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Indaial – 2022
CiênCia
Profª. Miriam Quadros de Oliveira
Profª. Talita Cristiane Sutter
1a Edição
EnfErmagEm E
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Profª. Miriam Quadros de Oliveira
Profª. Talita Cristiane Sutter
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Impresso por:
O48e
Oliveira, Miriam Quadros de
Enfermagem e ciência. / Miriam Quadros de Oliveira; Talita 
Cristiane Sutter – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
185 p.; il.
ISBN 978-65-5663-817-1
ISBN Digital 978-65-5663-818-8
1. Teorias da Enfermagem. - Brasil. I. Sutter, Talita Cristiane II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Enfermagem e Ciência, que 
trata de assuntos voltados às teorias da Enfermagem e ao mercado de trabalho de seus 
profissionais.
Na Unidade 1, elucidaremos a história da Enfermagem, com a perspectiva de 
analisar os acontecimentos que levaram ao seu surgimento, refletindo sobre os contextos 
vinculados à história da profissão, pois é importante pensarmos na Enfermagem como 
parte de um processo histórico, social, de educação, político e de gênero. Veremos a 
importância do exercício profissional e do Código de Ética de Enfermagem, buscando 
orientar sobre as atribuições de cada membro de uma equipe de Enfermagem, visando 
aos princípios, aos direitos, aos deveres, às proibições, às infrações e às penalidades 
relacionados ao trabalho de Enfermagem. Também apresentaremos as principais 
entidades de classe, que têm finalidade de nos representar legalmente. Por fim, faremos 
uma introdução sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), visando 
às fases que devem ser abordadas para a sua construção de forma sistematizada, 
privando a segurança e a qualidade no atendimento ao paciente que busca o serviço de 
saúde para sua recuperação e seu tratamento. 
Na Unidade 2, estudaremos as teorias da Enfermagem de Hoy, Handerson e 
Peplau. A teoria de Hoy Roy coloca a Enfermagem como uma profissão cujo foco são os 
cuidados de saúde centrados em processos de vida humana, visando à promoção da 
saúde da sociedade. Henderson defendia que uma ocupação que afeta a vida humana – 
nesse sentido, a profissão da Enfermagem deve ter suas funções esquematizadas, com 
base no ensino e na qualificação profissional. Por fim, a teoria de Peplau foca a profissão 
da Enfermagem como um processo de relação interpessoal, dividida fases: orientação, 
identificação, exploração e resolução.
E, por último, porém não menos importante, na unidade 3, estudaremos os 
pontos gerais do profissional de Enfermagem no mercado de trabalho, refletindo sobre 
os vínculos, a jornada de trabalho e o piso salarial, bem como sobre as dificuldades 
enfrentadas no dia a dia e na busca pela colocação nesse mercado.
Bons estudos!
Profª. Talita Cristiane Sutter
Profª. Miriam Quadros de Oliveira
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, 
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa 
facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como 
um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará você 
a entender melhor o que são essas informações adicionais 
e o porquê você poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é uma 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - CONTEXTUALIZAÇÃO, LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 
 E ETAPAS DO CUIDADO DO PROCESSO EM ENFERMAGEM .......................... 1
TÓPICO 1 - A CONSOLIDAÇÃO DA ENFERMAGEM COMO CIÊNCIA .....................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 HISTÓRIA DA ENFERMAGEM ..............................................................................................3
3 A ENFERMAGEM NO BRASIL ..............................................................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................14
TÓPICO 2 - EXERCÍCIO PROFISSIONAL E CÓDIGO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM ............ 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17
2 LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL E CÓDIGO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM ................ 17
2.1 CÓDIGO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM .............................................................................................22
2.1.1 Princípios fundamentais ...........................................................................................................22
2.1.2 Os direitos ....................................................................................................................................23
2.1.3 Os deveres ...................................................................................................................................24
2.1.4 Proibições ....................................................................................................................................262.1.5 Infrações e penalidades ........................................................................................................... 27
3 O PAPEL DAS ENTIDADES DE CLASSE .......................................................................... 29
3.1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN) .....................................................................30
3.2 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM (COREN) ..................................................................30
3.3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM (ABEN) .............................................................30
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 32
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 33
TÓPICO 3 - INTRODUÇÃO À SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE 
 ENFERMAGEM (SAE) ....................................................................................... 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 35
2 A CIÊNCIA DO CUIDADO .................................................................................................. 35
3 METODOLOGIA SAE ......................................................................................................... 45
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 49
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 53
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 54
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56
UNIDADE 2 — TEORIAS DE ENFERMAGEM ........................................................................ 63
TÓPICO 1 — TEORIAS DA ENFERMAGEM DE FLORENCE, HORTA E OREM ....................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 65
2 TEORIAS DE FLORENCE NIGHTINGALE E WANDA HORTA ............................................ 66
2.1 TEORIA DE FLORENCE NIGHTINGALE ............................................................................................66
2.2 TEORIA DE WANDA HORTA ...............................................................................................................70
3 TEORIA DE DOROTHEA OREM ......................................................................................... 80
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................87
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 88
TÓPICO 2 - TEORIAS DE ENFERMAGEM DE ROY, HENDERSON E PEPLAU ...................... 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 91
2 TEORIAS DE CALLISTA ROY E VIRGÍNIA HENDERSON ................................................... 91
2.1 TEORIA DA CALLISTA ROY ................................................................................................................ 91
2.2 TEORIA DE VIRGÍNA HENDERSON ..................................................................................................93
3 TEORIA DE HILDEGARD PEPLAU .................................................................................... 94
RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................96
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................97
TÓPICO 3 - TEORIAS DE ENFERMAGEM DE ABDELLAH, ROGERS, WATSON 
 E LEININGER .....................................................................................................99
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................99
2 TEORIAS DE FAYE E ROGERS ...........................................................................................99
2.1 TEORIA DE FAYE ABDELLAH ...........................................................................................................99
2.2 TEORIA DE MARTHA ROGERS.........................................................................................................101
3 TEORIAS DE JEAN WATSON E MADELEINE LEININGER ...............................................102
3.1 TEORIA DE JEAN WATSON ..............................................................................................................102
3.2 TEORIA DE MADELEINE LEININGER .............................................................................................104
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................107
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................111
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 113
UNIDADE 3 — PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS .............................................................. 119
TÓPICO 1 — O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO MERCADO DE TRABALHO ........... 121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 121
2 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO ....................................................124
3 ENFERMEIRO COMO GESTOR DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ...........................................128
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 137
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................138
TÓPICO 2 - ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL NA PESQUISA E NA EDUCAÇÃO .................. 141
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 141
2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA DA PESQUISA ..................................................142
3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA EDUCATIVA ......................................................145
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................152
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................153
TÓPICO 3 - INDICADORES DA EDUCAÇÃO CONTINUADA EM ENFERMAGEM ...............155
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................155
2 INDICADORES COMO FERRAMENTA PARA CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO ............156
3 ROTINAS E FLUXOS DA EDUCAÇÃO CONTINUADA EM ENFERMAGEM ....................... 161
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................169
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 175
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 177
1
UNIDADE 1 - 
CONTEXTUALIZAÇÃO, 
LEI DO EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL E 
ETAPAS DO CUIDADO 
DO PROCESSO EM 
ENFERMAGEMOBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer sobre a história da enfermagem;
• conhecer sobre a história da enfermagem no Brasil;
• conhecer a lei do exercício profissional com base no código de ética brasileiro;
• conhecer a ciência do cuidado;
• conhecer a contextualização sobre SAE;
• conhecer os processos para implantação da SAE.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com 
o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – A CONSOLIDAÇÃO DA ENFERMAGEM COMO CIÊNCIA
TÓPICO 2 – EXERCÍCIO PROFISSIONAL E CÓDIGO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM
TÓPICO 3 – INTRODUÇÃO À SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
A CONSOLIDAÇÃO DA ENFERMAGEM 
COMO CIÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
Antes de haver ciência, o ideal da Enfermagem já fazia parte da sociedade, pela 
possibilidade de confortar o outro, afastá-lo da dor e ajudá-lo a se curar por intermédio 
de cuidados. As habilidades para alcançar tal ideal surgiram a partir do conhecimento 
empírico e das superstições, a ciência veio mais tarde (PAIXÃO, 1979).
Neste tópico, elucidaremos a história da Enfermagem, na perspectiva de 
analisar os acontecimentos que levaram a seu surgimento. A partir dessas colocações, 
podemos refletir sobre os contextos vinculados à história da profissão, pois, além da 
cronologia dos acontecimentos, é importante pensarmos na Enfermagem como parte 
de um processo histórico, social, de educação, político e de gênero.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
O livro História da Enfermagem, de Waleska Paixão, cuja primeira edição foi 
publicada em 1951, é o mais reconhecido no Brasil sobre o assunto. Nele, constam os 
fatos relativos à evolução da Enfermagem no mundo desde antes de Cristo, finalizando 
com a história da Enfermagem no Brasil. A autora afirma que a religião teve forte 
influência na profissão:
O tratamento do enfermo depende estreitamente do conceito de 
saúde e de doença. Depende, porém, ainda mais, dos sentimentos 
de humanidade que nos levam a servir a nosso semelhante, 
principalmente quando o vemos sofredor e incapaz de prover as 
próprias necessidades.
Eis porque, nas mais remotas eras, podemos imaginar a mãe como 
primeira enfermeira da família. 
Entretanto, a convicção de que as doenças eram um castigo de 
Deus, ou efeitos do poder diabólico exercido sobre os homens, le-
vou os povos primitivos a recorrer a seus sacerdotes ou feiticeiros, 
acumulando estes as funções de médico, farmacêutico e enfermeiro 
(PAIXÃO, 1979, p. 19).
A enfermagem teve sua origem antes de ser institucionalizada na Inglaterra, 
pois estava presente já na comunidade tribal primitiva, pelo instinto que o ser humano 
possui de cuidar, sendo uma garantia de conservação da própria espécie. “Só a partir 
da institucionalização, seu saber foi organizado e sistematizado, dando origem à 
enfermagem moderna” (GEOVANINI, 2019, p. 26).
4
Florence Nightingale (1820-1910) foi uma destacada enfermeira 
inglesa, que criou a primeira Escola de Enfermagem da Inglaterra 
no Hospital Saint Thomas, em Londres. Recebeu a Ordem do Mérito, em 
1901, durante a Era Vitoriana.
Para esclarecer a opinião pública e mobilizá-la a seu favor, em 1858, Flo-
rence escreveu dois livros: Administração Hospitalar do Exército e Comentá-
rios sobre Questões Relativas à Saúde. Com as contribuições necessárias, as 
reformas foram realizadas e um hospital foi construído.
Em 1860, surgiu a Escola de Enfermagem do Hospital Saint Thomas, em 
Londres. Com o trabalho reconhecido, em 1883, Florence recebeu da 
rainha Vitória, a Cruz Vermelha Real e, em 1901, se tornou a primeira 
mulher a receber a Ordem do Mérito. O Dia Internacional da Enfermagem 
é celebrado no seu aniversário – 12 de maio.
FONTE: <https://bit.ly/34gqVSX>. Acesso em: 20 set. 2021.
NOTA
A própria Florence Nightingale, que proporcionou as bases científicas para a 
Enfermagem profissional, foi influenciada por espaços de cuidado de Enfermagem 
leigos, sendo, segundo Padilha e Mancia (2005, p. 723):
Fundamentado nos conceitos religiosos de caridade, amor ao pró-
ximo, doação, humildade, e também pelos preceitos de valorização 
do ambiente adequado para o cuidado, divisão social do trabalho em 
enfermagem e autoridade sobre o cuidado a ser prestado. O cuida-
do dos enfermos foi uma das muitas formas de caridade adotadas 
pela igreja e que se conjuga à história da enfermagem, principal-
mente após o advento do cristianismo. Os ensinamentos de amor e 
fraternidade transformaram não somente a sociedade, mas também 
o desenvolvimento da enfermagem, marcando, ideologicamente, a 
prática de cuidar do outro e modelando comportamentos que aten-
dessem a esses ensinamentos.
O ato de cuidar era predominantemente feminino, e teve início com a difusão do 
cristianismo em Roma, quando as mulheres se dedicaram a cuidar de pobres e enfermos 
(PAIXÃO, 1979).
Para um melhor entendimento da evolução histórica da Enfermagem, Rodrigues 
(2001) afirma que podemos situá-la em antes, durante e depois da Idade Média, pois 
isso possibilita acompanhar, de forma cronológica, a sua evolução (Quadro 1).
5
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM
Período Descrição da história
Antes da Idade 
Média
Antes desse período, a prática era desenvolvida pelas mulheres na 
Sociedade Primitiva e por escravos, sacerdotes e também mulheres 
na Sociedade Grega. Nos primitivos, a concepção de saúde/doença 
estava muito mais ligada ao sobrenatural, entendida como uma ação 
de espíritos; com os gregos, estava ligada a alterações nos humores, 
relacionando-se a causas objetivas, e não apenas sobrenaturais.
Durante a Idade 
Média
Com o advento do cristianismo e o poderio da igreja, a prática 
da enfermagem sofreu profundas transformações. A concepção 
de saúde/doença era relacionada ao aspecto religioso, em que a 
subalternidade do ser humano era total a um Deus misericordioso, 
mas que também se manifesta como castigador. Assim, à saúde, 
atribuiu-se um sentido de agrado a Deus, passando a doença a ser 
tomada como um castigo.
Nesse cenário, os executores do que poderia estar relacionado com 
um trabalho de Enfermagem eram pessoas ligadas à Igreja ou leigas 
que tinham um desenvolvido espírito de caridade. Afinal, nesse 
novo enfoque, aquele que cuidava dos doentes tinham maiores 
chances de se aproximar de Deus através da caridade.
Após a Idade 
Média
O modelo religioso sofreu algumas alterações na transição do feu-
dalismo para o capitalismo, uma vez que o primeiro já não era capaz 
de propiciar a organização do espaço hospitalar, modificado com 
esse novo modo de produção. O hospital, que era um lugar em que 
as pessoas iam apenas para esperar pela sua morte, transformou-
-se em um espaço de cura. O modelo religioso de Enfermagem 
emergiu no mundo cristão, atravessou a Idade Média e se defron-
tou com o capitalismo na Inglaterra, no final do século XVIII, e, com 
a ascensão da burguesia e sua instalação como classe social domi-
nante, deu o significado de arte ou vocação à prática de Enferma-
gem, tornando possível o treinamento de alguns agentes. Portanto, 
no capitalismo, o modelo religioso foi substituído pelo vocacional.
FONTE: Adaptado de Silva (1989 apud RODRIGUES, 2001, p. 77-78); Almeida (1989 apud RODRIGUES, 2001, p. 78)
Como podemos observar no Quadro 1, a concepção de saúde e doença em cada 
época influenciou o modo como o cuidado era visto. Na sociedade primitiva, essa con-
cepção esteve ligada ao sobrenatural. Durante a Idade Média, teve forte influência da 
igreja pelo Cristianismo, sendo a saúde considerada um agrado de Deus; já com o ca-
pitalismo, esse modelo religioso se modificou, pois o modo de produção afetou a orga-
nização do ambiente hospitalar,possibilitando significar a Enfermagem como vocação.
6
Aos poucos, o tipo de cuidado centrado na caridade e na religião evoluiu para a 
profissionalização, quando os enfermeiros foram capacitados cientificamente para apli-
car cuidados de Enfermagem. Na segunda metade do século XIX, Florence Nightingale 
contribuiu para essa transformação (BELLATO; PASTI; TAKEDA, 1997).
Filha de pais ingleses, ricos, nasceu em Florença – donde seu nome 
(1820). Sua cultura estava muito acima do comum entre as moças do 
seu tempo. Conhecia grego e latim, falava diversas línguas e estudou 
bem matemática. Isso lhe foi de grande utilidade na imensa reforma 
que devia realizar em seu próprio país e se estenderia rapidamente 
a outras nações. Sua tendência para tratar enfermos manifestou-se 
desde a infância: crianças e animais doentes recebiam seus solícitos 
e habilidosos cuidados (PAIXÃO, 1979, p. 66).
Desde os 24 anos de idade, Florence decidiu trabalhar em hospitais, sendo 
impedida por sua mãe. Entretanto, não desistiu de sua vocação e, aos 31 anos, conseguiu 
entrar em estágios na Instituição do Kaiserswerth, que contava com um hospital de 100 
leitos, e também realizava outras práticas de assistência (PAIXÃO, 1979). 
Fazendo parte da elite econômica e social e amparada pelo poder 
político, Florence – que já possuía algum conhecimento de Enferma-
gem, adquirido com as diaconistas de Kaiserwerth e que, segundo a 
historiografia, era portadora de grande aptidão vocacional, para tratar 
doentes – foi a percursora dessa nova Enfermagem que, como a Me-
dicina, encontrava-se vinculada à política e à ideologia da sociedade 
capitalista (GEOVANINI, 2019, p. 48).
Florence ficou conhecida principalmente após se voluntariar na Guerra da 
Crimeia, que aconteceu durante a Revolução Industrial, enquanto a Inglaterra capitalista 
do século XVIII tentou conter as investidas expansionistas da Rússia, que, por sua vez, 
ameaçava o imperialismo britânico (GEOVANINI, 2019). Em 1854, com auxílio de irmãs 
anglicanas e católicas, “organizou um hospital de 4.000 soldados internos, baixando a 
mortalidade local de 40% para 2%” (PADILHA; MANCIA, 2005, p. 725). 
FIGURA 1 – FLORENCE NIGHTINGALE
FONTE: <https://bit.ly/3t9fdUR>. Acesso em: 19 set. 2021.
7
FIGURA 2 – O HOSPITAL MAIS ANTIGO DO MUNDO EM FLORENÇA, NA ITÁLIA
FONTE: <https://bit.ly/3eZufnz>. Acesso em: 19 set. 2021.
Em Florença, na Itália, desde 1288, está localizado o hospital mais antigo do 
mundo em atividade até hoje: o hospital de Santa Maria Nuova, que fica na Piazza Di 
Santa Maria Nuova, em pleno centro histórico de Florença.
Segundo Paixão (1979), Florence previa deficiências de coisas necessárias, 
como roupas, remédios, entre outros.
Apesar do excessivo trabalho das enfermeiras, não descuidou nada 
do que reputava indispensável a uma boa enfermagem. Organizou a 
lavanderia e a cozinha, proporcionou livros e distrações aos conva-
lescentes, e teve a satisfação de ver a mortalidade baixar a 2%. E esse 
o mais eloquente comentário de seu trabalho. Para vermos quanto 
havia a realizar, basta dizer que antes de sua chegada lavavam-se 
somente seis camisas, em um mês! (PAIXÃO, 1979, p. 60).
Além dos hábitos de higiene pessoal e do ambiente, ela organizou todo o hospital, 
os materiais e os métodos de trabalho, reivindicando uma alimentação adequada para 
os feridos, proporcionando bem-estar para a recuperação dos que estavam sob seus 
cuidados (PADILHA; MANCIA, 2005).
 “Com o prêmio recebido do governo inglês por este trabalho, fundou a primeira 
escola de enfermagem no Hospital St. Thomas, Londres, em 24/06/1860” (PADILHA; 
MANCIA, 2005, p. 725). 
Florence racionalizou a prática da enfermagem e preocupou-se com bases 
científicas. As condições dos hospitais naquela época eram extremamente precárias, 
praticamente sem preocupação com higiene ou organização de trabalho (BELLATO; 
PASTI; TAKEDA, 1997).
Nightingale encontrou o hospital com condições precárias para a 
promoção da cura devido a pouca higiene e grande promiscuidade aí 
presentes, o que favoreceu a entrada da enfermagem em cena, numa 
8
forma de buscar a normalização e a regulamentação, bem como a 
organização do espaço terapêutico do doente. Para tanto, Florence 
legitima uma hierarquia institucional, preparando enfermeiras para 
ocuparem posições de chefia em enfermarias e superintendência, 
bem como treinando aprendizes para o cuidado propriamente dito, 
as primeiras sendo denominadas  lady-nurses  por possuírem alta 
posição social, e as que prestavam o cuidado direto as nurses,  de 
nível social inferior (BELLATO; PASTI; TAKEDA, 1997, p. 77).
Nesse sentido, ela legitimou e organizou a hierarquia e a disciplina no trabalho 
de Enfermagem, “trazidas da sua alta classe social, da organização religiosa e militar, 
materializando as relações de dominação-subordinação, reproduzindo na enfermagem 
as relações de classe social. Introduziu o modelo vocacional ou a arte da enfermagem” 
(ALMEIDA, 1979 apud RODRIGUES, 2001, p. 78).
Saiba mais sobre a história de Florence Nightingale, pioneira da Enfermagem 
moderna, no seguinte vídeo: https://bit.ly/3qXwpK0.
NOTA
Desde Florence Nightingale, a Enfermagem progrediu como profissão e se 
capacitou para desenvolver o conhecimento científico, sem se esquecer do seu lado 
humanitário de cuidado com o próximo, visando ao bem-estar familiar como parte do 
processo de recuperação da saúde.
3 A ENFERMAGEM NO BRASIL
Os nativos brasileiros, encontrados pelos portugueses na época da colonização, 
tinham sua própria cultura de cuidados. Durante os anos de Brasil Colônia, Portugal 
trouxe seus hábitos, estilos de vida e cuidados aos enfermos (PORTO, 2009).
Casas de caridades eram comuns em Portugal, assim como em outros países, 
sendo conhecidas por Santas Casas, as quais, durante a colonização, também foram 
abertas no Brasil. Como, na época, havia pouca divulgação dos conhecimentos 
científicos e pela própria noção que se tinha da Enfermagem, as exigências para as 
funções dos enfermeiros eram extremamente simplificadas (PAIXÃO, 1979). 
Entre 1864 e 1870, a enfermeira Ana Néri partiu para a guerra do Paraguai e retornou 
do conflito sendo homenageada no Brasil, reconhecida em 1919 pela “Liga das Sociedades 
da Cruz Vermelha nas Américas como a Pioneira da Enfermagem no Brasil e Precursora da 
Cruz Vermelha nas Américas” (PORTO, 2009, p. 7). Para entendermos melhor, Ana Néri:
9
Nasceu Ana Justina Ferreira na cidade de Cachoeira, na Província 
da Bahia, aos 13 de dezembro de 1814. Casou-se com o oficial da 
armada Isidoro Antônio Neri, tendo enviuvado aos 30 anos. Teve três 
filhos, dos quais dois médicos militares e um oficial do exército. Em 
1865, entrou o Brasil em guerra com o Paraguai. Sem hesitar, Ana 
Neri escreveu ao Presidente da Província oferecendo seus serviços 
ao exército, [...] veneranda senhora, na idade de 51 anos, se apresenta 
generosamente para servir os feridos (PAIXÃO, 1979, p. 108).
A Escola Anna Nery foi fundada em 1923 e é considerada a primeira Escola de 
Enfermagem do Brasil, sendo pioneira por funcionar sob orientação e organização de 
enfermeiras (KLETEMBERG; SIQUEIRA, 2003).
FIGURA 3 – ANA NERY, A PRIMEIRA ENFERMEIRA DO BRASIL
FONTE: <https://bit.ly/337Rj11>. Acesso em: 19 set. 2021.
No Brasil, as raízes da implantação da Enfermagem, que chamamos de moderna, 
são norte-americanas, por mais que os contextos político e de saúde brasileiros fossem 
distintos dos norte-americanos. Segundo Angerami e Steagall-Gomes (1996, p. 8):
A enfermagem moderna se desenvolveu num amplo movimento de 
saúde pública, principalmente voltado para a questão do saneamento 
dos portos e núcleos urbanos, que mereceram atenção especial e ime-
diata por parte do governo brasileiro, porquanto eram constantes as 
advertências dos países que comercializavam com o Brasil, de parar as 
negociações, caso persistissem as constantes epidemias e endemias. 
Nesse contexto, criou-se o Departamento Nacional de Saúde Pública. 
Carlos Chagas, conhecendoo trabalho sanitário que era desenvolvido 
por enfermeiras nos Estados Unidos, convenceu o governo brasileiro a 
criar a Escola de Enfermagem Anna Nery no Rio de Janeiro, em 1923.
Os programas de combate às endemias foram iniciados, sendo esses cuidados 
voltados ao isolamento de pacientes e ao acompanhamento deles. O Quadro 2 demonstra 
a evolução histórica da Enfermagem no Brasil ao longo das décadas.
10
QUADRO 2 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM NO BRASIL – DÉCADAS DE 1930 A 1990
Final da 
década de 
1930
O mercado de trabalho de Enfermagem estava exclusivamente 
direcionado para a Saúde Pública, tendo sido ampliados diversos
serviços nacionais ligados às grandes endemias, especialmente as 
que atingiam a população rural.
Décadas de 
1940 e 1950
Caracterizavam-se por um processo acelerado da industrialização e 
urbanização, exigindo expansão do atendimento à Saúde, mecanis-
mos de inovação dos hospitais e expansão da rede previdenciária. 
Nesse período, também foram criados os hospitais universitários. 
Essas transformações na sociedade provocaram mudanças no tra-
balho de Enfermagem, que se direcionava para administração dos 
serviços hospitalares, criando um impacto nos serviços de saúde 
pública, relegados agora a segundo plano.
O ensino de Enfermagem teve, nas décadas de 1940 e 1950, uma 
expansão, atendendo ao aumento da demanda desses profissionais 
que ocorreu principalmente pelo ritmo da urbanização existente e 
pelo processo de modernização dos hospitais. No final da década de 
1950, havia em todo país 39 escolas de Enfermagem e 67 cursos de 
auxiliares de Enfermagem. Esse crescimento gerou a necessidade 
de disciplinamento do exercício profissional, o que ocorreu com a 
promulgação da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955.
Década de 
1960
Observa-se, ao lado do declínio relativo do subsetor da saúde pública, 
o crescimento do subsetor da medicina previdenciária, que já se 
ampliava desde o final dos anos 1950. Em agosto de 1962, ocorreram 
mudanças fundamentais no curso de formação de Enfermagem.
Década de 
1970 e 1980
Nas décadas de 1970 e 1980, é possível identificar alguns fatos que 
firmaram a profissão no cenário nacional. Destacam-se os seguintes 
aspectos: a aprovação da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que 
regulamentou o exercício da Enfermagem; o crescimento do número 
de Escolas de Enfermagem e de cursos para formação de profissional 
técnico e auxiliar; o aumento da demanda de candidatos do sexo 
masculino para os cursos de Enfermagem; a entrada formal dos 
enfermeiros na carreira universitária; a criação dos cursos de pós-
graduação senso strictu (mestrado e doutorado), que aceleraram a 
produção do conhecimento na área da Enfermagem.
Década de 
1990
O Brasil chega à década de 1990 num quadro de saúde, cuja transição 
epidemiológica e demográfica foi caracterizada por um aumento de 
casos de algumas doenças transmissíveis, ressurgimento de outras 
(dengue, febre amarela e cólera), altas taxas de doenças crônico-de-
generativas e manutenção das carências nutricionais infantis e de 
adultos. Apresentou, ainda, altos índices de mortalidade e morbidade 
por causas externas, como acidentes de trânsito, do trabalho e ho-
micídios, e outras causas decorrentes da violência urbana. A prática
11
FONTE: Adaptado de Angerami; Steagall-Gomes (1996, p. 9-13)
FIGURA 4 – MUSEU NACIONAL DA ENFERMAGEM ANA NÉRI, EM SALVADOR, BAHIA
FONTE: <https://bit.ly/34meh4V>. Acesso em: 19 set. 2021.
sanitária do país passa por uma redefinição, considerando que o mo-
delo existente já não respondia à demanda da população. Esse mo-
vimento tem seu ponto culminante com a implantação do Sistema 
Único de Saúde (SUS) e a municipalização dos serviços de saúde.
Outro avanço para a história da Enfermagem brasileira foi “a inauguração, 
em maio de 2010, do Museu Nacional da Enfermagem Ana Néri, em Salvador, Bahia, 
provavelmente com base em três eixos: História da Enfermagem Internacional e 
Nacional, e a trajetória de vida de Anna Justina Ferreira Nery” (PORTO, 2009, p. 8).
Saiba mais sobre a história de Ana Néri no filme Brava gente – A história de 
Ana Nery no vídeo a seguir: https://bit.ly/3HK2E66.
DICA
Embora, nesse momento, não possamos abranger toda a história da Enferma-
gem no Brasil, por apresentar diversas conjunturas, consideramos importante escla-
recer o contexto da época. Desse modo, foi possível evidenciar que, durante as crises 
epidêmicas no país, a mediação do Estado foi primordial, com novos modos de pensar 
12
e mecanismos de controle postos em prática. A institucionalização do ensino de Enfer-
magem foi primordial para esse campo de atuação, assim como para o reconhecimento 
da profissão pelo Estado em nível formal (KLETEMBERG; SIQUEIRA, 2003).
Atualmente, pela recente crise pandêmica, decorrente da Covid-19 no Brasil e 
no mundo, a profissão de Enfermagem voltou a ser compreendida como eixo central de 
cuidados nesse contexto, sendo evidenciado por todos a necessidade da sua valorização, 
tanto no caráter humanitário pelas condições de trabalho, psicológicas e emocionais 
envolvidas quanto pelo reconhecimento profissional e por uma remuneração adequada 
a essa classe voltada ao cuidado humano.
13
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Desde a comunidade tribal primitiva, havia o instinto do ser humano em cuidar do 
próximo.
• O ato de cuidar, durante a Idade Média, era predominantemente feminino, voltado 
para os pobres e enfermos, tendo seu início com a difusão do cristianismo em Roma 
e sendo extremamente ligado à religião.
• Após a Idade Média, com o advento do capitalismo, o modelo religioso foi substituído 
pelo vocacional.
• Florence Nightingale foi quem proporcionou as bases científicas para a Enfermagem 
profissional na Inglaterra do século XIX.
• No Brasil, a enfermeira Ana Néri foi reconhecida pelo seu trabalho na guerra do 
Paraguai e, em 1923, a primeira Escola de Enfermagem do país foi inaugurada com 
o seu nome.
• As epidemias, no Brasil, tiveram forte influência para o desenvolvimento da 
Enfermagem na área de Saúde Pública.
• Com a industrialização e a urbanização do Brasil, houve a expansão do atendimento 
à saúde, com a inovação dos hospitais e a expansão da rede previdenciária; assim, o 
trabalho de Enfermagem passou a englobar a administração dos serviços hospitalares.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 Florence Nightingale ficou conhecida por atuar na Guerra da Crimeia, conquistando 
a redução da taxa de mortalidade de 40% a 2% em um hospital com 4 mil soldados. 
Disserte sobre as providências que ela, em conjunto com outras mulheres, tomou 
para que isso fosse possível.
2 Durante a Idade Média, com o advento do cristianismo e o poderio da igreja, a prática 
da Enfermagem sofreu profundas transformações. A concepção de saúde e doença 
da época foi influenciada diretamente nesse contexto. Disserte sobre essa concepção 
e como a Enfermagem era vista nesse período.
3 A Escola Anna Nery é considerada, por muitos na literatura, a primeira escola de 
Enfermagem do Brasil. Sobre Ana Néri e sua escola, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ana Néri ficou conhecida por atuar na Guerra da Crimeia, aos seus 51 anos, e 
voltar do conflito para o país.
b) ( ) A escola foi fundada em 1923, mesmo ano em que ela foi homenageada, sendo 
reconhecida, pela Liga das Sociedades da Cruz Vermelha nas Américas, como a 
Pioneira da Enfermagem no Brasil.
c) ( ) A criação da escola teve influência de Carlos Chagas, que convenceu o governo 
brasileiro, por estar preocupado com as epidemias que ocorriam no Brasil.
d) ( ) A escola Anna Nery funcionava sob orientação e organização de médicos.
4 As casas de caridade, também conhecidas por Santas Casas, foram instituídas no 
Brasil Colônia, sendo muito populares com o passar dos anos. Considerando o exer-
cício profissional da Enfermagem nessas instituições, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) De forma simplificada, pois havia poucadivulgação dos conhecimentos científicos.
( ) Com excelência técnico-científica, pois as enfermeiras já tinham formação 
acadêmica.
( ) Somente era realizado por religiosas sem conhecimento de Enfermagem.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) V – V – F.
d) ( ) F – F – V.
AUTOATIVIDADE
15
5 Os programas de combate às endemias foram iniciados com cuidados voltados ao 
isolamento e ao acompanhamento dos pacientes. De acordo com a evolução histórica 
da Enfermagem no Brasil relativa à saúde pública, analise as sentenças a seguir:
( ) No final dos anos 1930, o mercado de trabalho de Enfermagem estava exclusivamente 
direcionado para a saúde pública, tendo sido ampliados diversos serviços nacionais 
ligados às grandes endemias, especialmente aquelas que atingiam a população rural.
( ) Entre as décadas de 1940 a 1950, houve mudanças no trabalho de Enfermagem, 
que se direcionava para administração dos serviços públicos, promovendo ênfase 
nos serviços de saúde pública.
( ) A partir década de 1970, observa-se, ao lado do declínio relativo do subsetor da 
saúde privada, o crescimento do subsetor da medicina previdenciária.
( ) O Brasil chegou à década de 1990 num quadro de saúde cuja transição epidemio-
lógica e demográfica foi caracterizada por uma diminuição de casos de doenças 
transmissíveis.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
16
17
EXERCÍCIO PROFISSIONAL E CÓDIGO DE 
ÉTICA DE ENFERMAGEM
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, refletiremos acerca do respaldo legal do exercício profissional da 
Enfermagem, no que abrange a habilitação das categorias na prática do serviço em 
saúde, assim como os fundamentos e os princípios da Enfermagem instituídos no 
Código de Ética, com o objetivo conhecer e explorar a lei do exercício profissional, que, 
hoje, regulamenta o exercício profissional de Enfermagem no Brasil.
Além disso, buscaremos orientar sobre as atribuições de cada membro que 
compõe a equipe de enfermagem, visando a apresentar os princípios, os direitos, os 
deveres, as proibições, as infrações e as penalidades, para atuação integral no cuidado 
ao paciente, desde a prevenção até a sua reabilitação. Também apresentaremos as 
principais entidades de classe, cuja finalidade é nos representar legalmente. 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
2 LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL E CÓDIGO DE ÉTICA 
DE ENFERMAGEM
O exercício profissional da Enfermagem foi regulamentado por meio da Lei nº 
7.498/1986 (COFEN, 1986), em todo o território nacional. A lei respalda o profissional 
enfermeiro em sua prática, seguindo os seguintes as seguintes disposições:
• A Enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem 
ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no 
Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde 
ocorre o exercício.
• A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo 
Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela 
Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação.
• O planejamento e a programação das instituições e serviços de 
saúde incluem planejamento e programação de Enfermagem.
• A programação de Enfermagem inclui a prescrição da assistência 
de Enfermagem (COFEN, 1986, s. p.).
No Brasil, a Enfermagem é exercida por diferentes categorias profissionais, e 
cada uma possui complexidades diferentes em sua prática, assim como a concessão da 
habilitação para o exercício profissional de forma específica em cada caso.
A lei do exercício profissional também inclui, em suas normativas, a descrição 
das categorias de Enfermagem, conforme as especificações descritas a seguir.
18
Art. 6º São enfermeiros:
I- O titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
II- O titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, 
conferidos nos termos da lei;
III- O titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou 
certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido 
por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo 
de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de 
Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV- Aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de 
Enfermeiro conforme o disposto na alínea “d” do Art. 3º do Decreto nº 50.387, de 
28 de março de 1961.
Art. 7º São Técnicos de Enfermagem:
I- O titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de 
acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;
II- O titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso 
estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado 
no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.
Art. 8º São Auxiliares de Enfermagem:
I- O titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de 
ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente;
II- O titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956;
III- O titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do Art. 2º da Lei nº 
2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 
20 de dezembro de 1961;
IV- O titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido 
até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério 
da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federa-
ção, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 
8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
V- O pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei 
nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;
VI- O titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, 
segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural 
ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem.
Art. 9º São Parteiras:
I- A titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro 
de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
19
II- A titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por 
escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de 
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação 
desta Lei, como certificado de Parteira. 
FONTE: COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe 
sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Disponível em: https://bit.
ly/3qTzRpd. Acesso em: 19 jun. 2021.
A Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959 (BRASIL, 1959), sancionou em 
normativa o prazo de cinco anos para os profissionais, que estejam em atividades 
nos hospitais exercendo serviços de Enfermagem e parteiras, realizarem o 
exame de habilitação. Nesse caso, a partir de 1964, não era possível exercer a 
prática da Enfermagem sem ter o diploma ou certificado de enfermeiro. Assim, 
nesse momento, a Enfermagem começou a explorar cientificamente mais 
especialidades, possibilitando um aumento de mercado de trabalho.
Em 2019, Projeto de Lei nº 912 foi apresentado no Congresso Nacional para 
a regulamentação da atividade de parteira tradicional no Brasil. Tal iniciativa se 
propõe a habilitar para as atividades de assistência à gestante durante o pré-na-
tal, o parto natural e prestar cuidados à parturiente, à puérpera e ao recém-nasci-
do nos domicílios, Casas de Parto e maternidades públicas. As parteiras são mu-
lheres que aprenderam essa atividade na prática e, geralmente, com as parteiras 
mais velhas, sendo esse trabalho muito importanteem comunidades distantes 
dos hospitais, ribeirinhos, zonas rurais e povos mais isolados (BRASIL, 2019). 
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:
I- privativamente:
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de 
saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas 
e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da 
assistência de enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;
e) consulta de enfermagem;
f) prescrição da assistência de enfermagem;
g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam 
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
20
II- como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de 
saúde;
c) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;
d) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças transmis-
síveis em geral;
e) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela 
durante a assistência de enfermagem;
f) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;
g) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
h) execução do parto sem distocia;
I) educação visando à melhoria de saúde da população.
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º desta lei incumbe, ainda:
a) assistência à parturiente e ao parto normal;
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a chegada 
do médico;
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando 
necessária.
Art. 12. O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orien-
tação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participa-
ção no planejamento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
a) Participar da programação da assistência de Enfermagem;
b) Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do a) 
Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;
c) Participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar;
d) Participar da equipe de saúde.
