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Disciplina: Psicologia 
Fenomenológica
Aula 2: Contribuições 
de Edmund Husserl 
para uma psicologia 
fenomenológica.
Prof Dr Luiz Ferro
Objetivo da aula:
Introduzir o tema da filosofia de Husserl e suas
repercussões para a psicologia. Apresentar o conceito de
intencionalidade e de suspensão fenomenológica.
Lembrete:
Solicitar aos alunos que leiam ao
longo do semestre o livro Do
desabrigo a confiança
(Sapienza, 2007) para ilustrar a
prática clínica fenomenológica.
O pdf da obra se encontra na
pagina no Teams da nossa
disciplina
Introdução
Fenomenologia: movimento mais importante do século XX
Existencialismo: segundo movimento mais importante
Quando influenciam a psicologia, o termo ‘fenômeno’ passa a ser sinônimo de
“dados de experie ̂ncia que podem ser observados e descritos pelo sujeito que
os experiencia num dado momento”
‘Psicologia fenomenológica’, ‘Psicologia existencial’ ou ‘Psicologia fe-
nomenológica existencial’
Introdução
• Na filosofia, ‘fenomenologia’ recebe vários
significados. Aparece pela primeira vez no livro Novo
Organon, de J. H. Lambert, de 1764, significando
teoria da ilusa ̃o
• Kant usa esse termo em esboço da Crítica da Razão
Pura para se referir a uma disciplina propedêutica
precedente a ̀ metafi ́sica.
• Hegel escreve a Fenomenologia do Espi ́rito em 1807
• É o significado atribuído por Husserl que vige
atualmente e que é incorporado pela psicologia,
mesmo que ao longo de sua obra filosófica o sentido
de ‘fenomenologia’ tenha se alterado
Introdução
• Φαινόμενο – fainomeno - aparecer, mostrar-se a si mesmo
• Λογος – logos – razão, estudo
• O surgimento da fenomenologia no embate entre a filosofia e as ciências
positivas no final do século XIX, quando estas apresentam resultados e abrem
possibilidades de conhecimento e controle da natureza nunca vistos na história
ocidental, colocando a metaf́isica em descrédito.
• Husserl se empenha em fazer da filosofia uma ciência de ri- gor, capaz de
fundamentar todas as ciências empi ́ricas. A fenomenologia surge como uma
investigação das possibilidades de conhecimento.
Introdução
Psicólogos fenomenólogos:
Giovanetti = indica a necessidade de conhecer os conceitos de
retomo às coisas mesmas, reduc ̧ão eide ́tica e reduc ̧ão
transcendental, teoria da intencionalidade, intuic ̧ão das esse ̂ncias,
mundo da vida e intersubjetivi- dade
Forghieri = fala dos mesmos, ale ́m de reduc ̧ão fenomenolo ́gica,
suspensão fenomenolo ́gica (epoché) e atitudes natural e
fenomenolo ́gica
Holanda e Freitas = discorrem sobre as reduc ̧o ̃es eide ́tica e
transcendental; a primeira alcanc ̧ando a vive ̂ncia concreta e singular
e a segunda, “o ego puro, a esse ̂ncia, a transcendentalidade que
escapa a qualquer materialidade”
Moreira = em livro sobre o me ́todo fenomenolo ́gico de pesquisa
qualitativa, tambe ́m apresenta os conceitos de esse ̂ncia, evide ̂ncia
apodítica, reduc ̧ão eide ́tica e me ́todo de variac ̧ão livre
Introdução
• As Filosofias da Existe ̂ncia são tentativas de confronto com a filosofia racional,
postulando o limite do Pensamento no acesso ao Ser, isto e ́, defendendo que a
realidade (Ser) extrapola as possibilidades de conhecimento (Pensamento) (Hanna
Arendt)
• As categorias do pensamento não são capazes de abarcar a experie ̂ncia vivida, isto e ́,
que a experie ̂ncia e ́ maior, mais rica, mais diversa do que a razão consegue
compreender.
• A fenomenologia e ́ um acontecimento na histo ́ria da filosofia.
