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V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Bezerra
GM Monti
AULA 1 - Aspectos legais do uso da arma de fogo e legislação aplicada 
Sumário:
1) Histórico
2) Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940)
3) Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) 
4) Decreto 9.847/2019
5) Decreto 10.030/2019
6) Decreto 11.366/2023
7) Portaria 1.222/2019-Comando do Exército
1. Histórico
Lei 9.437/97 - Institui o Sistema Nacional de Armas - SINARM, estabelece condições
para o registro e para o porte de arma de fogo, define crimes e dá outras
providências.
Institui o SINARM e trouxe para o âmbito do Ministério da Justiça/Polícia Federal o
sistema de controle de armas.
Foi regulamentada pelo Decreto 2.222/97.
Ambos foram revogador pelo Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), que
dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o
Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências
1. Histórico
O Estatuto do Desarmamento inicialmente foi regulamentado pelo Decreto
5.123/04.
Foi revogado pelo Decreto 9.875/19 e este, posteriormente, pelo Decreto
9.847/2019. Em complemento foram publicados os Decretos 9.845/19 e 9.846/2019.
A legislação que regula os armamentos é vinculada ao também ao Decreto
10.030/19, que aprova o Regulamento de Produtos Controlados.
Por fim, em janeiro de 2023 foi publicado o Decreto 11.366/2023, que revogou na
integra dos Decretos 9.845/19 e 9.846/2019 e, parcialmente, os Decretos
9.847/2019 e 10.030/19.
2. Código Penal 
Crime: Teoria tripartite
Tipicidade, Ilicitude e Culpabilidade
• Tipicidade: Conduta, nexo causal, resultado. Consiste em uma conduta que a lei
considera como criminosa.
• Ilicitude: Oposição (violação) ao ordenamento jurídico. Via de regra, se o fato é
típico, é ilícito. Entretanto, pode incidir excludentes de ilicitude, legítima defesa,
estado de necessidade, estrito cumprimento de um dever legal e exercício regular
de um direito.
• Culpabilidade: Inclui os conceitos de imputabilidade (responsabilidade),
exigibilidade de uma conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude.
Exclusão de ilicitude:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo.
Legítima Defesa 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo,
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes.
Homicídio 
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos. 
3. Estatuto do Desarmamento.
Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o 
Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.
SINARM – Sistema Nacional de Armas
Instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição 
em todo o território nacional.
Competências do SINARM 
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante
cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas
pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras
ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento
de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para
exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores
e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de
raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e
testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal
os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios,
bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
*OBS: Estas disposições não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.
SINARM VS SIGMA
Sistema Nacional de Armas Sistema de Gerenciamento Militar de Armas
Ministério da Justiça/ Polícia Federal Ministério da Defesa/ Comando do Exército 
Armas particulares: Defesa Pessoal Armas particulares: Caçador, Atirador e Colecionador
Armas Institucionais: 
1. PF; 
2. PRF, 
3. FNSP, 
4. DEPPENs,
5. Policias Civis, 
6. Policias Legislativas,
7. Guardas Municipais,
8. Guardas Portuárias, 
9. Judiciário, 
10. Ministério Público, 
11. Ministério da Economia/Receita Federal do Brasil,
12. Ministério do trabalho/Auditoria fiscal;
13. Demais órgãos públicos que possuam autorização 
de porte.
Armas Institucionais: 
1. Forças Armadas;
2. Polícias e Bombeiro militares;
3. Agência Brasileira de Inteligência-ABIN
4. Gabinete de Segurança Institucional-GSI
Do registro de arma de fogo e posse da arma de fogo:
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do
Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 5o O Certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o
território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses,
ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
legal pelo estabelecimento ou empresa.
Do porte
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para 
os casos previstos em legislação própria e para:
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos 
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições 
estabelecidas no regulamento desta Lei
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 
(cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em 
serviço;
DECISÃO DO STF
Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de
fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de
habitantes do Município. STF. Plenário. ADC 38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 27/2/2021.
CRIMES
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de
uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior
de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde
que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoaportadora de deficiência mental se apodere de arma de
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável
de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras
formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua
guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização
e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma
de fogo estiver registrada em nome do agente.
Disparo de arma de fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas 
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha 
como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma 
de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a 
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer 
modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com 
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou 
adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, 
munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer 
forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de 
fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
clandestino, inclusive o exercido em residência.
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.
Tráfico internacional de arma de fogo
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a
qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da
autoridade competente:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,
acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.
Disposições Gerais 
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo,
ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
do caput do art. 6o desta Lei.
4. Decreto 9.847/2019 
Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para dispor sobre a
aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercialização de armas de fogo e de
munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento Militar
de Armas.
Art. 3º O Sinarm, instituído no âmbito da Polícia Federal do Ministério da Justiça e
Segurança Pública, manterá cadastro nacional, das armas de fogo importadas,
produzidas e comercializadas no País.
Art. 4º O Sigma, instituído no âmbito do Comando do Exército do Ministério da
Defesa, manterá cadastro nacional das armas de fogo importadas, produzidas e
comercializadas no País que não estejam previstas no art. 3º.
Art. 24-A. O porte de arma de fogo também será deferido aos integrantes das
entidades de que tratam os incisos III, IV, V, X e XI do caput do art. 6º da Lei nº
10.826, de 2003, aos integrantes do quadro efetivo das polícias penais federal,
estadual ou distrital e aos agentes e guardas prisionais, em razão do desempenho de
suas funções institucionais.
Art. 27. Poderá ser autorizado, em casos excepcionais, pelo órgão competente, o
uso, em serviço, de arma de fogo de propriedade dos integrantes dos órgãos, das
instituições ou das corporações a que se referem os incisos I, II, III, V, VI e VII
do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003.
Art. 28. As armas de fogo particulares de que trata o art. 27 e as institucionais não
brasonadas deverão ser conduzidas com o seu Certificado de Registro de Arma de
Fogo ou com o termo de cautela decorrente de autorização judicial para uso, sob
pena de aplicação das sanções penais cabíveis.
Art. 29-A. A Polícia Federal, diretamente ou por meio de convênio com os órgãos de
segurança pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do
disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, e observada a supervisão do
Ministério da Justiça e Segurança Pública:
I - estabelecerá o currículo da disciplina de armamento e tiro dos cursos de
formação das guardas municipais;
II - concederá porte de arma de fogo funcional aos integrantes das guardas
municipais, com validade pelo prazo de dez anos, contado da data de emissão do
porte, nos limites territoriais do Estado em que exerce a função; e
III - fiscalizará os cursos de formação para assegurar o cumprimento do currículo da
disciplina a que se refere o inciso I.
Parágrafo único. Os guardas municipais autorizados a portar arma de fogo, nos
termos do inciso II do caput, poderão portá-la nos deslocamentos para suas
residências, mesmo quando localizadas em município situado em Estado limítrofe.
Art. 29-B. A formação de guardas municipais poderá ocorrer somente em:
I - estabelecimento de ensino de atividade policial;
II - órgão municipal para formação, treinamento e aperfeiçoamento de integrantes 
da guarda municipal; 
III - órgão de formação criado e mantido por Municípios consorciados para 
treinamento e aperfeiçoamento dos integrantes da guarda municipal; ou
IV - órgão estadual centralizado e conveniado a seus Municípios, para formação e 
aperfeiçoamento de guardas municipais, no qual seja assegurada a participação dos 
municípios conveniados no conselho gestor.
Art. 29-C. O porte de arma de fogo aos integrantes das instituições de que tratam os 
incisos III e IV do caput do art.6º da Lei nº 10.826, de 2003, será concedido somente 
mediante comprovação de treinamento técnico de, no mínimo: (Incluído pelo 
Decreto nº 10.030, de 2019)
I - sessenta horas, para armas de repetição, caso a instituição possua este tipo de 
armamento em sua dotação; 
II - cem horas, para arma de fogo semiautomática; e 
III - sessenta horas, para arma de fogo automática, caso a instituição possua este 
tipo de armamento em sua dotação.
*OBS: PORTARIA Nº 9-CGCSP/DIREX/PF/DF, DE 14 DE ABRIL DE 2022
Estabelece o currículo da disciplina de armamento e tiro dos cursos de formação das guardas
municipais, bem como normas e procedimentos para disciplinar a habilitação em armamento e tiro
das guardas municipais.
Art. 20-C, § 3º Os profissionais das guardas municipais com porte de arma de fogo 
serão submetidos a estágio de qualificação profissional por, no mínimo, oitenta 
horas anuais.
Art. 29-D. A Polícia Federal poderá conceder porte de arma de fogo, nos termos do 
disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, às guardas municipais dos 
Municípios que tenham instituído:
I - corregedoria própria e independente para a apuração de infrações disciplinares 
atribuídas aos servidores integrantes da guarda municipal; e
II - ouvidoria, como órgão permanente, autônomo e independente, com 
competência para fiscalizar, investigar, auditar e propor políticas de qualificação das 
atividades desenvolvidas pelos integrantes das guardas municipais.
5. Decreto 10.030/2019
Aprova o Regulamento de Produtos Controlados.
Anexo I - REGULAMENTO DE PRODUTOS CONTROLADOS
Anexo II - CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS CONTROLADOS PELO COMANDO DO 
EXÉRCITO
Anexo III - GLOSSÁRIO
A seguir traremos um compilado dos dispositivos mais importantes
Art. 3º As definições dos termos empregados neste Regulamento são aquelas
constantes deste artigo e do Anexo III.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-se:
I - arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas ou de
repetição que sejam:
a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja,
na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé
ou mil seiscentos e vinte joules
b) portáteis de alma lisa; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição
comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e
duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, de qualquer tipo 
ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam:
a) não portáteis;
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na 
saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil 
seiscentos e vinte joules; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição 
comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas 
libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
III - arma de fogo de uso proibido:
a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou tratados 
internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; e
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;
IV - munição de uso restrito - as munições que
a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de fogo de porte ou de armas de
fogo portáteis de alma raiada, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou
mil seiscentos e vinte joules
b) sejam traçantes, perfurantes ou fumígenas;
c) sejam granadas de obuseiro, de canhão, de morteiro, de mão ou de bocal; ou
d) sejam rojões, foguetes, mísseis ou bombas de qualquer natureza;
V - munição de uso proibido - as munições
a) assim classificadas em acordos ou tratados internacionais dos quais a República
Federativa do Brasil seja signatária; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021)
Vigência
b) incendiárias ou químicas;
6. Decreto 11.366/2023
Art. 1º Este Decreto:
I - suspende os registros para a aquisição e transferência de armas e de munições de 
uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradores e particulares;
II - restringe os quantitativos de aquisição de armas e de munições de uso permitido;
III - suspende a concessão de novos registros de clubes e de escolas de tiro;
IV - suspende a concessão de novos registros de colecionadores, de atiradores e de 
caçadores; e
V - institui grupo de trabalho para apresentar nova regulamentação à Lei nº 10.826, 
de 22 de dezembro de 2003.
Art. 4º Cada pessoa poderá adquirir, no máximo, três armas de fogo de uso permitido,
desde que observados os requisitos previstos neste Decreto e na legislação em vigor.
Art. 12. A aquisição de munição ficará condicionada à apresentação pelo adquirente de
documento de identificação válido e do Certificado de Registro de Arma de Fogo no Sinarm
ou no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - Sigma, conforme o caso, e ficará
restrita ao calibre correspondente à arma de fogo registrada, limitada a cinquenta unidades
de munição por ano.
Art. 16. A aquisição de munição para armas de uso permitido por colecionadores,
atiradores e caçadores ficará condicionada à apresentação pelo adquirente de documento
de identificação válido e do Certificado de Registro de Arma de Fogo no Sinarm ou no
Sigma, conforme o caso, e ficará restrita ao calibre correspondente à arma de fogo
registrada.
§ 1º Os atiradores e os caçadores proprietários de arma de fogo poderão adquirir, no
período de um ano, até seiscentas unidades de munição para cada arma de uso permitido
registrada em seu nome.
Por fim este regulamento revoga e alteras diversos regulamentos anteriores.
7. Portaria 1.222/2019 
Dispõe sobre parâmetros de aferição e listagem de calibres nominais de armas de
fogo e das munições de uso permitido e restrito e dá outras providências
Art. 3º Os calibres nominais definidos como de uso permitido são os constantes do 
Anexo A.
Art. 4º Os calibres nominais definidos como de uso restrito são os constantes do 
Anexo B.
Restrito 
Permitido
Obrigado !!!OBRIGADO !!!
V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Bezerra 
GM Monti
AULA 2 
Sumário – Evolução Histórica das Armas de Fogo:
1) Antecedentes longínquos;
2) A Pólvora;
3) Armas de Mecha (matchlock);
4) Armas de Roda (wheellock);
5) Armas de Pederneira (flintlock);
6) Armas de percussão (percussionlock system);
7) Armas modernas;
8) O Cartucho metálico;
9) Referências.
1. Antecedentes longínquos
Arma, num sentido amplo, é todo objeto que pode ser utilizado pelo homem para
aumentar sua capacidade de defesa ou ataque.
Existem registros datados do período pré-histórico da utilização de clavas, pedras
afiadas, machados primitivos, dentre outros objetos, para caça e proteção.
Com o desenvolvimento da civilização e, em especial, a evolução da metalurgia,
permitiu-se o desenvolvimento de novas armas, a exemplo das espadas.
Por volta dos 900 a.C, com a descoberta do aço, as armas até então existentes
tiveram seu potencial letal aumentado, dominando o período da idade média.
Em via de regra, as armas utilizadas no período medieval eram instrumentos
cortantes ou contundentes, que dependiam da força física do seu operador para
alcançar o resultado esperado.
Mesmo após a descoberta da pólvora, o avanço da tecnologia foi lento, fazendo com
que as primeiras armas de fogo convivessem com as espadas, adagas, lanças, bestas,
arcos e flechas, por séculos durante nos campos de batalha.
Somente após evolução e modernização dos mecanismos as armas de fogo levaram
os demais artefatos bélicos à obsolescência.
2. A Pólvora
Não há unanimidade na doutrina quanto ao período e local de invenção da pólvora.
Para grande parte dos autores, a pólvora surgiu na China em algum momento entre
os séculos IX e XI.
Por muito tempo, a pólvora foi utilizadas apenas em fogos de artifício,como
aparatos de pirotecnia.
A pólvora, em sua composição original era composta por carvão, enxofre e nitrato de
potássio (salitre).
A por conta da cor do seus componentes, levou o nome de pólvora negra.
Encontra-se na doutrina que as primeiras armas de fogo rudimentares surgiram na
própria China, construídas a partir de tubos de bambu, e denominadas como canhão
de mão ou lança de fogo, utilizadas para arremessar pedras ou objetos diversos
(projéteis), por meio da deflagração da pólvora (propelente).
Com a substituição do bambu por metal, as armas de fogo começaram a se
aproximar dos aspectos que possuem hoje em dia.
Nas décadas seguintes, a pólvora chegou ao resto do mundo e com isso sua
utilização em aparatos bélicos foi ampliada.
Os primeiros canhões, desajeitados, pesados e sem precisão disparavam pedras e
esferas de chumbo, sempre impulsionados pelos gases em alta pressão originados
pela queima da pólvora (propelente).
Muito comum à época, os canhões eram utilizados nos ataques a fortificações.
Passo seguinte a evolução dos pesados e desajeitados canhões e, com conceito
similar, passaram-se a criar armas portáteis que podiam ser utilizadas por apenas
uma pessoa, em substituição a espada e outras armas similares.
Em via de regra, as primeiras armas adotavam um conceito simples, comumente
construídas a partir de um tubo, fechado em uma das extremidades, na qual existe
um orifício, também conhecido como “ouvido”, por onde se inflamava o propelente.
Problema recorrente das primeiras armas de fogo e, onde verificava-se a maior
necessidade de evolução, era um método confiável e consistente dar ignição a carga
de pólvora principal.
Assim, as diferenças entre as gerações de armas está justamente no sistema de
ignição, que sendo aperfeiçoado ao longo do tempo até chegarmos nos armamentos
tidos como modernos.
Pólvora Negra x Pólvora Química (moderna)
Pólvora Negra
• Vantagens:
1. De fácil produção;
2. Baixo custo;
3. Facilidade de ignição;
4. Baixo conteúdo de energia.
• Desvantagens:
1. Facilidade de ignição acidental (choque, pressão, atrito, centelhas, calor, etc.);
2. Grande emissão de fumaça no momento do disparo (dificultando a visualização
do alvo e acusando a posição do atirador);
3. Gera grande quantidade de resíduos (higroscópicos e corrosivos).
Pólvora Negra
Pólvora Química (moderna)
Surgiu na França fim século XIX (ano 1886), feita a base de nitrocelulose gelatinosa
misturada com éter e álcool, chamada de Poudre B (poudre blanche, pólvora
branca).
A pólvora de química revolucionou a eficiência das armas curtas e dos rifles pois
quase não havia formação de fumaça após o disparo e também mais “poderosa” do
que a pólvora negra (aproximadamente 3x vezes mais volume gases para a mesma
quantidade de carga).
No mesmo período, Alfred Nobel (ano 1887) inventou mais uma variante de pólvora
“sem fumaça”.
Sua principal característica era ser confeccionada utilizando-se nitroglicerina e não
solventes, conhecida como cordita ou cordite.
Pólvora Química
Pólvora Negra x Pólvora Química (moderna)
Pólvora Química (moderna)
• Vantagens:
1. Menos quantidade de resíduos no armamento, (evitando a corrosão);
2. Menor quantidade de fumaça;
3. Maior “potencia” (mais eficiente).
Com o passar dos anos, ambos os processos foram aprimorados, acarretando na
classificação de pólvoras de:
1. base simples;
2. base dupla.
Pólvora Química (moderna)
Base Simples:
Possui como ingrediente ativo nitrocelulose
Características:
1. Queima em um padrão baixo de temperatura (menor desgaste do armamento);
2. Facilidade de ser utilizada em recarga;
3. Menos sensível às variações de temperatura ambiente; 
4. Menor potencial energético comparado as pólvoras de base dupla;
5. Utilizada na grande maioria de armas de porte e portáteis.
Pólvora Química (moderna)
Base Dupla:
Composta por nitrocelulose e nitroglicerina. 
Características:
1. Maior facilidade de ignição;
2. Maior potencial energético se comparada com a de base simples;
3. Maior resistência à umidade;
4. Sofre com a variação da temperatura ambiente;
5. Queima em um padrão elevado de temperatura (ocasionando maior desgaste do 
armamento);
6. Gera poucos resíduos no armamento.
Pólvora Química (moderna)
Esférico
Tubular Disco
Lâmina
Pólvora Química (moderna)
O formato dos grãos é um dos meios utilizados para controlar a velocidade de
queima do pólvora.
A área de superfície do propelente influencia diretamente a velocidade da queima, e
o tamanho e a forma dos grãos determinam a área de superfície específica.
Manipulando a forma, é possível influenciar a taxa de queima e, portanto, a taxa na
qual a pressão aumenta durante a combustão.
Pólvora Química (moderna)
Mas porque controlar a velocidade da queima da pólvora?
Controlando a velocidade de queima da pólvora é possível controlar a pressão
interna, fazendo com que essa seja exercida da forma mais constante possível sobre
o projétil propelido, a fim de obter maiores velocidades.
Pólvora Química (moderna)
Observação:
Também existem pólvoras de base tripla. É composta por
nitrocelulose, nitroglicerina e nitroguanidina.
Na prática as pólvoras de base tripla são reservados principalmente para munições
de grande calibre, a exemplo das utilizadas em artilharia (naval) e armas de tanque.
3. Armas de Mecha (matchlock)
As pioneiras no sistema de ignição foram as armas de mecha, surgindo em meados
do século XV.
De construção bastante rudimentar, utilizavam um pavio como estopim para dar
ignição na carga de pólvora.
O pavio deveria ser previamente acendido pelo operador e, no momento do
acionamento do mecanismo, promovia o contato da ponta acesa do pavio com a
carga inicial de pólvora para deflagração da carga principal.
Desvantagens do sistema matchlock:
1. Chuva
2. Período noturno
Por volta do ano de 1700 as armas com sistema de percussão matchlock já eram
consideradas obsoletas.
4. Armas de Roda (wheellock)
Dada a necessidade de superar as armas com ignição por mecha, foram inventadas
as armas com sistema de percussão por roda.
