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Trabalho e organização produtiva Apresentação O trabalho é uma atividade inerente à vida humana, que garante a sobrevivência e a prosperidade do indivíduo e da sociedade. Entender as relações de trabalho e como se baseiam as relações trabalhistas no contexto econômico é fundamental para compreender a própria dinâmica da sociedade, tendo em vista que as funções atreladas ao trabalho sempre moldou a hierarquia social. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a importância do trabalho para a atividade econômica, realçando alguns desafios da classe trabalhadora, quais são as diversas formas de organização do trabalho e a consequência da implementação das teorias organizacionais na forma de trabalho e produção. Por fim, vai conhecer um pouco mais sobre a organização do trabalho no Brasil e os desafios e as mudanças no cenário econômico brasileiro – desde o trabalho escravagista até o emprego fixo assalariado serão analisados como forma de exemplificação das alterações nos formatos e nas dinâmicas da organização do trabalho e das instituições. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar as relações trabalhistas no contexto econômico.• Discutir a organização do trabalho e suas consequências.• Analisar os modos de organização do trabalho no Brasil.• Desafio O desemprego no Brasil é um fator que leva medo a milhares de pessoas historicamente. A ausência de emprego gera aumento da pobreza, diminuição da renda familiar e inúmeros desafios para o sustento dos lares, além de provocar redução média dos salários em razão da quantidade de pessoas para exercer funções menos especializadas. Veja a seguinte situação: Você é professor de Geografia e precisa fazer com que seus alunos compreendam a problemática levantada. Seu desafio é demonstrar os dados da taxa de desemprego atual no Brasil, apontando, por meio da construção de um texto, as principais consequências desse processo. Lembre-se de verificar o percentual da população economicamente ativa (PEA) e o percentual de pessoas que saem do mercado de trabalho para melhor expor os argumentos. Construa um texto didático, pensando que o aluno leitor deva compreender os argumentos expostos. Infográfico Os sistemas produtivos taylorista, fordista, toyotista e volvista, embora tenham sido criados em tempos distintos, existem até os dias atuais e moldam as formas de organização do trabalho nas empresas. Distinguir cada um deles é fundamental para compreender os diferentes tipos de organização produtiva. No Infográfico a seguir, conheça as diferenças básicas em cada um desses sistemas de produção. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/2289e1be-ab17-40dd-a892-ba2d998230bd/fbf9a164-53c0-4a5a-8508-a16d2f0fb6ac.jpg Conteúdo do livro Entender as diversas formas de trabalho e as mudanças históricas que as sociedades vivenciaram a partir de novas formas de produzir e consumir é essencial. A partir da Revolução Industrial e da consolidação do sistema capitalista, as formas de trabalho humano modificaram drasticamente. Os sistemas produtivos e as teorias de gerência científica impuseram novas formas de lidar com a produção, com o tempo e com a própria organização do trabalho. Na obra Geografia econômica, leia o Capítulo Trabalho e organização produtiva, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, e veja quais foram os principais processos que modificaram as relações de trabalho humano e como essas mudanças ocorreram no Brasil a partir do século XX com a diversificação da base econômica. Veja, ainda, como ocorreram as alterações nas organizações e nas formas de trabalho exercidas neste século. Boa leitura. GEOGRAFIA ECONÔMICA Jhonatan dos Santos Dantas Trabalho e organização produtiva Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar as relações trabalhistas no contexto econômico. Discutir a organização do trabalho e suas consequências. Analisar os modos de organização do trabalho no Brasil. Introdução O trabalho garante a sobrevivência e a prosperidade da sociedade, e as funções atreladas a ele moldam a hierarquia social. Por isso, conhecer as consequências da organização do trabalho é fundamental para entender a própria dinâmica da sociedade. Após a Revolução Industrial, no século XVIII, novas formas de orga- nização no contexto trabalhista emergiram para responder aos anseios econômicos da época. Incluem-se mudanças tanto organizacionais quanto produtivas. Os trabalhadores tiveram que aprender um novo jeito de lidar com o tempo. Além disso, novas profissões e novos mercados surgiram. O artesanato, o comércio e a agricultura, por exemplo, foram substituídos por trabalhos mais mecânicos em virtude da consequente necessidade de produção em larga escala. Esses processos chegaram ao Brasil e modificaram as relações sociais e territoriais, impondo às regiões uma nova organização socioprodutiva. Neste capítulo, você vai estudar as relações trabalhistas no contexto econômico. Para isso, também vai ler sobre a organização do trabalho, conhecendo suas consequências e seu funcionamento