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PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO ANTIMICROBIANO QUIMIOTERAPICOS x ANTIMICROBIANOS Antibióticos: substancias produzidas por espécies de microrganismos ou plantas que tem ação contra outro microrganismos Quimioterápicos: Substancias sintéticas que possuem ação antimicrobiana. · Antibacterianos · Antifúngicos · Antivirais · Antiparasitários ANTIBACTERIANOS Na pratica clinica o uso de antimicrobianos tem duas finalidades: · Profilática · Terapêutica Fatores que influenciam a escolha dos ABT’s: · Características do paciente: Idade, função renal e hepática, estado imunológico, localização do processo infeccioso, terapia previa com antimicrobianos, gravidez/lactação e sensibilidade do paciente; · Agentes etiológicos: Envolvem a analise do antibiograma e os prováveis mecanismos de resistências; · Propriedades dos antimicrobianos: Farmacocinética e a farmacodinâmica, mecanismo de ação, sinergismo ou antagonismo, toxicidade, interação medicamentosa e custos; Agente etiológico As bactérias gram-positivas possuem apena uma camada de peptidioglicanos, que nesse caso e mais espessa. As bactérias gram-negativas possuem uma camada mais fina de peptidioglicanos, além de outra camada composta por lipídios e proteínas. Coloração de Gram SINAIS E SINTOMAS DAS INFECCOES BACTERIANAS · Febre alta · Leucocitose (2 a 3x maiores do que os valores de referência) · Neutrofilia: padrão para detectar infecções bacterianas em crianças · Tosse produtiva · Persistência dos sintomas CLASSIFICAÇÃO: De acordo com o espectro de atividade: · Espectro estreito: penicilinas, eritromicina · Espectro amplo: tetraciclina e cloranfenicol De acordo com o tipo de atividade: · Bacteriostática: Sulfonamidas, tetraciclinas, cloranfenicol e eritromicina. · Bactericida: Penicilina, cefalosporinas, vancomicina, aminoglicosídeos, quinolonas. De acordo com o mecanismo de ação Mecanismos de ação: · Inibição da síntese de parede celular: penicilinas, cefalosporinas, vancomicina e bacitracim · Inibição da síntese de proteínas: Cloranfenicol, eritromicina, tetraciclina, streptomicina · Inibição da replicação e transcrição da síntese de ácidos nucleicos: Quinolonas, rifampicina · Inibição da síntese de metabolitos essenciais: Sulfonamidas e trimetropim · Injuria a membrana plasmática: Polimixina B Propriedades ideais: · Toxicidade seletiva; · Permanecer ativo na presença de plasma, sangue, fluidos e exudados; · Atingir rapidamente a concentração inibitória mínima (MIC) mantendo-se ativo por período prolongado; · Ação preferencialmente BACTERICIDA ou BACTERIOSTÁTICA; · Não ser alergênico ou produzir efeitos colaterais; · Não propiciar o surgimento de linhagens resistentes; · Ter AMPLO ESPECTRO de ação; Toxicidade : Idade - Síndrome do bebê cinzento: cloranfenicol; Kernicterus: destruição das hemácias -sulfonamidas; Ototoxicidade em idoso: aminoglicosídeos Função renal: Necessidade de reduzir doses; IR leve: AMG, vancomicina, cefalosporinas; IR grave: fluoroquinolonas; A evitar: cefalotina, ácidonalidíxico. Função hepática: Necessidade de reduzir doses: Cloranfenicol, metronidazol, rifampicina. A evitar: eritromicina, tetraciclina. Gravidez: Todos devem ser evitados; Riscos para o feto: surdez (AMG), ossos e dentes (tetraciclina) Riscos para gestante: necrose gordurosa do fígado, pancreatite e lesão renal (tetraciclinas); Seguros: penicilinas, cefalosporinas, eritromicina AÇÃO DOS ANTIBIOTICOS Dependentes de fatores locais: Presença de pus e secreções: Contém fagócitos, resíduos celulares e proteínas – podem se ligar ao fármaco ou criar condições desfavoráveis a sua ação. Presença de hematomas: Ligação do fármaco à hemoglobina – redução do pH do local da infecção: redução da atividade dos aminoglicosídeos e macrolídeos. Abcessos: Comprometimento da penetração da área – necessidade de drenagem do abcesso. Escolha do antibiótico: Espectro de atividade; tipo de atividade; sensibilidade do microrganismo; toxicidade relativa; perfil farmacocinético; vias de administração; evidencias de eficácia clínica, custo. Uso combinado de antibióticos: · Obter sinergismo: sulfametazol + trimetropima, amoxicilina + ácido clavulanico. · Reduzir a gravidade ou incidência de efeitos adversos · Prevenir o desenvolvimento de resistência: valor nas infecções crônicas – tratamentos prolongados (tuberculose, hanseníase) · Ampliar o espectro de ação RESISTENCIA BACTERIANA · Bloqueio da entrada do antibiótico · Inativação por enzimas: beta lactâmicos · Alteração da molécula alvo · Bomba de efluxo Plasmídeos COMPOSTOS BETALACTAMICOS Antibióticos beta lactâmicos – tais componentes recebem essa designação geral por terem em sua estruturam um anel β-lactâmico. Entre eles podem ser citados: penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos, carbapenêmicos e inibidores de β-lactamases. PENICILINAS Química: Anel tiazolidínico (A), fixado ao anel betalactâmico (B); A hidrolise do anel B, por enzimas betalactamases bacterianas produzem o acido penicilóico, desprovido de atividade antibacteriana. BETALACTÂMICOS Classificação · Penicilinas (ex: penicilina G) Mario atividade gram +, cocos gram – e anaeróbicos não produtores de betalactamases · Penicilinas antiestafilocócicas (ex: nafcilina) Resistentes à betalactmases estafilocócicas Ativas contra estafilococos e estreptococos Inativas contra enterococos, bactérias anaeróbicas, cocos e bastonetes gram – · Penicilinas de espectro amplificado (ex.: ampicilina e p.antipseudomonas) Atividades contra gram + e gram – Suscetíveis à hidrolise por betalactamases. MECANISMO DE AÇÃO · Inibem o crescimento das bactérias, ao interferir síntese da parede celular bacteriana, levando à lise celular, por pressão osmótica. · Se ligam covalentemente ao sitio ativo da proteína de ligação da penicilina (PLP) e inibe a reação de transpeptidação, interrompendo a formação das ligações cruzadas de peptideoglicano morte celular. · “BACTERICIDA” RESISTÊNCIA I. Inativação do antibiótico pelas betalactamases; Penicilinases (Staphylococcus aureus, haemophyllus sp. .E.coli); Cefalosporinases + Penicilinases (Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter sp.) II. Modificação das PLP-alvo; Resistência a meticilina nos estafilococos e à penicilina nos pneumococos e enterococos Produzem PLP com baixa afinidade de ligação. III. Penetração reduzida do fármaco até as PLPs; Observada nas gram-, devido baixa permeabilidade da membrana externa ausência ou mutação das porinas. IV. Bomba de efluxo Transportam os antibióticos do periplasma de volta a membrana externa. FARMACOCINÉTICA Absorção Via enteral depende da sua estabilidade ácida e da ligação a proteínas: · Hidrolise acida limita absorção VO de algumas penicilinas · Absorção afetada por alimentos (exceto amoxicilina) 1h a 2h longe das refeições Via parental · Preferível IV que IM ( irritação e dor muscular) · Fortemente ligadas a ptns plasmáticas (nafcilina) possuem menor absorção que as que se ligam pouco (penicilina G e ampicilina) Absorção retardada · Concentrações plasmáticas e teciduais prolongadas · Penicilina benzatina e procaína 1 dose de benzetacil IM