Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Trabalho
Prof.ª Ketley Costa Rocha Arruda
InTrodução à 
Segurança no
Indaial – 2022
2a Edição
Impresso por:
A779i
Arruda, Ketley Costa Rocha
Introdução à segurança no trabalho. / Ketley Costa Rocha Arruda 
– Indaial: UNIASSELVI, 2022.
207 p.; il.
ISBN 978-65-5663-822-5
ISBN Digital 978-65-5663-816-4
1. Saúde e segurança do trabalhador. - Brasil. II. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 613
Elaboração:
Prof.ª Ketley Costa Rocha Arruda
Copyright © UNIASSELVI 2022
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Caro acadêmico, estamos aqui convidando você a conhecer o Livro Didático de 
Introdução à Segurança no Trabalho. Este livro trará uma introdução aos temas básicos 
referentes à saúde e segurança do trabalhador em seu ambiente de trabalho.
O livro está dividido em três unidades, de modo a se ter uma divisão didática 
dos conteúdos a serem estudados ao longo do curso. Em cada uma das unidades, 
você encontrará materiais tendo como base as principais literaturas da área. Além 
disso, o livro didático traz diversas recomendações de leituras complementares a fim de 
ampliar e aprofundar os conceitos vistos ao longo dos tópicos, permitindo, assim, uma 
autonomia de aprendizado o que favorece o explorar do conhecimento para além do 
ambiente da academia. 
Na Unidade 1, abordaremos como a humanidade, ao longo de seu 
desenvolvimento, buscou melhorias no seu modo de trabalho. Também veremos como 
o Brasil se adaptou às normas de segurança do trabalho e quais as principais leis sobre 
o tema no país. Ainda serão abordados os principais termos da segurança do trabalho e 
a sua relação com a proteção do meio ambiente. 
Na Unidade 2, nós abordaremos os agentes ambientais e os riscos relacionados a 
eles que podem causar danos à saúde dos trabalhadores. Além disso, conheceremos a 
relação da segurança no trabalho com os serviços de saúde, transporte e manuseio de 
materiais, psicologia, alimentação, atividades da construção civil, mecânica, elétrica e 
de produção.
Na Unidade 3, abordaremos os riscos ergonômicos no ambiente de trabalho e 
os danos que estes são capazes de causar à saúde dos trabalhadores. Nesta unidade, 
também aprenderemos os principais procedimentos de primeiros socorros e como 
eles são fundamentais para salvar a vida de uma vítima de acidente. Ainda veremos as 
doenças causadas aos trabalhadores devido ao contato com substâncias tóxicas. Por 
fim, abordaremos o gerenciamento de riscos no ambiente de trabalho, com destaque 
para os equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI), a comissão interna 
de prevenção de acidentes (CIPA) e os mapas de riscos. 
Com esta proposta de material, pretende-se entregar a você, discente, uma 
vaste e rica experiência de ensino e aprendizado na área de Segurança no Trabalho. A 
equipe UNIASSELVI deseja excelentes estudos!
Prof.a Ketley Costa Rocha Arruda
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DO TRABALHO ............................................... 1
TÓPICO 1 — DEFINIÇÕES BÁSICAS .......................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO NO MUNDO ..............................3
2.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO NO BRASIL .........................................7
3 PRINCIPAIS CONCEITOS .................................................................................................10
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................14
TÓPICO 2 — LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS .............................................................. 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17
2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................ 17
3 DECRETO-LEI Nº 5.452 - CLT ...........................................................................................18
4 PORTARIA 3.214 .............................................................................................................. 19
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 29
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................30
TÓPICO 3 — ACIDENTES DE TRABALHO, PLANEJAMENTO E CONTROLE ...................... 33
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 33
2 ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................................... 33
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO .....................................................................35
2.2 CONDIÇÕES QUE LEVAM AO ACIDENTE DE TRABALHO .........................................................35
3 PROCEDIMENTOS PARA CASOS DE ACIDENTE DE TRABALHO ................................... 38
4 BENEFÍCIOS CONCEDIDOS AOS TRABALHADORES APÓS UM ACIDENTE DE 
TRABALHO ....................................................................................................................... 39
5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ACIDENTES DE TRABALHO .................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 44
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 45
TÓPICO 4 — PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (SANEAMENTO E PREVENÇÃO DO MEIO 
AMBIENTE) ......................................................................................................47
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................47
2 SANEAMENTO BÁSICO .....................................................................................................47
3 PREVENÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................... 48
3.1 NORMA ABNT NBR ISSO 14.001 – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................50
4 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS) .................................... 53
5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL – POLÍTICA DOS 5 Rs .............................................................. 55
6 ALGUMAS LESGISLAÇÕES BRASILEIRAS SOBRE AS QUESTÕES AMBIENTAIS ......... 55
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................................ 64
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 65
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................67
UNIDADE 2 — RISCOS AMBIENTAIS E PCRMEI .................................................................. 71
TÓPICO 1 — HIGIENE DO TRABALHO ..................................................................................73
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................73
2 AGENTES FÍSICOS ............................................................................................................73
2.1 RUÍDOS ................................................................................................................................................... 73
2.2 VIBRAÇÕES .......................................................................................................................................... 76
2.3 PRESSÕES ANORMAIS ...................................................................................................................... 77
2.3.1 Hiperbarismo ..............................................................................................................................78
2.3.2 Hipobarismo .............................................................................................................................. 79
2.4 TEMPERATURAS EXTREMAS ........................................................................................................... 79
2.4.1 Trabalhos em temperaturas elevadas ................................................................................. 80
2.4.2 Trabalhos em temperaturas baixas ..................................................................................... 80
2.5 RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES ............................................................................ 81
2.5.1 Radiação não ionizada ............................................................................................................ 81
2.5.2 Radiação ionizada ...................................................................................................................82
2.6 INFRASSOM E ULTRASSOM ............................................................................................................83
2.6.1 Infrassom .....................................................................................................................................83
2.6.2 Ultrassom ...................................................................................................................................83
2.7 UMIDADE ............................................................................................................................................. 84
3 AGENTES QUÍMICOS ........................................................................................................ 85
3.1 CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS .................................................................................................87
3.1.1 Irritantes ......................................................................................................................................87
3.1.2 Asfixiantes ...................................................................................................................................87
3.1.3 Narcóticos .................................................................................................................................. 88
3.1.4 intoxicantes sistêmicos .......................................................................................................... 88
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS ..................................................... 88
4 AGENTES BIOLÓGICOS .................................................................................................... 91
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 93
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 94
TÓPICO 2 — HIGIENE DO TRABALHO II ...............................................................................97
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................97
2 SERVIÇOS DE SAÚDE .......................................................................................................97
2.1 RISCOS BIOLÓGICOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ....................................................................... 97
2.2 RISCOS QUÍMICOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ........................................................................100
2.3 RISCO RADIAÇÃO IONIZANTE ........................................................................................................100
2.4 RESÍDUOS ..........................................................................................................................................101
3 TRANSPORTE .................................................................................................................. 101
4 PSICOLOGIA ....................................................................................................................103
5 ALIMENTAÇÃO ................................................................................................................106
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................108AUTOATIVIDADE ................................................................................................................109
TÓPICO 3 — PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCO EM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS 
E INSTALAÇÕES (PCRMEI) ............................................................................111
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................111
2 CIVIL .................................................................................................................................111
3 MECÂNICA ....................................................................................................................... 114
4 ELÉTRICA ........................................................................................................................ 118
5 PRODUÇÃO ......................................................................................................................122
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................130
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 131
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................133
UNIDADE 3 — DOENÇAS DO TRABALHO E GESTÃO DE RISCO .......................................139
TÓPICO 1 — ERGONOMIA ................................................................................................... 141
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 141
2 INTRODUÇÃO À ERGONOMIA ........................................................................................ 141
2.1 DISTÚRBIOS OCUPACIONAIS .......................................................................................................... 145
2.2 ERGONOMIA E A TECNOLOGIA ......................................................................................................146
2.3 PROBLEMAS NA COLUNA ..............................................................................................................148
2.4 CONFORTO TÉRMICO E LUMINOSIDADE .....................................................................................148
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................152
TÓPICO 2 — AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO ..................................................155
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................155
2 PRIMEIROS SOCORROS .................................................................................................155
2.1 ETAPAS DO ATENDIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS ......................................................... 156
2.2 PRIMEIROS SOCORROS PARA VÍTIMAS DE TRAUMAS ............................................................158
2.2.1 Hemorragia................................................................................................................................158
2.2.2 Fraturas, luxações e entorses ............................................................................................ 159
2.2.3 Lesões na coluna vertebral ..................................................................................................160
2.2.4 Queimaduras ............................................................................................................................161
3 TOXICOLOGIAS ............................................................................................................... 161
3.1 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS................................................................................................................... 162
3.1.1 Efeitos das substâncias tóxicas ........................................................................................... 162
3.1.2 Vias de absorção das substâncias tóxicas ....................................................................... 163
3.2 INTOXICAÇÃO .................................................................................................................................... 163
3.3 FASES DA INTOXICAÇÃO ...............................................................................................................164
3.4 INTERAÇÕES TOXICOLÓGICAS ..................................................................................................... 165
3.5 PRINCIPAIS SINTOMAS .................................................................................................................. 166
3.6 DOENÇAS OCUPACIONAIS .............................................................................................................167
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................169
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................170
TÓPICO 3 — GERENCIAMENTO DE RISCO .........................................................................171
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................171
2 EPCs E EPIs ......................................................................................................................171
2.1 TIPOS DE EPCs E SUAS APLICAÇÕES ......................................................................................... 172
2.1.1 Dispositivos de sinalização ................................................................................................... 172
2.1.2 Extintores de incêndio ......................................................................................................... 172
2.1.3 Exaustores de ar ...................................................................................................................... 173
2.1.4 EPC para proteção de serviços com eletricidade ........................................................... 173
2.2 PRINCIPAIS EPIs E SUAS APLICAÇÕES ..................................................................................... 174
2.2.1 EPI para proteção da cabeça .............................................................................................. 174
2.2.2 EPI para proteção dos olhos e face ................................................................................... 175
2.2.3 EPI para proteção auditiva ...................................................................................................177
2.2.4 EPI para proteção respiratória .............................................................................................177
2.2.5 EPI para proteção do tronco ................................................................................................ 179
2.2.6 EPI para proteção dos membros superiores ..................................................................180
2.2.7 EPI para proteção dos membros inferiores .......................................................................181
2.2.8 EPI para proteção do corpo inteiro ...................................................................................182
2.2.9 EPI para proteção contra quedas com diferença de nível ..........................................182
3 IMPLEMENTAÇÃO DA CIPA ............................................................................................183
3.1 ATRIBUIÇÕES ......................................................................................................................................184
3.2 FUNCIONAMENTO ............................................................................................................................1853.3 TREINAMENTO ...................................................................................................................................185
3.4 PROCESSO ELEITORAL ...................................................................................................................186
3.5 ROTEIRO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA CIPA ............................................................................... 187
3.5.1 Calendário ................................................................................................................................ 187
3.5.2 Edital de convocação ............................................................................................................ 187
3.5.3 Formação da comissão eleitoral e edital de eleição ......................................................188
3.5.4 Eleição e divulgação do resultado .....................................................................................188
3.5.5 Ata de instalação e posse da CIPA .....................................................................................190
4 MAPA DE RISCO ............................................................................................................. 191
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................195
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 200
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................201
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 203
1
UNIDADE 1 - 
INTRODUÇÃO À 
SEGURANÇA DO TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apresentar o histórico da segurança e higiene do trabalho no mundo e no Brasil;
• conhecer as legislações brasileiras que falam de segurança do trabalho;
• conceituar os diversos termos da segurança do trabalho;
• entender a relação segurança do trabalho e proteção do meio ambiente.
 Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – DEFINIÇÕES BÁSICAS
TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS
TÓPICO 3 – ACIDENTES DE TRABALHO, PLANEJAMENTO E CONTROLE
TÓPICO 4 – PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (SANEAMENTO E PREVENÇÃO DO MEIO 
AMBIENTE)
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
DEFINIÇÕES BÁSICAS
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, você entenderá como surgiu a preocupação com a 
saúde e segurança do trabalho através de um breve histórico e conhecerá os principais 
conceitos e definições dessa área de estudo. 
A preocupação com a saúde e segurança no ambiente de trabalho é observada 
há muitos séculos. Compreender o passado pode ajudar os profissionais de segurança 
e saúde a examinar o presente e o futuro com um senso de perspectiva e continuidade.
 
Além disso é de fundamental importância aprender os principais conceitos da 
área de maneira a compreender as lições seguintes e realizar como competência as 
funções relativas à segurança do trabalho. 
2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO 
NO MUNDO
Os primeiros registros a favor dos trabalhadores foram observados há 
aproximadamente 2360 a.C., no Egito antigo, como os Papiro Seler II, que faziam relação 
entre o ambiente de trabalho e seus riscos. No Papiro Anastasi V, conhecido como “Sátira 
dos Ofícios”, datado de 1800 a.C. também se observaram inscrições sobre insalubridade, 
periculosidade e penosidade das profissões (MATOS; MÁSCULO, 2011). 
 Durante os dias dos antigos babilônicos, por volta de 2000 a.C., na Mesopotâmia, 
o rei Hamurabi desenvolveu um conjunto de leis, conhecido como “Código de Hamurabi”, 
que continha cláusulas que tratavam de lesões e danos monetários avaliados contra 
aqueles que feriram outras pessoas. Estas cláusulas do código, conforme pode ser 
observado na Figura 1, ilustravam a preocupação do rei Hamurabi com as condições 
de trabalho. 
O rei egípcio Ramsés II, por volta de 1500 a.C., visando garantir a força de trabalho 
suficiente para a construção de um enorme templo que levava o seu nome, ofereceu 
serviço médico e obrigava os trabalhadores a tomarem banho diariamente. Além disso, 
isolava os trabalhadores doentes de forma a não espalhar a doença. 
4
FIGURA 1 – CÓDIGO DE HAMURABI
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/_4sinyEDofFE/TFQNpWx-0DI/AAAAAAAAABo/0JbJkbCbQlc/s1600/
hammurabi.jpg>. Acesso em: 9 maio 2021.
Na antiga Grécia, por volta de 384 ‑322 a.C., o filósofo Aristóteles realizou estudos 
sobre as enfermidades apresentadas por mineradores, tentando evitá-las. Nesse 
mesmo período, o médico e filósofo Hipócrates, considerado o “pai da medicina”, fez 
menção à toxicidade causada pelo manuseio de chumbo em mineiros e metalúrgicos 
(RAMÍREZ, 2008). 
Os romanos também se mostraram preocupados com a questão da saúde e 
segurança demonstrados em seus sistemas de esgoto, banheiros públicos e casas 
bem ventiladas, porém não havia regras específicas sobre saúde e segurança para os 
trabalhadores.
No início da era cristã, em meados do século I (d.C.), em Roma, Plínio I e Galeno 
também relataram casos de envenenamento causados por chumbo em trabalhadores 
de minas (RAMÍREZ, 2008). Além disso, foi Plínio I, conhecido como “O Velho”, que 
recomendou, pela primeira vez, a utilização de equipamentos de proteção respiratórios 
(máscaras) para os trabalhadores de minas. As máscaras eram produzidas a partir da 
pele da bexiga de animais (ARIAS, 2012). 
Após um longo período da ausência de avanços em relação à saúde e trabalho, 
no ano de 1700, o médico Italiano Bernadino Ramazzini, também conhecido como o “Pai 
da Medicina do Trabalho”, publicou o tratado “De Morbis Artificum Diatriba”, que descrevia 
a relação das doenças dos trabalhadores e suas ocupações, conforme ilustrado na Figura 
2. Ramazzini (2016) relacionou as doenças do trabalho com o manuseio de materiais 
nocivos e movimentos irregulares ou não naturais do corpo, o que até hoje é considerado 
relevante nesse campo de estudo. 
5
FIGURA 2 – CAPA DO LIVRO DE RAMAZZINI
FONTE: <http://www.firenzelibri.net/public/img/45645.jpg>. Acesso em: 9 maio 2021.
Foi somente durante a Revolução Industrial que os avanços em relação à 
saúde e trabalho começaram realmente a acontecer. Nesse período, observou-se um 
aumento no número de doenças, acidentes, mutilações e até morte de trabalhadores, 
principalmente relacionados com as quantidades excessivas de horas trabalhadas, que, 
às vezes, chegavam a 16 horas/dias, e as péssimas condições de trabalho. E com isso, 
diversos estudos foram realizados visando minimizar esses impactos na saúde dos 
trabalhadores.
 
Percival Pott, um médico inglês, por exemplo, em  1775, descreveu o 
desenvolvimento do câncer nos limpadores de chaminés devido à inalação de poeira 
tóxica e indicou que o câncer poderia ser causado pela presença de compostos 
carcinógenos no ambiente. Já no ano de 1801, o também médico Thomas Beddoe 
realizou estudos e demostrou como as condições de trabalho afetavam a saúde dos 
trabalhadores (BROWN; THORNTON, 1957). 
FIGURA 3 – FOTO DE UMA FÁBRICA DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
FONTE: <https://www.historycrunch.com/working-conditions-in-the-industrial-revolution.html#/>. 
Acesso em: 9 maio 2021.
6
A primeira lei de proteção aos trabalhadores surgiu na Inglaterra no ano de 1802 
e ficou conhecida como “Lei de saúde e moral de aprendizes”. Por essa lei foi definido 
que o limite diário de trabalho seria de 12 horas/dia, proibia o trabalho noturno e obrigava 
a ventilação nos ambientes fabris. Entretanto,não houve diminuição dos acidentes do 
trabalho após a divulgação dessa lei.
Assim, a primeira lei que efetivamente buscava o melhoramento das condições 
de trabalho somente foi aprovada pelo parlamento da Inglaterra em 1833 e ficou 
conhecida como “factory act” ou “lei das fábricas”. Essa lei estabelecia que o dia de 
trabalho deveria ocorrer das 5:30 às 20:30 horas, sendo permitido o trabalho de jovens 
entre 13 e 18 anos como limite de duração de 12 horas, e para crianças entre 9 e 13 
anos o limite de 8 horas. Para crianças menores de 9 anos ficava proibido o trabalho. 
Além disso a lei previa a presença de um médico na fábrica para atestar a idade mínima 
dos trabalhadores e realizar exames de maneira a prevenir as doenças do trabalho 
(BITENCOURT; QUELHAS, 1998). 
 
Após isso, vários países começaram a estabelecer leis e regulamentos de 
melhoria das condições de trabalho. Em 1862, a França aprovou o regulamento da 
segurança e higiene do trabalho. Em 1865, a Alemanha publicou a Lei de indenização 
obrigatória dos trabalhadores e em 1886, a Revolução de Chicago, nos Estados Unidos, 
iniciou o movimento das organizações trabalhistas, que futuramente veio a se tornar 
sindicatos. 
No início do século XX, o cenário mundial era de insegurança e instabilidade 
devido à Primeira Guerra Mundial. Com o fim da Primeira Guerra em novembro de 1918, 
realizou-se a Conferência da Paz (1919) em que foi assinado o Tratado de Versalhes, que 
aprovava a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que atualmente tem 
sede na Suíça e possui 39 países membros, incluindo o Brasil. A OIT apresenta como 
missão “promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a 
um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança 
e dignidade” (OIT, 2021). Além disso, de acordo com a sua Constituição e Declaração 
da Filadélfia:
Considerando que existem condições de trabalho que implicam, 
para grande número de indivíduos, miséria e privações, e que 
o descontentamento que daí decorre põe em perigo a paz e a 
harmonia universais, e considerando que é urgente melhorar essas 
condições no que se refere, por exemplo, à regulamentação das 
horas de trabalho, à fixação de uma duração máxima do dia e da 
semana de trabalho, ao recrutamento da mão de obra, à luta contra 
o desemprego, à garantia de um salário que assegure condições 
de existência convenientes, à proteção dos trabalhadores contra 
as moléstias 3 graves ou profissionais e os acidentes do trabalho, à 
proteção das crianças, dos adolescentes e das mulheres, às pensões 
de velhice e de invalidez, à defesa dos interesses dos trabalhadores 
empregados no estrangeiro, à afirmação do princípio ‘para igual 
trabalho, mesmo salário’, à afirmação do princípio de liberdade 
sindical, à organização do ensino profissional e técnico, e outras 
medidas análogas (OIT, 2016, p. 3).
7
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi fundada em 
1919 com o objetivo de que todos os trabalhadores tivessem 
acesso a um trabalho com condições de liberdade, equidade, 
segurança e dignidade.
NOTA
2.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO 
NO BRASIL
Em relação ao Brasil, a primeira lei que se aplicava à proteção dos trabalhadores 
foi o Decreto nº 1.313, publicado em 17 de janeiro de 1891. O decreto estabelecia 
“providências para regularizar o trabalho dos menores empregados nas fábricas da 
Capital Federal”, que até então era a cidade do Rio de Janeiro. Além disso, em seu Art. 
1º ficou “instituída a fiscalização permanente de todos os estabelecimentos fabris em 
que trabalharem menores, que ficará a cargo de um inspector geral, imediatamente 
subordinado ao Ministro do Interior”. Embora seja considerada um marco na legislação 
trabalhista do Brasil, essa lei não foi cumprida efetivamente.
Assim, diversas manifestações e greves gerais dos trabalhadores ocorreram 
entre os anos de 1907 e 1920, reivindicando melhores condições de trabalho. Com 
isso, em 15 de janeiro de 1919 foi aprovada a primeira lei brasileira (Lei nº 3.724) contra 
acidentes do trabalho. 
Foi no primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), que aconteceu a transição 
do modelo oligárquico (caracterizado pelo poder econômico nas mãos de grandes 
proprietários rurais) para o industrialismo. Com isto, em 26 de novembro de 1930, pelo 
Decreto nº 19.433 foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Além disso, 
no dia 4 de fevereiro de 1932, foi criado o Departamento Nacional do Trabalho, que, entre 
as suas atribuições, consta a organização, higiene e segurança do trabalho.
Por meio do Decreto nº 24.637 ocorreu a reforma da legislação de acidentes 
de trabalho que pela primeira vez equiparava as doenças profissionais aos acidentes 
de trabalho, assim como, de forma inaugural, a indenização dos acidentes de trabalho 
passou a ser custeada pelo Estado, empregado e empregador (BITENCOURT; QUELHAS, 
1998). Ainda em 1934, foram nomeados pelo Ministro do Trabalho os primeiros inspetores-
médicos do trabalho, para procederem à inspeção higiênica nos locais de trabalho e 
estudos sobre acidentes e doenças profissionais.
8
O crescimento da indústria, com o consequente aumento no número de 
trabalhadores urbanos, trouxe novas preocupações para o governo brasileiro. Dessa 
forma, visando a preservar a saúde do trabalhador foi fundada, em 1941, a Associação 
Brasileira para a Prevenção de Acidentes, e, em 1º de maio de 1943, ocorreu a criação 
da consolidação das leis do trabalho (CLT) por meio do Decreto-Lei nº 5.452. A CLT foi 
um compilado das leis que a antecedem sobre os direitos à saúde e segurança dos 
trabalhadores. Desde sua aprovação, a CLT já possuía o Capítulo V, com o título “Higiene 
e Segurança do Trabalho”, alterado em 1977 pela Lei nº 6.514 para “Da Segurança e da 
Medicina do Trabalho”. 
Em 10 de novembro de 1944, o Decreto-Lei nº 7.036 veio como um 
desdobramento da CLT, revogando a Lei nº 3.724. Em 1953 foi criada a Portaria nº 155/53, 
que regulamentava as atividades das comissões internas de prevenção de acidentes 
(CIPAs), e, em 1960, a Portaria nº 319/60, que falava sobre os equipamentos de proteção 
individual (EPIs). 
Neste mesmo ano (1960) foi promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social, 
decretando aposentadoria especial para os trabalhadores que exercem atividades 
penosas, insalubres ou perigosas. A intenção dessa lei era aposentar o trabalhador 
antes que ele sofresse dano total ou irreversível à sua saúde (TIMBÓ; EUFRÁSIO, 2009).
No ano de 1966 surgiu, no Brasil, por meio da Lei nº 5.261, o Centro Nacional 
de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, atualmente a Fundacentro. Em 1972, o 
Ministério do Trabalho aprovou a Portaria nº 3.237, que instituía os serviços de segurança 
higiene e medicina do trabalho nas empresas. E em 1974 foram criados os primeiros 
cursos especializados em segurança e medicina do trabalho. 
Desde a primeira redação do Decreto-Lei nº 5.452, que cria 
consolidação das leis trabalhista (CLT), possui o Capítulo V com o 
título “Higiene e Segurança do Trabalho”.
ATENÇÃO
A mudança nas leis trabalhistas de corretiva para preventiva somente 
ocorreu no Brasil com a aprovação da Portaria nº 3.214. A Portaria “aprova as Normas 
Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da consolidação das Leis do Trabalho, 
relativas à Segurança e Medicina do Trabalho”, que incialmente continha vinte e oito NRs. 
Durante os anos, algumas NRs foram alteradas e outras oito novas foram introduzidas 
de maneira a atender às necessidades de cada serviço. 
9
A oficialização dos cursos de especialização para engenheiros e arquitetos em 
engenharia de segurança do trabalho e a criação do cargo de técnico em segurança do 
trabalho ocorreram em 27 de novembro de 1985 com a aprovação da Lei nº 7.410.
No ano de 1988 foi promulgada nova Constituição Federal, significando um novo 
marco principal na introdução da saúde do trabalhador no sistema jurídico nacional. 
Com a promulgação dessa Constituição,as ações de saúde do trabalhador passaram a 
ser competência do Sistema Único de Saúde – SUS –, consagrando também proteção 
ao meio ambiente, incluindo o meio ambiente de trabalho. Esta Carta Magna previu a 
possibilidade de penalidades para as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
Quanto a estas sanções, é oportuno o comentário de Melo (2013, p. 140):
Do comando constitucional do art. 225, § 3º e dos demais dispositivos 
constitucionais e legais que protegem o meio ambiente e a saúde 
do trabalhador (subitens 4.1, 4.2 e 4.3 do Capítulo I), infere-se 
que as responsabilidades decorrentes do trabalho em condições 
inadequadas e em ambientes insalubres, perigosos e penosos, 
ou em razão de acidentes de trabalho, podem ser caracterizadas 
como de natureza: a) administrativa; b) previdenciária; c) trabalhista; 
d) penal; e) civil.
Adiante, falaremos mais especificamente das leis que abordam os 
direitos trabalhistas.
ESTUDOS FUTUROS
Em 1990, no dia 19 de setembro, foi sancionada a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 
8.080), que trata da atuação do SUS na área da saúde do trabalhador. No dia 22 de maio 
de 1991, por meio do Decreto nº 127, o Brasil ratificou a Convenção nº 161/85, da OIT, 
relativa aos serviços de saúde do trabalho.
No dia 12 de fevereiro de 2007 foi assinado o Decreto nº 6.042/07, que oficializou 
a implantação, pela Previdência, de dois instrumentos legais, que provocaram uma 
mudança de paradigma na área de saúde e segurança do trabalho: o Nexo Técnico 
Epidemiológico (NTE) e o Fator Acidentário Previdenciário (FAP), que, com o Perfil 
Psicográfico Previdenciário, representam uma nova percepção da Previdência em 
relação aos acidentes de trabalho.
Após essa linha do tempo em relação à evolução da saúde e segurança no 
trabalho veremos a seguir os seus principais conceitos e definições.
10
3 PRINCIPAIS CONCEITOS 
A Segurança do Trabalho pode ser definida como um conjunto de normas 
que visam minimizar as doenças e os acidentes decorrentes do ambiente de trabalho. 
Além disso, ela visa proteger a integridade física e mental dos trabalhadores por meio da 
prevenção dos riscos a que é exposto em seu ambiente de trabalho. De acordo Saliba 
e Lanza (2018), a Segurança do Trabalho pode ser definida como “a ciência que atua na 
prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais”.
Assim, a Segurança do Trabalho por meio da identificação do risco, da avaliação, 
do controle e do monitoramento realiza a prevenção de acidentes. Esse processo pode 
ocorrer por meio de diversas medidas, sejam elas técnicas, administrativas, na educação 
dos colaboradores, na eliminando as condições inseguras, no tratamento médico e 
psicológico, entre outras.
 
Ainda Segundo Saliba e Lanza (2018), “A prevenção se faz pela identificação 
e pela avaliação dos fatores de riscos e cargas de trabalho com origem no processo 
de trabalho e na forma de organização adotados, e da implantação de medidas para 
eliminação ou minimização desses fatores de riscos e cargas”.
A palavra risco foi citada algumas vezes nos parágrafos anteriores, mas você 
saberia a diferença entre risco e perigo?
De acordo com o anexo 1 da NR 1, redação dada pela Portaria SEPRT nº 6.730, 
de 9 de março de 2020, perigo é definido como “fonte com o potencial de causar lesões 
ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem 
o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde”. Ainda segundo a 
mesma norma, risco ocupacional é definido como a “Combinação da probabilidade de 
ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente 
nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo 
à saúde”.
Assim, o perigo é alguma coisa que pode potencialmente causar dano, ou seja, 
a fonte geradora. Já o risco está associado a exposição ao perigo. Na Figura 4 é possível 
observar a diferença entre esses conceitos. 
11
FIGURA 4 – DIFERENÇA ENTRE PERIGO E RISCO 
FONTE: <https://op.europa.eu/webpub/eca/special-reports/food-safety-2-2019/img/Pt_box2.svg>. 
Acesso em: 10 maio 2020.
Para mais informações e exemplos sobre a diferença entre risco 
e perigo, veja o vídeo disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=2bfqbbXB5_s.
DICA
Vale mencionar, que de acordo com a NR 9, o risco pode ser classificado em: risco 
físico, risco químico, risco biológico, risco ergonômico, risco social e risco ambiental. 
Esses conceitos serão melhores apresentados posteriormente.
Os conceitos de insalubridade e periculosidade também são importantes 
para os nossos estudos em segurança do trabalho. De acordo com o Art. 189 da CLT, 
as atividades insalubres são “aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos 
de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites 
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de 
exposição aos seus efeitos”, implicando danos à saúde dos trabalhadores ao longo de 
sua vida. Por outro lado, a periculosidade é definida no Art. 193 da CLT como:
Perigo
Um perigo é algo que tem o 
potencial para nos prejudicar
Risco 
Um risco é a probabilidade de 
um perigo nos prejudicar
vs. 
TUBARÃO
Um tubarão no mar
é um perigo
Nadar com um tubarão
é um risco
12
[...] atividades ou operações perigosas que por sua natureza ou 
métodos de trabalho impliquem risco acentuado em virtude de 
exposição permanente do trabalhador a:
I‑ inflamáveis, explosivos ou energia elétrica.
II- roubos ou outras espécies de violência física nas atividades 
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.
Assim, a periculosidade é determinada pelo risco iminente de morte durante o 
trabalho enquanto a insalubridade é a exposição direta aos agentes nocivos que podem 
gerar danos à saúde a longo prazo. Tanto a insalubridade quanto a periculosidade são 
passíveis de acréscimo salário, descritos em maior detalhe nas normas regulamentadoras 
NR-15 e NR-16. 
Seguindo, a definição de acidente do trabalho, segundo o Art. 19 da Lei nº 
8.213, de 24 de julho de 1991 (Lei de Planos e Benefícios da Previdência Social), é:
[...] o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou de 
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados 
referidos no inciso VI do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal 
ou perturbação funcional que cause a morte, perda, redução 
permanente ou temporária de sua capacidade para o trabalho.
Nessa definição, o acidente ganha um sentido amplo, abrangendo também as 
doenças ocupacionais ou moléstias profissionais, para fins de reparação de dano sofrido 
pelo trabalhador. Do ponto de vista técnico, porém, esta definição não é satisfatória, pois 
retrata somente as consequências sobre o homem. Uma definição mais completa de 
acidente do trabalho seria que toda a ocorrência, não programada e não planejada, que 
interferir no andamento normal do trabalho e da qual resulte lesão no trabalhador e/ou 
perda de tempo e/ou danos materiais ou as três situações simultaneamente.
Outro conceito importante que merece definição é Inspeção de Segurança. 
O termo se refere a vistorias realizadas nas áreas de trabalho de maneira a verificar 
situações em que o trabalhador pode estar sendo exposto a algum risco. O objetivo da 
Inspeção de Segurança é fornecer informações sobre as condições de trabalho, que 
tipo de trabalho realizado, quais procedimentos de segurança são aplicados ou não, se 
existe riscos que possam provocar danos ao trabalhador, e assim, auxiliar na tomada de 
decisão que defini as medidas de prevenção a serem tomadas. 
13
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A segurança do trabalho está evoluindo, desde os primórdios até os dias de hoje. 
• A Revolução Industrial foi um marco histórico para mudanças nas legislações sobre 
saúde e segurança do trabalhador.
• A OIT é uma organização que está trabalhando pela internacionalização do Direito do 
Trabalho, do qual o Brasil faz partede seu escopo.
• A aplicação de medidas de proteção aos trabalhadores no Brasil iniciou em meados 
do ano de 1981, mas foi com a criação da CLT, em 1943, que regras sobre higiene e 
segurança no trabalho passam a ser cobradas efetivamente.
• A Segurança do Trabalho é um conjunto de normas que visam minimizar as doenças 
e os acidentes decorrentes do ambiente de trabalho.
• O acidente do trabalho é toda ocorrência, não programada e não planejada, que 
interferir no andamento normal do trabalho e da qual resulte lesão no trabalhador e/
ou perda de tempo e/ou danos materiais ou as três situações simultaneamente.
• Perigo é algo com potencialmente de causar dano e risco está associado a exposição 
ao perigo.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 Desde a antiguidade são observados registros que levavam em consideração a saúde 
e segurança dos trabalhadores. Entretanto, somente com a Revolução Industrial 
aconteceram avanços significativos neste sentido. Por que a preocupação com a 
saúde e segurança dos trabalhadores aumentaram com a Revolução Industrial? 
2 A Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi criada durante a Conferência da 
Paz (1919) com a assinatura do Tratado de Versalhes, do qual fazem parte 39 países, 
incluindo o Brasil. Em sua constituição e na Declaração da Filadélfia, a OIT considera 
que é urgente melhorar as condições de trabalho no que se refere à(a): 
a) ( ) Regulamentação das horas de trabalho, a não fixação de uma duração máxima 
do dia e da semana de trabalho, ao recrutamento da mão de obra, à luta contra 
o desemprego, outros. 
b) ( ) Regulamentação das horas de trabalho, a fixação de uma duração máxima do dia 
e da semana de trabalho, ao não recrutamento da mão de obra, à luta contra o 
desemprego, outros. 
c) ( ) A não regulamentação das horas de trabalho, a fixação de uma duração máxima 
do dia e da semana de trabalho, ao recrutamento da mão de obra, à luta contra 
o desemprego, outros. 
d) ( ) Regulamentação das horas de trabalho, a fixação de uma duração máxima do 
dia e da semana de trabalho, ao recrutamento da mão de obra, à luta contra o 
desemprego e outros. 
3 A primeira lei trabalhista do Brasil foi o Decreto n° 1313, publicado em 17 de janeiro de 
1891. Qual item a seguir foi estabelecido neste decreto?
a) ( ) Providências para regulamentar o trabalho de mulheres empregadas nas fabricas 
da capital federal.
b) ( ) Providências para regulamentar o trabalho dos menores empregados nas 
fabricas da capital federal.
c) ( ) Fiscalização permanente de todos os estabelecimentos fabris em que 
trabalharem mulheres, a qual ficará a cargo de um inspector geral, imediatamente 
subordinado ao Ministro do Interior.
d) ( ) Fiscalização permanente de todos os estabelecimentos fabris, a qual ficará a 
cargo de um inspector geral, imediatamente subordinado ao Ministro do Interior.
AUTOATIVIDADE
15
4 A Norma Regulamentadora NR‑1 define risco ocupacional como a “combinação da 
probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, 
exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade 
dessa lesão ou agravo à saúde”. Uma classificação dos tipos de risco é apresentada 
na NR‑9. Assinale a alternativa que NÃO contenha um tipo de risco classificado na 
NR-9.
a) ( ) Risco físico.
b) ( ) Risco químico. 
c) ( ) Risco psicológico. 
d) ( ) Risco ergonômico. 
5 A definição de acidente do trabalho de acordo com a Lei de Planos e Benefícios da 
Previdência Social é considerada insatisfatória do ponto de vista técnico. Qual seria a 
melhor definição para esse termo?
16
17
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos realizar um estudo mais aprofundado das principais 
legislações brasileiras que concerne ao direito trabalhista. Dentre elas estão a 
Constituição da República Federativa do Brasil (05/10/1988), o Decreto-Lei nº 5.452 
(Consolidação das Leis Trabalhista – CLT) e a Portaria nº 3.214, que aprova as Normas 
Regulamentadores – NR.
A Constituição da República Federativa do Brasil é a lei máxima do Brasil, que 
traça os parâmetros do sistema jurídico e define os princípios e diretrizes que regem 
a nossa sociedade. Sobre essa lei, falaremos especificamente dos Artigos 6º e 7º do 
Capítulo II, que dá diretrizes sobre a questão trabalhista no Brasil. 
Também serão apresentados os principais pontos da CLT, norma que consolida 
as leis trabalhistas no Brasil, inclusive substanciando a elaboração das Normas 
Regulamentadoras. Em relação a Portaria nº 3.214, mostraremos as 37 normas que a 
compõe e suas principais disposições.
2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A Constituição da República Federativa do Brasil, publicada em 5 de outubro 
de 1988, consta em seu Capítulo II dos direitos sociais Art. 6º: “São direitos sociais 
a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção maternidade e a infância, a assistência os 
desamparados, na forma desta Constituição”. Portanto, o direito ao trabalho é uma parte 
essencial em que a nação se compromete a garantir. 
Mais especificamente, em seu Art. 7º são descritas as principais normas que 
beneficiam os trabalhadores rurais e urbanos, dentre elas o direito ao:
• Seguro-desemprego: remuneração ao trabalhador após demissão sem justa causa;
• 13º salário: remuneração ao trabalhador no final do ano com valor igual ao recebido 
mensalmente; 
• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): garantia de reserva em dinheiro, 
valor depositado mensalmente pela empresa, que poderá ser usado em casos de 
demissão, doenças ou outras eventualidades; 
• Garantia de salário nunca inferior ao mínimo;
18
• Adicional noturno: 20% a mais sobre o valor do salário bruto para os trabalhadores 
que possuem horário de trabalho entre as 22h e as 5h da manhã; 
• Repouso semanal remunerado: valor embutido no salário referente ao descanso 
semanal;
• Aviso prévio: consentimento de no mínimo 30 dias antes de rescisão de contrato;
• Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança;
• Adicional de remuneração para atividades penosas, insalubres ou perigosas;
• Aposentadoria;
• Seguro contra acidente de trabalho: remuneração paga pela empresa para 
trabalhadores que sofrem algum tipo de acidente do trabalho;
• Outros.
A Constituição da República Federativa do Brasil com todas as suas 
alterações pode ser encontrada no site do Planalto Central por 
meio do link: https://bit.ly/3FntBf2.
DICA
3 DECRETO-LEI Nº 5.452 - CLT
O Decreto-Lei nº 5.452, publicado em 1° de maio de 1943, foi o decreto brasileiro 
que consolidava as Leis do Trabalho, comumente conhecido com CLT. De acordo com 
seu Art. 1°, “Esta consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e 
coletivas de trabalho nela previstas”. 
O surgimento desse decreto foi de extrema importância, pois implicou normas 
de trabalho que impedem condições de trabalho abusivas. 
No Capítulo V da CLT são traçadas as normas relativas à segurança e à medicina 
do trabalho, consubstanciadas nas normas regulamentadoras. Esse capítulo está 
dividido em diversas seções, que tratam dos seguintes temas:
• Disposições gerais. Essa seção dispõe sobre as incumbências governamentais, 
empresariais e dos empregados nos quesitos referentes à segurança e medicina do 
trabalho.
• Inspeção prévia e do embargo ou interdição.
• Órgãos de segurança e de medicina do trabalho nas empresas;
• Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
19
• Medidas preventivas de medicina do trabalho.
• Das edificações.
• Do conforto térmico.
• Das instalações elétricas.
• Da movimentação, armazenagem e manuseio dos materiais.
• Das máquinas e equipamentos.
• Das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão.
• Das atividades insalubres ou perigosas.
• Da prevenção da fadiga.
• Das outras medidas especiais de proteção.
• Das penalidades.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e todasas suas alterações 
pode ser encontrada no site do Planalto Central por meio do link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm.
DICA
4 PORTARIA 3.214 
A Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, é a principal legislação brasileira que 
normatiza a segurança no trabalho preventiva. De acordo com seu Art. 1° “aprovar as 
Normas Regulamentadores – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do 
Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho”. Atualmente existem 37 NRs 
definidas como:
• NR-1 – Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. 
A NR-1 estabelece a obrigatoriedade de empresas públicas e privadas, que 
possuam empregados contratados sob o regime da CLT, a aplicação das normas 
regulamentadoras (NR) relativas à segurança e saúde no trabalho.
 Ela também estabelece os requisitos para o gerenciamento de riscos 
ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho (SST). 
Além disso, determina os direitos e deveres dos empregados e empregadores. 
• NR-2 – Inspeção prévia – REVOGADA
20
• NR-3 – Embargo e interdição
A NR-3 estabelece as diretrizes para caracterização de risco grave e iminente e 
os requisitos técnicos de embargo e interdição. São medidas a serem tomadas caso o 
trabalhador esteja em risco eminente, comprovados por laudo técnico. A interdição ou 
embargo pode ser parcial ou total de todas as atividades do estabelecimento ou obra, 
sem desconto de salário durante a paralização. 
• NR-4 – Serviço especializado em segurança e medicina do trabalho – SSMT
A NR-4 estabelece a implantação do Serviços Especializados de Engenharia 
de Segurança e de Medicina do Trabalho (SESMT), com o objetivo de promover a saúde 
e proteger a integridade física e mental do empregado no local de trabalho. O SESMT 
deve ser formado por técnico em segurança do trabalho, engenheiro de segurança 
do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho, enfermeiro do trabalho e médico do 
trabalho. Quais profissionais devem fazer parte do SESMT e a quantidade de horas 
trabalhada por cada um é definida de acordo com a graduação do risco da atividade 
principal da empresa (CNAE) e o número de funcionários.
• NR-5 – Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA
A NR-5 estabelece as regras de implantação e funcionamento da comissão 
interna de prevenção de acidentes (CIPA) como as suas atribuições, organização, 
treinamentos e processo eleitoral. A CIPA tem por finalidade auxiliar o SESMT junto à 
prevenção de acidentes no ambiente de trabalho. 
A CIPA deve ser implementada em todos as empresas, que possuam 
trabalhadores sob o regimente da CLT, com no mínimo de 20 funcionários. Para aquelas 
abaixo de 20 funcionários, deverá haver uma pessoa responsável pelo cumprimento da 
NR-5 denominado Designado de CIPA. A CIPA deve ser formada por representantes dos 
empregados, escolhidos por meio de votação secreta, e do empregador, escolhidos por 
ele mesmo sem votação, sendo a mesma quantidade de participantes de cada lado. 
• NR-6 – Equipamento de proteção individual – EPI
A NR-6 dispõe sobre a obrigatoriedade das empresas em fornecer gratuitamente 
os equipamentos de proteção individual (EPIs) para os empregados, e destes em utilizar 
de maneira correta, guardar e conservar. A NR-6 também estabelece as normas de 
fabricação, importação e comercialização dos EPIS, que devem conter o Certificado de 
Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho. Além disso, há uma lista de classificação dos 
tipos de EPIs para cada parte do corpo, como proteção da cabeça, olhos, face, tronco, 
membros superiores e inferiores, proteção auditiva, respiratória e outros. 
21
Vale ressaltar que há uma diferença entre os equipamentos de proteção 
individual (EPIs) e de proteção coletiva (EPCs). De acordo com a própria NR-6, 
“considera-se Equipamento de Proteção Individual todo dispositivo ou produto, de 
uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis 
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”, ou seja, deve ser utilizado apenas 
por um único trabalhador. Já os EPC podem ser equipamentos que forneça proteção 
coletiva ou equipamentos de proteção individual, que podem ser utilizados por diversos 
trabalhadores, por exemplo, os cintos paraquedistas. 
• NR-7 – Exames médicos
A NR-7 estabelece a elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO) que tem por objetivo analisar a saúde dos colaboradores 
por meio da realização de exames médicos. Os exames exigidos pela NR-7 são: 
admissional, periódicos, demissional, mudança de função, retorno ao trabalho e exames 
complementares definido de acordo com o risco ao qual o trabalhador está exposto.
• NR‑8 – Edificações
A NR‑8 dispõe sobre os parâmetros técnicos mínimos para edificações como 
proteção contra intempéries (chuva, sol, vento e outros), condicionamento acústico, 
dimensionamento de escadas, rampas e corredores, visando garantir a segurança 
e o conforto dos trabalhadores. Vale ressaltar que é necessário observar também as 
legislações federais, estaduais e municipais que contém normas sobre o assunto. 
• NR-9 – Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos 
e biológicos
A NR-9 estabelece os requisitos para a avaliação, monitoramento e controle 
das exposições ocupacionais referentes aos agentes físicos, químicos e biológicos. Na 
sua última atualização, Portaria  nº 6.735/2020, o Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais (PPRA) descrito na norma foi extinto e passou a fornece diretrizes para a 
elaboração do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) exigido na NR-1. Entretanto, 
a norma ainda se encontra incompleta, pois não foi divulgado todos os anexos 
necessários para sua execução. 
• NR10 – Segurança em instalações e serviços de eletricidade
A NR-10 contém as exigências técnicas mínimas para elaboração de projetos, 
execução, operação, manutenção e outros serviços que trabalham com eletricidade de 
maneira a garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. Essa norma é abrangente 
tanto para funcionários efetivos quanto para trabalhadores terceirizados. 
22
A prevenção dos riscos relacionados as atividades que fazem uso de eletricidade 
é a primeira medida estabelecida nessa norma. Caso não seja possível a prevenção, 
são adotadas as medidas protetivas como a utilização de equipamentos de proteção 
individual e coletiva. Além disso, as áreas que são executados os serviços de instalações 
elétricas devem ser identificadas e sinalizadas corretamente.
A norma também estabelece a realização de capacitação dos trabalhadores, 
sendo que cada empresa é responsável por essa capacitação. Os treinamentos de 
reciclagem devem ser realizados a cada dois anos ou em trocas de função ou retorno 
por afastamento por mais de três meses.
A NR-10 contém diversos detalhes sobre o trabalho com instalações 
elétricas que serão apresentados nas próximas unidades.
ESTUDOS FUTUROS
• NR11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais
A NR-11 estabelece as diretrizes de operação de elevadores, guindastes, 
transportadores industriais e máquinas transportadoras de maneira mecânica e 
manual, visando manter a integridade física dos trabalhadores. De maneira geral, essa 
norma regulamenta a utilização dos maquinários citados anteriormente sem especificar 
o tipo de empreendimento em que ele está instalado. Além disso, exige a capacitação 
dos trabalhadores que fazem uso desses equipamentos custeada integralmente pelo 
empregador. 
• NR12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos
A NR-12 é a norma mais extensa dentro todas e conta com uma série de 
diretrizes que vão desde a fabricação de maquinários até sua utilização, sendo ela nova 
ou usada. A norma regulamenta, dentre diversas coisas, os arranjos físicos e instalações, 
instalações e dispositivos elétricos, dispositivos de partida, acionamento e parada, 
dispositivos de parada de emergências, transportes de matérias, riscos adicionais,sinalização e capacitação. Além disso, em seus anexos diversos equipamentos são 
detalhados como forma de padronização dos procedimentos a serem adotados e assim 
manter a integridade física dos trabalhadores. 
23
• NR13 – Caldeiras, vasos de pressão, tubulações e tanques metálicos de 
armazenamento
A NR-13 estabelece os parâmetros técnicos sobre a instalação, inspeção, 
operação e manutenção de caldeiras, vasos de pressão, tubulações de interligação e 
tanques metálicos de maneira a manter a saúde e segurança dos trabalhadores.
 Essa norma exige treinamentos específicos para seus trabalhadores, pois 
a correta aplicação dessa norma é de extrema importância, uma vez que os riscos 
relacionados são considerados graves. 
• NR14 – Fornos
A NR-14 dispõe sobre os parâmetros técnicos para implantação de fornos como o 
material a ser usado, o local adequado para instalação e tipos de escadas e plataformas 
de acesso. Também contém a necessidade de instalação de sistemas de proteção 
contra gases, chamas além da instalação de chaminé suficientemente dimensionada 
para a saída dos gases queimados. 
• NR15 – Atividades e operações insalubres
A NR-15 estabelece as atividades e operações consideradas insalubres de 
acordo com os limites de tolerância, definidos em seus anexos. Definido a insalubridade 
da atividade, o trabalhador passa a receber um adicional incidente sobre o salário 
mínimo. O adicional pode ser de 40% para insalubridade de grau máximo, 20% de grau 
médio e 10% de grau baixo. Em ambientes com mais de um agente insalubre, o adicional 
é aplicado sobre o de maior grau, sem acúmulos. A eliminação ou neutralização da 
insalubridade retira o direito ao pagamento do adicional respectivo.
• NR-16 – Atividades e operações perigosas
A NR-16 estabelece o adicional de 30% sobre o salário (sem os acréscimos 
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa) aos 
trabalhadores que exercem atividades em condições de periculosidade, conforme 
estabelecido pelos anexos desta mesma norma. Ainda segundo a NR-16 é de 
responsabilidade do empregador definir se o ambiente de trabalho é considerado 
perigoso, por meio de laudos técnicos. 
• NR-17 – Ergonomia
A NR-17 estabelece os parâmetros que permite a adaptação das condições 
de trabalho as características psicofisiológicas do trabalhador, ou seja, adaptação do 
ambiente de trabalho para as características físicas e psicológicas do trabalhador de 
24
maneira a oferecer conforto, segurança e consequentemente aumento de produtividade. 
A determinação das condições ergométricas deve ser realizada por meio da Análise 
Ergométrica do Trabalho. 
• NR-18 – Segurança e saúde no trabalho na indústria da construção
A NR-18 contém as diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de 
organização, que tem por objetivo a implementação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho 
na indústria da construção.
• NR-19 – Explosivos
A NR-19 normatiza as medidas de proteção para o processo de fabricação, 
utilização, importação, exportação, armazenamento e transporte de explosivos, 
embasados na legislação estabelecida no Regulamento para Fiscalização de Produtos 
Controlados (R-105) do Exército Brasileiro. 
• NR‑20 – Combustíveis e líquidos inflamáveis
A NR-20 dispõe sobre os requisitos mínimos em relação às atividades de extração, 
produção armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e 
líquidos combustíveis de maneira a garantir a segurança e saúde do trabalhador.
 