em âmbito na- cional e internacional. Relações trabalhistas no contexto econômico O trabalho estrutura as bases da existência e a produção da vida social. Au- tores como Karl Marx (1867) e, mais recentemente, Dermeval Saviani (1986) e Paulo Tumolo (2005) afi rmam que trabalho é a atuação humana sobre a natureza e sobre a própria realidade, de modo que essa atuação acaba por suprir as necessidades humanas. Por meio do trabalho, ao longo do tempo, as sociedades criaram técnicas essenciais à sobrevivência, que contribuiriam para a estruturação econômica da vida social posteriormente. A evolução das técnicas e do meio técnico criado pela sociedade, portanto, favoreceu a evolução de um sistema econômico que consolidou o capitalismo. Esse sistema passou a comandar as relações sociais por meio de uma cultura de acumulação de riquezas, que vai ter nas relações de trabalho um papel central. Antes mesmo da estruturação do sistema capitalista, o trabalho já era um elemento fundamental para a sociedade e já sofria de certo modo grande exploração e precarização. A divisão do trabalho humano sempre foi baseada em hierarquia, que dividia a sociedade em nobreza, servos, camponeses e escravos. O tipo de trabalho e a função exercida na sociedade definia o grupo a que o sujeito iria pertencer. Portanto, desde a antiguidade havia uma hierarquia social pautada por, entre outras coisas, o trabalho. No entanto, foi depois da consolidação do sistema capitalista, nos séculos XVIII e XIX, e da Revolução Industrial, que o trabalho ganhou uma dimensão diferente, essencial para acumulação de riquezas e funcionamento do capitalismo. O trabalho é fundamental para compreender o sistema capitalista, pois é ele que determina o valor das coisas. É o que chamamos de teoria do valor. Uma mercadoria é feita por meio do trabalho, então o valor dessa mercadoria é influenciado pelo trabalho, isto é, pelas condições em que foi feita a merca- doria, pela habilidade do operário, pela técnica e pelo tempo necessário, entre outras variáveis. No entanto, o trabalhador não receberá esse valor em sua totalidade. Isso acontece para que os donos dos meios de produção, ou classe burguesa, acumulem riqueza. Marx denominou mais-valia esse excedente cumulativo que a mercadoria adquire. É, portanto, extraída do trabalhador a mais-valia produtiva. Ele troca sua mão de obra por um salário menor que sua produção material. Dessa forma, surge a exploração do trabalho, já que o valor pago ao trabalhador é bem menor que o valor do seu trabalho. O autor argumenta que isso é possível porque a organização produtiva retira do trabalhador o senso de exploração, o que ele chamou de alienação.Dessa relação entre trabalhadores e classe burguesa surge a luta de classes, também entendida como hierarquização Organização do trabalho e das instituições II2 da sociedade em estratificações socioeconômicas, que irá pautar as relações sociais no mundo capitalista (MARX, 1983; MARQUES; NAKATANI, 2009). O trabalho tem papel central na estrutura capitalista. Ao mesmo tempo, o trabalhador passou a ser um componente fundamental da infraestrutura. Marx denominou infra- estrutura a base material das relações humanas, que envolve o modo de produção e as forças produtivas. Infraestrutura e superestrutura são componentes essenciais que ditam todas as relações sociais de acordo com o materialismo histórico. O primeiro trata do modo de produção material das coisas, que supre as demandas humanas. O segundo trata das ideologias, política, filosofia, cultura e arte; está no campo das ideias. Ambos interferem um no outro e ditam as relações sociais. O avanço do capitalismo e a necessidade de consumo para manutenção e reprodução do sistema reformularam as formas de trabalho-tempo existentes. A integração de certos mercados nessa configuração e a diminuição da carga horária de trabalho foi um fator fundamental, pois o trabalhador passou a utili- zar o tempo não produtivo para consumir mercadorias e, além disso, passou a ter um salário mais alto. Esse processo fez emergirem ideais de prosperidade, mesmo sob as classes operárias e trabalhadoras. Novas formas de organização do sistema produtivo resultaram também em diferentes modos de trabalho, novas funções, tipologias e demandas, o que acabou alterando a organização das empresas e, sobretudo, as relações e a divisão do trabalho. Organização do trabalho e suas consequências Apesar de o trabalho sempre ter sido fator de divisão social, foi na Revolução Industrial que as especializações no modo de trabalho ganharam maior ênfase e deram início às teorias de organização produtiva e organização do trabalho. Antes, o artesão, o agricultor e os comerciantes desempenhavam funções essenciais para a economia. No período pós-Revolução Industrial, surgiram novas funções e um novo processo de organização produtiva e trabalhista. As fábricas passaram a adotar um modelo de produção com novas formas de trabalho e novos ambientes organizacionais na esfera produtiva. 