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V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Bezerra GM Monti AULA 1 - Aspectos legais do uso da arma de fogo e legislação aplicada Sumário: 1) Histórico 2) Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940) 3) Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) 4) Decreto 9.847/2019 5) Decreto 10.030/2019 6) Decreto 11.366/2023 7) Portaria 1.222/2019-Comando do Exército 1. Histórico Lei 9.437/97 - Institui o Sistema Nacional de Armas - SINARM, estabelece condições para o registro e para o porte de arma de fogo, define crimes e dá outras providências. Institui o SINARM e trouxe para o âmbito do Ministério da Justiça/Polícia Federal o sistema de controle de armas. Foi regulamentada pelo Decreto 2.222/97. Ambos foram revogador pelo Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências 1. Histórico O Estatuto do Desarmamento inicialmente foi regulamentado pelo Decreto 5.123/04. Foi revogado pelo Decreto 9.875/19 e este, posteriormente, pelo Decreto 9.847/2019. Em complemento foram publicados os Decretos 9.845/19 e 9.846/2019. A legislação que regula os armamentos é vinculada ao também ao Decreto 10.030/19, que aprova o Regulamento de Produtos Controlados. Por fim, em janeiro de 2023 foi publicado o Decreto 11.366/2023, que revogou na integra dos Decretos 9.845/19 e 9.846/2019 e, parcialmente, os Decretos 9.847/2019 e 10.030/19. 2. Código Penal Crime: Teoria tripartite Tipicidade, Ilicitude e Culpabilidade • Tipicidade: Conduta, nexo causal, resultado. Consiste em uma conduta que a lei considera como criminosa. • Ilicitude: Oposição (violação) ao ordenamento jurídico. Via de regra, se o fato é típico, é ilícito. Entretanto, pode incidir excludentes de ilicitude, legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de um dever legal e exercício regular de um direito. • Culpabilidade: Inclui os conceitos de imputabilidade (responsabilidade), exigibilidade de uma conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude. Exclusão de ilicitude: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Legítima Defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. Homicídio Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. 3. Estatuto do Desarmamento. Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003 Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências. SINARM – Sistema Nacional de Armas Instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. Competências do SINARM I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro; II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País; III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal; IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores; V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo; VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais; VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade; IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições; X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante; XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta. *OBS: Estas disposições não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios. SINARM VS SIGMA Sistema Nacional de Armas Sistema de Gerenciamento Militar de Armas Ministério da Justiça/ Polícia Federal Ministério da Defesa/ Comando do Exército Armas particulares: Defesa Pessoal Armas particulares: Caçador, Atirador e Colecionador Armas Institucionais: 1. PF; 2. PRF, 3. FNSP, 4. DEPPENs, 5. Policias Civis, 6. Policias Legislativas, 7. Guardas Municipais, 8. Guardas Portuárias, 9. Judiciário, 10. Ministério Público, 11. Ministério da Economia/Receita Federal do Brasil, 12. Ministério do trabalho/Auditoria fiscal; 13. Demais órgãos públicos que possuam autorização de porte. Armas Institucionais: 1. Forças Armadas; 2. Polícias e Bombeiro militares; 3. Agência Brasileira de Inteligência-ABIN 4. Gabinete de Segurança Institucional-GSI Do registro de arma de fogo e posse da arma de fogo: Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente. Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei. Art. 5o O Certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. Do porte Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; DECISÃO DO STF Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município. STF. Plenário. ADC 38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 27/2/2021. CRIMES Posse irregular de arma de fogo de uso permitido Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Omissão de cautela Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoaportadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. Disparo de arma de fogo Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato; II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Comércio ilegal de arma de fogo Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa § 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. Tráfico internacional de arma de fogo Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. Disposições Gerais Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. 4. Decreto 9.847/2019 Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercialização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas. Art. 3º O Sinarm, instituído no âmbito da Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública, manterá cadastro nacional, das armas de fogo importadas, produzidas e comercializadas no País. Art. 4º O Sigma, instituído no âmbito do Comando do Exército do Ministério da Defesa, manterá cadastro nacional das armas de fogo importadas, produzidas e comercializadas no País que não estejam previstas no art. 3º. Art. 24-A. O porte de arma de fogo também será deferido aos integrantes das entidades de que tratam os incisos III, IV, V, X e XI do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, aos integrantes do quadro efetivo das polícias penais federal, estadual ou distrital e aos agentes e guardas prisionais, em razão do desempenho de suas funções institucionais. Art. 27. Poderá ser autorizado, em casos excepcionais, pelo órgão competente, o uso, em serviço, de arma de fogo de propriedade dos integrantes dos órgãos, das instituições ou das corporações a que se referem os incisos I, II, III, V, VI e VII do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003. Art. 28. As armas de fogo particulares de que trata o art. 27 e as institucionais não brasonadas deverão ser conduzidas com o seu Certificado de Registro de Arma de Fogo ou com o termo de cautela decorrente de autorização judicial para uso, sob pena de aplicação das sanções penais cabíveis. Art. 29-A. A Polícia Federal, diretamente ou por meio de convênio com os órgãos de segurança pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, e observada a supervisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública: I - estabelecerá o currículo da disciplina de armamento e tiro dos cursos de formação das guardas municipais; II - concederá porte de arma de fogo funcional aos integrantes das guardas municipais, com validade pelo prazo de dez anos, contado da data de emissão do porte, nos limites territoriais do Estado em que exerce a função; e III - fiscalizará os cursos de formação para assegurar o cumprimento do currículo da disciplina a que se refere o inciso I. Parágrafo único. Os guardas municipais autorizados a portar arma de fogo, nos termos do inciso II do caput, poderão portá-la nos deslocamentos para suas residências, mesmo quando localizadas em município situado em Estado limítrofe. Art. 29-B. A formação de guardas municipais poderá ocorrer somente em: I - estabelecimento de ensino de atividade policial; II - órgão municipal para formação, treinamento e aperfeiçoamento de integrantes da guarda municipal; III - órgão de formação criado e mantido por Municípios consorciados para treinamento e aperfeiçoamento dos integrantes da guarda municipal; ou IV - órgão estadual centralizado e conveniado a seus Municípios, para formação e aperfeiçoamento de guardas municipais, no qual seja assegurada a participação dos municípios conveniados no conselho gestor. Art. 29-C. O porte de arma de fogo aos integrantes das instituições de que tratam os incisos III e IV do caput do art.6º da Lei nº 10.826, de 2003, será concedido somente mediante comprovação de treinamento técnico de, no mínimo: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019) I - sessenta horas, para armas de repetição, caso a instituição possua este tipo de armamento em sua dotação; II - cem horas, para arma de fogo semiautomática; e III - sessenta horas, para arma de fogo automática, caso a instituição possua este tipo de armamento em sua dotação. *OBS: PORTARIA Nº 9-CGCSP/DIREX/PF/DF, DE 14 DE ABRIL DE 2022 Estabelece o currículo da disciplina de armamento e tiro dos cursos de formação das guardas municipais, bem como normas e procedimentos para disciplinar a habilitação em armamento e tiro das guardas municipais. Art. 20-C, § 3º Os profissionais das guardas municipais com porte de arma de fogo serão submetidos a estágio de qualificação profissional por, no mínimo, oitenta horas anuais. Art. 29-D. A Polícia Federal poderá conceder porte de arma de fogo, nos termos do disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, às guardas municipais dos Municípios que tenham instituído: I - corregedoria própria e independente para a apuração de infrações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes da guarda municipal; e II - ouvidoria, como órgão permanente, autônomo e independente, com competência para fiscalizar, investigar, auditar e propor políticas de qualificação das atividades desenvolvidas pelos integrantes das guardas municipais. 5. Decreto 10.030/2019 Aprova o Regulamento de Produtos Controlados. Anexo I - REGULAMENTO DE PRODUTOS CONTROLADOS Anexo II - CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS CONTROLADOS PELO COMANDO DO EXÉRCITO Anexo III - GLOSSÁRIO A seguir traremos um compilado dos dispositivos mais importantes Art. 3º As definições dos termos empregados neste Regulamento são aquelas constantes deste artigo e do Anexo III. Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-se: I - arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules b) portáteis de alma lisa; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, de qualquer tipo ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) não portáteis; b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; III - arma de fogo de uso proibido: a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; e b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos; IV - munição de uso restrito - as munições que a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de fogo de porte ou de armas de fogo portáteis de alma raiada, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules b) sejam traçantes, perfurantes ou fumígenas; c) sejam granadas de obuseiro, de canhão, de morteiro, de mão ou de bocal; ou d) sejam rojões, foguetes, mísseis ou bombas de qualquer natureza; V - munição de uso proibido - as munições a) assim classificadas em acordos ou tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021) Vigência b) incendiárias ou químicas; 6. Decreto 11.366/2023 Art. 1º Este Decreto: I - suspende os registros para a aquisição e transferência de armas e de munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradores e particulares; II - restringe os quantitativos de aquisição de armas e de munições de uso permitido; III - suspende a concessão de novos registros de clubes e de escolas de tiro; IV - suspende a concessão de novos registros de colecionadores, de atiradores e de caçadores; e V - institui grupo de trabalho para apresentar nova regulamentação à Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Art. 4º Cada pessoa poderá adquirir, no máximo, três armas de fogo de uso permitido, desde que observados os requisitos previstos neste Decreto e na legislação em vigor. Art. 12. A aquisição de munição ficará condicionada à apresentação pelo adquirente de documento de identificação válido e do Certificado de Registro de Arma de Fogo no Sinarm ou no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - Sigma, conforme o caso, e ficará restrita ao calibre correspondente à arma de fogo registrada, limitada a cinquenta unidades de munição por ano. Art. 16. A aquisição de munição para armas de uso permitido por colecionadores, atiradores e caçadores ficará condicionada à apresentação pelo adquirente de documento de identificação válido e do Certificado de Registro de Arma de Fogo no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, e ficará restrita ao calibre correspondente à arma de fogo registrada. § 1º Os atiradores e os caçadores proprietários de arma de fogo poderão adquirir, no período de um ano, até seiscentas unidades de munição para cada arma de uso permitido registrada em seu nome. Por fim este regulamento revoga e alteras diversos regulamentos anteriores. 7. Portaria 1.222/2019 Dispõe sobre parâmetros de aferição e listagem de calibres nominais de armas de fogo e das munições de uso permitido e restrito e dá outras providências Art. 3º Os calibres nominais definidos como de uso permitido são os constantes do Anexo A. Art. 4º Os calibres nominais definidos como de uso restrito são os constantes do Anexo B. Restrito Permitido Obrigado !!!OBRIGADO !!! V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Bezerra GM Monti AULA 2 Sumário – Evolução Histórica das Armas de Fogo: 1) Antecedentes longínquos; 2) A Pólvora; 3) Armas de Mecha (matchlock); 4) Armas de Roda (wheellock); 5) Armas de Pederneira (flintlock); 6) Armas de percussão (percussionlock system); 7) Armas modernas; 8) O Cartucho metálico; 9) Referências. 1. Antecedentes longínquos Arma, num sentido amplo, é todo objeto que pode ser utilizado pelo homem para aumentar sua capacidade de defesa ou ataque. Existem registros datados do período pré-histórico da utilização de clavas, pedras afiadas, machados primitivos, dentre outros objetos, para caça e proteção. Com o desenvolvimento da civilização e, em especial, a evolução da metalurgia, permitiu-se o desenvolvimento de novas armas, a exemplo das espadas. Por volta dos 900 a.C, com a descoberta do aço, as armas até então existentes tiveram seu potencial letal aumentado, dominando o período da idade média. Em via de regra, as armas utilizadas no período medieval eram instrumentos cortantes ou contundentes, que dependiam da força física do seu operador para alcançar o resultado esperado. Mesmo após a descoberta da pólvora, o avanço da tecnologia foi lento, fazendo com que as primeiras armas de fogo convivessem com as espadas, adagas, lanças, bestas, arcos e flechas, por séculos durante nos campos de batalha. Somente após evolução e modernização dos mecanismos as armas de fogo levaram os demais artefatos bélicos à obsolescência. 2. A Pólvora Não há unanimidade na doutrina quanto ao período e local de invenção da pólvora. Para grande parte dos autores, a pólvora surgiu na China em algum momento entre os séculos IX e XI. Por muito tempo, a pólvora foi utilizadas apenas em fogos de artifício,como aparatos de pirotecnia. A pólvora, em sua composição original era composta por carvão, enxofre e nitrato de potássio (salitre). A por conta da cor do seus componentes, levou o nome de pólvora negra. Encontra-se na doutrina que as primeiras armas de fogo rudimentares surgiram na própria China, construídas a partir de tubos de bambu, e denominadas como canhão de mão ou lança de fogo, utilizadas para arremessar pedras ou objetos diversos (projéteis), por meio da deflagração da pólvora (propelente). Com a substituição do bambu por metal, as armas de fogo começaram a se aproximar dos aspectos que possuem hoje em dia. Nas décadas seguintes, a pólvora chegou ao resto do mundo e com isso sua utilização em aparatos bélicos foi ampliada. Os primeiros canhões, desajeitados, pesados e sem precisão disparavam pedras e esferas de chumbo, sempre impulsionados pelos gases em alta pressão originados pela queima da pólvora (propelente). Muito comum à época, os canhões eram utilizados nos ataques a fortificações. Passo seguinte a evolução dos pesados e desajeitados canhões e, com conceito similar, passaram-se a criar armas portáteis que podiam ser utilizadas por apenas uma pessoa, em substituição a espada e outras armas similares. Em via de regra, as primeiras armas adotavam um conceito simples, comumente construídas a partir de um tubo, fechado em uma das extremidades, na qual existe um orifício, também conhecido como “ouvido”, por onde se inflamava o propelente. Problema recorrente das primeiras armas de fogo e, onde verificava-se a maior necessidade de evolução, era um método confiável e consistente dar ignição a carga de pólvora principal. Assim, as diferenças entre as gerações de armas está justamente no sistema de ignição, que sendo aperfeiçoado ao longo do tempo até chegarmos nos armamentos tidos como modernos. Pólvora Negra x Pólvora Química (moderna) Pólvora Negra • Vantagens: 1. De fácil produção; 2. Baixo custo; 3. Facilidade de ignição; 4. Baixo conteúdo de energia. • Desvantagens: 1. Facilidade de ignição acidental (choque, pressão, atrito, centelhas, calor, etc.); 2. Grande emissão de fumaça no momento do disparo (dificultando a visualização do alvo e acusando a posição do atirador); 3. Gera grande quantidade de resíduos (higroscópicos e corrosivos). Pólvora Negra Pólvora Química (moderna) Surgiu na França fim século XIX (ano 1886), feita a base de nitrocelulose gelatinosa misturada com éter e álcool, chamada de Poudre B (poudre blanche, pólvora branca). A pólvora de química revolucionou a eficiência das armas curtas e dos rifles pois quase não havia formação de fumaça após o disparo e também mais “poderosa” do que a pólvora negra (aproximadamente 3x vezes mais volume gases para a mesma quantidade de carga). No mesmo período, Alfred Nobel (ano 1887) inventou mais uma variante de pólvora “sem fumaça”. Sua principal característica era ser confeccionada utilizando-se nitroglicerina e não solventes, conhecida como cordita ou cordite. Pólvora Química Pólvora Negra x Pólvora Química (moderna) Pólvora Química (moderna) • Vantagens: 1. Menos quantidade de resíduos no armamento, (evitando a corrosão); 2. Menor quantidade de fumaça; 3. Maior “potencia” (mais eficiente). Com o passar dos anos, ambos os processos foram aprimorados, acarretando na classificação de pólvoras de: 1. base simples; 2. base dupla. Pólvora Química (moderna) Base Simples: Possui como ingrediente ativo nitrocelulose Características: 1. Queima em um padrão baixo de temperatura (menor desgaste do armamento); 2. Facilidade de ser utilizada em recarga; 3. Menos sensível às variações de temperatura ambiente; 4. Menor potencial energético comparado as pólvoras de base dupla; 5. Utilizada na grande maioria de armas de porte e portáteis. Pólvora Química (moderna) Base Dupla: Composta por nitrocelulose e nitroglicerina. Características: 1. Maior facilidade de ignição; 2. Maior potencial energético se comparada com a de base simples; 3. Maior resistência à umidade; 4. Sofre com a variação da temperatura ambiente; 5. Queima em um padrão elevado de temperatura (ocasionando maior desgaste do armamento); 6. Gera poucos resíduos no armamento. Pólvora Química (moderna) Esférico Tubular Disco Lâmina Pólvora Química (moderna) O formato dos grãos é um dos meios utilizados para controlar a velocidade de queima do pólvora. A área de superfície do propelente influencia diretamente a velocidade da queima, e o tamanho e a forma dos grãos determinam a área de superfície específica. Manipulando a forma, é possível influenciar a taxa de queima e, portanto, a taxa na qual a pressão aumenta durante a combustão. Pólvora Química (moderna) Mas porque controlar a velocidade da queima da pólvora? Controlando a velocidade de queima da pólvora é possível controlar a pressão interna, fazendo com que essa seja exercida da forma mais constante possível sobre o projétil propelido, a fim de obter maiores velocidades. Pólvora Química (moderna) Observação: Também existem pólvoras de base tripla. É composta por nitrocelulose, nitroglicerina e nitroguanidina. Na prática as pólvoras de base tripla são reservados principalmente para munições de grande calibre, a exemplo das utilizadas em artilharia (naval) e armas de tanque. 