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Prévia do material em texto

Sociologia 
 
1º ano 
3ºbimestre 
 
 
 
 
PLANO DE AULA 
 
 
Objetos de conhecimento: 
- O conceito de ideologia 
-As relações entre cultura e ideologia na compreensão dos padrões de consumo. 
-O poder dos meios de comunicação de massa na indução do consumo. 
 
 
Habilidade/detalhamento da habilidade: 
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a 
processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na 
sistematização de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões 
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos, gráficos, mapas,tabelas etc.). 
 
(EM13CHS303). Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no 
estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas a uma 
percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo. 
 
Materiais didáticos/tecnólogicos e/ou recursos utilizados: 
 
Livro didático: Sociologia para Jovens do século XX1 
 
 
Avaliação: 
Observação e resolução das atividades. 
 
Período: 
 
 
Quantidade de aulas: 
 
 
 
 
Unidade 1 - Sociedade e Conhecimento Sociológico88
“A matrix está em toda parte...”: 
ideologia e visões de mundo
O que será que anda na cabeça 
de nossa gente?
Nossa vida cotidiana é recheada de ideias, 
valores, concepções sobre determinados temas 
e fatos, e estes orientam nossas atitudes e 
comportamentos. Vejamos exemplos tirados 
das páginas de alguns jornais e revistas de 
grande circulação nacional, nos quais se 
publicam frases de e sobre pessoas famosas, e 
às quais retornaremos ao final deste capítulo:
“Por que as pessoas entram na faculdade? Para arrumar um emprego. Eu já tenho 
um trabalho.” (Avril Lavigne, cantora pop canadense, explicando por que não quer fazer 
graduação, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo em 12 de setembro de 2005).
“Mussolini nunca mandou matar ninguém. Mandava as pessoas passar férias no 
exílio”. (Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro da Itália, ao descrever o ditador fascista Benito 
Mussolini. Revista Época em 15 de setembro de 2003).
 
