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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo da Silva 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Instalações elétricas prediais 
Olá, seja muito bem-vindo(a) a esta aula! 
Os projetos de instalação elétrica são divididos, principalmente, em razão do 
nível de tensão de operação. Nesta disciplina estudaremos os principais 
métodos, normas e equipamentos utilizados em instalações elétricas prediais em 
baixa tensão. 
Antes de estudarmos propriamente as técnicas de projeto, é fundamental 
saber como a energia elétrica chega até nossas residências. Por isso, esta aula 
fará uma breve viagem – desde as fontes geradoras até sua casa –, mostrando 
como se fornece energia elétrica. 
Além disso, veremos os principais componentes que figuram nas 
instalações prediais, e mergulharemos no mundo da luminotécnica, aprendendo 
os conceitos fundamentais e estudando como se faz um projeto luminotécnico. 
Para finalizar, apresentaremos os principais símbolos e métodos para a 
representação gráfica de projetos elétricos. 
Gostou? Então vamos lá, mãos à obra e bons estudos! 
TEMA 1 – DISTRIBUIÇÃO E FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA 
A energia elétrica que chega em nossas casas percorre um longo caminho 
desde sua fonte geradora. No Brasil, as duas principais fontes de energia elétrica 
são as hidrelétricas e as termelétricas. A energia gerada nessas usinas é 
transmitida pelas linhas de transmissão até chegar aos centros consumidores, 
que a distribuem até o consumidor final. Assim, o sistema elétrico brasileiro é 
dividido em três partes básicas: geração, transmissão e distribuição. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Figura 1 – Esquema básico do sistema elétrico brasileiro 
 
Créditos: MSSA/Shutterstock. 
1.1 Transmissão e distribuição da energia elétrica 
A Figura 1 representa, além dos três segmentos básicos, os 
transformadores, a subestação elevadora e a abaixadora. Estas são peças 
fundamentais no tratamento e na adequação da energia que será transmitida e 
distribuída. Se usarmos um gerador da usina hidrelétrica de Itaipu como 
exemplo, veremos que a potência gerada é em média 737 mil kVA, e a tensão 
de saída do gerador é 18 kV. Utilizando a lei de Ohm para a potência, podemos 
calcular a corrente nominal desse sistema por: 
𝐼𝐼 =
𝑆𝑆
𝑉𝑉 ∙ √3
 [𝐴𝐴] (1) 
Sendo: 
• 𝑆𝑆 – Potência aparente, em VA; 
• 𝑉𝑉 – Tensão nominal de saída do gerador, em V. 
Logo mais abordaremos os tipos de potência e o motivo de usarmos o 
termo “aparente” para a potência. Além disso, a raiz de três que aparece no 
denominador da equação se deve ao sistema trifásico. Aplicando os valores 
citados, temos: 
𝐼𝐼 =
737 × 106
18 × 103 ∙ √3
≈ 23.639 𝐴𝐴. 
Note que a corrente é de um valor muito elevado para ser transmitida em 
condutores comuns, como os que vemos nas ruas. Por isso é necessária a 
Geração 
Distribuição 
Subestação 
abaixadora 
Subestação 
elevadora 
 
 
4 
subestação elevadora que, por meio de transformadores, eleva a tensão para os 
níveis de transmissão, geralmente na ordem de 500 kV ou mais. Assim a 
corrente fica bastante reduzida e permite a utilização de cabos com a área de 
seção transversal, comumente chamada de bitola, menor. 
Em grandes usinas, como a Itaipu, a potência gerada é tão grande que 
apenas elevar a tensão não é suficiente para reduzir a corrente a níveis 
aceitáveis pelos condutores; nesses casos precisamos de mais de um condutor 
por fase, normalmente quatro. Como algumas linhas têm centenas de 
quilômetros de extensão, o diâmetro do condutor é muito importante, pois o peso 
de um condutor mais espesso exige torres de fixação mais próximas, elevando 
muito os custos das instalações, podendo até mesmo inviabilizar a obra. 
As linhas de transmissão que chegam aos centros consumidores, como 
as cidades, precisam ter a tensão adequada aos níveis que os consumidores 
irão utilizar. As subestações abaixadoras fazem esse trabalho, e as redes de 
distribuição serão divididas em dois tipos, devido ao nível de tensão. 
A rede de distribuição primária opera em média tensão, com valores 
típicos de 34,5 kV ou 13,8 kV para tensão de linha, que é a diferença de potencial 
entre duas fases. Em casos de polos industriais, a tensão entregue ao cliente é 
a rede primária, e a adequação é feita internamente. Já a rede secundária de 
distribuição alimenta os consumidores com potência de até 75 kVA. Essa é a 
que estamos mais acostumados a ver, pois é a rede que alimenta as residências 
de pequenas empresas. 
Figura 2 – Exemplo de níveis de tensão de uma rede primária e secundária de 
distribuição de energia elétrica 
 
 
5 
 
Créditos: Thotsaporn Sokla/Shutterstock. 
Em resumo, o sistema elétrico brasileiro é dividido de acordo com os 
níveis de tensão de cada segmento e, com base na Agência Nacional de Energia 
Elétrica (Aneel), podemos relacionar as tensões como: 
• Baixa tensão – até 1 kV; 
• Média tensão – entre 1 kV e 69 kV; 
• Alta tensão – acima de 69 kV. 
Como a janela de valores de alta tensão é grande, alguns setores 
preferem dividi-la em três grupos: alta tensão (69 a 230 kV), extra-alta tensão 
(230 a 800 kV) e ultra-alta tensão (acima de 800 kV). 
As demais partes que compõem o sistema elétrico de potência serão 
abordadas em outras disciplinas do curso; aqui nosso interesse é a rede 
secundária de distribuição, pois é o nível de tensão que atende os projetos de 
instalações prediais – tema desta disciplina. 
1.2 Fornecimento de energia 
Como vimos, a rede secundária de distribuição é formada por um 
transformador abaixador, que pode ter como tensão de saída os valores de 127, 
220 e 380 V. É muito comum ouvir pessoas dizendo que a tensão de 
13,8 kV 
220 V 
Rede secundária 
Rede primária Transformador 
abaixador 
 
