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Unidade Temática Avaliação Clínico-Nutricional em Estética Pós-graduação EaD Nutrição Clínica e Estética PÓS-GRADUAÇÃO EAD Solicitação e Análise de Exames Bioquímicos SUMÁRIO Introdução à solicitação de exames laboratoriais pelo nutricionista 05 14 Metabolismo de carboidratos 35 Metabolismo de lipídios 67 77 83 54 Hormônios Parâmetros de avaliação da função hepática e relevância clínica em estética Parâmetros de avaliação da função renal e relevância clínica em estética Parâmetros de avaliação em imunologia e sua relevância clínica em estética 3 3 SUMÁRIO Hemograma total e frações 90 114 Vitaminas: parâmetros bioquímicos e relevância clínica Mineralograma 130 Coprologia funcional na avaliação da ingestão, digestão, absorção Intolerâncias e Alergias Alimentares Referências 3 3 123 125 126 1 INTRODUÇÃO À SOLICITAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS PELO NUTRICIONISTA É muito importante no acompanhamento nutricional a solicitação de alguns exames bioquímicos para que o nutricionista possa olhar para o paciente, além dos sinais e sintomas, e oferecer um tratamento mais adequado e eficaz. Para avaliar o paciente de maneira global, pois devemos olhar aos sinais e sintomas, a junção de todas as informações nos direciona a uma avaliação nutricional mais completa: • Antropometria • Bioquímica • Clinica • Dietética 5 Importante ressaltar que o nutricionista não pode dar nenhum diagnóstico clínico, isso é competência do médico especialista. Mesmo que o exame solicitado apresente alterações, o nutricionista deve tomar o cuidado de não fazer o diagnóstico e sim encaminhar o paciente para o médico responsável. Normalmente, os pacientes já chegam com os exames realizados anteriormente e o nutricionista pode solicitá-los novamente para controle e acompanhamento dos parâmetros. O Conselho Federal de Nutrição dispõe da resolução CFN n 306/2003 que dispõe sobre a solicitação de exames laboratoriais na área de nutrição: Art. 1o. Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários a ̀ avaliação, a ̀ prescrição e a ̀ evolução nutricional do cliente- paciente. Art. 2o. O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. 7 Paragrafo único. No contexto da responsabilidade que decorre do disposto no capitulo deste artigo, o nutricionista deverá: • I - considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, socioeconômicas e religiosas, desenvolvendo a assistência integrada junto a ̀ equipe multiprofissional; • II - considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional, definindo com estes, sempre que pertinente, outros exames laboratoriais; • III - atuar considerando o cliente-paciente globalmente, desenvolvendo a assistência integrada a ̀ equipe multidisciplinar; 8 IV - respeitar os princípios da bioética; V - solicitar exames laboratoriais cujos métodos e técnicas tenham sido aprovados cientificamente. Art. 3o - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Nutricionistas. Art. 4o - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a Resolução CFN no 236, de 17 de março de 2000. 9 Parecer técnico CRN-3 03/2014 esclarece e orienta: A definição dos exames bioquímicos que o nutricionista solicita está na dependência do objetivo pretendido e do diagnóstico nutricional, momento e tipo de tratamento dietoterápico em que o paciente se encontra. A periodicidade dessa solicitação decorre do acompanhamento da evolução nutricional do paciente. Compete ao nutricionista inteira responsabilidade sobre as justificativas técnicas para tais solicitações bem como sobre a leitura e interpretação dos resultados que estes exames oferecem. 10 Os exames laboratoriais de hematologia e bioquímica clínica de interesse para o diagnóstico nutricional e acompanhamento da evolução do paciente, podem ser: • Exames laboratoriais utilizados em avaliação nutricional: hemograma completo, proteínas totais, proteína ligadura de retinol, índice de creatinina- altura (ICA); • Exames bioquímicos para avaliação e acompanhamento de doenças cardiovasculares: triglicérides, colesterol total, HDL, LDL, VLDL; • Exames utilizados para acompanhamento de doenças endócrinas: glicemia, teste oral de tolerância a ̀ glicose, insulina, peptídeo C, hemoglobina clicada; 12 • Exames para avaliação da tireoide: tiroxina (total e livre), triiodotironina, globulina ligadora de tiroxina (TGB), hormônio estimulador da tireoide (TSH); • Exames utilizados para acompanhamento de doenças renais: gasometria, ureia, creatinina, sódio, cálcio (total e iônico), potássio sérico, fósforo sérico, magnésio sérico, acido úrico, oxalato, citrato, proteína; • Exames laboratoriais para acompanhamento de doenças hepáticas: alanina aminotransferase (ALT); aspartato aminotransferase (AST), gama glutamiltransferase (GGT), bilirrubina; • Exames laboratoriais para acompanhamento de anemia: ferro, transferrina, ferritina, capacidade total de ligação do ferro; • Acompanhamento laboratorial de carências específicas advindas de cirurgia bariátrica: vitamina B12, acido fólico, cálcio total e ferro. • O nutricionista deve considerar os diagnósticos, laudos e pareceres e, sempre que pertinente, definir outros exames laboratoriais com os demais integrantes da equipe; • A interpretação dos exames laboratoriais deve ser considerada juntamente com outros indicadores diretos e indiretos para obtenção da avaliação nutricional; • A identificação profissional deve estar de acordo com o Código de Ética do Nutricionista, portanto faz-se necessário