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79 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Unidade II 5 ARTICULAÇÃO INTERDISCIPLINAR 5.1 Diagnóstico e prognóstico: análise da ficha de avaliação corporal A ficha de avaliação inclui a coleta de dados, inspeção e palpação. Trata-se de um processo que deve ser realizado com todos os clientes, constituindo-se no primeiro contato que o profissional deve estabelecer com o cliente. Ela também serve para conhecer dados básicos, registrar alterações e verificar indicações e contraindicações, auxiliando também a relembrar dados do cliente, atualizando a ficha. Observação A ficha de avaliação auxilia o profissional a coletar os dados necessários para o reconhecimento das queixas e dos problemas do cliente. Em algumas clínicas, nem sempre o tratamento é realizado pelo mesmo terapeuta, e, nesse caso, a ficha é fundamental para o que o novo profissional a tratar esse cliente possa dar continuidade no tratamento de forma adequada (vale também para casos em que o cliente termina um determinado tratamento e retorna apenas depois de meses ou anos). A parte inicial da ficha deve ser dada para o paciente (ou responsável) preencher, pois devem ficar registradas informações como nome, idade, data de nascimento, gênero (alguns nomes são utilizados tanto para homens quanto para mulheres), cor e raça (alguns princípios ativos não são indicados para uso em peles morenas), profissão e ocupação (é importante para conhecer o histórico e acompanhar a evolução do tratamento), além de outros dados como endereço e telefone para conseguirmos localizar nosso cliente. Também é importante tirar fotos e fazer a biometria a fim de acompanhar os resultados do tratamento (caso você queira publicar em redes sociais os resultados do tratamento, é necessário obter um termo de consentimento com a assinatura do cliente autorizando a publicação). A queixa principal sempre vai ser o motivo pelo qual o paciente nos procurou. Para auxiliá-lo e trabalhar de forma multidisciplinar no tratamento, é necessário conhecer seus hábitos de vida. O sedentarismo, por exemplo, se mostra um fator determinante para a incidência de fibroedema geloide; na mesma linha de pensamento, a atividade cotidiana do indivíduo pode justificar casos de obesidade, gordura localizada, flacidez e discromia. O total de horas que dormimos também pode estar relacionado à disposição geral e, de certa forma, contribuir com o aspecto da pele (o ideal é dormirmos oito horas por dia). Sabe-se também que o tabagismo piora a celulite e acelera o envelhecimento cutâneo, pois a nicotina gera uma vasoconstrição e diminui a oxigenação cutânea, levando a alterações na pele como atrofia, palidez e coloração acinzentada ou amarelada. 80 Unidade II O etilismo, que é o consumo de bebidas alcóolicas em excesso, é outro fator que concorre para o aparecimento ou o aumento de edema; na face, contribui para a piora da rosácea em pessoas predisponentes. O estado emocional também pode desencadear quadros de obesidade e acne, e o uso de antidepressivos estimula a produção de radicais livres, favorecendo o envelhecimento precoce. Vestimentas muito apertadas, como calças de cintura baixa e lingeries com as laterais finas, podem diminuir a circulação sanguínea, contribuindo, assim, para incidência de celulite e deformação do biótipo corporal. Até mesmo alguns tipos de calçados podem colaborar para a alteração postural. As enfermidades anteriores ou atuais (como neoplasias, infecções, hiper ou hipotireoidismo, distúrbios circulatórios, diabetes, obesidade que altera o fator metabólico, alergias a medicamentos ou a produtos químicos incorporados a algum cosmético etc.) também devem ser registradas na avaliação, pois podem interferir ou contraindicar o tratamento. Conhecer os antecedentes hereditários também é importante, pois eles podem interferir no tratamento, como é o caso de obesidade, celulite (de acordo com o tipo e o grau), estrias, doenças metabólicas, doenças hormonais e doenças circulatórias, entre outras. Ao iniciar um tratamento estético, o cliente ainda deve ter em mente a importância da reeducação alimentar, em outras palavras, de manter uma dieta equilibrada, com alimentos de qualidade e quantidade adequada de refeições ao dia e de ingestão de líquidos. Observação O trabalho multidisciplinar com um nutricionista é fundamental para a reeducação alimentar. Cabe lembrar que a alimentação deve ser saudável, controlada e, via de regra, realizada a cada três horas. Quanto à ingestão de líquidos, muitos nutricionistas sugerem no mínimo dois litros de água por dia (ou o suficiente para que a urina apareça transparente). Após realizar a coleta de dados, o profissional deve avaliar o biótipo corporal do seu cliente, que pode ser classificado, basicamente, em três categorias: • Ectomorfo: corpo delicado e delgado, ombros estreitos, quadril e peito com pouco músculo e pouca gordura, além de braços e pernas longos. • Mesomorfo: corpo mais atlético, dorso e ombros mais largos, cintura e quadris estreitos, pouca gordura corporal e membros mais fortes e musculosos. • Endomorfo: corpo mais curvilíneo (às vezes, associado ao formato de uma pera), estrutura maior, quadris largos e maior porcentagem de gordura corporal, além de ombros, tornozelos e pulsos mais estreitos. 81 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR A seguir deve ser realizada uma inspeção mais minuciosa, na qual nós, como profissionais da área, observamos e relatamos todas as alterações presentes, como gordura localizada, grau do fibroedema geloide, estrias, flacidez etc. Na avaliação corporal, o profissional analisa o biótipo corporal, que pode ser: • Ginoide: mais comum em mulheres; o corpo tem o formato em pera, com os membros superiores mais finos e os membros inferiores mais largos. • Androide: mais comum em homens, pode estar presente em algumas mulheres; o corpo tem forma de maçã, membros superiores mais largos e pernas finas. • Misto: a gordura é distribuída em todo o corpo. Como dito anteriormente, deve ser avaliado o grau do fibroedema geloide e sua consistência, isso porque muitas informações não são identificadas somente por meio do olhar, devendo ser palpadas, como é o caso de nódulos, além de analisados a temperatura do local e o limiar de dor. Os graus do fibroedema geloide são: • Grau I: o fibroedema é quase despercebido; na avaliação, pedimos para o cliente fazer a contração máxima ou fazemos nós mesmos uma preensão do tecido entre os dedos. • Grau II: com o cliente em repouso, sem qualquer contração, é possível observar o aspecto casca de laranja, o qual é acompanhado de diminuição da elasticidade e da temperatura cutânea e de alteração na coloração no tecido. • Grau III: os nódulos celulíticos são visíveis em repouso e sentidos na palpação, apresentando dor, flacidez, diminuição da temperatura local e coloração opaca, além de irregularidades no tecido cutâneo e um aspecto de casca de nozes. • Grau IV: há uma desorganização do tecido conjuntivo, evidenciando os nódulos, além de dor acentuada, diminuição da temperatura local, irregularidade e flacidez acentuada. Já quanto à consistência, o fibroedema geloide pode ser classificado como: • Forma dura: é comum em mulheres jovens de vida ativa, pode ser dolorosa ao toque e é mais comum na parte inferior do corpo. • Forma flácida: acomete mulheres com antecedentes hereditários, de vida sedentária, que engordam e emagrecem (o chamado “efeito sanfona”). 82 Unidade II • Forma edematosa: normalmente aparece na puberdade, apresenta nódulos, é mais evidente nos membros inferiores e é dolorosa ao tato. • Forma mista: quase sempre as diferentes formas coexistem no corpo, por exemplo, a pessoa pode desenvolver as formas dura e edematosa juntas. Lembrete Muitas informações não são identificáveis somente pelo olhar, como é o caso de nódulos. Por isso, a região deve ser palpada, analisando-se também temperatura local e limiar de dor. Saiba mais Conheçamais detalhes sobre esse diagnóstico lendo a obra indicada a seguir. BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2010. Na avaliação corporal, o profissional pode fazer a exploração física através do índice de massa corporal, realizado por meio do seguinte cálculo: divisão do peso do indivíduo pela altura ao quadrado (IMC = peso (kg) / altura² (m)). É considerado IMC baixo aquele até 20, normal o que está entre 20 e 24,99, de sobrepeso aquele entre 25 e 29,99, de obesidade o que está entre 30 e 39,99 e, por fim, de obesidade mórbida quando acima de 40. Ainda quanto à avaliação corporal, a perimetria auxilia na análise da evolução do tratamento de gordura localizada através do uso da fita métrica, a qual é utilizada sobre a superfície cutânea antes e depois dos procedimentos. Portanto, antes de iniciar qualquer tratamento é necessário fazer uma anamnese do indivíduo como um todo, através de um questionário sobre sua idade, raça, grau de instrução, queixa principal, hábitos de vida (como prática de esportes, tabagismo, etilismo, estado emocional, cuidados corporais etc.), histórico de patologias (incluindo as de seus familiares), medicamentos utilizados, intervenções cirúrgicas, hábitos alimentares, características da pele e avaliação física. 83 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR FICHA DE AVALIAÇÃO CORPORAL Dados Pessoais Nome: Nascimento: ____/_____/_____. Sexo: ( ) M / ( ) F Estado civil: Raça: Natural de: Estado: País: Grau de Instrução: Profissão: Endereço: Bairro: CEP: Telefone (s): E-mail: QUEIXA PRINCIPAL__________________________________________________________________________ Realizou algum tratamento anterior? ( ) Sim ( ) Não Como foram os resultados do tratamento realizado?