Art. 13. O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza 
repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem 
como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, 
cabendo-lhe especialmente:
a) Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
b) Executar ações de tratamento simples;
c) Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
d) Participar da equipe de saúde. 
FONTE: COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe 
sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Disponível em: https://bit.
ly/3qTzRpd. Acesso em: 19 jun. 2021.
21
As atividades referidas nos Arts. 12 e 13 desta lei, quando exercidas em 
instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem 
ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro (COFEN, 1986).
Kletemberg et al. (2010, p. 32) referem que a aprovação da Lei nº 7.498/1986 
“representou um grande avanço em termos de autonomia profissional, de maior 
clareza na definição de papéis, e uma aceitação da sistematização da assistência de 
enfermagem como parte das atividades privativas da enfermeira” (COFEN, 1986, s. p.). 
Atualmente, a sistematização da assistência de Enfermagem está inserida na rotina de 
trabalho desses profissionais, seja para sua implantação, implementação ou realização. 
Dessa forma, “a lei do exercício profissional e a prática têm relação de reciprocidade” 
(KLETEMBERG et al., 2010, p. 32).
Contudo, a população não está totalmente integrada desse processo, já que 
as leis foram promulgadas para atender a uma exigência política de mercado. Assim, 
mesmo passados muitos anos, todos na equipe de Enfermagem são reconhecidos como 
enfermeiros pela população, independentemente de sua categoria. No senso comum, “a 
enfermeira é aquela que presta o cuidado, independente da forma como esse cuidado 
é concebido e executado” (KLETEMBERG et al., 2010, p. 32). 
No entanto, as instituições de ensino habilitavam o acadêmico de Enfermagem 
para ações de assistência, ensino e gerência, quando o mercado de trabalho procurava 
um profissional para gerenciar o serviço, afastando-o do contato direto com a população. 
Assim, continuava a divisão entre implantação e realização do trabalho em Enfermagem. 
“A população não tem como reconhecer o diferencial da assistência de enfermagem siste-
matizada porque desconhece o papel desta profissional” (KLETEMBERG et al., 2010, p. 32).
A seguir, conheceremos alguns aspectos relevantes do Código de Ética de 
Enfermagem, seus princípios fundamentais, assim como a referência dos direitos, dos 
deveres, das infrações e das penalidades dos profissionais de Enfermagem. 
No site do Cofen, é possível se atualizar sobre a legislação aplicada a 
profissão: http://www.cofen.gov.br/.
DICA
22
2.1 CÓDIGO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM
O Código de Ética de Enfermagem é um documento que expõe os princípios 
da profissão, sendo destinado a todas as categorias profissionais da Enfermagem, 
tendo sido revisado e divulgado na nova perspectiva em 2017. Para a sua elaboração, o 
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) considerou vários fundamentos norteadores 
da profissão, sendo que um desses pilares é o reconhecimento da Enfermagem como 
“ciência, arte e uma prática social, indispensável à organização e ao funcionamento dos 
serviços de saúde” (COFEN, 2017, p. 60).
FONTE: <https://bit.ly/3mZfZj1>. Acesso em: 19 set. 2021.
FIGURA 5 – ÉTICA NA ENFERMAGEM
O Código de Ética atualizado traz um conteúdo mais claro e objetivo, e 
organizado em capítulos. Foram apontadas mudanças significativas na sua elaboração, 
como a relevância da Lei Maria da Penha, do Estatuto da Criança e do Adolescente, do 
Estatuto do Idoso e dos direitos da pessoa portadora de transtornos mentais. Também 
aborda a saúde do trabalhador e o direito do profissional da Enfermagem em divulgar 
seus serviços prestados, desde que esteja habilitado para isso (COREN-BA, 2018).
2.1.1 Princípios fundamentais
A Enfermagem atua na gestão e na assistência do cuidado voltado aos diferentes 
“contextos socioambientais e culturais em resposta às necessidades da pessoa, família 
e coletividade” (COFEN, 2017, p. 62). O enfermeiro realiza suas ações com “autonomia e 
em consonância com os preceitos éticos e legais, técnico-científico e teórico-filosófico; 
exerce suas atividades com competência para promoção do ser humano na sua 
integralidade” (COFEN, 2017, p. 62). 
23
Os princípios da Ética e da Bioética estão presentes no direcionamento da sua 
prática e se inserem nas Políticas Públicas, principalmente quando voltada à saúde. “O 
cuidado da Enfermagem se fundamenta no conhecimento próprio da profissão e nas 
ciências humanas, sociais e aplicadas e é executado pelos profissionais na prática social 
e cotidiana de assistir, gerenciar, ensinar, educar e pesquisar” (COFEN, 2017, p. 62).
Acadêmico, o Código de Ética de Enfermagem, devido a sua extensão, não 
será abordado neste livro didático na sua forma original, mas é possível 
ler a publicação na íntegra na internet, a fim de se familiarizar com o seu 
conteúdo e orientar a sua prática profissional.
DICA
2.1.2 Os direitos
Os direitos dos profissionais de Enfermagem estão descritos no primeiro capítulo 
do Código de Ética, destacando-se os seguintes apontamentos:
Art. 1º Exercer a Enfermagem comliberdade, segurança técnica, científica e ambiental, 
autonomia, e ser tratado sem discriminação de qualquer natureza, segundo os 
princípios e pressupostos legais, éticos e dos direitos humanos. 
Art. 2º Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos e danos e violências 
física e psicológica à saúde do trabalhador, em respeito à dignidade humana e à 
proteção dos direitos dos profissionais de enfermagem. 
Art. 3º Apoiar e/ou participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do 
exercício da cidadania e das reivindicações por melhores condições de assistência, 
trabalho e remuneração, observados os parâmetros e limites da legislação vigente.
[...]
Art. 6º Aprimorar seus conhecimentos técnico-científicos, ético-políticos, 
socioeducativos, históricos e culturais que dão sustentação à prática profissional. 
[...]
Art. 13. Suspender as atividades, individuais ou coletivas, quando o local de trabalho 
não oferecer condições seguras para o exercício profissional e/ou desrespeitar a 
legislação vigente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo 
formalizar imediatamente sua decisão por escrito e/ou por meio de correio eletrônico 
à instituição e ao Conselho Regional de Enfermagem.
[...]
24
Art. 19. Utilizar-se de veículos de comunicação, mídias sociais e meios eletrônicos para 
conceder entrevistas, ministrar cursos, palestras, conferências, sobre assuntos de sua 
competência e/ou divulgar eventos com finalidade educativa e de interesse social.
Art. 20. Anunciar a prestação de serviços para os quais detenha habilidades e 
competências técnico-científicas e legais. 
Art. 21. Negar-se a ser filmado, fotografado e exposto em mídias sociais durante o 
desempenho de suas atividades profissionais. 
Art. 22. Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, 
científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à 
família e à coletividade. 
Art. 23. Requerer junto ao gestor a quebra de vínculo da relação profissional/usuários 
quando houver risco à sua integridade física e moral, comunicando ao Coren e 
assegurando a continuidade da assistência de Enfermagem.
FONTE: COFEN. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Resolução COFEN nº 564/2017. p. 
62-66. Disponível em: https://bit.ly/3F1HQ8F. Acesso em 19 jun. 2021. 
Essa publicação atualizada do Código de Ética refere a permissão do profissional 
enfermeiro na divulgação do seu trabalho. Podemos analisar essa questão de forma 
favorável para os profissionais autônomos que atuam nos consultórios de Enfermagem, 
exercendo serviços de assistência e saúde, bem como de práticas terapêuticas (práticas 
integrativas de saúde). Atualmente, muitos enfermeiros estão se especializando em 
áreas que possibilitam o exercício profissional de forma autônoma e a divulgação do 
serviço, estando respaldada na legislação, auxilia na captação dos clientes, assim como 
na disseminação da informação à população. 
2.1.3 Os deveres
Os deveres atribuídos aos profissionais de Enfermagem estão inclusos no 
segundo capítulo do Código de Ética, sendo importante refletirmos sobre alguns pontos, 
conforme descrito a seguir.
Art. 24. Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, 
dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. 
[...]
Art. 28. Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem e aos órgãos 
competentes fatos que infrinjam dispositivos éticos-legais e que possam prejudicar 
o exercício profissional e a segurança à saúde da pessoa, da família e da coletividade. 
[...]
Art. 31. Colaborar com o processo de fiscalização do exercício profissional e prestar in-
formações fidedignas, permitindo o acesso a documentos e a área física institucional.
25
Art. 32. Manter inscrição no Conselho Regional de Enfermagem, com jurisdição na 
área onde ocorrer o exercício profissional.
[...]
Art. 36. Registrar no prontuário e em outros documentos as informações inerentes 
e indispensáveis ao processo de cuidar, de forma clara, objetiva, cronológica, legível, 
completa e sem rasuras. 
Art. 37. Documentar formalmente as etapas do processo de Enfermagem, em 
consonância com sua competência legal. 
[...]
Art. 39. Esclarecer à pessoa, família e coletividade a respeito de direitos, riscos, 
benefícios e intercorrências acerca da assistência de Enfermagem.
Art. 40. Orientar à pessoa e família sobre preparo, benefícios, riscos e consequências 
decorrentes de exames e de outros procedimentos, respeitando o direito de recusa 
da pessoa ou de seu representante legal. 
[...]
Art. 42. Respeitar o direito do exercício da autonomia da pessoa ou de seu represen-
tante legal na tomada de decisão, livre e esclarecida, sobre sua saúde, segurança, 
tratamento, conforto, bem-estar, realizando ações necessárias, de acordo com os 
princípios éticos e legais. 
Parágrafo único. Respeitar as diretivas antecipadas da pessoa, no que concerne às 
decisões sobre cuidados e tratamentos que deseja ou não receber no momento em 
que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, suas vontades. 
[...]
Art. 45. Prestar assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, 
negligência ou imprudência. 
[...]
Art. 52. Manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em razão da atividade pro-
fissional, exceto nos casos previstos na legislação ou por determinação judicial, ou com o 
consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante ou responsável legal. 
[...]
Art. 53. Resguardar os preceitos éticos e legais da profissão quanto ao conteúdo e à 
imagem veiculados nos diferentes meios de comunicação e publicidade.
FONTE: COFEN. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Resolução COFEN nº 564/2017. p. 
66-70. Disponível em: https://bit.ly/3F1HQ8F. Acesso em: 19 jun. 2021. 
No que concerne aos deveres, a prática de Enfermagem, enquanto direcionada 
à assistência ao paciente, permanece resguardada. Imagens do paciente, assim como 
da sua condição clínica, não podem ser divulgadas. Essa é uma reflexão importante 
em meio à tecnologia móvel, como o celular, usada, inclusive, no ambiente de traba-
lho. O enfermeiro pode sofrer processo ético pela divulgação nas redes sociais ou pelo 
compartilhamento das imagens sem a devida autorização do paciente, nos casos de 
fotografias e filmagens no ambiente de trabalho, como clínicas e hospitais, expondo 
indevidamente todos os envolvidos.
26
2.1.4 Proibições
As proibições voltadas aos profissionais de Enfermagem estão elencadas no terceiro 
capítulo do Código de Ética, com destaque para algumas diretrizes relacionadas a seguir. 
Art. 62. Executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e 
legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade.
[...]
Art. 69. Utilizar o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor ou induzir ordens, 
opiniões, ideologias políticas ou qualquer tipo de conceito ou preconceito que atentem 
contra a dignidade da pessoa humana, bem como dificultar o exercício profissional. 
Art. 71. Promover ou ser conivente com injúria, calúnia e difamação de pessoa e família, 
membros das equipes de Enfermagem e de saúde, organizações da Enfermagem, 
trabalhadores de outras áreas e instituições em que exerce sua atividade profissional. 
[...]
Art. 73. Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação, 
exceto nos casos permitidos pela legislação vigente. 
Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o profissional deverá decidir 
de acordo com a sua consciência sobre sua participação, desde que seja garantida 
a continuidade da assistência.
Art. 74. Promover ou participar de prática destinada a antecipar a morte da pessoa.
Art. 75. Praticar ato cirúrgico, exceto nas situações de emergência ou naquelas 
expressamente autorizadas na legislação, desde que possua competência técnica-
científica necessária. 
Art. 76. Negar assistência de enfermagem em situações deurgência, emergência, epide-
mia, desastre e catástrofe, desde que não ofereça risco a integridade física do profissional.
Art. 77. Executar procedimentos ou participar da assistência à saúde sem o 
consentimento formal da pessoa ou de seu representante ou responsável legal, 
exceto em iminente risco de morte. 
Art. 78. Administrar medicamentos sem conhecer indicação, ação da droga, via de 
administração e potenciais riscos, respeitados os graus de formação do profissional. 
Art. 79. Prescrever medicamentos que não estejam estabelecidos em programas de 
saúde pública e/ou em rotina aprovada em instituição de saúde, exceto em emergências. 
[...]
Art. 81. Prestar serviços que, por sua natureza, competem a outro profissional, exceto em 
caso de emergência, ou que estiverem expressamente autorizados na legislação vigente. 
Art. 84. Anunciar formação profissional, qualificação e título que não possa comprovar.
[...]
Art. 86. [...]
Parágrafo único. Fazer referência a casos, situações ou fatos, e inserir imagens que 
possam identificar pessoas ou instituições sem prévia autorização, em qualquer 
meio de comunicação. 
[...]
27
Art. 88. Registrar e assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como 
permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional. 
[...]
Art. 91. Delegar atividades privativas do(a) Enfermeiro(a) a outro membro da equipe 
de Enfermagem, exceto nos casos de emergência. 
Parágrafo único. Fica proibido delegar atividades privativas a outros membros da 
equipe de saúde.
FONTE: COFEN. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Resolução COFEN nº 564/2017. p. 
71-76. Disponível em: https://bit.ly/3F1HQ8F. Acesso em: 19 jun. 2021. 
A rotina do serviço de Enfermagem, principalmente em hospitais, requer um 
dimensionamento de recursos humanos eficaz para a assistência ao paciente. Ações que 
são privativas do enfermeiro não podem ser delegadas a outras categorias de Enfermagem. 
2.1.5 Infrações e penalidades
A infração ética e disciplinar é denominada como a “ação, omissão ou conivência 
que implique em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética 
dos Profissionais de Enfermagem, bem como a inobservância das normas do Sistema 
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem” (COFEN, 2017, p. 85). 
A infração é investigada e acompanhada em processo pelo Cofen. A gravidade 
do caso é analisada conforme o fato ocorrido, praticado, omissos e os resultados 
decorrentes da situação (COFEN, 2017).
As penalidades a serem impostas pelo Sistema Cofen/Conselhos Regionais de 
Enfermagem são:
I- Advertência verbal; 
II- Multa; 
III- Censura; 
IV- Suspensão do Exercício Profissional; 
V- Cassação do direito ao Exercício Profissional.
§ 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de 
forma reservada, que será registrada no prontuário do mesmo, na 
presença de duas testemunhas. 
§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) 
a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional à qual 
pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento. 
§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publi-
cações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enferma-
gem e em jornais de grande circulação. 
§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da 
Enfermagem por um período de até 90 (noventa) dias e será divulgada 
nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de 
28
Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada aos órgãos 
empregadores. 
§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enferma-
gem por um período de até 30 anos e será divulgada nas publicações 
do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem e em jornais 
de grande circulação. 
§ 6º As penalidades aplicadas deverão ser registradas no prontuário 
do infrator. 
§ 7º Nas penalidades de suspensão e cassação, o profissional terá sua 
carteira retida no ato da notificação, em todas as categorias em que for 
inscrito, sendo devolvida após o cumprimento da pena e, no caso da 
cassação, após o processo de reabilitação (COFEN, 2017, p. 87).
Art. 111. As infrações serão consideradas leves, moderadas, graves ou gravíssimas, 
segundo a natureza do ato e a circunstância de cada caso. 
§ 1º São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física, mental ou 
moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade ou aquelas que venham a difamar 
organizações da categoria ou instituições ou ainda que causem danos patrimoniais 
ou financeiros. 
§ 2º São consideradas infrações moderadas as que provoquem debilidade temporária 
de membro, sentido ou função na pessoa ou ainda as que causem danos mentais, 
morais, patrimoniais ou financeiros. 
§ 3º São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de morte, debilidade 
permanente de membro, sentido ou função, dano moral irremediável na pessoa ou 
ainda as que causem danos mentais, morais, patrimoniais ou financeiros. 
§ 4º São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem a morte, debilidade 
permanente de membro, sentido ou função, dano moral irremediável na pessoa.
Art. 112. São consideradas circunstâncias atenuantes: 
I- ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e 
com eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato;
II- ter bons antecedentes profissionais;
III- realizar atos sob coação e/ou intimidação ou grave ameaça; 
IV- realizar atos sob emprego real de força física;
V- ter confessado espontaneamente a autoria da infração; 
VI- ter colaborado espontaneamente com a elucidação dos fatos. 
Art. 113. São consideradas circunstâncias agravantes: 
I- ser reincidente; 
II- causar danos irreparáveis; 
III- cometer infração dolosamente; 
IV- cometer a infração por motivo fútil ou torpe; 
V- facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de 
outra infração; 
29
VI- aproveitar-se da fragilidade da vítima; 
VII- cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao 
cargo ou função ou exercício profissional; 
VIII- ter maus antecedentes profissionais; 
IX- alterar ou falsificar prova, ou concorrer para a desconstrução de fato que se 
relacione com o apurado na denúncia durante a condução do processo ético.
FONTE: COFEN. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Resolução COFEN nº 564/2017. p. 
89-92. Disponível em: https://bit.ly/3F1HQ8F. Acesso em: 19 jun. 2021. 
As infrações mais cometidas pelos profissionais de Enfermagem foram “erros 
no preparo e administração de medicamentos, associados a imprudência, imperícia e 
negligência” (MARTINEZ; BONIFÁCIO; MICHELIN, 2018, p. 43), assim como as relações 
interpessoais de equipe. As denúncias dirigidas ao Conselho Regional de Enfermagem 
foram realizadas pelos enfermeiros e familiares dos pacientes.
Para conhecer a versão completa do Código de Ética de Enfermagem, 
acesse: http://www.coren-es.org.br/codigo-de-etica.
DICA
3 O PAPEL DAS ENTIDADES DE CLASSE 
Na Enfermagem, existem muitas entidades de classe que representam os 
profissionais na sua profissão e em suas especialidades. Os Conselhos são voltados para 
todas as categorias profissionais, atuando principalmente nos registros e fiscalizações. 
Os sindicatos representam o direito do trabalhador, sua contribuição é descontada 
em folha de pagamento dos profissionais com vínculo empregatício. O sindicato dispõe 
de serviço de orientação jurídica, auxiliando nas dúvidas sobre ocorrências de direitos 
infringidos no trabalho. Um profissional enfermeiro pode se associar ao sindicato mesmo 
sem vínculo empregatício (COREN-SP, [2012?]).
A seguir, conheceremos os principais aspectos que constituem os Conselhos e 
as Associações de Enfermagem.
30
3.1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN)
Filiado ao Conselho Internacional de Enfermeiros em Genebra, o Cofen “é 
responsável por normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermeiros, técnicos 
e auxiliares de Enfermagem, zelando pela qualidade dos serviços prestados epelo 
cumprimento da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem” (COFEN, 2021, s. p.). 
Possui como funções: 
• normatizar e expedir instruções para uniformidade de 
procedimentos e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;
• apreciar em grau de recurso as decisões dos CORENs;
• aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da 
autarquia, remetendo-as aos órgãos competentes;
• promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profis-
sional, entre outros (COFEN, 2021, s. p.). 
3.2 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM (COREN)
Divide-se em área disciplinar normativa, corretiva e fiscalizatória. Possui como obje-
tivo a orientação e aconselhamento, para o exercício de enfermagem, implantando normas 
visando ao exercício da profissão, análise e acompanhamento de processos de infrações 
contra o Código de Ética da Enfermagem acometida pelos profissionais, receber denúncias 
contra exercício indevido da profissão, fiscalizar o exercício profissional e decidir os assuntos 
referentes ao comportamento ético-profissional, entre outros (COREN-SP, [2012?]).
3.3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM (ABEN) 
Foi a primeira entidade voltada para Enfermagem. Fundada em 1926, era conhe-
cida, na época, como Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, 
esta instituição deu início ao surgimento dos Sindicatos de Enfermagem e Conselhos Re-
gionais. Em 1964, foi renomeada com a titulação atual com sede em Brasília. Possui como 
principal objetivo promover o desenvolvimento técnico científico, cultural e político dos 
profissionais de enfermagem no país, pautado em princípios éticos (COREN-SP, [2012?]).
No Quadro 5, há uma relação das principais associações e sociedades de 
Enfermagem do país. 
QUADRO 5 – ASSOCIAÇÕES E SOCIEDADES DE ENFERMAGEM
ABENAH
Associação Brasileira dos Enfermeiros Acupunturistas e de Práticas 
Integrativas
ABENFO Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras
ABENTO Associação de Enfermeiros Especialistas em Trauma Ortopedia
31
FONTE: Coren-SP ([2012?], p. 39)
ANATEN Associação Nacional de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem
ANENT Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho
ANIC Associação Nacional de Instrumentadores Cirúrgicos
COBEEM Colégio Brasileiro de Enfermagem em Emergências
OBEUNE Organização Brasileira de Enfermeiros em Unidades de Esterilização
SBEAAER Sociedade Brasileira de Enfermagem Aeroespacial e Aeromédica
SBEO Sociedade Brasileira de Enfermagem Oncológica
SBEPSAM Sociedade Brasileira de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
SBNPE Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral
SOBEAS Sociedade Brasileira de Enfermeiros Auditores em Saúde
SOBECC
Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação 
Anestésica e Centro de Material e Esterilização
SOBEE Sociedade Brasileira de Educação em Enfermagem
SOBEEG Sociedade Brasileira de Enfermagem em Endoscopia Gastrointestinal
SOBEEN Sociedade Brasileira de Enfermagem em Endocrinologia
SOBEHC Sociedade Brasileira de Enfermagem em Home Care
SOBEINF Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Infectologia
SOBEN Sociedade Brasileira de Enfermagem em Nefrologia
SOBENC Sociedade Brasileira de Enfermagem Cardiovascular
SOBENDE Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia
SOBENTO Sociedade Brasileira de Enfermeiros Especialistas em Traumato-ortopedia
SOBEP Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras
SOBESCOF Sociedade Brasileira de Enfermagem em Saúde Coletiva e Família
SOBET Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Trauma
SOBETI Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Terapia Intensiva
SOBEU Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Urologia
SOBRAGEN Sociedade Brasileira de Gerenciamento em Enfermagem
SOBRATEN Sociedade Brasileira de Terapias Naturais na Enfermagem
SOBRECEN Sociedade Brasileira de Educação Continuada em Enfermagem
SOBRENO Sociedade Brasileira de Enfermagem em Oftalmologia
As entidades de classe têm como funções a representação profissional, a 
articulação de ações em defesa da profissão, a promoção de debates de questões 
relevantes para a Enfermagem e a organização de cursos e eventos para a atualização 
profissional. Essas organizações também contribuem para que os enfermeiros no mesmo 
campo de atuação possam trocar experiências para o desenvolvimento profissional, 
assim como se unir para o fortalecimento da Enfermagem.
32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O exercício profissional da Enfermagem foi regulamentado através da Lei nº 
7.498/1986, em todo o território nacional.
• A Lei do Exercício Profissional também inclui, em suas normativas, a descrição das 
categorias de Enfermagem.
• Em 2019, Projeto de Lei nº 912 foi apresentado no Congresso Nacional para a 
regulamentação da atividade de parteira tradicional no Brasil.
• O Código de Ética de Enfermagem é um documento que expõe os princípios da 
profissão, sendo destinado a todas as categorias profissionais da Enfermagem.
• O enfermeiro realiza suas ações com “autonomia e em consonância com os preceitos 
éticos e legais, técnico-científico e teórico-filosófico; exerce suas atividades com 
competência para promoção do ser humano na sua integralidade”.
• O Cofen é responsável por normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfer-
meiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, zelando pela qualidade dos serviços 
prestados e pelo cumprimento da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem.
• O Coren divide-se em área disciplinar normativa, corretiva e fiscalizatória. Possui 
como objetivo a orientação e o aconselhamento para o exercício de Enfermagem, 
entre outras atribuições.
33
1 O exercício profissional de Enfermagem foi regulamentado, por meio da Lei nº 
7.498/1986, em todo o território nacional. Essa lei respalda o profissional enfermeiro 
em sua prática. De acordo com a legislação vigente, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) A Enfermagem é exercida privativamente pelo enfermeiro, pelo técnico de Enfer-
magem, pelo auxiliar de Enfermagem e pela parteira, respeitados os respectivos 
graus de habilitação.
( ) A Enfermagem e suas atividades auxiliares podem ser exercidas por pessoas 
legalmente habilitadas e facultativamente inscritas no Coren.
( ) O planejamento e a programação das instituições e dos serviços de saúde incluem 
planejamento e programação de Enfermagem.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – V.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – F – F.
2 O enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe privativamente 
algumas funções. Cite três ações de saúde que são privativas do enfermeiro e que 
não podem ser delegadas a outra categoria de Enfermagem.
3 O Código de Ética de Enfermagem é um documento que expõe os princípios da 
profissão, sendo destinado a todas as categorias profissionais da Enfermagem. 
Analise as sentenças a seguir:
I- Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos e danos e violências física e 
psicológica à saúde do trabalhador, em respeito à dignidade humana e à proteção 
dos direitos dos profissionais de Enfermagem. 
II- Suspender as atividades, individuais ou coletivas, quando o local de trabalho não 
oferecer condições seguras para o exercício profissional.
III- Executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e 
legal.
AUTOATIVIDADE
34
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) Todas as sentenças estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
4 As proibições voltadas aos profissionais de Enfermagem estão descritas no Código de 
Ética, assim como suas penalidades. Em conformidade com essa normativa, cite três 
ações que são proibidas na prática profissional do enfermeiro.
5 Na Enfermagem, existem muitas entidades de classe que representam os profissionais 
na sua profissão e em suas especialidades. De acordo comelas, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O Cofen é responsável por normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de 
enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem.
( ) O Coren tem como objetivo a orientação para o exercício de Enfermagem. Divide-
se em área disciplinar normativa, fiscalizatória e penal. 
( ) A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN) tem como objetivo promover o de-
senvolvimento técnico científico, cultural e político dos profissionais de Enfermagem.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – F – V.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – F – V.
35
TÓPICO 3 - 
INTRODUÇÃO À SISTEMATIZAÇÃO DA 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE)
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos a ciência do cuidado com o enfoque para a intro-
dução da SAE, que é exercida única e exclusivamente pelo enfermeiro, o qual tem a 
responsabilidade técnico-científica para construção e aplicabilidade da SAE.
Desse modo, veremos as fases que devem ser abordadas para a construção da 
SAE de forma sistematizada, privando a segurança e a qualidade no atendimento ao 
paciente que busca o serviço de saúde para recuperação e tratamento, com o objetivo 
de conhecer a ciência do cuidado e a completa contextualização da SAE para um 
atendimento integral e adequados aos pacientes.
UNIDADE 1
2 A CIÊNCIA DO CUIDADO
Atualmente, no mundo ocidental e considerando o sistema social capitalista, 
os profissionais da Enfermagem, muitas vezes, podem se distanciar de uma das bases 
fundamentais de sua atuação, que é o cuidado (GEOVANINI, 2019).
“A Enfermagem é a arte e a ciência do cuidar, necessária a todos os povos e 
a todas as nações, imprescindível em cada época de paz ou em época de guerra e 
indispensável à preservação da saúde e da vida dos seres humanos em todos os níveis, 
classes ou condições sociais” (GEOVANINI, 2019, p. 25).
Por isso, estudaremos o cuidado atrelado às fases da vida, a integralidade do 
cuidado em saúde e o conceito de cuidado centrado na pessoa. 
Atualmente, a saúde é vista dentro de um conceito ampliado – para além das 
doenças –, contemplando os modos de vida dos indivíduos e coletivos, assim como 
seus ambientes e contextos, essas dimensões integradas, segundo Nunes e Pelizzoli 
(2011), são: biológica, social, política, psíquica, econômica, simbólica e espiritual. Assim, 
saúde e doença estão associadas aos modos que as pessoas se relacionam individual e 
coletivamente, levando em consideração a qualidade de vida de cada um. 
“Ressalta-se que a trajetória dos cuidados pode evidenciar melhor entendimento 
do processo saúde-doença que, atualmente, são resgatados por esta área de 
conhecimento, bem como nos ajuda a entender o desenvolvimento da enfermagem na 
perspectiva história” (PORTO, 2009, p. 7).
36
A vida está em constante movimento, e o cuidado aparece associado ao que se pode 
denominar como suas “passagens”. Como afirma Collière (2001), as grandes passagens – 
como o nascimento, o casamento e a morte – são elencadas como as de maior importância 
ao longo dos tempos, o que é evidenciado nos diversos costumes a elas vinculados – perpas-
sando pela cultura –, que são considerados sagrados. Entretanto, a vida é uma sucessão de 
passagens além dessas, que, para serem ultrapassadas, necessitam de cuidados. 
Nesse caso, o cuidado pode ser definido como um modo de ser fundamental, 
algo ontologicamente constitutivo da natureza humana. É importante ressaltar que 
esse cuidado não necessariamente implicará a cura, pois há a possibilidade de cuidados 
até para males incuráveis. Assim, entende-se que o cuidado não necessita de uma 
finalidade objetiva com resultados pré-definidos, sendo diferente do tratamento que 
envolve técnicas e procedimentos. Ele trabalha com o foco no alívio de sofrimento ou 
no alcance de bem-estar (NUNES; PELIZZOLI, 2011).
 Como o cuidado perpassa por todas as etapas da vida: em um tempo somos 
cuidados – principalmente na primeira infância –, depois aprendemos a cuidar de nós 
mesmos para, em seguida, assumirmos o papel de cuidadores, seja de filhos ou de pais 
idosos (COLLIÈRE, 2001).
A Figura 6 demonstra a “linha dos cuidados” que perpassam as principais 
etapas da vida.
FIGURA 6 – A LINHA DOS CUIDADOS NAS ETAPAS DA VIDA
FONTE: Collière (2001, p. 179)
O foco dos tratamentos médicos é a doença, não sendo eles substituíveis 
de cuidados que mantêm as capacidades de vida da pessoa. Muitas vezes, quando 
os tratamentos que buscam “remediar” a doença são priorizados, os cuidados são 
diminuídos ou acabam não existindo. É importante saber discernir cuidado de tratamento 
e entender a importância de ambos (COLLIÈRE, 2001).
37
Há cuidados que acompanham as diferentes passagens da vida, se instauraram 
e se desenvolveram em torno do nascimento, sendo eles da mesma natureza dos que 
acompanham a velhice, a morte e a doença. Para uma melhor compreensão da natureza 
desses cuidados, o Quadro 3 apresenta um resumo sobre o assunto.
QUADRO 3 – A NATUREZA DOS CUIDADOS NO NASCIMENTO E NA PRIMEIRA INFÂNCIA, EM CASO DE 
DOENÇA, NA VELHICE E NA MORTE
Cuidados em torno do nascimento e primeira infância: para mãe e criança, são oriun-
dos das práticas alimentares, que, além de alimentar, são suporte da comunicação, 
da partilha e da descoberta do desconhecido; e das práticas do corpo: que visam a 
despertar e estimular o corpo para inserir o recém-nascido no mundo que o acolhe.
Os cuidados de 
estimulação
São centrados no despertar das capacidades mais fundamentais, como 
respirar, mamar, sentir, ouvir e ver, sua função é desenvolver os sentidos 
e as capacidades motoras. É o caso da sensação, da percepção, da 
representação etc., em que a variedade dos cuidados de estimulação 
cria as expectativas, os desejos, o interesse e as reações afetivas.
Os cuidados de 
confortação
São os cuidados que encorajam, que permitem adquirir segurança, 
que favorecem a renovação e a integração da experiência, para que 
haja aquisição. É diferente do conselho, que, na maioria das vezes, 
paralisa a pessoa, impedindo-a de se expressar. É também diferente 
de uma segurança ilusória que mascara uma falsa securização, tal 
como muitas vezes é praticada no meio médico e da Enfermagem 
“vai ver, tudo correrá bem”, frase lançada com indiferença.
Os cuidados de 
manutenção da 
vida
Esses cuidados que sustentam e, por isso, mantêm as capacidades 
adquiridas para fazer face às necessidades da vida cotidiana, como 
comer, lavar-se, vestir-se, deslocar-se etc. Permitem se manter atento 
para evitar as perdas das aquisições realizadas em determinada etapa 
do desenvolvimento, assegurando a sua manutenção e o seu reforço. 
A sua carência leva a regressões, que podem ser muito graves, como 
visto entre 1950-1965 com o “hospitalismo” nos serviços de crianças.
Os cuidados do 
parecer
Suporte da comunicação não verbal, esses cuidados contribuem 
para construir e valorizar a imagem de si mesmo e, assim, fazer 
emergir e fortalecer o sentimento de identidade, mas também de 
pertencer a um grupo. A carência desses cuidados leva a uma de-
preciação da autoimagem. A filosofia do desprezo do corpo, desen-
volvida pela Igreja e seguida pela concepção organicista da medici-
na, não só o considera dispensável, como o exclui das instituições 
hospitalares até a tomada de consciência por enfermeiras e auxilia-
res de Enfermagem de alguns serviços hospitalares ou no domicílio.
38
Os cuidados de 
compensação
Esses cuidados visam a substituir o que ainda não foi adquirido ou 
que só o foi parcialmente pelos recém-nascidos, pelos bebês e pe-
las crianças pequenas. Os cuidados que visam a compensar o que 
a criança ainda não é capaz de assegurar por si própria diminuem 
à medida do crescimento biológico e afetivo. Voltam a ser neces-
sários quando surge um acidente ou uma doença, em função dos 
danos funcionais ou de deficiências, ocorridos em qualquer dos 
casos. Tornam-se predominantes no final da vida.
Os cuidados deapaziguamento
Também chamados de “cuidados de relaxamento”, esses cuidados 
são conhecidos há séculos. Tomam, na maioria das vezes, a forma 
de massagem. Permitem o repouso, a libertação das tensões e, 
assim, apaziguam o que causa turbulência, o que está em desas-
sossego. Também proporcionam alívio ou, pelo menos, atenuação 
da dor, como na altura dos surtos de dentição da criança pequena. 
São acompanhados geralmente de cantos, de palavras apazigua-
doras. Desconsiderados pela medicina que, no século XIX, chegou 
a condená-los, são novamente reintroduzidos nos serviços em que 
o pessoal dos cuidados soube reencontrar os benefícios da sua 
ação terapêutica, mas são ainda, muitas vezes, prodigalizados de 
forma oculta, “paralela”, o que não contribui para fazer reconhecer 
os seus efeitos benéficos e, assim, a sua absoluta necessidade.
Cuidados que acompanham a velhice, a morte, assim como a doença: o que muda é 
a inversão da sua predominância em função da idade, da gravidade da doença, das 
capacidades ainda existentes e das que estão alteradas ou diminuídas, assim como 
pelo interesse e pela motivação.
Os cuidados de 
compensação
Visam a compensar os efeitos das perdas, o desgaste que ocasiona 
diminuições sensório-motoras: auditivas, visuais, táteis e motoras, 
mas também a perda do controle dos esfíncteres, das propriedades 
da pele, com as consequências que isso arrasta para o assegurar 
das funções vitais.
Os cuidados de 
manutenção da 
vida
São complementares dos cuidados de compensação. Demasiadas 
vezes prodigalizados de forma arbitrária, por discernimento 
insuficiente do que é indispensável manter (como avaliar o que uma 
pessoa pode ainda assegurar da sua higiene), ou de discernimentos 
errôneos que determinam perdas de forma demasiado superficial 
(como no caso da rotulação apressada de “incontinência”).
Esses cuidados não podem atingir a sua finalidade quando são 
desprovidos do que os justifica e do que lhes dá significado em 
relação ao estado da pessoa a cuidar.
Os cuidados de 
estimulação
Permitem a reaquisição de capacidades diminuídas ou transitoria-
mente perdidas (como após a hemiplegia, uma intervenção cirúrgi-
ca e o coma). Permitem também a aquisição de novas capacidades 
(como após uma traumatologia acidental).
39
Os cuidados de 
confortação
Destinam-se a confortar, a fortalecer a segurança física e afetiva 
necessárias para manter as capacidades existentes e reconquistar 
as que podem ser recuperadas. Esses cuidados rendem uma aten-
ção particular nas situações, em que as pessoas são atingidas por 
doenças crônicas, bem como nas pessoas idosas. Em ambos os 
casos, a falta de atenção ao apoio e/ou a estimulação das capaci-
dades funcionais que lhes restam corre o risco de levar ao cresci-
mento e ao agravamento das deficiências, o que pode conduzir a 
instalação irreversível de uma dependência total.
Cuidados de 
parecer
Procuram limitar/atenuar a degradação da imagem do corpo, assim 
como o sentimento de decadência que provoca, ocasionando um 
sofrimento moral, que pode, por vezes, ser mais intolerável que o 
sofrimento físico. Esses cuidados são de uma importância capital 
para manter o desejo de comunicação e partilha.
Os cuidados de 
apaziguamento
De alívio da dor, contribuem para permitir suportar melhor momentos 
de grande sofrimento. Facilitam a melhor utilização dos recursos 
físico-afetivos, o atenuar da dor e a sua repercussão psicomental. 
Esses cuidados de apaziguamento têm um lugar preponderante 
em patologias particularmente dolorosas. Entre os cuidados de 
apaziguamento, a massagem dos pés, conhecida em numerosas 
sociedades, permite acompanhar, não só fisicamente, mas também 
simbolicamente, o fim do caminho da vida.
FONTE: Adaptado de Collière (2001, p. 181-184)
É uma dificuldade determinante para os profissionais da Enfermagem tornar 
acessível a natureza dos cuidados tanto social quanto economicamente. Collière (2001, p. 
