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Manual de Choque - Digital

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Prévia do material em texto

PMBA01-MT-06.001PMBA01-MT-06.001
MANUAL DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
PMBA01-MT-06.001
Governador do Estado da Bahia
Rui Costa dos Santos
Secretário da Segurança Pública
Ricardo César Mandarino Barretto
Comandante-Geral da Polícia Militar da Bahia
Paulo José Reis de Azevedo Coutinho - Coronel PM
Subcomandante-Geral da Polícia Militar da Bahia
Nilton Cézar Machado Espíndola - Coronel PM
Comandante de Operações da Polícia Militar da Bahia
Manoel Xavier de Souza Filho - Coronel PM
Comandante de Policiamento Especializado 
da Polícia Militar da Bahia
Manuel Paulo Muniz Júnior - Coronel PM
POLÍCIA MILITAR DA BAHIA
MANUAL DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
PMBA01-MT-06.001
1ª Edição 
Salvador, 2022
VENDA PROIBIDA
É pemitida a reprodução de dados e informações contidos nesta publicação, desde que citada a 
fonte.
Comissão Designada
©2022. POLÍCIA MILITAR DA BAHIA
COMANDO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO
Rua Radioamadores, Km 01, S/N, - Pituaçu
41.741-080 | Salvador- BA
Telefones: (71) 3115-7650/7651/7652
Correio Eletrônico: cpe.cmd@pm.ba.gov.br
www.pm.ba.gov.br/cpe
Tiragem desta edição: 1.000 exemplares.
Informações
Ficha Catalográfica Polícia Militar da Bahia
F383m
Ferreira, Wagner Luiz Alves — Ten Cel QOPM (Pres. da Com. de Elab.)
Manual de Operações de Choque da PMBA: PMBA01-MT-06.001. / Wagner 
Luiz Alves Ferreira — Ten Cel QOPM (Pres. da Com. de Elab.); Marcos Paulo 
Moreira Gonzaga — Maj QOPM (Membro). — Salvador, 2020.
205 p.: il.
1. Polícia Militar - BAHIA. 2. Doutrina. 3. Operações de Choque. 4. 
Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo. 5. Técnicas. 6. Táticas. I. Gonzaga, 
Marcos Paulo Moreira — Maj QOPM (Membro). II. Título.
CDD 353.9
Ficha catalográfica elaborada por Dourival da S. Guimarães Sobrinho.
CRB-5: BA0013650/0
Presidente
Wagner Luiz Alves Ferreira – Ten Cel PM
Membros
Marcos Paulo Moreira Gonzaga – Maj PM
Luis Guilherme Reis Borges – Cap PM
Wilner Souto dos Reis Neves – Cap PM
Harley Santos Pereira – Cap PM
Paulo Vinícius Teixeira de Jesus – Cap PM
Jodson Souza Oliveira – Cap PM
Rodrigo Marcelo Melotto – Cap PM
Carleson Oliveira Nascimento – 1º Ten PM
Colaboradores
Marcos Paulo Mello Viroli – Cap PM
Samarone Novaes Belo – Cap PM
Marisa Ribeiro do Carmo – Cap PM
Projeto Gráfico e Diagramação
Rogerio Chaves Barreto - Sd 1ª Cl PM
POLÍCIA MILITAR DA BAHIA 
COMANDO-GERAL 
PORTARIA nº 52-CG/2022 
Aprova o Manual de Operações de Choque - 
PMBA01-MT-06.001, e dá outras providências. 
O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA, no uso das
suas atribuições legais, prevista no Art. 57, inc. I, alínea "j" da Lei 13.201, de 09 
de dezembro de 2014; 
Considerando a necessidade de modernização e melhoria continua dos serviços 
prestados pela Polícia Militar da Bahia ao cidadão; 
Considerando a necessidade de atender o que preconiza o Plano Estratégico da 
PM BA 2017-2025 Rumo ao Bicentenário, no Objetivo Estratégico 05 (Otimização das 
ações de Polícia Ostensiva), Iniciativa 5.5 (Atualizar e difundir Doutrina Operacional); 
Considerando a necessidade de difundir a Doutrina de Operações de Choque em 
todos os níveis da PMBA, e mais especificamente nas tropas que operam em ocorrências 
críticas de distúrbios sociais, 
RESOLVE: 
Art. 1º - Aprovar o Manual de Operações de Choque PMBA01-MT-06.001. 
Art. 2° - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogam-se as disposições em 
contrário.
/' 
, é.. 
PAULO JOSE � �9E O 5P· TINHO - Cel PM 
p:�ERAL 
ORAÇÃO DO CHOQUEANO
Oh! Senhor dos Exércitos,
emana de ti, a nossa missão e o nosso dever!
Tu és a sabedoria infinita.
Dai-nos os conhecimentos específicos da nossa função.
A disciplina e o auto-controle para empregá-los.
A resistência ao desconforto da fadiga.
A flexibilidade e a confiança para sobrepujar.
A determinação e a coragem para vencer.
E se preciso for, oh! Deus,
pereceremos pela fidelidade à doutrina.
Assim a moral, a dignidade e a força do choqueano
ecoarão pela eternidade.
E quando caminhar em direção a vós,
terei a certeza de que serei um Homem de Choque!
Nesta e em outras vidas!
Pela Paz e Pela Ordem,
C H O Q U E ! ! !
POLÍCIA MILITAR DA BAHIA
COMANDO-GERAL 
MENSAGEM DO COMANDANTE-GERAL ALUSIVA AO PREFÁCIO DO 
MANUAL DE OPERAÇÕES DE CHOQUE 
Vencer sem a necessidade de lutar, mas se ocorrer a ação, que seja 
meu guia a LEGALIDADE, meu instrumento a TÉCNICA e meu 
objetivo a PROTEÇÃO. Pela ordem e pela paz. 
A nobreza da missão das operações de choque 
perpassa pela garantia dos direitos previstos na Lei, de forma que haja um 
equilíbrio entre o coletivo e o individual. É uma das missões mais 
árduas de se executar porque lida com situações de alto nível de 
exigência técnica em contraponto com o cenário de atuação que é 
majoritariamente crítico e exige uma resposta diligente. 
Este trabalho tem um enorme valor institucional, 
pois concretiza o esforço em aumentar a segurança jurídica na 
atuação dos policiais militares, bem como efetivamente ser uma Força a 
serviço do cidadão, mirando a excelência na prestação dos serviços de 
segurança pública. 
A publicação deste Manual de Operações de Choque é um 
grande passo em busca do aperfeiçoamento da atividade de choque 
no nosso Estado. Ele vem para suprir a lacuna de material positivado 
que pudesse, não apenas guiar os técnicos (cursados) na execução das 
missões, mas também sistematizar todo o arcabouço intelectual específico 
produzido na Polícia Militar da Bahia até os dias atuais. 
Parabenizo a comissão responsável pela construção do 
manual, valorosos policiais militares, que se dedicaram a produzir um 
material com conteúdo robusto, contextualizado, e de alto 
detalhamento, que será de suma importância para toda a Corporação.
PMBA, uma Força a serviço 
APRESENTAÇÃO
Os profissionais que atuam no Sistema de Defesa Social baiano 
têm agora ao seu alcance o Manual de Operações de Choque, uma extensa 
e detalhada doutrina de operações de choque, atualizada, revisada, fruto da 
abnegação, estudo e empenho dos seus autores que reuniram suas vastas 
experiências acumuladas nas diversas missões exitosas realizadas a serviço do 
Batalhão de Polícia de Choque, importante Unidade Operacional Especializada 
da PMBA, para sistematizar todos os fundamentos para o emprego da tropa de 
Choque.
O convite para apresentar esta obra me confere imensa honra e, de 
igual forma, grande responsabilidade de aqui representar várias gerações de 
valorosas e valorosos policiais militares, praças e oficiais, que vestiram e nunca 
mais despiram o fardamento rajado que nos acompanha como segunda pele. 
Choqueanos que, com suas importantes contribuições, forjaram e sedimentaram 
valores que até hoje são cultuados na nossa corporação.
O Manual de Operações de Choque, além de estabelecer um 
importante marco doutrinário, consolida todo trabalho desenvolvido por décadas 
na história recente da nossa instituição, nele o profissional de segurança pública 
vai encontrar todo embasamento jurídico para realizar sua missão. A obra 
aborda de forma minuciosa os dispositivos internacionais dos quais o Brasil é 
signatário, como os Princípios Básicos para o Uso da Força e Armas de Fogo 
(PBU- FAF) pelos encarregados da aplicação da lei, sendo esse um importante 
instrumento balizador que norteia as ações de Polícia de Ordem Pública, tendo 
como pressupostos a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Código 
de Conduta para os Encarregados da Aplicação da Lei (CCEAL), adotados pela 
Assembleia Geral das Nações Unidas em sua Resolução 34/169, de 17 de 
dezembro de 1979, dentre outros dispositivos legais aplicáveis.
O leitor encontrará de forma esmiuçada os principais Instrumentos de 
Menor Potencial Ofensivo (IMPO) depois de ter percorrido as três etapas típicas 
de distúrbios sociais: contenção, negociação e uso da força pela tropa de choque, 
onde os dois primeiros devem ser desenvolvidos pela tropa ordinária, com 
especial atenção aos requisitos básicos das Operações de Choque: o homem, 
o treinamento, a missãoe o material que, se bem observado, proporcionará o 
desejado fator de sucesso no cumprimento da missão.
Outra importante contribuição do Manual trata das técnicas apuradas 
a serem utilizadas pelos profissionais da segurança pública. Tal abordagem traz 
um detalhamento dos fundamentos, métodos e procedimentos padronizados 
que norteiam às atividades de choque. Somadas a essas técnicas, estão às 
táticas que correspondem ao minucioso planejamento estratégico que é 
estudado em seus vários aspectos, antes do emprego da tropa especializada, a 
exemplo do terreno, da vegetação, do clima, das áreas contiguas, da motivação, 
da quantidade, das características da missão, dentre outros. São Informações 
que influenciam o Uso Diferenciado dos Meios de Força (UDMF) a ser almejado 
pelos operadores da tropa de choque e que completam o excelente trabalho de 
consolidação doutrinária apresentada pelos autores.
Concluo essa breve abordagem técnica, invocando o trinômio da tropa 
de choque:
Disciplina!
Autocontrole!
Resistência a fadiga psicofísica! 
Pela paz, pela ordem, CHOQUE!!!!!!
JÚLIO CÉSAR FERREIRA DOS SANTOS
Tenente Coronel PM
1° Lugar do Curso de Operações de Choque PMPA – 2001 
Coordenador do 1º Curso de Operações de Choque da Bahia – 2003
Instrutor de Agentes Químicos e Uso de Munições de Impacto Controlado – 2003
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABS Anti-Bloking System
ACE Arma de Condutividade Elétrica
APH Atendimento Pré-Hospitalar
C3 Comando, Controle e Comunicação
CA Certificado de Aprovação
CCEAL Código de Conduta para os Encarregados da Aplicação da Lei
Cia Companhia
CS Clorobenzilidenomalononitrila ou Ortoclorobenzilmalononitrila
EOT Espoleta de Ogiva Temporal
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
GRR Grupo de Resposta Rápida
HT Hand-Talk
IMPO Instrumento de Menor Potencial Ofensivo
MPO Menor Potencial Ofensivo
OC Oleoresina da Capsaicina
ONU Organização das Nações Unidas
OPM Organização Policial Militar
PA Plano de Acionamento
PBUFAF Princípios Básicos de Utilização da Força e Armas de Fogo
PlanAI Plano de Ação Imediata
PlanAS Plano de Avaliação de Situação
PlanCham Plano de Chamada
PMBA Polícia Militar da Bahia
POMarcha Plano para Ordem de Marcha
PSTM Percussão Sob Tensão de Mola
SocOp Socorrista Operacional
UDF Uso Diferenciado da Força
UDMF Uso Diferenciado dos Meios de Força
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Requisitos Básicos das Operações de Choque. .............................1-7
Figura 2: Fluxograma Básico de Acionamento da Tropa de Choque. ..........1-14
Figura 3: Formação do Pelotão de Choque por 3...........................................7-3
Figura 4: Formação do Pelotão de Choque por 2...........................................7-4
Figura 5: Formação do Pelotão em Linha.......................................................7-5
Figura 6: Formação do Pelotão de Choque em Linha, Vista Lateral. .............7-5
Figura 7: Formação do Pelotão de Choque em Cunha. .................................7-6
Figura 8: Formação do Pelotão de Choque em Cunha, Vista Lateral. ...........7-6
Figura 9: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Direita..................7-7
Figura 10: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Direita, 
Vista Lateral. .....................................................................................................7-7
Figura 11: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Esquerda. ..........7-8
Figura 12: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Esquerda, 
Vista Lateral. .....................................................................................................7-8
Figura 13: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta. .......................7-9
Figura 14: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta, Vista Lateral. .7-9
Figura 15: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta Emassada. ...7-10
Figura 16: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta Emassada, 
Vista Lateral. ...................................................................................................7-10
Figura 17: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa. .................. 7-11
Figura 18: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa, 
Vista Lateral. ...................................................................................................7-11
Figura 19: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa Emassada. 7-12
Figura 20: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa Emassada, 
Vista Lateral. ...................................................................................................7-12
Figura 21: Formação do Pelotão de Choque em Meia Lua. .........................7-13
Figura 22: Formação do Pelotão de Choque em Meia Lua, Vista Lateral. ...7-13
Figura 23: Formação do Pelotão de Choque em L à Direta (Frente e 
Vista Lateral). .................................................................................................7-14
Figura 24: Formação do Pelotão de Choque em L à Esquerda (Frente e 
Vista Lateral). .................................................................................................7-14
Figura 25: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Blindada. .............7-15
Figura 26: Formação do Grupo de Resposta Rápida. ..................................7-16
Figura 27: Formação para Carga (Tempo 1). ...............................................7-17
Figura 28: Formação para Carga (Tempo 2). ...............................................7-17
Figura 29: Comando por Gestos: Formação em Coluna por 3. ....................7-19
Figura 30: Comando por Gestos: Formação em Coluna por 2. ....................7-20
Figura 31: Comando por Gestos: Formação em Linha.................................7-20
Figura 32: Comando por Gestos: Formação em Cunha. ..............................7-21
Figura 33: Comando por Gestos: Formação em Escalão à Direita. .............7-21
Figura 34: Comando por Gestos: Formação em Escalão à Esquerda. ........7-22
Figura 35: Comando por Gestos: Formação em Guarda Baixa. ..................7-22
Figura 36: Comando por Gestos: Formação em Guarda Baixa Emassada. 7-23
Figura 37: Comando por Gestos: Formação em Guarda Alta. .....................7-23
Figura 38: Comando por Gestos: Formação em Guarda Alta Emassada. ...7-24
Figura 39: Comando por Gestos: Formação em Guarda Blindada. .............7-24
Figura 40: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Lateral. ...........7-25
Figura 41: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Lateral, 
Frente Lateral. ................................................................................................7-26
Figura 42: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio 
Complementar. ...............................................................................................7-27
Figura 43: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Cerrado. .........7-27
Figura 44: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Central. ..........7-28
Figura 45: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em 
Apoio Lateral. .................................................................................................7-29
Figura 46: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio 
Lateral, Frente Lateral. ...................................................................................7-30
Figura 47: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio 
Complementar. ...............................................................................................7-30
Figura 48: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em 
Apoio Cerrado. ...............................................................................................7-31
Figura 49: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em 
Apoio Central. .................................................................................................7-31
Figura 50: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: 
Coluna por 2. ..................................................................................................7-35Figura 51: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: em 
Linha (Frente). ................................................................................................7-35
Figura 52: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: em Linha 
(Retaguarda). .................................................................................................7-36
Figura 53: Composição do GRR com Apoio do Cão. ...................................7-36
Figura 54: Pelotão de Choque Rápido: 1ª Formação, 20 Operadores. ........7-39
Figura 55: Pelotão de Choque Rápido: 2ª Formação, 24 Operadores. ........7-40
Figura 56: Pelotão de Choque Rápido: 3ª Formação, 28 Operadores. ........7-40
Figura 57: Pelotão de Choque Rápido: 4ª Formação, 20 Operadores. ........7-40
Figura 58: Pelotão de Choque Rápido: 5ª Formação, 24 Operadores. ........7-40
Figura 59: Pelotão de Choque Rápido: 6ª Formação, 28 Operadores. ........7-41
Figura 60: Posição de Escudo ao Solo. ........................................................7-43
Figura 61: Posição de Descansar. ................................................................7-44
Figura 62: Posição de Sentido (Frente e Lateral). ........................................7-45
Figura 63: Posição de Ombro Armas e Apresentar Armas (Frente 
e Lateral). .......................................................................................................7-47
Figura 64: Deslocamento em Desfile. ...........................................................7-49
Figura 65: Exemplo do Uso do Porta-Bastão em Guarda Alta. ....................7-50
Figura 66: Elementos do Plano de Ação Imediata. .........................................8-7
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Aspectos Psicológicos das Ações Coletivas. ............................... 1-11
Quadro 2: Classificação de IMPO nas Operações de Choque.......................2-3
Quadro 3: Classificação das Granadas Policiais. ...........................................6-9
SUMÁRIO
CAPÍTULO I 
ASPECTOS LEGAIS E DOUTRINÁRIOS
1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL PARA OPERAÇÕES DE CHOQUE .............1-1
1.1 POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍCIA DE ORDEM PÚBLICA 1-4
1.2 DOUTRINA E CONCEITOS EM OPERAÇÕES DE CHOQUE .................1-5
1.2.1 Aspectos Doutrinários..............................................................................1-5
1.2.2 Agrupamentos Sociais .............................................................................1-8
1.2.3 Comportamento Coletivo .........................................................................1-9
1.2.4 Ações Coletivas dos Agrupamentos Sociais .........................................1-12
1.3 ACIONAMENTO E EMPREGO DA TROPA DE CHOQUE EM OCORRÊNCIAS 
DE DISTÚRBIOS SOCIAIS ............................................................................1-13
1.3.1 Planos de Acionamento .........................................................................1-15
1.3.2 Estado Operacional da Tropa de Choque .............................................1-16
1.3.3 Aprestamento e Apronto Operacional....................................................1-17
1.4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PELOTÃO DE CHOQUE ................1-18
1.5 ATRIBUTOS DO CHOQUEANO ..............................................................1-20
CAPÍTULO II 
DOUTRINA DE INSTRUMENTO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
1. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPO ....................................................................2-2
2. AGENTES QUÍMICOS ................................................................................2-3
3. CLASSIFICAÇÃO DOS AGRESSIVOS QUÍMICOS ..................................2-4
4. PRINCIPAIS AGRESSIVOS QUÍMICOS ....................................................2-4
4.1 CLOROBENZILIDENO MALONONITRILA, (C10H5N2CL) ..........................2-5
4.2 CAPSAICINA .............................................................................................2-6
4.3 DESCONTAMINAÇÃO DE AGRESSIVOS QUÍMICOS .............................2-6
5. CONCENTRAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS .......................................2-7
6. ESTUDO DA PERSISTÊNCIA ....................................................................2-8
7. PROCESSO DE DISPERSÃO DOS AGENTES QUÍMICOS ......................2-8
CAPÍTULO III 
EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI .............................3-3
2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA ..........................................3-7
3. ACESSÓRIOS .............................................................................................3-8
CAPÍTULO IV 
MUNIÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO ...............................................4-1
1.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CALIBRE: ..............................................4-2
1.1.1 Munições de Impacto Controlado Calibre 12 ..........................................4-2
1.1.2 Munições de Impacto Controlado Calibre 37/40 mm ..............................4-3
1.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PÚBLICO ALVO DE SUA UTILIZAÇÃO: 4-4
1.2.1 Munições de Projetil Singular ..................................................................4-4
1.2.2 Munições de Múltiplos Projéteis ..............................................................4-4
2. MUNIÇÕES DE JATO DIRETO ...................................................................4-5
3. MUNIÇÕES EXPLOSIVAS ..........................................................................4-6
3.1 PROJÉTEIS EXPLOSIVOS NO CAL. 12 ..................................................4-6
3.2 PROJÉTEIS EXPLOSIVOS NO CAL. 40MM X 46MM ..............................4-7
4. MUNIÇÕES DE EMISSÃO ..........................................................................4-7
4.1 MUNIÇÕES DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA ..........................................4-8
4.1.1 Munições de Emissão Lacrimogênea de Projétil Singular ......................4-8
4.1.2 Munições de Emissão Lacrimogênea de Múltiplos Projéteis ..................4-8
4.2 MUNIÇÕES DE EMISSÃO FUMÍGENA ....................................................4-9
CAPÍTULO V 
VEÍCULOS
1. MOTOCICLETA ...........................................................................................5-1
2. CAMINHONETE ..........................................................................................5-2
3. VEÍCULOS PESADOS (GRANDE PORTE) ...............................................5-2
4. VEÍCULO BLINDADO .................................................................................5-3
CAPÍTULO VI 
ARMAS
1. ARMAS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ..........................................6-1
1.1 INCAPACITANTES ....................................................................................6-1
1.2 DEBILITANTES .........................................................................................6-2
2. ARMA DE FOGO .........................................................................................6-5
2.1 ARMA DE PORTE .....................................................................................6-5
2.2 ARMA PORTÁTIL ......................................................................................6-6
2.3 ARMA PORTÁTIL DE ALMA RAIADA ........................................................6-6
2.4 ARMA PORTÁTIL DE ALMA LISA .............................................................6-8
3. ESTUDO DAS GRANADAS POLICIAIS ....................................................6-9
3.1 GRANADAS POLICIAIS EXPLOSIVAS ...................................................6-10
3.1.1 Estrutura e Funcionamento ...................................................................6-10
3.1.2 Classificação ........................................................................................6-13
3.2 GRANADAS POLICIAIS DE EMISSÃO...................................................6-16
3.2.1 Estrutura e Funcionamento ...................................................................6-16
3.2.2 Classificação .........................................................................................6-184. NEUTRALIZAÇÃO DE GRANADAS POLICIAIS FALHADAS ................6-21
4.1 PROCEMINENTOS OPERACIONAIS PARA GRANADAS DE EMISSÃO 
FALHAS ..........................................................................................................6-22
4.2 PROCEMINENTOS OPERACIONAIS PARA GRANADAS EXPLOSIVAS 
FALHAS ..........................................................................................................6-23
4.3 DISPARO DE ELASTÔMERO COM ESPINGARDA CALIBRE 12 ..........6-23
4.4 UTILIZAÇÃO DA PLACA DE SECÇÃO ...................................................6-23
4.5 UTILIZAÇÃO DO CONE DE “MUNROE” ................................................6-24
4.6 UTILIZAÇÃO DE MATERIAL COMBUSTÍVEL ........................................6-24
4.7 SIMPATIA .................................................................................................6-25
CAPÍTULO VII 
TÉCNICAS DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
1. COMPOSIÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE ............................................7-1
2. FUNÇÕES NO PELOTÃO DE CHOQUE ....................................................7-1
3. FORMAÇÕES DE CHOQUE .......................................................................7-2
3.1 FORMAÇÕES BÁSICAS ...........................................................................7-2
3.1.1 Coluna por 3 (três)...................................................................................7-3
3.1.2 Coluna por 2 (dois) ..................................................................................7-4
3.2 FORMAÇÕES OFENSIVAS ......................................................................7-5
3.2.1 Formação em Linha.................................................................................7-5
3.2.2 Formação em Cunha: ..............................................................................7-6
3.2.3 Escalão à Direita .....................................................................................7-7
3.2.4 Escalão à Esquerda ................................................................................7-8
3.3 FORMAÇÕES DEFENSIVAS ....................................................................7-9
3.3.1 Guarda Alta..............................................................................................7-9
3.3.2 Guarda Alta Emassada..........................................................................7-10
3.3.3 Guarda Baixa.........................................................................................7-11
3.3.4 Guarda Baixa Emassada .......................................................................7-11
3.4 FORMAÇÕES ADAPTADAS ...................................................................7-12
3.4.1 Formação Meia Lua...............................................................................7-13
3.4.2 Formação em “L” ...................................................................................7-14
3.5 FORMAÇÃO GUARDA BLINDADA .........................................................7-15
3.6 GRUPO DE RESPOSTA RÁPIDA (GRR) ................................................7-15
3.7 FORMAÇÃO PARA CARGA ....................................................................7-16
4. COMANDOS POR VOZ E POR GESTOS ................................................7-17
4.1 COMANDO POR VOZ .............................................................................7-18
4.2 COMANDO POR GESTOS .....................................................................7-18
4.2.1 Formação em Coluna por 3 ...................................................................7-19
4.2.2 Formação em Coluna por 2 ...................................................................7-20
4.2.3 Formação em Linha...............................................................................7-20
4.2.4 Formação em Cunha .............................................................................7-21
4.2.5 Escalão à Direita ...................................................................................7-21
4.2.6 Escalão à Esquerda ..............................................................................7-22
4.2.7 Guarda Baixa.........................................................................................7-22
4.2.8 Guarda Baixa Emassada.......................................................................7-23
4.2.9 Guarda Alta............................................................................................7-23
4.2.10 Guarda Alta Emassada........................................................................7-24
4.2.11 Guarda Blindada ..................................................................................7-24
5. FORMAÇÕES DA COMPANHIA DE CHOQUE ........................................7-25
5.1 FORMAÇÕES DE CHOQUE COM 2 PELOTÕES ..................................7-25
5.1.1 Apoio Lateral..........................................................................................7-25
5.1.2 Apoio Lateral, Frente Lateral .................................................................7-26
5.1.3 Apoio Complementar .............................................................................7-26
5.1.4 Apoio Cerrado........................................................................................7-27
5.1.5 Apoio Central .........................................................................................7-28
5.2 COMANDO POR GESTOS PAR A COMPANHIA DE CHOQUE .............7-29
5.2.1 Apoio Lateral..........................................................................................7-29
5.2.2 Apoio Lateral, Frente Lateral .................................................................7-29
5.2.3 Apoio Complementar .............................................................................7-30
5.2.4 Apoio Cerrado........................................................................................7-31
5.2.5 Apoio Central .........................................................................................7-31
5.3 FORMAÇÕES DE CHOQUE COM 3 PELOTÕES ..................................7-32
5.3.1 Apoio Lateral..........................................................................................7-32
5.3.2 Apoio Lateral Frente Lateral ..................................................................7-32
5.3.3 Apoio Complementar .............................................................................7-32
5.3.4 Apoio Cerrado........................................................................................7-32
5.3.5 Apoio Central .........................................................................................7-32
6. ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DE CÃES ...........7-33
6.1 CONSTITUIÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DOS 
BINÔMIOS ......................................................................................................7-35
6.1.1 Formação de Transição do Pelotão com Reforço dos Binômios, em 
Coluna por Dois ..............................................................................................7-35
6.1.2 Formação em Linha com Reforço dos Binômios ..................................7-35
6.1.3 Composição do GRR.............................................................................7-36
7. ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DE CAVALARIA 7-37
8. TÉCNICA DE CHOQUE RÁPIDO .............................................................7-38
8.1 COMPOSIÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE RÁPIDO – POR 
FORMAÇÃO ...................................................................................................7-39
8.2 PROCEDIMENTOS GERAIS NA ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE 
RÁPIDO ..........................................................................................................7-41
9. ORDEM UNIDA .........................................................................................7-42
9.1 GENERALIDADES ..................................................................................7-42
9.2 POSIÇÕES ..............................................................................................7-439.2.1 Posição de “Escudos ao Solo” ..............................................................7-43
9.2.2 Posição de “Descansar” ........................................................................7-44
9.2.3 Posição de “Sentido” .............................................................................7-45
9.3 MOVIMENTOS A PÉ FIRME ...................................................................7-46
9.3.1 Posição de “Sentido” Partindo da Posição de “Descansar” ..................7-46
9.3.2 Posição de “Descansar” Partindo da Posição de “Sentido” ..................7-46
9.3.3 “Ombro Armas” e “Apresentar Armas” a Pé Firme ................................7-46
9.3.4 “Voltas Volver” .......................................................................................7-47
9.4 DESLOCAMENTOS ................................................................................7-48
9.4.1 Posição de Deslocamento em Desfile de Tropa....................................7-48
9.5 OBSERVAÇÕES QUANDO DA ATUAÇÃO E EM DESFILES 
MILITARES .....................................................................................................7-49
CAPÍTULO VIII 
TÁTICAS DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
1. DIAGNOSE NAS OPERAÇÕES DE CHOQUE ..........................................8-1
1.1 OPONENTE...............................................................................................8-2
1.2 TERRENO .................................................................................................8-4
1.3 USO DA FORÇA PELA TROPA DE CHOQUE ..........................................8-6
2. PLANEJAMENTO EMERGENCIAL ...........................................................8-7
3. PROCEDIMENTOS PADRONIZADOS .......................................................8-8
3.1 REUNIÕES ILEGAIS ................................................................................8-8
3.1.1 Objetivos..................................................................................................8-9
3.1.2 Planejamento ..........................................................................................8-9
3.1.3 Sensores ...............................................................................................8-10
3.1.4 Apronto da Tropa de Choque ................................................................8-10
3.1.5 Local ......................................................................................................8-11
3.1.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)............................................ 8-11
3.1.7 Procedimentos.......................................................................................8-12
3.2 REVISTA EM ESTABELECIMENTO PENAL ...........................................8-13
3.2.1 Objetivos................................................................................................8-13
3.2.2 Planejamento.........................................................................................8-13
3.2.3 Sensores ...............................................................................................8-14
3.2.4 Apronto da Tropa de Choque ................................................................8-14
3.2.5 Local ......................................................................................................8-14
3.2.6 Comando, Controle E Comunicações (C3) ...........................................8-15
3.2.7 Procedimentos.......................................................................................8-15
3.3 REBELIÃO EM ESTABELECIMENTO PENAL ........................................8-18
3.3.1 Objetivos................................................................................................8-18
3.3.2 Planejamento.........................................................................................8-18
3.3.3 Sensores ...............................................................................................8-19
3.3.4 Apronto Da Tropa De Choque ...............................................................8-19
3.3.5 Local ......................................................................................................8-19
3.3.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)............................................8-20
3.3.7 Procedimentos......................................................................................8-20
3.4 REINTEGRAÇÃO DE POSSE.................................................................8-23
3.4.1 Objetivos................................................................................................8-23
3.4.2 Planejamento.........................................................................................8-23
3.4.3 Sensores ...............................................................................................8-24
3.4.4 Apronto da Tropa de Choque ................................................................8-25
3.4.5 Local ......................................................................................................8-26
3.4.6 Comando, Controle E Comunicações (C3) ...........................................8-26
3.4.7 Fases .....................................................................................................8-27
3.4.8 Reintegração De Posse De Edificações Verticais .................................8-30
3.5 EVENTOS ESPECIAIS ............................................................................8-33
3.5.1 Objetivos................................................................................................8-34
3.5.2 Planejamento.........................................................................................8-34
3.5.3 Sensores ...............................................................................................8-34
3.5.4 Apronto da Tropa de Choque ................................................................8-35
3.5.5 Local ......................................................................................................8-35
3.5.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)............................................8-35
3.5.7 Procedimentos.......................................................................................8-36
REFERÊNCIAS ............................................................................................... R-1
1-1
CAPÍTULO I 
ASPECTOS LEGAIS E DOUTRINÁRIOS
Este capítulo apresentará os aspectos legais e doutrinários das 
Operações de Choque, através de uma revisão doutrinária acerca de Ordem 
Pública, Segurança Pública e emprego da Polícia Militar em tais circunstâncias. 
Além disso, apresentará conceitos e princípios em Operações de Choque e os 
atributos necessários para o profissional choqueano.
1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL PARA OPERAÇÕES DE CHOQUE
É impossível dissociar as operações de choque do pressuposto da 
democracia. Neste sentido, um estado democrático de direito que deseja garantir 
o respeito aos direitos humanos e garantias fundamentais encontra amparo 
jurídico suficiente para harmonizar os conceitos de Estado como promotor de 
justiça social e como titular do uso da força coercitiva. 
No ordenamento jurídico brasileiro, a atuação, por parte das forças 
de segurança pública, com vistas a restaurar a ordem pública, tem amplo 
embasamento, sobretudo em dispositivos da Constituição Federal. O Art. 144 da 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (BRASIL, 1988) atribui, 
dentre outras, à Polícia Militar a responsabilidade pela preservação da ordem 
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
[...]
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
[...]
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a 
preservação da ordem pública (BRASIL, 1988, grifo 
nosso).
Desta forma, visto que a preservação da ordem pública abarca tanto 
a sua manutenção quanto a sua restauração,o emprego repressivo da tropa de 
choque, de forma proporcional e razoável, não se afigura ilegítimo. 
1-2
Recepcionado pela sobredita Lei Maior, no que não contraria os 
preceitos constitucionais, o Decreto-Lei 667, de 02 de julho de 1969, que 
Reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros militares dos 
Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, e dá outras providências, no seu 
art. 3°, alínea “c”, assevera tal entendimento, in verbis:
Art. 3°: Instituídas para a manutenção da ordem pública e 
segurança interna dos Estados, nos Territórios e nos Distrito 
Federal, compete às Polícias Militares, no âmbito de suas 
respectivas jurisdições:
a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões 
peculiares das Forças Armadas, o policiamento ostensivo, 
fardado, planejado pela autoridade competente, a fim de 
assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem 
pública e o exercício dos poderes constituídos; 
b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, 
em locais ou áreas específicas, onde se presuma ser 
possível a perturbação da ordem; 
c) Atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação 
da ordem, precedendo o eventual emprego das Forças 
Armadas (BRASIL, 1969, grifo nosso).
O Regulamento para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares (R-200), aprovado pelo Decreto n°. 88.777, de 30 de setembro de 
1983, regulamentou o Decreto-Lei 667, trazendo, em seu Art. 2°, os seguintes 
conceitos:
19) Manutenção da Ordem Pública - É o exercício dinâmico 
do poder de polícia, no campo da segurança pública, 
manifestado por atuações predominantemente ostensivas, 
visando a prevenir, dissuadir, coibir ou reprimir eventos 
que violem a ordem pública.
21) Ordem Pública - Conjunto de regras formais, que 
emanam do ordenamento jurídico da Nação, tendo por 
escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do 
interesse público, estabelecendo um clima de convivência 
harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia, e 
constituindo uma situação ou condição que conduza ao bem 
comum. 
25) Perturbação da Ordem - Abrange todos os tipos de 
ação, inclusive as decorrentes de calamidade pública que, 
por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam vir 
a comprometer, na esfera estadual, o exercício dos poderes 
constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da 
ordem pública, ameaçando a população e propriedades 
públicas e privadas. As medidas preventivas e repressivas, 
1-3
neste caso, estão incluídas nas medidas de Defesa Interna 
e são conduzidas pelos Governos Estaduais, contando ou 
não com o apoio do Governo Federal (BRASIL, 1983, grifo 
nosso).
Ademais, aliado aos instrumentos normativos já citados, juntamente 
com os elencados temos o regime jurídico administrativo que, caracterizado pelos 
conjuntos de regras e princípios implícitos e explícitos em nosso ordenamento 
jurídico, coloca a Administração Pública, limitada pelo interesse público (princípio 
da indisponibilidade do interesse público), em posição de superioridade em 
relação ao administrado (princípio da supremacia do interesse público). Tal 
regime, envolto nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência, realiza-se por meio de atributos ou prerrogativas, todas 
de caráter instrumental, com vistas ao alcance do interesse público. 
Nesse diapasão, o poder de polícia, prerrogativa do Estado de, em prol 
do interesse público e bem estar social, restringir, impedir ou limitar a atuação do 
particular, apresenta-se como instrumento necessário à manutenção da ordem 
pública. É a inteligência do Art. 78 da Lei Federal n° 5.172, de 25 de outubro de 
1966, que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de 
direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios:
Artigo 78. Considera-se poder de polícia atividade da 
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção 
de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina 
da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos (BRASIL, 
1966, grifo nosso).
Isto posto, ainda que de forma repressiva, a atuação da tropa de 
choque revela-se legal e legítima, respeitados os princípios da administração 
pública e a vinculação às normas afetas às operações de choque.
1-4
1.1 POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍCIA DE ORDEM 
PÚBLICA
Conforme inferido do subitem anterior, o ordenamento jurídico pátrio 
tem, na formulação de suas normas, a necessidade de promover o convívio 
harmônico e pacífico dos cidadãos no exercício regular de seus direitos e deveres, 
tendo como atributo preponderante a liberdade. Depreende-se, então, que para 
atender a vontade constitucional, faz-se mais que evidente a necessidade da 
existência de um sistema de convivência pública, no qual as relações entre os 
indivíduos precisem de uma organização mínima em que se observe uma ordem 
ética mínima, a fim de que se exerçam tranquilamente as liberdades individuais. 
Neste contexto, conclui-se que o sistema de convivência pública 
pressupõe também a sua ordem, a qual se chama ordem pública. Ela é composta 
por valores, princípios e normas que permitem o funcionamento regular e estável 
da sociedade, assegurando, assim, a liberdade de cada um. Neste caso, a 
ordem pública pressupõe a existência de uma ordem jurídica capaz de “regular 
as relações sociais de todos os níveis, do interesse público, estabelecendo um 
clima de convivência harmoniosa e pacífica” (BRASIL, 1983).
Assim, a ordem pública se constitui pela paz pública, pela disposição 
harmoniosa da convivência e pela ausência de perturbações no cotidiano da 
sociedade e, para tanto, estrutura-se com base em três elementos: a tranquilidade 
pública, a salubridade pública e a segurança pública.
Nessa tríade, a segurança pública é o elemento que permite a 
estabilidade do sistema de convivência pública, por possuir em seu sistema 
estruturas e funções desenvolvidas e ativadas para estabilizar e manter a ordem 
pública, a fim de “salvaguardá-la de perturbações (inevitáveis) de todo tipo, que 
possam comprometê-la, evertê-la ou subvertê-la” (LAZZARINI, 1989).
Para Moreira Neto (1988), segurança pública é “o conjunto de processos 
políticos e jurídicos, destinados a garantir a ordem pública na convivência de 
homens em sociedade”. Dessa forma, a garantia da ordem pública é a segurança 
pública.
A polícia administrativa, sendo um dos subsistemas da Segurança 
Pública, possui dois elementos que formatam a atuação das Polícias Militares: 
a polícia de segurança pública (que atua preventivamente, através de ações 
dissuasórias ostensivas) e a polícia de ordem pública (que atua repressivamente, 
quando se apresenta um quadro de quebra de ordem no qual a polícia de 
segurança pública não foi capaz de conter ou evitar). 
Desta forma, conclui-se que, numa situação na qual não houve 
1-5
condições para que a polícia de segurança pública evitasse o dano à ordem 
pública, quer seja por limitações de técnicas operacionais ou pelo vulto do evento 
danoso, o restabelecimento da ordem pública deverá ocorrer através da polícia 
de ordem pública, a qual só poderá ser utilizada em circunstâncias especiais, 
atendidos os seus critérios legais e doutrinários. Assim, a polícia de choque ou 
tropa de choque enquadra-se perfeitamente no conceito de polícia de ordem 
pública.
1.2 DOUTRINA E CONCEITOS EM OPERAÇÕES DE CHOQUE
1.2.1 Aspectos Doutrinários
As Operações de Choque são operações policiais militares 
desenvolvidas por efetivos em superioridade relativa, devidamente selecionados 
e treinados com técnicas especiais e equipados com material de tecnologia 
diferenciada, para intervenção em ocorrências de distúrbios sociais, quando 
esgotados os esforços dastropas convencionais e de solução negociada. Tais 
operações são executadas pela tropa de choque, que têm sua fundamentação 
no controle de pessoas por quebra da resistência, através, principalmente, de 
ações de impacto psicológico, podendo ocorrer por meio de dois tipos específicos 
de estratégias: de dispersão ou de submissão. 
A intervenção em ocorrências típicas de distúrbios sociais ocorre em 
três etapas: contenção, negociação e uso da força pela tropa de choque. As 
duas primeiras etapas devem ser executadas por efetivo da tropa convencional.