mantem níveis séricos por 10 dias / 3 semanas 1 dose de penicilina procaína 12h a 24h após injeção IM Usos clínicos A)PENICILINA Gram+ e MOs anaeróbicos Gram– não-produtores de betalactamases Penicilina G: dependendo da gravidade e local da infecção 4.000.000 a 24.000.000UIIV/dia (4 a 6 doses fracionadas). Penicilina V: apenas para infecções menores devido à baixa biodisponibilidade (4x/dia), espectro estreito Penicilina G benzatina: 1,2milhãoUI-escolha nas infecções orofaríngeas por estreptococos beta-hemolíticos; IM a cada 4 semanas (profilaxia de reinfecção); 2,4 milhão UI–IM, 1x/semana; tratamento da sífilis. Penicilina G procaína: Pouco prescrita cepas muito resistentes. B)PENICILINAS RESISTENTES À BETALACTAMASE Infecções sistêmicas graves por estafilococos: Oxacilina ou nafcilina 8 a 12g/dia, infusão IV intermitente 1 a 2g, a cada 4 a 6h (50a100mg/kg/dia para crianças).C)PENICILINASDEESPECTROAMPLIADO Tratamento de infecções por gram– Amoxicilina 250 a 500mg VO, 3x/dia equivale à mesma quantidade de ampicilina administrada 4x/dia. Infecções do trato urinário Sinusite Otite Infecções das vias respiratórias inferiores Outros usos... Reações adversas A maioria são relacionados à hipersensibilidade sensibilização e reações cruzadas; · Anafilaxia (raro) · Doença do soro (imunocomplexos – raros) · Exantemas cutâneos · Eosinofilia · Anemia hemolítica · Vasculite · Convulsões pacientes com insuficiência renal; · Neutropenia – nafcilina; · Hepatite – oxacilina; · Nefrite intersticial – meticilina (não mais usada); · Penicilina VO – desconfortos do TGI. CEFALOSPORINAS · Mais estáveis à betalactamase que as penicilinas · Espectro de atividade mais amplo · Algumas E. coli e Klebsiella resistentes são capazes de hidrolisar as cefalosporinas; · Modificações em R1: - Espectro de ação - Resistencia à hidrolise por β-lactamases · Modificações em R2: - Amento da meia-vida - Penetração tecidual MECANISMO DE AÇÃO Inibem o crescimento bacteriano, por interferir na reação de transpeptidação da síntese de sua parede celular; · Tem maior afinidade pela PBP-3 · Impedem a união das cadeias contendo ácido murâmico. RESISTÊNCIA · Hidrolise por enzimas beta-lactamases - Induzida pelo fármaco - codificação plasmidial · Alterações do sítio estrutural das PBPs · Redução da permeabilidade da membrana externa · Efluxo da droga por mecanismo ativo FARMACOCINETICA Absorção: · Via oral estáveis em meio acido Ate 95% de biodisponibilidade · Parenteral IV e IM · São antimicrobianos tempo dependentes Metabolização: A maioria não é metabolizada Excreção: Renal 1ª GERAÇÃO: Espectro de ação: · Cocos Gram + como S. aureus oxacilina sensível e S. pyogenes · Poucas Gram – como E. coli, Proteus mirabilis e Klebsiella pneumoniae · Cocos anaeróbios (exceto Bacteroides fragilis) Indicação clínica: · Infecções de tecidos moles, leves e moderadas. · Eventualmente em amigdalites purulenta (S.pyogenes) · Infecções não complicadas do TU baixo (E.colisensível) · Infecções estreptocócicas e estafilocócicas extensas · Profilaxia de cirurgias limpas ou de sítios estéreis sem que haja abordagem de mucosas (Via parenteral) - Cefazolina 2ª GERAÇÃO: Espectro de ação: · Atividade contra anaeróbicos · Cobertura ampliada contra Gram – e cocos gram + · H. influenza, Moraxella catarrhalis · Bacteroides fragilis (cefoxitina) Indicação clínica: · Tratar sinusite, otite, faringite, amigdalite (cefalosporinas orais) · Infecções anaeróbicas mistas (pernoite e diverticulite) – Cefoxitina · Pneumonia comunitária (cefuroxina) · Profilaxia de cirurgias que abordem mucosas; cardíacas; neurológicas; do trato gastrointestinal. Recomendações: · Não utilizar como droga de primeira escolha para meningite e pneumonia; · Não utilizar em infecções por Pseudomonas; · Não utilizar em enterobactérias pois induz resistência. 