A norma abrange os projetos de instalação, prontuário de instalação, análises de 
risco, manutenção e inspeção das instalações, capacitação dos trabalhadores, controle 
das fontes de ignição, prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios, 
explosões e emissões fugitivas, e plano de resposta a emergência da instalação. 
• NR-21 – Trabalho a céu aberto
A NR-21 estabelece a medidas de proteção para os colaboradores que exercem 
atividades a céu aberto exigindo abrigos mesmo que de maneira improvisada. Além 
disso, devem ser realizadas medidas especiais de proteção contra a insolação excessiva, 
o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes. 
• NR-22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração
A NR-22 regulamenta as medidas de segurança e conforto a serem observados 
na organização e no ambiente de trabalho que desenvolva atividade de mineração. 
Essa norma contém a obrigatoriedade de realização do Programa de Gerenciamento 
de Risco (PGR), conforme descrito na NR‑1, e sobre alguns aspectos específicos para 
implementação da CIPA na mineração, que recebe o nome de Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes na Mineração – CIPAMIN.
25
A NR-22 abrange a responsabilidade da empresa e dos empregados, a 
organização dos locais de trabalho, circulação e transporte de pessoas e matérias, 
equipamentos, máquinas, ferramentas e instalações, proteção contra poeira mineral, 
sinalização de áreas de trabalho e de circulação, instalações elétricas, operações com 
explosivos e acessórios, deposição de estéril, rejeitos e produtos, iluminação, operação 
de emergência, informação, qualificação e treinamentos, e outros. 
• NR-23 – Proteção contra incêndios
A NR-23 estabelece as medidas de proteção contra incêndios que devem 
ser implementadas em todos os empreendimentos. Essas medidas devem estar em 
conformidades com as legislações estaduais do corpo de bombeiro e normas técnicas 
aplicáveis. Os trabalhadores devem ser treinados quanto há utilização dos equipamentos 
de combate a incêndio, evacuação dos locais de trabalho com segurança e acionamento 
dos dispositivos de alarmes. 
• NR-24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
A NR-24 estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto que os 
ambientes de trabalho devem fornecer aos seus trabalhadores. De maneira geral, 
a norma direciona as especificações das instalações sanitárias (bacias sanitárias, 
mictórios, lavatórios, chuveiros), vestiário, refeitório, cozinha e alojamento. 
• NR-25 – Resíduos industriais
A NR-25 estabelece a necessidade de redução e destinação adequada dos 
resíduos gerados nos empreendimentos, sejam eles sólido, líquido ou gasoso de maneira 
a prevenir tanto a saúde e segurança dos trabalhadores quanto a preservação do meio 
ambiente. 
• NR-26 – Sinalização de segurança
A NR-26 dispõe sobre a padronização das cores na segurança do trabalho e na 
classificação, rotulagem preventiva e ficha com dados de segurança de produto químico 
de maneira a evitar acidente e garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. 
 
• NR‑27 – Registro de profissionais – REVOGADA
• NR-28 – Fiscalização e penalidades
A NR‑28 dispõe sobre os procedimentos de fiscalização trabalhista em relação 
a Segurança e Medicina do Trabalho que devem ser efetuadas obedecendo ao disposto 
nos Decretos nº 55.841, de 15/03/65, e nº 97.995, de 26/07/89, no Título VII da CLT e no 
§ 3º do art. 6º da Lei nº 7.855, de 24/10/89 e nessa NR.
26
 A norma conta com os procedimentos de atuação, por exemplo, o critério 
de dupla visita (na primeira visita é feita uma advertência e na segunda visita, caso a 
infração persista, são aplicadas as sanções cabíveis), os prazos estabelecidos para as 
empresas se adequarem em relação à irregularidade técnica e os valores das multas. 
• NR-29 – Segurança e saúde no trabalho portuário
A NR-29 destina-se a proteção obrigatória dos trabalhadores portuários, tanto 
a bordo quanto em terra, contra acidentes e doenças profissionais, além de facilitar 
os primeiros socorros a acidentados. A norma estabelece o Serviço Especializado em 
Segurança e Saúde no Trabalho Portuário (SESSTP), renomeação para o SESMT, e a 
Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário (CPATT)referentes a CIPA. 
• NR-30 – Segurança e saúde no trabalho aquaviário
A NR-30 regulamenta as condições de saúde e segurança para os trabalhadores 
das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras 
estrangeiras, utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive 
naquelas embarcações utilizadas na prestação de serviços. Essa norma é baseada no 
disposto na Convenção da OIT nº 147 – Normas Mínimas para Marinha Mercante. Vale 
destacar que a aplicação dessa norma não retirar a obrigatoriedade do cumprimento 
de outras disposições legais relacionadas ao assunto mesmo daquelas oriundas de 
convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.
• NR-31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, 
exploração florestal e aquicultura
A NR-31 regulamenta as atividades rurais (agricultura, pecuária, silvicultura, 
exploração florestal e aquicultura) e as atividades de exploração industrial em 
estabelecimentos agrários de maneira a garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. 
Também dispõe sobre o uso de agrotóxicos, descarte dos resíduos, transporte com 
animais, ferramentas manuais adequadas, fatores climáticos, edificações rurais e 
outros. Nessa norma SESMT e CIPA são redefinidos e recebem os nomes de Serviço 
Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR) e Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural (CIPATR). 
• NR-32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde
A NR-32 estabelece os requisitos mínimos de saúde e segurança para trabalhos 
da área da saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e 
assistência à saúde em geral. Dentre os diversos riscos a que os trabalhadores desta 
área estão expostos, o risco biológico é o de maior preocupação. Assim, essa NR 
caracteriza e define as medidas de controle e proteção, que devem estar previstas no 
PGR da empresa. 
27
• NR‑33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados
A NR‑33 estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços 
confinados, além de realizar a avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes 
de maneira a garantir a saúde e segurança dos trabalhadores que interagem direta ou 
indiretamente nestes espaços. Os trabalhadores destinados a serviços em espaços 
confinados devem realizar exames médicos e capacitações específicas. 
• NR-34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, 
reparação e desmonte naval 
A NR-34 tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as medidas 
de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da 
indústria de construção, reparação e desmonte naval, do qual fazem parte navios, 
barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras. Essa norma regulamenta 
o trabalho a quente (atividades de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte ou outras 
que possam gerar fontes de ignição tais como aquecimento, centelha ou chama), ou 
seja, trabalho em ambientes sob risco de incêndio ou explosão na industrial naval. Além 
disso, define as medidas de proteção aos trabalhos em altura, exposição à radiação 
ionizante, jateamento e hidrojateamento, atividades de pintura, movimentação de carga 
e montagem e desmontagem de andaimes na indústria naval. 
• NR-35 – Segurança e saúde no trabalho em altura
A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o 
trabalho em altura (atividade realizada a dois metros acima do nível inferior, com risco 
de queda), envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir 
a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta 
atividade. Os trabalhadores que realizam serviços em alturas devem realizar exames 
médicos específicos e receber treinamentos teórico e prático, com uma carga horária 
mínima de oitos horas. Esses treinamentos devem ser refeitos no mínimo a cada dois 
anos. 
• NR-36 – Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento 
de carnes e derivados
A NR-36 estabelece os requisitos mínimos para a avaliação, controle e 
monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de 
abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de 
forma a garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. 
28
• NR-37 – Segurança e saúde em plataformas de petróleo
A última NR foi publicada pela Portaria MTb nº 1.186, em 20 de dezembro de 
2018 e passou por uma alteração em 2019. Ela estabelece os requisitos mínimos de 
saúde, segurança e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de 
petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras – AJB. Vale ressaltar que a 
aplicação dessa norma não retira a necessidade do cumprimento de outras legislações 
referente ao tema ou daquelas oriundas de contratos de trabalho, acordos de trabalho e 
convenções coletivas de trabalho. 
O acesso completo das NRs e de todas as suas atualizações podem ser 
encontrados no site do Ministério do Trabalho e da Previdência por meio 
do link: https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-
no-trabalho/normas-regulamentadoras.
DICA
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• No Brasil, temos, além da Constituição Federal, a CLT (Consolidação das Leis 
trabalhistas) e as NRs (Normas Regulamentadoras), que são dispositivos jurídicos 
para a implantação da Segurança no Trabalho.
• A CLT consolida as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho.
• No Capítulo V da CLT são definidas as normas à segurança e à medicina do trabalho, 
consubstanciadas nas normas regulamentadoras.
• A Portaria 3.214 é considerada a principal legislação brasileira que normatiza a 
segurança do trabalho preventiva e conta com trinta e sete Normas Regulamentadoras 
(NRs). 
• Na NR‑1 fica estabelecida a obrigatoriedade das empresas que possuem funcionários 
sobre o regime da CLT, sejam elas públicas ou privadas, a aplicação das NRs 
relacionados ao estabelecimento. 
• As NRs 4 e 5 estabelecem a implantação do Serviços Especializados de Engenharia de 
Segurança e de Medicina do Trabalho (SESMT) e da Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (CIPA), respectivamente.
• O SESMT tem por objetivo promover a saúde e proteger a integridade física e mental 
do empregado no local de trabalho. A CIPA, por sua vez, tem a finalidade auxiliar na 
prevenção de acidentes no ambiente de trabalho.
30
1 Com base no Art. 7º da Constituição da República Federativa do Brasil em que são 
descritas as principais normas que beneficiam os trabalhadores rurais e urbanos, 
analise as sentenças a seguir. 
I- Seguro-desemprego: remuneração ao trabalhador após demissão sem justa causa.
II‑ 13º salário: remuneração ao trabalhador no final do ano com valor igual ao recebido 
mensalmente.
III- Fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS): garantia de reserva em dinheiro, 
valor depositado mensalmente pela empresa, que poderá ser usado em casos de 
demissão, doenças ou outras eventualidades.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Nenhuma das sentenças estão corretas.
2 Desde o final do século XIX, o Brasil tem demonstrado preocupações com as 
questões de saúde e segurança, mesmo que em pequena escala. Porém, somente na 
década de 1940 começaram a surgir legislações mais específicas sobre as questões 
trabalhistas. Dentro deste contexto, qual é a principal legislação brasileira que 
normatiza a segurança do trabalho preventiva atualmente?
Neste tópico, vamos realizar um estudo mais aprofundado das principais legislações 
brasileiras que concerne ao direito trabalhista. Dentre elas estão a Constituição da 
República Federativa do Brasil (05/10/1988), o Decreto-Lei nº 5.452 (Consolidação das 
Leis Trabalhista – CLT) e a Portaria nº 3.214, que aprova as NormasRegulamentadores – NR.
a) ( ) Constituição da República Federativa do Brasil.
b) ( ) Decreto Lei n° 5.452 (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT).
c) ( ) Portaria n° 3.214. 
d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
3 A Norma Regulamentadora NR-6 estabelece a obrigatoriedade das empreses 
em fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para seus empregados. 
Neste contexto, qual é a diferença entre equipamentos de proteção individual e 
equipamentos de proteção coletiva?
AUTOATIVIDADE
31
4 A NR-7 estabelece a elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO) que tem por objetivo analisar a saúde dos colaboradores por 
meio da realização de exames médicos. Assinale a alternativa que contempla os tipos 
de exames exigidos por essa NR.
a) ( ) Admissional, periódicos, demissional, mudança de função, retorno ao trabalho e 
exames complementares definido de acordo com o risco ao qual o trabalhador 
está exposto.
b) ( ) Periódicos, demissional e mudança de função.
c) ( ) Admissional, periódicos, demissional, mudança de função e retorno ao trabalho.
d) ( ) Periódicos, demissional e exames definidos de acordo com o risco a qual o 
trabalhador está exposto. 
5 Quais são as Normas Regulamentadoras que alteram a nomenclatura do Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e 
da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)? 
32
33
TÓPICO 3 - 
ACIDENTES DE TRABALHO, 
PLANEJAMENTO E CONTROLE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, no Tópico 3, nós abordaremos os conceitos de acidentes do trabalho 
sobre a visão legal, ou seja, aquela descrita nas legislações pertinentes, e sobre a visão 
prevencionista, considerada mais abrangente por muitos profissionais da área. 
Em acréscimo, serão apresentados quais são as classificações para acidente 
do trabalho, suas características, os principais fatores que causam os acidentes, os 
procedimentos a serem seguidos em casos de acidente e quais os benefícios legais 
concedidos aos trabalhadores após um acidente de trabalho. 
Por fim, veremos alguns procedimentos de segurança a serem seguidos 
de maneira a manter o ambiente de trabalho mais seguro, diminuindo os riscos e 
consequentemente os acidentes de trabalho. 
2 ACIDENTE DE TRABALHO
Como vimos anteriormente, acidente de trabalho, segundo a Lei de Planos e 
Benefícios da Previdência Social (Art. 19, Lei nº 8.213/1991) é definido como:
[...] o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou de 
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados 
referidos no inciso VII do art.11 desta Lei, provocando lesão corporal 
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Com esta definição, o legislador se preocupou basicamente na definição 
do acidente com a finalidade da proteção ao trabalhador que sofreu um acidente, 
garantindo-lhe indenização. O acidente é apreciável somente em relação à pessoa, e daí 
resulta que as únicas consequências indenizáveis são as relativas à lesão ou à saúde. 
Entretanto, essa definição é considerada insatisfatória, principalmente pelos profissionais 
da segurança e saúde do trabalho, pois contempla apenas as consequências geradas 
sobre o homem. 
Segundo Matos e Másculo (2011), os acidentes de trabalho com vítimas é apenas 
uma ponta do iceberg, pois cerca de 300 vezes a mais são os acidentes que geram 
apenas perdas de tempo e material, sendo também interessante evitá-los. 
34
Assim, um segundo conceito de acidente de trabalho, agora segundo a 
visão prevencionista, é “qualquer ocorrência não programada, inesperada ou não, 
que interrompe ou interfere o processo normal de uma atividade, trazendo como 
consequência isolada ou simultaneamente perda de tempo, dano material ou lesões 
ao homem”.
FIGURA 5 – ACIDENTE DE TRABALHO NO CONCEITO PREVENCIONISTA
FONTE: <https://bit.ly/3cgbiLZ>; <https://bit.ly/3qXQOk3>; <https://bit.ly/3kHeHZ9>; 
<https://bit.ly/2YS9oyh>; <https://bit.ly/3HuPDhN>; <https://bit.ly/30wgubZ>. Acesso em: 12 maio 2021.
Vejamos o exemplo a seguir, simulando a queda de uma caixa, que utiliza desse 
segundo conceito.
 
• Se a caixa, ao cair no chão, não se danificou e nem feriu o operário, tivemos somente 
uma perda de tempo.
• Se a caixa, ao cair no chão, se danificou, tivemos a perda de tempo e de material.
• Porém, se a caixa, ao cair no chão, se danificou e feriu o homem, tivemos perda de 
tempo, de material e dano ao funcionário.
Portanto, a diferença entre o conceito legal e o conceito prevencionista consiste 
no fato de que no primeiro é necessário haver lesão física, enquanto que no segundo 
são levados em consideração, além das lesões físicas, a perda de tempo e dos danos 
materiais.
35
Para verificar quais exercícios do trabalho dos seguradores referidos 
no inciso VII do art.11 da Lei de Planos e Benefícios da Previdência 
Social basta acessar o site do Planalto Central por meio do link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm.
DICA
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO 
Os acidentes de trabalho classificam‑se em: 
a) Acidente típico ou tipo: é aquele sofrido pelo empregado no desempenho de suas 
tarefas habituais, no ambiente do trabalho ou fora deste quando estiver a serviço do 
empregador. Exemplos: batidas, quedas, choques, cortes, queimaduras etc.
b) Acidente de trajeto: é aquele sofrido pelo empregado no percurso de sua residência 
para o local de trabalho ou vice-versa, desde que o trajeto percorrido seja considerado 
como o habitual e o horário da ocorrência seja condizente com o início ou término de 
suas atividades profissionais.
c) Doença ocupacional é aquela diretamente relacionada ao processo do trabalho, ou 
seja, às condições de trabalho e ao ofício com o qual o trabalhador está envolvido. De 
acordo com o Art. 20 da Lei nº 8.213/91, as doenças ocupacionais podem ser divididas 
em doença profissional e doença do trabalho. A doença profissional é “produzida 
ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade”, e, a 
doença do trabalho “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais 
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”.
Vale destacar que, ainda segundo ao Art. 20, não são consideradas doenças 
ocupacionais as degenerativas, inerente ao grupo etário, que não produza incapacidade 
laborativa e doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela 
se desenvolva salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto 
determinado pela natureza do trabalho.
2.2 CONDIÇÕES QUE LEVAM AO ACIDENTE DE TRABALHO 
• ATO INSEGURO 
Os atos inseguros são os modos pelos quais o próprio trabalhador se expõe, 
consciente ou não, aos acidentes durante o trabalho. Via de regra, é a violação de uma 
ordem ou procedimento consagrado. De acordo com estudo realizado por Benite (2005), 
88% dos acidentes de trabalho são oriundos de atos inseguros. 
36
Exemplos de atos inseguros:
◦	 levantamento impróprio de carga;
◦	 não utilização ou danificação do EPI;
◦	 brincadeiras grosseiras;
◦	 manutenção de máquinas em movimento;
◦	 execução de serviços para os quais não está autorizado;
◦	 uso de equipamentos de maneira imprópria;
◦	 sobrecarregar (andaime, veículo etc.);
◦	 trabalhar ou operar à velocidade insegura;
◦	 saltar de um ponto elevado do veículo ou plataforma.
FIGURA 6 – FOTO DE UM ATO INSEGURO
FONTE: <https://bit.ly/3Cp5oTz>. Acesso em: 12 maio 2021.
É importante destacar que o ato inseguro, contido na alínea “b” do item 
1.7 da NR-1, foi revogado em 4 de março de 2009 por meio da Portaria nº 84 do 
Ministério do Trabalho, levando em consideração que o trabalhador não se acidentaria 
propositalmente, e, portanto, não caberia a ele responder a um processo judicial pós-
acidente. Entretanto, o ato inseguro ainda continua sendo ilegal e cabe às empresas 
criar métodos de informar e conscientizar os trabalhadoresacerca dos riscos e perigosos 
referentes a sua atividade de trabalho.
• CONDIÇÃO INSEGURA
As condições inseguras podem ser definidas como as falhas físicas, no local de 
trabalho, que comprometem a segurança do trabalhador. Não podem ser confundidas 
com os riscos presentes em certas operações industriais. A eletricidade, por exemplo, 
sempre existirá em trabalhos que envolvem equipamentos elétricos, no entanto, as 
condições inseguras serão as instalações malfeitas ou improvisadas, ou fios expostos, 
e não a eletricidade em si.
37
Podemos citar como exemplos de condições inseguras:
◦ proteção mecânica inadequada;
◦ condição defeituosa do equipamento;
◦ projeto ou construção inseguros;
◦ empilhamento instável;
◦ escadas ou pisos defeituosos ou escorregadios.
FIGURA 7 – FOTO DE CONDIÇÃO INSEGURA
FONTE: <https://www.vendrame.com.br/wp-content/uploads/2021/02/entenda-a-diferenca-entre-atos-
inseguros-e-condicoes-inseguras-01-1.jpg>. Acesso em: 12 maio 2021.
Tanto os atos quanto as condições inseguras são consideradas ações que 
podem causar acidentes graves, podendo chegar até a morte. A Figura 8 apresenta 
uma comparação entre esses dois conceitos. 
FIGURA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE ATO INSEGURO E CONDIÇÃO INSEGURA
FONTE: <https://bit.ly/3DrSFRl>. Acesso em: 12 maio 2021.
38
• FATORES PESSOAIS DE INSEGURANÇA
Além dos atos e das condições inseguras, as falhas humanas, ou também 
conhecida como fatores pessoais de insegurança, são considerados bastante relevantes 
quando falamos de acidentes de trabalho. Os fatores pessoais de insegurança são 
características pessoais, íntimas, que não podem ser mudadas com treinamento. São 
necessários outros meios, como o acompanhamento social, a análise psiquiátrica ou a 
mudança de função. São exemplos típicos:
◦ falta de conhecimento;
◦ falta de experiência ou especialização;
◦ desobediência;
◦ comprometimento físico;
◦ fadiga;
◦ alcoolismo e toxicomania.
3 PROCEDIMENTOS PARA CASOS DE ACIDENTE DE 
TRABALHO
O primeiro passo a se tomar quando ocorre um acidente do trabalho é realizar os 
primeiros socorros ao trabalhador acidentado e encaminhá-lo ao Pronto Socorro mais 
próximo. Em caso mais graves, deve-se acionar o Corpo de Bombeiro ou o Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que oferecem um serviço especializado em 
transporte de pessoas acidentadas.
Em território brasileiro, o Corpo de Bombeiro pode ser acionado 
por meio do telefone (193) e o Samu pelo telefone (192).
ATENÇÃO
Em seguida ao atendimento médico, o trabalhador acidentado ou seu 
representante deve imediatamente apresentar ao empregador o atestado médico 
comunicando o tratamento instituído, tempo de afastamento e data provável de retorno 
ao trabalho.
 
Com o atestado em mãos, o responsável pela área de segurança da empresa 
deve providenciar a abertura do Comunicado de Acidente do Trabalho (CAT). A emissão 
do CAT é de extrema importância para o trabalhador acidentado, pois serve com prova 
perante a Previdência social de que o acidente de trabalho ocorreu, e, portanto, o 
39
servidor tem direito a requer algum benefício. Além disso, também pode ser usado como 
comprovante caso o trabalhador deseja solicitar indenização perante ao empregador 
por perda ou redução da sua capacidade laborativa (RAMOS, 2016). 
De acordo com a Lei da Previdência Social Art. 22:
A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o 
acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil 
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à 
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite 
mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente 
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência 
Social.              
Além disso, ainda no Art. 22 parágrafos 1° e 2° consta que 
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel 
o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que 
corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá‑
la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical 
competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, 
não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
Assim, caso o empregador não realize a abertura do CAT, poderá ser feito pelo 
próprio trabalhador acidentado, porém a empresa ainda continua responsável pela falta 
do cumprimento deste artigo.
 
Caso haja necessidade de afastamento por mais de quine dias consecutivos 
de suas funções laborais, o trabalhador poderá entrar com o pedido de auxilio junto a 
Previdência Social. Veremos mais detalhes dos tipos de auxílios no subtópico a seguir. 
4 BENEFÍCIOS CONCEDIDOS AOS TRABALHADORES 
APÓS UM ACIDENTE DE TRABALHO
• AUXÍLIO-DOENÇA 
De acordo com o Ministério do Trabalho e da Previdência (BRASIL, 2021, s. 
p.) “O Auxílio-Doença é um benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS 
que comprove, em perícia médica, estar temporariamente incapaz para o trabalho em 
decorrência de doença ou acidente”.
O auxílio-doença somente será concedido ao trabalhador que estiver impedido 
de exercer sua função por mais de 15 dias consecutivos. Os quinze primeiros dias, para 
trabalhadores com carteira assinada de acordo com a CLT, deverão ser remunerados 
pelo próprio empregador e após isso a Previdência Social assume o pagamento pelo 
afastamento do trabalhador. 
40
Trabalhadores autônomos (empresários, profissionais liberais, trabalhadores por 
conta própria, entre outros) que contribuem com o Instituto Nacional de Seguro Social 
(INSS) também podem solicitar o auxílio-doença, sendo a previdência responsável pelo 
pagamento de todo o período de afastamento. 
Para concessão de auxílio-doença, é necessária a comprovação da incapacidade 
por meio de exames que são realizados pela perícia médica da Previdência Social. Além 
disso, para ter direito ao benefício é necessária uma contribuição mínima de 12 meses. 
Os trabalhadores que foram diagnosticados com tuberculose ativa, hanseníase, 
alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, 
cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia 
grave, doença de Paget (osteíte deformante) em estágio avançado, síndrome da 
deficiência imunológica adquirida (AIDS) ou contaminado por radiação (comprovada em 
laudo médico), terão o direito ao benefício mesmo que não tenha cumprido o prazo 
mínimo de contribuição exigido pela Previdência Social. 
O trabalhador que recebe auxílio-doença é obrigado a realizar exame médico 
periódico e participar do programa de reabilitação profissional prescrito e custeado pela 
Previdência Social, sob pena de ter o benefício suspenso.
Não tem direito ao auxílio‑doença quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver 
doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resulta do 
agravamento da enfermidade. Quando o trabalhador perde a qualidade de segurado, as 
contribuições anteriores só são consideradas para concessão do auxílio-doença após 
nova filiação à Previdência Social, tendo de haver ao menos quatro contribuições que, 
somadas às anteriores, totalizem no mínimo 12.
O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e 
retorna ao trabalho ou quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez. 
O valor do benefício corresponde a 91% do salário de benefício. O salário de benefício 
dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 corresponderá à média dos 
80% maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente, desde julho de 1994. 
Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média 
dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo.
Nos primeiros 15 dias de afastamento, o salário do trabalhador 
é pago pela empresa e, após esse período, a Previdência Social 
será responsável pelo pagamento. Após o retorno ao serviço, o 
trabalho terá estabilidadede 12 meses. 
IMPORTANTE
41
• AUXÍLIO-ACIDENTE
O auxílio-acidente é o benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e 
fica com sequelas que reduzem a capacidade de trabalho. Concedido para segurados 
que recebiam auxílio-doença, tem direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, 
o trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte 
individual e o facultativo não recebem o benefício.
Para concessão do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição, 
mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a impossibilidade de 
continuar desempenhando suas atividades, por meio de exame médico realizado pela 
da perícia médica da Previdência Social.
O auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado com 
outros benefícios pagos pela Previdência Social, exceto aposentadoria. Além disso, não 
impede o beneficiário a continuar trabalhando. O benefício deixa de ser pago quando o 
trabalhador se aposenta. 
O pagamento dar-se-á a partir do dia seguinte em que cessa o auxílio-doença. 
O valor do benefício corresponde a 50% do salário de benefício que deu origem ao 
auxílio-doença, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente.
Os contribuintes individuais e facultativos não têm direito ao auxílio-doença.
ATENÇÃO
5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ACIDENTES DE 
TRABALHO
Para manter um ambiente de trabalho seguro, ou seja, diminuir os riscos e 
consequentemente os acidentes de trabalho, é necessário que todas as atividades 
sejam realizadas seguindo os procedimentos de segurança. 
Cada atividade possui suas particularidades de operação, e, portanto, é 
indispensável que as empresas estejam atentas às medidas de proteção previstas 
nas normas trabalhistas. Além disso, as empresas devem elaborar, obrigatoriamente, 
o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), regulamentado pela 
NR‑7, e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), previsto na NR‑1 e especificado 
pela NR-9. 
42
Segundo a NR-7, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) 
tem por objeto “promover a preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores”. 
Além disso, ele “deverá ser planejado e implementado com base nos riscos à saúde dos 
trabalhadores, especialmente, os identificados nas avaliações previstas nas demais NR”, 
em especial os riscos estabelecidos pelo PGR. 
Dentre as principais regras estabelecidas na elaboração do PCMSO está a 
realização dos exames admissional, periódico, de retorno ao trabalho, mudança de 
riscos ocupacionais e demissional. Além disso, trabalhadores que realizam trabalhos 
em altura, espaço confinados, trabalho a quente, dentro outros, devem realizar exames 
médicos específicos e apresentar o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) comprovando 
aptidão para exercer tal atividade.
 
Em relação ao Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), a NR-9 estabelece 
como objetivo “[...] estabelece os requisitos para a avaliação das exposições 
ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa 
de Gerenciamento de Riscos – PGR, previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às medidas 
de prevenção para os riscos ocupacionais”.
Assim, as medidas de prevenção estabelecidas na NR-9 aplicam-se quando 
houver exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológico. As atividades 
insalubres ou perigosas devem seguir as regras estabelecidas na NR-15 e na NR-16, 
respectivamente. 
Vale salientar que a NR-9 encontra-se em processo de transição, conforme 
especificado no item 9.6 – Disposição Transitória. Para tanto, durante esse período as 
medidas de prevenção devem seguir: “a) os critérios e limites de tolerância constantes 
na NR-15 e seus anexos; b) como nível de ação para agentes químicos, a metade dos 
limites de tolerância; c) como nível de ação para o agente físico ruído, a metade da dose”.
Além dos programas estabelecidos pelas NRs, os colaboradores da área de 
segurança do trabalho (engenheiro de segurança do trabalho, técnico em segurança 
do trabalho, médico do trabalho, e outros) também podem elaborar planos de ação, 
promovendo, assim, a saúde e a segurança de seus trabalhadores. Veja a seguir os 
principais passos para a elaboração de um plano de ação.
Inicialmente deve-se realizar um mapeamento dos riscos a qual os trabalhadores 
estão expostos. Nesta etapa, todas as atividades realizadas no empreendimento devem 
ser analisadas. Além disso, também devem ser observados os perigos, ou seja, coisa que 
pode potencialmente causar dano, por exemplo, pessoas, equipamentos, ambiente de 
trabalho, falta de treinamento, entre outros. 
43
Em seguida, devem-se propor ações, sejam elas preventivas, corretivas ou 
proativas, para evitar que os trabalhadores sejam expostos a tal risco. O plano de ação 
é composto pelas metas e objetivos que definem as ações a serem tomadas, quem 
deverá realizá-la, onde será executada, como será executada, em quanto tempo e qual 
resultado é esperado. 
As ações corretivas são aquelas aplicadas após a ocorrência de um 
problema. As ações preventivas, por sua vez, são realização antes 
que o problema ocorra. Já as ações proativas buscam as causas 
raízes do problema de maneira a soluciona-lo definitivamente.
NOTA
Dentre as ações estão a utilização dos equipamentos de proteção individual 
adequado para cada risco (NR-6), a realização de treinamentos periodicamente como 
toda a equipe como forma de qualificar os colaboradores sobre a segurança do trabalho, 
e a padronização dos processos com a elaboração de um Procedimento Operacional 
Padrão (POP) que contenha o passo a passo para realização da atividade. Além disso, 
devem-se documentar todos os acidentes ocorridos no empreendimento de forma a 
identificar as causas e assim tomar medidas para que não volte a acontecer. 
O monitoramento e a verificação das ações implementadas devem ocorrer de 
forma periódica, mantendo a melhoria continuada e colaborando para um ambiente 
de trabalho seguro e saudável para os colaboradores. É importante lembrar que após 
a verificação inicia‑se um novo ciclo do plano de ação com estabelecimento de novas 
metas e objetivos. 
44
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A definição de acidente do trabalho segundo a visão legal somente contempla as 
consequências geradas sobre o homem. Por outro lado, o conceito prevencionista 
também engloba as ocorrências que não resultam em lesões ou danos materiais.
• As condições que levam aos acidentes de trabalho são classificadas em atos 
inseguros, condições inseguras e fatores pessoais de insegurança.
• Os benefícios concedidos a quem sofre os acidentes de trabalho são auxílio-doença 
e auxílio-acidente. O auxílio-acidente passa a valer quando cessa o auxílio-doença. 
• As empresas devem atender às medidas de proteção previstas nas normas 
trabalhistas, dentre elas a elaboração do PGR e do PCMSO, como forma de diminuir 
os riscos e os acidentes de trabalho. Além disso, podem desenvolver planos de ação 
e manter a melhoria continuada.
45
1 A definição de acidente do trabalho estabelecida pela Lei de Planos e Benefícios da 
Previdência Social (Art. 19, Lei nº 8.213/1991) é considerada insatisfatória por muitos 
profissionais da área de segurança e saúde do trabalho. Explique por que essa 
definição é considerada insatisfatória e escreva qual seria a definição mais completa. 
2 Os acidentes de trabalho acontecem por diversas condições que ocorrem no dia a 
dia dos trabalhadores. Sobre essas condições, classifique as sentenças em V para 
verdadeiro e F para a falsa:
( ) Os atos inseguros são os modos pelos quais o próprio trabalhador se expõe, 
consciente ou não, aos acidentes durante o trabalho.
( ) As condições inseguras podem ser definidas como as falhas físicas, no local de 
trabalho, que comprometem a segurança do trabalhador.
( ) Os fatores pessoais de insegurança são características pessoais que podem ser 
mudadas com treinamentos.Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – V – F.
3 As doenças ocupacionais, ou seja, aquelas produzidas ou desencadeadas pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, fazem parte da classificação 
dos acidentes do trabalho. De acordo com o Art. 20 da Lei n° 8.213/91, quais as 
doenças que não são consideradas doenças ocupacionais? 
4 Ao sofrer um acidente do trabalho que impeça o trabalhador a continuar exercendo 
sua função, mesmo que temporariamente, alguns benefícios legais são concedidos. 
Sobre esses benefícios, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Trabalhadores autônomos, mesmo que contribuem com INSS, não têm direito a 
solicitar o auxílio-doença.
b) ( ) Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade 
por meio de exames que são realizados pela perícia médica da Previdência Social.
c) ( ) Para concessão do auxílio-acidente é exigido tempo mínimo de contribuição 
do INSS. 
d) ( ) O auxílio-acidente não pode ser acumulado com outros benefícios pagos pela 
Previdência Social, exceto a aposentadoria. 
AUTOATIVIDADE
46
5 O plano de ação é um procedimento aplicado por colaboradores da área de segurança 
do trabalho que auxilia no controle dos acidentes de trabalho. Sobre o plano de ação 
assinale a alternativa INCORRETA.
a) ( ) O plano de ação deve propor ações, sejam elas preventivas, corretivas ou 
proativas, para evitar que os trabalhadores sejam expostos a risco durante suas 
atividades. 
b) ( ) A utilização dos equipamentos de proteção individual como ação de controle dos 
acidentes de trabalho é prevista no plano de ação.
c) ( ) Documentar os acidentes de trabalho é uma ação optativa do plano de ação. 
d) ( ) O monitoramento e a verificação devem ocorrer de forma periódica, mantendo 
a melhoria continuada e colaborando para um ambiente de trabalho que seguro 
e saudável. 
47
TÓPICO 4 - 
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE 
(SANEAMENTO E PREVENÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE)
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO 
No Tópico 4, abordaremos as questões ambientais, os impactos que o homem 
causa ao meio ambiente por meio dos processos produtivos e as medidas de prevenção. 
Aprenderemos as quatro partes fundamentais do saneamento básico, sendo elas o 
fornecimento de água potável e de qualidade, coleta e tratamento de esgoto, limpeza 
urbana e manejo dos resíduos sólidos e a drenagem urbana. Também veremos como os 
meios social, econômico e ambiental se equilibram por meio da sustentabilidade. 
Em seguida, abordaremos a Norma ABNT NBR ISO 14.001, que auxilia na 
implementação do sistema de gestão ambiental, sobre o Plano de Gerenciamento de 
Resíduos (PGRS) e sobre a educação ambiental.
2 SANEAMENTO BÁSICO
De acordo com o site Trata Brasil (O QUE É SANEAMENTO, 2021), saneamento 
é definido como o “conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições 
do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar 
a qualidade de vida da população e a produtividade do indivíduo e facilitar a atividade 
econômica”. 
No Brasil, o saneamento básico é um direito estabelecido pela Lei n° 14.026/2020 
e garantido pela Constituição Federal. Ele é composto por quatro partes fundamentais, 
que são o fornecimento de água potável de qualidade, a coleta e o tratamento de 
esgoto, a limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos e a drenagem urbana. Ambas 
as partes com grande relevância para manter a qualidade de vida da sociedade, além 
de geram oportunidades econômicas, diminuir a proliferação de doenças e promover a 
proteção ao meio ambiente.
O fornecimento de água potável de qualidade é formado pelo sistema de 
captação, as estações de tratamento de água (ETAs), os reservatórios e as redes de 
distribuição. A coleta e o tratamento de esgoto são compostos pelas redes coletoras, as 
estações elevatórias e as estações de tratamento de esgoto (ETEs). Cabe destacar que 
no Brasil somente 54,1% da população tem acesso à coleta de esgoto e apenas 49,1% é 
tratado (PRINCIPAIS [...], 2021). 
48
A limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos ocorrem por meio da coleta, 
varrição das vias, transporte, e destinação final ambientalmente correta. Neste caso 
ainda há uma diferença entre os resíduos domiciliares, que ainda é de responsabilidade 
da gestão pública, e os resíduos industriais, a depender de suas características devem 
receber tratamento diferenciando, como por exemplos os resíduos hospitalares que 
devem ser incinerados. No Brasil, A Lei n° 12.305/2010 institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos que dá diretrizes sobre a gestão integrada e ao gerenciamento dos 
resíduos sólidos, incluindo os perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder 
público. Nas próximas subseções será discutido detalhamentos dessa Lei. 
O serviço de drenagem urbana é constituído pelas instalações operacionais de 
drenagem das águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o amortecimento 
de vazões de cheias, tratamento e disposição final, contempladas a limpeza e a 
fiscalização preventiva das redes. Quando mal gerenciado esse sistema pode causar 
problemas como inundações e desabamentos, afetando em especial as pessoas mais 
carentes que vivem em locais inadequados, como encostas de morros e beiras de rios. 
A falta de saneamento básico é uma consequência do crescimento acelerado 
e desordenado das cidades, da ausência de investimentos por parte do governo e da 
dificuldade de implementação de legislações que protejam o meio ambiente efetivamente. 
3 PREVENÇÃO AMBIENTAL 
A prevenção ambiental considera que após a ocorrência de um dano ambiental, 
ele não poderá ser reparado efetivamente, ou seja, a ideia da prevenção está associada 
à cautela e ao cuidado com o meio ambiente no sentido de evitar o dano ambiental 
(MENDES, 2016).
Neste contexto, os termos proteção e preservação, em muitos casos, são 
utilizados de maneira equivocada. A proteção ambiental é a utilização dos recursos 
de maneira racional, mantendo a sua sustentabilidade e garantindo seu acesso às 
futuras gerações. A preservação, por sua vez, tem por objetivo manter a integridade 
e a perenidade do meio ambiente, ou seja, não deve utilizar os recursos ambientes de 
forma alguma. Normalmente, a preservação é aplicada quando há riscos de perda da 
biodiversidade (PADUA, 2006).
O termo biodiversidade descreve todas as formas de vida, assim 
como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, 
ou ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta 
diretamente muitas outras (O QUE É A BIODIVERSIDADE, 2021).
NOTA
49
Devido aos impactos causados pelo homem ao meio ambiente faz-se necessária 
a criação de medidas de proteção de formar a garantir um ambiente saudável, vivo, ativo 
e com todo seu funcionamento dentro da cadeia ecológica. A proteção ambiental ocorre 
de forma interligada entre as legislações ambientais, a ética e a educação, influenciando 
nas tomadas de decisões ambientais e nos comportamentos da sociedade. 
 Nesta perspectiva, a sustentabilidade surge da junção entre os meios 
social, econômico e ambiental, garantindo o desenvolvimento social e econômico, e 
assegurando que não ocorra o esgotamento dos recursos ambientais, o mantendo 
disponível para as próximas gerações. Portanto, a sustentabilidade é o equilíbrio entre a 
satisfação das necessidades humanas e a proteção do meio ambiente. 
FIGURA 9 – DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
FONTE: <encurtador.com.br/TVWY5>. Acesso em: 1 jun. 2021.
O crescente interesse pelas questões ambientais tem impulsionado os avanços 
ambientais tanto nas instituições públicas quanto nas instituições privadas. Assim, 
torna-se fundamental a implementação de um sistema de gestão ambiental, visando 
evitar as alterações e situações indesejáveis sobre o meio ambiente. 
De acordo com Floriano (2007), a gestão ambiental é um conjunto de ações 
administrativas que tem por objetivo avaliar os impactosambientais, além de realizar o 
planejamento, gerenciamento, monitoramento e controle das questões ambientais de 
maneira integral. Calijuri e Cunha (2013, p. 763), por sua vez, definem a gestão ambiental 
como o “conjunto de normas, procedimentos, instrumentos e agentes institucionais 
que estabelecem as diretrizes para as ações governamentais ou de organizações em 
relação a objetivos de natureza ambiental”. 
O sistema de gestão ambiental empresarial surgiu nas instituições privadas 
como forma de atender as legislações vigentes, evitando assim multas e punições. 
Entretanto, nos dias atuais práticas ambientais também são vistas como economia 
de recursos e ganhos econômicos. Para Calijuri e Cunha (2013) a inclusão da gestão 
50
ambiental de forma eficaz gera ganhos corporativos tais como a otimização dos 
processos de produção, inovação baseada em melhorias ambientais, melhoria da 
imagem institucional e um ambiente de trabalho com menor risco. 
3.1 NORMA ABNT NBR ISSO 14.001 – SISTEMA DE GESTÃO 
AMBIENTAL
A norma ABNT NBR ISO 14.001 é uma norma internacional que auxilia as 
organizações na implantação eficaz do sistema de gestão ambiental, conhecido como 
SGA, por meio do desenvolvimento, implementação, execução, avaliação e manutenção 
do sistema. Vale destacar que, a implantação eficaz dessa norma é passível de 
certificação após processo de auditoria (ABNT, 2015). Essa norma é baseada no Plan-
Do-Check-Act (PDCA), que em português quer dizer planejar-fazer-checar-agir, ou 
comumente conhecido com ciclo do PDCA. 
FIGURA 10 – CICLO DO PDCA
FONTE: <https://bit.ly/3wRVoAZ>. Acesso em: 1 jun. 2021.
O primeiro passo do ciclo PDCA é o planejamento (Plan) em que são identificados 
os aspectos ambientais mais relevantes e a partir disso são levantados os objetivos 
ambientais e os processos necessários para alcançar os resultados desejados descritos 
na política ambiental da empresa. 
A execução (Do) é a segunda etapa do ciclo. Nessa etapa, os objetivos definidos 
no planejamento são colocados em prática utilizando-se dos recursos e competências 
da organização. Cada atividade executada deve ser devidamente documentada de 
maneira a comprovar as melhorias ambientais realizadas pela a organização.
 
PLANEJAR EXECUTAR
AGIR CHECAR
51
A terceira etapa é a verificação (Check) em que são realizados o monitoramento 
e medição dos processos, incluindo seus compromissos, objetivos ambientais e critérios 
operacionais, além de reportar os resultados alcançados. O ciclo se completa com o agir 
(Act) em que a alta direção da organização avalia os resultados obtidos e toma ações 
para a melhoria ambiental contínua do processo, iniciando assim um novo ciclo. 
De acordo com a ABNT (2015), a política ambiental é uma declaração da 
organização que demostra seu comprometimento com a proteção ambiental, incluindo 
a prevenção da poluição, o cumprimento dos requisitos legais e a melhoria continua 
do sistema de gestão ambiental para aumentar o desempenho ambiental. A política 
deve ser documentada, comunicada na organização e estar disponível para as partes 
interessadas. 
Em relação à responsabilidade de implementação, a alta direção da organização 
deve acompanhar o desempenho do sistema de gestão ambiental e assegurar que ele 
esteja em conformidade com os requisitos da norma. 
O planejamento do sistema de gestão ambiental deve atender aos requisitos 
estabelecidos na política ambiental da organização baseando-se no levantamento 
dos aspectos ambientais mais relevantes, ou seja, elementos, produtos e serviços que 
podem interagir com o meio ambiente e causar impactos ambientais significativos, 
considerando uma perspectiva de ciclo de vida. 
 
O Impacto ambiental é definido como qualquer modificação do meio ambiente, 
adversa ou benéfica, resultante das atividades, produtos e serviços de uma organização 
(BATISTA et al., 2017). Dentre os principais impactos ambientais observado em um 
processo produtivo podem ser citados a geração de resíduos sólidos, a contaminação 
do solo e da água, o consumo exagerado de água, a redução dos recursos naturais, a 
emissão de fumaça preta, o consumo de energia e a contaminação do ar.
A avaliação dos impactos ambientais deve ser realizada com extrema rigor 
científico e metodológico de forma a garantir resultados confiáveis e que auxiliem nas 
tomadas de decisões. Existem diversas metodologias que auxiliam na avaliação dos 
impactos ambientais, das quais fazem parte a análise e causa e efeito, matrizes de 
impacto (matriz de Leopold), listagens de controle ou listagens de verificação, análise 
de ciclo de vida (ACV), análise de custo-benefício (valorização ambiental), análise de 
vulnerabilidade/aptidão, modelagem matemática, análise fragmenta do território, 
avaliação de risco e outros.
O sistema de gestão ambiental com base no ciclo de vida é um modelo 
sistemático de apoio à tomada de decisões, amplamente aplicado no ambiente 
empresarial, que busca avaliar os impactos associados a toda a cadeia produtiva de um 
produto ou serviço desde a extração até a disposição final (CALIJURI; CUNHA, 2013).
52
As etapas que compõem o ciclo de vida de um produto ou serviço incluem 
a extração da matéria-prima, projeto, produção, transporte e entrega, utilização, 
tratamento pós‑uso, disposição final ou retorno ao processo produto (ABNT, 2015). 
FIGURA 11 – ESQUEMA DA ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO
FONTE: <encurtador.com.br/brvG4>. Acesso em: 2 jun. 2021.
As normas da ABNT NBR ISO 14.040 e 14.044 dão diretrizes sobre os 
procedimentos a serem seguidos para elaboração da avalição do ciclo 
de vida de um produto.
NOTA
Além dos aspectos ambientais, o planejamento do sistema de gestão ambiental 
estabelecido pela ISO 14.001 também deve levar em consideração os requisitos legais 
e outros requisitos aplicáveis aos seus aspectos ambientais. Em seguida, os objetivos, 
metas e programas de melhorias ambientais são estabelecidos. 
A execução do planejamento é realizada apoiando-se no levantamento de 
recursos, nas competências, na conscientização, na comunicação e na documentação 
de evidências dos procedimentos de controle operacional e de emergências de modo a 
assegurar um sistema apropriado, adequado e eficaz (CALIJURI; CUNHA, 2013).
A avaliação de desempenho é realizada por meio do monitoramento, medição, 
análise e avaliação dos objetivos estabelecidos no planejamento e dos requisitos legais 
pertinentes. Como forma de avaliação, as auditorias internas devem ocorrer de forma 
independente das atividades a serem auditadas e sem conflitos de interesse. 
53
Os resultados devem ser apresentados à alta direção e uma análise crítica deve 
ocorrer de maneira a determinar medidas corretivas e preventivas as não conformidades, 
mantendo, assim, a melhoria contínua e fechando o ciclo do PDCA.
4 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
(PGRS)
O Plano de Gerenciamento dos Resíduos (PGRS), instituído pela Lei n° 12.305, de 
2 de agosto de 2010, tem por objetivo a prevenção e a redução na geração de resíduos 
por meio da implementação do hábito sustentável e de procedimentos que visam ao 
reúso, a reutilização e a reciclagem dos resíduos. 
Ela também normatiza a responsabilidade compartilhada dos geradores de 
resíduos, que vai desde o fabricante, importador, distribuídos, comerciante até o próprio 
consumidor a realizar a logística reversa dos produtos, retornando os produtos a cadeia 
após o uso pelo consumidor. 
O escopo para elaboração do PGRS contém a descrição do empreendimento 
ou atividade, conforme apresentado no CNAE (Classificação Nacional de atividade 
econômica); o diagnóstico dos resíduos sólidos gerados, destacando a origem, o volume 
e a caracterização dos resíduos; observar as normas estabelecidas pelos órgãos do 
Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância 
Sanitária), e do SUASA (Sistema Único de Atenção a Sanidade Agropecuária). 
Além dos planos municipal de gestão integrada de resíduos sólidos;identificar os 
responsáveis pelas etapas do gerenciamento; definição de procedimentos operacionais 
relativos às etapas do gerenciamento, sendo elas segregação, acondicionamento, 
tratamento prévio, transporte interno, armazenamento interno, armazenamento 
externo, coleta externa, transporte externo e destinação final ambientalmente 
adequada; a identificação de soluções compartilhadas ou consorciadas com outros 
geradores; definição de ações preventivas e corretivas que possam ser realizadas 
em casos de situações de emergências para o mal gerenciamento dos resíduos ou 
acidentes; definição de metas e procedimentos visando à diminuição na geração 
dos resíduos sólidos e aplicando a reutilização e reciclagem; ações relativas à 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; medidas saneadoras 
dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos; e finalmente estabelecer 
revisões periódicas do PGRS observando os prazos de vigência da respectiva licença de 
operação a carga de órgãos ambientais.
Cabe salientar que, a caracterização e classificação dos resíduos sólidos 
seguem legislações específicas, a depender do local de geração dos resíduos. Para 
os resíduos dos serviços de saúde, seguindo as diretrizes da Resolução CONAMA  n° 
358/2005, a classificação é subdivida em: Grupo A ‑ resíduos com a possível presença 
54
de agentes biológicos; Grupo B ‑ resíduos contendo substâncias químicas; Grupo  C 
‑ resíduos radioativos com seus limites de eliminação superior aos especificados nas 
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN; Grupo D - resíduos comum, 
ou seja, aqueles que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico; e Grupo 
E - resíduos perfurocortantes como agulhas, ampolas de vidro, lâminas de bisturi, 
micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas, todos os utensílios de vidro quebrados no 
laboratório e outros similares.
Em relação aos resíduos da construção civil, deve seguir a classificação 
apresentada na Resolução CONAMA n° 307/2005 e suas alterações. Ela classifica os 
resíduos da construção civil em: Classe A- resíduos reutilizáveis ou recicláveis como 
agregados (restos de concreto, tijolos, telhas, tubos e outros); Classe B- resíduos 
recicláveis para outras destinações tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidro, 
madeira, embalagens vazias de tintas e gesso; Classe C- resíduos que ainda não foram 
desenvolvidas tecnologias viáveis para seu recuperação ou reciclagem; e Classe D- 
resíduos perigosos dos quais fazem parte tintas, solventes, óleos e outros. 
A Norma ABNT NBR 10.004/2004 apresenta uma classificação para os resíduos 
sólidos e semissólidos mais geral, englobando as atividades industriais, domésticas, 
hospitalares, comerciais, agrícolas de serviços e de varrição. Os lodos provenientes do 
sistema de tratamento de água também são considerados por essa norma. 
A classificação é subdividida em: Classe I ‑ resíduos que apresentam 
periculosidade (risco a saúde pública ou risco ao meio ambiente) ou características 
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade; Classe II A 
‑ resíduos não inertes, ou seja, aqueles que não se enquadram nas classificações de 
resíduos Classe I ou de resíduos Classe II B e tem propriedades de biodegradabilidade, 
combustibilidade ou solubilidade em água, tais como resto de madeira, restos de 
alimentos, fibras de vidro, gesso e outros.; Classe II B ‑ resíduos inertes, são aqueles que 
não sofrem alteração química, física ou biológica se entrarem em contato com a água, 
tais como entulhos de demolição, pedras, areia e outros. 
A Reportagem realizada pelo Superior Tribunal 
Federal (STJ) apresenta uma visão sobre o antes e 
depois da instituição da Política Nacional de Resíduos 
Sólidos no Brasil. Assista por meio do link: https://
www.youtube.com/watch?v=yh2itUQ4K0A.
DICA
55
5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL – POLÍTICA DOS 5 Rs
A educação ambiental surge como um processo educativo que visa construir 
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências relacionadas com 
a conservação do meio ambiente e que são essenciais para manter a qualidade de vida 
e a proteção ao meio ambiente (BRASIL, 1999). O comportamento de cada indivíduo 
é extremamente importante no processo de mudança de visão sobre as questões 
ambientais. Neste sentindo, a política dos 5Rs surge como ferramenta para auxiliar 
nesse processo. 
O termo 5 R consiste nas palavras REPENSAR, RECUSAR, REDUZIR, REUTILIZAR, 
RECICLAR. O Repensar consiste na conscientização ambiental, refletindo sobre os 
hábitos de consumo e descarte de produtos. Esse é o primeiro passo para a mudança 
de comportamento ambiental. Em seguida, o Recusar diz respeito a não adquirir coisas 
que prejudiquem a nossa saúde e ao meio ambiente. O Reduzir leva em consideração 
o consumismo, se não precisamos de alguma coisa por que a compramos? Além da 
economia financeira, estaremos economizando os recursos naturais. O Reutilizar é o ato 
de utilizar novamente um produto sem que ele seja alterado drasticamente. E por fim, 
o Reciclar é a transformação de um produto que retorna ao processo produtivo com 
matéria-prima para fabricação de outros produtos.
Para mais informações sobre a educação ambiental e a política dos 5 
R’s acesse os links:
• https://www.icmbio.gov.br/educacaoambiental/politicas/pnea.html
• http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm.
DICA
6 ALGUMAS LESGISLAÇÕES BRASILEIRAS SOBRE AS 
QUESTÕES AMBIENTAIS
A Lei n° 6.938, de 3 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade 
ambiental propícia à vida, visando assegurar no Brasil condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana. A Lei n° 14.026, de 15 de julho de 2020, atualiza o marco legal do saneamento 
básico além de alterar e veda diversas legislações que dispõe sobre o assunto.
 