185) afirma que a causa dessa dificuldade pode ser o reconhecimento da especificidade 
da própria função da Enfermagem, bem como que os “cuidados técnicos” podem ser 
atrativos e, sem eles, os outros cuidados, chamados de “higiene”, tornaram-se medidas sem 
finalidades terapêuticas. Entretanto, cuidar é muito mais do que uma tarefa de higiene, pois 
faz parte das “leis da vida” – é o que desperta e estimula as capacidades para viver. 
Em 1965, Virginia Handerson foi a primeira autora a escrever sobre “a natureza 
dos cuidados” de Enfermagem, associando-a às necessidades fundamentais do ser 
humano, que haviam sido explicitadas, na época, por Abraham Maslow. Houve uma 
confusão entre necessidades e cuidados, por exemplo, em 1973, quando a Associação 
Norte-americana para o Diagnóstico de Enfermagem (NANDA, sigla do inglês North 
American Nursing Diagnosis Association International) estabeleceu um sistema de 
classificação de diagnósticos, um ato um tanto redutor, de acordo com o discernimento 
da natureza dos cuidados. Assim, é importante discutir sobre o reencontro com a 
natureza dos cuidados, na busca de superar essas dificuldades históricas que moldaram 
a profissão de Enfermagem. Para isso, é preciso pensar no que, desde o nascimento até 
a morte, em todos os tempos, as sociedades tinham como cuidados (COLLIÈRE, 2001).
40
Desse modo, surge a dúvida: quais são as reais dificuldades enfrentadas para se 
trabalhar com a natureza dos cuidados em Enfermagem? Alguns exemplos são: 
• dificuldades relacionadas ao número de casos, o que torna 
impossível uma elaboração de projeto de cuidados; 
• insuficiência de conhecimentos diversificados, pois a formação é 
cada vez mais centrada em procedimentos; 
• insuficiência de recursos de reconstituição de energia dos pres-
tadores de cuidado, pois não há como promover vida quando 
se perde a vida, é importante lembrar de cuidar de quem cuida; 
• predominância de exames médicos e dos tratamentos, estes em 
detrimento dos cuidados; 
• a gestão organizacional dos cuidados e dos tratamentos e a não 
estimativa econômica dos cuidados (COLLIÈRE, 2001, p. 190-191).
Como essas dificuldades podem ser superadas? Não há uma resposta pronta; 
há o medo de ousar, o receio de falar, o preconceito que a Enfermagem, muitas vezes, 
enfrenta quando julgada como somente “cuidados de higiene”. Todavia, é preciso reco-
nhecer a contribuição fundamental da natureza dos cuidados no dia a dia da profissão, 
assim como nos tratamentos. 
Após abordarmos a natureza dos cuidados em Enfermagem, é importante 
refletirmos sobre o cuidado integral do ser humano. A integralidade do cuidado surge 
como uma visão ampliada, que vai além do olhar biomédico, compreendendo o sujeito 
como um ser integral, e não parcial.
A medicina – baseada no desenvolvimento da anatomia patológica – desenhou-
se como um instrumento de produção de uma sociedade organizada, como uma máquina 
que pode ser controlada. Nesse sentido, o seu olhar não foca no indivíduo, e sim na doença 
em si, que é vista como um mal externo à pessoa, que deve ser expurgado, podendo ser 
classificado e descrito objetivamente. A racionalidade do modelo biomédico foi constituída 
fundamentalmente por duas categorias: normal e patológica, dando uma dimensão de 
qualidades verificáveis e quantificáveis dessas categorias, sendo a normalidade associada 
às regras a cumprir e a patológica, ao desvio delas (NUNES; PELIZZOLI, 2011).
A integralidade é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), presente 
na Constituição Federal do Brasil, como “atendimento integral” – nesse caso, o Estado 
tem o dever de oferecer um “atendimento integral, com prioridade para as atividades 
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais” (BRASIL, 1988, Art. 198). 
Como determina a Lei Orgânica de Saúde – Lei nº 8.080/1990 (BRASIL, 1990):
As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados con-
tratados ou conveniados que integram SUS, são desenvolvidos de 
acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Fede-
ral, obedecendoainda aos seguintes princípios: [...] a integralidade 
de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exi-
gidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema 
(BRASIL, 1990, Art. 7º, Inciso II).
41
Nesse caso, para atender às necessidades de saúde da população, “o Estado 
deve estabelecer um conjunto de ações que vão desde a prevenção à assistência 
curativa, nos diversos níveis de complexidade” (FIOCRUZ, 2021, s. p.). Além disso, para 
um atendimento integral, há a necessidade de entender o sujeito como inserido em um 
contexto social, agente responsável por sua vida, procurando entender, a partir desse 
lugar, as demandas de saúde únicas daquele cidadão. Requer acolhimento, qualidade 
da escuta e respeito (FIOCRUZ, 2021).
Para Fontoura e Mayer (2006), a integralidade pode ser vista como um caminho que 
transforma as pessoas que o percorrem, construindo melhorias nesse caminhar, uma vez 
que “busca uma assistência ampliada, transformadora, centrada no indivíduo e não aceita 
a redução dele nem à doença nem ao aspecto biológico. Além do atendimento integral 
envolve a valorização do cuidado e o acolhimento” (FONTOURA; MAYER, 2006, p. 532-533).
Mattos (2009, p. 45) afirma que a integralidade não é apenas uma diretriz do 
SUS, definida constitucionalmente:
Ela é uma “bandeira de luta”, parte de uma “imagem-objetivo”, um 
enunciado de certas características do sistema de saúde, de suas 
instituições e de suas práticas que são consideradas por alguns (diria 
eu, por nós), desejáveis. Ela tenta falar de um conjunto de valores 
pelos quais vale lutar, pois se relacionam a um ideal de uma sociedade 
mais justa e mais solidária.
Essa imagem-objetivo, descrita pelo autor, tem vários sentidos. Entretanto, 
foram forjados num mesmo contexto de luta e são articulados entre si: 
Mas sentidos distintos, que permitem que vários atores, cada qual 
com suas indignações e críticas ao que existe, comunguem nessas 
críticas e, pelo menos por um instante, pareçam comungar os 
mesmos ideais. Mais importante do que isso, uma imagem-objetivo 
não diz de uma vez por todas como a realidade deve ser. Ela traz 
consigo um grande número de possibilidades de realidades futuras, 
a serem criadas através de nossas lutas, que têm em comum a 
superação daqueles aspectos que se criticam na realidade atual (que 
almejamos transformar) (MATTOS, 2009, p. 46).
Com essas reflexões, podemos observar o quão complexo é definir o sentido da 
integralidade, sendo uma bandeira de luta, um princípio do SUS na Constituição Federal. 
Um objetivo a ser alcançado com base no que se crítica do que se quer transformar, 
o que nos leva a pensar que, talvez, ela não deva ter um único sentido. O Quadro 4 
demonstra os sentidos da integralidade definidos por Mattos (2009).
42
QUADRO 4 – OS TRÊS CONJUNTOS DE SENTIDOS DA INTEGRALIDADE
Integralidade 
como um traço 
da boa 
medicina
Esse sentido relaciona-se ao movimento da medicina integral, que 
discutia o ensino médico dos Estados Unidos, criticando a atitude dos 
médicos diante de seus pacientes, cada vez mais fragmentária. Inse-
ridos num sistema que privilegiava as especialidades médicas, os mé-
dicos tendiam a recortar analiticamente seus pacientes, atentando tão 
somente para os aspectos ligados ao funcionamento do sistema ou 
aparelho no qual se especializaram. Isso significava, ao mesmo tempo, 
a impossibilidade de apreender as necessidades mais abrangentes de 
seus pacientes. Além de fragmentária, aquela atitude frequentemente 
adotada por médicos era vista como reducionista, pois o conhecimen-
to médico nas diversas especialidades ressaltava as dimensões exclu-
sivamente biológicas, em detrimento das considerações psicológicas 
e sociais. Defender a integralidade não implica deixar de lado todo o 
caudal de conhecimentos sobre as doenças que tem permitido, tanto 
à medicina como à saúde pública, alguns significativos sucessos, o 
que significa, isso sim, um uso prudente desse conhecimento sobre a 
doença, mas sobretudo um uso guiado por uma visão abrangente das 
necessidades dos sujeitos de que tratamos.
A integralidade 
como modo de 
organizar as 
práticas
Um segundo conjunto de sentidos da integralidade se relaciona mais 
diretamente com a organização dos serviços e das práticas de saúde. 
Um modo de organização voltado para a articulação entre assistência 
e práticas de saúde pública. O princípio de integralidade, em um dos 
seus sentidos, corresponde exatamente a uma crítica da dissociação 
entre as práticas de saúde pública e as práticas assistenciais. Dito de 
outra forma, o princípio da integralidade se aplica a partir da indigna-
ção com certas características das práticas, então, existentes – in-
dignação que permanece atual. Não parece admissível, por exemplo, 
que um homem diabético, com tuberculose e hérnia inguinal tenha 
que dar entrada em três pontos distintos do sistema de saúde para 
ter encaminhada a resolução de seus problemas. Nesse contexto, a 
integralidade emerge como um princípio de organização contínua do 
processo de trabalho nos serviços de saúde, que se caracterizaria pela 
busca também contínua de ampliar as possibilidades de apreensão 
das necessidades de saúde de um grupo populacional.
Integralidade 
e políticas 
especiais
Um outro conjunto de sentidos do princípio de integralidade é rela-
tivo às configurações de certas políticas específicas, chamadas de 
políticas especiais. São políticas especificamente desenhadas para 
dar respostas a um determinado problema de saúde ou aos proble-
mas de saúde que afligem um certo grupo populacional. Podería-
mos falar que esse terceiro conjunto de sentidos da integralidade 
trata de atributos das respostas governamentais a certos proble-
mas de saúde ou às necessidades de certos grupos específicos.
FONTE: Adaptado de Mattos (2009, p. 48-61)
43
Com base no Quadro 4, observamos que os sentidos de integralidade possuem 
semelhanças e se articulam. Estão centrados no não reducionismo em todos os níveis, 
seja na organização dos serviços, seja na relação entre sujeito e profissional de saúde. 
Assista ao vídeo sobre a integralidade disponibilizado pelo canal “Série SUS”, 
que fala sobre a complexidade de compreendê-la e colocá-la em prática no 
cotidiano dos serviços de saúde. Acesse: https://bit.ly/3q1dCOP.
DICA
Outro aspecto primordial, para que haja integralidade na prática profissional, é a 
própria formação em saúde. Segundo Silva e Sena (2008):
A prática de enfermagem, inserida no contexto das práticas em saúde, 
enfrenta o desafio cotidiano de imprimir uma nova lógica à organiza-
ção do trabalho, configurando um agir pautado na integralidade e, nes-
te sentido, a formação dos enfermeiros também se apresenta como 
um campo em que a integralidade é premissa para a reorganização 
das práticas, uma vez que determinada a aquisição de competências e 
habilidades para a prática profissional (SILVA; SENA, 2008, p. 49).
A formação dos profissionais da saúde, quando comprometida com a integra-
lidade do cuidado, com o foco no usuário e nas demandas sociais, promove maior re-
solubilidade das questões de saúde. Para isso, a Educação Interprofissional (EIP) e a 
integração ensino/serviço devem estar presentes, como potência de reformular o cur-
rículo formal e como práticas insubstituíveis à formação profissional em saúde. Existem 
aspectos já bem discutidos na literatura internacional acerca dos benefícios da EIP, 
como a diminuição de atitudes estereotipadas entre as profissões e a vivência de apren-
dizagens interativas na EIP promover o desenvolvimento de competências para uma 
prática colaborativa (BATISTA; BATISTA, 2016).
A EIP consiste em ocasiões em que membros de duas ou mais profis-
sões aprendem juntos, de forma interativa, com o propósito explícito 
de avançar na perspectiva da colaboração, como prerrogativa para a 
melhoria na qualidade da atenção à saúde (BRASIL, 2021).
IMPORTANTE44
Observamos, a partir do exposto, a necessidade de transformações 
dos cenários e dos modos de produção de cuidados contemporâneos, 
visando à integralidade, desde a organização dos serviços de saúde, a 
formação profissional, a relação entre profissional da saúde com o sujeito 
etc. Neste último caso, para que a consulta de saúde seja mais do que uma 
série de protocolos a serem seguidos, propiciando um encontro dialogado, 
em que há troca de saberes e empoderamento do sujeito, promovendo a 
corresponsabilização dele pela sua saúde e o vínculo com o profissional.
O conceito de “cuidado centrado na pessoa” é um termo que ainda 
não tem definição consensual, mas remete às práticas e aos princípios que 
se preocupam em alterar a forma como o cuidado é prestado. Considerando 
que o cuidado de saúde costumeiramente é oferecido “para” as pessoas, e 
não “com” elas, no sentido de que o paciente não é incluído nas decisões 
(BRASIL, 2016).
O termo surge a partir de propostas que buscam transformar o 
modelo biomédico, ligado somente às questões da doença, preocupado 
em incorporar mais empatia, respeito e cuidado nas relações. 
Um dos pioneiros foi o médico e psicanalista húngaro Michael Ba-
lint, em "The Doctor, His Patient and the Illness", de 1957. Este médico 
cunhou, na década de 70, o termo "medicina centrada no paciente", 
em oposição ao termo "medicina centrada na doença", incorporando 
ao saber técnico-médico, questões que versam sobre como o doente 
vivencia e percebe sua doença, como se insere em seu ambiente fa-
miliar e comunitário, como exemplos. Trata-se de um método substi-
tutivo ao modelo biomédico em seu aspecto relacional, na forma como 
o doente deve ser observado, na forma como o médico e os profissio-
nais de saúde que o utilizam contextualizam a pessoa adoecida, ne-
gociando com estas expectativas e tratamento (MANSO, 2019, p. 79).
Manso (2019) afirma que, após os estudos de Balint, outras universidades 
de países do Reino Unido, ao final da década de 1980, propuseram uma mudança de 
abordagem médica denominada “medicina centrada na pessoa”. 
A Health Foundation identificou um referencial composto por quatro princípios 
ligados ao cuidado centrado na pessoa, que englobam práticas a serem utilizadas por 
todos os profissionais de saúde:
• Assegurar que as pessoas sejam tratadas com dignidade, 
compaixão e respeito.
• Oferecer um cuidado, apoio ou tratamento coordenado.
• Oferecer um cuidado, apoio ou tratamento personalizado.
45
• Apoiar as pessoas para que reconheçam e desenvolvam as 
suas próprias aptidões e competências, a fim de terem uma vida 
independente e plena (BRASIL, 2016, p. 5).
Esses princípios estão envolvidos em qualquer prática de cuidado em saúde:
Toda intervenção ou cuidado específico oferecido à pessoa deverá se 
pautar por esses princípios. Todo exemplo de cuidado centrado na pes-
soa, em qualquer experiência com o cuidado de saúde, envolverá uma 
combinação desses princípios. Se a pessoa for altamente dependente 
(por exemplo, se estiver inconsciente ou tiver algum tipo de incapaci-
dade), será preciso, provavelmente, dar mais ênfase aos princípios de 
dignidade, compaixão e respeito, coordenação e personalização. Con-
tudo, mesmo nesses casos, geralmente é possível praticar todos os 
quatro princípios em algum grau (BRASIL, 2016, p. 6).
Assim, a prática do cuidado centrado na pessoa promove repercussões positivas 
no tratamento clínico, estimulando a “cooperação e viabilizando o apoio e a consolidação 
dos seus direitos. Trata-se de um modelo de atenção que se propõe a romper paradigmas 
remanescentes do modelo biomédico e superar a fragmentação do cuidado” (BRASIL, 
2016; ZHAO et al., 2014 apud RODRIGUES; PORTELA; MALIK, 2019, p. 4.264).
3 METODOLOGIA SAE
A SAE é uma metodologia criada com objetivo de organizar a prática da 
Enfermagem no atendimento e no cuidado do paciente de forma integral. 
Essa metodologia não é algo novo, mas surgiu desde 1854, quando Florence 
Nightingale participou como voluntária na Guerra da Crimeia. Florence conseguiu reduzir 
a mortalidade local de 40% para 2% e já defendia a necessidade de uma organização 
disciplinar para a enfermeiras (LIRA; BOMFIM, 1989).
Horta (1979) afirma que a SAE eleva a qualidade da assistência de Enfermagem, 
beneficiando tanto o paciente, através de um atendimento individualizado, bem como a 
enfermeira, demonstrando a importância do processo de Enfermagem. 
Assim, a SAE tem por finalidade organizar o trabalho da Enfermagem, quanto ao 
método, ao pessoal e aos instrumentos, de modo que seja possível a operacionalização 
do Processo de Enfermagem (PE) (COFEN, 2009 apud SANTOS et al., 2016).
O PE, que é uma forma de tomada de decisões, embasada em uma metodologia 
científica (CUNHA; BARROS, 2005), também se trata de um instrumento metodológico, que 
orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional, 
bem como evidencia a contribuição do profissional de Enfermagem na atenção à saúde da 
população, aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional (COFEN, 2009).
46
Esse processo tem sido amplamente estudado e aplicado nos serviços de saúde 
no Brasil e no mundo. No Brasil, o modelo mais conhecido para a implantação do PE é o 
proposto por Horta (1979), por meio de: 
• histórico de Enfermagem;
• diagnóstico de Enfermagem;
• plano assistencial;
• prescrição de Enfermagem;
• evolução de Enfermagem;
• prognóstico de Enfermagem (HORTA, 1979 apud BARROS; LOPES, 2010). 
Assim, conforme a Resolução Cofen nº 358/2009 (COFEN, 2009), o PE organiza-
se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:
I- A Coleta de Dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem 
– processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o 
auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a 
obtenção de informações sobre a pessoas, família ou coletividade 
humana e sobre suas respostas em um dado momento do pro-
cesso saúde e doença. 
II- Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agru-
pamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com 
a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enferma-
gem que representam as respostas das pessoas, família ou coletivi-
dade humana em um dado momento do processo saúde e doença; 
e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções 
com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. 
III- Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que 
se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem 
que serão realizados face às respostas das pessoas, família ou 
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e 
doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
IV- Implementação – realização das ações ou intervenções determi-
nadas na etapa de Planejamento de Enfermagem.
V- Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e 
contínuo de verificação de mudança nas respostas da pessoa, 
família ou coletividade humana em um dado momento do processo 
saúde e doença, para determinar se as ações ou intervenções de 
enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação 
da necessidade de mudança ou adaptações nas etapas do PE 
(COFEN, 2009, p. 2-3).
Na Figura 7, podemos observar que todas as fases da SAE compreendem um 
conjunto de atividades sistematizadas. 
47
FIGURA 7 – FASES DA SAE
FONTE: <http://biblioteca.cofen.gov.br/entrevista-com-manoel-neri/>. Acesso em: 19 set. 2021.
Para conhecer a Resolução do Cofen sobre SAE, acesse: https://bit.
ly/3HM7kbE.
DICA
O Art. 3º traz que o PE deve estar baseado em um suporte teórico, que busque 
orientar a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de Enfermagem e o 
planejamento das ações ou intervenções de enfermagem, assim como, deve fornecer a 
base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados (COFEN, 2009).
Dessa maneira, o enfermeiro necessita aperfeiçoar seus conhecimentos teó-
ricos sobre a enfermagem clínica, assimcomo desenvolver competências a partir do 
exercício diário da prática clínica e habilidades cognitivas e perceptivas para comuni-
car-se com a pessoa, família ou coletividade e saber coletar dados por meio da entre-
vista e exame físico, a fim de dar suporte ao processo de diagnóstico e prescrição das 
ações ou intervenções de enfermagem. 
A legislação, em seu Art. 1º (COFEN, 2009), também afirma que o PE deve 
ser realizado de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou 
privados em que ocorra o cuidado profissional de Enfermagem:
48
§1º os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se a insti-
tuições prestadoras de serviços de internação hospitalar, instituições 
prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, 
associações comunitárias, fábricas, entre outros. 
§2º quando realizado em instituições prestadoras de serviços am-
bulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, 
entre outros, o Processo de Enfermagem corresponde ao usualmen-
te denominado nesses ambientes como Consulta de Enfermagem.
Assim, percebemos que o PE mostra tratar-se de um trabalho profissional 
particular, que demanda habilidades e capacidades cognitivas (pensamento, raciocínio), 
psicomotoras (físicas) e afetivas (emoções, sentimentos e valores) e ainda implica 
pensar e estudar, exige flexibilidade, criação e inovação de planos de cuidado, que 
sejam aderentes às necessidades humanas e sociais da clientela (GARCIA, 2016).
Na Unidade 2, abordaremos as teorias da Enfermagem. Bons estudos!
ESTUDOS FUTUROS
49
SISTEMA DE SAÚDE E TRABALHO: DESAFIOS PARA A ENFERMAGEM NO BRASIL
Manoel Carlos Neri da Silva
Maria Helena Machado
Introdução
Falar sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) é trazer à tona o processo de 
instituição do maior e mais eficiente sistema gratuito de saúde do mundo, criado para 
atender a todos os brasileiros e brasileiras, sem distinção, e assim reconhecido pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ao ser criado como uma política pública, ter entrado na pauta da política dos 
anos 1980 e, finalmente, ser inserido na Constituição Federal de 1988, com a instituição 
do SUS pela Lei nº 8.080/1990, o Brasil deu um passo decisivo, que mudou o modelo de 
atendimento à saúde, antes seletivo e centralizado.
Seus princípios de equidade, universalidade, integralidade, descentralização 
e participação social trouxeram a possibilidade a todos, mas principalmente aos mais 
pobres, aos desamparados e desempregados de também terem o acesso à saúde. O SUS 
é inclusivo e está em todas as áreas da Saúde – realiza os procedimentos mais simples 
e os mais complexos. Hoje, 30 anos após sua criação, o SUS presta atendimento a mais 
de 11 milhões de pessoas por dia e realiza cerca de 127 procedimentos por segundo.
Entrelaçada à existência do SUS está a Enfermagem. Um contingente muito 
expressivo, representando mais da metade de todos os profissionais de saúde em 
atuação no Brasil. Não é possível pensar no funcionamento desse sistema sem o 
trabalho dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, presentes em cada 
município brasileiro, em cada unidade e instituição de saúde.
As vitórias e os desafios do SUS também estão interligados aos da Enfermagem 
brasileira. Se o SUS é subfinanciado desde sua criação, os profissionais de Enfermagem 
sofrem com a falta de um piso nacional salarial, o que resulta em salários baixíssimos, 
chegando um profissional, em determinadas regiões do país, a recorrer a outras 
atividades fora da saúde, como forma de complementação de seu rendimento mensal.
LEITURA
COMPLEMENTAR
50
O SUS sobreviveu às mudanças de governo, estando associado à redução da 
mortalidade infantil, ao aumento da expectativa de vida e à melhoria generalizada dos 
principais indicadores de Saúde no Brasil nas últimas três décadas. É uma conquista 
da população que não pode ser desprezada, pois aumentou o acesso dos brasileiros à 
saúde como não se pensava ser possível acontecer 30 anos atrás. Hoje, sete em cada 
dez brasileiros dependem exclusivamente do Sistema Público de Saúde. Isso equivale a 
75% de brasileiros. A Atenção Primária, porta de entrada à Saúde, alcança hoje 50% dos 
usuários. A OMS afirma, com base em evidências internacionais, que sistemas de Saúde 
baseados em uma Atenção Primária à Saúde forte apresentam melhores resultados, 
menores custos e maior qualidade de atendimento [...].
A Enfermagem e o SUS
A Enfermagem é uma profissão essencial e considerada nuclear na estrutura 
das profissões de saúde, no Brasil e no mundo. É uma categoria profissional que se 
organiza de forma peculiar, tendo na sua estrutura interna três categorias: Enfermeiro, 
Técnico de Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem.
Constituída por um contingente de mais de 2 milhões de profissionais, presente 
nos 5.570 municípios, nas 27 unidades da Federação, e, também, em todas as estruturas 
organizacionais do sistema de saúde brasileiro: hospitais, ambulatórios, centros de 
saúde, UBS, UPAs, SAMUs, ESF etc.
Por ser uma profissão que atua nas várias dimensões da saúde, como na 
assistência (muito forte), na saúde pública, na prevenção e promoção da saúde, e está 
presente em todas as fases de nossas vidas: do nascer ao morrer, confere a ela a noção 
sociológica, de essencialidade no âmbito das profissões.
Da mesma forma, a multifuncionalidade, característica da formação em 
Enfermagem, possibilitou a expansão dos espaços de atuação dos profissionais, que 
estão atuando em todos os processos e procedimentos do SUS, inclusive na gestão, na 
coordenação de programas, como o de Estratégia Saúde da Família, no gerenciamento 
e na assistência. A Enfermagem é ponto nevrálgico de qualquer sistema de Saúde – 
sem ela, não há como seguir com o trabalho.
Ao mesmo tempo em que o SUS e o processo de descentralização de ações 
e serviços de saúde ganhou amplitude, especialmente, para Estados e municípios, 
demandou uma força de trabalho ainda maior e mais especializada para cada área de 
atuação. A Enfermagem se inseriu e ao longo dessa história, contribuindo, não só na 
implantação e implementação das diversas políticas de saúde (Estratégia Saúde da 
Família, SAMU, imunizações, controle de doenças endêmicas, entre outras), mas de 
estar diuturnamente para manutenção desse sistema, desde os grandes centros até os 
locais mais remotos do país.
51
O Brasil é referência para qualquer país que queira aprender sobre a Atenção 
Primária, afirmou o inglês Thomas Hone, pesquisador no Imperial College of London, 
que estuda sistemas universais de saúde. A Enfermagem tem forte atuação na atenção 
primária e, na emergência das Práticas Avançadas de Enfermagem, oferece uma 
perspectiva de maior resolutividade, eficácia e eficiência.
A formação
Adequar a formação às necessidades do SUS e, ao mesmo tempo, ordenar a 
formação, combatendo os cursos de baixa qualidade, é um outro grande desafio da 
profissão. A equipe de Enfermagem é um contingente jovem, representando 61,7% têm 
até 40 anos de idade.
No estudo realizado por Machado sobre a Enfermagem, é possível destacar 
alguns pontos referentes à educação: primeiro, a iniciativa privada domina a formação 
destes profissionais, o que significa dizer que 57,4% dos enfermeiros e 72% dos técnicos 
e auxiliares são oriundos de instituições de ensino privadas; segundo, há uma clara 
hegemonia do Sudeste, no que tange à formação profissional (50%); terceiro, 1/3 dos 
enfermeiros foi, anteriormente, técnico ou auxiliar de Enfermagem. Quanto à qualificação 
de pós-formação, os dados remetem a um quadro bastante díspar na equipe: entre 
os enfermeiros, 4,7% são doutores, 14,5% são mestres e 72,8% têm Especialização; já 
entre os auxiliares e técnicos, apenas 23% têm Especialização e 45,8% fizeram alguma 
atualização no decorrer de sua vida profissional, enquanto 60% informaram não ter feito 
nenhuma qualificação nos últimos 12 meses.
Contudo, o desejo de se qualificar é um anseio do profissional de Enfermagem 
brasileiro,que busca melhorar sua posição no mercado de trabalho – 80,1% dos 
enfermeiros reportam ter feito cursos de pós-graduação, sendo a maioria (72,8%) na 
modalidade de Especialização, segundo dados da Pesquisa Perfil da Enfermagem 
no Brasil. A maioria, 78,1% dos trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares), 
deseja cursar graduação e muitos já apresentam escolaridade acima da exigida para 
o desempenho de suas atribuições, com 22,8% reportando nível superior incompleto e 
11,5% tendo concluído curso de graduação [...].
Entretanto, ainda é baixa a taxa de profissionais com pós-graduação na 
modalidade Residência e elevado em Especializações, muitas vezes desconectados 
com o que realmente precisa o Sistema de Saúde do País.
Segundo Machado:
três tendências podem-se perceber no perfil da formação profissional: 
a) tendência à privatização, com hegemonia da iniciativa privada tanto 
na formação básica como na oferta de cursos de Especialização, 
Atualização e Aperfeiçoamento, ou seja, na modalidade Lato Sensu; b) 
tendência a perda da importância da modalidade integral dos cursos 
de formação profissional (para enfermeiros e auxiliares e técnicos); 
52
c) e o crescente aumento da escolarização dos trabalhadores, ou 
seja, 1/3 de todo o contingente auxiliar e técnico tem curso superior 
completo ou está cursando (MACHADO, 2017, p. 713).
A Enfermagem está se tornando uma profissão universitária.
Por outro lado, registra-se uma proliferação de escolas privadas no ensino 
técnico e superior, sem a observância da qualidade do ensino. Segundo dados do Cofen, 
em 2018, foram registrados 149.425 novos profissionais nos Conselhos de Enfermagem, 
sendo: 36.359 enfermeiros, 24 obstetrizes, 94.676 técnicos de enfermagem e 18.366 
auxiliares de Enfermagem egressos das 6.719 escolas existentes no país (819 cursos 
de graduação em Enfermagem, 3.877 escolas de formação técnica e 2.023 cursos de 
auxiliar de Enfermagem), sem considerar os polos de ensino a distância.
Esse crescimento dos cursos acompanhou a tendência de crescimento de todas 
as áreas, resultado de um processo de expansão da educação para criar oportunidades 
educacionais, muitas vezes, sem seguir um critério ordenado.
Ademais, com o advento do ensino a distância (EAD) na formação de enfermeiros 
e a implantação de polos a distância, majoritariamente em municípios de pequeno e 
médio porte sem a infraestrutura necessária, além da expansão do número de vagas 
para formação de enfermeiros de forma dramática, contribui ainda mais para a piora da 
qualidade da formação. Aliado a isso, os municípios não têm capacidade de absorver 
esse contingente, um descompasso entre oferta de cursos e a ausência de políticas 
públicas para a inclusão dos egressos no mercado de trabalho [...].
FONTE: Adaptada de SILVA, M. C. N.; MACHADO, M. H. Sistema de Saúde e Trabalho: desafios para a Enferma-
gem no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 1, p. 7-13, 2020. Disponível em: https://www.scielosp.
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53
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O ato de cuidar, durante a Idade Média, era predominantemente feminino e voltado 
para os pobres e enfermos, tendo seu início com a difusão do cristianismo em Roma, 
sendo extremamente ligado à religião.
• O cuidado é indissociável à Enfermagem desde o seu surgimento até hoje, 
perpassando as fases da vida e, no quesito de prestação de serviços de saúde, 
atualmente, busca-se a integralidade desse cuidado em diversos segmentos. 
• A SAE do serviço de Enfermagem compreende cinco fases: coleta de dados de En-
fermagem ou histórico de Enfermagem, diagnóstico de Enfermagem, planejamen-
to, implementação da assistência e avaliação.
54
1 A Enfermagem pode ser considerada a arte e a ciência do cuidar. Foi constituída a 
partir do instinto humano de afastar a dor do outro e apaziguá-la, desenvolvendo-se 
com base na ciência. Considerando os aspectos abordados sobre o cuidado, analise 
as sentenças a seguir:
I- A integralidade do cuidado se caracteriza por uma visão ampliada de saúde, que ex-
clui o olhar biomédico, compreendendo o sujeito como um ser integral, e não parcial.
II- A prática do cuidado centrado na pessoa estimula a cooperação entre o profissional 
e o paciente, gerando vínculos. Esse modelo de atenção se propõe a romper paradig-
mas remanescentes do modelo biomédico e a superar a fragmentação do cuidado.
III- O cuidado aparece em todas as etapas da vida, está associado ao que se pode 
considerar como as suas “passagens”, indo além dos cuidados técnicos de 
Enfermagem. Para os profissionais de Enfermagem, há a dificuldade de tornar 
acessível essa natureza dos cuidados, tanto social quanto economicamente.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
2 A integralidade é um conceito complexo de ser definido e não há consenso sobre ter 
um sentido único, embora Mattos (2009) tenha definido três conjuntos de sentidos 
para ela. De acordo com esses sentidos, classifique V para as sentenças verdadeiras 
e F para as falsas:
( ) Um conjunto de sentidos do princípio de integralidade é relativo às políticas 
especiais, tratando de atributos das respostas governamentais a certos problemas 
de saúde ou às necessidades de certos grupos específicos.
( ) A integralidade, como traço da boa medicina, critica a atitude dos médicos diante 
de seus pacientes, cada vez mais fragmentária. 
( ) A integralidade, como modo de organizar as práticas, apoia a separação entre as 
práticas de saúde pública e as assistenciais, para uma melhor organização das 
ações em saúde. 
AUTOATIVIDADE
55
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) V – V – F.
d) ( ) F – F – V.
3 A SAE contempla cinco fases: coleta de dados de Enfermagem ou histórico de 
Enfermagem, diagnóstico de Enfermagem, planejamento, implementação da 
assistência e avaliação. Responda: no que consiste a fase de planejamento?
4 A Enfermagem é uma profissão essencial e considerada nuclear na estrutura das 
profissões de saúde no Brasil e no mundo. É uma categoria profissional que se 
organiza de forma peculiar, tendo sua estrutura interna composta por três categorias. 
Quais são essas categorias? 
5 As vitórias e os desafios do SUS também estão interligados aos da Enfermagem 
brasileira. Nesse cenário, analise as sentenças a seguir:
( ) O SUS é inclusivo e está em todas as áreas da Saúde
( ) O SUS realiza os procedimentos mais simples, dando ênfase a enfermagem voltada 
a saúde pública.
( ) O SUS é subfinanciado desde sua criação, mas os profissionais de Enfermagem 
tiveram a garantia de um piso nacional salarial satisfatório.
( ) O Brasil é referência para qualquer país que queira aprender sobre a Atenção 
Secundária.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
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SAVIETO, R.; LEÃO, E. Assistência em Enfermagem e Jean Watson: Uma reflexão 
sobre a empatia. Revista Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 198-202, 
2016. Disponível em: https://bit.ly/3zDCE9N. Acesso em: 10 maio 2021.
SEIMA, M. et al. A Produção Científica da Enfermagem e a utilização da Teo-
ria de Madeleine Leininger: Revisão Integrativa. 2011. 
SILVA, C. M. C. da et al. A Teoria do Cuidado Transpessoal na Enfermagem: análi-
se segundo Meleis. Revista Cogitare Enfermagem, v. 15, n. 3, p. 548-551, 2010. 
Disponível em: https://bit.ly/3q1Vc0b. Acesso em: 7 maio 2021.
SILVA, L. K.; SENA, R. R. Integralidade do cuidado na saúde: indicações a partir da 
formação do enfermeiro. Rev. Esc. Enferm., v. 42, n. 1, p. 48-56, 2008. Disponível 
em: https://bit.ly/3q3ICxv. Acesso em: 25 jun. 2021.
WATSON, J. Nursing: The philosophy and science of caring. Colorado: University 
Press of Colorado, 2008.
62
63
TEORIAS DE ENFERMAGEM
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer sobre a as teorias de Enfermagem;
• conhecer rapidamente algumas das principais teorias que utilizamos diariamente;
• conhecer um conjunto de conceitos que servem para descrever, explicar, diagnosticar 
e/ou prescrever as ações assistenciais, garantindo um respaldo científico para a 
prática de Enfermagem;
• possibilitar e reflexão sobre a atuação profissional cotidiana.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – TEORIAS DE ENFERMAGEM DE FLORENCE, HORTA E OREM 
TÓPICO 2 – TEORIAS DE ENFERMAGEM DE ROY, HENDERSON E PEPLAU 
TÓPICO 3 – TEORIAS DE ENFERMAGEM DE ABDELLAH, ROGERS, WATSON E LEININGER
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
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UNIDADE 2!
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TÓPICO 1 — 
TEORIAS DA ENFERMAGEM DE FLORENCE, 
HORTA E OREM
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
As Teorias de Enfermagem constituem um arcabouço de conhecimentos e prá-
ticas validadas cientificamente. Nesse sentido, são avanços históricos que fundamen-
tam a profissão de Enfermagem na assistência ao ser humano, envolvendo a racionali-
dade do saber e de como fazer.
Várias teorias surgiram com o avanço da Enfermagem, sendo algumas mais conhe-
cidas e difundidas que as outras. Neste tópico, conheceremos algumas das principais teorias 
que foram instituídas como fundamentais para o processo de trabalho em Enfermagem. 
Na década de 1960, surgiram as primeiras teorias de Enfermagem, buscando 
relacionar as evidências e estabelecer as bases de uma ciência de Enfermagem, sendo 
mais associada aos cuidados do que outros aspectos da profissão (HORTA, 1979).
A partir de 1970, as teorias de Enfermagem tiveram ainda mais repercussão, 
com o surgimento de novos estudos e pesquisas na área. 
Nos anos de 1980 e 1990, o aumento de pesquisas em Enfermagem permitiu com 
que as teorias passassem a fundamentar a assistência de Enfermagem nos serviços de 
saúde. Essas teorias surgiram no contexto de orientações filosóficas, pela forma como o 
mundo é visto de um determinado ponto de vista (OLIVEIRA; CURADO, 2019).
Uma estrutura organizacional de teorias é denominada de metaparadigmas, 
na qual existem quatro conceitos desenvolvidos: a pessoa, a saúde, o ambiente 
e a Enfermagem, que devem ser compreendidos por todas as teorias na área 
da Enfermagem (OLIVEIRA; CURADO, 2019).
IMPORTANTE
66
2 TEORIAS DE FLORENCE NIGHTINGALE E WANDA HORTA
A seguir, conheceremos a teoria de Florence Nightingale, que, conforme vimos 
na Unidade 1, é reconhecida por ter revolucionado a Enfermagem em sua época. 
2.1 TEORIA DE FLORENCE NIGHTINGALE
Florence Nightingale era uma enfermeira e cientista britânica, reconhecida por 
seu trabalho após ter se dedicado aos cuidados de soldados da guerra da Crimeia, em 
1854. Os soldados a transformaram em seu anjo da guarda, porque ela era vista em 
enfermarias e acampamentos dos batalhões com uma lanterna na mão, iluminando o 
caminho, para cuidar dos doentes, tendo ficado conhecida como a Dama da Lâmpada 
(COREN, 2021). A lâmpada se tornou um símbolo universal da Enfermagem:
Durante a Guerra da Crimeia, em 1854, FlorenceNightingale foi 
Enfermeira de guerra. Os soldados a transformaram em seu anjo da 
guarda porque ela ia nas enfermarias e acampamentos dos batalhões 
de lanterna na mão, iluminando o caminho, para cuidar dos doentes. 