3. Armas de Mecha (matchlock) As pioneiras no sistema de ignição foram as armas de mecha, surgindo em meados do século XV. De construção bastante rudimentar, utilizavam um pavio como estopim para dar ignição na carga de pólvora. O pavio deveria ser previamente acendido pelo operador e, no momento do acionamento do mecanismo, promovia o contato da ponta acesa do pavio com a carga inicial de pólvora para deflagração da carga principal. Desvantagens do sistema matchlock: 1. Chuva 2. Período noturno Por volta do ano de 1700 as armas com sistema de percussão matchlock já eram consideradas obsoletas. 4. Armas de Roda (wheellock) Dada a necessidade de superar as armas com ignição por mecha, foram inventadas as armas com sistema de percussão por roda. A ignição do carga inicial era promovida por atrito, dando inicio a ignição da carga principal. O sistema de ignição wheellock remonta ao Século XVI. A utilização do sistema de wheellock, demandava o operador utilizar uma chave para dar corda no mecanismo. Após realizar o acionamento do gatilho, ocorre a liberação do sistema, qual funciona em movimento giratório causando faíscas decorrentes do atrito da roda de metal com um fragmento de perita alocando internamente. Ainda que rudimentar se comparado aos sistemas modernos, o sistema wheellock permitiu que fossem desenvolvidas armas portáteis, aptas a serem transportadas em um coldre prontas para o disparo. OBS: uma das desvantagens do sistema wheellock era o custo elevado de produção para a época. 5. Armas de Pederneira (flintlock) Com os avanços e desenvolvimento do setor bélico e, mantida a necessidade de criação de um sistema de ignição que fosse de baixo custo, confiável e de construção mais simplificada, houve a invenção do sistema flintlock. As armas de pederneira, inicialmente eram denominadas mosquetes (armas com cano de alma lisa) e, posteriormente foram denominadas como rifles (armas com cano de alma raiada). A pedra de sílex fica alojada no cão da arma e ao realizar o acionamento do gatilho, o cão/hammer é liberado, entrando em contato e gerando atrito com a peça de aço chamada frizzen, ocasionando uma chuva de faíscas e incendiando a carga inicial, que por sua vez deflagra a carga principal através de um evento. Apesar de um grande avanço frente aos sistemas de ignição anteriores, ainda haviam inúmeros problemas. Negas de disparo e tiros acidentais eram muito comuns, além de exigir manutenção e limpeza constante e ainda enfrentar problemas com a chuva e ambiente úmidos. 6. Armas de percussão (percussionlock system) Criadas no início do século XIX, o sistema de percussão revolucionou o mundo das armas de fogo, se comparados aos sistemasanteriores. A inovação estava na criação da espoleta. Um dispositivo que gerava faísca quando recebia um impacto. Inicialmente era apenas um pequeno recipiente de metal que continha um explosivo sensível, como fulminato de mercúrio, qual era inserido no armamento de percussão extrínseca em um alojamento denominado “ouvido” que, quando atingida pelo cão, enviava as fagulhas por um evento até a carga principal. Com o advento da espoleta, as armas de fogo elevaram a confiabilidade em ambientes chuvosos e úmidos, sendo menos suscetíveis a falhas. A invenção da espoleta permitiu a criação do cartucho simular aos empregados nos dias atuais. As armas que fogo que utilizavam espoleta eram mais confiáveis, com menores taxas de nega de disparo se comparados as suas antecessoras. Aumentaram a significativamente a confiabilidade em ambientes chuvosos e úmidos. 7. Armas modernas As armas modernas praticamente surgiram após a invenção do cartucho metálico. Todas as partes necessárias para efetuar um disparo foram reunidas em um só objeto. As armas modernas, em via de regra, são armas de retrocarga (carregadas pela parte posterior) dotadas de variados sistemas de funcionamento, os quais veremos de forma aprofundada mais adiante. 8. O Cartucho metálico Como vimos nos sistemas anteriores, as armas de fogo de antecarga (carregadas pela boca do cano) eram recarregadas em várias etapas. A com a finalidade de otimizar o processo de carregamento, por volta do século XV surgiu o cartucho de papel, que a grosso modo, nada mais era do que um invólucro de papel contendo a pólvora e projétil. Importante relembrar que neste período, ainda não existia a espoleta, sendo necessário gerar “faíscas” para dar ignição à carga iniciadora para realizar o disparo. Ainda que o cartucho de papel otimizasse o processo de recarga, existiam alguns problemas na sua utilização. Após o disparo, poderiam permanecer pequenas partículas de papel ainda incandescente dentro do cano da arma e ao recarregá-la, a arma disparava provocando acidentes gravíssimos. Para minimizar esse problema, produziu-se o papel nitrato, de queima muito rápida, evitando-se assim tais incidentes. Outro problema era quanto à chuva e à umidade. Para isto, buscaram-se recipientes a prova d’água para amenizar este efeito. O primeiro projeto de um cartucho totalmente independente apareceu em 1808, criado por um inventor suíço chamado Jean Samuel Pauly, e patenteado em 1812. Consistia em um corpo de papel enrolado com o projétil à frente e com a base em latão, sendo que na sua base havia em alojamento para a mistura iniciadora. O projeto não se popularizou, pois era aplicado apenas às armas de Jean, que possuíam um elevado custo de produção. Posterior à invenção de Jean Samuel Pauly, o armeiro Johann Nikolaus Von Dreyse aprimorou a ideia do cartucho unificado, criando o primeiro fuzil de “agulha” (needle gun), que o adotou com o nome de Zündnadelgewehr M 1841. O Fuzil Dreyse revolucionou o combate de infantaria, elevando a cadencia de disparos por utilizar uma munição pronta, podendo realizar em torno de 07(sete) disparos por minuto. Este modelo permitia que o atirador efetuasse a recarga deitado e abrigado, o que não ocorria com as armas demais antecarga, nas quais o combatente tinha de se manter em pé para recarregá-la, expondo-se aos disparos do inimigo. A munição era composta por um cartucho de papel que mantinha unido o projétil, a pólvora e uma mistura iniciadora que ficava alojado entre a pólvora e o projétil. Em decorrência disso, as armas desenvolvidas por Dreyser necessitavam de um pino percussor extremamente longo e fino, similar a uma agulha, para que atravessassem o invólucro de papel e toda a carga de pólvora até, atingir a carga de ignição da munição. Pouco tempo depois, o francês Antoine Alphonse Chassepot começou a desenvolver diversos protótipos de fuzis de retrocarga. A arma projetada por Antoine Alphonse Chassepot era similar ao sistema utilizado por Dreyse, porém possuía a diferença de que o sistema de ignição do cartucho de papel ficava localizado base, antes da pólvora. Dando continuidade aos trabalhos de Jean Samuel Pauly (cartucho com base em latão), o francês Casimir Lefaucheux também projetou um cartucho similar, com uma base de latão com corpo de papel. Esta munição possuía um diferencial de ter seu sistema de percussão através de um pino lateral. O sistema desenvolvido por Lefaucheux foi uma grande evolução, pois a base de latão no momento do disparo, dilatava-se na câmara da arma e vedava o escape de gases na culatra da arma. Outra grande vantagem do sistema é que os resíduos originados pela queima da pólvora permaneciam alojados no próprio cartucho e não na câmara do armamento, como ocorria nos sistemas criados por Dreyse e Chassepot, diminuindo a necessidade de limpeza para a inserção de um novo cartucho. Porém haviam problemas relativos a umidade, que podia afetar o cartucho, tendo em vista que grande parte de seu corpo era constituído de papel. O problema relativo a “selagem” da câmara só foi resolvido após a introdução do cartucho construído em latão, pois este metal possui propriedades mecânicas que permitem a sua expansão e selagem da câmara no momento do disparo. Assim, após a evolução projeto desenvolvido por Lefaucheux, com os cartuchos passando a serem construídos totalmente em latão, em 1858, surgiu o revólver Lefaucheux, sendo a primeira arma a utilizar cartucho metálico. Porém, apesar de uma novidade à época, também apresentava problemas. Por possuir um pino lateral para a sua percussão, apresentava ignição indesejadas durante seu manuseio, a exemplo de uma queda. Outra desvantagem era que o cartucho não possuía o aro, assim, se apoiava dentro da arma no próprio pino e, portanto, o pino não era selado ao estojo, permitindo que umidade e até a água da chuva adentrasse no cartucho incorrendo em falhas de percussão. Outra desvantagem é que a munição deveria ser inserida no armamento em uma única posição, alojando o pino no local adequado. A próxima evolução no desenvolvimento do cartucho metálico foi atribuída ao francês Louis-Nicolas Flobert. Seu projeto consistia em um cartucho metálico com as bordas ocas em sua base, nas quais era alojada a mistura iniciadora responsável pela energia que arremessaria o projétil. O interessante a respeito desta munição, é que ela não continha pólvora. Portanto era de baixíssima potência, bastante utilizada para prática de tiro em ambientes confinados. Posteriormente, por volta de 1854, a empresa Smith & Wesson adaptou o projeto dos franceses, simplesmente alongando o comprimento do estojo, possibilitando a inclusão de pólvora em seu recipiente, criando assim, a primeira munição propriamente dita, de percussão. Neste período, também surgiram alguns outros cartuchos de percussão radial, a exemplo do .44 Henry. Entretanto, a busca por maiores “potências” resultou na elevação das cargas de projeção dos cartuchos, acarretando no aumento de pressão, o que não era adequado aos estojos de percussão radial, devido à base fina do estojo onde recebia a percussão. Em 1866, o Norte-americano Hiram Berdan patenteou um novo modelo de estojo para munição. Este novo invento foi o estojo do tipo “Berdan”, sendo utilizado até os dias atuais. O estojo “Berdan” trouxe consigo inúmeras vantagens, pois o culote (base inferior do estojo) é mais espessa, com um alojamento específico para a espoleta (bolso), permitindo também sua troca para fins de recarga. Tal invento resultou na munição de percussão central (centerfire), diferentemente do modelo inventado por Floubert e aperfeiçoado pela empresa Smith & Wesson de percussão radial (Rimfire). A temática não encerra por aqui. Seguiremos adiante na aula específica dos tipos de munições e calibres. Dentro do contexto histórico, destacamos as evoluções mais importantes no tocante aos sistemas de ignição e munições. Obrigado !!!! 9. Referências:Texto: • Balística para profissionais do direito – João da Cunha Neto • Pólvora – Augusto Thomazi Gassen <https://gassentiro.com.br/polvora/> • História do cartucho metálico – Augusto Thomazi Gassen <https://gassentiro.com.br/historia-do- cartucho-metalico/> Video: • Matcklock https://www.youtube.com/watch?v=4rpGtz-57Vo • Whellock https://www.youtube.com/watch?v=wEoecTbp2XM • Flintlock https://www.youtube.com/watch?v=5t2jUAhIguQ • Percussion system https://www.youtube.com/watch?v=mUDMlphvenM • Needle Gun https://www.youtube.com/watch?v=jlu9qOTKRU4 • Paper cartridge https://www.youtube.com/watch?v=CNIt8RvGP5M • História das armas de fogo https://www.youtube.com/watch?v=jnwLpz0AQBs • Pólvora negra https://www.youtube.com/watch?v=7Z7Ucyp7su8 • Revólver lefaucheux https://www.youtube.com/watch?v=upUkYjK17zM • Revólver antecarga https://www.youtube.com/watch?v=kBXIV-MSqws&t=422s https://www.youtube.com/watch?v=4rpGtz-57Vo https://www.youtube.com/watch?v=wEoecTbp2XM https://www.youtube.com/watch?v=5t2jUAhIguQ https://www.youtube.com/watch?v=mUDMlphvenM https://www.youtube.com/watch?v=jlu9qOTKRU4 https://www.youtube.com/watch?v=CNIt8RvGP5M https://www.youtube.com/watch?v=jnwLpz0AQBs https://www.youtube.com/watch?v=7Z7Ucyp7su8 https://www.youtube.com/watch?v=upUkYjK17zM https://www.youtube.com/watch?v=kBXIV-MSqws&t=422s V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Bezerra GM Monti Sumário A - Classificação das armas de fogo 1. Conceito de arma de fogo; 2. Quanto ao efeito; 3. Quanto a portabilidade; 4. Quanto ao tamanho; 5. Quanto ao emprego; 6. Quanto ao sistema de refrigeração; 7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento; 8. Quanto a alma do cano; 9. Quanto ao funcionamento; 10. Quanto a ação; 11. Quanto a percussão. Sumário B - Nomenclaturas das armas de fogo e características de funcionamento 1. Armas Curtas. a. Garrucha; b. Revólver; c. Pistola; 2. Armas Longas. a. Espingarda; b. Carabina; c. Submetralhadora; d. Fuzil; e. Metralhadora. f. Outras designações. C - Observações finais D - Referências A. Classificação das armas de fogo 1. Conceito de arma de fogo: Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil. (Decreto 10.030/2019) Classificação das armas de fogo 2. Quanto ao efeito: • Leve: São aquelas que possuem peso e volume relativamente reduzidos, podendo ser transportadas geralmente por um homem, além de possuírem o seu calibre inferior ou igual a .50, ou seja, 12,7mm. • Pesada: São aquelas empregadas em operações militares em proveito da ação de um grupo de homens. Classificação das armas de fogo 2. Quanto ao efeito: Arma de fogo leve Classificação das armas de fogo 2. Quanto ao efeito: Arma de fogo pesada 3. Quanto à portabilidade: • De porte: As “armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser disparadas pelo atirador com apenas uma de suas mãos, a exemplo de pistolas, revólveres e garruchas” (Decreto 10.030/2019) • Portátil: As “armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportadas por uma pessoa, tais como fuzil, carabina e espingarda” (Decreto 10.030/2019) • Não portátil: As “armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, precisam ser transportadas por mais de uma pessoa, com a utilização de veículos, automotores ou não, ou, que sejam fixadas em estruturas permanentes” 3. Quanto à portabilidade: • De porte: 3. Quanto à portabilidade: • Portátil: 3. Quanto à portabilidade: • Não portátil: 4. Quanto ao tamanho: • Curta: dimensões reduzidas, de fácil manejo e porte, podendo ser carregada junto ao corpo em um coldre. • Longa: dimensões e peso maiores que as curtas, geralmente transportadas com o auxilio de uma bandoleira, podendo ser portáteis e não portáteis. 4. Quanto ao tamanho: • Curta: 4. Quanto ao tamanho: • Longa: 5. Quanto ao emprego: • Individual: É aquela que pode ser utilizada por um único indivíduo. • Coletivo: É aquela que necessita de mais de um operador para o seu emprego com pleno rendimento. 5. Quanto ao emprego: • Individual: 5. Quanto ao emprego: • Coletivo: 6. Quanto ao sistema de refrigeração: • A ar: Aquela que necessita apenas do contato com ar atmosférico para garantir a refrigeração do sistema de tiro. • A água: Aquela que utiliza um dispositivo de fluxo de água para garantir a refrigeração do sistema de tiro. 6. Quanto ao sistema de refrigeração: • A ar: 6. Quanto ao sistema de refrigeração: • A água: 7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento: • Antecarga: Aquela em que o carregamento é feito pela boca do cano. • Retrocarga manual: Aquelas em que o carregamento é feito pela parte posterior do cano, com emprego da força muscular do atirador. • Retrocarga automática: Aquelas em que o carregamento é feito pela parte posterior do cano, em regra por meio do aproveitamento da energia do disparo, dispensando a intervenção humana. 7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento: • Antecarga: 7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento: • Retrocarga manual: 7. Quanto ao sistema de alimentação e carregamento: • Retrocarga automática: 8. Quanto à alma do cano: • Lisa: Aquela cujo cano não possui raiamento interno porque não há necessidade de estabilização do(s) projétil(eis). • Raiada: Aquela cujo cano possui sulcos helicoidais responsáveis pela giroestabilização do projétil durante o percurso até o alvo. 8. Quanto à alma do cano: • Lisa: 8. Quanto à alma do cano: • Raiada: 9. Quanto ao funcionamento: • Tiro unitário: não possui nenhum tipo de mecanismo de ciclagem. Todos os processos de ejeção, rearme do mecanismo de disparo, alimentação e carregamento são feitos pelo atirador. Podem ser de tiro unitário simples (um cano) ou múltiplo (mais de um cano) paralelos ou sobrepostos. • Repetição: Arma “em que a recarga exige a ação mecânica do atirador sobre um componente para a continuidade do tiro” (exemplo: ação de revolver, ação por ferrolho, ação por bomba, ação de alavanca). • Semiautomática: Arma “que realiza, automaticamente, sem a ação do atirador, todas as operações de funcionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso, novo acionamento do gatilho” (exemplo: pistola, carabina semiautomática) • Automática: Arma “em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado, até o fim da munição disponível.” (exemplo: submetralhadora, metralhadora, fuzil de assalto) 9. Quanto ao funcionamento: • Tiro unitário: 9. Quanto ao funcionamento: • Repetição: 9. Quanto ao funcionamento: • Semiautomática: 9. Quanto ao funcionamento: • Automática: 10. Quanto ação: • Ação Simples: O gatilho possui a única finalidade de liberar o mecanismo de disparo. • Ação Dupla: Nas armas de ação dupla, o gatilho tem a capacidade de engatilhar (armar) o sistema de disparo (cão ou percussor lançado) em sua totalidade e em seguida liberá-lo à frente, ocasionando o disparo. • Dupla ação: Combina os sistemas de ação simples e ação dupla no mesmo mecanismo, podendo efetuar o disparo das duas maneiras. • Ação híbrida (ou ação dupla com semi-engatilhamento do percussor): Sistema no qual com o carregamento da arma (inserção de uma munição na câmara) o sistema de disparo (mola do percussor) fica semi-engatilhada. Exemplos: Ação Simples Colt Army .45 LC Colt Dragoon Taurus PT1911 Cbc 7022 Exemplos: Ação dupla Taurus PT 24/7 PRO (DAO) Sig Sauer P250 Smith & Wesson Bodyguard Smith & Wesson mod. 642 Exemplos: Dupla ação Taurus RT88 Taurus PT 92 IWI Jericho 941 Exemplos: Ação híbrida (ou ação dupla com semi-engatilhamento do percussor) CZ P10C Glock G17 BerettaAPX 11. Quanto a percussão: • Extrínseca: Armas de fogo em que a ignição é feita externamente à câmara de explosão do armamento, sendo direcionada por um evento (orifício). São armas com sistema de ignição do tipo matchlock, whellock, flintlock e percussion system. • Intrínseca: Armas de fogo em que a ignição é feita internamente à câmara de explosão do armamento. Em geral são armas concepção moderna, de retrocarga. a) Direta: Quanto o percussor encontra-se montado no próprio cão/hammer do armamento, podendo ser fixo ou móvel. b) Indireta: Quando o percussor é uma peça inerte, acionada pelo cão/hammer no momento do disparo. 11. Quanto a percussão: • Extrínseca 11. Quanto a percussão: • Intrínseca Direta: Obs: Ainda cabe uma segunda subdivisão quanto a percussão intrínseca direta, podendo ser fixa ou móvel. 