3Organização do trabalho e das instituições II De acordo com Davis (1966 apud FLEURY, 1980 p. 19), a organização do trabalho é “[…] a especificação do conteúdo, métodos e inter-relações entre os cargos, de modo a satisfazer os requisitos organizacionais e tecnológicos, assim como os requisitos sociais e individuais do ocupante do cargo”. A orga- nização do trabalho, assim, estaria associada a dimensões técnicas e sociais. Com relação à organização do trabalho industrial, Fleury (1980) aponta que o objetivo é aplicar a racionalidade técnica produtiva, com intuito de ma- ximizar a produção e, consequentemente, o lucro. A primeira grande ruptura com o modo produtivo industrial clássico foi a incorporação do sistema de gerência científica, conhecido como taylorismo, estabelecido por Frederick Winslow Taylor. Essa teoria organizacional revolucionou o trabalho fabril e condicionou a expansão cumulativa de capital industrial. Propôs a ampliação produtiva com diminuição e controle de tempo e esforço e ganhou amplo espaço na organização fabril. No entanto, foi com Henry Ford, no século XX, que o modelo de produção em massa ganhou maior ênfase. O fordismo é uma teoria da administração que prega a racionalização dos processos e a linha de produção ou setorização de funções no trabalho. De acordo com Ribeiro (2015), a esteira rolante inovou as técnicas e a organização do sistema produtivo fabril. Com ela, o trabalhador ficou fixado em um ponto de trabalho, o que aumentou significativamente a produção. Apesar da forte resistência dos trabalhadores, a Ford expandiu os salários e minimizou a rotatividade de funcionários, combinando eficiência gerencial, produção em massa e salários elevados. Esse processo também veio acompa- nhado de carga horária máxima de oito horas por dia, direito a férias e folgas nos fins de semana. Isso passou a incentivar o consumo no “tempo livre” e diminuir as pressões por melhores condições de trabalho. Além disso, o autor afirma que o fordismo delineou parte das reivindicações sindicais, que até hoje preocupam-se com a elevação de salários. Tanto o taylorismo quanto o fordismo, portanto, objetivavam controlar o trabalho. O primeiro iniciou o processo, e o segundo o intensificou. Esses sistemas de eficiência gerencial administrativa foram responsáveis pela orga- nização industrial produtiva e influenciaram diretamente a Segunda Revolução Industrial. Porém, não ficaram restritos apenas às indústrias. Várias empresas do terceiro setor viram a necessidade de incorporar processos organizacionais para melhorar a eficiência administrativa e comercial. As empresas passaram a aderir à especialização em funções específicas, à divisão dos cargos e ao ge- renciamento dos processos, buscando mais competitividade e aumento de lucro. O século XX foi marcado por grandes mudanças nas formas e na divisão do trabalho. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos os movimentos trabalhistas Organização do trabalho e das instituições II4 ganharam força e reivindicaram melhores condições, a globalização econômica se acentuou permitindo um processo de fragmentação produtiva. A fragmentação produtiva é um processo de dispersão espacial-global, em que alguns segmentos econômicos passam a operar em escalas diferentes e organizadas, integradas por meio de uma ampla rede produtiva. Na fabricação de aviões e automóveis, por exemplo, a matéria-prima é extraída de determinados países, enquanto a fabricação de peças internas, externas e motores é realizada em países diferentes e, além disso, a montagem do avião ou do automóvel ocorre em outro país. A dispersão e a fragmentação da produção têm um processo de industrialização distinto, mais ou menos especializado dependendo o ramo. Também permitiram uma integração global de certos segmentos econômicos, que gerou dependência de regiões à dinâmica da econômica global, fortalecida pela globalização econômica. Outros segmentos, como o setor de vestuário, também sofreram um processo de reestruturação produtiva, fragmentando o processo de extração de matéria- -prima, costura, etiqueta e distribuição da mercadoria. Essa articulação levou a acumulação capitalista ao máximo, pois a mão de obra barata, a diminuição de custos na produção e as estratégias locacionais para diminuir divisas fez com que as empresas multinacionais atuassem em escala global. Dessa forma, várias empresas europeias e estadunidenses começaram a operar em outros países. Países de economia periférica passaram por um pro- cesso de industrialização e diversificação da base econômica. Apesar disso, a divisão social do trabalho permaneceu e instalou-se uma divisão internacional do trabalho produtivo. Com isso, a sede das grandes empresas globais se concentrou nos países de economia central, e as atividades menos especiali- zadas tecnicamente passaram a ser desempenhadas em países de economia periférica e emergente. O resultado desse fenômeno foi uma reorganização produtivo-trabalhista em escala internacional. Países historicamente periféricos na economia global passaram por um amplo processo de industrialização e incorporação de mão de obra barata, adotando um padrão de baixos salá- rios e alto rendimento produtivo. Enquanto isso, os países centrais passaram a investir em automação e tecnologia produtiva, o que também modificou drasticamente as relações de trabalho. O trabalhador fabril passou a precisar de especialização técnica para operar maquinários sofisticados. Além disso, foram criadas profissões ligadas ao setor de ciência e tecnologia e foram desenvolvidos sistemas computacionais modernos. Nos países periféricos, otrabalho precarizado se alastrou do setor primário da economia para o setor secundário industrial. As vantagens oferecidas para as empresas globais fizeram com que legislações trabalhistas e ambientais fossem fragilizadas para absorver o capital estrangeiro. 