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Alcance uma Vida Cristã Feliz
com os Ensinos dos Salmos
Á
mais que uma
bíblia de estudos,
uma companheira
de todas as horas
Em mais de 25 anos de existência, a Bíblia de Estudo Pentecostal
(BEP) se tornou uma companheira presente nos cultos, nos devocionais
e na leitura diária de centenas de milhares de brasileiros, indo muito
além de sua função primária de ser uma Bíblia para estudos segundo
a doutrina pentecostal.
Ao longo de todo esse tempo, o projeto da BEP ampliou-se, passando
a incluir as impressões em várias cores de capa e formatos, a edição
com a Harpa Cristã e as versões com conteúdo próprio e exclusivo
para crianças e jovens.
Neste ano de 2022, ela passa por uma grande reformulação, com a
revisão dos materiais de estudo, reorganização das notas e adequação
do texto conforme o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
A Bíblia de Estudo Pentecostal se aperfeiçoa para continuar sendo o
que sempre foi: a Bíblia número 1 no coração dos cristãos brasileiros.
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LIÇAO 1 O LIVRO DE SALMOS 3
LIÇÃO 2 O CAMINHO DO ÍMPIO E DO JUSTO 10
liçAo 3 O MESSIAS JÁ VEIO 17
LIÇÃO 4 O BOM PASTOR ESTÁ COMIGO 24
LIÇÃO 5 PRESTANDO UM CULTO SANTO A DEUS 32
LIÇÃO 6 O ANSEIO DA ALMA POR DEUS 40
LIÇÃO 7 PERDOE-ME, SENHOR 48
LIÇÃO 8 ALCANÇANDO UM CORAÇÃO SÁBIO 55
LIÇÃO 9 HABITANDO NO ESCONDERIJO DO ALTÍSSIMO 62
LIÇÃO 10 BENDIGA AO DEUS CRIADOR 69
LIÇÃO 11 LIVRAMENTO E AÇÃO DE GRAÇAS 76
LIÇÃO 12 QUANTO AMO A TUA PALAVRA 83
LIÇÃO 13 A BELEZA DA UNIDADE ESPIRITUAL 90
I Ü M M Í
s u
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CBO ASSEMBLÉIAS DE DEUS
Presidente da Convenção Geral das
Assembléias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Presidente do Conselho Administrativo
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Consultor Doutrinário e Teológico
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ENCORAJAMENTO,
INSTRUÇÃO E CONSELHO
Alcance uma Vida Cristã Feliz
com os Ensinos dos Solmos
Com a graça de Deus iniciare
mos o segundo trimestre do ano.
Estudaremos o maior Livro da Bíblia
e um dos mais conhecidos: o Livro
de Salmos.
Nosso propósito é mostrar que
o Livro de Salmos é uma coletânea
de poesia hebraica inspirada pelo
Espírito Santo. Veremos que essas
poesias nos permitem potencializar
a nossa devoção ao Altíssimo.
O Livro de Salmos é singular
porque nele encontramos o ho
mem falando com Deus a respeito
das questões mais profundas da
sua alma.
Desejamos que, ao Longo deste
trimestre, a sua vida devocional seja
edificada para a glória de Deus.
Que Deus o abençoe.
Até o próximo trimestre.
RIO DE JANEIRO - CPAD MATRIZ
Av. Brasil, 34401 - Bangu - CEP21852-002
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CENTRAL DE ATENDIMENTO
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O LIVRO DE SALMOS
"E disse-lhes: São estas as
palavras que vos disse estando
ainda convosco: convinha que se
cumprisse tudo que de mim estava
escrito na Lei de Moisés, e nos
Profetas, e nos Salmos." (Lc 24.44)
O Livro dos Salmos nos ajuda
em nossa vida com Deus. Ele nos
permite potencializar a nossa
devoção ao Altíssimo.
LIÇÃO 1
2 abr 2023
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - Lc 24.44
O Livro de Salmos na vida de Jesus
TERÇA - 1 Co 14.26
Os Salmos na igreja do
primeiro século
QUARTA - Ef 5.19
Os Salmos como elemento do
culto da Igreja Primitiva
QUINTA - Sl 51.4
A intimidade do ser humano
nos Salmos
SEXTA - Sl 109.26
Um clamor por auxílio
divino nos Salmos
SÁBADO - Sl 33.6-8
O Deus Criador nos Salmos
RESUMO DA LIÇÃO
TEXTO PRINCIPAL
JOVENS 3
OBJETIVOS
% MOSTRAR que SaLmos é um Livro que faLa ao coração;
0 EXPLICAR a composição e propósito do Livro de SaLmos;
% DESTACAR os principais temas do Livro de Salmos.
INTERAÇAO
Prezado(a) professor(a), com a graça de Deus iniciaremos mais um trimestre.
O comentarista das lições é o evangelista Marcelo Oliveira, chefe do Setor de
Educação Cristã da CPAD. Ele é bacharel em Teologia pela FAECAD (Faculdade
Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia das Assembleias de Deus),
licenciado em Letras e graduando de Psicologia. Especialista em Educação.
Estudaremos porções do Livro de Salmos, e veremos se tratar de uma das
mais belas expressões do Espírito Santo por meio de seus autores no Antigo
Testamento. Na primeira lição, o autor vai abordar o Livro no tempo de Jesus e da
igreja do primeiro século, bem como seu título, autoria e data. Ele também fará
uma análise da composição e do propósito de Salmos, focando alguns temas im
portantes desse precioso Livro. O propósito, ao longo deste trimestre, é que a sua
vida devocionaL, assim como a de seus alunos, seja edificada para a glória de Deus.
ORIENTAÇAO PEDAGÓGICA
Professor(a), para a primeira aula do trimestre, sugerimos que você repro-
duza a tabela abaixo mostrando aos alunos uma visão panorâmica da divisão
dos Salmos em cinco livros.
LIVRO I
1-41
LIVRO II
42-72
LIVRO III
73-89
LIVRO IV
90-106
LIVRO V
107-150
Total de Salmos 41 31 17 17 44
Autoria Maioria de Davi
Maioria
de Davi e
dos filhos
de Corá
Maioria
de Asafe
Maioria
de anôni
mos
Maioria
de Davi ou
anônimos
Nome divino
predominante
Jeová (o
SENHOR)
El/
ELOHIM
(Deus)
El/
ELOHIM
(Deus)
Jeová(o
SENHOR)
Jeová(o
SENHOR)
Temas fre
quentes
O ser hu
mano e a
criação.
Livra
mento e
redenção
Adora
ção e
santuá
rio
O deserto
e os
caminhos
de Deus
A Palavra
de Deus
e o seu
louvor
Semelhança
com o Penta-
teuco
Gênesis Êxodo Levítico Números Deutero-nômio
Extraído de Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 813.
4 JOVENS
TEXTO BÍBLICO
Lucas 24.44-49
44 E disse-Lhes: São estas as paLavras
que vos disse estando ainda con-
vosco: convinha que se cumprisse
tudo que mim estava escrito na Lei
de Moisés, e nos Profetas, e nos
SaLmos.
45 Então, abriu-Lhes o entendimento para
compreenderem as Escrituras.
46 E disse-lhes: Assim está escrito, e as
sim convinha que o Cristo padecesse
e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos
mortos.
47 E, em seu nome, se pregasse o arre
pendimento e a remissão dos pecados,
em todas as nações, começando por
Jerusalém.
48 E dessas coisas sois vós testemunhas.
49 E eis que sobre vós envio a promessa
de meu Pai; ficai, porém, na cidade
de Jerusalém, até que do alto sejais
revestidos de poder.
INTRODUÇÃO
Ao longo deste trimestre, estudare
mos porções do Livro de Salmos. Essa
obra é uma das mais belas expressões do
Espírito Santo por meio de seus autores no
Antigo Testamento. Nesta primeira lição,
abordaremos o livro no tempo de Jesus e
da Igreja do primeiro século, bem como
seu título, autoria e data; analisaremos a
composição e o objetivo de SaLmos; e
focaremos em alguns temas importantes
desse precioso livro. Assim, o nosso pro
pósito, ao longo deste trimestre, é que a
sua vida devocionalseja potencializada
e edificada para a glória de Deus.
I - UM LIVRO QUE FALA AO CO
RAÇÃO
1. O Livro de SaLmos e Jesus. Na
leitura bíblica, o evangelista apresenta o
Livro dos Salmos como Escritura que fala
da vida, morte e ressurreição do Senhor
Jesus (Lc 24.44). Não por acaso, ele tinha
lugar na vida devocional de nosso Senhor.
Além de ocupar um lugar no ministério de
Jesus, juntamente com o livro de Isaías,
o Livro dos Salmos é o mais citado pelo
Senhor no Novo Testamento. Por isso,
ao longo da história da Igreja, o povo
de Deus sempre Leu os SaLmos tendo
em Jesus, o Cristo que se revela no livro.
2. O Livro de Salmos e a Igreja. Esse
livro sempre auxiliou a vida devocional
da Igreja de Cristo. Encontramos evi
dências disso quando o apóstolo Paulo
menciona a forma de a Igreja Primitiva
se reunir: “[...] quando vos ajuntais, cada
um de vós tem salmo” (1 Co 14.26); ou
como ordem na Epístola paulina: “en
chei-vos do Espírito, falando entre vós
com salmos” (Ef 5.19). Esses versículos
rastreiam uma prática comum da igreja
antiga. Os primeiros cristãos oravam,
cantavam e sentiam os Salmos. Não
era um exercício de mera repetição,
mas de profunda devoção em que as
palavras do saltério passavam a ser as
suas próprias orações; as poesias, suas
próprias canções.
3. O título do livro. O título do Livro
de Salmos remonta a ideia de devoção a
Deus. Por isso, os hebreus o denominam
de Tehilim, com o sentido de “louvores”. O
título tal como conhecemos hoje deriva
da palavra latina psalmus e da grega
psalmós, ambas traduzem a ideia de
toque de um instrumento musical. Assim,
JOVENS 5
com base na etimologia hebraica, Latina
e grega, bem como a tradição do uso do
Livro de SaLmos com Jesus e sua Igreja,
podemos afirmar que ele remonta uma
coletânea de 150 poesias que edifica a
vida espiritual do povo de Deus. Judeus
fiéis foram tocados por essa coletânea.
Os Salmos também é denominado de
SaLtério. Os primeiros cristãos tiveram
seus corações aquecidos por essas
belas e espirituais poesias. Você, em
pleno século XXI, pode ser edificado(a)
espirituaLmente pela beleza das canções
de Salmos.
4. Autoria e data. Não há apenas
um autor no Livro de Salmos. Esse livro
sagrado foi escrito por várias mãos,
guiadas e inspiradas pelo Espírito Santo
(2 Tm 3.16,17). Nesse sentido, metade
das poesias de Salmos é atribuída a
Davi. Há Salmos atribuídos aos filhos de
Corá (como o Salmo 42); há também os
atribuídos a Asafe (como o Salmo 50);
há Salmos atribuídos a Salomão, Hemã,
Etã; e, finalmente, há Salmos com autoria
desconhecida.
Quanto à data de autoria, podemos
dizer que a maioria dos Salmos foi escrita
entre os séculos X a V a.C. Assim, há os
que foram escritos no tempo de Moisés,
outros após o reinado de Davi e outros,
ainda, após o exílio dos judeus. Portanto,
esse livro abrange quase toda a história
de Israel no Antigo Testamento.
© PENSE!
O que difere a poesia encontrada no
Livro de SaLmos das demais?
® PONTO IMPORTANTE!
Difere no fato de que as poesias do
Livro de Salmos foram inspiradas
pelo Espírito Santo.
SUBSÍDIO ^
Prezado(a) professor(a), inicie o tópico
fazendo a seguinte pergunta: “O que
vocês sabem a respeito do Livro de
Salmos?” Ouça os alunos com atenção
e incentive a participação de todos.
Em seguida, explique que “os Salmos,
como orações e louvores inspirados pelo
Espírito, foram escritos para, de modo
geral, expressarem as mais profundas
emoções íntimas da alma em relação
a Deus. (1) Muitos foram escritos como
orações a Deus, como expressões de a)
confiança, amor, adoração, ação de gra
ças, louvor e anelo por maior comunhão
com Deus; b) desânimo, intensa aflição,
medo, ansiedade, humilhação e clamor
por livramento, cura ou vindicação. (2)
Outros foram escritos como cânticos
de louvor, ação de graças e adoração,
exaltando a Deus por seus atributos e
pelas grandes coisas que Ele tem feito.
(3) Certos salmos contêm importantes
trechos messiânicos.”
(Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostai
Rio de Janeiro: CPAD, p. 814.)
II - COMPOSIÇÃO E PROPÓSITO
DE SALMOS
1. A divisão do Livro de SaLmos. Já
vimos que o Livro de SaLmos é uma
coletânea de 150 poesias. Como Livro
poético, eie está na mesma categoria de
Livros como Jó, Provérbios, EcLesiastes
e Cantares. Contudo, o Livro de SaLmos
é formado por uma coLetânea de cinco
outros livros. Vejamos:
a) Livro I. O primeiro Livro é formado
peLos SaLmos 1-41. Essa coLeção é de
autoria de Davi. O SaLmo 1 é uma intro
dução à primeira coLeção (Livro I) em que
é descrita uma promessa para os que se
6 JOVENS
entregam à Palavra de Deus e um alerta
para quem escoLhe o conseLho dos ímpios.
b) Livro II. O segundo livro é formado
pelos Salmos 42-72 e é de autoria variada.
Essa coletânea traz orações pessoais e
ações de graças.
c) Livro III. O terceiro livro é de Salmos
73-89. A maioria desses Salmos foi escrita
por Asafe. É uma coletânea que descreve
a vida de IsraeL como uma nação.
d) Livro IV. O quarto livro é uma co
leção dos Salmos 90-106. Nesse livro, a
fidelidade de Deus com Israel é cantada.
e) Livro V. Finalmente, o último livro
é formado pelos Salmos 107-150. Uma
coletânea que traz a meditação na Pa
lavra de Deus como referencial. Nela, se
destaca o maior Salmo de todo o livro:
o Salmo 119.
2. CLassificação Literária dos SaL
mos. Os Salmos são um livro produzido
para ser cantado, declamado em voz
alta. Por isso, dizemos que ele tem 150
composições e não capítulos. Nesse
sentido, eles são poemas e, portanto, o
livro é classificado Uterariamente como
poético. Assim, os estudiosos costumam
cLassificar os diversos SaLmos em cate
gorias básicas, tais como: 1) Salmos de
lamentação; 2) de sabedoria; 3) régios; 4)
de louvor; 5) de ação de graças; 6) pro
féticos; 7) penitenciais. Essas categorias
nos auxiliam na compreensão do livro.
3. O propósito do Livro de SaLmos. É
importante ressaltar que Salmos é um
livro em que há vários temas interde
pendentes. Nesse aspecto, podemos
dizer que o propósito maior do Livro de
Salmos é expressar o sentimento mais
íntimo da alma humana a Deus. Um dos
aspectos mais belos desse livro santo é
a imagem da alma humana se inclinando
ao Deus Todo-Poderoso para confessar
um pecado (Sl 51.4), clamar por auxílio (Sl
109.26), reconhecer a grandeza divina (Sl
33.6-8). É a alma do homem se dirigindo
à presença do Deus Criador. Assim, o
Saltério cumpre uma função muito nobre
na Bíblia: a de nos aproximar do Deus Pai
Todo-Poderoso.
^ PENSE!
Qual o propósito da sua adoração
ao Senhor?
® PONTO IMPORTANTE!
Adoramos ao Senhor não para rece
ber nada de sua parte, mas porque o
amamos e queremos externar nosso
amor mediante as canções.
SUBSÍDIO A
Prezado(a) professor(a), é importante
que seus alunos saibam que “o Livro de
Salmos é o primeiro Livro na terceira
divisão da Bíblia hebraica. Conhecida
como Kethublin ou Escritos, essa terceira
divisão era popularmente conhecida pelo
nome do primeiro livro, isto é, ‘Os Salmos'.
Deste modo, Jesus inclui todo o Antigo
Testamento no que tange às profecias
a seu respeito na ‘Lei de Moisés, e nos
Profetas, e nos Salmos' (Lc 24.44).
O título em português vem da tra
dução grega, Septuaginta em cerca de
150 a. C. Psalmoi, o termo grego, signi
fica ‘cânticos' ou ‘cânticos sagrados' e é
derivado da raiz que significa ‘impulso,
toque', em cordas de um instrumento de
cordas. O título hebraico é Tehilin, significa
‘louvores' ou ‘cântico de louvor'.
Os Salmos têm uma importância
especial na Bíblia. Lutero descreveu esse
livro como ‘uma Bíblia em miniatura'. Cal-
vino o descreveu como ‘uma anatomia
de todas as partes da alma', visto que,
JOVENS 7
como explicou, 'não existe emoção que
não é representada aqui como em um
espelho'. O lugar que Salmos recebe no
Novo Testamento claramente testifica
sobre o valor desse importante livro, Dos
aproximados 263 textos do Antigo Tes
tamentos citados no Novo Testamento,
um pouco mais deum terço, ou seja, um
total de 93 é tirado do Livro de Salmos,"
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 103)
III - PRINCIPAIS TEMAS DE SALMOS
1.0 Deus Criador e Sustentador. Uma
das imagens mais poderosas do Livro
de Salmos é a apresentação de Deus
como o Criador e sustentador de todas
as coisas: “Do Senhor é a terra e a sua
plenitude, o mundo e aqueles que nele
habitam. Porque ele a fundou sobre os
mares e a firmou sobre os rios” (Sl 24.2).
Aqui, Deus é apresentado como um ser
distinto de sua Criação e, ao mesmo
tempo, que sustenta e se relaciona
pessoalmente com o que criou. Uma
mensagem consoladora dos Salmos,
quanto ao poder criador e sustentador
de Deus, é que não estamos sozinhos
neste mundo. Não pertencemos a um
mundo que foi produzido pelo acaso, Ao
contrário, vivemos em um mundo criado e
sustentado pelo Deus Pai Todo-Poderoso.
Fomos criados por Ele, sustentados pela
sua destra e amados por seu generoso
e sublime amor.
2. A realeza do Messias. Muitos Sal
mos enfatizam o rei de Israel, isto é, sua
entronização, justiça, retidão e reinado
perene (Sl 72.1-7; 110.1;). É verdade que
esses Salmos se referiam originalmente
a Davi e seus sucessores. Entretanto,
algumas declarações a respeito do rei
em Israel não se cumpriram, mas foram
reveladas ao longo do ministério do
Senhor Jesus (cf. Mt 22.43 -45). Os pri
meiros cristãos também citaram textos
dos Salmos régios para confirmar que o
Senhor Jesus era o Messias prometido
nos Salmos. Sim, o Livro de Salmos nos
ajuda a adorar a Jesus como o Rei dos
reis e o Senhor dos senhores.
3. A vida de devoção a Deus. Esse
livro remonta diversos aspectos da vida
espiritual a partir de váriados temas
devocionais: louvar a Deus, agradecê-
-Lo, celebrá-lo, clamá-lo; confessar o
pecado, confiar, esperar; enfim, muitos
aspectos da vida espiritualapresentados
no Saltério produzem um conjunto de
prática devocional. Por isso, podemos
dizer que o Livro de Salmos nos ajuda
a orar melhor, a louvar ao Senhor de
maneira mais piedosa, a cuLtuá-lo em
espirito e em verdade (Jo 4.23,24). Sua
linguagem nos ajuda a moldar nossos
afetos e devoção a Deus e, sobretudo, as
nossas ações na vida, isto é, exercitando
o autoexame, a confissão, a retidão e a
justiça diante de Deus.
© P E N S E !
Qual a função prática do Livro dos
Salmos?
© PONTO IMPORTANTE!
Ajudara vida de devoção do(a)jovem
cristão(ã).
SUBSÍDIO ©
Professor (a), dê início ao tópico fa
zendo a seguinte pergunta: “Quais os
principais temas do Livro de Salmos?"
Ouça os alunos com atenção. Explique
que os temas são variados e seria impos
sível abordar todos no espaço da revista.
8 JOVENS
© HORA DA REVISÃO
1. QuaL relação os primeiros cristãos
tinham com os Salmos?
Os primeiros cristãos oravam, can
tavam e sentiam os salmos.
2. O que o título do Livro de Salmos
remonta?
O título do Livro de Salmos remonta
a ideia de devoção a Deus.
3. Como o Livro de Salmos é dividido’
Livro I. O primeiro livro é formado
pelos Salmos 1-41 Essa coleção é
de autoria de Davi. Livro II. O segun
do livro é formado pelos Salmos
42-72 de autoria variada. Livro III. O
terceiro livro é dos Salmos 73-89,
A maioria desses Salmos foi escrita
por Asafe. Livro IV. O quarto Livro é
uma coleção dos Salmos 90-106.
Livro V. Finalmente, o último livro
é formado pelos Salmos 107-150.
4. O que podemos dizer a respeito
do propósito do Livro de Salmos?
É importante ressaltar que Salmos
é um livro em que há vários temas
interdependentes, Nesse aspecto,
podemos dizer que o propósito
maior do Livro de Salm os é ex
pressar o sentimento mais íntimo
da alma humana a Deus.
5. Qual é uma das im agens mais
poderosas do Livro dos Salmos?
Um dos aspectos mais belos desse
livro santo é a imagem da alma
humana se inclinando ao Deus
Todo-Poderoso para confessar um
pecado (Sl 51.4), clamar por auxílio
(Sl 109,26), reconhecer a grandeza
divina (Sl 33.6-8). É a alma do ho
mem se dirigindo à presença do
Deus Criador.
r
© CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos 0 conceito, a
estrutura, 0 propósito e alguns temas
que perpassam o Livro de Salmos.
Vimos que esse livro era usado por
Jesus e a Igreja Primitiva, Aprendemos
que ele é muito proveitoso para poten
cializar a nossa vida devocional diante
de Deus. Assim, 0 nosso objetivo é
que, ao longo das 13 lições, possamos
orar melhor, adorar de maneira mais
piedosa e servir ao Senhor de forma
mais amorosa,
r
ANOTAÇAO
abr 2023
0 CAMINHO [
EDO JUSTO
X ) IMPIO
TEXTO PRINCIPAL f l LEITURA SEMANAL
"Pois será como árvore plantada
junto a ribeiros de águas, a
qual dá 0 seu fruto na estação
própria, e cujas folhas não caem,
e tudo quanto fizer prosperará."
(SI 1.3)
SEGUNDA - Pv 1.10
O jovem cristão não pode
consentir com os pecadores
TERÇA - 2 Tm 2.22a
Fugindo dos desejos da m ocidade
QUARTA - 2 Pe 2.20
Não retroceda
QUINTA - 2 Tm 2.22b
Vivendo as virtudes perenes de Deus
SEXTA - Rm 12.2
A vontade de Deus
SÁBADO - Mt 6.33
Vivendo a justiça de Deus
H RESUMO DA LIÇÃO
0 caminho do ímpio representa
instabilidade e superficialidade;
0 do justo, raízes na Palavra de
Deus que gera estabilidade e
profundidade espiritual.
JOVENS 10
OBJETIVOS
• COMPREENDER a bem-aventurança do justo;
• MOSTRAR o perigo do caminho dos ímpios;
• CONSCIENTIZAR da verdadeira felicidade do justo.
/
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), nesta lição estudarem os o Salm o 1, cujo autor
apresenta dois caminhos: o do justo e do impio. Veremos que estes caminhos
são, na verdade, dois estilos de vida antagônicos. O salmista também mostra
os resultados de uma vida justa, segundo os preceitos divinos e de uma vida
ímpia, longe de Deus e contrária à sua Palavra. O salmista enfatiza que a ver
dadeira felicidade é decorrente de se ter uma vida temente a Deus, segundo
as Escrituras Sagradas: “Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei
medita de dia e de noite" (v. 2).
Na atualidade, muitos se perguntam? Qual o segredo para se ter uma vida
feliz e próspera? A chave está no refletir, meditar e obedecer a Palavra de Deus,
pois quando aplicamos a Bíblia a nossa vida diária, encontramos um caminho se
guro. Somente a Palavra de Deus pode fazer florescer as bênçãos do Senhor em
toda a nossa vida (Sl 1.3). Não podemos nos esquecer de que há uma promessa
para aqueles que abandonam os conselhos e valores dos Ímpios, e passam a ter
prazer na Lei de Deus, meditando nela com toda a devoção: Deus prosperará o
seu futuro. No decorrer da lição, enfatize que uma vida regida sob os valores da
Palavra de Deus é uma vida segura, amadurecida e abençoada.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a). reproduza a tabela abaixo no quadro. Em seguida, faça a seguinte
pergunta: “Como o Salmo 1 descreve os ímpios?" Ouça os alunos com atenção e
em seguida utilize a tabela para mostrar a maneira como o salmista descreve os
pecadores. Conclua enfatizando que uma vida regida sob os valores da Palavra
de Deus é uma vida segura, amadurecida e abençoada.
1. Sao como a “moinha" lançada para longe por forças que não conseguem ver (v, 4);
2 Serão condenados na presença de Deus no dia do juízo (v. Sl
3. Perecerão etemamente (v. 6),
Extraído de BíbÜâ de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 817.
JOVENS 11
TEXTO BÍBLICO
Salmos 1.1-6
1 Bem-aventurado o varão que não anda
segundo o conselho dos ímpios, nem
se detém no caminho dos pecadores,
nem se assenta na roda dos escarne-
cedores.
2 Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR,
e na sua lei medita de dia e de noite.
3 Pois será como a árvore plantada junto
a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto
na estação própria, e cujas folhas não
caem, e tudo quanto fizer prosperará.
4 Não são assim os ímpios; mas são como
a moinha que o vento espalha.
5 Pelo que os ímpios não subsistirão no
juízo, nem os pecadores na congrega
ção dos justos.
6 Porque o SENHOR conhece o caminho
dos justos; mas o caminho dos ímpios
perecerá.
INTRODUÇÃO
Nesta lição,estudaremos o Salmo
1. Ele aborda dois estilos de vida que
são encontrados na Palavra de Deus:
o do ímpio e do justo. Nele, o salmista
apresenta a verdadeira felicidade do
justo, o caminho do ímpio e as bênçãos
que percorrem a vida dos que fazem
a vontade de Deus.
I - A BEM-AVENTURANÇA DO
JUSTO
1. Bem-aventurado. O Salmo 1 é uma
introdução ao Livro I de todo o Livro dos
Salmos. Sua posição no livro não está ali
por acaso, pois é como se fosse uma
porta de entrada aos preciosos ensina
mentos e canções. Lembra muito o estilo
de escrita do livro de Provérbios. Por isso,
estudiosos o comparam à literatura de
sabedoria judaica. Esse Salmo apresenta
um contraste de dois estilos de vida:
uma vida sob os valores dos ímpios; uma
vida sob os valores da Lei do Senhor.
Nesse sentido, só há uma forma de ser
feliz e ela passa pelos valores perenes
e atemporais da Lei do Senhor.
A expressão “bem-aventurado",
neste Salmo, tem o mesmo sentido
da expressão que aparece no Sermão
do Monte (Mt 5.1-12): felicidade. Com
o uso dessa expressão, o salmista traz
a ideia de que o ser humano só pode
ser verdadeiramente feliz por causa do
favor precioso de Deus.
2. O justo não “anda", não se “de
tém", nem se “assenta". O versículo 1
apresenta três verbos: andar, deter e
assentar; e três substantivos: ímpios,
pecadores e escarnecedores. O versí
culo ainda apresenta claramente uma
ideia de progressão: quem “anda" no
conselho dos ímpios acaba se “d e-
tendo" no caminho dos pecadores e,
finalmente, se “assenta" na roda dos es
carnecedores. A lição é viva: quem ouve
o conselho do ímpio, passa a estreitar
os laços afetivos com os pecadores
e, consequentemente, junto com os
escarnecedores, passa a escarnecer
do justo e de sua justiça. O Salm o
afirma que esse estilo de vida promove
dispersão, superficialidade, juízo divino
e condenação eterna (Sl 1.4-6). Logo,
a verdadeira felicidade não pode ser
encontrada nessa forma de viver.
3.0 prazer do justo em meditar na
Lei do Senhor. Há verdadeira felicidade
12 JOVENS
para quem desenvolve um estilo de vida
que leve em conta os conselhos da Lei
do Senhor e medita cotidianamente na
instrução divina (Sl 1.2). Com base na
imagem da agricultura, árvore e águas
(v.3), o Salmo afirma que o conselho
divino promove um estilo de vida que
traz segurança e firmeza (árvore plan
tada), crescimento e vida (corrente de
águas), maturidade e frutificação (fruto
no tempo devido). Aqui, há verdadeira
felicidade na vida de quem pratica a
justiça e o Deus Todo-Poderoso conhece
o caminho dojusto (v.6).
SUBSÍDIO O
Prezado(a) professor(a), explique
aos alunos que “o Salmo l serve como
introdução a todo o livro dos Salmos. Ele
contrasta os dois únicos tipos de pessoas
do ponto de vista de Deus, tendo cada
tipo um conjunto distintivo de princípios de
vida: (1) osjustos, que são caracterizados
pela retidão, pelo amor, pela obediência
à Palavra de Deus e pela separação do
mundo (vv, 1,2) e (2) os ímpios, que re
presentam o modo de ser e as idéias do
mundo, que não pertencem na Palavra
de Deus, e que por isso não têm parte
na assembléia do povo de Deus (w, 4,5).
Deus conhece e abençoa o justo, mas o
ímpio não tem parte no Reino de Deus (1
Co 6.9) e perecerá (v, 6), A separação entre
esses dois grupos de pessoas existirá
no decurso da história da redenção e
continuará na eternidade."
(Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, p. 817.)
II - O PERIGO DO CAMINHO
DO ÍMPIO
1. Que conselho ouvir? Em pri
meiro lugar, como jovem, você deve
reconhecer as características que
marcam o ciclo de sua vida (a juventu
de). Certamente, nessa fase da vida há
conflitos interiores que o leva a indagar
por muitas questões. Nesse momento,
sentimentos e em oções tornam -se
vulneráveis aos conselhos de amigos
e colegas que o levam a viver em opo
sição à vontade direta de Deus para a
sua vida (Pv 1.10). Nesse caso, estamos
diante de um “conselho dos ímpios” (Sl
1.1), Aqui, chega a seguinte indagação:
devo viver segundo os conselhos de
amigos ou atender à orientação direta
do Espírito Santo? O Salmo mostra que
escolher o conselho dos ímpios trará
muita confusão, superficialidade e
dispersão espiritual (Sl 1.4). Sim, é uma
questão de escolha.