• Isto e ́, muito mais do que uma “perspectiva” psicolo ́gica. A Psicologia e ́ apenas um
capítulo tardio na histo ́ria do pensamento ocidental, emancipando-se da filosofia ao
determinar-se como cie ̂ncia.
Introdução
• A fenomenologia, na elaborac ̧ão de Heidegger, não e ́ um
me ́todo neutro que pode ser aplicado no âmbito das diferentes
disciplinas científicas.
• Para ele, a fenomenologia é ontologia. Uma suposta psicologia
fenomenológico-existencial que pretende utilizar as estruturas
existenciais descritas pela analítica de Ser e Tempo - ser-no-
mundo, ser-para-a-morte, cuidado - para apreender a
subjetividade humana, contornando, assim, a pro ́pria questão do
ser, não toca a compreensão feno-menolo ́gica do modo de ser
do homem como existe ̂ncia,
Introdução
• Hegel interpreta os pré-socráticos (Parmênides)
• Parmênides inaugura e deixa como legado a íntima ligação entre ser, pensar e
dizer. So ́ pode ser pensado ou dito o que é (ser). Correspondentemente, so ́ e ́
(ser) o que pode ser pensado e dito.
• Ser, pensar e dizer correspondem-se. Isso traz à tona o problema do
conhecimento baseado na experiência sensi ́vel, pois a realidade transforma-se,
deixando de ser e vindo a ser constantemente. A transformac ̧ão é ser e não-ser ao
mesmo tempo e isso é incoerente.
Pensar, dizer e ser
• Principio de identidade = Ser é = (A=A)
• Principio da não contradição = Se, o ser é ele não pode não ser (A=A e A≇B)
• Seguindo os mesmos princípios, “nada não é”. Isso significa que nada, entendido
como sino ̂nimo de não-ser, é idêntico a si mesmo.
• Na polis fica evidente que a doxa pode ser manipulada pela persuasão. Aquilo
que antes era uma crenc ̧a ou conjectura “verdadeira”, mostra-se passível de ser
sem fundamento ou mesmo falsa. Parmênides entende opinião (doxa) e verdade
(aletheia) como opostas.
Pensar, dizer e ser
• Toda história da filosofia, segundo Heidegger, tem sido uma tentativa de superar
a oposição entre aparência e ser
• No positivismo as aparências recolhidas pelos sentidos humanos são contornadas
na direção da verdade objetiva
• Quando a Psicologia começa a se separar da Filosofia no XIX, pende para o
Positivismo como modo de se legitimar (Laboratório de Psicofísica de Wundt)
• A Fenomenologia de Husserl surge na Filosofia como questionamento da valida-
de total e irrestrita do Positivismo como fundamento da ciência.
Pensar, dizer e ser
• Quando é transformada em psicologia fenomenológica e/ou aparece na
Psicologia Humanista, faz a defesa de que a experiência sensível é o modo como
a realidade aparece - contraditória, mutável, perspectiva - e, portanto, deve ser
reconhecida
• Ao postular a intencionalidade da consciência, Husserl retoma a harmonia entre a
constituição da realidade e a consciência; isto é, o Ser é constituído no e pelo
pensamento, superando a dicotomia sujeito-objeto que fundamenta todos os
problemas epistemolo ́gicos que a filosofia tenta resolver desde Platão (como é
possível conhecer?).
• A intencionalidade da consciência é a chave para essa reunião.
Pensar, dizer e ser
Edmund Husserl inicia sua trajeto ́ria filoso ́fica na Matemática
Husserl procura o mesmo grau de rigor matemático para a filosofia, que no
início do século XX cai em descrédito
Com o objetivo de reencontrar um lugar para a Filosofia no campo do
conhecimento, Husserl recorre às idéias de Franz Brentano
Brentano e uma Psicologia do ponto de 
vista empírico
• No livro Psicologia do Ponto de Vista Empírico, Franz Brentano rivaliza com a
tentativa de sua contemporaneidade de transformar a Psicologia em ciência
experimental
• O lugar da Psicologia é abalado quando surge a possibilidade de nela aplicar o
método hipotético-dedutivo experimental.