5Organização do trabalho e das instituições II Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu um novo sistema produtivo: o toyotismo. Criado pelo japonês Taiichi Ohno, foi implementado na fábrica da Toyota e, devido à sua eficiência, espalhou-se pelo mundo após 1960. Esse sistema promoveu uma revolução no processo de produção, no modo de trabalho e de organização empresarial. Baseado na produção por demanda, a empresa eliminou a produção excedente e diminuiu perdas produtivas. Além disso, implementou um processo rigoroso de controle e gestão operacional em todos os setores e passou a dar treinamento e investir na qualificação do trabalhador (BATISTA, 2008; RIBEIRO, 2015). Os sistemas de qualidade total são marcas do toyotismo. O sistema 5S foi criado para implementar qualidade total nos processos gerenciais e organizacionais. Utilização, padronização, limpeza, disciplina e organização são seus pressupostos norteadores, que visam ao máximo de eficiência e qualidade. Foram também criados os selos de qualidade: o ISO 9001, na metade do século XX, para certificar a qualidade dos processos organizacionais e gerir a qualidade e o ISO 14001, uma certificação para qualidade ambiental implementada por indústrias e empresas que incorporaram o padrão de qualidade e o respeito ambiental na sua gestão. O sistema toyotista de produção buscou implementar uma série de normas e regras gerenciais no intuito de possibilitar qualidade e eficiência organizacional. O trabalhador multifuncional adaptou-se para atender às necessidades da empresa. Compreendia todo processo produtivo, qualificou-se para exercer qualquer função na empresa ou na fábrica e teve seu horário de trabalho flexibilizado. Esse processo promoveu ganhos de produção e rentabilidade, diminuindo excedentes e despesas. As empresas que aderiram a esse sistema começaram a fazer análises de mercado e a direcionar a produção voltada à demanda, gerando flexibilização produtiva e eficiência lucrativa. O toyotismo elevou o nível da organização administrativa das empresas, atenuando crises de excedente oriundas do fordismo, melhorando a eficiência dos processos organizacionais internos, ampliando os lucros e reconfigurando o modo de produção. Na Figura 1, é possível verificar que a produção empurrada, base do sistema fordista, é estruturada em um modelo de produção em massa, em que os produtos chegam ao mercado, e o consumidor o adquire. Esse modelo de Organização do trabalho e das instituições II6 produção é baseado na geração de estoque, e a produção é “empurrada” para o mercado consumidor. Já o modelo toyotista extinguiu a geração de estoque. Então, primeiro ocorre uma demanda pelo produto e, a partir dessa demanda, o fornecedor irá produzir. Essa é a produção puxada pelo mercado, extinguindo desperdícios e mantendo os preços relativos saudáveis. Figura 1. Produção empurrada e produção puxada. Fonte: Adaptada de Bezerra (2019) Dessa forma, a divisão de trabalho era baseada também na renda, pois trabalhadores especializados e qualificados passaram a ter salários mais elevados e conquistar espaços hierárquicos superiores nas empresas. Con- sequentemente, o trabalhador com baixa qualificação tinha o salário menor. Indústrias automobilísticas e tecnológicas absorviam uma mão de obra mais qualificada e pagavam salários melhores, ao passo que indústrias de bens não duráveis — como alimentícia, têxtil e outras que permaneceram com o modelo fordista e baixo nível de tecnificação — absorviam mão de obra barata. Houve ainda a substituição do trabalhador por maquinários modernos, diminuindo a mão de obra e exigindo maior capacitação do funcionário operador. Porém, as indústrias que seguiram com baixo nível de tecnificação demandaram um número maior de funcionários, geralmente com baixos salários. Entre os funcionários, havia o trabalhador migrante, aquele que pas- sou a se deslocar para outras regiões e até outros países. A globalização e a atuação das grandes multinacionais em vários países levaram funcionários especializados a migrar por conta das atividades desenvolvidas. As fábricas que se instalaram em países periféricos também contribuíram para o número elevado de migrações internas por pessoas que buscavam melhores condições de vida. No Brasil, temos o exemplo dos nordestinos que se dirigiam rumo 7Organização do trabalho e das instituições II ao