É por isso que Florence Nightingale é conhecida como a Dama da 
Lâmpada (COREN-SP, 2021).
Hoje, vemos a representatividade que a Enfermagem recebe em homenagens 
ou, até mesmo, em meio a situações de grande impacto, como a vivenciada com a 
chegada da pandemia por Covid-19. Muitos podem observar imagens que remetem a 
profissão a anjos, como representado na Figura 1, ainda no século XXI, graças a Florence 
entre os soldados durante a guerra. 
FIGURA 1 – FLORENCE NIGHTINGALE COM A LÂMPADA
FONTE: <https://shutr.bz/3q06Bhc>. Acesso em: 1 jun. 2021.
67
A Figura 2 também representa uma forma de reconhecimento e representatividade da 
Enfermagem, levando as considerações por Florence que viveu no contexto de uma guerra com 
armas e mortes no século passado, porém uma guerra ainda é vista no mundo todo mesmo 
sem armas, mas com um vírus potente que matou tanto quanto na guerra de homens. 
FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DA ENFERMAGEM COMO ANJO
FONTE: <https://br.pinterest.com/edjanegomes16/enfermeiros/>. Acesso em: 28 set. 2021.
Ainda em 2020, encontramos um destaque em homenagem ao Dia da 
Enfermagem, no qual é ressaltado o termo anjos e se faz referência à Florence:
Dia 12 de maio é comemorado o Dia Mundial do Enfermeiro. A data 
é celebrada em homenagem a Florence Nightingale, um marco da 
Enfermagem que ficou conhecida como a Dama da Lâmpada, por 
percorrer os leitos de soldados durante a noite em tempos de guerra. 
Ela foi a fundadora da primeira Escola de Enfermagem da Inglaterra, no 
Hospital Saint Thomas, em 1859. No Brasil, em 20 de maio comemora-
se o Dia Nacional dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, na 
data do falecimento de Ana Neri, a primeira enfermeira voluntária 
do País. Assim como a europeia, ela deu nome à primeira Escola de 
Enfermagem oficializada pelo Governo Federal, em 1923. Enfermagem 
é a arte de cuidar do ser humano, protegendo, prevenindo e tratando 
da reabilitação e recuperação da saúde de todos. A coluna Presença de 
hoje estampa os profissionais do corpo de Enfermagem da Irmandade 
de Santa Casa de Misericórdia, que é um dos hospitais referência em 
tratamento do novo coronavírus na cidade, além de profissionais da 
Unidade Pré-hospitalar da Zona Leste (GARCIA, 2020, s. p.).
Quatro meses depois do fim da guerra, ao retornar para a casa, Florence foi 
recebida como uma heroína nacional, com um elevado reconhecimento internacional.
 A partir de então, ela iniciou estudos e pesquisas para melhorar a saúde das 
tropas britânicas, empenhando-se na reorganização de hospitais, especialmente os 
militares. Seus trabalhos eram baseados em estatísticas rigorosas, o que a tornou uma 
pioneira na utilização de métodos de representação visual de informações. 
68
Em 1860, foi publicado o artigo Notes on Nursing, em que ela descreveu a sua 
teoria sobre uma observação cuidadosa e sensibilidade para intuir as necessidades do 
paciente. O conteúdo da sua obra se refere à organização e à manipulação do ambiente 
das pessoas que necessitam de cuidados de Enfermagem. Essa publicação foi a mais 
conhecida entre os seus mais de duzentos documentos escritos, entre livros, relatórios 
e folhetos (ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2013).
Florence foi considerada a criadora da Enfermagem Moderna, pois deixou um 
legado de conhecimentos que são utilizados até hoje na profissão. Seus métodos foram 
seguidos e instituídos em muitas escolas de Enfermagem pelo mundo. As enfermeiras 
que se formavam com os devidos conhecimentos dos métodos Nightingale eram 
denominadas de enfermeiras padrões (COSTA et al., 2009). 
Em 1859, surgiu a teoria Ambientalista, criada por Florence Nightingale (PADILHA; 
MANCIA, 2005), que se refere ao meio em que se vive como “Todas as condições e influências 
externas afetam a vida e o desenvolvimento do organismo são capazes de prevenir, suprimir 
ou contribuir para a doença e a morte” (MEDEIROS; ENDERS; LIRA, 2015, p. 522).
São considerados aspectos gerais da teoria Ambientalista:
• Um ambiente saudável é essencial para a cura.
• As janelas devem ser abertas possibilitando a entrada da luz 
para todos os ocupantes e um fluxo de ar fresco.
• Com a vestimenta adequada, pode-se manter, ao mesmo tempo, 
o paciente aquecido no leito e em ambiente muito bem arejado.
• A administração apropriada da residência interfere na cura dos 
enfermos.
• Os cuidados de Enfermagem envolvem a casa na qual o paciente 
vive e os que têm contato com ele, sobretudo os cuidadores.
• O ruído é prejudicial e perturba a necessidade de repouso do 
doente.
• Alimentação nutritiva, leitos e roupas de cama apropriadas e 
higiene pessoal do indivíduo são essenciais.
• A limpeza previne a morbidade.
• Com o ambiente limpo o número de casos de infecção diminui.
• Todas as condições e influências externas que afetam a vida e 
o desenvolvimento de um organismo são capazes de prevenir, 
suprimir ou contribuir para a doença e a morte (MEDEIROS; 
ENDERS; LIRA, 2015, p. 522).
Nesse sentido, Florence considerava o ser humano como um ser integrante da 
natureza capaz de agir sobre sua própria recuperação, restaurando seu bem-estar e 
sua saúde. “O meio ambiente foi por ela definido como tudo aquilo que cerca ou que 
envolve os seres vivos, sendo as condições externas que exercem influência na vida e 
no desenvolvimento das pessoas, favorecendo meios de prevenção e contribuindo para 
a saúde ou para a doença” (SCHAURICH; MUNHOZ; DALMOLIN, 2020, p. 14).
69
FIGURA 3 – AMBIENTE HOSPITALAR ORGANIZADO
FONTE: <https://bit.ly/3EZZxFr>. Acesso em: 1 jun. 2021.
FIGURA 4 – ESTÁTUA DA FLORENCE EM LONDRES
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/biografia/florence-nightingale.htm>. Acesso em: 19 set. 2021.
O conhecimento deixado por Florence vai além dos aspectos higienistas do 
ambiente e do paciente. Seus registros constatam a necessidade de o direcionamento 
do enfermeiro agir a favor dos pacientes e seus princípios fundamentaram a prática de 
Enfermagem, estruturando o processo de Enfermagem na assistência e associando a coleta 
das informações acerca da situação de saúde do paciente com a observação, vital para a 
garantia da melhora da saúde e do conforto dos que estão sob cuidados (POTTER, 2018).
Os conceitos recentes de segurança do paciente da Organização 
Mundial da Saúde (OMS) remetem aos Princípios Nightingaleanos, 
uma vez que a ocorrência de danos e prejuízos associados aos 
cuidados em saúde é decorrente de falhas nos processos ou 
estruturas assistenciais que, muitas vezes, fogem da governabilidade 
de enfermeiros no Brasil, enquanto Nightingale, opinava e se envolvia 
nas modificações das plantas hospitalares em prol da melhoria da 
oferta de cuidados (COUTO et al., 2021, p. 3). 
Florence Nightingale morreu em 13 de agosto de 1910, em Londres, aos 90 
anos. Ela passou seus últimos anos em repouso absoluto, em sua casa, por causa de 
complicações tardias decorrentes da febre tifoide.
70
Em sua homenagem, a data de seu nascimento, 12 de maio, foi instituída como 
o Dia do Enfermeiro no Brasil e a semana de Enfermagem de 12 a 20 de maio.
Acadêmico, sugerimos a leitura do livro Enfermagem – História de Uma 
Profissão, de Maria Itayra Padilha e Miriam Süsskind Borenstein.
DICA
ENFERMAGEM – HISTÓRIA DE UMA PROFISSÃO 
FONTE: <https://bit.ly/3G9ijeU>. Acesso em: 1 jun. 2021.
2.2 TEORIA DE WANDA HORTA
Wanda de Aguiar Horta foi uma enfermeira brasileira, nascida em Belém do 
Pará, em 1926, que estudou na Escola de Enfermagem junto ao Hospital de Clínicas da 
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em 1945. Estabeleceu-se 
como professora na mesma instituição em 1959, onde pôde aprofundar seus estudos 
sobre a teoria das Necessidades Humanas Básicas (GONÇALVES, 1988). 
Wanda de Aguiar Horta foi considerada, com destaque ímpar, a professora que 
em seus estudosdesenvolveu os conceitos do Processo de Enfermagem no século 
passado (COREN-SP, 2021). 
71
Antes de sua honrável trajetória e devoção à Enfermagem, os pacientes eram 
vistos e tratados simplesmente como meros indivíduos. A partir do momento em 
que Horta mostrou todo um trabalho de cuidados e estudos voltados ao processo de 
Enfermagem, os pacientes passaram a ser tratados como seres humanos. 
Por incrível que pareça, naquela época, as pessoas eram tratadas sem o menor 
sentimento de humanização. Após a implantação dos cuidados de Wanda Horta, os 
sentimentos e as emoções deram origem aos métodos de Enfermagem. 
Para Horta (1979, p. 133), “Enfermagem é ciência e a arte de assistir o ser 
humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente 
desta assistência através da educação; de recuperar, manter e promover sua saúde, 
contando para isso com a colaboração de outros grupos profissionais”. 
Uma frase que simboliza toda a trajetória da Enfermagem é “gente que cuida de 
gente” (COREN-SP, 2021).
FIGURA 5 – WANDA DE AGUIAR HORTA
FONTE: <https://portal.coren-sp.gov.br/wanda-de-aguiar-horta/>. Acesso em: 1 jul. 2021.
Em 1979, foi publicada a primeira edição de seu livro Processo de Enfermagem, 
uma compilação de vários estudos sobre a sistematização dos serviços de Enfermagem. 
Em seu prefácio, é ressaltado que a autonomia profissional do enfermeiro somente será 
adquirida a partir do momento que toda classe empregar a metodologia científica em 
suas ações através da aplicação sistemática do processo de Enfermagem (HORTA, 1979).
72
Acadêmico, sugerimos a leitura do livro Processo de Enfermagem, da 
autora Wanda Horta.
DICA
LIVRO PROCESSO DE ENFERMAGEM
FONTE: <https://bit.ly/31DI9ZG>. Acesso em: 1 jul. 2021.
A teoria das Necessidades Humanas Básicas se fundamenta nas leis gerais que 
regem os fenômenos universais, como:
• Lei do equilíbrio: todo universo se manter por processos de 
equilíbrio dinâmico entre seus seres (homeostase e hemodinâmica)
• Lei de adaptação: todos os seres do universo interagem com 
seu meio externo buscando sempre forma de ajustamento para se 
manterem em equilíbrio.
• Lei do holismo: o universo, o ser humano e as células são um todo, 
esse todo não é uma mera soma de partes constituintes de cada ser 
(HORTA, 1979, p. 28, grifo nosso).
A teoria de Wanda Horta foi aplicada à Enfermagem, embora tenha sido 
desenvolvida a partir da teoria da motivação humana de Maslow, que se fundamenta 
nas necessidades humanas básicas (HORTA, 1979).
73
TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
I- A ENFERMAGEM É UM SERVIÇO PRESTADO AO HOMEM
O Homem é parte integrante do Universo dinâmico e como tal sujeito a todas as leis 
que o regem, no tempo e no espaço.
A dinâmica do Universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e 
desequilíbrio no tempo e no espaço. Resulta, pois:
1. O Homem como parte integrante do Universo está sujeito a estados de equilíbrio e 
desequilíbrio no tempo e no espaço.
O Homem se distingue dos demais seres do Universo por sua capacidade de reflexão, 
por ser dotado do poder de imaginação e simbo lização e por poder unir presente, 
passado e futuro.
Estas características do Homem permitem sua Unicidade, Autenticidade e Individu-
alidade.
FONTE: <https://bit.ly/3n4WiXr>. Acesso em: 28 set. 2021.
CONCEITO, PROPOSIÇÕES E PRINCÍPIOS
A ciência da Enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas básicas, 
dos fatores que alteram sua manifestação e atendimento, e na assistência a ser prestada.
Alguns princípios podem também ser deduzidos:
• A Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade 
do Homem.
• A Enfermagem é prestada ao homem, e não à sua doença ou desequilíbrio.
• Todo o cuidado de Enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação.
Observa-se a interação que a Horta faz entre o homem e o universo, ao expor 
a capacidade que o homem tem em se destacar, devido ao fato de poder diferenciar 
presente, passado e projetar planos para um futuro, uma vez que o futuro serve como 
aliado para os objetivos que o ser humano é capaz de desempenhar conforme suas 
projeções, muitas vezes, levando tempo para alcançar o almejado. 
Horta ressalta a unicidade, a autenticidade e a individualidade de cada uma, 
pois, para poder se alcançar projetos e, até mesmo, idealizar conquistas, o homem é 
capaz de mudar ou se adequar as mudanças em um tempo que necessite não só do 
tempo, mas do espaço em que vive. 
Em outro destaque, Horta aborda a Enfermagem que estuda as necessidades 
humanas básicas.
74
• A Enfermagem reconhece o homem como membro de uma família e de uma 
comunidade.
• A Enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo no 
seu autocuidado.
Para que a Enfermagem atue eficientemente, necessita desenvolver sua metodologia 
de trabalho que está fundamentada no método científico. Esse método de atuação 
da Enfermagem é denominado processo de Enfermagem. 
FONTE: <https://bit.ly/3n4WiXr>. Acesso em: 28 set. 2021.
O processo de Enfermagem é destacado quanto à assistência ser preventiva, 
curativa e de reabilitação, três itens essenciais que fazem da Enfermagem uma das 
profissões que reconhece o ser humano na saúde e na doença. 
Na Figura 6, é possível observar o esquema para a atuação do processo de 
Enfermagem.
FIGURA 6 – DESCRIÇÃO DE WANDA HORTA
FONTE: <https://bit.ly/3n4WiXr>. Acesso em: 28 set. 2021.
É possível identificar a interação que Horta faz com a Enfermagem no processo 
que envolve a família e a comunidade. Outro ponto interessante é a estratégia em que a 
família e a comunidade são os centros, pois é, a partir delas, que todo o desenvolvimento 
do plano de Enfermagem será destacado. 
No texto de Horta, também se ressalta a evolução da Enfermagem, como 
apresentado na Figura 7.
75
FIGURA 7 – DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES DO ENFERMEIRO, SEGUNDO WANDA HORTA
FONTE: <https://bit.ly/3n4WiXr>. Acesso em: 28 set. 2021.
No esquema, Horta identifica a função da Enfermagem precisa considerar em 
sua assistência: identificar as necessidades dos cuidados, realizar o cuidado visando à 
promoção e à recuperação da saúde, levantando critérios que imponham ao profissional 
as áreas da pesquisa, de ensino e de administração. 
O profissional de Enfermagem é levado a desenvolver critérios que vão além do 
plano assistencial, embora ainda seja fundamental que a Enfermagem consiga ser inde-
pendente e participativa em ideias de pesquisa, sendo domadora de opiniões e, até mesmo, 
o ensino como a continuação da assistência por meio da educação contínua, podendo criar 
estratégias de melhoria e capacitações que melhoram o desempenho profissional. 
A teoria de Maslow seguia a mesma direção do que Horta destacava, no que 
tange à pirâmide em que a construção do processo para se alcançar o topo do bem-
estar físico, mental e social precisa ser seguido. 
O corpo do ser humano precisa ter equilíbrio entre as necessidades fisiológicas, 
que visam desde o repouso até a alimentação equilibrada, sendo direito garantir a 
segurança do ser humano, com condições socioeconômicas e sociais que o levem à 
construção e à continuação da reprodução da vida humana. 
Na pirâmide da autoestima, todo o indivíduo precisa ser reconhecido pelo que 
desenvolve e conquista, e, por último, suprir suas necessidades de realização pessoal – ponto 
que é visível uma vez que todos têm o direito a estudar, desenvolver-se e realizar seus sonhos.
76
Pode-se dizer que a pirâmide é uma das formas de se manter uma linha de equi-
líbrio social e econômica, visando à saúde e a realizações pessoais, uma garantia de que 
a política social é prezada em preceitos como os do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre 
universalidade, equidade, integralidade ao cidadão, como é possível identificar na Figura 8.
FIGURA 8 – PRINCÍPIOS DO SUS
FONTE: <https://cartaodosus.info/principios-do-sus/>. Acesso em: 28 set. 2021.
FIGURA 9 – TEORIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW
FONTE: <https://bit.ly/3q3Sl75>. Acesso em: 20 set. 2021.77
QUADRO 1 – NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS E PSICOSSOCIAIS
FONTE: Horta (1979, p. 40)
Os princípios do SUS vão ao encontro das necessidades humanas básicas apresen-
tadas anteriormente, pois, para o ser humano manter seu bem-estar em equilíbrio, precisa 
de uma garantia de assistência integradas, com direitos igualitários e em nível universal. 
No SUS, a Enfermagem presta essa assistência e tem força presente na atenção 
básica, em que é desenvolvido o cuidado para prevenção. Na atenção básica, o enfermei-
ro educa, capacita, promove ações preventivas e atua na recuperação e na prevenção.
Para Horta (1979, p. 39), necessidades humanas básicas podem ser descritas 
como “estados de tensões conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios 
hemodinâmicos dos fenômenos vitais”. 
No Quadro 1, apresenta-se a classificação das necessidades psicobiológicas e 
psicossociais, que, segundo Horta (1979), estão inter-relacionadas, uma vez que fazem 
parte do ser humano como um todo. Nesse sentido, é imprescindível que se integre um 
conceito holístico do homem, e não de soma das partes.
Necessidades psicobiológicas Necessidades psicossociais
Oxigenação Segurança
Hidratação Amor
Nutrição Liberdade
Eliminação Comunicação
Sono e repouso Criatividade
Exercícios e atividades físicas Aprendizagem (educação em saúde)
Sexualidade Gregária
Abrigo Recreação
Mecânica corporal Lazer
Motilidade Espaço
Cuidado corporal Orientação de tempo e espaço
Integridade cutaneomucosa Aceitação
Integridade física Autorrealização
Regulação: térmica, hormonal, neurológi-
ca, hidrossalina, eletrolítica, imunológica, 
crescimento celular e vascular
Autoestima
Locomoção Participação
Percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, 
gustativa e dolorosa Autoimagem
Ambiente Atenção
Terapêutica
Necessidades psicoespirituais: religiosa ou 
teológica, ética ou de filosofia de vida
78
Tais necessidades básicas nunca estão distantes umas das outras; sua 
manifestação é percebida pelo desequilíbrio causado no organismo.
FIGURA 10 – REGISTRO DA WANDA HORTA NA ABEN
FONTE: <https://portal.uepg.br/noticias.php?id=14804>. Acesso em: 19 set. 2021.
Wanda Horta teve grande contribuição para a ciência em Enfermagem, 
fundamentando o processo de Enfermagem e sua sistematização. Tais conhecimentos 
são aplicados até hoje. Mesmo com sua dedicação à pesquisa, não se afastou da 
dimensão humana da Enfermagem. Em sua trajetória profissional, destacou-se em nível 
internacional, conforme podemos verificar no texto a seguir.
TRABALHOS INTERNACIONAIS DESENVOLVIDOS POR WANDA HORTA
Em Zurique: no período de 20 de setembro a 17 de dezembro de 1960, Horta visitou 
a escola de Enfermagem “Schweizerische Pflegerinnenschule mit Krankenjaus” 
Carmenstrasse.
Em Portugal: 
• proferiu palestra sobre o artigo Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e 
processo, no Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, em Lisboa, em 
21 de novembro de 1973;
• participou do planejamento e organização do Curso sobre “Consulta de 
Enfermagem” em Lisboa, em novembro de 1973;
• foi membro efetivo do I Congresso Nacional de Enfermagem, promovido pela 
Associação Católica dos Profissionais de Enfermagem e Saúde, pela Associação 
das Enfermeiras e dos Enfermeiros Portugueses e pela Federação Nacional dos 
Sindicatos Nacionais dos Profissionais de Enfermagem, em Lisboa, de 12 a 17 de 
novembro de 1973;
79
• foi membro da mesa da 2ª Sessão Plenária do I Congresso Nacional de 
Enfermagem, em 14 de novembro de 1973, em Lisboa;
• apresentou a Comunicação Livre sobre Enfermagem: teoria, conceitos, princípios 
e processo no I Congresso Nacional de Enfermagem, em Lisboa, no dia 13 de 
novembro de 1973.
Na América do Norte: participou da reunião do Comitê Assessor sobre Fundamentos 
de Enfermagem (Introdução à Enfermagem) e da elaboração do Informe Científico, 
em Washington D.C., Estados Unidos, no período de 5 a 9 de novembro de 1973.
FONTE: <http://www.here.abennacional.org.br/here/n3vol2artigo1.pdf>. Acesso em: 20 set. 2021.
VIGÍLIA
A madrugada está chegando, o plantão terminando.
A noite foi comprida como os corredores,
onde as pernas cansadas agora se arrastam, atendendo a luzes que se acendem e 
apagam, a gemidos,
gritos abafados, sorrisos fatigados.
Muito obrigado, olhares agradecidos,
mãos que buscam a outra
num apertar silencioso, mas tão eloquente.
O primeiro choro do recém-nascido,
o último estertor daquele que parte
em paz para a eternidade.
E as pernas se arrastam, num ir e vir,
sem cessar ainda há tanto para fazer,
atender, escrever!
O sol surge de leve e pouco a pouco
o dia se anuncia.
Ao longe, no corredor, surge, de branco, impecável, serena e segura
Irradiando saber, ternura, confiança,
esperança, a enfermeira do dia.
O plantão terminou!
FONTE: GONÇALVES, J. V. Wanda de Aguiar Horta – Biography. Rev. Esc. Enf. São Paulo, v. 22, p. 12, 
1988. Disponível em: https://bit.ly/3qWLFH5. Acesso em: 26 abr. 2021.
Horta também dedicou tempo à poesia, escrevendo sobre a dimensão de ser 
enfermeira, com destaque para Vigília.
80
Para saber mais sobre Wanda Horta e sua teoria, leia o artigo Fragmentos 
da trajetória pessoal e profissional de Wanda Horta: contribuições para a área 
da Enfermagem, disponível em: https://bit.ly/3F4VSq3.
DICA
3 TEORIA DE DOROTHEA OREM
Entre os anos de 1959 e 2001, Dorothea Orem desenvolveu a teoria de 
Enfermagem do Autocuidado ou o Modelo Orem de Enfermagem, considerada relevante 
para a área, pois cobre um amplo escopo com conceitos gerais aplicáveis a todas as 
instâncias de Enfermagem (GONZALO, 2021).
A teoria de Dorothea Orem integra três teorias inter-relacionadas: a do 
autocuidado, a do déficit de autocuidado e a dos sistemas de Enfermagem.
O autocuidado é a ação que os indivíduos praticam em seu benefício para 
manter a vida, a saúde e o bem-estar. Nessa teoria, é descrito o motivo e como as 
pessoas cuidam de si mesmas (SANTOS; RAMOS; FONSECA, 2017). 
A prática de autocuidado é a capacidade da pessoa engajar-se nela. Fatores 
condicionantes básicos são “idade, o sexo, o estado de desenvolvimento, o estado de 
saúde, a orientação sociocultural e os fatores do sistema de atendimento de saúde” 
(DIÓGENES; PAGLIUCA, 2003, p. 288).
A teoria do déficit de autocuidado está relacionada com o indivíduo possuir 
limitação para prover o autocuidado integral, necessitando de ajuda da Enfermagem 
(SANTOS; RAMOS; FONSECA, 2017).
A teoria de sistemas de Enfermagem estabelece um sistema totalmente 
compensatório, no qual o indivíduo está incapaz de cuidar de si mesmo, e o enfermeiro 
realiza a assistência e o cuidado, suprindo suas necessidades. Existe também o sistema 
parcialmente compensatório, em que o profissional de Enfermagem e o indivíduo realizam 
as ações terapêuticas de autocuidado em conjunto (SANTOS; RAMOS; FONSECA, 2017).
Outro sistema relevante é o de apoio-educação. Trata-se da assistência com 
enfoque na orientação, na educação em saúde e no apoio para realizar os cuidados 
(DIÓGENES; PAGLIUCA, 2003).
81
FIGURA 11 – DOROTHEA OREM
FONTE: <https://maestrovirtuale.com/dorothea-orem-biografia-e-teoria/>. Acesso em: 1 jul. 2021.
Orem defendia que os pacientes necessitam ser encorajados a desenvolver o 
autocuidado, apesar de estarem doentes por um período, pois têm o direito a voltar a ter 
mais independência após serem cuidados por médicos e enfermeiros (GONZALO, 2021).
Essa abordagem leva ao objetivo de descrever os fenômenos, explicando as 
relações entre as partes e orientando a prescrever o cuidado de Enfermagem, ou seja, 
as teorias se desenvolvem com a finalidade de refletir os interesses da comunidade e da 
sociedade (NETO et al., 2016). 
Existem ainda muitas teorias, que fazem o movimento da Enfermagem interagir 
e criam ações que mostram resultados e soluções para inúmeras situações do cotidiano 
e, até mesmo, critérios que remetem a emergências. Segundo Neto et al. (2016), por 
meio do estudo das teorias, foram levantadas 16 teorias:
As teorias analisadasnos referidos estudos foram: Teoria do Cuidado 
Transpessoal, de Jean Watson; Teoria da Diversidade e Universalidade 
do Cuidado Cultural, de Madeleine Leninger; Teoria das Relações 
Interpessoais em Enfermagem, de Hildegard Peplau; e Teoria da 
Relação Interpessoal, de Joyce Travelbee; cada uma delas analisada 
em estudos distintos. A Teoria de Alcance de Metas, de Imógene King; 
a Teoria de Adaptação, de Sister Callista Roy; a Teoria Humanística, 
de Paterson e Zderad; e a Teoria do Autocuidado, de Orem, foram 
estudadas em outros dois artigos, cada uma. Além disso, duas teorias 
que foram analisadas e que são aplicáveis na área da saúde, não 
especificamente apenas na Enfermagem, foram também analisadas 
pelo método proposto por Meleis, são elas: Teoria da Ação Racional 
(teoria da área da Psicologia e aplicável à Enfermagem) e Modelo de 
Promoção da Saúde de Nola Pender (modelo de promoção da saúde 
aplicado à Enfermagem) (NETO et al., 2016, p. 177).
Um fluxograma (Figura 12) com a organização para a avaliação das teorias 
descritas por Neto et al. (2016) pode ser classificado em cinco etapas: descrição, análise, 
crítica, teste e suporte. O autor explica cada uma das classificações como:
82
A fase de descrição compreende os componentes estruturais, tendo 
como unidade de análise os pressupostos, conceitos e proposições; 
e os componentes funcionais, em que são analisados foco, cliente, 
Enfermagem, saúde, ambiente, interação enfermeira-cliente, proble-
mas de Enfermagem e terapêutica de Enfermagem.
A fase de análise da teoria é um processo de identificação de partes 
e componentes que inclui a análise dos conceitos e análise da teoria. 
A análise dos conceitos é um processo útil para o desenvolvimento 
e avaliação da teoria, compreendendo as análises da semântica, da 
derivação lógica e contextual, além da descrição de antecedentes e 
consequentes do conceito; e a análise da teoria envolve importantes 
fatores que puderam influenciar no desenvolvimento da teoria e na 
sua estrutura atual, abrangendo a teórica, as origens paradigmáticas 
e as dimensões internas. 
A fase de crítica de uma teoria tem por objetivo estabelecer a rela-
ção entre estrutura e função, bem como analisar clareza, consistên-
cia, simplicidade, complexidade, tautologia, teleologia, diagrama da 
teoria, círculo de contágio (origem geográfica da teoria, sua expan-
são geográfica e influência da teoria), utilidade (na prática, pesquisa, 
educação/formação e administração) e componentes externos, tais 
como valores pessoais, congruência com valores de outros profissio-
nais, congruência com valores sociais e significado social. 
A fase de teste significa colocar em prática, submeter ao uso, 
realizar uma revisão. Trata-se, na verdade, de uma verificação, de um 
processo sistemático no qual as proposições teóricas são submetidas 
ao rigor de pesquisa em todas as suas formas e aproximações. Como 
consequência da testagem da teoria é que os resultados dos estudos 
podem sugerir mudanças e aperfeiçoamentos para a mesma. 
Esta fase é um processo dinâmico de verificação e proporciona o 
desenvolvimento da teoria. 
O suporte, por sua vez, é a fase na qual se avaliam o grau de extensão 
e a aceitação da teoria proposta, se identifica a existência de uma 
comunidade científica que aplica essa teoria no próprio local de 
trabalho ou em diferentes situações. Avaliar o suporte de uma teoria 
inclui aceitação de declarações, adaptação de problemas centrais da 
disciplina e reconhecimento de novos fenômenos de Enfermagem 
(NETO et al., 2016, p. 176).
A Figura 12 apresenta o fluxograma com a organização da avaliação das teorias.
83
FIGURA 12 – FLUXOGRAMA AVALIAÇÃO DAS TEORIAS
FONTE: <https://bit.ly/3zyYWcI>. Acesso em: 29 set. 2021.
Assim, foi identificada, com o levantamento apresentado por Neto et al. (2016), a 
presença da teoria de Orem do autocuidado, o que demonstra a grande teorista que ela 
foi, sendo reconhecida até hoje, uma vez que muitos dos seus ensinamentos ainda são 
trabalhados na assistência de Enfermagem. 
Em suas teorias, Orem mostrou a importância dos autocuidados em três 
classificações, conforme o Quadro 2:
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS DE OREM
Teoria do déficit do 
autocuidado
Remete à realização do autocuidado em si, propondo a 
reflexão do porquê o autocuidado é necessário à saúde.
Teoria do autocuidado
É possível identificar quando e por que a Enfermagem 
se torna necessária e indispensável à pessoa em 
relação ao processo do cuidado. Ressalta-se que essa 
teoria é mais generalizada do que a teoria anterior. 
84
Teoria dos sistemas de 
Enfermagem
Relacionada ao fato de o paciente estar em situação de 
déficit de autocuidado, sendo essencial que a Enferma-
gem possa compensá-lo com cuidados de Enferma-
gem – ou seja, essa teoria explica as diversas formas 
em que as pessoas são ajudadas pela Enfermagem. 
FONTE: As autoras
QUADRO 3 – PLANO DE ENFERMAGEM
Segundo Bub et al. (2006), a teoria do autocuidado visa:
O tema do Cuidado de si mesmo foi abordado de forma específica 
durante o curso ministrado no Collège de France nos anos de 1981 
e 1982, e publicado no Brasil sob o nome de “A hermenêutica do 
sujeito”. Para poder fazer uma aproximação a este tema é importante 
não esquecer que o pensamento de seu autor, no momento da sua 
produção, está atravessado por dois conceitos que organizam sua 
obra, o de biopoder e o de biopolítica (BUB et al., 2006, p. 153).
O Quadro 3 descreve a concepção de um plano que visa ao autocuidado. 
Diagnóstico de 
Enfermagem
Plano Intervenção Evolução
1- Adaptação 
prejudicada
relacionada ao 
sistema de
suporte 
inadequado
a) Meta:
- Levar a paciente a adaptar-
-se a sua nova situação
b) Objetivos:
- Dar condições a uma me-
lhor adaptação da gravidez 
da paciente e a sua mudan-
ça de colégio
c) Sistema de Enfermagem:
- De apoio-educação
d) Método:
- Orientação e apoio
- Orientar a paciente 
sobre a aceitação de 
sua gravidez através do 
diálogo, e dar apoio
quanto à mudança no 
seu padrão de vida, com 
uma melhor aceitação 
para o novo colégio
- A paciente vem 
aceitando sua gravi-
dez; já frequenta as 
aulas no novo colé-
gio, relaciona-se com 
novos colegas e pen-
sa concluir seu curso 
secundário
2- Distúrbio do 
padrão do sono
relacionado a 
alterações
sensoriais 
internas
a) Meta:
- Promover sono e repouso 
adequado às suas necessi-
dades fisiológicas
b) Objetivo:
- Tentar adaptar a paciente 
a novas posições para o 
sono e repouso
c) Sistema de 
Enfermagem:
- De apoio-educação
d) Método:
- Orientação e ensino
- Orientar e demonstrar a 
paciente novas técnicas 
para mudança postural:
• decúbito ventral com 
apoio de travesseiros sob 
o tórax;
• decúbito lateral apoian-
do o abdome sobre os 
travesseiros;
• colocar travesseiros sob 
as pernas quando em de-
cúbito dorsal e posição de 
semi-fowler
- A paciente já 
consegue dormir e 
repousar com o apoio 
de travesseiros como 
foi ensinado
85
FONTE: <https://bit.ly/3q785q5>. Acesso em: 28 set. 2021.
3- Processo 
familiar alterado 
relacionado 
à situação de 
transição
a) Meta:
- Reduzir o desequilíbrio e
desajuste familiar
b) Objetivo:
- Melhorar o relacionamento 
e o convívio familiar
c) Sistema de 
Enfermagem:
- De apoio-educação
d) Método:
- Orientação e apoio
- Orientar a paciente e 
seus familiares sobre a 
situação transitória que 
estão passando e apoiá-
los nas discussões dos 
problemas, através do 
diálogo
- A paciente refere que 
os seus pais já estão 
aceitando a gravidez 
e a presença do com-
panheiro no convívio 
familiar (só a mãe), a 
qual demonstra inte-
resse em sua gravidez; 
o companheiro come-
çou a ajudar na com-
pra do enxoval do bebê
A partir disso, tem-se o entendimento do plano de cuidado da Enfermagem que 
tanto se destaca nos mais diferenciados tipos de atendimento voltados para assistência 
de Enfermagem nos dias de hoje. 
Pode-se dizer que esse plano gira em torno da sistematização da assistência 
de Enfermagem (SAE), sendo que cada teoria pode serlevantada para aplicabilidade 
nos planos estratégicos que a Enfermagem precisa desenvolver, promovendo o 
autocuidado voltado ao ser humano como paciente e com características que mostram 
os sentimentos humanizados. 
Podemos identificar pontos essenciais que a Enfermagem pode levantar no 
processo, como a adaptação, os distúrbios do padrão do sono e o processo familiar. 
É possível identificar que a estrutura seguida visa à teoria de Orem: com o 
levantamento do diagnóstico, seguido da descrição do plano proposto, as intervenções 
a serem realizadas e, por fim, a descrição da evolução, a qual pode ser considerada uma 
das formas de identificar se o processo foi eficaz. 
Observa-se que, na descrição do diagnóstico voltado para o padrão do sono 
prejudicado, pode ser traçada uma linha de plano que mostra a necessidade de 
proporcionar o repouso de acordo com as situações fisiológicas do paciente, e que, com 
esses dados, é possível elaborar as intervenções como alternância do decúbito, que visa 
sempre ao autocuidado do paciente. 
Assim, a linha de acompanhamento da teoria de Orem não foge de todo o proces-
so assistencial, também podendo ser identificada que a evolução de Enfermagem remete 
ao estado de recuperação, após a descrição, mostrando o alcance do cuidado proposto e 
obtendo-se sucesso nesse plano, uma vez que o paciente já consegue dormir. 
Torres, Davim e Nóbrega (1999) mostraram os resultados do levantamento 
dessa teoria:
86
É possível considerar que o uso da teoria do autocuidado de Dorothea 
Orem é um instrumento válido, o qual nos ajudou a promover 
uma comunicação mais objetiva entre pesquisador e pesquisada, 
adequando-se de certa forma ao planejamento da assistência de 
Enfermagem, à problemática dessa adolescente. Considera-se 
também, que o processo de Enfermagem baseado em Orem, nos deu 
subsídios para a aplicação sistemática dessa assistência, fazendo-se 
mudanças necessárias ao plano de cuidados mesma. 
Dessa forma, diante dos resultados obtidos no estudo de caso, 
os diagnósticos de Enfermagem encontrados foram: adaptação 
prejudicada, distúrbio do padrão do sono e processo familiar alterado. 
No padrão de resposta humana escolher, identificou-se o diagnóstico 
adaptação prejudicada, que se traduz pelo descontentamento da 
jovem em estar grávida e por sair do colégio privado, devido a revolta 
do pai sobre sua gestação, vindo assim, conturbar suas ilusões e 
fantasias de adolescente. Na cliente deste estudo com o diagnóstico 
em questão, foram identificadas reações variáveis que envolveram a 
demonstração da incapacidade para a resolução de seus problemas 
atuais, incapacidade de alcançar e desempenhar papéis desejáveis, 
mudanças na sua vida social, expressos sob a forma de raiva e 
hostilidade, isolamento, medo, decepção e negação (TORRES; DAVIM; 
NÓBREGA, 1999, p. 51).
Com texto voltado para a gravidez na adolescência, podemos entender a 
abrangência da teoria para todos os públicos, facilitando a descrição de acordo com a 
necessidade humana e básica de cada cidadão. 
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Várias teorias surgiram com o avanço da Enfermagem, auxiliando no processo de 
reconhecimento da profissão como uma prática fundamentada na ciência.
• A teoria Ambientalista foi criada por Florence Nightingale, em 1859, e se refere ao 
meio ambiente.
• Florence Nightingale é reconhecida mundialmente como uma referência na área de 
Enfermagem. 
• A teoria das Necessidades Humanas Básicas foi criada pela enfermeira brasileira 
Wanda de Aguiar Horta.
• Dorothea Orem defendia que os pacientes necessitam ser encorajados a desenvolver 
o seu autocuidado.
88
1 A teoria de Dorothea Orem integra três teorias inter-relacionadas: a do autocuidado, 
a do déficit de autocuidado e a dos sistemas de Enfermagem. De acordo com essas 
teorias, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O déficit do autocuidado ocorre quando o indivíduo possui a limitação para promover 
o autocuidado integral e, nesse caso, necessita de ajuda da Enfermagem.