informar a profissão, nome, número de inscrição no Conselho Regional de Nutricionistas e respectiva jurisdição. É feito através da solicitação da glicemia, ou seja, da glicose no sangue. Objetivo: Avaliar o metabolismo dos carboidratos e o padrão glicêmico de resposta glicêmica do paciente Importante para detectar hiperglicemia ou hipoglicemia em pacientes que apresentem sinais e sintomas, por isso é importante realizar a semiologia (estudo dos sinais e sintomas) no paciente 14 2 METABOLISMO DE CARBOIDRATOS 15 Hiperglicemia Hipoglicemia Sede aumentada (Polifagia) Sudorese Volume urinário aumentado (polidipsia) Fome excessiva Fadiga Tremores Visão embaçada Ansiedade Infecções que não cicatrizam Visão embaçada Confusão/taquicardia/mudanç as no comportamento Quadro 1. Sinais e sintomas das alterações da glicemia As causas das alterações da glicemia podem ser: • Insulinoma: tumor nas células pancreáticas que provoca um aumento na produção de insulina • Superdosagem de insulina (paciente que faz uso da insulina e não se alimenta corretamente) • Alterações hormonais • Privação prolongada de carboidratos • Tumores não pancreáticos • Alcoolismo • Alimentar (cirurgia gástrica) – Síndrome de dumping • DM subclínica/inicial do tipo II • Funcional ou síndrome pós-prandial idiopática • Hipoglicemia reativa (reação maior a subida da glicemia, quando a glicemia sobe a insulina também sobe. Nesses casos, o pâncreas tem uma reação mais exacerbada e libera mais insulina que a necessidade para a quantidade de carboidrato consumida. • Chama-se reativa pois quando mais CHO e quanto maior a carga glicêmica do alimento maior a reação 2.1 Diagnóstico de hipoglicemia: Fazer a tríade de Whipple: • Glicose < 45 mg/dL • Sintomas hipoglicêmicos • Reversibilidade dos sintomas após administração de glicose Teste oral de intolerância a glicose (TOTG) 5h: <50mh/dL Exames: Glicemia de jejum Realizado em jejum 8 a 10h 18 Quadro 2: Valores de referência de glicemia em jejum em homens e mulheres não gestantes Dosagem Classificação 99mg/dL Normal 100 a 126mh/dL Glicemia inapropriada acima de 126mg/dL Diabéticos O valorde 126mg/dL foi estabelecido pois concentrações superiores provocam alterações microvasculares e elevado risco de doenças macrovasculares. 2.2 Hemoglobina glicada ou glicosilada – hbG 20 É importante para o controle do paciente diabético, pois, tem como objetivo fazer a avaliação da glicemia de até 2 meses anteriores ao exame Valor de referência: 5,7% sem risco O percentual do hemoglobina glicada oferece indicativos de como foi a variação da glicemia nos últimos meses Quadro 3. Percentual de hemoglobina glicada e indicativos da variação da glicemia nos últimos meses Porcentual Glicemia 5% 97 (76-120mg/dL) 6% 126 (100-152 mg/dL) 7% 154 (123-185 mg/dL) 8% 183 (147-217 mg/dL) 9% 212 (170 – 249 mg/dL) 10% 240 (193 - 282 mg/dL) 11% 269 (217 - 314 mg/dL) 12% 298 (240 - 347 mg/dL) 2.2.1 Interpretação clínica do exame de hbG: 22 Glicose normal + hbG alta = Indica controle inadequado nos últimos 2 meses Glicose alta + hbG normal = Bom controle 2.3 Insulina: Objetivo: Diagnóstico de insulinoma e resistência a insulina, estando elevada nas duas situações e reduzido no DM tipo I pelo defeito nas células do pâncreas. Quadro 4: Valores de referência de insulina no sangue de acordo com o IMC: 24 IMC Quantidade de insulina até 25 2 a 13 mU/L entre 25 e 30 2 a 19 mU/L acima de 30 2 a 23 mU/L OBS: As referências podem mudar de laboratório por laboratório, então use a referência do local que foi feito o exame. Relacionar as dosagens de insulina e da glicemia, ambas em jejum, descrito em 1985 por David Matheus. Objetivo: Determinar a resistência a insulina (HOMA-IR) e a capacidade funcional das células pancreáticas (HOMA-BETA) Fórmulas: 2.4 Cálculo do índice de HOMA HOMA-IR = (glicemia jejum x 0,0555) x (insulina de jejum)/22,5 Quadro 5: Valores de referência HOMA-IR 26 IMC Indice HOMA-IR até 25 0,4 a 2,9 entre 25 e 30 0,4 a 4,3 acima de 30 0,7 a 8,2 HOMA-BETA = (20x insulina jejum)/(glicemia jejum X 0,0555) – 3,5 Valores de referência normais: 167,0 a 175,0 3.4 Teste de intolerância a glicose – Curva glicêmica Protocolo: Administração de 75g de glicose em solução aquosa a 25% por via oral e coletas seriadas (0; 30; 60; 90 e 120 minutos) de sangue para a dosagem da glicose. Crianças: 1,75g/kg de peso, até dose máxima de 75g Objetivo: analisar como a glicemia se comporta de 0 a 2h Quadro 6: Valores de referência do teste de intolerância a glicose 28 Dosagem Referência Menos de 140mg/dL* tolerância normal a glicose De 140 a 200 mg/dL* tolerância a glicose alterada (pré –diabetes) Acima de 200mg/dL* em 2 exames Diabetes *Amostra colhida após 2h da administração de 75g de glicose Importante: Valores não aplicáveis em gestantes Considerações importantes para o diagnóstico: Medicações Agentes químicos Desordens hormonais Idade Antes do teste • Ingestão de carboidratos • Tempo de jejum • Cirurgia digestória • Tiazidas • Estrogenios • Fenitoina • Propalol • Corticoesteroides • Idade – após os 40 as alterações são comuns • Inatividade física • Peso • Estresse Durante o teste • Postura • Náusea • Ansiedade • Cafeína • Tabagismo • Horário do dia • Atividade • Quantidade de glicose ingerida Fatores que afetam o resultado: Resultado de curva glicêmica anormal na ausência de DM pode significar em: • Hepatopatias: Cirrose, hepatite, insuficiência hepática • Inatividade física prolongada: Torna mais lenta a utilização da glicose • Estresse agudo: Estimula secreção de cortisol e