3ª GERAÇÃO: Espectro de ação: · Muito efetivas contra bacilos Gram – · Alguns possuem a capacidade de atravessar a barreira hematocefalica · Ceftazidima e cefoperazona age contra Pseudomona aeruginosa · Tem ação contra Neisseria e haemophilus produtores de beta-lactamases · Citrobacter, serratia marcescens e providencia (algumas cepas podem produzir cefalosporinases) · Eficácia reduzida em relação as Gram +, comparada as gerações anteriores. Farmacocinética: · Meia-vida: variam acentuadamente entre os fármacos Ceftrixona – 7 a 8h pode ser injetada a cada 24h (15 a 50mg/kg/dia) Dose única de 1g/dia para a maioria das infecções; Dose de 4g/dia meningite Cefoperazona – 2h Demais fármacos – 1 a 1,7h Indicação clínica: · Tratamento da gonorreia · Meningite (exceto por listeria monocytagenes) - ceftriaxona e cefotaxina (são as mais ativas contra cepas de pneumococos resistentes a penicilina) · Pneumonia comunitária · Sepse em imunocompetentes e imunocomprometidos · Infecção por pseudomonona (ceftazidima) · Infecção do TU, abdominais e vias biliares · Febre tifoide · Endocardites estreptocócicas · Osteomielites ambulatoriais 4ª GERAÇÃO Espectro de ação CEFEPIMA · Atividade aumentada em gram – (E. coli proteus mirabilis, salmonella, shigella, Klebsiella, moraxella, citrobacter, enterobacter, H. influenza, serratia) · Excelente ação contra pseudomonas · Gram + incluindo pneumococo e estafilococo meticilino sensíveis Indicações clínicas: · Pneumonias hospitalares · Infecções graves do trato urinário · Meningite por Bacilo gram – · Infecções estafilococicas oxacilina sensíveis · Granulocitopenia febril (empírico) EFEITOS ADVERSOS São pouco frequentes, pois são drogas de baixa toxicidade · Hipersensibilidade em casos raros Rash cutâneo, as vezes acompanhado com febre e eosinofilia · Reações mais raras Doença do soro Anafilaxia Angioedema Nefrotoxicidade Efeitos hematológicos (citopenias) · Reações gastrointestinais não são habituais (náusea, vomito e diarreia) · Neurotoxicidades (cefepime, gerando convulsões) 5ª GERAÇÃO Ceftaroline e ceftobiprole · Mais recentes; tratamento de infecções por staphylococcus spp. Resistentes à oxalacilina. · Atua contra gram-positivos (incluindo staphylococcus aureus resistente a meticilina [MRSA]) e algumas bactérias Gram-negativas. · O seu uso é aprovado para tratamento de pneumonia da comunidade e infecções de pele e partes moles (aprovado para o uso no Brasil em dezembro de 2015) as doses de 600mg 12/12h. O uso offlabel, baseando-se nos conhecimentos de farmacocinética / farmacodinâmica (Tempo>MIC), para o tratamento de infecções graves como endocardite, bacteremia e pneumonias por MRSA, necessita de doses maiores (600mg8/8horas). MONOBACTÂMICOS · Possui 1 anel beta-lactâmico monocíclico · Espectro de atividade limita-se a bastonetes gram-aerobicos, inclusive P.aeruginosa. · Sem atividade contra bactérias Gram + ou anaeróbicas. · Seu espectro de ação se assemelha às cefalosporinas de 3ª geração. · Aztreonam é o único disponivel da classe; · Estável à algumas beta-lactamases; · Boa penetração no liquido cérebro-espinal. FARMACOCINETICA: · Adm via IV a cada 8h, em doses de 1 a 2g · Meia vida de 1 a 2h, sendo prolongada na insuficiência renal. REAÇÕES ADVERSAS: · Exantemas cutâneos · Elevações de aminotransferases (monitorar) · Bem tolerado em pacientes com reações