11. Quanto a percussão: • Intrínseca Indireta: 11. Quanto a percussão: • Subdivisão da percussão intrínseca: Fogo central (centerfire) e fogo circular/radial (rimfire): Ainda com relação ao sistema de percussão existe uma segunda subdivisão, relativa a “localização” da mistura iniciadora. B. Nomenclatura das armas de fogo e características de funcionamento 1. Armas Curtas - Garrucha São armas de fogo de construção bastante simplificada. São sempre de tiro unitário, simples ou múltiplo, podendo apresentar cano de alma lisa ou de alma raiada. Os calibres mais comuns encontrados no Brasil são o .22 Short, .22LR, .32 S&WL e .38 SPL. B. Nomenclatura das armas de fogo e características de funcionamento 1. Armas Curtas - Garrucha 2. Armas Curtas - Revólver Em 1700, James Puckle inventou o “Puckle Gun”, que tinha várias câmaras de queima e um único cano e mecanismo de disparo, ou seja, diferentemente da crença popular, Samuel Colt não inventou o revólver, ele apenas patenteou seu primeiro modelo em 1836 e o produziu em massa, barateando e popularizando o famoso Colt 45. 1. Armas Curtas - Revólver “Puckle Gun” 1. Armas Curtas - Revólver Com o surgimento dos cartuchos metálicos, em 1873, surgiu o revólver mais famoso da época. Era o famoso Colt de ação simples da cavalaria norte- americana, mais conhecido como Peacemaker (Pacificador), de calibre 45. O municiamento era extremamente lento, sendo feito por uma tampinha aberta na armação, permitindo que fosse trocada apenas uma cápsula por vez. 1. Armas Curtas - Revólver Colt Peacemaker 1. Armas Curtas - Revólver É uma arma pessoal leve, de porte, de repetição e com carregador rotativo (tambor) com capacidade, geralmente, para seis munições. Normalmente o tambor gira no sentido anti-horário. A exceção está nos revólveres Colt e North America, cujos tambores giram no sentido horário. São armas muito confiáveis e precisas, e, menos sujeitas a panes por falta de manutenção do operador. Em contrapartidas sua grande desvantagem é a baixa capacidade de munição, em geral de 05 a 08 cartuchos, e remuniciamento lento. 1. Armas Curtas - Revólver Alguns modelos de revolver Webley Colt Navy Chiappa Rhino 1. Armas Curtas - Revólver Alguns modelos de revolver Mateba Webley-Fosbery North Armerican .22 mag 1. Armas Curtas - Revólver Alguns modelos de revolver Smith&wesson Bodyguard Smith&Wesson Model 500 1. Armas Curtas - Revólver Alguns modelos de revolver Taurus Judge – RT 410 36 Gauge ou .45 Colt 1. Armas Curtas - Revólver Alguns modelos de revolver Taurus RT 692 1. Armas Curtas – Pistola Surgiram posteriormente aos revólveres e são peças mais complexas de engenharia, pois aproveitam a expansão dos gases para realizar as ações e ejeção e novo carregamento através da movimentação do ferrolho. Considera-se a primeira pistola semiautomática a Borchardt C93, projetada em 1893 por Hugo Borchardt. 1. Armas Curtas – Pistola Em 1900, George Luger, conseguiu simplificar o projeto e criou um novo modelo de pistola que levou seu nome, também conhecida como parabellum. 1. Armas Curtas – Pistola Pouco tempo após, em 1907, John Moses Browning, apresentou ao Exército Americano o seu projeto, que começou a ser testado e, posteriormente aprovado, foi adotado pelo Exército Americano em 1911, permanecendo em uso até 1985. Pistola Colt 1911, no calibre. 45ACP 1. Armas Curtas – Pistola São armas curtas que utilizam o sistema de carregador destacável, em geral do tipo cofre, para acondicionar sua munição. Geralmente são dotadas de maior capacidade de munições que os revólveres. Em geral, pistolas com calibres de baixa energia utiliza o sistema de trancamento do tipo blowback simples e, em calibres maiores que o 9x19mm e .40S&W, utilizam o sistema de trancamento denominado short recoil. Há ainda pistolas em calibres mais “potentes” que utilizam sistemas de trancamentos similares a fuzis. 1. Armas Curtas – Pistola Beretta M9 Desert Eagle Glock 2. Armas Curtas – Pistola Pistola de IPSC Sig Sauer P320 M17/M18 Mauser C96 2. Armas Longas - Espingarda A história mostra que as espingardas foram concebidas como armas de fogo longas desprovidas de raias e como objetivo inicial de caça, porém, ao longo do tempo, devido à facilidade no manejo e grande efetividade a curta distância, passaram também a ser utilizadas para defesa pessoal. Durante a primeira guerra mundial (1914-1918), as espingardas ficaram conhecidas como “Trench-gun” (Armas de Trincheira), em razão do efetivo desempenho a curta distância. Neste período, destacou-se a famosa Espingarda Winchester modelo 1897 no calibre 12 gauge, apresentada abaixo. Por definição espingardas são armas longas de alma lisa, e destacam-se pela sua versatilidade justamente pela ausência de raiamento no cano, podendo disparar diversos tipos de cartuchos (chumbo fino, SG, balotes, menos letais, etc). As espingardas são classificadas segundo padrões pertinentes às suas características, como os materiais utilizados na sua fabricação e os aprimoramentos de cada modelo. Atualmente as espingardas são classificadas gerações conforme dispostas a seguir: • 1ª geração: modelos de um ou dois canos, paralelos ou sobrepostos, com cão externo ou mochas. Boito Reuna Boito Miura • 2ª geração: modelos possuidores de ação pump e carregador tubular. CBC Military 3.0 Boito PUMP • 3ª geração: modelos possuidores de ação semiautomática. Stoeger M3000 Winchester SX4 • 4ª geração: modelos que funcionam tanto na ação pump quanto na ação semiautomática. Franchi SPAS 15 Benelli M3 Super 90 • 5ª geração: protótipos que utilizam a ação automática. Auto Assault 12 (AA-12) Comprimento de Câmara Em geral as espingardas utilizam três tamanhos de câmara de explosão, sendo elas a Standart de 2 ¾” (70mm), a Magnum 3” (76mm) e a Super Magnum de 3 ½” (89mm), utilizadas para disparar os cartuchos abaixo: Importante destacar que a CBC Military 3.0 possui câmara de 3” (76mm) Observação: Importante destacar que o tamanho da câmara da espingarda não se confunde com o tamanho do cartucho, uma vez que existem cartuchos com medidas diversas, conforme podemos ver a seguir: Cartucho 1 ¾” (44,5mm) Observação: Importante destacar que também existem cartuchos totalmente metálicos para espingardas, denominado cartucho presidente: Exemplos de cartuchos utilizados em espingardas 2. Armas Longas com cano de alma raiada CARABINA, SUBMETRALHADORA, FUZIL e METRALHADORA São Armas de fogo longas, portáteis, de cano raiado, podendo ser visualmente similares e possuem características de funcionamento distintas, podendo disparar calibres de baixa energia oriundos de armas curtas e calibres de alta energia oriundos armas longas (neste caso encontrado também com a designação de fuzil semiautomático). Submetralhadora SMT40 Carabina CTT40 Exemplos Fuzil de Assalto 5,56 IA2 Carabina 5,56 IA2 2. Armas Longas - Carabina Conceitualmente é uma Arma de fogo longa, portátil, de cano raiado, incapaz de tiro automático, podendo disparar calibres baixa energia oriundos de armas curtas e calibres de alta energia oriundos armas longas(neste caso encontrado também com a designação de fuzil semiautomático). Existem carabinas com sistemas de funcionamento de tiro unitário, de repetição e semiautomáticas. Carabina Puma Repetição Carabina Rossi POMBA Tiro unitário Carabina CZ Scorpion EVO 3 Semiautomática 2. Armas Longas - Submetralhadora Conceitualmente é uma Arma de fogo longa, com cano alma raiada, capaz de tiro automático e, que é apta a disparar calibres de baixa energia e velocidade, comumente empregados em arma de porte. (geralmente calibres típicos de pistola). Submetralhadora HK MP5 Submetralhadora FN P90 2. Armas Longas - Fuzil Conceitualmente há muitas divergências, mas para facilitar a compreensão divide-se o gênero fuzil em três espécies: • Fuzil de Assalto • Fuzil de Precisão • Fuzil de Caça Fuzil de Assalto Trata-se de uma arma de fogo portátil, com cano de alma raiada, capaz de tiro automático, apta a disparar calibres de alta energia e velocidade, alimentada por carregador tipo cofre ou similar. Fuzil de Assalto Taurus T4 Fuzil de Assalto H&K G3 Fuzil de Precisão Trata-se de uma arma portátil de aplicação especial, em geral são armas de repetição por ação de ferrolho existindo também modelos semiautomáticos, com cano de alma raiada, apta a disparar calibres de alta energia e velocidade a longas distâncias, geralmente de repetição por ação de ferrolho. Fuzil de Precisão McMillan TAC-50Fuzil de Precisão Imbel AGLC Fuzil de Caça Trata-se de uma arma portátil, com cano de alma raiada, utilizada para a caça a maior africana (big five), geralmente de tiro unitário múltiplo ou de repetição por ação de ferrolho. A denominação fuzil se dá pela enorme energia desenvolvida pelos calibres, que não se encaixa no conceito tradicional de carabina (calibres próximo de 6000j, ou mais de energia). Fuzil de Caça Westley Richards .600 Nitro Express 2. Armas Longas - Metralhadora Arma longa capaz de tiro automático, que emprega calibres de alta energia, com grande capacidade de munição, geralmente alimentadas por fita. Possui características aproximadas do fuzil de assalto, entretanto difere nas táticas de emprego, em geral utilizada para defender posições fixas ou saturação de fogo, devido a grande capacidade de disparos. METRALHADORA Metralhadora FN Minimi Metralhadora Browning M2 METRALHADORA MG 42 2. Armas Longas - Outras designações. Escopeta ???? Rifle ???? SBR and Rifle= “16 Mosquete ??? Bacamarte??? Arcabuz??? C – Observações finais Como visto, primeiramente os canos são divididos primeiramente em lisos e raiados e normalmente cada arma usa apenas uma dessas configurações. No entanto, existem armas dotadas simultaneamente desses dois tipos de canos, resultando em múltiplos calibres, incluindo cano de alma lisa e cano de alma raiada, ou ainda que possuem mais de um cano raiado, mas em calibres diferentes. Geralmente são armas de caça africana com calibre 12 nos canos de alma lisa e outro calibre de grande potência em outro cano. C – Observações finais Quanto ao raiamento, este pode ser dividido em DESTRÓGIRO (giro sentido a direita) e SINISTRÓGIRO (giro sentido a esquerda), em número de raias par ou ímpar, de passo simples ou misto e, ainda, quanto a forma de construção convencional ou poligonal. C – Observações finais Quanto aos canos de alma lisa, estes podem contar com choque cambiável (choke), que consistem em uma espécie de “estrangulamento” (afunilamento) da boca do cano, que possui a finalidade de produzir melhor agrupamento dos chumbos visando maior alcance “útil” do tiro (sem dispersão). Agradecimentos D – Referências • Balística para Profissionais do Direito – João da Cunha Neto • Síntese de Armamento e Tiro – Polícia Federal • Decreto 10.030/2019 • Decreto 9.847/2019 V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Bezerra GM Monti AULA 1 Sumário: 1) Munição; 2) Tipos de munições; 3) Tipos de projéteis. 4) Calibre; 5) Sistemas de calibres; 6) Raiamento; 7) Referencias. 1. Munição/Cartucho Conceito: Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais. Na atualidade, em via de regra, é construída com emprego de estojo metálico. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Classificação Munição Letal: Aquela que emprega a energia cinética proveniente do deslocamento da massa de seu projétil em alta velocidade para a penetração e o rompimento estrutural do alvo, produzindo lesão perfuro-contundente potencialmente mortal no alvo vivo. 1. Munição/Cartucho Munição Menos Letal: Aquela que emprega a energia cinética proveniente do deslocamento da massa de seu projétil em alta velocidade para a produção de lesão contundente não letal no alvo, desde que usada dentro dos parâmetros especificados pelo fabricante. 1. Munição/Cartucho Munição Industrial: Aquelas utilizadas em pistolas industriais (nail gun) para propelir pregos ou pinos de aço temperado a alta velocidade e com grande energia, fixando-os a estruturas de difícil perfuração, tais como concreto. 1. Munição/Cartucho Munição de Manejo: É aquela que possui a aparência externa de uma munição letal ou menos letal, mas que é, na realidade, completamente inerte, ou seja, que não contém espoleta com mistura iniciadora em seu interior e tampouco o propelente. Também pode ser utilizada uma munição em polímero, com as mesmas dimensões da munição real. 1. Munição/Cartucho Componentes: 1. Estojo 2. Propelente (pólvora) 3. Espoleta (mistura iniciadora , primer) 4. Projétil/projéteis (balins) 5. Bucha separadora* 1. Munição/Cartucho Estojo: É o componente de união mecânica do cartucho. O estojo possibilita que todos os componentes necessários ao disparo fiquem unidos em uma única peça, o que facilita o manejo da arma e acelera o processo de carregamento. O estojo é fabricado para se encaixar precisamente na parte interna da câmara de explosão de uma arma de fogo. O estojo sela a câmara de explosão em todas as direções, à exceção do cano. Depois de o projétil deixar o cano, o interior do cano e da câmara de explosão retornam à pressão atmosférica. O estojo, que foi expandido elasticamente pela pressão gerada pelo propelente, contrai-se levemente. 1. Munição/Cartucho O latão é comumente usado na fabricação dos estojos das munições. Ele é resistente à corrosão, podendo suportar elevadas pressões e, ao mesmo tempo, é flexível para permitir uma fácil extração, podendo ainda ser recarregado diversas vezes. Algumas munições militares, principalmente da antiga União Soviética e China, são feitas com estojos de aço (mais barato e leve que latão). Não é viável a reutilização dos estojos de aço e estes rapidamente se deterioram no ambiente devido à ferrugem. Outra desvantagem é a maior resistência do aço, se comparado latão, pois o gás propelente pode expandir e penetrar no espaço em volta do corpo do estojo na câmara de explosão, sendo condensados nas paredes relativamente frias, gerando resíduos sólidos, podendo dificultar a extração dos estojos. 1. Munição/Cartucho A CCI oferece munição com estojo de alumínio. Este material, de maneira similar ao latão, possui propriedades físicas de dilatação e contração que o tornam perfeitamente adequado para uso como estojo de munição. De maneira similar ao aço, também possui baixo peso, sendo, por outro lado, mais resistente à corrosão. A própria CCI deliberadamente utiliza tamanhos não padronizados nas espoletas destinadas a este tipo de munição, a fim de desencorajar a reutilização desses estojos. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Tipos de Estojos Metálico: é o tipo mais comum de estojo atualmente em uso nas armas de fogo, sendo normalmente fabricados em latão, aço ou alumínio, cada um com suas vantagens e desvantagens específicas. Podem ter formato cilíndrico,de uso mais comum em armas de repetição, tais como revólveres e carabinas de ação por alavanca, em que o movimento para recarga é gerado manualmente, o que não impõe grande trabalho na estrutura do estojo e nem demanda uma movimentação automatizada de alta confiabilidade do mecanismo. 1. Munição/Cartucho Seu formato também pode ser cônico, comum nas munições de armas curtas semiautomáticas, o que visa facilitar ao sistema de recarga automática o processo de extração do estojo do interior da câmara de explosão, dando confiabilidade ao mecanismo mesmo que o estojo não tenha o tempo ou as características físicas necessárias para uma contração adequada após a expulsão do projétil pela boca do cano. Os estojos podem ainda ter o formato tipo garrafa, comum nas munições de alta velocidade e alta energia, onde se busca grande capacidade volumétrica do cartucho, para o emprego de grande quantidade de propelente, sem necessariamente se empregar um projétil de grande calibre. Seu formato também facilita o trabalho do mecanismo de recarga automática. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Nomenclaturas do estojo Tipos de culote/base 1. Munição/Cartucho Não Metálico/Misto: Possuem o corpo feito de material plástico ou de papelão, mantendo uma base metálica. Este tipo de construção visa principalmente a redução do peso e do custo da munição. A base metálica é necessária para conter o sistema de ignição e para fazer a vedação da câmara de explosão de maneira eficaz. Este tipo de construção é empregado nas munições de espingarda, porém há fabricantes de munições de fuzis, como a PCP, que começaram a utilizar este tipo de construção para reduzir o peso da carga de munição levada pelos militares. Uma carga de munição calibre 5,56x45mm OTAN modelo SS109 fabricada pela PCP chega a pesar 30% menos do que a munição comum com estojo de latão. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Componentes Propelente (pólvora): Composto químico que, iniciado pela ação de uma chama, causa a expansão de gases, “empurrando” o projétil à frente pelo cano. Tipos de pólvora: Negra: enxofre, nitrato de potássio e carvão. Químicas: a) Base simples: Nitrocelulose. b) Base dupla: Nitrocelulose e nitroglicerina. c) Base Tripla: Nitrocelulose, nitroglicerina e nitroguanidina. 1. Munição/Cartucho Componentes: Espoleta (Mistura iniciadora, primer) A espoleta é um recipiente instalado na base do estojo que contém uma pequena quantidade de mistura química sensível ao impacto sendo que esta pode ser colocada no centro da base do estojo (munição de fogo central) ou dentro de um aro ao redor da base do estojo (munição fogo circular), a qual gera uma chama no momento da percussão. 1. Munição/Cartucho Dentre os milhares de desenhos e projetos de munições que surgiram, somente dois permanecem: todas as atuais armas leves utilizam munição com estojo ao menos parcialmente metálico, com espoleta de fogo central ou fogo circular. Os fornecedores de armas militares e de caça norte-americanas tentam aperfeiçoar a ignição elétrica, que substitui o percussor e espoleta convencionais por um sistema em que uma carga elétrica acende a espoleta. A Remington atualmente já produz cartuchos deflagrados eletricamente para armas de caça, bem como diversas munições militares de armamento pesado são eletricamente deflagradas. 1. Munição/Cartucho Tipos de Espoleta Basicamente as espoletas/misturas iniciadora atualmente em uso podem ser divididas de duas formas • Fogo circular (rimfire, anelar) • Fogo central (centerfire) a) Berdan b) Boxer c) Bateria (cartuchos de caça) 1. Munição/Cartucho Fogo circular (anelar, rimfire) A espoleta anelar abrange toda a base do estojo, ou seja, a mistura iniciadora forma um círculo no fundo todo do estojo, de forma que basta que o percussor bata em qualquer parte da borda do estojo para que a mistura iniciadora cause a ignição. 1. Munição/Cartucho Fogo central (centerfire) – Berdan Esta espoleta não possui bigorna, ela é formada apenas de uma capsula, na qual está acondicionada a mistura iniciadora. Disto é fácil concluir que a bigorna encontra-se no próprio estojo. 1. Munição/Cartucho Fogo central (centerfire) – Boxer A bigorna é presa à cápsula da espoleta, com apenas um evento central (isto facilita a recarga da munição, já que a espoleta fica fácil de ser retirada do estojo). O fundo da capsula, onde esta alocada a mistura iniciadora, será atingida pelo percussor e comprimida contra a bigorna dando início à queima da mistura iniciadora. 1. Munição/Cartucho Fogo central (centerfire) – Bateria (cartucho de caça_ É constituída por cápsula, bigorna e estojo próprio, com evento; a espoleta tipo bateria é montada no alojamento existente nos cartuchos de caça. Possuem maior quantidade de mistura iniciadora, devido ao seu maior tamanho. Comparativo - Tipos de Espoleta Berdan Boxer Comparativo - Tipos de espoleta Berdan Boxer Bateria 1. Munição/Cartucho Componentes: Projétil /projéteis (balins) Projétil, de uma forma ampla, é qualquer corpo sólido passível de ser arremessado. Em se tratando de munições, é a parte do cartucho que será lançada através do cano. Pode ser chamado também de bala ou ponta. Em geral, os projéteis de armas de fogo são construídos a partir da liga de chumbo, podendo ser totalmente “nu” ou possuir revestimento parcial ou total em outras ligas metálicas ou, ainda possuir construção totalmente diversa. 