A ignição do carga inicial era promovida por atrito, dando inicio a ignição da carga
principal.
O sistema de ignição wheellock remonta ao Século XVI.
A utilização do sistema de wheellock, demandava o operador utilizar uma chave para
dar corda no mecanismo.
Após realizar o acionamento do gatilho, ocorre a liberação do sistema, qual funciona
em movimento giratório causando faíscas decorrentes do atrito da roda de metal
com um fragmento de perita alocando internamente.
Ainda que rudimentar se comparado aos sistemas modernos, o sistema wheellock
permitiu que fossem desenvolvidas armas portáteis, aptas a serem transportadas
em um coldre prontas para o disparo.
OBS: uma das desvantagens do sistema wheellock era o custo elevado de
produção para a época.
5. Armas de Pederneira (flintlock)
Com os avanços e desenvolvimento do setor bélico e, mantida a necessidade de
criação de um sistema de ignição que fosse de baixo custo, confiável e de construção
mais simplificada, houve a invenção do sistema flintlock.
As armas de pederneira, inicialmente eram denominadas mosquetes (armas com
cano de alma lisa) e, posteriormente foram denominadas como rifles (armas com
cano de alma raiada).
A pedra de sílex fica alojada no cão da arma e ao realizar o acionamento do gatilho,
o cão/hammer é liberado, entrando em contato e gerando atrito com a peça de aço
chamada frizzen, ocasionando uma chuva de faíscas e incendiando a carga inicial,
que por sua vez deflagra a carga principal através de um evento.
Apesar de um grande avanço frente aos sistemas de ignição anteriores, ainda
haviam inúmeros problemas.
Negas de disparo e tiros acidentais eram muito comuns, além de exigir manutenção
e limpeza constante e ainda enfrentar problemas com a chuva e ambiente úmidos.
6. Armas de percussão (percussionlock system)
Criadas no início do século XIX, o sistema de percussão revolucionou o mundo das
armas de fogo, se comparados aos sistemasanteriores.
A inovação estava na criação da espoleta.
Um dispositivo que gerava faísca quando recebia um impacto.
Inicialmente era apenas um pequeno recipiente de metal que continha um explosivo
sensível, como fulminato de mercúrio, qual era inserido no armamento de
percussão extrínseca em um alojamento denominado “ouvido” que, quando
atingida pelo cão, enviava as fagulhas por um evento até a carga principal.
Com o advento da espoleta, as armas de fogo elevaram a confiabilidade em
ambientes chuvosos e úmidos, sendo menos suscetíveis a falhas.
A invenção da espoleta permitiu a criação do cartucho simular aos empregados
nos dias atuais.
As armas que fogo que utilizavam espoleta eram mais confiáveis, com menores taxas
de nega de disparo se comparados as suas antecessoras.
Aumentaram a significativamente a confiabilidade em ambientes chuvosos e
úmidos.
7. Armas modernas
As armas modernas praticamente surgiram após a invenção do cartucho metálico.
Todas as partes necessárias para efetuar um disparo foram reunidas em um só
objeto.
As armas modernas, em via de regra, são armas de retrocarga (carregadas pela
parte posterior) dotadas de variados sistemas de funcionamento, os quais veremos
de forma aprofundada mais adiante.
8. O Cartucho metálico
Como vimos nos sistemas anteriores, as armas de fogo de antecarga (carregadas
pela boca do cano) eram recarregadas em várias etapas.
A com a finalidade de otimizar o processo de carregamento, por volta do século XV
surgiu o cartucho de papel, que a grosso modo, nada mais era do que um invólucro
de papel contendo a pólvora e projétil.
Importante relembrar que neste período, ainda não existia a espoleta, sendo
necessário gerar “faíscas” para dar ignição à carga iniciadora para realizar o disparo.
Ainda que o cartucho de papel otimizasse o processo de recarga, existiam alguns
problemas na sua utilização.
Após o disparo, poderiam permanecer pequenas partículas de papel ainda
incandescente dentro do cano da arma e ao recarregá-la, a arma disparava
provocando acidentes gravíssimos.
Para minimizar esse problema, produziu-se o papel nitrato, de queima muito rápida,
evitando-se assim tais incidentes.
Outro problema era quanto à chuva e à umidade. Para isto, buscaram-se recipientes
a prova d’água para amenizar este efeito.
O primeiro projeto de um cartucho totalmente independente apareceu em 1808,
criado por um inventor suíço chamado Jean Samuel Pauly, e patenteado em 1812.
Consistia em um corpo de papel enrolado com o projétil à frente e com a base em
latão, sendo que na sua base havia em alojamento para a mistura iniciadora.
O projeto não se popularizou, pois era aplicado apenas às armas de Jean, que
possuíam um elevado custo de produção.
Posterior à invenção de Jean Samuel Pauly, o armeiro Johann Nikolaus Von Dreyse
aprimorou a ideia do cartucho unificado, criando o primeiro fuzil de “agulha”
(needle gun), que o adotou com o nome de Zündnadelgewehr M 1841.
O Fuzil Dreyse revolucionou o combate de infantaria, elevando a cadencia de
disparos por utilizar uma munição pronta, podendo realizar em torno de 07(sete)
disparos por minuto.
Este modelo permitia que o atirador efetuasse a recarga deitado e abrigado, o que
não ocorria com as armas demais antecarga, nas quais o combatente tinha de se
manter em pé para recarregá-la, expondo-se aos disparos do inimigo.
A munição era composta por um cartucho de papel que mantinha unido o projétil, a
pólvora e uma mistura iniciadora que ficava alojado entre a pólvora e o projétil.
Em decorrência disso, as armas desenvolvidas por Dreyser necessitavam de um pino
percussor extremamente longo e fino, similar a uma agulha, para que atravessassem
o invólucro de papel e toda a carga de pólvora até, atingir a carga de ignição da
munição.
Pouco tempo depois, o francês Antoine Alphonse Chassepot começou a desenvolver
diversos protótipos de fuzis de retrocarga.
A arma projetada por Antoine Alphonse Chassepot era similar ao sistema utilizado
por Dreyse, porém possuía a diferença de que o sistema de ignição do cartucho de
papel ficava localizado base, antes da pólvora.
Dando continuidade aos trabalhos de Jean Samuel Pauly (cartucho com base em
latão), o francês Casimir Lefaucheux também projetou um cartucho similar, com
uma base de latão com corpo de papel.
Esta munição possuía um diferencial de ter seu sistema de percussão através de um
pino lateral.
O sistema desenvolvido por Lefaucheux foi uma grande evolução, pois a base de
latão no momento do disparo, dilatava-se na câmara da arma e vedava o escape de
gases na culatra da arma.
Outra grande vantagem do sistema é que os resíduos originados pela queima da
pólvora permaneciam alojados no próprio cartucho e não na câmara do armamento,
como ocorria nos sistemas criados por Dreyse e Chassepot, diminuindo a
necessidade de limpeza para a inserção de um novo cartucho.
Porém haviam problemas relativos a umidade, que podia afetar o cartucho, tendo
em vista que grande parte de seu corpo era constituído de papel.
O problema relativo a “selagem” da câmara só foi resolvido após a introdução do
cartucho construído em latão, pois este metal possui propriedades mecânicas que
permitem a sua expansão e selagem da câmara no momento do disparo.
Assim, após a evolução projeto desenvolvido por Lefaucheux, com os cartuchos
passando a serem construídos totalmente em latão, em 1858, surgiu o revólver
Lefaucheux, sendo a primeira arma a utilizar cartucho metálico.
Porém, apesar de uma novidade à época, também apresentava problemas.
Por possuir um pino lateral para a sua percussão, apresentava ignição indesejadas
durante seu manuseio, a exemplo de uma queda.
Outra desvantagem era que o cartucho não possuía o aro, assim, se apoiava dentro
da arma no próprio pino e, portanto, o pino não era selado ao estojo, permitindo
que umidade e até a água da chuva adentrasse no cartucho incorrendo em falhas de
percussão.
Outra desvantagem é que a munição deveria ser inserida no armamento em uma
única posição, alojando o pino no local adequado.
A próxima evolução no desenvolvimento do cartucho metálico foi atribuída ao
francês Louis-Nicolas Flobert.
Seu projeto consistia em um cartucho metálico com as bordas ocas em sua base, nas
quais era alojada a mistura iniciadora responsável pela energia que arremessaria o
projétil.
O interessante a respeito desta munição, é que ela não continha pólvora. Portanto
era de baixíssima potência, bastante utilizada para prática de tiro em ambientes
confinados.
Posteriormente, por volta de 1854, a empresa Smith & Wesson adaptou o projeto
dos franceses, simplesmente alongando o comprimento do estojo, possibilitando a
inclusão de pólvora em seu recipiente, criando assim, a primeira munição
propriamente dita, de percussão.
Neste período, também surgiram alguns outros cartuchos de percussão radial, a
exemplo do .44 Henry.
Entretanto, a busca por maiores “potências” resultou na elevação das cargas de
projeção dos cartuchos, acarretando no aumento de pressão, o que não era
adequado aos estojos de percussão radial, devido à base fina do estojo onde recebia
a percussão.
Em 1866, o Norte-americano Hiram Berdan patenteou um novo modelo de estojo
para munição.
Este novo invento foi o estojo do tipo “Berdan”, sendo utilizado até os dias atuais.
O estojo “Berdan” trouxe consigo inúmeras vantagens, pois o culote (base inferior
do estojo) é mais espessa, com um alojamento específico para a espoleta (bolso),
permitindo também sua troca para fins de recarga.
Tal invento resultou na munição de percussão central (centerfire), diferentemente
do modelo inventado por Floubert e aperfeiçoado pela empresa Smith & Wesson de
percussão radial (Rimfire).
A temática não encerra por aqui. 
Seguiremos adiante na aula específica dos tipos de munições e 
calibres. 
Dentro do contexto histórico, destacamos as evoluções mais 
importantes no tocante aos sistemas de ignição e munições. 
Obrigado !!!!
9. Referências:Texto:
• Balística para profissionais do direito – João da Cunha Neto
• Pólvora – Augusto Thomazi Gassen <https://gassentiro.com.br/polvora/>
• História do cartucho metálico – Augusto Thomazi Gassen <https://gassentiro.com.br/historia-do-
cartucho-metalico/>
Video:
• Matcklock https://www.youtube.com/watch?v=4rpGtz-57Vo
• Whellock https://www.youtube.com/watch?v=wEoecTbp2XM
• Flintlock https://www.youtube.com/watch?v=5t2jUAhIguQ
• Percussion system https://www.youtube.com/watch?v=mUDMlphvenM
• Needle Gun https://www.youtube.com/watch?v=jlu9qOTKRU4
• Paper cartridge https://www.youtube.com/watch?v=CNIt8RvGP5M
• História das armas de fogo https://www.youtube.com/watch?v=jnwLpz0AQBs
• Pólvora negra https://www.youtube.com/watch?v=7Z7Ucyp7su8
• Revólver lefaucheux https://www.youtube.com/watch?v=upUkYjK17zM
• Revólver antecarga https://www.youtube.com/watch?v=kBXIV-MSqws&t=422s
https://www.youtube.com/watch?v=4rpGtz-57Vo
https://www.youtube.com/watch?v=wEoecTbp2XM
https://www.youtube.com/watch?v=5t2jUAhIguQ
https://www.youtube.com/watch?v=mUDMlphvenM
https://www.youtube.com/watch?v=jlu9qOTKRU4
https://www.youtube.com/watch?v=CNIt8RvGP5M
https://www.youtube.com/watch?v=jnwLpz0AQBs
https://www.youtube.com/watch?v=7Z7Ucyp7su8
https://www.youtube.com/watch?v=upUkYjK17zM
https://www.youtube.com/watch?v=kBXIV-MSqws&t=422s
V CURSO DE FORMAÇÃO DA 
GUARDA MUNICIPAL DE 
LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E 
TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Bezerra 
GM Monti
Sumário
A - Classificação das armas de fogo
1. Conceito de arma de fogo;
2. Quanto ao efeito;
3. Quanto a portabilidade;
4. Quanto ao tamanho;
5. Quanto ao emprego; 
6. Quanto ao sistema de refrigeração;
7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento;
8. Quanto a alma do cano;
9. Quanto ao funcionamento;
10. Quanto a ação;
11. Quanto a percussão.
Sumário
B - Nomenclaturas das armas de fogo e características de funcionamento
1. Armas Curtas.
a. Garrucha;
b. Revólver;
c. Pistola;
2. Armas Longas.
a. Espingarda;
b. Carabina;
c. Submetralhadora;
d. Fuzil; 
e. Metralhadora.
f. Outras designações. 
C - Observações finais 
D - Referências
A. Classificação das armas de fogo
1. Conceito de arma de fogo:
Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados
pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente,
está solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do
propelente, além de direção e estabilidade ao projétil. (Decreto 10.030/2019)
Classificação das armas de fogo
2. Quanto ao efeito:
• Leve: São aquelas que possuem peso e volume relativamente reduzidos, podendo ser
transportadas geralmente por um homem, além de possuírem o seu calibre inferior ou igual a
.50, ou seja, 12,7mm.
• Pesada: São aquelas empregadas em operações militares em proveito da ação de um grupo de
homens.
Classificação das armas de fogo
2. Quanto ao efeito: Arma de fogo leve
Classificação das armas de fogo
2. Quanto ao efeito: Arma de fogo pesada
3. Quanto à portabilidade:
• De porte: As “armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser
disparadas pelo atirador com apenas uma de suas mãos, a exemplo de pistolas,
revólveres e garruchas” (Decreto 10.030/2019)
• Portátil: As “armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso,
podem ser transportadas por uma pessoa, tais como fuzil, carabina e
espingarda” (Decreto 10.030/2019)
• Não portátil: As “armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso,
precisam ser transportadas por mais de uma pessoa, com a utilização de
veículos, automotores ou não, ou, que sejam fixadas em estruturas
permanentes”
3. Quanto à portabilidade:
• De porte:
3. Quanto à portabilidade:
• Portátil:
3. Quanto à portabilidade:
• Não portátil:
4. Quanto ao tamanho:
• Curta: dimensões reduzidas, de fácil manejo e porte, podendo ser
carregada junto ao corpo em um coldre.
• Longa: dimensões e peso maiores que as curtas, geralmente
transportadas com o auxilio de uma bandoleira, podendo ser
portáteis e não portáteis.
4. Quanto ao tamanho:
• Curta:
4. Quanto ao tamanho:
• Longa:
5. Quanto ao emprego: 
• Individual: É aquela que pode ser utilizada por um único indivíduo.
• Coletivo: É aquela que necessita de mais de um operador para o seu
emprego com pleno rendimento.
5. Quanto ao emprego: 
• Individual:
5. Quanto ao emprego: 
• Coletivo:
6. Quanto ao sistema de refrigeração:
• A ar: Aquela que necessita apenas do contato com ar atmosférico
para garantir a refrigeração do sistema de tiro.
• A água: Aquela que utiliza um dispositivo de fluxo de água para
garantir a refrigeração do sistema de tiro.
6. Quanto ao sistema de refrigeração:
• A ar:
6. Quanto ao sistema de refrigeração:
• A água:
7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento:
• Antecarga: Aquela em que o carregamento é feito pela boca do cano.
• Retrocarga manual: Aquelas em que o carregamento é feito pela parte
posterior do cano, com emprego da força muscular do atirador.
• Retrocarga automática: Aquelas em que o carregamento é feito pela parte
posterior do cano, em regra por meio do aproveitamento da energia do
disparo, dispensando a intervenção humana.
7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento:
• Antecarga:
7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento:
• Retrocarga manual:
7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento:
• Retrocarga automática:
8. Quanto à alma do cano: 
• Lisa: Aquela cujo cano não possui raiamento interno porque não há
necessidade de estabilização do(s) projétil(eis).
• Raiada: Aquela cujo cano possui sulcos helicoidais responsáveis pela
giroestabilização do projétil durante o percurso até o alvo.
8. Quanto à alma do cano: 
• Lisa:
8. Quanto à alma do cano: 
• Raiada:
9. Quanto ao funcionamento: 
• Tiro unitário: não possui nenhum tipo de mecanismo de ciclagem. Todos os processos de ejeção,
rearme do mecanismo de disparo, alimentação e carregamento são feitos pelo atirador. Podem
ser de tiro unitário simples (um cano) ou múltiplo (mais de um cano) paralelos ou sobrepostos.
• Repetição: Arma “em que a recarga exige a ação mecânica do atirador sobre um componente
para a continuidade do tiro” (exemplo: ação de revolver, ação por ferrolho, ação por bomba,
ação de alavanca).
• Semiautomática: Arma “que realiza, automaticamente, sem a ação do atirador, todas as
operações de funcionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso, novo acionamento do
gatilho” (exemplo: pistola, carabina semiautomática)
• Automática: Arma “em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento
ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado, até o fim da munição
disponível.” (exemplo: submetralhadora, metralhadora, fuzil de assalto)
9. Quanto ao funcionamento: 
• Tiro unitário:
9. Quanto ao funcionamento: 
• Repetição:
9. Quanto ao funcionamento: 
• Semiautomática:
9. Quanto ao funcionamento: 
• Automática:
10. Quanto ação:
• Ação Simples: O gatilho possui a única finalidade de liberar o mecanismo de
disparo.
• Ação Dupla: Nas armas de ação dupla, o gatilho tem a capacidade de engatilhar
(armar) o sistema de disparo (cão ou percussor lançado) em sua totalidade e em
seguida liberá-lo à frente, ocasionando o disparo.
• Dupla ação: Combina os sistemas de ação simples e ação dupla no mesmo
mecanismo, podendo efetuar o disparo das duas maneiras.
• Ação híbrida (ou ação dupla com semi-engatilhamento do percussor): Sistema
no qual com o carregamento da arma (inserção de uma munição na câmara) o
sistema de disparo (mola do percussor) fica semi-engatilhada.
Exemplos: Ação Simples
Colt Army .45 LC Colt Dragoon
Taurus PT1911
Cbc 7022
Exemplos: Ação dupla
Taurus PT 24/7 PRO (DAO) Sig Sauer P250 Smith & Wesson Bodyguard
Smith & Wesson mod. 642
Exemplos: Dupla ação
Taurus RT88
Taurus PT 92
IWI Jericho 941
Exemplos: Ação híbrida (ou ação dupla com semi-engatilhamento do percussor)
CZ P10C
Glock G17
BerettaAPX
11. Quanto a percussão:
• Extrínseca: Armas de fogo em que a ignição é feita externamente à câmara de
explosão do armamento, sendo direcionada por um evento (orifício). São armas
com sistema de ignição do tipo matchlock, whellock, flintlock e percussion system.
• Intrínseca: Armas de fogo em que a ignição é feita internamente à câmara de
explosão do armamento. Em geral são armas concepção moderna, de retrocarga.
a) Direta: Quanto o percussor encontra-se montado no próprio cão/hammer do
armamento, podendo ser fixo ou móvel.
b) Indireta: Quando o percussor é uma peça inerte, acionada pelo cão/hammer no
momento do disparo.
11. Quanto a percussão:
• Extrínseca
11. Quanto a percussão:
• Intrínseca Direta:
Obs: Ainda cabe uma segunda subdivisão quanto a percussão intrínseca direta,
podendo ser fixa ou móvel.
11. Quanto a percussão:
• Intrínseca Indireta:
11. Quanto a percussão:
• Subdivisão da percussão intrínseca:
Fogo central (centerfire) e fogo circular/radial (rimfire): Ainda com relação ao sistema
de percussão existe uma segunda subdivisão, relativa a “localização” da mistura
iniciadora.
B. Nomenclatura das armas de fogo e 
características de funcionamento
1. Armas Curtas - Garrucha
São armas de fogo de construção bastante simplificada.
São sempre de tiro unitário, simples ou múltiplo, podendo apresentar
cano de alma lisa ou de alma raiada.
Os calibres mais comuns encontrados no Brasil são o .22 Short, .22LR, .32
S&WL e .38 SPL.
B. Nomenclatura das armas de fogo e 
características de funcionamento
1. Armas Curtas - Garrucha
2. Armas Curtas - Revólver
Em 1700, James Puckle inventou o “Puckle Gun”, que tinha várias câmaras de
queima e um único cano e mecanismo de disparo, ou seja, diferentemente da
crença popular, Samuel Colt não inventou o revólver, ele apenas patenteou seu
primeiro modelo em 1836 e o produziu em massa, barateando e popularizando
o famoso Colt 45.