__________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ HÁBITOS DE VIDA - Atividade cotidiana (sedentário, ativo, muito ativo): _________________________________________________ - Sono (horas diárias): ______________________ - Tabagismo (cigarros/dia): _______________________ Etilismo (quantidade): _____________________________ - Estado emocional (ansiedade, nervosismo, estresse, depressão etc.): _____________________________________ - Posição mais frequente durante o dia: ( ) Horas sentado ( ) Horas em pé - Atividade física (frequência/semana): __________________ Modalidade: _________________ Tempo: ________ - Cuidados corporais habituais (Que tipo? Frequência?): _______________________________________________ - Utilização de faixas, ligas ou meios oclusivos: _____________________________________________________ HISTÓRICO DE PATOLOGIAS - Tratamento médico atual? ____________________________________________________________________ - Medicamentos (p.a.) ________________________________________________________________________ - Alterações hormonais: ( ) Hipotireoidismo ( ) Hipertireoidismo ( ) Diabetes - Alergias (cosméticos/ medicamentos/ outros): _____________________________________________________ - Existência de queloides: ( ) Sim ( ) Não - Doenças cardíacas: ( ) Arritmias ( ) Marca-passo ( ) Insuficiência cardíaca - Pressão arterial: ( ) HAS não controlada ( ) HAS controlada ( ) Hipotensão - Problemas respiratórios: ( ) Bronquite ( ) Asma ( ) Falta de ar - Enxaqueca (frequência/semana): _______________________________________________________________ - Problemas ortopédicos: ( ) Artrite ( ) Artrose ( ) Coluna ( ) Osteopenia ( ) Osteoporose - Doenças renais: _________________________________ Retenção hídrica (diária/ TPM): __________________ - Intervenções cirúrgicas (tipo): __________________________ Data da cirurgia: ______________________ Figura 52 – Ficha de avaliação corporal 84 Unidade II A fotografia pode ser uma boa ferramenta para a avaliação de resultados. Fotografando-se as lesões ou locais inestéticos antes e depois dos procedimentos, pode-se obter uma interessante forma de comparação. No entanto, é necessário, nesse caso, lembrar-se de manter fixas, o máximo possível e em ambas as imagens, as condições externas que podem variar (como o horário do dia, a utilização da mesma máquina fotográfica, o mesmo operador para a máquina, mesmo local, mesma iluminação, mesma distância e mesmo enquadramento da máquina fotográfica em relação ao ponto a ser analisado; além disso, é interessante, para fins de comparação, manter o mesmo tipo de vestimenta em todas as fotografias. Dessa maneira, pode-se obter uma apresentação mais fidedigna dos resultados (apesar de não conclusivo devido aos diversos recursos de edição que hoje podem ser utilizados). Lembrete A ficha de avaliação representa um processo que deve ser realizado com todos os clientes, constituindo-se no primeiro contato entre profissional e paciente. 5.2 Diagnóstico e prognóstico: análise da ficha de avaliação facial Da mesma maneira como é feita uma anamnese e uma avaliação corporal para os tratamentos corporais, faz-se para os tratamentos faciais. É necessário que se faça a avaliação levando em consideração o indivíduo como um todo, sem deixar de atentar a características, lesões e pontos inestéticos da face. A primeira parte da ficha de avaliação é a coleta de dados do cliente, conforme feito para a avaliação corporal. Aqui, os tratamentos também podem causar efeitos colaterais prejudiciais ou negativos para pessoas que apresentam alterações médicas ou dermatológicas. Aqui também os hábitos de vida, a dieta, o estresse e o fator medicamentoso podem refletir na aparência da pele, sendo indispensável analisar tais fatores no primeiro contato com o cliente (a avaliação). No entanto, a avaliação clínica facial é um pouco mais minuciosa. As alterações cutâneas podem ser causadas por fatores intrínsecos (relacionados com o que vem de dentro do nosso corpo) ou extrínsecos (relacionados com os fatores externos), levando em consideração as particularidades de cada um. Devemos observar ainda o biótipo cutâneo, o grau de envelhecimento e as lesões presentes. 85 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Data: / / Ficha de Anamnese Facial Módulo I – Dados Pessoais Nome: Idade: Nascimento: ____/_____/_____. Sexo: ( ) M / ( ) F Estado civil: Raça: Natural de: Estado: País: Grau de Instrução: Profissão: Endereço: Bairro: CEP: Telefone(s): E-mail: Módulo II – Antecedentes Pessoais 1) Já fez tratamento facial antes? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Quais? 2) Tem antecedentes alérgicos a cosméticos? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Quais? 3) Sua função intestinal é regular? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 4) Pratica esportes? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Quais? 5) É fumante? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Cigarros/dia? 6) Tem alimentação saudável? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 7) Bebe água com frequência? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 8) Usa ou já usou ácido na pele? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Qual? 9) Seu ciclo menstrual é regular? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 9) Faz uso de anticoncepcional? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 10) Está grávida? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 11) Costuma tomar sol? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 12) Cuida de sua pele no dia a dia? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 13)Apresenta problemas cardíacos, hipertensão, diabetes, epilepsia, câncer etc.? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Quais? 14) Tem parentes com esses problemas? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 15) É portador de marca-passo? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 16) Tem próteses metálicas? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 17) Tem prótese dentária? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Obs.: 18) Faz tratamento médico? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Quais? 19) Faz uso de medicamentos? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Quais? 20) É alérgico a algum medicamento? 1 – ( ) Sim 2 – ( ) Não Quais? Figura 53 – Ficha de avaliação facial 86 Unidade II Os biótipos cutâneos podem ser variados. Vejamos cada um deles. • Pele eudérmica: é a pele normal, apresenta óstios finos, espessura, coloração, textura e brilho normal. • Pele alípica: é a pele seca, apresenta óstios e espessura fina, coloração normal, textura suave ao tato, brilho normal com tendência ao opaco, aspecto descamativo e com envelhecimento precoce. • Pele mista: biótipo comum no Brasil, pode ser confundida com a pele oleosa. O biótipo misto apresenta óstios dilatados, profundos e visíveis na zona T (ou seja, testa, nariz e mento) e óstios pouco visíveis nas laterais da face, espessura maior na área T, coloração brilhosa no centro da face e textura suave. • Pele lipídica: é a pele oleosa, apresenta óstios profundos e visíveis em toda a face, espessura espessa, coloração normal, textura mais áspera ao tato e brilho excessivo. • Pele acneica: apresenta secreção sebácea aumentada, óstios profundos, espessura espessa e, a partir do grau 2, há processo inflamatório. • Pele sensível: é uma pele que reage a qualquer estímulo, sendo mais comum em peles claras; tem coloração avermelhada e apresenta sensação de queimação. As lesões primárias por alteração de cor dividem-se em leucodermias e acromias. As leucodermias são as hipercromias, isto é, as manchas mais escuras que a cor da pele, resultado do excesso de pigmentação (como as efélides ou sardas). Já as hipocromias são manchas de coloração esbranquiçada, resultado da diminuição da pigmentação (como o vitiligo). A acromia é a diminuição ou ausência da pigmentação da pele (por exemplo, o albinismo). As manchas vásculo-sanguíneas podem ser classificadas como eritema, que é uma vermelhidão cutânea ocasionada por vasodilatação capilar. As telangiectasias são microvasos caracterizados pela vasodilatação capilar. A rosácea é uma doença inflamatória crônica de origem desconhecida que se caracteriza por eritema e telangiectasias, podendo apresentar acne (associada à presença de edema) e pápulas (que podem estar acompanhadas de pústulas e nódulos), sendo mais frequente nas mulheres. O angioma (ou hemangioma rubi) é o acúmulo anormal de vasos sanguíneos na pele ou nos órgãos internos, podendo ocorrer em qualquer parte do corpo. O xantelasma é um conjunto de pequenas bolsas amareladas e salientes situadas nas pálpebras, sendo constituídas por depósitos de colesterol. O tratamento muitas vezes é realizado através da um tipo de cirurgia plástica chamado de blefaroplastia ou eletrocautério (jato de plasma), uma vez que sua remoção não é possível apenas com uma limpeza de pele. 87 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Figura 54 – Xantelasma O hematoma é a coleção de sangue, em um órgão ou tecido, decorrente de trauma. Nesse tipo de caso, pode-se realizar uma drenagem linfática para aumentar a circulação do local e melhorar a aparência do tecido. Figura 55 – Hematoma As verrugas são tumores benignos da pele causados pelo papilomavírus humano. Vale alertar que, se a verruga for grande, deve ser extirpada apenas através do procedimento médico. A pápula é uma lesão inflamatória elevada avermelhada, conhecida popularmente como espinha. Ela não deve ser removida na limpeza de pele para não piorar o processo inflamatório, aconselhando-se, nesse caso, drenar a pápula para melhorar o grau da lesão. 88 Unidade II Figura 56 – Pápula Lembrete A pápula não pode ser extraída na limpeza de pele, pois pode piorar a lesão. O ideal é lançar mão de uma drenagem a fim de minimizar o processo inflamatório. Os nódulos são uma elevação de origem epitelial ou conjuntiva com mais de 1 cm de diâmetro. Muitas vezes, o nódulo não é facilmente visível, daí a importância da palpação. Como as pápulas, os nódulos não devem ser extraídos na limpeza de pele. O comedão (ou cravo) nada mais é do que o sebo oxidado. Pode ser preto ou branco e deve ser removido na limpeza de pele. Já os miliuns são cistos brancos queratinosos e superficiais que podem ser removidos na limpeza de pele com o auxílio de uma agulha de insulina. Figura 57 – Comedões A pele também pode apresentar algumas lesões líquidas, como pústulas e bolhas. A pústula é uma pequena elevação da epiderme (contendo pus) que deve ser removida na limpeza de pele. Já a bolha constitui-se de uma formação fechada contendo linfa. 