1. Munição/Cartucho Projétil PONTA CORPO BASE 1. Munição/Cartucho Projétil /projéteis (balins) Podemos encontrar inúmeras subdivisões quanto a sua forma de construção, materiais empregados, formatos, dentre outras. A seguir apresentaremos algumas variantes, das mais comuns a mais exóticas. 1. Munição/Cartucho Quanto ao Material: Chumbo: São na realidade fabricados de uma liga de chumbo, cuja composição mais usual é chumbo, antimônio e arsênico, o que confere a dureza necessária para que o mesmo não se desfaça ao se deslocar pelo interior do cano. Tem como principais vantagens o baixo custo e o alto índice de deformação no impacto. A principal desvantagem é que seu uso é limitado às munições de baixa pressão e baixa velocidade. 1. Munição/Cartucho Quanto ao Material: Chumbo jaquetado: São compostos por um núcleo de chumbo, recoberto por uma jaqueta de cobre, latão, tomback (liga de cobre com zinco Cu-Zn) ou aço de baixa dureza, a qual tem por objetivo proteger o núcleo de chumbo, evitando que este se deforme ou se desfaça quando empregado em munições de alta pressão ou de alta velocidade, tais como os calibres Magnum ou de fuzis. Também são uma forma eficiente de se evitar o chumbamento do cano e de se reduzir a toxidade do ar em estandes de tiro fechados. 1. Munição/Cartucho Quanto ao Material: Misto: Têm composição mista, buscando combinar características úteis de vários tipos de projéteis. Os semi-jaquetados objetivam combinar as vantagens dos projéteis de chumbo (alto índice de expansão) com a dos jaquetados (capacidade de uso em munições de alta pressão e alta velocidade). Os de núcleo misto objetivam combinar várias características num único projétil, como por exemplo a munição 5,56x45mm OTAN modelo SS109, que possui uma jaqueta de cobre envolvendo um ponta de aço temperado, o que lhe dá alta capacidade de penetração, e um pesado núcleo de chumbo mole, que lhe garante o peso necessário para a manutenção da energia a longo alcance, a resistência a ventos cruzados e a capacidade de fragmentação no impacto. 1. Munição/Cartucho Quanto ao Material: Cobre: Projéteis jaquetados ou semi-jaquetados tem a tendência a se deformar ou fragmentar ao chocarem-se contra portas de automóveis, para- brisas, roupas pesadas ou outras barreiras intermediárias, reduzindo significativamente seus efeitos sobre o alvo final em razão da redução do peso do projétil e das mudanças nas suas características construtivas, como, por exemplo, o fechamento da cavidade nos projéteis de ponta oca. Os projéteisfeitos inteiramente de cobre têm por objetivo manter suas características de forma e peso ao atingir estas barreiras, permitindo que tenham desempenho máximo sobre o alvo pretendido. 1. Munição/Cartucho Quanto a forma: Ogival: É a forma mais comum para projéteis de arma de fogo, que prioriza a eficiência aerodinâmica e a precisão, aliado a excelente capacidade de penetração em tecidos vivos. Ponta oca (expansivo): É o tipo de projétil mais usado para defesa pessoal e caça de animais de couro fino. Possui uma cavidade em sua parte frontal que objetiva utilizar os fluídos existentes no corpo do alvo para provocar a expansão do projétil, aumentando significativamente sua área frontal. 1. Munição/Cartucho Quanto a forma: Canto vivo: Utilizado principalmente em competições de tiro em armas de repetição ou em armas semiautomáticas desenhadas especificamente para emprego de munição com este tipo de projétil. Possui as bordas retas e o diâmetro máximo do projétil, para recortar um furo perfeitamente redondo no alvo de papel, do maior tamanho possível para o calibre empregado. Semi canto-vivo: Similar à canto-vivo, porém para emprego genérico em armas semiautomáticas. Possui um formato cônico que facilita o acesso à câmara de explosão através da rampa de alimentação, apresentando uma ponta reta que faz um orifício inicial do alvo, e base com cantos retos para terminar o recorte no alvo no calibre máximo do projétil. Tabela de projéteis CBC 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Existem basicamente três espécies de projéteis, classificados de acordo com sua finalidade, ou seja, os projetados para: a) Obter a precisão máxima em alcances variados; b) Produzir o máximo dano possível no alvo, penetrando o máximo possível; c) Maximizar o dano no alvo ao mesmo tempo em que evita a penetração excessiva deste, controlando a profundidade da penetração do alvo por meio da deformação do projétil. Esta limitação pode também ocorrer por meio da fragmentação. . 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis de tiro ao alvo: Para tiro de precisão com alcance de até 50m, a aerodinâmica não tem um papel preponderante e as velocidades são baixas. Sendo o projétil balanceado o suficiente para não capotar, a aerodinâmica perde importância na produção da precisão. Para o tiro em alvos de papel, o melhor projétil é aquele que recorta um orifício perfeito no alvo, como é o caso do canto-vivo. Para alvos metálicos, a preocupação é despejar no alvo energia suficiente para derrubá-lo, ao mesmo tempo em que se procura produzir o mínimo de dano na placa metálica. Um projétil feito inteiramente de chumbo ou ainda um semi-jaquetado com a ponta de chumbo exposta vai se deformar no contato com o metal duro do alvo. Sendo a velocidade de impacto o suficiente para tal, espalha a energia por uma área maior do alvo e permite que mais força total seja aplicada sobre este sem danificar o aço com o qual é feito. . 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis de tiro ao alvo: Para o tiro de precisão de longo alcance, há uma série de projéteis especializados feitos por vários fabricantes, em geral baseados num estudo feito pela Força Aérea Americana nos anos 50 do, quando se descobriu que projéteis eram mais estáveis em voo de longo alcance e mais resistentes a ventos cruzados se seu centro de gravidade ficasse atrás do centro de pressão. 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis de penetração máxima: Para uso contra alvos blindados ou contra animais de muito grande porte, a penetração é a característica mais importante a ser considerada. Para se obter a máxima penetração, a construção do projétil objetiva focar a maior quantidade de energia na menor área possível, ao mesmo tempo em que este projétil é desenhado para resistir ao máximo à deformação no momento do impacto com o alvo, sendo normalmente construído de chumbo com uma jaqueta externa de cobre, latão ou uma espécie de aço mais macio. Para a penetração em materiais duros, como, por exemplo, em blindagens leves, o núcleo de chumbo normalmente é suplantado ou substituído por materiais de maior dureza, tal qual o aço temperado ou o tungstênio. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis de penetração controlada: A categoria final de projéteis é aquela destinada a causar o maior dano possível em alvos vivos. Destinam-se ao emprego em caça e defesa pessoal, em razão deste tipo de munição ter seu uso militar proibido pela Convenção de Haia, além do fato de terem menos chance de penetrarem blindagens leves e vestes balísticas. Estes projéteis são desenhados para aumentarem sua superfície no momento do impacto, aumentando seu arrasto e diminuindo as chances de transfixar o alvo. Um efeito desejável secundário é que a maior superfície frontal criada aumenta o tamanho do orifício produzido, danificando maior quantidade de tecidos vivos, acelerando a incapacitação do alvo. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis de ponta plana: O projétil mais simples que se destina a causar danos em tecidos vivos é aquele largo e de ponta plana. Este desenho aumenta a superfície frontal de contato com o alvo, efetivamente rompendo e danificando os tecidos, visto que os projéteis ogivais tendem a apenas afastar os tecidos enquanto realizam a penetração. São normalmente utilizados em grandes calibres e para a caça de animais de grande porte, sendo fabricados em ligas de metais endurecidos e de alto peso. Este desenho objetiva produzir grande penetração através de músculos e ossos, ao mesmo tempo em que produz uma cavidade permanente praticamente do diâmetro total do projétil, permitindo que os órgãos vitais sejam atingidos com disparos vindos de qualquer ângulo ou direção, mesmo que feitos de longas distâncias. A desvantagem deste tipo de projétil reside na performance aerodinâmica, uma vez que a ponta plana produz muito arrasto, reduzindo rapidamente sua velocidade. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis expansivos: São mais eficazes em alvos mais leves, sendo exemplos os de ponta oca (hollow point) e os de ponta macia (soft point). Estes são desenhados para utilizar a pressão hidráulica do meio aquoso que caracteriza os tecidos vivos para realizar a expansão do projétil. A ponta oca abre como um paraquedas, aumentando consideravelmente sua superfície frontal que faz contato com o alvo. Já a ponta macia se deforma no momento do impacto, produzindo também uma maior superfície de contato, mas em menor grau e com menor velocidade que a ponta oca. 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis fragmentantes: Esta classe de projéteis é desenhada para quebrar-se no momento do impacto, causando um efeito similar ao do projétil frangível, porém com uma construção mais comum, similar à do projétil expansivo. Os projéteis fragmentantes normalmente são construídos com a ponta, com cavidades mais profundas e mais largas. Possuem jaquetas menos resistentes, para diminuir a integridade após o impacto. Para aumentar a eficiência aerodinâmica, normalmente recebem uma pequena ponta de polímero, que recobre a cavidade frontal. O projétil fragmentante tende a se fragmentar em vários pequenos pedaços no instante do impacto. 1. Munição/Cartucho 1. Munição/Cartucho Quanto em espécie: Projéteis frangíveis: A última categoria de projéteis expansíveis é a de projéteis frangíveis. Projéteis desta espécie feitos de pó de metal prensado, os quais se transformam novamente em pó no impacto com o alvo. Um uso interessante de projéteis de pó de metal prensado é para o arrombamento de fechaduras de portas, com o cano da arma, geralmente uma espingarda em calibre 12, quase tocando o alvo. No impacto, o projétil é pulverizado e o mecanismo da fechadura é geralmente arrancado da folha da porta. 1. Munição/Cartucho Componentes: Bucha separadora* Cartucho de Caça: Ainda, há os cartuchos de caça, que utilizamo fogo central para expulsar projétil único ou múltiplos, sendo que possuem um elemento a mais do que os cartuchos de fogo central propriamente ditos, qual seja, a bucha plástica, que separa a pólvora dos projéteis de chumbo. 1. Munição/Cartucho Em geral é comum ver dois tipos de fechamento nos cartuchos de caça. Exemplos de cartuchos utilizados em espingardas Exemplos de cartuchos utilizados em espingardas O Calibre O calibre de uma arma é a medida interna do diâmetro de um cano, adequado à determinada munição. É usualmente medido em polegadas (americano e inglês) ou milímetros (europeu), para armas com canos de alma raiada. Nessas armas, o calibre do projétil é o diâmetro interno, medido entre os fundos opostos do raiamento. O diâmetro do projétil é medido tanto por uma fração de polegada, normalmente em centésimos ou milésimos, quanto em milímetros. Calibre Calibre: O calibre de uma arma é a medida interna do diâmetro de um cano, adequado à determinada munição. É usualmente medido em polegadas ou milímetros, para armas com canos de alma raiada. A definição de calibre das armas de fogo gera uma série de confusões aos usuários. Existem três nomenclaturas distintas para calibres de armas de fogo, sendo que cada uma delas representa uma medida, seja internamente do cano ou do projétil. CALIBRE REAL – entre cheios do raiamento CALIBRE NOMINAL – designação do fabricante CALIBRE DO PROJÉTIL – diâmetro entre os fundos do raiamento Calibres Calibre Real: Nas armas de cano de alma raiada o calibre real é medido entre os cheios do armamento. 1. Calibres Entende-se por calibre real a medida exata do diâmetro interno do cano, medido entre os cheios do raiamento. Para armas de alma lisa é a medida interna do cano realizado pela boca (extremidade final), uma vez que geralmente são cônicos, tendo um maior diâmetro próximo à câmara de explosão e menor na boca do cano. 1. Calibres Calibre nominal: É a dimensão usada para definir ou caracterizar um tipo de munição ou arma designado pelo fabricante, nem sempre tendo relação com o calibre real ou do projétil. É expresso em milímetros ou frações de polegada (centésimos ou milésimos). Podem ser em frações de polegadas (exemplo 0.40) ou em milímetros (exemplo 9mm). Geralmente não correspondem à medida exata dos diâmetros do projétil nem do cano, mas servem de referência comercial. Ex.: 9mm Luger = diâmetro do projétil de aproximadamente 9,04mm. 1. Calibres O nome é meramente a padronização ou nome fantasia. Quando dois números são usados, o segundo número pode indicar uma variedade de coisas. Frequentemente o primeiro número indica o diâmetro (polegadas ou milímetros) do projétil da arma que calça o cartucho. O segundo número indica o comprimento do estojo (em polegadas ou mm). Nos antigos cartuchos de pólvora negra, o segundo número geralmente indicava a carga de pólvora em grains. Por exemplo: o .50-90 Sharps tem um diâmetro de .50 polegadas e usa uma carga nominal de 90 grains de pólvora negra. 1. Calibres Calibre do projétil: É o diâmetro do projétil. Sempre seu o diâmetro será igual ou levemente superior, à medida do cano entre raias (fundos do raiamento). Assim, sua passagem pelo cano ocorrerá de forma forçada, conferindo os seguintes efeitos: ENGRASAMENTO AQUISIÇÃO DO MOVIMENTO GIROSCÓPICO SELAMENTO (VEDAÇÃO) ENTRE CANO X PROJÉTIL 1. Calibres Sistemas de medida de calibres: Sistema métrico/europeu: Mais utilizado pelos países europeus, o sistema métrico de nomenclatura de calibres expressa a do diâmetro do projétil em milímetros. O nome completo do calibre geralmente é a medida em milímetros do diâmetro do projétil seguido do símbolo “mm” e, após, a abreviatura do nome do fabricante ou desenvolvedor daquele calibre, como os calibres 7.65mmBrowning, 6.35mmBrowning, 7mmMauser, 7.63mmMauser Em alguns casos, o nome que segue a medida do calibre é uma característica ou peculiaridade da arma: 10mmAuto; 9mmLuger. A forma técnica de se expressar os calibres na unidade métrica é citar o diâmetro do projétil em milímetros seguido do comprimento do estojo, também em milímetros. Exemplo: 7.62x51mm, 5.56x45mm, 9x19mm, 9x17mm. Nessa nomenclatura, a diferenciação dos calibres é facilmente obtida pela informação do comprimento do estojo. 1. Calibres Sistema imperial/ americano: Baseado no sistema inglês de medida, com a unidade básica sendo a polegada (1 polegada = 25,4 milímetros), esse sistema é bastante difundido e utilizado na maioria das armas (principalmente nas de calibre desenvolvido nos Estados Unidos). A nomenclatura correta, utilizando esse sistema, mostra inicialmente o diâmetro do projétil em centésimos ou milésimos de polegada e, em seguida, o nome do fabricante ou desenvolvedor do calibre ou, então, alguma característica peculiar do calibre. Como exemplos, podem-se citar os calibres .30Luger, .380AUTO, .45ACP, .40S&W e .357Magnum. Muitos desses calibres não exprimem com exatidão a medida do diâmetro do projétil, como no caso do calibre .38SPL (em que o diâmetro real do projétil gira em torno de 0,357 polegada). 1. Calibres Equivalência de calibres Muitas vezes um mesmo calibre recebe mais de uma denominação, mesmo com exatamente as mesmas características e medidas. Isso acontece mais frequentemente como estratégia de marketing dos fabricantes de armas de fogo, que tentam “popularizar” sua marca ou sua arma. São muitos os exemplos de equivalência de calibres. A seguir alguns exemplos: 1. Calibres Exemplos: 1. Calibres 9mm winchester (9X23) - .38 super (9X21mm) - 9mm Luger (9x19mm) 1. Calibres .40 S&W (10x22mm) e .10mm Auto (10x25mm) 1. Calibres 1. Calibres .50 BMG 1. Calibres 1. Calibres OK ------ simples assim ------ resolvido Só que não.... 1. Calibres Alguns exemplos divergentes: .30-06 Springfield .44-40 WCF .50-90 Sharps .45-70-500 Government (calibre, carga e peso do projétil) .32-20 Winchester 1. Calibres Ufaaaa-----então----- agora foi Espera.... 1. Calibres E as espingardas? 1. Calibres SISTEMA GAUGE O calibre 12, por exemplo, é obtido da seguinte forma: divide-se uma libra (453,6g) de chumbo em 12 partes iguais, o diâmetro obtido por uma esfera constituída de uma destas partes é exatamente o calibre do cano da arma. Nesse calibre as esferas têm 0,730 polegada de diâmetro ou cerca de 18,5 mm. O mesmo procedimento foi repetido utilizando os denominadores 16, 20, 24, 28, 32 e 36, que são os calibres comerciais. Há casos em que houve a fabricação do calibre 40 e, recentemente nos EUA, utiliza-se o grosso calibre 10. 1. Calibres SISTEMA GAUGE Interessante é observar que o calibre, neste caso, não foi nominado em função das medidas do projétil, mas pelo número de esferas resultantes da aplicação do processo acima. Não significa dizer que em uma arma calibre 12, por exemplo, deve-se usar projéteis com 18,5 mm de diâmetro. Essa é a medida interna do diâmetro do cano e caso ele seja dotado de choke os resultados podem ser desastrosos, pois o projétil irá encontrar resistência na boca do cano. Portanto, em armas dotadas de canos de alma lisa o calibre nominal é em relação ao cano e não ao projétil. 1. Calibres Exemplos Raiamento: São sulcos helicoidais responsáveis pela giroestabilização do projétil durante o percurso até o alvo. Raiamento: PASSO DE RAIAMENTO - Unidade de medida do raiamento. Expressão da distância necessária para que o projétil realize uma volta completa em torno do seu eixo, por exemplo 1:7” (uma rotação completa em 7 polegadas de comprimento). É a distância em que o projétil realiza uma volta completa em torno do seu próprio eixo. É o grau de rotação ao qual o raiamento submete o projétil. Raiamento: Tipos de passo: Independentemente da orientação e ângulo de construção do passo do raiamento, existem ainda variações quanto à sua configuração, conforme o fator de giro que ele determina ao projétil. Como regra ele é constante em todo o cano. O fator de giro não muda. O projétil é submetidoao mesmo giro desde o início do seu deslocamento até deixar o cano. Nesse caso denomina-se passo simples, em função de sua uniformidade. Raiamento: Contundo, existem munições que precisam de uma configuração diferente para obter seu melhor desempenho balístico. A taxa de torção (passo) do raiamento precisa ser alterada dentro do mesmo cano. No início do deslocamento o projétil se desloca mais devagar, aproveitando melhor o pico de pressão da queima. Em seguida, o passo é ampliado para que o projétil ganhe aceleração e giro mais rápido para sua estabilização durante o voo. Mas são raros os casos em que houve aplicação do passo misto Raiamento: Tipos de raiamento Na construção do raiamento, pode-se ainda optar por formas geométricas diferenciadas do tradicional, onde os ressaltos têm cantos vivos. O raiamento poligonal, por exemplo, têm as raias feitas em formas não regulares. O uso deste tipo de raiamento deixa nos projéteis marcas irregulares. Algumas armas mundialmente conhecidas usam esse tipo de raiamento, como as pistolas Glock, Jericó e algumas H&K. Raiamento: Quantidade de raias Geralmente partindo de 6 raias, não havendo limitação máxima, podendo ainda ser em números pares ou ímpares. IMPORTANTE Ainda quanto ao raiamento, este pode ser dividido em DESTRÓGIRO (giro sentido a direita) e SINISTRÓGIRO (giro sentido a esquerda). Choque – Choke – Estrangulamento É a diminuição, o estrangulamento da boca do cano da arma de alma lisa. Numa arma dotada de choke a carga de projéteis passa por um processo de agrupamento ao sair do cano e por isso demoram mais a se dispersar. O objetivo do choke é determinar o grau de dispersão dos balins e simultaneamente influenciar no alcance eficaz do tiro. Os chokes existem em diferentes dimensões e podem ainda ser intercambiáveis, de acordo com cada aplicação. Alguns fabricantes trazem impressa na arma a especificação do choke original que a arma apresenta, bem como oferecem os chokes avulsos para venda. Por convenção, o choke é avaliado pelo diâmetro da área de impacto do tiro e pelo percentual de esferas que atingem um alvo de 75 cm de diâmetro a uma distância de 35 metros (para os calibres 28, 32 e 36 a distância de tiro para a mesma avaliação é de 27 metros). Choque – Choke – Estrangulamento Obrigado !!!!!!!!!!!! Referências: • Estojos metálicos – Paulo Bedran: https://infoarmas.com.br/estojos-metálicos/ • Síntese de armamento de tiro: Academia Nacional de Polícia/Departamento de Polícia Federal • Balística para profissionais do Direito – João da Cunha Neto, ed. Motres. https://infoarmas.com.br/estojos-metálicos/ V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Monti GM Bezerra Sumário: 1) Nomenclaturas de armas (partes e peças) Revólver - Pistola 2) Balística Interna 3) Balística Externa REVÓLVER É uma arma leve, de porte, de repetição e com carregador rotativo (tambor) com capacidade, geralmente, para seis munições. Normalmente o tambor gira no sentido anti-horário, a exceção dos revólveres Colt e North America, cujos tambores giram no sentido horário. Tambor com giro anti-horário.Tambor com giro no sentido horário NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS DESMONTAGEM 1º ESCALÃO - REVÓLVER Antes de qualquer ação, fazer a inspeção de segurança no armamento, a fim de verificar encontra-se em condições de segurança. 