1. Armas Curtas - Revólver
“Puckle Gun”
1. Armas Curtas - Revólver
Com o surgimento dos cartuchos metálicos, em 1873, surgiu o revólver mais
famoso da época. Era o famoso Colt de ação simples da cavalaria norte-
americana, mais conhecido como Peacemaker (Pacificador), de calibre 45. O
municiamento era extremamente lento, sendo feito por uma tampinha aberta
na armação, permitindo que fosse trocada apenas uma cápsula por vez.
1. Armas Curtas - Revólver
Colt Peacemaker
1. Armas Curtas - Revólver
É uma arma pessoal leve, de porte, de repetição e com carregador rotativo
(tambor) com capacidade, geralmente, para seis munições. Normalmente o
tambor gira no sentido anti-horário. A exceção está nos revólveres Colt e North
America, cujos tambores giram no sentido horário.
São armas muito confiáveis e precisas, e, menos sujeitas a panes por falta de
manutenção do operador. Em contrapartidas sua grande desvantagem é a
baixa capacidade de munição, em geral de 05 a 08 cartuchos, e
remuniciamento lento.
1. Armas Curtas - Revólver
Alguns modelos de revolver
Webley
Colt Navy
Chiappa Rhino
1. Armas Curtas - Revólver
Alguns modelos de revolver
Mateba
Webley-Fosbery
North Armerican .22 mag
1. Armas Curtas - Revólver
Alguns modelos de revolver
Smith&wesson Bodyguard
Smith&Wesson Model 500
1. Armas Curtas - Revólver
Alguns modelos de revolver
Taurus Judge – RT 410
36 Gauge ou .45 Colt
1. Armas Curtas - Revólver
Alguns modelos de revolver
Taurus RT 692 
1. Armas Curtas – Pistola
Surgiram posteriormente aos revólveres e são peças mais complexas de
engenharia, pois aproveitam a expansão dos gases para realizar as ações
e ejeção e novo carregamento através da movimentação do ferrolho.
Considera-se a primeira pistola semiautomática a Borchardt C93,
projetada em 1893 por Hugo Borchardt.
1. Armas Curtas – Pistola
Em 1900, George Luger, conseguiu simplificar o projeto e criou um novo 
modelo de pistola que levou seu nome, também conhecida como 
parabellum.
1. Armas Curtas – Pistola
Pouco tempo após, em 1907, John Moses Browning, apresentou ao
Exército Americano o seu projeto, que começou a ser testado e,
posteriormente aprovado, foi adotado pelo Exército Americano em 1911,
permanecendo em uso até 1985.
Pistola Colt 1911, no calibre. 45ACP
1. Armas Curtas – Pistola
São armas curtas que utilizam o sistema de carregador destacável, em
geral do tipo cofre, para acondicionar sua munição. Geralmente são
dotadas de maior capacidade de munições que os revólveres.
Em geral, pistolas com calibres de baixa energia utiliza o sistema de
trancamento do tipo blowback simples e, em calibres maiores que o
9x19mm e .40S&W, utilizam o sistema de trancamento denominado
short recoil.
Há ainda pistolas em calibres mais “potentes” que utilizam sistemas de
trancamentos similares a fuzis.
1. Armas Curtas – Pistola
Beretta M9
Desert Eagle
Glock
2. Armas Curtas – Pistola
Pistola de IPSC
Sig Sauer P320 M17/M18
Mauser C96
2. Armas Longas - Espingarda
A história mostra que as espingardas foram concebidas como armas de fogo longas desprovidas
de raias e como objetivo inicial de caça, porém, ao longo do tempo, devido à facilidade no
manejo e grande efetividade a curta distância, passaram também a ser utilizadas para defesa
pessoal.
Durante a primeira guerra mundial (1914-1918), as espingardas ficaram conhecidas como
“Trench-gun” (Armas de Trincheira), em razão do efetivo desempenho a curta distância.
Neste período, destacou-se a famosa Espingarda Winchester modelo 1897 no calibre 12 gauge,
apresentada abaixo.
Por definição espingardas são armas longas de alma lisa, e destacam-se pela sua
versatilidade justamente pela ausência de raiamento no cano, podendo disparar
diversos tipos de cartuchos (chumbo fino, SG, balotes, menos letais, etc).
As espingardas são classificadas segundo padrões pertinentes às suas
características, como os materiais utilizados na sua fabricação e os
aprimoramentos de cada modelo.
Atualmente as espingardas são classificadas gerações conforme dispostas a seguir:
• 1ª geração: modelos de um ou dois canos, paralelos ou sobrepostos, com cão
externo ou mochas.
Boito Reuna
Boito Miura
• 2ª geração: modelos possuidores de ação pump e carregador tubular. 
CBC Military 3.0
Boito PUMP
• 3ª geração: modelos possuidores de ação semiautomática.
Stoeger M3000
Winchester SX4
• 4ª geração: modelos que funcionam tanto na ação pump quanto na ação
semiautomática.
Franchi SPAS 15
Benelli M3 Super 90
• 5ª geração: protótipos que utilizam a ação automática.
Auto Assault 12 (AA-12)
Comprimento de Câmara 
Em geral as espingardas utilizam três tamanhos de câmara de explosão, sendo elas
a Standart de 2 ¾” (70mm), a Magnum 3” (76mm) e a Super Magnum de 3 ½”
(89mm), utilizadas para disparar os cartuchos abaixo:
Importante destacar que a CBC Military 3.0 possui câmara de 3” (76mm)
Observação:
Importante destacar que o tamanho da câmara da espingarda não se confunde com
o tamanho do cartucho, uma vez que existem cartuchos com medidas diversas,
conforme podemos ver a seguir:
Cartucho 1 ¾” (44,5mm) 
Observação:
Importante destacar que também existem cartuchos totalmente metálicos para
espingardas, denominado cartucho presidente:
Exemplos de cartuchos utilizados em espingardas
2. Armas Longas com cano de alma raiada 
CARABINA, SUBMETRALHADORA, FUZIL e METRALHADORA
São Armas de fogo longas, portáteis, de cano raiado, podendo ser visualmente similares e
possuem características de funcionamento distintas, podendo disparar calibres de baixa energia
oriundos de armas curtas e calibres de alta energia oriundos armas longas (neste caso encontrado
também com a designação de fuzil semiautomático).
Submetralhadora SMT40 Carabina CTT40
Exemplos
Fuzil de Assalto 5,56 IA2 Carabina 5,56 IA2
2. Armas Longas - Carabina
Conceitualmente é uma Arma de fogo longa, portátil, de cano raiado, incapaz de tiro automático,
podendo disparar calibres baixa energia oriundos de armas curtas e calibres de alta energia
oriundos armas longas(neste caso encontrado também com a designação de fuzil
semiautomático).
Existem carabinas com sistemas de funcionamento de tiro unitário, de repetição e semiautomáticas. 
Carabina Puma 
Repetição
Carabina Rossi POMBA 
Tiro unitário
Carabina CZ Scorpion EVO 3 
Semiautomática
2. Armas Longas - Submetralhadora 
Conceitualmente é uma Arma de fogo longa, com cano alma raiada, capaz de tiro automático e,
que é apta a disparar calibres de baixa energia e velocidade, comumente empregados em arma de
porte. (geralmente calibres típicos de pistola).
Submetralhadora HK MP5 Submetralhadora FN P90
2. Armas Longas - Fuzil
Conceitualmente há muitas divergências, mas para facilitar a
compreensão divide-se o gênero fuzil em três espécies:
• Fuzil de Assalto 
• Fuzil de Precisão 
• Fuzil de Caça 
Fuzil de Assalto
Trata-se de uma arma de fogo portátil, com cano de alma raiada, capaz
de tiro automático, apta a disparar calibres de alta energia e
velocidade, alimentada por carregador tipo cofre ou similar.
Fuzil de Assalto Taurus T4 Fuzil de Assalto H&K G3
Fuzil de Precisão 
Trata-se de uma arma portátil de aplicação especial, em geral são armas
de repetição por ação de ferrolho existindo também modelos
semiautomáticos, com cano de alma raiada, apta a disparar calibres de
alta energia e velocidade a longas distâncias, geralmente de repetição
por ação de ferrolho.
Fuzil de Precisão McMillan TAC-50Fuzil de Precisão Imbel AGLC
Fuzil de Caça 
Trata-se de uma arma portátil, com cano de alma raiada, utilizada para a caça a maior africana (big five),
geralmente de tiro unitário múltiplo ou de repetição por ação de ferrolho.
A denominação fuzil se dá pela enorme energia desenvolvida pelos calibres, que não se encaixa no
conceito tradicional de carabina (calibres próximo de 6000j, ou mais de energia).
Fuzil de Caça Westley Richards 
.600 Nitro Express
2. Armas Longas - Metralhadora
Arma longa capaz de tiro automático, que emprega calibres de alta energia, com
grande capacidade de munição, geralmente alimentadas por fita.
Possui características aproximadas do fuzil de assalto, entretanto difere nas táticas de
emprego, em geral utilizada para defender posições fixas ou saturação de fogo, devido a
grande capacidade de disparos.
METRALHADORA
Metralhadora FN Minimi Metralhadora Browning M2
METRALHADORA
MG 42
2. Armas Longas - Outras designações.
Escopeta ????
Rifle ???? SBR and Rifle= “16
Mosquete ???
Bacamarte???
Arcabuz???
C – Observações finais
Como visto, primeiramente os canos são divididos primeiramente em lisos e raiados e normalmente cada arma
usa apenas uma dessas configurações.
No entanto, existem armas dotadas simultaneamente desses dois tipos de canos, resultando em múltiplos
calibres, incluindo cano de alma lisa e cano de alma raiada, ou ainda que possuem mais de um cano raiado,
mas em calibres diferentes.
Geralmente são armas de caça africana com calibre 12 nos canos de alma lisa e outro calibre de grande
potência em outro cano.
C – Observações finais
Quanto ao raiamento, este pode ser dividido em DESTRÓGIRO (giro sentido a direita) e
SINISTRÓGIRO (giro sentido a esquerda), em número de raias par ou ímpar, de passo simples ou
misto e, ainda, quanto a forma de construção convencional ou poligonal.
C – Observações finais
Quanto aos canos de alma lisa, estes podem contar com choque cambiável (choke), que consistem em uma
espécie de “estrangulamento” (afunilamento) da boca do cano, que possui a finalidade de produzir melhor
agrupamento dos chumbos visando maior alcance “útil” do tiro (sem dispersão).
Agradecimentos 
D – Referências
• Balística para Profissionais do Direito – João da Cunha Neto 
• Síntese de Armamento e Tiro – Polícia Federal 
• Decreto 10.030/2019
• Decreto 9.847/2019
V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Bezerra
GM Monti
AULA 1 
Sumário:
1) Munição;
2) Tipos de munições;
3) Tipos de projéteis. 
4) Calibre;
5) Sistemas de calibres;
6) Raiamento;
7) Referencias. 
1. Munição/Cartucho 
Conceito: Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma,
cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo;
efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais.
Na atualidade, em via de regra, é construída com emprego de estojo metálico.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Classificação
Munição Letal: Aquela que emprega a energia cinética proveniente do
deslocamento da massa de seu projétil em alta velocidade para a penetração e o
rompimento estrutural do alvo, produzindo lesão perfuro-contundente
potencialmente mortal no alvo vivo.
1. Munição/Cartucho 
Munição Menos Letal: Aquela que emprega a energia cinética proveniente do
deslocamento da massa de seu projétil em alta velocidade para a produção de lesão
contundente não letal no alvo, desde que usada dentro dos parâmetros
especificados pelo fabricante.
1. Munição/Cartucho 
Munição Industrial: Aquelas utilizadas em pistolas industriais (nail gun) para
propelir pregos ou pinos de aço temperado a alta velocidade e com grande energia,
fixando-os a estruturas de difícil perfuração, tais como concreto.
1. Munição/Cartucho 
Munição de Manejo: É aquela que possui a aparência externa de uma munição letal
ou menos letal, mas que é, na realidade, completamente inerte, ou seja, que não
contém espoleta com mistura iniciadora em seu interior e tampouco o propelente.
Também pode ser utilizada uma munição em polímero, com as mesmas dimensões
da munição real.
1. Munição/Cartucho 
Componentes:
1. Estojo
2. Propelente (pólvora)
3. Espoleta (mistura iniciadora , primer)
4. Projétil/projéteis (balins)
5. Bucha separadora*
1. Munição/Cartucho 
Estojo:
É o componente de união mecânica do cartucho. O estojo possibilita que todos os
componentes necessários ao disparo fiquem unidos em uma única peça, o que
facilita o manejo da arma e acelera o processo de carregamento. O estojo é
fabricado para se encaixar precisamente na parte interna da câmara de explosão de
uma arma de fogo.
O estojo sela a câmara de explosão em todas as direções, à exceção do cano.
Depois de o projétil deixar o cano, o interior do cano e da câmara de explosão
retornam à pressão atmosférica. O estojo, que foi expandido elasticamente pela
pressão gerada pelo propelente, contrai-se levemente.
1. Munição/Cartucho 
O latão é comumente usado na fabricação dos estojos das munições. Ele é
resistente à corrosão, podendo suportar elevadas pressões e, ao mesmo tempo, é
flexível para permitir uma fácil extração, podendo ainda ser recarregado diversas
vezes.
Algumas munições militares, principalmente da antiga União Soviética e China,
são feitas com estojos de aço (mais barato e leve que latão). Não é viável a
reutilização dos estojos de aço e estes rapidamente se deterioram no ambiente
devido à ferrugem.
Outra desvantagem é a maior resistência do aço, se comparado latão, pois o gás
propelente pode expandir e penetrar no espaço em volta do corpo do estojo na
câmara de explosão, sendo condensados nas paredes relativamente frias, gerando
resíduos sólidos, podendo dificultar a extração dos estojos.
1. Munição/Cartucho 
A CCI oferece munição com estojo de alumínio. Este material, de maneira
similar ao latão, possui propriedades físicas de dilatação e contração que o tornam
perfeitamente adequado para uso como estojo de munição. De maneira similar ao
aço, também possui baixo peso, sendo, por outro lado, mais resistente à corrosão.
A própria CCI deliberadamente utiliza tamanhos não padronizados nas
espoletas destinadas a este tipo de munição, a fim de desencorajar a reutilização
desses estojos.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Tipos de Estojos
Metálico: é o tipo mais comum de estojo atualmente em uso nas armas de fogo,
sendo normalmente fabricados em latão, aço ou alumínio, cada um com suas
vantagens e desvantagens específicas.
Podem ter formato cilíndrico,de uso mais comum em armas de repetição, tais como
revólveres e carabinas de ação por alavanca, em que o movimento para recarga é
gerado manualmente, o que não impõe grande trabalho na estrutura do estojo e
nem demanda uma movimentação automatizada de alta confiabilidade do
mecanismo.
1. Munição/Cartucho 
Seu formato também pode ser cônico, comum nas munições de armas curtas
semiautomáticas, o que visa facilitar ao sistema de recarga automática o processo
de extração do estojo do interior da câmara de explosão, dando confiabilidade ao
mecanismo mesmo que o estojo não tenha o tempo ou as características físicas
necessárias para uma contração adequada após a expulsão do projétil pela boca do
cano.
Os estojos podem ainda ter o formato tipo garrafa, comum nas munições de alta
velocidade e alta energia, onde se busca grande capacidade volumétrica do
cartucho, para o emprego de grande quantidade de propelente, sem
necessariamente se empregar um projétil de grande calibre. Seu formato também
facilita o trabalho do mecanismo de recarga automática.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Nomenclaturas do estojo
Tipos de culote/base
1. Munição/Cartucho 
Não Metálico/Misto:
Possuem o corpo feito de material plástico ou de papelão, mantendo uma base metálica.
Este tipo de construção visa principalmente a redução do peso e do custo da munição.
A base metálica é necessária para conter o sistema de ignição e para fazer a vedação da
câmara de explosão de maneira eficaz.
Este tipo de construção é empregado nas munições de espingarda, porém há fabricantes de
munições de fuzis, como a PCP, que começaram a utilizar este tipo de construção para
reduzir o peso da carga de munição levada pelos militares.
Uma carga de munição calibre 5,56x45mm OTAN modelo SS109 fabricada pela PCP chega a
pesar 30% menos do que a munição comum com estojo de latão.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Componentes
Propelente (pólvora): Composto químico que, iniciado pela ação de uma chama,
causa a expansão de gases, “empurrando” o projétil à frente pelo cano.
Tipos de pólvora:
Negra: enxofre, nitrato de potássio e carvão.
Químicas:
a) Base simples: Nitrocelulose.
b) Base dupla: Nitrocelulose e nitroglicerina.
c) Base Tripla: Nitrocelulose, nitroglicerina e nitroguanidina.
1. Munição/Cartucho 
Componentes:
Espoleta (Mistura iniciadora, primer)
A espoleta é um recipiente instalado na base do estojo que contém uma pequena
quantidade de mistura química sensível ao impacto sendo que esta pode ser
colocada no centro da base do estojo (munição de fogo central) ou dentro de um
aro ao redor da base do estojo (munição fogo circular), a qual gera uma chama no
momento da percussão.
1. Munição/Cartucho 
Dentre os milhares de desenhos e projetos de munições que surgiram, somente dois
permanecem: todas as atuais armas leves utilizam munição com estojo ao menos
parcialmente metálico, com espoleta de fogo central ou fogo circular.
Os fornecedores de armas militares e de caça norte-americanas tentam
aperfeiçoar a ignição elétrica, que substitui o percussor e espoleta convencionais
por um sistema em que uma carga elétrica acende a espoleta.
A Remington atualmente já produz cartuchos deflagrados eletricamente para armas
de caça, bem como diversas munições militares de armamento pesado são
eletricamente deflagradas.
1. Munição/Cartucho 
Tipos de Espoleta
Basicamente as espoletas/misturas iniciadora atualmente em uso podem ser
divididas de duas formas
• Fogo circular (rimfire, anelar)
• Fogo central (centerfire)
a) Berdan
b) Boxer
c) Bateria (cartuchos de caça)
1. Munição/Cartucho 
Fogo circular (anelar, rimfire)
A espoleta anelar abrange toda a base do estojo, ou seja, a mistura iniciadora
forma um círculo no fundo todo do estojo, de forma que basta que o percussor
bata em qualquer parte da borda do estojo para que a mistura iniciadora cause a
ignição.
1. Munição/Cartucho 
Fogo central (centerfire) – Berdan
Esta espoleta não possui bigorna, ela é formada apenas de uma capsula, na qual
está acondicionada a mistura iniciadora. Disto é fácil concluir que a bigorna
encontra-se no próprio estojo.
1. Munição/Cartucho 
Fogo central (centerfire) – Boxer
A bigorna é presa à cápsula da espoleta, com apenas um evento central (isto
facilita a recarga da munição, já que a espoleta fica fácil de ser retirada do estojo). O
fundo da capsula, onde esta alocada a mistura iniciadora, será atingida pelo
percussor e comprimida contra a bigorna dando início à queima da mistura
iniciadora.
1. Munição/Cartucho 
Fogo central (centerfire) – Bateria (cartucho de caça_
É constituída por cápsula, bigorna e estojo próprio, com evento; a espoleta tipo
bateria é montada no alojamento existente nos cartuchos de caça. Possuem maior
quantidade de mistura iniciadora, devido ao seu maior tamanho.
Comparativo - Tipos de Espoleta 
Berdan Boxer
Comparativo - Tipos de espoleta
Berdan Boxer Bateria
1. Munição/Cartucho 
Componentes:
Projétil /projéteis (balins)
Projétil, de uma forma ampla, é qualquer corpo sólido passível de ser arremessado.
Em se tratando de munições, é a parte do cartucho que será lançada através do
cano.
Pode ser chamado também de bala ou ponta.
Em geral, os projéteis de armas de fogo são construídos a partir da liga de chumbo,
podendo ser totalmente “nu” ou possuir revestimento parcial ou total em outras
ligas metálicas ou, ainda possuir construção totalmente diversa.
1. Munição/Cartucho 
Projétil
PONTA
CORPO
BASE
1. Munição/Cartucho 
Projétil /projéteis (balins)
Podemos encontrar inúmeras subdivisões quanto a sua forma de construção, 
materiais empregados, formatos, dentre outras. 
A seguir apresentaremos algumas variantes, das mais comuns a mais exóticas.