( ) O sistema parcialmente compensatório implica o profissional de Enfermagem 
realizar a assistência e o cuidado, suprindo as necessidades do sujeito que está 
incapaz de cuidar de si mesmo.
( ) O autocuidado é a ação que os indivíduos praticam em seu próprio benefício, para 
manter a vida, a saúde e o bem-estar. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – F – F.
2 Wanda de Aguiar Horta foi uma enfermeira brasileira que estudou na Escola de Enfermagem 
do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), 
em 1945. Desenvolveu sua teoria a partir da teoria da motivação humana de Maslow, 
que se fundamenta nas necessidades básicas dos indivíduos. Sobre a classificação das 
necessidades em psicobiológicas e psicossociais, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Necessidades psicobiológicas: oxigenação, sexualidade e amor.
b) ( ) Necessidades psicossociais: aceitação, cuidado corporal e autoestima
c) ( ) Necessidades psicobiológicas: sono, nutrição e lazer.
d) ( ) Necessidades psicossociais: liberdade, segurança e aceitação
3 A teoria Ambientalista foi divulgada por Florence Ninghtingale, em 1859, e se refere ao meio 
ambiente. Considerando os aspectos gerais dessa teoria, analise as sentenças a seguir:
I- A limpeza do ambiente pode prevenir a morbidade e diminui os casos de infecção. 
II- O ruído é prejudicial ao paciente e perturba a necessidade do seu repouso, assim 
como as janelas abertas. 
III- Os cuidados de Enfermagem não incluem somente a casa do paciente, também 
seus cuidadores e todos que estão em contato com ele. 
AUTOATIVIDADE
89
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) Todas as sentenças estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
4 Sabemos que as teorias de Florence são importantes para atuação da Enfermagem 
até os dias atuais, pois, com base nelas, várias práticas foram desenvolvidas. Nesse 
contexto, como Florence considerava o ser humano?
5 Em suas teorias, Orem mostrou a importância dos autocuidados em três classificações. 
Descreva essas classificações.
90
91
TEORIAS DE ENFERMAGEM DE ROY, 
HENDERSON E PEPLAU
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos as principais Teorias de Enfermagem, desenvolvidas 
por Roy, Henderson e Peplau. 
Os fenômenos que ocorrem na prática assistencial da Enfermagem são 
multifatoriais e exigem do profissional enfermeiro a sua percepção e reflexão sobre os 
acontecimentos na sua rotina de cuidados; somente a partir dessa análise, é possível 
relativizar com as teorias já existentes.
As teorias são um conjunto de conceitos que servem para descrever, explicar, 
diagnosticar e/ou prescrever as ações assistenciais, garantindo um respaldo científico 
para a prática de Enfermagem. A inter-relação entre teoria, pesquisa e prática clínica é 
fundamental para o desenvolvimento da profissão da Enfermagem amparada na ciência 
(BOUSSO; POLES; CRUZ, 2014).
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
2 TEORIAS DE CALLISTA ROY E VIRGÍNIA HENDERSON
Agora que já compreendemos a importância das teorias de Florence e Horta 
para a profissão da Enfermagem, veremos as teorias de Callista Roy e Virgínia Henderson.
2.1 TEORIA DA CALLISTA ROY 
A enfermeira pesquisadora Callista Roy (Figura 13) define a Enfermagem como “ciência 
e prática” e percebe a pessoa como um indivíduo que se adapta às respostas ambientais em 
situação que envolve saúde e doença (KAMIYAMA, 1984; COELHO; MENDES, 2011). 
 
Roy apresentou três aspectos fundamentais da sua teoria da adaptação:
• Pessoa/grupo: sistema adaptativo em que se manifestam 
os principais mecanismos de adaptação categorizados como 
reguladores, sensoriais ou perceptores e as formas de adaptação 
identificadas: fisiológicas, de autoconceito, desempenhode 
papel e interdependência. 
• Meio: Refere-se ao conjunto de três estímulos internos e 
externos inerentes à pessoa ou ao grupo (focal, contextual e 
residual), ou seja, todas as condições, circunstâncias e influências 
92
situacionais que afetam o desenvolvimento da pessoa/grupo. 
São estímulos importantes, na adaptação humana, o estágio do 
desenvolvimento da pessoa, a família e a cultura. 
• Saúde: O objetivo da Enfermagem é o de promover a adaptação 
e contribuir para a saúde que é um estado e processo do ser 
humano como um todo integrado, que tem o seu estilo peculiar 
de vida (KAMIYAMA, 1984, p. 202-203, grifo nosso). 
FIGURA 13 – CALLISTA ROY
FONTE: <https://bit.ly/3G9RgA8>. Acessado: 29 set. 2021.
Para Roy, a adaptação é necessária para o equilíbrio da pessoa em relação 
à saúde e às mudanças do meio interno e externo. As respostas adaptativas são 
estímulos diante das mudanças do meio e do nível de adaptação da pessoa/grupo. Os 
comportamentos envolvem os aspectos de sobrevivência, crescimento, reprodução e 
domínio sobre si, de sua vida e do ambiente (KAMIYAMA, 1984; COELHO; MENDES, 2011).
 
Com base nesses pressupostos, Callista Roy expôs o processo de Enfermagem 
para assistir a pessoas/grupos como:
• identificação de problemas;
• diagnóstico de Enfermagem ou classificação sumária do com-
portamento da pessoa/grupo; 
• determinação dos objetivos da assistência; 
• intervenção de Enfermagem; 
• avaliação de Enfermagem (KAMIYAMA, 1984, p. 203).
A teoria de Roy vem sendo aplicada ao longo dos anos principalmente em 
pesquisas envolvendo pacientes ostomizados, nos quais há a necessidade de adaptação 
diante das mudanças impostas, assim como na promoção da melhoria do cuidado 
prestado pela Enfermagem.
93
FIGURA 14 – VIRGÍNIA HENDERSON
FONTE: <https://bit.ly/3HJGukv>. Acesso em: 19 set. 2021.
Para entender mais a respeito da atuação da Roy, assista ao seguinte vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=Eja7fgJl8z8.
DICA
2.2 TEORIA DE VIRGÍNA HENDERSON
A teoria de Virgínia Henderson foi divulgada pela primeira vez em 1955, e 
enfatizava as necessidades básicas na totalidade da pessoa. Defendia o auxílio do 
indivíduo doente ou saudável no desempenho das atividades que contribuíssem para a 
sua saúde ou recuperação, promovendo a autonomia e a independência do paciente o 
mais rápido possível (POTTER, 2018).
Henderson elencou 14 necessidades básicas que fornecem uma estrutura para 
a assistência de Enfermagem, conforme a seguinte ordem de relevância:
• Respirar normalmente.
• Comer e beber adequadamente.
• Eliminar por todas as vias de eliminação.
• Movimentar e manter a posição desejável.
• Dormir e descansar.
• Selecionar a roupa apropriada, vestir-se e despir-se.
• Manter a temperatura do corpo dentro do limite normal.
94
• Manter o corpo limpo e bem cuidado.
• Evitar perigos no ambiente.
• Comunicar-se com os outros.
• Cultuar de acordo com a fé.
• Trabalhar em alguma coisa que proporcione realização.
• Participar de várias formas de recreação.
• Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que conduz ao 
desenvolvimento normal e à saúde (POTTER, 2018, p. 198).
Henderson contribuiu para a promoção da autonomia do paciente, ressaltando o papel 
da Enfermagem no auxílio de suas necessidades básicas para a independência do ser humano.
3 TEORIA DE HILDEGARD PEPLAU
A teoria de Hildegard Peplau foca a interação do enfermeiro com o paciente, 
colocando o paciente como indivíduo com necessidades que devem ser percebidas 
pelo profissional, caracterizando-se, dessa forma, como um processo interpessoal e 
terapêutico (POTTER, 2018).
Peplau lançou o livro Relações Interpessoais em Enfermagem em 1952, quando 
não era comum enfermeiros publicarem livros sem a autoria de um médico na obra, 
por isso a edição foi publicada após quatro anos de espera. Essa teoria foi a primeira a 
abordar as questões das relações interpessoais e foi uma importante contribuição para 
a área da Enfermagem psiquiátrica (PINHEIRO et al., 2019).
A teoria de Peplau aproxima o paciente do seu estado de saúde, pois ele e o 
enfermeiro definem o problema e as potenciais soluções. Essa condição propicia a 
redução da ansiedade, auxiliando no atendimento das necessidades do paciente. 
O relacionamento interpessoal entre enfermeiro e paciente é caracterizado pelas 
seguintes fases: orientação, identificação, explicação e resolução. Esses conhecimentos 
trouxeram para a Enfermagem muitas pesquisas acerca da empatia, ansiedade, 
instrumentos comportamentais e instrumentos para avaliar as respostas verbais, para 
melhorar a assistência dos pacientes. Tais resultados são oriundos de um modelo de 
conceitos elaborado por Peplau (POTTER, 2018).
95
FIGURA 15 – HILDEGARD ELISABETH PEPLAU
FONTE: <https://bit.ly/3q3z3P6>. Acesso em: 1 jul. 2021.
Assista à entrevista de Peplau, na qual ela descreve a sua teoria: https://www.
youtube.com/watch?v=Zz5Wlu05VH4&t=22s.
DICA
96
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Peplau lançou seu livro Relações Interpessoais em Enfermagem, em 1952, quando 
não era comum enfermeiros publicarem livros sem a autoria de um médico na obra.
• A adaptação é necessária para o equilíbrio da pessoa em relação à saúde e às 
mudanças do meio interno e externo. 
• As respostas adaptativas são estímulos diante das mudanças do meio e do nível de 
adaptação da pessoa/grupo.
• Henderson elencou 14 necessidades básicas que fornecem uma estrutura para a 
assistência de Enfermagem.
• Para Callista Roy, a adaptação é necessária para o equilíbrio da pessoa em relação 
à saúde.
97
1 A enfermeira pesquisadora Callista Roy percebe a pessoa como um indivíduo que se 
adapta às respostas ambientais em situação que envolva saúde e doença. Assim, ela 
apresentou três aspectos fundamentais da sua teoria da adaptação. Com relação a 
esses aspectos, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Pessoa e/ou grupo é um sistema adaptativo em que se manifestam os principais 
mecanismos de adaptação, categorizados como reguladores, sensoriais ou 
perceptores, e as formas de adaptação identificadas.
( ) O meio refere-se ao conjunto de três estímulos internos e externos inerentes à pessoa 
ou ao grupo (focal, contextual e residual), ou seja, todas as condições, circunstâncias 
e influências situacionais que afetam o desenvolvimento da pessoa/grupo. 
( ) No aspecto sociedade, o objetivo da Enfermagem é promover a adaptação e 
contribuir para a saúde, que é um estado e processo do ser humano como um todo 
integrado, que tem o seu estilo peculiar de vida.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – V – V.
b) ( ) F – F – V. 
c) ( ) V – V – F. 
d) ( ) F – F – F. 
2 Peplau lançou o livro Relações Interpessoais em Enfermagem em 1952, quando não 
era comum enfermeiros publicarem livros sem a autoria de um médico, por isso a 
edição foi publicada apenas após quatro anos de espera. Em relação à teoria de 
Peplau, analise as assertivas a seguir:
I- A teoria de Peplau aproxima o paciente do seu estado de saúde, pois ele e o 
enfermeiro definem o problema e as potenciais soluções. 
II- A condição de aproximação propicia a redução da ansiedade, auxiliando no 
atendimento das necessidades do paciente. 
III- O relacionamento interpessoal entre enfermeiro e paciente é caracterizado pelas 
seguintes fases: orientação, identificação, explicação e resolução.
IV- Os conhecimentos oriundos da relação interpessoal Enfermagem e paciente 
trouxeram para a área muitas pesquisas acerca de empatia, ansiedade, instrumentos 
comportamentais e instrumentos para avaliar as respostas verbais, a fim de melhorar 
a assistência dos pacientes. 
AUTOATIVIDADE
98
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a assertiva I está correta.
b) ( ) Todas as assertivas estão corretas.
c) ( ) As assertivas II e III estão corretas.
d) ( ) As assertivas I e II estão corretas.
3 As teorias servem de base para o exercício da profissão até os diasatuais. Nesse 
sentido, muitas tinham como foco o cuidado do paciente como um todo. Descreva o 
que enfatizava a teoria de Virgínia Henderson.
4 Para Roy, a adaptação é necessária para o equilíbrio da pessoa em relação à saúde 
e às mudanças do meio interno e externo. Nesse contexto, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas: 
( ) As respostas adaptativas são estímulos diante das mudanças do meio e do nível de 
adaptação da pessoa/grupo. 
( ) Os comportamentos envolvem os aspectos de sobrevivência, crescimento, 
reprodução e domínio sobre si, de sua vida e do ambiente.
( ) O auxílio do indivíduo doente ou saudável no desempenho das atividades contribui 
para a sua saúde ou recuperação.
( ) Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade conduzem a um desenvolvimento 
normal e com saúde.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) F – F – V – V.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) F – F – F – V.
5 Henderson elencou 14 necessidades básicas que fornecem uma estrutura para a 
assistência de Enfermagem, de acordo com uma determinada ordem de relevância. 
Cite cinco dessas necessidades:
99
TÓPICO 3 - 
TEORIAS DE ENFERMAGEM DE ABDELLAH, 
ROGERS, WATSON E LEININGER
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, finalizaremos as principais teoristas de Enfermagem que ajudaram 
a construir e revolucionar a área de atuação profissional do enfermeiro.
As teorias de Enfermagem possibilitam a reflexão e o aprimoramento da prática 
profissional e orientam o cuidado específico para cada ser humano, já que cada uma 
delas revela uma perspectiva relacionada a um aspecto do paciente, à interação 
paciente-ambiente, à relação enfermeiro-paciente e à terapêutica de Enfermagem 
(SALES; PAIXÃO; CASTRO, 2011).
UNIDADE 2
2 TEORIAS DE FAYE E ROGERS
Anteriormente, vimos como as teorias de Enfermagem constituem-se em 
instrumentos de trabalho que associam prática e conhecimento científico, com o objetivo 
de apresentar visões diferenciadas sobre o processo saúde-doença e a experiência do 
cuidado terapêutico. Para concluirmos nosso estudo, a seguir, abordaremos as teorias 
de Faye Abdellah e Martha Rogers.
2.1 TEORIA DE FAYE ABDELLAH 
A teoria de Faye Abdellah foi desenvolvida em 1960 e enfatizou a prestação 
de cuidados de Enfermagem na totalidade do indivíduo para atender às necessidades 
físicas, emocionais, intelectuais, sociais e espirituais dos pacientes e de seus familiares. 
100
FIGURA 16 – FAYE ABDELLAH
FONTE: <https://bit.ly/3n5jJzR>. Acesso em: 19 set. 2021.
Para colocar essa teoria em prática, o enfermeiro necessita ter a compreensão 
de vários fenômenos, como também possuir conhecimentos e habilidades sobre 
relações interpessoais, psicologia, crescimento e desenvolvimento, comunicação, 
sociologia, ciências básicas e conhecimentos específicos de Enfermagem. Essa teoria 
trouxe o enfermeiro como solucionador de problemas e tomador de decisões (POTTER, 
2018). É necessário que o enfermeiro realize a análise, de forma individualizada, das 
necessidades de cada paciente, abordando seus aspectos dentro dessas quatro áreas: 
• Conforto, Higiene e Segurança.
• Equilíbrio Fisiológico.
• Fatores Psicológicos e Sociais.
• Fatores Sociológicos e Comunitários (POTTER, 2018, p. 198).
Considerando essas quatro áreas de necessidades na assistência ao paciente, 
Abdellah identificou 21 condutas de Enfermagem para garantir a saúde dos pacientes e 
prevenir problemas de Enfermagem:
• Manter uma boa higiene e conforto físico.
• Realizar uma atividade favorável, exercícios físicos, descanso e sono.
• Prevenir acidentes, lesão ou outro trauma, assim como a 
propagação de infecção.
• Manter uma boa mecânica corporal e prevenir e corrigir 
deformidades.
• Facilitar o suprimento de oxigênio para as células do corpo
• Facilitar a manutenção de nutrição para o corpo.
• Facilitar a manutenção da eliminação.
• Facilitar a manutenção do balanço hidroeletrolítico.
• Reconhecer as respostas fisiológicas do corpo aos distúrbios da 
doença.
• Facilitar a manutenção das funções e dos mecanismos reguladores.
• Facilitar a manutenção da função sensorial.
• Identificar e aceitar as expressões positivas e negativas, os sen-
timentos e as reações.
• Identificar e aceitar as inter-relações emocionais e a doença orgânica.
• Facilitar a manutenção da efetiva comunicação verbal e não verbal.
101
• Facilitar o desenvolvimento das relações produtivas interpessoais.
• Facilitar o progresso no sentido do atendimento das metas 
espirituais pessoais.
• Criar ou manter o ambiente terapêutico.
• Facilitar a percepção do indivíduo com suas necessidades 
físicas, emocionais e de desenvolvimento.
• Aceitar as metas mais favoráveis possíveis no alívio das 
limitações no âmbito físico e emocional.
• Usar recursos da comunidade como uma ajuda na resolução de 
problemas de saúde.
• Compreender o papel dos problemas sociais como fatores 
influenciadores da causa de doenças (POTTER, 2018, p. 198).
A teoria de Abdellah direciona o enfermeiro para as funções na assistência ao 
paciente, identificando e reconhecendo suas necessidades, e facilitando a compreensão 
da sua prática em serviço.
2.2 TEORIA DE MARTHA ROGERS
Martha Rogers foi enfermeira e publicou sua teoria em 1970. Seus estudos trouxeram 
a visão do ser humano em um ser unitário, como um campo de energia coexistindo dentro 
do universo. Ela defendia que o homem é todo unificado, possuindo integridade pessoal e 
manifestando características que são mais do que a soma das partes.
Rogers utilizou quatro dimensões para se fundamentar na teoria humanista:
• Pessoa: na sua teoria, o ser humano era visto como um sistema 
que interage com o todo e continuamente com o meio ambiente.
• Meio ambiente: inclui todo o campo de energia, não limitado por 
tempo e espaço e identificados por seu padrão e organização.
• Saúde: a interação com o meio ambiente e seu campo de energia 
podem interferir no processo saúde-doença.
• Enfermagem: a ação da Enfermagem direciona a interação da 
pessoa e do ambiente para maximizar o potencial de saúde 
(COSTALES; LOYOLA, 2018, p. 1). 
Para Rogers, a fenomenologia é um caminho para que o enfermeiro elucide o 
papel da ciência no acesso e na evolução dos fenômenos com os quais o ser humano 
se depara, rompendo a barreira da pesquisa baseada em evidências. Para tal, é preciso 
que se amplie a visão de mundo dos enfermeiros, a partir do estudo aprofundado e 
constante do fenômeno da Enfermagem (POTTER, 2018).
A teoria dos Seres Humanos Unitários de Rogers segue como pressupostos: 
• O homem é um todo unificado que possui sua própria integridade 
e manifesta características que são maiores e diferentes da 
soma de suas partes.
• O homem e o meio ambiente estão continuamente trocando 
matéria e energia um com o outro.
• O processo de vida evolui irreversível e unidirecionalmente ao 
longo da trajetória tempo-espaço.
102
• O padrão e a organização identificam o homem e refletem sua 
integridade inovadora.
• O homem é caracterizado pela capacidade de abstração e 
imaginação, linguagem e pensamento, sensação e emoção 
(COSTALES; LOYOLA, 2018, p. 1).
Martha Rogers defendia que “a arte da Enfermagem se constitui na aplicação 
imaginativa e criativa dos conhecimentos científicos próprios da profissão, com o intuito 
de servir à humanidade” (SÁ, 1994, p. 171). 
FIGURA 17 – MARTHA ROGERS
FONTE: <https://bit.ly/3zAdby6>. Acesso em: 1 jul. 2021.
Martha Rogers faleceu em Nova Iorque aos 80 anos, em 1994. Dedicou sua vida aos 
estudos da Enfermagem na área da saúde coletiva, atuou como docente universitária e foi 
homenageada pela National Aeronautics and Space Administration (NASA), sendo seu nome 
colocado em uma estrela da constelação Ursa Maior. Teve uma contribuição significativa na 
produção de muitos livros e artigos científicos para a área da Enfermagem (SÁ, 1994).
3 TEORIAS DE JEAN WATSON E MADELEINE LEININGER
Chegamos ao final dos estudos sobre as teorias de Enfermagem. Durantenossos 
estudos, foi possível perceber como essas teorias são importantes para a profissão do enfermeiro. 
Para compreender o quanto elas servem de alicerce para o exercício da profissão, veremos 
como as teorias de Jean Watson e de Madeleine Leininger influenciam no cuidado do paciente.
3.1 TEORIA DE JEAN WATSON
Jean Watson defendia na sua teoria o cuidado como uma ciência humana 
desenvolvida a partir de fundamentos filosóficos e sistemas de valores humanistas. 
Esse conceito é fundamentado na relação ontológica atrelada a uma visão mundial de 
unidade (SILVA et al., 2010).
103
FIGURA 18 – JEAN WATSON
FONTE: <https://nursemothercaregiver.com/caregiver/> Acesso em: 1 jul. 2021.
A teoria de Watson surgiu na década de 1970, período em que era docente na 
Universidade do Colorado. A teoria foi resultado de sua pesquisa durante o doutorado 
em Clínica e Psicologia Social (PASSOS; PAGLIUCA; DAMASCENO, 2006).
O estudo de Watson ficou conhecido como teoria do Cuidado Transpessoal, 
definida como interacionista, já que envolve a interação entre enfermeiro e paciente 
nas ações de assistência e cuidado. O cuidado é uma vivência que necessita de 
“diálogo entre pessoas, no qual cada uma delas sente a disponibilidade, a proximidade 
e a compreensão uma da outra, além de partilharem histórias de vida, trajetórias e 
angústias” (SILVA et al., 2010, p. 549).
O estudo de Watson trouxe o apontamento de sete suposições básicas que 
retratam o cuidado humano:
• o cuidado humano somente pode ser demonstrado e praticado 
através de relações interpessoais; 
• o cuidado humano consiste nos fatores cuidativos que resultam 
na satisfação de certas necessidades humanas; 
• o cuidado efetivo promove a saúde e o crescimento do indivíduo 
e de sua família; 
• para cuidar é necessário aceitar a pessoa não somente como ela 
é, mas também como ela poderá vir a ser; 
• um ambiente de cuidado é aquele que oferece o desenvolvimento do 
potencial humano (autorrealização) e permite a liberdade de escolha; 
• o cuidado possui maior capacidade de autogenia, quando 
comparado com a cura, ou seja, por ser autógeno, o cuidado 
gera cuidado; 
• a prática do cuidado integra conhecimento biofísico com co-
nhecimento do comportamento humano para gerar e promover 
saúde para quem está doente;
• a prática do cuidado é o centro ou a essência da Enfermagem 
(WATSON, 2008, p. 62). 
104
O cuidado na Enfermagem vai além da sua técnica, o cuidado requer compreen-
são, tratar com carinho, valorizar e dar atenção (PASSOS; PAGLIUCA; DAMASCENO, 2006).
A teoria de Jean Watson evidencia o quanto a Enfermagem ainda precisa 
“aprimorar sua prática para preencher a lacuna do real cuidado, cumprir a missão de 
sua profissão e evoluir como ciência” (SAVIETO; LEÃO, 2016, p. 199). A fundamentação 
teórica e a valorização de aspectos humanísticos podem contribuir para ampliar 
a dimensão da assistência em Enfermagem e, consequentemente, para melhor 
recuperação dos pacientes (SAVIETO; LEÃO, 2016). 
3.2 TEORIA DE MADELEINE LEININGER
Madeleine Leininger especializou-se na área de Enfermagem psiquiátrica 
ainda na década de 1950. Em seu doutorado, buscou estudar os aspectos conceituais 
relacionados com cultura, Enfermagem e etnociência (ORIÁ; XIMENES; ALVES, 2005).
Leninger percebia que havia uma lacuna na Enfermagem sobre a cultura. A falta de 
compreensão sobre os comportamentos humanos implicava o desenvolvimento das prá-
ticas de cuidados de Enfermagem diversificadas, significativas e eficazes, de acordo com 
as culturas. A partir de então, formulou conceitos, teorias, práticas e princípios da disciplina 
que fundou, a chamada “Enfermagem Transcultural” (REIS; SANTOS; JUNIOR, 2012).
FIGURA 19 – MADELEINE LEININGER
FONTE: <https://bit.ly/3F6hkep>. Acesso em: 3 jul. 2021.
Leininger também era formada em antropologia e viajou por muitos países 
em contato com diversas culturas. Nesse contexto, sua teoria aproximou-se sobre 
a importância dos pacientes orientarem os profissionais de Enfermagem sobre os 
cuidados adequados respeitando suas culturas e origens (GUALDA; HOGA, 1992).
105
FIGURA 20 – MODELO DO SOL NASCENTE
FONTE: <http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/510>. Acesso em: 2 dez. 2021.
A teoria de Madeleine Leininger foi nomeada como Teoria da Diversidade 
e Universalidade do Cuidado Cultural (TDUCC) e ressalta que a visão de mundo das 
pessoas, o âmbito social e cultural em que estão inseridas influenciam no processo de 
saúde-doença (SEIMA et al., 2011). 
Esse conhecimento proporcionou repensar a assistência de Enfermagem 
através do Modelo Sol Nascente ou Sunrise, representado pelo nascer do sol, com o 
objetivo de esclarecer, ilustrar, interpretar o conhecimento do cuidado de Enfermagem 
em um paradigma cultural (FALCÃO; ROBAINA; BUDÓ, 2012).
106
Para prover um cuidado integral, o enfermeiro necessita compreender além das 
questões culturais, também considerar as dimensões indicadas no Modelo Sol Nascente, 
como visão do mundo, estado biofísico, orientação religiosa ou espiritual, linguagem, 
crenças e valores (FALCÃO; ROBAINA; BUDÓ, 2012).
Caro acadêmico, chegamos ao final desta unidade, que apresentou as 
teorias de Enfermagem de maior importância para profissão. Na Unidade 
3, veremos as perspectivas profissionais do enfermeiro no mercado de 
trabalho. Até lá!
ESTUDOS FUTUROS
107
O PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE LESÃO 
MEDULAR BASEADO NAS TEORIAS DE ENFERMAGEM DE WANDA HORTA, 
DOROTHEA OREM E CALLISTA ROY: UM ESTUDO TEÓRICO
Janaina Vall
Kátia Isabel Lima Lemos
Andréa Socorro Idalino Janebro
INTRODUÇÃO
A lesão medular é uma grave síndrome neurológica incapacitante que se 
caracteriza por alterações da motricidade, sensibilidade superficial e profunda e 
distúrbios neurovegetativos dos segmentos do corpo localizados abaixo da lesão. 
A grande maioria das pessoas acometidas por tal lesão, agora em cadeira 
de rodas, necessita passar por um processo de reabilitação que o ajude a atingir seu 
melhor potencial físico, psicológico e social, vocacional e educacional, compatível 
com seu déficit fisiológico, anatômico, limitações ambientais, desejos e planos de vida. 
Reabilitação é um conceito que deve envolver todo o sistema de saúde e integrar ou 
reintegrar na sociedade ativamente a pessoa cuja capacidade esteja diminuída. Entre 
os objetivos desejados através da reabilitação, estão: aumento da independência, 
diminuição do tempo de internação e, principalmente, melhora na qualidade de vida. 
Observa-se que o enfermeiro tem papel fundamental nesse processo, como 
membro da equipe interdisciplinar, sempre considerando o paciente como um ser indivi-
dual com uma história de vida própria, com características próprias, que podem determi-
nar de forma decisiva as capacidades funcionais e psicossociais preservadas para serem 
trabalhadas na sua reabilitação. Através da reabilitação, pessoas com incapacidades físi-
cas são capacitadas para mobilizar recursos, decidir o que elas desejam, o que são capa-
zes de ser e alcançar metas mediante seus próprios esforços, em seus próprios caminhos.
No entanto, para que a Enfermagem atue eficientemente nesse processo, ne-
cessita desenvolver sua metodologia de trabalho fundamentada no método científico. Há 
um esforço, nos dias presentes, no sentido de empregar uma metodologia científica que 
leva a uma assistência individualizada, planejada, qualificada e científica. A investigação 
científica deve ser guiada pela teoria e pelo conhecimento, entendido como um processo.
LEITURA
COMPLEMENTAR
108
As teorias de Enfermagem são importantes para o desenvolvimento da profissão 
como ciência e porque são um guia para novas buscas, por mais claras e apuradas visões 
do mundo, substituindo as visões fornecidas pelo senso comum. Por isso é importante 
que num Centro de Reabilitação, os enfermeiros trabalhem, buscando apoio nas teorias 
previamente elaboradas por estudiosos que marcaram a história da Enfermagem, a fim 
de embasar o cuidado que prestam noprocesso de reabilitação. As teorias cumprem 
a função de descrever, explicar e fazer previsões sobre fenômenos específicos. Já o 
modelo conceitual é análogo ao projeto arquitetônico de uma casa.
É um grupo de conceitos inter-relacionados que se encaixam em virtude de sua 
relevância para um tema ou molde comum. Os marcos conceituais oferecem subsídios 
para a prática profissional e a aplicabilidade de uma teoria de Enfermagem permite 
explicitar os propósitos, contextos, variáveis, explicações teóricas, evidência empírica e a 
utilização de novas abordagens na prática de Enfermagem que determinam a natureza dos 
seus elementos descritivos. Os significados das teorias para a profissão de Enfermagem 
suscitam uma postura alerta e comprometida com a intenção científica que se volta para 
uma autocompreensão, retroalimentação e análise de pressupostos e das bases teórico-
filosóficas de afirmação da Enfermagem como corpo de conhecimento posto a serviço 
da formação, exercício e atualização profissional e em benefício da humanidade. Nesse 
contexto, optamos trabalhar o marco conceitual nesse estudo de reflexão. 
Há necessidade de novos conceitos compatíveis com a cultura brasileira no que se 
refere ao ambiente, ao homem, ao processo saúde-doença, à Enfermagem e ao cuidado. 
Quando se fala em assumir um marco conceitual, o enfermeiro está buscando uma cien-
tificação profissional e a melhora na qualidade da assistência prestada ao ser humano, por 
isso é importante escolher um marco para utilização na prática assistencial. A utilização 
desse é importante também como um meio para esclarecer propósitos, orientar funções e 
assegurar resultados. A definição de um marco e de uma metodologia de Enfermagem para 
a prática é um processo tridimensional que envolve o pensar, o fazer e o sentir, tornando a 
sua implementação para a prática assistencial, um processo complexo e contínuo. 
Muitas vezes, teoria e prática percorrem trajetórias conflitantes, no entanto, 
necessitam estar inter-relacionadas, pois toda prática está atrelada à teoria, e esta sem 
a prática, se torna estéril. 
Nesse contexto, o cuidado de Enfermagem baseado em modelos assistenciais 
é fundamental, pois, além de nortear a dinamização de recursos humanos e materiais, 
facilita a avaliação da assistência prestada. Dessa forma, é possível verificar o alcance de 
padrões mínimos de assistência, oferecendo subsídios aos indicadores de custos e rendi-
mentos, indicando também áreas que requeiram aprimoramento. Esse processo pode ser 
alcançado através do estudo das teorias já existentes, para que seja traçado um modelo 
próprio, peculiar de cada Instituição. Muitas vezes, uma única teoria é levada à prática, 
porém, dependendo da característica da população atendida, pode ser necessário que 
se utilize, numa mesma instituição, mais de uma teoria, ou ainda que se crie uma nova. 
109
Diante disso, para efetivar a reflexão estudamos as teorias de Enfermagem como 
um todo e buscamos correlacionar seus pressupostos com o processo de reabilitação 
de pessoas portadoras de lesão medular. Levamos em consideração o objetivo deste 
estudo, de demonstrar como e quais teorias de Enfermagem se aplicam ao processo de 
reabilitação do portadores de lesão medular, a fim de alcançar um marco conceitual de 
assistência voltado para a reabilitação.
Para isso, desenvolvemos uma revisão bibliográfica dos trabalhos existentes sobre 
o tema. As fontes de busca foram as bases de dados Lilacs e Medline, utilizando os termos 
“teoria de Enfermagem” e “modelos de Enfermagem”. No entanto, devido às poucas re-
ferências encontradas quando realizado o cruzamento com o termo chave “Enfermagem 
em reabilitação”, os livros sobre as teorias existentes contribuíram substancialmente para 
nosso estudo. Primeiramente, estudamos os princípios de Enfermagem estipulados por 
Florence Nightingale, visto que esse foi o marco inicial da prática de Enfermagem como 
profissão. Após seguimos com o estudo das demais teorias, finalizando com a discussão 
de quais se aplicariam ao processo de reabilitação da pessoa portadora de lesão medular. 
As teoristas estudadas foram: Hildegard Peplau, Virginia Henderson, Lydia Hall, Dorothea 
Orem, Dorothy Johnson, Faye Abdellah, Ida Orlando, Myra Levine, Imogene King, Callista 
Roy, Jean Watson, Madeleine Leininger e Margaret Newman. 
CONSTRUINDO UM MARCO CONCEITUAL 
Os princípios da reabilitação para este estudo priorizam o ser com lesão 
medular (ser humano) como sujeito de ação e não como objeto (passivo), desenvolvem 
a assistência ao indivíduo, ficando a prevenção no repasse de informação e favorecendo 
a consciência de atuar dentro de seus direitos de ir e vir, desenvolvendo atitudes críticas 
e comportamentos que valorizem a qualidade de vida (assistência de Enfermagem), 
promovendo a saúde e transformando o indivíduo em agente de mudança, em seu 
contexto de vida (ambiente).
Todas as teorias estudadas, de alguma maneira abordam estes princípios essen-
ciais para o processo de reabilitação. No entanto, alguns fatores limitantes fazem com que 
não se apliquem ao processo de reabilitação. Vale ressaltar que as informações contidas 
nesse quadro contaram com nossa interpretação e experiência na área de reabilitação, 
visto que as considerações sobre as teorias podem variar conforme o referencial teórico 
adotado, bem como não se aplicar a outros contextos, sujeitos ou pesquisadores.
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3HUutJl>. Acesso em: 17 jul. 2021.
110
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Faye Abdellah desenvolveu sua teoria e enfatizou a prestação de cuidados de En-
fermagem na totalidade do indivíduo para atender às necessidades físicas, emocio-
nais, intelectuais, sociais e espirituais dos pacientes e seus familiares.
• Para Rogers, a fenomenologia é um caminho para que o enfermeiro elucide o papel da 
ciência no acesso e na evolução dos fenômenos com os quais o ser humano se depara.
• O estudo de Watson foi denominado como a teoria do Cuidado Transpessoal.
• A teoria de Madeleine Leininger ficou conhecida como teoria da Diversidade e Uni-
versalidade do Cuidado Cultural.
• O Modelo Sol Nascente ou Sunrise é representado pelo nascer do sol, com o objetivo 
de esclarecer, ilustrar, interpretar o conhecimento do cuidado de Enfermagem em 
um paradigma cultural.
• O enfermeiro necessita compreender, além das questões culturais, a visão do 
mundo, o estado biofísico, a orientação religiosa ou espiritual, a linguagem, crenças 
e valores dos indivíduos.
111
1 A teoria de Watson, do Cuidado Transpessoal, surgiu na década de 1970, período em que ela 
era docente na Universidade do Colorado, como resultado de sua pesquisa no doutorado 
em Clínica e Psicologia Social. Disserte sobre o que a autora defendia com sua teoria. 
2 As teorias de Enfermagem são avanços históricos que fundamentam a profissão na 
assistência ao ser humano, envolvendo a racionalidade do saber e como fazer. Disserte 
sobre a definição dessas teorias, assim como suas contribuições para a Enfermagem. 
3 O estudo de Watson ficou conhecido como teoria do Cuidado Transpessoal, definida como 
interacionista, já que envolve a interação entre enfermeiro e paciente nas ações de assistência 
e cuidado. Em relação as suposições colocadas por Watson, analise as assertivas a seguir:
I- O cuidado humano somente pode ser demonstrado e praticado através de relações 
interpessoais. 
II- O cuidado efetivo consiste nos fatores cuidativos que resultam na satisfação de 
certas necessidades humanas.
III- O cuidado humano promove a saúde e o crescimento do indivíduo e de sua família.
IV- Um ambiente de cuidado é aquele que oferece o desenvolvimento do potencial 
humano (autorrealização) e permite a liberdade de escolha. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a assertiva I está correta.
b) ( ) Todas as assertivas estão corretas.
c) ( ) As assertivas II e III estão corretas.
d) ( ) As assertivas I e IV estão corretas.4 Para Rogers, a fenomenologia é um caminho para que o enfermeiro elucide o papel 
da ciência no acesso e na evolução dos fenômenos com os quais o ser humano se 
depara, rompendo a barreira da pesquisa baseada em evidências. Em relação à teoria 
dos Seres Humanos Unitários de Rogers, analise as proposições a seguir:
I- O homem é um todo unificado que possui sua própria integridade e manifesta 
características que são maiores e diferentes da soma de suas partes.
II- O homem e o meio ambiente estão continuamente trocando matéria e energia um 
com o outro.
III- O processo de vida evolui irreversível e unidirecionalmente ao longo da trajetória 
tempo-espaço.
IV- O padrão é caracterizado pela capacidade de abstração e imaginação, linguagem e 
pensamento, sensação e emoção.
AUTOATIVIDADE
112
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a proposição I está correta.
b) ( ) Todas as proposições estão corretas.
c) ( ) As proposições I, II e IIV estão corretas.
d) ( ) As proposições I e III estão corretas.
5 A teoria de Abdellah teoria trouxe o enfermeiro como solucionador de problemas e toma-
dor de decisões, sendo necessário que este realize a análise, de forma individualizada, 
das necessidades de cada paciente, abordando seus aspectos dentro algumas áreas. Em 
relação a essas áreas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: 
( ) Conforto, higiene e segurança.
( ) Equilíbrio fisiológico.
( ) Fatores psicológicos e sociais.