adrenalina que inibem a ação da insulina. No estresse necessitamos de energia extra • Todas as condições acompanhadas de depleção de potássio, pois reduzem a secreção de insulina • Acromegalia: Excesso de produção de GH e na síndrome de Cushing (cortisol): maior estimulo a gliconeogênese e consequente aumento da glicemia 30 Outras doenças: Insuficiência renal crônica Medicamentos: Corticosteroides, antidepressivos, diuréticos, adrenalina, estrogênios, lítio, fenitoína e salicilatos Ingestão excessiva de alimentos Hipertireoidismo Câncer pancreático Pancreatite 31 Quadro 6: Resumo dos critérios diagnóstico do metabolismo dos carboidratos HbG Glicemia jejum TTGO 75g (2h) Aceitável <100 mg/dL < 140 mg/dL Pré-diabetes 5.7% - 6.4% 1---125 mg/dL 140 -199 mg/dL Diabetes > 6.5% >ou = 126 mg/dL > ou = 200 mg/dL Hipoglicemia < 45mg/dL <50mg/dL 2.5 Diagnóstico de DM: • Glicemia de jejum feito em 2 dias diferentes associado a curva glicêmica. • A qualquer hora de forma aleatória • Pós prandial – para verificar a resposta aquela refeição 33 2.6 Considerações finais: • Curva glicêmica: para determinar a resposta glicêmica a dose de glicose oferecida. • Identifica a função do organismo a manter a glicemia, pois ela oscila de acordo com a rotina, estresse e alimentação. • Quando existe um aumento da glicemia sinaliza ao pâncreas que libera insulina (hormônio hipoglicemiante),objetivo reduzir a glicemia • Quando a glicemia baixa o pâncreas libera o glucagon (hormônio hiperglicemiante) para o aumento do glicogênio hepático para que a glicose vá para circulação. • Para não muito picos de glicemia, preferencia para os alimentos de baixa carga glicêmica. 34 3. METABOLISMO DOS LIPÍDEOS Lipidograma Objetivo: Avaliação do perfil lipídico 3.1 Triacilglicerol – Triglicerídeos Hipertrigliceridemia: excesso de triglicerídeos no sangue Causas: Alto consumo de carboidratos. O carboidrato consumido em excesso é transformado em triglicerídeos no organismo. Tem associação direta com padrão glicêmico, por isso deve ser avaliado junto com os exames do metabolismo dos carboidratos. 35 Quadro 7: Valor de referência de triglicerídeos e risco cardiovascular <150 mg/dL Ótimo 150-200 mg/dL Limítrofe 200-499 mg/dL Alto > 500 mg/dL Muito alto Principais causas: • Familiar • Obesidade • Doenças cardiovasculares • DM • Hepatopatias colestaticas crônicas • Síndrome nefrotica • Alcoolismo • Hipotireoidismo • Síndrome de Cushing 37 A concentração pode ser influenciada por: • Hábitos dietéticos recentes • Alcoolismo • Peso corporal • Exercício físico 3.2 Colesterol total • Substância vital. É produzido no fígado se não for consumido. • Importante para produção hormonal, principalmente os hormônios esteróides • Representa risco a saúde quando os valores estão aumentados ou diminuídos. Objetivo: avaliar o risco para doenças arteriais coronárias • Componente principal da LDL – Lipoproteína de baixa densidade, composta principalmente por colesterol. 38 Quadro 8 : Valor de referência do colesterol total <200 mg/dL Desejável 200-239 mg/dL Levemente aumentado >240 mg/dL Alto Não existe valor de referência mínimo, mas deve-se ficar atento a valores muito baixos para não prejudicar produção hormonal Principais causas da hipercolesterolemia: • Hipercolesterolemia familiar • Aterosclerose • DM • Síndrome nefrótica • Hipotireoidismo • Doenças Colestáticas do fígado (órgão responsável pela síntese de colesterol) 40 Pode ser influenciada por: • Dieta: O excesso de açúcar é prejudicial. Não adianta tirar gordura da dieta • Exercícios físicos • Idade • Sexo • Raça 41 3.3 HDL – Lipoproteína de alto densidade Considerada o ‘bom colesterol’ pois tem ação protetora, ou seja, faz transporte reverso do colesterol no fígado. Ajuda no controle do colesterol sanguíneo. Quadro 9: Valores de referência de HDL para homens e mulheres 42 Homens Mulheres Resultado >55 mg/dL >65 mg/dL Desejável 35-55 mg/dL 45 – 65 mg/dL Risco Aumentado < 35 mg/dL <45 mg/dL Alto risco 3.4 LDL: lipoproteína de baixa densidade Considerado o mal colesterol pois possui mais partículas aterogênicas, por isso esta associada a aterosclerose. O maior risco cardiovascular é quando a LDL esta oxidada, por isso a importância de se consumir antioxidantes no tratamento da hipercolesterolêmia, pois quanto maior a quantidade no sangue, maior o risco de oxidação e o processo de oxidaçãovai levar a capacidade que LDL tem de entrar na celular e iniciar o processo de aterosclerose. 43 Quadro 10: Valores de referencia de LDL para homens e mulheres 44 < 100 mg/dL Ótimo 100-129 mg/dL Regular 130-159 mg/dL Leve aumento 160-189 mg/dL Alto >190 mg/dL Muito alto 45 3.5 VLDL: Lipoproteína de muita baixa densidade Tem muito mais gordura, maior teor de triglicerídeos Quadro 11. Valores de referencia da VLDL Até 30 mg/dL Desejável 30 – 40 mg/dL Discretamente elevado 40 - 99 mg/dL Elevado ≥100 mg/dL Muito elevado 3.6 Colesterol não HDL Uma simples conta chega-se no valor de colesterol não HDL 46 Colesterol total – HDL = Colesterol não HDL Quadro 12: Valor de referência para colesterol não HDL Valor de referencia Classificação 130 – Considerar 100 para pacientes com histórico familiar Desejável 130 – 159 mg/dL Adequado 160 – 189 mg/dL Discretamente elevado 190 – 219 mg/dL Elevado ≥ 220 mg/dL Muito elevado 3.7 Hipocolesterolemia Referência: ≤ 150 mg/dL Riscos: • Aumento do risco de mortalidade • Aumento do tempo de permanência no hospital • Prejuízos na produção hormonal Analisar os resultados pode trazer erros de interpretação, por isso foram criados