1. Munição/Cartucho 
Quanto ao Material: 
Chumbo: São na realidade fabricados de uma liga de chumbo, cuja composição mais usual é
chumbo, antimônio e arsênico, o que confere a dureza necessária para que o mesmo não se
desfaça ao se deslocar pelo interior do cano.
Tem como principais vantagens o baixo custo e o alto índice de deformação no impacto. A
principal desvantagem é que seu uso é limitado às munições de baixa pressão e baixa
velocidade.
1. Munição/Cartucho 
Quanto ao Material: 
Chumbo jaquetado: São compostos por um núcleo de chumbo, recoberto por uma jaqueta
de cobre, latão, tomback (liga de cobre com zinco Cu-Zn) ou aço de baixa dureza, a qual tem
por objetivo proteger o núcleo de chumbo, evitando que este se deforme ou se desfaça
quando empregado em munições de alta pressão ou de alta velocidade, tais como os
calibres Magnum ou de fuzis. Também são uma forma eficiente de se evitar o
chumbamento do cano e de se reduzir a toxidade do ar em estandes de tiro fechados.
1. Munição/Cartucho 
Quanto ao Material: 
Misto: Têm composição mista, buscando combinar características úteis de
vários tipos de projéteis. Os semi-jaquetados objetivam combinar as
vantagens dos projéteis de chumbo (alto índice de expansão) com a dos
jaquetados (capacidade de uso em munições de alta pressão e alta
velocidade).
Os de núcleo misto objetivam combinar várias características num único
projétil, como por exemplo a munição 5,56x45mm OTAN modelo SS109, que
possui uma jaqueta de cobre envolvendo um ponta de aço temperado, o
que lhe dá alta capacidade de penetração, e um pesado núcleo de chumbo
mole, que lhe garante o peso necessário para a manutenção da energia a
longo alcance, a resistência a ventos cruzados e a capacidade de
fragmentação no impacto.
1. Munição/Cartucho 
Quanto ao Material: 
Cobre: Projéteis jaquetados ou semi-jaquetados tem a tendência a se
deformar ou fragmentar ao chocarem-se contra portas de automóveis, para-
brisas, roupas pesadas ou outras barreiras intermediárias, reduzindo
significativamente seus efeitos sobre o alvo final em razão da redução do
peso do projétil e das mudanças nas suas características construtivas, como,
por exemplo, o fechamento da cavidade nos projéteis de ponta oca.
Os projéteisfeitos inteiramente de cobre têm por objetivo manter suas
características de forma e peso ao atingir estas barreiras, permitindo que
tenham desempenho máximo sobre o alvo pretendido.
1. Munição/Cartucho 
Quanto a forma: 
Ogival: É a forma mais comum para projéteis de arma de fogo, que prioriza a
eficiência aerodinâmica e a precisão, aliado a excelente capacidade de
penetração em tecidos vivos.
Ponta oca (expansivo): É o tipo de projétil mais usado para defesa pessoal e
caça de animais de couro fino. Possui uma cavidade em sua parte frontal
que objetiva utilizar os fluídos existentes no corpo do alvo para provocar a
expansão do projétil, aumentando significativamente sua área frontal.
1. Munição/Cartucho 
Quanto a forma: 
Canto vivo: Utilizado principalmente em competições de tiro em armas de
repetição ou em armas semiautomáticas desenhadas especificamente para
emprego de munição com este tipo de projétil. Possui as bordas retas e o
diâmetro máximo do projétil, para recortar um furo perfeitamente redondo
no alvo de papel, do maior tamanho possível para o calibre empregado.
Semi canto-vivo: Similar à canto-vivo, porém para emprego genérico em
armas semiautomáticas. Possui um formato cônico que facilita o acesso à
câmara de explosão através da rampa de alimentação, apresentando
uma ponta reta que faz um orifício inicial do alvo, e base com cantos retos
para terminar o recorte no alvo no calibre máximo do projétil.
Tabela de projéteis CBC
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Existem basicamente três espécies de projéteis, classificados de acordo com sua finalidade, ou seja, os
projetados para:
a) Obter a precisão máxima em alcances variados;
b) Produzir o máximo dano possível no alvo, penetrando o máximo possível;
c) Maximizar o dano no alvo ao mesmo tempo em que evita a penetração excessiva deste, controlando a
profundidade da penetração do alvo por meio da deformação do projétil. Esta limitação pode também
ocorrer por meio da fragmentação.
.
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis de tiro ao alvo: Para tiro de precisão com alcance de até 50m, a aerodinâmica não tem um papel
preponderante e as velocidades são baixas. Sendo o projétil balanceado o suficiente para não capotar, a
aerodinâmica perde importância na produção da precisão.
Para o tiro em alvos de papel, o melhor projétil é aquele que recorta um orifício perfeito no alvo, como é o
caso do canto-vivo.
Para alvos metálicos, a preocupação é despejar no alvo energia suficiente para derrubá-lo, ao mesmo tempo
em que se procura produzir o mínimo de dano na placa metálica. Um projétil feito inteiramente de chumbo
ou ainda um semi-jaquetado com a ponta de chumbo exposta vai se deformar no contato com o metal duro
do alvo. Sendo a velocidade de impacto o suficiente para tal, espalha a energia por uma área maior do alvo e
permite que mais força total seja aplicada sobre este sem danificar o aço com o qual é feito.
.
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis de tiro ao alvo: Para o tiro de precisão de longo alcance, há uma série de projéteis especializados
feitos por vários fabricantes, em geral baseados num estudo feito pela Força Aérea Americana nos anos 50
do, quando se descobriu que projéteis eram mais estáveis em voo de longo alcance e mais resistentes a
ventos cruzados se seu centro de gravidade ficasse atrás do centro de pressão.
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis de penetração máxima: Para uso contra alvos blindados ou contra animais de muito grande porte, a
penetração é a característica mais importante a ser considerada. Para se obter a máxima penetração, a
construção do projétil objetiva focar a maior quantidade de energia na menor área possível, ao mesmo
tempo em que este projétil é desenhado para resistir ao máximo à deformação no momento do impacto com
o alvo, sendo normalmente construído de chumbo com uma jaqueta externa de cobre, latão ou uma
espécie de aço mais macio.
Para a penetração em materiais duros, como, por exemplo, em blindagens leves, o núcleo de chumbo
normalmente é suplantado ou substituído por materiais de maior dureza, tal qual o aço temperado ou o
tungstênio.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis de penetração controlada: A categoria final de projéteis é aquela destinada a causar o maior dano
possível em alvos vivos. Destinam-se ao emprego em caça e defesa pessoal, em razão deste tipo de munição
ter seu uso militar proibido pela Convenção de Haia, além do fato de terem menos chance de penetrarem
blindagens leves e vestes balísticas.
Estes projéteis são desenhados para aumentarem sua superfície no momento do impacto, aumentando seu
arrasto e diminuindo as chances de transfixar o alvo. Um efeito desejável secundário é que a maior superfície
frontal criada aumenta o tamanho do orifício produzido, danificando maior quantidade de tecidos vivos,
acelerando a incapacitação do alvo.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis de ponta plana: O projétil mais simples que se destina a causar danos em tecidos vivos é aquele
largo e de ponta plana.
Este desenho aumenta a superfície frontal de contato com o alvo, efetivamente rompendo e danificando os
tecidos, visto que os projéteis ogivais tendem a apenas afastar os tecidos enquanto realizam a penetração.
São normalmente utilizados em grandes calibres e para a caça de animais de grande porte, sendo fabricados
em ligas de metais endurecidos e de alto peso.
Este desenho objetiva produzir grande penetração através de músculos e ossos, ao mesmo tempo em que
produz uma cavidade permanente praticamente do diâmetro total do projétil, permitindo que os órgãos
vitais sejam atingidos com disparos vindos de qualquer ângulo ou direção, mesmo que feitos de longas
distâncias. A desvantagem deste tipo de projétil reside na performance aerodinâmica, uma vez que a ponta
plana produz muito arrasto, reduzindo rapidamente sua velocidade.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis expansivos: São mais eficazes em alvos mais leves, sendo exemplos os de ponta oca
(hollow point) e os de ponta macia (soft point). Estes são desenhados para utilizar a
pressão hidráulica do meio aquoso que caracteriza os tecidos vivos para realizar a
expansão do projétil.
A ponta oca abre como um paraquedas, aumentando consideravelmente sua superfície frontal que faz
contato com o alvo.
Já a ponta macia se deforma no momento do impacto, produzindo também uma maior superfície de contato,
mas em menor grau e com menor velocidade que a ponta oca.
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis fragmentantes: Esta classe de projéteis é desenhada para quebrar-se no momento do impacto,
causando um efeito similar ao do projétil frangível, porém com uma construção mais comum, similar à do
projétil expansivo.
Os projéteis fragmentantes normalmente são construídos com a ponta, com cavidades mais profundas e mais
largas. Possuem jaquetas menos resistentes, para diminuir a integridade após o impacto. Para aumentar a
eficiência aerodinâmica, normalmente recebem uma pequena ponta de polímero, que recobre a cavidade
frontal.
O projétil fragmentante tende a se fragmentar em vários pequenos pedaços no instante do impacto.
1. Munição/Cartucho 
1. Munição/Cartucho 
Quanto em espécie: 
Projéteis frangíveis: A última categoria de projéteis expansíveis é a de projéteis frangíveis. Projéteis desta
espécie feitos de pó de metal prensado, os quais se transformam novamente em pó no impacto com o alvo.
Um uso interessante de projéteis de pó de metal prensado é para o arrombamento de fechaduras de portas,
com o cano da arma, geralmente uma espingarda em calibre 12, quase tocando o alvo. No impacto, o projétil
é pulverizado e o mecanismo da fechadura é geralmente arrancado da folha da porta.
1. Munição/Cartucho 
Componentes: Bucha separadora*
Cartucho de Caça: Ainda, há os cartuchos de caça, que utilizamo fogo central para
expulsar projétil único ou múltiplos, sendo que possuem um elemento a mais do
que os cartuchos de fogo central propriamente ditos, qual seja, a bucha plástica,
que separa a pólvora dos projéteis de chumbo.
1. Munição/Cartucho 
Em geral é comum ver dois tipos de fechamento nos cartuchos de caça.
Exemplos de cartuchos utilizados em espingardas
Exemplos de cartuchos utilizados em espingardas
O Calibre
O calibre de uma arma é a medida interna do diâmetro de um cano, adequado à
determinada munição.
É usualmente medido em polegadas (americano e inglês) ou milímetros (europeu),
para armas com canos de alma raiada.
Nessas armas, o calibre do projétil é o diâmetro interno, medido entre os fundos
opostos do raiamento.
O diâmetro do projétil é medido tanto por uma fração de polegada, normalmente
em centésimos ou milésimos, quanto em milímetros.
Calibre
Calibre: O calibre de uma arma é a medida interna do diâmetro de um cano,
adequado à determinada munição. É usualmente medido em polegadas ou
milímetros, para armas com canos de alma raiada.
A definição de calibre das armas de fogo gera uma série de confusões aos usuários.
Existem três nomenclaturas distintas para calibres de armas de fogo, sendo que cada
uma delas representa uma medida, seja internamente do cano ou do projétil.
CALIBRE REAL – entre cheios do raiamento
CALIBRE NOMINAL – designação do fabricante
CALIBRE DO PROJÉTIL – diâmetro entre os fundos do raiamento
Calibres
Calibre Real: Nas armas de cano de alma raiada o calibre real é medido entre os
cheios do armamento.
1. Calibres
Entende-se por calibre real a medida exata do diâmetro interno do cano, medido
entre os cheios do raiamento. Para armas de alma lisa é a medida interna do cano
realizado pela boca (extremidade final), uma vez que geralmente são
cônicos, tendo um maior diâmetro próximo à câmara de explosão e menor na boca
do cano.
1. Calibres
Calibre nominal: É a dimensão usada para definir ou caracterizar um tipo de
munição ou arma designado pelo fabricante, nem sempre tendo relação com o
calibre real ou do projétil. É expresso em milímetros ou frações de polegada
(centésimos ou milésimos). Podem ser em frações de polegadas (exemplo 0.40) ou
em milímetros (exemplo 9mm). Geralmente não correspondem à medida exata
dos diâmetros do projétil nem do cano, mas servem de referência comercial.
Ex.: 9mm Luger = diâmetro do projétil de aproximadamente 9,04mm.
1. Calibres
O nome é meramente a padronização ou nome fantasia.
Quando dois números são usados, o segundo número pode indicar uma variedade
de coisas. Frequentemente o primeiro número indica o diâmetro (polegadas ou
milímetros) do projétil da arma que calça o cartucho. O segundo número indica o
comprimento do estojo (em polegadas ou mm).
Nos antigos cartuchos de pólvora negra, o segundo número geralmente indicava a
carga de pólvora em grains.
Por exemplo: o .50-90 Sharps tem um diâmetro de .50 polegadas e usa uma carga
nominal de 90 grains de pólvora negra.
1. Calibres
Calibre do projétil: É o diâmetro do projétil. Sempre seu o diâmetro será igual ou
levemente superior, à medida do cano entre raias (fundos do raiamento).
Assim, sua passagem pelo cano ocorrerá de forma forçada, conferindo os seguintes
efeitos:
ENGRASAMENTO
AQUISIÇÃO DO MOVIMENTO GIROSCÓPICO
SELAMENTO (VEDAÇÃO) ENTRE CANO X PROJÉTIL
1. Calibres
Sistemas de medida de calibres:
Sistema métrico/europeu: Mais utilizado pelos países europeus, o sistema métrico de
nomenclatura de calibres expressa a do diâmetro do projétil em milímetros. O nome
completo do calibre geralmente é a medida em milímetros do diâmetro do projétil seguido
do símbolo “mm” e, após, a abreviatura do nome do fabricante ou desenvolvedor daquele
calibre, como os calibres 7.65mmBrowning, 6.35mmBrowning, 7mmMauser,
7.63mmMauser
Em alguns casos, o nome que segue a medida do calibre é uma característica ou
peculiaridade da arma: 10mmAuto; 9mmLuger.
A forma técnica de se expressar os calibres na unidade métrica é citar o diâmetro do projétil
em milímetros seguido do comprimento do estojo, também em milímetros. Exemplo:
7.62x51mm, 5.56x45mm, 9x19mm, 9x17mm. Nessa nomenclatura, a diferenciação dos
calibres é facilmente obtida pela informação do comprimento do estojo.
1. Calibres
Sistema imperial/ americano: Baseado no sistema inglês de medida, com a unidade básica
sendo a polegada (1 polegada = 25,4 milímetros), esse sistema é bastante difundido e
utilizado na maioria das armas (principalmente nas de calibre desenvolvido nos Estados
Unidos).
A nomenclatura correta, utilizando esse sistema, mostra inicialmente o diâmetro do projétil
em centésimos ou milésimos de polegada e, em seguida, o nome do fabricante ou
desenvolvedor do calibre ou, então, alguma característica peculiar do calibre.
Como exemplos, podem-se citar os calibres .30Luger, .380AUTO, .45ACP, .40S&W e
.357Magnum. Muitos desses calibres não exprimem com exatidão a medida do diâmetro do
projétil, como no caso do calibre .38SPL (em que o diâmetro real do projétil gira em torno
de 0,357 polegada).
1. Calibres
Equivalência de calibres
Muitas vezes um mesmo calibre recebe mais de uma denominação, mesmo com exatamente as
mesmas características e medidas. Isso acontece mais frequentemente como estratégia de
marketing dos fabricantes de armas de fogo, que tentam “popularizar” sua marca ou sua arma.
São muitos os exemplos de equivalência de calibres. A seguir alguns exemplos:
1. Calibres
Exemplos:
1. Calibres
9mm winchester (9X23) - .38 super (9X21mm) - 9mm Luger (9x19mm)
1. Calibres
.40 S&W (10x22mm) e .10mm Auto (10x25mm)
1. Calibres
1. Calibres
.50 BMG
1. Calibres
1. Calibres
OK ------ simples assim ------ resolvido
Só que não....
1. Calibres
Alguns exemplos divergentes:
.30-06 Springfield
.44-40 WCF 
.50-90 Sharps
.45-70-500 Government (calibre, carga e peso do projétil)
.32-20 Winchester
1. Calibres
Ufaaaa-----então----- agora foi
Espera....
1. Calibres
E as espingardas?
1. Calibres
SISTEMA GAUGE
O calibre 12, por exemplo, é obtido da seguinte forma: divide-se uma libra (453,6g)
de chumbo em 12 partes iguais, o diâmetro obtido por uma esfera constituída de
uma destas partes é exatamente o calibre do cano da arma.
Nesse calibre as esferas têm 0,730 polegada de diâmetro ou cerca de 18,5 mm. O
mesmo procedimento foi repetido utilizando os denominadores 16, 20, 24, 28, 32 e
36, que são os calibres comerciais. Há casos em que houve a fabricação do calibre
40 e, recentemente nos EUA, utiliza-se o grosso calibre 10.
1. Calibres
SISTEMA GAUGE
Interessante é observar que o calibre, neste caso, não foi nominado em função das
medidas do projétil, mas pelo número de esferas resultantes da aplicação do processo
acima.
Não significa dizer que em uma arma calibre 12, por exemplo, deve-se usar projéteis
com 18,5 mm de diâmetro. Essa é a medida interna do diâmetro do cano e caso ele seja
dotado de choke os resultados podem ser desastrosos, pois o projétil irá encontrar
resistência na boca do cano. Portanto, em armas dotadas de canos de alma lisa o calibre
nominal é em relação ao cano e não ao projétil.
1. Calibres
Exemplos
Raiamento:
São sulcos helicoidais responsáveis pela giroestabilização do projétil
durante o percurso até o alvo.
Raiamento:
PASSO DE RAIAMENTO - Unidade de medida do raiamento. Expressão da distância
necessária para que o projétil realize uma volta completa em torno do seu eixo, por
exemplo 1:7” (uma rotação completa em 7 polegadas de comprimento).
É a distância em que o projétil realiza uma volta completa em torno do seu próprio eixo. É
o grau de rotação ao qual o raiamento submete o projétil.
Raiamento:
Tipos de passo: Independentemente da orientação e ângulo de construção do passo do
raiamento, existem ainda variações quanto à sua configuração, conforme o fator de giro que ele
determina ao projétil. Como regra ele é constante em todo o cano. O fator de giro não muda. O
projétil é submetidoao mesmo giro desde o início do seu deslocamento até deixar o cano. Nesse
caso denomina-se passo simples, em função de sua uniformidade.
Raiamento:
Contundo, existem munições que precisam de uma configuração diferente para
obter seu melhor desempenho balístico. A taxa de torção (passo) do raiamento precisa
ser alterada dentro do mesmo cano. No início do deslocamento o projétil se desloca
mais devagar, aproveitando melhor o pico de pressão da queima. Em seguida, o passo
é ampliado para que o projétil ganhe aceleração e giro mais rápido para sua estabilização durante o
voo.
Mas são raros os casos em que houve aplicação do passo misto
Raiamento:
Tipos de raiamento
Na construção do raiamento, pode-se ainda optar por formas geométricas diferenciadas do
tradicional, onde os ressaltos têm cantos vivos. O raiamento poligonal, por exemplo, têm as raias
feitas em formas não regulares. O uso deste tipo de raiamento deixa nos projéteis marcas
irregulares. Algumas armas mundialmente conhecidas usam esse tipo de raiamento, como as
pistolas Glock, Jericó e algumas H&K.
Raiamento:
Quantidade de raias
Geralmente partindo de 6 raias, não havendo limitação máxima, podendo ainda ser em números
pares ou ímpares.
IMPORTANTE
Ainda quanto ao raiamento, este pode ser dividido em DESTRÓGIRO (giro sentido a direita) e SINISTRÓGIRO
(giro sentido a esquerda).
Choque – Choke – Estrangulamento
É a diminuição, o estrangulamento da boca do cano da arma de alma lisa.
Numa arma dotada de choke a carga de projéteis passa por um processo de agrupamento ao
sair do cano e por isso demoram mais a se dispersar. O objetivo do choke é determinar o grau
de dispersão dos balins e simultaneamente influenciar no alcance eficaz do tiro.
Os chokes existem em diferentes dimensões e podem ainda ser intercambiáveis, de acordo com
cada aplicação. Alguns fabricantes trazem impressa na arma a especificação do choke original
que a arma apresenta, bem como oferecem os chokes avulsos para venda.