1) Empurrar o dedal serrilhado para frente e empurrar o tambor, deslocando-o da direita para a esquerda com o dedo médio da mão de apoio: DESMONTAGEM 2) Retirar, com uma chave de fenda, o parafuso do suporte do tambor, após puxar o suporte do tambor e o tambor para frente: DESMONTAGEM 3) Retirar o pino e amola do retém do tambor. Retirar a vareta do extrator girando-a no mesmo sentido ao giro do tambor: DESMONTAGEM 4) Retirar a haste central e o extrator: DESMONTAGEM 5) Para desmontar o conjunto do tambor, remover o suporte do tambor, a mola do extrator com o anel. Com o auxílio de uma chave de fenda, retirar a bucha elástica, empurrando-a pelo alojamento do conjunto do extrator: MONTAGEM Para remontar o revólver em basta refazer de forma inversa o processo realizado. Na desmontagem de 1º escalão do revolver não é realizada a desmontagem da armação e mecanismo interno de segurança e disparo. Caso seja necessário avançar no processo de desmontagem para reparação do armamento, é recomendável que o armamento seja encaminhado a um Armeiro (mecânico de armas). VISTA EXPLODIDA DO REVÓLVER DESMONTADO PRINCIPAIS PEÇAS E FUNCIONALIDADES Botão ou dedal serrilhado Liberar a abertura do tambor. Tambor Acondicionar e apresentar as munições para percussão. Câmaras do tambor Alojar a munição até o disparo ou extração. Empunhadura e suas placas Oferecer ergonomia para a empunhadura. Parafuso dianteiro da placa Fixar o suporte do tambor. Vareta do extrator Ejetar, manual e mecanicamente, as munições. Gatilho Acionar o mecanismo de percussão. Cão Transferir energia para que o percussor deflagre a espoleta. Massa de mira e alça de mira (ou entalhe) Proporcionar uma linha de visada para o alvo. INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER Impedimento de fechamento do tambor: A falta de aperto na vareta do extrator ou o acúmulo de sujeira no seu alojamento podem impedir o total fechamento do tambor. Também pode ocorrer com o afrouxamento do parafuso de fixação da dobradiça do tambor fazendo com que ele fique fora de alinhamento. Outra causa pode ser a espoleta alta que também impedirá o fechamento. Uma das causas mais comum de travamento do revólver é a queda. Neste caso, será necessária uma batida enérgica na caneca do eixo central da vareta do extrator, cujo acesso somente será possível após desmontado o mecanismo do revólver. INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER Impedimento de abertura do tambor: Pode ocorrer falha na abertura do tambor por falta de aperto na vareta do extrator, por quebra do ferrolho ou perda do botão serrilhado. Também pode ocorrer pelo aperto excessivo do parafuso de fixação da dobradiça do tambor; é preciso, para sanar esta pane, verificar o parafuso de fixação da dobradiça do tambor, afrouxando-o se for o caso. INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER Nega (falha da munição) Pode ocorrer pelo emprego de cartuchos velhos, contaminados por óleo ou solvente ou recarregados sem controle de qualidade. Essa pane é resolvida apenas com um novo acionamento do gatilho, em que o tambor irá girar apresentando uma nova munição no alinhamento do cano. Observação: A nega também pode ocorrer por quebra ou falta de pressão na mola real, onde o cão não terá força para percutir a espoleta. Caso ainda, a pane de nega, ocorra por quebra do percussor, não será possível sanar a pane de imediato, devendo ser revólver ser encaminhado a um armeiro para reparo. INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER Falha na extração dos estojos Pode ocorrer pelo estufamento/embuchamento do estojo após o tiro, travando-as dentro das câmaras do tambor. Nesse tipo de pane, uma pancada na vareta do extrator deverá saná-la. Outra causa provável é a quebra do extrator (estrela) impedindo a sua movimentação. Será necessário retirar manualmente os estojos alojados no tambor. Também pode ocorrer pela movimentação inadequada do extrator (vários acionamentos) onde o estojo passa para trás do extrator. Neste caso também será necessário a retirada manual dos estojos. INCIDENTES DE TIRO NO REVÓLVER Falta de giro do tambor Pode ocorrer pela quebra do impulsor do tambor ou desgaste dos dentes da estrela do extrator. Outra causa provável é recarga de má qualidade, onde a munição fica descalibrada (maior que o padrão) travando o tambor. Pode ocorrer também devido a quebra do retém do tambor onde este ficará solto, permitindo o desalinhamento da câmara e munição com o cano, o que ocasionará uma nega. Poderá ocorrer também devido a desistência do disparo, devido ao giro parcial do tambor. PISTOLA É uma arma leve, de porte, semiautomática,que geralmente utiliza carregador destacável do tipo cofre com capacidade maior que o revólver, podendo ser monofilar ou bifilar. Carregador bifilarCarregador monofilar NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS PEÇAS APARENTES LADO DIREITO ALÇA DE MIRA TRAVA DO PERCUSSOR CONJUNTO DO FERROLHO / TRANSPORTADOR MAÇA DE MIRA ALAVANCA DE DESMONTAGEM RETÉM DO FERROLHO BASE DO CARREGADOR ARMAÇÃO PINO DE DESARME DO PERCUSSOR GATILHO NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS PEÇAS APARENTES LADO ESQUERDO ALÇA DE MIRA TRAVA DO PERCUSSOR CONJUNTO DO FERROLHO / TRANSPORTADOR MAÇA DE MIRA ALAVANCA DE DESMONTAGEM RETÉM DO CARREGADOR BASE DO CARREGADOR ARMAÇÃO GATILHO RETÉM DO FERROLHO NOMENCLATURA DAS PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO Antes de qualquer ação, fazer a inspeção de segurança no armamento, a fim de verificar encontra-se em condições de segurança. 1) RETIRADA DO CARREGADOR Pressione o retém do carregador Retire o carregador DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO 2) DESTRAVAMENTO DO FERROLHO Pressione a alavanca de desmontagem. Gire a alavanca de desmontagem pelo outro lado e libere o ferrolho DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO 3) SEPARAÇÃO ENTRE FERROLHO E ARMAÇÃO Libere o retém do ferrolho e logo em seguida retire o ferrolho do punho/armação, conduzindo a frente. DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO 4) RETIRADA DO CONJUNTO DA GUIA E MOLA RECUPERADORA Pressione o conjunto da guia/mola recuperadora para frente e para cima, proporcionando o seu desencaixe do ferrolho e do cano DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO 5) RETIRADA DO CANO Desencaixe o cano do ferrolho PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS CANO Boca e Coroa Câmara de explosão Rampa de alimentação PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS Conjunto da Mola Recuperadora e Cano Guia da mola recuperadora Mola recuperadora Cano PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS Ferrolho Trava do percussor Ferrolho Alerta de segurança/indicador de cartucho na câmara PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS Ferrolho e armação/punho EJETOR PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS Armação/punho Impulsor da trava do percussor Ejetor Retém do ferrolho Registro de segurança e desarmador do cão PRINCIPAIS PARTES/PEÇAS Carregador Fundo do Carregador Corpo do Carregador Transportador Mola do Carregador Chapa da Mola do Carregador INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Chaminé É caracterizada pela falha na ejeção do estojo, fazendo com que o ferrolho “morda” o culote do estojo, ficando preso na janela de ejeção, geralmente num ângulo de 90°, lembrando uma chaminé e, consequente, impede a ejeção do estojo, impossibilitando que ocorra uma nova alimentação. Chama-se chaminé quando o estojo fica preso na janela de ejeção, independentemente do ângulo que seja formado. Esse incidente pode ocorrer quando o atirador segura a arma sem firmeza (mão frouxa), quando o ejetor está danificado ou quando há pouca pólvora no cartucho fazendo com que não haja energia suficiente para que o ferrolho trabalhe em seu ciclo completo. INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Também pode ocorrer quando o atirador inadvertidamente encosta o polegar da mão de apoio no ferrolho, causando uma desaceleração do mesmo, dificultando a ciclagem da arma. INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Nega Conhecida como falha da munição. Pode ocorrer pelo emprego de cartuchos velhos, contaminados por óleo, solvente ou umidade e também por espoletas velhas ou munição recarregada sem controle de qualidade. Caso o atirador não insira corretamente o carregador no seu alojamento, a munição não irá ser levada a câmara e a percussão irá falhar, ocorrendo um disparo em seco. Outro motivo, embora não seja uma “nega” propriamente dita, também pode ocorrer por quebra do percussor, não sendo possível sanar a pane de imediato. INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Alimentação incompleta Neste tipo de pane o cartucho não fica corretamente alojado na câmara de explosão, não permitindo o fechamento completo do ferrolho. Pode ser causada por recarga de má qualidade, amassamento do cartucho ou por impurezas aderidas ao projétil ou cartucho, ou ainda sujeira nas paredes da câmara da arma ou na rampa de alimentação. Também pode ser causada pelo atirador quando, ao alimentar a arma, conduz o ferrolho à frente, impedindo que a arma faça a ciclagem da maneira regular. INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Alimentação incompleta INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Travamento do ferrolho ou embuchamento Ocorre quando o ferrolho permanece travado na posição fechado, apresentando dificuldade para sua a abertura. Pode ocorrer por recarga de má qualidade, quando o estojo fica “estufado” por excesso de pressão, amassamento do cartucho ou sujeira na câmara de explosão. O travamento do ferrolho também pode advir da pane de alimentação incompleta, quando o atirador força a entrada da munição, batendo na traseira do ferrolho. INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Dupla alimentação/carregamento Esta pane ocorre por falha na extração, permanecendo uma munição ou estojo na câmara de explosão enquanto o ferrolho empurra outra munição para o mesmo lugar. Dentre as panes verificas em pistolas esta é a mis complexa de ser sanada, geralmente sendo recomendado que o operador procure um abrigo ou, na impossibilidade, que diminua sua silhueta. INCIDENTES DE TIRO – PISTOLA Dupla alimentação/carregamento BALÍSTICA INTERNA É a área da balística que estuda os fenômenos que ocorrem no interior do armamento, desde a deflagração da espoleta até o momento em que o projétil sai do cano. Estuda, ainda, a estrutura e características das armas, bem como seus mecanismos de funcionamento, disparo, segurança, deflagração da espoleta e, também a ignição do propelente. BALÍSTICA INTERNA Alguns fatores que podem influenciar na Balística Interna: • Precisão de medidas internas e externas do armamento e munição; • Passo de raiamento do cano (e relação com a munição); • Densidade equânime do material do cano; • Flutuabilidade do cano; • Alinhamento da munição com o centro do cano; • Alinhamento do projétil com o centro do estojo; • Temperatura interna do sistema de armas; • Limpeza do sistema de armas; • Consistência dos picos de pressão da carga propelente na câmara. BALÍSTICA INTERNA Devido às forças que atuam dentro do cano a partir do momento da ignição da espoleta, este reage e produz os seguintes movimentos, denominados Harmônicos: • Chicotada; • Recuo; • Torção; • Vibração; • Dilatação e Contração; • Flexão. BALÍSTICA INTERNA O cano na balística O cano é um componente que se destaca pela sua contribuição direta na efetividade dos tiros produzidos pela arma. Uma mesma arma pode produzir disparos com resultados totalmente diferentes em razão da configuração do cano utilizado, seja pelo tamanho, espessura, composição, forma de fabricação, etc. Além disso, o cano é uma peça cambiável, o que dá à arma uma versatilidade maior para aplicações diversas. Alguns fabricantes comercializam armas já com canos sobressalentes, propiciando ao atirador melhor aplicação específica aos seus objetivos, sem que para isso ele precise possuir armas diferentes. EX: AR-15 com upper receiver para .223 Remington/5,56x45mm; .300 Blackout; .50 Beowulf, .458 SOCOM, e .450 Bushmaster. BALÍSTICA INTERNA BALÍSTICA INTERNA O cano tem essa irrefutável importância por ser o local onde ocorrem as mais intensas reações químicas e físicas do tiro, antes do projétil deixar a arma. Como visto anteriormente, o funcionamento de uma arma de fogo resulta em acelerar um projétil por meio da energia fornecida pela queima de um propelente e dando a ele direção, estabilidade e força capazes de atingir efetivamente um alvo. Todos esses processos de queima, aceleração e estabilização acontecem dentro do cano. Ele tem a função primordial de conter toda a energia produzida e direcioná-la para acelerar o projétil até deixar a arma. Tem também afunção de estabilizar o projétil aumentando sua efetividade. BALÍSTICA INTERNA Antigamente os canos eram feitos a partir de composições de ferro aquecidas e marteladas até formarem longas fitas que depois eram enroladas em um cilindro de aço usado como molde. O próprio conhecimento sobre as ligas metálicas utilizadas era precário. Em razão da fragilidade dos canos produzidos com essa técnica e pelos materiais utilizados, esse processo restringia os canos ao uso com pólvora negra em função das baixas pressões exercidas pela sua queima. Mas, na verdade, esse sistema rústico atendia bem às armas da época, diante das pólvoras existentes. Posteriormente, com o desenvolvimento de novas pólvoras de combustão mais rápida produzindo maiores pressões, os canos tiveram que sofrer alterações em sua composição e construção. Passaram então a ser forjados/fabricados em aço. As antigas ligas não mais suportavam e energia dos novos propelentes. BALÍSTICA INTERNA Contudo, no processo evolutivo de fabricação de armas muitas foram as melhorias apresentadas no decorrer dos tempos e dos acontecimentos, sobretudo bélicos. Os processos iniciais eram bem artesanais, apesar de hoje ainda haver essa forma de produção. A exemplo de toda revolução industrial ocorrida no mundo, não poderia ser diferente com a indústria armamentista. Os processos fabris ganharam automação e técnicas de produção em série para atender ao mercado consumidor formado principalmente pelos países envolvidos em conflitos armados. Tanto os processos de produção quanto a engenharia das armas sofreram melhorias significativas no decorrer da história, concentrando sobremaneira os processos de desenvolvimentos de armamentos e munições nos períodos de guerras. BALÍSTICA INTERNA Também houve mudanças significativas nos processos de confecção dos canos. As rústicas formas de fabricação anteriores não mais atendiam às necessidades estabelecidas. Novos processos de fabricação foram introduzidos e possibilitaram novas configurações aos canos, aumentando a resistência e durabilidade em relação aos seus antecessores e os habilitando a usos com munições modernas, como será descrito posteriormente. Partes do Cano: Câmara É a parte posterior do cano onde é alojada a munição. Internamente, a câmara é lisa para acomodar perfeitamente o estojo da munição, independente da configuração do restante do cano. Tem dimensões distintas no diâmetro e forma em função das especificações da munição e ainda pode conter externamente outros componentes de fixação no conjunto da arma. Por ser o local de contenção inicial da combustão do propelente, as paredes da câmara são mais resistentes do que no resto do cano, pois é onde ocorre o maior pico de pressão oriundo da queima da pólvora. A pressão exercida no momento da queima da pólvora é contida lateralmente pela parede da câmara e na parte de trás pela culatra ou cabeça do ferrolho, restando apenas a expulsão do projétil como forma de expansão da energia. O resultado é o deslocamento do projétil no sentido da boca do cano. Câmara Como exceção ao disposto acima, vale ressaltar que existem partes diferenciadas nele que são de grande importância individualmente. Dependendo do tipo de arma, o cano pode ter como componentes a câmara, o próprio corpo e o choque (alguns fixos e outros cambiáveis de acordo com aplicação). Como regra, nos revólveres a câmara não está integrada ao cano. A detonação da munição ocorre no Tambor, que é composto de várias câmaras que se alinham ao cano no momento de cada disparo. Corpo do cano O corpo do cano é o prolongamento cilíndrico por onde a energia produzida pela queima irá se expandir e acelerar o projétil. Seu comprimento interfere diretamente no aproveitamento da queima e, por consequência, na velocidade e energia do projétil, como explicado mais além. Coroa Ela é uma forma de acabamento final da boca do cano. Tem função de proteção do raiamento e, por essa razão, deve ser muito bem protegida contra qualquer dano. Na coroa se encerram as raias e esse encerramento deve ser milimetricamente simultâneo, pois caso não seja pode ocorrer a desestabilização do projetil ao deixar o cano. Não pode haver vazamento desigual dos gases em nenhum ponto da circunferência da coroa, sob pena de perda da estabilidade do projétil. Choque/Choke É a diminuição, o estrangulamento da boca do cano da arma de alma lisa. Numa arma dotada de choke a carga de projéteis passa por um processo de agrupamento ao sair do cano e por isso demoram mais a se dispersar. O objetivo do choke é determinar o grau de dispersão dos balins e simultaneamente influenciar no alcance eficaz do tiro. Os chokes existem em diferentes dimensões e podem ainda ser intercambiáveis, de acordo com cada aplicação. Comprimento do cano e velocidade do projétil Muito se fala que o comprimento maior do cano de uma arma aumenta sua potência, precisão e a velocidade do tiro. Não que essas afirmações sejam falsas, mas há que se ter cuidado. Afirmar que um cano longo produz um tiro com mais potência e precisão é muito relativo. Primeiramente é preciso esclarecer alguns