( ) Fatores sociológicos e comunitários. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – V – V.
b) ( ) F – F – V – V.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) F – F – F – V.
113
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Associated University Press, 2008.
119
PERSPECTIVAS 
PROFISSIONAIS
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o profissional de Enfermagem no mercado de trabalho;
• compreender a atuação profissional do enfermeiro na pesquisa;
• compreender a atuação profissional do enfermeiro na educação;
• conhecer os indicadores relacionados com a educação continuada na Enfermagem.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO MERCADO DE TRABALHO
TÓPICO 2 – ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL NA PESQUISA E NA EDUCAÇÃO
TÓPICO 3 – INDICADORES DA EDUCAÇÃO CONTINUADA EM ENFERMAGEM
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
120
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A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
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121
TÓPICO 1 — 
O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO 
MERCADO DE TRABALHO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão analisados os pontos gerais do profissional de Enfermagem 
no mercado de trabalho, desde técnicos, enfermeiros, auxiliares etc., analisando seus 
vínculos, sua jornada de trabalho, salários, e as dificuldades enfrentadas por eles no dia 
a dia, e na busca pela colocação nesse mercado.
Lopes Neto et al. (2007) comprovam que a educação superior vem sendo desafiada 
a romper paradigmas no sentido de uma formação com pertinência social e coerência com 
as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), ou seja, com as necessidades de transformação 
do processo de formação profissional. As universidades de Enfermagem têm sofrido modi-
ficações em sua relação às condiçõeseconômicas, políticas e ideológicas de cada época.
No Brasil, a partir das primeiras décadas do século XX, o campo de Enfermagem tem 
ocupado lugar de destaque no setor saúde, constituindo a maior força de trabalho nessa área. 
Também foi nesse período que surgiram o processo de laicização da profissão de enfermeira e 
a preocupação estatal em legislar a formação e o exercício da profissão (DUARTE et al., 2015).
No que diz respeito ao curso de Enfermagem, cabe ressaltar que as DCNs 
definem, ainda, que a formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional dos 
conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades 
gerais: atenção à saúde, tomada de decisões, comunicação, liderança, administração e 
educação duradoura (BRASIL, 2001b).
 A graduação em Enfermagem busca proporcionar aos futuros profissionais uma 
formação generalista, de maneira que possam exercer o pensamento crítico-reflexivo 
diante das diversas e desafiadoras situações do cotidiano em saúde, baseando sua 
conduta nos princípios éticos e bioéticos (SILVA et al., 2019).
Em relação à formação da Enfermagem, tem-se vivenciado significativas trans-
formações, de modo a acompanhar o contexto histórico, político, econômico e social, que 
repercute na produção sanitária e, consequentemente, na qualidade de vida da popu-
lação brasileira. Para que isso aconteça e o processo de trabalho em Enfermagem seja 
coerente com as demandas sociais, a formação de Enfermeiros com qualidade é condição 
sine qua non para a aquisição de conhecimentos científicos, habilidades técnicas e atitu-
des fundamentais para o desenvolvimento do cuidado holístico e humanizado, voltado às 
demandas de saúde individual e coletiva (MATTIA; KLEBA; PRADO, 2018).
122
De acordo com Karl Marx (2003 apud MELO, 2016), a entidade básica na prática 
da economia é representada como o mercado de trabalho, o qual se originou com base 
no grupo capitalista e tem como resultado a utilização de emprego assalariado em 
grande escala. Fundamentado nesse sistema capitalista, o funcionário fica carente, na 
mesma proporção que gera mais ganho ao sistema; seu esforço se transforma em um 
bem cada vez mais acessível, ao passo que um superior total de bens é gerado. Marx 
(2003 apud MELO, 2016) ainda expõe, em seus aprendizados, que o reconhecimento 
das coisas expande em dimensão sem rodeios à queda do mundo padrão, notado que, 
no trabalho, não são fabricadas somente mercadorias, mas também a si próprio, ou seja, 
o funcionário acaba se tornando uma mercadoria, assim como os bens produzidos.
Assim, o suporte de toda sociedade humana é a sequência do trabalho, ou seja, 
indivíduos contribuindo reciprocamente, utilizando os artifícios da natureza para com-
plementarem as suas carências (MARX, 2003 apud MELO, 2016). Igualmente, o tipo de 
trabalho tem de ser, além de tudo, proveitoso, e a inserção de métodos mais importantes 
estaria associada à contenção de custo e ao aumento do desenvolvimento de produção, o 
que pode ocasionar a busca de trabalho, com benefícios em empregos, mesmo que estes 
logo sejam amortecidos por uma nova implantação de conhecimento tecnológico.
Os autores Miguel, Messias e dos Santos (2020) lidam especificamente com a 
discussão sobre mercado de trabalho em Enfermagem, a qual recai na abordagem de 
vários aspectos, como, por exemplo: a política de empregos e salários, o conhecimento 
das necessidades da população; as oportunidades de trabalho nos diferentes campos 
de Enfermagem; o conhecimento da forma de inserção no mercado de trabalho; a 
rotatividade no trabalho; as facilidades e dificuldades para o exercício profissional; o 
desempenho dos órgãos formadores em Enfermagem e o contexto institucional no qual 
se inserem os enfermeiros para exercerem sua profissão.
Ademais, Rosa e Lima (2005) mostram que, somente ao concluir a graduação, o 
acadêmico tem uma consciência maior sobre o ofício do enfermeiro, porque compreende 
que está, sob a sua responsabilidade, um número de pacientes e outras atividades de 
administração do cuidado e prevenção.
Estudos de Luiz (1997) demonstram que, nas últimas décadas, em todo o mundo, 
ocorreram muitas transformações na produção de bens e serviços, em decorrência de 
inovações tecnológicas, novos padrões de administração e novas formas de gestão da 
força de trabalho, o que tem provocado grandes mudanças nas principais características 
no mercado de trabalho.
Cordeiro (1991) afirma que houve mudanças consideráveis na organização do 
sistema de saúde, o qual, impelido pelo movimento da reforma sanitária, estabeleceu, 
em 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS), cujos princípios teóricos são: a globalização, 
a isonomia, o distanciamento, a atuação e a integralidade. Desse modo, Tanaka et 
al. (1991) e Mishima et al. (1999) reforçam que, a partir da descentralização proposta, 
123
aconteceu uma transformação do perfil qualitativo e quantitativo da força de trabalho 
em saúde, em especial da Enfermagem, ao gerar a possibilidade de emprego para as 
diferentes categorias profissionais que constituem essa área de estudo.
Dessa maneira, houve um crescimento real nos postos de trabalho na década 
de 1990, originado da amplificação da rede de atenção básica nos distintos espaços 
geopolíticos brasileiros, acarretando primordialmente a municipalização dos empregos 
no setor. São importantes os estudos que procuram salientar a relação entre a formação 
e a inserção de enfermeiros no mercado de trabalho. No entanto, muitas vezes, há ainda 
discordância entre as situações orientadas no ensino de Enfermagem e àquelas que 
serão vividas no desempenho desse ofício (BACKES; 2012).
Poucos elementos são considerados facilitadores na transição da vida acadêmica 
para a profissional, como a formação acadêmica calcada em bons embasamentos 
teóricos, a vivência de estágios extracurriculares, o posicionamento institucional de 
motivação ao desenvolvimento educacional dos alunos e o apoio por parte dos demais 
membros mais experientes da equipe (OLIVEIRA, 2017).
No percurso de formação de enfermeiros para atuação no cuidado à saúde 
das pessoas, faz-se necessário o desenvolvimento de competências fundamentais 
para atuar com o paciente, as famílias e a comunidade. Assim, o processo de ensino-
aprendizagem, envolvendo o fator avaliação, deve possibilitar a construção do perfil 
de profissional capacitado a promover o cuidado integral do ser humano, com vistas à 
integralidade (MARÇAL et al., 2019).
Para alguns escritores, no período do estágio supervisionado, o estudante 
exercita o papel de responsável pela assistência de Enfermagem, fomentando o 
desenvolvimento de habilidades gerenciais: liderança, tomada de decisão, trabalho em 
equipe, comunicação, entre outras (ESTEVES et al., 2018). Em consenso ao contexto, 
cabe destacar um aspecto importante para que esse fortalecimento do SUS ocorra 
de maneira gradativa e contínua: a inserção dos estudantes nos diferentes níveis de 
atenção à saúde, atitude que permite vivenciar o modelo de saúde pública existente no 
contexto nacional e, uma vez conhecendo esse modelo de prática profissional, poderá 
refletir sobre ela, para, no futuro, contribuir de maneira mais factual com a modificação 
desse sistema (TONHOM; MORAES; PINHEIRO, 2016).
Para alcançar um nível mais elevado da assistência, prezando pelo cuidado in-
tegral, os diferentes profissionais detentores dos saberes científicos devem comparti-
lhar e traçar seus caminhos, interligando estratégias que visem o benefício dos usuários 
e uma assistência completa e humanizada. A formação profissional não pode ter como 
referência apenas a doença da pessoa, aplicando de forma única o modelo biomédico 
que objetiva o cuidado voltado ao diagnóstico e a busca pelo tratamento, mas deve 
compreender as pessoas de forma ampla, contemplando todas as necessidades mos-
tradas (SANTOS et al., 2019).
124
Os acadêmicos têm sido preparados visando a uma melhor formação possível, 
tornando-se aptos a fazer a diferençadentro da sociedade. A inserção da integralidade do 
cuidado como um dos eixos para uma melhoria na formação do profissional enfermeiro é 
uma garantia da qualidade de assistência com uma visão inovadora (SANTOS et al., 2019).
2 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
A atitude de cuidar é necessária e vital para a existência dos seres hu-
manos, que, desde a concepção até o fim, precisam de cuidados. A Enfermagem 
é uma profissão inclinada por perfeição ao “zelo à vida”, visando à proteção, à 
manutenção e à recuperação da saúde e ao alívio da dor e do sofrimento dos in-
divíduos, trazendo e aplicando seus conhecimentos empíricos e pressupostos te-
órico-metodológicos na produção de saúde, e ajudando, dessa forma, na melhor 
fundamentação para a sua ação (SCHERER; SCHERER; CARVALHO, 2006). Assim, 
entre as atividades do enfermeiro, podemos observar as principais na Figura 1.
FIGURA 1 – RESPONSABILIDADES DO ENFERMEIRO
FONTE: As autoras
Para assumir essas responsabilidades, é necessário desenvolver habilidades e 
competências que fazem parte do perfil da Enfermagem, como negociação, comunica-
ção, trabalho em equipe, flexibilidade, tomada de decisão, criatividade, visão sistêmica, 
empreendedorismo, organização, liderança, planejamento e relacionamento interpessoal.
Conforme Silva (2003), a atenção à saúde não se constitui diretamente como 
objeto de trabalho desenvolvido pela gerência, mas pode ser entendida como finalidade 
indireta do trabalho gerencial em saúde. Para que a atenção à saúde seja alcançada, o 
profissional que exerce a gerência faz uso de instrumentos do XI Congresso Nacional 
de Excelência em Gestão, que ocorreu em agosto de 2015, no sentido de um trabalho 
administrativo visando ao planejamento, à organização, à coordenação e ao controle. 
A qualidade da assistência à saúde demanda a existência de recursos humanos 
qualificados e recursos materiais adequados, com a oferta de cuidados orientada pelas 
necessidades de saúde.
125
Segundo Figueiredo (2010), desde os primórdios, a maneira de cuidar é reco-
nhecida como um ato de preocupação e empatia ao próximo, tendo esse sentido como 
verdadeiro. Florence Nightingale, a pioneira da Enfermagem Moderna, já demonstrava a 
compreensão desse significado do cuidado para a vida do ser humano, buscando exer-
cer a Enfermagem como uma profissão com embasamento científico e humanístico.
Para atingir a competência de tomar decisões, algumas etapas precisam ser 
cumpridas, como estudar a instituição e sua missão, avaliar as reais necessidades 
dos usuários e realizar o trabalho pautado em um planejamento que contemple o 
detalhamento de informações, como ideias e formas de operacionalizá-las, recursos 
viáveis, definição dos envolvidos e dos passos a serem seguidos, criação de cronogramas 
de trabalho etc. (MARX; MORITA, 2000).
A liderança é vista como uma das principais competências a serem adquiridas 
pelo profissional de saúde. No trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais 
de saúde deverão estar aptos a assumirem posições de liderança, sempre tendo em 
vista o bem-estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade, 
empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma 
efetiva e eficaz (FLEURY; FLEURY, 2001).
A ligação do enfermeiro com o processo de educação permanente acontece 
com a aquisição contínua de habilidades e competências que estejam de acordo com 
o contexto epidemiológico e com as necessidades dos cenários de saúde, para que 
resultem em atitudes que gerem mudanças qualitativas no processo de trabalho da 
Enfermagem (MANCIA; CABRAL; KOERICH, 2004).
A habilidade comunicativa é fundamental para que o enfermeiro conquiste 
relações profissionais e pessoais mais significativas, maior autoconsciência e aceitação 
das diferenças, ampliação dos caminhos de ensino e da pesquisa e conquista de um 
bem-estar (BRAGA, 2004).
A estabelecimento do saber de administração na Enfermagem deu-se a partir da 
necessidade de organizar os hospitais. Em sua dimensão prática, o saber administrativo 
institucionalizou-se com a formação das primeiras alunas da Escola Nightingale, que 
buscava suprir a demanda de enfermeiras diplomadas para fundar novas escolas, ao 
serem treinadas para o cargo de superintendente (PERES; CIAMPONE, 2006).
Nos dias atuais, a construção do conhecimento vem redefinindo novos parâ-
metros, concepções e configurações, promovendo, assim, um novo dinamismo e o re-
conhecimento de uma epistemologia própria, a qual engloba metodologias de trabalho 
que oportunizam autonomia nas práticas assistenciais, cada vez mais revelando rela-
ções retrógradas de dependências.
126
Dessa forma, no que se refere à Enfermagem, a melhoria da qualidade em saú-
de pressupõe uma série de características e a existência de um processo organizacional 
estruturado como possibilidade do resgate da dimensão humana nas práticas de saúde e 
de estímulo à transformação da cultura organizacional, contemplando capacitação téc-
nica, valorização da clientela e dos trabalhadores, abordagem multidisciplinar, educação 
permanente, adaptação e mudança cultural, entre muitos outros (SANTOS et al., 2013).
A palavra competência, em uma visão pragmática, é “aptidão, qualidade legítima 
ou legitimada para realização de determinados atos, poder, atribuição ou capacidade 
objetiva de alguém para agir em determinado campo ou área do entendimento” (LEILAH; 
EDMEIRE, 2004, p. 173).
FIGURA 2 – REABILITAÇÃO EM DOMICÍLIO
FONTE: <https://bit.ly/3368mkj>. Acesso em: 21 set. 2021.
A competência profissional é uma expressão genérica, podendo ser entendida 
como o saber agir com discernimento e de modo responsável, a fim de transferir 
conhecimentos técnicos e científicos ao outro, acrescentando, assim, valor econômico 
à organização, na qual está inserido, e valor social a cada indivíduo, contribuindo, desse 
modo, para um produto. A competência profissional emerge como uma maneira de 
nutrir o pensar e trabalhar produtivamente (MARTINS et al., 2006 apud MACHADO, 2011).
Silva (2009) afirma que cabe ao enfermeiro, em meio aos profissionais de saúde, 
organizar, liderar, trocar experiências, mostrando-se o profissional de referência para 
os serviços em saúde, no sentido de coordenar, avaliar e mobilizar de forma proativa, 
situações da prática em saúde.
127
FIGURA 3 – TIPOS DE CARREIRA E ESPECIALIDADES NA ENFERMAGEM
FONTE: <https://www.registerednursing.org/nursing-careers/>. Acesso em: 21 set. 2021.
O Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) retrata, dentro de um quadro 
legislativo de regulamentação, as competências do enfermeiro como resultado 
de conhecimentos, habilidades e atitudes que o reportem a sua responsabilidade 
profissional, de maneira que a autoridade de Enfermagem seja embasada em provas de 
conhecimento relacionado com o domínio profissional, corroborado pelas competências 
individuais de cada enfermeiro. Todavia, a prática da Enfermagem é associada a uma 
série de fatores, como a equipe multidisciplinar em saúde. É necessário, no campo da 
prática em saúde, clarificar distintamente o que são competências da Enfermagem e 
aquelas que são de natureza multidisciplinar e interdisciplinar dos cuidados de saúde 
(ICN, 2003 apud MACHADO, 2011).
Alguns fundamentos norteadores das diretrizes referentes às competências e 
às habilidades gerais estão na Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001, 
que estabelecem a dimensão do exercício e atuação profissional do profissional de 
Enfermagem (BRASIL, 2001b). As principais competências apontadas pelas DCNs para 
a área da saúde: atenção à saúde, tomada de decisão, liderança, educação permanente, 
comunicação, administração e gerenciamento.
O trabalho do enfermeiro, como instrumento do processo de trabalho em saúde, 
divide-se ainda em vários processos de trabalho como cuidar/assistir, administrar/
gerenciar, pesquisar e ensinar. Entre eles, cuidar e gerenciar são os processos mais 
evidenciados no trabalho do profissional(PERES; CIAMPONE, 2006).
Essas funções de gerência, apontadas como responsabilidade do enfermeiro, 
permitem vislumbrar caminhos para compreender, com maior clareza, que gerenciar 
é uma ferramenta do processo de trabalho do “cuidar”. Assim, o enfermeiro pode 
fazer uso dos objetos de trabalho, “organização” e “recursos humanos” no processo 
gerencial, que, por sua vez, se inserem no processo de trabalho “cuidar”, que possui 
como finalidade geral a atenção à saúde, evidenciada na forma de assistência (FELLI; 
PEDUZZI; LEONELLO, 2005).
128
O profissional de Enfermagem, em relação à gestão de pessoas, buscará tra-
balhar estratégias para conhecer quais são as necessidades que devem ser atendidas 
para o paciente, que procura seu serviço, o qual deve ter suas expectativas supera-
das para retornar em outras ocasiões e, até mesmo, ajudar no marketing da instituição 
(BALSANELLI; CUNHA; WHITAKER, 2008).
3 ENFERMEIRO COMO GESTOR DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Conforme Nascimento (2013), tirando por base o primeiro currículo de disciplinas da 
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, já havia noções de administração, passando a forma-
ção do enfermeiro a ser fundamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), cujos Projetos Políticos Pedagógicos 
da Enfermagem são baseados em diretrizes curriculares que proporcionam mudanças no 
processo de formação do enfermeiro, de modo que a ênfase deixa de estar centrada no mo-
delo biomédico, caracterizado pelo estudo da doença, de aprendizagem e de reprodução de 
técnicas e tarefas, e passa a estar centrada em um modelo holístico, humanizado e contex-
tualizado, formando profissionais críticos, criativos e éticos para atuar na prática profissional.
A Diretriz Curricular Nacional do Curso de Graduação de Enfermagem determina 
que o profissional deve estar apto a fazer o gerenciamento tanto da força de trabalho, 
dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que deve estar apto 
a ser gestor, empregador ou líderes na equipe de saúde (BRASIL, 2001b). A Lei nº 2.604, 
de 17 de setembro de 1955, foi a primeira lei a regulamentar efetivamente o exercício pro-
fissional da Enfermagem (BRASIL, 1955) e que, no Art. 3º, determina as atribuições dos 
enfermeiros, como a direção dos serviços de Enfermagem nos estabelecimentos hospi-
talares, de saúde pública ou privada. Entretanto, somente em 1986, com a Lei do Exercício 
Profissional nº 7.498, ocorreram desdobramentos das atividades específicas, detalhando 
e explicitando as ações para cada uma das categorias de Enfermagem (OGUISSO, 2001).
Ficou determinado, então, que o enfermeiro exerce todas as atividades de 
Enfermagem, porém, entre suas atividades privativas, as gerenciais são: a direção do 
órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde pública 
e privada, e a chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; a organização e direção 
dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas 
prestadoras desses serviços; o planejamento, a organização, a coordenação, a execução 
e a avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; a consultoria, a auditoria e a 
emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem (BRASIL, 1986).
Além disso, na mesma lei ficou acordado que o enfermeiro, como integrante da equi-
pe de saúde, exerce como atividades gerenciais: a participação no planejamento, na execu-
ção e na avaliação da programação de saúde; a participação na elaboração, na execução e na 
avaliação dos planos assistenciais de saúde; a prevenção e o controle sistemático de danos 
que possam ser causados à clientela durante a assistência de Enfermagem (BRASIL, 1986).
129
O enfermeiro gestor tem reconhecido cada vez mais funções gerenciais em todos 
os níveis de atenção à saúde, principalmente na coordenação de programas gestados 
pelos governos federal, estadual e municipal e no gerenciamento de unidades de saúde, 
e sua atuação contribui para a melhoria desses serviços (PETERLINI; ZAGONEL, 2006).
Pesquisas revelam que, na formação do enfermeiro, a associação entre teoria 
e prática não ocorre quando nos reportamos à área de gerenciamento; observam-se 
conteúdos teóricos, lançados em salas de aula, seguidos por momentos de “observação 
de campo”, entrevistas com profissionais e preenchimentos de relatórios (JORGE et al., 
2007). Os próprios acadêmicos, durante a graduação em Enfermagem, predominante-
mente, não demonstram grande motivação para aprender a gerenciar. Nos campos de 
prática, ainda despertam o interesse a técnica, o manuseio de equipamentos sofistica-
dos, os processos patológicos e o tratamento da doença, ratificando o predomínio do 
modelo biomédico (JORGE et al., 2007).
A gestão dos serviços de Enfermagem encontrados na prática, seja hospitalar ou 
ambulatorial, encontra-se ainda distante do esperado. O que se observa é a reprodução 
dos modelos tradicionais, em que as estruturas hierárquicas de controle, submissão, 
obediência às normas e padrões são explanadas (JORGE et al., 2007).
Conforme Furukawa e Cunha (2011), o gestor de Enfermagem tem assumido 
fundamental papel nos serviços de saúde, sobretudo no âmbito hospitalar, visto ser o 
responsável pela gestão dos serviços de Enfermagem e por tomar medidas que integrem 
as áreas administrativas, assistenciais e de ensino/pesquisa, visando ao atendimento 
de qualidade. As exigências quanto à sua atuação têm incluído, além do gerenciamento 
em Enfermagem, o conhecimento e a interação com todo o ambiente organizacional, 
permitindo sua maior contribuição no sucesso da entidade.
A literatura mostra que há um conjunto de estudos sobre o processo de trabalho 
do enfermeiro gestor, evidenciando a predominância das atividades gerenciais e dando 
ênfase no gerenciamento dos serviços de saúde que serão prontos a população 
(HAUSMANN; PEDUZZI, 2009).
Nos dias atuais, um número significativo de enfermeiros tem assumindo as 
ações e as funções de gestão nas Unidades Básicas de Saúde. No conjunto sócio-
histórico político, o enfermeiro gerente elabora pensamentos, desenvolve ações 
e idealiza projetos afins de organizar o trabalho, focalizando a produção de bens e 
serviços. Tornando-se necessário relacionar Enfermagem e a Atenção Básica, para 
assim compreender qual a real ação do enfermeiro gestor de Unidade Básica de Saúde 
(PETERLINI; ZAGONEL, 2006).
A gestão compõe um importante instrumento para a efetivação das políticas 
de saúde, pois incorpora um caráter articulador e integrativo, em que as ações gestoras 
determinam o processo de organização dos serviços de saúde no âmbito da atenção 
básica, focalizando sua organização (FERNANDES et al., 2010).
130
O enfermeiro gestor precisa ter um conhecimento gerencial, necessário para 
desempenhar suas ações de maneira positiva. Assim, eles devem ter conhecimento 
básico sobre as propostas do SUS, a população que pertence àquela área, estrutura 
física da unidade, a equipe de saúde atuante nessa instituição, a dinâmica das relações 
humanas, o potencial de cada funcionário e como trabalhar conforme as necessidades 
da área de dimensão (FERNANDES et al., 2010).
QUADRO 1 – RESPONSABILIDADES DO ENFERMEIRO
O enfermeiro:
• deve ter o conhecimento da gestão;
• é de sua responsabilidade a administração da assistência em todas as 
áreas de prestação de serviço;
• planejamento, organização, direcionamento, cobrança de resultados 
e avaliação dos processos de trabalho que envolvem a assistência ao 
paciente/usuário;
• foco na qualidade e satisfação pelos serviços oferecidos;
• deve sempre buscar conhecimentos para sustentar cientificamente sua 
atuação gerencial.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3HQpitF>. Acesso em: 30 nov. 2021.
No exercício de gestão do enfermeiro dentro na unidade, ele deve possuir 
conhecimentos de custos, gastos e fontes de financiamento disponíveis para que a 
equipe desenvolva suas ações definidas sem desperdícios que possam comprometer 
sua efetividade(WEIRICH et al., 2009).
Fernandes et al. (2010) salientam a importância da habilidade em gerenciar 
equipes, sendo crucial para o enfermeiro gestor o investimento em desenvolvimento 
pessoal contínuo. É considerável também, dentro do processo de trabalho de gestão, 
manter o bom relacionamento com o usuário, a instituição e a comunidade, como uma 
ação de respeito aos cidadãos.
André e Ciampone (2007) afirmam que o grupo de atitudes listadas como 
importantes ao exercício e postura do enfermeiro gestor mostra-se coeso com o perfil 
de competências apontado pela literatura, que subsidia as competências gerenciais, 
ressaltando-se que estas devem ser compostas a partir do contexto do comportamento 
organizacional que representam um combinado de valores.
131
Os enfermeiros gestores têm algumas características específicas, como 
(ANDRÉ; CIAMPONE, 2007):
• capacidade de integração e de estabelecer bom relacionamento com sua equipe de 
saúde e as demais do sistema de saúde local; 
• deve ser flexível em suas habilidades;
• ter organização em seus planos de ações, elaboração e planejamento na construção 
dos projetos;
• ser autoconfiante nas decisões;
• ter persistência nos objetivos, empatia ao agir e se relacionar;
• elaborar ações para motivar sua equipe multidisciplinar;
• ter habilidade para o diálogo;
• manter-se atualizado no que diz respeito a sua área de atuação e ao mundo de 
maneira geral;
• ter atitude para modificar as estratégias com criatividade e engajamento. 
Weirich et al. (2009) dizem que, nos serviços de saúde, a qualidade deve ser enfa-
tizada, principalmente porque o cuidado prestado ao usuário é consumido durante a sua 
produção, tornando-o diferente da produção de bens, em que é possível separar o produto 
com defeito sem maiores consequências. Acontece igualmente no trabalho de Enferma-
gem, como nos demais serviços de saúde, à medida que os bens são produzidos são con-
sumidos no ato da produção, não podendo ser estocados e comercializados logo após.
Nesse sentido, Passos e Ciosak (2006, p. 465) dizem que conduzir é a função 
administrativa da mais alta importância, é o processo de tomar decisões que afetam a 
estrutura, os processos de produção e o produto de um sistema. Implica coordenar os 
esforços das várias partes desse sistema, controlar os processos e o rendimento das 
partes e avaliar os produtos e resultados. Numa organização, o gerente se responsabiliza 
pelo uso efetivo e eficiente dos insumos, de forma a traduzi-los em produtos que levam 
a organização a atingir os resultados que se esperam dela.
Segundo Antunes e Trevizan (2000), a gestão é delimitada pelo gerenciamento 
da assistência de Enfermagem e tem como objetivo principal, planejar os recursos 
necessários, ampliando a qualidade do serviço e do cuidado concedido.
A principal função da administração é instituir regras de atuação, usando os 
recursos necessários para alcançar os melhores resultados. É o processo de planejar, 
organizar, dirigir e controlar as ações desempenhadas a fim de alcançar os objetivos 
propostos. Dentro do contexto da prática em saúde, é uma das estratégias que 
devem ser observadas, discutidas e compartilhadas por todos os envoltos (ANTUNES; 
TREVIZAN, 2000; BURMESTER; PEREIRA; SCARPI, 2012).
132
O trabalho de Enfermagem é direcionado por duas dimensões que se complemen-
tam e sustentam o desenvolvimento das ações: a da assistência ao cliente e família e a 
gestão dos serviços e do processo de trabalho (CIAMPONE, 2003; CUNHA; XIMENEZ, 2006). 
A primeira classificação refere-se ao cuidado, envolvendo a relação entre pessoas, guiada 
por saberes das ciências humanas biológicas (CIAMPONE, 2003; CUNHA; XIMENEZ, 2006).
A segunda classificação é administrativa, implicando ações que envolvem 
profissionais com competências diferenciadas para a divisão técnica do trabalho. Nesse 
contexto, as ferramentas de comunicação e de relações interpessoais são fundamentais 
(CIAMPONE, 2003; CUNHA; XIMENEZ, 2006).
Conforme Feldman (2008), a gestão de recursos humanos também é uma 
função do enfermeiro e deve ser realizada continuamente, uma vez que sofre influência 
das características da clientela atendida e do preparo dos profissionais de Enfermagem.
Além do posicionamento de pessoas, outro aspecto que deve ser avaliado é a 
forma como as atividades são organizadas e o uso de recursos para alcançar os melhores 
resultados (FELDMAN, 2008). Essas especificações ocorrem através da coordenação e 
determinações que esse profissional utiliza como métodos de trabalho para tomadas de 
decisão, que consiste em decidir ou escolher entre uma ou mais alternativas ou opções, 
com vistas a alcançar um resultado positivo no gerenciamento do trabalho, além de ser 
dos auxílios básicos para a atuação como líder (FELLI; PEDUZZI; LEONELLO, 2005).
A atribuição especifica da Enfermagem é “dar assistência ao indivíduo sadio ou 
doente, família ou comunidade, no desempenho de atividades para promover, manter 
ou recuperar a saúde”. Além da ação de cuidar, a outra atividade é a de administrar, no 
entanto, esta última não é realizada por todas as categorias da Enfermagem, e sim, 
pelo enfermeiro, cujo papel é organizar, controlar e favorecer as práticas de cuidar. 
Mesmo assim, não raramente, a atuação do enfermeiro é confundida com a dos demais 
profissionais da área (RIOS, 2007).
As atitudes do enfermeiro em unidade hospitalar são provenientes de uma 
mescla de fatores vivenciados na prática, incluindo a subjetividade dos profissionais, os 
resquícios da história da profissão de Enfermagem – marcada, entre tantas outras coisas, 
pelo mito da subalternidade –, além de outros que advêm de questões organizacionais 
e dos modelos assistenciais e administrativos existentes nas instituições de saúde 
(BACKES et al., 2012).
Conforme Jorge et al. (2007), estudos mostram que, na formação do enfermeiro, 
a associação entre teoria e prática não ocorre quando nos reportamos à área de geren-
ciamento; observam-se os conteúdos teóricos, lançados em salas de aula, seguidos por 
momentos de “observação de campo”, entrevistas com profissionais e preenchimentos 
de relatórios. Os próprios estudantes, durante a graduação em Enfermagem, predomi-
nantemente, não demonstram grande motivação para aprender a gerenciar. Desperta 
133
o interesse nos campos de prática ainda a técnica, o manuseio de equipamentos de 
tecnologia pesada, os processos patológicos e o tratamento da doença, ratificando o 
predomínio do modelo biomédico.
A gestão dos serviços de Enfermagem na prática, seja hospitalar ou ambulatorial, 
encontra-se ainda distante do esperado. Constata-se a reprodução dos modelos 
tradicionais, em que as estruturas hierárquicas de controle, submissão, obediência às 
normas e padrões são reproduzidos (JORGE et al., 2007).
No decorrer do gerenciamento em Enfermagem, ocorre a divisão do trabalho 
entre os enfermeiros: um voltado mais para a gestão da unidade e outro para a assistência 
da clientela. Hoje, observa-se essa divisão entre os enfermeiros diaristas, que cuidam 
da gestão da unidade e o enfermeiro plantonista, que é o responsável pelo cuidado aos 
clientes, estabelecendo, assim, uma organização dentro da unidade, mas que devem 
ser trabalhados em conjunto e com cooperação, para que haja uma harmonia dentro da 
instituição de trabalho (NASCIMENTO, 2013).
Conforme Nascimento (2013), diversos profissionais ainda têm dúvidas a 
respeito do trabalho gerencial do enfermeiro, pois não sabem lidar com a dicotomia 
existente no cuidar direto e indireto da clientela internada. Apesar da importância da 
gerência do enfermeiro nos serviços de saúde, observa-se, na literatura, o fato de que o 
seu conhecimento é pequeno perto da complexidade do processo de trabalho gerencial 
(SANCHES; CHRISTOVAM; SILVINO, 2006).
Jorge et al. (2007) dizem que, no ato de administrar, o enfermeiro procura o 
aprimoramento da qualidade da assistência prestada à clientela, mediante novas teorias 
de Enfermagem e implementação da Sistematizaçãoda Assistência de Enfermagem 
(SAE) baseada em diagnósticos, de acordo com a Resolução Cofen nº 358/2009. Além 
do ensino que é incipiente, a realidade ocorre, dessa forma, devido a uma grande 
quantidade de dificuldades que são encontradas pelo enfermeiro.
Em volta a tantas dificuldades, de acordo com Furukawa e Cunha (2011) e Jorge 
et al. (2007), foram expostas: 
• a falta de precisão de critérios de mobilidade entre carreiras de naturezas diferentes, 
levando a migração do melhor profissional técnico à carreira gerencial como prêmio, 
e não como uma pessoa vocacionada ou com competência à vaga; 
• as circunstâncias históricas e de relação de gênero que não favorece a profissão; 
• a enxurrada de atividades que são delegadas ao enfermeiro, predominantemente 
burocráticas, que o distancia da assistência, do planejamento do cuidado, da su-
pervisão e da orientação da equipe numa perspectiva de acompanhamento e de 
educação permanente; 
• o trabalho fragmentado do serviço de Enfermagem; 
• o pensamento de que a Enfermagem possui autonomia profissional, porém suas 
ações estão submetidas ao administrador das instituições de saúde.
134
O gerente de Enfermagem tem realizado importante papel nos serviços de saúde, 
sobretudo no âmbito hospitalar, visto ser o responsável pela gestão dos serviços de 
Enfermagem e por tomar medidas que integrem as áreas administrativas, assistenciais 
e de ensino/pesquisa, visando a um atendimento de qualidade. As exigências quanto a 
sua atuação têm incluído, além do gerenciamento em Enfermagem, o conhecimento e 
a interação com todo o ambiente organizacional, permitindo sua maior contribuição no 
êxito da instituição (FURUKAWA; CUNHA, 2011).
Uma boa administração em Enfermagem só é possível se as instituições de saúde 
forem capazes de rever seus modelos de gestão, por meio de mudanças organizacionais 
em busca de qualidade nos serviços. Não basta obter conhecimentos, tecnologias de 
ponta, para mudar os processos; é necessária uma mudança mais profunda de valores, de 
cultura e de processos para realmente conquistarmos a efetiva transformação de mode-
los gerenciais e, consequentemente, uma assistência à saúde mais humanística, globa-
lizada e de qualidade. Falta a consciência do potencial transformador que a Enfermagem 
possui, considerando que, por meio de seu processo de trabalho, é possível modificar o 
cuidado e a divisão social do trabalho (FURUKAWA; CUNHA, 2011; JORGE et al., 2007).
Os gestores de Enfermagem tem a necessidade de buscar competência para ali-
nhar os objetivos organizacionais às necessidades da clientela, saber o que está aconte-
cendo no ambiente externo, para traçar estratégias internas e realizar um trabalho contínuo 
em equipe; a gestão por processos também tem sido valorizada nas instituições hospitala-
res, sobretudo a partir da busca pela qualidade, que avalia a organização de maneira sistê-
mica, sendo que estruturas e processos se relacionam e interferem em todo o conjunto da 
organização. Em razão disso, a gestão por processos é outra competência que precisa ser 
mais desenvolvida pelos gestores de Enfermagem (FURUKAWA; CUNHA, 2011).
Entende-se, logo, que a função administrativa é inerente à prática profissional 
do enfermeiro, pois são muitos os benefícios, quando exercida sob orientação de novos 
padrões e valores, para as organizações de saúde, os serviços de Enfermagem, a classe 
profissional e principalmente a clientela (FÁVERO, 1996).
O triunfo no trabalho gerencial dependerá do conhecimento das funções e 
instrumentos gerenciais pelo enfermeiro e da forma como se utiliza desses recursos no 
seu processo de atividade (NASCIMENTO, 2013).
É na circunstância do cuidado indireto de Enfermagem que esse trabalho é 
elaborado, mostrando que a administração tem o papel determinante para realização da 
tarefa organizacional de prestação de serviços e que, por meio dela, é realizado o trabalho 
de combinar pessoas, tecnologias e recursos para atingir os objetivos organizacionais, 
mediante planejamento, coordenação, direção e controle. Essa tarefa de administrar, 
podendo também ser chamada de comandar, proporciona à organização de saúde a 
mudança nos níveis de atenção e a qualidade de seus serviços. Todavia, o gestor, além 
de ter conhecimentos administrativos e técnicos, precisa ter capacidade de lidar com 
pessoas, conhecer suas necessidades, valores e motivá-las (JUNQUEIRA, 1990).
135
O papel fundamental do enfermeiro gestor é fazer com que a equipe de Enfer-
magem e de saúde desenvolvam suas atividades, tendo como parâmetros princípios e 
valores que estejam alinhados com a missão da categoria e da instituição. Para executar 
a função gerencial com eficiência e eficácia, o enfermeiro, entre outros instrumentos, 
pode utilizar o planejamento gerencial e a SAE, que são instrumentos que possibilitam 
que haja uma íntima relação entre o processo de gerenciamento em Enfermagem e o 
processo assistencial individual (GRECO, 2014).
Segundo Sanna (2007), é possível definir processo de trabalho como a 
transformação de um objeto determinado em um produto determinado, por meio da 
intervenção do ser humano que, para fazê-lo, emprega instrumentos. Logo, o trabalho 
é algo que o ser humano faz intencional e conscientemente, com o objetivo de produzir 
algum produto ou serviço que tenha valor para o próprio ser humano. Para entender 
melhor o que é processo de trabalho, é preciso considerar os seus componentes: objeto, 
agentes, instrumentos, finalidades, métodos e produtos.