Por convenção, o choke é avaliado pelo diâmetro da área de impacto do tiro e pelo percentual
de esferas que atingem um alvo de 75 cm de diâmetro a uma distância de 35 metros (para os
calibres 28, 32 e 36 a distância de tiro para a mesma avaliação é de 27 metros).
Choque – Choke – Estrangulamento
Obrigado
!!!!!!!!!!!!
Referências:
• Estojos metálicos – Paulo Bedran: https://infoarmas.com.br/estojos-metálicos/
• Síntese de armamento de tiro: Academia Nacional de Polícia/Departamento de Polícia Federal
• Balística para profissionais do Direito – João da Cunha Neto, ed. Motres.
https://infoarmas.com.br/estojos-metálicos/
V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Monti
GM Bezerra
Sumário:
1) Nomenclaturas de armas (partes e peças) Revólver - Pistola
2) Balística Interna
3) Balística Externa 
REVÓLVER
É uma arma leve, de porte, de repetição e com carregador rotativo (tambor) com
capacidade, geralmente, para seis munições. Normalmente o tambor gira no sentido
anti-horário, a exceção dos revólveres Colt e North America, cujos tambores giram
no sentido horário.
Tambor com giro anti-horário.Tambor com giro no sentido horário
NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS 
DESMONTAGEM 1º ESCALÃO - REVÓLVER
Antes de qualquer ação, fazer a inspeção de segurança no armamento, a fim de
verificar encontra-se em condições de segurança.
1) Empurrar o dedal serrilhado para frente e empurrar o tambor, deslocando-o
da direita para a esquerda com o dedo médio da mão de apoio:
DESMONTAGEM
2) Retirar, com uma chave de fenda, o parafuso do suporte do tambor, após puxar o
suporte do tambor e o tambor para frente:
DESMONTAGEM
3) Retirar o pino e amola do retém do tambor. Retirar a vareta do extrator girando-a
no mesmo sentido ao giro do tambor:
DESMONTAGEM
4) Retirar a haste central e o extrator:
DESMONTAGEM
5) Para desmontar o conjunto do tambor, remover o suporte do tambor, a mola do
extrator com o anel. Com o auxílio de uma chave de fenda, retirar a bucha elástica,
empurrando-a pelo alojamento do conjunto do extrator:
MONTAGEM
Para remontar o revólver em basta refazer de forma inversa o processo realizado.
Na desmontagem de 1º escalão do revolver não é realizada a desmontagem da
armação e mecanismo interno de segurança e disparo.
Caso seja necessário avançar no processo de desmontagem para reparação do
armamento, é recomendável que o armamento seja encaminhado a um Armeiro
(mecânico de armas).
VISTA EXPLODIDA DO REVÓLVER DESMONTADO 
PRINCIPAIS PEÇAS E FUNCIONALIDADES
Botão ou dedal serrilhado Liberar a abertura do tambor.
Tambor Acondicionar e apresentar as munições para percussão.
Câmaras do tambor Alojar a munição até o disparo ou extração.
Empunhadura e suas placas Oferecer ergonomia para a empunhadura.
Parafuso dianteiro da placa Fixar o suporte do tambor.
Vareta do extrator Ejetar, manual e mecanicamente, as munições.
Gatilho Acionar o mecanismo de percussão.
Cão
Transferir energia para que o percussor deflagre a 
espoleta.
Massa de mira e alça de mira (ou entalhe) Proporcionar uma linha de visada para o alvo.
INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER
Impedimento de fechamento do tambor:
A falta de aperto na vareta do extrator ou o acúmulo de sujeira no seu alojamento
podem impedir o total fechamento do tambor.
Também pode ocorrer com o afrouxamento do parafuso de fixação da
dobradiça do tambor fazendo com que ele fique fora de alinhamento.
Outra causa pode ser a espoleta alta que também impedirá o fechamento.
Uma das causas mais comum de travamento do revólver é a queda. Neste caso, será
necessária uma batida enérgica na caneca do eixo central da vareta do extrator, cujo
acesso somente será possível após desmontado o mecanismo do revólver.
INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER
Impedimento de abertura do tambor:
Pode ocorrer falha na abertura do tambor por falta de aperto na vareta do extrator,
por quebra do ferrolho ou perda do botão serrilhado.
Também pode ocorrer pelo aperto excessivo do parafuso de fixação da dobradiça do
tambor; é preciso, para sanar esta pane, verificar o parafuso de fixação da dobradiça
do tambor, afrouxando-o se for o caso.
INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER
Nega (falha da munição)
Pode ocorrer pelo emprego de cartuchos velhos, contaminados por óleo ou solvente
ou recarregados sem controle de qualidade.
Essa pane é resolvida apenas com um novo acionamento do gatilho, em que o
tambor irá girar apresentando uma nova munição no alinhamento do cano.
Observação:
A nega também pode ocorrer por quebra ou falta de pressão na mola real, onde o
cão não terá força para percutir a espoleta. Caso ainda, a pane de nega, ocorra por
quebra do percussor, não será possível sanar a pane de imediato, devendo ser
revólver ser encaminhado a um armeiro para reparo.
INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER
Falha na extração dos estojos
Pode ocorrer pelo estufamento/embuchamento do estojo após o tiro, travando-as
dentro das câmaras do tambor. Nesse tipo de pane, uma pancada na vareta do
extrator deverá saná-la.
Outra causa provável é a quebra do extrator (estrela) impedindo a sua
movimentação. Será necessário retirar manualmente os estojos alojados no tambor.
Também pode ocorrer pela movimentação inadequada do extrator (vários
acionamentos) onde o estojo passa para trás do extrator. Neste caso também será
necessário a retirada manual dos estojos.
INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER
Falta de giro do tambor
Pode ocorrer pela quebra do impulsor do tambor ou desgaste dos dentes da estrela
do extrator.
Outra causa provável é recarga de má qualidade, onde a munição fica descalibrada
(maior que o padrão) travando o tambor.
Pode ocorrer também devido a quebra do retém do tambor onde este ficará solto, 
permitindo o desalinhamento da câmara e munição com o cano, o que ocasionará 
uma nega.
Poderá ocorrer também devido a desistência do disparo, devido ao giro parcial do 
tambor. 
PISTOLA
É uma arma leve, de porte, semiautomática,que geralmente utiliza carregador
destacável do tipo cofre com capacidade maior que o revólver, podendo ser
monofilar ou bifilar.
Carregador bifilarCarregador monofilar
NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
PEÇAS APARENTES LADO DIREITO
ALÇA DE MIRA
TRAVA DO 
PERCUSSOR
CONJUNTO DO FERROLHO 
/ TRANSPORTADOR
MAÇA 
DE MIRA
ALAVANCA DE 
DESMONTAGEM
RETÉM DO 
FERROLHO
BASE DO 
CARREGADOR
ARMAÇÃO
PINO DE 
DESARME DO 
PERCUSSOR
GATILHO
NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
PEÇAS APARENTES LADO ESQUERDO
ALÇA DE MIRA
TRAVA DO 
PERCUSSOR
CONJUNTO DO FERROLHO 
/ TRANSPORTADOR
MAÇA 
DE MIRA
ALAVANCA DE 
DESMONTAGEM
RETÉM DO 
CARREGADOR
BASE DO 
CARREGADOR
ARMAÇÃO
GATILHO
RETÉM DO 
FERROLHO
NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO
Antes de qualquer ação, fazer a inspeção de segurança no armamento, a fim de 
verificar encontra-se em condições de segurança.
1) RETIRADA DO CARREGADOR 
Pressione o retém do carregador Retire o carregador
DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO
2) DESTRAVAMENTO DO FERROLHO
Pressione a alavanca de desmontagem. Gire a alavanca de desmontagem
pelo outro lado e libere o ferrolho
DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO
3) SEPARAÇÃO ENTRE FERROLHO E ARMAÇÃO
Libere o retém do ferrolho e logo em seguida retire o ferrolho do punho/armação, conduzindo a frente.
DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO
4) RETIRADA DO CONJUNTO DA GUIA E MOLA RECUPERADORA
Pressione o conjunto da guia/mola recuperadora para frente e para cima, proporcionando o seu 
desencaixe do ferrolho e do cano 
DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO
5) RETIRADA DO CANO
Desencaixe o cano do ferrolho 
PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
CANO
Boca e 
Coroa
Câmara de explosão
Rampa de 
alimentação 
PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
Conjunto da Mola Recuperadora e Cano
Guia da mola 
recuperadora 
Mola recuperadora
Cano 
PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
Ferrolho
Trava do percussor
Ferrolho
Alerta de segurança/indicador de cartucho na 
câmara
PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
Ferrolho e armação/punho 
EJETOR
PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
Armação/punho
Impulsor da trava 
do percussor
Ejetor
Retém do 
ferrolho
Registro de segurança 
e desarmador do cão
PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS
Carregador
Fundo do
Carregador
Corpo do Carregador
Transportador
Mola do
Carregador
Chapa da Mola do 
Carregador
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Chaminé 
É caracterizada pela falha na ejeção do estojo, fazendo com que o ferrolho “morda”
o culote do estojo, ficando preso na janela de ejeção, geralmente num ângulo de
90°, lembrando uma chaminé e, consequente, impede a ejeção do estojo,
impossibilitando que ocorra uma nova alimentação.
Chama-se chaminé quando o estojo fica preso na janela de ejeção,
independentemente do ângulo que seja formado.
Esse incidente pode ocorrer quando o atirador segura a arma sem firmeza (mão
frouxa), quando o ejetor está danificado ou quando há pouca pólvora no cartucho
fazendo com que não haja energia suficiente para que o ferrolho trabalhe em seu
ciclo completo.
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Também pode ocorrer quando o atirador inadvertidamente encosta o polegar
da mão de apoio no ferrolho, causando uma desaceleração do mesmo, dificultando
a ciclagem da arma.
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Nega
Conhecida como falha da munição. Pode ocorrer pelo emprego de cartuchos velhos,
contaminados por óleo, solvente ou umidade e também por espoletas velhas ou
munição recarregada sem controle de qualidade.
Caso o atirador não insira corretamente o carregador no seu alojamento, a munição
não irá ser levada a câmara e a percussão irá falhar, ocorrendo um disparo em seco.
Outro motivo, embora não seja uma “nega” propriamente dita, também pode
ocorrer por quebra do percussor, não sendo possível sanar a pane de imediato.
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Alimentação incompleta
Neste tipo de pane o cartucho não fica corretamente alojado na câmara de
explosão, não permitindo o fechamento completo do ferrolho. Pode ser causada por
recarga de má qualidade, amassamento do cartucho ou por impurezas aderidas ao
projétil ou cartucho, ou ainda sujeira nas paredes da câmara da arma ou na rampa
de alimentação.
Também pode ser causada pelo atirador quando, ao alimentar a arma, conduz o
ferrolho à frente, impedindo que a arma faça a ciclagem da maneira regular.
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Alimentação incompleta
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Travamento do ferrolho ou embuchamento
Ocorre quando o ferrolho permanece travado na posição fechado, apresentando
dificuldade para sua a abertura.
Pode ocorrer por recarga de má qualidade, quando o estojo fica “estufado” por
excesso de pressão, amassamento do cartucho ou sujeira na câmara de explosão.
O travamento do ferrolho também pode advir da pane de alimentação incompleta,
quando o atirador força a entrada da munição, batendo na traseira do ferrolho.
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Dupla alimentação/carregamento
Esta pane ocorre por falha na extração, permanecendo uma munição ou estojo na
câmara de explosão enquanto o ferrolho empurra outra munição para o mesmo
lugar.
Dentre as panes verificas em pistolas esta é a mis complexa de ser sanada,
geralmente sendo recomendado que o operador procure um abrigo ou, na
impossibilidade, que diminua sua silhueta.
INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA
Dupla alimentação/carregamento
BALÍSTICA INTERNA 
É a área da balística que estuda os fenômenos que ocorrem no interior do
armamento, desde a deflagração da espoleta até o momento em que o projétil sai
do cano.
Estuda, ainda, a estrutura e características das armas, bem como seus mecanismos
de funcionamento, disparo, segurança, deflagração da espoleta e, também a ignição
do propelente.
BALÍSTICA INTERNA 
Alguns fatores que podem influenciar na Balística Interna:
• Precisão de medidas internas e externas do armamento e munição;
• Passo de raiamento do cano (e relação com a munição);
• Densidade equânime do material do cano;
• Flutuabilidade do cano;
• Alinhamento da munição com o centro do cano;
• Alinhamento do projétil com o centro do estojo;
• Temperatura interna do sistema de armas;
• Limpeza do sistema de armas;
• Consistência dos picos de pressão da carga propelente na câmara. 
BALÍSTICA INTERNA 
Devido às forças que atuam dentro do cano a partir do momento da ignição da
espoleta, este reage e produz os seguintes movimentos, denominados Harmônicos:
• Chicotada;
• Recuo;
• Torção;
• Vibração;
• Dilatação e Contração;
• Flexão. 
BALÍSTICA INTERNA 
O cano na balística
O cano é um componente que se destaca pela sua contribuição direta na efetividade
dos tiros produzidos pela arma. Uma mesma arma pode produzir disparos com
resultados totalmente diferentes em razão da configuração do cano utilizado, seja
pelo tamanho, espessura, composição, forma de fabricação, etc. Além disso, o cano
é uma peça cambiável, o que dá à arma uma versatilidade maior para aplicações
diversas. Alguns fabricantes comercializam armas já com canos sobressalentes,
propiciando ao atirador melhor aplicação específica aos seus objetivos, sem que
para isso ele precise possuir armas diferentes.
EX: AR-15 com upper receiver para .223 Remington/5,56x45mm; .300 Blackout; .50 
Beowulf, .458 SOCOM, e .450 Bushmaster.
BALÍSTICA INTERNA 
BALÍSTICA INTERNA 
O cano tem essa irrefutável importância por ser o local onde ocorrem as mais
intensas reações químicas e físicas do tiro, antes do projétil deixar a arma. Como
visto anteriormente, o funcionamento de uma arma de fogo resulta em acelerar um
projétil por meio da energia fornecida pela queima de um propelente e dando a ele
direção, estabilidade e força capazes de atingir efetivamente um alvo.
Todos esses processos de queima, aceleração e estabilização acontecem dentro do
cano.
Ele tem a função primordial de conter toda a energia produzida e direcioná-la para
acelerar o projétil até deixar a arma. Tem também afunção de estabilizar o projétil
aumentando sua efetividade.
BALÍSTICA INTERNA 
Antigamente os canos eram feitos a partir de composições de ferro aquecidas
e marteladas até formarem longas fitas que depois eram enroladas em um cilindro
de aço usado como molde. O próprio conhecimento sobre as ligas metálicas
utilizadas era precário. Em razão da fragilidade dos canos produzidos com essa
técnica e pelos materiais utilizados, esse processo restringia os canos ao uso com
pólvora negra em função das baixas pressões exercidas pela sua queima. Mas, na
verdade, esse sistema rústico atendia bem às armas da época, diante das pólvoras
existentes.
Posteriormente, com o desenvolvimento de novas pólvoras de combustão mais
rápida produzindo maiores pressões, os canos tiveram que sofrer alterações em sua
composição e construção. Passaram então a ser forjados/fabricados em aço. As
antigas ligas não mais suportavam e energia dos novos propelentes.
BALÍSTICA INTERNA 
Contudo, no processo evolutivo de fabricação de armas muitas foram as
melhorias apresentadas no decorrer dos tempos e dos acontecimentos, sobretudo
bélicos. Os processos iniciais eram bem artesanais, apesar de hoje ainda haver essa
forma de produção. A exemplo de toda revolução industrial ocorrida no mundo, não
poderia ser diferente com a indústria armamentista.
Os processos fabris ganharam automação e técnicas de produção em série
para atender ao mercado consumidor formado principalmente pelos países
envolvidos em conflitos armados. Tanto os processos de produção quanto a
engenharia das armas sofreram melhorias significativas no decorrer da história,
concentrando sobremaneira os processos de desenvolvimentos de armamentos e
munições nos períodos de guerras.
BALÍSTICA INTERNA 
Também houve mudanças significativas nos processos de confecção dos canos. As
rústicas formas de fabricação anteriores não mais atendiam às necessidades
estabelecidas. Novos processos de fabricação foram introduzidos e possibilitaram
novas configurações aos canos, aumentando a resistência e durabilidade em relação
aos seus antecessores e os habilitando a usos com munições modernas, como será
descrito posteriormente.
Partes do Cano:
Câmara
É a parte posterior do cano onde é alojada a munição. Internamente, a câmara é lisa
para acomodar perfeitamente o estojo da munição, independente da configuração
do restante do cano. Tem dimensões distintas no diâmetro e forma em função das
especificações da munição e ainda pode conter externamente outros componentes
de fixação no conjunto da arma.
Por ser o local de contenção inicial da combustão do propelente, as paredes da
câmara são mais resistentes do que no resto do cano, pois é onde ocorre o maior
pico de pressão oriundo da queima da pólvora. A pressão exercida no momento da
queima da pólvora é contida lateralmente pela parede da câmara e na parte de trás
pela culatra ou cabeça do ferrolho, restando apenas a expulsão do projétil como
forma de expansão da energia. O resultado é o deslocamento do projétil no sentido
da boca do cano.
Câmara
Como exceção ao disposto acima, vale ressaltar que existem partes
diferenciadas nele que são de grande importância individualmente. Dependendo do
tipo de arma, o cano pode ter como componentes a câmara, o próprio corpo e o
choque (alguns fixos e outros cambiáveis de acordo com aplicação).
Como regra, nos revólveres a câmara não está integrada ao cano. A detonação
da munição ocorre no Tambor, que é composto de várias câmaras que se alinham ao
cano no momento de cada disparo.
Corpo do cano
O corpo do cano é o prolongamento cilíndrico por onde a energia produzida
pela queima irá se expandir e acelerar o projétil. Seu comprimento interfere
diretamente no aproveitamento da queima e, por consequência, na velocidade e
energia do projétil, como explicado mais além.
Coroa
Ela é uma forma de acabamento final da boca do cano. Tem função de proteção do
raiamento e, por essa razão, deve ser muito bem protegida contra qualquer dano.
Na coroa se encerram as raias e esse encerramento deve ser milimetricamente
simultâneo, pois caso não seja pode ocorrer a desestabilização do projetil ao deixar
o cano. Não pode haver vazamento desigual dos gases em nenhum ponto da
circunferência da coroa, sob pena de perda da estabilidade do projétil.
Choque/Choke
É a diminuição, o estrangulamento da boca do cano da arma de alma lisa.
Numa arma dotada de choke a carga de projéteis passa por um processo de
agrupamento ao sair do cano e por isso demoram mais a se dispersar.
O objetivo do choke é determinar o grau de dispersão dos balins e
simultaneamente influenciar no alcance eficaz do tiro.
Os chokes existem em diferentes dimensões e podem ainda ser
intercambiáveis, de acordo com cada aplicação.
Comprimento do cano e velocidade do projétil
Muito se fala que o comprimento maior do cano de uma arma aumenta sua
potência, precisão e a velocidade do tiro. Não que essas afirmações sejam falsas,
mas há que se ter cuidado. Afirmar que um cano longo produz um
tiro com mais potência e precisão é muito relativo. Primeiramente é preciso
esclarecer alguns aspectos.
Tudo deve ser considerado em relação à munição utilizada. O fabricante de munição
desenvolve seu produto com determinadas especificações que podem ter
comportamentos diferentes em canos de diferentes tamanhos e ainda com passos
de raiamento diferentes (esclarecido mais além).
Comprimento do cano e velocidade do projétil
Quando ocorre a percussão da espoleta e esta, por sua vez, provoca o início
da queima da pólvora, começando também o processo de produção de
energia/gases dentro do estojo. Devido o estojo estar contido pela culatra e pela
parede circular da câmara, a expansão dos gases força o projétil em direção à boca
do cano. Como a carga de pólvora queima progressivamente, a transformação dessa
carga em energia também ocorre de forma gradual. Esse processo faz com que o
projétil comece a ser acelerado na medida do aumento da expansão dos gases
gerados. Ele mantém a aceleração enquanto houver pólvora sendo convertida em
energia.
Comprimento do cano e velocidade do projétil
Portanto, sua aceleração máxima ocorre no exato momento em que a carga de
pólvora termina de ser queimada. Nesse instante, para que seu desempenho
balístico fosse maximizado, atingindo sua maior velocidade, o projétil deveria estar
deixando o cano e iniciando o voo. Deveria ser coincidente o final da queima e o
final do cano.