aspectos. Tudo deve ser considerado em relação à munição utilizada. O fabricante de munição desenvolve seu produto com determinadas especificações que podem ter comportamentos diferentes em canos de diferentes tamanhos e ainda com passos de raiamento diferentes (esclarecido mais além). Comprimento do cano e velocidade do projétil Quando ocorre a percussão da espoleta e esta, por sua vez, provoca o início da queima da pólvora, começando também o processo de produção de energia/gases dentro do estojo. Devido o estojo estar contido pela culatra e pela parede circular da câmara, a expansão dos gases força o projétil em direção à boca do cano. Como a carga de pólvora queima progressivamente, a transformação dessa carga em energia também ocorre de forma gradual. Esse processo faz com que o projétil comece a ser acelerado na medida do aumento da expansão dos gases gerados. Ele mantém a aceleração enquanto houver pólvora sendo convertida em energia. Comprimento do cano e velocidade do projétil Portanto, sua aceleração máxima ocorre no exato momento em que a carga de pólvora termina de ser queimada. Nesse instante, para que seu desempenho balístico fosse maximizado, atingindo sua maior velocidade, o projétil deveria estar deixando o cano e iniciando o voo. Deveria ser coincidente o final da queima e o final do cano. Assim, fica mais simples entender que, se o cano for longo demais, a queima da pólvora irá terminar antes de o projétil deixar o cano, ou seja, o projétil vai deixar de ser empurrado ainda dentro do cano, provocando sua desaceleração em função do atrito. Essa desaceleração é tanto maior quanto mais curto for o passo do raiamento. Comprimento do cano e velocidade do projétil Da mesma forma, se o cano for demasiado curto ele não permitirá a queima integral da pólvora em seu interior, o que acarretará em uma velocidade abaixo da que seria possível. É comum notar labaredas de fogo em disparos com armas dotadas de canos curtos. Isso nada mais é do que a queima de pólvora no ar, após a saída do projétil pela boca do cano. A energia dessa queima fora do cano não atua na aceleração do projétil. O tamanho ideal de um cano não se mede simplesmente em curto ou longo. Esse fator vai variar de acordo com a munição a ser empregada. Não é absoluta a assertiva de dizer que um cano longo vai produzir mais velocidade ou que um cano curto vai produzir um tiro mais lento. Tudo vai depender de quanto o projétil aproveitou a expansão dos gases na sua aceleração ainda dentro do cano. Comprimento do cano e velocidade do projétil Na atividade de recarga de munição utiliza-se pólvora de queima mais rápida para armas com canos mais curtos, para que haja maior percentual de queima ainda dentro do cano, e pólvora de queima mais lenta para tiros com armas de canos mais longos, uma vez que há maior tempo para ser queimada dentro do cano. Mesmo não sendo uma regra absoluta,dentro de parâmetros aceitáveis e considerando todos os aspectos apresentados, os canos mais longos tendem a produzir tiros com maior velocidade e maior potência, se comparados a canos curtos. Comprimento do cano e velocidade do projétil Fato interessante que demonstra a importância do tamanho do cano é que em especificações de coletes balísticos a classificação quanto aos níveis de proteção para uma mesma munição pode mudar em função do tamanho do cano. Para o mesmo calibre pode haver classificação diferente quanto à resistência do colete, levando em consideração a energia produzida pelo projétil, que está diretamente ligada ao comprimento do cano com que foi disparado. Como exemplo, há níveis de coletes que resistem ao calibre 9x19mm disparado por pistola, mas que não resistem ao mesmo calibre disparado de uma submetralhadora. Tamanho do cano x precisão A precisão de um tiro deve ser compreendida considerando o projétil ainda dentro da arma e durante o voo até atingir seu alvo (balística interna e balística externa) Porém, o comprimento do cano também interfere na precisão. Ao contrário do que se acredita, o cano mais longo por si só não melhora a precisão do tiro, podendo sim favorecer a precisão do atirador. Em armas de canos mais longos a distância entre alça e massa de mira é maior, o que permite maior acuidade no alinhamento do aparelho de pontaria em relação ao alvo. O peso de armas de canos mais longos também favorece o atirador garantindo- lhe mais firmeza nos procedimentos. Portanto, a maior firmeza e o melhor alinhamento do aparelho de pontaria permitem que se apliquem melhor os fundamentos do tiro, melhorando a precisão do atirador. Tamanho do cano x precisão Tomando-se por base a balística interna, por outro lado, no momento do tiro o cano se movimenta. Durante o deslocamento do projétil no cano exerce alguns movimentos já elencados inicialmente, causados pela onda de choque produzida pela queima do propelente, fazendo com que a boca do cano desempenhe movimento circular na mesma orientação do raiamento. Como a base do cano está presa à ação da arma, essa vibração vai chegar mais forte à boca do cano, deslocando-a em relação ao seu eixo original e por consequência em relação ao alvo visado. Essa amplitude circular da boca do cano é maior em canos maiores. Considerando esse aspecto, mesmo que pareça incoerente, em razão da sua rigidez e comprimento, um cano curto é mais preciso, pois a amplitude da vibração é bem menor na sua boca. Tamanho do cano x precisão Por isso, atiradores dedicados ao tiro de precisão utilizam canos de paredes mais grossas, chamados de canos “BULL”, como forma de minimizar a amplitude dessa vibração, em razão da sua maior rigidez. Também utilizam armas em que o cano não toca a coronha, para não haver nenhuma interferência no movimento vibratório do cano. Essa configuração é denominada “cano flutuante”. Qualquer toque da coronha no cano irá interferir no seu movimento original e poderá acarretar menor precisão. O cano deve estar livre para garantir uniformidade no movimento, e consequentemente, melhor padronização dos disparos. Em se tratando de balística interna, vale consignar, ainda, a questão do passo do raiamento, que é a distância em que o projétil realiza uma volta completa em torno do seu próprio eixo. É o grau de rotação ao qual o raiamento submete o projétil. Raiamento Dissertar sobre balística interna é algo que requer aplicação de diversas ciências, como matemática, física e química. Sobretudo ao se aprofundar neste assunto, surgem diversificações muito pormenorizadas quanto à forma de produzir, utilizar e identificar um cano. Todo cano possui uma identidade microscópica que pode individualizá-lo com exatidão. Independentemente de a forma de fabricação ser industrial ou artesanal, suas características e, por consequência, as que ele produz, podem ser identificadas e individualizadas. Simplificadamente, as etapas de fabricação de canos envolvem cálculos matemáticos e processos químicos e mecânicos que resultam em um tubo metálico que serve ao lançamento de projéteis. Raiamento Nessa remodelagem, tanto a forma como a estrutura molecular do metal são alteradas. Forjas, martelos e brocas são exemplos de ferramentas utilizadas no processo e que em cada movimento sofrem alterações microscópicas. A dureza dos metais utilizados nas ferramentas é alterada a cada movimento, produzindo deformação ou desgaste e causando a necessidade de troca ou afiação por não mais estarem aptas à produção com a qualidade desejada. Todas essas deformações, desgastes, materiais utilizados, técnica de produção, etc. são fatores que imprimem uma identidade nos canos. A deformação dos martelos, a reafiação das brocas, pequenas limalhas de metal que se arrastam internamente no cano durante o processo de produção e diferenças nos processos produtivos são fatores decisivos na qualidade e podem permitir a individualização de determinado cano, obtida pelas marcas deixadas nos projéteis e estojos. Raiamento Quanto ao número de raias, podem ser: Pares ou ímpares. Quanto a orientação podem ser: Destrógiras (direita) ou Sinistrógiras (esquerda). BALÍSTICA EXTERNA É a área da balística que estuda o deslocamento do projétil desde a sua saída do cano até o momento em que atinge o seu alvo (fenômenos que afetam o projétil durante o voo). Neste caso, a geometria, massa, movimentos, velocidades e energias ditam a trajetória balística. É também o segmento que incorpora o conhecimento obre o alcance útil, alcance efetivo ou teórico, alcance máximo e outras características. Após sair do cano, o projétil seguirá a trajetória ou curva balística que dependerá da inclinação do cano em relação ao solo. A maior velocidade do projétil é na boca do cano, pois logo após sua saída ele começa a desacelerar. A estabilidade giroscópica do projétil, devido à rotação do mesmo em razão do raiamento do interior do cano, é o elemento que, dentre outros, produz sua precisão. BALÍSTICA EXTERNA É a área da balística que estuda o deslocamento do projétil desde a sua saída do cano até o momento em que atinge o seu alvo (fenômenos que afetam o projétil durante o voo). Neste caso, a geometria, massa, movimentos, velocidades e energias ditam a trajetória balística. É também o segmento que incorpora o conhecimento obre o alcance útil, alcance efetivo ou teórico, alcance máximo e outras características. Após sair do cano, o projétil seguirá a trajetória ou curva balística que dependerá da inclinação do cano em relação ao solo. A maior velocidade do projétil é na boca do cano, pois logo após sua saída ele começa a desacelerar. A estabilidade giroscópica do projétil, devido à rotação do mesmo em razão do raiamento do interior do cano, é o elemento que, dentre outros, produz sua precisão. BALÍSTICA EXTERNA Os movimentos do projétil durante sua trajetória, na fase da balística externa, são os seguintes: Rotação: Movimento de giroscópico sobre seu próprio eixo. BALÍSTICA EXTERNA Nutação : Movimento periódico de oscilação sobre o centro de gravidade de um objeto (projétil) girante. BALÍSTICA EXTERNA Precessão Fenômeno físico que consiste em uma rotação (efeito giroscópico) do eixo de rotação de um projétil (ligados ao torque e momento angular). BALÍSTICA EXTERNA Alguns fatores que influenciam na trajetória de um projétil: Gravidade É a força de atração que a Terra (e qualquer outro corpo celeste) exerce sobre outro corpo (ou objeto) em sua proximidade. Esta força gravitacional atua perpendicularmente ao planeta Terra, influencia a curva balística ao acelerar a queda do projétil e está diretamente relacionada à distância de voo do mesmo. BALÍSTICA EXTERNA Arrasto É a força de resistência ao avanço do projétil, resultante da ação do meio (atmosfera). Esse atrito, devido ao contato do projétil com a massa de ar em sua trajetória, pode ser maior ou menor, dependendo de diversos fatores: temperatura, altitude, umidade relativa do ar, velocidade e direçãodo deslocamento da massa de ar (vento). BALÍSTICA EXTERNA Temperatura É a grandeza física (termodinâmica) que mensura a energia cinética média das partículas que formam um sistema de equilíbrio térmico. Temperaturas mais elevadas, partículas mais ativas, maior resistência ao projétil, ponto de impacto mais baixo. Temperaturas mais baixas, partículas menos ativas, menor resistência ao projétil, ponto de impacto mais alto. BALÍSTICA EXTERNA Altitude É a altura em relação ao nível do mar. Está diretamente relacionada com pressão atmosférica. Altitudes mais elevadas, ar menos denso (rarefeito), menor resistência ao projétil, ponto de impacto mais alto. Altitudes mais próximas ao nível do mar, ar mais denso, maior resistência ao projétil, ponto de impacto mais baixo. BALÍSTICA EXTERNA Umidade relativa do ar É a razão entre a pressão do vapor de água na atmosfera e a pressão de vapor saturado na mesma temperatura. Umidade mais elevada, ar com mais partículas de água, maior resistência ao projétil, ponto de impacto mais baixo. Umidade mais baixa, ar com menos partículas de água, menor resistência ao projétil, ponto de impacto mais alto. BALÍSTICA EXTERNA Vento É o ar em movimento. Enquanto os fenômenos anteriores influenciavam na queda do projétil (verticalidade), o vento traz influência na horizontalidade dos pontos de impacto. Vento na boca do cano interfere mais na precisão (ponto de impacto) do que vento próximo ao alvo. A direção do vento traz interferências no ponto de impacto do projétil, principalmente em sua lateralidade. Ventos laterais alteram mais o ponto de impacto, ventos diagonais têm influência média e ventos frontais não influenciam na lateralidade do ponto de impacto. Por exemplo, um disparo efetuado em um alvo a 200m, utilizando-se de fuzil calibre 7,62mm, com vento lateral de 25 km/h, alterará o ponto de impacto em aproximadamente 15 cm. BALÍSTICA EXTERNA Obstáculos Um obstáculo, por menor que seja (um pequeno galho de um arbusto, por exemplo) influencia na trajetória do projétil, alterando seu ponto de impacto. Esse desvio será maior ou menor dependendo das características do obstáculo (tamanho, material, dureza etc.) ou em qual momento de sua trajetória o projétil entrou em contato com o mesmo. BALÍSTICA EXTERNA Alcance do Tiro: Pode ser dividido em três espécies, a seguir • Alcance útil • Alcance de precisão • Alcance máximo BALÍSTICA EXTERNA Alcance útil A doutrina não é pacifica quanto ao tema, porém entende-se que seja distância máxima que o projétil carrega consigo energia suficiente para causar lesão grave ou morte de uma pessoa. Encontra um na doutrina um marco referencial de 100 joules, entretanto, plenamente questionável nos dias atuais consonante a teoria do stopping power. BALÍSTICA EXTERNA Alcance de precisão É a distância máxima em que um atirador experimentado consegue conectar disparos em um alvo quadrado medindo 30cm de lado. Tomando como exemplo as pistolas, seu alcance de precisão é estimado em 50m, pouco importando o calibre. BALÍSTICA EXTERNA Alcance máximo É a distancia máxima possível de ser percorrida pelo projétil, disparado de um ângulo próximo dos 45 graus até seu primeiro impacto com o solo. POR HOJE É SÓ PESSOAL OBRIGADO !!!!!! Referências: • Síntese de Armamento de Tiro – Academia Nacional de Polícia/Departamento de Polícia Federal. • Balística aplicada para profissionais do Direito – João da Cunha Neto. • Balística Forense – Domingos Tochetto V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Monti GM Bezerra Sumário: 1) Regras de segurança (Manejo, transporte e guarda de armamentos) 2) Conduta no estande de tiro; 3) Manutenção dos armamentos. REGRAS DE SEGURANÇA E CONDUTA NO ESTANDE Infelizmente, incidentes de tiro são mais comuns do que se imagina. Munição esquecida na câmara, manobra de ferrolho sem a retirada do carregador e acionamento do gatilho “acreditando” que a arma estava travada são exemplos de situações que envolvem disparos acidentais. Portanto, um disparo acidental é um evento no qual uma arma de fogo é disparada num momento não esperado pelo operador. Com as armas atuais, o disparo acidental mais comum ocorre quando o gatilho é intencionalmente acionado com um propósito diferente de quando se deseja realizar o disparo. REGRAS DE SEGURANÇA E CONDUTA NO ESTANDE E isto ocorre durante os acionamentos em seco, nas inspeções do armamento, nas demonstrações ou testes de funcionamento. Os tiros inesperados decorrem de imprudência, salvo nos casos de defeito na arma. Ou seja, para saber se uma arma está carregada ou não, o atirador simplesmente pressiona o gatilho. É como se o motorista quisesse testar o airbag batendo violentamente seu carro contra um poste. Apesar da ideia de que disparos acidentais ocorrem somente com atiradores mal treinados, a displicência faz acontecer com atiradores experientes também. Um disparo acidental também pode ocorrer quando o atirador coloca o dedo indicador sobre o gatilho antes de ter decidido atirar. Com o dedo posicionado desta forma, muitos fatores podem fazer com que o dedo pressione o gatilho de modo não intencional. REGRAS DE SEGURANÇA E CONDUTA NO ESTANDE Por exemplo, se o atirador coldrear a arma com o dedo no gatilho, um tiro acidental é bem provável; se ele tropeçar, cair ou entrar em luta corporal, o instinto de contrair os músculos pode provocar um tiro acidental, uma vez que os músculos da mão que empunha a arma também serão contraídos (reflexo intermembros). Portanto, não importa como é chamado cada projétil que sai de uma arma sem querer (acidental, involuntário, negligente, imprudente, fortuito ou não intencional), pois o resultado disso pode ser mortal e trazer diversos transtornos para a vida de quem disparou. Assim, é necessário aprender a lidar e treinar com as armas da sua propriedade ou Instituição. Regras de Segurança A preocupação com a segurança deve ser uma constante no uso e manuseio de armas de fogo durante toda a vida, pois não são raros os casos de disparos acidentais efetuados por aqueles que perderam a intimidade com o armamento. • Trate sua arma sempre como carregada; • Jamais aponte sua arma para qualquer coisa ou pessoa que não pretenda atingir, salvo em legitima defesa; • Certifique-se que seu alvo e o que esta ao seu entorno é capaz de receber disparos com segurança; • Manuseie sua arma sempre com o dedo fora do gatilho, até que esteja realmente apontando para o seu objetivo; Regras de Segurança • Nunca transportar ou coldrear sua arma com o cão armado e destravada; • Cuidado ao atirar em superfícies rígidas ou na água, pois os disparos podem ricochetear; • Treinamentos de tiro só devem ser feitos em estandes de tiro regulares e que ofereçam segurança; • As travas de segurança de arma são dispositivos mecânicos sujeitos a falhas, por isso não se deve testá-las munições reais; • Drogas e bebidas alcoólicas não se misturam com armas de fogo; • Sempre que entregar ou receber uma arma, execute uma inspeção de segurança; Regras de Segurança • Nunca abandone sua arma, carregada ou não; • Nunca receba uma arma puxando-a pelo cano; • Antes de iniciar a manutenção do armamento sempre efetue a inspeção de segurança; • Mantenha sempre o armamento longe do alcance de menores de dezoito anos ou pessoas com deficiência mental; • Em disparos com revólver, jamais coloque sua mão próximo a junção do tambor com o cano, pois gases em alta velocidade, resíduos de chumbo e pólvora em combustão são desprendidos lateralmente em alta velocidade; Regras de Segurança • Nunca engatilhar a arma quando não houver intenção de atirar (armas de dupla ação); • Quando a arma estiver fora do coldre, empunhada para o tiro, esteja absolutamente certo de que não está apontada para qualquer parte de seu corpo ou de outras pessoas ao seu redor; • Verifique se munição corresponde ao calibre da arma e se ela esta condiçãosegura para utilização; • A arma deve ser sempre transportada em um coldre, salvo quando houver a consciente necessidade de utilizá-la; Regras de Segurança • Nunca transportar uma arma no bolso, bolsa ou pochete. Use sempre um bom coldre, seja ele ostensivo ou dissimulado; • Tome cuidado com obstruções do cano quando estiver atirando. Caso ouça ou sinta algo de anormal com o recuo ou a detonação, interrompa imediatamente os disparos. Verifique a existência ou não de obstruções no cano. Um projétil ou outro objeto deve ser removido, mesmo se tratando de lama, terra, ou excesso de óleo a fim de evitar que as raias sejam danificadas ou o cano destruído; • Nunca tente modificar o peso do gatilho de sua arma ou de qualquer mecanismo que interfira nos dispositivos de segurança. Qualquer alteração deve ser realizada por um armeiro qualificado. Regras de Segurança Dogmas As demais regras de segurança não são menos importantes, mas os dogmas abaixo foram destacados porque, se negligenciados simultaneamente, podem provocar o ferimento grave ou a morte de alguém. CONTROLE DE