2. Deter-se no caminho dos pe
cadores. Deter-se no caminho dos
pecadores não é apenas ouvir os seus
conselhos, mas assumir uma posição
permanente derivada deles. A opinião
dos ímpios passa a ser a sua: o que
pensam, passa a ser o seu pensamen
to: o que defendem passa a ser a sua
defesa. Então, as escolhas erradas e o
comportamento pecaminoso passam
a ser justificados de maneira racional.
3. Assentar-se na roda dos es-
carnecedores. Aqui, está instalado o
estágio de completa separação de
Deus. A postura que o verbo “assentar"
denota é o desprezo às coisas divinas,
bem como a disposição em ridicularizar
e criticar de maneira mórbida quem
busca fazer a vontade do Pai e viver
de maneira coerente com os seus
caminhos. Nesse estágio, o jovem se
“assentou” na roda dos escarnecedores
(Sl 1.1). O apóstolo Pedro, em uma de
suas cartas, faz uma descrição bem
JOVENS 13
“Porquanto se, depois
de terem escap ad o das
corrupções do mundo, pelo
conhecim ento do Senhor e
Salvad or Jesu s Cristo, forem
outra vez envolvidos n elas
e vencidos, tornou-se-lhes
o último estado pior que o
primeiro" (2 Pe 2.20).
realista a respeito disso: “Porquanto se,
depois de terem escapado das corrup
ções do mundo, pelo conhecimento do
Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem
outra vez envolvidos nelas e vencidos,
tornou-se-lhes o último estado pior
que o primeiro" (2 Pe 2.20). O Salmo
encerra dizendo que o caminho dos
ímpios será implodido (Sl 1.6).
SUBSÍDIO ©
Professor(a), explique como o Salmo
1 descreve o caminho dos ímpios (vv.
4-6). Ressalte que “enquanto os justos
são valiosos, úteis, árvores frutíferas, os
ímpios são 'como a moinha que o vento
espalha', a moinha mais destacada, a
poeira que o dono do solo espalhou,
por não ter mais utilidade. Você a va
loriza? Você a consideraria? Eles são
como a moinha, sem valor algum no
julgamento de Deus, Quão altamente
eles podem valorizar a si m esm os?
Você consideraria o gênio deles? ELes
são leves e vaidosos: eles não têm
conteúdo, nem consistência; eles são
facilmente induzidos por cada vento e
tentação e não têm constância. Você
saberia o fim deles? A ira de Deus os
afastou em sua loucura, como o vento
faz com as moinhas, que nunca mais são
reunidas nem procuradas. As moinhas
podem estar, por um tempo, entre o
trigo; mas Ele consente com aqueles
que têm o sopro nas mãos e que lim
pa perfeitamente o seu solo. Aqueles
que por meio do seu próprio pecado
e tolice tornam-se como as moinhas,
serão encontrados após 0 redemoinho
de vento e o fogo da ira divina (Sl 35.5)
incapazes de permanecer diante dela
e de fugir dela (Is 1713)-"
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro:
CPAD, zoio, p. 217>
III - A VERDADEIRA FELICIDADE
DO JUSTO
1. Realizando-se com a Palavra
de Deus. Um dos ensinamentos mais
impactantes do Salmo 1 é que a Palavra
de Deus traz estabilidade e segurança.
Por isso, maturidade e ânimo brotam
do ensino da Palavra de Deus. Por meio
dela, o jovem cristão está preparado
para fugir “dos desejos da juventude”
e, consequentemente, ter a disposição
de seguir “a justiça, a fé, o amor e a
paz com os q uev com um coração
puro, invocam ao Senhor" (2 Tm 2.22b).
Precisamos, porém, ressaltar que só
podemos ter prazer na Lei do Senhor,
saindo dos d e se jo s da m ocidade
para a prática das virtudes divinas,
por causa de sua preciosa graça (Ef
2.8-10), jam ais por causa de nossos
esforços. Tudo isso traz verdadeira
realização pessoal.
2. Meditando na Bíblia para a vida,
O prazer na Lei do Senhor passa por
refletir e meditar na Palavra de Deus.
Quando estudamos, memorizamos e
aplicam os a Bíblia em nossa rotina,encontramos cam inhos seguros, e
14 JOVENS
não movediços; cura para alma, e não
doenças emocionais; restauração, e não
prostração espiritual. A água da Palavra
de Deus faz florescer as bênçãos do
Senhor em toda a nossa vida (Sl 1,3), Há
uma promessa clara neste Salmo: se
abandonarmos os conselhos e valores
dos ímpios, e passarmos a ter prazer
na Lei de Deus, meditando nela com
toda a devoção, Deus prosperará o
nosso futuro, Uma juventude regida
sob os valores da Palavra de Deus é
uma juventude segura, amadurecida
e abençoada, pois sabe que a vonta
de divina é boa, perfeita e agradável
(Rm 12.2).
3. Os valores perenes e atemporais
de Deus. A Bíblia nos ensina valores
que permearão toda a vida de um(a)
jovem cristão(ã). A justiça é um valor
divino que faz toda a diferença em
sua vida tanto agora como no futuro.
Você é chamado a buscar o Reino de
Deus e a sua justiça, isto é, a retidão,
e as demais coisas lhe serão acres
centadas (Mt 6.33). Viver de maneira
justa nesta vida implica a prática do
amor, outro valor perene e atemporal.
Não existe justiça sem amor, pois no
final de tudo, o que sobrará é o amor
(1 Co 13.13). Para exercer ju stiça e
amar neste mundo, é preciso ter fé,
pois sem ela não podemos agradara
Deus (Hb 11.6). Portanto, dentre muitas
virtudes, a Palavra de Deus nos convi
da a exercitar a virtude da justiça, do
amor e da fé. É um convite para viver
sob os conselhos de Deus e de sua
poderosa Palavra; encontrando, assim,
a verdadeira felicidade em Deus.
SUBSÍDIO ô
“Professor(a), enfatize que "os santos
de Deus não somente evitam o mal,
como também edificam a sua vida em
torno das palavras do Senhor. Procuram
obedecer à vontade de Deus porque
seus corações realmente têm prazer
nos cam inhos e m andam entos do
Senhor (ver, 2 Ts 2,10, onde os Ímpios
perecem porque não querem amar a
verdade). A motivação dos atos dos
salvos provém dos seus espíritos e
emoções redimidos, conquistados pela
verdade de Deus conforme temos na
sua Palavra.
O resultado, para os que fielmente
buscam a Deus e à sua Palavra, é ter
vida no Espírito. Uma vez que a água
comumente representa o Espírito de
Deus, os que são instruídos por Deus e
guardam a sua Palavra terão em si uma
fonte de vida inesgotável da parte do
Espírito. A expressão 'tudo quanto fizer
prosperará’ não significa que 0 crente
nunca terá problemas nem reveses, mas
sim, que o justo conhecerá a vontade
de Deus e a sua bênção."
(Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, p. 817.)
PROFESSOR(A), “o Livro dos Salmos destaca-se sobre outras obras
antigas ou modernas de poesia, cantando não somente o gênio dos ho
mens, mas a completa inventividade do Deus que os inspirou" (RICHARD,
Lawrence 0 . Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo
por Capitulo. 9, ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 349).
JOVENS 15
© CONCLUSÃO
O Salmo 1 nos ensina que há apenas
dois caminhos: o do impio e o do justo.
O caminho do impio resulta em valores
que trazem confusão, dispersão e
superficialidade. O caminho do justo
traz segurança, maturidade e bênçãos
de Deus. A verdadeira felicidade do
jovem cristão deve ser encontrada nos
valores que brotam da Palavra de Deus.
Mediante a preciosa graça do Senhor,
podemos desfrutar de seus valores
eternos e, portanto, experimentar a
verdadeira felicidade.
ANOTAÇAO
ESTANTE DO PROFESSOR
PEARLMAN. Myer. Salm os: Adorando
a Deus com os Filhos de Israel. 9.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
© HORA DA REVISÃO
1. Como o Salmo 1 pode ser visto?
Como uma introdução ao Livro I J-
de todo o Livro dos Salmos. Sua g
posição no livro não é por acaso, I
pois é como se fosse uma porta %
de entrada aos preciosos ensina- ; i
mentos e canções.
2. O que significa a expressão “bem-
-aventurado”?
A expressão “bem-aventurado", . ;
neste Salmo, tem o mesmo s e n - ; ;
tido da expressão que aparece -
no Sermão do Monte (Mt 5.1-12):
felicidade, A
3. O que o estilo de vida ímpio pro
move?
Separação de Deus, confusão, *
superficialidade e dispersão espi- ■
ritual (Sl 14)
4. A verdadeira felic idade é para
quem?
É somente para os justos.
5. Cite os três valores perenes citados
na lição.
O valor da justiça, do amor e da fé.
O MESSIAS
JA VEIO
TEXTO PRINCIPAL
"Recitarei o decreto:
O Senhor me disse: Tu és meu
Filho; eu hoje te gerei.
Pede-me, e eu te darei as
nações por herança e os confins
da terra por tua possessão."
(SI 2 .7,8)
RESUMO DA LIÇÃO
Quem se submete ao reinado
e ao senhorio de Cristo Jesus
tem sua vida completamente
ordenada por Ele.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - Át 4.25,26
A perseguição contra o
ungido de D eus
TERÇA - Mt 10.40; Jo 13.20
Quem recebe o Filho recebe o Pai
QUARTA - Rm 1.5
A expectativa para que as nações
obedeçam à fé
QUINTA - Rm 2.14-16
A reta justiça divina
SEXTA - Dn 2.21
Deus é quem institui e destitui reis
SÁBADO - Hb 12.2
O Rei Jesus é a nossa referência
JOVENS 17
OBJETIVOS
m MOSTRAR a rebelião contra o Ungido de Deus;
• CONSCIENTIZAR de que um dia o Ungido pedirá contas aos insurgentes,
• EXPLICAR o chamado à rendição e à submissão ao Ungido de Deus.
INTERAÇÃO ,
Prezado(a) professor(a), nesta terceira lição do trimestre estudaremos o Salmo
Este é um Salmo messiânico, cujo o propósito é mostra que o reinado de Cristo
nunca terá fim. As nações, até os dias atuais, insistem em rebelar-se contra o
Unqido do Senhor revelado pelo salmista. Os insurgentes nao ficarao impunes,
chegará o dia em que o Messias pedirá contas dos atos de rebeldia dos homens.
Veremos que o Salmo 2 é uma revelação profética do reinado messiânico de
Jesus O Inimigo fez de tudo para que o Salvador não viesse ao mundo e nao
cumprisse a sua missão, entretanto haverá um tempo, que o reino do Senhor
será plenamente estabelecido neste mundo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA ; -J
Professor(a), reproduza o quadro abaixo e utilize-o na introdução da liçao.
Mostre aos alunos as quatro cenas principais do Salmo 2 mostrando que e uma
alusão ao reino de Cristo.
(1) 0 salmista começa com uma alusão aos povos e reis da terra em oposição ao
Ungido de Deus (w. 1-3);
(2) Deus responde zombando dos ridículos intentos do mundo para remove-lo do
cenário (vv. 4-6).
(3) Deus, o Pai, promete que enviará seu Filho amado (vv. 7-9). para aniquilar todos
que se opõem ao seu governo.
(4) Através do salmista, o Espírito Santo exorta a raça humana a ser sábia diante de Deus.
(Adaptado de Bíbüa de Estudo Pentecostal: CPAD, p. 817).
18 JOVENS
Salmos 2.1-9
1 Por que se amotinam as nações, e os
povos imaginam coisas vãs?
2 Os reis da terra se levantam , e os
príncipes junto s se m ancom unam
contra o Senhor e contra o seu ungi
do, dizendo:
3 Rompamos as suas ataduras e sacu
damos de nós as suas cordas,
4 Aquele que habita nos céus se rirá; o
Senhor zombará deles.
5 Então, lhes falará na sua ira e no seu
furor os confundirá.
6 Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu
santo monte Sião.
7 Recitarei o decreto: O Senhor me disse:
Tu és meu Filho; eu hoje te gerei.
8 Pede-me, eeu teclarei as nações por heran
ça e os confins da terra por tua possessão.
9 Tu os esmigalharás com uma vara de
ferro; tu os despedaçarás como a um
vaso de oleiro.
INTRODUÇÃO
A história é marcada por impérios
que tentaram dominar o mundo. Até
hoje há lideres que possuem a utopia
de dominá-lo. O Salmo 2 mostra que
há um rei em que seu reinado nunca
terá fim. Verem os como as nações
insistem em rebelar-se contra esse rei,
como este pedirá contas dos homens e,
finalmente, como que o rei messiânico
apela para que os reis se rendam ao
seu senhorio.
I - A REBELIÃO CONTRA O UN
GIDO DE DEUS
1. A importância do Salmo 2. O
Salmo 2 está na categoria dos salmos
régios ou m essiânicos. Segundos
estudiosos, é possível que os salmos
régios se refiram a Davi ou algum rei
em Israel. O ponto importante é que
esses salmos são uma descrição do
rei messiânico. Não por acaso, o Novo
Testamentoaplica o Salmo 2 à pessoa
de Jesus tanto na perspectiva do mi
nistério terreno quanto na perspectiva
futura daquEle que implantará o seu
glorioso reino na terra. Em Mateus 3.17,
a expressão "este é o meu filho amado”
tem a ver com Salmo 2.7; Atos 4.25-28, o
evangelista cita os versículos de Salmo
2.1,2 e aplica a perseguição registrada
no Salmo a Jesus. Em Hebreus 1.5 e
5.5. você verá paraleLos bem claros
das passagens do salmo. Por isso, o
Salmo 2 é muito importante para nós
os cristãos.
2. A rebelião das nações. O Salmo
está estruturado em quatro blocos de
três versículos cada: vv.1-3; vv.4-6; vv.7-9;
vv.10-12.0 primeiro bloco diz respeito à
rebelião dos gentios contra a autorida
de de Deus. O versículo primeiro inicia
com uma pergunta retórica: “Por que se
amontinam as nações U ” (v.i). Essa per
gunta, na verdade, revela a presunção
dos reis das nações ao se voltar contra
o Senhor, Eles se preparam, planejam
estratégias acreditando que terão êxito
em seu propósito. O problema é que
eles se levantam contra o Ungido do
Senhor, na verdade, levantam-se contra
0 próprio Senhor (v.2). Eles acham mes
mo que terão autonomia para romper o
domínio divino, bem como seus planos
(v.3). Os primeiros cristãos aplicaram
essa passagem na perseguição que
JOVENS 19
0 que Leva um(a) jovem
a deixar de desfrutar do bem
espiritual que tem im pacto
positivo e construtivo na vida
terrena para abraçar um
estilo tolo e desordenado,
que só trará prejuízos? Perder
a juventude na rebelião
contra Deus nunca foi um a
boa ideia.
eles sofreram (At 4.25,26). No contexto
do Novo Testamento, o Senhor Jesus
é o Ungido, o Cristo de Deus, acima
de todo principado, poder, potestade
e domínio (Ef 2,20,21).
3, Rebelião contra Deus é tolice. Há
uma lição muito preciosa nesses primei
ros versículos. Se uma pessoa não servir
ao Senhor Jesus e praticar o seu ensino,
servirá a outro segundo a sua filosofia (Mt
6.24). Não tem como escapar. Liberdade
longe de Deus é uma completa ilusão.
Infelizmente, quando alguém se rebela
contra o Altíssimo, deixando de seguir
seus valores, tal pessoa passa a seguir
uma série de falsidades e ilusões. Ora,
os valores de Deus são eternos, bons e
verdadeiros. O que leva um(a) jovem a
deixar de desfrutar do bem espiritual que
tem impacto positivo e construtivo na
vida terrena para abraçar um estilo tolo
e desordenado, que só trará prejuízos?
Perder a juventude na rebelião contra
Deus nunca foi uma boa ideia.
SUBSÍDIO ©
“Por que se amotinam as nações? (1)
Refere-se ao goyim, 'gentios', ‘pagãos’,
não-ísraelitas, como distintos do povo
de Israel. As nações estavam se amo
tinando com o propósito de organizar
uma insurreição. As nações antagônicas
ao verdadeiro Deus podem ser chama
das de forma apropriada de 'gentios'.
Os povos imaginam significa ‘os povos
meditam'; a mesma palavra é usada
em 1.2, mas aqui tem a conotação de
tramar uma ação maléfica. Entende-se
por coisas vãs uma rebelião irracional
e sem esperança.
A rebelião não tem uma conotação
meramente política. Ela é contra o
Senhor e contra o seu ungido (v. 2). Em
hebraico; Meshiach, que é Messias. Quan
do traduzido para o grego, Meshiact? se
torna Christos. Essa é a justificativa para
uma interpretação messiânica do Salmo,
junto com a aplicação feita no Novo
Testamento para Jesus. Os rebeldes
estão determinados a romper as suas
ataduras, possivelmente os ferrolhos
que prendiam ojugo ao animal, e suas
cordas, que podem representar as ré
deas usadas para controlar o boi que
puxava o arado, 'Lance fora o seu jugo'.
Quaisquer que tenham sido as cir
cunstâncias imediatas, esses versículos
representam a descrição de pecado
mais comum do Antigo Testamento.
O pecado não é meramente uma im
perfeição humana ou finita. O pecado
é uma rebelião moral, uma revolta
contra as leis de Deus. Pecar é colocar
a vontade do homem no centro da vida,
em vez da vontade de Deus. A revolta
das nações é um retrato do pecado
da alma humana de cada indivíduo,"
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, P 116.)
II - O UNGIDO PEDIRÁ CONTAS
1, Como Deus contempla a re
belião dos homens? No versículo 4,
20 JOVENS
temos uma resposta de Deus num
tom de desprezo e escárnio, típicas
expressões da natureza humana. É
muito com um essa linguagem na
Bíblia, denominada em Teologia de
antropopatismo, ou seja, atribuição
das paixões humanas a Deus (cf. Gn
6.6; Zc 8.2). Essa figura de linguagem
nos ajuda a compreender as verdades
eternas da Bíblia de acordo com a
nossa capacidade. Então, Deus está
olhando para a rebelião hum ana,
zombando dela porque Ele mesmo
falará aos homens no derramamento
de sua ira (v. 5). Os homens não podem
fazer nada contra a soberania divina.
Deus ungiu o seu rei sobre o monte
Sião, isto é, o monte de sua santida
de, onde está o Santo Templo (v.6).
Não por acaso, o Novo Testamento
apresenta a passagem que revela
essa mesma relação entre Jesus e
o Pai: “Quem vos recebe a mim me
recebe; e quem me recebe a mim,
recebe aquele que me enviou” (Mt
10.40; cf. Jo 13.20).
2. O Ungido do Senhor regerá o
mundo todo. O versículo 7 remonta um
oráculo divino, ou profecia, em que é
dito ao ungido do Senhor: Tu és o meu
filho; eu hoje te gerei" (v.7). Essa expres
são tem a ver com um herdeiro da casa
de Davi para sempre (2 Sm 7,13,14). No
Novo Testamento, o autor aos Hebreus
desenvolve a messianidade de Jesus
a partir dessa mesma expressão (1.5).
Nesse caso, Deus dará por herança as
nações ao rei (v.8) e o ungido destruirá
com “vara de ferro" os rebeldes e seu
reinado será dejustiça (v.g).
3- Todos prestarão contas. Deus “ri”
das artimanhas dos homens aqui da
Terra porque todo poder vem dEle. Os
homens que arrogam para si orgulho e
soberba e, ao mesmo tempo, buscam
a rebelião contra o Altíssimo, estão
fadados ao fracasso. Da mesma forma
que eles foram dotados de poder,
podem perdê-lo a qualquer momento
(Dn 2.21). Por isso, precisamos andar
em hum ild ad e e m ansidão com o
Jesus ensinou (Mt 11.29). A soberba
e a arrogância humanas só levam ao
caminho de perdição. A Palavra de
Deus mostra com clareza que, seja
quem for, um dia todos estarem os
diante do Juiz para prestar contas de
todas as nossas ações (Rm 2.6,7). E
tudo será feito de acordo com a reta
justiça divina (Rm 2.14-16).
SUBSÍDIO 0
Professor(a), explique que a res
posta de Deus contra os insurgentes
‘é retratada pelo salmísta em termos
de escárnio e desprezo humanos, A
Bíblia frequentemente atribuí a Deus
aspectos, atitudes e ações derivadas da
experiência humana. Isto é feito sem a
intenção de rebaixar 0 Infinito ao nível
humano, mas para apresentar verdades
em termos que somos capazes de en
tender, O Senhor é visto como aquele
que habita nos céus (v, 4), 'entronízado
nos céus’, Ele nem precisa se elevar para
opor-se à insurreição. O Senhor não é
0 nome mais comum atribuído a Deus,
Yaweh (traduzido por SENHOR na ARC
e ARA) mas Adonaí (Senhor, indicado
pelas letras em caixa baixa e depois da
letra maíúscula. ‘Deus é visto como o
governante soberano do mundo, em
vez de o Deus da aliança de Israel"
(Comentário Bíbtico Beacon, Vol 3, Rio de
Janeiro: CPAD. 2005, p. 116,)
JOVENS 21
III - UM CHAMADO À RENDIÇÃO
EÀ SUBMISSÃO
1. Um chamado aos reis da Terra.
O último bloco do Salmo, ou estrofe,
traz um chamado à rendição completa:
“Agora, pois, ó reis, sede prudentes;
deixai-vos instruir, juizes da terra" (Sl
2.10). É uma oportunidade dada às
nações para reverter seus caminhos
tortuosos. Esse chamado lembra muito
o convite de sabedoria que lemos no
livro de Provérbios (9.10). Ademais, o
chamado também é para servir a Deus
com temor e tremor (v.11). Por isso, a
Bíblia diz que o temor do Senhor é o
princípio do saber (Pv 1.7 - NAA).
2. Se curvando ao Filho, Aquele que
se arrepende da rebelião contra Deus
e o seu ungido, deve se submeter ao
Altíssimo e ao seu Filho: “Beijai o Filho”
(v.12).É uma homenagem de submis
são ao senhorio do Filho. Quem assim
proceder será poupado da ira vindoura.
Por isso, é feliz e realizado quem se
refugia e confia no Filho (v.12). Assim,
o Salm o encerra exatam ente com
o convite de cultivar a confiança no
ungido do Senhor. O Novo Testamento
nos orienta a olhar “para Jesus, autor e
consumador da fé" (Hb 12.2).
3. Jesus é Rei e Senhor? De maneira
geral, o Salmo nos ajuda a refletir a res
peito da completa rendição e submissão
a Jesus. No mundo de hoje, submeter-se
e render-se a Jesus não é um desafio
fácil. Isso significa fazer dEle o Rei do
nosso coração. Aqui, é que acontece a
verdadeira batalha: quando Jesus deve
ser o Rei do nosso pensamento, do
nosso sentimento e da nossa vontade
(2 Co 10.5). Quando nosso Senhor se
torna Rei do nosso mundo interior, o
mundo exterior é completamente or
denado. Entretanto, quando Ele não é
Rei da nossa vida interior, a exterior fica
completamente desordenada. Por isso,
o Salmo nos ajuda a refletir a respeito
de não lutarmos mais contra o reinado
de Jesus em nós. Deixemo-Lo reinar!
Então seremos verdadeiramente Livres.
SUBSÍDIO 0
"Na última estrofe, o salmista fala di
retamente aos rebeldes. 0 texto hebraico
começa com: Agora, pois’ (v. io), como
que indicando a conclusão extraída dos
versículos precedentes. Deixai-vos instruir
ou 'admoestar'. Juizes é um termo usado
para os governantes em geral, incluindo
os subordinados do rei.
Em vez de continuar com sua re
belião, o povo é impelido a servir ao
Senhor com temor (v. 11). Aqui se tem
em mente m ais do que uma mera
submissão política, visto que servir
e temor são termos usados constan
temente no Antigo Testamento com
significado religioso. ‘0 temor do Senhor'
é o respeito reverente com o qual o
homem deve venerar 0 Deus soberano.
Esse conceito do Antigo Testamento
é o que mais se aproxima da palavra
‘rebelião’. Esse serviço capacitará o
homem a legrar-se com tremor. Não
existe contradição nessa cláusula. Ela
representa a harmonização da 'alegria
do Senhor' com ‘o temor do Senhor'.
As duas emoções são apropriadas ao
homem diante do seu Criador.
Da mesma forma que a rebelião se
expressou contra o Senhor e contra o
seu ungido, assim o arrependimento
deve influir tanto o Deus soberano
como o seu Filho real."
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 117)
22 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
JEREM IAH, David. O Desejo do Meu
Coração: Vivendo Cad a Momento na
M aravilha da Adoração.
Rio de Janeiro: CPAD.
m 0 CONCLUSÃOO Salmo 2 tem uma ligação muito profunda com o reinado messiânico do Senhor Jesus. Ao longo dos séculos,
os cristãos sempre leram esse Salmo
com vista ao reino messiânico do Se
nhor Jesus. Haverá um tempo, em que
o reino do Senhor será plenamente
€> HORA DA REVISÃO
1. Em qual categoria podemos clas
sificar o Salmo 2?
O Salmo 2 está na categoria dos
Salmos régios ou messiânicos.
estabelecido neste mundo. Todavia,
ele pode ser experimentado agora por
meio do reinado de Cristo em nossos
corações. É tempo de deixar Jesus
reinar dentro de nós.
2. O que a expressão "Por que se
amontinam as nacoes" (v.i) revela2 3 * 5 * 7
Revela a presunção dos reis das
nações ao se voltar contra o Senhor. T
3 . O que é antropopatismo? ANOTAÇAO
É uma atribuição das paixões hu
manas a Deus. -----------------------------------
4 O que a Palavra de Deus mostra?
A Palavra de Deus mostra com
clareza que, seja quem for, um dia
todos estaremos diante do Juiz para
prestar contas de todas as nossas
ações (Rm 2.6,7). E tudo será feito
de acordo com a reta justiça divina
(Rm 2.14-16).
5. O que o Salmo nos ajuda a refletir?
De maneira geral, o Salmo nos aju
da a refletir a respeito da completa
rendição e submissão a Jesus.
O BOM PASTOR
ESTÁ COMIGO
TEXTO PRINCIPAL
"O SENHOR é o meu pastor;
nada me faltará. Ainda que eu
andasse pelo vale da sombra da
morte, não temeria mal algum,
porque tu estás comigo
(SI 23 .1,4)
RESUMO DA LIÇÃO
O Senhor Deus supre todas
as necessidades. Ele é o
nosso pastor e, por isso,
tudo preenche.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - Jo 10.27
As ovelhas conhecem a
voz do pastor
TERÇA - 2 Co 416
D eus renova o interior
QUARTA-Ef 4 -23,24
Revestidos de um novo
homem em justiça
QUINTA - Et 6.1-11
Q uando o justo é honrado
SEXTA - Lc 18.8
Perseverando no Senhor
SÁBADO - Jo 10.11
O bom Pastor
JOVENS 24
OBJETIVOS
• APRESENTAR um panorama do Salmo 23;
■ COMPREENDER o porquê da plena confiança em Deus;
• EXPLICAR o que é a plena provisão do Pai Celestial.
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), nesta Lição estudaremos o Salmo 23, um dos mais co
nhecidos e recitados por pessoas de todas as idades. Um cântico que exalta a
confiança em Deus. Sabemos que todos nós enfrentamos momentos difíceis,
mas nós não estamos sozinhos e podemos encontrar no Senhor o refúgio e
segurança que precisamos. Tal verdade traz conforto e segurança para nós e
“refrigera a nossa alma”.
No decorrer da lição, procure enfatizar que tudo de bom que acontece com o
justo vem tão somente de Deus. Por isSo, em quaisquer circunstâncias ou di
ficuldades, podemos declarar convictamente que o Pastor está conosco. Que
tribulação alguma nos faça esquecer de que temos um pastor que cuida de
nós; um anfitrião que nos agracia, dia a dia, com um rico banquete espiritual.
Deus está com você em todos os momentos, confie!
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), converse com os alunos explicando que “ao descrever o Senhor
como um pastor, Davi escreveu sobre a sua experiência, porque passou muitos
anos de sua juventude pastoreando ovelhas, que são completamente depen
dentes do pastor para provisão, direção e proteção (l Sm 16.10,11).
Diga que o Novo Testamento chama Jesus de o Bom Pastor, o Grande Pastor
e o Sumo Pastor. Em seguida, peça que três alunos(as) encontrem as referên
cias no Novo Testamento que apresentam Jesus como o Bom Pastor, o Grande
Pastor e o Sumo Pastor. Conclua pedindo que os alunos leiam as referências
encontradas. As referências são:
- 0 Bom Pastor (Jo 10.10):
- O Grande Pastor (Hb 13.20);
- O Sumo Pastor (1 Pe 5.4).
Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: CPAD, p. 753.
JOVENS 25
Salmos 23.1-4
1 O SENHOR é o meu pastor; nada me
faltará.
2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-
-me mansamente a águas tranquilas.
3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o Salmo
23. Verem os que a p alavra -ch ave
dele é confiança. Deus aparece nesse
salmo como o pastor e o anfitrião do
salmista.
I - PANORAMA DO SALMO 23
1. Confiança em Deus. De autoria
de Davi, o Salmo 23 é um dos mais
queridos e declam ados salm os na
vida da Igreja. A expressão “o Senhor
é o meu pastor e nada me faltará” está
nos lábios da maioria dos cristãos. Essa
expressão traz consigo exatamente
o tema que domina todo o Salmo; a
confiança em Deus. Por isso, muitos
cristãos que passam por momentos
de estresse, ansiedade, angústia e
depressão encontram, no Salmo 23,
consolo e descanso para a alma. Todo
leitor atento percebe um ambiente de
oásis que brota das tetras do Salmo.
Toda alma cansada pode encontrar
descanso nessa porção da Palavra de
Deus. Assim, veremos que o Salmo 23
traz duas imagens: a do pastor (vv.1-4)
e a do anfitrião (vv.5,6).