A contenção é o ato que visa manter a ocorrência controlada no espaço 
e tempo determinados, impedindo que se alastre, além de estabelecer o controle 
de locais estratégicos para, em sendo necessário, empregar a tropa de choque. 
A negociação, que ocorre durante a crise de distúrbios sociais, deve ser 
conduzida por um policial militar capacitado para tal mister e nunca pela tropa 
de choque. Esta prática busca a solução da crise sem que haja necessidade do 
uso da força. 
O uso da força pela tropa de choque é o último estágio para a resolução 
da crise de distúrbio social. Nesta etapa, a tropa utilizará Instrumentos de Menor 
Potencial Ofensivo (IMPO), visando dispersar ou submeter os causadores 
desta, haja vista que o profissional operacional de choque é o especialista para 
a execução dessas ações e do uso dos IMPO. Assim, para atingir o objetivo 
1-6
da missão, as Operações de Choque se valem do Uso Diferenciado dos Meios 
de Força (UDMF), que é a adequação do emprego de tecnologias de menor 
potencial ofensivo, ou até letal, ao nível de resistência do infrator da lei. 
A doutrina utilizada no Brasil tem origem germânica, a qual visa a 
manutenção da distância entre a tropa e os oponentes, com a busca da quebra do 
elo psicológico que garante a coesão da coletividade. Neste contexto, as ações 
da tropa de choque em casos de dispersão devem manter, prioritariamente, 
uma distância de segurança mínima de 30 (trinta) metros. A aproximação entre 
o oponente e a tropa de choque evidencia um risco no processo de intervenção 
do distúrbio, aumentando o grau de lesividade dos instrumentos empregados, 
podendo acarretar em danos para os envolvidos na crise1, com resultados 
indesejáveis para a ocorrência. 
Além do exposto, incorporou-se também, às Operações de Choque, 
outro tipo de ação estratégica que é a submissão. Neste caso, o objetivo das 
Operações de Choque é o de controlar ou conter os causadores, em decorrência 
do terreno para a ação e das características deste tipo de crise.
A estratégia de dispersão é desenvolvida com o objetivo de enfraquecer 
a relação criada pelos indivíduos quando atuam em coletividade, reduzindo 
assim, os efeitos característicos dos comportamentos coletivos. Para tanto, são 
utilizados IMPO que busquem diminuir a intensidade dos efeitos psicológicos 
da coletividade, efeitos que estabelecem vínculos entre os componentes de 
uma determinada categoria de agrupamento social devido à proximidade entre 
os indivíduos e a reação destes frente a uma situação que afeta a todos. Na 
estratégia de dispersão, o uso da arma letal é uma exceção, devendo ocorrer 
apenas em resposta à ameaça ou risco de morte contra o policial militar ou 
terceiros. 
Já a estratégia de submissão se desenvolve de forma a sujeitar o 
indivíduo a obedecer às ordens emanadas, através do controle do espaço e do 
próprio oponente, evitando que se executem atos hostis ou de violência contra 
a tropa ou terceiros. Neste caso, a utilização de IMPO visa manter o controle 
do indivíduo, através de recursos debilitantes brandos (com o objetivo de evitar 
pânico ou descontrole) ou meios incapacitantes. 
É importante ressaltar que a relação existente entre o nível de 
resistência do oponente e o uso adequado do nível de força nas Operações de 
Choque só poderá estar legitimada na sua doutrina quando forem atendidos os 
quatro requisitos básicos:
1 Considera-se crise todo incidente ou situação extrema não rotineira, que exija uma resposta 
especial dos órgãos operativos de segurança pública e defesa civil, em razão da possibilidade de 
agravamento conjuntural, com grave risco à vida e ao patrimônio (BAHIA,2016).
1-7
Figura 1: Requisitos Básicos das Operações de Choque.
Fonte: A Comissão.
 - HOMEM: elemento principal que compõe a tríade das Operações 
de Choque. Deve possuir o perfil profissiográfico indicado neste 
manual para o profissional técnico no uso de IMPO em ocorrências 
típicas de distúrbios sociais.
 - TREINAMENTO: realizado através de processos planejados 
de preparação, que visem levar o homem de choque ao nível 
permanente de proficiência nas ações de dispersão ou submissão 
desenvolvidas nas Operações de Choque.
 - MATERIAL: todo tipo de ferramenta ou tecnologia própria e 
específica utilizada pela tropa de choque como meio de defesa ou 
ataque nas situações que envolvam distúrbios sociais. 
A MISSÃO é o componente central que define a adequada seleção, 
capacitação e apronto operacional. Neste contexto, a tropa de choque, sendo 
especializada na aplicação de Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo (IMPO) 
para resolução de crises resultantes de atos de desordem e violência do coletivo 
social, atenderá a sua atribuição legal e doutrinária, através das estratégias de 
dispersão e/ou submissão, como já mencionado.
Diante disso, cabe ao especialista em Operações de Choque, além 
da capacitação técnica para o manuseio de IMPO e do treinamento constante, 
conhecer as peculiaridades e a categorização dos agrupamentos sociais, bem 
como o comportamento coletivo.
1-8
1.2.2 Agrupamentos Sociais
Ao Choqueano compete conhecer e reconhecer as formações, 
categorizações e atuações dos agrupamentos sociais, sob pena de empregar 
força desnecessária em condições adversas do que prevê as técnicas e táticas 
de Choque. 
Os agrupamentos sociais, para efeito das Operações de Choque, 
podem ser divididos em duas categorias: os agregados sociais e os grupos 
sociais. A diferença entre os dois está na interação entre as pessoas, nas ações 
produzidas por elas e nos resultados pretendidos.
Os agregados sociais são caracterizados pela reunião de pessoas com 
fraco sentimento de grupo. Não são organizadas, sendo sua estrutura instável 
e sem hierarquia de posições e funções. Há anonimato entre as pessoas e o 
contato social é limitado e de curta duração. Fazem parte dos agregados sociais:
a. Massa: é o agrupamento de pessoas formadas espontaneamente, 
porém, separadas fisicamente, as quais recebem estímulos de 
forma passiva, através de algum meio de comunicação. Apesar de 
ser um agrupamento que atinge um grande número de indivíduos, 
não há, nele, consciência de grupo. Isso decorre das informações 
recebidas, que visam manipular a opinião dessas pessoas.
b. Multidão: reunião de pessoas espontânea, temporária e, por 
vezes, desorganizada, formada por indivíduos que dividem 
sentimentos comuns, de modo que uns podem afetar os outros. 
Outras características da multidão são: o anonimato, a indiferença 
e a proximidade física entre os indivíduos. Pode assumir forma 
pacífica ou violenta, a depender dos estímulos e de outros fatores 
externos. Os indivíduos estão propícios a tomar decisões e a gerar 
ações homogêneas.
c. Público: é o agrupamento de pessoas que se reúnem 
espontaneamente, seguindo os mesmos estímulos decorrentes 
de assuntos sociais relevantes, os quais canalizam a atenção dos 
partícipes pelo interesse comum. A integração entre os indivíduos é 
intencional, diferente da multidão, que é ocasional. Suas decisões 
são individuais, podendo até gerar ações homogêneas. Isso ocorre 
devido à existência da racionalidade nesse tipo de agrupamento 
social.
Os grupos sociais são ajuntamento de pessoas que interagem, 
possuem organização, hierarquia, normas, valores, objetivos comuns e estrutura 
1-9
social razoavelmente consolidada e perceptível por outras pessoas, de fora do 
grupo. Há, ainda, consciência grupal, sentimento depertencimento e duração 
prolongada. Os grupos sociais de interesse das Operações de Choque são:
a. Movimentos sociais: grupo de indivíduos que, reunidos por uma 
ideologia comum, envolve-se num esforço organizado e coletivo 
para promover ou impedir mudanças na sociedade ou no próprio 
grupo.
A classificação dos movimentos sociais depende da sua relação 
com a sociedade. Eles podem ser: conservadores, reformistas ou 
revolucionários.
1. Conservadores: buscam preservar a sociedade de mudanças e 
alterações;
2. Reformistas: buscam modificar alguns aspectos sociais, mas 
sem transformá-los completamente. Estão subdivididos em: 
 - Reivindicatórios ou de Classes: ações focadas em questões de 
exigências imediatas; 
 - Políticos: buscam influenciar a população para a participação 
política direta, enquanto garantia para transformações estruturais 
na sociedade.
3. Revolucionários: buscam subverter a ordem social e, 
consequentemente, alterar as relações entre distintos fatores na 
conjuntura nacional.
b. Presos: pessoas privadas de sua liberdade por cometimento de 
delito, as quais são mantidas em confinamento nos locais chamados 
de estabelecimentos penais. Quando amotinados, formam grupo(s) 
que responde(m) a um ou mais líderes e, através da quebra da 
ordem nos estabelecimentos penais, buscam atingir objetivos 
comuns. Normalmente, são estruturados hierarquicamente e 
possuem valores e códigos de condutas próprios. Importante 
salientar que os presos, quando em situação rotineira, sem quebra 
de ordem, são categorizados como multidão.
1.2.3 Comportamento Coletivo
A conduta individual, que se torna presente na coletividade, é governada, 
basicamente, pelas normas sociais e legais aprendidas ou transmitidas ao longo 
1-10
do processo de socialização, de forma que exista uma ordem que subordina 
os indivíduos a conviver harmonicamente em sociedade. A ordem pública, 
juntamente com a tranquilidade, a salubridade e a segurança pública, são 
partes relevantes neste contexto de harmonia social. Entretanto, neste processo 
de convivência em coletividade, existem determinadas condutas afetas aos 
grupamentos humanos. Segundo o Dicionário de Sociologia, os comportamentos 
coletivos ocorrem de forma relativamente espontânea e normalmente não são 
estruturados, sendo, portanto, tipos de condutas que ocorrem em agrupamento 
de pessoas que reagem a algum tipo de circunstância afeta a todos. 
As teorias que explicam o comportamento coletivo são fundamentadas 
em duas escolas: a individualista e a interacionista. Sendo assim, extraem-se 
destas escolas as quatro teorias básicas do comportamento coletivo:
 - Teoria do Contágio: Esta teoria tem como base a ideia da sugestão 
entre os participantes. A “indução solitária da emoção” seria uma 
ação homogênea, desenvolvida por indivíduos em grupo, ou seja, 
o comportamento de um indivíduo despertaria no outro o mesmo 
comportamento.
 - Teoria da Desindividualização: O indivíduo, ao fazer parte de um 
agrupamento ao qual se identifica, vê-se tomado pelo anonimato, 
tornando sua responsabilidade difusa entre os demais componentes. 
Tal circunstância tende a maior desinibição e impulsividade pessoal, 
havendo assim a perda de restrições morais e comportamentais, 
o que favorece para que o indivíduo adote práticas antissociais, 
agindo de forma diferente do seu cotidiano. 
 - Teoria da Convergência: Os indivíduos que fazem parte do 
agrupamento se identificam com a consciência e as orientações 
que prevalecem no coletivo. Neste caso, as pessoas tendem a 
convergir suas posições de forma a minimizar as diferenças entre 
o grupo. A teoria defende que os indivíduos em grupo expostos a 
uma situação crítica se tornam sugestionáveis, sendo essa uma 
condição psicológica para a convergência. 
 - Teorias das Normas Emergentes: Estabeleceu que as normas sociais 
surgem durante as interações simbólicas do grupo, controlando, 
assim, o comportamento coletivo. Alguns indivíduos podem se 
destacar e se consolidam como líderes, podendo surgir também 
outras lideranças transitórias. Suas ações são caracterizadas como 
um padrão do grupo, surgindo, por conseguinte, a homogeneidade. 
As atitudes dos que se destacam facilitam o aparecimento de novas 
normas que induzirão os demais a segui-las. 
1-11
Assim, o entendimento dos comportamentos e atitudes individuais, 
quando executados em coletividade, e a consequente reverberação dessas 
ações no agrupamento social tornam-se fundamentais para as Operações 
de Choque. Os comportamentos coletivos, segundo as principais teorias da 
psicologia sociais já citadas englobam as seguintes condicionantes:
a. Fase de controle exercido pela presença ou ação de outrem - 
modificando os comportamentos individuais através do anonimato;
b. As reações circulares – trata da influência de cada indivíduo 
sobre os comportamentos do outro; os indivíduos refletem, 
reciprocamente, suas maneiras de sentir e, ao fazê-lo, intensificam-
nas, promovendo, assim, o contágio;
c. O “milling” – o senso de desconforto pela proximidade conduz os 
indivíduos a movimentarem-se a ermo, uns em redor dos outros, ao 
acaso e sem meta;
d. A excitação coletiva – quando o comportamento, excitado, fixa 
poderosamente a atenção dos integrantes; sob a sua influência, 
então, os indivíduos tornam-se emocionalmente excitáveis e a 
decisão pessoal destes indivíduos é mais rapidamente quebrada;
e. O contágio social – disseminação rápida, impensada e irracional de 
um estado de espírito, de um impulso ou de uma forma de conduta 
que atrai e se transmite aos que originalmente se constituíam em 
meros espectadores e assistentes.
Quadro 1: Aspectos Psicológicos das Ações Coletivas.
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS 
AÇÕES COLETIVAS
Contágio
Desinibição
Sugestão
Indução
Anonimato
Homogeneidade
Excitação coletiva
Fonte: A Comissão.
1-12
1.2.4 Ações Coletivas dos Agrupamentos Sociais
As ações coletivas, em locais onde há reunião de pessoas, tem se 
apresentado como um fenômeno da contemporaneidade. Vem chamando a 
atenção dos meios de comunicação em massa e servindo, assim, como objeto 
de estudo da própria polícia. Ainda há muitas questões a serem formuladas 
e respondidas, entretanto, podemos verificar que muitas dessas ações têm 
orientações ideológicas e políticas que se utilizam dos comportamentos coletivos 
para atingir objetivos preestabelecidos. 
As mobilizações coletivas podem ocorrer de forma pacífica, atendendo 
aos preceitos constitucionais e, desta forma, a obediência às normas garantirá a 
tranquilidade dos atos da coletividade. Esta forma de ação coletiva é categorizada 
como manifestação coletiva:
a. Manifestação coletiva: reunião lícita, de caráter pacífico, na qual 
as pessoas se mobilizam livremente para expressar suas opiniões 
e pensamentos sobre temas de interesse comum aos participantes.
Contudo, quando as mobilizações se tornam descontroladas e, por 
conta de estímulos negativos (gerados por líderes ou eventos), os 
indivíduos passam a cometer ações de desordem e violência, em 
notória desobediência às normas sociais estabelecidas, praticando 
atos ilegais, apresenta-se aí um quadro de distúrbio. Neste contexto, 
a reunião é ilegal.
b. Distúrbio ou Distúrbio social: atos de desordem e violência 
decorrentes do comportamento coletivo, perturbadores e prejudiciais 
à ordem pública e/ou à ordem social vigente. 
O distúrbio social pode se apresentar através de diversos atos 
praticados por infratores das normas vigentes, sendo dividido nas 
seguintes espécies:
 - Tumulto ou Turbação: atos de desobediência e/ou desrespeito 
à ordem e à lei, não necessariamente de caráter violento e hostil, 
que podem ser traduzidos, muitas vezes, em vandalismo. Podem 
ocorrer após um planejamento prévio ou por ação inopinada, 
levados a efeito por uma liderança negativa, que pode surgir 
eventualmente naquele contexto. 
 - Rebelião ou motim: ação ilegal de perturbação da ordem ou 
desrespeito contra a autoridade instituída em estabelecimento 
penal. 
1-13- Revolução: ato de revolta contra um poder estabelecido, pelo 
ordenamento jurídico vigente, com uso de violência, que tem o 
objetivo de promover mudanças profundas na sociedade, através 
das instituições políticas, sociais, econômicas, culturais e morais.
1.3 ACIONAMENTO E EMPREGO DA TROPA DE CHOQUE EM 
OCORRÊNCIAS DE DISTÚRBIOS SOCIAIS
Como visto, as ocorrências críticas de distúrbios sociais decorrentes 
do comportamento coletivo têm características que reforçam a necessidade de 
preparo, armamentos e equipamentos especiais para o policial que nelas atuará. 
Hodiernamente, são situações de alta complexidade, por envolver grande 
número de pessoas que podem adotar ações violentas e ilegais, tornando-se 
assim ocorrências politicamente sensíveis, cujas decisões para o emprego da 
tropa de choque ficam adstritas ao nível estratégico da Corporação, sem olvidar 
a necessidade de cumprir fielmente a lei aliada à doutrina.
Nesse diapasão, a atuação da tropa de choque se torna necessária 
quando pessoas reunidas por quaisquer circunstâncias praticam atos atentatórios 
à ordem pública ante as quais a tropa convencional não tenha condições de 
resolução. 
Para que uma ocorrência de distúrbio social exija o acionamento e o 
emprego de uma tropa de choque deverá existir as seguintes condicionantes:
 - Perturbação da ordem pública;
 - Concentração de pessoas praticando ações ilegais e/ou violentas;
 - A tropa convencional não dispor de condição de resolução ou não 
possuir os atributos para tal;
 - Fracasso na solução negociada.
O acionamento e o emprego da tropa de choque exigem o cumprimento 
de um fluxo organizacional que procure preservar a atuação desse tipo de força 
policial, especialista no uso de tecnologias de menor potencial ofensivo, que 
responde especificamente às ocorrências de alto nível de complexidade e 
sensivelmente políticas. 
Assim, é apresentado neste manual o Fluxograma Básico de 
Acionamento da Tropa de Choque:
1-14
Figura 2: Fluxograma Básico de Acionamento da Tropa de Choque.
Fonte: A Comissão.
1-15
1.3.1 Planos de Acionamento
Os Planos de Acionamento da tropa de choque (PA) são compostos 
por um conjunto de planos de ação que devem ser executados conforme o tipo 
de ocorrência crítica de distúrbio social e o estado operacional da tropa. Assim, 
os documentos que compõem o PA são:
a. Plano de Avaliação de Situação (PlanAS)
Documento baseado no estudo operacional e de inteligência policial 
da ocorrência, que visa identificá-la, respondendo às seguintes 
perguntas:
 - A ocorrência corresponde a um distúrbio social?
 - Qual o perfil dos causadores?
 - Há liderança aparente ou confirmada?
 - A tropa responsável pela área fez a contenção?
 - A tropa local, através de seus recursos pessoais e materiais, tem 
condições de resolução?
 - A ocorrência pode ser solucionada com negociação?
 - Quais direitos estão sob ameaça?
 - Quais as condições de terreno/ambientais relevantes?
 - Qual o tipo de risco e quais danos se apresentam?
 - A ocorrência pode ser controlada por recurso especializado local?
b. Plano de Chamada (PlanCham)
Documento que registra os dados que facilitarão o acionamento, 
no mais curto prazo, do efetivo que não está aquartelado, devendo 
conter:
 - Meios de chamada;
 - Prioridade de chamada;
 - Controle dos efetivos reunidos;
 - Medidas de segurança.
Deve fazer parte do aprestamento de pessoal e ser mantido 
permanentemente atualizado.
c. Plano para Ordem de Marcha (POMarcha)
Documento de estrutura simples, que visa dar conhecimento da 
missão ao efetivo empregado, devendo indicar os seguintes itens:
1-16
 - Qual a missão;
 - Qual o objetivo a ser alcançado;
 - A identificação dos oponentes;
 - A situação do terreno;
 - Os meios que serão utilizados (armas, munições, equipamentos, 
materiais extras, viaturas, etc.);
 - A provável duração da missão.
Em situações emergenciais, para ações imediatas, e com vistas à 
manutenção da integridade tática nas Operações de Choque, o Plano poderá 
ser suprimido por preleção oral, realizada pelo Comandante da tropa de choque, 
o qual indicará os principais aspectos do problema, utilizando-se, para isso, do 
recurso do Plano de Ação Imediata (ver subitem 8.3).
1.3.2 Estado Operacional da Tropa de Choque
Por ter natureza de emprego aquartelado, os estados operacionais 
da tropa de choque decorrem das ordens de prontidão, de sobreaviso ou de 
marcha, conforme conceitos e condições estabelecidas no Regulamento Interno 
de Serviços Gerais (R-1), no Caderno de Instrução de Aprestamento e Apronto 
Operacional (EB70-CI-11.404) e nas Normas Gerais de Ação da Unidade.
PRONTIDÃO: estado em que o efetivo do serviço diário fica na OPM 
(Organização Policial Militar) devidamente preparado para deslocar do quartel, a 
fim de cumprir uma missão, tão logo receba uma ordem. 
Neste estado, exige-se que a OPM esteja devidamente aprestada, 
através do conjunto de medidas de prontificação relativas à instrução, ao 
adestramento, ao pessoal, ao material ou à logística, que visem preparar ou 
deixar pronta a tropa de choque, além de executar constantes exercícios de 
apronto operacional, colocando a unidade em condições de emprego a qualquer 
momento.
SOBREAVISO: estado em que o efetivo da OPM fica em condições 
de ser acionado para uma missão de caráter especial ou extraordinário. O 
acionamento do efetivo que esteja de folga deve ocorrer atendendo ao Plano de 
Chamada, o qual deverá estar em estado de Ordem de Marcha no menor tempo 
possível.
ORDEM DE MARCHA: estado em que a tropa de choque, estando 
pronta para ser empregada com todo o seu armamento, munição, equipamento, 
1-17
viatura, demais materiais e tecnologias, fica em condições de deslocamento 
para execução de qualquer missão de distúrbio social. Neste estado, devem ser 
observadas as condições de aprestamento e apronto operacional da tropa de 
choque.
1.3.3 Aprestamento e Apronto Operacional
APRESTAMENTO: conjunto de medidas para se deixar pronta ou 
preparada uma força ou parte dela, especialmente as relativas à instrução, ao 
adestramento, ao pessoal, ao material ou à logística, destinado a colocá-la em 
condições de ser empregada a qualquer momento (BRASIL, 2014).
APRONTO OPERACIONAL: grau de preparo de uma tropa 
considerada pronta para ser empregada em missão de combate, com todo o seu 
equipamento, armamento, viaturas, munições, suprimentos e demais fardos de 
materiais (BRASIL, 2014). 
A Situação de Apronto Operacional é a condição que a tropa tem de 
passar, no prazo mais curto de tempo, para a Situação de Ordem de Marcha. 
Ou seja, a tropa de choque deverá adotar as medidas cautelares para que o seu 
pessoal e material sejam capazes de estar prontos para iniciar a missão surgida 
inopinadamente. 
As diretrizes para se determinar a Situação de Apronto Operacional 
são:
1. Composição Geral dos Meios:
 - Designação dos efetivos para cumprimento da missão, 
manutenção da segurança e funcionamento administrativo da 
Unidade.
2. Aprestamento de Pessoal:
 - Forma de reunião do pessoal aquartelado e de sobreaviso;
 - Providências, de ordem pessoal, para garantir o afastamento da 
Sede, por longo tempo, sem prejuízos para o homem nem para 
a missão (uniforme de muda, medicamentos, material de higiene, 
roupa extra, garantir recursos e de suprimentos para a família, 
etc.);
 - Preparação do material individual;
 - Previsão de suprimentos individual.
3. Aprestamento de Material:
1-18
 - Distribuição do material bélico, EPI, EPC e demais materiais e 
suprimentos adequados à missão;
 - Manutenção da disponibilidade de material pela Unidade, de 
forma simples, prática e objetiva, observando-se o controle;
 - Estabelecimento de níveis de suprimento por tipo de missão, 
local e duração, mantendo os materiais acondicionados de forma 
adequada.
4. Transporte de Tropa:
 - Providência dos veículos manutenidos e sempre em condições 
de deslocamento;
 - Antecipação da carga para os motoristas e operadores;
 - Composição do comboio de acordo com otipo de missão.
1.4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PELOTÃO DE CHOQUE
Os princípios fundamentais do pelotão de choque são o alicerce 
das ações que envolvem o controle de pessoas por uma tropa de choque. A 
obediência a tais princípios é de extrema importância para a manutenção da 
integridade técnica e tática do emprego da tropa de choque. 
O pelotão de choque deve respeitar os preceitos que servem de 
fundamentos orientadores da sua atuação, visto que, tanto a dispersão quanto a 
submissão têm como pressupostos a preservação da vida e da integridade física, 
tanto por parte do operacional de choque quanto por parte do seu oponente:
1. O pelotão de choque é indivisível;
 - O pelotão não deverá ser desmembrado para aplicação em 
circunstâncias que não sejam a de atuar como força dissuasória 
no controle de pessoas.
2. Todo Choqueano é responsável pela segurança do pelotão e 
pelo colega do lado;
 - O fundamento da segurança é essencial para o sucesso da ação 
da tropa de choque. A atenção para tal fundamento é individual e 
coletiva.
3. Todo PM do pelotão de choque zela sempre pelo seu equipamento 
individual e o conhece perfeitamente;
1-19
 - O conhecimento do material utilizado em operações de choque 
e o seu consequente zelo garantem ao operador confiança na 
execução da missão a ele atribuída.
4. O escudeiro sempre tem prioridade sobre os demais PM do 
pelotão de choque;
 - Tal princípio é decorrente das exigências psicofísicas da função 
exercida pelo choqueano escudeiro quando em ação. Assim, em 
qualquer circunstância, o escudeiro é o elemento mais importante 
do pelotão.
5. Todo Choqueano conhece a missão e todos os objetivos a serem 
alcançados;
 - O conhecimento da missão e do seu objetivo visa deixar todos 
os componentes do pelotão no nível ideal do seu estado de 
alerta, assim como, proceder adequadamente de acordo com as 
condições operacionais.
6. Todo operador do pelotão de choque só atua mediante ordem de 
seu Comandante; 
 - É o acatamento total da disciplina e da unidade de comando.
7. O pelotão de choque só atua quando há visibilidade e 
conhecimento do terreno e do oponente; 
 - Ver o terreno e conhecê-lo favorece o direcionamento do oponente 
numa possível dispersão. Ver o oponente significa evitar a 
agressão direta e inopinada contra a tropa. Por isso, evita-se, em 
algumas circunstâncias, a atuação noturna da tropa de choque.
8. O pelotão de choque deve manter distância de segurança do 
oponente; 
 - O controle da distância evita o contato físico entre as partes, o 
que minimiza as ações diretas contra a tropa de choque, bem 
como, amplia a possibilidade de utilização de meios de menor 
potencial ofensivo. 
9. O pelotão de choque atua estritamente dentro da lei, 
demonstrando autoridade sempre, deixando as questões sociais 
ou políticas a cargo das pessoas responsáveis; 
 - A impessoalidade é a uma das principais características das 
Operações de Choque, impedindo o direcionamento das ações e 
mantendo o foco no cumprimento da missão. 
1-20
10. O pelotão de choque age sempre observando os critérios de uso 
diferenciado da força, através das tecnologias de IMPO.
 - O emprego da força, decorrente do uso dos IMPO, atendendo 
a seus princípios, como resposta a eventual ou real agressão 
dirigida ao pelotão, deve ser feito de forma técnica, a fim de que 
não restem dúvidas acerca da legitimidade da atuação da tropa 
de choque.
1.5 ATRIBUTOS DO CHOQUEANO
O estabelecimento do perfil do especialista em Operações de Choque 
funciona como uma ferramenta que possibilita determinar as características 
desejáveis no Operacional. Assim, o perfil desejado para o choqueano deverá 
atender aos preceitos ora indicados:
a. Descrição sumária das atividades
A missão estabelecida para o choqueano define as atividades a 
serem desenvolvidas por ele e, em razão de sua natureza excepcional, são 
caracterizadas pelo alto nível de risco, compressão de tempo em ocorrências 
politicamente sensíveis, notadamente em locais críticos, sendo elas:
 - Dissuasão de distúrbios sociais pelo emprego de IMPO;
 - Cumprimento de mandados de reintegração de posse rural ou 
urbana de alta complexidade;
 - Revistas em estabelecimentos penais;
 - Retomada do controle em estabelecimentos penais;
 - Eventualmente, operação como tropa de radiopatrulhamento 
tático.
b. Pré-requisitos
 - Ser voluntário;
 - Possuir bom estado físico e de saúde.
c. Capacidade cognitiva e comportamental
 - Capacidade de compreender e de resolver conflitos;
 - Raciocínio rápido;
 - Objetividade;
 - Motivação constante;
1-21
 - Ausência de traços sádicos e fóbicos;
 - Firmeza de caráter e atitude;
 - Ausência de inibição e ansiedade;
 - Conduta ilibada no serviço e na folga.
d. Características Técnicas
 - Conhecer e manusear o armamento de dotação da PMBA;
 - Identificar e manusear IMPO;
 - Ter capacidade de trabalhar em equipe;
 - Ter desenvoltura para progressão sob condições adversas;
 - Ser capaz de dominar as técnicas e táticas de Operações de 
Choque.
Como visto, é imprescindível que o choqueano possua os 
conhecimentos, habilidades e atitudes próprias dos homens que compõem as 
tropas especiais. Para tanto, será exigido deste os seguintes atributos:
Autocontrole: ser capaz de dominar suas emoções e impulsos;
Combatividade: ter ímpeto de lutar;
Companheirismo: ser camarada com os irmãos de farda;
Coragem: ser capaz de enfrentar algo moralmente árduo;
Disciplina: ser obediente a regras e normas, com conduta ilibada;
Força de vontade: ter esforço superior para atingir o objetivo;
Perseverança: não desistir com facilidade do objetivo;
Resistência à fadiga psicofísica: ser tolerante a situações de alto nível 
de stress físico e psicológico;
Vivacidade: ser capaz de agir com desembaraço e vigor;
Zelo: ter forte disposição em cuidar de alguém ou de algo.
2-1
CAPÍTULO II 
DOUTRINA DE INSTRUMENTO DE 
MENOR POTENCIAL OFENSIVO
No contexto de um Estado Democrático de Direito, sedimentado sob 
a égide dos Direitos Humanos e pelo Princípio da Dignidade Humana cabe, 
aos Encarregados da Aplicação da Lei, a utilização de alternativas táticas que 
possibilitam uma atuação segura e adequada frente aos anseios sociais. Neste 
mister, valem-se as Forças de Defesa Social de um conjunto de armas, técnicas, 
munições e equipamentos desenvolvidos e empregados especificamente com a 
finalidade de preservar vidas e minimizar os riscos de lesões permanentes.
Em geral, estes instrumentos são utilizados em eventos onde se faz 
necessária uma intervenção do Estado com um nível adequado de força. Tais 
equipamentos promoveram mudanças no cenário mundial no que tange aos 
meios utilizados na preservação da Ordem Pública. 
Destarte, preconizando a Doutrina do Uso Diferenciado da Força 
(UDF), adotada no cenário mundial de segurança pública, compreende-se que 
o emprego desse tipo de tecnologia provoca uma inovação estratégica e o 
desenvolvimento de novas metodologias de abordagem tático/operacional.
Todas essas ações estratégicas estão também sob o amparo das 
orientações internacionais e nacionais sobre o uso da força e de armas de fogo, a 
exemplo do Código de Conduta dos Encarregados de Aplicar a Lei, os Princípios 
Básicos de Uso da Força e de Armas de Fogo e principalmente as Diretrizes 
de Uso da Força implementadas no Brasil através da Portaria Interministerial 
(Ministério da Justiça e Secretaria de Direitos Humanos) nº 4.226, de 31.10.2010, 
publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) do dia 03.01.2011. 
Dentre a vasta gama de Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo 
(IMPO), estudaremos, em capítulos específicos deste Manual, as técnicas, 
armamentos, munições e equipamentos de Menor Potencial Ofensivo - MPO 
utilizados pela Tropa de Choque com o objetivo de reduzir os efeitos colaterais 
nas intervenções estratégicas onde se faz necessário o emprego da força policial.
Importante destacar que os IMPO devem ser priorizados como opção 
de uso da força, desde que o seu uso não coloque em risco a integridade físicae psíquica dos seus operadores. É indispensável o entendimento de que as 
armas de menor potencial ofensivo não substituem a disponibilidade e nem 
a possibilidade de emprego do recurso letal. A doutrina de UDF, através do 
2-2
princípio “menor potencial ofensivo”, não afasta ou mesmo exclui a possibilidade 
e disponibilidade do emprego da força letal.
1. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPO
Objetivando facilitar o estudo dos instrumentos de menor potencial 
ofensivo, podemos classificá-los, quanto ao tipo de alvo, em Antipessoal e 
Antimaterial:
a. Antipessoal
São os IMPO desenvolvidos e empregados exclusivamente na 
debilitação/incapacitação de pessoas, respeitando os preceitos de seletividade 
de alvos, reversibilidade de lesões e abrangência da área de atuação. 
Os IMPO antipessoal serão aqui classificados quanto à tecnologia 
empregada e quanto ao seu emprego tático:
1. Quanto à tecnologia: Física; Química; Energia Dirigida e Impacto 
Psicológico.
Física – Transferência de energia mecânica de instrumento, 
arma ou munição ao oponente, objetivando, principalmente, a 
debilitação através da dor.
Química – Produção de irritação sensorial no organismo 
do oponente através de processos químicos, objetivando, 
principalmente, sua debilitação através do desconforto e do mal-
estar.
Energia Dirigida – Emprego de energia “não mecânica” através 
de instrumento canalizador, objetivando a debilitação ou 
incapacitação do oponente, através do desconforto físico, da 
confusão mental, de reações involuntárias do organismo e/ou 
de desordem muscular.
Impacto Psicológico – Emprego de dissuasivo sonoro, físico 
ou visual que desencoraje a atuação agressiva do oponente. 
O impacto psicológico está intrinsecamente presente em todas 
as tecnologias descritas acima, na medida em que atuam no 
enfraquecimento do animus agressivo do oponente.
2. Quanto ao emprego tático: Debilitantes e Incapacitantes.
2-3
Debilitantes – São os Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo 
que tem por objetivo reduzir a capacidade combativo-operativa 
do oponente, baseando-se, principalmente, na dor, desconforto 
e/ou inquietação. 
Incapacitantes - São Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo 
que tem por objetivo cessar a capacidade combativo-operativa 
do oponente, atuando diretamente no sistema nervoso, 
causando confusão mental, reações involuntárias do organismo 
e/ou desordem muscular. 
b. Antimaterial. 
São os IMPO desenvolvidos e empregados exclusivamente na 
neutralização de instalações, veículos e equipamentos. Tem aplicabilidade 
reduzida nas Operações de Choque.
Quadro 2: Classificação de IMPO nas Operações de Choque.
QUANTO AO TIPO 
DE ALVO
ANTIPESSOAL
QUANTO A 
TECNOLOGIA
FÍSICA
QUÍMICA
ENERGIA DIRIGIDA
IMPACTO 
PSICOLÓGICO
QUANTO AO 
EMPREGO TÁTICO
DEBILITANTE
INCAPACITANTE
ANTIMATERIAL
Fonte: A Comissão.
2. AGENTES QUÍMICOS
Neste estudo é importante conceituar os Agentes Químicos na esfera 
da Segurança Pública, distinguindo-os daqueles utilizadas no contexto de 
guerra. No conceito “militar”, agentes químicos são “todas as substâncias que, 
quando empregadas para fins militares, produzem efeitos tóxicos, fumígenos ou 
incendiários”, sendo destinados a causar baixas no contingente inimigo, bem 
como a destruição de instalações e de equipamentos.
2-4
As forças de segurança e de defesa social, pautadas pelos princípios 
da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência 
e em observância à dignidade da pessoa humana, utilizam apenas agentes 
químicos que promovem a debilitação temporária, através do desconforto físico 
do oponente. 
A definição legal de agentes químicos se extrai do Decreto nº 2.977, de 
01 de março de 1999, como sendo “toda substância química que, por sua ação 
química sobre os processos vitais, possa causar morte, incapacidade temporal 
ou lesões permanentes a seres humanos ou animais” (Art. II nº 2 do Decreto nº 
2.977, de 01 de março de 1999). Do mesmo decreto, em referência ao contexto 
da segurança pública, extrai-se a definição de Agressivo Químico como sendo 
“qualquer substância química […] que possa rapidamente produzir nos seres 
humanos irritação sensorial ou efeitos incapacitantes físicos que, em pouco 
tempo, desaparecem depois de concluída a exposição ao agente”(Art. II nº 7, do 
Decreto nº 2.977, de 01 de março de 1999).
3. CLASSIFICAÇÃO DOS AGRESSIVOS QUÍMICOS
Os Agressivos Químicos podem ser classificados quanto ao seu 
emprego tático e quanto aos efeitos produzidos sobre o organismo humano 
(fisiológica).
Quanto ao emprego tático, os Agressivos Químicos são classificados 
como “Agentes Inquietantes”, que são os agentes de efeitos leves e temporários, 
porém desagradáveis, que diminuem a capacidade combativa do oponente.
Quanto à classificação fisiológica, os Agressivos Químicos são 
classificados como “Agentes Lacrimogêneos”, que são os agentes que atuam 
produzindo irritações nas mucosas como efeito primário (dor intensa nos olhos 
e lacrimejamento abundante, irritação das mucosas dos sistemas respiratório 
e gastrointestinal) e, como efeito secundário, vesicância, observada através do 
ardor, vermelhidão e coceira da pele. Seus efeitos são temporários, raramente 
passando de meia hora.
4. PRINCIPAIS AGRESSIVOS QUÍMICOS 
Neste subitem serão apresentados os agressivos químicos mais 
utilizados pelas forças policiais no controle direto de pessoas e em distúrbios, com 
2-5
indicação de sua composição química, emprego operacional, descontaminação 
e outras especificidades, conforme segue:
4.1 CLOROBENZILIDENO MALONONITRILA, (C10H5N2CL)
A clorobenzilidenomalononitrila, 2-[cloro(fenil)metileno]malononitrila, 
Ortoclorobenzilmalononitrila ou CS , fórmula C10H5N2Cl - 188,01 g.mol-1, 
é uma substância sólida cristalina esbranquiçada (TF 95 oC) nas condições 
ambientes. Na molécula de CS salienta-se: Anel benzênico; Grupamento 
ciano; Átomo de cloro; Ligação dupla conjugada ao anel aromático. O 
clorobenzilidenomalononitrila, conhecido vulgarmente como CS, é uma 
substância irritante empregada no controle de distúrbios, também conhecido 
como um agente antimotim. Seu emprego provoca a sensação de irritação em 
mucosas, seguido de forte desconforto e de mal-estar, sem causar efeitos letais. 
A descoberta do CS foi feita por dois americanos, Ben Corson e Roger 
Stoughton, no Middlebury College, nos EUA, em 1928, e sua sigla se refere às 
iniciais de seus sobrenomes. Foi testado no polêmico centro de pesquisas de 
armas químicas de Porton Down, na Inglaterra, entre os anos de 1950 e 1960, 
em animais e em voluntários do exército e,a partir daí, passou a ser empregado 
amplamente em guerras, para posteriormente passar a ser empregado no 
controle de distúrbios. 
O CS é sintetizado a partir da reação do 2-clorobenzaldeído com a 
malonitrila, através da condensação de Knoevenagel e catalisada com uma base 
fraca como a piperidina. O CS, à temperatura ambiente, é sólido e não um gás e, 
para ser aplicado como agente antimotim, pode ser manipulado, fundido e sobre 
pressão em aerossol. Pode ser dissolvido em solvente orgânico e espargido 
também em embalagens de aerossol na forma de pó seco micropulverizado, 
bem como pode ser disperso por granadas térmicas pela geração de gases 
aquecidos.
Assim, o CS é um perfeito irritante sensorial periférico, que atua nas 
mucosas e afeta de modo mais intenso os olhos, o sistema respiratório e o 
gastrointestinal. É capaz de causar, inicialmente, fortes sensações de irritação e 
queimadura e os olhos passam a lacrimejar (e se fecham). Ele irrita fortemente a 
pele tanto em forma de pó, solução ou aerossol.