CANO: AO MANUSEAR UMA ARMA DE FOGO, MANTER O CANO SEMPRE APONTADO PARA UMA DIREÇÃO SEGURA; DEDO FORA DO GATILHO: O DEDO INDICADOR FORA DO GATILHO E AO LONGO DA ARMAÇÃO, SALVO QUANDO PRONTO PARA O DISPARO. Conduta no estande de tiro Sem esquecer os dogmas e as regras de segurança, durante os treinamentos também devem ser obedecidas outras normas, de fundamental importância para que o treinamento se desenvolva de forma tranquila e segura, destacadas a seguir: • Seguir estritamente os comandos dados pelos instrutores de tiro; • Manter silêncio absoluto na linha de tiro; • Qualquer problema com a arma ou qualquer dúvida, levantar a mão de apoio, manter o cano da arma em direção ao para-balas e aguardar o instrutor; • Todo deslocamento dentro do estande deve ser feito em formação e ao comando do instrutor; • Utilize coldre, porta-carregadores e bandoleira; • Não leve para o estande qualquer material estranho à instrução; • Utilize roupas e EPI’s adequados para a atividade. Manutenção Sempre que se efetuam disparos, não importa a quantidade, deve-se fazer a manutenção da arma. Entretanto, a manutenção não está vinculada somente à realização de disparos. O porte diário, ambientes com poeira, excesso de umidade ou maresia são fatores que criam a necessidade de manutenção periódica das armas. Antes da realização de qualquer tipo de manutenção em arma de fogo, é INDISPENSÁVEL QUE SE REALIZE A INSPEÇÃO DE SEGURANÇA. Armas de fogo, como qualquer outro equipamento mecânico, estão sujeitas a desgastes e falhas. A correta manutenção diminui consideravelmente o ocorrência desses problemas. O perfeito funcionamento das armas de fogo pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Manutenção Está comprovado que a manutenção preventiva perfeita elimina muitos incidentes e acidentes de tiro. A manutenção de uma arma de fogo passa, necessariamente, por três etapas distintas: • Limpeza • Lubrificação • Proteção contra ferrugem Manutenção O processo de manutenção inicia-se com a desmontagem da arma (1º escalão), seguida da limpeza das peças, lubrificação e aplicação de proteção contra ferrugem. Não existe um produto “milagroso” que consiga ao mesmo tempo limpar, lubrificar e proteger contra ferrugem. Tratam-se de produtos diferentes com ações e objetivos diferentes, cada um cumprindo sua função. Manutenção LIMPEZA O objetivo da limpeza é remover qualquer sujeira que possa impedir ou dificultar o movimentos de peças móveis ou mesmo favorecer o aparecimento de corrosão. A sujeira, a curto ou longo prazo, poderá afetar a eficiência ou segurança da arma. A remoção da sujeira em armas de fogo é feita com o uso de solventes. Os tipos de solventes vão dos mais simples como água e sabão, até os mais específicos, como os que usam amônia ou enxofre para remover resíduos de cobre das raias do cano. Manutenção LIMPEZA Basicamente existem dois tipos de resíduos: • Provenientes do porte ou armazenamento • Provenientes do disparo (resíduos de pólvora, espoleta e resíduos do projétil) Manutenção Os resíduos provenientes do porte são fragmentos de tecido ou poeira do ambiente que acabam ficando aderidos aos óleos e graxas que são utilizados para lubrificação da arma. Esse tipo de sujeira, juntamente com o suor do corpo e a umidade do ar podem ser focos de ferrugem. Manutenção Manutenção Armas de fogo, mesmo que não sejam disparadas, precisam de manutenção adequada. Nesse caso, basta uma desmontagem no escalão necessário, limpeza com um solvente leve, uso de escovas de cerdas, nova lubrificação e montagem. Manutenção Manutenção Resíduos de pólvora ou espoleta são aqueles deixados no armamento pelo acionamento da espoleta e combustão da pólvora. Esses resíduos formam uma fuligem escura de fácil remoção. Para remoção desse tipo de resíduo podemos utilizar: • Água e sabão; • Descarbonizantes; • Solventes comerciais para armas; • Solventes leves de petróleo (aguarrás). Apesar de existirem solventes específicos para resíduos deixados por projéteis (chumbo e cobre), o uso de meios físicos (escovas) é, na maioria dos casos, suficiente para remoção de tais resíduos. O uso de solventes que contenham amônia ou enxofre facilitam a remoção do cobre, mas podem agredir quimicamente o raiamento. Manutenção Um princípio fundamental para manutenção de armas de fogo é NUNCA utilizar para a limpeza um material de dureza igual ou superior ao que vai ser limpo. São exemplos de ferramentas e materiais utilizados na limpeza. Manutenção Para garantir a confiabilidade do seu armamento, mantenha o mesmo sempre em boas condições, com a limpeza e lubrificação correta. Itens mais comumente utilizados para manutenção do armamento: • Óleo/lubrificante • Solvente • Escovas de cerdas • Bore Snake • Pano limpo • Cordel • Ar comprimido (com filtro de umidade) Obs: Sempre se atente as recomendações do fabricante. Manutenção Manutenção Manutenção Apesar de parecer trivial, o uso de escovas cilíndricas deve seguir três procedimentos básicos: • Sempre que possível, a escova deverá seguir o sentido câmara-coroa; • A escova deverá ir até o final do cano para que possa retornar, sob pena de dano à escova; • A escova deve estar livre para seguir o passo do raiamento. Para a limpeza interna do cano, utiliza-se uma escova cilíndrica de cerdas macias. Se mesmo assim não forem removidos todos os resíduos de pólvora, utilizar uma escova de latão. Após a manutenção, a parte interna do cano deve ficar seca, sem resíduos de solvente ou óleo. Manutenção Lubrificação Armas de fogo possuem inúmeras peças de aço unidas e que executam diversos tipos de movimentos, que geram atrito. A lubrificação tem a função de diminuir o atrito entre as peças e consequentemente diminuir o desgaste e a possibilidade de travamento. Lubrificação é a colocação, entre duas ou mais peças que estão em contato, de uma substância capaz de reduzir as forças de atrito geradas pelo movimento entre elas. Os óleos indicados para armas de fogo devem ser finos e dotados de aditivos que proporcionem boa aderência à superfície, ser repelente à água, ter boa estabilidade para resistir ao frio e calor, e ter resistência à oxidação. Manutenção A lubrificação em armas de fogo deve se restringir às áreas onde ocorre contato e movimento entre duas ou mais peças e na quantidade adequada. Normalmente uma gota é suficiente para cada ponto. Câmaras e carregadores não devem ser lubrificados, uma vez que pode haver contaminação e consequente falha da munição. Manutenção Proteção contra ferrugem Todas as arma de fogo saem de fábrica com algum tratamento contra corrosão (oxidação, niquelação, cromagem, nitretação, fosfatização etc), entretanto esse tratamento, por melhor que seja, não é totalmente imune à corrosão. Alguns cuidados básicos podem ajudar esse tratamento a impedir a ferrugem. A única forma de proteger o metal daferrugem é criar uma barreira entre ele e o ar atmosférico. Nesse sentido, poderíamos cobrir toda a parte externa da arma com um óleo mineral, uma camada de graxa sem aditivos ou mesmo vaselina. Tais soluções podem ser adequadas para um colecionador de armas, mas não para as armas de uso na defesa pessoal. Manutenção Proteção contra ferrugem Estas armas podem ser “isoladas” do ar atmosférico com o uso de ceras naturais (abelha ou carnaúba). Tais ceras podem ser diluídas em aguarrás e aplicadas sobre a superfície das armas. O solvente (aguarrás) irá evaporar e ficará uma fina camada protetora sobre a superfície da arma. As armas também podem ser ´isoladas` do ar atmosférico com o uso de silicone em spray, que também deixa uma camada protetora sobre a superfície da arma. Também existem pinturas que podem ser aplicadas nas partes externas de metal visando impedir o processo de oxidação, a exemplo da Cerakote. Lubrificação Beretta APX Lubrificação Com óleo específico de para armas Bizu do 3, 2, 1 (armas strike fired utilizam pouco óleo) • 3 gotas no ferrolho (trilhos e alojamento do cano) • 2 gotas no cano (cano e entalhe) • 1 gota na armação (armadilha) OBS: Não lubrificar o percussor ou a janela do percussor Obrigado !!!!! Referências Síntese de armamento e tiro – ANP/DPF V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui Sumário: 1) Fundamento do tiro 2) Incidentes de tiro 3) Mecanismos de segurança Fundamentos do tiro Pouco importa o tipo de tiro que se pretende realizar (esportivo, prático, policial etc.), para a obtenção de resultados ao menos satisfatórios, é necessária a observância dos fundamentos do tiro. São cinco fundamentos para o tiro em visão primária (de precisão) e quatro para o tiro rápido. Importante ainda ressalvar que prática do tiro policial, há o sexto fundamento, onde são acompanhados todos os outros bem como a ameaça e seu entorno. Fundamentos do tiro 1. Base/Postura/Plataforma 2. Empunhadura 3. Visada 4. Acionamento/controle de gatilho 5. Respiração 6. Acompanhamento/ “Follow Through” 1. Base/Postura/Plataforma Existem diversas posições utilizadas para prática do tiro, sendo que, cada uma possui suas vantagens e desvantagens. Todavia, antes de empunhar a arma o atirador precisa se posicionar diante do alvo. A plataforma mais usual no do tiro policial é a postura tática de tiro, que consiste no atirador manter um pequeno afastamento das pernas na largura dos ombros, com os joelhos semi-flexionados e com o tronco levemente projetado para a frente, literalmente entrando em uma base de luta. A seguir, veremos as bases de tiro mais conhecidas e a postura/plataforma tática. 1. Base/Postura/Plataforma Posição Weaver Inventada pelo Xerife Jack Weaver no final da década de 1950, consiste em deixar as pernas com um leve afastamento e posicionar a perna esquerda levemente a frente da direita, inclinado ligeiramente o tronco e flexionando a mão que dá suporte em direção ao alvo e, os cotovelos devem permanecer um pouco flexionados e a mão de suporte pressiona a arma contra a mão que efetuará os disparos, mantendo a arma presa. A vantagem da posição é reduzir a silhueta do atirador, entretanto, para aqueles que utilizam colete balístico, a desvantagem é “oferecer” ao inimigo exatamente a lateral, parte menos protegida do acessório. 1. Base/Postura/Plataforma Posição Weaver 1. Base/Postura/Plataforma Posição isósceles Posição de tiro que se tornou popular a partir da década de 1980, quando os atiradores Brian Enos e Rob Leatham começaram a utilizá-la, com muito êxito, nas provas de IPSC, modalidade de tiro prático. Assim como a Weaver, a Isósceles é uma postura que segura a arma curta com as duas mãos, para otimizar a estabilização. Os dois braços ficam completamente esticados, com os cotovelos travados nesta posição. Vista por cima, esta posição faz o desenho de triangulo isósceles, composto pelos dois braços do atirador, de igual tamanho, ambos formando os dois catetos maiores, com o cateto menor do triângulo formado pelo tórax do atirador. 1. Base/Postura/Plataforma Posição Isósceles 1. Base/Postura/Plataforma Basicamente, todas as demais posições existentes guardam alguma correlação ou características similar com as posições Weaver e isósceles. Enquanto a primeira é a estabilidade do armamento é baseada na estrutura muscular do atirador, na segunda há o emprego da estrutura óssea para produzir o mesmo efeito. Portanto a posição/base/plataforma tática é uma junção das melhores características de cada posição, aplicada ao tiro policial de combate. 1. Base/Postura/Plataforma Posição tática Fundamentos do tiro 2. Empunhadura Em se tratando de segurar a arma de fogo curta, este é o fundamento mais importantes, sendo responsável pela estabilidade do armamento, e consequente • Altura (alta) • Envolvimento (dupla) • Pressão (firme) A mão de tiro (ativa) envolve o punho da arma e a mão suporte (reativa) é colocada sobre a mão de tiro, preenchendo o espaço vazio no punho do armamento, exercendo uma pressão uniforme. Os polegares deverão ficar paralelos ao cano, encostados lateralmente na armação e apontados para frente. A empunhadura deve ser firme, contudo, sem fazer a arma tremer. Fundamentos do tiro 2. Empunhadura Revólver Fundamentos do tiro 2. Empunhadura Pistola Fundamentos do tiro 3. Visada A visada consiste no alinhamento do aparelho de pontaria com o alvo. Já a linha de visada é a linha imaginária, que sai do olho do atirador, passa pelo aparelho de pontaria e chega no alvo. O aparelho de pontaria de uma arma (mira não eletrônica) é composto de alça de mira (parte de trás) e massa de mira (parte da frente). Vale destacar que o olhar deve estar fixo no alvo. No momento em que o aparelho de pontaria entrar na linha de visada, deve-se procurar obter o alinhamento dos pontos anteriormente mencionados, mantendo este alinhamento durante toda a condução do gatilho, ou seja, até o momento do disparo. Uma vez efetuado o disparo, o recuo da arma faz com que o atirador “perca” o aparelho de pontaria. Fundamentos do tiro 3. Visada Fundamentos do tiro 3. Acionamento de gatilho Deve ser acionado de forma progressiva (constante), sem desfazer o enquadramento da visada antes do disparo. O operador deverá moderar o acionamento do gatilho a partir do segundo disparo para não alterar o enquadramento da visada e consequentemente não errar o alvo. O acionamento do gatilho deve ser feito de forma gradativa e com pressão constante do dedo indicador sobre o mesmo. Não esquecer que, enquanto se pressiona o gatilho, não se descuida do alinhamento A-M-A. Ambos os fundamentos andam de “mãos dadas” Fundamentos do tiro 3. Acionamento de gatilho Fundamentos do tiro 3. Acionamento de gatilho ACIONAMENTO DA TECLA DO GATILHO Correto Errado Fundamentos do tiro 5. Respiração O controle da respiração é aplicado apenas para tiros de precisão. Quando for aplicada, o atirador deve realizar uma inspiração normal e, durante a expiração, quando atingir um estágio confortável, segurar a respiração para efetuar o disparo. O tiro deverá ocorrer no espaço de três a oito segundos. Transcorrido este pequeno espaço de tempo, o corpo passará a exigir oxigenação, o que pode causar desde pequenos tremores até o turvamento da visão. Neste caso, o atirador deve optar por abortar o tiro e recomeçar o procedimento de respiração. No tiro policial, para diminuir a influência das alterações fisiológicas (batimento cardíaco acelerado, adrenalina, frequência da respiração, visão de túnel e exclusão auditiva), o policial deve fazer o controle da respiração, buscando efetuar os disparos na pausa natural da respiração, a fim de conferir maior precisão. Fundamentos do tiro 6. Acompanhamento/ “Follow Through” É o acompanhamento ou o popular "seguimento" do disparo, o agrupador de fundamentos. Este recebe o título de disciplina follow-through, poisé o responsável por integrar todos os fundamentos do tiro para obter disparos precisos e cadenciados. É a confirmação do acerto do alvo por meio do acompanhando o tiro até o objetivo final, incluindo a reavaliação de todo ciclo a cada novo disparo. PANES Intercorrências com armas de fogo Basicamente a doutrina divide em 4 formas, dispostas a seguir: • Incidente de tiro: ocorre quando de produz uma interrupção dos tiros sem danos materiais e/ou pessoais, por motivo independente da vontade do atirador. • Acidente de tiro: Ocorre quando de produz uma interrupção dos tiros com danos de qualquer natureza, materiais e/ou pessoais. • Tiro acidental: Todo tiro que se produz em circunstâncias anormais, sem acionamento regular do mecanismo de disparo, devido a defeitos ou falta do mecanismo de segurança da arma. • Tiro involuntário: ocorre com o acionamento do mecanismo de disparo do armamento pelo atirador, porém sem esperar o disparo. (ex. Munição esquecida na câmara). PANES Incidentes de tiro em pistola e sua solução • Falha de percussão (nega); • Não trancamento do ferrolho; • Chaminé (horizontal ou vertical); • Duplo carregamento ou Dupla Alimentação; • Travamento de ferrolho (embuchamento). FALHA DE PERCUSSÃO (NEGA) COMO OCORRE: O disparo não ocorre devido a problemas com a munição, espoleta picotada ou carregador solto. RESOLUÇÃO: Bater na base do carregador e fazer o manejo com o ferrolho. MAU TRANCAMENTO DO FERROLHO COMO OCORRE: Condução do conjunto do ferrolho por parte do atirador ou falta de manutenção do armamento. RESOLUÇÃO: Bater na base do carregador . Caso não sane a pane, ciclar a arma. CHAMINÉ HORIZONTAL COMO OCORRE: O estojo se posiciona horizontalmente na janela de ejeção. CHAMINÉ HORIZONTAL RESOLUÇÃO: Lateralize a arma, mantendo o cano apontado para frente e puxe o ferrolho à retaguarda, deixando a ação da gravidade agir, fazendo com que a munição caia naturalmente. CHAMINÉ VERTICAL COMO OCORRE: Por um problema na ação dos gases ou defeito do ejetor não há força suficiente para ejetar o estojo completamente. CHAMINÉ VERTICAL RESOLUÇÃO: Lateralize a arma, mantendo o cano apontado para frente e puxe o ferrolho à retaguarda, deixando a ação da gravidade agir, fazendo com que o estojo caia naturalmente. DUPLO CARREGAMENTO ou DUPLA ALIMENTAÇÃO COMO OCORRE: Quando um estojo/munição não é extraído da câmara e outra munição é impulsionada pelo ferrolho em sentido a câmara de explosão. DUPLO CARREGAMENTO ou ALIMENTAÇÃO RESOLUÇÃO 1- Travar o ferrolho à retaguarda; 2- Retirar o carregador; 3- Ciclar a arma; 4- Inserir o carregador e efetuar o manejo TRAVAMENTO DE FERROLHO (EMBUCHAMENTO) COMO OCORRE: O estojo estufa dentro da câmara da arma. RESOLUÇÃO: Segure o ferrolho com a mão de suporte, e com a mão de tiro dê uma pancada no punho da arma. Mecanismos de Segurança em armas curtas Revólver - Calço de Interposição - Barra de Transferência Pistola - Registro de segurança - Trava do percussor - Trava de empunhadura - Trava de Gatilho Referências e Imagens 1. Posições do Tiro: Armas Curtas http://blog.prohunters.com.br/posicoes-do-tiro- armas-curtas/ 2. Balística Forense; Domingos Tochetto 3. Balística Aplicada aos locais de crime, João Bosco Silvino júnior 4. Os cinco fundamentos do tiro - https://www.acotemperado.com/blog/os-5- cinco-fundamentos-do-tiro/ http://blog.prohunters.com.br/posicoes-do-tiro-armas-curtas/ https://www.acotemperado.com/blog/os-5-cinco-fundamentos-do-tiro/ V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Bezerra GM Monti Sumário: 1) Equipamentos de uso ostensivo 2) Equipamentos para uso velado 3) Proteções balísticas Equipamentos de uso ostensivo São os equipamentos utilizados no cotidiano do agente de segurança pública, quando devidamente uniformizado, dentre os quais podemos destacar: 1. Coldre 2. Porta carregador 3. Algemas e porta algemas 4. Cinto de guarnição 5. Lanterna Além do equipamentos básicos listados, também existem outros de grande valia, que podem ser agregados ao “kit básico”. A proteção balística será tratada em tópico apartado mais adiante. Porque escolher devo escolher um bom coldre? Coldre É o equipamento utilizado para o transporte ostensivo da arma de fogo. Existem várias configurações diferentes, construídos a partir de variados materiais. Basicamente, são divididos em níveis conforme seus níveis de retenção e segurança. A seguir destacaremos algumas variantes distintas pelo: material de construção, altura, tipo e nível de retenção. Coldre material de construção: Nylon Coldre material de construção: Couro Coldre material de construção: Polímero Coldre material de construção: Kydex Coldre Altura: Coldre Tipo: Coldre Nível de retenção: nível 1 Coldre Nível de retenção: nível 2 Coldre Nível de retenção: nível 3 Equipamentos de uso ostensivo Porta carregador Equipamentos de uso ostensivo Algemas e Porta algemas: Equipamentos de uso ostensivo Cinto de guarnição Equipamentos de uso ostensivo Lanterna Equipamentos de uso ostensivo Complementares: 1. Kit Atendimento Pré-Hospitalar 2. Torniquete e porta torniquete 3. Canivete e/ou lâmina fixa 4. Multitool 5. Lanterna dedicada 6. Fiel 