2. A estrutura do Salmo 23: a ima
gem do pastor. A imagem do pastor
no Salmo revela as atividades de um
veredas da justiça por amor do seu
nome.
4 Ainda que eu andasse pelo vale da
sombra da morte, não temeria mal
algum, porque tu estás comigo; a tua
vara e o teu cajado me consolam.
pastor com suas ovelhas no campo:
ele as alimenta e as satisfaz; guia e
orienta; recupera quando m achuca
das; as protege diante do perigo; não
as deixa sozinhas; cuida, dando-lhes
conforto (vv,i-4). No Novo Testamento,
encontramos nosso Senhor dizer que
suas ovelhas conhecem a sua voz, pois
Ele é o Bom Pastor (Jo 10.27). As carac
terísticas do Bom Pastor, mencionadaspor Jesus, são as mesmas encontradas
no Salmo 23 (Sl 23.1-4; cf. Jo 10.9,11,14).
O nível profundo de relacionamento
faz com que a ovelha reconheça o seu
pastor (Jo 10.16).
3. A estrutura do Salm o 23: a
imagem do anfitrião. A imagem do
anfitrião revela a característica pro
vedora de Deus (vv.5.6). No contexto
do Salmo, Deus é apresentado como
o que oferece um banquete aos seus
filhos diante dos que se tornaram
adversários e trabalharam para pre
judicá-los. O compositor sabia bem
dessa realidade, pois ninguém como
e le a experim entou por m eio de
muitas conspirações no reinado de
Israel (cf. 2 Sm 2.1-32; 3-1- 39 . 13,1- 39)-
Assim, como bom anfitrião, o Senhor
foi bondoso, misericordioso com o
seu servo.
26 JOVENS
SUBSÍDIO O
Professorta), explique que 'nenhuma
parte das Escrituras, com a possível
exceção da Oração do Pai Nosso, é mais
conhecida do que ‘O Salmo do Pastor’.
Sua beleza literária e percepção espi
ritual são insuperáveis. Como observa
Taylor Ao longo dos séculos esse Salmo
tem conquistado um lugar supremo na
literatura religiosa do mundo. Todos que
leem, independentemente de idade,
raça ou circunstâncias, encontram na
beleza pacifica dos seus pensamentos
uma amplitude de percepção espiritual
que satisfaz e domina a alma. Ele per
tence à classe de Salmos que exalam
confiança e segurança no Senhor [...).
Aqui o salm ista não apresenta um
prefácio de queixas acerca das dores e
enfermidades ou traição dos inimigos,
mas inicia e termina com palavras de
gratidão pela bondade eterna do Senhor.
Oesterley também escreve: Esse
breve e seleto Salmo, provavelmente
o mais conhecido de todos os Salmos,
relata de alguém cuja confiança sublime
em Deus lhe trouxe paz e contentamen
to. O relacionamento íntimo com Deus
sentido pelo salmista é expresso por
duas figuras representando o protetor e
o Anfitrião amoroso. A breve referência
aos inimigos indica que ele não estava
livre da maldade e intenção perversa
de pessoas do seu povo, mas a menção
delas é superficial. Diferentemente de
tantos outros salmistas que são vítimas
de inimigos inescrupulosos e que aca
bam exteriorizando sua amargura de
espírito, esse servo fiel de Deus tem
somente paLavras de reconhecimento
e gratidão pela bondade divina."
(Comentário Bíblico Beacon. Vo13. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 151.)
No Antigo Testamento,
D eus é visto com o o Pastor
do seu povo (Gn 49.24).
II - A PLENA CONFIANÇA EM
DEUS
1. O Senhor como pastor (v.i). No
Antigo Testamento, Deus é visto como
o Pastor do seu povo (Gn 49.24). Neste
Salmo, à luz da experiência de Davi
em apascentar as ovelhas, o salmista
recobra essa imagem de Deus como
o seu pastor, dizendo que Ele o basta
em tudo. Deus é o supremo pastor do
seu povo e, por ser assim, de nada
sentiremos falta do que necessitamos
(cf. Fp 4.13). Ele nos supre, guarda e sara
as feridas de nossas almas. Diante do
contexto atual, quem tem sido o seu
bom pastor? A quem você tem se di
rigido para buscar auxílio? Você pode
afirmar que, como bom pastor, Deus
o(a) preenche por completo?
2. O Senhor-que trata a alm a
(vv.2,3). Esses dois versículos mostram
como Deus preenche o interior do ser
humano. “Deitar em verdes pastos" e
“guiar às águas tranquilas" remontam a
ideia de quietude da alma. Por isso, no
versículo 3, o salmista diz: “Refrigera a
minha alma”. Assim, tratada e descan
sada, essa alma receberá instruções
para andar em retidão e justiça. Esse
tratamento interior é tão necessário
que o apóstolo Paulo fala disso em
suas cartas, dizendo que o nosso
homem interior deve se renovar dia
em dia diante dos desafios exteriores
(2 Co 4.16: Ef 4.23,24). Assim, cada vez
JOVENS 27
Quem já experim entou
o refrigério do Senhor em
m om entos d ifíceis sab e
o quanto Ele é bom e
cu id a de nós.
mais que nos relacionamos com Cristo,
temos a nossa vida interior renovada
e, por isso, podemos testemunhá-lo
em quaisquer áreas da vida.
3. 0 Senhor está conosco. Ser tra
tado pelo Senhor, ser tomado pela sua
mão e descansar nEle não quer dizer
que não passaremos por situações
de perigo. Não significa que não atra
vessaremos momentos de dolorosos.
Entretanto, o salmista tem uma visão
realista da vida, sabe que o dia mal
pode chegar a qualquer momento,
mas também sabe que o pastor não o
deixará em falta: Tu estás comigo" (v.4).
Que decLaração de confiança! 0 pastor
está na jornada da alma do salmista.
Por isso, ele sabe que, ainda que esse
momento inseguro lhe cause lamentos,
ele será consolado pelo pastor (v.4).
Nosso Senhor disse que no mundo
teríamos aflições, mas não deixaríamos
de ter paz (Jo 16.33; cf. 14 27)- Quem já
experimentou o refrigério do Senhor em
momentos dificeis sabe o quanto Ele é
bom e cuida de nós. Precisando desse
refrigério, permita que a letra, a beleza
e a realidade espiritual desse Salmo
inunde a sua alma e, como ovelha do
bom Pastor, encontre refúgio debaixo
do seu cajado.
SUBSÍDIO 0
Professor(a), explique aos alunos
que "Davi podia escrever a partir da
sua rica experiência pessoal com as
ovelhas: ‘O Senhor é 0 meu Pastor;
nada me faltará' (v. 1; isto é, não sentirei
falta de qualquer coisa indispensável).
Existem ‘sete provisões' que 0 Pastor
supre para as suas ovelhas: a) ‘Não
me faltará completa satisfação' (v. 2).
Deitar-me em verdes pastos fala, lite-
PROFESSOR(A), "os crentes são as ovelhas do Senhor. Pertencemos
a Ele e somos alvo especial do seu amor e atenção. Embora 'todos nós
andamos desgarrados como ovelhas' (Is 53.6), o Senhor nos redimiu com
seu sangue derramado (1 Pe 1.18,19), e agora somos dEle. Como suas ovelhas,
podemos lançar mão das promessas desse Salmo quando atendemos a sua
voz e 0 seguimos,
Quando fico desanimado, 0 Bom Pastor revigora minha alma mediante seu poder e
graça (Pv 25.13), Guia-me por meio do Espirito (Rm 8.14) nos caminhos escolhidos,
que se conformam com seus alvos de santidade (cf. Rm 8. 5-14) Correspondo
obedecendo: sigo o Pastor ouvindo a sua voz (Jo 10.3,4); não seguirei 'a voz de
estranhos'" (Bíblia de Estudo Pentecostol. Rio de Janeiro: CPAD, p. 833)
28 JOVENS
ralmente, de pastos de capim macio
e novo. Dizem que as ovelhas nunca
se deitam, até que estejam satisfeitas.
Cada necessidade espiritual é supri
da, A figura transmite um completo
descanso na satisfação proporcionada
pelo cu idado vig ilante do grande
Pastor, b) ‘Não me faltará orientação'
(v. 2). ‘Guia-m e mansamente a águas
tranquilas, ou 'águas de descanso'.
Continuando a ideia de provisão para
as necessidades do rebanho, o poeta
acrescenta o pensamento de orien
tação. O pastor oriental empurra ou
impele, ele sempre guia suas ovelhas,
c) 'Não me faltará restauração' (v. 3).
'Refrigera a minha alma. isto é, Ele me
aviva, renova e refresca, Esse é um
tema recorrente do Novo Testamento;
'O interior, contudo, se renova de dia
em dia’ (2 Co 4.16). 'E vos renoveis no
espírito do vosso sentido' (Ef 4.23); ‘E
vos vestistes do novo, que se renova
para o conhecimento' (Cl 3,10). Essa
graça que sustenta a alma. d) 'Não
me faltará instrução da justiça' (v. 3).
'Guia-me pelas veredas da justiça por
am or do seu nome. As veredas da
justiça são caminhos planos. Uma das
funções das Escrituras é 'instruir em
justiça' (2 Tm 3,16). Deus não somente
adverte contra 0 mal; Ele nos guia nos
caminhos da justiça, Isso ocorre por
amor do seu nome, provando 0 tipo
de Deus que Ele é. 0 Deus, cujo nome
é santo, quer que seu povo também
seja santo (Lv 19.2; 1 Pe 114-16), e) 'Não
me faltará coragem diante do perigo'
(v. 4), Ainda que eu ande pelo vale
da sombra (hb., escuridão profunda
e mortal) da morte, não temerei mal
algum. Aqui está a certeza da ajuda no
momento mais difícil da vida. A morte
o Salm o m ostra D eus
honrando o salm ista,
ungindo-o com óleo -
segundo os estudiosos,
um óleo perfum oso que
representava hospitalidad e
e favor - e transbordando
o cá lice, que sim b oliza a
grande generosidadedo
Anfitrião.
não é um adversário desprezível. Ela
é o nosso último grande inimigo (1
Co 15.26).”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, pp. 152,153.)
II! - A PLENA PROVISÃO DE
DEUS
1, A impotência dos adversários
diante da provisão de Deus (v.5). Saindo
da imagem do campo para a de uma
casa, a expressão “preparas uma mesa”
traz a ideia de 0 anfitrião convidar 0 justo
para uma refeição. Nela, os inimigos
do justo estarão presentes. Estudiosos
dizem que aqui aparece uma imagem
da demonstração pública que um rei
oriental fazia para honrar alguém na
presença de todos. Nesse sentido, os
inimigos estariam presentes diante da
honraria do rei. Isso lembra um pouco
o episódio de Mardoqueu em que
Hamã, o inimigo dele, teve de honrá-lo
(Et 6.1-11). Então, o Salmo mostra Deus
honrando o salmista, ungíndo-o com
óleo - segundo os estudiosos, um óleo
perfumoso que representava hospi
talidade e favor - e transbordando o
cálice, que simboLiza a grande genero-
JO VENS 29
Com o o sa lm ista
tinha a co n v icçã o de que
b on d ad e e m isericó rd ia
seriam re a lid a d e por
todos os d ia s d a v id a dele,
e ssa re a lid a d e tam bém
é a n o ssa até a volta do
Senho r Jesu s.
sidade do Anfitrião. Lembre-se de que
Deus já tratou assim conosco. Muitos
pecadores, com vidas destruídas, já
foram completamente restaurados por
Deus e servidos por Ele com graça,
abundância de bênçãos espirituais
e materiais sem medidas, Podemos
afirmar que milhares de pessoas que
outrora foram vítimas de palavras de
morte, hoje contemplam uma realidade
de bênçãos inimagináveis.
2. Bondade e misericórdia do Se
nhor (v.6). Aqui, como consequência
de todo bem que o Senhor fez com
o salmista, ele chega à conclusão de
que a sua vida será conduzida debaixo
da bondade e misericórdia de Deus. A
cada dia, experimentamos a bondade
e a misericórdia do Senhor. Como o
salmista tinha a convicção de que bon
dade e misericórdia seriam realidade
por todos os dias da vida dele, essa
realidade também é a nossa até a volta
do Senhor Jesus (Mt 28.20; Lc 6.38).
3. Habitando na Casa do Senhor
(v.6). Portanto, o salm ista esperava
habitar na Casa do Senhor por longos
dias, ou “por dias sem fim" ou “todos
os dias da minha vida" ou “para todo
sempre". Aqui a ideia é de servir a Deus
por toda a vida. Nesse contexto, não
há como olhar para trás depois de
conhecer e experimentar o Senhor
como pastor e anfitrião de nossas vidas.
Como cristãos, anelamos por estar com
Cristo para todo o sempre (1 Ts 417).
Por isso, devem os perseverar para
nos acharmos fiéis na ocasião de sua
vinda (Lc 18.8; 2 Tm 4.8). Nesse caso,
a melhor forma de fazer assim é estar
em comunhão com outros jovens e
demais irmãos na igreja Local, exercer
a vocação como gratidão ao que Deus
fez em sua vida e manter-se fiel a Ele
em toda reverência e santidade.
SUBSÍDIO #
“A ideia do completo cumprimento
de cada necessidade com a qual o
salmo inicia continua controlando o
seu desenvolvimento, mas a compa
ração muda do Pastor para o Anfitrião,
do campo para a casa. Preparas uma
mesa perante mim na presença dos
meus inimigos (v. 5) retrata a marca da
apreciação pública que o rei oriental
mostrava àquele que desejava honrar
de uma maneira especial. Essa é a única
referência passageira aos inimigos que
aparecem descritos tão amplamente
em outros salmos de Davi. ‘Unges a
minha cabeça com óleo': não é o óleo
da unção que era usado para empossar
o rei ou o sacerdote; um outro termo
hebraico é usado para esse fim, Esse
era um óleo perfumoso amplamente
usado em banquetes do Oriente antigo
como marca de hospitalidade e favor. A
cabeça ungida com óleo é uma figura
bíblica comum para abundância de
alegria. ‘O meu cálice transborda sim
boliza a provisão abundante oferecida
pelo generoso Anfitrião,”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD. 2005, p. 153)
30 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
LUCADO, Max. Seguro nos Braços
do Pastor: Esperança e
Encorajamento do Salm o 23.
Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
© HORA DA REVISÃO
1. Quais as duas imagens presentes
no Salmo 23?
A imagem do pastor e a imagem
do anfitrião.
2. Quais versículos mostram como Deus
preenche o interior do ser humano?
“Deitar em verdes pastos" e "guiar
as águas tranquila".
3. Segundo a lição, qual a visão rea
lista que o salmista tem da vida?
O salmista tem uma visão realista da
vida. sabe que o dia mal pode chegar
a qualquer momento, mas também
sabe que o pastor não o deixará em
falta: T u estás comigo" (v.4).
©CONCLUSÃO
Temos um pastor que cuida de nos.
Temos um anfitrião que nos agracia
com um rico banquete espiritual. O
dia a dia de nossas vidas nos impõe
desafios bem complexos, Por isso.
devemos estar seguros no Pastor
que não nos falta, no anfitrião que é
generoso para conosco. Temos muitas
razões para, numa ocasião de sombra e
penumbra, declarar: “Tu estás comigo".
Sim, Deus está com vocè. Ele sempre
esteve, Que o Espírito Santo seja per
cebido em cada metro quadrado em
que habitarmos!
r
ANOTAÇAO
4. Que ideia a expressão “preparas
uma mesa” traz?
A expressão “preparas uma mesa”
traz a ideia de o anfitrião convidar
o justo para uma refeição.
5. Segundo a lição, qual é a ideia pre
sente nas expressões “habitar na
Casa do Senhor ‘por dias sem fim'
ou ‘todos os dias da minha vida?"
Aqui a ideia é de servir a Deus por
toda a vida.
PRESTANDO UM CULTO
SANTO A DEUS
TEXTO PRINCIPAL
"Levantai, ó portas, as vossas
cabeças; levantai-vos, ó
entradas eternas, e entrará
o Rei da Glória."
(SI 24 .7)
RESUMO DA LIÇÃO
A nossa vida deve estar
plenamente em coerência
com os valores do Deus que
tributamos, reverenciamos
e adoramos.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA- 2 Sm 6.12-15
A A rca d e D eu s co n d u zid a
p a ra Je ru sa lé m
TER ÇA - Mt 1.23
Je su s Cristo é 0 Em an u el
QUARTA - Ap 2 0 .2-7
0 Sen h o r im p lan tará o seu
reino eterno
QUINTA - Mt 2 2 .37-39
A m an d o a D e u s e ao próxim o
SEXTA - Hb 10.19,20
0 novo e vivo cam in ho
SÁBADO - Jo 4 23
A d orand o a D e u s em espírito
e em verdade
JOVENS 32
OBJETIVOS
• COMPREENDER que o Deus Todo-Poderoso é o objeto de nossa
adoração;
• SABER como o crente deve se apresentar diante de Deus em um
santo culto;
• CONSCIENTIZAR de que o culto é a expressão visível do divino na Terra.
" " \
INTERAÇÃO
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito do Salmo 24.
Veremos que “como a terra è do Senhor, todos somos servos, zeladores. Devemos
administrar bem este mundo e seus recursos, mas não devemos dedicar-nos a
qualquer coisa criada nem agir como proprietário exclusivos, porque este mundo
passará.
Este Salmo pode ter sido escrito para celebrar a mudança da Arca da Aliança
da casa de Obede-Edom para Jerusalém (2 Sm 6.10-12). A tradição diz que era
cantado no primeiro dia de cada semana, nos cultos realizados no Templo. Os
versículos de um a seis explicam quem é digno de adorar a Deus" (Bibíia de Estudo
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 755).
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), peça que em grupo os alunos leiam os versícuLos de 7 a 10 do
Salmo 24. Em seguida faça a seguinte pergunta: “Quem é este Rei da Glória?"
Incentive a participação dos alunos e ouça a todos com atenção. Explique que
aqui, Ele é identificado como o Senhor Todo-Poderoso, é 0 Messias eterno, santo
e poderoso. Este Salmo não é apenas um grito de guerra para a Igreja, também
aponta para a espera ansiosa pela entrada de Cristo na nova Jerusalém, para
reinar para sempre (Ap ig.11-21). Este cântico de louvor, provavelmente foi usado
na adoração pública. Deve ter sido entoado muitas vezes no Templo. Imaginem
a cena. As pessoas do lado de fora clamariam para que os portões do recinto se
abrissem e deixassem entrar o Rei da glória. Do lado de dentro, os sacerdotes
ou outro grupo perguntam: 'Quem é este Rei da Glória?'Todos respondem em
uníssono:'O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra’ (adaptado
da Bíblia de A plicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 754).
JOVENS 33
Salmos 24.1-10
1 Do SENHOR é a terra e a sua pleni
tude, o mundo e aqueles que nele
habitam.
2 Porque ele a fundou sobre os mares e
a firmou sobre os rios.
3 Quem subirá ao monte do SENHOR ou
quem estará no seu lugar santo?
4 Aquele que é limpo de mãos e puro
de coração, que não entrega a sua
alma à vaidade, nem jura enganosa
mente.
5 Este receberá a bênção do SENHOR e
a justiça do Deus da sua salvação.
6 Esta é a geração daqueles que bus
cam, d aq ueles que buscam a tua
face, ó Deus de Jacó. (Selá)
7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
levantai-vos, ó entradas eternas, e
entrará o Rei da Glória.
8 Quem é este Rei da G lória? O S E
NHOR forte e poderoso, o SENHOR po
deroso na guerra.
9 Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
levantai-vos, ó entradas eternas, e
entrará o Rei da Glória.
10 Quem é este Rei da G lória? O S E
NHOR dos Exércitos; ele é o Rei da
Glória. (Selá)
INTRODUÇÃO
A presente lição é um estudo a
respeito do Salmo 24. Veremos o con
texto em que este Salmo foi produzido,
sua estrutura e como ele mostra duas
realidades no contexto de um culto:
Deus como objeto de adoração; ado
radores que tributam adoração a Ele.
Nesse sentido, perceberemos que o
Salmo 24 tem muito a nos auxiliar na
prática do culto a Deus em nossas
igrejas locais.
I - O DEUS TODO-PODEROSO
É O OBJETO DE NOSSA ADO
RAÇÃO
1. O contexto do Salmo 24. Acerca
do Salmo 24, a maioria dos estudiosos
o remonta ao contexto da chegada da
Arca da Aliança à tenda preparada no
Monte Sião, no período do reinado de
Davi (2 Sm 6.1-15). É verdade também
que o Salmo tem sido classificado na
categoria dos messiânicos devido à
ênfase dos versículos 7-10. Entretanto,
0 nosso estudo se dará na perspectiva
de considerar o salmo adequado para
uma ocasião litúrgica, e o quanto ele
nos ajuda a cultuar a Deus de maneira
verdadeira. Por isso, o classificamos
na categoria de salmos litúrgicos. Seu
apelo litúrgico nos auxilia na prática
do culto moderno. Assim, podemos
estabelecer a seguinte estrutura do
Salmo 24:1) A verdadeira natureza da
adoração (vv.l-6); 2) A coroação do
Rei (vv.7-10). Na primeira estrutura,
a natureza da verdadeira adoração,
podemos subdividi-la em duas par
tes: a) o objeto da adoração, o Deus
Criador (vv.1,2); b) a vida de quem
adora (v.3-6). Neste primeiro tópico,
abordaremos os versículos 1,2 e os
versículos 7-10, pois dizem respeito
ao objeto de devoção e adoração
do crente,
2. Deus é soberano (vv.1,2). O pri
meiro versículo atesta que o mundo
e tudo o que nele habita pertencem
34 jO VENS
ao Senhor (v.i). Foi D eus m esm o
que fundou a terra sobre os mares
e a estabeleceu sobre os rios (v.2).
Esse Deus é o objeto de adoração na
Tenda de Israel (2 Sm 6.12-15). Como
estabeleceu o mundo e tudo o que
nele há, Deus formou a nossa vida,
nos forjou segundo a sua vontade.
Nós som os criação direta do Deus
Todo-Poderoso. É a Ele que devemos
Louvar e adorar. É a Ele que devemos
prestar culto. Deus é soberano na vida
do seu povo. Não somos onipotentes,
onipresentes nem oniscientes; mas
Deus é. Somos limitados, mas Ele é
iLimitado e infinito.
3. A coroação do Rei (vv. 7-10). É
possível contextualizar esses versí
culos a um chamado ao povo diante
das portas da tenda que se tornou
Templo (v.7), O pastor George Wood,
em sua obra sobre Salmos, diz que
nos versículos 3-6 o adorador está fora
do Templo, mas nos versículos 7-10
ele está dentro da área do Templo.
É o Senhor, forte, poderoso e Rei da
Glória entrando no Templo (vv. 8-10).
Como cristãos, também aplicam os
os versículos 7-10 à messianidade de
Jesus Cristo (Jo 1.14). Nosso Senhor é
o Rei da Glória, o Emanuel, isto é, o
Deus conosco, o Deus que se tornou
barro (Mt 1.23). Embora tenha sido hu
milhado com uma morte de cruz, Deus
o exaltou soberanamente, dando-lhe
um nome que é sobre todo o nome
para que todo joelho se dobre diante
dEle e toda Língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor. Assim, o Salmo 24
nos ajuda a adorar o Deus Filho, Jesus
Cristo, Eis o elemento cristocêntrico do
culto cristão. Nele, experimentamos um
pouco do reino eterno de nosso Senhor
N osso Senhor é o Rei
d a Glória, o Em anuel,
isto é, o D eus conosco, o
D eus que se tornou barro
(Mt 1.23).
quando um dia será implantado neste
mundo por Ele mesmo e de uma vez
por todas (Ap 20.2-7).
@ PENSE!
Deus criou soberanamente 0 mundo
e tudo 0 que nele habita.
Q PONTO IMPORTANTE!
0 Senhor Jesus Cristo é 0 Rei da
Glória, 0 nosso Senhor.
SUBSÍDIO O
'O Salmo 24 diz respeito ao reino de
Jesus Cristo: (1) O seu reino providencial
pelo qual Ele governa 0 mundo (w. 1,2).
(2) O reino de sua graça, pelo qual Ele
governa a sua igreja. 1. Em relação aos
súditos de tal reino. O seu caráter (w.
4,6). o seu estatuto, v. 5.2. Em relação
ao rei desse reino, e uma intimação
para que todos lhe deem admissão,
vv. 7-10. É suposto que o Salmo tenha
sido escrito na ocasião em que Davi
trouxe a arca para o lugar preparado
para eLa, e que a sua intenção fosse
conduzir o povo acim a da pompa e
das cerimônias externas para uma vida
santa de fé em Cristo, de quem a arca
era um tipo."
(HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro:
CPAD. zoio, p. 288.)
JOVENS 35
Em Cristo, podem os
adorar a D eus em espírito e
em verdade. N esse sentido,
quem “sobe ao m onte do
Senhor" vive integralm ente
o estilo de vida de um
verdadeiro adorador.
II - COMO SE APRESENTAR
DIANTE DE DEUS EM SANTO
CULTO
1. Pureza de coração (v. 3,4)- O
versículo 3 se inicia com a seguinte
pergunta: "Quem subirá ao Monte do
SENHOR?" Em outras palavras, quem
pode entrar no templo e receber a
bênção do SENHOR (v.5)? O versículo
4 responde: “o limpo de mãos, puro
de coração, que não tem vaidade e
nem pratica o engano", Todas essas
características são esperadas do jovem
adorador que entra no Templo para
cultuar a Deus. É um tipo de vida em
que o adorador renuncia o próprio ego
para entronizar a Deus em seu coração
(Mt 22.37-39). É um estilo de vida que
tem consequências práticas para fora
da área do Templo.
2. Bênçãos e justiça de Deus (w. 5,6).
Os versículos 5 e 6 trazem uma promes
sa. 0 adorador, que age de acordo com
os versículos 3 e 4, receberá bênçãos de
Deus e sua justiça para salvação. Nesse
sentido, esses adoradores são os que
buscam a face de Deus. Sim, 0 adorador
é chamado para se apresentar diante
do Altíssimo para adorá-lo, buscá-lo e
exaltá-lo (Rm 12.1).
3. É tempo de “subir ao monte
do Senhor". O Salmo 24 nos chama
a subir ao “monte do Senhor". O Novo
Testamento aprofunda a compreensão
do Templo de Deus. Hoje, o Espírito
Santo nos im pulsiona a gLorificar a
Cristo (Jo 16.14). O escritor aos Hebreus
diz que “tendo, pois irmãos, ousadia
para entrar no Santuário, pelo sangue
de Jesus, pelo novo e vivo caminho
que ele nos consagrou” (Hb 10,19,20).
Em Cristo, podemos adorar a Deus
em espírito e em verdade (Jo 4 24).
Nesse sentido, 0 jovem que “sobe ao
monte do Senhor" vive integralmente
um estilo de vida de um verdadeiro
adorador.
@ PENSE!
Quem pode ‘su b irã o monte do
Senhor"?
Q PONTO IMPORTANTE!
Quem é limpo mãos e de coração,
sem vaidade e engano.
SUBSÍDIO 0
Professoría), inicie o tópico fazendo
a mesma indagação do salmista no ver
sículo três: “Quem subirá ao Monte do
Senhor?” Ouça os alunos com atenção.
Explique que “aqui está uma investiga
ção em busca de coisas melhores, v. 3.
Essa terra são os escabelos de Deus;
porém, se nós tivermos muito dela, nós
devemos ficar aqui por pouco tempo,
devemos em breve ir embora, e quem
subirá ao monte do Senhor? Quem
irá para 0 céu futuramente, e, falando
sério acerca disso, haverá comunhão
com Deus nas ordens santas? Uma
alma que conhece e considera a sua
própria natureza, origem e imortalidade,
quando elativer visto a terra e a sua
plenitude, ela se sentirá satisfeita, Não
36 JOVENS
foi encontrada, entre todas as criaturas,
uma ajuda adequada para o homem,
e, por essa razão, pensará acerca da
ascensão em direção a Deus, em
direção ao céu, e perguntará: 'O que
eu devo fazer para subir para aquele
lugar alto, aquele monte, onde o Se
nhor habita e se manifesta, para que
eu possa ser familiarizado com Ele e
perm anecer naquele lugar santo e
feliz onde Ele se encontra com o seu
povo e os torna santos e felizes? O que
devo fazer para que eu possa ser um
daqueles a quem Deus toma como o
seu povo peculiar e que pertence a
Ele de outra maneira, como a terra é
sua e a sua plenitude? Essa questão é
muito parecida com essa, Salmos 15.1,
O monte de Sião, em que o Templo
foi construído, representando a igreja,
tanto visível quanto invisível. Quando
o povo vinha até a arca no seu santo
lugar, Davi relembra-lhes de que esses
eram modelados das coisas celestiais,
e, portanto, que por meio deles, eles
deveríam ser levados a considerar as
coisas celestiais."
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, p. 289.)
III - O CULTO: A EXPRESSÃO
VISÍV EL DO DIVINO NA TERRA
1. O culto a Deus. Basicamente o
culto a Deus é o momento em que
tributamos, reverenciamos e adoramos
a Deus numa igreja local. Embora os
cristãos entendam, teológica e doutrina-
riamente, que a adoração não mais está
restrita à área geográfica (Jo 4.24), desde
os primórdios nos reunimos num local
visível para cultuar a Deus e cumprir
as duas ordenanças de nosso Senhor:
D e m aneira geral,
podem os conceituar
liturgia com o a form a
que um culto a D eus é
conduzido.
ao batismo e a Ceia do Senhor. Nesse
momento, entendemos que Deus se
encontra conosco em culto, pois o lou
vamos, intercedemos, esperamos que
Ele fale conosco por meio da exposição
da Palavra de Deus e experimentamos 0
compartilhamento dos dons espirituais
para a nossa edificação (1 Co 12.4-11),
Logo, o culto cristão é um momento de
grande devoção espiritual de maneira
congregacional.