2-6
4.2 CAPSAICINA
A capsaicina é uma neurotoxina obtida de uma resina oleosa extraída 
de plantas do gênero Capsicum, popularmente conhecidas como pimenta 
malagueta, tabasco e caiena, as quais pertencem à família Solanácea. A 
oleoresina da capsaicina (OC) é utilizada em concentrações que podem variar 
de 1% a 15%, podendo ser misturada com líquidos propelentes e embalada 
em frascos spray ou acondicionadaem granadas explosivas em sua forma 
desidratada micropulverizada.
Em condições ambientais, a Capsaicina pura é um pó branco, com 
peso molecular de 305,4, ponto de fusão a 65°C e ponto de ebulição de 
220°C. É também conhecida como 8-METHIL-N-VANILLYL-6-NONEAMIDA, 
sendo o composto mais pungente do grupo de substâncias denominadas de 
capsaicinóides, isoladas das pimentas. 
Considerada uma neurotoxina que causa uma estimulação em nível 
dos nervos aferentes sensoriais, além de hipotermia e inflamação neurogênica 
com dor, atua nos olhos causando lacrimação, ardência, eritema e eventuais 
náuseas, seguidas por vômitos.
A substância é praticamente insolúvel em água fria e parcialmente 
solúvel em água quente. É livremente solúvel em álcool, éter, benzeno, 
clorofórmio e óleos vegetais e animais.
4.3 DESCONTAMINAÇÃO DE AGRESSIVOS QUÍMICOS
A descontaminação de pessoas afetadas por agentes lacrimogêneos 
é simples e não requer nenhum tratamento específico para a sua recuperação 
completa. Após 20 a 30 minutos depois de cessada a exposição, o corpo 
recupera suas funções vitais normais, não resultando em nenhum tipo de sequela 
permanente, de forma que a recuperação completa do organismo ocorre através 
dos seus mecanismos naturais. No entanto, é apropriado ajudar a desintoxicação 
da pele, olhos e de outras regiões afetadas em decorrência de contaminações 
mais intensas.
a. Clorobenzilidenomalononitrila:
A medida básica para promover a descontaminação deste agressivo 
químico na sua formatação em aerossóis (granadas de emissão lacrimogênea) 
é a retirada do indivíduo da área contaminada, conduzindo-o, se preciso for, à 
local aberto e ventilado. Desta forma, os efeitos fisiológicos decorrentes de sua 
2-7
exposição desaparecem em não mais que dez minutos, não sendo necessários 
cuidados médicos posteriores à sua utilização. Na forma micro pulverizada 
(granadas explosivas lacrimogêneas), para promover a descontaminação 
do CS, além da retirada do indivíduo da área contaminada, é recomendável, 
caso a contaminação tenha sido intensa, re-mover a roupa contaminada e, 
imediatamente, banhar o corpo com grande quantidade de água fria. Pode-se 
optar por uma solução de 5% de bicarbonato de sódio em água para remover 
os eventuais cristais do agente lacrimogêneo. Para a descontaminação do 
CS dissolvido em solvente orgânico utilizado em recipientes espargidores, 
recomenda-se a utilização de óleos vegetais e animais.
b. Capsaicina
Inicialmente, quando da exposição das vias respiratórias à capsaicina, 
deve-se proceder a descontaminação do indivíduo, retirando-o da exposição ao 
agente e levando-o ao ar livre. Deve ser monitorada a sua dificuldade respiratória 
e, em caso de tosse constante ou aumento da dificuldade de respirar, encaminhá-
lo para atendimento especializado. Nestes casos, o procedimento inicial é a 
administração de oxigênio a 100%, umidificado, além de outros procedimentos 
de assistência ventilatória, se necessários. Os olhos devem ser irrigados com 
grande quantidade de água, à temperatura ambiente, durante 15 minutos, no 
mínimo. Se, após este período, persistir a irritação, dor, lacrimação e fotofobia, 
a pessoa atingida deve ser conduzida para o atendimento médico imediato. A 
utilização de anestésicos pode diminuir a dor, persistindo, contudo, o eritema 
causado. A descontaminação dermal da Capsaicina deve ser feita aplicando-se 
água morna e sabão na área afetada, várias vezes. A capsaicina é mais solúvel 
em água morna do que em água fria. Pequenas quantidades de álcool podem 
ser usadas na pele se as lavagens anteriores não surtirem o efeito desejado. 
Para a descontaminação da OC dissolvido em solvente orgânico utilizado em 
recipientes espargidores, recomenda-se a utilização de soluções em álcool, éter, 
benzeno, clorofórmio e óleos vegetais e animais, sobretudo, para possibilitar a 
neutralização da oleoresina deste agente.
5. CONCENTRAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
Chama-se concentração de um agente químico a quantidade desse 
agente existente em determinado volume de ar. Os efeitos químicos e tóxicos dos 
agentes químicos dependem de sua natureza e composição para que possam 
ocorrer. Entretanto, é necessário, ainda, que seja lançado em certa quantidade. 
2-8
A concentração é expressa em miligramas de agente por metro cúbico de ar 
(mg/m3), podendo ser eficiente, letal ou inquietante:
Concentração eficiente - É aquela em que o agente produz o efeito 
que lhe é característico para a obtenção do objetivo da sua utilização (efeitos 
primários e secundários). 
Concentração letal - É aquela em que o agente é capaz de produzir a 
morte em pessoal desprotegido. 
Concentração inquietante - É aquela em que o agente, embora não 
produza integralmente seu efeito característico, exige o uso de EPI respiratório, 
para evitar outros efeitos primários ou inquietantes.
6. ESTUDO DA PERSISTÊNCIA
A persistência é o tempo em que o agente permanece em concentração 
“eficiente” na atmosfera em que foi lançado. Tal persistência varia de acordo 
com as propriedades físicas e químicas do agente que, por sua vez, estão na 
dependência de fatores comuns, tais como temperatura, velocidade do vento, 
processo de dispersão, estabilidade do ar (gradiente de temperatura), topografia 
do terreno, vegetação, natureza do solo, bem como a quantidade de agente 
lançado. 
Quando a nuvem de agressivo químico, composta de aerossol e de 
vapor, permanece efetiva no ponto em que foi lançada, por um período de tempo 
relativamente curto, diz-se que o agente é “Não Persistente”, quando permanece 
por um período de tempo relativamente longo, antes de ser disperso no ar, diz-se 
que o agente é “Persistente”. 
No processo de dispersão, as condições atmosféricas, a topografia, a 
vegetação da região e a natureza do solo são fatores que modificam a maneira 
de atuação e a eficiência, sob o ponto de vista tático.
7. PROCESSO DE DISPERSÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
De uma maneira geral, os agentes químicos são dispersos na atmosfera 
por queima, espargimento ou explosão.
Na queima ocorre a ação de um dispositivo de acionamento do tipo 
queima (espoleta, misto de ignição) e o agente é liberado, lentamente, para 
2-9
o exterior, na forma gasosa ou aerossol. É o modo de dispersão de algumas 
granadas e dos tubos fumígenos. No âmbito policial, encontramos granadas 
que operam basicamente por sublimação do agente lacrimogêneo através da 
queima.
O espargimento ocorre quando o agente é lançado na forma liquida ou 
sólida micropulverizada de espargidores instalados em aeronaves ou viaturas, 
ou ainda por espargidores portáteis. É a forma de dispersão apropriada para a 
contaminação de grandes eixos ou áreas. 
Na explosão, os agentes químicos que são acondicionados em 
artefatos, ao serem detonados ou deflagrados pela ação da carga explosiva, têm 
destruído o invólucro que os acondiciona, sendo liberados instantaneamente, a 
exemplo das granadas policiais explosivas.
3-1
CAPÍTULO III 
EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
O Equipamento de Proteção Individual (EPI), segundo a Norma 
Regulamentadora Nº 06 (NR-06) do Ministério do Trabalho e Emprego é:
“Todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo 
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de 
ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador” (BRASIL, 
1978).
Tais equipamentos devem possuir de Certificado de Aprovação (CA) 
expedido pelo órgão nacional competente em segurança e saúde no trabalho, 
atendendo a normas técnicas nacionais e internacionais.
Assim, o policial militar de Operações de Choque está exposto a 
diversos riscos nas missões específicas às quais é submetido. Neste contexto, o 
EPI se torna um produto que visa minimizar a exposição deste profissional aos 
riscos, evitando assim danos à sua segurança ou à sua saúde. 
O uso deste tipo de equipamento deve ocorrer concomitantemente à 
adoção de medidas outras que permitam reduzir os riscos do ambiente em que 
se desenvolve o evento crítico de distúrbio social, ou seja, com autilização das 
medidas de proteção coletiva, que devem ser a primeira barreira de proteção 
física contra os perigos existentes neste tipo de ocorrência policial. 
 Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são dispositivos 
utilizados no ambiente de atuação com o objetivo de proteger do perigo, 
simultaneamente, mais de um policial militar, minimizando os riscos inerentes à 
atividade de choque.
 Portanto, o EPI e o EPC serão obrigatórios e isso irá atenuar 
consideravelmente os riscos, oferecendo proteção total ou parcial, dentro das 
possibilidades de cada equipamento.
 Analogamente à NR-06, válida no âmbito do Direito do Trabalho, 
em que a empresa é obrigada a fornecer aos seus empregados, gratuitamente, o 
EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e de funcionamento, 
no caso da PMBA, o entendimento é o mesmo e, por conseguinte, é dever da 
Corporação fornecer aos seus policiais militares os EPI e EPC necessários à sua 
atuação.
Assim, compete ao Comandante e aos demais componentes do 
Pelotão de Choque, especialistas e técnicos em Operações de Choque, 
3-2
observar criteriosamente as condições dos EPI e EPC à disposição da tropa, 
analisando se estes são adequados ao risco existente na missão a ser cumprida, 
cabendo, ainda, verificar a uniformidade da tropa e o perfeito funcionamento dos 
equipamentos, antes do deslocamento para o local de atuação.
Os tipos de EPI utilizados podem variar, dependendo do tipo de atividade 
ou de riscos que poderão ameaçar a segurança e a saúde do componente do 
Pelotão de Choque e da parte do corpo que se pretende proteger, tais como:
 - Proteção respiratória: máscara e filtro;
 - Proteção visual e facial: viseira e óculos de proteção;
 - Proteção da cabeça: capacete e balaclava;
 - Proteção de mãos e braços: luvas e cotoveleiras;
 - Proteção de pernas e pés: coturno e perneiras;
 - Proteção do corpo: uniforme com material retardante às chamas ou 
antichamas e exoesqueleto.
Como dito, o EPI de fabricação nacional ou importado só poderá ser 
utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação expedido pelo órgão 
nacional competente em matéria de segurança e de saúde no trabalho do MTE.
Dentre as atribuições da Corporação, no tocante a aquisição e 
disponibilização dos equipamentos, cabem as seguintes obrigações:
 - Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
 - Exigir seu uso;
 - Fornecer somente o equipamento aprovado pelo órgão nacional 
competente em matéria de segurança e de saúde no trabalho;
 - Orientar e treinar o policial militar sobre o uso adequado, a guarda 
e a conservação do equipamento;
 - Substituir ou repor imediatamente o EPI, quando este estiver 
danificado, extraviado ou vencido.
Ao policial militar também caberá observar as seguintes obrigações:
 - Zelar pela higienização e manutenção periódica;
 - Comunicar ao seu superior hierárquico qualquer irregularidade 
observada ou alteração que o torne impróprio ao uso;
 - Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina;
 - Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento;
3-3
 - Cumprir as determinações do seu Comandante sobre o uso pessoal 
do equipamento.
Com a utilização do EPI e EPC adequados, a Corporação e o próprio 
usuário buscam minimizar, eliminar ou neutralizar o risco de danos pessoais 
durante o exercício da missão em Operações de Choque.
1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
Os equipamentos listados neste manual fazem parte do rol daqueles 
atualmente utilizados, sendo esta lista considerada apenas exemplificativa e não 
taxativa. Logo, com o decurso do tempo e das inovações tecnológicas, poderão 
surgir novos EPI, que deverão aperfeiçoar esta relação de itens, conforme 
entendimento do mando institucional.
a. EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA
1. Capacete com proteção balística
Equipamento de proteção individual que deverá ser antibalístico. 
Deve ser composto por corpo do capacete, viseira, protetor de 
cervical e jugular. Os capacetes com proteção balística deverão 
possuir também a viseira com proteção balística e a sua identificação 
deve atender às normas internacionais em vigor. É de uso obrigatório 
e quando em operação a viseira estará sempre baixa. 
Tem como objetivo(s):
 - proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, face e 
cervical.
 - proteção do crânio e face contra agentes térmicos. 
 - proteção dos olhos contra partículas volantes.
2. Capuz tipo “balaclava”
Capuz tipo “balaclava”, para proteção da cabeça e do pescoço, 
devendo ser confeccionado com material retardante às chamas. 
Seu uso pode ser simultâneo ao do capacete.
Tem como objetivos:
 - proteção do crânio e do pescoço contra riscos de origem térmica.
3-4
 - proteção do crânio, da face e do pescoço contra respingos de 
produtos químicos.
3. Óculos de proteção
Equipamento que deve ser de estrutura leve e possuir lentes 
panorâmicas contra impactos, transparentes ou contra luminosidade 
intensa, com proteção contra raios UVA e UVB. 
Tem como objetivo:
 - proteção dos olhos contra partículas volantes e luminosidade, se 
for o caso.
b. EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Equipamento que permite a permanência do policial militar em ambiente 
contaminado por agentes químicos. Essa contaminação pode ocorrer, inclusive, 
em ambientes abertos, daí a importância do porte obrigatório do respirador ou da 
máscara nas Operações de Choque.
1. Respirador purificador de ar facial:
Equipamento de proteção individual respiratório composto por 
um facial completo moldado em silicone ou borracha com suporte 
para visor ocular ou panorâmico e tiras de ajuste de elastodieno. 
Internamente, são estruturados basicamente com nascarilhas, 
válvulas de inalação e exalação, defletores e diafragma de 
comunicação. O elemento filtrante deve ser do tipo combinado, capaz 
de promover a filtragem mecânica e química dos aerodispersóides 
da atmosfera contaminada.
Tem como objetivos:
 - proteção das vias respiratórias contra agentes químicos 
contaminantes, gases e vapores e/ou material particulado, que 
podem trazer riscos à segurança e a saúde.
c. EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO
Equipamento que protege a região que abriga os órgãos vitais de ação 
direta contra a parte frontal do tronco (tórax e abdômen) e dorsal (costas). É de 
uso obrigatório para as Operações de Choque, devendo proteger o profissional 
não somente de projéteis balísticos, mas também de ataques de armas perfuro 
cortantes.
3-5
1. Colete à prova de balas.
Tipo de equipamento que oferece a proteção balística convencional, 
devendo possuir também a característica de proteção conta 
ataques através de instrumentos perfurantes ou cortantes. Esse 
tipo de colete balístico, também chamado de colete multi ameaça, é 
o adequado para as Operações de Choque, entretanto, não exime 
o especialista de utilizar o colete que possui apenas a proteção 
balística. 
Tem como objetivos:
 - proteção contra agressão oriunda do uso de arma de fogo e de 
objetos ou armas perfurantes/cortantes;
 - proteção do tronco contra riscos de origem térmica;
 - proteção do tronco contra riscos de origem mecânica;
 - proteção do tronco contra riscos de origem química.
d. EPI PARA PROTEÇÃO DE PÉS E PERNAS
Equipamentos que permitem a proteção de parte dos membros 
inferiores, tanto das intempéries (terreno, ambiente e clima), quanto dos objetos 
lançados.
1. Coturno
Equipamento do tipo de calçado ocupacional, igual ou similar à 
bota tática de alta performance, adequado para a atividade policial, 
confeccionado em couro hidrofugado (tecido respirável, de toque 
macio e confortável), com solado adequado ao terreno e aprovado 
em testes de normas internacionais. 
Tem como objetivos:
 - Proteção dos pés contra objetos perfurocortantes e objetos 
arremessados;
 - Proteção do tornozelo contra torções.
2. Perneira ou caneleira antitumulto
Equipamento para proteção de membro inferior, mais 
especificamente os ossos tíbia e fíbula, protegendo também a 
patela e os pés. Confeccionado em material resistenteao choque 
3-6
de objetos (termoplástico injetado) e forrado internamente com 
material fibroso e antichama. 
Tem como objetivos:
 - Proteção do membro inferior contra objetos arremessados;
 - Proteção do membro inferior contra riscos de origem térmica e 
mecânica.
e. EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO
Conjunto de peças que protege o corpo, em quase sua totalidade, de 
agressão oriunda de objetos contundentes ou da ação térmica de intenso calor 
ou frio.
1. Uniforme (gandola e calça)
Vestimenta confeccionada com material retardante às chamas, 
com proteção que visa minimizar a ação de risco de origem 
térmica (intenso calor ou frio). A pintura “rajada” deve apresentar 
características que impactem psicologicamente no oponente, nos 
aspectos de quantidade e força.
Tem como objetivos:
 - proteção do corpo contra riscos de origem térmica; 
 - proteção do corpo contra agentes químicos.
2. Exoesqueleto
Traje de proteção contra trauma contuso que tem como objetivo 
reduzir os riscos de lesões nos membros e no tronco, provocadas 
por objetos contundentes e perfurantes de baixa velocidade. Deve 
ser confeccionado em material termoplástico ou polímero de alta 
resistência, anatomicamente projetado para ajustar ao corpo, sem 
que se restrinjam os movimentos naturais e a mobilidade. 
Tem como objetivos:
 - proteção dos membros (superiores e inferiores, incluindo mãos 
e pés), tronco e região pélvica, sendo contra riscos de lesão por 
objeto contundente; 
 - proteção do corpo contra riscos de origem térmica e química.
 - utilizado em ações na qual há contato direto com os oponentes.
3-7
2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
São equipamentos necessários para evitar danos a integridade física 
de um ou mais policiais militares.
a. Escudo
Deverá ser adotado o escudo à prova de balas, de alta resistência, 
sem possibilidade de rupturas, com montagem interna ambidestra, com proteção 
balística mínima no nível II. São utilizados para proteção do pelotão contra 
objetos diversos, arremessados ou por disparos de armas de fogo.
b. Extintores de Incêndio
São utilizados com o fim de debelar focos de incêndio, em especial nos 
integrantes da tropa que, por ventura, sejam atingidos por bombas incendiárias, 
denominadas “coquetéis molotov”, ou extinguir pequenos focos de fogo em 
barricadas, comumente utilizadas em obstrução de vias. Na atualidade, o 
integrante da tropa que exerce a função de “Socorrista Operacional” deve 
carregar consigo uma mochila de médio porte contendo: extintor pequeno, uma 
manta e um kit de atendimento pré-hospitalar.
c. Kits de Primeiros Socorros ou de Atendimento Pré-Hospitalar (APH)
Conjunto de materiais utilizados nos casos de lesões contundentes, 
cortantes e proveniente de calor, em que se pode dar o primeiro atendimento. 
No pelotão de choque todo policial militar estará habilitado a exercer a função de 
Socorrista Operacional, estando apto, assim, para atuar no APH em Operações 
de Choque.
O Kit será composto de:
 - Algodão, gaze estéril e gaze vaselinada;
 - Água oxigenada, soro fisiológico e álcool;
 - Anti-inflamatório e analgésico tópico aerossol;
 - Colar cervical;
 - Atadura e compressa;
 - Talas para membros inferiores e superiores;
 - Luva de procedimento;
 - Esparadrapo comum e microporo;
 - Bolsa térmica de gel.
3-8
3. ACESSÓRIOS
São considerados acessórios os equipamentos e outros objetos não 
definidos como de proteção individual ou coletiva, que também auxiliam as 
atividades desenvolvidas pela tropa de choque.
a. Algemas descartáveis
São mais recomendadas para o uso pela tropa de choque, em 
comparação às algemas metálicas tradicionais, pois, além de atender ao objetivo 
principal de manter o oponente imobilizado, por serem mais leves e flexíveis, são 
mais fáceis de conduzir. 
b. Megafone
Aparelho utilizado para amplificar a voz. Utilizado para executar os 
comandos de tropa, assim como para orientar e/ou determinar as ações de um 
grupamento de pessoas. Pode ser utilizado o megafone manual ou aqueles já 
instalados no sistema de comunicação das viaturas policiais.
c. Equipamentos de arrombamento ou transposição
Equipamentos utilizados para transpor grades, portas, romper 
cadeados, etc. Normalmente, são utilizados nas ocorrências em locais 
confinados, onde há obstáculos que impedem o avanço da tropa. Incluem-se, 
neste item, “aríetes”, alicate “corta frio”, alicate e macaco hidráulicos, dentre 
outros que possam auxiliar a tropa de choque na possibilidade de avanço.
d. Máquinas filmadoras e fotográficas
Aparelhos utilizados para o registro das ações da tropa de choque e 
dos oponentes. Juntamente com os aparelhos celulares, os quais atualmente 
possuem excelentes níveis de resolução, constituem-se em equipamentos 
essenciais e indispensáveis nas Operações de Choque, pois a captação de 
imagens é imprescindível para servir como meio de prova, além de se constituir 
como um fator inibidor de ações violentas por parte dos oponentes, haja vista 
retirá-los da condição de anonimato.
e. Equipamentos de comunicação
São recomendados os equipamentos de comunicação portátil, 
conhecidos como handtalk (HT). Convém que os dispositivos de comunicação 
permitam o uso de frequência exclusiva para os operadores da tropa de choque, 
para evitar qualquer ruído na transmissão de ordens, bem como no exercício de 
comando da tropa.
3-9
f. Caixa Choque
A tropa de choque empregada deverá possuir uma ou mais caixas 
denominadas “caixas choque”, confeccionadas em madeira e com dimensões 
que facilitem seu acondicionamento em viaturas leves, que conterá: material 
bélico de CDC e químico sobressalente, algemas convencionais e outros 
materiais e equipamentos de pequeno porte. Esta caixa deverá se levada para 
todas as operações.
4-1
CAPÍTULO IV 
MUNIÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
O objetivo deste estudo é conhecer as principais munições de menor 
potencial ofensivo, realizando enquadramentos em categorias específicas, bem 
como, estabelecer diretrizes técnicas de emprego com base nas doutrinas de 
Operações de Choque e de Operações Químicas.
MUNIÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO - São aquelas 
projetadas e/ou empregadas, especificamente, com a finalidade de conter, 
debilitar ou de incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e 
minimizando danos à sua integridade. 
Considerando que a munição, de forma geral, é a reunião dos 
elementos necessários à alimentação da arma em um único corpo, temos, então, 
que estas serão todo artefato bélico apto a ser disparado por uma arma, sem 
a necessidade de adaptadores ou de artifícios complementares. O princípio de 
funcionamento, respeitadas suas particularidades, ocorre de maneira uniforme 
após a percussão da espoleta e, então, será ignitada uma carga de projeção, 
disparando os projéteis do seu interior.
O estudo das munições de menor potencial ofensivo se baseará nas 
seguintes classificações: Munições de Impacto Controlado; Munições de Jato 
Direto; Munições Explosivas; e Munições de Emissão.
1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO
São munições desenvolvidas para a neutralização de ameaças reais e 
iminentes à equipe policial, através da energia cinética de projéteis, geralmente 
confeccionados em borracha butílica ou nitrílica, também conhecidos como 
elastômeros. O principal objetivo na performance de projéteis cinéticos não letais 
é o de deter um oponente, sem causar-lhe lesões que necessitem de cuidados 
médicos especiais e sem causar-lhe debilidade ou dano permanente.
O tiro policial com munições de impacto controlado não deverá ser 
empregado para dispersão de multidões, mas sim para a incapacitação de alvo 
selecionado que coloque em risco a tropa ou terceiros.
Considerado o último recurso de menor potencial ofensivo antes 
4-2
de recorrer à arma de fogo, somente operadores devidamente treinados e 
capacitados, com plena consciência do seu uso correto e das consequências de 
sua má utilização, deverão utilizar tais munições.
Para obter-se o controle desejado no impacto de taismunições no corpo 
humano os principais aspectos de segurança para sua aplicação se referem à 
distância mínima entre o operador e o oponente, bem como quanto ao local do 
corpo a ser atingido.
Considerando a energia cinética, bem como o formato e as dimensões 
das munições de impacto controlado, as pernas são a única parte do corpo que 
podem ser atingidas sem causar lesões mais graves ao oponente. A expressão 
“da linha da cintura para baixo” é equivocada, pois devemos evitar atingir a região 
do baixo ventre, a fim de não causar lesões permanentes, como esterilidade nos 
homens, perfuração do intestino, entre outros efeitos danosos. 
Quanto à distância mínima de segurança, se empregadas a distâncias 
inferiores das recomendadas pelos fabricantes, tais munições poderão causar 
grave lesão ou mesmo o resultado morte, independente da área do corpo 
atingida. A distância mínima de segurança estipulada pelos fabricantes nacionais 
é de 20 metros entre o operador e o oponente para a maioria das munições 
de impacto controlado. Algumas munições desenvolvidas para confrontos 
aproximados possuem distância mínima de segurança de 5 metros entre o 
operador e o oponente. 
As munições empregadas a distâncias maiores do que os 50 metros 
do oponente têm sua eficiência comprometida, ou seja, podem não alcançar o 
resultado desejado. Caso atinjam o resultado, não obterão a energia necessária 
para fazer cessar a agressão e alcançar a intimidação psicológica. No caso 
das munições desenvolvidas para confrontos aproximados sua eficiência é 
comprometida a partir de 20 metros do oponente.
As munições de Impacto Controlado podem ser classificadas quanto 
ao seu calibre e quanto ao público alvo de sua utilização.
1.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CALIBRE:
1.1.1 Munições de Impacto Controlado Calibre 12
Consideraremos a utilização destas munições exclusivamente em 
espingardas calibre 12, sem “choke” ou “choke” cilíndrico. O “Choke” é uma 
4-3
redução no diâmetro da boca do cano da arma, destinado a forçar o agrupamento 
da coluna de balins (esferas) de chumbo, mantendo-a unida por maior distância 
ao longo da trajetória. A utilização de elastômeros em espingardas com este tipo 
de constrição provoca, frequentemente, a obstrução do seu cano. 
Não recomendamos a utilização de munições de impacto controlado 
nos cassetetes/bastões projetores, devido às suas restrições táticas: baixa 
precisão, decorrente do tamanho do cano, e limitação em carregamento. 
A estrutura das munições de impacto no calibre 12 é basicamente a 
mesma: 
 - Estojo cilíndrico confeccionado em plástico branco translúcido, o 
que permite a observação do tipo de projétil presente em seu interior, 
além de diferenciar os cartuchos que contém balins ou balotes 
de chumbo, que normalmente são vermelhos- cor consagrada 
mundialmente para indicar um padrão de perigo;
 - Culote de metal para facilitar a extração do estojo; 
 - Espoleta de fogo central;
 - Carga de projeção;
 - Projétil.
1.1.2 Munições de Impacto Controlado Calibre 37/40 mm
Consideraremos a utilização destas munições exclusivamente em 
lançadores próprios para calibre 37mm, 38.1mm ou 40mm. Não recomendamos a 
utilização de munições de impacto controlado nos cassetetes/bastões projetores 
devido às suas restrições táticas: baixa precisão, decorrente do tamanho do 
cano, e limitação em carregamento.
A estrutura das munições de impacto no calibre 37/40 mm é basicamente 
a mesma: 
 - Estojo cilíndrico confeccionado em alumínio;
 - Culote de metal para facilitar a extração do estojo; 
 - Espoleta de fogo central;
 - Carga de projeção;
 - Projétil;
 - Cinta de forçamento
Algumas munições de impacto no calibre 40 mm são dotadas de uma 
4-4
“cinta de forçamento”, localizada próximo à base do projétil com a finalidade de 
estabilizar a munição em sua trajetória. A interação desta estrutura com as raias 
do lançador específico para esse calibre proporcionará um tiro preciso e estável.
1.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PÚBLICO ALVO DE SUA 
UTILIZAÇÃO:
1.2.1 Munições de Projetil Singular
Como descrito no início deste estudo, o objetivo das munições de 
impacto controlado é a incapacitação do alvo selecionado que coloca em risco a 
tropa ou terceiros. Desta forma, é imperioso que o operador possa distinguir, por 
exemplo, comportamentos agressivos contra a equipe policial, dentre inúmeros 
manifestantes pacíficos. O emprego de projéteis singulares se mostra adequado, 
portanto, quando se pretende atingir um único oponente, individualizando e 
neutralizando a sua conduta agressiva.
1.2.2 Munições de Múltiplos Projéteis
São munições utilizadas para neutralização de ameaças desencadeadas 
por um grande número de oponentes em comportamento agressivo contra a 
equipe policial. Nas situações em que a totalidade dos oponentes desencadeia 
atos de risco iminente para a tropa, faz-se necessária a utilização de munições 
de impacto controlado que possam neutralizar o maior número de oponentes 
violentos com um único disparo. 
Salientamos, contudo, que as munições com múltiplos projéteis 
possuem elevado índice de deflexão, que é o afastamento dos projéteis em 
relação ao centro do alvo. Obviamente que, quanto maior a distância entre o 
operador e o oponente, maior será a dispersão entre os projéteis de elastômero. 
Se considerarmos, por exemplo, que uma munição de impacto controlado calibre 
12, com 3 esferas de elastômero, obterá uma deflexão de 1/3 de precisão a cada 
10 metros do disparo, ou seja, observando a distância de segurança preconizada 
pelo fabricante – de 20 metros do oponente, teoricamente, apenas 01 das 03 
esferas atingiria algum membro inferior do oponente, aumentando o risco de 
atingir terceiros.
4-5
2. MUNIÇÕES DE JATO DIRETO
São munições que, quando deflagradas, emitem uma carga de pó 
lacrimogêneo de capsaicina ou de CS para reduzir a capacidade combativa 
do agressor e necessitam de projetores específicos para sua aplicação. Tem 
como objetivo principal evitar o contato físico dos agressores com a equipe 
policial, bem como, de promover a dispersão destes quando não haja a distância 
suficientemente segura para o emprego de outras tecnologias. As munições de 
jato direto podem se apresentar nos calibres 12 e 37/40 mm.
Nas munições de jato direto no calibre 12, os fabricantes autorizam a 
sua projeção em espingardas do mesmo calibre, porém, a inteligência prática nos 
mostra que a utilização deste tipo de armamento pode ter alguns inconvenientes, 
a exemplo: 
 - Perda de percentual significativo do agente lacrimogêneo no 
interior do cano das espingardas, principalmente se estas estiverem 
lubrificadas com óleo; 
 - Risco de oxidação das partes metálicas das espingardas, caso 
permaneçam resíduos de agente lacrimogêneo por falta de 
manutenção. 
Em razão desses inconvenientes, orientamos que sejam utilizados 
projetores específicos para estas tecnologias, que são oferecidos nos catálogos 
dos fornecedores. Para as munições de jato direto nos calibres 37mm e 38.1mm 
são utilizados os lançadores dos mesmos calibres, que são empregados com 
munições de elastômeros e projéteis de emissão.
Observações importantes em relação ao emprego: 
 - Não direcionar diretamente no rosto do agressor;
 - Angular a arma de tal forma que permita que a carga lacrimogênea 
se disperse um pouco acima da cabeça do oponente; 
 - Atentar que as distâncias maiores possuem eficiência comprometida;
 - Evitar o disparo contra o vento, sob risco de provocar a 
autocontaminação do operador (efeito blowback); 
 - Aplicar as munições de jato direto no cal. 37mm ou 38.1mm, por 
conterem uma quantidade maior de agente lacrimogêneo, por 
sugestão deste estudo, evitando o uso das munições deste tipo, no 
cal. 12 as quais são pouco eficazes em áreas de operação.
4-6
3. MUNIÇÕES EXPLOSIVAS
São munições dotadas de uma pequena carga explosiva que podem 
ser deflagradas através de um sistema de retardo ou através de acionadores de 
impacto, de utilização antipessoal ou antimaterial. Apresentam-senos calibres 12 
e 40mm x 46mm, podendo ser acompanhadas de uma carga de pó lacrimogêneo 
de CS ou de carga atordoante de luz e som.
3.1 PROJÉTEIS EXPLOSIVOS NO CAL. 12
São munições explosivas deflagradas unicamente pelo sistema de 
retardo, ou seja, a percussão da espoleta transmite chama à carga de projeção, 
que provoca a ejeção do projétil e aciona a coluna de retardo até a detonação 
da carga explosiva.
Projetados, segundo seus fabricantes, para as finalidades de desalojar 
infratores em ambientes fechados e para dispersar grupos de agressores 
localizados a distâncias superiores à capacidade de arremesso de uma granada 
manual. Devem ser projetadas em forma parabólica em relação ao solo e, depois 
de um dado tempo, apresentam seu resultado explosivo em segundos.
Estas munições nunca devem ser utilizadas diretamente em pessoas, 
sob pena de causar graves lesões ou até mesmo a morte. Também é prudente 
evitar o “tiro tenso”, pois há possibilidade, dependendo da distância do anteparo, 
de quebrar a coluna de retardo e de interromper o funcionamento da munição.
As munições explosivas, no calibre 12, não devem ser utilizadas em 
espingardas, mesmo não existindo esta restrição por parte dos fabricantes, pois, 
se ocorrer uma obstrução no cano, este será destruído pela explosão do projétil, 
podendo ferir o operador. Deve-se utilizar o cassetete projetor que tem o cano 
menor se comparado ao cano da espingarda, minimizando a probabilidade de 
retenção do projétil. O projetor (cassetete projetor rosqueável), contudo, possui 
capacidade operacional reduzida, devido ao seu modo de recarga.
De uma forma geral, são munições ineficazes para aplicação 
em operações de dispersão de pessoas e perigosas para operações de 
desalojamento de perpetradores, considerando seu longo alcance e o tempo de 
retardo, bem como por sua falta de precisão. 
Mesmo ocorrendo uma explosão no local desejado, a pequena 
quantidade de agente químico (cerca de 08g) não seria hábil para contaminar 
4-7
um grupo de agressores, o que obrigaria o operador a utilizar mais projéteis para 
alcançar uma concentração eficiente.
3.2 PROJÉTEIS EXPLOSIVOS NO CAL. 40MM X 46MM
As munições no cal. 40mm x 46mm são projéteis com maior capacidade 
de contaminação, atordoamento e alcance útil. Podemos encontrar modelos que 
utilizam o tempo de retardo para promover a explosão e as que operam por 
acionamento, através do impacto a anteparos rígidos para provocar a explosão. 
Em suas estruturas mecânicas podemos encontrar: gatilhos de 
disparos, pinos de disparo e pinos de contra pesos. São projetadas para 
utilização em lançadores mais ergonômicos e com melhor capacidade operativa. 
Tanto as munições explosivas acionadas por retardo quanto as 
acionadas por impacto não podem ser utilizadas diretamente nos oponentes, sob 
pena de causar graves lesões ou até mesmo a morte. As munições explosivas 
acionadas por retardo não devem ser utilizadas diretamente contra anteparos 
rígidos (tiro tenso), pois há a possibilidade de quebra da coluna de retardo e 
interrupção do funcionamento da munição.
Na utilização de projéteis explosivos com carga lacrimogênea deve-se 
observar a direção do vento, bem como, avaliar se o local permite o emprego 
deste agente químico. Na utilização de projéteis explosivos por impacto, deve-
se avaliar a superfície que receberá o impacto, a fim de não provocar resultados 
desastrosos, como a transfixação do alvo e a explosão em local não desejado.
4. MUNIÇÕES DE EMISSÃO
São munições não explosivas, antipessoais, que funcionam por meio 
da emissão de agentes químicos, sejam eles lacrimogêneos ou fumígenos. As 
munições de emissão usam a queima como processo de dispersão, emitindo o 
agente químico sublimado para atmosfera com os objetivos de sinalização ou de 
contaminação.
Sua principal razão tática se destaca quando o operador, em razão da 
distância, não alcança o objetivo através de lançamento de granadas manuais, 
recorrendo a uma arma para a deflagração dos projéteis de emissão, que 
poderão alcançar uma distância de até 150 metros. 
4-8
As munições de emissão se apresentam nos calibres 37/40mm. Quanto 
ao seu emprego tático, dividem-se em: munições de emissão lacrimogênea e 
munições de emissão fumígena.
4.1 MUNIÇÕES DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA
São munições de emissão que utilizam a queima como processo de 
dispersão do agente químico lacrimogêneo CS, emitindo-o na atmosfera através 
de sublimação da massa química. São munições empregadas nas ocorrências, 
em áreas abertas, com o intuito de provocar contaminação lacrimogênea no 
grupo de agressores, visando reduzir exponencialmente a capacidade agressiva 
destes.
Quanto a sua estrutura, dividem-se em: munições de projétil singular e 
munições de múltiplos projéteis.
4.1.1 Munições de Emissão Lacrimogênea de Projétil Singular
São munições que possuem apenas um projétil metálico de emissão 
lacrimogênea. Seu funcionamento se inicia com a percussão da espoleta, 
gerando uma centelha, que ignitará a carga de projeção, deflagrando o projétil e, 
consequentemente, iniciando a queima de uma pequena coluna de retardo. Em 
seguida, a centelha inicia a queima da “pedra de queima lenta”, uma estrutura 
que se incandesce às elevadas temperaturas e que tem por objetivo promover 
a sublimação da carga química lacrimogênea que, por fim, é dispersa para a 
atmosfera a ser contaminada. O lapso temporal decorrente da queima da coluna 
de retardo é importante para que, somente após a munição ter alcançado seu 
objetivo, ele produza seus efeitos lacrimogêneos.
4.1.2 Munições de Emissão Lacrimogênea de Múltiplos Projéteis
São munições que possuem múltiplos projéteis metálicos (pastilhas) 
de emissão lacrimogênea. Seu funcionamento se inicia com a percussão 
da espoleta, gerando uma centelha, que ignitará a carga de projeção, que 
passará pelo meio das pastilhas vazadas, projetando-as já em funcionamento 
no ambiente. As pastilhas de emissão lacrimogênea alcançam o objetivo com 
uma dispersão de aproximadamente 5 metros entre elas, o que as torna aptas a 
promover a contaminação de grandes áreas com um único disparo.
4-9
4.2 MUNIÇÕES DE EMISSÃO FUMÍGENA
São as munições fumígenas coloridas que utilizam a queima como 
processo de dispersão do agente químico hexacloretano pigmentado ou agente 
químico similar com pigmento, emitindo-o na atmosfera através de sublimação 
da massa química. São munições empregadas nas ocorrências em áreas 
abertas, com o intuito de sinalização de locais ou de transmissão de mensagens 
pré-estabelecidas.
Estas munições possuem apenas um projétil metálico de emissão 
fumígena sinalizadora. Seu funcionamento se inicia com a percussão da espoleta, 
gerando uma centelha, que ignitará a carga de projeção, deflagrando o projétil 
e, consequentemente, iniciando a queima de uma pequena coluna de retardo. 
Em seguida, a centelha inicia a queima da “pedra de queima lenta” promovendo 
a sublimação da carga química hexacloretana que, por fim, é dispersa para a 
atmosfera do local a ser sinalizado. As munições de emissão sinalizadora podem 
ser utilizadas no controle de grupos violentos, em conjunto com munições de 
emissão lacrimogênea, como vetor de potencialização da intimidação psicológica 
causada pelo agressivo químico.
De forma geral, as munições de emissão são um dos principais 
artifícios utilizados pela equipe policial no controle de grupos violentos, uma 
vez que permitem a dispersão dos grupos, ao tempo em que promovem a 
manutenção de uma considerável distância de segurança entre os operadores 
e os oponentes. Contudo, alguns cuidados devem ser observados quanto a sua 
utilização, sobretudo, considerando seu longo alcance, bem como a elevada 
temperatura dos seus projéteis:
 - Não realizar o tiro direto (no agressor) e o tiro tenso (tiro em 
anteparos rígidos); 
 - Observar a direção do vento, bem como, avaliar se o local permite 
o emprego deste agente químico; 
 - Avaliar o risco de provocar incêndios;
 - Não utilizar próximo ou dentrode atmosferas explosivas; 
 - Avaliar o risco de esses projéteis caírem sobre as cabeças das 
pessoas;
 - Avaliar a direção do vento, pois os projéteis são suscetíveis à 
influência do vento durante a sua trajetória.
