Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HOMEOPATIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HOMEOPATIA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
 
1 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO MUNDO 
1.1 O SURGIMENTO DA HOMEOPATIA 
1.2 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO BRASIL 
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
2.1 DROGA 
2.2 FÁRMACO 
2.3 MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO 
2.4 SUCUSSÃO 
2.5 TRITURAÇÃO 
2.6 DINAMIZAÇÃO 
2.7 INSUMO ATIVO 
2.8 INSUMO INERTE 
2.9 PONTO DE PARTIDA 
2.10 FORMAS FARMACÊUTICAS 
2.11 FORMA FARMACÊUTICA BÁSICA 
2.12 FORMA FARMACÊUTICA DERIVADA 
2.13 FORMAS FARMACÊUTICAS DE USO EXTERNO 
2.14 ESCALAS 
2.15 POTÊNCIA 
 
MÓDULO II 
 
3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA HOMEOPATIA 
4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HOMEOPATIA 
4.1 LEI DOS SEMELHANTES 
4.2 EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SÃO 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
4.3 MEDICAMENTO ÚNICO 
4.4 DOSES MÍNIMAS E DINAMIZADAS 
5 SEMIOLOGIA MÉDICA HOMEOPÁTICA 
6 MODALIDADES 
6.1 SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO 
6.2 SÍNTESES DAS MODALIDADES PRINCIPAIS 
7 TOMADA DO CASO 
7.1 SIGNIFICADO 
7.2 DIFICULDADES NO APANHO DO CASO 
7.3 TOTALIDADE DE SINTOMAS 
7.4 SÍNDROME MÍNIMA DE VALOR MÁXIMO 
8 INTOXICAÇÃO 
8.1 ORIGEM DAS DOSES MÍNIMAS 
8.2 DILUIÇÃO E DINAMIZAÇÃO 
9 PATOGENESIA 
9.1 CONCEITO DE AGRAVAÇÃO 
9.2 AGRAVAÇÃO COMO RESSONÂNCIA PATOGENÉTICA 
10 A ANAMNESE HOMEOPÁTICA 
 
MÓDULO III 
 
11 ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS 
12 VEÍCULOS E EXCIPIENTES 
12.1 ÁGUA 
12.2 ÁLCOOL 
12.3 GLICERINA 
12.4 LACTOSE 
12.5 SACAROSE 
12.6 GLÓBULOS INERTES 
12.7 MICROGLÓBULOS INERTES 
12.8 COMPRIMIDOS INERTES 
12.9 TABLETES INERTES 
13 O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS? 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
14 AS ESCALAS 
15 A SUCUSSÃO 
16 OS MÉTODOS 
16.1 MÉTODO HAHNEMANNIANO (H) 
16.2 O MÉTODO KORSAKOVIANO (K) 
16.3 O MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO (FC) 
17 MÉTODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL 
A PARTIR DA TINTURA-MÃE 
17.1 OS INSUMOS INERTES 
17.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 
18 METODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL 
A PARTIR DE DROGA SOLÚVEL 
18.1 OS INSUMOS INERTES 
18.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 
19 MÉTODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL 
A PARTIR DE DROGA INSOLÚVEL 
19.1 OS INSUMOS INERTES 
19.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 
20 METODO HAHNEMANNIANO PARA A ESCALA CINQUENTA MILESIMAL 
20.1 OS INSUMOS INERTES 
20.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 
21 MÉTODO KORSAKOVIANO PARA A ESCALA DECIMAL A PARTIR DA 
TINTURA-MÃE, DE DROGA SOLÚVEL E INSOLÚVEL 
21.1 OS INSUMOS INERTES 
21.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 
22 MÉTODO KORSAKOVIANO A PARTIR DA POTÊNCIA 30 CH 
22.1 OS INSUMOS INERTES 
22.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 
23 MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO A PARTIR DA POTÊNCIA 30CH 
23.1 O INSUMO INERTE 
23.2 O DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO 
23.3 A CALIBRAÇÃO DO FLUXO 
23.4 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
MÓDULO IV 
 
24 BIOTERÁPICOS 
24.1 BIOTERÁPICOS DE ESTOQUE 
24.2 ISOTERÁPICOS 
25 GMP - GOOD MANUFACTURE PRACTICES - BOAS NORMAS DE 
FABRICAÇÃO 
25.1 QUANTO ÀS INSTALAÇÕES 
25.2 QUANTO À PRESCRIÇÃO E COLETA 
25.3 QUANTO À VIDRARIA UTILIZADA NO PREPARO DE AUTOISOTERÁPICOS 
25.4 QUANTO À ESTOCAGEM DE MATRIZES 
25.5 QUANTO À DINAMIZAÇÃO 
25.6 QUANTO À ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES 
25.7 QUANTO AO APOIO TÉCNICO-CENTÍFICO 
26 METODOLOGIA ESPECÍFICA 
26.1 NARIZ/GARGANTA 
26.2 SECRECÕES 
27 LESÕES CUTÂNEAS/MICOSES DE UNHAS 
28 MATERIAIS NÃO COLETADOS NA FARMÁCIA 
28.1 SECREÇÃO VAGINAL 
28.2 URINA 
29 CÁLCULO RENAL/PÓ DE CASA/MEDICAMENTO ALOPÁTICO 
30 NÓDULO DE MAMA/PÓLIPOS NASAIS/AMÍGDALAS E OUTROS 
31 CULTURAS MICROBIANAS (PLACAS, SOLUÇÕES BACTERIANAS E 
OUTROS) 
32 MIASMAS 
33 MARCADORES MIASMÁTICOS 
34 PROGNÓSTICO CLÍNICO DINÂMICO 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
MÓDULO V 
 
35 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIA HOMEOPÁTICA 
36 MONTAGEM DE FARMÁCIA HOMEOPÁTICA 
36.1 ASPECTO LEGAL 
36.2 LOCAL DE INSTALAÇÃO 
36.3 EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS 
36.4 MATERIAL DE CONSUMO BÁSICO MÍNIMO 
36.5 RECURSOS HUMANOS: PESSOAL TÉCNICO-CIENTÍFICO 
36.6 ARMAZENAMENTO DE UTENSÍLIOS E MATERIAL DE CONSUMO BÁSICO 
36.7 MATERIAL ACESSÓRIO - MODALIDADES, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO 
36.8 ETIQUETAGEM - ROTULAÇÃO DAS EMBALAGENS DE USO CONTÍNUO 
36.9 INSUMOS INERTES: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE SUAS MATÉRIAS-
PRIMAS 
36.10 AS SOLUÇÕES USADAS EM FARMÁCIA E LABORATÓRIOS 
HOMEOPÁTICOS 
36.11 AS PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS BÁSICAS E SUAS FORMAS 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO MUNDO 
 
 
Hipócrates (468 a 377 a.C.), considerado o pai da Medicina, sistematizou 
uma atividade médica apoiada no conhecimento experimental. Para ele, a 
terapêutica tinha por base o poder curativo da natureza e as doenças deviam ser 
interpretadas considerando-se uma manifestação particular em cada indivíduo. Ele 
entendia a doença como sendo uma perturbação no equilíbrio existente entre o ser 
humano e a natureza. 
Nesse sentido, não havia distinção entre a mente, o corpo e o cosmos, em 
uma visão harmônica do ser humano com o meio ambiente. Hipócrates demonstrou 
que os sintomas são reações do organismo às enfermidades e que o trabalho dos 
médicos era estimular as forças defensivas naturais do organismo a combatê-las. 
Criou os padrões éticos da Medicina e estabeleceu as providências do diagnóstico, 
do prognóstico e da terapêutica, que até hoje são determinantes na prática médica. 
A Homeopatia se alicerça no seguinte enunciado por Hipócrates: “A doença 
é produzida pelos semelhantes e pelos semelhantes o paciente retorna à saúde”. 
Nas obras atribuídas a Hipócrates e seus predecessores encontramos em vários 
trechos referências à assertiva Similia similibus curantur, ou seja, o semelhante será 
curado pelo semelhante, embora a norma geral na terapêutica adotada naquela 
época fosse contraria contrariis curantur, ou seja, o contrário será curado pelo 
contrário. 
A medicina científica que se estabeleceu na época de Hipócrates teve por 
fato histórico a transposição da teoria da physis, dos filósofos gregos, às 
enfermidades. Uma vez que a essência das coisas (a physis) podia ser reconhecida 
pela razão, o mesmo poderia ser feito com as doenças por meio do raciocínio 
clínico. A medicina ocidental possui duas correntes terapêuticas fundamentadas nos 
princípios dos contrários e dos semelhantes. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
A tradicional Alopatia emprega o princípio dos contrários para combater as 
doenças, por meio de substâncias que atuam contrariamente aos sintomas, como 
por exemplo, os anti-inflamatórios e os antitérmicos. A Homeopatia baseia-se no 
princípio da similitude, apoiando-se na observação experimental de que toda 
substância capaz de provocar determinados sintomas em um indivíduo sadio é 
capaz de curar, desde que em doses adequadas, um doente que apresente 
sintomas semelhantes. 
 
 
1.1 O SURGIMENTO DA HOMEOPATIA 
 
 
A Homeopatia surgiu em um período de grande agitação na Europa. Em 14 
de julho de 1789 havia caído a Bastilha: era a Revolução Francesa abalando as 
estruturas no país e trazendo ideais de libertação que se espalharam pelo mundo. 
Daí a sua importância, marcando o início da História Contemporânea. É nesse 
contexto que aparece a Homeopatia. 
Alemanha e França dividem as glórias do surgimento de um processo 
revolucionário das ciênciasmédicas. Coube ao médico alemão Christian Friedrich 
Samuel Hahnemann (1755-1843) iniciar esse processo de luta. Uma vida realmente 
excepcional. Seu principal biógrafo foi Richard Haehl, que fundou um museu com 
suas obras (hoje, em Stuttgart, Alemanha). 
Em língua portuguesa podemos encontrar dados biográficos de sua 
interessante vida no livro Iniciação Homeopática, do Professor Galhardo. 
Resumindo, podemos dizer o seguinte: 
• Hahnemann nasceu em 1755 em Meissen, pequena cidade da Saxônia. A 
Alemanha, na época, ainda não estava constituída em um país com um poder 
central. Havia ducados e principados. 
• Hahnemann, durante sua vida, morou em diversas cidades alemãs, até ir para 
Paris. A maior parte dessas cidades pertence ao território correspondente à 
antiga Alemanha Oriental. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
• Em 1779, defendeu a tese de doutorado na Universidade de Erlangen-
Nuremberga, Alemanha, tornando-se doutor em medicina, profissão que exerceu 
em diversas cidades germânicas. 
• Em 1784, estava exercendo em Dresden e entrevistou-se com Lavoisier, que 
revolucionava a química da época. 
• Após alguns anos abandonou a profissão, decepcionado com a terapêutica de 
sua época baseada em sangrias exageradas, vomitórios, sanguessugas, etc. 
• Em 1789, enquanto na França estourava a Revolução, Hahnemann vivia de 
traduções de literaturas médicas, traduzindo inúmeras obras do (e para) Inglês, 
Francês e Alemão. 
• No ano seguinte, em 1790, em Stoetteritz, traduzindo do inglês para o alemão a 
matéria médica de William Cullen, médico escocês, observou uma explicação 
sobre a ação do quinino por este autor que não o satisfez. Achava Cullen que o 
quinino, sendo amarga, criava no estômago do doente uma substância que era 
contrária à febre. 
• Hahnemann então resolveu experimentar a quinina, notando o aparecimento de 
sintomas semelhantes à maleita. Com sua memória invulgar recorreu a seus 
arquivos e verificou que os pacientes com maleita que ele tratara com quinino, e 
que apresentavam sintomas semelhantes aos obtidos em sua experimentação, 
tiveram uma recuperação excelente. Este feito foi a confirmação por Hahnemann, 
do postulado de Hipócrates “Similia similibus curantur”. 
• Em 1796 publicou suas conclusões em: “Ensaio sobre um novo princípio para a 
descoberta das forças curativas das substâncias medicamentosas, com algumas 
considerações sobre os já existentes”. 
 
Considera-se, por conseguinte, essa data como do surgimento da 
Homeopatia. Era o início da revolução nas ciências médicas! Enquanto isso, a 
França ia vivendo seus dias agitados e surge a figura de Napoleão com a expansão 
dos ideais da burguesia pela Europa e pelo mundo. Em 1804 torna-se imperador. 
Nas ciências médicas, Hahnemann estudava, experimentava e publicava, travando 
também árduas batalhas no campo da intelectualidade. 
 
Mapa da Europa no período Napoleônico: 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
• Após a primeira edição do Organon (1810), o autor foi para Leipzig, Alemanha, 
dar aulas na universidade e grandes polêmicas foram vividas. 
• Hahnemann reunia seus discípulos em sua casa para estudar, o que se chamou 
o grupo da “Bandeira de Ouro”. 
• Nessa época, em 1813, ocorre em Leipzig a Batalha das Nações, que foi a união 
de russos, austríacos e prussianos, conseguindo derrotar os exércitos 
napoleônicos. 
• Enquanto isso, na América, surgiram os movimentos de Independência 
inspirados na Revolução Francesa. 
• Em 1815 ocorre a famosa batalha de Waterloo e o Congresso de Viena 
reorganizou o continente europeu que fora subvertido pela política revolucionária 
francesa, buscando uma política conservadora e antiliberal. 
• Assim, ficou formada oficialmente a Confederação Germânica com estados 
praticamente independentes, tendo como órgão político comum a Assembleia de 
Frankfurt. 
• Este foi o primeiro grande passo para a unificação da Alemanha, relatada pelo 
Dr. Baumann em sua obra Das alte und Neuri Heilverfharen (Memmingen, 1857, 
Oskar Besenfelder). 
• Quando Napoleão, na Ilha de Elba, foi tratado homeopaticamente de uma grave 
Pityriasis (forma de líquen) pelo Dr. Maragnot, recuperando sua saúde, procurou, 
por intermédio de seu médico, familiarizar-se com o espírito e as vantagens do 
novo ensino terapêutico, denominando-o: “a mais benéfica descoberta desde a 
invenção da imprensa”. 
• Seu propósito de fazer ensinar a Homeopatia em todas as escolas de medicina 
de seus estados permaneceu, na verdade, irrealizado; de Elba seguiu-se, ainda 
no mesmo ano (1815), à Ilha de Santa Helena. 
• Em 1820 Hahnemann tratou do príncipe Karl Philipp von Schwarzenberg, do 
exército austríaco (e que derrotou Napoleão), fazendo recomendações dietéticas, 
etc. Como o príncipe, após ter melhorado, voltou à vida de excessos, com 
festividades, álcool, etc, e acabou morrendo pouco tempo depois de um ataque 
apopléctico, o fato foi utilizado como ataque ao criador da Homeopatia. Entre 
seus defensores temos Goethe (via nele o novo Paracelso) e o duque de Anhalt - 
Koethen, que o convidou para clinicar em seu ducado. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
• Assim, em 1821, Hahnemann deixou Leipzig, vivendo anos em Koethen. 
• Em 1830 ficou viúvo. De seu casamento teve 11 filhos. Alguns tiveram morte 
trágica. 
• Em 1835, aos 80 anos de idade, casou-se com a jovem francesa Marie Mélanie 
d'Hervilly, que o levou para Paris, fato este muito importante para o 
desenvolvimento da Homeopatia. 
• Em 1835 Napoleão já havia caído e a monarquia sido restabelecida, embora não 
absoluta como antes. 
 
O rei Luiz Felipe subira em 1830. Seu ministro da Instrução Pública, Guizot, 
era conhecido por ideias antirreformistas. A oposição aos dois era feita por 
bonapartistas, republicanos e socialistas. Quando Hahnemann pediu autorização 
para clinicar na França houve oposição da Academia de Medicina e Guizot, ministro 
conservador que era, teve estas célebres palavras: 
 
Hahnemann é um sábio de grande mérito. A ciência deve ser para todos. Se 
a Homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor próprio, ela cairá 
por si mesma. Se for, ao contrário, um progresso, expandir-se-á apesar de 
todas as medidas de preservação e a Academia deve desejá-lo antes de 
qualquer outra, ela que tem por missão impulsionar a ciência e encorajar as 
descobertas (GUIZOT, 1835). 
 
Assim, Hahnemann iniciava a fase francesa de sua vida. Alguns discípulos 
acompanharam-no para a França. Viveu oito anos profícuos em Paris, morrendo em 
1843 com 88 anos de idade. Seus restos mortais encontram-se no cemitério Père-
Lachaise. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
Cronologia 
1750 
02 de Novembro: Christian Gottfried Hahnemann, pintor da fábrica saxônica de 
porcelana em Meissen, casa-se com Johanna Christiane Spiess, filha de um 
capitão do exército (pais de Hahnemann). 
1753 
06 de Abril: O pai, Christian Gottfried Hahnemann, compra, nos arredores de 
Meissen, uma casa de esquina por 437 táleres. A casa lhe pertenceu até o ano de 
1782. 
1755 10 de Abril: Nasce Christian Friedrich Samuel Hahnemann em Meissen. 13 de Abril: É batizado. 
1764 
01 de Janeiro: Nasce Johanna Leopoldine Henriette Küchler, primeira mulher de 
Hahnemann. 
 
1769 03 de Março: Morre, aos 65 anos, Gotthard Heinrich Küchler, farmacêutico em Dessau, pai da futura primeira mulher de Hahnemann. 
1770 
10 de Junho: Joachim Heinrich Häseler, farmacêutico, 30 anos, casa-se com 
Martha Sofie Küchler, viúva do farmacêutico Gotthard Heinrich Küchler. 
16 de novembro: Requerimento de Christian Gottfried Hahnemann ao duque 
Friedrich August von Sachsen para admissão de seu filho Samuel na escola St. 
Afra, em Meissen. 
21 de novembro: O duque responde que o filho de Hahnemann será admitido na 
escola St. Afra. 
29 de novembro: Hahnemann é admitido na escola St. Afra. 
1775 
Páscoa: Hahnemann sai da escola Sta. Afra. 
Primavera 1775-1777: Hahnemann aloja-se na Universidadede Leipzig como 
estudante de medicina. 
1777 
Hahnemann em Viena. Atividade no Hospital dos Irmãos de Caridade (Dr.Von 
Quarin). 
Outubro 1777-1779: Hahnemann, em Hermannstadt, na casa do Barão 
Bruckenthal. 
1779 
Primavera 1779 - Verão 1779: Hahnemann vai para Erlangen. 
10 de agosto: Hahnemann recebe o título de doutor. 
Verão 1779-1780 - Hahnemann na casa do Professor Leonhardi em Leipzig - 
Curso de Química 
1780 1780 - Primavera 1781: Hahnemann instala-se em Hettstedt. 
1781 
Primavera 1781 - Fim de 1781: Hahnemann muda-se para Dessau. Trabalhos na 
área da Química. Conhece aí sua futura mulher. No fim do ano recebe um 
chamado para ocupar o cargo de físico oficial. 
1781-1784: Hahnemann estabelece-se em Gommern como físico. 
1782 01 de dezembro: Hahnemann se casa com Henriette. 
1783 Nasce Henriette, filha de Hahnemann, que mais tarde se casará com o pastor Christian Friedrich Förster, em Grossleinungen (tem dois filhos e duas filhas). 
1784 Outono de 1784-1788: Hahnemann muda-se para Dresden. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
1786 
30 de novembro: Nasce Friedrich, filho de Hahnemann, que sofre de raquitismo. 
Mais tarde começa a frequentar o ginásio, em Torgau. Desde 1808, como 
estudante de medicina em Leipzig. Muito talentoso, mas de constituição franzina. 
Bons conhecimentos linguísticos, como o pai. No fim de 1812 estabelece-se, 
como médico homeopata, em Wolkenstein. Depois foge e desaparece. 
Provavelmente tenha morrido na América. Deixou mulher e um filho. 
1788 
Hahnemann vai para Lockwitz. Nasce Guilhermina, filha de Hahnemann. Casa-se 
com o músico Richter, em Gera. Morre aos 30 anos. Seu único filho, Hermann 
Friedrich Sigmund, morre em 30 de maio de 1866, em Köthen, sendo enterrado 
no cemitério local. 
23 de fevereiro: Hahnemann candidata-se, em vão, ao cargo de "Physikat" em 
Dresden, vago pela morte de seu amigo Wagner. 
1789 
Outono 1789-1792: Hahnemann muda-se para Leipzig. Nasce Amalie, filha de 
Hahnemann. Casa-se com o médico homeopata Dr. Süss, em Wittemberg. Seu 
marido morre, talvez de tifo, antes que seu único filho, Leopoldo, mais tarde 
médico homeopata na Inglaterra, tivesse nascido. Seu segundo casamento se 
desfez. Amalie falece em 07 de dezembro de 1857, em Köthen. 
1790 Hahnemann vai para Stötteritz. Traduz a “Matéria Médica”, de Cullen, e depara-se, pela primeira vez, com as “relações de semelhança”. 
1791 07 de setembro: a “prova do vinho de Hahnemann” é prescrita oficialmente para os prussianos. 
1792 
Primavera 1792-Verão 1792: Hahnemann muda-se para Gotha-Georgenthal. 
Abertura do hospital para doentes mentais no castelo do ducado. 
01 de março: morre o Imperador Leopold II (ataque de Hahnemann aos seus 
médicos particulares). 
 
1793 
1793-1794 - Hahnemann vai para Molschleben. Nasce Carolina (morre solteira 
antes de 1830). 
 