2. A importância da liturgia. De
maneira geral, podemos conceituar
liturgia como a forma que um culto
a Deus é conduzido. Nesse caso, de
acordo com a sua história, a igreja local
pensa nos cânticos, na linguagem a ser
usada, nos gestos e toda forma audível
e visível que contribuirão para o bom
andamento do culto. Naturalmente, a
liturgia traz uma ideia de ordem. Ela
deve ser espontânea no sentido do que
o apóstolo Paulo ensinou: “Quando vos
ajuntais, cada um de vós tem salmo,
tem doutrina, tem revelação, tem língua,
tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação" (1 Co 1426). Assim, podemos
dizer que a liturgia das igrejas, no geral,
tem os seguintes elementos: oração
inicial, cânticos congregacionais, mo
mento de intercessão, leitura oficial
das Escrituras, ofertório, pregação da
JOVENS 37
De acordo com o
Salm o 24, nosso culto
e su a liturgia devem nos
levar a adorar a
D eus em espirito e
em verdade
(Jo 4,26).
Palavra, apeLo, oração final e bênção
apostólica, Essa ordem pode variar de
acordo com a região de nosso pais e
a liderança da igreja.
3. Como devo me preparar para
o culto? De acordo com o Salmo 24,
nosso culto e sua liturgia devem nos
levar a adorar a Deus em espírito e
em verdade (Jo 4,26). Aqui. espírito e
verdade têm a ver exatamente com
a disposição de estar inteiro no ato
de adoração, sabendo o que se está
fazendo ali (Rm 12.1). Não podemos
estar presentes de corpo, mas ausentes
de mente. O culto não acontece por
causa da liturgia, mas por causa dos
adoradores. Nesse sentido, toda a
nossa memória, atenção, imaginação,
pensamento e linguagem devem estar
voltados para o que estamos fazendo:
prestando santo culto a Deus. No mo
mento do culto, estamos subindo ao
“monte do Senhor'. Por isso, devemos
ser participantes ativos do período
cúltico. Entoar os cânticos, suplicar
a Deus na oração congregacional,
receber a Palavra de Deus com toda
reverência e quebrantamento (Sl 51.17).
Um culto pode mudar a trajetória de
uma vida.
@ PENSE!
0 que é um culto a Deus?
0 PONTO IMPORTANTE!
Um momento de tributo, reverência
e adoração a Deus..
SUBSÍDIO ô
Tendo em vista a soberania de Deus,
quais são as exigências feitas àqueles
que o adorariam? As qualificações es
pirituais daqueles que se aproximavam
de Deus ‘em espírito e em verdade' Uo
424) são anunciadas. Perowene descreve
os versículos 3-6 como uma lista das
‘condições morais que são necessárias
para toda a pessoa que se aproxima de
Deus em seu suntuárío. O Salmo passa,
como ocorre habitualmente, do geraL
para o particular, da relação de Deus
com toda a humanidade como o seu
Criador para o seu relacionamento
especial com seu povo escolhido no
meio do qual Ele tem manifestado a sua
presença. O Deus Poderoso é também
0 Deus Santo. Seu povo. portanto, deve
ser santo. Observe os paralelos em 15.
1-5 e Isaias 33.14-17
Aquele que é ümpo e puro de co
ração está livre da culpa dos pecados
cometidos, Pilatos lavou suas mãos em
água para simbolizar sua alegação de
inocência pela morte de nosso Senhor.
Mas a água não pode limpar as mãos
manchadas dos pecadores. Somente
a fonte aberta para a casa de Davi
contra o pecado e a impureza pode
proporcionar a purificação da culpa
(Zc 13.1). As mãos representam aquilo
que a pessoa faz, mas puro de cora
ção representa aquilo que a pessoa é.
Mesmo o Antigo Testamento reflete o
padrão do Evangelho quanto à pureza
de coração (51,7-10; cf. Tg 4 8)."
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD. 2005. p. 290.)
38 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
GONZALES, Justo. A Bíbtia na Igreja
Antiga. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
A BÍBLIA
N A IG R E J A
| A N T IG A 1\
© HORA DA REVISÃO
Qual contexto do Salmo 24 pode
mos remontar?
Acerca do salmo 24. a maioria dos
estudiosos o remonta ao contexto da
chegada da Arca da Aliança a tenda
preparada no Monte Sião, no período
do reinado de Davi (2 Sm 6.1-15).
2. O que o primeiro versículo atesta?
O primeiro versículo atesta que o
mundo e tudo o que nele habita
pertencem ao Senhor (v.i).
3. Segundo 0 Salmo 24, quais caracterís
ticas são esperadas de um adorador?
‘O limpo de mãos, puro de coração,
que não tem vaidade e nem pratica
o engano.'
© CONCLUSÃO
0 Salmo 24 mostrou que Deus é 0
objeto de nossa adoração e que nós
vivemos para adorá-lo. Nesse sen
tido, temos um compromisso ético
com Deus e com nós mesmos que
expressa a nossa vida de culto a Deus,
0 momento em que passamos em
comunhão, adorando ao Senhor em
espírito e em verdade, pode alterar
por completo a trajetória de nossa
vida. Portanto, cultuar a Deus com os
nossos irmãos se torna 0 melhor ato
do mundo.
ANOTAÇÃO
4. Como podemos conceituar o culto
a Deus, de acordo com a lição?
Basicamente o culto a Deus é o
momento em que tributamos, re
verenciamos e adoramos a Deus
numa igreja local.
5. Conforme a lição, cite pelos menos
três elementos da liturgia bíblica,
Oração inicial, cânticos congregacio-
nais, momento de intercessão, lei
tura oficial das Escrituras, momento
ofertório, pregação da Palavra, apelo,
oração final e bênção apostólica.
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TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
O ANSEIO DA ALMA
POR DEUS
LIÇÃO 6
7 mai 2023
"Com o o cervo brama pelas
correntes das águas, assim
suspira a minha alma por ti, ó
Deus!" (SI 42 .1)
RESUMO DA LIÇÃO
A nossa alma suspira por Deus;
sua presença traz sentido à nossa
vida. Não podem os viver sequer
um dia sem o Senhor.
SEGUNDA - Hb 11.1-3
Hom ens que dependeram de Deus
TERÇA - Js 3-14-17
A natureza nos ensina lições de Deus
QUARTA - l Co 13.13
A esperança é uma virtude
QUINTA - SI 43 4,5
D eus é a nossa alegria e auxílio
SEXTA-1J0 4 4
"M aior é o que está em vós"
SÁBADO - Lm 3.21
Cultivando lembranças
que edificam
JOVENS 40
OBJETIVOS
■ COMPREENDER que a alma humana suspira por Deus;• MOSTRAR as características da alma que se encontra abatida;
• EXPLICAR como podemos fortalecer a esperança em tempos difíceis.
INTERAÇÃO
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos o Salmo 42. Você, junta
mente com seus alunos, verá que este cântico traz lições preciosas para a nossa
vida pessoal e espiritual. No decorrer da lição, reforce a ideia de que passar pela
juventude desejando a presença de Deus é uma bênção singular. Entretanto, não
significa que não sentiremos dores e tristezas, mas que, uma vez na presença de
Deus, estaremos prontos para vencer os desafios e dificuldades que a vida nos
impõe. Veremos que a nossa profundidade devocional determinará a qualidade
da nossa vida.
Jamais podemos nos esquecer de que a nossa alma é dependente de Deus.
Não há nada em que podemos colocar a nossa confiança para preencher o lugar
do Senhor. Somente Ele nos completa e não nos deixa caminhar sozinhos. So
mente a comunhão com o Eterno pode trazer equilíbrio espiritual e social, bem
como nos conduzir a viver a vontade de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), reproduza o quadro abaixo. Sugerimos que você o utilize-a para
mostrar aos alunos que o verdadeiro crente tem fome e sede de Deus.
1. "Sem sede de Deus a pessoa morre espirítualmente. Não devemos, pois, per
m itir que coisa alguma faça dim inuir nosso anelo pelo Senhor, Acautele-se dos
cuidados deste mundo, da busca das coisas terrenas e dos prazeres que tiram
a fome e sede de Deus, e 0 desejo de buscar a sua face em oração (Mc 4.19},"
2 'Devemos orar para que aumente o nosso anseio pela presença de Deus, que 0 nosso desejo
peta plena manifestação do Espírito Santo cresça, e que se aprofunde a nossa paixão pela
plenitude do reino de Cristo e sua justiça, até clamarmos por Ele de dia e de noite, com sede
sincera, assim como 0 cervo trama pelas correntes das águas' em tempos de seca (v. t Mt 5.6Í"
Extraído da B íb lia de Estudo Pentecostat Rio de Janeiro: CPAD, p 850.
JOVENS 41
Salmos 42.1-11
1 Como o cervo brama pelas correntes
das águas, assim suspira a minha alma
por ti, ó Deus!
2 A minha alma tem sede de Deus, do
Deus vivo; quando entrarei e me apre
sentarei ante a face de Deus?
3 As minhas lágrimas servem -m e de
mantimento de dia e de noite, por
quanto me dizem constantemente:
Onde está o teu Deus?
4 Quando me lembro disto, dentro de
mim derramo a minha alma; pois eu
havia ido com a multidão; fui com eles
à Casa de Deus, com voz de alegria e
louvor, com a multidão que festejava.
5 Por que estás abatida, ó minha alma,
e por que te perturbas em mim? Es
pera em Deus, pois ainda o louvarei na
salvação da sua presença.
6 Ó meu Deus, dentro de mim a minha
alma está abatida; portanto, lembro-me
de ti desde a terra do Jordão, e desde
o Hermom, e desde o pequeno monte.
7 Um abismo chama outro abismo, ao
ruido das tuas catadupas; todas as tuas
ondas e vagas têm passado sobre mim.
8 Contudo, o SENHOR mandará de dia
a sua misericórdia, e de noite a sua
canção estará comigo: a oração ao
Deus da minha vida.
9 Direi a Deus, a minha Rocha: Por que
te esqueceste de mim? Por que ando
angustiado por causa da opressão do
inimigo?
10 Com o com ferida mortal em meus
ossos, me afrontam os meus adver
sários, quando todo o dia me dizem:
Onde está o teu Deus?
11 Por que estás abatida, ó minha alma, e
por que te perturbas dentro de mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei.
Ele é a salvação da minha face e o
meu Deus.
INTRODUÇÃO
0 estudo do Salmo 42 traz lições
preciosas para a vida espiritual. Nele,
veremos que passar pela juventude
desejando a presença de Deus é uma
bênção. Isso não significa que as dores
da alma não serão sentidas, mas que,
uma vez na presença de Deus, a nossa
alma é preenchida e estaremos prontos
para vencer os desafios que a vida nos
impõe. Aprenderemos, portanto, que
a nossa profundidade devocional de
terminará a qualidade do nosso futuro.
1 - A ALMA QUE SUSPIRA POR
DEUS
1, Introdução ao Salmo 42.0 Salmo
42 introduz o Livro II de Salmos. Ele
forma uma unidade com o Salmo 43 -
Trata-se de uma canção escrita pelos
filhos de Corá, uma família de levitas.
Esses levitas que sabiarríbem a respeito
da importância da adoração no Templo.
Por isso, a canção dos Salmos 42 e 43
expressa o desejo do levita em retor
nar ao Templo para a adorar a Deus. O
cantor lamenta as circunstâncias da vida
que o impedem de participar do culto
no Templo. Nesta lição, priorizaremos
a exposição do Salmo 42.
2. A alma anseia por Deus. 0 cantor
usa a imagem da corça que anseia pelas
águas a fim de mostrar o quanto ele
anseia pela presença de Deus (SL 42.1).
Em seu comentário bíblico, Matthew
Henry escreve: “Comparecer diante de
Deus é, ao mesmo tempo, 0 desejo dos
42 JOVENS
justos e o terror dos hipócritas”. Essa
citação capta exatamente o desejo do
justo em estar diante da face de Deus
por intermédio do culto público, mas
quando isso não acontece, por causa
de uma circunstância impeditiva, sua
alma chora e se abate. O justo sente
prazer em estar diante de Deus. Nesse
sentido, o início do Salmo 42 revela a
privação do cantor em cultuar a Deus
no Templo e sua preocupação em
encontrar uma fonte que alivie a sua
sede (v.2). Essa imagem revela que não
há alívio para a alma do jovem sem a
presença de Deus.
3. A capacidade da memória, uma
faculdade da alma. Longe da presença
de Deus, simbolizada pela presença
no Templo, memórias e sentimentos
passados do salmista o lembram dos
tempos áureos da adoração pública (Sl
42.3,4). Entretanto, essas lembranças
aprofundam o desânimo de sua alma
ao ponto de ele indagá-la: “Por que se
perturba dentro de mim?" (Sl 42.5a). Note
que as lembranças têm a capacidade de
aprofundar uma dor ou a consequência
de uma experiência negativa: mas, ao
mesmo tempo, elas têm a capacidade
de renovar a esperança (Sl 42.5b). Isso
dependerá da capacidade que você tem
de lembrar das dores e das experiências
negativas e aprender com elas, bem
como a capacidade de recordar das
experiências edificantes, dos milagres
extraordinários da providência divina
em sua vida para motivar as suas ações
hoje. Não por acaso, o apóstolo Paulo
nos convida a cultivar a memória, com
a verdade, a honestidade, a justiça,
a pureza, a am abilidade e todas as
virtudes possíveis (Fp 4.8 cf. Lm 3.21).
É preciso que você selecione bem o
O início do Salm o 42
revela a privação do cantor
em cultuar a D eus no
Templo e su a p reocupação
em encontrar um a fonte
que a liv ie a su a sed e (v.2).
E ssa im agem revela que
não há alívio p ara a a lm a
do jovem sem a presen ça
de Deus.
que entra em sua memória, pois o que
você lembra hoje o motivará para tomar
decisões espirituais, morais e sociais
amanhã (Sl 42.5).
© P E N S E !
Por quem a sua alma suspira?
© PONTO IMPORTANTE!
A alma do jovem cristão suspira
por Deus.
SUBSÍDIO O
Prezado(a) professor(a), inicie fa
zendo as seguintes pefguntas: ‘O que
vocês sabem a respeito do Salmo 42?”
“Quem é o autor do Salmo 42?” “Ouça
os alunos com atenção e expLique que
este é um Salmo bem conhecido e ele
é de autoria dos filhos de Corá, uma
família de levitas, Este Salmo abre o
segundo livro dos Salmos (Salmos 42 a
73) dando-nos um cântico para aqueles
momentos em que não temos vontade
de cantar. Trata-se de um masquil, um
poema de discernimento que apresenta
instruções sobre como nos conduzir em
momentos de profundo desânimo. A
causa da maioria das depressões é um
sentimento de perda — de ser amado,
JOVENS 43
Diferentemente do
tempo dos filhos de Corá,
você tem a presença de Je
su s e a plenitude do Espírito
Santo com você. Por isso,
um a lição que o Salm o 42
ensina é que nada em nossa
vida pode tirar o foco da
piedade. Sua vida espiritual
dará a direção para o futuro
que você colherá.
um objeto desejado, um amigo querido,
da saúde, do emprego ou da carreira,
do casamento ou de uma história de
amor, sonhos.0 abatimento se intensifica
quando sentimos que o próprio Deus
já se foi. Que perda você experimentou
que o fez ficar triste? Seria a ausência
de Deus a primeira coisa da sua lista?
Era assim com 0 salmista.
O salmista se compara a um cervo
bramando pelas correntes de água (v.
1), implicando uma grave necessidade
e uma longa privação. Como o cervo,
também queremos saber onde podemos
encontrar a fonte para aliviar a nossa
sede (v. 2). Nossa secura de coração
contrasta com as lágrimas que correm
de nossos olhos. Quando as pessoas
perguntam 'onde está o teu Deus? (v,
3), a resposta comum é: ‘não sei”"
(WOOD. George. Rio de Janeiro: CPAD,
2006. p. 174>
II - A ALMA QUE SE ENCONTRA
ABATIDA
1. Não é pecado a alma estar aba
tida. O versículo 6 diz assim: “Ó Deus,
dentro de mim, a minha alma está
abatida". Muitos servos do Senhor, ao
longo da história, tiveram momentos de
angústias na caminhada cristã. Há uma
galeria de heróis da fé que comprova
isso (Hb 11). O versículo 6 deste salmo
revela que uma experiência negativa
pode introduzir em nossa alma um
estado de angústia. Por exemplo, a
não aprovação no vestibular pode fazer
isso com a sua alma; o término de um
namoro pode trazer esse sentimento
de abatimento que paralisa a sua vida
espiritual; experiências que trazem
um sentimento de fracasso têm um
potencial de aprisionar você por dentro.
2. A natureza traz lições de Deus. A
expressão “portanto" traduz uma mudan
ça de atenção do salmista. Nesse versí
culo 6, duas expressões se destacam,
“terra de Jordão” e “Hermon", além do
desconhecido monte Mizar. O salmista
se encontra nessa região, provavelmente
ao norte do mar da Galileia. Embora ele
esteja longe de Jerusalém, ele está num
local que, historicamente, sempre reve
lou as grandezas de Deus (Js 314-17; Sl
133). A partir dessa imagem, o saudoso
pastor norteamericano, George Wood,
escreveu: “encontramo-nos na 'terra
do Jordão', o ponto mais baixo da terra.
Desse lugar tão baixo, devemos nos
lembrar do ponto mais alto, o Hermon
(v.6). Dias meLhores virão; a vida é feita
de altos e baixos”. Assim, a natureza nos
traz lições belíssimas de que ela não é
fruto de um caos, de uma desordem. Há
um Criador que a sustenta e a dirige. Se
Ele faz isso com os minerais, os vegetais,
os animais, por que seria diferente com
os seres humanos?
3. É preciso ter esperança. Na fé
cristã, o problema não é estar aba
44 JOVENS
tido, pois isso é esperado em nossa
caminhada (2 Co 4.8,9). O problema é
perder a esperança (cf. 1 Co 13.13). Esta
é uma virtude intrínseca à nossa fé, pois
esperamos o Senhor Jesus voltar-se
contra todo tipo de incredulidade.
Portanto, podemos dizer assim para
a nossa alma: “Espera em Deus, pois
ainda o louvarei” (Sl 42.11).
@ PENSE!
Passaremos por momentos difíceis
na Terra.
® PONTO IMPORTANTE!
Precisamos oihar para 0 aito, pois
de lá vem a nossa esperança.
SUBSÍDIO ô
“Quando foi que Davi expressou
este desejo intenso por Deus? Quando
ele foi impedido de tomar parte nas
ocasiões públicas em que se esperava
em Deus, quando foi expulso para a
terra do Jordão, e estava a uma longa
distância dos átrios da Casa de Deus.
Observe: Às vezes Deus nos ensina,
de foram efetiva, a conhecer 0 vaLor
das suas misericórdias pela ausência
delas e aguça o nosso apetite pelos
meios da graça ao diminuir drastica
mente estes meios. Somos propensos
a repudiar o maná, em função da sua
fartura, o qual voltará a ser precioso
para nós se voltarmos a sofrer da sua
escassez. Quando ele foi privado, em
grande medida, do conforto interior que
costumava desfrutar diante de Deus.
Ele agora com eçou a se lamentar;
mas continuou bradando, Observe:
Se Deus, pela sua graça, operou em
nós um desejo sincero e intenso de
buscá-lo, podemos encontrar conforto
neste desejo quando perdermos os
prazeres arrebatadores que, muitas
vezes, tínhamos um Deus, porque o
lamento diante de Deus é uma evi
dência tão certeira de que o amamos
quanto a alegria diante dele. Antes de
o salmista registrar as suas dúvidas,
os seus temores, as suas aflições que
haviam lhe abalado profundamente,
ele pressupõe algo: que ele estava
olhando para o Deus vivo como o seu
bem maior, e nele havia colocado o
seu coração e estava decidido a viver
e morrer por Ele; e, depois lançar a
âncora em um primeiro momento, ele
escapa da tempestade."
(HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro:
CPAD, zoio, p. 357.)
III - COMO FORTALECER A ES
PERANÇA EM TEMPOS DIFÍCEIS
1. Não esteja sozinho. Diferentemen
te do tempo dos filhos de Corá, você
tem a presença de Jesus e a plenitude
do Espírito Santo com você (Hb 13.5; Jo
14.16). Por isso, uma lição que o Salmo
42 ensina é que nada em nossa vida
pode tirar o foco da fé. Sua vida espi
ritual dará a direção para o futuro que
você colherá. Por isso, vá ao altar do
Senhor, louve-o, pois ELe é a sua alegria
(Sl 4 3 4 ); anseie e priorize a presença
de Deus, pois Ele é o teu auxílio (Sl
43 5 ; cf. Js 1.8). Observe a importância
dos cultos públicos, das reuniões de
estudos bíblicos, da vocação ministerial
e da devoção pessoal. Disso depende
o sentido da sua vida cristã.
2. Equilíbrio espiritual e social.
Há muitos desafios na vida de mui
tos jovens. Há jovens que trabalham
e estudam. Há os que assumiram o
JOVENS 45
Por isso, Ele nos deu
a faculdade da memória.
Entre recordações e Lem
branças, nossa alm a é
alim entada por tudo o que
Deus fez de bom.
sustento da casa, pois um dos pais foi
recolhido por Deus. Outros ainda estão
iniciando a carreira nas forças armadas,
ou lutando para se sustentar numa uni
versidade pública ou privada. Enfim, os
desafios são complexos. Dependendo
de como reagimos a esses desafios
sociais, podemos entrar num ciclo de
ansiedade tendo como consequência
a depressão. Por isso, uma preciosa
lição que o SaLmo nos ensina é que na
proporção que a sua vida espiritual for
profunda, você superará os desafios
reais da vida, podendo prevenir a rota
da ansiedade e da depressão. Por isso,
se você está vivendo uma situação
complexa, pare, se acalme e reflita: 1)
ore e leia a Palavra de Deus; 2) estude e
trabalhe com dedicação: 3) espere em
Deus. Assim, esse momento complexo
passará, você aprenderá com ele e sairá
mais maduro do que quando entrou
(cf. Rm 5 -3- 5)-
3. Traga à m em ória o que dá
esperança. Outra lição preciosa que
podemos extrair do Salmo 42 é a ca
pacidade de trazer boas lembranças
para o tempo presente desafiador.
Tenha em mente que o que Deus
permitiu você passar ontem é porque
isso 0 ajudará hoje (Lm 3,21). Por isso,
ELe nos deu a faculdade da memória.
Entre recordações e lem branças,
nossa alm a é alim entada por tudo
o que Deus fez de bom. Não seja
escravo das Lembranças que trazem
sofrimento e dor, mas cultive aque
las que trazem esperança, ânimo e
coragem (Js 1.13).
@ PENSE!
É possível fortalecer a esperança
em tempos difíceis.
Q PONTO IMPORTANTE!
Em tempos difíceis é preciso não
estar sozinho, ter equilíbrio e cul
tivar bons pensamentos.
SUBSÍDIO m
Professor(a), enfatize o que pode
mos fazer quando estamos abatidos.
Explique que "o salmista apresenta
a dor e a cura dela no Salmo 42. ELe
afirma: 'Espera em Deus, pois ainda o
louvarei na salvação da sua presença'.
Explique que a confiança em Deus é
um antídoto supremo contra o d e
sânimo e a inquietude que querem
dominar o nosso espírito. E, portanto,
quando admoestamos a nós mesmos
no sentido de manter a esperança
em Deus: quando a alma abraça a si
mesma, ela afunda; se ela se apega
ao poder e às promessas de Deus, ela
mantém a cabeça para cima da linha
da água. Espera em Deus: Que Ele
receberá glória a partir de nós: 'pois
ainda o louvarei; experimentarei uma
mudança tão significativa na minha
situação, que não me faltará motivo
para louvar, e uma mudança tal no
meu espírito, que não me faltará louvor
no coração"
(Adaptado de HENRY. Matthew:Comentário
Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 357)
46 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
SPURGEON, Charles. Os
Tesouros de Davi. Vol. i.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
© HORA DA REVISÃO
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que a nossa alma é
dependente de Deus. Não há nada em
que você possa colocar a sua confiança
para preencher o lugar do Senhor. Per
cebemos também que a alma sente a
1. O que a canção dos Salmos 42 e
43 expressam?
Expressa o desejo do levita em
retornar ao Templo para a adorar
a Deus.
ausência de Deus diante de uma tributa
ção e angústia, embora Ele esteja perto.
Podemos usar recursos espirituais para
reagir ao sentimento paralisante. Assim,
somos convidados a não estar sozinhos,
2. Por que o cantor usa a imagem da
corça?
.: í O cantor usa a imagem da Corça
que anseia pelas águas a fim de
mostrar o quanto ele anseia pela
presença de Deus (Sl 42.1).
3. O que o versículo 6 do Salmo 42
revela?
j O versículo 6 revela que uma expe-
’ j riência negativa pode introduzir em
nossa alma um estado de angústia.
a andar em equilíbrio espiritual e social,
bem como, a cultivar lembranças que
nos motivam a viver a vontade de Deus.
r _
ANOTAÇAO
4. Por que a esperança é uma virtude
intrínseca à nossa fé?
Esta é uma virtude intrínseca a
nossa fé, pois esperamos 0 Senhor
■ Jesus voltar contra todo tipo de
: ■ " i J j incredulidade.
5. Cite três atitudes que fortalecem
a nossa esperança.
Não estar sozinho: equilíbrio espi
ritual e social e trazer a memória o
que dá esperança.
PERDOE-ME, SENHOR
TEXTO PRINCIPAL
"Tem misericórdia de mim,
ó Deus, segundo a tua
benignidade; apaga as minhas
transgressões, segundo a
multidão das tuas misericórdias."
(SI 51 .1)
RESUMO DA LIÇÃO
Para viver um processo de
restauração espiritual é preciso
reconhecer a benignidade e a
misericórdia de Deus, bem como
confessar o pecado praticado
e abandoná-lo.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - SI 136.1
A benignidade do Senhor
TERÇA - Lm 3.22,23
A s m isericórdias do Senhor
QUARTA - SI 51.3-5
Confessando o pecado
QUINTA - Rm 3 9-12
Todos estão debaixo do pecado
SEXTA-Tg 1.14,15
A prática do pecado
SÁBADO - Jo 16.8
0 Espírito Santo ap ela para
a consciên cia
JOVENS 48
OBJETIVOS
• COMPREENDER que o Salmo 51 é um clamor por misericórdia e
confissão;
■ MOSTRAR o anelo do salmista pela restauração;
• EXPLICAR que depois da confissão e restauração da comunhão com
o Senhor, estamos prontos para adorá-lo.
INTERAÇÃO
Professor(a), continuaremos nossos estudos do Livro de Salmos. Na lição deste
domingo estudaremos o Salmo 51 Veremos que ele está na categoria dos Salmos
penitenciais. Esses nos ensinam a respeito da importância da confissão e busca
pelo perdão de Deus, Este Salmo foi escrito por Davi quando ele foi confrontado
pelo profeta Natã por ocasião do adultério com Bate-Seba e o assassinato de
Urias (cf. 2 Sm 12.1-14)-
O estudo do Salmo 51 nos revela importantes preceitos divinos para uma
vida cristã abençoada, como por exemplo: a natureza misericordiosa de Deus, a
necessidade de confessar o pecado para ser restaurado, a disposição de viver o
processo de restauração e viver a adoração pública de maneira restaurada.
Como crentes recebemos uma nova natureza e não somos mais escravos
do pecado, entretanto enquanto.vivermos neste mundo estamos vulneráveis ao
pecado. Mas, agora não mais pecamos de forma deliberada. O erro é um acidente.
É importante que no decorrer da lição você ressalte que é tempo de humilhar-
-se e de confessar toda iniquidade, ainda é tempo de ser restaurado(a) por Deus!
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), reproduza a tabela abaixo no quadro. Sugerimos que você a
utilize-a para explicar aos alunos a estrutura do SaLmo 51. Conhecer e analisar
a estrutura nos ajuda a ter uma compreensão melhor do texto biblico que será
estudado.
1. Reconhecimento da natureza misericordiosa de Deus (vv. 1,2).
2 Confissão de pecados (w. 3-5).
3. Busca por restauração (w. 6,13)
4. A adoração verdadeira (w. 14-17).
JOVENS 49
•s
TEXTO BÍBLICO
Salmos 51.1-17
1 Tem m isericórdia de mim, ó Deus,
segundo a tua benignidade; apaga
as minhas transgressões, segundo a
multidão das tuas misericórdias.
2 Lava-m e completamente da minha
iniquidade e purifica-me do meu pecado,
3 Porque eu conheço as minhas trans
gressões, e o meu pecado está sempre
diante de mim.
4 Contra ti, contra ti somente pequei, e
fiz o que a teus olhos é mal, para que
sejasjustificado quando falares e puro
quando julgares.
g Esconde a tua face dos meus pecados
e apaga todas as minhas iniquidades.
10 Cria em mim, ó Deus. um coração puro
e renova em mim um espirito reto.
11 Não me lances fora da tua presença e
não retires de mim o teu Espírito Santo.
12 Torna a dar-me a alegria da tua salvação
e sustém-me com um espírito voluntário.
13 Então, ensinarei aos transgressores os
teus caminhos, e os pecadores a ti se
converterão.
14 Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus,
Deus da minha salvação, e a minha
língua louvará altamente a tua justiça.
5 Eis que em iniquidade fui formado, e
em pecado me concebeu minha mãe.
6 Eis que amas a verdade no intimo, e no
oculto me fazes conhecer a sabedoria.
7 Purifica-me com hissopo, e ficarei puro;
lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
8 Faze-me ouvir júbilo e alegria, para
que gozem os ossos que tu quebraste.
15 Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha
boca entoará o teu louvor.
16 Porque te não comprazes em sacrifícios,
senão eu os daria; tu não te deleitas em
holocaustos.
17 Os sacrifícios para Deus são o espírito
quebrantado; a um coração quebrantado
e contrito não desprezarás, ó Deus.
INTRODUÇÃO
O Salmo 51 está na categoria dos
Salm os penitenciais. Esses Salm os
trazem a ideia de confissão e busca
pelo perdão de Deus. Outros Salmos
podem ser classificados nessa c a
tegoria: 6 , 37,142, dentre outros. De
acordo com essa categoria, o Salmo
51 remonta o contexto em que o rei
Davi foi confrontado pelo profeta Natã
por ocasião do seu adultério com Ba-
te-Seba e o consequente assassinato
do esposo dela, Urias (cf. 2 Sm 12.1-14),
ordenado e planejado pelo rei. Por
isso, o Salmo 51 está estruturado da
seguinte forma: 1) Reconhecimento
da natureza misericordiosa de Deus
(vv.1,2); 2) Confissão de pecados (vv.3-
5); 3) Busca por restauração (vv.6,13);
4) Adoração verdadeira (vv. 14-17); 5)
O bem a Sião (vv.18,19). Assim, nesta
lição, estudaremos sobre a natureza
misericordiosa de Deus, a necessi
dade de confessar o pecado para ser
restaurado, a disposição de viver o
processo de restauração e, finalmente,
viver a adoração pública de maneira
restaurada.