Sudeste durante o século XX em virtude da industrialização na região e da oferta de empregos. O termo fuga de cérebros, ou fuga de capital humano, é um importante conceito para compreender as novas relações de trabalho. Esse termo é aplicado à emigração de indivíduos que têm elevado grau de capacitação técnica para exercer um tipo de função e que, em decorrência da falta de oportunidades no país de origem, acabam emigrando em busca de melhores condições. Geralmente os países mais desenvolvidos acabam absorvendo essa mão de obra especializada. Com essas alterações no modo de trabalho, muitas pessoas optaram por exercer várias funções de forma simultânea, principalmente relacionadas ao terceiro setor. A instabilidade gerada pela fuga de empresas e a competitividade dos lugares pela atração de capital e investimentos resultaram em incertezas. Desse modo, muitas pessoas tinham dois ou até três empregos fixos, tra- balhando em turnos diferenciados para complementar a renda, ou exerciam outras funções aos finais de semana. O trabalhador, nesse contexto, passou a trabalhar também em casa, seja na prestação de serviços diversos seja na criação de produtos e marcas, além de ter a possibilidade de atuar por meio de sites. Os trabalhadores temporários são aqueles contratados em época especial para uma determinada atividade. Por exemplo, trabalhadores rurais são recrutados para colheita em certo período do ano. Algumas empresas no Brasil também contratam trabalhadores temporários de outras regiões. Esse processo vem acompanhado de uma migração temporária, ou sazonal, pois ocorre em um período específico do ano e, geralmente, quando finaliza, esses trabalhadores retornam para seu local de origem. O trabalho, então, redefiniu o próprio significado das regiões e dos lugares na economia. Isso porque a configuração e o modelo da economia regional acabam orientando o contingente populacional, sendo um local atrativo ou Organização do trabalho e das instituições II8 repulsivo dependendo o perfil da atividade produtiva, ao mesmo tempo em que direciona a população a morar no campo ou na cidade e a atuar no primeiro, no segundo ou no terceiro setor da economia. Podemos perceber esses processos no contexto brasileiro analisando os diferentes modos de organização do trabalho que o País sofreu, principalmente ao longo do século XX. Diferentes modos de organização do trabalho no Brasil O Brasil colonial apresentou um perfi l agrário exportador. Foi mero produtor de matérias-primas, primeiramente exportando o pau-brasil, depois os metais preciosos, até exportar especiarias e açúcar. O trabalho era pautado por uma relação escravista, em que o trabalhador era explorado e não detinha direitos legais garantidos. Os africanos transportados para o País entre os séculos XVI e XIX e os indígenas desempenharam papel fundamental na extração de matérias-primas e na fabricação do açúcar, principalmente no Nordeste. A escravidão no Brasil, porém, ainda hoje apresenta suas sequelas, como a grande divisão étnico-racial, a contínua exploração do trabalho e a grande demora para consolidação de leis trabalhistas. O sistema escravocrata moldou, de certo modo, todas as relações sociais vividas no País e deixou como legado uma escravidão simbólica vivida pelas classes mais baixas da população(SOUZA, 2017). Leia mais sobre a imigração dos africanos no Brasil no link a seguir. https://qrgo.page.link/8tRKi A primeira lei trabalhista que regulamentou e consolidou os direitos e deveres dos funcionários e do patronato foi sancionada em maio de 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas. A lei definiu salários mínimos e implementou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), comumente conhecida como carteira de trabalho, definindo o direito ao registro empregatício, à jornada de trabalho e ao salário regulamentado (LEOPOLDI, 2000). Porém, esse 9Organização do trabalho e das instituições II processo só ganhou corpo devido ao projeto desenvolvimentista que iniciou no Brasil após 1930. O desenvolvimentismo é fundamental para compreensão da organização do trabalho, pois até então o País tinha um perfil econômico agrário, com forte dependência do mercado externo, tendo o café e o açúcar como principais produtos nacionais exportados. A industrialização do Brasil, que iniciou com Vargas, alterou a base econômica nacional e acentuou a concentração econômica no Sudeste bra- sileiro. As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro contavam com amplos investimentos e expandiam consideravelmente (TAVARES, 2012). Após 1950, o êxodo rural no País cresceu significativamente e, em 1970, o perfil rural mudou para urbano, o que marcou uma das urbanizações mais rápidas da história mundial. Como a maior parte da população que vivia no campo não era proprietária de terras, a mudança para a cidade representava uma alter- nativa por melhores condições de vida. A modernização do campo também contribuiu para a emigração da população, já que os trabalhadores do campo foram substituídos por maquinários agrícolas. Além disso, esse período