7. Dispenser/ Drop pouch Equipamentos de uso ostensivo complementar: Kit Atendimento Pré-Hospitalar Equipamentos de uso ostensivo complementar: Torniquete e porta torniquete Equipamentos de uso ostensivo complementar: Canivete e/ou lâmina fixa Equipamentos de uso ostensivo complementar: Multitool Equipamentos de uso ostensivo complementar: Lanterna dedicada Equipamentos de uso ostensivo complementar: Fiel Equipamentos de uso ostensivo complementar: Dispenser/ Drop pouch Equipamentos de uso ostensivo Considerações Embora a temática equipamentos seja empolgante, há necessidade de cada operador analisar de maneira individual suas necessidades, haja vista que nem sempre transportar consigo a maior quantidade de equipamentos é sinal de melhor eficiência. Como tudo na vida, deve haver um equilíbrio entre os equipamentos utilizados diariamente as ações executadas, pois obrigatoriamente, cada equipamento agregado no seu loadout implica em aumento de peso e em prejuízo à mobilidade. Equipamentos de uso velado São os equipamentos utilizados no cotidiano do agente que porta uma arma fogo em trajes civil, dentre os quais podemos destacar: 1. Coldre 2. Porta carregador 3. Cinto 4. Lanterna 5. Torniquete Tais equipamentos estão intimamente ligados com a doutrina do EDC (every day carry). Equipamentos de uso velado Coldre Equipamentos de uso velado Porta carregador Equipamentos de uso velado Cinto Equipamentos de uso velado Lanterna Equipamentos de uso velado Torniquete Equipamentos de uso velado EDC (every day carry) A resposta para a pergunta feita no inicio da aula é: para evitar que situações como essas ocorram. A resposta para a pergunta feita no inicio da aula é: para evitar que situações como essas ocorram. Proteções Balísticas O convívio com a proteção balística é o básico do policial em qualquer país do mundo e não é diferente no Brasil, onde em geral utilizamos proteções para projéteis de baixa velocidade. As placas balísticas maleáveis geralmente são de nível IIA, II ou IIIA, feitas para suportar projéteis os baixa velocidade, como no caso de pistolas e revólveres, por exemplo. Já as placas rígidas, de nível III ou IV e as suas subdivisões comerciais como III+ ou III especial, são feitas para ajudar a “para” disparos de calibres de alta velocidade, como os dos fuzis 5.56×45 e 7,62×51. Proteções Balísticas Introduzido pelo exército americano, na década de 50, nas guerras da Coréia e do Vietnã o colete balístico era constituído por placas de aço fixadas em cima de tecidos, o que fazia do colete um equipamento extremamente pesado e desconfortável.Essa realidade começou a ser modificada com a criação do kevlar em 1965 a partir daí outras tecnologias foram e são desenvolvidas até hoje para oferecer segurança e conforto. Em grande parte do mundo, incluindo o Brasil, os níveis balísticos estabelecidos pelo NIJ (Instituto Nacional de Justiça dos EUA), são utilizados como parâmetro para classificar as proteções balísticas (norma NIJ Standard 0101.06) Proteções Balísticas Proteções Balísticas Proteções Balísticas Coletes Balísticos (IIA, II e IIIA): Os coletes são feitos para suportar projéteis de baixa velocidade, como os exemplos das armas na tabela acima. Ela é a peça primordial e inicial da proteção balística no trabalho policial, pois a maioria dos encontros armados no brasil são com pistolas e revólveres. Os materiais mais utilizados na fabricação de coletes são: 1. Kevlar (Para-aramida vendida pela DuPont) 2. Tawron (Para-aramida) 3. Spectra (UHMWPE – Polietileno de alto peso molecular) 4. Dynnema (UHMWPE – Polietileno de alto peso molecular) 5. Zylon (descontinuado por problemas de validade) Proteções Balísticas Placas balísticas (III, III+ e IV) As placas rígidas possuem uma área de proteção muito pequena em comparação com os coletes flexíveis, mas protegem o essencial para evitar uma morte muito rápida, mas apenas se o projétil atingir a placa pela frente. Qualquer tiro lateralizado, por menor que seja o ângulo, existe a possibilidade de o projétil passar ao lado da borda lateral da placa e entrar no centro do tórax. Proteções Balísticas As 10 características que você procura em placas: 1. Nível balístico; 2. Necessidade de coletes IIIA utilizado em conjunto; 3. Material de composição; 4. Formato da placa; 5. Curvaturas; 6. Peso; 7. Resistência a múltiplos disparos; 8. Deformidade posterior; 9. Tamanho; 10. Preço; Proteções Balísticas As 10 características que você procura em placas: 1. Nível balístico; 2. Necessidade de coletes IIIA utilizado em conjunto; 3. Material de composição; 4. Formato da placa; 5. Curvaturas; 6. Peso; 7. Resistência a múltiplos disparos; 8. Deformidade posterior; 9. Tamanho; 10. Preço; Proteções Balísticas Nas placas, os materiais mais utilizados são: 1. Cerâmica 2. Metal 3. Polietileno de alto peso molecular 4. Placas Compostas. Referências 1. Guia básico sobre coldres: https://www.defesa.org/guia-basico-sobre-coldres/ 2. Como escolher um coldre ostensivo: https://infoarmas.com.br/como-escolher- um-coldre-ostensivo/ 3. O uso da proteção balística no trabalho policial: https://infoarmas.com.br/amp/uso-de-protecao-balistica-policial/ 4. A modinha dos plate carriers: https://infoarmas.com.br/protecao-balistica-a- modinha-dos-plate-carriers/ https://www.defesa.org/guia-basico-sobre-coldres/ https://infoarmas.com.br/como-escolher-um-coldre-ostensivo/ https://infoarmas.com.br/amp/uso-de-protecao-balistica-policial/ https://infoarmas.com.br/protecao-balistica-a-modinha-dos-plate-carriers/ V CURSO DE FORMAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA DISCIPLINA: ARMAMENTO E TIRO INSTRUTORES: GM Renan GM Anzoategui GM Bezerra GM Monti Sumário: 1) Balística Terminal 2) Teorias da incapacitação BALÍSTICA TERMINAL É a área da balística que estuda os efeitos dos projéteis em seu ponto de impacto (interação com o alvo), considerando, dentre outros fatores, os diferentes tipos de projéteis que apresentam resultados balísticos terminais diferentes (ogival, ponta oca etc.). Testes em plastilina ou gelatina balística servem apenas de referência para cientistas e pesquisadores, não representando necessariamente os reais efeitos no corpo humano. BALÍSTICA TERMINAL BALÍSTICA TERMINAL Não basta um projétil ter energia elevada. Ele precisa ter a capacidade de transferir essa energia para o corpo que atingir. O projétil mais eficiente para defesa pessoal é aquele que consegue transferir toda sua energia dentro de um corpo e fazer com que a agressão cesse imediatamente ou, da forma mais rápida possível. BALÍSTICA TERMINAL Choque hidrostático Quando um projétil de alta velocidade atinge um tecido composto por água, ocorre o chamado choque hidrostático, gerando uma onda de energia, que, por sua vez, criará uma cavidade temporária (ação indireta do projétil), além da cavidade permanente (ação direta do projétil). Existirão ainda os orifícios de entrada e, por vezes, de saída. Em projéteis de baixa velocidade (armas curtas), também ocorrerá um choque hidrostático formando uma cavidade temporária, mas esta não causará maiores danos nos tecidos afetados, principalmente devido à capacidade elástica dos mesmos. Exceção feita ao fígado e cérebro, que, devido a sua consistência menos elástica, poderão sofrer rupturas causadas pela cavidade temporária. Nos projéteis de baixa velocidade, o maior dano será o causado pela cavidade permanente, causada pela passagem do projétil. BALÍSTICA TERMINAL Ação dos projéteis dentro do corpo humano O projétil, em sua trajetória dentro do corpo humano, rompe os tecidos, formando uma cavidade permanente. A lesão tecidual em torno da cavidade permanente depende dos tipos de tecidos atingidos, além da forma, massa, energia, deformação e fragmentação do projétil. Os projéteis de arma de fogo transferem energia ao corpo humano através de seu atrito com os tecidos, sendo potencializado pelo aumento de sua área de contato, que ocorre através de três mecanismos: deformação/expansão, fragmentação e/ou capotamento. BALÍSTICA TERMINAL BALÍSTICA TERMINAL Teoria da incapacitação Existem diversas variáveis ligadas a incapacitação de um indivíduo sendo elas de ordem fisiológica e psicológica levando ainda em consideração a letalidade comparativa entre armas, calibres e munições. Quando tratamos de lesões produzidas por armas de fogo tendo como objetivo final a neutralização da ameaça, é necessário avaliarmos duas vertentes, sendo elas: o conjunto arma e munição empregado para atingir o resultado esperado e, de outro lado, as variáveis fisiológicas e psicológicas tanto do atirador quanto do alvo. BALÍSTICA TERMINAL Teorias de incapacitação balística Thompson-LaGarde No final do século XIX e inicio do século XX, em decorrência da evolução acelerada das armas de fogo, o governo americano encomendou e financiou estudos a respeito da incapacitação balística. O primeiro dos estudos à época foi conduzido pelo Capitão de artilharia John Taliaferro Thompson e pelo Major Cirurgião Louis Anatole La Garde, a partir da utilização de cadáveres e, posteriormente bovinos e equinos para testes práticos de tiro. BALÍSTICA TERMINAL Thompson-LaGarde O objetivo inicial era determinar qual seria o efeito da onda de choque produzida pelo projétil, também definido por eles como “poder de parada” (stopping power) dos calibres testados. Inicialmente os cadáveres eram pendurados e atingidos por projéteis de variados calibres a vim de verificar a quantidade de deslocamento. Posteriormente, passaram a alvejar bovinos vivos, a fim de verificar quanto tempo demoravam para tombar e agonizar até a morte. Os testes realizados apontaram que os calibres para armas curtas deveriam possuir calibre .45 ou superior para apresentar o efeito choque (poder de parada). BALÍSTICA TERMINAL Os estudos de Marshall e Sanow A obra elaborada por Evan P. Marshall e Edwin J. Sanow foi intitulada “The handgun stopping power”. Os estudos foram realizados pautados em relatórios médicos e registros policiais analisados ao longo de 15 anos. O ponto que mais chama a atenção na obra por eles elaborada é utilização de calibres nominais para formulação de estatísticas na qual, com apenas um disparo foi possível incapacitar o agressor. Neste sentido, cabe uma análise quanto a frase de abertura de obra. BALÍSTICA TERMINAL Os estudos de Marshall e Sanow “O poder de parada é uma ilusão. É importante começar um livro sobre poder de parada de armas portáteis com isso em mente. Não existem projéteis mágicos. Não existem calibres “paradores de homens”. Não existe essa coisa de poder de paradacom um tiro”. Marshall e Sanow, 1992. BALÍSTICA TERMINAL Teste de Estrasburgo Metodologia similar a adorada por Thompson e LaGarde, com a utilização de ovinos, onde após serem atingidos pelo projétil de arma de fogo verificava-se quanto demoravam para serem incapacitados. BALÍSTICA TERMINAL Teoria da incapacitação adotada pelo FBI O confronto ocorrido na cidade de Miami, em 1986, conhecido como Miami Shootout, onde dois ladrões de banco estavam sendo monitorados pelo FBI e foram surpreendidos durante execução de um roubo. Houve intensa troca de tiros entre os criminosos e os agentes, resultando na morte dos dois assaltantes e dois agentes do FBI, além de cinco agentes feridos. Os criminosos estavam armados com um fuzil .223 Remington, Espingarda calibre 12 gauge e Revólveres .357 magnum. Já os agentes do FBI contavam com pistolas no calibre 9mm luger, Revólver .357 magnum e Espingardas calibre 12 gauge. BALÍSTICA TERMINAL Teoria da incapacitação adotada pelo FBI Apesar de feridos por vários disparos, os criminosos conseguiram combater por aproximadamente cinco minutos, sendo efetuados mais de 145 disparos por todos os envolvidos. No final os criminosos foram a óbito, entretanto verificou-se que não houve a incapacitação na velocidade adequada. Após o ocorrido, iniciaram-se os estudo para adoção de um novo armamento em um novo calibre para utilização por seus agentes, sendo na sequência adotado o calibre .40 S&W. BALÍSTICA TERMINAL Teoria da velocidade da incapacitação Existem diversas variáveis ligadas a incapacitação de um indivíduo sendo elas de ordem fisiológica e psicológica levando ainda em consideração a letalidade comparativa entre armas, calibres e munições. Quando tratamos de lesões produzidas por armas de fogo tendo como objetivo final a neutralização da ameaça, é necessário avaliarmos duas vertentes, sendo elas: o conjunto arma e munição empregado para atingir o resultado esperado e, de outro lado, as variáveis fisiológicas e psicológicas tanto do atirador quanto do alvo. BALÍSTICA TERMINAL Incapacitação fisiológica: Está diretamente associada a localização do disparo no corpo humano (alvo) e do conjunto arma/munição utilizado. A localização do disparo no corpo humano é o fator mais relevante, pois vai determinar quais estruturas serão atingidas, possuindo um elevado fator de importância na incapacitação fisiológica juntamente com a capacidade de penetração do projétil. Causar danos severos em órgãos importantes é o fator que vai determinar a velocidade da incapacitação. BALÍSTICA TERMINAL Nesta vertente, basicamente há duas formas de incapacitar um oponente (alvo): 1. Dano no sistema nervoso central –SNC 2. Hipovolemia (Hemorragia severa) BALÍSTICA TERMINAL Dano ao SNC A incapacitação imediata só é garantida se o projétil acertar o tronco encefálico ou a coluna cervical alta do agressor (vertebras C1 e C2). Trata-se de produzir lesão no cérebro primitivo, responsável pela regulação das funções vitais, que se localiza no região central da cabeça (altura entre os olhos e o nariz). Para que ocorra a incapacitação instantânea é necessário produzir um dano importante na massa encefálica ou cortar a comunicação entre o cérebro e o corpo (músculos). BALÍSTICA TERMINAL BALÍSTICA TERMINAL Hipovolemia - Hemorragia severa ocasionando a diminuição da pressão sanguínea Entretanto, dado a dificuldade de realizar a incapacitação do oponente desta forma, com dano direto ao SNC, haja vista a diminuta área a ser atingida e ainda que num confronto armado de curta distância operador e oponente comumente estão se movimentando, a regra geral é buscar atingir o centro de massa da ameaça, otimizando as chances de acerto e possibilidade de incapacitação. Nesse caso, almejamos diminuir ou parar a circulação, a ponto de desligar o cérebro por falta de pressão, culminado na hipóxia (corte da oxigenação). Entretanto, neste cenário, não há como prever quanto tempo levará para que o alvo cesse a injusta agressão. BALÍSTICA TERMINAL Para que haja sucesso na incapacitação decorrente de hemorragia severa, um dos fatores preponderantes é o humano, haja vista que a localização dos disparos é de responsabilidade única e exclusiva do atirador. Além do fator humano, mais duas variáveis entram na equação da incapacitação do oponente, contribuindo de forma considerável para alcançar o resultado esperado no menor tempo possível, sendo elas: 1. Tipo e velocidade do projétil 2. Penetração do projétil (profundidade da lesão) BALÍSTICA TERMINAL Tipo e velocidade do projétil Em via de regra, o dano poderá ser otimizado com a utilização de um projétil de que possua capacidade de penetração aliado ao maior diâmetro e/ou capacidade de expansão (hollow point ou soft point), no caso das armas curtas. Em se tratando de armas longas, onde são imprimidas altas velocidades aos projéteis, ainda verificamos a possibilidade de fragmentação e/ou capotamento, além dos canos causados pela expansão dos tecidos além da zona elástica (cavidade temporária). BALÍSTICA TERMINAL Tipo e velocidade do projétil Em via de regra, o dano poderá ser otimizado com a utilização de um projétil de que possua capacidade de penetração aliado ao maior diâmetro e/ou capacidade de expansão (hollow point ou soft point), no caso das armas curtas. Em se tratando de armas longas, onde são imprimidas altas velocidades aos projéteis, ainda verificamos a possibilidade de fragmentação e/ou capotamento, além dos danos causados pela expansão dos tecidos além da zona elástica (cavidade temporária). BALÍSTICA TERMINAL BALÍSTICA TERMINAL M193 (55gr.) BALÍSTICA TERMINAL Penetração do projétil (profundidade da lesão) Neste quesito é importante frisar que, quanto mais fundo um projétil chegar no corpo humano, maior a quantidade de dano ele produzirá nas estruturas por ele percorridas. Tal quesito é relevante pois, nem sempre o agressor esta de frente para o atirador e, os órgãos vitais geralmente estão não posições mais profundas do corpo, quase sempre protegidos por uma estrutura mais densa, a exemplo dos ossos. Entretanto, para execução das atividade policiais, deve haver uma penetração adequada, a fim de evitar que o projétil ultrapasse o alvo e provoque algum dano colateral indesejado. BALÍSTICA TERMINAL Penetração do projétil (profundidade da lesão) Ainda que deve-se levar em conta a que nem todos os disparos são realizados de forma direta pois, pode haver alguma barreia intermediária entre o atirador e o agressor, a exemplo roupas grossas, vidro, metal, etc. Por convenção, grande parte das Instituições policiais pelo mundo, incluindo o Brasil, se apoia na tese do FBI de que um cartucho de arma efetivo deve possuir, dentre outras a capacidade de penetração de 12 a 18 polegadas no método de ensaio estipulado (gelatina balística). BALÍSTICA TERMINAL BALÍSTICA TERMINAL Incapacitação Psicológica Embora passe de ser uma regra geral, existe uma grande possibilidade de se conseguir incapacitar um agressor sem que haja danos fisiológicos compatíveis, ou ainda, sequer tenha algum tipo de dano. São situações que, embora o corpo esteja em condições de combater a mente desistiu antes, dentre as quais podemos citar: • Sobrevivência (desejo de viver) • Mentalidade de combate BALÍSTICA TERMINAL Incapacitação Psicológica Sobrevivência (desejo de viver) Todas as pessoas em condições psicológicas normais querem sobreviver a um encontro mortal. Assim, em situações críticas, geralmente há opção de duas vias, ou luta para sair vivo ou foge da situação. Portanto a determinação de qual postura o oponente adotará é o evento concreto e sua capacidade de reação. BALÍSTICA TERMINAL Incapacitação Psicológica Mentalidade de combate Estar preparado para um possível combate leva a uma vantagem estratégica contra o agressor. A preparação psicológica aguça o parte fisiológica do corpo, envolvendo liberação de hormônios e majorando os limites de dor e aumentando a capacidade oxigenação docérebro e músculos. Estar em condições de combate auxilia também na prevenção contra uma agressão, muitas vezes evitando-a. BALÍSTICA TERMINAL Escolha do armamento, calibre e tipo de munição. Primeiramente, é necessário destacar que um policial treinado acerta em média 20% dos seus disparos em uma situação de combate devido a redução da habilidade individual provocada pelo stress de uma situação real. Neste cenário, quanto mais munição o operador tiver a disposição, e mais rápido conseguir enquadrar seus aparelho de pontaria melhor. Neste cenário o calibre 9x19mm tem ganhado destaque mundial no cenário policial nos últimos anos, por apresentar grande capacidade de munição, baixo recuo, menor stress gerado do equipamento, e munição mais barata, otimizando o processo de treinamento. Referências • Balística para profissionais do direito – João da Cunha Neto • Balística aplicada aos locais de crime – João Bosco Silvino Junior • Síntese de armamento e tiro – CONAT/DPF Leitura complementar: • https://gassentiro.com.br/calibre-40-sw/ • https://gassentiro.com.br/historia-do-calibre-9mm/ • https://infoarmas.com.br/uma-visao-contemporanea-sobre-poder-de-parada/ https://gassentiro.com.br/calibre-40-sw/ https://gassentiro.com.br/historia-do-calibre-9mm/ https://infoarmas.com.br/uma-visao-contemporanea-sobre-poder-de-parada/