1794 
27 de fevereiro: nasce o filho Ernst. 
Primavera - Outubro: Hahnemann viaja para Göttingen, passando por 
Mühlhausen. O acidente. 
Verão: Ernst, o filho de Hahnemann, morre em Göttingen, em consequência do 
acidente. 
Outubro: início de 1795: Hahnemann viaja para Bad Pyrmont. 
1795 
Início - outubro 1796: Hahnemann muda-se para Braunschweig. Hahnemann 
estabelece-se em Wolfenbüttel. 
Nascem as gêmeas, filhas de Hahnemann, uma delas natimorta. A filha Friederike 
casa-se duas vezes. De ambos os consórcios não teve filhos. Friederike é 
assassinada logo após a morte de seu segundo marido. 
1796 Outubro 1796 - Primavera 1799: Hahnemann estabelece-se em Königslutter. É o ano do nascimento da Homeopatia! 
1797 19 de março: a sogra Martha Sofie Häseler, viúva de Küchler, morre aos 66 anos de idade. 
1799 
Primavera - Hahnemann tenta, inutilmente, obter o cargo vago de médico 
particular do duque de Gotha. 
Verão 1799 - setembro 1800: Hahnemann estabelece-se em Hamburgo. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
1800 
02 de fevereiro - nasce Melanie Gohier d'Hervilly, segunda mulher de 
Hahnemann. 
Setembro 1800 - verão 1801: Hahnemann estabelece-se em Mölln. 
1801 Verão: Hahnemann vai para Machern Alto verão 1801 - fim de 1804: Hahnemann estabelece-se em Eilenburg. 
1803 Nasce Eleonore, filha de Hahnemann. Casou-se duas vezes. Um dos casamentos foi rompido, foi assassinada. 
1804 Fim do ano: Hahnemann muda-se para Wittemberg, onde fica pouco tempo, partindo, a seguir, para Dessau (curta estada). 
1805 1805 - 1811: Hahnemann estabelece-se em Torgau. Nasce a filha Carlota. Morre solteira em 13 de abril de 1863. Foi sepultada no túmulo da família, em Köthen. 
1806 Nasce a filha Luise. Casa-se, aos 16 anos, com o Dr. Mossdorf, assistente de seu pai, separando-se mais tarde. Morre em julho de 1878, em Köthen. 
1810 Surge a principal obra de Hahnemann: Organon der rationellen Heilkunde. 
1811 1811-1821: fim de agosto ou começo de setembro: Hahnemann muda-se para Leipzig. 
1812 
05 de maio: Joachim Heinrich Häsler, proprietário da Farmácia Mohrenapotheke, 
em Dessau, conselheiro do ducado e assessor de medicamentos, morre aos 72 
anos. 
26 de junho: discurso de habilitação de Hahnemann. 
29 de setembro: Hahnemann inicia suas palestras. 
1813 
Hahnemann funda com seus alunos uma sociedade de trabalho para a 
experimentação de medicamentos. 
14 -19 de outubro: Batalha das Nações - Leipzig. 
1819 
02 de novembro: a Homeopatia é proibida na Áustria por meio de um decreto 
imperial. 
16 de dezembro: queixa dos farmacêuticos ao Conselho de Leipzig a respeito da 
dispensação de remédios feita pelos próprios médicos. 
1820 
09 de fevereiro: Hahnemann diante do tribunal. 
14 de fevereiro: Hahnemann apresenta sua defesa escrita. 
15 de março: Hahnemann toma conhecimento, em sua casa, da sentença. 
Assume o tratamento do príncipe Schwarzenberg. 
15 de outubro: morte do príncipe Schwarzenberg. 
30 de novembro: Hahnemann é proibido de dispensar remédios por uma ordem 
real da Saxônia. 
1821 
21 de março: pedido de Hahnemann ao duque von Anhalt.Köthen para 
estabelecer-se em Köthen. 
02 de abril: permissão para estabelecer-se em Köthen. 
Pentecostes 1821 - 1835: Hahnemann parte com 11 carros e uma despesa de 
600 táleres para Köthen. 
1822 14 de maio: Hahnemann torna-se conselheiro do duque. É fundado o primeiro periódico sobre Homeopatia, o “Archiv” 
1826 Fundação de uma sociedade por correspondência de médicos homeopatas. 
1828 É fundada, em Leipzig, a Associação dos Médicos Homeopatas, inicialmente composta por 5 médicos. Surge a polêmica obra: “As doenças crônicas” 
1829 10 de agosto: Jubileu de ouro de doutoramento. Criação de uma fundação para 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
um posterior hospital. Fundação de uma “Associação Homeopática da Arte de 
Curar” 
1830 31 de março: morre, aos 67 anos, a primeira mulher de Hahnemann. 
1831 Luta de Hahnemann contra a cólera. 
1832 
Surge o Allgemeine homöopatische Zeitung 
29 de julho: o Dr. Lehmann vai a Köthen ao encontro de Hahnemann. 
07 de outubro: o Dr. Lehmann recebe do duque von Anhalt-Köthen a permissão 
para trabalhar como assistente de Hahnemann. 
03 de novembro: ataque de Hahnemann contra os semi-homeopatas de Leipzig 
no Diário de Leipzig. 
08 de novembro: Explicação dos homeopatas de Leipzig no Jornal de Leipzig. 
10 de novembro: escolha do doutor Schweikerts para médico do hospital. 
19 de novembro: Müller escreve a Hahnemann. Schweikert recusa-se a trabalhar 
no hospital, sendo, então, escolhido Müller. 
1833 
12 de janeiro: o Dr. Lehmann estabelece-se em Köthen, obtendo direito da 
dispensação de medicamentos. 
22 de janeiro: inauguração do Instituto Homeopático de Tratamento e Ensino, em 
Leipzig. 
Moritz Müller demite-se do cargo de chefe da Associação Central. 
10 de agosto: assembleias dissidentes de médicos homeopatas, em Leipzig e em 
Köthen. 
11 de agosto: “Contrato de Köthen” 
1834 
Junho: Hahnemann faz uma visita de inspeção ao Instituto de Tratamento e 
Ensino de Leipzig. 
Dissolução da Associação Central e fundação de uma Associação Homeopática 
Provincialda Saxônia. Hahnemann assume o cargo de inspetor-geral do Hospital 
Homeopático de Leipzig. 
08 de outubro: Melanie Gohier d'Hervilly chega a Köthen. 
1835 
18 de janeiro: Hahnemann casa-se com sua segunda mulher, Melanie Gohier 
d'Hervilly, de Paris. 
07 de junho: Hahnemann viaja com sua segunda mulher para Paris. 
27 de junnho: Hahnemann chega a Paris. 
21 de agosto: Hahnemann recebe permissão para clinicar em Paris. 
1839 Surge a segunda edição de “Doenças Crônicas” 10 de agosto: Jubileu de 60 anos de doutoramento. 
1841 10 de abril: Hahnemann é eleito cidadão honorário de Meissen. 
1842 Fim do Instituto Homeopático de Tratamento e Ensino de Leipzig. Prossegue como policlínica. 
1843 02 de julho: Hahnemann morre em Paris. 11 de julho: Hahnemann é sepultado no cemitério Montmartre, em Paris. 
1878 25 de maio: Morre Melanie, a segunda mulher de Hahnemann. 
1898 Os restos mortais de Hahnemann são trasladados para o cemitério Père Lachaise. É erguido um monumento sobre o túmulo. 
1921 
Richard Haehl, de Stuttgart, adquire todo o espólio literário de Hahnemann e 
funda o “Museu de Hahnemann”, em Stuttgart. Mais tarde o museu deve ser 
acomodado no Instituto Paracelsus-Hahnemann (Stuttgart). Publicação da sexta 
edição do “Organon”, por meio de Richard Hael. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
Inauguração do hospital homeopático de Stuttgart. 
1922 Publicação da biografia de Hahnemann em dois volumes por Richard Hael (Editora Schwabe, Leipzig) 
1940 
O hospital homeopático Robert Bosch, sob a direção do prof. Stiegele, abre suas 
portas. O espólio literário de Hahnemann é ali guardado provisoriamente, 
obedecendo a uma disposição testamentária de Richard Hael. 
 
 
1.2 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO BRASIL 
 
 
Em 1840 a Homeopatia foi introduzida no Brasil pelo médico francês, natural 
de Lyon, Dr. Benoit Jules Mure, mais conhecido em nosso meio como Bento Mure, 
que logo tratou de fazer discípulos entre os colegas brasileiros. As tinturas e as 
substâncias utilizadas em Homeopatia vinham da Europa e os próprios médicos as 
manipulava devido à inexistência de farmácias especializadas. 
O número de homeopatas foi crescendo no Império e, por conseguinte, os 
farmacêuticos passaram a manifestar interesse pela doutrina, participando dos 
cursos organizados pelo Dr. Mure e pelo seu colega, Dr. João Vicente Martins. Por 
volta de 1851 a Escola Homeopática do Brasil, sob forte pressão dos farmacêuticos, 
resolve aprovar a separação da prática médica da prática farmacêutica. Não 
existiam, até então, leis que regulamentassem a farmácia homeopática no Brasil, 
facultando a manipulação de medicamentos homeopáticos aos proprietários leigos. 
Somente em 1886, com o Decreto nº 9.554, surgiu uma lei que dava o direito 
de manipulação apenas aos farmacêuticos. Abaixo descrevemos o cronograma da 
Homeopatia no Brasil: 
 
1840 - Benoit Jules Mure - Rio de Janeiro - Brasil (21/Nov). 
1841 - Primeiro artigo de homeopatia publicado no Jornal do Comércio do Rio de 
Janeiro. 
1842 - Escola Suplementar de Medicina e Instituto Homeopático do Sahy - Santa 
Catarina. 
1843 - Retorno ao Rio de Janeiro, auxiliado por João Vicente Martins. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
1844 - Instituto Homeopático do Brasil. 
1844 - Primeiro consultório médico homeopático (10/Mar). 
1845 - Início do Curso de Homeopatia da Escola Homeopática do Brasil, proposta 
por João Vicente Martins, em 12 de janeiro. 
1846 - Governo Imperial confere certificados de conclusão de curso. 
1847 - Fechada a Escola de Medicina Homeopática, por projeto de Lei, apresentado 
por dois senadores do Império (Bernardo Pereira de Vasconcelos e José Saturnino 
Costa Pereira), em 15 de setembro. 
1848 - Retorno à Europa, em 13 de abril. 
 
Anos Seguintes: 
João Vicente Martins difunde a Homeopatia nos estados do Brasil (1850 - Epidemia 
de febre amarela no RJ). 
1852 - João Vicente Martins deixa o Brasil. 
1854 - Retorna ao Brasil e morre no Rio de Janeiro, em 08 de julho. 
1859 - IHB - Instituto Homeopático do Brasil passa a se chamar Instituto 
Hahnemanniano do Brasil. 
1880 - Reconhecido pelo Governo Federal (Decreto 7.794 de 17/08/1880). Atual 
IHB, na Rua Frei Caneca, 94 - Rio. 
1911 - Homeopatia Dr. Alberto Seabra - SP 
Farmácias de manipulação de Fórmulas Homeopáticas. 
1914 - Faculdade Hahnemanniana, fundada pelo Dr. Licínio Cardoso e anexo ao 
Hospital Homeopático Nilo Cairo, colega de Licínio Cardoso. Estas Instituições 
fornecem cursos regulares, que são reconhecidos pelo Governo Federal. 
1918 - Dr. Alberto Seabra e Murtinho Nobre se destacam no combate à epidemia de 
Influência em São Paulo. 
1924 - Conselho Superior do Ensino exigiu a troca do nome “Faculdade 
Hahnemanniana” para “Escola de Medicina e Cirurgia do IHB”, que atualmente 
pertence à Universidade do Rio de Janeiro. 
1926 - Em uma população de mais ou menos 30 milhões de brasileiros, mais de 
cinco milhões se tratavam exclusivamente pela Homeopatia. 
1926 - Fundada a Farmácia e Laboratório Homeopático Homeoterápico S/A - Praça 
João Mendes - SP. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
1932 - 1° Congresso Brasileiro Homeopático. Fundação da Liga Homeopática 
Brasileira. 
1936 - APH (Associação Paulista de Homeopatia). (05/Junho) 
1941 - Fundada a Liga Homeopática do Rio Grande do Sul, por iniciativa do Dr. 
David Castro (grande batalhador pela difusão da Homeopatia no RS. Nascido 
em Recife em 1915, formou-se em Salvador e cursou Homeopatia no RJ, na 
tradicional Faculdade de Medicina da Rua Frei Caneca. Foi para o RS por 
recomendação do Prof. José E. Rodrigues Galhardo, onde fundou três 
dispensários homeopáticos). 
1944 - 10º Congresso Sul-Americano de Homeopatia - organizado pela Liga 
Homeopática do RS, em Porto Alegre, e presidido pelo Dr. David Castro. 
1950 - Rápido desenvolvimento de Farmácias Homeopáticas. Exemplos: 
Alberto Seabra 
 Militão Pacheco > São Paulo 
 Murtinho Nobre 
Jader Cardoso de Almeida 
 
Farmácia e Lab. Soares da Cunha > Bahia 
 
Casa Granado 
 Almeida Cardoso > Rio de Janeiro 
 Lab. Simões 
Lab. Coelho Barbosa 
 
Van Der Laan 
 Vegethon > Rio Grande do Sul 
 Klein 
 Cruz Vermelha 
 
1952 - 4° Congresso Brasileiro de Homeopatia em Porto Alegre, também sob a 
presidência de David Castro – homenageado o centenário do nascimento de Licínio 
Cardoso. 
1956 - Durante o mandato do Pres. Juscelino Kubitschek, abertura ao capital 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
estrangeiro, facilitando importação de medicamentos, automóveis, fertilizantes, entre 
outros. 
1959 - 7° Congresso Brasileiro de Homeopatia (Liga Hom. do RGS), apresenta 
moção que foi aprovada por unanimidade - criando o Dia da Homeopatia no Brasil 
em 21 de novembro – data da chegada de Benoit Mure. 
1960 - Uso abusivo de medicamentos e agrotóxicos - Talidomida. 
1961 - 2° Simpósio Latino-Americano de Homeopatia, organizado pela Liga Hom. do 
RGS - presidente Dr. Thomas Paschero. 
1969 - Durante o mandato do Pres. Castelo Branco, o Ministro da Saúde reconhece 
a Terapêutica Homeopática junto a AMB. 
1970 - Farmácias se transformam em Laboratórios: Almeida Prado, Homeoterápico, 
Murtinho Nobre. Desenvolvimento extraordinário da Homeopatia. 
1975 - Nova visão na Homeopatia. Medicina: Dr. Eizayaga, Puiggrós, Demarque, 
Paschero, Flores Toledo, Ortega, Elizalde, Vijnovski, Micaela Moise, Arturo Mendez, 
Boiron, Candegabe. Diversos cursos e palestras. Farmácia: produtos naturais e 
fitocosmética (Natura e Boticário). 
1976 - 1º ed. da Farmacopeia Homeopática Brasileira. Durante o mandato do Pres. 
Ernesto Geisel por uma comissão indicada pelo Ministério da Saúde, destacando-se 
Helena Minin. 
1978 - 14° Congresso Brasileiro de Homeopatia - Associação Paulista de Medicina 
SP. 
1979 - Reconhecimento da especialidade médica pela AMB (28/Jul) Fundada a 
AMHB (24/Nov). 
1980 - Conselho Federal de Medicina reconhece a especialidade por meio da 
apresentação de títulos. 
Década de 80: Cursospara formação e especialização de Médicos e Farmacêuticos 
nas principais associações de Homeopatia (IHB, APH, AMHP (Curitiba), UFMG 
(Uberlândia), AMHES (Vitória), Lamasson (Ribeirão Preto), AMHBH, UFRJ*, 
UFRGS*, Faculdade de Farmácia (Ponta Grossa), UF (Ouro Preto), IBEH (SP), 
USP*, UF (Brasília), etc. 
1986 - 18º Congresso Brasileiro de Homeopatia/SP - atendimento homeopático no 
INAMPS. 
1988 - 19º Congresso Brasileiro de Homeopatia – Gramado/RS. Reativação da 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
AMHB (Pres. Matheus Marim). + de 1000 participantes, 200 farmacêuticos. Ideia e 
compromisso de realização do Manual de Normas Técnicas. 
1989 - 1° Encontro Nacional de Farmacêuticos Homeopatas do Brasil (28/abr a 
1/Mai) – Rio de Janeiro. 
1990 - 2° ENFH (14 a 16/Jun) - SP, nasce a ABFH. AMHB - 1° Prova para título de 
especialista para médicos homeopatas (29/Jul). + de 4000 médicos homeopatas de 
500 a 600 Farmacêuticos Homeopatas. 
1992 - Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática - 1º edição. Súmula 
- Orientação para o Clínico. 
1995 - 2° Edição do Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática. 
1997 - Portaria nº 1.180, de 19 de agosto de 1997 - Aprova a Parte 1 da Segunda 
Edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira. 
 
Principais Associações Homeopáticas: 
 
• IHB (150 anos) 
• APH (60 anos) 
• Liga Homeopática do RGS (55 anos) 
• AMNP (20 anos) 
• AMHB 
• ABFH 
• ABVH 
• ABOH 
• IBEH 
• SBMH 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
 
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
2.1 DROGA 
 
 
Matéria-prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica constituída por 
um ou mais fármacos. 
 
 
2.2 FÁRMACO 
 
 
Produto ou substância que, em contato ou introduzida em um sistema 
biológico, modifica uma ou mais de suas funções, com finalidade terapêutica ou 
preventiva. 
 
 
2.3 MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO 
 
 
É toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o 
princípio da similitude, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou 
trituração sucessivas, com finalidade preventiva e terapêutica. 
 
 
2.4 SUCUSSÃO 
 
 
Consiste na agitação vigorosa e ritmada de fármacos sólidos e líquidos, 
solúveis e dissolvida em insumo inerte adequado, contra anteparo semirrígido. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
2.5 TRITURAÇÃO 
 
 
Consiste na redução de fármaco a partículas menores por ação mecânica, 
com lactose com excipiente, em geral de porcelana, visando solubilizar, diluir e 
dinamizar o mesmo. 
 
 
 
2.6 DINAMIZAÇÃO 
 
 
É a resultante do processo de diluições seguidas de sucussões e/ou 
triturações sucessivas de fármaco, em insumo inerte adequado, com a finalidade de 
desenvolvimento do poder medicamentoso. 
 
 
2.7 INSUMO ATIVO 
 
 
Droga ou fármaco que se constitui no ponto de partida para a preparação de 
medicamento. 
 
 
2.8 INSUMO INERTE 
 
 
Substância complementar de qualquer natureza, desprovida de propriedades 
farmacológicas ou terapêuticas e utilizada como veículo ou excipiente, bem como 
material de outra origem destinado ao acondicionamento de formas farmacêuticas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
2.9 PONTO DE PARTIDA 
 
 
Tintura-mãe, droga ou fármaco utilizado como ponto inicial para a obtenção 
das formas farmacêuticas derivadas. 
 
 
 
 
 
2.10 FORMAS FARMACÊUTICAS 
 
 
São preparações resultantes da manipulação de insumos ativos e inertes de 
acordo com as regras da farmacotécnica homeopática. 
 
 
2.11 FORMA FARMACÊUTICA BÁSICA 
 
 
Preparação que constitui o ponto inicial para as formas farmacêuticas 
derivadas. 
 
• Tintura-mãe: É a preparação líquida, resultante da ação dissolvente e/ou 
extrativa de um insumo inerte hidroalcoólico sobre uma determinada droga. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
2.12 FORMA FARMACÊUTICA DERIVADA 
 
 
São preparações oriundas de forma farmacêutica básica ou a própria droga, 
representando desconcentrações obtidas por meio de diluições seguidas de 
sucussões e/ou triturações sucessivas. 
 
• Formas Farmacêuticas Derivadas de Uso Interno: 
- Formas Líquidas: dose única líquida e preparações líquidas 
administradas sob a forma de gotas. 
- Formas sólidas: comprimidos dose única sólida, glóbulos, pós e 
tabletes. 
- Formulações Farmacêuticas: com um ou mais insumo ativo: 
formulações líquidas e sólidas (comprimidos, glóbulos, pós e tabletes). 
 
• Formas Farmacêuticas Derivadas de Uso Externo 
- Formas Líquidas: linimentos, preparações nasais, preparações 
oftálmicas e otológicas. 
- Formas sólidas: apósitos medicinais, pós-medicinais e supositórios. 
- Formas Semissólidas: cremes, géis, géis-creme e pomadas. 
 
 
2.13 FORMAS FARMACÊUTICAS DE USO EXTERNO 
 
 
Correspondem à incorporação de formas farmacêuticas derivadas em 
insumos inertes adequados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
2.14 ESCALAS 
 
 
São as proporções (Insumo ativo: Insumo inerte) seguidas na preparação 
das diferentes diluições. As dinamizações são preparadas segundo as escalas: 
Centesimal, Decimal e Cinquenta milesimal. 
- Escala Centesimal: a diluição é preparada na proporção de 1:100 (Insumo ativo: 
Insumo Inerte). 
- Escala Decimal: a diluição é preparada na proporção de 1:10 (Insumo ativo: 
Insumo Inerte). 
- Escala Cinquenta Milesimal: a forma derivada obedecerá a proporção de 1:50.000. 
 
 
2.15 POTÊNCIA 
 
 
É o poder medicamentoso da droga ou fármaco, desenvolvido por meio da 
dinamização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HOMEOPATIA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
 
 
MÓDULO II 
 
 
3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA HOMEOPATIA 
 
 
Para que possamos compreender melhor e corretamente os quatro 
princípios básicos em que se fundamenta a doutrina homeopática devemos falar um 
pouco sobre a energia vital. A energia vital é a energia responsável pela 
manutenção da vida nos seres vivos; é a energia que se desprende do corpo físico 
quando ocorre a morte. Essa energia não é perceptível aos nossos sentidos e no 
homem é a parte integrante de um composto substancial que inclui o corpo físico, a 
mente e o espírito. 
Quando sua energia vital vibra harmonicamente, encontra-se em perfeito 
estado de saúde, ou seja, não se observam sinais e sintomas, tanto nos planos 
físico, emocional ou mental. Isso significa que ele está apto a se realizar como ser 
humano porque pode usufruir livremente da inteligência para dirigir sua vontade e 
manter-se em estado de saúde. 
Quando a energia vital se desequilibra, começa a aparecer um conjunto de 
reações, muitas vezes imperceptível se não estivermos atentos. Inicialmente ao 
nível da imaginação, com sonhos desagradáveis ou sensações desconfortáveis, a 
seguir, sintomas ao nível emotivo-efetivo como, por exemplo, fobias, inseguranças, 
ciúmes, desconfianças, tristezas indefinidas, etc., e posteriormente surgem os 
sintomas físicos. 
Por que a energia vital se desequilibra? Conflitos internos, ações incorretas, 
estão no cerne desse desequilíbrio, isto é, o emprego inadequado da vontade, das 
escolhas como ser humano. Nos animais e nas plantas as doenças ocorrem 
principalmente devido às alterações no meio ambiente provocadas, em geral, pelo 
próprio homem. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
 
4 PRINCÍPIOS BASICOS DA HOMEOPATIA 
 
 
4.1 LEI DOS SEMELHANTES 
 
 
Hahnemann retomou ao princípio da semelhança de Hipócrates quando 
realizou a primeira experiência com quinino em si mesmoe sentiu que havia 
encontrado a reposta à sua procura por uma arte de curar lógica e realmente eficaz 
e curativa. Realizou suas experiências com metodologia científica, obtendo 
resultados que podem ser reproduzidos quantas vezes se desejar e sempre 
semelhantes. 
Para melhor compreensão da diferença entre o princípio dos semelhantes e 
o princípio dos contrários vamos usar uma imagem criada pelo eminente médico Dr. 
H. A. Roberts em seu livro “Os Princípios e a Arte da Cura pela Homeopatia”: 
Imaginemos um trem (enfermidade) correndo a uma determinada velocidade; para 
controlá-lo podemos enviar um trem em sentido contrário (medicamento alopático) 
ou um trem no mesmo sentido (medicamento homeopático), mas em uma 
velocidade maior e que após o encontro, imprime na energia vital um padrão 
vibratório semelhante e mais forte que o preexistente. 
As substâncias da natureza têm a potencialidade de curar os mesmos 
sintomas que são capazes de produzir. Exemplificando de uma maneira bem 
simplista: se uma pessoa ingerir doses tóxicas de uma substância chamada 
Arsenicum álbum, irá apresentar sintomas como dores gástricas, vômitos e diarreia: 
se, por outro lado, dermos essa mesma substância, preparada homeopaticamente, a 
um enfermo que apresenta dores gástricas, vômitos e diarreia com características 
semelhantes àquelas causadas pelo medicamento em questão, obteremos como 
resultado a cura desses sintomas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
 