• Wundt é o psicólogo que, fundando o primeiro laboratório de Psicologia na
Universidade de Leipzig em 1875, efetiva a emancipação da Psicologia da
Filosofia. Sua investigação objetiva descrever a consciência a partir de seus
elementos mais básicos, os dados de percepc ̧ão.
Brentano e uma Psicologia do ponto de 
vista empírico
Brentano, por outro lado, é crítico desse modelo e defende que a Psicologia
é empi ́rica, isto e ́, fundada na possibilidade de experienciaça ̃o.
Seu postulado é de que há uma diferença ontológica entre atos psíquicos e
atos f́isicos. Os fenômenos psíquicos, correlatos dos atos psíquicos, podem
ser percebidosO que caracteriza os atos psi ́quicos é que eles sa ̃o intencionais.
Brentano e uma Psicologia do ponto de 
vista empírico
“Cada feno ̂meno fi ́sico e ́ caracterizado por aquilo que os Escolásticos da Idade Me ́dia
chamaram de inexiste ̂ncia intencional (ou, às vezes, mental) de um objeto e que gostaríamos
de chamar não tão inequivocadamente, de refere ̂ncia (Beziehung) a um conteu ́do, de
direcionalidade (Richtung) a um objeto (que, neste contexto, não deve ser entendido como
algo real) ou imanente qualidade de objeto (imanente Gegenstãndlichkeit). Cada qual
conte ́m algo como seu objeto, embora não da mesma maneira. Na representac ̧ão
(Vorstellung) algo e ́ representado, no julgamento algo e ́ confirmado ou rejeitado, no desejar
e ́ desejado, etc. A inexiste ̂ncia intencional e ́ peculiar somente aos feno ̂menos psíquicos.
Nenhum feno ̂meno fi ́sico apresenta algo assim. Assim, podemos definir feno ̂menos
psíquicos afirmando que são os feno ̂menos que conte ̂m objetos em si mesmos por meio da
intenc ̧ão (intencionais)”.
Brentano e uma Psicologia do ponto de 
vista empírico
• O ato psíquico de ver uma árvore contém de alguma maneira as cores, as formas,
as texturas etc. Estas estão dadas como feno ̂menos psíquicos como cor-vista,
forma-vista, textura-sentida etc. Ele reconhece que nada pode ser
verdadeiramente afirmado sobre a árvore f́isica (“objetiva”, externa), mas e ́
irrecusável que a consciência possa perceber o seu perceber algo (árvore)
• A mente, na concepção de Brentano, é o conjunto momentâneo de atos psíquicos
(intencionais). Estes podem ser acessados por introspecc ̧ão. Com isso, a
psicologia empi ́rica prescinde do método experimental para conhecer as leis
gerais de funcionamento que se esconderi ́am por trás das percepço ̃es singulares,
como postulava Wundt.
Husserl e a re-união de sujeito e objeto 
• Husserl tenta revelar e resolver os impasses da filosofia no final do XIX. 
• A crise de fundamentos que ele denuncia é a tentativa de fundamentar toda 
possibilidade de conhecimento na objetividade (materialismo) ou na 
subjetividade (idealismo), que leva aos “ismos” - psicologismo, sociologismo, 
biologismo, historicismo. 
• A Psicologia parte e depende da cisão Sujeito-Objeto, pois é a ciência da 
subjetividade, do sujeito, da consciência ou do comportamento, dos 
neurotransmissores, da espécie mais evoluída, ou ainda da relação dialética
sujeito-objeto, teoria-práxis
Husserl e a re-união de sujeito e objeto 
• A Fenomenologia exige a suspensão, a colocação entre parênteses a cada vez de
crenças, pressupostos, preconceitos
• Essa suspensão é necessária para que se possa conhecer o que se busca
conhecer, assim como para se compreender como o conhecimento é possível.
• Επιστημη = ciência racional
• A fenomenologia de Husserl é um esforc ̧o para compreender os fenômenos tal
como são, não de acordo com as teorias sobre eles
• A fenomenologia é um esforc ̧o metodológico de desconfiar de todos os
pressupostos, preconceitos, dogmas e compreenso ̃es prévias.