5-1
CAPÍTULO V 
VEÍCULOS
Este capítulo visa apresentar os principais meios de transporte utilizados 
para o deslocamento da tropa de choque. Com a evolução das técnicas e táticas 
em Operações de Choque, além das novas tecnologias aplicadas a logística de 
condução de pessoas, o atendimento às ocorrências críticas de distúrbios sociais 
se tornou mais efetivo. O tempo-resposta é um fator preponderante na decisão 
de utilizar a força de uma tropa de choque. Entretanto, o deslocamento para uma 
situação crítica deve visar às seguintes condicionantes: a) segurança da tropa; 
b) conforto c) facilidade para embarque e desembarque; d) adequação para 
condução e utilização de armas, munições e equipamentos; e) trafegabilidade. 
O processo motorizado, nas operações de choque, consiste no apoio 
através do uso de veículos atuando na condução de pessoal e de material 
(armas, munições, equipamentos, etc), podendo desempenhar também apoio 
como emprego de força, a exemplo do uso de veículo blindado com jato lançador 
de água. 
O veículo a ser utilizado na operação de choque deve ser definido pelo 
especialista, e tal escolha irá influenciar decisivamente no sucesso da atuação, 
ou não. Portanto, os principais fatores que influenciam na decisão são: o terreno, 
o público, a duração e o tipo de evento.
1. MOTOCICLETA
Descrição: Veículo motorizado, de duas rodas, de fácil deslocamento 
no trânsito em face da sua maneabilidade, capaz de atingir altas velocidades 
com segurança. 
Características básicas: Preferencialmente, a motocicleta deve ser 
do modelo conhecido comercialmente como “Maxi Trail” ou “Big Trail”, com 
cilindradas entre 600cc e 1000cc, com sistema de frenagem tipo “anti-blocking 
system” (ABS), com amortecedores e suspensão diferenciadas, podendo 
transitar em diferentes tipos de terreno e com capacidade para carregar até dois 
policiais militares equipados e armados.
Uso: Destinado à condução de parte do efetivo do pelotão de choque 
quando empregado como Choque Rápido, realizando a escolta e a segurança 
5-2
no acompanhamento dos veículos de maior porte, com uso individual ou em 
dupla, operando em ambiente urbano ou rural. Não será usado como meio de 
emprego de força.
2. CAMINHONETE
Descrição: Veículo motorizado leve, de médio porte, para transporte 
de pessoal ou utilitário (tipo misto).
Características básicas: Veículo tipo pick-up, preferencialmente à 
diesel, possuindo tração 4x4, cabine dupla, capacidade para 04 passageiros 
mais o motorista, com carroceria coberta, possuindo estrutura de presídio. Pode 
possuir blindagem, proteção por grade e itens para desbloqueio de barreiras. 
Uso: Destinada à condução do pelotão de choque quando empregado 
como Choque Rápido, conduzindo até quatro policiais operacionais, carregando 
os equipamentos de proteção na carroceria, operando em ambiente urbano ou 
rural. Não será usado como meio de emprego de força.
3. VEÍCULOS PESADOS (GRANDE PORTE)
Descrição: Veículo motorizado de grande porte, utilizado para 
transporte coletivo de passageiros. 
Características básicas: Veículo tipo micro-ônibus ou ônibus, com 
capacidade para 18 passageiros ou mais, devendo possuir cadeiras confortáveis, 
ar condicionado refrigerado, portas de fácil acesso, proteção nas janelas contra 
objetos, com escotilhas para uso operacional, para-choque dianteiro reforçado 
tipo “limpa trilho” e compartimento que possa carregar todo o material de uso 
individual, coletivo e bélico da tropa. 
Uso: Destinados à condução da tropa de choque próxima ao objetivo 
para ações direta (emprego imediato) ou indireta (emprego por oportunidade), em 
deslocamentos curtos ou longos, conduzindo todos os EPI e EPC, armamentos 
e munições, e material de suporte logístico, operando em ambiente urbano ou 
rural. Não será usado como meio de emprego de força.
5-3
4. VEÍCULO BLINDADO
Descrição: Veículo motorizado, de grande porte, modelo furgão integral 
blindado, tração 4x4, equipado com canhão d’água e sistema de transposição 
de barreiras. 
Características básicas: Veículo tipo furgão integral, com a 
carroceria, vidros com proteção antibalística, possuindo acesso fácil pela 
lateral e pela traseira, com para-choque dianteiro reforçado tipo “limpa trilho”, 
lotação da viatura com o mínimo de 21 e máximo de 26 policiais operacionais 
equipados, incluindo o condutor; o compartimento interno (habitáculo) deverá 
possuir cadeiras e revestimento que propiciem conforto para a tripulação, com 
sistema de ar-condicionado refrigerado, ventilação e exaustão forçada, deve 
possuir escotilhas ou seteiras para facilitar o emprego operacional, sendo capaz 
de operar em ambiente urbano ou rural. 
Uso: Destinado à condução do pelotão de choque em ações para o 
controle de distúrbios cujas condições ambientais não permitam a progressão 
da tropa a pé, estando, assim, sujeita a injusta agressão por diversos objetos, 
inclusive projéteis de arma de fogo. Será utilizado como recurso de força para 
proteção da tropa de choque que atua na dispersão, quer seja pelo impacto 
psicológico de sua presença, quer seja pelo uso do canhão de jato d’água.
6-1
CAPÍTULO VI 
ARMAS
Numa definição ampla, arma é todo objeto ou instrumento, 
manufaturado ou artesanal, que pode ser utilizado para atacar, intencionalmente 
ou como autodefesa, tendo como objetivo causar dano. Neste estudo, serão 
analisadas, objetivamente, as principais armas de menor potencial ofensivo e 
de fogo utilizadas no controle de distúrbios sociais, sendo apresentados aqui os 
seus conceitos, características, classificações e aplicabilidade, em conformidade 
com as normas nacionais, a doutrina e as técnicas de Operações de Choque. 
O presente capítulo visa abordar o conteúdo de maneira sucinta, 
contextualizando as peculiaridades dos equipamentos à empregabilidade 
adequada nas Operações de Choque. A relevância de tal estudo para as 
Operações de intervenção em Distúrbios Sociais é vital, uma vez que a seleção 
do emprego da força pode variar do meio menos lesivo até o letal, à medida 
que as circunstâncias se apresentarem no cenário operativo. Desta forma, se 
torna imperioso identificar e analisar qual o armamento condizente com o nível 
de força a ser aplicado para garantir uma atuação segura para a tropa e de 
acordo com os anseios sociais, objetivando sempre preservar vidas e minimizar 
os riscos de lesões permanentes.
1. ARMAS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
São armas desenvolvidas e empregadas especificamente com a 
finalidade de preservar vidas e para minimizar os riscos de lesões permanentes, 
sendo classificadas, quanto ao seu emprego tático, em: incapacitantes e 
debilitantes.
1.1 INCAPACITANTES
São armas de menor potencial ofensivo que tem por objetivo cessar 
a capacidade combativa/operativa do oponente, causando confusão mental, 
reações involuntárias do organismo e desordem muscular. Para este estudo, as 
principais armas incapacitantes são as Armas de Condutividade Elétrica (ACE).
6-2
a. Arma de Condutividade Elétrica
As ACE, conforme previsto no Anexo I do R-105, são definidas como 
armas de pressão por ação de gás comprimido, onde a ação do gás proporcionará 
a projeção de dardos eletrizados, direcionando-os ao agressor, emitindo pulsos 
elétricos em seu sistema neuromuscular, causando fortes contrações musculares, 
desorientação e consequente queda.
O disparo é realizado pelo Operador através do acionamento do gatilho 
de ação progressiva que, ao ser pressionado, a ação do ar comprimido projetará 
os dardos eletrizados em direção ao indivíduo que, ao atingi-los, emitirão pulsos 
elétricos, num tempo não superior a 05 segundos. Dessa forma, diferente dos 
aparelhos de choque utilizados, não há necessidade do contato corpo a corpo 
entre o operador e o agressor (alcance de 4 a10 metros, adepender do fabricante 
e do tipo de cartucho utilizado), criando oportunidade para que a força policial 
possa imobilizar e conter o agressor com segurança. 
Por se tratar de uma tecnologia de incapacitação que afeta o sistema 
neuromuscular do oponente, seu emprego requer condições de execução 
adequadas para uma utilização segura e eficiente. Desta forma, o operador 
deverá evitar a utilização desse equipamento quando o agressor estiver em 
atmosfera inflamável ou encharcado com substância inflamável; quando o 
agressor estiver em local alto, em via com trânsito movimentado ou em locais 
com risco de afogamento. Se o agressor estiver em posição horizontal, o 
operador deverá modificar a posição da arma, de forma que viabilize e aumente 
a probabilidade de os dois dardos atingirem o agressor.
1.2 DEBILITANTES
São armas de menor potencial ofensivo que tem por objetivo reduzir a 
capacidade combativa/operativa do oponente, se baseando, principalmente, na 
dor, no desconforto ou na inquietação. As principais armas debilitantes utilizadas 
no Controle de Distúrbios Sociais são: as de propulsão por ar comprimido, as 
acústicas, os espargidores, os projetores, as espingardas, granadas e munições 
de menor potencial ofensivo, sendo que estas duas últimas, devido as suas 
peculiaridades, serão estudadas em capítulo próprio.
a. Arma de ar comprimido
É um armamento com o princípio de funcionamento através da ação de 
ar comprimido, o qual arma o ferrolho e proporciona o lançamento dos projéteis, 
6-3
caracterizando-se como uma arma semiautomática, extremamente precisa a 
uma distância de 30m, que sofre pouca deflexão até os 50 metros.
No entanto, o projétil pode atingir um agressor em até 100 metros de 
distância. A capacidade dos carregadores varia de acordo com o fabricante: entre 
10 a 15 munições. Os projéteis de menor potencial ofensivo são utilizados com 
a finalidade primária de causar debilitação ao agressor, através da utilização de 
munição de impacto controlado, visando causar trauma sem que se penetre a 
pele. Os efeitos secundários variam de acordo com a necessidade, dependendo 
do tipo de munições utilizadas: com pó inerte de efeito moral; com tinta lavável 
ou tinta não lavável para identificar os líderes em distúrbios civis; e contendo o 
agressivo químico capsaicina.
Por se tratar de armamento que utiliza munição de impacto controlado, 
o operador deverá se atentar e obedecer a distância de segurança, bem como 
direcionar o local específico ao atingir o agressor, visando diminuir os riscos de 
se atingir locais que possam gerar lesões permanentes.
b. Canhão de Jato d’água
São mecanismos geralmente dispostos em veículos específicos, 
empregados no controle de distúrbios sociais. Possuem pressão de jato d’água 
elevadíssima e constituem uma ferramenta bastante interessante para favorecer 
a dispersão dos oponentes, tanto por fatores físicos, como também pelo aspecto 
psicológico. Além disso, a carga de água pode conter pigmento atóxico, visando 
identificar eventuais líderes ou grupos mais exaltados em meio à multidão. 
Pode, ainda, ser utilizado para conter focos de incêndio provocados pelos 
manifestantes.
c. Armas Acústicas
É toda arma que manipula o som ou provoca vibrações acústicas 
intensas com o objetivo de causar desconforto, atordoamento e desorientação 
espaço-temporal. Constituem uma realidade manifestada de diversas formas.
Nas operações de choque, geralmente se apresentam através das 
granadas explosivas de atordoamento. Também podem ser utilizados emissores 
de som com frequência elevada e controlada para confundir e dissuadir os 
manifestantes.
d. Espargidores
São armas de menor potencial ofensivo, desenvolvidas, inicialmente, 
para ações de autodefesa e, posteriormente, aprimoradas para o emprego 
policial no controle de pequenos distúrbios e para contaminação de ambientes 
com o objetivo de causar debilidade combativa temporária ao agressor. Sua 
6-4
estrutura é bastante simples, sendo constituídas, basicamente, por um invólucro 
cilíndrico com um acionador de pressão manual, contendo, em seu interior, uma 
substância propelente (preferencialmente não inflamável) e agressivos químicos.
Para que o operador tenha uma utilização adequada, deverá segurar 
o espargidor verticalmente na direção da face do agressor, pressionando o 
acionador, respeitando uma distância mínima de utilização de 01 a 05 metros 
entre o espargidor e o agressor, variando conforme o modelo e o fabricante, e 
evitar realizar o disparo contra o vento. O jato, contendo agressivo químico, ao 
atingir as partes expostas do agressor, provocará grande desconforto, dificuldade 
de respiração, impossibilidade de abertura dos olhos e a sensação de forte 
ardência, causando desorientação e redução da sua capacidade de reação.
Os agressivos químicos mais utilizados nos espargidores policiais 
são a Capsaicina (OC) e o Clorobenzelideno (CS), sendo que seus efeitos são 
imediatos e possuem duração média de 40 minutos. São eficazes contra animais 
e pessoas alcoolizadas ou drogadas. A contaminação de ambientes, utensílios e 
roupas é branda e não requer providências especiais para a descontaminação. 
Quanto ao emprego tático, estes armamentos podem ser utilizados 
para a contenção individual ou coletiva. O emprego em contenção individual 
tem como objetivo a neutralização de um oponente específico, reduzindo 
a possibilidade de contaminação ambiental e de terceiros não envolvidos na 
ocorrência. Na contenção coletiva, seu emprego promove a contaminação do 
local da ocorrência e tem como objetivo o controle e a dispersão de pequenos 
grupos de oponentes.
Quanto ao tipo de espargimento, subdividem-se em névoa, gel 
e espuma. O espargimento em névoa é constituído por micropartículas de 
agressivo químico e de soluções oleosas, que tem por objetivo dificultar sua 
remoção, devendo o acionador ser pressionado de uma a duas vezes em 
jatos de 0,5 a 1 segundo. Tem como característica a contaminação pessoal e 
ambiental. Os espargimentos em gel e espuma não promovem a contaminação 
ambiental, sendo empregados exclusivamente na contenção individual de 
oponentes, devendo o acionador ser pressionado até que o gel/espuma tenha 
coberto completamente os seus olhos. Comparativamente, o espargimento em 
gel é mais preciso que o de espuma, contudo, este produz efeitos debilitantes 
mais rapidamente que o gel.
6-5
2. ARMA DE FOGO
É toda arma capaz de lançar determinado projétil letal, ao imprimir 
força mediante a ação dos gases gerados pela combustão em seu mecanismo. 
Tal projétil pode atingir um alvo a curto, médio ou longo alcance, de acordo com 
as suas especificações técnicas e com o nível de estabilidade proporcionado 
pela arma que o projeta.
 Uma vez que os distúrbios sociais se caracterizam como atos de 
violência e de desordem desencadeadas por quantidade expressiva de pessoas, 
as intervenções realizadas pelo efetivo policial devem priorizar a utilização de 
instrumentos de menor potencial ofensivo, ressalvando o emprego de armas de 
fogo como o último recurso na proteção da vida e, exclusivamente, aos casos de 
risco letal real ou iminente à tropa ou a terceiros.
Considerando que o emprego de IMPO não excluiu a possibilidade de 
emprego da arma de fogo, conforme observado no Capítulo de Doutrina de IMPO 
e, considerando ainda que o Pelotão de Choque, embora indivisível, poderá 
ser taticamente fracionado em Grupos de Resposta Rápida, com composição 
variada de acordo com as características da atuação e com capacidade 
de neutralização letal se necessário, torna-se imperioso que, em algumas 
atuações, todos os integrantes da Tropa de Choque estejam portando arma de 
fogo (pistola), sem prejuízo do emprego de armamento de segurança coletiva 
(Carabina, Sub Metralhadora ou Fuzil). A determinação para o porte de arma de 
fogo por integrantes específicos do Pelotão de Choque levará em consideração 
os elementos indicadores na Diagnose Operacional e deverão constar nos 
respectivosPlanos de Operação ou de Ação, e em casos emergenciais, por 
critério do Comandante de pelotão, observando-se as peculiaridades de cada 
ocorrência.
2.1 ARMA DE PORTE
Entende-se como uma arma de fogo, de dimensões e de peso 
reduzidos, que pode ser portada por um indivíduo em um coldre. O disparo deve 
ser realizado, comodamente, somente com uma das mãos do atirador, sem que 
haja a necessidade de apoio no ombro.
a. Pistola
A Tropa de Choque utiliza-se das pistolas como arma de porte, que 
pode ser entendida da seguinte forma: arma curta, de alma raiada, com sistema 
6-6
de disparo semiautomático ou automático, podendo ser de ação simples, ação 
dupla, dupla ação ou ação híbrida, possuindo a câmara dentro do cano, que é 
alimentada com munições através de um carregador retangular, podendo este 
ser unifilar ou bifilar.
Estendendo a este conceito, encontra-se tal tipificação no R-105, a 
saber:
“Arma de fogo de porte, geralmente semiautomática, cuja 
única câmara faz parte do corpo do cano e cujo carregador, 
quando em posição fixa, mantém os cartuchos em fila e os 
apresenta sequencialmente para o carregamento inicial e 
após cada disparo; há pistolas de repetição que não dispõem 
de carregador e cujo carregamento é feito manualmente, 
tiro-a-tiro, pelo atirador.” (Art. 3º, inciso LXVII do Decreto 
3.665/00 – R 105).
Normalmente, é uma arma pequena, de boa empunhadura e de rápido 
manuseio, feita, originalmente, para uso pessoal em ações de pequeno alcance. 
O calibre utilizado é o cal.40 S&W, por ter um bom “poder de parada” (termo 
utilizado para expressar a capacidade que um projétil tem de neutralizar o 
atingido, sem que, necessariamente, tenha que matá-lo), e ter o baixo poder de 
transfixação, diminuindo, assim, os riscos de resultados indesejados.
2.2 ARMA PORTÁTIL
a. Não-Portátil
Quando, devido ao volume e ao peso, pode ser conduzida somente por 
uma viatura ou dividida em fardos, por vários homens. 
b. Portátil
Entende-se como uma arma de fogo, de dimensões e de peso maiores 
que as de porte, exigindo, em situações normais, a utilização de ambas as mãos 
para a realização eficiente do disparo.
2.3 ARMA PORTÁTIL DE ALMA RAIADA
As armas de alma raiada são aquelas que possuem estrias helicoidais 
no seu cano. O estriamento em armas de fogo favorece para que seja conferida ao 
6-7
projétil uma rotação em torno do seu eixo mais longo. Isso significa que o projétil 
terá uma melhoria na sua aerodinâmica, estabilidade e, consequentemente, na 
precisão.
a. Fuzil
É uma arma de fogo portátil, de cano longo e superior a 48 cm ou 19 
polegadas, e cuja alma do cano é raiada. Pode ser de repetição, semiautomática 
ou automática. Esse armamento tem um alcance de até quatro quilômetros, 
dependendo do modelo. Desta forma, no contexto das Operações de Choque, 
busca-se empregá-lo para atuações em ambientes rurais, comumente 
encontradas nas missões de Reintegração de Posse Rural, visto seu longo 
alcance. Normalmente, são utilizados os calibres 7,62mm e 5,56mm. Outrossim, 
dada a sua capacidade de penetração, corre-se o risco de transfixação de um 
alvo, onde o operador deverá analisar e ponderar adequadamente, de modo a 
evitarem-se danos colaterais indesejáveis. 
b. Carabina
Basicamente, a carabina se difere do fuzil pelo comprimento do cano, 
que é inferior a 48 cm ou 19 polegadas, conforme se descreve no R-105: “arma 
de fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões reduzidas, de cano longo 
- embora relativamente menor que o do fuzil - com alma raiada” (Art. 3º, inciso 
XXXVII do Decreto 3.665/00 – R 105).
No Brasil, usualmente, considera-se carabina a arma de fogo de cano 
longo, raiado, de calibres permitidos. A carabina calibre .40 é uma arma de 
funcionamento semiautomático, que não faz tiro de rajada, mas permite maior 
precisão à média distância. A desvantagem, em relação aos fuzis, é a redução 
do alcance e da precisão a longas distâncias. 
c. Submetralhadora
Caracteriza-se como uma arma longa, de alma raiada, cano longo e 
com sistema de disparos automáticos ou semiautomáticos, utilizando calibres 
equivalentes aos das pistolas. Normalmente, as submetralhadoras possuem 
cano inferior a 25,5cm ou 10 polegadas e são empregadas nas Operações de 
Choque, na segurança do pelotão, em atuações no perímetro Urbano. 
d. Lançadores
O Lançador Federal é uma arma destinada à projeção de uma grande 
variedade de munições de menor potencial ofensivo nos calibres 37, 38.1 
e 40 mm, que tem como principais características a robustez, versatilidade e 
facilidade de manejo. Desenvolvido, inicialmente, como uma arma de projeção 
de granadas explosivas no apoio à infantaria, foi adaptado para disparo de 
6-8
munições de menor potencial ofensivo em virtude de uma necessidade das 
forças de segurança empregarem equipamentos com características especiais, 
com capacidade de deflagração de projéteis de longo alcance. Sua principal 
razão tática se destaca quando o operador, em razão da distância, não alcança 
o objetivo através do lançamento de granadas manuais, recorrendo a uma arma 
para a projeção de munições que poderão alcançar uma distância de até 150 
metros.
Além das munições de emissão, o Lançador Federal pode ser utilizado 
na projeção de munições explosivas, de impacto controlado e Jato Direto, 
destacando-se como uma das principais ferramentas no controle de Distúrbios 
Sociais, em face da mobilidade operativa que proporciona. A legislação brasileira 
proíbe a utilização de lançadores multi-tiro, desta forma, o Lançador Federal se 
limita a um disparo por vez, o que irá exigir do operador uma maior agilidade 
para realizar a recarga ao término do disparo.
2.4 ARMA PORTÁTIL DE ALMA LISA
As armas de alma lisa são aquelas que não utilizam nenhum raiamento 
no cano. Foram desenvolvidas para disparar diversos projéteis, conhecida pelo 
termo “gaugio” (gauge).
a. Espingarda
A espingarda calibre 12 é uma arma de fogo portátil, de cano longo 
e sem raiamento (alma lisa), com alimentação manual e com funcionamento 
semiautomático ou de repetição por ação muscular do atirador. É uma arma que 
se caracteriza por sua eficiência, robustez e flexibilidade operacional, permitindo 
o emprego de diferentes tipos de munições letais e de menor potencial ofensivo. 
No entanto, para a atividade de Choque, é aconselhável que o operador não 
utilize munição letal, utilizando apenas as munições de impacto controlado, uma 
vez que o emprego das munições de jato direto promove o acúmulo de resíduos 
no cano e na câmara, que comprometem o bom funcionamento da arma, e o 
emprego de munições explosivas ser taticamente inviável.
Embora existam modelos de espingardas de funcionamento 
semiautomático, não se deve utilizar esse tipo de arma com as munições de 
impacto controlado, tendo em vista que suas cargas de projeção são menores do 
que as utilizadas nas munições letais, não proporcionando força suficiente para 
que a ação dos gases promova a ejeção do estojo e a recarga do armamento.
6-9
3. ESTUDO DAS GRANADAS POLICIAIS
O objetivo deste estudo é conhecer as principais granadas policiais, 
realizando enquadramentos em categorias específicas, bem como, estabelecer 
diretrizes técnicas de emprego com base nas doutrinas de Operações de Choque 
e Operações Químicas.
Granadas são armas de menor potencial ofensivo, de emprego 
antipessoal, cujo princípio de funcionamento, respeitadas as suas particularidades, 
ocorre de maneira uniforme. Um grampo de segurança é retirado da granada 
antes que ela seja lançada, acionando um dispositivo que dispara uma espoleta. 
A espoleta incendeia-se, sensibilizando a carga explosiva, e a granada explode, 
rompendo o invólucro das granadas explosivas. Nas granadas de emissão, 
após a ignição do dispositivo acionador, um misto incandescente promove a 
dispersão de uma carga lacrimogênea ou fumígena, acomodada em invólucros 
ou recipientes próprios. Desta forma, este estudo se baseará na seguinte 
classificação:
Quadro 3: Classificação das GranadasPoliciais.
CLASSIFICAÇÃO DAS GRANADAS POLICIAIS
1. GRANADAS 
EXPLOSIVAS
1.1 Quanto ao efeito
De efeito moral
De atordoamento
Lacrimogênea
Híbrida
1.2 Quanto ao 
ambiente
Aberto (outdoor)
Fechado (indoor)
2. GRANADAS DE 
EMISSÃO
2.1 Lacrimogênea
2.2 Fumígena
De sinalização
De camuflagem / cobertura
Fonte: A Comissão.
6-10
3.1 GRANADAS POLICIAIS EXPLOSIVAS
São artefatos explosivos industrializados, antipessoais, utilizados 
pelas forças de segurança em seus treinamentos e operações como vetor de 
menor potencial ofensivo, com o objetivo de reduzir os efeitos colaterais nas 
intervenções estratégicas, onde se faz necessário o emprego da força policial. 
Estes artefatos possuem em sua estrutura básica um dispositivo 
acionador e uma carga explosiva (de baixa velocidade), utilizando a energia 
da explosão como processo de dispersão dos mais variados tipos de agentes 
químicos na atmosfera.
3.1.1 Estrutura e Funcionamento
Da análise dos componentes básicos de uma granada policial 
explosiva, podemos destacar alguns elementos estruturais comuns aos mais 
diversos modelos de granadas existentes, como se observa abaixo:
 - Acionador tipo EOT ou base da EOT;
 - Carga de depotagem;
 - Colunas de retardo; 
 - Carga explosiva; 
 - Corpo de borracha.
ACIONADOR TIPO EOT (ESPOLETA DE OGIVA TEMPORAL)
O Acionador tipo EOT é um conjunto de estruturas que tem 
como objetivo iniciar o funcionamento da granada através de acionadores 
temporizados. Atualmente, o sistema de ignição por ogivas temporais é o mais 
seguro no manuseio de granadas explosivas, tanto para o operador quanto para 
o público alvo, por permitir maior controle do local e dos desdobramentos da 
explosão. Basicamente, o sistema funciona da seguinte maneira: ao destravar 
o sistema de segurança com os movimentos de rotação e de tração da argola, 
juntamente com o grampo de segurança, a alça da EOT será projetada pela 
ação do percussor. Este, por sua vez, atinge a espoleta, produzindo a centelha 
no interior da espoleta, iniciando a queima da coluna de retardo da EOT.
O conjunto EOT é constituído pela Base da EOT; Argola e Grampo de 
Segurança; Alça da EOT; Percussor; Mola Disparadora do Percussor; Espoleta 
e Coluna de Retardo da EOT. 
6-11
A Base da EOT é a estrutura responsável por agregar todos os 
componentes do Conjunto Acionador EOT. Também conhecido como “Capacete”, 
toda essa estrutura de ignição se separa do corpo da granada após o seu 
acionamento, representando um importante processo de segurança na utilização 
de granadas explosivas.
A argola e o grampo de segurança são estruturas metálicas que 
constituem o sistema de segurança da granada, impedindo seu acionamento 
acidental pela negligência ou imperícia do operador. A liberação do sistema 
de segurança ocorre com os movimentos de rotação e de tração da argola, 
juntamente com o grampo de segurança, o que permitirá a ação do percussor e 
os demais processos de funcionamento da granada. A liberação do sistema de 
segurança com a extração da argola e do grampo deve ocorrer apenas no exato 
momento de utilização da granada.
A alça da EOT é uma haste metálica que fica em cima da sua base, 
com a função de reter o percussor que está sob tensão de uma mola comprimida. 
Esta alça é travada pelo grampo de segurança da granada. Após a liberação da 
argola e do grampo de segurança, a única forma de bloquear a alça da EOT é 
através da pressão exercida pela mão do operador.
O percussor de uma granada explosiva policial é uma peça metálica 
com ponta que tem a finalidade de impactar a espoleta e de inflamá-la.
A mola disparadora do percussor é uma estrutura metálica localizada 
logo abaixo da alça da EOT e tem a função de disparar o percussor para a 
incitação da espoleta.
A espoleta é um corpo metálico alojado no interior da base da EOT. A 
espoleta possui, em seu interior, uma pequena quantidade de mistura explosiva 
destinada a inflamar a coluna de retardo quando ela é violentamente impactada 
pelo percussor. 
A coluna de retardo da EOT é composta por uma mistura à base de 
pólvora negra amoldada como coluna, envolta por uma estrutura metálica, que 
tem como função deixar um lapso temporal suficiente entre o acionamento e a 
expulsão do corpo da EOT, tempo este necessário para que o operador se afaste 
do artefato explosivo. Desta forma se evita, assim, lesões que ocasionalmente 
poderiam ser provocadas pela EOT, bem como para que, no lançamento, haja 
tempo suficiente para que a EOT seja ejetada antes que a granada exploda. O 
seu tempo de queima varia conforme o fabricante do material.
CARGA DE DEPOTAGEM
É composto por pólvora negra e é responsável pela ejeção de todo 
6-12
o corpo da EOT para longe do corpo da granada, evitando, assim, que a EOT 
se transforme em projétil secundário e que, durante o seu deslocamento, atinja 
pessoas, provocando lesões indesejadas. Após a incitação da espoleta e depois 
de iniciada a queima da primeira coluna de retardo, tal queima chega até a carga 
de depotagem, um propelente sólido que possui queima controlada e progressiva 
e, ao queimar, gera gases a uma velocidade muito rápida, que ocupam volumes 
maiores que os sólidos que os geraram. Destarte esta ação, a EOT é separada 
da granada. 
Esta separação da EOT do corpo da granada nos indica o “primeiro 
estágio de funcionamento”. Em seguida, logo após a queima total da coluna de 
retardo da carga explosiva, ocorrerá “o segundo estágio”, ou seja, a explosão 
propriamente dita.
COLUNA DE RETARDO DA CARGA EXPLOSIVA
Assim como a primeira coluna de retardo é formada, igualmente, por 
uma mistura à base de pólvora negra e acondicionada dentro da granada em 
forma de coluna, a duração da sua queima, como já citado anteriormente, varia 
conforme o fabricante. Esta coluna de retardo, aliada com a primeira coluna, 
darão ao operador tempo suficiente para que, após o arremesso da granada, ela 
percorra a sua trajetória, toque ao chão e somente depois exploda. Dependendo 
da distância a qual o artefato deve ser lançado ou do objetivo a ser alcançado, 
este tempo em que o fogo levará para consumir a coluna de retardo em sua 
integridade será o suficiente para que o operador busque um abrigo.
CARGA EXPLOSIVA
É formada, em sua essência, por pólvora branca sob pressão e 
sua função básica é romper o corpo da granada e dispersar a sua carga no 
ambiente. Neste caso, pelo fato da carga explosiva ter uma velocidade de 
explosão variando de 100m/s a 1000m/s, teremos, então, uma deflagração 
do objeto ou uma explosão. Dependendo do objetivo, bem como do tamanho 
do artefato explosivo, ele pode conter uma carga maior ou menor de pólvora, 
consequentemente, aumentando ou diminuindo, neste caso, o poder de micro 
pulverização ou de produção de som, conforme especificação de cada granada.
CORPO DE BORRACHA
As granadas explosivas, que tem por objetivo fragmentar-se para 
6-13
alcançar seu resultado, seja lançando agente químico na atmosfera, ou seja, 
emitindo algum tipo de energia dirigida, possuindo seus corpos manufaturados 
com borracha maleável, geralmente do tipo nitrílica ou butílica, evitando, desta 
forma, que fragmentos do corpo da granada projetados na sua deflagração 
causem lesões indesejadas.
3.1.2 Classificação 
Para os fins de estudo deste Manual, e objetivando contribuir com 
os aspectos táticos das Operações de Choque, classificaremos as granadas 
policiais explosivas quanto ao seu efeito e quanto ao ambiente de sua utilização.
QUANTO AOS EFEITOS PRODUZIDOS
Nesta classificação, as granadas explosivas policiais classificam-
se em: explosivas de efeito moral; explosivas de atordoamento, explosivas 
lacrimogêneas e explosivas híbridas. 
Granadas Explosivas de Efeito Moral: as granadas de efeito moral 
têm como principal objetivo provocar a intimidação psicológica dos indivíduos 
através da deflagração de uma carga explosiva que dispersa um agente químico 
inócuo na atmosfera, desestimulando a continuidade das ações do grupo de 
agressores.
Granadas Explosivasde Atordoamento: são granadas que tem 
como objetivo ofuscar e atordoar o oponente, criando uma distração para uma 
atuação policial mais segura. Além de uma carga explosiva, estas granadas são 
comumente compostas por uma substância química que produz luz, capaz de 
ofuscar ou cegar momentaneamente, e de outra substância química capaz de 
produzir energia sonora suficiente para atordoar ou distrair o agressor. A equipe 
policial deve adotar procedimentos preventivos durante a utilização de granadas 
explosivas atordoantes, de modo a evitar os prejuízos à tropa com a produção 
de seus efeitos.
No mercado nacional podemos encontrar, como principais 
representantes desta classificação, as granadas para ambientes abertos de luz e 
som, as granadas para ambientes fechados de luz e som e, por fim, as granadas 
em aço, com estágio único para ambientes fechados, chamadas também de 
granadas de adentramento. 
Granadas Explosivas Lacrimogêneas: são granadas explosivas que 
contém carga lacrimogênea. São empregadas em ações policiais com o intuito 
6-14
de provocar a contaminação lacrimogênea nos agressores, para que estes 
tenham a sua capacidade agressiva diminuída. 
Os agentes químicos lacrimogêneos mais usados nestas granadas 
são o CS (Ortoclorobenzilmolononitrilo) e o OC (Oleoresin de Capsicum). O 
percentual desses agentes químicos encontrados nas granadas explosivas 
lacrimogêneas, segundo os fabricantes nacionais, diz respeito a 10% da massa 
química. 
Granadas Explosivas Híbridas: são consideradas híbridas as 
granadas explosivas que reúnem dois gêneros, ou seja, duas funcionalidades ou 
duas valências em um mesmo artefato. Essas valências podem ser a combinação 
de uma carga explosiva, que é inerente às granadas explosivas, com balins de 
borracha. Esta combinação nos oferece a valência da carga explosiva, que 
seria o efeito atordoante, e a valência do impacto mecânico das esferas de 
borracha. Para esta combinação, podemos identificá-las, dentro deste grupo, 
como “granadas multi-impacto”. Neste mesmo modelo, poderemos encontrar 
granadas explosivas com os balins de borracha e um agente lacrimogêneo, ou 
seja, “granadas multi-impacto lacrimogêneas”. 
Outro elemento usualmente empregado nas granadas híbridas é o 
agente marcador. Este agente nos oferece a valência de marcar as pessoas 
envolvidas em um determinado conflito para uma posterior identificação e 
detenção. O agente utilizado atualmente pelos fabricantes nacionais é o 
chamado “Gel CMC”, ou seja, uma solução gelatinosa com um corante à base 
de carboximetilcelulose. 
QUANTO AO AMBIENTE DE UTILIZAÇÃO
Nesta classificação, as granadas policiais explosivas classificam-
se em: granadas explosivas de utilização em ambientes abertos e granadas 
explosivas de utilização em ambientes fechados.
Granadas Explosivas para Ambientes Abertos: são granadas 
desenvolvidas especificamente para aplicações em áreas abertas, entendendo-
se como área aberta qualquer ambiente amplo, não coberto, que não permita o 
confinamento da onda positiva da explosão.
As granadas explosivas para ambiente abertos possuem, em sua 
composição, quantidades consideráveis de pólvora na carga explosiva, que 
podem gerar grande energia acústica, atingindo 175 decibéis de pico máximo de 
pressão sonora. Isto é energia suficiente para quebrar estruturas envidraçadas 
próximas ao epicentro da explosão, causar lesões no aparelho auditivo das 
pessoas e dos animais e outros efeitos secundários da sua ação. 
6-15
As granadas explosivas para ambiente abertos não poderão ser 
empregadas em ambientes fechados sob quaisquer hipóteses, pelo risco de 
provocar danos às pessoas e às estruturas que estejam neste recinto. 
 Por se tratar de um artefato explosivo, o principal aspecto de 
segurança para sua aplicação se refere à distância de segurança que esta deve 
preservar das pessoas. Recomenda-se que, para as granadas explosivas para 
ambientes abertos, a distância prudente seja de pelo menos 10 metros, tanto 
para os agressores quanto para a equipe policial. 
Estas granadas possuem um dispositivo temporizador para o seu 
funcionamento, ou seja, elas possuem um tempo para apresentar o seu 
resultado. A este lapso temporal de funcionamento compreendido entre seu 
lançamento e a sua deflagração denominamos de “tempo de retardo”. O tempo 
de retardo para as granadas explosivas para ambientes abertos comercializadas 
no mercado nacional é de 03 segundos. Este tempo pode variar de fabricante 
para fabricante, mas sempre estarão entre 2,5 e 3,0 segundos, possibilitando 
ao operador maior versatilidade no arremesso da granada, dependendo da 
circunstância operacional.
Granadas Explosivas para Ambientes Fechados: são granadas 
desenvolvidas especificamente para emprego em ambiente confinado, ou seja, 
qualquer espaço coberto e cercado por qualquer estrutura ou material que crie 
uma barreira para propagação da onda positiva da explosão.
Se comparadas com as granadas para ambientes abertos, as granadas 
para ambientes fechados possuem uma carga explosiva menor, bem como, uma 
carga química menor para as lacrimogêneas, atordoamento, efeito moral e para 
as marcadoras. Podem atingir um pico máximo de pressão sonora em torno 
de 165 decibéis. Essa diferença de 10 decibéis das granadas para ambientes 
abertos torna a sua aplicação segura em ambientes confinados. 
Estas características transformam as granadas para ambientes 
fechados em um recurso com capacidades menos gravosas.
As granadas explosivas para ambientes fechados, apesar da sua 
indicação específica de emprego em ambientes confinados, podem ser utilizadas 
em ambientes abertos como uma alternativa tática ao uso das granadas 
para ambientes abertos quando a distância para o emprego destas não for 
suficientemente segura.
A respeito do tempo de retardo, possuem um tempo curto de 
funcionamento. As granadas desta categoria, que são comercializadas no 
mercado nacional, têm um tempo de retardo de 1,5 segundo. Com este tempo 
curto de retardo o operador fica vinculado a arremessá-las sempre rente ao solo, 
6-16
pois, caso realize o arremesso por cima, este artefato deflagrará no ar, bem ao 
nível da altura das pessoas, podendo ferir os olhos ou outra região sensível com 
a fragmentação do seu corpo. Além disso, se a deflagração ocorrer em níveis 
mais altos, o operador perderá uma granada sem ter alcançado seu objetivo. 
Sua utilização em ambientes confinados deverá ser feita sempre próximo aos 
acessos do cômodo e em local visível ao operador, evitando, desta forma, que 
o lançamento atinja diretamente pessoas ou materiais inflamáveis no interior do 
mesmo.
3.2 GRANADAS POLICIAIS DE EMISSÃO
São artefatos industrializados, não explosivos, antipessoais, que 
funcionam por meio da emissão de agentes químicos, sejam eles lacrimogêneos 
ou fumígenos, utilizados pelas forças de segurança em seus treinamentos e 
operações como vetor de menor potencial ofensivo, com o objetivo de reduzir 
os efeitos colaterais nas intervenções estratégicas, onde se faz necessário o 
emprego da força policial. 
São artefatos que possuem, em sua estrutura básica, um dispositivo 
acionador, um misto incandescente e uma carga lacrimogênea ou fumígena, 
acomodados em invólucros ou recipientes próprios. 
Estas granadas não explodem, pois, sua estrutura não utiliza carga 
explosiva para ruptura do seu invólucro. Seu princípio de funcionamento ocorre 
com a queima da massa química que está em seu interior no estado sólido, 
gerando aerossóis (micropartículas em suspensão), que serão dispersos no 
ambiente. Os aerossóis provenientes do processo de queima da massa química 
tem melhor capacidade de abranger áreas extensas, tendo em vista a grande 
quantidade de micropartículas emitidas e a sua boa capacidade de dispersão, 
devido a seu peso molecular.