4.2 EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SÃO 
 
 
O princípio é que as experiências com medicamentos devem ser realizadas 
em homens sãos, para que então possam ser usados em homens enfermos. Por 
que em homens são e não em animais? A doença se manifesta não só por sinais 
objetivos observáveis pelos sentidos, mas também por sintomas e sensações 
subjetivas. Não seria possível registrar completa e fielmente as sensações 
subjetivas de cães ou gatos, pois estes não poderiam comunicá-las durante as 
experimentações. Não existem dois seres humanos exatamente iguais na saúde ou 
na doença, cada um tem sua individualidade, sua impressão digital. 
Poder-se-iam os animais assemelhar-se aos seres humanos mais do que os 
próprios seres humanos entre si? Para tratamento dos animais ou das plantas 
usamos os resultados das experimentações nos seres humanos, por analogia de 
sintomas, até que sejam realizadas experimentações específicas para cada espécie. 
As experimentações são realizadas pela administração de uma determinada 
substância a um grupo de indivíduos, considerados saudáveis após passarem por 
exames clínicos e laboratoriais, chamados experimentadores, e que não sabem que 
substâncias estão experimentando. 
Em cada experimentação os sintomas físicos, mentais, emocionais, as 
sensações e alterações do modo de ser e estar, de reagir e interagir com o meio, 
que vão sendo cuidadosamente anotados e posteriormente classificados e 
analisados, dando origem ao que chamamos de PATOGENESIA. Muitos 
medicamentos foram experimentados e reexperimentados várias vezes e por muitos 
autores. 
Outros medicamentos foram menos estudados e necessitam de novos testes 
para ampliar nosso conhecimento e seu campo de atuação. É a esses conjuntos de 
sintomas, isto é, às Patogenesias, que o médico homeopata recorre a fim de 
encontrar o medicamento mais semelhante a cada caso, o medicamento Simillimum. 
Diante do exposto, é fácil mudar o conceito de que “se o medicamento homeopático 
não faz bem, mal não faz”. Como vimos, o medicamento homeopático pode 
potencialmente provocar os mesmos sintomas que são capazes de curar. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
4.3 MEDICAMENTO ÚNICO 
 
 
Hahnemann recomendava o uso de apenas um medicamento de cada vez, o 
medicamento que contivesse o maior número de sintomas que o paciente apresenta. 
Durante o tratamento buscamos individualizar ao máximo cada paciente, sendo o 
“grande ideal” de o médico homeopata encontrar o Simillimum do seu paciente. 
Como já foi dito anteriormente, na maior parte das vezes nem sempre é possível 
identificá-lo na primeira consulta. 
Geralmente, o que conseguimos é, nas primeiras consultas, prescrever 
medicamentos similares àquele que o paciente necessita, isto é, um medicamento 
que cobre parcialmente os sintomas que o paciente apresenta, mesmo porque 
também o conhecemos apenas parcialmente no início do tratamento. A 
recomendação de medicamento único se refere a cada prescrição. 
Queremos deixar bem claro que o médico homeopata nunca estará fazendo 
experiências nos seus pacientes e sim progressivamente ajustando a medicação 
mais adequada. Enquanto restarem sintomas o médico homeopata não estará 
contente e estará buscando um medicamento que realmente cure todos os sintomas 
do seu paciente. Na primeira consulta conseguimos obter uma caricatura do 
paciente e, nas demais, vamos progressivamente acertando os detalhes mais finos 
da pintura; o objetivo é chegar o mais próximo possível de uma fotografia. 
 Existem divergências, como em todos os setores do conhecimento humano, 
entre as várias escolas homeopáticas em todo mundo. Todas têm suas razões e 
ponderações. Temos basicamente três tendências: a UNICISTA, que usa apenas 
um medicamento por vez, a PLURALISTA, que usa mais de um medicamento por 
vez, e a ALTERNISTA, que intercala dois ou mais medicamentos em horários 
preestabelecidos. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
4.4 DOSES MÍNIMAS E DINAMIZADAS 
 
 
No início de suas experiências Hahnemann usava medicamentos diluídos, 
porém ainda contendo matéria. Com o tempo foi percebendo que essas diluições 
ainda eram suficientemente fortes para causarem, às vezes, sérias agravações. 
Devido a essas reações indesejáveis, passou a diluir cada vez mais os 
medicamentos, percebendo que obtinha melhores resultados quando eram também 
agitados de maneira ritimada, o que chamou de sucussão. 
Foi assim que chegou às doses infinitesimais (extremamente diluídas) e 
dinamizadas. A técnica de sucussão (agitação ritimada) utilizada por Hahnemann lhe 
foi ensinada por um amigo alquimista, que disse tal procedimento “retirar a alma das 
substâncias”. Observou que à medida que a massa ia sendo diluída, mais energia as 
substâncias pareciam desprender. 
Não era a quantidade de substância que importava, ao contrário, quanto 
menor a quantidade presente e, quanto mais agitada era a diluição, maior o 
potencial de energia que atua sobre a Energia Vital. A dose diminuta prescrita pelo 
homeopata não é mera diluição ou atenuação da droga forte. Ela é o que se chama 
potência, isto é, algo que possui poder. 
As doses mínimas e dinamizadas, que sempre foram e continuam sendo 
inseparáveis da prática homeopática, têm sido com certeza o maior obstáculo à 
aceitação e adoção desse método terapêutico com maior amplitude pelos médicos 
em geral. Por lidarmos com sintomas subjetivos e com um tipo de energia 
extremamente sutil, as pesquisas devem ser realizadas dentro de um novo 
paradigma, com outros instrumentos de análise dos resultados. 
 
 
5 SEMIOLOGIA MÉDICA HOMEOPÁTICA 
 
 
Semiologia: estudo de sinais e sintomas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 Sintomas Homeopáticos: 
 
a) Conceitos: 
 
Segundo Hahnemann, os sintomas são: 
 
Uma manifestação anômala na maneira de sentir e de operar da parte do 
organismo acessível aos sentidos do observador e do médico, produzidos 
pela desarmonia da força vital que provoca as desagradáveis sensações 
que experimenta o organismo e o impele a reações anormais que 
conhecemos com o nome de enfermidade. 
 
Para Carrol Dunham, sintomas “são tudo o que distingue o homem diante de 
si mesmo, quando não está doente”. Os sintomas não são outra coisa que a 
expressão da perturbação da força vital. Os sintomas são distintos graus das 
características anímicas do estado psíquico normal. 
 
b) Classificação dos sintomas homeopáticos: 
 
b.1 - Segundo quem senteou percebe os sintomas, seja o paciente ou o observador. 
{Objetivos/Subjetivos} 
 
b.2 - Segundo a localização que apresentem nas diversas esferas orgânicas. 
{Mentais/Gerais/Locais} 
 
b.3 - Segundo a maior ou menor frequência com que habitualmente se apresentam 
na população enferma. {Comuns/Patognomônicos/Característicos/Peculiares/Raros} 
 
Sintomas subjetivos: são sofridos ou percebidos somente pelo enfermo sem 
que o observador possa ter conhecimento deles, a menos que o próprio paciente o 
manifeste. A este grupo correspondem numerosos sintomas mentais, tais como 
temores, penas, ilusões, etc, e todas as manifestações dolorosas com suas 
sensações respectivas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
Sintomas objetivos: quando podem ser apreciados pelo observador ou o 
médico, tais como alterações no aspecto, forma ou volume de algum setor orgânico, 
transtornos nos movimentos, nos sons normais de certos órgãos (coração, pulmão), 
alterações nas excreções normais, secreções patológicas, etc, assim como 
alterações detectadas por meio de exames laboratoriais (sangue, urina, fezes, etc). 
Incluem também nesse grupo os processos inflamatórios e neoplásicos. 
Naturalmente, muitos desses fenômenos objetivos podem e são observados pelo 
próprio paciente. 
 
Quanto à localização: 
 
Sintomas mentais: quando suas manifestações consistem em transtornos 
psíquicos da afetividade, do juízo, da inteligência, ilusões, alucinações, etc. 
 
Sintomas gerais: manifestações que devem ser referidas à totalidade do 
organismo e são a expressão de uma perturbação geral como: o cansaço, a 
debilidade, a insônia ou sonolência, alterações da transpiração, da temperatura, o 
apetite, os desejos sexuais, os desejos e aversões. São as expressões do estado 
geral do paciente frente a distintas circunstâncias. Pergunta: “como se sente”. 
Sintomas locais: quando os transtornos envolvem somente um setor da 
economia, um aparelho ou um órgão sem repercussão no estado geral, tais como 
dores, inflamações, tumores, etc. 
 
Segundo sua Frequência: 
 
Sintomas Comuns: quando se apresentam em grande quantidade de pa-
cientes e de enfermidades e são também produzidos por grande quantidade de 
medicamentos nas experimentações patogênicas, na esfera mental, geral ou local. 
Ex: irritabilidade, insônia, déficit de memória, a tristeza, a cefaleia, o cansaço, a 
febre, a falta de apetite, etc. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
Sintomas patognomônicos: quando são fundamentais para diagnóstico 
fisiopatológico, o qual não pode ser formulado até que se achem presentes Ex: 
hiperglicemia nos diabetes, o exantema morbiliforme no sarampo. 
 
Sintomas característicos: quando ao sintoma comum se agrega uma 
modalidade reacional de agravação ou melhoria. Esta modalidade singulariza e 
circunscreve o sintoma, de maneira tal que já não são muitos os sujeitos que 
apresentam, nem são tantos os remédios. Ex: cefaleia que se agrava pelo 
movimento e por tossir e que se alivia pela pressão externa. 
 
Sintomas peculiares: quando possuem alguma modalidade ainda menos 
frequente que as anteriores e provocadas patogeneticamente por uns poucos 
medicamentos. Ex: cefaleia quando tem fome (antes de comer). 
 
Sintomas raros: quando escassos indivíduos e pouquíssimos remédios ou 
um só os produz. Ex: alegria durante as tormentas (tempestades). 
 
 
6 MODALIDADES 
 
 
6.1 SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO 
 
 
Constitui modalidade de um sintoma, a condição de agravação ou de 
melhora do mesmo, sendo tanto mais importante quanto mais nítido e intensamente 
influenciar determinada manifestação, portanto representa um fenômeno dinâmico 
determinado pelo genótipo, atuando sobre o modo reacional do organismo frente a 
determinadas circunstâncias. Reflete diferentes tendências individuais em manifestar 
sintomas, síndromes e estados mórbidos, que se deixam favorecer ou prejudicar 
frente aos diferentes fatores. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
6.2 SÍNTESES DAS MODALIDADES PRINCIPAIS 
 
 
As modalidades que qualificam os sintomas comportam variantes do ritmo, 
horário e periodicidade; do modo de aparecimento e de desaparecimento; de relação 
com atividades e atos fisiológicos de natureza alimentar, de relação com 
eliminações; de posição, movimentos; de condições metereológicas e de fatores 
psíquicos, acrescidos ainda por circunstâncias excepcionais e raras. 
 
Modalidades de Exclusão 
Incluem modalidades relacionadas à menstruação, à sensibilidade ao frio e 
ao calor, bem como ao estado reacional de estenicidade e astenicidade. 
 
Modalidades Horárias 
Obedecem a ritmos biológicos e dependem de processos fisiológicos 
relacionados ao repouso, ao metabolismo e ao catabolismo. 
 
Modalidades de Periodicidade 
Geralmente se refere à dor, às eliminações, às erupções e à febre, indicando 
intervalos de horas, dias, semanas, meses ou anos, sendo dificilmente detectada no 
decurso das experimentações. 
 
Modalidades de Aparecimento e Desaparecimento de Sintomas 
O modo de instalação e desaparecimento de sintomas isolados ou de um 
quadro mórbido, lento ou súbito, representa aspecto definido frequente em 
numerosas patogenesias. São principais variantes desta natureza: 
 
a) Aparecimento e desaparecimento lento; 
b) Aparecimento lento e desaparecimento brusco; 
c) Aparecimento e desaparecimento brusco; 
d) Aparecimento brusco e desaparecimento lento; 
e) Instalação progressiva. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
Modalidades Relacionadas a Funções Normais 
Inumeráveis variantes modalizadoras estão relacionadas a atividades 
fisiológicas no sentido de aparecimento, agravação ou melhora de sintomas. 
Costuma-se dizer que “tal” doença piora por “tal” condição fisiológica e vice-versa. 
 
Modalidades de Natureza Alimentar 
A ingestão alimentar oferece variantes como: 
a) Intolerância – como expressão de incapacidade digestiva ou de 
hipersensibilidade, relacionada ao metabolismo. 
b) Fator de agravação ou melhora – modalizando condições já presentes. 
c) Causalidade – despertando condições até então ausentes. 
d) Aversão e desejo – por determinados alimentos como expressão do 
terreno individual. 
 
Modalidades de Secreções e Excreções 
Constituem situações importantes de modalidade: 
a) Variações da urina – odor, aspecto, sedimento. 
b) Tipos de hemorragia – ativa, passiva, de sangue escuro. 
c) Variações da saliva – espessa, aderente, fétida. 
d) Transpiração – fétida, pegajosa, oleosa, localizada. 
e) Variantes de evacuação intestinal – diarreica, sanguinolenta, 
esverdeada, de odor cadavérico. 
 
Modalidades de Posição 
A atitude preferencial do doente, além de lhe proporcionar alívio, contribui 
como sinal raro por si mesmo e confere hierarquia a outras manifestações pouco 
importantes. Exemplos: 
• Deitado sobre lado direito. 
• Deitado sobre lado esquerdo. 
• Deitado sobre a parte dolorosa. 
• Deitado sobre superfície dura. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
Modalidades de Movimentos 
O movimento proporciona agravação ou melhora em variantes ilimitadas: 
• Rápido. 
• Contínuo. 
• Lento. 
• Brusco. 
• Viajando. 
 
Modalidades Metereológicas 
Referem-se às estações do ano, ao grau de umidade, à temperatura, à 
tempestade, ao tempo nublado, vento, sol, mar e montanhas. 
 
Modalidades raras 
A anamnese considera todas as informações do doente, mesmo àquelas 
sem relação aparente ao diagnóstico, na certeza de que, quanto mais bizarras, mais 
estranhas ou absurdas forem, melhor personalizado se tornará o apanho do caso 
clínico. 
 
 
7 TOMADA DO CASO 
 
 
7.1 SIGNIFICADO 
 
 
Proceder ao apanhado do caso significa escutar, interrogar, observar e 
examinar determinados doentes, procurando obter a mais perfeita totalidade dos 
sinais e sintomas capazes de refletir a imagem do seu estado mórbido 
personalizado. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
7.2 DIFICULDADES NO APANHO DO CASO 
 
 
Trêsfatores interferem no apanho do caso, dificultando a correlação 
patogenética. 
1. Doente – quando preocupado com o diagnóstico, o paciente insiste nas 
queixas patológicas, ocultando sintomas que julga alheios à doença. 
2. Médico – para prescrever, o homeopata necessita conhecer número 
razoável de patogenesia, a fim de enquadrar o paciente na personalidade 
de uma delas. 
3. Deficiência da matéria médica – a droga que melhor se adaptaria a 
determinado doente talvez ainda não tenha sido experimentada, sendo 
ignorada a sua patogenesia. 
 
 
7.3 TOTALIDADE DE SINTOMAS 
 
 
A totalidade dos sintomas, decisiva para identificação patogenética, abarca 
sinais e sintomas mentais, gerais, locais e patognomônicos, tanto no aspecto 
comum como peculiar de cada um, todos eles valorizados por meio de qualificações 
e modalidades marcantes e sem explicação, que traduzem o modo racional de cada 
doente, permitindo caracterizá-lo dentro da doença. 
 
 
7.4 SÍNDROME MÍNIMA DE VALOR MÁXIMO 
 
 
Essa expressão designa o conjunto de manifestações dotadas de 
características marcantes e raras, suficientes para individualizar um medicamento. 
No cômputo da totalidade clínica, caberá ao médico selecionar aqueles sintomas 
bizarros, estranhos, peculiares e sem explicação, não integram o diagnóstico 
nosológico, mas pertencem de modo exclusivo ao doente. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
8 INTOXICAÇÃO 
 
 
Na homeopatia moderna, casos de intoxicação são raros ou praticamente 
não ocorrem. Hahnemann observou que doses subtóxicas exerciam ação 
predominante na melhora do doente, dando origem às doses mínimas seguidas de 
diluição e dinamização. 
 
 
8.1 ORIGEM DAS DOSES MÍNIMAS 
 
 
Dentro do raciocínio da semelhança adota-se a aplicação clínica das drogas 
em doses reduzidas, embora em nível ponderável, sobrevindo curas sempre que a 
correlação de semelhança era obedecida. Hahnemann procedeu à redução das 
doses em uma técnica de diluição em água e álcool, em escala centesimal 
progressiva, tendo o cuidado de homogeneizar cada diluição pelo procedimento das 
sucussões; receoso de tal conduta viesse a prejudicar o efeito terapêutico, 
surpreendeu-se ao constatar que as diluições não apenas conservavam, mas 
adquiriam maior potencial curativo. 
Este fato motivou a descoberta do poder farmacodinâmico em substâncias 
até então consideradas inertes e possibilitou a elaboração de patogenesias com 
substâncias tóxicas. 
 
 
8.2 DILUIÇÃO E DINAMIZAÇÃO 
 
 
As doses mínimas ou infinitesimais se vinculam à lei da semelhança. O fato 
das diluições sucussionadas adquirirem poder dinâmico crescente faz com que os 
termos diluição, potência e dinamização passassem a ser indistintamente 
empregadas sob o ponto de vista prático, pois não se admite em Homeopatia uma 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
diluição que não esteja sistematicamente complementada por sucussões, numa 
técnica padronizada, sendo a escala centesimal a única de exatidão matemática 
válida para trabalhos científicos. 
A descoberta do poder farmacodinâmico das doses mínimas tornou as 
doses ponderáveis desnecessárias e contraindicadas, portanto, o termo intoxicação 
está afastado da homeopatia moderna. 
 
 
9 PATOGENESIA 
 
 
Ao conjunto de manifestações apresentadas pelo indivíduo sadio e sensível, 
durante a experimentação de uma droga, foi dado o nome de patogenesia. A reunião 
dos quadros experimentais devidamente catalogadas ou patogenesias passou a 
constituir a Matéria Médica Homeopática. A experimentação com a China officinalis 
proporcionou a primeira patogenesia. 
Sintoma patogenético e qualquer manifestação observada pelo experimento 
no homem sadio. Além dos sintomas patogênicos propriamente ditos, induzidos no 
indivíduo sadio por determinada substância em doses diversas, porém não tóxicas, 
foram também incorporadas à Matéria Médica os efeitos registrados nas 
intoxicações acidentais bem como aqueles sintomas e sinais curados na clínica 
durante a utilização de determinada droga. Englobando o tema patogenesia 
podemos citar as agravações homeopáticas. 
 
 
9.1 CONCEITO DE AGRAVAÇÃO 
 
 
É o aumento de todos os sintomas importantes da doença que seguem à 
administração do remédio específico, agravação esta tanto mais aparente quanto 
maior a similitude ao remédio escolhido. Inicialmente, foram reconhecidos dois tipos 
de agravação: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
a) Agravação homeopática ou medicamentosa, 
b) Agravação patogenética. 
 
 
9.2 AGRAVAÇÃO COMO RESSONÂNCIA PATOGENÉTICA 
 
 
No prosseguimento clínico distinguiu Hahnemann dois tipos de agravação – 
a homeopática e a patogenética – a primeira expressando sintomas inicialmente 
presentes no doente e a segunda revelando sintomas novos inerentes à patogenesia 
da droga empregada. O indivíduo sob experimentação somente desenvolverá 
sintoma se for sensível à droga testada, a qual despertará uma condição até então 
latente que se manifestará como sinal profético daquilo que, infalivelmente, iria 
acontecer no futuro desse experimentador. 
Assim interpretada, a agravação patogenética é também a homeopática, 
como soma resultante da doença medicinal ou experimental, com a sintomatologia 
potencial ainda subclínica. Das duas reações de defesa despertadas no organismo – 
uma pela doença natural e outra pelo medicamento – advém a resultante comum, 
mais potente e mais eficaz que persistirá depois de dissipada a presença energética 
do Simillimum* responsável pela defesa adicional. 
Esta resultante, suficiente para o reequilíbrio, eventualmente se torna mais 
do que suficiente, ocasionando transitório tumulto clínico. 
 
*Simillimum: Medicamento cujos sintomas patogenéticos ou de experimentação no 
homem sadio coincidem com a totalidade sintomática de determinado quadro 
mórbido. Representa o remédio adequado do doente. 
 
 
10 A ANAMNESE HOMEOPÁTICA 
 
 
ANAMNESE: do grego Anámnesis, “o relato dos padecimentos feitos pelo 
doente à cordialidade inquisidora do médico” (MIGUEL TORGA, Diário, p. 55-56). 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
“Informação acerca do princípio e evolução de uma doença até a primeira 
observação do médico” (A.B.H.F.). 
O médico deve ter: boa vontade; boa disposição; compreensão; respeito à 
liberdade do enfermo para expressar-se e paciência. 
“O enfermo é o único que tem a chave do medicamento”. 
“O médico deve ser um cúmplice, um companheiro”. 
“Resgatamos o encontro humano que os aparatos tecnológicos afastaram”. 
 
Atitude do médico = neutralidade com cumplicidade. Fazer sentir ao paciente 
o interesse do médico. “O 1º ato do médico é dar a mão”. 
 
Analisar todas as características para proporcionar uma boa relação médico-
paciente. 
1) O olhar: 
 
— detalhes da atitude: se acercar do paciente; 
— atitude receptiva: intenção envolvente; 
— envolver o paciente em uma atmosfera de proteção = olhar abraçador; 
— com o olhar: estou disposto a escutar-lhe, vou ser discreto e 
compreensivo, necessito que me fale = olhar 
2) O silêncio e a pausa: 
inquisitivo. 
 
 
— o silêncio do médico outorga o passaporte para o paciente poder falar; 
— tempo para pensar – rebobinar o K-7 de sua vida e ligar de novo; 
— permite ao paciente desenvolver seus pensamentos para oferecer ao 
seu médico. 
 
3) A Palavra: ama, fere e mata: 
 
— o tom da voz; 
— a linguagem deve ser acessível ao paciente; 
— a linguagem deve ser pessoal. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
 
4) A escritura: 
 
Escrever com os mesmos termos do paciente, frouxamente, não deixando 
de observar as expressões do paciente. “O momento de escrever como de perguntar 
é ditado pelo paciente”. Como um jogo de xadrez: 1ª jogada = em que posso ajudar. 
Aguardar a jogada do paciente e seguir estimulando até o xeque-mate = história 
biopatográfica
a. Deixar o paciente falar livremente; 
. 
 
O que o médico deve fazer: 
b. Escrever cada sintoma ou grupo de sintomas; 
c.Os sintomas devem ser escritos na linguagem do paciente; 
d. Circunscrever-se a um grupo de sintomas até esgotar tudo; 
e. As perguntas devem ser: gerais, amplas, indiretas e vagas. 
 
O que o médico não deve fazer: 
a. Interromper o relato do paciente; 
b. Insistir em perguntas que não consegue resposta; 
c. Formular perguntas: dirigidas – alternantes – sim ou não 
 
 
A FICHA CLÍNICA: 
 
1) Identificação; 
2) Queixas e duração – ouvir, anotar e detalhar ao máximo; 
3) Interrogatório sobre diversos aparelhos; 
4) Antecedentes pessoas e familiares; 
5) Alimentação: Apetite? Desejos e aversões? Sabor? Temperatura; 
6) Sede: Como é? Horário? Desejos e aversões? 
7) Transpiração como é? Onde é mais? Odor? Mancha? 
8) Meteorológicos: Calor? Frio? Sol? Chuva? Campo? Praia? Vento? 
9) Períodos: nas 24 horas do dia: menos ou mais disposição? 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
10) Sono/sonhos: como é? Posição? O que faz durante? Sonha? Repetem? 
11) Medos – temores: quais? 
12) Mentais – como é sua maneira de ser? Choro? Consolo? Emoções? 
Sofrimentos? Afeto? Carinho? Ciúmes? Feliz? Morte? 
13) Biopatogrófico: fato(s) que marcaram o paciente profundamente? 
14) Exame físico: biotipo – face, pele e anexos – atitudes, etc. 
 