foi marcado por uma migração regional, princi- palmente, como exemplificado anteriormente, de nordestinos que se dirigiram para o Sudeste buscando melhores condições de emprego e renda. A atração populacional do Sudeste, especialmente dos grandes centros urbanos, deve-se a dois fatores principais: os grandes investimentos que o Estado nacional fez na região, privilegiando esse eixo territorial em detrimento de outras áreas, e a industrialização acentuada após 1930 (OLIVEIRA; CORIOLANO, 2014; TAVARES, 2012). No entanto, a industrialização e o êxodo rural deixaram marcas nas relações trabalhistas do Brasil, como os baixos salários. Mesmo após a implementação da CLT, os salários deprimidos formaram uma popu- lação urbana pobre, que passou habitar áreas precárias e sem infraestrutura. A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), criada em 1948 pelo conselho econômico e social da Organização das Nações Unidas, teve ampla influência na industrialização do Brasil e de outros países latino-americanos. Pregava a ideia de que o subdesenvolvimento estava atrelado ao processo de industrialização lento e que a disparidade econômica advinha da Divisão Internacional do Trabalho. Por isso, várias políticas públicas que incentivaram a industrialização nacional tiveram influência direta da CEPAL, que tinha como um dos principais expoentes Celso Furtado. Organização do trabalho e das instituições II10 Os sindicatos no Brasil se formaram logo após a implementação da CLT, mas perderam força após 1964 em consequência da drástica repressão do governo militar. Apenas após 1970 os movimentos sindicais voltaram a ganhar força, com a organização de trabalhadores industriais somada a novos movimentos sociais que emergiam para conquistar legalmente direitos sociais. O sindica- lismo foi essencial para a conquista dos direitos trabalhistas e desempenha papel fundamental para manter progressivamente a elevação dos salários e requerer melhores condições de trabalho. Após sua industrialização, o Brasil estava diante de novas formas de traba- lho. O setor terciário, por exemplo, passou a ter uma participação importante no produto interno bruto (PIB) nacional e nos modos de trabalho, em virtude do crescimento das cidades e da onda migratória durante o século XX. Depois de 1950, a indústria automobilística e as empresas estrangeiras começaram a operar no País, implementando um trabalho técnico mais especializado, em comparação com as indústrias têxteis e alimentícias iniciais. A Confederação Nacional da Indústria também desempenhava um papel importante para a formação de capital humano necessário às novas exigências do setor secun- dário. Assim, a base econômica nacional diversificada permitiu o surgimento de mão de obra técnica para alguns segmentos, mas ainda contava com mão de obra menos técnica para grande parte das funções (LEOPOLDI, 2000; OLIVEIRA; CORIOLANO, 2014; TAVARES, 2012). O desenvolvimentismo do século XX passou muitas fases. Grandes crises econômicas externas somadas a grandes investimentos em infraestrutura e setores econômicos agravaram o endividamento do Estado e provocaram aumento drástico da inflação, principalmente na década de 1980. Além disso, a remuneração ao trabalhador continuou baixa, permitindo a formação de uma elevada desigualdade social no País, que continua até hoje. Após 1990, o Brasil abriu a economia nacional, implementou o projeto neoliberal e mudou a moeda, implementando o Plano Real, que acabou por estabilizar a inflação. A grande desvantagem é que a abertura da economia promoveu o declínio da indústria nacional e a desestatização de várias empresas, provocando instabilidade ao trabalhador de vários segmentos econômicos anteriormente ligados ao Estado (TAVARES, 2012). No fim da década de 1990, o desemprego cresceu, conforme pode ser observado na Figura 2. 11Organização do trabalho e das instituições II Figura 2. Evolução do desemprego no Brasil entre 1984 e 2014. Fonte: Costa (2010, documento on-line) 5,2 4,2 3,5 4,7 5,2 5,0 7,2 8,3 8,4 4,6 5,0 8,3 9,5 10,2 11,1 12,0 12,1 12,0 12,2 12,3 11,5 10,0 8,19,39,8 7,9 6,8 6,0 5,5 5,4 4,8 1984 1985 1986 19871988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 0 4 8 12 16 Fonte: IBGE - PME - PEA - % de desocupados *2002 - mudança de metodologia Após os anos 2000, observa-se que as taxas de desemprego caíram. Além disso, nessa época, ocorre a elevação de salários, que pode ser vista na Figura 3. Investiu-se em formação de capital humano, com políticas de educação no nível superior, o que acabou modificando as relações de trabalho, já que parte da população se especializou em funções específicas para atender a demandas internas. Nota-se, ainda, que diminuiu a participação da indústria no PIB nacional, o que voltou a alocar a população em outros setores da economia. Figura 3. Evolução nominal do salário mínimo. Fonte: Previdência Social (c2019, documento on-line) 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 R$ 0,00 R$ 100,00 R$ 200,00 R$ 300,00 R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 600,00 R$ 700,00 R$ 800,00 R$ 900,00 R$ 1.000,00 Organização do trabalho e das instituições II12 A Figura 4 mostra a ocupação da população brasileira nos setores da eco- nomia. Percebe-se que os setores de serviços e comércio empregam mais de 70% da população brasileira atual, enquanto indústria e agropecuária juntas somam cerca de 20% dos vínculos empregatícios. Figura 4. Empregos formais por setor da economia no Brasil em 2015. Fonte: Pacheco (c2019, documento on-line). 