56
A Resolução CONAMA n° 430, de 13 de maio de 2021, dispõe sobre as condições 
e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução CONAMA 
n° 357, de 17 de março de 2005. Nessa resolução são determinadas as condições, 
parâmetros e padrões de lançamento dos efluentes em relação a metais, pH, demanda 
química de oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio, óleos e graxas, temperatura, 
matérias sedimentáveis, e outros. Ela também estabelece que os efluentes de qualquer 
fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após 
o devido tratamento. 
Como já citado anteriormente, a Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, institui 
a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos 
e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao 
gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos 
geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
A Resolução CONAMA n° 420, de 28 de dezembro de 2009, dispõe sobre critérios 
e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas 
e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por 
essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. A Resolução CONAMA nº 
3, de 28 de junho de 1990, dispõe sobre os padrões de qualidade do ar, previstos no 
Programa Nacional de Controle do Ar (PRONAR). Essa norma determina os padrões de 
qualidade para fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, 
ozônio e dióxido de nitrogênio. Vale ressaltar que de acordo com o Art. 1 dessa mesma 
norma, poluentes atmosféricos são:
[...] qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em 
quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo 
com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar:
I- impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;
II- inconveniente ao bem-estar público;
III‑ danoso aos materiais, à fauna eflora.
IV- prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às 
atividades normais da comunidade.
57
LEITURA
COMPLEMENTAR
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA ATIVIDADE NORMATIVA DA 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
Matteo Carbonelli
Os acidentes de trabalho e as doenças profissionais constituem um problema 
com altos custos em termos humanos e econômicos, que representam uma das 
principais preocupações da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 
Segundo estimativas recentes desta organização, a cada quinze segundos 
um trabalhador sofre de uma doença profissional ou consequente de um acidente de 
trabalho, com 6.300 mortes a cada dia, isto é, 2,3 milhões de mortes por ano. Além 
disso, a cada ano mais de 317 milhões de trabalhadores sofrem acidentes de trabalho 
não mortais, o que significa que todos os dias 860.000 pessoas se ferem trabalhando. 
Além dos enormes custos humanos, a falta de segurança e saúde no trabalho 
também tem consequências significativas no plano econômico como 4% do produto 
interno bruto global, ou seja, 2,8 trilhões de dólares norte-americanos, são perdidos 
anualmente pelo tempo de trabalho não laborado, as interrupções de produção e as 
despesas pelos cuidados de curas, de reabilitação e de compensação causadas por 
lesões e doenças ocupacionais. A situação é particularmente grave em alguns setores, 
como aqueles da construção civil, da indústria da mineração ou da agricultura, tendo 
em conta seja os perigos que o número de lesões e de mortes que ocorrem neles. 
Por estas razões, não só os sindicatos de trabalhadores, mas as associações de 
empregadores, e assim os estados, creem, e tem acreditado, desde a fundação da OIT, 
que as questões de segurança e de saúde no trabalho precisam de atenção especial 
desta organização. Desde a sua fundação esta organização está, portanto, preocupada 
com tais questões.
 
Já no preâmbulo de sua Constituição em 1919 se tem de fato estabelecido 
o princípio da proteção dos trabalhadores contra doenças gerais ou ocupacionais e 
acidentes de trabalho como um elemento fundamental da justiça social. A obrigação 
de promover condições de trabalho seguro foi reafirmada em 1944 na Declaração de 
Filadélfia, que integrou a Constituição, até chegar, entre os documentos solenes mais 
perto de nós, à Declaração sobre Justiça Social para uma Globalização Justa de 2008, 
em que a OIT afirmou que as condições de trabalho que protejam a saúde e a segurança 
dos trabalhadores são elemento-chave da Agenda do Trabalho Decente.
58
 Ao longo deste período a OIT adotou mais de 40 Convenções e Recomendações, 
bem como mais de 40 Códigos de Conduta ou Coletâneas de Orientações Práticas, 
que se referem especificamente à saúde e à segurança no trabalho; sem contar 
que praticamente uma boa parte dos outros instrumentos da OIT se relaciona direta 
ou indiretamente com aspectos relativos a tais questões. Destas convenções e 
relativas recomendações algumas possuem como objeto os princípios fundamentais 
de segurança e de saúde no trabalho, outras convenções possuem como objeto a 
proteção dos trabalhadores contra riscos específicos (como a radiação, os produtos 
químicos, o amianto, as substâncias perigosas em suspensão no ar) ou a proteção em 
determinados setores de atividade (como a indústria da construção civil, o de mineração 
ou o setor da agricultura) ou assuntos relacionados com a segurança social, a proteção 
da maternidade ou das crianças e dos adolescentes no trabalho, ou os trabalhadores 
migrantes ou pertencentes aos povos indígenas e tribais.
[...]
 Cada vez mais, a comunidade internacional como um todo reconhece que a 
segurança e a saúde no trabalho são um componente essencial do desenvolvimento. 
Tanto é assim que a Agenda 2030 sobre o desenvolvimento sustentável adotada no 
Vértice das Nações Unidas de setembro de 2015, em seu objetivo nº 8, o qual estabelece 
que o Trabalho Decente é um fator essencial do desenvolvimento sustentável, acrescenta 
que a criação de condições de trabalho seguras constitui um elemento fundamental do 
trabalho digno; e, em seguida, centra-se na proteção dos direitos dos trabalhadores e 
a promoção da segurança no local de trabalho para todos os trabalhadores, incluindo 
os trabalhadores migrantes, particularmente mulheres, trabalhadores migrantes, e 
aqueles que têm um emprego precário, pedindo, em seguida, aos Estados-Membros de 
incluir em suas informações de relatórios indicações relativas às taxas de incidência de 
acidentes de trabalho, sejam mortais e não mortais. 
Os planos de ação adotados pela OIT são baseados no princípio de que tragédias 
como aquelas brevemente mencionadas no início podem ser evitadas mediante a 
adoção de métodos racionais de prevenção e de inspeção, destacando a necessidade 
de esforços coletivos da parte dos governos, dos empregadores e dos trabalhadores 
com o objetivo de realizar uma cultura de prevenção e enfatizar o papel da cooperação 
para o desenvolvimento e a aplicação das medidas de saúde e de segurança no 
trabalho, enquanto afirmando ao mesmo tempo a necessidade de sistemas definidos 
de responsabilidade, obrigações e direitos respectivos. As Convenção nº 155, de 1981, 
relativa à segurança e à saúde dos trabalhadores, com suo Protocolo de 2002, a 
Convenção nº 161, de 1985, relativa a serviços de saúde no trabalho, e a Convenção 
nº 187, de 2006, sobre quadro promocional para a segurança e a saúde no trabalho, 
fornecem elementos importantes para a criação de um quadro do conjunto nacional 
suscetível a melhoria contínua. 
[...]
59
No que se refere mais especificamente à Convenção nº 155, de 1981, até agora 
adotada por 66 Estados-Membros, incluindo o Brasil em 1992, a sua importância 
fundamental reside na introdução de disposições pertinentes seja na metodologia que 
nas questões básicas. Em particular essa introduz a obrigação de adotar uma política 
nacional de segurança e saúde no trabalho, que considere este assunto justamente 
como uma preocupação nacional e que consista num quadro coerente de ação, tal 
conjunto homogêneo de todos os seus elementos, voltado para garantir que os riscos 
inerentes ao ambiente de trabalho são minimizados na medida em que este é razoável 
e exequível de acordo com as condições específicas e práticas nacionais. 
A política nacional deve ter em conta cinco grandes esferas de ação, envolvendo: 
a) o controle dos componentes materiais do trabalho (como lugares e ambientes de 
trabalho, instrumentos, equipamentos e materiais, substâncias e agentes químicos, 
físicos e biológicos, processos de trabalho); b) a adaptação de tais componentes, e em 
particular maquinários, materiais e tempo, organização e procedimentos de trabalho, 
de acordo com as capacidades físicas e mentais dos trabalhadores; c) a formação, a 
qualificação e a motivação das pessoas interessadas; d) a comunicação e a cooperação a 
todos os níveis da sociedade; e) a proteção dos trabalhadores e dos seus representantes 
contra as medidas disciplinares posteriores para ações realizadas com justiça. 
[...]
A Convenção também mostra um significativo grau de flexibilidade na medida 
em que prevê que a política nacional cubra gradualmente as diferentes funções das 
autoridades competentes como individuado no artigo 11, a fim de ajudar os governos 
dos Estados-Membros, cujos sistemas nacionais de segurança e saúde no trabalho 
não são ainda suficientemente desenvolvidos para serem capazes de ratificar a 
mesma Convenção e gradualmente estender a sua aplicação, em seguida, fornecendo 
regularmente em seus relatórios periódicos informações sobre os progressos realizados. 
A este respeito, também é previsto procedimento para a declaração dos acidentes 
de trabalho e das doenças ocupacionais, juntamente com a publicação anual de 
dados estatísticos relativos e de informações sobre as medidas tomadas na matéria. 
Nacionalmente os Estados-Membros devem, em seguida, adotar medidas adequadas 
para a atuação da política nacional estabelecida, pelocontrole da aplicação da legislação 
pertinente com um sistema de inspeção e sanções apropriadas, além de fornecer aos 
empregadores e aos trabalhadores conselhos sobre as suas obrigações e supervisionar 
o treinamento em matéria de segurança e de saúde no trabalho. 
As disposições nacionais devem também incluir a obrigação de quem concebem, 
fabricam, importam, fornecem ou transferem maquinários, materiais ou substâncias 
para uso profissional, para garantir que essas máquinas, materiais ou substâncias não 
são prejudiciais para as pessoas que as utilizarão corretamente; igualmente elas devem 
comportar para esses a obrigação de fornecer informações sobre a instalação e o uso 
adequado, sobre as características perigosas e os possíveis riscos, bem como instruções 
60
para se proteger contra tais riscos; e também elas devem incluir para esses a obrigação 
de realizar pesquisa ou trabalho de qualquer maneira informado do desenvolvimento 
dos conhecimentos científico e técnico em relação às suas obrigações. 
Ademais sobre o plano nacional devem ser tomadas medidas para proteger 
os trabalhadores contra consequências indevidas no caso em que se retirem de uma 
situação de trabalho da qual têm motivos razoáveis para acreditar que apresenta um 
perigo grave e iminente para a sua vida ou sua saúde. Essa previsão é complementar 
com uma outra, que está contida entre as medidas que devem ser adotadas na empresa, 
segundo a qual os trabalhadores devem relatar ao seu superior imediato qualquer 
situação que representa um perigo grave e iminente: na sua combinação estas duas 
disposições constituem um equilíbrio ponderado entre os interesses do empregador para 
uma gestão adequada da empresa e a proteção da vida e da saúde dos trabalhadores. 
A ação na empresa se baseia em uma obrigação geral de cooperação entre 
empregadores, trabalhadores e seus representantes, e também em disposições 
específicas relativas aos respectivos direitos, obrigações e responsabilidades. 
[...]
O Protocolo de 2002 relativo à Convenção nº 155 visa reforçar e especificar as 
disposições da mesma Convenção no que diz respeito, em particular, aos mecanismos 
de registro e de declaração dos acidentes de trabalho (incluindo acidentes de trajeto), 
das doenças ocupacionais e dos eventos perigosos. 
Ele planeja, em detalhes, a adoção e a revisão periódica, em consulta com 
as organizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores, de 
disposições e procedimentos relativos a tais registros e declarações; especifica, 
em particular, as obrigações do empregador no que diz respeito aos dados a serem 
gravados, à preservação e à confidencialidade dos registros, e também precisa os 
procedimentos, critérios e termos das declarações aos órgãos competentes, bem como 
pelos empregadores, igualmente pelos seguros, serviços de saúde, médicos e outros 
organismos interessados. Os empregadores também têm a obrigação de fornecer 
aos empregados e aos seus representantes informações adequadas sobre os casos 
declarados. 
De modo mais geral, as informações relativas a eventos danosos verificados 
e às circunstâncias passíveis de causar lesão corporal ou doença podem obviamente 
melhorar as chances de prevenir tais eventos e situações nacionais. Consequentemente 
é exigida pelo protocolo a publicação anual de estatísticas relativas ao país, a serem 
elaboradas de acordo com os sistemas internacionais de classificação, para efeitos de 
comparação, a qual torna possível precisamente pela harmonização dos sistemas de 
registro e declaração que, como se nota, é um dos objetivos do próprio protocolo. 
[...]
61
A fim de continuar a desenvolver a abordagem global e fazer outras melhorias 
para a gestão do assunto, a Convenção nº 187 sobre o quadro promocional para a 
segurança e a saúde no trabalho, adotada em 2006, juntamente com a recomendação 
de acompanhamento nº 197, e até agora ratificada por 41 Estados‑Membros (mas ainda 
não pelo Brasil), completa estes dois instrumentos, prevendo a adoção, bem como de 
uma política nacional, também de um sistema nacional e um programa nacional como 
dispositivos para implementar progressivamente o que pela primeira vez é descrito 
como o direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável, com base em princípios 
tais como a avaliação de riscos e de perigos relacionados com o trabalho para combater 
a origem, e o desenvolvimento de uma cultura de prevenção, incluindo informação, 
consulta e formação. 
É uma abordagem sistémica que enfatiza o papel dos governos nacionais e 
o resultado global dos esforços – embora na interdependência e no caráter interativo 
dos vários componentes – para perseguir o objetivo da cultura de prevenção. A qual 
é definida como “uma cultura em que o direito a um ambiente de trabalho seguro e 
saudável é respeitado a todos os níveis, em que governo, empregadores e trabalhadores 
se envolvem ativamente para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável 
através de um sistema de direitos, responsabilidades e obrigações definidos, e onde a 
maior prioridade é dada ao princípio da prevenção”.
Depois de retomar o conceito de política nacional já estabelecido na Convenção 
nº 155, como uma ferramenta pela qual promover e avançar, em todos os níveis 
relevantes, o direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável, com base nos 
princípios anteriormente enunciados, a Convenção nº 187 dispõe que está estabelecido 
e revisto periodicamente, sempre em consulta com as organizações de empregadores 
e trabalhadores mais representativas, um sistema de saúde e de segurança nacional 
no trabalho, definido como “a infraestrutura que constitui o quadro principal para a 
implementação de políticas nacionais e programas nacionais”; e também indica como 
isso deve ser composto. 
Entre os elementos que o sistema nacional deve incluir em todos os casos 
figuram: a legislação, os contratos coletivos e qualquer outro instrumento relevante 
sobre segurança e saúde no trabalho, uma ou mais autoridades responsáveis no campo, 
mecanismos para garantir o cumprimento da legislação nacional, incluindo os sistemas 
de inspeção, e medidas para promover, empresarialmente, a cooperação entre a 
administração, os trabalhadores e os seus representantes, como elementos essenciais 
de prevenção no local de trabalho, isto enquanto outros elementos serão incluídos 
no sistema nacional, dependendo da situação; e entre eles estão: órgãos consultivos 
nacionais tripartites, serviços de informação e fornecimento de formação, colaboração 
entre os regimes de seguro cobrindo as lesões e doenças profissionais, apoio para a 
melhoria da segurança e saúde no trabalho para pequenas e médias empresas e para a 
economia informal.
 
62
O programa nacional de segurança e de saúde no trabalho, que a Convenção 
prevê seja elaborado e revisto periodicamente, isso também em consulta com as 
organizações de empregadores e trabalhadores mais representativas, é definido como 
“qualquer programa nacional que inclui os objetivos a atingir de acordo com uma 
programação predefinida, as prioridades e os meios de ação estabelecidos com vista 
a melhorar a segurança e saúde no trabalho, bem como os meios destinados a avaliar 
o progresso”. Embora tenha o mesmo objetivo final da política nacional, está a emergir 
como uma ferramenta mais específica para a implementação deste. Ele pode dizer 
respeito a um setor em particular e pode conter termos; e a implementação prática da 
política nacional pode mesmo implicar o tratamento de vários programas diferentes ou 
consecutivos. 
Com o objetivo de promover o desenvolvimento de uma cultura nacional de 
prevenção em matéria de segurança e de saúde no trabalho e para eliminar ou minimizar, 
na medida do razoável e realizável, os perigos e os riscos relacionados com o trabalho, 
o programa nacional, com base na análise da situação nacional nestas matérias, que 
também inclua uma análise do sistema nacional. 
Da mesma forma deve estabelecer objetivos, metas e indicadores deprogresso 
e deve ser apoiado, sempre que possível, de outros programas e planos nacionais 
complementares. Devem, também, ser amplamente divulgados para facilitar, com o seu 
conhecimento, a consciência de todas as partes interessadas e promover a cultura de 
prevenção que é o principal objetivo da Convenção. 
Na Recomendação acompanhante nº 197 sugere-se que os Estados-Membros 
deveriam estabelecer e atualizar regularmente um perfil nacional que, incluindo uma 
variedade de informações sobre diferentes elementos, resuma a situação existente em 
matéria de saúde e de segurança no trabalho, juntamente com a evolução na realização 
de um ambiente de trabalho seguro e saudável. 
Este perfil deveria servir de base para o desenvolvimento e a revisão do programa 
nacional, que os Estados devem efetuar, tendo em conta os instrumentos relevantes da 
OIT para o quadro promocional para a segurança e a saúde no trabalho (listados no 
anexo da Recomendação), bem como os princípios orientadores relativos aos sistemas 
de gestão de saúde e segurança no trabalho adotadas pela OIT. 
Vários Códigos de Conduta ou Coletâneas de Orientações Práticas foram 
adotados pelo Conselho de Administração do Bureau Internacional do Trabalho (BIT) 
para fornecer às autoridades públicas, aos empregadores, aos trabalhadores, às 
entidades incumbidas (tais como comissões de segurança em empresas), indicações 
concretas para ajudá-los a implementar e melhorar os sistemas de gestão da segurança 
e saúde ocupacional. Não se trata de instrumentos vinculativos e não se destinam a 
substituir os regulamentos nacionais; ao contrário, significa orientação, assessoria 
técnica e informação detalhada relativa a determinados setores ou riscos específicos 
63
(como mencionado anteriormente), ou mesmo certas medidas que podem ser adotadas, 
nomeadamente sobre a proteção dos dados pessoais dos trabalhadores ou os princípios 
éticos de monitoramento da saúde dos trabalhadores e as condições de trabalho na 
transferência de tecnologias. 
Em conclusão, ferramentas úteis, e às vezes valiosas na gestão da segurança e 
da saúde no trabalho, a fim de reduzir acidentes, lesões, doenças e mortes relacionadas 
ao trabalho e criar um ambiente de trabalho que é tão seguro e saudável possível, como 
está nos objetivos de todo o conjunto de regras da OIT, que aqui muito brevemente 
recordamos.
FONTE: CARBONELLI, M. Segurança e saúde no trabalho na atividade normativa da Organização 
Internacional do Trabalho. Revista eletrônica [do] Tribunal Regional do Trabalho da 9ª 
Região, Curitiba, v. 7, n. 64, p. 65-71, dez. 2017/jan. 2018. Disponível em: https://juslaboris.tst.
jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/124655/2017_carbonelli_matteo_seguranca_saude.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 16 nov. 2021. 
64
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Saneamento básico é formado por quatro partes fundamentais, sendo elas o 
fornecimento de água potável e de qualidade, coleta e tratamento de esgoto, limpeza 
urbana e manejo dos resíduos sólidos e a drenagem urbana. 
• A sustentabilidade surge da junção entre os meios social, econômico e ambiental, 
garantindo o desenvolvimento social e econômico, e assegurando que não ocorra o 
esgotamento dos recursos ambientais.
• A norma ABNT NBR ISO 14.001 é uma norma internacional que auxilia as organizações 
na implantação do sistema de gestão ambiental. A certificação de uma empresa 
como ISO 14.001 é realizada após a realização de desenvolvimento, implementação, 
execução e manutenção do Sistema de Gestão ambiental. 
• O Sistema de Gestão Ambiental SGA baseia-se no ciclo do PDCA (do inglês plan-do-
check-act, em português planejar-fazer-checar-agir). Esse processo está baseado 
em planejar por meio da elaboração de um plano de ação, executar o plano, realizar, 
verificar e corrigir as medidas tomadas, tornando o processo ciclo e contínuo. 
• O Plano de Gerenciamento dos Resíduos tem por objetivo a prevenção e a redução na 
geração de resíduos sólidos por meio da implementação do hábito sustentável e de 
procedimentos que visam o reuso, a reutilização e a reciclagem dos resíduos.
• A Educação ambiental baseada no Política do 5Rs consiste em repensar os hábitos de 
consumo e descarte de produtos, recusar adquirir coisas prejudiciais à saúde, reduzir 
o consumo, reutilizar as coisas (quando possível) e reciclar, ou seja, transformar 
aquele produto em algo novo.
65
RESUMO DO TÓPICO 4
1 O saneamento básico no Brasil é regulamentado pela Lei n° 14.026/2020 e 
garantido pela Constituição Federal. Sobre o saneamento quais são as quatro partes 
fundamentais que o compõe:
2 O Ciclo de Vida é utilizado como base no Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da 
Norma ABNT NBR ISO 14.001. Ele é formado por etapas que contemplam toda a 
cadeia produtiva de um produto ou serviço, desde a extração até a sua disposição 
final. Assinale a alternativa que inclui todas as etapas do Ciclo de Vida de um produto. 
a) ( ) Extração da matéria-prima, projeto, produção, transporte e entrega, utilização, 
tratamento pós‑uso, disposição final ou retorno ao processo produto.
b) ( ) Extração da matéria-prima, produção, transporte e entrega, utilização, tratamento 
pós‑uso, disposição final ou retorno ao processo produto.
c) ( ) Extração da matéria-prima, fabricação, consumo, tratamento pós-consumo e 
disposição final dos resíduos.
d) ( ) Nenhuma das alternativas contém todas as etapas do Ciclo de Vida de um 
produto ou serviço.
3 Os resíduos sólidos e semissólidos são classificados pela norma ABNT NBR 
10.004/2004, levando em consideração os resíduos gerados nas atividades 
industriais, domésticas, hospitalares, comercial, agrícola de serviços e de varrição. 
Sobre essa classificação, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) O lodo proveniente do sistema de tratamento de água não é considerado um 
resíduo sólido e, portanto, não é classificado por essa norma.
b) ( ) Os resíduos classe I são aqueles que apresentam periculosidade, mas não 
apresentam risco ao meio ambiente. 
c) ( ) Os resíduos classe II A são aqueles que não apresentam propriedades de 
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
d) ( ) Os resíduos classe II B são aqueles que não sofrem alteração química, física ou 
biológica se entrarem em contato com a água, tais como entulhos de demolição, 
pedras, areia e outros. 
4 O Plano de Gerenciamento dos Resíduos (PGRS) por objetivo a prevenção e a redução 
na geração de resíduos por meio da implementação do hábito sustentável e de 
procedimentos que visam ao reúso, a reutilização e a reciclagem dos resíduos. Sobre 
o seu escopo, assinale a alternativa INCORRETA: 
AUTOATIVIDADE
66
a) ( ) O PGRS, não necessariamente, deve conter a descrição do empreendimento ou 
atividade, conforme apresentado no CNAE. 
b) ( ) Definir os procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento, 
sendo elas segregação, acondicionamento, tratamento prévio, transporte interno, 
armazenamento interno, armazenamento externo, coleta externa, transporte 
externo e destinação final ambientalmente adequada.
c) ( ) Definir as ações preventivas e corretivas que possam ser realizadas em casos de 
situações de emergências para o mal gerenciamento dos resíduos ou acidentes.
d) ( ) Estabelecer revisões periódicas do PGRS observando os prazos de vigência da 
respectiva licença de operação a carga de órgãos ambientais.
5 A política dos 5 Rs auxilia no processo de educação ambiental. Esse termo é composto 
pelas palavras repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. O que significa cada um 
desses termos?
67
REFERÊNCIAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001. Sistema e 
gestão ambiental – requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040. Avaliação 
do ciclo de vida – principios e estrutura. Rio de Janeiro: ABNT, 2014a. 
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14044. Avaliação 
do ciclo de vida – requisitos e orientações. Rio de Janeiro: ABNT, 2014b.
ARIAS, W. Revisión histórica de la salud ocupacional y la seguridad industrial. 
Revista Cubana de Salud y Trabajo, Havana, n. 13, p. 45-52, 2012. Disponível 
em: http://aulavirtual.ibero.edu.co/recursosel/documentos_para-descarga/
Historiadelasaludocupacionalylaseguridadindustrial.PDF. Acesso em: 8 nov. 2021.
BATISTA, I. S. et al. Avaliação de impactos ambientais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE 
GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 17.; CONGRESSO NACIONAL DE GEOGRAFIA FÍSICA, 1., 
2017, Campinas. Anais [...]. Campinas: Unicamp, 2017. p. 7188–7199. 
BENITE A.G. Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho. São Paulo: O 
Nome da Rosa, 2005.
BITENCOURT, C. L.; QUELHAS, O. L. G. Histórico da evolução dos conceitos de 
segurança.  In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 18., Niterói. Anais [...]. 
Niterói: ABEPRO, 1998. Disponível em: http://files.seguranca‑turmaa.webnode.com.
br/200000025-0064c015c1/Histórico.pdf. Acesso em: 9 maio 2021.
BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do 
saneamento básico. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019‑2022/2020/lei/l14026.htm. Acesso em: 1 
jun. 2021.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 9 maio 2021.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 
2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa 
e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente-CONAMA. Brasília, DF: MMA; Conama, 2011.
68
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2010. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 1 jun. 2021.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 420, 28 de dezembro 
de 2009. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à 
presença de substâncias químicas. Brasília, DF: MMA; Conama, 2009.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 273, de 29 de 
novembro de 2000. Estabelece diretrizes para o licenciamento ambiental de postos 
de combustíveis e serviços e dispõe sobre a prevenção e controle da poluição. Brasília, 
DF: MMA; Conama, 2000.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, 
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, 
DF: Presidência da República, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 2 jun. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios 
da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 
1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm. Acesso 
em: 10 maio 2021.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 3, de 28 de junho de 
1990. Dispõe sobre os padrões de qualidade do ar, previstos no Programa Nacional de 
Controle do Ar (PRONAR). Brasília, DF: MMA; Conama, 1990.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente. Brasília, DF: Presidência da República, 1981. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 10 maio 2021.
BRASIL. Decreto nº 1.313, de 17 de janeiro de 1891. Estabelece providencias para 
regularizar o trabalho dos menores empregados nas fabricas da Capital Federal. Rio 
de Janeiro: Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, 1891. 
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824‑1899/decreto‑1313‑
17-janeiro-1891-498588-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 2 jun. 2021.
BRASIL. Ministério do Trabalho e da Previdência. Auxílio‑doença. Ministério do 
Trabalho e da Previdência, Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, Brasília, DF, 5 
ago. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/inss/pt‑br/saiba‑mais/auxilios/auxilio‑
doenca/auxilio-doenca. Acesso em: 15 maio 2021.
69
BROWN, J. R.; THORNTON, J. L. Percivali Pott (1714‑1788) and Chimney Sweepers’ 
cancer of the scrotum. British Journal of Industrial Medicine, London, v. 14, n. 1, p. 
68-70, 1957. Disponível em: https://doi.org/10.1136/oem.14.1.68. Acesso em: 7 jun. 2021.
CALIJURI M.C.; CUNHA D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e 
gestão. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
CARBONELLI, M. Segurança e saúde no trabalho na atividade normativa da 
Organização Internacional do Trabalho. Segurança e saúde no trabalho na 
atividade normativa da Organização Internacional do Trabalho, 2017.
FLORIANO, E. P. Políticas de gestão ambiental. 3. ed. Santa Maria: UFSM-DCF, 2007. 
Disponível em: http://coral.ufsm.br/dcfl/seriestecnicas/serie7.pdf. Acesso em: 7 jun. 
2021.
MATTOS, U. A. D. O.; MÁSCULO, F. S. (Org.). Higiene e segurança do trabalho. Rio de 
JJaneiro: Elsevier, 2011, v. 1.
MELO, R. S. de. Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador: 
responsabilidades legais, dano material, dano moral, dano estético, indenização pela 
perda de uma chance, prescrição. 5. ed. São Paulo: LTr, 2013.
MENDES, N. Resumo: princípio da prevenção e princípio da precaução. Direito 
Ambiental. Jusbrasil, Salvador, 2016. Disponível em: https://nathymendes.jusbrasil.
com.br/noticias/311117049/resumo-principio-da-prevencao-e-principio-da-
precaucao. Acesso em: 5 jun. 2021. 
O QUE É A BIODIVERSIDADE? WWF Brasil, Brasília, DF, c2021. Disponível em: https://
www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biodiversidade/. Acesso 
em: 1 jun. 2021.
O QUE É O SANEAMENTO? Trata Brasil, São Paulo, c2021. Disponível em: https://
www.tratabrasil.org.br/saneamento/o‑que‑e‑saneamento. Acesso em: 1 jun. 2021. 
OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Conheça a OIT. OIT Brasília, 
Brasília, DF, c2021. Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/conheca‑a‑oit/lang‑‑
pt/index.htm. Acesso em: 10 maio 2021.
OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Documentos fundamentais 
da OIT: Constituição da organização internacional do trabalho; Declaração de 
Filadélfia; Declaração da OIT relativa aos princípios e direitos fundamentais no 
trabalho; Regulamento da conferência internacional do trabalho. Lisboa: Gabinete 
para a Cooperação Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social de Portugal, 2016. 
Disponível em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/‑‑‑europe/‑‑‑ro‑geneva/‑
‑‑ilo‑lisbon/documents/publication/wcms_711714.pdf. Acesso em: 2 jun. 2021.
70
PADUA Z. Afinal qual a diferença entre conservação e preservação. Eco, [s. l.], 2006. 
Disponível em https://www.oeco.org.br/colunas/18246‑oeco‑15564/. Acesso em: 1 jun. 
2021. 
PRINCIPAIS estatísticas no Brasil – Esgoto. Trata Brasil, São Paulo, c2021. Disponível 
em: https://www.tratabrasil.org.br/saneamento/principais‑estatisticas/no‑brasil/
esgoto. Acesso em: 1 jun. 2021.
RAMAZZINI, B. As doenças dos trabalhadores. tradução de Raimundo Estrêla. 4. 
ed. São Paulo: Fundacentro, 2016. Disponível em: https://www.unicesumar.edu.br/
biblioteca/wp‑content/uploads/sites/50/2019/06/Doencas‑Trabalhadores‑portal.pdf. 
Acesso em: 2 jun. 2021.
RAMÍREZ, A. V. Intoxicación ocupacional por mercurio. Anales de la Facultad de 
Medicina, Lima, PE, 69, n. 1, p. 46–51, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.15381/
anales.v69i1.1184.
SALIBA, T. M.; LANZA, M. B. de F. Curso básico de segurança e higiene 
ocupacional. 7. ed. São Paulo: LTr, 2018. 
TIMBÓ, M. S. M.; EUFRÁSIO, C. A. F. O meio ambiente do trabalho saudável e suas 
repercussões no brasil e no mundo, a partirde sua evolução histórica. Pensar, 
Fortaleza, v. 14, n. 2, p. 344–366, 2009. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/
rpen/article/view/1708. Acesso em: 2 jun. 2021.
71
RISCOS AMBIENTAIS E 
PCRMEI
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• aprender os agentes ambientais e os riscos relacionados a eles, capazes de causar 
danos à saúde do trabalhador;
•	 compreender	 os	 desafios	 da	 segurança	 do	 trabalho	 nos	 serviços	 de	 saúde	 e	 no	
transporte e manuseio de materiais;
•	 entender	a	relação	da	psicologia	e	da	alimentação	junto	à	segurança	do	trabalho;	
•	 assimilar	as	medidas	de	prevenção	e	controle	de	risco	nas	atividades	da	construção	
civil,	mecânica	e	elétrica;
•	 conhecer	a	aplicação	da	norma	ABNT	NBR	ISO	45001	nos	processos	produtivos.
	 Esta	 unidade	 está	 dividida	 em	 três	 tópicos.	 No	 decorrer	 da	 unidade,	 você	
encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	HIGIENE	DO	TRABALHO
TÓPICO	2	–	HIGIENE	DO	TRABALHO	II
TÓPICO	3	–	PREVENÇÃO	E	CONTROLE	DE	RISCO	EM	MÁQUINAS,	EQUIPAMENTOS	
E	INSTALAÇÕES	(PCRMEI)
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
72
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
Acesse o 
QR Code abaixo:
73
TÓPICO 1 — 
HIGIENE DO TRABALHO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico,	no	Tópico	1,	abordaremos	os	agentes	ambientais	físicos,	químicos	
e	 biológicos.	 É	 de	 extrema	 importância	 conhecer	 estes	 agentes,	 suas	 formas	 de	
propagação,	 e	 os	 riscos	 associados	 para	 que	 possamos	 melhorar	 as	 condições	 do	
ambiente	de	trabalho,	garantindo	saúde	e	segurança	aos	trabalhadores.
Quanto	 maior	 o	 tempo	 de	 exposição	 a	 estes	 agentes,	 maiores	 são	 as	
probabilidades	 de	 ocorrer	 doenças.	 Da	mesma	 forma,	 quanto	maior	 a	 concentração	
destes	agentes	agressivos,	também	é	maior	o	dano	à	saúde	dos	trabalhadores.	
Todo	organismo	 responde	de	uma	forma	diferenciada	aos	agentes,	portanto,	
uma	pessoa	pode	ser	mais	tolerante	ao	frio	que	outra,	por	exemplo.	Como	temos	estas	
variações,	devemos	nos	atentar	às	tabelas	com	os	limites	de	tolerância	para	cada	risco,	
normalmente	 dispostas	 na	 NR-15	 (BRASIL,	 2019f),	 dando	 ao	 trabalhador	 exposto	 o	
direito	ao	adicional	insalubridade.	
2 AGENTES FÍSICOS
Os	agentes	físicos,	segundo	a	NR-9	(redação	dada	pela	Portaria	SEPRT	nº 1.359,	
de	9	de	dezembro	de	2019),	são	definidos	como	“as	diversas	formas	de	energia	a	que	
possam	estar	expostos	os	trabalhadores,	tais	como:	ruído,	vibrações,	pressões	anormais,	
temperaturas	extremas,	 radiações	 ionizantes,	 radiações	não	 ionizantes,	bem	como	o	
infrassom	e	o	ultrassom”	(BRASIL,	2019b,	p.	2).
2.1 RUÍDOS
Quando	estamos	em	nosso	ambiente	de	trabalho	e	não	conseguimos	ouvir	o	
que	um	colega	está	falando,	dizemos	que	este	ambiente	tem	bastante	ruído,	ou	que	
está	muito	barulhento.	Em	Segurança	do	Trabalho,	ruído	pode	ser	definido	como	sons	
desagradáveis	e	indesejáveis,	assim	como	sons	prazerosos	e	desejados,	que	de	maneira	
elevada	 e	 exagerada	 são	 nocivos	 à	 saúde	 do	 trabalhador,	 podendo	 provocar	 danos	 
à	audição.
Qualquer	fenômeno,	seja	ela	um	corpo	sólido	em	vibração,	uma	explosão,	um	
vazamento	de	gás	à	alta	pressão	e	outros,	que	possa	causar	ondas	de	pressão	no	ar	é	
considerado	uma	fonte	sonora	(FERNANDES,	2010).	
74
FIGURA 1 – RUÍDOS OCUPACIONAIS 
FONTE: <https://bit.ly/3Fjt9OA>. Acesso em: 10 jul. 2021.
O	ruído	pode	ser	dividido	em	ruído	de	impacto	e	ruído	contínuo	ou	intermitente.	
De	acordo	com	a	NR-15,	 ruído	de	 impacto	é	 “aquele	que	apresenta	picos	de	energia	
acústica	de	duração	inferior	a	1 segundo,	a	intervalos	superiores	a	1	segundo”	(BRASIL,	
2019f,	p.	4),	por	exemplo,	o	som	emitido	do	contato	de	uma	ferramenta	com	uma	mesa.	
Já	o	ruído	contínuo	ou	intermitentes	é	aquele	que	não	é	definido	como	ruído	de	impacto,	
ou	seja,	é	o	ruído	de	longa	duração.	Esse	tipo	de	ruído	é	considerado	de	maior	risco,	uma	
vez	que	pode	causar	danos	gradativos	à	adição.
Todo	 ruído	se	caracteriza,	praticamente,	por	três	variáveis	físicas,	 sendo	elas	
a	intensidade,	a	frequência	e	o	timbre.	A	intensidade	de	um	ruído	indica	a	quantidade	
de	 energia	 transmitida	 por	 uma	 onda	 sonora,	 que	 pode	 ser	 uma	 máquina	 ou	 um	
equipamento.	O	nível	de	intensidade	sonora	é	medido	em	decibel	(dB).	
A	 frequência	 indica	 o	 número	 de	 oscilações	 do	 movimento	 de	 vibrações	
sonoras	produzidas	em	um	segundo,	medido	em	Hertz	(Hz).	O	ouvido	humano	é	capaz	
de	captar	sons	entre	20	e	20.000	Hz	(faixa	audível),	sendo	que	sons	abaixo	de	20	Hz	
são	considerados	infrassons	e	acima	de	20.000	Hz	de	ultrassons	(FERNANDES,	2010).	
O	timbre	é	a	forma	da	onda	da	vibração	sonora,	ou	seja,	o	que	faz	diferenciarmos	um	
som	do	outro.		
A	exposição	em	níveis	elevados	de	pressão	sonora	pode	alterar	a	capacidade	
de	audição	dos	indivíduos.	Um	trabalhador	exposto	por	muitos	anos	a	um	ambiente	de	
trabalho	com	ruído	elevado,	superando	a	capacidade	de	defesa	e	de	recuperação	do	
ouvido,	acaba	desenvolvendo,	progressivamente,	lesões	no	ouvido	interno	e	diminuindo	
sua	sensibilidade	auditiva.	
De	início,	o	trabalhador	exposto	a	elevados	níveis	de	ruído	poderá	sentir	dores	
de	cabeça,	tontura,	zumbidos	no	ouvido	e	diminuição	reversível	da	audição,	porém	com	
o	passar	do	tempo,	outros	sintomas	poderão	ser	percebidos,	como	dificuldade	em	ouvir	
75
sons	 agudos	 e	 de	 entender	 palavras	 quando	muitas	 pessoas	 estão	 conversando	 ao	
mesmo	tempo.	Em	casos	mais	graves,	a	exposição	contínua	pode	levar	o	trabalhador	à	
perda	de	audição	irreversível	(SANTOS;	SANTOS,	2000).
Existe	uma	variedade	de	equipamentos	que	pode	ser	utilizado	no	ambiente	de	
trabalho	para	medir	o	nível	de	ruído.	A	escolha	irá	depender	do	dado	que	se	deseja	obter,	
bem	como	do	tipo	de	ruído	a	ser	analisado.	Os	três	principais	equipamentos	utilizados	
para	medição	do	nível	de	ruído	são:	medidor	de	nível	de	pressão	sonora,	dosímetro	e	
analisador	de	frequências.
No	 Brasil,	 os	 critérios	 para	medição	 e	 avaliação	 do	 ruído	 em	 ambientes	 são	
fixados	 pelas	NBR	 10151/2019	 (Acústica	 –	Medição	 e	 avaliação	 de	 níveis	 de	 pressão	
sonora	em	áreas	habitadas –	Aplicação	de	uso	geral)	e	NBR	10152/2020	 (Acústica	–	
níveis	de	pressão	sonora	em	ambientes	internos	e	edificações).
A	Norma	Regulamentadora	NR-15	(redação	dada	pela	Portaria	SEPRT	nº	1.359,	
de	 9	 de	 dezembro	 de	 2019)	 informa	 os	 limites	 de	 tolerância	 para	 o	 ruído,	 conforme	
apresentado	na	Tabela	1:
TABELA 1 – NR-15 LIMITES DE TOLERÂNCIA
NÍVEL DE RUIDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5	horas
89 4	horas	e	30	minutos
90 4	horas
91 3	horas	e	30	minutos
92 3	horas
93 2	horas	e	40	minutos
94 2	horas	e	15	minutos
95 2	horas
96 1	hora	e	45	minutos
98 1	hora	e	15	minutos
100 1	hora
102 45	minutos
104 35	minutos
105 30	minutos
106 25	minutos	
76
108 20	minutos
110 15	minutos
112 10	minutos
114 8 minutos
115 7 minutos 
FONTE: Brasil (2019f, p. 2-3)
O	ambiente	de	 trabalho	que	possa	 apresentar	 níveis	 elevados	de	 ruído	deve	
ser	 avaliado	 por	 meio	 da	 identificação	 da	 fonte	 geradora,	 número	 de	 trabalhadores	
expostos,	nível	de	exposição	e	tempo	de	duração.	A	partir	disso,	medidas	de	controle	
poderão	 ser	 tomadas	para	eliminação,	diminuição	ou	proteção	contra	o	 risco	 (utilização	 
de	equipamentos	de	proteção	individual	–	EPIs	e	equipamentos	de	proteção	coletiva	EPCs).	
Abordaremos, na próxima unidade, o gerenciamento de risco e os tipos 
de EPIs e EPCs que devem ser utilizados em cada caso. 
ESTUDOS FUTUROS
2.2 VIBRAÇÕES 
A	vibração	é	um	agente	nocivo,	que	se	caracteriza	pelo	movimento	oscilatório	
de	um	corpo,	devido	a	forças	desequilibradas	de	componentes	rotativos	e	movimentos	
alternados	de	uma	máquina	ou	equipamento.	Esse	risco	físico	tem	como	particularidade	a	
necessidade	de	contatoentre	o	trabalhador	e	fonte	geradora,	auxiliando	na	identificação	
da	exposição.	Diversos	ambientes	de	trabalho	são	propícios	a	apresentarem	vibrações	
sejam	elas	vibrações	localizadas	(definidas	na	NR-15	como	vibrações	de	mãos	e	braços	
–	VMB)	ou	vibrações	de	corpo	inteiro	(VCI).		
As	 vibrações	 localizadas	 são	 transmitidas	 aos	membros	 superiores	 (e	muito	
raramente	para	os	membros	inferiores)	pela	utilização	de	ferramentas	manuais,	portáteis	
ou	 não,	 tais	 como	 motosserras,	 furadeiras,	 serras,	 politrizes,	 britadeiras	 e	 martelos	
pneumáticos.	As	vibrações	de	corpo	inteiro,	por	sua	vez,	são	sentidas	em	plataformas	
industriais,	veículos	pesados,	tratores,	retroescavadeiras	e	em	embarcações	marítimas,	
fluviais	e	trens.
Trabalhadores	expostos	a	vibrações	podem	sentir	dormência,	 formigamentos	
e	 dificuldade	 para	 executar	 atividades	 manuais.	 Em	 casos	 de	 exposição	 intensa	 e	
prolongada	podem	desenvolver	doenças	mais	graves	como	a	Síndrome	da	Vibração	das	
77
Mãos	e	Braços	e	a	Síndrome	de	Raynaud	(também	conhecida	como	a	doença	dos	dedos	
brancos).	Além	disso,	a	vibração	pode	ser	um	fator	contributivo	e	de	agravamento	das	
lesões	por	esforço	repetitivo	 (LER)	e	dos	distúrbios	osteomusculares	relacionados	ao	
trabalho	(DORT).
O	Anexo	8	da	NR-15	(BRASIL,	2019f)	dispõe	sobre	a	necessidade	de	medição	da	
exposição	a	vibrações	no	trabalhador.	Ela	indica	que	o	limite	de	exposição	ocupacional	
diária	 a	 VMB	 correspondente	 a	 um	 valor	 de	 aceleração	 resultante	 de	 exposição	
normalizada	(aren)	de	5	m.s-2.	Em	relação	a	VCI	o	limite	diário	de	exposição	não	deve	
ultrapassar	o	valor	da	aceleração	resultante	de	exposição	normalizada	(aren)	de	1,1	m.	
s-2,	ou	valor	da	dose	de	vibração	resultante	(VDVR)	de	21,0	m.s-1,75.
A	 prevenção	 pode	 ser	 realizada	 através	 da	melhora	 dos	 equipamentos,	 uso	
de	ferramenta	com	característica	antivibratórias,	calibração	de	pneus,	elaboração	de	
programas	 de	 manutenção	 dos	 equipamentos	 e	 das	 instalações,	 além	 de	 medidas	
administrativas	 como	 o	 rodízio,	 as	 pausas	 e	 os	 treinamentos	 de	 forma	 a	 ensinar	 a	
maneira	correta	de	utilização	das	ferramentas	e	equipamento.
Os trabalhadores sujeitos à exposição de vibrações devem realizar 
exames médicos específicos para essa atividade, conforme 
estabelecido na NR-7.
IMPORTANTE
2.3 PRESSÕES ANORMAIS
Ambientes	de	trabalho	que	apresentam	pressão	atmosférica	maior	ou	menor	
do	 que	 a	 pressão	 ao	 nível	 do	mar	 são	 considerados	 disbáricos,	 ou	 seja,	 ambientes	
com	pressão	anormal.	Existem	dois	tipos	de	pressões	anormais,	sendo	elas	a	pressão	
hiperbárica	e	pressão	hipobárica.
A	pressão	hiperbárica	 é	 aquela	 em	que	o	 trabalhador	fica	 sujeito	 a	 pressões	
maiores	 que	 a	 pressão	 atmosférica	 ao	 nível	 do	 mar	 e	 onde	 se	 exige	 cuidadosa	
descompressão.	 Como	 exemplo,	 tem-se	 o	 trabalho	 como	mergulho,	 plataformas	 de	
petróleo,	mineração	e	outros.	
Por	 outro	 lado,	 a	 pressão	 hipobárica	 é	 quando	 o	 trabalhador	 está	 exposto	 a	
pressões	menores	que	a	pressão	ao	nível	do	mar,	geralmente	associadas	aos	trabalhos	
em	grandes	altitudes.	Dentre	os	diversos	trabalhados	que	estão	nessa	condição	tem-se	
a	mineração,	agricultura,	transportes	e	outros.		
78
2.3.1 Hiperbarismo
A	atmosfera	terrestre	contém	habitualmente	cerca	de	20%	de	oxigênio,	sendo	
que	o	organismo	humano	está	adaptado	para	 respirar	o	oxigênio	atmosférico	a	uma	
pressão	em	torno	de	160	mmHg	ao	nível	do	mar.	Nesta	pressão,	a	molécula	que	transporta	 
o	oxigênio	aos	tecidos,	a	hemoglobina,	encontra-se	praticamente	saturada	(98%).	
À	medida	que	pressão	aumenta,	como	a	hemoglobina	 já	está	saturada,	uma	
quantidade	 significativa	 de	 oxigênio	 não	 é	 consumida	 e	 entra	 em	 solução	 física	 no	
plasma	sanguíneo.	Se	essa	exposição	se	prolonga,	pode	produzir	uma	intoxicação	pelo	
oxigênio.	
Os	seres	humanos,	na	superfície	terrestre,	podem	respirar	100%	de	oxigênio	de	
forma	contínua	durante	24	a	36	horas	sem	nenhum	risco.	Após	esse	período,	sobrevém	
a	intoxicação	pelo	oxigênio	(efeito	de	Lorrain-Smith).	
Os	 sintomas	 de	 toxicidade	 pulmonar	 são	 principalmente	 a	 dor	 no	 peito	
(retroesternal)	e	a	tosse	seca.	Sob	pressões	superiores	a	2	ATM	(duas	vezes	a	pressão	
atmosférica),	o	oxigênio	produz	toxicidade	cerebral,	podendo	provocar	convulsões.	A	
susceptibilidade	à	convulsão	varia	consideravelmente	de	um	indivíduo	para	outro.	
A	administração	de	anticonvulsivantes	pode	evitar	as	convulsões	por	oxigênio,	
mas	não	reduz	a	lesão	cerebral	ou	da	medula	espinhal	(ALCANTARA et al.,	2010).	
As	atividades	realizadas	sob	alta	pressão	exigem	uma	cuidadosa	compressão	e	
descompressão,	e	são	regulamentadas	pelo	Anexo	nº	6	da	NR-15	(BRASIL,	2019f).	
Os	trabalhadores	expostos	a	essas	condições	não	poderão	sofrer	mais	de	uma	
compressão	em	um	período	de	24	horas	e	a	duração	do	trabalho	não	deve	ser	superior	a	
8	horas	sob	pressão	de	trabalho	de	0	a	1,0	kgf.cm-2,	de	6	horas	em	pressões	de	trabalho	
de	1,1	a	2,5	kgf.cm-2	e	de	4	horas	em	pressão	de	trabalho	de	2,6	a	3,4	kgf.cm-2.	
Nenhum	trabalhador	pode	ser	exposto	à	pressão	superior	a	3,4	kgf.cm-2.	Após	
a	descompressão,	os	trabalhadores	são	obrigados	a	permanecer,	no	mínimo,	por	duas	
horas,	no	local	de	trabalho,	cumprindo	um	período	de	observação	médica.	
Como	 é	 possível	 a	 ocorrência	 de	 necrose	 óssea,	 especialmente	 nos	 ossos	
longos,	é	também	obrigatória	a	realização	de	radiografias	de	articulações	da	coxa	e	do	
ombro,	por	ocasião	do	exame	admissional	e	posteriormente	a	cada	ano.
79
FIGURA 2 – SERVIÇOS EM CONDIÇÕES HIPERBÁRICA 
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/550776229409680530/> e <https://opetroleo.com.br/como-
entrar-na-mineracao-sem-experiencia/>. Acesso em: 10 jul. 2021. 
2.3.2 Hipobarismo 
A	principal	característica	do	trabalho	em	grandes	altitudes	é	a	diminuição	da	
quantidade	de	oxigênio	disponível	à	nossa	respiração.	À	medida	que	a	altitude	aumenta,	
a	 atmosfera	 torna-se	menos	 densa,	 e	 a	 pressão	 atmosférica	 diminui.	A	 5.000	m	de	
altitude,	a	quantidade	de	oxigênio	disponível	para	a	nossa	respiração	é	de	somente	50%	
do	oxigênio	disponível	ao	nível	do	mar.
Como	efeito	desta	diminuição	do	oxigênio	no	sangue,	ocorre	a	hipoxia,	que	é	um	
estado	de	baixo	teor	de	oxigênio	nos	nossos	tecidos.	O	organismo	responde,	adotando	
medidas	 compensatórias	 de	 adaptação	 fisiológica	 (aclimatação),	 principalmente	
aumentando	 a	 frequência	 respiratória.	 A	 tolerância	 à	 altura	 varia	 conforme	 cada	
indivíduo,	e	geralmente	leva	de	dois	ou	três	dias.	Todavia,	a	hipoxia	grave	pode	exercer	
diversos	efeitos	nocivos	para	o	organismo	humano.	O	órgão	mais	sensível	à	falta	de	
oxigenação	é	o	cérebro	e	os	sintomas	mais	comuns	são	a	 irritabilidade,	a	diminuição	
da	capacidade	motora	e	sensitiva,	alterações	do	sono,	fadiga	muscular,	hemorragias	na	
retina	e,	nos	casos	mais	graves,	edema	cerebral	e	edema	agudo	do	pulmão.
2.4 TEMPERATURAS EXTREMAS
Muitos	trabalhadores	passam	grande	parte	do	dia	em	locais	cuja	temperatura	
não	 é	 favorável	 ao	 organismo	 humano.	 Funcionários	 de	 siderúrgicas,	 cerâmicas,	
fábricas	de	vidros,	padarias,	frigoríficos,	peixarias	e	outros,	frequentemente,	enfrentam	
condições	 adversas	 de	 frio	 e	 calor,	 que	 representam	 perigo	 para	 a	 sua	 saúde	 e	
segurança.	 O	 ambiente	 de	 trabalho	 deve	 ser	 agradável,	 seja	 ele	 um	 escritório,	 uma	
fábrica,	ou	qualquer	outro	local.
80
O	 trabalhador	 precisa	 encontrar	 neste	 ambiente	 condições	 capazes	 de	 lhe	
proporcionar	 o	 máximo	 de	 proteção	 e,	 ao	 mesmo	 tempo,	 satisfação	 e	 conforto.	 A	
temperatura	é	um	fator	importante	que	deve	ser	levado	em	consideração	quando	se	busca	
criar	condições	ambientais	de	trabalho.	Ao	mesmo	tempo	que	existem	temperaturas	
que	causam	sensação	de	conforto,	há	temperaturas	que	causam	desconforto	e	podem	
ser	prejudiciais	à	saúde,	tendo	consequências	graves,	inclusive	a	morte.	
2.4.1 Trabalhos em temperaturas elevadas 
Em	 ambientes	 de	 alta	 temperatura,	 o	 equilíbrio	 térmicodo	 corpo	 humano	 é	
facilmente	afetado. Uma	vez	que	o	equilíbrio	térmico	é	destruído,	o	corpo	humano	pode	
sofrer	espasmo,	colapso,	insolação,	fadiga	física,	febre	alta,	dor	de	cabeça,	tonturas	e	
náuseas,	erupção	da	pele	outras	doenças	relacionadas	ao	calor	e	até	a	morte	(ZHENG	et 
al.,	2021).	Além	disso,	os	trabalhadores	podem	sentir	irritabilidade,	fraqueza,	depressão,	
ansiedade	e	 incapacidade	de	concentrar,	diminuindo	assim	sua	produtividade.	Como	
forma	de	diminuir	o	incômodo	causado	pelas	altas	temperaturas,	o	empregador	pode	
aumentar	o	 isolamento	das	fontes	de	calor,	aumentar	a	circulação	de	ar	por	meio	da	
ventilação	natural	ou	artificial,	além	de	reduzir	a	carga	horário	do	trabalhador	na	atividade,	
realizar	rodízio	e	pausas,	e	evitar	o	trabalho	braçal	direto,	mecanizando	as	atividades.	
Como	medida	de	proteção	 individual,	 o	 trabalhador	pode	usar	equipamentos	
devidamente	testados	para	altas	temperaturas.	Por	exemplo:	luvas	de	alta	temperatura	
(luva	 para	 cozinha,	 luva	 com	 proteção	 térmica,	 luva	 Dupont,	 luva	 grafatex,	 luva	
resistente),	aventais	para	alta	temperatura,	roupa	de	proteção	de	corpo	inteiro	para	alta	
temperatura	aluminizada,	balaclava	e	conjunto	antichamas.	
2.4.2 Trabalhos em temperaturas baixas
Os	danos	à	saúde	do	trabalhador,	neste	caso,	apresentam	relação	direta	com	o	
tempo	de	exposição	e	as	condições	de	proteção	corporal.	Deve-se	ter	cuidado	também	
com	os	choques	térmicos,	que	podem	ocorrer	quando	o	organismo	é	exposto	a	uma	
variação	 brusca	 da	 temperatura.	 Dentre	 os	 diversos	 problemas	 causados	 ao	 nosso	
organismo	devido	à	exposição	a	temperaturas	baixas	estão	feridas,	rachaduras	e	necrose	
da	 pele,	 má	 circulação	 sanguínea	 causando	 enregelamento,	 doenças	 reumáticas,	
doenças	respiratórias,	tremores,	alucinações	e	inconsciência.	Além	disso,	pode	diminuir	
a	capacidade	de	pensar	e	julgar,	diminuindo	o	rendimento	do	trabalho.
Assim	 como	 para	 as	 temperaturas	 elevadas,	 as	 baixas	 temperaturas	 podem	
ser	controladas	com	o	isolamento	térmico	e	a	utilização	de	equipamentos	de	proteção	
individual.	
81
Falaremos mais especificamente dos equipamentos de proteção 
individual (EPIs) na próxima unidade.
ESTUDOS FUTUROS
2.5 RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES 
A	radiação	é	a	propagação	de	energia	por	meio	de	partículas	ou	ondas,	e	que	
podem	produzir	variados	efeitos	sobre	a	matéria.	Pode	ser	gerada	por	fontes	naturais	
(todos	 os	 corpos	 emitem	 radiação,	 basta	 estarem	 a	 uma	 determinada	 temperatura)	
ou	 por	 dispositivos	 construídos	 pelo	 homem.	 Possui	 energia	 variável,	 desde	 valores	
pequenos	até	valores	muito	altos.	
A	 radiação	pode	ser	não	 ionizante	ou	 ionizada.	Como	exemplos	de	 radiações	
não	ionizantes	tem-se	a	luz,	o	micro-onda,	radar,	raio	laser,	raios	X,	ondas	de	rádio	AM	e	
FM,	entre	outros.	Já	a	radiação	ionizante,	ou	seja,	em	forma	de	partículas,	com	massa,	
carga	elétrica	e	magnética	são	os	feixes	de	elétrons,	feixes	de	prótons,	radiação	alfa	e	
radiação	beta.
O íon é um átomo ou molécula que se torna eletricamente 
carregado pelo ganho ou perda de elétrons (BOYLESTAD, 2018).
NOTA
2.5.1 Radiação não ionizada 
A	 radiação	 ionizante	 não	 possui	 energia	 suficiente	 para	 provocar	 ionização	
(arrancar	elétrons	dos	átomos).	Porém,	este	tipo	de	radiação	pode	quebrar	moléculas	e	
ligações	químicas.	Os	principais	problemas	relacionados	com	a	radiação	não	ionizante	
são	as	queimaduras,	catarata,	fluxo	de	íons	(que	causa	alterações	na	síntese	de	DNA	
e	na	transcrição	do	RNA),	alterações	no	sistema	imunológico	e	câncer	(SALIBA,	2021).	
Esse	tipo	de	radiação	pode	ser	utilizado	na	preservação	de	alimentos	(a	radiação	
ionizante	mata	as	bactérias	ou	reduz	seu	metabolismo	ou	razão	produtiva),	inspeções	
radiográficas	(raios	x	nas	malas	em	aeroportos,	scanners	relocáveis	para	inspeção	de	
caminhões	 e	 contêineres),	 medidores	 nucleares	 industriais	 (controlar	 processos	 de	
82
produção),	 radiografia	 industrial	 (controle	 de	 qualidade	 em	 peças	 e	 equipamentos),	
captores	 radioativos	 (para-raios),	 radioterapia	 (destruição	 de	 células	 cancerígenas),	
raios	x	(diagnósticos	médicos),	medicina	nuclear	(usa	compostos	radioativos	para	obter	
informação	 diagnóstica	 e	 de	 tratamentos	 de	 doenças)	 e	 aquecimentos	 através	 de	
micro-ondas.
De	acordo	com	o	Anexo	n°	7	da	NR-15	(BRASIL,	2019f),	os	trabalhadores	expostos	
a	 radiação	não	 ionizante,	 sem	a	proteção	adequada,	 serão	considerados	 insalubres,	em	
decorrência	de	laudo	de	inspeção	realizada	no	local	de	trabalho.	
2.5.2 Radiação ionizada 
A	 radiação	 ionizante	 é	 a	 radiação	 que	 possui	 energia	 suficiente	 para	 ionizar	
átomos	ou	moléculas.	Ela	se	deve	ao	fato	de	as	radiações	possuírem	energia	altas	o	
suficiente	 para	 quebrar	 as	 ligações	 químicas	 ou	 expulsar	 elétrons	 dos	 átomos	 após	
colisões.	 As	 radiações	 ionizantes	 são	 provenientes	 de	 materiais	 radioativos	 como	
é	o	caso	dos	 raios	alfa	 (a),	beta	 (b)	e	gama	 (g),	ou	são	produzidas	artificialmente	em	
equipamentos,	como	é	o	caso	dos	raios	X.
Há	 muitos	 efeitos	 das	 radiações	 sobre	 os	 seres	 vivos,	 e	 estes	 são	 bem	
complexos.	 As	 pesquisas	 sobre	 estes	 efeitos	 visam,	 em	 geral,	 correlacionar	 fatores	
tais	 como	 dose	 recebida,	 energia,	 tipo	 de	 radiação,	 tipo	 de	 tecido,	 órgãos	 atingidos	
etc.	Diferentes	 tecidos	 reagem	de	diferentes	 formas	às	 radiações	 ionizantes.	Alguns	
tecidos	são	mais	sensíveis	que	outros,	como	os	do	sistema	linfático	e	hematopoiético	
(medula	óssea)	e	do	epitélio	intestinal,	que	são	fortemente	afetados	quando	irradiados,	
enquanto	 outros,	 como	 os	musculares	 e	 neuronais,	 possuem	 baixa	 sensibilidade	 às	
radiações	(SCHARBELE,	2010).	Há	várias	consequências	das	radiações	ionizantes	para	
os	seres	humanos,	dependendo	dos	órgãos	e	sistemas	atingidos.	De	um	modo	geral	os	
efeitos	são	divididos	em	efeitos	somáticos	e	efeitos	hereditários.
	Os	efeitos	 somáticos	surgem	de	danos	nas	células	do	corpo	e	apresentam-se	
apenas	em	pessoas	que	sofreram	a	irradiação,	não	interferindo	nas	gerações	posteriores.	
Os	efeitos	que	ocorrem	logo	após	(poucas	horas	a	semanas)	a	uma	exposição	aguda	
são	 chamados	 de	 imediatos.	 Os	 efeitos	 que	 aparecem	 depois	 de	 anos	 ou	 décadas	
são	chamados	tardios.	A	gravidade	dos	efeitos	somáticos	dependerá	basicamente	da	
dose	 recebida	e	da	 região	atingida.	Os	efeitos	somáticos	tardios	são	os	mais	difíceis	
de	distinguir,	pois	demoram	a	aparecer	e	não	se	sabe	ao	certo	se	a	patologia	se	deve	à	
exposição	radioativa	ou	ao	processo	de	envelhecimento	natural	do	ser	humano.	
Os	efeitos	hereditários	ou	genéticos	surgem	somente	no	descendente	da	pessoa	
irradiada,	como	resultado	de	danos	por	radiações	em	células	dos	órgãos	reprodutores	
(as	gônadas).	Os	perigos	da	radioatividade	começaram	a	ser	vistos	pela	a	humanidade	a	
partir	da	explosão	das	bombas	atômicas	em	Hiroshima	e	Nagasaki.	Mais	recentemente,	
83
a	contaminação	radioativa	do	acidente	de	Chernobyl,	na	ex-União	Soviética,	hoje	Ucrânia,	
que,	com	sua	nuvem	radioativa,	contaminou	muitos	países	europeus,	e,	no	Brasil,	com	
o	incidente	com	o	Césio	137	na	cidade	de	Goiânia-Goiás.
O	anexo	n°	5	da	NR-15	(BRASIL,	2019f,	p.	9)	define	que:
Nas	 atividades	 ou	 operações	 onde	 trabalhadores	 possam	 ser	
expostos	a	radiações	ionizantes,	os	limites	de	tolerância,	os	princípios,	
as	obrigações	e	controles	básicos	para	a	proteção	do	homem	e	do	
seu	meio	ambiente	contra	possíveis	efeitos	indevidos	causados	pela	
radiação	 ionizante,	 são	 os	 constantes	 da	 Norma	 CNEN-NN-3.01:	
"Diretrizes	 Básicas	 de	 Proteção	 Radiológica",	 de	 março	 de	 2014,	
aprovada	pela	Resolução	CNEN	nº	164/2014,	ou	daquela	que	venha	
a	substituí-la.	
2.6 INFRASSOM E ULTRASSOM 
São	 considerados	 infrassom	 e	 ultrassom	 as	 ondas	 sonoras	 que	 se	 situam	
abaixo	(20	Hz)	e	a	cima	(20.000	Hz),	respectivamente,	da	faixa	de	frequência	auditava	
dos	seres	humanos.
2.6.1 Infrassom
O	 infrassom	 pode	 ser	 gerado	 por	 processos	 naturais,tais	 como	 terremoto,	
ruptura	vulcânica,	ventos,	 grandes	 ondas	 oceânicas	 e	 cataratas	 ou	 por	 processo	de	
explosão,	ondas	sônicas	e	equipamentos	de	refrigeração	e	aquecimento.	Ele	atua	em	
diferentes	 regiões	do	organismo	e	seus	efeitos	são	variáveis,	 conforme	a	frequência	 
da	onda.
Em	frequências	de	16	Hz	e	com	grande	energia	(140	dB	ou	mais)	acontece	um	
afundamento	do	tórax,	que	se	manifesta	por	uma	sensação	de	constrição	no	peito	e	
tosse.	Já	em	frequências	ainda	mais	baixas,	na	ordem	de	3	a	6	Hz,	 são	capazes	de	
provocar	 efeitos	 mais	 acentuados	 no	 organismo	 dos	 trabalhadores,	 mesmo	 com	
amplitude	de	onda	baixa.	
Dentre	 os	 diversos	 efeitos	 causados	 ao	 corpo	 humano,	 pode-se	 citar	 o	
deslocamento	de	segmentos	corporais,	alterações	da	motricidade	da	musculatura	lisa	 
e	efeitos	nos	membros	superiores	(cotovelos,	articulações	de	mãos	e	dedos).
2.6.2 Ultrassom
O	ultrassom	é	 bastante	visível	 na	 natureza.	 Certos	 animais	 como	morcegos,	
golfinhos	e	mariposas	o	utilizam	para	locomover-se,	encontrar	alimentos	e	conseguem	
fugir	do	perigo	através	das	ondas	ultrassônicas	que	eles	próprios	emitem.	
84
Como	o	ultrassom	se	situa	fora	da	faixa	audível	para	os	humanos,	ele	pode	ser	
utilizado	com	 intensidades	altas.	Como	exemplos	de	aplicações	de	ultrassom	de	alta	
intensidade,	tem-se	a	terapia	médica,	atomização	de	 líquidos,	 limpeza	por	cavitação,	
ruptura	de	células	biológicas,	solda	e	homogeneização	de	materiais	(LONGO,	2017).
Já	o	ultrassom	de	baixa	 intensidade	tem	como	propósito	transmitir	a	energia	
através	de	um	meio	e	com	isso	obter	informações.	Como	exemplos	dessas	aplicações	
tem-se	o	ensaio	não	destrutivo	de	materiais,	medida	das	propriedades	elásticas	dos	
materiais	e	diagnose	médica.	
Um	 dos	 efeitos	 causados	 pelo	 ultrassom	 é	 a	 elevação	 da	 temperatura	 do	
tecido	do	 corpo	humano,	 em	um	nível	 local.	As	mudanças	biológicas	devidas	 a	 isso	
seriam	as	mesmas	se	a	elevação	fosse	provocada	por	outro	agente.	A	taxa	de	absorção	
do	 ultrassom	 aumenta	 com	 sua	 frequência.	 Outro	 efeito	 possível	 numa	 aplicação	
ultrassônica	está	 associado	à	 cavitação,	 termo	usado	para	descrever	 a	 formação	de	
cavidades	ou	bolhas	no	meio	líquido,	contendo	quantidades	variáveis	de	gás	ou	vapor.	
No	caso	de	células	biológicas	ou	macromoléculas	em	suspensão	aquosa,	o	ultrassom	
pode	alterá-las	estruturalmente	e/ou	funcionalmente	através	da	cavitação.	Outro	efeito	
biológico	que	pode	ocorrer	é	devido	às	denominadas	“forças	de	radiações”	que	podem	
deslocar,	 distorcer	 e/ou	 reorientar	 partículas	 intercelulares,	 ou	 mesmo	 células	 com	
relação	às	suas	configurações	normais	(LONGO,	2017).
2.7 UMIDADE 
A	NR-15	 (BRASIL,	 2019f)	 também	considera	a	umidade	como	um	 risco	 físico	
do	 qual	 o	 trabalhador	 sujeito	 a	 ele	 poderá	 receber	 o	 adicional	 de	 insalubridade.	 As	
atividades	 ou	 operações	 sujeitas	 a	 esse	 risco	 são	 aquelas	 executadas	 em	 locais	
alagados	ou	encharcadas	como	os	serviços	em	lava jato,	terrenos	alagados,	limpeza	em	
ribeirões	urbanos,	serviços	em	galvanoplastia,	e	serviços	em	curtumes.	A	sua	exposição	
pode	 acarretar	 doenças	 no	 aparelho	 respiratório,	 quedas,	 doenças	 de	 pele,	 doenças	
circulatórias,	entre	outras.
Visando	diminuir	os	efeitos	associados	à	umidade	sugere-se	a	utilização	dos	
equipamentos	de	proteção	coletiva	como	barreiras	de	contenção	ou	proteção,	evitando	
o	contato	do	 trabalhador	 com	a	umidade.	Também	é	 importante	manter	o	 ambiente	
sempre	bem	arejado	e	com	entrada	de	sol,	quando	possível,	ou	com	exaustores	de	ar.	
Além	disso,	deve-se	fazer	uso	dos	EPIs	como	 luvas	de	PV,	botas,	aventais	de	PVC	e	
roupas	de	PVC,	limitando	o	contato	com	a	umidade.	
85
3 AGENTES QUÍMICOS
A	Norma	Regulamentadora	NR-9	(redação	dada	pela	Portaria	SEPRT	nº 1.359,	
de	9	de	dezembro	de	2019)	define	os	agentes	químicos	como	“substâncias,	compostos	
ou	produtos	que	possam	penetrar	no	organismo	pela	via	 respiratória,	nas	formas	de	
poeiras,	fumos,	névoas,	neblinas,	gases	ou	vapores,	ou	que,	pela	natureza	da	atividade	
de	exposição,	possam	ter	contato	ou	ser	absorvidos	pelo	organismo	através	da	pele	ou	
por	ingestão”	(BRASIL,	2019b,	p.	2).
As	substâncias	químicas	estão	presentes	na	natureza	e	têm	sido	extraídas	e	
utilizadas	desde	a	antiguidade	para	os	mais	diversos	fins.	Um	aumento	significativo	na	
sua	utilização	ocorreu	com	a	Revolução	 Industrial	e	com	a	produção	de	substâncias	
sintéticas.	 Além	 de	 avanços	 importantes,	 o	 uso	 de	 substâncias	 químicas	 também	
impactou	na	saúde	e	no	meio	ambiente	(BRASIL,	2006).
O	convívio	de	trabalhadores	com	as	substâncias	químicas,	nos	dias	de	hoje,	é	
praticamente	inevitável,	sendo	que	os	mais	expostos	são	funcionários	envolvidos	em	
processos	produtivos	que	direta	ou	indiretamente	utilizem	estas	substâncias.	
O	 risco	e	o	perigo	que	estão	 relacionados	com	essas	substâncias	devem	ser	
analisados	nas	suas	várias	dimensões	entre	as	quais	se	destacam	o	potencial	de	dano	
do	produto,	as	condições	ambientais	e	do	trabalho	em	que	as	atividades	se	desenvolvem	
e	o	histórico	conhecido	daquela	realidade	e	de	outras	semelhantes,	a	partir	dos	dados	
epidemiológicos	produzidos	e	do	conhecimento	científico	existente.	
Os	riscos	existentes	que	estão	relacionados	à	exposição	a	substâncias	químicas	
são	 muito	 complexos,	 e	 requerem	 aprofundamento	 para	 sua	 contextualização	 em	
função	das	dificuldades	de	se	correlacionar	as	dimensões	referidas	anteriormente,	em	
particular	(BRASIL,	2006):
•	 As	medições	atmosféricas	de	concentrações	de	produtos	em	volume	que	apenas	
expressam	 potencialidades	 de	 contato	 e	 de	 contaminação,	 não	 sendo	 retrato	 da	
realidade.
•	 Há	interação	entre	os	agentes	químicos	e	o	corpo	humano,	onde	as	reações	adversas	
ou	de	homeostase	ocorrem	de	acordo	com	padrões	em	que	a	viabilidade	é	dada,	
como	regra,	pela	suscetibilidade	individual.
•	 Estabelecer	os	padrões	de	reação	em	relação	ao	tipo	de	efeito	órgão	alvo,	quanto	maior	
a	exposição,	maiores	os	efeitos	em	termos	epidemiológicos;	em	termos	individuais,	
a	reação	é	medida	por	variáveis	cíclicas	e	constantes,	relativas	ao	histórico	de	vida	e	
patrimônio	genético	dos	indivíduos,	e	a	regra,	também	aqui,	é	sempre	a	variabilidade.
•	 Os	limites	de	tolerância	não	são	capazes	de	dar	conta	destas	variações	e	mantêm	uma	
margem	de	falhas	que	comprometem	seu	uso	como	instrumento	para	prevenção	de	
danos	à	saúde.
86
O	reconhecimento	e	a	análise	destes	riscos	relacionados	a	agentes	químicos	
são	 atividades	 que	 devem	 ser	 priorizadas	 para	 qualificar	 a	 intervenção	 da	 saúde	 do	
trabalhador.	A	principal	via	de	contaminação	por	agentes	químicos	é	a	respiração.	Isto	
se	deve	ao	fato	de	que	a	maior	parte	dos	agentes	químicos	se	encontram	suspensos	
ou	dispersos	na	atmosfera	ambiente,	em	forma	de	poeiras,	gases	ou	vapores.	Além	do	
mais,	uma	grande	quantidade	de	ar	é	respirada	diariamente	pelos	trabalhadores.	
Os	 danos	 causados	 variam	 de	 substância	 para	 substância.	 Algumas	 podem	
provocar	irritação	do	nariz	e	na	garganta,	enquanto	outras	podem	provocar	dor	e	pressão	no	
peito	e	irem	para	o	pulmão,	e	a	partir	disso	causar	outras	séries	de	problemas	(LARA,	2020).	
 