Verificar tudo para ver se tem os sintomas mentais e a totalidade dos 
sintomas característicos com os de algum remédio. O exame individual de 
um caso de doença requer, da parte do clínico, isenção de preconceitos, 
sentidos apurados, atenção ao observar e fidelidade em anotar o caso de 
doença (HAHNEMANN). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II 
AN02FREV001/REV 4.0
CURSO DE
HOMEOPATIA
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
49
MÓDULO III
11 ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
A - Derivados de vegetais: o maior número deles:
I - Plantas inteiras: Belladonna, Aconitum napelus
Partes delas: Symphytum officinalis (raízes frescas)
Sanguinaria canadensis (raízes frescas)
Nux vomica (sementes)
Lycopodium clavatum (esporos)
II - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS)
Ex.: Asa foetida, Terebinthina oleum, Hura brasiliensis, Opium (resinas 
vegetais)
III - Produtos patológicos (NOSÓDIOS)
Ex: Secale cornutum (fungo Claviceps purpurea que cresce 
sobre o grão de centeio).
Ustilago maydis (fungo sobre grão de milho)
Solanum tuberosum aegrotans (fungo que cresce na batata = 
Solanum tuberosum).
B - Derivados de animais:
I - Inteiros, partes, frescos ou secos, vivos ou mortos
Ex: Apis mellifica (abelhas vivas)
Cantharis vesicatoria (cantáridas secas)
Tarantula cubensis e Tarantula hispanica (aranhas inteiras)
AN02FREV001/REV 4.0
50
II - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS)
Ex: Lachesis trigonocefalus, Crotalus horridus, Naja vipera 
(venenos de cobras)
Sepia succus (tinta de polvo)
Mephitis putorius (secreção de glândulas anais de um tipo 
de raposa)
Moschus (musk)
Lac defloratum e Lac caninum (leites)
Calcarea ostrearum (pó de cascas de ostras)
III - Produtos patológicos (NOSÓDIOS), bactérias ou suas toxinas, 
órgãos doentes ou suas secreções.
Ex.: Tuberculinum, Syphilinum, Psorinum, Streptococcinum
IV - ORGANOTERÁPICOS, obtidos de órgãos frescos ou secos, ou 
de suas secreções, como os hormônios.
Ex.: Thyreoidinum, Ovarium, Insulina, Adrenalina
V - AUTOISOTERÁPICOS ou AUTONOSÓDIOS: produtos 
fisiológicos ou patológicos de um doente, utilizados com a finalidade 
de tratar sua própria doença. São as “autovacinas homeopáticas”, 
geralmente preparadas a partir de secreções do nariz, orofaríngea, 
sangue (auto-hemoterápicos), pele (eczemas, pus, carcinomas), urina, 
fezes, etc.
C - Derivados do reino mineral:
I - Origem natural:
Ex.: Aurum metalicum (Ouro), Kali carbonicum (carbonato de 
potássio obtido das cinzas de plantas), Natrum muriaticum (sal 
marinho não purificado), Graphites (produto inglês da mina de 
Borrowdale), Petroleum (da Áustria), Mica (completamente 
branca, da Índia), Sulphur (da Itália).
AN02FREV001/REV 4.0
51
II - Origem industrial, sintética: sais orgânicos, vitaminas.
Ex.: Sulfanilamida, Mercurius iodatus ruber, diversas 
penicilinas.
III - Preparações exclusivamente homeopáticas:
Ex.: Hepar sulphuris = cascas de ostras em pó com enxofre
Causticum = mistura de cal em água, com bissulfito de 
potássio e água fervente
Mercurius solubilis = nitrato de protóxido de mercúrio com 
amônia
Calcarea acetica = pó de cascas de ostras com vinagre 
de vinho
D - Imponderáveis: não enquadrados nos casos anteriores:
Ex.: Magnetis polus arcticus, Eletricidade, Raios-X, Raio de sol, Raio de 
lua.
NOMENCLATURA ATUAL: corretos, porém pouco usados.
Calcium e não Calcarea
Barium e não Baryta
Kalium e não Kali
Natrium e não Natrum
MEDICAMENTOS INSOLÚVEIS: não podem ser aviados como gotas ou glóbulos 
até CH3, só como pós ou comprimidos. Ex.: Calcarea carbonica CH 1 pó ou 
comprimido.
MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS: bioterápicos. Devem ser aviados em potência 
igual ou superior a CH I2, para garantir sua esterilidade. Ex.: Meningococcinum CH 
I2.
AN02FREV001/REV 4.0
52
MEDICAMENTOS TÓXICOS: não podem ser usados em baixas potências: 
Arsenicum album CH 1, Lachesis CH 1, Mercurius solubilis CH 1, tinturas-mãe 
tóxicas em uso interno (Belladonna, Arnica Montana, Rhus toxicodendron, etc.
MEDICAMENTOS “PROSCRITOS”: não têm efeito psicotrópico em CH6 e em CHI2 
não têm mais matéria. Ex: Opium, Cannabis sativa, Cannabis indica, Cocaína, LSD.
12 VEÍCULOS E EXCIPIENTES
Veículos e excipientes, também chamados de insumos inertes, são 
substâncias utilizadas em Homeopatia para realizar diluições, incorporar 
dinamizações e extrair os princípios ativos de drogas e na elaboração das tinturas 
homeopáticas. Eles são muito importantes, uma vez que chegam a fazer parte 
integral do medicamento homeopático, daí a necessidade de atenderem às 
condições de pureza exigidas pelas farmacopeias.
Os veículos e excipientes utilizados em Homeopatia são a água, o álcool 
etílico, a glicerina, a lactose e a sacarose, bem como os glóbulos, microglóbulos, 
comprimidos e tabletes inertes.
12.1 ÁGUA
A água utilizada em Homeopatia é a água pura obtida por meio de 
destilação, bidestilação, deionização com filtração esterilizante e osmose reversa. 
Ela deve apresentar-se límpida, incolor, inodora e isenta de impurezas, como 
amônia, cálcio, metais pesados, sulfatos e cloretos. Seu acondicionamento é feito 
em recipientes bem fechados, em geral barriletes de vidro ou PVC, devendo ser 
renovada todos os dias, pela manhã.
AN02FREV001/REV 4.0
53
A destilação é o processo mais recomendado para as farmácias homeopá-
ticas, pois obtemos água teoricamente estéril a baixo custo. A título de curiosidade 
histórica, Hahnemann empregava a água da chuva ou da neve derretida para a 
preparação dos medicamentos homeopáticos. Hoje, não devemos utilizá-las pelo 
alto índice de poluentes encontrados na atmosfera.
12.2 ÁLCOOL
O álcool utilizado em Homeopatia é o álcool etílico bidestilado obtido em 
alambiques de vidro. Ele deve apresentar-se límpido, incolor, com odor 
característico, sabor ardente e isento de impurezas, principalmente aldeídos e 
alcoóis superiores. Seu acondicionamento deve ser feito em recipientes herméticos, 
como bombonas de polietileno que não tenham sido usadas para outros fins, longe 
do fogo ou do calor. 
Hahnemann utilizava álcool de uva, apresentando o álcool de cereais e o de 
cana-de-açúcar características quase idênticas, podendo também ser utilizados.
Empregamos o álcool nas mais diversas graduações para a elaboração das tinturas 
e dinamizações homeopáticas.
Álcool20%: é empregado na passagem da forma sólida (trituração) para a forma 
líquida.
Álcool 30%: é utilizado na dispensação de medicamentos homeopáticos 
administrados sob a forma de gotas.
Álcool 70%: é empregado nas dinamizações intermediárias.
Álcool igual ou superior a 70%: é utilizado na preparação de dinamizações que irão 
impregnar a lactose, os glóbulos, os comprimidos e os tabletes, bem como na 
moldagem de tabletes.
Álcool 96%: é empregado na dinamização de medicamentos preparados na escala 
cinquenta milesimal-LM (proporção 1/50.000).
AN02FREV001/REV 4.0
54
Diferentes diluições alcoólicas: são utilizadas na elaboração das tinturas 
homeopáticas e na diluição de drogas solúveis, nas três primeiras dinamizações 
centesimais (1/100) ou nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10).
12.3 GLICERINA
A glicerina utilizada em Homeopatia é a glicerina bidestilada obtida em 
alambiques de vidro para evitar a presença de metais. Seus principais 
contaminantes são a acroleína, compostos amoniacais, glicose, sulfatos, cloretos, 
metais pesados, ácidos graxos e ésteres. Ela deve apresentar-se clara, incolor, na 
consistência de xarope, com odor característico e sabor doce, seguido de sensação 
de calor. Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados (vidro ou plástico), 
pois é higroscópica.
Empregamos a glicerina nas tinturas homeopáticas preparadas a partir de 
órgãos e glândulas de animais superiores, nas três primeiras dinamizações 
centesimais (1/100) e nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10), a partir de 
tinturas-mãe, e na preparação de certos bioterápicos. Ela é utilizada misturada com 
água na proporção 1:1; com água e álcool na proporção 1:1:1 ou em outras 
proporções de acordo com as monografias citadas nas farmacopeias homeopáticas.
12.4 LACTOSE
A lactose utilizada em Homeopatia é a obtida a partir do leite de vaca. Ela 
deve ser usada pura, livre de impurezas como o amido, a sacarose e a glicose. Sua 
purificação consome quatro litros de álcool etílico para cada 1.000g. Deve 
apresentar-se na forma de pó cristalino, branco, inodoro, com leve sabor doce, e ser 
acondicionada em recipientes bem fechados, pois absorve odores rapidamente. A 
lactose é utilizada nas dinamizações feitas a partir de substâncias insolúveis 
AN02FREV001/REV 4.0
55
(trituração) e na confecção de comprimidos, tabletes e glóbulos inertes. Pode ainda 
ser impregnada com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica 
sólida de uso interno, chamada “pós”.
12.5 SACAROSE
A sacarose utilizada em Homeopatia é o açúcar purificado obtido da cana-
de-açúcar, especialmente. Suas principais impurezas são os metais pesados, o 
cálcio, os cloretos e os sulfatos. Ela deve apresentar-se na forma de cristais ou 
massas cristalinas, incolores ou brancas, ou pó cristalino branco, com sabor doce 
bastante característico. Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados. A 
sacarose é utilizada na fabricação dos glóbulos inertes.
12.6 GLÓBULOS INERTES
Glóbulos inertes são pequenas esferas compostas de sacarose ou mistura 
de sacarose e pequena quantidade de lactose. São obtidos industrialmente a partir 
de grânulos de açúcar mediante drageamentos múltiplos. Apresentam-se com pesos 
medianos de 30 mg, 50 mg e 70 mg, na forma de grãos esféricos, homogêneos e 
regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser 
acondicionados em recipientes hermeticamente fechados. Os glóbulos inertes são 
impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica 
sólida chamada “glóbulos”.
AN02FREV001/REV 4.0
56
12.7 MICROGLÓBULOS INERTES
Microglóbulos inertes são pequeníssimas esferas compostas de sacarose e 
amido obtidos industrialmente pelo processo de fabricação semelhante aos glóbulos. 
Eles são comercializados na padronização de 63 mg para cada cem microglóbulos. 
Apresentam-se na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, 
praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes 
bem fechados (frascos de vidro âmbar, por exemplo). Os microglóbulos são 
utilizados na preparação de medicamentos na escala cinquenta milesimal.
12.8 COMPRIMIDOS INERTES
Os comprimidos inertes utilizados em Homeopatia são pequenos discos 
obtidos pela compressão de lactose ou mistura de lactose e sacarose, com ou sem 
granulação prévia. Eles apresentam-se na forma discoide, homogêneos e regulares, 
com peso compreendido entre 100 e 300 mg, brancos, inodoros e de sabor 
levemente adocicado. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados. Os 
comprimidos inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção 
da forma farmacêutica sólida, chamada “comprimido”.
12.9 TABLETES INERTES
Os tabletes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos por 
moldagem da lactose em tableteiro. Eles apresentam-se na forma discoide, não tão 
homogêneos e regulares quanto os comprimidos, com peso compreendido entre 100 
e 300mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser 
acondicionados em recipientes bem fechados.
AN02FREV001/REV 4.0
57
13 O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS?
As formas farmacêuticas derivadas representam o resultado do processo de 
dinamização, que consiste, basicamente, na concentração decrescente de insumos 
ativos por meio de diluições seguidas de sucussões ou de triturações sucessivas. 
Para prepará-las empregamos as escalas decimal, centesimal e cinquenta milesimal, 
e os métodos hahnemannianos, korsakovianos e de fluxo contínuo.
14 AS ESCALAS
Para a preparação das formas farmacêuticas derivadas, a farmacotécnica 
homeopática emprega três escalas, de acordo com a proporção entre os insumos 
ativo e inerte: a decimal, a centesimal e a cinquenta milesimal. Na escala decimal a 
diluição é preparada na proporção 1/10, ou seja, uma parte do insumo ativo é diluída 
em nove partes do insumo inerte, perfazendo um total de dez partes.
Essa escala, criada por Hering nos Estados Unidos da América e difundida 
por Vehsemeyer na Alemanha, surgiu com o pretexto de diminuir as distâncias entre 
as quantidades de insumo ativo e insumo inertes, tornando a diluição mais uniforme 
e fácil de preparar. É a escala mais empregada nos EUA e na Alemanha.
Os símbolos empregados nos diversos países para identificar a escala 
decimal são: X (dez em algarismo romano) e D, ou ainda DH, que significa 
dinamização na escala decimal de Hering preparada segundo o método 
hahnemanniano. Assim, 1X, D1 ou 1DH correspondem à primeira dinamização 
decimal. Uma 2X, D2 ou 2DH representam uma segunda dinamização decimal. No 
Brasil, emprega-se o símbolo DH, antecedido da potência, sendo essa identificação 
mais interessante, pois designa tanto a escala como o método empregado.
Exemplo de símbolos utilizados para identificar a escala decimal obtida a 
partir da TM de Arnica montana:
AN02FREV001/REV 4.0
58
1 mL da TM de Arnica montana + 9 mL de álcool 30% (100 sucussões)
Arnica montana 1X ou
Arnica montana D1 ou
Arnica montana 1DH
Na escala centesimal a diluição é preparada na proporção 1/100, ou seja, 
uma parte do insumo ativo é diluída em 99 partes do insumo inerte, perfazendo um 
total de cem partes. Os símbolos conhecidos para identificar a escala centesimal 
são: C, ª, nenhuma indicação ou CH. Assim, C1, 1ª, 1 ou 1CH correspondem à pri-
meira dinamização centesimal. Uma C2, 2ª, 2 ou 2CH representam uma segunda 
dinamização centesimal. Pelo mesmo motivo apresentado para a escala decimal, 
em nosso país é utilizado o símbolo CH para designar a escala centesimal 
preparada pelo método hahnemanniano.
Exemplo de símbolos utilizados para identificar a escala centesimal obtida a 
partir do dicromato de potássio, droga solúvel na água:
1 g de dicromato de potássio + qsp (quantidade suficiente para) 100 mL de água 
destilada + (100 sucussões)
Kalium bichromicum C1 ou
Kalium bichromicum 1ª ou
Kalium bichromicum 1 ou
Kalium bichromicum1CH.
Na escala cinquenta milesimal a diluição é preparada na proporção 
1/50.000, ou seja, sempre que uma potência é elevada, temos uma proporção de 
1/50.000 entre o insumo ativo e o inerte. Os símbolos conhecidos para identificar a 
escala cinquenta milesimal são 0/ ou LM. Assim, 1 0/ ou 1 LM significam primeira 
dinamização cinquenta milesimal.
AN02FREV001/REV 4.0
59
15 A SUCUSSÃO
Existem dois processos para a sucussão: o manual e o mecânico. O 
processo manual é realizado golpeando-se fortemente o frasco cem vezes contra 
um anteparo semirrígido, em um movimento contínuo e ritmado, para promover 
energia cinética constante. Nesse processo, realizado após cada diluição do insumo 
ativo, seguramos fortemente o frasco, de tal forma que apenas o seu fundo bata no 
anteparo. Com isso, evitamos o amortecimento do impacto e possíveis dores na 
mão.
O processo mecânico é feito com auxílio de máquinas sucussionadoras, 
também chamadas de braços mecânicos, capazes de reproduzir o movimento 
manual. Esses braços mecânicos foram elaborados para substituir o processo 
manual, tornando mais rápida a obtenção das potências medicamentosas, por meio 
de um movimento oscilatório em arco, que proporciona impacto periódico do frasco 
sobre um anteparo de poliuretano ou outro material semirrígido e parada automática 
após cem sucussões.
São dois os processos básicos para a elaboração das formas farmacêuticas 
derivadas:
Diluição da TM ou droga solúvel em insumo inerte adequado, seguida de 
sucussões (dinamização líquida).
Trituração da droga insolúvel realizada em lactose (dinamização sólida).
16 OS MÉTODOS
Existem três métodos de preparação das formas farmacêuticas derivadas: 
hahnemanniano, korsakoviano e de fluxo contínuo.
AN02FREV001/REV 4.0
60
16.1 O MÉTODO HAHNEMANNIANO (H) 
Assim chamado por ter sido criado pelo fundador da Homeopatia, pode ser 
subdividido em três outros métodos:
Método Clássico ou dos Frascos Múltiplos, desenvolvido para preparar formas 
farmacêuticas derivadas nas escalas decimal (DH) e centesimal (CH), a partir de 
tinturas-mães e drogas solúveis.
Método da Trituração, desenvolvido para preparar formas farmacêuticas 
derivadas nas escalas decimal (DH) e centesimal (CH), a partir de drogas insolúveis. 
Esse método é utilizado também na escala cinquenta milesimal, a partir de drogas 
solúveis ou não.
Método da Cinquenta Milesimal, específico para preparar formas farmacêuticas 
derivadas na escala cinquenta milesimal (LM), a partir de drogas minerais, animais e 
vegetais, estas duas últimas no estado fresco, ou, excepcionalmente, a partir de 
tinturas-mãe.
16.2 O MÉTODO KORSAKOVIANO (K) 
Também chamado de método do frasco único ou do fluxo descontínuo, foi 
criado em 1832 por um oficial do exército russo chamado Korsakov para simplificar o 
método de Hahnemann. Teve a ideia de realizar a dinamização em um único frasco 
que, ao ser esvaziado, retinha nas suas paredes a quantidade de líquido equivalente 
a um centésimo do volume anterior, sendo necessário acrescentar mais 99 partes de 
insumo inerte e sucussionar a solução assim obtida para alcançar a potência 
seguinte. 
Vários fatores colaboram para a indefinição da escala (proporção entre os 
insumos ativo e inerte), como a viscosidade da solução, o tamanho e a porosidade 
do frasco, a força empregada na dinamização, etc. Portanto, o método korsakoviano 
AN02FREV001/REV 4.0
61
não apresenta escala definida como o hahnemanniano. Seu uso é consagrado para 
preparar altas potências com mais rapidez e quando não há número suficiente de 
frascos esterilizados. Todavia, como não se trata de um método exato, sua utilização 
somente se justifica em casos de urgência médica. 
16.3 O MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO (FC) 
Surgiu com a introdução de altíssimas potências na Homeopatia, por 
intermédio do médico americano James Tyler Kent, que, para obtê-las, projetou um 
aparelho dinamizador. Mais tarde, esse aparelho foi aperfeiçoado por Skinner. 
Segundo a Farmacopeia Homeopática Brasileira II, assim como o método 
korsakoviano, o método de fluxo contínuo é empregado para a preparação de 
formas farmacêuticas derivadas a partir da trigésima dinamização centesimal 
hahnemanniana (potência 30CH). Devido às características do método, que 
emprega fluxo contínuo e constante, este também não proporciona uma escala 
definida.
17 MÉTODO HAHNEMANIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL A 
PARTIR DA TINTURA-MÃE
17.1 OS INSUMOS INERTES
Para as três primeiras dinamizações centesimais e para as seis primeiras 
decimais, utilizar o mesmo insumo inerte empregado na preparação da TM. Isso é 
necessário para impedir que ocorra ruptura da estabilidade da solução. Para as 
potências intermediárias e matrizes, utilizar etanol 70% (p/p). Para a última potência, 
o insumo inerte a ser empregado vai depender da forma farmacêutica a ser 
AN02FREV001/REV 4.0
62
dispensada, se líquida (dose única e preparações administradas sob a forma de 
gotas) ou sólida (dose única, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
17.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
1. Colocar sobre a bancada do laboratório quantidade suficiente de frascos 
dinamizadores, devidamente identificados, para preparar a potência desejada. O 
líquido a ser dinamizado deverá perfazer 2/3 da capacidade do frasco para que 
ocorra um bom vascolejamento. Desse modo, por exemplo, para dinamizar 20 mL 
usar um frasco com 30 mL de capacidade.
2. Nos três primeiros frascos, para a escala centesimal, e nos seis primeiros, para a 
escala decimal, acrescentar, com o dispensador, 99 ou nove partes, 
respectivamente, do insumo inerte de mesmo título da TM.
3. Para as potências intermediárias, assim como para as potências de estoque 
(matrizes), adicionar 99 (escala centesimal) ou nove partes (escala decimal) do 
etanol 70% (p/p). Na última potência utilizar etanol 30%, para as formas 
farmacêuticas líquidas, ou etanol igual ou superior a 70%, para as formas 
farmacêuticas sólidas. Usar os dispensadores para medir o volume dos insumos 
inertes.
4. Acrescentar ao frasco designado pela primeira potência uma parte da TM com 
uma micropipeta de capacidade adequada e executar cem sucussões, batendo o 
fundo do frasco fortemente contra um anteparo semirrígido, num movimento 
contínuo e ritmado. Está pronta a 1CH ou 1DH.
5. Com a micropipeta, transferir uma parte da primeira dinamização centesimal ou 
decimal para o segundo frasco e executar cem sucussões. Está pronta a 2CH ou 
2DH.
6. Com a micropipeta, transferir uma parte da segunda dinamização centesimal ou 
decimal para o terceiro frasco e executar cem sucussões. Está pronta a 3CH ou 
3DH.
AN02FREV001/REV 4.0
63
7. Para as demais dinamizações, proceder de maneira idêntica até atingir a potência 
desejada. A seguir, para facilitar o entendimento da técnica de preparação das 
formas farmacêuticas derivadas a partir da TM, será dado dois exemplos 
esquemáticos, um na escala decimal e outro na centesimal.
Exemplo de medicamento preparado na escala decimal a partir da TM:
Potência a ser preparada = 6DH
Capacidade do frasco dinamizador = 60 mL
No estoque = TM de Sabadilla
Teor hidroalcoólico da TM = 90%
Com o frasco dinamizador de 60 mL, podem-se preparar 40 mL, que 
representam 2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade de insumo ativo (uma 
parte), é necessário dividir o volume de 40 mL por 10, pois se trata da escala 
decimal. Para obter a quantidade de insumo inerte (nove partes) que irá solubilizar a 
TM de Sabadilla, é necessário multiplicar o volume do insumo ativo por 9 ou diminuir 
o volume total (dez partes) do volume do insumo ativo (uma parte). Assim, teremos:
4 mL da Sabadilla TM + 36 mL de etanol 90% + = Sabadilla 1DH
4 mL da Sabadilla 1DH + 36 mL de etanol 90% + = Sabadilla 2DH
4 mL da Sabadilla 2DH + 36 mL de etanol 90% + = Sabadilla 3DH
4 mL da Sabadilla 3DH + 36 mL de etanol 90% + = Sabadilla 4DH
4 mL da Sabadilla 4DH + 36 mL de etanol 90% += Sabadilla 5DH
4 mL da Sabadilla 5DH + 36 mL de etanol 90% + = Sabadilla 6DH
Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir da TM:
Potência a ser preparada = 6CH
Capacidade do frasco dinamizador 30 mL
No estoque = TM de Nux vomica
Teor hidroalcoólico da TM = 50%
AN02FREV001/REV 4.0
64
Com o frasco dinamizador de 30 mL, podem-se preparar 20 mL, que 
representam 2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade de insumo ativo (uma 
parte), é necessário dividir o volume de 20 mL por 100, pois se trata da escala 
centesimal. Para obter a quantidade de insumo inerte (99 partes), é necessário 
multiplicar o volume do insumo ativo por 99 ou diminuir o volume total (cem partes) 
do volume do insumo ativo (uma parte). Assim, teremos:
0,2 mL da Nux vomica TM + 19,8 mL de etanol 50% + = Nux vomica 1CH
0,2 mL da Nux vomica 1CH + 19,8 mL de etanol 50% + = Nux vomica 2CH
0,2 mL da Nux vomica 2CH + 19,8 mL de etanol 50% + = Nux vomica3CH
0,2 mL da Nux vomica 3CH + 19,8 mL de etanol 70% + = Nux vomica 4CH
0,2 mL da Nux vomica 4CH + 19,8 mL de etanol 70% + = Nux vomica 5CH
0,2 mL da Nux vomica 5CH + 19,8 mL de etanol 30% + = Nux vomica 6CH
Nesse exemplo, se o medicamento for administrado sob a forma de gotas, 
preparar a última potência em etanol 30%; se for administrado sob a forma sólida, 
preparar a última potência em etanol de título igual ou superior a 70%. As três 
primeiras dinamizações apresentam o mesmo título hidroalcoálico da TM e as 
intermediárias são sempre obtidas em etanol 70%.
18 METODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL 
A PARTIR DE DROGA SOLÚVEL
18.1 OS INSUMOS INERTES
Para as três primeiras dinamizações centesimais e para as seis primeiras 
decimais, utilizar o mesmo insumo inerte empregado na dissolução da droga (água 
ou etanol nas diferentes graduações). Isto é necessário para impedir que ocorra 
ruptura da estabilidade da solução. Para as potências intermediárias, assim como 
para as potências de estoque (matrizes), utilizar etanol 70%. Para a última potência, 
AN02FREV001/REV 4.0
65
o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, 
se líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de 
gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
18.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
1. Colocar sobre a bancada do laboratório quantidade suficiente de frascos 
dinamizadores, devidamente identificados, para preparar a potência desejada. A 
solução a ser dinamizada deverá perfazer 2/3 da capacidade do frasco para que 
ocorra um bom vascolejamento.
2. Em um cálice, dissolver uma parte da droga, pesada em uma balança de 
precisão, em qsp cem partes (escala centesimal) ou dez partes (escala decimal) de 
insumo inerte. Transferir essa solução para o primeiro frasco.
3. No segundo e terceiro frascos, para a escala centesimal, e do segundo ao sexto 
frasco, para a escala decimal, acrescentar, com o dispensador, 99 ou nove partes, 
respectivamente, do insumo inerte que solubilizou a droga.
4. Para as potências intermediárias, assim como para as potências de estoque 