 
6 
determinado eletrodoméstico é 110 V ou 220 V. Você sabe por que não é 110 V? 
Alguns anos atrás, o Brasil baseava seus níveis de tensão em países da Europa 
e tinha um sistema bastante desorganizado. Organizadas as concessionárias 
para interligar o sistema elétrico nacional, padronizou-se os valores dessa forma. 
Por definição, “tensão” é a diferença de potencial entre dois pontos de um 
circuito. Como estamos analisando um sistema de corrente alternada, não 
podemos usar os termos “positivo” ou “negativo”, pois seus valores variam o 
tempo todo. Assim, temos duas formas de medir a tensão: a primeira é a tensão 
de uma fase em relação à terra, que chamamos de tensão fase-terra, ou somente 
tensão de fase; a segunda é quando medimos a tensão entre duas fases – esta 
é chamada de tensão fase-fase ou tensão de linha. 
Figura 3 – Exemplo de medição das tensões de fase e de linha 
 
Crédito: Eduardo Silva. 
Usamos a terra como referência por apresentar um potencial nulo, mas 
muitas vezes o condutor de neutro é conectado à terra, por isso também 
representa um nível de zero volt. Aliás, você sabe de onde vem o condutor de 
neutro? Transformadores trifásicos podem ter o arranjo das suas bobinas em Y 
ou ∆ – também chamados, respectivamente, de estrela e triângulo –, e a origem 
do neutro está no ponto comum da ligação em estrela, como mostra a Figura 4. 
Figura 4 – Esquema de ligação das bobinas de transformadores em triângulo (à 
esquerda) e em estrela (à direita) 
 
 
7 
 
Crédito: Eduardo Silva. 
Por questões econômicas, devido ao número de fios, as redes primárias 
não utilizam o condutor de neutro; já na rede secundária de distribuição, o 
sistema é trifásico com neutro. 
As concessionárias de energia elétrica do Brasil utilizam diferentes níveis 
de tensão, conforme sua padronização. Algumas regiões utilizam as tensões em 
127/220 V, ou seja, 127 V para tensão de fase e 220 V para tensão de linha. Já 
em outras localidades, o sistema é 220/380 V. 
Ao contrário do que muitos pensam, o valor de 220 V não é dado pelo 
dobro de 110 V. Como existe uma defasagem de 120° entre as fases de um 
sistema trifásico,a tensão de linha é √3 vezes maior que a tensão de fase, 
portanto, numa região cuja tensão de fase é 127 V, a tensão de linha será: 
𝑉𝑉𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙ℎ𝑎𝑎 = 𝑉𝑉𝑓𝑓𝑎𝑎𝑓𝑓𝑓𝑓 ∙ √3 → 𝑉𝑉𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙ℎ𝑎𝑎 = 127 ∙ √3 ≅ 220 𝑉𝑉. (2) 
De forma análoga, se considerarmos uma localidade onde a tensão de 
fase seja 220 V, a tensão de linha será: 
𝑉𝑉𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙ℎ𝑎𝑎 = 𝑉𝑉𝑓𝑓𝑎𝑎𝑓𝑓𝑓𝑓 ∙ √3 → 𝑉𝑉𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙ℎ𝑎𝑎 = 220 ∙ √3 ≅ 380 𝑉𝑉. (3) 
Em sistemas elétricos de corrente alternada, alguns equipamentos e 
máquinas – ou até mesmo as linhas de transmissão que apresentam 
características indutivas ou capacitivas – consomem dois tipos de energia: a 
ativa e a reativa. Assim, podemos dizer que existem três diferentes tipos de 
potência, que podem ser expressos geometricamente na forma de um triângulo 
retângulo, chamado de diagrama fasorial de potências. 
 
 
 
8 
Nesse diagrama, 𝑆𝑆 corresponde à potência aparente, que é a potência 
total consumida pela carga, ao passo que 𝑃𝑃 é a parcela da potência realmente 
utilizada para realizar trabalho, chamada de potência útil ou ativa; por último 
temos 𝑄𝑄, chamada de potência reativa. A potência aparente (𝑆𝑆) é dada em VA 
(volt-ampère); a potência ativa (𝑃𝑃) é dada em W (watt); e a potência reativa é 
dada em VAR (volt-ampère reativo), que pode ser indutiva ou capacitiva. 
A potência reativa equivale a injetar potência na rede, da qual deveria 
apenas consumir. Esse efeito pode trazer muitos malefícios às concessionárias 
e, por isso, costuma-se definir um valor máximo admissível sob pena de multas 
e alteração na tributação. A relação entre a quantidade de potência total ou 
aparente e a potência ativa consumida nos traz o conceito de fator de potência, 
termo muito conhecido e utilizado no setor industrial. 
𝐹𝐹𝑃𝑃 =
𝑃𝑃
𝑆𝑆
 (4) 
Usando a trigonometria, sabemos que 𝑃𝑃 é o cateto adjacente ao ângulo 𝜙𝜙 
do triângulo das potências, e 𝑆𝑆 é a hipotenusa. Desse modo, também podemos 
representar o fator de potência como: 
𝐹𝐹𝑃𝑃 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜙𝜙 (5) 
A energia elétrica pela qual pagamos é medida pelas concessionárias do 
país em quilowatt-hora (kWh), ou seja, é a potência consumida com relação ao 
tempo; mas a potência reativa também é medida a fim de verificar se o cliente 
está de acordo com os limites aceitáveis. 
Uma instalação predial se liga à rede elétrica com um padrão definido pela 
concessionária, mas costuma ser o mesmo na maioria do país. Esse padrão é 
constituído de um poste particular, utilizado para fixar o ramal de distribuição, o 
conjunto de medição e proteção e o ramal de entrada, conforme a Figura 5. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Figura 5 – Detalhes das ligações do ramal de entrada do consumidor 
 
Crédito: Elias Aleixo. 
O conjunto de medição e proteção é composto por um medidor (de 
propriedade da concessionária) e um disjuntor de proteção geral, que será 
definido de acordo com a demanda do consumidor. A entrada de energia poderá 
ser monofásica (uma fase e o neutro), bifásica (duas fases e o neutro) ou trifásica 
(três fases e o neutro), conforme a Figura 6. 
 