I - MISERICÓRDIA E CONFIS
SÃO (vv.1-5)
1, Um clamor por misericórdia.
Nos dois primeiros versículos, chama
a atenção as expressões "tem miseri
córdia" e “benignidade”; “apaga minhas
transgressões” e “tua misericórdia";
“lava-me" e “purifica-me". O salmista
50 JOVENS
tem uma cLara noção de que Deus é
benigno e misericordioso. A benigni-
dade do Senhor dura para sempre (SL
136.1), e suas misericórdias não têm fim
(Lm 3.22,23). Por isso, só Deus pode
‘'lavar” e “purificar" a alma do salmista.
Assim, o rei Davi tem plena certeza
de que se dirigir diretamente a Deus
é a melhor decisão. Ele é benigno e
misericordioso. Só Ele pode lavar e
purificar sua alma.
2. Confessando o pecado. O sal
mista se dirige a Deus de maneira
humilde, confessando e especificando
o seu pecado (vv.3,4). Este estava tão
patente diante dele que a expressão
“em pecado me concebeu a minha
m ãe” (v.5) revela que o salmista re
conhece a inclinação humana para o
pecado desde o início da existência
hum ana. Dois pontos estão bem
claros nos versículos 3-5:1) o pecado
específico praticado (vv.3,4) e 2) a
consciência da inclinação humana ao
pecado desde o início da existência
(v.5; cf. Rm 3.9-12).
3. Deus é quem remove o pecado.
Contra a prática do pecado só há um
antídoto: voltar-se ao Deusmisericor
dioso, por intermédio de Jesus Cristo,
e confessar o pecado (vv.1-5; cf. 1 Jo
1.8-10). Todo pecado é contra Deus
somente. Embora Davi tivesse adul
terado com Bate-Seba e ordenado a
execução de Urias, foi “contra ti, contra
ti somente pequei”. Davi havia violado
vários mandamentos do Decálogo (cf.
Êx 20.13-17) e, por isso, seu pecado era
exclusivamente contra Deus. Logo,
quem peca contra Deus só pode ser
lavado, bem como ter purificado o co
ração, por Ele mesmo por intermédio
do Senhor Jesus (1 Jo 2.1,2). Assim, o
caminho para a restauração do jovem
cristão, de maneira humilde, é se dirigir
ao Deus misericordioso, confessando
especificamente o pecado praticado,
tendo a consciência de que somente
Deus pode remover a mancha deletéria
do pecado por meio do Senhor Jesus,
© PENSE!
Deus é benigno e misericordioso.
® PONTO IMPORTANTE!
Por isso. devemos confessar os
nossos pecados a Deus e buscar
orientação pastoral.
SUBSÍDIO O
Salmo de Davi, Professor(a), explique
que “conforme se lê no título, este salmo
de confissão é atribuído a Davi, alusivo
ao momento em que o profeta Natã
revelou seus pecados de adultério e
de homicídio. Note-se que este salmo
foi escrito por um crente que volunta
riamente pecou contra Deus e de modo
tão grave que foi privado da comunhão
e da presença de Deus (cf. v. 11). Prova
velmente, Davi escreveu este salmo já
arrependido, após Natã declarar-lhe
o perdão divino (2 Sm 12.13). Davi roga
contritamente a plena restauração da
sua salvação, a pureza, a presença de
Deus, a vitalidade espiritual e a alegria
(Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD. p. 856)
II - BUSCANDO A RESTAURA
ÇÃO (vv. 6-13)
1. Purificando a vida interior. A
prática do pecado nasce de dentro do
ser humano (Tg 1.14,15). Isso devido à
corrupção total da natureza humana
JOVENS 51
como consequência do advento do
pecado (Gn 3-1- 19; cf. Rm 3-20). Nes
se sentido, contemplamos o pedido
do salmista: “purifica-me”, “lava-me",
“apaga", “cria em mim [...] um coração
puro” (Sl 51.6-11). O salmista sabia que
Deus aprecia a verdade de nossa vida
interior, pois diante dEle tudo está
patente (v.6). Som ente Deus pode
criar um coração puro, não mais sujo
pelo pecado (v.10); um espírito reto,
não uma vida torta (v.10). A nossa vida
interior precisa ser purificada para que
a presença do Espírito Santo seja uma
realidade e, assim, tenhamos de volta
a alegria da salvação e um espírito
voluntário nas coisas de Deus (v.12).
2. Restituindo a alegria e o júbilo.
Com a vida interior purificada, o sal
mista espera ouvir júbilos e alegrias
(v.8) no lugar de tristeza e angústia
pelo pecado praticado. Sim, o salmista
sabia que o pecado apaga a alegria
de viver. O processo de restauração
do pecador perpassa pela confissão,
humilhação diante de Deus e, finalmen
te, o fato de tornar a sentir a presença
do Espírito Santo. Neste Salmo, uma
das verdades mais contundentes é a
de que o pecado tira a presença de
Deus do salmista (cf. Ef 430). Sem esta
presença não há alegria nem júbilo,
mas sobra tristeza, angústia, frustração
e consciência pesada.
3. A restauração com eça pela
renovação interior. Precisamos lem
brar de que a obra de restauração de
uma vida que caiu no pecado é de
Deus e não meramente uma decisão
humana. Ele pode dar um coração
puro e um espírito reto (Sl 51.10).
Outrossim, o Espírito Santo sempre
apelará para nossa co nsciência a
fim de que não fiquemos imersos na
prática do pecado, pois é Ele quem
nos convence do pecado, da justiça
e do juízo (Jo 16.8). E, finalmente, há
uma vida plena no Espírito, de ale
gria e júb ilo para servir a Deus em
sua obra e na vida. Entretanto, tudo
começa pela purificação do coração
e o estabelecimento de um espírito
reto; tudo com eça pela renovação
interior do jovem cristão.
0 PENSE!
A restauração começa pela vida
interior.
0 PONTO IMPORTANTE!
Coração purificado e espírito reto
são requisitos para a renovação
interior do jovem cristão.
SUBSÍDIO 0
“Professor(a), explique que “todos
que pecaram gravemente e que estão
opressos por sentimento de culpa
podem obter o perdão, a purificação
do pecado e a restauração diante de
Deus, se o buscarem conforme a na
tureza e a mensagem deste salmo. A
súplica de Davi, por perdão e restaura
ção, baseia-se na graça, misericórdia,
benignidade e compaixão de Deus
(v. 1), num coração verdadeiramente
quebrantado e arrependido (v. 17) e,
em sentido pleno, na morte vicária
de Cristo pelos nossos pecados (1
Jo 2.1,2).
Às vezes, a certeza do perdão e
restauração da bênção divina não
ocorrem facilmente. A pessoa que
antes desfrutava a alegria da salvação
desce às profundezas da imoralidade
poderá passar por um período de ar
52 JOVENS
rependimento e de conflitos interiores
antes de receber a certeza do perdão e
a plena restauração ao favor de Deus. A
experiência de Davi revela quão terrível
é ofender a um Deus santo depois de
alguém ter sido tão ricamente aben
çoado por Ele"
(Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, p. 856)
III - PRONTOS PARA ADORAR
(vv. 14-17)
1. O desejo de participar da ado
ração pública. Lem bre-se de que
os Salmos são canções para adorar,
principalmente, no Templo. O salmista
tem o desejo, aqui, de louvar a justiça
divina (Sl 51.14). Por isso, o pedido de
livrá-lo dos "crimes de sangue", certa
mente, uma alusão ao assassinato de
Urias (v.14). Assim, uma vez perdoado,
o salmista estaria pronto para adorar
publicamente no Templo do Senhor
de acordo com a justiça divina (v.15).
A adoração pública, congregacional,
tem a ver com o real estado interior
da vida do salmista.
2. Quebrantamento e contrição.
Os versículos 16 e 17 aprofundam
mais ainda a questão do estado in
terior para a adoração pública. Note
as expressões “espírito quebrantado"
e “coração quebrantado e contrito".
Essas expressões não substituíram
o sistema de sacrifício levítico, pois
ele é retomado no versículo 19. A
ideia é a de que não podemos nos
apresentar para adoração pública de
maneira mecânica, superficial. Nesse
sentido, o salmista entende que todo
0 seu ser deve estar presente no ato
de adoração, isto é, espírito, alma e
corpo (cf. 1 Ts 5.23). Espírito e coração
quebrantados e contritos são a prova
de que a vida inteira do adorador está
ali diante de Deus.
3. Fazendo o bem para outros. A
nossa experiência de restauração nos
permite “ensinar aos transgressores
os teus caminhos” (Sl 51.13). É isso o
que Deus quer fazer conosco. Que
os nossos gestos exteriores reflitam
a nossa vida interior, pois se o nosso
coração for puro e nosso espírito for
reto, consequentemente, nossas ações
serão puras e retas (cf. Mc 7.18-22).
Com o advento do sacrifício de Jesus
Cristo, nós, almas restauradas, corpos
posicionados, somos 0 sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus (Rm 12.1).
O PENSE!
Deus não despreza um espírito e
coração quebrantados.
® PONTO IMPORTANTE!
A adoração pública deve refletira
nossa vida privada.
SUBSÍDIO O
Professor(a), explique aos alunos
que “todos os crentes precisam que o
Espírito Santo crie neles um coração
puro que aborreça a iniquidade e um
espírito renovado e disposto a fazer
a vontade de Deus. Somente Deus
pode nos fazer novas criaturas e nos
restaurar à verdadeira santidade (Jo
3 3 ; 2 Co 517).
Davi sabe que se Deus abolir da
sua vida a obra do Espírito Santo, que
convence e repreende o pecador face
aos seus pecados, não haverá qualquer
esperança de salvação.’
(Bíblia de Estudo Pentecostal Rio de Janeiro
CPAD. p. 856)
JOVENS 53
K é V
ESTANTE DO PROFESSOR
DEVER. Marti. A Mensagem do
Antigo Testamento: Uma Exposição
Teológica e Homilética.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
O CONCLUSÃO
Todos nós estamos vulneráveis ao
pecado. Por isso, a Palavra de Deus nos
ensina a vigiar e a cuidar de nossa vida
espiritual. Entretanto, quando acontece
um "acidente de percurso" na vida do
jovem cristão, é importante que ele nãodeixe de perceber que Deus é mise
ricórdia, que é necessário confessar
especificamente o pecado praticado,
primeiramente a Deus. em seguida, ao
pastor da igreja e, finalmente, viver o
processo de restauração espiritual.
0 Espírito Santo nunca deixará de
apelar às consciências dos que temem
a Deus. É tempo de humilhar-se! É
tempo de confessar! É tempo de ser
restaurado(a) por Deus!
ANOTAÇÃO
© HORA DA REVISÃO
2.
4-
_ 5-
Qual noção o salmista tem a res
peito de Deus?
Ele tem uma clara noção de que
Deus é benigno e misericordioso.
Qual o único antídoto contra a
prática do pecado?
Contra a prática do pecado só há
um antídoto: voltar-se ao Deus
misericordioso, por intermédio de
Jesus Cristo, e confessar o pecado
(vv.1-5: cf. 1 Jo 1.8-10).
Quem é que pode criar um coração
puro?
Somente Deus pode criar um co
ração puro, não mais sujo pelo
pecado (v.io); um espírito reto, não
uma vida torta (v.io).
Segundo a lição, a adoração pública,
congregacional tem a ver com o quê?
A adoração pública, congregacional,
tem a ver com o real estado interior
da vida do salmista.
O que a nossa experiência de
restauração nos permite?
A nossa experiência de restauração
nos permite “ensinar aos transgres
sores os teus caminhos” (Sl 5113).
LIÇAO 8
21 mai 2023
ALCANÇANDO UM
CORAÇÃO SÁBIO
TEXTO PRINCIPAL
"Ensina-nos a contar os nossos
dias, de tal maneira que
alcancemos coração sábio."
(SI 90 .12)
RESUMO DA LIÇÃO
Contemplar a eternidade de Deus
e constatar a nossa finitude e
fragilidade é um bom início para
alcançar um coração sábio.
LEITURA SEMANAL
S E G U N D A -Is 6.1
A glória de Deus
T E R Ç A -Is 6.5
A nossa finitude e fragilidade
QUARTA - Tg 4 -13-17
Uma vida humilde
Q U IN T A -H b 4-13
Nossa vida está patente
diante de Deus
SEXTA - Jo 16 .8 -10 ,13
Sensíveis ao Espírito Santo
SÁBADO - 1 Tm 4.2
É preciso estar conscientes
diante de Deus
JOVENS 55
INTERAÇÃO
Professor(a), na Liçao deste domingo estudaremos a respeito de se ter um co
ração sábio, Mas como alcançar a sabedoria? Em primeiro lugar, precisamos ter
consciência de que tudo começa em Deus. “O temor do SENHOR é o princípio
da sabedoria" (Pv 9.10). Entretanto, o que significa temer a Deus? Temer a Deusé
reconhecer a sua eternidade e soberania. Precisamos considerar a nossa finitude
e fragilidade para depois reconhecermos os nossos pecados, e assim abraçar
a graça de Deus. Se ao final desta lição, você e seus alunos fizerem a seguinte
oração: “ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos
coração sábio" (Sl 90.12), teremos alcançado os nossos propósitos.
Deus é eterno, mas nós, suas criaturas somos finitas. Por isso, não há tempo
para desperdiçar. É preciso fazer como o salmista: desenvolver a consciência de
nossa finitude e viver de maneira coerente com o propósito dEte para nossa vida,
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), sugerimos que você reproduza a estrutura do Salmo 90, apre
sentada togo abaixo, no quadro. Utilize na introdução do primeiro tópico da
lição. Conhecer a estrutura do Salmo vai ajudar seus alunos a compreenderem
melhor o propósito dele.
1. A soberania de Deus (w. 1-6).
2 A brevidade da vida (w. 7-12)
3. A súplica pelo favor de Deus (w. 13-17),
Extraído de Comentário Bíblico Beacon. Vol 3 - Rio de Janeiro: CPAD, p. 25 ^
JOVENS 56
TEXTO BÍBLICO
Salmos 90.1-17
1 SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio,
de geração em geração.
2 Antes que os montes nascessem, ou
que tu form asses a terra e o m un
do, sim, de eternidade a eternidade,
tu és Deus.
3 Tu reduzes o homem à destruição; e
dizes: Volvei, filhos dos homens.
4 Porque mil anos são aos teus olhos
como o dia de ontem que passou,
e como a vigília da noite.
5 Tu os levas como corrente de água;
são com o um sono; são com o a
erva que cresce de madrugada;
6 De madrugada, cresce e floresce; à
tarde, corta-se e seca.
7 Pois somos consumidos pela tua ira
e pelo teu furor somos angustiados.
8 Diante de ti puseste as nossas iniqui-
dades; os nossos pecados ocultos, à
luz do teu rosto.
9 Pois todos os nossos dias vão passan
do na tua indignação; acabam -se os
nossos anos como um conto ligeiro.
10 A duração da nossa vida é de setenta
anos. e se alguns, pela sua robustez,
chegam a oitenta anos, o m elhor
deles é canseira e enfado, pois passa
rapidamente, e nós voamos.
11 Quem conhece o poder da tua ira? E
a tua cólera, segundo o temor que te
é devido?
12 Ensina-nos a contar os nossos dias,
de tal maneira que alcancem os co
ração sábio.
13 Volta-te para nós. SENHOR; até quando?
E aplaca-te para com os teus servos.
14 Sacia-nos de madrugada com a tua
benignidade, para que nos regozijemos
e nos alegremos todos os nossos dias.
15 A leg ra-nos pelos dias em que nos
afligiste, e pelos anos em que vimos
o mal.
16 Apareça a tua obra aos teus servos, e
a tua glória, sobre seus filhos.
17 E seja sobre nós a graça do Senhor,
nosso Deus; e confirma sobre nós a
obra das nossas mãos; sim, confirma
a obra das nossas mãos.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar a res
peito de ter um coração sábio. Veremos
que tudo começa em Deus. É preciso
reconhecer a sua eternidade e sobe
rania. Depois, passaremos a considerar
a nossa finitude e fragilidade. Então,
estaremos prontos para reconhecer os
nossos pecados para abraçar a graça
de Deus e viver uma vida abundante.
Que, ao final desta lição, possamos
fazer a mesma oração do salmista:
“Ensina-nos a contar os nossos dias, de
taL maneira que alcancemos coração
sábio” (Sl 90.12).
I - A ETERNIDADE DE DEUS E A
MORTALIDADE DO SER HUMANO
1 . 0 Salmo 90. Esse Salmo introduz
o quarto livro dentro dos Salmos. Ele
é uma oração de Moisés. Nele, há um
contexto de uma grave situação que
não está especificada no Salmo, mas
pode ser percebida nele (vv.13,15). O
contexto de gravidade pode ser remon
tado à peregrinação do povo de Israel
no deserto, rumo à Terra Prometida
(Nm 14). Para compreender melhor o
propósito do Salmo, podemos dividi-lo
da seguinte maneira: 1) Eternidade de
Deus (vv.1,2); 2) Mortalidade do ser
JOVENS 57
humano (vv.3-6); 3) Reconhecimento
de que o salmista está sob a ira de
Deus (vv.7-12); 4) SúpLica por graça e
esperança (w ,13- 17).
2. A eternidade de Deus (w.1,2). No
contexto de sofrimento, o salmista olha
para a eternidade de Deus: “de eternidade
em eternidade, tu és Deus" (v.2). Por isso,
Ele é o refúgio do salmista e de seu povo
(v.i). Como é precioso perceber isso no
Salmo 90! O salmista nos ensina a, diante
de uma realidade sofrida, parar e olhar
para a eternidade de Deus. Enquanto tudo
no plano terreno é passível de alteração
e degeneração, no plano celestial tudo
permanece intacto, glorioso e poderoso,
conforme a visão do profeta Isaías, seme
lhante a Moisés no Salmo: “No ano em
que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor
assentado sobre um alto e sublime trono;
e o seu séquito enchia o templo" (Is 6,1).
3. A mortalidade do ser humano (w.
3-6). O Salmo também nos ensina que
quem contempla a eternidade e a bele
za celestial passa por uma constatação
inequívoca: olhando para dentro de si,
contempla a sua finitude e fragilidade.
Isso aconteceu também com o profeta
Isaías (6.5). Nessa porção de versículos,
destaca-se as expressões: “mil anos U
como o dia ontem” ou “como a vigília da
noite" (v. 4), Em outras palavras, diante
da eternidade de Deus, a vida do ser
humano é curta e passageira. O Novo
Testamento nos ensina essa mesma
verdade: “Digo-vos que não sabeis o
que acontecerá amanhã, Porque que é a
vossa vida? É um vapor que aparece por
um pouco e depois se desvanece" (Tg 4.14).
4. Pensando na finitude para alcançar
um coração sábio. Tanto o Antigo quanto
o Novo Testamento trazem a ideia de que
sejamos humildes e não orgulhosos (cf. Tg
4.13-17). Viver de maneira humilde e não
orgulhosa passa pela capacidade de ter
consciência do quanto somos finitos. É
próprio da juventude não pensar muito na
finitude da vida. Essa fase é caracterizadapor muitos sonhos, anseios e, por isso, o
olhar está sempre no futuro. Entretanto,
o(a) jovem que está consciente de que
não pode escapar dessa realidade finita
e compreende a sabedoria bíblica aqui
ensinada, saberá selecionar as coisas
que valem a pena. Como a vida é passa
geira, não podemos perder tempo com
escolhas superficiais. Assim, podemos
aprender com Jesus e seus apóstolos;
estes últimos tinham plena consciência
da finitude de suas vidas terrenas, ao
mesmo tempo que sua esperança estava
fundamentada no céu (2 Co 5.1; 2 Tm 46);
embora muitos tenham tido uma vida
relativamente curta (At 12.1,2), o mundo
nunca mais foi o mesmo depois de seus
ministérios. Portanto, com Jesus e seus
apóstolos, aprendemos que quem olha
para o céu lida muito melhor com as
coisas aqui da Terra.
@ PENSE!
0 que acontece quando contempla
mos a eternidade de Deus?
Q PONTO IMPORTANTE!
Compreendemos a nossa mortali
dade humana.
SUBSÍDIO O
“O Salmo 90 tem sido descrito como
'uma das pérolas mais preciosas do
Saltério. Kittel denominou-o ‘um canto
impressionante de elevação e poder
quase únicos’. IsaacTaylor descreveu o
Salmo 90 como ‘talvez a mais sublime
das com posições humanas, o mais
58 JOVENS
profundo em relação aos sentimentos, o
mais imponente na concepção teológica
e o mais magnificente na descrição de
imagens'. Sua ênfase na brevidade da
vida humana faz com que esse Salmo
seja incluído em muitos cultos fúnebres.
O título identifica o Salmo como
‘Oração de Moisés', varão de Deus.
Visto que os títulos não fazem parte do
texto inspirado, mesmo comentaristas
evangélicos ponderam que o conteúdo
central do poema aponta para uma data
posterior. Os versículos 13-17 parecem
indicar um periodo histórico mais longo
do que o tempo no deserto. No entan
to, visto que Moisés foi reconhecido
como o grande legislador do Antigo
Testamento, o fato de que deveria ter
sido atribuído ou dedicado a ele é um
tributo à qualidade do Salmo.”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 253.)
II - CONSCIENTIZANDO-NOS
DE NOSSOS EQUÍVOCOS
1. Sob a ira de Deus (vv.7,8). O sal-
mista reconhece que o seu povo está
sob a ira de Deus (v.7). Essa ira divina
chegou por causa dos pecados, que não
estão mais ocultos, pois foram abertos
diante da luz do rosto de Deus (v.8). Aqui
há outro aprendizado extraordinário.
No lugar de culpabilizar os outros por
problemas que são nossos, precisamos
aprender a conhecê-los, identificá-los
e nominá-los. Tudo está patente diante
dos olhos de Deus (Hb 4.13). Ora, ter um
coração sábio não significa ser perfeito,
mas tem a ver com ser sensível com
uma faculdade da alma chamada cons
ciência; em que a Bíblia a revela como
juiz interno, bem como aos apelos do
Espírito Santo Uo 16.8-10,13). Se algo que
você fez lhe causou dor na consciência,
pare imediatamente. Não permita que
ela se cauterize (1 Tm 4.2).
2. Não podemos desperdiçara vida
(w.9-11). Note o sentimento do salmista:
“Pois todos os dias vão passando na tua
indignação; acabam-se os nossos anos
como um conto ligeiro" (v.g). Você pode
ser novo(a) agora, mas logo envelhecerá
(v.10). Certamente, você não deseja
envelhecer de uma maneira que não
agrade a Deus. Certamente, essa não é
uma atitude sábia. O salmista sabia que
não havia tempo para desperdiçara vida
de maneira a rebelar-se contra Deus.
No lugar de viver essa vida passageira
sob a ira de Deus, por causa da prática
do pecado, o melhor seria vivê-la sob
a sua promessa, segundo as bênçãos
do Senhor (v.17). Não é verdade que
para aproveitar a vida você tenha que
praticar exatamente o que desagrada
a Deus. É possível se realizar naquilo
que glorifica ao Senhor.
3. Corações sábios. Essa porção
do Salmo encerra assim; “Ensina-nos
a contar os nossos dias, de tal maneira
que alcancemos coração sábio” (v.12).
Em outras palavras: "Senhor, ensina-nos
a viver!' O Senhor pode nos ensinar
por meio de sua Palavra, também por
meio de conselhos de pessoas idôneas,
experientes, que passaram por aquilo
que você está passando hoje. Nas
Escrituras, vemos esse ensinamento
entre Elias e Eliseu (2 Rs 2.1-14), Paulo
e Timóteo (At 16.1-3; 1 Tm 1.1) e Barnabé
e João Marcos (At 15.39), só para ficar
em três exemplos. A atitude mais tola
na vida de um jovem cristão é ele des
prezar o conselho dos mais experientes
e, tomado pelo orgulho, fazer o que
parece “reto aos seus olhos” (Jz 21.25).
JOVENS 59
© PENSE!
Ter sabedoria significa ser perfeito?
© PONTO IMPORTANTE!
Não. Ter sabedoria significa ser
sensívet à nossa consciência e aos
apelos do Espírito.
SUBSÍDIO ©
Professor(a), “o tema introduzido na
primeira estrofe continua na segunda, A
brevidade da vida é acentuada pelo fato
de que o pecado a trouxe para debaixo
da nuvem da ira de Deus, Iniquidades e
pecados ocultos tinham despertado a
ira consumidora e o furor de um Deus
santo (vv, 7,8), Não existe nenhuma
outra palavra que corresponda ao
termo hebraico pecados no versículo
8, ‘Nosso (pecado) secreto é, antes, 0
pecado íntimo do coração, não visível
ao homem, mas conhecido por Deus’.”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD. 2005, p. 254.)
III - A SABEDORIA TRAZ ES
PERANÇA
1. Alegria e benignidade (w.13-16).
Uma vida de sabedoria conduz à uma
experiência de alegria e de felicidade.
Essa é a oração do salmista: “Sacia-nos
de madrugada com a tua benignidade
[...] Alegra-nos pelos dias em que nos
afligistes, e pelos anos em que vimos
o mal" (vv.14,15). Se outrora o salmista
viveu as consequências de uma vida
de equívocos, agora ele deseja viver
a alegria e a benignidade de uma
vida virtuosa, ou seja, sábia. Às vezes
colhem os frutos desagradáveis de
uma vida pregressa na contramão dos
valores de Deus. Entretanto, quando nos
dispomos a viver de maneira coerente
com 0 Senhor, podemos fazer a mesma
oração do salmista, já que a alegria e
a benignidade de Deus nos esperam.
2. Vivendo sob a graça (v.17). O
salmista deseja viver sob a graça, não
mais sob a ira (v.17). Viver sob a graça
de Deus torna a vida mais sábia, pois,
em primeiro lugar, quem vive sob a
graça tem plena consciência de que
não pode vencer os desafios sozinho.
A Palavra de Deus diz que "Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé;
e isso não vem de vós; é dom de Deus"
(Ef 2.8). Viver por graça é aprender a
depender totalmente de Deus.
3. Confirmando as obras (v.17). Uma
vez conscientes da finitude da vida, da
vida sob a graça, precisamos agir com
responsabilidade. O salmista encerra
pedindo que Deus confirme as obras
de suas mãos (v.17). Sim, em Deus você
pode sonhar, planejar e se preparar
para atingir os objetivos propostos de
acordo com o chamado divino para a
sua vida. Ele o(a) chamou para viver um
propósito. Se ainda não tem claro qual
é o propósito de Deus para você, ou se
não sabe responder qual o sentido de
sua vida, chegou a hora de pensar nisso
e responder à pergunta assertivamente.
Quando vivemos de acordo com o pro
pósito de Deus para com a nossa vida,
tudo se encaixa e faz sentido. Então,
você poderá pedir: “Confirma a obra de
nossas mãos” (v.17).
© PENSE!
A quê uma vida de sabedoria conduz?
© PONTO IMPORTANTE!
A vida de sabedoria conduz à uma
vida de alegria e benignidade.
60 JOVENS
HORA DA REVISÃO
1. No contexto de sofrimento, para
o quê o satmista olha?
No contexto de sofrim ento, o
salmista olha para a eternidade
de Deus; ‘de eternidade em eter
nidade, tu és Deus" (v.2).
2. Além de ensinar a contemplar a
eternidade e a beleza celestial,
o que o Salmo 90 também nos
ensinar a constatar?
O Salmo também nos ensina que
quem contem pla a eternidade
e a beleza ce lestia l sofre uma
constatação inequívoca: olhando
para dentro de si, contempla a sua
finitude e fragilidade,
3. Segundo a lição, o que significa
"ter um coração sábio"?
Tanto o Antigo quanto o Novo
Testamento trazem a ideia de que
sejamos humildes e não orgulho
sos (cf. Tg 4.13-17),
4 O quepode ser classificado como
exemplo de falta de sabedoria na
vida do(a) jovem cristão(ã)?
A coisa mais sem sabedoria na
vida de um jovem cristão é ele
desprezar o conselho dos mais
experientes e, tomado pelo orgu
lho, fazer o que parece "reto aos
seus olhos" (Jz 21.25).
5. Como o Salmo é encerrado pelo
salm ista? Você pode fazer essa
oração?
O salmista encerra pedindo que
Deus confirme as obras de suas
mãos (v.17). Resposta pessoal.
© CONCLUSÃO
Vimos 0 quanto Deus é eterno e nós
somos passageiros. Por isso, não é
tempo de desperdiçar a vida naquilo
que não agrada ao Senhor. Somos
convidados a ter consciência de nossa
finitude, a selecionar com precisão as
nossas escolhas e viver, segundo a
graça de Deus, de maneira coerente
com 0 propósito dEle para a nossa
vida. Finalmente, Deus confirmará as
obras de nossas mãos.
r
ANOTAÇÃO
LIÇÃO 9
28 mai 2023 ;
HABITANDO NO
ESCONDERIJO DO
ALTÍSSIMO
TEXTO PRINCIPAL
"Aquele que habita no
esconderijo do Altíssimo,
à sombra do Onipotente
descansará."
(SI 91 .1)
RESUMO DA LIÇÃO
Quem se relaciona de maneira
sincera com Deus, pode
dizer que Ele é o seu refúgio
e fortaleza.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - Mt 1717,18
Uma fé firme em Cristo Jesus
TERÇA - Js 1.9
A virtude bíblica da fortaleza
QUARTA - Rm 16.20
Vitória por meio de Jesus
QUINTA - Hb 11.35-40
Padecimentos na vida dos fiéis
SEXTA - Os 6.3
É preciso conhecer ao Senhor
SÁBADO - Lc 18.1
Tempo de buscar o Senhor
em oração
62 JOVENS
«
V
i
OBJETIVOS
• COMPREENDER que Deus é o nosso refúgio e fortaleza;
• CONSCIENTIZAR de que podemos experimentar o livramento do
Senhor;
■ SABER porque precisamos estar apegados com o Senhor.