“Só não vou te estuprar porque você não merece”. (Jair Bolsonaro, deputado federal, 
dirigindo-se a Maria do Rosário, também deputada federal, em 09 de dezembro de 2014).
“Estão enviando gente que tem muitos problemas, estão nos enviando seus 
problemas, trazem drogas, são estupradores e suponho que alguns até podem ser boa 
gente, mas eu falo com agentes da fronteira e me contam a verdade”. (Donald Trump, 
multimilionário norte-americano, ao se referir ao México e ao povo mexicano no discurso em 
que anunciou sua candidatura à presidência dos EUA, em 16 de junho de 2015).
“Precisamos de um ator jovem, na faixa dos 20/25 anos, muito bonito. A direção 
gostaria que ele fosse negro, então o ideal seria ter um ator negro e muito bonito, mas 
conscientes do grau de dificuldade, faremos teste também com os bons atores, lindos, 
que não sejam negros.” (Anúncio da agência +Add Casting, contratada pela Boutique Filmes 
para a série de ficção “3%”, da Netflix – Outubro de 2015).
“[...] calorias que “deveriam” ser ingeridas para alcançar o corpo perfeito: 800, 
1.000 calorias diariamente. [...] no gueto de Lodz, em 1941, em pleno nazismo, 
os judeus se alimentavam de rações que tinham de 500 a 1.200 calorias por dia”. 
(Ana Luísa Fernandes e Priscila Bellinio, em reportagem sobre a ditadura da estética da 
magreza, citando o livro O Mito da Beleza, de Naomi Wolf. Revista Superinteressante - 08 
de julho de 2015).
Capítulo 7
Capítulo 7 - “A matrix está em toda parte...”: ideologia e visões de mundo 89
Estas e outras centenas de frases, que 
podemos ler toda semana em diversos veículos 
de comunicação, vêm carregadas de ideias 
sobre a sociedade, a realidade do mundo e as 
relações sociais entre os indivíduos. O que 
eles dizem pode estar na própria frase ou por 
trás dela. Podem ser metáforas, expressar 
preconceitos, valores ou um conjunto de ideias 
sobre determinado assunto. O que vamos 
estudar aqui é justamente esse conjunto de 
ideias que chamamos de ideologia.
Marilena Chauí assim define a ideologia:
É um conjunto lógico, sistemático 
e coerente de representações (ideias e 
valores) e de normas ou regras (de conduta) 
que indicam e prescrevem aos membros da 
sociedade o que devem pensar e como 
devem pensar, o que devem valorizar e 
como devem valorizar, o que devem sentir 
e como devem sentir, o que devem fazer 
e como devem fazer. Ela é, portanto, um 
corpo explicativo, de representações e 
práticas (normas, regras e preceitos) de 
caráter prescritivo, normativo, regulador (...).
 (1980, p. 113)
É claro que, além desta, encon tramos ao 
longo da história da Sociologia mais algumas 
definições de ideologia.
O conceito de ideologia foi, literalmente, 
inventado por um filósofo francês chamado 
Destutt de Tracy, que escreveu, em 1801, o livro 
Elementos da Ideologia. É um tratado enorme 
que, hoje, quase ninguém mais lê. Segundo este 
filósofo, a ideologia seria o estudo científico das 
ideias e as ideias são o resultado da interação de 
um indivíduo com seu meio ambiente. 
Alguns anos depois, em 1812, Tracy e seus 
seguidores entraram em conflito com Napoleão, 
que os chamou de “ideólogos”, no sentido bem 
pejorativo da palavra, ou seja, como pessoas 
que fazem abstração da realidade e que vivem 
especulando sobre o mundo. Como Napoleão 
era a pessoa mais importante na França daquela 
época, este sentido da ideologia ficou bastante 
popular.
Napoleão Bonaparte, no século XIX, se referiu a um grupo de filósofos 
franceses como “ideólogos”, ou seja, pessoas que viviam especulando 
sobre o mundo. Quadro: Napoleão atravessando os Alpes (c.1800) de 
Jacques Louis David.
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Unidade 1 - Sociedade e Conhecimento Sociológico90
Em 1846, Karl Marx dá outro sentido para 
o termo ideologia. Para ele – e Friedrich Engels, 
com quem escreveu a respeito desse tema –, 
falar em ideologia significa se referir às “falsas 
representações” que os homens apresentam 
sobre o mundo que os cerca. Dizendo ainda 
de outra forma, Marx e Engels afirmaram que, 
diante da tentativa dos homens de explicar a 
realidade, é necessário considerar as formas 
de conhecimento ilusório que levam ao 
mascaramento dos conflitos sociais (cf. MARX; 
ENGELS, 1979). Segundo Marx e Engels, 
portanto, a ideologia adquire um sentido como 
instrumento de dominação de uma classe social 
sobre outra ou de um grupo social sobre outro. 
Ideologia seria também uma falsa consciência 
da realidade.
Um dos seguidores das ideias de Marx, o 
revolucionário russo Vladimir Ilitch Uliânov, 
o Lênin, deu outro sentido para o termo 
ideologia. Segundo ele, ideologia era qualquer 
concepção da realidade social ou política, 
vinculada aos interesses das classes sociais, 
ou seja, cada classe social teria a sua própria 
ideologia (cf. LÊNIN, 2006).
Assim, como podemos ver, ao longo do 
tempo, a palavra vai mudando de sentido.
Nos anos de 1920, outro significado surge 
para o termo, segundo a reflexão do filósofo ita-
liano Antonio Gramsci. Ele tinha uma concep-
ção bastante interessante quando dizia que as 
ideologias “(...) organizam as massas huma-
nas, formam o terreno sobre o qual os homens 
se movimentam, adquirem consciência de sua 
posição, lutam etc.” (GRAMSCI, 1989, p. 62-63).
Para Gramsci, o conceito de ideologia sig-
nifica também uma concepção de mundo mani-
festando-se implicitamente na Arte, no Direito, 
na atividade econômica, em todas as manifes-
o termo ideologia com a sua obra Ideologia e 
utopia, publicada em 1929.
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Segundo 
Antonio Gramsci 
(1891 – 1937), o conceito 
de ideologia significa também uma concepção de mundo.
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Mannheim, primeiro, fez uma distinção 
entre os termos ideologia e utopia. Ideologiaseria um conjunto de concepções, ideias 
e teorias que orientam os indivíduos para 
estabilizar, legitimar ou reproduzir a ordem 
das relações sociais dos homens. Ou seja, 
todas aquelas ideias, concepções ou teorias que 
têm um caráter de conservação da realidade 
social. Utopia seria o contrário, ou seja, ideias, 
concepções ou teorias que aspiram à construção 
de outra realidade social, que ainda não existe. 
Mas, Mannheim traz outra classificação para o 
termo ideologia: a ideologia total e a ideologia 
estrita. Ideologia total seria o conjunto de 
formas de pensar, estilos de pensamento, 
pontos de vista, que representam interesses de 
grupos ou classes. A ideologia estrita é a forma 
conservadora que a ideologia total pode se 
tornar (cf. MANNHEIM, 1976). 
tações da vida. E, de acordo 
com o pensador italiano, tal 
conceito tem por função con-
servar a unidade de toda a 
sociedade e dos grupos.
Por fim, o sociólogo ale-
mão Karl Mannheim apre-
sentou um novo sentido para 
Capítulo 7 - “A matrix está em toda parte...”: ideologia e visões de mundo 91
Vamos utilizar uma interpretação da 
