímã da espira, varia o número de linhas de indução que atravessa a superfície da espira, isto é, varia o flu xo magnético através da su perfície da espira. Nesses casos, o ponteiro do galvanômetro sofre de flexão, indicando que a es pira é percorrida por cor rente elé trica. Assim, podemos concluir que Esse é o fenômeno da indução eletromagnética. Obs.: se a espira estiver aberta, a variação de fluxo magnético de ter mi na entre seus extremos uma d.d.p. in - duzida. Na prática, em vez de uma es pi ra, usa-se uma bobina, com a qual se mul tiplica o efeito. 5. Sentido da Corrente Induzida – Lei de Lenz A Lei de Lenz afirma que O sentido da corrente in du zida é tal que seus efeitos se opõem às causas que a ori gi nam. Exemplo Ao aproximarmos da espira o polo norte do ímã (causa), surge na espira um polo norte que se opõe à aproximação do ímã. Desse modo, a corrente induzida tem sentido anti-horário, em relação ao observador O. Fig. 8. Ao afastarmos da espira o polo norte do ímã (causa), surge na espira um polo sul que se opõe ao afasta mento do ímã. Deste modo, a cor ren te induzida tem sentido horário, em re lação ao observador O. Fig. 9. Nas figuras 10a e 10b, indicamos o sentido da corrente induzida na es pira quando o polo sul do ímã é apro ximado e depois afastado. Fig. 10. Há ainda outra maneira de apre sen tarmos a Lei de Lenz. O sentido da corrente in du zi da é tal que origina um flu xo magnético induzido que se opõe à variação do fluxo mag né tico indutor. Esquematicamente, sendo � o flu xo magnético indutor e �' o fluxo mag nético induzido (criado pela cor - rente induzida), temos Quando o fluxo magnético va ria através da superfície de uma espira, surge nela uma corrente elétrica de no mi nada corrente induzida. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 172 – 173 FÍ S IC A Fig. 11 – Ao aproximarmos o ímã, � cresce. O fluxo induzido �’ surge opondo-se ao aumento de �. A regra da mão direita fornece o sentido de i. 1. (MODELO ENEM) – Michael Faraday descobriu o fenômeno da indução magnética ao realizar alguns experimentos usando um ímã e uma bobina. Percebeu ele que fazendo variar o fluxo magnético no interior da bobina, surgia uma corrente elétrica induzida, acendendo mo men taneamente a lâmpada, enquanto perdurasse o movimento do ímã. O fenômeno da indução magnética a) obedece ao princípio da conservação da energia, pois o que ocorre é apenas conversão de energia mecânica em elétrica durante a variação do fluxo magnético. b) não obedece ao princípio da conservação da energia, pois a lâmpada se acendeu sem que se usasse pilha alguma. c) pode ser explicado matematicamente pela Lei de Lenz, sem que se use o princípio da conservação da energia. d) não obedece ao princípio da conservação da energia, pois, con forme a Lei de Lenz, trata-se apenas do surgimento de um contrafluxo magnético na bobina. e) obedece ao princípio da conservação de energia, havendo con versão de energia elétrica em mecânica. RESOLUÇÃO: Evidentemente, o fenômeno da indução magnética é uma simples con versão de energia mecânica (ímã em movimento) em energia elétrica (corrente elétrica na bobina) e, por tanto, vale o princípio da conservação da energia. Vale o Princípio da Conservação da Energia Resposta: A ΔΦ ≠ 0 Emec ⎯⎯⎯⎯→ Eelétrica C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 173 174 – FÍS IC A 2. (FUVEST-MODELO ENEM) – Com a finalidade de se demonstrar a indução magnética, montou-se o experimento a seguir. A figura mostra um ímã natural suspenso acima de um anel condutor. Inicialmente, o anel está