Além	da	via	respiratória,	também	podemos	sofrer	contaminação	por	substâncias	
químicas	 através	 da	 pele,	 que	 ocorre	 pelo	 contato	 direto	 ou	 pela	 penetração.	 Se	 a	
substância,	 por	 exemplo,	 for	 um	 ácido	 corrosivo,	 ela	 poderá	 provocar	 queimaduras	
diretamente	na	pele.	
Outras	substâncias	têm	a	capacidade	de	penetrar	na	pele	e	entrar	na	corrente	
sanguínea,	atingindo	várias	partes	do	corpo.	Problemas	na	produção	de	sangue,	nos	
rins,	fígado,	coração	e	outras	partes	podem	ser	sentidos	(OMS,	2008).	
Outros	tipos	de	substâncias	agem	diretamente	em	nossos	olhos,	provocando	
irritação	ou	mesmo	um	efeito	corrosivo,	como,	por	exemplo,	o	álcool	metílico	(metanol)	
que,	quando	cai	no	olho,	pode	provocar	cegueira.
Outra	 forma	 de	 contaminação	 é	 pelo	 sistema	 digestivo,	 isto	 é,	 entrada	 pela	
bocapor	meio	da	alimentação.	Neste	caso	a	substância	pode	provocar	queimadura	ou	
irritação	já	na	boca,	ou	no	caminho	entre	a	boca	e	o	estômago.	Algumas	substâncias	
não	provocam	problemas	nestes	locais,	mas	vão	ser	levadas,	pelo	sangue,	para	outras	
partes	do	corpo.
A	 fim	 de	 que	 a	 exposição	 do	 organismo	 dos	 trabalhadores	 aos	 agentes	
ambientais	 químicos	 não	 cause	 intoxicações	 ocupacionais,	 deve-se	 respeitar	 certos	
limites	de	exposição,	compatíveis	com	a	manutenção	da	saúde	do	trabalhador.	Estes	
limites	 estão	 disponíveis	 no	 Quadro	 I,	 do	Anexo  11	 da	 NR-15	 (BRASIL,	 2019f),	 e	 são	
denominados	limites	de	tolerância.	
Os	 limites	de	 tolerância	 estabelecem	o	valor	máximo	para	 as	 concentrações	dos	
agentes	no	ambiente,	valores	estes	que	se	aplicam	exclusivamente	para	as	condições	
de	trabalho	dentro	de	certos	limites,	isto	é,	são	válidos	para	regimes	de	trabalho	de	8	
horas	diárias	ou	40	horas	semanais.
Em	nenhuma	hipótese	os	limites	de	tolerância	devem	ser	encarados	como	linha	
divisória	entre	situações	seguras.	Em	alguns	casos	os	limites	de	tolerância	podem	ser	
ultrapassados	durante	um	certo	tempo	em	quantidades	estipuladas	na	tabela.	
87
Em	outros,	são	concentrações-teto	que	não	devem	ser	excedidas	em	nenhuma	
circunstância.	Existem	indicações	especiais	a	esse	respeito	na	tabela,	como	também	
sobre	as	substâncias	que	podem	ser	absorvidas	pela	pele.
Consulte a NR-15, em seu Anexo 11, que trata da insalubridade por 
produtos químicos.
DICA
3.1 CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS
São	 chamados	 contaminantes	 atmosféricos	 os	 produtos	 químicos	 presentes	 na	
atmosfera	do	ambiente	de	trabalho	ou	do	ambiente	externo.	Para	efeito	da	legislação	
trabalhista,	é	considerada	somente	a	atmosfera	do	ambiente	de	trabalho.
Os	contaminantes	fisicamente	são	classificados	como	aerodispersoides,	gases	
e	vapores.	Para	facilitar	a	compreensão	costuma-se	considerar	que	um	agente	químico	
pode	estar	presente	no	ambiente	de	trabalho	como	poeira,	fumo,	névoa,	neblina,	vapor	
e	 gás,	 ou	 seja,	 forma	 aérea	 dispersa.	 Os	 agentes	 químicos	 podem	 ser	 classificados	
segundo	a	forma	que	atuam	no	nosso	organismo.	Como	a	maioria	destes	contaminantes	
se	 encontra	 em	 dispersão	 no	 ar,	 trataremos	 dos	 efeitos	 fisiológicos	 resultantes	 da	
absorção	através	das	vias	respiratórias.	
3.1.1 Irritantes 
Estes	produtos	químicos	possuem	uma	ação	corrosiva,	produzindo	 inflamação	
nos	tecidos	com	os	quais	entram	em	contato.	Eles	atuam	principalmente	nas	mucosas	
das	 vias	 respiratórias,	 tecidos	 de	 revestimentos	 epiteliais,	 como	 a	 pele	 e	 os	 olhos	
(WEBER,	2010).	Como	exemplo	de	produtos	químicos	irritantes	tem-se	o	cloro,	o	ozônio,	
o	iodo,	a	amônia,	algumas	poeiras	alcalinas,	ácido	sulfídrico	(H2S)	e	outros.
3.1.2 Asfixiantes
É	 através	 da	 redução	 da	 quantidade	 de	 oxigênio	 no	 ar	 que	 estes	 produtos	
químicos	podem	provocar	a	asfixia.	Alguns	também	interferem	no	processo	de	absorção	
do	 oxigênio	 no	 sangue	 ou	 nos	 tecidos.	 Dentre	 os	 gases	 asfixiantes	 estão	 os	 gases	
metano,	o	nitrogênio,	o	monóxido	e	o	dióxido	de	carbono,	gás	sulfídrico,	hélio	e	outros.
88
3.1.3 Narcóticos
Estes	agentes	químicos	atuam	através	de	uma	ação	depressiva	sobre	o	sistema	
nervoso	 central,	 produzindo	 efeito	 anestésico	 após	 terem	 sido	 absorvidos	 pelo	 sangue.	
Como	exemplo	tem-se	o	éter	etílico,	acetona	e	éter	isopropílico.
3.1.4 intoxicantes sistêmicos
Estes	 compostos	 químicos	 têm	 o	 poder	 de	 causar	 intoxicações	 agudas	 ou	
crônicas.	 Estas	 lesões	 podem	 ser	 nos	 órgãos	 (hidrocarbonetos	 halogenados),	 no	
sistema	formador	de	sangue	 (hidrocarbonetos	aromáticos),	compostos	que	afetam	o	
sistema	 nervoso	 (álcoois	metílico	 e	 etílico,	 dissulfeto	 de	 carbono	 e	 éteres	 de	 ácidos	
orgânicos),	compostos	tóxicos	inorgânicos	e	metais	tóxicos	(sais	de	cianuretos,	fluoretos	
e	compostos	de	arsênio,	fósforo,	enxofre	e	outros).
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS
Os	produtos	químicos	perigosos	são	aqueles	que	podem	causar	danos	à	saúde	
e	 segurança	 dos	 trabalhadores	 e	 também	 ao	 meio	 ambiente.	 Esses	 produtos	 são	
regulamentados	pela	norma	ABNT	NBR	14725.	De	acordo	com	Organização	das	Nações	
Unidas	 (ONU),	os	produtos	químicos	perigosos	são	classificados	em	nove	classes	de	
risco	e	subclasses,	conforme	apresentado	no	Quadro	1	(FEPAM,	2021).
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO ONU DOS RISCOS DOS PRODUTOS PERIGOSOS
Classificação Subclasse Definições
Classe	1 
Explosivos
1.1
Substância	e	artigos	com	risco	de	
explosão	em	massa.
1.2
Substância	e	artigos	com	risco	de	projeção,	mas	
sem	risco	de	explosão	em	massa.
1.3
Substâncias	e	artigos	com	risco	de	fogo	e	com	
pequeno	risco	de	explosão	ou	de	projeção,	ou	
ambos,	mas	sem	risco	de	explosão	em	massa.
1.4
Substância	e	artigos	que	não	
apresentam	risco	significativo.
1.5
Substâncias	muito	insensíveis,	
com	risco	de	explosão	em	massa.
1.6
Artigos	extremamente	insensíveis,	
sem	risco	de	explosão	em	massa.
89
Classe	2 
Gases
2.1
Gases	inflamáveis:	são	gases	que	a	20°C	e	à	
pressão	normal	são	inflamáveis	quando	em	
mistura	de	13%	ou	menos,	em	volume,	com	o	ar	
ou	que	apresentem	faixa	de	inflamabilidade	com	
o	ar	de,	no	mínimo	12%,	independente	do	limite	
inferior	de	inflamabilidade.
2.2
Gases	não-inflamáveis,	não	tóxicos:	são	gases	
asfixiantes,	oxidantes	ou	que	não	se	enquadrem	
em	outra	subclasse.
2.3
Gases	tóxicos:	são	gases,	reconhecidamente	
ou	supostamente,	tóxicos	e	corrosivos	que	
constituam	risco 	à	saúde	das	pessoas.
Classe	3 
Líquidos	Inflamáveis
-
Líquidos	inflamáveis:	são	líquidos,	misturas	de	
líquidos	ou	líquidos	que	contenham	sólidos	em	
solução	ou	suspensão,	que	produzam	vapor	
inflamável	a	temperaturas	de	até	60,5°C,	em	
ensaio	de	vaso	fechado,	ou	até	65,6ºC,	em	ensaio	
de	vaso	aberto,	ou	ainda	os	explosivos	líquidos	
insensibilizados	dissolvidos	ou	suspensos	em	
água	ou	outras	substâncias	líquidas.
Classe	4 
Sólidos	Inflamáveis;	
Substâncias	sujeitas	à	
combustão	espontânea;	
substâncias	que,	
em contato com 
água, emitem gases 
inflamáveis
4.1
Sólidos	inflamáveis,	substâncias	autorreagentes	
e	explosivos	sólidos	insensibilizados:	sólidos	
que,	em	condições	de	transporte,	sejam	
facilmente	combustíveis,	ou	que	por	atrito	
possam	causar	fogo	ou	contribuir	para	tal;	
substâncias	autorreagentes	que	possam	sofrer	
reação	fortemente	exotérmica;	explosivos	sólidos	
insensibilizados	que	possam	explodir	se	não	
estiverem	suficientemente	diluídos.
4.2
Substâncias	sujeitas	à	combustão	espontânea:	
substâncias	sujeitas	a	aquecimento	espontâneo	
em	condições	normais	de	transporte,	ou	a	
aquecimento	em	contato	com	ar,	podendo	
inflamar-se.
4.3
Substâncias	que,	em	contato	com	água,	emitem	
gases	inflamáveis:	substâncias	que,	por	interação	
com	água,	podem	tornar-se	espontaneamente	
inflamáveis	ou	liberar	gases	inflamáveis	em	
quantidades	perigosas.
Classe	5 
Substâncias	Oxidantes	e	
Peróxidos	Orgânicos
5.1
Substâncias	oxidantes:	são	substâncias	que	
podem,	em	geral	pela	liberação	de	oxigênio,	
causar	a	combustão	de	outros	materiais	ou	
contribuir	para	isso.
5.2
Peróxidos	orgânicos:	são	poderosos	agentes	
oxidantes,	considerados	como	derivados	do	
peróxido	de	hidrogênio,	termicamente	instáveis	
que	podem	sofrer	decomposição	exotérmica	
autoacelerável.
90
Classe	6 
Substâncias	Tóxicas	e	
Substâncias	Infectantes
6.1
Substâncias	tóxicas:	são	substâncias	capazes	de	
provocar	morte,	lesões	graves	ou	danos	à	saúde	
humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem 
em	contato	com	a	pele.
6.2
Substâncias	infectantes:	são	substâncias	que	
contém	ou	possam	conter	patógenos	capazes	de	
provocar	doenças	infecciosas	em	seres	humanos	
ou	em	animais.
Classe	7 
Material	radioativo
-
Qualquer	material	ou	substância	que	contenha	
radionuclídeos,	cuja	concentração	de	atividade	e	
atividade	total	na	expedição	(radiação),	excedam	
os	valores	especificados.
Classe	8 
Substâncias	corrosivas
-
São	substâncias	que,	por	ação	química,	causam	
severos	danosquando	em	contato	com	tecidos	
vivos	ou,	em	caso	de	vazamento,	danificam	ou	
mesmo	destroem	outras	cargas	ou	o	próprio	
veículo.
Classe	9 
Substâncias	e	Artigos	
Perigosos	Diversos
-
São	aqueles	que	apresentam,	durante	o	
transporte,	um	risco	não	abrangido	por	nenhuma	
das	outras	classes.
FONTE: <http://200.144.30.103/siipp/public/imprime_classificacao.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2021.
Além	disso,	de	acordo	com	o	anexo	n°	13	da	NR-15	(BRASIL,	2019f),	atividades	e	
operações	que	envolvam	os	agentes	químicos	arsênio,	carvão,	chumbo,	cromo,	fósforo,	
hidrocarbonetos e outros compostos de carbono, mercúrio, silicatos, benzendo, cádmio 
e	outros,	são	consideradas	 insalubres	em	decorrência	de	 inspeção	realizada	no	 local	 
de	trabalho.		
FIGURA 3 – PICTOGRAMAS DE PERIGO 
Substâncias	Corrosivas Explosivos Oxidante
Mutagênico	ou	
carcinogênico
Prejudicial	para
o ambiente
Tóxico
91
FONTE: <https://pt.depositphotos.com/11408397/stock-illustration-ghs-warning-signs-set-vektor.html>.
Acesso em: 12 jul. 2021.
Para mais informações sobre os agentes químicos que 
caracterizam o ambiente de trabalho como insalubre leia a 
NR-15 Anexo n°13 completa.
DICA
4 AGENTES BIOLÓGICOS 
Os	 agentes	 biológicos	 são	 os	 microrganismos	 que	 causam	 doenças	 ao	
trabalhador,	 através	 do	 contato	 durante	 o	 exercício	 de	 suas	 atividades	 profissionais.	
Segundo	 a	 NR-9	 (BRASIL,	 2019b),	 temos	 vários	 exemplos	 de	 microrganismos	 que	
causam	doenças,	tais	como	vírus,	bactérias,	parasitas,	fungos	e	bacilos.	Eles	causam	
doenças	principalmente	em	médicos,	enfermeiros,	funcionários	de	hospitais,	sanatórios	
e	laboratórios	de	análise	biológica,	lixeiros,	açougueiros,	lavradores,	tratadores	de	gado,	
trabalhadores	de	curtume	e	estações	de	tratamento	de	esgoto	(WEBER,	2010).
FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICO DO RISCO BIOLÓGICO 
FONTE: <http://proteccionshoppingonline.com.br/loja/wp-content/uploads/2020/06/RISCO-BIOLOGICO.jpg>. 
Acesso em: 12 jul. 2021.
Nocivo	ou	Irritante Inflamável Gás	sob	pressão
92
Entre	 as	 inúmeras	 doenças	 profissionais	 provocadas	 por	 microrganismos	
incluem-se	a	tuberculose,	brucelose,	malária	e	febre	amarela.	Para	que	essas	doenças	
possam	 ser	 consideradas	 doenças	 profissionais	 é	 preciso	 que	 haja	 exposição	 do	
funcionário	a	estes	microrganismos.
Como	 esses	microrganismos	 se	 adaptam	melhor	 e	 se	 reproduzem	mais	 em	
ambientes	sujos,	as	medidas	preventivas	a	tomar	são:	 rigorosa	higiene	dos	 locais	de	
trabalho,	do	corpo	e	das	roupas;	destruição	por	processos	de	elevação	da	temperatura	
(esterilização)	 ou	 uso	 de	 cloro;	 uso	 de	 equipamentos	 individuais	 para	 evitar	 contato	
direto	 com	os	microrganismos;	ventilação	permanente	 e	 adequada;	 controle	médico	
constante,	e	vacinação,	sempre	que	possível.
A	 verificação	 da	 presença	 dos	 microrganismos	 é	 feita	 por	 meio	 da	 retirada	
de	 amostras	 de	 ar,	 da	 água	 e	 do	 ambiente	 de	 trabalho,	 que	 serão	 encaminhadas	
para	 laboratórios	 especializados	 para	 fazerem	 as	 análises.	 Infelizmente,	 devido	 às	
dificuldades	para	realizar	estas	coletas	e	análises,	não	há	limites	de	tolerância	definidos	
para	os	riscos	biológicos.
No	Anexo	nº	 14,	da	NR-15	 (BRASIL,	2019f),	está	a	 relação	das	atividades	que	
envolvem	 agentes	 biológicos,	 cuja	 insalubridade	 é	 caracterizada	 pela	 avaliação	
qualitativa.	Como	exemplo	de	algumas	destas	atividades,	podemos	citar:	trabalho	em	
contato	 permanente	 com	pacientes	 em	 isolamento	por	 doenças	 infectocontagiosas,	
bem	 como	 objetos	 de	 seu	 uso,	 não	 esterilizados,	 esgotos	 (galerias	 e	 tanques),	 lixo	
urbano	(coleta	e	industrialização),	laboratórios	de	análise	clínica,	cemitério	(exumação	
de	corpos)	etc.
Os riscos associados aos agentes biológicos serão discutidos no 
Tópico 2, Higiene do trabalho II, no subtítulo serviços de saúde. 
ESTUDOS FUTUROS
93
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 Os	agentes	ambientais	são	divididos	em	agentes	físicos,	químicos	e	biológico.	
•	 Os	 limites	de	tolerância	aos	 riscos	aos	quais	os	trabalhadores	são	expostos	estão	
normalmente	 dispostos	 na	 NR-15,	 dando	 ao	 trabalhador	 o	 direito	 ao	 adicional	
insalubridade.	
•	 Os	 agentes	 físicos	 apresentam	 como	 risco:	 ruído,	 vibrações,	 pressões	 anormais,	
temperaturas	extremas	(frio	ou	calor),	radiações	ionizantes,	radiações	não	ionizantes,	
infrassom	e	ultrassom.
•	 As	principais	vias	de	contaminação	por	agentes	químicos	são	pela	respiração,	através	
da	pele	e	pelo	sistema	digestivo.	
•	 Os	 produtos	 químicos	 perigosos	 são	 aqueles	 que	 podem	 causar	 danos	 à	 saúde	
e	 segurança	 dos	 trabalhadores	 e	 também	ao	meio	 ambiente.	 Esses	 produtos	 são	
regulamentados	pela	norma	ABNT	NBR	14725	e	classificados	em	nove	categorias	de	
acordo	com	a	ONU.	
•	 Os	 agentes	 biológicos	 são	 microrganismos,	 tais	 como	 vírus,	 bactérias,	 parasitas,	
fungos	e	bacilos,	que	podem	causar	doenças	aos	trabalhadores.		
•	 A	 relação	de	atividades	que	envolvem	os	agentes	biológicos,	 cuja	 insalubridade	é	
caracterizada	pela	avaliação	qualitativa,	estão	contidas	no	Anexo	nº	14,	da	NR-15.
94
1	 O	 ruído	 é	 definido	 como	 sons	 desagradáveis	 e	 indesejáveis,	 assim	 como	 sons	
prazerosos	e	desejados,	que	de	maneira	elevada	e	exagerada	são	nocivos	à	saúde	
do	trabalhador,	podendo	provocar	danos	à	audição.	Ele	pode	ser	dividido	em	ruído	de	
impacto	e	ruído	contínuo	ou	intermitente.	Qual	é	a	diferença	entre	esses	dois	tipos	de	
ruído	e	qual	deles	é	mais	prejudicial	para	a	saúde	humana?
2	 A	vibração	se	caracteriza	pelo	movimento	oscilatório	de	um	corpo,	devido	a	forças	
desequilibradas	de	componentes	rotativos	e	movimentos	alternados	de	uma	máquina	
ou	equipamento.	Sobre	esse	risco	físico,	assinale	a	alternativa	INCORRETA:
a)	 (			)	 Esse	 risco	 físico	 tem	como	particularidade	 a	 necessidade	de	 contato	 entre	 o	
trabalhador	e	fonte	geradora,	auxiliando	na	identificação	da	exposição.
b)	 (			)	 A	 vibração	 pode	 ser	 um	 fator	 contributivo	 e	 de	 agravamento	 das	 lesões	 por	
esforço	 repetitivo	 (LER)	 e	 dos	 distúrbios	 osteomusculares	 relacionados	 ao	
trabalho	(DORT).
c)	 (			)	 O	 limite	 de	 exposição	 ocupacional	 diária	 a	 vibrações	 de	 mãos	 e	 braços	
correspondente	a	um	valor	de	aceleração	 resultante	de	exposição	normalizada	
(aren)	de	5	m.s-2.
d)	 (			)	 As	 medidas	 de	 prevenção	 somente	 poderão	 ser	 realizar	 com	 a	 utilização	 de	
equipamentos	de	proteção	individual	(EPIs)	e	manutenção	dos	equipamentos	e	
instalações.	
3	 Ambientes	de	trabalho	com	temperaturas	extremas	(frio	ou	calor)	são	considerados	
insalubres,	 pois,	 além	 de	 causar	 desconforto	 ao	 trabalhador,	 também	 podem	 ser	
prejudiciais	 à	 saúde,	 levando	 até	 a	 morte,	 dependendo	 da	 exposição.	 Sobre	 as	
temperaturas	extremas,	assinale	a	alternativa	CORRETA:	
a)	 (			)	 Como	 forma	 de	 diminuir	 o	 incômodo	 causado	 pelas	 altas	 temperaturas,	 o	
empregador	 pode	 diminuir	 o	 isolamento	 das	 fontes	 de	 calor	 e	 aumentar	 a	
circulação	de	ar	por	meio	da	ventilação	natural	ou	artificial.	
b)	 (			)	 A	 exposição	 do	 trabalhador	 a	 altas	 temperaturas	 nada	 interfere	 na	 sua	
produtividade.	
c)	 (			)	 Diferente	 das	 medidas	 de	 proteção	 contra	 as	 altas	 temperaturas,	 as	 baixas	
temperaturas	 somente	 podem	 ser	 controlas	 por	 meio	 de	 equipamentos	 de	
proteção	coletiva	e	medidas	administrativas.
d)	 (			)	 Além	 da	 exposição	 as	 baixas	 temperaturas,	 o	 choque	 térmico	 também	 é	
uma	 preocupação	 quando	 o	 organismo	 é	 exposto	 a	 uma	variação	 brusca	 da	
temperatura.
AUTOATIVIDADE
95
4	 Os	agentes	químicos	podem	ser	classificados	segundo	a	forma	que	atuam	no	nosso	
organismo.	 Sobre	 os	 efeitos	 fisiológicos	 desses	 agentes	 resultantes	 da	 absorção	
através	das	vias	respiratórias,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 Os	 irritantes	 são	 produtos	 químicos	 que	 possuem	 ação	 oxidante,	 produzindo	
inflamação	nos	tecidos	que	entra	em	contato.b)	 (			)	 Os	gases	asfixiantes	podem	reduzem	a	quantidade	de	oxigênio	no	ar	e	interferirem	
na	absorção	do	oxigênio	no	sangue	ou	nos	tecidos.	
c)	 (			)	 Os	narcóticos	atuam	através	de	uma	ação	depressiva	do	sistema	circulatório,	
produzindo	efeito	anestésico	após	terem	sido	absorvidos	pelo	sangue.
d)	 (			)	 Os	intoxicantes	sistêmicos	podem	causar	corrosão	aguda	ou	crônica	nos	órgãos	
do	corpo	humano.		
5	 Os	 agentes	 biológicos	 são	 microrganismos	 que	 podem	 causam	 doenças	 ao	
trabalhador,	através	do	contato	durante	o	exercício	de	suas	atividades	profissionais.	
Entre	as	inúmeras	doenças	causas	por	esse	agente	estão	a	tuberculose,	brucelose,	
malária	 e	 febre	 amarela.	 Quais	 são	 as	 principais	 medidas	 de	 prevenção	 contra	 o	
agente	biológico?
96
97
HIGIENE DO TRABALHO II
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
1 INTRODUÇÃO 
Neste	tópico,	nós	falaremos	da	saúde	e	segurança	do	trabalho	nos	serviços	de	
saúde,	regulamentada	pela	NR-32	(BRASIL,	2019h),	e	os	riscos	biológicos,	químicos	e	de	
radiação	ionizante	associados	a	eles.	Também	abordaremos	a	segurança	nas	atividades	
de	transporte,	movimentação,	armazenamento	e	manuseio	de	materiais,	normatizada	
pela	NR-11	(BRASIL,	2016b).	Além	disso,	aprenderemos	a	relação	entre	saúde	e	segurança	
do	trabalho	associado	à	psicologia	e	à	alimentação	como	forma	de	manter	o	bem-estar	
físico	e	emocional	dos	trabalhadores.
2 SERVIÇOS DE SAÚDE
São	considerados	serviços	de	saúde	“qualquer	edificação	destinada	à	prestação	
de	 assistência	 à	 saúde	 da	 população,	 e	 todas	 as	 ações	 de	 promoção,	 recuperação,	
assistência,	pesquisa	e	ensino	em	saúde	em	qualquer	nível	de	complexidade”	(BRASIL,	
2019h,	p.	 1),	 ou	 seja,	hospitais,	 ambulatórios,	 clínicas,	postos	de	pronto	atendimento	 
e	outros.
Neste	 sentindo,	 a	 NR-32	 (Redação	 dada	 pela	 Portaria	MTb	 nº	 485,	 de	 11	 de	
novembro	 de	 2005	 e	 suas	 alterações/atualizações)	 e	 seus	 anexos	 estabelecem	 as	
diretrizes	básicas	para	 implementação	de	medidas	de	proteção	à	saúde	e	segurança	
do	serviço	de	saúde.	Vale	salientar	que	essa	NR	não	se	aplica	apenas	aos	trabalhadores	
que	lidam	diretamente	com	a	questão	da	saúde	de	um	paciente	(médicos,	enfermeiros,	
fisioterapeutas	e	outros),	mas	também	àqueles	que	trabalham	no	setor,	como	equipes	
de	 limpeza,	 equipes	 de	manutenção	 e	 outros	 (BRASIL,	 2019h).	 Essa	 NR	 abrange	 as	
situações	de	exposição	a	 riscos	biológicos,	químicos	e	de	 radiação	 ionizante	para	os	
trabalhadores	dos	serviços	de	saúde.	
2.1 RISCOS BIOLÓGICOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE 
Os	trabalhadores	dos	serviços	da	saúde	estão	expostos,	diariamente,	a	ambientes	
em	que	há	presença	de	riscos	biológicos	ou	constituem	uma	ameaça	potencial,	sendo	
esse	o	principal	risco	a	que	estão	expostos.	
A	classificação	dos	riscos	associados	aos	agentes	biológicos,	de	acordo	com	o	
Anexo	I	da	NR-32	(BRASIL,	2019h)	são	divididos	em:
 
98
•	 Classe	de	risco	1:	baixo	risco	individual	para	o	trabalhador	e	para	a	coletividade,	com	
baixa	probabilidade	de	causar	doença	ao	ser	humano.	Exemplos:	Lactobacillus spp.	e	
Bacillus subtilis.
•	 Classe	 de	 risco	 2:	 risco	 individual	 moderado	 para	 o	 trabalhador	 e	 com	 baixa	
probabilidade	de	disseminação	para	a	coletividade.	Podem	causar	doenças	ao	ser	
humano,	para	as	quais	existem	meios	eficazes	de	profilaxia	ou	tratamento.	Exemplos:	
Schistosoma	mansoni,	vírus	da	rubéola	e	Hepatite	A,	B,	C,	D	e	E.
•	 Classe	de	 risco	3:	 risco	 individual	elevado	para	o	trabalhador	e	com	probabilidade	
de	 disseminação	 para	 a	 coletividade.	 Podem	 causar	 doenças	 e	 infecções	 graves	
ao	ser	humano,	para	as	quais	nem	sempre	existem	meios	eficazes	de	profilaxia	ou	
tratamento.	Exemplos:	Bacillus	anthracis,	Vírus	da	Imunodeficiência	Humana	(HIV)	e	
SARS-COV	(Coronavírus).
•	 Classe	de	 risco	4:	 risco	 individual	elevado	para	o	trabalhador	e	com	probabilidade	
elevada	 de	 disseminação	 para	 a	 coletividade.	 Apresenta	 grande	 poder	 de	
transmissibilidade	 de	 um	 indivíduo	 a	 outro.	 Podem	causar	 doenças	 graves	 ao	 ser	
humano,	 para	 as	 quais	 não	 existem	 meios	 eficazes	 de	 profilaxia	 ou	 tratamento.	
Exemplos:	vírus	ebola	e	vírus	da	varíola.
Como visto anteriormente, os agentes biológicos são os 
microrganismos que causam doenças, tais como vírus, 
bactérias, parasitas, fungos e bacilos.
ATENÇÃO
Em	 seu	 Anexo	 II,	 a	 NR-32	 (BRASIL,	 2019h)	 apresenta	 uma	 tabela	 com	 os	
diversos	 tipos	 de	microrganismos	 e	 sua	 classificação	 de	 risco.	 Vale	 destacar	 que,	 a	
tabela	não	contempla	todos	os	agentes	biológicos	que	possam	causar	danos	à	saúde	
do	 trabalhador,	 tendo	 em	 vista	 a	 infinidade	 desses	 microrganismos.	 Para	 tanto,	 é	
necessária	uma	avaliação	de	risco	baseado	nas	propriedades	conhecidas	ou	potenciais	
desses	agentes	e	de	outros	representantes	do	mesmo	gênero	ou	família.	Além	disso,	a	
tabela	não	contempla	os	organismos	geneticamente	modificados.	
O Ministério da Saúde elaborou um documento sobre 
a classificações dos riscos biológicos, que contém uma 
lista mais completa de microrganismos patogênicos 
e suas classes. Acesse em: https://bit.ly/3wSOifP.
DICA
99
A	NR-32	aprimora	a	elaboração	do	Programa	de	Gerenciamento	de	Riscos	(PGR).		
Esse	programa	deve	conter	a	identificação	do	risco	biológico,	levando	em	consideração	
a	fonte	de	exposição,	vias	de	transmissão,	transmissibilidade,	patogenicidade,	virulência,	
persistência	do	agente	no	ambiente,	estudos	epidemiológicos	e	outros	dados	científicos,	
e	a	avaliação	do	 local	de	trabalho,	definindo	a	descrição	das	atividades	e	funções	do	
empreendimento,	a	possibilidade	de	exposição	e	as	medidas	de	prevenção.	
Os acidentes do trabalho associados a riscos biológicos devem ser 
registrados por meio do Comunicado de Acidente do Trabalho (CAT).
ATENÇÃO
A	 NR-32	 também	 abrange	 a	 questão	 da	 obrigatoriedade	 da	 vacinação	 do	
profissional	de	serviço	de	saúde	contra	tétano,	difteria,	hepatite	B	e	demais	vacinas	que	
estiverem	contidas	no	PCMSO,	com	os	reforços	pertinentes,	conforme	recomendação	
do	Ministério	da	Saúde	(BRASIL,	2019h).
Outra	exigência	da	NR-32	(BRASIL,	2019h)	é	a	capacitação	dos	trabalhadores	
antes	do	início	de	suas	atividades	e	de	forma	continuada	sobre	os	riscos	biológicos	que	
estão	expostos	no	seu	dia	a	dia	de	trabalho.	O	responsável	pela	capacitação	deve	ser	um	
profissional	da	saúde	familiarizado	com	os	riscos	inerentes	aos	agentes	biológicos	que	
ocorrerem	em	casos	de	mudança	das	condições	de	exposição.	Os	ambientes	de	trabalho	
expostos	 a	 agentes	 biológicos	 devem	 ter,	 obrigatoriamente,	 lavatórios	 exclusivos	 para	
higienização	das	mãos	com	água	corrente,	sabonete	 líquido,	toalha	descartável	e	 lixeira	
com	pedal	(acionamento	sem	contato	manual).	
Os	 empregadores	 devem	 fornecer	 vestimentas	 adequadas	 e	 equipamentos	
de	 proteção	 individual	 (EPIs)	 em	 quantidade	 suficiente	 para	 todos	 os	 trabalhadores.	
Também	é	dever	dos	empregadores	vedar	o	uso	das	pias	de	trabalho	para	outros	fins,	
o	ato	de	fumar,	o	uso	de	adornos	(alianças,	brincos,	pulseiras,	relógios	e	outros),	lentes	
de	contato,	utilização	de	calçados	abertos	e	o	consumo	de	alimento	e	bebidas	dentro	
ambiente	de	trabalho.	
Os	 empregados,	 por	 sua	 vez,	 devem	 praticar	 as	 precauções	 e	 fazerem	 uso	
correto	dos	EPIs.	Também	devem	respeitar	a	obrigatoriedade	de	não	deixar	o	ambiente	
de	 trabalho	 fazendo	 uso	 das	 vestimentas	 e	 dos	 EPIs.	 	 Em	 relação	 aos	 materiais	
perfurocortantes	 (objetos	 com	 cantos,	 bordas,	 pontos	 ou	 protuberâncias	 rígidas	 e	
agudas	capazes	de	cortar	ou	perfurar),	os	empregadores	devem	elaborar	o	Plano	de	
Prevenção	 de	 Riscos	 de	 Acidentes	 com	 Materiais	 Perfurocortantes,	 conforme	 as	
diretrizes	estabelecidas	no	Anexo	III	da	NR-32	(BRASIL,	2019h),	e	os	empregadores	são	
responsáveis	pelo	seu	descarte.	
100
FIGURA 5 – DESCARTE DE MATERIAL PERFUROCORTANTE
FONTE: <https://kasvi.com.br/wp-content/uploads/2016/04/chamada.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2021.
2.2 RISCOS QUÍMICOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDEEm	 relação	 aos	 riscos	 químicos	 nos	 serviços	 de	 saúde,	 a	 NR-32	 apresenta	
exigências	 relacionados	 ao	 PPRA	 (alterado	 para	 PGR)	 e	 ao	 PCMSO	 (BRASIL,	 2019h).	
Segundo	 a	 norma,	 todos	 os	 produtos	 químicos	 utilizados	 na	 atividade	 devem	 estar	
relacionados	em	um	inventário.	Todos	os	produtos	químicos	devem	possuir	rótulo	original	
de	fabricação,	seja	inteiro	ou	fracionado.	Além	disso,	deve	estar	de	fácil	acesso	às	fichas	
descritivas	desses	produtos	em	que	constam	as	características,	os	riscos,	medidas	de	
proteção,	condições	de	estocagem	e	procedimentos	para	casos	de	emergência.	
A	 norma	 também	 exige	 capacitação	 dos	 trabalhados	 sobre	 o	manuseio	 dos	
produtos	químicos,	local	correto	de	armazenagem	e	procedimentos	a	serem	adotados	
em	casos	de	acidentes	e	em	situações	de	emergência.	
2.3 RISCO RADIAÇÃO IONIZANTE
Dependendo	 do	 ambiente	 de	 trabalho	 e	 os	 serviços	 prestados,	 os	 trabalhadores	
dos	serviços	de	saúde	podem	estar	expostos	a	 risco	de	 radiação	 ionizante.	Assim,	a	
NR-32	(BRASIL,	2019h)	estabelece	a	obrigação	de	elaboração	e	disposição	a	todos	os	
trabalhadores	do	Plano	de	Proteção	Radiológica	(PPR),	provado	pela	Comissão	Nacional	
de	Energia	Nuclear	(CNEN).
O	 trabalhador	 deve	 permanecer	 o	 menor	 tempo	 possível	 dentro	 das	 áreas	 com	
exposição	ao	risco	de	radiação,	utilizar	todos	os	equipamentos	de	proteção	individual	
adequadamente,	estar	de	posse	de	um	dosímetro	 (devidamente	calibrado)	e	 receber	
capacitação	durante	o	início	das	atividades	e	de	forma	continuada.	
As	 mulheres	 grávidas	 não	 podem	 realizar	 atividades	 nesses	 ambientes	 e	
devem,	portanto,	serem	remanejadas	para	outras	atividades	compatíveis	com	seu	nível	
de	formação.	
101
Outras	especificações	sobre	medicina	nuclear,	serviços	de	 radioterapia,	serviços	
de	 radiodiagnóstico	médico	 e	 radiodiagnóstico	 odontológico	 estão	 dispostos	 na	 NR-32	
(BRASIL,	2019h).
2.4 RESÍDUOS 
A	Resolução	RDC	n°	222/2018	 regulamenta	as	boas	práticas	de	gerenciamento	
dos	resíduos	da	saúde	e	dá	outras	providências	e	a	Resolução	CONAMA	n°	358/2005,	
conforme	vimos	anteriormente,	dispõe	da	classificação	desses	resíduos.	
A	 NR-32	 (BRASIL,	 2019h)	 determina	 a	 capacitação	 dos	 trabalhadores	 em	
relação	 à	 segregação,	 acondicionamento,	 transporte,	 reconhecimento	 dos	 símbolos	
de	 identificação,	orientação	quanto	ao	uso	do	EPIs	e	outras	especificações	sobre	os	
resíduos	de	saúde.
 