filósofa brasileira, Marilena Chauí (1980), 
para explicar, em outras palavras, o conceito 
de ideologia e ver como ele pode ser um 
instrumento de imaginação sociológica. 
Através de algumas características da ideologia 
como fenômeno social e do estudo de exemplos 
concretos, podemos descrever sua importância 
para entendermos melhor, em nossa vida 
cotidiana, como a ideologia opera e funciona. 
No quadro a seguir, temos uma breve 
síntese da ideologia. Converse com seus colegas 
e com o(a) professor(a) e tente encontrar outros 
exemplos de acordo com as características da 
primeira coluna. 
IDEOLOGIA
Característica O que faz Exemplo
Prescrição de normas Orienta as ações humanas. 
Modela os interesses humanos.
Diz o que se deve fazer, pensar 
ou expressar.
A ideia de monogamia, nas sociedades 
ocidentais, faz com que homens e mulheres 
a considerem como a única forma possível de 
relação existente no mundo.
Representação da 
realidade
Dá sentido à realidade humana. 
Utiliza-se de símbolos e da 
criação mental.
O conceito pátria ou o sentimento patriótico.
Generalização do 
particular
Trata o específico como exemplo 
de um fenômeno geral.
Todos os alunos de uma turma são iguais.
Inversão da realidade Esconde as reais causas de um 
fenômeno.
O MST não luta pela reforma agrária, mas sim 
invade terras produtivas.
Naturalização das ações 
humanas
Torna normal e natural aquilo 
que é histórico e contingente.
A desigualdade entre os homens e mulheres é 
normal. Por isso estas podem ser tratadas de 
forma inferiorizada.
Reificação da realidade As coisas aparecem com vida 
própria, ou seja, coisas inertes 
ganham aspectos naturais, não 
construídas pelos homens.
Os salários não expressam relações desiguais 
de trabalho.
Na escola todos falam a mesma 
língua?
No mundo da escola existem pensamentos 
e sentimentos que, sem percebermos, podem 
ser caracterizados como ideológicos. Eles 
podem ser expressos por professores, alunos, 
funcionários, responsáveis e por diretores ou 
mesmo podem ser trazidos de fora da escola 
por esses “atores”.
Vejamos alguns pensamentos e frases 
recorrentes no cotidiano da escola:
“A melhor prova de que Deus é 
homem é que se ele fosse mulher 
não faria a Terra, o Sol, o Universo... 
Ficaria apenas sentado dando 
palpites.”
“A função do professor é ensinar, a 
do aluno é aprender, e só.”
“Professor não pode falar de 
política em sala de aula.”
 “A escola dá oportunidades a 
todos os alunos de aprenderem as 
coisas da vida.”
Unidade 1 - Sociedade e Conhecimento Sociológico92
Todas essas frases expressam pensamentos 
e ideias disseminadas não só na escola, mas 
em toda a sociedade. Essas frases, como vimos 
nas características da ideologia, prescrevem 
normas, representam a realidade e generalizam 
o particular, além de inverter a realidade, 
naturalizar e ocultar os fatos.
Na frase, por exemplo, A melhor prova de 
que Deus é homem é que se ele fosse mulher 
não faria a Terra, o Sol, o Universo... Ficaria 
apenas sentado dando palpites – tenta-se 
naturalizar e generalizar uma determinada 
condição de inferioridade da mulher.
Prescrever normas é elaborar, repetir e 
manter a ordem “normal” das coisas. Por isso, 
dizer que A função do professor é ensinar e a do 
aluno é aprender, e só, é ignorar que o docente, 
além de ensinar, pode sim fazer política, 
reivindicar melhores condições de trabalho. 
Da mesma forma, o estudante também tem o 
direito de lutar por melhores condições para o 
seu aprendizado na escola, ou seja, assim como 
o professor, ele também pode falar e fazer 
política. Isto pode significar, necessariamente, 
se organizar e lutar por melhorias na infra-
estrutura do espaço escolar, que envolvem desde 
a exigência de que as carteiras não estejam 
quebradas, que o telhado não tenha goteiras e 
que seja oferecida uma refeição de qualidade, 
até salas de aula refrigeradas, bibliotecas com 
um bom acervo, computadores com acesso a 
internet, distribuição de livros didáticos, etc. 
Não fazer isso – como prescreve a frase citada 
– é, sim, legitimar, na escola, as condições de 
desigualdades presentes na sociedade como um 
todo. 
No último pensamento – A escola dá 
oportunidades a todos os alunos de aprenderem 
as coisas da vida –, tenta-se ocultar o fato de 
que a escola, com sua suposta aura democrática, 
de se apresentar como “igual para todos”, pode 
contribuir para reproduzir as desigualdades 
sociais presentes na sociedade. Como isso 
ocorre? Vejamos.
Alunos com condições diversas de acesso 
à cultura, ao lazer, aos meios de comunicação 
têm tendência a obter mais informações e maior 
formação fora da escola e um desempenho 
melhor nas aulas. Por exemplo, se um aluno 
tem como recurso extraclasse apenas a 
televisão, enquanto outro tem a oportunidade de 
frequentar museus, bibliotecas, teatros, comprar 
mais revistas, viajar para diversos lugares etc., 
é natural que este último assimile mais os 
conteúdos das aulas de Português, Literatura, 
História, Geografia, Filosofia e Sociologia, do 
que o primeiro, que apenas vê a televisão. Neste 
sentido, quando a instituição escolar trata todos 
igualmente – ou melhor, quando usa um padrão 
de linguagem e ensino que está mais próximo 
daquele que tem maior acesso aos diversos bens 
culturais – ela acaba por reproduzir ainda mais 
o aprofundamento das desigualdades.
Aula-debate – A escola dá oportunidades a todos os alunos de 
aprenderem sobre as coisas da vida?
A reflexão apresentada no parágrafo 
anterior é uma das conclusões de um importante 
sociólogo que se dedicou, entre outros temas, 
a estudar a educação na sociedade capitalista. 
O francês Pierre Bourdieu (1930–2002) 
elaborou o conceito de capital cultural para 
explicar a desigualdade de desempenho entre 
os estudantes, de acordo com a sua classe social 
de origem. Em relação ao papel da escola no 
sentido da manutenção e aprofundamento das 
desigualdades, Bourdieu, em parceria com 
o pensador, Jean-Claude Passeron, escreveu 
em 1970 uma obra que se tornou referência 
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Capítulo 7 - “A matrix está em toda parte...”: ideologia e visões de mundo 93
nos estudos da Sociologia sobre a educação, 
intitulada A reprodução: elementos para 
uma teoria do sistema de ensino (1975). 
Nela, Bourdieu e Passeron, ao analisar o 
sistema educacional francês, demonstraram 
sociologicamente o papel assumido pela escola 
no sentido de reproduzir ideologicamente as 
desigualdades sociais existentes, cumprindo 
com o seu papel conservador da ordem vigente. 
Mas, mesmo sem ter fugido do assunto, 
voltemos ao foco central da nossa exposição, o 
conceito de ideologia. Vocês devem concordar 
que a ideologia, assim estudada, pode ser tornar 
de fácil compreensão. Na verdade, porém, 
apesar dela estar presente no nosso cotidiano 
o tempo inteiro, não é percebida dessa forma 
como estamos apresentando pela grande 