Na Enfermagem, há mais de um método de trabalho, que pode ou não ser 
executado concomitantemente: o processo de trabalho assistir, o processo de trabalho 
administrar, o processo de trabalho ensinar, o processo de trabalho pesquisar e o 
processo de trabalho participar politicamente (SANNA, 2007).
A gestão torna-se um grande desafio ao enfermeiro na graduação. A superação 
dessa realidade pode ser viabilizada com o advento da interdisciplinaridade, uma vez que 
esta permite a construção ou reconstrução do conhecimento e colabora para que, ao 
final da trajetória acadêmica, o enfermeiro esteja apto a pensar e renovar sua realidade 
de atuação para que o paciente seja assistido integralmente (MONTEZELI; PERES, 2009).
O esboço e o entendimento claro das funções gerenciais utilizadas pelos 
enfermeiros no desenvolvimento de seu trabalho gerencial o ajudarão a gerenciar com 
mais segurança – isso pode ser feito desde a graduação (NASCIMENTO, 2013).
Pesquisas relatam que as atividades do enfermeiro gestor se baseiam no pro-
cesso administrativo abordado em noções administrativas: planejamento, organização, 
direção e controle. As atividades gerais realizadas pelo enfermeiro são: previsão, provi-
são, manutenção e controle de recursos materiais e humanos, além de orientação, di-
mensionamento de pessoal, educação continuada/permanente, supervisão, avaliação 
do desempenho, aprazamento, realização de escala, realização de checklist, preenchi-
mento de fichas, alta e óbito de pacientes, preenchimento de notificações (NASCIMEN-
TO, 2013; GRECO, 2014; NEUMANN, 2006).
Todavia, mesmo com a busca das funções e atividades do enfermeiro gestor 
hospitalar em artigos científicos, as atividades citadas permanecem abstratas, pois 
o gerenciamento em Enfermagem possui uma conotação muito ampla, subjetiva e 
complexa, diferentemente dos discursos e da prática, fechados, engessados e inspirados 
em princípios de gerência conservadores (BARRETO, 2009).
136
Lemos e Andrade (2013) descrevem as competências dos gestores em 
organizações orientadas por processos:
O conhecimento da estrutura organizacional; do planejamento es-
tratégico da instituição; da missão e dos valores da instituição; das 
competências dos membros da equipe; e a atualização acerca dos 
assuntos da área de atuação foram apontados como competências 
definidas como conhecimentos obrigatórios para o gestor orientado 
para processos. Já o conhecimento do trabalho e o conhecimento/
aplicação da Gestão dePessoas são desejáveis para a atuação.
No âmbito das habilidades, as Competências trabalho em equipe; vi-
são sistêmica; relacionamento interpessoal; foco em processos; ca-
pacidade gerencial; visão estratégica; autocontrole emocional; pla-
nejamento; capacidade analítica; confiança nos membros da equipe; 
e cumprimento dos prazos estabelecidos foram competências de-
finidas como as habilidades obrigatórias. Como desejáveis, foram 
apontadas: administração de conflitos; comunicação oral; transfe-
rência de conhecimentos; organização; orientação para resultados; 
raciocínio conceitual; e raciocínio lógico.
As Competências definidas como atitudes obrigatórias que o gestor 
orientado para processo deve possuir foram: responsabilidade; ética; de-
legação; disciplina; e comprometimento com os interesses da instituição. 
Já como desejáveis, o resultado da pesquisa apresentou as competên-
cias proatividade; interação com outras áreas; colaboração; articulação; 
compatibilidade com o programa estabelecido pela Administração; e au-
todesenvolvimento (LEMOS; ANDRADE, 2013, p. 12, grifo nosso).
Para o gerenciamento se tornar mais abstrato, Nascimento (2013) relata que o 
Enfermeiro gerente tem um planejamento mental de seu trabalho, e não um planejamento 
sistematizado. Planeja o dia a dia do trabalho a partir das ocorrências. Neumann 
(2006) acrescenta que formas assistemáticas de gerenciar geralmente negligenciam 
problemas para os quais não são oferecidas soluções adequadas, tanto para bem 
atender os clientes quanto para satisfazer a própria organização e os trabalhadores em 
suas necessidades. Para isso, é necessário buscar um perfil ou estilo gerencial adequado 
e sistemático. Algumas ferramentas de gestão existem para serem aplicadas, como o 
Diagrama de Ishikawa, 5W2H, Ciclo de Deming (PDCA) e indicadores. No entanto, essas 
ferramentas são abordadas em artigos científicos como utilidades para administração 
hospitalar e para a organização como um todo, e não para o Enfermeiro gestor de uma 
unidade do hospital utilizar (FERREIRA; SOUZA, 2000).
137
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A graduação em Enfermagem busca proporcionar aos futuros profissionais uma 
formação generalista, de maneira que possam exercer o pensamento crítico-
reflexivo diante das diversas e desafiadoras situações do cotidiano em saúde.
• No percurso de formação de enfermeiros para atuação no cuidado à saúde das 
pessoas, faz-se necessário o desenvolvimento de competências fundamentais 
para atuar com paciente, família e comunidade.
• A atitude de cuidar é necessária e vital para a existência dos seres humanos, que, 
desde a concepção até o fim, precisam de cuidados.
• A liderança é vista como uma das principais competências a serem adquiridas pelo 
profissional de saúde.
• Ficou determinado que o enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, po-
rém, entre as atividades privativas do enfermeiro, as gerenciais são: a direção do ór-
gão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde pública e 
privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; a organização e a direção 
dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empre-
sas prestadoras desses serviços; o planejamento, a organização, a coordenação, a 
execução e a avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; a consultoria, a 
auditoria e a emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem (BRASIL, 1986).
• O papel fundamental do enfermeiro gestor é fazer com que a equipe de Enfermagem 
e de saúde desenvolvam suas atividades, tendo como parâmetros princípios e 
valores que estejam alinhados com a missão da categoria e da instituição.
138
1 Segundo Martins (2006 apud MACHADO, 2011), a competência profissional é uma 
expressão genérica, podendo ser vista como o saber agir com discernimento e de 
forma responsável, a fim de transferir conhecimentos técnicos e científicos ao outro, 
acrescentando, assim, valor econômico à organização, na qual está inserido, e valor 
social a cada indivíduo, contribuindo, desse modo, para um produto. A competência 
profissional emerge como uma forma de nutrir o pensar e trabalhar produtivamente, 
na ordem atual. Segundo as DCNs, assinale a alternativa que contém as principais 
competências apontadas para área da saúde:
FONTE: MACHADO, A. P. Competências do enfermeiro para a prática profissional e implantação 
do processo de enfermagem. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande, Escola de 
Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Rio Grande, 2011. Disponível em: https://bit.
ly/3Fhsg8W. Acesso em: 30 nov. 2021.
a) ( ) Liderança, comunicação, competência e gerenciamento.
b) ( ) Atenção à saúde, tomada de decisão, liderança, educação permanente, comuni-
cação, administração e gerenciamento.
c) ( ) Comunicação, postura, liderança, encorajamento.
d) ( ) Capacidade, comunicação, liderança e gerenciamento.
2 O trabalho de Enfermagem é direcionado por duas dimensões que se complementam 
e sustentam o desenvolvimento das ações (CIAMPONE, 2003; CUNHA; XIMENEZ, 
2006). Quais são essas duas dimensões? 
FONTE: CIAMPONE, M. H. T. Tomada de decisão em enfermagem. In: KURCGANT, P. (coord.). Administração 
em Enfermagem. São Paulo: EPU, 2003.
CUNHA, I. C. K. O.; XIMENEZ, F. R. G. Competências Gerenciais de enfermeiras: um novo velho desafio? Texto 
Contexto Enferm., Florianópolis, v. 15, n. 3, p. 479-82, jul./set. 2006.
3 A DCN do curso de graduação de Enfermagem determina que o profissional deve 
estar apto a fazer o gerenciamento tanto da força de trabalho, dos recursos físicos 
e dos materiais e de informação, da mesma forma que deve estar apto a ser gestor, 
empregador ou líderes na equipe de saúde (BRASIL, 2001b). Assinale a alternativa 
que apresenta a primeira lei a regulamentar que efetivamente descreve o exercício 
profissional da Enfermagem:
FONTE: BRASIL. Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 
de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. 
2001b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf. Acesso em: 25 set. 2021.
a) ( ) Lei nº 7.498/1986.
b) ( ) Lei nº 2.604/1953.
c) ( ) Lei nº 7.497/1986.
AUTOATIVIDADE
139
d) ( ) Lei nº 2.694/1955.
e) ( ) Lei nº 2.604/1955.
4 Segundo Antunes e Trevizan (2000), a gestão é delimitada pelo gerenciamento da assis-
tência de Enfermagem e tem como objetivo principal planejar os recursos necessários, 
ampliando a qualidade do serviço e do cuidado concedido. A principal função da admi-
nistração é instituir regras de atuação, usando os recursos necessários para alcançar os 
melhores resultados. Com relação a essas regras, assinale a alternativa CORRETA: 
FONTE: ANTUNES, A. V.; TREVIZAN, M. A. Gerenciamento da qualidade: utilização no serviço de enfermagem. 
Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 8, p. 35-44, 2000.
a) ( ) É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar as ações desempenhadas, 
a fim de alcançar os objetivos propostos e não propostos.
b) ( ) É o processo de planejar e remanejar, organizar, dirigir e controlar as ações 
desempenhadas, a fim de alcançar os objetivos propostos.
c) ( ) É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar as ações desempenhadas, 
a fim de alcançar os objetivos propostos.
d) ( ) É o processo de organizar, dirigir e controlar as ações desempenhadas, a fim de 
alcançar os objetivos propostos.
5 É na circunstância do cuidado indireto de Enfermagem que esse trabalho é elaborado, 
mostrando que a administração tem o papel determinante para realização da tarefa 
organizacional de prestação de serviços e que, por meio dela, é realizado o trabalho de 
combinar pessoas, tecnologias e recursos para atingir os objetivos organizacionais, 
mediante planejamento, coordenação, direção e controle. Essa tarefa de administrar 
pode também ser chamada de:
a) ( ) Mandare proporciona a organização de saúde, a mudança nos níveis de atenção 
e a qualidade de seus serviços.
b) ( ) Comandar proporciona a organização de saúde, a mudança nos níveis de atenção 
e a qualidade de seus serviços não prestados.
c) ( ) Comandar proporciona a organização de saúde e reorganizar os erros, a mudança 
nos níveis de atenção e a qualidade de seus serviços.
d) ( ) Comandar proporciona à organização de saúde a mudança nos níveis de atenção 
e a qualidade de seus serviços.
6 Segundo Sanna (2007), é possível definir o processo de trabalho como a transformação 
de um objeto determinado em um produto determinado, por meio da intervenção do 
ser humano, que, para fazê-lo, emprega instrumentos. Para entender melhor o que é 
processo de trabalho, é preciso considerar os seus componentes. Quais são eles? 
FONTE: SANNA, M. C. Os processos de trabalho em Enfermagem. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 60, n. 2, p. 
221-224, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3GhxIds. Acesso em: 30 nov. 2021.
140
141
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL NA 
PESQUISA E NA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Diante das transições que o mundo vem sofrendo, aumentam os desafios refe-
rentes ao campo da pesquisa científica, estabelecendo aos pesquisadores a observação 
de novos paradigmas nas diferentes áreas do conhecimento. Assim, resgatamos breve-
mente a evolução histórica do método científico e apresentamos o papel da tecnologia 
nas novas relações socioculturais e científicas para o século XXI.
Segundo Gallian (2002), a ciência enquanto fruto do desejo ou necessidade de 
conhecer apresenta-se como um dos elementos mais essenciais do ser humano.
A pesquisa tem uma história multissecular, que se organizou com a filosofia e de-
senvolveu-se espetacularmente nos séculos XIX e XX. A preocupação em descobrir e expli-
car a natureza vem desde os mais remotos tempos da humanidade, que colocava o homem 
à mercê das forças da natureza e da morte, enquanto o conhecimento mítico atribuía um 
caráter sobrenatural. Já o conhecimento religioso explica os fenômenos da natureza e o ca-
ráter transcendental da morte, como se fossem revelações da divindade. O conhecimento 
filosófico para captar a essência imutável do real partiu para a natureza (SILVA, 2001).
Sem dúvida, os métodos tradicionais ainda trazem dados e conhecimentos válidos, 
porém, com o passar dos séculos, pelos resultados e pelas conquistas obtidos, a ciência 
afirmativa tem colocado os seres humanos em diversos campos, em situações que a pró-
pria ciência reconhece incapaz de solucionar. O apelo à intuição, à criatividade e à emoção 
tornou-se um meio necessário para o desenvolvimento das pesquisas científicas atuais e 
futuras, não sendo apenas uma ferramenta para o progresso, mas também para a humani-
dade, pois requer o resgate de sua mensão ética de forma indivisível (DANTE, 2002).
O apelo à intuição, à criatividade e à efetividade emerge como meio necessário 
para o desenvolvimento da pesquisa científica no presente e no futuro, servindo não 
apenas como instrumento de progresso, mas também de humanização, na medida em 
que reclama, de modo inalienável, o resgate da sua dimensão ética.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
142
2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA DA PESQUISA 
A pesquisa cientifica pode prover uma fundação ideal em que enfermeiros podem 
desenvolver as suas próprias idéias em pesquisa e progredir em sua carreira em pesquisa.
Por meio do embasamento científico, o profissional tem capacidade e necessidade 
de atuar no âmbito da pesquisa, tem papel fundamental como membros pivôs de uma 
equipe multidisciplinar, possui um amplo conhecimento e variedade de competências, 
sendo uma das habilidades de trabalho conseguir trabalhar de forma autônoma, possui 
habilidade de executar tarefas práticas, comunicação efetiva com os colegas de equipe 
e as pessoas pesquisadas, preenchimento de documentos do estudo, com praticidade, 
de forma adequada e correta a legislação e as orientações da pesquisa. Como principal 
papel, o de apoio, fazendo parte e possibilitando a pesquisa de outros profissionais de 
saúde, como distinto de um verdadeiro pesquisador multidisciplinar.
Como principal papel temos o de apoio, que faz parte e torna possível a pesquisa de 
outros profissionais de saúde, como distinto de um verdadeiro pesquisador multidisciplinar.
Tanto é possível que a Figura 5 mostra uma grande pesquisadora e professora 
da Enfermagem Ethel Leonor Noia Maciel de Sá, moradora da Capixaba de Baixo Guan-
du, Região Centro-Oeste do Espírito Santo, pesquisadora e coordenadora de trabalhos 
voltados à tuberculose. Na imagem, vemos que ela é premiada e reconhecida pelo Con-
selho Federal de Enfermagem (Cofen), por ser o enfermeiro de representatividade na 
pesquisa em nível internacional (COFEN, 2017b). O enfermeiro Ethel é pesquisadora vol-
tada para os métodos epidemiológicos, epidemiologia de doenças infecciosas, epidemio-
logia e controle da tuberculose.
FIGURA 4 – ENFERMEIRA CAPIXABA CONQUISTA ESPAÇO INTERNACIONAL COMO PESQUISADORA
FONTE: <https://bit.ly/3qaShSV>. Acesso em: 21 set. 2021.
143
Como não se orgulhar da área da Enfermagem, em que, desde o início da classe, a 
representatividade trouxe a força e o poder em desenvolver estudos voltados a saúde? Flo-
rence Nightingale era um dos grandes nomes nesse sentido, como citado e reconhecido pela 
profissão. A Enfermagem requer treinamentos organizados e com atuação prática e científica.
Segundo as escritas da pioneira, o enfermeiro deveria ser uma pessoa capacitada a 
servir à medicina, à cirurgia e à higiene, e não servir aos profissionais dessas áreas – tanto é 
que teve como mérito o reconhecimento da profissão de Enfermagem. Florence Nightingale 
teve importante participação na construção do ensino de Enfermagem, por meio dos seus 
saberes, com práticas direcionadas à profissão. Uma base de suas conquistas é a contribui-
ção inegável do poder de observação, também defendida em suas posições.
A história é uma forte contribuinte e deixou marcas que continuam alavancando 
a pesquisa em diversas áreas, mostrando o teor da qualidade e do papel fundamental do 
profissional da Enfermagem.
 Outro nome importante de destaque, em 2019, é a enfermeira doutora Emiko 
Yoshikawa Egry, que representa, em suas pesquisas, uma linha voltada para a saúde 
coletiva e diretora da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), conforme descrito 
na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Uma dica de leitura de Emiko Yoshikawa Egry é o livro Saúde Coletiva.
DICA
FIGURA – LIVRO SAÚDE COLETIVA
FONTE: <https://bit.ly/3f9HKRQ>. Acesso em: 21 set. 2021.
144
Percebe-se que, mesmo com os anos, grandes representantes da Enfermagem 
seguem traçando a linha da pesquisa, nos diversos conceitos e de estudo. Quanto mais 
a Enfermagem avança, maiores são os resultados. É possível identificar que a pesquisa 
traçada na Enfermagem é vasta, porém segue um parâmetro que envolve teoria e ciência 
científica, abrangendo temas que são voltados às situações do cotidiano da população.
Muitos são os estudos que remetem endemias, saúde pública como um todo, 
reportando desde a antiguidade na história. Pode-se comparar com as situações devas-
tadoras em que as historiadoras pioneiras, como Florence, e, até mesmo, outro nome 
marcante da história, como Ana Néri, que vivenciaram diante de situações alarmantes 
da guerra.
A saúde de um coletivo, voltado para o cuidado e bem-estar físico e emocional, 
também é visto e mantido nos dias de hoje.
É importante identificar a correlação, que se manifesta em grandes linhas de pesquisa, 
sobre a higiene e o conforto, considerado um dos nortes evidentes nas descrições de 
pesquisas da época de Florence, legado que a Enfermagem carrega, proporcionando higiene 
e conforto como complemento de grande valia na restauração e recuperação da saúde.
O registro na pesquisa remete que é necessário haver equilíbrio entre o ambiente 
e a vida humana, como descrito pela revista Saúde em Foco, mostrandoparte da teoria 
que, hoje, é incentivo e continuidade na linha de pesquisa atual.
Na teoria, a doença é considerada um processo restaurador da saúde, 
e a função do enfermeiro é equilibrar o meio ambiente, com o intuito de 
conservar a energia vital do paciente a fim de recuperar-se da doença, 
priorizando o fornecimento de um ambiente estimulador do desenvol-
vimento da saúde para o paciente [...]. Então o ser humano é um ser 
integrante da natureza, visto como um indivíduo, onde suas defesas são 
influenciadas por um ambiente saudável ou não. Tem-se, então, a con-
cepção do ser humano como um ser integrante da natureza, sendo vis-
to como um indivíduo, cujas defesas naturais são influenciadas por um 
ambiente saudável ou não (BORSON; CARDOSO; GONZAGA, 2018, p. 3).
É interessante avaliar que a base para toda criação de pesquisa é voltada para 
a saúde como um todo, pois deixa clara a manutenção do equilíbrio do ambiente como 
forma de estímulo, o que leva ao desenvolvimento da recuperação da saúde.
A manutenção do ambiente é a causadora de muitas endemias, podendo-se 
citar exemplos cotidianos enfrentados pela sociedade como dengue, febre amarela, 
covid-19, entre outros. Desse modo, a continuação da pesquisa é essencial, para garantir 
o levantamento de ações, respostas e mecanismos de cuidados que podem transformar 
a saúde coletiva e garantir a prevenção ou, até mesmo, o surgimento de outros males.
No início do século XX, foi um suceder de estudos sobre a etiologia, 
além da ocorrência de outros aspectos de diferentes doenças 
endêmicas brasileiras, como os estudos de Gaspar Vianna sobre a 
145
leishmaniose cutânea, de Lutz sobre o blasto micose sul-americana 
e a descoberta da doença de Chagas em 1909. Este fervilhante 
movimento científico concentrado no Rio de Janeiro e São Paulo 
fez se sentir sobre o controle das doenças. A febre amarela, que 
vinha causando epidemias sucessivas no Rio de Janeiro desde 1849 
determinou a mais emblemática das ações de controle de endemias 
na história do país (BRAGA et al., 2011, p. 322).
Portanto, realmente a Enfermagem está inserida com o meio ambiente, na 
tentativa de promover estudos, visando ao equilíbrio, por meio de ações preventivas. A 
atuação do enfermeiro é vista como:
As ações do enfermeiro tem sido de participar na coordenação de da-
dos, na produção de novas informações, proporem novas metodologias 
para sua obtenção (estudos especiais e investigações epidemiológicas), 
realizar análise das limitações, selecionar e aplicar as metodologias mais 
adequadas para o alcance dos bjetivos propostos pelo programa em 
que seja mais adequado ao conhecimento da doença e sua evolução; 
participar na seleção de alternativas, prioridades e colaborar na elabo-
ração, executar os programas de controle, assim como avaliação do al-
cance dos objetivos propostos (BRAGA et al., 2011, p. 324).
É notória a observação acerca do conteúdo, em que o enfermeiro é visto e destacado 
como profissional coordenador, que precisa desenvolver estudos que mostrem resultados, 
utilizando novas metodologias com o único objetivo de solucionar os problemas propostos, 
executando, assim, ações que visem à solução.
Portanto, a Enfermagem na área da pesquisa está inserida, integralmente, 
em todos os meios de reação, região, situação, visando ao bem-estar físico, mental, 
socioeconômico e ambiental.
3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA EDUCATIVA
É de grande importância a necessidade de profissionais de todas as áreas de 
saúde possuírem conhecimento para aplicar pesquisas no exercício de sua profissão, 
incluindo enfermeiros.
Segundo o ICN (2017), deve haver o apoio para encorajar e sustentar enfermeiros 
no desenvolvimento de pesquisa, contribuindo significativamente para o entendimento 
nos assuntos relacionados à saúde, sendo destacado pelas associações, como o 
Conselho Internacional de Enfermagem.
Contudo, saúde e doença são multifatoriais e constantemente complexas por 
natureza. Com isso, pesquisadores precisam adotar uma visão ampla, que considere 
uma vasta variedade de fatores pessoais, biológicos, psicológicos e sociais que possam 
contribuir para problemas de saúde.
146
A visão holística refere-se a olhar como um todo, de uma forma ampla, e 
associar várias disciplinas para enfrentar os problemas de saúde relevantes. A equipe 
multiprofissional capacitada vale mais do que a soma das partes individuais.
A equipe multiprofissional capacitada vale mais do que a soma das partes 
individuais, por isso é possível dizer que a Enfermagem é abrangente.
A tarefa do educador não se detém apenas em ensinar os conteúdos, mas em 
ensinar a pensar o certo, que consiste na ideia de aprofundar o conhecimento da prática, 
procurar descobrir e entender o que está escondido nas circunstâncias, favorecendo ao 
educando condições de superar o saber do senso comum (AZANHA, 1998).
A educação voltada à área da Enfermagem também remete a história, que 
serve como método de incentivo e referência para muitas universidades e faculdades 
de Enfermagem atualmente.
Em 1923, foi fundada por Carlos Chagas a primeira escola oficial de Enfermagem 
do Brasil, reconhecida como alto padrão, mas somente em 1926 levou o nome da 
historiadora Ana Néri, em homenagem à primeira enfermeira brasileira – tanto que o Dia 
da Enfermagem, consagrado em 20 de maio, remete a essa grande enfermeira.
O Cofen (2015a) destaca que preza pela educação no Brasil de qualidade e reporta 
a um grande educador: “A Educação para o Conselho Profissional de Enfermagem tem 
importância fundamental. Para Paulo Freire ‘Ninguém caminha sem aprender a caminhar, 
sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se 
pôs a caminhar’” (COFEN, 2015a). A frase é explícita e conota a educação como o caminho 
no qual, para poder caminhar, é necessário e essencial aprender. Paulo Freire é reconhecido 
no Brasil como educador e filósofo, consagrado como o patrono da educação brasileira.
FIGURA 5 – PAULO FREIRE
FONTE: <https://bit.ly/3tc5sF8>. Acesso em: 21 set. 2021.
147
Na Figura 5, Paulo Freire foi destaque no Jornal do Brasil, pois, por liminar da 
justiça, a União absteve-se a qualquer ato que vise a atentar a imagem do professor e 
grande educador Paulo Freire; porém, o importante dessa imagem é uma de suas frases 
filosóficas, voltada à educação.
É emblemática sua posição diante do movimento que reforça sempre a 
continuação e a manutenção da educação como forma de assegurar a vida mais culta, 
com conhecimento acerca do mundo.
A Resolução CNE/CES nº 1.133, de 7 de agosto de 2001, publicada no Diário 
Oficial da União, fala da importância de manter diretrizes curriculares nos cursos de 
graduação da saúde:
A Comissão reforçou nas Diretrizes Curriculares dos Cursos de Gra-
duação em Saúde a articulação entre a Educação Superior e a Saúde, 
objetivando a formação geral e específica dos egressos/profissionais 
com ênfase na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da 
saúde, indicando as competências comuns gerais para esse perfil de 
formação contemporânea dentro de referenciais nacionais e interna-
cionais de qualidade. Dessa forma, o conceito de saúde e os princípios 
e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) são elementos funda-
mentais a serem enfatizados nessa articulação (BRASIL, 2001a).
Vale analisar o ponto em que a resolução expõe a necessidade de a educação 
na área da saúde ser voltada para promoção, prevenção, recuperação e reabilitação 
da saúde, fortalecendo ainda mais os pontos de vista que formam a base do papel do 
profissional da Enfermagem. Assim, desde o início da educação, o profissional deve ser 
treinado a desempenhar um papel de educador, garantindo a saúde da população.
Maia (2012) relata que as diretrizes da Resolução nº 1.133/2001 asseguram que, 
para ingressar na graduação do curso de Enfermagem, deve-se ter uma formação 
generalista, humanista, crítica e reflexiva dos regulamentos dos princípios éticos. Para 
ser um profissional, com uma formaçãocom base no rigor técnico e científico, deve-se 
desenvolver competências éticas e políticas. Ele também reforça que: 
Diante de profundas mudanças que a modernidade desencadeou, 
onde a sociedade encontra-se em crise de valores e princípios, no 
qual somos levados a refletir e repensar nossas posições e atitudes, 
o papel do profissional de educação precisa ser analisado. Partindo 
da premissa de que a educação e o ensino fazem parte do contexto 
social e, como este se modifica, a educação e ensino também se 
tornam dinâmicos. Dessa forma é que educador precisa estar sempre 
se atualizando (MAIA, 2012, p. 22).
Observa-se que ele aborda a educação como uma forma dinâmica de ensino, 
fortalecendo essa base como necessário de atualização.
148
Acadêmico, sugerimos a leitura do seguinte artigo para fortalecer seu 
conhecimento sobre a educação na área da saúde: https://bit.ly/3Fh2xgO.
DICA
A Figura 6 mostra a formação de mulheres religiosas na Enfermagem na escola 
Carlos Chagas inaugurada em 1933. Foi a primeira a formar religiosas, outro marco na 
saúde da Enfermagem e na educação, pois grandes hospitais são regidos por religiosas.
FIGURA 6 – FORMAÇÃO DAS RELIGIOSAS DA ENFERMAGEM
FONTE: <https://bit.ly/3tdCGUB>. Acesso em: 21 nov. 2021.
Essa grande e imponente carreira que a Enfermagem se destaca, contribuindo 
em muito nas instituições hospitalares, gerenciadas, coordenadas por enfermeiras 
freiras (religiosas), sendo possível dizer que a saúde e a educação são alinhadas ao 
bem-estar espiritual.
O Jornal Gazeta do Povo fez um destaque, em 2018, sobre a história das 
religiosas no hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, Paraná.
Freiras de chapéu corneta branco. Era assim que as irmãs fundado-
ras do Hospital Nossa Senhora das Graças se apresentavam. Para 
fazer o acessório era preciso engomar um pano retangular sobre uma 
superfície plana e somente depois de seco era dobrado para adquirir 
o formato tradicional. Com a corneta, as irmãs usavam uma touca 
também em tecido branco, que cobria os cabelos, e se prolongava 
na forma de duas palas também engomadas. Essa é uma das muitas 
histórias passadas dentro do tradicional hospital de Curitiba, que está 
149
FIGURA 7 – FREIRAS DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
FONTE: <https://bit.ly/3GdZ0Bt>. Acesso em: 21 set. 2021.
completando 65 anos, considerado um dos maiores centros hospi-
talares do sul do país. Mas sua história começou décadas antes, em 
1904, com a chegada a Curitiba de 49 freiras das Filhas da Caridade 
de São Vicente de Paulo vindas da Polônia (BESSA, 2018, s. p.).
É notória a vasta história que a Enfermagem passa e desenvolve seu trabalho. 
Presente desde a década de 1980, vem ganhando espaço e crescendo em direções que 
podem mudar o mundo.
Trata-se de uma área muito rica em histórias. A Figura 7, por exemplo, mostra 
uma das mais belas imagens de freiras em escolas de Enfermagem. É nítido que a 
educação é abrangente em amplos aspectos culturas, sociais e espirituais.
O portal do Departamento de Arquivos Gerais (DAG) da Universidade Federal de 
Santa Maria (UFSM) apresenta um artigo sobre a primeira escola de Enfermagem Nossa 
Senhora de Medianeira:
O primeiro curso de Enfermagem de nível universitário no Rio Grande 
do Sul foi a Escola de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira, 
instalada em 1955 na cidade de Santa Maria. Era mantida pela 
Sociedade Caritativa e Literária São Francisco de Assis – Zona 
Central (SCALIFRA-ZN) constituída em 1951 pela Congregação das 
Irmãs Franciscanas, sociedade civil e mantenedora de instituições de 
ensino (UFSM, 2016, s. p.).
A educação acima de todas as formas também é vista nas escolas de 
Enfermagem, a qual é desempenhada até hoje nos modelos de educação que trazem as 
freiras como educadoras, mostrando, mais uma vez, a ligação da religião com a saúde.
150
FIGURA 8 – ENFERMEIRAS DA ESCOLA DE ENFERMAGEM EM MEDIANEIRA
FONTE: <https://bit.ly/3f9krrf>. Acesso em: 21 set. 2021.
Aponta ainda uma descrição que vem ao encontro da nossa atualidade é a falta 
de mão de obra da Enfermagem.
A educação em Enfermagem contribui na formação acadêmica, bem como em 
cursos técnicos para formar profissionais capacitados a desenvolverem o cuidado.
A criação do Curso de Enfermagem da UFSM, adscrito ao Centro de Ci-
ências Biomédicas, foi aprovada na 66ª sessão do Conselho de Ensino, 
Pesquisa e Extensão (CEPE), em maio de 1975. Segundo a manifestação 
do Reitor Hélios Homero Bernardi durante a reunião, havia uma forte 
pressão do Ministério da Educação para que fossem criados Cursos de 
Enfermagem para suprir a demanda existente (UFSM, 2016, s. p.).
Observa-se que, desde aquela época, a demanda era grande, e o Ministério da 
Educação já solicitava que a escola de Enfermagem fosse criada para suprir a demanda.
Contudo, resoluções e decretos são criados para institucionalizar o ensino e a 
educação na área da Enfermagem, conforme aponta Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004.
Art. 1º A educação profissional, prevista no art. 39 da Lei no 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional), observadas as diretrizes curriculares nacionais definidas 
pelo Conselho Nacional de Educação, será desenvolvida por meio de 
cursos e programas de: 
I- formação inicial e continuada de trabalhadores; 
II- educação profissional técnica de nível médio; 
III- educação profissional tecnológica de graduação e de pós-gradu-
ação (BRASIL, 2004, s. p.).
151
A qualificação técnica ou a graduação e, até mesmo, as especializações, 
como a pós-graduação, são meios que visam à garantia da educação ser continuada, 
obedecendo o decreto exposto. Portanto, a educação na área da saúde é vasta e pode 
integrar diversas áreas.
Art. 4º A educação profissional técnica de nível médio, nos termos 
dispostos no § 2º do art. 36, art. 40 e parágrafo único do art. 41 da 
Lei nº 9.394, de 1996, será desenvolvida de forma articulada com o 
ensino médio, observados: 
I- os objetivos contidos nas diretrizes curriculares nacionais 
definidas pelo Conselho Nacional de Educação; 
II- as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; 
III- as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu 
projeto pedagógico. 
§ 1º A articulação entre a educação profissional técnica de nível médio 
e o ensino médio dar-se-á de forma: 
I- integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino 
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o 
aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma 
instituição de ensino, contando com matrícula única para cada 
aluno (BRASIL, 2004, s. p.).
O Art. 4 aponta uma dessas abrangências, que é o curso de nível técnico, muito 
reconhecido no Brasil (BRASIL, 2004). Grande parte das instituições de ensino é voltada 
ao nível técnico, garantindo a continuação da saúde com cuidado prestado de qualidade.
Para complementar seu conhecimento sobre a educação em Enfermagem 
voltada para o reconhecimento da profissão diante da pandemia por 
Covid-19, assista ao seguinte vídeo: https://bit.ly/3tek6f7. 
DICA
152
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A pesquisa tem uma história multissecular, que se organizou com a filosofia e 
desenvolveu-se espetacularmente nos séculos XIX e XX.
• A pesquisa científica pode prover uma fundação ideal, em que enfermeiros podem 
desenvolver as suas próprias ideias em pesquisa e progredir em sua carreira em pesquisa.
• Florence Nightingale teve importante participação na construção do ensino de 
Enfermagem, por meio dos seus saberes, com práticas direcionadas à profissão.
• O enfermeiro é visto e destacado como profissional coordenador, que precisa 
desenvolver estudos que mostrem resultados por meio de novas metodologias, 
com um único objetivo de solucionar os problemas propostos, executando, assim, 
ações que visem à solução.
• A educação em Enfermagem contribui na formação acadêmica, bem como em 
cursos técnicos para formar profissionaiscapacitados a desenvolver o cuidado.
153
1 A história é uma forte contribuinte e deixou marcas que continuam alavancando a 
pesquisa em diversas áreas, mostrando o teor da qualidade e do papel fundamental 
do profissional da Enfermagem. Nos dias de hoje, alguns profissionais contribuem 
para pesquisa. Descreva um pouco sobre o destaque dos(as) pesquisadores(as) da 
Enfermagem na atualidade.
2 “A doença é considerada um processo restaurador da saúde, e a função do enfermeiro 
é equilibrar o meio ambiente, com o intuito de conservar a energia vital do paciente, 
a fim de recuperá-lo da doença” (MEDEIROS; ENDERS; LIRA, 2015). O que é possível 
entender com base nessa descrição? 
FONTE: MEDEIROS, A. B. A.; ENDERS, B. C.; LIRA, A. B. D. C. Teoria ambientalista de Florence Nightingale: uma 
análise crítica. Esc. Anna Nery, v. 19, n. 3, p. 518-524, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3zKH8vf. Acesso 
em: 25 jun. 2021.
3 A Resolução CNE/CES nº 1.133/2001, publicada no Diário Oficial da União, fala da 
importância de manter diretrizes curriculares nos cursos de graduação da saúde 
(BRASIL, 2001a). Com base nessas diretrizes, assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: BRASIL. Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 1.133, 
de 7 de agosto de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem, 
Medicina e Nutrição. 2001a. Disponível em: https://bit.ly/3HOcB2E. Acesso em: 25 nov. 2021.
a) ( ) Apresenta ênfase na promoção, na prevenção e na recuperação da saúde, 
indicando a continuidade do estudo complementar individual.
b) ( ) Apresenta ênfase na promoção, na prevenção, na recuperação e na reabilitação 
da saúde, indicando as competências comuns gerais para esse perfil de formação.
c) ( ) Apresenta ênfase na reabilitação da saúde, indicando as competências individuais 
e gerais para esse perfil de formação.
d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
4 Um profissional, com uma formação que tem como base o rigor técnico e científico, 
deve desenvolver competências éticas e políticas. Analise as sentenças a seguir: 
I- O papel do profissional de educação precisa ser analisado, a partir da premissa de que 
a educação e o ensino fazem parte do contexto social e de como este se modifica.
II- O profissional de educação precisa ser estudado, a partir da premissa de que a 
educação e o ensino fazem parte do contexto social e político.
III- A educação e o ensino também se tornam dinâmicos. Dessa forma, o educador 
precisa estar sempre se atualizando.
IV- A sociedade encontra-se em crise de valores e princípios, contexto no qual somos 
levados a refletir e repensar nossas posições e atitudes.
AUTOATIVIDADE
154
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As assertivas I, III e V estão corretas.
b) ( ) As assertivas I, II e IV estão corretas.
c) ( ) Todas as assertivas estão corretas.
d) ( ) As assertivas I, III e IV estão corretas.
5 A educação e a pesquisa são fortalecidas desde a história, que remete à grande 
historiadora Florence Nightingale, que teve importante participação na construção 
do ensino de Enfermagem. Sabendo disso, assinale a alternativa INCORRETA:
a) ( ) Florence Nightingale teve importante participação na construção do ensino de 
Enfermagem, a partir dos seus saberes.
b) ( ) Florence Nightingale teve importante participação na construção do ensino de 
Enfermagem com práticas direcionadas à profissão.
c) ( ) Florence Nightingale teve importante participação na construção do ensino 
de Enfermagem, com a exposição dos ocorridos na guerra em que participou 
ativamente.
d) ( ) Florence Nightingale teve importante participação na construção do ensino 
de Enfermagem, tendo uma contribuição inegável a partir de seu poder de 
observação e também por defender suas posições.
155
TÓPICO 3 - 
INDICADORES DA EDUCAÇÃO 
CONTINUADA EM ENFERMAGEM
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos indicadores relacionados com a educação 
continuada em Enfermagem. Inicialmente, contextualizaremos a educação continuada 
no Brasil, que teve início na Enfermagem aproximadamente na década de 1980, cuja 
ênfase estava nos programas de complementação de educação dos profissionais de 
saúde, como enfermeiros e médicos.
Proporcionar a continuidade na educação é uma forma de manter a equipe em 
constante desenvolvimento técnico, prático e científico, sempre de forma atualizada.