3.2.1 Estrutura e Funcionamento
Na composição de uma granada de emissão temos uma estrutura bem 
mais simples do que nas granadas explosivas. Porém, atualmente, no mercado 
nacional temos uma variedademaior no que diz respeito ao seu sistema de 
iniciação, que pode ser do tipo EOT (espoleta de ogiva de tempo) e PSTM 
(percussão sob tensão da mola), sendo que, neste último, temos dois modelos, 
a saber: PSTM por tração de cordão e PSTM por disparo do percussor. 
6-17
As granadas de emissão usam a queima como processo de 
dispersão, ou seja, a estrutura identificada no interior da granada como misto 
iniciador inflama e queima a massa química, provocando a sublimação da 
massa, consequentemente “carregando” as partículas do agente químico 
para a atmosfera que se pretende contaminar. Percebe-se que não ocorrerá a 
sublimação do agente químico principal em si, mas apenas da massa distinta ao 
agente. Por atuar pelo processo da queima, as granadas de emissão aquecem 
atingindo altas temperaturas, algo em torno de 347 graus Celsius.
SISTEMA DE INICIAÇÃO DAS GRANADAS DE EMISSÃO
Conjunto acionador do tipo EOT (espoleta de ogiva de tempo): 
Esse sistema é o mesmo já estudado nas granadas explosivas, porém, para as 
granadas de emissão, ele sofre pequenas alterações. 
Na composição do conjunto acionador do tipo EOT utilizado nas 
granadas de emissão, identificamos as ausências da carga de depotagem, da 
coluna de retardo da carga explosiva e da carga explosiva propriamente dita. É 
fácil justificar as ausências destas estruturas: primeiro: como essas granadas 
não explodem, o conjunto da EOT não funcionará com o duplo estágio, pois 
não existe a necessidade de ejeção da base da EOT (“capacete”); segundo: 
como já dito, se elas não explodem e sim emitem aerossóis no ambiente, não há 
necessidade de uma carga explosiva em sua estrutura. 
As granadas de emissão comercializadas no país possuem, em seu 
iniciador EOT, uma estrutura que atua como um reforçador de chama, localizada 
no final da coluna de retardo. Essa estrutura compõe-se de um recipiente plástico 
e de uma pequena carga de pólvora. Esse recipiente possui um orifício em sua 
base, que é vedado com uma fita plástica e permitindo que a chama produzida 
pela pólvora alcance o misto iniciador da granada.
SISTEMA DE INICIAÇÃO PSTM (PERCUSSÃO SOB TENSÃO DE 
MOLA)
Assim como no sistema EOT, os acionadores PSTM são formados 
por estruturas mecânicas e químicas e, igualmente, são classificados como 
temporizadores mecânicos-químicos. Sua função é dar início ao funcionamento 
da granada. 
Podemos encontrar várias configurações de sistemas PSTM, porém, 
nosso estudo irá abordar somente os sistemas PSTM comercializados no 
mercado nacional. São eles: sistema PSTM por tração de cordão e sistema 
PSTM por disparo do percussor.
6-18
Sistema PSTM por tração de cordão: Nesse sistema temos a 
presença de um cordão para tracionamento, que é preso a uma camisa retentora; 
um percussor tensionado por uma mola; uma cápsula de iniciação (espoleta); 
uma coluna de retardo, um reforçador de chama e um misto iniciador. 
Funcionamento:
 - Tração longitudinal do cordão; 
 - Remoção da camisa retentora; 
 - Lançamento do percussor pela mola disparadora;
 - Distensão do Percussor, ferindo a cápsula de iniciação (espoleta); 
 - Explosão do Iniciador, inflamando a coluna de retardo; 
 - Incitação do reforçador de chama; 
 - Ignição do misto iniciador e da carga lacrimogênea ou fumígena.
Sistema PSTM por disparo do percussor: Nesse sistema, o 
percussor, que sofre a tensão de uma mola, é preso por um grampo de segurança 
que, quando retirado, libera-o para incitar mecanicamente uma cápsula de 
iniciação (espoleta). Logo, esta incita quimicamente a coluna de retardo, que 
irá sensibilizar um misto iniciador. O reforçador de chama pode compor essa 
estrutura em alguns modelos. 
Funcionamento: 
 - Tração lateral da argola com o grampo de segurança; 
 - Lançamento do percussor pela mola disparadora; 
 - Distensão do Percussor, ferindo a cápsula de iniciação (espoleta); 
 - Explosão do Iniciador, inflamando a coluna de retardo; 
 - Ignição do misto iniciador e da carga lacrimogênea ou fumígena.
3.2.2 Classificação
As granadas de emissão podem ser classificadas em dois importantes 
grupos: as granadas de emissão lacrimogênea e as granadas de emissão 
fumígena.
GRANADAS DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA
São granadas que utilizam a queima como processo de dispersão do 
agente químico lacrimogêneo, emitindo-o na atmosfera através do vapor. 
6-19
Além do sistema de funcionamento padrão descrito acima, no qual 
o misto incandescente inflama e queima a massa química provocando sua 
sublimação, as granadas de emissão possuem outro sistema de funcionamento 
no qual são deflagradas do seu interior múltiplas pastilhas metálicas de emissão 
lacrimogênea (cânisters). O sistema de iniciação das granadas de emissão 
lacrimogênea com pastilhas é exclusivamente o EOT. Seu funcionamento se 
inicia com a percussão da espoleta, gerando uma centelha que ignitará uma 
carga de projeção, que passará pelo meio das pastilhas vazadas, gerando 
pressão suficiente para expeli-las já em funcionamento no ambiente, o que 
as torna aptas a promover a contaminação de grandes áreas com um único 
lançamento.
As granadas de emissão lacrimogêneas são empregadas nas 
ocorrências em áreas abertas, com o intuito de provocar uma contaminação 
lacrimogênea no grupo de agressores, visando reduzir exponencialmente a 
capacidade agressiva destes. 
Sua ação lacrimogênea é bem mais eficaz do que a ação de uma 
granada explosiva lacrimogênea, por ter uma melhor capacidade de abrangência 
na atmosfera. Este fato se deve ao estado físico da massa química depois da 
queima. A nuvem de aerossóis, por excelência, se propaga com rapidez no ar e, 
consequentemente, contamina uma área maior.
 Outro fator importante é que a carga química emitida na atmosfera 
por uma granada de emissão é consideravelmente maior em comparação à 
carga química da granada explosiva. Seu uso em ambientes confinados não é 
recomendado. Segue algumas das principais razões das restrições ao seu uso 
em áreas fechadas: 
Temperatura: são artefatos que aquecem muito e podem provocar 
a inflamabilidade em objetos combustíveis, como tapetes, cortinas, madeiras, 
entre outros.
Quantidade de agente químico: a quantidade de agente químico é 
elevada, tornando o ar do habitáculo confinado irrespirável. Importante destacar 
que, mesmo o operador equipado com a máscara contra gases, deve-se 
sopesar se o percentual seguro de oxigênio naquela atmosfera contaminada 
foi preservado, pois os elementos filtrantes dos equipamentos de proteção 
respiratória têm suas limitações. É sabido que o agente químico lacrimogêneo 
tende a expulsar o ar “puro” do ambiente e a ocupar o seu lugar. Isto sem contar 
no tempo de exposição do operador, pois, quanto maior o tempo de exposição, 
maior será a exigência das estruturas da máscara. 
Dificuldade no controle da dispersão do agente: uma vez lançada a 
granada de emissão, o operador não terá mais o total controle do direcionamento 
6-20
da “nuvem” lacrimogênea, pois esta ficará à mercê da corrente de ar previamente 
identificada, fenômeno que dificilmente ocorreria com as granadas explosivas 
lacrimogêneas, tendo em vista que o agente químico pulverizado na explosão 
tem um peso maior, se comparado aos aerossóis. 
Ambientes fechados em instalações prisionais: risco de migração 
do agente lacrimogêneo para outros corredores de cela ou outra ala dominada, 
causando inquietação na população carcerária daqueles setores. 
Como tais granadas trabalham com queima, é importante salientar que 
toda queima necessita de oxigênio para seguir queimando, logo, ela consumirá 
oxigênio e, em um ambiente fechado onde lançamos uma granada de emissão 
que produz grande quantidade de agente químico, tal agente compete com o ar 
livre, expulsando-o do ambiente. Além disso, a granada consome oxigênio para 
manter a queima do agente químico, assim, esse ambiente torna-se inseguro 
para a permanência de pessoas por um período muito longo, uma vez que o 
oxigênio será consumido. 
Atmosferas explosivas: estas atmosferas são facilmenteencontradas 
em postos de combustíveis e plataformas petrolíferas, pois os vapores formados 
no interior dos reservatórios de combustíveis são altamente inflamáveis e, como 
estão encapsulados pelos tanques, tornam-se explosivos. As granadas de 
emissão geram grandes temperaturas, por isso, não se recomenda o seu uso 
nesses ambientes.
GRANADAS DE EMISSÃO FUMÍGENA
Os fumígenos são agentes que, por queima, hidrólise ou condensação 
produzem fumaça. São partículas suspensas em meio gasoso. O termo é 
geralmente aplicado às emissões visuais de materiais em combustão. São 
também substâncias empregadas pelos militares para produzirem cortinas de 
fumaça, a fim de ocultar tropas e equipamentos. 
Fumígeno é um obscurante artificial normalmente produzido pela 
combustão ou vaporização de algum produto. Lembrando que “agente 
obscurante” é um conjunto de partículas produzidas pelo homem em forma 
natural, suspensas no ar, que impedem ou enfraquecem a transmissão de uma 
parte específica ou de partes do espectro eletromagnético, tais como a luz 
visível, raios infravermelhos ou micro-ondas. Nevoeiro, névoa, poeira e resíduos 
são obscurantes. 
As granadas de emissão, no conceito moderno, são granadas que 
emitem agentes fumígenos, coloridos ou não, com propósitos específicos, como 
sinalização e cobertura. 
6-21
As granadas de emissão fumígena tem sua aplicação limitada na 
segurança pública, por se tratar de um segmento que não realiza manobras 
militares de vulto, que exijam apoio orientador de um sinalizador fumígeno. 
Tipicamente, essas granadas são utilizadas pelos órgãos de segurança 
em solenidades de formatura, treinamento e como elemento de dissuasão nas 
operações, simulando o papel de um agente lacrimogêneo. 
Nesta classificação, podemos dividir as granadas de emissão fumígena 
em dois grupos: granadas de emissão fumígena de sinalização e granadas de 
emissão fumígena de camuflagem e de cobertura.
Granadas fumígenas de sinalização: são granadas fumígenas, 
coloridas, à base de haxacloretana pigmentada ou de agente químico similar 
com pigmento. Podem ser aplicadas em manobras de equipes em terrenos com 
o intuito de orientar deslocamentos, sinalizar o início e o fim das operações, 
transmitir mensagens através de códigos preestabelecidos, dentre outras 
situações. Geralmente, no âmbito militar, a fumaça branca é empregada para 
ocultar viaturas individuais, enquanto que as coloridas são usadas para marcar 
ou assinalar posições. 
Granadas fumígenas de camuflagem e de cobertura: são granadas 
fumígenas, que produzem uma fumaça com densidade maior que as granadas 
de sinalização. Possuem um tempo de emissão maior, variando entre 1 a 3 
minutos. São também conhecidas como granadas fumígenas de alta emissão. 
Taticamente, a camuflagem e a cobertura fumígenas podem ter vários 
aspectos quando empregadas por forças terrestres, tais como: 
a. Aplicação como cortina de fumaça: utilizada para prejudicar 
a observação e o tiro inimigo, proteger mudanças de locais das 
equipes, para substituição, abastecimento e evacuação; 
b. Aplicação como teto de fumaça: empregada para proteção de 
equipes ou de pontos estratégicos contra a observação ou ataques 
de grupos de agressores vindos de cima; 
c. Aplicação como neblina: usada para proteger as equipes em 
deslocamentos, quando estas necessitam de certa visibilidade para 
poder executá-los.
4. NEUTRALIZAÇÃO DE GRANADAS POLICIAIS FALHADAS
Como todo produto industrializado, as granadas são passíveis de 
6-22
apresentarem os mais diversos problemas que impeçam o seu funcionamento. 
Uma situação recorrente é a nega de funcionamento nas granadas de mão, como 
ocorre nas granadas explosivas e nas granadas de emissão. A granada que 
falhou é conhecida no meio policial como “tijolo quente”. Para a granada falha 
ser considerada um tijolo-quente, é necessário que seu capacete ainda esteja 
no corpo da granada após o seu lançamento. Caso o corpo esteja separado do 
capacete, aquele poderá ser manipulado livremente.
4.1 PROCEMINENTOS OPERACIONAIS PARA GRANADAS DE 
EMISSÃO FALHAS
A ocorrência de falha nas granadas de emissão não oferece tanto risco, 
tendo em vista o seu baixo poder de lesividade, determinado, principalmente, 
pela ausência da carga explosiva. 
A granada pode ter falhado ou estar em funcionamento, porém, como 
seus orifícios de escape de gases obstruídos ou os cânisters (pastilhas) não 
foram expelidos do corpo da granada e estão em funcionamento dentro dela, 
deve-se, após 05 minutos do lançamento, realizar uma aproximação (com 
proteção do escudo) e observação da granada (sem manipular). Se os orifícios 
de escape de gases estiverem rompidos e queimados ou se os cânisters não 
estiverem dentro do corpo da granada, significa, então, que a granada funcionou, 
podendo ser manipulada.
Se os orifícios de escape de gases estiverem intactos ou se os 
cânisters estiverem dentro do corpo da granada, porém, e a granada apresentar 
características visuais externas normais, significa que ocorreu falha interna 
e a granada não funcionou, podendo ser manipulada. Todavia, se a granada 
apresentar um aumento de volume corpóreo, aliado à alta temperatura externa e 
trepidação no local, entende-se que a granada está em funcionamento, mas com 
os orifícios de escape de gases obstruídos, ou a tampa de proteção (local por 
onde são expelidas as pastilhas) está travada, impedindo a saída das pastilhas.
No último caso citado o operador deverá:
1. Afastar-se imediatamente do local;
2. Realizar um isolamento perimetral de 25 metros, e;
3. Aguardar a explosão desta granada pelo alívio descontrolado da 
pressão (explosão mecânica) ou a vazão dos gases por algum 
orifício.
6-23
4.2 PROCEMINENTOS OPERACIONAIS PARA GRANADAS 
EXPLOSIVAS FALHAS
Diferente das granadas de emissão, a nega de funcionamento de uma 
granada explosiva já requer maior atenção. A granada explosiva falhada deve 
ser tratada como um verdadeiro explosivo, ou seja, com extremo cuidado, pois 
seu poder lesivo pode provocar mutilações e morte. 
Analisaremos os seguintes procedimentos operacionais comumente 
realizados para a neutralização de granadas explosivas falhas:
 - Disparo de elastômero com Espingarda Calibre 12;
 - Utilização da Placa de Secção;
 - Utilização do Cone de “Munroe”;
 - Utilização de Material Combustível;
 - Simpatia.
4.3 DISPARO DE ELASTÔMERO COM ESPINGARDA CALIBRE 12
Consiste na utilização do disparo de elastômero, a ser realizado no 
terço superior do corpo da granada, com o objetivo de neutralizá-la. Os disparos 
serão realizados até que se separe o capacete do corpo da granada, até expor 
a ogiva da granada (expondo sua carga de arrebentamento, momento no qual 
será jogada água em seu corpo para transportá-la a um local seguro) ou até que 
os disparos cessem com sua deflagração. O atirador deverá atirar protegido por 
um escudeiro, utilizando munições de impacto controlado de projétil singular.
4.4 UTILIZAÇÃO DA PLACA DE SECÇÃO
Este método ocasiona apenas a detonação do tijolo-quente, visto que 
trabalha com altos explosivos. Consiste na utilização de uma placa de papelão 
ou madeira – com um corte longitudinal no tamanho do corpo de uma granada – 
e um orifício na sua metade. Será colocado cordel detonante (alto explosivo) no 
corte e montado um sistema pirotécnico de acionamento, com espoleta padrão 
(NP08). 
O acionamento do estopim acionará a espoleta e, consequentemente, 
o cordel detonante, explodindo também a granada falha.
6-24
4.5 UTILIZAÇÃO DO CONE DE “MUNROE”
Este método também ocasiona, apenas, a detonação do tijolo-quente. 
Trabalha com o “efeito Munroe”, que é o direcionamento da onda positiva 
decorrente da explosão, onde o cordel detonante, assumindo a forma de um 
cone, terá o efeito potencializado. A abertura do cone será direcionada para a 
granada, deflagrando-o após o acionamento do procedimento já descrito.
Este procedimento é mais eficaz que o relativo à placa de secção, pois, 
em nenhum momento, ocorrerá a manipulaçãodo tijolo-quente, uma vez que 
o cone possuirá hastes moldáveis que se aproximarão o máximo possível da 
granada, sem, contudo, tocá-la.
4.6 UTILIZAÇÃO DE MATERIAL COMBUSTÍVEL
Considerando que existe a possibilidade destes artefatos falharem em 
operações policiais e que nem sempre teremos a existência ou a disponibilidade 
de uma equipe do esquadrão de bombas para o apoio, a equipe policial 
responsável pela utilização do artefato falhado deverá tomar as providências 
para a destruição deste, pois não poderá abandoná-lo em via pública. 
Para esta ocorrência a equipe policial pode utilizar um equipamento 
próprio para remoção e destruição de granadas de menor potencial ofensivo. 
Um equipamento muito comum, utilizado por algumas Instituições policiais, é o 
Kit Tolva. 
O Kit Tolva contempla um recipiente confeccionado em aço maciço, 
com no mínimo 25 cm de altura, com braços para transporte. Acompanhando à 
Tolva, existe uma haste de recolhimento com uma mão mecânica, que funciona 
através de uma corda esticada ao longo dessa haste. Fazem parte deste conjunto 
um estopim, com aproximadamente 70 cm de comprimento, e vários pedaços de 
tecidos para queima do artefato falhado. 
De posse deste equipamento, o operador trajado com EPI (capacete 
com viseira, luvas e colete balístico) irá posicionar o recipiente denominado de 
Tolva em local seguro, próximo ao artefato a ser destruído. Colocam-se quatro 
pedaços de tecido no interior da Tolva, conectando o estopim e deixando a 
sua extremidade para o lado de fora do recipiente. Umedecem-se os tecidos 
com querosene ou gasolina até ficarem encharcados e, utilizando a haste de 
recolhimento, remove-se o artefato do local e coloca-se no interior da Tolva, 
sobre os tecidos já úmidos. Depois disso, aciona-se o estopim e afasta-se. 
6-25
Iniciado o fogo, deve-se aguardar o tempo para destruição do artefato, que pode 
variar de 7 a 18 minutos. Ocorrerá, então, a queima da massa e, em alguns 
casos, uma pequena explosão nos dispositivos que possuem espoleta como 
componente interno. 
Após a queima completa dos tecidos, juntamente com o artefato 
falhado, a condição de segurança se confirma caso o artefato esteja totalmente 
destruído e sem a presença de pólvoras confinadas.
4.7 SIMPATIA
Consiste na utilização de outro baixo explosivo, de qualquer outro 
artefato ou de objeto com o objetivo de gerar a deflagração do tijolo-quente, 
como, por exemplo, a utilização de uma granada para ambiente aberto, a fim de 
sensibilizar uma granada para ambiente fechado que veio a falhar. 
A sensibilização do artefato falho e sua propensa deflagração pela 
explosão de outra granada explosiva, contudo, não ocorre. Geralmente a 
deflagração de uma granada explosiva colocada próxima ao tijolo quente 
promoverá a neutralização deste pela extração de seu capacete, resultante da 
expansão da onda positiva da explosão. É importante, porém, que a granada 
que promoverá a extração do capacete seja mais potente que a granada falhada. 
Ressaltamos que o índice de neutralização utilizando este método é 
consideravelmente baixo, não se alcançando o objetivo proposto, além de utilizar 
um recurso por demais valoroso para tal fim.
7-1
CAPÍTULO VII 
TÉCNICAS DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
Neste capítulo será abordado o tema “Técnicas de Operações 
de Choque” que diz respeito aos fundamentos, métodos e procedimentos 
padronizados para as ações da Tropa de Choque. 
1. COMPOSIÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE
A composição ideal de um pelotão de choque é de, no mínimo, 18 
(dezoito) e de, no máximo, 26 (vinte e seis) policiais militares, o que não significa 
que não se possa atuar fora desses limites, contudo, vale dizer que não é 
prudente, a depender da situação, atuar abaixo do mínimo efetivo ideal, sob 
pena de se colocar em risco o êxito da missão. Em um pelotão de choque, cada 
elemento da tropa possui uma função específica, tornando o pelotão indivisível 
justamente pela complementaridade das funções.
2. FUNÇÕES NO PELOTÃO DE CHOQUE
Comandante: Exercida por um Oficial do posto de Tenente. Aquele 
que conhece detalhadamente a missão ao qual foi designado, além de ser o 
responsável pelo emprego tático da tropa de choque.
Auxiliar do Comandante: Exercida pelo Sub Tenente ou Sargento. É 
quem deverá substituir o comandante do pelotão de choque no caso de alguma 
eventualidade em que esse não possa exercê-la. Responsável pela transmissão 
de ordens ao pelotão.
Comandantes de Grupo: Exercida por Sargento. O pelotão de 
choque é composto por 03 (três) grupos, onde cada Comandante de Grupo é 
o responsável direto pelo seu grupo. Devem verificar todo o material que os 
integrantes de seu grupo mantêm sob carga. É de fundamental importância na 
manutenção das formações adotadas durante o emprego tático da tropa.
Escudeiros: Exercida por Soldados ou, excepcionalmente, por Cabos. 
São os responsáveis pela proteção do pelotão de choque quando do lançamento 
7-2
de objetos contra a tropa. De preferência, serão os mais altos. Quanto maior 
a quantidade de escudeiros, respeitando-se as outras funções, maior será a 
segurança da tropa. Por critério do Comandante de Pelotão, para a execução 
das formações, os escudeiros poderão colocar o bastão no porta-bastão.
Granadeiros: Deverão portar bornais com as granadas explosivas e 
de emissão. Necessariamente, esta função deverá ser exercida por possuidores 
do Curso de Operações de Choque ou Operações Químicas.
Atiradores: Utilizam as munições de menor potencial ofensivo através 
da espingarda calibre 12 ou do lançador federal. Quando da utilização de 
munição química, será denominado atirador-lançador.
Socorrista Operacional (SocOp): Embora outrora fosse usado para 
debelar pequenas barricadas de fogo, na atualidade está voltado para uma 
possível intervenção, caso haja arremesso de artefatos incendiários contra a 
tropa e no atendimento pré-hospitalar.
Segurança: Havendo utilização de arma de fogo pelos oponentes, 
será o responsável pela resposta letal. Deverá agir com bastante cautela, haja 
vista que seu campo de visão para o tiro ficará prejudicado, seja pela quantidade 
de manifestantes na turba, seja até mesmo para identificar aquele que fez o 
disparo.
Motorista: Responsável pela condução da tropa e pela segurança do 
veículo empregado.
3. FORMAÇÕES DE CHOQUE
As formações de um pelotão de choque podem ser divididas em: 
Formações Básicas, Formações Ofensivas, Formações Defensivas, 
Formações Adaptadas e Formação de carga.
3.1 FORMAÇÕES BÁSICAS
São 2 (dois) tipos de formações básicas:
7-3
3.1.1 Coluna por 3 (três)
Utilizada para deslocamentos curtos, solenidades, desfiles militares, 
deslocamentos em acelerado, checagem de efetivo e enumeração. Na formação 
por “3”, cada integrante do Pelotão de Choque fica ciente da sua respectiva 
função. São dispostos de forma enfileirada, um atrás do outro e seguindo uma 
sequência numérica, obedecendo sempre à ordem “centro, direita, esquerda”. 
Será comandado: “ATENÇÃO PELOTÃO DE CHOQUE... POR FUNÇÕES... 
ENUMERAR!”. A partir daí, cada componente do pelotão brada sua respectiva 
função e número.
Figura 3: Formação do Pelotão de Choque por 3.
Fonte: A Comissão.
7-4
3.1.2 Coluna por 2 (dois)
Também conhecida como formação de transição, pois, a partir desta 
formação, o Pelotão de Choque adotará as demais formações de choque. Poderá 
ser utilizada para deslocamentos curtos ou estreitos. Estando formado em 
coluna por 3, o comandante comandará: “ATENÇÃO PELOTÃO DE CHOQUE... 
DE COLUNA POR 3 A COLUNA POR 2... MARCHE MARCHE!”. O 1º Grupo, 
que é o do centro, se infiltrará nos demais, de modo que os integrantes ímpares 
deslocarão para a esquerda e os integrantes pares para a direita, devendo 
intercalar-se à frente de quem está posicionado imediatamente ao seu lado. 
O auxiliar do comandante incorpora ao 2º grupo, imediatamente à frente do 
comandante do 2º grupo.
Figura 4: Formação do Pelotão de Choque por 2.
Fonte: A Comissão.
7-5
3.2 FORMAÇÕES OFENSIVAS
São formações utilizadasem confrontação direta a oponentes 
perturbadores da ordem.
3.2.1 Formação em Linha
Formação mais utilizada no controle de distúrbios. Proporciona 
proteção aos integrantes do Pelotão de Choque, bem como permite o seu 
avanço, movimentando os oponentes.
Figura 5: Formação do Pelotão em Linha.
Fonte: A Comissão.
Figura 6: Formação do Pelotão de Choque em Linha, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-6
3.2.2 Formação em Cunha:
Poderá ser utilizada em lugares em que não haja espaço suficiente 
para que o pelotão forme em linha. Os escudos deverão estar voltados para 
frente.
Figura 7: Formação do Pelotão de Choque em Cunha.
Fonte: A Comissão.
Figura 8: Formação do Pelotão de Choque em Cunha, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-7
3.2.3 Escalão à Direita
Utilizada para movimentar os oponentes para determinado ponto. 
Neste caso, à direita do pelotão de choque. Na formação, os escudos deverão 
estar voltados para frente.
Figura 9: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Direita.
Fonte: A Comissão.
Figura 10: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Direita, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-8
3.2.4 Escalão à Esquerda
Utilizada para movimentar os oponentes para determinado ponto. Neste 
caso, à esquerda do pelotão de choque. Na formação, os escudos deverão estar 
voltados para frente.
Figura 11: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Esquerda.
Fonte: A Comissão.
Figura 12: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Esquerda, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-9
3.3 FORMAÇÕES DEFENSIVAS
São formações especificamente utilizadas para a proteção, guarda e 
segurança do Pelotão de Choque. Pressupõe-se que ao utilizar as Formações 
Defensivas, para táticas de aproximação ou infiltração, a tropa de choque estará 
mais próxima dos oponentes e mais exposta às possíveis agressões.
3.3.1 Guarda Alta
Utilizada para proteção do pelotão de choque quando haja arremesso 
de objetos de forma parabólica por parte dos oponentes. Os escudos deverão 
estar inclinados para trás, de forma a proteger a cabeça, e os escudeiros 
utilizarão a alça de apoio do escudo, bem como quem está à retaguarda destes 
também deverá prestar o suporte. Embora seja uma formação defensiva, permite 
o avanço da tropa, sendo, portanto, dinâmica.
Figura 13: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta.
Fonte: A Comissão.
Figura 14: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-10
3.3.2 Guarda Alta Emassada
Similar à formação anterior, distinguindo-se apenas pelo fato dos três 
últimos escudeiros de cada grupo, alinhados, ficarão lateralizados em relação 
aos demais, mantendo-se a escamação dos escudos, apresentando-se na forma 
de um arco, protegendo o pelotão de lançamento de objetos tanto frontal, quanto 
lateralmente.
Figura 15: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta Emassada.
Fonte: A Comissão.
Figura 16: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta Emassada, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-11
3.3.3 Guarda Baixa
Nesta formação, todos permanecerão abaixados, de modo que os 
escudeiros apoiarão os escudos com o pé esquerdo, do lado esquerdo. É uma 
formação de rápida execução e que permite uma proteção quando houver 
disparo de arma de fogo, quando não se tenha visão de quem tenha sido o autor 
do disparo. É uma formação estática.
Figura 17: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa.
Fonte: A Comissão.
Figura 18: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
3.3.4 Guarda Baixa Emassada
Nesta formação, metade dos escudeiros estará abaixada, enquanto a 
outra metade estará sobreposta a estes. Poderá ser utilizada para um socorro 
a algum integrante ferido. É preciso que os escudos permaneçam escamados, 
7-12
tanto os de cima quanto os de baixo – de modo a não permitir que nenhum objeto 
arremessado transpasse a formação. Para sua execução, os três primeiros 
escudeiros do 2º e 3º grupo abaixarão e os três últimos de cada respectivo grupo 
é que ficarão formando a cobertura. Também é uma formação estática.
Figura 19: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa Emassada.
Fonte: A Comissão.
Figura 20: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa Emassada, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
3.4 FORMAÇÕES ADAPTADAS
São formações não abrangidas pelas formações anteriores, utilizadas 
7-13
conforme o ambiente de atuação da tropa de choque e/ou caso haja a necessidade 
de desmembramento do pelotão de choque.
3.4.1 Formação Meia Lua
Nesta formação, os escudeiros adotarão um semicírculo com os 
escudos devidamente cerrados. Poderá ser utilizada, por exemplo, quando 
da entrada no raio em estabelecimento penal, estando as celas em um único 
pavimento e em ambos os lados.
Figura 21: Formação do Pelotão de Choque em Meia Lua.
Fonte: A Comissão.
Figura 22: Formação do Pelotão de Choque em Meia Lua, Vista Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-14
3.4.2 Formação em “L”
Geralmente utilizada em estabelecimentos penais para tomada de 
celas. Os escudeiros 1 e 2 permanecem na diagonal em relação ao objetivo, os 
escudeiros 4, 5 e 8 escamados ao escudeiro 2, com os escudos voltados para 
frente, e os escudeiros 10 e 11 incorporam ao grupo do escudeiro 1. Se o objetivo 
estiver do lado “direito”, da mesma forma, o escudeiro 1 e 2 – em diagonal – 
escamados com o escudeiro 1 estarão os escudeiros 3, 6 e 7 permanecendo 
com os escudos voltados para frente, e os escudeiros 9 e 12 incorporam-se 
ao grupo do escudeiro 2. Em estabelecimentos penais, esta formação poderá 
ser flexibilizada, de acordo com a quantidade de celas em qualquer dos lados, 
aumentando a quantidade de escudeiros na coluna de tomada das celas, 
respeitando-se apenas a quantidade mínima de 2 (escudeiro 1 e 2) na diagonal 
das celas.
Figura 23: Formação do Pelotão de Choque em L à Direta (Frente e Vista Lateral).
Fonte: A Comissão.
Figura 24: Formação do Pelotão de Choque em L à Esquerda (Frente e Vista Lateral).
Fonte: A Comissão.
7-15
3.5 FORMAÇÃO GUARDA BLINDADA
É uma formação para ser utilizada quando há perigo de arremesso de 
objetos, tanto por cima quanto frontalmente. O ideal é que todos os escudeiros 
tenham o mesmo tamanho para facilitar a formação. Assim, os escudeiros 1 e 
2 cerram seus escudos voltados para frente, reduzindo suas silhuetas, e cada 
escudeiro de seus respectivos grupos levantam seus escudos sobrepondo-se 
uns aos outros. Para facilitar a execução da formação, ao ser dado o comando: 
“PARA A GUARDA BLINDADA...”, todos os integrantes do pelotão de choque, 
à exceção dos escudeiros (ou seja, atiradores, granadeiros e os comandantes 
de grupo), obedecendo à ordem dos grupos (1º, 2º e 3º), inserem-se entre os 
escudeiros, bem como o Comandante do pelotão e o seu Auxiliar. Na voz de 
execução: “POSIÇÃO!”, os escudeiros 1 e 2 escamam seus escudos, reduzindo 
suas silhuetas, de forma que os escudos da frente se sobrepõem aos da 
retaguarda. É uma formação que permite o avanço da tropa.
Figura 25: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Blindada.
Fonte: A Comissão.
3.6 GRUPO DE RESPOSTA RÁPIDA (GRR)
Consiste em subdivisões do Pelotão de Choque para a execução de 
missões atípicas. Levando-se em consideração a formação do pelotão em 3 
grupos, cada grupo corresponderia a 1 (um) GRR. O comandante do pelotão, 
ao seu critério e dependendo da atividade a ser executada, poderá adotar uma 
7-16
composição menor de GRR, com, no mínimo, um escudeiro, um comandante de 
grupo e um atirador. Esta configuração é a ideal, por exemplo, para varredura de 
celas em estabelecimentos penais, bem como em situações de reintegração de 
posse para verificação de possíveis homiziados em ambientes.
Figura 26: Formação do Grupo de Resposta Rápida.
Fonte: A Comissão.
3.7 FORMAÇÃO PARA CARGA
A formação de ataque é o último recurso a ser utilizado, depois de 
cessados os outros meios de dispersão dos oponentes, como a utilização dos 
agentes químicos e do elastômero, visto que a tropa parte para o confronto físico 
quandoda utilização do bastão policial. Deverá ser precedida pela “demonstração 
de força” da tropa de choque. O Comandante do Pelotão de Choque, estando 
a tropa na formação em linha, comandará: “ATENÇÃO PELOTÃO DE 
CHOQUE... PARA DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA...”. Nesse momento, a linha 
de escudeiros se abre a uma distância aproximada de 50 cm uns para os outros 
a partir do escudeiro 1. Os pés dos escudeiros ficam em posição paralela aos 
ombros, escudos protegendo a vanguarda do corpo, o bastão voltado para baixo 
no prolongamento do corpo, e os demais integrantes do pelotão, à retaguarda 
dos escudeiros, permanecem protegidos pelos escudos. O comandante da 
tropa, então, comandará: “ORDINÁRIO, MARCHE!”. Todos adotam a posição 
de sentido, rompem marcha com o pé esquerdo e, a cada pé esquerdo tocado 
ao solo, todos bradam: “CHOQUE!”, concomitante com os escudeiros batendo 
os bastões nos escudos.
7-17
O Comandante deve-se atentar que a formação não deve percorrer 
longas distâncias. Num dado e curto momento, então, o Comandante cessará 
o brado e as batidas ao comandar “ATENÇÃO”. No comando de “ALTO!”, 
todos permanecem na posição de sentido, instante em que será comandado: 
“PREPARAR PARA CARGA...”. Daí, os escudeiros trazem o pé direito à 
retaguarda, de modo a ter um maior apoio, bem como os bastões são levantados 
na altura das cabeças, todos bradam: “CHOQUE!” e aguardam o comando 
sobre a distância a ser percorrida: “CARGA A TANTOS METROS, OU ATÉ TAL 
PONTO” – não devendo ser uma distância superior a 20 metros. Ao comando 
de “CARGA!”, todos partem, correndo, em direção aos oponentes, mantendo 
um relativo alinhamento de escudos. Se não houver a necessidade da carga, o 
comandante do Pelotão de Choque, após a demonstração de força, comandará 
a formação em linha, para que os escudeiros escamem os seus escudos.
Figura 27: Formação para Carga (Tempo 1).
Fonte: A Comissão.
Figura 28: Formação para Carga (Tempo 2).
Fonte: A Comissão.
4. COMANDOS POR VOZ E POR GESTOS
Considerando que a atuação da tropa de choque ocorre em ambiente de 
desordem, confusão e por vezes barulhento, os comandos por voz e por gestos 
são mais que uma ferramenta; são ações imprescindíveis para a consecução 
dos resultados positivos nas Operações de Choque.
7-18
4.1 COMANDO POR VOZ
Tem como característica o modo claro, firme e em elevado tom de voz, 
para que todos do pelotão de choque possam ouvir e entender a ordem que foi 
dada. A depender da operação, o comandante poderá ter auxílio de megafone.
Os tempos no comando por voz se subdividem em três: Advertência; 
Comando propriamente dito; e Voz de execução.
ADVERTÊNCIA: O Comandante do Pelotão de Choque atrai a atenção 
para si: “ATENÇÃO PELOTÃO DE CHOQUE!”. Se a tropa estiver à vontade, 
com os escudos ao solo, ao comando de advertência os escudeiros empunham 
seus escudos.
COMANDO PROPRIAMENTE DITO: Este tempo requer atenção 
especial, pois é onde, exatamente, o comandante do Pelotão de Choque quer a 
tropa disposta no terreno e a formação desejada. Subdivide-se em: 
POSIÇÃO: diz respeito à distância que a tropa deverá percorrer. 
Pode ser dada em metros (estimativa), ou basear-se em determinado 
ponto no terreno. 
FRENTE: se refere à direção que os escudeiros devem estar 
voltados. Requer bastante atenção, para evitar que o pelotão de 
choque fique exposto aos ataques dos oponentes. À frente da tropa 
sempre será em relação à última frente adotada. Se não for indicada 
a frente, permanecerá a mesma anterior. 
FORMAÇÃO: são as formações de choque a serem executadas.
VOZ DE EXECUÇÃO: É a última etapa para a execução do comando. 
Para o comando de formações ofensivas usa-se a expressão “MARCHE, 
MARCHE!”. Para o comando de formações defensivas usa-se a expressão 
“POSIÇÃO!”. Exemplo: Atenção Pelotão de Choque! Vinte metros à direita, 
frente à retaguarda, em linha, Marche, Marche!
4.2 COMANDO POR GESTOS
O comando por gestos se dá quando há alto nível de ruído no local da 
operação, de forma que não seja possível ouvir o comando por voz ou devido à 
utilização de equipamento de proteção individual respiratória. O comandante do 
pelotão deverá percorrer uma distância considerada segura, acompanhado do 
7-19
escudeiro 1 e do atirador do primeiro grupo, de modo a permanecer protegido 
contra o lançamento de objetos para, a partir daí, procederá com os comandos 
por gestos. Os demais integrantes do pelotão de choque formam a partir do 
escudeiro 1, que servirá como guia.
Assim como no comando por voz, divide-se em:
ADVERTÊNCIA: Braço direito estendido acima da cabeça, palma da 
mão voltada para frente, “ATENÇÃO!”.
COMANDO PROPRIAMENTE DITO: No momento em que o 
comandante do Pelotão de Choque desloca até determinado ponto no terreno 
(POSIÇÃO), volta sua frente para onde ele quer que a tropa forme (FRENTE), 
e sinaliza, através do gesto, a formação de choque a ser executada pela tropa 
(FORMAÇÂO).
EXECUÇÃO: Com o braço direito estendido sobre a cabeça, punho 
cerrado, dedos voltados para frente, realizará o movimento de descer e subir 
duas vezes, de forma enérgica, indicando que o passo deverá ser acelerado: 
“MARCHE, MARCHE”.
4.2.1 Formação em Coluna por 3
Com o braço direito estendido, palma da mão voltada para frente, os 
dedos indicador, médio e anelar ficam distendidos.
Figura 29: Comando por Gestos: Formação em Coluna por 3.
Fonte: A Comissão.
7-20
4.2.2 Formação em Coluna por 2
Com o braço direito estendido, palma da mão voltada para frente, com 
os dedos indicador e médio distendidos.
Figura 30: Comando por Gestos: Formação em Coluna por 2.
Fonte: A Comissão.
4.2.3 Formação em Linha
Com os dois braços paralelos ao solo, palmas das mãos voltadas para 
baixo. A tropa formará à frente do Comandante.
Figura 31: Comando por Gestos: Formação em Linha.
Fonte: A Comissão.
7-21
4.2.4 Formação em Cunha
Com os dois braços acima da cabeça, mãos espalmadas, e dedos 
médios se tocando. A tropa formará à frente do Comandante.
Figura 32: Comando por Gestos: Formação em Cunha.
Fonte: A Comissão.