fixo e o ímã será movimentado para cima ou para baixo. Em seguida, o anel também será movimentado para cima ou para baixo. A indução magnética consiste no fenômeno de se gerar uma cor rente elétrica induzida no anel, sem o uso de uma pilha ou qualquer outro gerador. Em que condições ela ocorre? a) O simples fato de se colocar o ímã acima do anel, ainda que ambos estejam em repouso relativo, é condição necessária e suficiente para se induzir a corrente elétrica no anel. b) Basta que desloquemos, verticalmente, num mesmo sentido e com a mesma velocidade o anel e o ímã. c) Para se obter a corrente induzida devemos provocar uma variação de fluxo magnético no anel. Essa é uma condição necessária e suficien - te. Basta produzirmos um movimento relativo entre ímã e anel na direção do eixo central. d) Mesmo que haja uma variação de fluxo no anel, essanão é uma condição suficiente. Anel e ímã deverão se movimentar em sentidos opostos. e) Não haverá indução com o ímã parado e o anel se movimentando para cima ou para baixo. RESOLUÇÃO: A Lei de Faraday é clara: a indução é um fenômeno que ocorre sem - pre que houver variação do fluxo magnético causado pelo ímã no interior do anel. Para tanto, basta que haja um movimento relativo entre ambos, de aproximação ou de afastamento, na direção do eixo do ímã. Resposta: C ΔΦ ≠ 0 Emec ⎯⎯⎯⎯→ Eelétrica 3. Uma espira (anel condutor) e um ímã estão posicionados um ao lado do outro, estando o ímã alinhado com a reta mediatriz da espira (eixo central). O imã será aproximado ou afastado da espira e vice-versa, através da ação de um operador. Indique, em cada movimento proposto: 1. se a força é repulsiva ou de atração. 2. a polarização magnética da espira. 3. o sentido da corrente induzida na espira. Note e adote 1. Lei de Faraday: A variação do fluxo magnético na espira é a condição para que se tenha uma corrente elétrica induzida circulando nesse anel. Para que isso ocorra deve haver um movimento relativo entre ímã e espira na direção da mediatriz. 2. Lei de Lenz: A corrente induzida produz um efeito contrário à sua causa. Usando a lei de Lenz pode-se encontrar o sentido da corrente elétrica induzida na espira. Se aproximarmos o ímã da espira surge uma força magnética de repulsão, contrária à aproximação. Se afastarmos o ímã da espira surge uma força magnética de atração, contrária ao afastamento. C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 174 – 175 FÍ S IC A a) 1.o caso: o ímã é afastado da espira. RESOLUÇÃO: O afastamento do ímã causa diminuição do fluxo magnético que está penetrando na espira e surge a corrente elétrica induzida. Lei de Lenz 1. Uma força oposta ao movimento surge no ímã. A espira passa a atrair o ímã. 2. A espira “enxerga” o polo norte do ímã se afastando e se polariza, “convertendo-se” num polo sul para atrair de volta o ímã. 3. A corrente induzida tem sentido horário. Resumindo: quando ímã e espira são afastados um do outro, pela ação de um operador, surge uma força magnética de atração. Espira e ímã terão polos opostos. Concluindo: 1. força magnética de atração 2. polarização da espira: polo sul 3. sentido da corrente na espira: horário C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 175 176 – FÍS IC A b) 2.o caso: o ímã é aproximado da espira. RESOLUÇÃO: Resumindo: quando ímã e espira são aproximados um do outro, surge uma força magnética de repulsão e espira e ímã terão polos iguais. Concluindo: 1. Ímã se aproximando da espira, surge uma força de repulsão (Lei de Henz) 2. A espira está “enxergando” um polo norte que se aproxima dela. A fim de repelir esse polo norte, surge na espira um polo norte também. 