 
10 
Figura 6 – Exemplo dos conjuntos de medição e proteção de um sistema 
monofásico (a), bifásico (b) e trifásico (c) 
 
 
Crédito: Elias Aleixo. 
Com o conjunto de medição e proteção geral, começamos o trabalho de 
instalações elétricas prediais. Para fins didáticos, quando for necessário fazer 
alguns cálculos, adotaremos o sistema de alimentação em 127/220 V, mas, caso 
queira trabalhar num projeto de entrada em 220/380 V, saiba que a análise será 
idêntica. 
Saiba mais 
Se quiser saber mais a respeito das exigências e padronização para fornecer 
energia em baixa tensão, leia o capítulo 11 do livro Instalações elétricas, de Hélio 
Creder (16ª edição). 
TEMA 2 – COMPONENTES BÁSICOS DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA 
PREDIAL 
Uma instalação elétrica pode ser composta de dezenas de equipamentos 
e acessórios. Vamos estudar aqui alguns dos principais componentes utilizados 
numa instalação predial. Vale ressaltar que os protagonistas de uma instalação, 
como os condutores, disjuntores e eletrodutos, terão uma abordagem mais 
detalhada mais adiante, por isso não serão citados na seleção a seguir. 
 
 
11 
2.1 Quadros ou painéis elétricos 
Como vimos no Tema 1, logo no ramal de entrada da instalação já é 
instalado o conjunto de medição e proteção geral. Esse sistema não pode ficar 
desabrigado, e ao mesmo tempo deve estar visível para que o profissional da 
concessionária possa aferi-lo. Nesse caso, deverão ser instaladas as caixas para 
medição, que podem ser metálicas ou de policarbonato, classificadas de acordo 
com a necessidade e a forma de instalação, de acordo com as normas técnicas 
de cada concessionária de energia. 
Figura 5 – Exemplo de instalação de uma ou mais caixas de medição de acordo 
com o padrão da Companhia Paranaense de Energia (Copel) 
 
Crédito: Elias Aleixo. 
 
 
12 
Além deste, as instalações em baixa tensão podem ter outros quadros 
elétricos distribuídos em diferentes níveis, dependendo das necessidades de 
divisão dos circuitos, como mostra a Figura 8. 
Figura 6 – Exemplo de aplicação dos quadros elétricos por níveis da instalação 
 
Crédito: Eduardo Silva. 
O quadro elétrico instalado no nível 1 recebe o ramal de entrada, que sai 
da rede elétrica de baixa tensão. Esse quadro abriga o medidor de energia da 
concessionária, por isso é chamado de quadro de medição (QM). O quadro do 
nível 2 abriga o disjuntor geral de uma ou mais unidades, por isso é chamado de 
quadro de distribuição geral (QDG). 
Muitas vezes o QDG e o QM são instalados juntos, como é comum ver 
em instalações de condomínios comerciais e residenciais, onde há um 
barramento principal que alimenta várias unidades consumidoras e cada uma 
tem um medidor individual. Sistemas com geração própria costumam ter apenas 
o QDG mas, se forem interligados à rede elétrica, precisam de um medidor para 
informar a concessionária. 
No nível 3, temos o quadro no interior da edificação, chamado de quadro 
de distribuição dos circuitos (QDC). A NBR 5410 – que abordaremos em 
detalhes nos próximos conteúdos – exige a instalação de ao menos um QDC no 
local das instalações para abrigar os barramentos e os disjuntores dos circuitos, 
podendo ter mais de um QDC na mesma instalação se o local tiver uma grande 
área ou vários pavimentos. Por fim, no nível 4 pode haver quadros dedicados à 
iluminação ou uma carga específica, quadro de luz (QL) ou quadro de força (QF). 
Figura 7 – Exemplos de QDCs usados para instalações residenciais de pequeno 
porte 
 
 
13 
 
Créditos: ShiningBlack; Fedbul/Shutterstock. 
2.2 Sistemas de suporte 
Antes de iniciar um projeto elétrico, é importante conhecer a estrutura 
física do local das instalações. Geralmente, o estado da construção civil irá guiar 
as escolhas do sistema de suporte para as instalações elétricas. 
Para uma obra civil em construção ou finalizada, talvez seja inviável usar, 
por exemplo, eletrodutos no piso, ou ainda fazer alguma modificação de 
ambiente. Para a maioria das instalações que utilizam condutores de bitolas 
menores, as soluções comuns são os eletrodutos (plásticos ou metálicos). 
Figura 8 – Exemplos de aplicação de eletrodutos sobrepostos (a) e embutidos 
na parede (b) 
 
Fonte: RachenStocker/Shutterstock. 
(a) (b) 
(a) (b) 
 
 
14 
Num segmento industrial ou comercial de grande porte, é comum usar 
muitos condutores, geralmente de bitolas maiores e mais pesados. Para esse 
tipo de instalação, as eletrocalhas podem ser mais interessantes, pela 
resistência mecânica e ventilação, facilitando a troca de calor com o ambiente. 
Figura 9 – Exemplos de aplicação de eletrocalhas 
 
Fonte: Arnold O. A. Pinto; RachenStocker/Shutterstock. 
Emambientes internos, como salas comerciais e escritórios, é muito 
comum adaptar a estrutura elétrica para o mobiliário e leiaute do local. Nesses 
casos, é necessário usar canaletas, que são eletrodutos com um acabamento 
mais elegante e com possibilidade de separação dos circuitos nas divisórias 
internas. Sua grande vantagem é a facilidade na instalação e o fato de não 
precisar alterar as paredes de alvenaria. 
Figura 10 – Exemplo de aplicação de canaletas num ambiente interno (a) e o 
processo de instalação (b) 
 
Fonte: Canaletas…, 2018. 
 Independente da escolha do sistema de suporte, devemos estar sempre 
atentos às demais condições de uso, que vão além do simples abrigo dos 
(a) (b) 
(a) (b) 
 
 
15 
condutores. Os principais critérios que nos auxiliarão na escolha correta para 
uma determinada aplicação são: 
• Grau necessário de proteção mecânica; 
• Proteção contra líquidos; 
• Transferência de calor dos condutores com o ambiente; 
• Presença de elementos químicos no ambiente; 
• Quantidade, tamanho e peso dos condutores; 
• Condições da distribuição dos circuitos ao longo da instalação; 
• Segurança dos operadores. 
2.3 Caixas de passagem 
Existe uma grande variedade de caixas em instalações elétricas e 
diversos tipos de aplicação. Já apresentamos os quadros elétricos, que são 
instalados num tipo específico de caixa; agora veremos mais alguns exemplos 
de caixas utilizadas para facilitar o acesso às instalações. 
Dentre os acessórios mais utilizados numa instalação elétrica estão as 
caixas para laje. Esse tipo de caixa é fundamental para interligar eletrodutos e 
produzir um ponto de acesso onde se instalará a iluminação dos ambientes. A 
caixa pode ser metálica ou plástica, e é instalada durante a obra, recebendo a 
camada de concreto da laje como cobertura; daí a importância em adotar 
diferentes materiais de acordo com a proteção mecânica necessária. 
Figura 11 – Exemplo de aplicação de uma caixa de passagem para laje 
 
Crédito: Elias Aleixo. 
 