19,7% 16,4% 5,4% 3,1% 55,4% Comércio Serviços Indústria Const. civil Agropecuária O Brasil, portanto, passou por grandes mudanças em relação ao seu perfil produtivo e empregatício. Historicamente, a exportação de produtos primá- rios e o suprimento de demandas internas, principalmente a produção de alimentos, marcaram o trabalho no País, além da relação escravista que foi estabelecida. No século XX, a industrialização mudou significativamente as formasde organização do trabalho, implementando e garantindo legalmente direitos aos trabalhadores. A indústria também permitiu uma nova organização no trabalho, baseada em tarefas diferenciadas e especializações técnicas, principalmente após a chegada de indústrias mecânicas e automotivas. A formação de capital humano técnico para desempenhar novas funções na indústria também permitiu grande avanço desse setor durante o século XX. Após a década de 1990, com a abertura econômica, inicia-se um período de grande desemprego, mas estabiliza-se a inflação gerada na década de 1980. No século XXI, novas funções emergem atreladas à capacitação do capital humano no ensino superior, que o mercado passa a incorporar, principalmente vinculadas ao setor de prestação de serviços. 13Organização do trabalho e das instituições II Desse modo, podemos perceber que a população brasileira atual é em- pregada, em grande maioria, no terceiro setor da economia. Porém, um país predominantemente urbano como o Brasil, com grande nível de modernização do campo, necessita ainda hoje de grandes investimentos em setores produtivos vinculados à tecnologia, além da ampliação de salários e melhores condições de emprego. BATISTA, E. Fordismo, taylorismo e toyotismo: apontamentos sobre suas rupturas e continuidades. In: SIMPÓSIO LUTAS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA, 3., 2008, Londrina. Anais [...]. Londrina, PR: UEL, 2008. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-pesquisa/ gepal/terceirosimposio/erika_batista.pdf. Acesso em: 18 nov. 2019. BEZERRA, J. Características do toyotismo. 2019. 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Urbanização, metropolização e gestão territorial no Brasil. Arquitextos, ano 14, n. 164.03, jan. 2014. Disponível em: https://www.vitruvius. com.br/revistas/read/arquitextos/14.164/5030. Acesso em: 18 nov. 2019. PACHECO, A. F. V. Plano de aula: a indústria e os demais setores da economia no Brasil: empregos formais por setores da economia no Brasil em 2015. c2019. Disponível em: https://novaescola.org.br/plano-de-aula/6211/a-industria-e-os-demais-setores-da- -economia-no-brasil#. Acesso em: 18 nov. 2019. PREVIDÊNCIA SOCIAL. Salário mínimo 2019. c2019. Disponível em: https://previdencia- social.site/salario-minimo-2019/. Acesso em: 18 nov. 2019. Organização do trabalho e das instituições II14 RIBEIRO, A. F. Taylorismo, fordismo e toyotismo. Lutas Sociais, v. 19, n. 35, p. 6ty565-79, jul./dez. 2015. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/ls/article/viewFile/26678/pdf. Acesso em: 18 nov. 2019. SAVIANI, D. O nó do ensino de 2º grau. Bimestre, n. 1, out. 1986. SOUZA, J. 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No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 15Organização do trabalho e das instituições II Dica do professor Êxodo rural é quando ocorre uma migração das pessoas do campo para a cidade. Compreender como esse fenômeno aconteceu e quais foram as consequências dele é fundamental para o seu trabalho. Na Dica do Professor, conheça as consequências do êxodo rural, como esse fenômeno está vinculado diretamente à questão do emprego e porque ele provocou uma série de modificações no contexto urbano e socioeconômico no Brasil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/2d81b718b8ab4d028ef18908f251fe3b Exercícios 1) É um processo que ocorreu durante grande parte do século XX e provocou a urbanização brasileira e o deslocamento em massa da população rural para os grandes centros urbanos. Esse processo teve impacto direto na morfologia territorial do Brasil e no desenvolvimento econômico do país e esteve diretamente ligado ao contexto do trabalho, haja vista que a população migrante foi em busca de melhores condições de vida. Assinale a alternativa que apresenta o nome desse fenômeno. A) Diversificação econômica. B) Migração de retorno. C) Migração pendular. D) Êxodo rural. E) Ruralidade. 