(matrizes), adicionar 99 (escala centesimal) nove partes (escala decimal) do etanol 
70% (p/p). Na última potência, aquela a ser dispensada, utilizar etanol 30% para as 
formas farmacêuticas líquidas e etanol superior ou igual a 70%> para as formas 
farmacêuticas sólidas. Usar os dispensadores para medir o volume dos insumos 
inertes.
5. Sucussionar cem vezes o primeiro frasco, batendo o fundo do frasco fortemente 
contra um anteparo semirrígido, em um movimento contínuo e ritmado, O antebraço 
deverá compor um ângulo de mais ou menos 90 graus com o anteparo. Está pronta 
a 1CH ou 1DH.
6. Com a micropipeta de capacidade adequada, transferir uma parte da primeira 
dinamização centesimal ou decimal para o segundo frasco e sucussionar cem 
vezes. Está pronta a 2CH ou 2DH.
7. Com a micropipeta, transferir uma parte da segunda dinamização centesimal ou 
decimal para o terceiro frasco e sucussionar cem vezes. Está pronta a 3CH ou 3DH.
AN02FREV001/REV 4.0
66
8. Para as demais dinamizações, proceder de maneira idêntica até atingir a potência 
desejada.
A seguir temos um exemplo esquemático, na escala na centesimal, para 
facilitar o entendimento da técnica de preparação das formas farmacêuticas 
derivadas a partir de drogas solúveis. 
Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir de droga 
solúvel:
Potência a ser preparada = 6CH
Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL
No estoque = óleo-resina terebintina 
Solubilidade da droga = etanol
Com o frasco dinamizador de 30 mL, podem-se preparar 20 mL, que 
representam 2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade em peso de insumo 
ativo (uma parte), é necessário dividir o volume de 20 mL por 100, pois se trata da 
escala centesimal. Para solubilizar a terebintina é necessário completar com álcool 
90% o volume para 20 mL (cem partes). Assim, teremos:
0,2 g de óleo-resina terebintina + qsp 20 mL de etanol 90% + = Terebinthinum 1
CH
0,2 mL de Terebinthinum 1CH + 19,8 mL de etanol 90% + = Terebinthinum 2CH
0,2 mL de Terebinthinum 2CH + 19,8 mL de etanol 90% + Terebinthinum 3CH
0,2 mL de Terebinthinum 3CH + 19,8 mL de etanol 70% + = Terebinthinum 4CH
0,2 mL de Terebinthinum 4CH + 19,8 mL de etanol 70% + = Terebinthinum 5CH
0,2 mL de Terebinthinum 5CH + 19,8 mL de etanol 30% ou etanol de graduação 
igual ou superior a 70% + = Terebinthinum 6CH
Nesse exemplo, se o medicamento for administrado sob a forma 
farmacêutica líquida, usar etanol 30% na preparação da última potência; se o 
medicamento for administrado sob a forma sólida, usar etanol de graduação igual ou 
superior a 70% na preparação da última potência. Para as três primeiras 
AN02FREV001/REV 4.0
67
dinamizações centesimais utilizar o mesmo título hidroalcoólico do etanol que 
solubilizou a droga. Conforme regra geral, utilizar para as dinamizações 
intermediárias o etanol 70%.
19 MÉTODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL 
A PARTIR DE DROGA INSOLÚVEL
19.1 OS INSUMOS INERTES
Trituração, também chamada de dinamização sólida, é um método 
desenvolvido por Hahnemann, cuja finalidade é despertar a atividade dinâmica de 
substâncias insolúveis (líquida ou sólida), desagregando suas moléculas pela força 
do atrito, utilizando a lactose (açúcar presente no leite) como insumo inerte. Esse 
método é utilizado também para triturar drogas, solúveis ou não, na preparação da 
escala cinquenta milesimal, obrigatoriamente até a 3CH.
A lactose é utilizada nas três primeiras dinamizações centesimais e nas seis 
primeiras decimais. Todas as substâncias insolúveis devem ser trituradas até a 3CH 
ou 6DH e solubilizadas a partir destas potências.
19.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
1. Pesar a droga e a lactose.
2. Dividir a lactose em três porções iguais.
3. Colocar a primeira porção no gral e triturar com o pistilo por cerca de dois minutos, 
para tapar os poros da porcelana.
4. Acrescentar uma parte da droga sobre a primeira porção de lactose, de acordo 
com a escala decimal ou centesimal. Se a droga for sólida, esta deverá estar 
pulverizada em uma granulometria igual à da lactose, ou seja, os grânulos do pó de 
AN02FREV001/REV 4.0
68
lactose e da droga devem ter tamanhos semelhantes.
5. Com a espátula misturar bem a droga na lactose.
6. Triturar com força por seis minutos.
7. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do 
gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
8. Ainda com a primeira porção, triturar com força por seis minutos.
9. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do 
gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
10. Acrescentar a segunda porção de lactose.
11. Triturar com força por seis minutos.
12. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo 
do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.13. Ainda com a segunda porção, triturar com força por seis minutos.
14. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo 
do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
15. Acrescentar a terceira porção de lactose.
16.Triturar com força por seis minutos.
17.Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do 
gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
18. Ainda com a terceira porção, triturar com força por seis minutos.
19.Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do 
gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
20. Ao final de, no mínimo, sessenta minutos de operação, teremos a primeira 
trituração decimal ou centesimal, dependendo da proporção da droga/lactose, 1DH 
trit. ou 1CH trit., respectivamente.
21. Essa primeira trituração será acondicionada num pote de boca larga bem 
fechado e protegido da luz. Essa dinamização constitui-se o ponto de partida para as 
demais triturações. No caso de trituração decimal, fazer mais cinco dinamizações 
sólidas até obter a 6DH trit. Para a trituração centesimal, fazer mais duas 
dinamizações até obter a 3CH trit.
22. Para solubilizar a 3CH trit. ou a 6DH trit., em um cálice dissolver uma parte do 
triturado em oitenta partes de água destilada, completar para vinte partes de etanol 
96% e misturar. Sucussionar cem vezes para obter, desse modo, a 4CH ou 8DH. 
AN02FREV001/REV 4.0
69
Não se deve preparar a 7DH a partir da 6DH, pois a lactose utilizada na trituração é 
insolúvel na proporção 1/10. Assim, excepcionalmente, preparamos diretamente a 
8DH a partir da 6DH (1/100).
A seguir, serão dados dois exemplos esquemáticos, um na escala decimal e 
outro na centesimal, para facilitar o entendimento da técnica de preparação das 
formas farmacêuticas derivadas a partir de drogas insolúveis. Exemplo de 
medicamento preparado na escala decimal a partir de droga insolúvel:
Potência a ser preparada = I2DH
Capacidade do frasco dinamizador = 120 mL
No estoque = prata metálica pó
Solubilidade da droga = insolúvel
Como a droga é insolúvel, a única opção farmacotécnica é prepará-la de 
acordo com o método hahnemanniano da trituração até a 6DH. A partir dessa 
dinamização sólida, solubilizar 0,8 g (uma parte da 6DH) em 64 mL de água 
destilada (oitenta partes) e completar para 80 mL com etanol 96%, quantidade que 
corresponde a 2/3 da capacidade do frasco dinamizador. Sucussionar cem vezes 
para obter a 8DH. Veremos que nessa passagem da dinamização sólida (trituração) 
para a dinamização líquida (diluição), excepcionalmente, acabamos fazendo uma 
diluição 1/100 no lugar da diluição 1/10, devido à insolubilidade da trituração nessa 
proporção. 
Todavia, daí para frente, as demais dinamizações intermediárias serão 
preparadas em álcool 70%, na proporção de 1/10, de acordo com a escala decimal. 
Para a preparação da 12DH, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma 
farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas 
administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, 
comprimidos, tabletes e pós). Assim, teremos:
1 g de prata metálica pó + 9 g de lactose (escala decimal) + 60 mm. de trituração, 
conforme a técnica de preparação para drogas insolúveis = Argentum metailicum
1DH trit.
AN02FREV001/REV 4.0
70
1 g de Argentum metailicum 1DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = 
Argentum metailicum 2DH trit.
1 g de Argentum metailicum 2DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = 
Argentum metailicum 3DH trit.
1 g de Argentum metailicum 3DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = 
Argentum metailicum 4DH trit.
1 g de Argentum metailicum 4DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = 
Argentum metailicum 5DH trit.
1 g de Argentum metailicum 5DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de trituração = 
Argentum metailicum 6D. trit.
0,8 g de Argentum metailicum 6DH trit. + 64 mL de água destilada + qsp 80 ml de 
etanol 96% + = Argentum metailicum 8DH líquida (nesse caso, não teremos uma 
7DM, pois a lactose é insolúvel na proporção 1/10). 8 mL de Argentum metailicum
8DH + 72 mL de etanol 70% + = Argentum metailicum 9DH
8 mL de Argentum metailicum 9DH + 72 mL de etanol 70% + = Argentum metailicum
LODH
8 mL de Argentum metailicum 1ODH + 72 rnL de etanol 70% + = Argentum 
metailicum 1 IDH
8 mL de Argentum metailicum 1 1DH + 72 mL de etanol 30% ou etanol de graduação 
igual ou superior a 70% + = Argentum metailicum 12DH
Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir de droga 
insolúvel:
Potência a ser preparada = 6CH
Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL
No estoque = grafite pó
Solubilidade da droga = insolúvel
Como a droga é insolúvel, a única opção farmacotécnica é prepará-la de 
acordo com o método hahnemanniano da trituração até a 3CH. A partir dessa 
dinamização sólida, podemos solubilizar 0,2 g (uma parte da 3CH) em 16 mL de 
água destilada (oitenta partes) e completar para 20 mL com etanol 96%, quantidade 
AN02FREV001/REV 4.0
71
que corresponde a 2/3 da capacidade do frasco dinamizador. 
Sucussionar cem vezes para obter a 4CH líq. Daí para frente, as demais 
dinamizações intermediárias serão realizadas em álcool 70%, na proporção de 
1/100, de acordo com a escala centesimal. Para a preparação da 6CH, o insumo 
inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se 
líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de 
gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
Assim, teremos:
0,1 g de grafite pó + 9,9 g de lactose (escala centesimal) + 60 mm. de trituração, 
conforme a técnica de preparação para drogas insolúveis Graphites 1CH trit.
0,1 g de Graphites 1CH trit + 9,9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Graphites
2CH trit.
0,1 g de Graphites 2CH trit + 9,9 g de lactose + 60 mm. de trituração Graphites 3GH 
trit. 
0,2 mL de Graphites 3CH trit. + 16 mL de água destilada + qsp 20 mL de etanol 96% 
= Graphites 4CH Líquida
0,2 mL de Graphites 4CH + 19,8 mL de etanol 20% + = Graphites 5CH
0,2 mL de Graphites 5CH + 19,8 mL de etanol 30% ou etanol de graduação igual ou 
superior a 70% + = Graphites 6CH
20 METODO HAHNEMANNIANO PARA A ESCALA CINQUENTA MILESIMAL
20.1 OS INSUMOS INERTES
O método desenvolvido por Hahnemann para a escala cinquenta milesimal 
emprega a lactose para a fase sólida da técnica (trituração até a 3CH) e água 
destilada e álcool 96% para a fase líquida (diluição seguida de sucussões). Usar 
álcool 30% para a dispensação.
AN02FREV001/REV 4.0
72
20.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
1. Triturar o ponto de partida (droga mineral ou biológica, vegetal ou animal) até a 
3CH, conforme a técnica de trituração. Sempre que possível utilizar vegetal ou 
animal frescos. Excepcionalmente, poderá ser usada a TM. Contudo, nesse caso, 
sua força medicamentosa deverá ser corrigida. Por exemplo: uma TM a 10% 
apresenta uma força medicamentosa de 1/10 (uma parte da droga está contida em 
dez partes da quantidade final de TM). Assim, para corrigir a força medicamentosa é 
necessário adicionar dez partes da TM em cem partes de lactose, misturar e deixar 
secar em temperatura inferior a 500
8. Acrescentar uma gota da 1LM líquida sobre os 500 mcglob. Agitar o flaconete de 
C, antes de proceder a 1ª trituração centesimal. 
Segundo o § 270 da 6ª edição do Organon, se a substância a ser triturada 
for líquida, deve-se usar apenas uma gota dela. Todavia, julgamos importante 
manter a proporcionalidade de 1/100 também para os líquidos (p/p), ou seja, 
devemos pesar uma gota ou mais do líquido a ser triturado e multiplicar o resultado 
obtido por 99, para saber a quantidade de lactose a ser utilizada no processo de 
trituração.
2. Em uma proveta misturar uma parte de álcool 96% e quatro partes de água 
destilada (v/v), por exemplo: 10 mL de álcool 96% + 40 mL de água destilada.3. Em um cálice dissolver 0,063 g da 3CH trit. em 500 gotas da mistura acima, 
obtidas com o conta-gotas calibrado. Cabe ressaltar que cada gota dessa solução 
contém 1/500 da 3CH trit.
4. Transferir uma gota da solução acima para um flaconete de 5 mL.
5. Acrescentar cem gotas de álcool 96%, sempre com conta-gotas calibrado, sobre a 
gota que está no flaconete, que será preenchido com mais ou menos 2/3 do seu 
volume.
6. Sucussionar cem vezes. Está pronta a 1LM líquida (1ª grau de dinamização). Uma 
gota da 1LM líq. contém 1/50.000 da 3CH trit., pois a gota que continha 1/500 da 
3CH trit. foi diluída cem vezes (1/500 x 1/100 = 1/50.000).
7. Em outro flaconete de 5 mL, colocar 500 microglóbulos (mcglob.). Cada cem 
mcglob. pesam 0,063 g, aproximadamente. Portanto, 500 mcglob. pesam 0,3 15 g.
AN02FREV001/REV 4.0
73
tal forma que todos os mcglob. possam ser igualmente embebidos pela gota.
9. Colocar os mcglob. embebidos sobre uma placa de petri forrada com papel de 
filtro, para secá-los.
10. Guardar os mcglob. em um flaconete bem fechado, ao abrigo da luminosidade, e 
identificá-los com o nome do medicamento acompanhado de 1LM.
11. Para preparar a 2LM, em um flaconete, dissolver 1 mcglob. da 1 LM em uma 
gota d’água destilada. Cabe ressaltar que este mcglob. contém, em tese, 1/500 da 
gota do 1º grau de dinamizaçao.
12. Acrescentar ao flaconete cem gotas de álcool 96%.
13. Sucussionar cem vezes. Está pronta a 2LM líquida (2º grau de dinamização). 
Uma gota dessa solução contém 1/50.000 da 1LM, pois o mcglob. que continha 
1/500 da 1LM líquida foi diluído cem vezes (1/500 x 1/100 = 1/50.000).
14. Em outro flaconete colocar 500 mcglob. padronizados (0,3 15 g).
15. Acrescentar uma gota da 2LM líquida sobre os 500 mcglob. Girar o flaconete de 
tal forma que todos os mcglob. possam ser igualmente embebidos pela gota.
16. Colocar os mcglob. embebidos sobre uma placa de petri forrada com papel de 
filtro, para secá-los.
17. Guardar os mcglob. em um flaconete bem fechado, ao abrigo da luminosidade, e 
identificá-los com o nome do medicamento acompanhado de 2LM.
18. Para as demais potências, empregar a mesma técnica. Para a dispensação do 
medicamento dissolver um mcglob. em solução hidroalcoólica a 30%, devendo o 
volume dispensado ocupar 2/3 da capacidade do frasco.
AN02FREV001/REV 4.0
74
21 MÉTODO KORSAKOVIANO PARA A ESCALA DECIMAL A PARTIR DA 
TINTURA-MÃE, DE DROGA SOLÚVEL E INSOLÚVEL
21.1 OS INSUMOS INERTES
Para as seis primeiras dinamizações decimais utilizar o mesmo insumo 
inerte empregado na preparação da TM ou, no caso de drogas solúveis, o mesmo 
insumo inerte que dissolveu a droga. Para as potências intermediárias e matrizes, 
utilizar etanol 70%. Para a última potência, o insumo inerte a ser utilizado vai 
depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e 
preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única 
sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós). Para as drogas insolúveis utilizar a 
lactose como insumo inerte.
21.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
1. Adicionar 1 mL de TM em um frasco de 15 mL de capacidade. No caso de insumo 
ativo solúvel, pesar 1 g e colocá-lo em um cálice.
2. Agregar 9 mL de insumo inerte no frasco que contém a TM. Para o insumo ativo 
solúvel, acrescentar quantidade suficiente de insumo inerte para 10 mL (2/3 da 
capacidade do frasco) ao cálice que contém a droga pesada. Não se esquecer de
utilizar o mesmo insumo inerte que diluiu a TM e a droga, até a sexta dinamização 
decimal preparada segundo o método korsakoviano.
3. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte do 
insumo ativo para dez partes do insumo inerte. Está pronta a 1D.
4. Com a pipeta de 10 mL desprezar 9 mL da dinamização 1D, de tal forma que 
fique 1 mL dela no frasco dinamizador.
5. Agregar 9 mL de insumo inerte no mesmo frasco dinamizador em que está a 1D.
AN02FREV001/REV 4.0
75
6. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte da TM ou 
da droga solúvel para cem partes do insumo inerte. Está pronta a 2D.
7. Com a pipeta de 10 mL desprezar 9 mL da dinamização 2D, de tal forma que 
fique 1 mL dela no frasco dinamizador.
8. Agregar 9 mL de insumo inerte no mesmo frasco dinamizador em que está a 2D.
9. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte da TM ou 
da droga solúvel para mil partes do insumo inerte. Está pronta a 3D.
10. Proceder do mesmo modo para as demais dinamizações.
Somente será possível utilizar o método korsakoviano para a escala decimal 
a partir de droga insolúvel se utilizarmos como ponto de partida a 6DH trituração. 
Para solubilizar a 6DH trit., em um cálice dissolver uma parte do triturado em oitenta 
partes de água destilada e completar para vinte partes de etanol 96%. Sucussionar 
cem vezes para obter diretamente a 8DH, pois a lactose utilizada na trituração é 
insolúvel na proporção 1/10. Daí em diante preparar de acordo com o método 
korsakoviano descrito para a escala decimal.
22 MÉTODO KORSAKOVIANO A PARTIR DA POTÊNCIA 30CH
22.1 OS INSUMOS INERTES
O insumo inerte utilizado nas preparações intermediárias obtidas por meio 
do método korsakoviano a partir da potência 3OCH é o etanol 70% (p/p). Para a 
última potência, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a 
ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas 
sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e 
pós).
AN02FREV001/REV 4.0
76
22.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
1. Colocar no frasco dinamizador quantidade suficiente da potência 3OCH de modo 
que possa ocupar 2/3 de sua capacidade.
2. Emborcar o frasco, deixando escoar livremente o líquido por cinco segundos.
3. Adicionar o insumo inerte no mesmo frasco de modo que restabeleça o volume de 
2/3 de sua capacidade.
4. Proceder a cem sucussões. Está pronta a 31K.
5. Para obter as demais potências, repetir esse procedimento.
23 MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO A PARTIR DA POTÊNCIA 30CH
23.1 O INSUMO INERTE
O insumo inerte utilizado nas preparações intermediárias obtidas por meio 
do método de fluxo contínuo a partir da potência 3OCH é a água destilada.
23.2 O DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO
As altíssimas dinamizações são praticamente impossíveis de serem 
preparadas à mão. Para tanto, essas potências são obtidas por meio de um 
aparelho denominado “Dinamizador de Fluxo Contínuo”. Para a padronização da 
técnica, os dinamizadores de fluxo contínuo devem apresentar algumas 
características obrigatórias e para obtenção de medicamentos de qualidade os 
operadores precisam tomar alguns cuidados especiais.
AN02FREV001/REV 4.0
77
A entrada do insumo inerte na câmara deve acontecer próximo ao centro do 
vórtice do líquido em dinamização. Assim, a água que entra na câmara de 
dinamização pode ser turbilhonada antes de ser expulsa.
A capacidade total da câmara deve ser medida até a altura da saída lateral do 
líquido, com o aparelho em funcionamento.
Cem sucussões correspondem a cem rotações da palheta dinamizadora. As 
partes que entram em contato com o líquido dinamizado (câmara de dinamização e 
palheta dinamizadora) devem ser de material termorresistente, para serem 
devidamente lavadas em água destilada e, a seguir, esterilizadas, a cada nova 
dinamização.
As partes que entram em contato com o insumo inerte (funil de separação de 
fases, coluna de vidro e válvula de regulagem do fluxo) devem ser lavadas em água 
destilada e esterilizadas. Os anéis de vedação dessas partes, geralmente feitos de 
plástico ou de borracha de qualidade, devem ser lavados em água destilada e 
deixados imersos por duas horas numa solução de etanol a 70%. Tudo deve estar 
seco e limpo antes do início do processo de preparação das altas potências.
A potência desejada será determinada pelo tempo necessário para sua obtenção. 
Alcançado o tempo programado para o término daoperação, desligar 
simultaneamente a entrada de água e o motor.
O processo será interrompido sempre duas dinamizações anteriores àquela que 
se pretende obter. Fazer mais duas dinamizações manuais de acordo com o método 
hahnemanniano: a primeira preparada em álcool 70%, para ficar armazenada no 
estoque e servir como matriz, e a segunda para atender à prescrição médica.
As potências que deverão ficar estocadas como matrizes são: 199 FC, 499 FC, 
999 FC, 4.999 FC, 9.999 FC, 49.999 FC e 99.999 FC, para preparar, 
respectivamente, as potências 200 FC, 500 FC, 1M FC, 5M FC, 10M FC, 50M FC e 
l00M FC.
Segundo a Farmacopeia Homeopática Brasileira II, a dispensação do 
medicamento homeopático obtido a partir do método de fluxo contínuo deve dar-se 
somente a partir de 200 FC até a lOOM FC, como limite máximo.
AN02FREV001/REV 4.0
78
A calibração da entrada de água destilada na câmara de dinamização é 
fundamental para que ocorra um fluxo contínuo e constante. Ela depende, 
basicamente, da capacidade da câmara de dinamização e do número de rotações 
que o motor proporciona a cada sessenta segundos. Ela deve ser realizada sempre 
que o aparelho for novamente montado, após ter sido feita sua manutenção e 
limpeza.
23.3 A CALIBRAÇÃO DO FLUXO
Com o dinamizador de fluxo contínuo montado, o funil de separação de 
fases com água destilada e a câmara de dinamização vazia, a operação de 
calibração pode ser iniciada. Fazer os seguintes cálculos, tomando como exemplo 
um aparelho de fluxo contínuo com uma câmara de 2 mL de capacidade e com um 
motor de 3.600 rpm:
3.600 rotações--------------- 60 segundos
100 rotações----------------- X segundos
X = 1,66666 segundos
Portanto, para cada cem rotações temos 1,66666 segundos, ou seja, 2 mL 
devem passar pela câmara de dinamização em 1,66666 segundos. Como é 
impossível medir 2 mL neste curto espaço de tempo, deve-se usar um cálice de 60 
mL como padrão:
2 mL---------------------1,66666 segundos
60 mL---------------------X segundos
X 50 segundos
AN02FREV001/REV 4.0
79
Abrir a válvula de controle do fluxo e acionar o motor deixando fluir a água 
até que a câmara de dinamização fique totalmente cheia e comece a 
vazar pela saída lateral por meio de um dreno que vai dar numa pia, por 
exemplo.
Fechar a válvula de controle do fluxo, esperar o término da saída da água 
e desligar o motor.
Trocar o dreno por um cálice de 60 mL, conforme o exemplo dado, para a 
coleta da água que sai pela lateral da câmara de dinamização.
Iniciar o processo, abrindo a válvula de controle do fluxo e acionando ao 
mesmo tempo o motor.
Anotar o tempo necessário para que o nível atinja 60 ml.
Repetir a operação regulando a válvula de controle do fluxo até que esse 
tempo seja de cinquenta segundos.
Está pronta a calibração do fluxo de água que entrará na câmara de 
dinamização. Refazer os cálculos quando a capacidade da câmara de 
dinamização e a velocidade do motor forem outras.
23.4 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
Tomando por base um aparelho de fluxo contínuo com câmara de 
dinamização com capacidade de 2 ml e com motor de 3.600 rpm, teremos o tempo 
de 1,6666 para cada dinamização, conforme visto anteriormente. Para preparar uma 
200FC, por exemplo, faremos os seguintes cálculos antes de iniciar o processo 
básico de dinamização com o aparelho de fluxo contínuo:
N = (FC —2) — 3OCH
onde:
N = número de dinamizações
FC = potência FC final
AN02FREV001/REV 4.0
80
Assim, para a 200FC, teremos:
N = (200FC — 2) — 3OCH
N=198FC— 3OCH
N = 168 dinamizações
Se, para cada dinamização, são consumidos 1,66666 segundos, teremos: 
1,66666 seg. x 168 dinamizações = 280 seg.
Para saber o volume de insumo inerte a ser colocado no reservatório de 
água destilada, basta multiplicar o fluxo pelo tempo:
V=FxT
V = 60 ml/50 seg. x 280 seg. 
V = 336 mL
O procedimento-padrão para o método do fluxo contínuo é o seguinte:
1. Preparar uma 3OCH em etanol 70% (ponto de partida para as dina-
mizações preparadas pelo método de fluxo contínuo).
2. Encher a câmara de dinamização com a potência 3OCH.
3. Acrescentar quantidade suficiente de água destilada no reservatório 
superior e na coluna. Se o volume de solvente para atingir a dinamização 
desejada for superior à capacidade do reservatório de água destilada, ir 
alimentando o funil de separação de fases durante o processo. Isto pode 
ser realizado sem interrupção da dinamização.
4. Acionar simultaneamente a entrada de água e a rotação do motor.
5. Esgotado o tempo previsto para a operação, interromper o processo.
6. Realizar mais duas dinamizações manuais (1/100).
FIM DO MÓDULO III
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HOMEOPATIA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
24 BIOTERÁPICOS 
 
