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Hidrodinâmica A hidrodinâmica estuda os fluidos em movimento. Para compreender o comportamento dos fluidos em movimento é necessário conhecermos as leis básicas que justificam o comportamento dos fluidos na hidrodinâmica. Fluido Ideal, não-viscoso, homogêneo e velocidade de escoamento constante em um determinado ponto em relação ao tempo (regime estacionário). Hidrodinâmica Consistia em injetar um filete de corante aquoso no centro de um tubo de vidro no qual escoava água. EXPERIMENTO DE REYNOLDS Hidrodinâmica 4 CLASSIFICAÇÃO DO ESCOAMENTO QUANTO À DIREÇÃO DA TRAJETÓRIA QUANTO À VARIAÇÃO NO TEMPO QUANTO À VARIAÇÃO NA TRAJETÓRIA QUANTO AO MOVIMENTO DE ROTAÇÃO Laminar Turbulento Permanente Não Permanente Irrotacional Variado Rotacional Uniforme Tipos de Fluxo - Laminar: silencioso/ proporcional à velocidade do Fluido - Turbulento: ruídos/ não proporcional Nº de Reynolds: limite entre fluxo laminar/ turbulento Re no SI = 2.000 (adimensional) Re = Vc x d x r, onde: η Re: nº Reynolds Se V fluxo< Vc = fluxo laminar Vc: velocidade crítica (m/s) Se V fluxo>Vc = fluxo turbulento d: densidade (Kg/m3) r: raio (m) η: viscosidade (Pa.s) Propriedades Físicas dos Fluidos • Viscosidade absoluta ou dinâmica () Pode ser encarada como a resistência do fluido ao escoamento, ou seja, é a resistência que todo fluido oferece ao movimento relativo de suas partes. Funciona como uma espécie de “atrito interno”, descrevendo a "fluidez" da substância. Por exemplo, o mel apresenta uma resistência maior à deformação (ao escoamento) que a água, dizemos , então, que ele é mais viscoso que água. Entendendo a viscosidade Forças tangenciais (forças de cisalhamento) arrastam o fluido no sentido do movimento. No fluido, a lâmina de líquido vizinha à placa adere a esta e acompanha a mesma em seu movimento. A lâmina seguinte desliza sobre a primeira, apresentando velocidade menor que a da placa. Quanto mais distante da placa estiver a lâmina líquida, menor é sua velocidade. Entendendo a viscosidade Forças tangenciais (forças de cisalhamento) arrastam o fluido no sentido do movimento. As forças de resistência viscosa agentes nas faces de uma lâmina têm intensidade proporcional à área das faces, e ao gradiente de velocidade entre elas: x v A F Propriedades Físicas dos Fluidos • Viscosidade absoluta () Matematicamente, - é a tensão cisalhante; - é a viscosidade absoluta; v/x - é o gradiente de velocidade, chamado taxa de cisalhamento, ou ainda, de taxa de deformação. • Principais unidades de medida: - Pa s (N m-2 s), lbf ft -2 s, centipoise = 10-2 dina cm-2 s. x v Propriedades Físicas dos Fluidos - é a tensão cisalhante; - é a viscosidade absoluta; v/x - é o gradiente de velocidade, chamado taxa de cisalhamento ou ainda taxa de deformação. x v Variação da viscosidade com a agitação Fluidos Newtonianos: x v x v x v x v k x v k 1uu Fluidos não-Newtonianos: u – índice de comportamento do escoamento; k – índice de consistência e - viscosidade aparente. Variação da viscosidade com a agitação x v x v x v k x v k 1uu Fluidos não-Newtonianos: Alguns exemplos: - Plástico ideal: suspensões de argila, pasta dental; - Dilatantes (u > 1): suspensões de amido e areia; - Pseudoplásticos (u < 1): soluções poliméricas, polpa de papel em água; - Tixotrópicos: muitas tintas, colas, sabões; - Reopéticos: suspensões de betonita e argila, sóis. Variação da viscosidade de fluidos newtonianos com T e p • Para gases: • Aumento na temperatura, aumenta a viscosidade; • A pressão somente influencia a partir de 1000 kPa, onde aumentos na pressão causam aumentos na viscosidade. Exemplo: a viscosidade do N2 a 25ºC dobra seu valor quando a pressão varia de 100 kPa para 50000 kPa. • Para líquidos: • Aumento na temperatura, diminui a viscosidade; • A pressão geralmente não exerce efeito, porém grandes aumentos já foram comprovados a pressões muito altas. H2O (10000 atm) = 2 H2O (1 atm). Variação da viscosidade com a temperatura Coeficiente de viscosidade - Líquidos e Gases Líquidos T (oC) (cP) Gases T (oC) (cP) água 0 1,80 Ar 0 0,01733 água 20 1,002 Ar 100 0,0202 água 100 0,2821 H2 0 0,0085 Éter sulfúrico 20 0,24 He 0 0,0189 Mercúrio 20 1,55 O2 0 0,0192 Glicerina anidra 20 1390 CO2 0 0,01370 Óleo de oliva 30 1200 CO2 100 0,01828 Propriedades Físicas dos Fluidos • Viscosidade cinemática () É a razão entre a viscosidade absoluta e a massa específica. Principais unidades de medida: - m2 s-1, ft2 s-1, centistokes (cSt) = 10-2 cm2 s-1. d (cP) μ )cSt( Propriedades Físicas dos Fluidos • Viscosidade cinemática () Unidades especiais empregadas na indústria: SSU (Segundo Saybolt Universal): Corresponde ao tempo, em segundos, que um fluido leva para escoar 60 cm3, em condições controladas de temperatura, através de um orifício padrão. Para viscosidades elevadas ( > 250 SSU), emprega-se ainda o SSF (Segundo Saybolt Furol), difere de SSU por empregar um orifício padrão com maior diâmetro. Equipamentos 18 Propriedades Físicas dos Fluidos • Pressão de vapor (Pvap) Corresponde à pressão em que a fase líquida está em equilíbrio com a fase gasosa (vapor). Compressão isotérmica - ab: compressão do vapor; - bc: mudança de fase (P = Pvap); - cd: compressão do líquido. Propriedades Físicas dos Fluidos • Pressão de vapor (Pvap) = s 20 Fluidos – Grandezas Fundamentais • Vazão: É a quantidade de fluido que atravessa um sistema estudado por unidade de tempo. • A vazão pode ser: • Vazão mássica: quantidade = massa; • Vazão volumétrica: quantidade = volume; • Vazão molar: quantidade = número de moles. • Algumas unidades de medida empregadas: • Vazão mássica = kg s-1, kg min-1, ton h-1, g s-1; • Vazão volumétrica: m3 s-1, m3 h-1, L s-1, galão h-1; • Vazão molar: mol s-1, mol h-1, kgmol s-1, lbmol s-1. Lei de Poiseuille F = x P x r4 8 x L x η Onde: F: fluxo (m3/s) P: diferença de pressão (P2 – P1) (Pa) r: raio (m) L: comprimento do tubo (m) η: viscosidade (Pa.s) L P1 P2 r Fatores físicos que condicionam o fluxo 1. Pressão: • ↑P = ↑ F ou ↓P = ↓F 2. Raio • ↑r = ↑ F ou ↓r = ↓F. É o fator mais determinante, pois está elevado à 4ª potência. 3. Comprimento do tubo • ↑L = ↓F ou ↓L = ↑ F 4. Viscosidade • ↑L = ↓F ou ↓L = ↑ F Biofísica da Circulação Anato-fisiologia: - grande circulação: sistêmica (3/4 volume de sangue) – 3,5 L - pequena circulação: pulmonar (1/4 volume de sangue) – 1,2 L - área total seccional variável - regime estacionário: volume ENTRA = SAI do coração Fluxo Sanguíneo - Quantidade de sangue (volume) que passa por determinado segmento em determinado tempo. F = V x A, onde: F: fluxo (m3/s) V: velocidade do fluxo (m/s) A: área do tubo (m2) Ex. Sabendo