maioria das pessoas.O que tentamos fazer 
aqui – uma reflexão sobre como os homens 
elaboram ideias sobre este mundo e sobre suas 
relações com outros homens – não é percebido 
com facilidade no senso comum. Por este 
motivo, vamos continuar este nosso esforço de 
reflexão para mostrar a importância do estudo 
da ideologia, mas agora recorrendo a um filme 
bastante interessante e que se tornou uma 
referência no gênero da ficção científica.
A matrix nossa de cada dia
Na virada do século, a trilogia inaugurada 
com o filme The Matrix fez muito sucesso 
entre os jovens. Vamos aproveitar a história do 
primeiro filme para explicar e exemplificar um 
pouco mais a questão da ideologia no nosso 
cotidiano. 
Num dos diálogos de Matrix, Morpheus 
questiona Neo: 
– Você já teve um sonho, Neo, em que 
você estava tão certo de que era real? E se 
você fosse incapaz de acordar desse sonho? 
Como saberia a diferença entre o mundo do 
sonho e o real?
A série Matrix, repleta de superefeitos 
especiais, é uma magnífica aventura cibernética 
em que a Terra é totalmente dominada por 
máquinas dotadas de inteligência artificial, que 
passam a ter controle sobre a humanidade. Os 
homens e todo o mundo não passam de um 
software, um programa de computador, uma 
mera ilusão. 
Em outro diálogo entre Morpheus e Neo, 
este procura a verdade:
Neo: – O que é Matrix?
Morpheus: – Você quer saber o que é 
Matrix? Matrix está em toda parte [...] é o 
mundo que acredita ser real para que não se 
perceba a verdade.
Neo: – Que verdade?
Morpheus: – Que você é um escravo, Neo. 
Como todo mundo, você nasceu em cativeiro. 
Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar 
ou tocar. Uma prisão para a sua mente.
“Você já teve um sonho em que você estava tão certo de que era real?” (Cena do filme Matrix).
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Unidade 1 - Sociedade e Conhecimento Sociológico94
Depois de estudar o conceito de ideologia, 
podemos afirmar que vivemos numa matrix? 
Será que vivemos numa ilusão, como diria 
Marx? Que tudo é um faz de conta? E que essa 
ilusão nos aparece como real? Além disso, será 
que existe alguém que controla a matrix e tem 
em mãos a programação de nossas vidas?
Quando nascemos, recebemos ideias já 
pré-concebidas pelos nossos pais, pela escola, 
pelas instituições religiosas etc. É quase 
impossível contestar certas ideias ou conjunto 
de ideias. Se fizermos uma analogia de Matrix 
com a ideologia, veremos que há muitas 
semelhanças. Mas, vamos devagar!
Muitas vezes, em nossa vida, achamos 
que os pobres são burros e ignorantes. Que 
as mulheres são menos inteligentes. Que os 
negros são inferiores e vieram de um continente 
atrasado chamado África. E que os jovens que 
estão cursando o Ensino Médio, certamente, vão 
conseguir um emprego fazendo um excelente 
curso técnico ou, dependendo da sua condição 
financeira, seguir diretamente para a faculdade. 
Ao final, se não encontrarmos ninguém que 
conteste essas ideias, esta remos crentes de que 
todas essas afirmações são verdades absolutas.
Nós também temos nossa matrix: ela está 
aqui, como diz Morpheus, está em toda parte, é 
o mundo que acredita ser real para que não se 
perceba a verdade. 
Não existe uma grande realidade virtual, 
nem uma máquina que nos controla, mas ideias 
que nos fazem pensar que o mundo “é assim” 
e “sempre será assim”. Ou seja, se existem 
desempregados é porque “esses não são 
capazes”, se existe violência é porque certos 
“indivíduos são malvados”, se existem políticos 
corruptos, “todos são corruptos”, o mundo é 
feito de indivíduos de “sucesso” que devem 
dominar “os fracassados”... Enfim, não existe 
alternativa e é melhor se adaptar ao mundo do 
que tentar modificá-lo. 
Vamos avançar um pouco mais em nossa 
analogia. Diferentemente do filme, o que existe 
em nossa realidade são ideias ou ideologias 
que servem de justificação dos interesses de 
determinados grupos ou classes sociais. Mas o 
que significa isso? 
Por exemplo, certamente os que dis-
seminam a ideia de que o mundo sempre 
foi assim e sempre será se beneficiam da 
exploração e de sua condição de superioridade 
na sociedade (banqueiros, donos de terras, 
empresários etc.). Não interessa a eles mudar 
o mundo e fazer com que todos estejam bem. 
Para que essa realidade não seja questionada – 
e, quem sabe, modificada, suas ideias precisam 
ser representadas como sendo as ideias de todos. 
“Matrix é o mundo que acredita ser real para que não se perceba a 
verdade.” Será que vivemos em um mundo de faz de conta?
Outro exemplo: pensar que os negros e as 
mulheres são inferiores, certamente beneficia, 
respectivamente, indivíduos brancos do sexo 
masculino a terem vantagens materiais e 
espirituais sobre os primeiros, mesmo que 
esses também tenham como características 
serem homens negros ou mulheres brancas. 
Essas ideias, se não forem contestadas, como 
na cidade de Zion, um dos cenários do filme, 
certamente farão com que negros e mulheres se 
sintam inferiores, assumindo também atitudes 
racistas e machistas.
Por outro lado, a ideologia da cidade de 
Zion pode ser considerada como aquilo que 
dizia Mannheim, ou seja, o povo que se libertou 
da Matrix possui formas de pensar e pontos de 
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Capítulo 7 - “A matrix está em toda parte...”: ideologia e visões de mundo 95
vista diferentes da própria Matrix. Essas formas 
de pensar desse povo, retratado no filme, 
representavam seus interesses de liberdade e 
igualdade. A cidade de Zion e a ideologia de 
seus habitantes seriam, na visão de Mannheim, 
mas também na de Gramsci, uma visão de 
mundo em que os seres humanos se posicionam 
e lutam por um determinado ideal.
A Sociologia, portanto, através do 
conceito de ideologia, pode contribuir para 
que desnaturalizemos nossas visões de mundo. 
Isto significa perceber que nem sempre nos 
damos conta de que aquilo que parece natural 
pode representar, na verdade, a posição de um 
determinado grupo ou classe social, com os 
seus interesses específicos. Faz-se necessário 
desvendar a câmara oculta, a matrix, identificar 
e refletir criticamente sobre os pensamentos e 
ideias que estão presentes no mundo à nossa 
volta, perceber que tipo de discurso se está 
fazendo e quem o está expressando, além de 
tentar perceber quais são seus reais interesses. 
Ou seja, pensar que nem tudo é óbvio, nem tudo 
pode ser “normal”, mas que a vida em sociedade 
requer um exercício sociológico para não 
sermos manipulados, dominados e submetidos 
às vontades dos outros, involuntariamente. 
Portanto, voltando às frases iniciais do ca-
pítulo, que foram expressas por personalidades 
no Brasil, nos EUA e na Itália, perguntamos 
agora: nós podemos dizer que são frases ideo-
lógicas? Quando uma cantora famosa limita a 
concepção de educação à obtenção de um em-
prego, desqualificando a importância de se fa-