4.2.5 Escalão à Direita
Com o braço esquerdo estendido e angulado acima da linha dos 
ombros, palma da mão voltada para baixo, da mesma forma, o braço direito 
estendido e angulado abaixo da linha dos ombros, e palma da mão voltada para 
baixo. A tropa formará à frente do Comandante.
Figura 33: Comando por Gestos: Formação em Escalão à Direita.
Fonte: A Comissão.
7-22
4.2.6 Escalão à Esquerda
Com o braço direito estendido e angulado acima da linha dos ombros, 
palma da mão voltada para baixo, da mesma forma, o braço esquerdo estendido 
e angulado abaixo da linha dos ombros, e palma da mão voltada para baixo. A 
tropa formará à frente do Comandante.
Figura 34: Comando por Gestos: Formação em Escalão à Esquerda.
Fonte: A Comissão.
4.2.7 Guarda Baixa
Com o braço direito na linha da cintura, estendido, a palma da mão 
voltada para dentro, faz-se um movimento circular – da direita para esquerda – 
retornando à posição inicial. A tropa formará à frente do Comandante.
Figura 35: Comando por Gestos: Formação em Guarda Baixa.
Fonte: A Comissão.
7-23
4.2.8 Guarda Baixa Emassada
Com o braço direito na linha da cintura, estendido, palma da mão 
voltada para dentro, faz-se um movimento circular – da direita para a esquerda 
– retornando à posição inicial, momento em que se trará a mão direita para a 
linha da cintura e se fará o movimento de cima para baixo, por duas vezes, com 
a palma da mão voltada para baixo. A tropa formará à frente do Comandante.
Figura 36: Comando por Gestos: Formação em Guarda Baixa Emassada.
Fonte: A Comissão.
4.2.9 Guarda Alta
Com o braço direito estendido na altura dos olhos, a mão direita 
espalmada voltada para o rosto, movimenta-se o braço no sentido da direita 
para a esquerda e retorna-se para a posição inicial. A tropa formará à frente do 
Comandante.
Figura 37: Comando por Gestos: Formação em Guarda Alta.
Fonte: A Comissão.
7-24
4.2.10 Guarda Alta Emassada
Com o braço direito estendido na alturados olhos, a mão espalmada 
para o rosto, movimenta-se o braço no sentido da direita para a esquerda e 
retorna-se à posição inicial, momento em que se trará a mão direita para a linha 
da cintura e se fará o movimento de cima para baixo, por duas vezes, com a 
palma da mão voltada para baixo. A tropa formará à frente do Comandante.
Figura 38: Comando por Gestos: Formação em Guarda Alta Emassada.
Fonte: A Comissão.
4.2.11 Guarda Blindada
Com a mão direita acima da cabeça, a palma da mão voltada para baixo, 
movimenta-se o braço à retaguarda e, em seguida, à frente do rosto, retornando-
se à posição inicial. Nesta formação o Comandante estará incorporado aos 
demais.
Figura 39: Comando por Gestos: Formação em Guarda Blindada.
Fonte: A Comissão.
7-25
5. FORMAÇÕES DA COMPANHIA DE CHOQUE
A Companhia de Choque deverá ser formada por, no mínimo, dois 
Pelotões de Choque. Contudo, o ideal são três pelotões. O comando deverá ser 
o mais claro possível, indicando o que cada pelotão deverá executar, a fim de 
evitar confusão quando das formações. Quanto maior o nível de treinamento e 
adestramento, mais fácil será a execução.
5.1 FORMAÇÕES DE CHOQUE COM 2 PELOTÕES
5.1.1 Apoio Lateral
O primeiro pelotão (principal) executará a formação comandada e o 
segundo pelotão se dividirá e cada grupo cobrirá uma lateral do pelotão principal. 
Os escudos estarão voltados para frente. O comando deverá ser executado 
conforme o exemplo: “ATENÇÃO COMPANHIA: PRIMEIRO PELOTÃO, VINTE 
METROS, EM LINHA. SEGUNDO PELOTÃO, EM APOIO LATERAL, MARCHE 
MARCHE!”
Figura 40: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Lateral.
Fonte: A Comissão.
7-26
5.1.2 Apoio Lateral, Frente Lateral
O primeiro pelotão (principal) executará a formação comandada e o 
segundo pelotão, em apoio, o complementará, evitando ataque pelas laterais. O 
comando deverá ser executado conforme o exemplo: “ATENÇÃO, COMPANHIA: 
PRIMEIRO PELOTÃO, VINTE METROS, EM LINHA. SEGUNDO PELOTÃO, 
EM APOIO LATERAL, FRENTE LATERAL. MARCHE MARCHE!”
Figura 41: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Lateral, Frente Lateral.
Fonte: A Comissão.
5.1.3 Apoio Complementar
O primeiro pelotão (principal) executará a formação comandada e o 
segundo pelotão se postará à esquerda do pelotão principal. O comando deverá 
ser executado conforme o exemplo: “ATENÇÃO COMPANHIA: PRIMEIRO 
PELOTÃO, VINTE METROS, EM LINHA. SEGUNDO PELOTÃO, EM APOIO 
COMPLEMENTAR. MARCHE, MARCHE!”
7-27
Figura 42: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Complementar.
Fonte: A Comissão.
5.1.4 Apoio Cerrado
Os escudeiros do primeiro pelotão (principal) executarão a formação 
comandada, e os escudeiros do segundo pelotão formarão à retaguarda 
daqueles, de forma intercalada, de modo a reforçá-los. Os demais integrantes 
do pelotão principal (atiradores, granadeiros, comandantes de grupo, SocOp, 
auxiliar e comandante) ficam distribuídos à retaguarda do grupo do escudeiro 
1 deste pelotão à esquerda, e os demais integrantes do pelotão de apoio 
distribuídos à retaguarda do grupo do escudeiro 2, do seu próprio pelotão à 
direita. O comando deverá ser executado conforme o exemplo: “ATENÇÃO 
COMPANHIA: PRIMEIRO PELOTÃO, VINTE METROS, EM LINHA. SEGUNDO 
PELOTÃO, EM APOIO CERRADO. MARCHE MARCHE!”
Figura 43: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Cerrado.
Fonte: A Comissão.
7-28
5.1.5 Apoio Central
Nesta formação, o pelotão principal executará a formação comandada, 
estando o segundo pelotão à retaguarda deste, em coluna por 3 ou por 2 (sendo 
essa a ideal por ser a formação de transição para as Formações de Choque), 
aguardando a determinação do Comandante da Companhia de Choque. É uma 
reserva tática.
Figura 44: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Central.
Fonte: A Comissão.
7-29
5.2 COMANDO POR GESTOS PAR A COMPANHIA DE CHOQUE
Segue os mesmos tempos, como no comando por voz: Advertência; 
Comando Propriamente Dito; e Execução. O Comandante da Companhia de 
Choque deverá deixar claro, através da sinalização, os comandos que serão 
dados, tanto ao pelotão principal quanto ao pelotão de apoio. O comando de 
Execução das formações por gestos, sempre será o “MARCHE, MARCHE!”.
5.2.1 Apoio Lateral
Antebraços perpendiculares ao solo, palmas das mãos para dentro.
Figura 45: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Lateral.
Fonte: A Comissão.
5.2.2 Apoio Lateral, Frente Lateral
Antebraços perpendiculares ao solo, palmas das mãos para fora, 
ambos os braços descem à linha do ombro, ficando estendidos e com as palmas 
das mãos agora para baixo.
7-30
Figura 46: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Lateral, Frente Lateral.
Fonte: A Comissão.
5.2.3 Apoio Complementar
Com os antebraços perpendiculares ao solo, palmas das mãos para 
dentro, movimentam-se na direção das laterais do rosto, retornando, em seguida, 
para a posição inicial.
Figura 47: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Complementar.
Fonte: A Comissão.
7-31
5.2.4 Apoio Cerrado
Com os braços semiflexionados acima da cabeça, mão esquerda 
aberta e o punho direito cerrado tocando a palma da mão.
Figura 48: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Cerrado.
Fonte: A Comissão.
5.2.5 Apoio Central
Com os braços semiflexionados por cima da cabeça, dedos da mão 
direita indicando a quantidade de colunas do pelotão de apoio, tocando a palma 
da mão esquerda.
Figura 49: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Central.
Fonte: A Comissão.
7-32
5.3 FORMAÇÕES DE CHOQUE COM 3 PELOTÕES
A aplicação das formações de Choque com três pelotões segue a 
mesma metodologia das formações com dois pelotões.
5.3.1 Apoio Lateral
Indicará aos pelotões de apoio a formação a ser executada, devendo 
o 2º Pel formar na lateral direita do principal e o 3º Pel na lateral esquerda do 
Pelotão principal. Os escudos ficam voltados para frente.
5.3.2 Apoio Lateral Frente Lateral
Indicará aos pelotões de apoio a formação a ser executada, devendo o 
2º pelotão formar na lateral direita do principal e o 3º pelotão na lateral esquerda. 
Os escudos ficam voltados para a lateral.
5.3.3 Apoio Complementar
O 2º pelotão formará à direita do principal e o 3º pelotão, à esquerda.
5.3.4 Apoio Cerrado
Os 2º e 3º pelotões formarão à retaguarda do principal.
5.3.5 Apoio Central
Os pelotões de apoio servirão como reserva tática do Comandante, 
permanecendo em condições de pronto emprego. Poderão estar nas formações 
básicas.
7-33
6. ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DE CÃES
A tropa composta com o apoio de cães policiais poderá, eventualmente, 
ser utilizada para Operações de Choque. Entretanto, tal emprego deverá 
obedecer a uma avaliação apropriada por parte do Cinotécnico, tendo em vista 
que os citados semoventes atuam de forma mais exposta.
De acordo com os princípios, normas e convenções internacionais 
devidamente estabelecidos, sobretudo os Princípios Básicos de Utilização da 
Força e Armas de Fogo (PBUFAF) e o Código de Conduta para os Encarregados 
da Aplicação da Lei (CCEAL), ambos chancelados pela Organização das Nações 
Unidas (ONU), dos quais o Brasil é signatário, e através da regulamentação 
estabelecida pela Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010, 
a qual estabelece diretrizes sobre o uso da força pelos agentes de segurança 
pública, o cão é reconhecido e legitimado como Instrumento de Menor Potencial 
Ofensivo. 
O grupamento com cães atuará em reforço ao Pelotão de Choque, 
como complemento tático, em quantidade de 04 (quatro) binômios – Homem/
Cão, ou mais, de acordo com o efetivo total do pelotão e a viabilidade de emprego, 
conforme análise do Cinotécnico. Além disso, prestará apoio ao segmento de 
tropa de primeiro escalão, caso haja constituição deste efetivo como pelotão de 
choque com cães.
A função tática do cão, prioritariamente, nesse contexto, é a 
demonstração de força de maneira dissuasiva, através do fator psicológico 
provocado nos oponentes, o que atinge o efeito desejadona maioria dos 
casos. O objetivo principal dos cães, quando necessário, é a imobilização do(s) 
agressor(es), buscando-se a extração imediata da zona de conflito.
É muito importante a avaliação no emprego do cão, já que se trata 
de uma ferramenta de contato direto com os oponentes, assemelhada à carga 
de bastões utilizada pela tropa, seguindo o Uso Diferenciado de Meios (UDM), 
observando-se, portanto, a distância mínima de segurança em relação aos 
oponentes. Considerando seu maior potencial agressivo e lesivo, é interessante 
que o cão seja utilizado apenas quando ocorrer o esgotamento dos demais 
recursos. 
 Os cães, quando destacados para imobilização e extração 
de oponentes, deverão, juntamente com seus condutores, estar devidamente 
protegidos e inseridos em GRR. 
Quando em reserva tática, os binômios deverão ser preservados e 
mantidos fora da vista dos manifestantes; para efeito de dissuasão, os binômios 
7-34
deverão postar-se em destaque, próximos da linha de proteção dos escudeiros, 
de forma que sejam vistos pelos manifestantes; e, quando direcionados para a 
captura e imobilização dos agressores, os cães deverão avançar, sob a proteção 
do GRR, efetuando a imobilização através de ataque. A extração do oponente 
deverá ser feita com o auxílio do próprio condutor.
 Apesar de tratar-se de um animal geralmente amistoso aos 
humanos, mesmo com todo o treinamento, não é possível assegurar, com total 
precisão, o resultado do emprego direto do cão. Sendo assim, esse deverá 
sempre estar sob o controle de seu condutor através da guia adequada. Jamais 
deverá ser solto no agrupamento de pessoas, sob pena de prejudicar a operação 
e expor o animal a riscos desnecessários.
Para utilização dos cães nas Operações de Choque é necessário 
observar os seguintes aspectos:
 - Presença e acompanhamento de médico-veterinário, com kit de 
primeiros socorros;
 - Uso de peitoral de identificação e/ou proteção para o cão, guia 
apropriada e focinheira de combate, de acordo com a necessidade;
 - Observância do posicionamento dos binômios, levando-se em 
conta as situações de reserva tática, demonstração de força e 
imobilização de agressores;
 - Visando à integridade física e psicológica dos cães policiais e 
ressalvados os aspectos fisiológicos, a tropa de choque poderá 
efetuar a utilização de agentes químicos em conjunto com a ação 
dos semoventes, desde que preservados os aspectos técnicos de 
emprego para cada recurso de menor potencial ofensivo. O cão 
policial, por possuir temperamento firme e equilibrado, dificilmente 
terá seu desempenho afetado diante da saturação do ambiente 
pelo agressivo químico. Todavia, os cães deverão ser monitorados 
todo o tempo e retirados da situação caso alguma alteração seja 
percebida;
Portanto, os cães policiais em Operações de Choque constituem um 
excelente recurso para a restauração e manutenção da ordem, devido ao grande 
impacto psicológico provocado nos oponentes, além de possuir características 
como: a versatilidade, agilidade, destreza, combatividade, impetuosidade e 
firmeza.
7-35
6.1 CONSTITUIÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DOS 
BINÔMIOS
6.1.1 Formação de Transição do Pelotão com Reforço dos 
Binômios, em Coluna por Dois
Figura 50: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: Coluna por 2.
Fonte: A Comissão.
6.1.2 Formação em Linha com Reforço dos Binômios
Figura 51: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: em Linha (Frente).
Fonte: A Comissão.
7-36
Figura 52: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: em Linha (Retaguarda).
Fonte: A Comissão.
6.1.3 Composição do GRR
Figura 53: Composição do GRR com Apoio do Cão.
Fonte: A Comissão.
7-37
7. ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DE 
CAVALARIA
Este manual trará tão somente a forma como as tropas especializadas 
devem interagir numa atuação conjunta em Operações de Choque, não se 
atendo aos comandos da tropa montada para atuação em distúrbios. 
A tropa montada tem como características principais: seu elevado grau 
de ostensividade, visto a posição em que o policial montado fica em relação 
ao solo; o efeito psicológico trazido pelos equipamentos que fazem parte da 
proteção individual dos animais e o cavaleiro; a mobilidade por poder atuar em 
mais variáveis terrenos. Consequentemente, a tropa montada possui um alto 
poder repressivo.
A composição de um pelotão de choque montado é de 19 conjuntos 
(cavaleiro e cavalo). É dividido em 03 (três) esquadras, sendo cada uma destas 
compostas por 06 (seis) conjuntos e o comandante do pelotão montado. A 
tropa montada deverá manter-se sempre à retaguarda da tropa de choque a 
pé, constituindo-se uma efetiva proteção aos animais e cavaleiros, pois, apesar 
dos animais utilizarem uma cabeçada apropriada para a proteção das vistas 
e parte da cabeça, os membros inferiores – mãos e pés – ficam expostos aos 
lançamentos de objetos.
As formações de choque montado seguem os mesmos padrões das 
formações da tropa a pé firme, sempre em formações ofensivas (linha, cunha e 
escalões). Como as tropas possuem comandantes próprios de seus respectivos 
pelotões, é preciso que haja uma efetiva integração para as Operações de 
Choque. O objetivo deste trabalho em conjunto é sempre o ganho de terreno e a 
consequente dispersão dos oponentes, visto o forte impacto psicológico da tropa 
a pé com a tropa montada.
Quando da passagem pelo Pelotão de Choque, a tropa montada 
deverá atentar para a segurança, principalmente dos escudeiros, pois, devido 
a proximidade com estes, poderá haver algum tombo do animal no escudo ou 
pisada nos pés dos operadores. É prudente que, antes de qualquer formação, a 
tropa montada passe pelo Pelotão de Choque “ao passo”. 
Esse deslocamento não poderá ser muito extenso, visto que a tropa 
a pé deverá formar novamente à frente da tropa montada. São três as formas 
de infiltração da tropa montada na tropa a pé: infiltração pelo centro, infiltração 
pelo flanco direito e infiltração pelo flanco esquerdo. O comandante da tropa 
de choque a pé deverá avaliar a melhor forma de infiltração e informar ao 
comandante da tropa de choque montado por qual direção este deverá infiltrar.
7-38
INFILTRAÇÃO PELO CENTRO: os escudeiros 1, 3 e 6 rebatem 
à retaguarda, bem como os escudeiros 2, 4 e 5. Todos ficam lateralizados, 
mantendo-se a escamação e voltados uns de frente para os outros.
INFILTRAÇÃO PELOS FLANCOS (DIREITO OU ESQUERDO): a 
depender de qual seja o flanco de infiltração, todo o grupo retrai, permanecendo 
lateralizado e escamado.
Tão logo haja a passagem da tropa montada, o Pelotão de Choque 
deverá formar novamente, à frente dos cavalarianos. Neste retorno à frente da 
tropa montada, por questão de segurança, a tropa de choque a pé passará em 
coluna por 2 (dois), cada grupo por uma lateral do pelotão de choque montado.
8. TÉCNICA DE CHOQUE RÁPIDO
Das variáveis indicadas no Manual Básico de Policiamento Ostensivo 
(IGPM, 1981), o processo é aquele que indica o modo ou o meio de locomoção 
para desempenho da atividade de policiamento ostensivo. Com o crescimento 
das cidades e o desenvolvimento econômico e tecnológico, o processo de 
policiamento ostensivo motorizado se tornou o mais evidente dentre os demais. 
Entretanto, devido a base doutrinária e a natureza das missões, a tropa de 
Choque desloca coletivamente, sendo conduzida por veículo de grande porte, o 
que dificulta a sua chegada ao local do distúrbio, devido ao trânsito intenso nas 
grandes cidades. 
Em decorrência disso, as Operações de Choque introduziram, como 
meio de locomoção mais ágil e flexível, os veículos de pequeno porte e as 
motocicletas, com vistas ao atendimento cujo tempo-resposta seja mais diminuto. 
Este tipo de processo é chamado de Choque Rápido. 
Choque Rápido é uma forma de deslocamento da tropa de choque que 
possibilita um atendimento com tempo de resposta menor para atuação, sendo 
realizado apenas por viaturas leves de 04 (quatro) rodas, tipo veículo utilitário, ou 
ainda com acompanhamento de motocicletasque exercerão a função de escolta 
e/ou batedores.
Como visto no Capítulo 2 – Aspectos Legais e Doutrina de Operações 
de Choque, para acionamento da tropa de choque a ocorrência deverá atender 
as quatro condicionantes e seguir o fluxo organizacional. Além dessas condições, 
a doutrina indica que “o Pelotão de Choque é indivisível”. Nesse sentido, a tropa, 
ao ser acionada, priorizará o deslocamento em veículo de transporte de tropa 
que conduza todo o pelotão. Isso decorre do efeito psicológico que um efetivo 
7-39
coeso e disciplinado impõe aos perturbadores da ordem e, como um organismo 
vivo, cada elemento do pelotão exerce uma função para que “o todo” funcione 
sem problemas. Assim, a regra é o deslocamento em transporte de tropa que 
conduza a todos os integrantes do Pelotão de Choque.
O emprego do Choque Rápido é exceção. Para o atendimento de 
ocorrências através deste modal de locomoção, deve-se atender aos seguintes 
critérios:
1 – Ocorrência emergencial (não programada);
2 – Imperiosa compressão de tempo-resposta;
3 – Itinerário que não favorece o trânsito de veículos de porte;
4 – Ocorrência nos limites do município da Sede da OPM ou naqueles 
mais próximos.
As composições do Pelotão de Choque Rápido atendem ao estabelecido 
neste Manual sobre o efetivo mínimo e máximo do Pelotão de Choque. Assim, 
elas são apresentadas a seguir, através das seguintes formações:
8.1 COMPOSIÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE RÁPIDO – POR 
FORMAÇÃO
Figura 54: Pelotão de Choque Rápido: 1ª Formação, 20 Operadores.
Fonte: A Comissão.
7-40
Figura 55: Pelotão de Choque Rápido: 2ª Formação, 24 Operadores.
Fonte: A Comissão.
Figura 56: Pelotão de Choque Rápido: 3ª Formação, 28 Operadores.
Fonte: A Comissão.
Figura 57: Pelotão de Choque Rápido: 4ª Formação, 20 Operadores.
Fonte: A Comissão.
Figura 58: Pelotão de Choque Rápido: 5ª Formação, 24 Operadores.
Fonte: A Comissão.
7-41
Figura 59: Pelotão de Choque Rápido: 6ª Formação, 28 Operadores.
Fonte: A Comissão.
8.2 PROCEDIMENTOS GERAIS NA ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE 
CHOQUE RÁPIDO
a. A escolha da formação de Choque Rápido está condicionada ao 
tipo de ocorrência crítica de distúrbio social e das condições de 
trafegabilidade até o local do evento crítico.
b. As funções no Pelotão de Choque Rápido serão definidas no 
momento da Ordem de Marcha. O Comandante do Pelotão fará a 
adequação das funções de acordo com o tipo de ocorrência crítica 
que irá atender. 
c. O Comandante do Pelotão seguirá sempre embarcado em viatura 
04 rodas. Esta viatura será sempre a segunda no comboio.
d. O grupamento de motociclistas será comandado por Sargento 
PM especialista em Motopatrulhamento, Escolta e Segurança ou 
Motopatrulhamento Tático. Os demais componentes do referido 
grupamento também deverão possuir as especializações ora 
citadas. 
e. O primeiro veículo comboio será chamado de FRENTE, e o último 
de FECHA COMBOIO. Cada veículo será identificado com o nome 
Choque Rápido, acompanhado do número que representa sua 
posição no comboio, exemplo: Choque Rápido 01 é o primeiro 
veículo do comboio; Choque Rápido 02, o segundo, e assim 
sucessivamente. 
f. Os Escudos Balísticos e a(s) Caixa(s) Choque serão conduzidos nas 
viaturas 04 rodas tipo caminhonete. O veículo que conduzir a Caixa 
Choque poderá, a critério do Comandante da tropa, acompanhar o 
Pelotão de Choque à sua retaguarda, guardando, para isso, uma 
distância de segurança.
7-42
g. Se o fluxo do trânsito estiver tranqüilo, as motocicletas deslocarão 
em coluna por 02, à frente das viaturas 04 rodas. 
h. Caso a via esteja congestionada ou engarrafada durante o 
deslocamento, as motocicletas terão o papel de fechar as 
interseções da via principal de deslocamento, a fim de proporcionar 
maior fluidez no deslocamento das viaturas 04 rodas.
i. Chegando ao destino, dois operacionais, preferencialmente os 
motoristas da primeira viatura 04 rodas e da FECHA COMBOIO, 
deverão permanecer na segurança de custódia das viaturas.
j. Ao receber a ordem para atuação e após o desembarque, a tropa 
realizará a carga do material embarcado nas viaturas 04 rodas, 
conforme estabelecido na Ordem de Marcha. 
k. Os equipamentos e os armamentos embarcados deverão estar 
dispostos de forma que cada operacional faça a sua carga sem 
dificuldades quanto a localização e ao posicionamento, evitando, 
assim, o retardamento no apronto do Pelotão.
l. Após o desembarque, o Pelotão de Choque Rápido atuará em 
conformidade com as técnicas e táticas estabelecidas neste Manual.
9. ORDEM UNIDA
Neste subitem, serão apresentadas as posições, os movimentos 
e os deslocamentos de ordem unida que buscam padronizar os movimentos 
executados por uma tropa de choque, em exercícios individuais e coletivos, seja 
em formaturas militares ou em operações. Será utilizado, subsidiariamente, o 
Manual C 22-5 – Ordem Unida do Exército Brasileiro.
9.1 GENERALIDADES
Conforme indica o Manual de Campanha C 22-5 (p. 1-2), a ordem 
unida “se caracteriza por uma disposição individual e consciente altamente 
motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade, 
sincronização e garbo militar”. Assim, a ordem unida torna-se uma exigência 
imprescindível para a tropa que opera em ambiente de desordem, como a tropa 
de choque. 
7-43
Nas formaturas e solenidades, a ordem unida garantirá a demonstração 
de disciplina e marcialidade inerentes à tropa de choque.
Nas Operações de Choque, deslocar em perfeita ordem, atuando em 
cenário complexo e conflituoso que envolva número elevado de pessoas, exige 
treinamento específico de posições, movimentos e deslocamentos sincronizados, 
com especial atenção para a fiel obediência às ordens do Comandante da tropa 
de choque. Isto garantirá a coesão do efetivo e o impacto psicológico necessário 
para dissuadir quaisquer más intenções do oponente.
9.2 POSIÇÕES
As posições serão definidas em conformidade com o previsto no 
Manual de Ordem Unida, ajustados às peculiaridades do equipamento o qual 
esteja portando.
9.2.1 Posição de “Escudos ao Solo”
O Choqueano colocará o escudo ao solo à sua frente, perpendicular 
ao solo, e colocará o bastão sobre o escudo, paralelo ao solo, segurando-o com 
ambas as mãos posicionadas nas extremidades do escudo.
Figura 60: Posição de Escudo ao Solo.
Fonte: A Comissão.
7-44
9.2.2 Posição de “Descansar”
O Choqueano empunhará o escudo com a mão esquerda, com o braço 
distendido, deixando o equipamento paralelo ao solo; e o bastão, empunhado 
com a mão direita, na altura da cintura, ao lado direito do corpo no prolongamento 
do braço, alinhado à perna.
Figura 61: Posição de Descansar.
Fonte: A Comissão.
7-45
9.2.3 Posição de “Sentido”
O Choqueano levantará o escudo, o qual permanecerá à frente do 
corpo, em posição perpendicular ao solo, na altura do queixo, ao tempo em que 
levará o bastão à retaguarda do escudo, segurando-o com ambas as mãos, de 
forma perpendicular, sendo que a mão esquerda segurará – simultaneamente 
– a alça superior e o bastão; a mão direita, além do bastão, irá segurar a alça 
inferior do escudo, possibilitando que o militar distribua o peso do escudo em 
ambos os braços.
[
Figura 62: Posição de Sentido (Frente e Lateral).
Fonte: A Comissão.
7-46
9.3 MOVIMENTOS A PÉ FIRME
É necessário que o movimento seja executado mantendo a postura 
pertinente à situação de tropa em forma e, para tanto, serão descritas as etapas, 
em detalhes, das mudanças de uma posição para outra.
9.3.1 Posição de “Sentido” Partindo da Posição de “Descansar”
Tal procedimento será executado em dois tempos. Tempo 1: O 
Choqueano juntará a perna esquerda à direita, unindo os calcanhares. Tempo 
2: o policial militar levantará o escudo, que permanecerá à frente do corpo, 
em posição perpendicular ao solo. Levará o bastão à retaguarda do escudo, 
segurando-o com ambas as mãos, de forma perpendicular, sendo que a mão 
esquerda segurará simultaneamente a alça superior e o bastão, e a mão direita, 
além do bastão, irá segurar a alça inferiordo escudo, possibilitando que o militar 
distribua o peso do escudo em ambos os braços.
9.3.2 Posição de “Descansar” Partindo da Posição de “Sentido”
Tal procedimento será realizado em três tempos: Tempo 1: o 
Choqueano levará o escudo novamente à lateral do corpo, conforme descrito 
acima. Tempo 2: irá flexionar o joelho esquerdo para trás, mantendo a posição 
inicial e chocará o pé esquerdo ao solo. Tempo 3: irá flexionar o joelho direito 
para trás e chocará o pé direito ao solo. O bastão retornará novamente à frente, 
na direção do coturno direito.
9.3.3 “Ombro Armas” e “Apresentar Armas” a Pé Firme
Sempre que forem executados tais comandos, o Choqueano 
permanecerá na mesma posição de “Sentido”. Não há alteração na posição, 
contudo, em situações de solenidade, deverá olhar para o pavilhão nacional 
durante o seu deslocamento.
7-47
Figura 63: Posição de Ombro Armas e Apresentar Armas (Frente e Lateral).
Fonte: A Comissão.
9.3.4 “Voltas Volver”
Todas as voltas (esquerda, direita, meia volta, oitava à direita, oitava 
à esquerda “volver”) serão executadas com o posicionamento do escudo e do 
bastão de forma análoga à posição de sentido. 
Cabe salientar que é comum nas tropas de choque a utilização de 
7-48
comandos de “frente à esquerda”, “frente à direita” e “frente à retaguarda” com 
o escopo de dar celeridade à movimentação da tropa e para a execução das 
formações.
Desta forma, ao ser comandado, por exemplo: “Frente à direita... (voz 
de advertência), Posição! (voz de execução)”, o Choqueano, depois da voz 
de execução, na posição de descansar, irá executar um salto suficiente para 
que seus pés saiam do chão – simultaneamente – e girará o corpo para o lado 
determinado, permanecendo na posição de descansar.
9.4 DESLOCAMENTOS
Analogamente à ordem unida das demais tropas militares, quando 
se trata de Pelotões de Choque que atuam em distúrbios sociais, é também 
objetivado o adestramento dos elementos da tropa. Além disso, no caso 
específico da atuação no restabelecimento da ordem pública, tal disciplina e 
sincronia tornam-se um fator de grande importância na dissuasão, o que terá 
grande influência psicológica sobre os manifestantes ilegais, dissuadindo-os 
de seu intento. Existem algumas diferenças da ordem unida nas Operações de 
Choque em relação às demais tropas. Entretanto, os movimentos de “Ordinário”, 
“Acelerado”, e “Sem cadência”, são executados conforme estabelece o Manual 
C 22-5 – Ordem Unida do Exército Brasileiro, sendo eles adaptados a utilização 
dos equipamentos e armas próprias para as ações da tropa de choque. 
9.4.1 Posição de Deslocamento em Desfile de Tropa
O Choqueano colocará o bastão apoiado no ombro direito, mantendo 
o ângulo de noventa graus entre o cotovelo e o antebraço, na altura da cintura, 
ao tempo em que o escudo estará no braço esquerdo, na posição horizontal, 
paralelo ao solo.
7-49
Figura 64: Deslocamento em Desfile.
Fonte: A Comissão.
9.5 OBSERVAÇÕES QUANDO DA ATUAÇÃO E EM DESFILES 
MILITARES
Faz-se necessário dizer que, preliminarmente, o escudo antibalístico 
foi utilizado – inicialmente – por tropas especializadas em operações especiais, 
grupos de assalto e etc. Foi ao longo do tempo e por necessidade de se ofertar 
maior segurança ao efetivo responsável pela atuação frente às desordens 
públicas, incorporado ao equipamento de proteção coletiva das tropas de choque. 
Em situações operacionais é possível a utilização de “porta-bastão”, 
permitindo que o escudeiro possa utilizar ambas as mãos para segurar o escudo 
e para executar as formações de choque, proporcionando maior estabilidade e 
7-50
segurança ao efetivo do pelotão. Exemplo de “Guarda Alta” utilizando escudo 
antibalístico:
Figura 65: Exemplo do Uso do Porta-Bastão em Guarda Alta.
Fonte: A Comissão.
Quando, em deslocamento em desfiles militares, ao ser comandado 
o movimento de “Ordinário”, o Escudeiro romperá marcha e, imediatamente, 
passará para a posição de “ombro armas”, que consiste na colocação do escudo 
de forma paralela ao solo, ao lado esquerdo do corpo, e a ponta do bastão tocando 
a região interna do ombro direito, formando um ângulo de 90°, com o antebraço 
e o cotovelo mantidos sempre junto ao corpo. O Escudeiro permanecerá desta 
maneira durante todo o deslocamento. Após o comando de “Alto”, o Escudeiro 
retornará à posição de Sentido.
8-1
CAPÍTULO VIII 
TÁTICAS DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
A tática, palavra etimologicamente originada do grego taktika, significa 
“aquilo que diz respeito à disposição”. De forma sumária, a definição mais aceita 
no meio militar para tática é: manobra de forças em combate. Diz respeito às 
ações do homem em combate e ao emprego das forças. A tática está diretamente 
ligada à estratégia e não a técnica. Na estratégia se planeja; na tática se executa 
o planejado. Nas Operações de Choque, os aspectos estratégicos/táticos nas 
ações de dispersão ou de submissão são estabelecidos através de critérios 
que fornecem os principais parâmetros a serem observados em ocorrências de 
distúrbios sociais. Por serem politicamente sensíveis e com possibilidades de 
desdobramentos imprevisíveis, tais ocorrências necessitam de preparação não 
só nos níveis técnico e tático, mas, sobretudo, no nível estratégico.
Desse modo, a aplicação da tropa de choque em ocorrências típicas 
para o controle de pessoas no processo de retomada da ordem que, por sua 
natureza não convencional necessita de autorização dos setores estratégicos 
e por vezes políticos, exige o atendimento de critérios específicos de aplicação. 
Para tanto, há necessidade de se fazer um minucioso processo de diagnóstico e 
de análise de risco pelos atores que patrocinam as ações que visam solucionar 
as ocorrências de perturbação da ordem pública. 
Além disso, o enfretamento direto aos agentes perturbadores da ordem 
exige a aplicação da força pela tropa de choque através do uso diferenciado 
dos meios, no qual a seleção dos IMPO seja adequada à situação, impondo ao 
especialista em Operações de Choque a responsabilidade pelo uso dos meios e 
resultados de suas ações. 
Assim, a disposição dos homens de choque, a adoção de procedimentos 
e o emprego de força destes em ocorrências típicas de distúrbios sociais, através 
do diagnóstico e da análise de riscos e do uso diferenciado de meios, remetem-
se às táticas em Operações de Choque. 
1. DIAGNOSE NAS OPERAÇÕES DE CHOQUE
O emprego da tropa de Choque requer a análise de fatores que 
8-2
possibilitem a contextualização da atuação e dos seus efeitos nos âmbitos tático 
e operacional, possibilitando a adequada utilização deste recurso tático.
A avaliação do cenário irá possibilitar que o mando institucional delibere 
de maneira técnica e objetiva no tocante ao acionamento e ou à atuação do 
efetivo especializado em operações de choque, com a observação de critérios 
objetivos, os quais deverão subsidiar a tomada de decisão em nível de execução, 
buscando a minoração de riscos e a redução de danos. Assim, os critérios táticos 
que estabelecem a diagnose operacional em ocorrências de distúrbios sociais 
são assim definidos:
1.1 OPONENTE
O planejamento nas operações de choque, ainda que o emprego seja 
emergencial, ou seja, sem que haja uma previsão que permita maior antecipação 
por parte das forças de segurança pública, não pode prescindir da coleta de 
informações relevantes acerca do oponente. Por mais exíguo que seja o tempo 
entre o início da ocorrência e o acionamento da tropa, o sucesso da missão 
depende da coleta de dados capazes de subsidiar o comandante da operação 
quanto ao efetivo a ser empregado e ao apronto operacional correspondente ao 
tipo de ocorrência. 
É imperioso destacar que os citados fatores não devem ser analisados 
de forma isolada, pois se comunicam entre si, de forma que a variação de 
um interfere substancialmente no outro. Assim, uma quantidade de pessoas 
motivadas pelo ódio, por exemplo, em princípio, exigirá efetivo e um apronto 
diverso do necessário para a mesma quantidadede pessoas motivadas por 
sentimentos de ordem reivindicatória. 
Nesse sentido, 05 (cinco) são os fatores que deverão ser levados em 
consideração para que se defina o oponente em Operações de Choque:
QUEM
Embora seja um fator subjetivo, nada tem a ver com uma análise 
discriminatória, mas com as questões comportamentais que acompanham 
as características dos mais diversos tipos humanos: apenados, posseiros, 
estudantes, professores, idosos, crianças inseridas no ajuntamento, entre outros. 
Cada tipo deve ser observado com vistas a uma adequação mínima entre o ato 
ilegal e a intervenção da tropa. 
8-3
ONDE
O local em que o oponente está situado tem relevância não apenas 
para a segurança da tropa, mas também na preservação da vida e na integridade 
física do próprio oponente e de terceiros. Em regra, a complexidade da operação 
será maior à medida que a liberdade de locomoção do oponente também o seja. 
Assim, a possibilidade de dominar pontos sensíveis, como os níveis superiores 
ou os locais que permitam maior captação de recursos para serem usados contra 
a tropa, bem como a proximidade de locais que resultem em danos ao próprio 
oponente ou a terceiros, como pontes e viadutos, diques, edifícios, pontos 
comerciais, hospitais, escolas, dentre outros, são dados importantes na seleção 
do efetivo e do devido apronto operacional. 
RECURSOS
O conhecimento dos recursos de que o oponente dispõe ou de que 
poderá dispor, desde a utilização de meios incendiários até o emprego de 
armas de fogo, passando por objetos cortantes, contundentes ou perfurantes, 
também subsidiará o comandante da operação na tomada de decisões. O 
local da ocorrência e o tipo humano costumam definir o presente fator, visto 
que, por exemplo, em estabelecimentos prisionais, é comum a utilização de 
perfuro-cortantes e meios incendiários contra a tropa, já em conflitos agrários 
e obstruções de vias, nas proximidades de localidades com elevado índice de 
violência, a probabilidade de uso de armas de fogo é aumentada. 
MOTIVAÇÃO 
As razões que conduzem o indivíduo a participar de determinada ação, 
em regra, definem o seu nível de envolvimento, por isso, conhecer a origem 
da ocorrência é de suma importância para o sucesso da operação. Questões 
ideológicas, por exemplo, tendem a formar oponentes mais coesos e decididos, 
com ações mais planejadas e duradouras, exigindo um aumento no efetivo, 
assim como um aprestamento e apronto mais reforçados. Já nas ações de 
cunho reivindicatório, é comum o desejo de chamar a atenção das autoridades, o 
que ocorre meramente pelos transtornos causados à rotina social. Nesse último 
caso, as resistências diminuem consideravelmente. 
QUANTOS
A quantidade de envolvidos na ocorrência é o fator que mais sofre 
8-4
influência dos demais fatores, por isso, o efetivo a ser empregado, bem como 
o seu aprestamento, devem ser previamente analisados, sempre com base na 
volatilidade dos outros fatores. A mudança na motivação, a captação de novos 
recursos, a transferência de local e a agregação de tipos humanos diferentes, 
nas ocorrências em que há maior liberdade de locomoção, podem resultar na 
necessidade de um maior contingente de tropa, necessidade que possivelmente 
não será atendida em tempo hábil.
1.2 TERRENO
A minuciosa análise do terreno é um ato primordial para a correta 
disposição e movimentação da tropa, bem como a identificação das melhores 
condições para as estratégias de dispersão ou de submissão dos oponentes. A 
análise do terreno comporta o estudo de importantes variáveis, como a topografia, 
as condições ambientais e as estruturas edificadas, sobretudo, em um Estado de 
grande extensão territorial, com diversificados biomas e centros urbanos.
A topografia é a configuração de uma extensão de terra com a 
posição de todos os seus acidentes naturais ou artificiais. Tem a importância 
de determinar, analiticamente, as medidas de área e de perímetro, localização, 
orientação, variações no relevo e, ainda, de representá-las graficamente em 
cartas topográficas. De posse destas informações é possível estabelecer os 
pontos de acesso e as possíveis áreas de aglomeração e de resistência, as 
vias de fuga, os desníveis do terreno, o local de estabelecimento do Posto de 
Comando, a identificação dos pontos dominantes e sensíveis para a operação.
Dentre os vários aspectos ambientais, os de maior relevância nas 
Operações de Choque são: o solo, a vegetação e o clima.