que o fluxo de um sistema em regime estacionário é de 100 cm3/min, determine a velocidade do fluxo em três vasos distintos: a) 10 cm2 = 100/ 10 = 10 cm/min b) 20 cm2 = 100/ 20 = 5 cm/min c) 100 cm2 = 100/100 = 1 cm/min Daí, percebe-se que quanto maior a área do vaso, em regime estacionário, menor a velocidade do fluxo. Aorta Capilares Veia cava Diâmetro 2 cm 8 μm 2,4 cm Número 1 2 bilhões 1 Área 3 cm2 2.200 cm2 4,5 cm2 Velocidade 28 cm/s 0,04 cm/s 19 cm/s Fluxo 28 x 3 = 84 cm3/s 0,04 x 2.200 = 88 cm3/s 19 x 4,5 = 86 cm3/s Fluxo SanguíneoPressão nos Capilares - estrutura: camada simples de céls. endoteliais - comprimento médio/ capilar = 0,08 a 012 cm Considerando V = 0,04 cm/s Sangue percorre o capilar em 2,0 a 2,5 s - velocidade baixa: permite trocas metabólicas - cerca de 5% do volume sanguíneo encontra-se nos capilares a todo momento – com fluxo 88 ml/s = 5L/min - trocas metabólicas: ação Phid/ Posm no capilar e no fluido intersticial COP: pressão osmótica capilar CHP: pressão hidrostática capilar IFOP: pressão osmótica líq. intersticial IFHP: pressão hidrostática líq. intersticial arterial venoso COP 28 28 CHP 30 10 IFOP 6 6 IFHP 5 5 Pressão nos Capilares Resistência Periférica - resistência: gerada pelo atrito/ dificuldade de passagem do fluxo Onde: R: resistência (R) P: diferença de pressão (mmHg) F: fluxo (mL/s) pressão resistência in ic ia l a o rt a g ra n d e s a rt é ri a s p e q u e n a s a rt é ri a s a rt é ri a s t e rm in a is a rt e rí o la s c a p ila re s v ê n u la s p e q u e n a s v e ia s g ra n d e s v e ia s v e ia c a v a fi n a l 0 10 20 30 40 50 60 R e s is tê n c ia ( % d o t o ta l) P re s s ã o ( m m H g ) 0 20 40 60 80 100 120 R = P F Campo Gravitacional Efeito do vetor G na circulação: - favorece a descida do sangue (P – efeito G) - dificulta a subida do sangue (P + efeito G) A cada 1cm de altura no campo G, a coluna de sangue pesa 0,78 mmHg Ex1. Qual o efeito do campo G para a pressão sanguínea arterial na cabeça (40 cm acima do coração)? P = 95 – (40 x 0,78) = 95 – 31,2 = 63,8 mmHg Ex2. Qual a contribuição do campo G para a P arterial no pé do indivíduo ereto (120 cm abaixo do coração)? P = 95 + (120 x 0,78) = 95 + 93,6 = 188,6 mmHg 1- A transfusão de sangue é feita ligando-se, à veia do paciente, com um tubo, uma bolsa contendo plasma ( = 1,04 g/cm3 ) a uma altura h do paciente. a) se a altura h for 1 m, qual será a pressão do plasma ( em mmHg ) ao entrar na veia ? Resp.: 78 mmHg b) a que altura mínima deverá ser colocada a bolsa de plasma se a pressão venosa for de 33 mmHg? Resp.: 0,42 m 2- Qual a vazão sanguínea através da aorta de um adulto, sabendo-se que o raio da aorta é 1 cm e a velocidade média de escoamento é 0,30 m/s ? Resp.: 9,4.10-5 m3/s Exercícios 3 - A pressão média com que o coração bombeia o sangue para a aorta é 100 mmHg. Se o raio da aorta for igual a 1,2 cm , qual será a força média exercida pelo coração sobre o sangue que está entrando pela aorta ? Dado 760 mm Hg 1,013.10 5 Pa (1 atm) . Resp.: 6,03 N 4 - A vazão máxima do sangue ao sair do coração é 500 mL/s. Se a aorta tem um diâmetro de 2,5 cm, então : a) calcule a velocidade no centro da aorta; Resp.: 2,04 m/s b) calcule o gradiente de pressão ao longo da aorta. Dado coeficiente de viscosidade do sangue : = 4.10-3 Pa.s Resp.: 208,6 Pa/m Exercícios