zer um curso superior, ela não está, mesmo sem 
atentar para isso, “orientando” nesse sentido os 
que a admiram e a seguem? Ela não está “de-
fendendo” uma determinada visão de mundo? 
Quando o primeiro-ministro italiano “minimi-
za” os assassinatos cometidos sob a ordem de 
um chefe político do passado ele não promo-
ve uma inversão da realidade – e, ao mesmo 
tempo, apresenta como “normal” atrocidades 
reconhecidas historicamente e cometidas por 
um regime político identificado com o perso-
nagem citado? Que tipo de “(re)leitura sobre a 
história” ele tinha a intenção de fazer? Com que 
objetivo? Será que sua “reinterpretação” inten-
cionava provocar nos cidadãos do país um po-
sicionamento em relação a alguma situação po-
lítica mais atual, de acordo com questões que se 
debatiam naquele momento? Pense nas outras 
frases que citamos como exemplo na abertura 
deste capítulo e reflita a respeito.
Cartaz da passeata de professores do Rio de Janeiro (2012).
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Interdisciplinaridade
A L íngua Portuguesa é muito difícil” – é uma fala 
recorrente. Uma refl exão inicial sefaz necessária: desde 
que nascemos, ouvimos, aprendemos a falar o português. 
Comunicamo-nos nesta língua. Experimentamos a língua 
em todo o seu potencial. Brincamos com ela sem medo 
algum. Somos “competentes” para manipulá-la.
A escritora Clarice Lispector2 “adotou” a língua 
portuguesa como sua segunda língua. Ucraniana de 
nascença, fez a seguinte declaração de amor:
“(...) amo a língua portuguesa. Ela é um verdadeiro 
desafi o para quem escreve. Sobretudo para quem 
escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa 
de superfi cialismo. (...) Eu gosto de manejá-la.” 
Há que se perguntar, então, onde se origina a 
tal da difi culdade. O primeiro ponto que nos ocorre 
levantar é o da formalidade com que se reveste nosso 
ingresso no Ensino Fundamental. Tudo passa a ser muito 
“sério”. Perde-se, na maioria das vezes, o fundo mágico, 
encantador, lúdico da experimentação da língua. Não 
nos é mais permitido “roçar nossa língua na língua de 
Luiz de Camões”, como fazem todas as crianças quando 
começam a falar. A experimentação dá lugar ao erro, 
ao lápis vermelho, à censura. O caráter polissêmico da 
língua se perde no mundo de substantivos, adjetivos, 
pronomes, verbos e advérbios.
A análise do discurso nos mostra que qualquer 
formação discursiva sempre irá evocar o outro sentido 
que não se evidenciou no nível do enunciado, ou seja, da 
concretude do texto. Portanto, para além do enunciado 
existe um “mundo” que precisa ser explorado, basta que 
ousemos penetrar no “reino surdo das palavras” (Carlos 
Drummond de Andrade), pois lá você encontrará o que 
espera ser escrito. E assim, podemos entender um pouco 
mais sobre a ideologia. Ou não?
Acreditamos que se aprende a língua exercitando-a 
de maneira plena, isto implica falar e produzir textos 
como “escritores”. Tarefa que não pode ser episódica. 
Precisa fazer parte do nosso cotidiano. Língua é pátria, 
é identidade, é apropriação, é comunicação... é também 
ideologia, visão de mundo, como vimos neste capítulo. Por 
que não?
Estudar a gramática pela gramática não nos faz 
competentes para manipular a língua, apropriando-nos 
dela como leitores e escritores, muito pelo contrário, nos 
faz temerosos quando temos que assumir o desafi o da 
escrita. Não estamos aqui desmerecendo a importância 
da Gramática Normativa, mas não podemos abrir mão da 
Gramática do Texto, da “Gramática da Vida”.
O escritor Luiz Fernando Veríssimo3 em O gigolô 
das palavras, declara que 
“(...) a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de 
comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. 
Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os 
vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma 
questão de uso, não de princípios.”
Ele fi naliza sua crônica, de forma bastante irônica: 
“A gramática precisa apanhar todo dia para saber quem é 
que manda.” (Idem)
Assumindo a identidade de falantes da Língua 
Portuguesa, experimentem, como nos fala Drummond 
em Procura da Poesia, a tirar as palavras do estado de 
dicionário4. Façam-se escritores, procurando escrever em 
língua escrita. 
Leila Medeiros de Menezes é professora dos anos 
iniciais do Colégio de Aplicação da Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro –CAp-UERJ. Graduada em 
Letras – Português – Literaturas pela Universidade 
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e Mestre em História 
Política pela UERJ.
1 Verso inicial da música Língua, composição de Caetano Veloso.
2 LISPECTOR, Clarice. Declaração de amor. In:______. A descoberta 
do mundo. São Paulo: Rocco, 1999, p. 100.
3 VERÍSSIMO, Luiz Fernando. O gigolô das palavras. In: ______. 
Mais comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, 
p. 144.
4 ANDRADE, Carlos Drummond de. Procura da Poesia. In: ______ . A 
Rosa do Povo. Rio de Janeiro: Record, 2012, p. 12.
Conversando com a Língua Portuguesa
“Gosto de sentir minha língua roçar a língua de Luiz de Camões...”.1
Leila Medeiros de Menezes
Unidade 1 - Sociedade e Conhecimento Sociológico96
Revendo o capítulo
1– Defi na o conceito de ideologia, comparando 
as defi nições apresentadas por Marx, Lênin, 
Gramsci e Mannheim.
2 – Como a ideologia se manifesta em sua escola? 
Dê exemplos.
3- Por que podemos afi rmar que existe uma 
“Matrix nossa de cada dia”?
Dialogando com a turma
1 – Podemos afi rmar que o preceito constitucional 
que afi rma que “todos são iguais perante a lei” 
trata-se de uma afi rmação ideológica? Por quê?
2 – Debata com os seus colegas sobre a importância 
do estudo da ideologia, procurando perceber de 
que forma ela afeta a sua vida.
Verifi cando o seu conhecimento
1 – (ENEM, 2009)
Os regimes totalitários da primeira metade do 
século XX apoiaram-se fortemente na mobilização 
da juventude em torno da defesa de ideias 
grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, 
os jovens deveriam entender que só havia uma 
pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o 
líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram 
para a implantação e a sustentação do nazismo, 
na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e 
Portugal. A atuação desses movimentos juvenis 
caracterizava-se:
(A) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical 
com que enfrentavam os opositores ao regime.
(B) pelas propostas de conscientização da 
população acerca dos seus direitos como 
cidadãos.
(C) pela promoção de um modo de vida saudável, 
que mostrava os jovens como exemplos a 
seguir.
(D) pelo diálogo, ao organizar debates que 
opunham jovens idealistas e velhas lideranças 
conservadoras.
(E) pelos métodos políticos populistas e pela 
organização de comícios multitudinários.
2 – (ENEM, 2009)
Na democracia estadunidense, os cidadãos são 
incluídos na sociedade pelo exercício pleno dos 