Índices para fazer a relação das frações e avaliar o paciente de forma individual 47 Índice de Castelli I 48 Fórmula = Colesterol / HDL Valores de referência: Homens: Até 5,4 Mulheres: Até 4,4 Fórmula = LDL/ HDl Valores de referência: Homens: Até 3,3 Mulheres: Até 2,9 Índice de Castelli II Como interpretar: Valores acima do Índice mostram um risco aumentado para DCV. É interessante fazer esse índice para verificar o risco, mesmo quando o resultado dentro do adequado. Outra relação: 49 Fórmula = TG/ HDL Valor de referência: Não superior a 2 3.8 Proteína C reativa • Para avaliar o paciente por completo avaliar o PCR – Proteína C reativa – Proteína de fase aguda positiva, relação com processo inflamatório • Aumentada 4-6 horas da injuria ou doença • Pode ser usada para monitorar o progresso de reações de estresse • Pode ser marcador de risco aumentado pela doenças cardiovascular 50 Quadro 13: Valores de referência como indicador de processos inflamatórios 51 Valor de referencia Risco 1,0 a 5, mg/dL Infecções virais e processos inflamatórios leves 5,1 a 20,0 mg/dL Infecções bacterianas e processos inflamatórios sistêmicos Acima de 20,0 mg/dL Infecções graves, grandes queimados e poli traumatismos Esses valores são simples referência, deve ser interpretado de acordo com o histórico do paciente Quadro 14: Valores de referência como indicador de risco cardiovascular 52 Valor de referencia Risco Abaixo de 0,1 mg/dL Risco baixo 0,1 a 0,3 mg/dL Risco intermediário Acima de 0,3 mg/dL Risco alto 3.9 Homocisteina • As vitaminas B6, B9 e B12 são essências e o risco aumentado cardiovascular por homocisteina pode ter relação com a deficiência dessas vitaminas. • Ela é altamente trombogênica, sempre associar ao colesterol. • Se apresentar alteração tratamento nutricional é com B6, B9 e B12. • Parâmetros de avaliação da função endócrina e relevância clínica em estética. 53 4.1 Tireóide 4.1.1 TSH É um hormônio hipotalâmico-hipofisário, que dá o estimulo sobre a glândula da tireoide para que ela produza seus hormônios T3 e T4 54 4 HORMÔNIOS Valor de referência: 0,3 a 5 micro UI/mL 4.1.2 T4 Também conhecido como o hormônio inativo da tireoide. 55 Valor de referência: 0,75 a 1,80 pg/dL 4.1.3 T3 – Triiodotironina Valor de referência: 2,30 a 4,20 pg/mL O T3 e o T4 são hormônios produzidos pela glândula da tireoide importantes para o controle do metabolismo basal Anticorpos Antitireoidianos Principais Anticorpos Anti-Tireoperoxidase – anti-TPO VR: menor que 15UI/mL 56 57 4.1.4 Anticorpo Anti-tireoglubina (Anti-Tg) Valor de referência: Inferior a 115 UI/mL 4.1.5 Anticorpos anti-receptores de TSH – TRAb Valor de referência: Inferior que 1,5 UI/L ate 1,75 UI/L Anti-Tg e TRAb são importantes para Investigar problemas da tireoide de origem autoimune como a tireoidite de Hashimoto. 58 4.1.6 Condutas nutricionais nas disfunções da glândula da tireoide Cuidado com a glândula adrenal: evitar cafeína e açúcar refinado Reduzir alimentos com glúten Evitar tomar líquidos em embalagens plásticas Evitar adoçantes Evitar soja O processo de produção de T3 e T4 ocorre da seguinte forma: A hipófise libera o TSH que age na glândula tireoide que utiliza iodo na produção de T3 e T4. O feedback negativo ocorre quando o hormônio TSH exerce sua função e a hipófise recebe a mensagem que ele não precisa liberar mais hormônios. 59 4.1.7 Hipertireoidismo A interpretação do hipertireoidismo pode ocorrer por diferentes analises dos exames: 4.1.7.1 TSH alto + T3 e T4 aumentado = Hipertireoidismo secundário A hipófise esta produzindo muito TSH, e como consequência aumentando a produção de T3 e T4 pela tireoide. 4.1.7.1 TSH baixo + T3 e T4 Alto = Hipertireoidismo primário A tireoide que esta produzindo maior quantidade de hormônios 60 4.1.8 Hipotireoidismo 4.1.8.1 TSH alto + T3 e T4 baixo = Hipotireoidismo primário O TSH não consegue fazer com que a glândula produza os hormônios e não ocorre o feedback negative 4.1.8.2 TSH baixo + T3 e T4 baixo = Hipotireoidismo secundário A tireoide não produz os hormônios pois a hipófise não esta librando o TSH para estimular a tireoide 61 4.2 Cortisol Conhecido como o hormônio do estresse crônico. Tem relação direta com a hiperglicemia, pois é um hormônio proteolítico, ou seja, aumenta a glicemia as custas de quebra muscular. Relação com a estética pois pode promover flacidez, dificuldades no ganho de massa muscular e no emagrecimento. Valor de referência: 3,7 a 19,4 ug/dL 62 4.3 Prolactina Hormônio encontrado principalmente em gestantes e lactantes. Pode estar alterado no hipotireoidismo Possíveis causas de deficiência: Dopamina Baixo GABA Deficiência de Vitamina D Corticosteroides 63 Pode estar aumentado nas seguintes situações: Mulheres: • Gravidez • Amamentação • Sono • Manipulação das mamas • Estresse Serotonina • Ocitocina • Manifestações clinicas da hiperprolactinemia • Galactorreia • Anovulação • Insuficiência lútea • Hirsutismo – pelos no rosto • Infertilidade • Mastalgia • Cefaléia Homens: • Perda de libido • Impotência sexual • Hipogonadismo • Galactorreia (produção de leite) 64 Quadro 14. Valor de referência para prolactina em homens e mulheres Feminino: 1,9 a 25,0 Masculino: 2,5 a 17,0 65 4.4 Estradiol Este hormônio tem relação com a saúde óssea e da pele Quadro 15. Relação da dosagem de estradiol e estética Hipoandrogenismo Hiperandrogenismo Redução da hidratação Redução da síntese de colágeno Aumento de seborreia Redução Atividade mitótica da camada basal Pelos e alopecia androgênica Redução do tônus e elasticidade Sudorese e odor