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TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR · Consiste na lesão da medula espinhal, podendo provocar alterações, temporários ou permanentes, na função motora, sensitiva, autonômica e psicoafetivas. · O trauma raquimedular, se não for reconhecido e atendido adequadamente no local do trauma, pode resultar em lesão irreparável á medula espinhal e deixar o doente paralisado de forma irreversível. · A imobilização inadequada pode ocasionar resultados muitos graves. · Na região cervical, é onde se apresenta o maior risco de lesão, pois só é protegida pelo pescoço. Já a torácica, lombar e sacral possuem uma musculatura maior no seu preenchimento. · O TRM decorre de lesão medular espinhal completa ou incompleta. A clínica é desencadeada pela localização da lesão em relação á vértebra e aos tratos acometidos, apresentando alteração na sensibilidade/motricidade abaixo da lesão · Podem desencadear o TRM: > Fraturas por compressão que causam achatamento do corpo vertebral; > Fraturas que causam pequenos fragmentos de osso, que podem alojar-se no canal espinhal; > Subluxação; > Superestiramento ou laceração dos ligamentos e músculos; > Hiperflexão, hiperextensão, hiper-rotação, inclinação lateral repentina e tração excessiva. Característicos de esportes radicais e de contato. · Suspeitas de TRM: Biomecânica > Impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou pelve; > Fraturas que produzem pequenos fragmentos de osso; > Aceleração ou desaceleração repentina ou impactos laterais que forcem o pescoço ou o tronco; > Qualquer queda, especialmente em idosos, doentes pediátricos e quedas de lugares altos; > Qualquer vítima de acidente de mergulho em águas rasas; > O efeito chicote em acidentes, é um dos principais responsáveis pela lesão; > Lesão contusa importante no tronco; > Dano significativo no capacete; > Fratura por impacto ou outro tipo de desaceleração nas pernas ou quadril; > Déficit ou sintoma neurológico. · Excluir lesões de medula é mais simples em pacientes lúcidos e orientados pela ausência de dor. · Em pacientes inconscientes exames radiológicos deverão ser realizados. · Toda vítima inconsciente e vítima de politrauma é portadora de TRM, até que se prova ao contrário. · Qualquer lesão acima da clavícula deve ser investigada para possível lesão de coluna cervical. · Sinais e sintomas em pacientes conscientes: · Sinais e sintomas em pacientes inconsciente: · Significados: > Plegia/paralisia – Perda total dos movimentos > Paresia – Diminuição da força · Objetivo da imobilização: > Propiciar estabilidade das regiões afetadas, impedir lesões vasculares e neurológicas. · Avaliação neurológica: > Completa: Ausência de função motora ou sensitiva abaixo do nível de lesão. > Incompleta: Preservação de qualquer função motora ou sensitiva abaixo do nível de lesão. Também tem a preservação sacral, podendo ser a única função residual. · Classificação de Frankel: Se o paciente tem ou não função da parte do corpo em diante, após a lesão · Detalhes de avaliação/atendimento > Ventilação inadequada; > Comprometimento da avaliação abdominal; > Dor mais intensa em outro sítio (amputação, queimaduras): > Choque neurogênico (associado a lesão de coluna cervical/torácica alta, hipotensão com bradicardia); > Vítima deambulando no local; > Embriaguez ou perda de consciência. · Choque medular: Quadro de flacidez e perda de reflexos após a lesão da medula, ou seja, trata-se de um quadro neurológico sem relação com a hemodinâmica. Esse estado possui tempo de duração variável com possibilidade de recuperação do quadro. · Choque neurogênico: Quadro secundário á lesão medular, com consequente perda do tônus simpático distal á lesão (quadro com repercussão hemodinâmica). Com isso, os vasos sanguíneos, principalmente dos MMII, ficam vasodilatados sem atuação do sistema simpático. O sangue é represado na periferia, com consequente hipotensão, já que não chega ao coração. > Subtipo do distributivo; > Inadequação entre a demanda tecidual e a oferta local de O2. > Alteração do tônus e permeabilidade vascular. > Características: Hipotensão com bradicardia; Vasodilatação periférica generalizadas; TRM – extremidades quentes acima da lesão e frias abaixo e diversas alterações sensitivo motoras; Pode ser necessário o uso de marcapasso cardíaco, caso não haja resposta as drogas; Corticoesteróides em altas drogas para resposta ao choque neurogênico. · Trauma de Coluna Vertebral: · Sinais e sintomas: Dor na região cervical ou dorsal, ao mexer o pescoço ou as costas, á palpação da região posterior do pescoço ou da linha média das costas; Deformidade da coluna vertebral, Defesa ou contratura da musculatura do pescoço ou das costas; Paralisia, parecia, dormência ou formigamento; Sinais e sintomas de choque neurogênico; Priaprismo. · Indicação para imobilização da coluna: > Glasgow < 15; > Dor ou sensibilidade na coluna; > Déficit ou sintoma neurológico; > Deformação anatômica da coluna. · A imobilização da coluna deve ser interrompida quando: > Resistência ao movimento; > Espasmos dos músculos do pescoço; > Aumento da dor; > Início ou aumento de déficit neurológico, como adormecimento, formigamento ou perda de motricidade; > Comprometimento da via aérea ou da ventilação · A investigação para diagnóstico do TRM deve ser feita através de radiografias, tomografia computadorizada e/ ou ressonância magnética · A escala usada para pessoas que sofreram TRM é a ASIA. Baseia-se na avaliação de sensibilidade e da função motora, sendo possível classificar o paciente quanto ao tipo de lesão (completa ou incompleta) e determinar o nível neurológico, além de gerar um escore baseado nos achados sensitivos e motores > Classificação: - ASIA A: Lesão completa: Sem preservação das funções motora e sensitiva no segmento sacral S4-S5. - ASIA B: Lesão incompleta: Perda da função motora preservada porém função sensitiva preservada abaixo do nível neurológico e inclui sensibilidade do segmento sacra S4-S5. - ASIA C: Lesão incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força inferior a 3 (apesar de haver contração muscular, não são capazes de vencer a gravidade). - ASIA D: Lesão incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força superior ou igual a 3 (vencem a gravidade). - ASIA E: Lesão incompleta: Funções motoras e sensitivas são normais. Flacidez de esfíncter anal Resposta a estímulo doloroso somente acima da clavícula Hipotensão com bradicardia ou somente bradicardia Priaprismo Respiração diafragmática 0 ou A: Ausência de função total 2 ou C: Motricidade inútil 1 ou B: Ausência de função com sensibilidade preservada 3 ou D: Motricidade útil 4 ou E: Motricidade preservada Dor no pescoço ou nas costas Dor a mobilização cervical ou dorsal Deformidade da coluna Paralesia, paresia dos MMSS e MMII Choque neurogênico Respiração abdominal Priaprismo