direitos políticos e também pela ideia geral de 
direito de propriedade. Compete ao governo 
garantir que esse direito não seja violado. Como 
consequência, mesmo aqueles que possuem uma 
pequena propriedade sentem-se cidadãos de pleno 
direito. Na tradição política dos EUA, uma forma de 
incluir socialmente os cidadãos é:
(A) submeter o indivíduo à proteção do governo.
(B) hierarquizar os indivíduos segundo suas posses.
(C) estimular a formação de propriedades comunais.
(D) vincular democracia e possibilidades econô-
micas individuais.
(E) defender a obrigação de que todos os indivíduos 
tenham propriedades.
Pesquisando e refl etindo
 LIVROS
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. São Paulo: 
Brasiliense, 1980. 
Livro introdutório ao tema, apresentado com uma 
linguagem simples e envolvente para os jovens.
MOORE, Michael. Stupid White Men: uma nação 
de idiotas. São Paulo: Francis, 2003.
Michael Moore é um crítico impiedoso da visão 
de mundo e das políticas norte-americanas. Neste 
“livro-provocação”, ele revela a ignorância da 
maioria do povo norte-americano em relação ao 
mundo, apresentando-o como um povo “ao redor do 
seu umbigo”.
 FILMES
A NOITE DOS DESESPERADOS (They Shoot 
Horses, Don’t They?, EUA, 1969). Direção: 
Sidney Pollack. Com Bruce Dern. Duração: 120 
min. 
Urna visão crítica da sociedade e seus métodos de 
iludir o cidadão, através de uma maratona de danças, 
na época da Depressão Americana.
Interatividade
Capítulo 7 - “A matrix está em toda parte...”: ideologia e visões de mundo 97
FAHRENHEIT 451 (Fahrenheit 451, França/
Reino Unido, 1967). Direção: François Truffaut. 
Elenco: Oskar Werner, Julie Christie, Cyril Cusack. 
Duração: 112 min.
Ficção científi ca inspirada pelo livro de mesmo 
nome, escrito pelo norte-americano Ray Bradbury 
e publicado pela primeira vez em 1953. A história 
se passa em um Estado totalitário do futuro em que 
qualquer crítica é proibida e, por este motivo, por 
representarem uma ameaça, os livros – qualquer 
impresso – são proibidos e banidos de circulação. 
Até que um bombeiro começa a questionar essa 
realidade, quando vê uma mulher preferir ser 
queimada em meio aos livros que escondia, ao 
invés de permanecer viva.
 INTERNET
SUA PESQUISA – IDEOLOGIA: 
http://goo.gl/h4nIyT 
Alémde apresentar uma defi nição sobre o tema, o site 
oferece alguns links que remetem para outras páginas, 
com apresentações do que pode ser intitulado como 
“ideologias políticas”: o fascismo, o capitalismo, o 
comunismo e o anarquismo. Acesso: janeiro/2016.
IDEOLOGIA: TERMO TEM VÁRIOS 
SIGNIFICADOS EM CIÊNCIAS SOCIAIS
http://bit.ly/11DZJkO
Página do portal UOL Educação – pesquisa 
escolar, que apresenta um texto sobre o signifi cado 
do conceito de ideologia nas Ciências Sociais. 
Acessando também o Youtube e digitando 
“ideologia”, você também encontrará vários vídeos 
para debater com seus colegas e com o professor 
sobre o tema estudado no capítulo. Fica a sugestão. 
Acesso: janeiro/2016.
 MÚSICAS
IDEOLOGIA – Autores: Frejat e Cazuza. 
Intérpretes: Cazuza e Barão Vermelho
São bem conhecidas a música e a frase “ideologia, eu 
quero uma para viver!”. Agora que estudamos essa 
matéria, seria interessante relermos a letra da música, 
procurando identifi car a visão de mundo de Cazuza 
com as distintas defi nições de ideologia.
COTIDIANO – Autor e intérprete: Chico Buarque
O exercício sugerido para a música anterior vale 
também para a letra deste clássico da MPB – Música 
Popular Brasileira.
 FILME DESTAQUE
MATRIX
(The Matrix) 
FICHA TÉCNICA:
Direção: 
The Wachowski Brothers.
Elenco: Keanu Reeves, 
Laurence Fishburne, 
Carrie-Anne Moss
Duração: 136 min. 
(EUA, 1999)
SINOPSE:
Ficção científi ca rechea-
da de efeitos visuais. 
Um analista de sistemas que vende programas 
clandestinos descobre que a realidade em que vive 
não passa de uma ilusão, de sofi sticada aparência 
virtual, produzida por computadores que contro-
lam o planeta. O fi lme deu início a uma trilogia, 
complementada em 2003 com duas sequências, 
MATRIX RELOADED e MATRIX REVOLU-
TIONS.
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Unidade 1 - Sociedade e Conhecimento Sociológico98
Aprendendo com jogos
Half-Life 2 (Valve Corporation, 2004) 
CADA CABEÇA, UMA SENTENÇA. SÓ QUE NÃO.
3. Explore o game Half Life 2 e 
analise as semelhanças entre as 
estratégias de dominação ideoló-
gica dos Combine com a estraté-
gias de dominação da ideologia 
hegemônica em nossa sociedade.
4. Assista o fi lme Eles Vivem 
(They Live, 1988), com um enredo 
semelhante, onde o protagonista 
é o único indivíduo ciente de 
uma dominação alienígena que 
controla as mentes das pessoas 
com mensagens escondidas. 
Você pode baixar gratuitamente o 
fi lme aqui: http://goo.gl/Z38Blv
5. Assista o fi lme Gattaca 
(Andrew Niccol, 1997). Trailer 
que você acessa em https://goo.
A ideologia cria estratégias para que as 
pessoas sejam aprisionadas não apenas pela 
coerção, mas também pela sua própria vontade, 
fundada em crenças, em uma “ideologia-valor”, 
em representações com valor de verdade. Neste 
game, a raça humana foi escravizada por uma raça 
alienígena chamada Combine. Ela desenvolveu um 
sofi sticado sistema que utiliza tecnologia terrestre e 
controla mentalmente os humanos. Você é Gordon 
Freeman e lidera um grupo de rebeldes e com ajuda 
de outros alienígenas terá de libertar a raça humana 
do controle mental dos Combine. Não será fácil! 
Como jogar:
1. Baixe a versão demo do jogo (clicando em “trans-
ferir demonstração”) em http://goo.gl/90UoMT
2. Mergulhe no game logo após ter lido o livro 1984 
do escritor inglês George Orwell. Esse livro vai te 
surpreender! (faça uma pesquisa na biblioteca de 
sua escola para saber se há alguma cópia do livro ou 
busque na internet para saber como ter acesso a ele)
gl/T6AJ7E que aborda as preocupações sobre as 
tecnologias reprodutivas que facilitam a eugenia, 
cuja trama se passa num futuro no qual os seres 
humanos são criados geneticamente em laboratórios 
e as pessoas concebidas biologicamente, 
consideradas “inválidas”.
6. Refl ita junto aos seus colegas sobre que tipo de 
sociedade o controle sobre o que pensamos e sobre 
o nosso corpo pode gerar.
7. Você também pode ler o livro, ver os fi lmes e 
jogar o game no mesmo período para realizar uma 
comparação entre esses produtos culturais.
8. Não seria legal ler o livro, assistir os fi lmes e 
discutir em sala a ideologia a partir de cenas do 
game? Pesquise outros livros e fi lmes com temática 
similar e prepare uma exposição de cinco minutos 
para a sua turma, na qual você indicará quais aspectos 
que você considera mais fortemente relacionados 
entre o jogo, o livro e os fi lmes (você deve narrar 
passagens, trechos, cenas e eventos relacionados).
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Capítulo 7 - “A matrix está em toda parte...”: ideologia e visões de mundo 99
 