A análise do tipo de solo tem importante relação com as condições 
de acessibilidade e de locomoção da tropa no local de atuação, interferindo 
diretamente na escolha de veículos com tração, no emprego da tropa montada 
ou ainda na necessidade de longos deslocamentos a pé. Outro importante 
fator associado ao solo é a possibilidade de sedimentação ou a suspensão de 
partículas micropulverizadas de agressivos químicos utilizados, bem como a 
possibilidade de lançamento de fragmentos no solo durante a deflagração de 
granadas explosivas.
A vegetação tem grande relevância nas condições de acesso, 
locomoção e visibilidade da área de atuação. Áreas com vegetação muito densa, 
além de dificultarem a locomoção da tropa e restringirem sua visibilidade do 
8-5
terreno, favoreceram a persistência de agressivos químicos eventualmente 
utilizados.
O clima pode ser brevemente conceituado como um conjunto de 
variação de elementos meteorológicos, dos quais, para as Operações de 
Choque, destacam-se o vento e a umidade relativa do ar. A direção e a força do 
vento serão determinantes para a escolha do posicionamento da tropa durante 
o emprego de agressivos químicos. A umidade relativa do ar, considerada, 
brevemente, como a quantidade de água presente no ar atmosférico, interfere 
no comportamento dos agressivos químicos, de tal forma que os ambientes com 
elevada umidade favorecem sua persistência, enquanto que os ambientes com 
baixa umidade favorecem a sua rápida dispersão.
O emprego da tropa de choque em estruturas edificadas, a exemplo 
das operações em estabelecimentos penais e em operações de reintegrações 
de posse de imóveis, acentua ainda mais o risco e a complexidade destas ações, 
justamente por se tratarem de locais confinados, com acessos restritos e níveis 
diferenciados de patamar. Neste contexto, não há que se falar em dispersão, 
dada a impropriedade do espaço físico para uma livre mobilidade dos oponentes, 
podendo, inclusive, gerar pânico e graves acidentes.
Segundo a doutrina de operações de choque, em ambientes confinados 
deve-se proceder com ações de contenção e de submissão, visando manter a 
ocorrência controlada no espaço determinado, impedindo que ela se alastre, 
além de estabelecer o controle de locais estratégicos para, sendo necessário, 
empregar a força. Assim, em intervenções desta natureza, é imprescindível o 
conhecimento prévio das configurações essenciais da instalação, tais como: 
extensão total, acessos, quantidade de níveis e cômodos, formatação de saguões 
e escadarias, localização do quadro de energia e registro geral de abastecimento 
de água e gás. Sempre que possível, deve ser utilizado um veículo blindado 
para a aproximação e acesso da tropa às edificações, onde, prioritariamente, 
serão controladas as áreas comuns, como saguões, corredores e escadarias. 
Posteriormente, será realizada a vistoria dos cômodos, com início obrigatório do 
último para o primeiro pavimento.
Ante o exposto, é possível inferir que a diagnose operacional se constitui 
como um mecanismo decisivo para o sucesso da missão, podendo, sobretudo, 
figurar como um dos principais parâmetros da tecnicidade das Operações de 
Choque.
8-6
1.3 USO DA FORÇA PELA TROPA DE CHOQUE
Como analisado no subitem anterior, o emprego de uma Tropa de 
Choque no restabelecimento da ordem pública decorrente da atuação ilegal 
de agrupamentos sociais é pautado pela análise de uma série de fatores 
relacionados aos oponentes, ao ambiente e por fim, à própria força da Tropa 
de Choque. Desta forma,a atuação de um Pelotão de Choque no controle 
de pessoas com características agressivas é da mais elevada complexidade, 
seja pela participação de número expressivo de pessoas (com características 
passivas e agressivas no mesmo ambiente), seja pela necessidade de adoção 
de medidas pontuais e eficazes que individualizem ao máximo a conduta de 
cada um destes personagens. Diante disto, faz-se notória a necessidade de uma 
intervenção que garanta a ordem e a paz social com um nível adequado de força, 
respeitando o principal pressuposto dos direitos humanos que é a dignidade da 
pessoa humana.
Através da análise dos princípios que norteiam o uso da força, 
especificamente os aplicados à atuação de uma Tropa de Choque, conclui-se que, 
além do aspecto legal, configurado através da observância do enquadramento 
formal das missões e dos diplomas internacionais, tal intervenção necessita 
se revestir de legitimidade. Neste diapasão, o emprego de força pela Tropa de 
Choque deverá, prioritariamente, recorrer a meios que objetivem a preservação 
da vida e a minimização de lesões permanentes. 
Neste sentido, sendo o uso da força o último estágio para a resolução 
da crise de distúrbio social, seu emprego deverá priorizar os recursos menos 
lesivos e estritamente necessários para se alcançar os objetivos estratégicos 
de dispersão ou de submissão desejados, com intensidade proporcional à 
gravidade da oposição. Assim, as Operações de Choque se valem da Doutrina 
de Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo para a adequação de tais recursos 
ao nível de resistência do infrator da lei.
Considerando que a atuação da Tropa de Choque na intervenção 
de distúrbios sociais ocorrerá apenas quando se configurarem esgotadas as 
negociações e os demais recursos operacionais para a resolução do conflito, 
além da inadequação do emprego preventivo deste recurso tático, seu emprego 
já se insere nos níveis de resistência passiva ou ativa dos oponentes. Desta 
forma, os procedimentos de dispersão ou de submissão e os instrumentos a 
serem utilizados serão aqueles que melhor se adequarem às circunstâncias da 
ocorrência, sobretudo, diante da ação dos infratores da lei durante o confronto.
Os procedimentos de dispersão são pertinentes aos ambientes abertos, 
8-7
com ampla visão do terreno e livre mobilidade dos oponentes para as vias de 
fuga. A dispersão se fundamenta na manutenção da distância de segurança entre 
a tropa e os oponentes e no enfraquecimento dos elos que mantém a unidade 
entre o grupo. Os procedimentos de submissão são pertinentes a ambientes 
confinados com restrição de visão do terreno ou estrutura edificada, carência ou 
ausência de vias de fuga e consequente imobilidade dos oponentes. 
2. PLANEJAMENTO EMERGENCIAL
O planejamento previsto no nível tático em Operações de Choque 
deve levar em consideração as respostas indicadas nos Planos de Avaliação de 
Situação (PlanAS), como visto no subitem 2.4 (Acionamento e emprego da tropa 
de choque em ocorrências de distúrbios sociais – Planos de Acionamento). 
Entretanto, nas situações emergenciais, em que surgem problemas 
que não foram previstos no PlanAs, ou quando não houve tempo hábil para 
a consecução do referido plano, cabe ao Comandante da Tropa de Choque 
designado para a ocorrência, definir o plano de ação para o cumprimento da 
missão, chamado de Plano de Ação Imediata (PlanAI). 
A técnica indicada para a construção do plano de ação do Comandante 
da Tropa de Choque no Teatro de Operações (TO) é utilizar o Q3OCP:
Figura 66: Elementos do Plano de Ação Imediata.
Fonte: A Comissão.
8-8
O QUÊ: Refere-se ao fato que originou a operação policial. Define a 
missão.
QUEM: Identificação dos atores envolvidos na ocorrência. 
QUANDO: Momento em que ocorreu o fato gerador da ocorrência. 
Pode indicar também o momento correto para a atuação da tropa.
ONDE: Diz respeito à análise do local da operação. Tem relação com 
as Condições Ambientais. 
COMO: Uso de métodos (técnicas e táticas) para a resolução da 
ocorrência.
POR QUE: Diz respeito à razão ou ao motivo da ocorrência.
Outro elemento essencial para a construção do Plano de Ação 
Imediata são os Sensores2. A identificação, avaliação e acompanhamento das 
ameaças reais realizadas pelos Sensores no campo das Operações de Choque, 
através da busca de dados, podem ocorrer em dois momentos: 1) antecedente 
a realização da operação policial para eventos críticos previsíveis; e 2) durante a 
operação policial, com o fim de assessorar o Comandante da Tropa de Choque 
na tomada de decisões e na produção de provas.
3. PROCEDIMENTOS PADRONIZADOS
A sistematização das ações da tropa de choque favorece a tomada 
de decisões de forma rápida e precisa, com vistas à obtenção dos resultados 
esperados pelas autoridades e pela comunidade, que é a retomada da ordem 
pública. Assim, a padronização feita através de procedimentos pré-estabelecidos 
visa minimizar a possibilidade de erros nas ações e decisões no Teatro de 
Operações, a fim de que se atinja o resultado desejado. Para tanto, este manual 
apresenta os procedimentos a serem adotados pela tropa de choque nos eventos 
críticos de distúrbios sociais.
3.1 REUNIÕES ILEGAIS 
De acordo com os conceitos já vistos, é previsto constitucionalmente 
o livre direito de manifestação. Contudo, deve-se analisar o respeito aos outros 
2 Elementos da Inteligência Policial que produzem ou salvaguardam conhecimentos necessários 
para subsidiar os tomadores de decisão.
8-9
aspectos legais previstos na constituição e as circunstâncias que venham a 
desencadear as reuniões de pessoas.
Via de regra, a Tropa de Choque sempre estará em regime de 
sobreaviso, prontidão relativa ou prontidão absoluta e o que determinará o estágio 
empregado será o estudo da situação. Após análise do plano de acionamento, 
através da aplicação dos critérios vistos no diagnóstico e na análise de riscos, 
a tropa de choque – taticamente – adotará posturas de acordo com o grau de 
complexidade de cada situação.
Quando ocorrer o acionamento ou quando já se tem planejamento 
anterior para tal, todo o material necessário para o cumprimento da missão 
deverá ser aprontado com tempo hábil e acondicionado nos veículos de 
transporte de tropa. Essas regras são essenciais e necessárias, principalmente 
pela multiplicidade de funções e atribuições, incluindo a possibilidade de recursos 
operacionais adicionais, como a utilização de grupamento com cães, o que por si 
só já implica numa preparação técnica mais criteriosa, por exemplo.
Após o esgotamento das negociações para o restabelecimento da 
ordem, a tropa de choque, imediatamente, partirá do local estratégico de prontidão 
para a zona de conflito. A partir daí, deverá seguir o uso diferenciado dos meios, 
ou seja, utilizar-se-á dos IMPO, de acordo com o grau de complexidade, visando, 
tão somente, atingir o objetivo principal de dispersão e de retomada da ordem.
3.1.1 Objetivos
Estratégico: No nível estratégico, o objetivo é dissuadir a reunião 
ilegal,no sentido de cessar outros atos contra a paz e a ordem social, evitando 
efeitos colaterais lesivos numa reação em cadeia, com o objetivo de preservar a 
integridade física das pessoas e do patrimônio.
Tático: Neste nível, o objetivo é realizar a dispersão, evitando a perda 
de controle da tropa sobre as pessoas, o que poderia gerar um evento crítico de 
maior proporção.
3.1.2 Planejamento 
As reuniões ilegais de pessoas podem ser eventos previsíveis ou 
extraordinários. No caso de evento previsível, o planejamento deve ser realizado 
com antecedência, bem como todas as variáveis que podem impactar no 
resultado do emprego da tropa de choque, pois todas devem ser analisadas, 
visando evitar o desgaste desnecessário de recursos.
8-10
Contudo, a solicitação pode ocorrer em caráter emergencial devido 
à necessidade de intervir de forma inopinada, para evitar possíveis ações 
perturbadoras, agressivas e predatórias causadas pelos manifestantes.
3.1.3 Sensores
O setor de InteligênciaPolicial deve atuar com antecedência na coleta 
de informes e informações, na análise dos dados, no apoio ao planejamento da 
operação e no suporte operacional à tropa de choque, além de ser responsável 
pelo recolhimento de provas. O responsável pelo Setor de Inteligência deve 
conhecer a doutrina de Operações de Choque e as principais peculiaridades 
para o desenvolvimento deste tipo de operação. Os principais dados a serem 
observados e descritos pelo setor de Inteligência para a operação são:
a. Quantidade de manifestantes;
b. Imagens do local com visualização dos pontos críticos e das vias de 
fuga disponíveis;
c. Motivação específica da reunião e do nível de instabilidade 
emocional;
d. Fatores de ordem política relacionados;
e. Identificação dos líderes;
f. Histórico relacionado ao fato, com possibilidade de tratar-se de ato 
contínuo de manifestações anteriores.
g. Identificação da necessidade de outros recursos para auxiliar na 
operação (trânsito, combate a focos de incêndio, facilidade para 
detenção de líderes, etc.).
3.1.4 Apronto da Tropa de Choque
a. Efetivo correspondente ao local e ao vulto da operação;
b. Informação à tropa sobre a intensidade e a duração da operação, 
preparando-a psicológica e fisiologicamente para tal emprego;
c. Definição das funções na tropa de choque;
d. Verificação dos EPI e EPC - utilização de lista de conferência;
e. Tipos de armas e de munições apropriadas para a situação.
f. Adequação do transporte da tropa frente à urgência da atuação. 
8-11
3.1.5 Local
a. Características do ambiente (área urbana ou rural, vias com 
passagem de veículos, faixas, acessos, áreas de risco, lugares 
elevados em relação à tropa);
b. Desembarque da tropa e demonstração de força;
c. Melhor acesso da tropa visando à dispersão, preferencialmente 
com observância aos fatores ambientais;
3.1.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)
As reuniões ilegais caracterizam-se pelas ações de desobediência à 
ordem e a lei, através de ações violentas de depredação do patrimônio e por 
atos de hostilidade contra o policiamento. Da atuação da tropa de choque e 
da dispersão do grupo de manifestantes ilegais pode haver a possibilidade de 
reagrupamentos em menor proporção, os quais requerem atuação em conjunto 
com outras tropas. Neste caso, o C3 refere-se, especificamente, à correlação 
existente entre as informações recebidas através da Inteligência e as decisões 
do Comandante do Policiamento designado pelo mando institucional, bem como 
pela disseminação de ordens para as tropas envolvidas. A tropa de choque, 
sendo um efetivo de apoio, resguardará seu comando operacional, bem como 
sua disciplina tática. 
a. Durante a demonstração de força e ação de dispersão, as decisões 
correlatas serão executadas pelo Comandante da tropa de choque. 
Outras medidas administrativas serão tomadas pelo Comandante 
do Policiamento;
b. A determinação das ordens para os manifestantes será realizada 
pelo próprio Comandante da tropa de choque, podendo haver o 
emprego da unidade apoiada; 
c. As informações novas que, porventura, surjam durante a operação, 
oriundas do setor de Inteligência Policial ou de outros meios, devem 
ser direcionadas para o Comandante do Policiamento e repassadas 
para a tropa de choque, objetivando o seu pleno conhecimento, a 
fim de favorecer as decisões nos aspectos táticos e técnicos;
d. Após a dispersão, mediante direcionamento dos procedimentos 
legais necessários, o Comandante da tropa de choque restituirá o 
controle do local para a unidade apoiada, a qual ficará responsável 
pela manutenção da ordem.
8-12
3.1.7 Procedimentos
1. Chegada ao local da reunião ilegal: a depender do estudo da 
situação, inicialmente, a tropa de choque deverá manter-se em 
estado de prontidão em local estratégico. Se a situação já exigir 
presença imediata, então a tropa deverá observar o melhor trajeto 
possível para o acesso; 
2. Demonstração de força: ocorrerá de forma ostensiva, com utilização 
de sirenes e brados para a intimidação dos manifestantes, de forma 
que provoque impacto psicológico;
3. Ordem de dispersão: será emitida verbalmente, com auxílio de 
instrumentos de amplificação de som, caso necessário, com vistas 
a informar sobre a ilegalidade da manifestação, sendo o último aviso 
antes da atuação propriamente dita da tropa de choque. Ressalta-
se que a ordem de dispersão é procedimento discricionário do 
Comandante da tropa de choque;
4. Adoção de formação adequada: ficará a critério do Comandante 
da tropa de choque a escolha da formação ou das formações que 
melhor atendam ao objetivo de dispersão; 
5. Posicionamento da tropa: a distância de segurança, os fatores 
ambientais que viabilizem as vias de fuga e a utilização do material 
bélico deverão ser observados;
6. Identificação de líderes: ocorrerá mediante informações passadas 
pelo setor de inteligência e pela observação da tropa de choque;
7. Detenção de líderes: preferencialmente, não será realizada pela 
Tropa de Choque, e sim por outro efetivo designado através do 
acompanhamento e monitoramento realizado pela Inteligência;
8. Recolhimento de provas: tal ação deverá ser providenciada pela 
equipe de inteligência, ou ainda, por um preposto previamente 
designado da tropa de choque. As unidades envolvidas podem unir 
esforços para otimizar os resultados, atribuindo responsabilidades;
9. Retração da tropa: após o êxito da missão, com a clara retomada 
da ordem, a tropa de choque retornará para a unidade de 
origem ou, em último caso, para o local estratégico, caso ainda 
existam informações de ameaça real de nova quebra de ordem. 
Tal procedimento deverá ser obedecido para evitar desgastes 
desnecessários e para preservar o efetivo;
8-13
10. Confecção do relatório: é um documento de extrema importância, 
onde deverão ser relatadas todas as informações pertinentes e 
relevantes para o resultado da missão;
11. Utilização de armas e de munições específicas: será executada de 
forma criteriosa, com observância ao gradiente de força, a distância 
dos oponentes, as peculiaridades do terreno e o objetivo da missão.
3.2 REVISTA EM ESTABELECIMENTO PENAL
3.2.1 Objetivos
Estratégico: No nível estratégico, o objetivo de uma revista em 
estabelecimento penal é evitar que possíveis ações dos presos ou de comparsas, 
perturbadoras da ordem interna, como o uso de armas e drogas, gerem uma 
crise maior e, assim, sejam explorados pela mídia e politicamente.
Tático: Neste nível, o objetivo é realizar a contenção, evitando a perda 
de controle da tropa sobre os presos, o que pode gerar um evento crítico de 
maior proporção.
3.2.2 Planejamento
A revista em estabelecimento penal é um evento previsível, devendo 
ser planejado antecipadamente. Diante disso, todas as variáveis que impactam 
no resultado da operação a ser desenvolvida pela tropa de choque neste evento 
podem ser analisadas com antecedência, o que evita o desgaste pessoal e 
logístico.
Entretanto, a solicitação para a revista pode ocorrer de forma 
emergencial, devido à necessidade de intervir de forma inopinada para evitar 
possíveis ações perturbadoras causadas pelos presos ou para localização e 
retirada de armas e de drogas do ambiente penal. 
No planejamento operacional, o Comandante da tropa que será 
empregada deve atentar para os seguintes procedimentos: difusão da missão; 
revista de pessoal e de material (armas, munições, equipamentos e logística); 
contato com os Comandantes de outros efetivos empregados; preparação 
psicológica, fisiológica e de segurança da tropa.
8-14
3.2.3 Sensores
O setor de Inteligência Policial deve atuar com antecedência na coleta 
de informes e informações, na análise dos dados, no apoio ao planejamento da 
operação e no suporte operacional à tropa de choque, além de ser responsável 
pelo recolhimento de provas. O responsável pelo Setor de Inteligência deve 
conhecer a doutrina de Operações de Choque e as principais peculiaridades 
para o desenvolvimento deste tipo de operação. Os principais dadosa serem 
observados e descritos pelo setor de Inteligência para a operação de revista são: 
a. Quantidade de internos;
b. Planta baixa do estabelecimento;
c. Facções que atuam no estabelecimento penal;
d. Setores de atuação das facções;
e. Lideranças das facções;
f. Quantidade de agentes prisionais;
g. Histórico das apreensões de armas e de drogas.
3.2.4 Apronto da Tropa de Choque
a. Efetivo correspondente ao local e ao vulto da operação;
b. Informação à tropa sobre a intensidade e a duração da operação, 
preparando-a psicológica e fisiologicamente;
c. Definição das funções na tropa de choque;
d. Verificação dos EPI e EPC – utilização de lista de conferência;
e. Tipos de armas e de munições específicas para os ambientes 
confinados.
3.2.5 Local
a. Características do estabelecimento penal (pavilhões, pavimentos, 
acessos, celas, escadas);
b. Desembarque da tropa;
c. Acesso da tropa a eclusa e pátio;
d. Custódia dos presos.
8-15
3.2.6 Comando, Controle E Comunicações (C3)
Referem-se, especificamente, à correlação existente entre as 
informações recebidas através do planejamento e da Inteligência, as decisões 
do comandante e a disseminação das ordens para as suas tropas. É o sistema 
de apoio à decisão do comando da tropa baseado em informações, que engloba 
os meios para a transmissão das ordens e a manutenção da integridade da 
cadeia de comando.
a. Durante a revista, o comando da operação e as decisões correlatas 
serão executados pelo Comandante da tropa de choque. As 
decisões e as medidas administrativas serão tomadas pelo Diretor 
do estabelecimento penal.
b. A comunicação das ordens para os agentes prisionais será realizada 
pelo Comandante da tropa de choque e passadas através do Chefe 
ou do Líder dos agentes. 
c. As informações novas que, porventura, surjam durante a operação, 
oriundas do setor de Inteligência Policial ou de outros meios, devem 
ser direcionadas para o Comandante da operação.
d. Após a revista, não ocorrendo fato gravoso ou crise, o Comandante 
da tropa de choque restituirá o controle do local revistado para os 
agentes penais responsáveis. 
3.2.7 Procedimentos
1. Chegada ao estabelecimento penal: Será feita de forma silenciosa, 
evitando-se o uso de sirenes para não chamar a atenção dos presos, 
de forma que estes não sejam surpreendidos com o procedimento 
de revista.
2. Entrada no pátio: Assim como na chegada ao estabelecimento, a 
tropa deverá adotar a disciplina de ruído, devendo, neste momento, 
estar atenta ao sinal do comandante para adentrar ao pátio e tomar 
as celas.
3. Ordem aos presos: Tão logo a tropa de choque adentre ao pavilhão 
e proceda com a formação adequada para a tomada das celas, 
cada escudeiro, responsável por uma única cela, ordenará que 
os internos permaneçam de pé, no fundo da cela, com as mãos 
na cabeça e em silêncio. Havendo dificuldade em visualizar o 
8-16
interior da cela – por conta de lençóis ou outros tipos de objeto que 
atrapalhem a visão do ambiente, o escudeiro deverá determinar que 
um dos internos proceda com a sua retirada. Caso haja algum tipo 
de desobediência, de imediato o comandante da tropa de choque 
deverá ser informado.
4. Adoção de formação adequada: A tropa de choque deve adotar a 
formação mais adequada de acordo como tipo de estabelecimento 
prisional, levando-se em conta a quantidade de pavimentos, onde, 
prioritariamente, obedecerá a ordem do pavimento superior ao 
inferior, ou seja, sempre começar a revista de cima para baixo. 
Além disso, deve considerar a disposição das celas no pavilhão, 
se apenas de um lado, se em ambos os lados, ou se em ambos os 
lados e na frente.
5. Posicionamento dos escudeiros e das demais funções: Todas as 
celas deverão ser tomadas ao mesmo tempo pelos escudeiros. O 
ideal é que o pelotão possua um número maior de escudeiros e 
atiradores, levando-se em conta que este tipo de operação se dá 
em ambiente confinado. O Comandante da tropa deverá distribuir a 
quantidade de atiradores em relação ao seu número de escudeiros, 
e os comandantes de grupo deverão ficar em apoio para a tomada 
de celas. 
6. Preparação da custódia: O Comandante deverá atentar para que a 
custódia seja realizada (posicionada) em local contrário, ou o mais 
distante possível da entrada do pátio. Se houver lugar em que todos 
os internos permaneçam trancados, estes poderão permanecer até 
o término da operação de revista.
7. Tomada de cela: Será feita por cada escudeiro integrante do pelotão 
de choque, o qual permanecerá na frente da cela, com o escudo 
na posição de guarda, atento a segurança e a movimentação dos 
internos, determinando os procedimentos necessários. 
8. Retirada dos presos: O escudeiro determinará a saída dos 
internos, um a um, vindos de costas e com as mãos na cabeça, 
caminhando até a porta, para que seja procedida a busca pessoal, 
responsabilidade dos agentes penitenciários. 
9. Controle do pátio: Só após a tomada das celas pelos escudeiros 
e da distribuição no pátio dos demais integrantes do pelotão de 
choque é que deverá ser autorizada a entrada dos agentes.
10. Contenção dos presos: A retirada dos internos para a área 
8-17
de contenção (custódia) deverá obedecer à ordem das celas, 
conforme a sua distribuição no pátio, atentando-se para o fato de 
que, em hipótese alguma, o preso deverá passar pela retaguarda 
do escudeiro da cela subsequente. O preso deverá deslocar 
rapidamente até a área determinada, com as mãos na cabeça. 
Após a saída dos presos da cela, a equipe realizará a varredura no 
ambiente, com o objetivo de verificar se há algum interno homiziado. 
Feita a varredura, o escudeiro deverá deslocar para a área mais 
próxima em que foi determinada a permanência dos presos (área 
de contenção), aguardando até o final da revista. Na custódia, os 
presos deverão estar sentados, lado a lado e em silêncio. Nas 
revistas, com o objetivo de verificação estrutural das celas, por 
conta do tempo prolongado para a realização do procedimento, os 
custodiados deverão permanecer em área de convívio previamente 
ajustada com a administração do estabelecimento penal.
11. Revista nas celas: Deverá ser realizada pelo agente penitenciário. Um 
custodiado por cela, devidamente algemado, poderá acompanhar o 
procedimento. Após a revista, o Comandante da Tropa de Choque 
designará um policial, preferencialmente do setor de inteligência, 
para recolher informações sobre o material ilícito encontrado, para 
fins de subsidiar a confecção do relatório da operação.
12. Recolhimento de presos: Será realizado na mesma ordem de 
retirada, devendo os presos retornar às suas celas conforme 
saíram, com as mãos na cabeça e em silêncio. 
13. Retração da tropa: À medida que os presos adentrarem as celas, 
a tropa deverá se posicionar o mais próximo possível da porta de 
entrada do pátio até a última cela ser fechada, momento em que a 
tropa sairá. Após o processo de revista, o pelotão de choque deverá 
permanecer no estabelecimento prisional, preventivamente, a fim 
de evitar uma possível evolução para uma rebelião.
14. Reunião das provas coletadas: Deverá ocorrer durante toda a 
operação de revista, para respaldar a atuação da tropa, tendo como 
responsável o efetivo do setor de inteligência. 
15. Confecção do relatório: Ao final da operação, deve-se circunstanciar, 
minuciosamente, todo o procedimento adotado pela tropa, 
bem como deverão ser constados todos os pontos relevantes, 
como o efetivo empregado, o material a cargo, a quantidade de 
pavilhões revistados, a quantidades de presos, a quantidade de 
agentes disponíveis para a revista, o material ilícito e a quantidade 
8-18
apreendida, se houve emprego de força pela tropa e o material bélico 
utilizado, dentre outros dados que o comandante julgar necessário.
16. Utilização de armas e de munições específicas: A revista em 
estabelecimento prisional é feita em ambiente confinado, portanto, 
a utilização das munições de emissão deverá ocorrer após análise 
técnica do operador especialista. Deve-se priorizaruma quantidade 
maior de atiradores com munições de elastômero para este tipo de 
operação.
3.3 REBELIÃO EM ESTABELECIMENTO PENAL
3.3.1 Objetivos
Estratégico: O objetivo estratégico numa rebelião em estabelecimento 
penal é a resolução da crise, evitando a potencialização desta, buscando 
aperfeiçoar os recursos a fim de reduzir as perdas e os danos decorrentes do 
processo de retomada da ordem. 
Tático: Neste nível, o objetivo é solucionar a crise utilizando o IMPO 
adequado à situação fática.
3.3.2 Planejamento
O evento crítico pode ser divido em fases, para a sua melhor 
compreensão e atendimento. Neste sentido, o planejamento de tais ocorrências 
deve atender critérios atribuídos às peculiaridades de cada uma das fases para 
a elaboração de Planos de Ação específicos. 
Na pré-confrontação, os órgãos de defesa social devem adotar 
medidas proativas, no sentido de capacitar seu pessoal e adquirir os recursos 
logísticos necessários. Neste contexto, a tropa de choque deve estar previamente 
capacitada com o Curso de Operações de Choque e de posse dos diversos 
equipamentos, armas e munições para a adequada resolução do evento crítico. 
A confrontação do evento comporta desde as medidas emergenciais 
de contenção e de isolamento até a montagem dos gabinetes com as equipes 
de profissionais especializados. Durante a confrontação, a Tropa de Choque é 
uma alternativa tática inserida no contexto da resolução do processo com meios 
8-19
de menor lesividade, por se tratar de uma tropa especializada em IMPO. Sendo 
assim, o seu emprego exige que sejam observados os critérios para o diagnóstico 
e para a análise de risco, bem como os critérios operacionais de tomada de 
decisão em tais eventos. Ressalta-se que, muito embora as possibilidades 
de resolução do evento crítico sejam diversas, após o emprego da alternativa 
escolhida deverá ser realizada uma revista minuciosa pela Tropa de Choque 
para fins de se estabelecer a segurança dos envolvidos no evento, bem como o 
controle do local. 
A pós-confrontação é a fase de avaliação do que foi produzido na pré-
confrontação e na confrontação, no sentido de aprimorar o atendimento a eventos 
dessa natureza. Assim, o Comandante da tropa de choque deverá confeccionar 
o relatório circunstanciado, contendo o maior número possível de detalhes sobre 
o emprego da tropa e o resultado obtido, objetivando a melhoria das técnicas e 
dos procedimentos, bem como a seleção dos equipamentos a serem adquiridos. 
3.3.3 Sensores
O setor de Inteligência Policial será responsável pela obtenção dos 
informes, pelo tratamento dos dados e deverá fornecer as informações ao 
Comandante da tropa de choque para subsidiar a sua atuação. Será também 
responsável pelo recolhimento de provas. 
3.3.4 Apronto Da Tropa De Choque
a. Efetivo correspondente ao local e ao vulto da operação;
b. Informação à tropa sobre a intensidade e a duração da operação, 
preparando-a psicológica e fisiologicamente;
c. Definição das funções na tropa de choque;
d. Verificação dos EPI e EPC - utilização de lista de conferência;
e. Tipos de armas e de munições específicas para os ambientes 
confinados.
3.3.5 Local
a. Características do estabelecimento penal (pavilhões, pavimentos, 
acessos, celas, escadas);
8-20
b. Desembarque da tropa;
c. Acesso da tropa a eclusa e ao pátio;
d. Custódia dos presos.
3.3.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)
A rebelião ou motim em estabelecimento penal caracteriza-se como 
um evento crítico e requer atuação específica de diversos atores especializados, 
sendo que, neste cenário, a tropa de choque será uma das alternativas 
táticas para a solução da crise. Neste caso, o C3 refere-se, especificamente, 
à correlação existente entre as informações recebidas através do Gabinete de 
Situação, do planejamento e da Inteligência, com as decisões do gerente da 
crise e da disseminação de ordens para as tropas envolvidas. Funciona como um 
sistema de apoio para a decisão do gerente da crise, baseado em informações 
que englobam os meios para a transmissão das ordens e a manutenção da 
integridade da cadeia de comando.
a. Durante a rebelião, o comando da operação e as decisões 
operacionais e administrativas ficarão a cargo do gerente da crise.
b. O Comandante da tropa de choque deve compor a equipe que terá 
como responsabilidade propor as alternativas de intervenção tática.
c. A tropa de choque, sendo uma alternativa tática, somente atuará 
mediante a determinação do gerente da crise. Poderá atuar 
isoladamente ou em conjunto com outras tropas. 
d. As informações novas que, porventura, surjam durante a operação, 
oriundas do setor de Inteligência Policial ou de outros meios, devem 
ser direcionadas para o Gabinete de Situação.
e. Após a retomada da ordem o gerente da crise restituirá o controle 
do local para o Diretor do Estabelecimento Penal. 
3.3.7 Procedimentos
1. Chegada ao estabelecimento penal: Será feita ostensivamente, 
com o uso de sirenes e de outros meios para chamar a atenção 
dos presos, de forma que provoque o impacto psicológico para uma 
possível atuação.
2. Recebimento e coleta das informações: Sendo membro da equipe 
8-21
que compõe o Gabinete de Situação, o Comandante da tropa de 
choque coletará as informações pertinentes e fará a difusão junto a 
seu efetivo daquilo que for cabível.
3. Definição de plano de ação: Antecedente à ordem de retomada do 
Gerente da Crise, o planejamento da ação será flexível, devendo-se 
elaborar as revisões e adaptações cabíveis, em face da dinâmica 
da própria situação. 
4. Posicionamento da tropa: Durante o processo de negociação, 
a tropa estará desembarcada, acomodada em local apropriado, 
com o suporte logístico para hidratação e alimentação, sempre em 
condições de atuação. Quando o Gabinete de Situação sinalizar a 
retomada da ordem, a tropa deverá se posicionar próxima ao local 
de acesso rebelado.
5. Tomada do pátio: A tropa deverá estar preparada, com os 
equipamentos adequados para a transposição de barricadas e de 
obstáculos. Com atuação enérgica e vigorosa, deverá entrar no 
local rebelado utilizando a formação adequada, aliada ao uso dos 
IMPO. 
6. Contenção dos presos: Deverá ocorrer com o direcionamento dos 
presos para as celas. 
7. Tomada de cela: Será feita por cada escudeiro, preferencialmente 
acompanhado por um atirador ou segurança integrante do pelotão 
de choque, o qual permanecerá à frente da cela, com o escudo 
na posição de guarda, atento a segurança e à movimentação dos 
internos, determinando os procedimentos necessários. 
8. Preparação da custódia: Deverá atentar para que a custódia fique 
em local contrário ou o mais distante da entrada do pátio, e que não 
ofereça riscos à integridade física dos presos ou da tropa. Havendo 
local onde em que todos os internos permaneçam custodiados e 
trancados, estes deverão permanecer até o término da operação 
de revista.
9. Retirada dos presos: O escudeiro determinará a saída dos presos, 
um a um, vindos de costas e com as mãos na cabeça, até a 
porta, para que seja procedida a busca pessoal, realizada pelo 
Comandante do GRR.
10. Controle do pátio: Ocorrerá com a distribuição da tropa de choque 
no pátio para o controle dos presos na custódia.
11. Contenção dos presos na custódia: A retirada dos internos para a 
8-22
área de contenção (custódia) deverá obedecer à ordem das celas, 
conforme a sua distribuição no pátio, atentando-se para o fato de 
que, em hipótese alguma, o preso deverá passar pela retaguarda 
do escudeiro da cela subsequente. O preso deverá deslocar – 
rapidamente – até a área determinada, com as mãos na cabeça. 
Após a saída dos presos da cela, a equipe realizará a varredura no 
ambiente, com o objetivo de verificar se há algum interno homiziado. 
Realizada a varredura, o escudeiro deverá deslocar para a área 
mais próxima em que foi determinada a permanência dos presos 
(área de contenção) até o final da revista. Na custódia, os presos 
deverão estar sentados, lado a lado e em silêncio.
12.Revista nas celas: Será executada pela tropa de choque. O 
Comandante deverá designar pessoal próprio para realização da 
revista, com a finalidade de verificar a existência de armas. Após 
esta revista, o Comandante convocará os agentes penitenciários 
para proceder com uma revista minuciosa, a fim localizar outros 
objetos ilícitos. 
13. Recolhimento de presos: Será feito com o apoio dos agentes 
penitenciários, os quais têm o controle por celas, devendo os presos 
retornar às celas com as mãos na cabeça e em silêncio. 
14. Identificação e encaminhamento de feridos para atendimento 
médico: Com vistas a preservar a integridade física do preso, essas 
ações poderão ocorrer a qualquer tempo, tão logo seja possível, 
observando-se a segurança da tropa. 
15. Retração da tropa: À medida que os presos adentrem as celas, a 
tropa deverá se posicionar o mais próximo possível da porta de 
entrada do pátio até a última cela ser fechada, momento em que a 
tropa sairá. Após o processo de revista, o pelotão de choque deverá 
permanecer no estabelecimento penal, preventivamente, a fim de 
atuar em caso de nova rebelião.
16. Reunião das provas coletadas: Deverá ocorrer durante toda 
a operação, a fim de respaldar a atuação da tropa, tendo como 
responsável por coletar e catalogar as provas o efetivo do setor de 
inteligência. Não obstante, qualquer integrante da tropa de choque 
também poderá realizar o referido ato. 
17. Confecção do relatório: Ao final da operação, deverá ser 
circunstanciado, minuciosamente, todo o procedimento adotado 
pela tropa, bem como, deve-se constar todos os pontos relevantes, 
como o efetivo empregado, o material a cargo, a quantidade de 
8-23
pavilhões revistados, a quantidade de presos, a quantidade 
de agentes disponíveis para a revista, os materiais ilícitos e a 
quantidade apreendida, se houve emprego de força pela tropa e 
o material bélico utilizado, dentre outros dados que o comandante 
julgar necessário registrar.
18. Utilização de armas e de munições específicas: A utilização das 
munições de emissão deverá ocorrer após a análise técnica do 
operador especialista. Deve-se priorizar uma quantidade maior de 
atiradores com munições de elastômero para este tipo de operação.
3.4 REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Reintegração de posse é a operação policial em apoio ao Poder 
Judiciário para cumprimentos de mandados, onde existe possibilidade de 
resistência à sua efetivação. As operações de apoio à Justiça são de competência 
da OPM com responsabilidade territorial, cabendo, inicialmente, a esta unidade 
o seu planejamento e organização. Algumas operações de reintegração de 
posse, por suas características e complexidade, podem figurar como potenciais 
ocorrências de distúrbio social, necessitando do apoio da Tropa de Choque.
3.4.1 Objetivos
Estratégico: Prover apoio especializado ao Poder Judiciário nos 
cenários de crise decorrentes de resistência ao cumprimento de mandado de 
reintegração de posse. 
Tático: Promover o controle territorial das principais áreas de 
aglomeração de invasores e sua respectiva desocupação, através da utilização 
de IMPO, se for o caso, reduzindo ou anulando a resistência para a concretização 
do cumprimento da ordem judicial.
3.4.2 Planejamento
As operações de reintegração de posse, sendo eventos programáveis 
e planejáveis, quando demandarem o emprego de uma Tropa de Choque por 
conta da possibilidade de confronto motivado pela resistência dos ocupantes 
ilegais, serão consideradas como eventos críticos. Sendo assim, o planejamento 
8-24
para tais operações deve atender os critérios atribuídos às peculiaridades de 
cada uma das fases do gerenciamento de crises para a elaboração de Planos 
de Ação específicos.
Na pré-confrontação, a tropa de choque deve estar previamente 
capacitada com o Curso de Operações de Choque e de posse dos diversos 
equipamentos, armas e munições, para a adequada resolução do evento crítico. 
Com o objetivo de otimizar os recursos humanos e logísticos especializados, 
garantir o emprego técnico da tropa e a efetividade da operação, é imprescindível 
salientar a necessidade da participação de um representante da Tropa de Choque 
no planejamento e na elaboração do plano de operações. Neste caso, em que 
há necessidade de emprego da Tropa de Choque, o setor de Inteligência da 
Unidade Especializada é o principal vetor na confecção do plano de operações e 
do plano de ação. Deverá, portanto, produzir os dados e as análises necessárias, 
observando a busca das informações indicadas no item 3.4.3 Sensores.
A confrontação do evento comporta desde as medidas emergenciais 
de contenção e de isolamento até a montagem dos gabinetes com equipes de 
profissionais especializados. Na desocupação do terreno ou do imóvel, depois 
de encerradas as negociações e havendo resistência ao cumprimento do 
mandado, a Tropa de Choque se configura como a principal alternativa tática de 
resolução do processo através da utilização de meios de menor lesividade, por 
se tratar de uma tropa especializada em IMPO. Sendo assim, o seu emprego 
exige que sejam observados os critérios para diagnóstico e análise de risco, bem 
como os critérios operacionais de tomada de decisão em tais eventos. Uma vez 
acionada a tropa, através do Comandante do policiamento, o seu emprego será 
desmembrado nas fases de atuação, através de procedimentos específicos. 