/
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), nesta lição estudaremos o Salmo 9 1 Este é um dos
mais conhecidos e mais queridos Salmos de nossas igrejas. Entretanto, infelizmente
alguns fazem um uso indevido dele, utilizando-o como um “amuleto” de proteção
contra o mal. Não adianta deixar a Bíblia aberta no Salmo 91, pois temos que ler
toda a Palavra de Deus e confiar que o nosso socorro vem somente do Senhor.
Como o salmista, a nossa confiança deve estar depositada em Deus e só assim
veremos o seu cuidado para conosco. Neste Salmo o autor nos revela o Altíssimo
como um refúgio e uma fortaleza. Ele nos livra dos perigos e das muitas ciladas do
Inimigo quando confiamos de modo incondicional em seu poder e misericórdia.
Que a sua confiança no Senhor aumente cada dia mais e que você e seus alunos
possam descansar à sombra dEte.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), inicie a lição fazendo as seguintes perguntas: “Quando você
enfrenta uma situação difícil em que se refúgia?" “A quem você pede ajuda?"
Incentive a participação dos alunos e ouça a todos com atenção. Em seguida,
utilize o texto abaixo para explicar que Deus deve ser em toda e qualquer situação
o nosso abrigo. Diga que “Deus é um abrigo, um refúgio quando sentimos medo.
A fé do salmista no Deus Todo-Poderoso como protetor ajudou-ò a atravessar
todos os perigos e temores da vida. isto deve moldar a nossa confiança: trocar
todos os nossos temores pela fé em Deus, não importando quão possam ser.
Para fazer isto, devemos viver e permanecer nEle (v. 1). Confiando-nos à sua pro
teção e garantindo a nossa devoção diária a Ele, estaremos a salvo” (Adaptado
de Bíblia de Estudo A plicação Pessoal: CPAD, p. 797).
JOVENS 63
TEXTO BÍBLICO
Salmo 91.1-16
1 Aquele que habita no esconderijo do
Altíssimo, à sombra do Onipotente
descansará.
2 Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o
meu refúgio, a minha fortaleza, e nele
confiarei.
3 Porque ele te livrará do laço do pas-
sarinheiro e da peste perniciosa.
4 Ele te cobrirá com as suas penas, e
debaixo das suas asas estarás seguro;
a sua verdade é escudo e broquel.
5 Não temerás espanto noturno, nem seta
que voe de dia,
6 nem p e ste q ue a n d e na e s c u r i
dão, nem mortandade que assole
ao meio-dia.
7 Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua
direita, mas tu não serás atingido.
8 Somente com os teus olhos olharás
e verás a recompensa dos Ímpios,
9 Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio!
O Altíssimo é a tua habitação,
10 Nenhum mal te sucederá, nem pra
ga alguma chegará à tua tenda,
11 Porque aos seus anjos dará ordem a
teu respeito, para te guardarem em
todos os teus caminhos.
12 Eles te sustentarão nas suas mãos,
para que não tropeces com o teu pé
em pedra.
13 Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos
pés o filho do leão e a serpente.
14 Pois que tão encarecidam ente me
amou, também eu o livrarei; pô-to-ei
num alto retiro, porque conheceu o
meu nome.
15 Ele me invocará, e eu lhe respon
derei; estarei com ele na angústia;
livrá-lo-ei e o glorificarei.
16 Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe
mostrarei a minha salvação.
INTRODUÇÃO
A temática desta lição é o Salmo 91,
um dos salmos mais queridos de nossas
igrejas. Veremos que ele é um cântico
precioso a respeito da confiança em
Deus. Ele revela o Altíssimo como refú
gio e fortaleza do fiel, sua consequente
promessa de livramento e um apelo para
o fiel apegar-se mais ao seu Deus. Que
possamos, à luz desse belíssimo salmo,
descansar à sombra do Onipotente.
I - DEUS COMO O NOSSO RE
FÚGIO E FORTALEZA
1. A estrutura do Salmo 91. Nesta lição,
classificamos a estrutura do Salmo 91 em
três grandes partes: 1) Deus como 0 nosso
refúgio e fortaleza (vv.1,2); 2) experimen
tando o livramento do Senhor (w.3-13);
3) apegados ao Senhor (vv.14-16). Com
base nessa estrutura, e fazendo a leitura
e declamação do salmo, percebemos
que a palavra-chave é “confiança”. Nesse
sentido, 0 Salmo 91 tem semelhança com
o 23 e o 46. Ele expressa a segurança
dos que depositam a sua confiança em
Deus. Ao longo dos anos, a igreja tem
encontrado consolo e conforto nesse
salmo, que segundo o pastor George
Wood, pode ser relacionado ao que o
apóstolo Paulo escreve em Romanos
8.31-39. Nesse aspecto, o cristão lê e
canta esse salmo, buscando em Deus
proteção em tempos de perigos físicos
e espirituais.
2.0 Deus soberano. Nos versículos 1
e 2 podemos identificar uma alternância
entre a primeira e a segunda pessoa:
“AqueLe que habita [...]" e “Ele é o meu
64 JOVENS
Deus No primeiro versículo as pala
vras “esconderijo”, “Altíssimo", “sombra”,
“Onipotente", “descansará” remontam
a ideia de plena segurança em Deus.
Nesse sentido, estamos diante do que
o Senhor Jesus sempre esperou de seus
seguidores: uma fé robusta e firme (Mt
171718; cf. Mt 8.26). O versículo 1 é uma
afirmação do salmista de que é preciso
reconhecera soberania de Deus em tudo
em nossa vida, daí 0 destaque de palavras
como Altíssimo e Onipotente. Só quem
tem fé no Deus Altíssimo, habita com Ele,
se esconde nEle e descansa debaixo de
sua sombra, pode confiar plenamente
no Senhor. Essa confiança é o resultado
de um relacionamento estreito com o
Deus Todo-Poderoso. Diante de muitos
ensinos que enfraquecem a doutrina da
soberania de Deus, que a Bíblia expõe
com riqueza de detalhes, o Salmo 91 é
um convite para nos lembrar de que a
soberania divina é uma doutrina bíblica
e cristã inegociável na história da Igreja
e com impacto profundo na qualidade
da vida espiritual dos crentes. Quem não
crê na soberania divina tal qual encon
tramos na Bíblia, afastou-se do ensino
bíblico, de uma herança de fé legada
pelos primeiros pais e, principalmente,
não poderá declarar: “Ele é o meu Deus,
o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele
confiarei” (Sl 91.2).
3. Refúgio e fortaleza. O versículo
2 se encontra na primeira pessoa. É a
afirmação concreta do que Deus é para
a pessoa que declama o Salmo. Assim,
podemos nos refugiar no Deus Altíssimo
e Onipotente. A experiência de descan
sar no Senhor traz a plena confiança
nEle. Sim, Deus é o nosso refúgio e a
nossa fortaleza. Podemos nos esconder
debaixo de “suas asas” e, ao mesmo
tempo, podemos estar firmes nEle. É
preciso destacar aqui a importância da
virtude bíblica da fortaleza. A fortaleza
é uma virtude moralque encontramos
abundantemente nas páginas da Bíblia:
“Seja forte e corajoso" (Js 1.9 - NAA);
“Fortalecei os vossos corações" (Tg 5.8);
“U Mas tende bom ânimo; eu venci o
mundo" Uo 16.33). Nesse sentido, Deus
espera de nós resistência, perseverança
e resiliência para fazer o bem, resistir às
muitas tentações e superar os obstáculos
em nossa vida espiritual e moral. Essa
fortaleza não tem fundamento em nós
mesmos, mas se encontra em Deus.
Por isso, podemos dizer: Ele é “a minha
fortaleza" (Sl 91.2).
© PENSE!
0 que a soberania de Deus promove?
© PONTO IMPORTANTE!
A soberania de Deus promove uma
fé firme e perseverante.
SUBSÍDIO O
“Este cântico de adoração, junto com
o salmo sapiencial seguinte, é com fre
quência ligado com 0 Salmo precedente
formando o que ficou conhecido como
trilogia da confiança. Várias conexões de
pensamento e expressão servem para
ligá-los. O Salmo 90 representa 0 pedido
de libertação; o salmo 92 se regozija na
sua consumação; e o Salmo 91 une a
oração e sua resposta em uma expressão
de confiança quase inigualável.
A primeira alternância entre a primeira
e a segunda pessoa está nos versículos
1-8, Nos versículos 1,2, o poeta expressa
sua confiança na segurança proporcio
nada pelo esconderijo do Altíssimo (v. 1),
que é 0 seu refúgio e sua fortaleza (v, 2),
Nos versículos 3-8, ele dirige palavras de
confiança e conforto aos seus ouvintes ou
JOVENS 65
leitores. O esconderijo é o lugar escondido
ou coberto provido pelo cuidado de Deus;
a sombra é a proteção de Deus — pos
sivelmente uma alusão à metáfora das
asas da águia do versículo 4 Os títulos
Altíssimo e Onipotente são alusões ao
poder soberano de Deus para proteger
e suprir os seus O salmista encontra seu
refúgio e sua fortaleza no Senhor Deus”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 256J
II - EXPERIMENTANDO O LIVRA
MENTO DO SENHOR (w. 3-13)
1. Livramento dos homens maus e
das doenças (w.3-8). O salmista passa
a descrever os diversos livramentos que
Deus concede ao fiel que tem Deus
como refúgio e fortaleza. O livramento
diz respeito aos perigos de homens
maus (“laço do passarinheiro", “espanto
noturno”, “seta de dia” [v.5]), bem como
dos perigos de enfermidades (“peste na
escuridão”, “mortandade que assola ao
meio-dia" lv,61). Os versículos 7 e 8 mos
tram que os ímpios cairão e receberão
uma recompensa de juízo, mas o justo, o
que vive em fidelidade a Deus, não será
atingido e viverá em segurança.
2. Triunfando na batalha (w. 9-13)- Os
versículos 9 a 13 são a continuidade da
descrição da segurança que o fiel tem
em Deus; “O Senhor como refúgio” e “o
Altíssimo como habitação" (v.g). A praga,
no versículo 10, segundo os intérpretes,
é uma referência às pragas que caíram
no Egito (Éx 11.1), ou seja, Deus livraria o
seu povo como o fez no Egito. Os ver
sículos 11 e 12 trazem a perspectiva da
intervenção divina do mundo espirituaL
no mundo físico, por meio de anjos. Note
que no Novo Testamento, Satanás usou
esses dois versículos para tentar nosso
Senhor, distorcendo completamente o
sentido (Mt 4.6), Em nenhum momento
o salmo ensina que os crentes devem se
expor deliberadamente aos perigos. E,
finalmente, o leão e a cobra (v.13) trazem
o símbolo de poderes destruidores e
malignos, mas que o Deus Onipotente
fará os seus fiéis superarem (cf. Rm 16.20).
3, Um olhar mais profundo. Precisa
mos ressaltar que o salmista se refere,
de modo geral, à relação do fiel com o
Deus soberano. Entretanto, concordo
com o pastor George Wood, ele sabia
que nem sempre o justo recebe uma
medida igualmente justa nesta Terra (Sl
73.14). conforme lemos no livro de Jó na
Bíblia, além da experiência concreta de
exemplos que nos mostram isso. Certa
mente você já presenciou um crente fiel a
Jesus padecer de uma doença incurável,
ou falecer por causa de um acidente.
Sofrimentos e padecimentos também
assolaram o Senhor Jesus e seus após
tolos, bem como muitos heróis da fé da
Bíblia (Hb 11.35-40). Não há como negar
o sofrimento na vida (Jo 16.33)- Isso não
quer dizer falta de fé ou de fidelidade por
parte do crente. O saudoso pastor George
Wood nos deu uma ótima chave para
ler o Salmo 91: Romanos 8.31-39. Aqui, o
apóstolo Paulo nos ensina que Deus é por
nós e, por isso, nada nos poderá separar
do seu amor: “nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem
as potestades, nem o presente, nem o
porvir, nem a altura, nem a profundidade,
nem alguma outra criatura" (Rm 8.38,39)-
Assim, podemos experimentar grandes
livramentos físicos neste mundo. Entre
tanto, “sabemos que, se a nossa casa
terrestre deste tabemáculo se desfizer,
temos da parte de Deus um edifício, uma
casa não feita por mãos humanas, eterna,
nos céus" (2 Co 51; cf. Dn 3.16-18). Portanto,
nada pode nos separar do amor de Deus
66 JOVENS
derramado em Cristo Jesus, nosso Senhor,
nem mesmo o padecimento físico.
© PENSE!
Podemos experimentar o livramento
físico da parte Senhor.
® PONTO IMPORTANTE!
Podemos experimentar o livramento
espiritual da parte do Senhor.
SUBSÍDIO 0
Professorta), explique que os quatro
nomes de Deus vistos neste Salmo
descrevem diferentes aspectos da sua
proteção: (i) ‘Altíssimo’ (w. 1,9) demonstrou
que Ele é maior que qualquer ameaça
ou perigo que venhamos a enfrentar (cf.
Gn 14.18,19): (2) 'Onipotente' (v. 1) destaca
o seu poder para enfrentar e destruir
todo e qualquer inimigo (cf. Êx 6.3); (3) ‘o
SENHOR’ (vv, 2,9,14) garante ao crente
que a presença divina está sempre com
ete; e (4) ‘meu Deus' expressa a verdade
de que Deus torna-se íntimo, achegado,
daqueles que nEle confiam."
(Bíblia de Estudo PentecostaL Rio de Janeiro:
CPAD. p. 883.)
III - APEGADOS COM O SENHOR
(w. 14-16)
1. Tempo de se apegar a Deus. O
tema confiança continua presente no
versículo 14. As palavras “livrarei" e “pro
tegerei” aparecem como consequência
de “se apegou a mim com amor” e "co
nhece o meu nome”. A Palavra de Deus
diz que devemos “conhecer e prosseguir
em conhecer o Senhor” (Os 6.3). É um
exercício incessante. É preciso conhecer
a Deus por meio de sua Palavra. Não há
como conhecê-Lo fora da Bíblia, a Pala
vra de Deus. Esta é a fonte inesgotável
de conhecimento a respeito do Deus
Todo-Poderoso.
2. Tempo de relacionamento profun
do. O versículo 15 diz que o fiel invocará
ao Senhor e Este o responderá e, na
angústia, receberá o livramento de Deus,
É na oração que encontramos consolo
no Senhor. Na oração, conhecemos o
Senhor de uma maneira experiencjal.
Contemplamos a sua presença, que
inunda a nossa alma. É na batalha da
oração que o nosso relacionamento
com Deus se aprofunda. Que maravilha
é perceber conscientemente que o
Senhor responde as nossas orações (Jr
333). Você pode e deve desfrutar dessa
rica experiência espiritual pois a oração
sedimenta a solidez de nossa confiança
em Deus. Quem o experimenta na oração,
não duvida jamais de sua poderosa ação.
3, Desfrutando do favor do Senhor.
O versículo 16 conclui o Salmo com uma
promessa de longevidade e de salvação.
Recobrando o prudente conselho do
pastor George Wood, a promessa de
longevidade e de salvação deve ser vista
sempre à Luz da eternidade, como men
cionamos no conteúdo acima. Sempre
levando em conta a revelação do Novo
Testamento a respeito da eternidade
e da segurança no porvir. A lição que
aprendemos no Salmo 91 é de que vale
a pena confiar em Deus, tê-lo como
refúgio e fortaleza, pois viveremos o seu
bem tanto aqui na Terra quanto no Céu.
Confie no Senhor!
© PENSE!
Por que precisam os nos apegar ao
Senhor?
© PONTO IMPORTANTE!
Porque assim, podemos desfrutar de
seu favor em tempos difíceis.
© CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos a respeito de
Deus como nosso refúgio e fortaleza.
Quem se refugia nEle, recebe sustento
e livramento. Confiar inteiramente em
Deus é a grande mensagem desse
salmo. Por isso, a despeito das circuns
tâncias e das adversidades externas,
a nossa fé está amparada emDeus.
Ele é o nosso esteio, sustento e rocha
inabalável. O Salmo 91 é uma expressão
que revela uma confiança inigualável
no Todo-Poderoso. O Senhor é podero
so para nos guardar de todo o perigo.
Os sistemas de segurança do homem,
por mais sofisticados que sejam, po
dem falhar, mas o Senhor é infalível.
Então, não deixe a preocupação e o
medo dominarem seu coração. Confie
inteiramente no Senhor.
ANOTAÇÃO
ESTANTE DO PROFESSOR
GEISLER. Norman L; MEISTER,
Chad V (Ecü. Razões para Crer:
Apresentando Argumentos da Fé
Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
© HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, apresente a
estrutura do Salmo 91.
Nesta lição, classificamos a estrutu-:
ra do Salmo 91 em três grandes p ar-,
tes: 1) Deus como 0 nosso refúgio e ‘
fortaleza (vv.1,2); 2) experimentando
o livramento do Senhor (vv.3-13) e
3) apegados ao Senhor (vv.14-16).
2. Qual a palavra-chave do Salmo 91?
A palavra-chave é "confiança,
3. O que o salmista já sabia?
Ele sabia que nem sempre 0 justo
recebe uma medida igualmente
justa nesta Terra (Sl 7 3 -14).
4. Qual é a fonte inesgotável do co
nhecimento de Deus?
A Biblia, a Palavra de Deus,
5. Que lição aprendemos do Salmo 91?
A lição que aprendemos no Salmo
91 é de que vale a pena confiar em
Deus, tê-lo como refúgio e fortaleza,
pois viveremos o seu bem tanto
aqui na Terra como no Céu. Confie
no Senhor!
BENDIGA AO DEUS
CRIADOR
TEXTO PRINCIPAL
"Bendize, ó minha alma, ao
SENHOR! SENHOR, Deus meu,
tu és magnificentíssimo; estás
vestido de glória e de majestade. [...]
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR.
Louvai ao SENHOR." (S1104.1,35)
RESUMO DA LIÇÃO
Deus é majestoso e glorioso, e suas
obras revelam a sua magnificência.
Por isso, somos chamados a
louvá-lo, meditar em seus feitos e
bendizê-lo por toda a vida.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA-Is 40.22
Deus está assentado sobre
o globo da Terra
TERÇA - SI 96.6
"Glória e majestade estão
ante a sua face"
QUARTA - At 17.24,28a
N ele vivemos, nos movemos
e existimos
QUINTA - Ec 3.1-8
O tempo determinado para as coisas
SEXTA - Rm 11.33-36
A sabedoria insondável de Deus
SÁBADO - Zc 12.1; Rm 8.16
A vida interior é uma criação de Deus
JOVENS 69
——----------------------- s
OBJETIVOS
• EXPLICAR a glória e a majestade de Deus apresentada no Salmo 104;
• CONSCIENTIZAR de que Deus governa a criação;
• SABER que o Salmo 104 é um convite para nos deleitarmos no bem
do Senhor.
INTERAÇÃO
Professorta), nesta lição estudaremos o Salmo 104. Veremos que ele é um hino
que celebra as obras de Deus.
Enfatize aos alunos que o estudo deste Salmõ vai nos trazer uma compre
ensão ainda maior a respeito do Deus que governa a Criação. Veremos que o
Senhor não somente criou todas as coisas mediante o poder da sua palavra, Ele
também a sustenta.
Aproveite a temática da lição e promova uma reflexão a respeito dos feitos
do Senhor. Mostre que somente o Ele é digno de que venhamos bendizê-lo para
sempre. Você verá que esta lição é um convite para, a partir da perfeição da obra
de Deus, encontrarmos sentido para superar obstáculos em todas as áreas da
nossa vida.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), pergunte aos alunos o que eles conhecem a respeito do Salmo
104. Ouça-os com atenção. Em seguida, reproduza a tabela abaixo no quadro.
Converse com os alunos explicando que o Salmo 104 fala a respeito do poder
criativo de Deus. Diga que o Senhor não somente criou o universo, mas o sus
tenta até os dias de hoje. Faça, de forma resumida, uma explanação a respeito
do relacionamento de Deus com a sua criação. Utilize a tabela para também
mostrar a estrutura do Salmo.
i_ A glória de Deus na criação (vv. 1-23). __________________
2. A glória de Deus na conservação (w 24-30)._________________
3 A glória de Deus na correção (w. 31-35)________________
Extraído de Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de Janeiro: CPÁQ, pp. 270,271.
JOVENS 70
Salmos 104.1-5,9-12,19-24,35
1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SE
NHOR, Deus meu, tu és magnificentissimo;
estás vestido de glória e de majestade.
2 Ele cobre-se de luz como de uma veste,
estende os céus como uma cortina.
3 Põe nas águas os vigamentos das suas
câmaras, faz das nuvens o seu carro e
anda sobre as asas do vento.
4 Faz dos ventos seus mensageiros, dos
seus ministros, um fogo abrasador.
5 Lançou os fundamentos da terra, para
que não vacile em tempo algum.
9 Limite lhes traçaste, que não ultra
passarão, para que não tornem mais
a cobrir a terra.
10 Tu, que nos vales fazes rebentar nas
centes que correm entre os montes.
11 Dão de beber a todos os animais do
campo; os jumentos monteses matam
com elas a sua sede.
12 Junto delas habitam as aves do céu,
cantando entre os ramos.
19 Designou a lua para as estações; o sol
conhece o seu ocaso,
20 Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na
qual saem todos os animais da selva.
21 Os leõezinhos bramam pela presa e
de Deus buscam o seu sustento.
22 Nasce o sol e logo se recolhem e se
deitam nos seus covis.
23 Então, sai o homem para a sua lida e
para o seu trabalho, até à tarde.
24 Ó SENHOR, quão variadas são as tuas
obras! Todas as co isas fizeste com
sabedoria; cheia está a terra das tuas
riquezas.
35 Desapareçam da terra os pecadores,
e os ímpios não sejam mais.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai
ao SENHOR.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos um hino
de louvor que celebra as obras de Deus.
Nesse sentido, trataremos a respeito da
glória e da majestade divinas. Veremos
também como Deus governa a Criação,
destacando seu poder criador, ordenador
e sustentador. E, finalmente, refletiremos
a respeito do convite do salmista a can
tar ao Senhor, meditar em seus feitos e
bendizê-lo para sempre. Esta lição é um
convite para, a partir da perfeição da obra
de Deus, encontrarmos sentido para su
perar obstáculos em nossa vida espiritual
I - A GLÓRIA E A MAJESTADE
DE DEUS
1. Estrutura do Salmo 104.0 Salmo
104 inicia e encerra com a seguinte
expressão: "Bendize, ó minha alma, ao
Senhor!”. Ele é um hino de celebração da
criação de Deus, das coisas ordenadas
e sustentadas por Ele mesmo. Muitos
estudiosos o remontam ao primeiro e
ao segundo capítulo de Gênesis. Por
isso, podemos apreciar uma divisão
do Salmo 104 parecida com os dias de
Gênesis: Primeiro dia: Luz (v.2a); segundo
dia: divisão das águas (w.2b-4); terceiro
dia: separação entre a terra e a água (w.5-
13). vegetação e árvores (w.14-18); quarto
dia: luzeiros como guardião do tempo
(w.19-24); quinto dia: criaturas marinhas
(vv. 25,26); sexto dia: animais terrestres,
o homem (w.21-24) e alimentos para as
criaturas (w.27-30). Assim, essa estrutura
revela a majestade e a glória do Criador
e, por isso, somos convidados a deleitar
a nossa alma à vista do maravilhoso tra
balho manual do Deus Todo-Poderoso.
JOVENS 71
2. Deus está vestido de glória e majes
tade. Os versículos 1 e 2 dizem que Deus
está vestido de glória e de majestade,
além dos céus serem uma “cortina”, as
águas, “o vigamento de sua morada",
bem como os anjos e ministros, “ventos
e labaredas de fogo” (w.3,4), É o Deus que
está assentado sobre o globo da Terra
(Is 40.22); em que a “glória e majestade”
revelam a sua face e o seu santuário revela
sua “força e formosura” (SI96.6). Logo, os
quatro primeiros versículos do Salmo 104
revelam razões preciosas para que os
seres humanos exaltem e adorem a Deus.
3. Contemplando a glória de Deus. É
bem possível que você esteja vivendo dias
em que não se sinta disposto(a) a bendizer
ao Senhor. Pode ser que uma “tormenta”
misturada ao “furacão" tenha se abatido
sobre a sua vida. Uma decepção com
o vestibular ou outra com uma vaga de
emprego que não se abriu, uma decepção
afetiva ou qualquer outra circunstância
que trouxe incômodo à sua alma. Muitas
vezes a nossa fé é posta à prova diante
de uma experiência de sofrimento. Uns
acabam perdendo a fé nesse processo,
mas outros conseguem superá-lo e sair
fortalecidos com a força do Espirito Santo.Isso acontece quando eles compreen
dem que o Deus majestoso revela a sua
glória, força e formosura até mesmo em
momentos sombrios (Is 40.22; SI 96.6).
Ainda que o momento seja de vazio e
sem forma, todavia, Deus é poderoso
para dar um acabamento perfeito. A
ordem e a sustentação da Criação nos
revelam um Deus majestoso e formoso
que ordena e sustenta a nossa vida por
completo (At 17.24,28a).
© P E N S E !
Deus é gLorioso e majestoso.
© PONTO IMPORTANTE!
0 Senhor deve ser exaltado e adorado.
SUBSÍDIO #
ProfessoKa), explique que 0 Salmo 104
é “um hino a respeito da criação de todas
as coisas, efetuada por Deus, e do seu
providente cuidado concernente a todas as
suas obras, Ressalta o seu interesse e cui
dado em tudo que Ele criou, pois Ele está
presente no mundo e o sustém. Aquilo que
Deus continua fazendo no universo revela
a sua glória. Todavia, a criação executada
por Deus está maculada pelo pecado e
pelo mal; por isso, o Salmo termina com
uma oração para Deus remover da criação
todo mal e todas aqueles que vivem na
iniquidade (cf. Rm 8.19-23).”
(Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD. p. 856.)
II - DEUS GOVERNA A CRIAÇÃO
1. Deus criou. A questão de apresentar
Deus como o Criador é de grande impor
tância para nós, os cristãos. Ela responde
às perguntas: “De onde viemos?”, “Qual
é a nossa origem?” “Para onde vamos?".
São perguntas que remontam o sentido
da vida. Diante de muitas tentativas hu
manas em responder qual o sentido da
vida e às questões do início e do fim da
existência, o Salmo 104 afirma que Deus
criou a luz (v.2a), dividiu as águas (w.2b-4>.
criou a vegetação e as árvores (w.14-18),
criou as criaturas marinhas (vv.25.26),
criou os animais terrestres, o homem e
os alimentos para as criaturas (w.21-30).
Nesse sentido, tudo o que vemos na
Criação tem a assinatura celestial do
Criador. Ora, sem Deus não haveria o sol,
a lua, as estrelas, o céu, a terra, os animais,
Sem Deus você não existiría.
72 JOVENS
2. Deus ordenou. Deus não apenas
criou, mas Ele ordenou a sua Criação.
Certo filósofo da antiguidade disse que
próprio do sábio é ordenar. Deus é todo
sábio (v.24; Rm 11.33-36) e, por isso, orde
nou a sua criação (w.19-22). Pense nos
ciclos das estações do ano: o verão, o
outono, o inverno e a primavera. Tudo
ordenado pelo Criador. Pense no ciclo
vital das plantas: germinação da semente,
crescimento da planta e produção de
novas sementes. Assim também no cicto
vital dos seres vivos: nascem, desenvol
vem-se, reproduzem-se e morrem. Pense
ainda nas fases de desenvolvimento
do ser humano: infância, adotescência,
fase adulta e velhice. Tudo na Criação,
tanto humana quanto vegetal, tem um
tempo estabelecido e ordenado por
Deus (Ec 3.1-8). Isso não é aleatório ou
por acaso, mas revela um Criador que
ordenou, com precisão, o que criou (Gn
1.6-13). Por acaso, a sua vida não pode
ser ordenada por Ele?
3, Deus sustenta. Deus criou, ordenou
e não abandonou a sua Criação (v.5). Ele
estabeleceu as Leis naturais que garan
tem o sustento e o desenvolvimento de
tudo que formou (w, 11-15). A respeito
do ser humano, a Palavra de Deus diz:
“Fala o Senhor [...] que forma o espírito
do homem dentro dele" (Zc 12.1). Já pa
rou para pensar que, além do sustento
físico, Deus sustenta a vida interior do ser
humano? Você tem dentro de si algumas
faculdades cognitivas sem as quais a vida
seria impossível: 1) memória: 2) atenção;
3) imaginação; 4) vontade; 5) linguagem
etc. É por meio dessas faculdades que
a Palavra de Deus comunica para nós a
vontade divina e o Espírito Santo esclare
cemos a respeito de verdades celestiais
(Rm 8.16). Por isso, o Senhor Jesus afirmou:
“[■••] Nem só de pão viverá o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca
de Deus" (Mt 4,4). Ora, Ele sustenta você
física, emocional e espiritualmente.
© P E N S E !
Deus criou, ordenou e sustenta todas
as coisas.
® PONTO IMPORTANTE!
Deus não nos abandonou à própria sorte.
SUBSÍDIO O
Professor(a), explique que Deus go
verna e sustenta a sua criação. “Ele cuida
para que etes tenham moradia adequada.
Deus concedeu sabedoria aos homens
para que construam por si mesmos e para
o rebanho que é útil para eles, todavia, há
algumas criaturas para as quais Deus provê
mais ímediatamente abrigo, Algumas aves,
por instinto, constroem seus ninhos em
arbustos próximos de rios: Nas nascentes
que correm entre os moentes, habitam
as aves do céu, cantando entre ramos
(v. 12). Elas cantam de acordo com sua
capacidade para honra de seu Criador
e benfeitor, e o canto delas envergonha
o nosso silêncio, 'Nosso Pai celestial as
alimenta’ (Mt 6.26), por isso, elas são tran
quilas, alegres e não pensam no amanhã."
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro:
CPAD. 2010. p. 574.)
III - UM CONVITE PARA DELEI-
TAR-SE NO BEM DO SENHOR
1. “Cantarei ao Senhor”. Por tudo o
que Deus fez e faz, o salmista diz: "Canta
rei ao SENHOR enquanto eu viver” (v.33).
É um convite para viver de maneira em
que a vida seja digna de louvar a Deus.