Os	 sacos	 plásticos	 utilizados	 no	 acondicionamento	 dos	 resíduos	 devem	 ser	
preenchidos	apenas	com	2/3	de	sua	capacidade	de	maneira	a	permitir	o	seu	fechamento	
sem	 derramamento	 de	 materiais.	 Todos	 os	 recipientes	 devem	 ser	 identificados	 e	
sinalizados	conforme	a	classificação	da	Resolução	CONAMA	358/2005.
Os	 recipientes	 destinados	 ao	 acondicionamento	 dos	 materiais	 perfurocortantes	
devem	 ter	 um	 suporte	 exclusivo	 e	 serem	 mantidos	 a	 uma	 altura	 que	 permita	 a	
visualização	de	abertura	para	o	descarte.	Além	disso,	não	podem	ser	preenchidos	nos	
últimos	cinco	centímetros	do	recipiente.	
O	 transporte	 dos	 resíduos	 até	 a	 área	 de	 armazenamento	 externa	 dever	 ser	
realizada	com	um	carrinho	específico	e	utilizar	uma	rotina	de	transporte,	determinando	
o	percurso	a	ser	percorrido	e	os	horários	com	menor	fluxo	de	pessoas.	
3 TRANSPORTE
A	utilização	de	máquinas	e	equipamento	no	transporte	de	pessoas	e	materiais	
surgiu	para	facilitar	a	vida	dos	trabalhadores	que	possuem	uma	capacidade	limitada	de	
trabalho,	porém	também	apresentam	grande	risco	se	não	aplicadas	todas	as	normas	e	
exigências	corretamente.
 
A	Norma	Regulamentadora	NR-11	 (redação	dada	pela	Portaria	MTb	nº	3.214,	de	8	
de	junho	de	1978	e	suas	alterações/atualizações)	regulamenta	a	segurança	do	trabalho	nas	
atividades	de	transporte,	movimentação,	armazenamento	e	manuseio	de	materiais,	do	qual	
fazem	 parte	 os	 ascensores,	 elevadores	 de	 carga,	 guindastes,	monta-carga,	 pontes-
rolantes,	talhas,	empilhadeiras,	guinchos,	esteiras-rolantes	e	outros	(BRASIL,	2016b).
102
De	acordo	como	essa	norma,	 os	poços	de	elevadores	devem	ser	 totalmente	
cercados	de	forma	sólida,	exceto	nas	áreas	de	portas	ou	cancelas.	Enquanto	à	cabine	
do	elevador	não	estiver	no	mesmo	nível	do	pavimento,	a	abertura	deve	ser	integralmente	
protegida	por	corrimão	ou	outros	acessórios	similares.	
Em	relação	aos	equipamentos	de	transporte	com	força	motriz,	os	operadores	
devem	passar	 por	 treinamentos	 específicos	que	 os	habilitem	a	 exercer	 essa	 função.	
Por	exemplo,	as	empilhadeiras	são	consideradas	equipamentos	de	transporte	(diferente	
de	 veículo)	 e,	 portanto,	 seu	 operador	 deverá	 receber	 um	 treinamento	 antes	 de	 sua	
utilização,	fornecido	pelo	empregador.	
FIGURA 6 – TRANSPORTE DE MATERIAIS COM EMPILHADEIRA
FONTE: <https://cargox.com.br/blog/movimentacao-de-materiais-almoxarifado>. Acesso em: 13 jul. 2021.
Todos	os	trabalhadores	que	realizam	atividades	de	transporte	e	movimentação	
de	materiais	precisam	utilizar	um	cartão	de	 identificação,	que	deverá	ser	 renovado	a	
cada	ano	com	a	exigência	de	realização	de	exames	médicos	e	novos	treinamentos.		
Os	 equipamentos	 de	 transporte	 motorizado	 precisam	 ter	 buzina	 como	
equipamento	de	segurança.	As	buzinas	servem	para	alertar	as	pessoas	que	se	encontram	
ao	redor	da	área	de	serviço	do	equipamento,	evitando	acidentes.	
Em	 ambientes	 fechados,	 como	 as	 áreas	 de	 armazenagem	 interna,	 não	 é	
permitida	a	utilização	de	equipamentos	que	são	movidos	a	motores	de	combustão,	isto	
é,	equipamentos	que	utilizam	gás,	gasolina	e	álcool	como	combustível,	devido	ao	risco	
que	 esses	 compostos	 apresentam.	 Para	 esses	 ambientes	 é	 sugerida	 a	 utilização	 de	
equipamentos	movidos	à	eletricidade.	
Em	relação	ao	armazenamento,	a	NR-11	(BRASIL,	2016b)	exige	que	o	local	seja	
construído	com	material	não	escorregadio,	sem	aspereza	e	que	seja	mantido	em	perfeito	
estado	de	conservação,	justamente	para	evitar	os	acidentes	de	trabalho.	
103
Os	 materiais	 armazenados	 devem	 ser	 organizados	 de	 maneira	 a	 evitar	 a	
obstrução	das	portas,	dos	equipamentos	contra	incêndio	e	das	saídas	de	emergência.	
Também	devem	respeitar	a	distância	de	0,50	metros	das	paredes,	isto	porque	o	peso	
bruto	do	material	deve	estar	apoiado	no	piso	e	empilhados	de	maneira	correta	para	não	
inclinar	e	cair.	Ainda	sobre	a	forma	de	armazenamento,	as	pilhas	dos	materiais	precisam	
respeitar	a	altura	máxima	limitada	pela resistência	do	piso	e	das	embalagens,	além	de	levar	
em	consideração	o	tipo	de	amarração	e	de	inclinação	da	pilha.	Além	disso,	os	locais	de	
disposição	devem	respeitar	os	requisitos	de	segurança	especial	para	cada	tipo	de	produto.
Além	da	NR-11,	outras	normas	regulamentadoras	devem	ser	observadas	quando	
o	 tema	 é	 transporte,	 movimentação,	 armazenamento	 e	manuseio	 de	materiais.	 Dentre	
elas	estão	a	NR-17	(BRASIL,	2018c)	que	regulamenta	sobre	o	levantamento,	transporte	
e	 descarga	 individual	 de	 materiais,	 a	 NR-18	 (BRASIL,	 2018d)	 que	 dispõe	 sobre	 a	
movimentação	e	transporte	de	materiais	e	pessoas	na	construção	civil	e	a	NR-29	que	
regulamenta	as	operações	com	cargas	perigosas	no	trabalho	portuário.	
4 PSICOLOGIA
Os	acidentes	do	trabalho,	como	visto	na	unidade	anterior,	estão	diretamente	
relacionados	 com	 os	 atos	 inseguros	 (modos	 pelos	 quais	 o	 próprio	 trabalhador	 se	
expõe,	consciente	ou	não,	aos	acidentes	durante	o	trabalho),	as	condições	inseguras	
(falhas	físicas)	e	aos	fatores	pessoais	de	insegurança	(falta	de	conhecimento,	falta	de	
experiência,	comprometimento	físico,	fadiga	e	outros).	 Isso	 implica	dizer	que,	na	sua	
maioria,	os	acidentes	do	trabalho	acontecem	por	falhas	humanas,	seja	ela	por	excesso	
de	 confiança,	 por	 falta	 de	 manutenção	 de	 máquinas,	 por	 execução	 inadequada	 da	
atividade,	problemas	cognitivos	ou	emocionais.	
Neste	 sentido,	 a	 psicologia	 na	 segurança	 do	 trabalho	 visa	 compreender	 os	
comportamentos	 dos	 trabalhadores	 como	 forma	 de	 construir	 possibilidades	 para	 a	
prevençãode	acidentes	e	a	conscientização	dos	colaboradores.	De	acordo	com	Zanelli,	
Borges-Andrade	 e	 Bastos	 (2004,	 p.	 483),	 a	 psicologia	 organizacional	 e	 do	 trabalho	
“inclui	 larga	 abrangência,	 uma	 vez	 que	 busca	 compreender	 o	 comportamento	 das	
pessoas	 que	 trabalham,	 tanto	 em	 seus	 determinantes	 e	 suas	 consequências	 como	
nas	possibilidades	da	construção	produtiva	das	ações	de	trabalho,	com	preservação	
máxima	da	natureza,	da	qualidade	de	vida	e	do	bem-estar	humano”.	
A	 psicologia	 na	 prevenção	 de	 acidente	 baseia-se	 nos	 estudos	 dos	 aspectos	
subjetivos	do	acidente	com	explanação	dos	riscos	potenciais,	ou	seja,	erros,	faltas	ou	
omissões	que	podem	gerar	uma	situação	de	perigo	e	na	análise	dos	fatores	objetivos	
com	o	emprego	de	técnicas	complementares,	melhoria	de	procedimentos	e	orientações	
para o trabalho (FREITAS,	1974).	
104
A	prevenção	dos	acidentes	por	meio	da	psicologia	é	dada	com	o	ajustamento	
satisfatório	 entre	 o	 homem	 e	 a	 tarefa	 que	 ele	 realiza,	 ou	 seja,	 a	 psicologia	 utiliza	
procedimentos	de	informação,	seleção	e	orientação	profissional	de	maneira	a	garantir	
a	satisfação	do	trabalhador	e	manter	a	produtividade	e	qualidade	no	serviço	prestado.	
De	acordo	com	Freitas	(1974),	para	a	realização	de	uma	análise	psicológica	junto	
à	segurança	do	trabalho	que	visa	à	prevenção	de	acidentes	deve-se:
•	 Verificar	o	grau	de	probabilidade	de	certos	fatores	predispostos	ao	estado	perigoso.
•	 Inferir	 as	 relações	 entre	 os	 comportamentos	 e	 manifestos	 que	 se	 expressam	
por	 atitudes	 negligentes,	 imprudentes	 ou	 temerárias,	 tais	 como	 erros,	 omissões	
e	 os	 “quase”	 acidentes	 que	 sempre	 se	 transforma	 em	 acidentes	 em	 determinas	
circunstâncias.
•	 Examinar	 as	 atitudes	 intelectuais	 e	 psicológicas	 com	 a	 finalidade	 de	 estabelecer	
medidas	de	prevenção	de	acidentes.
•	 Pesquisar	em	que	medidas	as	perturbações	geradoras	de	acidentes	passam	de	uma	
atividade	a outra.	
•	 Levar	em	consideração	certas	variáveis	psicossociais	e	certos	critérios	de	acidentes,	
analisando	sistematicamente	o	sistema	social	onde	eles	acontecem.	
•	 Outros.
Vale	 destacar	 que,	 a	 aplicação	 de	 testes	 psicológicos	 somente	 pode	 ser	 realizada	
por	 um	 profissional	 da	 psicologia,	 devidamente	 registrado	 no	 Conselho	 Regional	 da	
Psicologia	(CRP).	
Em	uma	organização,	a	comunicação	é	indispensável	para	manter	o	ambiente	
de	trabalho	saudável	e	seguro,	sendo	essa	uma	das	principais	metodologias	utilizadas	
pelos	profissionais	da	psicologia	na	segurança	do	trabalho.	
A	comunicação,	verbal	ou	não	verbal,	 é	utilizada	como	forma	de	alcançar	os	
indivíduos,	transmitir	ideias,	ou	trocar	informações.	Ela	pode	ser	utilizada	na	forma	de	
reunião,	ordem	de	serviço,	quadro	de	aviso,	folhetos,	manual	de	ambientação,	caixa	de	
sugestões,	e-mail	e	outros.	
Para	 uma	 boa	 comunicação	 deve-se	 levar	 em	 consideração	 as	 habilidades	
de	 transmissão,	 isto	 é,	 fazer	 com	que	 as	 outras	 pessoas	 compreendam	 o	 que	você	
quer	dizer	(uso	da	linguagem	e	outros	símbolos	na	comunicação)	e	as	habilidades	de	
escutar,	ou	seja,	entender	o	que	as	outras	pessoas	estão	querendo	dizer	(seja	no	uso	 
da	linguagem	ou	nos	sinais	não	verbais).	
A	 Diálogo	 de	 Segurança	 (comumente	 conhecido	 nas	 empresas	 como	 DDS)	
é	 uma	 das	 ferramentas	 da	 comunicação.	 Ele	 é	 um	 programa	 destinado	 à	 criação,	
desenvolvimento	 e	 manutenção	 das	 atitudes	 prevencionistas	 no	 ambiente	 de	
105
trabalho.	A	DDS	se	dá	na	realização	de	uma	breve	reunião	diária	(5	a	15	minutos),	no	
início	do	expediente	e	dentro	da	área	operacional,	entre	o	responsável	da	área	e	seus	
colaboradores,	 com	temas	a	 segurança	no	trabalho,	possibilitando	maior	 interação	e	
estabelecendo	um	canal	de	comunicação	mais	acessível	e	transparente.	
FIGURA 7 – REALIZAÇÃO DE UM DDS EM UM CANTEIRO DE OBRA
FONTE: <https://bit.ly/3qMi0SG>. Acesso em: 15 jul. 2021.
As	 campanhas	 em	 segurança	 do	 trabalho	 também	 é	 uma	 ferramenta	 da	
comunicação	que	tem	por	objetivo	motivar	as	pessoas	a	pensarem	e	agirem	de	forma	
diferente	nos	quesitos	de	saúde	e	segurando	no	trabalho.	
Ela	engloba	um	conjunto	de	esforços	para	informar	os	colaboradores	a	mudar	
de	atitudes	e	comportamentos	e	a	partir	disso	obter	resultados	positivos.	Essa	mudança	
não	está	voltada	apenas	para	os	cargos	operacionais	mais	também	para	os	gestores	e	
diretores.	
Uma	terceira	ferramenta	da	comunicação	são	os	treinamentos,	que	de	forma	
intencional	fornecem	aprendizagem	aos	envolvidos.	De	acordo	com	Chiavenato	(2009,	
p.	210),	a	aprendizagem	“é	educar,	ensinar,	é	mudar	o	comportamento,	é	fazer	com	que	
as	pessoas	adquiram	novos	conhecimentos,	novas	habilidades,	é	ensiná-las	a	mudar	
de	atitudes”.	Logo,	os	treinamentos	servem	para	transmitir	informações	e	desenvolver	
habilidades,	conceitos	e	modificações	de	atitudes.	
Em	resumo,	a	psicologia	associa	a	segurança	do	trabalho	apresenta	diversos	
benefícios,	 dentre	 eles	 a	 promoção	 da	 qualidade	 de	 vida	 das	 pessoas	 no	 ambiente	
de	trabalho,	seleção	mais	adequada	de	colaboradores	para	cada	função	(levando	em	
consideração	suas	habilidades,	 índices	de	atenção	e	concentração),	 conscientização	
sobre	 seus	 deveres	 e	 direitos,	 aumento	 da	 motivação	 e	 consequentemente	 da	
produtividade,	além	da	diminuição	dos	acidentes	de	trabalho.	
106
5 ALIMENTAÇÃO 
Embora	a	alimentação	não	pareça	ter	correlação	alguma	com	a	segurança	do	
trabalho,	 esses	 dois	 universos	 possuem	 objetivos	 em	 comuns.	 Para	 um	 trabalhador	
manter	 seus	 bem-estar	 físico	 e	 emocional,	 e	 assim	 desempenhar	 bem	 as	 suas	
atividades	 laborais,	ele	precisa	está	“bem	alimentado”,	portanto,	é	 imprescindível	que	
os	 trabalhadores	mantenham	um	 estilo	 de	 alimentação	 saudável,	 compatível	 com	 a	
atividade	exercida	e	os	riscos	ambientais	a	qual	estão	expostos	de	maneira	a	garantir	
não	somente	uma	condição	nutricional	adequada,	mas	aumentar	a	capacidade	física,	
a	prevenção	de	doenças,	a	redução	dos	riscos	de	acidente	do	trabalho	e	o	aumento	da	
produtividade	(MEGGIATO,	2018).	
Atualmente	no	Brasil,	está	em	vigor	o	Programa	de	Alimentação	do	Trabalhador	
(PAT),	criado	pela	Lei	nº	6.321,	de	14	de	abril	de	1976	e	regulamentado	pelo	Decreto	nº	5,	
de	14	de	janeiro	de	1991.	O	PAT	é	um	programa	governamental	de	adesão	voluntariada	
em	que	governo,	 empresas	e	 trabalhadores	partilham	a	 responsabilidade	de	garantir	
melhores	condições	alimentares	e	nutricionais	aos	trabalhadores.	
O	principal	objetivo	do	PAT	é	melhoria	as	condições	nutricionais	dos	trabalhadores	
de	baixa	renda	(aqueles	que	recebem	até	cinco	salários-mínimos),	de	forma	a	promover	
saúde	 e	 diminuir	 o	 número	 de	 casos	 de	 doenças	 relacionadas	 à	 alimentação	 e	 à	
nutrição (BRASIL,	2021).
As	 empresas	 que	 aderem	 ao	 PAT	 poderão	 fornecer	 serviço	 próprio,	 ou	 seja,	
preparar	a	alimentação	no	próprio	estabelecimento,	administrar	a	cozinha	(contratação	
de	 uma	 empresa	 terceirizada	 para	 preparação	 do	 alimento	 no	 próprio	 ambiente	 de	
trabalho),	contratar	uma	terceirizada	que	realize	o	serviço	fora	do	ambiente	de	trabalho,	
fornecer	o	ticket	alimentação	ou	fornecer	cesta	de	alimentos.
Nos	casos	de	a	empresa	optar	por	prepara	o	alimento	ou	administrar	a	cozinha,	
as	normas	sobre	as	condições	sanitárias	e	de	conforto	nos	locais	de	trabalho	para	os	
refeitórios	e	cozinha,	regulamentadas	na	NR-24,	deverão	ser	seguidas.	
Ainda	sobre	o	PAT,	é	 importante	salientar	que	embora	não	seja	obrigatório	o	
fornecimento	de	alimento	por	parte	do	empregador,	ele	se	beneficia	com	essa	inicial,	
recebendo	 incentivos	 ficais	 (dedução	 de	 até	 quatro	 por	 cento	 no	 imposto	 de	 renda	
devido)	e	ganhando	na	produtividade,	na	redução	das	faltas	e	atrasos	e	na	redução	da	
rotatividade.	
Os	procedimentos	de	boas	práticas	de	fabricação	em	serviços	de	alimentação	
como	forma	a	garantir	as	condições	higiênico-sanitárias	dos	alimentos	preparados	são	
normatizados	pela	Resolução Anvisa n°	216,	de	15	de	novembrode	2004.	As	principais	
exigências	 dessa	 resolução	 são	 em	 relação	 à	 edificação,	 instalações,	 equipamentos,	
móveis	 e	 utensílios,	 higienização	 de	 instalações,	 equipamentos,	móveis	 e	 utensílios,	
107
controle	 integrado	de	vetores	e	pragas	urbanas,	abastecimento	de	água,	manejo	dos	
resíduos,	manipuladores,	matérias-primas,	ingredientes	e	embalagens,	preparação	do	
alimento,	armazenamento	e	transporte	do	alimento	preparado,	exposição	ao	consumo	
do	alimento	preparado,	documentação	e	registro	e	responsabilidade.	
FIGURA 8 – ILUSTRAÇÃO DE UM REFEITÓRIO
FONTE: <https://www.epaccontabilidade.com.br/blog/contabilidade/empresas-sao-obrigadas-a-ter-refeitorio>. 
Acesso em: 15 jul. 2021.
Todos	os	colaboradores	que	estão	envolvidos	no	serviço	de	alimentação	devem	
passar	por	uma	capacitação	em	relação	aos	 itens	mencionados	anteriormente.	Além	
disso	devem	realizar	o	controle	médico,	conforme	previsto	no	PCMSO.
Além de uma alimentação adequada, não podemos esquecer 
que o consumo de água também é indispensável. Logo, 
sugere-se que tenhamos sempre uma garrafa de água visível 
como forma de ajudar a lembrar de beber, mantendo o corpo 
saudável e hidratado.
IMPORTANTE
108
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 O	 serviço	de	 saúde	é	normatizado	pela	NR-32	e	que	embora	esses	 trabalhadores	
estejam	expostos	a	riscos	biológicos,	químicos	e	radiológicos,	o	risco	biológico	é	o	
que	mais	apresenta	uma	ameaça	potencial.	
•	 Os	 riscos	associados	aos	agentes	biológicos,	de	acordo	com	o	Anexo	 I	da	NR-32,	
são	divididos	em:	classe	de	risco	1-	baixo	risco	individual	para	o	trabalhador	e	para	
a	coletividade,	com	baixa	probabilidade	de	causar	doença	ao	ser	humano;	Classe	de	
risco	2-	risco	individual	moderado	para	o	trabalhador	e	com	baixa	probabilidade	de	
disseminação	para	a	coletividade;	Classe	de	risco	3-	risco	individual	elevado	para	o	
trabalhador	e	com	probabilidade	de	disseminação	para	a	coletividade;	e,	Classe	de	
risco	4-	risco	individual	elevado	para	o	trabalhador	e	com	probabilidade	elevada	de	
disseminação	para	a	coletividade.	
•	 As	atividades	de	transporte,	movimentação,	armazenamento	e	manuseio	de	materiais	
devem	respeitar	as	normas	estabelecidas	na	NR-11	e	também	outras	normas	técnicas	
a	depender	o	serviço	prestado.	
•	 A	psicologia	associada	à	segurança	do	trabalho	auxilia	na	prevenção	de	acidentes	
e	na	conscientização	do	trabalhador	por	meio	da	compreensão	do	comportamento	
individual.
•	 A	prevenção	de	acidentes	por	meio	da	psicologia	utiliza	procedimentos	de	informação,	
seleção	e	orientação	profissional	de	maneira	a	garantir	a	satisfação	do	trabalhador	e	
manter	a	produtividade	e	qualidade	no	serviço	prestado.
•	 A	alimentação	adequada	é	indispensável	para	manter	o	bem-estar	físico	e	emocional	
dos	trabalhadores.	
•	 O	Programa	de	Alimentação	do	Trabalhador	(PAT),	criado	pela	Lei	nº	6.321,	de	14	de	
abril	de	1976,	de	adesão	voluntariada,	tem	por	objetivo	garantir	melhores	condições	
alimentares	e	nutricionais	aos	trabalhadores.
109
1	 Os	 trabalhadores	 dos	 serviços	 de	 saúde	 estão	 diariamente	 expostos	 a	 riscos	
biológicos.	 A	 NR-32	 normatiza	 a	 segurança	 do	 trabalho	 nessa	 atividade	 e	 traz	 a	
exigência	de	elaboração	de	um	programa	de	gerenciamento	de	riscos.	Sobre	os	itens	
que	deve	conter	nesse	programa,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 Identificação	dos	riscos	biológicos	e	avaliação	do	local	de	trabalho.	
b)	 (			)	 Fonte	de	exposição	aos	agentes	ambientais,	vias	de	transmissão	e	possibilidade	
de	exposição.
c)	 (			)	 Fonte	de	exposição	aos	agentes	ambientais,	vias	de	transmissão,	possibilidade	
de	exposição	e	medidas	de	prevenção.
d)	 (			)	 Identificação	 dos	 riscos	 biológicos	 e	 químicos,	 descrição	 das	 atividades	 e	
medidas	de	prevenção.
2	 	 Além	 do	 risco	 biológico,	 os	 trabalhadores	 dos	 serviços	 de	 saúde	 também	 estão	
expostos	 a	 riscos	 químicos	 e	 de	 radiação	 ionizante.	 Em	 relação	 a	 esses	 riscos,	
assinale	as	sentenças	a	seguir.
I-	 Todos	 os	 produtos	 químicos	 utilizados	 nos	 serviços	 de	 saúde	 devem	 estar	
relacionados	em	um	inventário.
II-	 A	 NR-32	 exige	 a	 capacitação	 dos	 trabalhadores	 de	 serviços	 de	 saúde	 sobre	 o	
manuseio,	armazenamento	e	situações	de	emergência.
III-	 O	 trabalhador	 deve	 permanecer	 o	 menor	 tempo	 possível	 dentro	 das	 áreas	 com	
exposição	 ao	 risco	 de	 radiação,	 utilizar	 todos	 os	 equipamentos	 de	 proteção	
individual.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
b)	 (			)	 Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	 (			)	 As	sentenças	I,	II	e	III	estão	corretas.
d)	 (			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
3	 As	atividades	de	transporte,	movimentação,	armazenamento	e	manuseio	de	materiais	
são	regulamentas	pela	NR-11.	Quais	são	as	exigências	dessa	norma	em	relação	ao	
armazenamento	de	materiais?
4	 A	psicologia	associada	à	segurança	do	trabalho	visa	compreender	os	comportamentos	
dos	 trabalhadores	 como	 forma	 de	 construir	 possibilidades	 para	 a	 prevenção	 de	
acidentes	e	a	conscientização	dos	colaboradores.	Neste	sentido,	a	psicologia	utilizada	
da	comunicação	para	alcançar	os	indivíduos,	transmitir	ideias,	ou	trocar	informações.	
Sobre	as	ferramentas	da	comunicação,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
AUTOATIVIDADE
110
a)	 (			)	 A	DDS	é	um	programa	realizada	entre	os	cargos	de	alta	direção	com	o	objetivo	
criar,	desenvolver	e	manter	atitudes	prevencionistas	no	ambiente	de	trabalho.
b)	 (			)	 As	campanhas	em	segurança	do	trabalho	têm	por	objetivo	motivar	as	pessoas	a	
manterem	o	mesmo	comportamento	no	ambiente	de	trabalho.	
c)	 (			)	 Os	treinamentos	auxiliam	na	transmissão	de	informações	e	no	desenvolvimento	
de	habilidades,	conceitos	e	modificações	de	atitudes.
d)	 (			)	 Nenhuma	das	alternativas	está	correta.	
5	 Sabemos	 que	 a	 alimentação	 associada	 à	 segurança	 do	 trabalho	 pode	 trazer	
diversos	 benefícios	 para	 os	 trabalhadores	 e	 para	 a	 organização.	 Nesse	 sentido,	
qual	 é	 a	 importância	 de	manter	 um	estilo	 de	 alimentação	 saudável	 por	 parte	 dos	
trabalhadores?	
111
TÓPICO 3 - 
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCO 
EM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E 
INSTALAÇÕES (PCRMEI)
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico,	no	Tópico	3,	abordaremos	as	medidas	de	prevenção	e	controle	de	
risco	em	máquinas,	equipamentos	e	instalações	para	as	atividades	da	construção	civil,	
serviços	mecânicos	e	serviços	com	eletricidade.	
 
Especificamente,	 nós	 falaremos	 da	 NR-18	 (BRASIL,	 2018d),	 que	 estabelece	
diretrizes	sobre	as	atividades	em	ambientes	de	trabalho	da	construção,	NR-12	(BRASIL,	
2019d),	 que	 regulamenta	 as	 atividades	 com	máquinas	 e	 equipamentos	no	 ambiente	
industrial,	e	a	NR-10	(BRASIL,	2019c),	que	determina	as	diretrizes	básicas	para	os	serviços	
com	energia	elétrica.	Todas	visando	garantir	a	saúde	e	segurança	dos	trabalhadores.	
Além	disso,	abordaremos	o	Sistema	de	Gestão	de	Saúde	e	Segurança	Ocupacional,	ISO	
45001:2018,	que	auxilia	 as	atividades	produtivas	a	minimizar	os	 riscos	ocupacionais,	
melhor	 o	 ambiente	 de	 trabalho	 e	 integrar	 os	 requisitos	 normativos	 da	 segurança	do	
trabalho	com	a	gestão	organizacional.	
2 CIVIL
A	 indústria	 da	 construção	 civil	 representa	 uma	 importante	 atividade	 para	 o	
desenvolvimento	econômico,	ambiental	e	social	de	um	país.	De	acordo	com	a	Câmara	
Brasileira	da	Indústria	da	Construção	(CBIC),	a	expectativa	para	o	PIB	(Produto	Interno	
Bruto)	da	construção	civil	no	Brasil	é	de	4%	no	ano	de	2021,	mesmo	com	os	desafios	
impostos	pela	pandemia	do	novo	coronavírus	(AGÊNCIA	CBIC,	2021).	
Entretanto,	as	atividades	relacionadas	à	construção	civil	também	apresentam	
diversos	riscos	que	podem	comprometer	a	saúde	e	segurança	dos	trabalhadores.	De	
acordo	com	a	NR-4	(BRASIL,	2016a),	as	atividades	da	construção	civil,	são	classificados	
com	relação	ao	grau	de	risco	para	dimensionamento	do	SESMT,	em	nível	3	ou	4,	isto	é,	
necessita	de	um	dimensionamento	robusto	da	equipe.	Nestesentido,	a	NR-18	(Redação	
dada	pela	Portaria	SEPRT	nº	3.733,	de	10	de	fevereiro	de	2020),	estabelece	as	“diretrizes	
de	ordem	administrativa,	planejamento	e	organização,	que	visam	à	implementação	de	
medidas	de	controle	e	sistema	preventivo	de	segurança	nos	processos,	nas	condições	
e	no	meio	ambiente	de	trabalho	na	construção”	(BRASIL,	2018d,	p.	2).	
112
Essa	norma	aplica-se	às	atividades	da	indústria	da	construção	civil	desde	seu	
planejamento	 e	 projeto	 até	 sua	 execução,	manutenção	 e	 restauração	 de	 obras.	 Ela	
abrange	deste	os	segmentos	da	construção	civil,	como	edificações	para	fins	de	moradia,	
comércio	 e	 outros,	 aos	 das	 construções	 pesadas	 tais	 como	 estradas,	 pontes,	viadutos,	
túneis,	portos,	aeroportos,	canais	de	navegação,	obras	de	saneamento	e	hidroelétricas.
		Vale	destacar	que,	as	atividades	da	construção	civil	também	devem	levar	em	
consideração	outras	normas	regulamentadoras,	como	a	NR-35	(trabalhos	em	alturas),	
NR-33	 (serviços	em	espaços	confinados),	NR-17	 (ergonomia)	e	NR-10	 (eletricidade),	e	
outras	normas	técnicas	pertinentes	ao	assunto.	
Todas	 as	 atividades	 da	 construção	 civil	 devem	 elaborar	 o	 PGR,	 sendo	 que	
os	 profissionais	 qualificados	 em	 segurança	 do	 trabalho,	 neste	 caso	 os	 técnicos	 de	
segurança,	 podem	 realizá-lo	 para	 locais	 com	até	 dez	 funcionários	 e	 sete	metros	 de	
altura.	 Acima	 disso	 somente	 os	 profissionais	 habilitados	 em	 segurança	 do	 trabalho,	
engenheiros	 de	 segurança	 do	 trabalho,	 podem	 elaborá-lo.	 Também	 é	 obrigatória	 a	
elaboração	do	PCMSO,	com	base	nos	riscos	a	qual	o	trabalho	será	exposto,	e	exigência	
de	um	médico	do	trabalho	para	atividades	com	mais	de	dez	funcionários.	
FIGURA 9 – ATIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL
FONTE: <https://www.sindicatoceramistas.com.br/img/eventos/evento_177.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2021.
O	PGR	deve	ser	elaborado	contemplando	todos	os	riscos	ocupacionais	(físico,	
químico,	biológico,	ergonômico	e	mecânico)	relacionados	na	atividade	e	as	medidas	de	
controle.	Além	das	exigências	que	constam	na	NR-1	(BRASIL,	2018a),	a	NR-18	(BRASIL,	
2018d)	também	exige	a	que	o	PGR	tenha	o	projeto	da	área	de	vivência	do	canteiro	de	
obras	 e	 de	 eventual	 frente	 de	 trabalho,	 projeto	 elétrico	 das	 instalações	 temporárias,	
projetos	dos	sistemas	de	proteção	coletiva,	projetos	dos	Sistemas	de	Proteção	Individual	
Contra	 Quedas	 (SPIQ)	 (quando	 aplicável),	 relação	 dos	 Equipamentos	 de	 Proteção	
Individual	 (EPI)	 e	 suas	 respectivas	especificações	 técnicas,	 de	acordo	com	os	 riscos	
ocupacionais	existentes.
113
O PGR deve estar atualizado de acordo com a etapa em que se 
encontra o canteiro de obras. Por exemplo, se uma obra está na 
fase de fundação, não é necessário que o PGR conste nos riscos 
ocupacionais da fase de acabamento.
IMPORTANTE
Nas	 atividades	 da	 construção	 civil,	 as	 principais	 causas	 de	 acidentes	 estão	
relacionadas	com	a	desorganização,	advindas	dos	prazos	apertados	de	entrega	ficando	
os	quesitos	limpeza	e	organização	em	segundo	plano,	falta	de	atenção	associada	aos	
atos	inseguros	e	fatores	pessoais	de	insegurança,	queda	de	materiais,	choques	elétricos,	
queda	de	alturas	 (normalmente	pela	falta	de	equipamentos	de	proteção	adequados),	
falta	de	sinalização	e	manuseio	inadequado	de	ferramentas.	
Para	 a	 identificação	dos	 riscos,	 conforme	 exigido	 na	NR-18	 (BRASIL,	 2018d),	
devemos	analisar,	incialmente,	todo	o	local	de	trabalho,	as	atividades	que	são	realizadas,	
quais	os	materiais	são	utilizados	e	quais	máquinas	e	equipamentos	serão	operados.	Em	
seguida,	os	riscos	deverão	ser	classificados.	Na	construção	civil	é	comum	que	se	utilize	
a	classificação	por	grupos	e	cores,	um	padrão	que	facilita	a	identificação	e	não	induz	ao	erro.	
Falaremos mais especificamente da classificação de risco por 
grupos e cores no tópico sobre gerenciamento de risco. 
ESTUDOS FUTUROS
As	medidas	de	prevenção	 levam	em	consideração	os	 riscos	 identificados	e	sua	
classificação.	Nos	canteiros	de	obra,	diversas	medidas	de	prevenção	podem	ser	tomadas:	
•	 Utilização	 adequadas	 dos	 equipamentos	 de	 proteção	 individual	 (EPIs),	 conforme	
estabelecido	na	NR-6	(BRASIL,	2018a).
•	 Utilização	dos	equipamentos	de	proteção	coletiva	(EPCs).
•	 Aplicação	 das	 medidas	 de	 combate	 a	 incêndios,	 levando	 em	 consideração	 as	
legislações	estaduais	e	as	normas	técnicas	nacionais	vigentes.
•	 Utilização	de	sinalização	de	segurança,	 identificando	os	 locais	de	apoio,	 indicando	
as	 saídas	 de	 emergência,	 advertindo	 quanto	 aos	 riscos	 existentes,	 alertando	
sobre	 a	 obrigatoriedade	 do	 uso	 dos	 EPIs,	 identificado	 o	 isolamento	 das	 áreas	 de	
movimentação	e	transporte	de	materiais,	as	áreas	de	acessos	e	circulação	de	veículos	
e	equipamentos	e	os	locais	de	armazenamento	de	produtos	químicos	e	radioativos.	
114
•	 Realizando	treinamentos.
•	 Criando	uma	conscientização	sobre	os	riscos	expostos	e	as	medidas	de	prevenção.
•	 Mantendo	o	ambiente	de	trabalho	limpo	e	organizado.	
Em	 relação	 à	 capacitação,	 o	Anexo	 I	 da	NR-18	 (BRASIL,	 2018d)	 determina	 a	
carga	horária,	a	periodicidade	e	o	conteúdo	dos	treinamentos.	Ela	destaca	que	após	
os	treinamentos,	os	funcionários	devem	passar	por	aferição	de	conhecimento,	 isto	é,	
realização	de	provas	teóricas	ou	práticas,	mostrando	que	absorveu	o	conhecimento	das	
capacitações.	Vale	destacar	que,	as	capacitações	podem	ser	realizadas	pelo	Ensino	a	
Distância	(EaD),	a	depender	o	assunto,	e	com	aproveitamento	de	competências,	ou	seja,	
caso	um	trabalhador	já	tenha	realizado	uma	capacitação,	e	encontra-se	dentro	do	prazo	
de	periodicidade,	ele	não	precisará	refazer.
A	 correta	 aplicação	 das	 normas	 de	 segurança	 na	 construção	 civil	 gera	
diversos	 benefícios,	 tais	 como	 diminuição	 dos	 acidentes	 do	 trabalho	 e	 dos	 gastos	
com	tratamentos,	compensações	e	eventuais	processos,	aumento	da	satisfação	dos	
trabalhadores	e	da	produtividade,	visibilidade	perante	o	mercado	e	os	consumidores,	e	
evitação	de	multas	e	sanções	legais.	
3 MECÂNICA
As	 máquinas	 e	 equipamentos	 são	 fundamentais	 nas	 operações	 industriais,	
auxiliando	 nos	 serviços	 executados	 e	 garantindo	 o	 aumento	 da	 produtividade.	
Contudo,	o	Observatório	Digital	de	Saúde	e	Segurança	do	Trabalho,	ferramenta	criada	
pelo	Ministério	 Público	 do	Trabalho	 (MPT)	 e	 a	Organização	 Internacional	 do	Trabalho	
relataram	que	 entre	 os	 anos	 de	 2012	 e	 2018,	 o	Brasil	 registrou	 528.473	 (quinhentos	
e	vinte	e	oito	mil,	quatrocentos	e	sessenta	e	três)	acidentes	do	trabalho	envolvendo	
máquinas	e	equipamentos,	sendo	que	desse	número	2058	(duas	mil	e	cinquenta	e	oito)	
foram	com	mortes.		
A	 prevenção	 e	 o	 controle	 de	 risco	 em	 máquinas	 e	 equipamentos	 são	
regulamentados	pela	NR- 12	(redação	dada	pela	Portaria	SEPRT	nº	916,	de	30	de	julho	
de	2019).	Essa	norma	é	bastante	extensa	e	rica	em	detalhes,	garantindo	a	segurança	e	
integridade	física	dos	trabalhadores	no	ambiente	de	trabalho	(BRASIL,	2019d).
115
FIGURA 10 – AMBIENTE INDUSTRIAL MECANIZADO
FONTE: <https://www.rescuecursos.com/inventario-da-nr-12-maquinas-e-equipamentos/>. 
Acesso em: 21 jul. 2021.
Nas	 fases	 de	 projetos	 e	 utilização	 de	 máquinas	 e	 equipamentos,	 a	 NR-12	
(BRASIL,	2019d)	estabelece	os	seguintes	itens	a	serem	observados:
•	 Adequação	do	arranjo	físico	e	das	instalações.
•	 Adequação	das	instalações	e	dispositivos	elétricos,	em	conformidade	com	a	NR-10	e	
com	as	normas	técnicas	vigentes.
•	 Adequação	dos	dispositivos	de	partida,	acionamento	e	parada.
•	 Observação	quanto	aos	componentes	pressurizados	e	reservatórios	ao	disposto	na	
NR-13	(BRASIL,	2018e).
•	 Adaptação	das	condições	de	trabalho	em	máquinas	e	equipamentos	às	características	
psicofisiológicas	dos	trabalhadores	e	a	natureza	dos	trabalhos	a	serem	desenvolvidos,	
observando	os	termos	da	NR-17	(BRASIL,	2018c).
•	 Compatibilidade	 da	velocidade	 das	máquinas	 e	 equipamentos,	 com	 a	 capacidade	
física	dos	trabalhadores,	de	modo	a	evitar	acidentes	e	outrosdanos	à	saúde.
•	 Adoção	 de	 medidas	 de	 proteção	 para	 o	 trabalho	 em	 máquinas	 e	 equipamentos	
compreendendo	proteção	coletivas,	medidas	administrativas	ou	de	organização	do	
trabalho	e	uso	de	EPIs,	nessa	ordem	de	prioridade.
•	 Efetivação	 de	 medidas	 apropriadas	 sempre	 que	 houver	 pessoas	 com	 deficiência	
envolvidas	direta	ou	indiretamente	no	trabalho	em	máquinas	e	equipamentos.
•	 Implementação	das	medidas	de	proteção	em	cumprimento	às	disposições	da	NR-9	
e	NR-6,	atuando	sobre	os	riscos	adicionais	decorrentes	da	emissão	ou	liberação	de	
agentes	químicos,	físicos	ou	biológicos	por	máquinas	e	equipamentos.
•	 Adoção	de	procedimentos	para	manutenção,	inspeção,	preparação,	ajuste	e	reparos,	
observando	também,	as	recomendações	técnicas	dos	fabricantes.
•	 Sinalização	de	segurança	para	advertir	os	trabalhadores	e	terceiros	sobre	os	riscos	a	
que	estão	expostos.
•	 Fornecimento	de	manual	de	instruções	da	máquina	ou	equipamento,	em	português,	
pelo	 fabricante	 ou	 importador,	 contendo	 informações	 relativas	 à	 segurança	 em	
todas	as	fases	de	utilização.	 Inexistindo	ou	extraviando	tal	manual	este	deverá	ser	
reconstituído	pelo	empregador,	sob	responsabilidade	do	profissional	habilitado.
116
•	 Disponibilização	e	acessibilidade	do	manual	de	 instruções	a	todos	os	usuários	nos	
locais	de	trabalho.
•	 Realização	de	operação,	manutenção,	inspeção	e	demais	intervenções	em	máquinas	
e	equipamentos	somente	por	trabalhadores	habilitados,	qualificados	ou	capacitados,	
autorizados	para	este	fim.
•	 Devem-se	prever	meios	adequados	para	levantamento,	carregamento,	 instalações,	
remoção	e	transporte	de	máquinas	e	equipamentos.
•	 Realização	de	análise	ergonômico	do	trabalho,	especial	ao	levantamento,	transporte	
e	descarga	de	materiais,	conforme	estabelecidos	na	NR-17	(BRASIL,	2018c).	
O	risco	mecânico	é	um	conjunto	de	fatores	físicos	que	podem	levar	a	acidentes	
pela	 ação	 mecânica	 de	 componentes	 da	 máquina	 ou	 do	 equipamento.	 De	 acordo	
com Vilela	 (2000),	 o	 risco	 mecânico	 está	 normalmente	 relacionado	 com	 o	 ponto	
onde	o	trabalho	é	executado	no	material	(ponto	de	corte,	ponte	de	moldagem,	ponto	
de	 perfuração,	 de	 estampagem,	 de	 esmagamento	 e	 de	 empilhamento	 de	material),	
o	mecanismo	de	transmissão	de	 força	 (volantes,	polias,	 correias,	 conexões	de	eixos,	
junções,	engates,	fusos,	correntes,	manivelas	e	engrenagens)	e	outras	partes	que	se	
movimentam	enquanto	a	máquina	está	trabalhando	(partes	girantes,	movimentos	de	
ida	e	volta,	movimentos	transversais	e	outros).
A	identificação	do	risco	mecânico	deve	levar	em	consideração	a	gravidade	do	
possível	dano,	sendo	ele	reversível	ou	irreversível,	a	possibilidade	de	exposição,	levando	
em	consideração	a	sua	frequência	(curta	ou	longa),	e	a	probabilidade	de	ocorrência	do	
dano,	podendo	ser	baixa,	média	ou	alta.	A	partir	da	identificação	é	possível	determinar	
os	 locais	de	zonas	de	perigo.	De	acordo	com	a	NR-12	zonas	perigosas	são	“Qualquer	
zona	dentro	ou	ao	redor	de	uma	máquina	ou	equipamento,	onde	uma	pessoa	possa	ficar	
exposta	a	risco	de	lesão	ou	danos	à	saúde”	(BRASIL,	2019d,	p.	63).	
A	prevenção	de	riscos	em	máquinas	e	equipamentos	deve	inicialmente	garantir	
a	neutralização	das	fontes	de	risco.	Neste	sentido,	a	NR-12	adota	o	distanciamento	como	
forma	de	garantir	que	os	trabalhadores	estejam	afastados	das	fontes	de	risco	(BRASIL,	
2019d).	Essa	distância	pode	ser	feita	por	barreiras	de	proteção	ou	outros	dispositivos	
previstos	nas	normas	técnicas	oficiais	ou	nas	normas	internacionais.	Vale	ressaltar	que,	
a	utilização	desses	dispositivos	deve	seguir	as	regras	de	distâncias	mínimas	exigidos	
nas	normas	técnicas.
A	proteção	das	máquinas	equipamentos	por	meio	das	barreiras	físicas,	garantindo	
o	distanciamento	do	trabalhador	das	zonas	de	perigo,	podem	ser	do	tipo	proteção	fixa	
ou	proteção	móvel.	De	acordo	com	a	NR-12	(BRASIL,	2019d),	a	proteção	fixa	“deve	ser	
mantida	em	sua	posição	de	maneira	permanente	ou	por	meio	de	elementos	de	fixação	
que	só	permitam	sua	remoção	ou	abertura	com	o	uso	de	ferramentas”,	isto	é,	soldada	
ou	fixa	por	parafusos	e	porcas.	E	a	proteção	móvel	“que	pode	ser	aberta	sem	o	uso	de	
ferramentas,	geralmente	ligada	por	elementos	mecânicos	à	estrutura	da	máquina	ou	a	
um	elemento	fixo	próximo,	e	deve	se	associar	a	dispositivos	de	intertravamento”.	
117
FIGURA 11 – DIAGRAMA PARA SELEÇÃO DO TIPO DE PROTEÇÃO MECÂNICA
FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/5622896/>. Acesso em: 21 jul. 2021.
Todos	 os	 ambientes	 com	 risco	 mecânico,	 assim	 como	 as	 máquinas	 e	
equipamentos,	devem	ser	bem	sinalizados,	de	maneira	a	evitar	acidentes	e	garantir	a	
integridade	 física	 tanto	 dos	 trabalhadores	 que	 fazem	uso	direito	 desses	 dispositivos	
quanto	para	aqueles	que	circulam	no	ambiente.	
Além	do	uso	correto	dos	equipamentos	de	proteção	individual,	os	trabalhadores	
precisam	passar	por	capacitações	para	operações	seguras	de	máquinas,	abrangendo	
etapas	práticas	e	teóricas.	Segundo	a	NR-12	(BRASIL,	2019d),	o	conteúdo	mínimo	dessa	
capacitação	deve	conter:
•	 descrição	e	identificação	dos	riscos	associados	com	cada	máquina	e	equipamento	e	
as	proteções	específicas	contra	cada	um	deles;	
•	 funcionamento	das	proteções;	como	e	por	que	devem	ser	usadas;	
•	 como	e	em	que	circunstâncias	uma	proteção	pode	ser	removida,	e	por	quem,	sendo	
na	maioria	dos	casos,	somente	o	pessoal	de	inspeção	ou	manutenção;	
•	 o	que	fazer,	por	exemplo,	contatar	o	supervisor,	se	uma	proteção	foi	danificada	ou	se	
perdeu	sua	função,	deixando	de	garantir	uma	segurança	adequada;	
•	 os	princípios	de	segurança	na	utilização	da	máquina	ou	equipamento;	
•	 segurança	para	riscos	mecânicos,	elétricos	e	outros	relevantes;	
•	 método	de	trabalho	seguro;	
•	 permissão	 de	 trabalho;	 e	 sistema	 de	 bloqueio	 de	 funcionamento	 da	 máquina	 e	
equipamento	durante	operações	de	inspeção,	limpeza,	lubrificação	e	manutenção.	
Proteção	móvel	com
intertravamento;	
Proteção	associada
ao	comando.
Não	é	necessário	
definir	proteções
mecânicas?
Existem	partes	
móveis	expostas?
Necessidade	de	
acesso durante a 
operação	da
máquina?
Proteção	fixa.
Necessidade	de	
acesso	ocasional?	
Manutenção,	Ajuste,	
Configuração,	etc.
Acesso	contínuo	
quando	realiza	a	
alimentação	manual	
da	peça	ou	material?
Proteção	
autorregulável.Proteção	fixa;
Proteção	
móvel	com	
intertravamento.
Proteção	 
móvel	com	
intertravamento.
Operação	é	
frequente?
Existe	parada	total	e
imediata	quando	a	
proteção	é	removida?
Proteção	 
móvel	com	
intertravamento.
Acesso	ao	início/final	
de	cada	operação	
para	alimentação	
manual?
Existe	parada	total	e
imediata	quando	a	
proteção	é	removida?
Proteção	 
móvel	com	
intertravamento.
118
As capacitações na etapa prática devem ser supervisionadas e 
documentadas, podendo ser realizadas na própria máquina que 
será operada.
ATENÇÃO
4 ELÉTRICA
A	eletricidade	é	sem	sombra	de	dúvida	uma	das	maravilhas	desenvolvidas	pelo	
homem.	Entretanto,	quando	mal	administrada,	tanto	em	nível	de	projeto	quanto	em	nível	
de	utilização,	pode	causar	sérios	problemas	à	saúde	e	segurança	dos	trabalhadores,	
inclusive	acidentes	fatais.	De	acordo	com	o	anuário	estatístico	de	acidentes	de	origem	
elétrica	2021	da	Associação	Brasileira	de	Conscientização	Para	os	Perigos	da	Eletricidade	
(ABRACOPEL,	2021),	pelo	menos	294	(duzentos	e	noventa	e	quatro)	pessoas	morreram	
oriundas	de	choques	elétricos	e	ao	menos	583	(quinhentos	e	oitenta	e	três)	incêndios	
tiveram	como	origem	a	eletricidade.
Desta	forma,	a	NR-10	(BRASIL,	2019c)	tem	por	objetivo	promover	condições	de	
trabalho	seguras	a	todos	as	pessoas	que	trabalham	direta	ou	indiretamente	com	energia	
elétrica,	abrangendo	a	segurança	tanto	para	os	prestadores	de	serviços	em	eletricidade	
quanto	para	os	que	interajam	em	instalações	elétricas.
Todo	 local	de	trabalho	requer	uma	 instalação	elétrica	adequada	as	características	
das	atividades	exercidas.	Vale	lembrar	que	a	NR-10	(BRASIL,	2019c)	se	limita	a	estabelecer	
quesitos	de	segurança	ou	complementosa	normas	técnicas	brasileiras	 já	existentes,	
como:
•	 NBR-5410	–	Instalações	elétricas	em	baixa	tensão
•	 NBR-14039	–	Instalações	elétricas	de	média	tensão	de	1kV	a	36,2	kV
•	 NBR-5418	–	Instalações	elétricas	em	atmosferas	explosivas
•	 NBR-13534	–	Instalações	elétricas	em	estabelecimentos	assistenciais	a	saúde
•	 NBR-13570	–	Instalações	elétricas	em	locais	de	afluência	de	público
•	 NBR-14639	–	Posto	de	serviço
A	NR-10	 (BRASIL,	2019c)	dispõe	sobre	a	segurança	do	trabalho	na	execução	
dos	serviços	de	instalações	elétricas	desenergizadas,	instalações	elétricas	energizadas,	
trabalhos	envolvendo	alta	tensão,	construção,	montagem,	operação	e	manutenção	e	
habilitação,	qualificação,	capacitação	e	autorização	dos	trabalhadores.	
119
FIGURA 12 – ATIVIDADE COM ELETRICIDADE
FONTE: <https://conect.online/wp-content/uploads/2018/12/256512-como-evitar-acidentes-de-
trabalho-de-ordem-eletrica.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2021.
Essa	norma	deve	ser	aplicada	nas	fases	de	geração,	transmissão,	distribuição	
e	 consumo	 de	 energia	 elétrica,	 englobando	 toda	 e	 qualquer	 situação	 que	 contenha	
eletricidade,	 incluindo	 as	 atividades	 de	 projeto,	 construção,	 montagem,	 operação	 e	
manutenção	 de	 instalações	 elétricas	 ou	 quaisquer	 trabalhos	 executados	 em	 suas	
proximidades.
Segundo	 determinação	 do	Conselho	Nacional	 de	Metrologia,	 Normalização	 e	
Qualidade	Industrial	(CONMETRO),	na	Resolução	nº	7,	de	24	de	agosto	de	1992,	em	caso	
de	ausência	ou	omissão	de	norma	brasileira,	devem-se	seguir	as	normas	internacionais,	
garantindo	que	em	análises	futuras,	casa	haja	regulamentação	posterior,	haverá	certa	
compatibilidade.	
Existe	 ainda	 um	 consenso	 que	 na	 ausência	 de	 normas	 brasileiras	 e	 normas	
internacionais,	 podem-se	 utilizar	 normas	 estrangeiras.	 Vale	 ressaltar	 que,	 a	 norma	
internacional	 é	 reconhecida	 por	 diversos	 países,	 já	 a	 norma	 estrangeira	 somente	 tem	
reconhecimento	em	seu	país	de	origem.	Uma	vez	apontadas	as	normas	existentes	a	cada	
atividade,	 cabe	ao	 responsável	 pelo	 serviço	avaliar	 os	 riscos	 referente	 à	 atividade	a	 ser	
executada,	 para	 enfim	 adotar	medidas	 preventivas	 adequadas	 à	 prevenção	 do	 choque	
elétrico	e	seus	adicionais,	garantindo	segurança	as	pessoas	durante	seus	trabalhos.	
Como	 visto	 anteriormente,	 a	 análise	 de	 risco	 tem	 por	 objetivo	 a	 seleção	 de	
medidas	de	controle	necessárias	a	eliminação	ou	minimização	do	risco.	Neste	sentindo	
podem-se	 destacar	 três	 principais	 tipos	 de	medidas	 de	 controle	 para	 as	 atividades	
envolvendo	eletricidade:	medidas	de	proteção	coletiva,	medidas	de	proteção	individual,	
e	a	elaboração	dos	procedimentos	operacionais	padrão	(POP).	
A	NR-10	(BRASIL,	2019c)	determina	que	as	empresas	devem	manter	atualizados	
e	 disponíveis	 os	 diagramas	 unifilares	 das	 instalações	 elétricas.	 O	 diagrama	 unifilar	 é	
composto	pelos	interruptores,	condutores,	caixa	de	passagem,	quadro	de	distribuição,	
luminárias,	tomadas,	eletrodutos	e	a	identificação	dos	respectivos	elementos.		
120
FIGU
RA
 13 – EX
EM
PLIFICAÇÃO
 D
E U
M
 D
IAGRA
M
A
 U
N
IFILA
R 
FO
N
TE: <https://bit.ly/3FjgJq2>. A
cesso em
: 18 set. 2021.
121
Em	 relação	 à	 operação	 dos	 dispositivos	 de	 proteção	 contra	 curto-circuito,	 a	
capacidade	 de	 interrupção	 deve	 ser	 superior	 ao	 valor	 da	 corrente	 de	 curto-circuito	
presumida	 no	 ponto	 de	 instalação	 do	 equipamento,	 assegurando	 a	 segurança	 dos	
trabalhadores	na	sua	operação.	
Todos	estabelecimentos	com	carga	 instaladas	superior	a	75kW	devem	constituir	
e	manter	 o	 prontuário	 de	 instalações	 elétricas.	 Este	 prontuário	 é	 o	 elemento-chave	
para	a	implementação	de	um	sistema	de	gerenciamento	em	segurança	e	saúde	bem-
sucedido.
 