3. A corrente induzida na espira: sentido anti-horário. c) 3.o caso: a espira é aproximada do ímã. RESOLUÇÃO: Concluindo: 1. Devido a aproximação relativa surge uma força magnética de repulsão (Lei de Lenz). 2. polarização da espira na espira: polo sul. 3. sentido da corrente induzida na espira: horário. eixo da espira NS F F repulsão i (horário) ímã fixo movimento da espira eixo da espira movimento do ímã N S espira fixa F F repulsão i C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 176 – 177 FÍ S IC A 4. – A tecnologia de comunicação da etiqueta RFID (chamada de etiqueta inteligente) é usada há anos para rastrear ga do, vagões de trem, bagagem aérea e carros nos pedágios. Um modelo mais barato dessas etiquetas pode funcionar sem baterias e é constituído por três componentes: um microprocessador de silício; uma bobina de metal, feita de cobre ou de alumínio, que é enrolada em um padrão circular; e um encapsulador, que é um material de vidro ou polímero envolvendo o microprocessador e a bobina. Na presença de um campo de radiofrequência gerado pelo leitor, a etiqueta transmite sinais. A distância de leitura é determinada pelo tamanho da bobina e pela potência da onda de rádio emitida pelo leitor. Disponível em: http:eleletronicos.hsw.uol.com.br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado). A etiqueta funciona sem pilhas porque o campo a) elétrico da onda de rádio agita elétrons da bobina. b) elétrico da onda de rádio cria uma tensão na bobina. c) magnético da onda de rádio induz corrente na bobina. d) magnético da onda de rádio aquece os fios da bobina. e) magnético da onda de rádio diminui a ressonância no interior da bobina. RESOLUÇÃO: O fenômeno é o de indução eletromagnética. A varia ção do campo magnético da onda de rádio induz corrente elétrica na bobina (Lei de Faraday). Resposta: C C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 177 178 – FÍS IC A 1. Lei de Faraday Recordemos outro resultado ex perimental muito importante: a cor rente induzida é tanto mais in tensa quanto mais rapida men te varia o fluxo de indução. Suponhamos que, em um sole noide, o fluxo de indução valha �1, no instante t1. Faz-se o fluxo cres cer até atingir o valor �2, no ins tan te t2. Cha maremos de variação do fluxo de indução, ��, a di ferença entre o fluxo final e o inicial. Essa variação ocorreu no inter valo de tempo �t = t2 – t1. Chama remos de rapidez de variação do flu xo ao quociente �� / �t. Faraday procurou a relação quantitativa entre a rapidez da varia ção do fluxo e a força eletromotriz induzida e suas experiências condu ziram à lei que leva o seu nome. A f.e.m. induzida média é proporcional à rapidez de vari a ção de fluxo. Em símbolos, teremos Observe que a Lei de Lenz com parece na expressão anterior por meio do sinal (–). A força eletromotriz instantânea é dada por �� = �2 – �1 �� Em = – ––––�t d� E = – –––– dt MÓDULO 10 Indução Eletromagnética – II 1. Para mostrar o aparecimento da corrente elétrica induzida numa bobina, o professor acoplou aos seus terminais um galvanômetro ideal G, fechando o circuito. Os polos da bobina são E (esquerdo) e D (direito). Um ímã foi colocado à sua esquerda. O experimento é simples: ímã e bobina são deslocados, pelo operador, em sentidos opostos, afastando-os. Analisando o experimento, podemos concluir que: I) Ocorrerá indução eletromagnética pois o fluxo magnético na bobina está diminuindo. O galvanômetro acusará corrente elétrica. II) Surgirá uma força magnética de atração