alérgicas a penicilina. INIBIDORES DE BETALACTAMASES ÁCIDO CLAVULÂNICO, SULBACTAM E TAZOBACTAM · Assemelham-se a moléculas beta-lactâmicas, porem exibem fraca ação antibacteriana; · Potentes inibidores de muitas beta-lactamases; · Protege as penicilinas hidrolisáveis contra a ação dos betalactamases; · Diferem entre si quanto à: · Farmacologia · Estabilidade · Potencia · Atividade · O espectro bacteriano da associação é determinado pela penicilina e não pelo inibidor. · Associações: · Ampicilina + sulbactam · Piperacilina + tazobactram · Amoxicilina + clavunato CARBAPENÊMICOS DORIPENÉM, ERTAPENÉM, IMIPENÉM, MEROPENÉM Imipeném primeiro fármaco da classe; · Amplo espectro e boa atividade contra bastonetes gram -, inclusive P. aeruginosa, MOs Gram + e anaeróbicos; · Resistente contra a maioria das beta-lactamases; · É inativado por desidropeptidases nos túbulos renais administrados em associação com a cilastatina (inibidor de desidropeptidases) Doripeném e Meropeném · Exibem ação um pouco maior contra gram – e um pouco menor para gram + que o imipenem; · Não necessitam de inibidor da transpeptidase. FARMACOCINETICA: · Boa penetração nos tecidos e fluidos corporais, inclusive no tecido cérebro-espinal; · Todos sofrem depuração renal; · Dose inicial de imipenem 0,25 a 0,5g via IV a cada 6 a 8h (meia vida 1h) · Meropenem 0,5 a 1g IV para adultos a cada 8h · Ertapenem meia vida mais longa (4h); adm. Via IM 1x/dia, associado a lidocaína, por ser irritante pela via IM; REAÇÕES ADVERSAS · Desconfortos gastrointestinais; · Reações cutâneas no local da infusão · Reações alérgicas cruzadas com penicilina USOS CLÍNICAS· Infecções causadas por Enterobacter sp resistem às betalactamases deste gênero · Tratamento de escolha para infecções causadas por Gram – produtoras de betalactamase de espectro ampliado. GLICOPEPTÍDEOS Vancomicina: · Ativo apenas contra Gram+ · Pouco absorvida por via oral · VO apenas no tratamento de colites · Preferível por via IV · Antibiótico de reserva em muitos hospitais (abt restrito) TEICOPLANINA · Espectro semelhante à vancomicina · Pode ser adm por via IM ou IV · Meia vida longa (45 a 70h) TELAVANCINA DALBAVANCINA OUTROS AGENTES ATIVOS CONTRA A PAREDE CELULAR INIBIDORES DA SINTESE PROTEICA TETRACICLINAS: Mecanismo de ação: · Antibióticos bacteriostáticos de amplo espectro Inibição da síntese proteica nas bactérias; · Se ligam de maneira reversível à subunidade 30S do ribossomo bacteriano, impedindo a ligação do RNAt ao sitio aceptor do complexo RNAm-ribossomo, impedindo a ação de aminoácidos e formação de peptídeos; Espectro de ação: · São ativas contra muitas bactérias Gram+ e Gram – · MOs anaeróbicos · Riquétsias · Clamideas · Micoplasmas Resistencia: Influxo comprometido Bomba de efluxo · Depende da afinidade da molécula do fármaco para cada tipo de bomba · Gram negativas resistentes a tetraciclinas, doxiciclina e monociclina · Sensíveis a tigeciclina (não é substrato para bomba) Proteção do ribossomo produção de proteínas bacterianas que interferem na ligação da tetraciclina ao ribossomo; · Proteína de proteção ribossomal Ter(M) expressa por gram+ resistência a tetraciclina, dixociclina e mociclina, mas não sobre a tigeciclina (bloqueio esterico) · A tigeciclina é sensível a bombas expressas em Proteus e P. aeruginosa. Inativação enzimática FARMACOCINETICA Absorção variável por VO · Clortetraciclina: 30% · Tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina: 60 a 70% · Tigeciclina: apenas IV Interação medicamentosa · Absorção prejudicada por alimentos (exceto doxiciclina e minociclina) · Cátions