89 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Como resultado do processo de envelhecimento cutâneo, temos as rugas, que são chamadas de atrofia, uma decorrência da diminuição de proteínas, e as fissuras, que são rachaduras cutâneas. Existem dois tipos de cicatrizes, a hipertrófica, que é irregular e segue o trajeto da incisão cirúrgica, e o queloide, que não respeita o trajeto da incisão cirúrgica, invadindo a pele vizinha. A hipertricose é uma alteração conhecida como síndrome do lobisomem, na qual se observa um aumento exagerado dos pelos. Já o hirsutismo é o aumento exagerado dos pelos terminais sexuais masculinos na mulher. A hiperqueratose é o espessamento moderado ou excessivo da camada córnea, deixando a pele com um aspecto grosso e envelhecido. Nesse caso, é indicada a esfoliação na pele, a fim de minimizar tal característica. A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que pode afetar mucosas, unhas e articulações. Acomete homens e mulheres de qualquer idade, sendo mais frequente na terceira década de vida. É caracterizada pela presença de lesões avermelhadas, bem delimitadas e descamativas em qualquer parte do corpo. Nesses casos, não é indicado realizar nenhum tipo de procedimento estético enquanto a doença apresentar-se ativa. Devemos também tomar cuidado com as pintas, que podem caracterizar lesões cancerígenas. O profissional da estética deve ter um conhecimento amplo, mantendo-se sempre atualizado em relação à área da saúde, porém, em nenhum caso, pode diagnosticar um cliente, devendo, isso, sim, orientá-lo a procurar um médico especializado. Por exemplo, é conhecida a regra do ABCD para avaliação de pintas: A significa que elas não devem ser assimétricas, B significa que não devem apresentar bordas irregulares, C indica que não devem ter alteração de cor e D aponta que não deve haver aumento na dimensão. Pois bem, ao perceber qualquer uma dessas alterações em uma pinta, você deve encaminhar seu paciente a um dermatologista. Observação O número de casos de câncer de pele no Brasil cresce diariamente. Muitas vezes, isso se dá em decorrência da exposição ao sol sem o uso de um protetor solar de forma adequada. Tal comportamento pode levar a um avanço da lesão, que, por sua vez, pode evoluir para o melanoma (neoplasia maligna da pele considerada mais grave e com maiores chances de metástase). Além da ficha de avaliação, pode ser dado ao cliente um termo de consentimento. Isso normalmente acontece em casos que demandam utilização de determinados produtos, tratamentos invasivos ou mesmo para publicação de fotos de resultados (com o objetivo de explicar sobre o tratamento), entre outros. Precisamos ressaltar que, em tais contextos, é imprescindível que o profissional deixe uma cópia com o cliente e que mantenha o documento original (assinado) no arquivo da clínica. 90 Unidade II 6 FISIOPATOLOGIA, PREVENÇÃO E TRATAMENTO 6.1 Hidrolipodistrofia ginoide (HLDG), gordura localizada e obesidade A hidrolipodistrofia ginoide (HLDG) é uma alteração crônica circulatória ocasionadapelo excesso de triglicerídeos nos adipócitos. Condição tipicamente feminina, produz alterações no tecido em certas áreas do corpo, como membros inferiores, coxas e glúteos. Figura 58 – Hidrolipodistrofia ginoide Observação Quando desmembramos a expressão “hidrolipodistrofia ginoide”, podemos observar que “hidro” quer dizer água, “lipo” indica gordura, “distrofia” significa alteração e “ginoide” está associado ao biótipo corporal feminino com o formato de pera (membros superiores mais finos e membros inferiores mais largos). A gordura localizada caracteriza-se pelo aumento do número de células adiposas, que chamamos de hiperplasia adipocitária, e pelo aumento do volume do adipócito, chamado de hipertrofia adipocitária. As células maiores localizam-se na camada mais profunda do tecido adiposo. As causas da hidrolipodistrofia ginoide estão relacionadas com fatores predisponentes (como idade, sexo e desequilíbrio hormonal) e com fatores desencadeantes (estresse, fumo, sedentarismo, diabetes e maus hábitos alimentares). 91 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Como estratégias de tratamento, cabe combater a gordura localizada, reduzindo o número e o volume dos adipócitos, e combater a celulite, corrigindo o déficit microcirculatório zonal, aumentando o fluxo sanguíneo e melhorando a qualidade do tecido cutâneo. O tratamento estético é formado por um triângulo, dependendo de um bom profissional, bons equipamentos e bons dermocosméticos para se obterem bons resultados. O profissional deve seguir o procedimento padrão, iniciando o tratamento com a avaliação, incluindo a inspeção e a palpação, e, através disso, obtendo o diagnóstico correto e o protocolo de tratamento mais adequado. Os princípios ativos que podemos associar ao tratamento da hidrolipodistrofia ginoide e da gordura localizada são os lipolíticos (como cafeína e pimenta-negra), os termogênicos (como nicotinato de metila, wasabi e gengibre), os que ativam a circulação (cavalinha, castanha-da-índia, centelha-asiática etc.) e os criogênicos (caso da cânfora e do mentol). Quanto ao protocolo de tratamento da hidrolipodistrofia ginoide e da gordura localizada, inúmeros recursos podem ser associados: recursos manuais (drenagem linfática manual, massagem modeladora, massagem turbinada, massagem com bambu e sculpter massage), Mayler, gessoterapia, argiloterapia, talassoterapia e dermocosméticos. Quanto aos recursos tecnológicos, temos eletrolipoforese, ultrassom, termoterapia, ionização, endermologia, lipocavitação, criolipólise, radiofrequência e criofrequência. Em qualquer tratamento é necessário observar as indicações, nesse caso, a gordura localizada e a HLDG, e as contraindicações, que incluem hipertensão arterial, hipotensão, diabetes descompensado, disfunção renal, gravidez ou período de lactação, cardiopatias, lesões cutâneas, neoplasias e infecções. A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal associado a problemas de saúde que, normalmente, levam a novos prejuízos à saúde do indivíduo. Ela está relacionada a diversas causas, como alimentação incorreta (o consumo excessivo de alimentos muito calóricos, que, via de regra, também são os alimentos ricos em gordura, pode resultar em sobrepeso e obesidade), falta de atividade física, alterações metabólicas e herança genética. A obesidade acarreta uma série de limitações, incluindo a estética. O atual padrão de beleza, ainda que esteja começando a ser contestado, ainda exige um peso corporal menor do que o tido como normal. Há também limitações de movimento (em casos mais extremos, até mesmo para amarrar o cadarço do tênis, por exemplo), maior probabilidade de contaminações com fungos e outras bactérias de pele (em razão das suas dobras cutâneas) e sobrecarga na coluna e nos membros inferiores (podendo apresentar, a longo prazo, degenerações como artroses das articulações da coluna, do quadril, dos joelhos e dos tornozelos, além de trombose venosa profunda e outros problemas). A obesidade também promove a inflamação no tecido adiposo, implicando diversas complicações fisiopatológicas e aumentando o risco de desenvolvimento de várias disfunções e doenças, como diabetes tipo II, distúrbios respiratórios, distúrbios endócrinos, doenças cardiovasculares, problemas imunológicos, distúrbios psicológicos e psiquiátricos, diminuição da fertilidade e câncer, entre outros vários problemas. 92 Unidade II A avaliação da composição corporal é uma medida fundamental para a avaliação do estado nutricional de um indivíduo e muitos métodos são utilizados para esse fim. Algumas técnicas se baseiam em medidas de peso, estatura, circunferência abdominal (CA) e circunferência do quadril, para verificação da relação cintura/quadril (RCQ); pode-se também fazer a medida de gordura corporal pelo método de bioimpedância, entre outros. No entanto, um dos métodos mais utilizados (e simples) ainda é o cálculo do índice de massa corporal (IMC), também conhecido como índice de Quételet, em homenagem ao seu criador Adolphe Quételet. Lembrete O IMC é obtido a partir da divisão da massa corporal (em quilogramas) pela estatura (em metros) elevada ao quadrado (kg/m2). É considerado IMC baixo aquele até 20, normal o que está entre 20 e 24,99, de sobrepeso aquele entre 25 e 29,99, de obesidade o que está entre 30 e 39,99 e, por fim, de obesidade mórbida quando acima de 40. A circunferência abdominal (CA) é obtida através da medida na menor curvatura localizada entre as costelas e a crista ilíaca, com fita métrica flexível e inelástica e sem comprimir os tecidos. Quando não é possível identificar a menor curvatura, realiza-se a medida 2 centímetros acima da cicatriz umbilical. Segundo Lean e Han (1995), o risco para doenças cardiovasculares é aumentado para mulheres com CA ≥ 80 cm e para homens com CA ≥ 94 cm, alterando-se para um risco muito aumentado em mulheres com CA ≥ 88 cm e homens com CA ≥ 102 cm. Com os perímetros de cintura (CA) e de quadril, chega-se à relação cintura/quadril (RCQ), conseguida pelo quociente entre a cintura e o perímetro do quadril. Os pontos de corte entre os valores adequados e os inadequados de RCQ mais utilizados são 0,8 para o sexo feminino e 1,0 para o masculino. No entanto, para um diagnóstico adequado de obesidade, é importante que seja realizada a avaliação do índice de massa corporal em uma clínica médica, além de um exame clínico de sangue. À medida que o índice de massa corporal aumenta, cresce o risco de desenvolvimento de doença arterial coronária, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemias. Alguns estudos associam ainda o índice de massa corporal (IMC) a problemas reprodutivos em homens, mostrando que o aumento do IMC está relacionado com a má qualidade do sêmen e a diminuição da concentração e da mobilidade de espermatozoides; a baixa qualidade do esperma pode causar uma pequena redução no potencial de fertilidade masculina (MACRINI, 2014). O tratamento para a obesidade inclui o trabalho multidisciplinar com médico, fisioterapeuta, esteticista, nutricionista, psicólogo e educador físico, havendo a necessidade da alinhar a alimentação, praticar algum tipo de atividade física e associar tratamentos estéticos para gordura localizada, flacidez e redução de medidas, além de tomar medicamentos em casos de indicação médica. 93 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Observação Embora já existam muitos protocolos prontos, cada cliente deve ser tratado de forma individualizada e globalizada. Protocolo não é uma receita, ele pode e deve ser alterado conforme a queixa de cada indivíduo. 