Assim, fica mais simples entender que, se o cano for longo demais, a queima
da pólvora irá terminar antes de o projétil deixar o cano, ou seja, o projétil vai deixar
de ser empurrado ainda dentro do cano, provocando sua desaceleração em função
do atrito. Essa desaceleração é tanto maior quanto mais curto for o passo do
raiamento.
Comprimento do cano e velocidade do projétil
Da mesma forma, se o cano for demasiado curto ele não permitirá a queima
integral da pólvora em seu interior, o que acarretará em uma velocidade abaixo da
que seria possível. É comum notar labaredas de fogo em disparos com armas
dotadas de canos curtos. Isso nada mais é do que a queima de pólvora no ar, após a
saída do projétil pela boca do cano. A energia dessa queima fora do cano não atua
na aceleração do projétil.
O tamanho ideal de um cano não se mede simplesmente em curto ou longo.
Esse fator vai variar de acordo com a munição a ser empregada. Não é absoluta a
assertiva de dizer que um cano longo vai produzir mais velocidade ou que um cano
curto vai produzir um tiro mais lento. Tudo vai depender de quanto o projétil
aproveitou a expansão dos gases na sua aceleração ainda dentro do cano.
Comprimento do cano e velocidade do projétil
Na atividade de recarga de munição utiliza-se pólvora de queima mais rápida para
armas com canos mais curtos, para que haja maior percentual de queima ainda
dentro do cano, e pólvora de queima mais lenta para tiros com armas de canos mais
longos, uma vez que há maior tempo para ser queimada dentro do cano.
Mesmo não sendo uma regra absoluta,dentro de parâmetros aceitáveis e
considerando todos os aspectos apresentados, os canos mais longos tendem a
produzir tiros com maior velocidade e maior potência, se comparados a canos
curtos.
Comprimento do cano e velocidade do projétil
Fato interessante que demonstra a importância do tamanho do cano é que em
especificações de coletes balísticos a classificação quanto aos níveis de proteção
para uma mesma munição pode mudar em função do tamanho do cano.
Para o mesmo calibre pode haver classificação diferente quanto à resistência do
colete, levando em consideração a energia produzida pelo projétil, que está
diretamente ligada ao comprimento do cano com que foi disparado.
Como exemplo, há níveis de coletes que resistem ao calibre 9x19mm disparado por
pistola, mas que não resistem ao mesmo calibre disparado de uma
submetralhadora.
Tamanho do cano x precisão
A precisão de um tiro deve ser compreendida considerando o projétil ainda
dentro da arma e durante o voo até atingir seu alvo (balística interna e balística
externa) Porém, o comprimento do cano também interfere na precisão.
Ao contrário do que se acredita, o cano mais longo por si só não melhora a
precisão do tiro, podendo sim favorecer a precisão do atirador.
Em armas de canos mais longos a distância entre alça e massa de mira é maior, o
que permite maior acuidade no alinhamento do aparelho de pontaria em relação ao
alvo. O peso de armas de canos mais longos também favorece o atirador garantindo-
lhe mais firmeza nos procedimentos. Portanto, a maior firmeza e o melhor
alinhamento do aparelho de pontaria permitem que se apliquem melhor os
fundamentos do tiro, melhorando a precisão do atirador.
Tamanho do cano x precisão
Tomando-se por base a balística interna, por outro lado, no momento do tiro o
cano se movimenta. Durante o deslocamento do projétil no cano exerce alguns
movimentos já elencados inicialmente, causados pela onda de choque produzida
pela queima do propelente, fazendo com que a boca do cano desempenhe
movimento circular na mesma orientação do raiamento. Como a base do cano está
presa à ação da arma, essa vibração vai chegar mais forte à boca do cano,
deslocando-a em relação ao seu eixo original e por consequência em relação ao alvo
visado.
Essa amplitude circular da boca do cano é maior em canos maiores. Considerando
esse aspecto, mesmo que pareça incoerente, em razão da sua rigidez e
comprimento, um cano curto é mais preciso, pois a amplitude da vibração é bem
menor na sua boca.
Tamanho do cano x precisão
Por isso, atiradores dedicados ao tiro de precisão utilizam canos de paredes
mais grossas, chamados de canos “BULL”, como forma de minimizar a amplitude
dessa vibração, em razão da sua maior rigidez. Também utilizam armas em que o
cano não toca a coronha, para não haver nenhuma interferência no movimento
vibratório do cano. Essa configuração é denominada “cano flutuante”.
Qualquer toque da coronha no cano irá interferir no seu movimento original e
poderá acarretar menor precisão. O cano deve estar livre para garantir uniformidade
no movimento, e consequentemente, melhor padronização dos disparos.
Em se tratando de balística interna, vale consignar, ainda, a questão do passo
do raiamento, que é a distância em que o projétil realiza uma volta completa em
torno do seu próprio eixo. É o grau de rotação ao qual o raiamento submete o
projétil.
Raiamento
Dissertar sobre balística interna é algo que requer aplicação de diversas
ciências, como matemática, física e química. Sobretudo ao se aprofundar neste
assunto, surgem diversificações muito pormenorizadas quanto à forma de produzir,
utilizar e identificar um cano.
Todo cano possui uma identidade microscópica que pode individualizá-lo com
exatidão. Independentemente de a forma de fabricação ser industrial ou artesanal,
suas características e, por consequência, as que ele produz, podem ser identificadas
e individualizadas.
Simplificadamente, as etapas de fabricação de canos envolvem cálculos
matemáticos e processos químicos e mecânicos que resultam em um tubo metálico
que serve ao lançamento de projéteis.
Raiamento
Nessa remodelagem, tanto a forma como a estrutura molecular do metal são
alteradas. Forjas, martelos e brocas são exemplos de ferramentas utilizadas no
processo e que em cada movimento sofrem alterações microscópicas.
A dureza dos metais utilizados nas ferramentas é alterada a cada movimento,
produzindo deformação ou desgaste e causando a necessidade de troca ou afiação
por não mais estarem aptas à produção com a qualidade desejada.
Todas essas deformações, desgastes, materiais utilizados, técnica de produção, etc.
são fatores que imprimem uma identidade nos canos. A deformação dos martelos, a
reafiação das brocas, pequenas limalhas de metal que se arrastam internamente no
cano durante o processo de produção e diferenças nos processos produtivos são
fatores decisivos na qualidade e podem permitir a individualização de determinado
cano, obtida pelas marcas deixadas nos projéteis e estojos.
Raiamento
Quanto ao número de raias, podem ser: Pares ou ímpares.
Quanto a orientação podem ser: Destrógiras (direita) ou Sinistrógiras (esquerda).
BALÍSTICA EXTERNA
É a área da balística que estuda o deslocamento do projétil desde a sua saída do
cano até o momento em que atinge o seu alvo (fenômenos que afetam o projétil
durante o voo). Neste caso, a geometria, massa, movimentos, velocidades e energias
ditam a trajetória balística. É também o segmento que incorpora o conhecimento
obre o alcance útil, alcance efetivo ou teórico, alcance máximo e outras
características.
Após sair do cano, o projétil seguirá a trajetória ou curva balística que
dependerá da inclinação do cano em relação ao solo. A maior velocidade do projétil
é na boca do cano, pois logo após sua saída ele começa a desacelerar.
A estabilidade giroscópica do projétil, devido à rotação do mesmo em razão do
raiamento do interior do cano, é o elemento que, dentre outros, produz sua
precisão.
BALÍSTICA EXTERNA
É a área da balística que estuda o deslocamento do projétil desde a sua saída do
cano até o momento em que atinge o seu alvo (fenômenos que afetam o projétil
durante o voo). Neste caso, a geometria, massa, movimentos, velocidades e energias
ditam a trajetória balística. É também o segmento que incorpora o conhecimento
obre o alcance útil, alcance efetivo ou teórico, alcance máximo e outras
características.
Após sair do cano, o projétil seguirá a trajetória ou curva balística que
dependerá da inclinação do cano em relação ao solo. A maior velocidade do projétil
é na boca do cano, pois logo após sua saída ele começa a desacelerar.
A estabilidade giroscópica do projétil, devido à rotação do mesmo em razão do
raiamento do interior do cano, é o elemento que, dentre outros, produz sua
precisão.
BALÍSTICA EXTERNA
Os movimentos do projétil durante sua trajetória, na fase da balística externa, são os 
seguintes: 
Rotação:
Movimento de giroscópico sobre seu próprio eixo. 
BALÍSTICA EXTERNA
Nutação :
Movimento periódico de oscilação sobre o centro de gravidade de um objeto 
(projétil) girante. 
BALÍSTICA EXTERNA
Precessão
Fenômeno físico que consiste em uma rotação (efeito giroscópico) do eixo de
rotação de um projétil (ligados ao torque e momento angular).
BALÍSTICA EXTERNA
Alguns fatores que influenciam na trajetória de um projétil:
Gravidade
É a força de atração que a Terra (e qualquer outro corpo celeste) exerce sobre outro
corpo (ou objeto) em sua proximidade. Esta força gravitacional atua
perpendicularmente ao planeta Terra, influencia a curva balística ao acelerar a
queda do projétil e está diretamente relacionada à distância de voo do mesmo.
BALÍSTICA EXTERNA
Arrasto
É a força de resistência ao avanço do projétil, resultante da ação do meio
(atmosfera). Esse atrito, devido ao contato do projétil com a massa de ar em sua
trajetória, pode ser maior ou menor, dependendo de diversos fatores: temperatura,
altitude, umidade relativa do ar, velocidade e direçãodo deslocamento da massa de
ar (vento).
BALÍSTICA EXTERNA
Temperatura
É a grandeza física (termodinâmica) que mensura a energia cinética média das
partículas que formam um sistema de equilíbrio térmico. Temperaturas mais
elevadas, partículas mais ativas, maior resistência ao projétil, ponto de impacto mais
baixo. Temperaturas mais baixas, partículas menos ativas, menor resistência ao
projétil, ponto de impacto mais alto.
BALÍSTICA EXTERNA
Altitude
É a altura em relação ao nível do mar. Está diretamente relacionada com pressão
atmosférica. Altitudes mais elevadas, ar menos denso (rarefeito), menor resistência
ao projétil, ponto de impacto mais alto. Altitudes mais próximas ao nível do mar, ar
mais denso, maior resistência ao projétil, ponto de impacto mais baixo.
BALÍSTICA EXTERNA
Umidade relativa do ar
É a razão entre a pressão do vapor de água na atmosfera e a pressão de vapor
saturado na mesma temperatura. Umidade mais elevada, ar com mais partículas de
água, maior resistência ao projétil, ponto de impacto mais baixo. Umidade mais
baixa, ar com menos partículas de água, menor resistência ao projétil, ponto de
impacto mais alto.
BALÍSTICA EXTERNA
Vento
É o ar em movimento. Enquanto os fenômenos anteriores influenciavam na queda
do projétil (verticalidade), o vento traz influência na horizontalidade dos pontos de
impacto. Vento na boca do cano interfere mais na precisão (ponto de impacto) do
que vento próximo ao alvo.
A direção do vento traz interferências no ponto de impacto do projétil,
principalmente em sua lateralidade. Ventos laterais alteram mais o ponto de
impacto, ventos diagonais têm influência média e ventos frontais não influenciam na
lateralidade do ponto de impacto. Por exemplo, um disparo efetuado em um alvo a
200m, utilizando-se de fuzil calibre 7,62mm, com vento lateral de 25 km/h, alterará
o ponto de impacto em aproximadamente 15 cm.
BALÍSTICA EXTERNA
Obstáculos
Um obstáculo, por menor que seja (um pequeno galho de um arbusto, por exemplo)
influencia na trajetória do projétil, alterando seu ponto de impacto. Esse desvio será
maior ou menor dependendo das características do obstáculo (tamanho, material,
dureza etc.) ou em qual momento de sua trajetória o projétil entrou em contato com
o mesmo.
BALÍSTICA EXTERNA
Alcance do Tiro: Pode ser dividido em três espécies, a seguir
• Alcance útil
• Alcance de precisão
• Alcance máximo
BALÍSTICA EXTERNA
Alcance útil
A doutrina não é pacifica quanto ao tema, porém entende-se que seja distância
máxima que o projétil carrega consigo energia suficiente para causar lesão grave ou
morte de uma pessoa.
Encontra um na doutrina um marco referencial de 100 joules, entretanto,
plenamente questionável nos dias atuais consonante a teoria do stopping power.
BALÍSTICA EXTERNA
Alcance de precisão
É a distância máxima em que um atirador experimentado consegue conectar
disparos em um alvo quadrado medindo 30cm de lado.
Tomando como exemplo as pistolas, seu alcance de precisão é estimado em 50m,
pouco importando o calibre.
BALÍSTICA EXTERNA
Alcance máximo
É a distancia máxima possível de ser percorrida pelo projétil, disparado de um
ângulo próximo dos 45 graus até seu primeiro impacto com o solo.
POR HOJE É SÓ PESSOAL 
OBRIGADO !!!!!!
Referências:
• Síntese de Armamento de Tiro – Academia Nacional de Polícia/Departamento de
Polícia Federal.
• Balística aplicada para profissionais do Direito – João da Cunha Neto.
• Balística Forense – Domingos Tochetto
V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Monti
GM Bezerra
Sumário:
1) Regras de segurança (Manejo, transporte e guarda de armamentos)
2) Conduta no estande de tiro;
3) Manutenção dos armamentos.
REGRAS DE SEGURANÇA E CONDUTA NO ESTANDE
Infelizmente, incidentes de tiro são mais comuns do que se imagina.
Munição esquecida na câmara, manobra de ferrolho sem a retirada do carregador e
acionamento do gatilho “acreditando” que a arma estava travada são exemplos de
situações que envolvem disparos acidentais.
Portanto, um disparo acidental é um evento no qual uma arma de fogo é disparada
num momento não esperado pelo operador.
Com as armas atuais, o disparo acidental mais comum ocorre quando o gatilho
é intencionalmente acionado com um propósito diferente de quando se deseja
realizar o disparo.
REGRAS DE SEGURANÇA E CONDUTA NO ESTANDE
E isto ocorre durante os acionamentos em seco, nas inspeções do armamento, nas
demonstrações ou testes de funcionamento. Os tiros inesperados decorrem de
imprudência, salvo nos casos de defeito na arma. Ou seja, para saber se uma arma
está carregada ou não, o atirador simplesmente pressiona o gatilho.
É como se o motorista quisesse testar o airbag batendo violentamente seu carro
contra um poste. Apesar da ideia de que disparos acidentais ocorrem somente com
atiradores mal treinados, a displicência faz acontecer com atiradores experientes
também.
Um disparo acidental também pode ocorrer quando o atirador coloca o dedo
indicador sobre o gatilho antes de ter decidido atirar. Com o dedo posicionado desta
forma, muitos fatores podem fazer com que o dedo pressione o gatilho de modo
não intencional.
REGRAS DE SEGURANÇA E CONDUTA NO ESTANDE
Por exemplo, se o atirador coldrear a arma com o dedo no gatilho, um tiro acidental
é bem provável; se ele tropeçar, cair ou entrar em luta corporal, o instinto de
contrair os músculos pode provocar um tiro acidental, uma vez que os músculos da
mão que empunha a arma também serão contraídos (reflexo intermembros).
Portanto, não importa como é chamado cada projétil que sai de uma arma sem
querer (acidental, involuntário, negligente, imprudente, fortuito ou não
intencional), pois o resultado disso pode ser mortal e trazer diversos transtornos
para a vida de quem disparou. Assim, é necessário aprender a lidar e treinar com as
armas da sua propriedade ou Instituição.
Regras de Segurança
A preocupação com a segurança deve ser uma constante no uso e manuseio de
armas de fogo durante toda a vida, pois não são raros os casos de disparos
acidentais efetuados por aqueles que perderam a intimidade com o armamento.
• Trate sua arma sempre como carregada;
• Jamais aponte sua arma para qualquer coisa ou pessoa que não pretenda atingir,
salvo em legitima defesa;
• Certifique-se que seu alvo e o que esta ao seu entorno é capaz de receber
disparos com segurança;
• Manuseie sua arma sempre com o dedo fora do gatilho, até que esteja realmente
apontando para o seu objetivo;
Regras de Segurança
• Nunca transportar ou coldrear sua arma com o cão armado e destravada;
• Cuidado ao atirar em superfícies rígidas ou na água, pois os disparos podem
ricochetear;
• Treinamentos de tiro só devem ser feitos em estandes de tiro regulares e que
ofereçam segurança;
• As travas de segurança de arma são dispositivos mecânicos sujeitos a falhas, por
isso não se deve testá-las munições reais;
• Drogas e bebidas alcoólicas não se misturam com armas de fogo;
• Sempre que entregar ou receber uma arma, execute uma inspeção de segurança;
Regras de Segurança
• Nunca abandone sua arma, carregada ou não;
• Nunca receba uma arma puxando-a pelo cano;
• Antes de iniciar a manutenção do armamento sempre efetue a inspeção de
segurança;
• Mantenha sempre o armamento longe do alcance de menores de dezoito anos ou
pessoas com deficiência mental;
• Em disparos com revólver, jamais coloque sua mão próximo a junção do tambor
com o cano, pois gases em alta velocidade, resíduos de chumbo e pólvora em
combustão são desprendidos lateralmente em alta velocidade;
Regras de Segurança
• Nunca engatilhar a arma quando não houver intenção de atirar (armas de dupla
ação);
• Quando a arma estiver fora do coldre, empunhada para o tiro, esteja
absolutamente certo de que não está apontada para qualquer parte de seu corpo ou
de outras pessoas ao seu redor;
• Verifique se munição corresponde ao calibre da arma e se ela esta condiçãosegura
para utilização;
• A arma deve ser sempre transportada em um coldre, salvo quando houver a
consciente necessidade de utilizá-la;
Regras de Segurança
• Nunca transportar uma arma no bolso, bolsa ou pochete. Use sempre um bom
coldre, seja ele ostensivo ou dissimulado;
• Tome cuidado com obstruções do cano quando estiver atirando. Caso ouça ou sinta
algo de anormal com o recuo ou a detonação, interrompa imediatamente os
disparos. Verifique a existência ou não de obstruções no cano. Um projétil ou outro
objeto deve ser removido, mesmo se tratando de lama, terra, ou excesso de óleo a
fim de evitar que as raias sejam danificadas ou o cano destruído;
• Nunca tente modificar o peso do gatilho de sua arma ou de qualquer mecanismo
que interfira nos dispositivos de segurança. Qualquer alteração deve ser realizada por
um armeiro qualificado.
Regras de Segurança
Dogmas
As demais regras de segurança não são menos importantes, mas os dogmas abaixo
foram destacados porque, se negligenciados simultaneamente, podem provocar o
ferimento grave ou a morte de alguém.
CONTROLE DE CANO: AO MANUSEAR UMA ARMA DE FOGO, MANTER O CANO
SEMPRE APONTADO PARA UMA DIREÇÃO SEGURA;
DEDO FORA DO GATILHO: O DEDO INDICADOR FORA DO GATILHO E AO
LONGO DA ARMAÇÃO, SALVO QUANDO PRONTO PARA O DISPARO.
Conduta no estande de tiro
Sem esquecer os dogmas e as regras de segurança, durante os treinamentos também devem ser
obedecidas outras normas, de fundamental importância para que o treinamento se desenvolva de
forma tranquila e segura, destacadas a seguir:
• Seguir estritamente os comandos dados pelos instrutores de tiro;
• Manter silêncio absoluto na linha de tiro;
• Qualquer problema com a arma ou qualquer dúvida, levantar a mão de apoio, manter o cano
da arma em direção ao para-balas e aguardar o instrutor;
• Todo deslocamento dentro do estande deve ser feito em formação e ao comando do instrutor;
• Utilize coldre, porta-carregadores e bandoleira;
• Não leve para o estande qualquer material estranho à instrução;
• Utilize roupas e EPI’s adequados para a atividade.
Manutenção 
Sempre que se efetuam disparos, não importa a quantidade, deve-se fazer a
manutenção da arma. Entretanto, a manutenção não está vinculada somente à
realização de disparos. O porte diário, ambientes com poeira, excesso de umidade
ou maresia são fatores que criam a necessidade de manutenção periódica das
armas.
Antes da realização de qualquer tipo de manutenção em arma de fogo, é
INDISPENSÁVEL QUE SE REALIZE A INSPEÇÃO DE SEGURANÇA.