Assim, cante ao Senhor porque Ele criou
JOVENS 73
você! Cante ao Senhor porque Ele ordena
a sua vida! Cante ao Senhor porque Ele
sustenta a sua vida! Em Deus, tudo é
motivo para louvá-lo,
2. “A minha meditação". Uma vida de
louvor a Deus não pode ser dissociada
de uma vida de meditação. Por isso, o
salmista afirma: “A minha meditação a
seu respeito será suave"; e por isso, “eu
me alegrarei no Senhor” (v.34). Os judeus
sempre tiveram em alta conta a prática
da meditação biblica. No Ocidente,
infelizmente, essa prática não é muito
comum. A meditação bíblica tem a ver
com a ideia de pensar de maneira bem
concentrada a respeito de algo bíblico
e espiritual, Isso pode ser feito antes de
um período de oração e após a leitura de
uma porção bíblica. Por exemplo, nesta
lição, estudamos a respeito da majesta
de de Deus, como Criador, Ordenador
e Sustentador da Criação. Seria muito
proveitoso parar um pouco e meditar
a respeito disso. Algumas perguntas, a
partir do texto bíblico lido, ajudam nesse
processo: “a visão de Isaías 61-3. ajuda
mos a contemplara beleza da majestade
do Senhor"; “Como posso contemplar
a majestade e glória de Deus?”; "O que
eu era antes de Deus me criar?"; “Que
impacto tem em mim a verdade de
que Deus me criou do nada?"; “Consigo
observar Deus organizando o seu plano
em minha vida, na infância, na juventude
e na fase adulta?"; “Percebo os dias bem
específicos em que contemplei a provisão
de Deus?” Essas perguntas meditativas
devem ser feitas em profunda contrição
espiritual e quebrantamento de espírito,
com uma consciência de que Deus está
presente. Quando praticamos isso de
maneira disciplinada, somado à nossa
vida de oração, o resultado é o seguin
te: “eu me alegrarei no Senhor" (v. 34).
Após uma semana de prática, é notória
a diferença em nossa vida espiritual. A
prática da meditação bíblica tem base
na Bíblia e na história da Igreja. Homens
de Deus do passado, como John Wesley,
praticavam a meditação bíblica. Teremos
muito proveito espiritualao meditarmos em
diferentes porções das Escrituras Sagradas.
3. “Bendize, ó minha alma, ao SE
NHOR". Finalmente, o Salmo encerra-se
com o salmista exortando a própria alma
a bendizer ao Senhor (v.35). Lembre-se
de que a expressão “Bendize, ó minha
alma, ao SENHOR" também inicia este
Salmo. Fica claro que, independente do
que esteja acontecendo em nossa vida,
temos muitos motivos para deleitarmos
em Deus. Após cantar ao Senhor e me
ditar em suas obras não há outra coisa a
fazer, senão: “Bendize, ó minha alma ao
SENHOR” (v. 35).
© P E N S E !
Somos convidados a cantar ao Senhor
e a meditar em suas obras.
© PONTO IMPORTANTE!
Há motivos profundos para bendizer
ao Senhor.
SUBSÍDIO I I
Professorta), faça a seguinte indaga
ção: “Você já louvou a Deus hoje pela sua
criação?" Ouça os alunos com atenção
e incentive a participação de todos. Em
seguida,explique que “o salmista louvou
muito a Deus: ‘Cantarei ao Senhor; LI ao
meu Deus, Louvá-lo-ei como Jeová, o
Criador; e como meu Deus, o Deus da
aliança comigo, e não só agora, mas
enquanto eu viver e enquanto existir (v, 33).”
(HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro:
CPAD. 2010. p. 576.)
74 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
HAN, Ken. Criacionism o:
Verdade ou Mito.
Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
® HORA DA REVISÃO
De acordo com a lição, o que é o
Salmo 104?
Ele é um hino de celebração da
criação de Deus, das coisas ordena
das e sustentadas por Ele mesmo.
O que os quatro primeiros versí
culos do Salmo 104 revelam?
Os quatro primeiros versículos do
Salmo 104 revelam razões preciosas
para que os seres humanos exaltem
e adorem a Deus.
Segundo a lição, o Salmo 104 apre
senta Deus de três formas quanto ao
seu governo da Criação. Quais são?
Deus criou: Deus ordenou e Deus
sustenta.
O que a meditação bíblica tem a ver?
A meditação bíblica tem a ver com
a ideia de pensar de maneira bem
concentrada a respeito de algo bí
blico e espiritual. Isso pode ser feito
antes de um período de oração e
após a leitura de uma porção bíblica.
Como o Salmo 104 encerra?
O Salmo encerra com o salmista
exortando a própria alma a bendizer
ao Senhor (v.35).
> CONCLUSÃO
Nesta lição, contemplamos a glória e a
majestade de Deus. Aprendemos que
esse ser glorioso criou todas as coisas,
e não somente as criou: ordenou todas
as coisas, e não somente as ordenou;
Ele sustenta todas as coisas. Isso é
muito consolador, pois entendemos
que não fomos deixados sozinhos no
mundo. Deus está conosco! Por isso,
esse é 0 tempo em que devemos cantar
ao Senhor, meditar em suas obras e
bendizê-lo verdadeiramente.
r
ANOTAÇAO.
LIVRAMENTO E AÇÃO
DE GRAÇAS
H TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL ^
"Que darei eu ao SENHOR
SEGUNDA-Mt 26.30
Jesus e os apóstolos
por todos os benefícios entoavam os Salmos
que me tem feito?" TERÇA - At 2.21
(SI 116.12) É tempo de Invocar ao Senhor
RESUMO DA LIÇÃO
QUARTA-Ef 2.4
Deus é riquíssimo em misericórdia
QUINTA -1 Sm 2.6
0 exercício da virtude da
Deus é 0 Senhor da vida
SEXTA - SI 50.14
gratidão é uma ação vertical Expressando a gratidão
(para com Deus) e, ao mesmo SÁBADO - Rm 12.1
tempo, uma ação horizontal Oferecendo um culto a Deus
(para com o próximo). com a própria vida
76 JOVENS
OBJETIVOS
• MOSTRAR a súplica da alma diante do iminente perigo;
■ COMPREENDER o poderoso livramento do Senhor;
• EXPLICAR a ação de graças como expressão do culto público.
^ -------- ^
INTERAÇÃO
Professor(a), nesta lição estudaremos a respeito da gratidão. O Salmo 116
que será objeto da nossa reflexão é uma canção de gratidão ao Senhor pelo que
Ele fez em sua vida. Nosso objetivo.é que você e seus alunos venham ter um
coração grato, pois a gratidão toma a vida mais saudável. Esse é um sentimento
que está relacionado com a humildade, pois só o humilde reconhece que o que
ele recebeu veio de Deus e não de suas próprias forças.
Você tem tido uma atitude de gratidão a Deus? Então, não terá dificuldade
em trabalhar essa temática. Aproveite a oportunidade impar e incentive seus
alunos a trocarem as murmurações, as criticas e a irritabilidade pela perspectiva
gratidão. Creia que essa atitude pode mudar o seu presente e futuro. Sigamos o
exemplo do apóstolo Paulo que declarou: Porque já aprendi a contentar-me
com o que tenho" (Fp 4.11). Isso é gratidão, sabedoria e amadurecimento.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), explique que o Salmo 116 “expressa gratidão ao Senhor pelo
livramento da morte, bem como os louvores de todos os crentes sofredores,
socorridos que foram pelo Senhor, que os livrou da morte ou de grande cala
midade. Em seguida, faça a seguinte indagação: ‘Que darei eu ao Senhor por
todos os benefícios?’ Ouça os alunos com atenção e incentive a participação
de todos. Em seguida explique que no coração de todos os que receberam
a salvação da parte do Senhor, flui a gratidão. Eles a expressam pelo amor (v.
1), lealdade (v. 2), vida santa (v. g), ação de graças e a firme determinação de
obedecer ao Senhor (v. 14)" (Adaptado da BíbLia de Estudo Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, p. 900).
JOVENS 77
u
I B S : TEXTO BÍBLICO
Salmos 116,1-19
1 Amo ao SENHOR, porque ele ouviu a
minha voz e a minha súplica.
2 Porque inclinou para mim os seus ou
vidos; portanto, invocá-lo-ei enquanto
viver.
3 Cordéis da morte me cercaram, e an
gústias do inferno se apoderaram de
mim; encontrei aperto e tristeza,
4 Então, invoquei 0 nome do SENHOR, di
zendo: Ó SENHOR, livra a minha alma!
5 Piedoso é o SENHOR e justo; o nosso
Deus tem misericórdia,
6 0 SENHOR guarda aos símplices; estava
abatido, mas ele me livrou.
7 Volta, minha alma. a teu repouso, pois
o SENHOR te fez bem.
8 Porque tu, Senhor, livraste a minha alma
da morte, os meus olhos das lágrimas
e os meus pés da queda.
9 Andarei perante a face do SENHOR, na
terra dos viventes.
10 Cri; por isso, falei: estive muito aflito,
11 Eu dizia na minha precipitação: todo
homem é mentira.
12 Que darei eu ao SENHOR por todos os
benefícios que me tem feito?
13 Tomarei o cálice da salvação e invocarei
o nome do SENHOR,
14 Pagarei os meus votos ao SENHOR,
agora, na presença de todo o seu povo,
15 Preciosa é à vista do SENHOR a morte
dos seus santos.
16 Ó SEN H O R, deveras sou teu se r
vo; sou teu servo, filho da tua serva;
soltaste as minhas ataduras.
17 Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor e
invocarei o nome do SENHOR.
18 Pagarei os meus votos ao SENHOR: que
eu possa fazê-lo na presença de todo
o meu povo.
19 Nos átrios da Casa do SENHOR, no meio
de ti, ó Jerusalém! Louvai ao SENHOR!
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o privilégio
de cultivar a gratidão em nossa vida.
Veremos que, por ocasião de um gran
de Livramento do salmista, ele propôs
apresentar atos de ações de graças
pelo que Deus fez em sua vida. Assim,
aprenderemos que cultivar um coração
grato torna a vida mais leve, A gratidão
na vida de um crente revela o cultivo da
humildade, pois o crente sabe que o que
ele recebeu veio de Deus e não de suas
próprias forças.
I - A SÚPLICA DA ALMA DIANTE
DO IMINENTE PERIGO
1. 0 que é o Salmo 116? Esse Salmo
tem Davi como autor. Ele se encontra
na categoria dos Salmos de Louvor ou
de Ação de Graças e faz parte do quin
to livro dos Salmos. No contexto mais
específico dos judeus, o Salmo 116 está
entre os denominados de hattel (que
significa louvor"), ou seja, os salmos
113—118. Esses Salmos eram recitados,
ou melhor, cantados sempre no encer
ramento da ceia pascal dos judeus. No
Novo Testamento, os evangelistas Mateus
e Marcos escrevem que, por ocasião da
“última ceia" de Jesus, nosso Senhor e os
apóstolos cantaram um hino (Mt 26.30).
De acordo com o contexto do Salmo 116,
com os registros dos dois Evangelhos,
que se antecipam ao período de angústia
do Senhor no Getsêmani (Mt 26.36-46);
provavelmente, o hino que Jesus e os
78 JOVENS
apóstolos cantaram foi o SaLmo 116.
Trata-se de um hino em que o salmista
agradece a Deus pelo livramento de uma
morte iminente (vv. 3,9,15). Ele invocou
o nome do Senhor por ocasião de um
momento sombrio e Deus o respondeu
com livramento. Esse hino, portanto, é
uma canção de gratidão ao Senhor, em
que se estabelece um laço espiritual de
quem possui algo (Deus) com quem pre
cisa de algo (o salmista). Isso é gratidão!
Deus livrou o salmista de uma morte
iminente e, por isso, ele o ama (Sl 116.1).
2. “Cordéis de morte"; “angústias do
inferno". Os versículos 1 e 2 revelam quatro
expressões tocantes: “Amo ao Senhor”,
“ele ouviu”, “inclinou” e “invocá-lo-ei”. Es
sas palavras revelam o amor do salmista
pelo Senhor, Isso porque ele passou
uma experiência de sofrimento em que
precisou invocar a Deus e Este o ouviu
e se inclinou, atendendo à sua oração, A
experiência do salmista foi provavelmente
uma experiência de quase morte. As duas
expressões “cordéisde morte” e “angústias
do inferno”, certamente referem-se ao
episódio de quase-morte do salmista.
Nesse sentido, todas as possibilidades
humanas se esgotaram. Não havia nada,
do ponto de vista humano, que 0 salmista
pudesse fazer. A única coisa possível era
“invocar o Senhor".
3. Invocação ao Senhor. “Então, in-
voquei o nome do Senhor, dizendo: Ó
Senhor, livra a minha alma” (v.4). 0 termo
“invocar” tem um peso forte nas Escrituras
quando o ser humano se coloca diante
de Deus para buscá-lo em oração (Gn
4.26: Jr 29.12; At 2.21). No salmo, trata-se
de uma oração suplicante para que o
Senhor concedesse um grande livramento
diante da morte que estava assolando o
salmista. Saiba que, em muitos momentos,
passaremos situações em que “os cordéis
de morte” e “angústias do inferno” nos cer
carão. Por isso, devemos aprender com o
salmista a forma como reagir diante de um
iminente perigo. Ele nos mostra que, no
lugar de tomar uma decisão precipitada
diante de um perigo, dirigir-se ao Senhor,
clamando-lhe incessantemente, é a ação
mais sábia (Lc 18.1-8). Pense agora em
algum evento que pode estar causando
tristeza a você! Como ele impacta sua
vida? Parece que é uma ocasião bem
sombria, não é mesmo? Coloque tudo
isso diante de Deus. Invoque o Senhor!
Só Ele pode transformar os “cordéis de
morte”em “laçosdevida"; “asangústias
do inferno” em “alegria do céu".
SUBSÍDIO O
“A natureza intensamente pessoal
deste Salmo é indicada pelo uso exclu
sivo dos pronomes da primeira pessoa
eu, meu/minha e a min. Sua inclusão
em um grupo de Salmos conhecidos
basicamente como Salmos de adoração
pública testifica acerca da verdade de
que qualquer congregação, grande ou
pequena, é constituída de indivíduos que
elevam seu coração a Deus em oração
e louvor. As alusões nos versículos 17,18
ao oferecimento de 'sacrifícios de louvor'
e ao pagamento de votos indicam um
cenário em que se oferecem ofertas
de gratidão pelo livramento da aflição
descrita na primeira parte do Salmo. Aos
estudiosos que buscam reagrupar os
versículos do Salmo para alcançar uma
progressão mais lógica de pensamento,
Barnes responde: ‘Na oração do santo
que está em árdua luta, não se espera
uma sequência rigorosamente lógica.
Esse tipo de oração certamente mistura
petição com ações de graça. Liberto hoje,
JOVENS 79
ele enfrenta novos conflitos amanhã. Esse
fluxo e refluxo de sentimentos debaixo
das tempestades da vida'."
(Comentário Bíbíico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005. p. 289.)
II - O PODEROSO LIVRAMENTO
DO SENHOR (w.5-11)
1. Piedoso, justo e misericordioso.
Os versículos 5 e 6 revelam a natureza
do caráter de Deus. As palavras que a
descrevem são “piedade", “justiça" e “mi
sericórdia”. Deus jamais age de maneira
contrária à sua natureza, ou seja, Ele não
age de maneira ímpia, injusta e odiosa.
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo
nos apresenta um Deus riquíssimo em
misericórdia que nos amou com um
grande amor, mesmo nós sendo ainda
pecadores (Ef 24). Além disso, Ele cuida
dos simples e dos humildes (Sl 116.6). Por
isso, o salmista diz a sua alma: “Volta, mi
nha alma, a teu repouso, pois o Senhor te
fez bem” (v.7). O salmista recebeu o bem
do Senhor, o livramento de Deus (v.6).
2. A vida pertence a Deus. Nos versí
culos 8 a 11 o salmista afirma que o Senhor
o livrou da morte (v.8). Veja que belo jogo
de palavras: "livrou os olhos das lágrimas;
os pés da queda" (v.8). O cantor, agora
convicto, sabe que não será tirado da
terra dos viventes, mas ao contrário, ainda
terá uma jornada bonita para caminhar
de acordo com a vontade de Deus (v.g).
O versículo 9 está em plena harmonia
com o versículo 15, em que aparece a
expressão “preciosa é a vista do Senhor
a morte dos seus santos”. A ideia aqui
não é de que a morte do justo seja vista
com alegria pelo Senhor, como se Ele a
desejasse. O salmo trata da gratidão do
saLmista pelo livramento dado por Deus,
pois para Ele nossas vidas são preciosas,
tem um valor incomensurável, e mesmo
a nossa partida está dentro dos cuidados
de Deus. Ainda não era a hora do salmista
partir. Aprendemos aqui que não somos
deixados por Deus ao acaso, mesmo
em ocasião bem delicada. Todavia, de
modo geral, e principalmente no Novo
Testamento, a Bíblia mostra que Ele nos
acompanha até mesmo na hora da morte,
pois a vida é um dom divino e nenhum
de seus filhos perecem neste mundo fora
do escopo de sua vontade (1 Sm 2.6; At
7.54-60). Deus é cuidadoso com a nossa
vida, mas também o é na nossa morte.
3. Experimentando o favor de Deus.
Faça um exercício com sua memória.
Recorde um grande livramento de perigo
que você experimentou. Essa experiência
pode ser um instrumento de muita edifi
cação espiritual para você e outros jovens
em Cristo. Esse exercício é importante
para deixar claro que a vida com Deus
é uma vida de experiências verdadeiras.
Devemos ter plena convicção de que a
nossa vida é moldada, traçada e estabe
lecida pelo Deus vivo. Por intermédio do
Espírito Santo, Ele nos dirige conforme o
conselho de sua vontade (Jo 3.8; Ef 1.11). A
caminhada com Deus é uma caminhada
de profundas experiências com Ele.
@ PENSE!
Deus é piedoso, justo e misericordioso.
Q PONTO IMPORTANTE!
A nossa vida pertence a Deus, Ele a
dá e a tira.
SUBSÍDIO ©
Professor(a), explique que o “poeta
confirma seu amor ao SENHOR, espe
cialmente porque Ele respondeu à sua
oração (1), Voz e súplica não deveríam ser
80 JOVENS
distinguidas, mas entendidas como uma
pequena variação da frase comum: 'a voz
das minhas súplicas' (cf, 28.2,6:3122:130.2
e 140.6)— ou, de acordo com Harrison:
‘minha voz suplicante’. As respostas à
oração encorajam o salmista a continuar
orando (v, 2). O salmista já tinha estado à
beira da morte (v. 3). os seus cordéis (hb.
'cordas', NVI) o cercavam e as angústias
do inferno (Sheol) já o pressionavam:
aperto e tristeza eram seus companheiros
indesejados. Nesse limite das suas forças,
ele invocou o nome do Senhor (v. 4) por
livramento, e foi ouvido.”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005. p. 289.)
lil - AÇÃO DE GRAÇAS COMO
EXPRESSÃO NO CULTO PÚBLICO
1. A virtude da gratidão. Diante do
livramento do cantor, surge a pergunta:
“o que darei eu ao SENHOR [...]?" (v.12).
Os benefícios são imensos, os favores
de Deus são muitos. Então o salmista
responde: “tomarei o cálice da salvação",
“pagarei meus votos", “oferecerei sacrifí
cios de louvores", “invocarei o nome do
Senhor” (w.12-19). Todas essas atitudes
do salmista têm a ver com o exercício da
gratidão na adoração pública em Israel,
ou seja, no Templo, em que o salmista
erguerá o “cálice da salvação” (um cos-
tumejudaico de acordo com a Lei cf. Nm
28.7) por causa do que Deus fez. Ali, ele
pagará o seus votos e suas ofertas (Sl
50.14:66.13). Assim, cultivar a virtude da
gratidão é também ativar na memória
as lembranças das bênçãos de Deus,
pois jamais podemos esquecer 0 que
Ele fez. E à medida que somos gratos a
Deus, somos também gratos ao nosso
próximo, pois, na maioria das vezes, o
Senhor usa o próximo como instrumento
de livramento para a nossa vida. Nesse
caso, a relação de gratidão é tanto vertical
(para com Deus) quanto horizontal (para
com o próximo).
2. Culto público: um ambiente de
gratidão. O culto é o ato de encontro entre
Deus e o seu povo. Quando prestamos
culto a Deus o fazemos de maneira que
o Senhor venha receber o que levamos,
isto é, a nossa própria vida (Rm 12.1). Nes
se contexto, o culto público é o espaço
adequado e especial para oferecermos
a Deus a nossa ação de graça. Oferecer
um culto de ação de graças por uma
bênção recebida ainda é um exercício
piedoso e gratificante para quem oferece
e para quem participa. É a oportunidade
que Deus dá ao seu povo para praticar
a virtude da gratidão. Por isso, celebre a
Deus em sua igreja local, por exemplo,
pela bênção de passarem um vestibular;
ou pelo ingresso em uma instituição para
se desenvolver profissionalmente;ou
pela cura de uma enfermidade; também
podemos agradecer pelas bênçãos
espirituais como a salvação de um ente
querido, o batismo no Espírito Santo,
enfim, as razões para a-agradecer ao Pai
são inúmeras. Deus se alegra com as
nossas vitórias. Ora, a sua vitória também
pode ser um estímulo encorajador para
outros jovens que podem ser animados
por meio do seu exempLo. Louve a Deus
com ação de graças, pois Ele é digno da
nossa gratidão!
© P E N S E !
A gratidão é um ato de humildade.
© PONTO IMPORTANTE!
A gratidão é um exercício vertical
para com Deus e horizontal para
com o próximo.
PACKER, .
Leitura
ESTANTE DO PROFESSOR
© CONCLUSÃO
Você tem tido uma atitude de gratidão
a Deus? Quais pessoas foram instru
mentos de bênçãos para a sua vida?
É preciso trocar as murmurações. as
críticas e a irritabilidade com as coisas © HORA DA REVISÃO
que não temos domínio pela perspec
tiva da gratidão. Creia nisso! A vida
fica muito mais leve. Não por acaso, o
apóstolo Paulo declarou: “1...1 Porque
já aprendi a contentar-me com o que
tenho” (Fp 4.11). Isso só é possível por
meio de um estilo de vida que cultive
a virtude da gratidão.
1. Em que categoria o Salmo 116 se
encontra?
Ele se encontra na categoria dos Sal- ~
mos de Louvor ou de Ação de Graças. ;
2. Do que trata a expressão “invocar
ao Senhor"?
O termo "invocar' tem um peso |
forte nas Escrituras quando o ser
humano se coloca diante de Deus -
para buscá-lo em oração.
ANOTAÇÃO
3. Quais palavras descrevem a na
tureza do caráter de. Deus?
As palavras que a descrevem são
"piedade", “justiça" e "misericórdia".
4. Segundo a lição, o que é também
cultivar a virtude da gratidão?
É também ativar na memória as ■
lembranças das bênçãos de Deus,
pois jamais podemos esquecer o
que Ele fez.
5. No contexto desta lição, o que é
o culto público?
Nesse contexto, o culto público
é o espaço adequado e especial
para oferecermos a Deus a nossa
ação de graça.
QUANTO AMO A
TUA PALAVRA
TEXTO PRINCIPAL
"Lâmpada para os meus pés
é tua palavra e luz, para o
meu caminho."
(SI 119.105)
RESUMO DA LIÇÃO
A meditação diária da Bíblia
gera sabedoria e discernimento,
bem como direção para a
trajetória de nossa vida.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA-SI 1.2,3
Um caminho de sabedoria
TERÇA - SI 119.128
Aprendendo a amar a verdade
QUARTA - Pv 4.18
A sabedoria da Palavra
QUINTA - 1 Jo 2.14
Andando na contramão do mundo
SEXTA - 2 Tm 1.13,14
Honrando a Palavra
SÁBADO - Hb 412
O alcance da Palavra de Deus
JOVENS 83
OBJETIVOS
» MOSTRAR o apego do salmista pela Palavra de Deus;
■ COMPREENDER que a Palavra ilumina o caminho dos justos;
• SABER que a Biblia é um ponto de referência para os desafios atuais.
INTERAÇÃO
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos mais um Salmo, o de nú
mero 119. Vamos iniciar pela sua estrutura e seu propósito. Veremos também o
entusiasmo do salmista pelo comprometimento de viver os preceitos da Lei de
Deus. Aproveite esta oportunidade ímpar para fazer do estudo do Salmo 119 uma
oportunidade para potencializar a forma como você e seus alunos se relacionam
como a inerrante e eterna Palavra de Deus. A Bíblia é “lâmpada para os nossos
pés e luz para o nosso caminho", por isso precisamos conhecê-la. Não existe
outra literatura, por melhor que seja, que foi ou é considerada como um farol para
nós. Se você deseja uma vida de sabedoria e discernimento para seus alunos,
incentive-os a lerem e meditarem nas Escrituras Sagradas.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para mostrar
aos aLunos que o Salmo 119 expressa um grandioso amor à Palavra de Deus.
(1) 0 salmista expressa um profundo amor a Deus pelo fato de ele ler a sua Palavra,
meditar nela e, mediante ela, orar. Ele nos ensina que só cresceremos em graça e
em retidão à medida que o nosso amor crescer por ela.
(2) Este salmo forma um acróstico alfabético. Suas vinte e duas seções de oito versículos
cada correspondem às vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Cada versículo começa
com a letra da sua respectiva seção.
Adaptado da Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 901.
JOVENS 84
TEXTO B
Salmos 119.97-109
97 Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha
meditação em todo o dia!
98Tu, pelos teus m andam entos, me
fazes mais sábio que meus inimigos,
pois estão sempre comigo,
99 Tenho mais entendimento do que todos
os meus mestres, porque medito nos
teus testemunhos.
100 Sou mais prudente do que os velhos,
porque guardo os teus preceitos.
101 Desviei os meus pés de todo caminho
mau, para observar a tua palavra.
102 Não me apartei dos teus juízos, porque
tu me ensinaste.
103 Oh! Quão doces são as tuas palavras
ao meu paladar! Mais doces do que o
m elà minha boca.
104 Pelos teus mandamentos, alcancei
entendimento; pelo que aborreço todo
falso caminho.
105 Lâm pada para os meus pés é tua
palavra e luz, para o meu caminho.
106 Jurei e cumprirei que hei de guardar
os teus justos juízos.
107 Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó S E
NHOR, segundo a tua palavra.
108 Aceita. SENHOR, eu te rogo, as ofe
rendas voluntárias da minha boca;
ensina-m e os teus juízos.
109 A minha alma está de contínuo nas minhas
mãos; todavia, não me esqueço da tua lei.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar o Sal
mo 119. Veremos a sua estrutura, seu
propósito e o entusiasmo pelo compro
metimento de viver os preceitos da Lei
de Deus na sociedade. O estudo desse
Salmo é um convite a potencializar a
forma como nos relacionamos com a
Bíblia, a Palavra de Deus.
I - O APEGO PELA PALAVRA
DE DEUS
1. A estrutura do Salmo 119,0 Salmo
119 é o maior de todos os poemas do
livro dos Salmos, bem como o maior
texto da Bíblia (não é adequado de
nominar os poemas dos Salm os de
capítulos). Ele tem semelhança com o
salmo 19, um poema menor que mostra
a beleza da Lei no contexto da criação
divina. O Salmo 119 também pode ser
classificado na categoria de Salmos de
sabedoria, como os Salmos 1 e 112, pois
tem como propósito estimular o leitora
desenvolver uma vida reta e piedosa. Ele
faz parte do quinto livro dos Salmos, É
uma canção precisamente estruturada
em forma de acróstico, o seja, há uma
estrutura de 22 estrofes organizadas
de acordo com as 22 letras do alfabeto
hebraico (átefe, bet, guímeí até a letra taü).
Essas 22 estrofes são compostas de oito
versos cada. E cada verso inicia com a
respectiva letra que forma cada estrofe.
Por exemplo, a primeira estrofe (vv.1-8)
é formada por oito versos e cada verso
se inicia com a primeira letra do alfabeto
hebraico átefe. Claro que a tradução
do texto hebraico para o português
não nos permite perceber claramente
essa estrutura, mas quem consegue
lê a Bíblia em hebraico percebe isso
com clareza. Essa estrutura privilegia
a guarda dos preceitos divinos, a partir
da memória, no coração. O propósito
é para que quem memoriza o Salmo
tenha os preceitos da Lei como ponto de
JOVENS 85
referência na trajetória da vida e, assim,
viva de acordo com as Escrituras. É um
Salmo que auxilia o crente a ampLiar
o pensamento bíblico, aprofundar o
significado dos retos princípios e atingir
um grande nível de fervor espiritual.
Naturalmente, é impossível expor o
Salmo 119 em uma lição. Por isso, abor
daremos aqui duas porções do Salmo:
l) vv.97-104; 2) w.105-112.
2. A meditação na Palavra traz sa
bedoria e discernimento (w.97-100). Os
versículos 97-104 formam a estrofe iniciada
pela letra hebraica Mem. O versículo 97
mostra que o salmista ama a Lei de Deus
e, por isso, ela é a sua meditação diária.
Os versículos 98-100 trazem a consequ
ência dessa meditação diária: sabedoria
e discernimento. Nesse sentido, nem o
conhecimento dos inimigos, as lições dos
melhores professores e nem mesmo a
experiência dos idosos se comparam com
a sabedoria que emerge da meditação
na Palavra de Deus. A lição é clara: ser
perito numa atividade profissional ter uma
invejável cultura intelectual ou, até mesmo,envelhecer, não significa ser sábio e um
bom discernidor dos tempos. Podemos
ser peritos em alguma atividade, ser
intelectualmente vigorosos, experientes
na vida, mas completamente vazios dos
princípios divinos que regem o nosso
comportamento espiritual e moraL Só a
meditação diária nos princípios eternos
é capaz de nos tornar verdadeiramente
sábios neste mundo (Sl 1.2,3; Tg 1.5). Isso
só é possível porque guardamos o que
está na Palavra (v.100).
3. A meditação na Palavra traz amor
pela verdade (w.101-104). Os versículos
101-104 mostram que quem observa
os preceitos da Palavra desvia os pés
do erro (v.101), não se afasta dos justos
juízos de Deus (v.102), ao ponto de de
leitar a alma na Palavra de Deus (v.103).