6.2 Flacidez e estrias A flacidez ocorre quando há diminuição do tônus, podendo ser tissular, muscular ou tissular e muscular. A flacidez tissular acontece quando há uma redução da atividade e do número de fibroblastos, resultando na diminuição e na desorganização das fibras colágenas. Pode ser decorrente de um processo de emagrecimento, pela tensão das fibras, podendo levarao aparecimento de estrias. As estrias são alterações cutâneas que ocorrem em razão de rompimento de fibras elásticas e comprometimento das fibras colágenas (paralelas e bilaterais), promovendo um adelgaçamento da epiderme e a diminuição da espessura da derme. Inicialmente de coloração rubra (conhecida como estria avermelhada), decorrente de um processo inflamatório na derme, evolui para a cor branca (alba), com um aspecto abrilhantado, chamado de nacarado. O aparecimento das estrias pode estar associado a diversos fatores, como alteração hormonal, desidratação tecidual, predisposição hereditária, obesidade, gestação, variações de peso, medicamentos (como corticoides e anticoncepcional), esforços para ganhar massa muscular, crescimento acelerado entre 12 e 16 anos, radiação solar e colocação de próteses de silicone. As estrias possuem etiologia multifatorial, podendo estar associadas à teoria mecânica (que é a mais comum), à teoria endócrina e à teoria infecciosa. Segundo a teoria mecânica, a estria se dá pelo estiramento dérmico determinado por distensões progressivas, ocorrendo uma isquemia local, ou seja, pela diminuição da vascularização (por exemplo, estiramento cutâneo por crescimento ou deposição de gordura). De acordo com a teoria endócrina, trata-se do resultado de um efeito inibidor dos glicocorticoides sobre fibroblastos (por exemplo, uso de medicamentos, corticoides e anabolizantes). A teoria infecciosa diz que as estrias são decorrentes de processos infecciosos que causam danos às fibras elásticas (como meningite, febre reumática e outras infecções). De acordo com a incidência, as estrias podem acometer homens, mulheres e adolescentes, sendo muito comuns na gestação. Durante a avaliação, os sinais clínicos são diminuição da espessura cutânea, prurido que se dá pelo ressecamento da pele (causando a coceira), hiperemia local (evoluindo para uma alteração de coloração) e ausência de secreção sebácea e sudoral no local. Existem dois estágios de evolução das estrias. O primeiro ocorre na fase inicial: há um processo inflamatório no local que gera destruição das fibras, deixando o tecido acometido pelas estrias com uma coloração vermelha. No segundo estágio tem-se a diminuição da vascularização no local, com as estrias evoluindo para uma coloração esbranquiçada e abrilhantada. Os locais mais acometidos pelas 94 Unidade II estrias são os glúteos, seios, abdômen, coxas e região lombossacral, podendo aparecer também na parte interna dos braços. Com o avanço da tecnologia, temos diversos tratamentos que podem ser associados para minimizar essa afecção. Para as estrias rubras, que ainda estão vascularizadas, normalmente indica-se o uso de princípios ativos com alfa-hidroxiácidos, que atuam na renovação celular mantendo a hidratação e a nutrição cutânea. Para as estrias nacaradas, que já tem o processo instalado e ausência da vascularização local, o tratamento deve estimular o aumento da vascularização e da uniformização cutânea. Nesse caso, o profissional, depois da avaliação, pode escolher o melhor recurso para o tratamento, entre eles: galvanopuntura, microagulhamento, vacuoterapia e carboxiterapia. Figura 59 – Estrias O tratamento para as estrias tem como objetivo aumentar a vascularização, melhorar a flacidez, restaurar o manto hidrolipídico, estimular fibroblastos, ordenar as fibras elásticas e aumentar a espessura da derme. Os resultados vão depender do grau da atrofia, do diâmetro da estria, do tempo de evolução, do biótipo, do fototipo cutâneo e da localização. Observação Quanto maior o fototipo cutâneo, maior o risco de ocorrer hiperpigmentação no tratamento. É importante que o profissional conheça bem os princípios ativos a serem utilizados, tomando sempre o cuidado de não desenvolver uma hipercromia no local. Vale ressaltar que, quanto maior o diâmetro das estrias nacaradas, melhor o resultado do tratamento. Durante o tratamento o profissional deve passar algumas orientações para o seu cliente, como manter uma boa hidratação no local, usar dermocosméticos específicos na prevenção das estrias no home care, evitar o efeito sanfona e usar protetor solar no local (evitando a discromia). 95 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR São contraindicações para a execução do tratamento para as estrias gravidez e período de lactação; somente após o término do aleitamento materno a mulher poderá fazer o tratamento, evitando, assim, que o procedimento tenha algum acometimento nessa fase. Quanto a diabéticos, a pele fica fina e sensível, além de haver dificuldade de cicatrização; quando a pessoa apresenta deficiência do sistema imunitário, o tratamento estético também pode dificultar a cicatrização e, por fim, não é indicado realizar o procedimento sobre cicatrizes recentes a fim de não piorar a lesão. 6.3 Envelhecimento facial O envelhecimento cutâneo constitui-se em um reflexo da idade biológica do indivíduo, nem sempre correspondendo a sua idade cronológica. Trata-se de um processo natural do ciclo da vida pelo qual todos nós devemos passar. Caracteriza-se pela diminuição da produção de fibroblastos, resultando em pele fina, flácida e com rugas aparentes, havendo também diminuição das defesas antioxidantes e menor regeneração celular, limitando a capacidade de renovação cutânea e tornando a pele desvitalizada e sem viço. Pode-se afirmar que o envelhecimento facial é determinado basicamente por três fatores: genética, estilo de vida e ambiente. A divisão celular ocorre no organismo durante toda a nossa vida, ainda que em ritmos distintos. Por exemplo, sabe-se que as células das crianças apresentam mais ciclos de replicação do que as de pessoas mais velhas. Isso porque, com o passar do tempo, as células têm um decréscimo em sua capacidade metabólica e de replicação. A esse fenômeno de redução da capacidade de duplicação denomina-se senescência replicativa celular. Observação O termo senescência provém de senectus, que quer dizer envelhecimento. O envelhecimento é caracterizado por uma série de alterações estruturais da pele acompanhadas de uma mudança no nível de homeostasia, que leva ao desequilíbrio celular. O número de duplicações celulares dos fibroblastos depende da idade. Os fibroblastos fetais podem duplicar-se, em média, 50 vezes antes de entrar em senescência; já a partir dos 30 anos, esse número de duplicações é reduzido em 10%, aproximadamente, a cada década. O envelhecimento hormonal inicia-se cerca de 4 a 5 anos antes da menopausa, período que nas mulheres é chamado de climatério e que ocorre por volta dos 50 anos. Ele resulta na redução da síntese de proteínas como colágeno, elastina, glicosaminoglicanas e proteoglicanas na derme. Durante a avaliação, podemos avaliar o grau do fotoenvelhecimento. Para isso, podemos seguir a classificação estipulada por Richard Goglau em 1996 (apud BORGES; SCORZA, 2016). • Grau 1: o envelhecimento é leve, pele sem alteração dermoepidérmica, com rugas mínimas, fotoenvelhecimento inicial, pouca pigmentação, ausência de queratoses e lesões senis, acomete a 96 Unidade II faixa etária de 20 a 30 anos. Essa pele requer manutenção e prevenção, ou seja, cuidados no home care como higienização, tonificação, proteção solar e esfoliação uma vez na semana (e, se houver necessidade, limpeza de pele com o profissional a cada 30 dias). • Grau 2: o envelhecimento é moderado, a pele apresenta rugas dinâmicas, finas e com alteração dermoepidérmica, presença de lesões senis em estágio inicial e ausência de queratoses, acometendo a faixa etária de 30 a 40 anos. Essa pele requer correção e prevenção, os cuidados em home care são iguais aos do grau 1, acrescentando dermocosméticos antioxidantes e tratamentos complementares com o profissional (que pode sugerir peeling de diamante, corrente galvânica como ionização, radiofrequência). • Grau 3: o envelhecimento é avançado, a pele apresenta rugas dinâmicas e estáticas, visíveis mesmo na ausência dos movimentos,há presença de lesões senis, alterações vasculares (telangiectasias) e queratoses solares, acometendo a faixa etária de 40 a 50 anos. Essa pele requer correção e estímulo das funções cutâneas. Como tratamento home care, pode-se associar aos cuidados básicos dos graus 1 e 2 dermocosméticos que contenham colágeno e elastina, a fim de melhorar a firmeza cutânea; no tratamento em cabine, com o profissional, podem ser incluídos, além da limpeza de pele que prepara a pele para receber os demais tratamentos, microagulhamento, criofrequência, intradermoterapia pressurizada com ativos firmantes e preenchedores. • Grau 4: o envelhecimento é severo, a pele apresenta rugas dinâmicas e estáticas generalizadas, diminuição da espessura da epiderme, pele com coloração amarelo-acinzentado (que ocorre pelo espessamento da camada córnea da epiderme) e maior risco de câncer de pele, acometendo a faixa etária de 50 a 60 anos. Como tratamento home care, podem ser indicados, além dos cuidados básicos do grau 3, dermocosméticos que contenham colágeno e elastina, a fim de melhorar a firmeza cutânea; no tratamento em cabine, com o profissional, podem ser incluídos, além da limpeza de pele que prepara a pele para receber os demais tratamentos, microagulhamento, criofrequência, intradermoterapia pressurizada com ativos firmantes e preenchedores e indicação do trabalho multidisciplinar, para a realização dos procedimentos invasivos, com profissionais habilitados. A flacidez se dá pelo enfraquecimento das fibras colágenas e elásticas que sustentam os tecidos do nosso organismo, podendo ser dérmica, referente à pele, ou muscular, quando envolve o músculo. O processo de enfraquecimento dos fibroblastos ocorre de forma natural, podendo sofrer influências genéticas, pelo excesso de sol, pelo sedentarismo, por uma alimentação inadequada, pelo fumo, por gravidez, por obesidade, por distúrbios hormonais e pelo uso de bebida alcoólica. As rugas de expressão são decorrentes da contração muscular repetida ao longo dos anos e são mais comuns na região orbicular dos olhos, orbicular da boca e sulco nasogeniano. As rugas estão relacionadas com o processo natural de envelhecimento da pele, porém fatores ambientais e estilo de vida podem acelerar seu desenvolvimento, como fumo, estresse, exposição aos raios solares e alteração hormonal. 