bivalentes (Ca++, Mg++, Fe++) ou Al+++ (a quelação com o Ca++ lesionam dentes e ossos em crescimento) · Derivados do leite · Antiácidos (pH alcalino e cátions multivalentes) · Doxiciclina sofre indução enzimática por fenitoina, álcool, carbamazepina e barbitúricos ( meia vida em 50%) As tetraciclinas potencializam o efeito de: · Anticoagulantes orais · Antidiabéticos orais (hipoglicemia) · Derivados de biguanidas – classe de antidiabéticos (risco de acidose láctica) FARMACOCINÉTICA As tetraciclinas são classificadas pelo tempo de ação: Ação curta (6-8h): clortetraciclina; tetraciclina; oxitetraciclina. Ação intermediaria (8-12h): Metaciclina Ação longa (16-24h): doxiciclina; minociclina Distribuição: · Distribuem-se amplamente pelos líquidos orgânicos, exceto liquido cérebro-espinhal; · Atravessam a membrana placentária para alcançar o feto; · São excretadas no leite · Minociclina exibe altas concentrações em lagrimas e saliva. Excreção: · Bile · Urina Doxiciclina e tigeciclina são excretadas por mecanismos não renais não sendo necessário o ajuste de dose na IR USOS CLÍNICOS 1ª Escolha no tratamento de infecções provocadas por: · Riquétsias; · Mycoplasma pneumoniae · Clamídias · Algumas espiroquetas São empregadas em combinação com outros fármacos na ulcera duodenal por H. pylory Infecções por alguns protozoários : - Plasmodium falciparum (Malária) Em associação com outros ABTs · Peste · Tulariose · Brucelose EFEITOS ADVERSOS · Toxicidade direta de medicamento · Alteração da microbiota intestinal REAÇÕES ADVERSAS Trato gastrointestinal: · Náusea · Vômitos · Diarreia · Prurido anal · Candidíase oral ou vaginal · Enterocolite com choque e morte Estrutura óssea e dentes: No feto: fluorescência, descoloração e displasia do esmalte; deformidades e incapacidade de crescimento. Nas crianças pequenas: coloração acinzentada ou marrom nos dentes ou malformação Fígado: Necrose Hepática Rins: · Acidose tubular renal · Glicosuria · Proteinúria · Fosfatúria Outros: · Trombose venosa · Irritação dolorosa local · Fotossensibilidade · Tontura, vertigem, náuseas e vômitos · Síndrome de diabetes insípidus · Erupção bolhosa nas mãos · Neutropenia e anemia – mais raro AMINOGLICOSIDEOS · Neomicina; · Gentamicina; · Amicacina; · Tobramicina; · Estreptomicina; · Espectinomicina; · Soframicina; · Paramomicina; · Arbecacina. Mecanismo de ação Resistência: 1. Produção de enzimas que causam a inativação do ATB 2. Alteração a permeabilidade da membrana microbiana à droga (mutação das porinas ou crescimento anaeróbico) 3. Alteração da proteína receptora ribossomal na subunidade 30S FARMACOCINETICA · Mal absorção no TGI · Quase totalmente excretada nas fezes após adm oral · Melhor absorção IM ou IV (ou tópico) · Meia vida normal no soro: 2a3h Aumentada pra 24 a 48h na IR Removidos parcialmente na diálise · Não penetram no SNC e nos olhos (compostos muito polares) - Injeção intratecal em casos de meningite · Excreção renal INTERAÇOES MEDICAMENTOSAS Sinergismo: Aminoglicosídeos + Beta-lactâmicos · Penicilina G + Estreptomicina, contra Enterococos. · Penicilina Antipseudomona + Gentamicina ou Amicacina, contra Pseudomonas. · Cefalosporina ou Vancomicina + Aminoglicosídeos. · Nefrotoxicidade: Uso com vancomicina, polimixia, anfotericina B, clindamicina, furosemida. · Ototoxicidade: Uso com ácido etacrínico · Paralisia neuromuscular: doses altas ou por via IV; doses normais em pacientes que usaram bloqueadores neuromusculares e magnésio, ou portadores de miastenias graves. REACOES ADVERSAS · Ototoxicidade: destruição progressiva de células sensoriais