Os	 serviços	 em	 instalações	 elétricas	 devem	 ser	 planejados	 e	 realizados	 de	
acordo	 com	procedimento	 de	 trabalhos	 específicos,	 sendo	 estes	 padronizados,	 com	
a	 descrição	 detalhada	 da	 atividade	 e	 o	 passo	 a	 passo	 de	 como	deve	 ser	 feito.	 Este	
procedimento	deve	ser	analisado	e	assinado	por	um	profissional	habilitado.
Para	a	execução	de	 serviços	em	eletricidade,	 os	profissionais	devem	possuir	
documentação	compatível	 com	a	atividade	a	 ser	 executada.	Os	documentos	podem	
comprovar	 qualificação,	 habilitação,	 capacitação	 e	 o	 treinamento	 dos	 trabalhadores.	
Avalia-se	como	qualificado	o	profissional	que	apresenta	documentação	de	conclusão	
de	curso	específico	para	execução	de	sua	atividade,	habilitado	o	profissional	que	possui	
registro	em	conselho	de	classe,	capacitado	o	profissional	que	recebe	capacitação	de	um	
profissional	habilitado	para	exercer	sua	função.
O	 procedimento	 operacional	 padrão	 (POP)	 deve	 ser	 elaborado	 com	 a	 participação	
do	SESMT	e/ou	da	CIPA	com	assinatura	de	um	profissional	habilitado.	O	seu	escopo	
deve	 conter	 o	 objetivo,	 o	 campo	 de	 aplicação,	 a	 base	 técnica,	 as	 competências	 e	
responsabilidades,	as	disposições	gerais,	as	medidas	de	controle	e	as	orientações	finais.
A	NR-10	(BRASIL,	2019c)	destaca	que	 inicialmente	se	deve	aplicar	as	medidas	de	
proteção	coletiva.	E	como	medidas	de	proteção	coletiva,	destaca	a	não	acessibilidade	
das	 partes	 vivas	 (energizadas)	 e	 a	 garantia	 que	 as	 massas	 ou	 partes	 condutivas	
acessíveis	não	ofereçam	perigo	elétrico	em	condições	normais.	
De	 forma	 a	 garantir	 a	 não	 acessibilidade	 das	 partes	 vivas	 (energizadas),	
devem-se	 isolar	 as	 partes	 vivas,	 criar	 barreiras	 ou	 obstáculos	 de	 acesso,	 instar	 em	
locais	fora	do	alcance	e	limitar	as	tensões.	Com	relação	à	garantia	que	as	massas	ou	
partes	 condutivas	 acessíveis	 não	 ofereçam	 perigo	 elétrico	 em	 condições	 normais,	
deve-se	 realizar	 o	 seccionamento	 automático	 da	 alimentação,	 utilizar	 infraestrutura	
de	aterramento,	colocar	no	mesmo	potencial	elétrico	(equipotencialização)	e	realizar	a	
isolação	suplementar	e	a	separação	elétrica.	
Quando	as	medidas	de	proteção	coletiva	forem	 inviáveis	ou	 insuficientes	para	
controlar	os	riscos,	deve-se	adotar	a	utilização	de	equipamentos	de	proteção	individuais	
específicos	a	cada	atividade.	
122
Sempre	 que	 o	 trabalhador	 verificar	 alguma	 situação	 ou	 condição	 de	 risco	
não	 prevista,	 cuja	 eliminação	 ou	 neutralização	 imediata	 não	 seja	 possível,	 deve	
imediatamente	interromper	as	atividades	e	informar	ao	seu	superior	hierárquico.
Vale ressaltar que é proibido o uso compartilhado de EPIs entre 
trabalhadores, mesmo que utilizados em momentos diferentes.
ATENÇÃO
Visando	à	segurança	e	comunicação	entre	os	profissionais,	sempre	que	não	for	
possível	 contato	 visual	 entre	 os	 trabalhadores,	 devem	 ser	 fornecidos	 equipamentos	 de	
comunicação	em	perfeito	estado	de	funcionamento,	 independentemente	das	condições	
locais	e	interferências	ou	ausência	de	sinais.	
Nos	 locais	 de	 trabalho	 só	podem	ser	 utilizados	 equipamentos,	 dispositivos	 e	
ferramentas	 elétricas	 compatíveis	 com	 a	 instalação	 elétrica	 existente,	 preservando-
se	 as	 características	 de	 proteção,	 respeitadas	 as	 recomendações	 do	 fabricante	 e	
influências	 externas,	 tais	 como	presença	 de	 água,	 poeiras,	 temperaturas	 elevadas	 e	
vibrações.
Os	 equipamentos,	 ferramentas,	 dispositivos,	 equipamentos	 de	 proteção	
individual	e	coletivo	que	possuam	isolação	elétrica	devem	estar	adequados	às	tensões	
envolvidas.	 Todos	 os	 equipamentos	 de	 proteção	 individual	 ou	 coletiva	 devem	 ser	
testados	periodicamente	de	acordo	com	norma	técnica,	caso	não	especificado,	deve-
se	 fazer	 conforme	 indicação	 do	 fabricante,	 e	 os	 resultados	 devem	 ser	 anotados	 no	
prontuário	das	instalações	elétricas.
Em	 relação	 aos	 serviços	 em	eletricidade	 com	exposição	 à	 tensão	 superior	 a	
1000	Vca	e	1500	Vcc,	bem	como	aqueles	executados	no	Sistema	Elétrico	de	Potência	–	
SEP,	não	podem	ser	realizados	individualmente.
5 PRODUÇÃO
O	crescimento	de	uma	empresa	está	diretamente	 relacionado	com	a	produção,	
sendo	 o	 produto	 final	 o	 principal	 objetivode	 qualquer	 empresa	 que	 visa	 ao	 lucro.	
Entretanto,	esse	processo	deve	estar	alinhado	com	a	qualidade	do	serviço	prestado	ou	
produto	fornecido	e	a	segurança	dos	colaboradores.
 
123
Além	das	normas	regulamentadoras	brasileiras	(NRs),	que	visam	garantir	a	saúde	e	
segurança	no	 ambiente	de	 trabalho,	 a	 norma	 internacional,	 criada	pela	 International 
Organization for Standardization, ISO	 45001:2018	 (Sistema	 de	 Gestão	 de	 Saúde	 e	
Segurança	Ocupacional)	também	tem	por	objetivo	ajudar	as	organizações	a	minimizar	
os	riscos	nos	ambientes	de	trabalho,	melhor	as	condições	de	trabalho,	criar	padrões	e	
integrar	os	requisitos	normativos	no	sistema	de	gestão	da	organização.	
A	norma	ABNT	NBR	 ISO	45001	alinhada	com	as	normas	ABNT	NBR	 ISO	9001	
(Sistema	de	Gestão	de	Qualidade)	e	a	ABNT	NBR	ISO	14001	(Sistema	de	Gestão	Ambiental)	
formam	 um	 Sistema	 de	 Gestão	 nas	 organizações	 de	 maneira	 ampla	 e	 completa.	
Vale	 destacar	 que,	 essas	 normas	 podem	 ser	 aplicadas	 por	 qualquer	 organização,	
independentemente	do	tamanho,	tipo	ou	natureza.
A	 Alta	 Direção	 tem	 papel	 fundamental	 na	 implantação	 dessa	 norma,	 assim	
como	em	mantê-la	com	melhorias	contínuas.	Para	tanto,	a	política	da	empresa	deve	
incluir	o	comprometimento	em	“proporcionar	condições	de	trabalho	seguro	e	saudável	
para	prevenção	de	lesões	e	problemas	de	saúde	relacionados	ao	trabalho”.
Os	 colaboradores	 também	 são	 indispensáveis	 para	 o	 bom	 funcionamento	 desse	
sistema.	Neste	sentindo,	a	política	da	empresa	também	deve	incluir	o	comprometimento	
com	a	“consulta	e	participação	dos	trabalhadores	e,	onde	existe,	de	representantes	dos	
trabalhadores”.	Logo,	a	alta	direção	deve	promover	uma	comunicação	efetiva	com	os	
trabalhadores,	levando	em	consideração	aquilo	que	eles	têm	a	dizer	sobre	a	segurança	
do	 trabalho.	 Pela	 ISO	 	 45001,	 as	 ações	 de	 identificação	 de	 perigo	 devem	 levar	 em	
consideração:
•	 Como	o	trabalho	é	organizado,	incluindo	os	fatores	sociais	(carga	horária,	horário	de	
trabalho,	vitimização,	assédio	e	bullying),	liderança	e	cultura	da	organização;
•	 Atividade	e	situações	rotineiras	e	não	rotineiras;
•	 Indecentes	 passados	 pertinentes,	 internos	 ou	 externos	 a	 organização,	 incluindo	
situações	de	emergência	e	suas	causas;
•	 Situações	potenciais	de	emergência;
•	 Acesso	de	pessoas	ao	local	de	trabalho,	incluindo	os	trabalhadores	e	visitantes;
•	 Pessoas	próximas	ao	local	de	trabalho	que	podem	ser	afetados	pelas	atividades	da	
organização;
•	 Trabalhadores	em	locais	que	não	estejam	sobre	o	controle	direto	da	organização;
•	 O	 projeto	 da	 área	 de	 trabalho,	 processos,	 instalações,	 máquinas/equipamentos,	
procedimentos	operacionais	e	organização	do	trabalho;
•	 Situações	que	ocorram	nas	proximidades	do	local	de	trabalho,	causadas	por	atividades	
relacionadas	a	organização;
•	 Situações	não	controladas	pela	organização,	e	que	ocorram	nas	proximidades	do	local	 
de	trabalho,	que	possam	causar	lesões	e	doenças	as	pessoas	no	local	de	trabalho;	
•	 Mudanças	reais	ou	propostas	na	organização,	operações,	processos,	atividades	e	no	
sistema	de	gestão	da	segurança	do	trabalho;
•	 Outros.	
124
Em	 seguida,	 a	 identificação	 dos	 perigos,	 deve-se	 estabelecer,	 implementar	
e	manter	a	avaliação	de	 risco	 levando	em	consideração	a	natureza	e	periculosidade,	
assegurando	 que	 medidas	 proativas	 sejam	 implementadas	 em	 vez	 de	 reativas	
(corretivas).	 Também	 se	 deve	 avaliar	 as	 oportunidades	 para	 melhor	 o	 sistema	 de	
gestão	de	segurança,	levando	em	consideração	as	questões	de	adaptação	do	trabalho,	
eliminação	do	 perigo	 e	 redução	do	 perigo.	Após	 todo	 o	 levantamento	 é	 elaborado	 o	
plano	de	ação.
Todas	 as	 ações	 previstas	 no	 plano	 devem	 ser	 executadas	 seguindo	 as	
normas	 da	 ISO	 45001	 e	 respeitando	 as	 legislações	 brasileiras,	 incluindo	 as	 Normas	
Regulamentadoras.	Durante	a	sua	execução	também	é	necessário	levar	em	consideração	
a	gestão	da	mudança,	ou	seja,	implementar	e	controlar	mudanças	planejadas,	sejam	elas	
temporárias	ou	permanentes.	Em	caso	de	mudanças	não	intencionais,	a	organização	
deve	analisá-la	e	tomar	medidas	de	prevenção	e	controle	dos	efeitos	adversos.	
Os	 serviços	prestados	por	 terceirizados	 também	devem	ser	 controlados	pela	
organização	de	maneira	a	garantir	que	esses	trabalhadores	estejam	conscientes	dos	
requisitos	de	segurança	e	mantenham	o	sistema	de	gestão	em	atendimento.	
Toda	as	atividades	relativas	ao	sistema	de	gestão	de	saúde	e	segurança	devem	
passar	pelo	monitoramento,	medição,	análise	e	avaliação	de	desempenho,	como	forma	
de	garantir	a	correta	aplicação	da	norma.	Uma	forma	de	realizar	esse	monitoramento	é	
por	meio	das	auditorias	internas,	que	visam	fornecer	informações	sobre	o	sistema.	Por	
fim,	a	Alta	Direção	deve	realizar	uma	análise	crítica	de	todas	as	ações	tomadas	e	propor	
medidas	de	melhoramento	contínuo.
Em	um	sistema	produtivo,	a	aplicação	de	ações	preventivas	e	de	controle	de	
riscos	a	qual	os	trabalhadores	estão	expostos	é	de	fundamental	importância	para	garantir	
a	saúde	e	segurança,	assim	como	manter	a	produtividade	e	qualidade	da	organização.
125
LEITURA
COMPLEMENTAR
GESTÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Marinaldo	Loures	Ferreira
O	 setor	 da	 construção	 civil	 apresenta	 índices	de	 acidentes	de	 trabalho	 elevados.	
As	práticas	de	gestão	da	segurança	e	saúde	no	trabalho	através	de	suas	ferramentas	
gerenciais, podem minimizar os perigos e riscos de acidentes nos canteiros de obras, 
preservando	o	maior	capital	da	empresa,	a	vida	humana.	Este	artigo	tem	como	objetivo	
verificar	o	cenário	da	gestão	da	segurança	e	saúde	no	trabalho	nos	empreendimentos	
da	construção	civil	do	município	de	Unaí,	suas	principais	dificuldades,	assim	como	o	uso	
de	EPIs	nos	canteiros	de	obras.	A	coleta	de	dados	se	deu	por	meio	de	observação	in	loco	
e	 entrevistas	 semiestruturadas	 com	gestores	 e	 colaboradores.	O	 estudo	mostra	que	
84%	dos	envolvidos	nas	atividades	da	construção	civil	receberam	treinamentos	sobre	
uso	adequado	dos	EPIs	e	orientações	sobre	os	riscos	de	sua	função.	Conclui-se	que	
os	responsáveis	pelos	empreendimentos	estudados	visam	apenas	atender	as	normas	
regulamentadoras	e	outros	requisitos	legais	pertinentes	ao	setor	da	construção,	tendo	
a	figura	do	técnico	de	segurança	apenas	no	início	do	empreendimento,	para	ajudar	com	
a	documentação	exigida,	passível	de	fiscalização.
 
INTRODUÇÃO 
A	construção	Civil	é	a	uma	área	com	capacidade	bem	expressiva	na	economia	
do	pais,	possui	a	capacidade	de	elevar	a	taxa	de	emprego	e	de	renda,	assim	como	o	
desenvolvimento	 social.	 Entende-se	 como	construção	 civil,	 o	 conjunto	 de	 atividade,	
do	ramo	da	engenharia,	que	tem	como	finalidade	transformar	materiais	e	espaços	de	
acordo	com	a	necessidade	do	homem,	através	da	execução	de	projetos	previamente	
elaborados,	respeitando	os	princípios	técnicos	e	as	normas	vigentes,	caracterizando-
se	como	atividades	que	envolvem	a	instalação,	reparação,	equipamentos	e	edificações	
(GOMES et al.,	2019;	OLIVEIRA,	2012).
 
No	Brasil	o	setor	da	construção	civil	teve	um	crescimento	de	1,6%	no	ano	de	
2019	e	com	perspectiva	de	crescimento	em	torno	de	3%	no	ano	de	2020	(CBIC,	2020).	
Sendo	responsável	também	pelo	aumento	no	número	de	acidentes	de	trabalho,	no	ano	
de	2018,	foram	623.786	acidentes,	sendo	2.022	notificações	de	acidentes	de	trabalho	
com	óbitos	 (SMARTLAB,	2020).	Entre	as	estratégias	para	a	 redução	de	acidentes	do	
trabalho	 na	 construção,	 pode-se	 citar	 a	 adoção	 de	 práticas	 gestão	 de	 segurança	 e	
saúde	do	trabalho	(SST).	A	prática	de	gestão	de	SST	configura	no	processo	gerencial,	
empregando	uma	ou	mais	técnicas	e	ferramentas,	de	características	obrigatória	pela	
legislação	ou	voluntária,	cujo	objetivo	principal	visa	o	controle	de	riscos	relacionados	à	
SST	(BRIDI	et al.,	2013).		
126
Estudos	apontam	que	 investir	SST	torna	a	empresa	competitiva	e	diferenciada,	
promovendo	melhores	 resultados,	 equipes	 com	alta	 performance	 eimagem	positiva	
perante	a	sociedade,	ademais,	 implantar	programas	de	prevenção	não	é	custo	e	sim	
investimento	estrategicamente	motivacional	aos	colabores,	influenciando	diretamente	
no	processo	produtivo	(SILVA	et al.,	2016).
Nesta	perspectiva,	 o	presente	trabalho	tem	como	objetivo	verificar	o	cenário	
da	 gestão	 da	 SST	 nos	 empreendimentos	 da	 construção	 civil	 do	município	 de	 Unaí,	
suas	principais	dificuldades,	assim	como	o	uso	de	EPIs	nos	canteiros	de	obras.	A	saúde	
e	 a	 segurança	 dos	 trabalhadores	 são	 o	 ponto	 principal	 de	 atenção	 dentro	 de	 uma	
organização,	perdas	materiais	e	humanas	abala	a	credibilidade	de	investidores,	clientes	
e	perante	a	sociedade	(FERREIRA,	2019).	Ademais,	as	pessoas	constituem	o	principal	
patrimônio	das	organizações,	sendo	vital	para	o	sucesso	de	qualquer	empreendimento	
(CHIAVENATO,	2014).
 
METODOLOGIA 
A	 realização	 deste	 trabalho	 se	 deu	 por	 meio	 de	 uma	 pesquisa	 qualitativa,	
com	base	na	metodologia	de	estudo	de	caso.	A	pesquisa	qualitativa	pode	e,	muitas	
vezes,	 necessita	 ser	 complementada	 com	 recursos	 de	 outros	 tipos	 de	 pesquisa	
como	 a	 quantitativa,	 para	 atingir	 os	 objetivos	 propostos	 e	 apresentação	 de	 seus	
resultados	(LARA	et al.,	2011).	Se	preocupa	fundamentalmente	com	a	compreensão	e	a	
interpretação	do	fenômeno	estudado	em	seus	cenários	naturais,	tendo	como	principal	
objetivo	compreendê-lo,	explorá-lo	e	especificá-lo	(AUGUSTO et al., 2013).	
Os	 instrumentos	 de	 coleta	 de	 dados	 basearam-se	 em	 entrevistas	
semiestruturadas	com	técnicos	de	segurança,	trabalhadores	dos	canteiros	de	obras	e	
alguns	funcionários-chave	dos	empreendimentos	estudados.	Também	foram	realizadas	
observações	 in	 loco,	 por	 meio	 de	 visitas	 com	 o	 intuito	 de	 observar	 a	 postura	 dos	
envolvidos	no	dia	a	dia	em	relação	à	SST.	Portanto,	foram	analisados,	nesta	pesquisa,	seis	
empreendimentos	da	construção	civil,	com	seus	estágios	variados,	algumas	na	fase	de	
acabamento	e	outras	na	fase	de	infraestrutura	e	supra	estrutura.			Procurou-se,	verificar	
as	práticas	de	gestão	da	SST	nos	empreendimentos,	assim	como	o	envolvimento	dos	
colabores	e	as	principais	dificuldades.	
O	estudo	foi	realizado	no	município	de	Unaí,	 localizado	no	Noroeste	de	Minas	
Gerais,	 com	8.448,082	 km²	 de	 unidade	 territorial	 e	 população	 estimada	 em	2019	 de	
84.378	 habitantes	 (IBGE,	 2019).	 Se	 destacando	 por	 possuir	 a	 maior	 área	 equipada	
por	pivôs	centrais	do	país	de	acordo	com	 levantamento	de	2017,	um	total	de	65.930	
hectares,	contribuindo	de	forma	significativa	para	o	aumento	e	a	estabilidade	da	oferta	
de	alimentos	no	país.
 
127
Ainda	segundo	 informações	do	 (IBGE,	2019)	o	município	figura	entre	os	primeiros	
colocados	no	ranking	de	maior	Produto	Interno	Bruto	(PIB)	agropecuário	de	Minas	Gerais,	
refletindo	diretamente	no	 setor	 da	 construção	civil,	 atividade	está,	 que	proporciona	um	
forte	impacto	no	desenvolvimento	econômico	da	cidade.	
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Treinamentos	 e	 capacitações	 sobre	 segurança	 e	 saúde	 do	 trabalho	 são	
ferramentas	 de	 SGSST	 importantes	 para	 garantir	 que	 os	 trabalhadores	 adquiram	
conhecimento	 a	 respeito	 dos	 possíveis	 riscos	 nas	 atividades	 que	 desenvolverão	 e	
adquiram	habilidades	para	evitá-los	ou	controlá-los	(SEFRIAN,	2019).	
Nesta	perspectiva,	o	estudo	mostra	que	84%	dos	envolvidos	nas	atividades	da	
construção	civil	 dos	 seis	empreendimentos	avaliados	 receberam	treinamentos	 sobre	
uso	adequado	dos	EPIs	e	orientações	sobre	os	riscos	de	sua	função.	Tais	treinamentos	
segundo	pesquisa	(figura	2),	ocorrem	ao	iniciar	o	empreendimento,	após	ser	contratado	
no	 decorrer	 das	 obras	 e	 em	 alguns	 casos	 uma	 vez	 ao	 ano.	 E	 16%	 afirmam	 não	 ter	
recebido	 treinamento,	 fato	 este,	 devido	 a	 contratação	 no	 decorrer	 da	 execução	 do	
empreendimento,	motivado	pelo	dinamismo	das	atividades.
Os	empreendimentos	estudados	possuem	Grau	de	Risco	3	de	acordo	com	o	
disposto	no	quadro	I	da	NR-4	(BRASIL,	2016),	portanto	conforme	o	quadro	II	da	mesma	
norma,	estão	dispensados	de	contratarem	um	profissional	de	SST,	 sendo	obrigatório	
a	 partir	 de	 100	 colaboradores	 e	 empresas	 com	 GR	 4	 somente	 estão	 obrigadas	 a	
terem	SESMT	a	partir	de	50	funcionários,	exigência	esta,	que	promove	a	falta	de	um	
profissional	nos	empreendimentos	estudados,	favorecendo	o	descompromisso	com	a	
SST	e	tornando	a	gestão	deficiente.	
FIGURA 2 – TREINAMENTOS SOBRE USO DE EPIS/ORIENTAÇÕES SOBRE RISCO DA FUNÇÃO
Treinamento	ao	iniciar	
o empreendimento
57%
Treinamento	anual
24%
Não	houve	
treinamento
16%
Treinamento	após	contratação	com	
empreendimento em andamento
3%
128
É	 recomendável	 que	 em	 toda	 obra,	 independentemente	 do	 seu	 porte,	 o	
engenheiro	 responsável	 tenha	 suporte	 de	 um	profissional	 de	 segurança	 do	 trabalho	
para	 assessorá-lo,	 seja	 como	 empregado	 ou	 como	 prestador	 de	 serviço	 autônomo	
(CBIC,	2017).	
Quanto	ao	fornecimento	de	EPIs,	pôde-se	constatar	que	as	empresas	exigem	e	
fornecem	aos	seus	colabores.	De	um	modo	geral,	a	maioria	dos	trabalhadores	que	atua	
no	canteiro	de	obras	utilizam	os	EPIs	 recomendados,	 exceção	daqueles	que	alegam	
dificuldades	de	locomoção	quanto	ao	uso	do	cinto	de	segurança.	
A	deficiência	mais	visível,	observada	no	estudo,	foi	relacionado	a	instalações	e	
Equipamentos	de	Proteção	Coletiva	(EPCs),	onde	todos	os	empreendimentos	estavam	
em	desconformidade	com	o	exigido	pelas	normas.	São	exemplos	de	EPC:	o	sistema	de	
guarda-corpo	e	rodapés;	plataformas	de	proteção;	sistema	limitador	de	queda	em	altura	
(SLQA);	tela	fachadeira;	linha	de	vida	e	pontos	de	ancoragem	(SEFRIAN,	2019).	
As	 principais	 dificuldades	 referentes	 a	 ao	 gerenciamento	 do	 SGSST	 dos	
empreendimentos	 se	 resumem	 conforme	 (Quadro	 2),	 onde	 todas	 praticamente	
compartilham	das	mesmas	observações.	
QUADRO 2 – PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO GERENCIAMENTO DO SGSST NOS 
EMPREENDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ESTUDADOS
Um	passo	importante	para	facilitar	a	gestão	da	SST,	seria	a	realização	de	Diálogo	
Diário	de	Segurança	(DDS),	 recurso	este,	pouco	aplicado	nos	canteiros	de	obras.	Devido	
ao	andamento	do	empreendimento	e	cronograma	apertado,	segundo	a	pesquisa	50%	
responsáveis	aplicam	o	DDS	uma	vez	por	semana	e	os	outros	50%	a	cada	quinze	dia	
ou	quando	houver	a	necessidade.	Porém,	afirmam	que	90%	do	momento	é	para	tratar	
de	assuntos	referentes	a	execução	das	atividades	e	raramente	abordam	a	segurança	 
do	trabalho.	
CONSTRUÇÃO	CIVIL
Dificuldade	na	elaboração	de	procedimentos	e	instruções;	
Falta	de	profissional	específico	para	gerir	os	procedimentos;
Resistência	às	mudanças;
Baixo	índice	de	escolaridade	dos	funcionários;
Falhas	na	comunicação	interna;	
Baixo	índice	de	conscientização	dos	funcionários;
Ausência	de	indicadores	de	desempenho	em	segurança	e	saúde	no	trabalho;	
Não	estabelecimento	da	segurança	e	saúde	como	um	dos	objetivos	estratégicos	da	empresa.
129
CONCLUSÕES 
Diante	do	exposto,	concluiu-se	que	os	 responsáveis	pelos	empreendimentos	
estudados	têm	conhecimento	dos	riscos	relacionados	a	SST,	porém,	seus	objetivos	visam	
apenas	atender	as	normas	regulamentadoras	e	outros	requisitos	legais	pertinentes	ao	
setor	da	construção.	A	figura	do	técnico	de	segurança	se	torna	usual	apenas	no	início	
do	empreendimento,	para	ajudar	com	a	documentação	exigida,	passível	de	fiscalização,	
uma	vez	que,	a	NR	4	desobriga	as	empresas	de	tal	profissional	em	função	do	grau	de	
risco	das	atividades	relacionada	ao	número	de	colaboradores.
Por	 ser	 a	 produção	 o	 foco	 principal,	 os	 responsáveis	 sempre	 alegam	 não	
dispor	de	recursos	para	manter	um	técnico	no	canteiro,	assim	como,	para	correção	de	
situações	de	risco,	ainda	que	o	recurso	seja	apenas	o	treinamento	e	comprometimento	
com	a	gestão	de	SST.	Investir	em	treinamentos	técnicos	e	comportamentais,	permite	
desenvolver	 competências	 específicas	nos	 colaboradores,	 tornando-os	mais	produtivos,	
minimizando	os	riscos	de	acidentes	pela	conscientizaçãoe	conhecimento	dos	perigos	e	
riscos	que	envolve	as	atividades	individuais	e	coletivas	dentro	dos	canteiros	de	obras.	
Quanto	 aos	 colaboradores,	 observa-se	 uma	 grande	 resistência	 com	 a	 SST,	
argumentam	 que	 nunca	 sofreram	 acidentes,	 que	 são	 cuidadosos,	 não	 havendo	 a	
necessidade	 de	 usar	 os	 equipamentos	 de	 proteção	 individual	 que	 são	 fornecidos	
pelo	empreendimento,	 assim	como,	 alguns	equipamentos	de	proteção	coletiva.	 Fato	
este,	comum	na	construção	civil	em	geral,	motivado	pela	baixa	escolaridade	da	maior	
parte	dos	colaboradores	e	falta	de	fiscalização	efetiva	por	um	responsável	da	SST.	E	a	
consequência	desta	negligencia,	é	refletida	no	índice	de	acidentes	do	setor,	justificando	
o	fato	de	ser	tão	expressivo.	Propõe-se	que	a	temática	do	assunto	pesquisado	seja	objeto	
de	 posteriores	 estudos	mais	 aprofundados,	 associando	 a	 gestão	 com	metodologias	
inovadoras	de	treinamentos,	pois	o	campo	da	gestão	da	SST	é	amplo,	com	inúmeras	
possibilidades	de	pesquisas.
FONTE: FERREIRA, M. L. Gestão da saúde e segurança do trabalho na construção civil. Entrepreneurship, 
v. 4, n. 2, p. 43–51, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.6008/cbpc2595-4318.2020.002.0005. Acesso 
em: 10 nov. 2021.
130
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 As	 atividades	da	 construção	civil	 são	 regulamentadas	pela	NR-18.	 Essa	norma	 se	
aplica	às	atividades	da	indústria	da	construção	civil	desde	seu	planejamento	e	projeto	
até	sua	execução,	manutenção	e	restauração	de	obras.	
•	 Todas	 as	 atividades	 da	 construção	 civil	 devem	 elaborar	 o	 PGR,	 contemplando	 os	
riscos	ocupacionais	(físico,	químico,	biológico,	ergonômico	e	mecânico)	relacionados	
à	atividade	e	às	medidas	de	controle.
•	 O	risco	mecânico	é	um	conjunto	de	fatores	físicos	que	podem	levar	a	acidentes	pela	
ação	mecânica	de	componentes	da	máquina	ou	do	equipamento.	A	sua	prevenção	
deve	inicialmente	garantir	a	neutralização	das	fontes	de	risco.	
•	 A	prevenção	e	o	controle	de	risco	em	máquinas	e	equipamentos	são	regulamentados	
pela	NR- 12,	que	abrange	desde	a	fase	de	projeto	a	utilização	desses	dispositivos.
•	 A	eletricidade	trouxe	diversos	benefícios	para	a	sociedade,	porém	também	apresenta	
riscos	graves	à	saúde	e	à	segurança	dos	trabalhadores,	sendo	necessária	a	aplicação	
correta	da	NR-10	e	das	outras	normas	técnicas	pertinentes	ao	assunto.	
•	 A	NR-10	destaca	que	inicialmente	se	deve	aplicar	as	medidas	de	proteção	coletiva.	
E	 como	 medidas	 de	 proteção	 coletiva,	 destaca	 a	 não	 acessibilidade	 das	 partes	
vivas	(energizadas)	e	a	garantia	que	as	massas	ou	partes	condutivas	acessíveis	não	
ofereçam	perigo	elétrico	em	condições	normais.	
•	 A	 Norma	 ISO	 45001:2018	 auxilia	 as	 organizações	 na	 implantação	 do	 Sistema	 de	
Gestão	de	Saúde	e	Segurança	Ocupacional.
131
1	 De	acordo	com	o	NR-18,	todas	as	atividades	da	construção	civil	devem	elaborar	o	
Programa	 de	 Gerenciamento	 de	 Risco	 (PGR).	 Sobre	 o	 PGR,	 assinale	 a	 alternativa	
CORRETA:
 
a)	 (			)	 Somente	um	profissional	habilitado	por	elaborar	o	PGR.	
b)	 (			)	 Profissionais	habilitados	e	qualificados	podem	elaborar	o	PGR.	
c)	 (			)	 Profissionais	qualificados	não	podem	elaborar	o	PGR.	
d)	 (			)	 Profissionais	qualificados	somente	podem	elaborar	o	PGR	para	locais	com	até	10	
funcionários	e	7	metros	de	altura.	
2	 A	prevenção	e	o	controle	de	risco	em	máquinas	e	equipamento	são	regulamentados	
pela	NR-12,	que	determina	a	neutralização	das	fontes	de	risco	como	procedimento	de	
segurança.	Sobre	esse	quesito,	assinale	a	Alternativa	CORRETA:	
a)	 (			)	 A	neutralização	é	uma	medida	de	controle	eficiente,	não	sendo	necessário	aplicar	
outras	medidas	de	controle.	
b)	 (			)	 A	neutralização	é	aplicada	por	meio	do	distanciamento	entre	o	trabalhador	e	a	
fonte	de	risco.
c)	 (			)	 As	barreiras	de	proteção	não	são	eficientes	na	neutralização	dos	riscos.	
d)	 (			)	 As	distâncias	mínimas	dos	dispositivos	de	neutralização	são	estabelecidas	pela	
organização.
3	 As	atividades	que	envolvem	energia	elétrica	são	regulamentadas	pela	NR-10.	Essa	
norma	dispõe	sobre	as	execuções	dos	serviços	de	instalações	elétricas	desenergizadas,	
instalações	 elétricas	 energizadas,	 trabalhos	 envolvendo	 alta	 tensão,	 construção,	
montagem,	 operação	 e	 manutenção	 e	 habilitação,	 qualificação,	 capacitação	 e	
autorização	dos	trabalhadores.	Referente	à	utilização	dos	equipamentos	de	proteção	
individual	disposta	na	NR-10,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 Podem	ser	compartilhados	sem	ressalvas.
b)	 (			)	 Podem	ser	compartilhados	desde	que	em	horários	diferenciados.
c)	 (			)	 Não	podem	ser	compartilhados.
d)	 (			)	 Podem	ser	compartilhados	desde	que	utilizados	no	mesmo	turno.
4	 Em	 uma	 inspeção	 de	 rotina,	 um	 profissional	 da	 equipe	 de	manutenção	 industrial	
encontrou	um	dispositivo	com	defeito	e	o	removeu,	como	não	havia	outro	semelhante	
para	substituição,	deixou	o	circuito	aberto	e	com	os	condutores	expostos.	Dentre	os	
condutores,	há	cabos	energizados	(vivos).	Você	como	profissional	de	segurança	foi	
AUTOATIVIDADE
132
chamado	ao	local	para	levantar	as	medidas	de	proteção	de	risco.	Desta	forma,	quais	
as	medidas	de	controle	de	risco	adequadas	para	a	prevenção	de	acidentes	em	caso	
de	linhas	ou	condutores	vivos	expostos.
5	 O	Sistema	de	Gestão	de	Saúde	e	Segurança	do	Trabalho	podem	ser	implementados	
em	 uma	 empresa	 por	 meio	 da	 norma	 internacional	 ISO	 45001:2018.	 A	 política	
ambiental	da	empresa	deve	 incluir	 itens	 sobre	o	compromisso	da	alta	direção	em	
relação	à	segurança	e	em	relação	aos	trabalhadores.	Quais	são	esses	itens	inclusos	
pela	norma?
133
REFERÊNCIAS
ABRACOPEL	–	ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	CONSCIENTIZAÇÃO	PARA	OS	PERIGOS	DA	
ELETRICIDAD.	Anuário estatístico de acidentes de origem elétrica 2021 com 
 base 2020.	Salto:	ABRACOPEL,	2021.	Disponível em: https://abracopel.org/wp-
content/uploads/2021/03/Abracopel-APROVA_baixa.pdf.	Acesso	em:	20	jul.	2021.
AGÊNCIA	CBIC.	Expectativa	da	CBIC	para	o	PIB	do	setor	em	2021.	CBIC,	Brasília,	DF,	26	
jul.	2021.	Disponível	em:	https://cbic.org.br/expectativa-da-cbic-para-o-pib-do-setor-
em-2021-subiu-de-25-para-4/.	Acesso	em:	28	jul.	2021.
ALCANTARA,	L.	M.;	LEITE,	J.	L.;	TREVIZAN,	M.	A.;	MENDES,	I.	A.	C.;	UGGERI,	C.	J.	R.;	
STIPP,	M.	A.	C.;	LACERDA,	E.	P.	Aspectos	legais	da	enfermagem	hiperbárica	brasileira:	
por	que	regulamentar	?	Revista Brasileira de Enfermagem,	Brasília,	DF,	v.	63,	
n.	2,	p.	312–316,	mar./abr.	2010.	Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/
XQdQtjbPqvvXf6hzzfxRT8s/?format=pdf&lang=pt.	Acesso	em:	20	jul.	2021.
BRASIL.	Ministério	do	Trabalho	e	Previdência.	Portaria nº 3.214, de 8 de junho 
de 1978.	Aprova	as	Normas	Regulamentadoras	- NR -	do	Capítulo	V,	Título	II,	da	
Consolidação	das	Leis	do	Trabalho,	relativas	à	Segurança	e	Medicina	do	Trabalho.	
Brasília,	DF:	Ministério	do	Trabalho	e	Previdência,	1978.
BRASIL.	Ministério	da	Saúde.	Resolução nº 6 de 24 de agosto de 2021.	Dispõe	sobre	
Regulamento	Técnico	de	Boas	Práticas	para	Serviços	de	Alimentação.	Brasília,	DF:	
Ministério	da	Saúde,	2004.	Disponível	em:	https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	Ministério	da	Saúde.	Resolução nº 216, de 15 de setembro de 2004.	
Dispõe	sobre	Regulamento	Técnico	de	Boas	Práticas	para	Serviços	de	Alimentação.	
Brasília,	DF:	Ministério	da	Saúde,	2004.	Disponível	em:	https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	Ministério	da	Saúde.	Secretaria	de	Atenção	à	Saúde.	Departamento	de	Ações	
Programáticas.	Risco químico:	atenção	à	saúde	dos	trabalhadores	expostos	ao	
benzenos.	Brasília,	DF:	Ministério	da	Saúde,	2006.
BRASIL.	Conselho	Nacional	De	Metrologia,	Normalização	E	Qualidade	Industrial	
CONMETRO.	Resolução nº 7, de 24 de agosto de 1992.	Dispõe	sobre	a	conveniência	
de	centralizar	a	codificação	e	a	numeração	das	normas	brasileiras,	à	semelhança	do	
praticado	internacionalmente.Disponível	em	http://www.inmetro.gov.br/legislacao/
resc/pdf/RESC000017.pdf.	Acesso	em:	28	nov.	2021.
134
BRASIL.	NR-29:	serviços	especializados	em	engenharia	de	segurança	e	em	medicina	
do	trabalho.	Portaria	MTE	nº	1.080,	de	16	de	julho	de	2014.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	
[da]	República	Federativa	do	Brasil,	17	jul.	2014.	Disponível	em:	https://www.gov.br/
trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/
inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-29.pdf.	
Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-4:	serviços	especializados	em	engenharia	de	segurança	e	em	medicina	
do	trabalho.	Portaria	MTPS	nº	510,	de	29	de	abril	de	2016a.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	
[da]	República	Federativa	do	Brasil,	2	maio	2016.	Disponível	em:	https://www.gov.br/
trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/
inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04.pdf.	
Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-11:	transporte,	movimentação,	armazenagem	e	manuseio	de	materiais.	
Portaria	MTPS	nº	505,	de	29	de	abril	de	2016.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	
Federativa	do	Brasil,	2	maio	2016b.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/
seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-11.pdf.	Acesso	em:	17	
nov.	2021.
BRASIL.	NR-6:	equipamento	de	proteção	individual	-	EPI.	Portaria	MTb	nº	877,	de	24	de	
outubro	de	2018.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	Brasil,	26	out.	
2018a.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/
orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-7:	programa	de	controle	médico	de	saúde	ocupacional.	Portaria	MTb	nº	
1.031,	de	6	de	dezembro	de	2018.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	
do	Brasil,	10	dez.	2018b.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/
pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-17:	ergonomia.	Portaria	MTb	nº	876,	de	24	de	outubro	de	2018.	Brasília,	DF:	
Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	Brasil,	26	out.	2018c.	Disponível	em:	https://
www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/
nr-17.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-18:	CONDIÇÕES	E	MEIO	AMBIENTE	DE	TRABALHO	NA	INDÚSTRIA	DA	
CONSTRUÇÃO.	Portaria	MTb	nº	261,	de	18	de	abril	de	2018.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	
[da]	República	Federativa	do	Brasil,	19	abr.	2018d.	Disponível	em:	https://www.gov.br/
trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/
inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-18.pdf.	
Acesso	em:	17	nov.	2021.
135
BRASIL.	NR-1:	disposições	gerais.	Portaria	SEPRT	nº	915,	de	30	de	julho	de	2019.	
Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	Brasil,	31	jul.	2019a.	Disponível	
em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/
normas-regulamentadoras/nr-01.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-9:	programa	de	prevenção	de	riscos	ambientais.	Portaria	SEPRT	nº	1.359,	
de	9	de	dezembro	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	
Brasil,	10	dez.	2019b.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2019.pdf.	Acesso	em:	
17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-10:	segurança	em	instalações	e	serviços	em	eletricidade.	Portaria	SEPRT	
nº	915,	de	30	de	julho	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	
Brasil,	31	jul.	2019c.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/
composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-10.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-12:	segurança	no	trabalho	em	máquinas	e	equipamentos.	Portaria	SEPRT	
nº	916,	de	30	de	julho	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	
Brasil,	31	jul.	2019d.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/
composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-12.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-13:	caldeiras,	vasos	de	pressão,	tubulações	e	tanques	metálicos	de	
armazenamento.	Portaria	SEPRT	nº	915,	de	30	de	julho	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	
Oficial	[da]	República	Federativa	do	Brasil,	31	jul.	2019e.	Disponível	em:	https://www.
gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-13.
pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-15:	atividades	e	operações	insalubres.	Portaria	SEPRT	nº	1.359,	de	9	de	
dezembro	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	Brasil,	10	dez.	
2019f.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/
orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-24:	condições	sanitárias	e	de	conforto	nos	locais	de	trabalho.	Portaria	
SEPRT	nº	1.066,	de	23	de	set.	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	
Federativa	do	Brasil,	24	set.	2019g.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/
seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-24-atualizada-2019.
pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
136
BRASIL.	NR-32:	segurança	e	saúde	no	trabalho	em	serviços	de	saúde.	Portaria	SEPRT	
nº	915,	de	30	de	julho	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	
Brasil,	31	jul.	2019h.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/
composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-32.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	NR-33:	segurança	e	saúde	nos	trabalhos	em	espaços	confinados.	Portaria	
SEPRT	nº	915,	de	30	de	julho	de	2019.	Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	
Federativa	do	Brasil,	31	jul.	2019i.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/
seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-33.pdf.	Acesso	em:	17	
nov.	2021.
BRASIL.	NR-35:	trabalho	em	altura.	Portaria	SEPRT	nº	915,	de	30	de	julho	de	2019.	
Brasília,	DF:	Diário	Oficial	[da]	República	Federativa	do	Brasil,	31	jul.	2019j.	Disponível	
em:	https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/
normas-regulamentadoras/nr-35.pdf.	Acesso	em:	17	nov.	2021.
BRASIL.	Ministério	do	Trabalho	e	Previdência.	Secretaria	de	Trabalho.	Programa 
de Alimentação do Trabalhador (PAT).	Brasília,	DF:	Ministério	do	Trabalho	e	
Previdência,	2021.	Disponível	em:	https://www.gov.br/trabalho/pt-br/assuntos/
empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat.	Acesso	em:	15	jul.	2021.
BOYLESTAD,	R.	L.	Introdução à análise de circuitos elétricos.	13.	ed.	São	Paulo:	
Pearson,	2018.
CHIAVENATO,	I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como 
incrementar	talentos	na	empresa.	7.	ed.	rev.	e	atual.	Barueri:	Manole,	2009.
FEPAM.	Fundação	Estadual	de	Proteção	Ambiental.	Manual de classificação de 
produtos perigosos. 2021.	Disponível	em:	http://www.fepam.rs.gov.br/emergencia/
Manual_Classificacao_Produto_Perigoso.pdf.	Acesso	em:	28	nov.	2021.
FERNANDES,	J.	C.	Acústica,	ruídos	e	perda	de	audição.	In:	BRAZILIAN	CONFERENCEON	DYNAMICS	CONTROL	AND	THEIR	APPLICATIONS,	9.,	2010,	Serra	Negra.	
Proceedings	[…].	Serra	Negra:	ABCM,	2010.	p.	1275-1329.	
FERREIRA,	M.	L.	Gestão	da	saúde	e	segurança	do	trabalho	na	construção	civil.	
Entrepreneurship,	v.	4,	n.	2,	p.	43–51,	2020.	Disponível	em:	https://doi.org/10.6008/
cbpc2595-4318.2020.002.0005.	Acesso	em:	10	nov.	2021.
FREITAS,	E.	A	contribuição	da	psicologia	à	prevenção	dos	acidentes	de	trabalho.	
Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada,	Rio	de	Janeiro,	v.	26,	n.	1,	p.	25–31,	1974.	
137
ISO	–	INTERNATIONAL	ORGANIZATION	FOR	STANDARDIZATION.	ISO 
45001:2018 - Sistemas	de	Gestão	da	Segurança	e	Saúde	no	Trabalho –	Requisitos	
com	orientações	para	uso.	Rio	de	Janeiro:	ABNT,	2018.
LARA,	A.	R.		Exposição a gases e substâncias químicas. 2020.	Disponível	
em:	https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-
e-das-vias-respirat%C3%B3rias/doen%C3%A7as-pulmonares-ambientais/
exposi%C3%A7%C3%A3o-a-gases-e-subst%C3%A2ncias-qu%C3%ADmicas.	Acesso	
em:	11	jul.	2021.
LIMA,	M.	Segurança	do	trabalho	e	alimentação:	tudo	em	pratos	limpos!	Prolife,	[s. l.], 
c2018.	Disponível	em:	https://prolifeengenharia.com.br/seguranca-do-trabalho-e-
alimentacao/.	Acesso	em:	15	jul.	2021.
LONGO,	B.	P.	Ultrassom:	o	que	sabemos	até	agora?	Revista Saude em Foco,	Amparo,	
ed.	9,	p.	157-161,	2017.	
MEGGIATO,	M.	F.	A	alimentação	do	trabalhador	–	PAT.	Prometal,	Pelotas,	8	jan.	2018.	
Disponível	em:	https://www.prometalepis.com.br/blog/120-a-alimentacao-do-
trabalhador-pat/.	Acesso	em:	15	jul.	2021.
OMS	–	ORGANIZAÇÃO	MUNDIAL	DE	SAÚDE.	Programa	Internacional	de	Segurança	
Química.	Substâncias químicas perigosas à saúde e ao ambiente.	Tradução	
Janaína	Conrado	Lyra	da	Fonseca,	Mary	Rosa	Rodrigues	de	Marchi,	Jassyara	Conrado	
Lyra	da	Fonseca.	São	Paulo:	Cultura	Acadêmica,	2008.
 