Nas instituições hospitalares, oportunizou-se a criação de equipes multipro-
fissionais, formando setores para educação continuada, com objetivo de desenvolver 
um constante processo educativo, aprimorando os profissionais e, consequentemente, 
melhorando a assistência prestada para usuários, clientes e pacientes.
 O processo de aprendizado na área da saúde precisa ser contínuo e continuado 
para o saber fazer; a busca incessante por aprendizado não pode parar – nesse sentido, 
diz-se que somente a morte poderia interromper o processo do aprender (GRÁCIO, 1995).
A educação continuada é essencial para obter uma qualidade íntegra na 
assistência prestada para paciente, usuário, família, entre outros. Entretanto, o programa 
ainda é limitado, pois não atinge os propósitos pretendidos de atuação dentro das 
instituições. Para tal, é necessário que a educação continuada crie meios para mostrar 
que pode interferir de forma sistemática, com desempenho e capacidade de alavancar 
as melhorias que a instituição necessita passar – o Ministério da Saúde completa ainda 
que existe uma limitação na capacidade da educação continuada, o que gera impactos 
para os processos de mudança em muitas instituições (BRASIL, 2004).
Diante desse contexto, outorga-se a criação para setores de educação 
permanente, visando ao desenvolvimento profissional por meio das práticas educativas, 
fortalecendo a gestão do trabalho por diversas desenvolturas, como capacitações de 
acordo com novas endemias, diretrizes, normas, entre outros.
UNIDADE 3
156
A partir de uma educação permanente, busca-se aperfeiçoar, por meio de le-
vantamentos, as principais necessidades evidenciadas nos setores de trabalho, o que 
torna essencial para que esse rastreio possa acontecer, por mais simples que pareça, a 
revisão periódica de atividades assistências, embasada em revisões literárias, atualiza-
ções ou, até mesmo, a criação de novas ferramentas.
A busca ativa tem por objetivo oportunizar melhorias, sem punições ou 
julgamentos. Para tanto, as equipes, principalmente as de Enfermagem, precisam 
seguir a linha de raciocínio, propondo, sugerindo, solicitando e notificando situações 
que possam provocar eventos adversos com danos ou sem danos ao cliente. Essa 
ferramenta estipulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), objetiva, 
segundo Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a criação de programas para 
identificar, registrar e analisar, podendo, assim, definir ações corretivas e preventivas 
para evitar possíveis eventos adversos.
A qualidade instaura-se como base, pois, por meio desse processo de 
gerenciamento dos eventos adversos, podem-se traçar roteiros que visam à capacitação, 
bem como ao aperfeiçoamento no processo do cuidado com o paciente. Contudo, a 
observância acerca da educação continuada na Enfermagem é ampla, gira em torno 
de prestar uma assistência integral, oportunizando as equipes para desenvolver suas 
técnicas e suas habilidades com segurança ao paciente. 
Neste tópico, continuaremos essa abordagem com um enfoque para os 
indicadores como ferramentas para capacitação e treinamento, apresentando rotinas 
e fluxos da educação.
2 INDICADORES COMO FERRAMENTA PARA CAPACITAÇÃO 
E TREINAMENTO
Os gerenciamentos de boas práticas nas instituições hospitalares são consi-
derados ferramentas importantes no processo de trabalho, que visa a mensurar com 
clareza e tornar-se objetiva e útil no processo do fazer, com a finalidade de promover 
serviços tecnicamente capacitados.
Na década de 1990, esse processo era visto como educação em serviço,nos 
moldes de hoje, reportando a educação continuada na Enfermagem para aumentar a 
qualidade no serviço prestado (SILVA et al., 2020).
Dessa forma, muitas ferramentas buscam identificar, por meio da aplicação de 
escalas, os índices alcançados, sejam por fatores internos ou externos, como também o 
nível de ocorrência. Como forma de ferramenta de atuação na Enfermagem, promovem, 
através do registro voluntário, sem nenhum caráter punitivo dos profissionais, contri-
buindo para melhoria, com ações corretivas evitando a recorrência ou, até mesmo, a 
promoção de treinamentos e capacitações, dando continuidade no processo.
157
A ferramenta, voltada para o registro dos eventos adversos, foi criada para 
identificar e poder assegurar ao paciente e ao profissional o correto desenvolvimento 
da técnica assertiva, o que impõe o papel de ação na promoção, visando à prevenção. 
Quanto maior é o registro das notificações, maior alcance se obtém no desenvolver da 
educação continuada (RESENDE et al., 2020). 
O evento adverso consta como um plano voltado à segurança do paciente, que 
instituído pelo Ministério da Saúde, garante, assim, a qualidade do serviço prestado. O 
registro do evento adverso objetiva a redução do dano, o que o define como incidente, 
que resulta em dano ao paciente. Para tanto, é necessária a implementação de ações 
para evitar ou minimizar o dano.
O Ministério da Saúde solicita que seja instituído, no programa de segurança do 
paciente, usando estratégias como:
Considerando a necessidade de se desenvolver estratégias, produtos 
e ações direcionadas aos gestores, profissionais e usuários da 
saúde sobre segurança do paciente, que possibilitem a promoção 
da mitigação da ocorrência de evento adverso na atenção à saúde, 
resolve: 
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Segurança do Paciente 
(PNSP). 
Art. 2º O PNSP tem por objetivo geral contribuir para a qualificação 
do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do 
território nacional. 
Art. 3º Constituem-se objetivos específicos do PNSP: 
I- promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à se-
gurança do paciente em diferentes áreas da atenção, organiza-
ção e gestão de serviços de saúde, por meio da implantação da 
gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos es-
tabelecimentos de saúde;
II- envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança do 
paciente; 
III- ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à 
segurança do paciente; 
IV- produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança 
do paciente; e 
V- fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino 
técnico e de graduação e pós-graduação na área da saúde. 
Art. 4º Para fins desta Portaria, são adotadas as seguintes definições: 
I- Segurança do Paciente: redução, a um mínimo aceitável, do risco 
de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde; 
II- dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo e/
ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, 
sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, 
ser físico, social ou psicológico; 
III- incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou 
resultou, em dano desnecessário ao paciente; 
IV- Evento adverso: incidente que resulta em dano ao paciente 
(BRASIL, 2013, s. p.).
158
De acordo com o propósito de facilitar o acesso aos profissionais para notificação, 
a Anvisa definiu a Nota Técnica nº 01, de 12 de janeiro de 2015, com orientações gerais, 
fomentando o registro, sem considerá-lo uma mera ferramenta burocrática e de simples 
atuação profissional (ANVISA, 2015).
Essa ferramenta leva o nome de NOTIVISA, que oportuniza o reconhecimento 
dos cenários e a resolutividade por meio de ações, por parte dos gestores. Assim, a 
educação continuada pode promover ações a partir dessas informações, que visem às 
capacitações, aos treinamentos, entre outros. A estrutura é dividida em dez etapas:
O módulo de notificação pelo NSP do sistema NOTIVISA 2.0 (Assis-
tência à Saúde) está dividido de 1 a 10, seguindo a Classificação In-
ternacional para Segurança do Paciente da OMS. Em cada uma das 
etapas estão dispostas variáveis objetivas e estruturadas. 
1) Tipo de incidente. 
2) Consequências para o paciente. 
3) Características do paciente. 
4) Características do incidente/evento adverso. 
5) Fatores contribuintes. 
6) Consequências organizacionais. 
7) Detecção. 
8) Fatores atenuantes do dano. 
9) Ações de melhoria. 
10) Ações para reduzir o risco (ANVISA, 2015, p. 5).
Os itens relacionados pela Anvisa (2015), como o penúltimo, que fala sobre as 
ações de melhoria, e o último, sobre as ações para reduzir o risco, podem ser classifi-
cados como proposta de desenvolvimento de atividades, ou demais meios que visem 
à melhoria por estratégias estipuladas pela equipe de educação, assegurando que os 
eventos diminuirão ou, até mesmo, serão evitados. A Figura 9 mostra os campos obri-
gatórios da ferramenta na execução da notificação.
159
FIGURA 9 – NOTIFICAÇÃO NOTIVISA
FONTE: Anvisa (2015, p. 5)
O sistema NOTIVISA é uma ferramenta criada pela Anvisa com propósito de 
notificações, relacionadas com a assistência ao paciente. Podem ser registrados eventos 
adversos, incidentes, queixas técnicas sobre a qualidade de um produto, bem como dos 
serviços de vigilância sanitária.
Como pode ser observado, o sistema de notificação pelo NOTIVISA é amplo, e 
todos podem usufruir do equipamento – vale ressaltar a importância quando comparado 
à educação, que deve ser contínua, assegurando a equipe de que o ato de punir ou 
advertir não é viável, mas, sim, o trabalho na busca de garantir (BRASIL, 2015).
A Figura 10 destaca a segurança do paciente em primeiro lugar, o que leva ao reforço 
da promoção da saúde por meio de capacitações adequadas, seguindo esse indicador como 
principal base e desafio na manutenção da assistência integrada de Enfermagem. 
160
FIGURA 10 – PASSO A PASSO PARA NOTIFICAÇÃO DOS EVENTOS ADVERSOS
FONTE: Anvisa (2015, p. 9-10)
Em uma nota técnica, o Cofen (2015b) relata que um evento adverso em 
cada hospital por dia representa cerca de 2,7 milhões de eventos ao ano; por isso, a 
necessidade de relembrarmos os dez passos para a segurança do paciente:
1. Identificação do paciente.
2. Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos. 
3. Cateteres e sondas – conexões corretas. 
4. Cirurgia segura.
5. Sangue e hemocomponentes – administração segura.
6. Paciente envolvido com sua própria segurança.
7. Comunicação efetiva.
8. Prevenção de queda. 
9. Prevenção de úlcera por pressão.
10. Segurança na utilização de tecnologia (COFEN, 2015b, s. p.).
Assim, com a aplicação desses passos nas instituições hospitalares, é possível 
traçar um plano de estudo, bem como o levantamento estatístico das necessidades.
O Cofen (2015b), ainda, aborda que, no congresso, foram discutidos outros 
fatores que interferem na assistência adequada, como a falta de equipamentos e de 
comunicação efetiva.
161
3 ROTINAS E FLUXOS DA EDUCAÇÃO CONTINUADA EM 
ENFERMAGEM
Como visto anteriormente, mesmo diante de condições implicantes, há 
inúmeros fatores que contribuem para que o profissional da Enfermagem busque por 
aperfeiçoamento e continuidade do conhecimento. 
A educação continuada desenvolve um papel fundamental na assistência de 
Enfermagem, por meio de ferramentas como o registro de eventos adversos, que pode 
levantar as probabilidades de recorrências ou ocorrências e, assim, atuar no processo 
de educar. Segundo Bezerra et al. (2012), a educação continuada é uma ferramenta que 
visa à qualificação profissional, melhorando o desempenho.
Para assegurar aos profissionais essas capacitações, é ideal planejar, adequar rotinas 
e, até mesmo, fluxos que estipulem o desenvolvimento do treinamento ou a capacitação.
A Figura 11 mostra um exemplo de algumas atividades visando ao tema 
“setembro amarelo” na instituição hospitalar de Getúlio Vargas, que relata a necessidade 
de promover o ensino.É possível identificar que existe um roteiro, que apresenta as 
questões a serem trabalhadas pela educação continuada, ou seja, são notórias a 
organização e a identificação de atividades voltadas para os indicadores que sustentam 
a segurança de paciente e profissionais.
162
FIGURA 11 – CALENDÁRIO DE ATIVIDADES DO HOSPITAL GETÚLIO VARGAS
FONTE: <https://bit.ly/33nVd61>. Acesso em: 21 set. 2021.
Nesse exemplo, identificam-se indicadores como lavagem de mãos, segurança, 
bem como rodas de conversas e treinamentos alinhados, de acordo com as possíveis 
necessidades que foram levantadas pela equipe de educação continuada. A organização 
é precisa, estabelecendo rotinas para a previsão de tempo, nas quais é essencial uma 
programação organizada, com calendário com datas e horários que possam englobar a 
maior quantidade de participantes.
Pode ser observada também toda a rotina de trabalho para a promoção e o 
desenvolvimento do treinamento. Houve um planejamento, com estratégias voltadas 
para sanar e rever técnica. Outro ponto importante é a interação da equipe, podendo-se 
notar a preocupação em fazer um treinamento visando à integração por meio de uma 
roda de conversa.
163
FIGURA 12 – DIAGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO ENFERMEIRO
FONTE: Sade; Peres (2015, p. 994)
Por fim, muitas são as estratégias de planejamento, uma vez que a educação é am-
pla, vasta e com diversas possibilidades. Na Figura 11, portanto, vemos a ideal função e os 
manejos que são desenvolvidos com continuação do ensino, programando na integralidade 
situações que envolvem o cotidiano dos profissionais, desde a segurança até as preocupa-
ções com a continuação da assistência. Esse roteiro serve de inspiração e como base para 
identificação do papel e da importância em manter continuadamente os treinamentos.
Para desenvolver a educação continuada, alguns aspectos são necessários. 
Sade e Peres (2015) abordam as diretrizes, bem como as estratégias para o bom 
desempenho da educação, como mostra a Figura 12.
164
Sade e Peres (2015) ainda relatam que, para a execução das atividades, são 
necessários alguns atributos, como recursos humanos, materiais, financeiros e físicos 
adequados, pois, quando insuficientes, tornam-se fatores limitantes ao desenvolvimento 
de programas de treinamento.
A Resolução nº 564, de 18 de julho de 2017, do Código de Ética do Cofen, aborda 
o papel do enfermeiro voltado à área da educação, por meio do Art. 54: “Estimular, 
promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos 
profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão” (COFEN, 2017).
Portanto, o papel da Enfermagem é fundamental, pois demonstra as possibili-
dades de ampliação em vários segmentos do ensino – em outras palavras, é papel do 
profissional enfermeiro promover ferramentas e fluxos, e desenvolver rotinas visando a 
melhorias, sendo capaz de ampliar o desenvolvimento profissional dos demais.
É firmada pela resolução à grandiosidade frente ao ensino, uma vez que, para 
o real aperfeiçoamento técnico e científico, é ideal que o estímulo seja promovido e 
excutado sob a sua supervisão.
Segundo o Cofen (2017), destaca-se o papel e a responsabilidade do enfermeiro, 
relacionando-a com o desempenho profissional, uma vez que visa ao fundamento para 
o ato de ensinar, educar e pesquisar.
A transmissão de informações será desempenhada para facilitar e promover 
o desenvolvimento das atividades de ensino, bem como pesquisa e extensão, e 
devidamente aprovadas e autorizadas pela instituição.
Outro ponto que cabe abordar é a posição para que o enfermeiro tenha, com 
suas decisões e avaliações de toda a rotina instaurada no ambiente em que desenvolve 
as práticas assistenciais, o poder de criar. Dessa meneira, é respaudado e incentivado a 
criação de condições para registrar as informações que são inerentes e indispensáveis 
ao processo de cuidar.
A partir desses destaques apresentados, é possível identificar e avaliar o poder 
que uma equipe pode alcançar. É evidente que muitos desafios surgem em áreas típicas 
da saúde, principalmente a assistencial.
Por isso, analisando com coesão, o profissional tem a liberdade e o dever de 
conduzir, seja por meio dos indicadores levantados ou, até mesmo, seguindo as estra-
tégias previstas institucionalmente por ógãos, como Anvisa, usufruindo, por exemplo, 
de metas para a segurança do paciente.
Logo, observa-se que todos os materias inerentes ao processo dizem respeito às 
possibilidades de criar e aplicar treinamentos, capacitações ou, até mesmo, desenvolver 
cursos que visem ao aperfeiçoamento profissional.
165
A manutenção de núcleos que conduzem as áreas de educação nas instituições 
precisa estar alinhada com os critérios e seguir as boas práticas da Enfermagem, a fim 
de garantir com que todos possam se manter atualizados.
Os manuais de boas práticas são instituicionalizados, devem ser seguidos e 
regidos de acordo com cada instituição, cabendo ao enfermeiro da educação garantir a 
qualidade e a segurança dos processo e dos demais registros.
Hoje, existem modelos que contribuem para os treinamentos serem desem-
penhados, seja para admissão ou, até mesmo, para seleção interna, garantindo que os 
novos profissionais interajam com a rotina.
A Figura 13 ilustra um modelo de instrumento de treinamento admissional para 
o setor de unidade de terapia intensiva (UTI). Nesse roteiro, é possível identificar toda a 
organização do planejamento traçada para a capacitação admissional dos profissionais 
que irão iniciar o trabalho nesse setor.
É notável que itens importantes, voltados à assistência profissional, fazem parte 
do treinamento, além de outro quesito que está associado aos indicadores que norteiam a 
educação continuada, como a prevenção de lesão por pressão e também o risco de queda.
A partir desse modelo de treinamento, fica visível como o roteiro de trabalho 
proporciona uma amostra ideal da junção que move a educação, ou seja, a educação 
continuada está inserida na segurança do paciente, no bem-estar e na qualificação 
profissional, mantendo e garantindo o bom denvolvimento da asisstencia profissional.
Destacamos o papel do enfermeiro, cuja função está voltada ao que tange à 
Resolução do Cofen, pois a abrangência da continuação do ensino é vasta, podendo 
englobar várias situações, inúmeras formas de registros e criações de fluxogramas, 
roteiros, procedimento operacional padrão (POP), entre outros documentos, que irão 
garantir a qualidade do atendimento prestado no setor.
166
FIGURA 13 – INSTRUMENTO DE TREINAMENTO ADMISSIONAL
FONTE: Bucchi; Mira (2010, p. 1.010)
Os treinamentos podem acontecer em pequenos grupos durante as jornadas de 
trabalho e de forma interativa, com o levantamento de dúvidas, também fazendo parte 
dos treinamentos esperados, quando tratados de forma coletiva com envolvimento de 
muitos profissionais. Cabe ao profissional mediador do treinamento fazer a escolha por 
essa abordagem, escolhendo o melhor formato e determinando como irá ministrar o 
conhecimento planejado.
Os organogramas traçados para a organização do treinamento precisam ser 
rotulados, procurando realmente absorver os profissionais e desenvolver a capacitação.
Portanto, vimos a importância da educação continuada na Enfermagem, com 
vasto campo de possibilidades que podem ser direcionadas. Foi possível identificar 
também o uso de ferramentas, como em casos de eventos adversos, e, para finalizar, 
uma breve abordagem do fluxo e das rotinas que esses segmentos precisam adotar 
para desempenharem com qualidade a qualificação contínua dos profissionais.
167
Assista ao vídeo Educação continuada em serviço e saúde, disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=tjOh5F0bnPg.
DICA
Para Silva, Conceição e Leite (2008), a educação continuada abrange um 
desafio, pois está relacionada com a continuação do ensino, porém voltada para os 
fatores enfrentados pela Enfermagem no cotidiano, tanto aqueles quefavorecem 
quanto os que dificultam o trabalho:
Quanto aos Fatores que Favorecem, classificamos como Estruturais a 
Realização de atividades durante o período de trabalho e Campo rico 
em materiais e diagnósticos; e como Processo de Trabalho a Proxi-
midade e o contato diário entre o enfermeiro e o técnico, Interesse 
pessoal e Interesse da equipe. Quanto aos Fatores que Dificultam, 
classificamos como Estruturais a Sobrecarga de atividades voltadas 
à assistência, Número insuficiente de funcionários e número exce-
dente de pacientes, Problemas administrativos e burocráticos afas-
tam o enfermeiro das atividades educativas, Treinamento fora do 
horário de trabalho, Não disponibiliza Banco de Horas +, Temas im-
postos pela instituição e Ausência de subsídios para promover ações 
educativas; e como Processo de Trabalho a Falta de planejamento e 
administração do tempo e Educação Continuada não estimula a pro-
moção de ações educativas (SILVA; CONCEIÇÃO; LEITE, 2008, p. 53).
Muitos fatores são contribuintes e necessitam de um plano bem estruturado, 
podendo, assim, alinhar as possíveis formas de solucionar ou desenvolver melhorias. 
Mediante essa classificação, observamos que os Fatores Estruturais 
dificultam a adesão/inserção dos enfermeiros nas ações educativas in 
locu, e o Processo de Trabalho foi o mais citado como facilitador para as 
ações educativas do enfermeiro, visto que ele pode atuar diretamente 
sobre as necessidades do trabalhador no momento em que o traba-
lhador executa suas atividades, percebendo o real interesse da equipe 
diante das situações cotidianas (SILVA; CONCEIÇÃO; LEITE, 2008, p. 53).
Essa realidade pode ser vista em outras instituições, onde o processo de trabalho 
dificulta a adesão aos treinamentos, partindo-se do pressuposto de que a educação con-
tinuada realmente precisa de ações práticas, procurando alcançar formas de contribuir no 
processo do ensino sem comprometer o trabalho executado: “Assim, a Educação Continu-
ada deve ser uma ferramenta para promover o desenvolvimento das pessoas e assegurar 
a qualidade do atendimento aos clientes, devendo, também, ser voltada para a realidade 
institucional e necessidades do pessoal” (SILVA; CONCEIÇÃO; LEITE, 2008, p. 54).
168
A qualidade deve ser assegurada visando ao atendimento ao cliente e de acordo 
com a realidade de cada setor, o que mostra que a educação continuada é a base 
para a garantia de um serviço qualificado e que precisa ser inserida da melhor forma, 
adaptando-se às realidades apresentadas.
O que é evento adverso?
Evento  ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano 
desnecessário ao paciente, que pode ser oriundo de atos intencionais ou 
não intencionais.
NOTA
Uma sugestão de leitura é o artigo Educação continuada: um levantamento de 
necessidades da equipe de Enfermagem, disponível em: https://bit.ly/34vqHHK.
DICAS
169
ENFERMAGEM E A EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Daniel Alves da Costa 
Karynne Borges Cabral 
Cristiane Chagas Teixeira 
Renato Rodrigues Rosa 
Joyce Lara de Lima Mendes 
Fernando Duarte Cabral
INTRODUÇÃO
A Educação em Saúde é uma estratégia que potencializa o cuidado de 
Enfermagem ao envolver atividades educativas na assistência ao paciente, utilizando 
recursos disponíveis nos serviços de saúde, sejam públicos ou privados. Estas ações 
são importantes para a promoção da qualidade de vida e para o desenvolvimento de 
tarefas diárias das pessoas.
Ao incorporar práticas pedagógicas na sua rotina profissional, o enfermeiro pre-
tende transferir ou ensinar práticas de cuidado a saúde, a partir do relato de problemas, 
experiências e atitudes do próprio paciente e/ou familiar vivenciadas diariamente. Assim, 
a troca de conhecimento com o enfermeiro possibilita melhor vínculo com paciente e/ou 
familiar, além de induzir uma mudança em práticas cotidianas para promoção da saúde.
Nesse contexto, as ações de Educação em Saúde integram, rotineiramente, o 
trabalho do enfermeiro, que utiliza diversas estratégias para transferir o conhecimento 
ao paciente e/ou familiar. Seu objetivo é fornecer orientações, além de esclarecer 
dúvidas, prevenir doenças e/ou promover adaptação a atual condição de saúde do 
paciente, contribuindo para o autocuidado e para a qualidade de vida. Para tornar isso 
possível, o enfermeiro pode lançar mão de diversos recursos didáticos e tecnológicos, 
fundamentando-se em conhecimento científico para troca de informações com o 
paciente e/ou familiar durante a consulta de Enfermagem ou em palestras organizadas 
com utilização de recursos audiovisuais.
Todavia, é possível encontrar obstáculos para o desenvolvimento de ações 
de educação em saúde, como a resistência da população em participar desse tipo de 
abordagem, realizada pelo enfermeiro e por outros membros da equipe multidisciplinar. 
Outro fator limitante do desenvolvimento de ações de Educação em Saúde é o próprio 
LEITURA
COMPLEMENTAR
170
processo de formação profissional, que é pautado na lógica da especialidade, isso 
porque, os profissionais de saúde tendem a desempenhar suas práticas educativas, 
dentro dos limites de suas áreas de atuação.
Assim, durante o desenvolvimento de ações de Educação em Saúde é necessário 
que a Enfermagem mantenha-se persistente para garantir a promoção da saúde, além 
de buscar estratégias de trabalho que visem melhor comunicação e compreensão do 
que se fala por parte do indivíduo participante, com finalidade de garantir a assistência 
segura e com qualidade1.
Diante disso, o presente estudo teve como objetivo refletir sobre as ações 
de educação em saúde realizadas pela Enfermagem e, a construção do vínculo para 
transferência de conhecimento científico voltado para a área.
CAMINHO METODOLÓGICO
O texto trata-se de uma revisão narrativa. A coleta de dados foi realizada por 
meio das bases de dados LILACS, BIREME e BVS. A busca dos dados abrange os meses 
de setembro a outubro de 2018. Os descritores utilizados foram: “Educação em Saúde”; 
“Enfermagem” e “Paciente”, em idiomas português e inglês. Os descritores foram 
previamente selecionados, além de serem diversamente combinados e cruzados.
A primeira seleção dos artigos foi feita pela leitura do título e análise dos 
resumos, considerando os critérios de inclusão: artigos indexados e disponíveis nas 
bases de dados escolhidas, nos idiomas português e inglês. Como critério de exclusão: 
artigos não disponíveis na íntegra, artigos que não eram compatíveis com o objetivo 
apresentado e artigos que se encaixavam na divisão feita com descritores diferentes.
O estudo envolveu a leitura dos artigos com uma abordagem que privilegiasse 
a compreensão do fenômeno estudado e, portanto, a análise documental foi utilizada 
como técnica principal de apreensão de dados, para permitir a compreensão e discussão 
dos dados encontrados.
Foram selecionados 19 estudos, que foram agrupados em duas categorias 
temáticas conforme apresenta-se a seguir.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ações de Educação em Saúde e Enfermagem
Em 11 estudos foram mencionadas especificamente ações de Educação em 
Saúde realizadas pela Enfermagem em diversos cenários, retratando a relevância desta 
ferramenta em prol dos cuidados do paciente.
171
A Educação em Saúde, definida como um conjunto de atividades que sofrem 
influências e modificações de conhecimento, atitudes, comportamentos e religiões, é vista 
como uma forma de promover o bem-estar da população por meio de serviços prestados pela 
equipe multiprofissional para controle e prevenção de doenças. No âmbito das instituições de 
saúde, a educação é reconhecida como ferramenta norteadora para a promoção da saúde.
As ações educativas devem proporcionar informação em saúde, educação sanitá-
ria e conhecimentos indispensáveis para a melhoria da qualidade de vida individual e cole-
tiva. Neste cenário, o enfermeiro é provedor e avaliador das ações de Educação em Saúde.
Há um estudo que aponta como dificuldades em promover ações de Educação 
em Saúde, o excesso de consultas, a priorizaçãodo atendimento à doença, a valorização 
da produtividade pela gestão, a falta da autonomia do enfermeiro, o dimensionamento de 
pessoal, a sobrecarga de trabalho e, sobretudo, a qualificação incipiente do profissional 
em Educação em Saúde.
Sabe-se também que em virtude das grandes demandas de atendimento nos 
serviços públicos de saúde brasileiro e do dimensionamento inadequado dos profissio-
nais, torna-se muitas vezes, inviável a realização de Educação em Saúde. Assim, esta 
deve ser desenvolvida por múltiplas estratégias intrínsecas aos processos de trabalho da 
equipe multiprofissional, estabelecida com base nas reais necessidades do público-alvo.
Outro estudo apontou a importância do diálogo entre o paciente e o profissional de 
saúde, assim como, as particularidades do público-alvo como pilar para a promoção das 
ações educativas que está voltada para determinação dos espaços de discussão coletiva, 
crítica e reflexiva em prol da transformação da realidade e o empoderamento coletivo.
Um estudo aponta o letramento funcional em saúde como outro fator 
dificultador da promoção da Educação em Saúde e alerta para a necessidade de atenção 
dos profissionais, bem como, dos gestores para esse aspecto. Portanto, para além do 
espaço, o profissional de saúde deve usar uma linguagem clara, simples, adequada à 
realidade e baseada nas necessidades do paciente.
Outro fator agravante dessas ações, pode relacionar-se ao processo de formação 
profissional, que ainda segue alicerçado na lógica da especialidade, pois os profissionais 
tendem a desempenhar suas práticas dentro dos limites de suas áreas de atuação.
Nesse contexto, cabe ainda ressaltar a necessidade de refletir sobre as 
metodologias utilizadas no processo de Educação em Saúde, no qual o paciente é 
protagonista do desenvolvimento de atitudes autônomas e de corresponsabilização.
Educação em Saúde e a transformação do conhecimento pelos usuários
172
Em oito estudos elucidaram-se as ações de Educação em Saúde e a articulação 
entre a transformação do conhecimento teórico dos indivíduos participantes em 
habilidades práticas.
As pautas de Educação em Saúde estão em processo de mudanças, principal-
mente, envolvendo a Enfermagem. A Educação em Saúde como atribuição do enfer-
meiro implica em promoção ao autocuidado do paciente. Nesse contexto, a equipe de 
Enfermagem apresenta um papel transformador da promoção de cuidados do indivíduo 
por meio do contato físico, no olhar de confiança, nas trocas de comunicação, saberes 
e transferência do conhecimento científico.
Para além disso, a Educação em Saúde requer do profissional de Enfermagem 
análise crítica da sua atuação durante as abordagens aos pacientes, uma vez que, 
o estabelecimento do vínculo de confiança é instrumento para a construção da 
participação popular nos serviços de saúde e aprofundamento da intervenção da 
ciência no cotidiano das famílias e sociedade.
Nesse sentido, com vistas ao alcance do acompanhamento eficiente da saúde 
do paciente, é imperativo promover Educação em Saúde pautada na participação ativa e 
valorização das necessidades do indivíduo, famílias, comunidade e profissionais de saúde. 
Assim, a Educação em Saúde deve ser realizada pelos enfermeiros por meio de ações 
conforme o reconhecimento das necessidades singulares de cada usuário e da comunidade.
Uma das técnicas pedagógicas mais usadas para o desenvolvimento das práticas 
de ações em saúde é a de problematização, na qual o indivíduo conta seus problemas 
e experiências, em uma troca contínua de saberes. Essa técnica facilita a aproximação 
dos pacientes com os profissionais de saúde, principalmente dos adolescentes, com 
uma proposta de estudo em grupo, garantindo a obtenção de mais informações e que 
se relacionem entre si, para obter vínculo de comunicação, facilitando a intervenção 
científica profissional da Enfermagem para a prevenção de doenças.
É necessário o rompimento do atendimento verticalizado e de se propor a Educa-
ção em Saúde pautada no diálogo entre educadores e educandos. Assim, o indivíduo será 
capaz de assumir um papel ativo no seu processo educativo, considerando suas neces-
sidades, alicerçadas em suas experiências, aprendendo a partir do que lhe é significativo.
Ao apoiar os indivíduos, os profissionais de saúde possibilitam a socialização 
do conhecimento a partir das experiências individuais, contribuem para a reflexão, 
aprendizado, desenvolvimento da autonomia e mudança no modo de se cuidar de forma 
mais participativa. Além disso, essa prática transformadora, mediada pela participação 
do indivíduo em todo o processo educativo visa fortalecer a relação entre o profissional 
e usuário para legitimar a Educação em Saúde.
173
Nesse contexto, a transferência de conhecimento científico para a prática da 
promoção da saúde do indivíduo ocorre a depender de cada cultura e forma de entender 
da população, o que possibilita o usuário a acreditar que pode absorver saberes 
resultando em mudanças de rotinas ou hábitos para garantir uma vida saudável.
Ademais, o enfermeiro precisa compreender como e qual abordagem educativa 
será realizada, para que as informações transmitidas ao paciente sejam apreendidas 
de forma a respondê-lo em seus questionamentos e dúvidas. Outra estratégia a ser 
utilizada na Educação em Saúde abrange o uso de materiais de apoio como cartilhas, o 
que oportuniza efeitos positivos na compreensão dos temas abordados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação em Saúde é um programa voltado à promoção da saúde em diversas 
áreas da comunidade, por meio de atividades educativas realizadas pela equipe de 
Enfermagem. Envolve aspectos práticos e teóricos que facilitam, evitam ou retardam a 
presença de doenças na comunidade.
Evidencia-se que o processo pedagógico na realização de uma atividade 
educativa em Enfermagem pode apresentar melhor resultado, quando aplicado com a 
confiança de um bom atendimento para um fácil aprendizado.
Dessa forma, o profissional enfermeiro compartilha informações e trabalha 
para a conquista do vínculo paciente-profissional, demostrando respeito pelo paciente. 
Além disso, adota uma atitude agradável em suas abordagens que objetivam melhorar 
a comunicação e compreensão, do que se fala, por parte do indivíduo participante, com 
finalidade de garantir o empoderamento do paciente para o autocuidado e promover 
uma assistência de Enfermagem segura e com qualidade.
Assim, a promoção da saúde por meio de ações de educação e troca de 
informações envolvendo a relação dialógica, o conhecimento científico e a vivência dos 
indivíduos, favorece a promoção da saúde, uma vez que, os pacientes passam adquirir 
hábitos que contribuem para a sua qualidade de vida.
Ademais, estudos futuros que abordem a temática da Educação em Saúde 
no contexto da atenção hospitalar e preparo do paciente e/ou familiar para alta é 
extremamente relevante, haja vista que, a maioria dos estudos encontrados sobre a 
temática se referem à conjuntura da Atenção Primária à Saúde.
FONTE: Adaptada de COSTA, D. A. da et al. Enfermagem e a educação em saúde. Rev Cient Esc, v. 6, n. 3, 
e6000012, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3qot0VP. Acesso em: 21 set. 2021.
174
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Nas instituições hospitalares, oportunizou-se a criação de equipes multiprofissionais, 
formando setores para educação continuada, com objetivo de desenvolver um 
constante processo educativo, aprimorando os profissionais e, consequentemente, 
melhorando a assistência prestada a usuários, clientes e pacientes.
• Os gerenciamentos de boas práticas nas instituições hospitalares são considerados 
ferramentas importantes no processo de trabalho, que visa a mensurar com clareza 
e tornar-se objetiva e útil no processo do fazer, com a finalidade de promover 
serviços tecnicamente capacitados.
• O evento adverso consta como um plano voltado à segurança do paciente, que, 
instituído pelo Ministério da Saúde, garante a qualidade doserviço prestado.
• O sistema NOTIVISA é uma ferramenta criada pela Anvisa com propósito de 
notificações, relacionadas com a assistência ao paciente.
• Para assegurar aos profissionais essas capacitações, o ideal é planejar e adequar 
rotinas e, até mesmo, fluxos que estipulem o desenvolvimento do treinamento ou a 
capacitação.
• A Resolução nº 564/2017 do Código de Ética do Cofen (2017a) aborda o papel do 
enfermeiro voltado à área da educação, por meio do Art. 54.
175
RESUMO DO TÓPICO 3
1 Sabe-se que o sistema de notificação NOTIVISA é amplo e que todos podem usufruir 
do equipamento, de acordo com a metas internacionais de segurança do paciente. 
Com base nessas metas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) São seis as metas internacionais: tipo de incidente, consequências para o paciente, 
características do paciente, características do incidente/evento adverso, fatores 
contribuintes e consequências organizacionais.
b) ( ) São seis as metas internacionais: fatores contribuintes, consequências para 
o paciente, características do paciente, características do incidente/evento 
adverso, tipo de incidente e consequências organizacionais.
c) ( ) São dez as metas internacionais: tipo de incidente, consequências para o paciente, 
características do paciente, características do incidente/evento adverso, fatores 
contribuintes, consequências organizacionais, detecção, fatores atenuantes do 
dano, ações de melhoria e ações para reduzir o risco.
d) ( ) São dez as metas internacionais: tipo de incidente, consequências para o paciente, 
características do paciente, características do incidente/evento adverso, fatores 
contribuintes, consequências organizacionais, notificação, fatores atenuantes do 
dano, ações de melhoria e ações para reduzir o risco.
2 O papel do profissional enfermeiro é promover ferramentas e fluxos, e desenvolver 
rotinas que vão ao encontro de melhorias, sendo capaz de ampliar o desenvolvimento 
profissional dos demais. A Resolução nº 564/2017 do Código de Ética do Cofen 
(2017a) aborda o papel do enfermeiro voltado à área da educação, por meio do Art. 54. 
Descreva o conteúdo desse artigo.
FONTE: COFEN. Resolução Cofen nº 564/2017. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de 
Enfermagem. 2017a. Disponível em: https://bit.ly/3r10JU0. Acesso em: 21 nov. 2021.
3 A educação continuada ainda é um desafio, pois está relacionada com a continuação 
do ensino, porém voltada para fatores enfrentados pela Enfermagem no cotidiano. 
Analise as sentenças a seguir:
I- Quanto aos fatores que favorecem, podem ser relacionados os seguintes: estruturais, 
realização de atividades durante o período de trabalho e campo rico em materiais e 
diagnósticos.
II- Quanto aos fatores que dificultam, classificamos como estruturais a sobrecarga de 
atividades voltadas à assistência.
III- Número insuficiente de funcionários e número excedente de pacientes.
IV- Número suficiente de funcionários e número integral de pacientes.
AUTOATIVIDADE
176
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças I, IV e V estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças II, IV e V estão corretas.
4 A educação continuada é essencial para se obter uma qualidade íntegra na assistência 
prestada a paciente, usuário, família, entre outros. Classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) É correto afirmar que a educação continuada não é limitada.
( ) O Ministério da Saúde afirma que existe uma limitação na capacidade da educação 
continuada e produz impacto para os processos de mudança.
( ) A OMS afirma que a educação continuada não necessita de processos que indiquem 
os processos de trabalho, pois é contínuo.
( ) A educação continuada precisa ser limitada, com o propósito de manter um número 
adequado de notificações.
( ) É correto afirmar que o programa ainda é limitado.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – F – F.
b) ( ) F – V – F – F – V.
c) ( ) V – F – F – F – V.
d) ( ) F – V – F – V – F.
e) ( ) F – F – V – V – V.
5 Existem várias ferramentas que visam ao desenvolvimento de ações para promoção 
e prevenção com técnicas assertivas. Explique qual o objetivo de manter o registro do 
evento adverso na área da saúde.
177
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