A pós-confrontação é a fase de avaliação de tudo que foi produzido 
na pré-confrontação e na confrontação, no sentido de aprimorar o atendimento 
a eventos desta natureza. Assim, o Comandante da tropa de choque deverá 
confeccionar o relatório circunstanciado, com o maior número de detalhes sobre 
o emprego da tropa e o resultado obtido, objetivando a melhoria das técnicas e 
dos procedimentos adotados, bem como da seleção dos equipamentos a serem 
utilizados.
3.4.3 Sensores
O setor de Inteligência Policial da Unidade Especializada em Operações 
de Choque deve atuar com antecedência na coleta de informes e informações, 
na análise dos dados, no apoio ao planejamento da operação e no suporte 
8-25
operacional à tropa de choque, além de ser responsável pelo recolhimento de 
provas. O responsável pelo Setor de Inteligência deve conhecer a doutrina de 
Operações de Choque e suas peculiaridades para o desenvolvimento deste tipo 
de operação. Os principais dados a serem observados e descritos pelo setor de 
Inteligência para subsidiar o planejamento da operação são: 
a. Local, data e hora da reintegração;
b. Dados sobre o mandado de reintegração e sobre o Oficial de Justiça;
c. Informações acerca do itinerário, as vias de acesso e as vias de 
fuga no local da atuação;
d. Breve histórico da ocupação ilegal;
e. Dados acerca da extensão, do mapeamento, fotos de sobrevoo do 
terreno e a planta-baixa, em caso de edificação;
f. Estimativa do número de ocupantes, de barracos e dos locais 
ocupados;
g. Confirmação da existência de lideranças e da possibilidade de 
resistência;
h. Confirmação da presença de crianças e de pessoas com dificuldade 
de locomoção;
i. Verificação da presença dos demais órgãos com competência legal 
para a efetiva reintegração da posse, em conformidade com as atas 
das reuniões preparatórias; 
j. Verificação da suficiência de caminhões para transporte de 
material, ônibus para transporte de pessoas, tratores para eventual 
destruição e trabalhadores braçais para a retirada e a acomodação 
dos pertences nos transportes.
3.4.4 Apronto da Tropa de Choque
a. Efetivo correspondente ao local e ao vulto da operação;
b. Informação à tropa sobre a intensidade e a duração da operação, 
preparando-a psicológica e fisiologicamente;
c. Definição das funções na tropa de choque;
d. Verificação dos EPI e EPC – utilização de lista de conferência;
e. Verificação dos tipos de armas e de munições específicas para o 
ambiente de atuação.
8-26
3.4.5 Local
a. Características do ambiente (se urbano ou rural, se em terreno 
aberto ou em edificação);
b. Desembarque e posicionamento datropa no perímetro de atuação;
c. Acesso da tropa e as vias de fuga.
3.4.6 Comando, Controle E Comunicações (C3)
As operações de reintegração de posse envolvem diversos órgãos 
ligados às tratativas legais de retomada da posse. Neste contexto, a Polícia 
Militar é o órgão acionado para, em apoio ao Poder Judiciário, utilizar a força 
necessária para o cumprimento da ordem judicial nos casos de desobediência 
e de resistência ao seu cumprimento. Neste cenário, a tropa de choque se 
configura como a principal alternativa tática para a solução da crise.
Neste caso, o C3 refere-se, especificamente, à correlação existente 
entre as informações recebidas através do Gabinete de Situação, do planejamento 
e da Inteligência, com as decisões do gerente da crise e a disseminação de 
ordens para as tropas envolvidas. Funciona como um sistema de apoio para a 
decisão do gerente da crise, baseado em informações que englobam os meios 
para transmissão das ordens e a manutenção da integridade da cadeia de 
comando:
a. Durante a operação de Reintegração de Posse, o comando da 
operação e as decisões operacionais e administrativas ficarão a 
cargo do gerente da crise;
b. O Comandante da tropa de choque deverá compor a equipe 
responsável por propor as alternativas de intervenção tática;
c. A tropa de choque, sendo uma alternativa tática, somente atuará 
mediante a determinação do gerente da crise. Poderá atuar 
isoladamente ou em conjunto com outras tropas. 
d. As informações novas que, porventura, surjam durante a operação, 
oriundas do setor de Inteligência Policial ou de outros meios, devem 
ser direcionadas para o Gabinete de Situação.
8-27
3.4.7 Fases
As operações de reintegração de posse que demandam a necessidade 
do apoio de Tropas de Choque em face da real possibilidade de resistência ao 
cumprimento da ordem judicial se configuram como eventos críticos sui generis, 
sejam pelo risco e complexidade da atuação de diversos órgãos dos Poderes 
Executivo e Judiciário, sejam pela necessidade de coleta de informações e de 
planejamento antecipado e minucioso. Por conta de tais características e com o 
objetivo de melhor entender o complexo contexto destas operações, aplicando 
recursos humanos e logísticos de forma racional e ponderada, faz-se necessária 
à sua divisão em Fases de Atuação.
Ressalta-se que os procedimentos operacionais relativos à atuação 
da Tropa de Choque serão detalhados em cada uma das fases, objetivando 
a melhor identificação das medidas a serem adotadas durante a evolução do 
processo de gerenciamento.
1ª FASE – PLANEJAMENTO
 - Obtenção de dados e de informações através dos Sensores;
 - Realização de reuniões preparatórias com todos os órgãos 
responsáveis pelo cumprimento da determinação judicial;
 - Lavratura de Atas das reuniões preparatórias, estabelecendo 
providências e responsabilidades de cada um dos órgãos 
participantes da reintegração de posse;
 - Confecção dos Planos de Operação e de Ação.
2ª FASE – MONTAGEM DO TEATRO DE OPERAÇÕES
 - Revista da Tropa de Choque e deslocamento em comboio;
 - Chegada ao Posto de Comando de forma discreta e silenciosa. O 
Posto de Comando constitui um perímetro de segurança próximo à 
área a ser reintegrada, com capacidade para comportar os diversos 
veículos necessários à operação, bem como estrutura física que 
possibilite a reunião de autoridades que compõe o Gabinete de 
Situação;
 - Estabelecimento de desvios/bloqueios de trânsito no perímetro de 
atuação pelo órgão competente;
8-28
 - Desembarque e posicionamento da Tropa de Choque em local de 
acesso à área a ser reintegrada;
 - Leitura do Mandado de Reintegração de Posse pelo Oficial de 
Justiça, acompanhado pelo Comandante do Policiamento e por 
preposto do policiamento local;
 - Nos casos em que os Sensores sinalizarem a possibilidade de 
utilização de armas de fogo pelos invasores, antes da entrada do 
Oficial de Justiça na área a ser reintegrada, os pontos sensíveis 
do terreno deverão ser ocupados por efetivo especializado em 
operações especiais;
 - Início do processo de negociação com as lideranças dos invasores, 
caso sejam identificadas, em caso de resistência à imediata 
desocupação da área/imóvel a ser reintegrado;
 - Observação de indícios de resistência ativa ao cumprimento do 
mandado judicial (barricadas, atos hostis ao Oficial de justiça, 
lançamento de objetos, etc.). Nos casos em que a resistência se 
efetivar, caberá ao Comandante do Policiamento (gerente da crise) 
o acionamento para a atuação da Tropa de Choque. Sempre que 
possível, o emprego da Tropa de Choque deverá ser precedido da 
atuação de outras unidades, de forma a cumprir o gradiente do uso 
da força.
3ª FASE – EMPREGO DA TROPA DE CHOQUE
 - Uma vez acionada pelo Comandante da Operação de Reintegração 
de Posse, a Tropa de Choque atuará com autonomia de comando, 
objetivando, primordialmente, o controle territorial das principais 
vias de aglomeração e de resistência dos invasores, através da 
observância do uso diferenciado de meios;
 - É imprescindível que, antes do emprego de tropas na operação 
de reintegração de posse, o órgão responsável providencie a 
suspensão do fornecimento de energia elétrica na área a ser 
reintegrada;
 - O controle territorial deverá ser iniciado, sempre que possível, 
pela área mais elevada do terreno. Nos casos de impossibilidade, 
deverá existir o suporte de vetor aéreo no monitoramento da área 
mais elevada do terreno durante o avanço da tropa para este local;
 - O efetivo do policiamento local ou outra tropa disponível deverá 
8-29
promover a segurança de retaguarda da Tropa de Choque, 
ocupando as áreas previamente desocupadas e evitando novos 
focos de resistência;
 - Vencida a resistência, com o efetivo controle territorial pelas forças 
policiais sobre a área invadida, dá-se início ao processo de retirada 
dos invasores e o atendimento dos eventuais feridos na atuação.
4ª FASE – RETIRADA DOS INVASORES
 - A retirada dos invasores poderá ocorrer, pacificamente, após 
a leitura do Mandado de Reintegração ou através do controle 
territorial promovido pelo emprego de força policial. Em ambos os 
casos, os procedimentos de segurança abaixo elencados deverão 
ser observados:
 - A principal medida de segurança nesta fase é a imediata triagem e 
escoamento dos invasores para os pontos de embarque. É primordial, 
para a efetivação desta etapa, que seja autorizada a permanência 
de apenas uma pessoa por habitação para acompanhar a retirada 
de pertences, evitando, desta forma, novas aglomerações e focos 
de resistência;
 - A triagem dos invasores, bem como a organização dos veículos de 
transporte de pessoas e de materiais são medidas que devem ser 
providenciadas pelo Gabinete de Situação, de forma a permitir a 
fluidez do tráfego no local e a rápida retirada dos invasores para o 
destino pré-ajustado.
 - Permitir o acesso dos trabalhadores braçais na área a ser reintegrada 
somente após o efetivo controle territorial da força policial e após o 
escoamento dos invasores para os pontos de embarque;
 - Havendo determinação judicial para a destruição de construções, 
estas deverão ocorrer somente após a realização de varreduras nas 
instalações e da confirmação da inexistência de pessoas em seus 
interiores. Ressalta-se a importância da segurança do maquinário 
e dos veículos de transporte, antes e durante a operação, evitando, 
desta forma, a possibilidade de sabotagens;
5ª FASE – PROVIDÊNCIAS FINAIS
 - A detenção dos envolvidos na resistência ao cumprimento da 
ordem judicial será realizada pelo policiamento local, em momento 
8-30
oportuno, preferencialmente, durante o processo de triagem e de 
escoamento dos invasores;
 - Encaminhamento de todas as evidências da resistência ao 
cumprimento da ordem judicial coletadas durante a operação à 
Polícia Judiciária;
 - Verificação do efetivo cumprimento do quanto determinado pelo 
Mandado Judicial e a respectiva lavratura do Termo de Reintegração 
de Posse pelos componentes do Gabinetede Situação;
 - Liberação das vias desviadas/bloqueadas;
 - Aplicação do policiamento local para a preservação da ordem;
 - Desmobilização do Gabinete de Situação e retraimento da Tropa 
de Choque.
3.4.8 Reintegração De Posse De Edificações Verticais
As operações policiais no interior de edificações são atuações de 
elevado risco e complexidade, exigindo da tropa empregada conhecimentos 
específicos sobre confronto em ambientes confinados. Destacamos os 
seguintes aspectos acerca dos riscos enfrentados nessa atuação: a) maior 
dificuldade de controle territorial e manutenção de distância dos invasores; b) 
necessidade de adaptação dos recursos, armas e munições utilizados, por conta 
da proximidade do confronto; c) invasores ocupando patamar superior, expondo 
à tropa ao lançamento de objetos e disparos de arma de fogo; d) complexidade, 
diversidade e extensão das estruturas físicas; d) necessidade de controle físico 
dos invasores (submissão), em virtude da impossibilidade de emprego de 
técnicas de dispersão; e) restrição do uso de agressivos químicos.
Considerando as peculiaridades acima citadas, bem como a 
necessidade de fiscalização do processo de retirada dos pertences dos 
invasores pela força policial. Nas reintegrações de posse em edificações 
verticais a tropa de choque deverá ocupar as áreas comuns de circulação de tais 
construções (saguões, escadarias e corredores), com o objetivo de favorecer o 
controle territorial da edificação e a segurança do efetivo, que procederá com as 
respectivas varreduras nos seus cômodos. 
As reintegrações de posse em edificações verticais serão realizadas 
observando-se os critérios de planejamento e de montagem do Teatro de 
Operações das reintegrações em ambientes abertos anteriormente analisadas. 
Contudo, alguns procedimentos referentes ao emprego da Tropa de Choque e à 
retirada dos invasores sofrem algumas modificações:
8-31
a. Emprego da Tropa de Choque em desocupações pacíficas:
Após a leitura do Mandado de reintegração de posse pelo Oficial de 
Justiça e não havendo sinais de resistência ao seu cumprimento, o Comandante 
da Operação determinará aos invasores que saiam pelo acesso principal 
da edificação, para que sejam realizados os procedimentos de triagem e de 
embarque. Apenas uma pessoa por habitação será autorizada a permanecer e a 
acompanhar a retirada e o embarque dos pertences.
Ato contínuo à saída dos invasores, a Tropa de Choque, já previamente 
posicionada no acesso principal, adentrará a edificação e procederá ao controle 
de todos os saguões, corredores e escadarias, do primeiro ao último pavimento. 
Existindo elevador na edificação, este deverá ser desativado no pavilhão de 
acesso. 
A tropa de choque deverá ser fracionada em Grupos de Resposta 
Rápida (GRR) e distribuída de forma a ocupar toda a área comum da edificação, 
mantendo o contato visual entre as equipes. Os invasores, localizados nas áreas 
comuns da edificação, serão proibidos de retornar para o interior das habitações, 
sendo fiscalizados e orientados pelas equipes para que desçam as escadarias 
até o local de triagem no acesso da edificação. 
Somente quando as habitações se encontrarem com apenas uma 
pessoa os trabalhadores braçais serão autorizados a adentrar a edificação. A 
retirada de pertences deverá ser realizada do último para o primeiro pavimento. 
Havendo controle e, por critério do comandante da tropa de choque, poderá 
ocorrer a retirada de pertences em diferentes andares, sendo, obrigatoriamente, 
do último para o primeiro.
Finalizada a retirada de pertences de um pavimento, as equipes ali 
empregadas deverão proceder com as varreduras nas habitações, a fim de 
confirmar as suas respectivas evacuações, sendo, em seguida, remanejadas 
para o reforço das equipes dos pavimentos inferiores. 
As providências finais serão executadas conforme o subitem anterior.
b. Emprego da Tropa de Choque em desocupações com 
resistência:
Após a leitura do Mandado de reintegração de posse pelo Oficial 
de Justiça, havendo resistência ao imediato cumprimento da determinação 
judicial, o Comandante da Operação deverá priorizar as medidas para a solução 
negociada junto às lideranças dos invasores.
Com o insucesso das negociações e a efetivação da resistência, 
caberá ao Comandante do Policiamento o acionamento para a atuação da Tropa 
de Choque.
8-32
Devido ao risco de lançamento de objetos vindos dos patamares 
superiores da edificação, a aproximação da tropa de choque deverá ser 
feita, preferencialmente, com a utilização do Veículo Blindado. Visando 
minorar os riscos advindos dos patamares superiores, sempre que possível, 
concomitantemente ao adentramento da tropa de choque pelos acessos 
inferiores, a tropa especializada em operações especiais deverá proceder com o 
domínio dos patamares superiores da edificação, se for o caso.
A tropa de choque deverá ser fracionada em Grupos de Resposta 
Rápida (GRR) e distribuída de forma a ocupar toda a área comum da edificação, 
do primeiro para o último pavimento, mantendo o contato visual entre as equipes. 
O controle aos acessos de cada um dos pavimentos será realizado com o 
emprego de cão policial.
Os invasores localizados nas áreas comuns da edificação serão 
dominados e proibidos de retornar para o interior das habitações, sendo 
fiscalizados e orientados pelas equipes para que desçam as escadarias até o 
local de triagem no acesso da edificação.
Com o efetivo controle das áreas comuns de todos os pavimentos, 
será realizada a varredura das habitações, prioritariamente, pela tropa de 
choque e, na sua impossibilidade, por outra tropa capacitada em abordagens 
em edificações. Havendo a confirmação de invasores armados homiziados nas 
habitações, recomenda-se que a abordagem seja realizada tropa especializada 
em operações especiais. 
A varredura das habitações deverá, sempre que possível, ser realizada 
do último para o primeiro pavimento e da primeira para a última habitação de 
cada corredor. Todos os ocupantes de cada habitação serão dominados e 
encaminhados para o local de triagem no acesso da edificação.
Após o completo domínio da edificação e da retirada de todos os 
invasores, o comandante da tropa de choque autorizará o acesso de uma pessoa 
por habitação para o acompanhamento da retirada de pertences. Não havendo 
essa possibilidade, a Tropa de Choque manterá o controle territorial, enquanto 
os pertences de cada unidade habitacional serão inventariados e embarcados, 
sob a responsabilidade do comandante da operação.
As providências finais serão executadas conforme o subitem anterior.
8-33
3.5 EVENTOS ESPECIAIS
É cediço que o policiamento em eventos especiais requer atenção 
diferenciada, pelo fato de ser direcionado para locais onde se converge um 
grande número de pessoas e que o seu principal fundamento é a proteção dos 
direitos ao lazer, à reunião e à incolumidade física e do patrimônio do cidadão.
Além disso, é importante considerar que, num mesmo ambiente, 
estão reunidas pessoas com interesses diversos, desde o lazer, passando 
por atividades de sustento próprio e da família, até a prática de delitos, além 
da presença de agentes públicos e de representantes de entidades privadas. 
Tais características exigem o suporte de uma tropa especializada, formada por 
policiais preparados, capazes de compreender a importância de se distinguir 
aquele participante bem-intencionado daquele que, eventualmente, envolveu-se 
em uma ocorrência policial e, ainda mais, aquele que tem como intento a prática 
de crimes ou de contravenções penais. 
A necessidade de capacitação torna-se ainda mais evidente quando se 
trata da ação repressiva contra grupos de pessoas mal intencionadas e inseridas 
no contexto do evento especial, o que precisará ser feito com o máximo de 
cuidado, em razão da dificuldade de dispersão desse público que, possivelmente, 
encontra-se confinado ou envolvido por um público ainda maior.
Neste cenário, onde estão presentes pessoas que nada tem a ver com 
as condutasilegítimas que resultaram na atuação repressiva da tropa (inclusive 
crianças, idosos e portadores de necessidades especiais), salienta-se que o 
risco de lesões e de mortes por esmagamentos e/ou pisoteamentos é sempre 
real.
Neste diapasão, é imperioso destacar que a tropa especializada 
para o policiamento ostensivo em eventos especiais deve ser submetida a um 
treinamento específico que a possibilite, respeitadas as peculiaridades citadas, a 
agir de forma repressiva, como esforço intermediário, anterior ao último esforço 
(Tropa de Choque), com vistas à dispersão ou à submissão de infratores inseridos 
no contexto do público, e com uso de IMPO legitimado por especialistas. 
Dessa forma, a tropa especializada em operações de choque atuará 
como último recurso, devendo ser mantida como reserva tática, preferencialmente, 
em local não visível, para empregos pontuais, sendo aplicada somente quando 
os demais recursos disponíveis não forem capazes de garantir a ordem, o que é 
comumente caracterizado pela grande predominância de grupos violentos, já que 
o público bem intencionado não costuma permanecer no setor convulsionado.
8-34
3.5.1 Objetivos
Estratégico: No nível estratégico, o objetivo da atuação da tropa de 
choque em um evento especial é impedir que possíveis ações violentas por parte 
do público, participante ou não, contra pessoas ou contra patrimônios públicos 
ou privados, gerem intranquilidade, sensação de insegurança e falta de controle 
estatal.
Tático: Neste nível, o objetivo é realizar a dispersão ou a submissão 
do oponente, fazendo cessar eventuais atentados contra a integridade física de 
pessoas ou a prática de danos patrimoniais.
3.5.2 Planejamento
Os eventos especiais são eventos previsíveis, o que permite o 
planejamento antecipado das ações. Diante disso, todas as variáveis que 
impactam no resultado da operação a ser desenvolvida pela Tropa de Choque 
podem ser analisadas com antecedência, o que evita o desgaste pessoal e 
material.
Entretanto, a solicitação para a intervenção pode ocorrer de forma 
emergencial, caso as características do evento, por falha no planejamento ou por 
uma eventualidade, sejam modificadas no decorrer de seu desenvolvimento e tal 
modificação tenha efeitos diretos nas variáveis que impactam na sua segurança, 
tais como: porte do evento, tipos de oponentes e motivação. 
Ato contínuo, ao iniciar a intervenção da Tropa de Choque diante de 
uma quebra de ordem em que o efetivo designado para o evento não tenha sido 
capaz de dissuadi-la, o Comandante da tropa que será empregada deve atentar 
para a difusão da missão, revista de pessoal e do material (armas, munições, 
equipamentos e logística), contato com os Comandantes de outros efetivos 
empregados; preparação psicológica, fisiológica e de segurança da tropa.
3.5.3 Sensores
Os setores de Inteligência Policial da OPM responsável pelo local do 
evento e da Tropa de Choque devem atuar em conjunto e com antecedência na 
coleta de informes e de informações, na análise dos dados, no planejamento da 
operação e no suporte operacional às suas respectivas tropas, além de serem 
os responsáveis pelo recolhimento de provas.
8-35
Os responsáveis pelos Setores de Inteligência devem conhecer 
a doutrina de Policiamento em Eventos Especiais, de Operações de Choque 
e as principais nuances para o desenvolvimento deste tipo de operação. Os 
principais dados a serem observados e descritos pelo setor de Inteligência para 
a intervenção em eventos especiais são:
a. Porte do evento;
b. Pontos sensíveis no local do evento;
c. Existência de grupos violentos ou adversários;
d. Lideranças de grupos violentos ou adversários;
e. Prováveis pontos de encontro entre grupos violentos ou adversários;
f. Prováveis pontos de encontro entre protagonistas e grupos que os 
hostilizem;
g. Hospitais próximos;
h. Histórico do evento.
3.5.4 Apronto da Tropa de Choque
a. Efetivo e material bélico correspondente ao local e ao porte do 
evento;
b. Informação à tropa sobre a intensidade e a duração da operação, 
preparando-a psicológica e fisiologicamente;
c. Definição das funções na Tropa de Choque;
d. Verificação dos EPI e EPC – utilização de lista de conferência.
3.5.5 Local
a. Conhecimento das áreas, subáreas, setores e subsetores internos 
e externos.
b. Desembarque da tropa.
c. Posicionamento da tropa em local estratégico.
3.5.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)
Refere-se, especificamente, à correlação existente entre as informações 
recebidas através do que está previsto no plano, as decisões do comandante e 
8-36
a disseminação de ordens para as tropas envolvidas. Esse sistema de apoio 
para a decisão do comando da tropa será baseado em informações (do plano 
de operações e da Inteligência), que engloba os meios para a transmissão das 
ordens e a manutenção da integridade da cadeia de comando.
a. Durante o evento, o comando da operação será executado pelo 
Comandante da OPM com responsabilidade territorial ou específica 
sobre o local do evento. As decisões operacionais e administrativas 
serão tomadas por ele, no entanto, por ser um efetivo de apoio, a 
movimentação da Tropa de Choque, além de atender ao que estiver 
preestabelecido no plano de operações, deverá ser feita em comum 
acordo com o Comandante da Tropa de Choque;
b. As informações novas que surgirem durante a operação, oriundas 
do setor de Inteligência Policial ou de outros meios, devem ser 
direcionadas para o Comandante da operação e compartilhadas, 
no que interessar, com o comandante da Tropa de Choque;
c. Após a intervenção da Tropa de Choque, com o objetivo pré-definido, 
os detalhes da atuação deverão ser passados para o comandante 
da operação, o qual deverá estar munido de todas as informações 
relevantes.
3.5.7 Procedimentos
1. Chegada ao local do evento: deverá ser anterior ao horário de maior 
fluxo de chegada ao evento.
2. Posicionamento em local estratégico e não visível: deverá estar 
em um local que possibilite o melhor tempo resposta possível, 
respeitando o caráter subsidiário do emprego da Tropa de Choque.
3. Conflito não suportado pelo efetivo designado para o evento: 
o emprego da Tropa de Choque ocorrerá como último esforço 
operacional.
4. Acionamento da tropa: será feito pelo Comandante do Policiamento, 
quando este entender que a tropa designada para o evento não 
possui mais condições de solucionar o conflito instalado.
5. Posicionamento do pelotão: deverá sempre respeitar a distância 
mínima de segurança.
6. Dissuasão, dispersão ou submissão: deverá ser explorado, 
primeiramente, o efeito psicológico da presença da Tropa de 
8-37
Choque para que, não sendo suficiente, ocorra a dispersão e/ou 
submissão.
7. Detenção de envolvidos: visa à responsabilização dos causadores 
de possíveis conflitos, bem como o efeito preventivo para a 
ocorrência de futuros conflitos.
8. Reunião das provas coletadas: tem como objetivo a instrução 
criminal, bem como a salvaguarda da imagem da Polícia Militar. 
Será de responsabilidade do setor de Inteligência Policial.
9. Utilização de armas e de munições específicas: a atuação da Tropa 
de Choque será, predominantemente, a médias e curtas distâncias, 
bem como poderá ocorrer em ambientes confinados, como praças 
desportivas, arenas destinadas a shows, parques de exposições, 
etc., portanto, a utilização de granadas de emissão e explosivas 
deverá ser feita após criteriosa análise do especialista. 
10. Confecção do relatório: o relatório-crítica registrará todos os atos de 
serviço, além da adoção de medidas para sanar eventuais falhas de 
planejamento ou de execução, quando da ocorrência de distúrbios.
R-1
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	Figura 1: Requisitos Básicos das Operações de Choque.
	Figura 2: Fluxograma Básico de Acionamento da Tropa de Choque.
	Figura 3: Formação do Pelotão de Choque por 3.
	Figura 4: Formação do Pelotão de Choque por 2.
	Figura 5: Formação do Pelotão em Linha.
	Figura 6: Formação do Pelotão de Choque em Linha, Vista Lateral.
	Figura 7: Formação do Pelotão de Choque em Cunha.
	Figura 8: Formação do Pelotão de Choque em Cunha, Vista Lateral.
	Figura 9: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Direita.
	Figura 10: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Direita, Vista Lateral.
	Figura 11: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Esquerda.
	Figura 12: Formação do Pelotão de Choque em Escalão à Esquerda, Vista Lateral.
	Figura 13: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta.
	Figura 14: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta, Vista Lateral.
	Figura 15: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta Emassada.
	Figura 16: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Alta Emassada, Vista Lateral.
	Figura 17: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa.
	Figura 18: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa, Vista Lateral.
	Figura 19: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa Emassada.
	Figura 20: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Baixa Emassada, Vista Lateral.
	Figura 21: Formação do Pelotão de Choque em Meia Lua.
	Figura 22: Formação do Pelotão de Choque em Meia Lua, Vista Lateral.
	Figura 23: Formação do Pelotão de Choque em L à Direta (Frente e Vista Lateral).
	Figura 24: Formação do Pelotão de Choque em L à Esquerda (Frente e Vista Lateral).
	Figura 25: Formação do Pelotão de Choque em Guarda Blindada.
	Figura 26: Formação do Grupo de Resposta Rápida.
	Figura 27: Formação para Carga (Tempo 1).
	Figura 28: Formação para Carga (Tempo 2).
	Figura 29: Comando por Gestos: Formação em Coluna por 3.
	Figura 30: Comando por Gestos: Formação em Coluna por 2.
	Figura 31: Comando por Gestos: Formação em Linha.
	Figura 32: Comando por Gestos: Formação em Cunha.
	Figura 33: Comando por Gestos: Formação em Escalão à Direita.
	Figura 34: Comando por Gestos: Formação em Escalão à Esquerda.
	Figura 35: Comando por Gestos: Formação em Guarda Baixa.
	Figura 36: Comando por Gestos: Formação em Guarda Baixa Emassada.
	Figura 37: Comando por Gestos: Formação em Guarda Alta.
	Figura 38: Comando por Gestos: Formação em Guarda Alta Emassada.
	Figura 39: Comando por Gestos: Formação em Guarda Blindada.
	Figura 40: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Lateral.
	Figura 41: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Lateral, Frente Lateral.
	Figura 42: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Complementar.
	Figura 43: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Cerrado.
	Figura 44: Formação de Choque com 2 Pelotões em Apoio Central.
	Figura 45: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Lateral.
	Figura 46: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Lateral, Frente Lateral.
	Figura 47: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Complementar.
	Figura 48: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Cerrado.
	Figura 49: Comando por Gestos para Cia de Choque: Formação em Apoio Central.
	Figura 50: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: Coluna por 2.
	Figura 51: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: em Linha (Frente).
	Figura 52: Formação do Pelotão de Choque com Apoio de Cães: em Linha (Retaguarda).
	Figura 53: Composição do GRR com Apoio do Cão.
	Figura 54: Pelotão de Choque Rápido: 1ª Formação, 20 Operadores.
	Figura 55: Pelotão de Choque Rápido: 2ª Formação, 24 Operadores.
	Figura 56: Pelotão de Choque Rápido: 3ª Formação, 28 Operadores.
	Figura 57: Pelotão de Choque Rápido: 4ª Formação, 20 Operadores.
	Figura 58: Pelotão de Choque Rápido: 5ª Formação, 24 Operadores.
	Figura 59: Pelotão de Choque Rápido: 6ª Formação, 28 Operadores.
	Figura 60: Posição de Escudo ao Solo.
	Figura 61: Posição de Descansar.
	Figura 62: Posição de Sentido (Frente e Lateral).
	Figura 63: Posição de Ombro Armas e Apresentar Armas (Frente e Lateral).
	Figura 64: Deslocamento em Desfile.
	Figura 65: Exemplo do Uso do Porta-Bastão em Guarda Alta.
	Figura 66: Elementos do Plano de Ação Imediata.
	Quadro 1: Aspectos Psicológicos das Ações Coletivas.
	Quadro 2: Classificação de IMPO nas Operações de Choque.
	Quadro 3: Classificação das Granadas Policiais.
	CAPÍTULO VIII
TÁTICAS DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
	1. DIAGNOSE NAS OPERAÇÕES DE CHOQUE
	1.1 Oponente
	1.2 Terreno
	1.3 Uso Da Força Pela Tropa De Choque
	2. PLANEJAMENTO EMERGENCIAL
	3. PROCEDIMENTOS PADRONIZADOS
	3.1 Reuniões Ilegais 
	3.1.1 Objetivos
	3.1.2 Planejamento 
	3.1.3 Sensores
	3.1.4 Apronto da Tropa de Choque
	3.1.5 Local
	3.1.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)
	3.1.7 Procedimentos
	3.2 Revista Em Estabelecimento Penal
	3.2.1 Objetivos
	3.2.2 Planejamento
	3.2.3 Sensores
	3.2.4 Apronto da Tropa de Choque
	3.2.5 Local
	3.2.6 Comando, Controle E Comunicações (C3)
	3.2.7 Procedimentos
	3.3 Rebelião Em Estabelecimento Penal
	3.3.1 Objetivos
	3.3.2 Planejamento
	3.3.3 Sensores
	3.3.4 Apronto Da Tropa De Choque
	3.3.5 Local
	3.3.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)
	3.3.7 Procedimentos
	3.4 Reintegração de Posse
	3.4.1 Objetivos
	3.4.2 Planejamento
	3.4.3 Sensores
	3.4.4 Apronto da Tropa de Choque
	3.4.5 Local
	3.4.6 Comando, Controle E Comunicações (C3)
	3.4.7 Fases
	3.4.8 Reintegração De Posse De Edificações Verticais
	3.5 Eventos Especiais
	3.5.1 Objetivos
	3.5.2 Planejamento
	3.5.3 Sensores
	3.5.4 Apronto da Tropa de Choque
	3.5.5 Local
	3.5.6 Comando, Controle e Comunicações (C3)
	3.5.7 Procedimentos
	CAPÍTULO VII
TÉCNICAS DE OPERAÇÕES DE CHOQUE
	1. COMPOSIÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE
	2. FUNÇÕES NO PELOTÃO DE CHOQUE
	3. FORMAÇÕES DE CHOQUE
	3.1 Formações Básicas
	3.1.1 Coluna por 3 (três)
	3.1.2 Coluna por 2 (dois)
	3.2 Formações Ofensivas
	3.2.1 Formação em Linha
	3.2.2 Formação em Cunha:
	3.2.3 Escalão à Direita
	3.2.4 Escalão à Esquerda
	3.3 Formações Defensivas
	3.3.1 Guarda Alta
	3.3.2 Guarda Alta Emassada
	3.3.3 Guarda Baixa
	3.3.4 Guarda Baixa Emassada
	3.4 Formações Adaptadas
	3.4.1 Formação Meia Lua
	3.4.2 Formação em “L”
	3.5 FORMAÇÃO GUARDA BLINDADA
	3.6 GRUPO DE RESPOSTA RÁPIDA (GRR)
	3.7 FORMAÇÃO PARA CARGA
	4. COMANDOS POR VOZ E POR GESTOS
	4.1 Comando por voz
	4.2 Comando por Gestos
	4.2.1 Formação em Coluna por 3
	4.2.2 Formação em Coluna por 2
	4.2.3 Formação em Linha
	4.2.4 Formação em Cunha
	4.2.5 Escalão à Direita
	4.2.6 Escalão à Esquerda
	4.2.7 Guarda Baixa
	4.2.8 Guarda Baixa Emassada
	4.2.9 Guarda Alta
	4.2.10 Guarda Alta Emassada
	4.2.11 Guarda Blindada
	5. FORMAÇÕES DA COMPANHIA DE CHOQUE
	5.1 Formações de Choque com 2 pelotões
	5.1.1 Apoio Lateral
	5.1.2 Apoio Lateral, Frente Lateral
	5.1.3 Apoio Complementar
	5.1.4 Apoio Cerrado
	5.1.5 Apoio Central
	5.2 Comando por gestos par a Companhia de Choque
	5.2.1 Apoio Lateral
	5.2.2 Apoio Lateral, Frente Lateral
	5.2.3 Apoio Complementar
	5.2.4 Apoio Cerrado
	5.2.5 Apoio Central
	5.3 Formações de Choque com 3 pelotões
	5.3.1 Apoio Lateral
	5.3.2 Apoio Lateral Frente Lateral
	5.3.3 Apoio Complementar
	5.3.4 Apoio Cerrado
	5.3.5 Apoio Central
	6. ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DE CÃES
	6.1 Constituição do pelotão de choque com apoio dos binômios
	6.1.1 Formação de Transição do Pelotão com Reforço dos Binômios, em Coluna por Dois
	6.1.2 Formação em Linha comReforço dos Binômios
	6.1.3 Composição do GRR
	7. ATUAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE COM APOIO DE CAVALARIA
	8. TÉCNICA DE CHOQUE RÁPIDO
	8.1 Composições do Pelotão de Choque Rápido – Por Formação
	8.2 Procedimentos Gerais na atuação do Pelotão de Choque Rápido
	9. ORDEM UNIDA
	9.1 Generalidades
	9.2 Posições
	9.2.1 Posição de “Escudos ao Solo”
	9.2.2 Posição de “Descansar”
	9.2.3 Posição de “Sentido”
	9.3 Movimentos a pé firme
	9.3.1 Posição de “Sentido” Partindo da Posição de “Descansar”
	9.3.2 Posição de “Descansar” Partindo da Posição de “Sentido”
	9.3.3 “Ombro Armas” e “Apresentar Armas” a Pé Firme
	9.3.4 “Voltas Volver”
	9.4 Deslocamentos
	9.4.1 Posição de Deslocamento em Desfile de Tropa
	9.5 Observações quando da atuação e em desfiles militares
	CAPÍTULO VI
ARMAS
	1. ARMAS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
	1.1 INCAPACITANTES
	1.2 DEBILITANTES
	2. ARMA DE FOGO
	2.1 ARMA DE PORTE
	2.2 ARMA PORTÁTIL
	2.3 ARMA PORTÁTIL DE ALMA RAIADA
	2.4 ARMA PORTÁTIL DE ALMA LISA
	3. ESTUDO DAS GRANADAS POLICIAIS
	3.1 GRANADAS POLICIAIS EXPLOSIVAS
	3.1.1 Estrutura e Funcionamento
	3.1.2 Classificação 
	3.2 GRANADAS POLICIAIS DE EMISSÃO
	3.2.1 Estrutura e Funcionamento
	3.2.2 Classificação
	4. NEUTRALIZAÇÃO DE GRANADAS POLICIAIS FALHADAS
	4.1 PROCEMINENTOS OPERACIONAIS PARA GRANADAS DE EMISSÃO FALHAS
	4.2 PROCEMINENTOS OPERACIONAIS PARA GRANADAS EXPLOSIVAS FALHAS
	4.3 DISPARO DE ELASTÔMERO COM ESPINGARDA CALIBRE 12
	4.4 UTILIZAÇÃO DA PLACA DE SECÇÃO
	4.5 UTILIZAÇÃO DO CONE DE “MUNROE”
	4.6 UTILIZAÇÃO DE MATERIAL COMBUSTÍVEL
	4.7 SIMPATIA
	CAPÍTULO V
VEÍCULOS
	1. MOTOCICLETA
	2. CAMINHONETE
	3. VEÍCULOS PESADOS (GRANDE PORTE)
	4. VEÍCULO BLINDADO
	CAPÍTULO IV
MUNIÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
	1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO
	1.1 Classificação quanto ao calibre:
	1.1.1 Munições de Impacto Controlado Calibre 12
	1.1.2 Munições de Impacto Controlado Calibre 37/40 mm
	1.2 Classificação quanto ao público alvo de sua utilização:
	1.2.1 Munições de Projetil Singular
	1.2.2 Munições de Múltiplos Projéteis
	2. MUNIÇÕES DE JATO DIRETO
	3. MUNIÇÕES EXPLOSIVAS
	3.1 Projéteis Explosivos no Cal. 12
	3.2 Projéteis Explosivos no Cal. 40mm x 46mm
	4. MUNIÇÕES DE EMISSÃO
	4.1 Munições de emissão lacrimogênea
	4.1.1 Munições de Emissão Lacrimogênea de Projétil Singular
	4.1.2 Munições de Emissão Lacrimogênea de Múltiplos Projéteis
	4.2 Munições de emissão fumígena
	CAPÍTULO III
EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
	1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
	2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
	3. ACESSÓRIOS
	CAPÍTULO II
DOUTRINA DE INSTRUMENTO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
	1. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPO
	2. AGENTES QUÍMICOS
	3. CLASSIFICAÇÃO DOS AGRESSIVOS QUÍMICOS
	4. PRINCIPAIS AGRESSIVOS QUÍMICOS 
	4.1 Clorobenzilideno Malononitrila, (C10H5N2Cl)
	4.2 CAPSAICINA
	4.3 Descontaminação de Agressivos Químicos
	5. CONCENTRAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
	6. ESTUDO DA PERSISTÊNCIA
	7. PROCESSO DE DISPERSÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
	CAPÍTULO I
Aspectos legais e doutrinários
	1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL PARA OPERAÇÕES DE CHOQUE
	1.1 POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍCIA DE ORDEM PÚBLICA
	1.2 DOUTRINA E CONCEITOS EM OPERAÇÕES DE CHOQUE
	1.2.1 Aspectos Doutrinários
	1.2.2 Agrupamentos Sociais
	1.2.3 Comportamento Coletivo
	1.2.4 Ações Coletivas dos Agrupamentos Sociais
	1.3 ACIONAMENTO E EMPREGO DA TROPA DE CHOQUE EM OCORRÊNCIAS DE DISTÚRBIOS SOCIAIS
	1.3.1 Planos de Acionamento
	1.3.2 Estado Operacional da Tropa de Choque
	1.3.3 Aprestamento e Apronto Operacional
	1.4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PELOTÃO DE CHOQUE
	1.5 ATRIBUTOS DO CHOQUEANO
	REFERÊNCIAs

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