 
PLANO DE AULA 
 
 
Objetos de conhecimento: 
-As Teorias dos autores clássicos e contemporâneos das ciências sociais e suas análises da 
realidade social. 
 
 
Habilidade/detalhamento da habilidade: 
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a 
processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na 
sistematização de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões 
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos, gráficos, mapas,tabelas etc.). 
 
 
Materiais didáticos/tecnólogicos e/ou recursos utilizados: 
 
Material xerocopiado. 
 
 
Avaliação: 
Observação e resolução das atividades. 
 
 
Período: 
 
 
 
Quantidade de aulas: 
 
 
 
 
Pensadores clássicos da sociologia 
Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber são considerados os autores clássicos da sociologia por 
criarem as primeiras bases dessa ciência. 
 
Os pensadores clássicos da sociologia são o 
filósofo e economista alemão Karl Marx, o sociólogo 
francês Émile Durkheim e o sociólogo, teórico 
político alemão Max Weber. Apesar disso, não 
podemos deixar de mencionar a participação 
honrosa do filósofo francês Auguste Comte, 
considerado o “pai” da sociologia, por enunciar, pela 
primeira vez, a necessidade de uma ciência capaz 
de entender as bases da sociedade e criar propostas 
de intervenção para que ela possa desenvolver-se 
plenamente. 
Com distintas visões sobre o método sociológico e 
sobre o curso da sociedade, os autores do chamado 
tripé da sociologia (Marx, Durkheim e Weber) contribuíram imensamente com o desenvolvimento basilar 
dessa ciência. Marx, Weber e Durkheim são considerados os teóricos basilares da sociologia. 
Nascimento da sociologia: contexto histórico 
 Antecedentes históricos 
Desde o século XIV, a Europa presenciava uma ascensão cada vez maior de uma nova classe 
social: a burguesia. A Reforma Protestante, ocorrida no século XV, e uma nova visão de mundo, 
menos dominada pela lógica católica medieval, permitiram o crescimento ainda maior dessa nova 
classe social. Os séculos XVI e XVII presenciaram diversas mudanças sociais, como as 
revoluções científicas e a Revolução Inglesa. 
No século XVIII, a independência das Treze Colônias, que resultou na fixação do antigo 
território inglês como os Estados Unidos da América, um país republicano democrático, e a 
Revolução Francesa deram os indícios práticos da falência do Antigo Regime (o absolutismo). 
O iluminismo francês — movimento filosófico e político representado por Montesquieu e Voltaire, 
por exemplo — também deu sinais de que o povo europeu não aceitava mais o absolutismo como 
um regime político legítimo. 
Na passagem do século XVIII para o XIX, a Europa viu-se diante de uma crise política e social: 
a França estava sob instabilidade e caos político deixados pela revolução, além do que 
a Revolução Industrial causou uma intensa mudança na configuração espacial da Europa, em 
especial da Inglaterra, que saiu à frente na industrialização. Houve 
um intenso e repentino êxodo rural em cidades agora 
industrializadas, o que causou caos social por conta da onda de 
miséria, do alastramento de doenças e da consequente violência 
crescente nos centros urbanos. 
 Surgimento da sociologia 
Diante dessa situação, o filósofo francêsAuguste Comte colocou-
se a falar sobre a necessidade de mudar-se radicalmente os rumos 
que a sociedade estava tomando. Para o filósofo, era 
necessário reestabelecer a ordem para que a França retomasse 
seu crescimento. Essa ordem somente poderia ser atingida por uma 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-burguesia.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-inglesa.htm
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-absolutismo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-iluminismo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/voltaire-um-brilhante-polemista.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/auguste-comte.htm
rígida organização da sociedade (tão rígida quanto requerem os padrões militares) e pela 
valorização do cientificismo. 
Auguste Comte é considerado o “pai” da sociologia. 
A ciência, para Comte, é a principal chave de crescimento intelectual e moral da sociedade. Para 
intervir de forma eficaz nesta, seria necessário entender como ela se estrutura, o que seria 
possível por meio de uma ciência que se colocasse a analisá-la. Primeiramente, o nome dessa 
ciência, na teoria de Comte, seria física social. Era necessário que ela tomasse um rigor 
metodológico para si assim como as ciências da natureza. Mais tarde, Comte nomeou a sua 
ciência de sociologia. Todo esse conjunto teórico do filósofo tornou-se uma espécie de 
movimento político e social que ficou conhecido como positivismo. 
 Sucessores de Auguste Comte 
Apesar de ter enunciado pela primeira vez a necessidade de construir-se uma ciência que 
estudasse a sociedade, Comte não desenvolveu um método para que ela funcionasse, 
tampouco conseguiu galgar as abstrações filosóficas as quais ele dizia ter de superar em seus 
trabalhos. Quem identificou isso foi o sociólogo francês Émile Durkheim, considerado o primeiro 
especialista dessa área por ser o primeiro a desenvolver um método e ir a campo para 
compreender as estruturas sociais. Durkheim também introduziu 
a sociologia nos currículos acadêmicos de cursos superiores. 
Antes dele, Marx já despontava com seu método materialista 
histórico dialético de análise social. Apesar da validade do 
método para a compreensão das estruturas sociais e econômicas 
como um todo, ele não desenvolveu um trabalho de 
campo que permitisse a profunda compreensão de todos os 
aspectos da sociedade de maneira rigorosa e complexa, o que 
fez com que Durkheim tomasse o posto de primeiro sociólogo. 
Karl Marx desenvolveu o método sociológico e filosófico chamado 
materialismo histórico dialético. 
Por último na formação da tríade da sociologia clássica, temos o 
sociólogo, jurista e político alemão Max Weber. Weber propôs um método e um olhar sociológico 
bastante diferente do que foi proposto por Durkheim e por Marx. A sua importância histórica dá-
se, justamente, pela visão inovadora que ele trouxe à sociologia. 
Para resumir o posicionamento dos autores clássicos, podemos dizer que Durkheim e Weber são 
conservadores, defensores do capitalismo, enquanto Marx é favorável a uma revolução para 
derrubar de vez esse sistema. 
Como os autores clássicos da sociologia definem as divisões sociais 
Cada autor clássico da sociologia entendia a sociedade com base em uma visão diferente e 
peculiar. Auguste Comte via-a como uma complexidade que deveria ser abordada pelo 
positivismo, tendo em mente sempre o progresso e o cientificismo. As classes sociais resultantes 
do capitalismo seriam menos desiguais com o progresso e o ordenamento geral da sociedade. 
Para Karl Marx, a sociedade tinha herdado do capitalismo a divisão em classes sociais, o que 
resultou numa profunda desigualdade social. Para ele existem duas classes sociais: burguesia e 
proletariado. A burguesia seria a classe detentora dos meios de produção (fábricas), enquanto o 
proletariado seria detentora apenas de sua força de trabalho, usurpada pela burguesia via 
trabalho assalariado. 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-moral.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/sociedade-1.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/positivismo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/positivismo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/materialismo-historico.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/materialismo-historico.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/classe-social.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm
Para Émile Durkheim, a sociedade é um todo organizado 
com base em suas funções. O método proposto por ele, o 
funcionalismo, visa entender as funções de cada indivíduo na 
sociedade a fim de compreendê-la como um todo. 
Émile Durkheim é considerado o primeiro sociólogo. 
Max Weber, por sua vez, visou compreender a sociedade 
como um todo complexo de várias ações sociais diferentes. 
Cada indivíduo agiria de uma forma diferente, e, para saber 
como essas ações ordenam-se, seria necessário estabelecer-
se um parâmetro. Os parâmetros seriam os tipos ideais. 
Principais sociólogos clássicos e suas teorias 
Segue-se um resumo das teorias dos principais teóricos clássicos da sociologia: 
 Karl Marx 
O materialismo histórico dialético de Marx compreende que a história da humanidade é baseada 
numa relação dialética entre classes sociais. No caso do capitalismo, a divisão dá-se entre burguesia e 
proletariado. A produção material, resultado do trabalho, é o principal elemento constitutivo da sociedade. 
Para Marx, a relação entre as duas classes é injusta, e é necessário, em sua visão, que haja 
uma revolução da classe proletária para dominar os meios de produção por meio do estabelecimento de 
uma ditadura do proletariado. Essa ditadura, de cunho socialista, tenderia a eliminar de vez a 
diferenciação de classes sociais, resultando no comunismo. 
 Émile Durkheim 
A sociedade é um todo complexo ordenado por fatos e regido por funções que são os motes para entendê-
la. Segundo Durkheim, além da compreensão das funções, deveria haver, por parte do sociólogo, 
uma compreensão dos fatos que regem as diferentes sociedades, pois eles são fixos. Nas suas 
palavras, tais fatos são externos ao indivíduo, coercitivos e generalizantes, o que faz com que sejam a 
única opção de entendimento concreto e científico da sociedade. 
 Max Weber 
O sociólogo alemão Max Weber discordou de maneira veemente da 
teoria sociológica de Durkheim. Para aquele, não existem fatos sociais, 
mas ações sociais que são individuais. O papel do sociólogo é 
compreender o funcionamento da sociedade pelo entendimento das 
ações sociais individuais via método compreensivo. 
Max Weber desenvolveu o método compreensivo da sociologia. 
Para que não houvesse uma falta de rigor científico na análise, seria 
necessário compreender uma espécie de padrão esperado de 
comportamento social. A esses padrões, Weber chamou de tipos 
ideais, que são o padrão de entendimento social. 
 
PORFíRIO, Francisco. "Pensadores clássicos da sociologia"; Brasil Escola. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-sociologia.htm. Acesso em 11 de julho de 2022. 
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/capitalismo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/durkheim-fato-social.htm
 
 
PLANO DE AULA 
 
 
Objetos de conhecimento: 
-As relações entre a sociedade de consumo dentro do modo de produção capitalista e impactos 
sociais e ambientais. 
 
 
Habilidade/detalhamento da habilidade: 
(EM13CHS303). Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no 
estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas a uma 
percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo. 
 
 
Materiais didáticos/tecnólogicos e/ou recursos utilizados: 
 
Material xerocopiado. 
 
 
Avaliação: 
Observação e resolução das atividades. 
 