2) As leis trabalhistas são fundamentais para manter as condições de trabalho dignas, evitando exploração e trabalho semiescravo. Apesar dos salários ainda fragilizados, a regulamentação de funções, carga horária e remuneração é fundamental para garantir ao trabalhador proteção e direitos básicos. Ao mesmo tempo, regulamentam deveres a serem cumpridos. Sobre a legislação trabalhista no Brasil, é possível afirmar que: A) o Brasil ainda não criou um bom sistema de leis trabalhistas. B) o Brasil só criou o sistema de leis trabalhistas na Constituição de 1988. C) as leis trabalhistas no Brasil foram criadas no ano de 1943 durante o governo de Getúlio Vargas. D) as leis trabalhistas no Brasil foram criadas logo após a abolição da escravidão, em 1888. E) desde a época do Brasil Império já havia consolidado um sistema de leis trabalhistas. Karl Marx foi um dos estudiosos que se dedicou a entender as relações sociais, partindo de um ponto de vista teórico-metodológico inédito. O chamado materialismo histórico dialético 3) foi e é um método de abordagem que permitiu uma análise diferente das relações sociais e do modo de produção capitalista. Nesse contexto, o trabalho é abordado por Marx em qual perspectiva? A) O trabalho é uma atividade libertadora, segundo Marx. B) Após a estruturação do capitalismo, o trabalho passou a desempenhar papel fundamental na extinção da luta de classes. C) O trabalho no capitalismo desempenha uma relação dialética entre exploração e acumulação. D) O trabalho para Marx é uma atividade inerente ao homem, sendo fundamental para a prosperidade social. E) Para Marx, o trabalho mecânico deve ser mais valorizado que o trabalho criativo. 4) O trabalho é um dos principais fatores que levam à migração da população. A busca por melhores condições de vida e por melhores salários e oportunidades desloca milhares de pessoas de uma região para outra e de um país para outro. A respeito do processo de migração,qual tipo de migração ocorre quando o trabalhador se desloca de um município ao outro diariamente para exercer determinada atividade? A) Migração de retorno. B) Migração pendular. C) Migração forçada. D) Migração interna. E) Migração permanente. 5) Após o século XX, houve uma grande diversificação das atividades econômicas do Brasil. O processo de industrialização no país modificou as relações de trabalho e criou novos arranjos trabalhistas até então inéditos. Ao mesmo tempo, o crescimento das cidades permitiu uma expansão massiva do terceiro setor para atender à população que apresentou ritmos de crescimento significativo. A esse respeito, é correto afirmar que: A) o setor industrial, após a segunda metade do século XX, passou a ser o principal na geração de emprego e renda. B) o setor agropecuário, após a modernização do campo, trouxe um vasto crescimento econômico para o país e se tornou o principal setor na participação do PIB nacional. C) após a industrialização do Brasil, o segundo setor passa a empregar mais pessoas do que o setor primário, se tornando atualmente o principal na geração de emprego e renda e também na participação do PIB nacional. D) o setor de comércio e serviços apesar de gerar bastante emprego e renda apresenta baixo percentual de participação no PIB nacional. E) o setor de comércio e serviços é o principal responsável pela geração de emprego e renda no Brasil, apresentando grande participação no PIB nacional. Na prática O mundo do trabalho vem sofrendo transformações cada vez mais drásticas neste século XXI. Novas formas de trabalho surgem e a criatividade e a inovação são conceitos que permeiam os ambientes profissionais na atualidade. Jorge trabalha em um grande escritório de Arquitetura que, a partir do próximo ano, irá atuar na modalidade de home office. Para orientar os funcionários quanto a essa prática, a empresa disponibilizou o seguinte material: Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ad7cc5b7-d3ae-4a84-bdff-c0ead569d87e/b6369afb-cc0f-408f-b0a2-6d66aa39368d.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O Toyotismo e a precarização dos direitos trabalhistas Para saber mais, leia este artigo que faz uma análise de como o sistema administrativo toyotista trouxe à esfera do trabalho uma precarização dos direitos trabalhistas, analisando a relação entre os processos de organização produtiva e impacto nos aspectos legais de proteção ao trabalhador. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Ajuste econômico e desemprego recente no Brasil metropolitano Para saber mais, leia este artigo do renomado Marcio Pochmann, que discute cirurgicamente como o desemprego se instala nas áreas metropolitanas no Brasil, evidenciando as causas e os desafios acerca da temática. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A CUT e o sindicalismo recente brasileiro nos anos recentes: limites e possibilidades Este artigo trata sobre a trajetória do sindicalismo no Brasil e analisa a fragilidade dos movimentos sindicais em alguns momentos, retratando o contexto atual. Assim, levanta os desafios e a atuação do sindicalismo atual. Vale a pena a leitura. http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDTrab_n.170.09.PDF http://www.scielo.br/pdf/ea/v29n85/0103-4014-ea-29-85-00007.pdf Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.scielo.br/pdf/ts/v30n1/1809-4554-ts-30-01-0053.pdf