Husserl e a re-união de sujeito e objeto 
• “De volta as coisas mesmas” = de volta aos feno ̂menos, que surgem apo ́s a
suspensão metodolo ́gica da atitude natural pela epoché (εποχη)
• O termo atitude indica uma postura indicando a postura corpórea num quadro ou
escultura, sendo generalizado no século seguinte para indicar um estado mental.
• A partir da suspensão fenomenológica, deixa-se de perceber as coisas como
objetos fora da consciência para descobri-las no seu aparecer na consciência;
esta, não pensada como uma cápsula, mas como um ato.
• Consciência e objeto acontecem concomitantemente, constituindo-se
mutuamente. Os feno ̂menos são, portanto, imanentes
Husserl e a re-união de sujeito e objeto 
• (Phainomenon) significa efetivamente ‘o que aparece’ e, no entanto, utiliza-se de
prefere ̂ncia para o pro ́prio aparecer, para o feno ̂meno subjetivo (se se permite esta
expressão grosseiramente psicolo ́gica, que induz a mal-entendidos). (Husserl, 1907/1986,
p. 35)
• A fenomenologia do conhecimento e ́ cie ̂ncia dos feno ̂menos cognoscitivos neste duplo
sentido: cie ̂ncia dos conhecimentos como feno ̂menos (Erscheinungen), manifestac ̧o ̃es,
actos da conscie ̂ncia em que se exibem, se tomam conscientes, passiva ou ativamente,
estas e aquelas objetalidades; e, por outro lado, cie ̂ncia destas objetalidades enquanto a
si mesmas se exibem deste modo. (Husserl, 1907/1986, p. 35)
Husserl e a re-união de sujeito e objeto 
• A Fenomenologia é o estudo dos múltiplos atos intencionais (noesè) e
objetos intencionais (noema).
• O sentido dos fenômenos aparece na correlaça ̃o do ato que visa (noese)
e que, ao captar os dados, dota-os de sentido, e da coisa visada
(noema).
• A consciência, por sua vez, é concebida como “estrutura sintética
(processo de constituiça ̃o) dos múltiplos atos intencionais que
constituem o sentido”
Método fenomenológico (Goto, 2008)
• Primeira parte: Epoché
• Termo grego que significa ter sobre, abster-se, reter-se.
• Seu sentido é um projetar-se para trás, possibilitando o ver. E o momento
conhecido popularmente como “colocac ̧ão entre parênteses”, que
suspende a atitude natural (crença na evidência da objetividade exterior)
e promove um estranhamento meto ́dico).
Método fenomenológico (Goto, 2008)
Segundo momento: redução eidética
Elimina os elementos naturais e contingenciais da experie ̂ncia para chegar à esse ̂ncia (eidos)
do feno ̂meno.
O termo eidos está presente na filosofia desde Platão, significando esse ̂ncia e ide ́ia,
conceito puro, uno, universal, eterno.
E a busca por esse ̂ncias que motiva as investigac ̧o ̃es de Descartes, levado a desconfiar do
conhecimento a que chega pelos sentidos, pois eles so ́ conhecem o mutável, e a assumir o
me ́todo como acesso ao conhecimento verdadeiro sobre a realidade (Descartes,
1641/1994).
Método fenomenológico (Goto, 2008)
• Husserl e ́ cartesiano, no sentido de que tambe ́m ele busca o conhecimento das esse ̂ncias
• A reduc ̧ão fenomenolo ́gica afasta dos fatos, levando às esse ̂ncias. Com isso, a
Fenomenologia de Husserl e ́ Fenomenologia Eide ́tica.
• A esse ̂ncia dos feno ̂menos e ́ o que eles são, o significado pelo qual aparecem
• Husserl segue a Metafi ́sica na determinac ̧ão da esse ̂ncia como una e imutável. 
• Um exemplo ao qual recorre e ́ da sinfonia. A sinfonia e ́ um conjunto de acontecimentos: 
as minhas impresso ̃es ao escutá-la, o som, a partitura, a atividade dos mu ́sicos etc. Mas 
há algo essencial na sinfonia, que e ́ a ordem e combinac ̧ão das notas, que permite que 
seja reconhecida independentemente das circunstâncias da execuc ̧ão. 