É essa experiência com a Palavra que
leva o crente ao perfeito entendimento
da verdade e, ao mesmo tempo, o faz
“aborrecer” os caminhos falsos. Assim,
uma das consequências naturais para
a vida de quem persevera em meditar
diariamente na Palavra de Deus é amar
o que é verdadeiro e aborrecer o que
é mentiroso, ilusório e passageiro (Sl
119.128; cf. Fp 4.8,9).
SUBSÍDIO O
“Este è o maior Salmo, e o capítulo
mais longo da Bíblia. Pode ter sido es
crito por Esdras depois que o Templo
foi reconstruído (Ed 6.14.15). como uma
reiterada meditação sobre a beleza e
a importância da Palavra de Deus para
nos mantermos puros e crescentes
na fé. O Salmo 119 tem 22 seções cui
dadosamente elaboradas, cada uma
correspondente a uma letra diferente
do alfabeto hebraico, e cada versículo
com eça com a letra de sua seção.
Quase todos os versículos fazem alusão
à Palavra de Deus. Tal repetição era
comum na cultura hebraica. As pessoas
não tinham cópias das Escrituras como
nós: por esta razão, o povo de Deus
memorizava e a transmitia oralmente.
A estrutura deste Salmo permitia uma
fácil memorização. Lembre-se. a Palavra
de Deus. a Bíblia, é o único guia seguro
para vivermos uma vida santa.'
Bíblia de Estudo Aplicação PessoaL Rio de
Janeiro: CPAD, 2005. P 814)
II - A PALAVRA ILUMINA 0 CA
MINHO DO JUSTO
1. A Palavra de Deus como direção
para a vida (v.105). Os versículos 105-
86 JOVENS
112 formam a estrofe iniciada pela letra
hebraica Num. O primeiro verso diz que
a Palavra de Deus é como lâmpada para
os nossos pés (v.105). A imagem da luz
nesse versículo, como em outros, traz
a ideia de direção de Deus para cami
nhar na vida (Sl 112.4). Essa luz na vida
de quem busca na Palavra de Deus o
fundamento de tudo é como a luz do
alvorecer que brilha cada vez mais até
clarear o dia (Pv 4.18). É da Palavra de
Deus que precisamos, diante de uma
infinidade de atuais filosofias e ideologias
que, no lugar de estimularem o melhor
de nós, despertam os mais violentos
vícios de nossa alma. A Palavra de Deus
é a direção certa para o caminho da vida
por que, diferentemente das filosofias e
ideologias contemporâneas, ela trata os
nossos vícios e nos estimula a desen
volver as virtudes do Espírito que são
remédios para as doenças da alma (Gl
5.22-24). Permitamos à Palavra de Deus
nos dirigir para as virtudes do Espírito
e, ao mesmo tempo, instalarem nossa
alma o desprezo pelos vícios e instintos
pecaminosos.
2. Comprom etido com os retos
juízos da Palavra (w .106-110). Ter a
Palavra de Deus como luz nos estimula
a nos comprometer com ela. Por isso
o salmista “jura" a "cumprir" o seguinte:
guardar os justos ju ízos da Palavra
(v.106). Ora, quem tem o privilégio de
guardar a Palavra, sabe: a) que, no mo
mento da aflição, pode ser “vivificado"
por ela (v.107); b) que a vida piedosa
tende a ser mais intensa (v.108); c) que
no momento do perigo, ainda assim,
não se esquece da verdade (v.109); d)
que, diante das armadilhas do Inimigo,
não se desvia dos preceitos da Palavra
(v.110). Quem guarda a Palavra de Deus
se compromete, e se entusiasma com
isso, a viver na contramão de todos e
quaisquer valores contrários à ela. Qual
tem sido o seu comprometimento para
com os retos juízos da Palavra de Deus?
3. Guardando a Palavra como le
gado recebido (w.111,112). O saLmista
reconhece que o testemunho que se
encontra na Palavra foi recebido como
legado de seus pais (v.111 cf. Dt 6.1,4-9).
Por isso, o seu coração está inclinado
a guardar os decretos divinos para
sempre (v.112). Esses dois versículos
nos ensinam que recebemos a Palavra
de Deus como um legado de nossos
antepassados. A Igreja de Cristo não
começou conosco, muito menos a sua
igreja local. Houve homens e mulheres
desprendidos que deram suas vidas
para que a Palavra de Deus pudesse
nos alcançar. Há uma nuvem de teste
munhas antes de nós (Hb 12.1). Por isso,
somos convidados a agradecer a Deus
pelos nossos pais, professores de Escola
Dominical e pastores que nos legaram
a Palavra de Deus (2 Tm 1,13). Quantas
vezes recebemos de Deus a Palavra
por intermédio da vida de um irmão
ou de uma irmã? E como aprendemos
a Palavra com eles. Portanto, olhe para
trás e conheça o legado dos irmãos do
passado que nos transmitiram a Palavra
de Deus, aprenda com eles no presente
a fim de amadurecer para o futuro, e
não esqueça do conselho do apóstolo
Paulo ao jovem Timóteo: “Guarda o bom
depósito pelo Espírito Santo que habita
em nós” (2 Tm 1.14).
SUBSÍDIO O
“A Palavra de Deus oferece luz para
o caminho, passo a passo, ao longo
desse caminho (v. 105). Neste versículo,
JOVENS 87
temos uma orientação específica —
lâmpada para os meus pés — e uma
orientação geral para todo o curso da
vida — luz, para o meu caminho. O
salmista apresenta seu juramento de
obediência (v. 106), e no meio de muita
aflição ora: Vivifica-me (‘preserva [...] a
minha vida', NV1) 1...1 segundo a tua pro
messa (v. 107). A expressão: As ofertas
voluntárias da minha boca poderíam
significar: ‘o sacrifício de oração e louvor
(Hb 13.15); promessas voluntárias de
devoção à lei."
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005. p. 298.)
III - A BÍBLIA COMO PONTO DE
REFERÊNCIA PARA OS DESAFIOS
ATUAIS
1. A Bíblia como a base da trajetória
da vida. Ao estudarmos o Salmo 119,
percebemos que ele é um louvor a
Deus pela existência da sua Palavra.
Essa Palavra se encontra ao alcance
de suas mãos por meio da Bíblia. Esta
é a revelação especial de Deus para a
humanidade. Ela é a revelação especial
porque fala da história da redenção em
que Jesus Cristo é o centro de toda
essa história (Hb 1.1). Assim, a Bíblia é a
base da trajetória de nossa vida porque
ela nos revela Cristo e todos os seus
ensinamentos necessários para a vida.
Por isso a Palavra de Deus perpassa
os lugares mais escondidos dentro
de nós (Hb 4.12). Portanto, a Bíblia nos
ensina a viver e, também, nos prepara
para morrer, pois um dia prestaremos
contas de tudo o que fizemos neste
mundo (2 Co 5.10).
2. A Bíblia como obstáculo às es
colhas erradas. O Salmo 119 nos ajuda
a perceber a Bíblia como base para a
trajetória da vida. Ele também nos auxilia
a compreender que, consequentemen
te, a Bíblia é um obstáculo às escolhas
erradas. Ora, como ela alcança a nossa
mente, nos ajudando pensar a verdade,
a amar a verdade e praticar a verdade,
a Bíblia se torna um antídoto contra as
escolhas erradas (cf. Tg 1.14). Quando
pensamos, amamos e praticamos os
valores da Bíblia, não há espaço para os
valores secularizados (1 Jo 2.15-17). Por
isso, diante de uma cultura seculariza-
da, que nos estimula a tomar decisões
desprovidas dos valores atemporais e
eternos da Bíblia, decida de maneira
entusiasmada a obedecer, de todo o
seu coração, a Palavra de Deus. Sinta-se
privilegiado de ser convocado por Deus
a trilhar um caminho de sabedoria e
discernimento num tempo marcado
pela tolice e ignorância espirituais
(vv.97-100).
3. A Bíblia como fundamento sóli
do. O Salmo 119 também nos ajuda a
perceber a Bíblia como um farol que
ilumina tempos escuros. Sociólogos
já descreveram este tempo como um
"período Líquido" em que não há valo
res sólidos, em que a superficialidade
predomina navida de muitos jovens,
suas esperanças e sentido de vida se
desmancham com facilidade. Entre
tanto, a Palavra de Deus é como um
a rocha que traz fundamento a uma
casa. Por isso, a Bíblia tem o poder
de trazer lucidez e equilíbrio ao ser
humano que perdeu a esperança.
Nela, encontramos o sentido de nossa
existência e somos encorajados a viver
de acordo com esse sentido, de uma
maneira divinamente coerente com
o que Deus nos vocacionou a ser (2
Tm 1.6,7).
88 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
Dicionário Bíblico Wycliffe.
Rio de Janeiro: CPAD, 2013,
O HORA DA REVISÃO
1. Como o Salmo 119 está estruturado?
E uma canção precisamente es
truturada em forma de acróstico, o
seja, há uma estrutura de 22 estrofes
organizadas de acordo com as 22
letras do alfabeto hebraico,
2. Qual é a consequência natural de
perseverar em meditar diariamente
na Bíblia?
Os versículos 10 1-10 4 mostram
que quem observa os preceitos da
Palavra desvia os pés do erro (v.ioi),
não se afasta dos justos juízos de
Deus (v.102), ao ponto de deleitar
a alma na Palavra de Deus (v.103).
3. Diante da infinidade das atuais filoso
fias e ideologias, do que precisamos?
É da Palavra de Deus.
4 . Segundo a lição, o que a Bíblia nos
ensina?
A Bíblia nos ensina a viver e, tam
bém, nos prepara para morrer.
5. De acordo com a Lição, o que en
contramos na Bíblia?
Nela, encontramos o sentido de
nossa existência e somos encora
jados a viver de acordo com esse
sentido de uma maneira divina
mente coerente com o que Deus
nos vocacionou a ser (2 Tm 1.6,7).
© CONCLUSÃO
A presente lição nos encorajou a ter a
Bíblia em alta conta. O Salmo 119 nos
ajuda a refletir a respeito da importância
da meditação na Bíblia, a Palavra de
Deus, em nossa trajetória de vida. Certa-
mente, você está inserido num contexto
externo em que os valores da Bíblia são
desprezados. Entretanto, você tem a
oportunidade de revelar esses valores
bíblicos no contexto de sua vivência, de
modo que as pessoas sejam influenciadas
pelos princípios atemporais e eternos
que brotam das Sagradas Escrituras.
Portanto, honre a Palavra de Deus em
qualquer lugar que você esteja!
r
ANOTAÇAO
A BELEZA DA UNIDADE
ESPIRITUAL
TEXTO PRINCIPAL
"Oh! Quão bom e quão
suave é que os irmãos
vivam em união!"
(SI 133.1)
RESUMO DA LIÇÃO
A unidade da Igreja de
Cristo começa em Deus,
em nosso relacionamento
pessoal com Cristo.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - l Sm 17 28,29
A falta de unidade familiar
TERÇA - l Sm 18.7-9
Davi teve que lidar com o
ciúme de Saul
QUARTA - 2 Sm 5-1-4
A unificação do reino de Israel
QUINTA-Jo 1723
Unidade espiritual gera fidelidade
SEXTA - Jo 15-5
Unidade espiritual gera frutos
SÁBADO - At 2.42
Unidade gera perseverança
90 JOVENS
OBJETIVOS
• MOSTRAR a beleza da unidade;
• COMPREENDER que fomos unidos para a fidelidade e frutificação;
• EXPLICAR os elementos da unidade na Igreja,
\
/
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito de um
tema bem relevante para o crente: a unidade. Esta é a temática do Salmo 133.
Será feita uma relação deste Salmo com a oração sacerdotal do Senhor Jesus
encontrada em João 17.20-23. Veremos que a verdadeira unidade dos cristãos
começa em Deus, no nosso relacionamento pessoal com Cristo. Todos os nossos
relacionamentos vão depender desta verdade irrefutável.
Você e seus alunos verão que o Salmo 133 tem muito a nos ensinar a respeito
da beleza da unidade entre o povo de Deus. A unidade espiritual traz a unção
e a bênção do Senhor. Desejamos que você exale a unção divina em seu coti
diano por meio da unidade. Nada é mais incrível do que uma classe de Escola
Dominical unida na causa do Evangelho. Como Deus se agrada de uma igreja
que é uma na doutrina e faz o que Jesus ordenou que seja feito.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), sugerimos que você reproduza o esquema abaixo no quadro.
Utilize na introdução do primeiro tópico da lição. Inicie fazendo a seguinte per
gunta aos atunos. “Por que a união é importante?"
i,Faz da Igreja um exemplo para o mundo e ajuda a aproximaras pessoas do Se
nhor
2 Ajuda-nos a cooperar conforme a vontade de Deus, antecipando um pouco da alegria
que teremos no Céu;
3. Renova e revigora 0 ministério, porque existe menos tensão para extrair a nossa
energia. Viver em união não significa que concordaremos em tudo; haverá muitas
opiniões, da mesma maneira que existem muitas notas em um acorde musical.
Mas devemos concordar em nosso propósito na vida; trabalhar juntos para Deus. A
união reflete a nossa concordância de propósitos.
Adaptado de B íb lia de Estudo Aplicação Pessoal: CPAD. p. 822.
JOVENS 91
Salmos 133.1-3
1 Oh! Quão bom e quão suave é que os
irmãos vivam em união!
2 É como o óleo precioso sobre a cabe
ça, que desce sobre a barba, a barba
de Arão, e que desce à orla das suas
vestes.
3 Como o orvalho do Hermom, que desce
sobre os montes de Sião; porque ati
o SENHOR ordena a bênção e a vida
para sempre.
João 1720-23
20 Eu não rogo somente por estes, mas
também por aqueles que, pela sua
palavra, hão de crer em mim.
21 Para que todos sejam um, como tu.
ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que
também eles sejam um em nós, para
que o mundo creia que tu me enviaste.
22 E eu dei-lhes a glória que a mim me
deste, para que sejam um, como nós
somos um.
23 Eu neles, e tu em mim. para que etes
sejam perfeitos em unidade, e para que
o mundo conheça que tu me enviaste
a mim e que tens amado a eles como
me tens amado a mim.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito
do tema da unidade encontrado no Sal
mo 133. Relacionaremos 0 Salmo com a
oração sacerdotal do Senhor Jesus (Jo
17.20-23) e veremos que a verdadeira
unidade dos cristãos começa em Deus,
no nosso relacionamento pessoal com
Cristo para, então, nos reLacionarmos
com os irmãos. Esse relacionamento
passa pela perseverança na doutrina,
na piedade e no serviço cristão (At 2.42).
I - A BELEZA DA UNIDADE
1. O Salmo 133. É um Salm o de
Davi, denominado dos degraus ou das
peregrinações. Há pelo menos mais 15
salmos na categorias dos degraus (120
a 134). A característica principal deles
é a de serem canções de adoração
enquanto o povo de Deus peregrinava
ao Monte Sião para adorar ao Senhor.
Nesse aspecto, o tema desse salmo é
a unidade. Na adoração, a unidade é
o elemento indispensável. É o contra
ponto a qualquer ideia de egoismo ou
disputa. O Salmo 133 revela a beleza da
unidade de uma família natural, bem
como da família espiritual.
2. A unidade é boa e suave (v.i).
Nesse versículo, duas expressões se
destacam ; “quão bom” e “suave”. O
salmista deseja demonstrar a beleza
da unidade entre irmãos de uma família
natural para animar a unidade espiritual
da nação. Aqui, devemos levar em conta
que nem sempre é possível que irmãos
de carne habitem na mesma família.
Passagens da Bíblia-mostram isso a
respeito de Esaú e Jacó (Gn 36.6-8) e
o desentendimento entre Abraão e seu
sobrinho Ló (Gn 13.6). Quando irmãos
vivem guerreando entre si, famílias in
teiras sofrem. Entretanto, a força desse
primeiro versículo reside exatamente
em perceber que, se há degradação
na desarmonia familiar, há beleza na
unidade e harmonia entre irmãos: a
família toda é abençoada, a paz e a
harmonia predominam, bondade e
suavidade têm lugar na família. Quem
não gosta de desfrutar da bondade e
da suavidade de um ambiente familiar?
Essa imagem da unidade familiar deve
92 JOVENS
transbordar para a unidade espiritual,
pois o salmista espera que os peregri
nos israelitas apliquem essa verdade
ao subir unidos para adorar no Templo.
Na realidade da igreja local, somos
irmãos espirituais em Cristo e como é
belo, bom e suave quando a unidade
é a nossa realidade.
3. Duas imagens: o óleo da unção
e o orvalho de Hermom (vv. 2,3). Davi,
o salmista, usa duas imagens para fa
lar a respeito do valor e da beleza da
unidade: o óleo da unção e o orvalho
de Hermom.
a) O óleo da unção sobre o sum o
sacerdote.A consagração do sumo
sacerdote acontecia apenas uma vez
na vida dele e tratava-se de coisa san
ta. O perfume do óleo exalava todo o
ambiente conforme ele escorria sobre
o corpo do sumo sacerdote, sua cabe
ça e barba, bem como suas vestes. A
comparação é clara: a unidade espiritual,
observada do ponto de vista de Deus,
é coisa santa, sagrada, que destila
bom perfume, formosura e doçura em
qualquer ambiente pelo qual passar.
b) O orvatho de Hermom que desce
sobre os montes de Sião. Do ponto de
vista geográfico, o monte Hermom
está bem distante do montes de Sião,
estes ficam no sentido sul, aquele em
sentido norte. O Hermom é cercado de
uma região em que 0 sol é escaldante.
Entretanto, por ser um monte bem
elevado, seu pico sempre está coberto
de neve. É o orvalho do Hermom que
levará frescor e vida à área de vegeta
ção castigada pelo sol escaldante, até
chegar ao monte de Sião, a morada
do Deus Todo-Poderoso, de onde Ele
ordena todas as bênçãos. Assim, é o
amor fraterno, a unidade entre irmãos.
Ele traz frescor em periodo de sequidão:
saúde, em momento de enfermidades:
conforto, alegria e vida para a família
espiritual (cf. At 2.46,47).
© P E N S E !
0 que a unidade pode produzir?
© PONTO IMPORTANTE!
A unidade pode p roduzir frescor,
saúde, conforto, alegria e vida.
SUBSÍDIO #
“O Salmo 133 é um breve cântico de
Louvor pela alegria decorrente da união
entre irmãos, tanto da famíüa natural como
da família espiritual de Deus. Oesterley e
Taylor entendem que o Salmo se refere
ao acordo do levírato na vida familiar, em
que os irmãos casados continuam a viver
juntos na mesma casa. Barnes entende
que esse Salmo descreve a vida em
comunhão dos judeus que vinham a Je
rusalém para as festas anuais. No entanto,
ele apresenta um significado mais amplo
no que diz respeito à família da fé. Existe
uma unidade espiritual entre os filhos de
Deus que transcende inclusive barreiras
denominacionaís. Como diz um veLho
ditado: Você não vê as cercas quando
o trigo está alto' (Jo 17.17-23).”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 313.)
II - UNIDOS PARA A FIDELIDADE
E FRUTIFICAÇÃO
1. Unidade na igreja. Da mesma
forma que o salmista desejava que a
nação compreendesse 0 valor, a beleza
e a importância da unidade espiritual
(Sl 133.1-13), nosso Senhor desejou a
perfeita unidade de sua Igreja (Jo 1720-
23). O Senhor Jesus não só desejou isso,
JOVENS 93
Ele orou por isso (v.20). Essa oração
tem uma perspectiva futura, a respeito
dos que “hão de crer em mim” (v.20).
Nosso Senhor sabia que a unidade é
boa e suave (Sl 133.1) e sua Igreja não
pode renunciar à ela.
2. A unidade começa em Deus. Como
Davi tomou o exemplo da consagração
do sumo sacerdote e do orvalho de
Hermom, para representara bondadee
a suavidade e a unidade exalam, nosso
Senhor tomou o seu relacionamento
com o Pai para que a Igreja estivesse
unida ao Pai e ao Filho (Jo 17.21). Nessa
perspectiva, a unidade entre irmãos não
é possível sem um verdadeiro relacio
namento pessoal com Deus.
3. Unidade entre irmãos. Com o
irmãos espirituais, nossa unidade deve
ser à Luz da unidade do Filho com o
Pai (v.22). Assim, seremos aperfeiçoa
dos por Cristo nessa relação fraternal
(v.23). É uma unidade que começa em
nossa união espiritual com Cristo, onde
a Bíblia diz que somos um Corpo e
Cristo, a cabeça (1 Co 12.12; Ef 5.23):
um edificio cujo fundamento é Cristo
(1 Co 3.10,11). Com base nessa verdade,
som os cham ados a perseverar em
unidade como a igreja em Atos dos
Apóstolos (At 2.46; 5 42; 9.31). Assim
sendo, a ideia de uma igreja local di
vidida, isto é, família espiritual não tem
origem em Cristo nem em sua Palavra.
A ideia de uma juventude divorciada
de uma profunda convivência cristã na
igreja local não tem rastro algum na
Palavra de Deus. Essa convivência se
dá por meio de alguns elementos bem
concretos que, segundo o que lemos
na Palavra de Deus, são bem claros:
a doutrina, a piedade e o serviço (At
2.42). A unidade deve levar em conta o
que temos em comum, ou seja, cremos
na mesm a fé, praticamos a mesma
piedade e prestamos 0 mesmo serviço.
© PENSE!
Onde a unidade cristã começa?
® PONTO IMPORTANTE!
A unidade cristã começa em Deus.
SU BSÍD IO #
Professoría), explique aos alunos que
“provavelmente não escolhería os dois
exemplos dados por Davi para a paz com
as pessoas: o óleo da unção do sumo
sacerdote e o orvalho do monte Hermom
caindo sobre os montes de Sião. Davi
escolheu essas metáforas para falar de
três verdades. Primeiro, para Davi, a união
seria coisa rara, Davi desfrutou de poucos
momentos preciosos de paz com outras
pessoas. Inicialmente, nem seu pai nem
seus irmãos tinham um alto conceito
dele. Segundo, a união, quando ocorre,
vem em abundância. A cabeça, a barba
e as vestes do sumo sacerdote ficavam
encharcadas do óleo da unção. O orvalho
do Hermom inunda qs arredores de Sião.
Terceiro, a união vem como um dom de
Deus. A tríplice repetição da palavra he
braica 'desce' parcialmente se perde na
tradução para o inglês, O ‘óleo precioso
sobre a cabeça, que desce sobre a barba,
a barba de Arão, e que desce à orLa de
suas vestes... o orvalho do Hermom, que
desce sobre os montes Sião (w, 2,3).”
(WOOD, George, Um Salmo em Seu Coração.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006. pp. 538.539.)
III - ELEMENTOS DA UNIDADE
DA IGREJA
1. Unidade na doutrina. O Novo
Testamento apresenta a doutrina como
94 JOVENS
elemento importante da unidade cris
tã: “E perseveravam na doutrina dos
apóstolos" (At 242). A “doutrina" aqui,
ou “ensino", é o ensino de Jesus em seu
ministério e quando por ocasião de sua
aparição aos apóstolos durante 40 dias,
após ter ressuscitado (At 1.3). Todo esse
ensino foi transmitido aos apóstolos,
e estes transmitiram à Igreja (Ef 2.20).
Esta, por sua vez, tem o compromisso
de preservar essa herança apostólica
recebida diretamente de Jesus, Nesse
caso, os jovens da Igreja de Cristo devem
ter uma consciência doutrinária. Não por
acaso, 0 apóstolo Paulo falou a respeito
da perseverança na doutrina ao jovem
Timóteo: “Tu, porém, tens seguido a
minha doutrina permanece naquilo
que aprendeste e de que foste inteirado,
sabendo de quem o tens aprendido" (2
Tm 3.10,14). Antes de pensarmos em fazer
algo, é preciso pensar corretamente
em algo. Nesse sentido, precisamos
acessar intelectualmente a doutrina da
PaLavra de Deus. A doutrina fala ao nosso
intelecto, à nossa razão, por intermédio
do Espírito Santo. Deus nos deu essa
faculdade cognitiva para conhecer as
suas verdades.
2. Unidade na piedade. Não basta
apenas conhecer a doutrina correta, é
preciso amar e viver a doutrina de Cristo,
seu ensino e sua vida. O Cristianismo
bíblico tem como base uma pessoa:
Jesus Cristo, que foi crucificado, morto,
sepultado e que ressuscitou ao terceiro
dia. Nesse sentido, é preciso relacionar-
-se com essa pessoa: Jesus Cristo. Isso
acontece por meio da prática da vida
piedosa, como contemplamos na pri
meira igreja (At 2.42). Quando exercemos
a piedade por meio das disciplinas da
oração, do jejum, da leitura devocional
da Bíblia, das presenças regulares aos
cultos e reuniões de oração da igreja
local, estam os desenvolvendo um
relacionamento pessoal com Jesus
Cristo. Então, passamos amar o que com
preendemos intelectualmente. Assim,
experimentamos de maneira concreta
que a PaLavra de Deus é a verdade que
traz sentido para a nossa vida.
3. Unidade no serviço. Devemos
conhecer a doutrina de Cristo, amar a
pessoa de Cristo e praticar o que ELe
ensinou. Aqui, nos referimos à prática das
boas obras em favor do próximo, como
acontecia na vida da igreja apostólica
(At 242). Partilhar os bens para suprir
a necessidade de uma pessoa, como
resultado da compreensão do conteúdo
transmitido pelos apóstolos e do amor
despertado pelo relacionamento com
o Senhor, era uma marca da igreja de
Atos (At 244). É uma bênção quando
há unidade entre os cristãos com a
finalidadede suprir as necessidades de
nossos irmãos. Certamente você deve
conhecer alguém em sua igreja que
precise de uma mão estendida. Assim, a
juventude cristã é chamada para servir
ao próximo em unidade como conse
quência de pensar corretamente o que
Jesus ensinou, de amar a Pessoa dEle,
e por isso, fazer o que Ele ordenou (Lc
10.25-37). Portanto, pensemos na mesma
doutrina, amemos a mesma pessoa e
pratiquemos o que Jesus ensinou.
0 PENSE!
Q uais eLementos co n stitu iem a
unidade cristã?
@ PONTO IMPORTANTE!
Unidade na doutrina, na piedade e
no serviço.
0 CONCLUSÃO
O Salmo 133 nos ensina a beleza da
unidade entre o povo de Deus. A uni
dade espiritual é como um perfume
que exala seu doce aroma em todos
os ambientes. Nosso Senhor espera
que vocè exale esse aroma por meio
da unidade. Nada é mais incrível do
que uma juventude unida na causa do
Evangelho. Como Deus se agrada de
uma juventude que pensa na mesma
doutrina, ama a mesma pessoa e faz
exatamente o que Jesus ordenou
que fizesse!
ANOTAÇÃO
© HORA DA REVISÃO
1. Q ual a característica principal
dos Salmos dos degraus ou das
peregrinações?
A característica principal d e le s : A 1 ; ; h
é a de ser canções de adoração - , j : ■; •* ;.J
enquanto o povo de Deus p e re -,; j
grinava ao Monte Sião para adorar ' ' ; «
o Senhor. f '
2. O que o salmista deseja demons
trar no Salmo 133?
O salmista deseja demonstrar a , ' j ■ ■ ' j
beleza da unidade entre irmãos d e . -
uma família natural para animar a ; 1; ; ' :,
unidade espiritual da nação.
3. Para representar a ideia de unida
de, qual imagem o Senhor Jesus
apresentou?
A imagem de um Corpo e Cristo. , .
o cabeça (1 Co 12.12: Ef 5.23); um • :
edifício cujo fundamento é Cristo ‘ : ; ;
(1 Co 3.10,11),
4. A que a palavra “doutrina" se refere?
A “doutrina" aqui, ou "ensino", é o ■ j ‘ -
ensino de Jesus em seu ministé- C : - -
rio e quando por ocasião de sua ’ ; ’ '
aparição aos apóstolos durante :
40 dias, após ter ressuscitado -
(At 1.3). •! .• ■*.<• J -J
5. Com o podemos desenvolver o
nosso relacionamento com Cristo?
Quando exercemos a piedade por
meio das disciplinas da oração, •
do jejum, da leitura devocionalda . í i
Bíblia, das presenças regulares ■
aos cultos e reuniões de oração da í ' j
igreja local, estamos desenvolvendo . . ** j
um relacionamento pessoal com 1 ' - ’
Jesus Cristo.
ç • í , -
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I CPADvideo ISSN 2175-8136
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EditoraCPAD
i APRENDENDO A AMAR
A LEI COM OS SALMOS
'Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite". Salmo 1.2
Em nossas Bíblias há um livro especial, composto por uma série de
canções atemporais chamadas de salmos. Estas têm gerado frutos
em todas asgerações cujas mensagens gotejam o óleo de glória que
nos capacitam a viver além das dificuldades do dia a dia.
Por isso, vale á pena gastarmos algum tempo refletindo, nas palavras
sábias e princípios eternos entrelaçados nos Salmos. Veja$r-exemplo-.
do quanto de sabedoria o principados pregadores; Spurgeon; extraiu
dé um único! versículo, o Salmo 1.2:
“Vamos cantar uma canção de Davi a Cada dia da semana. Eu creio que
estas letras, testadas pelo tempo, adicionarão exatamente o óleo suficiente
aos nossos dias, permitindo que vivamos as verdades destes salmos.
Agora observe o caráter positivo do bem-aventurado: “Antes, tem o seu
prazer na lei do Senhor”. Ele não está sob a lei como maldição e condenação,
mas está nela e tem prazer de estar nela como regra-de vida./
Além disso, tem prazer em meditar na lei, lendo-a de dia e pensando nela
de noite (“e na sua lei medita de dia e de noite”). Escolhe um texto e o leva
consigo o dia todo. Nas vigílias da noite, quando o sono lhe abandona ás
pálpebras, ele se afunda na meditação da Palavra de Deus. No dia da pros
peridade, canta salmos da Palavra de Deus, e na noite da aflição, consolá-se
com as promessas do mesmo livro.
Mas permitam-me uma pergunta: O seu prazer está na lei do Senhor? Você
estuda a Palavra de Deus? Você faz da Bíblia o seu auxiliar indispensável,
a sua melhor companhia o o seu guia de hora em hora? Se as respostas
não forem afirmativas, esta bênção não lhe pertence.”