97 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Os princípios ativos mais utilizados para minimizar os sinais do envelhecimento são: ácido ascórbico (conhecido como vitamina C), ácido hialurônico e coenzima Q10, pois melhoram a hidratação cutânea; silício orgânico, que redensifica a derme; colágeno, elastina e DMAE, que promovem ação firmante e redensificam a matriz dérmica. A seguir temos umas sugestão de protocolo para o tratamento. Esse protocolo pode ser realizado de 2 a 3 vezes por semana, por 10 sessões. Após esse período, deve-se reavaliar o quadro e, se houver necessidade, podemos dar continuidade ou alterar o programa de tratamento. • Como primeiro passo, higienizamos a pele do cliente com uma loção ou emulsão de limpeza, que, posteriormente, deve ser removida com algodão e água. • Na segundo passo, realizamos uma esfoliação física na pele, para auxiliar na remoção das células mortas. Posteriormente, deve-se remover o esfoliante com uma gaze seca (para que os grânulos não grudem na pele), removendo o excedente com algodão e água. • Como terceiro passo, deve-se embeber um algodão com uma loção tônica específica para o biótipo cutâneo, aplicando-a com movimentos ascendentes na pele do cliente. Cabe salientar que esse produto não deverá ser removido. • O quarto passo consiste em utilizar um dermocosmético, na forma de sérum, com ação nutritiva, aplicando-o na pele em associação com o equipamento de ionização por 10 minutos. Caso você não disponha desse equipamento, aplique o produto na pele e realize movimentos de pinçamentos até que seja completamente absorvido. • Como quinto passo, deve-se aplicar uma máscara com ação anti-idade, a qual deve agir por 20 minutos, sendo, então, removida com algodão embebido em água. • O sexto passo é realizar uma massagem facial com um creme que contenha princípios ativos com ação anti-idade. • Um passo opcional seria o uso de um equipamento de corrente russa, radiofrequência ou de microcorrentes. O equipamento de corrente russa é indicado para aumentar o tônus muscular, já a radiofrequência e as microcorrentes são usadas para melhorar o tônus tissular. Um recurso manual mais simples e que pode ser agregado ao tratamento é o uso de esferas cromoterápicas. • Por fim, como última etapa, finaliza-se o tratamento com protetor solar específico para o biótipo cutâneo. 6.4 Discromias A pele é o mais visível aspecto do fenótipo humano, e sua cor é um de seus fatores mais variáveis. Dentro de cada raça, cada indivíduo é único e a combinação de pigmentos torna cada cor única. 98 Unidade II Em nós, seres humanos, a cor da pele está diretamente relacionada à ação combinada de quatro pigmentos naturais: carotenos (de cor amarelada e armazenados no tecido subcutâneo), a hemoglobina oxigenada (de coloração arroxeada), a hemoglobina reduzida (de coloração azulada pela presença das vênulas da derme, devido à vascularização) e, principalmente, o nível de melanina presente, que é um pigmento natural da pele de cor marrom. Além disso, a coloração sofre influência de fatores genéticos, raciais e hormonais, além de fatores externos, como a radiação ultravioleta. Problemas dermatológicos relacionados com a pigmentação resultam em alterações cutâneas, denominadas discromias, que nada mais são que as manchas presentes na nossa pele. Trata-se de uma modificação da cor natural da pele de um indivíduo devido a alterações na síntese de melanina, alterações essas resultantes da diminuição (hipomelanoses) ou do aumento (hipermelanoses) da melanina e da deposição de substâncias endógenas ou exógenas na derme (hipercromias). Assim, podem ser classificadas em acromias, hipocromias e hipercromias. As acromias são marcadas pela ausência total de melanina, como a leucodermia solar, o vitiligo e o albinismo. No entanto, quando se apresentam envoltas por uma zona hiperpigmentada, são chamadas de leucomelanodermias. Já as hipocromias são caracterizadas pelo déficit de pigmento, como as diversas hipomelanoses e as pitiríases (pitiríase alba, conhecida como pano branco, e pitiríase versicolor). As hipercromias podem ser do tipo melanodérmicas (pelo excesso de melanina, como as efélides, ou sardas, e as lentigens senis) ou não melanodérmicas (ocorrem em razão de outros pigmentos, como tatuagem ou micropigmentação). As discromias têm causas multifatoriais, como predisposição genética, gestação, reposição hormonal, lesões pós-inflamatórias, medicamentos, cosméticos, disfunções endócrinas, disfunções hepáticas e exposição aos raios ultravioleta. As discromias geralmente melhoram no inverno, pois o sol é mais fraco e transpiramos menos, agravando-se no verão, pois o sol é mais forte, transpiramos mais e nos expomos mais à radiação, estimulando uma maior produção de melanina. Devido a esses fatores relacionados às estações, normalmente sugere-se que o tratamento seja realizado no inverno, pois os fatores agravantes são menos intensos, da mesma forma que a probabilidade de incidência e recidiva das manchas quando ocorre a reexposição solar é muito elevada. Observação A radiação ultravioleta, que se dá pela ação dos raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB), estimula a atividade dos melanócitos, produzindo uma quantidade maior do pigmento melânico, levando, assim, a um incremento na pigmentação. O hormônio estimulador do melanócito (MSH ou melanotropina) é o principal hormônio responsável pela melanogênese. Além dele, os estrógenos e a progesterona também influenciam na pigmentação. Há dois tipos de pigmentação melânica, que são a base para a cor normal da pele: a cor constitutiva, que é determinada pelapele saudável e não submetida à radiação ultravioleta, e a cor facultativa, que é a cor de pele mais intensa, resultante de exposição solar. 99 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR O melanócito é uma célula dendrítica da pele produtora de melanina. Ele está localizado na epiderme, sobre a membrana basal, mais especificamente na junção dermoepidérmica, e seu número é igual, em todas as raças, desde o nascimento. Ou seja, o número de melanócitos não varia, no entanto, essas células aumentam de tamanho, e, consequentemente, a atividade das enzimas presentes. Dessa forma, a cor da pele dos diferentes grupos raciais se diferencia basicamente em razão das nuances na quantidade e na distribuição da melanina formada. A formação da melanina diminui com o envelhecimento do indivíduo devido a uma diminuição natural da atividade enzimática dos melanócitos. A célula melânica produz dois tipos de melanina: a eumelanina, que origina um pigmento que vai do marrom ao preto, predominante em peles mais morenas, e a feomelanina, que origina um pigmento que vai do amarelado ao avermelhado, presente em pessoas com peles mais claras. Histologicamente, as discromias podem ser epidérmicas, apresentando depósito de melanina nas camadas basais, dérmica ou mista (a mais comum). Alguns dos tipos de discromias mais comuns são melasma, lentigens senis, efélides, melanose de Riehl e melonodermia pós-inflamatória. Clinicamente, o melasma (também chamado de cloasma) aparece com manchas padrão na região do centro da face, frontal, zigomática, nasal, supralabial e mentoniana. Muitas vezes, o melasma está associado à gravidez, passando a ser chamado nessa fase de cloasma, com as manchas persistindo após o parto na maioria dos casos. No entanto, pode também estar relacionado a distúrbios hormonais, uso de anovulatórios, cosméticos fotossensibilizantes, exposição ao sol e outros medicamentos. Figura 60 – Melasma As lentigens senis são manchas escuras de tamanhos variados (de 0,5 a 2 cm) que aparecem em áreas muito expostas ao sol (como rosto, mãos, braços e antebraços) principalmente em pessoas com peles mais claras e idade acima de 40 anos de idade. 100 Unidade II Figura 61 – Lentigens senis As efélides (ou sardas) são pequenas manchas acastanhadas encontradas em áreas de exposição solar, cujo desenvolvimento se deve ao aumento da atividade dos melanócitos e, consequentemente, aumento de melanina na epiderme. Têm características genéticas e estimuladas pela radiação ultravioleta, por isso tornam-se acentuadas no verão. Figura 62 – Efélides A melanodermia pós-inflamatória acontece como resposta a um processo inflamatório crônico que pode produzir as manchas em zonas melanodérmicas, principalmente em peles escuras. Para o tratamento das discromias, podemos associar recursos manuais, como drenagem linfática manual, massagens revigorantes, remoção do estrato córneo com esfoliação, microagulhamento, esferas cromoterápicas, e outros protocolos com uso de dermocosméticos e recursos tecnológicos. Os produtos cosméticos e farmacêuticos com atividade despigmentante são utilizados para o tratamento de pessoas que apresentam distúrbios de hiperpigmentação, como melasma, hiperpigmentação 101 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR pós-inflamatória, lentigem senil e efélides. Esses produtos podem ser de origem sintética ou natural e nos lembram da importância de estudar a fitocosmetologia para o tratamento das discromias. As substâncias despigmentantes mais efetivas para o tratamento das hipercromias envolvem a inibição da síntese da melanina, sendo um dos mecanismos envolvidos a inibição da enzima tirosinase. A inibição da enzima tirosinase pode ser obtida através do uso de substâncias que apresentam estrutura fenólica, o que inclui os flavonoides, taninos, tocoferóis e derivados do ácido cinâmico, encontrados na maioria das plantas. Entre os princípios ativos mais utilizados para amenizar as discromias, podem ser citados: • Ácido ascórbico: conhecido como vitamina C, tem efeito antioxidante e contribui para diminuir a síntese de melanina através da interação com os íons de cobre e para diminuir a produção da dopaquinona. • Alfa-hidroxiácido: inclui o ácido glicólico, extraído da cana-de-açúcar, tem ação despigmentante através de sua propriedade de peeling, além de ação queratolítica e de iluminador. • Ácido retinoico: através de sua propriedade de peeling, proporciona um efeito clareador. • Ácido mandélico: extraído das amêndoas amargas, tem efeito uniformizador da pele. • Ácido kójico: obtido pela fermentação do arroz, inibe a tirosinase, principalmente através da quelação dos íons de cobre e, com isso, tem uma ação clareadora suave sobre a pele. • Hidroquinona: despigmentante muito conhecido por sua ação de inibição da tirosinase, diminuição da proliferação dos melanócitos, degradação dos melanossomas e destruição dos melanócitos. No entanto, apresenta muitos efeitos colaterais e vem sendo substituído por novos produtos. • Arbutin: glicosídeo da hidroquinona menos tóxico que ela própria, é transformado nela localmente, após sua absorção pela pele. • Ácido azelaico: encontrado no trigo, no centeio e na cevada, trata-se de uma substância produzida pelo fungo Malassezia furfur, uma levedura que vive naturalmente na pele; tem ação antioxidante e antitirosinase. • Ácido tartárico: extraído da uva, possui ação antioxidante e clareadora. • Ácido tranexâmico: promove o clareamento cutâneo. • Antipollon®: silicato de alumínio sintético finamente granulado com capacidade de absorção da melanina. 