Método fenomenológico (Goto, 2008)
• Psicologia Fenomenolo ́gica alinhada com outras perspectivas como mais um 
modelo teo ́rico. 
• ‘Perspectiva’ vem do latim perspectiva, formado por per + specere, olhar 
(specere) através (per-), significando claramente um viés de olhar para. 
• Já abordagem vem do francês abordage; que remete ao estar a bordo de uma 
embarcação. 
• Correto seria dizer: sou psico ́logo e sou fenomenolo ́gico-existencial. ‘Psico ́logo’ 
indica meu campo de ação e ‘fenomenolo ́gico existencial’, meu modo de assumir 
a existência minha e daqueles que encontro. 
Fenomenologia como Filosofia 
Transcendental
• O método fenomenológico que Husserl elabora ao longo de toda sua
obra, tendo por objetivo a recuperação da Filosofia da perdição e falta de
credibilidade em que estava, explicitando a crise das ciências europeias e
propondo uma sai ́da, compreende ainda mais um passo.
• É a reduça ̃o transcendental, por qual se chega à subjetividade
transcendental.
Fenomenologia como Filosofia 
Transcendental
• O objetivo do fundador da Fenomenologia é, enfim, revelar como são produzidos
os sentidos da totalidade de feno ̂menos possi ́veis, chamadapela filosofia de
‘realidade’ ou ‘mundo’. Sua resposta é que mundo é constituído na consciência; o
sentido do que é experienciado surge na consciência.
• A Fenomenologia resgata a intimidade entre Ser e Pensamento, homem e mundo.
O que as coisas são é constituído na relação com o homem. O pensamento tem a
priori uma harmonia com o que é nele pensado
Fenomenologia como Filosofia 
Transcendental
• A re-união de consciência e mundo, a morada buscada pela Fenomenologia de
Husserl nunca é encontrada, pois o mistério de que as coisas são e de que eu
existo não encontra resposta definitiva
• O contato com a filosofia toma mais claro o sentido da psicologia
fenomenológica. A experiência singular não pode ser recusada, muito menos
suplantada por uma suposta objetividade. Neste contexto, até a objetividade e ́
uma significac ̧ão constituída fenomenologicamente. E somente uma
significação, uma perspectiva.
Referências
BORBA, Jean Marlos Pinheiro. A fenomenologia em Husserl. Rev.
NUFEN, São Paulo , v. 2, n. 2, p. 90-111, 2010 . Disponível em
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
25912010000200007&lng=pt&nrm=iso
EVANGELISTA, P. “Fenomenologia”, em: Psicologia fenomenológica
existencial, cap. VII, p.153 – 169
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912010000200007&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912010000200007&lng=pt&nrm=iso
Exercícios
1) Husserl (1859 – 1938) é o fundador da Fenomenologia, o movimento filosófico mais importante do século XX. 
Após uma breve incursão pela Matemática, o filósofo assumiu a tarefa de tornar a filosofia uma ciência rigorosa, o 
que o levou a questionar os postulados científicos e filosóficos da época.
Sobre esse contexto histórico, podemos afirmar que
I a Fenomenologia questiona a pretensão de cientificidade plena das ciências naturais, que falham na 
compreensão do ser humano. Ao postular a objetividade exterior independente do sujeito, a ciência mina suas 
próprias bases.
II hipóteses, inferências e deduções são necessários quando se pressupõe a impossibilidade de acesso ao que se 
quer conhecer. Já a epoché suspende a cisão entre sujeito que conhece e objeto conhecido, tomando-os uma 
unidade, de modo que para a Fenomenologia as teorias são prescindíveis.
III Husserl é enfático na crítica à Psicologia da época. A atribuição de uma natureza psicofísica à consciência torna 
todo conhecimento relativo, por ser um conhecimento fundado em acontecimentos fisiológicos.
IV com o conceito de intencionalidade, Husserl mostra que não é possível conhecer a realidade exterior. A 
consciência só acessa os conteúdos imanentes, isto é, as representações internas da realidade externa.