 
Bioterápicos, de acordo com o Manual de Normas Técnicas da Associação 
Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas, são “produtos não quimicamente definidos 
(secreções, excreções fisiológicas ou patológicas, certos produtos de origem 
microbiana e alérgenos) que servem de matéria-prima para as preparações 
bioterápicas de uso homeopático”. Estes medicamentos podem ser classificados em 
duas grandes categorias: 
 
 
24.1 BIOTERÁPICOS DE ESTOQUE 
 
 
 Códex - soros, vacinas, toxinas e anatoxinas, inscritos na Farmacopeia 
Francesa, preparada por laboratórios especializados (Instituto Pasteur 
francês ou Mérieux). 
 Ex: BCG, Staphylo Toxinum, Tuberculinum. 
 Simples - Obtidas a partir de “vacinas estoques” constituídas por culturas 
microbianas puras, lisadas e atenuadas em determinadas condições. Ex: 
Colibacillinum, Influenzinum, Streptococcinum. 
 Complexos - definidos pelo seu modo de obtenção (secreções ou 
excreções patológicas) ou seu modo de preparação. Ex. Luesinum, 
Psorinum, nosódios intestinais Bach-Paterson. 
 Ingleses (Nosódios Intestinais de Bach-Paterson). 
 Bioterápicos Dr. Roberto Costa - (nosódios vivos Roberto Costa) - São 
preparados com micro-organismos vivos, na escala decimal, usando 
como diluente cloreto de sódio 0,9%. A solução de partida é uma 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
suspensão contendo três bilhões de micro-organismos por ml, em 
solução. Até a D 11 as diluições são feitas em solução fisiológica 0,9%. 
Da D12 em diante, as diluições são feitas em solução hidroalcoólicas 
50%. Para cada diluição são dadas 50 sucussões. 
 
 
24.2 ISOTERÁPICOS 
 
 
1. Isoterápicos ou heteroisoterápicos são preparados a partir de substâncias 
exógenas (alérgenos, toxinas ou medicamentos), tudo que de alguma forma 
“sensibilize” o paciente. Estão nessa categoria todos os alérgenos, pólens, poeiras, 
pelos, solventes, medicamentos alopáticos, alimentos, etc. 
2. Autoisoterápicos ou endógenos (autonosódios) - são preparados a partir 
de excreções ou secreções obtidas do próprio doente (sangue, urina, escamas, 
fezes, pus, etc). Antigamente eram camadas de nosódios. 
 
Prescrição 
 
Poderá ser solicitado por médicos, veterinários e dentistas. No receituário 
deve constar material que deve ser ou foi coletado (dinamização e forma 
farmacêutica desejada). Como as farmácias não estão preparadas para a realização 
de coletas de materiais veterinários, seria interessante conversar com a (o) 
farmacêutica (o) responsável de uma farmácia homeopática e se informar sobre o 
modo de coleta e conservação. 
Nunca se esquecer de avisar se o material for de doença infectocontagiosa, 
com mais ênfase ainda se for uma zoonose. O FORMOL não é ideal, devendo ser 
evitado, melhor são água/álcool/glicerina, sorofisiológico ou álcool 96°. O material 
tem prazo de validade, é interessante consultar a farmácia. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
 
Exemplos 
 
• Aviare (sinonímia: Tuberculinum aviarium) - produto obtido a partir de culturas 
de mycobacterium tuberculosis, variedade aviare, sem adição de 
antissépticos. 
Bioterápicos ditos “Códex” 
 
• Diphtericum - soro antidiftérico proveniente de animais imunizados com toxina 
ou com anatoxina diftérica. 
• D.T.T.A.B. - toxina diftérica diluída, obtida dissolvendo-se o líquido da cultura 
do bacilo diftérico recentemente preparado e filtrado em filtro de porcelana, 
com solução isotônica de cloreto de sódio. 
• Gonotoxinum - vacina antigonogócica constituída por uma suspensão de 
bactérias provenientes de culturas de “gonococos” mortos por aquecimento, 
em solução isotônica de cloreto de sódio. 
• Staphylo Toxinum - preparado a partir de anatoxina estafilocócica descrita no 
“Códex”. 
• Tuberculinum - tuberculina bruta obtida a partir de culturas de espécies de 
Mycobacterium tuberculosis de origem humana e bovina. Antiga 
denominação: T.K. 
• Vaccinotoxinum - vacina antivariólica preparada a partir de fragmentos 
epidérmicos recolhidos por raspagem de uma erupção cutânea de varíola em 
uma novilha inoculada, após cinco dias com o vírus da varíola. 
 
• Colibacilinum - lisado obtido a partir de culturas de Escherichia coli, sem 
adição de antissépticos. 
Bioterápicos simples 
 
• Eberthinum - lisado a partir de culturas de Salmonella typhi, sem adição de 
antisséptico. 
• Enterococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Streptococcus faecalis, 
sem adição de antisséptico. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
• Paratyphoidinum B - lisado obtido a partir de culturas de Salmonella paratyphi 
B sem adição de antisséptico. 
• Staphylococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Staphylococcus 
aureus, sem adição de antisséptico. 
• Streptococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Streptococcus 
detoxicados, sem adição de antisséptico. 
 
• Anthracinum - preparado a partir de um lisado de fígado de coelho infectado 
por carbúnculo (Bacillus anthracis). 
Bioterápicos complexos 
 
• Luesinum - lisado de serosidades treponêmicas de cancros duros, preparados 
sem adição de antissépticos. Antiga denominação: Syphilinum. 
• Medorrhinum - lisado de secreções uretrais blenorrágicas colhidas antes de 
tratamento por antibióticos ou sulfamidas. 
• Pertussinum - lisado de expectoração de doentes com coqueluche, colhidas 
antes de qualquer tratamento. 
• Psorinum - lisado de serosidade de lesões de sarna, colhida de doentes sem 
tratamento prévio. 
 
• Bacilo de Morgan (Proteus morgani) Bacilo gram-negativo, móvel, anaeróbio 
facultativo, isolado de fezes de crianças com diarreia estival; ele seria 
responsável pela diarreia. 
Bioterápicos ingleses 
 
• Dysentery-Co ou B. dysenteriae (Shigella dysenteriae) - Bacilo gram-negativo 
imóvel, anaeróbico facultativo, agente da disenteria bacilar à qual só o 
homem e o macaco são sensíveis. 
• B. Gaertner (Samonella enteritidis) - S. enteritidis é um sorotipo de 
Salmonella, frequente nos animais, que provoca intoxicações alimentares no 
homem. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 87 
• Sycotic-Co ou Sycoccus-Paterson (Streptococcus faecalis) - estreptococo 
ovoide, alongado, não hemolítico, isolado de matérias fecais do homem e dos 
animais. 
• Bacillus nº 10 - não há correspondente na nomenclatura bacteriológica. 
Preparado pela Farmácia Nélson, de Londres, sem mais informações. 
 
 
25 GMP - GOOD MANUFACTURE PRACTICES - BOAS NORMAS DE 
FABRICAÇÃO 
 
 
Seguindo proposta de implantação de GMP em uma farmácia homeopática, 
apresentamos a seguir diversas considerações relacionadas à coleta e preparo de 
isoterápicos. 
 
 
25.1 QUANTO ÀS INSTALAÇÕES 
 
 
A sala de bioterápicos, além de dar maior comodidade aos pacientes, deve 
conter os equipamentos e vidraria específicos à área, para que não surjam 
problemas de contaminação (tanto microbiana, quando for o caso, quanto 
homeopático). 
 
 
25.2 QUANTO À PRESCRIÇÃO E COLETA 
 
 
O uso de autoisoterápicos deverá ser feito somente com prescrição ou 
autorização do médico. Na farmácia homeopática a coleta e/ou recebimento de 
material deverá ser efetuada pelo farmacêutico ou por um técnico treinado por este. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 88 
O material coletado para a preparação do bioterápico tem um tempo de 
validade limitado e variável de acordo com a sua origem, para ser dinamizado. Com 
o objetivo de otimizar este trabalho, devemos preestabelecer horários para este fim. 
 
 
25.3 QUANTO À VIDRARIA UTILIZADA NO PREPARO DE AUTOISOTERÁPICOS 
 
 
A vidraria utilizada nas três primeiras dinamizações é totalmente desprezada 
e a utilizada nas dinamizações subsequentes deve ser submetida a cuidados 
especiais de esterilização. 
 
 
25.4 QUANTO À ESTOCAGEM DE MATRIZES 
 
 
As matrizes obtidas de material coletado de pacientes são preservadas 
durante um ano e agrupadas por mês de coleta. Este procedimento deve ser 
adotado para os casos em que o médico necessite repetir a potência ou queira 
elevá-la, sem expor o paciente à necessidade de uma nova coleta e aos custos 
inerentes à fase inicial de obtenção do bioterápico. 
 
 
25.5 QUANTO À DINAMIZAÇÃO 
 
 
Assim como com os medicamentos tradicionais, o processo de dinamização 
é hahnemanniano (CH), com opção de utilização do fluxo contínuo (FC ou C) para a 
obtenção de altas potências, a preço mais acessível para o paciente. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
 
25.6 QUANTO À ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES 
 
 
Os médicos deverão ter a seu dispor um folheto explicativo para os 
pacientes, sobre o procedimento de coleta. A orientação padronizada facilita o 
trabalho do médico e do farmacêutico, como também tranquiliza o paciente. 
 
 
25.7 QUANTO AO APOIO TÉCNICO-CENTÍFICO 
 
 
A farmácia homeopática deve contar com farmacêuticos sempre presentes 
para responder a qualquer solicitação especial que o médico necessite ou para 
casos específicos que exijam uma abordagem diferenciada. 
 
 
26 METODOLOGIA ESPECÍFICA 
 
 
Procedimento e recomendações nas coletas efetuadas na farmácia. 
 
 
26.1 NARIZ/GARGANTA 
 
 
Para a coleta de secreção de garganta deverão ser tomados os seguintes 
cuidados: 
 
• O paciente deverá estar em jejum de pelo menos 60 minutos, não 
devendo consumir balas, chicletes, doces, refrigerantes ou outros 
produtos que possam depositar resíduos ou corantes na secreção a ser 
coletada; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
 
• Se o paciente estiver fazendo uso de batom, este deverá ser retirado 
antes da coleta; 
• Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamento alopático, notificar o 
médico. 
 
A coleta deve ser efetuada com material descartável e o produto 
acondicionado em frascos que contêm uma mistura de água/álcool/glicerina. Os 
frascos deverão ser identificados e protegidos da luz. Após a maceração e 
homogenização da solução, inicia-se dinamização até a potência prescrita. A coleta 
é feita com material descartável, por punção digital, mas pode-se optar pelo lóbulo 
da orelha ou calcanhar, caso seja necessário. 
Para a coleta de sangue deverão ser tomados os seguintes cuidados: 
 
• Jejum de 12 horas, caso o médico ache necessário. O tempo de jejum 
deverá ser especificado pelo médico no pedido; 
• Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamentos alopáticos, notificar 
o médico; 
• O médico deverá comunicar, antecipadamente à farmácia, se o paciente é 
portador de alguma doença infectocontagiosa. Nestes casos, pedimos 
que a coleta seja efetuada em laboratórios de análises clínicas de 
confiança do médico. 
 
Obs: A coleta deve ser efetuada sem acréscimo de anticoagulante na 
seguinte proporção: 1 ml de sangue/ 9 ml de água destilada. 
 
 
26.2 SECRECÕES 
 
 
• De ouvido; 
• Ocular; 
• Purulentas. 
 
 AN02FREV001/REV4.0 
 91 
Caso o paciente esteja utilizando algum medicamento alopático por via oral 
ou uso tópico, o médico deverá estar ciente. O material coletado é então 
armazenado em um frasco contendo água/álcool/glicerina, macerado e dinamizado. 
 
 
27 LESÕES CUTÂNEAS/MICOSES DE UNHAS 
 
 
O paciente deverá tomar banho só com sabonete neutro ou glicerinado 
durante os três dias que precedem a coleta. Não fazer também uso de pomadas ou 
cremes medicinais durante estes três dias. 
 
 
28 MATERIAIS NÃO COLETADOS NA FARMÁCIA 
 
 
28.1 SECREÇÃO VAGINAL 
 
 
A coleta deverá ser feita pelo médico ou laboratório de confiança do mesmo, 
em frascos fornecidos pela farmácia (solução de água/álcool/glicerina) ou em 
frascos adequados (limpos e esterilizados) com uma solução água/álcool em partes 
iguais. O material deverá ser entregue na farmácia no máximo três horas após a 
coleta. Caso isso seja impossível, e como não há conservante, o material deverá ser 
colocado na geladeira e ser entregue na manhã seguinte. 
 
 
28.2 URINA 
 
 
Coletar a primeira urina da manhã, tomando os seguintes cuidados: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 92 
 
• Fazer a assepsia do local (lavagem com água e sabão); 
• Desprezar o primeiro jato da urina; 
• Coletar em frasco adequado (tipo coletor universal); 
• Destinar o material à farmácia no máximo três horas após a coleta. 
 
Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamentos alopáticos, o médico 
deverá ser notificado. Dinamiza-se a solução até a potência desejada. A entrega do 
material deverá ser feita no mesmo dia da coleta, em frasco adequado (coletor de 
fezes ou coletor universal), até no máximo 3 horas após a coleta. Se isso não for 
possível, guardar em geladeira e entregar na manhã seguinte. O material deve ser 
identificado, solubilizado, macerado e dinamizado até a potência prescrita. 
 
 
29 CÁLCULO RENAL/PÓ DE CASA/MEDICAMENTO ALOPÁTICO 
 
 
A entrega do material deverá ser feita em frascos apropriados (limpos e 
esterilizados). Após a trituração e solubilização do material, efetua-se a 
dinamização. 
 
 
30 NÓDULO DE MAMA/PÓLIPOS NASAIS/AMÍGDALAS E OUTROS 
 
 
A coleta deverá ser feita em frascos adequados (limpos e esterilizados), 
contendo uma solução glicerinada, soro fisiológico ou álcool 96ºGL. Obs: o formol 
deve ser evitado. O material deverá ser entregue à farmácia no mesmo dia da coleta 
ou então colocado em refrigerador para ser entregue na manhã seguinte. Após a 
identificação e trituração, efetua-se a dinamização. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
 
31 CULTURAS MICROBIANAS (PLACAS, SOLUÇÕES BACTERIANAS E 
OUTROS) 
 
 
O material deverá ser encaminhado à farmácia no dia em que foi entregue 
ao paciente pelo laboratório, ou então conservado em geladeira e encaminhado na 
manhã seguinte. Após a solubilização, efetua-se a dinamização. OBS: Em caso de 
dúvida ou maiores esclarecimentos, entre em contacto com o farmacêutico. 
 
 
32 MIASMAS 
 
 
Se para curar era somente necessário achar o medicamento mais similar 
possível, de que valeria uma “multidão de conceitos imprecisos e filosóficos” 
durante o ato terapêutico, perguntavam-se atônitos os médicos homeopatas 
que entravam na homeopatia, vindos da escola médica clássica. Aliás, este 
é um quadro relativamente atual quando observamos que ainda hoje a 
formação médica clássica não dota os médicos de uma compreensão 
correta de organismo. Estudamos uma parte do complexo funcionamento 
corporal, compreendemos segmentos da patologia humana por meio do 
estudo de órgãos, pesquisamos a etiopatologia das enfermidades de forma 
fragmentada e jamais ensinada a debruçar sobre a imagem do misterioso 
organismo dinâmico – com suas maravilhosas intercorrelações, ritmos e 
sinergismos – para realmente pensar sobre aqueles que deveriam ser os 
fundamentos da arte médica: saúde e vida. De certa forma os miasmas e as 
oscilações desencadeadas pelas patogenesias sobre os sujeitos permitem 
que os estudos destas potencialidades vitais ocorram na prática 
(ROSENBAUM, Paulo, 1996). 
 