 
16 
Outro tipo muito utilizado é a caixa de passagem, também chamada de 
caixa de derivação, ou caixa de inspeção. Essas caixas também são instaladas 
para interligar os pontos de iluminação, tomadas e interruptores, mas podem ser 
instaladas em paredes (embutidas ou sobrepostas) ou enterradas. 
Essas caixas podem ser plásticas, metálicas ou de concreto. Além disso, 
a NBR 5410 prevê a instalação de caixas intermediárias quando a distância entre 
os pontos excede os limites determinados. Veremos mais detalhes sobre isso 
quando dimensionarmos os eletrodutos. 
Figura 12 – Exemplo de aplicação de uma caixa de passagem para laje 
 
Créditos: A_V_D; Grigvovan/Shutterstock. 
2.4 Tomadas e interruptores 
Quando pensamos em instalações prediais, não podemos nos esquecer 
dos principais elementos que farão a interface com usuários, tomadas e 
interruptores. No Brasil, desde julho de 2011, um novo padrão de tomadas foi 
adotado, que tem por objetivo tornar seu uso mais seguro tanto para evitar o 
contato com a parte energizada da instalação como adicionar o condutor de 
terra. O padrão segue as recomendações da NBR 14136, que contempla as 
medidas e os critérios para fabricar plugues e tomadas. 
As tomadas são classificadas de acordo com a corrente de operação. 
Uma tomada para uso geral (TUG) é projetada para suportar correntes de até 
10 A, já uma tomada de uso específico (TUE) admite valores maiores. 
Fisicamente, as tomadas também diferem em medidas e formatos, devido às 
diferentes intensidades de corrente e seção dos condutores, como mostra a 
Figura 15. Uma tomada no padrão residencial pode ser de 10 ou 20 A; já no 
(a) (b) 
 
 
17 
padrão industrial as tomadas comportam correntes de 16 a 125 A, e podem ter 
cores diferentes de acordo com a tensão de operação: azul para tensão nominal 
de 220 V; vermelho para tensão nominal de 380 V. 
Figura 13 – Exemplo de tomada de uso residencial para correntes de até 10 A 
(a) e tomada industrial para corrente de até 16 A e tensão nominal de 220 V (b) 
 
Créditos: Gabriel_Ramos; Yellow Cat/Shutterstock. 
Os interruptores são usados como comando de um ponto de iluminação, 
podendo ser do tipo simples, paralelo ou intermediário. Um interruptor simples 
opera como uma chave liga/desliga, que precisa ser acionada sempre no mesmo 
ponto. Um interruptor paralelo – também chamado de três vias (three-way) – é 
muito utilizado quando desejamos que o comando da iluminação seja feito de 
dois pontos distintos no cômodo. Imagine uma casa com dois pavimentos 
interligados por uma escada, na qual pretendemos comandar a iluminação 
instalada. Essa é a aplicação típica de um interruptor paralelo, pois desejamos 
acender a luz numa extremidade da escada e poder apagá-la quando chegarmos 
à outra extremidade. 
O interruptor intermediário – ou quatro vias (four-way) – também é 
utilizado quando pretendemos comandar a iluminação de pontos diferentes, 
porém ele é instalado entre dois interruptores paralelos, inserindo mais pontos 
de comando. Podemos usar esse interruptor num corredor longo, como aqueles 
com quatro pontos de comando ao longo de sua extensão. Assim, em qualquer 
um dos interruptores, podemos acender ou apagar as luminárias. 
 
(a) (b) 
 
 
18 
Figura 14 – Exemplo de interruptores monopolares e seus conectores 
 
Crédito: Elias Aleixo. 
Além destes, ainda são utilizadas fotocélulas ou sensores de presença 
com fotocélulas, que funcionam de forma autônoma para comandar um ponto de 
iluminação. Esses dispositivos funcionam como interruptores simples, porém são 
acionados automaticamente quando um objeto é percebido pelo sensor de 
presença ou pela ausência de luz (ao anoitecer). 
Os tipos de interruptor e seus modos de ligação serão retomados 
futuramente, quando estudarmos algumas técnicas de execução das instalações 
elétricas. 
TEMA 3 – NOÇÕES BÁSICAS DE LUMINOTÉCNICA 
A luminotécnica é composta por técnicas e estratégias para o adequado 
uso e comportamento de um sistema de iluminação artificial em ambientes 
internos e externos de uma edificação. 
Podemos dizer que essa preocupação se originou na história da invenção 
da lâmpada, incluindo grandes nomes da ciência. Por isso, antes mesmo de 
pensarmos no projeto elétrico, vamos entender alguns conceitos fundamentais 
sobre a luz que interferem diretamente na escolha dos equipamentos. 
 
 
Simples Paralelo Intermediário 
 
 
19 
3.1 Luz: cor e temperatura 
Ondas eletromagnéticas estão em praticamente todos os contextos do 
nosso cotidiano; basta pensar no seu smartphone, que utiliza esse tipo de 
radiação para se comunicar com as operadoras e redes de wi-fi. 
A luz é a faixa de espectro visível dessas ondas, pois são capazes de 
sensibilizar o olho humano. Nossa retina contém células especiais 
fotorreceptoras, que funcionam como sensores. A luz que incide em nossos 
olhos e chega à retina sensibiliza o nervo óptico, convertendo o sinal luminoso 
em impulsos elétricos. Estes são enviados ao cérebro, que interpreta a imagem. 
A luz é uma composição de ondas eletromagnéticas com frequências 
distintas, e cada uma corresponde a uma cor, com seu comprimento de onda ou 
frequência. A Tabela 1 apresenta as principais cores do espectro visível da luz, 
com seus respectivos valores. 
Tabela 1 – Comprimento de onda de frequência das cores básicas do espectro 
visível 
Cor Comprimento de onda Frequência 
Vermelho ~ 625-740 nm ~ 480-405 THz 
Laranja ~ 590-625 nm ~ 510-480 THz 
Amarelo ~ 565-590 nm ~ 530-510 THz 
Verde ~ 500-565 nm ~ 600-530 THz 
Ciano ~ 485-500 nm ~ 620-600 THz 
Azul ~ 440-485 nm ~ 680-620 THz 
Violeta ~ 380-440 nm ~ 790-680THz 
 