Está incorretosomente o afirmado em
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) I, II e III
Exercícios
A fenomenóloga FEIJOÓ (2011) afirma que Husserl considera desde as suas primeiras obras o caráter 
intencional dos fenômenos psíquicos. Ele se refere claramente às relações imanentes da subjetividade ou 
da consciência pura, ou seja, fenomenologicamente reduzidas, diferenciando-as, assim, dos fenômenos 
materiais em jogo em uma consciência empírica, a qual se pressupõe constituída por propriedades e por 
uma essencialidade específica.
A Fenomenologia desconstrói a formulação teórica de uma consciência pura separada do objeto, 
representada pelo esquema S – O, por meio da formulação husserliana da consciência intencional, 
representada pelo esquema S → O.
São aspectos que compõem
O conceito de consciência intencional
I considera a existência de um eu interior independente do mundo.
II não considera um a priori o fato de o homem ter um psiquismo.
III considera que atos da consciência nunca estão separados dos objetos desses atos.
IV considera que a consciência não é em si mesma: está sempre projetada em direção ao objeto. 
V considera que podemos ter acesso à verdade objetiva dos objetos.
Está correto somente o afirmado em
a) II, III e IV
b) I e III
c) II, III e V
d) I, II e IV
e) I, II e III
Exercícios 
Leia atentamente o texto a seguir:
O filósofo Stegmüller (1997) resume a concepção de consciência da fenomenologia de Husserl 
da seguinte maneira: “[...] a consciência como o entrelaçamento das vivências psíquicas 
empiricamente verificáveis numa unidade de fluxo de vivência; como a percepção interna 
dessas próprias vivências e como designação que resume todas as vivências intencionais”.
Sobre essa concepção de consciência, peculiar à Fenomenologia, podemos afirmar que
I a consciência não é uma substância (alma), mas uma atividade constituída por atos 
(percepção, imaginação, volição, paixão etc.) com os quais se visa algo.
II o traço essencial da consciência é a intencionalidade: toda consciência é consciência de algo.
III consciência é sempre de algum objeto e os objetos só têm sentido para uma consciência.
IV a intencionalidade representa o fato de que sempre há um interesse organizador da 
percepção, regulando o fenômeno de figura e fundo.
Está incorreto somente o afirmado em
a) II
b) III e IV
c) IV
d) II e III
e) I, II e IV
O fenomenólogo André Dartigues (1992) comenta a respeito da concepção de consciência de
Husserl ao dizer que ela contém muito mais que a si própria.
Para a fenomenologia, consciência
a) é o equipamento psicológico que permite ao homem conhecer.
b) é um local no psiquismo, onde ocorrem experiências e se dá o conhecimento.
c) refere-se ao ato de consciência, que sempre visa um objeto.
d) corresponde ao espírito, objeto de estudo da religião.
e) não é assunto de interesse, pois o que importa são as coisas em si mesmas.
Exercícios
Leia atentamente o texto a seguir:
Merleau-Ponty dá seguimento à fenomenologia de Husserl, mas se apropria do lema de ‘voltar às coisas mesmas’ como um
retorno à experiência pré-reflexiva. Para esse filósofo “não é preciso perguntar-se se nós percebemos verdadeiramente um
mundo, é preciso dizer, ao contrário: o mundo é aquilo que nós percebemos.” MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da
Percepção. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994, p.14.
Tendo em vista a fenomenologia de Merleau-Ponty, observe o quadro de Van Gogh intitulado Quarto em Arles:
Podemos afirmar que:
a) Van Gogh sofre de distorção perceptiva, pois o quadro ilustra um quarto com falhas de perspectiva e de proporções.
b) o quadro precisa passar por uma redução fenomenológica, a fim de que a essência-quarto possa aparecer. Para isso, 
deve-se recorrer à geometria.
c) o quadro expressa um modo de Van Gogh perceber o mundo, que não é necessariamente igual à maneira como os 
arquitetos ou geômetras o percebem.
d) o quadro não representa um quarto real, limitando-se a expressar a experiência subjetiva e, portanto, não-verdadeira, de 
Van Gogh
e) o quadro revela a esquizofrenia de Van Gogh, que fazia com que ele pintasse com cores surreais e tamanhas distorções.
Gabarito
1) D
2) A
3) C
4) C
5) C

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