Armas de fogo, como qualquer outro equipamento mecânico, estão sujeitas a
desgastes e falhas. A correta manutenção diminui consideravelmente o ocorrência
desses problemas. O perfeito funcionamento das armas de fogo pode fazer a
diferença entre a vida e a morte.
Manutenção 
Está comprovado que a manutenção preventiva perfeita elimina muitos incidentes e
acidentes de tiro.
A manutenção de uma arma de fogo passa, necessariamente, por três etapas
distintas:
• Limpeza
• Lubrificação
• Proteção contra ferrugem
Manutenção 
O processo de manutenção inicia-se com a desmontagem da arma (1º escalão),
seguida da limpeza das peças, lubrificação e aplicação de proteção contra ferrugem.
Não existe um produto “milagroso” que consiga ao mesmo tempo limpar, lubrificar
e proteger contra ferrugem.
Tratam-se de produtos diferentes com ações e objetivos diferentes, cada um
cumprindo sua função.
Manutenção 
LIMPEZA
O objetivo da limpeza é remover qualquer sujeira que possa impedir ou dificultar o
movimentos de peças móveis ou mesmo favorecer o aparecimento de corrosão.
A sujeira, a curto ou longo prazo, poderá afetar a eficiência ou segurança da arma.
A remoção da sujeira em armas de fogo é feita com o uso de solventes. Os tipos de
solventes vão dos mais simples como água e sabão, até os mais específicos, como
os que usam amônia ou enxofre para remover resíduos de cobre das raias do cano.
Manutenção 
LIMPEZA
Basicamente existem dois tipos de resíduos:
• Provenientes do porte ou armazenamento
• Provenientes do disparo (resíduos de pólvora, espoleta e resíduos do projétil) 
Manutenção 
Os resíduos provenientes do porte são fragmentos de tecido ou poeira do ambiente
que acabam ficando aderidos aos óleos e graxas que são utilizados para lubrificação
da arma. Esse tipo de sujeira, juntamente com o suor do corpo e a umidade do ar
podem ser focos de ferrugem.
Manutenção 
Manutenção 
Armas de fogo, mesmo que não sejam disparadas, precisam de manutenção
adequada. Nesse caso, basta uma desmontagem no escalão necessário, limpeza
com um solvente leve, uso de escovas de cerdas, nova lubrificação e montagem.
Manutenção 
Manutenção 
Resíduos de pólvora ou espoleta são aqueles deixados no armamento pelo
acionamento da espoleta e combustão da pólvora. Esses resíduos formam uma fuligem
escura de fácil remoção. Para remoção desse tipo de resíduo podemos utilizar:
• Água e sabão;
• Descarbonizantes;
• Solventes comerciais para armas;
• Solventes leves de petróleo (aguarrás).
Apesar de existirem solventes específicos para resíduos deixados por projéteis
(chumbo e cobre), o uso de meios físicos (escovas) é, na maioria dos casos, suficiente
para remoção de tais resíduos. O uso de solventes que contenham amônia ou enxofre
facilitam a remoção do cobre, mas podem agredir quimicamente o raiamento.
Manutenção 
Um princípio fundamental para manutenção de armas de fogo é NUNCA utilizar
para a limpeza um material de dureza igual ou superior ao que vai ser limpo. São
exemplos de ferramentas e materiais utilizados na limpeza.
Manutenção 
Para garantir a confiabilidade do seu armamento, mantenha o mesmo sempre em
boas condições, com a limpeza e lubrificação correta.
Itens mais comumente utilizados para manutenção do armamento:
• Óleo/lubrificante
• Solvente
• Escovas de cerdas
• Bore Snake
• Pano limpo
• Cordel 
• Ar comprimido (com filtro de umidade)
Obs: Sempre se atente as recomendações do fabricante. 
Manutenção 
Manutenção 
Manutenção 
Apesar de parecer trivial, o uso de escovas cilíndricas deve seguir três
procedimentos básicos:
• Sempre que possível, a escova deverá seguir o sentido câmara-coroa;
• A escova deverá ir até o final do cano para que possa retornar, sob pena de
dano à escova;
• A escova deve estar livre para seguir o passo do raiamento.
Para a limpeza interna do cano, utiliza-se uma escova cilíndrica de cerdas macias. Se
mesmo assim não forem removidos todos os resíduos de pólvora, utilizar uma escova
de latão. Após a manutenção, a parte interna do cano deve ficar seca, sem resíduos de
solvente ou óleo.
Manutenção
Lubrificação
Armas de fogo possuem inúmeras peças de aço unidas e que executam diversos
tipos de movimentos, que geram atrito. A lubrificação tem a função de diminuir o
atrito entre as peças e consequentemente diminuir o desgaste e a possibilidade de
travamento.
Lubrificação é a colocação, entre duas ou mais peças que estão em contato, de uma
substância capaz de reduzir as forças de atrito geradas pelo movimento entre elas.
Os óleos indicados para armas de fogo devem ser finos e dotados de aditivos que
proporcionem boa aderência à superfície, ser repelente à água, ter boa estabilidade
para resistir ao frio e calor, e ter resistência à oxidação.
Manutenção
A lubrificação em armas de fogo deve se restringir às áreas onde ocorre contato e
movimento entre duas ou mais peças e na quantidade adequada. Normalmente
uma gota é suficiente para cada ponto.
Câmaras e carregadores não devem ser lubrificados, uma vez que pode haver
contaminação e consequente falha da munição.
Manutenção
Proteção contra ferrugem
Todas as arma de fogo saem de fábrica com algum tratamento contra corrosão
(oxidação, niquelação, cromagem, nitretação, fosfatização etc), entretanto esse
tratamento, por melhor que seja, não é totalmente imune à corrosão. Alguns
cuidados básicos podem ajudar esse tratamento a impedir a ferrugem.
A única forma de proteger o metal daferrugem é criar uma barreira entre ele e o ar
atmosférico. Nesse sentido, poderíamos cobrir toda a parte externa da arma com
um óleo mineral, uma camada de graxa sem aditivos ou mesmo vaselina. Tais
soluções podem ser adequadas para um colecionador de armas, mas não para as
armas de uso na defesa pessoal.
Manutenção
Proteção contra ferrugem
Estas armas podem ser “isoladas” do ar atmosférico com o uso de ceras naturais
(abelha ou carnaúba). Tais ceras podem ser diluídas em aguarrás e aplicadas sobre a
superfície das armas. O solvente (aguarrás) irá evaporar e ficará uma fina
camada protetora sobre a superfície da arma.
As armas também podem ser ´isoladas` do ar atmosférico com o uso de silicone
em spray, que também deixa uma camada protetora sobre a superfície da arma.
Também existem pinturas que podem ser aplicadas nas partes externas de metal
visando impedir o processo de oxidação, a exemplo da Cerakote.
Lubrificação Beretta APX
Lubrificação
Com óleo específico de para armas
Bizu do 3, 2, 1 (armas strike fired utilizam pouco óleo)
• 3 gotas no ferrolho (trilhos e alojamento do cano)
• 2 gotas no cano (cano e entalhe)
• 1 gota na armação (armadilha)
OBS: Não lubrificar o percussor ou a janela do percussor 
Obrigado !!!!!
Referências 
Síntese de armamento e tiro – ANP/DPF
V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
Sumário:
1) Fundamento do tiro
2) Incidentes de tiro 
3) Mecanismos de segurança
Fundamentos do tiro
Pouco importa o tipo de tiro que se pretende realizar (esportivo, prático,
policial etc.), para a obtenção de resultados ao menos satisfatórios, é
necessária a observância dos fundamentos do tiro. São cinco
fundamentos para o tiro em visão primária (de precisão) e quatro para o
tiro rápido.
Importante ainda ressalvar que prática do tiro policial, há o sexto
fundamento, onde são acompanhados todos os outros bem como a
ameaça e seu entorno.
Fundamentos do tiro
1. Base/Postura/Plataforma
2. Empunhadura
3. Visada
4. Acionamento/controle de gatilho
5. Respiração
6. Acompanhamento/ “Follow Through”
1. Base/Postura/Plataforma
Existem diversas posições utilizadas para prática do tiro, sendo que, cada uma possui
suas vantagens e desvantagens.
Todavia, antes de empunhar a arma o atirador precisa se posicionar diante do alvo.
A plataforma mais usual no do tiro policial é a postura tática de tiro, que consiste no
atirador manter um pequeno afastamento das pernas na largura dos ombros, com
os joelhos semi-flexionados e com o tronco levemente projetado para a frente,
literalmente entrando em uma base de luta.
A seguir, veremos as bases de tiro mais conhecidas e a postura/plataforma tática.
1. Base/Postura/Plataforma
Posição Weaver
Inventada pelo Xerife Jack Weaver no final da década de 1950, consiste em deixar as
pernas com um leve afastamento e posicionar a perna esquerda levemente a frente
da direita, inclinado ligeiramente o tronco e flexionando a mão que dá suporte em
direção ao alvo e, os cotovelos devem permanecer um pouco flexionados e a mão
de suporte pressiona a arma contra a mão que efetuará os disparos, mantendo a
arma presa.
A vantagem da posição é reduzir a silhueta do atirador, entretanto, para aqueles que
utilizam colete balístico, a desvantagem é “oferecer” ao inimigo exatamente a
lateral, parte menos protegida do acessório.
1. Base/Postura/Plataforma
Posição Weaver
1. Base/Postura/Plataforma
Posição isósceles
Posição de tiro que se tornou popular a partir da década de 1980, quando os
atiradores Brian Enos e Rob Leatham começaram a utilizá-la, com muito êxito, nas
provas de IPSC, modalidade de tiro prático.
Assim como a Weaver, a Isósceles é uma postura que segura a arma curta com as
duas mãos, para otimizar a estabilização. Os dois braços ficam completamente
esticados, com os cotovelos travados nesta posição.
Vista por cima, esta posição faz o desenho de triangulo isósceles, composto pelos
dois braços do atirador, de igual tamanho, ambos formando os dois catetos maiores,
com o cateto menor do triângulo formado pelo tórax do atirador.
1. Base/Postura/Plataforma
Posição Isósceles
1. Base/Postura/Plataforma
Basicamente, todas as demais posições existentes guardam alguma correlação ou
características similar com as posições Weaver e isósceles.
Enquanto a primeira é a estabilidade do armamento é baseada na estrutura
muscular do atirador, na segunda há o emprego da estrutura óssea para produzir o
mesmo efeito.
Portanto a posição/base/plataforma tática é uma junção das melhores
características de cada posição, aplicada ao tiro policial de combate.
1. Base/Postura/Plataforma
Posição tática
Fundamentos do tiro
2. Empunhadura
Em se tratando de segurar a arma de fogo curta, este é o fundamento mais
importantes, sendo responsável pela estabilidade do armamento, e consequente
• Altura (alta)
• Envolvimento (dupla)
• Pressão (firme)
A mão de tiro (ativa) envolve o punho da arma e a mão suporte (reativa) é colocada
sobre a mão de tiro, preenchendo o espaço vazio no punho do armamento,
exercendo uma pressão uniforme. Os polegares deverão ficar paralelos ao cano,
encostados lateralmente na armação e apontados para frente. A empunhadura deve
ser firme, contudo, sem fazer a arma tremer.
Fundamentos do tiro
2. Empunhadura Revólver
Fundamentos do tiro
2. Empunhadura Pistola
Fundamentos do tiro
3. Visada
A visada consiste no alinhamento do aparelho de pontaria com o alvo. Já a linha de
visada é a linha imaginária, que sai do olho do atirador, passa pelo aparelho de
pontaria e chega no alvo.
O aparelho de pontaria de uma arma (mira não eletrônica) é composto de alça de
mira (parte de trás) e massa de mira (parte da frente).
Vale destacar que o olhar deve estar fixo no alvo. No momento em que o aparelho
de pontaria entrar na linha de visada, deve-se procurar obter o alinhamento dos
pontos anteriormente mencionados, mantendo este alinhamento durante toda a
condução do gatilho, ou seja, até o momento do disparo. Uma vez efetuado o
disparo, o recuo da arma faz com que o atirador “perca” o aparelho de pontaria.
Fundamentos do tiro
3. Visada
Fundamentos do tiro
3. Acionamento de gatilho
Deve ser acionado de forma progressiva (constante), sem desfazer o enquadramento
da visada antes do disparo.
O operador deverá moderar o acionamento do gatilho a partir do segundo disparo
para não alterar o enquadramento da visada e consequentemente não errar o alvo.
O acionamento do gatilho deve ser feito de forma gradativa e com pressão
constante do dedo indicador sobre o mesmo. Não esquecer que, enquanto se
pressiona o gatilho, não se descuida do alinhamento A-M-A. Ambos os fundamentos
andam de “mãos dadas”
Fundamentos do tiro
3. Acionamento de gatilho
Fundamentos do tiro
3. Acionamento de gatilho
ACIONAMENTO DA TECLA DO GATILHO
Correto
Errado
Fundamentos do tiro
5. Respiração
O controle da respiração é aplicado apenas para tiros de precisão. Quando for
aplicada, o atirador deve realizar uma inspiração normal e, durante a expiração,
quando atingir um estágio confortável, segurar a respiração para efetuar o disparo.
O tiro deverá ocorrer no espaço de três a oito segundos. Transcorrido este pequeno
espaço de tempo, o corpo passará a exigir oxigenação, o que pode causar desde
pequenos tremores até o turvamento da visão. Neste caso, o atirador deve optar por
abortar o tiro e recomeçar o procedimento de respiração.
No tiro policial, para diminuir a influência das alterações fisiológicas (batimento
cardíaco acelerado, adrenalina, frequência da respiração, visão de túnel e exclusão
auditiva), o policial deve fazer o controle da respiração, buscando efetuar os
disparos na pausa natural da respiração, a fim de conferir maior precisão.
Fundamentos do tiro
6. Acompanhamento/ “Follow Through”
É o acompanhamento ou o popular "seguimento" do disparo, o agrupador de
fundamentos. Este recebe o título de disciplina follow-through, poisé o responsável
por integrar todos os fundamentos do tiro para obter disparos precisos e
cadenciados.
É a confirmação do acerto do alvo por meio do acompanhando o tiro até o objetivo
final, incluindo a reavaliação de todo ciclo a cada novo disparo.
PANES
Intercorrências com armas de fogo
Basicamente a doutrina divide em 4 formas, dispostas a seguir:
• Incidente de tiro: ocorre quando de produz uma interrupção dos tiros sem danos materiais
e/ou pessoais, por motivo independente da vontade do atirador.
• Acidente de tiro: Ocorre quando de produz uma interrupção dos tiros com danos de
qualquer natureza, materiais e/ou pessoais.
• Tiro acidental: Todo tiro que se produz em circunstâncias anormais, sem acionamento
regular do mecanismo de disparo, devido a defeitos ou falta do mecanismo de segurança da
arma.
• Tiro involuntário: ocorre com o acionamento do mecanismo de disparo do armamento pelo
atirador, porém sem esperar o disparo. (ex. Munição esquecida na câmara).
PANES
Incidentes de tiro em pistola e sua solução
• Falha de percussão (nega);
• Não trancamento do ferrolho; 
• Chaminé (horizontal ou vertical);
• Duplo carregamento ou Dupla Alimentação;
• Travamento de ferrolho (embuchamento).
FALHA DE PERCUSSÃO (NEGA)
COMO OCORRE: O disparo não ocorre devido a problemas com 
a munição, espoleta picotada ou carregador solto.
RESOLUÇÃO: Bater na base do carregador e fazer o manejo 
com o ferrolho.
MAU TRANCAMENTO DO FERROLHO
COMO OCORRE: Condução do conjunto do ferrolho por parte do 
atirador ou falta de manutenção do armamento.
RESOLUÇÃO: Bater na base do carregador . Caso não sane a pane, ciclar
a arma.
CHAMINÉ HORIZONTAL 
COMO OCORRE: O estojo se posiciona horizontalmente na janela de 
ejeção.
CHAMINÉ HORIZONTAL 
RESOLUÇÃO: Lateralize a arma, mantendo o cano apontado para frente e 
puxe o ferrolho à retaguarda, deixando a ação da gravidade agir, fazendo com 
que a munição caia naturalmente.
CHAMINÉ VERTICAL 
COMO OCORRE: Por um problema na ação dos gases ou defeito do ejetor 
não há força suficiente para ejetar o estojo completamente. 
CHAMINÉ VERTICAL 
RESOLUÇÃO: Lateralize a arma, mantendo o cano apontado para frente e puxe o 
ferrolho à retaguarda, deixando a ação da gravidade agir, fazendo com que o 
estojo caia naturalmente.
DUPLO CARREGAMENTO ou DUPLA ALIMENTAÇÃO 
COMO OCORRE: Quando um estojo/munição não é extraído da câmara e
outra munição é impulsionada pelo ferrolho em sentido a câmara de
explosão.
DUPLO CARREGAMENTO ou ALIMENTAÇÃO
RESOLUÇÃO
1- Travar o ferrolho à retaguarda;
2- Retirar o carregador;
3- Ciclar a arma;
4- Inserir o carregador e efetuar o manejo
TRAVAMENTO DE FERROLHO 
(EMBUCHAMENTO)
COMO OCORRE: O estojo estufa dentro da câmara da arma.
RESOLUÇÃO: Segure o ferrolho com a mão de suporte, e com a mão de tiro 
dê uma pancada no punho da arma.
Mecanismos de Segurança em armas curtas 
Revólver 
- Calço de Interposição 
- Barra de Transferência
Pistola
- Registro de segurança 
- Trava do percussor 
- Trava de empunhadura 
- Trava de Gatilho
Referências e Imagens 
1. Posições do Tiro: Armas Curtas http://blog.prohunters.com.br/posicoes-do-tiro-
armas-curtas/
2. Balística Forense; Domingos Tochetto
3. Balística Aplicada aos locais de crime, João Bosco Silvino júnior
4. Os cinco fundamentos do tiro - https://www.acotemperado.com/blog/os-5-
cinco-fundamentos-do-tiro/
http://blog.prohunters.com.br/posicoes-do-tiro-armas-curtas/
https://www.acotemperado.com/blog/os-5-cinco-fundamentos-do-tiro/
V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Bezerra
GM Monti
Sumário:
1) Equipamentos de uso ostensivo 
2) Equipamentos para uso velado
3) Proteções balísticas 
Equipamentos de uso ostensivo
São os equipamentos utilizados no cotidiano do agente de segurança pública,
quando devidamente uniformizado, dentre os quais podemos destacar:
1. Coldre
2. Porta carregador
3. Algemas e porta algemas
4. Cinto de guarnição
5. Lanterna
Além do equipamentos básicos listados, também existem outros de grande valia, 
que podem ser agregados ao “kit básico”. 
A proteção balística será tratada em tópico apartado mais adiante.
Porque escolher devo escolher um bom coldre?
Coldre
É o equipamento utilizado para o transporte ostensivo da arma de fogo. Existem
várias configurações diferentes, construídos a partir de variados materiais.
Basicamente, são divididos em níveis conforme seus níveis de retenção e segurança.
A seguir destacaremos algumas variantes distintas pelo: material de construção,
altura, tipo e nível de retenção.
Coldre
material de construção: Nylon
Coldre
material de construção: Couro
Coldre
material de construção: Polímero
Coldre
material de construção: Kydex
Coldre
Altura:
Coldre
Tipo:
Coldre
Nível de retenção: nível 1
Coldre
Nível de retenção: nível 2
Coldre
Nível de retenção: nível 3
Equipamentos de uso ostensivo
Porta carregador
Equipamentos de uso ostensivo
Algemas e Porta algemas:
Equipamentos de uso ostensivo
Cinto de guarnição
Equipamentos de uso ostensivo
Lanterna
Equipamentos de uso ostensivo
Complementares:
1. Kit Atendimento Pré-Hospitalar
2. Torniquete e porta torniquete
3. Canivete e/ou lâmina fixa
4. Multitool
5. Lanterna dedicada
6. Fiel 
7. Dispenser/ Drop pouch
Equipamentos de uso ostensivo complementar:
Kit Atendimento Pré-Hospitalar
Equipamentos de uso ostensivo complementar:
Torniquete e porta torniquete
Equipamentos de uso ostensivo complementar:
Canivete e/ou lâmina fixa
Equipamentos de uso ostensivo complementar:
Multitool
Equipamentos de uso ostensivo complementar:
Lanterna dedicada
Equipamentos de uso ostensivo complementar:
Fiel 
Equipamentos de uso ostensivo complementar:
Dispenser/ Drop pouch
Equipamentos de uso ostensivo
Considerações
Embora a temática equipamentos seja empolgante, há necessidade de cada
operador analisar de maneira individual suas necessidades, haja vista que nem
sempre transportar consigo a maior quantidade de equipamentos é sinal de melhor
eficiência.