 
Período:Quantidade de aulas: 
 
 
 
 
Os problemas derivados do capitalismo 
 
A hierarquia do mundo capitalista. 
 
O capitalismo é um sistema político-econômico que teve 
início no final do século XVIII início do XIX, impulsionado pela 
Revolução Industrial ocorrida primeiramente na Inglaterra, 
França e Alemanha e posteriormente para diversos países do 
mundo. O capitalismo está vinculado ao comércio e ao 
consumo que produz o objetivo maior desse sistema, o lucro. 
O sistema capitalista tem uma grande capacidade de 
geração de riquezas, embora seja de forma desigual, pois 
apenas uma restrita parcela da população mundial detém a 
maioria das mesmas. 
Apesar das várias contribuições econômicas, 
tecnológicas, de conforto que o capitalismo proporcionou, esse 
também produz diversos aspectos negativos nas sociedades, 
desse modo os principais problemas provocados pelo sistema 
em questão são: 
 
• Divergência entre capital e trabalho: processo derivado da 
luta pelos interesses da classe proletária que constantemente busca melhorias em diversos aspectos 
como aumento salarial, diminuição da jornada de trabalho, melhores condições de trabalho entre 
outras reivindicações trabalhistas, do outro lado estão os detentores dos capitais e dos meios de 
produção que exploram a mão-de-obra com objetivo de adquirir uma lucratividade maior e assim 
acumular mais capitais. 
 
• Degradação ambiental: o sistema capitalista está ligado à produção em massa e o consumo na 
mesma proporção, com isso produz o lucro, para a obtenção de matéria-prima é preciso retirar da 
natureza diversos recursos. A exploração constante e desenfreada tem deixado um saldo de 
devastação profunda no meio-ambiente. Durante o último século o mundo passou por profundas 
evoluções e a natureza sempre foi usada nesse processo, porém sem planejamento a mesma já 
demonstra saturação e incapacidade de regenerar. Ultimamente a humanidade tem comprovado os 
reflexos, tais como aquecimento global, elevação dos oceanos, mudanças climáticas, escassez de 
água entre muitos outros. 
 
• Intensificação das desigualdades sociais: a busca incessante por lucros faz com que haja uma 
grande exploração do trabalho por parte dos donos dos meios de produção, isso ocorre com mais 
intensidade por causa da falta de emprego, como existe uma grande oferta de trabalhadores os 
salários conseqüentemente são baixos, além da modernização da produção que retira um número 
muito elevado de postos de trabalho. A exploração da força de trabalho aumenta cada vez mais a 
disparidade econômica existente, pois concentra as riquezas nas mãos de poucas pessoas. 
 
• A extinção dos valores humanos: o ponto máximo, o objetivo maior do capitalismo é o consumo e 
para isso uma série de artifícios é usada para que as pessoas aumentem gradativamente o seu 
consumo, muitas vezes sem necessidade, isso é fruto dos anúncios publicitários que influenciam as 
pessoas e essas até de forma inconsciente ingressam nesse processo articulado pelo sistema. É 
justamente nessa busca por adquirir bens materiais que os valores humanos são perdidos ou 
deixados de lado, pois o que as pessoas possuem torna-se mais importante do que o que elas 
realmente são, além disso, as relações humanas como amizade, solidariedade, companheirismo são 
ignoradas. 
 
FONTE: Publicado por Eduardo de Freitas 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/os-problemas-derivados-capitalismo.htm 
GABARITO 
 “A matrix está em toda parte...”: ideologia e visões de mundo 
1 – Defina o conceito de ideologia, comparando as definições apresentadas por Marx, Lênin, Gramsci e 
Mannheim Sintetizando a definição da filósofa Marilena Chauí (1980, p.113): 
É um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e de normas ou regras 
(de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem 
pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que 
devem fazer e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo, de representações e práticas 
(normas, regras e preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador (...) (1980, p. 113). Mas, para 
outros autores a ideologia é assim definida: Para Karl Marx, a ideologia adquire um sentido como 
instrumento de dominação de uma classe sobre outra ou de um grupo social sobre outro. Ideologia seria 
também uma falsa consciência da realidade. Mas, Lênin deu outro sentido ao termo: para ele, ideologia 
era qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses das classes sociais, ou 
seja, cada classe social teria a sua própria ideologia. Para Gramsci, o conceito de ideologia significa 
também uma concepção de mundo, manifestando-se implicitamente na arte, no direito, na atividade 
econômica, em todas as manifestações da vida. E, de acordo com o pensador italiano, tal conceito tem por 
função conservar a unidade de toda a sociedade e dos grupos. Por fim, o sociólogo alemão Karl 
Mannheim fez uma distinção entre os termos ideologia e utopia. Ideologia seria um conjunto de 
concepções, ideias e teorias que orientam os indivíduos para estabilizar, legitimar ou reproduzir a ordem 
das relações sociais dos homens. Ou seja, todas aquelas ideias, concepções ou teorias que têm um 
caráter de conservação da realidade social. Utopias seriam o contrário, ou seja, ideias, concepções ou 
teorias que aspiram a construção de outra realidade social, que ainda não existe. 
2 – Como a ideologia se manifesta em sua escola? Dê exemplos. 
Quando se afirma, por exemplo, que “a escola dá oportunidades a todos os alunos de aprenderem as 
coisas da vida”, tenta-se ocultar que a escola, com sua suposta aura democrática de ser igual para todos, 
estimula ainda mais as desigualdades na sociedade. Ao utilizar um padrão de linguagem e ensino mais 
próximo dos estudantes com maior acesso aos diversos bens culturais, fica evidente que a instituição 
escolar incentiva ainda mais o aprofundamento das desigualdades existentes na sociedade. [O professor 
deve observar para a turma que esta resposta se refere ao papel da escola como instituição social, em 
geral, não se referindo a uma escola específica]. 
3 – Por que podemos afirmar que existe uma “Matrix nossa de cada dia”? 
Apesar de sabermos que não vivemos em um mundo virtual, e que não há nenhuma grande máquina que 
nos controla, muitas vezes somos, sim, controlados por determinadas ideias que nos fazem pensar que o 
mundo “é assim” e que “sempre será assim”. Isso faz com que nos conformemos com o mundo que 
encontramos, para o qual não existiria qualquer alternativa de mudança, mas somente adaptação. Essa 
verdadeira “matrix”, que existe no nosso dia a dia, é a ideologia que serve de justificação para se manter 
tudo como está, em defesa das classes dominantes e em detrimento da maioria da população e de todos 
aqueles que sofrem algum tipo de discriminação na sociedade. 
 VERIFICANDO O SEU CONHECIMENTO 
1. A 
2. D 
	Nascimento da sociologia: contexto histórico
	 Antecedentes históricos
	 Surgimento da sociologia
	 Sucessores de Auguste Comte
	Como os autores clássicos da sociologia definem as divisões sociais
	Principais sociólogos clássicos e suas teorias
	 Karl Marx
	 Émile Durkheim
	 Max Weber

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