102 Unidade II • Melawhite®: solução de peptídeos que atua como inibidora da tirosinase, minimizando a formação de manchas na pele. • Vitamina F: inibe a produção de melanina e aumenta a renovação do estrato córneo. Diversos outros produtos e ativos de plantas vêm sendo estudados, surgindo a cada dia alternativas mais eficazes, que associadas às diversas técnicas estéticas podem ser utilizadas para o tratamento das discromias. Observação Embora seja utilizada há bastante tempo, a hidroquinona é proibida em diversos países da Europa, além de Austrália, Nova Zelândia, Japão, África do Sul, Tailândia e outros. No Brasil, seu uso é permitido, no entanto, os produtos autorizados têm, no máximo, 2% desse fator em sua composição (se forem manipulados em farmácias, com receita médica, podem chegar, no máximo, a 4%). Em países como Zimbábue, Zâmbia, Angola e Zaire, as concentrações permitidas são mais altas, podendo chegar a 20%. Nesse quantidade, há riscos para a saúde, uma vez que muitos estudos feitos na área, com roedores, associam o uso de grandes concentrações de hidroquinona a câncer do sangue e de pele. Aliás, o uso de recursos tecnológicos é mais uma ferramenta que pode ser associada ao tratamento das discromias, como ionização, microcorrentes, corrente russa, laser, LED, radiofrequência, criofrequência, vapor de ozônio, máscara térmica, peeling de cristal, peeling de diamante, peeling ultrassônico, alta frequência, eletrocautério (jato de plasma) e intradermoterapia pressurizada, entre outros. As contraindicações para o uso desses recursos envolvem gravidez, indivíduos com distúrbios de sensibilidade, lesões cutâneas, alergias, neoplasias, hipertensão ou hipotensão arterial e diabetes (principalmente quando o indivíduo apresenta-se descompensado). O objetivo do tratamento estético para as discromias é atenuar a hiperpigmentação, regular a melanogênese, modular o melanócito e o melanossoma, promovendo uma esfoliação eficaz para que haja uma melhor permeação cutânea e uma renovação do estrato córneo, possibilitando, assim, a manutenção dos resultados. 6.5 Acne A acne é definida como uma dermatose crônica, inflamatória ou não, que envolve a unidade pilossebácea, resultante do bloqueio do sebo e alterações microbianas. A formação da secreção sebácea ocorre em cada glândula pilossebácea, e nela está presente a enzima 5-alfa-reductase,que transforma 103 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR a testosterona em di-hidrotestosterona, o hormônio ativo com capacidade para iniciar a síntese de sebo cutâneo. Portanto, para que haja um incremento na produção sebácea, devem existir outras circunstâncias que, reunidas, aumentem a secreção sebácea. As lesões da acne surgem, na maioria dos casos, na face, mas podem aparecer também nas costas, no peito, em ombros e braços. Os fatores externos e internos (ou individuais) alteram a produção sebácea. Entre os fatores externos, podemos citar temperatura e umidade. Todas as pessoas com pele oleosa sabem que no verão a oleosidade se intensifica, com parasitas e bactérias colonizando o folículo piloso onde está localizada a glândula sebácea. Como fatores individuais, podemos citar a raça (peles negras, por exemplo, costumam apresentar pele oleosa), além de idade (adolescentes, por influência hormonal, apresentam maior quantidade de sebo em zonas cutâneas, preferencialmente zonas pilosas). Todos nós produzimos sebo na pele, uns em maior quantidade e outros em menor. O sebo desenvolve funções importantíssimas em nossa pele. A gordura presente na superfície cutânea, importante para a manutenção da sua saúde, por exemplo, evita a perda excessiva de água, diminui o atrito com o meio externo, mantém a hidratação da pele, atua como protetora contra fungos e bactérias, além de participar da produção de vitamina D. Assim, o grande problema do sebo é o seu excesso. As lesões presentes na acne são: comedões abertos e fechados (cravos), pápulas (espinhas inflamadas), pústulas (espinhas que contêm pus), nódulos, cistos e miliuns (que contêm queratina dura e são comuns na área dos olhos). Existem 5 graus de acne: • Grau 1: chamada de acne comedoneana, a pele apresenta comedões abertos e fechados. • Grau 2: chamada de acne pápulo-pustulosa, a pele apresenta comedões abertos e fechados, pápulas e pústulas. • Grau 3: chamada de acne nódulo-cística, a pele apresenta comedões abertos e fechados, pápulas, pústulas, nódulos e cistos. • Grau 4: conhecida como acne conglobata, nessa fase a acne já está em um grau mais avançado, observando-se nódulos, abscessos, cistos com presença de pus e processo inflamatório. Além disso, o indivíduo pode apresentar aspecto desfigurante. • Grau 5: chamada de acne fulminans, é a forma mais grave e rara da doença, apresenta redução do estado geral do indivíduo acometido, que, na maioria das vezes, precisa ficar internado. O esteticista só pode tratar a acne em graus 1 e 2, pois, a partir do grau 3, já há a necessidade de uma intervenção médica e medicamentosa. A pele seborreica apresenta características como o hiperfuncionamento das glândulas sebáceas, com excesso de umidade e orifícios cutâneos dilatados, havendo um aspecto untuoso, comedões e 104 Unidade II cistos sebáceos. O aumento do sebo na pele facilita o aparecimento de alterações como acne, dermatite seborreica, caspa e cistos. Os tratamentos masculinos não são diferentes dos femininos, mas vale ressaltar que o homem apresenta uma pele mais espessa e oleosa, produzindo maior secreção sebácea, o que favorece a oxidação e a ação dos radicais livres, levando ao aparecimento de comedões, óstios dilatados e acne. Mais uma vez, é necessário que o profissional da área entenda a cosmecêutica a fim de optar pelo melhor cosmético para controle e tratamento do excesso de oleosidade. De modo geral, podemos utilizar substâncias que possuem a propriedade de regular a secreção sebácea e melhorar a estrutura e o conforto da pele oleosa, desempenhando uma função anti-irritante e adstringente e inibindo a ação da enzima 5-alfa-reductase. Durante o tratamento, é importante seguir algumas orientações para controlar o fluxo de oleosidade e incorporar à rotina uma higiene adequada da pele, mantendo os cuidados, controlando a quantidade sebácea, eliminando o aspecto oleoso, evitando lavar a face com água quente, higienizando a pele com produtos específicos (o uso de produtos incorretos ou inadequados pode levar à piora da oleosidade, à acne – com o aparecimento de comedões e pústulas – e à maior formação de cistos). Observação Para controlar a produção sebácea e minimizar o aspecto oleoso, é importante que o cliente siga as orientações do profissional, como fazer a limpeza de pele no período recomendado e utilizar dermocosméticos oil-free. Como sugestão de tratamento podemos utilizar inúmeros recursos manuais e tecnológicos, cabendo sempre lembrar de avaliar cada pele antes de escolher a melhor técnica. Entre os recursos manuais, temos a limpeza de pele, que é o primeiro tratamento a ser realizado (antes de qualquer outro), pois prepara a pele para receber os demais tratamentos. Para acne de grau 1 (somente comedoneana), pode ser feita esfoliação física, química ou mecânica. Para acnes do grau 2 em diante, deve-se fazer somente esfoliação química, pois a partir desse grau a pele apresenta inflamação; se for realizada esfoliação mecânica ou física, será causada uma agressão maior à pele. Pode-se utilizar a cureta, pois facilita a remoção dos comedões; esferas cromoterápicas frias, que auxiliam na desintoxicação cutânea; o pinçamento de Jacquet, que favorece a permeação dos ativos; e a drenagem linfática, uma vez que, por não causar vasodilatação nem aumentar a temperatura, não estimula a produção sebácea. Os recursos tecnológicos que podemos incluir no tratamento são: alta frequência, opção indispensável tendo em vista sua ação bactericida e fungicida; vapor de ozônio ou máscara térmica (pode ser utilizado um ou outro no dia da limpeza de pele, por cinco minutos, para favorecer a emoliência, minimizando a dor na hora da extração); extração à vácuo no dia da limpeza de pele (para isso é importante que o profissional tenha o equipamento de vacuoterapia e/ou LED azul, dadas suas propriedades hidratante e cicatrizante); corrente galvânica como ionização (somente para acne de grau 1 e sem inflamação), para facilitar a penetração dos princípios ativos na pele e o desincruste para remoção do 105 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR excesso de sebo; por fim, os peelings de diamante, de cristal e ultrassônico (não recomendado em caso de acne grau 2, pois o cliente não toleraria a dor). As indicações para o tratamento da acne são peles oleosas e seborreicas de adolescentes e adultos, peles com acne ou com tendência a manifestações acneicas de todos os fototipos cutâneos. As contraindicações são gravidez, período de lactação, sensibilidade em relação a algum componente da formulação cosmética, pele com cosméticos inflamáveis (como álcool e éter) e pessoas que façam (ou tenham feito recentemente) uso de isotretinoína, além de exposição ao sol direto sem proteção. Figura 63 – Pele acneica A seguir, temos uma sugestão de tratamento para acne grau 1 e 2. Pode ser feito a cada 20 ou 30 dias. Lembre-se sempre de realizar a limpeza de pele antes. • Realiza-se a higienização da pele com uma loção ou emulsão de limpeza, que deve ser removida com algodão e água. • Aplica-se um esfoliante físico ou químico para acne. Em ambos os casos, deve-se removê-los primeiramente com uma gaze seca e depois com uma gaze úmida, de forma a facilitar a remoção do produto. • No caso de se fazer a limpeza de pele, deve-se antes atentar à emoliência, aplicando-se uma loção ou emulsão emoliente. • Por cima do emoliente, utiliza-se vapor de ozônio ou máscara térmica por 5 minutos. • Depois de 5 minutos, após retirar o vapor de ozônio ou a máscara térmica, realiza-se a extração (somente no dia da limpeza de pele). 106 Unidade II • Após a extração, cuida-se da assepsia e da tonificação com uma loção tônica adstringente ou calmante embebida em algodão e aplicada com movimentos ascendentes (essa loção não será removida). • Opcionalmente, aplica-se alta frequência ou laser/LED. • Na sequência, aplica-se uma máscara calmante/secativa na pele, deixando-a agirpor cerca de 15 minutos, removendo-a, depois disso, com algodão e água. • Aplica-se um gel ou fluido secativo nas lesões acneicas, espalhando-se o produto até sua completa absorção (esse produto não deve ser removido). • Finaliza-se o procedimento com um protetor solar livre de óleo. Observação No protocolo anterior, a limpeza de pele não será realizada toda semana, somente a cada 20 ou 30 dias. Nos outros dias, deve-se fazer todo o procedimento sem a extração e a emoliência. 