 
Quanto aos autores que escreveram sobre a teoria miasmática, alguns 
relacionam miasmas aos problemas morais da humanidade, outros a distúrbios 
fisiopatológicos, outros se limitaram a relacioná-la com a Energia Vital. A questão 
miasma ainda se ressente de definições mais claras e abrangentes do próprio termo 
Miasma, de psora, suscetibilidade, predisposição. Tudo que se relaciona ao termo 
diz respeito à gênese das doenças e do adoecer, e de como o ser reage a isso. 
Poder-se-ia dizer que é onde mais se evidenciam e se usam as diferenças e as 
semelhanças entre os seres. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
 
33 MARCADORES MIASMÁTICOS 
 
 
A presente listagem de marcadores miasmáticos (sintomas, intencionalidade 
ou qualidade de sintomas que identificam os miasmas) proposta para identificação 
do miasma predominante, quando da análise dos casos clínicos, surgiu ao 
estudarem-se comparativamente os autores mencionados. Não se constitui 
novidade, mas seu objetivo é operacionalizar o miasma no dia a dia da clínica da 
similitude. Não concordamos que marcadores miasmáticos não existem, usando 
como justificativa o fato de serem todos sintomas trimiasmáticos, com predominância 
de um determinado miasma. 
Argumentamos que se aceita a existência do miasmático, este deverá ter 
seus marcadores, sob o risco de não serem identificados. Como poderemos 
diferenciar humanos de animais ou vegetais se não temos os elementos que os 
identifiquem como tais? Poucos são os marcadores comuns a todos os autores; 
ateremos, pois, àqueles que são consensuais, independentemente do construtivismo 
que os tente justificar. 
São poucos os comuns, mas existem, e se utilizados na clínica serão de 
grande valia para a compreensão das patogenesias, para o diagnóstico 
medicamentoso, para a orientação preventiva dos pacientes e também para o 
prognóstico, pois além das proposições observacionais de Hering e as prognósticas 
de Kent, teremos também, para orientação do clínico, a variação ou atenuação das 
modalidades miasmáticas que acompanham os sintomas, a tão comentada evolução 
miasmática. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
 
 Psora Sycose Syphilis 
Ansiedade 
inquietude 
variabilidade 
alternância 
hiperatividade 
pouco ordenada 
Mental 
Desconfiança 
obsessividade 
egoísmo 
egocentrismo 
constante 
planejador 
ordenado 
atividade ordenada 
Isolamento 
desinteresse 
apatia 
indiferença 
morte 
atividade 
desordenada 
inatividade 
Busca 
integração 
adaptação 
ser aceita defesa 
para adaptação 
 
Meio 
Manipula-o para 
usá-lo para seus 
propósitos 
defesas para vencer 
Isola-se do meio 
Teme Lei Burla imoral 
Transgride 
amoral 
anarquia 
falta de ordem 
Constrói 
não destrói 
variabilidade 
Ação 
Constrói para si 
destrói aos outros 
ordenada 
Destrói a si e aos 
outros 
desordenada 
Futuro Tempo Presente Passado 
Ativa Mente 
Dificuldade para 
falar e para lembrar 
nomes 
 
Hipersensíveis Sentidos Embotados 
 Pronome Eu Ninguém 
Religião Escape Ocupação Álcool drogas 
Agrava Horário - 6- 18 horas 
 18- 21 horas Agrava 
 21- 03 horas Agrava 
 03 - 06 horas Agrava 
Agrava Frio Extremo agrava 
Melhora Calor Melhora Extremo agrava 
Agrava Secura Melhora Melhora 
Melhora Umidade Agrava 
 Mar Agrava 
 Montanha 
 Ar livre Melhora 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 96 
 Vento Melhora 
 Tempestades 
 Sol Agrava 
Cheia agrava 
Lua 
Nova agrava 
Melhor Repouso 
Fisiológicas 
melhoram 
ex. transpiração, 
urina, fezes, 
menstruação. 
Eliminações 
Patológicas 
melhoram 
ex: catarros 
secreções 
purulentas 
aderentes 
Fisiológicas pioram 
secreções putridas, 
hemorrágicas. 
Insaciável Fome Variável Diminuída ou exagerada 
Doces, ácidos. Desejos alimentares 
Ácidos, 
estimulantes. Não sabe o que quer 
 Aversões alimentares Carne 
 Temperatura dos alimentos 
Comidas e bebidas 
quentes melhoram 
Desejacomidas e 
bebidas frias 
Alta Febre Alta paroxística Não alta insidiosa com prostração. 
Prurido Patológico 
Proliferação, 
acúmulo, 
hiperplasia. 
Ulcerações, 
destruição, 
assimetrias. 
 Secura Retenção hídrica 
 
Errático, superfície, 
mais funcional que 
lesional. 
Mais lesional que 
funcional 
Bem mais lesional 
que funcional 
 Descamação Catarros Sangramentos 
FONTE: Departamento de Homeopatia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas / APH - 
Ciclo de Estudos sobre Miasmas - Campo Grande-MS - 1996 - Congresso Brasileiro de Homeopatia. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 97 
 
34 PROGNÓSTICO CLÍNICO DINÂMICO 
 
 
PRÓ = antes + GNOSIS = reconhecer. Ou seja, é a arte de predizer o 
progresso e o fim da enfermidade (Dr. Maffei - médico patologista). 
É, na verdade, um conjunto de observações que homeopatas clássicos 
fizeram correlacionando a primeira prescrição do medicamento, o que se deve 
esperar de evolução do caso com o estado do paciente. Utilíssimos, mas que 
exigem boa observação de seus pacientes e um melhor relato nos animais. Diferem 
do prognóstico em outras terapêuticas pelo fato de que, embora o clínico não saiba 
com certeza o que esperar de reação do paciente depois que o medicamento é 
dado, sabe o que fazer com os resultados desta medicação nele. 
Pode produzir uma falsa sensação de insegurança ao clínico, mas com 
certeza dá a ele um campo de ação muito maior, já que mesmo em casos 
clinicamente incuráveis há a possibilidade de melhoria das condições do paciente. 
 
I. Funcional = manifestações sensoriais, alterações bioquímicas; 
II. Lesional Leve = alterações em órgãos e tecidos não vitais; 
III. Lesional grave = alterações em órgãos e tecidos vitais; 
IV. Incurável = alterações tão graves e profundas em órgãos e tecidos vitais 
(incluindo alterações mentais) que são irreversíveis. 
 
Sempre lembrar que incurável é a lesão e não o ser que está sendo 
tratado. E isto significa que mesmo em um paciente incurável o uso de um 
medicamento bem elegido é útil. E ainda segundo Elizalde, no caso de ser dado o 
simillimum: 
 
I. Funcional = melhora os sintomas mentais, gerais e funcionais com sensação 
subjetiva de bem-estar geral. Ocorre, portanto, uma melhora suave, progressiva e 
sem agravações. 
 
II. Lesional Leve = agravação curta e forte, seguida de rápida melhoria. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
 
III. Lesional Grave = agravação prolongada, seguida de lenta e segura melhoria. 
 
IV. Incurável = a deterioração energética chegou ao máximo, por isso a tentativa do 
organismo equilibrar-se foi levada às últimas possibilidades, não existindo nada para 
curar e, portanto, não há agravação, e se espera uma paliação com melhora dos 
sintomas idiossincrásicos (os próprios do doente) e morte em ataraxia (bem-estar). 
 
As 12 observações prognósticas de Kent são as situações que ocorrem após 
ter sido medicado pela primeira vez o paciente. Segundo Kent (1996), na lição XXXV 
de seu livro Filosofia Homeopática: 
 
Depois de feita a prescrição, o médico começa a observar. Todo o futuro do 
paciente pode depender das conclusões a que chega a partir destas 
observações, e de sua ação, o bem do paciente. Se não entende o 
significado do que vê, atuará de maneira equivocada, fará prescrições 
erradas, mudará os medicamentos, agirá, enfim, em detrimento do paciente. 
Não há um caminho a seguir e não é capaz de substituir a inteligência. 
 
E, ainda Kent, se conversarmos com muitos médicos a respeito das 
observações que se seguem à administração do medicamento, vocês descobrirão 
que a maioria deles não possui senão fantasias ou noções vagas quanto a esta 
questão, e não enxergam mais nada depois de feita a prescrição. Se o homeopata 
não for um observador cuidadoso, suas observações serão imprecisas e suas 
prescrições consequentemente também o serão. 
Presume-se que uma vez feita a prescrição, se ela for correta, atuará. Ao 
atuar, o remédio começa imediatamente a provocar mudanças no paciente que se 
manifestam por meio de sinais e sintomas. A natureza interna da doença se mostra 
ao médico através dos sintomas, que lhe permitem situar-se com a precisão dos 
ponteiros de um relógio. Este tempo de espreitar, esperar e observar necessita ser 
cumprido, para que ele possa julgar por meio das mudanças que surgem, o que 
deve e o que não deve fazer. 
É verdade que o homeopata, em vários casos, não permanece muito tempo 
em dúvida quanto ao que não fazer. Há sempre um indicador que lhe avisa o que 
não fazer. Se for um observador arguto e atento, verá este indicador em cada caso. 
Claro que se a prescrição não tiver correspondência com o caso, se for uma 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 99 
prescrição que não efetua nenhuma mudança, não demorará muito para ele saber o 
que fazer: muita paciência esperando por uma prescrição tola não passa de perda 
de tempo e isto também deveria ser levado em conta entre as observações. 
As observações que tem valor são realizadas após a administração de um 
remédio específico, suficientemente relacionadas com o caso, para provocar 
mudanças nos sintomas. As mudanças estão começando. Com que se parecem? O 
que significam? A que conduzem? Ao escutar o relato do paciente (no caso de 
veterinários, tanto o relato do proprietário, como sua própria observação), o médico 
precisa saber o que está acontecendo. 
Sabe-se que remédio está atuando pela mudança dos sintomas. O 
desaparecimento de sintomas, o aumento de sintomas, a melhoria de sintomas, a 
ordem dos sintomas, constituem mudanças provocadas pelo remédio, e estas 
mudanças devem ser estudadas. Uma das coisas mais comuns que os remédios 
fazem é agravar ou melhorar. 
 
I. Observação - Prolongada agravação seguida de aniquilamento final do paciente. 
O antipsórico era muito profundo e produziu uma destruição, a reação vital era 
impossível, pois era incurável. Também pode ter ocorrido que a potência era muito 
alta para a fraca reação. É recomendável a 30C ou 200C (Kent). Nestes casos, 
geralmente o paciente chegou tarde demais para ser tratada, sua energia não 
aguenta mais nem se manter, o que não impede de dar-lhe um remédio que lhe seja 
paliativo. Segundo Elizaldi e Roberts, deve-se medicar pelos sintomas mais atuais. 
Alguns estudiosos da Homeopatia dizem que nunca um remédio bem elegido 
poderia fazer mal. Outros, que se a dose não for suave o suficiente, a agravação 
pode até matar o paciente. Enquanto não se chega a um consenso, é interessante 
seguir a indicação de Kent de dosagens. Também há de se ter cuidado ao julgar 
incurável um caso que não o é, e que cai na observação seguinte. 
 
II. Observação - Longa agravação, mas seguida de lenta melhoria final. Indica 
paciente lesional grave em órgãos ou tecidos vitais, mas ainda com energia 
suficiente para se recompor. Podem durar meses e anos as agravações 
prolongadas. É necessária muita paciência, tanto do médico quanto do enfermo, 
para só repetir a dose quando voltarem os sintomas pelo qual se prescreveu. São 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
casos em que a boa observação do veterinário é fundamental, para saber ver o que 
está acontecendo e não mudar o medicamento que está sendo dado, 
desnecessariamente. Neste tipo de caso as chances maiores de um tratamento dar 
certo é em proprietários homeopatizados, pois por conhecerem na prática como 
funciona a Homeopatia, terão mais paciência para esperar os resultados quando 
estes forem mais lentos. 
 
III. Observação - Agravação imediata, curta e forte, seguida de rápida melhoria do 
paciente. Sempre que virmos uma agravação que surge rapidamente, que é curta e 
mais ou menos intensa, verificaremos que a melhoria do paciente será duradoura. A 
melhoria será acentuada, pois a reação do organismo é vigorosa e não há nenhuma 
tendência para alterações estruturais em órgãos vitais. Qualquer alteração estrutural 
eventualmente presente estará em nível de superfície, em órgãos que nãosão vitais; 
haverá a formação de abscessos e frequentemente glândulas não essenciais 
poderão supurar em regiões que não implicam risco de vida para o paciente. Estas 
alterações orgânicas são do tipo superficial. Acontece quando o paciente é lesional 
leve. Preconiza-se não interferir a não ser que seja demasiadamente incômoda ao 
paciente ou ao proprietário (no nosso caso, é o proprietário quem menos suporta a 
agravação de seu animal). Em humanos, é a agravação que ocorre poucas horas 
após a tomada do medicamento, no caso das doenças agudas, ou durante os 
primeiros dias, em casos crônicos. No caso de veterinários, essa referência é um 
pouco complicada, porque cães e gatos têm um limiar à dor e ao desconforto da 
doença maior que os humanos. Então às vezes não observamos as agravações, 
mas mesmo assim conseguimos avaliar a sensação de bem-estar que vem com a 
melhoria da doença. 
 
IV. Observações - Ocorrem curas muito satisfatórias sem agravações. Nesta 
hipótese, o paciente tomou um medicamento bem escolhido e é um paciente só 
funcional, não existia doença orgânica e nem tendência para tal. Em curas que 
ocorrem sem qualquer agravação, sabemos que a potência é adequada e que o 
remédio é o remédio curativo, desde que os sintomas desapareçam e a saúde 
retorne de maneira ordenada. Ordenada, segundo Kent, significa que a cura deve 
seguir as suas leis. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 101 
 
V. observação - Primeiro melhora e em seguida ocorre agravação. Depois de dada 
a medicação, o paciente se sente muito bem, mais passado quatro a cinco dias ou 
uma semana, ele está pior do que estava antes de começar o tratamento. Segundo 
Kent, 1996 “não é raro nos casos graves, nos casos com uma grande quantidade de 
sintomas; mas diga-se o que se disser, a situação é desfavorável. Nesse caso, ou o 
remédio era só superficial e só podia agir como paliativo ou o paciente era incurável, 
apesar do remédio ser, de alguma forma, adequado”. Deve-se reavaliar o caso para 
se saber qual das duas situações está ocorrendo. De qualquer forma, se espera 
esse tipo de situação em doentes de lesionais graves a incuráveis. 
 
VI. Observação - Alívio demasiadamente curto dos sintomas. Quando isso ocorre, 
ou algo no dia a dia do paciente está atrapalhando a ação do medicamento ou as 
alterações nos órgãos são tão profundas que são incuráveis, ou ainda, estão se 
encaminhando para tal situação. 
 
VII. Observação - Melhoria total dos sintomas, sem haver, no entanto, alívio 
especial para o paciente. Existem condições físicas que fazem com que sua melhora 
vá até certo ponto. Defeitos congênitos, falta de algum órgão, lesões irreversíveis. 
Segundo Kent, 1996, “ele é paliativo neste caso e representa uma paliação 
conveniente pelos remédios homeopáticos”. Isto também significa que, mesmo que 
o corpo não possa mais se curar, a procura pelo medicamento mais adequado para 
o paciente deve ser feita, pois o alivia. 
 
VIII. Observação - Alguns pacientes reagem a todos os remédios que tomam, são 
os pacientes hipersensíveis. Para Kent, “são pacientes com tendência a histeria, 
superexcitados e hipersensíveis a todas as coisas. Diz-se que o paciente tem uma 
idiossincrasia a tudo e estes hipersensíveis são frequentemente incuráveis”. Não é 
uma situação que ocorra com assiduidade, mas são experimentadores natos em 
humanos, exatamente por reagirem a todas as substâncias que tenham contato, 
mostrando uma rica sintomatologia. Como hipótese, poderia dizer que pelo limiar 
alto que cães e gatos têm à dor e ao desconforto, seria mais improvável de se 
encontrar entre eles tipos hipersensíveis. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 102 
 
IX. Observação - Ação dos medicamentos sobre os experimentadores. Aqui Kent se 
referia a humanos que experimentam substâncias para se descobrir ou comprovar 
suas qualidades curativas. 
 
X. Observação - Novos sintomas que aparecem após a tomada do remédio. 
Segundo Hahnemann, nos § 179 do Organon, 6ª edição, “em casos mais frequentes, 
porém, o medicamento que então foi escolhido em primeiro lugar pode ser apenas 
em parte adequado, isto é, não exatamente adequado, pois não houve um número 
significativo de sintomas que orientasse a escolha acertada”. 
§ 180: É, então, que o medicamento, na verdade tão bem escolhido quanto possível, 
mas imperfeitamente homeopático pelos motivos já ponderados, em seu efeito 
contra a doença que lhe é apenas parcialmente semelhante – como no caso referido 
acima, em que a escassez de meios de cura homeopáticos torna por si só imperfeita 
a escolha – vai causar distúrbios secundários e diversos fenômenos de sua própria 
série de sintomas se misturam com o estado de saúde do doente, os quais, contudo, 
são, ao mesmo tempo, sintomas da própria doença, embora, até então, nunca ou 
raramente terem sido percebidos; surgirão ou desenvolverão intensamente 
fenômenos que o doente há pouco tempo antes absolutamente não percebia ou 
percebia apenas vagamente. 
§181: Não se objete que os distúrbios agora surgidos e os novos sintomas 
dessa doença ocorrem por conta do medicamento que acabou de ser usado. Tais 
distúrbios provêm dele*; são, porém, apenas certos sintomas cujo aparecimento 
dessa doença também já era capaz de produzir por si nesse organismo e que o 
medicamento – na qualidade de autoprodutos de sintomas semelhantes – somente 
atraiu e fez aparecer. Em uma palavra, tem-se que considerar tudo o que agora, 
seguramente, passou a ser a própria doença, como o verdadeiro estado atual e 
tratá-lo, futuramente, de acordo com ele. 
*Quando sua causa não foi um erro importante no regime de vida, uma 
paixão intensa ou um fenômeno tumultuoso no organismo, como o início ou a 
parada de regras, concepção, parto, etc. Enfim, segundo Kent (1996): 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 103 
 
Se um grande número de novos sintomas aparecer depois da administração 
de um remédio, a prescrição geralmente se mostrará desfavorável. De vez 
em quando o aparecimento de um novo sintoma representará simplesmente 
um sintoma antigo que ressurge, que o paciente não havia observado e 
pensa que é novo. Quanto maior a série de sintomas novos que aparece 
depois da administração de um remédio, tanto maior dúvida haverá quanto 
ao acerto da prescrição. 
 
Porém, duas situações podem estar ocorrendo: os sintomas que aparecem 
são sintomas do paciente, que o medicamento que está sendo dado deveria cobrir e 
não cobre. Deve-se, então, procurar um medicamento mais adequado, ou está 
sendo dada dose excessiva do medicamento e o paciente está mostrando sintomas 
do medicamento e não os dele. 
 
XI. Observação - Retorno de sintomas antigos. Segundo Kent, “uma doença é 
curável na exata proporção que retornam sintomas antigos que há longo tempo 
haviam desaparecido. Eles desapareceram simplesmente porque outros mais novos 
surgiram”. São as leis de cura se cumprindo. 
 
XII. Observação - Sintomas tomam a direção errada. Kent fala aqui de situações em 
que “logo o médico se dá conta de que houve um deslocamento da periferia para o 
centro e o remédio precisa ser imediatamente antidotado, porque senão se 
produzirão alterações estruturais na nova localização”. Estes são os casos de 
supressão: 
 
Há um grande perigo em se selecionar um remédio baseado unicamente 
nos sintomas externos, isto, é, em se escolher um remédio que só tenha 
correspondência com a pele, ignorando todos os demais sintomas que o 
paciente possa ter, ignorando a economia como um todo e o estado geral 
do paciente; porque é verdade que aquele remédio que só tem relação com 
a pele, pode conduzir para o interior a doença da pele, fazendo-a 
desaparecer, embora o próprio paciente não esteja curado. Tal paciente 
continuará doente até que aquela erupção retorne ou se localize em outro 
lugar. Ou seja, a doença se aprofunda (KENT, 1996). 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HOMEOPATIAMÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 106 
 
 
MÓDULO V 
 
 
35 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIA HOMEOPÁTICA 
 
 
Quando falamos em administração em farmácia homeopática estamos nos 
referindo a fatores que promovam o desenvolvimento do estabelecimento, sem 
esquecer fatores importantes como a qualidade dos produtos produzidos, bem como 
a qualidade de atendimento ao público. São aspectos básicos, mas que devem ser 
levados em conta quando se deseja uma administração de qualidade. 
Em nações do primeiro mundo são adotados métodos e sistemas de 
armazenamento e estocagem de insumos básicos para a produção de 
medicamentos homeopáticos de acordo com as normas de controle ambiental e 
temperatura, bem como a distribuição do espaço físico. Tais métodos são de vital 
importância para a duração do produto, porém o espaço físico disponível em cada 
farmácia ou laboratório farmacêutico pode ser redimensionado para atingir tal 
objetivo. 
Além disso, boas condições de higiene e assepsia dos vasilhames, bem 
como do local de produção e também dos funcionários, são atitudes básicas para 
melhorar não só as condições do trabalho, mas também aumentar a durabilidade do 
produto. Evitando-se a umidade, fogo ou infiltrações de água no local, colabora-se, 
portanto, para esse fim. São investimentos que assegurarão não só os estoques das 
matérias-primas, como garantirão um melhor retorno financeiro, que poderá ser 
salvaguardado com adoção de cobertura securitária contra qualquer evento que 
coloque em risco os produtos estocados e o estabelecimento farmacêutico. 
Outro aspecto focado na administração é o cuidado com o consumidor e 
para isso o profissional em farmácia deve estar ciente da legislação, no sentido de 
se informar sobre seus deveres, bem como seus direitos. Isso é realizado no sentido 
de evitar sérios incidentes ocasionados, por exemplo, a fatos notórios e de má-fé por 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 107 
parte dos maus empresários na área farmacêutica, mas também na inobservância 
das instruções por parte do consumidor. 
Um agravante da situação é o noticiário não especializado que pode muitas 
vezes distorcer os fatos, comprometendo a reputação de pequenos, médios e 
grandes estabelecimentos farmacêuticos. Portanto, com o intuito de evitar isso, se 
aposta no treinamento preventivo, ou seja, o profissional farmacêutico ou o 
proprietário deverá instruir seus funcionários a aceitarem solicitações por telefone 
(grande parte dos atendimentos são realizados por esse meio) somente depois de 
devida identificação do cliente, o nome do médico ou terapeuta que prescreveu o 
receituário, o endereço e o telefone. 
Tais dados deverão ser arquivados em listagem apropriada ou em programa 
de computador e após seu aviamento será comunicado seu prazo de resgate e 
pagamento na farmácia. A medida de exigir o receituário ético é benéfica porque 
além de evitar que meros curiosos ou irresponsáveis reincidentes não se repitam, 
também irá impedir a incidência de automedicação por parte de pessoas 
hipocondríacas, que se valem de leitura leiga de falsos manuais de saúde ou 
reportagens de imprensa não especializada, que circulam em massa e que muitas 
vezes abordam irresponsavelmente terapias alternativas, que não refletem a 
realidade da Homeopatia. 
Porém, devemos citar a importância da divulgação de artigos responsáveis 
que trazem informações fidedignas a respeito de Homeopatia e que alertam 
constantemente seus leitores sobre o risco e consequências de automedicação, o 
que na realidade é uma grande prestação de serviços às farmácias homeopáticas e 
também à comunidade. 
Além disso, vale destacar o cuidado especial em relação a informações 
públicas que são veiculadas em rótulos e bulas de medicamentos homeopáticos, tal 
como: prazo de validade, formulação, posologia e demais dados vitais para o 
consumo e consequente confiabilidade do produto. 
A informática tem sido ferramenta essencial em prol de muitos setores, 
inclusive na farmácia homeopática, em virtude de sua importância em auxiliar no 
controle de estoques, matéria-prima, meios de pagamento, folha de pessoal, salários 
e demais itens que fazem parte do aspecto econômico dos estabelecimentos 
comerciais de farmácia. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 108 
A instalação de rede integrada de dados a distância é de grande importância 
principalmente em estabelecimentos que têm filiais ou subsidiárias, em virtude da 
maior facilidade de controlar o fluxo de caixa diário por parte do proprietário quando 
sua presença física no estabelecimento não é possível. Além disso, os grandes 
laboratórios poderão dispensar a visita de seus vendedores às farmácias 
homeopáticas, podendo realizar as vendas dos insumos ativos por meio de redes 
informatizadas conectadas diretamente à sua clientela comercial. 
Agilizando, portanto, o prazo de entrega de tais mercadorias, a cobrança e o 
controle de estoques e pagamentos, com menores custos para ambos. Outro 
método que vem a beneficiar o estabelecimento comercial é a adoção de etiquetas 
com respectivos códigos de barras, permitindo uma leitura ótica rápida do caixa 
registradora acoplada ao microcomputador, evitando-se a troca das mesmas em 
virtude dos eventuais aumentos mensais, comuns em países de terceiro mundo. 
É uma medida que proporciona uma grande economia nos custos de 
embalagens dos produtos homeopáticos e em seu preço final ao consumidor. Um 
importante aspecto que devemos ressaltar na administração, não só de farmácia 
homeopática, mas também em outros setores, é a questão da ética, pois é sabido 
que alguns empresários, com o intuito de lucro rápido e fácil, utilizam medidas 
perversas, cortando a mão de obra contratada com a comercialização de produtos 
adulterados, que com baixo custo e alto poder de rotatividade de consumo ao 
público, tentam dessa maneira aferir altos ganhos, em detrimento da qualidade. 
E, muitas vezes para esse fim, se valem de propaganda enganosa, incluindo 
até pseudomedicamentos homeopáticos com formulação diferente da preconizada 
pela terapia homeopática. A consequência deste marketing enganoso é a indução 
do consumo indiscriminado de produtos cientificamente condenáveis, que acabam 
por levar ao descrédito social da Homeopatia, que é uma ciência séria, mas cuja 
reputação pode ser rebaixada por simples ignorância de indivíduos que fazem do 
seu nome fachada para a venda de seus produtos, sem o menor cuidado com a 
saúde pública. 
Em outras palavras, a questão ética é deveras muito importante, pois um 
profissional que possa cometer as faltas comentadas não demonstra nada, a não ser 
a sua incapacidade profissional e comercial. Tais atitudes são indignas contra seus 
próprios clientes, que reconhecerão a realidade dos fatos e consequentemente se 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 109 
afastarão e poderão levar consigo boa parte da clientela em potencial, bem como o 
círculo de amizades que tenderá a se reduzir, o que trará como efeito o total 
insucesso nos seus empreendimentos. 
Portanto, para uma administração de farmácia homeopática não basta 
somente bons produtos, boa organização, bom atendimento, se não estiver 
envolvido o principal elemento que faz com que as relações humanas, mas também 
comerciais, tornem-se vitoriosas: a ética profissional. 
 