ROBBINS,	S.;	JUDGE,	T.;	SOBRAL,	F. Comportamento organizacional: teoria e 
prática	no	contexto	brasileiro.	São	Paulo:	Pearson,	2010.
SALIBA,	T.	M.	Manual prático de higiene ocupacional e PPRA:	avaliação	e	controle	
dos	riscos	ambientais.	11.	ed. São	Paulo:	LTr	Editora, 2021.
SANTOS,	U.	de	P.;	SANTOS,	M.	P.	Exposição a ruído:	efeitos	na	saúde	e	como	preveni-
los.	São	Paulo:	INST;	CUT,	2000.	(Cadernos	de	Saúde	do	Trabalhor).	Disponível	em:	
http://www.cerest.piracicaba.sp.gov.br/site/images/caderno7_ruido.pdf.	Acesso	em:	
10	nov.	2021.
SCHARBELE,	F.	A.	Introdução à física da raioterapia.	2000.	Trabalho	de	Conclusão	
de	Curso	(Graduação	em	Licenciatura	Plena	em	Ciências	e	Matemática)	–	Universidade	
Federal	de	Santa	Catarina,	Florianópolis,	2000.	Disponível	em:	http://www.fsc.ufsc.
br/~canzian/intrort/efeitos.html.	Acesso	em:	10	jul.	2021.
138
VILELA,	R.	A.	G.	Acidentes do trabalho com máquinas-identificação de 
riscos e prevenção.	São	Paulo:	INST;	CUT,	2000.	(Cadernos	de	Saúde	do	
Trabalhor)..	Disponível	em:	http://www.cerest.piracicaba.sp.gov.br/site/images/
caderno520segurancaem20maquin1.pdf.	Acesso	em:	10	nov.	2021.
WEBER,	E.	de	B.	Introdução à engenharia de segurança do trabalho.	Disponível	
em:	<http://www.4shared.com/account/file/h96Z8oNS/19234454-Introducao-A-
Engenhar.html>.	Acesso	em:	28	nov.	2021.
ZANELLI,	J.	C.;	BORGES-ANDRADE,	J.	E.;	BASTOS,	A.	V.	B. Psicologia, organizações 
e trabalho no Brasil.	Porto	Alegre:	AMGH	Editora,	2004.
ZHENG,	G.;	FAN,	Z.;	GE,	M.;	LI,	C.	Establishing	a	warning	index	for	evaluating	the	
physiological	stress	of	sanitation	workers	in	high	temperature	weather.	Journal of 
Thermal Biology, [s. l.],	v.	100,	ago.	2021.	Disponível	em:	https://doi.org/10.1016/J.
JTHERBIO.2021.103074.	Acesso	em:	10	ago.	2021.
139
DOENÇAS DO TRABALHO E 
GESTÃO DE RISCO
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender como o ambiente de trabalho apresenta riscos ergonômicos e como 
estes são capazes de afetar a saúde e segurança dos trabalhadores;
• entender quais os procedimentos para os primeiros socorros e como eles são 
fundamentais para salvar a vida de uma vítima de acidente;
• aprender as substâncias tóxica e quais as principais doenças causadas em ambientes 
de trabalho; 
• assimilar o gerenciamento de risco em ambientes laborais, por meio da utilização dos 
EPCs e EPIs, funcionamento da CIPA e na construção dos mapas de risco.
 Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ERGONOMIA
TÓPICO 2 – AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO
TÓPICO 3 – GERENCIAMENTO DE RISCO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
140
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
Acesse o 
QR Code abaixo:
141
TÓPICO 1 — 
ERGONOMIA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos como a ergonomia está diretamente 
interligada a diversas áreas e como seus estudos são fundamentais para manter o 
ambiente de trabalho saudável e seguro para os trabalhadores. Aprenderemos que a 
ergonomia atua tanto na correção, como na concepção e conscientização dentro do 
ambiente de trabalho. 
Falaremos sobre as diversas doenças ocupacionais que podem ser causadas 
por falta de condições ergonômicas adequadas, dentre elas as lesões por esforços 
repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).
Além disso, aprenderemos como o controle de temperatura do ambiente e a 
luminosidade são problemas ergonômicos e que a prevenção desses riscos deve ser 
realizada para manter a integridade física dos trabalhadores. 
2 INTRODUÇÃO À ERGONOMIA
A palavra ergonomia do grego ergon (trabalho) e nomos (regras) é o estudo do 
trabalho, ou seja, é a área responsável por estudar a saúde e o conforto do trabalhador 
durante a realização de suas atividades laborais. De acordo com Falzon (2007), os 
ergonomistas devem ter uma compreensão dos fatores físicos, cognitivos, sociais, 
ambientas e organizacionais.
No ano de 1978, devido a um elevado número de acidentes e doenças oriundas 
das atividades de trabalho, implementaram-se nas leis trabalhistas, juntamente com as 
normas regulamentadoras, regras a serem seguidas de formar a garantir um ambiente 
seguro e saudável aos trabalhadores (ROSA; QUIRINO, 2017).
Iida (2003) relata que alguns problemas inertes ao trabalho são tão antigos 
quanto o próprio trabalho, por exemplo, as formas e peso do martelo são definidos em 
função da característica da matéria-prima trabalhada em busca de um efeito desejado 
e não em relação ao que causa melhor bem-estar ao trabalhador. 
Neste sentindo, de acordo com Abdala (2012, p. 39), “a ergonomia pode 
ser considerada um marco na história, ela não visa modificar o homem e sim as 
suas condições de trabalho. A Ergonomia se orienta principalmente na proteção do 
trabalhador, e não no aumento da produtividade”.
142
Os objetivos da ergonomia foram definidos por Correa e Boletti (2015, p. 2) como 
“a satisfação e o conforto dos indivíduos e a garantia de que a prática laboral e o uso 
do equipamento/produto não causem problemas à saúde do usuário”. Durante uma 
disciplina da especialização em ergonomia contemporânea, o Dr. Vidal (2000) apresentou 
um esquema que demonstrava como a ergonomia está relacionada a diversas áreas do 
conhecimento, tais como medicina do trabalho, sociologia e psicologia.
FIGURA 1 – INTERDISCIPLINIDADE DA ERGONOMIA
FONTE: Vidal (2000, p. 5)
A ergonomia também pode auxiliar no aumento da valorização 
profissional, em que a empresa mostra preocupação com seus 
trabalhadores, e assim, gerar benefícios à saúde física e mental 
deles, além de aumentar a produtividade no serviço prestado.
IMPORTANTE
A ergonomia pode ser dividida em três tipos: ergonomia física, ergonomia 
cognitiva e ergonomia organizacional. A ergonomia física é definida como o estudo das 
atividades anatômicas, fisiológicas e biomecânicas do homem durante sua atividade 
física, tais como, a repetitividade,as cargas, postura de trabalho e outros. Já a ergonomia 
cognitiva estuda os processos mentais, como a percepção e raciocínio, envolvendo a 
carga mental de trabalho e tomada de decisão. Por outro lado, a ergonomia organizacional 
estuda a concepção do trabalho, jornadas de trabalho e outras atividades a nível de 
gestão (DEFINITION [...], 2016).
143
FIGURA 2 – TIPOS DE ERGONOMIA
FONTE: Vidal (2000, p. 16)
De acordo com IIDA (2003), a ergonomia atua em todas as áreas, desde um 
pequeno escritório até plantas industriais de alto nível, de um modo peculiar, observando 
alturas de mesas e cadeiras, ruídos, temperatura do ambiente e todo e qualquer item 
que possa prejudicar a saúde do trabalhador. 
Pensando nas atividades oriundas da ergonomia, observam-se três seguimentos: 
a ergonomia de correção, ergonomia de concepção e ergonomia de conscientização. 
A ergonomia de correção propõe mudanças no posto de trabalho, como iluminação e 
disposição da sala. A ergonomia de concepção altera os instrumentos do trabalhador, 
como máquinas e sistemas. E a ergonomia de conscientização atua na orientação dos 
profissionais com foco em explicar os problemas e fazer com que adotem as medidas 
preventivas (IIDA, 2003).
 
A fim de demonstrar quão enorme são os problemas ocasionados pelas 
atividades executadas no trabalho, as pesquisadoras Casarotto e Mendes (2003) 
realizaram estudo intitulado “Queixas, doenças ocupacionais e acidentes do trabalho 
em trabalhadores de cozinhas industrias”, em que avaliaram 257 trabalhadores de cinco 
cozinhas industriais, com faixa média de idade de 37,8 anos, sendo a mais velha com 64 
e a mais nova com 21 anos. 
Os resultados demonstraram que cerca de 43,0% das pessoas apresentaram 
dores nas pernas, 39,2% dores nos pés e 38,1% dores na lombar e ombros. Além disso, a 
pesquisa também demonstrou que 2% obtiveram problemas psiquiátricos, reumáticos, 
alergias, visuais ou auditivos e aproximadamente 11% com problemas na coluna. 
De acordo com Vidal (2000), a ergonomia possui algumas modalidades de 
atuação, dentre elas:
• Ergonomia de produto: trabalha com o desenvolvimento de novos produtos com 
base em normas ergonômicas;
• Ergonomia de produção: estuda as formas de produção, layout fabril e outros;
144
• Ergonomia de intervenção: busca desenvolver programas de intervenção econômica;
• Ergonomia de concepção: desenvolvimento de projetos ergonômicos para novas 
plantas ou processos fabris. Tal procedimento reduz os custos com intervenções 
futuras;
• Ergonomia de correção: trabalha na correção de processos que já se encontram em 
execução, podendo ser micro ou macro, em um ou vários elementos;
• Ergonomia de remanejamento: estuda a realocação de máquinas e equipamentos 
em um parque fabril em busca de resolver ou amenizar os problemas ergonômicos;
• Ergonomia de modernização: busca certificações, como por exemplo, ISO-900.
A interação da ergonomia e o trabalho pode atuar desde os sentidos fundamentais 
até a temperatura do trabalhador, conforme pode ser observado na Figura 3. 
FIGURA 3 – INTERAÇÃO TRABALHADOR E ERGONOMIA
FONTE: Adaptado Vidal (2000) 
´
´
O Ministério da Saúde em seu relatório Série A. Normas e Manuais Técnicos, 
n° 103 apresenta um modelo geral das atividades executadas pelos trabalhadores, 
demonstrando as posturas de cada atividade (BRASIL, 2001). Nesse modelo fica 
evidente como os trabalhadores estão expostos a trabalhos repetitivos ou com posições 
fixas. Além disso, embora apresentado em 2001, este modelo remete às situações ainda 
presentes, por exemplo, os operadores em linha de montagem industrial, os cargos 
administrativos (bancários, secretários, atendentes, entre outros), os operadores de 
caixa e prestadores de serviço, ambos executam suas atividades de maneira repetitiva 
ao longo da jornada de trabalho.
145
FIGURA 4 – EXEMPLOS DE ATIVIDADES LABORAIS 
FONTE: Brasil (2001, p. 11)
Todavia, não são somente estas atividades que exercem problemas à saúde 
do trabalhador, os profissionais de limpeza, por exemplo, são submetidos a lesões 
ocasionadas devido às posturas durante o trabalho diário, conforme evidenciado pela 
Figura 5.
FIGURA 5 – PROFISSIONAL DE LIMPEZA COM ILUSTRAÇÃO DAS LESÕES
FONTE: Brasil (2001, p. 11)
2.1 DISTÚRBIOS OCUPACIONAIS
Alguns termos, como lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios 
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), abrangem ao que se refere a doenças 
no musculoesquelético (BRASIL, 2001). Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), 
tais distúrbios possuem as seguintes características:
146
• Fadiga neuromuscular causada por trabalho realizado em posição fixa ou com 
movimentos repetitivos.
• Dor, formigamento, dormência, choque, peso e fadiga precoce.
• Tendinite, tenossinovite e sinovite, causados geralmente nos ombros, cotovelos, 
punhos e mãos. 
• Síndrome miofascial, mialgia, síndrome da tensão do pescoço, distrofia simpático-
reflexa.
2.2 ERGONOMIA E A TECNOLOGIA
A utilização da tecnologia trouxe diversas vantagens e desvantagens. O uso 
dos computadores, por exemplo, embora tenha facilitado diversas atividades laborais, 
também ocasiona problemas ergonômicos, especialmente devido à postura incorreta 
na hora de sentar, na altura dos braços referentes ao teclado e na altura da tela em 
relação à visão. 
De acordo com Couto (1991), os problemas ergonômicos causados pela utilização 
dos computadores estão diretamente relacionados com o mobiliário inadequado de 
trabalho, trabalhar com o monitor posicionado para a lateral, trabalhar com o telefone 
preso entre o pescoço e o ombro, monitor e teclado muito alto ou baixo, uso do mouse 
longe do corpo e dificuldade visual em relação ao monitor.
Couto (1991), ainda destaca algumas recomendações para se organizar 
ergonomicamente durante as atividades executadas com computador, sendo elas:
• mesa com altura de 75 cm, largura de aproximadamente 80 cm e comprimento de 
120 cm. Há uma ressalva quanto à altura da mesa para pessoas muito altas ou muito 
baixas, sendo necessária uma adequação. E em caso de utilização compartilhada da 
área de trabalho, deve possibilitar ajustes/regulagem para cada usuário;
• o monitor de vídeo deve formar um ângulo de leitura de 32 a 44 graus;
• os antebraços devem estar horizontalizados e o teclado e o mouse devem estar na 
altura dos cotovelos;
• deve ser possível apoiar os braços quando necessário com regulação de altura, 
porém, durante a digitação, os punhos não devem estar apoiados;
• deve haver possibilidade de movimentar o teclado um pouco para a frente e um 
pouco para trás;
• deve-se sentar mantendo um ângulo tronco-coxa de aproximadamente 100 graus;
• os pés devem estar apoiados;
• levantar-se e movimentar-se durante 10 minutos a cada duas horas. Alongar-se.
147
FI
GU
RA
 6
 – 
PO
ST
U
R
A
 C
O
RR
ET
A
 V
ER
SU
S 
ER
RA
DA
 D
U
RA
N
TE
 E
X
EC
U
ÇÃ
O
 D
E 
TR
A
BA
LH
O
 E
M
 F
RE
N
TE
 A
O
 C
O
M
PU
TA
D
O
R
FO
N
TE
: <
ht
tp
s:
//w
w
w
.s
pd
m
.o
rg
.b
r/
m
ed
ia
/k
2/
ite
m
s/
ca
ch
e/
79
2d
89
10
71
ec
9b
83
dd
6c
57
c3
27
a3
ba
a5
_L
.jp
g>
. A
ce
ss
o 
em
: 2
 s
et
. 2
02
1.
148
2.3 PROBLEMAS NA COLUNA
Segundo Abdala (2012), anualmente no Brasil são gastos milhões de reais dos 
cofres públicos com tratamento, perda de produção e benefícios ao assegurado do INSS 
(Instituto Nacional do Seguro Social, devido à ocorrência de lesões na coluna vertebral. 
Todavia, muitos desses problemas poderiam ter sido evitados com a execução 
de políticas de saúde do trabalhador, por meio da ergonomia aplicada, visando corrigir a 
postura durante a execução das atividades. 
As principais causas de dores nas costas estão relacionadas com a fadiga 
muscular, torção da coluna, estiramento musculoligamentar, protusão intradiscal do 
núcleo pulposo e hérnia discal (COUTO, 1991). Além disso, o não conhecimento sobre o 
funcionamento do corpo por parte dos trabalhadores, podem aumentar ou agravar as 
lesões sobrea coluna.
As principais atividades que podem causar lesões da coluna dos trabalhadores, 
de acordo com Abdala (2012) são: 
• levantar, manusear e carregar cargas com peso acima de 25 kg;
• levantar e carregar cargas muito frequentemente, mesmo que não sejam pesadas;
• carregar cargas na cabeça;
• levantar e manusear cargas distantes do corpo (alto risco de lesão);
• levantar e manusear cargas em torção e flexão do tronco (com rotação da coluna 
lombar);
• pegar e manusear cargas volumosas e de difícil manejo (sem pegas ou alças, 
perigosas, quentes);
• trabalhar sentado mais de quatro horas por dia;
• trabalhar com o tronco encurvado (fletido);
• vibração de corpo inteiro (ex.: ao dirigir empilhadeiras).
Para mais informações sobre a relação ergonomia no trabalho e lesões na 
coluna vertebral acesse: https://www.youtube.com/watch?v=FFpOIbGjzF8.
DICA
2.4 CONFORTO TÉRMICO E LUMINOSIDADE
O corpo humano trabalha de modo a proporcionar o equilíbrio térmico, ou seja, 
possui características naturais de termorregulação corporal. Quando há uma variação 
na temperatura seja ela crescente ou decrescente, o corpo humano tende a dissipar ou 
armazenar calor (MOURA; XAVIER, 2012). 
149
A temperatura de sobrevivência do ser humano é de aproximadamente 37 °C. 
Quando se executa uma atividade com grande esforço físico o corpo tende a aumentar 
a temperatura, porém por meio da autorregularão, o corpo consegue garantir que a 
temperatura interna não altere através da dissipação de calor. 
O mesmo ocorre quando o corpo é exposto a baixas temperaturas (frio), o corpo 
reage para produzir calor garantindo que a temperatura na superfície da pele fique 
próximo a 34 °C (MOURA; XAVIER, 2012). Para Ruas (1999), o conforto térmico de uma 
pessoa (sensação de bem-estar), está relacionada à temperatura radiante média (trm), 
umidade relativa (UR), temperatura do ambiente (ta) e a velocidade relativa do ar (vr). E 
as sensações variam de pessoa para pessoa, ou seja, um ambiente confortável para um 
indivíduo pode ser frio ou quente para outro. 
Tratando-se de conforto térmico, a NR-17 (BRASIL, 2018b) indica que, em locais 
de trabalho que exijam um esforço intelectual e atenção constante, tais como, salas de 
controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, entre 
outros, o índice de temperatura efetiva deve estar entre 20 e 23 °C, com velocidade do 
ar não superior a 0,75 m.s-1 e umidade relativa do ar não inferior a 40 %. Desta forma, 
exercer atividades em locais com frio intenso podem causar desconforto, doenças 
ocupacionais e até a morte, caso haja perda excessiva de temperatura.
Em relação a saúde ocupacional, o artigo 253 da CLT (Decreto-Lei nº 5.452, 
de 1º de maio de 1943) diz que:
Para os empregados que trabalham no interior das câmaras 
frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente 
quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora 
e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um 
período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo 
como de trabalho efetivo (BRASIL, 1943).
E em seu artigo 183:
Nos estabelecimentos onde haja fontes de calor excessivo (fornos, 
caldeiras etc.) deverão ser previstos dispositivos especiais que 
protejam os trabalhadores na medida do possível, contra os efeitos 
prejudiciais do calor, a fim de serem mantidos os índices do conforto 
térmico exigidos [...] (BRASIL, 1943).
Ainda segundo essa Lei, a definição de frio varia conforme a região do mapa 
oficial do Ministério do Trabalho. Entre a 1ª e a 3ª zona é considerado frio quando a 
temperatura é igual ou inferior a 15°, na 4ª zona para temperatura igual ou inferior a 12°, 
e entre a 5ª e a 7ª zona temperaturas iguais ou inferiores a 10 °C.
150
Como medidas de proteção contra o risco térmico tem-se o capuz para crânio 
e pescoço, protetor facial para proteção da face e vestimentas para proteção do tronco 
(NR-6). No quesito iluminação dentro da ergonomia, a NR-17 (BRASIL, 2018b) estabelece 
os níveis mínimos necessários de luminosidade adequadas a cada tipo de atividade. 
De acordo com Queiroz et al. (2010), locais mal iluminados exigem um esforço 
maior da visão do indivíduo, provocando agressão à visão como fadiga e dores de 
cabeça. A permanecia nesta situação por um longo período pode ocasionar a perda de 
parte da capacidade visual. 
A má iluminação pode ser definida por níveis altos ou baixos de luz, distribuição 
incorreta da intensidade luminosa, cores inadequadas ao ambiente, lâmpadas e objetos 
de iluminação em mau funcionamento.
Há diversas doenças causadas por utilização de iluminação inadequada no 
ambiente de trabalho, dentre elas destaca-se irritação nos olhos, cansaço visual, 
distúrbios emocionais e problemas de pele (LORENZI, 2020). Além disso, a iluminação 
pode interferi diretamente no desempenho dos colaboradores, em decorrência da 
redução do ritmo e a falta de percepção de detalhes que culminam em erros de execução 
(QUEIROZ et al., 2010).
Dentro das normas brasileiras, a NBR 5413 trata especificamente de iluminação 
de ambientes. A norma pode ser aplicada a qualquer superfície, em que o valor de 
referência de luminosidade para o ambiente deve ser medido a 0,75 m do piso. Vale 
ressaltar que, segundo a NBR 5382, todo e qualquer campo de trabalho não deve possuir 
iluminância menor que 70% ao valor estabelecido.
Como exemplo, a sala de leitura de uma biblioteca deve possuir uma 
luminosidade entre 300 e 750 lux, conforme o NBR 5143, já o local das prateleiras dos 
livros pode estar entre 200 e 500 lux. Outro exemplo são os escritórios de desenho e 
arquitetura, nestes a iluminância vai de 750 a 1500 lux. Observe que a luminância varia 
conforme a atividade exercida no local, de modo a proporcionar um melhor conforto e 
menor desgaste da visão.
Sempre que possível deve-se fazer um melhor aproveitamento da luz natural, 
ela é a mais adequada ao ser humano. Entretanto, quando não estiver disponível, deve-se 
optar por luz da cor branca, buscando a não formação de sombras (LORENZI, 2020). 
151
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A ergonomia está associada a diversas áreas e ela é aplicada na correção, concepção 
e conscientização dentro do ambiente de trabalho.
• A ergonomia é dividida em ergonomia física (atividades anatômicas, fisiológicas e 
biomecânicas do homem), ergonomia cognitiva (os processos mentais) e ergonomia 
organizacional (concepção do trabalho, jornadas de trabalho e outras atividades a 
nível de gestão). 
• A utilização dos computadores auxiliou em diversos aspectos dentro do ambiente 
de trabalho, porém trouxe problemas ergonômicos que podem ser facilmente 
minimizados com a correção da postura, adequação da altura da mesa e do monitor, 
ajuste dos apoios para braços e pés e outros. 
• As lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados 
ao trabalho (DORT) são caracterizadas pela fadiga neuromuscular devido à realização 
de atividades com movimentos repetitivos. 
• As lesões na coluna são geralmente causadas em decorrência da execução de 
atividades laborais de maneira ergonomicamente inadequada. 
• A NR-17 estabelece que os ambientes de trabalho devem manter uma temperatura 
ambiente entre 20 e 23 °C, de maneira a garantir o conforto térmico. Porém, a 
temperatura que proporciona conforto térmico pode variar de pessoa para pessoa. 
• O controle da luminosidade pode auxiliar no aumento do desempenho dos 
colaboradores, uma vez que em condições ideias ela pode aumenta o ritmo e a 
percepção nos detalhes, diminuindo os erros de execução. 
152
1 O aumento do número de acidente e doenças oriundas das atividades laborais 
durante meados do século XX no Brasil, impulsionou a implementação de leis 
trabalhistas e normas regulamentadoras que garantem um ambiente saudável 
e seguro aos trabalhadores. Neste contexto, a NR-17 – Ergonomia – surgiu com o 
objetivo de “estabelecer parâmetros quepermitam a adaptação das condições de 
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores”. Sobre esse assunto, o 
que é ergonomia e qual sua abrangência?
2 A ergonomia é dividida em três tipos. A primeira é responsável por estudar as 
anatômicas, fisiológicas e atividades biomecânicas. A segunda, por estudar os 
processos mentais e a terceira, por estudar a forma de trabalho. Elas podem ser 
definidas por:
a) ( ) Ergonomia fisiológica, ergonomia psicológica e ergonomia estratégica.
b) ( ) Ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional.
c) ( ) Ergonomia psicológica, ergonomia estratégica e ergonomia linguística.
d) ( ) Ergonomia de produto, ergonomia de intervenção e ergonomia de concepção.
3 Os distúrbios ocupacionais ocasionados por esforços repetitivos (LER) e 
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) apresentam algumas 
características. Desta forma assinale a afirmativa que melhor se adéqua a estes 
distúrbios:
a) ( ) Fadiga muscular por movimento realizado em posições fixas ou movimentos 
repetitivos, dor musculares, formigamento, dormência, choque, entre outros.
b) ( ) Fadiga muscular por movimento realizado em posições fixas ou movimentos 
repetitivos, irritação nos olhos, formigamento, entre outros.
c) ( ) Fadiga muscular por movimento realizado em posições fixas ou movimentos 
repetitivos, irritação nos olhos, problemas de pele, entre outros.
d) ( ) Fadiga muscular por movimento realizado em posições fixas ou movimentos 
repetitivos, distúrbios emocionais, entre outros.
4 Dentre as funções exercidas pelo corpo humano, o controle de temperatura através 
da autorregulação pode ser considerado um dos aspectos fundamentais, pois o 
excesso ou ausência de temperatura pode ocasionar o mau funcionamento dos 
órgãos internos do corpo humano. Assinale a alternativa CORRETA:
AUTOATIVIDADE
153
a) ( ) A temperatura ideal do corpo humano e de aproximadamente 40 °C.
b) ( ) Quando submetido a baixas temperaturas, a temperatura externa corporal pode 
chegar no mínimo a 30 °C.
c) ( ) A temperatura que proporciona conforto térmico pode variar de pessoa para 
pessoa.
d) ( ) O frio embora possa causar desconforto não é suficiente para ocasionar a morte. 
5 A NR-17 estabelece que o ambiente de trabalho deve manter as condições de 
luminosidade e conforto térmico de modo a proporcionar ao trabalhador o máximo de 
conforto, segurança e desempenho. Neste sentido, qual é a importância do conforto 
térmico e da luminosidade no ambiente de trabalho?
154
155
AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a importância do primeiro atendimento 
prestado a vítimas de acidentes ou mal súbitos, conhecido como primeiros socorros. 
Aprenderemos as etapas desse primeiro atendimento do qual fazem parte avaliar o local 
do acidente, avaliar o estado geral do acidentado, manter contato com o serviço de 
emergência e monitorar e manter os sinais vitais da vítima. Também conheceremos os 
principais traumas ocorridos em ambientes de trabalho, quais seus principais sinais e 
sintomas e os procedimentos mais adequados a serem realizados para cada tipo de 
trauma especifico. 
Além disso, aprenderemos sobre a definição de toxicologia, quais os efeitos e 
as principais vias de absorção das substâncias tóxicas. Entenderemos a intoxicação, 
suas fases, as interações toxicológicas e quais os principais sintomas de uma vítima de 
intoxicação. 
Por fim, abordaremos as diversas doenças ocupacionais causadas tanto pelas 
substâncias tóxicas quanto por aquelas não tóxicas, mas que podem causar efeitos 
negativos na saúde do trabalho. Dentre essas falaremos especificamente sobre as 
doenças das vias aéreas, dermatoses e intoxicação por solventes e metais. 
2 PRIMEIROS SOCORROS 
Primeiros Socorros é o primeiro atendimento prestado a uma vítima de acidente 
ou de mal súbito, realizado ainda no local do ocorrido. Ele visa preservar a vida do 
paciente, promover a sua recuperação (quando possível) e evitar que haja piora no 
estado clínico até a chegada do atendimento especializado. Esse primeiro atendimento 
é previsto pela Norma Regulamentadora NR-7 (Redação dada pela Portaria SEPRT nº 
6.734, de 10 de março de 2020), que diz:
O empregador deve garantir a disponibilidade, no local de trabalho, 
de recursos médicos, incluindo oxigênio medicinal de superfície, e 
de pessoal necessário para os primeiros socorros, em casos de 
acidentes descompressivos ou outros eventos que comprometam 
a saúde dos trabalhadores na frente de trabalho sendo que o 
planejamento desses recursos cabe ao médico qualificado (BRASIL, 
2020, p. 27).
156
Os primeiros socorros podem ser realizados por qualquer pessoa devidamente 
treinada que tenha controle, compreensão e confiança no atendimento a ser realizado. 
Para tanto, pessoas que diante de uma situação de emergência apresentem reações 
emocionais de ansiedade, pânico, disfunção orgânica (demais, tremores), depressão e 
hiperatividade não são recomendadas para realizar os primeiros socorros. 
Um bom socorrista deve manter a calma, organizar o pensamento e ter 
autocontrole antes de iniciar a assistência. Além disso, deve demostrar positividade 
a vítima, mantendo-a calma e facilitando no atendimento. Mesmo para aqueles 
pacientes que pareçam estar desacordadas a calma é fundamental, pois podem estar 
semiacordadas e ouvindo as pessoas ao seu redor. O estado geral do acidentado pode 
se agravar se ele estiver com medo, ansioso e sem confiança em quem está cuidando.
Vale destacar, que antes de qualquer coisa, o socorrista deve atentar a sua 
própria segurança. Porém, não prestar atendimento pode ser considerado omissão de 
socorro e gerar pendências jurídicas. Se não tem condição de ajudar, ao menos acione 
o serviço de atendimento especializado. 
2.1 ETAPAS DO ATENDIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS 
Após a ocorrência de um acidente, o socorrista deve iniciar o procedimento de 
assistência avaliando o local do acidente. Neste momento, deve-se obter o máximo de 
informações possíveis do acidente, procurar por pessoas que possam auxiliar, dando 
ordens breves, claras, objetivas e concisas, evitar o pânico das pessoas ao redor e manter 
afastados os curiosos, evitando confusões e abrindo espaço de trabalho (BRASIL, 2003). 
Também deve ser realizada uma avaliação sobre os perigos a qual o acidentado 
e as pessoas que prestam o socorro possam estar expostos, por exemplo, tráfego de 
veículos, andaimes, vazamento de gás, fios elétricos soltos e desencapados e outros. No 
caso de identificação de algum perigo, providências para eliminação devem ser tomadas 
imediatamente. A sinalização e isolamento da área do acidente é um passo fundamental 
para evitar alguns perigos e manter os curiosos afastados. 
Em seguida, o socorrista deve avaliar o estado geral do acidentado. Essa 
avaliação deve ocorrer simultânea ou imediatamente após a avaliação do local do 
acidente. Nessa etapa, o socorrista deve verificar no acidentado (BRASIL, 2003):
• Estado de consciência: verificar se o acidentado está consciente ou inconsciente. O 
estado de consciência do paciente pode ser verificado fazendo perguntas simples, 
como o nome da pessoa, idade, o que ele está sentindo, ou pedindo para que ele 
realize alguns pequenos movimentos específicos.
• Respiração: a avaliação da respiração deve ocorrer verificando os movimentos 
torácicos e abdominais relativos à respiração como a subida e descida do tórax e 
saída de ar pela boca e nariz. Em casos de verificação da falta de respiração por parte 
157
do paciente é necessário realizar a desobstrução das vias aéreas. A desobstrução 
pode ocorrer por meio da manobra de elevação da mandíbula e, em casos mais 
graves, a manobra de respiração boca a boca.
FIGURA 7 – ABERTURA DA VIAS AÉREAS
FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/1591199/>. Acesso em: 10 set. 2021.
• Verificação do bombeamento cardíaco: esse procedimento pode ser realizado 
verificandoos pulsos, seja ele periférico ou central. Para isso, os dedos indicadores e 
médio são utilizados para pressionar a artéria contra o osso e sentir o batimento. Na 
falta de batimento o paciente está em parada cardíaca e as manobras de massagem 
cardíaca e ventilação devem ser iniciadas imediatamente. 
FIGURA 8 – VERIFICAÇÃO DO PULSO
FONTE: <https://suportebasicodevida.com.br/wp-content/uploads/2018/09/verificasao-do-pulso-no-sbv-
01-suporte-basico-de-vida-sbv-treinamentos.jpg>. Acesso em: 10 set. 2021.
• Hemorragia: verificar se há presença ou não de sangramento. Se a hemorragia 
é interna, o socorrista deve aplicar gelo ou compressas frias no local suspeito e 
providenciar transporte urgente para um pronto atendimento. Se a hemorragia é 
158
externa, o socorrista deve realizar pressão direta, elevação dos membros e quando 
necessário, torniquete (o torniquete somente deve ser realizado na falta de eficácia 
da pressão direta e elevação de membros). 
• Temperatura do corpo: verificar a temperatura das extremidades do corpo e face, que 
pode ser realizado pela sensação de tato.
• Pupilas: verificar dilatação e simetria das pupilas.
Essa avaliação deve ser realizada com muita cautela por parte do socorrista, 
de maneira a não aumentar os impactos do acidente sobre o acidentado. Com as 
informações do estado geral do paciente, as ações a seguir poderão ser definidas. 
O próximo passo é entrar em contato com o serviço de atendimento especializado. 
Os principais órgãos de atendimento a emergência no Brasil são o Corpo de Bombeiro, o 
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e em algumas localizadas a própria 
polícia. Durante o contato, a pessoa deve informar, o local onde a vítima está (se possível 
com locais de referência), as causas do acidente, o número de vítimas e o estado geral 
do acidentado de forma clara, breve e precisa. Com essas informações, o serviço de 
atendimento poderá se planejar para atendimento da melhor maneira possível. 
Com todas essas etapas realizadas, o socorrista deve monitorar e manter os 
sinais vitais do acidentado até a chegada o serviço de atendimento especializado. 
O corpo de bombeiro e SAMU podem ser contatados em 
todo o território brasileiro por meio dos telefones 193 e 192, 
respectivamente.
DICA
2.2 PRIMEIROS SOCORROS PARA VÍTIMAS DE TRAUMAS
Em ambientes empresariais os principais acidentes que ocorrem são ferimentos 
de modo geral, hemorragias, fraturas, luxações, entorses, choque elétrico, insolação, 
intoxicação e queimaduras. Cada um desses ferimentos deve ser tratado nos primeiros 
socorros de maneira específica. 
2.2.1 Hemorragia
As hemorragias consistem na saída de sangue do organismo para o meio 
externo e interno. Ela pode ser classificada em hemorragia arterial ou venosa. Na 
hemorragia arterial, o indivíduo tende a sangra em maior quantidade, com uma saída 
159
em forma de jato e uma coloração de vermelho intenso. Na hemorragia venosa, por 
sua vez, o sangramento tende a ser contínuo e apresenta uma coloração de vermelho 
mais escuro. Além disso, as hemorragias podem ser classificadas em externas, quando 
o sangramento é visualizado para fora do corpo, e interno, quando é dentro de alguma 
cavidade do organismo, como no crânio e abdômen (REIS, 2021). 
Em casos de hemorragia, o extravasamento do sangue é o sinal mais perceptível 
de identificação, principalmente de uma hemorragia externa. Os sintomas de diminuição 
da pressão arterial, sede, fraqueza, alteração do nível de consciência e estado de 
choque podem indicar uma hemorragia interna. Além disso, outros sinais podem indicar 
uma hemorragia como rigidez abdominal, manchas extensas e arroxeadas pelo corpo, 
e feridas que podem ser penetrantes em alguma parte do corpo. Vale destacar que, a 
maneira como o acidente ocorreu também é um indicativo que a vítima tenha algum 
tipo de hemorragia.
Na identificação de uma hemorragia externa, os primeiros procedimentos 
são a realização da pressão direta seguida da compressão manual direta. Em casos 
de utilização de compressas ou gases, jamais retirar essa primeira camada, pois ela 
auxilia na coagulação do sangue e diminuindo o sangramento. Em seguida, caso os 
procedimentos acima não tenham sido suficientes para conter a hemorragia, realiza-se 
a elevação da parte do corpo que está ocorrendo o sangramento. Uma terceira medida é 
a realização do torniquete. Esse procedimento somente deve ser realizado em casos de 
extrema necessidade, como de amputação, e o socorrista tenha segurança em fazê-lo 
(REIS, 2021). 
2.2.2 Fraturas, luxações e entorses 
A fratura é uma ruptura parcial ou total do osso, que pode ser classificada 
em fechadas, quando não houve perfuração da pele, ou abertas, quando o osso fica 
exposto, ou seja, há rompimento da pele. A luxação, por sua vez, é o desalinhamento 
das extremidades ósseas de uma articulação, porém sem fratura do osso. E o entorse é 
uma separação momentânea da estrutura articular, afetando músculos e tendões que 
circundam essa articulação (NASCIMENTO, 2015).
Os principais sintomas de uma fratura são dor, impotência funcional, 
deformidade ou descontinuidade do segmento fraturado, aumento de volume por edema 
ou sangramento, ou volume do osso exercido na musculatura e crepitação (ruídos, 
estalos). Vale ressaltar que os socorristas devem evitar a provocação de crepitação 
intencionalmente. 
No primeiro atendimento de vítimas com fraturas, luxações ou entorse, o 
socorrista deve imobilizar o local afetado, incluindo toda a articulação proximal e distal, 
ou seja, ultrapassando as articulações, prevenindo assim movimentações indesejadas 
e minimizando a probabilidade de lesões futuras. Também podem ser realizadas 
160
as compressas frias, no caso de entorse. Além disso, caso haja hemorragia, os 
procedimentos de contenção devem ser tomados. Vale destacar que jamais deve se tentar 
colocar o osso no lugar, isso é um trabalho para o serviço de atendimento especializado. 
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DE FRATURA, LUXAÇÃO E ENTORSE
FONTE: Adaptada de <https://www.richet.com.br/clientes/novidades/saiba-a-diferenca-entre-fratura-
fissura-luxacao-e-entorse/>. Acesso em: 10 set. 2021.
2.2.3 Lesões na coluna vertebral
Esse tipo de fratura é de extrema importância, pois dentro da coluna vertebral 
está a medula óssea responsável pela transmissão de impulsos nervosos para os 
membros e outras partes do corpo. O socorro de forma errada a vítimas de traumas na 
coluna vertebral pode causar lesões irreversíveis, como a paralisia e perda parcial ou 
total da movimentação.
O procedimento correto para esse tipo de socorro é manter a vítima imóvel caso 
não haja equipamentos adequados para seu atendimento. Para evitar a movimentação 
da coluna é importante realizar a imobilização da cabeça, que pode ser feita por meio da 
utilização do colar cervical, ou na falta desse, com as próprias mãos (BENTO; SOUSA, 2020). 
FIGURA 10 – ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL 
FONTE: <https://bit.ly/3qLUXYb>. Acesso em: 11 set. 2021.
161
2.2.4 Queimaduras
As queimaduras são lesões produzidas por agentes químicos ou físicos, tais 
como gases, líquidos, substâncias químicas, eletricidade e radiação, que tendem a 
provocar destruição de tecidos orgânicos (CARDOSO; ORGAES; GONELLA, 2012). Elas 
são classificadas conforme a região do corpo que atingem em queimaduras de primeiro, 
segundo e terceiro grau.
As queimaduras de primeiro grau são aquelas de atingem a epiderme, ou seja, a 
camada mais externa da pele e seus principais sintomas são pele avermelhada e quente 
e dores intensas. As queimaduras de segundo grau atingem tanto a epiderme quando 
a derme (uma camada mais interna da pele) e causam, além da vermelhidão e dores 
intensas, a formação de bolhas com líquidos. 
A queimadura de terceiro grau, por sua vez, atinge, além das camadas da 
pele, órgãos mais internos como as estruturas musculares e ósseas. Nesse tipo de 
queimadura, a vítima não apresenta sintomas de dor, pois suas terminações nervosas 
foramperdidas, porém pode entrar em estado de choque.
O primeiro passo no atendimento de vítimas com queimaduras é parar o 
processo, caso ainda haja presença de fogo. Para isso, deve-se apagar com água ou 
cobrir com cobertor o mais rápido possível, iniciando na cabeça ou rolando a vítima no 
chão. Também deve-se retirar as roupas queimadas, com exceção se estas estiverem 
coladas ao corpo, e proteger a área queimada com curativos ou panos limpos. Em casos 
de queimaduras com produtos químicos, deve-se rapidamente lavar a região queimada 
com água corrente. 
Vale destacar que, as bolhas formadas pelas queimaduras de segundo grau não 
podem se perfuradas e de forma alguma se deve aplicar qualquer substância (pomada, 
creme ou outros) diferente de água ou soro sobre a área queimada. 
3 TOXICOLOGIAS 
Diversas substâncias tóxicas podem ser encontras nos mais amplos ambientes 
de trabalho. Essas substâncias, dependendo da concentração e do tempo de exposição, 
podem alterar o estado de saúde dos trabalhadores. Neste sentindo, os trabalhadores 
da área de segurança do trabalho, com base nos conhecimentos sobre toxicologia e 
também nas normatizações a respeito da segurança do trabalho vão ter condições de 
conhecer os índices seguros de trabalhar com as substâncias tóxicas, além de poder dar 
orientações aos seus colaboradores sobre as formas de trabalhar mais adequadamente 
com essas substâncias evitando problemas a sua saúde. 
162
A toxicologia vem das palavras gregas toxikon, que quer dizer tóxico ou veneno, 
e logos, que quer dizer estudo, sendo, portanto, a “ciência que estuda os venenos” 
(SPRADA, 2013). Essa ciência estuda os efeitos adversos decorrentes da interação de 
substâncias tóxicas com os organismos e a partir disso buscar tratamentos emergenciais 
de maneira a neutralizá-lo (SANTOS; PINHEIRO, 2016).
Ela pode ser aplicada em diversas áreas, dentre elas clínica, química ou analítica, 
experimental, forense, social, profiláticas, industrial ou ocupacional, ambiental e outras. 
Dentre essas, a toxicologia ocupacional estuda as substâncias e materiais tóxicos dos 
quais os trabalhadores podem entrar em contato nos ambientes de trabalho, além de 
orientar e estabelecer critérios para evitar os seus efeitos negativos (SPRADA, 2013).
3.1 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS
Nem todas as substâncias químicas, necessariamente, tem o potencial de 
desenvolver um efeito tóxico no organismo humano. Porém, algumas substâncias, 
à medida que são acumuladas no organismo humano ao longo de muitos anos de 
exposição, tendem a aumentar o seu potencial de provocar uma intoxicação. 
Os agentes tóxicos podem ser classificados de acordo com a suas características 
físicas, químicas, de severidade ou de tipo de ação tóxica. Com base na severidade, as 
substâncias químicas podem ser classificadas em substâncias não tóxicas, substâncias 
levemente tóxicas e substâncias tóxicas.
As substâncias não tóxicas são aquelas que mesmo com contato contínuo e 
em altas concentrações não são capazes de provocar manifestações típicas de uma 
intoxicação. As substâncias levemente tóxicas quando em contato com o organismo 
humano, entre uma e dez vezes de exposição, tende a provocar sintomas leves de 
intoxicação. Já as substâncias tóxicas, com pouco contato, às vezes apenas uma 
vez, são capazes de causar uma intoxicação. Quanto mais tóxica for a substância, 
maior é o seu potencial para desenvolver manifestações desagradáveis e graves no 
organismo humano. 
3.1.1 Efeitos das substâncias tóxicas
Os agentes tóxicos podem desenvolver diferentes efeitos quando em contato 
com o organismo humano, sendo eles divididos:
• Asfixiante: interfere nos movimentos respiratórios, nos processos de troca gasosa 
entre o oxigênio e o gás carbônico, provocando a asfixia.
• Irritante: produz inflamação dos tecidos, desencadeando lesões de pele, lesões da 
mucosa e até processos alérgicos.
163
• Neurotóxico: atua diretamente no sistema nervoso, desencadeando sintomas de 
depressão e alteração de sensibilidade.
• Hepatotóxico: atua diretamente no tecido do fígado e por consequência causa 
alterações nas funções normais que esse órgão exerce no organismo humano.
• Mutagênico: provoca alterações nas sequências de base nitrogenadas no DNA e RNA, 
causando a mutação.
• Teratogênico: provoca malformação congênita em embrião ou feto.
3.1.2 Vias de absorção das substâncias tóxicas
As substâncias tóxicas são normalmente absorvidas no organismo humano por 
meio das vias (SPRADA, 2013):
• Cutânea ou dérmica: é aquela em que a substância é absorvida através da pele. 
Após a absorção essa substância acaba parando na circulação sanguínea e por 
consequência sendo leva para vários órgãos.
• Inalação: por meio da respiração de substâncias que se encontram no ar. Essa via é 
considerada uma das mais frequentes de intoxicação em ambientes industrias. 
• Ingestão: não sendo necessariamente absorção no organismo, a ingestão é aquela 
que o indivíduo entrar em contato com a substância tóxica pela boca e engole, indo 
diretamente para o sistema gastrointestinal. 
3.2 INTOXICAÇÃO
De acordo com Sprada (2013, p. 27), a “intoxicação é um processo patológico 
que pode ser causado por uma substância exógena ou endógena, causando um 
desequilíbrio fisiológico no organismo e consequentemente alterações bioquímicas”. 
Na maioria dos casos, os trabalhadores são expostos a substâncias exógenas, 
ou seja, de contato externo. As substâncias de ações endógenas, de contato interno, 
são normalmente causadas por microrganismos que colonizam nosso corpo, porém a 
sua contaminação, de modo geral, ocorre por contato exógeno. 
A intoxicação pode ser dividida em sobreaguda, aguda, crônica e subcrônica, 
sendo essa classificação definida de acordo com o período em que o trabalhador esteve 
em contato com a substância tóxica e a rapidez com que o processo tóxico ocorreu. Na 
intoxicação sobreaguda, o trabalhador sofre ação da substância tóxica imediatamente 
após o contato com a substância, levando frequentemente à morte dentro de minutos 
ou horas (PERUZZO, 2018). 
164
Na intoxicação aguda, geralmente, o trabalhador tem apenas um único contato 
com a substância e já desenvolve sintomas. Na maioria dos casos, essa intoxicação é 
causada pela falta de utilização dos equipamentos de proteção individual ou má uso e 
por falhas de processos. 
Como exemplo, imagine um frentista que trabalha em um posto de gasolina, ao 
descer nos tanques onde ficam os combustíveis para fazer algum tipo de verificação, 
esteja ele sem a utilização do EPI ou por alguma alteração das condições ambientais, o 
vapor da gasolina inalado daqueles tanques de combustíveis causou uma intoxicação 
imediata no frentista, sendo considerado assim uma intoxicação aguda. 
Na intoxicação crônica, o trabalhador geralmente vai ter contato contínuo com 
essa substância diariamente e ao longo dos anos os efeitos começam a ser sentidos. 
Para ser considerada uma intoxicação crônica, a manifestação dos sintomas deve 
ocorrer após um período maior que cinco anos de contato entre o trabalho e a substância 
tóxica. Um exemplo clássico desse tipo de intoxicação é para trabalhadores rurais que 
estão em contato diário com agrotóxicos e somente apresentam sintomas após longos 
anos de trabalho.
 