6.6 Tratamento com LED e laser A luz é uma radiação eletromagnética constituída de uma gama de comprimentos de onda (λ) sensíveis ao olho humano. As ondas eletromagnéticas ficam entre radiações infravermelhas e ultravioleta. Os fótons são as partículas quânticas da luz, sendo a luz um fluxo de fótons. O mecanismo de interação da luz no tecido ocorre pela absorção do laser, que penetra no tecido e sofre um espalhamento, sendo, então, absorvida pelas células e promovendo seus efeitos nos tecidos biológicos. Há diferentes emissões da luz. A luz halógena é um conjunto de fótons de diversos comprimentos de onda, visíveis e invisíveis (cor branca), viajando em diversas direções. A luz LED é um conjunto de fótons de determinados comprimentos de onda viajando em diversas direções. Já a luz laser é um conjunto de fótons de um único comprimento de onda, todos viajando em uma única direção. A nomenclatura laser vem de luz amplificada estimulada pela emissão da radiação, ou seja, trata-se de uma radiação elétrica não ionizante, que não é prejudicial nem cancerígena. Existe o laser terapêutico, utilizado na estética, que emite radiação de baixa intensidade e é utilizado para revitalização cutânea e hidratação. O termo LED vem de light-emitting diode, ou seja, é um emissor de luz diodo, não emitindo radiação e possuindo uma gama de cores que podem ser utilizadas em várias áreas de forma terapêutica. 107 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR A fototerapia convencional se divide em laser terapêutico vermelho, com espectro de absorção de 660 nanômetros (nm), laser terapêutico infravermelho, com espectro de absorção de 808 nanômetros, LED azul, com espectro de absorção de aproximadamente 470 nanômetros, e LED âmbar, com espectro de mais ou menos 590 nanômetros. O laser vermelho, com seu espectro de absorção de 660 nm, tem como finalidade estimular a síntese de colágeno, promovendo ação analgésica, anti-inflamatória, antibactericida e antifungicida em infecções cutâneas, escaras contaminadas e onicomicoses contaminadas, auxiliando na cicatrização de tecidos superficiais da epiderme e da derme, além de atuar na prevenção da formação do queloide, sendo, então, usado para tratamento de queimaduras físicas e químicas e no combate aos radicais livres no tratamento antienvelhecimento. O laser terapêutico infravermelho, com espectro de absorção de 808 nm, pode ser associado a tratamentos da drenagem linfática, com aplicação em rede ganglionar, acne, pós-operatório cirúrgico, edemas em onicocriptoses, lipodistrofia ginoide e gordura localizada. O laser infravermelho estimula a síntese de colágeno, promove ação analgésica e anti-inflamatória, aumenta a circulação periférica, estimula o sistema imunológico, pode ser usado para correção de botox, aumenta a absorção de cosméticos em geral e atua na cicatrização de tecidos profundos, como ossos, cartilagem e tecido nervoso. O LED azul, com espectro de absorção de aproximadamente 470 nm, tem ação bactericida no combate a microrganismos da acne (Propionybacterium acne), atua na hidratação tecidual, melhorando a luminosidade cutânea, auxilia na melhora das olheiras e no clareamento da área das axilas e da virilha. Figura 64 – LED azul O LED âmbar, com espectro de absorção de mais ou menos 590 nm, é usado para tratamentos de rejuvenescimento e revitalização cutânea, pois estimula a síntese de colágeno, proporcionando melhora do viço, nutrição e hidratação cutânea. 108 Unidade II Figura 65 – LED âmbar O tratamento com laser terapêutico ou com LED é não invasivo, indolor e sem efeito colateral, possibilitando a integração social imediata e estimulando a fidelização do cliente. As contraindicações para o tratamento com fototerapia são: dermatoses por fotossensibilidade, pessoas submetidas a tratamentos com ácidos sintetizados a partir da vitamina A (como ácido retinoico, retinol A, vitanol A, retin, tretinoína e isotretinoína) e/ou antibióticos à base de tetraciclinas, histórico pessoal de câncer no local, gravidez, aplicação sobre a glândula tireoide. Saiba mais Para se aprofundar no assunto, você pode ler a obra indicada a seguir. TRAJANO, R. O laser de baixa intensidade a serviço da estética. In: PEREIRA, M. F. L. (org). Recursos técnicos em estética. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2013. A seguir, temos uma sugestão de protocolo com fototerapia na limpeza de pele. • Higienização da pele com emulsão de limpeza e remoção com algodão e água. • Esfoliação física com movimentos circulares e remoção com gaze seca e, depois, algodão e água. • Drenagem linfática, fazendo a evacuação com o laser infravermelho nos linfonodos. • Emoliência, realizada com uma emulsão ou solução emoliente, podendo potenciar com máscara térmica ou vapor de ozônio. 109 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR • Antissepsia e tonificação da pele, feitas com uma loção tônica adstringente, embebida no algodão (não deve ser removida). • Para acalmar e descongestionar a pele, aplicação de máscara calmante, deixando agir por 15 minutos, removendo posteriormente com algodão e água. • LED azul para hidratação e consequente intumescimento dos tecidos. Na sequência, laser vermelho, que atua na biomodulação da cicatrização. Os parâmetros devem ser usados de acordo com a orientação do fabricante do equipamento. • Para finalizar o procedimento, protetor solar, de acordo com o fototipo cutâneo do cliente. 7 ANÁLISE DE ARTIGOS CIENTÍFICOS PUBLICADOS EM DISCIPLINAS DE FORMAÇÃO GERAL Por meio da leitura dos artigos indicados a seguir, você poderá desenvolver o senso crítico e, com base nos conceitos de interdisciplinaridade praticados no decorrer do curso, saber interpretar e entender tanto os objetivos quanto as conclusões apresentadas em cada artigo. 7.1 Artigo sobre biossegurança em estética Este artigo avalia o conhecimento e as práticas de biossegurança adotadas pelos profissionais da área da beleza, utilizando-se, para isso, de uma pesquisa. Nela, abordam-se as questões de uso de luvas e contato com sangue de clientes, uso de equipamentos de proteção individual durante as atividades laborais, doenças com maiores riscos de contágio e transmissão na prática laboral e uso de equipamentos de esterilização, entre outros temas. Referência do artigo: FELIPE, I. M. A. et al. Biossegurança em serviço de embelezamento: conhecimento e práticas em uma capital do nordeste brasileiro. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 38, n. 4, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3dLW9nk. Acesso em: 7 mar. 2021. 8 ANÁLISE DE ARTIGOS PUBLICADOS ESPECÍFICOS SOBRE TRATAMENTOS ESTÉTICOS 8.1 Artigo sobre tratamento de hidrolipodistrofia ginoide e gordura localizada Indicamos a leitura do artigo “Análise dos efeitos do ultrassom terapêutico e da eletrolipoforese nas alterações decorrentes do fibroedema geloide” pela sua abordagem acessível em relação a essa afecção comum e multifatorial que acomete cerca de 90% da população feminina. Aqui, fala-se sobre a associação de dois métodos de tratamento “antigos”, convencionais e simples, o ultrassom e a eletrolipoforese, com resultados bastante satisfatórios. 110 Unidade II Referência do artigo: MACHADO, G. C. et al. Análise dos efeitos do ultrassom terapêutico e da eletrolipoforese nas alterações decorrentes do fibroedema geloide. Fisioterapia em Movimento, v. 24, n. 3, p. 471-749, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3vj1jxd. Acesso em: 7 mar. 2021. 8.2 Artigo sobre tratamento de obesidade A obesidadeafeta grande parte da população nos dias atuais e a busca por tratamentos e métodos para eliminar peso crescem a cada dia, com diversas clínicas oferecendo programas para auxiliar na melhora da obesidade. Por isso, sugerimos a leitura do artigo “Análise de um programa de estratégias de emagrecimento multidisciplinar (Afine-se) em pacientes obesos”, que mostra uma estratégia para tratar essa afeção. Referência do artigo: MEYER, P. F. et. al. Análise de um programa de estratégias de emagrecimento multidisciplinar (Afine-se) em pacientes obesos. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v. 13, n. 78, p. 231-237, 2019. Disponível em: https://bit.ly/2RNOiwX. Acesso em: 7 mar. 2021. 8.3 Artigo sobre associações terapêuticas para flacidez A flacidez é uma afecção que acomete homens e mulheres e está relacionada à diminuição do colágeno, podendo ser facial ou corporal e, muitas vezes, acompanhada das estrias. No período gestacional, a preocupação com as mudanças do corpo aumenta e, entre elas, aparece o problema da flacidez. Você pode ver mais detalhes sobre o assunto lendo o artigo indicado a seguir, “Tratamento da flacidez e diástase do reto-abdominal no puerpério de parto normal com o uso de eletroestimulação muscular com corrente de média frequência: estudo de caso”, no qual é abordada a questão de um tratamento eficaz através da eletroestimulação. Referência do artigo: BORGES, F. S.; VALENTIN, E. C. Tratamento da flacidez e diástase do reto-abdominal no puerpério de parto normal com o uso de eletroestimulação muscular com corrente de média frequência: estudo de caso. Revista Brasileira de Fisioterapia Dermato-Funcional, v. 1, n. 1, 2002. Disponível em: https://bit.ly/2QLyNFn. Acesso em: 7 mar. 2021. 8.4 Artigo sobre associações terapêuticas para estrias As estrias são consideradas cicatrizes adquiridas que acometem mulheres, homens e adolescentes. De etiologia multifatorial, são inicialmente avermelhadas, evoluindo para uma coloração esbranquiçada e abrilhantada. Há uma grande procura nas clínicas de estética para o tratamento dessa alteração cutânea e, como falado anteriormente, existem diversos tratamentos disponíveis para minimizar e melhorar o aspecto das estrias. Como forma de complementar seu estudo, sugerimos que você leia o artigo “Aplicação da galvanoterapia em uma máquina de tatuar para estrias”, que trata do uso da galvanopuntura no tratamento desse problema. 111 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Referência do artigo: MEYER, P. F. et al. Aplicação da galvanoterapia em uma máquina de tatuar para estrias. Fisioterapia Brasil, v. 10, n. 3, 2009. Disponível em: https://bit.ly/3ngD1Rm. Acesso em: 7 mar. 2021. 8.5 Artigo sobre envelhecimento facial cutâneo Embora muitos não gostem de passar por esse processo, o envelhecimento é uma fase natural e esperada da vida, fase na qual ocorrem muitas alterações fisiológicas e orgânicas. Esteticamente, os sinais são evidentes, principalmente na face: há uma diminuição dos elementos do tecido conjuntivo, promovendo uma alteração dos fibroblastos, o que resulta em rugas, ptose e flacidez (tissular e muscular). Para entender melhor esse processo de envelhecimento, você pode ler o artigo “Envelhecimento: um processo multifatorial”. Referência do artigo: SANTOS, F. H.; ANDRADE, V. M.; BUENO, O. F. A. Envelhecimento: um processo multifatorial. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 1, p. 3-10, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pe/v14n1/a02v14n1.pdf. Acesso em: 7 mar. 2021. 