Fonte: Gebran; Rizzato, 2017. 
Você já deve ter notado que a luz de algumas lâmpadas tem uma cor mais 
amarelada ou avermelhada, e outras são mais brancas ou azuladas. Também já 
deve ter ouvido os termos “quente” e “fria” quando nos referimos à iluminação. 
Isso acontece porque, além do comprimento de onda e frequência, a cor da fonte 
luminosa pode receber uma classificação em razão de uma temperatura na 
escala Kelvin (K). 
Imaginamos que você tenha visto alguma imagem ou vídeo em que um 
ferreiro aquece um metal até próximo do seu ponto de fusão. O metal quente fica 
incandescente, emite luz e, quanto mais quente, mais intensa é a cor, e mais 
 
 
20 
clara ela fica. Quando aquecemos um corpo padronizado, também conhecido 
como corpo negro radiador, a emissão de energia luminosa é medida em função 
da temperatura. Dessa forma é possível produzir uma escala, como mostra a 
Figura 17. 
Figura 15 – Escala de temperatura das cores em Kelvin (K) 
 
Fonte: Gebran; Rizzato, 2017. 
3.2 Lâmpadas 
Além do aspecto estético, as cores de iluminação têm uma finalidade 
diferente de acordo com o ambiente em que ela será instalada. Existem normas 
específicas para iluminar ambientes como hospitais, escolas e laboratórios, por 
isso a escolha correta das lâmpadas e luminárias é fundamental. 
Mas as lâmpadas vão além da função de iluminar, e atualmente existem 
muitos tipos de lâmpada com finalidades específicas, como: 
• Lâmpadas de luz infravermelha: usadas para produzir calor em 
tratamentos de fisioterapia e granjas; 
• Lâmpadas de luz ultravioleta: usadas na área médica e no tratamento 
de água (como bactericida e germicida), luz decorativa ou de efeitos 
especiais (luz negra), no cultivo de plantas indoor, secagem de resinas, 
tintas, entre outros. 
As lâmpadas comuns podem ser divididas em três grupos, em razão do 
seu funcionamento e aplicações. São elas: incandescentes; descargas e light-
emitting diode (LED). 
 
 
21 
3.2.1 Incandescentes 
A palavra da vez agora é “eficiência”, e na iluminação isso significa a maior 
luminosidade com o menor gasto de energia. Nesse sentido, a lâmpada 
incandescente é ineficaz, pois boa parte da energia elétrica consumida é 
convertida em calor, e não em energia luminosa – que é o objetivo da aplicação. 
Por isso, desde o surgimento de novas tecnologias – como as lâmpadas 
fluorescentes e de LED –, as incandescentes perderam o destaque e se 
tornaram uma opção mais barata apenas no valor de prateleira. 
De consumo elevado e curta vida útil, as lâmpadas incandescentes 
tiveram sua venda proibida no Brasil. As restrições se iniciaram com a publicação 
da Portaria Interministerial n. 1.007/2010 e culminaram, em junho de 2016, na 
proibição total das lâmpadas de 25, 40, 60, 100 e 150 W. 
Apesar de ter os principais modelos proibidos, algumas versões ainda 
podem ser comercializadas1: 
• Incandescentes com bulbo inferior a 45 milímetros de diâmetro e com 
potências iguais ou inferiores a 40 W; 
• Incandescentes específicas para estufas de secagem, de pintura, 
equipamentos hospitalares e outros; 
• Incandescentes refletoras/defletoras ou espelhadas, que direcionam os 
fachos luminosos; 
• Incandescentes para sinalização de trânsito e semáforos; 
• Incandescentes halógenas; 
• Infravermelhas para aquecimento específico, por emissão de radiação 
infravermelha; 
• Para uso automotivo. 
Dentre as incandescentes permitidas, podemos destacar as lâmpadas-
vela (ou lâmpadas-chama) e as halógenas (bulbo, dicroica e PAR). 
As lâmpadas-vela são como as incandescentes comuns, mas com um 
bulbo mais afinado ou em forma de chama de vela, que se enquadra no primeiro 
item das exceções mencionadas. Com uma cor mais amarelada, é muito 
utilizada em lustres para ambientes de conforto e descanso, como salas de estar. 
 
1 Essas exceções fazem parte do “Anexo I – regulamentação específica que define os níveis 
mínimos de eficiência energética de lâmpadas incandescentes” da portaria citada. 
 
 
22 
Uma lâmpada incandescente comum funciona com um filamento de 
tungstênio que, ao ser percorrido por uma corrente elétrica, aquece até emitir 
luz. Esse filamento fica dentro de um bulbo de vidro, do qual se retira todo o 
oxigênio e se insere um gás inerte (nitrogênio e argônio), pois o oxigênio iria 
alimentar uma combustão no interior da lâmpada. 
As lâmpadas halógenas são muito semelhantes às incandescentes 
comuns, porém o bulbo que isola o filamento costuma ser feito de quartzo, e é 
muito menor. Nestes, além do gás inerte, adiciona-se uma pequena quantidade 
de material halógeno (iodo, flúor e bromo) e, como consequência, a vida útil do 
filamento aumenta. 
Há três tipos básicos de encapsulamentos das lâmpadas halógenas: 
1. Utilizando um segundo bulbo (externo) com a proposta de manter a 
aparência semelhante às incandescentes comuns; 
2. Usando a chamada lâmpada PAR – do inglês parabolic aluminized 
reflector (em português, “refletor parabólico de alumínio”). O conjunto é 
composto por uma lâmpada halógena, uma lente e um refletor traseiro, 
que torna o fluxo luminoso mais direcionado e pontual; 
3. Utilizando as dicroicas, que são muito semelhantes às lâmpadas PAR, 
mas sua grande característica é a capacidade de reduzir o calor irradiado. 
Seu espelho refletor é feito de uma superfície multifacetada recoberta por 
um filtro químico capaz de reduzir a radiação infravermelha em mais de 
50%. 
Figura 16 – Lâmpadas incandescentes 
 
 
Créditos: Chones; Alluvion; Vinokurov Alexandr/Shutterstock. 
 