Como tudo na vida, deve haver um equilíbrio entre os equipamentos utilizados
diariamente as ações executadas, pois obrigatoriamente, cada equipamento
agregado no seu loadout implica em aumento de peso e em prejuízo à mobilidade.
Equipamentos de uso velado
São os equipamentos utilizados no cotidiano do agente que porta uma arma fogo 
em trajes civil, dentre os quais podemos destacar:
1. Coldre
2. Porta carregador
3. Cinto
4. Lanterna
5. Torniquete
Tais equipamentos estão intimamente ligados com a doutrina do EDC (every day
carry).
Equipamentos de uso velado
Coldre
Equipamentos de uso velado
Porta carregador
Equipamentos de uso velado
Cinto
Equipamentos de uso velado
Lanterna
Equipamentos de uso velado
Torniquete
Equipamentos de uso velado
EDC (every day carry)
A resposta para a pergunta feita no inicio da aula é: para evitar que situações como
essas ocorram.
A resposta para a pergunta feita no inicio da aula é: para evitar que situações como
essas ocorram.
Proteções Balísticas
O convívio com a proteção balística é o básico do policial em qualquer país do
mundo e não é diferente no Brasil, onde em geral utilizamos proteções para
projéteis de baixa velocidade.
As placas balísticas maleáveis geralmente são de nível IIA, II ou IIIA, feitas para 
suportar projéteis os baixa velocidade, como no caso de pistolas e revólveres, por 
exemplo.
Já as placas rígidas, de nível III ou IV e as suas subdivisões comerciais como III+ ou III 
especial, são feitas para ajudar a “para” disparos de calibres de alta velocidade, 
como os dos fuzis 5.56×45 e 7,62×51.
Proteções Balísticas
Introduzido pelo exército americano, na década de 50, nas guerras da Coréia e do
Vietnã o colete balístico era constituído por placas de aço fixadas em cima de
tecidos, o que fazia do colete um equipamento extremamente pesado e
desconfortável.Essa realidade começou a ser modificada com a criação do kevlar em
1965 a partir daí outras tecnologias foram e são desenvolvidas até hoje para
oferecer segurança e conforto.
Em grande parte do mundo, incluindo o Brasil, os níveis balísticos estabelecidos pelo
NIJ (Instituto Nacional de Justiça dos EUA), são utilizados como parâmetro para
classificar as proteções balísticas (norma NIJ Standard 0101.06)
Proteções Balísticas
Proteções Balísticas
Proteções Balísticas
Coletes Balísticos (IIA, II e IIIA):
Os coletes são feitos para suportar projéteis de baixa velocidade, como os exemplos 
das armas na tabela acima. Ela é a peça primordial e inicial da proteção balística no 
trabalho policial, pois a maioria dos encontros armados no brasil são com pistolas e 
revólveres.
Os materiais mais utilizados na fabricação de coletes são:
1. Kevlar (Para-aramida vendida pela DuPont)
2. Tawron (Para-aramida)
3. Spectra (UHMWPE – Polietileno de alto peso molecular)
4. Dynnema (UHMWPE – Polietileno de alto peso molecular)
5. Zylon (descontinuado por problemas de validade)
Proteções Balísticas
Placas balísticas (III, III+ e IV)
As placas rígidas possuem uma área de proteção muito pequena em comparação
com os coletes flexíveis, mas protegem o essencial para evitar uma morte muito
rápida, mas apenas se o projétil atingir a placa pela frente. Qualquer tiro
lateralizado, por menor que seja o ângulo, existe a possibilidade de o projétil passar
ao lado da borda lateral da placa e entrar no centro do tórax.
Proteções Balísticas
As 10 características que você procura em placas:
1. Nível balístico;
2. Necessidade de coletes IIIA utilizado em conjunto;
3. Material de composição;
4. Formato da placa;
5. Curvaturas;
6. Peso;
7. Resistência a múltiplos disparos;
8. Deformidade posterior;
9. Tamanho;
10. Preço;
Proteções Balísticas
As 10 características que você procura em placas:
1. Nível balístico;
2. Necessidade de coletes IIIA utilizado em conjunto;
3. Material de composição;
4. Formato da placa;
5. Curvaturas;
6. Peso;
7. Resistência a múltiplos disparos;
8. Deformidade posterior;
9. Tamanho;
10. Preço;
Proteções Balísticas
Nas placas, os materiais mais utilizados são:
1. Cerâmica
2. Metal
3. Polietileno de alto peso molecular
4. Placas Compostas.
Referências
1. Guia básico sobre coldres: https://www.defesa.org/guia-basico-sobre-coldres/
2. Como escolher um coldre ostensivo: https://infoarmas.com.br/como-escolher-
um-coldre-ostensivo/
3. O uso da proteção balística no trabalho policial:
https://infoarmas.com.br/amp/uso-de-protecao-balistica-policial/
4. A modinha dos plate carriers: https://infoarmas.com.br/protecao-balistica-a-
modinha-dos-plate-carriers/
https://www.defesa.org/guia-basico-sobre-coldres/
https://infoarmas.com.br/como-escolher-um-coldre-ostensivo/
https://infoarmas.com.br/amp/uso-de-protecao-balistica-policial/
https://infoarmas.com.br/protecao-balistica-a-modinha-dos-plate-carriers/
V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA 
MUNICIPAL DE LONDRINA
DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO
INSTRUTORES:
GM Renan 
GM Anzoategui
GM Bezerra 
GM Monti
Sumário:
1) Balística Terminal
2) Teorias da incapacitação
BALÍSTICA TERMINAL
É a área da balística que estuda os efeitos dos projéteis em seu ponto de impacto
(interação com o alvo), considerando, dentre outros fatores, os diferentes tipos de
projéteis que apresentam resultados balísticos terminais diferentes (ogival, ponta
oca etc.).
Testes em plastilina ou gelatina balística servem apenas de referência para
cientistas e pesquisadores, não representando necessariamente os reais efeitos no
corpo humano.
BALÍSTICA TERMINAL
BALÍSTICA TERMINAL
Não basta um projétil ter energia elevada. Ele precisa ter a capacidade de transferir 
essa energia para o corpo que atingir. 
O projétil mais eficiente para defesa pessoal é aquele que consegue transferir toda 
sua energia dentro de um corpo e fazer com que a agressão cesse imediatamente 
ou, da forma mais rápida possível. 
BALÍSTICA TERMINAL
Choque hidrostático
Quando um projétil de alta velocidade atinge um tecido composto por água, ocorre o
chamado choque hidrostático, gerando uma onda de energia, que, por sua vez, criará
uma cavidade temporária (ação indireta do projétil), além da cavidade permanente
(ação direta do projétil). Existirão ainda os orifícios de entrada e, por vezes, de saída.
Em projéteis de baixa velocidade (armas curtas), também ocorrerá um choque
hidrostático formando uma cavidade temporária, mas esta não causará maiores danos
nos tecidos afetados, principalmente devido à capacidade elástica dos mesmos.
Exceção feita ao fígado e cérebro, que, devido a sua consistência menos elástica,
poderão sofrer rupturas causadas pela cavidade temporária. Nos projéteis de baixa
velocidade, o maior dano será o causado pela cavidade permanente, causada pela
passagem do projétil.
BALÍSTICA TERMINAL
Ação dos projéteis dentro do corpo humano
O projétil, em sua trajetória dentro do corpo humano, rompe os tecidos, formando
uma cavidade permanente. A lesão tecidual em torno da cavidade permanente
depende dos tipos de tecidos atingidos, além da forma, massa, energia, deformação
e fragmentação do projétil.
Os projéteis de arma de fogo transferem energia ao corpo humano através de seu
atrito com os tecidos, sendo potencializado pelo aumento de sua área de contato,
que ocorre através de três mecanismos: deformação/expansão, fragmentação e/ou
capotamento.
BALÍSTICA TERMINAL
BALÍSTICA TERMINAL
Teoria da incapacitação
Existem diversas variáveis ligadas a incapacitação de um indivíduo sendo elas de
ordem fisiológica e psicológica levando ainda em consideração a letalidade
comparativa entre armas, calibres e munições.
Quando tratamos de lesões produzidas por armas de fogo tendo como objetivo final
a neutralização da ameaça, é necessário avaliarmos duas vertentes, sendo elas: o
conjunto arma e munição empregado para atingir o resultado esperado e, de outro
lado, as variáveis fisiológicas e psicológicas tanto do atirador quanto do alvo.
BALÍSTICA TERMINAL
Teorias de incapacitação balística
Thompson-LaGarde
No final do século XIX e inicio do século XX, em decorrência da evolução acelerada
das armas de fogo, o governo americano encomendou e financiou estudos a
respeito da incapacitação balística.
O primeiro dos estudos à época foi conduzido pelo Capitão de artilharia John
Taliaferro Thompson e pelo Major Cirurgião Louis Anatole La Garde, a partir da
utilização de cadáveres e, posteriormente bovinos e equinos para testes práticos de
tiro.
BALÍSTICA TERMINAL
Thompson-LaGarde
O objetivo inicial era determinar qual seria o efeito da onda de choque produzida
pelo projétil, também definido por eles como “poder de parada” (stopping power)
dos calibres testados.
Inicialmente os cadáveres eram pendurados e atingidos por projéteis de variados
calibres a vim de verificar a quantidade de deslocamento.
Posteriormente, passaram a alvejar bovinos vivos, a fim de verificar quanto tempo
demoravam para tombar e agonizar até a morte.
Os testes realizados apontaram que os calibres para armas curtas deveriam possuir
calibre .45 ou superior para apresentar o efeito choque (poder de parada).
BALÍSTICA TERMINAL
Os estudos de Marshall e Sanow
A obra elaborada por Evan P. Marshall e Edwin J. Sanow foi intitulada “The handgun
stopping power”.
Os estudos foram realizados pautados em relatórios médicos e registros policiais
analisados ao longo de 15 anos.
O ponto que mais chama a atenção na obra por eles elaborada é utilização de
calibres nominais para formulação de estatísticas na qual, com apenas um disparo
foi possível incapacitar o agressor. Neste sentido, cabe uma análise quanto a frase de
abertura de obra.
BALÍSTICA TERMINAL
Os estudos de Marshall e Sanow
“O poder de parada é uma ilusão. É importante começar um livro sobre poder de
parada de armas portáteis com isso em mente. Não existem projéteis mágicos. Não
existem calibres “paradores de homens”. Não existe essa coisa de poder de paradacom um tiro”.
Marshall e Sanow, 1992.
BALÍSTICA TERMINAL
Teste de Estrasburgo 
Metodologia similar a adorada por Thompson e LaGarde, com a utilização de ovinos,
onde após serem atingidos pelo projétil de arma de fogo verificava-se quanto
demoravam para serem incapacitados.
BALÍSTICA TERMINAL
Teoria da incapacitação adotada pelo FBI
O confronto ocorrido na cidade de Miami, em 1986, conhecido como Miami
Shootout, onde dois ladrões de banco estavam sendo monitorados pelo FBI e foram
surpreendidos durante execução de um roubo.
Houve intensa troca de tiros entre os criminosos e os agentes, resultando na morte
dos dois assaltantes e dois agentes do FBI, além de cinco agentes feridos.
Os criminosos estavam armados com um fuzil .223 Remington, Espingarda calibre 12
gauge e Revólveres .357 magnum. Já os agentes do FBI contavam com pistolas no
calibre 9mm luger, Revólver .357 magnum e Espingardas calibre 12 gauge.
BALÍSTICA TERMINAL
Teoria da incapacitação adotada pelo FBI
Apesar de feridos por vários disparos, os criminosos conseguiram combater por
aproximadamente cinco minutos, sendo efetuados mais de 145 disparos por todos
os envolvidos.
No final os criminosos foram a óbito, entretanto verificou-se que não houve a
incapacitação na velocidade adequada.
Após o ocorrido, iniciaram-se os estudo para adoção de um novo armamento em um
novo calibre para utilização por seus agentes, sendo na sequência adotado o calibre
.40 S&W.
BALÍSTICA TERMINAL
Teoria da velocidade da incapacitação
Existem diversas variáveis ligadas a incapacitação de um indivíduo sendo elas de
ordem fisiológica e psicológica levando ainda em consideração a letalidade
comparativa entre armas, calibres e munições.
Quando tratamos de lesões produzidas por armas de fogo tendo como objetivo final
a neutralização da ameaça, é necessário avaliarmos duas vertentes, sendo elas: o
conjunto arma e munição empregado para atingir o resultado esperado e, de outro
lado, as variáveis fisiológicas e psicológicas tanto do atirador quanto do alvo.
BALÍSTICA TERMINAL
Incapacitação fisiológica:
Está diretamente associada a localização do disparo no corpo humano (alvo) e do
conjunto arma/munição utilizado.
A localização do disparo no corpo humano é o fator mais relevante, pois vai
determinar quais estruturas serão atingidas, possuindo um elevado fator de
importância na incapacitação fisiológica juntamente com a capacidade de
penetração do projétil.
Causar danos severos em órgãos importantes é o fator que vai determinar a
velocidade da incapacitação.
BALÍSTICA TERMINAL
Nesta vertente, basicamente há duas formas de incapacitar um oponente (alvo):
1. Dano no sistema nervoso central –SNC
2. Hipovolemia (Hemorragia severa) 
BALÍSTICA TERMINAL
Dano ao SNC
A incapacitação imediata só é garantida se o projétil acertar o tronco encefálico ou a
coluna cervical alta do agressor (vertebras C1 e C2).
Trata-se de produzir lesão no cérebro primitivo, responsável pela regulação das
funções vitais, que se localiza no região central da cabeça (altura entre os olhos e o
nariz).
Para que ocorra a incapacitação instantânea é necessário produzir um dano
importante na massa encefálica ou cortar a comunicação entre o cérebro e o corpo
(músculos).
BALÍSTICA TERMINAL
BALÍSTICA TERMINAL
Hipovolemia - Hemorragia severa ocasionando a diminuição da pressão sanguínea
Entretanto, dado a dificuldade de realizar a incapacitação do oponente desta forma,
com dano direto ao SNC, haja vista a diminuta área a ser atingida e ainda que num
confronto armado de curta distância operador e oponente comumente estão se
movimentando, a regra geral é buscar atingir o centro de massa da ameaça,
otimizando as chances de acerto e possibilidade de incapacitação.
Nesse caso, almejamos diminuir ou parar a circulação, a ponto de desligar o cérebro
por falta de pressão, culminado na hipóxia (corte da oxigenação).
Entretanto, neste cenário, não há como prever quanto tempo levará para que o alvo
cesse a injusta agressão.
BALÍSTICA TERMINAL
Para que haja sucesso na incapacitação decorrente de hemorragia severa, um dos 
fatores preponderantes é o humano, haja vista que a localização dos disparos é de 
responsabilidade única e exclusiva do atirador. 
Além do fator humano, mais duas variáveis entram na equação da incapacitação do 
oponente, contribuindo de forma considerável para alcançar o resultado esperado 
no menor tempo possível, sendo elas:
1. Tipo e velocidade do projétil
2. Penetração do projétil (profundidade da lesão)
BALÍSTICA TERMINAL
Tipo e velocidade do projétil
Em via de regra, o dano poderá ser otimizado com a utilização de um projétil de que
possua capacidade de penetração aliado ao maior diâmetro e/ou capacidade de
expansão (hollow point ou soft point), no caso das armas curtas.
Em se tratando de armas longas, onde são imprimidas altas velocidades aos
projéteis, ainda verificamos a possibilidade de fragmentação e/ou capotamento,
além dos canos causados pela expansão dos tecidos além da zona elástica (cavidade
temporária).
BALÍSTICA TERMINAL
Tipo e velocidade do projétil
Em via de regra, o dano poderá ser otimizado com a utilização de um projétil de que
possua capacidade de penetração aliado ao maior diâmetro e/ou capacidade de
expansão (hollow point ou soft point), no caso das armas curtas.
Em se tratando de armas longas, onde são imprimidas altas velocidades aos
projéteis, ainda verificamos a possibilidade de fragmentação e/ou capotamento,
além dos danos causados pela expansão dos tecidos além da zona elástica (cavidade
temporária).
BALÍSTICA TERMINAL
BALÍSTICA TERMINAL
M193 (55gr.)
BALÍSTICA TERMINAL
Penetração do projétil (profundidade da lesão)
Neste quesito é importante frisar que, quanto mais fundo um projétil chegar no
corpo humano, maior a quantidade de dano ele produzirá nas estruturas por ele
percorridas.
Tal quesito é relevante pois, nem sempre o agressor esta de frente para o atirador e,
os órgãos vitais geralmente estão não posições mais profundas do corpo, quase
sempre protegidos por uma estrutura mais densa, a exemplo dos ossos.
Entretanto, para execução das atividade policiais, deve haver uma penetração
adequada, a fim de evitar que o projétil ultrapasse o alvo e provoque algum dano
colateral indesejado.
BALÍSTICA TERMINAL
Penetração do projétil (profundidade da lesão)
Ainda que deve-se levar em conta a que nem todos os disparos são realizados de
forma direta pois, pode haver alguma barreia intermediária entre o atirador e o
agressor, a exemplo roupas grossas, vidro, metal, etc.
Por convenção, grande parte das Instituições policiais pelo mundo, incluindo o Brasil,
se apoia na tese do FBI de que um cartucho de arma efetivo deve possuir, dentre
outras a capacidade de penetração de 12 a 18 polegadas no método de ensaio
estipulado (gelatina balística).
BALÍSTICA TERMINAL
BALÍSTICA TERMINAL
Incapacitação Psicológica
Embora passe de ser uma regra geral, existe uma grande possibilidade de se
conseguir incapacitar um agressor sem que haja danos fisiológicos compatíveis, ou
ainda, sequer tenha algum tipo de dano.
São situações que, embora o corpo esteja em condições de combater a mente
desistiu antes, dentre as quais podemos citar:
• Sobrevivência (desejo de viver)
• Mentalidade de combate
BALÍSTICA TERMINAL
Incapacitação Psicológica
Sobrevivência (desejo de viver)
Todas as pessoas em condições psicológicas normais querem sobreviver a um
encontro mortal. Assim, em situações críticas, geralmente há opção de duas vias, ou
luta para sair vivo ou foge da situação.
Portanto a determinação de qual postura o oponente adotará é o evento concreto e
sua capacidade de reação.
BALÍSTICA TERMINAL
Incapacitação Psicológica
Mentalidade de combate
Estar preparado para um possível combate leva a uma vantagem estratégica contra o
agressor.
A preparação psicológica aguça o parte fisiológica do corpo, envolvendo liberação de
hormônios e majorando os limites de dor e aumentando a capacidade oxigenação
docérebro e músculos.
Estar em condições de combate auxilia também na prevenção contra uma agressão,
muitas vezes evitando-a.
BALÍSTICA TERMINAL
Escolha do armamento, calibre e tipo de munição.
Primeiramente, é necessário destacar que um policial treinado acerta em média
20% dos seus disparos em uma situação de combate devido a redução da habilidade
individual provocada pelo stress de uma situação real.
Neste cenário, quanto mais munição o operador tiver a disposição, e mais rápido
conseguir enquadrar seus aparelho de pontaria melhor.
Neste cenário o calibre 9x19mm tem ganhado destaque mundial no cenário policial
nos últimos anos, por apresentar grande capacidade de munição, baixo recuo,
menor stress gerado do equipamento, e munição mais barata, otimizando o
processo de treinamento.
Referências
• Balística para profissionais do direito – João da Cunha Neto 
• Balística aplicada aos locais de crime – João Bosco Silvino Junior 
• Síntese de armamento e tiro – CONAT/DPF
Leitura complementar:
• https://gassentiro.com.br/calibre-40-sw/
• https://gassentiro.com.br/historia-do-calibre-9mm/
• https://infoarmas.com.br/uma-visao-contemporanea-sobre-poder-de-parada/
https://gassentiro.com.br/calibre-40-sw/
https://gassentiro.com.br/historia-do-calibre-9mm/
https://infoarmas.com.br/uma-visao-contemporanea-sobre-poder-de-parada/

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