A intoxicação subcrônica, por sua vez, obedece a um intervalo não tão curto 
quando a aguda, de um único evento por um contato imediato, e também não tende a 
passar de um contato maior que cinco anos, ela se limita em termos de conceito entre 
três meses e cinco anos de duração. Por exemplo, um pintor que trabalha utilizando, o 
solvente da tinta ou a própria tinta emiti alguns gases que possui substâncias tóxicas, 
passando quatro anos nessa atividade o indivíduo desenvolve alguns sintomas de 
intoxicação, sendo considerada subcrônica porque não foi necessário que houvesse 
um período igual ou maior que cinco anos para que os sintomas fossem manifestados.
3.3 FASES DA INTOXICAÇÃO 
Para que ocorra a intoxicação de um indivíduo,necessariamente, precisa 
ocorrer a absorção de uma substância tóxica. Desde o momento da exposição até a 
manifestação dos sintomas existem quatro fases da intoxicação, sendo elas, a fase de 
exposição, de toxicocinética, de toxicodinâmica e clínica (PERUZZO, 2018). 
A fase de exposição é aquela em que a substâncias tóxica entrar em contato 
com o organismo humano. De acordo com Sprada (2013), é importante levar em 
consideração as características fundamentais da exposição, tais como a via de 
introdução, a frequência e a duração, a concentração do toxicante, quanto atingiu o 
indivíduo, quanto chega ao órgão alvo e outros.
165
A fase toxicocinética é aquela em que ocorre o movimento do agente tóxico 
dentro do organismo humano, desde a absorção até sua eliminação. Primeiramente, 
a substância tóxica é absorvida, depois ela vai ser distribuída através da corrente 
sanguínea, metabolizada em alguns órgãos e por fim é eliminada.
A fase toxicodinâmica é a ação de metabolização das substâncias tóxicas no 
organismo humano. Nessa fase, a substância tóxica se torna biodisponível, ou seja, 
consegue passar pelas células e barreiras do corpo humano e se iniciam os efeitos 
tóxicos, chegando ao quadro de intoxicação. Silbergeld (2000) definiu essa fase como a 
interação do toxicante em locais específicos na célula, resultando em um efeito tóxico. 
A última fase, a fase clínica, é aquela em que os sintomas são manifestados no 
indivíduo, sendo possível diagnosticar os efeitos causados pela intoxicação. 
FIGURA 11 – FASES DA INTOXICAÇÃO 
FONTE: <http://toxicologiaufsj.blogspot.com/2011/08/o-que-e-toxicologia-analitica.html>. 
Acesso em: 16 set. 2021.
3.4 INTERAÇÕES TOXICOLÓGICAS 
A interação toxicológica, ou interação entre as substâncias químicas, é quando 
uma substância pode alterar o feito de outra. Essa interação pode ocorrer nas fases de 
exposição, toxicocinética e toxicodinâmica e apresentam efeitos de adição, antagonismo, 
potenciação ou sinergismo (LEITE; AMORIM, 2012; PERUZZO, 2018). Segundo Leite e 
Amorim (2012, p. 09), esses efeitos podem ser definidos como: 
• Adição: o efeito da interação entre duas ou mais substâncias são manifestados como 
se ambas as substâncias fossem absorvidas individualmente, ou seja, é a soma dos 
efeitos produzidos individualmente. 
• Antagonismo: a interação entre duas ou mais substância provocar a diminuição dos 
efeitos sobre o organismo. Esse é considerado o melhor cenário em um caso de 
intoxicação.
I 
EXPOSIÇÃO
II
TOXICOCINÉTICA
III
TOXICODINÂMICA
IV 
TOXICODINÂMICA
Efeito NocivoVias de Introdução Absorção 
Distribuição 
Metabolização
Excreção
Natureza da
Ação
TOXICANTE 
DISPONIBILIDADE QUÍMICA
TOXICIDADE 
BIODISPONIBILIDADE
INTOXICAÇÃO 
SINAIS E SINTOMAS
166
• Potenciação: uma substância não tóxica acaba aumentando o efeito produzido por 
uma substância tóxica. 
• Sinergismo: o efeito da interação entre as substâncias é maior que a soma dos efeitos 
de cada substância individualmente. 
3.5 PRINCIPAIS SINTOMAS 
As formas de manifestação de uma intoxicação variam de acordo com a 
substância tóxica, a sensibilidade do indivíduo e a via de entrada. Sabendo que existem 
diversas substâncias que podem causar intoxicação, também poderá haver diversas 
formas de manifestação de seus efeitos. Os principais efeitos descritos por Perruza 
(2018) são:
• mudanças na consciência: delírio, convulsões, perda de consciência;
• dificuldade para respirar; 
• vômitos ou diarreia; 
• queimadura em torno da boca, língua ou pele, se ingerido tóxico, como por exemplo, 
a soda cáustica;
• mau hálito pela ingestão de minerais; 
• pupilas dilatadas; 
• dor de estômago; 
• distúrbios da visão (visão dupla ou visão manchada).
Sprada (2013) também destaca:
• febre acima de 37,7 graus;
• inchaço na garganta, língua ou lábios e ou dificuldade de engolir;
• fraqueza;
• tontura;
• alteração da coloração da pele como lábios e unhas ficarem azulados. 
Em casos de manifestação de sintomas de intoxicação, o primeiro passo é 
manter a calma, buscar ambientes arejados e procurar uma assistência médica o mais 
rápido possível. Além disso, é importante observar o rótulo ou bula do produto químico 
que causou a intoxicação e verificar se há algum tipo de antídoto ou medida emergencial 
de atendimento (SPRADA, 2013). 
Nunca use medicamentos sem orientação médica, nem tome bebidas 
alcoólicas ou leite após uma intoxicação.
ATENÇÃO
167
3.6 DOENÇAS OCUPACIONAIS 
Segundo Sprada (2013, p. 68), “a doença ocupacional é vista como uma alteração 
na saúde do trabalhador, que pode ser adquirida pela exposição aos fatores que podem 
ser químicos, físicos, biológicos ou radioativos, muitas vezes sem o uso do equipamento 
de proteção (EPI)”. 
As doenças ocupacionais são causadas tanto por substâncias tóxicas quanto 
por aquelas que não necessariamente desenvolvam efeitos de intoxicação, mas podem 
trazem uma repercussão na saúde do trabalhador. 
Em muitos casos essas doenças são ocasionadas pela falta ou uso indevido 
dos equipamentos de proteção individual, que são regulamentos e orientados através 
de normas, como a NR-6 (BRASIL, 2018a). As doenças ocupacionais são divididas em 
doenças das vias aéreas, dermatoses e intoxicação por solventes e metais.
 
As doenças das vias aéreas são denominadas de pneumoconioses. De acordo 
com a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2010), elas são classificadas em 
cinco grandes grupos sendo eles: (1) causadas por poeiras de minerais esclerogênicos, 
que deformam a árvore brônquica do trabalhador; (2) causadas por poeira de metais 
pesados; (3) causada por poeiras de vegetais, como por exemplo o pó de madeira; (4) 
asma ocupacional causada por agentes sensibilizadores ou irritantes; e (5) alveolite 
alérgica extrínsecas e suas sequelas, causadas pela inalação de poeira orgânica.
A principais doenças ocupacionais causadas pelas vias aéreas são: úlcera do 
septo nasal, bronquite crônica ocupacional, enfisema pulmonar, silicose, asbestose, 
pneumoconiose dos trabalhadores do carvão, fibrose pleural, e câncer (adenocarcinoma 
dos seios da fase, carcinoma broncogênico e mesotelioma). 
Para que ocorra uma intoxicação a substância precisa ser 
absorvida pelo corpo. Para tanto, o tamanho mínimo que 
uma substância deve ter, para ser absorvida através da 
árvore respiração, é de no mínimo de 5 μm. Acima disso, ela 
somente fica acumulada.
IMPORTANTE
As doenças dermatoses, ou seja, que se manifestam através da pele e mucosa 
podem ser causadas pelo contato com substâncias químicas, agentes físicos, agentes 
mecânicos e agentes biológicos. As principais doenças que englobam as dermatoses 
são queimaduras, infecções, dermatite alérgica, furúnculos ocupacionais, discromia, 
edema de glote, úlcera, câncer e outros. 
168
FIGURA 12 – ILUSTRAÇÕES DE DERMATITE ALÉRGICA
FONTE: <https://bit.ly/3kK6m6O>; <https://bit.ly/3ciALVk>. Acesso em: 16 set. 2021.
Também existem as doenças causadas pela inalação de solventes e metais. 
Devido a sua propriedade lipofílica, os solventes são capazes de serem absorvidos 
rapidamente pelo organismo e causar efeitos de intoxicação nos mais variados órgãos, 
como sistema nervoso central, fígado, rins e promover processos cancerígenos. A 
síndrome dos pintores é um exemplo clássico de intoxicação pela inalação de solventes. 
Essa doença provoca depressão, desempenho psicomotor retardado, alteração de 
personalidade e redução da memória recente. 
As doenças causadas pela inalação dos metais podem apresentar diversas 
manifestações a depender do metal. A inalação do arsênico, por exemplo, pode 
causar fadiga, problemas gastrintestinais, hiperqueratose, hepatomegalia, cirrose, 
neoplasia pulmonar, hepática e cutânea. Em relação ao cádmio, podem desenvolver 
rinorreia, dispneia, edema pulmonar, enfisema, proteinúria, anemia, câimbras, vertigens 
e dores ósseas. A inalação de chumbo pode desencadear alterações hematológicas, 
distúrbios gastrintestinal, falência renal, distúrbios cardíacos e problemas musculares.A inalação do mercúrio, por sua vez, pode causar leões orais, do estômago, intestino 
e fígado, teratogenia, necrose do túbulo renal, aumento da sensibilidade térmica e 
dolosa, alteração nos reflexos e coordenações motoras, insônia, timidez, ansiedade, 
cefaleia e outros. Como dito anteriormente, cada metal apresenta reações diferentes 
e é importante verificar qual metal pessoa está tendo em contato e quais os efeitos da 
sua inalação. 
169
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os primeiros socorros são previstos pela NR-7 e tem por objetivo preservar a vida 
da vítima, promover sua recuperação e evitar que haja piorar do estado clínico até a 
chegada do atendimento especializado. 
• Durante os primeiros socorros, o socorrista dever realizar os procedimentos seguindo 
a ordem: avaliar o local do acidente, avaliar o estado geral do acidentado, manter 
contato com o serviço de emergência e monitorar e manter os sinais vitais da vítima.
• Algumas substâncias químicas têm o potencial de desenvolver efeitos negativos 
no organismo humano. Essas substâncias podem ser classificadas em não tóxicas, 
levemente tóxicas e tóxicas.
• A intoxicação somente ocorre quando uma substância tóxica é absorvida pelo corpo 
e esse processo é dividido em quatro fases, sendo elas exposição, toxicocinética, 
toxicodinâmica e clínica. 
• As interações toxicológicas, quando uma substância pode alterar o efeito da outra, 
podem ser de efeito adição, antagonismo, potenciação ou sinergismo.
170
1 O atendimento de primeiros socorros pode ser fundamental para salvar a vida de uma 
vítima de acidente. Durante a avaliação do estado geral da vítima, o socorrista deve 
seguir algumas etapas, quais são elas?
2 Nos atendimentos de primeiros socorros, após a avaliação do local do acidente e do 
estado geral do acidentado, o próximo passo é entrar em contato com o serviço de 
atendimento especializado. Quais são as informações básicas que o socorrista deve 
passar durante esse contato?
3 Após o contato com uma substância tóxica por cinco anos, um trabalho manifesta 
sinais de intoxicação. Qual tipo de intoxicação esse trabalhador manifestou?
a) ( ) Sobreaguda.
b) ( ) Aguda. 
c) ( ) Subcrônica. 
d) ( ) Crônica.
4 A interação toxicológica, ou interação entre as substâncias química, é quando uma 
substância pode alterar o efeito de outra. Essa interação pode ocorrer nas fases de 
exposição, toxicocinética e toxicodinâmica e apresentam efeitos de:
a) ( ) Adição, antagonismo, combinação e cooperação.
b) ( ) Adição, antagonismo, potenciação e sinergismo. 
c) ( ) Diminuição, combinação, cooperação e potenciação. 
d) ( ) Diminuição, antagonismo, potenciação e sinergismo.
5 As doenças ocupacionais são causadas tanto por substâncias tóxicas quanto por 
substâncias que não necessariamente desenvolvam efeitos de intoxicação, mas 
podem trazer uma repercussão na saúde do trabalhador. Quais são os principais tipos 
de doenças ocupacionais que os trabalhadores podem desenvolver?
a) ( ) Doenças causadas pelas vias aéreas, dermatoses e pela inalação de solventes e 
metais.
b) ( ) Doenças causadas pelas vias aéreas e doenças genéticas. 
c) ( ) Doenças causadas pela inalação de solventes e metais, causadas pelo contato 
com a pele e doenças genéticas.
d) ( ) Doenças causadas pelas vias aéreas, dermatoses e genéticas.
AUTOATIVIDADE
171
TÓPICO 3 - 
GERENCIAMENTO DE RISCO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos os equipamentos de proteção coletiva 
(EPC), que tem por objetivo proteger um grupo de trabalhadores, e os equipamentos 
de proteção individual (EPI), que fornece proteção apenas a um trabalhador. Esses 
equipamentos auxiliam na diminuição dos acidentes de trabalho durante a realização 
das atividades laborais, garantindo a integridade física dos trabalhadores. Em seguida, 
estudaremos a comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA), definindo os 
representantes e suas atribuições, os treinamentos que os participantes devem realizar 
e os procedimentos do processo eleitoral e da implementação. 
Por fim, também estudaremos o mapa risco e como ele é utilizado para subsidiar 
o controle e a prevenção da saúde e segurança dos trabalhadores. Esse mecanismo é 
uma forma gráfica de apresentar o ambiente de trabalho e os riscos que o trabalhador 
está exposto ao desenvolver sua atividade naquele ambiente. 
2 EPCs E EPIs
Os EPCs são definidos pela NR-10 (redação dada pela Portaria MTE nº 598, 
de 7 de dezembro de 2004) como sendo “dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel 
de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos 
trabalhadores, usuários e terceiros” (BRASIL, 2019b, p. 12). Como exemplo desse tipo 
de equipamentos têm-se os extintores de incêndio, redes de proteção, sistemas de 
ventilação e exaustão, sensores de presença e placas de sinalização.
 
Os EPIs, por sua vez, são definidos pela NR-6 (redação dada pela Portaria SIT 
nº 25, de 15 de outubro de 2001) como “todo dispositivo ou produto, de uso individual 
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 2018a, p. 1). A exemplo têm-se os capacetes, 
botas e protetores auriculares. Além disso, também há os equipamentos conjugados 
de proteção individual que segundo a NR-6, é “todo aquele composto por vários 
dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam 
ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no 
trabalho” (BRASIL, 2018a, p. 1), tal como o capacete com protetor auricular conjugado. 
 Vale destacar que os EPIs somente deverão ser utilizados quando não for 
possível aplicar medidas de proteção coletiva capazes de conter os riscos a que os 
trabalhadores estão expostos em seu ambiente de trabalho (PANTALEÃO, 2019). 
172
2.1 TIPOS DE EPCs E SUAS APLICAÇÕES 
Os EPCs são utilizados para eliminar ou no mínimo reduzir os riscos a qual os 
trabalhadores estão expostos em seu ambiente de trabalho. As principais vantagens de 
sua aplicação são a redução dos acidentes, melhora das condições de trabalho, aumento 
da produtividade e diminuição de custo a longo prazo, devido a não necessidade de 
trocas frequentes (TEODORO, 2019). 
Existem diversos tipos de medidas de proteção coletiva, sendo que cada risco 
ou atividade industrial exige um tipo de EPC específico. A seguir serão apresentados os 
principais tipos e proteção oferecida por eles. 
2.1.1 Dispositivos de sinalização 
A sinalização de segurança é utilizada na advertência e identificação de um 
risco. Na NR-10 (BRASIL, 2019b), esse dispositivo tem por objeto: identificação de 
circuitos elétricos; travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e 
comandos; restrições e impedimentos de acesso; delimitações de áreas; sinalização 
de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas, 
sinalização de impedimento de energização; e identificação de equipamento ou circuito 
impedido. Os cones de sinalização, placas, fitas, cavaletes e pedestais são as principais 
formas de sinalização. 
FIGURA 13 – DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
FONTE: <https://stflex.com.br/files/produto11.jpg>. Acesso em: 16 set. 2021.
2.1.2 Extintores de incêndio 
Os extintores de incêndio são utilizados para neutralizar focos iniciais de 
incêndio. Existem extintores de diversos tipos para diversos usos, entre eles, o extintor 
com carga de água, com carga de espuma mecânica, com carga de dióxido de carbono 
e com carga de pó químico. 
173
FIGURA 14 – EXTINTORES DE INCÊNDIO
FONTE: <https://www.metaveiro.com/tudo-sobre-extintores/>. Acesso em: 16 set. 2021.
2.1.3 Exaustores de ar
Os exaustores são utilizados para auxiliar na circulação de ar e promover 
a remoção de substâncias agressivas (compostos químicos, partículas sólidas) do 
ambiente de trabalho fechado (SEIDEL, 2012). 
FIGURA 15 – EXAUSTORES DEAR FIXO E MÓVEL
FONTE: Adaptada de <https://www.lfmaquinaseferramentas.com.br/>. Acesso em: 16 set. 2021.
2.1.4 EPC para proteção de serviços com eletricidade
Além da sinalização de segurança, os serviços com eletricidade exigem outras 
medidas de proteção coletiva, tais como banqueta isolante, manta e cobertura isolante 
e travas para disjuntores. As banquetas, manta e cobertura isolante são usadas 
especialmente para criar uma barreira isolante ente o trabalhador e os condutores 
elétricos energizados. A trava para disjuntores impedem a religação de circuitos 
desenergizados durante a manutenção (SEIDEL, 2012).
174
FIGURA 16 – USO DE MANTA ISOLANTE DURANTE TRABALHO COM ELETRICIDADE
FONTE: <https://i.ytimg.com/vi/Z8Gh6BrYwj4/hqdefault.jpg>. Acesso em: 16 set. 2021.
Para mais informações sobre os EPCs e os seus diferentes tipos, veja o 
vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FzW6vy6DivQ.
DICA
2.2 PRINCIPAIS EPIs E SUAS APLICAÇÕES 
Os EPIs são escolhidos conforme a situação e o grau de risco a qual o trabalhador 
está exposto. Essa escolha não pode ser realizada por qualquer pessoa, mas sim por um 
profissional especializado na área de segurança do trabalho. 
A sua aquisição e fornecimento deve ser feita, obrigatoriamente, pela empresa, 
de forma gratuita e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Vale ressaltar 
ainda que, todos os EPIs devem possuir o certificado de aprovação (CA), emitido por um 
órgão licenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, conforme exigido pela NR-6 
(BRASIL, 2018a). 
2.2.1 EPI para proteção da cabeça 
Os EPIs para proteção da cabeça são normalmente capacetes e capuzes. Em 
relação aos capacetes, existem os de proteção contra impactos de objetos sobre o 
crânio, de proteção contra choques elétricos e de proteção do crânio e face contra 
agentes térmicos (NR-6). Além disso, existem os capacetes conjugados, como por 
exemplo os capacetes com abafador de ruído e os capacetes com protetor facial e 
abafador de ruído. 
175
FIGURA 17 – MODELOS DE CAPACETES DE PROTEÇÃO
FONTE: Adaptada de <https://casadosoldador.com.br/>. Acesso em: 18 set. 2021.
O capuz ou balaclava podem ser utilizados para proteção do crânio e pescoço 
contra riscos de origem térmica e de riscos químicos, contra agentes abrasivos e 
escoriantes e contra umidade proveniente de operações com uso de água (NR-6). 
FIGURA 18 – MODELOS DE CAPUZ DE PROTEÇÃO
FONTE: Adaptada de <https://americanvek.com.br/products/>. Acesso em: 18 set. 2021.
2.2.2 EPI para proteção dos olhos e face
Conforme a NR-6 (BRASIL, 2018a), os EPIs para proteção dos olhos e face 
são óculos, protetores faciais e máscara de solda. Os óculos podem ser utilizados 
para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes (pó, pedaços de vidro, 
madeira, outros), luminosidade intensa, radiação ultravioleta e radiação infravermelha. 
Especificamente tem-se os óculos de tela para proteção limitada dos olhos contra 
impactos de partículas volantes. 
176
FIGURA 19 – MODELOS DE OCULOS DE PROTEÇÃO
FONTE: Adaptada de <https://www.rjepi.com.br/oculos-de-protecao/>. Acesso em: 18 set. 2021.
O protetor facial é utilizado para proteção da face contra impactos de partículas 
volantes, radiação infravermelha, radiação ultravioleta, luminosidade intensa e riscos de 
origem térmica. 
FIGURA 20 – MODELOS DE PROTETOR FACIAL
FONTE: Adaptada de <https://www.rjepi.com.br/ protetor-facial->. Acesso em: 18 set. 2021.
A máscara de solda é um equipamento de proteção individual, especialmente, 
utilizada por soldadores para a proteção dos olhos e da face contra os impactos de 
partículas volantes, luminosidade intensa, radiação violeta e radiação infravermelha. 
FIGURA 21 – MODELO DE MÁSCARA DE SOLDA
FONTE: Adaptada de <https://www.rjepi.com.br/mascara-de-solda>. Acesso em: 18 set. 2021.
177
2.2.3 EPI para proteção auditiva 
Na proteção auditiva, os EPIs definidos pela NR-6 são: protetor auditivo 
circum-auricular, de inserção e semiauricular. Ambos têm por objetivo de garantir a 
proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superior aos estabelecidos 
nos Anexos 1 e 2 da NR-15 (BRASIL, 2019c). 
FIGURA 22 – MODELO DE PROTETORES AURICULAR
FONTE: Adaptada de <https://www.superepi.com.br/>. Acesso em: 18 set. 2021.
2.2.4 EPI para proteção respiratória 
Os EPI de proteção respiratória são divididos em respirador purificador de ar 
não motorizado, respirador de ar motorizado, respirador de adução de ar tipo linha de ar 
comprimido, respirador de adução de ar tipo máscara autônoma e respirador de fuga. 
O respirador purificador de ar não motorizado pode ser do tipo semifacial filtrante - 
PFF1 (contra poeiras e névoas), PFF2 (contra poeiras névoas e fumos), PFF3 (contra 
poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos) e um quarto facial, semifacial ou facial inteira. 
FIGURA 23 – RESPIRADORES DE AR NÃO MOTORIZADO
FONTE: <http://epihaus.com.br/epi-protecao-respiratoria.php>. Acesso em: 18 set. 2021.
178
O respirador de ar motorizado tem como função prevenir o trabalhador contra 
poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos e ou contra gases e vapores. Ele pode ser dos 
modelos sem vedação facial tipo touca de proteção respiratória, capuz ou capacete, e 
com vedação facial tipo peça semifacial ou facial inteira (NR-6). 
FIGURA 24 –RESPIRADORES DE AR MOTORIZADO
FONTE: <http://epihaus.com.br/produtos/protecao-respiratoria/respirador-purificador.jpg>. 
Acesso em: 18 set. 2021.
Os respiradores de adução de ar, tipo linha de ar comprimido, podem ser dos 
tipos: com e sem vedação facial de fluxo contínuo, para proteção das vias respiratórias 
em atmosfera com concentrações de oxigênio maior que 12,5%; de demanda com 
pressão positiva para atmosfera com concentração de oxigênio maior de 12,5%; e de 
demanda com pressão positiva com cilindro auxiliar para ambientes com concentração 
de oxigênio menor ou igual a 12,5% (NR-6). 
FIGURA 25 – RESPIRADORES DE ADUÇÃO DE AR TIPO LINHA DE AR COMPRIMIDO
FONTE: <http://epihaus.com.br/produtos/protecao-respiratoria/mascara-ar-comprimido.jpg>. 
Acesso em: 18 set. 2021.
Os respiradores adução de ar, tipo máscara autônoma, são de circuito aberto e 
fechado de demanda com pressão positiva. Ambos para proteção com ambientes com 
concentração de oxigênio menor ou igual a 12,5% (NR-6). 
179
FIGURA 26 – RESPIRADORES DE ADUÇÃO DE AR TIPO MÁSCARA AUTÔNOMA 
FONTE: <http://epihaus.com.br/produtos/protecao-respiratoria/mascara-autonoma.jpg>. Acesso em: 18 set. 2021.
Por fim, o respirador de fuga é utilizado para proteção das vias respiratórias 
contra gases e vapores e ou material particulado em condições de escape de atmosferas 
Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS) (NR-6).
FIGURA 27 – RESPIRADORES DE FUGA
FONTE: <http://epihaus.com.br/produtos/protecao-respiratoria/respirador-de-fuga.jpg>. Acesso em: 18 set. 2021.
2.2.5 EPI para proteção do tronco
A proteção do tronco é feita com a utilização de vestimentas, seja para proteção 
de riscos térmicos, mecânicos e radioativos ou contra agentes químicos e umidade. 
Os coletes a prova de balas também é uma proteção do tronco utilizada por policiais e 
vigilantes que trabalham com armas de fogo (NR-6). 
180
FIGURA 28 – MODELOS DE PROTETOR DE TRONCO 
FONTE: <https://inbraep.com.br/publicacoes/epi/>. Acesso em: 19 set. 2021.
2.2.6 EPI para proteção dos membros superiores 
Os membros superiores podem ser protegidos por meio da utilização de luvas, 
creme protetor, manga, braçadeiras e dedeiras. As luvas podem ser para proteção das 
mãos contra agentes químicos, biológicos, radioativos ionizantes, térmicos, abrasivos 
e escoriantes, cortantes e perfurantes, além de proteção contra choque elétrico, vibrações 
e operações com uso de água.
FIGURA 29 – MODELOS DE PROTETOR DE TRONCO
FONTE: Adaptada de <https://www.centroalfavga.com.br/epi>. Acesso em: 19 set. 2021.
As mangas são utilizadas na proteção do braço e antebraço contra agentes 
químicos, térmicos, abrasivos e escoriantes, cortantes e perfurocortantese contra 
choque elétrico e umidade. As braçadeiras, por sua vez, são utilizadas na proteção do 
antebraço contra agentes cortantes e escoriantes. E as dedeiras são utilizas para a 
proteção dos dedos contra os agentes abrasivos e escoriantes. 
181
FIGURA 30 – EXEMPLOS DE MANGA, BRAÇADEIRA E DEDEIRA
FONTE: Adaptada de <https://www.superepi.com.br/pesquisa/>. Acesso em: 19 set. 2021.
2.2.7 EPI para proteção dos membros inferiores
Os membros inferiores podem ser protegidos utilizando calçados, meias, 
perneiras e calças. Os calçados e meia protegem os pés contra agentes químicos, 
térmicos, abrasivos e escoriantes, cortantes e perfurocortantes, quedas de objetos e 
umidade. As perneiras e calças são usadas na proteção da perna sobre os mesmos 
agentes citados acima. 
FIGURA 31 – MODELOS DE CALÇADOS DE PROTEÇÃO
FONTE: Adaptada de <https://www.centroalfavga.com.br/epi>. Acesso em: 19 set. 2021.
182
2.2.8 EPI para proteção do corpo inteiro 
Quando necessário a proteção do corpo inteiro, a NR-6 (BRASIL, 2018a) prevê 
a utilização de macacão ou vestimenta do corpo inteiro. O macacão é indicado para 
proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes químicos, térmicos 
e umidade. Já as vestimentas de corpo inteiro, como o próprio nome diz, protegem 
tronco, membros superiores e inferiores e cabeça. 
FIGURA 32 – MODELOS DE PROTEÇÃO CORPO INTEIRO
FONTE: Adaptada de <http://protecaoepichapeco.com.br/produtos/>. Acesso em: 19 set. 2021.
2.2.9 EPI para proteção contra quedas com diferença de nível 
A proteção individual dos trabalhadores que realizarão atividades em altura é 
realizada com a utilização dos cintos de segurança, seja e com dispositivo trava-queda 
ou com talabarte.
FIGURA 33 – CINTO DE SEGUNRA E TALABARTE
FONTE: Adaptada de <https://casadoepism.com.br/catalogsearch/result/>. Acesso: 19 set. 2021.
183
3 IMPLEMENTAÇÃO DA CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é regulamentada pela 
NR-5 e tem por objetivo “a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, 
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida 
e a promoção da saúde do trabalhador” (BRASIL, 2021, p. 1). Ela deve ser implementada 
e mantida funcionando em empresas privadas, públicas, sociedades de economia 
mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações 
recreativas, cooperativas e outras instituições que admitam trabalhadores como 
empregados.
A CIPA deverá ser composta de representantes do empregador e dos 
empregados, conforme dimensionado estabelecido no Quadro nº 1 da NR-5. Alguns 
grupos econômicos, quando disciplinados em atos normativos para setores econômicos 
específicos, podem possuir outra representatividade. 
Em sua composição estão alocados representantes designados pelo empregador e 
votados (votação secreta) pelos empregados. A duração do mandato dos cipeiros é de 1 (um) 
ano, sendo permitida uma única reeleição. Os cipeiros tem estabilidade do emprego, 
ou seja, é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito desde 
o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. Também são 
garantidos aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades 
normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem 
a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 
469, da CLT.
O empregador deve designar entre seus representantes o Presidente da CIPA, 
e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente. 
O secretário e seu substituto serão indicados, de comum acordo com os membros 
da CIPA, entre os componentes ou não da comissão, sendo, neste caso, necessária a 
concordância do empregador.
A posse dos membros da CIPA (eleitos e designados) será no primeiro dia útil após 
o término do mandato anterior. Após esta posse, a empresa deverá protocolizar, em até 
dez dias, cópia das atas de eleição e posse, bem como o calendário anual das reuniões 
ordinárias. Uma vez protocolizada, a CIPA não poderá ter seu número de representantes 
reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término 
do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da 
empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
184
3.1 ATRIBUIÇÕES
Conforme a NR-5 (BRASIL, 2021), as atribuições da CIPA são as seguintes:
• identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a 
participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde 
houver;
• elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas 
de segurança e saúde no trabalho;
• participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção 
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
• realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando 
a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos 
trabalhadores;
• realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano 
de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
• divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
• participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, 
para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho 
relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
• requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina 
ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos 
trabalhadores;
• colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PGR e de outros 
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
• divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como 
cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e 
saúde no trabalho;
• participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise 
das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos 
problemas identificados;
• requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham 
interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
• requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
• promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna 
de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
• participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção 
da AIDS.
Vale ressaltar que, o empregador, presidente da CIPA, Vice-Presidente e 
Secretário têm atribuições específicas, também descritas na NR-5 (BRASIL, 2021). 
185
3.2 FUNCIONAMENTO
A CIPA terá uma reunião ordinária a cada mês, preestabelecida em calendário, 
salvo evento que provoque uma reunião extraordinária, tais como: denúncia de 
situação de risco grave ou eminente, que determine aplicação de medidas corretivas de 
emergência, ocorrência de acidente grave ou fatal, ou se houver solicitação expressa de 
uma das representações. Essas reuniões devem ocorrer durante o horário de expediente 
normal da empresa e em local apropriado.
 
As reuniões deverão ter as suas atas assinadas por todos os presentes, e serem 
enviadas cópias para todos os membros. Estas atas deverão ficar à disposição dos 
Agentes de Inspeção do Trabalho – AIT, conforme previsto na NR-5 (BRASIL, 2021). As 
decisões tomadas pela CIPA devem ocorrer em consenso, e na falta deste, por meio de 
um processo de votação, que deve ser devidamente registrado na ata de reunião. Essas 
decisões poderão ser reconsideradas, mediante requerimento justificado, passando 
novamente pela CIPA na próxima reunião ordinária.
Na falta consecutiva de quatro reuniões ordinárias, o membro titular perde 
o mandato, sendo substituído pelo suplente. Em caso de afastamento definitivo do 
presidente da CIPA, o empregadordeve indicar um substituto, em até dois dias úteis. 
Em relação ao afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da 
representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois 
dias úteis.
3.3 TREINAMENTO
A NR-5 (BRASIL, 2021) exige que a empresa forneça treinamento para todos 
os membros da CIPA, tanto aos titulares como aos suplentes, antes que tomem posse. 
Caso seja o primeiro mandato, este treinamento poderá ser realizado em até 30 dias, 
contados a partir do dia da posse.
O treinamento deve ter carga horária de vinte horas, sendo no máximo em 8 
horas diárias, e realizado durante o expediente normal da empresa, sendo a empresa 
responsável por escolher a entidade ou profissional que realizará o treinamento. O 
conteúdo mínimo exigido pela NR-5 (BRASIL, 2021, p. 7) deve contemplar: 
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos 
riscos originados do processo produtivo;
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do 
trabalho;
c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de 
exposição aos riscos existentes na empresa;
d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS –, 
e medidas de prevenção;
e) noções sobre as legislações trabalhistas e previdenciária relativas 
à segurança e saúde no trabalho;
186
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle 
dos riscos;
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício 
das atribuições da Comissão.
Os candidatos reeleitos que receberam treinamento de acordo com a Portaria 
SST Nº 8, de 23 de fevereiro de 1999, juridicamente só necessitariam refazer o curso 
novamente mediante alteração do programa do mesmo, ou seja, quando houve uma 
nova edição da Portaria. Porém, em caráter preventivo, recomenda-se que sempre que 
um funcionário for integrar uma nova CIPA, que o mesmo participe do treinamento, até 
mesmo para uma reciclagem dos seus conhecimentos.
3.4 PROCESSO ELEITORAL
É de responsabilidade do empregador convocar as eleições para a escolha dos 
representantes dos empregados na CIPA, com no mínimo sessenta dias antes do término 
do mandato que está em curso. A publicação e divulgação do edital das eleições deve 
ser realizada com no mínimo quarenta e cinco dias antes do término do mandato em 
curso, e deve ser disponibilização em locais de fácil acesso e visibilidade. As inscrições 
podem ser realizadas por qualquer colaborador e devem ocorrer durante um período 
mínimo de quinze dias, sendo garantido o emprego de todos os inscritos até a eleição. 
A realização da eleição deve ocorrer em um prazo mínimo de trinta dias antes 
do término do mandato da CIPA. Também deve respeitar os dias normais de trabalho, 
horários e turnos, possibilitando a partição da maior quantidade de empregados 
possível. A apuração dos votos deve ocorrer com acompanhamento de membros dos 
empregados e do empregador e tudo deve ser documentando e guardado por um 
período mínimo de cinco anos. Caso a participação dos empregados na eleição seja 
inferior a 50%, não poderá ocorrer a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá 
organizar outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
Se for constatada alguma irregularidade neste processo de eleição, as denúncias 
deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada do MTE, em um prazo de até 
trinta dias após a posse dos novos membros da CIPA. Se esta unidade descentralizada do 
MTE confirmar as irregularidades no processo eleitoral, deverá determinar sua correção 
ou proceder à anulação. Neste caso, a empresa tem cinco dias, a contar da data de 
ciência, para convocar nova eleição, com as inscrições anteriores garantidas. Se esta 
anulação ocorrer antes da posse dos novos membros, ficará assegurada a prorrogação 
do mandato anterior, até a complementação do processo eleitoral. Os candidatos mais 
votados assumirão a condição de membros titulares e suplentes. Como critério de 
desempate, assumirá aquele que tiver mais tempo de serviço no estabelecimento. Os 
candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em 
ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância 
de suplentes.
187
3.5 ROTEIRO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA CIPA
Como exemplo de implantação de uma CIPA, iremos listar os procedimentos 
necessários para esta implantação.
3.5.1 Calendário 
FIGURA 34 – CALENDÁRIO DA IMPLANTAÇÃO DA CIPA
FONTE: INBEP (2012, p. 16)
3.5.2 Edital de convocação
Como dito anteriormente, a empresa deve publicar um edital de convocação 
para as eleições dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 
sessenta dias antes do término do mandato que está em curso. Este edital deve ficar 
fixado durante quinze dias, de tal forma que todos os empregados que queiram se 
candidatar o vejam e providenciem sua inscrição. A seguir vamos apresentar um modelo 
de convocação das eleições: 
QUADRO 1 – MODELO DE CONVOCAÇÃO DAS ELEIÇÕES
FONTE: A autora
XXXXXXXX, DIA de MÊS de ANO.
De acordo com a Norma Regulamentadora NR-5, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 08.06.78, 
baixada pelo Ministério do Trabalho, convidamos todos os empregados desta empresa, que 
estão interessados em participar como candidatos à eleição da CIPA – Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes do Trabalho, a se inscreverem na(o) xxxxxxx, até DIA/MÊS/ANO.
________________________
(Assinatura do empregador)
188
3.5.3 Formação da comissão eleitoral e edital de eleição
Em até cinquenta dias antes do término da gestão do mandato dos cipeiros, 
deve ser constituída, pelo empregador, uma Comissão Eleitoral, que terá como 
responsabilidade organizar e acompanhar o processo eleitoral. 
Essa comissão tem como responsabilidade publicar um edital de divulgação, no 
qual deverão constar os nomes dos empregados que se candidataram. Este edital deverá 
estar fixado por quinze dias, a fim de que todos os empregados tomem conhecimento 
dos candidatos inscritos.
Para a formação desta comissão, não há um número de pessoas especificadas 
na norma, e estas pessoas podem ser os próprios cipeiros. No auxílio da eleição, 
é interessante que se tenha, no mínimo, um presidente, um ou dois mesários e um 
secretário. No caso de empresas maiores, pode-se aumentar o número dos integrantes. A 
comissão também deverá publicar um novo edital, indicando o local e a data da votação, 
bem como a relação dos candidatos inscritos. A seguir temos um modelo deste edital:
QUADRO 2 – MODELO DE EDITAL DE ELEIÇÃO DA CIPA
FONTE: A autora
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO PARA A CIPA
Ficam convocados os empregados desta empresa para a eleição dos membros da CIPA – 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, de acordo com a Norma Regulamentadora NR-5, 
aprovada pela Portaria SST nº 8, de 23/02/1999, baixada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, 
a ser realizada em escrutínio secreto, no dia ___/___/_____, com início às ___:___ e 
término às ___:___, nas dependências do(a) _______________________.
Apresentam-se e serão votados os seguintes candidatos:
Candidato 1 (setor .......)
Candidato 2 (setor .......)
Etc.
Cidade, em ___ de ________________ de _______
____________________________________
 Nome do responsável
 Nome da empresa
3.5.4 Eleição e divulgação do resultado
No dia da eleição, a Comissão Eleitoral deve providenciar as cédulas (ou 
qualquer outro meio, inclusive eletrônico) para que os funcionários possam eleger seus 
representantes à CIPA. Como dito anteriormente, esta eleição deverá ser realizada 
189
QUADRO 3 – MODELO ATA DE ELEIÇÃO DA CIPA
FONTE: A autora
no prazo mínimo de trinta dias antes do término do mandato da CIPA, ocorrer em dia 
normal de funcionamento da empresa e em horário que possibilite a presença da maioria 
dos funcionários. 
Muitas vezes, a Comissão Eleitoral se divide, a fim de que todos os turnos de 
trabalho possam participar da eleição. A apuração dosvotos deverá ocorrer também 
em horário normal de funcionamento da empresa, e na presença de representantes 
do empregador e dos empregados. Todos os documentos gerados neste processo eleitoral 
devem ser guardados por um período mínimo de cinco anos. Após a apuração, temos a 
divulgação dos resultados e a proclamação da ata, conforme modelo descrito a seguir:
ATA DE ELEIÇÃO DOS MEMBROS DA CIPA
Aos ____ do mês de _______________ de ______, nas dependências da Empresa 
_________________, com a presença dos senhores ____________________ 
(função ....), ____________________ (função ....), _____________________ 
(função ....) etc. , instalou-se a mesa receptora às ___:____. O senhor Presidente da Mesa 
declarou iniciados os trabalhos. Tudo ocorreu normalmente. Às ___:___, o presidente declarou 
encerrados os trabalhos de eleição, verificando que compareceram ____ empregados, e 
passou-se à apuração dos votos, na presença de tantos quanto desejassem. 
Após a apuração, chegou-se aos seguintes resultados:
Após a classificação dos representantes dos empregados por ordem de votação, dos titulares 
e suplentes, esses representantes elegeram o(a) senhor(a) ___________________ 
vice-presidente da CIPA.
Os demais votados, em ordem decrescente de votos, foram:
E, para constar, mandou o Sr. Presidente fosse lavrada a presente Ata, por mim assinada 
(_____________________), secretário, pelos membros da mesa e pelos eleitos.
 
_______________________________
 Nome do participante e função Nome do participante e função
 
_______________________________
 Nome do participante e função Nome do participante e função
Titulares votos Suplentes votos
Nome mais votado Próximo nome mais votado
Segundo nome mais votado Próximo nome mais votado
Etc. Etc.
Nomes votos Nomes votos
190
3.5.5 Ata de instalação e posse da CIPA
Com o intuito de formalizar a eleição e a posse da nova CIPA, deve ser feita a Ata 
de Instalação e Posse da CIPA, conforme o modelo a seguir:
QUADRO 4 – MODELO DE ATA DE INSTALAÇÃO E POSSE DA CIPA
MODELO DE ATA DE INSTALAÇÃO E POSSE DA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO
DE ACIDENTES – CIPA DA EMPRESA __________________
Aos ...................................... dias do mês de ....................... do ano de dois mil e ................, no ..........
.............................. nesta cidade, presente(s) o(s) Senhor(es) Diretor(es) da Empresa, bem como 
os demais presentes, conforme Livro de Presença, reuniram-se para Instalação e Posse da 
CIPA desta Empresa, conforme o estabelecimento pela Portaria nº.................................... o Senhor 
............................... representante da Empresa e Presidente da sessão, tendo convidado a mim 
.......................................... para Secretário da mesma, declarou abertos os trabalhos, lembrando 
a todos os objetivos da Reunião, quais sejam: Instalação e Posse dos componentes da CIPA. 
Continuando declarou instalada a Comissão e empossados os Representantes do Empregador.
Titulares Suplentes
________________________________ ________________________________
________________________________ ________________________________
________________________________ ________________________________
Da mesma forma declarou empossados os Representantes eleitos pelos Empregados:
Titulares Suplentes
________________________________ ________________________________
________________________________ ________________________________
________________________________ ________________________________
A seguir, foi designado para Presidente da CIPA o Senhor................................., tendo sido escolhido 
entre os Representantes eleitos dos Empregados o Senhor ..................para Vice-Presidente. Os 
Representantes do empregador e dos Empregados, em comum acordo, escolheram também 
o(a) Senhor(a) para secretário(a)..................................., sendo seu(sua) substituto(a) o(a) senhor(a) 
......................................
Nada mais havendo para tratar, o Senhor Presidente da sessão deu por encerrada a reunião, 
lembrando a todos que o período de gestão da CIPA ora instalada será de 01 (um) ano a contar 
da presente data. Para constar, lavrou-se a presente Ata, que, lida e aprovada, vai assinada 
por mim, Secretário, pelo Presidente da Sessão, por todos os Representantes eleitos e/ou 
designados, inclusive os Suplentes.
................................................ ...............................................
Presidente da Sessão Secretário
Titulares Suplentes
________________________________ ________________________________
________________________________ ________________________________
________________________________ ________________________________
FONTE: A autora
191
Os procedimentos de implementação e funcionamento da CIPA 
podem ser encontrados no manual da CIPA disponibilizado pelo 
Ministério do Trabalho e da Previdência em: https://bit.ly/3lM5LlP.
DICA
4 MAPA DE RISCO 
O mapa de riscos é uma demonstração gráfica do conjunto de fatores que estão 
presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde do trabalhador. 
Estes fatores se originam nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais, 
equipamentos, processos, instalações, suprimentos) nos espaços de trabalho, onde 
ocorrem as transformações, e da forma de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de 
trabalho, método de trabalho, turnos de trabalho, postura de trabalho, treinamentos etc.).
Os mapas de riscos provêm das avaliações dos riscos, as quais constituem um 
conjunto de procedimentos que tem o objetivo de estimar o potencial de danos à saúde 
ocasionados pela exposição de indivíduos a agentes ambientais. 
Estas avaliações servem de subsídios para o controle e a prevenção dessa 
exposição. Nos ambientes de trabalho, esses agentes podem estar relacionados a 
processos de produção, produtos e resíduos (HOKERBERG et al., 2006).
A obrigatoriedade da identificação dos riscos à saúde humana nos ambientes 
de trabalho está contemplada na NR-9 (BRASIL, 2019a), sendo que cabe à CIPA a 
elaboração dos mapas de riscos ambientais.
 Este arranjo normativo é considerado uma tentativa de garantir o controle 
social e a participação do trabalhador na definição de suas condições e processos de 
trabalho (HOKERBERG et al., 2006).
Foi na Itália, entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970, que 
o mapeamento de risco teve início, através de um movimento sindical que, na época, 
desenvolveu um modelo próprio de atuação na investigação e controle das condições 
de trabalho pelos trabalhadores.
 Este modelo tinha como premissas a formação de grupos homogêneos, a 
experiência ou subjetividade dos operários, a validação consensual, a não delegação, 
a qual possibilitava os trabalhadores a participar nas ações de planejamento e controle 
da saúde nos locais de trabalho, não delegando assim estas funções aos técnicos e 
valorizando a experiência e o conhecimento operário existente (MATTOS; FREITAS, 1994).
192
Para que o ambiente de trabalho fique livre da nocividade que 
sempre o acompanha, é necessário que as descobertas científicas 
neste campo sejam socializadas, isto é, trazidas aos conhecimentos 
dos trabalhadores de uma forma eficaz; é necessário que a classe 
operária se aproprie delas e se posicione como protagonista na 
luta contra as doenças, as incapacidades e as mortes no trabalho. 
Somente uma real posição de hegemonia da classe operária diante 
dos problemas da nocividade pode garantir as transformações que 
podem e devem determinar um ambiente de trabalho adequado 
para o homem. Somente a luta, uma ação sindical conduzida com 
precisos objetivos reivindicatórios, com a conquista de um poder real 
dos trabalhadores e do sindicato, é possível impor as modificações,sejam tecnológicas,
técnicas ou normativas, que possam anular ou reduzir ao mínimo os 
riscos a que o trabalhador está exposto no local de trabalho (ODDONE 
et al., 1986).
Este modelo de mapa de risco se disseminou por todo o mundo e chegou ao 
Brasil no início da década de 1980.
Técnicos da Fundacentro de Minas Gerais foram designados para 
estudar o método de trabalho e acompanhar os resultados. Após um 
longo acompanhamento e a constatação dos resultados positivos, 
eles começaram como agentes multiplicadores a ensinar esta técnica 
por todo o país. Em São Paulo, graças aos esforços conjuntos da 
Fundacentro, São Paulo, Delegacia Regional do Trabalho de Osasco 
e Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, que em 1982 patrocinaram 
dois cursos com os técnicos de Minas Gerais, preparando 40 novos 
instrutores de diversos ramos de atividades, aproximadamente 200 
empresas já estão aplicando esta técnica com resultados positivos 
(ABRAHÃO, 1993).
De acordo com o item 5.16 da NR-5 (BRASIL, 2021), cabe às CIPAs a construção 
dos mapas de riscos dos locais de trabalho. Para tanto, os membros da CIPA devem 
ouvir os trabalhadores de todos os setores da empresa, e com a colaboração do Serviço 
Especializado de Medicina e Segurança do Trabalho (SESMT) da empresa, caso exista, 
elaborar o mapa.
Os riscos deverão ser apresentados em uma planta baixa ou num esboço do 
local de trabalho (croqui) e os tipos de riscos relacionados em tabelas próprias, anexas 
à referida NR. Posteriormente, estes mapas deverão ser afixados em locais visíveis em 
todas as seções para o conhecimento dos trabalhadores, e deverão permanecer no 
local até uma nova gestão da CIPA, quando então os mesmos deverão ser refeitos.
Além dos riscos ambientais descritos na NR-9 (físico, químico e biológico), 
também deverão ser representados no mapa os riscos ergonômicos e riscos de 
acidentes (BRASIL, 2019a). 
193
QUADRO 5 – GRUPOS DE RISCO
FONTE: A autora
Grupo Risco Cor Exemplos
1 Físico Verde
Ruído, vibração, calor, frio, pressão, umidade, radiações 
ionizantes e não ionizantes, infrassons e ultrassom.
2 Químico Vermelho
Poeiras, fumos, gases, vapores, névoas, neblinas, 
substâncias compostas ou produtos químicos em geral.
3 Biológico Marrom Fungos, vírus, parasitas, bactérias, protozoários e bacilos
4 Ergonômico Amarelo
Esforço físico intenso, levantamento e transporte 
manual de peso, exigência de postura inadequada, 
controle rígido de produtividade, imposição de ritmos 
excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de 
trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade e outras 
situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico.
5 Acidentes Azul
Arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, 
probabilidade de incêndio e explosão, eletricidade, 
máquinas e equipamentos sem proteção, armazenamento 
inadequado, quedas e animais peçonhentos.
Durante a elaboração do mapa de riscos, os riscos são classificados em três graus, 
sendo representados em círculos de três tamanhos, conforme ilustrado na Figura 35:
FIGURA 35 – GRAU DE RISCO REPRESENTADOS POR TAMANHO DOS CÍRCULOS
FONTE: A autora
Cada um destes riscos possui uma cor correspondente, conforme apresentado 
no Quadro 5.
Modelos de mapas de riscos:
194
FIGURA 36 – MODELO DE MAPA DE RISCO 
FONTE: <https://gestaodesegurancaprivada.com.br/o-que-e-mapa-de-riscos-ambientais-conceito/>. 
Acesso em: 28 nov. 2021.
FIGURA 37 – OUTRO MODELO DE MAPA DE RISCO 
FONTE: <http://www.ctatreinamentos.com.br/2019/05/09/mapa-de-risco/>. Acesso em: 28 nov. 2021
Risco Ergonômico
Risco Mecânico
Risco Físico
Risco Químico
Risco Biológico
Risco Pequeno
Risco Médio
Risco Elevado
195
LEITURA
COMPLEMENTAR
EPIs E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES DE SAÚDE DURANTE A 
PANDEMIA DE COVID-19: UMA BREVE REFLEXÃO 
Fábio José Soares Cavalcante
Raquel Dantas Nascimento
Regina Márcia Soares Cavalcante
Um novo tipo de coronavírus, denominado SARS-CoV-2, foi identificado em 
Wuhan, China, em dezembro de 2019, e levou a um surto de rápida disseminação da 
doença coronavírus em 2019 (COVID-19). Logo em seguida, no dia 30 de janeiro de 2020, 
o COVID-19 foi declarada uma emergência de saúde pública de interesse internacional 
(Chan et al., 2020). No dia 11 de março a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou 
a doença como uma pandemia (WHO,2020; OPAS, 2020). No Brasil, o primeiro caso da 
doença foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020 e, em 22 de maio tornou-se o país 
com o segundo maior número de casos da doença no mundo (Word O’Meters,2020).
São considerados importantes sinais e sintomas da COVID-19: febre, tosse 
seca, dispneia, mialgia ou fadiga e linfopenia. A transmissão da doença é realizada 
por meio de gotículas– contato interpessoal íntimo e, dessa forma, as secreções 
respiratórias foram consideradas o principal meio de propagação do vírus. A análise 
de cultura de células epiteliais das vias aéreas humanas, a microscopia eletrônica e o 
sequenciamento completo do genoma da cultura sobrenadante foram compartilhados 
com a OMS, destinando-se à vigilância e detecção da infecção por 2019-nCoV, na China 
e globalmente (Huang, Wang, Li, Ren, Zhao & Hu, 2020). Além disso, tem-se analisado 
a possibilidade de transmissão do vírus por aerossóis (partículas menores e mais leves 
que as gotículas), gerados durante alguns procedimentos específicos (Avisa,2020). O 
SARS-nCoV-2 pode ser transmitido por meio de menores aerossóis com núcleos de 
gotículas ≤5μm, que podem viajar longas distâncias e permanecer no ar por 2 a 4 horas, 
dependendo das condições ambientais (Van Doremalen, 2020).
Considerando a transmissibilidade, o principal problema de saúde que atinge 
os profissionais envolvidos na linha de frente do cuidado aos pacientes sintomáticos 
ou diagnosticados com COVID-19 é o risco de contaminação pela doença (Holland & 
Friderich, 2020). Nesse contexto é importante enfatizar que considerando o ritmo lento 
da vacinação no Brasil, os profissionais de saúde não podem, pela natureza do seu 
trabalho, dispor dos meios mais eficazes na prevenção de contaminação pela COVID-19, 
que são o confinamento e o isolamento social (Brito et al., 2021). 
196
Há muitas evidências que indicam o alto grau de exposição e contaminação 
dos profissionais de saúde pelo novo coronavírus (Ran et al. ,2020), que por ser um 
vírus de transmissão respiratória, encontra na utilização de EPIs, ação indispensável 
como medida de precaução padrão, de contato e por gotículas recomendadas no 
enfrentamento desta pandemia (Holland & Friderich, 2020). 
Dentro desse contexto, os profissionais e trabalhadores de saúde constituem 
grupo de risco para a COVID-19 e, a segurança no ambiente de trabalho e consequente 
proteção dos mesmos tem papel de extrema relevância para evitar a transmissão 
e minimizar os risco de infecção pela doença, tanto nos estabelecimentos de saúde 
quanto em suas residências, tornando-se essencial a adoção de protocolos de controle 
e infecções (padrão, contato, via aérea) como também a disponibilização de EPIs, como 
máscaras N95, aventais, óculos, protetores faciais e luvas (Teixeira et al., 2020).
 De acordo com a Agência de Vigilância Sanitária-ANVISA (2020) é fundamental 
no período pandêmico de COVID-19, que os trabalhadores de saúde, que estão 
trabalhando diretamente no enfrentamento da doença, tenham acesso, bem como 
conhecimento sobre a importância do uso de EPIs para a prevenção de contaminação e 
redução na transmissão de microrganismos durante a assistência aos pacientes. 
Durante o surto inicial de COVID-19, em Wuhan, 13 profissionais de saúde foram 
infectados (Gawande, 2020). Eles se tornaram os vetores de transmissão para seus 
colegas e familiares, e 42.000 profissionais de saúde tiveram que ser trazidos para tratar 
os pacientes, pois os profissionais de saúde sucumbiram ao COVID-19 (Zang et al., 2020). 
Nesse contexto, as medidas de prevenção e controle devem ser implementadas 
em todas as etapas do atendimento do paciente no serviço de saúde, desde

Mais conteúdos dessa disciplina