COMUM VELA HALÓGENA PAR DICROICA 
 
 
23 
3.2.2 Descarga 
O princípio de funcionamento desse tipo de lâmpada é a ionização de um 
vapor metálico (mercúrio ou argônio), que está no interior de um bulbo e em 
baixa pressão. A parede interna desse bulbo é pintada com cristais de fósforo 
(phosphor), material fluorescente capaz de emitir luz quando excitado. 
A estrutura mais antiga de uma lâmpada fluorescente é composta de um 
circuito de partida (ou starter), filamentos de tungstênio e um reator. O starter é 
formado por um capacitor de filtro (para evitar interferências de alta frequência) 
e por uma lâmina bimetálica, que opera como uma chave. Associado a ele estão 
os filamentos de tungstênio, que servem de caminho para a corrente elétrica que 
acionará o starter. Esses filamentos também servirão de contato interno ao bulbo 
de vidro. 
Seu funcionamento se dá em dois estágios: no primeiro, assim que o 
interruptor é ligado, a corrente percorre pelos filamentos, pelo starter e pelo 
reator. Assim que a lâmina bimetálica aquece e se abre, inicia-se o segundo 
estágio, no qual a bobina interna do reator produz uma sobretensão nas suas 
extremidades e provoca um arco no interior do bulbo, fazendo com que o vapor 
metálico sirva de condutor, conforme a Figura 19. 
Figura 17 – Estágios de acendimento de uma lâmpada fluorescente 
 
Fonte: Creder, 2016. 
Os elétrons que trafegam pelo vapor metálico se chocam com a parede 
interna do bulbo, excitando os átomos de fósforo que emitem luz visível, 
conforme a Figura 20. 
 
Estágio 1 Estágio 2 
 
 
24 
Figura 18 – Esquema interno de uma lâmpada fluorescente 
 
Crédito: Elias Aleixo. 
Diferentemente de uma lâmpada incandescente, a fonte de luz desse tipo 
de lâmpada não provém do aquecimento de um filamento. Isso faz com que a 
energia elétrica seja mais aproveitada na conversão da energia luminosa, 
tornando essa opção mais eficiente e com menos consumo. Para melhorar ainda 
mais a eficiência, atualmente o starter e o reator formam um único circuito 
eletrônico, mas os fundamentos para acender a lâmpada permanecem. 
Além do formato tubular, as lâmpadas fluorescentes são fabricadas em 
versões menores e mais compactas, com os dispositivos de acendimento 
inseridos nasua base. 
Figura 19 – Principais formatos de lâmpada fluorescente 
 
Créditos: Ekkachai/Shutterstock. 
Em sistemas de iluminação pública, ginásios e estádios, é muito comum 
usar outros tipos de lâmpada de descarga. As mudanças básicas estão na 
 
 
25 
construção física da lâmpada e no tipo de metal vaporizado, trazendo uma gama 
de possibilidades de cor e potência. 
3.2.3 LED 
O LED é feito por materiais semicondutores capazes de emitir luz quando 
percorridos por uma corrente elétrica. O grande destaque dessa tecnologia é sua 
eficiência, que permite substituir uma lâmpada incandescente de 60 W por uma 
de LED de apenas 3 W, sem prejuízo no fluxo luminoso. 
Com relação aos aspectos construtivos, essas lâmpadas diferem das 
anteriores por operarem com corrente contínua. Desse modo, é necessário usar 
um conversor CA-CC – também chamado de retificador –, capaz de converter a 
tensão alternada da rede elétrica numa tensão contínua, geralmente de 5 volts. 
Outra grande vantagem do LED é o aquecimento. O feixe luminoso é frio 
e, apesar de os LEDs não terem um sistema de dissipação de calor, alguns 
fabricantes utilizam uma base de alumínio aletada para auxiliar na troca de calor 
com o ambiente externo. 
A vida útil é mais um destaque do LED. Enquanto uma lâmpada 
incandescente dura de mil a 6 mil horas, uma lâmpada fluorescente dura de 
7,5 mil a 12 mil horas, e o LED chega a durar 100 mil horas. 
Por ser uma tecnologia recente, muitos modelos comercializados seguem 
as características de formatos e cores das lâmpadas já apresentadas. Devido à 
sua versatilidade, atualmente o LED é utilizado em praticamente todos os 
segmentos de iluminação, desde vias públicas a aplicações hospitalares. 
Figura 20 – Exemplos de formato de lâmpadas de LED 
 
 
26 
 
Créditos: Ashwin/Shutterstock. 
TEMA 4 – PROJETO DE ILUMINAÇÃO 
De forma simplificada, podemos dizer que um projeto luminotécnico é a 
escolha do sistema de iluminação para atender à necessidade luminosa de um 
determinado ambiente. Para nos referenciarmos quanto ao tipo de ambiente e 
valores quantitativos da iluminação, é necessário conhecer as grandezas 
fundamentais da luminotécnica e as definições apresentadas pelas normas e 
pelos institutos de padronização nacionais e internacionais. Para facilitar a 
compreensão das grandezas a seguir, vamos definir um esterradiano. 
O esferorradiano (ou esterradiano – sr) é a unidade-padrão usada para 
medir ângulos sólidos. Se considerarmos uma esfera com 1 m de raio, um sr 
equivale a um ângulo sólido, na forma de um cone, que demarca na superfície 
dessa esfera uma área de 1 m2, como mostra a Figura 23. 
Figura 21 – Representação de um sr 
 
Crédito: Eduardo Silva. 
 
 
27 
• Fluxo luminoso (𝚽𝚽) – lúmen (lm) 
Chamamos de fluxo luminoso (Φ) toda a radiação emitida por uma fonte 
luminosa capaz de estimular o olho humano (luz visível). Esse fluxo parte da 
fonte luminosa de forma radial para todas as direções, atravessando a superfície 
da esfera que acabamos de ver. 
Dessa forma, se colocarmos uma fonte com intensidade de uma candela 
no centro da esfera, o fluxo luminoso será de 1 lúmen para cada sr; ou seja, para 
cada 1 m2 de área da superfície da esfera, temos o fluxo de 1 lúmen. 
A área total da superfície de uma esfera é dada por: 
Á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑟𝑟𝑐𝑐𝑒𝑒𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 4𝜋𝜋 ∙ 𝑅𝑅2 = 12,57 ∙ 𝑅𝑅2 (5) 
Portanto, como o raio da esfera mede 1 m, podemos dizer que o fluxo total 
que atravessa a esfera é de 12,57 lumens. 
Fabricantes de lâmpadas costumam informar o fluxo luminoso na 
embalagem do produto para auxiliar o consumidor na escolha adequada. 
• Intensidade luminosa (𝑰𝑰) − candela (cd) 
A palavra “candela” deriva do latim e significa “vela”, porque anteriormente 
a vela já foi referência para a medida de intensidade luminosa (𝐼𝐼). Uma candela 
é a intensidade luminosa irradiada por um sr a partir do centro de uma esfera de 
raio unitário. 
Podemos definir a candela como o fluxo luminoso de 1 lúmen que ocupa 
um ângulo sólido de 1 sr. Assim: 
𝐼𝐼 =
Φ
Ω
 → 
1 𝑙𝑙𝑙𝑙
1 𝑐𝑐𝑠𝑠
= 1 𝑐𝑐𝑑𝑑 (6) 
• Iluminância (𝑬𝑬) − lux (lx) 
Iluminância ou iluminamento (𝐸𝐸) é uma grandeza que relaciona o fluxo 
luminoso, incidindo perpendicularmente numa superfície com sua área. 
𝐸𝐸 =
Φ
A
 → 
1 𝑙𝑙𝑙𝑙
1 𝑙𝑙2
= 1 𝑙𝑙𝑙𝑙 (7) 
A unidade de medida da iluminância é o lux (lx), que varia em função da 
distância entre fonte luminosa e a superfície iluminada. 
A Figura 24 mostra uma representação gráfica do que essas grandezas 
podem significar no uso prático de um sistema de iluminação. 
 