vestibulares e cocleares (zumbido agudo) · Sintomas de toxicidade vestibular: cefaléia → náuseas, vômitos e dificuldade no equilíbrio → labirintite crônica → estágio compensatório · Bloqueio Neuromuscular: inibem a liberação pré-sináptica de Acetilcolina e reduzem sua sensibilidade pós-sináptica; A ordem decrescente de bloqueio é: Neomicina > Canamicina > Amicacina > Gentamicina > Tobramicina · Infusão de sal de Cálcio é o tratamento preferido para essa toxicidade. Outros Efeitos: Estreptomicina: lesão do nervo óptico com aparecimento de escotomas, neurite periférica; Neomicina: aplicada topicamente pode desencadear reações de hipersensibilidade e por VO pode provocar síndrome de má absorção e superinfecção. Gentamicina: por via intratecal ou intraventricular pode causar radiculite. MACROLIDEOS Eritromicina foi descoberta em 1952 como um produto metabólico da Streptomyces erythreus. Claritromicina e Azitromicina* são derivados semissintéticos. Mecanismo de ação: Bacteriostáticos ou bactericidas (altas doses) Inibem a síntese de proteínas bacterianas ao ligarem-se a unidade 50S do ribossomo, impedindo o alongamento da cadeia polipeptídica, bloqueando o seu túnel de saída. Azitromicina – · Derivado da eritromicina 15átomos · Ação, atividade e espectro similar à claritromicina; · Bastante ativa contra Clamydia sp e H.influenzae. · Difere da claritromicina e eritromicina nas características farmacocinéticas: · Bem tolerada por VO · Biodisponibilidade não alterada por antiácidos à base de Al e Mg (porém alteram a absorção) · Boa penetração nos tecidos (exceto BHE) e células fagocíticas; · Lentamente liberado nos tecidos (meia vida de 2 a 4 dias) a concentração nos tecidos é maior que no soro. Dose única diária Curta duração de tratamento · Não inativa citocromo P450 livre de interações medicamentosas (15átomos) SULFONAMIDAS Inibidores do metabolismo Possui Semelhança estrutural com o ácido p-aminobenzoico (PABA); Bactérias sintetizam o folato através do PABA via essencial para a produção de purinas e síntese de ácido nucleico; Não utilizam folatos exógenos; Mecanismo de ação: · Bacteriostático · Como análogos estruturais do PABA as sulfonamidas inibem a enzima di-hidropteroato sintetase nas bactérias e a produção de folatos. · Inibição competitiva: as sulfas impedem a incorporação do PABA, durante a biossíntese do ácido diidropteróico, componente este utilizado,para síntese de DNA. · Combinação de uma sulfonamida com um inibidor da di-hidrofolato redutase sinergismo inibição sequencial da síntese de folato. RESISTENCIA Mutações que provocam produção excessiva do PABA; Produção de outra enzima sintetizadora de ácido fólico com baixa afinidade por sulfonamidas transmissão plasmidial de ampla e rápida disseminação Permeabilidade diminuída à sulfonamidas FARMACOCINETICA Absorção no estomago e intestino Boa distribuição nos tecidos e líquidos orgânicos atravessa BHE, placenta e feto Pode m ser divididas em três grupos: · Tópicas · Orais não-absorvíveis · Orais absorvíveis · Ação curta · Intermediaria(sulfadiazina, sulfametoxazol – 10 a 17h) · Longa (sulfadoxina – 7 a 9 dias) USOS CLINICOS Raramente empregados isolados Combinações em doses fixas de sulfametoxazol-trimetropima é o fármaco de escolha para tratar algumas infecções: · Pneumonia por Pneumocystis jiroveci · Toxoplasmose · Nocardioses Agentes orais absorvíveis: · Sulfitoxazol (1g 4x/dia) e sulfametoxazol (1g 2-3x/dia) infecções do trato urinário · Sulfadiazina + pirimetamina tratamento de escolha da toxoplasmose aguda (dose de ataque / dose de manutenção) · Cuidados