forte Redução da Atividade dos melanocitos Irregularidades menstruais Relação com a osteoporose e osteopenia 66 Quadro 16: Valores de referência de estradiol para homens e mulheres Mulheres Homens Fase folicular – 12,3 a 254,0 pg/ml Até 36,0 pg/ml Meio do ciclo – 30 a 597 pg/ml Fase lutea – 16 a 264 pg/ml Pós menopausa – ate 39,4 67 5.1 Função hepática Para avaliar a função hepática são dosadas as transaminases AST (TGO) – Indica lesões graves e profundas no fígado ALT (TGP) – Danos celulares extensos e superficiais Quadro 17. Valores de referência para TGO e TGP TGO 40 U/L TGP 41 U/L 5 PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPÁTICA E RELEVÂNCIA CLÍNICA EM ESTÉTICA 68 Podem estar aumentadas nas seguintes situações: Hepatite aguda Cirrose Colestase Carcinoma de fígado Infarto do miocárdio Distrofia muscular ICC Pancreatite O que mostra que essas transaminases são encontradas em outros órgãos e não somente no fígado 69 Podem estar reduzidas nas seguintes situações: TGO: Azotemia e dialiserenal crônica TGP: Infeção do trato urinário e malignidades Fazer a relação entre elas é importante para um correto diagnóstico: Fórmula: TGO/TGP= 0,7 a 1,4 Resultado: ≥ a 2: sugestivo de doença hepática alcoólica (hepatite e cirrose) 70 ALP: Fosfatase alcalina É uma enzima hepática que tem relação direta com metabolismo ósseo Quadro 18: Valor de referencia de ALP em adultos e crianças Adulto 13-43U/L Criança ate 12 anos 56-156 U/L 71 O Aumento pode representar: Obstrução extra-hepatica e intra-hepatica Lesão hepatocelular aguda Doença de Paget Osteomalacia Raquitismo Hiperparatireoidismo Tumores osseos osteoblasticos Crianças e adolescentes e gestantes – fisiológico Baixa ALP = desnutrição 72 GGT – Gama GT Enzima para identificar lesão hepática e doenças inflamatórias. Principalmente nas doenças obstrutivas nas vias biliares Método de triagem para o alcoolismo Quadro 19. Valores de referencia de GGT para homens e mulheres Homens <55 U/L Mulheres <38U/L 73 Aumento: Ictericia obstrutiva Colangite Colecistite Hepatite infecciosa Esteatose hepática (desequilíbrio na composição corporal) Infarto Agudo do Miocardio Pancreatite aguda Anticonvulsivantes 74 Bilirrubinas Avalia icterícias e doenças hepáticas obstrutivas Originárias da quebra da hemácia, na hemólise que são liberadas. O fígado capta para eliminar via bile, por isso faz parte do perfil hepática pois se o fígado tiver dificuldade em eliminá-la. 75 Hiperbilirrubinemia não conjugada ou indireta Icterícia fisiológica do RN Icterícia do leite materno Icterícia hemolítica do RN Anemia hemolítica Síndrome de Gilbert Hiperbilirrubinemia conjugada ou direta Relação direta com fígado Colestase intra-hepática Colestases extra-hepáticas 76 Quadro 20. Valores de referência de bilirrubinas Bilirrubina Total: até 1,0 mg/dL Direta: até 0,25 mg/dL Indireta até 0,80 mg/dL 77 Provas da função renal 6.1 Uréia • Avalia função renal • Composto nitrogenado não proteico, sintetizado no fígado e excretado pelas rins 6 PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL E RELEVÂNCIA CLÍNICA EM ESTÉTICA 78 Relacionada com a ingestão proteica Alta: Causas renais e pré-renal, obstrução renal, ingestão excessiva de proteínas, hemorroidas , estado catabólico, desidratação, corticoterapia, Não especifico de doença renal Baixa: Insuficiência hepática grave, dieta hipoproteica, anorexia nervosa Fígado no processo de detoxificação tem o ciclo da ureia, o fígado transforma amônia em ureia e o rim elimina via urina. O fígado perde a capacidade de converter amônia em ureia. 79 6.2 Creatinina Composto nitrogenado não proteico, derivada da creatina, excretada nos rins. Indicativo renal pois do jeito que é filtrada é eliminada na urina Clearance de creatina: Indica a depuração a creatinina na urina. Se aparecer menor que taxa de filtração na glomerular, indica que rim esta filtrando menos que deveria, indicativo de insuficiência renal. Valor de referência: Soro: 0,4 a 1,3 mg/dL Urina: Homens: 21-26 mg/kg/24h Mulheres: 16 – 22 mg/kg/24h 80 6.3 Acido úrico • Função renal e gota • Metabolismo de purinas • Relacionada a dieta, sexo, obesidade Quadro 21. Valor de referencia de acido úrico no soro em homens e mulheres Homens 2,5 a 7,0 mg/dL Mulheres 1,5 a 6,0 mg/dL 81 Hipeuricemia: • Gota • Doenças renais • Medicamentos • Diuréticos, benzotiazidicos • Álcool • Atividade física intensa • DM – Cetoacidose • Síndromes mieloproliferativas, leucemia linfocitica crônica, mieloma, psoríase, Terapia com drogas citotóxicas • Obesidade • Cardiopatia Aterosclerótica • HAS 82 6.4 Exame de urina: Elementos e sedimentos anormais na urina Também solicitado como Urina tipo B ou tipo I Análise física: cor, aspecto, gravidade especifica Análise clinica: pH, albumina, glicose, bilirrubina, cetona, e elementos anormais como eritrócitos, leucócitos, bactérias, cristais Resultados: • Cor: amarelo • Aspecto: límpido • Densidade: 1,015 – normal entre 1005 a 1030 • pH: 5,0 (normal entre 5,5 a 7,5) Químico: • Proteínas: ausente • glicose 0- ausente • Bilirrubina ausente • Cetona ausente Elementos anormais como eritrócitos, leucócitos, bactérias, cristais Analisar a urina é um importante preditor de homeostase do organismo. 83 7.1 Complemento C3 e C4 C3: 90 a 300 mg/dL Avaliação de portadores de doenças autoimunes em que há consumo de complemento e estados inflamatórios agudos C4: 15 a 45 mg/dL Deficiência congênita do complemento e em doenças como: LES, doença do soro, glomerulonefrites. 7. PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO EM IMUNOLOGIA E SUA RELEVÂNCIA CLÍNICA EM ESTÉTICA 84 7.2 Imunoglobulinas IgA: Idade Valor de referencia (mg/dL) 0-1 Até 110 1 – 15 15 - 250 Adultos 70 – 400 Deficiência congênita ou adquirida de IgA Elevados: portadores de tumores celulares e em processos inflamatórios 85 IgG Idade Valor de referencia (mg/dL) 0-1 200 - 1200 1 - 15 340 - 1600 Adultos 650 - 1600 Imunodeficiência da imunidade humoral congênita, transitória ou adquirida Aumentada em AIDS, mieloma múltiplo, e em processos inflamatórios crônicos. 86 IgM: Idade Valor de referencia (mg/dL) 0-1 20 - 150 1 - 15 45 - 300 Adultos 60 - 300 Imunidade humoral para diagnóstico da síndrome de Aldrich, deficiência na produção. Terapia de macrogobulinemia de Waldenstrom ou mieloma múltiplo. 87 FAN – Fator antinuclear Auto –anticorpo dirigido contra constituintes do núcleo das células. Referência: não reagente Avaliação de doenças autoimunes Anticorpo anti DNA – marcador de Lúpus eritematoso sistêmico Fator reumatoide: Artrite reumatoide Coombs Direto: Pesquisa de sensibilidade eritrocitaria Referência: negativo Indicação: Anemias hemolíticas autoimunes, por isoimunização materno-fetal por transfusional. Falso positivo em uso de penicilina 88 Coombs indireto: Pesquisa de anticorpos irregulares Referencia: negativo Frações de complementos ligadas a hemácias, o que pode levar a hemólise. Exame de rotina de pré-natal em gestantes Rh negativas. Proteína C reativa: Presente nos processos inflamatórios. Alfa 1 glicoproteina acida Peso molecular baixo com meia vida de 5 dias e de fácil filtração pelos rins Masculino: 50 a 135 mg/dL Feminino: 40 a 120 mg/dL 89 Aumentada em: • Artrite reumatoide • Neoplasias • Queimaduras • Traumas • IAM • Exercício intenso • Lúpus • Doença de Crohn Reduzido em: • Hepatopatias e síndrome nefrotico Testes para HIV Carga viral: indica evolução da doença Taxa de CD4: Contagem das células T CR4+ em sangue periférico tem implicações prognosticas na evolução do HIV Proteína de fase aguda, importante no diagnostico de processos inflamatórios 90 Indica associações com os ouros exames Avaliação quantitativa e qualitativa das séries sanguíneas: • Eritograma (células vermelhas) • Leucograma (células brancas) • Plaquetograma (plaquetas) 8 HEMOGRAMA TOTAL E FRAÇÕES 91 8.1 Eritograma • Numero de eritrócitos • Hemoglobinas • Hematócrito • VCM • HCM • CHCM • RDW • Reticulócitos 92 8.1.1 Hematimetria: Estimativa indireta da quantidade de hemoglobinas Quadro 21: Valores de referência de hemoglobinas em milhões/mm3 Mulheres 4,0 a 5,6 Homens 4,5 – 6,5 Gestantes 3,9 – 5,6 10 a 12 anos 4,5 a 4,7 1 ano 4,0 a 4,7 3 meses 4,5 a 4,7 Recém-nascidos a termo 4,0 – 5,6 93 8.1.2 Hemoglobina: Quantidade de hemoglobina em g/dL Quadro 22: Contagem de hemoglobina Mulheres 12 a 16,5 Homens 13,5 – 18 Gestantes 11,5 – 16 10 a 12 anos 11,5 a 14,8 1 ano 11,0 a 13,0 3 meses 9,5 a 12,5 Recém-nascidos a termo 13,5 – 19,6 Em negros existe redução de 0,5 a 0,6 Idosos: Valores reduzidos após 65 anos, sem conhecimento da causa 94 8.1.3 Hematócrito Porcentagem que as células sanguíneas (hemácias) ocupam no volume sanguíneo. Objetivo: Baixo: Anemias = menor produção de células Alto: Policitemia ou hiperglobulia, DPCO = maior produção de células, reduz fluxo nos vasos, torna o sanguemais espesso. Em situações de falta de oxigênio, como em uma doença pulmonar, é produzido maior quantidade de hematócritos e pode prejudicar problemas cardíacos pelo aumento do numero de células. 95 Quadro 23: Contagem de hematócrito em porcentagem Mulheres 35 a 47 Homens 40 a 54 Gestantes 34 a 47 10 a 12 anos 37 a 44 1 ano 36 a 44 3 meses 32 a 44 Recém-nascidos a termo 44 a 62 96 8.1.4 VCM – Volume Corpuscular Médio Se refere ao tamanho da hemácia Pode ser considerada em: Normocitica: Célula de tamanho normal Microcitica: Célula de tamanho pequeno Macrocitica: célula de tamanho grande Quadro 24: VCM em fl Mulheres 81 a 101 Homens 82 a 101 10 a 12 anos 77 a 95 1 ano 77 a 101 3 meses 83 a 110 97 8.1.5 HCM – Hemoglobina corposcular média (pg) Valor reduzido: Hipocromia (menos hemoglobina) Normal: Normocromica Quadro 25: Valores de referencia do HCM em pg Mulheres 27 a 34 Homens 27 a 34 10 a 12 anos 24 a 30 1 ano 23 a 31 3 meses 24 a 34 98 8.1. 6 CHCM : Concentração da hemoglobina corpuscular (%) Quadro 26: Concentração da hemoglobina corpuscular (%) Mulheres 31,5 a 36 Homens 31,5 a 36 10 a 12 anos 30 a 33 1 ano 28 a 33 3 meses 27 a 34 99 8.1.7 – RDW Medida de variação do tamanho, amplitude da distribuição dos eritrócitos Valor de referência: 13 a 15% Aumento: Deficiência de acido fólico ou ferro, anemia hemolítica O RDW não indica tamanho da célula e sim a variação do tamanho da celular. Indica o grau de anisocitose (alteração do tamanho da hemácia) 100 Verificar o VCM quando aparecer anisocitose: Baixo: considerar microcitose. Tratamento com ferro, cobre aminoácidos Alto: Macrocitose: Aumento do tamanho das células Deficiência em B12 e acido fólico. Normal: Existe as duas alterações, pequenas e grandes. Quando aparecer poiquilocitose: Alteração na forma da hemácia 101 8.1.8 Reticulócitos Objetivo: Se a medula óssea esta respondendo de modo adequado as necessidades do corpo na produção de hemácias. Aumento, liberação precoce das hemácias pela medula • Sangramento • Anemia hemolítica • Doença hemolítica do recém-nascido Diminuição • Anemia por deficiência de ferro • Anemia perniciosa ou deficiência de acido fólico • Anemia aplástica • Radioterapia (afeta a síntese das células) • Inibição da medula óssea por infecção ou