entre o polo S do ímã e o polo E da bobina. III) O polo E da bobina será um polo norte e o polo D um polo sul. IV) Surge na bobina uma f.e.m. induzida, proporcional à rapidez com que ela e o ímã são afastados um do outro. Estão corretas: a) |, II, III e IV b) Apenas l e II c) Apenas ll e IV d) Apenas a III e) Apenas I, Il e IV RESOLUÇÃO: I) Verdadeira. Com o afastamento relativo entre o ímã e a bobina, o fluxo no interior desta vai diminuindo. Esta é uma condição suficiente para ocorrer a indução. Em consequência, uma corrente elétrica induzida passará no circui - to elétrico e será acusada pelo galvanômetro. II) Verdadeira. Como ímã e bobina estão se afastando, pela Lei de Lenz, haverá uma força de atração entre a bobina e o ímã. Desse modo o polo S (sul) do ímã atrairá o polo E da bobina. III) Verdadeira. Como o polo E (esquerdo) da bobina foi atraído pelo polo S (sul) do ímã, concluímos que o polo E é um polo norte. IV) Verdadeira. É a Lei de Faraday. Resposta: A C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 178 – 179 FÍ S IC A 2. (MODELO ENEM) – Uma espira aberta, com extremidade x e y, foi submetida a uma variação de fluxo magnético com aproximação de um ímã como ilustra a fig. 1 a seguir: Fig. 1. Durante o experimento obteve-se um gráfico do fluxo, �, na espira, em função do tempo, t, como indica a fig. 2 a seguir: Fig. 2. Os módulos da f.e.m. induzida nos terminais x e y da espira, respecti - vamente nos intervalos de tempo (0; 4,0s) e (4,0s; 9,0s) são: a) 2,0 V; zero b) 2,0 V; 1,6 V c) 1,0 V; 1,6 V d) zero;1,6 V e) 0,5 V; zero RESOLUÇÃO: 1) No intervalo de tempo (0 ; 4,0s): A fem induzida ε1 nos terminais x e y da espira é dada por: ε1 = – Em módulo, como se pede: ε1 = ε1 = (unid. SI) 2) No intervalo de tempo (4,0s; 9,0s): ε2 = Mas o fluxo é constante nesse intervalo de tempo �� = 0 ε2 = 0 Resposta: A �� –––– �t �� –––– �t 8,0 – 0 ––––––– 4,0 – 0 ε1 = 2,0 V �� –––– �t C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 179 180 – FÍS IC A 3. (UNESP-Modificada) – Uma espira retangular locomovendo-se paralelamente ao solo, com velocidade constante, atravessa uma região onde existe um campo magnético uniforme, de direção perpendicular ao solo (fig. 1). Fig. 1. O fluxo magnético, durante a passagem da espira, desde o instante t = 0, quando a espira penetrou na região do campo até o instante t = 0,4s, quando ela o atravessou complemente foi registrado pelo gráfico da fig. 2. Fig. 2. Determine: a) O módulo da fem induzida na espira durante a sua penetração no intervalo de tempo (0; 0,1s). b) Sendo R = 6,0Ω a resistência elétrica da espira, determine a intensidade média da corrente que nela circulou durante o intervalo de tempo (0; 0,1s). c) Determine o módulo da f.e.m. média, bem como a intensidade média da corrente elétrica na espira, no intervalo de tempo (0,1s; 0,4s). RESOLUÇÃO: a) Módulo da f.e.m. induzida (Lei de Faraday) no intervalo de tempo (0; 0,1s): ε = ε = (unid. SI) b) Intensidade da corrente na espira: U = R . i → ε = R . i i = i = c) Para o intervalo de tempo (0,1s; 0,4s): εm = ⇒ εm = (V) A intensidade média da corrente é dada por εm = R . im im = ⇒ Respostas: a) 120,0 V b) 20,0 A c) 40,0 V e 6,7 A �� –––– �t 12,0 – 0 –––––––– 0,1 – 0 ε = 120 V ε –––– R 120,0 V –––––––– 6,0 Ω i = 20,0 A 0 – 12,0 ––––––––– 0,4 – 0,1 �� –––– �t εm = 40,0 V im ≅ 6,7 A 40,0 V ––––––– 6,0 Ω C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 180 – 181 FÍ S IC A 4. (ESCOLA NAVAL-MODIFICADA-MODELO ENEM) – Analise o gráfico a seguir: ele registra a variação do fluxo magnético Φ através de uma bobina de N espiras superpostas, ao longo de 3,0 segundos. Das opções a seguir, qual delas oferece o gráfico do valor algébrico da fem induzida ε em função do tempo? RESOLUÇÃO: 1) Devemos em primeiro lugar analisar se está ou não havendo variação de fluxo magnético. 