com a supressão da medula óssea adm de ácido folinico Agentes orais não absorvíveis: Sulfassalazina doenças inflamatórias intestinais · Colite ulcerativa · Enterites Agentes tópicos: Sulfadiazina de prata · Tratamento de queimaduras Sulfacetamida (pomada ou solução oftálmica) · Conjuntivite bacteriana · Tracoma REACOES ADVERSAS Distúrbios do trato urinário · Precipitam-se na urina (meio neutro ou ácido) produzindo cristaluria, hematúria ou obstrução adm bicarbonato · Nefrite alérgica Distúrbios hematopoiéticos · Anemia hemolítica ou aplástica · Reações leucemoides · Risco aumentado de kemicterus em neonatos Mais comuns: · Desconfortos gastrointestinais · Erupção cutânea · Síndrome de Steve-Johnson (1% - raro) Potencial fatalidade de erupção de mucosas e pele. TRIMETROPRIMA Inibidores do metabolismo Mecanismo de ação Inibem seletivamente a enzima acido di-hidrofolico resutase, a qual converte o acido di-hidrofobico em acido tetra-hidrofóbico etapa que conduz a síntese de purinas e por fim DNA. Pouco eficientes na enzima de mamíferos Pirimetamina é mais efetiva na redutase de protozoários. Efeito sinérgico com sulfonamidas quando combinadas possuem ação bactericida RESISTENCIA Permeabilidade celular reduzida Produção excessiva de ácido di-hidrofólico redutase Produção de uma redutase alterada com pouca afinidade pelo fármaco FARMACOCINÉTICA Adm por VO isolada ou combinada com sulfametoxazol (Bactrim) Sulfametoxazo + trimetoprima podem ser adm via IV. Absorção intestinal Boa distribuição pelos líquidos orgânicos, inclusive BHE. Apresenta boas concentrações em líquidos prostáticos e vaginais EFEITOSCOLATERAIS Anemia megaloblástica, leucopenia, granulocitopenia Reações cruzadas com sulfonamida Desconfortos do TGI Vasculite Transtornos do SNC Intolerância em imunossuprimidos FLUOROQUINONAS Inibidores da síntese de ácidos nucleicos Quinolonas análogos fluorados sintéticos Ativos contra Gram + e Gram - MECANISMODEAÇÃO As quinolonas causam o bloqueio da síntese de DNA bacteriano ao inibirem a topoisomerase II (DNA - girase) e a topoisomerase IV. Topoisomerase II -Relaxamento do DNA espiralado Topoisomerase IV–Separação do DNA duplicado em duas células filhas durante a divisão celular. ATIVIDADEANTIBACTERIANA Os derivados fluorados possuem atividade bactericida no sangue e tecidos melhor que o ácido nalidíxico. Exibem MICs diferentes Melhor atividade contra aeróbios gram – Os mais modernos têm atividade melhorada contra gram + Atividade relativa Gram + versus Gram - O ciprofloxacino é o agente mais ativo do grupo contra Gram - (P. aeruginosa) O levofloxacino possui atividade superior contra gram + (S. aureus). RESISTÊNCIA Mutações que levam a uma diminuição da permeabilidade do organismo; Mutação do sítio de ligação das quinolonas nas topoisomerases Resistência cruzada FARMACOCINÉTICA · Boa absorção por via oral · Ampla distribuição nos líquidos e tecidos orgânicos · Absorção prejudicada por cátions bi e trivalentes (antiácidos) EFEITOSCOLATERAIS · Desconfortos TGI · Cefaléia · Tonturas · Insônia USOSCLÍNICOS Efetivas (exceto moxifloxacino) nas ITUs causadas por vários MOs, inclusive P. aeruginosa. · Tratamento da diarreia bacteriana causada por Shigella, Salmonella, E. Coli toxigênica e Campylobacter · Infecções de tecidos moles, ossos e articulações (exceto norfloxacino) · Cipro escolha no tratamento do antraz · Tratamento da tuberculose por micobactérias atípica ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino. · Infecções do trato respiratório Levo, Gatifloxacino, gemifloxacino (mais ativos contra gram +)