câncer Valor de referência: 0,5 a 1,5% Obs: Não faz parte do hemograma, deve ser pedido a parte A interpretação do hemograma deve ser combinada com a anamnese 102 8.1.9 Associações importantes com o eritrograma Perfil de ferro Dosagem de B12 Acido Fólico Bilirrubinas (porque vem da quebra da hemácia) Estudo da medula óssea Eletroforese de hemoglobina 103 8.1.10 Anemia: Hematócrito, hemoglobina e hemácias baixos podem representar uma anemia Fazer o teste de ferro para verificar se realmente existe uma deficiência de ferro. Analisar todos parâmetros: Situações: Ferro baixo + ferritina alta = Processos inflamatórios ou deficiência de cobre Ferro baixo + ferritina baixa = Anemia deficiência de ferro 104 Ferritina: Alta: grande capacidade de armazenamento Inflamação, infecção , deficiência de cobre ou hematomacrose Baixa: Anemia Capacidade total de ligação ferro: Aumentada: quando tem menor oferta de ferro Diminuída: Maior oferta de ferro, não relacionado com deficiência Saturação de transferrina: Diminuída: menor oferta de ferro Aumentada: Maior oferta de ferro, não relacionado com deficiência 105 Quando encontramos ferro baixo e ferritina alta, importante saber que a ferritina é uma proteína de fase aguda, elevada em processos inflamatórios e lembrar de olhar para o cobre, que em sua deficiência pode prejudicar a absorção de ferro. Quadro 27: Teste de suprimento e armazenamento de ferro Ferro sérico 50 – 150 ug/dL Capacidade total de ligação ferro 300-350 ug/dL Saturação de transferrina 25 a 50% Ferritina sérica 30 ug/L mulheres 100 ug/L Homens 106 8.1.11 Anemia por deficiência de cobre Microcitose + hipocromia + ferritina aumentada 8.1.12 Anemia por deficiência de B12 Redução no consumo alimentar Menor produção de fator intrínseco – Uso de medicamentos como antiácidos inibidores de bomba protônica ou por gastrectomia Infecção por H.pylori Competição pela absorção no intestino 107 Características do exame na anemia por deficiência de B12 Macrocitose (VCM 110-140fL) Leucopenia Reticulocitos baixos Vitamina B 12 sérica baixa Homocisteina Total alta Anisocitose Poiquilocitose Pode apresentar alterações neurológicas 108 8.1.13 Anemia por deficiência de acido fólico Ingestão inadequada Fármacos Álcool Aumento das necessidades na gravidez e na anemia hemolítica crônica Perda (diálise) Avaliação laboratorial: Vitamina B12 reduzida ou normal + Folato sérico reduzido Anemias Macrocíticas Reticulócitos aumentados = considerar hemorragia aguda Reticulócitos normais = Deficiência de B12 e folatos 109 8.2 Leucograma – Série branca Indica sistema imunológico, as células brancas tem função de defesa do organismo Função: • Defesa do organismo • Retirada de células mortas • Renovação de estruturas • Rejeição de enxertos • Memoria imunológica Valor de referência: 5.000 a 10.000 mm3 110 Principais tipos: • Neutrófilos: Fagocitam e destroem bactérias • Eosinófilos: Aumentam o numero e são ativados na presença de infecções e alergias • Basófilos: Secretam heparina e histamina • Linfócitos: Produção de anticorpos e na imunidade célular • Monócitos: Digerem substancias estranhas não bacterianas 111 Quadro 29. Valores de referência do leucograma em porcentagem Leucograma Valores de referencia em % Neutrófilos 60 a 65 Basófilos 0 a 1 Eosinófilos 2 a 4 Linfócitos 20 a 30 Monócitos 4 a 8 Plasmócitos 0 a 1 Bastões 2 a 5 Aumentado: Leucocitose > 9.000/mm3 Redução: Leucopenia < 5.000/mm3 112 8.3 Plaquetas Menores elementos do sangue •Fragmentos dos megacariócitos • Vida útil: 5 a 9 dias • Participam da hemostasia • Participam do processo de coagulação Aumento: Trombocitose, respostas a ̀s infecc ̧o ̃es, inflamac ̧a ̃o e hemorragia. • gravidez • esforço prolongado – a ́lcool • altitude • apo ́s esplenectomia – ca ̂ncer • doenças infecciosas • doenças inflamato ́rias • doença de Hodgkin • hemorragias, intervenc ̧o ̃es cirúrgicas • estresse importante, queimaduras graves, traumatismo – cirrose, pancreatite. Redução: Trombocitopenia • hiperesplenismo • acometimentos virais • acometimento imunolo ́gico – medicamentos • aplasias 114 9.1 Sódio É um importante indicador do equilíbrio hídrico, pressão osmótica e excitabilidade neuromuscular Utilizado para detectar: • Desidratação • Edema • Desequilíbrio hidroeletrolítico • Doença ou condição relacionado ao cérebro e outros órgãos • Uso de diuréticos 9 VITAMINAS: PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E RELEVÂNCIA CLÍNICA Hiponatremia (Redução do sódio): Fraqueza, confusão e letargia Causas: Sudorese excessiva Queimaduras extensas Insuficiência renal Cetoacidose diabética Doença de Addison Pseudo-hiponatremia: Hiperglicemia, hiperlipidemia, hiperproteinemia 116 Hipernatremia (Excesso de sódio): Sede, diminuição da frequência urinaria, espasmos musculares e agitação Causas: Pouca ingestão de agua Diurese osmótica Queimaduras Diarreia intensa ou vomito prolongado Valor de referência: 135 – 149 mEq/L 117 9.2 Potássio Indicador de alterações no metabolismo celular e função neuromuscular Sua regulação ocorre por via renal e aldosterona Valor de referência: 3,5 – 4,9 mEq/L Excesso de potássio: Hipercalemia Causas: • Ingestão excessiva pela dieta • Desidratação • Insuficiência renal • Doença de Addison • Cetoacidose diabética 118 Deficiência de potássio: Hipocalemia Causas: • Alcoolismo • Diuréticos • Síndrome de Crohn • Síndrome de Cushing • Diarreia e vo ̂mito • Drogas (insulina) 119 9.3 Cálcio Importante para: • Formaça ̃o e manutenc ̧a ̃o de ossos e dentes • Coagulação sanguínea • Contraça ̃o muscular • Secreça ̃o de hormo ̂nios e enzimas • Transmissão nervosa Func ̧a ̃o cardi ́aca • É um dos minerais mais abundantes do corpo • Encontrado ossos, músculos (importante para contração muscular) • Regulado pro PTH, calcitonina e Vitamina D Valor de referência: 8,8 a 11,0 mg/dL Situações para avaliar o cálcio sanguíneo • Avaliar o metabolismo do cálcio e função da paratireoide SEMPRE AVALIAR COM O CALCIO • Hormônio da paratireoide (PTH): Auxilio na avaliação das hipocalemias ou hipercalemias. • Confirma diagnostico de hiperparatireoidismo. • Monitorar em pacientes com doença renal crônica. Alto: Má absorção de cálcio Deficiência renal crônica Deficiência de vitamina D Raquitismo 121 Baixo: • Hipoparatireoidismo • Doença de graves, intoxicação de Vitamina A ou D • Doenças malignas • Ajuda no diagnóstico de distúrbios neuromuscular, esqueléticos e endócrinos, arritmias, disfunção de coagulação do sangue, e desequilíbrio ácido-base do sangue. • Ajudar a diagnosticar e avaliar uma série de condições que afetam os ossos, coração, nervos, rins e dentes. • Monitorar as pessoas com insuficiência renal crônica, hiperparatireoidismo e certos tipos de tumores malignos. 122 9.4 Vitamina D Quadro 30: Valores de referência para vitamina D Deficiência Até 20 ng/mL Insuficiência De 2 a 29 ng/mL Suficiência De 30 a 100 ng/mL 123 O Mineralograma capilar tem como objetivo analisar intoxicação por cerca de 37 metais pesados. Esses elementos quando em excesso, ou sua deficiência, são incorporados a raiz no crescimento capilar, sendo capaz de registrar assim como no sangue e na urina a dosagem de alguns elementos. Pequenos tufos de cabelo são cortados bem próximos a raiz com uma tesoura esterilizada, sem o uso de luvas para não contaminar o material. O Oligoscan é um exame muito utilizado na pratica ortomolecular que permite a prescrição de formulas mais direcionadas e personalizadas ao paciente. 10 MINERALOGRAMA 124 Exemplo do resultado: 125 O Coprologico funcional é um exame que estuda as funções digestivas, cujos resultados permitem diagnosticar: • Insuficiência ga ́strica, pancrea ́tica e biliar • Hipersecreça ̃obiliar • Desvios da flora bacteriana, (fermentac ̧a ̃o hidrocarbonada e putrefac ̧a ̃o) • Si ́ndromes ileal e cecal, colites e outras alterações do trânsito intestinal. Sabemos que reconhecer a disbiose intestinal no paciente é de extrema importância para o sucesso do tratamento nutricional tanto para saúde quanto para os resultados estéticos esperados por ele. 11 COPROLOGIA FUNCIONAL NA AVALIAÇÃO DA INGESTÃO, DIGESTÃO, ABSORÇÃO 126 12.1 Intolerância a glicose Para diagnosticar a intolerância a glicose, pode ser feito por três diferentes teste: Teste de sobrecarga a glicose: Glicemia de jejum e sequencialmente após carga oral de 50g de lactose. (2g/kg para crianças até 50g). A glicemia é dosada em 0, 30 e 60, 120 minutos. Teste de acidez das fezes: Detecta os ácidos produzidos pela má ́ digestão da lactose. pH fecal inferiores a 5 associados com glicose e substancias redutoras positivas indicam intolerância a lactose, porém deve ser associadas com o teste de tolerância a ̀ lactose. 12 INTOLERÂNCIAS E ALERGIAS ALIMENTARES 127 Ar expirado: Exame de alto custo, com grande dificuldade na execução mas com alta sensibilidade. Monitora a quantidade de hidrogênio nos gases exalados pela respirac ̧a ̃o, apo ́s a ingesta ̃o da lactose. Quadro 31: Valores de referencia para o teste de tolerância a lactose para dose 50g de lactose Glicemia em jejum 80 mg/dL Glicemia em 30 min 89 mg/dL Glicemia em 60 min 93 mg/dL Glicemia em 120 min 88 mg/dL Considera-se normal a elevação da glicemia, em relação a ̀ de jejum, em pelo menos 20mg/dL em qualquer das amostras. 128 12.2 Glúten Podemos encontrar 3 diferentes tipos de sensibilidade ao glúten: Doença celíaca: Autoimune Sensibilidade ao glúten: alterações morfológicas, funcionais e imunológicas Alergia ao trigo: Reação imunológica mediada por IgE 129 Para o diagnóstico são feitos os seguintes exames laboratoriais: • Anticorpos Anti-Transglutaminase IgG e IgA : identificada como principal auto-antígeno na doença celíaca. Sa ̃o marcadores altamente específicos para a doença celi ́aca e dermatite herpetiforme. • Anti-Endomíso (EMA) IgA - Altamente específico (100%, sendo o teste de prefere ̂ncia para o "screening" de Doenc ̧a Celíaca. • Anticorpos Anti-Gliadina (AGA) IgG e IgA - O teste IgG é sensível, mas pouco específico, enquanto o IgA é específico, mas pouco sensível. Quando usados em conjunto possuem especificidade de 80% e sensibilidade de 95% para DC. AGA IgG. Melhor para sensibilidade ao glúten na ̃o-celíaca. Referências • AUGUSTO, Ana Lúcia e cols. Terapia nutricional. São Paulo, Atheneu, 1993, cap. IV. • COSTA, M.J.C. Interpretação de exames bioquímicos para o nutricionista. Ed. Atheneu; 2008. • CUPPARI, L. Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. SP: Manole; 2005. • GAW, A . Bioquímica Clínica. 2ª ed. Guanabara Koogan, 2001. • NAOUM, P.C. Doenças que alteram os exames bioquímicos. Atheneu; 2008. • OLSZEWER, E. Clinica Ortomolecular. 2 ed. Ed Roca; 2008. • WAITZBERG, Dan L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3a. edição, 2001. • COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI. C. Baes bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes dazses da visa, na saúde e na doença. São Paulo: Manole, 2013. 130 Pós-graduação EaD Nutrição Clínica e Estética posead@ipgs.com.br R. Dr. Freire Alemão, 225 - Mont'Serrat Porto Alegre - RS, 90450-060 Telefone: (51) 3062-9322 131