2) A fem induzida é dada por: ε = – Em resumo, o sinal da fem induzida é contrário ao da variação de fluxo. – Quando o fluxo for crescente, ou seja �� > 0, teremos ε < 0; – Quando o fluxo permanecer constante, ou seja, �� = 0, te - remos ε = 0; – Quando o fluxo for decrescente, ou seja, �� < 0, teremos ε > 0. Assim: 1) No intervalo de tempo entre 0 e 1,0s, a variação de fluxo é positiva e, portanto, a fem induzida é negativa. O gráfico nesse trecho é linear, sua derivada é uma constante, ou seja, a fem permanece constante nesse intervalo de tempo. 2) No intervalo de tempo entre 1,0s e 2,0s, o fluxo permanece constante e não ocorre indução. A fem induzida é nula. 3) No intervalo de tempo entre 2,0s e 3,0s, a variação de fluxo é negativa e, portanto a fem induzida é positiva. Novamente, a fem induzida é constante. O correspondente gráfico é mostrado a seguir: Resposta: B NOTE E ADOTE De acordo com a Lei de Faraday o módulo da fem induzida é dada pela razão entre a variação do fluxo magnético e o intervalo de tempo. Leva-se ainda em conta o número N de espiras justapostas. Foi Lenz quem fez uma ligeira correção, acrescentando um sinal negativo. Assim escrevemos: ε = –N ���––––��t �� –––– �t C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 181 182 – FÍS IC A 5. (MODELO ENEM) – Para a realização do exame de ressonância magnética, usa-se um grande anel no qual estão acopladas três bobinas gerando campos magnéticos apontados para o centro do anel. Esses campos magnéticos são alternados e seus módulos variam desde zero até um valor aproximado de 1,5T (valor extremamente elevado). Num exame de ressonância, uma pessoa deitada na mesa móvel, é introduzida para o interior do aparelho e a região a ser examinada é deixada pratica mente no centro do anel de ressonância. Aparelho de ressonância magnética Uma paciente, ao passar por um exame de ressonância magnética, teimou em não tirar o seu bracelete de metal. Durante o procedimento, este começou a esquentar. A paciente apertou a campainha de socorro e o procedimento foi interrompido. Uma justificativa para o fenômeno é: a) Possivelmente ele era de ouro, pois somente com esse metal ocorre aquecimento em campo magnético. b) Qualquer que fosse o material metálico haveria variação de fluxo, pois o campo é variável. Ocorreu indução eletromagnética e circulou corrente elétrica no bracelete, aquecendo-o. c) Qualquer que fosse o material do bracelete, mesmo não sendo metálico, ocorreria indução eletromagnética e circularia uma corrente elétrica, aquecendo-o, pois o campo é variável. d) Especificamente, se o bracelete não fosse de um falso metal, não teria aquecido. Se fosse de ouro ou de platina, não ocorreria indução e não aqueceria. e) O braço da paciente, imerso no campo magnético variável, aqueceu- se e este, por sua vez é quem cedeu o calor para o bracelete. RESOLUÇÃO: Em presença de campos magnéticos variáveis, o fenômeno de indução eletromagnética pode afetar qualquer metal e induzir uma corrente elétrica, aquecendo-o. Diz o protocolo do exame de ressonância magnética que a pessoa que vai passar pelo procedimento deverá despojar-se de todo e qualquer metal, por causa das correntes elétricas induzidas. Resposta: B C1_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 24/11/2022 11:28 Página 182