 
28 
Figura 22 – Aspetos visuais de influência das principais grandezas da 
luminotécnica 
 
Créditos: Jemastock/Shutterstock. 
Agora que já conhecemos alguns fundamentos básicos, podemos adotar 
uma metodologia de projeto para definir a iluminação. Apesar de existirem outras 
técnicas, dois métodos são bastante consagrados para criar um projeto de 
iluminação: o método dos lumens e o método do ponto a ponto. 
4.1 Método dos lumens 
Como o nome sugere, esse método determina o fluxo luminoso 
necessário para a atividade que será desenvolvida num determinado ambiente. 
O projeto começa pelo estudo do tipo de atividade e do ambiente no qual 
pretendemos projetar a iluminação, como uma sala de aula. 
Conhecendo o ambiente e seu uso (comercial, industrial ou residencial), 
escolhe-se o tipo de luminária em função de custo, eficiência, facilidade de 
instalação e manutenção, efeito decorativo, praticidade no uso, entre outros 
critérios. 
Definido o tipo de luminária e lâmpadas, dois parâmetros podem 
influenciar sua utilização. O primeiro é o fator ou coeficiente de utilização (𝜇𝜇), 
dado pela relação entre o fluxo luminoso emitido pela luminária e o fluxo que 
incide no plano de trabalho. Esse indicador é geralmente fornecido pelo 
fabricante da luminária e demonstra que a iluminação depende das 
características do local, como área, cor do teto e das paredes, e também do 
acabamento das luminárias. 
Ω 
1,6 𝑙𝑙 
0,8 𝑙𝑙 
0 𝑙𝑙 
Intensidade 
luminosa (cd) 
Fluxo 
luminoso (lm) Iluminância (lx) 
 
 
29 
O fator ou coeficiente de depreciação (𝑑𝑑) é outro parâmetro importante, 
pois indica uma redução no fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas, devido à 
redução da vida útil, ao acúmulo de poeira, ao escurecimento do bulbo, entre 
outros fatores que possam ofuscar a fonte luminosa. Assim como os parâmetros 
de ambientes e superfícies, o coeficiente de depreciação tem valores de 
referência em tabelas apresentadas na NBR ISO/CIE 8995-1:2013. 
Definidos os tipos de luminária e lâmpadas e os valores de iluminância, 
fluxo luminoso, intensidade luminosa e os coeficientes de utilização e 
depreciação (obtidos nos catálogos dos fabricantes e na NBR), podemos obter 
o fluxo luminoso necessário, fazendo: 
ΦT =
E ∙ S
𝜇𝜇 ∙ 𝑑𝑑
 (8) 
Sendo: 
• ΦT – Fluxo luminoso total, em lumens; 
• 𝐸𝐸 – Iluminância, em luxes; 
• 𝑆𝑆 – Área do ambiente, em m2; 
• 𝜇𝜇 – Coeficiente de utilização; 
• 𝑑𝑑 – Coeficiente de depreciação. 
Para finalizar, basta definir o número de luminárias necessárias para o 
ambiente definido. Como na Equação 8 encontramos o fluxo total do ambiente, 
basta dividi-lo pelo fluxo individual das luminárias: 
𝑛𝑛 =
ΦT
𝜙𝜙
 (9) 
Sendo: 
• 𝑛𝑛 – Número de luminárias necessárias; 
• 𝜙𝜙 – Fluxo luminoso de cada luminária, em lumens. 
4.2 Método do ponto a ponto 
Esse método é adequado quando os pontos luminosos (luminárias ou 
lâmpadas) forem muito menores, se comparados à área que se pretende 
iluminar, como é o caso da iluminação pública. Os cálculos necessários para o 
projeto com esse método baseiam-se na lei de Lambert, a qual diz que a 
iluminância numa certa superfície é inversamente proporcional ao quadrado da 
distância entre a fonte luminosa e a superfície. 
 
 
30 
Diferentemente do método dos lumens, essa técnica determinaa 
iluminância para um ponto específico da superfície, em função do feixe de luz 
que atinge a área. O iluminamento total será dado pela soma das iluminâncias 
calculadas individualmente. 
Saiba mais 
Como a NBR ISO/CIE 8995-1:2013 apresenta muitas tabelas com valores de 
referência, é inviável inserir todas elas aqui. Por isso, se quiser saber mais 
detalhes sobre esses métodos e ver um exemplo, leia o capítulo 13 do livro 
Instalações elétricas, de Hélio Creder (16ª edição). 
TEMA 5 – SIMBOLOGIA UTILIZADA EM PROJETOS 
Todos os elementos que estudamos nesta aula (e muitos outros) podem 
ser representados num diagrama elétrico. A representação gráfica de circuitos 
elétricos é padronizada e regulamentada. Um projeto deve conter todas as 
informações necessárias para nortear o trabalho da equipe de instalações, assim 
como cotas, tipos e valores dos materiais e equipamentos elétricos que serão 
utilizados. 
No Brasil, desde 1989 a norma utilizada era a NBR 5444 – símbolos 
gráficos para instalações elétricas prediais. Essa norma foi substituída pela IEC 
60417 – símbolos gráficos para uso em equipamentos em 2002. No total, são 89 
símbolos descritos na NBR 5444, e as tabelas a seguir apresentam os símbolos 
principais e mais comuns para aplicação em instalações prediais. 
Apesar de cancelada, a NBR 5444 contém símbolos ainda muito utilizados 
em projetos elétricos, mas vale ressaltar que, independente da simbologia 
adotada, um projeto elétrico deve acompanhar uma legenda que auxilie a equipe 
de instalações a compreender o diagrama. 
Quadro 1 – Principais símbolos utilizados em projetos de instalações elétricas 
prediais 
Símbolo Significado Observações 
 Eletroduto embutido no teto ou parede Para todas as dimensões em 
mm, indicar a seção (se esta 
não for de 15 mm) 
 Eletroduto embutido no piso 
 