8.6 Artigo sobre tratamento de discromias As discromias surgem, na maioria das vezes, na face e podem ter coloração esbranquiçada (ou seja, mais clara que o tom da pele) ou amarronzada (mais escura que o tom da pele). O melasma é uma das discromias que mais incomodam os clientes, sendo mais frequente no sexo feminino e estando comumente relacionado com alteração hormonal. Aparecendo no período gestacional, passa a ser chamado de cloasma. Para entender um pouco mais sobre o assunto, sugerimos que você leia o artigo “Fisiopatologia do melasma”. Referência do artigo: MIOT, L. D. B. et al. Fisiopatologia do melasma. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 84, n. 6, 2009. Disponível em: https://bit.ly/3xjU75G. Acesso em: 7 mar. 2021. 8.7 Artigo sobre tratamento de acne A acne é uma dermatose crônica da pele e apresenta quatro fatores etiológicos que podem ser desencadeantes. Muitas pessoas dizem que a alimentação inadequada contribui para o seu aparecimento, que a obesidade, o leite, o amendoim e o chocolate podem piorar o quadro. Para entender melhor tudo isso, sugerimos a leitura do artigo a seguir, que explica a relação entre alimentação e hormônios no desenvolvimentos da acne. Referência do artigo: COSTA, A.; LAGE, D.; MOISÉS, T. A. Acne e dieta: verdade ou mito? Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 85, n. 3, 2010. Disponível em: https://bit.ly/2QPwcdJ. Acesso em: 7 mar. 2021. 112 Unidade II 8.8 Artigo sobre tratamento com LED e laser A luz intensa pulsada tem sido amplamente utilizada atualmente pelos seus diversos benefícios nos tratamentos de epilação, visando a redução dos pelos, na melhora das discromias, resultando no clareamento das manchas e, consequentemente, na melhora do fotoenvelhecimento (promovendo uma pele com aparência mais jovem). Para entender melhor sobre a evolução dessa tecnologia sugere-se a leitura do artigo indicado a seguir. Referência do artigo: PATRIOTA, R. C. R.; RODRIGUES, C. J.; CUCÉ, L. C. Luz intensa pulsada no fotoenvelhecimento: avaliação clínica, histopatológica e imuno-histoquímica. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 86, n. 6, p. 1129-1133, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3sM2jYM. Acesso em: 7 mar. 2021. Resumo Antes de iniciar qualquer procedimento estético, seja corporal ou facial, o profissional deve fazer uma avaliação no cliente, pois é através dela que o esteticista conhecerá melhor seu cliente, as indicações, as contraindicações, enfermidades atuais ou anteriores, uso de medicamentos, tratamentos já realizados e queixa principal, de forma a se poder traçar o mais adequado protocolo de tratamento. Após realizar a coleta de dados, o profissional deve realizar a inspeção, observando e relatando todas as alterações presentes. Muitas informações não são identificáveis pelo olhar, lançando-se mão, nessas situações, da palpação, como é o caso de nódulos, medição da temperatura do local e do limiar de dor etc. Nos tratamentos corporais, entre as principais queixas nas clínicas de estética estão a hidrolipodistrofia ginoide (que deve ser avaliada conforme o grau do fibroedema geloide e sua consistência), a gordura localizada (que deve ser avaliada conforme queixa do próprio cliente e utilizando-se da perimetria com fita métrica), a obesidade (que deve ser examinada valendo-se da análise da composição do corpo, através da verificação do índice de massa corporal) e estrias (que devem ser analisadas com a observação da profundidade e cor das lesões). Na estética facial, a queixa na maioria das vezes é o envelhecimento, que engloba as rugas, flacidez cutânea e muscular e as discromias. Os tratamentos são inúmeros para amenizar essas alterações, requerendo o conhecimento e a atualização constante do profissional da estética. 113 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR A acne acomete grande parte dos adolescentes, mas também pode aparecer na vida adulta. Para o tratamento, a limpeza de pele é o primeiro procedimento a ser realizado, estando esse problema entre os tratamentos mais executados nas clínicas dermatológicas e estéticas. A procura por tratamentos com laser e LED tem crescido significativamente, pois são recursos que podem ser utilizados tanto nos tratamentos faciais como nos corporais, apresentando grande eficácia. Com a vida agitada nos grandes centros urbanos e a tendência de retomada de tratamentos milenares, as técnicasholísticas têm sido bastante procuradas para relaxamento e até para tratamento de enfermidades. Podemos citar: auriculoterapia, massagens diversas com luvas, pedras, conchas, pindas, sculpter, cromoterapia, musicoterapia etc. Como futuro profissional, você deve estar sempre procurando se atualizar, seja participando de congressos científicos, fazendo cursos de especialização ou mesmo realizando pesquisas bibliográficas em livros e artigos recentes que comprovem cientificamente os resultados dos tratamentos com ativos e recursos tecnológicos inovadores da área. Mas não apenas sobre temas da estética: devemos nos atualizar também sobre os diversos assuntos para melhor entender e saber conversar com os clientes. Exercícios Questão 1. Antes de iniciar qualquer tratamento, é necessário fazer uma anamnese do indivíduo como um todo, por meio de um questionário onde constam informações sobre sua idade, raça, grau de instrução, queixa principal, hábitos de vida (como prática de esportes, tabagismo, etilismo, estado emocional, cuidados corporais etc.), seu histórico de patologias (incluindo as de seus familiares), medicamentos que utiliza, intervenções cirúrgicas, hábitos alimentares, características da pele e avaliação física. Com base no exposto e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. I – O índice de massa corporal (IMC) menor que 20 está relacionado à obesidade mórbida, não sendo relevante na anamnese. II – O tabagismo piora a celulite e acelera o envelhecimento da pele, pois a nicotina gera vasoconstrição e diminui a oxigenação cutânea, manifestando algumas alterações como atrofia, palidez e coloração acinzentada ou amarelada. III – A pele eudérmica é a pele seca, apresentando óstios e espessura fina, coloração normal, textura suave ao tato, brilho normal, com tendência ao opaco, aspecto descamativo e com envelhecimento precoce. 114 Unidade II É correto o que se afirma em: A) II, apenas. B) III, apenas. C) I e III, apenas. D) I, II e III. E) I e II, apenas. Resposta correta: alternativa A. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: conforme consta na unidade II do livro, o IMC menor do que 20 indica baixo peso. O IMC acima de 40 caracteriza obesidade mórbida. Além disso, lê-se que, “na avaliação corporal, o profissional pode fazer a exploração física através do índice de massa corporal”. Portanto, o IMC é relevante para a anamnese. II – Afirmativa correta. Justificativa: essas informações referem-se às consequências do tabagismo para a pele. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: essa é a descrição da pele alípica, não da pele eudérmica. Questão 2. Nos seres humanos, a cor da pele se deve à ação combinada de quatro pigmentos naturais, que são os carotenos, de cor amarela, que se armazenam no tecido subcutâneo, a hemoglobina oxigenada, de coloração arroxeada, a hemoglobina reduzida, de coloração azulada pela presença das vênulas da derme, devido à vascularização, e principalmente a melanina, um pigmento produzido pelo melanócito, célula localizada na epiderme. Problemas dermatológicos relacionados com a pigmentação resultam em alterações cutâneas, denominadas discromias ou manchas na pele. De causa multifatorial, as discromias são modificações da cor natural da pele de um indivíduo, devido às alterações resultantes da diminuição (hipomelanoses) ou do aumento (hipermelanoses) da melanina e da deposição de substâncias endógenas ou exógenas na derme (hipercromias). 115 ESTÉTICA E COSMÉTICA INTERDISCIPLINAR Com base no exposto e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. I – As hipomelanoses e as pitiríases (pitiríase alba, conhecida como pano branco, e pitiríase versicolor) são exemplos de acromias. II – As discromias são causadas exclusivamente pela radiação ultravioleta. III – As efélides, conhecidas como sardas, as lentigens senis, tatuagens e micropigmentação são exemplos de hipercromias. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II, apenas. C) I e III, apenas. D) III, apenas. E) I e II, apenas. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: conforme o texto da unidade II do livro-texto, “as acromias são marcadas pela ausência total de melanina, como a leucodermia solar, o vitiligo e o albinismo...”. O próprio enunciado já permite a conclusão de que os exemplos citados não são de acromias, ao esclarecer que hipomelanoses são resultantes da diminuição da melanina (não da sua ausência). Os exemplos citados na afirmativa são de hipocromias (“as hipocromias são caracterizadas pelo déficit de pigmento, como as diversas hipomelanoses e as pitiríases”). II – Afirmativa incorreta. Justificativa: a radiação ultravioleta não é o único fator responsável pelas discromias. O enunciado da questão já prevê que as discromias têm causa multifatorial. Além disso, no texto da unidade II do livro-texto consta: “as discromias têm causas multifatoriais, como predisposição genética, gestação, reposição hormonal, lesões pós-inflamatórias, medicamentos, cosméticos, disfunções endócrinas, disfunções hepáticas e exposição aos raios ultravioleta”. 116 Unidade II III – Afirmativa correta. Justificativa: conforme o texto da unidade II do livro-texto, “as hipercromias podem ser do tipo melanodérmicas (pelo excesso de melanina, como as efélides, ou sardas, e as lentigens senis) ou não melanodérmicas (ocorrem em razão de outros pigmentos, como tatuagem ou micropigmentação)”. Além disso, o enunciado ajuda ao relacionar hipercromias à deposição de substâncias exógenas na derme (caso de tatuagens e micropigmentação). 117 REFERÊNCIAS Textuais ANVISA. Bulário eletrônico. [s.d.]. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/. Acesso em: 7 mar. 2021. ANVISA. Resolução RDC n. 36, de 17 de junho de 2009. Dispõe sobre a proibida a exposição, a venda e a entrega ao consumo de formol ou de formaldeído (solução a 37%) em drogaria, farmácia, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência e drugstore. Brasília: Anvisa, 2009. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br http://www.rio.rj.gov.br/ dlstatic/10112/5126700/4133525/ResoluuoRDCANVISA3609.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. ANVISA. Segurança do paciente: higienização das mãos. Brasília: Anvisa, [s.d.]. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. AUGUSTO, A. B.; LACRIMANTINI, L. M. Curso didático de estética. 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