 
36 MONTAGEM DE FARMÁCIA HOMEOPÁTICA 
 
 
Os pré-requisitos básicos para a instalação e funcionamento de Farmácia e 
Laboratório Homeopático, no Brasil, serão descritos a seguir. 
 
 
36.1 ASPECTO LEGAL 
 
 
Com fins de instalação de Farmáciae Laboratório Homeopáticos, a 
legislação brasileira determina obediência estrita às seguintes normas legais: 
 
1) Lei Federal n° 5.991, de 17/12/73, regulamentada pelo Dec. n° 74.170, de 
12/06/74. 
2) Lei Federal n° 6.360, de 23/09/76, regulamentada pelo Dec. n° 74.094, de 
05/01/77. 
3) Legislação complementar estadual que regulamenta os códigos de vigilância 
sanitária. 
4) Decreto n° 78.841, de 25/11/76, que aprova a 1ª edição da Farmacopeia 
Homeopática Brasileira. 
5) Decreto n° 57.477, de 20/12/65, dispondo sobre a manipulação, receituário, 
processos de industrialização e venda de produtos éticos em Homeopatia, além de 
outras providências legais. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 110 
6) Portaria 17/66, de 22/06/66, da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, do 
Ministério da Saúde, que regulamentada a respeito da manipulação, receituário, 
processos de industrialização e venda de produtos homeopáticos. 
7) Resolução 232/92 do Conselho Federal de Farmácia, em Brasília, DF. 
8) Resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em frequente 
atualização. 
 
 
36.2 LOCAL DE INSTALAÇÃO 
 
 
A Farmácia ou Laboratório Homeopático deverá ser instalado em local seco, 
isento de poeira e contaminação aérea. Da mesma maneira, tal meio ambiente 
deverá ser isento de aromas ativos, radiações, tais como a ultravioleta, 
infravermelha e raios-X, além de não estar instalado em zona de atividade com 
ondas curtas e micro-ondas e ter boas condições de encanamento hidráulico, que 
favoreça perfeito escoamento. 
 
 
36.3 EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS 
 
 
Deverão existir condições ideais de ventilação, favorecendo perfeita 
circulação de correntes aéreas, que poderá ser o ar condicionado, ou por meio de 
ventiladores ou circuladores de ar, situados contraparede ou teto do imóvel, que 
previnam turbulência aérea quando em funcionamento. É recomendado o uso de 
exaustor de ar com coifa em curva, visando melhor condição de renovação das 
correntes aéreas circulantes em seu meio ambiente. 
Deve-se adaptar filtro nas torneiras d’água, para filtragem efetiva da água a 
ser usada no laboratório ou farmácia homeopática. Quanto às condições de 
iluminação natural, deve-se evitar a luz solar incidida diretamente no balcão de 
manipulação dos medicamentos homeopáticos. Deve-se dar preferência à 
iluminação artificial, luz fria, ou seja, por lâmpadas fluorescentes. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 111 
Móveis e utensílios deverão ser manufaturados de material impermeável, 
resistente ao fogo; evitando-se sempre material poroso, de baixa qualidade e 
durabilidade. Deve-se procurar manter a máxima higiene, com limpeza diária, 
devendo os pisos e paredes receber também cuidados desta ordem, evitando-se a 
presença de resíduos tóxicos, de forte odor, sendo indicado o uso de sabão neutro e 
água para tal finalidade. 
Em relação aos utensílios de uso diário, tal como também os equipamentos 
técnicos, devem ser observadas as seguintes medidas: 
 
a) Serem de fácil limpeza e conservação, na medida do possível; 
b) Evitar ceder ou emprestar os mesmos, em partes ou integralmente, sob nenhum 
pretexto; 
c) Materiais deverão ser de fácil esterilização, de material resistente a altas 
temperaturas das autoclaves, usados para tal fim; 
d) Os mesmos deverão ser de boa qualidade e durabilidade, além de resistentes a 
quedas ou eventuais impactos, durante seu uso; 
e) No mínimo deverão ser comprados: balança de precisão, destilador, alcoômetro 
de Gay-Lussac, estufa ou autoclave para esterilização dos materiais de uso diário. 
 
Como materiais de uso opcional, deverão fazer parte do arsenal técnico: 
 
1) Diamizador; 
2) Sucussionador, com braço mecânico; 
3) Micropipetas e repipetadores automáticos; 
4) Equipos para controle de qualidade de matérias-primas; 
5) Estufa ou autoclave para secagem dos diversos medicamentos homeopáticos; 
6) Tableteiros; 
7) Prensas; 
8) Percoladores; 
9) Higrômetros; 
10) Desumidificador de ar; 
11) Tamizes; 
12) Exaustores; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 112 
13) Ar condicionado, em especial em regiões tropicais; 
14) Encapsuladoras; 
15) Pré-filtro; 
16) Frascos de vidro escuro para mistura hidroalcóolica; 
17) Espátulas de aço inox e porcelana de boa qualidade; 
18) Gral e almofariz de porcelana; 
19) Filtros para as diversas finalidades; 
20) Funis de vidro de boa qualidade, resistentes ao impacto; 
21) Pipetas de vidro, resistentes ao impacto e manipulação; 
22) Cálices de vidro de boa qualidade; 
23) Conta-gotas de vidro, polipropileno e ou polietileno de alta densidade; 
24) Frascos de vidro escuro de diferentes volumes, para armazenamento de 
tinturas-mães, matérias-primas em Farmácia Homeopática. 
 
 
36.4 MATERIAL DE CONSUMO BÁSICO MÍNIMO 
 
 
Os estoques mínimos de matérias-primas homeopáticas (insumos ativos) 
devem ser da seguinte ordem: 
 
A) Policrestos: 
 
1) Aconitum napellus 
2) Arnica Montana 
3) Arsenicum álbum 
4) Belladona 
5) Bryonia Alba 
6) Calcarea carbônica 
7) Carbo vegetabilis 
8) Chamomilla matricaria 
9) China officinalis 
10) Dulcamara 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 113 
11) Hepar sulphur 
12) Ipecacuanha 
13) Lachesis mutans 
14) Lycopodium clavatum 
15) Mercuris solubilis 
16) Nux vomica 
17) Phosphorus 
18) Pulsatila nigricans 
19) Rhus toxicodendrum 
20) Sépia sucus 
21) Sulphur 
22) Staphysagria 
23) Tuberculinum 
24) Thuya occidentalis 
25) Veratrum álbum 
 
B) Semipolicrestos 
 
1) Acidum nitricum 
2) Aesculus hipocastanum 
3) Aloe socotrina 
4) Antimonium crudum 
5) Antimonium tartaricum 
6) Apis melifica 
7) Argentum nitricum 
8) Aurum mettalicum 
9) Barium carbonicum 
10) Calcium fluoratum 
11) Calcium phosphorium 
12) Causticum 
13) Chelidonium majus 
14) Colocynthis 
15) Ferrum phosphoricum 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 114 
16) Ferrum metallicum 
17) Gelsemium sempervirens 
18) Graphites 
19) Ignatia amara 
20) Iodum 
21) Kalium bicromium 
22) Kalium carbonicum 
23) Kalium phosphoricum 
24) Luesinum 
25) Magnesium phosphoricum 
26) Luesinum 
27) Magnesium phosphoricum 
28) Medorrhinum 
29) Natrum carbonicum 
30) Natrum muriaticum 
31) Natrum sulphuricum 
32) Opium 
33) Platinum 
34) Psorinum 
 
 
36.5 RECURSOS HUMANOS: PESSOAL TÉCNICO CIENTÍFICO 
 
 
Além de treinamento prévio, todo o pessoal técnico envolvido na linha de 
produção de produtos homeopáticos, seja no Laboratório ou Farmácia Homeopática, 
deverão ser devidamente higienizados, sem uso de substâncias odoríficas, e 
portando uniformes imaculadamente brancos, próprios para tal finalidade. 
O uniforme deverá constar-se de: 
 
1) Jaleco branco; 
2) Touca (os cabelos devem estar presos nas mulheres) e cortados rentes no 
homem; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 115 
3) Máscara. Seu uso é inteiramente indispensável durante o processo de 
manipulação dos medicamentos homeopáticos, sem exceções; 
4) Uso de luvas de borracha especial, no processo de trituração, no preparo de 
tabletes e durante a manipulação de material esterilizado; 
5) Proibição do fumo é imprescindível, no ambiente de trabalho, sem exceções, sob 
qualquer pretexto; 
6) O mesmo se dá quanto ao consumo de alimentos ou bebidas, sem exceção. 
 
 
36.6 ARMAZENAMENTO DE UTENSÍLIOS E MATERIAL DE CONSUMO BÁSICO 
 
 
a) O preparo de medicamentos homeopáticos deve ser realizado em frascos de 
vidro incolor ou escuro, classe hidrolítica I, II, III, IV; 
b) O armazenamento dos medicamentos homeopáticos deverá obedecer aos 
seguintes parâmetros técnicos, a seguir; 
c) Os líquidos: em frascos de vidro âmbar (escuro) ou incolor de classe I, II, III, IV, ou 
ainda eventualmente, em plástico, em último caso; 
d) Os sólidos: usar frascos para tabletes e glóbulos inertes, que são úteis ao 
armazenamento das formas em trituração, de vidro âmbar (escuro), incolor, de 
classe hidrolítica I, II, III, IV, além de frascos de plásticos de polietileno, polipropilenoou policarbonato atóxicos; 
f) Os pós: utilizar papel branco impermeável perolado branco ou ainda cápsulas de 
gelatina incolor. 
 
Obs.: No caso citado acima, empregar sempre, sem exceção, frascos plásticos de 
polietileno de Alta Densidade, como também de polipropileno branco leitoso, pois 
são legalmente permitidos para tal modalidade de estocagem. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 116 
 
36.7 MATERIAL ACESSÓRIO - MODALIDADES, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO 
 
 
a) Tampas: deverão sempre ser de vidro, ou plástico polipropileno ou polietileno 
leitoso branco; 
b) Batoques: deverão sempre ser de plástico polipropileno ou polietileno branco 
leitoso; 
c) Conta-gotas: deverão sempre ser de vidro resistente, ou ainda plástico de alta 
densidade atóxico; 
d) Bulbos: devem ser sempre de látex, silicone ou plástico atóxico, sendo proibido 
em caráter definitivo o de borracha, pelo alto risco de contaminação; 
e) O processo de lavagem e higienização deverá obedecer às seguintes regras: 
 
1) Frascos virgens, usados em vidraria em geral e em laboratório ou farmácia 
homeopática deverão sempre ser lavados em água corrente e logo após em água 
destilada, sem cloro, e levados em seguida para secagem em estufa, para proceder 
à sua esterilização; 
2) Frascos de vidro usados para armazenamento de tinturas-mães deverão sempre 
ser lavados em água corrente, com escovação severa, depois de imersos em álcool 
70% (v/v) durante período de duas horas consecutivas. Logo após, deverão ser 
devidamente enxaguados e armazenados, para uso futuro; 
3) Tais frascos, quando virgens, deverão ser lavados em água corrente, enxaguados 
em água destilada, sem cloro, e imersos após em solução hidroalcoólica 70% (v/v) 
durante período consecutivo de duas horas; 
4) A secagem de tais utensílios de vidro, plástico polietileno ou polipropileno de alta 
densidade deverão ser esterilizados em autoclave ou estufa esterilizadora à 
temperatura média, nunca inferior a 120 graus Celsius, a uma atmosfera, durante 
período mínimo de 30 minutos; em caso de estufa de ar seco, em temperatura 
mínima de 140 graus Celsius, durante período mínimo de uma hora consecutiva. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 117 
ATENÇÃO: os artefatos feitos de plástico, distintos dos padrões acima, deverão 
sempre ser esterilizados, obedecendo-se às regras: Imersão em solução 
hidroalcoólica a 70% (v/v) durante período mínimo de seis horas consecutivas e 
secos depois em estufa a ar seco à temperatura de 36 graus Celsius, com proteção 
apropriada e secagem adequada, sendo proibida terminantemente sua reutilização, 
sob qualquer razão. Tais materiais deverão ser armazenados limpos e esterilizados 
de modo seguro, em embalagem protetora, até que venham a ser necessários. 
 
 
36.8 ETIQUETAGEM - ROTULAÇÃO DAS EMBALAGENS DE USO CONTÍNUO 
 
 
Na rotulação de tintura-mãe, deverão informar: 
 
a) Nome científico do sal (insumo ativo); 
b) Data de fabricação e lote; 
c) Prazo de validade: máximo de cinco anos, ou como especificado no rótulo; 
d) Estado do sal (insumo ativo) seja fresca ou seca, além de parte usada em sua 
fabricação; 
e) Farmacopeia Homeopática utilizada e sua regra correspondente; 
f) Graduação alcoólica; 
g) Classificação tóxico-científica. 
 
As formas farmacêuticas derivadas deverão obedecer às normas expressas 
na Farmacopeia Homeopática Brasileira, acrescentando: 
 
a) Prazo de validade; 
b) Normas de conservação, conforme determinado pela ABFH. 
 
Tais exigências deverão ser respeitadas e acatadas por parte dos 
profissionais em Farmácia Homeopática, devido aos parágrafos legais aprovados da 
nova Lei e Direitos do Consumidor, vigentes em todo o Território Brasileiro. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 118 
 
36.9 INSUMOS INERTES: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE SUAS MATÉRIAS-
PRIMAS 
 
 
a) O álcool etílico deverá obedecer às especificações expressas na Farmacopeia 
Brasileira em sua última edição. Obedecer à recomendação de uso de papel 
analítico, ou ainda destilação, onde as condições não sejam plenamente 
satisfatórias. É sugerida ainda a sua armazenagem em recipientes plásticos de 
polietileno atóxico, ainda não utilizados previamente, para fins alheios. 
 
b) A água deverá obedecer estritamente às seguintes características físico-químicas: 
Líquido incolor e inodoro, pH de 5,0 a 7,0 em obediência aos limites farmacopeicos 
de: 
- Dióxido de carbono 
- Cloretos 
- Sulfatos 
- Cálcio 
- Metais pesados 
- Substâncias oxidativas 
- Nitratos e nitritos 
- Partículas sólidas totais máximas: 0,001% 
- Amônia: 0,3 ppm 
 
Sua pureza biológica deverá ser na ordem máxima de 100UFC/ml. A 
presença eventual de fungos ou riquétsias não deverá ultrapassar 100UFC/ml. Os 
testes bromatológicos para Salmoneloses e Escherichia coli, entretanto, deverão ser 
completamente negativos, sem exceção. 
 
c) Água (fonte de obtenção): por meio de destilação ou osmose reversa, como 
também por qualquer outro método que assegure suas características básicas 
acima, podendo ser ainda pré-filtrada, evitando-se a presença de Cl. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 119 
 
d) Os glóbulos e microglóbulos deverão sempre ser manufaturados de: 
 
• Sacarose; 
• Lactose sem aglutinantes; 
 
Com as seguintes características físico-químicas: 
 -Esféricos; 
 -Brancos; 
 -De sabor levemente adocicado; 
 -Solúveis em água; 
 -De baixa solubilidade em álcool; 
 -Insolúvel em éter e clorofórmio. 
 
e) A glicerina (insumo inerte): deverá possuir as seguintes características físico-
químicas: 
- líquido claro, de boa propriedade higroscópica e de densidade xaroposa. 
- Inodoro ou leve odor adocicado; 
- Leve sabor adocicado; 
- De fraca solubilidade em acetona; 
- Insolúvel em clorofórmio, éter e óleos essenciais e fixos; 
- De graduação analítica; 
 
ATENÇÃO: deverá ser estocada em recipiente hermético. 
 
1) A lactose (insumo inerte): deverá possuir as seguintes características físico-
químicas: 
- Pó cristalino; 
- Branco; 
- Não higroscópico; 
- Inodoro; 
- Discreto sabor adocicado. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 120 
2) A sacarose (insumo inerte): deverá possuir as seguintes características físico-
químicas: 
- Cristal incolor; 
- De coloração branca lustrosa; 
- Obtida a partir da cana-de-açúcar; 
- Solúvel em água; 
- De baixa solubilidade em álcool; 
 -Insolúvel em clorofórmio e no éter. 
 
 
36.10 AS SOLUÇÕES USADAS EM FARMÁCIA E LABORATÓRIO 
HOMEOPÁTICOS 
 
 
1) As soluções hidroalcoólicas deverão obedecer às seguintes especificações: 
- Grau alcoólico da monografia referente às várias tinturas-mães. 
- A graduação alcoólica usada no preparo de T.M. nas soluções usadas na 
manufatura das dinamizações iniciais, sejam decimais ou centesimais 
Hahnemannianas. 
- Graduação alcoólica de 70% (v/v): deverá ser preparada nos estoques, que darão 
origem às demais. Seja na impregnação ou embebição dos glóbulos de sacarose, no 
pós-preparo e moldagem dos tabletes de lactose. 
- Graduação alcoólica de 30% a 70% (v/v): deverá ser usada na dispensação de 
medicamentos homeopáticos em forma líquida. 
- Graduação alcoólica a 20% (v/v): deverá ser usada durante o processo de 
passagem de formas sólidas para líquidas. 
- Graduação alcoólica acima de 70% (v/v): deverá ser usada no preparo de 
embebição ou impregnação de tabletes, comprimidos, glóbulos e pós. 
 
2) A solução glicerinada: a glicerina deverá ser diluída a 50% (v/v), para uso no 
preparo dos medicamentos homeopáticos correspondentes. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 121 
 
36.11 AS PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS BÁSICAS E SUAS FORMAS 
 
 
1) Drogas de origem vegetal, frescas ou secas: serão empregadas no preparo das 
tinturas-mães. 
2) Drogas de origem mineral: a substância máter será empregada para seu 
processamento por meio da trituração. 
3) Drogas de origem animal, frescas ou secas: serão empregadas na manufatura 
das respectivas tinturas-mães.FIM DO MÓDULO V 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 122 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPÁTICOS. Manual de 
normas técnicas para farmácia homeopática. 2. ed. São Paulo, 1995. 
 
 
BESSA, Marco. Filosofia da homeopatia; análise das noções de força vital, vida, 
natureza e homem no pensamento de Hahnemann. Curitiba: Aude Sapere, 1994. 
 
 
BRASIL, Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 33, de 19 de abril de 2000. Diário 
Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, 24 de abril de 2000. 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Farmacopeia homeopática brasileira. 2. ed. Parte I, 
São Paulo: Atheneu, 1997. 
 
 
CAMPBELL, A. As duas faces da homeopatia. São Paulo: Matéria Médica, 1991. 
 
 
CASSIRER, Ernest. Ensaio sobre o homem. Introdução a uma filosofia da 
cultura humana. São Paulo: Martins Fontes, 1994. 
 
 
DESCARTES, René. Discurso do método. Brasília: UNB, 1985. 
 
 
FARMACOPEIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1998. 
 
 
FOUCAULT, Michel. El orden del discurso. Barcelona: Tusquets Editores, 1980. 
 
 
GALHARDO, J. E. R. Iniciação homeopática. Rio de Janeiro: Henrique M. 
Sondermann, 1936. 
 
 
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 
 
 
HAHNEMANN, Samuel. Organon da arte de curar. Ribeirão Preto: Museu de 
Homeopatia Abrahão Brickmann, 1995. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 123 
KENT, J. T. Filosofia Homeopática. São Paulo: Robe Editorial, 1996. 
 
 
KOSSAK ROMANACH, A. Homeopatia em 1000 conceitos. São Paulo: Elcid, 
1984. 
 
 
LUZ, Madel. Natural, racional, social; razão médica e racionalidade científica 
moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988. 
 
 
MIASMA. Saúde e Enfermidade na Prática Clínica Homeopática. São Paulo: 
Roca, 1998. 
 
 
ROSENBAUM, P. Homeopatia e vitalismo. São Paulo: Robe, 1996. 
 
 
SPINK, Mary Jane (Org.). O conhecimento no cotidiano; as representações 
sociais na perspectiva da psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 1993. 
 
 
TYLER M. Curso de Homeopatia. São Paulo: Editorial Homeopática Brasileira, 
1965. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO CURSO! 
	homeopatia01.pdf
	17.1 OS INSUMOS INERTES
	20.1 OS INSUMOS INERTES
	21 MÉTODO KORSAKOVIANO PARA A ESCALA DECIMAL A PARTIR DA TINTURA-MÃE, DE DROGA SOLÚVEL E INSOLÚVEL
	23 MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO A PARTIR DA POTÊNCIA 30CH
	23.3 A CALIBRAÇÃO DO FLUXO
	25.4 QUANTO À ESTOCAGEM DE MATRIZES
	25.5 QUANTO À DINAMIZAÇÃO
	28 MATERIAIS NÃO COLETADOS NA FARMÁCIA
	Cronologia
	homeopatia02.pdf
	Modalidades Metereológicas
	Modalidades raras
	homeopatia03.pdf
	homeopatia04.pdf
	homeopatia05.pdf
	36.1 ASPECTO LEGAL
	36.2 LOCAL DE INSTALAÇÃO
	36.3 EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS
	36.4 MATERIAL DE CONSUMO BÁSICO MÍNIMO
	36.5 RECURSOS HUMANOS: PESSOAL TÉCNICO CIENTÍFICO
	36.7 MATERIAL ACESSÓRIO - MODALIDADES, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
	36.8 ETIQUETAGEM - ROTULAÇÃO DAS EMBALAGENS DE USO CONTÍNUO
	36.9 INSUMOS INERTES: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE SUAS MATÉRIAS-PRIMAS
	36.10 AS SOLUÇÕES USADAS EM FARMÁCIA E LABORATÓRIO HOMEOPÁTICOS

Mais conteúdos dessa disciplina