 
31 
 
Tubulação para campainha, som, 
anunciador ou outro sistema 
Indicar na legenda o sistema 
passante 
 Condutor de fase no interior do eletroduto 
Cada traço representa um 
condutor. Indicar a seção, n. 
de condutores, n. do circuito e 
a seção dos condutores, 
exceto se forem de 1,5 mm2 
 Condutor neutro no interior do eletroduto 
 
Condutor de retorno no interior do 
eletroduto 
 Condutor-terra no interior do eletroduto 
 
Caixa de passagem no piso 
Dimensões em mm 0
 
Caixa de passagem no teto 
 
Caixa de passagem na parede 
Indicar a altura e, se 
necessário, fazer detalhe 
(dimensões em mm) 
 Quadro parcial de luz e força aparente 
Indicar as cargas de luz em 
watts e de força em W ou kW 
 Quadro parcial de luz e força embutida 
 Quadro geral de luz e força aparente 
 Quadro geral de luz e força embutida 
 Caixa para medidor 
 
 
 
 
 
Símbolo Significado Observações 
 
Interruptor de uma seção 
As letras minúsculas indicam 
os pontos comandados 
 
Interruptor de duas seções 
 
Interruptor de três seções 
 Interruptor paralelo ou three-way 
 Interruptor intermediário ou four-way 
 
Ponto de luz incandescente na parede 
(arandela) 
Deve-se indicar a altura da 
arandela 
 
Ponto de luz incandescente no teto. Indicar 
o n. de lâmpadas e a potência em watts 
A letra minúscula indica o 
ponto de comando, e o 
 
 
32 
 
Ponto de luz incandescente no teto 
(embutido) 
número entre dois traços, o 
circuito correspondente 
 
Ponto de luz fluorescente no teto (indicar o 
n. de lâmpadas e, na legenda, o tipo de 
partida e reator) 
 
Ponto de luz de emergência na parede com 
alimentação independente 
 
Tomada de luz na parede, baixo (300 mm 
do piso acabado) A potência deverá ser indicada 
ao lado em VA (exceto se for 
de 100 VA), como também o n. 
do circuito correspondente e a 
altura da tomada, se for 
diferente da normalizada; se a 
tomada for de força, indicar o 
n. de W ou kW 
 
Tomada de luz à meia altura (1.300 mm do 
piso acabado) 
 
Tomada de luz alta (2.000 mm do piso 
acabado) 
 Tomada de luz no piso 
 Fusível 
Indicar a tensão e correntes 
nominais 
 Disjuntor a seco 
Indicar a tensão, corrente, 
potência, capacidade nominal 
de interrupção e polaridade 
 Transformador de potência 
Indicar a relação de tensões e 
valores nominais 
 Motor Indicar as características nominais 
 Gerador 
Fonte: Silva, 2020, com base em Gebran; Rizzato, 2017. 
Com base na simbologia estudada, é possível fazer dois diferentes tipos 
de diagramas para representar um projeto elétrico. Como um projeto tem muitos 
condutores, seria inviável representar cada um deles nos circuitos do projeto, por 
isso fazemos um “diagrama unifilar”. Nesse diagrama, traçamos uma linha que 
interliga os pontos de iluminação, tomadas e quadros elétricos, representando o 
eletroduto a ser utilizado. 
Outra representação importante é o “diagrama trifilar”, que discrimina 
cada condutor que compõe as instalações, mas sem detalhes, como a seção 
deles. A principal utilidade desse diagrama é detalhar como deverá ser feita a 
ligação de alguns dos componentes do projeto, como disjuntores, dispositivo 
diferencial residual (DR), dispositivo de proteção contra surtos (DPS), 
interruptores, tomadas, entre outros. 
A Figura 25 apresenta um exemplo de diagrama unifilar, representando 
os circuitos de iluminação e as tomadas em cada cômodo de uma planta 
residencial. Na mesma figura, na parte inferior, o diagrama trifilar apresenta 
detalhadamente os condutores e dispositivos de proteção do projeto. 
 
 
33 
Figura 23 – Exemplo de um projeto elétrico com a representação em diagrama 
unifilar e trifilar 
 
Fonte: Creder, 2016. 
 
 
34 
FINALIZANDO 
Chegamos ao fim desta aula, e já foi possível ver quantas informações 
importantes existem nos bastidores de uma instalação elétrica. Vimos juntos o 
que é a rede primária e a secundária de distribuição e como se fornece energia 
elétrica para consumidores de baixa tensão. Estudamos o triângulo das 
potências e a origem do famoso fator de potência. 
Além disso, analisamos os principais componentes utilizados em 
instalações prediais e vimos os principais fundamentos relacionados à 
luminotécnica e algumas metodologias para um projeto de iluminação. Por fim, 
vimos como representar um projeto elétrico com uma simbologia gráfica 
padronizada. 
Futuramente iniciaremos de fato um projeto elétrico, começando pela 
previsão de cargas. Nos basearemos nos critérios da NBR 5410 para definir os 
circuitos de iluminação e de tomadas. 
Até o próximo encontro e bons estudos! 
 
 
 
35 
REFERÊNCIAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: instalações 
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 
CANALETAS de PVC – WDK. Obobrasil, [S.l.], 2018. Disponível em: 
<http://obobrasil.com.br/canaleta-de-pvc>. Acesso em: 12 out. 2020. 
COPEL – Companhia Paranaense de Energia. NTC 901100: fornecimento em 
tensão secundária de distribuição. Curitiba: Copel, 2020. Disponível em: 
<https://www.copel.com/hpcopel/normas/ntcarquivos.nsf/4F0C269A3EBCF33B
03257F800070D966/$FILE/NTC%20901100%20Fornecimento%20em%20Ten
s%C3%A3o%20Secund%C3%A1ria.pdf>. Acesso em: 12 out. 2020. 
CREDER, H. Instalações elétricas. Atualização e revisão de Luiz Sebastião 
Costa. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto 
Alegre: Bookman, 2017. 
	Fonte: Creder, 2016.

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